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nº 303
Cadeia Petroquímic a e do Plástico, Economia e Polític a, S ustentabilidade, Améric a Latina e Mundo •23 de Outubro de 2008• Ano 4
Cadeia Produtiva
Comperj é prioridade estratégica para BNDES
Com investimentos previstos na casa de US$ 8,4 bilhões e ainda sem composição acionária definitiva, o projeto
de construção do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) é tido como prioridade estratégica no
Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para atender à demanda crescente do setor
petroquímico prevista para os próximos anos. Segundo o gerente da área de insumos básicos do Departamento
de Indústria Química do BNDES, Gabriel Lourenço Gomes, que vem participando dos estudos entre o banco e a
Petrobras, se a estatal tiver de abrir mão de algum investimento por causa da crise mundial, certamente não
será o Comperj. Uma alternativa seria as duas refinarias Premium, que serão instaladas no Ceará e no
Maranhão, com investimentos na casa dos US$30 bilhões. Segundo Gomes, diante do atual cenário mundial
de dificuldade de acesso ao crédito e de recessão, o projeto do Comperj é visto como “estratégico” pelo BNDES
por atender a uma demanda que deve crescer consideravelmente nos próximos anos. O Comperj também
tornaria o Brasil auto-suficiente na matéria-prima petroquímica, agregando valor a um óleo que é ainda mais
barato do que o Brent negociado no mercado internacional, informou O Estado de S. Paulo.
Vicunha deixa o pólo têxtil de Pernambuco
A Vicunha abandonou o plano de fazer parte dos projetos petroquímicos para produção de insumos à indústria
têxtil de Pernambuco. Com a saída do grupo controlado pela família Steinbruch, recaiu sobre a Petrobras, única
acionista remanescente do empreendimento, o destino sobre a criação de uma indústria têxtil integrada no
Nordeste, cujos investimentos podem chegar quase a US$ 1 bilhão. A Vicunha, que controla a Companhia
Integrada Têxtil do Nordeste (Citene), decidiu vender por R$ 31,2 milhões todas as suas participações
acionárias nos projetos petroquímicos à Petroquisa, subsidiária da Petrobras. No acordo de venda, a Citene se
desfez da metade do controle da Petroquímica Suape - que produzirá por ano 640 mil toneladas de PTA, um
insumo petroquímico - além de alienar os 60% que detinha na Companhia Integrada Têxtil de Pernambuco
(Citepe), que fabricará 140 mil toneladas de polímeros e filamentos de poliéster por ano, insumos para a
indústria têxtil. Com o abandono da Vicunha e a participação da Petrobras sozinha nos projetos, a fábrica da
Citepe, um investimento estimado em US$ 350 milhões, é a que corre o maior risco de ficar apenas no papel,
segundo fontes próximas ao negócio. No caso da Petroquímica Suape, o projeto deve sair, porque está mais
adiantado, com as obras de terraplenagem em curso, garantiram fontes. As máquinas, ao contrário do que
ocorre com a Citepe, também foram encomendadas. A Petroquímica Suape produzirá insumos não só para a
indústria têxtil, mas também para indústria de resinas PET, como a italiana Mossi & Ghisolfi (M&G), que já
possui unidade em Pernambuco, atraída pelos incentivos fiscais oferecidos pelo governo estadual, informou o
Valor Econômico.
