40 anos de brasil

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40 anos de brasil
Mineração e pessoas que fazem a diferença.
40 ANOS DE BRASIL
EDIÇÃO COMEMORATIVA | SETEMBRO 2013
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ÍNDICE
01. Alberto Vieira
02. Aldo Ferrari
03. Antonio de Sousa Araújo
04. Daniel Caixeta
01
02
03
04
05. Divair Ribeiro de Souza
06. Elyseu Sousa Filho
07. Ernesto Katsurayama
08. Fabiano Gonzaga
05
06
07
08
09. Fernando Lage
10. Francisco Francione
de Medeiros
11. Geraldo Sarquis Dias
12. Gerson Rêgo
09
10
11
12
13. Helio Ferreira Rosa
14. João Inácio da Silva
15. Joaquim Neres Pereira
16. José Edivanildo da Silva
13
14
15
16
17. José Gregório
Ferreira da Mata
18. Juvenil Félix
19. Keila Aparecida
dos Santos
20. Liomar da Silva
Rocha Vidal
17
18
19
MuITO A COMEMORAR
Ao longo de 40 anos de presença no Brasil, a Anglo
American firmou-se como referência no setor de
mineração. E os maiores responsáveis por isso são os
seus empregados, seus trabalhadores terceirizados e
parceiros, todos identificados com valores tão relevantes
quanto o compromisso inegociável com as normas
de segurança; a preocupação e o respeito com o
companheiro de trabalho, com as comunidades e com
o meio ambiente; a integridade pessoal e corporativa; a
responsabilidade para com suas ações e a entrega de
resultados; a colaboração no plano operacional, intelectual
e pessoal; e, por último, mas não menos importante, o
compromisso com a prática cotidiana da inovação – um
atributo que distingue a Anglo American no mercado.
O Brasil é estratégico para o crescimento do Grupo Anglo
American. Não por outra razão, o Grupo é um dos maiores
investidores privados estrangeiros no País e aqui estão
alguns dos seus ativos mais importantes ao redor do mundo.
O destaque conferido às operações brasileiras também se
traduz nas contribuições que ao longo de quatro décadas
vem aportando ao desenvolvimento do País.
A Anglo American trabalha duro para ser uma liderança
global em mineração, reconhecida como empregador,
investimento e parceiro de escolha. É referência mundial
em segurança e em desenvolvimento sustentável. E
sabe que para praticar uma mineração responsável, com
padrões globais de excelência, conta com a solidez de
sua cultura corporativa e com o trabalho das pessoas que
no dia a dia constroem a história da empresa.
Apresentamos a seguir um pouco dessa história e da
trajetória da companhia ao longo de 40 anos de Brasil.
Um retrato da Anglo American: mineração e pessoas que
fazem a diferença.
22. Manoel Régis
de Moura Neto
23. Marcos Stelzer
Boa leitura!
24. Maria Ângela
Andrade da Costa
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22
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10
O florescimento
dos negócios
38
Sustentabilidade
e respeito
20
21. Luiz Maurício Leal Vega
21
03
Os minérios
e o progresso
humano
24
50
Projeto 40 anos
de Brasil
e Expediente
Equipe de Comunicação da Anglo American
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OS MINÉRIOS E O
PROGRESSO HUMANO
A civilização que o homem vem construindo
através dos tempos nunca se desvinculou dos
minérios e dos metais deles obtidos. Transformar
rochas em ligas metálicas, seja para adorno,
adoração ou utilidade na vida prática, implicou
um processo de longo aprendizado, equivalente
ao da própria história da Humanidade. A
terminologia que batiza eras pré-históricas, por
exemplo, sugere a importância dos minérios
e das técnicas de exploração geológica como
condutores dos avanços tecnológicos e da
evolução da espécie humana.
Instruções oficiais para o trabalho de
Desde as primeiras explorações, a força
mineração de diamantes, no Brasil do
hidráulica foi de grande importância para a
século 17. Os documentos detalham desde
mineração. No Brasil, é no período colonial que
o processo de lavagem do material bruto
a primeiras máquinas movidas a água – como os
às recomendações sobre como vigiar os
moinhos e as lavadoras de cascalho – começam
trabalhadores escravos da lavra
a fazer parte do processo minerador
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EDIÇÃO 40 ANOS
As primeiras ferramentas conhecidas
remontam ao período denominado Idade da
Pedra, a partir de 3 milhões de anos atrás,
quando o homem, vivendo em cavernas,
conseguiu tratar rochas e minerais para
transformá-los em armas e instrumentos
de uso cotidiano. Os passos seguintes,
que consumiram centenas de milhares
de anos, foram a capacidade de dominar
o fogo (8000 a.C.) e a emergência da
chamada Idade dos Metais (entre 6000 a.C.
e 2500 a.C.), quando o inquieto engenho
humano começou a dominar as técnicas
de fundição do bronze, depois do ferro,
e disso desenvolver variadas aplicações.
O grande salto, no entanto, deu-se com o
extraordinário evento da invenção da escrita
– e, com ela, a possibilidade de produzir
registros da vida das sociedades. Com
a inovadora tecnologia social da escrita,
o conhecimento passou a ser palpável,
passível de armazenamento e disponível para
a consulta e a aprendizagem. Foi o momento
que se convencionou demarcar como o
Início da História. Daí por diante, conhecer
as técnicas de tratamento de minérios para
transformá-los em metais passou a ser um
indicador do desenvolvimento – e do poderio
– dos povos antigos.
Ultrapassada a Idade Média e para
além do alvorecer da Era Moderna, o
conhecimento sobre mineração, minérios
e metais tornou-se estratégico para os
planos das potências europeias que
articulavam os primeiros ensaios de
expansão de sua área de influência política
e econômica em direção a outras terras,
outros mares. A descoberta da América
abriu, inicialmente para o conquistador
espanhol, a possibilidade de acesso às
extensas jazidas de prata e ouro nos
territórios hoje compreendidos por México,
Bolívia e Peru, onde os povos originários
já haviam desenvolvido técnicas avançadas
de metalurgia.
No Brasil, mesmo depois de transcorridos
mais de cem anos do descobrimento, o
colonizador português contentava-se com
uma exploração de caráter predatório e
extrativista, primeiro do pau-brasil e em
seguida da cana-de-açúcar.
Mapa do século
19 mostra a
divisão política da
América do Sul
a partir de suas
peculiaridades,
A exploração mineral parecia distante dos
planos da Coroa portuguesa até que esta
autorizasse as expedições de ocupação
do imenso território, conhecidas como
“entradas” ou “bandeiras”, que se
embrenhavam pelos sertões com a
missão de localizar minas de metais
preciosos, especialmente o ouro.
OS MINÉRIOS E O PROGRESSO HUMANO
de acordo com o
olhar do cartógrafo.
No canto superior
direito, ilustração
alude ao início da
mineração de ouro
no Brasil
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Imagem do
trabalho de
lavagem do
cascalho em
leitos de rios
para obtenção de
ouro, tomada em
Curralinho (MG),
na primeira metade
do século 19. Esse
é um método
historicamente
muito utilizado
na chamada
As primeiras ocorrências importantes de
ouro foram constatadas às margens do
Rio Tripuí (“água veloz”, na língua tupi), em
fins do século 17, na região onde hoje se
encontra a cidade de Ouro Preto (MG). O
topônimo é decorrência do fato de o ouro
ali encontrado vir coberto por camadas de
óxido de ferro, o que dava uma aparência
escura ao metal. Em 1702 e 1703 descobriuse ouro no Serro do Frio e em Conceição
do Mato Dentro, na área agora conhecida
como o Estado de Minas Gerais, onde, a
partir de então, as lavras se multiplicaram e a
exploração intensiva, por mais de um século,
gerou significativo excedente de capital para a
Coroa portuguesa.
mineração de
aluvião
Nem tudo eram flores, porém. Acossada
pelas tropas de Napoleão Bonaparte, que
haviam invadido Portugal e se aproximavam
de Lisboa, a família real portuguesa optou por
abandonar a Metrópole e transferir-se para o
Brasil, como forma de garantir a continuidade
do império. Integrantes da Corte, funcionários
graduados da Coroa e serviçais lotaram 44
navios que zarparam do porto de Lisboa, em
29 de novembro de 1807, e chegaram ao Rio
de Janeiro em 7 de março de 1808, depois de
uma escala de algumas semanas em Salvador
(BA). Esse fato coincidiu com a abertura dos
portos brasileiros ao comércio com as nações
amigas. E a transferência da sede do governo
para o Brasil provocou mudanças estruturais
na economia, inclusive para o setor de
mineração.
A partir de 1810, a Coroa portuguesa cogitou
autorizar a formação de companhias para
atuar na mineração de ouro, como tentativa de
reanimar um negócio a essa altura decadente.
Para isso contou com a assessoria do geólogo
e metalurgista alemão Wilhelm Ludwig Von
Eschwege, amigo do príncipe regente D. João
e nomeado para dirigir o recém-criado Real
Gabinete de Mineralogia do Rio de Janeiro,
concebido para organizar o conhecimento então
disponível e ensinar as técnicas mais avançadas
de extração mineral. Após uma viagem de
inspeção a Minas Gerais, a mando do príncipe,
Eschwege pôde observar numerosas minas
ainda em operação e ficou impressionado com
o desleixo dos exploradores quanto às normas
A gravura do pintor alemão Johann Moritz Rugendas
mostra a atividade mineradora no início do século 19
na Serra do Itacolomi, em Minas Gerais. A imagem
retrata o cotidiano da mineração, como a lavagem
de minério aurífero e o transporte do material,
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trabalhos a cargo da mão de obra cativa
OSMINÉRIOSEOPROGRESSOHUMANO
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Imagem de Morro Velho em fins do
século 19. Quando a Saint John Del Rey
Mining Company assumiu o negócio, as
formas de extração tornaram-se mais
eficientes e seguras com a adoção de
novas tecnologias trazidas da Inglaterra
Capitão da Mina
entregando
minério no início
do século 20
Transportando o primeiro
motor a vapor da ferrovia
para a mina da Mineração
Morro Velho
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de segurança. Os acidentes eram frequentes não apenas pela falta
de sustentação das minas, manejo impróprio das águas e ausência de
ventilação, mas também, e principalmente, pela ambição desmesurada
em seguir um veio rico – que em geral cegava o mineiro sobre as mais
elementares providências de segurança. Eschwege foi o primeiro a
praticar, em seus empreendimentos à época, padrões avançados de
prevenção de acidentes.
Em 1817, Eschwege conseguiu que o governo aprovasse legislação
que autorizava a fundação da primeira empresa mineradora do Brasil,
a Sociedade Mineralógica, liderada por ele, que depois de duas
tentativas fracassadas entrou em operação plena explorando ouro na
mina da Passagem – entre Ouro Preto e Mariana. Outras companhias,
quase todas de origem inglesa, também se instalaram no Brasil e
assentaram suas bases em uma área de Minas Gerais que, mais tarde,
ficaria conhecida como “Quadrilátero Ferrífero” – cujos vértices são as
cidades de Sabará, Santa Bárbara, Mariana e Congonhas do Campo,
em uma área aproximada de 7.500 km². A atividade dessas empresas
foi fortemente impactada pela descoberta dos depósitos auríferos da
Califórnia (1848) e da Austrália (1851). Experimentaram uma sobrevida
com novos investimentos nas minas brasileiras a partir de 1860, mas
perderam competitividade com a descoberta das jazidas da África do Sul
(1886) e nos estados americanos do Colorado (1891) e Alasca (1896).
Vista de parte do complexo da
mina de Morro Velho. Desde 1834 o
empreendimento pertencia à inglesa
Saint John Del Rey Mining Company. A
Anglo American deteve os direitos de
mineração de Morro Velho de 1975 até seu
fechamento, em 2003
Inauguração das novas instalações da
mina de Morro Velho, na atual Nova Lima
(MG), em agosto de 1901. Explorada
desde o início do século 19, enquanto
esteve ativa Morro Velho foi a mina de ouro
mais produtiva do Brasil
Como marco da presença inglesa nos primórdios da mineração
brasileira, destaque para a atuação da Saint John Del Rey Mining
Company, que em 1834 adquiriu a Mina de Morro Velho, localizada
em Nova Lima (MG), e transformou-a na mais produtiva e longeva
operação de exploração de ouro no Brasil até o encerramento de suas
atividades, em 2003. Na década de 1970, a Anglo American marcou
uma participação importante nessa história. A companhia havia chegado
ao Brasil em 1973 – e veio para ficar.
