Sérgio Dayrell Porto 11 DE SETEMBRO EM NOVA YORK: DAS

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Sérgio Dayrell Porto 11 DE SETEMBRO EM NOVA YORK: DAS
Sérgio Dayrell Porto
11 DE SETEMBRO EM NOVA YORK:
DAS REPRESENTAÇÕES E SIGNIFICAÇÕES
MIDIÁTICAS À INCOMPREENSÃO DAS
DIFERENÇAS
---------------------------------
APRESENTAÇÃO
11 DE SETEMBRO EM NOVA YORK:
DAS
REPRESENTAÇÕES
E
SIGNIFICAÇÕES
INCOMPREENSÃO DAS DIFERENÇAS
MIDIÁTICAS
À
Sérgio Dayrell Porto
Currículo
(*)Coordenador do Curso de Comunicação Social do IESB
Pós-doutor e Ph.D em Comunicação pela McGill University-Montreal-Canadá
Estágio Sênior no CNRS- Centre National de la Recherche Scientifique - Paris-França
Pesquisador Associado Sênior da Faculdade de Comunicação da UnB ( Professor Titular
aposentado )
Pesquisador 1A do CNPq - líder do grupo de pesquisa: Interpretação de Produtos Culturais Meios de Comunicação e Processos de Significação; coordenador do projeto integrado de
pesquisa: Pesquisas Qualitativas em Comunicação - 11 de setembro em Nova York:
Representações e Significações Midiáticas ( CNPq-IESB- UnB)
Objeto e finalidade da pesquisa
Esta apresentação do livro 11 DE SETEMBRO EM NOVA YORK - A INCOMPREENSÃO DAS
DIFERENÇAS pretende também servir de relatório final da pesquisa 11 DE SETEMBRO EM
NOVA YORK: REPRESENTAÇÕES E SIGNIFICAÇÕES MIDIÁTICAS, elaborada por um grupo
de 18 pesquisadores - 16 professores ( 4 doutores, 11 mestres e 1 especialista ) e 2
estudantes/bolsistas do Curso de Comunicação Social do IESB - , reunidos em um projeto
integrado de pesquisa aprovado pelo CNPq – Metodologias Qualitativas em Comunicação.
As ressonâncias dos atentados de 11 de setembro nos Estados Unidos e em todo o mundo
foram de tal ordem que passamos a adotar esta data não só como um marco histórico
redefinidor das relações conflituosas entre Ocidente e Oriente, mas também como fato
discursivo capaz de inaugurar uma nova episteme e, portanto, uma nova ordem discursiva,
caracterizada não só pelas batalhas e bravatas econômicas, políticas e bélicas, mas também
pela beligerância midiática, retórica e ritualística. Signos, símbolos, mitos e valores estão
sendo, desde então, redimensionados e ressignificados, distinguindo-se duas vias
midiáticas: a informação e a propaganda, cujas fronteiras se tornam, neste momento,
difusas. Conseqüentemente, justifica-se que pesquisadores da área de Comunicação Social
e das subáreas de Jornalismo e Publicidade e Propaganda se reúnam sob o abrigo de um
grande Projeto Integrado de Pesquisa e estabeleçam como recorte de observação o período
iniciado em 11 de setembro de 2001 até nossos dias, tempo em que as principais produções
midiáticas serviram como estudos de caso motivadores de novas representações, aferições,
análises, interpretações e debates.
A idéia, neste momento, é sintetizar um pensamento predominante que foi se revelando à
pesquisa, à medida que seus autores testemunhavam em reuniões de grupos, e
posteriormente em artigos e relatórios, a presença de uma tendência hegemônica. Buscavase finalmente responder a um questionamento fundamental, a respeito da atual tensão
política entre Ocidente e Oriente, cujos maiores protagonistas são os Estados Unidos e
alguns países do Oriente-Médio. Ora, este problema não podia e não pode ser
compreendido unicamente sob a ótica solidária de uma cultura regional das Américas, pois
transcende os limites geográficos e afetivos de nossas culturas locais. Ficou claro que os
porquês dessas agressões estão contidos em um emaranhado de posturas políticas e
discursos sociais, melhor dizendo: formações discursivas de cunho ideológico, a ponto de
denominarmos este livro que resulta da mesma pesquisa: A INCOMPREENSÃO DAS
DIFERENÇAS.
Representações e ortodoxia metodológica
Ao adotar a metodologia de pesquisa qualitativa da “Análise do Discurso”, nos avizinhamos
da proposta de Dominique Maingueneau, criador da concepção e da expressão INTERINCOMPREENSÃO DISCURSIVA REGULAMENTADA, que aplicada ao problema da pesquisa,
significa que a nossa postura interpretativa em relação ao acontecimento de 11 de setembro
de 2001 acaba sendo a composição necessária de dois elementos inseparáveis,
independente de sermos norte-americanos ou americanos do centro e/ou sul-americanos.
Em qualquer uma das três posições, todas elas próximas aos acontecimentos, guardamos
conosco o sentimento de pertencimento e de distanciamento da situação. No atual mundo
globalizado, sermos iguais dentro do sistema capitalista, como poderiam propor
simbolicamente as Torres Gêmeas, traz ao mesmo tempo o sentimento de impossibilidade,
e este mega símbolo, hoje destruído pelo ataque iconoclasta de 11 de setembro, pode não
ter passado de uma alegoria, um anti-símbolo de uma pretensa e impossível igualdade entre
os povos, sejam eles americanos, sejam eles de toda a parte, capitalistas ou não. A respeito
das idéias de Dominique Mangueneau, guardamos a seguinte citação:
“O caráter constitutivo da relação interdiscursiva faz aparecer a interação semântica
entre os discursos como um processo de tradução, de inter-incompreensão
regulamentada . Cada um introduz o outro na sua própria abrangência, traduzindo
seus enunciados nas categorias do Mesmo, e não tem nada a ver com este Outro que
ele constrói, sob a forma de “ simulacro”... a identidade de um discurso coincide com
a rede de incompreensão no qual ele é tomado. Não há, de um lado o sentido, de outro
certos “mal-entendidos” contingentes em sua comunicação, mas, em um só
movimento, há o sentido como mal-entendido” ( tradução do autor desta
apresentação) (MAINGUENEAU, 1984, p.11 e 12 ) .
Já com o distanciamento de um pouco mais de um ano dos fatos e acontecimentos de
11 de setembro de 2001, em Nova York e Washington, tomando as nossas percepções
de tudo o que vimos, sentimos, ouvimos e lemos, principalmente através da análise do
discurso do que disse e mostrou a mídia brasileira, e também a internacional, nos
deparamos com ditos, não-ditos, interditos e também com dizíveis ( supostamente
ditos ou a serem ditos ), que acabaram construindo e reconstruindo os
fatos/acontecimentos a que nos referimos acima, expressando objetividades,
subjetividades, interpretações, pontos de vistas, compromissos ideológicos conscientes
e inconscientes, distanciamentos e pertencimentos, tanto da parte dos veículos
analisados quanto de seus próprios analistas. Como não existe discurso sem sujeito,
impossível haver também discurso sem ideologia. Ora, essa imposição da linguagem
sobre a nossa idealizada ação de sujeitos, fadados a lembranças e a esquecimentos,
não denigre a nossa capacidade observadora e de análise, mostrando, no entanto, uma
relatividade possível em nossas percepções. Foucault comenta nossas prisões
linguageiras ou às estruturas lingüísticas, dentre estas, as de função sujeito:
“ Eu gostaria de ter percebido em mim mesmo que no momento em que falo uma voz
sem nome me precedia desde muito tempo: a mim me bastaria me colocar em cadeia,
seguindo a frase, de aí me instalar, sem que eu tivesse lugar fixo, em seus interstícios,
como se ela me fizesse sinal, se colocando, por um instante, em suspenso” (
FOUCAULT, 1971, p.7 ) – tradução livre do autor.
