Nosso Retiro/Condôminos

Transcrição

Nosso Retiro/Condôminos
CINE GRÁTIS
Breno Alves
A NOVA HOLLYWOOD
Dakota Johnson e Jamie Dornan em “50 Tons de Cinza”.
A
temporada de verão é sempre aguardada
pelos engravatados de Hollywood com muita
ansiedade. E como o objetivo é ganhar dinheiro, os meses reservados aos grandes lançamentos do ano tiveram que aumentar. Hoje, a disputa
pelo título de Rei de Hollywood dura praticamente
o ano inteiro, com a digna exceção de janeiro e
fevereiro, ainda dedicados às produções ligadas
às premiações que levam ao Oscar. Então, o termo
temporada de verão caiu um pouco em desuso.
Este ano, antes mesmo do dia da entrega dos
prêmios da Acadêmia, a Universal soltou sua
primeira tentativa na insaciável busca pelo primeiro
lugar. 50 Tons de Cinza, com seus modestos US$40
milhões de orçamento para os padrões atuais,
mostrou ao estúdio que talvez este fosse o seu
ano. O filme, baseado num bestseller internacional,
sem rostos conhecidos no elenco, o máximo que se
podia falar é que era com a filha da Melanie Griffith,
acabou sendo o filme número 01 por três semanas
consecutivas. Segundo dados do site boxofficemojo,
o filme já arrecadou mais de US$ 570 milhões nas
bilheterias de todo mundo.
E a temporada continuou em alta para o estúdio.
Em abril, lançou Velozes e Furiosos 7 e pela primeira
vez em sua história cruzou a marca do bilhão. O
filme arrecadou até agora mais de um bilhão e meio
de dólares em todo mundo. O orçamento também
não foi nada singelo: US$190 milhões. O atual
campeão da temporada foi o último filme da série
Parque dos Dinossauros. Até o momento, arrecadou
US$1,668,714,30 nas bilheterias. Um número não
esperado, especialmente nos EUA, onde conseguiu
mais de US$652 milhões. Apesar da qualidade
discutível, é o número 01 até o momento (Guerra nas
Estrelas está chegando) e também é um lançamento
da Universal, que vive um de seus melhores anos
desde que foi fundada em 1912. É o estúdio mais
antigo da capital do cinema e ficou mais conhecido
pelos filmes de terror que realizava nos anos 30 do
século passado com Borlis Karloff e Bela Lugosi,
pelos trabalhos da dupla Rock Hudson e Doris Day
e por ter sido uma das casas de Steven Spielbeg
até ele lançar seu próprio estúdio em meados dos
anos 90.Isso tudo para dizer que vivemos a era
das grandes bilheterias e, consequentemente, dos
grandes orçamentos. Produções que geram números
absurdos não são nenhuma novidade, o novo aqui é
que isso é tudo o que os produtores buscam hoje em
dia. Filmes de orçamento médio são descartados por
não darem lucros gigantescos. E para fazer a roda
girar, é preciso que entre muito dinheiro. Voltemos
ao 50 Tons de Cinza e seu simbólico US$40 milhões
de orçamento. Neste filme,os produtores confiaram
no poder de fogo dos milhões de livros vendidos,
economizaram no elenco e tiraram um blockbuster de um filme médio. O custo de produção não
incluiu o valor de divulgação que às vezes chega a
duplicar o valor de investimento. E de todos esses
dólares que jorram das bilheterias, parte fica com os
exibidores e outra parte com impostos. Além disso,
não estão pensando em um filme, mas em uma
série de quatro que podem estender ainda mais. O
segundo filme já está em produção e deve vir com
um orçamento bem mais inflacionado. A máquina
é cara. A consequência para nós, público, é que o
número de lançamentos todos os anos diminui. Até
mesmo Hollywood tem um limite para ficar gastanto
US$300 milhões por filme. Não fazem cortes, mas
produzem menos. E a principal vítima da queda de
produção é a diversidade. Filmes de orçamento
médio com apelo adulto acabam não sendo mais
realizados.
