Estudo sobre Impacto Ambiental do Hotel de Selva em Terra Firme
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Estudo sobre Impacto Ambiental do Hotel de Selva em Terra Firme
Estudo sobre Impacto Ambiental do Hotel de Selva em Terra Firme na Amazônia: o Caso da Pousada Amazônia Luciana Mello Salgado1 Carlossandro Carvalho de Albuquerque2 A atividade turística vem crescendo significativamente nos últimos anos, em especial nas áreas naturais, como forma de o homem conhecer novos ambientes e também de fugir do estresse cotidiano. Aos poucos há a transformação da paisagem por meio da construção de novas instalações ou dos impactos no âmbito cultural, social, econômico ou ambiental. Faz-se necessário através de um estudo sistemático da localidade, diagnosticar tais impactos, minimizando os negativos e aprimorando os positivos, especialmente os que venham a beneficiar a toda comunidade. O objeto de estudo proposto é a Pousada Amazônia, localizada no km 34 da Estrada Manoel Urbano, no município de Iranduba (AM), cuja análise visa a incentivar o desenvolvimento de diretrizes para gerenciamento dos impactos identificados. Palavras-chave: Turismo, hotel de selva, diagnóstico, impacto ambiental. INTRODUÇÃO A modalidade de turismo que mais cresce nos últimos tempos é a que utiliza o meio ambiente, aproveitando os recursos naturais como atrativos. Com o desenvolvimento da atividade surgem algumas alterações no meio, seja pela implantação de novas estruturas destinadas ao uso turístico, ou apropriação das pré-existentes, ou pelas conseqüências que o advento do excesso de turistas causa na área. Os impactos causados podem ser da ordem cultural, social, econômica e ambiental, necessitando de um estudo sistemático e prévio por meio de um planejamento turístico capaz de diagnosticar tanto as potencialidades como os possíveis impactos que possam ser gerados. Objetiva-se com o presente trabalho o diagnóstico dos impactos causados em hotel de selva em Terra Firme, em especial a Pousada Amazônia, localizada no município de Iranduba 1 2 Aluna do curso de Turismo da UEA e bolsista da FAPEAM. Professor do curso de Turismo da UEA. 1 (AM), identificando a infra-estrutura do hotel para o desenvolvimento da atividade turística e analisando os danos ambientais da instalação. O tipo de pesquisa utilizado foi a Pesquisa de Campo do tipo exploratória que tem a finalidade de, segundo Lakatos (1991, p.186) conseguir informações e/ou conhecimentos acerca de um problema, para o qual se procura uma resposta, ou de uma hipótese, que se queira comprovar (...). A pesquisa dividiu-se em quatro etapas, a saber: 1ª. etapa: Pesquisa bibliográfica a respeito das temáticas: impactos ambientais, meio ambiente, ecoturismo, saneamento básico, geração de energia e reciclagem do lixo. Visita técnica à Pousada. 2ª. etapa: Levantamento dos serviços oferecidos. Observação dos atrativos. Identificação da estrutura física básica, enfatizando geração de energia, esgoto sanitário, tratamento do lixo produzido e abastecimento de água. 3ª. etapa: Tabulação, sistematização e análise do material coletado segundo referencial metodológico. Preparação do relatório final. 4ª. etapa: Apresentação do relatório final, julgado pela banca examinadora. DESENVOLVIMENTO Entende-se por impacto como toda alteração no meio ambiente, resultante ou não da atividade humana e que afeta diretamente o próprio meio. Pode ser do tipo econômico, como a especulação imobiliária em novas localidades; cultural, através da perda de identidade natural em favor das características dos turistas; social, irritação, apatia e aversão ao turista; e 2 ambiental, por meio da poluição de águas, solo e ar, destruição de áreas verdes para a construção de hospedagens e outros. Como forma de minimizar os impactos gerados e utilizar de forma racional os recursos existentes, surgiu o termo Ecoturismo que segundo a Embratur é: Um segmento da atividade turística que utiliza, de forma sustentável, o patrimônio natural e cultural, incentiva sua conservação e busca a formação de uma consciência ambientalista através da interpretação do ambiente, promovendo o bem-estar das populações envolvidas (AUCILINO, 2000, p.33). A definição sustenta a idéia de