Jornal Notícias de Beja
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10 de Fevereiro de 2005 10 FEVEREIRO 2005 SEMANÁRIO REGIONALISTA Director: ALBERTO GERALDES BATISTA Ano LXXVII – N.º 3826 O Papa reapareceu à janela da clínica onde está internado Apesar de bastante debilitado, o Papa João Paulo II reapareceu, no dia 6, em público, conseguindo, a custo, dar a bênção na oração dominical do Angelus a partir da janela do seu quarto na Clínica Gemelli, em Roma, onde se encontra internado, desde o dia 1 de Fevereiro, com graves problemas respiratórios. Porém e através de uma mensagem lida por monsenhor Leonardo Sandri, o Santo Padre deixou bem claro que é ele quem ainda detém o controlo da Igreja Católica, que continuará a servir, tal como a toda a Humanidade. PUBLICAÇÕES PERIÓDICAS 2350-999 TORRES NOVAS TAXA PAGA Preço 0,50 € c/ IVA Quaresma 2005 Uma questão de consciência Carta aberta de católicos aos eleitores João Paulo II «A assistência aos idosos, sobretudo quando passam por momentos difíceis, deve ser preocupação dos fiéis, especialmente nas comunidades eclesiais das sociedades ocidentais, onde o problema está particularmente presente» Página 8 Bispo de Beja “Nas nossas comunidades paroquiais prevalecem os idosos. Apelo por isso a todos os agentes pastorais para os integrarem na sua acção, sobretudo em múltiplas tarefas de voluntariado, para enriquecimento de todos. Não os deixemos nas esquinas das ruas ou nos cadeirões das instituições, tristes e abandonados, à espera da morte.” Página 5 Em Nota Pastoral sobre a Quaresma Patriarca de Lisboa esclarece relações entre a Igreja e a Maçonaria No dia 4 de Fevereiro, D. José Policarpo, Cardeal Patriarca de Lisboa, publicou uma Nota Pastoral sobre a Quaresma, onde sublinha que “há muitas razões para que a Páscoa deste ano seja especial: o Ano da Eucaristia, a preparação do Congresso Internacional da Nova Evangelização, o desafio, cada vez mais exigente, a que os cristãos dêem testemunho da sua fé no seio da sociedade em que estão inseridos, mostrando que a fé em Jesus Cristo fundamenta a esperança e define critérios e ordens de valores na construção da cidade”. A visão cristocêntrica e eucarística da história “não retira nada ao realismo e à complexidade da realidade humana contemporânea. Dá-lhe um sentido de profundidade radical, porque os cristãos aprendem na Eucaristia que não se pode desligar a construção da sociedade presente da cidade definitiva” No mesmo documento, o Patriarca de Lisboa aborda também a “longa e atribulada história” das relações “da Maçonaria com a Igreja durante os últimos três séculos, expressa em ataques, anticlericalismo, rejeição da dimensão misteriosa da fé e da verdade revelada, a que a Igreja respondeu Autorizado pelos C.T.T. a circular em invólucro de plástico fechado. Autorização N.º DE00552005DCN com várias condenações, com penas de excomunhão para os católicos que aderissem à Maçonaria”. A questão crucial – realça D. José Policarpo – “sobre a qual os católicos têm o direito de esperar uma resposta do seu Bispo, é esta: a fé católica e a visão do mundo que ela inspira, são compatíveis com a Maçonaria e a sua visão de Deus, com o fundamento de verdade e de moralidade e o sentido da história que veicula? E a resposta é negativa. Um católico, consciente da sua fé e que celebra a Eucaristia não pode ser mação. E se o for convictamente, não pode celebrar a Eucaristia. E a incompatibilidade reside nas visões incon- ciliáveis do sentido do homem Actualmente ainda existe uma luta entre a Maçonaria e a Igreja? O cardeal Patriarca responde: “não nos termos em que se pôs no passado embora não devamos ser ingénuos: a Maçonaria, sobretudo em algumas das suas obediências, lutará sempre contra valores inspiradores da sociedade que tenham a sua origem na dimensão sobrenatural da nossa fé”. E conclui: “a expressão de uma visão laicista da sociedade assenta também sobre a falta de coerência dos cristãos com as implicações sociais da fé que professam e da Eucaristia que celebram”. De acordo com o patriarca, a referência explícita à Maçonaria é feita por causa do que se passou em Setembro, na Basílica da Estrela. Quando morreu o ex-presidente do Tribunal Constitucional Luís Nunes de Almeida, o grão-mestre, António Arnaut, convocou um ritual maçónico para o local, sem o conhecimento do patriarcado. “Esta iniciativa, que considero imprudente e indevida, provocou indignação em muitos católicos, que incessantemente têm pedido um esclarecimento da hierarquia da Igreja”, escreve D. José. 1. Os subscritores desta Carta Aberta são católicos e não constituem, nem pretendem constituir, nenhum movimento político, partidário ou de outra natureza. Com esta iniciativa (que pode ser subscrita por quem o entender, católicos ou não), pretendem apenas, nesta conjuntura préeleitoral, colocar à consideração de todos os cidadãos eleitores, filiados ou não em quaisquer partidos, uma questão de consciência. Questão de consciência essa em que a Igreja Católica universal tem insistido através de muitos e solenes documentos, e também a Conferência Episcopal Portuguesa nos tem posto frequentemente, como, mais uma vez, no último Comunicado do seu Conselho Permanente sobre a situação política presente, de 14 de Dezembro passado. 2. Trata-se de, em primeiro lugar, recordar que a Igreja afirma que «os leigos não podem, de maneira nenhuma, abdicar de participar na “política”, ou seja, na multíplice e variada acção económica, social, legislativa, administrativa e cultural, destinada a promover de forma orgânica e institucional o bem comum” (João Paulo II, Christifideles Laici, 42). No já referido comunicado da Conferência Episcopal é-nos dito que “o primeiro dever dos cristãos é a participação responsável». Daqui decorre que, nas presentes circunstâncias eleitorais, o mínimo que se exige a uma consciência livremente formada de acordo com a fé católica é que não poderá desinteressar-se da campanha eleitoral nem abster-se de votar. A abstenção é uma grave omissão aos deveres de uma consciência católica. 3. De acordo com a doutrina da Igreja, “a ninguém é permitido invocar exclusivamente a favor da própria opinião a autoridade da Igreja” (Gaudium et Spes, 43), e por isso “é necessário reconhecer uma variedade legítima de opções possíveis. Uma mesma fé cristã pode levar a assumir compromissos diferentes” (Octogesima Adveniens, 50). No entanto, este pluralismo político dos católicos não pode ser confundido com relativismo moral. 4. Como recorda a Nota Doutrinal sobre algumas questões relativas à participação e comportamento dos católicos na vida política, da Congregação para a Doutrina da Fé, “quando a acção política se confronta com princípios morais que não admitem abdicações, excepções ou compromissos de qualquer espécie, é então que o empenho dos católicos se torna mais evidente e cheio de responsabilidade. Perante exigências éticas fundamentais e irrenunciáveis, os crentes têm, efectivamente, de saber que está em jogo a essência da ordem moral, que diz respeito ao bem integral da pessoa. É o caso das leis civis em matéria de aborto e da eutanásia, que devem tutelar o direito primário à vida, desde a sua concepção até ao seu termo natural. Do mesmo modo, há que afirmar o dever de respeitar e proteger os direitos do embrião humano. Analogamente, devem ser salvaguardadas a tutela e promoção da família, fundada no matrimónio monogâmico entre pessoas de sexo diferente, e protegida na sua unidade e estabilidade, perante as leis modernas em matéria de divórcio. Não se pode, de maneira nenhuma, pôr juridicamente no mesmo plano, com a família, outras formas de convivência, nem estas podem receber um reconhecimento legal como família. Igualmente, a garantia da liberdade de educação, que os pais têm em relação aos próprios filhos, é um direito inalienável, aliás reconhecido nas Declarações internacionais dos direitos humanos. No mesmo plano devem incluir-se a tutela social dos menores e a libertação das vítimas das modernas formas de escravidão (pense-se, por exemplo, na droga e na exploração da prostituição). Não podem ficar de fora deste elenco o direito à liberdade religiosa e o progresso de uma economia que esteja ao serviço da pessoa e do bem comum, no respeito da justiça social, do princípio da solidariedade humana e do princípio da subsidiariedade, segundo o qual “os direitos das pessoas, das famílias e dos grupos, bem como o seu exercício, têm de ser reconhecidos”. Como não incluir nesta exemplificação o grande tema da paz?». A paz que é sempre «fruto da justiça e efeito da caridade» (Catecismo da Igreja Católica, n. 2304). (continua na página 8) IGREJA 2 – Notícias de Beja 10 de Fevereiro de 2005 Doença e dignidade humana Domingo I da Quaresma Intenção Geral do Santo Padre para o Apostolado da Oração – Fevereiro Ano A Pelos doentes, especialmente pelos mais pobres, para que se lhes proporcionem cuidados médicos dignos da condição humana. 1. Direito a morrer? A doença e o sofrimento que lhe está associado são realidades às quais nenhum ser humano consegue furtar-se. Como possibilidade ou como realidade vivida, a doença traz consigo dependência, angústia e medo... Em muitos casos, esta ameaça à existência pessoal e a perda do domínio de si aparecem como situação degradante que provoca revolta do próprio ou dos que lhe são próximos – ao ponto de, em casos particularmente graves e sem recuperação previsível, se considerar preferível a morte. É neste contexto que surge a reivindicação do direito a uma morte suave e digna (eutanásia), direito que assistiria ao doente, ou aos seus familiares, ou a outros (os médicos...). 