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O FLORESCIMENTO
DOS NEGÓCIOS
Em parceria com a Associação
dos Remanescentes do Quilombo
de Pombal, a Anglo American
implantou o Projeto Casa da
Farinha, em Santa Rita do Novo
Destino (GO). O objetivo é gerar
emprego e renda para as famílias
envolvidas, além de preservar a
história, a cultura e os valores da
comunidade quilombola
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O acelerado desenvolvimento científico observado nos anos
1800, quando a principal matriz energética era o carvão mineral,
desembocou no século 20 revelando a importância estratégica do
negócio da mineração. Em 1917, com um capital de 1 milhão de
libras subscrito no Reino Unido e nos Estados Unidos, o empresário
alemão Ernest Oppenheimer fundou, na África do Sul, a Anglo
American Corporation, com intuito de explorar ouro na região. Os
negócios prosperaram e, nove anos depois, Oppenheimer tornou-se
acionista majoritário da empresa mineradora de diamantes De Beers,
também operando na África do Sul. Em 1928 começa a minerar
cobre na Zâmbia e, em 1947, amplia seu portfólio com o início da
extração de carvão mineral. Desde seus primeiros passos, a Anglo
American trazia no DNA a marca da inovação.
Com a morte de Ernest Oppenheimer, em 1957, a liderança do
empreendimento passou para o seu filho Harry, que também acumulou
a presidência da De Beers. A Anglo American então cresceu nos
Harry Oppenheimer (ao centro, sentado) em reunião de trabalho com
executivos da Minorco sobre as operações da mina de Morro Velho,
Quase 30 anos
em Nova Lima (MG): PJ Pienaar (direita), Julian Ogilvie Thompson e JR
depois de
Roussouw (em pé). 1974
implantados, os
programas de
mercados de ouro, diamante, carvão e platina, expandindo-se por diferentes países
do sul do continente africano. No início da década de 1960, já um conglomerado
econômico com negócios também nos setores industrial e financeiro, fez sua
primeira grande investida fora da África ao comprar a empresa Hudson Bay Mining
and Smelting Company, no Canadá (que pertenceu ao grupo até 2004), dando
início à sua internacionalização. A essa altura, e em razão das políticas de embargo
econômico contra o regime do apartheid então vigente na África do Sul, os
controladores criaram a empresa Minorco, com sede em Luxemburgo, para cuidar
dos ativos da Anglo American fora do país africano.
Expertise antiga
Visão pioneira
O que sempre gostei muito da Anglo
American são seus valores. Os
fundadores da empresa – a família
Oppenheimer – tiveram uma visão de
sustentabilidade em uma época em que
o termo nem era reconhecido. Não existia
esse branding de sustentabilidade, mas
sempre houve uma visão nessa família de
que a Anglo American queria, e sempre
quis, contribuir positivamente em todas as
comunidades onde ela atuava.
Ernest Oppenheimer, o fundador
da empresa, tinha preocupação
em desenvolver as comunidades
locais. Isso diferencia a Anglo
American das concorrentes: ter um
negócio inovador do ponto de vista
da segurança, do meio ambiente e
da relação com a comunidade. E
isso dá lucro, porque garante que
a empresa possa crescer de forma
sustentável.
Pedro Borrego
Daniel Caixeta
O FLORESCIMENTO DOS NEGÓCIOS
reflorestamento
conduzidos pela
Anglo American
no Brasil são
considerados
como modelos de
desenvolvimento
ambiental
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Em 1972, uma missão comercial
portuguesa em visita oficial ao Brasil
contou entre seus integrantes com Mario
Ferreira, executivo da Anglo American
baseado em Lisboa. Os contatos
que estabeleceu durante a viagem
convenceram-no de que seria uma
excelente oportunidade para a empresa
aproveitar o enorme potencial dos
recursos minerais brasileiros. No mesmo
ano, articulou-se a visita de uma missão
empresarial da Anglo American ao Brasil,
chefiada por Julian Ogilvie Thompson,
então diretor executivo da companhia.
Vista parcial da
mina de Ouvidor
(GO). A cultura
da inovação
e da eficiência
operacional
aplicada no
dia a dia
O resultado dessa viagem foi um
relatório ao Conselho de Administração
recomendando investimentos no Brasil.
O relatório foi bem recebido. Ato contínuo,
em 1973 foi constituída a Anglo American
Corporation do Brasil (Ambras). Os
movimentos negociais levaram à participação
na empresa de pesquisas Unigeo – em
parceria com a Icomi, do Grupo Caemi
(Companhia Auxiliar de Empresas de
Mineração), o que incluía os direitos de
mineração de ouro do Projeto Jacobina
(BA) –, e depois a associação com o Grupo
Excibra, controlado pela multinacional
Hochschild. À época, a legislação brasileira
proibia que uma empresa estrangeira
assumisse sozinha um negócio de
mineração. Por isso, foi estabelecida uma
associação com a companhia Bozzano
Simonsen, de capital nacional.
O Grupo Excibra era o gestor da
Brasimet, indústria de fornos industriais,
além de detentor das minas do Morro
do Níquel (Pratápolis, MG), Mineração
Catalão de Goiás (Ouvidor, GO),
minas de tungstênio em Currais Novos
(RN), da Fosfatos de Goiás (Fosfago)
e da Copebrás, fabricante de negro
de fumo e de fertilizantes instalada
em Cubatão (SP). A Ambras também
estreitou contatos com os controladores
da Mineração Morro Velho, o que
redundou na aquisição de 49% do
negócio, em 1975. Mais adiante, o braço
brasileiro da Anglo American consolidou
suas operações de ouro na empresa
Anglogold, que mais tarde se fundiria
com a Ashanti Goldfields Corporation
para formar a Anglogold Ashanti. A Anglo
American foi gradativamente reduzindo
sua participação nessa empresa até sair
em definitivo do negócio do ouro, em
2009. Seu foco no Brasil passou a dirigirse prioritariamente para a mineração de
níquel, nióbio, fosfato e minério de ferro.
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Ore Preparation
Coordinator. and
Junio Rodrigues
da Silva produood
chip plant
Primeiras ações
O principal motivo da vinda da Anglo American para o Brasil
foi Jacobina, onde esperava encontrar vultosos recursos de
minério aurífero, porém, ao final das pesquisas, o que foi
identificado chegava a cerca de 10% da expectativa inicial.
Para vir ao Brasil a Anglo American associou-se com a Icomi,
do Grupo Caemi, a qual já era sócia da De Beers (empresa
associada à Anglo American) na constituição da Sopemi,
empresa de pesquisa de diamantes. Era, pois, natural que
a Anglo American conversasse com a Caemi. Eu me formei
em Geologia em dezembro de 1960 e fui contratado pela
Icomi em janeiro de 1961, indo diretamente à mina de
manganês de Serra do Navio, Amapá. Em 1971, estava como
superintendente da mina quando o Dr. [Augusto Trajano de
Azevedo] Antunes chegou para mim e disse: “Tenho outro
destino para o senhor, em outra empresa que está vindo
aí”. Foi a época do início das ações da Anglo American no
Brasil. A seguir, a Icomi, que era constituída em 51% pela
Caemi e 49% pela Bethlehem Steel Corp., criou um grupo
de pesquisa mineral chamado PPM (Projeto de Pesquisa
Mineral), com o qual começou pesquisas geológicas na Bahia
e na Amazônia, com um escritório em Salvador, chefiado por
Adelmo Rodrigues da Silva, geólogo brasileiro que também
trabalhara em Serra do Navio, e outro em Belém, chefiado
por mim. A associação da Anglo American com a Icomi foi
formalizada em 1973, com a criação da Unigeo – Geologia
e Mineração S.A. e da Jacobina Mineração S.A., ambas
constituídas por 60% da Icomi e 40% da Anglo American. A
Unigeo imediatamente absorveu o PPM e seus programas de
pesquisa e fui para ela transferido com um carimbo em minha
carteira profissional. Para cobrir as pesquisas em Jacobina
foi criada a Jacobina Mineração, com a mesma constituição
acionária da Unigeo.
Perfuração subterrânea em Jacobina, Brasil,
década de 1980
Trabalhos exploratórios em Catalão (GO), em
busca de amostras de minério para análise em
laboratório e posterior planejamento da lavra: os
resultados foram muito positivos
Participantes da primeira reunião geral da
Divisão de Metais Básicos da Anglo American,
ocorrida em Johanesburgo, em 2001
Wilson Scarpelli
O FLORESCIMENTO DOS NEGÓCIOS
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Metais Básicos
Eu trabalhava no Grupo Excibra e a Anglo
American entrou em 1973 com ouro em
Minas Gerais. Depois participou no projeto da
Codemin, com 35% – foi o primeiro passo.
Mais tarde ela adquiriu todo o resto. Eu tive
contato com a Anglo American a primeira vez
quando eles entraram na Codemin. Como era
minoritária, não participava diretamente da
administração. Só mais tarde, quando a Anglo
American adquiriu todo o Grupo Excibra na
Do ouro ao níquel
América do Sul, aí veio todo o pessoal e se
juntou com o pessoal do ouro. Eram ainda
três diretorias separadas: a de níquel, a de
tungstênio e nióbio, e a Copebrás. Quando
a Anglo American comprou a Excibra,
resolveram juntar. Foi o início da então
chamada de Divisão de Metais Básicos – no
Brasil eram níquel, nióbio e tungstênio.
Ernesto Katsurayama
Longe de casa
Os bandeirantes Manoel Rodrigues Tomar e Antônio de Souza
Bastos percorreram caminhos inóspitos até descobrirem ouro na
localidade onde fundaram um povoado a que batizaram de São
José dos Tocantins, no atual Estado de Goiás. Eles não poderiam
imaginar que a maior riqueza da região não era o ouro, mas o
níquel; e nem que, por conta disso, o lugar adotaria outro nome.
A nova vocação começou a ser desvendada em 1938, quando
o minerador alemão Helmuth Brockes localizou nos arredores
a segunda maior jazida de níquel então conhecida do mundo.
A descoberta atraiu muita gente, e a agora vila de São José do
Tocantins crescia rapidamente. Em 31 de dezembro de 1943 foi
elevada à condição de cidade e adotou o nome de Niquelândia.
Empregado da Anglo American executa procedimentos
de rotina nos hortos florestais que a companhia
mantém em Niquelândia (Goiás)
A riqueza
do subsolo
Das várias fases do processo de mineração, a exploração
do terreno e a pesquisa são primordiais. Da abertura das
primeiras picadas no mato à análise detalhada do material
Interessada em aumentar seu portfólio,
desde 1976 a Anglo American manifestara
interesse em participar com o Grupo
Hochschild do Projeto Niquelândia, em Goiás,
onde levantamentos preliminares indicavam
reservas de 15 milhões de toneladas de
minério de níquel. No ano seguinte, a Anglo
American instruiu a subsidiária Unigeo para
que efetuasse pesquisas no local e avaliasse
economicamente as jazidas minerais da futura
Companhia de Desenvolvimento de Recursos
Minerais (Codemin). Como os resultados das
sondagens foram muito animadores, o negócio
foi adiante. O projeto previa exploração da
mina, a construção da usina de processamento
e de um conjunto habitacional dotado de
mercado coberto, creche, escola e área de
lazer, e a implantação de 15 mil hectares de
florestas de eucalipto. Para dar suporte ao
projeto, a Codemin contava com escritórios
de apoio em São Paulo, localizado na Praça
da República, e em Goiânia. Começava ali a
história de um intenso relacionamento da Anglo
American com as comunidades de Niquelândia
e, depois, Barro Alto.
encontrado, os empregados da Anglo American trabalham
com segurança e, sobretudo, conhecimento técnico
Existem basicamente dois tipos
de trabalho de geólogo: um é na
operação mineira, e o outro é atuar
em exploração mineral – afora a parte
ambiental, a geologia marinha e outros.
O geólogo, na parte de mina, trabalha
para descobrir, quantificar e avaliar o
minério que foi descoberto [para fins de
reposição das reservas do minério já
produzido]. O minério tem um volume
de tantos milhões de toneladas, com
teor de 12% de ouro – tomando esse
metal apenas como exemplo. Devemos
entender a distribuição do ouro dentro
do corpo mineral e entregar [um
estudo] para a divisão de engenharia
fazer o projeto de extrair o minério.
Depois, acompanhar a extração para
saber se estão fazendo uma extração
correta, dentro do que foi avaliado. Já a
área de exploração mineral é uma coisa
mais complexa. Você cria modelos e
vai aplicar no campo – vai descobrir
um corpo mineral, que é algo muito
difícil e que requer um conhecimento
muito grande, incorporado a várias
tecnologias. Hoje há análise química,
geofísica, análise por satélite,
levantamentos a laser, “n” disciplinas.
