Londrina · maio 2016 · ano XVI · n°192

Transcrição

Londrina · maio 2016 · ano XVI · n°192
Foto: Angelita Santini Niedziejko
† Londrina · maio 2016 · ano XVI · n°192
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Voz do Pastor
Vida em Ação N°192
Mundo católico
Maio | 2016
Catequese do Papa Francisco
Jesus nos dá a verdadeira
alegria, a Ternura. Não a
riqueza, que traz divisão...
A Ternura
Prezados paroquianos e paroquianas. Que bom
ter este veículo para poder falar com vocês todos
os meses sobre relevantes pontos. Maio é um mês com
cores e ambientes surpreendentes na vida e na missão da
Igreja. A Alegria invade nossos corações quando participamos
das celebrações com as crianças e vivenciamos a passagem
do tempo e partilhamos o crescimento delas na fé. Igualmente
sentimos essa alegria nos encontros pastorais e nas visitas às
famílias. E neste mês ainda mais com a benção e celebração
dos Corpus Christi no espaço onde será construída a Capela São
João XXIII. Tudo isso me motiva tratar neste editorial o centro da
nossa reflexão: A ternura.
Dois anos atrás li a obra “A Cor da Ternura”. Fascinante e
recomendável para todos os públicos. Neste livro se desvenda
o estilo sensível e valioso de uma das atitudes humanas
indispensáveis para superar as diversidades e sobre tudo para
poder por em prática a proposta de nos aproximar de quem nos
ofendeu, ou a quem nós ofendemos.
A ternura possui uma cor radical, uma marca indelével. Quem
pratica a ternura não se deixa conduzir por sentimentos ou
paixões desnecessárias pois sabe que o doce da vida sempre é
dado e colocado em justo meio.
Charlie Chaplin escreveu no seu diário: “Mais do que máquinas precisamos de humanidade, mais do que inteligência pre-
Segunda-feira, 23 de maio –
Comentando a Primeira Carta de São
Pedro Apóstolo, o Pontífice sublinhou
que não obstante as provações, nunca
nos será tirada a alegria “daquilo que
Deus fez em nós. Regenerou-nos em
Cristo e nos deu a esperança”.
cisamos de ternura”. Com isto qualquer um de nós pode sentir
e refletir o verdadeiro significado de ser terno. As máquinas são
insensíveis e o excesso de inteligência também. Para muitos, a
ternura é só doçura e uma leve triste expressão no rosto quem
a demonstra. Na verdade, vivenciar a ternura é um gesto que
exige força e exigência sem, no entanto, deixar de lado a
suavidade e o carinho.
Neste mês somos convidados a sermos docemente fortes!
Num mundo excessivamente agressivo a ternura vem a nosso
encontro para apaziguar e resolver conflitos. Exercitar esta
arte será nosso maior e constante desafio para que possamos
construir a partir de nossas relações o caminho para uma
sociedade justa e fraterna. Desejo que cada um posso viver da
Ternura com a Qual o nosso Deus nos ama e nos perdoa.
Meu abraço para todos os novos casais que celebraram seu
casamento aqui na nossa paroquia. Deus os sustente.
Padre José Rafael Solano Durán ∂ Pároco
Expediente
(43) 33390252
[email protected]
DIRETOR: Pe. José Rafael S. Durán
JORNALISTA: Carolina Thomaz
A CARTEIRA DE IDENTIDADE DO CRISTÃO É
A ALEGRIA DO EVANGELHO
“Podemos caminhar rumo àquela
esperança que os primeiros cristãos
representavam como uma âncora
no céu. Aquela esperança que nos
dá alegria”, disse Francisco, que
acrescentou:
“O cristão é um homem e uma
mulher da alegria, um homem e uma
mulher com a alegria no coração. Não
existe cristão sem alegria! Mas, Padre,
eu já vi tanta coisa! Não são cristãos!
Dizem que são, mas não são! Falta-lhes
alguma coisa. A carteira de identidade
do cristão é a alegria, a alegria do
Evangelho, a alegria de ter sido escolhido
por Jesus, salvo por Ele, regenerado
por Jesus. A alegria daquela esperança
que Jesus espera de nós, a alegria que,
nas cruzes e nos sofrimentos desta
vida, se expressa de outra maneira que
é a paz, na certeza de que Jesus nos
acompanha. Está conosco”.
