A Bíblia é uma dádiva de Deus

Transcrição

A Bíblia é uma dádiva de Deus
SUMÁRIO, Pág. 1,2
Cap I - PREPARAÇÃO PARA O
CRISTIANISMO, Pág. 03
I. A CONTRIBUIÇÃO DOS POVOS, Pág. 03
l . Os Romanos
2. Os Gregos
3. Os Judeus
II. O MUNDO AO SURGIR O CRISTIANISMO, Pág.
03
1. Condições Religiosas
2. Condições intelectuais
3. Condições Morais
Cap II - O PRIMEIRO SÉCULO, Pág. 04
1. Jesus e Sua Igreja
2. Jesus e Seus Discípulos.
3. Jesus Funda Sua Igreja
III. A IGREJA APOSTÓLICA, Pág. 04
1. O Começo
2. Extensão da Igreja
3. Vida da Igreja
4. O Culto na Igreja
5. A Crença da Igreja
6. O Governo da Igreja
Cap III - A IGREJA ANTIGA, Pág. 05
1. Constantino e o Cristianismo
2. Meios de Crescimento da Igreja
II. VIDA NA IGREJA, Pág. 06
1.
2.
3.
As perseguições
Influências negativas na vida da Igreja
Monarquismo
III. O CULTO E OS SACRAMENTOS, Pág. 07
1.
2.
O culto
Os Sacramentos
IV. A CRENÇA DA IGREJA, Pág. 07
1. Gnosticismo
2. Credos Primitivos
3. Ortodoxia:
4. Influências Importantes
V. A ORGANIZAÇÃO DA IGREJA, Pág. 08
1. Organização Eclesiástica Local
2. Origem da Igreja Católica
Cap IV - A IGREJA NO INICIO DA IDADE MEDIA,
Pág. 09
I. A SUA EXTENSÃO, Pág. 09
1. Monarquismo e Missões
2. Métodos das Missões Medievais
3. Conquistas
II. A SUA ORGANIZAÇÃO, Pág. 10
1. Surgimento do Papado
2. Causas do Aparecimento do Papado
III. CISÃO NA IGREJA, Pág. 10
1. Causas da Separação
2. A Separação
IV. O CRISTIANISMO EM SUA LUTA CONTRA O
PAGANISMO DENTRO DA IGREJA, Pág. 11
l. Causas do Paganismo Dentro da Igreja
2. A Vida na Igreja
V. A ALVORADA APÓS A IDADE DAS TREVAS,
Pág. 12
1. Reavivamento da Vida Religiosa
2. Renascimento
3. Mudança nos Mosteiros.
4. O Partido Reformista
VI. A VIDA E O PENSAMENTO DA IGREJA
ORIENTAL, Pág. 12
1. As Disputas Teológicas
2. As Conquistas Muçulmanas
3. Controvérsias em Torno das Imagens
Cap V - A IGREJA NO APOGEU DA IDADE MÉDIA,
Pág. 13
I - A IGREJA DO OCIDENTE, Pág. 13
1. O papado medieval
2. A Igreja Governa o Mundo Ocidental
3. A Guerra da Igreja Contra o Islamismo
4. As Riquezas da Igreja
5. A Organização da Igreja
6. A Disciplina e a Lei da Igreja Romana
7. O Culto da Igreja
8. A Vida Cristã Sob o Domínio da Igreja
9. O Que a Igreja Medieval Fez Pelo Mundo
Cap VI - DECADÊNCIA E RENOVAÇÃO NA IGREJA
OCIDENTAL, Pág. 17
I - AS CONDIÇÕES POLITICAS
II – ONDE A IGREJA MEDIEVAL FALHOU
III – MOVIMENTOS DE PROTESTOS
1. Os Albigenses ou Cátaros
2. Os Valdenses
IV. REVOLTA DENTRO DA IGREJA, Pág. 18
l. João Wycliff
2. João Huss
3. Jerônimo Savonarola
Cap VII- A ERA DA REFORMA
REVOLUÇÃO E RECONSTRUÇÃO, Pág. 19
I. INFLUÊNCIAS QUE CONDUZIRAM À
REFORMA
1. Renascença
2. Imprensa.
3. Espírito Nacionalista
4. Inquietude Social
História da Igreja
II. TENTATIVAS DE REFORMA DENTRO DA
GREJA, Pág. 20
1. O Anseio Pela Reforma
2. Concílios Reformistas
III. LUTERO E A REFORMA ALEMÃ, Pág. 20
1. Sua Vida
2. Passos para a Reforma.
3. Causa Imediata da Reforma: Venda de Indulgências
4. Início da Reforma: 31 de Outubro de 1517
5. Marco da Renúncia Definitiva com a Igreja
Católica
6. Dieta em Worms
7. Dietas Importantes
8. A Doutrina Central da Reforma: O Sacerdócio de
Todos os Cristãos
9. Princípios Fundamentais da Reforma
IV. O LADO REFORMADO DO CRISTIANISMO
PROTESTANTE, Pág. 22
1. A Reforma na Suíça - Zuínglio
2. A Reforma em Genebra - João Calvino
3. A Reforma nos Países Baixos - Guilherme de
Orange
4. A Reforma na França
5. A Reforma na Escócia - João Knox
6. A Reforma na Inglaterra
7. Os Anabatistas
V. A CONTRA-REFORMA, Pág. 26
1. Elementos Desejosos de Reforma na Igreja Romana
2. Possíveis Métodos de Reformas
3. O Método Escolhido: A Contra-Reforma
4. Elementos da Contra-Reforma
5. As Conquistas da Contra-Reforma
VI. AS MISSÕES, Pág. 28
1. Inatividade Protestante
2. Atividade da Igreja Romana
Cap VIII - HISTÓRIA DA ASSEMBLÉIA
DE DEUS NO BRASIL, Pág. 29
I. Fundadores
II. Chamada
III. Viagem ao Brasil
IV. Chegada a Belém
V. Início do Trabalho
VI. Primeiros Membros
VII. Formação da Assembléia de Deus
IX. Expansão do Trabalho em Outros Estados
X. Expansão do Trabalho no Estrangeiro
Anotações, Pág. 32
Questionário Págs. 33
Bibliografia Geral Consultada e
Sugestões de Leitura, Pág. 35
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História da Igreja
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HISTÓRIA DA IGREJA
CAP. I - PREPARAÇÃO PARA O CRISTIANISMO
A Bíblia diz-nos que Jesus, o fundador do Cristianismo, veio na plenitude dos tempos (Gl 4.4).
I. A CONTRIBUIÇÃO DOS POVOS
1 - Os Romanos
a) Dominavam o mundo de então;
b) Unificavam os povos, tornando seus governos súditos de Roma;
c) Com isso, trouxeram uma paz universal, a paz Romana, que eliminou os litígios entre os povos;
d) Construíram e policiaram estradas, varreram os piratas dos mares, tornaram assim, fáceis e
seguras as viagens e comunicações entre as diferentes partes do mundo.
2 - Os Gregos
a) Ampliaram o comércio atingindo os maiores centros do mundo de então;
b) Influenciaram o Império, levando os povos a pensarem;
c) Seus filósofos incentivaram as atividades intelectuais e ensinaram muitas coisas de valor;
d) Espalharam uma língua universal: O Grego koiné, dialeto comum.
3 - Os Judeus
a) A missão do povo judeu era construir uma bênção para todas as gentes;
b) Os primeiros cristãos foram preparados na vida religiosa judaica;
c) Aguardavam a vinda de um Salvador;
d) Deram ao Cristianismo o Antigo Testamento;
e) Influenciaram o mundo na dispersão pregando uma crença monoteísta uma lei moral elevada e a
esperança de um salvador.
II. O MUNDO AO SURGIR O CRISTIANISMO
1. Condições Religiosas
a) Declínio da velha religião clássica: falta de vitalidade e influência: levavam o povo a crer em
tudo e adorar tudo; sacrifícios humanos;
b) A religião romana do Estado era imposta com adoração ao Imperador;
c) Religiões orientais: os antigos mistérios helênicos exerciam grande atração nas massas;
d) Caráter geral da época:
1 - Havia muito interesse no conhecimento das várias formas de religiões e muita ansiedade por
ideais e crenças que trouxessem mais satisfação à alma;
2 - O judaísmo não podia ser uma religião universal, pois seus adeptos, principalmente seus líderes
eram preconceituosos e exclusivistas.
2. Condições intelectuais
a) o pensamento grego não fazia mais progresso; não satisfazia a mente dos homens;
b) somente duas filosofias estavam em voga;
1 – Epicurismo: dizia que a felicidade, isto é a finalidade do homem aqui é gozar o máximo
panteísta e monista.
3. Condições Morais
a) Classe alta: era privilegiada; viviam às custas dos pobres; divertiam-se com sangrentas batalhas
no Coliseu, estavam extremamente corrompidos;
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b) Classe média e baixa: havia muitas pessoas boas; no geral, a situação também era degradante;
havia 100 mil escravos em Roma;
c) Em conseqüência de tudo isso havia um sentimento de cansaço e vácuo entre os homens;
d) Foi a um mundo entenebrecido, sem esperança e muito corrompido que os primeiros
missionários cristãos trouxeram suas boas-novas de salvação.
CAP. II - O PRIMEIRO SÉCULO
I. JESUS E SUA IGREJA
1. Jesus e Seus Discípulos.
a) Jesus teve compaixão das multidões e lutou por alcançar com o seu ministério o maior número
possível de pessoas (Mt 9.36).
b) Depois, dentre os que creram nele, fez escolha de doze para serem seus companheiros mais
íntimos, prepará-los e ensiná-los, de sorte que, após a sua volta aos céus, esses mesmos apóstolos
pudessem revelar um conhecimento perfeito do Mestre, do Seu ensino, da revelação de Deus e da
Sua salvação (Mc 3.13,14).
2. Jesus Funda Sua Igreja
a) Jesus deixou clara a necessidade de haver uma sociedade constituída por seus seguidores, com o
objetivo de propagar o Seu Reino (A IGREJA).
b) Não prescreveu ordens ou formas de culto. Apenas deu aos seus seguidores os ritos religiosos
mais simples:
1) O Batismo, com água para significar a purificação espiritual e consagração ao seu discipulado;
2) A Ceia do Senhor, na qual usou um pouco dos elementos mais comuns da alimentação, como
uma comemoração ou lembrança dele, especialmente da sua morte para a redenção dos homens.
A IGREJA APOSTÓLICA - ATÉ O ANO 100 A.D.
1. O Começo
a) A história da Igreja teve início no dia de Pentecostes (At 1.8; 2.1-4).
2. Extensão da Igreja
a) A primeira missão foi destinada aos judeus (At 11.19)
b) A perseguição levou a Igreja a ampliar sua missão (At 11.20)
c) Pelo ano 100 A.D. havia inúmeras Igrejas: em cidades da Ásia Menor e em muitos lugares da
palestina, Síria, Macedônia e Grécia em Roma, Alexandria e, provavelmente na Espanha.
3. Vida da Igreja
a) Quase todos eram pessoas pobres, alguns escravos, embora houvesse cristãos nas classes altas,
especialmente na igreja de Roma; Rm 16; At 17.
b) Características dos cristãos;
I. Amor fraternal - cuidavam desveladamente dos órfãos, doentes, viúvas, desamparados; dentro
da igreja todas as distinções foram abolidas - escravos e senhores foram nivelados.
II. Zelo e pureza e moral
III. Contentamento e confiança;
IV. Esperança da vinda do Senhor (Ap 22.20);
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V. Eram perseguidos - a partir de Nero (954 a 68 A.D.) o governo romano começou a hostilizar o
Cristianismo, tentando eliminá-lo cruel e vigorosamente. Muitos cristãos receberam a coroa do
martírio.
4. O Culto na Igreja
a) A pureza e a perseguição impossibilitam a Igreja primitiva de construir seus templos durante o
primeiro século, razão; por que os cristãos se reuniram para o culto em casas particulares. Rm 16. 3,
5; C115; At 12. 12.
b) Reunião de adoração: Deduzimos das Epístolas de Paulo, especialmente as enviadas aos
Coríntios, que havia dois tipos de reuniões de culto;
1 – Uma era do tipo Culto de oração. Era dirigido conforme o Espírito os movia no momento.
Faziam orações, davam testemunhos, ministravam certos ensinos, cantavam salmos. Eram lidas e
explicadas as Escrituras do V. T e havia leituras ou citações, de memória, dos atos e ensinos de
Jesus. 1 Co14; Ef 5. 19; CI 3.16.
2 – A outra era conhecida como Festa do Amor ou Fraternidade. Era uma refeição comum, muito
alegre e sagrada, símbolo de amor fraternal cristão. Cada um trazia a sua parte na refeição e estes
elementos eram repartidos entre todos igualmente. Ao fim de tudo celebrava-se a Ceia do Senhor. 1
Co 10; 11; Jd (toda)
5. A Crença da Igreja
a) – Ainda não tinha algum credo declarações formais de fé. Criam em Deus, o Pai; em Jesus, como
o Filho de Deus e Salvador; No Espírito Santo, de cuja presença estavam conscientes; Criam no
perdão dos pecados. A base do seu ideal moral era o ensino de Jesus sobre o amor a todos os
homens. Aguardavam a vinda de Jesus.
b)- Influência que levaram alguns ao erro:
1- Os judaizantes - ensinavam que os cristãos deviam cumprir todas as cerimônias exigidas
pela lei judaica.