Negócios para o Plástico
O futuro das embalagens está nos plásticos
O futuro das embalagens está no plástico: 73% das resinas plásticas são transformadas em embalagens. O
dado é de Fábio Mestriner, coordenador do Núcleo de Estudos da Embalagem da Escola Superior de Propaganda
e Marketing (ESPM). Segundo ele, a indústria brasileira de embalagens movimenta R$ 33 bilhões ao ano e,
assim, não pode ser desprezada. Ao contrário, precisa ter o seu comportamento analisado, bem como deve ser
estudada a sua importância para a sociedade moderna. Mestriner, que falou, na última terça-feira (21), a
respeito de inovações e o futuro das embalagens, na sede da Associação Brasileira da Indústria do Plástico
(Abiplast) e afirmou que a embalagem é considerada como componente fundamental e estratégico nos
negócios, além de ser uma ferramenta efetiva de marketing. Falou também sobre os novos hábitos dos
consumidores das grandes cidades, que têm a jornada estendida e estão sempre em movimento e precisam
de alimentos e bebidas portáteis. Portanto, o lançamento de embalagens menores ou individuais, como por
exemplo, para barra de cereais, garrafa de água, ou bolachas, ganha mais espaço no mercado. “O plástico
leva vantagem como material para acondicionar e embalar tudo isso”, explica Mestriner. Em 2007, foram
lançadas 269.271 mil embalagens de forma geral. Os lançamentos no ano passado de embalagens plásticas
tiveram um crescimento médio de 44,8%, quatro vezes mais do que outros materiais (papel, lata e vidro). “O
plástico consegue atender diversas exigências nas embalagens e compete com todos os outros segmentos.
Além disso, não existe só um tipo de plástico, o que o torna ainda mais versátil em embalagens rígidas ou
flexíveis”, conta o Mestriner. Informou a redação do Leia!
Globalpack inaugura nova planta em Vinhedo
A Globalpack, indústria de embalagens plásticas pertencente ao Grupo Itavema, anunciou na última terçafeira (21) a construção de uma nova unidade fabril em Vinhedo, interior de São Paulo. A planta possibilitará o
aumento da competitividade com a união de diversos processos de transformação de plásticos e se destacará
pela sustentabilidade do projeto, desenvolvido dentro das técnicas de preservação ambiental. As obras foram
finalizadas em setembro e o início das operações na nova unidade da Globalpack ocorrerá durante o mês de
outubro. A previsão é que, até junho de 2009, a nova unidade atinja um volume de produção mensal de cerca
de 800 toneladas e 50 milhões de frascos, informou o InvestNews.
A Sabic lança os compostos leves para o setor automotivo global
Para satisfazer as demandas do setor automotivo, a SABIC Innovative Plastics e a SABIC PP Automotive
anunciaram o lançamento mundial das resinas de polipropileno (PP) LGF SABIC® STAMAX. As resinas SABIC®
STAMAX, que são usadas amplamente pelas montadoras européias para substituir o aço em componentes
como módulos frontais e de portas, oferecem soluções leves para se obter eficiência de combustível e redução
de emissão de poluentes. As resinas PP LGF SABIC® STAMAX estão permitindo às montadoras evoluir as
portas, sistemas frontais e suportes de painéis de instrumentos feitos tradicionalmente em aço. Tais resinas
oferecem maior flexibilidade de projeto para a consolidação das peças, bem como as propriedades de
desempenho principais, inclusive alta rigidez, estabilidade dimensional, alto fluxo e um bom comportamento
em batidas. Além das características de fluxo, as resinas SABIC® STAMAX permitem a fabricação de suportes
de painéis de instrumentos com paredes mais finas, quando comparados aos materiais tradicionais tais como
anidrido de estireno co-maleico modificado (SMA) e policarbonato/acrilonitrila-butadieno-estireno (PC/ABS). A
moldagem de paredes finas oferece vantagens de custos e de peso para a montadora. Como resultado, os
projetistas podem criar módulos únicos para substituir montagens complexas, otimizando a produção e
reduzindo os custos do sistema, informou o portal Fator Brasil.
