Estética / Simbólica / semiótica

Transcrição

Estética / Simbólica / semiótica
Design do Objeto
B
Bases
Conceituais
C
it i
Aparência Estético-Formal
Imagem Simbólica
Dimensões Semióticas
Prof. Dr. João Gomes Filho .................... Abril. 2005
B
Bases
C
Conceituais
it i
Aparência Estético-Formal
Aparência Estético-formal
Definição de Estética (Bernd
(B d Löb
Löbach).
h)
“ O conceito de estética provem da palavra grega “aisthesis”
aisthesis e
significa percepção sensorial ”.
Aparência Estético-formal
Conceito Amplo de Estética (Bernd Löbach).
“ A Estética é a ciência das aparências percebidas pelos sentidos:
• De sua percepção pelos homens (percepção estética do objeto).
• De sua importância para os homens como parte de um sistema sociocultural
(valor estético).
• Da teoria da p
produção
ç estética do homem ((estética g
generativa)) .
• Da estética da Informação. Percepção estética, relacionada ao consumo
estético por parte do usuário (Interface gestaltica).
• Da pesquisa de valores estéticos com pessoas e grupos de pessoas ”.
Observação: Aparência do objeto não é definida apenas pelo "gosto" pessoal do designer.
O processo configuracional se insere num mais amplo Processo de Comunicação Estética,
Aparência Estético-formal
Processo de
Comunicação
Estética
(Adaptado de Bernd Löbach).
1. Estética do Objeto
Resultante das
características
e sinais da aparência
do Produto
3. Valor Estético
3
Influência dos sistemas
de normas culturais:
pessoas e
grupos sociais.
Produto
Designer
Remetente
Usuário- Consumidor
Receptor
Mensagem
Concebe e impôem os
atributos
estéticos do produto
Produto
P
d t pronto
t para ser
utilizado pelo usuário
Uso do produto.
produto Fruição:
julgamento final da
estética do produto
Processo de
P
d Design
D i
Projeto do Produto:
Estudos e Pesquisas,
( Definição do Produto )
Processo de
P
d Uso
U
Estudo da utilização
do produto ( interface
ergonômica )
2. Estética Generativa
Emprego da Teoria
Estética (conhecimentos)
4. Estética da Informação
Percepção Estética
( Interface gestaltica )
5. Estética Empírica
Pesquisa de valores estéticos
com pessoas e grupos de pessoas.
Aparência Estético-formal
Processo de Comunicação Estética
1. Estética do Objeto: Sinais e características formais do produto.
- Trata da adoção de determinado partido estético-formal, subordinado
ao estilo e seus atributos adotados.
2 Estética Generativa: É o emprego da teoria estética no processo do design do produto
2.
produto.
- Conhecimentos sobre estética e organização visual da forma do objeto (sua gestalt), assimilado
nos bancos escolares, na literatura, na observação cotidiana dos objetos, etc.
3. Valor Estético: Sistemas de normas socio-culturais de pessoas ou grupos / sociedade.
- Notórias diferenças de valores culturais e econômicos entre indivíduos ou grupos que vivem no
centro das grandes metropoles versus aqueles que vivem na sua periferia, por exemplo.
Idem com relação às diferenças culturais regionais, entre paises e continentes.
globalização,
ç
não alcança
ç ainda, todas as p
populações
p ç
e, muito menos, o âmago
g
O Processo de g
de suas raizes culturais que são muito fortes. Isto faz com que, naturalmente, a educação visual
do usuário seja afetada nos diferentes modos de percepção dos objetos.
Aparência Estético-formal
4. Estética da Informação: Processo de percepção e consumo
visual do produto pelo indivíduo, no processo de uso.
- Informações e conhecimentos próprios do repertório estético
do usuário, com o qual ele vai julgar o valor da aparência do objeto.
5. Estética Empírica: Investigação de idéias sobre valores
estéticos em pesquisas realizadas com grupo de usuários selecionados,
pesquisa
p
q
de campo.
p
- Conhecimentos que devem chegar ao designer e serem também
levados em consideração na formulação estética do objeto.
- Funciona como uma "realimentação" de informação para enriquecer
seu repertório e, eventualmente, ser transposto para o produto.
Aparência Estético-formal
Aparência Estético-Formal do Produto
Exterior do objeto: trata dos atributos de estilo e da organização
Visual - no aspecto psicológico da percepção sensorial sobretudo
durante o uso do objeto
Em síntese, o designer deve articular todas essas informações
de maneira criativa, para a definição do produto.
Para tanto, o designer deverá trabalhar com fatores culturais e
té i
técnicos
como, por exemplo,
l d
dados
d d
de:
- Interrelação dos aspectos simbólicos, ergonômicos e semióticos.
- Históricos,
Históricos simbólicos
simbólicos, filosóficos
filosóficos, semióticos
semióticos, científicos e tecnológicos;
-Tipo de consumo e perfil do usuário, subordinado ao poder aquisitivo
-de diversas classes sociais;
- Imposição de objetivos mercadológicos ditados pela própria empresa,
-etc. fabricante do objeto.
Sempre em consonância com o tipo de produto a ser concebido.
Aparência Estético-formal
Estilo do objeto
Definido como uma qualidade intrínsica do produto.
Preferencialmente, deve conter um algo a mais que
concorra para provocar uma atração agradavel e
admiração imediata.
Pode agregar uma série de valores ao produto, inclusive,
de ordem sensível e emocional que toque o sentimento do usuário.
Semanticamente o estilo pode denotar ou conotar variadas mensagens e significados diversos,
sobretudo através da função simbólica.
Em termos mercadológicos, muitas das soluções formais também favorecem evidentes reflexos
positivos em termos comerciais.
O estilo imposto ao produto deve ser obviamente compatível com tudo que já foi dito com relação
a sua configuração estético-formal.
Aparência Estético-formal
Estilo do objeto
Exemplificação:
O estilo de um dado produto poderá ser contemporâneo.
Nesse caso, agregar-se-à a ele valores estéticos com o uso de
simbologias ou linguagens formais modernas.
Ou, ao contrario, o designer poderá resgatar códigos estéticos mais
antigos,
g , como p
por exemplo,
p , as linguagens
g g
formais do p
período g
gótico,,
do barroco, do art nouveau, do funcionalismo, e assim por diante.
Nesse caso, agregar-se-á ao produto os valores culturais e simbólicos
d respectivos
dos
ti
períodos.
í d
O
Ou, ainda,
i d eventualmente,
t l
t mesclá-los
lá l ((característica
t í ti do
d estilo
til pósó
modermo, por exemplo).
Tudo isto, evidentemente tendo sempre em conta os objetivos e intenções que se desejar
significar com o produto.
Aparência Estético-formal
Gestalt do Objeto
Associado ao conceito estético-formal
estético formal do objeto,
objeto
a organização visual da forma contribui com um importante papel.
Deve-se articular os conceitos e atributos projetuais referentes
à configuração
g
formal do p
produto, q
que se relaciona e influencia
na melhor qualidade de seu padrão estético.
Alguns requisitos essenciais para a consecução desse objetivo:
- Princípios de organização visual da forma: ditados pelas leis da Gestalt associadas às
categorias conceituais fundamentais de harmonia, equilibrio, contrastes e adequada pregnância
visual, bem como, das categorias conceituais relativas à técnicas visuais aplicadas.
- Monossemia: configurações simples e despojadas de elementos supérfluos, etc.
- Polissemia: configurações complexas, visualmente caracterizadas por muitas unidades
informacionais.
informacionais
Aparência Estético-formal
Tratamento Cromático: Cores adequadas em função do
estilo e/ ou de dados de natureza psicológica, ergonômica,
de natureza institucional (normativas), de injunções de marketing, etc.
Iluminação: Especificação adequada de tipo de iluminação especial,
eventualmente associada a cores, (como as que fogem de seu uso
funcional, para cumprir um papel, por exemplo, mais “emocional”).
- Como no caso de retro-iluminação de produtos tais como mesas de
centros, quadros de obras de arte, poltronas, etc., que se singularizam-se por passar um outro
tipo de informação ao usuário de caráter mais curioso, lúdico e sensível.
Materiais: Especificação apropriada dos materiais, subordinada não só aos fatores funcionais,
estruturais e técnicos, mas, também, às definições estético-formais na definição de tipos de
acabamentos para o produto.
Aparência Estético-formal
Ergonomia do Objeto
A Função Estética g
guarda também uma relação indireta
com a ergonomia do objeto
Na configuração de qualquer produto é necessário
que este atenda ao seu uso sensível no interior do
processo de percepção multisensorial do usuário.
Dessa maneira deve-se articular os conceitos e fatores ergonômicos básicos para conceber
um objeto. Como, por exemplo:
- Os que se referem ao atendimento para os requisitos práticos e conceituais de conforto,
segurança e eficácia do produto.
- Os de percepção sensorial visual, auditiva, tátil, gustativa, olfativa e cinestésica.
- Os códigos visuais: tipográfico / cromático / morfológico / Tecnológico.
A seguir detalhados:
Aparência Estético-formal
Código Visual Cromático
Adequação
Ad
ã d
de fifigura-fundo:
f d
- Adequada segregação de elementos
Normas e regras estabelecidas:
- De carater sensível e institucional
Caracteristicas e atributos das cores:
- Quentes, frias, tons pasteis, etc
Recursos de iluminação:
- Natural, artificial ou mista
Proporções e arejamento visual:
- Jogo com os vazios ou áreas “brancas”
Aspecto
p
Psicologico
g
no uso das cores:
- Significados diversos
Aparência Estético-formal
Código Visual Tipográfico
Adequação
Ad
ã d
de ffamília
íli titipográfica:
áfi
Fonte: normal / Artística / fantasia
Com serifa / sem serifa / etc.
Atributos tipográficos:
Bold / Italic / Underline / Small caps / Superscript /
Caixa Alta / Caixa Baixa / Caixa alta e Baixa
Entrelinhamento / Espacejamento /
Filetes / adornos / etc.
Situações de Leitura:
Legibilidade e Acuidade visual: dimensionamento / proporções / etc.
Títulos, subtítulos, sub-subtítulos
Corpo de Texto (curtos, médios e longos)
Tipografia fixa e / ou em movimento
Localização do objeto
Distancias de leitura
Substratos reais e virtuais: contrastes figura
figura-fundo
fundo
Cores empregadas
Aparência Estético-formal
Código Visual
Morfológico
Organização visual da forma / Informações
- Composição / Diagramação: locação de textos, imagens, etc.
Regras gerais:
- Conceitos gestalticos (Leis e Categorias Conceituais)
- Grade de diagramção
- Adequação formal no espaço (por meios intuitivos e/ou
determinado p
por fórmulas matemáticas))
- Calculos de áreas ou manchas (proporção áurea, por exemplo),
série de fibonacci / príncipio de Vitruvio / etc.
q
p
pictóricos,
- Esquemas
- etc.
Aparência Estético-formal
Código Visual Tecnológico
M t i ld
Material
do suporte
t ou substrato
b t t d
das IInformações
f
õ
- Físico / Virtual.
Reprodução e transmissão da informação
- Meios e processos técnicas de elaboração
- Materiais empregados, etc.
Bases Conceituais
Imagem Simbólica do Produto
Imagem Simbólica
A Imagem Simbólica do Produto é atrelada à Estética do Objeto e as Dimensões Semióticas.
Constituída por propriedades e intenções simbólicas intrínsecas, inerentes
ou associadas ao objeto.
j
Do ponto de vista da teoria da comunicação do produto ela reflete
os contextos sociais, econômicos e culturais do design.
A imagem simbólica do produto é construída pela incorporação do estilo
de vida e por certos valores culturais de pessoas e grupos sociais.
Conecta-se
Conecta
se também à determinadas características sensíveis e emocionais do usuário
usuário.
Se relaciona com os contextos sócio-culturais, econômicos, políticos e espirituais, que
caracterizam uma determinada sociedade: tradição, classes sociais diferenciadas em prestigio
e poder
poder, estagio de desenvolvimento tecnológico
tecnológico, entre outros
outros.