Muita coisa que se fazia andando,
agora fazemos no escritório, usando
a tecnologia. E ainda assim é difícil a
descoberta de um depósito mineral.
Estatisticamente, para cada dez anos
de trabalho você tem a chance de
descobrir um. Às vezes se passam
dez anos só investindo, e, no décimo
ano, você acha e se recompensa
financeiramente. É muito bom quando
você descobre, mas requer muito
empenho dos geólogos que trabalham
com exploração, porque você passa
muito tempo longe da família e tem que
gostar muito do que faz.
Romero Queiroz
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O FLORESCIMENTO DOS NEGÓCIOS
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Lingotes de
ferroníquel
saídos da linha
de produção da
Codemin na
década de 1980
“
Antes, a pesquisa
O primeiro lote
Os trabalhos iniciais para descobrir um depósito mineral
vêm da geologia. Os geólogos definem o corpo mineral, as
características químicas, mineralógicas e geológicas, e, com
base nessa primeira percepção, avaliações são feitas para
determinar a viabilidade ou o potencial dos recursos minerais
que estão ali – ou seja, saber se esses recursos naturais
podem se tornar uma mina, ser minerados e transformados
em alguma outra coisa por meio de processo de
metalúrgicos. É geologia, mina e metalurgia. Nas empresas
do Grupo Anglo American, praticamente temos tudo isso.
Metalurgia ou pirometalurgia, que é o caso do níquel, ou
hidrometalurgia e pirometalurgia, que é o caso de nióbio e
fosfato. A mineração é uma atividade desenvolvida no longo
prazo: quando começa, já se sabe quando termina. Às
vezes estende um pouco mais, porque o recurso mineral é
dinâmico, isto é, à medida que a economia mundial melhora
ou piora, você aumenta ou reduz o tempo de vida da sua
jazida. Em geral, aumenta – porque há o investimento inicial
e se busca o mais alto teor de qualquer metal para pagar
o investimento. Depois, à medida que o teor vai diminuindo
e aquele investimento inicial já está pago, então se pode
produzir com a margem menor. E no meio dessa vida há
os altos e baixos, os ciclos de preço bom e preço ruim.
Principalmente no níquel, essa volatilidade é muito grande.
Eu precisava trabalhar para ajudar a família, porque meu pai vendeu a
fazenda e nós nos mudamos para a cidade. A condição financeira dele
mudou completamente e eu tive que começar a trabalhar muito cedo. Dos
15 para os 16 anos, surgiu a oportunidade de entrar na Codemin. Havia
uma vaga para office boy e me perguntaram se eu queria me candidatar.
Foi assim que eu ingressei na Anglo American, no dia 15 de julho de 1982.
Quando eu entrei, não havia começado a produção na Codemin, e nesse
cenário fui vendo a coisa mudar. Lembro-me bem do primeiro lote de
produção. Eu fiquei em cima do caminhão, segurando uma faixa: “Primeiro
lote de ferroníquel da Codemin”. É uma coisa que marca. Eram em
lingotes, de mais ou menos 25 quilos. Para a empresa, foi um dia de festa.
tempo todo, visto que não existem
Liomar Vidal
Wilson Scarpelli
Walter De Simoni
Vizinho atento
Niquelândia era uma cidade muito desprovida de
infraestrutura e de recursos – nessa época tinha em torno de
30 mil habitantes, era o maior município do Estado de Goiás,
a exceção da capital, com uma riqueza mineral muito grande.
Quando eu nasci, a Codemin já existia na região. No dia 30
de junho de 1966 foi cavado o primeiro poço, esse é um fato
histórico. Eu cresci com isso. Na década de 1970, as coisas
foram se ampliando, eu via aquilo, mas não tinha a dimensão
do que poderia vir a ser no futuro. Já rapaz, vislumbrava
algum trabalho na Anglo American e um dia surgiu uma
vaga de office boy. Fui e me inscrevi, concorri ao processo
seletivo e fui aprovado. A minha trajetória começa aí. No dia
5 de outubro de 1988 eu fui contratado – por coincidência,
no dia da promulgação da atual Constituição brasileira.
Em geologia se aprende o
dois depósitos minerais iguais. O
aprendizado nunca termina. A grande
questão na condução da pesquisa
mineral é identificar logo o que não
se está vendo, e assim evitar erros.
Se notar um erro, voltar atrás logo e
corrigir. Não persistir num programa em
andamento se os resultados obtidos não
justificarem sua continuidade.”
Mitigar impactos
As diretrizes da
Qualquer atividade de mineração é vista como poluente; não se tira
minério sem poeira. Hoje nosso processo é um minério sem calor, sem
poeira e sem produtos químicos. Em 1980, quando a Codemin foi
concebida, a planta foi construída com a tecnologia disponível, que atendia
à legislação ambiental do momento. Com a modernização da indústria,
a legislação começou a apertar e a Anglo American sempre quis sair na
frente. Estudaram processos mais ajustados, tratamentos não poluentes
e processos menos agressivos. E com essa visão de não esperar ser
cobrada pela legislação, a empresa se adaptou. Asfaltou toda a planta
para evitar poeira, comprou equipamentos lavadores de gás e sistemas
de exaustão, investiu em um sistema de circuito fechado de água. A Anglo
American teve uma visão antecipada do que seria a legislação futura. A
questão da segurança é análoga: o empregado da Anglo American hoje
tem uma forte cultura de segurança.
Anglo American
sobre os
procedimentos
de proteção e
preservação do
meio ambiente
são muitas
vezes até mais
rígidas do que
as determinadas
pela legislação
ambiental de
alguns países
Sebastião Elias Barbosa
Divair Ribeiro de Souza
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O FLORESCIMENTO DOS NEGÓCIOS
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12/09/13 13:02
Cuidados extremos
A planta INDUSTRIAL de Barro Alto
Para se ter ideia do quanto é importante a
segurança para a Anglo American, qualquer
pessoa tem o direito de parar a unidade se
vir um serviço sendo feito de forma insegura.
Se você acha que não está sendo feito com
segurança, e que ali tem perigo de acidente,
você pode parar a produção. “Esperem,
vamos fazer uma APR” – que é a Análise
Preliminar de Risco. Qualquer um tem o
direito de fazer isso, independentemente da
hierarquia. Por isso é preciso sempre avaliar
primeiro, para depois fazer.
Uma empresa de mineração tem três caminhos para crescer: comprar
outras empresas, associar-se a alguma delas ou descobrir depósitos.
A maior parte dos depósitos minerais da Anglo American veio de
descobertas ou de aquisições. No Brasil, a concessão mineral de Barro
Alto – a 170 quilômetros de Niquelândia – foi adquirida pela Anglo
American, que ali aprofundou as pesquisas e implantou a operação da
lavra até a produção. Em 1984 houvera uma tentativa de negociação,
que não prosperou. As tratativas só foram retomadas em 1998, e dessa
vez chegaram a bom termo. Os estudos de viabilidade foram concluídos
em 2001, com excelentes perspectivas, e logo começaram as obras de
engenharia para a exploração da mina, construção e montagem da usina
de beneficiamento do minério.
Ubiratan Gonçalves
O Projeto de Barro Alto também absorveu as tecnologias sociais e todo o
conhecimento acumulado pelas boas práticas de sustentabilidade que a
Anglo American aplicara em Niquelândia. A distância física entre as duas
cidades não impediu que estabelecessem uma sinergia muito positiva
no que concerne à qualidade dos cuidados ambientais e das relações
comunitárias, como se verá adiante.
produção média de
19
uma das empresas mais seguras do País. Da esquerda para a
direita, Sebastião Elias, Pedro Paulo Batista e Silvio Mosca em
evento interno do Prêmio Ouro de Segurança, em 2003
Em parceira com a ONG Care, a Anglo American implantou
o Projeto Via Láctea, dedicado ao ensino de práticas
inovadoras de manejo e de gestão da bovinocultura de leite
para pequenos agricultores dos municípios de Barro Alto e
Santa Rita do Novo Destino (GO)
Atenção ao entorno
A Anglo American tem um princípio de negócio
que é cumprir integralmente todas as leis do
País e respeitar a comunidade onde ela está
inserida. A partir do momento em que surgiu
uma legislação ambiental mais consistente,
a empresa procurou seguir tudo à risca – e
até avançando em relação à legislação. Na
comunidade próxima, a Anglo American já faz
um trabalho preventivo, de orientação. O sítio
onde eu nasci, a 5 quilômetros da empresa,
está lá até hoje. A minha mãe não vendeu
e sempre vai lá aos fins de semana. Tanto
para as pessoas que moram no sítio como
para os vizinhos da comunidade, a empresa
procura difundir uma preocupação ambiental
muito forte. Dá palestras em associações de
moradores, produz folhetos informativos e vai
de casa em casa para entregar. E há vários
anos tem uma política de responsabilidade
social estruturada.
planta industrial
de Barro Alto,
inaugurada em
dezembro de
2011, o mais
recente projeto
finalizado pela
Anglo American
no Brasil. Com
800 empregados
diretos, tem
capacidade de
A Anglo American segue padrões rígidos de segurança em
suas operações e estimula seus funcionários a mantê-la como
Vista geral da
36 mil toneladas
anuais de níquel
contido em
ferroníquel
Divair Ribeiro de Souza
18
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O FLORESCIMENTO DOS NEGÓCIOS
12/09/13 13:02
A planta de
Barro Alto tem
importância
estratégica
Relação estruturada
A Unidade de Negócio Níquel possui duas plantas
industriais no Brasil, ambas no Estado de Goiás: Barro Alto
e Niquelândia. Esta última começou a ser construída em
1979 e entrou em operação em 1982. Na imagem, detalhe
da usina de Barro Alto, em 2011.
No princípio, o barro
Barro Alto localiza-se na região central de Goiás, a cerca de 220
quilômetros da capital do Estado. No fim da década de 1940,
atraiu muitos colonos interessados na fertilidade e nos baixos
preços das suas terras. Com área desmembrada do município de
Pirenópolis, foi elevado a município em 1958.
Sua denominação provém de uma fazenda homônima, onde havia
abundância de um barro viscoso muito utilizado na construção das
casas do lugar. A atividade econômica, antes limitada ao cultivo
de milho, frutas e hortaliças, hoje é positivamente impactada pela
planta da Anglo American, que começou a ser construída em
2007 e entrou em operação em 2011.
Jornada contínua
Barro Alto era uma cidade pacata, quando
chegamos tinha 4 mil habitantes. Era uma
cidade sem muita infraestrutura, não tinha
lazer, não tinha nada para oferecer nos fins
de semana – embora, quando chegamos,
praticamente não tivéssemos fim de
semana porque trabalhávamos direto. A
ânsia de dar continuidade ao Projeto era
muito grande.
Antonio de Sousa Araújo
Exploração manual
[Na etapa de pesquisa] fomos para o
campo fazer a topografia, marcar os
terrenos, procurar amostragem de minério,
trazer para o escritório, ensacar e preparar
para a análise: colher o material no mato,
pesar, colocar as etiquetas. Tudo é
numerado, até o local e a profundidade.
Depois começou a cavoucar, fazer aqueles
buracos, aprofundando. Era tudo manual.
Com o tempo, veio a máquina para perfurar,
para ver até que profundidade aquele
terreno tinha daquele material. Foi assim.
Joaquim Neres Pereira
para a Anglo
American.
Quando fomos para Barro Alto, foi feita uma parceria com a
Prefeitura que reduziu 1,5% no ISS [Imposto sobre Serviços]
que a empresa deveria repassar ao município. Assim que a
Anglo American começou a trabalhar, percebeu-se que Barro
Alto não tinha infraestrutura, então a empresa fez um cálculo
sobre esse 1,5%, que deu em torno de R$ 10 milhões, e
revertemos esse dinheiro para o município. Conversamos com
a Prefeitura e criamos a Fundesba, uma fundação municipal
cujo conselho delibera os projetos que esses recursos
deveriam ajudar. E assim foi feito. Destinamos
R$ 1 milhão para a construção de uma unidade integrada SesiSenai, de lazer e aprendizagem industrial. Esse foi o primeiro
ponto. Existiam dificuldades de infraestrutura na cidade, e
então repassamos R$ 3 milhões direto para a Prefeitura,
para obras diversas na cidade. E os restantes R$ 6 milhões,
administramos na Fundesba. Construímos escolas, fizemos
três creches, [participamos] da construção de um hospital,
de pontes e asfaltamentos, a Fundesba decidiu construir
cem casas populares. Quem foi a Barro Alto em 2007 e vai
hoje, comenta: “O que aconteceu?” Foi muito rápido. Em
Niquelândia estamos trabalhando com a parte de saúde
sexual e reprodutiva e também com cidadania. Vimos que aos
poucos a coisa vai mudando e, a cada mudança, percebemos
um dedinho nosso ali – administrando, lidando com os atores
sociais do município. Isso é algo que vai além do salário, é
aquilo que você olha e pensa: “Eu fiz alguma coisa importante.
