Instrução Técnica Operacional nº. 23

Transcrição

Instrução Técnica Operacional nº. 23
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
INSTRUÇÃO TÉCNICA OPERACIONAL
Nº 23
2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
CRÉDITOS
O presente documento foi elaborado por comissão instaurada pelo
Chefe do Estado-Maior do CBMMG, composta pelos seguintes oficiais e praças:
Posto/Grad
Nome
Maj BM
Sebastião Carlos Fernandes Reis
Maj BM
Donizetti Silva de Oliveira
Maj BM
Waldeci Gouveia Rodrigues
Cap BM
Kleber Silveira de Castro
Cap BM
Guilherme Inácio do Couto Oliveira
1º Ten BM
Herbert Aquino Marcelino
1º Ten BM
Bruno César Machado
1º Ten BM
Richelmy Murta Pinto
2º Ten BM
Leonard de Castro Farah
1º Sgt BM
Emerson Borges
1º Sgt BM
Adair Honório da Silva
2º Sgt BM
Juliano de Figueiredo Alves
3º Sgt BM
Joanas Cardoso Neto
3º Sgt BM
Amilton Reis
Atuou, ainda, voluntariamente na comissão o 1º Ten BM Alexandre Cardoso
Barbosa.
Comissão Revisora
Cap BM QOS José Ricardo Monteiro Fernandes
Cap BM QOS Luciane Rugani Teles Correa
Cap BM QOS Laudo Yogui
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
SUMÁRIO
MÓDULO 100 – AVALIAÇÃO DO PACIENTE
P 101
Avaliação do Paciente .........................................................
MÓDULO 200 – SUPORTE BÁSICO DE VIDA
1
2
14
P 201
PCR Adulto ...........................................................................
15
P 202
PCR Criança e Lactente .......................................................
18
P 203
OVACE Adulto e Criança .....................................................
21
P 204
OVACE Lactente e Neonatal ................................................
22
P 205
Parada Resp. Adulto Criança Lactente ..............................
23
P 206
SBV Neonatal ........................................................................
25
P 207
DEA ........................................................................................
27
MÓDULO 300 - EMERGÊNCIAS CLÍNICAS
30
P 301
Emergências Cardiovasculares ..........................................
31
P 302
AVC ........................................................................................
34
P 303
Emergências Respiratórias .................................................
37
P 304
Crise Convulsiva .......................................... .......................
38
P 305
Diabetes Mellitus e Hipoglicemia ........................................
39
P 306
Emergências Obstétricas ....................................................
42
P 307
Abdome Agudo .....................................................................
47
P 308
Emerg. Psiquiátricas e Comportamentais .........................
48
P 309
Envenenamento e Intoxicação ............................................
50
P 310
Abuso de Álcool e Drogas ...................................................
52
MÓDULO 400 – TRAUMAS
55
P 401
Trauma Crânio-Encefálico (TCE) ........................................
56
P 402
Trauma Raquimedular (TRM) ..............................................
58
P 403
Trauma Torácico ..................................................................
60
P 404
Trauma Abdominal ...............................................................
62
P 405
Trauma Pélvico e Genital .....................................................
64
P 406
Choque Elétrico ....................................................................
66
P 407
Ferimentos Específicos .......................................................
68
P 408
Hemorragia ...........................................................................
71
P 409
Lesões Músculo Esqueléticas ............................................
74
P 410
Lesões na Cabeça e Pescoço .............................................
76
P 411
Queimaduras ........................................................................
79
P 412
Violência Sexual ...................................................................
82
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
MÓDULO 500 – EMERGÊNCIAS AMBIENTAIS
84
P 501
Afogamento ..........................................................................
85
P 502
Acidentes de Mergulho ........................................................
88
P 503
Animais Peçonhentos / Perigosos .....................................
92
P 504
Emergências Relacionadas ao Calor .................................
94
P 505
Hipotermia e Congelamento ................................................
97
MÓDULO 600 – PROCEDIMENTOS GERAIS
100
P 601
Isolamento de Fluidos Corporais .......................................
101
P 602
Triagem Pré-Hospitalar ........................................................
103
P 603
Oximetria de Pulso ...............................................................
105
P 604
Administração de Oxigênio .................................................
106
P 605
Aspiração de Vias Aéreas ...................................................
111
P 606
Pac. Pediátricos – Generalidades e Abuso ........................
113
P 607
Pac. Portador Deficiência Física e Mental .........................
116
P 608
Paciente Idoso – Generalidades e Abuso ............................
118
P 609
Operação de Veículos de APH ............................................
120
P 610
Extricação .............................................................................
123
P 611
Outro Profissional de Saúde na Cena ................................
126
P 612
Recusa de Atendimento ......................................................
127
P 613
Presunção de Óbito .............................................................
129
APÊNDICE
130
Apêndice 01
Aspectos Médicos, Legais e Éticos .........................
131
Apêndice 02
Sinais Vitais ...............................................................
133
Apêndice 03
Estado de Choque .....................................................
135
Apêndice 04
Escala de APGAR ......................................................
137
Apêndice 05
Escala de Coma de Glasgow – Adulto ....................
138
Apêndice 06
Escala de Coma de Glasgow – Pediátrica ..............
140
Apêndice 07
Escala de Trauma Score ...........................................
141
Apêndice 08
Mapa Carga Padrão de UR .......................................
142
Apêndice 09
Duração de Cilindro de O2 .......................................
145
Referências Bibliográficas
147
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
LISTA DE SIGLAS
AHA
AVC
BPM
BVM
COF
CTB
DCAP-QELS
DEA
DPOC
ECA
ECG
EPI
Gu BM
HR
IFC ILCOR
LPM
MDL
NDD
OPQRST
OVACE
PAS
PCR
PHTLS
PR
RAPH
RCP
REDS
RN
SAMPUM
SAV
SpO2
TCE
TS
TRM
VPM
American Heart Association
Acidente Vascular Cerebral
Batimentos Por Minuto
Bolsa Válvula Máscara
Cânula Orofagíngea
Código de Trânsito Brasileiro
Deformidade – Crepritação – Abrasão – Punção / Penetração =
Queimadura – Edema – Laceração – Sensibilidade
Desfibrilador Externo Automático
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
Estatuto da Criança d do Adolescente
Escala de Coma de Glasgow
Equipamento de Proteção Individual
Guarnição Bombeiro Militar
Hospital de Referência
Isolamento de Fluidos Corporais
International Liaison Committee on Resuscitation
Litros por minuto
Mecanismo da Lesão
Natureza da Doença
Origem – Provocado por... – Qualidade – (ir)Radiação – Severidade –
Tempo
Obstrução de Vias Aéreas por Corpos Estranhos
Pressão Arterial Sistólica
Parada Cardiorrespiratória
Prehospital Trauma Life Support
Parada Respiratória
Relatório de Atendimento Pré-Hospitalar
Ressucitação Cardiopulmonar
Relatório de Evento de Defesa Social
Recém Nascido
Sinais/Sintomas – Alergia – Medicações – Passado Médico – Ultima
Alimentação – Mecanismo da Lesão/Natureza da Doença
Suporte Avançado de Vida
Saturação Parcial de Oxigênio
Trauma Crânio-Enfefálico
Trauma Score (escala de trauma score)
Trauma Raquimedular
Ventilações por Minuto
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
1
MÓDULO 100
- Avaliação do Paciente -
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
2
P 101 – AVALIAÇÃO DO PACIENTE
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA
a. Providencie o Isolamento dos Fluídos Corporais – IFC por
dispositivos de barreira (luvas, óculos, máscara e avental).
b. Mantenha a cena segura.
i. Promova sua segurança pessoal e a da Gu BM.
ii. Proteja o paciente.
iii. Proteja as testemunhas e os demais profissionais presentes na
cena.
iv. Se a cena está comprovadamente insegura, torne-a seguro. Se
necessário, acione outros órgãos para tanto. Do contrário, não
entre na cena.
c. Descubra a Natureza da Doença – NDD (Clínico) ou o Mecanismo
da Lesão – MDL (Trauma).
i. Casos clínicos – Natureza da Doença – NDD.
1. Verifique junto ao paciente, familiares ou testemunhas por
que o CBMMG foi acionado – NDD.
2. Determine o número total de pacientes.
(a) Solicite recursos adicionais, inclusive
suporte
avançado
de
vida,
se
necessário.
(b) Inicie a triagem, se for o caso.
3. Se recursos são disponíveis, proceda à avaliação inicial.
ii. Trauma - Mecanismo da Lesão – MDL.
1. Obtenha informações do paciente, familiares
testemunhas e inspecione na cena qual é o MDL.
ou
2. Determine o número total de pacientes.
(a) Solicite recursos adicionais, inclusive
suporte
avançado
de
vida,
se
necessário.
(b) Acione o plano de catástrofe, se houver
necessidade.
(c) Inicie a triagem, se for o caso.
3. Proteja a coluna espinhal do paciente e proceda a
avaliação inicial.
2. AVALIAÇÃO INICIAL
a. Forme uma impressão geral do paciente.
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
3
i. Determine o MDL (Trauma) / NDD (Clínico).
ii. Determine a idade e sexo do paciente.
iii. Se o paciente está em alguma circunstância que ameaça a sua
vida, trate-a imediatamente.
iv. Mantenha a imobilização da coluna, se necessário.
v. Determine a queixa principal.
vi. Identifique-se pelo nome, explique que você é um Bombeiro
Militar e peça consentimento para ajudá-lo.
b. Avalie o nível de consciência – AVDN.
i. Alerta.
ii. Responde a estímulo Verbal.
iii. Responde a estímulo Doloroso.
iv. Não responde.
c. Avalie as vias aéreas do paciente.
i. Paciente responsivo – o paciente está conversando ou
chorando?
1. Se sim, avalie se a respiração está adequada.
2. Se não, abra as vias aéreas.
ii. Paciente irresponsivo.
1. Abra as vias aéreas.
(a) Pacientes clínicos: a manobra de
hiperextensão da coluna cervical e
elevação do queixo (head-tilt chin-lift).
(b) Pacientes de trauma ou natureza da lesão
desconhecida: estabilize a coluna cervical
e tracione a mandíbula (jaw thrust / chin
lift).
2. Retire ponte fixa, prótese parcial removível e prótese
total, se presentes.
3. Aspire as vias aéreas, se necessário.
4. Insira cânula orofaríngea (ECG ≤ 8, sem reflexo de
vômito).
d. Avalie a respiração do paciente.
i. Se respira, avalie
bilateralidade.
profundidade,
freqüência,
esforço
e
1. Se inadequada, auxilie a respiração.
ii. Se não respira, abra e permeabilize as vias aéreas e ventile,
conforme Módulo 200.
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
4
 Se o paciente está inconsciente, ou a respiração é inadequada ou ausente,
auxilie a respiração utilizando adjuntos respiratórios (máscara facial, cânula
orofaríngea e ressuscitador manual) e ofereça oxigênio conforme P604
e. Avalie a circulação do paciente.
i. Avalie o pulso carotídeo em adulto e criança, braquial em
lactente e neonato.
1. Se não tem pulso, faça compressões torácicas, conforme
Módulo 200.
ii. Avalie e controle hemorragia externa.
iii. Avalie a perfusão capilar: temperatura, enchimento capilar,
umidade e cor da pele.
f. Identifique a prioridade do paciente.
i. Trate e transporte imediatamente (Load and Go), se:
1. Má impressão geral.
2. Não responde, não tosse, nem geme.
3. Responsivo, mas não obedece comando.
4. Respiração difícil.
5. Pneumotórax hipertensivo.
6. Eviscerações.
7. Trauma combinado com:

antecedentes médicos relevantes.

idade maior que 55 anos.

Hipotermia.

Queimaduras.

Gravidez.
8. Estado de choque – hipoperfusão.
9. TCE com ECG < 10.
10. Ejeção de veículo.
11. Amputação acima do pulso ou tornozelo.
12. Fratura de fêmur bi-lateral.
13. Instabilidade pélvica.
14. Hipotensão mantida PAS <90 sistólica.
15. Obstrução que não pode ser removida de forma
mecânica.
16. Parto complicado.
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
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5
17. Dor torácica, com PA sistólica menor que 100mmHg
18. Hemorragia descontrolada – exanguinante.
19. Dor severa em qualquer parte do corpo.
20. Incapacidade para mover qualquer parte do corpo.
21. Qualquer condição que impeça a vítima de respirar e o
SAV não se faz presente.
 Se paciente é de alta prioridade, transporte imediatamente. Aferição de
sinais vitais, rápida avaliação física, exame físico detalhado, avaliação
continuada e demais tratamentos podem ser completados a caminho do
hospital de referência.
 Intercepte com Suporte Avançado de Vida, se disponível, a caminho do
hospital.
g. Execute Histórico e Exame Físico (paciente de trauma e clínico).
3. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Paciente de Trauma
i. Reconsidere o mecanismo da lesão (MDL).
1. São MDL significativos:
(a) Ejeção do veículo.
(b) Morte de outro passageiro do mesmo
veículo.
(c) Queda de uma altura igual ou superior a 3
vezes a altura do paciente, especialmente
se cabeça e/ou dorso colidem com
superfície rígida.
(d) Capotamento de veículo.
(e) Colisão a alta velocidade.
(f) Atropelamento.
(g) Acidente com motocicletas e bicicletas.
(h) Inconsciência ou alteração do estado
mental após trauma.
(i) Trauma penetrante na cabeça, tórax ou
abdome.
(j) Lesões ocultas - relacione a cena com o
paciente e avalie a transferência de
energia.
ii. Em paciente com mecanismo de lesão significativo:
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
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6
(a) Execute a rápida avaliação física (90
seg).
1. Continue a estabilização da coluna
espinhal.
2. Considere a solicitação do SAV.
3. Avalie o estado mental.
4. Inspecione e apalpe, olhando,
procurando por DCAP – QELS:
a. D eformidades.
b. C ontusões.
c. A brasões.
d. P unção /Penetração.
------------------------------------------e. Q ueimaduras.
f. E dema.
g. L acerações.
h. S ensibilidade.
5. Avalie a cabeça e pescoço.
6. Imobilize a coluna cervical com
colar.
7. Avalie o tórax.
8. Avalie o abdome.
9. Avalie a pelve.
10. Avalie as
Verifique:
quatro
extremidades.
a. Pulso distal.
b. Sensibilidade.
c. Motricidade.
d. Perfusão capilar.
11. Role o paciente – verifique as
costas.
(b) Avalie sinais vitais (incluindo oximetria).
(c) Avalie o SAMPUM
1. S inais e sintomas.
2. A lergias.
3. M edicamentos que faz uso.
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
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4. P roblemas médicos anteriores.
5. U ltima alimentação oral.
6. M ecanismo da lesão / Natureza da
doença.
(d) Reavalie a Decisão de Transporte.
iii. Em paciente sem MECANISMO DE LESÃO SIGNIFICATIVO.
(a) A avaliação é dirigida para
específica (queixa principal).
(b) Avalie os
oximetria).
sinais
vitais
lesão
(incluindo
(c) Avalie o SAMPUM.
(d) Classifique na Escala de Coma de
Glasgow – ECG – e Tabela de Trauma
Score Revisado.
(e) Reavalie a Decisão de Transporte.
b. Paciente de Caso Clínico
i. Paciente responsivo
1. Avalie o histórico do paciente e a doença atual.
2. Avalie SAMPUM.
3. Avalie as queixas do paciente e os sinais e sintomas.
(a) Avalie O P Q R S T
1. O rigem (Onde está o problema).
2. P rovocados por...
3. Q ualidade.
4. (ir)R adiação.
5. S everidade.
6. T empo.
4. Execute uma rápida avaliação física, somente se
necessário (90 seg):
(a) Avalie cabeça, pescoço, tórax, abdome,
pélvis, extremidades e região posterior do
tronco.
5. Avalie os Sinais Vitais (incluindo oximetria).
6. Classifique na Escala de Coma de Glasgow – ECG – e
Tabela de Trauma Score Revisado.
7. Reavalie a Decisão de Transporte.
ii. Paciente irresponsivo.
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
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1. Execute uma rápida avaliação física (90 seg)
(a) Avalie cabeça.
(b) Avalie pescoço.
(c) Avalie tórax.
(d) Avalie abdômen.
(e) Avalie pélvis.
(f) Avalie quatro extremidades (MI e MS).
(g) Avalie região posterior do tronco.
2. Avalie sinais vitais (incluindo oximetria).
3. Obtenha o histórico do SAMPUM de testemunhas,
solicitante e familiares da vítima na cena da ocorrência,
antes de conduzir o paciente.
4. Reavalie a Decisão de Transporte.
 Forneça tratamento das emergências médicas baseado nos sinais e
sintomas, e no mecanismo da lesão, conforme protocolos específicos e
regulação médica, se disponível.
 Classifique o paciente na escala de coma de Glasgow e na Trauma Escore
Revisado durante o Histórico e Exame Físico.
 O tempo total de cena máximo deve ser de 10 minutos.
 Exceção: vítima em local de difícil acesso e ordem contrária da regulação
médica.
4. EXAME FÍSICO DETALHADO
a. Pacientes com lesões específicas (por exemplo, corte no dedo)
não exigirão exame físico detalhado.
b. Execute o exame físico detalhado para reunir informações
adicionais.
c. Pode ser executado na cena, se o tempo o permitir, ou a caminho
do hospital.
d. Avalie cabeça, face, ouvidos, pescoço, tórax, abdome, pélvis,
extremidades e região posterior do tronco, procurando por DCAP QELS:
i. D eformidades.
ii. C ontusão.
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iii. A brasão.
iv. P unção / Penetração.
--------------------------------------------v. Q ueimaduras.
vi. E dema.
vii. L aceração.
viii. S ensibilidade.
e. Avalie os olhos.
i. Pupilas alteradas.
ii. Corpos estranhos.
iii. Sangue na órbita.
f. Avalie o nariz.
i. Saída de líquor ou sangue.
g. Avalie a boca.
i. Dentes fraturados.
ii. Obstruções.
iii. Inchaço ou laceração na língua.
iv. Odores.
v. Descoloração.
h. Avalie o pescoço.
i. Distensão das veias jugulares.
ii. Crepitação.
iii. Desvio de traquéia.
i. Avalie o tórax.
i. Crepitação.
ii. Movimento paradoxal.
iii. Avalie o murmúrio vesicular no ápice e base do tórax, nas
regiões hemiclaviculares e hemiaxilares, bilateralmente.
j.
Avalie o abdômen.
i. Rigidez.
ii. Flacidez.
iii. Distensão.
iv. Dor.
k. Avalie a pelve apalpando suavemente, em busca de:
i. Instabilidade.
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
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ii. Dor.
l. Avalie todas as quatro extremidades.
i. Pulso distal.
ii. Sensibilidade.
iii. Motricidade.
iv. Perfusão capilar.
m. Lateralize, avalie as costas, inclusive região da pelves posterior,
inspecione e apalpe, buscando DCAP-QELS.
n. Reavalie os sinais vitais.
Em caso de Paciente de Trauma, com Mecanismo de Lesão Significativo, e
Pacientes Clínicos Inconscientes a Classificação na Escala de Coma de
Glasgow – ECG – e Tabela de Trauma Score Revisado são realizadas durante o
Exame Físico Detalhado.
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
a. Repita a avaliação inicial. Para paciente estável, a cada 15
minutos. Para paciente instável, a cada 5 minutos, no mínimo;
i. Reavalie o estado mental.
ii. Mantenha vias aéreas pérveas.
iii. Monitore a qualidade e freqüência da respiração.
iv. Reavalie a qualidade e freqüência do pulso.
v. Monitore a cor e temperatura da pele.
vi. Reavalie a pressão arterial.
vii. Monitore a oximetria.
viii. Restabeleça as prioridades do paciente.
b. Repita o Histórico e Exame Físico referente às queixas e lesões do
paciente.
c. Cheque intervenções.
i. Confira se o fornecimento de oxigênio e ventilação estão
adequados.
ii. Confira o controle de hemorragia.
iii. Confira a adequação de outras intervenções.
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6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. Comunicação com a regulação médica / COBOM-CIAD / SOU /
SOF.
i. Ao chegar à cena, repasse à regulação médica / COBOM-CIAD
/ SOU / SOF a situação geral da ocorrência, quantidade e
condição clínica das vítimas, além de necessidade de apoio
adicional, inclusive USA.
ii. Informe à regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF a
necessidade de acionamento dos hospitais de referência,
incluindo o tempo de chegada.
iii. Informe à regulação médica / COBOM-CIAD / SOU / SOF os
seguintes dados do paciente:
1. Dados pessoais (nome, idade, carteira de identidade,
etc).
2. Achados da avaliação.
3. Freqüência respiratória.
4. Freqüência cardíaca.
5. Pressão arterial sistólica e diastólica.
6. Oximetria de pulso.
7. Escala de Coma de Glasgow.
8. Escala de Trauma Score.
9. Procedimentos adotados.
10. Outros que a regulação médica / COBOM-CIAD / SOU /
SOF solicitar.
 A critério da regulação médica, poderá ser determinado aos socorristas a
execução procedimentos não previstos neste Protocolo de APH, nos limites
das atribuições legais dos Bombeiros Militares.
b. Comunicações Verbais.
i. Depois de chegar ao hospital, relate verbalmente o ocorrido à
equipe de saúde.
ii. Refira-se ao paciente pelo nome (se é conhecido).
iii. Resuma a queixa principal, histórico do agravo à saúde,
condutas executadas na cena, tratamentos adicionais dados em
deslocamento, resposta do paciente, dados vitais e informações
adicionais.
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
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c. Comunicações Interpessoais.
i.
Estabeleça e mantenha contato visual com o paciente.
ii. Quando atuar, posicione no mesmo nível ou no nível mais baixo
que o paciente.
iii. Seja honesto com o paciente.
iv. Use uma linguagem que o paciente possa entender.
v. Tenha domínio de sua própria linguagem corporal.
vi. Fale claramente, devagar e com boa pronúncia.
vii. Chame o paciente pelo seu próprio nome.
viii. Se o paciente tiver dificuldade para ouvir, fale claramente com
os lábios visíveis.
ix. Dê tempo para o paciente responder sua pergunte antes de
fazer a próxima.
x. Aja e fale com calma, de maneira confiante.
d. Relatório de Atendimento Pré-Hospitalar / REDS.
i. A pessoa que preencheu o relatório deve ser a que atendeu o
paciente.
ii. O RAPH / REDS deve ter informações objetivas e subjetivas, e
ser claro.
iii. As informações do RAPH / REDS pertencem ao paciente ou ao
seu representante legal. Seja discreto.
iv. Encaminhamento – Conforme DIAO.
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
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AVALIAÇÃO DO PACIENTE
DIMENSIONAMENTO DA CENA

AVALIAÇÃO INICIAL

HISTÓRICO E EXAME FÍSICO


Paciente de Trauma
Paciente Clínico


Reconsidere o Mecanismo da Lesão
COM MECANISMO
DE LESÃO SIGNIFICATIVO
SEM MECANISMO DE
LESÃO SIGNIFICATIVO
RESPONSIVO
IRRESPONSIVO


Avaliação Dirigida à
Queixa Principal
Rápida Avaliação Física
Histórico da Doença