2- Gnosticismo - Consistia em uma estranha mistura de ideias cristãs, judaicas e pagãs. Opõe-se
radicalmente ao mundo e ensina a mortificação do corpo e a rejeição de todo prazer físico.
Segundo a tradição, a sua difusão no meio cristão deve-se a Simão Mago,
6. O Governo da Igreja
a) As Igrejas primitivas eram independentes, com governo próprio decidindo todos os seus negócios
e problema.
b) Os primeiros apóstolos eram reverenciados, em virtude do contato que tiveram com Cristo e
exerciam certa autoridade.
c) O N.T. fala de oficiais que se ocupavam do ministério da pregação e do ensino. São conhecidos
como apóstolos e profetas e mestres (presbítero).
d) Em algumas Igrejas fundadas por Paulo havia dois grupos de oficiais, os anciãos-presbíteros,
também chamados bispos, que eram superintendentes; o outro grupo era de diáconos. Esses oficiais
eram escolhidos pelo povo porque revelavam os dons e a vocação do Espírito Santo para esse
trabalho.
CAP. III - A IGREJA ANTIGA (100-590 A.D.)
1. Constantino e o Cristianismo
a) Antes de Constantino, o Cristianismo vivia em conflito com o mundo; com ele o Cristianismo
passou a dominá-lo.
b) Constantino nunca se converteu ao Cristianismo; seus interesses eram puramente políticos, tanto
que manteve a antiga religião do Estado e continuo como seu sumo-sacerdote;
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c) Mesmo assim, Constantino revolucionou a posição do Cristianismo em todos os aspectos:
estabeleceu completa liberdade religiosa (Edito de Milão, 313 A.D), fez ofertas valiosas para a
construção das igrejas, manutenção do clero e isentou-os dos impostos;
d) Os sucessores de Constantino seguiram seu exemplo, e com mais ênfase. Eles sustentavam o
Cristianismo, interferiam e exerciam autoridade nos negócios da Igreja;
e) O Cristianismo espalhou-se rapidamente nesses séculos nas partes da Grécia, Alto Egito, Norte
da Itália, Espanha, e nas terras ao longo do Reno e do Danúbio. Estende-se, também, muito das
fronteiras do Império Romano.
2. Meios de Crescimento da Igreja
a) Missionários itinerantes: pioneiros do Cristianismo;
b) Apologistas: defensores intelectuais do Cristianismo;
1- Justino, o Mártir (100-165) - era um grego natural da Palestina; ensinava o Cristianismo
como a filosofia perfeita; escreveu muitos livros com o propósito de explicar a verdade cristã
aos pesquisadores pagãos;
2- Tertuliano (160-220), advogado cartaginês portador de dons extraordinários, de pensamento
agudo, de, linguagem vigorosa, elegante, vívida e satírica. Em seus muitos escritos refutou
falsas acusações contra aos cristãos e o Cristianismo, salientando o poder da verdade cristã.
c) Mestres: foram extraordinariamente úteis no desenvolvimento do Cristianismo, entre eles, temos
destaque para Orígenes de Alexandria (185-253), nascido de pais crentes, recebeu a melhor
educação possível e com apenas 18 anos tomou-se mestre na escola de catequese da igreja em
Alexandria. Escreveu muitos livros, inclusive bom número de comentários de alguns livros da
Bíblia;
d) Todavia, quem mais contribui para o crescimento do Cristianismo foi o cristão comum por sua
vida, especialmente pelo seu grande amor fraternal, amor aos descrentes, fidelidade e coragem
sobre as perseguições e pelo testemunho oral da história do Evangelho.
II. VIDA NA IGREJA
1. As Perseguições
a) Suas Causas: Os cristãos sustentavam a inutilidade dos deuses'. De modo algum prestariam
culto aos deuses romanos por ordem do Estado, ou quem quer que fosse; jamais colocariam
César acima de Cristo. Por isso o governo hostilizava o Cristianismo, considerava-o uma
ameaça ao Estado Supremo;
b) A Ação do Governo: Não houve uma perseguição contínua de Nero a Constantino.
Houve
muitas épocas de tréguas em certas partes ou no império todo. A pior perseguição, jamais
sofrida, foi sob o governo de Décio e seus dois sucessores (250-260).
c) Fim da Perseguição: "A última" foi sob o governo de Diocleciano: Em 311 apareceu o Édito
de Tolerância publicado por Galério, no qual se reconhecia a loucura da perseguição aos
cristãos;
d) Conseqüências: mudaram em grande parte, o caráter moral da igreja, pois a mesma
era
expurgada dos membros nominais e os fiéis se tornaram mais vigorosos no testemunho do
Senhor;
e) No período pós-perseguição, o favor imperial provocou um declínio moral na Igreja.
2. Influências Negativas na vida da Igreja.
a) Ascetismo: era uma disciplina do caráter alcançada pela abstenção voluntária de coisas que
em si mesmas são lícitas;
b) Legalismo: era uma interpretação do sentido moral da religião, como obediência a certas leis
e regras definidas. A liberdade da vida cristã ensinada por Paulo foi, de certo modo, substituída
por um sistema de regras e prática de certas obras.
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3. Monaquismo
a) Motivo: desejo de salvação;
b) Características: separação do mundo e abnegação (renúncia) Lc 14. 33;
c) Efeitos: Tornaram-se uma das mais poderosas forças da história da cristandade.
III. O CULTO E OS SACRAMENTOS DA IGREJA
1. O Culto
a) Pelos meados do II século já era costume estabelecido ter-se, no dia do Senhor, uma reunião para
a leitura da Escritura, oração, cânticos de salmos, hinos e pregação, encerrando-se tudo com a Ceia
do Senhor.
b) Nos II e III séculos, começaram a aparecer certas fórmulas para oração, liturgias ou ordens
expressas de culto.
c) O paganismo do Culto Cristão - O paganismo afetou o culto cristão nesses séculos porque a
Igreja viveu no meio desse paganismo até 400 A.D. e também porque, depois de Constantino,
muitos pagãos entraram na Igreja, sem conversão. A veneração dos santos (mártires e homens
famosos por sua santidade) tornaram-se adoração. Os lugares onde nasceram e viveram, passaram a
ser considerados santos. Surgiram as peregrinações, começaram a venerar relíquias, partes dos
corpos e objetos que pertenceram aos santos e a tributar a esses objetos poder miraculosos. A idéia
do culto aos santos foi mais acentuada na casa da Virgem Maria. Ao fim deste período já o culto da
Virgem estava vigoroso.
2. Os Sacramentos
a. Já no final do II século, o batismo era ministrado com um ritual elaborado. Surgiu a crença de
que o batismo lavava pecados.
b. A celebração da Eucaristia tomou-se uma cerimônia imponente com formas fixas, tornando
enfática a idéia de que o sacramento era sacrifício oferecido pelo sacerdote a favor do povo, eficaz
para a salvação.
OBS: Não obstante este fato tornar a pregação menos importante, colocando-a em plano
secundário, houve nesta época grandes pregadores. Entre eles, Ambrósio, que teve a coragem de
proibir o imperador Teodósio de entrar na Igreja até que se arrependesse do massacre dos
tessalonicenses; e João de Constantinopla, cuja eloqüência lhe granjeou o título de João
Crisóstomo, ou "boca de ouro".
IV. A CRENÇA DA IGREJA
1. Gnosticismo: Apesar de ser uma teoria "muito aproximada", negava que Deus fosse o Criador do
mundo e dos homens, como também negava que Cristo tivesse tido uma vida física real.
2. Credos Primitivos
a) Certos credos, muito semelhantes ao Credo dos Apóstolos, apareceram em vários lugares durante
o II século.
b) No IV e o V séculos surgiram os credos que ainda hoje são aceitos pelos cristãos de todo o
mundo.
c) Concílio de Nicéia: No começo do século IV, Ário, presbítero de Alexandria, ensinou que Cristo
nem era homem nem Deus, mas um ser intermediário entre a divindade e a humanidade. A fim de
pacificar os ânimos, Constantino convocou o primeiro Concílio Geral da Igreja, em Nicéia, na Ásia
menor, em 325. O concílio afirmou a divindade, de Cristo, pela qual lutou Atanásio, principal
oponente de Ário.
d) Concílio de Calcedônia: A questão da divindade de Cristo tendo sido vitoriosa, a discussão
voltou-se para o assunto da relação entre a sua natureza divina e a humana. Foram tremendas as
divergências de opinião que chegaram a provocar divisões na Igreja. O IV Concílio de Calcedônia,
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em 451, apresentou o pronunciamento final da Igreja sobre este assunto declarando que em Cristo
as duas naturezas existiam em plena integridade.
3. Ortodoxia: Ao lado das vitórias conseguidas nessa época através dos Concílios surgiu um
prejuízo. A prova da fé cristã de uma pessoa não era tanto a sua lealdade a Cristo, em Espírito e
pelo comportamento moral senão o seu consentimento ao que a Igreja, declarava ser a doutrina
correta, isto é, a sua: ortodoxia. Quem não fosse considerado ortodoxo era expulso como herege,
embora sua vida fosse um testemunho contínuo de
lealdade a Cristo.
4. Influências Importantes
a) Jerônimo: Nasceu em 340. Natural de Veneza, na Panonia. Convertido ao Cristianismo com mais
de 25 anos, dedicou-se ao estudo das Escrituras e da prática monástica. Em razão do seu grande
amor ao Cristianismo, poder intelectual e extraordinário raciocínio, exerceu grande influência na
aristocracia romana. Escreveu comentários, tratados de teologia, livros em defesa da vida monástica
e inúmeras cartas. Mas, a principal das suas obras foi a tradução que fez da Bíblia. O V.T. foi pela
primeira vez vertido para o latim, diretamente do hebraico, e a então existência da tradução latina
do N.T. cuidadosamente revista. Hoje, conhecida como a Vulgata, e ainda é aceita pela Igreja
Católica.
b) Agostinho: Nasceu no Norte da África em 345; apesar de sua mãe ser uma mulher de vida cristã
profunda era praticamente irreligioso, e sua vida era inútil e vergonhosa. Aos trinta anos era um
mestre brilhante de retórica e oratória em Cártago. Apesar de ser abalado profundamente por uma
pregação de Ambrósio, se converteu, quando, creio por uma iniciativa divina, tomou um volume
das epístolas de Paulo e, ao abri-lo, seus olhos encontraram Romanos 13.13,14. Oito anos depois,
tornou-se bispo de Hipona, uma das mais importantes cidades africanas. Ali passou 35 anos
devotado ao seu povo e escrevendo Livros sobre vários aspectos da verdade cristã.
V. A ORGANIZAÇÃO DA IGREJA
1. Organização Eclesiástica Local
a) Já nos meados do II séculos havia uniformidade de organização. Praticamente cada Igreja tinha
bispo que a dirigia, além dos grupos de presbíteros e diáconos.
b) Esses bispos não tinham, sob seu governo, distritos ou zonas. Eram pastores, cada qual da sua
igreja.
2. Origem da Igreja Católica
a) Como vimos no I Século as igrejas eram independentes. Não havia governo que exercesse
autoridade sobre mais de uma igreja. Mas no terceiro quartel II Século começou a surgir uma
organização que depois veio a ser conhecida como Igreja Católica.
b) As igrejas que faziam parte da associação "católica" eram unidas sob três aspectos:
1- Tinham uma só forma de governo, isto é, bispos, presbíteros, diáconos;
2- Adotavam um só credo, substancialmente o Credo dos Apóstolos;
3- Reconheciam uma só coleção de livros do Novo Testamento;
c) Segundo alguns escritores a organização da Igreja Católica tomou-se necessária em face do
grande perigo que representava o Gnosticismo, que lançava confusão nas massas a respeito da
verdade cristã e os Montanistas, que desejavam uma igreja como a do I Século sob a direção e
governo direto do Espírito Santo.
d) Pelo ano de 400 já se verifica o completo desenvolvimento da Igreja Católica, com sua
organização hierárquica completa: o clero exercendo demasiado domínio espiritual sobre o povo; os
concílios criando leis eclesiásticas; o culto impressionante e cheio de mistério; seus dogmas
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autoritários e a condenação, como hereges dos cristãos que não concordam ou não se conformam
com eles.
e) Causas que contribuíram para o engrandecimento do bispo de Roma:
1- Ele era o bispo da antiga capital do mundo;
2- O costume mais e mais acentuado de se apelar para o bispo de Roma nas disputas eclesiásticas;
3- A pretensão petrina ou papal: era baseada na suposta autoridade que Cristo deu a Pedro sobre os
demais apóstolos, e que Pedro foi o 1º bispo de Roma, legando seu primado aos seus sucessores;
4- Persistência dos bispos romanos de manter toda autoridade que pudessem alcançar, aproveitando
cada oportunidade.
f) Igrejas que se separam da Católica.
1) Igreja Nestoriana: fundada por Nestório, patriarca de Constantinopla. Foi condenado pela igreja e
banido pelo imperador sob acusação de heresias quanto à pessoa de Cristo (explicava a divindade
de Cristo de um modo que não era considerado ortodoxo). Os nestorianos eram, sem dúvida, crentes
em Cristo, cheios de zelo missionário. Foram para a Pérsia e ali organizaram uma igreja
independente e fortaleceram grandemente o Cristianismo.