2. Direito a viver a doença com dignidade. A doença pode ser, porém, ocasião para uma outra atitude, mais conforme à condição humana: a atitude de quem encontra na dependência um modo de aprofundar a relação com os outros, de quem percebe na angústia uma passagem para a entrega, de quem descobre no medo um motivo mais para confiar. Quando assim é, a morte já não aparece como solução - e o que se reivindica não é o direito à eutanásia, mas o direito, bem mais digno da con- dição humana, a cuidados médicos adequados à situação pessoal e o direito ao carinho daqueles que, por um motivo ou por outro, são mais próximos da pessoa doente. 3. Cuidar dos mais pobres. Relativamente aos bens materiais, há uma «lei» do egoísmo humano inescapável: quem possui meios económicos consegue sempre mais e melhor do que quem não possui; quem possui meios económicos abundantes consegue sempre mais e melhor do que quem possui pouco. Relativamente aos cuidados médicos, esta «lei» encontra amplo espaço de aplicação – mesmo se a lei geral proclama o direito a cuidados médicos gratuitos e iguais para todos. Importa, por isso, trabalhar para que a «lei do egoísmo» tenha uma aplicação cada vez mais reduzida, e a lei geral uma aplicação cada vez mais alargada. Na verdade, uma sociedade será tanto mais justa quanto for capaz de colocar ao alcance dos mais pobres aqueles bens indispensáveis para uma vida humanamente digna - criando, ao mesmo tempo, as condições para que cada um, pelo seu esforço, seja capaz de prover às próprias necessidades e às daqueles que dele dependam. No caso dos cuidados médicos, a questão é mais grave, pois trata-se de situações em que o doente está dependente de outros. Neste caso, uma sociedade verdadeiramente justa será aquela capaz de proporcionar cuidados médicos dignos da condição humana aos mais pobres e desvalidos dos seus – pois a pobreza não anula a dignidade humana, antes torna mais exigente o respeito pela mesma. 4. A doença e o sofrimento à luz da relação com Deus. «É precisamente no momento da doença que se apresenta com mais urgência a necessidade de encontrar respostas adequadas para as questões relativas à vida do homem: as questões acerca do sentido do sofrimento e da própria morte, considerada não apenas como um enigma com o qual nos confrontamos com dificuldade, mas como mistério no qual Cristo incorpora a Si a nossa existência, abrindo-a para um nascimento novo e definitivo que jamais terá fim» (João Paulo 11 - Mensagem para o XIII Dia Mundial do Doente, 2005, n.º 6). Para o cristão, tudo ganha uma nova compreensão à luz da sua relação com Deus, em Cristo. Ele, um de nós, sofredor como nós e mais do que qualquer de nós, porque Deus feito homem. Ele, em cuja morte se exprime, de modo inaudito, o Amor de Deus por cada ser humano. Não se trata de encontrar na fé uma fuga ao sofrimento ou na vida eterna uma compensação pelo sofrimento de agora. Trata-se, simplesmente, de não deixar que o mistério do sofrimento ponha em causa ou faça perder de vista a dignidade de ser homem e mulher, chamados em Cristo a uma vida plena de sentido, porque mergulhada no mistério do amor de Deus. Elias Couto Revista “Cruzada” comemora 75 anos A revista católica Cruzada comemora este mês o seu 75.º aniversario. Fundada em 1930 pelo padre Mariano Pinho - director espiritual de Alexandrina de Balasar durante 12 anos, e tratado pela beata por “meu paizinho” -, a publicação católica começou com 2500 assinantes e apresenta, actualmente, cem mil assinaturas. Para além do território nacional, a revista encontra-se presente junto dos emigrantes portugueses de 82 países, espalhados pelos cinco continentes. “Pensada, inicialmente, para crianças e jovens, acabou por encontrar sucesso junto de leitores de todas as idade e estratos sociais”, referiu o padre Fernando Leite, director da revista há 51 anos, que acrescentou que “antigamente, havia cerca de 7 mil assinantes em Angola e Moçambique. Porém, esse número de leitores decaiu devido à situação financeira local”. O jesuíta também explicou ao Diário do Minho que “a Cruzada possui uma tiragem mensal de 110 mil exemplares, o que a transforma num dos órgãos de comunicação da Igreja Católica portu-guesa com maior difusão”. A administração desta revista mensal, ilustrada e que conta com 32 páginas, fica situada no Largo das Teresinhas, em Braga, no mesmo local onde são concebidas as publicações Mensageiro e Magnificat, propriedade do Secretariado Nacional do Apostolado da Oração da Província Portuguesa da Companhia de Jesus. Com um leque temático variado e interessante, e fruto da leitura e reflexão do padre Fernando Leite, pretende-se chegar, durante o ano de 2005, aos 120 mil assinantes. Cada assinatura anual custa 7,5 euros, pelo que os interessados podem con-tactar a administração da Cruzada através do telefone 253 201 222 ou do fax 253 201 221. Por outro lado, aqueles que desconhecem o formato da revista podem fazê-lo através do site [email protected]. Os habitantes de Angola, Moçambique, Guiné e São Tomé e Príncipe pagam apenas 15 euros ou 20 dólares ame-ricanos, o custo do correio. Alexandre Gonçalves 13 de Fevereiro de 2005 A Quaresma oferece-nos a oportunidade de nos voltarmos para Deus, com todo o nosso ser e de podermos experimentar até onde vão a misericórdia e o amor de Deus. Vamos viver este tempo sagrado em clima de fé e saboreemos na nossa vida o perdão dos pecados que o Senhor nos oferece. I Leitura Gen 2, 7-9; 3, 1-7 No tempo da Quaresma, a primeira leitura “refere-se à história da salvação, que é um dos objectivos próprios da catequese quaresmal”. Nela se apresentam os principais elementos daquela história desde o princípio até à promessa da Nova Aliança. Leitura do Livro do Génesis O Senhor Deus formou o homem do pó da terra, insuflou em suas narinas um sopro de vida, e o homem tornou-se um ser vivo. Depois, o Senhor Deus plantou um jardim no Éden, a oriente, e nele colocou o homem que tinha formado. Fez nascer na terra toda a espécie de árvores, de frutos agradáveis à vista e bons para comer, entre as quais a árvore da vida, no meio do jardim, e a árvore da ciência do bem e do mal. Ora, a serpente era o mais austucioso de todos os animais dos campos que o Senhor Deus tinha feito. Ela disse à mulher: “É verdade que Deus vos disse: “Não podeis comer o fruto de nenhuma árvore do jardim?”. A mulher respondeu: “Podemos comer o fruto das árvores que está no meio do jardim, Deus avisou-nos: “Não podeis comer dele nem tocar-lhe, senão morrereis”. A serpente replicou à mulher: “De maneira nenhuma! Não morrerei. Mas Deus sabe que, no dia em que o comerdes, abrir-se-ão os vossos olhos e sereis como Deuses, ficando a conhecer o bem e o mal”. A mulher viu então que o fruto da árvore era bom para comer e agradável à vista, e precioso para esclarecer a inteligência. Colheu fruto da árvore e comeu; depois deu-o ao marido, que comeu juntamente com ela. Abriram-se então os seus olhos e compreenderam que estavam despidos. Por isso, entrelaçaram folhas de figueira e cingiram os rins com elas. Salmo Responsarial Salmo 50 (51) Refrão: Pecámos, Senhor: tende compaixão de nós II Leitura Rom 5, 12.17-19 Pela desobediência de Adão veio o pecado ao mundo. Pela obediência de Cristo tornámo-nos justos diante de Deus. Esta é a mensagem da segunda leitura. Leitura da Primeira Epístola do apóstolo S. Paulo aos Romanos Irmãos: Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo e pelo pecado a morte, assim também a morte atingiu todos os homens, porque todos pecaram. Se a morte reinou pelo pecado de um só homem, com muito mais razão, aqueles que recebem com abundância a graça e o dom da justiça, reinarão na vida por meio de um só, Jesus Cristo. Porque, assim como pelo pecado de um só, veio para todos os homens a condenação, assim também, pela obra de justiça de um só, virá para todos a justificação que dá a vida. De facto, como pela desobediência de um só homem, todos se tornaram pecadores, assim também, pela obediência de um só, todos se tornarão justos. Evangelho Mt 4, 1-11 As tentações de Jesus resumem as tentações de todo o homem. Resistir ao mal, morrer para o pecado, firmando-se na Palavra de Deus, é o primeiro passo para participar na Páscoa de Jesus. Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus Naquele tempo, Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto, a fim de ser tentado pelo Diabo. Jejuou quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome. O tentador aproximou-se e disse-lhe: «Se és Filho de Deus, diz a estas pedras que se transformem em pães» Jesus respondeulhe: «Está escrito: “Nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus» Então o Diabo conduziu-O à cidade santa” levou-O ao pináculo do templo e disse-Lhe: «Se és Filho de Deus, lançaTe daqui abaixo, pois está escrito: “Deus mandará aos seus Anjos que te recebam nas suas mãos, para que não tropeces em alguma pedra» Respondeu-lhe Jesus: «Tambémestá escrito: “Não tentarás o Senhor teu Deus”. De novo o Diabo O levou consigo a um monte muito alto, mostrou-Lhe todos os reinos do mundo e a sua glória, e disse-Lhe: “Tudo isto Te darei, se, prostrado, me adorares”. Respondeu-lhe Jesus: «Vai-te, Satanás, porque está escrito: “Adorarás o Senhor teu Deus e só a Ele prestarás culto». Então o Diabo deixou-O e aproximaram-se os Anjos e serviram-n’O. OPINIÃO 10 de Fevereiro de 2005 Ventos da história 2005 Registado Igreja serve os pobres em todo o mundo 1. Iraque. No dia 18 foi libertado o Arcebispo sírio-católico de Mossul, D. Basile Georges Casmoussa, que havia sido sequestrado no dia anterior por um grupo armado. O Santo PadreA foi imediatamente informado e agradeceu a Deus pelo feliz êxito deste episódio. O sequestro havia gerado surpresa, porque o Arcebispo era muito querido quer por cristãos quer por muçulmanos. A libertação de D. Casmoussa é uma grande alegria para toda a comunidade cristã de Mossul, afirmou o P. Nizar, sacerdote iraquiano. O mesmo afirmou também que “os cristãos perdoam as violências sofridas e continuam a esperar e a trabalhar pela convivência pacífica de todos os iraquianos”. Em entrevista concedida após a libertação, D. Casmoussa afirmou: “Não sei quantos eram os sequestradores, alguns deles com o rosto descoberto, outros mascarados. Tive a oportunidade de falar bastante com eles. Acusavam-me de ser um colaborador dos norteamericanos, mas depois, dialogando comigo, perceberam que desejo é trabalho pela unidade de todos os iraquianos, para que o Iraque volte a ser um país soberano, em paz consigo e com todos os seus vizinhos”. 