“O cristão faz esta alegria crescer
com a confiança em Deus. Deus se
lembra sempre de sua aliança. O cristão
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Rosângela do Vale, David Dequech,
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sabe que Deus se lembra dele, que Deus
o ama, que Deus o acompanha, que
Deus o espera. Esta é a alegria”, disse
ainda o Papa.
É UM MAL SERVIR A RIQUEZA,
NO FINAL FAZ-NOS TRISTES
Francisco, assim, dirigiu sua atenção
para a passagem do Evangelho de hoje
que narra o encontro de Jesus com o
jovem rico. Um homem, disse, que “não
foi capaz de abrir o coração à alegria e
escolheu a tristeza”, “porque possuía
muitos bens”:
“Era apegado aos bens! Jesus nos
disse que não se pode servir a dois
senhores: ou serve a Deus ou serve as
riquezas. As riquezas não são ruins em
si mesmas: mas servir a riqueza, esse
é o mal. O pobre homem foi embora
triste... “Ele franziu a testa e retirou-se
triste”. Quando em nossas paróquias,
nas nossas comunidades, em nossas
instituições, encontramos pessoas que
se dizem cristãs e querem ser cristãs,
mas são tristes, algo está errado. E nós
devemos ajudá-las a encontrar Jesus,
a tirar essa tristeza, para que possa se
alegrar com o Evangelho, possa ter essa
alegria que é própria do Evangelho”.
Ele se concentrou sobre a “alegria e
o estupor”. “O estupor bom – disse o
Papa – diante da revelação, diante do
amor de Deus, diante das emoções do
Espírito Santo”.
O cristão “é um homem, uma mulher
de estupor”. Uma palavra, destacou, que
volta hoje no final, “quando Jesus explica
aos Apóstolos que aquele jovem tão bom
não conseguiu segui-lo, porque ficou
preso às riquezas”.
Quem pode ser salvo, se perguntam
então os Apóstolos? A eles, o Senhor
responde: “Impossível aos homens”, mas
“não a Deus!”.
NÃO BUSCAR A FELICIDADE EM COISAS QUE,
NO FINAL, NOS ENTRISTECEM
A alegria cristã, portanto, “o estupor da
alegria, de ser salvos de viver presos
às coisas, à mundanidade – as muitas
mundanidades que nos afastam de
Jesus – isso pode ser superado somente
com a força de Deus, com a força do
Espírito Santo”:
“Peçamos hoje ao Senhor que nos
dê o estupor diante Dele, diante das
muitas riquezas espirituais que nos deu;
e com este estupor nos dê a alegria, a
alegria da nossa vida e de viver com paz
no coração as inúmeras dificuldades;
e nos proteja da busca da felicidade
em muitas coisas que, no final, nos
entristecem: prometem muito, mas
não nos darão nada! Lembrem-se bem:
um cristão é um homem e uma mulher
de alegria, de alegria no Senhor; um
homem e uma mulher de estupor”.
Cidade do Vaticano (RV)
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Mães
Vida em Ação N°192
Meus filhos,
minha riqueza
Desempregada há quatro
meses, Luciana tem 13
filhos; 11 moram com ela
em uma pequena casa no
Jardim Nova Esperança
Luciana Pires da Silva, 39 anos, está entre os quase 2 milhões
de pessoas que ficaram desempregadas ao longo do último
ano. Qualquer história, eleita dentro desse universo estatístico
de desencanto que se transformou o Brasil, seria legítima. Mas
a história de Luciana não é uma história qualquer.
Moradora do Jardim Nova Esperança, Luciana é mãe e pai.
De seu trabalho saía o sustento de 11 de seus 13 filhos: Lucas,
22 anos; Débora, 20; Mateus, 19; Alan, 17; Bruna, 15; Bruno,
14; Vitória, 12; Pamela, 10; Letícia, 8; Élisson, 6, e Taíssa, 5.
Alisson, 18, mora no bairro União da Vitória. Com o primeiro
filho, Henrique, 25, Luciana não tem mais contato. Quando ele
nasceu, ela tinha 15 anos. “Eu engravidei e o pai dele largou de
mim. A família dele tinha um nível melhor do que a minha; aí
eles pegaram o molequinho pra eles”, conta.
Na casa, de apenas sala, cozinha e dois quartos, moram Luciana, 11 filhos e 10 gatos. Débora está grávida do segundo filho.