racionalidade, ou seja, utilizar de forma sustentável os recursos em uma determinada localidade sem comprometer as necessidades das futuras gerações. Conforme cita Pires apud Rodrigues (2003, p.31), o alcance do termo ecoturismo mostra alguns princípios, dentre os quais: Apoio à conservação dos recursos por meio da sustentabilidade; Participação das comunidades locais na obtenção dos recursos econômicos; Minimização dos possíveis impactos que a atividade possa gerar. Nota-se que o ecoturismo sustenta suas bases na máxima da obtenção através do uso racional, com o auxílio das comunidades envolvidas no processo, adquirindo das mesmas o engajamento na participação e execução de planos que visem à melhoria do desenvolvimento tanto da atividade como, também, da própria comunidade, mesmo que demore algum tempo para que essa participação seja implementada, uma vez que certas comunidades tendem a não aceitar a presença da atividade turística, pois temem a transformação que pode acontecer em suas vidas e na localidade. Além disso, o ecoturismo reforça a idéia de minimizar o quanto for possível os impactos gerados não só ao meio ambiente, mas, sobretudo à cultura e à estética da localidade. Entretanto, mesmo com toda preocupação para que a atividade seja a mais proveitosa possível e ecologicamente saudável, o ecoturismo ainda assim causa alguns impactos ao meio ambiente, conforme cita Rodrigues (2003, p.42): 3 Alteração irreversível da paisagem, como cortes e aterros, erosão, represamentos, entre outros; Resíduos sólidos gerados pelos empreendimentos, os quais, na maioria das vezes, são depositados aleatoriamente, produzindo lixões e que podem causar chorume, poluindo os lençóis freáticos e mananciais; Poluição sonora causada pelo tráfego de automóveis, por turistas em caminhadas em trilhas ou por geradores de energia; Compactação do solo em trilhas não monitoradas; Percebe-se que mesmo com a utilização do ecoturismo, embasado pela idéia da sustentabilidade do meio e dos recursos, ainda há exposição do ambiente a determinados impactos que precisam ser estudados e analisados, através de um planejamento turístico capaz de gerenciar da melhor forma os equipamentos e serviços oferecidos ao turista. DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS A Pousada Amazônia, de propriedade da Sra. Socorro Said, localiza-se na margem esquerda do Rio Ariaú, a 50 km de Manaus, e no km 34 da Rodovia AM-070, Estrada Manoel Urbano, no município de Iranduba, Amazonas. Pode-se chegar até o local por meio do modal fluvial, embarcando no Porto de Manaus até o Rio Ariaú ou fluvio - terrestre, atravessando o Rio Negro no Porto de São Raimundo até o do município de Cacau Pirêra e, em seguida, pegando um ônibus da linha Iranduba - Manacapuru na Estrada Manoel Urbano e solicitar parada no km 34. A estrutura física do empreendimento é toda em madeira, caracterizando-se pela simplicidade proporcionada pelo material. Conta com trinta e uma unidades habitacionais (31 U.H.) e 105 leitos. Todos os quartos possuem ar-condicionado, ventilador de teto e banheiro com chuveiro elétrico, além de todas as janelas serem protegidas com telas de náilon para impedir a entrada de insetos. Além disso, a Pousada tem um píer privado, um restaurante de forma circular, onde no centro há uma árvore de Castanheira típica da vegetação de terra firme, e que serve de apoio para o balcão onde são servidas as refeições; uma sala de TV, um salão de jogos, uma piscina, uma quadra esportiva e um auditório climatizado capaz de comportar cem pessoas, equipado com TV, vídeo, projetor de slides e flip chart. Para uso dos próprios funcionários, há quartos, uma cozinha com câmara frigorífica com capacidade para dez toneladas de alimentos (frios, 4 frutas, peixes, carnes e outros) vindos de Manaus, um depósito destinado a guardar roupas dos funcionários, outro para material de limpeza e um terceiro, para material da linha cama mesa banho. Os atrativos são oferecidos aos turistas por meio de três pacotes que variam conforme o número de dias disponíveis: Pacote Tucano, Arara e Gavião e também há um preço diferenciado apenas para residentes, não incluindo a visitação aos atrativos. Há passeios de barco pelos