2. Que se diz sobre a Igreja? Os documentos emanados mostram que a Igreja, no Vaticano II, foi obrigada pelos opositores e perseguidores a uma autocrítica, a uma abertura saudável. A Igreja não pode esquecer a sua dimensão histórica de auscultar os sinais dos tempos, e de incentivar o diálogo constante entre o Evangelho e a cultura. No verão de 2004 - refere a jornalista Maria Luisa Nrey, na revista VIDA NUEVA, “se desatou uma campanha de desprestígio contra a autoridade eclesiástica espanhola, pela sua oposição ao laicismo estatal”. E o poder político botou-se mesmo contra a Igreja com palavras demasiado hostis e ousadas, tratando-a como um inimigo a abater. Foi dito: a Igreja “a mais perigosa teocracia”, “é autista, clerical, gerontocrática”, “condena a eutanásia e o aborto mas não trabalha para dar condições dignas de vida aos que sofrem”. E muito mais coisas... Críticas que só manifestam um ódio irracional à Igreja e que, além do mais, são injustas e caluniosas, por falta de razão... Vejamos: A Igreja defende a vida e o serviço aos marginalizados é seu elemento característico. Esquece-se a grande misssão social e religiosa que exerce no mundo. Há mais de 10 mil missionários com as missões mais arriscadas nos cinco continentes. Tem em seu seio milhares de Teresas de Calcutá, entregando a sua Jornais católicos devem defender os valores da vida João Paulo II afirmou que os jornais católicos devem defender valores como a “vida, família e o matrimónio”. Ao receber no Vaticano os jornalistas católicos da Federação Italiana dos Semanários Católicos, o Papa criticou as “perniciosas tendências dominantes numa certa cultura moderna”. Nesse sentido, pediu-lhes que saibam “permear” a sociedade com os valores cristãos” que fazem parte do património espiritual”. Não desencorajem Notícias de Beja – 3 perante as dificuldades que encontram e continuem a anunciar o Evangelho da Verdade com empenho”, acrescentou. Segundo o Papa, “o contributo dos jornalistas católicos é ainda mais precioso nos dias de hoje, seja no plano pastoral, seja no cultural e social”. João Paulo II definiu o trabalho de quem faz parte da imprensa católica como “uma missão”, para a qual é necessário que não lhe falte “a formação ética e cultural”. vida pelos pobres. As “Mãos Unidas” ajudam milhares de paróquias. A Cáritas tem em Espanha mais de 5 mil centros. Mais de 1.700 serviços de ajuda na Espanha aos toxicodependentes, a doentes da sida, a doentes marginais, a alcoólicos, aos sem abrigo, aos presos, aos deficientes, às mulheres Vítimas de maus tratos,... E termina o seu artigo dizendo “não podemos esquecer que a Igreja, muito mais que por estas críticas, vê comprometido o seu futuro pela epidemia do agnosticismo que invade tudo”. O problema da Igreja está em si mesma”, confessa o Episcopado. Vivemos um cristianismo frio, impregnado de indiferença e secularismo. A Igreja terá de fazer autocrítica a fundo, sem medo, com liberdade e verdade. Esta comunidade deficiente e pecadora, renovada pela conversão pessoal, deverá ser o rosto visível de Cristo ressuscitado”. (VN, nº 2454, p. 20) 3. Pobreza. Enquanto 1 bilião de pessoas vivem com menos de um Euro por dia, 840 milhões são vítimas de fome crónica e 584 milhões de mulheres são analfabetas, também em Portugal, Grécia e Irlanda, há 20% que vive abaixo do limiar europeu de po-breza. Países como a Espanha e a Itália, registam quase a mesma situação com 19%. Em tempo de eleições, precisamos de um governo que aumente a produtividade, que combata ou reduza a despesa pública: é preciso trabalhar mais, economizar e produzir mais e o Estado poupar mais. Além disso, o bem comum exige a defesa da vida e da dignidade humana do cidadão. Sem respeito e segurança, o país pode tornar-se mesmo difícil de governar. 4. Médio Oriente. Depois de confrontos entre tropas israelitas e as da resistência islâmica xiita do Hezbollah, o Presidente palestiniano Abbas tenta negociar a paz com o Hamas e a Jihad. Será que um mês chegará para concluir com êxito o seu “empenhamento para acabar com a violência?” Oxalá! Armando Soares Vende-se Vende-se vivenda V3 em Loulé, localizada em zona tranquila. Contacto 96 6473839 Campanha de novos assinantes Para chegarmos aos 5.000 precisamos também da sua colaboração. Leia e divulgue o “Notícias de Beja”, semanário regionalista de inspiração cristã. Inquestionável odor de decadência Uma excelente forma de avaliar uma época é considerar as suas referência as funções que a cultura celebra. Os tempos imortalizaram legisladores, levantaram estátuas a soldados, louvaram poetas. Para entender o Ocidente actual, tão equívoco e complexo, é bom conhecer os seus ídolos. Não os encontraremos nos sectores que empolgaram os séculos. A nossa sociedade desconfia das antigas excelências e cultiva uma atitude de antiherói e contracultura. Por exemplo, deixou de admirar os militares. Gosta de pensar que tal se deve ao repúdio moralista pela violência e injustiça, mas não é verdade. A desilusão veio só depois daquela Grande Guerra sem heróis, sem honra, sem glória. A lama das trincheiras, com cadáveres e ruínas, gastou o respeito aos guerreiros e o fascínio pela bravura. O desprezo pelos governantes nasceu simplesmente da democracia. Quando os ministros têm de nos explicar que devemos gostar deles, perdem a nossa consideração. Nos agentes culturais foi, pelo contrário, o elitismo. Artistas e filósofos esbanjaram a sua influência ao decidirem esquecer o público e actuar para os críticos. Só são “cultos” se criarem imagens disformes, ideias abstrusas, música dissonante, o que os impede de serem referência civilizacional. A idade moderna deixou de confiar em clérigos e sacerdotes por causado monge exaltado e 200 anos de guerra. Após Martinho Lutero o Ocidente não fala de religião sem pensar em fogueiras, prisões e tortura. Depois a era contemporânea arruinou as referências modernas. A ciência, que apaixonou os nossos avós, perdeu o lustro com a bomba atómica e ganhou temor pela clonagem e inteligência artificial. A engenharia e economia, que empolgaram os nossos pais, parecem hoje sinistras e manipuladoras. Quer dizer que a nossa época não tem heróis e figuras marcantes? Não, mas elas estão num meio inesperado. Somos o primeiro tempo que só aclama actores, adula comediantes e futebolistas, revê-se em cançonetistas e locutores. Basta seguir as conversas de café para compreender que as personalidades marcantes hoje vêm todas do espectáculo. Esta orientação tem vantagens evidentes. Vivemos numa cultura que não embarca facilmente em sonhos imperiais, fanatismos incendiários, ideologias totalitárias. O pacifismo, optimismo, liberdade, informalidade e a atenção à igualdade e solidariedade nascem, em boa medida, desta opção. A filosofia dos bobos sempre teve uma sensatez natural que contrasta com as loucuras idealistas. Mas essa escolha traz também problemas graves. Insensivelmente, a nossa sociedade vem descaindo para uma sabedoria de taberna e camarim. Isto não é insulto, é mera observação. A atitude subjacente a telenovelas, filmes, concursos, revistas, discursos de deputados e reportagens jornalísticas glosa os antigos argumentos de botequim. A referência civilizacional básica é a boémia. A finalidade da vida é o prazer e o seu instrumento a ficção. Paixão, gula e luxúria são valores de publicidade, programa de partidos, elementos de educação. As bandeiras de campanha são aborto, tabaco, homossexualidade, colesterol, droga. Só há uma coisa sagrada, a sublimidade do deleite. Tudo o resto família, comunidade, honra, tradição, valores – é relativo, discutível, ridicularizado. Esta atitude sempre existiu. Nas orgias. Hoje é doutrina oficial. Diariamente assistimos à exaltação pública do deboche por empresas, analistas, investigadores, candidatos. Um indicador claro é que, num tempo que opina sobre tudo e ofende sem dificuldade, um único adjectivo está em desuso, precisamente o que sempre classificou os meios lascivos. Podese chamar tudo a todos, menos “porcalhão”. O resultado é que um tempo centrado no gozo não consegue respeitar-se a si mesmo. Por mais que nos esforcemos, não nos livramos da sensação de corrupção que exala da vida pública. O nosso principal problema cultural é o inquestionável odor de decadência que, apesar do progresso e prosperidade, ressuma dos nossos hábitos. [email protected] João César das Neves “Diário de Notícias”, 31-01-2005 PATRIMÓNIO 4 – Notícias de Beja PEDRA ANGULAR A INVENÇÃO DO MUNDO ALGUMAS REFLEXÕES EM TORNO DA PRÓXIMA EXPOSIÇÃO TEMPORÁRIA DA DIOCESE DE BEJA Correspondendo ao grande esforço que está a ser realizado por ocasião da organização da iniciativa “Faro 2005 Capital Nacional da Cultura”, o Departamento do Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja foi convidado a associar o Baixo Alentejo a este importante ciclo de eventos. Irá fazê-lo através da organização de uma exposição de significativa envergadura. A Diocese de Algarve ofereceu-se para receber tal mostra no Paço Episcopal de Faro, um espaço nobre em pleno coração da capital do Algarve. Oferecemos aqui aos leitores do “N. B.”, em primeira mão, uma informação sobre o projecto da exposição. Mostrar o património religioso do “Grande Sul”, eis o mote. 1. Objectivos A Diocese de Beja tem vindo a realizar, em parceria com diversas entidades do Ministério da Cultura e do Ministério dos Negócios Estrangeiros, além do apoio das autarquias locais e de outras “forças vivas” da região, um ciclo de exposições temporárias orientado para a difusão de uma nova imagem sobre o património religioso que tutela, pondo em