Apostila de Introdução a Fisiologia

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Apostila de Introdução a Fisiologia
Apostila de Introdução a Fisiologia
Oque é Fisiologia?
Fisiologia é o estudo das múltiplas funções mecânicas, físicas e
biológicas nos seres vivos. De uma forma mais sintética, a fisiologia
estuda o funcionamento normal das células, tecidos, órgãos, e sistemas
do organismo.
Estudo da função: Estuda os mecanismos e sucessão de eventos
para o funcionamento normal das células, tecidos, órgãos, e
sistemas do organismo.
“Na fisiologia humana, estamos interessados nas características e mecanismos específicos do corpo humano que o
tornam um ser vivo.” O simples fato de que permanecemos vivos está quase além de nosso controle, pois
a fome nos faz procurar alimento e o medo, a buscar abrigo. As sensações de frio nos levam a produzir calor e
outras forças nos levam a procurar companhia e a reproduzir. Assim, o ser humano é, na verdade, um autômato, e o
fato de sermos seres que sentem, que têm sentimentos e conhecimento c parte dessa seqüência automática da
vida; esses atributos especiais nos permitem viver sob condições extremamente variáveis que, de outra forma,
impossibilitariam a vida.
O que é Homeostase?
A propriedade do ser vivo de manter relativamente constante seu meio interno é
chamada de HOMEOSTASE, isso gera um EQUILIBRIO corporal. Com a homeostasia
conseguimos manter constantes, como por exemplo a temperatura corporal, a quantidade de
agua no organismo e a concentração de diversas substancias no nosso corpo. A homeostase é
importante para a manutenção da vida, se o nosso ambiente interno mudar muito, ficando, por
exemplo, muito quente ou muito frio, as reações químicas existentes podem parar, isso é
incompatível com a vida.
Conceito de Homeostasia: O corpo está a todo momento tentando manter o equilíbrio das
funções vitais, físicas e bioquímicas, criando condições ideais para o funcionamento
orgânico.
Célula:
A unidade viva fundamental do corpo é a célula e cada
órgão é um agregado de muitas células diferentes,
mantidas unidas por estruturas intercelulares de
sustentação. Cada tipo de célula é especialmente
adaptado para a execução de uma função determinada.
Por exemplo, os glóbulos vermelhos do sangue, um total
de 25 trilhões de células, transportam oxigênio dos
pulmões para os tecidos. Embora esse tipo de
célula talvez seja o mais abundante, é possível que
existam outros 75 trilhões de células. Todo o corpo é
formado, então, por cerca de 100 trilhões de células.
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No organismo apresentamos dois meios físicos:
a) Meio intra-celular – delimitado pela membrana celular.
b) Meio extra-celular – compreende o meio intersticial “entre as células” e o meio intravascular, que
corresponde ao meio no interior dos vasos. Lembramos que o meio intravascular se relaciona
com o meio intersticial. O que vai no sangue em uma artéria grande, vai passar também por uma
artéria menor, levando até o meio intersticial.
Cerca de 56% do corpo humano são compostos de líquidos.
Embora a maior parte desse líquido fique no interior das células
— e seja chamado de liquido intracelular —, cerca de um terço
ocupa os espaços por fora das células e é chamado de liquido
extracelular. O líquido extracelular se movimenta continuamente
por todo o corpo. É transportado rapidamente no sangue
circulante e, em seguida, misturado entre o sangue e os líquidos
teciduais por difusão através das paredes capilares. No líquido
extra-celular ficam os íons c os nutrientes necessários às células,
para manutenção da vida celular. Por conseguinte, todas as
células partilham de um mesmo ambiente, o líquido extracelular,
razão por que esse líquido extracelular é chamado de meio
interno do corpo, ou milieu intérieur, expressão criada, há
pouco mais de 100 anos, pelo grande fisiologista francês do
século XIX, Claude Bernard.
As células são capazes de viver, crescer e desempenhar suas
funções específicas enquanto estiverem disponíveis, nesse
ambiente interno, as concentrações adequadas de oxigênio,
glicose, diversos
íons, aminoácidos,
gordurosas
e
Transporte
atravéssubstâncias
da Membrana
Celular
outros constituintes.
Diferenças entre os líquidos extra e intracelulares. O líquido
extracelular contém grandes quantidades de íons sódio, cloreto
e bicarbonato, mais os nutrientes para as células, tais como
oxigênio, glicose, ácidos graxos c aminoácidos.