“Ela foi casada, mas não deu certo. Agora voltou a morar comigo”,
explica. “Que eu sei, tenho três netos”, contabiliza. Com o pai de
Débora e Lucas, Luciana morou por três anos e se separou. Com
o pai de Mateus, não chegou a ter um relacionamento de fato. “É
o único que não conhece o pai”, diz. Os outros nove filhos ela teve
com o ex-companheiro com quem morou por 16 anos.
“Ele começou a judiar demais de mim; me xingava muito, me
batia na frente das crianças. Entrei na Justiça e tiraram ele daqui.
Semana passada, o juiz decretou que ele vai ter que pagar uma
pensão. Vão entrar em contato com ele para entregar a intimação
porque ele não compareceu na audiência. Ele não me ajuda com
nada. É só eu, Deus e a ajuda da igreja”, conta, referindo-se à
cesta básica que recebe dos vicentinos no início de todo mês.
Os filhos também estão desempregados; alguns fazem curso
técnico. Os pequenos estão matriculados e frequentam a escola.
Os recursos do Bolsa Família estão bloqueados há seis meses.
“Eles falam que é porque as crianças faltam na escola, mas não
é isso. A professora me passou o seguinte: as crianças estão na
sala de aula, mas não ouvem o professor e ele não marca presença, e isso vai acumulando as faltas. A diretora me chama, eu sempre estou na escola procurando saber se eles estão indo ou não.”
A casa própria é uma das alegrias de Luciana. “Dou graças a
Deus de ter a minha casa. Eu ganhei da Caixa, do ‘Minha Casa,
minha vida’. Eu ia pagar um pouco, o governo, outro pouco
porque tenho muitos filhos e não tenho marido. Tá certo que eu
estou devendo a prestação. Se fosse pra quitar hoje, no máximo
com R$ 2.500 eu quitava. Só que sem emprego não tem como.”
A saúde dos filhos é outro motivo de alegria. Susto, Luciana
só teve mesmo com a caçula. “Quando o Élisson tinha seis
meses, me chamaram para fazer laqueadura e períneo. Os
médicos não viram, mas eu já estava grávida de três meses da
Taíssa. Fiz a cirurgia, passei mal, ficava mais no hospital do que
em casa. E todo mundo perguntava por que a minha barriga
estava crescendo. Eu achava que era porque tinha quebrado a
dieta e estava inchada. Aí um dia a moça do posto veio em casa
e pediu um ultrassom. Estava grávida de sete meses”, relata.
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Fazemos orçamento sem compromisso
Mães
Maio | 2016
As complicações não demoraram a aparecer. “Minha bolsa
rompeu uma semana antes, perdi o líquido, não sentia dor... No
parto, a placenta veio primeiro que ela. Taíssa ficou sete dias
na incubadora. Foi para o quarto e teve infecção no sangue por
causa dos remédios fortes que eu tomei. Fizeram o tratamento,
quando deu uma semana que ela estava em casa, nasceu um
monte de ferida no corpo dela, não podia nem usar fralda. Os
cabelos caíram. Eu achava que a minha filha ia morrer. Não
morreu por Deus mesmo. Aí fizemos tratamento de pele e,
graças a Deus, ela está aqui. É o meu bebê.”
Como é ter tanta companhia?
Vou falar pra você, tem hora que me vejo louca, ainda mais na
hora que está faltando as coisas. (Chora.)
Por outro lado, você nunca está sozinha... Quando era mais nova você imaginava
que teria tantos filhos?
Não. Quando a gente conversava entre as meninas, as minhas
primas falavam que queriam ter filhos e eu falava: ‘Nunca quero
ser mãe’.
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E os seus filhos, falam que querem estudar, fazer faculdade?
A Bruna já está no primeiro grau. Ela vive falando que quer ser
advogada. Faz curso de menor aprendiz, que já sai com emprego. Já tirei documento dela e do Alan, a única coisa que falta
é tirar a carteira de trabalho deles. Aí pelo menos eles podem
correr atrás de um emprego registrado.
Eles brigam?
Não. E se mexer com um, mexeu com todos. É um cuidando
do outro.
E no final das contas, para quem não achou que ia ser mãe, o que é a maternidade
hoje pra você?
É tudo, não vivo sem eles não. Às vezes os vizinhos falam pra
mim que eu tenho que cortar o cordão umbilical, que eu não
deixo eles viverem a vida deles. Mas eles não querem sair, eu vou
colocar pra fora? Não. Eu sou a mãe! Não interessa se têm 20,
30 anos. Minha família é assim, a família Pires é a família amor.
Se acontece alguma coisa hoje comigo, pode ter certeza, minha
família vem de tudo quanto é lugar. Meu pai é um paizão, eu
amo aquele veinho. É tudo pra mim. Não me vejo sem meu pai.
Por quê?
Porque eu via o trabalho que filho dá. Eu mesma dava trabalho
pra minha mãe. Eu e minhas irmãs. Somos em seis irmãs, só
mulher da parte da minha mãe. Da parte do meu pai, sou eu,
meu irmão e uma irmã. Meu pai teve outra família.
Seus pais são vivos?
Meu pai mora no Jardim Atlanta; a minha mãe mora no Vista
Bela com as minhas irmãs, porque ela tem problema de saúde.
Qual é o seu maior desejo?
(Chorando.) Um emprego.
E além do emprego?
(Chorando.) Arrumar a minha casa, dar um conforto
melhor para os meus filhos.
Você teve um filho atrás do outro. Nunca pensou em contraceptivos?
Eu coloquei DIU e tive que tirar porque eu engravidei. Tomava anticoncepcional e engravidei também, foi aquele tempo que o posto
deu anticoncepcional com farinha. Meu pai fala que é por Deus.
Que é dom de Deus. Enquanto tem muita mulher que quer um
filho e não consegue, Deus me deu um monte. É a minha riqueza.
Rosângela Vale
Fotos: Angelita Santini Niedziejko
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Casa de Apoio
Vida em Ação N°192
Casa de Apoio
Maio | 2016
Materiais utilizados na
Su Jok terapia - acrílico
"Tratar o emocional e
dar conselho pastoral é
fundamental", irmã Pushpa
Angelina – 53 anos – faz aula de violão
há 4 meses na Casa de Apoio " é muito
bom, a gente distrai a cabeça".
Atendimento
Su Jok terapia
Casa de Apoio atua há 10 anos na região sul de Londrina
Irmãs Salesianas ampliam o projeto e precisam
de ajuda para manter e dar continuidade às ações
realizadas com a comunidade local
O auxílio à comunidade que vive em situação precária e de
risco é uma missão árdua e difícil. A união, vontade, amor e
disponibilidade são essenciais nessa missão.
As Irmãs Salesianas Missionárias de Maria Imaculada estão
atuando na região Sul da cidade há 10 anos por meio da Casa
de Apoio, localizada no União da Vitória.
Os benefícios desse trabalho extrapolaram as fronteiras
do União da Vitória e famílias do Nova Esperança e do Jardim
Cristal também são atendidas. O trabalho da Congregação é
realizado nos cinco continentes, “segundo a necessidade da
comunidade nós adaptamos o auxílio de forma adequada a
situação. Aqui em Londrina a casa de apoio foi a melhor opção.
Na Índia temos escolas grandes, hospitais e centro social”,
esclarece a irmã responsável Noel Lilly Pushpam.
A Casa de Apoio oferece curso de corte e costura, crochê,
pintura, inglês, francês, informática, aulas de instrumento
musical, balé, curso de corte de cabelo, yoga e a inovadora
terapia Sujok – uma técnica criada por um coreano.
SUJOK TERAPIA
“Su quer dizer mão e Jok significa pé, nossa saúde está nas
mãos e nos pés. Quando as pessoas falam dos seus problemas
eu trato nos pontos correspondes das mãos e dos pés” explica
irmã Pushpa.
Ela contou que trabalhou na Índia com cidadãos com
problemas mentais e quando chegou ao Brasil percebeu
que havia muitos casos de alcoolismo, drogas e transtornos
psicológicos. A irmã decidiu retornar à Índia e se especializar
em assistência social, médica, psiquiatria e em conselho. Foram
3 anos de estudo e muita experiência de trabalho. Dentro
dessa especialização observou que a terapia Sujok é uma boa
alternativa para ajudar a comunidade que atende em Londrina.
Ao estimular estes pontos é impulsionado o efeito curativo.
Essa técnica é muito utilizada para que se encontre “a paz men-
tal”. Dessa forma se torna eficaz contra
o estresse que é o causador de muitos
outros males que danificam a saúde.