Os estúdios investem cada vez mais no certo
e em filmes que possam ser serializados durante
10 anos, que brinquedos em parques de diversões
possam ser criados para aproveitar o sucesso nas
salas e milhões de outros produtos. Não existem
mais executivos cinematográficos que gostam de filmes como havia antes e a
possibilidade de surgir um novo Quentin Tarantino fica cada vez mais rara.
No ano de 2000, quando as consequências dos lucros bilionários de Titanic(1997) ainda estavam no começo, dos 19 filmes lançados pelo estúdio
Universal havia filmes como Erin Brockovich, a comédia Entrando numa Fria, o
drama The Hurricane e o suspense O Colecionador de Ossos. Filmes com ótimos
elencos, diretores experientes e estórias muito bem contadas. Todos na faixa
dos US$50/US$60 milhões com bilheterias internacionais que não passaram dos
US$ 200 milhões. No cenário atual, eles teriam de ser produzidos por muito menos. Para se ter uma idéia, Para Sempre Alice (2014), que deu o Oscar de melhor
atriz para Julianne Moore este ano custou apenas US$5 milhões e rendeu quase
US$42 milhões. De alguma forma, eles acham isso pouco. A Universal lançou
The Visit este ano, um suspense criado por M. Night Shyamalan, diretor indicado
ao Oscar por O Sexto Sentido. Os últimos dois filmes realizados por ele renderam cerca de US$ 600 milhões internacionalmente. Grandes produções, cheias
de efeitos especiais. Para o seu suspense familiar teve que se virar com US$5
milhões para produzir. Simplesmente não estão interessados em filmes pequenos, mesmo ele gerando uma bilheteria de US$92 milhões. Agora, até quando
Shyamalan, um profissional bem sucedido, irá aguentar fazer filmes como se fos-
Chris Pratt no filme mais visto do ano,“Jurassic World”.
se um recém formado se virando para lançar o primeiro filme? A qualidade tende
a cair. Nada contra a onda de herois criada pela Marvel, a série Harry Potter ou o
último Homem de Aço (2013) que custou US$225 milhões e valeu cada centavo.
É muito bom poder ver um grande filme de aventura, mas poder assistir um bom
policial ou uma leve comédia também tem o seu lugar. A diversidade dura pouco
nas salas de cinema pois na próxima semana todas elas precisam estar disponíveis para o próximo filme da série do momento. Ainda é possível ver alguma
diversidade, mas imagino até quando os envolvidos irão aceitar as reduções no
orçamento. E como essas produções dominam o mercado, ir para cinematografias de outros países está cada dia mais difícil também.
Para quem curte um cinema diferente nos resta fazer o mesmo que aqueles
que disseram não para esta nova Hollywood. Os canais a cabo e sites de video
on demand, como o Netflix, viraram um imã de grandes diretores, autores e atores. Steven Soderberg declarou que aposentou de vez das grandes telas e agora
foca na criação de séries. Jodie Foster virou a diretora de diversos episódios de
Orange is the New Black. Martin Scorsese (Boardwalk Empire), David Fincher
(House of Cards) e muitos outros estão migrando para essa nova tela com muito
mais liberdade, orçamentos bem mais adequados e com grande sucesso. Até
mesmo Woody Allen, que há mais de dez anos deixou os Estados Unidos e foca
em produções com fundos de investimentos internacionais, irá estrear uma nova
série no Amazon TV em 2016. A solução é investir em uma televisão maior, se
ligar nos canais online e seguir os bons trabalhos. Afinal, quando chega a hora
do novo episódio de Game of Thrones, o mundo praticamente para.
Chris Pratt no filme mais visto do ano, “Jurassic World”.
AMOR ANIMAL
Fernanda Gomes
Castração é alternativa
para controle da população
de animais abandonados
A
castração sistemática dos animais é uma
das soluções encontradas pela sociedade
para impedir a proliferação principalmente
de cães e gatos, iniciativa que acaba também por
preservar a saúde dos bichinhos, pois ao reproduzirem-se sem assistência adequada os animais
encontram todo tipo de privação, inclusive de
alimentos. Os Mutirões de Castração reúnem
profissionais e voluntários ligados à causa e vêm
acontecendo em várias localidades do município.