Também contémdióxido de carbono que está sendo transportado das
células até os pulmões para serem excretados, além de outros produtos
celulares que, igualmente, estão sendo transportados para o rim, onde vão
Osmose
ser excretados.
Diferenças entre os líquidos extra e intracelulares. O líquido
extracelular contém grandes quantidades de íons sódio, cloreto e
bicarbonato, mais os nutrientes para as células, tais como
oxigênio, glicose, ácidos graxos c aminoácidos. Também contém
dióxido de carbono que está sendo transportado das células até
os pulmões para serem excretados, além de outros produtos
celulares que, igualmente, estão sendo transportados para o rim,
onde vão ser excretados.
O líquido intracelular difere, de forma significativa, do
líquido extracelular; em especial, contém grandes quantidades
de íons potássio, magnésio e fosfato, em lugar dos íons sódio e
cloreto presentes no líquido extracelular. Essas diferenças são
mantidas por mecanismos especiais de transporte de íons
através das membranas celulares.
OS SISTEMAS DE TRANSPORTE DO LÍQUIDO
EXTRACELULAR - O SISTEMA CIRCULATÓRIO
O líquido extracelular é transportado para todas as partes
do corpo em duas etapas distintas. A primeira depende do
movimento do sangue ao longo do sistema circulatório, e a
segunda, do movimento de líquido entre os capilares
sanguíneos e as células. A Fig. 1.1 mostra a circulação geral do
sangue.
Todo o sangue contido na circulação percorre todo o circuito
em cerca de um minuto em média, no repouso, e até seis vezes
por minuto quando a pessoa está extremamente ativa.
ORIGEM DOS NUTRIENTES DO LÍQUIDO
EXTRACELULAR
Sistema respiratório. A Fig. 1.1 mostra que, cada vez que
o sangue circula pelo corpo, ele também flui pelos pulmões.
Nos alvéolos, o sangue capta oxigênio, ganhando, dessa forma,
o oxigênio necessitado pelas células. A membrana entre os
alvéolos e o lúmen dos capilares pulmonares tem espessura de
apenas 0,4 a 2,0 Ym e o oxigênio se difunde, através dessa
membrana, para o sangue exatamente da mesma maneira
como a água e os íons se difundem através dos capilares
teciduais.
Tubo gastrintestinal. Grande parte do sangue que é
bombeada pelo coração também passa pelas paredes dos
órgãos
gastrintestinais. Aí, diversos nutrientes dissolvidos, incluindo
carboidratos, ácidos graxos, aminoácidos e outros, são
absorvidos para o líquido extracelular.
Fígado e outros órgãos que desempenham funções
primariamente metabólicas. Nem todas as substâncias
absorvidas do tubo gastrintestinal podem ser usadas, na
forma em que foram absorvidas, pelas células. O fígado
modifica as composições químicas dessas substâncias,
transformando-as em formas mais utilizáveis, e outros
tecidos do corpo — as células adiposas, a mucosa
gastrintestinal, os rins e as glândulas endócrinas
ajudam a modificar as substâncias absorvidas ou as
armazenam, até que sejam necessárias no futuro.
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Sistema musculoesquelético. Algumas vezes, é levantada a
questão: como é que o sistema musculoesquelético participa nas
funções homeostáticas do corpo? A resposta a ela é óbvia e
simples. Se não fosse por esse sistema, o corpo não se poderia
deslocar para um local apropriado no tempo adequado, a fim
de obter os alimentos necessários para sua nutrição. O sistema
musculoesquelético também gera a motilidade usada na proteção
contra os ambientes adversos, sem o que todo o corpo, junto
com os demais mecanismos homeostáticos, poderia ser destruído
instantaneamente.
REMOÇÃO DOS PRODUTOS FINAIS
DO METABOLISMO
Remoção do dióxido de carbono pelos pulmões. Ao mesmo
tempo que o sangue capta oxigênio nos pulmões, o dióxido de
carbono está sendo liberado do sangue para os alvéolos, e o
movimento respiratório do ar, para dentro e para fora dos
alvéolos, transporta esse gás para a atmosfera. O dióxido de
carbono é o mais abundante de todos os produtos finais do
metabolismo.
Os rins. A passagem de sangue pelos rins remove a maioria
das substâncias que não são necessárias às células. De forma
especial, essas substâncias incluem os diferentes produtos finais
do metabolismo celular, além do excesso de íons e de água que
podem ter-se acumulado no líquido extracelular.