2) Igrejas Monofisistas: Foram três igrejas que surgiram do partido religioso dos monofisistas, cujos
membros ensinavam que em Cristo só havia uma natureza (a Igreja da Armênia no III Século a
Igreja Jocobita no VI Século na Ásia Menor, Síria e Mesopotâmia, a Igreja Copta, compreendendo
quase todos os cristãos não-gregos do Egito).
CAP. IV - A IGREJA NO INÍCIO DA IDADE MÉDIA (590 - 1073 A.D.)
I. A SUA EXTENSÃO
1. Monaquismo e Missões
Foi a organização mais poderosa do Cristianismo em sua propaganda neste período.
Os mosteiros tornaram-se lares coletivos de trabalho manual e intelectual, onde se cultivavam a
vida devocional e o desapego às coisas do mundo.
Eram verdadeiros centros de civilização. Ministravam lições práticas de agricultura, trabalhos
manuais e a arte da construção. Preservaram e multiplicaram os livros, promovendo a leitura e a
escrita.
d) Eram também as únicas instituições de caridade da época, que cuidavam dos doentes e dos
pobres.
e) Eram verdadeiros centros missionários.
2. Métodos das Missões Medievais
O método das missões era receber o povo tão depressa a ponto de concordar em ser batizado, sem
se inquirir sobre as condições espirituais dos candidatos
Tal método tornou possível uma rápida expansão da igreja que agrupava em seu seio multidões que
apenas tinha vaga idéia do que fosse a vida cristã.
3. Conquistas: Neste período o Cristianismo alcançou a Inglaterra, Alemanha, Dinamarca e Suécia,
a Morávia e a Rússia.
OBS: Em vários países o Cristianismo foi imposto pela força, pelos seus respectivos governos e, às
vezes, de modo bem cruel. Tal foi o caso da Noruega e da Polônia, e em grande parte da Rússia.
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II. A SUA ORGANIZAÇÃO
1. Surgimento do Papado
a) Gregório I, chamado "o Grande": Valendo-se dos seus extraordinários dons, tirou o máximo
partido da sua posição de bispo de Roma, constituindo-se patriarca do Ocidente. Defendeu e impôs
constantemente a sua autoridade sobre esta grande parte da Igreja.
b) Enviou missionários a muitas partes, como Agostinho à Inglaterra, os quais ensinavam
obediência ao bispo de Roma.
c) Apesar do seu objetivo de aumentar o poder ao seu oficio, ele muito trabalhou para purificar e
fortalecer a Igreja, cuidando dos pobres e enviando o Cristianismo aos pagãos.
d) Desse modo Gregório fez mais do que qualquer outro, exceto Hildebrando, para tornar o papado
o que veio a ser na Idade Média.
2. Causas do Aparecimento do Papado
a) O papa, o único governo forte na Europa Ocidental: não havia nenhum governo civil bastante
forte entre o ano 400 do que o de Carlos Magno (768-814), e mesmo depois dele, até aparecer Oto I.
Não houve por todo esse tempo qua1quer governo que ministrasse a justiça e impusesse a ordem e a
paz.
b) Os papas exerciam a justiça.
c) Cresce o poder temporal do papa: durante a maior parte dos séc. V, VI e VII não houve, em
Roma, governo civil, digno de nome. Muitas vezes, em épocas de calamidade pública, os bispos
tiveram de assumir o governo da cidade. Durante esse período, Roma tomou-se praticamente
independente, tendo os papas como seus soberanos. Além das cidades, os papas governavam
extensos territórios. Assim recebiam rendas dessas terras e mantinham um exército como os demais
civis.
d) Os falsos decretos: eram documentos que apresentavam os papas como tendo exercido o governo
sobre os bispos de toda parte. Esses documentos provavelmente foram forjados na França, o que
revela a clara deliberação de engrandecer o papado. Foi assim que se manipulou o apoio histórico
do poder papal.
e) As Missões
f) O avanço do Islamismo
III. CISÃO NA IGREJA
1. Causas da Separação
Diferença de raça: No ocidente, a raça dominante era a latina que se tornara fortalecida pela fusão
com os germanos. No oriente, dominavam os gregos que, receberam grande infusão do sangue
oriental.
O estabelecimento de dois governos no império, o do oriente e o do ocidente.
A pretensão sempre crescente do bispo de Roma, a qual nunca foi reconhecida pelo patriarca de
Constantinopla.
2. A Separação
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O primeiro rompimento foi em 867, quando, por causa de desavenças, entre o papa e o patriarca de
Constantinopla, um concílio no oriente declarou o papa deposto do seu bispado.
A contenda continuou em discussões amargas por causa de pequenas diferenças de doutrinas e ritos,
até 1054.
Mas o rompimento final se deu depois de nova contenda entre o papa e o patriarca: o primeiro
pronunciou um anátema contra o segundo e contra os que o apoiavam.
A Igreja grega ou do oriente compreendia a Grécia, a maior parte da Península balcânica e Rússia,
inclusive grande parte dos cristãos, Ásia Menor, Síria e palestina. O resto ficou, portanto, prestando
obediência ao papa.
IV. O CRISTIANISMO EM SUA LUTA CONTRA O PAGANISMO DENTRO DA IGREJA
l. Causas do Paganismo Dentro da Igreja
a) Cristianismo como religião da moda
b) Decreto do imperador Teodósio, que obrigava os súditos a professarem o Cristianismo na forma
ortodoxa.
c) Métodos missionários medievais.
d) Povos obrigados a aceitar o Cristianismo por certos governos e conquistadores.
e) As tradições sociais eram oriundas, na sua totalidade, do paganismo. Nem governos nem a
opinião pública auxiliavam a moral cristã.
2. A Vida na Igreja
a) Declínio da Moral na Igreja: A maioria dos sacerdotes era constituída de escravos foragidos ou
criminosos que alcançaram a tonsura, sem qualquer ordenação. Seus bispados eram considerados
como propriedades particulares e abertamente vendidos a quem desse mais.
b) Degradação do Papado: Competições políticas se estenderam a vários pontificados. Alguns papas
foram culpados de toda sorte de crimes. Durante anos, uma família de mulheres infames dominou o
papado, as quais entregavam a quem elas o desejassem.
c) A Corrupção dos Mosteiros: De fato, alguns dos piores registros sobre a imoralidade da época
dizem respeito aos mosteiros.
d) A Condição moral do povo:
1- Embora houvesse alguns indivíduos, cujas vidas apresentassem algum sentimento cristão, a
sociedade como um todo, quase nada demonstrava da obra transformadora do Cristianismo;
2- Além de tudo, era o mundo cheio da mais crassa ignorância. A antiga cultura greco-romana tinha
sido quase afogada pelo dilúvio da invasão bárbara.
3. O Culto e a Religião Popular
a) O culto cristão refletia uma influência pagã em alto grau.
b) Mariolaria e o culto aos santos.
c) Peregrinações: A mais meritória das peregrinações era à Terra Santa. Esta viagem, como se cria,
alcançava o perdão para todos os pecados.
d) O culto das relíquias: Ossos dos apóstolos e as cadeias com que Pedro foi algemado, por
exemplo, eram tesouros para os possuidores.
e) A missa torna-se o centro do culto: Era considerado um sacrifício continuamente oferecido a
Deus pelos do mundo. Firmava-se cada vez mais crença de que o era a verdadeira carne e o vinho,
o verdadeiro sangue do Senhor.
f) A religião do temor: O poder do Cristianismo sobre o povo era o poder do medo, como no
paganismo.
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V. A ALVORADA APÓS A IDADE DAS TREVAS
1. Reavivamento da Vida Religiosa
a) Apesar de o Cristianismo parecer quase aniquilado, desfigurado pe1a imperfeição humana, Jesus
Cristo, cabeça da Igreja, entretanto, mostrou mais uma vez o seu poder!
b) A partir do ano 1000, começamos a notar uma mudança para melhor em toda a vida da Europa
ocidental. Depois de séculos de guerra e anarquia começaram a surgir vagarosamente a ordem e a
paz.
2. Renascimento
a) A Europa gozava um pouco de descanso e teve tempo para pensar. Um sopro de vida nova
passava pelo mundo.
b) Apareceu um despertamento intelectual.
c) Surgiram grandes mestres nos mosteiros e nas escolas.
d) Houve um desenvolvimento da cultura: Muitos livros foram escritos a arte reviveu.
e) Esse geral fortalecimento para uma vida humana mais elevada deu ao Cristianismo oportunidade
excepcional de mostrar o seu poder.
3. Mudança nos Mosteiros.
4. O Partido Reformista
a) No começo do século XI surgiu um partido reformista com o propósito de levantar a Igreja da sua
decadência.
b) Era composto principalmente de homens que tinham sido treinados no zelo e na vida rigorosa do
mosteiro de Cluny, ou nos mosteiros que estavam sob a sua influência.
c) Seu programa;
1- Guerra contra a simonia (compra dos cargos eclesiásticos)
2- Ataque à violação geral do celibato clerical
3- Disciplina moral no clero
VI. A VIDA E O PENSAMENTO DA IGREJA ORIENTAL
1. As Disputas Teológicas
a) Resultaram em novas divisões.
b) Apareceram os monotelitas, sustentando que havia duas naturezas em Cristo, mas somente uma
governava a sua vida.
2. As Conquistas Muçulmanas
a) Nos séculos VII e VIII, os conquistadores Árabes haviam dominado a Síria, Pa1estina, parte da
Ásia menor, Mesopotâmia e Egito.
b) Nunca mais a Igreja do oriente chegou a ser tão forte quanto o fora no passado. Apenas o resto da
Ásia Menor, a península dos Balcans e a Grécia foram mantidas pelo império.
c) Apesar de tolerância, foram obrigados a pagar tributo e proibidos de construir novos templos.
d) Depois da conquista Árabe, a Igreja do oriente começou a enfraquecer e a cair em estagnação.
3. Controvérsias em Torno das Imagens
a) A igreja foi, depois, ainda enfraquecida nos séculos VII e IX em virtude das controvérsias
resultantes das tentativas de certos imperadores fortes, desejosos de abolir a veneração das imagens
de Cristo e dos santos.
b) Essas imagens eram gravuras ou pinturas, não estátuas. A veneração desses objetivos de culto
tinha-se tomado em grosseira superstição.
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c) Mas os imperadores foram vencidos pelo povo, apoiado pelos monges.
d) Em 869, um sínodo em Constantinopla declarou-se a favor delas e, desde então, as imagens
dominaram o culto da Igreja oriental.
CAP. V - A IGREJA NO APOGEU DA IDADE MÉDIA (1073 - 1294 A.D)
I - A IGREJA DO OCIDENTE
1. O Papado Medieval
Hildebrando:
a) Era italiano, de nascimento humilde. Apesar de não ter sido monge estava cheio do espírito dos
monges de Cluny.
b) Servindo numa pequena igreja, ele era o poder por trás do trono do papado, desde o tempo de
Leão IX até a sua própria eleição em 1073.
c) Após encontrar o papado enfraquecido e humilhado, tomou-o o maior poder da Europa.
1 – Livrar a Igreja do mundo: eleição dos papas sem a intervenção dos imperadores; abolição da
investi dura secular (indicação dos bispos feita pelo reis); abo1ição do casamento do clero.
2 – Tornar a Igreja Senhora Suprema do Universo: a ela, os demais poderes deveriam sujeitar-se; o
papado como o Supremo Poder Mundial.
OBS: O pensamento medieval sobre esse assunto era: "Todos concordamos que o Cristianismo
deve governar o mundo". Mas para os habitantes da Europa Ocidental, na Idade Média, afirmar isso
seria dizer que a Igreja governaria o mundo. Não podiam pensar num Cristianismo à parte da Igreja,
isto é, da igreja que conheciam, a Igreja Romana.
Inocêncio III
a) Realizou o plano de Hildebrando. Sob seu pontificado (1198-1216) a Igreja Medieval alcançou a
culminância do poder.
b) Seu pensamento: "O papa fica entre o homem e Deus. É menos do que Deus, porém mais do que
o homem. O papa julga a todos e não é julgado por ninguém...
c) Sua relação com imperadores da Europa
1 - Fez e desfez imperadores.
2 - Obrigou o rei Felipe da França e o rei João da Inglaterra a prestar-lhe obediência. A arma
que lançou mão contra esses reis foi o interdito, que consistia na suspensão de todos os serviços
religiosos naqueles países.
OBS: Durante o séc. XIII, o papado, finalmente venceu o grande rival – o Santo Império Romano –
e tomou-se supremo.
2. A Igreja Governa o Mundo Ocidental
 Extensão da Igreja: No ano 1200, apenas uma pequena parte da Europa estava fora da
Cristandade. A Europa era, nominalmente, cristã.
3. A Guerra da Igreja Contra o Islamismo
a) As Cruzadas:
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1. Foi uma série de guerras que a Cristandade Ocidental moveu contra o Islamismo, no Oriente.
Durante dois séculos (1096-1241) tentaram conquistar a Terra Santa que estava sob o poder dos
maometanos.