No mês de novembro de 2015 foi a vez do Mutirão de Piedade do Paraopeba que contou com
a equipe do Dr. Roberto Toledo nos procedimentos cirúrgicos, Giovanna Sá na coordenação da
iniciativa e 15 apoiadores voluntários. Uma das
voluntárias do evento, Juliana Alvarez, moradora
do Mãe Terra, resgatou uma cadela no cio que
estava há dias perdida na portaria do Condomínio. Até então chamada de Carol, essa cadela
foi castrada com dinheiro doado pelos próprios
voluntários. Eu e Mirinha Badaró, condôminas
retirenses, também participamos como apoiadoras do evento. Mirinha, inclusive, cedeu sua casa
no Retiro do Chalé para abrigar duas cadelas de
rua que foram castradas. Uma dessas cadelas
era a Carol, aquela que fora recolhida na portaria
do Mãe Terra. Muito dócil e debilitada, não tinha
hábitos de rua, ficou quietinha no espaço que
arrumamos como se estivesse no paraíso!!!
O delicado trabalho das apoiadoras.
Mas ela merecia muito um lar e foi outra
vez com o empenho da Mirinha que apareceu
um príncipe salvador para adotá-la. Rebatizada
com o nome de Mel, pela doçura que mostrou
desde os primeiros minutos de acolhida, hoje
ela está muito bem, carinhosamente tratada
por Bernardo Marinho Machado e seu irmão
Gustavo em sua nova casa na Pampulha, em
Belo Horizonte.
O caso da Mel, infelizmente, é mais comum
do que gostaríamos que fosse.
Acontece que muitas vezes os donos mudam de casas para apartamentos e cachorros
de grande porte que moravam na casa com a
família acabam ficando no local, abandonados.
É triste, mas é uma realidade recorrente.
Enfim... a empreitada do Mutirão foi positiva
e terá várias outras versões em 2016. Aguardem. E ajudem-nos com as doações e participação voluntária. A causa é nobre.
Equipe veterinária do Dr. Roberto em ação.
Foram castrados 45 animais entre cães, gatos e até uma coelha.
CAUSOS E PROSAS
Marcelo Donizeti de Queiroz
E a mula escafedeu-se...
N
o início era tudo bem diferente, muito mais
trabalhoso! A administração central do Retiro do Chalé era em BH. No Condomínio,
sede da antiga Fazenda, apenas a administração
local, exercida pelo Sr. Benedito Paixão, que cuidava de praticamente tudo. Havia ali também um
mercadinho, que supria produtos de necessidades
básicas, gás e outros.
O asfalto era só do alto da Serra até a portaria
I e internamente contemplava apenas as avenidas e alamedas principais. O restante do asfalto
foi construído mais tarde, na administração do Dr
Luiz Cláudio.
Nos primórdios do Condomínio Retiro do
Chalé, lá bem no comecinho, início da década de
1980, não havia vigilância motorizada. Durante
o dia só funcionavam as portarias com porteiros
vigilantes, funcionários do próprio Condomínio.
As divisas do Condomínio eram praticamente
todas sem cercas. À noite a ronda era feita a
cavalo com vigilância armada. Na Fazenda havia
três vacas que forneciam leite para os apoios e
empregados do Condomínio. Para a vigilância
montada noturna, havia cinco animais de sela,
três mulas e dois cavalos.
O Seu Teotônio Paulo Cotta era o vigilante noturno, o cavaleiro das madrugadas, que trabalhou
nos lombos dos animais percorrendo as avenidas
e alamedas do Retiro por, nada menos, que cinco
longos anos, sempre em companhia do Braseado,
um cão fila gigante, seu fiel escudeiro, estivesse
ou não chovendo, fazendo calor ou frio. Conta
ele que, no inverno, descia uma névoa branca da
serra, o “brumadinho”, trazendo um frio de doer
os ossos. Hoje Seu Teotônio é o nosso personagem com suas pitorescas passagens e peripécias
de bom contador de histórias e amante do seu
trabalho dentro do Retiro do Chalé.