Os rins realizam sua função, primeiro, ao filtrarem grandes quantidades
de plasma, pelos glomérulos, para os túbulos e, em seguida,
reabsorverem para o sangue as substâncias que o corpo
necessita — como glicose, aminoácidos, quantidades
apropriadas de água e muitos íons. Contudo, a maior parte das
substâncias que não são necessárias ao corpo, especialmente os
produtos finais do metabolismo, como a uréia, é pouco
reabsorvida e, como resultado, elas passam pelos túbulos renais
para serem eliminadas na urina.
R EGULAÇÃO DAS FUNÇÕES CORPORAIS
O sistema nervoso. O sistema nervoso é formado por três
constituintes principais: o componente sensorial, o sistema
nervoso central (ou componente integrativo) e o componente
motor. Os receptores sensoriais detectam o estado do corpo ou o
estado de seu ambiente. Por exemplo, os receptores, presentes
por toda a pele, denotam cada e todas as vezes que um objeto
toca a pessoa em qualquer ponto. Os olhos são órgãos
sensoriais que dá à pessoa uma imagem visual da área que a
cerca. O sistema nervoso central é formado pelo encéfalo e pela
medula espinhal. O encéfalo pode armazenar informações,
gerar pensamentos, criar ambições e determinar quais as reações
que serão executadas pelo corpo em resposta às sensações. Os
sinais apropriados são, em seguida, transmitidos, por meio do
componente motor do sistema nervoso, para a efetivação dos
desejos da pessoa.
Um grande componente do sistema nervoso é chamado de
sistema autonômico. Ele atua ao nível subconsciente e controla
muitas funções dos órgãos internos, inclusive o funcionamento
do coração, os movimentos do tubo gastrintestinal e a secreção
de diversas glândulas.
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O sistema de regulação endócrina. Existem dispersas no
corpo oito glândulas endócrinas principais, secretoras de
substâncias químicas, os harmônios. Os hormônios são
transportados pelo líquido extracelular até todas as partes do
corpo, onde vão participar da regulação do funcionamento
celular. Por exemplo, os hormônios tireóideos aumentam a
velocidade da maioria das reações químicas celulares. Dessa
forma, o hormônio tiróideo deter mina a intensidade da
atividade corporal.
A insulina controla o metabolismo da glicose, os
hormônios do córtex supra-renal controlam o
metabolismo iônico e protéico, e o hormônio paratiróideo
controla o metabolismo ósseo. Assim,
os hormônios formam um sistema de regulação que
complementa o sistema nervoso.
O sistema nervoso, em termos gerais, regula,
principalmente, as atividades motoras e secretoras do
corpo, enquanto o sistema hormonal regula, de modo
primário, as funções metabólicas.
O que é importante sabermos sobre o nosso corpo!
• Temperatura:
Existe uma temperatura adequada para que aconteçam as reações químicas no nosso
organismo, Essa temperatura pode ser diferente dentro ou fora das células, sedo que nossa
temperatura corporal é de 36,5ºC a 37ºC.
A febre é um exemplo de quando a temperatura do corpo está amentada, e na maior
parte das vezes, sinaliza infecção (processo inflamatório, causado por agentes microbianos –
bactéria, fungos, vírus). Quando estamos com febre, os netrófilos, leucócitos em geral tem de se
manifestar contra as bactérias para combate-las. O corpo gasta energia para lutar contra as
bactérias. Essa energia gera o ATP (Adenosina Tri Fosfato), que quando utilizada, gera o
aumento da temperatura corpórea.
A temperatura corporal varia de pessoa para pessoa. Temperatura corporal é geralmente menor
de manhã e maior mais tarde no dia.
Temperatura corporal média de cada local do corpo:
* Boca: 37°C. * Reto: 37.5°C. * Orelha: 37.5°C.* Axila: 36°C.
A febre é um sintoma médico que descreve uma temperatura corporal elevada para níveis acima
do normal. A febre é mais precisamente caracterizada pela elevação temporária do ponto termoregulatório, geralmente entre 1–2°C.
Febre difere de hipertermia, na qual a elevação da temperatura corporal está acima do ponto
termo-regulatório (devido à produção de calor, termo-regulação insuficiente, ou ambos). A
pessoa que está desenvolvendo febre tem sensação de frio, elevação na freqüência cardíaca, e
pode ter calafrios. A febre é um dos mecanismos do organismo para neutralizar a ameaça dentro
do corpo de bactérias ou vírus.
Quando um paciente tem suspeita de febre, sua temperatura corporal é medida com termômetro.