2. Esta grande luta foi de enorme influência para a vida religiosa, política, comercial e
intelectual dos povos.
b) Causas das Cruzadas
1. As peregrinações à Terra Santa;
2. O avanço do Islamismo, principalmente com os turcos (povo guerreiro e bárbaro da Ásia
Central);
3. O espírito de cavalaria e o desejo de lutas: naquela época havia muito amor ao combate, às
aventuras guerreiras e heróicas;
4. Reavivamento religioso.
c) As Convocações
1. A primeira cruzada foi proclamada em 1095, pelo papa Urbano II – a cidade de Jerusalém foi
capturada e a Palestina se tornara novamente uma parte da Cristandade.
2. Depois desta cruzada houve mais outras sete, provocadas pelas vitórias dos maometanos. As
primeiras foram convocadas pelo papa, mas depois a liderança passou às mãos dos reis.
3. Com o passar dos anos, o entusiasmo religioso foi arrefecendo. Surgiram outros motivos: os de
conquista e de apreensão de riquezas.
d) Resultado das Cruzadas
1. Falharam no seu maior objetivo: Jerusalém continuou sob o domínio dos maometanos;
2. Asseguraram e fortaleceram o Cristianismo;
3. Fortaleceram o poder do papado;
4. Contribuíram para o aumento do espírito de intolerância: guerra contra os albigenses (sul da
França) e desenvolvimento do sistema inquisitorial.
4. As Riquezas da Igreja
a) Propriedades da Igreja: ¼ das terras da França, Alemanha, Inglaterra, Itália e Espanha;
edifícios, Igrejas, construções, etc...
b) As Rendas da Igreja
1. Dízimos - taxas eclesiásticas pagas por toda a gente.
2. Tributos - cobrados pelo serviço religioso.
3. Vendas de indulgências.
4. Impostos dos Estados Papais e do clero.
OBS: Embora a maior parte de suas riquezas fosse gasta egoisticamente, em ostentações faustosas,
justo é reconhecer que muito dinheiro era gasto também em benefícios dos doentes e dos pobres.
5. A Organização da Igreja
a) Os Poderes do Papa
1. Era o monarca absoluto da Igreja
2. Exercia uma autoridade contínua e imediata, passando por cima da autoridade dos bispos,
dominando diretamente nas dioceses.
3. Seus decretos eram aceitos como tendo a mesma autoridade das decisões dos concílios
eclesiásticos.
4. Até mesmo nas cortes judiciais civis, apelava-se para o papa.
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b) Os Poderes dos Bispos
1. Logo abaixo do papa estavam os arcebispos governando províncias constituídas de várias
dioceses. Vinham, então, os bispos, cada qual governando a sua diocese.
2. Exerciam a superintendência sobre o clero, cuidavam das instituições de caridade e
supervisionavam as escolas.
3. Presidiam os júris no julgamento de questões que se relacionavam com a Igreja.
4. Somente o bispo ministrava a confirmação e a ordenação.
5. Em virtude de seus grandes territórios, muitos exerciam o governo temporal.
c) Os Poderes e Deveres dos Párocos
1. O padre da Idade Média dispunha de um poder quase absoluto sobre o povo.
2. Através do confessionário o padre conhecia e controlava a conduta do povo.
3. Ministrava às crianças a instrução religiosa e o ensino primário.
4. Era, ao mesmo tempo, ministro, mestre-escola, polícia, juiz em pendências menores,
despenseiro dos pobres, etc.
d) Ordens Monásticas
1. Tornou-se uma poderosa organização a serviço do papa.
2. Contribuições: Escreveram, publicaram e conservaram livros; suas escolas ministravam
educação primária gratuita; os seus hospitais cuidavam dos doentes e dos viajantes pobres.
6. A Disciplina e a Lei da Igreja Romana
a) Nas modernas Igrejas protestantes essa disciplina é exercida pelo ensino cristão das Escrituras e
pela influência pessoal. Mas a Igreja governava e conduzia o seu povo por meio do seu sistema
disciplinar:
1.
Confissão: Todos eram obrigados a se confessar ao sacerdote pelo menos uma vez por ano.
2. Penitência: Os que se confessavam tinham que fazer penitência: de acordo com a gravidade
das faltas.
3. Absolvição: A penitência consistia em atos que envolviam sacrifícios como Jejuns, flagelações,
peregrinações, etc. Quando a penitência era realizada, o sacerdote pronunciava a absolvição.
4. O Purgatório: Pela confissão, penitência e absolvição era removida a culpa do pecado. Mas
ainda permanecia o que se chamava a conseqüência temporal do pecado, cuja parte principal era as
penas do purgatório. Este era um estado de sofrimento purificador, pelo qual o pecador deve passar,
antes de entrar na bem-aventurança final.
5. As Indulgências: A Igreja ensinava que tinha o poder der diminuir essas penas do purgatório.
Essa redução de penas era chamada indulgências e que podia ser conseguida pela prática de certas
penitências. Mais tarde passaram a objeto de negócio, sendo vendidas a todo preço. Ensinava-se que
a pessoa que as pudesse obter, além de se beneficiar, ajudava também aos parentes e amigos já
falecidos.
b) As Leis da Igreja
1- Tribunais - O domínio da Igreja sobre a vida humana não era exercido somente pelo seu sistema
disciplinar, mas também pelas suas leis, aplicadas pelos seus próprios tribunais. Certos casos como
os que envolviam testamentos, Como também os que envolvessem pessoas do clero e outros casos
de qualquer natureza eram levados às cortes eclesiásticas. O objetivo de tudo isso era tornar esses
tribunais tão poderosos quanto os civis.
2- A Inquisição - Foi um dos principais meios de controle da vida humana. Era uma organização
eclesiástica destinada a indagar, descobrir e punir o que a igreja considerava heresia ou discordância
dos seus ensinos. Operavam por toda a parte secreta, vigilante, paciente e desumanamente. Em seus
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tribunais o acusado não tinha meios de defesas contra as acusações e nunca conseguia absolvição.
Lançava mão das mais horríveis torturas a fim de arrancar confissões.
OBS.: O Sentimento Medieval contra a heresia: Nesta política de aniquilamento a igreja tinha o
apoio da opinião pública. Para o homem medieval a heresia era o pior dos crimes, pois quebrava a
unidade da Igreja, e o herege, discordando da Igreja, ia de encontro à fé cristã. Na mente do povo a
fé cristã e a organização que a representava, eram uma e a mesma coisa. Os homens da Idade Média
não tinham nenhuma idéia de liberdade de pensamento e de consciência.
7. O Culto da Igreja
a) O Sistema Sacramental: Os sacramentos eram sete - Batismo, Confirmação, Eucaristia,
Penitência, Extrema Unção, Ordem, Matrimônio. Pensava-se e ensinava-se que esse sistema
constituía meio de salvação quando ministrado por um padre. Receber o batismo significava ser
regenerado; participar da comunhão era receber a vida de Cristo.
b) A Missa: Era o elemento central do culto, era o maior dos sacramentos. No século XIII a Igreja
papal adotou a transubstanciação como um dos seus dogmas. De sorte que, este sacramento era a
repetição real do sacrifício do Calvário. Participar alguém do sangue e da carne de Cristo era
receber a vida eterna (aos leigos era dado somente o pão pelo temor do desperdício do vinho; pois
desde que o corpo (pão ou hóstia) continha o sangue era bastante ao leigo participar do pão).
c) A Pregação: Passou para um lugar secundário e de muito pouca importância. Raramente um
pároco pregava, pois, a maioria do clero era bastante ignorante para pregar. Em qualquer parte, o
rito era celebrado em latim; por conseqüência poucas pessoas entendiam o que ouviam na Igreja.
d) Culto ao Santos e a Mariolaria: Deus era apresentado ao povo, principalmente, como Criador e
Dominador Supremo; Jesus era apresentado, particularmente como juiz muito severo. De sorte que
as massas ignorantes do ensino bíblico se convenciam de que só podiam encontrar simpatia quando
suas orações fossem dirigidas à Virgem Maria. Considerando-a intercessora e protetora, o povo
construiu grandes e custosos altares e magníficos templos em sua honra e promoveu grandiosas
festas.
e) Os Grandes Templos: Os principais edifícios da Idade Média não foram construídos para fins
comerciais ou administrativos, mas para a religião. A importância desses templos reside no fato de
serem as maiores expressões da arte da Idade Média.
8. A Vida Cristã Sob o Domínio da Igreja
a) A Vida Cristã de Alguns Líderes Religiosos:
1- Bernardo de Claraval (1090 – 1153). Procedeu de uma nobre família da Borgúndia. Sua mãe era
uma santa mulher de caráter profundamente cristão. Foi um dos homens mais influentes da Europa.
Isto foi devido unicamente à pureza e à força do seu caráter. Era dotado de uma ardente
consagração a Deus e a Jesus Cristo. Por meio de cartas, franca e resolutas, chegou a reprovar papas
e reis pela negligência dos deveres nos seus respectivos cargos. Por toda a sua vida permaneceu
humilde e pobre, sem nada ambicionar para se próprio.
2- Francisco de Assis (1182 – 1226). Era filho de um comerciante de Assis, na Itália Central. No
meio de uma mocidade desregrada e indiferente foi atingido por uma moléstia que fez voltar seus
pensamentos para Deus. Dedicou-se especialmente à caridade entre as pessoas mais infelizes
daquela época, os leprosos. O pai zangado procurou interná-lo como louco. Francisco, então,
renunciou a qualquer pretensão à herança paterna e saiu pelo mundo como mendigo. Pouco depois,
assistindo a serviço religioso, ouviu o sacerdote lendo uma parte do capitulo 10 de S. Mateus, onde
se descreve a cena em que Jesus envia os seus discípulos a pregar. Entendeu que aquilo era uma
chamada de Cristo, a que imediatamente obedeceu. Desde então, e por toda a sua vida, ministrou
com excelentes resultados o ensino mais simples e o mais pratico, com o poder de sua consagração
e da sua personalidade atraente e vigorosa.
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OBS: Havia um contraste muito grande entre a vida de alguns líderes, como Bernardo de Claraval
e Francisco de Assis, e a religião da massa.
b) O Cristianismo de quase todo o povo da Idade Média era essencialmente a religião do temor, que
consistia grandemente em crendices e práticas supersticiosas.
9. O Que a Igreja Medieval Fez Pelo Mundo
a) Preservou a fé cristã
b) Conservou a Europa Unida
c) Cristianizou e civilizou os bárbaros
CAP. VI - DECADÊNCIA E RENOVAÇÃO NA IGREJA OCIDENTAL
(1294 - 1517)
I - AS CONDIÇÕES POLÍTICAS
1. O Aumento do Poder Nacional.
a) Um dos motivos que fez surgir a Reforma, foi uma revolta de a1gumas das grandes nações do
oeste da Europa (França, Inglaterra, etc.) contra o domínio da Igreja exercido sobre essas nações por
um estrangeiro, o papa.
b) Neste período, desenvolveu-se um forte espírito nacionalista, que depois sacudiu o jugo da Igreja
e a sua organização.
II – ONDE A IGREJA MEDIEVAL FALHOU
1. A Corrupção do Clero
a) Causas da corrupção:
1 - A tremenda autoridade do sacerdócio - prejudicaram o seu caráter
2 - A enorme riqueza pertencente à Igreja usufruída pelo clero.
b) Em virtude desses dois fatores, o egoísmo, avareza, embriaguez, a glutonaria e a mais baixa
impureza sexual eram comuns dentro do clero.
c) A literatura da época é cheia de ataques a todos os vícios do clero.
2. A Degradação da Religião: Essa Igreja permitiu que o evangelho fosse substituído por uma
religião de ritos sacramentais que outorgavam uma salvação mágica; orações aos espíritos bondosos
da Virgem e dos santos; medo injustificado dos maus espíritos; relíquias milagrosas; maldições e
absolvição dos sacerdotes; vestimentas aparatosas.
3. O Povo Abandonado
a) A negligência dos deveres ministeriais.
b) Falta de assistência religiosa para as cidades que cresciam.
III – MOVIMENTOS DE PROTESTOS
1. Os Albigenses ou Cátaros (Cathari - Puritanos): Ano de 1170
a) Conseguiram proeminência no sul da França
b) Rejeitavam a autoridade da tradição e distribuíram o N. T. Eram contra o purgatório, adoração de
imagens e pretensões sacerdotais.
c) O papa Inocêncio III (1198 - 1216) mobilizou uma cruzada em 1208 e exterminou quase toda a
população, tanto de católicos como de "hereges".
2. Os Valdenses: Ano de 1170
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a) Comandados por Pedro Valdo, comerciante de Lyon, que lia, explicava e distribuía Escrituras,
contrariando os costumes e doutrinas dos católicos romanos.
b) Pedro Valdo fundou uma ordem de evangelistas "os pobres de Lyon", que viajava pelo centro do
sul da França, ganhando adeptos.
c) Foram cruelmente perseguidos e expulsos da Franca, mas se abrigavam nos vales do norte da
Itália. Atualmente constituem um pequeno grupo de protestantes na Itália (35.000).
IV. REVOLTA DENTRO DA IGREJA (A Aurora da Reforma)
l. João Wycliff (1324)
 Nasceu em Richmond, condado de York, na Inglaterra
 Educou-se na Universidade de Oxford. Doutorou-se em Teologia.