Movimentos da Indústria
Expectativa da indústria é a pior desde 2005
A crise financeira internacional começou a fazer estragos na confiança dos empresários da indústria por causa
da restrição de crédito internacional e da queda da Bovespa, que minguaram as linhas de financiamento para
exportação. A constatação é da Confederação Nacional da Indústria (CNI) que divulgou, na última terça-feira
(21), o Índice de Confiança do Empresariado Industrial (ICEI). Segundo a pesquisa, o indicador ficou 52,5
pontos no terceiro trimestre desde ano, ante 58,1 pontos apurados no trimestre anterior. Em julho de 2005, o
índice estava em 50,7 pontos. A queda na confiança do empresariado ocorreu devido à falta de crédito do
exterior, onde as empresas captavam recursos a juros menores do que no mercado interno, aliada a fuga de
capital de investidores estrangeiros na Bovespa. A pesquisa mostra que as grandes empresas estão sendo
mais afetadas pela crise do que as de menor porte, já que 80% das que participaram da amostra são
exportadoras, enquanto apenas 23% das pequenas vendem para o exterior. A queda mais significativa foi
quanto às expectativas sobre a economia brasileira para os próximos seis meses, informaram O Estado de S.
Paulo e o JB Online.
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Sustentabilidade
Abiclor representa o Brasil na Conferência Internacional da China
A Associação Brasileira da Indústria de Cloro, Álcalis e Derivados (Abiclor) representa a indústria brasileira na 2º
Conferência Internacional em Sustentabilidade na Indústria de Cloro-Álcalis e de PVC, realizada na China. O
encontro, que acontece entre ontem (22) e hoje (23), reúne mais de 100 especialistas de todo o mundo para
discutirem questões de energia, transporte seguro e regulamentações, entre outros. Martim Afonso Penna, diretorexecutivo da Abiclor e presidente do Global Advocy Team, no World Chlorine Council (WCC), fala sobre o impacto
das questões regulatórias internacionais na indústria de cloro e álcalis no evento. O encontro visa impulsionar
globalmente o desenvolvimento sustentável desse setor industrial, especialmente na China, onde o rápido
crescimento da indústria de cloro, álcalis e PVC tem chamado a atenção do mundo, informou a assessoria de
imprensa da Abiclor.
Política e Economia
Ação do governo contra a crise
O Brasil teve ontem (22) um de seus piores dias, desde que a crise financeira se agravou. Apesar das intervenções
do Banco Central, o dólar subiu muito de novo - 6,67% para R$ 2,38 - e já avançou 25% no mês. Os juros no
mercado futuro dispararam, especialmente nos contratos mais longos, com investidores mais preocupados em
zerar posições do que em antecipar os movimentos da política monetária. O risco-Brasil deu um salto de 26,6%,
para 671 pontos. A Bolsa perdeu 10,18%, após ser acionado uma vez o "circuit breaker". Os mercados começaram
em queda desde a manhã, quando o governo anunciou a Medida Provisória 443, que abre aos bancos oficiais a
possibilidade de comprar participações acionárias em instituições financeiras privadas. O presidente do BC,
Henrique Meireles, qualificou a medida como preventiva. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que não há
bancos quebrando, mas admitiu que continuam os problemas de liquidez em algumas instituições. A Fazenda
enviou ontem (22) ao presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, proposta de isenção do IOF em operações de câmbio
para ingresso de recursos de investidor estrangeiros nos mercados financeiro e de capitais e também nas
operações de câmbio para ingresso e saída de recursos do país referentes a empréstimos e financiamentos
realizados a partir de hoje (23), informou o Valor Econômico.
Saldo de outubro cai 56,9%
A queda do superávit comercial do País, em relação a 2007, se acentuou em outubro em razão do ritmo menor de
crescimento das exportações. O saldo acumulado em três semanas deste mês soma US$ 874 milhões, 56,9%
menor que o de outubro de 2007 e 46,4% inferior ao de setembro, considerando a média diária. Para o vicepresidente da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro, o resultado é reflexo da
crise mundial. O saldo caiu por causa da desaceleração das exportações provocada pela redução dos preços
internacionais das commodities. De acordo com o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, na
terceira semana de outubro o superávit foi de apenas US$ 334 milhões, resultado de exportações de US$ 4,09
bilhões e importações de US$ 3,76 bilhões. Com isso, a média diária ficou, até agora, em US$ 67,2 milhões - maior
apenas que as médias de janeiro, fevereiro e março, meses reconhecidamente fracos para o comércio exterior,
informaram O Estado de S. Paulo, Gazeta Mercantil e DCI.