Certa noite chovia tanto, mas tanto... Trovejava
e relampejava freneticamente, que o Seu Teotônio, mesmo vestido com uma robusta capa de
chuva, foi obrigado a parar para esconder-se da
chuva, essa era também uma das recomendações
do Bené Paixão, o encarregado, abrigar-se sob
chuva forte. O tempo tinha agachado mesmo,
parecia mais um dilúvio, queria o mundo acabarse em águas...
Naquela noite sua cavalgadura era uma
mulona muito alinhada, forte e esperta.
Segundo as palavras do Sr Teotônio, a sua
montaria favorita para a ronda. Era um animal
de causar inveja, que tilintava melodicamente
suas ferraduras no asfalto recém-construído do
Condomínio. Podia-se ouvir de longe o repique
forte, firme e ritmado de suas patas ferradas
pelos logradouros retirenses.
Por causa da tempestuosa chuva, ele apeou
da mulona, cobriu-a com a capa de chuvas para
não molhar o arreio e amarrou-a em uma árvore
ao lado da obra da casa do Sr. Joaquim Varela
Carneiro, na Av do Clube, adentrou a construção
em companhia do Braseado para aguardar o temporal passar. Quando já em seu posto de refúgio,
caiu um violento raio na rede elétrica, riscando o
céu com corisco resplandecente, o transformador
deu um estouro violento, seguido de um trovão
ensurdecedor, que deixaram o Seu Teotônio e o
Braseado tontos e atordoados no escuro total. A
mulona assustou-se demais, estacou e em seu
brusco movimento de libertação e pavor, arrebentou o cabresto e suverteu-se no mundo, escafedeu-se ladeira abaixo, galopando desesperadamente, deixando para trás o cavaleiro e seu cão
de guarda a pé em plena madrugada, grogues,
desnorteados e no breu. A mula perdeu a capa no
meio do caminho e foi parar lá na fazenda com a
arreata quase caindo e bufando ofegantemente.
Seu Teotônio conta que a chuva só deu trégua
mesmo com o dia já raiando, foi quando ele pode
abandonar seu refúgio e seguir a pé, em companhia do Braseado até a sede da Fazenda para
encerrar seu turno de vigilância.
Quando hoje aqui vivemos na tranquilidade,
às vezes nos esquecemos das histórias ocorridas
nos tempos de instalação, dos primeiros moradores e empregados desse nosso paraíso, como
esse causo narrado acima.
EXPEDIENTE
VASTO MUNDO, LOUCO MUNDO
Pantera
Bendita Pina
“des”colada
O
nome é bem sugestivo né? Como vocês
já sabem, eu adoro um golinho e imediatamente disse ao meu marido que
eu só aceitava a péssima ideia dele de ver o
canal do Panamá, se de lá fossemos dar umas
voltinhas em Cuba... libre de preferência é
claro, e assim foi...
Era final de maio e o programa prometia ser
a viagem do “touro sentado”. Como sempre,
o meu amado e amarrado marido, comprou as
passagens mais baratas ofertadas na internet e
fomos primeiro de Belo Horizonte ao Rio.
Esperamos horas a fio no caótico aeroporto
da cidade perigosa e embarcamos para Manaus
para pegarmos mais uma conexão, que óbvio,
não era imediata, para o Panamá. Vinte e quatro horas depois, conseguimos chegar. Ele, eu e
o meu lindo corpitcho todo quebrado, dolorido,
inchado e muito amarrotado. O meu espírito
coitado! pelo visto ainda estava no Galeão e,
foi por isso, que o marido sortudo escapou de
um fulminante ataque do meu mais refinado
mau humor, ficando livre dos meus 5 minutos de
pouco juízo e a mais pura sinceridade.
O avião, lógico, parou na pista, bem longe
daqueles benditos bracinhos mecânicos que nos
levam confortavelmente de ar refrigerado até
o aeroporto. Quando descemos... Putz!!! Levei
um bofete de bafo quente na cara. Mereço! Juro
que achei que ia desmaiar.
O marido alto e branquelo, foi literalmente
cozido a vapor, e, como um camaleão, mudou
rapidamente de cor e se transformou numa nova
versão: vermelho arroxeado.O que eu queria
mesmo, era chegar logo ao hotel e cair durinha
da silva na cama do quarto geladinho por dias.
