Roteiro para o Entendimento da Instabilidade

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Roteiro para o Entendimento da Instabilidade
Roteiro para o Entendimento da Instabilidade Fêmoropatelar Objetiva
(luxação recidivante da patela)
Para maiores informações acesse o material presente neste site, nas aulas desta patologia.
Introdução: Trata-se de uma instabilidade articular entre a patela e a tróclea (local do fêmur que articula com a
patela). A instabilidade fêmoro-patelar é uma das desordens mais freqüentes da articulação do joelho na
adolescência. Necessariamente os portadores desta patologia apresentam pelo menos 1 episódio de luxação
da patela (queixa: “minha patela já sai do lugar”).
É mais frequentemente visto em meninas, segunda década e podem acometer um ou ambos joelhos.
Consequência de traumas resultantes de uma associação de movimentos rotacionais com graus variáveis de
flexão do joelho.
Picos de forças que atuam na farticulação fêmoropatelar. Caminhada: 0,5 x peso corporal. Subida de escadas:
3,3 x peso corporal. Agachamento: 7 x peso corporal.
Fatores predisponentes: patela hipoplásica, genuvalgo, genu recurvatum, hiperlaxidão ligamentar, deficiência
ou hipoplasia do côndilo femoral lateral, patela alta (normal 0,8 a 1,2), excessiva anteversão femoral, distrofia
do vasto medial oblíquo, contratura do retináculo lateral, torção tibial externa e ângulo Q aumentado.
Exame físico: Inspeção (em pé ,deitado e sentado):- varo/valgo,- sinal da baioneta (ângulo entre tendão
patelar-quadríceps está muito aumentado) . Ângulo Q aumentado (normal homens 14® e mulheres 17®); dorso de camelo (patela alta),- estrabismo convergente patelar,- hipotrofia VMO (implantação alta).
Testes: -Smillie positivo (ou apreensão positiva- é o principal teste),- Craig (anteversão de colo femoral: em
decubito ventral),- Zohlen positivo (paciente contrai quadríceps contra resistência do examinador) ,- Rabot
(compressão dolorosa sobre a patela) ,- mobilidade lateral normal até 2 quadrantes,- sinal da tecla (nos
derrames articulatres),- pronação anormal do pé.
Exames:
RX AP; RX Perfil verdadeiro (em que os côndilos estão sobrepostos posteriormente. Avalia-se a altura patelar:
Insall-Salvati ou Caton e Deschamps (normal: 0,8 a 1,2);
RX Axial Merchant (avalia a displasia troclear; báscula e lateralização da patela).
CT: Avalia a distância TAGT (tuberosidade anterior da Tibia – garganta da tróclea) que deve ser de até 10 – 15
mm (se acima de 20 devemos corrigir o ângulo Q com medialização da TAT).
CT para anteversão femoral.
RM evidencia-se condropatias (lesões condrais), lateralização e inclinação da patela, bem como a ruptura do
LFPM.
Classificação:
1) Instabilidade Objetiva (luxação recidivante); Teste de Smilie positivo.
2) Instabilidade Potencial (não apresentou episódio de luxação). nunca luxou, dor, bloqueios, instab.
discreta, smillie negativo, displasia troclear pelo Rx.
3) Traumática: Foi relatado que a luxação femoropatelar aguda é a causa mais frequente de erro no
diagnóstico da avaliação do joelho agudo.
4) Instabilidade fêmoropatelar maior: congênita ou habitual.
Tratamento:
-Conservador: Nas instabilidades objetivas não está indicado como procedimento definitivo, em pacientes
com esqueleto maduro. Porém indicado no esqueleto imaturo.
-Cirúrgico: Bons resultados no tratamento da luxação aguda da patela pelo reparo do ligamento fêmoropatelar
medial LFPM, descrito por Warren e Marshall.
--Videoartroscopia:
-Reconstrução do ligamento patelofemoral medial (semitendíneo duplo)- 60% da força restritora medial. 94%
dos casos tem ruptura deste ligamento. Fixação: parafuso interferência femoral e endobotton patelar.
-Liberação retinacular lateral
-Medialização TAT ( ângulo Q se 15º - 20º ). Elmslie-Trillat.
-Osteotomia femoral em valgos acima de 10º
-Rebaixamento patelar para índice 1. (cuidado para não rebaixar demasiadamente).
-Tto lesões condrais patela/tróclea (regularização).
-Trocleoplastia: Indicado em displasia de alto grau. É controverso. Indicada para as displasias trocleares B e
D. Tipos: 1) Albee: elevação côndilo externo. 2)Aprofundamento: resseca osso subcondral e rebaixa a tróclea,
criando um sulco “normal”.
Esqueleto imaturo (placas de crescimento ainda abertas): técnicas de Roux –Gouldwaith (transferência de
parte do tendão patelar para medial) e Galeazzi (estabilização com semitendíneo).
Contra-indicada a cirurgia óssea se placas de crescimento aberta.
Pós-operatório:
-Tala removível 15 dias.
-Coxim lateral 21d.
-Apoio solo conforme tolerado.
Reabilitação:
-“Brace” removível por 15 dias (tala gessada).
-Apoio com muletas conforme tolerado,
-Flexão progressiva.
-Isométricos imediatamente.
-Exercícios de cadeia fechada: 0º - 45º.
-Exercícios de cadeia aberta: 45º - 90º.

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