A Sujo é usada para combater
a depressão, raiva, medo ou
preocupações. Enquanto estávamos
fazendo a reportagem, a irmã atendia
uma moradora da comunidade. Uma
mulher de mais de 50 anos que
reclamava de dores no corpo e insônia.
Irmã Puspha realizou a técnica e em
pouco mais de 15 minutos a mulher já
se dizia relaxada e sem dor.
“Tenho muitas responsabilidades
então iniciei o trabalho de Sujok há
três meses. No mês de abril atendi 54
pessoas individualmente e 23 grupos.
O tempo de tratamento depende do
problema da pessoa, às vezes em uma
sessão já é resolvido. Dificuldades
crônicas podem ser tratadas em quatro
sessões. Problemas com a tireoide
e menstruação, por exemplo, devem
ter uma continuidade de quatro dias
consecutivos”.
Carol Thomaz de Aquino
COMO AJUDAR A CASA DE APOIO
As irmãs Salesianas têm uma parceria com posto de saúde do União da Vitória
e em sábados alternados é feito um trabalho com gestantes orientando e
auxiliando temas relacionadas ao pré e pós-natal.
ALÉM DE VOLUNTÁRIOS, A CASA DE APOIO PRECISA DE:
• Material para as aulas de crochê e pintura: barbante, telas, tintas e
guardanapos;
• Verba para ter conexão wi-fi, além de lap top e retroprojetor;
• Voluntário que desenvolva e cuide da mídia social: site, facebook, e-mail;
• Para o desenvolvimento da técnica Sujok precisa de acrílico colorido: branco
– verde – amarelo – vermelho – marrom (castanho) – azul;
Para poder massificar o atendimento da comunidade com a terapia Sujok
há a necessidade de uma instalação adequada e para isso o projeto de uma
clínica para fazer atendimento se faz necessário. Será preciso a mobilização da
comunidade para a obtenção de recursos para tal.
“Pretendo dar treinamento para as pessoas conhecerem a terapia Sujok,
tanto para benefício pessoal como para auxiliar nos tratamentos com a
comunidade”, diz. Duas pessoas já fazem esse treinamento.
Você quer ajudar a Casa de Apoio? Entre em contato com a
secretaria da Paróquia ou ligue para (43) 3341-0342 | (43) 3341-5280
Fotos: Carol Thomaz de Aquino
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Ética Cristã
Vida em Ação N°192
Ética cristã
Maio | 2016
Ética Cristã ∂ ignorar ou praticar?
Ou, quando se fala sobre
princípios, sem conhecê-los
"Cristo parte da
dignidade inerente
à natureza humana,
para conversar com
as pessoas"
“O que Maquiavel
defende, no fim
das contas, é um
país unido e livre
de corrupção”
Fotos: Kátia Baggio
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“Ao saudar vocês, queridos peregrinos brasileiros, o meu pensamento vai à sua amada Nação. Nestes dias em que nos preparamos para a festa de Pentecostes, peço ao Senhor que derrame
abundantemente os dons do seu Espírito, para que o País, nestes
momentos de dificuldade, siga por estradas de harmonia e de
paz, com a ajuda da oração e do diálogo. Possa a proximidade de
Nossa Senhora Aparecida, que como uma boa Mãe nunca abandona os seus filhos, ser defesa e guia no caminho." As palavras de
carinho são do Papa Francisco, ao se referir, pela primeira vez, à
crise política e econômica no Brasil. A mensagem foi proferida no
dia 11 de maio, mês passado, durante a famosa audiência geral
do pontífice aos fiéis, na Praça São Pedro, no Vaticano.
Na edição anterior do nosso Vida em Ação, foi publicada a posição de Francisco em relação à política, do nosso dever de nos comprometermos, da não omissão para a construção de um país melhor. Papa Francisco é um defensor da vida em todo o seu sentido.
O Vida em Ação de abril também abordou o tema Ética Cristã e
falamos um pouco sobre os primórdios do conceito ética, com o
Código de Hamurabi e o princípio “olho por olho, dente por dente”,
que defendia um castigo tão severo quanto o erro.
Mais uma vez, longe da pretensão de aprofundar teorias, vamos refletir sobre outros princípios ligados à ética.