O Panamá é um forninho de clima úmido,
perfeito para assar um pãozinho. Achei que
era melhor eu me adaptar já que ia ficar 5 dias
inteirinhos ali. Afff....
A cidade é bem interessante, os ônibus que
circulam pelo centro antigo são do tipo jardineiras, bonitinhas, muito enfeitadas e bem
coloridas. Um verdadeiro bazar de turco. Tem
até fitinhas...
A parte antiga da cidade é bem peculiar, muitos orientais, o que me fazia lembrar dos bairros
chineses dos filmes holywoodianos dos anos 90.
A parte moderna é composta de grandes
arranha-céus cercando toda a orla marítima.
Surpreendentemente lindo.
O dólar é a moeda do país, o inglês é falado
nas ruas como segunda língua e o governo que
é bem bonzinho, incentiva com redução especial
de impostos a entrada de estrangeiros que, ao
se aposentarem são tentados a morar no país,
o que faz da Cidade do Panamá o lugar mais
internacional das Américas.
Para falar a verdade, superado o calorão,
até que gostei do lugar. O marido só quis vir,
para conhecer o famoso canal, que nada mais
é que uma passagem estreita de água, construída pelos espertos americanos, para ligar o
Atlântico ao Pacífico. Como os dois oceanos
têm uma diferença substancial do nível do mar,
eles fizeram uma coisa chamada “Eclusa”, que
segundo o Wikipédia, nada mais é que “uma
obra de engenharia que permite as embarcações
passarem de um lugar para o outro onde há
desníveis de água”.
Com essa obra, por muito tempo, os americanos controlaram o lugar e ganharam muito
dinheiro, cobrando para passar navios de um
lado do mundo para o outro.
O local fica cheio de turista esperando algum
navio passar, sentados é lógico, para não
cansar, em uma arquibancada no calor, é claro.
Sinceridade, essa foi a coisa mais chata que eu
já vi em toda a minha vida, e o asninho do meu
marido resolveu empacar ali, horas a fio, embasbacado com aquele troço. Haja paciência!
Queria tanto estar numa sapataria.... Sniff!
Ele ficou tão cozido que mais parecia uma
beterraba. O problema foi que à noite ele já não
dava conta de mais nada e não quis saber de
sair do quarto refrigerado e ficou ali, encalhado.
Já eu, tava com o gás todo e queria conhecer
a noite da cidade. O problema era que ele, cozido, cansado e no mínimo desidratado de tanto
babar olhando embasbacado a tal da eclusa,
recluso ficou e não quis saber de mais nada.
Foi assim, que liguei para a recepção e pedi
um carro com motorista para conhecer a vida
noturna local. O chouffeur, um senhor já de meia
idade, me levou para jantar em um lugar típico,
com show e tudo. Coisa de turista. A comida
estava ótima e a pina alcoolicamente colada e
geladinha, estava uma delícia. Acabando o jantar o show começou. Os dançarinos com roupas
coloridas, dançaram, cantaram e antes do final
do espetáculo, resolveram tirar alguém da assistência para participar do show. Vocês nem se
dão conta do tanto que eu odeio isso. Tentei me
esconder atrás da sombrinha de papel japonesa
que ainda se encontrava no meu copão de pina
colada em vão. Eu era a única turista otária e
solitária do local e infelizmente, o dançarino
me puxou da mesa e antes que eu pudesse
entender o que estava acontecendo, lá estava
eu requebrando palco afora. Empolguei legal!
Dancei tanto que fui ovacionada e aplaudida
de pé. Saí de lá me sentindo o último biscoito
do pacote. Bendita pina “des”colada.Ainda era
cedo, e eu com o gás todo, pedi ao motorista
que me levasse para conhecer outro lugar. Ele
parou o carro na porta de um estabelecimento
todo fechado, e tive que comprar ingresso para
entrar. Lá dentro era muito escuro, mais parecia
um cinema com as poltronas dispostas uma
ao lado da outra e um palco na frente. Achei o
ambiente meio estranho.De repente, o palco
iluminou e apareceram três mulheres semi- nuas
dançando sensualmente. Só caí em mim e percebi onde estava quando elas tiraram a calcinha
expondo sem o menor pudor as genitálias.