 Não reconheceu a autoridade do papa e opunha-se a ela na Inglaterra.
 Era contra a doutrina da transubstanciação.
 Seu maior trabalho foi a tradução do N. T. em inglês (1380); o A. T. foi publicado em 1384,
ano de sua morte, com a ajuda de alguns amigos.
 A fúria de Roma contra ele era tanto que depois o seu corpo foi desenterrado e queimado, e as
cinzas foram lançadas num regato próximo.
 Os "lolardos" (seus discípulos) foram perseguidos por Henrique IV e Henrique V, e por
exterminadores.
2. João Huss (1369 a 1415)
 Foi leitor de Wycliff pregou as mesmas doutrinas.
 Foi Reitor da Universidade de Praga, exerceu influência em toda a Boêmia.
 Em 1412 foi excomungado por João XXIII. A cidade de Praga ficou sofrendo censura papal e
Huss retira-se para um lugar isolado e de lá envia cartas confirmando suas idéias.
 Comparece depois de dois anos ao Concílio de Constância, realizado em Badem, fronteira da
Suíça, com um salvo-conduto do imperador Sigismundo. Foi condenado e queimado vivo em 1415.
 No intervalo entre a excomunhão e o julgamento, escreveu o seu livro mais importante, no qual
ensinava a "Lei de Cristo", isto é, o N.T. era o guia suficiente para a Igreja, e que o papa só podia
ser obedecido até onde suas ordens coincidissem com esta lei Divina.
3. Jerônimo Savonarola (1452 -1498)
 Monge da Ordem dos Dominicanos, em Florença (Itália), o qual chegou a prior do Mosteiro de
São Marcos.
 Pregava contra os males sociais, eclesiásticos e políticos de seu tempo.
 Atraía grandes multidões, nas catedrais, para ouvir e obedecer aos seus ensinos.
 Em Florença exercitou grande e evidente reforma.
 Foi preso, excomungado pelo papa, condenado, enforcado e queimado na praça de Florença, em
1498.
CAP. VII -
A ERA DA REFORMA
REVOLUÇÃO E RECONSTRUÇÃO (1517 -1948)
I. INFLUÊNCIAS QUE CONDUZIRAM À REFORMA
1. Renascença
a) Os século XIV, XV e XVI foram a era da Renascença, aquele despertar das faculdades da
natureza humana. A mente humana fez novas e esplêndidas conquistas em todas as direções.
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b) Descobertas e Invenções:
1 - Geográficas - Colombo e Cabra I, no Oriente e Ocidente.
2 - Astronômicas - Copérnico: Sistema Solar
3 - Mecânica - Imprensa, 1450.
Literatura - Conhecimento do grego e do latim, artes (levou a leitura da Bíblia no original).
2. Imprensa.
a) Foi inventada por João Gutenberg, em 1450, na Mogúncia, no Reno;
b) Consistia em imprimir livros com tipos móveis, fazendo circular milhares: de livros.
c) Antes, os livros eram copiados à mão. Uma Bíblia custava o salário de um ano de um operário.
d) Com a impressão da Bíblia, as pessoas liam-na e se convenciam de que a Igreja papal estava
muito distanciada dos padrões do N.T.
e) Os reformadores escreviam, e logo seus escritos eram publicados na Europa.
3. Espírito Nacionalista
a) Era o patriotismo dos povos inconformados com o domínio da Igreja Romana sobre seus estados
b) Resistiam à nomeação de bispos, abades e dignitários da igreja feita por um papa.
c) Não se conformavam com a contribuição do "óbolo de S. Pedro", para sustentar o papa e para a
construção de majestosos templos em Roma.
4. Inquietude Social
a) Ocorreu por: mais de 100 anos, a partir de 1400 no sul da Alemanha.
b) Os camponeses insurgiram contra os seus senhores (os nobres) por causa da opressão.
Freqüentemente havia protestos e choques armados.
c) Os camponeses tinham como aliados os pobres operários das cidades e todos os espoliados.
d) Fatores religiosos nesses litígios:
1- Ódio aos sacerdotes devido às suas explorações e indiferença, os quais recusavam fazer algo para
libertar as classes oprimidas;
2- Apelo aos princípios cristãos de justiça social.
II. TENTATIVAS DE REFORMA DENTRO DA IGREJA.
1. O Anseio Pela Reforma
a) Os séculos XIV e XV viram surgir dentro da própria Igreja um forte espírito, um extraordinário
desejo de reforma.
b) Estadistas, reis, inclusive alguns bispos e cardeais insistiam em que se fizesse alguma coisa.
c) A maior escola teológica da Igreja Medieval, a Universidade de Paris era quase totalmente
dirigida por espíritos reformadores e forneceu muitos líderes desse movimento.
2. Concílios Reformistas
a) Concílio de Pisa: vão esforço para curar o cisma (a separação).
b) Concílio de Constança: conseguiu restaurar a unidade da igreja houve fracasso na tentativa de
reforma.
c) Concílio de Basiléia (1431-1449): nada foi conseguido de substancial.
OBS: A força do mal existente na Igreja não podia ser destruída por ela mesma, a despeito de toda
a indignação e protesto da opinião pública da Europa. A reforma só poderia vir por meio de uma
revolução, que desfizesse aquela organização.
III. LUTERO E A REFORMA ALEMÃ
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1. Sua Vida
a) Martinho Lutero (1483-1546) nasceu em Eisleben, na Saxônia. Foi profundamente religioso
durante a infância, mas sem exageros, revelando alegria de viver.
b) Aos 18 anos ingressou na mais famosa Universidade Alemã, a de Erfurt, com o propósito de
estudar Direito, como era o desejo de seu pai.
c) Já para iniciar sua vida profissional, tornou-se monge entrando para o Convento dos
Agostinianos em Erfurt.
d) No mosteiro, sustentou consigo mesmo uma tremenda batalha, espiritual. Tinha entrado ali à
procura da salvação, mas não encontrou a paz e a segurança de quem está no caminho de Deus.
Sacrificou-se em jejuns, vigílias, flagelações, etc.
e) Foi ordenado em 1507.
f) Em 1511, convidado para ensinar na Universidade de Wittemberg.
g) Em 1512 tomou-se doutor em Teologia, em Wittemberg.
2. Passos para a Reforma.
a) A Doutrina da Justificação pela Fé: No início do ano de 1513, enquanto lia a Epístola aos
Romanos, em sua cela, encontrou estas palavras: "Mas o justo viverá da fé". Percebeu, então, aquela
verdade que vinha procurando a tanto tempo: que a salvação lhe pertencia, simplesmente, pela
confiança, pela fé em Deus através de Jesus Cristo e não por qualquer obra que ele próprio fizesse.
b) Indulgências - pressupostos:
1 – Seita dos flagelados: Instituída no século XIII, andavam semi-nus pelas ruas da Europa.
Flagelavam-se duas vezes por dia com chicotes, com a finalidade de expiação (perdão) dos pecados
seus e dos outros. São perseguidos no princípio, depois tornam-se simpáticos ao povo, que voltava
suas costas aos padres desregrados, e confessava seu pecado e tristeza aos f1agelados.
2 – Os padres aproveitam a idéia dos flagelados e inventam um negócio novo chamado
"indulgência" - consistia na troca de uma quantia mais ou menos avultada, conforme a classe do
comprador, da isenção de uma peregrinação, de um jejum, ou de qualquer outra penitência.
3 – O papa Clemente VII (1523-1534) percebeu a fonte lucrativa e instituiu as indulgências como
artigo de fé.
3. Causa Imediata da Reforma: Venda de Indulgências
a) O papa Leão X, com o desejo de terminar o Templo de S. Pedro, em Roma, envia o monge
dominicano de Leipzig, a toda a Alemanha para vender indulgências.
b) João Tetzel apregoava: "Eu não trocaria os meus privilégios que São Pedro tem no céu, porque
tenho salvado mais almas com as minhas indulgências do que São Pedro com as suas
pregações...Tão depressa o vosso dinheiro caia no cofre, as almas de vossos amigos subirão do
purgatório ao céu”.
c) Martinho opunha-se e dizia: "Acautelem-se e não dêem crédito aos clamores desses vendedores
de indulgências".
4. Início da Reforma: 31 de outubro de 1517 (data histórica)
a) Nesse dia, Lutero fixa na porta da igreja de Castelo, em Wittenberg as 95 teses contra as
indulgências e contra o papa. Escreve ao arcebispo Alberto; manda cópias aos bispos de
Brademburgo, exortando a reagir contra tal abuso.
b) Lutero é excomungado pelo papa Leão X, através da bula (decreto papal), em 15 de junho de
1520, e tem 60 dias para retratar-se. Lutero recebe a excomunhão como um desafio e classifica-a de
"Bula execrável do anti-cristo".
5. Marco da Renúncia Definitiva com a Igreja Católica (10/12/1520).
a)Nesse dia Lutero queimou a bula papal em frente à igreja de Castelo, na presença dos seus alunos,
e de professores da Universidade de Wittemberg.
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b) Suas teses foram logo traduzidas para o latim, espanhol e holandês.
6. Dieta em Worms – 1521
a) Lutero foi citado para comparecer ante a Dieta do Concílio Supremo no Reno. A bula, para ter
efeito, dependia do poder civil para levar Lutero à morte. O imperador Carlos V concede-lhe um
salvo-conduto.
b) Advertido pelos amigos, sobre a sorte de João Huss, disse: "Irei a Worms, ainda que me cerquem
tantos demônios quantas são as telhas dos telhados".
c) A 16 de abril de 1521, chega em Worms debaixo de ovação popular: No dia seguinte apresentase ao Marechal do império para conduzi-lo ao Congresso.
d) Os trabalhos foram começados pelo chanceler de Troves, que dirigiu-lhe as seguintes perguntas:
"Em primeiro lugar queremos saber se estes livros foram escritos por ti. Em segundo, se estás
pronto a retratar-te do que escreveste nestes livros, ou se persistirás nas opiniões que neles
expuseste."
e) Lutero respondeu "sim" à primeira pergunta, e à outra respondeu no dia seguinte, dessa maneira:
"Visto que Vossa Majestade, e vós, poderosos senhores" me exigem uma resposta clara, simples e
precisa, dar-vos-ei a seguinte resposta: Não posso submeter a minha fé nem ao papa, nem aos
concílios, porque é claro como o dia, que eles, muitas vezes, têm caído em erro, até nas mais
palpáveis contradições, como eles próprios. Se, portanto, não me convencerdes pelos próprios
textos que tenho citado, libertando assim, a minha consciência por meio da Palavra de Deus, eu não
posso nem quero retratar-me, porque não é seguro para um cristão falar contra a sua consciência.
Tenho dito, não posso fazer de outro modo; Deus me ajude. Amém!".
f) Neste momento os espanhóis tentaram um massacre, mas os soldados de Frederico III, imperador
alemão, empunharam suas armas e evitaram.
g) Depois disto, Lutero é levado, sob muita proteção, para o castelo de Wartzburg (de Frederico III),
na Turíngia, onde passou 10 meses. Vestiu-se de cavalheiro, e com a barba grande passou a se
chamar Junker Jorge. Escreveu neste período "Sobre Votos Monásticos", "A Epístola e o Evangelho
Postilha" e traduziu o N.T. na língua alemã, em 1521.
h) Lutero retoma, então, a Wittemberg e assume a direção do movimento reformista.
7. Dietas Importantes
a) Em 1526 – 1ª Dieta de Spira: liberdade de culto para os luteranos.
b) em 1529 – 2ª Dieta de Spira: devido às pressões católicas; Carlos V decreta a Tolerância aos
Luteranos, porém proíbe a propagação. Houve protestos por parte dos príncipes luteranos. Daí vem
o termo "PROTESTANTE".
c) Em 1530 é convocada a Dieta de Augsburg, Lutero envia seu representante, Felipe Melanchton,
que levou 8 princípios luteranos, ou do Protestantismo; que foi chamado Confissão de Augsburg.
Confissão:
1 – Salvação pela fé.
2 – A Bíblia é a única fonte de fé (interpretação livre).
3 – Abolição do celibato.
4 – Abolição do culto aos santos e à Virgem Maria.
5 – Abolição da hierarquia clerical.
6 – Abolição dos sacramentos: batismo, eucaristia, penitência.
7 – Adoção da língua nacional nos cultos (opcional)
8 – A negação da autoridade do papa.
8. A Doutrina Central da Reforma: O Sacerdócio de Todos os Cristãos
a) Lutero ensinava que cada indivíduo podia gozar comunhão com Deus pela fé, sem intervenção do
sacerdócio da igreja.
b) O homem podia confessar seus pecados a Deus e dEle receber o perdão.
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c) Cada homem podia entender as Escrituras pela iluminação da fé, e por ela conhecer a vontade de
Deus, independentemente dos ensinos dessa igreja.
9. Princípios Fundamentais da Reforma
a) A supremacia das Escrituras sobre a tradição.
b) Supremacia da Fé sobre as obras
c) A supremacia do Povo Cristão sobre um sacerdócio exclusivo.
OBS: O objetivo último do Protestantismo Evangélico é trazer cada homem a uma responsabilidade
pessoal e a uma união vital com Cristo.
IV. O LADO REFORMADO DO CRISTIANISMO PROTESTANTE.
Além da Alemanha, as demais nações da Europa ocidental, receberam a inf1uência daquele
despertamento religioso no séc. XVI. Na Suíça, França, Países Baixos, Escócia e Inglaterra
explodiram revoluções religiosas e foram organizadas igrejas protestantes. Todas tinham em
comum certos aspectos que diferenciavam das igrejas luteranas. Todas, exceto a inglesa, são
chamadas Igrejas Reformadas.
1. A Reforma na Suíça - Zuínglio
a) A Suíça, no séc. XVI, era uma confederação de 13 pequenos estados chamados "cantões".
b) Úlrico Zuínglio nasceu em 01/01/1484, em Wildhaus, 52 dias depois de Lutero.
c) Foi instruído pelos mestres humanistas, homens que representavam a flor do pensamento
revolucionário da Renascença.
d) De 1516 a 1518 foi sacerdote em Einsiedeln.
e) Durante 10 anos de literatura e pesquisa foi-se inclinando gradualmente para as idéias
evangélicas ou reformadas, pois as encontrava mais satisfatórias e 1ógicas à sua mente do que os
ensinos da igreja medieval.
f) Nas suas pregações, combatia a superstição, hipocrisia, preguiça, embriaguez e conclamava o
arrependimento, mudança de vida, no amor e na felicidade...
g) Num livro que foi publicado em 1522, anunciou abertamente seu afastamento do papado. Seu
rompimento foi gradual. Sua conversão era mais intelectual e completa e menos emocional.
h) Em 1525, publica seu Comentário sobre a Verdadeira e a Falsa Religião, no qual combate o
Catolicismo e o Anabatismo.
i) No auge da Reforma, em Zurique, dois movimentos populares apareceram para modificar o rumo
do Protestantismo na Suíça:
1- Surgimento da social-democracia que culminou na guerra dos camponeses;
2- Revivificação do velho tipo de Cristianismo no chamado anabatismo.
j) Num encontro entre Zuínglio e Lutero, após concordarem em 14 dos 15 artigos que definiam os
assuntos básicos da fé cristã, diferiram em um: a doutrina da ceia do Senhor. Lutero, apesar de
rejeitar a transubstanciação, ainda sustentava que o verdadeiro corpo e o verdadeiro sangue de
Cristo eram recebidos pelos comungantes ao lado do pão e do vinho. Zuínglio sustentava que o
sacramento é um memorial da morte do Senhor e que sua presença é unicamente espiritual. Como
não entraram em acordo, os luteranos protestantes se separaram dos reformados.
k) Dois anos depois, levantou-se uma guerra entre os 4 cantões que permaneceram católicos e os
cantões protestantes. Na segunda de duas breves campanhas (2ª Guerra de Capel), Zuínglio foi
morto.
2. A Reforma em Genebra - João Calvino
a) Não Muito depois da morte de Zuínglio surgiu um líder ainda maior para tomar a direção do
Protestantismo na Suíça.
b) João Calvino (1509-1564) nasceu 26 anos depois de Lutero, de modo que pertencia à geração da
Reforma. Era francês, de Noyon, Picardia.
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c) Não se sabe ao certo quando e onde se deu a sua conversão. Declarou-se protestante em 1533, e
no final desse mesmo ano teve que fugir de Paris, em virtude de uma inesperada e feroz
perseguição.
d) Aos 26 anos, em Basiléia, publicou um livro que lhe permitiu ganhar a posição de um dos líderes
do Protestantismo: As Institutas da Religião Cristã.
e) Seu primeiro ministério em Genebra: resultou em desastre. Muita gente não estava com o
coração predisposto à Reforma, e a oposição dessa gente resultou na expulsão de Calvino e de
FareI.
f) Sua volta: Depois de 3 anos em Estrasburgo, como pastor de uma igreja protestante de franceses,
e depois de muita relutância aceitou, em 1541, voltar com; novos propósitos:
1- Uma igreja totalmente reorganizada: um ministério educado r cuidadosamente escolhido, fiel aos
deveres claramente indicados para o mesmo;
2- Leis que expressassem a moral bíblica;
3- Um sistema educacional de primeira ordem: melhores mestres para as escolas; não faltavam os
cursos de Teologia.
g) Êxito de Calvino: Durante 23 anos viu seu ideal, em parte, realizado. Aquela cidade turbulenta e
dissoluta, tornou-se notável por sua ordem, cultura, cristianismo ardoroso e condições morais
excelentes.
h) Benefícios da obra de Calvino:
1- A vida moral da cidade foi um exemplo do que a fé reformada podia realizar, e daí o poder da
sua propaganda;
2- Genebra foi a cidade de refúgio para os perseguidos por causa da Reforma;
3- Genebra também foi um lugar de preparo sólido para os líderes do Protestantismo.
i) Pregou seu último sermão no dia 6 de fevereiro de 1564 e faleceu a 27 de maio do mesmo ano.
3. A Reforma nos Países Baixos - Guilherme de Orange
a) Os Países Baixos compreendiam parte dos territórios herdados por Carlos V (Holanda, Bélgica,
etc...)
b) Carlos V estabeleceu a Inquisição, condenando à fogueira dois protestantes em 1523, e por mais
de 30 anos lutou contra o protestantismo, matando milhares e milhares dos seus súditos.
c) Em 1555, Carlos V foi sucedido por seu filho Felipe II, que foi mais carola e cruel do que seu
pai.
d) Diante de tal tirania que estava esmagando as liberdades, levando todas as riquezas dessas
províncias para o reino espanhol e matando muita gente por causa da sua fé, levantou-se um partido
patriótico, liderado por Guilherme, o Taciturno, príncipe de Orange, o qual dedicou toda a sua vida
para assegurar a liberdade religiosa a todos os homens e credos.
e) Em 1568, Guilherme começou a guerra de libertação, que apesar de compreender que sua causa
não triunfaria no sul dos Países Baixos, lutou e triunfou na parte norte, onde teve sua vitória final,
em 1609.
f) Assim surgiu a poderosa nação protestante da Holanda. Sua igreja nacional foi organizada, com
uma confissão de fé e uma forma de governo que seguiu o ensino de Calvino. Desta igreja procedeu
a Igreja Reformada da América (ou da Holanda).
g) Ainda no séc. XVII surgiu uma profunda diferença teológica entre os protestantes da Holanda.
De um lado, a idéia calvinista - Deus predestina alguns para salvação e outros para a perdição - e do
outro, um partido que rejeitou esta idéia, afirmando que Cristo morreu por todos, e que o propósito
de Deus, desde o princípio, foi salvar todos os que crêem em Cristo. Este partido foi chamado
“Arminiano", por causa de Armínio, um dos seus líderes.
4. A Reforma na França
a) Nos começos do séc. XVI, algumas das idéias religiosas características da Reforma foram
expressas por humanistas franceses que eram estudantes entusiastas das Escrituras.
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b) Mas quando os livros de Lutero começaram a circular na França, o rei Francisco I, em 1538,
decidiu mover forte e incessante campanha contra o ensino reformado.
c) Por esse mesmo tempo, Calvino tomou-se o chefe do movimento protestante no seu país,
dirigindo-o através de cartas e por meio de pregadores jovens enviados de Genebra.
d) Apesar da repressão, a Reforma espalhou-se por quase toda a França. Em 1559 organizada uma
igreja protestante nacional.
e) Nesse tempo surgiram huguenotes: nome dado aos protestantes franceses em virtude do
movimento, liderado por grande parte da aristocracia, que não se submetiam facilmente à
perseguição, e começaram a falar de uma revolta armada.
GUERRA DOS TRINTA ANOS:
1. Diante desse movimento, em 1562 rebentou a guerra, sendo os huguenotes dirigidos pelo
almirante Coligny e o príncipe Condé; ambos lutavam contra a rainha regente, Catarina de Médice;
2. Esta guerra foi a primeira das oito "Guerras Religiosas" que duraram mais de trinta anos e
quase arruinaram totalmente a França;
3. O momento mais crítico foi quando o espírito do partido católico-romano se manifestou no
horrível massacre de São Bartolomeu em 1572: num certo período de paz, muitos huguenotes
dentre os nobres reuniram-se em Paris para assistirem ao casamento de um dos seus chefes,
Henrique de Navarra. Num ataque levado a efeito durante a noite, por ordem de Catarina de
Médice, dezenas de milhares de huguenotes, inclusive o almirante Coligny e muitíssimos outros
líderes foram mortos. Foram ordenados, a seguir muitos outros massacres em outras partes da
França, nos quais foram aniquilados cerca de 70 mil protestantes.
4. Edito de Nantes: todavia, e apesar deste terrível golpe, os protestantes se reabilitaram e
continuaram a luta até 1598 quando a guerra terminou com célebre Edito de Nantes, que concedeu
ao protestantismo um pouco mais de tolerância.
5. A Reforma na Escócia - João Knox
a) A Escócia no século XVI era um reino independente. Seu clero católico tinha sido peculiarmente
indigno e incompetente. Por isso os ensinos foi avidamente aceitos a despeito da oposição da Igreja
Romana e do governo e apesar, ainda, de serem queimados alguns dos pregadores protestantes.
b) João Knox, o grande reformador da Escócia (1546).
1. Nasceu em 1515. Tomou-se sacerdote e foi tutor dos filhos de algumas famílias nobres e,
depois, companheiro de George Wishart, um dos mártires protestantes.
2. Em 1542 converteu-se ao cristianismo. Principalmente depois da morte de Wishart, ensinou
corajosamente as doutrinas da Reforma. I
3. Em 1546 foi preso, passando 19 meses numa das galés de escravos, na França. Liberto foi à
Inglaterra, onde trabalhou ativamente, pregando, I principalmente no norte. Lá rejeitou o bispado da
Igreja Anglicana.
4. Foi em Genebra onde conheceu Calvino, e com ele colaborou na Reforma Suíça. Nessa época
escreveu sua "Advertência à Inglaterra", na qual denunciou veementemente a rainha Maria, seu
marido e o imperador Carlos V.
5. Em 1559 volta à Escócia a convite dos nobres protestantes, onde ficou o resto da sua vida.
6. Em 1560, a pedido do Parlamento, Knox escreveu "O Primeiro Livro de Disciplina" que
regulava a vida interna do Protestantismo na Escócia.
c) André Melville, o sucessor de Knox
1. Com a morte de Knox, Melville continua a luta, agora, entre a Igreja e o Estado, pois depois de
alcançada a vitória do protestantismo surgiu a luta pelo presbiterianismo.
2. O filho da rainha Maria, Tiago VI, tentou introduzir bispos na igreja escocesa principalmente,
por dois motivos:
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 O rei viu que um governo eclesiástico presbiteriano nutriria e desenvolveria o espírito de
liberdade entre o povo.
 Alguns nobres, aliados ao rei, julgaram que assim teriam a oportunidade de ficarem com as
terras pertencidas aos bispos da Igreja Medieval.
d) Melville foi ousado nessa luta contra o rei
6. A Reforma na Inglaterra
a) Influências que contribuíram para a Reforma
1- Os "Irmãos Lollardos" - conservaram vivos os ensinos de Wycliff
2- A propaganda das idéias da Reformas pelos humanistas (Colet)
3- A disseminação dos livros e ensinos de Lutero.
4- A circulação, embora proibida, do N. T. de Tyndale (1525)
b) Contribuições dos reis:
1. Henrique VIII - Apesar de se revoltar contra o papa, por não lhe ter permitido divorciar-se de
Catarina de Aragão e casar com Ana Bolena e separar a igreja da Inglaterra de Roma, não aplicou
nenhuma reforma à Igreja. Porem dois fatos contribuíram para a Reforma: A Bíblia nas igrejas e a
supressa dos mosteiros.
2. Eduardo VI - Neste reinado, a Igreja da Inglaterra tornou-se rapidamente protestante pela
influência dos nobres que governavam no período da menoridade do rei. O parlamento decretou leis
que exigiam que todas as pessoas assistissem ao culto reformado.
3. Maria - Apesar da sua tentativa de restaurar a Igreja Romana na Inglaterra e perseguir cruel e
miseravelmente o protestantismo, ela conseguiu simplesmente fazer o que as leis e livro de orações
não conseguiram; fortaleceu substancialmente o protestantismo na Inglaterra.
4. lsabel - Ao contrário de Maria, convicta que o seu interesse e o do país estavam ao lado do
Protestantismo, depois do 1º ministro católico, colocando 8 evangélicos ao conselho de ministros.
Organizou uma igreja nacional protestante.
OBS: Com sua igreja protestante e seu rápido desenvolvimento político e econômico, a Inglaterra
tomou-se um dos principais baluartes da causa protestante na Europa e depois, no mundo.
c) Os puritanos: Na organização da Igreja na Inglaterra a idéia predominante era não introduzir
outras modificações além das requeridas pelas idéias fundamentais do protestantismo. A Reforma
inglesa foi desse modo, conservadora, guardando o velho sistema de governo e muitas das antigas
formas de culto. Mas havia um partido muito forte profundamente desejoso de alcançar mudanças
mais radicais, como:
1- Igrejas simples, sem vestimentas e aparatos cerimoniais.
2- Forma de governo presbiteriano (não ao governo pelos bispos)
3- Igreja independente (pelo qual depois foram chamados Congregacionalista).