Febre está presente se:
* temperatura no ânus ou dentro do ouvido for maior que 38,0°C,
* temperatura na boca é maior que 37,5°C,
* temperatura abaixo na axila maior que 37,2°C.
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• pH (Potencial de Hidrogênio)
As reações químicas e enzimáticas no
organismo humano, ocorrem em um dado
PH normal= 7,35 a 7,45. Doenças como a
diabete, doenças respiratórias crônicas entre
outras patologias podem alterar o PH do
organismo, causando uma acidose quando o
PH for baixo ou uma alcalose quando o PH
for alto. Nas unidades de terapia intensiva
um dos grandes cuidados que os
especialistas tem é o controle do PH, pois
este desequilíbrio pode promover uma
situação de ameaça a vida, muitas vezes
levando ao coma.
O Potencial Hidrogeniônico (pH) consiste
num índice que indica a acidez, neutralidade
ou alcalinidade de um meio qualquer. As
substâncias em geral, podem ser
caracterizadas pelo seu valor de pH , sendo que este é determinado pela concentração de íons
de Hidrogênio (H+). Quanto menor o pH de uma substância, maior a concentração de íons H+ e
menor a concentração de íons OH-.
Os valores de pH variam de 0 a 14 e pode ser medido pela Gasometria arterial.
pH 0 a 7 - soluções ácidas
pH = 7 - soluções neutras
pH acima de 7 - soluções básicas ou alcalinas.
PH no Organismo
Ácido= 0
Neutro= 7
Alcalino “básico”=
14
PH normal= 7,35 a 7,45
Se o PH do corpo baixar, tem-se a doença
acidose.
Se o PH do corpo subir, tem-se a doença alcalose.
Gasometria arterial -> exame que mede o PH.
O que é Feedback?
É um processo que visa restabelecer o equilíbrio do meio interno de modo constante. O
aumento ou diminuição de uma função (pressão arterial), provoca uma alteração (física ou
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química) no organismo, e esta alteração desencadeia uma reação para a correção funcional,
garantindo o equilíbrio dinâmico.
Feedback Negativo:
É quando a alteração funcional se faz num sentido e a reação para a correção em outro, ou seja, a resposta do
sistema de controle é oposta ao estímulo. A maior parte dos sistemas de controle do corpo atua por meio de
feedback negativo.
Na regulação da concentração de dióxido de carbono, a alta concentração de dióxido de carbono no líquido
extracelular aumenta a ventilação pulmonar.
Em outras palavras, a alta concentração produz redução da concentração, o que é negativo em relação ao estímulo
desencadeante.
De modo inverso, caso a concentração de dióxido de carbono caia a valores muito baixos, isso faz com que ocorra
aumento por feedback dessa concentração. Essa resposta também é negativa em relação ao estímulo inicial.
Feedback Positivo: “Caótico”
O feedback positivo é mais conhecido como ciclo vicioso. O estímulo inicial produz mais estimulação do
mesmo tipo, é a retro alimentação positiva observada em casos nos quais a alteração funcional e a
reação se fazem no mesmo sentido, aumentando o desequilíbrio.
Contrações uterinas: aumento das contrações – cabeça do feto força a passagem pela cérvix –
estiramento da cérvix – sinais enviados de volta ao corpo uterino – contrações uterinas mais fortes... Até
a expulsão do feto.
OBS: O Feedback Positivo causa, por vezes, ciclos viciosos e morte
A natureza de feedback negativo da maioria dos
sistemas de controle
A maior parte dos sistemas de controle do corpo atua pelo
processo de feedback negativo, que pode ser melhor explicado
por revisão de alguns dos sistemas de controle homeostáticos
apresentados acima. Na regulação da concentração de dióxido
de carbono, uma concentração elevada de dióxido de carbono
no líquido extracelular provoca aumento da ventilação pulmonar
e isso, por sua vez, produz redução da concentração de dióxido
de carbono, dado que os pulmões conseguem excretar maior
quantidade de dióxido de carbono para fora do corpo. Em outras
palavras, a concentração elevada provoca redução dessa
concentração, o que é negativo em relação ao estímulo inicial. De
modo inverso, caso a concentração de dióxido de carbono caia
até valores muito baixos, isso vai produzir aumento por
feedback dessa concentração. Essa resposta também é negativa
em relação ao estímulo inicial.
