ANTIBIOTERAPIA INALADA Indicação nas bronquiectasias não

Transcrição

ANTIBIOTERAPIA INALADA Indicação nas bronquiectasias não
ANTIBIOTERAPIA INALADA
Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
26 de Maio de 2012
Antibioterapia inalada: Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Importância do tema
A principal causa de morte nas BQ não FQ é
a Insuficiência Respiratória consequente ao
processo infeccioso crónico pulmonar.
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Bronquiectasias
Nicho ecológico perfeito para crescimento de microorganismos
Crescimento “epimucoso”
Elevada carga bacteriana
Cronicidade
Potente resposta inflamatória local (neutrofílica)
Lesão estruturais pulmonares
Deterioração funcional respiratória
 QOL
 sobrevida
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Perfil da flora bacteriana colonizante
das vias aéreas nos doentes com BQ
não FQ
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Perfil da flora bacteriana colonizante das vias aéreas nos
doentes com BQ não FQ
• Haemophilus influenzae (30 a 45%)
• Pseudomonas aeruginosa (10 a 30%)
• Streptococcus pneumoniae (5 a 15%)
• Micobactérias atípicas (2%)
• Fungos (2%)
• Nocardia asteroides
Raro:
- Staphilococcus aureus (pensar em FQ)
Frequente:
- Colonização mista
- Diferentes morfotipos do mesmo agente com diferentes TSA
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Importância da colonização das vias
aéreas por PSAE nas BQ não FQ
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Importância da colonização das vias aéreas por PSAE nas
BQ não FQ
PSAE:
• 1/3 dos doentes estão colonizados
• Prevalência aumenta com a idade
• >50% dos adultos estão colonizados
• Indutora de resposta inflamatória neutrofílica local muito agressiva
e lesiva da estrutura pulmonar
• Principal factor responsável pela deterioração funcional pulmonar
e pela  sobrevida
• Muito difícil de erradicar quando se estabelece o fenotipo mucóide
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Dificuldade na erradicação da PSAE
das vias aéreas de doentes com BQ
não FQ
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Porque é difícil a erradicação da PSAE das vias aéreas de
doentes com BQ não FQ?
1. Compromisso dos mecanismos de defesa pulmonar
associados às BQ não FQ
2. Capacidade adaptativa da PSAE resultante da sua
enorme flexibilidade genética e metabólica
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Porque é difícil a erradicação a PSAE das vias aéreas de
doentes com bronquiectasias?
1. Compromisso dos mecanismos de defesa pulmonar
associados às bronquiectasias
- Disfunção do aparelho mucociliar
- Lesão estrutural da parede das vias aéreas
2. Capacidade adaptativa da PSAE resultante da sua
enorme flexibilidade genética e metabólica
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Porque é difícil a erradicação da PSAE das vias aéreas de
doentes com FQ?
1. Compromisso dos mecanismos de defesa pulmonar
associados à FQ
2. Capacidade adaptativa da PSAE resultante da sua
enorme flexibilidade genética e metabólica
- Biofilme: Impede destruição bacteriana por fagocitose,
mecanismos imunológicos e antibióticos
- Mecanismos de resistência antibiótica convencionais:
Bombas de efluxo
Plasmídeos
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Colonização patogénica por PSAE nas
BQ não FQ
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Colonização 
Infecção 
Presença persistente de um microrganismo
na
superfície de um tecido sem invadir e sem exercer
efeitos deletérios sobre o mesmo
Presença de um microorganismo num tecido com invasão
das suas estruturas provocando lesões tecidulares
Bronquiectasias + PSAE
• crescimento “epimucoso” (sem invasão tecidular)
• inflamação neutrofílica local
• deterioração funcional pulmonar
• morbilidade e mortalidade
“Colonização patogénica”
ou
“Infecção crónica”
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Fases de colonização patogénica broncopulmonar por PSAE nas
BQ não FQ
Fases de
colonização
Critérios
microbiológicos
Critérios
clínicos
Fenotipo
bacteriano
Colonização
inicial
- 1º isolamento de PSAE
-  sintomas - Estirpes não
-  Resposta mucóides
imunológica
específica
Colonização
intermitente
- Isolamentos intermitentes de PSAE
- Num período de 6 meses após
colonização inicial, 1 isolamento de
PSAE em, pelo menos, 3 amostras
com intervalo de 1 mês entre elas
-  sintomas
-  resposta
imunológica
específica
- Sbt estirpes
não mucóides
- Algumas
estirpes
mucóides
Colonização
crónica
- Isolamentos persistentes de PSAE
- Num período de 6 meses, pelo
menos, 2 isolamentos sucessivos de
PSAE, em 3 amostras com intervalos
de 1 mês entre elas
-  sintomas
- Resposta
imunológica
específica
- Sbt estirpes
mucóides
- Algumas
estirpes não
mucóides
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Fases de colonização patogénica broncopulmonar por PSAE nas
BQ não FQ
Fases de
colonização
Critérios
microbiológicos
Critérios clínicos
Fenotipo
bacteriano
Exacerbação na
colonização
inicial
Critérios de colonização
inicial
- Sintomas
Estirpes não
- Resposta
mucóides
imunológica específica
Exacerbação na
colonização
crónica
Critérios de colonização
crónica
- Sintomas
Estirpes
- Resposta
mucóides
imunológica específica
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Objectivos da antibioterapia de
acordo com as diferentes fases da
colonização
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Objectivos da antibioterapia de acordo com as diferentes
fases de colonização
Colonização crónica por PSAE

Principal factor responsável pela deterioração funcional e pela progressão
da doença pulmonar nas BQ não FQ
(turning point na evolução clínica da doença)
Nas BQ não FQ:
- Há que prevenir a colonização crónica a PSAE!