O italiano Nicolau Maquiavel nasceu no século XV e é considerado o pai da ciência política moderna. É atribuído a ele o lema “os
fins justificam os meios”, como estratégia para se atingir objetivos.
Assim, o termo “maquiavélico” designa alguém que trama uma ação
sem se preocupar com as leis, com o respeito ao outro, com a ética.
A socióloga Maria Lúcia Victor Barbosa é especialista na vida e
na obra de Maquiavel. Ela alerta que é preciso analisar suas idéias
a partir do momento político e social no qual viveu, com uma Itália
dividida e governantes se valendo de exércitos de mercenários
para tomar o poder dos vizinhos. “Maquiavel retratou o Estado
e os governos a partir da realidade da época, ele foi preciso em
expor como eles se articulavam para se manter no poder”.
Ao longo dos séculos a teoria deste pensador sofreu críticas, mas também ganhou simpatizantes. Na obra mais famosa
de Maquiavel, O Príncipe, ele analisa os tipos de principado
que existiam e propõe que o governante crie seu próprio exército, para garantir a segurança do país e acabar com traições.
Jean-Jacques Rosseau teria visto Maquiavel quase como um
conselheiro do povo, ao entender que o livro finge dar lições aos
governantes, quando passa, de fato, grandes alertas sobre como
pensa e age quem está no poder.
“Maquiavel vê o Estado como responsável por assegurar a ordem
do país e, por essa razão, somente esta
instituição tem a prerrogativa de provocar
uma guerra, mas somente se a segurança
nacional estiver em risco, pois o custo é
alto e as mortes são muitas. Em resumo,
este é o sentido do termo os fins justificam os meios”, observa a socióloga.
Outros estudos apontam que na
visão de Maquiavel a História se repete e,
nesse sentido, ele consideraria seu livro
útil para que os povos e governantes,
tentados a agir sempre da mesma
forma, evitassem cometer os mesmos
erros. “O que Maquiavel defende, no fim
das contas, é um país unido e livre de
corrupção”, diz Maria Lúcia.
O Sermão da Montanha é considerado o mais completo manual de conduta para
a salvação da humanidade. É um reflexo da ética de Jesus Cristo. A edição de abril
trouxe o início do Sermão, até o versículo 17. Segue mais um trecho. Lembrando que o
Sermão está no Evangelho de Mateus, capítulos 5 ao 7.
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ESCOLHAS E CONSEQÜÊNCIAS
O filósofo e professor Frederico Zancanaro observa que Jesus Cristo propõe
liberdade com sabedoria, sem ignorar
o respeito ao próximo. “Cristo parte da
dignidade inerente à natureza humana,
para conversar com as pessoas. O
professor complementa que para Cristo
cada pessoa é única, inconfundível e deve
ser respeitada em sua natureza. Ele cita
duas passagens bíblicas que ilustram o
respeito de Cristo pelo homem. Em uma
de suas peregrinações, Jesus parou no
poço de Jacó e conversou com a mulher
que teve cinco maridos. Ele ofereceu a
ela a conversão sem dizer uma só palavra
ofensiva, sem julgar seus atos.
Em outra situação, Jesus escolheu
12 homens sem cultura para fazer deles
os apóstolos que levariam a Palavra pelo
mundo. Pedro era o mais despreparado,
mas Jesus viu nele a capacidade de
compreender, de amadurecer e com
respeito e paciência o tornou mentor
dos Seus ensinamentos.
Kátia Baggio
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Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til jamais
passará da lei, sem que tudo seja cumprido.
Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos
homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será
chamado grande no reino dos céus.
Porque vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum
entrareis no reino dos céus.
Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; mas qualquer que matar será réu de juízo.
Eu, porém, vos digo que qualquer que, sem motivo, se encolerizar contra seu irmão, será réu de
juízo; e qualquer que disser a seu irmão: Raca, será réu do sinédrio; e qualquer que lhe disser:
Louco, será réu do fogo do inferno.
Portanto, se trouxeres a tua oferta ao altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa
contra ti,
Deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai reconciliar-te primeiro com teu irmão e, depois, vem e
apresenta a tua oferta.
Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele, para que não aconteça que o adversário te entregue ao juiz, e o juiz te entregue ao oficial, e te encerrem na prisão.
Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último ceitil.
Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério.
Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração
cometeu adultério com ela.
Portanto, se o teu olho direito te escandalizar, arranca-o e atira-o para longe de ti; pois te é melhor
que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.