Nos mecanismos reguladores da pressão arterial, a elevação
da pressão causa uma série de reações que resultam em redução
da pressão, ou a queda da pressão causa uma série de reações
que resultam em elevação da pressão. Nos dois casos, os efeitos
são negativos em relação ao estímulo inicial.
Por conseguinte, em termos gerais, se algum fator aumenta
ou diminui muito, um sistema de controle ativa um feedback
negativo, que consiste em uma série de alterações que fazem
com que esse fator retorne a determinado valor médio,
mantendo, assim, a homeostasia.
O "ganho" de um sistema de controle.
O grau de eficácia com que um sistema de controle
mantém as condições constantes é determinado pelo
ganho do feedback negativo. Por exemplo,
admita-se que grande volume de sangue foi
transfundido em pessoa cujo sistema de controle dos
barorreceptores para a pressão não esteja atuando, e
que a pressão arterial se eleve de seu valor normal de
100 mm Hg até 175 mm Hg. Em seguida, admita-se que
esse mesmo volume de sangue seja transfundido
na mesma pessoa, quando seu sistema barorreceptor
estiver atuante e, nesse caso, a pressão só se eleva por
25 mm Hg.Assim, o sistema de controle por feedback
produziu "correção" de -50 mm Hg, isto é, de 175 mm Hg
para 125 mm Hg. Contudo, ainda persiste um aumento da
pressão de +25 mm Hg, o que é chamado de "erro", e que
significa que o sistema de controle não é 100% eficaz em
impedir a variação da pressão.
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EXEMPLOS DE MECANISMOS DE CONTROLE
Regulação das concentrações de oxigênio e de dióxido de
carbono no líquido extracelular. Dado que o oxigênio é uma das
principais substâncias necessárias para as reações químicas no
interior das células, é muito importante que o corpo disponha
de mecanismo especial de controle para manter uma
concentração de oxigênio constante e quase invariável no líquido
extra - celular. Esse mecanismo depende, principalmente, das
características químicas da hemoglobina, presente em todos os
glóbulos vermelhos do sangue. A hemoglobina se combina com o
oxigênio enquanto o sangue circula pelos pulmões. Em seguida,
conforme o sangue passa pelos capilares teciduais, a hemoglobina
não libera o oxigênio no líquido tecidual, caso ele já contenha
teor elevado de oxigênio, mas, se a concentração de oxigênio
estiver baixa, será liberado oxigênio em quantidade suficiente
para restabelecer a concentração tecidual adequada de
oxigênio. Dessa forma, a regulação da concentração de
oxigênio nos tecidos depende, primariamente, das características
químicas da própria hemoglobina. Essa regulação recebe o
nome de função tamponadora de oxigênio da hemoglobina.
A concentração de dióxido de carbono no líquido
extracelular é regulada de forma bastante diferente. O dióxido de
carbono é um dos principais produtos finais das reações
oxidativas das células. Se todo o dióxido de carbono formado
nas células pudesse se acumular nos líquidos teciduais, a
ação de massa do próprio dióxido de carbono interromperia, em pouco
tempo,todas as reações liberadoras de energia das células. Felizmente,
um mecanismo nervoso controla a expiração do dióxido de
carbono pelos pulmões e, dessa forma, mantém concentração
constante e relativamente baixa de dióxido de carbono no líquido
extracelular. Em outras palavras, a concentração elevada de
dióxido de carbono excita o centro respiratório, fazendo com que
a pessoa respire mais freqüentemente e com maior amplitude.
Isso aumenta a expiração de dióxido de carbono e, por
conseguinte, acelera sua remoção do sangue e do líquido
extracelular, e esse processo continua até que sua concentração
retorne ao normal.
Regulação da pressão arterial.
Vários sistemas distintos contribuem para a regulação da pressão
arterial.
Um deles, o sistema barorreceptor, é exemplo excelente e muito
simples de um mecanismo de controle. Na parede da maioria
das grandes artérias da parte superior do corpo - e, de modo
especial, na bifurcação da artéria carótida comum e no arco
aórtico - existem numerosos receptores neurais que são
estimulados pelo estiramento da parede arterial.
Quando a pressão arterial se eleva, esses barorreceptores são
estimulados de forma excessiva, quando, então, são transmitidos
impulsos para o bulbo, no encéfalo. Aí, esses impulsos inibem o centro
vasomotor, o que, por sua vez, reduz o número de impulsos
transmitidos, pelo sistema nervoso simpático, para o coração e
para os vasos. Essa diminuição dos impulsos provoca menor
atividade de bombeamento pelo coração e maior facilidade para
o fluxo de sangue pelos vasos periféricos; esses dois efeitos
provocam o abaixamento da pressão arterial até seu valor
normal. De modo inverso, queda da pressão arterial relaxa os
receptores de estiramento, permitindo que o centro vasomotor
fique mais ativo que o usual, o que provoca a elevação da pressão
arterial ate seu valor normal.