Sinais Vitais
Sinais vitais
SAMPUM
Sinais vitais

SAMPUM

Avaliação Dirigida a
Queixa Principal
SAMPUM

Reavalie a Decisão de
Transporte
Rápida Avaliação Física
SAMPUM

ECG e TS
Sinais Vitais


Reavalie a Decisão de
Transporte
ECG e TS
Reavalie a Decisão de
Transporte

Reavalie a Decisão
de Transporte


Exame Físico Detalhado

Avaliação Continuada

Comunicações e Documentação
Módulo 100 – Avaliação do Paciente
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
14
MÓDULO 200
- Suporte Básico de Vida -
Módulo 200 – Suporte Básico de Vida
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
15
P 201 – PCR ADULTO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Conduta
i. Verifique a consciência da vítima (cheque responsividade
tocando em seu ombro e perguntando se está bem).
ii. Se inconsciente, cheque rapidamente (não mais que 5 seg.) se
a respiração está normal, com expansão visível de tórax.
iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração
anormal ou agônica - gasping) acione apoio, inclusive SAV, e
solicite o DEA rapidamente:
iv. Se há apenas 01 socorrista:
1. Após acionar apoio e o DEA.
a. Cheque pulso (de 5 a 10 seg.). Não havendo:
b. Inicie RCP com 30 compressões torácicas e 02
ventilações de resgate com elevação visível de
tórax.
c. Continue o procedimento de 30x2 até que o DEA
esteja disponível e com as pás conectadas no
paciente.
2. Se há 02 ou mais socorristas.
a. Um socorrista inicia a RCP com 30x2 e o outro
providencia o DEA.
b. Deite o paciente de costas em superfície plana
rígida.
c. Inicie pelas 30 compressões rápidas e fortes
mínimo de 100 por minuto com depressão de 5 cm
do osso esterno.
d. Após as 30 compressões torácicas, abra
rapidamente as vias aéreas e forneça duas
respirações de resgate com expansão visível de
tórax.
e. Um socorrista faz as 30 compressões o outro faz
as 2 respirações, juntos, mas não ao mesmo
tempo.
f. Após 5 ciclos de 30x2, caso o DEA não esteja
disponível, troca-se o compressor (intervalo de 5
seg. para troca).
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 Execute as 30 compressões com no mínimo 100 compressões por minuto,
deprimindo o esterno em 5 cm
 Permita o retorno completo do tórax após cada compressão.
 Faça as compressões na metade inferior do osso esterno.
 Minimize as interrupções entre os ciclos de compressões.
 Evite excesso de ventilação (hiperventilação).
v. Permita que o DEA faça a leitura, assim que disponível e
conectado.
vi. Se choque indicado, aplique-o e continue a RCP iniciando pelas
compressões.
vii. Se choque não indicado, continue RCP pelas compressões.
viii. Se o SAV não está na cena, transporte para o HR nos seguintes
casos:
1. O pulso da vítima retorna;
2. Após a aplicação de 6 a 9 choques, separados por 2
minutos de RCP;
3. O DEA emite 3 mensagens consecutivas, separadas por
2 minutos de RCP, de que o choque não é indicado.
ix. Todos os deslocamentos com vítima em PCR serão realizados
com manobras de RCP com 30x2, com troca do compressor a
cada dois minutos ou 5 ciclos.
x. Durante o deslocamento, intercepte com o SAV, se disponível.
 Somente cesse a RCP em caso de evolução para rigor mortis , exaustão dos
membros da Gu BM, se determinação de SAV ou regulação médica,
transferência do paciente a outra equipe e retorno espontâneo da circulação e
respiração, com retorno da consciência do paciente, manifestado por
movimentos e respiração normal.
 Em caso de ambiente hostil, a Gu BM fica autorizada a iniciar o
deslocamento mesmo fora dos critérios anteriores deste protocolo.
 Se o paciente estiver com via aérea avançada, não cesse as compressões
para fazer ventilações. Ministre uma ventilação a cada 6 a 8 seg (8 a 10
ventilações/min) assíncronas com compressão torácica. Cerca de 1 segundo
por ventilação.
 Forneça O2 conforme P 604.
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2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
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P 202 – PCR CRIANÇA E LACTENTE
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Conduta
i. Verifique a consciência da vítima (em criança, toque em seu
ombro e pergunte se está bem; em lactentes, toque nos pés)
ii. Se inconsciente, cheque rapidamente (não mais que 5 seg.) se
a respiração está normal, com expansão visível de tórax
iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração
anormal ou agônica “gasping”) acione apoio, inclusive SAV, e
solicite o DEA rapidamente:
iv. Se há apenas 01 socorrista:
1. Após acionar apoio e o DEA;
a. Cheque pulso (de 5 a 10 seg.) carotídeo na criança
e braquial no lactente. Não havendo:
b. Inicie RCP com 30 compressões torácicas e 02
respirações de resgate com elevação visível de
tórax
c. Se criança, com 1 mão, na metade inferior do osso
esterno, se lactente, com 2 dedos, posicionados 1
dedo abaixo da linha intermamária
d. Continue o procedimento de 30x2 até que o DEA
esteja disponível
2. Se há 02 ou mais socorristas (RCP em dupla)
a. Um socorrista inicia a RCP com 15x2 e outro
socorrista providencia o DEA;
b. Deite o paciente de costas em superfície plana
rígida.
c. Inicie pelas 15 compressões rápidas e fortes com
depressão de 5 cm do osso esterno para criança e
4 cm para lactente;
d. Após as 15 compressões torácicas, abra
rapidamente as vias aéreas e forneça duas
respirações de resgate com expansão visível de
tórax.
i. Compressões torácicas em lactente e em
dupla são executadas com a técnica dos
dois polegares mãos circundando o tórax.
Não ventile e comprima ao mesmo tempo a
menos que esteja em via aérea definitiva.
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 Execute as compressões com no mínimo 100 compressões por minuto,
deprimindo o esterno 5 cm em criança e 4 cm em lactente
 Permita o retorno completo do tórax após cada compressão
 Minimize as interrupções entre os ciclos de compressões.
 Evite excesso de ventilação (hiperventilação)
v. Permita que o DEA faça a leitura assim que disponível e
conectado;
vi. Para crianças e lactentes no uso do DEA, o socorrista deve usar
um atenuador de carga pediátrico, se disponível; se não, utilize
o DEA padrão;
vii. Siga o posicionamento lógico padrão de eletrodos do DEA
respeitando a característica do paciente. A corrente elétrica
deve atravessar o coração.
viii. Se choque indicado, aplique-o e continue a RCP pelas
compressões;
ix. Se choque não indicado, continue RCP pelas compressões;
x. Se o SAV não está na cena, transporte para o HR nos seguintes
casos:
1. O pulso da vítima retorna;
2. Após a aplicação de 6 a 9 choques, separados por 2
minutos de RCP;
3. O DEA emite 3 mensagens consecutivas, separadas por
2 minutos de RCP, de que o choque não é indicado.
xi. Todos os deslocamentos com vítima em PCR serão realizados
com manobras de RCP com 30 X 02 (01 socorrista) ou 15 X 02
(2 socorristas) com troca do compressor a cada dois minutos.
xii. Durante o deslocamento, intercepte com o SAV, se disponível.
 Somente cesse a RCP em caso de evolução para rigor mortis, exaustão dos
membros da Gu BM, determinação de SAV ou regulação médica, transferência
do paciente a outra equipe, retorno espontâneo da circulação e respiração,
com retorno da consciência do paciente, manifestado por movimentos e
respiração normal.
 Em caso de ambiente hostil, a Gu BM fica autorizada a iniciar o
deslocamento mesmo fora dos critérios anteriores deste protocolo.
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 Se o paciente estiver com via aérea avançada, não cesse as compressões
para fazer ventilações. Ministre uma ventilação a cada 6 a 8 seg (8 a 10
ventilações/min) assíncronas com compressão torácica. Cerca de 1 segundo
por ventilação.
 Forneça O2 conforme P 604
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
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P 203 – OVACE ADULTO E CRIANÇA
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Conduta
i. Verifique consciência. SE CONSCIENTE, verifique o sinal
universal de engasgo (mãos no pescoço). Em seguida constate:
1. A vítima respira normalmente?
2. A vítima consegue falar?
3. A vítima consegue tossir?
ii. Caso positivo para algum critério acima, acalme o paciente e o
encaminhe a recurso hospitalar na posição sentado.
iii. SE CONSCIENTE e expressando o sinal universal de engasgo e
não consegue falar, tossir ou respirar, inicie as compressões
abdominais contínuas em j até desalojar o corpo estranho ou o
paciente tornar-se inconsciente.
1. Lembre-se:
a. Na grávida e no obeso a posição é diferenciada
com as mãos no osso esterno.
iv. Se o paciente TORNAR-SE INCONSCIENTE, cheque a boca a
procura do corpo estranho, mas sem fazer varredura. Caso não
o encontre encaminhe o paciente ao Hospital fazendo RCP
durante o transporte.
i. Se durante o primeiro contato com o paciente o mesmo JÁ
ESTIVER INCONSCIENTE, inicie a RCP pelas compressões e
siga o protocolo de RCP.
 Lembre-se: após cada ciclo de compressões cheque rapidamente a boca à
procura do corpo estranho antes de fazer as 2 ventilações de resgate.
 Forneça O2 conforme P 604
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
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P 204 – OVACE LACTENTE E NEONATAL
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Conduta
i. Verifique consciência. SE CONSCIENTE, verifique:
1. A vítima respira normalmente?
2. A vítima consegue chorar?
3. A vítima consegue emitir som?
ii. Caso positivo para algum critério acima, acalme o paciente e o
encaminhe a recurso hospitalar no colo do socorrista / pai / mãe.
iii. SE CONSCIENTE e não consegue nem tossir (no caso do
lactente), nem emitir som, execute 5 pancadas entre as escápulas
e 5 compressões no tórax. Se for detectado ou ter sido
presenciado corpo estranho sólido, se engasgo por líquido, peça a
mãe, pai, parente, que sugue com a boca e ventile-o em seguida.
1. Faça isso até o objeto sair, o paciente respirar normalmente
ou o paciente tornar-se inconsciente.
iv. Se o paciente TORNAR-SE INCONSCIENTE, cheque a boca à
procura do corpo estranho, mas sem fazer varredura. Caso não o
encontre encaminhe o paciente ao Hospital fazendo RCP durante o
transporte.
v. Se durante o primeiro contato com o paciente o mesmo JÁ
ESTIVER INCONSCIENTE, inicie a RCP pelas compressões e siga
o protocolo de RCP.
 São sinais de OVACE em lactente, cianose e olhos arregalados, além da
dificuldade de chorar, tossir e emitir sons.
 Durante a desobstrução do lactente e neonato, a cabeça do mesmo deve
permanecer em nível inferior ao do corpo
 Nunca faça compressão abdominal no lactente com OVACE.
 Lembre-se: após cada ciclo de compressões cheque rapidamente a boca à
procura do corpo estranho antes de fazer as 2 ventilações de resgate.
 Forneça O2 conforme P 604
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
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P 205 – PARADA RESP. ADULTO, CRIANÇA e LACTENTE
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Parada respiratória em Adulto
i. Verifique a consciência da vítima (cheque responsividade
tocando em seu ombro e perguntando se está bem)
ii. Se inconsciente, cheque rapidamente (não mais que 5 seg.) se
a respiração está normal, com expansão visível de tórax
iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração
anormal ou agônica “gasping”) acione apoio, inclusive SAV, e
solicite o DEA rapidamente:
iv. Cheque pulso por 5 a 10 seg. – se tem pulso palpável mas não
respira inicie 1 respiração de resgate a cada 5 a 6 seg. durante
10 a 12 ciclos e a cada 1 minuto ou no fechamento do ciclo pare
e cheque pulso novamente.
1. Para fim de padronização das equipes de resgate
utilizaremos 1x5x10
v. Com via aérea definitiva (em apoio ao médico atendente)
utilizando a BVM ou a válvula MTV-100 (ou similar), forneça 1
ventilação a cada 6 a 8 segundos durante 8 a 10 ciclos por 1
minuto.
1. Para efeito de padronização das guarnições de resgate
utilizaremos 1x6x10.
b. Parada respiratória em Criança e Lactente
i. Verifique a consciência da vítima (cheque responsividade
tocando em seu ombro e perguntando se está bem (em criança)
ou tocando os pés (em lactente)
ii. Se inconsciente, cheque rapidamente (não mais que 5 seg.) se
a respiração está normal, com expansão visível de tórax
iii. Se a vítima não respira ou não respira normalmente (respiração
anormal ou agônica “gasping”) acione apoio e solicite o DEA
rapidamente:
iv. Cheque pulso por 5 a 10 seg. (carotídeo em criança e braquial
em lactente). Se tem pulso palpável mas não respira inicie 1
respiração de resgate a cada 3 a 5 seg. durante 12 a 20 ciclos e
a cada 1 minuto ou no fechamento do ciclo pare e cheque pulso
novamente.
1. Para fim de padronização das guarnições de resgate
utilizaremos 1x3x20
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v. Com via aérea definitiva (em apoio ao médico atendente)
utilizando a BVM ou a válvula MTV-100 (ou similar) forneça 1
ventilação a cada 6 a 8 segundos durante 8 a 10 ciclos por
minuto.
1. Para fim de padronização das guarnições de resgate
utilizaremos 1x6x10.
 Lembre-se: se a vítima está inconsciente, não respira ou não respira
normalmente (respiração agônica / gasping), ela está em PCR e inicie a RCP.
 Forneça O2 conforme P 604
 Aqueça o paciente evitando a hipotermia e o estado de choque,
PRINCIPALMENTE LACTENTES E NEONATOS
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
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P 206 – SBV NEONATAL
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Conceito
i. Neonatos são os pacientes na idade de 0 a 28 dias;
ii. Recém-nascido (RN) é o neonato que acabou de nascer;
b. Conduta
i. Se o RN é termo, o líquido aminiótico está claro, o RN está
respirando ou chorando e tem bom tônus muscular, aqueça,
limpe as vias aéreas se necessário, seque e avalie a cor da
pele;
1. Se rosada, posicione o RN junto à mãe e monitore;
2. Se cianótico, forneça O2 suplementar e avalie respiração,
pulsação e cor da pele;
 Acione o SAV tão logo observe uma condição crítica: cianose, dispneia,
OVACE, parada respiratória, PCR, frequência cardíaca < 100 bpm e demais
descritas no P 101.
ii. Após 30 seg de O2, se RN está respirando e freq. cardíaca é >
100 bpm, mas o RN está cianótico, ventile com O2 suplementar
e reavalie após 30 seg;
1. Se freq. cardíaca > 100 bpm e a pele está rosada,
apenas monitore o paciente e NÃO FORNEÇA O2;
2. Se freq. cardíaca é de 60 a 100 bpm continue ventilando
1 resp x 3 seg x 20 ciclos e a cada 1 minuto cheque
pulso braquial;
3. Se freq. cardíaca < 60 inicie RCP pelas compressões
torácicas na frequência de 3 comp x 1 resp x 30 ciclos
com 90 compressões e 30 respirações a fim de atingir
120 eventos por minuto.
iii. Se RN está apnéico ou freq. card. < 100 bpm ventile com O2
suplementar. Reavalie após 30 segundos;
1. Se freq. cardíaca > 100 bpm e a pele está rosada,
apenas monitore o paciente e NÃO FORNEÇA O2;
2. Se freq. cardíaca é de 60 a 100 bpm continue ventilando
1 resp x 3 seg x 20 ciclos e a cada 1 minuto cheque
pulso braquial;
3. Se freq. cardíaca < 60 inicie RCP pelas compressões
torácicas na frequência de 3 comp x 1 resp x 30 ciclos
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com 90 compressões e 30 respirações a fim de atingir
120 eventos por minuto.
a. Se o tempo até o hospital é menor que o tempo de
chegada do SAV na cena, inicie deslocamento
executando RCP;
b. Se tempo até o hospital é maior que tempo de
chegada do SAV, permaneça na cena executando
RCP.
iv. A abordagem ao RN é diferente do Adulto, Criança e Lactente.
Para o RN continua o procedimento de ABC da vida uma vez
que ele é vítima mais de parada respiratória do que cardíaca .
Então proceda:
1. Verifique a consciência da vítima (cheque responsividade,
tocando em seus pés)
2. Se inconsciente, abra vias aéreas mantendo a cabeça
neutra e faça a técnica VOS (ver, ouvir e sentir) de 5 a 10
segundos. Se não respira, forneça 2 respirações de
resgate com expansão visível de tórax;
3. Mantenha a posição do A e do B e faça o C checando
pulso braquial de 5 a 10 segundos, caso haja pulso, mas
não respiração, mantenha 1 x 3 x 20, mas caso não tenha
pulso mantenha 3 x 1 x 30 conforme procedimentos
acima descritos.
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
 Para avaliar o pulso do RN conte por 6 segundos e multiplique por 10
 Forneça 40 a 60 insuflações por minuto no RN que necessite assistência
ventilatória
 Forneça O2 conforme P 604
 Compressões torácicas em dupla são executadas com a técnica dos dois
polegares mãos circundando o tórax, na razão de 3 compressões para 1
ventilação. Não ventile e comprima ao mesmo tempo a menos que esteja com
via aérea definitiva.
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P 207 – DEA
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Indicações
i. PCR com ritmo chocável (FV – Fibrilação Ventricular e TVSP –
Taquicardia Ventricular Sem Pulso);
ii. Adulto, Criança, Lactente e Neonato com as devidas pás
específicas para cada paciente e atenuadores de corrente se
possível ou pás de adultos para todos os pacientes se apenas
estas estiverem disponíveis.
b. Contra-indicações
i. Paciente respirando e com pulso.
c. Potenciais efeitos adversos / complicações do uso
i. Queimadura na pele do paciente;
ii. Desativação de marca-passo ou cardiodesfibrilador (CDI);
iii. Lesões no operador ou pessoas próximas em contato com o
paciente.
d. Precauções no uso do DEA
i. Afaste o paciente da água e de superfície molhada;
ii. Antes de conectar as pás, sempre seque e limpe o local
permitindo que o adesivo da pá cole perfeitamente;
iii. Afaste as pás cerca de 2 a 2,5 cm de distância de marcapasso
ou cardiodesfibrilador implantado (CDI), quando houver;
iv. Retire adesivo de medicação transcutânea se houver, limpe e
seque a superfície onde a pá será instalada;
v. Não movimente o paciente durante a utilização do DEA, devido
aos artefatos de ruídos e à simulação de FV decorrentes do
próprio movimento;
vi. Não toque nem deixe ninguém tocar o paciente durante a
análise do ritmo e a administração do choque;
vii. Raspe os pelos do tórax do paciente, se necessário, nos locais
onde serão colocadas as pás;
viii. Evite operar o DEA próximo a celulares e rádios de
comunicação (HT) ligados, linhas de trem e metrô, e linhas de
alta voltagem;
ix. Retire, quando possível, correntes, adornos e assessórios
metálicos do pescoço e mamilo do paciente antes de colocar as
pás;
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x. Não use o DEA concomitante com oximetria de pulso, aparelhos
de pressão e equipamentos médicos em contato com o paciente
sob monitoramento.
Remova fontes de oxigênio e gases anéstesicos inflamáveis antes de executar
a desfibrilação. Há risco de incêndio e de explosão!
e. Conduta para utilização do DEA
i. Inicie RCP até que o DEA esteja disponível.
1. Prepare o paciente, ligue o DEA, conecte as pás
(continue a RCP). Quando do sinal de “analisando o ritmo
cardíaco”, não toque no paciente e PARE a RCP
2. Se choque indicado:

Afaste todas as pessoas de perto do paciente

Pressione o botão de choque ao vê-lo piscar

Reinicie imediatamente a RCP pelas compressões

A cada 2 minutos o DEA reinicia a avaliação
3. Se choque não indicado

Continue a RCP
4. Se o SAV não está na cena, transporte para o HR nos
seguintes casos:

O pulso da vítima retorna;

Após a aplicação de 6 a 9 choques, separados por
2 minutos de RCP;

O DEA emite 3 mensagens consecutivas,
separadas por 2 minutos de RCP, de que o choque
não é indicado. (Errata publicada no BGBM nº 17
de 26/04/2012)
ii. Posição das pás
1. As pás devem ser posicionadas de forma anterolateral.
Posições alternativas, porém, podem ser consideradas,
com base nas características individuais do paciente,
aceitando-se:
anteroposterior,
infraescapular
anteroesquerda e infraescapular anterodireita.
iii. Presença de marca-passo e CDI
1. Afaste as pás cerca de 2 a 2,5 cm do marcapasso e CDI
iv. Lesão na pele
1. Afaste as pás de local lesionado da pele.
Módulo 200 – Suporte Básico de Vida
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
29
Não há evidência científica eficaz e suficiente para determinar que se faça RCP
antes de usar o DEA. A RCP deverá ser realizada até que o DEA esteja em
condições de ser utilizado, e que seja, o mais rápido possível.
f. DEA e transporte
i. Se durante o transporte, o paciente entra em PCR dentro da UR,
pare, desligue a viatura e adote os passos de RCP e de
desfibrilação.
ii. Se a UR estiver em deslocamento com RCP em andamento,
não pare a viatura, nem cesse a RCP para o DEA analisar o
ritmo e administrar o choque. Apenas mantenha as pás
conectadas e aderidas.
g. Situações especiais
i. Se durante a aplicação do DEA a bateria descarregar, continue
a RCP e inicie deslocamento.
Evite usar telefone celular próximo ao DEA. O alto nível de reação
eletromagnética emitida pode resultar numa grande interferência prejudicando
o funcionamento do DEA e colocando em risco o paciente.
O DEA foi desenvolvido para aplicação em procedimentos de desfibrilação que
possibilita estímulo elétrico ao coração podendo ser usado por qualquer
pessoa em qualquer ambiente hospitalar ou extra hospitalar, unidades de
resgate aéreo ou terrestre, dando suporte avançado à vida.
O DEA é um equipamento energizado internamente capaz de operar recebendo
energia de uma fonte de alimentação elétrica interna. Não abra o equipamento.
Não dê choques com as pás curto-circuitadas, pois o dispositivo de disparo
pode danificar-se. O paciente deverá estar imóvel durante a análise. Não utilize
as pás se o invólucro estiver violado.
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Módulo 200 – Suporte Básico de Vida
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30
MÓDULO 300
- Emergências Clínicas-
Módulo 300 – Emergências Clínicas
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31
P 301 – EMERGÊNCIAS CARDIOVASCULARES
1. DIMENCIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Distúrbios cardiovasculares
i. Conjunto de doenças e condições que envolvem o coração
(cárdio) e os vasos sanguíneos (vascular).
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas mais comuns
i. Dor no peito (retroesternal – centro – ou precordial – à
esquerda)
ii. Dor irradiando para braço esquerdo
iii. Dor irradiando para mandíbula
iv. Pressão ou desconforto no tórax
v. Pressão no abdômen, no pescoço ou nas costas
vi. Desconforto na região epigástrica
vii. Dificuldade respiratória (dispnéia)
viii. Sudorese excessiva
ix. Pulso irregular ou fraco
x. Veias do pescoço dilatadas
xi. Náuseas
xii. Tontura
xiii. Fadiga
xiv. Vômito
xv. Desmaio
b. Fatores de risco não modificáveis (fixos)
i. Idade avançada
ii. Raça
iii. Hereditariedade
iv. Sexo
c. Fatores de risco modificáveis
i. Hipertensão arterial
ii. Tabagismo
iii. Diabetes mellitus
iv. Colesterol alto
v. Obesidade e sedentarismo
Módulo 300 – Emergências Clínicas
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32
d. Fatores contribuintes
i. Estresse excessivo
ii. Ingestão de álcool e drogas
e. Fatores precipitantes (presente em cerca de 50% dos casos)
i. Exercícios anormalmente vigorosos
ii. Estresse emocional grave
iii. Doenças graves
f. Conduta
i. Mantenha vias aéreas pérveas;
ii. Previna o estado de choque
1. Forneça oxigênio conforme P 604
2. Aqueça o paciente
3. Afrouxe suas vestes
4. Não permita que o paciente faça esforço físico – caminhe,
fale muito, etc.
iii. Forneça apoio emocional e acalme o paciente
iv. Monitore sinais vitais e o esforço respiratório e esteja preparado
para RCP, se necessário;
v. Se paciente estiver consciente, mantenha-o em posição de
conforto (normalmente semi-reclinado ou sentado);
vi. Se paciente estiver inconsciente, mantenha-o em posição
supina, aqueça, forneça O2 conforme P 604, monitore sinais
vitais e encaminhe rapidamente ao hospital.
 Atente para o relato de histórico médico e de uso de medicamentos. A
coleta de dados e anamnese dirigida não deverá atrasar o transporte.
 No deslocamento para emergências cardiovasculares o socorrista já deve
estar preparado para utilizar o DEA.
 Algumas situações especiais como hipotermia, afogamento, trauma,
choques elétricos, descargas de raios e gravidez podem provocar uma parada
cardíaca.
Módulo 300 – Emergências Clínicas
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3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
a. Se o trânsito flui bem, desloque em Código 2 (faróis acesos, luzes de
emergência ligadas, sirenes desligadas, conforme P 609). Em caso de
trânsito congestionado, ou quando for valer-se das prioridades prevista
no CTB, desloque em Código 3 (faróis acesos, luzes de emergência
ligadas, sirenes ligadas)
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
a. O COBOM / CIAD e as SOU / SOF devem sempre notificar ao hospital
de referência quanto à chegada de um paciente com possível doença
cardiovascular.
b. Colete e/ou documente todas as medicações de uso domiciliar e os
repasse ao médico que o atender.
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P 302 – AVC
1. DIMENCIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas mais comuns
i. Vertigem, confusão mental com perda visual parcial.
ii. Forte dor de cabeça.
iii. Forte dor de cabeça acompanhada de náuseas e vômitos.
iv. Falta de coordenação, perda de força, fraqueza súbita.
v. Diplopia: visão dupla e embaçada.
vi. Afasia: dificuldade de completar palavras por som e por escrita.
vii. Disartria: dificuldade na articulação da palavra.
viii. Disfasia: alteração na linguagem e compreensão em qualquer
de suas formas.
ix. Hemiparesia: paralisia / enfraquecimento incompleto ou parcial
(mais grave nas mãos e na face).
x. Hemiplegia: paralisia de um lado do corpo.
xi. Dislexia: dificuldade na leitura.
xii. Disgrafia: dificuldade para escrever
b. Outros sinais e sintomas encontrados
i. Ausência de movimento nos olhos, exceto nas pálpebras.
ii. Ptose palpebral (queda da pálpebra).
iii. Falta de ar e sudorese.
iv. Nível alterado de responsividade.
v. Anisocoria: diferença no tamanho das pupilas.
vi. Amaurose: perda total da visão transitória.
vii. Síncope, torpor, convulsão, coma (ECGlasgow<8).
viii. Hipertensão arterial e hipertermia.
ix. Disfagia: deglutição difícil.
x. Incontinência urinária.
xi. Alterações visuais.
c. Fatores de risco
i. Idade avançada
ii. História familiar
iii. Hereditariedade
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iv. Doença cardiovascular
v. Hipertensão arterial
vi. Tabagismo
vii. Diabetes mellitus
viii. AIT - ataque isquêmico transitório (déficit neurológico)
ix. Histórico de colesterol alto
x. Obesidade
xi. Sedentarismo
xii. Estresse excessivo
xiii. Dificuldade de coagulação
xiv. História de trauma craniano
xv. Cirurgias recentes
xvi. Uso de anticoncepcionais
xvii. Uso de drogas (cocaína / anfetamina)
xviii. Uso de anticoagulantes
xix. Neoplasias
d. Conduta
i. Mantenha vias aéreas pérveas
ii. Monitore o esforço respiratório e esteja preparado para
assistência ventilatória.
iii. Forneça oxigênio, conforme P 604
iv. Se paciente estiver inconsciente, mantenha-o em posição de
recuperação, deitado sobre o lado afetado;
v. Mantenha o paciente em repouso, sob observação contínua,
monitorização constante e fornecimento de oxigênio durante o
transporte de acordo com a avaliação da saturação de O2.
vi. Aqueça o paciente. Não superaqueça;
vii. As aferições de pressão arterial devem ser estabelecidas em
intervalos de 10 a 20 minutos e nunca em uma única aferição
em ambas as extremidades superiores.
viii. Avalie a responsividade por meio da Escala Pré-Hospitalar de
Cincinatti e Escala de Coma de Glasgow – ECG;
ix. Encoraje membros da família a acompanhar o paciente até o
hospital para que possam informar o histórico do paciente à
equipe médica;
x. Quando da chegada no hospital mantenha os procedimentos até
a equipe médica responsável assumir o paciente, devidamente
informada de toda situação.
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e. Escala pré-hospitalar de Cincinatti
i. Uma anomalia encontrada em qualquer
probabilidade de um AVC é igual a 72%.
NORMAL
um
deles
SINAIS
COMANDO
QUEDA FACIAL
Um lado do rosto
Peça ao paciente Ambos os lados do
não se move tão
que sorria e/ou rosto
movem-se
bem quanto ao
mostre os dentes
igualmente
outro
DEBILIDADE
DOS BRAÇOS
Peça ao paciente
que feche os olhos Ambos os braços Um braço não se
e mantenha os movem-se
move ou cai em
braços estendidos igualmente
relação ao outro
por 10 segundos
FALA ANORMAL
O
paciente
Peça ao paciente
pronuncia
O paciente utiliza
para dizer “o rato
palavras
as
palavras
roeu a roupa do rei
ininteligíveis, usa
corretamente, com
de Roma” ou outra
palavras
pronúncia clara
frase similar
incorretas ou é
incapaz de falar
a
ANORMAL
 A determinação do momento de início dos sintomas é crucial para fins de
tratamento. O momento do início dos sintomas é o último momento
em que o paciente foi visto assintomático.
 Tempo é cérebro!!! O início do tratamento com fibrinolíticos em hospital
deve ocorrer entre 3 e 4,5 horas do início dos sintomas.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
a. O COBOM / CIAD, as SOU / SOF devem sempre notificar ao hospital
de referência quanto à chegada de um paciente com possível AVC.
b. Colete e/ou documente todas as medicações de uso domiciliar e os
repasse ao médico que o atender.
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P 303 – EMERGÊNCIAS RESPIRATÓRIAS
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas
i. Ausência temporária de respiração (apnéia)
ii. Respiração superficial
iii. Respiração rápida e profunda
iv. Respiração ruidosa
v. Sensação vertiginosa
vi. Ansiedade, agitação, letargia e sonolência
vii. Cianose de extremidades (lábios e dedos)
viii. Dor torácica referida como aperto
ix. Tosse contínua
b. Conduta
i. Mantenha o paciente em posição de conforto (sentado ou semireclinado)
ii. Administra oxigênio conforme P 604
iii. Aqueça o paciente
iv. Ofereça apoio emocional
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. TRANSPORTE
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
 Se o paciente está inconsciente, ou a respiração é inadequada ou ausente,
faça a ventilação assistida (com BMV, cânula orofaríngea) com suplementação
de oxigênio conforme P 604
Se o paciente é critico deve transportar urgente ao HR, acionar e interceptar o
SAV, se disponível, para manobras invasivas de obtenção de vias aéreas e
ventilação
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P 304 – CRISE CONVULSIVA
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Reconhecimento
i. Parciais com ou sem perda de consciência ( Pequeno mal)
1. Fase de ausência
2. Grito epiléptico
ii. Generalizadas (Grande mal)
1. Inconsciência;
2. Movimentos tônico-clônicos;
3. Estupor pós ictal (fase pós-comicial).
b. Sinais e sintomas
i.
ii.
iii.
iv.
v.
vi.
vii.
viii.
ix.
x.
Dor referida em todo o abdome ou em região especifica
Palidez acentuada
Náuseas e vômitos
Taquicardia ou Bradicardia
Taquipnéia ou Dispnéia
Sudorese fria
Febre (entre 37,5 ºC a 40ºC.)
Dor abdominal à palpação no exame físico
Abdome contraído, globoso ou escavado
Defesa muscular abdominal no exame físico
c. Conduta
i. Administre O2
ii. Mantenha o paciente em posição de conforto (decúbito dorsal ou
semi-reclinado)
iii. Não contenha movimentos
iv. Ampare a cabeça
v. Em caso de secreção na boca, lateralize o paciente. Use abridor
de mandíbula. Não insira os dedos na boca do paciente.
vi. Aqueça o paciente
vii. Ofereça apoio emocional
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
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P 305 – DIABETES MELLITUS E HIPOGLICEMIA
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Hipoglicemia (Choque insulínico)
i. Sinais, sintomas e eventos relacionados
1. Glicemia capilar <60 mg/dL
2. Paciente tomou insulina demais
3. Alteração no nível de consciência
4. Convulsão
5. Agitação e mudança de comportamento
6. Paciente em jejum (não se alimentou)
7. Pele fria e úmida
8. Taquicardia
9. Cefaléia
10. Palidez
11. Salivação abundante
12. Fome, borborigma ("ronco" na barriga)
13. Náuseas, vômitos, desconforto abdominal
14. Atividade mental anormal com prejuízo do julgamento
15. Ansiedade, alteração de humor, depressão, choro e medo
16. Negativismo, irritabilidade, agressividade e fúria
17. Cansaço, fraqueza, apatia, letargia, sono,
18. Confusão, amnésia, tontura, delírio
19. Alteração de pupilas (dilatadas)
20. Olhar fixo, visão embaçada, visão dupla
21. Atos automáticos
22. Dificuldade de fala
23. Descoordenação motora às vezes confundido com
embriaguez
24. Déficit motor, paralisia, hemiparesia, parestesia, estupor
25. Convulsão focal ou generalizada
b. Hiperglicemia
i. Sinais, sintomas e eventos relacionados
1. Glicemia capilar > 200 mg / dl
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2. Paciente não tomou insulina
3. Poliúria (aumento do volume urinário),
4. Polidipsia (sede aumentada e aumento de ingestão de
líquidos)
5. Polifagia (apetite aumentado).
6. Mudanças no formato das lentes dos olhos levando a
dificuldades de visão. (Paciente relata visão borrada )
7. Cansaço
8. Pele seca e quente
9. Cefaléia
10. Dispnéia
11. Hálito cetônico (Alta concentrações de cetona do sangue)
12. Náuseas e Vômitos
13. Dor abdominal
14. Alteração de consciência (confusão, sonolência, letargia,
hostilidade, mania, pânico, agresividade, etc).
15. Coma com progressão para PCR
c. Conduta
i. Obtenha o SAMPUM e OPQRST. Considere
1. Histórico de diabetes mellitus
2. Medicações usadas em tratamento
a. Insulina – tipo, dose, freqüência, última dose
b. Medicações orais - tipo, dose, freqüência, ultima
dose
3. Última alimentação do paciente
4. Recente doença ou lesão
5. Atividade física recente
6. Gravidez
7. Verifique uso de álcool
8. Histórico de reações a diabetes
ii. Conduta geral
1. Obtenha os sinais vitais
2. Se paciente possui glicosímetro prescrito por médico,
verifique com o mesmo qual a leitura, caso o mesmo
tenha feito a medição
3. Prepare-se para fazer aspiração de vias aéreas;
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4. Não perca tempo na cena da ocorrência. Considere
situações de “load and go”
5. Se paciente está consciente
a. Não lhe permita exercitar-se; deite-o na maca ou
cadeira de rodas e o encaminhe à UR;
b. Proteja vias aéreas
c. Previna o choque. Aqueça o paciente. Ofereça
oxigênio, conforme P 604
d. Se regulação médica disponível, forneça suco
adocicado ao paciente.
6. Se paciente está inconsciente
a. Proteja as vias aéreas. Aspire se necessário
b. Previna o choque. Aqueça o paciente. Ofereça
oxigênio, conforme P 604
c. Posicione o paciente na posição de recuperação
(decúbiro lateral), se possível.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. TRANSPORTE
a. Posicione o paciente em posição de conforto
b. Trate agravos que ameaçam a vida em deslocamento
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
 Nem todos os sinais ou sintomas podem estar presentes no paciente
 Se o paciente é considerado critico deve transportar urgente ao hospital de
referência, acionar e interceptar o SAV, se disponível.
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P 306 – EMERGÊNCIAS OBSTÉTRICAS
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Parto normal iminente
i. Sinais e sintomas
1. Contrações uterinas cíclicas (primeira fase do parto);
2. Rompimento da bolsa amniótica;
3. Apresentação cefálica do feto (coroamento);
4. Taquicardia e taquipnéia;
5. Dor durante as contrações
ii. Conduta
1. Sempre que possível, leia o cartão pré-natal da gestante e
busque informações sobre a gestação (se houve
internações, doenças infectocontagiosas, hipertensão
arterial, diabetes ou outras complicações);
2. Não faça toque para verificar grau de dilatação do colo;
3. Deite a gestante em decúbito dorsal, com pernas fletidas
e com joelhos afastados;
4. Exponha os materiais do Kit Parto;
5. Ponha um lençol limpo sobre a maca (ou local apropriado
onde irá ser colocado o recém nascido - RN) próximo à
pelve da gestante;
6. Quando a cabeça coroar, apóie a mesma com uma das
mãos, com leve pressão para evitar uma expulsão muito
rápida e causar alguma lesão no RN e na parturiente;
7. Ainda na passagem do feto pelo canal vaginal, se
possível já faça uma limpeza prévia da face do mesmo,
com uma compressa limpa;
8. Após a saída do RN, deite-o no lençol sobre a maca (ou
local apropriado) e aspire suas vias aéreas com aspirador
tipo pêra;
a. Aspire primeiro a boca, depois as narinas do RN.
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9. Mantenha o RN no mesmo nível da pelve da mãe até que
seu cordão umbilical seja clampeado;
10. Clampeie o cordão umbilical
a. O 1º clamp a aproximadamente 17,5 cm da parede
abdominal do RN;
b. O 2º clamp a aproximadamente 7,5 cm após o 1º
clamp, ou seja, o 2º clamp ficará a 25 cm da
parede abdominal do RN;
c. Em seguida, corte entre os dois.
11. Seque rapidamente o RN e o aqueça com lençol, após o
que o envolva a manta aluminizada sobre o lençol;
12. Aguarde a saída da placenta (dequitação), sem puxá-la,
guarde-a em um saco plástico e a deixe no hospital;
13. Cubra a região vaginal com absorvente higiênico após a
dequitação;
14. Oriente a mãe a estender as pernas e uní-las, sem
apertá-las;
15. Faça massagens circulares no sentido horário no
abdômen da mãe, na região do útero, para reduzir a
hemorragia puerperal;
16. Caso não haja restrições, estimule a mãe a amamentar o
RN o quanto antes (esse método reduz a hemorragia
puerperal);
17. Considere fornecimento de oxigênio para o RN e à mãe;
18. Avalie e classifique o RN na escala APGAR 1 minuto
após o nascimento, repita isto após 5 e 10 minutos,
mesmo durante o transporte;
 Se o cartão pré-natal informar a presença de doença infecto-contagiosa ou
risco de galactosemia (intolerância ao leite), ou se não houver cartão pré-natal,
não estimule o aleitamento materno
b. Parto anormal
i. Sinais e sintomas
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1. Apresentação pélvica do RN no ato do parto (as nádegas
ou
ambos
os
membros
inferiores
apresentam-se
primeiro);
2. Apresentação invertida (nasce um braço ou uma perna
primeiro);
3. Prolapso do cordão umbilical;
4. Presença de mecônio no líquido amniótico;
5. Nascimento múltiplo;
6. Crise convulsiva no trabalho de parto;
7. Parto prematuro;
8. Natimorto;
ii. Conduta
1. Segue-se conduta similar à assistência ao parto normal;
2. Aguarde o parto progredir naturalmente sem jamais puxar
o RN;
3. Em parto pélvico, caso a cabeça do RN não saia até 3
minutos após a saída das nádegas e tronco, deve-se criar
uma via respiratória para o RN; a mãe permanece na
posição semelhante ao parto normal;
4. Quando há apresentação de um dos membros primeiro, a
mãe deverá ser colocada de joelhos e apoiada sobre o
tórax (posição genupeitoral). Isso aliviará a pressão no
feto e no cordão umbilical; Não puxe o membro nem
tente empurrá-lo para dentro da vagina novamente.
5. Em caso de prolapso do cordão, mantenha a mãe na
posição genupeitoral, crie uma via respiratória para o RN
e cubra o cordão com compressa úmida em soro
fisiológico 0,9%;
6. Em nascimentos múltiplos, a conduta será a mesma que
em parto normal, devendo-se clampear e cortar o cordão
umbilical do primeiro RN antes do nascimento do
próximo;
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a. Nascimento de prematuros também tem conduta
semelhante ao parto normal, ressaltando-se a
necessidade de se aquecer o RN;
b. Em caso do RN nascer com PCR, inicie as
manobras de RCP conforme P 206, exceto se for
um caso de natimorto (bolhas, odor forte e
desagradável, etc.);
c. Em todos os casos, mantenha administração de O2
para a mãe;
d. Dê apoio emocional à mãe;
e. Monitorar sinais vitais e nível de consciência da
mãe e do RN;
c. Hemorragia pré-parto
i. Sinais e sintomas
1. Surgimento
de
hemorragia
vaginal
excessiva
(metrorragia) antes do momento do parto;
2. Indícios de estado de choque (fraqueza, tonteira, sede,
ansiedade, taquipnéia, taquicardia, pele pálida, fria e
úmida, etc.);
3. Ausência de movimentação fetal;
ii. Conduta
1. Posicionar a gestante em decúbito lateral esquerdo;
2. Manter as vias aéreas pérvias;
3. Administre oxigênio em caso de sinais de estado de
choque;
4. Aquecer a vítima com manta aluminizada em caso de
grandes hemorragias;
5. Cubra a região vaginal com absorvente higiênico (não se
deve introduzir nada no canal vaginal);
6. Não ofereça nada para a gestante ingerir;
7. Monitorar sinais vitais e nível de consciência;
d. Aborto
i. Sinais e sintomas
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1. Cólica, dor e contrações abdominais;
2. Hemorragia vaginal excessiva (metrorragia);
3. Saída de fragmentos de tecidos do feto pelo canal
vaginal;
4. Indícios de estado de choque (hipotensão, fraqueza,
tonteira, sede, ansiedade, taquipnéia, taquicardia, pele
pálida, fria e úmida, etc.);
ii. Conduta
1. Posicionar a gestante em decúbito lateral esquerdo;
2. Manter as vias aéreas pérvias;
3. Administrar oxigênio em caso de sinais de estado de
choque;
4. Aquecer a vítima com manta aluminizada em caso de
grandes hemorragias;
5. Cubra a região vaginal com absorvente higiênico (não se
deve introduzir nada no canal vaginal);
6. Não oferecer nada para a vítima ingerir;
7. Dar apoio emocional;
8. Caso saia algum tecido fetal, guardá-lo em saco plástico e
levá-lo para o hospital junto com a mãe;
9. Monitorar sinais vitais e nível de consciência;
 Em caso de suspeita de aborto provocado, deve-se considerar sinais e
sintomas de intoxição exógena e tratá-la conforme P 309.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
 Para se criar uma via respiratória para o RN (parto pélvico ou prolapso de
cordão umbilical), coloque uma das mãos dentro da cavidade vaginal, com a
palma da mão voltada para a face do RN. Coloca-se, então, o dedo indicador
do lado de uma narina e o dedo médio do lado da outra narina.
 A outra mão do socorrista deverá apoiar o corpo do RN para preservar a sua
coluna cervical
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P 307 – ABDOME AGUDO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Reconhecimento
i. Dor abdominal de aparecimento súbito e não traumático
geralmente referenciado como a queixa principal do paciente.
b. Sinais e sintomas
i. Dor referida em todo abdome ou em região específica
ii. Palidez acentuada
iii. Náuseas e vômitos
iv. Taquicardia ou Bradicardia
v. Taquipnéia ou Dispnéia
vi. Sudorese fria
vii. Febre (entre 37,5 ºC a 40ºC.)
viii. Dor abdominal à palpação no exame físico
ix. Abdome contraído, globoso ou escavado
x. Defesa muscular abdominal no exame físico
c. Conduta
i. Administre O2
ii. Mantenha o paciente em posição de conforto (decúbito dorsal,
semi-reclinado ou posição fetal)
iii. Aqueça o paciente
iv. Ofereça apoio emocional
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
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P 308 – EMERG. PSIQUIÁTRICAS E COMPORTAMENTAIS
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Conduta
i. Determine se a cena é segura. Se não, afaste-se e solicite apoio
de outras Gu BM, PMMG, SAMU (USA), etc
ii. Tente estabelecer um diálogo com o paciente
iii. Dialogue com técnica:
1. Use um tom calmo, direto e enfático;
2. Apresente claramente os limites e opções do paciente;
3. Respeite seu espaço pessoal;
4. Evite olhar direto nos seus olhos;
5. Não adote uma postura de confronto;
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Considere outras causas de comportamento anormal
i. Hipóxia, hipoperfusão, hipoglicemia;
ii. Abuso de álcool ou drogas;
iii. AVC, TCE, estágio pós-comicial, etc
 Solicite suporte avançado, se disponível, para proceder à contenção
farmacológica se o paciente estiver agitado, não cooperativo ou violento.
b. Conduta
i. Contenha mecanicamente o paciente apenas se for necessário.
Utilize ataduras ou outro meio que não cause lesões para
imobilizar o paciente na maca somente se o mesmo oferecer
perigo para si, para a Gu BM e para outras pessoas.
ii. Não use prancha longa se não houver trauma que a justifique.
Deite o paciente na maca central da UR e nela imobilize os
quatro membros. Após, confirme se não há prejuízo para a
respiração e circulação.
iii. Se o paciente está cuspindo na Gu BM posicione uma máscara
de tecido (EPI) na face dele.
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iv. Coloque o paciente em uma posição de conforto, se possível.
v. Não coloque o paciente em posição prona (decúbito ventral) na
maca.
 Se após a contenção mecânica o paciente permanece agitado ou violento,
ofereça O2 em máscara facial. Considere hipóxia.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
a. Mantenha a contenção mecânica durante o transporte.
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. Relate no RAPH / REDS as razões pelas quais foi necessária a
contenção mecânica do paciente
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P 309 – ENVENENAMENTO E INTOXICAÇÃO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Promova a segurança da cena
i. Não entre em locais confinados ou com atmosfera tóxica sem
EPI;
ii. Tente identificar a substância tóxica;
iii. Solicite apoio, se necessário
iv. Proceda ao IFC.
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas
i. Tonturas;
ii. Náuseas;
iii. Cefaléia;
iv. Vômitos;
v. Formação excessiva de saliva ou espuma na boca;
vi. Estado mental alterado, podendo chegar à inconsciência;
vii. Alterações pupilares (contraída ou dilatada);
viii. Dor abdominal;
ix. Aumento da freqüência cardíaca;
x. Padrões respiratórios anormais e dispnéia;
xi. Espasmos musculares;
xii. Erupção cutânea;
xiii. Lacrimejamento;
xiv. Diarréia;
xv. Podem ocorrer pruridos e ardência na pele;
xvi. Vermelhidão cutânea;
xvii. Choque anafilático.
b. Conduta
i. Mantenha as vias aéreas pérvias;
ii. Forneça O2 em alta concentração se o nível de consciência
estiver alterado, encurtamento da respiração, dificuldade
respiratória ou paciente tossindo.
iii. Considere acionar o SAV, se disponível;
iv. Determine:
1. O que – especifique a toxina e a quantidade envolvida
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a. Se possível, leve com segurança para o hospital
frasco do comprimido envolvido;
b. Não transporte
medicamentos.
“produtos perigosos”,
apenas
2. Quando – tempo de exposição;
3. Por quê – a causa da exposição (acidente, etc)
4. Onde – identifique o ambiente da exposição (local
confinado, indústria, silos, plantações, etc).
v. Trate toxinas específicas baseado em cuidados específicos
1. Substâncias ingerível
a. Não dê nada para o paciente beber;
b. Não induza vômito;
2. Substâncias inaláveis
a. Retire o paciente do ambiente tóxico (usando EPI);
b. Trate os sintomas: vômito, tosse, decréscimo do
nível de consciência, etc;
c. Ventile, se necessário;
d. Monitore com oxímetro de pulso, exceto em caso
de intoxicação por monóxido de carbono ou
cianeto, em que a leitura é falsa. Ver P 603.
3. Substâncias absorvíveis
a. Remova as roupas contaminadas;
b. Lave a área contaminada copiosamente, ao menos
por 20 min e continue em rota para o hospital;
i. Líquidos – lave abundantemente, mas sem
contaminar áreas corporais não afetadas;
ii. Pós – usando EPI, raspe os resíduos da
pele e lave com água abundante o que
permanecer;
1. Olhos expostos a líquidos ou pós –
lave o olho afetado com soro
fisiológico abundantemente, do nariz
para a orelha.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
a. Transporte o paciente na posição semi-reclinado ou sentado, se
possível
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
Módulo 300 – Emergências Clínicas
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52
P 310 – ABUSO DE ÁLCOOL E DROGAS
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Sinais e sintomas
i. Depressão do sistema nervoso (sonolência, coma, letargia e
diminuição da resposta à dor);
ii. Tremores (principalmente se a vitima esta sofrendo de
abstinência), abstinência acompanhada à dor;
iii. Problemas digestivos que incluem gastrite, vômito, sangramento
e desidratação;
iv. Respiração excessivamente lenta ou ausente, crises convulsivas
do tipo grande mal;
v. Delirium tremens;
vi. Distúrbios visuais, confusão mental e falta de coordenação
muscular;
vii. Comportamento desinteressado;
viii. Perda de memória e alucinações (vultos e vozes).
ix. Odor característico ( no caso de álcool).
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Conduta
i. Geral – Para todos os pacientes
1. Fique alerta para obstrução de vias aéreas e problemas
respiratórios
2. Esteja pronto para aspirar e permeabilizar vias aéreas se
o paciente perder a consciência, entrar em crise
convulsiva ou vomitar.
3. Auxilie o paciente durante o vômito, lateralizando-o e
aspirando-o.
4. Previna o choque. Ofereça O2 e aqueça o paciente.
ii. Paciente consciente
1. Chame o paciente pelo nome
2. Identifique e trate a queixa principal
3. Posicione o paciente na posição de segurança (sentado
ou lateralizado) para evitar a aspiração de vômito.
4. Não deixe o paciente ferir a si mesmo.
5. Fique alerta à mudança de comportamento.
Módulo 300 – Emergências Clínicas
Aprovado em 09/04/2012
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53
iii. Paciente inconsciente
1. Proceda a avaliação do paciente conforme P 101;
2. Examine os bolsos da vítima e ao seu redor para procurar
evidências de medicamentos, que podem complicar o
quadro de forma significativa.
3. Forneça SBV
iv. Paciente em overdose
1. Esteja preparado para uma parada cardíaca. Monitore os
sinais vitais constantemente; sua prioridade principal é
manter as vias aéreas desobstruídas.
2. Não entre em pânico; trate a vítima com calma. Se ela
estiver inalando uma substância tóxica ou estiver em
perigo iminente, retire-a do local.
3. Se o paciente estiver consciente, tente sentá-lo ou deitálo. Não tente contê-lo, a não ser que ela represente uma
ameaça.
4. Estabilize e, mantenha as vias aéreas desobstruídas.
Remova qualquer corpo estranho da boca ou da garganta
que possa ameaçar a respiração, incluindo próteses
dentárias, sangue, muco ou vômito.
5. Administre respiração artificial, se necessário.
6. Monitore os sinais vitais freqüentemente; vitimas de
overdose podem estar conscientes em um dado momento
e entrar em coma em seguida. Em caso de complicações
respiratórias ou cardíacas, trate imediatamente qualquer
condição que ponha a vida da vítima em risco.
7. Fique alerta às reações alérgicas.
8. Reduza os estímulos ao máximo; diminua a iluminação e
leve-o para o hospital de referência.
9. Explique com cuidado cada etapa de tratamento para
ajudar a reduzir a paranóia.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. TRANSPORTE
a. Conduta
i. Pacientes conscientes sem suspeita de TRM devem ser
conduzidos na posição semi-sentado.
ii. Pacientes inconscientes e/ou com suspeita de TRM devem ser
transportados na posição supina;
iii. O paciente deve realizar o mínimo de esforço. Sempre que for
necessário movimentá-lo, os socorristas devem fazê-lo.
Módulo 300 – Emergências Clínicas
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54
iv. Mesmo em caso de solicitação de SAV, o transporte deve ser
iniciado imediatamente. A Unidade de Resgate deverá ser
interceptada pelo suporte avançado.
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. Informe qualquer sinal de sangue no vômito (sangue vermelhovivo no vômito pode ser sinal de ruptura de vasos sanguíneos no
estômago ou no esôfago).
Módulo 300 – Emergências Clínicas
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MÓDULO 400
- Traumas -
Módulo 400 – Traumas
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P 401 – TRAUMA CRÂNIO-ENCEFÁLICO (TCE)
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas
i. Cortes profundos ou lacerações no couro cabeludo;
ii. Inconsciência ou redução do nível de consciência (Escala de
Coma de Glasgow – ECG);
iii. Exposição de massa cefálica;
iv. Ferimento penetrante na cabeça (arma de fogo, arma branca,
objetos encravados);
v. Edema, saliências, deformidade ou fragmentos ósseos na
superfície craniana;
vi. Sinal de Guaxinim (hematoma periorbitário) ou Sinal de Battle
(equimose retro-auricular);
vii. Diâmetros pupilares desiguais (anisocoria);
viii. Pupilas com reação lenta ou nula à luz
ix. Sangramento pelo nariz (rinorragia) e/ou pelos ouvidos
(otorragia) ou saída de líquor (fluido claro) também pelos
ouvidos ou nariz;
x. Fraqueza (paresias) ou formigamento (parestesias) em um lado
do corpo;
xi. Alteração dos sinais vitais;
xii. Náuseas e vômito, quando conjugados com os outros
sinais/sintomas específicos do TCE
xiii. Crise convulsiva quando conjugada com outros sinais/sintomas
específicos;
xiv. Cefaléia e/ou dor no local da lesão.
b. Conduta
i. Estabilização cervical manual/mecânica
ii. Manter as vias aéreas pérvias. Em vítimas inconscientes, com
controle cervical (chin-lift, jaw-trust ou jaw-lift);
iii. Utilizar cânula orofaríngea (COF) em vítimas com ECG ≤ 8, sem
reflexo de vômito;
iv. Administrar oxigênio com máscara facial e bolsa reservatória
com vazão superior a 10 l/min;
v. Aspirar orofaringe em caso de vômito e/ou hemorragias nas vias
aéreas superiores (rinorragia e/ou otorragia);
vi. Controlar hemorragias com curativos oclusivos;
Módulo 400 – Traumas
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57
vii. Estabilizar objetos encravados com compressas volumosas sem
removê-los;
viii. Não impedir saída de líquor e/ou sangue do nariz (rinorragia) ou
ouvidos (otorragia);
ix. Aquecer a vítima com manta aluminizada;
x. Considerar estado de choque;
xi. Monitorar sinais vitais e nível de consciência (Escala de Coma
de Glasgow)
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Módulo 400 – Traumas
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P 402 – TRAUMA RAQUIMEDULAR (TRM)
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. São eventos presumivelmente relacionados à TRM
i. Ejeção do veículo;
ii. Morte de outro passageiro do mesmo veículo;
iii. Queda superior a 1 metro de altura ou 5 degraus de uma
escada, especialmente se cabeça e/ou dorso colidem com
superfície rígida;
iv. Capotamento de veículo;
v. Colisão a alta velocidade;
vi. Atropelamento;
vii. Acidente com motocicletas e bicicletas;
viii. Inconsciência ou alteração do estado mental após trauma;
ix. Trauma penetrante na cabeça, tórax ou abdome.
x. Mergulho em água rasa
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas
i.
Lesões ocultas - relacione o local com o paciente e avalie a
transferência de energia;
ii.
Histórico de lesão ou anormalidade na coluna;
iii.
Trauma significativo acima das clavículas;
iv.
Perda de sensibilidade em extremidades;
v.
Paralisia (perda de movimento ou função) de membro;
vi.
Fraqueza ou paresia de extremidades
vii.
Dor na região cervical
viii.
Sinais e sintomas de paraplegia e tetraplegia;
ix.
TCE;
x.
Hipotensão mesmo após infusão venosa (choque neurogêncio)
xi.
Priapismo
b. Conduta
i.
Mantenha a coluna cervical imobilizada. Primeiro manualmente,
depois por meio do bashaw ou KED e prancha longa;
ii.
Aplique o colar cervical do tamanho apropriado;
iii.
Imobilize na posição encontrada se:
1. Resistência
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2. Espasmos dos músculos do pescoço
3. Aumento da dor
4. Parestesia (formigamento) durante o posicionamento do
pescoço
5. Comprometimento das vias aéreas ou respiração
iv. Mantenha a via aérea pérvea, assista a respiração, avalie a
circulação e proceda as intervenções se necessário;
v. Administre O2 conforme P 604;
vi. Imobilize inicialmente com o Ked se o paciente estiver sentado;
após, imobilize-o em prancha longa;
vii. Imobilize o paciente em prancha longa se o mesmo estiver em pé
ou deitado;
viii. Não eleve as pernas do paciente, nem a prancha longa, ainda
que em estado de choque;
ix. Aqueça o paciente.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
a. Reavalie continuamente.
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
a. Comunique o hospital de referência a respeito da chegada de
paciente instável com TRM.
 Em crianças pequenas utilize coxins sob suas costas para manter a coluna
cervical na posição neutra.
 Não utilize KED em pacientes encarcerados instáveis. Faça retirada rápida.
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P 403 – TRAUMA TORÁCICO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas
i. Dor localizada em segmento do tórax;
ii. Dor em inspiração profunda;
iii. Edema, saliências, deformidade ou fragmentos ósseos na
região torácica;
iv. Movimento paradoxal na ventilação quando há tórax instável
(duas ou mais costelas adjacentes são fraturadas, em pelo
menos dois pontos);
v. Dilatação das veias jugulares – no pneumotórax hipertensivo;
vi. Dificuldade respiratória (dispnéia);
vii. Padrões anormais de ventilação (taquipnéia, bradipnéia,,ou
respiração superficial - que são movimentos respiratórios
curtos, etc.)
viii. Coloração azulada (cianose) dos lábios e extremidades;
ix. Desvio de traquéia – no pneumotórax hipertensivo;
x. Saída de bolhas (ar e sangue) em ferimentos abertos no
tórax e nas vias respiratórias;
xi. Vítima reclama de gosto de “ferrugem” na boca (hemorragia
interna) a até a eliminação de sangue por meio da tosse;
xii. Formigamento (parestesias) em extremidades;
xiii. Diminuição do murmúrio vesicular.
b. Conduta
i. Estabilização cervical manual/mecânica;
ii. Manter as vias aéreas pérvias. Em vítimas inconscientes,
considerar abertura das vias com controle cervical (chin-lift,
jaw-trust ou jaw-lift);
iii. Caso não haja indícios de TCE/TRM, elevar a cabeceira da
maca (posição de ortopnéia);
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iv. Considere assistência ventilatória com uso de BVM;
v. Aspire orofaringe e narinas em caso de vômito e/ou
hemorragias nas vias aéreas superiores (rinorragia e/ou
otorragia);
vi. Utilize cânula orofaríngea (COF) em vítimas inconscientes e
ECG ≤ 8, sem reflexo de vômito;
vii. Estabilize objetos encravados com compressas volumosas
sem removê-los, conforme P 407;
viii. Em trauma aberto, aplique “curativo oclusivo de três lados”
com material impermeável;
ix. Em tórax instável (afundamento de tórax) aplique curativo
volumoso, que inclua o segmento lesado;
x. Estabilize o segmento instável (que se move paradoxalmente
durante as respirações) por meio de curativos volumosos
afixados com esparadrapos ou bandagens;
xi. O curativo não deve impedir a expansão torácica;
Forneça O2, conforme P 604 e previna o estado de choque.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO.
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P 404 – TRAUMA ABDOMINAL
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas
i. Vômito contendo sangue (hematêmese);
ii. Trauma (aberto, fechado, penetrante) no abdômen;
iii. Objetos encravados no abdômen;
iv. Rigidez e/ou dor abdominal;
v. Hemorragia vaginal ou pelo reto;
vi. Exposição de órgãos da parede abdominal (evisceração);
vii. Indícios de estado de choque (fraqueza, tonteira, sede,
ansiedade, taquipnéia, taquicardia, pele pálida, fria e úmida etc.)
sem causa aparente;
b. Conduta
i. Posicione a vítima em posição supina, sempre que possível;
ii. Mantenha as vias aéreas pérvias;
iii. Administre oxigênio em caso de sinais de estado de choque;
iv. Aqueça a vítima com manta aluminizada;
v. Em ferimentos abertos sem evisceração, controle a hemorragia
com curativo compressivo;
vi. Em ferimentos abertos com evisceração, cubra os órgãos
exteriorizados com compressa úmida (com soro fisiológico
0,9%) e cubra esta compressa com plástico estéril para reter o
calor;
vii. Estabilize objetos encravados com compressas volumosas sem
removê-los;
viii. Não ofereça nada para a vítima ingerir;
ix. Remova roupas molhadas (água, sangue, etc.) da vítima para
prevenir hipotermia;
x. Monitore sinais vitais e nível de consciência.
 Jamais tente recolocar as vísceras expostas dentro da cavidade abdominal
devido ao risco de infecção e de morte.
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3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
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P 405 – TRAUMA PÉLVICO E GENITAL
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas:
i. Queixa de dor na pelve;
ii. Edema progressivo, escoriações e hematomas na pelve;
iii. Ferimentos pélvicos abertos com evidências de fratura;
iv. Deformidade pélvica;
v. Rotação do membro inferior (interno ou externo);
vi. Presença de sangue na urina (hematúria);
vii. Crepitação à palpação;
viii. Hipotensão sem causa aparente;
ix. Outros indícios de estado de choque sem causa aparente;
x. Objetos encravados na pelve;
xi. Hemorragia vaginal ou pelo reto.
b. Conduta
i. Posicione a vítima em decúbito dorsal, sempre que possível;
ii. Mantenha as vias aéreas pérvias;
iii. Forneça oxigênio conforme P 604;
iv. Realize palpação suave na pelve durante a avaliação física
(latero-lateral, antero-posterior e em sínfise púbica).
v. Em ferimentos abertos sem evisceração, controle a hemorragia
com curativo compressivo;
vi. Em ferimentos abertos com evisceração, cubra os órgãos
exteriorizados com compressa úmida (com soro fisiológico
0,9%) e cubra esta compressa com plástico estéril para reter o
calor;
vii. Estabilize objetos encravados com compressas volumosas sem
removê-los;
viii. Em caso de hemorragia vaginal, cubra-a com absorvente
higiênico (não se deve introduzir nada no canal vaginal);
ix. Remova roupas molhadas (água, sangue, etc.) da vítima para
prevenir hipotermia;
x. Aqueça a vítima com manta aluminizada;
xi. Não ofereça nada para a vítima ingerir;
xii. Monitore sinais vitais e nível de consciência;
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xiii. Com indícios de fratura pélvica, utilize um cobertor enrolado (ou
equivalente) entre as pernas do paciente, desde a virilha ate os
pés, e amarre-o com bandagens, podendo ser duas abaixo do
joelho (pernas) e duas acima (coxas), começando da
extremidade para o interior;
 O exame físico da pelve (que é feito com palpações suaves) deve ser
realizado somente uma vez, pois repetidas exames podem agravar a situação
da vítima
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
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P 406 – CHOQUE ELÉTRICO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Conduta
i. Garanta a segurança de todos os envolvidos na cena;
ii. Desligue a fonte de energia ou afaste o paciente (com
segurança) desta fonte, antes de iniciar o atendimento;
iii. Acione outros órgãos, se necessário (concessionárias de
energia, Policia Militar, etc.).
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Efeitos da corrente elétrica no corpo:
i. Alteração do nível de consciência;
ii. Dispnéia;
iii. Lesões associadas com trauma (quedas, ejeções, etc.);
iv. Queimaduras;
v. Laceração;
vi. Amputação traumática;
vii. Hemorragia decorrente de lesões associadas;
viii. Parada Cardiorrespiratória.
b. Conduta
i. Mantenha vias aéreas pérvias;
ii. Monitore o esforço respiratório e esteja preparado para
assistência ventilatória;
iii. Se necessário, forneça oxigênio, conforme P 604;
iv. Se possível, localize o ponto de entrada e de saída da corrente
elétrica (para posterior tratamento da lesão);
v. Avalie a queimadura, se houver, e a trate conforme P 411;
vi. Previna estado de choque;
vii. Trate parada cardiorrespiratória, caso haja, conforme Módulo
200;
viii. Trate as lesões potencialmente associadas ao choque elétrico
conforme os protocolos específicos (fraturas, hemorragias, TCE,
TRM, etc.).
 Choques elétricos podem causar parada cardiorrespiratória. Mesmo que o
paciente pareça estável, esteja preparado para complicações que envolvam
vias aéreas ou circulação. Monitore o paciente com DEA.
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 Não toque na vítima antes que o circuito tenha sido interrompido.
 Em choques elétricos, nem sempre as queimaduras são o problema mais
grave. Arritmias cardíacas, danos ao Sistema Nervoso Central (SNC), traumas
a órgãos internos e ate mesmo fraturas podem ocorrer.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
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P 407 – FERIMENTOS ESPECÍFICOS
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Amputação
i. Sinais e sintomas
1. Evidente falta do membro
2. Dor no membro amputado (dor fantasma)
3. Sangramento excessivo, discreto ou ausente
ii. Conduta
1. Ponha o paciente deitado, em uma posição de conforto,
se não há suspeita de TRM;
2. Limpe a superfície do coto do membro amputado, mas
não esfregue;
3. Nunca complete uma amputação parcial;
4. Contenha a hemorragia, conforme P 408;
5. Coloque o membro amputado, ou parte dele em um
recipiente envolto com gaze estéril embebida com soro
fisiológico ou Ringer Lactato dentro de um recipiente
estéril (de preferência);
6. Não coloque a parte amputada em contato direto com
gelo;
7. Não imersa a parte amputada diretamente em solução
salina;
8. Coloque o recipiente com o membro amputado dentro de
outro recipiente com gelo, mas não use gelo seco;
9. Imobilize a parte amputada para evitar lesões adicionais;
10. Transporte a parte amputada com o paciente;
11. Trate o choque e ministre O2;
 O transporte do paciente não deve ser atrasado para se procurar a parte
amputada. Oriente quem ficou na cena de como preservar e encaminhar a
parte amputada para o hospital de referência.
b. Avulsão
i. Sinais e sintomas
1. Ferimento em que parte de tecidos é arrancada do corpo;
2. Dor e hemorragia intensa;
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ii. Conduta
1. Adote os mesmos procedimentos para amputação
c. Ferimentos abertos: laceração, escoriação, incisão e punção
i. Sinais e sintomas
1. Sangramento e dor local ou irradiando (conforme local e
profundidade);
ii. Conduta
1. Exponha a ferida, retire ou corte as roupas do paciente;
2. Limpe a superfície ferida. Retire objetos sólidos macro, de
preferência com pinça, mas não tente desbridamento
nem lavá-la.
3. Controle a hemorragia, conforme P 408;
4. Mantenha o paciente deitado e calmo. Não aumente a
circulação.
5. Previna o choque e forneça oxigênio.
d. Objetos encravados e empalados
i. Sinais e sintomas
1. Objetos encravados são aqueles que penetram a pele e
se fixam criando orifícios não naturais ao corpo.
2. Objetos empalados são aqueles que penetram por
orifícios naturais do corpo e nele permanecem.
ii. Conduta
1. Objetos encravados na bochecha com hemorragia
profusa ou dificultando a respiração
a. Remova objetos encravados se isto puder ser feito
sem resistência;
b. Se objeto estiver em estruturas mais profundas
(palato, e.g) imobilize-o no lugar;
c. Mantenha vias aéreas abertas, facilitando a
drenagem da boca.
d. Contenha hemorragia com compressa entre os
dentes e a bochecha e faça curativo externamente;
e. Considere a possibilidade de dentes soltos e
outros objetos sólidos na boca do paciente e os
retire;
f. Prepare-se para realizar aspirações.
2. Objetos encravados no olho
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a. Estabilize o objeto com curativo estéril e rolos de
ataduras. Cubra-o com um copo firmemente fixado
para impedir toques e movimentações.
b. Cubra o olho não afetado;
c. Previna o estado de choque e forneça O2
d. Dê suporte emocional ao paciente.
3. Objetos encravados / empalados em outros locais (que
não o olho e a bochecha)
a. Estabilize o objeto com curativo volumoso;
b. Não remova o objeto, a menos que esteja
impedindo a RCP;
c. Previna o estado de choque e forneça O2;
d. Dê suporte emocional ao paciente.
4. Objeto estacionário ou fixo encravado / empalado
a. Se possível, tente cuidadosamente cortar o objeto;
b. Se não possível cortar, tente transportá-lo com o
paciente;
c. Se não possível transportar nem cortar, tente
retirá-lo devagar. Acione o SAV, se disponível.
d. Imobilize o objeto com curativo volumoso.
 Em caso de objeto encravado no tórax, que presumivelmente atingiu o
coração, que esteja movimentando-se de forma rítmica, conforme os
batimentos cardíacos, não o imobilize. Deixe-o “pulsar” com o coração.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
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P 408 – HEMORRAGIA
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Hemorragia interna
i. Sinais e sintomas
1. Sangramento por orifícios naturais do corpo
2. Vômito com sangue (hematêmese) ou tosse contendo
sangue (hemoptise);
3. Trauma (aberto, fechado, penetrante) em tórax, abdômen
ou pelve;
4. Rigidez e/ou dor abdominal;
5. Hemorragia vaginal (metrorragia) ou pelo reto;
6. Fraturas em ossos longos;
7. Indícios de estado de choque (fraqueza, tonteira, sede,
ansiedade, taquipnéia, taquicardia, pele pálida, fria e
úmida, hipotensão, alteração da consciência, etc.) sem
causa aparente.
ii. Conduta
1. Posicionar a vítima em decúbito dorsal;
2. Manter as vias aéreas pérvias;
3. Administrar oxigênio conforme P 604;
4. Aquecer a vítima com manta aluminizada;
5. Remover roupas molhadas (água, sangue, etc.) da vítima
para prevenir hipotermia;
6. Imobilizar fraturas, caso haja, o quanto antes para reduzir
lesões internas, conforme P 409;
7. Não oferecer nada para a vítima ingerir;
8. Monitorar sinais vitais e nível de consciência;
b. Hemorragia externa
i. Sinais e sintomas
1. Perda sanguínea (arterial, venosa ou capilar) que saem
de pontos de ruptura de tecidos, de origem traumática;
2. Presença de sangue de coloração vermelho vivo,
geralmente em jatos sincrônicos (hemorragia arterial);
3. Presença de sangue de coloração vermelho escuro
inicialmente com saída contínua (hemorragia venosa);
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4. Presença de sangue de coloração de intensidade
intermediaria aos anteriores, mas com escoamento lento
(hemorragia capilar);
ii. Conduta
1. Faça compressão
bandagem;
direta
com
compressa
seca
e
2. Conjugue a elevação do membro com compressão direta,
caso esta não tenha sido suficiente (exceto em suspeita
de fraturas e TRM);
3. Conjugue a compressão indireta (artéria braquial ou
femoral) com os métodos anteriores, caso os mesmos
não tenham sido suficientes;
4. Utilize o torniquete apenas nos casos de risco de morte,
mesmo que sua aplicação aumente o risco de perder o
membro onde foi instalado, da seguinte forma:
5. Utilize torniquete (com manguito do esfigmomanômetro
ou bandagem não estreita – ao menos 5 cm)
a. Coloque o torniquete imediatamente proximal do
local da lesão;
b. Uma vez administrado o torniquete não o afrouxe
mais;
c. Mantenha o torniquete exposto;
d. Anote o horário de administração e informe aos
profissionais de saúde no hospital.
6. Em hemorragia aguda, deve-se sobrepor as compressas
sem a remoção da anterior;
7. Administre oxigênio conforme P 604.
8. Aqueça a vítima com manta aluminizada, em grandes
hemorragias;
9. Em fraturas expostas, deve-se primeiro
hemorragia para depois imobilizar o membro.
conter
a
 O sangue pode ficar retido nas roupas da vítima, no chão, areia, grama, etc)
A vítima pode ter mudado de local, impedindo ao socorrista ver o volume
deixado na cena da hemorragia.
 Não lave a lesão com soro fisiológico, pois isso favorece o aumento ou
retorno da hemorragia. Use compressa seca para remover excesso de detritos
da lesão (sem fricção excessiva)
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
Módulo 400 – Traumas
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73
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE HIPOVOLÊMICO HEMORRÁGICO NO
ADULTO
Classe I
Perda
Sangüínea
700 ml
(ml)
Perda
Sangüínea
Até 15%
(%)
Freqüência
de
< 100
Pulso
Pressão Arterial
Freqüência
Respiratória
Estado Mental
Módulo 400 – Traumas
Classe II
750 - 1500 ml
Classe III
Classe IV
1500 - 2000
> 2000 ml
ml
15 -30%
30-40%
> 40%
Entre 100 -120
>120
>140
Normal
Normal
Diminuída
(PA sistólica)
Muito
Diminuída
14-20
20-30
30-40
>35
Ansiedade
Leve
Ansiedade
Moderada
Ansioso
e Confuso
Ansioso
Letárgico
e
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P 409 – LESÕES MÚSCULO ESQUELÉTICAS
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Conduta
i. Assegure vias
adequadas.
aéreas
pérvias,
respiração
e
circulação
ii. Mantenha a cabeça e coluna cervical imobilizadas manualmente,
em caso de mecanismo de lesão significativo, conforme P 101,
ou suspeita de TRM.
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Procedimentos comuns a todos os tipos de lesões
i. Manualmente imobilize a articulação acima e abaixo do local
lesionado;
ii. Avalie pulso, motricidade e sensibilidade distais antes de aplicar
talas de imobilização.
 Considere todo ferimento aberto próximo a local de lesão músculo
esquelética como possível fratura aberta.
iii. Remova ou corte as roupas do membro lesionado;
iv. Remova relógio e jóias da extremidade afetada;
v. Trate hemorragia, se presente. Não faça excessiva compressão.
vi. Se houver edema, pode ser aplicado indiretamente gelo ou
compressa fria no local.
vii. Imobilize o membro lesionado conforme as seguintes diretrizes:
1. Ossos longos
a. Se o osso está angulado ou a extremidade distal
está cianótica ou sem pulso tente alinhar o
membro, aplicando tração manual antes de
imobilizar com talas. Se houver resistência,
imobilize na posição encontrada.
 Imobilize fratura exposta (com exposição óssea visivel) na posição
encontrada
b. Meça a tala e a aplique, imobilizando o membro e a
articulação acima e abaixo do local lesionado;
c. Mantenha o pé e a mão em posição funcional
(neutra);
d. Revalie pulso, motricidade e sensibilidade distais
depois de aplicar talas de imobilização.
2. Lesões nas ou próximo às articulações
a. Aplique estabilização manual;
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75
b. Avalie pulso distal antes e depois da aplicação da
tala;
c. Imobilize o membro na posição encontrada;
d. Imobilize uma articulação acima e outra abaixo do
local lesionado;
b. Aplicação da tala de tração de fêmur
i. Indicação
1. Fraturas fechadas em terço médio (diáfise) do fêmur.
ii. Contra-indicação
1. Fraturas de fêmur associadas a
a. Fraturas em extremidades;
b. Lesões envolvendo o joelho;
c. Lesões envolvendo pelve, ou glúteos;
d. Amputação parcial ou avulsão com separação
óssea no membro;
e. Lesões em perna, pé ou tornozelo;
2. Esmagamento de músculo da coxa e/ou fêmur;
3. Fratura aberta do fêmur.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
 Somente utilize a tala de tração de fêmur se não houver outra (tala rígida)
disponível.
 Trate o choque.
 Administre O2 conforme P 604.
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76
P 410 – LESÕES NA CABEÇA E PESCOÇO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Lesões nos olhos
i. Conduta
1. Cubra os olhos com curativo oclusivo seco, inclusive o
não afetado;
2. Não lave o ferimento em caso de corte ou objeto
encravado;
3. Estabilize objeto encravado com várias camadas de
gaze/compressas e cubra o objeto com copo plástico, se
disponível, para se evitar o toque no mesmo;
4. Em vítimas inconscientes ou desorientadas, deve-se
prender suas mãos na prancha-longa ou maca para evitar
que possam remover o curativo agravando a lesão;
5. Em caso de avulsão do olho, não tente recolocá-lo na
cavidade orbital;
6. Não faça compressão direta no globo ocular
7. Trate queimaduras conforme P 411.
b. Lesões faciais
i. Conduta
1. Não havendo suspeita de TCE ou TRM, mantenha a
vítima sentada com a cabeça levemente inclinada para
frente, permitindo-se a drenagem de sangue pela boca;
2. Em cortes externos, contenha a hemorragia com curativo
compressivo no local;
3. Em cortes internos, contenha a hemorragia com curativo
compressivo no local, com uma ponta dele para fora da
boca (para facilitar sua retirada se necessário). Deve-se
atentar com o risco de aspiração do curativo;
4. Estando a vítima em prancha-longa, utilize o aspirador
para garantir as vias aéreas pérvias;
5. Remova próteses dentárias;
6. Caso o objeto encravado obstrua as vias respiratórias,
siga P 407;
7. Em avulsão (perda de tecido) use gaze/compressa em
abundância sendo a parte avulsionada guardada em um
plástico estéril ou gaze, preferencialmente resfriados;
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8. Em caso de avulsão de dente em traumas isolados
(acidentes domésticos), transporte o dente avulsionado
em copo com leite (preferencialmente) ou soro fisiológico,
sem tocar na raiz do dente, nem limpá-lo.
c. Lesões em nariz
i. Conduta
1. Não havendo suspeita de TCE ou TRM, ponha a vítima
sentada com a cabeça levemente inclinada para frente,
apertando-se suas narinas, orientando a respirar pela
boca;
2. Mantenha a compressão das narinas pelo tempo
necessário para se controlar a hemorragia;
3. Estando a vítima em prancha-longa, utilize o aspirador
para garantir as vias aéreas pérvias;
4. Estabilize objetos encravados/empalados sem removê-los
e sem obstruir as vias respiratórias;
5. Não oclua as narinas com curativos;
6. Em avulsão (perda de tecido) use compressa em
abundância sendo a parte avulsionada guardada em um
plástico estéril ou gaze, preferencialmente resfriados,
conforme P 407.
d. Lesões em orelhas
i. Conduta
1. Em caso de lesão com hemorragia na orelha, faça
curativo compressivo no local;
2. Em caso de sangramento pelo ouvido (otorragia), faça
curativo frouxo cobrindo toda a orelha, sem impedir a
saída de sangue e líquor;
3. Em lacerações, utilize diversas camadas de compressa
começando atrás da orelha e depois na sua frente;
4. Em avulsão (perda de tecido) use compressa em
abundância sendo a parte avulsionada guardada em um
plástico estéril ou gaze, preferencialmente resfriados.
e. Lesões no pescoço
i. Conduta
1. Mantenha as vias aéreas pérvias;
2. Faça compressão direta no local com a sua mão
enluvada;
3. Aplique a pressão necessária para parar o sangramento,
mas não pressione ambos os lados ao mesmo tempo;
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78
4. Faça curativo oclusivo com material não aspirável através
do ferimento aberto. A borda do curativo deve ultrapassar
ao menos 5 cm da borda do ferimento.
5. Coloque uma bandagem sobre o curativo oclusivo;
6. Não permita que a bandagem obstrua as vias aéreas nem
a circulação do pescoço;
7. Se o mecanismo da lesão puder causar lesão cervical,
imobilize o pescoço com colar cervical.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
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P 411 – QUEIMADURAS
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Verifique o tipo de queimadura
i. Térmicas (pelo frio e pelo calor)
ii. Elétricas
iii. Químicas
b. Mantenha a cena segura. Retire a vítima do ambiente hostil;
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Profundidade da queimadura
i. Primeiro Grau (superficial): atingindo apenas a primeira camada
da pele (epiderme); caracteriza-se por ser uma queimadura
dolorosa, mas que regride em poucos dias. A pele fica
avermelhada.
ii. Segundo Grau (moderada): queimadura mais profunda
(epiderme + derme) causa bolhas (flictenas), eritemas e
manchas e é muito dolorosa.
iii. Terceiro Grau (profunda): pode atingir todas as camadas como
tecido gorduroso, músculos, nervos, vasos, ossos e órgãos;
aparência esbranquiçada, com tecidos negros e sem vida; não
há dor porque as terminações nervosas responsáveis pela
sensibilidade à dor foram também queimadas; nas bordas
poderá haver queimaduras de primeiro e segundo grau.
b. Extensão de uma queimadura – regra dos 9
i. Percentual da superfície corporal
Módulo 400 – Traumas
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80
c. Aspectos da queimadura
i. Primeiro Grau (superficial): seca, rubor, edema mínimo ou
ausente.
ii. Segundo Grau (moderada): flictenas,
(exsudativo), aspecto rosado, edema.
aspecto
húmido
iii. Terceiro Grau (profunda): seca, branca pálida (aspecto de
couro) ou carbonizada, rígida e sem elasticidade, destruição
total de terminações nervosas, folículos pilosos e glândulas
sudoríparas com possível destruição óssea.
d. São queimaduras graves
i. Em mãos, pés, face, virilha, nádegas, coxas, articulações, que
circulem o corpo, que envolvam aparelho respiratório e genitália;
ii. Em vias aéreas (manifestadas por dificuldade respiratória, dor e
pelos nasais chamuscados);
iii. De 2º e 3º graus em mais que 20% da área do corpo;
iv. Queimaduras elétricas;
v. Queimaduras associada a:
1. Idade maior de 55 anos e menor 5 anos;
2. Fraturas em ossos longos;
e. Sinais e Sintomas
i. Primeiro Grau (superficial): dor que suaviza com o frio e
hipersensibilidade;
ii. Segundo Grau (moderada): dor e hipersensibilidade.
iii. Terceiro Grau (profunda): indolor, edema, choque, possibilidade
de porta de entrada e de saída na queimadura elétrica.
 A extensão aparente da lesão tecidual em uma queimadura elétrica, não
reflete com exatidão a gravidade da lesão. Trate sempre como grave.
 Os pacientes queimados podem ter outras lesões e o aspecto da
queimadura não pode desviar a atenção dos socorristas de lesões com risco
de vida.
f. Conduta
i. Exponha o corpo do paciente, removendo as roupas não
aderidas a pele. Corte as roupas aderidas a pele.
ii. Remova anéis, relógios e joalherias;
iii. Determine a área afetada e a profundidade;
Módulo 400 – Traumas
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81
iv. Resfrie a área afetada com soro fisiológico frio, limitando-se a no
máximo 10% da área corporal, para evitar hipotermia (a pele
queimada perde a capacidade de regular a temperatura
corporal);
v. Cubra á área queimada com curativo estéril umedecido com
soro fisiológico ou uso o Kit de Queimaduras da UR;
vi. Raspe pós químicos e lave abundantemente líquidos, ao menos
por 20 min com solução salina e procure saber a natureza
química e o tempo de ação de ambos;
vii. A queimadura deverá ser protegida do ar, do vento e da poeira e
outras sujeiras;
viii. Cubra o olho queimado e o não queimado com compressa de
gaze umedecida com soro fisiológico.
ix. Dedos queimados devem ser separados com gaze;
x. Em queimaduras elétricas verifique sempre dois possíveis locais
de lesão e frequentemente este tipo de queimadura podem levar
a vítima a PCR esteja atento para aplicar RCP;
xi. Não fure nenhuma bolha;
xii. Trate lesões adicionais;
xiii. Previna o estado de choque e forneça O2 conforme P 604;
xiv. Considere acionar SAV, se disponível;
 Cuidado ao resfriar paciente pediátrico. Isso pode acelerar o estado de
choque
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
a. Transporte a um centro de referência;
b. Aqueça o paciente durante o transporte.
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
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P 412 – VIOLÊNCIA SEXUAL
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Conduta
i. Atenção com sua segurança. O agressor pode estar por perto.
ii. Tente preservar a cena do crime para a atuação da perícia.
iii. Socorrista do mesmo sexo da vítima pode melhor se relacionar
com ela se a mesma encontra-se em crise emocional.
iv. Não expresse julgamento da situação. Mantenha uma atitude de
cuidado do paciente.
v. Tanto quanto possível, desencoraje a vítima a trocar de roupa,
lavar-se, urinar e defecar a fim de preservar evidências.
vi. Mantenha o fato sobre estrita confidencialidade.
vii. Tão logo confirme a violência sexual, acione a polícia, se já não
foi feito antes.
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas
i. Alterações emocionais: vítima chorosa;
ii. Lesões faciais com hemorragia profusa são comuns;
iii. Dor e sangramento no local do abuso;
iv. Outras lesões difusas.
b. Conduta
i. Tranqüilize a vítima e forneça apoio emocional;
ii. Administre O2 se indicado;
iii. Trate lesões específicas conforme protocolos específicos;
iv. Havendo sangramento na vagina, faça curativo compressivo.
Não introduza compressa no canal vaginal.
v. Não limpe secreções da área genital e anal.
vi. Administre oxigênio conforme P 604;
vii. Esteja alerta ao choque e trate-o;
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. TRANSPORTE
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. Conduta
Módulo 400 – Traumas
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i. Não relate detalhes do fato ao COBOM / SOU / SOF próximo a
vítima, responsáveis por ela ou parentes;
ii. Relate no REDS / RAPH todos os fatos observados e
tratamentos oferecidos;
iii. Se a vítima for menor de idade, a Unidade deve acionar o
conselho tutelar nos termos do Art. 12 do ECA, se já não foi feito
pelos órgãos policiais.
iv. Se a vítima for idoso, a Unidade deve acionar as autoridades
competentes (Art. 19 do Estatuto do Idoso), se já não foi feito
pelos órgãos policiais:
1. Autoridade policial;
2. Ministério Público;
3. Conselho Municipal do Idoso;
4. Conselho Estadual do Idoso;
5. Conselho Nacional do Idoso.
v. Se a vítima for mulher, além dos encaminhamentos acima,
acionar a autoridade policial, nos termo da Lei Federal Nº
11.340, de 7Ago06 – Lei Maria da Penha, se já não foi feito
pelos órgãos policiais.
 Não tente examinar examinar a área genital e anal, a menos que haja
sangramento abundante a ser contido.
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MÓDULO 500
- Emergências Ambientais -
Módulo 500 – Emergências Ambientais
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P 501 - AFOGAMENTO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Afogamento é a aspiração de líquido não corporal por submersão ou
imersão.
b. Afogamento primário
i. É o tipo mais comum de afogamento. Ocorre o quadro de
asfixia. É encontrado em cerca de 87% dos casos. Não tem
causa precipitante. A vítima apresenta cianose e congestão,
podendo apresentar espuma em boca e nariz.
c. Afogamento Secundário
i. É o afogamento causado por patologia ou incidente associado
que o precipita. Ocorre em 13% dos casos de afogamento.
d. Grau Resgate – ocorre quando a vítima é resgatada da água e não
apresenta tosse ou espuma na boca e/ou nariz.
e. Já cadáver - é a morte por afogamento sem chances de iniciar RCP,
comprovada por tempo de submersão superior a 1 hora ou sinais
evidentes de morte.
f. Classificação do afogamento
Grau
Consciência
Sinais
1
Sim
Tosse sem espuma na boca / nariz
2
Sim
Pouca espuma na boca / nariz
3
Sim
Grande quantidade de espuma na boca /
nariz, com pulso radial
4
Sim
Grande quantidade de espuma na boca /
nariz, sem pulso radial
5
Não
Parada respiratória, com pulso
6
Não
Parada cardiorrespiratória e afogamento
< 1 hora
Afogamento > 1 hora, sinais evidentes de
morte.
JÁ CADÁVER
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas mais comuns e conduta
i. Grau Resgate
1. Sinais e sintomas
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a. Sem tosse, sem espuma na boca/nariz nem
dificuldade na respiração
2. Conduta
a. Avalie e libere do local.
ii. Afogamento Grau 1
1. Sinais e sintomas
a. Tosse sem espuma na boca ou nariz.
2. Conduta
a. Repouso, aquecimento e medidas que visem o
conforto e tranqüilidade do paciente.
b. Não há necessidade
hospitalização.
de
oxigenação
ou
iii. Afogamento Grau 2
1. Sinais e sintomas
a. Pouca espuma na boca e/ou nariz
2. Conduta
a. Oxigênio a 10 litros/min, com máscara de não reinalação
b. Aquecimento corporal, repouso e tranquilização.
c. Encaminhar ao Hospital.
iv. Afogamento Grau 3
1. Sinais e sintomas
a. Muita espuma na boca e/ou nariz, com pulso radial
2. Conduta
a. Oxigênio a 15 litros/min, com máscara de não reinalação.
b. Posição lateral de segurança sobre o lado direito,
com cabeça elevada acima do tronco.
c. Encaminhar ao Hospital.
v. Afogamento Grau 4
1. Sinais e sintomas
a. Muita espuma na boca e/ou nariz sem pulso radial
2. Conduta
a. Oxigênio por máscara de não re-inalação a 15
litros/min no local do acidente.
b. Observe a respiração com atenção - pode haver
parada respiratória – utilize o oxímetro de pulso.
Módulo 500 – Emergências Ambientais
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87
c. Posição lateral de segurança sobre o lado direito.
d. Encaminhar ao Hospital.
vi. Afogamento Grau 5
1. Sinais e sintomas
a. Parada respiratória com pulso carotídeo ou sinais
de circulação presente.
2. Conduta
a. Verifique o ABC / CAB
b. Ventilação com BVM com O2 a 15 l/min – utilize
oxímetro de pulso.
c. Após retornar a respiração espontânea - trate
como grau 4.
d. Posição lateral de segurança sobre o lado direito.
e. Encaminhar ao Hospital.
vii. Afogamento Grau 6
1. Sinais e sintomas
a. Parada Cardiorrespiratória (PCR).
2. Conduta
a. Verifique o ABC / CAB
b. Reanimação
Módulo 200;
Cardiopulmonar
(RCP)
c. Após sucesso da RCP, com
consciência, trate como grau 4;
conforme
retorno
da
 Se o socorrista presenciou o processo de afogamento e retirou o paciente
da água (salvamento aquático) executa o ABC. Se quando chegou ao local a
vítima já estava fora da água, executa o CAB.
 Em afogamento grau 2 a grau 6 aqueça o paciente, forneça O2, previna ou
trate o choque.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. TRANSPORTE
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
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P 502 – ACIDENTES DE MERGULHO
(Visão Geral)
Barotrauma: Qualquer lesão ocorrida em ambiente sob pressão do meio.
Ambiente: O ambiente físico do mergulho afeta seu corpo e pode resultar em
problemas de saúde. Nem todos os médicos estão familiarizados com os sinais e
sintomas de doenças de mergulho.
Ar: Após alguns minutos ou horas respirando gás comprimido (mergulho autônomo
ou dependente) a manifestação de sinais e sintomas característicos pode exigir a
imediata remoção para um serviço de medicina hiperbárica.
Doença Descompressiva (Bends): Dores articulares, amortecimento, formigamento
ou fraqueza são sintomas comuns. Dores nas costas ou abdominais, paralisia, perda
do controle de bexiga ou intestino, falta de ar, dores de cabeça, cegueira parcial ou
total, confusão mental, dores no peito, tosse e vertigem, são sintomas menos
comuns.
Embolia Arterial Gasosa (EAG): Alteração do nível de consciência, inconsciência,
paralisia, fraqueza, confusão mental, dores de cabeça ou qualquer alteração
neurológica. Pode estar associado com pneumotórax, enfisema do mediastino e/ou
subcutâneo na região do pescoço e tórax. Pode ocorrer em qualquer mergulho
respirando gases comprimidos, inclusive em profundidades pequenas, como a 1
metro.
Mal Descompressivo (MD): Não perca tempo tentando diagnosticar se foi DD ou
EAG, trate como mal descompressivo e inicie os primeiros socorros até conseguir
um histórico detalhado sobre os fatos e auxílio de um médico hiperbárico.
 Os principais sinais e sintomas de doença descompressiva acontecem até 2
horas após o mergulho.
 Os principais sinais e sintomas de EAG acontecem até meia hora após o
mergulho.
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P 502 – ACIDENTES DE MERGULHO (Continuação)
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas
i. Constate MD a partir dos sinais e sintomas característicos,
queixa principal e Escala de Coma de Glasgow.
ii. Verifique se o paciente respirou debaixo d’água, usando um
aparato com ar comprimido
1. Se não