- Há que manter controlada a colonização crónica a PSAE!
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Objectivos da antibioterapia de acordo com as diferentes fases
de colonização
Colonização inicial
e
Colonização intermitente
Colonização crónica
Erradicação do agente
para prevenção da
colonização crónica
Redução da carga
bacteriana para  da
resposta inflamatória e
prevenção da destruição
pulmonar e da
deterioração funcional
respiratória
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
• Dadas as características da PSAE e os aspectos
fisiopatológicos inerentes às BQ não FQ só se consegue
atingir os objectivos de controlo da colonização
patogénica com uma antibioterapia prolongada em
doses altas.
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
• Antibioterapia prolongada
- Iatrogenia
- Indução de resistências
 AB sistémicos (orais ou ev)
 AB inalados
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Antibioterapia inalada versus antibioterapia sistémica
AB inalados
AB sistémicos
•Elevadas concentrações nas
• mais significativa da resposta
secreções brônquicasBQ
inflamatória pulmonar
- 20x
- 100x MIC
•Pequenas vias
•Reduzida taxa de absorção sistémica
•Grandes vias
Permitem terapêuticas mais
prolongadas com < toxicidade e <
iatrogenia
Terapêutica supressora crónica
Permitem atingir o pulmão profundo
com maior controlo da resposta
inflamatória parenquimatosa
•Terapêutica de erradicação
•Terapêutica de exacerbação
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Antibióticos com formulação galénica para administração por
via inalatória (pH e osmolaridade  ao das vias aéreas e sem aditivos)
• Tobramicina solução inalada (TIS)
TOBI ® Novartis (300mg/5ml)
Bramitob ® Chiesi (300mg/4ml)
• Tobramicina pó seco (TIP)
TOBI Podhaler ® Novartis
• Colistimetato de sódio (colistina)
Promixin ® Praxis
• Aztreonam lisina
Cayston
®
Gilead
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Sistemas de administração de AB inalados
PARI LC PLUSTM (≈ 15’) (2x/dia)
• Tobramicina solução inalada (TIS)
e-flow® (≈ 5’) (2x/dia)
• Tobramicina pó seco (TIP)
TOBI ® Podhaler® (≈ 5’) (2x/dia)
• Colistimetato de sódio (colistina)
I-nebTM (≈ 5’) (2x/dia)
• Aztreonam lisina
e-flow ® + Altera® (≈ 5’) (3x/dia)
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Regimes terapêuticos
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Regimes terapêuticos
• Terapêutica de erradicação
• Terapêutica supressora crónica
• Terapêutica de exacerbação
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Terapêutica de erradicação
Para quê?
Para atrasar ou prevenir o estado de colonização crónica
responsável pela destruição pulmonar, deterioração
funcional e aumento da morbilidade e mortalidade
Principal estratégia terapêutica responsável pelo
aumento da sobrevida em doentes com BQ não FQ
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Terapêutica de erradicação
Quando?
Há que aproveitar a “janela de oportunidade”
correspondente ao período de colonização inicial e da
colonização intermitente na qual:
• Predominam estirpes não mucóides
• Predominam estirpes sensíveis à maioria dos
antibióticos
• Reduzida carga bacteriana
• Resposta inflamatória pouco intensa
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
“Janela de oportunidade” e Evolução da doença
Pathogenesis of Early Lung Disease in Cystic Fibrosis: A Window of Opportunity to Eradicate
Bacteria – Timothy D. Staner and Paul B. McCray Jr. In Ann Intern Med, 2005; 143: 816-822
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Terapêutica de erradicação
Qual o melhor regime terapêutico?
