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CONTRIBUIÇÃO DA EAD PARA O TREINAMENTO NO TRABALHO
CONTRIBUTION OF DISTANCE EDUCATION FOR TRAINING AT WORK
Jaqueline Fonseca Maia1
Lucas Raphael Mourão Gonçalves2
Patrícia Aparecida Soares Mendes3
Raíssa Gabriela Mourão Gonçalves4
Thatyane Aguiar Viana5
RESUMO
O presente trabalho enfatiza as contribuições que a educação a distância deu para os treinamentos
de forma geral, diminuindo custos com a operação e a velocidade no processo. Isso se deu
principalmente pelo uso de tecnologias que ficou mais abrangente desde o inicio do século XXI.
Assim as empresas pensando em um ganho de tempo e financeiro passaram a usar o Treinamento à
distância, principalmente com o uso da internet. O trabalho buscará elucidar alguns aspectos das
aplicações da educação a distância, tendo como metodologia o levantamento teórico de autores
sobre o tema. No decorrer do artigo chega-se a conclusão que a EaD tem aspectos positivos e
negativos e deve ser usada seguindo as particularidades de cada tipo de curso. E como sugestão em
alguns casos é necessário mesclar a EaD com o ensino presencial.
PALAVRAS-CHAVES:
TREINAMENTO.
E-LEARNING,
EDUCAÇÃO
À
DISTÂNCIA,
INTERNET,
ABSTRACT
This work emphasizes the contributions that e-learning has for training in general, reducing the
operation costs and speed the process. This was mainly due to the use of technologies that become
more commom since the beginning of the XXI century. So companies considering a gain of time
and finance began using the e-learning, especially with the use of the internet. The work will seek to
elucidate some aspects of the application of distance education, and methodology as the theoretical
survey of authors on the subject. Throughout the article reaches the conclusion that distance
1
Bacharel em Direito pela Universidade Estadual de Montes Claros.
Licenciatura em Geografia pela Universidade Estadual de Montes Claros e Bacharel em Engenharia Ambiental pela
Santo Agostinho.
3
Bacharel em Engenharia Ambiental pela Santo Agostinho.
4
Acadêmica do curso de Medicina da Universidade Federal de Sergipe.
5
Bacharel em Engenharia Ambiental pela Santo Agostinho.
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education has positive and negative aspects and should be used following the particularities of each
type of course. And as a suggestion in some cases it is necessary to merge the e-learning with
traditional teaching.
KEYWORDS: E-LEARNING, DISTANCE EDUCATION, INTERNET, TRAINING
INTRODUÇÃO
O treinamento a distância encurta o espaço temporal e diminui os encargos logísticos para
empresa. Um dos principais objetivos deste tipo de treinamento é a possibilidade de manter as
atividades operacionais regulares mesmo havendo um treinamento.
É uma questão de sobrevivência no mundo corporativo, tanto em uma empresa pública ou
privada, a atualização constante do seu corpo funcional, seja no aspecto técnico que o habilita a
desenvolver as funções específicas do seu cargo seja no aspecto do relacionamento interpessoal.
Devido a esta questão as empresas investem cada vez mais em treinamento e capacitação do seu
quadro funcional.
O treinamento é um investimento sobre o material mais valioso da empresa: seus
funcionários, entretanto, muito frequentemente, a tendência tem sido encará-la como uma despesa a
ser evitada sempre que possível ou utilizar meios menos onerosos maximizando recursos da
organização para que seja realizada a qualificação dos funcionários, porém está visão de
treinamento como uma despesa está em declive, pois o empregado de melhor nível de
conhecimento e informação tem, via de regra, as incumbências que lhe são atribuídas, percebendo
com mais rapidez e profundidade, exigindo menos supervisão e realizando com mais eficácia o seu
trabalho, portanto, treinamento é, em realidade, duplo investimento; para a empresa e para o
empregado.
Dentre as diversas modalidades de treinamento que surgiram para suprir a necessidade de
treinamento de forma barata e rápida está o Treinamento à distância ou Educação à distância que é
realizado através de computadores em rede, conectados a internet, sem a presença física de um
instrutor.
A Educação a distância surge no Brasil inicialmente por correspondência, depois rádio,
televisão, chegando ao que hoje conhecemos: o computador. Nesta abordagem, promovida
principalmente pela Internet, pode-se oferecer níveis comunicacionais avançados: chats, fóruns, emails ou permanecer com a forma de ensino tradicional, ou seja, o professor-tutor detém o
conhecimento e este é repassado aos educandos.
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O Treinamento à distância como forma de disseminação do conhecimento é algo irreversível
no cenário atual constituindo-se como um instrumento bastante rico e poderoso para treinamento e
educação através do uso de uma ampla variedade de tecnologias para ligar eletronicamente as
pessoas, ou exportando conhecimento através de áudio, fóruns, vídeo e da internet.
Dessa forma o trabalhos buscará elucidar alguns aspectos da aplicações da educação a
distância, tendo como metodologia o levantamento teórico de autores sobre o tema.
EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA UMA NOVA VISÃO SOBRE TREINAMENTO
Existem várias formas de se desenvolver um treinamento, podemos citar exemplos como os
Workshop, Coaching, Mentoring, teleconferências, vídeo conferência, a intranet e internet,
Universidade Corporativa. Vamos dar a atenção a uma modalidade em específico: a Educação à
distância, Zerbini (2005) define o treinamento à distância (TaD) como:
Um conjunto de ações educacionais, sistematicamente planejadas, desenvolvidas na maior
parte do tempo no contexto de flexibilidade espacial e temporal entre professor e aluno, de
sincronidade e assincronidade, de interação e interatividade e de abertura dos espaços
físicos, utilizando-se de meios tecnológicos que facilitam o aperfeiçoamento e a aquisição
de conhecimentos, habilidades e atitudes (CHAs) por meio do autogerenciamento da
aprendizagem do indivíduo. (Zerbini, P. 3, 2005)
A Educação a Distância - EaD consiste na interação entre professor e aluno a distância
usando meios tecnológicos para que isso ocorra.
Tende-se a visualizar a necessidade de implementar políticas de treinamento advindo de fora
para dentro da organização, ou seja, o mercado que determina o momento e circunstância que se
deve realizar um treinamento, e não enxergando essa pressão não haveria a relevância em se
executar um programa de desenvolvimento de pessoas. Logo quando a empresa tivesse resultados
negativos uma das opções seria a demissão em massa ou a realização de desenvolvimento de
pessoas - treinamento. Mas essa premissa está sendo desmistificada, as empresas estão investindo
cada vez mais. