Estética / Simbólica / semiótica
Transcrição
Estética / Simbólica / semiótica
Design do Objeto B Bases Conceituais C it i Aparência Estético-Formal Imagem Simbólica Dimensões Semióticas Prof. Dr. João Gomes Filho .................... Abril. 2005 B Bases C Conceituais it i Aparência Estético-Formal Aparência Estético-formal Definição de Estética (Bernd (B d Löb Löbach). h) “ O conceito de estética provem da palavra grega “aisthesis” aisthesis e significa percepção sensorial ”. Aparência Estético-formal Conceito Amplo de Estética (Bernd Löbach). “ A Estética é a ciência das aparências percebidas pelos sentidos: • De sua percepção pelos homens (percepção estética do objeto). • De sua importância para os homens como parte de um sistema sociocultural (valor estético). • Da teoria da p produção ç estética do homem ((estética g generativa)) . • Da estética da Informação. Percepção estética, relacionada ao consumo estético por parte do usuário (Interface gestaltica). • Da pesquisa de valores estéticos com pessoas e grupos de pessoas ”. Observação: Aparência do objeto não é definida apenas pelo "gosto" pessoal do designer. O processo configuracional se insere num mais amplo Processo de Comunicação Estética, Aparência Estético-formal Processo de Comunicação Estética (Adaptado de Bernd Löbach). 1. Estética do Objeto Resultante das características e sinais da aparência do Produto 3. Valor Estético 3 Influência dos sistemas de normas culturais: pessoas e grupos sociais. Produto Designer Remetente Usuário- Consumidor Receptor Mensagem Concebe e impôem os atributos estéticos do produto Produto P d t pronto t para ser utilizado pelo usuário Uso do produto. produto Fruição: julgamento final da estética do produto Processo de P d Design D i Projeto do Produto: Estudos e Pesquisas, ( Definição do Produto ) Processo de P d Uso U Estudo da utilização do produto ( interface ergonômica ) 2. Estética Generativa Emprego da Teoria Estética (conhecimentos) 4. Estética da Informação Percepção Estética ( Interface gestaltica ) 5. Estética Empírica Pesquisa de valores estéticos com pessoas e grupos de pessoas. Aparência Estético-formal Processo de Comunicação Estética 1. Estética do Objeto: Sinais e características formais do produto. - Trata da adoção de determinado partido estético-formal, subordinado ao estilo e seus atributos adotados. 2 Estética Generativa: É o emprego da teoria estética no processo do design do produto 2. produto. - Conhecimentos sobre estética e organização visual da forma do objeto (sua gestalt), assimilado nos bancos escolares, na literatura, na observação cotidiana dos objetos, etc. 3. Valor Estético: Sistemas de normas socio-culturais de pessoas ou grupos / sociedade. - Notórias diferenças de valores culturais e econômicos entre indivíduos ou grupos que vivem no centro das grandes metropoles versus aqueles que vivem na sua periferia, por exemplo. Idem com relação às diferenças culturais regionais, entre paises e continentes. globalização, ç não alcança ç ainda, todas as p populações p ç e, muito menos, o âmago g O Processo de g de suas raizes culturais que são muito fortes. Isto faz com que, naturalmente, a educação visual do usuário seja afetada nos diferentes modos de percepção dos objetos. Aparência Estético-formal 4. Estética da Informação: Processo de percepção e consumo visual do produto pelo indivíduo, no processo de uso. - Informações e conhecimentos próprios do repertório estético do usuário, com o qual ele vai julgar o valor da aparência do objeto. 5. Estética Empírica: Investigação de idéias sobre valores estéticos em pesquisas realizadas com grupo de usuários selecionados, pesquisa p q de campo. p - Conhecimentos que devem chegar ao designer e serem também levados em consideração na formulação estética do objeto. - Funciona como uma "realimentação" de informação para enriquecer seu repertório e, eventualmente, ser transposto para o produto. Aparência Estético-formal Aparência Estético-Formal do Produto Exterior do objeto: trata dos atributos de estilo e da organização Visual - no aspecto psicológico da percepção sensorial sobretudo durante o uso do objeto Em síntese, o designer deve articular todas essas informações de maneira criativa, para a definição do produto. Para tanto, o designer deverá trabalhar com fatores culturais e té i técnicos como, por exemplo, l d dados d d de: - Interrelação dos aspectos simbólicos, ergonômicos e semióticos. - Históricos, Históricos simbólicos simbólicos, filosóficos filosóficos, semióticos semióticos, científicos e tecnológicos; -Tipo de consumo e perfil do usuário, subordinado ao poder aquisitivo -de diversas classes sociais; - Imposição de objetivos mercadológicos ditados pela própria empresa, -etc. fabricante do objeto. Sempre em consonância com o tipo de produto a ser concebido. Aparência Estético-formal Estilo do objeto Definido como uma qualidade intrínsica do produto. Preferencialmente, deve conter um algo a mais que concorra para provocar uma atração agradavel e admiração imediata. Pode agregar uma série de valores ao produto, inclusive, de ordem sensível e emocional que toque o sentimento do usuário. Semanticamente o estilo pode denotar ou conotar variadas mensagens e significados diversos, sobretudo através da função simbólica. Em termos mercadológicos, muitas das soluções formais também favorecem evidentes reflexos positivos em termos comerciais. O estilo imposto ao produto deve ser obviamente compatível com tudo que já foi dito com relação a sua configuração estético-formal. Aparência Estético-formal Estilo do objeto Exemplificação: O estilo de um dado produto poderá ser contemporâneo. Nesse caso, agregar-se-à a ele valores estéticos com o uso de simbologias ou linguagens formais modernas. Ou, ao contrario, o designer poderá resgatar códigos estéticos mais antigos, g , como p por exemplo, p , as linguagens g g formais do p período g gótico,, do barroco, do art nouveau, do funcionalismo, e assim por diante. Nesse caso, agregar-se-á ao produto os valores culturais e simbólicos d respectivos dos ti períodos. í d O Ou, ainda, i d eventualmente, t l t mesclá-los lá l ((característica t í ti do d estilo til pósó modermo, por exemplo). Tudo isto, evidentemente tendo sempre em conta os objetivos e intenções que se desejar significar com o produto. Aparência Estético-formal Gestalt do Objeto Associado ao conceito estético-formal estético formal do objeto, objeto a organização visual da forma contribui com um importante papel. Deve-se articular os conceitos e atributos projetuais referentes à configuração g formal do p produto, q que se relaciona e influencia na melhor qualidade de seu padrão estético. Alguns requisitos essenciais para a consecução desse objetivo: - Princípios de organização visual da forma: ditados pelas leis da Gestalt associadas às categorias conceituais fundamentais de harmonia, equilibrio, contrastes e adequada pregnância visual, bem como, das categorias conceituais relativas à técnicas visuais aplicadas. - Monossemia: configurações simples e despojadas de elementos supérfluos, etc. - Polissemia: configurações complexas, visualmente caracterizadas por muitas unidades informacionais. informacionais Aparência Estético-formal Tratamento Cromático: Cores adequadas em função do estilo e/ ou de dados de natureza psicológica, ergonômica, de natureza institucional (normativas), de injunções de marketing, etc. Iluminação: Especificação adequada de tipo de iluminação especial, eventualmente associada a cores, (como as que fogem de seu uso funcional, para cumprir um papel, por exemplo, mais “emocional”). - Como no caso de retro-iluminação de produtos tais como mesas de centros, quadros de obras de arte, poltronas, etc., que se singularizam-se por passar um outro tipo de informação ao usuário de caráter mais curioso, lúdico e sensível. Materiais: Especificação apropriada dos materiais, subordinada não só aos fatores funcionais, estruturais e técnicos, mas, também, às definições estético-formais na definição de tipos de acabamentos para o produto. Aparência Estético-formal Ergonomia do Objeto A Função Estética g guarda também uma relação indireta com a ergonomia do objeto Na configuração de qualquer produto é necessário que este atenda ao seu uso sensível no interior do processo de percepção multisensorial do usuário. Dessa maneira deve-se articular os conceitos e fatores ergonômicos básicos para conceber um objeto. Como, por exemplo: - Os que se referem ao atendimento para os requisitos práticos e conceituais de conforto, segurança e eficácia do produto. - Os de percepção sensorial visual, auditiva, tátil, gustativa, olfativa e cinestésica. - Os códigos visuais: tipográfico / cromático / morfológico / Tecnológico. A seguir detalhados: Aparência Estético-formal Código Visual Cromático Adequação Ad ã d de fifigura-fundo: f d - Adequada segregação de elementos Normas e regras estabelecidas: - De carater sensível e institucional Caracteristicas e atributos das cores: - Quentes, frias, tons pasteis, etc Recursos de iluminação: - Natural, artificial ou mista Proporções e arejamento visual: - Jogo com os vazios ou áreas “brancas” Aspecto p Psicologico g no uso das cores: - Significados diversos Aparência Estético-formal Código Visual Tipográfico Adequação Ad ã d de ffamília íli titipográfica: áfi Fonte: normal / Artística / fantasia Com serifa / sem serifa / etc. Atributos tipográficos: Bold / Italic / Underline / Small caps / Superscript / Caixa Alta / Caixa Baixa / Caixa alta e Baixa Entrelinhamento / Espacejamento / Filetes / adornos / etc. Situações de Leitura: Legibilidade e Acuidade visual: dimensionamento / proporções / etc. Títulos, subtítulos, sub-subtítulos Corpo de Texto (curtos, médios e longos) Tipografia fixa e / ou em movimento Localização do objeto Distancias de leitura Substratos reais e virtuais: contrastes figura figura-fundo fundo Cores empregadas Aparência Estético-formal Código Visual Morfológico Organização visual da forma / Informações - Composição / Diagramação: locação de textos, imagens, etc. Regras gerais: - Conceitos gestalticos (Leis e Categorias Conceituais) - Grade de diagramção - Adequação formal no espaço (por meios intuitivos e/ou determinado p por fórmulas matemáticas)) - Calculos de áreas ou manchas (proporção áurea, por exemplo), série de fibonacci / príncipio de Vitruvio / etc. q p pictóricos, - Esquemas - etc. Aparência Estético-formal Código Visual Tecnológico M t i ld Material do suporte t ou substrato b t t d das IInformações f õ - Físico / Virtual. Reprodução e transmissão da informação - Meios e processos técnicas de elaboração - Materiais empregados, etc. Bases Conceituais Imagem Simbólica do Produto Imagem Simbólica A Imagem Simbólica do Produto é atrelada à Estética do Objeto e as Dimensões Semióticas. Constituída por propriedades e intenções simbólicas intrínsecas, inerentes ou associadas ao objeto. j Do ponto de vista da teoria da comunicação do produto ela reflete os contextos sociais, econômicos e culturais do design. A imagem simbólica do produto é construída pela incorporação do estilo de vida e por certos valores culturais de pessoas e grupos sociais. Conecta-se Conecta se também à determinadas características sensíveis e emocionais do usuário usuário. Se relaciona com os contextos sócio-culturais, econômicos, políticos e espirituais, que caracterizam uma determinada sociedade: tradição, classes sociais diferenciadas em prestigio e poder poder, estagio de desenvolvimento tecnológico tecnológico, entre outros outros. Certos simbolismos são ligados também aos modismos que surgem de tempos em tempos. Reforçados pela ação da publicidade e propaganda sobre o produto produto. - São variadas mídias que atuam conservando, modificando e até, em certos casos, destruindo simbolismos tradicionais e substituindo-os por outros. Imagem Simbólica B h dE Bernhard E. Bü Bürdek d k “ A diferenciação e o estilo de vida como idéias centrais, constituem o ponto de partida no desenvolvimento do produto para sua formação simbólica. A aceitação de um produto depende praticamente de até que ponto este consegue conectar-se com as pautas e escalas de valores (sobretudo com as pautas estéticas e simbólicas) de grupo de destino interpelado, ou inclusive, de lograr criar com um produto um novo grupo de destino. Captar, interpretar e transladar formas de identificação ou anseios de identidade à conceitos de design é, sem dúvida, muito mais difícil do que projetar regras elitistas de bom gosto sob o lema do Bom Design. g Quando as pautas estéticas se baseiam em fatores sócio-culturais diversos, a tarefa do designer é fazer-lhes justiça sob a forma de diferentes expressões. O design mantém mais uma orientação " cultural do que propriamente técnica . Imagem Simbólica Si b li Simbolismo do d Produto P d t Os usuários de produtos, independente de sexo ou idade, possuem uma auto-imagem fundamentada em valores pessoais, sociais e culturais que faz com que eles procurem se cercar de objetos que reflitam esta auto-imagem. Todos o bens materiais de um pessoa ou grupo grupo, como casa casa, mobiliário, eletro-eletrônicos, carros, roupas, jóias, etc., inclusive os lugares que freqüentam, fazem parte de um conjunto de coisas que juntas constituem uma imagem visual que se projeta nos outros. No design do produto, o automovel serve como uma referência emblemática. Desde os veículos mais antigos até os contemporâneos. Cada um deles denota e conota os mais variados símbolismos e significados significados, incluindo desde os mais populares até os mais singulares, potentes e sofisticados. Na industria automobilistica o simbolismo mais evidente é o poder de compra do consumidor. Quando se passa de um carro simples para um luxuoso o aumento de preço é acompanhado de um crescente status social. Imagem Simbólica Os mesmos conceitos e considerações simbólicas podem se extrapolados para outras áreas do consumo de objetos diversos diversos. Nas artes tradicionais, nas novas formas de arte, na arquitetura, nas artes t gráficas, áfi na industria i d ti d da moda, d na h habitação, bit ã na publicidade, na industria cultural e, guardadas as devidas especificidades, nos meios de comunicação visual em geral. Como é natural, todos estes aspectos e informações vão se refletir na configuração estético estético-formal formal do produto. Imagem Simbólica Bases Conceituais Dimensões Semióticas do Produto Dimensões Semióticas As Dimensões Semióticas guardam estreita relação com a estética, e com a imagem simbólica do produto. Se insere no processo de comunicação de utilização do objeto na relação usuário-produto. Elas tratam, principalmente, do significado denotativo, conotativo q um p produto,, enquanto q signo, g , é capaz p de transmitir e simbólicoque para o seu usuário. Esse processo de comunicação pode se dar por meio dos diversos atributos do produto, tais como: aparência estética, estrutura física, padrão tecnológico, qualidade de acabamento, cores, ordenamento dos seus elementos funcionais. Incluindo valores sensíveis, emocionais. Naturalmente tudo isso concorre para produzir diferentes modos de percepção e ações comportamentais do usuário com relação à leitura, interação e uso do produto. São empregadas como suporte para análises e interpretações no que se refere à capacidade que tem um produto de conseguir comunicar alguma coisa ao seu usuário-receptor. Por meio de mensagens transmitidas em múltiplos aspectos e inferências. Como, por exemplo, na seguinte leitura semiótica de uma cadeira. Dimensões Semióticas Uma cadeira, além dos significados transmitidos pela sua própria configuração e soluções projetuais (ergonômicas, construtivas, materiais empregados e qualidade de fabricação, implica passar uma série de outros simbolismos dependendo de sua categoria. Assim ela pode ser, por exemplo, uma cadeira para uso residencial, para trabalho, para estudo, para uso em lugar público, etc. Pode P d ser para uso d de curta t ou llonga d duração. ã P Para uso específico ífi de crianças, idosos ou, singular, como as cadeiras para portadores de necessidades especiais. Enfim, cada modelo de cadeira transmitirá Enfim transmitirá, por meios denotativo denotativo, conotativo e simbólico uma determinada mensagem ou significado. Não só para o seu usuário mas, também, para outras pessoas. O trono do Papa, p ,p por exemplo, p , não é só um objeto j p para sentar-se. Ele é um símbolo que irradia poder, dignidade do cargo e pode até despertar certa veneração religiosa. Uma cadeira de alto executivo (geralmente com espaldar enorme e feita de materiais nobres e com sofisticada tecnologia) é diferente de uma cadeira mais simples utilizada por um funcionário comum. Ou seja, essa cadeira transmite, claramente, um sentido de hierarquia superior a empresa. Dimensões Semióticas Esse tipo de análise semiótica pode ser estendido para outros numerosos produtos, como veículos, mobiliário, roupas, obras de arte, ambientes, sistemas de informações, e assim por diante. Abrangência O campo da Semiótica abrange um campo de investigação cultural e de aplicação bastante extenso, complexo, e abarca diversas áreas do conhecimento. O que segue é um recorte, tendo como ponto de embasamento conceitual o conteúdo do texto de Charles Wiliian Morris, "Tricotomia dos Signos“. O texto distingue três dimensões: Sintática, Semântica e Pragmática. Julgadas, essenciais para os objetivos das análises e interpretações sobre produtos. Dimensões Semióticas Tricotomia dos Signos / Dimensões Dimensão Sintática A sintaxe é o conjunto de relações que existe entre as unidades: palavras, signos e símbolos, que formam o vocabulário. Em Design é o objeto concebido e produzido tal como se apresenta e que pode ser descrito pelo ordenamento de seus elementos constituintes. É a estrutura de conjunto do produto. O produto pode ser constituído por apenas um componente ou formado por blocos de componentes identificados por sistemas e/ ou subsistemas e peças isoladas. Dimensões Semióticas Dimensão Semântica A semântica é a ciência dos significados das palavras e estuda a linguagem tratando de estabelecer relações que existem entre o significado e o significante. Estuda a evolução destas relações, as mudanças de sentido, a sinonímia e a polissemia polissemia, assim como a estrutura do vocabulário vocabulário. Defini-se como o estudo das relações entre signos lingüísticos, palavras, locuções ou expressões, e os objetos a que se refere. Em Design Design, a dimensão semântica é a dimensão do próprio objeto e da coisa significada significada. É a significação do produto. As variações desta significação mudam em função do caráter dos objetos, das opções de representação t ã (imagem, (i d desenho, h ffotografia, t fi objeto bj t real) l) e d de símbolos í b l que lh lhes são ã atribuídos. A interpretação simbólica dos objetos é variável para um mesmo valor de uso. Em um mesmo sistema i t d denotativo, t ti existem i t dif diferenças, por exemplo, l os dif diferentes t modelos d l d de um mesmo tipo de produto oferecem os valores semânticos distintos. Dimensões Semióticas A dimensão pragmática Em Design é a dimensão lógica, são as leis funcionais de utilidade do objeto, envolve sua descrição técnica, construtiva, padrões ergonômicos, tecnológicos, e assim por diante. Em síntese, revela o grau de sucesso do produto. Esta E t dimensão di ã muitas it vezes corresponde d a descrição d i ã publicitária bli itá i do produto e dos benefícios esperados pelo usuário. Como por exemplo: A Bicicleta é um meio de transporte movido por tração humana, é potente, segura, g confortável e durável. Seu design incorpora todas as conquistas e inovações tecnológicas moderna. O consumidor poderá, ao longo de algum tempo, confirmar no todo ou em parte esta informações quando se tornar usuário do veículo veículo. Como ponto importante, cabe destacar a ampla dependência entre estas três dimensões do produto. Estas categorias analíticas estão relacionadas e dependem hierarquicamente umas das outras ". Dimensões Semióticas Dentre essas três dimensões semiótica do objeto, a dimensão semântica é a que propícia ou dá origem a uma maior possibilidade e variação de leitura (sempre de acordo com o repertório cultural do usuário-receptor-leitor da informação). Por isso mesmo, sujeito à discussões, discordâncias e até polêmicas quando confrontadas com outras análises e interpretações por parte de outros usuários. Finalmente, é oportuno colocar que esse esquema tricotômico (guardadas as devidas especificidades) pode ser empregado para a análise e interpretação praticamente de qualquer tipo de produto na relação de comunicação entre usuário e objeto. A seguir diversos exemplos de leitura e interpretação semiótica: Dimensões Semióticas A t Automóvel: ó l Rolls R ll Royce R Ward W d 2000 Dimensão Sintática Refere-se à descrição do funcionamento técnico, da aparência estético-formal e de suas interrelações sistêmicas em termos de montagem e fixação das partes e peças que constituem o veículo. Carroceria, portas, janelas, rodas, pára-brisa, pára-choques, compartimentos do motor e portamalas, grades, faróis, lanternas, frizos, volante, painel, bancos, quebra-sol, porta-luva, alavanca do câmbio, revestimentos... Dimensão Semântica Diz respeito à significação do objeto. As variações desta significação mudam em função da natureza do objeto e de símbolos que lhes são atribuidos, sobretudo, das conotações inferidas sobre ele. O Rolls Rolls-Royce, Royce, no caso, é um automóvel que passa sem dúvida mensagens de status social, prestigio e altíssimo poder aquisitivo de seu usuário. Além dos atributos que lhe são inerentes como, muita potência, velocidade, beleza emoção de dirigir um veículo desse porte. Dimensão Pragmática É descrição lógica do produto. De como ele é formado, são suas leis de funcionamento, condições de uso e de utilidade. Muitas vezes pode se assemelhar com a sua própria descrição comercial, como: o Rolls-Royce é um meio de transporte movido por tração motora, é potente, seguro, confortável e durável. durável Seu design incorpora todas as conquistas e inovações tecnológicas recentes e dispensa serviços de manutenção a curto e médio prazo. Dimensões Semióticas Cartaz Dimensão Sintática Descrição do conteúdo e da organização visual dos elementos de sua diagramação, de sua aparência estético-formal e de suas relações Compositivas: da disposição das imagens, do logotipo KISS, e das duas pequenas caixas de textos. Dimensão Semântica Neste trabalho expressivo pode-se inferir, por exemplo, um sentimento ligado à perda, ruptura. Ao corte violento de uma p paixão amorosa ((denotado p pelo p próprio p nome do cartaz “KISS”,, e conotado pelo detalhe do batom e sua cor avermelhada - que na cultura ocidental, psicológica e simbolicamente remete ao significado de emoção), dramaticamente representado pela lâmina cortante de um estilete ao seccionar o batom. Dimensão Pragmática Cartaz configurado por folha de papel com determinadas qualidades gráficas de tamanho, formato, gramatura, textura, acabamento superficial, cores, tipo de impressão, etc. E demais características de funcionalidade em termos ergonômicos de legibilidade de textos e imagens. Dimensões Semióticas Outdoors Dimensão Sintática Organização visual dos elementos de sua diagramação aparência estético-formal diagramação, estético formal e de suas relações compositivas: imagens imagens, textos e cores cores. Por meio estáticos ou dinâmicos (painéis digitais ou eletrônicos). Dimensão Semântica Os outdoors (geralmente distante do público leitor), têm como objetivo passar uma mensagem rápida. Qualquer que seja seu substrato da informação: mídia impressa, mídia eletrônica e outras. A Comunicação é similar a do cartaz e a forma pela qual a informação é passada pode ser por denotação ç explicita p ou mais sutilmente p por conotação ç simbólica e,, eventualmente,, p por meio de sublimação, caso dos painéis eletrônicos, por exemplo. Nesta mensagem, por exemplo, o usuário-leitor é sugestionado visualmente pela conotação de cheiro agradavel, e sabor (ainda que sutilmente). Além de chamar à atenção para um novo produto. Dimensão Pragmática De modo geral são estruturados por suportes de metal ou de madeira e com substratos da informação em papel colado, tela em tecido ou eletrônica. Possuem formatos geralmente retangulares e grandes o suficiente para serem vistos de longe pelo publico. Ergonomia: padrão gráfico, cores, impressão, resistência, e discriminalidade e legibilidade de textos e imagens. Dimensões Semióticas Embalagem OMO Dimensão Sintática. Organização visual dos elementos de sua diagramação, diagramação estilo estético-formal, cores, e composição gráfica na disposição das imagens do logotipo OMO e demais mensagens textuais publicitárias, de instruções de uso, de funcionalidade, etc. do produto. Dimensão Semântica Nesse caso, por exemplo, a aparência estético-formal da embalagem visa, por meio de seu tratamento formal,, conotar dinamismo e limpeza p através de elementos gráficos g q que p passam a sensação de movimento (atração e apelo visual) e das cores branco e azul, tradicionalmente conotadas à higiene e limpeza, objetivo óbvio de uso do sabão para a remoção de sujeira. Dimensão Di ã P Pragmática áti A embalagem é configurada por caixa de papelão, com determinado tamanho e formato geométrico. Possui seis lados, ocupados com elementos gráficos com variadas informações: marca, tipo de sabão, mensagens de uso e de cuidados especiais, etiqueta de preço, etc). Tudo dentro de determinado padrão gráfico, cromático e tipo de impressão. Resistência adequada do material e adequação ergonômica. Dimensões Semióticas Vestuário Dimensão sintática Descrição técnica do produto e da organização visual e estético-formal téti f l da d roupa, seus acessórios ói ed de suas iinter-relações t l õ Sistêmicas. Como, por exemplo: - conjunto calçado, meia, saia e blusa ou conjunto calçado, meia, calça, camisa, paleto, gravata, cinto, etc., associados a determinados estilos sociais, esportivos ou de trabalho. Dimensão semântica Diz respeito à dimensão do próprio objeto e do que ele pode significar. As variações desta significação mudam em função do caráter dos objetos e de símbolos que lhes são atribuídos e, sobretudo, das conotações inferidas sobre eles (vestido de noiva, fraque, traje esportivo, etc) No caso do vestuário esta dimensão cresce em importância p e se diversifica em função ç dos infinitos estilos e padrões estéticos formais aliados a imensa diversidade de tipos de vestuário e acessórios e, ainda, de suas múltiplas combinações de elementos. - Importante destacar que, nesse caso, a leitura e interpretação pode ser feita de dois modos: dos objetos de per si, ou do conjunto formado pelo usuário e vestuário, caso em que a análise se estende e fica mais rica e complexa em significados. Dimensões Semióticas Dimensão pragmática Descrição lógica do produto ou do sistema de produtos que compõem o vestuário como um todo. De como ele é formado. Suas normas de funcionamento. Suas condições de uso e de utilidade. Da combinação de suas peças e acessórios, de sua limpeza, sua durabilidade, g ç , etc. conforto,, segurança, Dimensões Semióticas Marcas e / ou logotipos Marca Rede Globo G de Televisão. Uma das interpretações semânticas que podem ser feitas, por exemplo, é a da representação do globo terrestre e nele uma imensa tela de televisão. Dentro da qual está representado novamente o mundo, em termos de tudo do que nele pode ocorrer em matéria de acontecimentos televisivos: notícias, shows, dramaturgia, espetáculos á l di diversos e outros eventos. Dimensões Semióticas Cartaz Neste cartaz, o desenho da letra a, representada pelos dois bailarinos, evidencia o significado do tango como tradicional gênero musical. E, ao mesmo tempo, o tipo de dança associado a ele, como uma coreografia de grande beleza plástica onde os elementos simbólicos de emoção, sentimento e paixão são despertados e transmitidos visualmente pela sensação de movimentos dos bailarinos carregados d d de sensualidade. lid d Dimensões Semióticas Anúncio A empresa Beneton é (era) ( ) famosa f por produzir campanhas calcadas em temas sensíveis (geralmente de carater político, sutis e contrastantes) envolvendo tabus sexuais, conflitos raciais, direitos de minorias sociais, etc, que induzem a polêmicas análises e interpretações semânticas em torno das mensagens publicitárias veiculadas por seus produtos. Dimensões Semióticas Conceito de Monossemia A Monossemia é conceituada como o grau de precisão do signo. Quanto menor for o número de unidades formais que constituem o produto como um todo ou quanto menos indefinido ou equivocado for à leitura de um produto, maior será seu grau monossêmico, que é igual a sua maior compreensão, decodificação e inteligibilidade possível. Este conceito, portanto, se liga à melhor organização gestáltica da forma do produto. É ligado aos conceitos de clareza, simplicidade e, mais radicalmente, ao conceito de minimidade de unidades configuracionais - em síntese, de melhor pregnância visual. O produto deve ser claro e não deixar dúvidas quanto a sua leitura e, principalmente, quanto a operacionalidade de alguns tipos de produtos. - casos típicos de produtos como painéis de aviões, de usinas nucleares, etc. em que um erro de interpretação de uma informação ou de um manuseio incorreto pode ser fatal. Dimensões Semióticas Conceito de Polissemia A polissemia é conceituada, inversamente a monossemia. É o grau de imprecisão, e em certos casos, de ambigüidade, do signo. Isto é, quanto maior for o número de unidades formais que constituem o produto, quanto maior for o grau de imprecisão e indefinição em relação à sua compreensão, decodificação e inteligibilidade maior será sua polissemia. É conectado aos conceitos gestalticos de ambiguidade, profusão e de complexidade configuracional. Geralmente apresenta baixa ou média pregnância visual. A polissemia se caracteriza, também, por elevada quantidade de significados conotativos possíveis para um determinado produto. - Por exemplo: jóias suntuosas, vestidos sofisticados de alta cultura, são geralmente produtos polissêmicos. Também os objetos em linguagens formais e estilos rococó, barroco e gótico são bons exemplos. A escolha de um ou de outro desses dois conceitos para a concepção do objeto, obviamente, tem a ver com a definição, à priore, dos fatores mais adequados de uso, de operacionalidade e estético-formal com destaque para a definição do estilo a ser definido para o projeto. Bibliografia Bibliografia: GOMES, João Filho. Gestalt do objeto – sistema de leitura visual da forma. São Paulo. Escrituras Editora. 2000. 6a edição. 2004. GOMES, João Filho. Ergonomia do objeto – sistema de técnico leitura ergonômica. São Paulo. Paulo Escrituras Editora Editora. 2004 2004. GOMES, João Filho. Design do objeto – bases conceituais. São Paulo. Escrituras Editora. 1995. (no prelo). Obrigado pela atenção !