O acidente não é relacionado ao mergulho.
Transporte ao hospital mais próximo
2. Se sim

Verifique se os sinais e sintomas são moderados
ou graves
(a) Moderados
1. Fadiga
2. Erupção na pele
3. Coceira
(b) Graves
1. Fraqueza fora do normal
2. Dores nas articulações, abdômen e
região lombar
3. Tonteira, dificuldade de ver e falar,
4. Paralisia e formigamento
5. Dificuldade de respirar, tosse severa,
boca espumante e sangrenta
6. Diminuição ou perda de consciência
7. Convulsões
b. Conduta
i. Classifique o paciente na Escala de Coma de Glasgow – ECG

Se sintomas são moderados
(a) Administre O2 a 100%
(b) Aqueça o paciente
(c) Deixe o paciente deitado de lado, com
corpo nivelado, com a cabeça amparada
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90
(d) Administre por via oral líquidos sem álcool,
como sucos de fruta, para reidratá-lo.
(e) Esteja atento para sintomas mais sérios
(f) Encaminhe ao hospital mais próximo

Se sintomas são graves
(a) Mantenha uma via aérea aberta
(b) Caso necessário inicie RCP
(c) Caso o paciente esteja respirando por si
mesmo forneça O2 a 100%
(d) Aqueça o paciente
(e) Deixe o paciente de lado, com o corpo
nivelado e a cabeça amparada
(f) Em caso de convulsões, não contenha o
paciente, ampare sua cabeça e pescoço
(g) Proteja o paciente do calor excessivo, frio
umidade e vapores nocivos
(h) Caso o paciente esteja consciente
administre por via oral líquidos sem álcool,
como sucos de fruta, para reidratá-lo.
(i) Transporte imediatamente para o hospital
mais próximo
(j) Continue fornecendo O2 durante
transporte mesmo que haja melhora
o
ii. Mesmo que aplicando os primeiros socorros o paciente
apresente melhora, não interrompa o fornecimento de O2 até
que o mesmo esteja dentro de um hospital, sendo atendido por
um médico. A primeira referência é o hospital mais próximo,
sempre.
iii. O uso de O2 a 100% para acidentes de mergulho com vítimas
respirando, estando conscientes ou não, será sempre com
válvula de demanda e sem umidificador, mesmo durante o
transporte. Para pacientes em parada respiratória ou
cardiorrespiratória será sempre com bolsa válvula-máscara com
O2 a 15 l/min, sem umidificador.
iv. Nunca deixe um mergulhador acidentado com a cabeça para
baixo, cabeça para cima ou sentado. Ficou comprovado que
nestas posições ele desenvolve embolia e edema cerebral mais
rapidamente.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. TRANSPORTE
Módulo 500 – Emergências Ambientais
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
91
a. Conduta
i. Não coloque a vítima de mergulho em uma aeronave de asa
rotativa antes de 12 horas após o mergulho, sem antes fornecer
O2 e encaminhar ao hospital mais próximo do local do acidente
por ambulância terrestre.
ii. O vôo após o mergulho pode provocar doença descompressiva
através da produção e expansão de bolhas já existentes,
desidratação devido à altitude e induzir a DD, principalmente
após um mergulho repetitivo longo e de saturação.
iii. Caso seja estritamente necessário o deslocamento pelo ar, o
piloto não deverá ultrapassar 500 metros de altitude para o bemestar do paciente. Se possível, recomenda-se voar entre 245 a
300 metros.
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Módulo 500 – Emergências Ambientais
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
92
P 503 – ANIMAIS PEÇONHENTOS / PERIGOSO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Mantenha a cena segura. Se impossível à UR, acione Salvamento,
PMMG etc
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas
i. Dor no local da inoculação;
ii. Hematoma no local da inoculação;
iii. Vermelhidão no local da inoculação (eritema);
iv. Inchaço no local da inoculação (edema);
v. Perda da motricidade;
vi. Fraqueza;
vii. Dormência;
viii. Náuseas;
ix. Vômito;
x. Pulso rápido (taquicardia);
xi. Dificuldade respiratória (dispnéia);
xii. Hemorragia no local da inoculação;
xiii. Hemorragia nasal (epistaxe);
xiv. Hemorragia por vias urinarias (hematúria);
xv. Pálpebras caídas (ptose palpebral);
xvi. Salivação grossa e excessiva;
xvii. Sudorese;
xviii. Ansiedade;
 Os sinais e sintomas estão diretamente relacionados com que tipo de
veneno/peçonha foi inoculado no paciente.
b. Conduta
i. Mantenha o paciente calmo e em repouso;
ii. Identifique o animal agressor
escorpiões) se possível;
(cobra,
aranha,
insetos,
iii. Localize o local da inoculação (identificar com caneta, se
possível);
iv. Lave o local da inoculação com água e sabão neutro;
v. Deite o paciente. Caso o paciente esteja dispnéico, colocá-lo na
posição semi-sentada;
Módulo 500 – Emergências Ambientais
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
93
vi. Forneça oxigênio conforme P 604;
vii. Não deixe o paciente se movimentar excessivamente;
viii. Remova anéis, jóias, braceletes e outros objetos que possam
fazer constrição no membro afetado;
ix. Não corte ou perfure a pele para extrair sangue;
x. Não aperte, esprema ou aspire o local da inoculação;
xi. Não utilize torniquetes;
xii. Pode ser aplicada compressa fria, EXCETO PARA PICADAS
DE COBRAS;
xiii. O socorrista deve manter o membro afetado, se possível, abaixo
do nível do coração.
xiv. Leve o paciente imediatamente ao hospital de referência mais
próximo para continuidade do tratamento, incluindo soroterapia
para alguns casos.
 Não perca tempo tentando localizar o animal. Em caso de mordida de
animal, trate os ferimentos conforme protocolos próprios.
 Havendo suspeita de hidrofobia, comunicar no hospital e orientar os
responsáveis ou zoonoses a manter o animal preso por 10 dias.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Módulo 500 – Emergências Ambientais
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
94
P 504 – EMERGÊNCIAS RELACIONADAS AO CALOR
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Tipos de emergências mais comuns
i. Câimbras musculares pelo calor
1. Causa
a. Incapacidade de repor NaCl perdido na sudorese;
b. Problemas eletrolíticos e musculares
2. Sinais e sintomas
a. Câimbras musculares dolorosas, normalmente nas
pernas e abdômen.
ii. Desidratação
1. Causa
a. Incapacidade de repor a perda de suor com líquido
2. Sinais e sintomas
a. Sede, náusea, fadiga excessiva;
b. Hipovolemia, diminuição da termoregulação;
c. Redução da capacidade física e mental.
iii. Exaustão pelo calor
1. Causa
a. Esforço físico no calor excessivo, sem ingestão
adequada de água;
2. Sinais e sintomas
a. Taquicardia, fraqueza, marcha instável;
b. Fadiga extrema, pele úmida e pegajosa;
c. Cefaléia, tontura, náusea e desmaio;
d. Se não tratada, pode provocar INTERMAÇÃO.
iv. Intermação
1. Causa
a. Altas temperaturas centrais > 40,6ºc;
b. Rupturas celulares, disfunção de múltiplos órgãos
e sistemas;
c. Distúrbio neurológico
termoregulador.
Módulo 500 – Emergências Ambientais
com
falha
no
centro
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95
2. Sinais e sintomas
a. Alterações no estado mental;
b. Comportamento irracional ou delírio;
c. Possível tremor;
d. Inicialmente taquicardia, evoluindo tardiamente
para bradicardia;
e. Hipotensão, respiração rápida e superficial;
f. Pele quente, úmida OU seca;
g. Perda da consciência, convulsões e coma.
b. Conduta
i. Câimbras musculares pelo calor
1. Remova para um lugar fresco;
2. Faça alongamento muscular;
3. Permita ao paciente beber líquidos isotônicos (se não
houver outro agravo clínico ou traumático associado e se
não houver diminuição do nível de consciência).
ii. Desidratação
1. Reponha a perda de suor com líquidos levemente
salgados (se não houver outro agravo clínico ou
traumático associado e se não houver diminuição do nível
de consciência).
2. Mantenha o paciente em posição supina;
iii. Exaustão pelo calor
1. Remova da fonte de calor e posicione o paciente em local
fresco (pode ser dentro da UR, com ar condicionado
ligado);
2. Resfrie o corpo com água fria e ventilação;
3. Permita ao paciente ingerir líquido levemente salgados ou
isotônicos (se não houver outro agravo clínico ou
traumático associado e se não houver diminuição do nível
de consciência).
iv. Intermação
1. Resfrie imediatamente o paciente com água gelada ou
pacotes de gelo nas axilas, virilha e pescoço;
2. Envolva o paciente com panos úmidos e ventile o seu
corpo;
3. Não dê nada para o paciente beber;
4. Trate o estado de choque;
5. Transporte imediatamente.
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96
3. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
4. EXAME FÍSICO DETALHADO
5. TRANSPORTE
a. Se o paciente está com náusea ou vômito transporte em decúbito
lateral.
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
Módulo 500 – Emergências Ambientais
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97
P 505 – HIPOTERMIA E CONGELAMENTO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Promova a segurança da cena. Se o paciente está em uma câmara
de resfriamento, por exemplo, retire-o com EPI adequado;
b. Segundo a AHA, assim se classifica a hipotermia
i. Leve: 34 ºc a 36 ºc
ii. Moderada: 30°C a 34 ºc
iii. Grave: < 30 ºc
c. Segundo o PHTLS
i. Hipotermia primária é causada por condições ambientais
adversas;
1. Imersão água < 21 ºc
2. Exposição em atmosfera fria etc.
ii. Hipotermia secundária é causado por condições fisiológicas
adversas
1. Recém nascidos e lactentes
2. Associadas ao alcoolismo ou traumas
3. Drogas ou medicamentos
4. Cocaína
5. Todos os idosos
6. Hipotireoidismo, doenças cardíacas e diabetes
7. Queimados
8. Pacientes desnutridos
9. Moradores de rua
iii. O congelamento ocorre quando o membro afetado esfria a
menos de 2º C, causando destruição de células com
aparecimento de bolhas e hematomas.
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Sinais e sintomas
i. Hipotermia leve
1. Sensação de frio;
2. Nível de consciência inalterado;
3. Tremores;
4. Respiração rápida;
ii. Hipotermia moderada
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98
1. Rigidez muscular
2. Perda da coordenação
3. Paciente confuso, letárgico e sonolento
4. Pacientes normalmente sentados ou deitados (não
confundir com uso de drogas e álcool)
iii. Hipotermia grave
1. Irresponsivo
2. PA indeterminável
3. 1 ou 2 movimentos respiratórios por minuto
4. Parada cardiorrespiratória
5. Morte aparente
iv. O congelamento é classificado em 1º, 2º, 3º e 4º graus.
b. Conduta geral
1. Retire o paciente do ambiente frio
2. Retire roupas molhadas
3. Leve para interior da UR e aqueça o ar (ideal 29º C)
4. Cubra a cabeça, pescoço e tronco com cobertores
quentes;
5. Monitore a temperatura corporal;
6. Evite agitação e movimentação exagerada do paciente;
7. Não permita que ele ande ou se exercite;
8. Cubra todo o corpo com cobertor;
9. Pacientes conscientes sem agravos adicionais podem
beber líquidos quentes não alcoólicos e sem cafeína.
c. Conduta específica para hipotermia
1. Em hipotermia moderada e grave, fluidos intravenosos a
40º C (apenas SAV)
a. O BM pode aquecer o soro fisiológico envolvendo
o frasco em toalha e colocando sobre o motor da
UR parada;
2. Em hipotermia grave, RCP se necessário;
3. Administre O2, conforme P 604;
4. A oximetria pode estar alterada, conforme visto em P 603;
d. Conduta específica para congelamento
1. Cubra frouxamente o membro afetado com uma
compressa seca, estéril e não aderente, sem comprimir
Módulo 500 – Emergências Ambientais
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
99
2. Os dedos das mãos e dos pés devem ser separados e
protegidos por gaze estéril;
3. Não drene as bolhas;
4. Tente elevar as mãos e os pés para reduzir o edema (se
não houver lesão músculo-esquelética associada);
5. Não permita que a parte descongelada volte a congelar
(risco de trombose);
 “O paciente não está morto até que esteja aquecido e morto”. Ou seja,
pacientes hipotérmicos podem parecer mortos, mas tem potencial de serem
viáveis. Faça RCP e aqueça o paciente antes de presumir a morte.
 Acione o SAV, se disponível.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
a. Proteja os tecidos frágeis de lesões adicionais durante o
transporte de vítima de congelamento.
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Módulo 500 – Emergências Ambientais
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
100
MÓDULO 600
- Procedimentos Gerais-
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
101
P 601 – ISOLAMENTO DE FLUIDOS CORPORAIS
1. CRITÉRIO DE EMPREGO DO PROTOCOLO
a. Este procedimento deve ser adotado quando houve contato com
substancias corpóreas do paciente e/ou quando for realizar
limpeza/desinfecção de áreas ou equipamentos contendo sangue e
outros fluidos corpóreos.
b. A cada paciente atendido, o socorrista pode entrar em contato com
diversos microrganismos patogênicos sem saber, portanto
biossegurança é para todo atendimento.
2. PARA TODOS OS TIPOS DE PACIENTES
a. Use luvas de procedimento com talco em todos chamados em que
houver contato com sangue ou qualquer outro fluido corporal
(drenagem, urina, vômito, fezes, diarréia, saliva, muco nasal e
secreção genital) ou quando precisar tocar objetos que entraram em
contato com esses.
b. Lave suas mãos freqüentemente durante a Prontidão de Incêndio e
sempre após cada chamado. Lave as mãos mesmo se tiver utilizado
luvas durante o atendimento e se possível reidrate a pele com creme
de escolha pessoal.
c. Utilize água e sabão neutro durante 15 segundos antes de secar;
d. Antes de lavar, retire relógios, anéis e qualquer adorno das mãos e
braços
e. Molhe completamente as mãos e pulsos e dispense sabão em ambas
f. Ensaboe as mãos friccionando todas as faces (palma, dorso,
interdigitais, articulações e unhas);
g. Enxágüe as mãos totalmente no sentido das extremidades para o
centro;
h. Pegue o papel toalha, feche a torneira sem tocá-la e enxugue ambas
as mãos;
i. Use sempre óculos contra respingo de fluidos corporais provenientes
de hemorragias arteriais ou qualquer outro ferimento. Caso ocorra o
contato entre os fluidos do paciente e a pele do socorrista, tão logo seja
possível, lave a região com água e sabão.
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
102
j. Use máscara com válvula de sentido único ou máscara com
reservatório quando precisar realizar ventilação no paciente.
k. Reporte imediatamente qualquer acidente entre pele não integra ou
mucosa do socorrista e o sangue ou fluidos da vítima para
Comandante de Bombeiros da Unidade – CBU. Um serviço médico
deve ser procurado o mais breve possível a fim de iniciar tratamento
profilático anti-HIV e/ou avaliação.
3. CONDUTA PARA
RESPIRATÓRIAS
PREVENÇÃO
DE
EXPOSIÇÃO
À
DOENÇAS
a. As precauções respiratórias são indicadas para o atendimento de
pacientes conhecidamente portadores de patologias de transmissão
respiratória, por exemplo: Tuberculose, H1N1, gripe, SARS entre
outras.
b. Para esses pacientes e para os suspeitos utilize máscara N95 (ou nível
melhor), óculos de proteção e capote de proteção.
c. Se a condição respiratório do paciente permitir coloque a máscara nele.
d. Limpe e realize a desinfecção, conforme protocolo próprio, de todos os
materiais e equipamentos utilizados na ocorrência que sejam
reutilizados e descarte em saco branco os descartáveis.
4. DESCARTES APROPRIADOS
a. Substitua peças de fardamento contaminadas colocando-os em saco
branco, para posterior lavagem em casa separados, conforme Plano de
Gerenciamento de Resíduos de Serviço de Saúde – PGRSS de sua
Unidade;
b. Todo lixo dos sacos brancos devem ser recolhidos por caminhões da
coleta de lixo hospitalar, para ser descontaminado antes de ir para o
aterro sanitário.
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
103
P 602 – TRIAGEM PRÉ-HOSPITALAR
Processo utilizado em situações em que o número de vítimas ultrapassa a
capacidade de resposta das equipes de socorro.
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA
a. Providencie o IFC;
b. Mantenha a cena segura;
c. Descubra a NDD (Clínico) ou o MDL (Trauma);
d. Determine o número total de vítimas;
e. Solicite recursos adicionais;
f. Acione o plano de catástrofe, se houver necessidade;
g. Inicie a triagem
i. Dê um comando de voz para todas as vítimas presentes para que
aquelas que consigam andar saiam da área quente e se dirijam a
um local seguro, definido pela Gu BM
ii. Avalie cada uma das vítimas que permaneceram no local da
seguinte forma:
2. Verifique se respira:
a. Se a vítima NÃO respira:
i. Proceda abertura de vias aéreas:
1. Se
respirou,
VERMELHA;
classifique-a
como
2. Se NÃO respirou, classifique-a como
PRETA.
b. Se a vítima respira:
i. Se tiver movimentos respiratórios igual ou
maior que 30, classifique-a como VERMELHA;
ii. Se tiver movimentos respiratórios menor que
30 verifique:
1. Verifique a perfusão capilar
a. Se a perfusão capilar é maior
que 02 segundos, classifique-a
como VERMELHA;
b. Se a perfusão capilar é menor
que 02 segundos, verifique se
cumpre
ordem
simples
(orientada):
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
104
i. Se cumpre, classifique-a
como AMARELA;
ii. Se não cumpre (confusa),
classifique-a
como
VERMELHA.
Prioridade 1
(Vemelha)
Prioridade 2
(Amarela)
Prioridade 3
(Verde)
Sem Prioridade
(Prioridade 4)
(Preta)
MÉTODO START
Lesões tratáveis, com
- Respiração presente, risco imediato de vida;
maior que 30 MRPM;
dificuldade
respiratória,
- Perfusão capilar > 2 hemorragia
não
seg;
controlável, diminuição do
Não
obedece
a nível
de
consciência,
comandos simples.
sinais
de
choque,
queimaduras graves.
- Respiração presente, Lesões graves, sem risco
menor que 30 MRPM;
imediato
de
vida;
- Perfusão capilar < 2 queimaduras
sem
seg;
problemas de vias aéreas,
- Obedece a comandos fraturas
ósseas
sem
simples.
choque ou hemorragia.
- Paciente que pode Lesões de partes moles
andar pelo cenário da mínimas, sem risco de
ocorrência – paciente vida ou incapacitação.
deambulando.
- Paciente que não Pacientes
mortos
ou
respira após abertura das apresentando
lesões
vias aéreas.
irreversíveis.
Vítimas
em
estado
crítico.
Tratamento
e
transporte
imediato.
Segunda
prioridade.
Permitem
adiar
atenção, podem
aguardar
o
transporte.
Lesões menores.
Não
requerem
atenção imediata.
XXX
ALGORÍTIMO DO MÉTODO START
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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105
P 603 – OXIMETRIA DE PULSO
1. CONCEITO
a. Oximetria de Pulso é um procedimento não-invasivo para determinar o
valor de saturação de oxigênio (SaO2) e a freq. de pulso periférico;
b. Provê aos socorristas um alarme precoce da diminuição da oxigenação
porque fornece medida contínua da oxigenação;
c. O oxímetro de pulso pode ser utilizado em ambientes clínicos,
domiciliares, ambientes hospitalares, pré-hospitalares, durante
transporte terrestre e aéreo.
2. ORIENTAÇÕES PARA O USO DO OXÍMETRO
a. Deverá ser utilizado longe de fonte de calor, fora da luz solar direta e
em local onde não haja umidade excessiva;
b. Deverá ser colocado o probe (sensor) do oxímetro no dedo (de
preferência o indicador) ou no lóbulo da orelha;
c. Utilize sensores de tamanho e tipos adequados;
d. Não utilize em presença de agentes anestésicos inflamáveis;
e. Não utilize na presença de equipamento de ressonância;
f. Não utilize concomitante a descarga elétrica de um desfibrilador
externo automático;
g. Não utilizar debaixo de lâmpada cricóide da UR ou sob luz forte;
h. O aparelho pode ser afetado na presença de fontes eletromagnéticas e
de rádio-frequência;
i.
Evite quedas e choques mecânicos;
j.
Para os pacientes com hipotermia, estado de choque, usando de
drogas vasoativas, anemia falciforme, intoxicação por monóxido de
carbono, esmalte de unha negro ou metálico, se mexendo e com
calafrios, o oxímetro pode não ter acurácia.
k. Dedos calejados, queimados, uso em dias frios e úmidos poderá
causar leituras errôneas;
l.
Em paciente traumatizados graves, a oximetria de pulso pode não ser
confiável por causa da perfusão periférica ruim.
3. A INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS
Percentual
de O2
96% a 100%
91% a 95%
86% a 90%
≤ 85%
Classificação
Hipóxia
Normal
Hipóxia Leve
Hipóxia
Significativa
Hipóxia Grave
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
da Cuidado Geral do Paciente
Somente se necessário administre oxigênio
Somente se necessário administre oxigênio
Administre O2 a 100%
(Considere ventilação assistida)
Administre O2 a 100%
(Considere ventilação assistida)
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106
P 604 – ADMINISTRAÇÃO DE OXIGÊNIO
1. CONSIDERAÇÕES GERAIS
a. Benefício do O2 no APH
i. Oxigenação dos tecidos hipóxicos;
ii. Redução dos edemas dos tecidos;
iii. Facilita a respiração;
iv. Alivia sintomas;
v. Reduz os riscos dos sintomas residuais melhorando o
prognóstico pós-atendimento.
b. Equipamentos disponíveis para ventilação/administração de O2
i. Para pacientes respirando (conscientes ou não) utilize na
ordem:
1. Válvula de inalação por demanda com máscara Tru-Fit ou
ventilação de fluxo com pressão positiva (Válvula de Demanda VD ou MTV-100) ou similares;
2. Máscara de não re-inalação com bolsa reservatória;
3. Cateter nasal.
ii. Para pacientes que não estão respirando:
1. BVM (bolsa válvula máscara);
2. Máscara oronasal para ressuscitação (Pocket-Mask).
c. Segurança ao manusear oxigênio puro
i. Oxigênio não é inflamável, mas é comburente.
ii. Não permita o uso de qualquer tipo de óleo, lubrificante ou graxa
em qualquer cilindro ou equipamento que esteja em contato com
O2;
iii. Não permita a presença de brasas, chamas, faíscas ou que se
FUME próximo ao O2 e aos equipamentos;
iv. O local onde será utilizado o O2 deverá ser ventilado;
v. Sempre mantenha a válvula fechada e o sistema purgado
quando o O2 não estiver sendo utilizado;
vi. Nunca deixe o cilindro de O2 solto e não permita que caia ou
role;
vii. Não deixe o cilindro exposto a temperaturas maiores que 52°C;
viii. Assegure-se de que o cilindro de O2 a ser utilizado encontra-se
dentro do prazo de validade do teste hidrostático.
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107
2. INDICAÇÃO PARA ADMINISTRAÇÃO DE O2
a. Sinais e sintomas mais comuns com indicativo para uso de O2:
i. Todo paciente com quadro sugestivo de insuficiência respiratória
aguda por patologia clínica ou traumática
ii. Emergências diabéticas;
iii. Crise convulsiva;
iv. Alergias e choque anafilático;
v. Estado de choque;
vi. Hemorragias;
vii. DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica)
viii. AVC (acidente vascular cerebral)
ix. Queimaduras;
x. Afogamento;
xi. Envenenamento e intoxicações;
xii. Emergências obstétricas;
xiii. Aborto natural ou induzido.
3. CONDUTA GERAL
a. Assegure-se que o local seja seguro, adequado, ventilado e ausente
de perigo;
b. Abra as vias aéreas. Remova objetos, corpo estranho, secreções e/ou
aspire se necessário;
c. Insira a cânula orofaríngea selecionando o tamanho adequado, se
ECG ≤ 8, sem reflexo de vômito;
d. Utilize o protocolo de OVACE, PR e PCR, conforme Módulo 200,
concomitante ao uso de O2;
e. Não retarde o início da RCP para fornecimento de O2
f. Constate se todo o equipamento está montado e pronto para utilização;
g. Verifique se a mangueira de pressão intermediária está conectada a
saída de fluxo contínuo e/ou regulador multifuncional e não permita que
se dobre durante a utilização;
h. Abra (através do registro) o cilindro de O2 totalmente e volte ½ volta
como medida de segurança;
i.
Verifique a pressão do cilindro e garanta que não existem vazamentos
no sistema;
j.
Se utilizando máscara de não re-inalação com bolsa reservatória,
coloque um dedo dentro da máscara, fechando a válvula de não
retorno até que a bolsa reservatória esteja inflada (faça isto antes de
utilizar no paciente);
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
108
k. Se utilizando a BVM com bolsa reservatória aguarde que o reservatório
de O2 infle primeiro antes de utilizar no paciente;
l.
Se utilizando a válvula de demanda ou o MTV-100 ouça a válvula abrir
durante a inspiração certificando-se do seu correto funcionamento;
m. Se utilizando uma máscara oronasal (pocket mask) para ressuscitação
com entrada de O2 certifique-se que está havendo passagem correta
de O2 por dentro da máscara;
n. Observe a máscara que esteja utilizando (sempre transparente)
embaçar durante a expiração e desembaçar durante a inspiração;
o. Com cateter nasal utilize somente se o mesmo se encontrava lacrado e
ajuste adequadamente ao paciente;
p. Observe a expansão e retorno do tórax durante a administração de O2;
q. Monitore e mantenha o conforto do paciente;
r. Continue verificando o correto funcionamento do sistema de O2
evitando vazamentos, o mau funcionamento do equipamento, falha em
inflar e desinflar as bolsas e resposta do paciente quanto ao uso de
O2;
s. Se o paciente apresentar quadro de convulsão ou vômito interrompa
temporariamente o fornecimento de O2, avalie vias aéreas, aspire se
necessário e garanta a permeabilidade das vias aéreas e respiração;
t. Caso o paciente não tolere o fornecimento de O2, troque o tipo de
equipamento, diminuindo a concentração e continue o fornecimento de
O2. Se persistir a intolerância do paciente, utilize a técnica de tenda
aumentando a concentração circulante ao redor da cabeça do
paciente.
 Uma leitura da SpO2 entre 96% a 100% geralmente indica oxigenação
adequada. Uma leitura da SpO2 entre 91% a 95% sugere hipóxia leve.
 A SpO2 menor do que 91% sugere hipóxia significativa ou grave.
4. CONDUTA EM PACIENTE RESPIRANDO
a. Com cateter nasal: Utilize de 1 a 6 lpm (24 a 44%) na maioria dos
casos clínicos com SpO2 normal;
b. No caso de DPOC utilize baixa concentração de O2 com cateter nasal,
1 a 2 lpm. Persistindo a hipóxia / cianose aumente aos poucos.
c. Emergências Clínicas com SpO2 normal pode-se utilizar válvula
inaladora de demanda ou máscara de não re-inalação com bolsa
reservatória a 10 lpm (60% a 100%);
d. Emergências Clínicas com SpO2 indicativo de hipóxia utilize válvula
inaladora de demanda a 15 lpm ou máscara de não re-inalação com
bolsa reservatória a 15 lpm (80% a 100%);
e. Emergências traumáticas utilize máscara de não re-inalação com bolsa
reservatória a 10 a 15 lpm (80% a 100%);
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
109
5. USO DE O2 EM PACIENTE IRRESPONSIVO (PR-PCR)
a. BVM com O2 a 15 lpm (80% a 100%)
6. TABELA DE USO DE O2 SUPLEMENTAR
Equipamento utilizado
Cateter nasal
Máscara oronasal para
ressuscitação (pocket mask)
Máscara facial simples (sem
válvula de não-reinalação e
sem bolsa reservatória)
Máscara facial com bolsa
reservatória e sem válvula de
não-reinalação
Máscara facial com válvula de
não re-inalação e com bolsa
reservatória
Bolsa Válvula Máscara (BVM)
com bolsa reservatória
(AMBU)
MTV-100
(manually-triggered
ventilation)
Fluxo
(lpm - litros
por minuto)
1
2
3
4
5
6
Percentual de
Concentração
de Oxigênio
24%
28%
32%
36%
40%
44%
Condição
do
Paciente
Respirando
Respirando
Respirando
Respirando
Respirando
Respirando
15
55%
Parado
10
40 – 60%
Respirando
6 a 10
35 – 60%
Respirando
12 a 15
90% - 100%
Respirando
15
100%
Parado
15 a 22
100%
Parado ou
Respirando
Fonte: Nancy Caroline's Emergency Care in the Streets. 6 ed. 2008

Salvo
orientação
médica
contrária,
umidificado devido ao risco de contaminação.
NÃO
administre
 A oxigenação não substitui a ventilação de resgate.
constantemente o tempo de utilização disponível de oxigênio.
O2
Controle
 O uso prolongado (>2h) de altas concentrações (>12 lpm) de O2
SEM
INTERVALO
pode
resultar
em
sérios
riscos
de
lesões e problemas de saúde aos pacientes.
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
110
Não forneça O2 a um NEONATO via cateter nasal ou máscara facial. Caso seja
necessário, use a técnica de oferta de O2 em TENDA.
Não utilize cateter nasal em crianças menores de 08 anos ao administrar O2.
Utilize máscara facial de não reinalação.
Não utilize O2 durante a aplicação do choque do DEA – risco de explosão
7. EXAME FÍSICO DETALHADO
8. TRANSPORTE
i. Permita ventilação dentro da UR durante transporte de paciente
utilizando O2;
ii. Mantenha boa vedação de máscara/paciente criando um selo
hermético evitando escape de O2;
iii. Não permita cilindro solto dentro da UR a fim de se evitar
acidentes;
iv. Assegure-se que o equipamento de O2 utilizado no paciente
seja descartado, limpo ou testado após o uso.
9. AVALIAÇÃO CONTINUADA
a. Durante o uso de O2
i. Fique atento à necessidade de aspiração de vias aéreas.
10. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
111
P 605 – ASPIRAÇÃO DE VIAS AÉREAS
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Indicações
i. Secreções traqueobrônquicas, vômito, saliva, sangue na boca e
orofaringe, de difícil expectoração ou em pacientes com tosse
ineficaz.
b. Potenciais efeitos adversos / complicações do uso
i. Reflexo de vômito
ii. Hipóxia, se demorar além de 15 seg
iii. Cessação das insuflações e oxigenação durante aspiração
c. Tipos de equipamentos de aspiração
i. Equipamentos elétricos portáteis
ii. Equipamentos elétricos montados na UR
iii. Régua tripla da UR – por venturi
iv. Equipamento portátil e manual
d. Tipos de cateteres de sucção
i. Cateter rígido
1. Usado na boca e orofaringe de pacientes irresponsivo
2. Usado em lactentes e neonatos
ii. Cateter flexível
1. Usado na nasofaringe e em situações onde o cateter
rígido não pode ser usado
2. Usado em adultos e crianças
e. Conduta
i. Isole os fluidos corporais por dispositivo de barreira
ii. Reúna o equipamento necessário à aspiração.
iii. Estabilize o aspirador elétrico numa base firme
iv. Ligue o equipamento (se elétrico) e conecte o cateter
v. Insira o cateter na cavidade oral até a base da língua, se
possível, sem acionar o vácuo
vi. Aplique aspiração. Mova o cateter de um lado a outro
vii. Aspire no máximo por 15 segundos
1. Em lactentes e crianças o tempo de aspiração deve ser o
menor possível
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
112
2. Se o paciente tem vômito (êmese) ou secreção que não
pode ser aspirado facilmente, lateralize-o e limpe sua
orofaringe
3. Se o paciente produz tanta secreção quanto o aspirador
possa aspirar, faça sucção por no máximo 15 segundos,
ventile por no máximo 30 segundos (com O2 a 15 lpm) e
aspire novamente. Continue desta maneira.
4. Se necessário lave o interior do cateter (aspirando soro
fisiológico) para o desobstruir.
 Insira o cateter – rígido ou flexível – na orofaringe até o onde pode ser visto,
próximo à base da língua.
 Evite o reflexo de vômito! Risco de aspiração e PCR!
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. TRANSPORTE
5. AVALIAÇÃO CONTINUADA
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
113
P 606 – PACIENTES PEDIÁTRICOS – GENERALIDADES E ABUSO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Classificação etária
i. Neonato: paciente cuja idade é de 0 a 28 dias de vida;
ii. Lactente: paciente cuja idade é de 28 dias e 01 ano;
iii. Criança: paciente cuja idade é de 01 a 12 anos.
 Para fins de Estatuto da Criança e do Adolescente, a faixa etária da criança é
de 0 a 12 anos incompletos e adolescente é entre 12 e 18 anos incompletos.
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Características gerais do atendimento a lactentes, crianças e
adolescentes
Idade
0 a 01
ano
01 a 03
anos
03 a 06
anos
Características
- Lactentes não gostam de ser
separados dos pais;
- Tem mínimo de ansiedade com
estranhos;
- Estão acostumados a serem
despidos, mas gostam de ser
aquecidos;
Lactentes
novos
seguem
movimentos com os olhos;
- Lactentes mais velhos são mais
ativos;
- Não gostam da máscara de
oxigênio.
- não gostam de ser separados dos
pais
- Acreditam que suas doenças são
punições por serem más
- Não gostam de lactentes. Não
gostam de serem despidas
- Assustam-se facilmente.
- Apresentam reação exacerbadas,
sentem medo fácil.
- Podem entender mais que
conseguem expressar
- Sentem-se
sufocados
pela
máscara de 02
- não gostam de serem separados
dos pais
- Acreditam que suas doenças são
punições por serem más
- Não gostam de lactentes. Não
gostam de serem despidas
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Estratégias de abordagem
- Mantenha os pais por perto;
- Mantenha mãos e estetoscópio
quentes;
- Observe sinais primeiramente à
distância;
- Aborde pelos pés. Observe
coração e pulmões primeiro.
Depois a cabeça;
- Segure a máscara de O2 perto
do rosto.
- Mantenha os pais por perto
- Explique que ela não é má
- Tire uma peça de roupa por
vez e vestir novamente
- examine primeiro pelo tronco
- ofereça conforto e dar seu
brinquedo favorito
- considere a escolha da criança
- segure máscara perto da face
da criança
- Mantenha os pais por perto
- Tire uma peça de roupa por
vez e vista-a novamente
- mantenha a calma
- explique o que você está
fazendo
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
06 a 12
anos
12 a 18
anos
- Tem medo de dor, sangue e
ferimento
- São curiosas comunicativas e
podem cooperar
não gostam da máscara de O2
- cooperam, mas gostam que suas
idéias sejam ouvidas
- temem
sangue,
dor
desfiguramento
e
ferimentos
permanentes
- São envergonhados e não
gostam que seus corpos sejam
expostos.
- Adolescentes querem ser tratados
como adultos
- Adolescentes
julgam-se
indestrutíveis, mas tem medo de
lesões e desfiguramentos.
- Adolescentes variam em termos
de
desenvolvimento
físico
e
emocional e podem não se sentir
bem com suas mudanças corporais
114
- Segure a máscara de O2
pediátrica segurada perto do rosto
- Permita que a criança tenha a
responsabilidade de contar a sua
história
- Explique o exame
- Apresente-se confiante, calmo
e com boas maneiras
- Respeite a timidez do paciente
- Apesar deles gostarem de ser
tratados como adultos, necessitam
de tanta atenção como as
crianças
- Apresente-se
de
maneira
calma, respeitosa e transmita
confiança
- Explique o que você está
fazendo durante o socorro
- Respeite a timidez. Considere
avaliá-lo próximo a seus pais.
- Sempre
que
possível
o
socorista que faz o exame físico
deve ser do mesmo sexo que a
vítima.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
a. São possíveis achados físicos de abuso
i. Equimoses ou hematomas em diferentes estágios de cura;
ii. Equimoses ou marcas de mordida no rosto, lábios da boca,
pescoço, punho, coxas, tornozelos ou dorso;
iii. Ferimentos em ambos os olhos ou ambos lados da face
(normalmente apenas um lado da face é ferido em um acidente;
iv. Marcas agrupadas, que formam padrões regulares, que refletem
a forma de artigos como um cabo elétrico, fecho do cinto, garfo
dentes, ou dentes humanos;
v. Queimaduras com pontas de cigarro ou por imersão,
principalmente na palma das mãos e solas dos pés (marcas tipo
luvas e meias);
vi. Queimadura por superfície aquecida: ferro de passar roupa,
fogão, panela.
vii. Sinais de mordida;
viii. Lesão ou sangramento na genitália, períneo e região anal;
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
115
ix. Marcas de compressão manual: esganadura, estrangulamento,
unhadas, agarrões, etc.
x. Luxações, múltiplas fraturas, entorses e distensões
xi. Hemorragia no couro cabeludo compatível com tentativa de se
arrancar o cabelo;
xii. Fratura ou perda de dentes;
xiii. Síndrome de “shaken baby” – bebê sacudido.
1. Déficit neurológico sem trauma externo aparente
2. Déficit motor
b. São possíveis achados psicológicos / comportamentais de abuso
i. Fadiga crônica;
ii. Comportamento inapropriado, tais como criança mais velha (10
anos, por exemplo) chupar o dedo, balançando e mordendo;
iii. Relatos de ausência em casa dos pais ou responsáveis;
iv. Freqüentes ausência ou atraso na escola;
v. Hipocondria;
vi. De queixoso passa a adotar comportamento agressivo;
vii. Comportamento inapropriado para a idade;
viii. Paciente implorando por comida;
ix. Atraso no desenvolvimento mental ou emocional;
x. Uso de álcool ou drogas.
c. Conduta
i. Trate lesões específicas conforme protocolos próprios
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. TRANSPORTE
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
a. Em caso de maus tratos / agressões
i. Encaminhe o RAPH / REDS conforme a DIAO
ii. A Unidade deve acionar o conselho tutelar nos termos do Art. 12
do ECA, se já não foi feito por órgão policial.
 Segundo o parágrafo único do art. 4º do ECA a criança e o adolescente tem
a primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias
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P 607 – PACIENTE PORTADOR DEFICIÊNCIA FÍSICA E MENTAL
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Paciente surdo
i. Mantenha-se desinibido
ii. Certifique-se que o paciente é realmente surdo
iii. Verifique se o paciente sabe ler os lábios
iv. Ao falar, mantenha a face iluminada
v. Articule bem as palavras
vi. Não se vire durante a fala
vii. Se o paciente não sabe ler os lábios, use sinais
viii. Aponte para seu corpo antes de tocar no dele
ix. Não finja entender
b. Paciente cego
i. Aja naturalmente – não se envergonhe
ii. Antecipe para o mesmo o que você vai fazer
iii. Mantenha-o informado do arredor
iv. Lembre-se de 3 coisas:
1. Não grite com ele (o paciente é cego, não surdo)
2. Não mude a maneira de falar habitualmente (inclusive
diga “veja”/ “olhe”)
3. Mantenha contato contínuo através da fala ou toque
v. Nunca empurre ou puxe um paciente cego
c. Paciente portador de necessidades especiais (físicas)
i. Apresentam dificuldade maior no exame físico
ii. Pergunte ao paciente sobre a extensão do dano anterior ao
atendimento
iii. Portador de necessidades especiais gosta de ser independente
– tenha paciência
d. Paciente portador de necessidades especiais (transtornos mentais
e comportamentais)
i. Mantenha-se calmo e desenvolva comunicação efetiva com o
paciente
ii. Trate o paciente naturalmente
iii. Faça perguntas cujas respostas sejam SIM ou NÃO
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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117
iv. Descubra se o paciente tem noção de tempo e lugar
v. Avaliar o nível de compreensão do paciente
vi. Obtenha a história e faça ao exame lentamente. Prepare-se
para respostas lentas e para dar repetidas explicações.
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. TRANSPORTE
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
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118
P 608 – PACIENTE IDOSO – GENERALIDADE E ABUSO
1. DIMENSIONAMENTO DA CENA / AVALIAÇÃO INICIAL
a. Paciente geriátrico: acima de 65 anos (Obs.: o estatuto do idoso
aplica-se a pacientes de idade igual ou superior a 60 anos.)
2. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
a. Características gerais do idoso
i. Diminuição da:
1. Acuidade visual
2. Reação pupilar
3. Função renal
4. Água total do corpo
5. Capacidade respiratória
6. Estatura
7. Audição
8. Produção de saliva
9. Débito e freqüência cardíaca
10. Elasticidade da pele
11. 15 a 30% da gordura corporal
12. Atividade esofágica
13. Olfato e paladar
b. Conduta
i. Trate-o como paciente adulto
ii. Demonstre respeito
iii. Não use gírias nem intimidade excessiva
iv. Fale em tom audível, não necessariamente alto
v. Diga as palavras pausadamente e precisamente
vi. Se o cônjuge estiver perto, prepare-se para ter outro paciente
vii. Esteja atento a familiares e amigos
c. São indícios de maus tratos
i. Explicações não plausíveis sobre lesões físicas;
ii. Demora injustificada para solicitar socorro;
iii. Solicitações freqüentes para socorro;
iv. Medo ou distanciamento do socorrista;
v. Cuidador se recusa a deixar o paciente sozinho com os BM;
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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119
vi. Medo do cuidador ou familiar
vii. Reação anormal do cuidador ou familiar
d. Possíveis achados físicos de maus tratos
i. Contusões em áreas incomuns (interna do braço, tronco,
nádegas, escalpe);
ii. Hematomas e ferimentos em estágios diferentes de cicatrização;
iii. Roupas sujas ou inadequadas para a estação;
iv. Padrão precário de higiene pessoal;
v. Lesão ou sangramento na genitália, períneo e região anal;
vi. Desidratação, desnutrição e perda de peso inesperado;
vii. Úlceras de pressão (úlceras de decúbito);
viii. Lesões similares aos objetos que a causaram;
ix. Queimaduras com pontas de cigarro ou por imersão,
principalmente na palma das mãos e solas dos pés (marcas tipo
luvas e meias);
x. Sinais de mordida;
xi. Marcas de compressão manual: esganadura, estrangulamento,
unhadas, agarrões, etc.
xii. Luxações, múltiplas fraturas ou fraturas em aspiral;
xiii. Hemorragia no couro cabeludo compatível com tentativa de se
arrancar o cabelo;
xiv. Fratura ou perda de dentes;
e. Conduta
i. Trate lesões específicas conforme protocolos próprios
3. EXAME FÍSICO DETALHADO
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. TRANSPORTE
6. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. Em caso de maus tratos
i. Encaminhe o RAPH / REDS conforme a DIAO
ii. A Unidade deve acionar as autoridades competentes (Art. 19 do
Estatuto do Idoso), se já não foi feito pela autoridade policial:
1. Ministério Público;
2. Conselho Municipal do Idoso;
3. Conselho Estadual do Idoso;
4. Conselho Nacional do Idoso.
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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120
P 609 – OPERAÇÃO DE VEÍCULOS DE APH
1. AO ASSUMIR O SERVIÇO
a. A assunção do serviço será conforme a INSTRUÇÃO TÉCNICA
OPERACIONAL Nr 01/2002.
b. A Gu de UR, coordenada pelo seu comandante, deverá conferir:
i. As condições gerais do veículo: água, óleos, pneus, luzes de
emergência e de atendimento (internas e externas), faróis,
freios, etc
ii. Os mapas-cargas da viatura (mapa-carga de equipamentos
médicos, mapa-carga de ferramentas, etc);
iii. O sistema fixo e móvel de oxigênio;
iv. A carga das baterias dos equipamentos de emergência.
v. Os rádios de comunicação.
2. DESLOCAMENTO PARA OCORRÊNCIA
a. Adote uma direção defensiva ao longo do deslocamento, com
velocidade moderada, a fim de se evitar acidentes e danos em
equipamentos do mapa-carga da UR;
b. Em todos os deslocamentos para ocorrência as luzes de advertência e
os faróis devem estar ligados;
c. As sirenes devem ser ligadas apenas em casos de emergência real;
d. Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB)
i. Os veículos destinados a socorro de incêndio e salvamento, os
de polícia, os de fiscalização e operação de trânsito e as
ambulâncias, além de prioridade de trânsito, gozam de livre
circulação, estacionamento e parada, quando em serviço de
urgência e devidamente identificados por dispositivos
regulamentares de alarme sonoro e iluminação vermelha
intermitente”
ii. A prioridade de passagem na via e no cruzamento deverá se dar
com velocidade reduzida e com os devidos cuidados de
segurança, obedecidas as demais normas do Código;
 Durante o deslocamento todos os ocupantes da UR devem utilizar cintos de
segurança, inclusive pacientes e acompanhantes.
3. NA CENA
a. Evite parar na zona quente, devido aos perigos à viatura: produtos
químicos, calor, objetos perfurantes dos pneus, etc. Pare na zona
morna.
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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121
b. Estacione na mesma faixa onde ocorreu o acidente.
c. Sinalize a via com cones conforme quadro abaixo:
Tipos de
Vias
Velocidade
Máxima Permitida
Vias Locais
Avenidas
Vias de
Fluxo
Rápido
Rodovias
40 km/h
60 km/h
Distância do 1º Cone à Viatura
Com chuva, neblina,
Com pista seca
fumaça e à noite
40 passos longos
80 passos longos
60 passos longos
120 passos longos
80 km/h
80 passos longos
160 passos longos
110 km/h
110 passos longos
220 passos longos
Obs.: cada vez que o pé (ou direito, ou esquerdo) toca o chão considera-se um passo. O
passo longo tem cerca de 1,30 a 1,50 metros.
1º Cone
Viatura
(Preferencialmente não UR)
Cena
d. O 1º cone (início da sinalização) é o primeiro a ser visualizado pelos
motoristas usuários da via que estão na faixa onde ocorreu o acidente.
Se nas duas, ambas devem ser sinalizadas;
e. A UR ou outro veículo de emergência (preferencialmente) deve estar
entre o fluxo de veículos e a cena.
f. Mantenha as luzes de emergência ligadas, pois segundo o Código de
Trânsito Brasileiro (CTB) é infração de trânsito deixar de manter ligado,
nas situações de atendimento de emergência, o sistema de iluminação
vermelha intermitente dos veículos de polícia, de socorro de incêndio e
salvamento, de fiscalização de trânsito e das ambulâncias, ainda que
parados.
g. Se a UR é a primeira viatura de emergência na cena, pare antes da
zona quente, de forma a proteger a Gu BM de eventual colisão
provocada por outro veículo e de modo que o farol e as luzes da
viatura iluminem a cena;
h. Estacione de maneira a garantir uma rápida partida da cena e o
máximo de segurança para a Gu BM;
i.
Preferencialmente o atendimento da ocorrência deverá ocorrer atrás da
UR. Assim, se há outra viatura na cena, posicione-a no lugar da UR
apresentada na figura acima;
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j.
122
À noite ou em baixa iluminação, a Gu BM deve utilizar coletes
reflexivos durante atendimento em via pública.
 A sinalização e o isolamento devem permitir o trabalho seguro da GU BM.
 Os demais motoristas da via devem VER a sinalização, COMPREENDER o
que ela quer dizer e ter tempo de REAÇÃO, evitando assim novos acidentes.
 Havendo necessidade, peça aos agentes de trânsito para interromper
totalmente o fluxo de veículos. Na ausência dos mesmos, a Gu BM deve
providenciar a interrupção.
4. AO DESLOCAR PARA HOSPITAL
a. Apenas use as sirenes se estritamente necessário;
b. Segundo a AHA, o uso de sirenes durante transporte de paciente
consciente com emergência cardiovascular (infarto, angina,
insuficiência cardíaca congestiva, taquicardia ventricular etc) não é
benéfico e pode ser maléfico ao paciente – evidência classe III.);
c. Desligue a sirene ao aproximar-se de hospitais, inclusive o do destino
do paciente.
 Não é permitido à Gu BM, ao paciente ou ao acompanhante fumar durante o
atendimento da ocorrência ou e no interior da UR, esteja a mesma em
deslocamento ou parada.
 Não é permitido à Gu BM, ao paciente ou ao acompanhante alimentar-se no
interior da UR.
 Após cada atendimento limpe e descontamine a viatura e equipamentos,
conforme a necessidade. Reponha materiais se necessário.
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123
P 610 – EXTRICAÇÃO
1. DIMENCIONAMENTO DA CENA
a. Conduta 1 – Mantenha a cena segura
i. Considere os seguintes riscos potenciais
1. Colisão contra postes de iluminação com risco de queda
de fiação, transformador e o próprio poste;
2. Colisão contra edificações com risco de queda de
estrutura;
3. Vazamento de combustível líquido ou gasoso (GNV);
4. Veículos transportando produtos perigosos;
5. Veículos com risco de queda em depressões;
6. Veículos ocupados por criminosos em fuga ou em
flagrante.
ii. Isole e sinalize a cena.
1. Utilize cones fotoluminescentes e as luzes das viaturas,
conforme P 609.
2. Antes da abordagem ao veículo deverá ser armada uma
linha direta de prevenção com esguicho de vazão
regulável, em carga pressurizada;
3. Solicite apoio do policiamento, de outros órgãos e
serviço, e mesmo de outras Gu BM, se necessário.
b. Conduta 2 - estabilize o veículo
i. O veículo deverá ser estabilizado para o trabalho seguro da GU
BM;
ii. A GU BM deverá se prevenir contra tombamento, amassamento
do teto, deslizamento ou qualquer outro movimento que venha a
pôr em risco a operação;
iii. O procedimento pode ser feito por meio de calços, escoras,
cabos, fitas tubulares ou outros dispositivos aplicáveis no
mínimo em 3 pontos de escora e estabilização;
iv. A GU BM deverá cortar o cabo da bateria e prevenir riscos de
incêndio e explosão.
c. Conduta 3 - Triagem dos Pacientes
i. Verifique quantos pacientes há no veículo e priorize o
atendimento;
ii. Verifique a necessidade de uma extricação rápida manual e/ou a
necessidade de SAV;
iii. Considere a necessidade de colar cervical no primeiro contato;
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
 A segurança e proteção do
fator prioritário para a GU BM na cena.
paciente
durante
a
124
extricação
é
d. Conduta 4 - Abertura do Veículo
i. Faça a remoção de janela ou porta, com ferramentas
combinadas, cortadores, extensores, alargadores e serra sabre,
para permitir a intervenção de socorrista ou médico no interior
do veículo para avaliar melhor o paciente e iniciar tratamento;
ii. Faça a tração e remoção do volante, elevação do painel,
retração dos bancos, remoção dos tetos, remoção dos pedais e
abertura da 3ª porta;
iii. Retire as ferragens da vítima e nunca a vítima das ferragens.
e. Conduta 5 - Secção de parte do Veículo
i. Corte e retire partes do veículo para permitir acesso seguro a
GU BM e seus equipamentos médicos, sem causar danos
adicionais ao paciente.
2. AVALIAÇÃO INICIAL (1 vítima)
a. Socorrista 1
i. Ainda pelo lado de fora do veículo avalie a responsividade, com
imobilização da cabeça e coluna cervical;
ii. Instala o KED e comanda a retirada do paciente das ferragens;
b. Socorrista 2
i. Posiciona-se atrás do paciente. Assume a imobilização da
cabeça e coluna cervical durante a abertura da porta e
instalação do KED;
ii. Auxilia o giro do paciente e no posicionamento na prancha
longa;
c. Socorrista 3
i. Posiciona-se ao lado do paciente, internamente ao veículo;
ii. Avalie a respiração e circulação
iii. Auxilia na colocação do KED e posicionamento na prancha
longa;
 Os airbags do veículo podem funcionar de 5 a 20 minutos após corte da
bateria. Fique atento ao desencarceramento e pontos de corte a fim de evitar
trauma adicional ao paciente e acidentes a GU BM
 A retirada rápida será utilizada somente quando a cena for insegura, o
paciente estiver instável, ou quando for necessário acessar a um paciente
mais grave que está no banco detrás do veículo.
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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125
3. HISTÓRICO E EXAME FÍSICO
4. EXAME FÍSICO DETALHADO
5. TRANSPORTE
6. AVALIAÇÃO CONTINUADA
7. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÃO
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126
P 611 – OUTRO PROFISSIONAL DE SAÚDE NA CENA
1. Considere a presença de médico, enfermeiro ou outro profissional de saúde
não pertencentes ao CBMMG na cena como um potencial apoiador a Gu BM;
2. A Gu BM deve acatar suas orientações de procedimentos, desde que não
contrariem as diretrizes do Protocolo de APH do Socorrista;
3. Caso o mesmo dê uma ordem que possa prejudicar o paciente explique a ele,
conforme o Protocolo de APH do Socorrista, as razões pelas quais você não a
pode cumprir;
4. Em caso de conflito, solicite a intervenção do médico regulador (se disponível)
ou do COBOM-CIAD / SOU/SOF, ou mesmo do CBU, se o tempo total de
cena o permitir;
5. Anote o nome completo, o Nº do CRM, do COREM ou de outro Conselho a
que pertença o profissional que intervier na ocorrência;
6. Relate no RAPH/REDS os procedimentos técnicos adotados pelo profissional;
7. Faça um relatório ao Cmte da UEOp ou ao CBU do conflito havido, citando
dados completos da ocorrência e testemunhas.
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127