igarapés, observando-se a mata de igapó, visita ao lago onde estão as plantas aquáticas Vitória-Régia, excursão noturna com focagem de jacaré, pesca de piranha e, não menos interessante, visita à Comunidade Indígena do Rio Ariaú, composta por índios da tribo Saterê Maué. Além dos atrativos já mencionados, a Pousada dispõe de uma trilha dentro de seus limites, contando, inclusive, com uma rampa vertical para prática do rapel, modalidade de esporte muito difundida no Turismo de Aventura. Entretanto, por falta de manutenção, ambos estão desativados, mas já estão sendo feitos estudos pela própria Pousada para serem novamente utilizados. Estrutura Física Básica 1. Sistema de Captação de Água A Pousada Amazônia dispõe de um sistema que capta água por meio de uma bomba hidráulica ligada diretamente ao poço semi-artesiano, sendo distribuída para todas as acomodações e instalações, incluindo piscina e chafariz. O instrumento localiza-se próximo à casa onde fica instalado o gerador de energia elétrica. Acima desta, encontram-se dois tanques, ambos com tampas, que servem de reservatório de água. Ao lado da quadra de futebol e vôlei, há dois banheiros e um chuveiro e dois tanques de água na parte superior da construção. Um quesito importante de ser comentado é o fato de que todas as roupas sujas dos quartos são trazidas para Manaus, lavadas e esterilizadas em uma lavanderia da cidade, pois, segundo a proprietária, com este procedimento, evita-se o risco de contaminação de micoses no turista causada pela não-esterilização das peças. 2. Esgoto Sanitário 5 A Pousada Amazônia possui uma fossa séptica que funciona pelo método da drenagem, na qual tudo que foi produzido nos apartamentos e demais instalações é expelido para a fossa subterrânea, onde é garantido pelo gerente da Pousada que o material não chega ao lençol subterrâneo. 3. Geração de Energia O abastecimento de energia na Pousada Amazônia é próprio do município de Iranduba, mas como medida de precaução, possui um gerador movido a diesel em caso de quedas na transmissão de energia. Quando esta situação acontece, o interruptor que recebe energia do município é desligado e, então, o gerador é acionado, funcionando toda a noite com aproximadamente duzentos e cinqüenta litros de diesel. No momento em que retorna o fornecimento de energia, uma lâmpada ligada diretamente ao poste acende e o processo é revertido. O compartimento onde fica instalado a chave interruptora para a troca de energia localiza-se próximo aos quartos e é constituído por duas paredes de concreto e cercado de arame. Possui uma telha acima para proteger o equipamento contra as intempéries naturais. A porta do compartimento permanece o tempo todo aberta, o que pode ser um risco, pois como é um local de fácil acesso, qualquer pessoa pode entrar e alterar a posição da chave. Além disso, no interior do ambiente, as plantas estão crescidas, tomando parte da parede e ficando próximas aos equipamentos; a fiação elétrica está muito comprometida, visto que os fios encontram-se emaranhados e junto às plantas e, também, há cupim na telha, mostrando que o material é um pouco antigo e que não tem manutenções periódicas. A sala em que fica instalado o gerador possui uma placa intitulada Grupo Gerador e outra sinalizando cuidado. A porta que dá acesso também permanece aberta, por falta de fechadura, possibilitando a entrada de qualquer pessoa. Quando está em funcionamento, o gerador produz muito barulho o que pode, certamente, incomodar os hóspedes, visto que o mesmo localiza-se a poucos metros das acomodações, tratando-se, portanto, de um impacto por poluição sonora conforme cita Ruschmann (1997, pág. 63). Além disso, não há caneletas no ambiente interno da sala, o que teria a função de desviar óleo que possa, porventura, derramar. 