Certos simbolismos são ligados também aos modismos que surgem de tempos em tempos.
Reforçados pela ação da publicidade e propaganda sobre o produto
produto.
- São variadas mídias que atuam conservando, modificando e até, em certos casos, destruindo
simbolismos tradicionais e substituindo-os por outros.
Imagem Simbólica
B h dE
Bernhard
E. Bü
Bürdek
d k
“ A diferenciação e o estilo de vida como idéias centrais, constituem o
ponto de partida no desenvolvimento do produto para sua formação
simbólica.
A aceitação de um produto depende praticamente de até que ponto este
consegue conectar-se com as pautas e escalas de valores (sobretudo
com as pautas estéticas e simbólicas) de grupo de destino interpelado,
ou inclusive, de lograr criar com um produto um novo grupo de destino.
Captar, interpretar e transladar formas de identificação ou anseios de identidade à conceitos de
design é, sem dúvida, muito mais difícil do que projetar regras elitistas de bom gosto sob o lema
do Bom Design.
g
Quando as pautas estéticas se baseiam em fatores sócio-culturais diversos, a tarefa do designer
é fazer-lhes justiça sob a forma de diferentes expressões. O design mantém mais uma orientação
"
cultural do que propriamente técnica .
Imagem Simbólica
Si b li
Simbolismo
do
d Produto
P d t
Os usuários de produtos, independente de sexo ou idade,
possuem uma auto-imagem fundamentada em valores
pessoais, sociais e culturais que faz com que eles procurem
se cercar de objetos que reflitam esta auto-imagem.
Todos o bens materiais de um pessoa ou grupo
grupo, como casa
casa,
mobiliário, eletro-eletrônicos, carros, roupas, jóias, etc., inclusive os lugares que freqüentam,
fazem parte de um conjunto de coisas que juntas constituem uma imagem visual que se projeta
nos outros.
No design do produto, o automovel serve como uma referência emblemática. Desde os veículos
mais antigos até os contemporâneos.
Cada um deles denota e conota os mais variados símbolismos e significados
significados, incluindo desde os
mais populares até os mais singulares, potentes e sofisticados.
Na industria automobilistica o simbolismo mais evidente é o poder de compra do consumidor.
Quando se passa de um carro simples para um luxuoso o aumento de preço é acompanhado de
um crescente status social.
Imagem Simbólica
Os mesmos conceitos e considerações simbólicas podem se
extrapolados para outras áreas do consumo de objetos diversos
diversos.
Nas artes tradicionais, nas novas formas de arte, na arquitetura,
nas artes
t gráficas,
áfi
na industria
i d ti d
da moda,
d na h
habitação,
bit ã na
publicidade, na industria cultural e, guardadas as devidas
especificidades, nos meios de comunicação visual em geral.
Como é natural, todos estes aspectos e informações vão se refletir
na configuração estético
estético-formal
formal do produto.
Imagem Simbólica
Bases Conceituais
Dimensões Semióticas do Produto
Dimensões Semióticas
As Dimensões Semióticas guardam estreita relação com a estética,
e com a imagem simbólica do produto.
Se insere no processo de comunicação de utilização do objeto
na relação usuário-produto.
Elas tratam, principalmente, do significado denotativo, conotativo
q um p
produto,, enquanto
q
signo,
g , é capaz
p de transmitir
e simbólicoque
para o seu usuário.
Esse processo de comunicação pode se dar por meio dos diversos atributos do produto, tais
como: aparência estética, estrutura física, padrão tecnológico, qualidade de acabamento, cores,
ordenamento dos seus elementos funcionais. Incluindo valores sensíveis, emocionais.
Naturalmente tudo isso concorre para produzir diferentes modos de percepção e ações
comportamentais do usuário com relação à leitura, interação e uso do produto.
São empregadas como suporte para análises e interpretações no que se refere à capacidade que
tem um produto de conseguir comunicar alguma coisa ao seu usuário-receptor. Por meio de
mensagens transmitidas em múltiplos aspectos e inferências.