P 612 – RECUSA DE ATENDIMENTO
1. QUESTÕES LEGAIS
a. Todas as pessoas têm direito constitucional à assistência à saúde;
b. A vida e a saúde são bens indisponíveis;
c. O BM, como garantidor legal, possui o dever de socorrer;
d. Se a vítima interpõe óbices intransponíveis ao auxílio, não há que se
falar em crime de omissão de socorro;
e. Em caso de recusa de paciente vítima de lesões leves (ou
potencialmente leves), em que o próprio paciente ou representante
legal pode buscar socorro adequado ou providenciar sua própria
assistência por meios próprios, também não há crime.
2. EXECUTE A AVALIAÇÃO DO PACIENTE CONFORME P 101.
3. OS SEGUINTES DADOS DEVEM SER CONHECIDOS DO SOCORRISTA,
ANTES QUE O PACIENTE POSSA RECUSAR FORMALMENTE O
ATENDIMENTO:
a. O paciente está alerta e orientado quanto à pessoa, tempo e lugar?
b. Há algum sinal que o impeça de compreender as conseqüências de
sua decisão, tais como:
i. Uso de álcool ou drogas;
ii. Desordens psiquiátricas ou psicológicas;
iii. Paciente apresenta-se como um perigo para si e para outros;
iv. Trauma de cabeça;
v. Histórico de doença que afeta sua capacidade mental;
vi. Alguma outra condição clínica que possa limitar sua capacidade
de pensar racionalmente;
vii. Baixa idade.
c. Os sinais vitais estão normais?
d. O paciente compreende as possíveis conseqüências de sua recusa?
e. O paciente oferece uma resistência instransponível ao atendimento?
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
128
f. O quadro clínico do paciente é potencialmente grave?
4. SE O PACIENTE (OU REPRESENTANTE
ATENDIMENTO, MAS A GUARNIÇÃO BM
NECESSITA DE ATENDIMENTO MÉDICO:
LEGAL) RECUSA O
ENTENDE QUE ELE
a. Tente contar com os familiares, ou amigos ou pessoas próximas a ele
no sentido de ajudar a convencê-lo da gravidade de sua condição;
b. Contate a regulação médica (se disponível) ou o médico do paciente
(se disponível), e permita que o paciente fale com um profissional
médico que possa auxiliar a Gu BM a convencê-lo da necessidade do
atendimento e transporte;
c. Se o paciente ainda recusa atendimento, solicite SAV (se disponível),
para auxiliar a Gu BM;
d. Se ainda assim não houver sucesso nas tentativas, solicite autoridade
policial para auxiliar no socorro e/ou registrar a recusa de atendimento.
5. SE O PACIENTE POSSUI LESÕES LEVES, SE O MECANISMO DA LESÃO
NÃO FOI SIGNIFICATIVO E O MESMO NÃO DESEJA SER ATENDIDO, O
SOCORRISTA PODERÁ ACATAR SEU DESEJO.
6. OS DADOS PESSOAIS E CLÍNICOS DO PACIENTE E OS DADOS DA
OCORRÊNCIA DEVEM SER COLHIDOS EM TODOS OS CASOS DE
RECUSA. CASO O PACIENTE NÃO PERMITA A COLETA DESTES
DADOS, TAL FATO DEVE CONSTAR EM RELATÓRIO (RAPH/REDS)
7. ARROLE 2 TESTEMUNHAS E ORIENTE O PACIENTE QUANTO AOS
SEGUINTES ASPECTOS:
a. A Gu BM que o atendeu não é composta por médico (Obs.: em caso de
SBV);
b. A Gu BM não tem aparelhos médicos de alta resolução nem dispõe de
exames laboratoriais precisos para fornecer um diagnóstico médico
preciso da gravidade do paciente;
c. Seu estado médico pode se agravar em decorrência de eventual
condição clínica oculta não detectada pela Gu BM;
d. O serviço de emergência do CBMMG está disponível 24 horas / dia e
acessível via fone 193.
Módulo 600 – Procedimentos Gerais
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129
P 613 – PRESUNÇÃO DE ÓBITO
1. QUESTÕES LEGAIS
a. Somente profissional
constatação de óbito;
médico
pode
expedir
a
declaração
de
b. Em casos óbvios, contudo, o profissional não médico pode constatar o
óbito. São situações extremas.
2. PROPOSTA
a. Auxiliar a Gu BM a constatar ou presumir o óbito do paciente em
ambiente extra-hospitalar.
3. INDICAÇÕES
a. Presunção de óbito, sem que se inicie as manobras de RCP deve ser
considerada apenas nas seguintes condições:
i. Decapitação;
ii. Decomposição;
iii. Rigor mortis;
iv. Livor mortis com lividez dependente;
v. Secção de tronco com parada cardiorrespiratória;
vi. Esmagamento total de crânio com parada cardiorrespiratória;
vii. Carbonização;
viii. Paciente sem pulso e apnéico, mesmo após permeabilização de
vias aéreas, em ocorrências com múltiplas vítimas, em que os
recursos operacionais são insuficientes para atendimento de
todas as vítimas, mas apenas das vivas (respira e tem pulso);
 Em caso de mulher grávida, mesmo com lesão incompatível com a vida (e.g.
esmagamento total de cabeça) com PCR testemunhada, deve-se iniciar a RCP
e transportá-la para o hospital de referência mais próximo, na tentativa de
salvar o bebê!!!.
 Paciente hipotérmico pode sobreviver mesmo em situações extremas de
parada cardiorrespiratória.
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
130
Apêndices
Apêndices
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131
APÊNDICE 01 – ASPECTOS MÉDICOS, LEGAIS E ÉTICOS
1. ASPECTOS MÉDICOS
a. O consentimento do paciente
Ainda que a saúde e a vida sejam bens jurídicos indisponíveis segundo
o direito brasileiro, o socorrista deve obter o CONSENTIMENTO do
paciente ou seu representante legal para atendê-lo.
b. Considera-se implícito o consentimento de uma vítima inconsciente;
c. Diante da recusa em ser atendido, agir conforme P 612;
d. Somente são consideradas mortes óbvias ao socorrista os casos
citados em P 613.
2. ASPECTOS LEGAIS
a. O socorrista Bombeiro Militar executa suporte básico de vida em
pacientes acometidos de agravos clínicos, traumáticos, obstétricos e
psiquiátricos. Suas atribuições no APH estão definidas principalmente
nas seguintes normas:
i. Constituição Federal de 1988, Art. 144, § 5º;
ii. Constituição Estadual de 1989, Art. 142, Inciso II;
iii. Lei Complementar Nº 54, de 13Dez99, art 3º e 27;
iv. Portaria Nº 2.048/02 – Ministério da Saúde;
v. Resolução Nº 1.671/03 – Conselho Federal de Medicina;
vi. Documentos normativos do CBMMG: Resoluções, Memorandos,
Instruções, dentre outros.
b. O Bombeiro Militar tem o DEVER DE AGIR, pois segundo o §2º do art.
29 do Código Penal Brasileiro – CPB “...o dever de agir incumbe a
quem tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou
vigilância...”, mesmo que tenha que enfrentar o perigo, conforme §1º
do art. 24 do mesmo CPB;
c. No seu agir, o BM deve guiar-se pelo Princípio da Legalidade Estrita,
pelo qual o agente público somente pode fazer o que a norma manda,
não o que ela não proíbe.
d. Imprudência é a conduta positiva praticada pelo agente que, por não
observar o seu dever de cuidado, vem a causar o resultado lesivo que
lhe era previsível. É o agir a mais que o permitido.
Apêndices
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
132
e. Negligência, ao contrário, é uma conduta negativa. É sempre deixar de
fazer aquilo que a diligência normal impunha. É o agir a menos que o
exigido.
f. Imperícia ocorre quando há uma inaptidão, momentânea ou não, do
agente no exercício de arte ou profissão. Diz-se que a imperícia está
ligada, basicamente, à atividade profissional do agente. É
inobservância de regra técnica.
 Segundo interpretação do § 2º do Art. 13 do Código Penal Brasileiro, se o
Bombeiro Militar se omite em socorrer, ele responde pelos danos sofridos pelo
paciente. Se o paciente vem a óbito, por exemplo, o BM responde por
homicídio, e não por omissão de socorro apenas.
3. ASPECTOS ÉTICOS
a. A ética bombeiro-militar é definida pelas normas, regras e
regulamentos, e em especial pela lei estadual nº 14.310 , de 19/06/02 –
Código de Ética e Disciplina dos Militares do Estado de Minas Gerais.
b. Sigilo Profissional – é a obrigação do Bombeiro Militar “não revelar
informações pessoais ou relativas à situação clínica da vítima a quem
não esteja diretamente envolvido no atendimento da emergência e que
dessas informações devam ter conhecimento”;
c. Direitos do paciente
i. Segundo o art. 196 da Constituição Federal de 1988, “Saúde é
direito de todos e dever do Estado.” São, ainda, DIREITOS
DO PACIENTE:
1. Identificar o profissional de saúde – Bombeiro ou não por nome completo, função ou cargo;
2. Ser identificado e tratado pelo nome e sobrenome, não
pelo nome da doença ou do agravo da saúde (Ex:
aidético, tuberculoso, leproso, drogado) ou por apelidos e
termos pejorativos;
3. Receber explicações claras sobre o tipo de atendimento
que está recebendo por parte do socorrista, o que inclui
cópia da RAPH/REDS;
4. Atendimento humano, atencioso e respeitoso, por parte
de todos os profissionais – BM e outros;
5. Ter seu caso tratado com sigilo e discrição.
Apêndices
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133
APÊNDICE 02 – SINAIS VITAIS
1. CONCEITO
a. Sinais vitais são as medidas das mais básicas funções do corpo. São
quatro: temperatura, pressão arterial, respiração e pulso. São
indicativos importantes também a cor da pele e mucosas, perfusão
capilar e oximetria de pulso.
b. Seus valores possuem pequenas alterações conforme as referências
bibliográficas adotadas
2. MEDIDAS
a. Temperatura corporal (axilar)
Normal
Febre
discreta
Febre
moderada
Febre
Elevada
Hiperpirexia
36,6° a
37,2°C
37,2° a
38,4°C
38,5° a
39,0°C
39,0° a
40,5°C
>40,5°C
b. Movimentos respiratórios por minuto (MRPM)
Adulto
Criança
Bebê
Neonato
12 a 20
15 a 30
25 a 50
30 a 60
c. Pulso (batimentos cardíacos por minuto – BCPM)
Adulto
Criança
Bebê
60 a 100
70 a 150
100 a 160
d. Pressão arterial
Sistólica (mm Hg)
Diastólica (mm Hg)
Adulto
110-140
60-90
Criança / Bebê
80 + 2X Idade
2/3 Sistólica
3. PROCEDIMENTOS PARA SE MEDIR A PRESSÃO ARTERIAL
a. Observações gerais
i. Explique para o paciente o procedimento que será realizado.
ii. O manguito deve ter largura de dois terços em relação ao
comprimento da porção da extremidade onde será medida a PA
b. Método Auscultatório
i. Posicione a vítima com o braço apoiado a nível do coração.
ii. Localize o manômetro de modo a visualizar claramente os
valores da medida.
iii. Selecione o tamanho da braçadeira indicada para o paciente
(adultos, crianças e bebês) A largura do manguito deve
Apêndices
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corresponder a 40%
comprimento a 80%.
da
circunferência
braquial
134
e
seu
iv. Localize a artéria braquial ao longo da face interna superior do
braço palpando-a.
v. Envolva a braçadeira em torno do braço, centralizando o
manguito sobre a artéria braquial.
vi. Mantenha a margem inferior da braçadeira a 2,5cm acima da
dobra do cotovelo e encontre o centro do manguito dobrando ao
meio.
vii. Determine o nível máximo de insuflação palpando o pulso radial
até seu desaparecimento, registrando o valor (pressão sistólica
palpada) e aumentando mais 30 mmHg.
viii. Posicione o estetoscópio sobre a artéria braquial palpada abaixo
do manguito na fossa antecubital.
ix. Desinsufle o manguito de modo que a pressão caia de 2 a 3
mmHg por segundo.
x. Identifique a pressão sistólica (máxima) observando no
manômetro o ponto correspondente ao primeiro batimento
regular audível.
xi. Identifique a pressão diastólica (mínima) observando no
manômetro o ponto correspondente ao último batimento regular
audível.
xii. Desinsufle totalmente o aparelho com atenção voltada ao
completo desaparecimento dos batimentos.
xiii. Retire o aparelho do braço e guarde-o cuidadosamente afim de
evitar danos.
xiv. Anote a PA e a hora. Exemplo PA. 126X84, 10h55min.
c. Método Palpatório
i. Coloque as pontas dos dedos no pulso radial. Sinta o pulso.
ii. Infle o manguito até ultrapassar um valor em que cesse o pulso.
iii. Vagarosamente esvazie o manguito, olhando o mostrador ou a
coluna de mercúrio.
iv. Quando perceber o retomo do pulso, leia a pressão sistólica
aproximada.
v. Anote a PA, hora e método usado. Exemplo: PA 120 (palpação),
10h55min.
 A posição em que a vítima se encontra (em pé, sentado ou deitado),
atividade física recente, a emoção ou dor da ocorrência e o equipamento
inadequado podem alterar os níveis da pressão.
Apêndices
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135
APÊNDICE 03 – ESTADO DE CHOQUE
1. SINAIS E SINTOMAS
a. Sinais e sintomas universais de todos os tipos de choques
i. Sinais precoces
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Taquicardia
Pulso fraco
Reenchimento capilar > 2 seg
Palidez cutânea
Vasoconstrição cutânea (cianose)
Sudorese
Pele fria
ii. Sinais tardios
1. Hipotensão arterial
2. Taquipnéia
3. Alterações neurológicas (comportamentais)
b. Sinais e sintomas típicos dos choques específicos
i. Choque cardiogênico
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Hipertensão seguido de hipotensão
Taquicardia seguida de Bradicardia
Dispnéia
Sudorese
Palidez cutânea
Alterações neurologicas (comportamentais)
ii. Choque neurogênico
1. Hipotensão
2. Bradicardia
3. Pele rosada e bem perfundida.
iii. Choque psicogênico
1. Hipotensão
2. Bradicardia seguida de taquicardia
iv. Choque séptico
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Hipotensão persistente
Pele quente e ruborizada
Calafrios
Febre
Taquipnéia
Taquicardia
v. Choque anafilático
1. Pele avermelhada, com coceira ou queimação
2. Edema de face e língua
Apêndices
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3.
4.
5.
6.
7.
8.
136
Respiração ruidosa e difícil
Hipotensão arterial
Pulso fraco
Tontura
Palidez e cianose
Coma
vi. Choque hipovolêmico (hemorrágico)
1.
2.
3.
4.
5.
6.
7.
Ansiedade e inquietação
Náuseas e vômitos
Boca, língua e lábios secos
Sede intensa
PA sistólica menor que 90mm/Hg (tardio)
Taquicardia
Taquipnéia seguida de bradipnéia com respiração rápida
e profunda
8. Enchimento capilar acima de 2 segundos
9. Pele fria, úmida e pegajosa
10. Palidez ou cianose
11. Olhos opacos e pupilas dilatadas
12. Torpor e coma
c. Classificação do choque hipovolêmico hemorrágico no adulto
Classe I
Perda
sangüínea
700 ml
(ml)
Perda
sangüínea
Até 15%
(%)
Freqüência
de
< 100
pulso
Pressão Arterial
Freqüência
Respiratória
Estado Mental
Apêndices
Classe II
Classe III
Classe IV
750 - 1500 ml
1500 - 2000 ml
> 2000 ml
15 -30%
30-40%
> 40%
Entre 100 -120
>120
>140
Normal
Normal
Diminuída
Muito
Diminuída
14-20
20-30
30-40
>35
Ansiedade
Leve
Ansiedade
Moderada
Ansioso
e Confuso
Ansioso e
Letárgico
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137
APÊNDICE 04 – ESCALA DE APGAR
1. CONCEITO
É a avaliação do quadro da vitalidade do neonato, logo após o nascimento.
2. CONDUTA
a. Devem ser feitas três medições: no primeiro, no quinto e no décimo
minuto.
b. Avalia-se através da pontuação determinada no momento do nascimento e
aos 5 (cinco) minutos de vida.
3. PARÂMETROS
a. Tabela Escala de APGAR
PARÂMETROS
0
Freqüência
Cardíaca
Ausente
Esforço
Respiratório
Ausente
Tônus Muscular
Flácido
Reflexos
de
Ausente
Irritabilidade
Cianose
Coloração
da
generalizada
Pele
ou palidez
PONTUAÇÃO
1
2
Menor que 100
Maior que 100 BPM
BPM
Choro
fraco
Choro
forte
Respiração
Respiração regular
irregular
Discreta
flexão Semiflexão
de extremidade
completa
Resposta
com
Tosse ou espirro
careta
Corpo
róseo,
Completamente
extremidades
róseo
cianóticas
b. Deve ser avaliado no primeiro minuto e, novamente, aos cinco minutos de
vida.
c. Quando a nota de cinco minutos for inferior a 7, novas avaliações devem
ser
realizadas
a
cada
cinco
minutos,
por
até
20
minutos,
e
adequadamente registradas.
d. Não deve servir para decisão quanto à reanimação do neonato.
4. AVALIAÇÃO CONTINUADA
5. COMUNICAÇÕES E DOCUMENTAÇÕES
a. O resultado encontrado deve ser informado ao médico no hospital, uma
vez que as notas obtidas nos primeiro e quinto minutos são registradas no
“Cartão da Criança”.
Apêndices
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Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
138
APÊNDICE 05 – ESCALA DE COMA DE GLASGOW - ADULTO
1. CONCEITO
Escala de Coma de Glasgow (ECG) é uma escala neurológica com
objetivo de registrar o nível de consciência e responsividade de um
paciente.
2. PARÂMETROS
a. Abertura Ocular
Espontânea 4 pontos
À voz
3 pontos
À dor
2 pontos
Ausente
1 ponto
Olhos abertos espontaneamente com movimentos
normais.
Olhos fechados que só se abrem mediante um estímulo
verbal, não necessariamente à ordem de “abra os olhos”.
Olhos fechados que só se abrem mediante estímulo
doloroso.
Não abre os olhos.
b. Resposta Verbal
Orientada
Confusa
5 pontos
4 pontos
Palavras
3 pontos
desconexas
Sons
2 pontos
ininteligíveis
Ausente
1 ponto
Consegue descrever quem é, e o que aconteceu etc...
Responde às perguntas, mas não sabe descrever quem é,
onde está ou o que aconteceu.
Diz palavras isoladas e sem sentido, não conseguindo
formar frases completas.
Não consegue sequer articular palavras, emitindo apenas
murmúrios ou grunhidos.
Não emite qualquer som vocal.
c. Resposta Motora
Obedece a 6 pontos
comandos
Localiza
5 pontos
estímulos
dolorosos
Retira à dor 4 pontos
Flexão
3 pontos
anormal
(decortiçação)
Extensão
2 pontos
anormal
(Descerebração)
Ausência
1 ponto
de resposta
Apêndices
É capaz de executar movimentos mediante solicitação
verbal, do tipo “aperte minha mão, levante a perna, mova o
pé etc...”
Consegue localizar a região onde está sendo estimulado
dolorosamente e tenta remover a mão do examinador para
impedi-lo.
Retirada inespecífica: o indivíduo retira o estímulo
doloroso mediante flexão do membro estimulado, numa
resposta reflexa.
Ao ser estimulado flexiona as extremidades superiores e
estende as extremidades inferiores assumindo a atitude de
decorticação.
Ao ser estimulado, estende as extremidades superiores e
inferiores assumindo a chamada atitude de descerebração.
Irresponsivo.
Aprovado em 09/04/2012
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139
3. CLASSIFICAÇÃO DO TCE SEGUNDO A PONTUAÇÃO NA ECG
a. TCE Leve - 13 a 15
b. TCE Moderado - 09 a 12
c. TCE Grave - 03 a 08
Apêndices
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140
APÊNDICE 06 – ESCALA DE COMA DE GLASGOW - PEDIÁTRICA
1. CONCEITO
a. A Escala de Coma de Glasgow (ECG) pediátrica é uma escala
neurológica com objetivo de registrar o nível de consciência e
responsividade de um paciente pediátrico menor de 5 anos durante a
avaliação inicial sempre que possível, será contínua e após um
traumatismo craniano ou traumas diversos.
2. PARÂMETROS
a. Abertura Ocular
Espontânea 4 pontos Olhos abertos espontaneamente. Abre os olhos.
À voz
3 pontos Olhos fechados que só se abrem mediante um estímulo
verbal.
À dor
2 pontos Olhos fechados que só se abrem mediante um pequeno
estímulo doloroso.
Ausente
1 ponto Não abre os olhos.
b. Resposta Verbal
Balbucio
5 pontos
Choro
irritante
Choro a dor
Gemido a
dor
Ausente
4 pontos
Orientado para o som, segue objetos, fixa objetos,
interage, sorriso social e “palavra apropriada (>1ano)”.
Choro contínuo, mas consolável; palavra inapropriada.
3 pontos
2 pontos
Choro persistente irritado, inconsolável gemendo.
Inquieto, agitado, inconsolável e geme.
1 ponto
Não emite qualquer som.
c. Resposta Motora
Movimento 6 pontos
espontâneo
Retira
ao 5 pontos
toque
Retira à dor 4 pontos
Flexão
anormal
3 pontos
Extensão
anormal
Ausente
2 pontos
1 ponto
É capaz de executar movimentos espontâneos ou proposital
sozinho.
Consegue sentir a região onde está sendo estimulada e tenta
se afastar.
Consegue sentir a região onde está sendo estimulada a dor e
se afasta.
Ao ser estimulado flexiona as extremidades superiores e
estende as extremidades inferiores assumindo a atitude de
decorticação.
Ao ser estimulado, estende as extremidades superiores e
inferiores assumindo a chamada atitude de descerebração.
Ausência de qualquer resposta
d. Classificação do TCE segundo a ECG pediátrica
i. 13 a 15 - leve
ii. 09 a 12 - moderado
iii. 03 a 08 – grave
Apêndices
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141
APÊNDICE 07 – ESCALA DE TRAUMA SCORE
1. CONCEITO
a. A escala de Trauma Score (TS) visa quantificar o nível da gravidade de
um paciente traumatizado, sendo assim fator decisivo para orientar a
conduta do socorrista no atendimento e na triagem (situação onde a
emergência ultrapassa a capacidade de resposta).
b. É composta de uma combinação de resultados a partir de três
categorias: Escala de Coma de Glasgow, Pressão Arterial Sistólica e
Frequência Respiratória.
c. A Escala de Trauma Score não inclui o enchimento capilar e a
expansão pulmonar, visto a subjetividade destes.
2. PARÂMETROS
a. Tabela de Trauma Score
Valor
Pontos na Escala
de Coma de
Glasgow
Pressão
Arterial
Sistólica
Frequência
Respiratória
4
13-15
> 89
10-29
3
9-12
76-89
>29
2
6-8
50-75
6-9
1
4-5
1-49
1-5
0
3
0
0
Interpretação do resultado da escala de trauma:
Trauma grave: 0 a 06
Trauma moderado: 07 a 10
Trauma leve: 11 a 12
Apêndices
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142
APÊNDICE 08 – MAPA CARGA PADRÃO DE UR
Ord EQUIPAMENTO / MATERIAL
01
Abridor de mandíbula
02
Álcool Etílico 70%
09
10
11
12
13
Aparelho de oxigênio portátil completo
composto de cilindro de 03 lts (ou maior),
manômetro, fluxômetro e máscara facial.
Acondicionado em bolsa ou maleta.
Avental descartável (EPI do TEM)
Aspirador elétrico portátil de secreções
Ataduras de crepom de 15 cm de diâmetro (
Pct c/ 12)
Bóia tipo lifebelt (salcichão)
Bolsa de resgate, em cordura (cor azul ou
laranja)
Campo operatório – pacote com 50 unidades
Capa de chuva
Capacete para salvamento
Catéter nasal
Cobertor
14
Colar cervical de peça única, modelo stiffineck
15
16
17
18
20
Colchonete
Colete de imobilização dorsal tipo KED
Colete reflexivo
Cone sinaleiro escamoteável reflexivo
Conjunto com 06 cânulas de guedel (tam de
01 a 06)
Desfibrilador Externo Automático (DEA)
21
Esfigmomanômetro
22
Esparadrapo (Rolo de 0,10 a 4,5 mts)
23
Estetoscópio
24
25
26
27
28
29
30
31
Extintor de PQS 08 Kg
Fita zebrada para isolamento
Hipoclorito de sódio a 1%
Imobilizador de cabeça tipo bashaw
Imobilizador pediátrico de corpo inteiro
Kit de queimadura
Kit obstétrico
Kit para salvamento em altura
03
04
05
06
07
08
19
Apêndices
TAM
QUANT.
-Litro (1000 ml)
Almotolia (250 ml)
01 a 02
02 a 03
01
--
01
---
10 a 15
01
--
02 a 03
--
01
--
01
-----Pediátrico
No Neck
Pequeno
Médio
-----
01
04
04
10 a 15
02 a 03
01
01
02
02
01
01
04
03
--
01
-Pediátrico
Adulto
-Pediátrico
Adulto
--Litro (1000 ml)
------
01
01
02
02 a 03
01
02
01
02 a 03
02 a 03
02
01
02 a 03
02
01
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
Ord EQUIPAMENTO / MATERIAL
143
TAM
QUANT.
32
Lanterna a pilha de 03 elementos1
--
--
33
Lanterna de recarga em viatura1
--
02
34
Lanterna de verificação de pupila
-
01
35
Lençol de papel (Rolo com 50 mts)
Luva de borracha para limpeza e desinfecção
(par)
--
01
--
04 a 06
Pequeno
Médio
Grande
------
01
01
01
03 a 04
01
01
01
03 a 05
--
03 a 05
36
37
Luva descartável (Caixa com 50 pares)
38
39
40
41
42
Luva de vaqueta (ou de couro e tecido) - par
Maca escamoteável com rodas
Maca tipo colher1
Maca tipo Sked
Manta aluminizada
Máscara facial com reservatório para
oxigenioterapia
Máscara facial (EPI do TEM)
Óculos de proteção
Oxímetro de pulso portátil
Pocket mask
Prancha longa1
Prancha longa de metal1
Prancheta de metal
Protocolo de APH
Rádio HT completo (bateria, antena e capa)
43
44
45
46
47
48
49
50
51
52
53
54
55
56
57
58
59
60
61
62
63
---------Neo-natal
Respirador manual adulto tipo AMBU com
Pediátrico
reservatório
Adulto
Litro (1000 ml)
Sabão líquido Neutro
Almotolia (250ml)
Saco de lixo de 30 lts
-Tam 08
Sonda de aspiração flexível
Tam 12
Sonda de aspiração rígida
-Soro fisiológico (Frasco com 50 ml)
-Pequeno
Médio
Talas moldáveis de espuma e metal
Grande
Tesoura ponta romba (para tecidos e couro)
-Tracionador de fêmur adulto
-Tracionador de fêmur pediátrico
-Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
--
40 a 50
03 a 04
01
01
01 a 02
01
01
01
01
01
01
01
02 a 03
01
10 a 12
04 a 08
04 a 08
02 a 03
04 a 06
03
06
04
02
01
01
01
1
Este material pode ser substituído por outro similar
Apêndices
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
144
1. OBSERVAÇÕES:
1.1 Os materiais de limpeza e assepsia previstos deverão estar registrados no
Ministério da Saúde.
1.2 Os materiais e equipamentos acima descritos são o mínimo a ser exigido para
uma Unidade de Resgate. Havendo necessidade de se acrescentar outros, tal
procedimento será efetuado por autorização do Comandante da UEOp, que decidirá
baseado nos seguintes aspectos:




necessidade operacional demonstrada;
relação custo x benefício;
qualificação dos socorristas para utilizarem os itens incrementados;
possibilidade de acondicionamento adequado nos compartimentos da
Unidade de Resgate.
1.3 Composição dos Kit
Os Kit acima descritos terão a seguinte composição:
1.3.1 Kit para queimadura





01 cobertor térmico aluminizado - tam: 2,10 X 1,40 M ou plástico estéril
01 Pacote de atadura de rayon - tam: 7,5 X 5 CM
01 pacote de gaze vaselinada - tam: 7,6 X 7,6 CM
01 protetor para queimadura e evisceração – tam 1 X 1 M
01 frasco de soro fisiológico - frasco de 250 ML
1.3.2 Kit para parto











02 aventais descartável
01 bisturi descartável nº 22
02 braceletes para identificação
01 compressa estéril de 15 X 10 CM
01 compressa estéril de 30 X 15 CM
01 cobertor térmico - Tam: 2,10 X 1,40 M
02 clamps estéreis (prendedor umbilical)
01 lençol descartável 2,00 X 0,90 CM
02 pares de luva estéril Tam M (7,5 ou 8,5)
01 saco de expurgo hospitalar 20 litros
02 absorventes hospitalares
1.3.3 Kit de salvamento em altura







Apêndices
01 Bolsa de nylon
01 corda de poliamida de 11 mm de diâmetro e lance de 30 m
01fita tubular ou cabo solteiro de 5 m
01 boldrier
01 par de luvas de vaqueta
01 freio 8
02 mosquetões de duralumínio
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
145
APÊNDICE 09 – DURAÇÃO DE CILINDRO DE O2
1. CILINDROS MAIS COMUNS COMERCIALIZADOS
Capacidade
03 litros
05 litros
07 litros
15 litros
20 litros
40 litros
50 litros
Peso
05 kg
07 kg
10 kg
17 kg
30 kg
48 kg
58 kg
Quantidade em m3
0.45 m3
0.75 m3
1.00 m3
2.40 m3
4.00 m3
8.00m3
10.00m3
Altura
0.40 cm
0.40 cm
0.45 cm
0.88 cm
0.72 cm
1.32 cm
1.42 cm
2. CÁLCULO DA DURAÇÃO RESIDUAL DO CILINDRO
Como no Brasil a constante do cilindro não é divulgada pelos seus fabricantes, o
cálculo aproximado do volume residual é calculada da seguinte forma:
Passo 1 – Cálculo do volume residual
V = Volume, em m3
P = Pressão do Cilindro, em bar (utilizando o manômetro)
C = Capacidade hidráulica do cilindro, em litros (esta informação está gravada no
corpo do cilindro)
V= PXC
Exemplos:
1000
P = 200 bar
V = 200 X 50
V = 10 m3
C = 50 litros
1000
Passo 2 - transformar o volume de m3 para litros, através da seguinte proporção:
1m3 = 1000 litros
10 m3 residuais = X
X = 10 X 1000
1
X = 10.000 lts
Passo 3 - Tendo a vazão terapêutica (observando o fluxômetro), temos o tempo
restante de oxigênio disponível no cilindro.
Se o fluxo é de 10 l / min (ou seja, a cada minuto 10 lts de O2 são consumidos) e
temos 10.000 litros residuais, teremos:
10 lts - 1 min
10.000 lts - X min
X min = 10.000 lts x 1 min = 1.000 min
10 lts
Equação Global:
X minutos residuais = Pressão x Capacidade
Vazão
Apêndices
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
146
Esta Instrução entra em vigor na data de publicação e revoga as disposições
em contrário.
Quartel em Belo Horizonte, 09 de abril de 2012.
IVAN GAMALIEL PINTO, CORONEL BM
Chefe do Estado-Maior / Subcomandante Geral
Referências Bibliográficas
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
147
Referências Bibliográficas
Referências Bibliográficas
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
148
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Profissionais de Saúde. São Paulo: American Heart Association, 2006.
BRASIL. Ministério da Saúde, CGUE/DAE/SAS. Curso de Regulação Médica das
Urgências. Institui o Manual do Aluno do Curso de Regulação Médica, 200_.
BRASIL. Universidade Federal de Minas Gerais. Monografia A Responsabilidade
Penal do Médico no Atendimento Pré-Hospitalar: Omissão Própria e Omissão
Imprópria na Regulação Médica. 2005.
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 2.048, de 05 nov.2002. Institui a política
nacional de redução da morbimortalidade por acidentes e violências.
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Vigilância em Saúde. 6. ed. Brasília: Ministério da Saúde, 2005. p. 375.
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Limer, Daniel; O'Keefe, Michael E.. Emergency Care. Autores:. Ed. Pearson /
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Oliveira, Adriana Cristina de; ARMOND, Guilherme Augusto. Higienização das Mãos.
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P.290-293.
Referências Bibliográficas
Aprovado em 09/04/2012
Protocolo de Atendimento Pré-Hospitalar
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Pedroso, Giancarlos Borges; BARROS, Cláudio Caetano; MARCELINO, Silvio
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Referências Bibliográficas
Aprovado em 09/04/2012

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