Boletim Cooperativista nº 88, janeiro 1961

Transcrição

Boletim Cooperativista nº 88, janeiro 1961
BOLETIM
A e d u c a ç ã o do povo n ã o pode ser concebida senão sobre
as bases do outo-governo e da igualdade dos seus membros.
S. HOGSBRO
COOPERATIVISTA
REDACÇÃO B
ADMINISTRAÇÃO
C A L Ç A D A DA T A P A D A ,
TORNO
N . ° 88 — J A N E I R O , 1961
C O O R D E N A D O FOR
LISBOA-3
ANTÓNIO
63 26 49
TEL.
EM
1.° —
163,
SÉRGIO
DO C O O P E R A T I V I S M O
0 papel dos humildes no movimento Cooperativo
prof.
Nem sempre
são
postas
as grandes e
em
pratica
por
nobres
pessoas
ideias
que
é
JOÃO
DIAS
ACUDO
em Inglaterra, cooperativas para moagem de
cereais fundadas em
1760.
Quem as f u n -
ci-
d o u ? — Os operários das empresas. Em 1761
meiros da escala. E nem sempre t a m b é m elas
os t e c e l õ e s ao domicilio de Fenvviclc (Escó-
costumes
situar socialmente
^nascem
nos
cérebros
locubracões
essas
do
ideias
nos
habituados
pensamento.
a
fortes
cia) associaram-se para comprar em comum,
Muitas
vezes
acessórios
boas são recebidas
e protegidas
graus
acalentadas
por pessoas humildes que t ê m
sensibilidade e coração; e outras até devem
de seu
o f í c i o , e oito anos
mais
tarde estenderam essa modalidade à compra
de géneros
Em
alimentícios.
1777
os t e c e l õ e s da «Govan V i c t u a -
a elas mesmas a fraternidade que é corrente
ling Society» formaram t a m b é m a sua Coo-
atribuir a pessoas mais cotadas.
perativa
Uma
dessas ideias que t ê m feito fortuna
no aconchego benfeitor da pessoa humilde é
a ideia de Cooperação Nascida no seio dela
que
faz
hoje
parte
da
«Kinning
Park Society» de Glasgow.
Toda
esta
acção
século X V I I I
do
homem
humilde
do
no esforço que empregou para
e posta cm prática por ela, só mais tarde
fundar a cooperativa é digno de nota e de
passando
registo.
que
para
o
dominio
a propagandearam
revista
uma
e
no
livro,
compreensão
decisivos
intelectuais
na conferência,
a Cooperação
na
deve-lhe
e um esforço que foram
na luta que
que conseguiu
dos
travou e no
através
de todas
Mas o triunfo desse esforço
estava
reservado ao século seguinte com a entrada
em cena dos Pioneiros d e R o c h d a l e ,
homens
humildes t a m b é m , mas com ideias mais lar-
triunfo
gas e mais ambiciosas para os fins da Coo-
as dificul-
peração. Enquanto no século X V I I I o operá-
dades.
rio só pretendia defender-se de exploração e
Vejamos a acção desses homens
na fun-
da falsificação dos géneros, o trabalhalor de
dação das Cooperativas e a categoria social
Rochdale traçava já um programa de
a que pertencia a quase totalidale deles. D i -
social que é digno
rijamo-nos
para
isso
às
primeiras que
U N I C O O P E
A
NORTECOOPE
acção
atenções
de
se
f conhecem, as de Woolwich e de Chathham,
A
das nessas
(Continua
na página
PUBLICAÇÃO
MENSAL
DISTRIBUIÇÃO
GRATUITA
i — Horizonte
—
AS D I R E C Ç Õ E S D A S C O O P E R A T I V A S , havendo t e r m i n a d o o seu
m a n d a t o n o f i n a l do ano, p r e p a r a m agora os seus r e l a t ó r i o s .
OS R E L A T Ó R I O S D E G E R Ê N C I A
SÃO
D O C U M E N T O S D E REL E V O na v i d a cooperativa, porq u e neles se condensa a e x p e r i ê n cia v i v i d a n u m ano de l a b u t a e
se d á conta do e s f o r ç o d ispendido.>
OS R E L A T Ó R I O S D E G E R Ê N CIA,
P O R É M , n ã o devem quedar-se na e x p o s i ç ã o f r i a dos
factos o c o r r i d o s e na p r e s t a ç ã o
de contas. D e v e m ser mais a l g u ma coisa do q u e u m a o b r i g a ç ã o
estatutária.
OS R E L A T Ó R I O S D A S D I R E C ÇÕES T E R Ã O M A I S V A L O R
a i n d a se despertarem entre os associados m a i o r entusiasmo cooper a t i v i s t a e lhes a p o n t a r e m o h o r i zonte das novas r e a l i z a ç õ e s .
OS R E L A T Ó R I O S D E G E R Ê N C I A
D E V E M FAZER SENTIR AOS
C O O P E R A D O R E S a f é dos d i r i -
j)
(Continua
na pág.
S)
«Nem só de P ã o vive o Homem
prof.
« N e m só de pão vive o h o m e m » afirmou
gore,
nesta
ordem
REIS
de
MACHADO
ideias,
escreveu:
e «Boíefrim Cooperativista»
Cristo, e abriu ao homem, como jamais fora
feito a vida do espírito. O pão é o susten-
minados pela vida do eu sempre preocupado
endereçam
ASSOCIA-
táculo da vida do espírito, mas é a vida do
em
comer,
COMISSÕES
espírito que especialmente caracteriza a vida
No
entanto,
humana.
ÇÕES
às Direcções
FEMININAS
os
e CULTURAIS,
Cooperadores,
Novo
das
COOPERATIVAS,
Ano
saudações
sinceros
progressivo
que lhes
e a
votos
de
e agradecem
todos
7tm
as
Condicionar essa
vida por
sólidas
A
D i r e c ç ã o da U N I C O O P E admitiu
no m ê s de Dezembro a f i l i a ç ã o de mais
uma
Loures.
de
um
uma
abrigo,
região
espera a reconhecemos
em
que
ventes que
para as necessidades
a dificultem, deve ser um dos
não se
está
pertence a vida do
procriar.
misteriosa
plenamente,
inteiramente
e
voltado
físicas». A essa
região
espírito.
seu
Porém essa vida tem sido para muitos fal-
e da família deve ter suficiente tempo para
samente compreenlida. Por defeitos de edu-
se entregar à vida do espírito. E nesse sen-
cação; e, por vezes de temperamento,
tido tem
tos empregam o tempo livre de que dispõem
última
vindo
metade
a iegislar-se
do século
sobretudo
da
passado a t é hoje.
mui-
não em viverem a vida do espírito, mas em
Porém, a vida do espírito é para muitos mal
gozarem
compreendida.
afinal, é ainda vida do corpo; para eles o
a vida do espírito que para
eles,
A vida do espírito liga-se verdadeiramente
espírito identifica-se com as s e n s a ç õ e s , sen-
«A
a todas as actividades superiores do homem,
sações fortes, sensações de paladar, de cor,
Zambujal —
nela figura a ciência, a arte, a literatura, a
de som, de movimento, s e n s a ç õ e s sexuais...
cooperativa: C O O P E R A T I V A
ZAMBUJALENSE»,
existe
que
Todo aquele que trabalha para sustento
46." adesão à Unscoope
encontrar
bases e c o n ó m i c a s , e por o c u p a ç õ e s não absorprincipais objectivos das organizações sociais.
dirigiram.
« T e m - s e sucedido numerosos milenários do-
religião. Um notável escritor e pensador i n diano,
do
nosso
tempo,
Rabindranath T a -
(Continua
na pág. 6)
As actividades culturais da Cooperativa Uoião Pragaleose
I simpatia do novo Presidente eleito
do Brasil pelo Cooperativismo
ALBERTO
por
ALVES
— Uma sessão de cinema com a colabo-
CARNEIRO
ração dos Serviços Cinematográficos da
E í e c t u a r a m - s e , ultimamente, no Brasil, as
eleições
para a escolha da individualidade
que terá de desempenhar, nos p r ó x i m o s quatro
anos, o cargo de Presidente da R e p ú -
A
Saiu vitorioso da pugna eleitoral o dr. JâQuadros, figura em
destaque
naquele
E
dinâmica
Comissão Cultural
da Socie-
dade Cooperativa União Pragalense, organide carácter cultural, a qual teve a gentil colaboração dos Serviços de Cinema da Shell Portuguesa.
país irmão.
N a apresentação e defesa do seu programa
Esta
feliz
ideia,
foi bem
encarada pela
de governo, um dos números apontados para
massa associativa da União Pragalense, cons-
e x e c u ç ã o , e s t á ligado à política agrícola que
tituindo-se assim o marco inicial para outras
pretende seguir, e encontra-se assim redigido:
jornadas de maior envergadura em prol da
— «incentivo às cooperativas de p r o d u ç ã o » .
cultura daqueles que nela militam.