Como, por exemplo, na seguinte leitura semiótica de uma cadeira.
Dimensões Semióticas
Uma cadeira, além dos significados transmitidos pela sua própria
configuração e soluções projetuais (ergonômicas, construtivas,
materiais empregados e qualidade de fabricação, implica passar
uma série de outros simbolismos dependendo de sua categoria.
Assim ela pode ser, por exemplo, uma cadeira para uso residencial,
para trabalho, para estudo, para uso em lugar público, etc.
Pode
P
d ser para uso d
de curta
t ou llonga d
duração.
ã P
Para uso específico
ífi
de crianças, idosos ou, singular, como as cadeiras para portadores
de necessidades especiais.
Enfim, cada modelo de cadeira transmitirá
Enfim
transmitirá, por meios denotativo
denotativo,
conotativo e simbólico uma determinada mensagem ou significado.
Não só para o seu usuário mas, também, para outras pessoas.
O trono do Papa,
p ,p
por exemplo,
p , não é só um objeto
j
p
para sentar-se.
Ele é um símbolo que irradia poder, dignidade do cargo e pode até despertar certa veneração
religiosa.
Uma cadeira de alto executivo (geralmente com espaldar enorme e feita de materiais nobres e com
sofisticada tecnologia) é diferente de uma cadeira mais simples utilizada por um funcionário comum.
Ou seja, essa cadeira transmite, claramente, um sentido de hierarquia superior a empresa.
Dimensões Semióticas
Esse tipo de análise semiótica pode ser estendido para outros numerosos produtos,
como veículos, mobiliário, roupas, obras de arte, ambientes, sistemas de informações,
e assim por diante.
Abrangência
O campo da Semiótica abrange um campo de investigação cultural e de aplicação bastante
extenso, complexo, e abarca diversas áreas do conhecimento.
O que segue é um recorte, tendo como ponto de embasamento conceitual o conteúdo do
texto de Charles Wiliian Morris, "Tricotomia dos Signos“.
O texto distingue três dimensões: Sintática, Semântica e Pragmática.
Julgadas, essenciais para os objetivos das análises e interpretações sobre produtos.
Dimensões Semióticas
Tricotomia dos Signos / Dimensões
Dimensão Sintática
A sintaxe é o conjunto de relações que existe entre as unidades:
palavras, signos e símbolos, que formam o vocabulário.
Em Design é o objeto concebido e produzido tal como se apresenta
e que pode ser descrito pelo ordenamento de seus elementos constituintes.
É a estrutura de conjunto do produto. O produto pode ser constituído por apenas um componente
ou formado por blocos de componentes identificados por sistemas e/ ou subsistemas e peças
isoladas.
Dimensões Semióticas
Dimensão Semântica
A semântica é a ciência dos significados das palavras e estuda
a linguagem tratando de estabelecer relações que existem entre
o significado e o significante.
Estuda a evolução destas relações, as mudanças de sentido, a
sinonímia e a polissemia
polissemia, assim como a estrutura do vocabulário
vocabulário.
Defini-se como o estudo das relações entre signos lingüísticos,
palavras, locuções ou expressões, e os objetos a que se refere.
Em Design
Design, a dimensão semântica é a dimensão do próprio objeto e da coisa significada
significada. É a
significação do produto.
As variações desta significação mudam em função do caráter dos objetos, das opções de
representação
t ã (imagem,
(i
d
desenho,
h ffotografia,
t
fi objeto
bj t real)
l) e d
de símbolos
í b l que lh
lhes são
ã
atribuídos.
A interpretação simbólica dos objetos é variável para um mesmo valor de uso. Em um mesmo
sistema
i t
d
denotativo,
t ti
existem
i t
dif
diferenças,
por exemplo,
l os dif
diferentes
t modelos
d l d
de um mesmo
tipo de produto oferecem os valores semânticos distintos.
Dimensões Semióticas
A dimensão pragmática
Em Design é a dimensão lógica, são as leis funcionais de utilidade
do objeto, envolve sua descrição técnica, construtiva, padrões
ergonômicos, tecnológicos, e assim por diante.