América Latina
Brasil debate crise com sul-americanos
Na tentativa de obter uma resposta coordenada da América do Sul para a crise financeira mundial, o governo
brasileiro convidou para uma reunião, em Brasília, na próxima segunda-feira (27), os ministros da Fazenda e de
Relações Exteriores de todos os países da região. Oficialmente, o encontro será uma reunião extraordinária e
ampliada do Conselho do Mercado Comum, que reúne os ministros do Mercosul. O Itamaraty quer promover uma
troca de informações sobre como cada país está respondendo à crise, para, se possível, criar um mecanismo
conjunto de atuação. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, citou como um tipo de resposta regional o
mecanismo criado por Brasil e Argentina para uso da moeda local nas trocas comerciais entre os dois países. Na
semana passada, durante a reunião de cúpula entre Índia, Brasil e África do Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva sugeriu que se estudasse a extensão desse mecanismo para outros países em desenvolvimento. A presença
da Venezuela deve trazer à discussão as queixas do presidente venezuelano, Hugo Chávez, para ativação do
polêmico Banco do Sul, concebido por ele como uma alternativa para os recursos ao Fundo Monetário Internacional
e outras instituições multilaterais. Na manhã de segunda-feira (27), a reunião será apenas entre os sócios plenos
do Mercosul, Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, com participação do sócio em vias de ingresso, a Venezuela. O
encontro deverá ser usado para discutir questões bilaterais, como o pleito argentino para aumento da Tarifa
Externa Comum em produtos sujeitos à concorrência asiática. À tarde, o encontro ganha a participação dos
ministros de Bolívia, Chile, Colômbia, Equador e Peru, e de enviados do Suriname e Guiana, informou o Valor
Econômico.
Bolívia avalia projeto petroquímico que envolve investimento de US$ 3,4 milhões
Os investimentos em petroquímica na Bolívia deverão chegar a US$ 3,450 milhões entre 2008 e 2013, segundo
informe publicado pelo Ministério de Hidrocarbonetos do país. Segundo o comunicado, a industrialização do gás
natural, através do setor petroquímico, é prioridade para gerar valor ao combustível. Entre as principais iniciativas
está a construção de uma planta de amoníaco e uréia - de 1 milhão de tonelada - na província de Gran Chaco, em
Tarija, com investimentos previstos de US$ 1 milhão, entre 2008 e 2012. A YPFB assinou um memorando de
entendimento com a empresa iraniana Petrochemical Company, que vai realizar estudos de viabilidade para, em
seguida, executar o projeto. Também é prevista a construção de uma planta de etileno e polietileno, que deve
produzir 600 mil t/ano, cujo investimento será de US$ 1,55 milhões, entre 2008 e 2013, também em Gran Chaco.
Segundo o informe do governo boliviano, existe demanda de uréia e polietileno em países como EUA, México, Europa
Ocidental, China e Índia. Para uma parte do projeto, a YPFB firmou contrato com a Pequiven, estatal petroquímica
da Venezuela e, segundo o ministério boliviano, todos os planos dependem de uma série de estudos técnicos, assim
como a produção das reservas de gás natural e da ampliação da infra-estrutura de transporte e gasodutos,
informou o BN Américas.