] á é conhecido dos cooperativistas portu-
Cerca
de quatrocentas pessoas estiveram
gueses a a t e n ç ã o que os poderes constituídos
presentes nesta sessão, onde foram exibidos
de todos os Estados em que o Brasil se di-
os seguintes filmes:
vide, votam ao movimento cooperativista do
seu
país,
Estados,
mantendo-se
senão
em
em
todos,
muitos
desses
Departamentos
«A
Grande
Ameaça»:
Cuja
realização
assinada pelo grande cineasta holandês Bert
Haanstra
obteve
em
Armhem
e
Veneza
dos
festivais
oficiais c o n s t i t u í d o s , que tratam, exclusiva-
(1955)
mente,
desse ano. O filme foca a vida dos insectos
de
problemas
relacionados
com
o
Cooperativismo.
não
primeiros prémios
e as suas relações com o homem,
Aos mesmos cabe a tarefa de prestar toda
a ajuda moral
os
às sociedades
só em matéria
cooperativas,
de organização,
na luta pelos alimentos, provocando doenças
de a u x í l i o e apoio aos seus empreendimentos
cias.
M a n t ê m aquelas repartições estaduais funcionalismo próprio, devidamente apetrechado
sobre tudo que se prende com o movimento
cooperativista e seus objectivos
económicos
e sociais.
Escol admirável de idealistas c intelectuais
distintos, figuras que todo o Brasil cooperativista
admira
e respeita,
entre
os
quais
poderemos citar os nomes de: F á b i o L u z F i lho,
Valdiki
« A Pesca da Sardinha»: Um documentário
sobre a vida e faina da pesca da sardinha na
Moura, L o u r e n ç o Giollo,
Monserrat, Zózimo Cabral de Barros,
José
Costa portuguesa.
« N o fundo do Mar»: Uma interessante curta-metragem sobre a pesca submarina, onde
uma
boa planificação de Ernesto de Sousa
parece ser a chave
mestra
deste primeiro
documentário português filmado no fundo do
mar.
«Fadário de
um C a i x o t e » :
É como uma
autêntica lição sobre as embalagens de artiPRETENDE FAZER
Moura, José Arruda de Albuquerque, R ó m u l o
CONSULTE
Castro, e tantos outros que a memória de mo-
A
cooperativismo.
UNICOOPE ou a
NORTECOOPE
A leitura dessas publicações, são perfeitos
tratados onde os
problemas do Cooperati-
Cooperativas. Pena é
que
sejam poucas a segui-las.
A divulgação do cinema de carácter cultural
(sem intransigências perante a incultura
da massa associativa) de bom nível
orientada,
e bem
é talvez um caminho que
deve
ser seguido pelas Comissões Culturais e de
Propaganda das Cooperativas, pois existe um
vasto
campo
por explorar (em
Almada, a
criação do Círculo Cultural Cooperativo, vai
ser iniciada nesse caminho, o impulso vai pertencer à força da juventude). O público aguardará e às comissões culturais caberá o papel
do « m ã o s - à - o b r a » .
Parabéns
pois, à jovem
equipa equipa cultural da Pragalense.
«Maré
um
A
Enchente»
filme
sobre
Cooperativismo
"
Embaixada do Canadá, tem á disposi-
ção das Cooperativas Portuguesas, um interessante
filme sobre o
cooperativismo
nas
zonas pesqueiras marítimas (Canadá).
Trata-se de uma persão com locução portuguesa, do filme de Jean Pallardy«
Mareé
M o n t a n t e » , já exibido pela Cooperativa Piedense, no 6 7 . ° aniversário,
na versão fran-
cesa, comentada por Alfredo Canana, quando
da sua exibição, e a quem ficamos devendo
a
vinda da versão
portuguesa, pela
divul-
gação da película nos meios cooperativos.
Aconselhamos
às
Comissões
Culturais a
inclusão deste filme nos próximos projectos
cinematográficos, por se tratar de uma obra
teoria cooperativista perfeita.
As bibliotecas t ê m merecido da parte
mada
COOPERATIVA
DA
FÁBRICA
DA
São em elevado n ú m e r o as revistas da es-
ao Cooperativismo possui a sua.
tural das nossas
c
'-^^^
todas as colectividades do concelho de A l -
DO
DE
PESSOAL
PÓLVORA
BARCARENA
(exceptuando
as
do
Futebol)
atenção digna de registo, traço que
uma
muito
recomenda o clima cultural que dia a dia
vão desenvolvendo.
A
pecialidade que se publicam, visto que, quase
no geral, cada Departamento de Assistência
dos
União Pragalense
teligência não só à d i v u l g a ç ã o dos princípios
cido interesse para a marcha ascensional do
evolução
U M SEGURO ?
dão o seu apreciável concurso e toda a sua incomo à descrição de problemas de reconhe-
Um filme de
Biblioteca da Cooperativa
Cavina, Bruno de Menezes, J . H . Correia de
mulo não recorda, escol admirável, d i z í a m o s ,
a
São iniciativas como esta, que constituem
sincera e de
Ruth
sobre
a participação determinante da activilade c u l -
pequenos seres que concorrem com o homem
e prejuízos que acarretam graves c o n s e q u ê n -
invisível»:
animados
transportes do petróleo.
dos
como
Seu desenvolvimento.
«O Viajante
desenhos
desven-
dando um mundo novo e desconhecido
ainda, quando em funcionamento, necessitem
considerados indispensáveis à sua acção e ao
morística.
Portuguesa
zou uma interessante sessão cinematográfica
blica.
nio
Shell
gos para exportação, contada à maneira h u -
Cooperativa União Pragalense, com os
seus quatrocentos sócios, t a m b é m faz parte
Assembleia Geral Ordinária realizada
daquelas que se debatem por um melhor nível
em 16 de Novembro passado foram eleitos
Em
de cultura nos seus associados. Assim a sua
os Corpos Gerentes para o exercício de 1961,
Biblioteca, que dispõe de 1300 volumes intei-
que ficaram assim constituídos:
ramente confiada a gente moça, movimentou,
vismo, em todas as suas modalidades, s ã o
M E S A D A A S S E M B L E I A G E R A L — Pre-
apreciados e debatidos com grande profun-
sidente: José Maria dos Santos; 1.° Secretá-
985 livros, destacando-se 4 6 2 lidos pelas 63
deza e n o t á v e l clarividência.
rio: Albino Pereira Teixeira; 2.° Secretário:
crianças
Manuel J . de C . Barreiros.
pouco elevados, os seus números, não deixam
É de supor, portanto, que o movimento
. em causa, orientado e servido por t ã o devo-
D I R E C Ç Ã O — Presidente: José Pedro Pe-
tados e competentes dirigentes, respeitado e
reira;
considerado pelo Estado, irá ter, com a for-
1.° Secretário: Manuel Inácio de Sousa; 2.°
mação
Secretário: A n t ó n i o Canto Dias; Vogais: Isi-
do governo do dr. Jânio Quadros,
Tesoureiro: Carlos Cândido
Fernando de
Jesus
Moreira,
1960,
inscritas na Biblioteca. Apesar de
de ssr revelantes como um dos factores propícios do desenvolvimento cultural dos seus
associados.
novo e brilhante incremento, facto que tor-
dro
nará, o Brasil,
mais destacado e admirado
Vasco Marques, Edurado Pinto dos Santos,
P R E F E R I R
no movimento
cooperativista internacional.
Mário R a u l Duarte.
a r t i g o s « C O O PE»
é dar novas possibilidades ao
nosso movimento
de
Pereira,
Moreira;
durante os primeiros nove meses de
E s t ã o , pois, de parabéns os companheiros
C O N S E L H O F I S C A L — Presidente: Joa-
país — o
quim Lopes Pereira; Secretário: João Baptista
ideal,
do
grande
e
próspero
Brasil.
Regalado; Relator: Vítor Moreira Pinheiro.
— BOLETIM
COOPERATIVISTA
C E N T R O S
EM
Os
«Centros
organização
F E M I N I N O S
pagina
M A R R O C O S
femininos»,
integrados
na
cooperativa de Marrocos, n ã o
são escolas mas sim «lares de cultura v i v a » .
o
o
das
o
coopera
atento cuidado p e d a g ó g i c o e respeito escla-
floris
recido pelas regras cooperativistas.
Este movimento promete desenvolver-se.
E r a m apenas cinco em 1952 e eram ainda
n.° trinta e um
cinco em 1953. Hoje contam-se 70 espalhados
por todo o território, e nasceram primeiro
nos bairros limítrofes e depois,
nas regiões rurais.