Feedback Positivo
Quando um vaso sanguíneo é rompido
e começa a formação do coágulo, diversas enzimas, chamadas
de fatores de coagulação, são ativadas no interior do próprio
coágulo. Algumas dessas enzimas atuam sobre outras enzimas,
ainda inativas, presentes no sangue imediatamente adjacente ao
coágulo, ativando-as e produzindo coagulação adicional. Esse
processo persiste até que a rotura do vaso fique ocluída e não
mais ocorra sangramento. Infelizmente, por vezes, esse processo
pode ficar descontrolado e produzir coágulos indesejados. Na
verdade, é isso que desencadeia a maioria dos ataques cardíacos
agudos, causados por coágulo que se forma cm placa
aterosclerótica em artéria coronária e que cresce até ocluir
completamente essa artéria.
O parto é outro exemplo de participação de feedback positivo. Quando as contrações uterinas ficam
suficientemente intensas para empurrar a cabeça do feto contra a cérvix, o estiramento da cérvix emite sinais,
por meio do próprio músculo uterino, até o corpo do útero, que responde com contrações ainda mais intensas.
Assim, as contrações uterinas distendem a cérvix e o estiramento da cérvix produz mais contrações. Quando
esse processo fica suficientemente intenso, o feto nasce. Caso não sejam suficientemente intensas, essas
contrações cessam, para reaparecer alguns dias depois.
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• Pressão Arterial:
Pressão arterial é uma pressão
que todos nós temos dentro dos vasos
sanguíneos. Ela é o resultado da
contração do coração a cada batimento e
da contração dos vasos quando o sangue
por eles passa. O resultado do batimento
do coração é a propulsão de uma certa
quantidade de sangue (volume) através
da artéria aorta. Quando este volume de
sangue passa através das artérias, elas
se contraem como que se estivessem
espremendo o sangue para que ele vá
para a frente. Esta pressão é necessária
para que o sangue consiga chegar aos
locais mais distantes, como a ponta dos
pés, por exemplo.
A pressão nas artérias oscila, em
media, entre 120ml/Hg por 80ml/Hg, e é
chamada de pressão sistólica e diastólica
consecutivamente.
A natureza de feedback negativo da maioria dos
sistemas de controle
A maior parte dos sistemas de controle do corpo atua pelo
processo de feedback negativo, que pode ser melhor explicado
por revisão de alguns dos sistemas de controle homeostáticos
apresentados acima. Na regulação da concentração de dióxido
de carbono, uma concentração elevada de dióxido de carbono
no líquido extracelular provoca aumento da ventilação pulmonar
e isso, por sua vez, produz redução da concentração de dióxido
de carbono, dado que os pulmões conseguem excretar maior
quantidade de dióxido de carbono para fora do corpo. Em outras
palavras, a concentração elevada provoca redução dessa
concentração, o que é negativo em relação ao estímulo inicial. De
modo inverso, caso a concentração de dióxido de carbono caia
até valores muito baixos, isso vai produzir aumento por
feedback dessa concentração. Essa resposta também é negativa
em relação ao estímulo inicial.
Nos mecanismos reguladores da pressão arterial, a elevação
da pressão causa uma série de reações que resultam em redução
da pressão, ou a queda da pressão causa uma série de reações
que resultam em elevação da pressão. Nos dois casos, os efeitos
são negativos em relação ao estímulo inicial.
Por conseguinte, em termos gerais, se algum fator aumenta
ou diminui muito, um sistema de controle ativa um feedback
negativo, que consiste em uma série de alterações que fazem
com que esse fator retorne a determinado valor médio,
mantendo, assim, a homeostasia.
Nos vasos sanguineos (artérias e veias), existe um nível de pressão exercida pelos líquidos e
substancias diluídos. Nas veias, a pressão do sangue contido nelas é próxima a zero. A
circulação e o enchimento são lentos.