México pode abrir seu petróleo a estrangeiros
Com o preço do petróleo em queda e sua própria produção diminuindo rapidamente, o Senado mexicano começou
a discutir um projeto de reforma, que permite que a Petróleos Mexicanos trabalhe mais de perto com empresas
privadas. A produção do México foi de 2,72 milhões de barris por dia em setembro, a mais baixa média mensal
desde 1995, segundo a Pemex informou esta semana. Nos nove primeiros meses do ano, a produção do país caiu
10% em relação ao mesmo período do ano passado e a exportação teve queda de 18%. Desde o fim dos anos 70,
o México tem estado entre os dez maiores produtores do mundo. Mas, como em muitos dos produtores mundiais,
os campos mexicanos estão envelhecendo. Acredita-se que o país possua vastos campos nas águas profundas do
Golfo do México, mas a Pemex não tem tecnologia para explorá-los. Empresas internacionais normalmente alugam
vários hectares em áreas ricas em petróleo, exploram o combustível e pagam impostos locais e royalties sobre a
produção. Como a Constituição mexicana não permite isso, a idéia é pagar uma comissão às empresas em vez de
permitir que elas fiquem com um porcentual do próprio petróleo. Por enquanto, as petrolíferas não estão muito
entusiasmadas com as perspectivas. "Temos de esperar que a Pemex apresente os contratos para ver se eles são
globalmente competitivos", disse um executivo de uma empresa internacional que trabalha na capital mexicana.
Informou o Valor Econômico.
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Mundo
CE aprova empresa conjunta entre Dow Chemical e Petrochemical Industries
A Comissão Européia (CE) deu, na última segunda-feira (20), sinal verde para a criação de uma empresa
conjunta entre a companhia química americana Dow Chemical e a Petrochemical Industries Company (PIC),
do Kuwait, após comprovar que a operação não apresenta problemas para a concorrência comunitária. A Dow
Chemical e a PIC - esta última controlada pela Kuwait Petroleum Corporation (KPC) - pretendem adquirir o
controle conjunto de uma companhia de nova criação que constitui uma empresa em participação, por meio
da cessão de ativos e a aquisição de ações. A empresa do Kuwait se dedica a plásticos e produtos químicos,
às ciências agrícolas, hidrocarbonetos e produtos e serviços energéticos, enquanto a PIC trabalha com adubos
e produtos petroquímicos. Já a KPC é uma entidade estatal responsável, em todo o mundo, pelos negócios de
hidrocarbonetos do Kuwait. A empresa conjunta se dedicará à fabricação e marketing de polietileno,
polipropileno, policarbonato, etanolaminas, etilenoaminas e etilenglicol. Segundo um comunicado publicado
na última segunda-feira (20), a operação foi examinada pela CE sob seu procedimento simplificado de
avaliação, o que se aplica quando, inicialmente, não se detectam problemas para a livre concorrência,
informou a EFE.
Expectativa na divulgação do balanço da DuPont
A DuPont, terceira maior fabricante do setor químico dos EUA, pode divulgar sua primeira queda no lucro em
10 trimestres depois que a demanda global por produtos imobiliários e automotivos recuou e os furacões
afetaram as operações. Espera-se que a DuPont informe que o lucro, excluindo alguns itens, tenha caído para
US$ 0,52 por ação no trimestre, média da estimativa de 15 analistas pesquisados. Em igual período de 2007,
o lucro nessa base foi de US$ 0,56, mantido desde o primeiro trimestre de 2006. O principal executivo da
companhia Charles O. Holliday Jr. deixará o cargo depois do quarto trimestre, após dez anos como CEO. Sob
seu comando, a empresa vendeu unidades e se concentrou em colheitas geneticamente modificadas e no
Kevlar (material de resistência à balas), para proteger a companhia contra as oscilações no crescimento
econômico. A estratégia, porém, pode não ter sido suficiente para elevar o lucro, à medida que o mercado
imobiliário doméstico foi mais fraco e o setor automotivo em declínio reduziu a demanda por pintura, disseram
os analistas, informou a Gazeta Mercantil.