São,
N a sua primeria fase, estes «centros», proporcionaram
rigas
dos
umas 20.000 mulheres e rapa-
meios
ACTIVIDADES
igualmente,
populares
uma
por vezes, cooperativas de consumo,
outras,
simples agrupamentos destinados
à
compra de artigos de primeira necessidade,
educação
principalmente nas regiões de F e z , Meknés
leitura,
e Marrakeeh. Outras, ainda, são cooperativas
primária
(aprendizagem rápida
de
economia
doméstica,
sanitária
educação
DIVERSAS
e
de produção artesanal (colares de pérolas de
física, puericultura e e d u c a ç ã o social e cívica.
inspiração berbere, bonecas regionais, lã na-
ç ã o importante como pelo
desenvolvimento
que se lhes quer dar. E l a s procuram resolver
o problema das mulheres que trabalham e
que são obrigadas a deixar os seus filhos à
guarda das vizinhas, já de si muito ocupadas,
ou e n t ã o a trabalhar com os filhos às
costas.
tudo isto juntam-se muitas vezes algu-
tural fiada pelas mulheres, sacos de praia,
Por enquanto existem apenas duas destas
mas actividades que interessam mais parti-
tapetes de quarto, l e n ç o s , cestos) ou e n t ã o
creches, a mais antiga tendo pouco mais de
cularmente a certos grupos: a iniciação nas
cooperativas de mão-de-obra trabalhando a
um ano. Mas um estágio de f o r m a ç ã o desti-
novas técnicas agrícolas, a aprendizagem pro-
matéria-prima fornecida pelos clientes
(cos-
nada às futuras funcionárias destas institui-
Outras,
ções faz prever a i n a u g u r a ç ã o , no p r ó x i m o
A
fissional
(dactilografia, c o n f e c ç ã o ,
actividades culturais ( e i n é - c l u b e s ,
etc.)
e
bibliote-
tura,
tapetes,
enfim,
bordados,
malhas).
são cooperativas
cas, m ú s i c a ) . Foram igualmente introduzidos
cujo
objectivo
alguns elementos de f o r m a ç ã o cooperativa.
colectivos
é o de
de
«equipamento»
suprir pelos
meios
v e r ã o , de 15 a 20 creches.
E x i s t e t a m b é m uma cooperativa de apren-
em
dizagem de dactilografia e uma outra para
m á q u i n a s dc costura, ferros e tábuas de en-
a aprendizagem de bordados à m á q u i n a : os
educação
gomar, farmácia familiar, m á q u i n a s de lavar
seus mentores t ê m a seu cargo inteiramente
cooperativa tornaram-se mais numerosas; de-
e outras, ou em aparelhos sanitários (banhei-
as despesas de funcionamento, de conserva-
pois, sem pressa excessiva e metodicamente,
ras, balanças para crianças, aparelhagem de
ção e o salário dos mestres.
passou-se à f o r m a ç ã o de grupos cooperativos
duche,
Numa segunda fase, e a pedido das próprias
que
mulheres,
parecem
as
reuniões
corresponder
de
a
necessidades
a insuficiência
etc.)
das famílias
ou ainda, em bens culturais
(livros, jornais, salas de reunião, aparelhos
reais e a possibilidades cuidadosamente pre-
de rádio
vistas.
vezes, para auxiliarem no melhoramento de
Existem já umas 20 destas
cooperativas
de mulheres. O movimento, ainda que muito
recente,
mesmo
é
guiado
com
senso
prático,
tempo vigilante e engenhoso,
ao
com
ou de p r o j e c ç ã o ) .
Também,
por
ruas e de terrenos de recreio para crianças.
Neste tipo de sociedades incluem-se ainda
EDUCAÇÃO
U m a característica importante destas cooperativas femininas e que p õ e em relevo a
as creches cooperativas, as quais merecem
educação
uma
faeto dos
m e n ç ã o especial, n ã o só pela sua fun-
COOPERATIVA
cooperativa adquirida,
seus
membros
reside
desejarem
no
muito
mais o serviço que elas prestam que o retorno eventual. Acontece que as mulheres
renunciam a qualquer retorno a fim de criarem
o capital necessário para melhorarem
aquele serviço.
U m a outra iniciativa que certamente terá
J
í
uma n o t á v e l influência no futuro da cooperação marroquina é o movimento à volta das
cooperativas escolares. No princípio do ano
•
escolar de 1960 contavam-se já 127. Devem
multiplicar-se rapidamente no decurso
\
•
•'
>
•
j
ííi
anos
próximos,
sob
o
impulso
da
dos
muito
activa «Associação pró-cooperação escolar em
Marrocos». Além disso, desde há pouco tempo, o Ministério da E d u c a ç ã o criou a Repartição de Cooperação, cuja missão é a de dar
1
i
a este movimento um apoio exterior e, ao
mesmo tempo, exercer a sua inspecção.
í
n
v
TRANSCRIÇÃO
•
zArco-lris»,
Estudos
Brasil,
•
«Boletim
borador
litografia
a duas
cores
de Hansi
Staêl — executada
na Cooperativa
Gravura
Centro
do
no
passados,
Dr.z
de
número
o artigo
de
Janeiro,
5 5 , de
inserto
em
«As Mulheres
e o
da nossa
cola-
da autoria
Lúcia
Nacional
Rio
seu
Cooperativista»
Cooperativismo»
i
do
Cooperativos
transcreve
Março-Abril,
1
MERCADO
órgão
Nobre.
Agradecidos.
B O L E T I M C O O P E R A T I V I S T A — Pág. 3
À acção da U N I C O O P E
Disciplina, Compreensão,
relatada atra?és de uma revista sueca
Tem
o
movimento
cooperativista portu-
g u ê s , na pessoa do sr. E m i l Lustig (elemento
que durante 40 anos serviu como funcionário
na Kooperativa Forbundet, da qual se en-
por
Eis
Adquirida,
ressa,
mormente às actividades das nossa socieda-
situação
entusiasta
fora
dos
meios
p r ó p r i o s , uma atitude assumida por qual-
CARNEIRO
quer
elemento
representativo
quando
no
desempenho das suas f u n ç õ e s oficiais; n ã o
quem de direito tomadas e adoptadas,
mente, por tudo que diz respeito a Portugal,
sincero
Disciplina.
censurar,
acatar
apontada,
é um
ou
mento cooperativista.
sócio
cooperativas,
Discutir
sáveis, para bem se poder servir o movi-
contra presentemente aposentado) um amigo
pela leitura do nosso « B o l e t i m » .
ALVES
os primordiais factores, os indispen-
dedicado e prestimoso. Interessando-se, viva-
des
ALBERTO
Essa palavra é
Solidariedade
de
livremente,
uma
instituição
aquela
todo
o
fica,
a
que
indivíduo
implicitamente,
legalmente
e
por
e,
valer-se de determinados e c o n d e n á v e i s pro-
modalidade
cessos, como sejam o de se recorrer a pes-
momento
em
quando
de
qualidade
da
de
decisões
face
intede
tal
obrigado
a
soas ou entidades estranhas às colectividades,
quando se trate de assuntos
intima-
mente relacionados com a vida das mesmas,
respeitar o eme, estatuàriamente, encontrou
são atitudes que n ã o devem, nem
estabelecido.
merecer a atenção ou o apoio dos elemen-
podem
tos bem formados e melhor esclarecidos.
O seu nome não c desconhecido da parte
N ã o sendo obra sua, deve o mesmo com-
dos que votam certa a t e n ç ã o ao nosso Órgão
preender e reconhecer o aturado e s f o r ç o e
na Imprensa. Autor de sérios estudos e de
decidida
dedicação
pelos
activa de qualquer colectividade, devem ser
valiosos trabalhos sobre o Cooperativismo, a
elementos
que, anteriormente, se organiza-
apenas estudados, debatidos e decididos nos
sua a c t u a ç ã o fez-se sentir, de forma n o t á v e l ,
ram e trabalharam com o f i m de corpora-
em diversos congressos e reuniões de carácter
lizar uma iniciativa que se lhes apresentou
internacional.
como
A
sua
longa
prática
c os
seus
amplos
conhecimentos sobre os problemas que mais
interessam ao engrandecimento do movimento cooperativista,
muito contribuíram
para
que. nas citadas reuniões a pessoa de E m i l
Lustíg se destacasse de maneira apreciável
e elogiosa.