Como funciona a aferição: O aparelho de aferir a pressão é colocado no braço, e inflamos até
obstruir o sangue que passa na artéria, quando soltamos o manguito, esvaziando o ar contido
nele, chega um momento especifico onde vamos “soltar” o fluxo laminar que tem dentro dessa
artéria, onde iniciará uma turbulência, conhecida como “murmúrio de corotcov”, que é o barulho
do qual conseguimos naquele momento, aferir a pressão que estava no vaso arterial. Esse
murmúrio de corotcov começa na pressão sistólica (alta), e pára na pressão diastólica (baixa). A
média é 120/80 ml/Hg de oscilações. Isto porque quando o ventrículo contrai, a pressão
aumenta, e quando ele relaxa, ela volta ao normal.
Metabolismo Celular
A célula é uma unidade de nosso corpo, que necessita de energia, que serve para fazer os
processos dentro dela, como produzir proteínas, produzir glicoproteínas, fazer a proteção da
estrutura celular, fazer o movimento interno dacélula (tixotropia), que permite a fagocitose e a
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pinocitose. O corpo humano é multicelular, multitecidual, tem órgãos especializados em colocar
o alimento para dentro do corpo, levando para cada célula. Ex.: o coração, que bombeia o
sangue cheio de nutrientes, para o restante do corpo, inclusive para ele mesmo (o primeiro ramo
da artéria Aorta irriga o próprio coração), para o pulmão, onde o sangue recebe oxigênio, e nos
intestinos o alimento é digerido para ser armazenado no corpo.
O que é o ATP?
O ATP é uma forma que o organismo encontrou para armazenar energia pronta para ser
consumida a qualquer momento. Esta energia está pronta para ser consumida, como quando se
coloca uma bala em um revólver, onde a pólvora está pronta para impulsionar a bala.
Cada movimento, até no piscar de olhos, utilizamos ATP, uma enzima quebra a ligação química,
e esta enzima dizemos que tem atividade “atepase”, que quebra o ATP. A atepase vai até a
ligação química, nas ligações covalentes, e essas ligações armazenam dentro delas mesmas
essa atração química que existe entre o fósforo e a adenosina, que tem uma grande quantidade
de energia. Muitas pessoas pensam que a energia está dentro da adenosina ou que a adenosina
está ligada ao fósforo, quando na verdade, está entre ligação química de um e outro.
(Baseado na energia nuclear, nós temos a emissão de energia, que alimenta cidades).
O ATP é gerado pela glicose, pela via glicolítica, ou pela via oxidativa (usando o oxigenio). 2
ATP’s via glicolítica, e 36 ADP’s usando o oxigênio.
Respiramos para passar oxigênio para as hemácias, que por sua vez, transportam esse oxigênio
para o restante do corpo.
Quando quebramos um ATP, ele vira um ADP, então temos um mecanismo chamado
ressíntese de ATP, que P creatina (fósforo avulso ligado à adenosina), pega-se a fosfocreatina
que está armazenada na cécula em uma certa quantidade, e quebra-se ela, junta ao fósforo,
tornando o ADP em ATP novamente. Para liberar o P da creatina, existe uma enzima, chamada
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Fosfo-Creatina Cnase. Ela quebra a Fosfo Ceatina, e leva para o P, para o ADP virar ATP
novamente.
Quando fazemos uma atividade rápida, rapidamente a creatina-cnase quebra a fosfo creatina, e
produz a ATP rápido. Quando fazemos uma atividade rápida, como por exemplo o levantamento
de peso, precisamos repor rapidamente a energia gasta. Ela não precisa se alimentar
novamente, está dentro da reserva celular, dentro do citoplasma da célula.
Qual a importância disto na Massoterapia? É importante conhecer estes mecanismos para atuar
em ramos como a massagem desportiva.
A energia do ATP é armazenada entre as ligações de fosfato com a adenosina e pode ser
liberada independentemente.
O nosso organismo é capaz de gerar energia através de duas vias, via aeróbica (ou oxidativa –
com presença de oxigênio) e via anaeróbica (ou glicolítica – sem presença de oxigênio).
A via glicolítica é uma seqüência de 10 reações enzimáticas que quebram uma molécula de
glicose em 2 ATPs + ácido pirúvico. Com a presença de oxigênio, o ácido pirúvico presente no
citoplasma celular (ou piruvato) entra na mitocôndria, onde sofre diversas reações enzimáticas
(Ciclo de Krebs), dando origem a 36 moléculas de ATPs. Esta última é a chamada via oxidativa.
Sem a presença de oxigênio, o ácido pirúvico em excesso gera o ácido lático (ou lactato),
principal causador das dores musculares após as atividades físicas. Portanto, para que seja
formada energia em grande quantidade é necessário a presença de oxigênio.