Furacões abalaram setor químico e de plásticos dos EUA
A produção industrial nos EUA recuou em setembro 2,8%, o maior declínio em quase 34 anos, à medida que
os furacões Ike e Gustav e uma greve na Boeing, em combinação com o arrocho no crédito, enfraqueceram a
manufatura, disse o Federal Reserve. Os furacões obrigaram centenas de fábricas a fechar as portas ao longo
da costa do Golfo no mês passado, abalando temporariamente a produção do setor químico e de plásticos dos
EUA. A DuPont fechou mais de uma dúzia de instalações antes das tormentas e uma fábrica inundada em
Orange, Texas, permanece ociosa, disse o porta-voz Anthony Farina. As montadoras dos EUA reduzem a
produção depois que as vendas despencaram 27% em setembro, a queda mais profunda desde 1991, em meio
à redução na disponibilidade de empréstimos e aos preços da gasolina, que alcançaram um recorde em julho.
A PPG Industries na semana passada divulgou uma queda de 15% na demanda por pintura para carros na
América do Norte no terceiro trimestre. A DuPont é a maior fabricante mundial de pintura para carros e a PPG
Industries ocupa o segundo lugar, informou a Bloomberg News.
China fecha fábricas de brinquedos
Metade das fábricas de brinquedos do Delta do Rio das Pérolas, no Sul da China, está fechada desde o início
de 2008 e metade das que sobraram deverá seguir o mesmo caminho nos próximos dois anos, segundo a
entidade que representa o setor. Apesar de alarmante, a saída da região de produtores de brinquedos, tecidos
e calçados começou muito antes do agravamento da crise mundial e responde a uma política deliberada do
governo de se livrar da indústria de baixo valor agregado e abrir espaço para setores de alta tecnologia, menos
poluentes, que consumam menos energia e matérias-primas. Desde o ano passado, o governo implementou
uma série de mudanças para desencorajar a permanência na região de indústrias de baixo valor agregado,
como brinquedos. O imposto de renda para setores de alta tecnologia é de 15%, comparado aos 25% dos
demais. As empresas ainda recebem três anos de isenção fiscal e só pagam metade da alíquota (7,5%) nos
três anos seguintes. Desde o início do ano, 67 mil pequenas e médias fábricas foram à falência. Só no setor
de brinquedos no Delta do Rio das Pérolas, 3.631 exportadores fecharam as portas no primeiro semestre, o
equivalente a 52,7% do total. A maioria eram pequenas e médias empresas, com volume de exportações anual
abaixo de US$ 100 mil. A China vai elevar no mês que vem os benefícios fiscais às exportações de uma série
de produtos, como têxteis, brinquedos e remédios, num momento em que a desaceleração da economia
mundial reduz a demanda por produtos chineses. A restituição de impostos sobre algumas exportações de
têxteis, confecções e brinquedos aumentará para 14%, e sobre as de plásticos subirá para 9%, disse o
Ministério da Fazenda ontem (22) em seu site. O ajuste, que entra em vigor no dia 1º de novembro, abrangerá
3.486 itens, que respondem por 25% das exportações tributáveis. O crescimento das exportações chinesas
alcançou, em média, 22,2% este ano, numa retração em comparação com os 27,2% do ano passado, revelam
os dados oficiais, informaram O Estado de S. Paulo, o Valor Econômico e agências.
Cotação
Em queda livre, barril fecha a US$ 66,75 em Nova York
Os preços do petróleo voltaram a cair ontem (22) em Nova York, afetados pelos temores de uma queda na demanda
mundial e pela informação de uma forte alta nas reservas semanais de petróleo nos Estados Unidos. O barril de
WTI para entrega em dezembro fechou o pregão nova-iorquino em US$ 66,75, queda de US$ 5,43 em relação ao
fechamento do dia anterior. Durante a sessão, a cotação do barril chegou a atingir US$ 66,2, o seu nível mais baixo
desde o dia 14 de junho de 2007. Em Londres, o barril de Brent com o mesmo vencimento fechou abaixo dos US$
65, em US$ 63,96, pior desempenho desde o dia 9 de maio de 2007. Informaram agências internacionais.