Pois é esta figura de alto valor intelectual
c de indiscutível
prestígio pessoal, quer no
seu país, quer internacionalmente, que segue
passo a passo o nosso movimento, que n ã o
deixa passar qualquer acontecimento de certo
valor, sem do mesmo informar os seus amigos
suecos, como de forma idêntica os de todo
dos
dentro de tal ponto de vista que se
o seu nome, e, se p o s s í v e l a sua actuação,
a uma i n s t i t u i ç ã o que c o n t é m , bem definidos, na sua lei base, os seus objectivos, nitidamente representados, quase de u m modo
geral, nas seguintes a f i r m a ç õ e s : « A Cooperativa é uma associação de pessoas, e c o n ó mica e social, livre, neutral, altamente moral,
que tem por objecto o desenvolvimento
de
respeito, portanto, por
determinações
rências da U N I C O O P E , respeitantes aos anos
cumprir, o que torna p o s s í v e l a criação de
de 1958/59, ultimamente distribuídos e a t é
um e s p í r i t o de continuidade e até de alta
já aprovados pela respectiva assembleia geral
admiração
pelo
dos
inteligente
actividade dos
Emil
Lustig,
fez um largo apanhado dos mesmos
zindo-os para a sua língua,
tradu-
fazendo-os
se-
guidamente inserir na revista ilustrada «Var
T i d n i n g » , — em português
«Nossa
Impren-
muito
que
representa a
antigos, infeliz-
mente, já desaparecidos, que nos antecederam.
N u m a palavra se concretiza o f i m a atingir.
aspecto
tecedora
das cooperativas portuguesas,
ser
meio
devidamente conhecida, e as suas actividades
cooperativista internacional, facto que per-
comerciais avaliadas nos meios internacionais
mitiu e facilitou, dessa forma, a central abas-
afins.
O FUNDO R O T A T I V O
NAS C O O P E R A T I V A S
praça, pagando juros de mora, e preços mais
por
No
ampla
AFFONSO
Brasil,
e em
cooperativismo,
campo
de
desprezar o
salutar p r i n c í p i o
das
reuniões, legalmente convocadas sob a responsabilidade do respectivo titular.
Essas
reuniões
encontros
são
periódicos
assembleias
dos
gerais,
associados,
que.
d e v e r ã o manter o seu elevado significado 3
o prestígio
indispensável.
P e r seu i n t e r m é d i o
as o p i n i õ e s apresen-
tadas definem-se; os critérios estabelecem-se
e fixam-se e as soluções são encontradas e
aceites.
O p r i n c í p i o , um sócio, um voto, reprenitidamente, uma igualdade de di-
reitos, i n t a n g í v e l de contestação.
O respeito perante a lei, que no caso s ã o
os estatutos, o, a atenção devida para com
as
decisões
adoptadas,
mesmo
que
estas
sejam por maioria, s ã o atitudes que enobrecem as pessoas que assim procedem.
É sem d ú v i d a o e s p í r i t o
que
dessa
produzindo
forma
os
aparece
de
Disciplina,
engrandecido,
seus b e n é f i c o s
e
decisivos
efeitos.
que cabe, de direito, a quem tem de efec-
Tem a referida revista, de belo
uma
do
C o m p r e e n s ã o perante a responsabilidade
sa» — órgão da K . F .
gráfico,
Dentro
acção em causa, n ã o se deve, por p r i n c í p i o
senta,
defesa e c o n ó m i c a dos seus m e m b r o s » .
fixadas, i m p õ e - s e como um dever natural a
competentes,
locais p r ó p r i o s e por quem de direito.
uma acção concreta, intensta e constante, de
Possuidor dos relatórios e contas das ge-
organismos
Os assuntos, os problemas ligados à vida
algum,
económicos.
deve colocar todo aquele que procura ligar
O
o Mundo.
útil e proveitosa para a defesa
seus interesses
É,
desenvolvidos
distribuição
WALDRY
no
muitas outras partes,
desde a o r g a n i z a ç ã o das primeiras Sociedades Cooperativas até aos dias actuais, estas
ligente
e legalmente
votadas, é outra ati(Continua
elevados
pelas mercadorias. A mercadoria
custando já para a Sociedade mais caro, em
p r i n c í p i o já foge de sua finalidade para a
FINCER
tuar e de fazer cumprir deliberações, inte-
na
pág,
rativa é utilizada para aquisições de mercadorias, suprimindo-se assim, em parte a falta
de capital social.
Esta medida, tem largo uso
em
outros
qual foi c o n s t i t u í d a ou seja, adquirir o pro-
países com resultados satisfatórios. N o B r a -
duto na fonte de p r o d u ç ã o e pelos menores
sil, nada de positivo podemos adiantar, uma
preços, evitando o i n t e r m e d i á r i o .
vez que n ã o temos notícia que alguma So-
As
Cooperativas com
falta de recursos
ciedade Cooperativa já utilize o m é t o d o do
entidades lutam com um problema que se
p r ó p r i o s muitas vezes nascem prósperas, mas
destaca dos demais, o qual seja, a falta de
em pouco tempo, c o m e ç a m a regredir, pelo
capital, de recursos financeiros.
afastamento dos melhores associados, ou seja,
tica do Capital» a « R e t e n ç ã o das obras para
«Fundo Rotativo».
Existe ainda a « S u p l e m e n t a ç ã o
Automá-
Sendo as cooperativas sociedades de pes-
os que adquirem e pagam suas mercadorias
o.aumento de capital», « f o r m a ç ã o de maio-
soas e n ã o de capitais, pareceria estranho
à vista, ou pontualmente. Sobrando apenas
res f u n d o s » , todas medidas salutares para
falar justamente em falta de capital. Mas
os mais i n c o m p r e e n s í v e i s , que i r ã o delapi-
auxiliar a falta de capital nas cooperativas.
este na Cooperativa é um meio, n ã o um fim.
dando a Sociedade até ao seu fechamento.
Julgamos útil lançar esta nova modali-
Sua f u n ç ã o é apenas para garantir o supri-
O « F u n d o R o t a t i v o » nada mais é do que
dade, por n ã o exigir s a c r i f í c i o algum dos
mento normal do a r m a z é m , e n ã o o lucro
um pequeno banco, dentro da Cooperativa.
associados, a l é m do que os de maiores re-
alcançado por este mesmo capital, como su-
Recebe as economias dos associados, podendo
cursos estarão auxiliando a si mesmos,
cede nas empresas comerciais.
estes retirá-las quando bem lhes aprouver,
seja a sua Cooperativa, ao mesmo
ou
tempo
falta de capital e o crédito aberto, ou
e recebendo como aluguel, um juro igual ao
que estarão
sem limite, tem depauperado as nossas coope-
pago pelos estabelecimentos de crédito, os
economia, igual ao que perceberia em qual-
rativas, pois as que assim procedem, vivem
bancos. Desta forma, com a rotação dos de-
quer outra Sociedade.
em
pósitos, uma parte que permanece na Coope-
A
sua
Pág, |
maioria
mendigando
crédito
BOLETIM COOPERATIVISTA
na
ganhando
u m juro pela sua
(De Sid-Coop.,
n.° 59)
Cooperativa dos Trabalhadores de Portugal
EXPOSIÇÃO
DE
COOPERATIVAS
Novos Corpos gerentes da U N I C O O P E
Assembleia Geral de S de Dezembro
Em
dé i960 foram eleitos os corpos gerentes da
Conforme foi notificado no «Boletim Cooperativista», esteve patente ao público, de 10
U N I C O O P E para ifjór. F i c a r a m assim constituídos:
a 2 2 de Dezembro, na nosso Sede, a Exposição de Cooperativas, que teve o patrocínio da
M E S A DA A S S E M B L E I A
U N I C O O P E e se integrou na comemoração do seu 5." aniversário.
Embora o espírito cooperativista esteja ainda pouco arreigado numa grande parte dos
sócios das cooperativas o número de visitantes o ouvintes das palestras realizadas, justificou
Cooperativa
GERAL
Piedense — Presidente;
Coo-
perativa dos Profissionais de Seguros do Sul
plenamente o nosso trabalho.
de Portugal; Cooperativa do Pessoal da F á No dia da abertura da Exposição, o Sr. professor | o ã o Dias Agudo proferiu uma palestra, brica de Pólvora de Barcarena — Secretários.
cuja tema — «CIVILIZAÇÃO COOPERATIVISTA» — foi brilhantemente abordado pelo ilusCONSELHO FISCAL
tre cooperativista. Debateu a ideia de se desenvolver o surgimento de cooperativas de produção, o que seria um grande passo no movimento cooperativo. Para que esta ideia seja
Cooperativa dos Funcionários da Adminis-
concretizada é necessário que os associados da todas as cooperativas se compenetrem do seu
tração
alto valor e cooperem
dente; Cooperativa Aliança Operária; Coope-
nesse sentido. Assim, seria bom que as cooperativas
promovessem
palestras, conferências, cursos de iniciação cooperativista, etc., a fim de se criar um verda-
Geral
do Porto de Lisboa — Presi-
rativa «A L i n h a de Sintra» — Vogais.
deiro espírito cooperativista, tão necessário para empreendimentos desta magnitude.