4- Igreja pura (liberta dos indignos)
7. Os Anabatistas
a) Origem: Além dos luteranos e dos reformados surgiu um terceiro movimento reformador
conhecido como Anabatista.
b) Sociedade Anabatista:
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1. Não se juntaram às chamadas igrejas de estado, ou oficiais. O ideal deles era organizar
sociedades de cristãos verdadeiramente convertidos, em bases voluntárias.
2. Estas sociedades seriam santos agrupamentos seguindo os ensinos do N. T. e particularmente o
sermão do monte.
c) Sua doutrina: A doutrina fundamental dos anabatistas era uma concepção particular a respeito da
Igreja. Esta é uma comunidade de pessoas regeneradas, isto é, convertidas. Decorria daí a crença
deles, de que o batismo, o rito de admissão à igreja só deveria ser ministrado aos adultos. Os que se
fi1iavam a essas sociedades eram batizados, pois o batismo recebido na infância não tinha
significação. Por causa dessa atitude foram chamados anabatistas, isto é, que batizaram novamente.
d) Meno Simons: Foi o mais célebre líder dos anabatistas. Purificou-as das suas tendências para o
fanatismo e encorajou-as nos períodos de perseguição, e as unificou numa grande irmandade que
tomou o seu nome - Os Menonitas.
e) Os Menonitas e os Modernos Batistas:
1.
Em 1611, alguns conversos fundaram a 1ª Igreja Batista ou Anabatista da Inglaterra. Destes
primeiros batistas ingleses procederam os demais batistas que fundaram igrejas no mundo de língua
inglesa.
2.
A designação de Menonitas ainda hoje é adotada por algumas igrejas na Alemanha e por
igrejas de origem germânica, tanto na Rússia como na América.
V. A CONTRA-REFORMA
1. Elementos desejosos de Reforma na Igreja Romana
a) Devido às forças internas e externas que operavam na igreja católica impeliam-na a uma reforma
de caráter moral e de ensino religioso.
b) O grupo, satisfeito com as condições vigentes, era composto da Cúria, da Corte Papal e do
Círculo Político mais chegado ao papa.
c) Porem, do outro lado, homens de todos os países, classes, elementos do clero, clamavam por uma
reforma dentro da igreja.
2. Possíveis Métodos de Reformas
a) Havia dois partidos que pugnavam, um pela reforma puramente moral; outro, na mudança de
doutrinas, tanto quanto no campo moral.
b) Seus defensores não descartavam a mudança benéfica trazida pelo protestantismo. Alimentavam
a esperança do retorno dos protestantes ao seio da Igreja Católica, caso houvesse essa mudança.
3. O Método Escolhido: A Contra-Reforma
a) A idéia aceita foi que não se faria nenhuma modificação importante no ensino da igreja medieval,
mas haveria reforma de caráter moral e orgânica para tornar essa igreja mais eficiente.
b) Este grande esforço da Igreja Romana para reorganizar-se foi com o intuito de aniquilar o
protestantismo.
4. Elementos da Contra-Reforma
a) Os jesuítas: A ordem dos jesuítas foi fundada em 1534 pelo espanhol Inácio de Loyola, cuja
finalidade era combater o movimento protestante, com métodos externos e secretos.
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1- A Sociedade de Jesus - lnácio de Loyola, conscientizado que a Igreja Romana fora
divinamente ordenada para representar Deus entre os homens seguiu o conselho dos superiores
e formou a Sociedade de Jesus, com 10 elementos, em 1540.
2- Propósito e Organização:
Propósito: Promover o progresso eclesiástico e lutar contra os inimigos da Igreja Católica
Romana, por todos os meios possíveis.
Organização: Baseada num sistema de disciplina rígida e absoluta, obediência contínua e
perfeita. Cada um era ligado aos seus superiores através de juramento.
3- Métodos de Combate ao Protestantismo:
 Nas igrejas, colocavam hábeis pregadores e promoviam reuniões atraentes.

Dispensavam muita atenção à obra educacional.
 Politicamente, incentivavam os governos a se rebelarem contra o protestantismo, e se
tomarem fiéis à Igreja Católica Romana.
b) A Obra do Concílio de Trento: Foi outro grande elemento de combate à Reforma. Esse
concílio geral reuniu-se em Trento, em 1545, e durou 18 anos, dividindo-se em 3 longas sessões. O
Concílio deu à Igreja Católica Romana uma declaração completa da sua doutrina; reorganizou o
sistema de governo eclesiástico removeu alguns dos seus piores males de um modo a deixá-la muito
mais bem preparada para combater o protestantismo.
c) Meios de Repressão:
1. A Inquisição - Apoiada pelos governos católicos, esmagavam os grupos protestantes.
2. O Index - Condenava os livros com os quais a Igreja não concordava. Nesta lista estava a
Bíblia, exceto a Vulgata, e tudo que conduzisse a mundo ao progresso, estudos e pesquisas. (A
Bíblia Vulgata possuía 73 livros).
5. As Conquistas da Contra-Reforma
a) Em grandes partes do império alemão as quais oficialmente ainda eram católicas por terem
governadores católicos, o protestantismo apesar de forte foi totalmente aniquilado pelo trabalho dos
jesuítas e pela perseguição desses governos, tornando essas regiões solidamente católicas (Áustria,
Estiria, Caríntia, Bavária, etc.).
b) Nos Países Baixos, a Contra-Reforma destruiu o protestantismo nas províncias do sul.
c) O maior desses empreendimentos de reconquista foi dirigido contra a Inglaterra. Filipe lI, da
Espanha, enviou a Grande Armada Espanhola contra a Inglaterra. Mas os combatentes ingleses e
uma terrível tempestade destruíram a Grande Armada e a Inglaterra foi salva.
6. A Guerra dos Trinta Anos
a) Foi uma conseqüência direta da contra-reforma. Esta guerra foi a união dos governos católicos da
Alemanha para destruírem a protestantismo no império.
b) A PAZ DE WESTPHLIA pôs fim à guerra, em 1648. O protestantismo foi colocado no mesmo
pé de igualdade com o catolicismo em todos os negócios do império. Este acordo acabou com a
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agressão da Contra-Reforma e também com o progresso do protestantismo. Até 1930, o caráter
religioso das regiões da Alemanha ainda permanecia o mesmo desde o tratado de paz.
VI. AS MISSÕES
1. Inatividade Protestante
a) Somente a Igreja Católica Romana nesse período cuidou do trabalho missionário. As igrejas
protestantes nada fizeram dignos de referência especial para levar o Evangelho aos povos pagãos,
até meados do séc. XVII.
b) Uma das razões desta atitude foi que o protestantismo teve que lutar muito para sobreviver.
c) Outra razão é que os grandes líderes da Reforma não deram nenhum sinal de realizar aquilo que é
dever de cada cristão: evangelizar os demais povos; e naturalmente, os que continuaram o trabalho
deles, caíram na mesma falta.
2. Atividade da Igreja Romana
a. Neste tempo foi aberto um novo e grande campo para o Cristianismo: as novas terras descobertas
no ocidente e no oriente.
b. Os pioneiros da Igreja Romana apressaram a entrar nessas regiões, principalmente os
franciscanos e os dominicanos.
c. Porém, os maiores missionários católicos, foram os jesuítas (na China, Japão e América,
inclusive no Brasil).
CAP. VIII - HISTÓRIA DA ASSEMBLÉIA DE DEUS NO BRASIL
I. FUNDADORES
1. Daniel Berg: Nasceu a 19 de abril de 1884, na cidade de Vargon, às margens do lago de Vernern,
Suécia, onde viveu até à sua adolescência. Converteu-se e se batizou nas águas 1899. Aos 18 anos,
deixou sua casa, com destino aos EUA. Em 1909 recebeu o batismo com o Espírito Santo.
2. Gunnar Vingren: Nasceu em Ostra Husby, Ostergetland, Suécia, a 8 de agosto de 1879. Era filho
de pais crentes, aprendendo desde cedo a trilhar nos caminhos santos e a conhecer os preceitos de
Deus, sendo batizado nas águas aos 18 anos, em outubro de 1903, viajou para a cidade de
Gotemburgo nos EUA. Em setembro de 1904, iniciou um curso de 4 anos no Seminário Teológico
Batista, em Chicago. Em 1909 foi batizado como Espírito Santo.
II. CHAMADA
Em 1909, Daniel Berg e Gunnar Vingren encontraram-se na cidade de Chicago, por ocasião de uma
conferência. Após alguns diálogos, descobriram que seus ideais, quanto ao futuro, eram idênticos.
Resolveram então encontrar-se diariamente, para, orar e esperar que Deus lhes mostrasse o caminho
a seguir.
Certo dia o irmão Olof Uldin, que havia conhecido Vingren e Berg, revelou-lhes um sonho, durante
o qual vira, nitidamente, diante de si, o nome Pará, nome de uma cidade em qualquer lugar. Vingren
e Berg reconheceram que era a resposta de Deus às suas orações e após irem a uma biblioteca da
cidade, certificaram-se que o local ficava ao Norte do Brasil. Certos da chamada divina, levaram o
fato ao conhecimento do Pastor e de a1guns membros da igreja.
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III. VIAGEM AO BRASIL
Mesmo sem a aprovação do pastor, e contra a vontade dos patrões, com apenas 90 dólares, que era
o preço da passagem de Nova York para o Brasil, Vingren e Berg estavam decididos a cumprir a
vontade de Deus para as suas vidas.
Deus ainda provou sua fé, quando ordenou-lhes a darem os 90 dólares para um jornal
pentecostal. Porém, descansaram na certeza de que Deus supriria todas as necessidades.
Em Nova York, no dia 5 de novembro de 1910, embarcaram num navio de 3 classe, com
destino ao Brasil.
IV. CHEGADA A BELÉM
Daniel Berg e Gunnar Vingren chegaram a Belém do Pará no dia 19 de novembro de 1910.
Não tinham amigos nem conhecidos e sequer tinham o endereço de alguém que os orientasse.
Carregaram as malas até à Praça da República, sentaram-se num banco e descansaram, ali mesmo
fizeram a primeira oração em terras brasileiras.
Enquanto aguardavam a resposta divina, apareceu o irmão Adriano Nobre, membro da Igreja
Presbiteriana. No primeiro contato cumprimentou-os em inglês, e os levou para a Igreja Batista da
cidade. Passaram a morar no porão do templo.
V. INÍCIO DO TRABALHO
A Igreja Batista estava em oração, pedindo a Deus um pastor e Ele acabara de lhe enviar
dois. Vingren e Berg não perderam tempo: logo que começaram balbuciar as primeiras frases em
português, lançara-se à faina da evangelização e doutrinamento. Testificaram do batismo com o
Espírito Santo e da cura divina.
Para os ouvintes paraenses, no entanto, a doutrina do batismo com o Espírito Santo era uma
novidade. Celina Albuquerque e Maria de Nazaré foram os primeiros a dec1arar que aceitavam a
promessa registrada em At 2.17,18; e no dia 8 de junho de 1911, Celina foi batizada com o Espírito
Santo na sua própria residência.
Em meio a tudo isso, formaram-se dois grupos na igreja: os daqueles que aceitavam a
doutrina pregada pelos missionários e se mantinham firmes nas suas opiniões; e o grupo daqueles
que rejeitavam a doutrina e não se conformavam com a presença dos missionários no seio da Igreja.
Em meio a tantas discussões, tomou-se necessária a definição da igreja. O seminarista
Raimundo Nobre, no domingo, 10 de junho, num culto agitadíssimo, tomou a frente do dirigente e
convocou uma assembléia extraordinária para o dia 13 desse mês. Então, mais uma vez, apoderouse do púlpito e dirigiu pesadíssimas palavras aos presentes! O grupo atacado passou a reagir.
Definiram-se as atitudes. O seminarista, sem autoridade para isso, excluiu 19 pessoas e expulsou os
missionários do templo da igreja.
Esses irmãos resolveram organizar-se em igreja no dia 18 de junho de 1911, na residência
do irmão Henrique Albuquerque, localizada à Rua Siqueira Mendes, 79, no Bairro da Cidade Velha.
Fundaram, assim, uma nova igreja, inicialmente chamada de "MISSÃO DE FÉ APOSTÓLICA".
VI. PRIMEIROS MEMBROS
Os primeiros membros da nova igreja foram os dois missionários, Daniel Berg e Gunnar
Vingren, e os 19 irmãos excluídos da Igreja Batista, inclusive José plácido da Costa, o dirigente da
Igreja.
VII. FORMAÇÃO DA ASSEMBLÉIA DE DEUS
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A nova igreja funcionou durante algum tempo na casa de Henrique Albuquerque e depois
transferiu-se para a Av. São Jerônimo, 224. No dia 11 de janeiro de 1918, foi registrada,
oficialmente, como Assembléia de Deus. Para seu primeiro pastor foi aclamado o sueco Gunnar
Vingren e, para seu auxiliar, Daniel Berg.
VIII. EXPANSÃO DO TRABALHO NO INTERIOR
Não demorou muito, a AD. começou a preocupar-se com o interior do Estado. O primeiro
homem a sair da capital, levando as Boas-Novas, foi Daniel Berg, em 1912, para Bragança. Pouco
tempo depois, os fiéis já somavam um bom número e em 1917, foi fundada a primeira Igreja
Assembléia de Deus, em Bragança, cujo pastor era Isidoro Filho.