Agenda
Campinas sedia Agriplast 2008
O setor de cultivo protegido de flores, hortaliças, frutas e produção de mudas estará reunido em Campinas (SP) nos
dias 30 e 31, para a 10ª edição da Agriplast. O evento acontece no auditório da Cordenadoria de Assistência Técnica
Integral (Cati), organizado pela Faculdade Engenharia Agrícola (Feagri), da Unipamp, em parceria com a Embrapa
e a Secretaria da Agricultura de São Paulo. No dia 30, estão programadas palestras sobre qualidade e cuidados
na escolha de plásticos agrícolas para cultivo protegido; uso do plástico na proteção de frutas; cooperativismo no
setor da plasticultura; uso de controle biológico para combate de pragas em estufas e controle biológico de doenças
em estufa, informou o caderno Agrícola do jornal O Estado de S. Paulo. Mais informações - www.plasticultura.org.br.
Reunião Anual Latino-Americana da Petroquímica
A Asociación Petroquímica Y Química Lationamericana (APLA) está promovendo a Reunião Anual Latino-Americana
da Petroquímica, de 15 a 18 de novembro, no Hotel Sofitel, no Rio de Janeiro. No programa constam as palestras
"Uma visão estratégica do futuro da indústria petroquímica mundial e sua repercussão na América Latina";
"Competitividade da indústria petroquímica - Foco na 3ª geração”; "Sustentabilidade na indústria química",
"Reach e seu impacto nas exportações da região"; "Futuro da economia regional, implicações, a curto e longo prazo
para novos investimentos e decisões estratégicas"; “Disponibilidade de matérias-primas e energia”; “Logística e
infra-estrutura". As palestras terão as participações de Merheg Cachum, presidente da Abiplast, Ricardo Gutiérrez,
da Mexichem e Luiz de Mendonça, vice-presidente da Braskem. Para mais informações, entre em contato com
[email protected] ou pelo telefone (54-11) 4325-1422.
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Artigo
Energia, uma opção para lixo urbano
A recuperação energética não gera efluentes líquidos e, portanto, não contamina córregos, rios ou o mar.
O Brasil já apresenta índices de reciclagem mecânica de materiais pós-consumo equivalentes àqueles
registrados nos países desenvolvidos. Entretanto, uma enorme quantidade de resíduos sólidos urbanos é
gerada diariamente. Esses desperdícios são enterrados em lixões e aterros sanitários próximos da saturação.
Pouca gente sabe que estamos literalmente jogando bilhões de reais no lixo. Com investimento e tecnologia
nacional já existente, estes resíduos poderiam ser tratados em Usinas de Recuperação Energética,
transformando-se em energia elétrica e térmica, por meio de processo industrial que não agride o meio
ambiente.
Destaque-se que esse processo já é uma realidade em todo o mundo, pois, além de tratar-se de uma
destinação ambientalmente correta, é visto como uma das soluções para o problema de substituição dos
combustíveis fósseis por fontes alternativas de energia.
Atualmente esse processo responde pela destinação final de cerca de 130 milhões de toneladas ao ano de lixo
urbano que são destinadas para 750 usinas instaladas em 35 países da Europa, dos EUA, do Japão e vários
países emergentes da Ásia. Lamentavelmente, no Brasil não existe nenhuma unidade industrial para tal
finalidade.
A recuperação energética não gera efluentes líquidos e, portanto, não contamina córregos, rios ou o mar. Não
passa por degradação biológica nem emite gás metano, gases tóxicos, odores ou ruídos. Assim, as usinas
podem ser instaladas próximas às comunidades geradoras de resíduos, permitindo considerável economia com
a coleta e o transporte de lixo.
O processo é simples e se inicia com a coleta do lixo pela municipalidade. No Centro de Triagem, são separados
os resíduos recicláveis que possam ser comercializados, como plásticos, latas de aço ou alumínio, vidros,
papel e papelão, madeira. A seguir, os resíduos não-recicláveis seguem para a Usina de Recuperação
Energética.