Alguém está sendo beneficiado com o meu trabalho”.
Quando atingir
a capacidade
nominal de
produção,
produzirá em
média 36 mil
toneladas de
níquel contido
em ferroníquel
por ano
Liomar Vidal
Diploma de qualidade
O Senai de Catalão foi a primeira escola a ser certificada
com o ISO 9000 no sul de Goiás, justamente para atender
ao padrão da Anglo American, que já era uma empresa
certificada.
Misclay Marjorie Correa da Silva
Gestão
de40
Risco
Engenheiro de20
EDIÇÃO
ANOSna mina de Barro Alto
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O FLORESCIMENTO DOS NEGÓCIOS
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Olhar do parceiro
Se o forno parar, para a indústria; se o forno quebrar, quebra a
indústria; se o forno não tiver a eficiência adequada, o custo da
indústria é maior. Por isso, o meu engenheiro tem que entender que
o forno é importante e onde o produto [da Petrobras] entra, quando
ele interfere. O cliente quer que tudo funcione para o negócio dele,
que é produzir níquel na qualidade [requerida], e não consumir óleo
combustível nem usar lubrificante. O que eu tenho de fazer é que
ele não se preocupe, e que de minha parte tudo funcione bem. Um
cliente grande como a Anglo American, de 15 milhões de litros por
mês de consumo, dá escala ao seu trabalho. O cliente também é
mais exigente, tem profissionais como compradores, e isso exige
que você seja mais qualificado em termos jurídicos, tributários,
de engenharia, de operações etc. Além disso, estamos ajudando,
no que nos compete, os novos projetos da Anglo American. Um
deles é o Projeto Jacaré. Começamos desde o início a trocar
informações de engenharia e de logística, que são fundamentais
para o sucesso do empreendimento.
Localizado a 60
km ao norte da
cidade de São
Félix do Xingu
(PA), o Projeto
Jacaré está apenas
começando e
tem o objetivo
de aumentar
consideravelmente
a produção de
ferroníquel da
Anglo American
Luís Maurício Leal Vega
Detalhe da
Nióbio e fosfato,
a virada estratégica
planta industrial
de fertilizantes
Como fruto do relacionamento construído durante o Projeto
Codemin, o Grupo Hochschild, representado no Brasil pela
Excibra, propôs que a Anglo American tivesse participação nos
demais ativos do Grupo na América do Sul, que no Brasil incluíam
níquel (Morro do Níquel e Codemin), tungstênio (Mineração
Sertaneja, Acauan e Tungstênio do Brasil), nióbio e fosfato
(Mineração Catalão de Goiás), fornos industriais (Brasimet),
ferroligas (Termoligas) e petroquímicos e fertilizantes (Copebrás).
Houve sintonia entre os dois grupos econômicos e, em 1981,
a Anglo American assumiu 40% da Empresas Consolidadas
Sudamericanas S.A., companhia responsável pelos interesses do
Grupo Hochschild na América do Sul. Três anos depois, formalizou
a aquisição dos 60% restantes e o empreendimento passou a
denominar-se Anglo American of South America.
e fosfatos
de Cubatão
(SP): sinergia
positiva com as
operações da
Anglo American
em Catalão e
Ouvidor (GO)
Em alguns desses negócios havia problemas. Depois de 35 anos
de exploração, a mina de Morro do Níquel estava esgotada; o
mercado mundial de tungstênio fora invadido por fornecedores
chineses, o que destruiu a competitividade das minas nordestinas;
e o negro de fumo, principal produto da Copebrás, utilizado na
produção de pneus e artefatos de borracha, não se enquadrava no
core business da Anglo American. Na década de 1960, a Copebrás
havia contribuído para o crescimento da agricultura brasileira com
a difusão do uso de fertilizantes entre os agricultores. Em 1966,
dera início à produção de ácido sulfúrico e fertilizantes fosfatados
de baixa concentração e, no ano seguinte, abriu a primeira fábrica
brasileira dedicada à produção de ácido fosfórico e começou a
também produzir fertilizantes de média e alta concentração.
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O FLORESCIMENTO DOS NEGÓCIOS
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O fosfato é um
nutriente essencial
para a fotossíntese
das plantas. A
Crescimento contínuo
agroindústria
A Mineração Catalão iniciou suas atividades em 1976. Produzia
concentrado de fosfato e vendia para a planta química da Copebrás
em Cubatão. Em 2000, a Anglo American decidiu fazer um complexo
químico em Catalão e, com isso, a mina e toda a atividade de
mineração aumentaram. Foi o chamado Projeto Goiás I. Hoje
trabalhamos no Projeto Goiás II, e tenho certeza de que é ambição
de todos nós, da Unidade Nióbio e Fosfatos, tocar nossos projetos
e crescer como uma unidade de negócio dentro da Anglo American.
Nossa estratégia é crescer para ter 1 bilhão de dólares Ebtida em
2017. É um desafio grande.
o utiliza
massivamente
nos fertilizantes e
também em rações
animais. A Anglo
American tem o
melhor fosfato do
mercado
Diante dos percalços, os movimentos da
Anglo American foram característicos de
uma companhia que sabe unir o respeito
pelos seus empregados com uma abalizada
visão estratégica sobre os destinos de
seu negócio. A mina de Morro do Níquel
foi fechada, depois de um amplo acordo
com os empregados e de esforços bemsucedidos para garantir a geração de renda
no entorno da mina, seguindo um plano
que foi o primeiro dessa natureza a ser
registrado na Fundação Estadual do Meio
Ambiente de Minas Gerais. As operações de
tungstênio foram descontinuadas, também
com todas as garantias aos empregados e
um programa de transferência de mão de
obra para Catalão e Ouvidor, onde estão as
operações de fosfatos e nióbio, em Goiás.
E o negócio de negro de fumo da Copebrás
foi vendido, em 1998, de forma a que a
empresa concentrasse seus esforços na
evidente sinergia da fábrica de Cubatão com
as minas de rocha fosfática de Ouvidor – de
onde, aliás, vinha boa parte da matéria-prima
da operação de fertilizantes da Copebrás.
O salto de qualidade, no entanto, veio com
a decisão da Anglo American de tocar
o Projeto Goiás I, com o duplo objetivo
de incrementar a exploração de nióbio
e de fosfato, e construir uma planta de
fertilizantes em Catalão, nas proximidades
da mina de Ouvidor, para atender o
crescente mercado do agronegócio na
região Centro-Oeste do País.
Mineração
Catalão de Goiás,
em operação
desde 1976
nos municípios
de Catalão e
Ouvidor, é uma
das três maiores
produtoras de
nióbio do mundo
Aldo Ferrari
No rumo de Goiás
Em Currais Novos explorava-se tungstênio. Eu ainda tinha uns 13 ou 14 anos e comecei a
pensar: “Um dia posso trabalhar numa empresa assim”. Quando completei 18 anos, eu tinha
um tio que trabalhava desde 1974 na Anglo American, na Mineração Catalão. E ele sempre
falava: “Quando eu voltar de férias, eu vou levar você”. Ele foi de férias para Currais Novos
em maio de 1976 e daí falou: “Agora você vai comigo”. E fui trabalhar em Catalão. Era uma
cidadezinha pequena, onde eu morava era um deserto, e eu pensava: “Nunca vou acostumar
num lugar desse”. Era uma tristeza. Hoje é outra coisa, a cidade está desenvolvendo. A Anglo
American dá muitas oportunidades e as coisas hoje são bem mais fáceis.
Francisco Francione de Medeiros
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O FLORESCIMENTO DOS NEGÓCIOS
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Adição de valor
Em Catalão, são 7 quilômetros entre o beneficiamento do
minério e a parte química. É uma distância propícia, pois existe
um desnível e esse concentrado é levado por água, por um
mineroduto. Lá embaixo, na parte química, secamos essa
rocha, há uma filtragem para retirar a água, faz-se a aplicação
e o fertilizante. Entre Cubatão e Catalão tem o custo do frete,
que encarece o fertilizante em Cubatão. Por isso trabalhamos
para fazer em Cubatão produtos de maior valor agregado, para
compensar o frete. Isso acaba concentrando mais a produção de
ácido fosfórico e produtos que tenham mais valor. Hoje se produz
mais fertilizantes e fosfatos em Catalão do que em Cubatão, em
uma proporção de 70% e 30% – mais de 1 milhão de toneladas
por ano. Em Catalão, o Projeto Goiás I, que é o que se está
operando hoje, foi feito num lugar bastante apropriado, e nós
estamos fazendo um espelhado bastante próximo para o Goiás
II, que é um complexo muito parecido com o que temos lá hoje.
Vamos duplicar a produção focando mais em alta concentração.
Quanto mais concentrado o produto, mais barato fica o frete.
Quanto mais conseguirmos diferenciar os produtos de Cubatão,
maior o valor agregado – então, absorvemos as diferenças de
custo em função do frete, pois são 800 quilômetros. A Anglo
American está adotando uma estratégia muito interessante ao
ampliar Catalão. Dificilmente alguém vai conseguir colocar um
produto no Cerrado – Goiás, Mato Grosso ou Tocantins – a um
preço equivalente ao nosso. E são produtos com qualidade muito
boa, melhor do que o importado.
Correia
transportadora
de cavacos
de madeira,
utilizados para
alimentar os
fornos que
reduzem a
umidade do
minério
EDIÇÃO 40 ANOS
Revista_Anglo_American miolo.indd 26-27
o controle
Recuo estratégico
das pragas
Hoje existem cerca de 3 mil hectares de florestas [de eucalipto]
para nosso consumo. Coordenamos e supervisionamos todas
as atividades de planejamento desses plantios e depois, numa
fase final, a colheita. Estabelecemos que a floresta vai ser colhida
em função de logística de transporte e do volume. Se eu quiser
replantar em uma área que colhi agora, tenho de saber em que
momento do ano devo fazer essa colheita para que consiga
levar a preparação dessa área para um novo plantio na época
adequada – o que geralmente ocorre entre outubro e janeiro.
Fazemos a colheita, picamos essa madeira, fazemos cavacos e
os utilizamos nas fornalhas para gerar calor, para secar o minério,
e também para as plantas de fertilizantes.
Neri Celso
Paulo Castellari
Florestas industriais
26
adequado e
Em 2009 houve uma grande reestruturação na Anglo American.
A empresa anunciou que iria vender uma série de ativos; esses
ativos foram reorganizados em um time, e a pessoa responsável
por esse time pediu para eu tocar o negócio de fosfatos e nióbio
com uma missão: separar e vender esses dois negócios. Foi
muito interessante porque, como fazíamos parte de um grupo
de empresas que ia ser vendido, passamos a ter uma série de
liberdades que os outros negócios não tinham – e os negócios
começaram a funcionar de uma forma melhor, mais eficiente.
Isso foi um grande aprendizado para mim: montamos um time
novo, com sangue novo, com pessoas muito focadas, fizemos um
programa de melhoria operacional e conseguimos adicionar muito
valor para esses negócios. Revitalizamos uma série de estudos
que estavam dormindo, repaginamos, demos uma roupagem
diferente para esses ativos, de tal forma que, quando acabamos o
plano para empacotar e vender, o Grupo decidiu não mais vender
e ficar com os negócios. Aí passamos para uma nova fase, a de
reintegrar esses negócios à Anglo American.
Elyseu Sousa Filho
O manejo
O FLORESCIMENTO DOS NEGÓCIOS
são requisitos
essenciais para
a manutenção
dos ciclos de
reflorestamento
27
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Cubatão, a volta por cima
Desde o século 16 há registros da ocupação
da região em que hoje está a cidade de
Cubatão. Era escala obrigatória de viajantes
e tropeiros que se dirigiam do Planalto
da Piratininga ao trecho litoral onde, dois
séculos depois (1892), começaria a ser
construído o Porto de Santos.