Qual a duração mais adequada da terapêutica?
Não existe evidência suficiente para dar resposta a estas
questões
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Proposta de terapêutica de erradicação (SEPAR/BTS)
AB sistémico oral
+
AB inalado
PSAE -
Ciprofloxacina (750mg 2x/dia)
3 semanas
A
1 mês
Cultura expectoração
AB inalado 3 a 12 meses
PSAE +
AB sistémico ev:
2 semanas
β-lactâmico anti PSAE + Aminoglicosido
AB sistémico oral: Ciprofloxacina 3 semanas
+
AB inalado:
1 mês
AB inalado
3 a 12 meses
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Quando se considera ter havido erradicação?
• 3 culturas de expectoração sucessivas negativas para
PSAE num período de 6 meses, com intervalo de, pelo
menos, 1 mês entre cada uma após cessação da
terapêutica
•  resposta imunológica específica (Ac anti PSAE)
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Terapêutica supressora crónica
Porquê?
Colonização crónica
Impossível erradicação completa
de PSAE
mas...
Possível
 carga bacteriana
 resposta inflamatória
 deterioração funcional pulmonar
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Terapêutica supressora crónica
Quando?
Logo que se estabelece o diagnóstico de colonização crónica
a PSAE!!!
Mas…
Não existe evidência suficiente para apoiar esta
estratégia
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Terapêutica supressora crónica
Qual o melhor regime terapêutico?
Não existe evidência suficiente para dar resposta
a esta questão.
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Terapêutica supressora crónica
1. Tobramicina inalada em suspensão: 300mg 2x/dia ciclos on/off (TIS)
28 dias
Mas se:
- Intolerância à Tobramicina
- Resistência à Tobramicina?
2. Colistimetato de sódio (colistina) inalado: 1 000 000 U 2x/dia (contínuo)
Mas se:
- aumento sintomatologia nas fases off da antibioterapia inalada
- Casos mais graves
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Terapêutica supressora crónica
Mas se:
- aumento sintomatologia nas fases off da TOBI®
- Casos mais graves
3. Tobramicina inalada em suspensão 300mg 2x/dia
Promixin 1000000 U 2xdia
“Colistin – Tobramycin combinations are superior to monotherapy
concerning killing of biofilm Pseudomonas aeruginosa”
J Infect Dis 2010; 202: 1585-1592
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Indicações para a antibioterapia inalatória nos
doentes com BQ não FQ (SEPAR e BTS)
-Terapêutica de erradicação:
-de início associado a antibioterapia sistémica ou na
falência de antibioterapia sistémica isolada
-Terapêutica supressora crónica
Mas que evidência científica apoia
estas indicações?
- poucos trabalhos publicados
- estudos pouco “robustos”
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Estudos mais importantes sobre a utilização de AB inalados em
doentes com BQ não FQ
Autor e Ano
Método
AB
1999
Orriols
Randomizado
Não controlado
(n=15; Duração 12 meses)
Ceftazidima
+
Tobramicina
(convencional)
2000
Barker
Randomizado
Controlado
(n=74; Duração 4 meses)
Tobramicina
(TOBI)
2001 Couch
2005
Drobnic
2005
Scheinberg
Randomizado
Controlado
(n=74; Duração 1 mês)
Randomizado
Controlado
(n=30; Duração 6 meses)
Não randomizado
(n=41; Duração 3 ciclos on
(14 dias) e 3 ciclos off (14
dias))
Tobramicina
(TOBI)
Tobramicina
(Convencional)
Tobramicina
(TOBI)
Resultados
- nº de internamentos
- nº dias internamento
-0% erradicação
- nº de colónias
-35% erradicação
-Melhoria clínica
Resist
Efeitos adversos
0%
----
-Tosse
-Broncospasmo
-Dispneia
- nº de colónias
-36% erradicação
-Melhoria clínica
8%
-Dispneia
-Pieira
-Aperto torácico
- nº de internamentos
- nº dias internamento
- nº de colónias
0%
-Broncospasmo
-22% erradicação
-Melhoria clínica
- QoL
5%
-Tosse
-Broncospasmo
Antibioterapia inalada : Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Estudos mais importantes sobre a utilização de AB inalados em
doentes com BQ não FQ
Autor e Ano
2007
Steinfort
2010
Dhar
Método
Não randomizado
(n=18; Duração 41 meses)
Não randomizado
Retrospectivo
(n=19; Duração 23,6 meses)
AB
Resultados
Resist
Efeitos adversos
Colistina
- QoL
- deterioração funcional
0%

Colistina
- nº de colónias