Na usina, os resíduos passam por duas etapas. Na primeira, são preparados para a incineração, mediante
trabalho de separação manual/mecânica dos recicláveis remanescentes, homogeneização e redução da
umidade dos materiais restantes, objetivando uma maior eficiência energética.
Deste processo inicial resulta CDR (Combustível Derivado dos Resíduos), no qual a função dos plásticos é
extremamente importante. Devido ao seu elevado conteúdo energético, as sacolinhas, filmes e embalagens
plásticas são indispensáveis para a combustão do material a ser processado. Somente são submetidos ao
tratamento térmico a matéria orgânica e os outros resíduos combustíveis.
Na segunda etapa, os resíduos são incinerados a cerca de 1.000° C. Uma caldeira de recuperação aspira os
gases quentes e produz o vapor que aciona o turbogerador. Os gases extraídos da caldeira são neutralizados
por um processo de lavagem em circuito fechado e, já limpos, são lançados na atmosfera. Todo o tratamento
dos gases da combustão atende às Normas Brasileiras e às recomendações internacionais.
Os materiais inertes que sobram, algo em torno de 8% do volume inicial, são recolhidos por um decantador, e
podem ser utilizados como material de construção, como pisos e tijolos.
Um exemplo desse processo se encontra na UsinaVerde, instalada no campus da Universidade Federal do Rio
de Janeiro, na Ilha do Fundão (RJ). A partir do processamento de 30 toneladas diárias de resíduos recolhidos
no Centro de Triagem da Comlurb no bairro do Caju, ela gera 440 quilowatts-hora para consumo próprio. Para
o desenvolvimento dessa tecnologia, construção e operação da usina, foram investidos R$ 15 milhões. Cada
módulo de processamento gera material de construção para 28 casas populares de 50 metros quadrados por
mês.
Por produzir energia alternativa e evitar a emissão de metano, o projeto da Usina Verde foi aprovado como
Mecanismo de Desenvolvimento Limpo, pela Comissão Interministerial de Mudança Global do Clima, em 2005.
No ano passado, por evitar emissões de CO2, recebeu a certificação do Bureau Veritas.
Hoje, a UsinaVerde licencia sua tecnologia patenteada para projetos de implantação de Unidades de
Tratamento Térmico de Resíduos Urbanos com Geração de Energia em módulos com capacidade para tratar
150 toneladas de resíduos por dia, com geração efetiva de 3,2 megawatts de energia elétrica, sendo 2,6
megawatts para venda. Cada módulo atende às necessidades de disposição final de lixo de uma comunidade
em torno de 180 mil pessoas, e supre energia elétrica para cerca de 13.400 residências (cerca de 60 mil
pessoas), caso seja considerado o consumo médio de 140 quilowatts-hora por mês. Isso significa que
aproximadamente 33% da população poderá ser abastecida pela energia do lixo gerado pelo próprio município.
Está na hora, e é urgente, que os responsáveis pelas políticas ambientais e energéticas considerem seriamente
esta nova alternativa para a destinação dos resíduos sólidos urbanos.
Artigo publicado no DCI/Caderno A – Pág. 2 por Francisco de Assis Esmeraldo, Presidente da Plastivida
Instituto Sócio Ambiental dos Plásticos.
Expediente
O Leia! é produzido com base em leituras de jornais, revistas, agências e
sites de notícias, boletins corporativos dos principais setores ligados à
petroquímica, reuniões e eventos realizados na Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo (Fiesp).
Comitê editorial
Presidente: Vítor Mallmann
Rosana Paulis e Eduardo Sene - Assuntos Fiesp/Siresp
Marcio Freitas - Editor
Natasha Lima, Isabela Barbosa e Sandro Almeida - Redação
David Freitas – Diretor de arte
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