Historicamente dedicada à monocultura da
banana e ao extrativismo de tanino, Cubatão
tornou-se distrito do município de Santos até
conseguir sua autonomia, em 1948. A partir
de então, e na esteira do desenvolvimento
econômico suscitado pelo porto e pela
primeira autopista a ligar a capital do Estado
a Santos, Cubatão viveu um forte ciclo de
industrialização. O crescimento acarretou
problemas graves, tanto que nos anos 1980
foi considerada pela ONU a cidade mais
poluída do mundo. Dispostos a enfrentar
essa situação crítica, indústrias, comunidade
e governo conseguiram implantar programas
capazes de controlar até 98% dos
poluentes no ar. A consequência foi que,
em 1992, a mesma ONU outorgou a
Cubatão o título de “Cidade-Símbolo da
Recuperação Ambiental”.
O fosfato produzido pela Anglo American,
por sua vez, alimenta duas plantas químicas
– Catalão e Cubatão – que produzem ácidos
sulfúrico e fosfórico, fertilizantes granulados
e em pó, e ração animal. Toda produção é
vendida no mercado nacional, que há anos
mantém em firme expansão o volume das
safras. Em Catalão são processados 6
milhões de toneladas de minério por ano,
com um estéril de cerca de 11 milhões de
toneladas, para um volume de concentrado
final de 1,4 milhão de toneladas de fosfato.
O estéril vai para o depósito específico, onde
é feito um trabalho de drenagem para segurar
fisicamente o material e uma revegetação
com hidrossemeadura, para garantir sua
estabilidade. Em razão dos avanços da
tecnologia, esse material um dia voltará a ser
aproveitado. O que não foi economicamente
viável no passado poderá ser no futuro.
Conexão com o cliente
O produto da Anglo American tem qualidade superior.
Conseguimos entregar aos nossos clientes um produto
melhor, se comparado com o [oferecido pelo] mercado.
E existe o relacionamento também, um relacionamento
sempre muito aberto. Eu entro em contato com os
clientes, temos conversas, vou até eles, viajo, almoçamos
juntos – quer dizer, conseguimos mostrar ao cliente que
ele pode ficar seguro com nosso relacionamento. Fizemos
o Goiás I para atender o mercado de Goiás e agora
estamos aprovando uma fase da duplicação desse site,
para atender também o cliente que está ali, apostando
na gente. O diferencial é a qualidade de nosso produto e
nosso relacionamento, que cria valor para os dois lados.
Marcos Stelzer
Objeto de parceria da Anglo American com o Grupo Excibra,
a Copebrás hoje integra a Unidade Nióbio e Fosfatos, produzindo
fertilizantes fosfatados, bicálcicos e ácidos para fins industriais
Detalhe da
O mercado de nióbio é lucrativo por tratar-se de um produto usado
na produção de aços especiais de alta resistência mecânica e à
variação de temperatura, e para o qual não se conhece um substituto
competitivo. A produção de Catalão e Ouvidor é praticamente toda
exportada e faz da Anglo American uma das três maiores produtoras
de nióbio do mundo. Noventa por cento da água usada na produção
de nióbio é reutilizada. A Anglo American traça as diretrizes de
reutilização e a operação trabalha com metas bem definidas para
aumentar o reuso de água – metas, em geral, mais restritivas do que
as da legislação ambiental brasileira, mas adequadas a uma empresa
que trabalha para manter um negócio sustentável tanto do ponto de
vista socioambiental como nas relação com a comunidade.
planta industrial
de fertilizantes
e fosfatos de
Cubatão (SP):
o município
paulista recebeu
da ONU o título de
“Cidade-Símbolo
da Recuperação
Ambiental”
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O FLORESCIMENTO DOS NEGÓCIOS
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12/09/13 13:03
Catalão e Ouvidor
A Estação de
Tratamento de
Efluentes Líquidos
da planta de
Catalão garante o
reaproveitamento
de toda a água
utilizada, inclusive a
das chuvas, o que
minimiza a captação
de água nova de
poços profundos
e de cursos d’água
da região
No início do século 18, os bandeirantes chegaram pela primeira vez aos sertões
de Goiás, em busca de ouro. Sob a liderança de Bartolomeu Bueno da Silva,
filho mítico do bandeirante “Anhanguera”, os desbravadores atravessaram o Rio
Paranaíba, montaram um ponto de apoio na margem direita do Ribeirão Ouvidor,
e seguiram viagem atrás de seus sonhos de riqueza.
Atraída pelo clima ameno e pela qualidade do solo, uma parte da comitiva
decidiu permanecer no local e cuidar de uma lavoura destinada a reabastecer
os viajantes de passagem pela região. Registros históricos indicam que, a partir
de 1728, o povoado de Catalão tornou-se passagem obrigatória dos que se
arriscavam a penetrar no sertão goiano. Em 1833 o arraial foi elevado à categoria
de vila e, em 1859, chegou a status de cidade, como Comarca do Rio Paranaíba.
A denominação de Catalão foi adotada pelo município em 1938.
Ouvidor nasceu como um povoado, em 1922, junto aos trilhos da estrada de
ferro da Rede Mineira de Viação, que naquele trecho ligava de Monte Carmelo
(MG) a Goiandira (GO). Em 1948 tornou-se um distrito de Catalão e, seis anos
depois, ganhou a condição de município.
A Fenova
Empresa cidadã
(Fundação
Temos em Ouvidor um projeto da Secretaria de Ação Social que
atende 200 crianças, mantido exclusivamente pela Anglo American
e pela Prefeitura. Como a empresa vê que é um projeto sólido, ela
quer apoiar – e a parceria com a Anglo American nesse caso é
extremamente importante. A empresa disponibiliza um recurso que dá
para manter o projeto o ano inteiro. Em 2013 iniciamos aulas de balé,
teatro, violão, pintura, futebol e atividades coletivas. Temos também
o projeto Academia dos Adultos, mantido pela Secretaria de Saúde
e pela Anglo American, para prevenção de diabetes e hipertensão.
A empresa paga os trabalhadores e os aparelhos de ginástica. Seria
muito fácil chegar, doar o dinheiro e virar as costas. Mas não a Anglo
American: eles têm prazer em acompanhar. Pessoas de Londres
vieram conhecer nossos projetos e o presidente da Unidade Nióbio
e Fosfatos da Anglo American no Brasil veio conhecer o trabalho em
Ouvidor. Isso é carinho, é zelo. É valorizar o que a gente faz. E nós
queremos mostrar que o dinheiro que eles estão colocando lá está
melhorando a vida das pessoas da cidade.
Espírita Nova
Vida), parceira
social da Anglo
American em
Catalão, oferece
a jovens a
inclusão social
através da
música
Vivian Felício Galdino
30
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OFLORESCIMENTODOSNEGÓCIOS
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12/09/13 13:03
Mudanças institucionais
A virada do milênio
O ano de 1999 foi decisivo para a consecução de uma nova estrutura
institucional da Anglo American. Com o fim do regime do apartheid
na África do Sul, decretado em 1990, e a crescente globalização
dos mercados e dos sistemas produtivos, o novo cenário exigia uma
gestão mais ágil e um olhar cada vez mais acurado para identificar
novas oportunidades de negócio. Foi decidida a fusão entre a Minorco
e a Anglo American para a criação de uma empresa global, a Anglo
American plc, listada na Bolsa de Londres e, de forma secundária,
na de Johanesburgo. Para tanto, acionou-se o Projeto L, uma
complexa operação corporativa com vistas ao aprimoramento de sua
governança e à preparação da empresa para negociar seus papéis
na Bolsa londrina. A empreitada obteve ótimos resultados e foi a base
que, mais tarde, contribuiu para consolidar as operações mundiais do
Grupo sob uma única marca e um mesmo conjunto de valores.
A primeira década do terceiro milênio
encontrou a operação brasileira da Anglo
American em franca expansão, animada com
os rumos da economia e com a estabilidade
política do país. Planos de expansão,
conquista de novos mercados e projetos
inovadores marcaram esse período, com
destaque para o aumento da produção de
fosfatados, incremento na produção de níquel
e a efetivação de novos projetos, como o
complexo de Barro Alto e o Projeto Minas-Rio.
Em outubro de 2010, sob o conceito “Uma só Anglo American,
mais forte e mais competitiva”, foi lançada a nova identidade visual
corporativa que desde então alinha todas as unidades de negócio
do Grupo e traduz a ambição da Anglo American em ser líder global
em mineração. O slogan adotado – “Mineração e pessoas que fazem
a diferença” – expressa a coragem em assumir as convicções da
companhia, o compromisso com o debate de ideias e com a inovação,
e a aposta consciente em pessoas e parcerias na busca cotidiana de
soluções que agreguem valor aos negócios.
Em 2007, a Anglo American fez uma revisão
em seu portfólio e decidiu investir em
minério de ferro, um produto que não era tão
expressivo em sua carteira. As aquisições
do Projeto Minas-Rio e de 70% do Sistema
Amapá (ambos da Mineração e Metálicos
S.A – MMX) foram então efetuadas para
consolidar a posição da Anglo American
entre os principais players mundiais do
mercado transoceânico de minério de ferro. A
participação no Sistema Amapá foi vendida,
em janeiro de 2013, para a Zamin Ferrous Ltd.
Já o Projeto Minas-Rio encaixa-se à perfeição
no que a empresa chama de ativo de classe
mundial: reserva mineral de bom volume e
qualidade, o que garante longevidade ao
negócio, e a adoção do mineroduto como
modal logístico, o que reduz fortemente os
custos de produção e viabiliza o negócio.
O Brasil voltou a ser considerado uma
área estratégica de resultados pelo Grupo
Anglo American. Aliado à estabilidade
política e econômica, o País dispõe de
mão de obra qualificada em mineração e
conta com depósitos minerais de qualidade,
adequados ao portfólio global do Grupo
Anglo American. De 2007 a 2014, o Grupo
terá investido cerca de R$ 35 bilhões no
Brasil, o maior aporte de uma empresa
multinacional no setor de mineração.
Ademais, o País hoje abriga importantes
investimentos da companhia: a planta de
níquel de Barro Alto, em operação desde
2011; as ampliações na produção de nióbio
e fosfatos; e o Projeto Minas-Rio, para
exploração de minério de ferro no interior
de Minas Gerais, desembocando no litoral
do Rio de Janeiro, reconhecido como o
maior investimento – US$ 8,8 bilhões, na
fase de implantação – em nível global do
Grupo Anglo American.
“
A Anglo
American é uma
jogadora mundial.
Onde existe uma
oportunidade, no
Brasil ou fora, ela
sabe aproveitar.
Sempre que há
oportunidades
reais de negócio,
ela encara e busca
concretizá-lo.”
Sebastião
Elias Barbosa
Uma única empresa
A Anglo American tinha empresas no mundo todo, mas cada uma mantinha sua própria
identidade. No Brasil havia a Copebrás, que fazia questão de manter o nome; havia a Codemin,
a Morro do Níquel; no Chile, a Mantos Blancos, e na Irlanda, a Lisheen. Essa estrutura regional
acabou em 1999, quando fizeram a listagem na Bolsa de Londres, e aí mudou tudo, porque
vem a influência direta da Anglo American em termos de holding mundial. Todas as diretrizes
começaram a vir de Londres e a Anglo American virou uma empresa global. Quando a CEO
Cynthia Carroll assumiu [em 2007], lançou o Projeto One Anglo em 2008-2009. Foi uma ação
bem-sucedida de conseguir uma identidade única. Ficaram as marcas comerciais, mas agora
tudo era Anglo American. O Projeto One Anglo deu certo. E, quando foi lançado, a empresa
aproveitou para divulgar o conjunto de valores que deve guiá-la pelo mundo todo. São seis os
valores da Anglo American: segurança, preocupação e respeito, integridade, responsabilidade,
colaboração e inovação.
Projeto MinasRio consolida
uma nova fase
na trajetória da
Anglo American
no Brasil
Ernesto Katsurayama
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EDIÇÃO 40 ANOS
Revista_Anglo_American miolo.indd 32-33
O FLORESCIMENTO DOS NEGÓCIOS
33
12/09/13 13:03
Reconhecimento
e estímulo
A Anglo American tem um programa global de
reconhecimento, o Programa Aplausos. No
primeiro ano, em 2010, minha equipe recebeu
várias indicações: projeto com mulheres, projeto de
piscicultura, apicultura, de alfabetização, projetos
de educação e saúde. Em 2011, tive a felicidade de
ser indicada como uma das finalistas na categoria
Sustentabilidade pelo conjunto da obra – ou seja,
por todos os projetos que minha equipe havia
implantado no Estado do Amapá, em um trabalho
de gestão social que [consiste em] aplicar as
políticas e os requisitos sociais da Anglo American.