Caso optássemos por outros métodos, que não a Análise do Discurso, certamente
poderíamos pretender e ousar uma intimidade maior com a verdade dos fatos. No
entanto, sendo ortodoxos, estamos certos de que contribuímos apenas com uma parte
do todo, e que este possa constituir-se num amplo tecido explicativo dos
acontecimentos. Importante lembrar que estamos presos às nossas ”formações
discursivas”, e, se isso é uma virtude, também é uma limitação. Sem o radicalismo de
Maingueneau, mas sem nos afastar muito dele, vejamos o que diz Eni Puccinelli
Orlandi a respeito dessas formações:
“ E aqui, sem dúvida, nossa diferença era a de considerar, tanto na análise como na
história da análise do discurso, a noção de formação discursiva. Esta é uma noção
formadora da análise do discurso, na França, seja para a filosofia de Michel Foucault
seja para a proposta de análise de Michel Pêcheux. Para mim, é a noção que permite
ultrapassar as posições estritas do estruturalismo e guardar no entanto a perspectiva
não conteudística, seja relativa ao sentido, seja ao sujeito, seja à história. As
formações discursivas, ao mesmo tempo em que determinam uma posição, não a
preenchem de sentido. Se, no início, essa noção foi compreendida como regiões
fechadas e estabilizadas, logo se percebeu que elas são atravessadas ( eu diria mesmo
constituídas) pelas diferenças, pelas contradições e pelo movimento. Mas são um
princípio de organização para o analista e são parte da constituição dos discursos e
dos sujeitos. As formações discursivas não são constituídas a priori como evidências
ou lugares estabilizados mas como regiões de confronto de sentidos” (ORLANDI,
1994,pp.10-11 ) .
Para tornar as coisas ainda mais claras, buscamos também em Orlandi a definição e o
conceito de “ formações discursivas”:
“ A formação discursiva é, enfim, o lugar de constituição do sentido e da identificação
do sujeito. É nela que todo sujeito se reconhece ( em sua relação consigo mesmo e com
os outros sujeitos ) e aí está a condição do famoso consenso intersubjetivo ( a evidência
de que eu e tu somos sujeito) em que, ao se identificar, o sujeito adquire identidade (
Pêcheux, Les Vérités de la Palice, 1975). É nela também, como dissemos, que o
sentido adquire sua unidade ( ORLANDI,1988, p.58 ).
Por fim, dando maior contorno às exigências de nossa metodologia de trabalho,
lembramos do que diz Vignaux em relação aos contatos entre realidade e
representações:
“ Além disso, o discurso não tem como função constituir a representação fiel de uma
realidade mas assegurar a permanência de uma certa representação ( Vignaux, 1979 –
Argumentation et discours de la norme ). Por isso há, na gênese de todo discurso, o
projeto totalizante de um sujeito, projeto este que o converte em autor. Este projeto é
o de assegurar coerência e a completude de uma representação. O sujeito se constitui
como autor ao constituir o texto” (ORLANDI, 1988, p. 55-56).
Assim, metodologicamente, os capítulos deste livro, que traduzem as participações
individuais de professores neste projeto integrado de pesquisa, apresentam-se mais
como nacos de sentido do que portadores da verdade dos fatos de 11 de setembro de
2001, em Nova York e Washington.
Breve histórico:
Em viagem recente que fizemos aos Estados Unidos, na segunda quinzena do mês de
janeiro de 2002, as nossas conversas com diversos cidadãos norte-americanos, nas
cidades de Nova York, Washington, Colegge Park (Maryland) e Chapel Hill (North Carolina),
nos campi das universidades de Columbia (NY), New York University, American University (
Washigton), University of Maryland e University of North Carolina, referiam-se, quase
sempre, a SEPTEMBER 11, dia e mês do ataque terrorista às Torres Gêmeas do World Trade
Center, no " dowtown" da ilha de Manhattan, Nova York, e também à parte do prédio do
Pentágono, em Washington. Lembro-me de uma das entrevistas que fizemos, mais
precisamente aquela com o Dr. James W. Carey, coordenador do Programa de Doutorado da
Graduate School of Journalism da Columbia University, em Nova York, em que SEPTEMBER
11 se constituía um novo marco, dramático e trágico, da história social e política
contemporânea dos Estados Unidos e do ocidente, símbolo de um ataque terrorista de
enormes proporções mundiais, com repercussões especiais na mídia e na formação das
opiniões das populações que dela dependem. Da nossa parte, viajar aos Estados Unidos,
algum tempo depois do atentado, foi também uma ousadia, traduzida na vontade de saber
como estavam reagindo os norte-americanos à tamanha agressão, e quais suas formas
materiais e espirituais de reação. A impressão foi tão forte que voltamos dispostos a
pesquisar o evento/tragédia em amplas dimensões, todas elas intermediadas pelos atuais
meios de comunicação de massa e em rede: internet, televisão, jornais gráficos, revistas
semanais de informação, revistas de entretenimento; e também pelo comportamento dos
leitores, telespectadores, navegadores virtuais e atores da sociedade civil, além de seus
dirigentes e governantes.
Fizemos todos os nossos trajetos aéreos, o prof. José Romildo de Oliveira Lima ( assessor
da Coordenação de Comunicação Social do IESB - área de Jornalismo) e eu, pela American
Airlines, estando assim à flor da pele na captação dos sentimentos e do calor do momento.
Nas televisões, a presença constante do presidente George W. Bush, tentando aprovar um
novo orçamento para os EUA, cujo destaque maior se encontrava na enorme verba
solicitada para armamentos e guerras à vista com os países árabes, passava aquela
sensação de que não só os norte-americanos estavam envolvidos nos acontecimentos do
momento. A questão nos parecia então bem maior, transcendia as Américas, estava em jogo
a segurança de todo o mundo. A televisão nos passava medo, algum pânico, exigia de nós
solidariedade direta e indireta, todos contra o terrorismo. Um outro sinal de tensão era
visível no rigor das revistas nos aeroportos, e no tom agressivo de determinados habitantes
da cidade de Nova York. Os prestadores de serviços, principalmente os motoristas de
ônibus e taxistas, eram um nervo só, à flor da pele. Um fato nos chamou a atenção, também
em Nova York, numa loja de equipamentos eletrônicos, quando pedíamos informações para
possíveis compras, o tratamento recebido foi o mais agressivo possível. O que estava em
jogo era algo maior e parecia não caber nas dimensões de nossas identidades e diferenças
culturais. O mundo parecia não mais se entender, pelo menos naquela parte significativa
das Américas. Das Torres Gêmeas à Torre de Babel, o espaço a percorrer era já muito
pequeno.
Por outro lado, ja havíamos aproveitado o projeto integrado de pesquisa que
desenvolvíamos no CNPq, denominado PESQUISAS QUALITATIVAS EM COMUNICAÇÃO,
com sede e foro na Faculdade de Comunicação da UnB, para dar uma forma mais
pragmática às suas novas dimensões, quando de minha passagem da UnB para o IESB, o
que se deu formalmente em agosto de 2001. Logo após esse trânsito, e no exercício do
cargo do coordenador do Curso de Comunicação Social do IESB, sendo surpreendidos
pelo acontecimento/trágédia a que nos referimos, reformulamos então o problema da
própria pesquisa.