O palestrante evidenciou alguns aspectos da acção das Cooperativas, partindo da sua
influência benéfica no campo da Economia, e indo ao seu lado cultural c moral, como ponto
máximo de seus objectivos sociais. Deu a razão de seus princípios nos males já antigos duma
economia livre, nascida do artesanato e robustecida com as doutrinas da escola clássica ou
L i b e r a l que culminaram no Capitalismo dos séculos X I X e X X . Estes c o m e ç o s do C o o p e r a t i -
DIRECÇÃO
Cooperativa Almadense — Presidente; Cooperativa «A Saeavenense» — Secretário; Cooperativa Ajudense — Tesoureiro; Caixa E c o nómica
Operária;
Cooperativa
Economia
Emancipadora — Vogais.
Disciplina, Compreensão, Solidariedade
i
(Continuação
mumm
•
da pdg.
4.)
tude a seguir, que n ã o se pode, nem deve
ignorar.
:
•s»
A
sua aceitação
deverá
para que o p r e s t í g i o
ser e s p o n t â n e a
da entidade
compe-
tente n ã o decaia nem fique d i m i n u í d o .
Os problemas, quando relacionados com
os associados e a respectiva i n s t i t u i ç ã o , n ã o
admitem a i n t e r f e r ê n c i a de elementos estranhos; a c o n c o r d â n c i a com c r i t é r i o
contrá-
rio n ã o fará demorar as c o n s e q u ê n c i a s nefastas, que c o n t r i b u i r ã o , sem d ú v i d a ,
para
o agravo de qualquer das partes e m causa.
A
Durante
a conferência
aniversário
da
que comemorou
UNICOOPE
ò
I assistência
ouve
rência da Dr.'
1
com entusiasmo
a confeLuisa M. S, Raposo
solidariedade, p o r mais modesta que
seja, deve ser dada, de maneira e s p o n t â n e a
a quem da mesma venha a necessitar, porém,
v i s r n o constituíram reacção eficaz contra os excessos do sistema em certos países da Europa
e alentaram-no ao ponto de conseguir criar processos novos nas relações da p r o d u ç ã o e do
•
c o n s u m o , agora mais justos e mais livres de atritos entre as duas partes sempre em causa —
condicionada ao mais elementar p r i n -
c í p i o de justiça e da razão.
Hipotecar
posições
a mesma
perante
atitudes
e
inconfessáveis e incompreensíveis,
o v e n d e d o r e o c o n s u m i d o r . Ao lado desta justiça e deste bem-estar na distribuição, nascidas
n ã o deve ser h á b i t o de qualquer pessoa de
das novas condições e c o n ó m i c a s , neste sector, a Cooperação organizou-se por forma que pode
bem.
ser considerada um modelo de O r g a n i z a ç ã o P o l í t i c a
Internacional
com as suas
Cooperativas,
F e d e r a ç õ e s e A l i a n ç a tal qual se propende hoje a fazer entre os povos do mundo inteiro —
uma Federação d e Estados, com governo supra-nacional, embora um tanto livres todos eles
em seu viver.
A
desarmonia é o d e s e q u i l í b r i o — di-lo
o escritor Coelho Neto — , e, com os olhos
postos em t ã o sensata a f i r m a ç ã o , indispensável se torna que no Cooperativismo, to-
No dia 17, a D r . Luisa Maria Simões Raposo falou sobre « A ACÇÃO DA M U L H E R NO
a
dos
os seus elementos,
mormente
os seus
M O V I M E N T O COOPERATIVISTA». A mulher — disse — não pode nem deve ver somente na
dirigentes, que nem tantos s ã o , conscientes
sua cooperativa, o aspecto e c o n ó m i c o . Deve tomar parte activa dentro dela, pertencendo aos
da
corpos directivos, a comissões culturais, estudando os problemas e debatendo-os
correspondam,
junto das
alta
missão
de que estão
inteiramente,
investidos,
através
dos
direcções. Falou t a m b é m da educação das crianças e alvitrou a criação de escolas, dentro de
seus actos e acções, para a criação e esta-
moldes cooperativistas. No final desta palestra houve um debate que incidiu principalmente
bilidade da mais perfeita e completa u n â -
sobre a possibilidade de criação dessas escolas. Pelo que ouvimos, parece-nos não ser difícil
nimidade de vistas, sobre todos os p r i n c í -
a realização deste empreendimento. A ideia foi ventilada. Agora, convinha que as direcções
pios, que orientam e condicionam o nosso
das cooperativas incluíssem nos seus planos de trabalho esta meritória tarefa e nomeassem
movimento.
comissões que concretizassem a ideia.
No dia 19, data do aniversário
da U N I C O O P E , o Sr. Emídio Santana, falou sobre
«O P A P E L A C T I V O DO C O O P E R A D O S N A V I D A DA S U A COOPERATIVA». A Div< Lúcia
Nobre fez a apresentação do conferencista. O orador dissertou sobre as inúmeras formas que
o cooperador tem de engrandecer a sua cooperativa. Apelou para os sócios das cooperativas,
no sentido de não fazerem às direcções críticas destrutivas, mas sim construtivas.
No final, o dirigente da U N I C O O P E , Sr. Desidério Costa, historiou a vida da União
Cooperativa Abastecedora, salientando os obstáculos
que t ê m surgido, mas sobejamente
compensados pelos benefícios que no presente oferece às cooperativas e, ainda mais, pelas
perspectivas grandiosas que se a n t e v ê m já para o futuro.
Assim
encerrou
a Exposição
de Cooperativas, que, embora
modestamente,
algum
contributo deu à expansão do cooperativismo.
Aqui ficam, pois, os sinceros agradecimentos da Cooperativa dos Trabalhadores de Portugal às direcções das cooperativas que acorreram ao nosso convite enviando os materiais
que poderam dispor, à direcção da U N I COOPE, ao «Boletim Cooperativista» e a todos
os que, embora alheios ao cooperativismo,
colaboraram nesta Exposição.
A
COMISSÃO
CULTURAL
H O L E T I M C O O P E R A T I V I S T A — Pág. 5
UMA
CONFERÊNCIA
NA C O O P E R A T I V A DA
BAIXA DA BANHEIRA
pianos de conjunto que constituam os fundamentos
E
da federação».
a terminar:
«Cooperadores! E s t a
é a nossa arma
dc
segurança e c o n ó m i c a , este é o nosso instrumento de e m a n c i p a ç ã o em que só o nosso
No dia 16 de Outubro realizou-se, dentro
do programa das c o m e m o r a ç õ e s
do aniver-
sário da Cooperativa Banheirense uma sessão
em
que colaborou
o Ateneu
Cooperativo,
tendo proferido uma palestra o cooperativista
E . Santana, sob o título
«O
papel
activo do cooperador na vida da sua Cooperativa».
Depois do Presidente da Assembleia Geral
da Cooperativa, sr. Silva Cavaco, ter agradecido a colaboração do Ateneu e a presença
do conferencista, este deu início à sua palestra, de onde e x t r a í m o s as seguintes
pas-
sagens:
«As Direcções das Cooperativas devem en-
esforço conta. N ã o h á aqui milagres que n ã o
sejam os nossos próprios, n ã o bá o maravi-
aparece. Aqui
cessitam de homens competentes e virtuosos
nossa capacidade humana posta em pleni-
e que se n ã o e n v a i d e ç a m com a sua compe-
tude
e
rendimento.
Façamos
cooperati-
vismo!».
O orador foi muito aplaudido. A sessão foi
pois do Presidente da D i r e c ç ã o do Ateneu,
aos sócios.
um espírito de compreensão
destas
verdades elementares e o desejo de criarem
um
capital próprio e depositarem
nele as
economias que, durante algum tempo,
pos-
sam fazer com os seus bónus mais reduzidos,
a cooperativa passa a dispor dum capital que
lhe permite trabalhar com desafogo e seguSuponhamos que todas as cooperativas se-
radores
terem apoiado os princípios expostos na conferência.
« A U
este
T O P A C »
quinas
ano a primeira
de embalagem
c o m e ç a m o s por descrever como decorreu o
acto de posse dos corpos gerentes da Socie-
as máquinas
lão
rativas a um preço mais b a i x o » .
«Se
propriamente
utilizadas
— foram
secção
as cooperativas
federadas
pudessem
criar novos meios de utilização, produzindo
mercadorias ou ampliando os seus
serviços
quer
de em-
no seio
dc Embalagem
especial,
de
ditas,
na produção
agrupadas
Internacional
numa
vez que as má-
— quer as máquinas
acondicionamento
do Sa-
de
denominada
Paris,
«AUTO-
PAC».
As máquinas
padas
apresentadas
em sete
dum
o
acondicio-
produto;
que efectuam
primário
que efectuam
de
6 — Máquinas
limpeza
unicamente
opeque
a'embalagem.
o fabrico
acondicio-
criar. O cooperativismo habitacional, os serviços de saúde, as mutualidades, os cursos
que efectuam
e de recuperação
das
operações
de
(Continuação
da pág.
na vida, pensam eles.