E, se a tua mão direita te escandalizar, corta-a e atira-a para longe de ti, porque te é melhor que um
dos teus membros se perca do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.
Também foi dito: Qualquer que deixar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio.
Eu, porém, vos digo que qualquer que repudiar sua mulher, a não ser por causa de fornicação, faz
que ela cometa adultério, e qualquer que casar com a repudiada comete adultério.
Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não perjurarás, mas cumprirás os teus juramentos
ao Senhor.
Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus;
Nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei;
Nem jurarás pela tua cabeça, porque não podes tornar um cabelo branco ou preto.
Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; Não, não; porque o que passa disto é de procedência maligna.
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Reflexão
Vida em Ação N°192
opinião dos paroquianos:
O dom da maternidade...
Duas histórias de mãe
Em 1940, um médico japonês salvou minha mãe. Em 1950, ela
escreveu uma cartinha que chegou até nós somente agora
Sempre que visitávamos o Cemitério de Araçatuba, minha
mãe parava para rezar diante do túmulo de uma família
japonesa. Um dia, ainda criança, perguntei-lhe a razão
desse costume; então Aracy me contou uma história.
Maria estava para dar à luz. Seria o seu primeiro filho e o
primeiro neto de Pai Costa e Mãe Mulata. Era domingo. Durante
o dia inteiro, a numerosa família parou para acompanhar o drama
de Maria. Ela gritava desesperadamente, com dores terríveis.
Mãe Mulata mandara chamar Isabel, experiente parteira da
região, mas a situação era desesperadora. Ao verificar o estado de
Maria, Isabel disse que seria preciso chamar um médico. “Senão
vão morrer as duas, mãe e filha.” Mal a parteira havia terminando
de dizer essas palavras, Mãe Mulata saiu de casa, rumo à casa de
Dr. Quincas, obstetra de renome.
Quincas achava aquele povo que morava para baixo da linha
muito dramático e escandaloso. Faziam tempestade por qualquer
bagatela. Ainda mais essa tal Dona Mulata, bugre selvagem,
analfabeta de pai e mãe. Mandou Rosa, a criada, dizer que ele
estava com uma crise de labirintite e não poderia ir.
Rosa persignou-se antes de dar a resposta à Dona Mulata.
Tinha medo de apanhar. De repente, teve uma idéia e disse: “O Dr.
Quincas está com tontura, Dona Mulata. Ele não consegue pegar
neném agora, não. Mas por que a sra. não procura o Dr. Japonês?
Ouvi falar que ele é bom. Mora vizinho da igreja.”
Dona Mulata saiu xingando Quincas até a quinta geração, mas não
tinha tempo para discussões. Partiu rumo às cercanias da matriz. Dr.
Japonês morava ali. Uma janela de madeira se abriu e apareceu um
homem de cabeça amarela e oval, quase um cuco de re-lógio, com
óculos e bigode. Ele não sorriu. Disse apenas: “Já vou.” E foi.
Dona Mulata caminhou ao lado do médico pelas ruas que
conduziam à estrada de ferro. Ele trajava um terno preto que lhe
faria parecer mais com um corretor de imóveis com sua maleta
de couro marrom desbotado. Na lapela, em vez de flor ou lenço,
havia uma cabeça de estetoscópio.
Chegando à Rua Castro Alves, número 15, o médico entrou na
casa em silêncio, mas não deixou de fazer uma reverência ao Pai
Costa, maquinista de trem que o havia conduzido diversas vezes
em viagens até a casa dos parentes em Pereira Barreto. Foi até o
quarto de Maria. Minutos depois, ouviu-se um choro de criança: o
Dr. Japonês abriu a porta e sorriu. “É menina”, ele disse.
Foi assim que o Dr. Yampei Kikuchi salvou as vidas de minha
avó e minha mãe. E eu tenho certeza de que Nossa Senhora
estava ali, ajudando na hora do parto.
Paulo Briguet
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Maio | 2016
Carol Thomaz
A CARTA DE 1950
No último Domingo de Pentecostes, minha mãe nos fez uma bela
surpresa. Como não está mais entre nós, Aracy utilizou como
instrumento a netinha Liz, de 8 anos.
Minha irmã Fernanda estava fazendo a limpeza em um armário de
sua casa. Em certo momento, Liz olhou para uma velha caixa no alto
do móvel e disse: “Mamãe, eu quero ver o que tem dentro daquela
caixa!”