NOVA
YORK
11
DE
SETEMBRO:
REPRESENTAÇÕES
E
SIGNIFICAÇÕES
MIDIÁTICAS passou a ser o tema, o problema, o objeto da pesquisa. Representações estas
que são de ordem social e coletiva, no sentido sociológico do termo, formadoras do fato
social capaz de acionar produções de significações do imaginário coletivo ligadas ao ataque
de 11 de setembro de 2001 às cidades de Nova York e Washington. Ataque ou guerra,
acontecido na manhã do dia 11 de setembro de 2001, chegando essas representações à
nossa recepção pela filtragem da mídia, inicialmente televisão, internet, rádio, jornais em
tempo real, e depois pelas narrativas orais das pessoas, pelos jornais vespertinos, jornais
matutinos dos dias seguintes, revistas semanais, filmes, vídeos, fotos, comentários
acadêmicos, análises dos cientistas e jornalistas políticos, comentários do senso comum,
reportagens em todos os tipos de publicações etc. Fato social criado com a intervenção da
mídia internacional e brasileira, provocador também dos imaginários das simbologias
individuais, produzindo assim um quadro complexo de significações e conseqüentes
interpretações.
Para nós, latino-americanos, problema mais agudo se impôs, na medida em que passamos a
dever ao processo de significação do acontecimento algo que não deveria simplesmente
manifestar ou ocultar posturas e posições de pertencimento e/ou de afastamento. Existiria
uma ótica própria nas Américas para se ver, sentir e analisar esses acontecimentos, ou, a
partir do fato de sermos cidadãos de um mundo em chamas e também ligados à profissão
de frios analistas, jornalistas objetivos e instigantes publicitários, teríamos comprometida a
nossa postura interpretativa?
Reafirmando o método de análise
Sendo fiéis a uma metodologia básica, já nascida nos tempos da pesquisa na UnB METODOLOGIAS QUALITATIVAS EM COMUNICAÇÃO, adotamos coletivamente a ANÁLISE
DO DISCURSO - , seja ela de estilo francês ou anglo-saxão, eu diria mais de
inspiração francesa, seguidora dos caminhos de Michel Foucault e de Michel Pêcheux, e
nesta pesquisa específica, de Eni Puccinelli Orlandi e
Dominique Maingueneau,
interessando-nos a forma social, econômica e política por meio da qual as notícias, as
análises e os comentários se faziam ao ataque terrorista, através dos principais órgãos de
imprensa. O nosso filtro foram as condições de produção, circulação e consumo dessas
notícias, dando assim ao próprio ataque terrorista um discurso plural de diferentes
produções e versões, e enfatizando a realidade da incompreensão das diferenças, que
acabou dando nome à pesquisa. Ou, dito de outra forma, foi ficando evidente à medida que
a pesquisa progredia a questão da “inter-incompreensão discursiva regulamentada”
daqueles intérpretes do atentado, como produtores de notícias e/ou divulgadores e
analistas.
Linha de Pesquisa:
Como linha de pesquisa adotamos deslocadamente os ESTUDOS CULTURAIS EM
COMUNICAÇÃO, vertente das IDENTIDADES CULTURAIS, diagnosticada por Stuart Hall, em
seu livro "Identidades Culturais na Pós-Modernidade" ( HALL, 1977) e no seu artigo " Who
Needs Identity"( HALL, 2 000), na medida em que interpretamos 11 de setembro em Nova
York muito mais como uma alegoria, uma impossibilidade de consensos, ou pelas
dificuldades de identificação entre interpretações e possíveis gestos de solidariedade e de
aversão, do que propriamente como um símbolo que conseguisse reunir, em convergência,
interpretações e posturas culturais, favoráveis ou contra. Seria o mesmo que dizer que, às
avessas, os Estudos Culturais da Comunicação podem explicar teoricamente o ataque
terrorista às Torres Gêmeas em Nova York. Segundo Richard Johnson, ”Os Estudos
Culturais dizem respeito às formas históricas da consciência ou da subjetividade, ou às
formas subjetivas pelas quais nós vivemos ou, ainda em uma síntese bastante perigosa,
talvez uma redução, os Estudos Culturais dizem respeito ao lado subjetivo das relações
sociais” (JOHNSON, 1999, P.25).
Estamos diante de um fenômeno a ser melhor explicado pela alegoria, que “ é a metáfora
continuada como tropo de pensamento, e consiste na substituição do pensamento em
causa por outro pensamento, que está ligado, numa relação de semelhança, a esse mesmo
pensamento”. Ou, segundo a proposta de Benjamin, “ a alegoria é vista como o outro da
história” ( HANSEN, 1986, p. 1 e 8 ) , um anti-símbolo, diferente e diverso do que propõem os
símbolos.
“Encontramos símbolo desde o início e com freqüência para significar a celebração de um
contrato ou convenção. Aristóteles diz que um nome é um símbolo, ou seja, um signo
convencional”( PEIRCE, 1972, p.128 ) . Sendo assim, norte-americanos, americanos do
centro e sul-americanos, unidos ou não pela latinidade, terão certamente maiores
dificuldades de explicação do atentado do que analistas de todo o mundo. A proximidade
parece prejudicial e o símbolo seria impotente para dizer ao presidente Bush, ou aos povos
árabes, por que as torres foram destruídas. A linha de pesquisa fica mesmo sendo estudos
culturais contemporâneos, nessa versão não ortodoxa, ou deslocada alegoricamente, como
acabamos de afirmar.
A equipe:
A nossa equipe de pesquisa foi composta por 18 pesquisadores, assim divididos:
Quatro doutores, com formações diversas, uma canadense, outra norte-americana, outra da
América Central e outra do Brasil.
Sérgio Dayrell Porto ( McGill University - Graduate Program in Communications - Montreal Canadá - coordenador )
Eduardo Manhães ( ECO-UFRJ)
Suyan de Mattos ( Universidade Autônoma do México ) e
Sérgio Euclides Leal de Souza ( Universidade de Bolden - Colorado - EUA )
Onze mestres, sendo sete com formação na UnB ( Brasil), dois na Universidade Federal de
Santa Catarina (Brasil), um no Canadá e Estados Unidos e outro no Reino Unido:
Brasil – UnB – Universidade de|Brasília:
Lara de Podestá Haje ( Comunicação - Políticas e Novas Tecnologias )
Walter Menon ( Comunicação - Artes )
Érica Maria de Andrade ( Comunicação - Economia )
Marco Antonio Pires Lima ( Comunicação - Cultura )
Valéria Castanho ( Comunicação – Assessoria de Imprensa )
Josi Anne Paz ( Comunicação – Publicidade )
Bárbara Sena Costa ( Psicologia )
Brasil - Universidade Federal de Santa Catarina:
Mauro Castro de Azevedo e Souza (Engenharia de Produção0
Bruno Carvalho (Engenharia de Produção)
Canadá e Estados Unidos:
Clémence Delannoy Hommer - Ciência Política - McGill University ( undergraduate); Artes Pratt Institutte - New York ( mestrado)
Reino Unido- País de Gales:
José Romildo de Oliveira Lima ( University of Walles - Cardiff - País de Gales - Jornalismo)
Um especialista: Equador
Lucas Clavijo ( fotografia )
Dois estudantes bolsistas de Iniciação Científica do CNPq: Carlos Eduardo de Souza
Gomes, estudante do 6º semestre/noturno do curso de Jornalismo, e Otto Phelippe Ferreira
dos Santos, estudante do 3º semestre noturno de Publicidade.