Cozar é a razão de ser do homem
E desde o gozo das
alcoo! mergulha em prazeres fictícios, a t é
-cooperativas, com o qual se possa pensar
ao gozo excitante do fumo do tabaco, a t é
numa fase de investimentos
ao
das velocidades
automobilísticas
e dos
desafios desportivos (naturalmente recomendáveis sem exageros,
especulações
e depri-
em transes difíceis e a criar indústrias ne-
mentes paixões partidárias) a t é ao luxo reles
cessárias, a ampliar a a c ç ã o da U N I C O O P E
no mobiliário e adornos das casas com arre-
e ate a fomentar muitas outras iniciativas.
biques simuladores de arte e de riqueza, o
chegarmos a
orgânico
que as nossas cooperativas se integrem na
facto
enganadora.
Nela
não encontra
as
intensas e sãs alegrias daqueles que se entregam
mas de colaboração a t é mesmo como sejam
humano,
compras em comum, transacções entre s i , c
gindo
COOPERATIVISTA
F I S C A L — Presidente:
Ger-
lica Moita; Relatores: Carlos Jóia,
António
Pereira Gonçalves e João Marujo Piçarra.
Martins;
2.°
Secretário:
Álvaro
Mariani.
pel<^
que deverá ser eleito outro brevemente.
à
U N I C O O P E — Américo
de Oliveira
Santos,
Fran-
de Almeida, Vítor Fernandes Costa,
justiça. E todos, dentro das suas possibilidades,
uns maiores
do que noutros,
podem
entregar-se a essas obras .
Assim fizeram os modestos pioneiros de
Rochdale. Se com o objectivo
de obter o
pão,
fundaram a
em
melhores
condições,
primeira associação cooperativa moderna de
que há memória, compreenderam, por outro
lado, que «nem só de pão vive o h o m e m » ,
e instituíram em proveito dos sócios bibliotecas e escolas.
homem julga ascender a uma felicilade de
U N I C O O P E , mas que ensaiem entre si for-
Pág. 6 — B O L E T I M
Gomes;
i)
fabernas em que o espírito estimulado pelo
para
Monteiro
José Justino e Francisco T o m á s Coelho.
Precisamos portanto de reunir os capitais
portanto,
Salvador
CONSELHO
cisco
das cooperativas, eriando-se um fundo inter-
de desenvolvimento
Secretário.
Amorim de Carvalho e A n t ó n i o Pombo.
Nem só de pão une o homem
dições de vida muito precárias.
Precisamos,
2.°
COMISSÃO D O S S E R V I Ç O S M É D I C O - S O -
Gozar!
tais latitudes
Serra
DELEGADOS
diversas.
empreender para transformar as nossas con-
E s t e fundo poderia ajudar as cooperativas
Antó-
embalagens;
zações que as nossas cooperativas poderiam
e financiamen-
D I R E C Ç Ã O — Presidente: E u g é n i o
nio Barbosa; Viee-Presidente: Carlos
C I A I S — André
de d i v u l g a ç ã o e a t é as diversões, s ã o reali-
tos de iniciativas de carácter federativo.
distribuída:
O 1." Secretário n ã o aceitou o cargo,
para viver, os benefícios serão maiores e outras modalidades de cooperação se poderão
ficando a gerência para o ano de 1961, assim
A S S E M B L E I A GERAL—Presidente: Raul
de
embalagens;
7 — Máquinas
Presidiu ao acto o Sr. Filipe Andrade Moreira, solícito presidente da Assembleia Geral,
secundárias;
acondicionamento
igualmente
ou de
daquela
mano da Costa; Secretário: Joaquim A n g é -
5 — M á q u i n a s para
namento
35 dirigentes
acondicio- tino G o n ç a l v e s , Fernando da Conceição Baptista, Manuel Moor e Manuel Francisco.
o
secundárias;
efectuam
E s t a v a m presentes
importante instituição económico-social.
Tesoureiro: Artur de Abreu; Vogais: Lauren-
c as operações
— Máquinas
para abastecer de tudo o que necessitamos
ser agru-
5 de Dezembro passado.
Pombinho; 1.° Secretário: Fernando Matos;
que efectuam
primário
namento
podem
categorias:
i — Máquinas
namento
rações
riam todos os capitais disponíveis das coope-
ricos de qualidades morais».
dade Cooperativa Piedensc, realizado no d ^ ^
Foi
poderia constituir
sistema bancário, no qual se deposita-
Cooperadores que,
modo t ê m cabimento nesta nossa reportagem,
dúzia de anos, cada uma tinha um capital
um
capazes.
Com estas linhas de Gomes Barbosa, dis-
5 — Máquinas
A UNICOOPE
mais
tinto cooperativista brasileiro, que de certo
guiam este sistema e que, dentro de meia
razoável.
isso, a cooperativa tem o dever de
embora pobres de recursos financeiros, sejam
banheirense Fernando Nogueira
_> — Máquinas
rança.
Por
escolher os seus dirigentes de entre os coope-
cooperador
balagens
Se as direcções encontrarem, nos seus associados,
rativismo.
do delegado do Boletim Cooperativista e do
que no seu conjunto permitiriam melhores
tor de produção das mercadorias que fornece
tência a ponto de esquecer a virtude da harmonia, t ã o necessária ao progresso do coope-
encerrada no meio de grande entusiasmo de-
tuir o capital de cada sócio e o capital social,
mais cooperativas, na construção de u m sec-
«Convém advertir que as cooperativas ne-
n ã o h á paternalismo, h á a
de alienar um pouco do retorno para consti-
çoar o seu sistema e lançar-se, com as de-
Tomaram posse
os oovos corpos gerentes
lhoso sonhado de onde se julga v i r de m ã o
beijada aquilo que só em contos de fadas
contrar na população associativa a vontade
condições de compra, desenvolver e aperfei-
Sociedade Cooperativa Piedensa
a obras de vasto
e profundo
em que autenticamente
sentido
vai sur-
uma vida de maior beleza, amor e
Na
vida
instrumento
económica,
a cooperativa
da emancipação
dos
ANTÓNIO
é o
homens.
SÉRGIO
H
hoje.
Num
dos
artigos
de
seus
Estatutos
0
elas anunciavam assim os fins da associação.
papel
no
« . . . L o g o que seja possível, a sociedade pro-
dos
humildes
movimento
cooperativo
cederá à organização dos meios de produção,
distribuição,
instrução
outros
termos
colónia
doméstica,
ao
e
governo
ou,
estabelecimento
autónoma
de
duma
interesses
unidos, promovendo a fundação de outras às
quais prestará o seu
(Continuação
por
auxílio...»
tituições
de
cooperativas
Rochdale. E em
benéfica
tendo
exploração
cultura individual e colectiva.
espécie de padrão para as que se fundaram
sobre si a responsabilidade
movimento
que
e
nítida
a
trabalhalor
que sente encontrar ali uma defesa contra a
passou a ser, na forma e no espírito, uma
Quem eram esses homens
é
do dedicado
e
um
precioso
instrumento
de
A l é m de Rochdale, muitas e muitas Cooperativas beneficiaram e beneficiam da i n -
lançaram
a glória
fluência amiga e dedicada do trabalhador do
do
campo ou da fábrica, não havendo país em
Cooperativo com um tal carác-
que o facto se não tenha dado com f r e q u ê n -
ter?
cia. Em Portugal mesmo ,onde o Cooperatitão
vismo tem tido uma fortuna variável, e por
modesta que nenhum dos seus camaradas de
vezes pequena, o seu esforço é bem notório
trabalho
Eram
pessoas
de
modesta
condição,
pagos dias
dos géneros
depois
que
na tesouraria.
das mais curiosas s e c ç õ e s
da Coo-
perativa é o seu Posto Clínico onde os m é -
por modelo a
que viu a luz a Cooperativo rochdaliana, que
em data posterior pelo mundo inteiro.
Uma
ij
todas elas
serão
É cómolo.
há país em que se não tenham fundado ins-
influência
E assim foi de 1844 em diante data em
da pdg.
identificação e de registo
só
dico e as enfermeiras atendem
muitos
dos
seus 2.200 sócios e famílias. Bem instalado
e
com
aparelhagem
para o que
moderna-
mente é considerado essencial numa actividade desta
quase
natureza, o Posto é alimentado
exclusivamente
com
a
pequeníssima
quota do sócio e seus rendimentos em forma
de
Cooperação.
Nas consultas
no
Posto
nada paga
3S00
por cada uma. No domicílio, onle os
médicos
e o familiar paga
o
sócio
também
prestam
serviço,
apenas
o
sócio
paga, de dia, 5 $ 0 0 e de noite 2 0 $ 0 0 , acrescidos, é claro, do transporte, que t a m b é m é
prestado
10$00
pela
e
Cooperativa.