O Sistema Amapá evoluía muito nesses requisitos
e, em 2011, fui finalista global representando a
Unidade de Negócio Minério de Ferro Brasil. Por
esses projetos, fui identificada como uma das
pessoas da empresa que poderia colaborar com
o Projeto Minas-Rio, o que para mim foi – e está
sendo – superdesafiador.
Construção e
recuperação
da encostas
da Estação
de Bombas
2 do Projeto
Minas-Rio, sob
responsabilidade
da Unidade de
Negócio Minério
Osiani de Moraes
Quando estiver em operação plena, o terminal de
47 embarcações. Será o principal canal de exportação
minério de ferro do Porto do Açu, em São João da Barra
do minério de ferro trazido pelo mineroduto construído
(RJ), terá 17 km de píer e capacidade para receber até
pela Anglo American, no escopo do Projeto Minas-Rio
de Ferro Brasil,
Conhecimento completo
em Santo Antônio
do Grama (MG)
O Projeto Minas-Rio é a maior obra civil em
andamento no País. O projeto é grandioso, difícil
de colocar em prática, e por isso ele é apaixonante.
Estamos confiantes que vamos entregá-lo em 2014.
A Anglo American hoje tem um conhecimento do
Projeto que nunca teve. Quando fechou o contrato
para construção do mineroduto, nós sequer
sabíamos exatamente onde o mineroduto iria passar.
Hoje nós sabemos tudo, sabemos os desafios que
temos pela frente – que são muitos –, mas sabemos
o que queremos, onde queremos ir e o que temos
de fazer. Fui ao Porto de Açu no início das obras
e voltei recentemente, e aí você vê aquele negócio
todo construído. É gostoso. A Conceição do Mato
Dentro eu fui quando não havia nada, e hoje está
tudo construído. Dá um orgulho danado na gente
ver aquilo tudo. E já começamos a sonhar com
isso operando daqui a um ano. É um dos maiores
projetos de minério de ferro do mundo.
Sob responsabilidade da Unidade de
Negócio Minério de Ferro Brasil, o Projeto
Minas-Rio terá capacidade de produção
anual estimada em 26,5 milhões de
toneladas de finos de minério de ferro de
qualidade premium (com teor de cerca de
68%), com possibilidade de expandir duas
ou três vezes esse volume. A maior parte de
seu destino é o mercado externo. A partir
de uma mina e unidade de beneficiamento
localizada em Conceição do Mato Dentro e
Alvorada de Minas (MG), respectivamente,
o produto será transportado até o Porto
de Açu, em São João da Barra (RJ), por
meio de um minerotudo de 525 quilômetros
de extensão, que atravessa 32 municípios
mineiros e fluminenses. É o maior projeto
desse tipo no mundo. O primeiro
embarque de minério de ferro está previsto
para o final de 2014.
Visão de futuro
Por onde passa o mineroduto, o impacto não é tão grande. Nós
temos mais de 5 mil contratados na região de Conceição do
Mato Dentro e reconhecemos que nosso impacto é significativo.
Mas temos várias ferramentas – reconhecidas mundialmente
– para nos guiar em termos de minimizar esses impactos.
Estamos fazendo relacionamentos duradouros e investimentos
de longo prazo. Nossa visão não é de curto prazo – seja nos
relacionamentos com as comunidades, no desenvolvimento
dos fornecedores ou nas questões do meio ambiente.
Começamos a pensar no programa de fechamento da mina
quando ainda nem abrimos a mina. Por isso, uma das questões
fundamentais do DNA da Anglo American é exatamente o tema
sustentabilidade.
Pedro Borrego
Gerson Rêgo
34
EDIÇÃO 40 ANOS
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O FLORESCIMENTO DOS NEGÓCIOS
35
12/09/13 13:03
Ouro, petróleo, minério de ferro
Experiência única
Vista aérea das
O mineroduto é um dos modais de transporte mais eficientes
existentes no mundo, com baixo impacto ambiental e baixo custo
de operação – o que agrega valor ao produto. A polpa de minério
viaja com velocidade média de 6 a 7 quilômetros por hora, 24
horas por dia, 365 dias por ano. É como se fosse uma pessoa
andando um pouquinho mais rápido, quase correndo, saindo da
mina e indo até o porto. Temos uma estação de bombeamento, a
EB1, localizada em Conceição do Mato Dentro, que dá energia
para a polpa viajar 250 quilômetros até a região de Santo Antônio
do Grama, onde está a EB2. Depois temos uma estação de válvula
na divisa de Minas Gerais com o Rio de Janeiro, que controla a
pressão hidráulica do sistema, fazendo com que a polpa chegue
à estação terminal, no porto, na velocidade segura. É fantástico
viver uma experiência desse tamanho em Minas Gerais, com essa
diversidade, com uma série de interfaces que temos de ter com
empresas contratadas, com comunidades, paróquias, fazendas e
sítios. Além da experiência técnica, do orgulho que dá construir
um projeto desse tamanho, há a experiência do relacionamento
com as pessoas, do aprendizado. Estamos na reta final: é
extremamente importante para a Anglo American concluir no
prazo e dentro do orçamento. Esse minério vai para os principais
mercados consumidores de ferro do mundo. A Anglo American
vai se tornar um grande player de minério de ferro no mercado
mundial após a conclusão do Projeto Minas-Rio.
obras da planta de
beneficiamento do
Projeto Minas-Rio
A região onde hoje se localiza Conceição do Mato Dentro surpreendeu
os bandeirantes que por ali passaram, no início do século 18, pela
abundância de ouro que aflorava à beira dos cursos d’água que
desciam dos altos da Serra da Ferrugem e dos espigões do Campo
Grande e Cotocori. Em 1702, o bandeirante Gabriel Ponce de Leon
decidiu iniciar o povoamento do lugar e logo mandou construir uma
capela em homenagem a Nossa Senhora da Conceição.
O povoado prosperou com a mineração. Com o fim das lavras, sua
economia girou em torno da agricultura de subsistência e da pecuária.
Em março de 1850, o arraial foi elevado a vila, com a denominação de
Conceição; em outubro de 1851 tornou-se cidade, com o nome de
Conceição do Serro; até que, em 31 de dezembro de 1943, passou a
se chamar Conceição do Mato Dentro.
Na outra ponta do mineroduto Minas-Rio, São João da Barra começou
a ser povoada a partir de 1630, com a economia baseada na pesca,
navegação, pecuária e cana-de-açúcar. Localizado junto à foz do Rio
Paraíba do Sul, em 1676 o povoado foi elevado à categoria de vila e
já no século 18 era considerado um importante porto da região, que
ajudava a escoar a produção açucareira do norte fluminense.
Em 1850, o imperador D. Pedro II concedeu status de cidade à antiga
vila, agora batizada como São João da Barra – e o lugar conheceu
o seu apogeu. Os bons ventos da economia local voltaram a soprar
a partir do início dos anos 1970, quando a cidade beneficiou-se dos
royalties da produção de petróleo e em seguida tornou-se um município
produtor. No século 21, a construção do Porto de Açu prenuncia uma
nova arrancada do desenvolvimento de São João da Barra.
“
Estamos falando de
alguns anos do Projeto
Minas-Rio, que na Anglo
American é o caçula. Estamos
construindo a Unidade de
Negócio Minério de Ferro
Brasil, que vai permitir que
a Anglo American seja muito
presente no Brasil e que as
pessoas tenham orgulho de
trabalhar aqui. ”
Fernando Lage
Empregados da Anglo American
em atividade na área de moagem
em Conceição do Mato Dentro
Alberto Vieira
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EDIÇÃO40ANOS
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OFLORESCIMENTODOSNEGÓCIOS
37
12/09/13 13:03
SUSTENTABILIDADE
E RESPEITO
O trabalho dos geólogos é de
importância capital para a atividade
de mineração. O objetivo permanente
é identificar os depósitos e assegurar
que os minerais possam ser obtidos
de forma sustentável, com geração
de valor para a empresa aliado ao
mínimo impacto ambiental possível
Embora muitas vezes não se preste atenção a isso, o fato é que
a mineração faz parte da vida das pessoas, mesmo nas situações
mais banais. Do trabalho dos geólogos à exploração da mina, do
beneficiamento do minério à entrega do produto à indústria de
transformação, as atividades da Anglo American inserem-se em um
ciclo de benefícios que, ao longo dos anos, vêm sendo incorporados
ao cotidiano das sociedades. Toda peça de aço inoxidável – presente
nos transportes, nos hospitais, nos telefones celulares ou nas cozinhas
domésticas – traz o minério de ferro e o níquel em sua composição; toda
a estrutura de aços especiais submetida a situações críticas – como
plataformas de petróleo, aeronaves e motores – tem algum nióbio, além
do minério de ferro; todos os alimentos produzidos pela agroindústria
utilizam fertilizantes e rações em seu processo de produção.
Por outro lado, a ação de levar o minério da mina à sua destinação
final – isto é, ao dia a dia das pessoas – implica riscos, provoca
impactos socioambientais e requer atenção extrema tanto nas
questões relativas à segurança e manutenção adequada da operação
industrial, como nas relações da empresa mineradora com as
comunidades em que está inserida. A Anglo American tem a exata
consciência disso, e seu compromisso com as boas práticas de
uma mineração responsável faz com que a empresa invista pesado
no entorno de seus negócios. O objetivo é cuidar da segurança
das pessoas, em todos os sentidos, e controlar proativamente os
inevitáveis riscos ambientais acarretados pela mineração. Essa é
uma preocupação permanente da Anglo American.
Um dos
fundamentos
da atuação
responsável da
Anglo American é
a sua permanente
preocupação
em manter um
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EDIÇÃO 40 ANOS
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Em Niquelândia e Barro Alto, a companhia tem contribuído
decisivamente para o desenvolvimento comunitário por meio de
parcerias com o poder público e organizações do terceiro setor.
É o caso das ações educativas em prol da segurança da saúde
sexual e reprodutiva, que também são aplicadas na área do Projeto
Minas-Rio. A instalação de unidades-modelo do Sesi e Senai nas
duas cidades goianas e a parceria dessas entidades com a Anglo
American na mineira Conceição do Mato Dentro são também
exemplos visíveis dessa postura. Em Catalão e Ouvidor, municípios
que também se beneficiaram muito com a presença da Anglo
American, as operações de lavra e beneficiamento são desenvolvidas
sob os mais rígidos padrões de segurança e de respeito ambiental.
O mesmo se dá em Cubatão e em toda a malha logística que
interliga a atividade da empresa com seus mercados.
relacionamento
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SUSTENTABILIDADE E RESPEITO
respeitoso e
proativo com as
comunidades do
entorno de suas
operações
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“
A equipe de exploração é
quem primeiro chega. Ela é muito
importante por ser a implantação
do nome da empresa no local.
Se chegar bem, contribui para o
sucesso do projeto; se não faz isso,
vai ganhar um problema grande.”
Romero Queiroz
No Projeto Minas-Rio, da mina ao porto a estimativa é que a
operação impacte perto de 1 milhão de pessoas. Apenas esse
dado aumenta exponencialmente as responsabilidades da
empresa que patrocina o projeto. A Anglo American sabe disso
e desenvolve nos municípios de Conceição do Mato Dentro,
Alvorada de Minas, Dom Joaquim e Serro – localizados na área
da mina e do beneficiamento – um Plano de Controle Ambiental
composto por 34 programas distribuídos em três grandes grupos:
meio físico (água, solo e atmosfera), meio biótico (flora e fauna) e
meio socioeconômico (saúde, segurança, educação, infraestrutura,
emprego e renda, moradia e economia de modo geral). Em
paralelo, implementou um programa de estímulo a fornecedores
locais e outro de capacitação de mão de obra local, para
reverter às comunidades as oportunidades de trabalho e negócio
suscitadas pelo Projeto. Além disso, a Anglo American mantém
programas de controle ambiental ao longo do mineroduto e outros
relativos ao licenciamento do Porto de Açu.
Em todos os projetos, somem-se as ações locais dos programas
para assistência e prevenção de HIV/Aids, uma iniciativa pioneira da
Anglo American que foi adotada como política mundial do Grupo.