Doutores convidados:
Além da equipe de 18 pesquisadores presentes, para a edição deste livro foram convidados
cinco doutores, na condição de estarem produzido reflexões que enriquecem a nossa
experiência interpretativa sobre os acontecimentos de 11 de setembro:
Dione de Oliveira Moura ( Universidade de Brasília ) - doutora em Ciências da Informação,
exercendo atualmente a chefia do departamento de Jornalismo da UnB. Participou do início
da pesquisa como conferencista, tratando os temas do “dito, do dizível e do não dito”,
dentro da metodologia da Análise do Discurso.
Neste livro ela faz analogias com a
cobertura dada pela imprensa inglesa ao lançamento da bomba atômica em Hiroshima.
Eugênio Trivinho ( Universidade Católica de Santos ) - já havia participado do II Ciclo de
Comunicação do IESB, em junho de 2001. Como ex-coordenador do grupo de trabalho da
COMPÓS – Comunicação e Sociedade Tecnológica – sente-se familiarizado para aproximar
a velocidade, a violência e a tecnologia, mostrando o habitat no qual aconteceu o atentado
às Torres Gêmeas em Nova York.
Maria Cristina Franco Ferraz ( Universidade Federal Fluminense) – o artigo que assina liga o
fato/evento de 11 de setembro a um universo teórico, de ordem filosófica, sociológica e
política da maior relevância no contexto tecnológico em que hoje vivemos.
Luiz Martins da Silva ( Universidade de Brasília) – introduz neste livro/pesquisa questões da
economia política do signo e/ou do simulacro, mostrando como o acontecimento trágico de
Nova York pode ser visto como um tipo de reação a um mundo conduzido por pouquíssimas
vozes.
Zélia Leal Adghirni ( Universidade de Brasília ) – desvenda os mistérios do mundo árabe à
compreensão do mundo ocidental. Jornalista, tendo vivido alguns anos no Marrocos, ela
tem a sensibilidade para tratar questões do mundo muçulmano, no entanto, dentro de uma
postura jornalística, com os distanciamentos e as objetividades possíveis.
SUMÁRIO DA PESQUISA E DO LIVRO:
APRESENTAÇÃO
11 DE SETEMBRO EM NOVA YORK: DAS REPRESENTAÇÕES E SIGNIFICAÇÕES
MIDIÁTICAS À INCOMPREENSÃO DAS DIFERENÇAS - SÉRGIO DAYRELL PORTO
Ia. PARTE: INTERNET
INTERNET E CARNAVALIZAÇÃO DAS IMAGENS
Capítulo 1- O Mito e o Potencial Crítico das Fantasias Cômicas sobre o 11 de Setembro na
Internet - Marco Antônio Pires Lima
"O texto analisa a produção de imagens cômicas na Internet sobre os atentados de 11 de
setembro. Os usuários dos meios de comunicação de massa utilizam, deturpam,
reapropriam os diferentes significados do fluxo ininterrupto da própria comunicação de
massa. A concepção carnavalesca de mundo é aqui discutida como um dos elementos
presentes na comicidade destas imagens" ( retirado do autor ).
“ O Presidente George W. Bush construiu uma imagem heróica ao afirmar que o
combate que travaria com os responsáveis pelo atentado era um combate do bem
contra o mal. Nesta condição, ele seria o líder do bem. Optando pelo lado mais fraco, o
cômico na internet sugeriu que o herói seria o outro, Bin Laden, eleito como um herói
frágil, pateta, um Dom Quixote contemporâneo” (idem).
INTERNET E A PROPOSTA DE UMA NOVA ÉTICA
Capítulo 2 - O Bem contra o Mal: a representação do discurso de Bush na Imprensa - José
Romildo de Oliveira Lima
" Passados apenas dois dias do trágico evento, o presidente Bush propõe ao mundo,
através da rede mundial de computadores, uma reflexão e uma postura de caráter épico, em
que as éticas do bem e do mal se opõem, estilo civilização versus barbárie ". ( retirado do
do autor )
“ O presidente dos Estados |Unidos, George W. Bush, disse hoje que o país deve ‘ libertar o
mundo do mal’. As declarações foram feitas durante uma cerimônia em que orou pelas
vítimas dos atentados da última terça-feira (11), em Nova York e Washington” (idem)
2A. PARTE : MÍDIA IMPRESSA
2A -MÍDIA IMPRESSA BRASILEIRA - JORNAIS
Capítulo 3 - O Dia da Infâmia - Eduardo Manhães
"Trata-se de uma análise de discurso das matérias de O GLOBO imediatamente posteriores
ao episódio de 11 de setembro de 2001, em que as Torres Gêmeas foram derrubadas...Fica
evidente que o modo de noticiar está baseado na oposição entre civilização e
barbárie característica do discurso épico, reduzindo o ocorrido à natureza truculenta do ato,
sem contextualizá-lo na ordem social e política do capitalismo globalizado..." ( retirado do
autor )
“ Os atentados foram comparados ao ataque japonês à base de Pearl Harbor, no
Havaí, em 7 de dezembro de 1941, data conhecida como o Dia da Infâmia, que fez com
que os EUA entrassem na Segunda Guerra. O dia 11 de setembro de 2001 também
mudará a história americana: Os Estados Unidos irão encontrar os responsáveis e
puni-los”( idem).
Capítulo 4 - Os Dez Dias que Abalaram o Mundo e um Novo TIMING para a Política
Internacional dos estados Unidos - Lara Haje
" A série de oito reportagens - Os Dez Dias que Abalaram o Mundo - publicada pelo jornal
norte-americano WASHINGTON POST e reproduzida pelo CORREIO BRAZILIENSE no
período de 30 de janeiro a 06 de fevereiro de 2002, propõe-se a ser ‘ o trabalho de
reconstituição mais detalhado publicado até hoje’ sobre os dez dias posteriores ao ataque
às Torres Gêmeas em 11 de novembro de 2001. A escolha de relatar os meandros da reação
da Casa Branca aos atentados, sem qualquer tipo de contraposição no que diz respeito à
posição do ‘outro’, revela um trabalho que contraria os princípios básicos de um jornalismo
pretensamente imparcial, de ouvir, no mínimo, os diferentes lados envolvidos em um fato". (
retirado da autora )
“ As reportagens mostram detalhes minuciosos da reação da Casa Branca: de pensamentos
do presidente George W. Bush a declarações de diferentes membros do governo norteamericano, passando pelas atitudes tomadas em cada momento do dia. O jornalista aceita a
versão dos fatos de apenas um dos lados envolvidos nos acontecimentos – governo
americano – ainda que os dados tenham sido colhidos com várias fontes desse governo.
Fontes estas, portanto, que compartilham visão semelhante sobre o assunto. A
contraposição da informação – base do jornalismo político – está completamente ausente
do texto” ( idem )
2B - MÍDIA IMPRESSA BRASILEIRA - REVISTAS
Capítulo 5 - Sobre o 11 de Setembro: Notícia, Opinião e Recepção em VEJA - Sérgio
Euclides de Souza e Érica Andrade
" De que forma e em que medida VEJA, a revista semanal de informação de maior circulação
no País, ‘atendeu’ à nossa exortação de que a tragédia de terça-feira exige de todos nós um
reconhecimento sóbrio da sua complexidade. Aqui, a cobertura jornalística não pode
restringir-se ao ‘ factual’, a despeito do seu horror patente: ela precisa ser analítica; tratar os
fatos em questão da perspectiva de suas causas, implicações, desdobramentos e
consequências; ser generosamente abrangente na abordagem dos diferentes pontos de
vista envolvidos... Imaginar que é possível um mundo no qual a imensa diversidade de
crenças, concepções e modos de vida seja reduzida a um conflito de morte entre duas
abstrações - "nós e eles" - implica submetermo-nos, sem exceções, ao risco da destruição
total" ( retirado dos autores ).