30S00
Os
familiares
respectivamente.
E tudo
e bem digno de referência. Associações
ve-
assim. Nos tratamentos, apenas os familia-
Quanio tiveram conhecimento da sua resolu-
lhinhas
tão
res pagam serviço: um escudo
ção, todos os receberam com risos de zom-
fecundo e t ã o simpático à Cooperação pelas
e
facilidades que ela encontrou
grande,
e
de
miséria
os
baria e ditos sarcásticos.
levou
a
Pois quem
sério.
é que
que v ê m já
do
outro
século,
em todos os
por penso se este
por injecção
for pequeno.
Se
for
2$00.
podia contar com alguma coisa desta ínfima
seus géneros, foram fundadas por trabalha-
Interessante é t a m b é m a exploração agro-
^ a e n f e ? Engano puro, contudo. Conta a his-
dores humildes que sentiam a sua difícil s i -
-pecuária na quinta da Argena, em Corroios,
Pio-
tuação económica e a dos seus companhei-
a
James
ros de infortúnio. E ainda hoje algumas delas,
A propriedade foi adquirila há dois anos por
fundalas mais tarde, como seja, por exemplo,
800
^Borindor
neiros
Holyoake na sua história dos
d e R o c h d a l e que
Standring,
tecelão
os senhores
de profissão, John Bent,
alfaiate, (ames Smithies, fornecedor de madeiras,
Charles
Howarth,
tecelão
urdidor,
John Collier, mecânico, William Cooper, tecelão, e outros
se reuniram certo dia para
presidente
o
tecelão
Ashwort
Piedense,
são
testemunho
tiram, implantaram e acarinharam anos atrás.
hoje
de
sede.
criação
de
17 vacas leiteiras e de 2.000 galinhas poe-
Quem a fundou?
Operários da indústria local e do comércio
Augusto Silveira, carpinteiro; José Marques
grafo, foi encarregado de fazer as compras e
da Cruz, operário; Cermano Álvaro de A l -
Samuel Ahsworth, t e c e l ã o ,
meida,
miúdo:
Aurélio
operário;
Saraiva,
Annes,
caixeiro;
Manuel Comes
tanoeiro;
rém, aumentar, sendo propósito da Direcção
elevá-lo
reiro a William Cooper. David Brooks, t i p ó -
Com as 28
serve
da
deiras, além da cultura do terreno em horta,
por
as vendas. E pronto. Agora era só trabalhar.
e
distância
vinha e cereais. O número de vacas vai, po-
Miles,
promover
contos
de
dessa ajuda não regateada do trabalhador ao
para secretário James Smithies e para tesou-
o de
quilómetros
espírito Cooperativo que camaradas seus sen-
fundar a sua associação, tendo logo nomeado
para
Cooperativa
a
4,5
Manuel
João
Rodrigues
António
Junior,
a
galinhas
50.
Os
puseram
48.252$40;
os 6 7 2
43.923
em
ovos
1959,
que
as
renderam
frangos vendidos atin-
giram 1 0 . 3 3 7 $ 7 0 e as 266 galinhas que se
destinaram t a m b é m à alimentação dos associados foram vendilas por 7 . 9 3 7 $ 2 0 .
A
Secção
Cultural
desenvolve
também
uma obra notável, tanto por meio da Escola
libras que puderam juntar para
corticeiro; Eugénio de Sousa, sapateiro; João
pôr a associação em movimento. O que isto
de Almeida, operário; José Nunes dos Santos,
e da biblioteca, do Campismo, do Teatro e
veio a dar é do conhecimento
sapateiro; e Duarte Joaquim de
do Cinema, como das excursões e do des-
de todos.
Jesus, t a -
noeiro. Daqui por diante muitas Direcções se
porto. Enfim, o exemplo da Cooperativa Pie-
sucederam neste 67 anos que tem a Coope-
dense é inteiramente
armazém no r é s - d o - c h ã o dum prèdiozito do
rativa
trina que ali se prega e se pratica. A confir-
beco de Toai Lane, em Rochdale, no dia 21
cremos que em todas elas o elemento reali-
má-lo
zador
o
sócios que há anos aguardam entrada, mas
mesmo trabalhador dedicado que dá as me-
que não houve forma ainda de atender, dada
lhores provas da sua honestidade
a
Investiram 14 libras em farinha, manteiga
e açúcar
e abriram
as
portas do
modesto
^j^de Dezembro de 1844. Unidos e convencidos
da sua verdade, alheios a críticas, a remoques e até a perseguições do comércio privado,
os
pioneiros
caminharam
sem
nada
ouvir nem ver do que judesse desviá-los do
seu caminho; e ao fim dum ano tinham mais
4 6 sócios e mais dinheiro para transacções.
Davam e n t ã o aos sócios
falsificados,
pesos
e
certas.
Uma
é
existência,
o mesmo
incluindo
operário
a actual, e
de
sempre,
e da sua
capacidale administrativa, capacidade que se
revela
numa obra que
merece
ser
divulgada
está
e
à vista e
apreciada
Com efeito, a Cooperativa Piedense,
talada em edifício próprio,
possui
ins-
um B a r ,
uma Carvoaria, uma Drogaria, uma Leitaria,
Fundaram uma biblioteca e uma sala de lei-
um
Lugar
tura,
uma
Padaria, uma Loja de Panos, uma Pei-
actividades bancárias e de seguros,
diverti-
de
Hortaliças,
uma Mercearia,
Xaria, uma Sapataria, um Talho, um A r m a -
mentos, etc., etc. Cinquenta anos depois, em
zém
de
1894, celebraram o seu cinquentenário. T i -
uma
oficina de Reparação
Vinhos
(Adega),
uma
de
Posto Clínico, uma exploração agro-pecuária,
uma Secção Educativa e Cultural. A sede, de
tribuídos
de
linhas modernas, é um edifício que impres-
Em 1934 a Sociedade tinha já 4 4 . 0 0 0 s ó -
movimento das suas s e c ç õ e s , entre as quais
foram
nesse
ano
siona
6 0 . 0 0 0 libras.
cios e um volume de negócios de 657
mil
libras. E tem aumentado sempre continuando
ainda hoje progressiva e cheia le vitalidade.
O exemplo dos modestos p i o n e i r o s ó na
verdade
magnífico,
até
pela
repercussão
que teve pelo mundo a sua experiência. N ã o
a de
Muito
bem,
sendo
agralável
mercearia, onde se
outra
das
de
candidatos
instalações,
apesar
a
de
mais
teríamos
que
dizer
desta
assistir-se
nota
auxiliares entram
e
saiem
com
seus
ou para a semana. Na mão a caderneta de
que
faremos
ainda
Campanha Pró-Cimento
«
T O D A S AS COOPERATIVAS, T O D O S OS C O O P E R A D O R E S D E V E M
C O N T R I B U I R C O M AS SUAS
OFERTAS PARA O PROSSEGUIM E N T O DAS OBRAS.
•
Q U E N I N G U É M SE A C H E DISPENSADO. É U M A O B R A D E
COOPERAÇÃO.
•
TODO O COOPERADOR
GUÊS D E V E M A R C A R
PRESENÇA.
disputas. Filas de mulheres de sócios ou de
cabazinhos providos do necessário para o dia
o
C O O P E R A T I V A
«A L I N H A DO ESTORIL»
ao
uma ordem
oportunidade,
com muito prazer.
admirável e um trabalho sem barulhos nem
suas
centenas
prestimosa instituição Cooperativa. Mas este
Barbearia,
nham então já 12.000 sócios e um fundo de
sócios
exiguidade
Malhas, um
reserva de 4 0 0 . 0 0 0 libras. Os «lucros» disaos
as
para a dou-
artigo já vai longo e forçoso nos é aguardar
revolução verladeira nos costumes do tempo.
alargaram as instalações, organizaram
estão
honroso
muito melhoradas já depois da sua f u n d a ç ã o .
que
larga-
mente.
géneros puros não
medidas
de
PORTUA SUA
B O L E T I M C O O P E R A T I V I S T A — Pág. 7
C O O P E R A Ç Ã O
C H A V E DO P R O G R E S S O
por
DON TAYLOR
L O N D R E S — O Ministério das Colónias da
assim, o palco para
uma época
de grande
progresso.