- nº de exacerbações
- nº de internamentos
----

Antibioterapia inalada: Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Conclusões dos trabalhos sobre AB inalada nas BQ não FQ
1.  nº de colónias de PSAE na expectoração ( significativo do que na FQ)
2. Taxa de erradicação  13 a 42% (inferior à FQ)
3. Potencial de indução de resistências mais acentuado para a tobramicina
em relação com a colistina
4. Não parece induzir a emergência de MO multiresistentes (Burkholderia
cepacea, Alcalygenes xylosoxidans, Stenotrophomonas maltophilia ou
Aspergillus fumigatus)
5. Melhoria clínica significativa
6. Sem impacto nos parâmetros funcionais respiratórios
7. Efeitos adversos locais relativamente frequentes (mais do que na FQ)
Antibioterapia inalada: Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
AIR – BX – 1  A study to see if AZLI is effective
in treating adults with non-CF bronchiectasis
• Multicêntrico
• Randomizado
• Controlado
• Duplamente cego
• Fase 3
Antibioterapia inalada: Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Antibioterapia inalada
FQ
BQ não FQ
• Relativa eficácia como terapêutica
de erradicação
•Eficácia  reduzida como terapêutica
de erradicação
•  deterioração funcional respiratória
•Reduzido impacto no controlo da
deterioração funcional respiratória
• Efeitos adversos locais pouco
frequentes
•Efeitos adversos locais mais
frequentes
Antibioterapia inalada: Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Limitações à utilização de AB inalada em doentes com
BQ não FQ
• Elevado custo
• Reduzida evidência científica
• Deficiente aderência
Antibioterapia inalada: Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Relação custo-benefício da antibioterapia inalada
“O aumento em 20% da prescrição de TIS traduziu-se numa redução
global dos custos por diminuição do recurso a antibioterapia
endovenosa (-4%) e diminuição do nº de internamentos hospitalares
(-3%)”
Budget impact model of tobramycin inhalation solution for treatment of Pseudomonas aeruginosa in
cystic fibrosis patients
J. Med Econ 2010;13:492-9
Antibioterapia inalada: Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Futuro
42 ensaios clínicos em curso ou recentemente concluídos no
âmbito da AB inalada no tratamento de doenças respiratórias
• Aztreonam lisina (Cayston®)
• Amicacina lipossómica (AryKace®)
• Gentamicina
• Ciprofloxacina lipossómica e não lipossómica
• Vancomicina
• Levofloxacina (Aeroquin®)
• Colistina em pó seco (Colobreath®)
Antibioterapia inalada: Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Futuro
Investigação sobre diferentes formas de administração de AB
inalados:
- > deposição pulmonar
- < efeitos adversos
• Formas lipossómicas
- Ciprofloxacina
- Amicacina
• Pó seco:
- Tobramicina
- Colistina
• Aperfeiçoamento de nebulisadores de malha
Antibioterapia inalada: Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Conclusões
Nas BQ não FQ:
1. O controlo da infecção é o factor com maior impacto na
melhoria da qualidade de vida
2. A PSAE é o microorganismo com maior efeito deletério como
colonizante das vias aéreas
Antibioterapia inalada: Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Conclusões
Nas BQ não FQ:
3. O tratamento agressivo e precoce da colonização por PSAE,
procurando prevenir ou controlar o estado da cronicidade, ao
melhorar a qualidade de vida dos doentes reduzindo a
morbilidade, deve ser escrupulosamente cumprido
4. Apesar da escassez de estudos nesta área a tendência actual
apoia a utilização da antibioterapia inalatória como terapêutica
supressora crónica da colonização por PSAE
Antibioterapia inalada: Indicação nas bronquiectasias
não Fibrose Quística (BQ não FQ)
Pilar Azevedo
Conclusões
Nas BQ não FQ:
5. O objectivo de AB inalada no tratamento de doentes com BQ
não FQ colonizados por PSAE não é a erradicação
microbiológica nem a melhoria funcional respiratória, mas sim
a redução do nº de exacerbações graves a imporem
internamento hospitalar e a melhoria da qualidade de vida,
estando ainda por demonstrar o real impacto desta
intervenção terapêutica no prognóstico da doença

Documentos relacionados