“ O verdadeiro alvo visado pelos terroristas que atacaram Nova York e Washington
na semana passada não foram as Torres Gêmeas do sul de Manhattan nem o edifício
do Pentágono. O atentado foi cometido contra um sistema social e econômico que,
mesmo longe da perfeição, é o mais justo e livre que a humanidade conseguiu fazer
funcionar ininterruptamente até hoje... Foi uma agressão perpetrada contra os mais
caros e mais frágeis valores ocidentais: a democracia e a economia de mercado”. (
revista Veja nº 1718, de 19/9/01).
Capítulo 6 - Manifestações Midiáticas do Atentado de 11 de Setembro na ISTO É - Carlos
Eduardo Fonseca
“ A revista ISTOÉ possui uma forma diferenciada de tratar a notícia. Percebe-se a
utilização de recursos retóricos na produção das reportagens e editoriais, de forma
que o leitor é conduzido a uma conclusão que não é a sua, mas do editor da revista...
Neste material, foram identificadas técnicas de redação que provocam a alegorização
das matérias em função de interpretações do autor para o atentado. Alegoria é a
representação de uma idéia por meio de imagens”( retirado do autor ).
“A narrativa é construída de forma a imbuir o leitor de que o atentado é um ocorrido
fantasioso. Os dois parágrafos seguintes tratam o choque dos aviões contra as torres do
World Trade Center (WTC) e contra o Pentágono como um trailer ou mesmo um filme
estadunidense, configurando uma espetacularização do ocorrido. Havia mais. Como grand
finale, os dois gigantescos prédios em chamas do WTC ruíram, levantando uma fumaça que
escondeu toda a parte sul de Manhattan. Para completar o roteiro desta terrível peça real
que acaba com qualquer ficção já imaginada em Hollywood, o outrora impenetrável
Pentágono, centro de defesa americana, foi parcialmente demolido por um terceiro
avião”(idem).
Capítulo 7 - Queda no Olimpo: A Cobertura de 11 de Setembro na Revista Caras - Josi
Anne Paz
"O perfil editorial de CARAS não era compatível com a cobertura investigativa e analítica
que o fato exigia e, ainda assim, a revista realizou um conjunto de reportagens e editou um
vídeo sobre o caso Nova York - World Trade Center". Quando a revista afirma que ‘
ninguém’ pode dizer que o mundo inteiro não ficou indiferente ou que o mundo de
celebridades não ficou indiferente, acabou construindo o sinônimo entre sentimento das
celebridades igual a sentimento do mundo. ‘ Gerald Thomas explica ao espectador leigo (TV
Bandeirantes ) o que realmente aconteceu no dia 11 de setembro: sendo as duas torres as
mais altas da cidade de Nova York - que é conhecida pela vanguarda na luta pelas causas
sociais (todos os movimentos progressistas começaram aqui, desde os movimentos
artísticos modernistas até a gay and wooman's liberation ), o ataque ao Word Trade Center é
uma ataque a todas essas novas conquistas"( retirado da autora).
2C – MÍDIA IMPRESSA - ASSESSORIAS
Capítulo 8 - 11 de setembro: um "negócio das arábias" para a imagem do governo Bush Valéria Castanho
“Este trabalho tem como objeto de estudo a imagem institucional do governo Bush após 11
de setembro. O objetivo é mostrar como os atentados terroristas beneficiaram o presidente
americano, que, até então, já com oito meses de mandato, amargava índices enormes de
impopularidade, para de um dia para o outro, romper a casa dos 80% de aprovação,
tornando-se, então, um herói nacional. Através, principalmente, de matérias e artigos
publicados no CORREIO BRAZILIENSE e nas revistas VEJA E ÉPOCA, procurou-se analisar
o discurso que estava sendo veiculado em vários cantos do planeta entre setembro de 2001
e meados abril de 2002, para ‘ observar o homem falando’. Tentamos mostrar também que,
se essa imagem de super-herói não se internacionalizou foi devido à própria política
isolacionista adotada pelo presidente, que, passando a pautar a sua plataforma de governo
em cima da guerra contra o o terror, começou a exigir essa mesma contrapartida” ( retirado
da autora ).
3a. PARTE: MÍDIA ELETRÔNICA/TV
Capítulo 9 - Guerra, Televisão e Superexcitação dos corpos: ensaio de reflexão acerca
dos atentados de 11 de setembro de 2001 - Maria Cristina Franco Ferraz
“Este ensaio explora os vínculos entre guerra e televisão, analisando certos aspectos
dos ataques ao WTC e ao Pentágono, no dia 11 de setembro de 2001. Estabelece
relação entre o ‘ front mediático’ configurado pelo Pentágono e pelo Cable News
Network - CNN, quando dos conflitos dos anos 90 no Golfo Pérsico e os recentes
atentados ao centro nevrálgico do ‘Império”. ( retirado da autora )
“Como durante a Guerra do Golfo, também na terça-feira 11 de setembro foi muito
difícil esquivar-se da mira da televisão. Nossos corpos tornaram-se de fato alvos
nervosos do tubo catódico. Assim como os quatro aviões de linha comercial, essa arma
potentíssima de instauração e captura de regimes de temporalidade, dos afetos e
corpos das populações foi, naquele dia, desviada e, de modo inaudito, completamente
inesperado, posta a serviço daqueles que atacaram e destruíram as Torres Gêmeas do
WTC, em Nova York.” (idem)
4A.PARTE: PUBLICIDADE
Capítulo 10 - PUBLICIDADE E A VENDA DE UM NOVO HERÓI NÃO
HOLLYWOODIANO
Efeito Colateral: Um Novo Herói Surge na Linguagem Publicitária Após 11 de Setembro
- Clémence Delannoy Homer e Mauro Castro
" A cultura norte-americana tinha sido atingida. Todas as crenças de honestidade,
justiça, igualdade e liberdade foram atacadas por um inimigo. A economia,
caracterizada pela Bolsa de Valores de Nova York, marcava o medo e o receio dos
investidores, cidadãos do país. Havia um composto cultural que foi prontamente
abalado, o consumismo. A mídia e a publicidade precisavam avaliar como comunicar
com o seu público. Ligado ao processo de comunicação de massa houve uma *
substituição dos antigos e tradicionais super-heróis por pessoas comuns. No mesmo
dia 11 a figura de bombeiros subindo as escadas do World Trade Center, momentos
antes da queda das torres, caracterizavam os novos heróis norte-americanos. Pessoas
comuns apareciam com mais frequência nas TVs, revistas e jornais. A substituição
não foi planejada, o governo não teve tempo para preparar super-heróis. A mídia não
pôde sobrepor com qualquer astro de cinema o esforço individual da população e das
forças de segurança pública. Não era ficção. Começou então, logo depois do evento,
um questionamento e reavaliação dos valores centrais à identidade norte-americana.
A maioria da população não tinha noção do grau, nem da profundidade, do
sentimento anti-norte-americano compartilhado por tantas pessoas no mundo inteiro.
Depois do 11 de setembro a natureza e a necessidade do consumo mudaram, se
tornaram mais complexas. O fato de comprar agora podia se transformar num ato
patriótico, um desafio às dúvidas nacionais e mundiais sobre o destino da nação. A
primeira tarefa do governo foi de reafirmar, entre o seu povo, a força da cultura
norte-americana. A propaganda e as mídias começaram a serem usadas pelo governo
para vender a imagem de uma nação forte, inocente e unida." ( retirado dos
autores).