4. Lixo 6 A Pousada Amazônia possui uma preocupação com a questão ambiental, principalmente com o lixo produzido. Estão distribuídas por pontos específicos latas de lixo sob o modelo de coleta seletiva (plástico, vidro, metal e papel), onde o material recolhido é destinado para o depósito que fica ao fundo da Pousada, próximo aos banheiros dos funcionários. Neste local, há três espaços disponíveis, sendo um para papel, outro para vidro, pet e flandres, e o último para latas, todos identificados por placas. Os resíduos gerados pela Pousada, após serem separados, seguem diferentes destinos. O material metálico recolhido é vendido para ferro velho, enquanto uma parte do lixo é separada e trazida para Manaus e a outra fica na Pousada. Próximo a este depósito situa-se o buraco onde o lixo que permanece na Pousada é jogado. Sacos, restos de frutas e verduras, copos, folhas secas e papéis higiênicos são despejados e incinerados neste local. Restos de comida, segundo informações do gerente da Pousada, são lançados nos rios para jacarés e piranhas. Os componentes orgânicos poderiam ser misturados com folhas secas, restos de frutas e verduras, jornais, um pouco de areia e terra preta para formarem uma pilha que, com a ação do tempo, tranformar-se-ia em adubo orgânico para ser colocado em plantas e jardins. Este processo denomina-se compostagem e seria ideal para reutilizar os elementos em prol da própria Pousada. Em se tratando de reciclagem, a Pousada adotada esta técnica por meio da reutilização de copos de vidro quebrados, conforme citado pela proprietária. Ao invés de serem jogados no lixo, estes são separados através da coleta seletiva e trazidos para Manaus até uma vidraçaria e avaliados para uma possível remodelagem. Se for o caso, o copo quebrado pode tornar-se tanto um suporte para velas como cinzeiro. Poderiam ser aproveitadas, também, as sementes de açaí maduras, por meio da venda a artesãos que as utilizam como matéria-prima para confecção de colares, pulseiras, brincos e outros artefatos regionais. CONCLUSÕES A atividade turística nos últimos anos tem valorizado muito a natureza e o homem, em seu tempo livre, busca espaços naturais como forma de fugir da cidade e de seus problemas. Todavia, o crescente número de pessoas que se destinam para os mesmos espaços em épocas semelhantes tende a causar algum tipo de impacto na localidade, sejam eles da ordem ambiental, cultural econômico e social. 7 Em virtude disso, surge o ecoturismo, uma modalidade da atividade que busca utilizar de forma racional os recursos disponíveis na natureza, aliado com o desenvolvimento das comunidades do entorno e minimização o quanto possível dos impactos que possam ser gerados. Como objeto do presente estudo, constata-se que a Pousada Amazônia tem uma preocupação, ainda que incipiente, com a questão ambiental, afinal os espaços naturais são a matéria-prima explorada pela pousada. Verifica-se tal assertiva por meio da coleta seletiva do lixo praticada nos limites da Pousada, onde o material coletado parte é incinerado e a outra é trazida para Manaus. O sistema de abastecimento de água ocorre por conta de um poço semi-artesiano de propriedade da própria Pousada, que o utiliza tanto para fornecimento aos quartos, acomodações, como para piscina e chafariz. O esgoto sanitário também é um ponto importante que foi examinado. Funciona pelo método da drenagem, na qual o material de apartamentos e outras dependências da Pousada são expelidos para uma fossa subterrânea, caracterizando a preocupação da localidade em não poluir os mananciais de água que cercam a área. Por fim, a comunidade em que se situa nas proximidades também faz parte do processo de desenvolvimento da Pousada. A grande maioria dos funcionários é do município de Iranduba, sendo valorizada e aproveitada a mão-de-obra local. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AULICINO, Madalena Pedroso. Algumas implicações da exploração turística dos recursos naturais. In: RODRIGUES, Adyr Balastreri (org.). Turismo e Ambiente: Reflexões e Propostas. 2 ed. São Paulo: Hucitec, 2000. BARRETO, Margarita. Manual de iniciação ao estudo do turismo. Campinas, SP: Papirus, 2000. FURASTÉ, Pedro Augusto. Normas Técnicas para o trabalho científico. 13 ed. Porto Alegre: s.n., 2004. FURLAN, Sueli Ângelo. Ecoturismo: do sujeito ecológico ao consumidor da natureza. In: RODRIGUES, Adyr Balastreri (org.). Ecoturismo no Brasil: possibilidades e limites. São Paulo: Contexto, 2003. 8 LINDBERG, Kreg; HAWKINS, Donald E.. Ecoturismo: um guia para planejamento e gestão. Tradução de Leila Cristina de M. Darin. 3. ed. 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