Em síntese, revela o grau de sucesso do produto.
Esta
E
t dimensão
di
ã muitas
it vezes corresponde
d a descrição
d
i ã publicitária
bli itá i
do produto e dos benefícios esperados pelo usuário. Como por exemplo:
A Bicicleta é um meio de transporte movido por tração humana, é potente, segura,
g
confortável e
durável. Seu design incorpora todas as conquistas e inovações tecnológicas moderna.
O consumidor poderá, ao longo de algum tempo, confirmar no todo ou em parte esta
informações quando se tornar usuário do veículo
veículo.
Como ponto importante, cabe destacar a ampla dependência entre estas três dimensões do
produto. Estas categorias analíticas estão relacionadas e dependem hierarquicamente umas
das outras ".
Dimensões Semióticas
Dentre essas três dimensões semiótica do objeto, a dimensão
semântica é a que propícia ou dá origem a uma maior
possibilidade e variação de leitura (sempre de acordo com
o repertório cultural do usuário-receptor-leitor da informação).
Por isso mesmo, sujeito à discussões, discordâncias e até polêmicas
quando confrontadas com outras análises e interpretações por parte
de outros usuários.
Finalmente, é oportuno colocar que esse esquema tricotômico (guardadas as devidas
especificidades) pode ser empregado para a análise e interpretação praticamente de qualquer tipo
de produto na relação de comunicação entre usuário e objeto.
A seguir diversos exemplos de leitura e interpretação semiótica:
Dimensões Semióticas
A t
Automóvel:
ó l Rolls
R ll Royce
R
Ward
W d 2000
Dimensão Sintática
Refere-se à descrição do funcionamento técnico, da
aparência estético-formal e de suas interrelações sistêmicas
em termos de montagem e fixação das partes e peças que
constituem o veículo. Carroceria, portas, janelas, rodas, pára-brisa, pára-choques, compartimentos do motor e portamalas, grades, faróis, lanternas, frizos, volante, painel, bancos, quebra-sol, porta-luva, alavanca do câmbio, revestimentos...
Dimensão Semântica
Diz respeito à significação do objeto. As variações desta significação mudam em função da
natureza do objeto e de símbolos que lhes são atribuidos, sobretudo, das conotações inferidas
sobre ele. O Rolls
Rolls-Royce,
Royce, no caso, é um automóvel que passa sem dúvida mensagens de status
social, prestigio e altíssimo poder aquisitivo de seu usuário. Além dos atributos que lhe são
inerentes como, muita potência, velocidade, beleza emoção de dirigir um veículo desse porte.
Dimensão Pragmática
É descrição lógica do produto. De como ele é formado, são suas leis de funcionamento, condições
de uso e de utilidade. Muitas vezes pode se assemelhar com a sua própria descrição comercial,
como: o Rolls-Royce é um meio de transporte movido por tração motora, é potente, seguro,
confortável e durável.
durável Seu design incorpora todas as conquistas e inovações tecnológicas recentes
e dispensa serviços de manutenção a curto e médio prazo.
Dimensões Semióticas
Cartaz
Dimensão Sintática
Descrição do conteúdo e da organização visual dos elementos de sua
diagramação, de sua aparência estético-formal e de suas relações
Compositivas: da disposição das imagens, do logotipo KISS, e das
duas pequenas caixas de textos.
Dimensão Semântica
Neste trabalho expressivo pode-se inferir, por exemplo, um sentimento ligado à perda, ruptura. Ao
corte violento de uma p
paixão amorosa ((denotado p
pelo p
próprio
p nome do cartaz “KISS”,, e conotado
pelo detalhe do batom e sua cor avermelhada - que na cultura ocidental, psicológica e
simbolicamente remete ao significado de emoção), dramaticamente representado pela lâmina
cortante de um estilete ao seccionar o batom.
Dimensão Pragmática
Cartaz configurado por folha de papel com determinadas qualidades gráficas de tamanho,
formato, gramatura, textura, acabamento superficial, cores, tipo de impressão, etc. E demais
características de funcionalidade em termos ergonômicos de legibilidade de textos e imagens.