5A. PARTE: CONTEXTOS E LEITURAS DE ACONTECIMENTO
5A – Arte e cultura
Capítulo 11 - Mil Imagens em uma só palavra - Lucas Clavijo
( em CD que acompanha o livro )
" São fotos de Nova York, inicialmente captadas na internet, na televisão, nos jornais e nas
revistas, e depois também tiradas dos escombros do local do atentado, durante o mês de
junho de 2002, há dez meses do trágico evento. Não existem vítimas, isto é, fotos das
pessoas que morreram, quase 4 mil; as fotos traduzem verticalmente a queda de poderes,
jamais tocados e ultrajados". ( retirado do autor )
“ Os dias seguintes ao atentado ficaram marcados pelas imagens da tragédia,
repetidas vezes no noticiário da televisão e também pela ‘f@r web ‘, internet viciada
em imagens de terror. Até que ponto, os seres humanos são capazes de suportar em
um grau tão excessivo a realidade” (idem)
Capítulo 12 - O Poética do Terror - Walter Menon
“A guerra como espetáculo para a mídia. Permanecemos no campo da estética da guerra
como apontada por Walter Benjamin. Onde então encontrar os elementos marcantes para
este pensador, que constituem a guerra como fenômeno de massa espetacularizado? Já
não podemos tê-los tão claramente à nossa frente, no entanto eles encontram-se, ainda que
de forma diluída, por toda a produção e transmissão televisiva do atentado. O 11 de
setembro, à primeira vista, surge, isto é, simplesmente se produz nas telas de TV com todo
o peso da gratuidade de um gesto estético sem autor, desvinculado de toda relação visível
com as esferas estruturais da sociedade". ( retirado do autor )
Capítulo 13 - A Terceira Torre: Por uma Leitura Arquetípica da Catástrofe - Suyan de Mattos
" Lembro-me do ocorrido no dia 11 de setembro de 2001 com a nitidez do imediato: dois
aviões se chocaram contra as duas maiores torres dos Estados Unidos. Tudo destruído.
Mas o que significa aquilo? Comecei a procurar todas as imagens relacionadas com os
destroços deixados por esse fato histórico. Alguns já diziam que o fim do século XX tinha
sido a queda do muro de Berlim e o início do XXI seria a queda das Torres Gêmeas. Pouco
depois revi uma imagem que me surpreendeu: a Torre de Tatlin, uma escultura do início do
século XX, que me parecia uma referência direta aos escombros das Torres Gêmeas. Logo
comecei a fazer um apanhado sucessivo de todas as imagens que pudessem vir a ter
correlação significativa. Ocorreu-me a questão: o que foram as torres das catedrais
medievais? Por que buscam os homens ligar a terra ao céu? ... Em minha abordagem, às
Torres Gêmeas somam-se a Torre de Tatlin e a do Tarô ( a Torre de Babel ). A Torre de Babel
é uma explicação mítica para as diferenças culturais, manifestas aqui em conflitos
linguísticos. Temos então a Torre de Babel, por fundar as diferenças, e a Torre de Tatlin,
idealizando a retomada da unidade mundial ( na qual o comunismo nega a diferença).
Traduziríamos Torre de Babel como fim da unidade e o início da diferença, e a Torre de
Tatlin, como uma nova proposta de unidade e pelo fim da diferença, e aqui retomaríamos às
Torres Gêmeas pela institucionalização da diferença, por uma globalização que não passa
pela busca da igualdade" . (retirado da autora)
Capítulo 14 - ÊXTASE OU INOCÊNCIA? - Bárbara Costa
‘Morei em Nova York 18 anos e estava em Brasília caminhando, ouvindo meu walkman,
quando ouvi o locutor dar a notícia. Inicialmente achei que não fosse verdade, as minhas
pernas ficaram bambas e senti um frio no corpo inteiro. Coloquei a chave na fechadura com
as mãos tremendo e ouvi o telefone disparando. Ela ( minha melhor amiga ) ligou para avisar
que metade da minha turma do segundo grau tinha morrido, pois a maioria trabalhava como
bombeiro’. Outro depoimento, oposto ao primeiro: ‘Na hora a euforia foi total,eu achei o
máximo! Putz!Nossa e agora? eles vão cair e tal. Depois a gente teve acesso à TV e assistia
às imagens. Então, nessa hora eu fiquei preocupado, não havia motivo algum para ficar
eufórico, quem ia se ferrar agora ia ser a gente’. - O que mudou na vida das pessoas após o
episódio de 11 de setembro? Estas questões foram feitas a alunos do quarto semestre de
Comunicação Social ( do IESB), na disciplina Psicologia Aplicada à Comunicação.O estudo
teve uma orientação etnometodológica, com uma abordagem qualitativa, dando ênfase à
compreensão do fenômeno". ( retirado de depoimentos colhidos pela autora)
5B – economia e política
Capítulo 15 - VELOCIDADE E VIOLÊNCIA - Dromocracia como regime transpolítico da
cibercultura - Eugênio Trivinho
"Alçada a vetor organizatório da existência contemporânea, a lógica da velocidade irradia
para todos os setores a imagem de um mundo feito à sua semelhança, estrutura o seu
regime hierárquico no plano da invisibilidade e se apresenta como a forma mais sutil da
violência téncica". ( retirado do autor )
Capítulo 16 -GLOBALIZAÇÃO DAS COMUNICAÇÕES – UMA NOVA GUERRA
FRIA EM TRÊS FRENTES – Luiz Martins da Silva
“O mundo ficou, de fato, global, mas menos universal; na verdade, quase
unidimensional e monologal, uma vez que o panorama da difusão internacional
encontra-se compactado pela atuação oligopólica de quatro agências de notícias, dez
corporações de entretenimento e por uma centena de grupos de publicidade”. (
retirado do autor )
Capítulo 17 - A FACE OCULTA DO 11 DE SETEMBRO– Zélia Leal Adghirni
“ Um ano depois do ataque ao WTC que revelou ao mundo a face mais extremista de
um mundo mulçumano irado, a névoa volta a cair sobre a realidade de um povo que
se tornou sinônimo de terror. É lamentável ter que se constatar que foram necessários
a destruição de duas torres e a morte de milhares de inocentes para que uma outra
maneira de ser enxergar o mundo viesse à tona”. (retirado da autora )
A
6 . PARTE: VINCULAÇÕES METODOLÓGICAS E PROCEDIMENTOS INTERPRETATIVOS
Capítulo 18 - A Imprensa e a Construção do Discurso sobre a Ciência: A Explosão da
Bomba de Hiroshima - Dione de Oliveira Moura
“Diante das pressões que a imprensa recebe na atualidade para dar conta de um
recorte/retrato mais contextualizado e justo da realidade social, é importante observar o
discurso da imprensa construindo e reconstruindo o DIZÍVEL( o que pode ser dito) e
insinuando o NÃO-DITO ( em um interminável jogo de esconde-esconde discursivo). É esse
possível equilíbrio entre o dizível e o não dito, que nos possibilita perceber o lugar de fala
do A SER DITO ( aquele discurso ainda não aceito pela imprensa, ainda marginal, mas que
reivindica espaço e voz". Como parte interpretativa, faz-se a análise da manchete do jornal
MANCHESTER GUARDIAN que anunciou a explosão da Bomba de Hiroshima, em 7 de
agosto de 1945. O artigo analisa como foi construída essa imagem da Ciência como
vencedora da Segunda Guerra". ( retirado da autora )
Da pesquisa ao livro:
Como já mencionado, este livro tem como perspectiva expor o redimensionamento
das possibilidades objetivas e interpretativas presentes nas áreas do jornalismo e da
publicidade e propaganda, buscando criar formas novas de informação e de
percepção estética do real, mesmo quando o desafio à vista seja debruçar-se sobre
trágicos acontecimentos. O jornalismo, que não se limita a noticiar fatos, mas que
desempenha com ousadia sua capacidade de ser também uma forma a priori de
revelar e velar acontecimentos, encontra na publicidade e na propaganda uma