É importante
ressaltar
aqui
essência da contribuição oficial. As cooperativas
são, essencialmente,
manifestação
de
Grã-Bretanha toma actualmente uma série dc
autoajuda e autoconfiança, e são administra-
providências para o estabelecimento do sexto
das pelos membros que a c o m p õ e m .
cursa de uma série que visa o a p e r f e i ç o a mento de funcionários graduados c adminis-
apt
as palavras
«orientar e assistir», pois elas constituem a
Evidentemente,
nos territórios,
O BOLETIM C O N T A
CONVOSCO!
o moviUni
mento limifa-se quase exclusivamente à agri-
novo
uno
começou,
anunciado
tradores de sociedades cooperativas. O curso
cultura. Quase 8 0 % das cooperativas são de
pelas melhores
que terá a duração de dois meses, será minis-
venda ou crédito, ao passo que apenas 7 %
o
trado na famosa Joanes School, no Quénia, em
englobam
Nos dias que
c o n s o l i d a r á o progresso que vem regis-
Fevereiro s Março do próximo ano.
correm, praticamente todos os territórios de-
t a n d o , m e r c ê da d e d i c a ç ã o e do acerto
pendentes t ê m um movimento cooperativo.
dos homens
Por detrás dessa simples noticia desenrola-se uma história de conquistas notáveis, pois,
sem
os
consumidores.
Milhares de pequenos fazendeiros nessas
dúvida alguma, a cooperação é um dos
zon3s obtiveram b e n e f í c i o s com o sistema. A
mais valiosos legados da Grã-Bretanha ás suas
exploração conjunta do mercado (e o proces-
colónias e territórios e, tudo indica, será tam-
samento) constituiu geralmente o ponto ini-
bém dos mais duradouros, nada obstante ser
cial
um dos menos comentados.
da cooperação,
mento
Em 1945, por exemplo, funcionavam 900
sociedades cooperativas de vários
tipos nas
dependências britânicas (excluindo Gana c a
de
seguindo-se
créditos.
Tais
o forneci-
passos,
todavia,
conduzem naturalmente a uma tentativa da
cooperação visando melhores m é t o d o s para o
Em certo número de territórios, cooperati-
berania) englobando 161 mil 390 associados,
vas de aldeia ou área combinaram-se em sin-
vendendo produtos avaliados em 5 0 4 mil 569
dicatos de cooperativas e, posteriormente, em
libras esterlinas. Doze anos mais tarde, em
organizações nacionais. Gana, por exemplo, ao
decuplicara — 8.820, com
tornar-se independente, pessuia três organi-
um milhão 158 mil e 6 2 associados, com um
z a ç õ e s desse tipo — um banco cooperativo,
giro comercial de quase 50 milhões de libras.
uma associação de vendas e uma aliança dc
É fácil perceber a importância social, eco-
cooperativas. Em conjunto, elas compreendiam
nómica c, por que não dizer, politica, de ex-
41 mil e 5 0 0 membros, filiados a 4 4 3 socie-
pansão t ã o dramática.
dades, com vendas anuais da ordem de 7,5
Mas como teria ela
milhões de libras. Ao se tornar independente,
começado?
Há sessenta anos, passou a fazer parte i n tegrante da politica do Governo da índia. A
a Malaia possuía filiação que se aproximava
experiência obtida nesse pais deveria influen-
Seria realmente difici! dar o justo valor a
ciar a evolução do movimento cooperativista
tudo o que essas cooperativas fizeram em
nos demais territórios
benefício
1946,
e d e p e n d ê n c i a s . Em
assumiu o Minisrério das Colónias o
sr. Arthur Creech,
dos
territórios
dependentes.
De
qualquer maneira, é inegável que foi o meio
um entusiasta do movi-
de elevar milhões de pessoas do nível de eco-
mento cooperativista. Imediatamente, enviou
nomia de mera subsistência a uma economia
um
despacho
aos territórios
britânicos na
lucrativa — em
resumo,
tiazé-los
para
o
África, salientando o valor e c o n ó m i c o e edu-
âmbito
cacional dessas sociedades para os povos atra-
cultivo do café, chá, fumo, algodão e nume-
do mundo moderno e iniciá-los no
sados. Recomendou a nomeação de um f u n -
rosos outros produtos de boas cotações no
cionário especializado em cada território, com
mercado mundial.
um quadro de auxiliares, para orientar e assis-
eficiência e prosperidade cem a distribuição
tir
o movimento
cooperativista, ao mesmo
tempo que propunha a regulamentação oficial
da Lei dss Sociedades Cooperativas. O sr. B.
|.
Surridge,
antigo
auditor das sociedades
cooperativas em Chipre, foi nomeado conselheiro do secretário de Estado nesses assuntos,
cargo que conserva a t é hoje.
Preparava-se,
— Horizonte
(Continuação
—
da pág.
de
numerosos
Disseminou a habilidade,
arados, não esquecendo
de
conservar o que é quase sempre o principal
capita! desses paises, a terra.
Mas,
acima
notabilizaram
pelo seu valor humano, pois
q u e f a z e m p a r t e de u m a
grande
f a m í l i a r e u n i d a n o seio da U N I COOPE.
OS
COOPERADORES
COMPREENDER
leitura
dos r e l a t ó r i o s das suas D i r e c ç õ e s
que p o d e r ã o c o n s t r u i r u m a v i d a
m e l h o r se c o o p e r a r e m , para a l é m
da sua p r ó p r i a c o o p e r a t i v a , c o m
os o u t r o s cooperadores,
tem
para
pois coincide com a r e n o v a ç ã o das suas
D i r e c ç õ e s e C o m i s s õ e s de activistas.
O «Boletim
Cooperativista»
dirige
a
todas elas, ao mesmo tempo que as suas
saudações
pelo
trabalho
realizado, os seus votos, com a sinceridade e v e e m ê n c i a usuais de camaradas
para
camaradas, p o r que registem,
vgM
N o v o A n o , o engrandecimneto c os
b™
nefícios
possíveis.
Cooperativista»
o
«Boletim
que as novas
Espera
gerências
r e f o r c e m as r e l a ç õ e s de amizade inter-cooperativa
c
a
mútua
colaboração,
p r i n c i p a l m e n t e no seio da U N I C O O P E ,
que f o r t a l e c e r ã o o m o v i m e n t o cooperat i v o c a sua b e n é f i c a a c ç ã o a f a v o r dos
seus associados e do p o v o consumidor.
«Boletim
Cooperativista»
espera
t a m b é m , neste novo ano, desenvolver a
sua
colaboração
através
e da
da
com
as
propaganda
doutrinação
Cooperativas
que delas
fará
e esclarecimento
dos
cooperadores.
E,
como é j u s t o , espera o « B o l e t i m »
receber das Cooperativas, a l é m das p r o vas de simpatia que nunca lhe f a l t a r a m ,
uma
cooperação
prática
c i á r i o , quer t a m b é m
na
quer
no
noti-
distribuição.
As c r í t i c a s , as n o t í c i a s e os artigos q u i '
os cooperadores
nos e n v i a m s e r ã o sen %
pre b e m recebidos e objecto da m e l h o r
atenção
condicionada aos
interesses do
m o v i m e n t o de que o « B o l e t i m » é o eco.
entretanto, as novas D i r e c ç õ e s t o m a r e m
a peito que o « B o l e t i m »
seja l i d o p o r
todos
medíocres
perder-se, como papel i n ú t i l , u m ú n i c o
aspirações
resumiam-se
anterior-
mente em obter o pão de cada dia para si e
suas famílias.
Produziu
homens de calibre,
líderes, homens que evoluíram do movimento
Os operários pioneiros de Rochdale, que
fundaram a primeira
cooperativa na região
industrializada do norte da Inglaterra há mais
os seus c o n s ó c i o s ,
BOLETIM
Cooperativas e Cooperadores! O « B o l e t i m » conta convosco! Que cada associado receba e leia o seu « B o l e t i m » !
de um século, jamais poderiam ter sonhado
até que ponto do mundo seria levada a tocha
quç acenderam ( B N S ) .
COOPERATIVISTA
Calçada da Tapada, 163 - 1 . ^ — LISBOA J3
Nome
Morada
no espíUNICOO-
PE representa.
" o m p . e impr
Gráfica Santelmo
n ã o deixando
exemplar, como hoje ainda sucede.
D E V E M
pela
r i t o federalista que a
O início de u m n o v o ano
as Cooperativas u m significado especial,
deu auto-respeito e dignidade a homens cuja
administração e do Governo.
gentes, que eles n ã o e s t ã o sós e
trabalham
Eles c o n s t i t u i r ã o u m a valiosa a j u d a se,
de tudo, as cooperativas se
cooperativo para se tornarem funcionários da
i)
e mulheres que
nele
português
l h o das Cooperativas.
O
de um quarto de milhão de libras.
cooperativista
nas D i r e c ç õ e s e nas C o m i s s õ e s de traba-
entusiásticas
cultivo e o aumento da produção.
Malaia, actualmente em estado de plena so-
1957, o número
movinineto
e s p e r a n ç a s de que
Lda — R u a de S. Bernardo, 84 — T e l . 66 42 0 6

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