Dimensões Semióticas
Outdoors
Dimensão Sintática
Organização visual dos elementos de sua
diagramação aparência estético-formal
diagramação,
estético formal e de suas relações compositivas: imagens
imagens, textos e cores
cores.
Por meio estáticos ou dinâmicos (painéis digitais ou eletrônicos).
Dimensão Semântica
Os outdoors (geralmente distante do público leitor), têm como objetivo passar uma mensagem
rápida. Qualquer que seja seu substrato da informação: mídia impressa, mídia eletrônica e outras.
A Comunicação é similar a do cartaz e a forma pela qual a informação é passada pode ser por
denotação
ç explicita
p
ou mais sutilmente p
por conotação
ç simbólica e,, eventualmente,, p
por meio de
sublimação, caso dos painéis eletrônicos, por exemplo.
Nesta mensagem, por exemplo, o usuário-leitor é sugestionado visualmente pela conotação de
cheiro agradavel, e sabor (ainda que sutilmente). Além de chamar à atenção para um novo produto.
Dimensão Pragmática
De modo geral são estruturados por suportes de metal ou de madeira e com substratos da
informação em papel colado, tela em tecido ou eletrônica. Possuem formatos geralmente
retangulares e grandes o suficiente para serem vistos de longe pelo publico. Ergonomia: padrão
gráfico, cores, impressão, resistência, e discriminalidade e legibilidade de textos e imagens.
Dimensões Semióticas
Embalagem OMO
Dimensão Sintática.
Organização visual dos elementos de sua diagramação,
diagramação estilo
estético-formal, cores, e composição gráfica na disposição das
imagens do logotipo OMO e demais mensagens textuais publicitárias,
de instruções de uso, de funcionalidade, etc. do produto.
Dimensão Semântica
Nesse caso, por exemplo, a aparência estético-formal da embalagem visa, por meio de seu
tratamento formal,, conotar dinamismo e limpeza
p
através de elementos gráficos
g
q
que p
passam a
sensação de movimento (atração e apelo visual) e das cores branco e azul, tradicionalmente
conotadas à higiene e limpeza, objetivo óbvio de uso do sabão para a remoção de sujeira.
Dimensão
Di
ã P
Pragmática
áti
A embalagem é configurada por caixa de papelão, com determinado tamanho e formato
geométrico. Possui seis lados, ocupados com elementos gráficos com variadas informações:
marca, tipo de sabão, mensagens de uso e de cuidados especiais, etiqueta de preço, etc). Tudo
dentro de determinado padrão gráfico, cromático e tipo de impressão. Resistência adequada do
material e adequação ergonômica.
Dimensões Semióticas
Vestuário
Dimensão sintática
Descrição técnica do produto e da organização visual e
estético-formal
téti f
l da
d roupa, seus acessórios
ói ed
de suas iinter-relações
t
l õ
Sistêmicas. Como, por exemplo:
- conjunto calçado, meia, saia e blusa ou conjunto
calçado, meia, calça, camisa, paleto, gravata, cinto, etc., associados
a determinados estilos sociais, esportivos ou de trabalho.
Dimensão semântica
Diz respeito à dimensão do próprio objeto e do que ele pode significar. As variações desta
significação mudam em função do caráter dos objetos e de símbolos que lhes são atribuídos e,
sobretudo, das conotações inferidas sobre eles (vestido de noiva, fraque, traje esportivo, etc)
No caso do vestuário esta dimensão cresce em importância
p
e se diversifica em função
ç dos infinitos
estilos e padrões estéticos formais aliados a imensa diversidade de tipos de vestuário e acessórios
e, ainda, de suas múltiplas combinações de elementos.
- Importante destacar que, nesse caso, a leitura e interpretação pode ser feita de dois modos: dos
objetos de per si, ou do conjunto formado pelo usuário e vestuário, caso em que a análise se
estende e fica mais rica e complexa em significados.
Dimensões Semióticas
Dimensão pragmática
Descrição lógica do produto ou do sistema de produtos que compõem o vestuário como um
todo.