parceria que se afirma pelo apreço a formas de sentimentos e emoções das pessoas na
construção da realidade. Maurice Mouilllaud diz:
“ Ao mesmo tempo em que a figura tem uma profundidade, um aquém a que se
refere, ela é um relevo: promover uma imagem ou uma informação é destacar do real
uma superfície, um simulacro ( na linguagem estóica da percepção ) que vem à frente
com relação a um fundo sem imagem”. ( MOUILLAUD e PORTO, 1997, p.37 )
Numa perspectiva pragmática do interacionismo simbólico e de uma de suas subáreas,
mais conhecida como ‘ dramaticismo ‘, abordagem da comunicação que esteve em
voga dos anos 20 a 60 nos Estados Unidos, seus principais autores Kenneth Burke e
Dalziel Hugh Duncan justificavam a substituição do tradicional paradigma da
comunicação como informação (emissor, receptor, canal, mensagem, intenção e
feedback) pela proposta dramaticista ( ato, cena, agente, agência(vitimação) e
intenção/proposta/ catarse), que significa compreender e acolher a dimensão catártica
da própria comunicação, saindo um pouco da elaboração fria de uma engenharia de
sistemas que pensou inicialmente a informação, pelos idos de 1947. Na medida em que
noticiar fatos, interagir com o outro, mover vontades, denunciar erros de governantes
e da humanidade, sofrer simpaticamente com o outro, são características, até
naturais, do conhecimento e do agir comunicativos, sentimos que uma esfera
intencional motivadora preside todo e qualquer ato comunicativo, seja ele de
informação e também de propaganda. Burke diz:
“ O que está envolvido, quando dizemos o que as pessoas estão fazendo, e por que o
fazem? Uma resposta a esta pergunta está ligada com as formas básicas do
pensamento, as quais, de acordo com a natureza do mundo necessariamente
experimentado por todos os seres humanos, são exemplificadas através da atribuição
que damos aos nossos motivos e intenções. Pode-se hoje simplificar o assunto através
deste pentadlo de termos chaves: Ato, cena, agente, agência, proposta, os quais podem
ser entendidos quase em um relance” (BURKE, 1945, p. XV). Certamente um fato que
merece ser notícia passa por essa triagem da motivação humana, na medida em que
consegue atrair e envolver simpaticamente receptores e leitores.
Ora, o ataque terrorista a que nos referimos, com suas diversas representações
midiáticas, numa perspectiva pragmática, interacionista simbólica e dramaticista,
encontra resposta imediata nas motivações das pessoas e também nas suas intenções,
as mais profundas.
Se, como já nos referimos acima, a linha de pesquisa em que se insere o presente
trabalho de investigação se situa no campo dos Estudos Culturais, e se, por definição e
conceito dado por Richard Johnson, estes estudos mostram o lado subjetivo das
relações sociais, embora correndo o risco de perigosa redução, como adverte o próprio
autor citado, essas mesmas relações subjetivas requerem e justificam o método da
Análise de Discurso, na medida em que os textos que nós estudamos são produzidos
sob forma de discurso, que são os momentos precisos em que os sujeitos se inserem na
produção da linguagem.
Portanto, uma aproximação entre Interacionismo Simbólico e Estudos Culturais
Contemporâneos, identificados neste trabalho como linha de pesquisa, esforço teórico
e epistemológico, e a Análise de Discurso, identificada aqui como método de
investigação, ao que tudo indica, pode resultar num casamento de bons frutos.
11 de setembro em Nova York: A Incompreensão das Diferenças é, portanto, um livro
fiel às perspectivas teórico/epistemológicas do Interacionismo Simbólico e dos Estudos
Culturais Contemporâneos, e também ortodoxamente ligado à metodologia da Análise
do Discurso, mostra gestalticamente diversas possibilidades de leituras, inúmeros
enfoques sobre os trágicos acontecimentos de um ano atrás na cidade de Nova York e
Washington, e que são, ao mesmo tempo, símbolos e/ou alegorias de um mundo
próspero, imponente e em crise de relacionamento. Segundo Eni Puccinelli Orlandi:
“Problematizar as maneiras de ler, levar o sujeito falante ou o leitor a se colocarem
questões sobre o que produzem e o que ouvem nas diferentes manifestações da
linguagem, são funções próprias da análise do discurso. Não temos como não
interpretar. Isso nos coloca em estado de reflexão e, sem cairmos na ilusão de sermos
conscientes de tudo, permite-nos ao menos sermos capazes de uma relação menos
ingênua com a linguagem”.(ORLANDI, 2000, p.9).
Este livro não pretende ser porta-voz da verdade dos fatos, apenas analisa, com rigor
metodológico, possibilidades de representações e significações
construídas
principalmente pela mídia. Os conceitos e interpretações aqui expostos são de inteira
responsabilidade interpretativa dos autores que assinam seus artigos/capítulos, muito
embora todas eles não deixem de ser feixes de possibilidades e de impossibilidades, tal
como Santo Agostinho definia os signos e símbolos. O livro traz diversas leituras que
se produziram na interação fenomenológica de sujeito e objeto, que sem se deixar
levar por subjetivismos, trazem, no entanto, intervenções de sujeitos sobre uma
realidade histórica. Como diz Eni Orlandi, “ observando-se o funcionamento da
linguagem na sociedade ( o procedimento dos escritores competentes e dos leitores
competentes, por exemplo) podem-se apreender os mecanismos pelos quais fixam-se
certos sentidos ( e não outros )” ( ORLANDI, 1988, p.21 ).
O que lutamos contra pode ser resumido em três propostas: não existem o autor
onipotente, a transparência do texto e o leitor onisciente, como também afirma Eni
Orlandi ( ORLANDI, 1988, p.11) :
“ Gostaria aqui apenas de chamar a atenção para o fato de que a relação entre autor,
leitor e texto nega a possibilidade de pensar-se: a – um autor onipotente, cujas
intenções controlassem todo percurso da significação do texto; b – a transparência do
texto, que diria por si toda ( e apenas uma ) significação; e, ainda c – um leitor
onisciente, cuja capacidade de compreender dominasse as múltiplas determinações de
sentidos que jogam em um processo de leitura” (ORLANDI, 1988, p.11).
Ao distinguirmos este livro com o título: 11 de setembro em Nova York – A
Incompreensão das Diferenças – desejamos ser fiéis a uma de nossas vinculações
metodológicas, seguindo a linha proposta por Dominique Maingueneau, de que a
identidade de um discurso coincide com a rede de incompreensão no qual é tomado,
conforme afirmamos no início desta apresentação. Um pouco menos radical, mas de
igual valor epistemológico, gostaríamos também de nos vincular à proposta de
Orlandi:
“ O sujeito não se apropria da linguagem num movimento individual. A forma dessa
apropriação é social. Nela está refletido o modo como o sujeito o fez, ou seja, sua
interpelação pela ideologia. O sujeito que produz linguagem também está reproduzido
nela, acreditando ser a fonte exclusiva de seu discurso, quando, na realidade, retoma
sentidos preexistentes”. ( ORLANDI, 1988, p.19)
Por fim, esta trajetória de pesquisa, que traz a marca explícita de uma escolha
epistemológica e metodológica do Interacionismo Simbólico, dos Estudos Culturais
Contemporâneos e da Análise de Discurso, não poderia ter sido realizada sem o apoio
institucional do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico, e do IESB – Instituto de Educação Superior de Brasília.