destaque as suas especificidades e as suas potencialidades. Numa região que luta com fortes dificuldades para se afirmar, este é um caminho muito importante e de grande responsabilidade. O trabalho efectuado pauta-se pela definição de objectivos muito concretos a atingir, pela assunção de uma linguagem museográfica moderna e acessível, pelo rigor científico na abordagem dos valores históricos e religiosos e por uma actuação planificada e devidamente qualificada do ponto de vista técnico, que se procura alinhar pelo que de melhor fazem os museus portugueses e estrangeiros com trabalho afim ao nosso. Mas o acento tónico é colocado no público, nas suas expectativas e nos seus interesses, de modo a quebrar ideias feitas e a assegurar uma transmissão eficiente de conteúdos. Tudo isto pressupõe também uma divulgação muito criteriosa, que possa chegar ao âmago das comunidades e suscite entusiasmo. A Exposição “A Invenção do Mundo – Arte Sacra do Sul de Portugal” insere-se nesta ordem de preocupações e visa dar a conhecer, através de um conjunto de cerca de 100 obras de arte (espécimes de pintura mural e de cavalete, escultura, manuscritos iluminados, ourivesaria, joalharia, torêutica, têxteis litúrgicos e outras manifestações das artes decorativas e ornamentais), provenientes de igrejas, conventos, seminários e museus do Baixo Alentejo, uma panorâmica do estreito relacionamento entre as vivências da religiosidade meridional e o património artístico gerado no seio das nossas comunidades tradicionais, O paço episcopal de Faro receberá em 2005 uma exposição de arte sacra da Diocese de Beja, no âmbito da Capital Nacional da Cultura desde os alvores da Cristianização deste território (século V-VI) até à actualidade, pondo em paralelo o legado cristão com a presença das duas outras “Religiões do Livro”, o Judaísmo e o Islamismo, que deixaram fortes traços no universo cultural do Alentejo e do Algarve. O fio condutor da Exposição propõe uma reflexão em torno dos Sete Dias (6 + 1) da Criação do Mundo, de acordo com as narrativas arcaicas coligidas na Bíblia e noutros livros da sabedoria antiga, com a distribuição das obras expostas em sete núcleos que estruturam a organização do espaço expositivo e criam um percurso coerente do ponto de vista temático e plástico. Este percurso oferece o “pretexto” para uma análise de diversos aspectos ainda pouco conhecidos do património meridional, como o estreito relacionamento entre o Sagrado e o Profano na vida rural e urbana, a sobrevivência do Paganismo e das religiões antigas, a abertura do Sul de Portugal a outras civilizações e culturas (Mediterrâneo, Flandres, África, Índia, Extremo-Oriente, Brasil) e a afirmação de “escolas” artísticas próprias (Évora, Beja, Moura, Faro, Tavira…). 2. Desígnios A Exposição dá especial atenção à redescoberta das artes tradicionais do Sul, ao relacionamento cultural entre as populações do Alentejo e do Algarve e à permanência do fenómeno religioso como uma das chaves fundamentais para o entendimento da identidade do homem meridional. Através de uma linguagem museológica actual que tira partido de uma museografia de grande impacto plástico, interpelante e capaz de atingir o grande público, pretende-se combater preconceitos e dar a conhecer, numa linha de divulgação que não abdica do rigor científico, algumas das coordenadas mais interessantes do património artístico do Sul de Portugal. O programa da Exposição será complementado por um conjunto de actividades de extensão cultural e um serviço educativo que pretendem não só atingir um públicoalvo bastante diversificado como conseguir captar segmentos específicos: os estabelecimentos de ensino básico, médio e superior do Algarve e do Alentejo; os responsáveis pelas igrejas históricas (reitores, párocos, zeladores, membros das comissões fabriqueiras); os residentes; os turistas; o público nacional e internacional interessado em exposições de arte, nomeadamente de arte sacra, que hoje possui um “nicho” muito específico e já com certa expressão. A Exposição constitui, em si mesma e nas actividades que permite gerar, 10 de Fevereiro de 2005 PÁGINA DO DEPARTAMENTO DO PATRIMÓNIO HISTÓRICO E ARTÍSTICO DA DIOCESE DE BEJA o motor de dinamização de uma atitude de sensibilização, de informação e de formação para as especificidades do património religioso, tendo em conta a sua salvaguarda, valorização e fruição. Equipa Técnica do D.P.H.A. Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres (Beja) Progridem a bom ritmo as obras de recuperação da “Casa do Capelão” que fica anexa a esta histórica igreja e se destina a funcionar como um espaço de exposições temporárias e de apoio ao trabalho patrimonial da Diocese de Beja. Encontra-se já concluída a primeira fase, que visa a instalação de uma galeria visitável no piso térreo do edifício, de estruturas técnicas (alarme, quadros eléctricos, etc.) e de renovação de instalações sanitárias. Esta campanha de obras decorre no âmbito da colaboração estabelecida com a Direcção Regional de Évora do Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) e conta com o apoio do Programa Operacional da Cultura. Igreja de Nossa Senhora das Salas (Sines) Também em Sines estão a ser dados passos muito importantes para a futura abertura deste monumento nacional ao público, o que se prevê que possa acontecer antes do Verão. As obras correm por conta do Estado, contando-se com a futura colaboração da Câmara Municipal para a valorização da zona envolvente do imóvel – afecto ao IPPAR – e para a sua abertura regular, ficando instalado na sacristia um pequeno Tesouro destinado à apresentação da arte sacra do concelho de Sines e, em especial, das alfaias oferecidas ao longo dos séculos a “Santa Maria das Sallas”, como era a sua designação antiga. No programa dedicado pela TSF a Sines, emitido na manhã do passado sábado, deu-se grande destaque ao significado religioso e histórico deste monumento, um dos poucos edifícios portugueses que pode ser directamente associado a D. Vasco da Gama, que foi grande devoto de Nossa Senhora das Salas e mandou reconstruir a sua ermida, obra só concluída em 1529, já o Almirante das Índias fenecera há muito no Oriente. Igreja matriz de Santiago do Cacém em destaque em revista internacional A National Geographic Magazine, revista mensal da National Geographic Society (Sociedade Nacional de Geografia), com sede em Washington, uma das mais conceituadas revistas de natureza, ambiente e património, publicou recentemente, com grande projecção, um artigo sobre o Cavalo Lusitano. Este texto, redigido por especialistas na matéria, publicou uma fotografia do alto-relevo da igreja matriz de Santiago Maior, retábulo escultórico do séc. XIV – o mais notável do país no género – que representa “Santiago combatendo os Mouros” e figura um magnífico exemplo desse tipo de equídeos. Em virtude deste esforço de divulgação, a que o Departamento do Património tem dado todo o apoio, já se apreciou um incremento no número de visitantes da igreja matriz, que é o monumento do concelho de Santiago do Cacém que regista maior afluxo de turistas, muitos deles estrangeiros. O retábulo do altar-mor da igreja das Salas, de Sines, foi uma das obras recentemente recuperadas com o apoio do Programa Operacional da Cultura Uma imagem histórica, oferecida ao DPHA pelo Dr. Luís Pedro Ramos: a ermida de São Sebastião, em Alvalade, antes da sua demolição nos meados da década de 1970. DIOCESE 10 de Fevereiro de 2005 Mensagem do nosso Bispo Quaresma, Terceira Idade e pujança de vida A preparação para a Páscoa prolonga-se durante quarenta dias, período do ano conhecido pela designação de Quaresma. É um tempo de crescimento e amadurecimento para os cristãos, olhos fixos no nosso Mestre, Jesus Cristo, que corajosamente anuncia o Reino de Deus, apela à conversão, é vítima de intrigas e invejas, não resiste aos seus malfeitores, mas se entrega nas suas mãos para salvação de todos. Este modelo de vida exigente por amor constitui para todos nós, seus discípulos, um apelo à mudança de mentalidade e de comportamento, para o crescimento e maturidade do homem integral, em que a estatura interior é fundamental. Todos os anos Papa e Bispos enviam mensagens, focando algum dos aspectos desse crescimento do homem cristão, para que aproveite o tempo favorável da Quaresma. Na mensagem do ano passado focava-se a criança na sua total dependência, abertura e simplicidade como atitudes fundamentais para entrar no Reino de Jesus Cristo. Este ano a mensagem papal aborda o tema do envelhecimento e do idoso como fase da vida propícia à melhor compreensão do mistério da Cruz de Cristo e da cruz da vida. A dignidade da pessoa em todas as fases da vida A pessoa humana é o fundamento e a finalidade de todas as instituições. Por isso deve ser respeitada, promovida e enobrecida em todos os seus aspectos constitutivos. A dignidade da pessoa humana, em todas as fases da sua existência, constitui também para os cristãos um princípio fundamental. Desde o seu nascimento até ao seu desaparecimento a pessoa humana, seja criança, adulta ou idosa, culta ou analfabeta, doente ou saudável, deve ser amparada em ordem a uma crescente qualidade de vida. Não se põe de parte a criança pelo facto de precisar dos cuidados dos adultos nem se elimina um idoso por já não ser elemento produtivo. Ninguém tem o direito de avaliar a vida humana só pelo prisma da sua utilidade produtiva, material. Jesus Cristo e o personalismo cristão ajudam-nos a descobrir facetas da vida e do seu valor, ocultas a ideologias materialistas. A Igreja e os idosos Os cristãos e a Igreja devem testemunhar ao mundo a qualidade da vida humana na maneira como acolhem e lidam com os idosos. Por isso a terceira idade deve constituir para a Igreja uma vertente importante do seu apostolado. Felizmente têm surgido na Igreja muitas instituições sociais dedicadas aos idosos, como centros de dia, apoios dominciliários, lares, etc. Mas essas obras não podem cingir-se apenas aos cuidados da subsistência e da saúde. Neste caso em nada se distinguiriam de muitas outras criadas como serviço público ou por interesses comerciais de lucro. Nas nossas comunidades paroquiais, grupos, movimentos e instituições sociais precisamos de cultivar relações humanas mais profundas com as pessoas nas fases mais adiantadas da vida. Temos de as ajudar a ligar o mistério da vida, a desagregação biológica à Cruz de Cristo. Integrá-las na sociedade, dando aí o testemunho da fragilidade da nossa vida e a firmeza da nossa esperança de vida plena na ressurreição. Mesmo o idoso limitado nas suas capaci- dades físicas tem uma missão a cumprir. Não podemos excluir da participação na vida comunitária as pessoas com alguns limites, pois há facetas da vida humana que elas podem testemunhar na comunidade com mais vigor que pessoas na pujança das suas forças físicas. Nas nossas comunidades paroquiais prevalecem os idosos. Apelo por isso a todos os agentes pastorais para os integrarem na sua acção, sobretudo em múltiplas tarefas de voluntariado, para enriquecimento de todos. Não os deixemos nas esquinas das ruas ou nos cadeirões das instituições, tristes e abandonados, à espera da morte. O idoso encerra em si um potencial enorme de maturidade de vida, que pode ser muito útil à nossa sociedade e à Igreja. E quando a doença os prender a casa ou ao leito, saibamos confortá-los e fortalecê-los com os auxílios da graça divina. Também aqui se aplicam as palavras do Evangelho: O que fizerdes a um destes necessitados de ajuda, foi a Mim que o fizestes (Mt 25, 40). Receber o Viático, o penhor da vida eterna Muitos dos nossos idosos no Alentejo não tiveram iniciação cristã nem receberam os sacramentos da Igreja. Nesta fase da vida, quando surgem muitas universidades para a terceira idade, porque as pessoas têm mais tempo e estão mais sensíveis aos valores culturais e espirituais, seria importante dedicar algumas das actividades de evangelização a estes irmãos idosos, preparando-os para receber a força e a consolação de Deus, o sagrado Viático para a última parte do percurso da sua vida. Muitos não tiveram oportunidade de frequentar a catequese e a igreja e nunca comungaram, mas estão receptivos à missão e mensagem da Igreja. Estamos a celebrar o Ano da Eucaristia, por vontade do Santo Padre, também ele um idoso resistente e corajoso. Que belo presente para os nossos idosos, se os ajudássemos a preparar-se para receber o Pão da Vida Eterna, a força do peregrino a caminho da Terra prometida! Destino da renúncia quaresmal A preparação para a Páscoa, a nossa configuração com a vida de Cristo, será tanto mais rica quanto meditarmos a sua vida e mensagem, recebermos os sacramentos da Igreja, acolhermos os nossos irmãos mais carenciados e também partilharmos os nossos recursos materiais com quem deles mais necessita. Por isso todos os anos o Papa e os Bispos apelam a essa partilha fraterna, como fruto da conversão, a que se costuma chamar de renúncia quaresmal. Na Quaresma do ano de 2004 o fruto das nossas renúncias reverteu, uma parte, em benefício da construção dum centro paroquial e igreja na ilha de Bolama, diocese de Bafatá, na Guiné, e, outra parte, para ajudar na reconstrução de algumas casas paroquiais da nossa diocese, em paróquias pobres e sem recursos. O total entregue na Cúria Diocesana para essas finalidades foi, até ao princípio de Fevereiro de 2005: 16.509 Euros. Obrigado aos párocos e contribuintes. Que Deus lhes retribua a cem por cento com a moeda que a traça não corrói. Na Quaresma deste ano o fruto das nossas renúncias e sacrifícios destinar-se-á, uma parte, para ajudar as vítimas do maremoto tsunami no Sudeste asiático, através da Caritas Internacional; e, outra parte, destinase à Fundação Bom Samaritano, criada pela Santa Sé, para ajudar os países onde a Sida (“Aids”) está a ser um flagelo nacional e a vitimar grande parte da população.Sejamos generosos, pois, fazendo bem aos outros, estamos a ajudar-nos a nós mesmos no processo de construção do Reino de Jesus Cristo e da nossa configuração com Ele. Beja, 4 de Fevereiro, Memória de S. João de Brito, mártir português na Índia † António Vitalino, Bispo de Beja Notícias de Beja – 5 A Igreja de Beja em marcha Missionários Universitários em Mértola Trinta e quatro estudantes da Universidade Católica com o respectivo capelão, Pe. Hugo Santos, passaram toda a semana em Mértola em intensa actividade missionária: nas escolas, no lar, no centro de saúde, nos lugares distantes da vila, em todos os lugares onde se encontravam as pessoas, para aí lhes anunciar a boa nova de Jesus Cristo. Foi comovente a preparação feita por 7 idosos do lar em ordem à sua primeira comunhão. Na sexta-feira, dia 4, à noite, participei num espectáculo realizado pelos missionários no salão dos Bombeiros e que teve grande afluência de Mertolenses. Edificante que tantos jovens tenham prescindido das férias do Carnaval, para se dedicarem à missão. Os 5 missionários do ano passado conseguiram entusiasmar mais 30 neste ano, dizia-me o capelão. Os jovens são realmente os melhores apóstolos junto dos outros jovens! Diocese de Beja bem representada em reuniões nacionais No dia 31 de Janeiro reuniu em Fátima a Comissão Episcopal das Comunicações Sociais e teve a presença dos dois bispos de Beja, que dela são membros. Para isso passei por Lisboa, onde D. Manuel se encontra até dia 13 de Fevereiro, fazendo a hemodiálise num hospital da capital. Aproveitamos a oportunidade para visitar a Editora Paulinas e ficarmos a saber que a Enciclopédia Católica Popular está a ser muito bem aceite e que, ainda este ano, se pensa numa nova edição. Nesse mesmo dia reuniram em Fátima os assistentes diocesanos da Caritas com a respectiva Comissão Episcopal da Acção Social e nela participou o Cónego Virgínio. Comissões Fabriqueiras em Moura No dia 5, de tarde, a equipa formadora diocesana constituida para este efeito e que já foi apresentada na semana passada, foi até Moura, para aí se encontrar com os membros dos conselhos económicos das paróquias do arciprestado de Moura. Vinte e quatro leigos e seis párocos escutaram atentamente as explicações e intervieram com algumas questões. No final a paróquia de Moura ofereceu um lanche a todos os participantes. Agenda dos próximos dias No dia 11 reúne o Departamento do Património em Odemira. No dia 12, no Instituto de Milfontes, com início às 14,30 horas, tem lugar a acção de formação para os Conselhos Económicos das paróquias do arciprestado de Odemira. No dia 13, primeiro domingo da Quaresma, o bispo celebra na Sé. Seria bom que as paróquias da cidade de Beja participassem no Pontifical. De tarde, vou celebrar a S. Marcos da Atabueira, cumprindo assim uma promessa feita na altura da visita pastoral. No dia 14, começa em Fátima o retiro dos bispos e no dia 21 de Fevereiro tem início o retiro do clero de Beja, na Quinta da Beira, que será orientado por D. João Alves. No dia 19, no centro paroquial de Santiago do Cacém, tem lugar a acção de formação para os Conselhos Económicos do arciprestado de Santiago. † António Vitalino, Bispo de Beja SOCIEDADE 6 – Notícias de Beja 10 de Fevereiro de 2005 Patriarcado de Lisboa com dois novos bispos É por dentro que as coisas são Os servidores permanentes das Casas do Gaiato Como regra os leitores dos jornais não gostam de ler artigos, continuação de outros, a não ser que se inscrevam na área da ficção. Apesar disto continuarei, neste artigo e no seguinte, a tratar do Tema – As Casas do Gaiato. É que só assim posso apresentar os principais aspectos da Obra da Rua do P. Américo, necessários para sobre ela nos pronunciarmos com conhecimento de causa. Para este artigo escolhi os aspectos seguintes: Casas do Gaiato e Equipa Sacerdotal 1 - As Comunidades da Obra da Rua e o seu trabalho são orientados e impulsionados pelos membros da Equipa Sacerdotal distribuídos pelas várias Casas do Gaiato. Garante-se, deste modo, a unidade na acção, nos critérios a seguir e nos processos educativos a escolher. Tratando-se de Comunidades, em que a maioria esmagadora dos seus membros são crianças e jovens, que lhes chegam marcados por tantas deficiências nos diferentes aspectos da sua personalidade, adivinha-se a fragilidade de cada Casa. Compreende-se, por isso, a importância e necessidade de adultos bem formados, que os acompanhem e orientem no trabalho da sua difícil reeducação. Entre todos os adultos da Obra da Rua, aparecem os sacerdotes que, pela sua preparação cultural e espiritual e pela sua vocação de permanente serviço dos Gaiatos, se vêem responsabilizados por uma missão insubstituível. Só quem tenha contactado, com alguma frequência, com as Casas do Gaiato, é que se apercebe do “milagre” da dedicação sem reservas da Equipa Sacerdotal. Faz bem este contacto a quem o estabeleça de coração aberto. Estes padres, quais diligentes abelhas mestras nas Casas do Gaiato, são a garantia discreta de um ambiente familiar de verdadeiro respeito, estima e de corresponsabilidade. Neste serviço os padres da Obra da Rua contam sempre, por exigência da pedagogia da Instituição, com a ajuda dos Gaiatos mais velhos e escolhidos pelas suas Comunidades. A laboriosidade de cada Comunidade e os progressos na educação são a maior recompensa do multifacetado trabalho dos padres das Casas do Gaiato. Não faltam, no entanto, tempos de provação. Refiro, por exemplo, o amargo sofrimento dos padres quando o trabalho de educação dos Gaiatos é truncado, quer pela fuga irreflectida da Comunidade de um ou mais jovens, o que é raro, apesar de as portas estarem sempre abertas, quer por intervenções externas, legalmente permitidas e menos atentas à formação em curso. De uma ou outra forma, é a educação do Gaiato que se prejudica e, por vezes, se inutiliza. Lembro, a propósito, o drama interior até às lágrimas de padres da Obra da Rua pela fuga de Gaiatos, como lembro também a alegria incontida pelo seu regresso livre e arrependido depois de um tempo incontrolado de desvario. Nestes casos as reacções dos padres são de verdadeiro amor de pais. Pela experiência posso afirmar, contando com a sua indulgência, que estes padres são merecedores do mais vivo aplauso e elogio, pelo seu serviço pastoral discreto, humilde e exigente. Junte-se, ainda, que vivem em espírito de pobreza evangélica exemplar. A sua vida e acção assentam na fé e na oração, esta segundo as possibilidades do seu trabalho quotidiano. De outra forma, não seria possível esta tão desgastante entrega aos Gaiatos. Quem quiser, com objectividade e profundidade, apreciar a vida destes sacerdotes não pode ficar apenas pela pedagogia, pela administração, pela cultura, pela estatística ou por outras expressões do agir e do saber humanos, indispensáveis, tem de chegar ao conhecimento, ainda que limitado, do que é a vida por vocação e doação total, do mistério da fé e do mistério de Deus. Não é possível abarcar completamente esta dimensão sobrenatural, quando se não tem fé. Perguntaram um dia a Madre Teresa de Calcutá, beatificada já pela Igreja, onde ia buscar energia para a sua actividade tão intensa. Ela levou essas pessoas à capela da casa em que se encontravam e apontou para o sacrário: “É ali, n’Ele, Jesus Cristo, o Filho de Deus, que está sempre connosco.” Nas Casas do Gaiato há-de dizer-se coisa semelhante. Acrescento ainda, continuando a contar com a compreensão dos padres da Rua, que eles não são pessoas quaisquer. Têm todos o Curso dos Seminários Maiores das suas Dioceses, considerado mesmo pelo Estado, como Curso Superior. Alguns dos padres concluíram o Curso de Engenharia nas Universidades civis, antes de entrarem no Seminário e um outro fez o Curso de Sociologia no estrangeiro. São pessoas que não perderam o hábito da leitura sobre temas da sua missão de educadores e participam em Congressos e Jornadas de Estudo acerca da sua actividade pastoral na Obra da Rua. Não são pessoas alheadas do progresso das ciências humanas relacionadas com a sua missão. Às vezes, porém, fico com a impressão de que, em certos meios civis, há a ideia de os padres, porque são padres, serem forçosamente pessoas desinteressadas e desfasadas das ciências humanas e da tecnologia. Nada mais errado e injusto. Tudo o que é verdadeiramente humano lhes interessa. São padres para serviço de Deus e para serviço dos homens. Desvalorizar os padres da Obra da Rua e a sua imprescindível actividade, é ferir o cerne das Casas do Gaiato, pois os seus educandos são pessoas em recuperação, a necessitarem muito de esteios que os amparem e de estímulos na sua difícil formação. São, principalmente, os sacerdotes das Casas do Gaiato que exercem esta missão. Pode parecer que sou menos objectivo ao apreciar a vida e acção dos padres das Casas do Gaiato por não indicar na sua acção qualquer deficiência. Não o faço porque todos as adivinhamos, em trabalho tão complexo e prolongado como é a educação humana e cristã dos Gaiatos. No próximo artigo aparecerão alguns desafios à Obra da Rua e à Equipa Sacerdotal que hoje a orienta, tendo em conta a transformação da sociedade e a época pósconciliar da Igreja. Equipas de Senhoras da Obra da Rua 2 - Em colaboração com cada Comunidade da Obra da Rua há sempre algumas Senhoras, sem formarem uma congregação religiosa, que se dedicam a tempo inteiro como simples leigas cristãs, aos diferentes trabalhos de casa. Cuidam do tratamento da roupa, da cozinha e de todas as outras actividades próprias de qualquer lar. Nestes trabalhos há sempre a ajuda dos Gaiatos que, deste modo, se vão iniciando nas lides domésticas. A generosidade destas Senhoras é um dom precioso. Trata-se de voluntariado animado pela fé e pelo amor dedicado totalmente àquelas crianças e jovens tão necessitados. A presença feminina, desta forma, na Obra da Rua é para os Gaiatos, uma presença complementar da acção educativa dos técnicos que os acompanham, quando necessário e da acção do próprios sacerdotes. Estas vocações femininas já foram em maior número. Hoje escasseiam. Ter-se-á, nesta situação, de encontrar outras modalidades de colaboração, segundo critérios seguros, pois esta presença feminina é um bem de que não se pode prescindir na acção formativa da Obra da Rua. Não se pode esquecer que o serviço destas crianças e jovens é sempre um imperativo, haja ou não Senhoras dedicadas a tempo inteiro. No próximo artigo, a concluir, sublinharei mais alguns aspectos, que irão ao encontro de interrogações que se levantam na opinião pública. João Alves, Bispo Emérito de Coimbra Carlos Azevedo Anacleto Oliveiro O Papa nomeou os padres Carlos Azevedo, do Porto, e Anacleto Oliveira, de Leiria, para Bispos Auxiliares de Lisboa. Nascido a 4 de Setembro de 1953, Carlos Alberto de Pinho Moreira Azevedo foi responsável por algumas das mais importantes iniciativas da Igreja no campo cultural. A exposição “Cristo Fonte de Esperança”, no Jubileu do ano 2000, no Porto, foi uma das que comissariou. Preside à Associação Portuguesa de Museus da Igreja e à comissão científica para a publicação da “Documentação Crítica de Fátima” e dirige a colecção das obras da Fundação D. António Ferreira Gomes. Como responsável do Centro de Estudos de História Religiosa, dirigiu a “História Religiosa de Portugal” e o “Dicionário de História Religiosa de Portugal” (sete volumes editados pelo Circulo de Leitores). Natural de Milheirós de Poiares (Santa Maria da Feira), o novo bispo auxiliar estudou Teologia no Porto e foi ordenado padre em 1977, doutorando-se em 1986, na Faculdade de História Eclesiástica da Universidade Gregoriana (Roma), com a nota máxima. Foi secretário da Comissão Episcopal do Clero, lugar em que coordenou, em 1993, dois simpósios sobre o estilo de vida dos padres. Nascido em 17 de Julho de 1946, nas Cortes (Leiria), Anacleto Cordeiro Gonçalves de Oliveira fez Teologia na Universidade Gregoriana, onde se especializou em ciências bíblicas (doutorando-se depois na Alemanha), e uma licenciatura em História em Coimbra. É actualmente professor da Universidade Católica e presidente do Instituto Superior de Estudos Teológicos, em Coimbra. Pub. Dir ecção Direcção ecção-- Geral de Viação Requisição de Técnico Superior Licenciado em Direito para as Delegações de Viação de Portalegre Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança, Leiria, Guarda, Castelo Branco, Setúbal, Santarém e Beja. 1- A Direcção-geral de Viação, pretende recrutar, através de requisição, funcionários públicos da carreira técnica superior, licenciados em Direito, para exercerem funções nas Delegações de Viação de Portalegre, Braga, Viana do Castelo, Vila Real, Bragança, Leiria. Guarda, Castelo Branco, Setúbal, Santarém e Beja. 2- A selecção dos candidatos far-se-à mediante a análise curricular e a realização de uma entrevista profissional. 3 - O estatuto remuneratório é o previsto para os funcionários da Administração Pública, com a possibilidade de atribuição do suplemento remuneratório mensal previsto no n.º 5 do art. 41.º do Decreto-Lei n.º 484/99, de 10 de Novembro. 4 - As candidaturas devem ser remetidas por escrito, no prazo de 10 dias após a publicação do presente anúncio, para a Divisão de Pessoal e Expediente Geral, sita na Av. da República, n.º 16, 1069 055 Lisboa. A Fundição de Sinos de Braga Serafim da Silva Jerónimo & Filhos, Lda Sede & Secção de órgãos: Rua Andrade Corvo, 72/78, 4704-522 Braga Fábrica: Rua Cidade do Porto, Ferreiros, 4705-084 Braga www.jeronimobraga.com.pt REGIONAL 10 de Fevereiro de 2005 Conselho Presbiteral da Diocese de Beja aprova documento sobre o Baptismo Sob a presidência do Senhor D. António Vitalino, reuniu no passado dia três de Fevereiro, nas instalações do Centro Pastoral/Seminário Diocesano de Nª Srª de Fátima, o Conselho Presbiteral da Diocese de Beja. A reunião iniciou-se pelas 10h, com a celebração da Eucaristia. Depois de aprovada a Acta da reunião anterior, o Senhor Bispo saudou os presentes, em especial o novo membro, proposto pelo último Conselho Presbiteral para integrar o novo Colégio de Consultores, em representação dos Religiosos a trabalharem na Diocese, o Pe. Henrique Martins (O.Carm.). De seguida, deu algumas informações sobre membros do clero doentes, idosos e/ou ausentes da Diocese e comunicou também a realização de iniciativas que deverão envolver o clero ao longo deste ano, a saber, os dois retiros previstos e a reflexão de 4ª Feira Santa, sobre a Eucaristia. Recordou ainda o Lausperene que decorrerá em toda a Diocese durante a Semana das Vocações. Houve também tempo para uma avaliação da Reciclagem Interdiocesana de clero, para sacerdotes das Diocese de Évora, Beja e Algarve, uma iniciativa de quatro anos que terminou há pouco e que deverá continuar em novos moldes, por vontade dos participantes. Foi, de igual modo, bem acolhida a disponibilidade do Instituto Superior de Teologia de Évora para colaborar mais de perto com as Dioceses de Beja e Algarve. Continuando os assuntos incluídos na Agenda, o Senhor Bispo confirmou a constituição de uma Comissão para analisar a necessidade e viabilidade da aquisição de uma Casa de Espiritualidade para o serviço da Diocese. Por unanimidade foi decidido canalizar a Renúncia Quaresmal da Diocese para dois objectivos: as vítimas do Tsunami na Ásia e a Fundação “Bom Samaritano”, da Santa Sé, dedicada à ajuda às vítimas de SIDA em todo o Mundo. Grande parte do tempo desta reunião foi ocupado na análise de um documento de reflexão e estudo, elaborado pelo SCAP, a partir de muitos contributos, nomeadamente dos Arciprestados, intitulado: “Orientações para os Sacramentos da Iniciação Cristã”. O documento aprovado, “Baptismo das crianças em idade de catequese” foi apenas uma primeira etapa de um projecto mais vasto que continuará a ser desenvolvido pelo SCAP e implicará a médio prazo uma alteração significativa da Pastoral Diocesana, quanto