De Bragança, Daniel Berg partiu para Soure, na ilha de Marajó. Em 1913, o Evangelho foi
pregado em Xarapuçu e Coatipuru. Em 1914, foi a vez da ilha de Caviana, que recebeu o evangelho
através do colportor Daniel Berg.
Clímaco Bueno Aza converteu-se no interior do Estado e tornou-se ativo colportor e
excelente evangelista. Sentindo claramente a chamada para o trabalho da evangelização, deixou
seus negócios particulares e dedicou-se inteiramente ao evangelismo, no percurso da Estrada de
Ferro Belém-Bragança. Em Capanema, depois da pregação intensa do evangelho, foi fundada, no
dia 6 de março de 1916, a Assembléia de Deus. Igarapé-Açu, Benevides, Timbotêua, Peixe-Boi, já
estavam produzindo frutos e a obra expandiu-se extraordinariamente.
IX. EXPANSÃO DO TRABALHO EM OUTROS ESTADOS
NORTE
Amazonas: Severino Moreno de Araújo foi quem levou a mensagem pentecostal mais para o norte.
A Assembléia de Deus em Manaus só foi organizada em 1 de janeiro de 1918, tendo como pastor o
missionário Samuel Nystron.
Acre: Em Rio Branco, o trabalho da AD teve início pelo evangélico Luís Firmino Câmara, que
havia se transferido de Natal, RN, em 25 de janeiro de 1943. Foi organizada em 24 de janeiro de
1944, tendo como pastor o irmão Francisco Vaz Neto.
Rondônia: A 28 de janeiro de 1922, foi organizada a AD na cidade mais importante da região. Entre
seus fundadores, estava um dos primeiros missionários pentecostais vindos da América do Norte,
Paul John Aenin.
Amapá: Em 1916, Clímaco Bueno Aza chegou em Macapá, trazendo seu trabalho de colportagem.
O trabalho, porém, só foi estabelecido em 1917 pelo evangelista José de Matos.
Roraima: Boa Vista foi uma das últimas capitais a organizar oficialmente a AD. Vicente Pedro da
Silva iniciou o trabalho de evangelização, mas só em 9 de setembro de 1946, foi organizada a AD
no território.
NORDESTE
Maranhão: O trabalho pentecostal foi introduzido em São Luís, em 1921, por Clímaco Bueno Aza.
Ele realizou o primeiro culto na casa de Propécio Lobato, Rua 7 de Setembro, em 15/01/1922.
Piauí: O trabalho começou pelo interior. Em 1914 João Canuto de Melo comprou uma Bíblia em
Coivaras e a partir de então tomou-se o pregoeiro das Boas-Novas, na região. Em Teresina deu-se a
primeira movimentação dos mensageiros pentecostais em 8 de junho de 1927. A AD foi organizada
no dia 7 de agosto de 1936 pelo pastor José Bezerra.
Ceará: Em 1914, Maria Nazaré, procedente de Belém, PA, levou a mensagem pentecostal ao
interior do Estado à Serra de Uruburetama, principalmente aos seus familiares. Em 1922, a Igreja
em Belém enviou o evangelista Antônio Barros para Fortaleza, a fim de anunciar o evangelho na
capital cearense.
Rio Grande do Norte: A AD na capital Potiguar foi fundada em 1918 pelo pastor Adriano Nobre,
com o batismo de novos convertidos ali existentes.
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Paraíba: Em 1918, inicia o Movimento Pentecostal na Paraíba. Em 7 de maio de 1923, foi
oficializada a AD pelo missionário Simon Sogren.
Pernambuco: Em 1916, Adriano Nobre foi enviado pela Igreja em Belém a Recife, com um objetivo
de ali implantar o evangelho. Em 1918, chegava a Recife, no dia 20 de outubro, o missionário Joel
Carlson.
Alagoas: No dia 21 de agosto de 1915, chega a Maceió o missionário Otto Nelson, com a
incumbência de ali anunciar o evangelho.
Sergipe: O testemunho foi levado a este Estado, em 1927, pelo sargento Ormínio. No dia 18 de
fevereiro de 1932, foi organizada a AD pelo missionário Otto Nelson.
Bahia: O primeiro lugar a receber a mensagem pentecostal foi a cidade de Canaviceras. A 27 de
maio de 1930, fundou-se oficialmente, a AD em Salvador.
SUDESTE
Minas Gerais: Em fevereiro de 1927, Clímaco Bueno Aza, chega a Belo Horizonte.
Rio de Janeiro: Em 1923 houve os primeiros movimentos que deram origem à AD no Rio de
Janeiro. Oficialmente, foi fundada, em 22 de junho de 1924.
São Paulo: No dia 15 de novembro de 1927, chegava à capital o missionário Daniel Berg. A AD foi
organizada em 10 de setembro de 1929.
Espírito Santo: Em 1922, chegou a Vitória o primeiro arauto pentecostal, Galdino Sobrinho. Em
1924 chegou ° missionário Daniel Berg.
SUL
Paraná: No dia 19 de outubro de 1928, chegou a Curitiba, Bruno Skolimowki, que iniciou o
trabalho entre seus patrícios.
Santa Catarina: Em 1938, a mensagem pentecostal chegou a Florianópolis. Em 1940, J. P. Kolenda
assumiu a direção do trabalho.
Rio Grande do Sul: No dia 2 de fevereiro de 1924, chegou a Porto Alegre o missionário Gustavo
Nordlund. A AD foi organizada em 19 de setembro de 1924.
CENTRO OESTE
Goiás: O início de trabalho neste Estado se deu em 1936, por um grupo de evangélicos da AD. em
Madureira.
Distrito Federal: Desde 1956, quando foi iniciada a construção de Brasília.
Mato Grosso: A 7 de maio de 1944, Joaquim Honério Tostes fundou a AD em Cuiabá, apesar de
que, em 1936, o evangelista Eduardo Pablo Joerk já fazia o trabalho de colportagem na região.
Mato Grosso do Sul: A 22 de outubro de 1944, foi organizada a AD. em Campo Grande, onde já
havia alguns evangélicos.
X. EXPANSÃO DO TRABALHO NO ESTRANGEIRO
Em abril de 1913, José Plácido da Costa e família embarcaram para Portugal. Em 1921, José Matos,
saiu do Pará em direção a Portugal, a fim de estabelecer o trabalho da AD naquele país, fundando
igrejas em Algarve e Beiras. Em 1952, foi enviado à Bolívia pela igreja do Rio de Janeiro, o pastor
Euclides Vieira da Silva.
a) Dominavam o mundo de então;
b) Unificavam os povos, tornando seus governos súditos de Roma;
c) Com isso, trouxeram uma paz universal, a paz Romana, que eliminou os litígios entre os povos;
d) Construíram e policiaram estradas, varreram os piratas dos mares, tornaram assim, fáceis e
seguras as viagens e comunicações entre as diferentes partes do mundo.
QUESTIONÁRIO DE HISTÓRIA DA IGREJA
1. Para o surgimento do Cristianismo, houve a contribuição de diversos povos, dentre eles
estão: romanos, gregos e judeus. Determine em síntese o trabalho de cada povo.
2. Na fase de fundação do Cristianismo, biblicamente, Jesus ordenou apenas a observação dos
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seguintes ritos:
a) Ser judeu e batizado;
b) A prática do jejum e oração;
c) O batismo e a ceia;
d) O culto aos santos profetas e imperadores.
3. Para tentar desvirtuar a fé dos cristãos, os gnósticos pregavam: a) Um judaísmo total;
b) Um islamismo disfarçado;
c) Uma idéia cristã + judaísmo + paganismo;
d) Um romanismo impetuoso.
4. Para os cristãos da atualidade, Constantino, além de imperador, foi também:
a) Um autêntico cristão;
b) Tomou-se um grande pregador de sua época;
c) Grande perseguidor do Cristianismo;
d) Foi um grande contribuidor do Cristianismo sem, contudo, se converter.
5. Qual o papel dos apologistas nos primeiros séculos do Cristianismo?
6. Em meados do V século a hierarquia da Igreja já estava bastante organizada, havendo
diversos comandos de bispos metropolitanos. Cite-os:
7. Determine as causas que levaram a Igreja a "cair" no paganismo na idade das travas.
8. No apogeu da idade média surgiu dois papas de espírito elevado na moralização do trabalho
religioso. Determine os tais:
a) Leão V e João Paulo I;
b) Jerônimo e João Huss;
c) Pedro Valdo e João Wycliff;
d) Hildebrando e Inocêncio III.
9. As cruzadas fizeram os seguintes objetivos:
a) Guerra contra o Cristianismo;
b) Luta por poder direcionado a Roma;
c) Guerra contra o espiritismo;
d) NDA
10. Os grandes reformadores foram:
a) João Wycliff, Huss, Savonarola, Lutero, Zuínglio, João Calvino, etc.;
b) Savonarola, Hitler, Napoleão Bonaparte;
c) João Calvino, Lutero, Mussolini;
11. Onde os discípulos foram pela primeira vez chamados de cristãos?
12. Fale sobre a situação religiosa, intelectual e moral do mundo ao surgir o cristianismo.
13. Discorra sobre a história da igreja apostólica até o ano 100 d.C.
14. Quem era Constantino?
15. Quais os meios de crescimento da Igreja Antiga?
16. Qual o primeiro imperador romano a perseguir a igreja de Jesus Cristo?
17. Fale sobre as perseguições à Igreja Antiga?
18. O que era o ascetismo e o legalismo?
19. O que foi o gnosticismo?
20. Pesquise e discorra sobre os principais concílios da igreja Antiga.
21. Como se deu a origem da igreja católica?
22. Fale sobre a extensão e organização da igreja na idade média.
23. Quais as causas da cisão na igreja medieval?
24. Fale sobre a vida e o pensamento da igreja oriental.
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25. Mencione os principais destaques da igreja no apogeu da idade média.
26. O que significam as cruzadas? quantas foram e contra quem forma investidas?
27. Fale sobre a disciplina e alei da igreja Romana.
28. Quem foram os Albingenses (ou Cátaros) e os valdenses?
29. Cite os nomes dos pré-reformadores.
30. Que influências políticas e sócio-culturais conduziram à reforma protestantes?
31. Teça comentários sobre a vida de Lutero.
32. Quando se deu o início da Reforma?
33. Qual o causa imediata da Reforma?
34. Qual o marco da renúncia definitiva de Lutero com a igreja Católica?
35. Quais os itens da confissão de Augsburg?
36. Qual a doutrina central da Reforma?
37. Quais os 3 princípios fundamentais da Reforma?
38. Faça um resumo dos aspectos da Reforma:
a. Na Suíça:
b. Nos Países Baixos:
c. França:
d. Na Escócia:
e. Na Inglaterra:
39. Quem eram os Anabatistas?
40. O que foi o movimento da Contra-Reforma e quais os instrumentos utilizados por ela?
41. Qual o motivo da guerra dos 30 anos?
42. Quais os fundadores da Assembléia de Deus no Brasil?
43. Descreva a chegada dos missionários fundadores da A.D. no Brasil?
44. Como se deu a formação da Assembléia de Deus?
45. Sucintamente, fale sobre a expansão do trabalho pentecostal assembleiano nos outros estados e
no exterior.
BIBLIOGRAFIA GERAL CONSULTADA E SUGESTÕES DE LEITURA
 História da Igreja Cristã, Nichols, Robert Hastings São Paulo, EDU1985
 Apostila História da Igreja, Lameira, Valdir SETAD – Belém-Pa.
 O Cristianismo Através dos Séculos, Uma História da Igreja Cristã – Earle E. Cairns,
Edições Vida Nova
 História do Cristianismo, Bruce L. Shelley – Shedd Produções
 História das Assembléias de Deus no Brasil, Emílio Conde – CPAD, 1ª Ed. 2000.
 Breve Histórico do Movimento Pentecostal – Dos Atos dos Apóstolos aos Dias Atuais José
de Oliveira, CPAD.
 História das Assembléias de Deus no Brasil, Vários Autores sob a direção técnica de
Abraão de Almeida – CPAD, 3ª Ed. 1983.
 História das Assembléias de Deus em Belém – PA 3 ª Ed. 1999
 História da Igreja Cristã – Jessé Lyman Hulbut – Editora Vida, 12ª Impressão, 2000
 História das Assembléias de Deus em São Luís – Rayfran Batista – I Vol. da História das
Assembléias de Deus no Maranhão, Edgraf
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 História da Igreja Cristã em Mapas e Gráficos – Terri Willians, Edições Vida Nova. 2000
 Cristianismo – Fraude ou Fato Histórico? Josh McDowel
 Heróis da Fé – Orlando Boyer, CPAD
 A Inquisição e os Instrumentos de Tortura da Idade Média – Alcíades Conejeiro Peres -
CPAD
 As Catacumbas de Roma – Benjamim Scott – CPAD
 História do Cristianismo - A. Knight e W. Anglin – CPAD
 A Reforma Protestante – Abraão de Almeida, CPAD
 O Livro dos Mártires – John Fox, CPAD
 História Eclesiástica, Os Primeiros Séculos da Igreja Cristã – Eusébio de Cesaréia, CPAD
Apostila adaptada e organizada por: Pr. Rayfran Batista da Silva
Curso Básico em Teologia e Liderança Cristã ministrado pelo IBPE –
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