Fernanda abriu a caixa e viu que estava cheia de fotos e papéis
antigos de nossa família. Um dos papéis era um envelope
amarelecido pelo tempo. Dentro dele, havia uma carta de nossa mãe,
Aracy, à nossa avó materna, Maria. A carta é de 14 de maio de 1950,
66 anos atrás. Era uma carta de Dia das Mães.
A carta da pequena Aracy — que tinha 9 anos na época — é de uma
suavidade angelical. Numa letra de mão caprichosa, ela diz:
Maura 70 anos
Andréia 39 anos mãe de 2 filhas
Ser mãe é tudo, é amor, é respeito, é
dedicação. O amor resume a minha
maternidade.
Leise 68 anos mãe de 3 filhas
É a coisa mais linda desse mundo, é
completar a vida da gente, é ter todos os
minutos cheios de alegria. A palavra que
resume minha maternidade é amor.
É a maior felicidade do mundo,
principalmente quando você é mãe
duas vezes, através das netas, então
tudo é alegria. O que resume a minha
maternidade é realização.
“Querida mãezinha,
Quem escreve esta carta é sua filha que muito a estima e adora.
Escrevo esta carta com o coração cheio de alegria.
Agradeço tudo que me fez dando-lhe um pequeno presente.
Prometo ser muito boa para a senhora.
Que Nossa Senhora a proteja, minha mãezinha, e que ela esteja
sempre ao meu lado.
Um beijo bem forte no seu coração.”
Depois da carta vinha o presente, um pequeno poema. Eis o que nos diz
minha mãe, com sua voz e letra de menina cheia de sonhos:
“Eu amo minha mãezinha
De todo meu coração.
Quando me chama filhinha,
Fico cheia de emoção.
A sua fala tão doce
Repassada de carinhos
Canta dentro de minh’alma
Como a música dos ninhos.
Minha mãezinha gentil,
Serei menina aplicada
Para dar-te gostos mil.”
A carta de minha mãe, encontrada no Domingo de Pentecostes e
inspirada pela Mãe de Deus, veio iluminar o nosso coração com os
dons que ela sempre cultivou na vida: piedade, fortaleza, sabedoria,
temor de Deus, entendimento, ciência e conselho.
Obrigado, mãe! Obrigado, Mãe!
Patrícia 43 anos mãe de 2 filhas
Pra mim ser mãe é tudo, eu não posso
nem falar muito porque eu choro
de emoção, eu tenho duas filhas
lindas, esse é o resultado da minha
maternidade. A minha primeira filha
nasceu quando eu tinha 31 anos, não
era tão novinha, e foi uma espera boa,
minha gravidez foi bem programada. A
palavra que resume minha maternidade
é Maria.
Lauri Célia 49 anos mãe de 2 filhos
Celinda 64 anos mãe de 4 filhos
É a coisa mais importante da minha
vida, é um dom que só quem é mãe
que vai entender. Porque é divido, é
maravilhoso. Eu tenho quatro filhos e
sete netos, e eu queria ter mais filhos.
A palavra que resume a maternidade:
milagre.
É algo supremo, é uma felicidade muito
grande, é abdicar de si mesma pelo
outro, pelos filhos. É pensar primeiro
nos filhos, é pensar que existe outro ser
dependente de você, é pensar que sua
vida vale a pena pelos filhos. A gente
trabalha pelos filhos, vem à missa para
acompanhar os filhos, tudo a gente
faz pelos filhos. O que resume a minha
maternidade: presente de Deus.
Uma questão de fé!
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paroquianos na secretaria da paróquia.
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Domingo muito
mais gostoso!
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Atendemos também casamentos e batizados.
11
Eventos
Vida em Ação N°192
Dia das
mães
Missa de Corpus Christi
na Capela Sao Joao XXIII
PEREGRINAÇÃO PARA A TERRA SANTA E ISTAMBUL EM SETEMBRO DE 2016, COM PE. RAFAEL SOLANO
AVISOS
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Reunião no dia 23/06/2016 às 20h no Centro de Pastoral da Paróquia.
Nesta ocasião haverá uma palestra com o diácono e professor de História, Geraldo Luiz de Sousa, sobre Istambul.
Todos estão convidados. Venham participar!
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