Olhei para os lados e vi que lá só tinha
homens e claro e o safado do meu motorista.
Levantei num só golpe, fula da vida e o tirei de
lá na mesma hora. Eca! E pensar que paguei
aquela fortuna para ver uma xó...!
Óbvio que dei um bom esculacho no motorista.Como estava sem o marido, aproveitei a
oportunidade e pedi ao safado que me levasse
ao Cassino para fazer algo que adoro e que o
marido não me deixa fazer: jogar. No Cassino,
corri para as maquininhas de vídeo pocker que
eu amo, e pasmem...ganhei!Peguei meu dinheirinho e fui contente da vida embora para o
hotel. Lá chegando, me aconcheguei ao lado do
meu “cozido” e amado marido e de conchinha
adormeci.No dia seguinte, levantamos cedo
para ir ao aeroporto pegar o avião para Cuba.
Mas...essa é uma outra estória que continua no
próximo número: CUBA LIBRE....mas nem tanto.
P.S - Odiei a tal da eclusa.
ARTE E CULTURA
Redação
Micromacrofield
Telas audiovisuais de Jr. Presotti registram
nossas águas como arte viva.
Jr Presotti ao lado de
sua musa, a água.
BALCÃO DE BACO
Júlio César Luciano
O
Retiro do Chalé é cortado por dois córregos.
Um deles nasce nas imediações da Praça
da Pedra, na Avenida da Cachoeira, e vai
escorrendo rumo à Lagoa. No caminho, passa no
fundo de quintal de casas onde cria remansos, poças, corredeiras e todos esses variados modos que
as águas tomam para chegar a seu destino. Mas
quando adentra um determinado quintal do trajeto,
o córrego se depara com o olhar atento de Jr.Presotti, senhor do micro e do macro, incansável editor
de cenas. O córrego vira então atelier/cenário e sua
água personagem.
Nasce o Micromacrofield, trabalho espontâneo,
conceitual e subjetivo do artista mineiro de Belo
Horizonte, morador do Retiro do Chalé e caçador de
águas desde sempre.
Jr. Presotti gosta de dizer que “a Natureza cria e
eu enquadro.” Com suas telas audiovisuais vivas,
o artista tenta passar a simplicidade da Natureza
adotando um estilo contrário ao que se faz hoje em
produção de imagens que usa a câmera sempre
em movimento. No Micromacrofield, Jr. Presotti
trabalha com câmera estática. A ação fica por conta
do movimento da Natureza, sempre no suporte da
água, elemento que absorve a luz, a sombra, o ven-
to, as folhas – o universo em volta. “No pequeno
campo (micro) busco a representação do universo
(macro)”.
Luz, transparência, reflexos, a composição do
background, dos ambientes”, diz ele. O resultado oferece ao espectador uma experiência
estética original e surpreendente, tendo como
cena viva o simples, o mínimo, o não-visto, o
close-up da Natureza.
A ideia de realizar este projeto artístico
nasceu em 2007 quando Jr. Presotti criou o vídeo
“Natureza da Vida”, onde desenvolveu o conceito
de água como vida. Filmou então, no Córrego do
Bação, em Itabirito, águas calmas, águas agitadas, água parada, águas secando, lama e, enfim,
a terra seca, em um paralelo com o decorrer de
nossa própria vida. O vídeo ganhou o Festival
Internacional de Cabo Frio de 2007, na categoria
vídeo-arte, mídias móveis.
Em 2008, quando mudou-se com a família para
o Retiro do Chalé, encontrou aqui, no seu atelier/
córrego, as condições que precisava para dar continuidade ao fio d’água que escorria do “Natureza da
Vida”. Na verdade, vieram com ele todo um passado onde estão demarcadas influências artísticas
É impressionante a beleza que a água revela.
EXPEDIENTE
que não se perderam, como a de sua mãe, a artista
plástica Laura Presotti, e a de seu “segundo pai”, o
escultor Guido Rocha.
A obra Micromacrofield já conta hoje com quase
uma centena de vídeos, todos com duração média de
1 minuto, e foi idealizada para ser apresentada através de projeção audiovisual em instalações internas
ou externas. Pode ser montada em museus, galerias,
ruas, praças e avenidas, espaços abertos ou fechados e os vídeos podem ser projetados em telas em
pano, vinil ou nas fachadas de edifícios arquitetônicos. Uma intervenção urbana que pretende transformar ruas e avenidas de grandes cidades através da
projeção de imagens e sons da Natureza que buscam
trazer de volta àquelas paisagens as nascentes, os
córregos e os rios que um dia ali existiram.
Este é Jr. Presotti, um homem que quando não
faz nada, faz arte. Um retirense que além de empresário, repórter cinematográfico, roteirista e editor
de imagem com extenso currículo de trabalhos
prestados a empresas como Vale do Rio Doce, Açominas, Câmara Municipal de BH, Andrade Gutierrez
e Sesi Minas, entre outras, ainda é capaz de ouvir o
canto das águas, focar detalhes e revelar universos.
Com a simplicidade de um monge e a competência
de um mestre.
Micromacrofield está no Vimeo e no Facebook/
Perfil Jr. Presotti Micromacrofield.
NÓS & ELOS
Virgínia Paula Castelo Branco Paes
Bicicleta também
é coisa de adulto!
M
esmo depois de adultos, as magrelas
ainda são sinônimo de brincadeira,
alegria e convívio social. O ciclismo é,
além de atividade lúdica, um esporte que você
pode praticar e, ao mesmo tempo, interagir com
os amigos. Especialmente ao subir as montanhas, quando um bom papo ajuda a chegar mais
rápido e faz parecer que o esforço é menor.
Pedalei a vida toda e estou chegando à conclusão que o ciclismo é o esporte ideal para a “melhor
idade”, meu próximo projeto (risos). Além de fazer
bem para o sistema cardiorrespiratório, é um
esporte que não tem impacto. Pode funcionar como
ginástica localizada; exige mais das pernas, por
causa do movimento contínuo, mas músculos no
braço, tórax, peitoral e dorso também são ativados
para garantir sustentação e o equilíbrio do corpo
nas diferentes situações (descida, subida, curva
inclinada etc). O exercício abdominal fica por conta
das risadas que damos nas trilhas!
No nosso Retiro, temos vários adeptos desse
esporte. Tanto para pedalar no asfalto, quanto
para se aventurar nas inúmeras estradas de terra
e trilhas da região. E, claro, tomar aquela cervejinha gelada com torresmo no bar Ventania, em
Suzana. A primeira cerveja após a pedalada é
chamada de “limpa serpentina” porque, segundo
os Deuses das Trilhas (Mitologia Ciclística), o
néctar da cevada, combinado com a endorfina e
a adrenalina produzidas durante a pedalada, é
direcionado rapidamente aos centros de prazer do
cérebro, fazendo seu “serviço” e, de lá, vai para
o espírito, sem acumular no tecido adiposo. Diz a
lenda, e eu acredito! A partir da segunda cerveja,
os Deuses já não garantem nada...
Mas atenção: esse efeito divino só se dá
após a pedalada. Não adianta pular etapas nesse processo mágico, indo direto para o boteco.
E, para os menores de 18 anos, nem pensar.
Pedalar faz bem para a saúde e para a alma.
Quem faz uso da bike regularmente não tem
stress, é uma pessoa sadia e feliz. Por isso, venha
ser feliz com um de nossos grupos de pedal.
Temos grupos de iniciantes, intermediários,
avançados, psicopatas e aloprados. O importante
é movimentar o corpo, energizar a vida! Traga seu
sorriso, junto com equipamento de segurança mínimo (capacete, luvas, óculos) e entre em contato
para participar de um dos grupos: (31) 99958 0916
– Virgínia Paula. Pelo WhatsApp você saberá o
nível do pedal, horário e local de saída. Também
organizamos pedaladas dentro do Condomínio,
com toda a segurança que ele oferece.
Esperamos você!
Quem nunca teve uma bicicleta
na infância, ou pelo menos teve
o desejo de ter uma?
Chegando de um pedal os condôminos Máio Viegas, Virgínia Paula e Virgínia Leal.

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