Projeto social
voltado para
Herança benigna
a educação
desenvolvido
Temos que sempre pensar no legado que a mineração
deixará para a comunidade. Por exemplo, ajudamos um
projeto de crianças carentes em Catalão, que hoje atende
200 crianças, mas é preciso também deixar uma capacidade
de desenvolvimento socioeconômico e não só ajudar um
determinado projeto. Deixar um legado é promover o crescimento
da comunidade e desenvolver novos negócios. Em termos de
fertilizantes para o agronegócio, o Brasil hoje é a grande força
mundial. O País tem possibilidade de se tornar o maior produtor
de grãos do mundo: tem tecnologia, clima adequado, terra
disponível e duas safras por ano. A Anglo American se encaixa
muito bem nisso pela sua posição geográfica e pela capacidade
que temos de aumentar a produção, ajudando o Brasil nesse
crescimento. A demanda sempre vai existir – o povo tem que
comer. Ao se posicionar forte no fosfato, no nióbio, no minério
de ferro e no níquel, a Anglo American terá um futuro muito mais
brilhante do que teve até aqui.
pela Anglo
American visando
a sustentabilidade
do local onde atua
Ruben Fernandes
Apoio pleno
A Reprolatina [Soluções Inovadoras em Saúde Sexual e
Reprodutiva] utiliza uma metodologia participativa. Fazemos
visitas para ver o que a população precisa e em que nós
podemos contribuir tecnicamente para apoiar as pessoas
locais, implementar políticas públicas e melhorar os programas
de saúde sexual e reprodutiva. Foi assim em Barro Alto.
Começamos um projeto e todas as pessoas entrevistadas na
primeira visita falaram que o grave problema era a gravidez
na adolescência. Então elaboramos uma proposta, que foi
aprovada, e começamos [a trabalhar]. No Projeto Minas-Rio, o
problema era a saúde sexual e reprodutiva como um todo – não
só de adolescentes, mas dos adultos, dos trabalhadores. Os
dois projetos começaram em 2010.
Maria Margarita Diaz
Crescer junto
A Anglo American sempre se preocupou muito com segurança;
este valor é muito forte na empresa: ou você se enquadra ou está
fora. Também encontrei na Anglo American muitos dos valores
pessoais que eu já trazia da minha família, como a transparência,
o diálogo com as pessoas, a questão ética. Isso me ajudou a
crescer como pessoa e como profissional, por ter conseguido
identificar na empresa o que já trazia da minha educação
de casa. Temos uma metodologia de trabalho que é ser
transparente, ser paciente e entender a comunidade para ajudar
a desenvolvê-la. Acompanhamos as histórias de vida de pessoas
que nasceram ali, se criaram, casaram, criaram as suas famílias.
Além de ser empregada da Anglo American, eu também sou da
comunidade. Se eu faço um bom trabalho, isso vai beneficiar a
mim, minha família e as pessoas da comunidade. É uma troca de
experiências: nós aprendemos muito com elas porque elas têm
muito a nos ensinar. Para a empresa, é uma experiência positiva
em Ouvidor e Catalão. O nosso desejo é crescer e queremos
que as comunidades cresçam com a gente. Temos um processo
denominado SEAT [Socio-Economic Assessment Toolbox],
uma caixa de ferramentas de avaliação social que levamos às
comunidades para buscar o que elas querem. São entrevistadas
várias pessoas, de vários segmentos, e diante da percepção
do que as pessoas precisam, dos nossos impactos positivos e
negativos, fazemos um plano de engajamento com a comunidade
que é trabalhado durante três anos, e revisto logo depois disso.
A Anglo American
Brasil desenvolve
em parceria com
a Reprolatina
um projeto de
três anos nas
comunidades
de Barro Alto
(GO), Conceição
do Mato Dentro
(MG), Alvorada
de Minas (MG)
e Dom Joaquim
(MG), atuando na
capacitação para
diminuição das
desigualdades
de gênero
Maria Ângela Andrade da Costa
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SUSTENTABILIDADE E RESPEITO
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Motivação compartilhada
Reprolatina em Barro Alto
A Anglo American ajuda muito a comunidade e apoia
projetos. Eu faço parte de um, denominado “Chute, Tabela
e Chuá”, destinado a cadeirantes que jogam basquete.
Por meio desse projeto, surgiu uma entidade de pessoas
portadoras de deficiência – hoje temos uma associação. A
Anglo American me ajudou a descobrir os meus colegas,
me motivou, e eu sei que sou motivação para muitos,
porque hoje trabalho em uma empresa reconhecida. Sou
responsável por passar os EPIs [Equipamento de Proteção
Individual] corretos para cada situação. A segurança é o
primeiro valor da Anglo American. Trabalhamos todos os
dias conscientizando os empregados da importância da
segurança, porque uma mineradora trabalha em áreas de
risco. Os empregados são muito bem orientados e têm
uma sistemática boa de trabalho em relação a isso. Todos
usando o EPI correto para cada atividade e não exercendo
função para a qual não tenham sido treinados.
Nunca esqueci de uma assistente social que entrevistei na primeira
visita. Perguntei: “Quais são as necessidades de vocês?” Ela
disse: “Muitas, porque, até dois ou três anos atrás, Barro Alto
era uma fazenda e, de repente, chegaram muitos homens pela
mineradora. Hoje isso virou uma cidade. Antes todo mundo se
conhecia e agora está diferente”. A cidade não estava preparada
para receber uma quantidade grande de homens. São pessoas
que vêm de outras culturas e trazem estilos de vida diferentes para
um lugar que tem toda uma dinâmica de vida [própria]. Quando
chegam, acontecem duas coisas: tanto os homens vão buscar
mulheres para ter relações sexuais, como as mulheres vão buscar
homens para conseguir sair da cidade. Na pesquisa que fizemos
nas escolas, em 2010, para quase 50% dos adolescentes o
projeto de vida era sair da cidade. Coisa que hoje mudou, porque
estão vendo que, com a Anglo American, eles têm um projeto de
vida para ficar na cidade. Isso antes eles não viam.
Reprolatina em Barro Alto treina
promotores, voluntários adolescentes
e profissionais de saúde e discute o
Keila Aparecida dos Santos
Maria Margarita Diaz
papel da mulher na sociedade
Legado responsável
Nós [de Pedra Dourada, MG] ganhamos um prêmio da
Anglo American como melhor administração do Brasil, no
projeto “Mão Amiga”, em que a empresa foi parceira: o
município entrou com os galpões para fazer a confecção
e a Anglo American doou as máquinas. Fizemos parcerias
com a iniciativa privada e hoje tem roupa de Pedra Dourada
espalhada pelo Brasil todo. [O foco é] principalmente a
mulher. Em um município pequeno, o homem vai para a
zona rural ou tem outros serviços para fazer, mas a mulher,
não. Ela ficava em casa ou ia para casas de família para
tomar conta de crianças e ganhar pouco. Hoje, nós as
empregamos. Além isso, [a Anglo American] formou vários
profissionais. Hoje temos motoristas de Pedra Dourada
que não tinham condições de trabalhar em uma empresa
maior, [fizeram os cursos], conseguiram entrar na Anglo
American e hoje são profissionais motoristas que trabalham
em várias empresas da região. Para Pedra Dourada foi
excelente, não temos o que reclamar, muito pelo contrário:
temos que agradecer pela passagem da Anglo American e
pelo o que ela fez pela nossa região. Para o município, ela
só deixou vantagens.
Pedra Dourada,
uma das cidades
por onde passa
o mineroduto,
também
beneficiada pelas
atividades da
Anglo American.
A imagem do
galpão acima
é do Projeto
Mão Amiga,
desenvolvido em
parceria com a
Anglo American
Silvanir Simplício de Andrade
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SUSTENTABILIDADEERESPEITO
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O preço do sonho
A Anglo American repudia qualquer tipo de discriminação
social. A companhia oferece oportunidades a todos,
e a todos dedica o devido respeito. As mulheres, por
exemplo, têm assumido com desenvoltura muitas das
funções antes exercidas apenas por homens
Conhecimento, vontade e superação: profissionais
mais experientes da Anglo American ministraram
treinamento para as novas operadoras de máquinas
O sonho das pessoas de uma pequena comunidade
é ter um emprego em uma grande indústria, como a
Anglo American. Quando formamos a primeira turma
de operadores de processos químicos [no Senai de
Catalão], que é um curso inovador no País, e aquela
pessoa foi encaminhada para o mercado de trabalho,
não há nada que pague a satisfação, pois ela vai ter
o seu emprego e vai poder dar uma qualidade de
vida melhor para os seus filhos. Muitas vezes me
deparei com alunos e ex-alunos que, ao final do ano,
me mostravam que tinham comprado um carro, ou
a sua primeira moto. Fui surpreendida muitas vezes
por convites de casamento, pois, em função daquele
emprego, ele poderia constituir uma família. Pude
também ter a felicidade de receber a notícia de que,
a partir daquele curso, muitos passaram no vestibular
e estavam dando sequência ao aprendizado em um
curso superior. Você muda a vida daquela pessoa, da
família e da comunidade. Trabalhamos com os sonhos
das pessoas – e, quando você os realiza, é uma
satisfação indescritível.
Misclay Marjorie Correa da Silva
pesadas, em Barro Alto
Inovação,
40 anos de valores reafirmados
As primeiras quatro décadas de atividades da Anglo American
no Brasil constituem um testemunho histórico relevante de como
uma empresa de mineração pode gerir seus negócios de forma
sustentável, buscando valor para si e para os clientes e parceiros,
mas, sobretudo, respeitando as pessoas, as comunidades e
o meio ambiente. Isso só foi possível em razão dos valores
que regem a companhia, identificados na atuação de quase
100 mil empregados diretos que exercem suas atividades em
cinco continentes do globo. Em resumo, são eles: Segurança,
Inovação, Colaboração, Integridade, Preocupação e Respeito,
Responsabilidade. Termos simples que expressam um negócio
complexo, tocado por pessoas conscientes do significado do seu
trabalho para a vida das sociedades.
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SUSTENTABILIDADE E RESPEITO
responsabilidade
social,
sustentabilidade
e respeito:
“Anglo American:
Mineração
e pessoas
que fazem a
diferença”
45
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Jogo limpo
Busca da liderança
A Anglo American passa uma imagem muito
forte de tranquilidade e de credibilidade. E
você acaba trazendo isso para a vida pessoal.
O aprendizado fundamental é justamente
essa forma de como ela faz as coisas
acontecerem, porque não é uma empresa
que suga os empregados, que sacrifica
empregos, que faz as coisas a qualquer
custo. A Anglo American tem metas muito
claras.
A Anglo American faz a diferença no Brasil,
e quem nela trabalha se sente honrado
de poder fazer parte dessa empresa
diversificada, que sempre está nos mercados
lutando, e que vai chegar a ser líder da
mineração. A Anglo American é uma escola.
Divair Ribeiro de Souza
Com base em seis
Equipe afinada
valores pétreos
(Segurança,
Se a equipe não estiver motivada, se não
estiver alinhada em relação ao objetivo que
deve ser alcançado, então o resultado não
vai sair conforme o esperado. As pessoas
precisam se sentir bem, felizes em estar
fazendo aquilo. E isso é alcançado se
tivermos um ambiente de trabalho com
transparência e respeito.
Inovação,
Colaboração,
Integridade,
Preocupação
e Respeito,
Responsabilidade),
A partir da parceria com a Anglo American,
as crianças de Catalão conquistam novas
possibilidades de desenvolvimento humano
Rosângela Martins da Silva Chaves
Fonte de inspiração
A Anglo American é uma empresa realizadora
de sonhos. Com 40 anos no mercado, tem
o senso de responsabilidade, de ética,
de compromisso com o meio ambiente
e, principalmente, compromisso com o
ser humano, além de contribuir para o
desenvolvimento do país. É uma história
inspiradora para qualquer cidadão.
Misclay Marjorie Correa da Silva
o Grupo Anglo
Daniel Caixeta
American ambiciona
a máxima excelência
Prêmio concedido à
no dia a dia para ser
líder na indústria de
mineração
Reputação reconhecida
Anglo American pela
A Anglo American é uma empresa boa
de trabalhar, tem uma visão muito boa de
negócios, o mundo inteiro a conhece. Onde
existir uma oportunidade de a Anglo American
estar presente, ela estará ali – e sempre
se preocupando com o funcionário, com o
visitante, com as comunidades que a rodeiam
e que interagem com os seus processos. É
uma empresa que dá oportunidades e que
enxerga as oportunidades.
empresa modelo
revista Exame como
em sustentabilidade.
Listada no
Guia Exame de
Sustentabilidade,
a empresa foi
escolhida como a
Empresa Sustentável
do Ano 2012 por
um rol de juízes da
João Inácio da Silva
própria revista e da
Fundação Getúlio
Vargas (FGV)
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SUSTENTABILIDADE E RESPEITO
47
12/09/13 13:03
Comemorar 40 anos de trabalho profícuo
no Brasil, e de relações transparentes
com seus stakeholders, tem um sentido
maior do que a mera celebração. Para a
Anglo American, esse marco significa a
renovação do desafio cotidiano de buscar
mais eficiência, mais qualidade e mais
valor nas suas operações. Seu histórico de
realizações a autoriza a olhar o futuro com
renovada confiança.