Etapas:
1. A glicose é ingerida na alimentação e através da corrente sangüínea é liberada no líquido
intersticial.
2. A insulina é um hormônio que estimula os receptores de membrana, facilitando a entrada da
glicose na célula através da difusão facilitada.
3. Dentro da célula, a glicose sofre ação de enzimas citoplasmáticas gerando 2 moléculas de
ATP + ácido pirúvico
4. O ácido pirúvico é levado através de transportadores até a mitocôndria, onde entra no ciclo
de Krebs formando, o ácido oxalacético e 36 moléculas de ATP.
5. O ácido pirúvico não utilizado sobra e, devido a um déficit de oxigênio, gera o ácido lático.
Etapa Glicolítica ou Anaeróbia - Glicose entra na célula através de um canal de membrana, que
se abre com a presença da insulina.
Resumindo:
Etapa Glicolítica ou Anaeróbia
- glicose entra na célula
- glicose é queimada e forma 2 ATP + ácido pirúvico.
Etapa Oxidativa ou Aeróbia
- o ácido pirúvico entra na mitocôndria.
- gera 36 ATP (para isto precisa de oxigênio)
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A energia que o corpo necessita vem dos nutrientes, como o açúcar, gorduras, proteínas, álcool,
que devem virar ATP, sendo que os preferidos pelo organismo são os açúcares (glicídios,
carboidratos ou hidratos de carbono).
A glicose armazenada no corpo vira glicogênio, produzido nos músculos e armazenado no
fígado. A glicose que não é consumida é quebrada e transformada em Lipídios.
Lipídios - existem vários tipos: ácidos graxos, triglicerídeos, armazenados na célula
adipócito(célula que se multiplica apenas na infância).
A glicose é consumida dentro da célula.
Glicogenólise – processo de conversão do glicogênio em glicose.
Quando o corpo está em processo de Inanição (sem obter alimentos), os triglicerídios que estão
armazenados nos adipócitos.
As proteínas fazem parte das fibras que compõe os músculos. Tem função estrutural, mais
marcante nos músculos. Um atleta tem acumulo de proteínas, aumentando a massa magra,
aumentando o glicogênio e as proteínas. As proteínas contráteis do músculos são um exemplo
de proteínas mais importantes do corpo. Cada célula muscular aumenta a quantidade de
filamentos que tem nela.
Resistência muscular – levantar 60 vezes um peso de 20 kg
Força muscular – levantar 1 vez um peso de 100 kg
Exercício anaeróbio alático - Uma corrida de 100mt rasos não usa oxigênio, somente fosfocreatina.
Colesterol – transportadores especiais de gordura, dosado no sangue (nível sérico).
Por que temos dores musculares após um exercício físico?
Em uma atividade física em que entra muita glicose, sem a presença de insulina, a glicose passa
a se ácido pirúvico. No momento em que o exercício físico é interrompido imediatamente, há
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Apostila de Introdução a Fisiologia
diminuição de oxigênio, porque a respiração volta ao ritmo normal, então há uma grande
quantidade de ácido pirúvico, que não poderá ser queimado, e quando não vai para a
mitocôndria, ele vira acido lático, provocando a dor muscular.
Orientações ao estudo desta disciplina:
1 Baixe as apostilas 7a a 7g
2 Baixe o Guia de atividades e realize os exercícios previstos.
3 Assista vídeos no you tube e recomendados pelo professor sobre a matéria.
4 A apostila de Biologia Celular da SOGAB. (2A)
Atenção:
Os exercícios pertinente a esta apostila necessitam ter como base o estudo da apostila de
Biologia da SOGAB, bem como revisão dos exercícios já realizados.
Leia também sobre: Metabolimo, Obtenção de energia Etapa Glicolítica ou Aeróbia,
Etapa Oxidativa, Transporte de Membrana, Difusão Simples, Difusão
Facilitada,Transporte Ativo e etc
7. Fisiologia Aplicada
a. Fisiologia aplicada: Introdução à Fisiologia 2013
b. Fisiologia aplicada: Fisiologia da Membrana 2013
c. Fisiologia aplicada: Fisiologia Cardiovascular 2013
d. Fisiologia aplicada: Fisiologia Respiratória 2013
e. Fisiologia Aplicada: Fisiologia Musculoesquelética 2013
f.Fisiologia Aplicada: Fisiologia do Linfedema 2013
g. Fisiologia Aplicada: Cinesiologia 2013
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