aos Sacramentos da Iniciação Cristã. Prestes a terminar a reunião o Senhor Bispo pediu e recolheu as diversas sugestões dos membros do Conselho para futuras reuniões do Conselho, em vista já do próximo Plano Pastoral, em virtude de nos encontrarmos no último ano do Triénio Pastoral, e convocou todo o Clero da Diocese para uma Assembleia, no dia três de Março, para uma reflexão mais aprofundada sobre questões relacionadas com a nova Concordata. O Secretário do Conselho Presbiteral: Pe. Manuel António Guerreiro do Rosário Cartório Notarial de Ourique Extracto Certifico, narrativamente, para efeitos de publicação que, no dia vinte e cinco de Janeiro do ano dois mil e cinco, no Cartório Notarial de Ourique a folhas oitenta e seguintes, do Livro de Notas Para Escrituras Diversas número Cento e Vinte e Três – C, se encontra exarada uma escritura de Justificação, na qual Joaquim António e mulher Maria Deolinda Mamede Ribeirinho, casados segundo o regime da comunhão de adquiridos, naturais ele da freguesia de Santa Luzia, concelho de Ourique e ela da freguesia e concelho de Ourique, residentes habitualmente na Travessa Filipe Jones, Bloco 12, Apartamento 3526, freguesia de Quarteira, concelho de Loulé, Nifs. 126802033 e 109367111, se declaram donos e legítimos possuidores, com exclusão de outrém, do seguinte prédio: Prédio urbano, sito na Travessa da Praça, freguesia de Santa Luzia, concelho de Ourique, constituído por uma morada de casas térreas destinadas a habitação, com a área coberta de cento e seis metros quadrados, a confrontar do norte com Travessa da Praça, do sul com Rua da portela do Poço do Concelho, do nascente com Maria das Dores Capela e do poente com a Praça, inscrito na matriz, em nome do justificante marido sob o artigo 101, com o valor patrimonial de € 810,36, igual ao atribuído, omisso na Conservatória do registo Predial de Ourique, como consta de certidão negativa emitida em dezasseis de Dezembro de dois mil e quatro, pela mencionada Conservatória. Que os justificantes, não possuem qualquer título para efectuar o registo a seu favor, deste prédio, na Conservatória, embora sempre tenha estado, há mais de vinte anos, na detenção e fruição do citado prédio, tendo o mesmo vindo à sua posse por compra verbal feita a Idalina dos Santos Loures, em dia e mês que não podem precisar, mas do ano de mil novecentos e oitenta, não tendo tal compra sido reduzida a escritura pública, mas que desde logo entraram na posse e fruição do prédio, em nome próprio, posse que assim detêm há mais de vinte anos, sem interrupção ou ocultação de quem quer que seja, de modo a poder ser conhecida por todo aquele que pudesse ter interesse em contrariá-la. Essa posse assim mantida e exercida, foi-o sempre em seu próprio nome e interesse, e traduziu-se nos factos materiais conducentes ao integral aproveitamento de todas as utilidades do prédio designadamente, utilizando-o, fazendo as necessárias obras de conservação, e pagando os respectivos impostos. É assim, tal posse, pacífica, publica e contínua e durando há mais de vinte anos, facultando-lhe a aquisição do direito de propriedade do citado prédio por usucapião, direito que, pela sua própria natureza, não pode ser comprovado por qualquer título formal extrajudicial. Nestes termos, e não tendo qualquer outra possibilidade de levar o seu direito ao registo, vêm justificá-lo nos termos legais. Está conforme o original Cartório Notarial de Ourique, aos 25 de Janeiro de 2005-02-03 A Ajudante Maria Vitória Amaro Notícias de Beja – 7 Centro Comunitário da Salvada: um projecto em marcha Na sequência dos múltiplos esclarecimentos sobre o desenrolar do processo do “Centro Comunitário da Salvada”, vimos hoje explicitar o nosso conceito de “Centro Comunitário”. Entende o Conselho de Administração da Fundação Joaquim Honório Raposo que o lugar do idoso da Freguesia da Salvada deve ser na comunidade, pois é nesta que continua viva a memória colectiva. Logo, o idoso só deverá dar entrada numa Instituição quando estão esgotadas todas as formas de, com dignidade, o manter em casa, pelo que não concebemos o “Centro Comunitário” como um espaço absolutamente equivalente a um Lar. Desta forma, o “Centro Comunitário da Salvada” apresentar-seá como um novo tipo de equipamento, que embora podendo ter utentes em internamento permanente, deve respeitar claramente a filosofia do internamento recorrente, possibilitando o internamento temporário do idoso em situações como: Doença súbita, Necessidade de cuidados que a família não possa prestar, Férias dos filhos, Total dependência ou fase terminal. Assim, e na nossa perspectiva, o “Centro Comunitário” será um espaço a funcionar com várias valências, que passaremos a referir, e que dotarão o mesmo de uma qualidade e diversidade particularmente respeitadoras da dignidade humana. tenham condições para assegurar, a um ou mais dos seus membros, cuidados de higiene e conforto, confecção ou fornecimento de refeições, tratamento de roupas, reparações domésticas, animação psico-social. Centro de Dia para Idosos Entende-se como uma resposta social local que contemple o fornecimento de um conjunto de serviços que contribuam para a manutenção do idoso no seu meio sócio familiar. Esta valência pretende prestar, na Instituição, serviços que satisfaçam necessidades básicas como refeições, cuidados de higiene, tratamento de roupas, que apoiem o idoso em termos psico-sociais, nomeadamente animação sóciocultural, convívio/ocupação lúdica, fomento de relações interpessoais de carácter intergeracional. ocupação lúdica, com o recurso a “ateliers” temáticos, e orientada por áreas de interesse de adolescentes e jovens, e ainda, ser por essa via um espaço de concepção e concretização de actividades intergeracionais de carácter ludoexpressivo. Será um espaço de funcionamento aberto, flexível (embora com lotação definida) e direccionado pedagogicamente, no que difere de um ATI, (Actividades de Tempos Livres). Centro de Recursos Comunitários Não pretende a Fundação Joaquim Honório Raposo fazer do “Centro Comunitário” um equipamento para seu uso exclusivo, entende sim que os seus espaços podem ser colocados ao serviço das diversas Entidades locais. Serviço de Internamento Este serviço está pensado como um apoio de retaguarda à família. Assim, um idoso ou qualquer outro elemento em situação de perda de autonomia ou aumento de dependência, poderá beneficiar de internamento temporário e receber nesse período cuidados específicos de amparo. Do que acabamos de expor, reafirmamos a nossa convicção de que o “Centro Comunitário Joaquim Honório Raposo” é uma necessidade premente do povo da Salvada, pelo que continuamos a desenvolver todos os esforços para um breve reinício dos trabalhos de construção. Centro de Animação Esta valência visa proporcionar a Sérgio Nunes Engana Centro de Apoio à Família Esta valência destina-se a prestar serviços de apoio ao domicílio a famílias com determinado tipo de necessidades, sendo portanto a família a unidade beneficiária. Trata-se de serviços de cuidado, individualizados e personalizados, que o Centro estará vocacionado para oferecer a famílias que não Agradecimento Quero, através do Notícias de Beja, agradecer ao Dr. Francisco Barata e ao Enfermeiro José Maximino, do Hospital da Misericórdia de Évora, a forma extremamente humana e competente, como me trataram, aquando da minha intervenção cirúrgica. Agradeço também a todo o pessoal do Centro de Saúde de Cuba, nomeadamente à Dra. Isabel Madruga, à Enfermeira Maria dos Anjos e ao estudante do 4.º ano, de Enfermagem Mouzinho, a forma extremamente eficiente e competente como fui tratado, no período pósintervenção cirúrgica. Todo o pessoal, atrás mencionado, enaltece a saúde e o País. José Cabaça, Cuba Dr. Rui Miguel Conduto CARDIOLOGISTA CONSULTAS: Sábados Rua Heróis Dadra, 5 - Beja – Telef. 284 327 175 Marcações das 17 às 19.30 h., pelo Telef. 284 322 973/914 874 486 Quartas-Feiras UNIMED Campo Grande, 46-A LISBOA Telefone 217 952 997 Sextas-Feiras CLÍNICA MÉD. CIRÚRGIA DO MARQUÊS Av. da Liberdade, 242 LISBOA Respostas às questões da última página 1. Geografia Bíblica: Ficam na Galileia: Cafarnaum, Caná e Nazaré; e na Judeia: Belém, Jericó e Jerusalém. 2. Ortografia: a) ascensão; b) majestade; c) laranjeira; d) monge; e) Tânger; f) tangerina. 3. Zoologia: A Entomologia é o tratado dos insectos. 4. Pesam 200 gramas. 10 FEVEREIRO 2005 P r o p r i e dade da D i o c e s e d e B e j a Contribuinte Nº 501 182 446 Director: Alberto Geraldes Batista Redacção e Administração: Rua Abel Viana, 2 - 7800-440 Beja Tel. 284 322 268 Fax: 284 322 386 E-mail: [email protected] http://www.ecclesia.pt/noticiasdebeja Assinatura 18 Euros anuais c/IVA Composição e Impressão: Gráfica Almondina - Torres Novas Tel. 249 830 130 - Zona Industrial - Torres Novas Registo N.º 102 028 Depósito Legal N.