Sérgio Dayrell Porto
Coordenador da pesquisa e organizador do livro
Bibliografia:
MAINGUENEAU, Dominique. Genèses du Discours. Bruxelas, Pierre Mardaga, 1984
FOUCAULT, Michel. A Ordem do Discurso. São Paulo, Loyola, 2000
ORLANDI, Eni Puccinelli (org.). Gestos de Leitura. Campinas, Editora da Unicamp,
1994
ORLANDI, Eni Puccinelli. Discurso de Leitura. Campinas e São Paulo, Editora da
Unicamp e Cortez, 1988
ORLANDI, Eni Puccinelli. Análise de Discurso – Princípios & Procedimentos.
Campinas, Pontes, 2000.
HALL, Stuart. Identidades Culturais na Pós-Modernidade. Rio de Janeiro,
DP&A Editora, 1997
HALL, Stuart. “ Who Needs Identity” in Identity: A Reader. London, Sage
Publications e The Open University, 2000.
JOHNSON, Richard. “ O Que É, Afinal, Estudos Culturais?” in O Que É, Afinal,
Estudos Culturais. Organizado por Tomaz Tadeu da Silva. Belo Horizonte, Autêntica,
1999.
HANSEN, Joao Adolfo. Alegoria – Construção e Interpretação da Metáfora. São Paulo, Atual
Editora, 1986
PEIRCE, Charles Sanders. Semiótica e Filosofia. São Paulo, Cultrix, 1972
MOUILLAUD, Maurice e Sérgio Dayrell Porto ( org,) O Jornal – da forma ao Sentido.
Brasília, Paralelo 15, 1997
BURKE, Kenneth. A Grammar of Motivies. University of Califórnia Press, 1945.
SUMÁRIO
Prefácio
Prof. José Salomão David Amorim
Apresentação
Prof. Sérgio Dayrell Porto
1a. parte
Internet
Capítulo 1 - O mito e o potencial das fantasias cômicas sobre o 11 de setembro na
internet – prof. Marco Antonio Pires Lima
Capítulo 2 – O bem contra o mal: a representação do discurso de Bush na imprensa –
prof. José Romildo de Oliveira Lima
2a. parte
2A - Mídia impressa - jornais
Capítulo 3 – O dia da infâmia – Prof. Eduardo Dias Manhães
Capítulo 4 – Os dez dias que abalaram o mundo e um novo timing para a política
internacional dos Estados Unidos – profa. Lara Haje
2B - Mídia impressa – revistas semanais
Capítulo 5 – Sobre o 11 de setembro: notícia, opinião e recepção em Veja – prof.
Sérgio Euclides Braga Leal de Souza e profa. Érica Andrade
Capítulo 6 – Manifestações midiáticas do atentado de 11 de setembro na Isto É –
Carlos Eduardo Fonseca ( aluno do 6º semestre de jornalismo – bolsista de Iniciação
Científica do CNPq)
2C – Mídia impressa/multimídia – revistas de entretenimento/CD
Capítulo 7 – Queda no Olimpo: a cobertura de 11 de setembro na revista Caras –
profa. Josi Anne Paz
2D - Mídia impressa – assessorias
Capítulo 8 – 11 de setembro: um ‘negócio das arábias’ para a imagem do governo
Bush – profa. Valéria Castanho
3a. parte
Mídia Eletrônica: TV
Capítulo 9 – Guerra, televisão e superexcitação dos corpos: ensaio de reflexão acerca
dos atentados de 11 de setembro de 2001 – profa. Maria Cristina Franco Ferraz
4a. parte:
Publicidade
Capítulo 10 – Efeito colateral: um novo herói surge na linguagem publicitária após 11
de setembro – profa. Clémence Delannoy Homer e prof. Mauro Castro
5a. parte
Contextos e Leituras de Acontecimento
5A – Arte e Cultura
Capítulo 11 – Mil imagens em uma só palavra – prof. Lucas Clavijo
Capítulo 12 – A poética do terror –prof. Walter Menon
Capítulo 13 – A terceira torre: por uma leitura arquetípica da catástrofe – profa.
Suyan de Mattos
Capítulo 14 – Êxtase ou Inocência – profa. Bárbara Costa
5B – economia e política
Capítulo 15 – Velocidade e Violência – Dromocracia como regime transpolítico na
cibercultura – prof. Eugênio Trivinho
Capítulo 16 - Globalização das comunicações – uma nova guerra fria em três frentes –
prof. Luiz Martins da Silva
Capítulo 17 – A face oculta do 11 de setembro – profa. Zélia Leal Adghirni
6a. parte
Vinculações Metodológicas e
Procedimentos Interpretativos
Capítulo 18 – A imprensa e a construção do discurso sobre a ciência: a explosão da
bomba de Hiroshima – profa. Dione de Oliveira Moura
Créditos:
Orelhas: prof. Edson Machado de Souza
Contracapa: profa. Eda Coutinho Barbosa Machado de Souza
Capa: profs. Bruno Carvalho e Lucas Clavijo
Revisão: profa. Lara Haje
Copyright 2002 @ by prof. Sérgio Dayrell Porto ( organizador )
ISBN nº:
Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca do IESB – Instituto de Educação
Superior de Brasília:
11 de setembro em Nova York: a incompreensão das diferenças / organizador Sérgio
Dayrell Porto;colaboradores Marco Antonio Pires Lima...(et al.). - Brasília, DF : IESB/CNPq, 2002. – ( Série Comunicação)
250 p.
Bibliografia
ISBN
1. Nova York – 11 de setembro. 2 – Análise do discurso. 3. Mídia. 4. Ataque
terrorista. 5. WTC-Torres gêmeas. I. – Porto, Sérgio Dayrell. II. Lima, Marco
Antonio Pires.
CDU 316.77
Impresso no Brasil
Direitos exclusivos para esta edição:
CESB
Centro de Educação Superior de Brasília
Presidente: profa. Eda Coutinho Barbosa Machado de Souza
IESB
Instituto de Educação Superior de Brasília
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Antônio Barros, Eduardo Dias Manhães, Antonio Marcus, Suyan de Mattos, José
Salomão David Amorim.
UnB
Luis Martins da Silva, Zélia Leal Adghirni, Dione de Oliveira Moura, Wagner
Rizzo, Maria Stela Grossi Porto.
UMESP
José Marques de Melo, Cicília Maria Khrolling Peruzzo, Adolpho Carlos
Françoso Queiroz.
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE SANTOS
Eugênio Trivinho.
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
Maria Cristina Franco Ferraz.
INFORME ECONÔMICO ( Washington)
Cristiano Romero
COMITÊ EDITORIAL
Edson Machado de Souza, Sérgio Dayrell Porto, José Romildo de Oliveira Lima,
Bruno Carvalho e Lara Haje.
PÁGINA DE ROSTO
Sérgio Dayrell Porto ( organizador )
Autores:
( por ordem dos capítulos )
Eda Coutinho Barbosa Machado de Souza
Edson Machado de Souza
José Salomão David Amorim
Sérgio Dayrell Porto
Marco Antonio Pires Lima
José Romildo de Oliveira Lima
Eduardo Dias Manhães
Lara Haje
Sérgio Euclides Leal de Souza
Érica Andrade
Carlos Eduardo Fonseca
Josi Anne Paz
Valéria Castanho
Maria Cristina Franco Ferraz
Clémence Delanny Homer
Mauro Castro
Lucas Clavijo
Walter Menon
Suyan de Mattos
Bárbara Costa
Eugênio Trivinho
Luiz Martins da Silva
Zélia Leal Adghirni
Dione de Oliveira Moura
EDIÇÕES IESB/CNPq
Série COMUNICAÇÃO
2002

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