Roteiro: “Uma história de amor e fúria”

Transcrição

Roteiro: “Uma história de amor e fúria”
Roteiro: “Uma história de amor e fúria”
Direção: Luiz Bolognesi (2012)
Duração: 74 min
“Viver sem conhecer o passado é como andar no escuro”
Fala de Abeguar
A exibição da animação “Uma história de amor e fúria” tem o objetivo de promover
a reflexão sobre os conhecimentos relacionados à formação do Brasil, sua sociedade
e dentro deste processo, buscar uma abordagem que escape da visão tradicionalista
sobre a História.
Objetivamos fazer uma abordagem envolvendo questões relacionadas à ocupação
do ambiente e sua degradação, a organização do território correlacionando com a
colonização, bem o enfoque do papel do indígena e do negro na construção da
identidade nacional, e o debate sobre sua exclusão enquanto agentes nesse
processo.
No entrecruzar das diferentes Linguagens, buscaremos apontar a pertinência da
discussão sobre o conhecimento e apropriação do passado, tendo por referência, o
papel dos excluídos nos conflitos, artes e na medida que a animação se coloca na
parte final para a projeção de um “futuro”, fazer os apontamentos de como/quanto
aquela proposição pode ser fictícia ou muito perto da realidade se pensarmos em
problemáticas atuais.
Sinopse:
Desde o início, deixa-se de lado qualquer ranço didático, recorrendo a uma pegada
pop, de história em quadrinhos, para contar as aventuras de Abeguar (voz de Selton
Mello). Guerreiro tupinambá que foi escolhido pelos deuses para tornar-se imortal,
capaz de transformar-se em pássaro e renascer em diversas épocas para sustentar
uma eterna luta contra Anhangá – divindade que é a senhora das sombras na
mitologia indígena.
Adota-se aqui uma visão da história nacional que coloca em primeiro plano seus
movimentos contestadores, levando em conta o ponto de vista de setores que,
mesmo derrotados pela ordem vigente, impregnaram a cultura do país – caso dos
indígenas, escravos africanos, estudantes e militantes políticos dos anos 1960 e
1970.
Mudando de identidade, mas mantendo intacta sua essência libertária, Abeguar, no
período colonial, é um dos raros sobreviventes de um massacre promovido pelos
portugueses. Sua grande paixão é Janaína (voz de Camila Pitanga).
Num salto de 200 anos à frente no tempo, o guerreiro reaparece, agora como um
sitiante negro na Província do Maranhão, reencontrando Janaína transformada em
outra mulher, num período abalado por tensões sociais que eclodiram na Balaiada,
uma ampla contestação do poder imperial na Província do Maranhão, a qual foi
reprimida com violência entre 1838 e 1840.
Outros 130 anos se passam, e os dois ressurgem no Rio de Janeiro, em 1968, como
estudantes que aderem à guerrilha contra a ditadura militar, enfrentando a
repressão e a tortura. Tempos depois, no Rio dos anos 1980, alguns dos exguerrilheiros se transformam em ativistas sociais em favelas assoladas pelo tráfico
de drogas e a violência policial.
O último segmento é uma projeção do futuro, em 2096, quando o Rio tornou-se uma
cidade segura, defendida por milícias particulares – no entanto, também um lugar
em que a água, escassa, é uma mercadoria caríssima, vendida a peso de ouro pela
“estatal” AQUABRAS. Mais uma vez, o casal integra um grupo de opositores ao
sistema autoritário.
Exercícios
(Ufsm) Sobre a organização econômica, social e política das comunidades indígenas
brasileiras, no período inicial da conquista do território pelos portugueses, é correto
afirmar:
I. Os nativos viviam em regime de comunidade primitiva, em que a terra era de
propriedade privada dos casais e os instrumentos de trabalho eram de
propriedade coletiva.
II. A divisão das tarefas era por sexo e por idade; as mulheres cozinhavam,
cuidavam das crianças, plantavam e colhiam; os homens participavam de
atividades guerreiras, da caça, da pesca e da derrubada da floresta para fazer a
lavoura.
III. A sociedade era organizada em classes sociais, sendo o excedente da
produção controlado pelos chefes das aldeias, responsáveis pela distribuição dos
bens entre os indígenas.
IV. Os indígenas brasileiros não praticavam o comércio pois tudo que produziam
destinava-se à subsistência, realizando apenas trocas rituais de presentes.