“
40 anos significa bastante coisa,
porque é uma vida! Cada ano,
cada dia é importante.”
Liomar Vidal
O que vem pela frente
Estamos fazendo uma expansão no nióbio e preparando
uma expansão para o fosfato, no sentido de um negócio
muito mais robusto e comparável com outros negócios da
Anglo American. O Brasil se fortalece muito com esses
negócios e com o nível de investimento que está sendo
proposto. Isso vai mudar muito a cara da Anglo American
nos próximos 40 anos.
Ruben Fernandes
No radar
A Anglo American, mais do que qualquer outra
empresa não brasileira, está muito bem preparada
para atuar no Brasil. Com toda a nossa história, com
toda essa experiência acumulada, a empresa adquiriu
muito conhecimento de como viver e conviver aqui
dentro. Tem muita lição aprendida. E, se olharmos
para o mundo, onde existem mais oportunidades de
mineração? Austrália, África e Brasil.
Walter De Simoni
Memória preservada
É claro que não se dirige olhando para o retrovisor,
mas o retrovisor está lá, por alguma razão. Não
quer dizer que você vá olhar só para trás, e que isso
determine o que será lá na frente. Mas não podemos
perder a memória. É importante celebrar tanto tempo
de Anglo American [no Brasil] com uma série de
coisas acontecendo no País: o Projeto Minas-Rio, o
restabelecimento dos negócios fosfato e nióbio, o
projeto Barro Alto, [tudo isso] dando uma cara nova
para o que a Anglo American é.
Paulo Castellari
História de vida
Para mim a Anglo American é a empresa dos sonhos,
da superação, da motivação. Se não tivessem me dado
essa oportunidade, hoje eu não estaria aqui contando a
minha história.
Crédito de imagens
Acervo Anglo American - índice foto
2; p. 11 (acima); p. 13 (acima e
meio); p. 15 (acima); 16 (abaixo);
p. 18 (acima); p. 19; p. 22; p. 25;
p. 34; p. 36; p. 43; p. 47 (acima).
Acervo Comunicação Interna Anglo
American - depoente contra-capa 14.
Acervo Pessoal de Ernesto
Katsurayama: p. 13 (abaixo).
Acervo Pessoal de Silvanir Simplício
de Andrade: p. 42 (ambas)
Acervo Reprolatina: depoente da
terceira capa 1.
Alberto Parra / Acervo Anglo
American: p. 20 (acima).
Alex Malheiros/ Acervo Senai
Goiás: p. 44 (ambas)
Arnaldo Pereira/Vialuz - depoentes
1 a 5 contra-capa; depoentes
7 a 13 contra-capa; depoentes
contra-capa 15 a 20; depoentes
contra-capa 23 e 24; depoentes da
terceira capa 2 a 24.
Arquivo Mineração Velho S.A.
IN: MARTINS, R. B; BRITO, O.
E. História da Mineração no
Brasil. São Paulo: Empresas das
Artes, 1989. p. 49; p. 09 (dir.).
Centro de Memória Morro Velho /
AngloGold Ashanti - p. 03 (foto 1);
p. 08 (todas)
Charlie Fawell/ Acervo Anglo
American: p. 03 (foto 4); p. 11
(abaixo); p. 12 (abaixo); p. 14; p. 16
(acima); p. 17; p. 20 (abaixo); p. 21;
p. 23; p. 24; p. 26; p. 27; p.28; p.
29; p. 30; p. 37; p. 40.
Evandro Fiuza/ Acervo Anglo
American: p. 35.
Fê P. Prado - depoentes contracapa 21 e 22.
FERDINAND DENIS. Le Brésil.
(Paris; Firmin Didot Frères, 1846).
IN: MARTINS, R. B; BRITO O.
E. História da Mineração no
Brasil. São Paulo: Empresas das
Artes, 1989. P. 21: p. 07.
Agradecimentos
Flávia Valsani - depoente contracapa 06; p. 12 (acima); p. 31.
Global Photo Shoot / Acervo Anglo
Amercian: p. 03 (foto 3); p. 10;
p. 15 (abaixo); p. 18 (abaixo); p. 33;
p. 38 (ambas); p. 39; p. 45; p. 46;
p. 47 (abaixo)
JERONYMO DE A. FIGUEIRA
MELO. Modo de minerar e lavar
diamante (Cópia da Original de
1775, 1934). IN: MARTINS, R.
B; BRITO O. E. História da
Mineração no Brasil. São Paulo:
Empresas das Artes, 1989. p. 35:
p. 04 (abaixo).
JOHN MAWE, Travels in the
Interior of Brazil, particularly in
the Gold and Diamonds Districts
of That Country, by Authority
of Prince Regent of Portugal,
including a Voyage to the Rio
de La Plata and the Historical
Sketch of the Revolution of
Buenos Ayres (London: Printed for
Longman, Hurst, Rees, Orwe and
Brown, Paster Noster – Row, 1812).
IN: MARTINS, R. B; BRITO O. E.
História da Mineração no Brasil.
São Paulo: Empresas das Artes,
1989. P. 25. : p. 04 (acima).
Reprodução de informativo/ Acervo
Reprolatina: p. 41.
Revista Kosmos - Ano IV - Número
10 - Outubro de 1907: p. 08 (acima).
SPYX e MARTIUS, Viagens
pelo Brasil. Tomo II (Edições
Melhoramentos, 1817-1820).
IN: MARTINS, R. B; BRITO O.
E. História da Mineração no
Brasil. São Paulo: Empresas das
Artes, 1989. p.33; p. 06.
Wikimedia Commons. Disponível
em: <http://commons.wikimedia.
org/wiki/File:1850_Tallis_Map_of_
South_America_-_Geographicus_-_
SouthAmerica-tallis-1850.jpg>.
Acesso em 05 de set, 2013: p. 5.
Aos depoentes que se
dispuseram a compartilhar sua
trajetória de vida com o Projeto
Anglo American: 40 anos de
Memórias, que com suas histórias
tornou possível a produção
desta publicação e da exposição
“Mineração e Desenvolvimento
Sustentável: 40 anos da Anglo
American no Brasil”.
Aos empregados das três
Unidades de Negócio, que
atuaram como facilitadores
em todo o processo: Alberto
Varela, Antonia Andrade, Astrid
Hoffmann, Carolina Casimiro,
Diana Mendes, Écio Fernandes,
Élcio Paixão, Fabricia Bernardi,
Fernanda Zebral, Juliana Rehfeld,
Karine Fagundes, Kerlley Oliveira,
Ludmila Guimarães Garcia,
Luiz Alberto Fildelis, Luiz
D’Império, Marco Aurélio Zanon,
Maria Ângela Costa, Maria do
Carmo Silva, Marly Sell, Mirian
Souza, Neri Celso, Patricia
Limeres, Selma Fernandes
Tatiane Torezan, Thaís Silveira,
Ubiratan Gonçalves, Valeria
Bettiol, Walkyria Lopes.
A Guy Young Sr., Pieter
Myburgh, Norman Barber e
Marlaine Botha, que mesmo à
distância contribuíram com o
desenvolvimento do projeto.
Wikipedia. Disponível em:
<http://pt.m.wikipedia.org/
wiki/Ficheiro:Kosmos_morro_
velho_1907_3.jpg>. Acesso em
05 de set, 2013: p. 9 (esq.).
Keila Aparecida dos Santos
48
EDIÇÃO 40 ANOS
Revista_Anglo_American miolo.indd 48-49
SUSTENTABILIDADE E RESPEITO
49
12/09/13 13:03
O que faz a diferença
O Museu da Pessoa tem como
missão registrar, preservar e
disseminar histórias de vida
como forma de contribuir para a
construção de uma memória social
que inspire comunidades, empresas
e instituições. Desde 1991 vem
acumulando um acervo de histórias
singulares, vividas por pessoas
únicas, capazes de revelar facetas
insuspeitadas do passado, iluminar
o presente e contribuir para
planejar o futuro.
Projeto 40 anos de Brasil
01.Maria Margarita Diaz
Edição Comemorativa
02.Misclay Marjorie
Correia da Silva
03.Nelson Canato Junior
04.Nelson Pereira
dos Reis
FICHA TÉCNICA
01
IDEALIZAÇÃO E SUPERVISÃO
02
03
04
05.Neri Celso
UNIDADE DE NEGÓCIO MINÉRIO DE FERRO BRASIL
06.Osiani Moraes
Paulo Castellari – presidente
Pedro Borrego – diretor de RH, Assuntos Corporativos,
Segurança e Desenvolvimento Sustentável
Luciana Teixeira – gerente de Comunicação
Fernanda Lima – coordenadora de Comunicação
Flavia Rêgo – analista de Comunicação
07.Paulo Castellari
08.Paulo Reis Costa
05
06
07
08
UNIDADE DE NEGÓCIO NÍQUEL
Os processos históricos, por mais
complexos que se apresentem,
têm sempre um traço comum: são
protagonizados por pessoas; donas,
elas próprias, de uma memória
particular e específica. A tecnologia
social desenvolvida pelo Museu da
Pessoa combina a riqueza intrínseca
dos relatos pessoais, obtidos com
auxílio das metodologias da história
oral, com o suporte da pesquisa
documental e iconográfica para
compor uma narrativa apta a revelar
novos matizes daqueles processos.
A história, desse modo, adquire
um valor especial, porque baseada
nas experiências de quem
efetivamente a viveu.
Walter De Simoni – presidente
Arlete Schinazi – diretora de RH e Comunicação
Cláudia d’Amato – gerente de Comunicação
Ligia Porto – analista de Comunicação
10.Pedro Paulo Batista
UNIDADE DE NEGÓCIO NIÓBIO E FOSFATOS
11.Ricardo Antõnio Weiss
Ruben Fernandes – presidente
Eduardo Lima – diretor de RH, Comunicação e Gestão Social
Patricia Zaborowsky – gerente de RH e Comunicação
Valéria Lapa – coordenadora de Comunicação Externa e Gestão Social
12.Romero Queiroz
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09
10
11
12
13.Rosângela Martins
da Silva Chaves
CONCEPÇÃO E EXECUÇÃO
14.Ruben Fernandes
MUSEU DA PESSOA
Karen Worcman – Diretora Presidente
Márcia Ruiz – Memória Institucional
Sônia London – Disseminação de Conceito
GRAVAÇÃO DE ENTREVISTAS
SUPERVISÃO
Silvia Balderama
Márcia Ruiz
EDIÇÃO DE TEXTO
Luiz Egypto de Cerqueira
Foi assim com os 48 depoimentos
recolhidos pelo Museu da Pessoa
para compor este recorte dos
primeiros 40 anos da presença da
Anglo American no Brasil. Da história
de cada um desses personagens
emana o princípio do respeito pelo
próximo, pelas comunidades e
pelo meio ambiente. São, todos e
cada um, o espelho fiel dos valores
professados pela Anglo American.
09.Pedro Borrego
PESQUISA E PESQUISA
ICONOGRÁFICA
Consuelo Montero
Fernanda P. Prado
Monique Lordelo
Rodrigo Pezzonia
ENTREVISTADORES
Consuelo Montero
Fernanda P. Prado
Luiz Egypto de Cerqueira
Monique Lordelo
Rodrigo Pezzonia
15.Sebastião Elias Barbosa
16.Silvanir Simplício
de Andrade
Adilson Lima
Gabriel Monteiro
13
REVISÃO DE TEXTO
14
15
16
17.Silvia Almeida
PROJETO
E PRODUÇÃO GRÁFICA
18.Ubiratan Gonçalves
GFK Comunicação
19.Valéria Valadão
PRODUÇÃO EXECUTIVA
20.Vicente Galliez
Érika Hobo
Igor Trombini
Taís Motta
17
18
19
20
APOIO DE PRODUÇÃO
Jefferson Morgado
Jefferson Santos
21.Vivian Felício Galdino
22.Walter De Simoni
ADMINISTRATIVO
Keli Cristina Garrafa
Marcela Fogare Meira
23.Wilfred Brandt
24.Wilson Scarpelli
JORNALISTA RESPONSÁVEL
Luiz Egypto de Cerqueira
(MTb 10.848/SP)
21
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23
24
OS MINÉRIOS E O PROGRESSO HUMANO
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12/09/13 13:03
Vista aérea de operação da Mineração Morro Velho
próximo a Nova Lima, MG, na década de 80
Revista_Anglo_American miolo.indd 52
12/09/13 13:04

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