º 1961/83 Editado em Portugal Tiragem 3.000 ÚLTIMA PÁGINA Espaço Ludo-Cultural João Paulo II na Mensagem da Quaresma 2005 «A assistência aos idosos deve ser preocupação dos fiéis» Na Mensagem para a Quaresma de 2005, o Papa João Paulo II reafirma a sua posição contrária à eutanásia e pede à sociedade que saiba reconhecer o valor dos idosos. «A vida do homem é um dom precioso que se deve amar e defender em todas as suas fases. O mandamento “Não matarás!” pede que ela seja respeitada e defendida sempre, desde o seu início até ao seu fim natural», diz o Santo Padre na mensagem centrada numa frase do Deuteronó-mio, livro do Anti-go Testamento: «N’Ele está a vida e a longevidade dos teus dias» (30, 20). Como contrapon-to à solução eutanásica, a mensa-gem papal aponta para as curas paliativas considerando que estas, «com uma aproximação integral do doente, se demonstram particularmente benéficas para quem permanece longamente hospitalizado». João Paulo II ataca duramente «uma certa mentalidade corrente, que considera quase inúteis estes nos-sos irmãos e irmãs (idosos), quando são limitados nas suas capacidades pelas dificuldades da cidades ou pela doença». O Papa lembra que a sociedade de hoje, graças ao contributo da ciência e da medicina, assiste a um prolongamento da vida hu-mana e a um consequente au-mento do número de idosos. Nesse sentido, pede que os católicos de todo o mundo se dediquem a reflectir sobre este tema durante a Quaresma, «para aprofundar a consciência do papel que os idosos estão chamados a desempenhar na sociedade e na Igreja, e dispor assim o coração para o acolhimento amoroso que lhes deve ser sempre reservado». «A assistência aos idosos, sobre-tudo quando passam por mo-mentos difíceis, deve ser preocupação dos fiéis, especialmente nas comunidades eclesiais das sociedades ocidentais, onde o problema está particularmente presente», escreve. Carta aberta de católicos aos eleitores (Continuação da pág. 1) 5. Importa por isso fazer, com estes critérios “fundamentais e irrenunciáveis” um discernimento responsável. Como nos recorda o Papa Paulo VI “na diversidade de situações, das funções e das organizações, cada um deve determinar a sua própria responsabilidade e discernir em consciência as acções em que é chamado a participar. Misturadas com as diversas correntes e a par das aspirações legítimas vagam também orientações ambíguas; por isso o cristão deve distinguir e evitar comprometer-se em colaborações incondicionais e contrárias aos princípios de verdadeiro humanismo, mesmo que tais colaborações sejam solicitadas em nome de solidariedades efectivamente sentidas” (Octogesimo Adveniens, 49). Como dizem os nossos Bispos, «importa avaliar da sua justiça [das soluções objectivas que nos são propostas], da sua viabilidade, da sua consonância com os princípios da dignidade humana, do respeito pela vida, da dimensão social que todas as políticas devem ter. Para os cristãos, o critério de avaliação é o Evangelho e a doutrina social da Igreja. A democracia é o quadro político da liberdade, mas também da responsabilidade. E esta só se exprimirá na busca generosa do bem comum» (Comunicado do Conselho Permanente da Conferência Episcopal, de 14 de Dezembro de 2004). 31 de Janeiro de 2005 Lista inicial de subscritores (ordem alfabética) António Pinheiro Torres; Augusto Lopes Cardoso; Aura Miguel; Daniel Serrão; Ernâni Lopes; Francisco Sarsfield Cabral; Fernando Adão da Fonseca; Fernando Branco; Fernando Ribeiro e Castro; Francisco Van Zeller; Gonçalo Maleitas Correia; Henrique Mota; Isilda Pegado; Jaime Nogueira Pinto; Joaquim Azevedo; João Araújo; João Luís César das Neves; Jorge Líbano Monteiro; José Luís Ramos Pinheiro; José Pedro Ramos Ascensão; Luís Pais de Sousa; Manuel Braga da Cruz; Margarida Neto; Maria João Avilez; Maria José Nogueira Pinto; Mário Pinto; Miguel Abranches Pinto; Natália Correia Guedes; Nuno Guedes; Paulo Lopes Marcelo; Paulo Núncio Pedro Barbas Homem; Pedro Líbano Monteiro; Pedro Madeira Rodrigues; Pedro Maldonado Correia: Pedro Pereira dos Santos; Pedro Roseta; Pedro Vassalo; Raquel Abecassis; Rodrigo Queiroz e Mello; Rui Correia d’Oliveira; Rui Machete; Teresa Aires de Campos; Vicente Paiva Brandão; Walter Osswald 10 de Fevereiro de 2005 Recordar é viver O que segue foi respigado de antigos números do Notícias de Beja. Há 75 anos (1930). O jornal traz na primeira página o anúncio de uma sessão de cinema no Pax-Julia promovida pela União de Caridade das Senhoras de Beja, a favor do seu cofre de beneficência, na qual seriam passados os filmes “O Quarto Mandamento” e “A Semana Inglesa de Celestino”. Há 50 anos (1955). O jornal dá pormenorizada notícia da bênção da primeira pedra do Monumento a Nossa Senhora da Conceição, em Beja, no dia 5 de Fevereiro, em coincidência com a celebração do 33º aniversário da entrada de D. José do Patrocínio Dias na Diocese; e transcreve quer o texto do pergaminho que ficou nas fundações encerrado em caixa de prata, quer o discurso do Presidente da Câmara Municipal de Beja. Tudo terminou com solene Te-Deum na igreja do Carmo. Há 25 anos (1980). Por Despacho de 24 de Janeiro do Ministro dos Assuntos Sociais Morais Leitão, o funcionário dos Serviços MédicoSociais do Distrito de Beja, Manuel Monge, foi destacado a tempo inteiro para prestar serviço na Cáritas Diocesana de Beja, tendo em conta o excelente apoio desta Cáritas às instituições de solidariedade social e aos grupos mais carenciados da população. Enciclopédia A NOVA EUROPA (1). Dizem as sondagens que os portugueses são, entre os povos da nova Europa Unida, os que menos sabem o que ela é e pretende ser, embora intuindo que é bom estar nela, pois ouvem dizer que o País dela tem recebido significativos apoios financeiros para grandes obras, como as auto-estradas. Tentaremos dar aqui uma pequena ajuda a vencer tal ignorância, se porventura ela existe nos ilustre leitores desta página do Notícias de Beja. É bem sabido que a história da Europa está densamente marcada por guerras e conflitos. Só a primeira metade do século passado (séc. XX), contou com três tremendos conflitos, a Grande Guerra (1914-1918), a Guerra Civil Espanhola (1936-1939) e a Guerra Mundial (1939-1945), qualquer delas com milhões de vítimas. Em meados desse século, todos estavam cansados de conflitos e aspiravam a uma paz duradoira. Surgiram providencialmente alguns políticos de valor, por coincidência católicos convictos, que lançaram mãos à obra de lançar as bases de uma Nova Europa, começando por aproximar as potências tradicionalmente rivais, a saber a Alemanha e a França. Foi então que Jean Monet, hábil negociador e construtor da paz, propôs ao Ministro dos Estrangeiros Francês Robert Shuman e ao Chanceler alemão Konrad Adenaur que se criasse uma autoridade supranacional independente para gerir os negócios do carvão e do aço, produtos essenciais ao esforço de guerra. A proposta foi oficialmente formulada pela França no dia 9 de Maio de 1950 e prontamente acolhida pela Alemanha. Outros países mais directamente interessados, aderiram à ideia, nomeadamente a Itália, ao tempo governada por De Gasperi, a Holanda, a Bélgica e o Luxemburgo. Sem demora, um ano depois, em Abril de 1951, pelo tratado por eles assinado, foi constituída a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). Foi um primeiro passo para realizações mais vastas e mais profundas, como veremos. Coisas e loisas 1. A vida nos mares. Perante a perspectiva de em breve se esgotarem os campos de pesca actualmente explorados para a alimentação humana, a ONU, no ano 2000, determinou a realização dum “Censo Mundial da Vida Marinha” (CoML), em que já trabalham 70 países, inclusive Portugal. As últimas notícias dão conta de já estarem inventariadas 38.000 espécies da fauna marinha, mas julgase que se trata apenas de uma quinta parte das existentes. A maioria destas espécies (cerca de 75 %) é de águas pouco profundas (até 50 m). Mas sabe-se que nas grandes profundidades há muitas espécies ainda por descobrir. As espécies referidas não se limitam a peixes, mas incluem outros grandes grupos zoológicos, que vão dos mamíferos (como as baleias), passando por moluscos, crustáceos e outros, até à multidão dos microorganismos que formam o plancton, de que muitos seres marinhos se alimentam, 2. Solo agrícola. É da terra que os homens tiram a quase totalidade dos alimentos que lhes são vitais. Assim, com o aumento da população, a área dos solos agrícolas (para além dos terrenos de pastagens) tem aumentado, em grande parte à custa das florestas. É certo que as novas técnicas agrícolas têm aumentado a produção alimentar, mas este aumento é sempre limitado. Um estudo promovido pelo Banco Mundial revelou que o Sul da Ásia e a Europa são as regiões da Terra com maior percentagem do seu solo dedicado à agricultura. Nos últimos séculos, a média do crescimento anual da área agrícola é de 12 milhões de hectares. Actualmente a área total anda pelos 1.600 milhões de hectares. Porém, tal crescimento encontra-se ameaçado com a desertificação e o consequente abandono de grandes áreas de cultura. 3. Água de colónia. A sua invenção ficou a dever-se a uma família italiana de destiladores, de nome Farina, a partir de uma fórmula encontrada por seu tio Ferminis em 1710. O seu suave perfume tornouse famoso no mundo. O nome vemlhe da cidade alemã de Colónia, onde os Farina estabeleceram o seu negócio. Veja se sabe 1. Geografia Bíblica. Distinguindose na Palestina ao tempo de Jesus as regiões da Galileia, da Samaria e da Judeia, diga em qual delas ficam as seguintes povoações: Belém, Cafarnaum, Caná, Jericó, Jerusalém e Nazaré. 2. Ortografia. Diga qual a forma correcta de escrever os seguintes vocábulos; a) ascenção ou ascensão; b) magestade ou majestade; c) larangeira ou laranjeira; d) monge ou monje; e) Tânger ou Tânjer; f) tangerina ou tanjerina. 3. Zoologia. De que animais trata a Entomologia? 4. Problema. Quantos gramas pesam 20 centilitros de água? (Ver respostas na penúltima página) Bom humor 1. Argumentação ad hoc. «Pai, é verdade que os pais são mais inteligentes que os filhos?» «Tu bem vez que sim,» Passados os momentos, de novo o filho pergunta: «Pai, quem inventou a teoria da relatividade?» ««Foi Einstein.» «Então porque não foi o pai dele?» 2. Eutanásia. Estava um homem dependurado numa árvore pela cintura, quando passou um policia que perguntou: «Que está o senhor a fazer aí?» «Estou a enforcar-me.» «Mas para se enforcar tem de pôr a corda ao pescoço.» «Já experimentei, mas falta-me o ar!» 3. Violência doméstica. Dois amigos encontram-se: «Sabes do Amílcar?» «Sei, está internado no hospital.» «Mas ainda ontem o vi no clube a dançar com uma rapariga.» «Pois, a mulher dele também o viu...» Manuel Falcão Veja na etiqueta se tem o pagamento em dia Por favor, ajude-nos no esforço de manter o “Notícias de Beja”! Preço da assinatura em 2005 - 20 euros Colabore também connosco na divulgação e valorização do Jornal da Diocese.
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