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A4 %HermesFileInfo:A-4:20160824: O ESTADO DE S. PAULO QUARTA-FEIRA, 24 DE AGOSTO DE 2016 Política COLUNA DO ESTADÃO ANDREZA MATAIS MARCELO DE MORAES [email protected] POLITICA.ESTADAO.COM.BR/BLOGS/COLUNA-DO-ESTADAO/ PGR teme retaliação do Supremo na Lava Jato P rocuradores temem que os ministros do STF passem a negar pedidos de diligências na Lava Jato, em retaliação ao vazamento que atingiu o ministro Dias Toffoli. A preocupação decorre das fortes críticas da Corte à divulgação de que o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro irá mencionar o magistrado na sua delação. Há inúmeros inquéritos da operação que tramitam no STF e dependem de decisões dos ministros para avançar. Num aceno para acalmar os ânimos, a PGR suspendeu a delação de Pinheiro e negou qualquer referência a Toffoli. » Tudo eles. As críticas do ministro Gilmar Mendes ao MPF abriram as portas para outros desabafos. Na Receita dizem que os procuradores da Lava Jato se acham os “salvadores da pátria”. » Fechou. A PF concluiu o inquérito da Zelotes que trata dos grupos que atuavam no Carf, espécie de tribunal recursal da Receita Federal, vendendo e comprando decisões. » De fora. As críticas são direcionadas ao fato de, ao propor “10 medidas contra a corrupção”, os procuradores terem ignorado a Encla, órgão que debate medidas de combate à lavagem de dinheiro e que reúne PF, MPF, Receita, entre outros. » Pega geral. Vinte pessoas foram indiciadas pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção ativa e passiva. O relatório já foi encaminhado para o MPF-DF. » Tamo fora. A Polícia Federal não participou das negociações de delação premiada de Léo Pinheiro, da OAS. O pedido partiu do Ministério Público que temia vazamentos. » Causa própria. O deputado Sérgio Moraes procurou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, para pedir que os parlamentares candidatos não recebam falta nas sessões, evitando cortes nos salários. “Ele disse que ia ver a possibilidade”, contou o candidato do PTB em Santa Cruz do Sul (RS). » Eu? Maia negou que esteja abonando faltas ou que tenha dado esperanças para o deputado Sérgio Moraes. » Flexibiliza. Com deputados insatisfeitos com a emenda que definirá um teto para o gasto público, o PSD vai apresentar hoje uma emenda para que a regulamentação das novas regras se dê por lei complementar, mais fácil de ser alterada futuramente. » De olho. O senador Cristovam Buarque montou força-tarefa para monitorar as redes sociais. O “bom debate” será respondido; calúnias e difamações serão encaminhadas à Justiça. “O sectarismo está passando do limite e do bom senso.” Pesquisa Ibope mostra Marta isolada em 2º atrás de Russomanno. Pág. A8 Delação. Gilmar Mendes acusa procuradores de estarem por trás de vazamento de contribuição premiada de Léo Pinheiro que citaria o ministro Dias Toffoli; Janot reage Ministro do STF defende pôr ‘freios’ na Lava Jato DIDA SAMPAIO /ESTADÃO SÉRGIO ALMEIDA /ASCOM/CNMP » Doeu. José Eduardo Cardozo torceu o pé e deve chegar mancando ao julgamento final do impeachment. REPRODUÇÃO/INSTAGRAM » CLICK. Na sua primeira campanha, o candidato a vereador em São Paulo Thammy Miranda (PP) postou foto na rede social com a legenda: “Até eu virei Al Capone”. » Sei de nada. Auxiliares de Geraldo Alckmin comentam abertamente que o secretário de Fazenda de SP, Renato Villela, está com os dias contados. O governador faz cara de paisagem. » Réplica. João Doria, candidato do PSDB em SP, respondeu aos parlamentares que disseram que ele não faria careta comendo caviar em Paris. “Os petistas se alimentam ou na Suíça, onde conferem suas contas, ou em Curitiba, onde vão pagá-las.” COM DANIEL CARVALHO, LUÍSA MARTINS E MARIANA DIEGAS. COLABORARAM RACHEL GAMARSKI E VERA ROSA » SINAIS PARTICULARES. KLEBER SALES/ESTADÃO Cristovam Buarque, senador “ É preciso colocar freios nisso, nesse tipo de conduta. No caso do Toffoli, provavelmente entrou na mira dos investigadores.” Gilmar Mendes MINISTRO DO STF Beatriz Bulla / BRASÍLIA Fausto Macedo Em uma das mais contundentes manifestações feitas contra procuradores da Lava Jato por um membro do Supremo Tribunal Federal, o ministro Gilmar Mendes afirmou ontem que “é preciso colocar freios” na conduta dos investigadores. O ministro credita aos procuradores envolvidos na investigação o vazamento de informações das tratativas de delação do empreiteiro José Adelmário Pinheiro, o Léo Pinheiro, da OAS. A manifestação de Gilmar Mendes gerou reação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que saiu em defesa da Lava Jato e questionou “a quem e por quê?” a operação “está incomodando tanto” (mais informações na página ao lado). O debate envolvendo o ministro do Supremo e o chefe do Ministério Público Federal teve início após a revista Veja publicar no fim de semana reportagem na qual afirma que Léo Pinheiro mencionou o nome do ministro do STF Dias Toffoli na negociação de um acordo de colaboração premiada. Janot suspendeu as tratativas com a OAS e negou que houvesse um anexo relacionado a Toffoli na delação. Procurada, a OAS informou que não iria se manifestar sobre o caso. Para Gilmar, o vazamento seria um “acerto de contas” de procuradores porque Toffoli os teria contrariado ao mandar soltar o ex-ministro Paulo Bernardo e “fatiado” a investigação so- bre a senadora Gleisi Hoffman (PT-PR) na Lava Jato. O ministro pediu que os procuradores “calcem as sandálias da humildade” e disse que “não se combate crime com a prática de crime”. “Isso não vai prosseguir assim, a gente tem instrumentos para se colocar freios. É preciso colocar freios nisso, nesse tipo de conduta. No caso específico do ministro Toffoli, provavelmente entrou na mira dos investigadores por uma ou outra decisão que os desagradou”, disse Gilmar ao Estado. “No caso do ministro Toffoli, a responsabilidade clara é da Procuradoria.” Ele também falou que o País vive um “momento singular” e Ricardo Ferraço Senador (PSDB-ES) Sobre os partidos da base não se entenderem na votação do reajuste de servidores: “Isso aqui tá como vaca que não reconhece bezerro no curral pequeno”. Igor Gadelha / BRASÍLIA Parlamentares da oposição e da base aliada ao presidente em exercício Michel Temer criticaram ontem a decisão do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de suspender as negociações do acordo de delação premiada do ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e de outros Rodrigo Janot PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA que “depois esses falsos heróis vão encher o cemitério”. O ministro preside a 2.ª Turma do STF, onde é julgada a maior parte dos casos envolvendo a Operação Lava Jato. Isolado. As críticas de Gilmar aos procuradores ficaram isoladas na Corte. A maioria dos ministros optou pela discrição ao comentar o assunto. Nos bastidores, revelam um incômodo com a suposta menção a um colega de tribunal nas investigações da Lava Jato, mas os ministros não encampam publicamente as represálias feitas por Gilmar à equipe de investigadores e minimizam o caso de Toffoli. PARA LEMBRAR Delação e Dias Toffoli O nome do ministro Dias Toffoli (dir.), do Supremo Tribunal Federal, foi citado nas negociações de delação premiada do empreiteiro Léo Pinheiro (esq.), da OAS, segundo reportagem publicada pela revista Veja no fim de semana. Conforme a publicação, o executivo relatou que engenheiros da OAS fizeram uma vistoria na casa de Toffoli, em LUIS MACEDO/CÂMARA DOS DEPUTADOS-26/5/2015 Deputados da base e da oposição criticam decisão PRONTO, FALEI! “ A Lava Jato hoje está incomodando tanto. E a quem? E por quê? (...) Trata-se quase de um estelionato delacional.” executivos da empreiteira. “Essa decisão leva o brasileiro a entender que a cidadania é diferente para todos. Quem deveria estar dando o exemplo não está”, criticou o líder do PSB na Câmara, deputado Paulo Foletto (ES). Para o parlamentar, o Judiciário deveria, “no mínimo”, ter checado se procede o envolvimento de Tof- Brasília, após o ministro se queixar de problemas de infiltração no imóvel. Depois disso, ele teria contratado uma empresa indicada por Léo Pinheiro para fazer a reforma. Ainda de acordo com Veja, o empresário disse que a obra foi custeada pelo próprio ministro do STF. Ao Estado, Toffoli reiterou o posicionamento dado à revista de não ter qualquer tipo de relação de intimidade com Léo Pinheiro e afirmou que custeou, ele próprio, a obra. ANDRE DUSEK/ESTADÃO-5/4/2016 foli, antes de suspender as negociações da delação. “Se eu for citado, serei investigado. Por que um ministro do STF também não pode?”, questionou. O líder do DEM na Câmara, deputado Pauderney Avelino (AM), também considerou a decisão da Procuradoria “controversa”. “É uma coisa meio controversa. Como ficarão as outras delações? Como fica a delação da Odebrecht (que teve alguns trechos da negociação vazados)?”, perguntou o parlamentar. Investigado pela Operação Lava Jato, o líder do PP na Câ- O ministro Luiz Fux afirmou que o suposto conteúdo da delação não contém nada que desabone o colega. O ministro Marco Aurélio Mello considerou uma “cautela” a suspensão da negociação de delação premiada por parte da PGR, mas destacou que, se o investigado quiser colaborar com a Justiça, pode fazer o acordo diretamente com o juiz da causa. “Eu não acredito que o procurador-geral da República adote a postura de não querer mais tocar a colaboração. E, de qualquer forma, se ele recusar o corréu pode chegar a juízo e colaborar”, afirmou o ministro, que avalia que Janot tem “prestado um bom serviço” à Nação. Um dos integrantes da Corte afirmou reservadamente que o Supremo tem apoiado a continuidade das investigações. ‘Cretino’. Gilmar também criticou o pacote de dez medidas de combate à corrupção, que tramita atualmente no Congresso. O projeto é encampado publicamente por procuradores da força-tarefa da Lava Jato e pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela condução da operação na Justiça Federal em Curitiba. Segundo Gilmar, uma das propostas previstas no pacote é coisa de “um cretino absoluto”. “Veja as dez propostas que apresentaram. Apresentaram uma delas que diz que prova ilícita feita de boa-fé deve ser validada”, disse. “Imaginem vocês que amanhã se possa justificar o crime de tortura porque fiz de boafé.” / COLABOROU ISADORA PERON mara, deputado Aguinaldo Ribeiro (PB), também cobrou tratamento isonômico para todos os citados. “Por que quando vaza informação contra políticos não suspende e com ministros do STF suspende?” O deputado Wadih Damous (PT-RJ) afirmou que pretende convidar Janot a ir à Câmara explicar a suspensão das negociações de delação. “Não achei correta a decisão dele. Não havia porque suspender.” Damous também criticou o que chamou de “indignação seletiva” do ministro do STF Gilmar Mendes.
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