De como ele é formado. Suas normas de funcionamento. Suas condições de uso e de
utilidade. Da combinação de suas peças e acessórios, de sua limpeza, sua durabilidade,
g
ç , etc.
conforto,, segurança,
Dimensões Semióticas
Marcas e / ou logotipos
Marca
Rede Globo
G
de Televisão. Uma das interpretações semânticas que podem ser feitas,
por exemplo, é a da representação do globo terrestre e nele uma imensa tela de televisão.
Dentro da qual está representado novamente o mundo, em termos de tudo do que nele
pode ocorrer em matéria de acontecimentos televisivos: notícias, shows, dramaturgia,
espetáculos
á l di
diversos e outros eventos.
Dimensões Semióticas
Cartaz
Neste cartaz, o desenho da letra a, representada pelos dois bailarinos, evidencia
o significado do tango como tradicional gênero musical. E, ao mesmo tempo, o
tipo de dança associado a ele, como uma coreografia de grande beleza plástica
onde os elementos simbólicos de emoção, sentimento e paixão são despertados
e transmitidos visualmente pela sensação de movimentos dos bailarinos
carregados
d d
de sensualidade.
lid d
Dimensões Semióticas
Anúncio
A empresa Beneton é (era)
( ) famosa
f
por produzir campanhas calcadas em
temas sensíveis (geralmente de carater político, sutis e contrastantes)
envolvendo tabus sexuais, conflitos raciais, direitos de minorias sociais,
etc, que induzem a polêmicas análises e interpretações semânticas em
torno das mensagens publicitárias veiculadas por seus produtos.
Dimensões Semióticas
Conceito de Monossemia
A Monossemia é conceituada como o grau de precisão do signo.
Quanto menor for o número de unidades formais que constituem
o produto como um todo ou quanto menos indefinido ou
equivocado for à leitura de um produto, maior será seu grau
monossêmico, que é igual a sua maior compreensão,
decodificação e inteligibilidade possível.
Este conceito, portanto, se liga à melhor organização gestáltica da forma do produto. É ligado
aos conceitos de clareza, simplicidade e, mais radicalmente, ao conceito de minimidade de
unidades configuracionais - em síntese, de melhor pregnância visual.
O produto deve ser claro e não deixar dúvidas quanto a sua leitura e, principalmente, quanto
a operacionalidade de alguns tipos de produtos.
- casos típicos de produtos como painéis de aviões, de usinas nucleares, etc. em que um erro
de interpretação de uma informação ou de um manuseio incorreto pode ser fatal.
Dimensões Semióticas
Conceito de Polissemia
A polissemia é conceituada, inversamente a monossemia.
É o grau de imprecisão, e em certos casos, de ambigüidade, do signo.
Isto é, quanto maior for o número de unidades formais que
constituem o produto, quanto maior for o grau de imprecisão
e indefinição em relação à sua compreensão, decodificação e
inteligibilidade maior será sua polissemia. É conectado aos
conceitos gestalticos de ambiguidade, profusão e de complexidade
configuracional. Geralmente apresenta baixa ou média pregnância visual.
A polissemia se caracteriza, também, por elevada quantidade de significados conotativos
possíveis para um determinado produto.
- Por exemplo: jóias suntuosas, vestidos sofisticados de alta cultura, são geralmente produtos
polissêmicos. Também os objetos em linguagens formais e estilos rococó, barroco e gótico são
bons exemplos.
A escolha de um ou de outro desses dois conceitos para a concepção do objeto, obviamente,
tem a ver com a definição, à priore, dos fatores mais adequados de uso, de operacionalidade
e estético-formal com destaque para a definição do estilo a ser definido para o projeto.
Bibliografia
Bibliografia:
GOMES, João Filho. Gestalt do objeto – sistema de leitura visual da forma. São Paulo.
Escrituras Editora. 2000. 6a edição. 2004.
GOMES, João Filho. Ergonomia do objeto – sistema de técnico leitura ergonômica.
São Paulo.
Paulo Escrituras Editora
Editora. 2004
2004.
GOMES, João Filho. Design do objeto – bases conceituais. São Paulo. Escrituras
Editora. 1995. (no prelo).
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