Está(ão) correta(s)
a) apenas I e II.
b) apenas I e III.
c) apenas III.
d) apenas IV.
e) apenas II e IV.
(UFF/RJ) O Período Regencial, compreendido entre 1831 a 1840, foi marcado por
grande instabilidade, causada pela disputa entre os grupos políticos para o controle
do Império e também por inúmeras revoltas, que assumiram características bem
distintas entre si. Em 1838, eclodiu, no Maranhão, a Balaiada, somente derrotada
três anos depois.
Pode-se dizer que esse movimento:
a) contou com a participação de segmentos sertanejos – vaqueiros, pequenos
proprietários e artesãos – opondo-se aos bem-te-vis, em luta com os negros
escravos rebelados, que buscavam nos cabanos apoio aos seus anseios de liberdade;
b) foi de revolta das classes populares contra os proprietários. Opôs os balaios
(sertanejos) aos grandes senhores de terras em aliança com escravos e negociantes;
c) foi, inicialmente, o resultado das lutas internas da Província, opondo cabanos
(conservadores) a bem-te-vis (liberais), aprofundadas pela luta dos segmentos
sertanejos liderados por Manuel Francisco dos Anjos, e pela insurreição de
escravos, sob a liderança do Negro Cosme, dando características populares ao
movimento;
d) lutou pela extinção da escravidão no Maranhão, pela instituição da República e
pelo controle dos sertanejos sobre o comércio da carne verde e da farinha – então
monopólio dos bem-te-vis, sendo o seu caráter multiétnico a razão fundamental de
sua fragilidade;
e) sofreu a repressão empreendida pelo futuro Duque de Caxias, que não distinguiu
os diversos segmentos envolvidos na Balaiada, ampliando a anistia decretada pelo
governo imperial, em 1840, aos balaios e aos negros de Cosme, demonstrando a
vontade do Império de reintegrar, na vida da província, todos os que haviam
participado do movimento.
(COVEST-PE) Durante o regime militar (1964-1985), os governos decretaram vários
atos institucionais, o que permitiu o aparecimento de um processo crescente de
arbitrariedade, autoritarismo e desrespeito aos direitos humanos. Em relação a esse
regime podemos afirmar que:
a) os atos institucionais foram os instrumentos legais que o regime militar teve em
mãos para garantir a ordem política democrática.
b) nesse período de regime militar, em que vigoraram os atos institucionais, o
Congresso Nacional funcionou plenamente, e os atos de corrupção parlamentar
foram punidos.
c) a opção por um regime militar simbolizou o caminho escolhido pelas elites
políticas, aliadas a interesses internacionais, para enfrentarem a crise social, política
e econômica, face à crescente organização de parcelas da sociedade civil que
reivindicavam os direitos de cidadania.
d) os vinte e um anos de regime militar introduziram o Brasil na modernidade e
garantiram que os militares, aliados a um Congresso Nacional que funcionou com
plena liberdade no cerceamento à livre expressão, evitassem a adesão do país ao
comunismo.
e) entre os atos institucionais publicados durante a vigência do regime militar, o AI-5
foi o símbolo maior das medidas autoritárias necessárias à passagem ao regime
democrático, alcançado imediatamente após a sua publicação.
Sugestões cinematográficas:
Como era gostoso o meu francês. Brasil – 1970. Do cineasta brasileiro Nelson
Pereira dos Santos, grande nome do Cinema Novo. O filme conta a história de um
viajante francês que é capturado pelos índios tupiniquins, aliados dos portugueses
mas inimigos dos franceses. Nelson Pereira discute a questão da antropofagia de
algumas tribos existentes na colônia, além de mostrar a relação dos franceses, da
França Antártica, com os Tupinambás e Tupiniquins.
Hans Staden.(1999). Direção de Luiz Alberto Gal Pereira. O filme conta a história do
viajante alemão Hans Staden que sobreviveu ao naufrágio de sua embarcação no
litoral de Santa Catarina e posteriormente, foi capturado por índios Tupinambás, que
eram hostis aos portugueses e seus aliados.
Batismo de Sangue (2007): Baseado no premiado livro homônimo de Frei Betto, tem
direção de Helvécio Ratton. Sob o ponto de vista de Frei Tito, interpretado pelo ator
Caio Blat, o filme mostra a ação de um grupo de frades dominicanos contra o regime
militar ao dar apoio logístico para o guerrilheiro Carlos Mariguella, que fora
executado numa emboscada organizada pelo delegado Fleury através da OBAN
(Operação Bandeirantes)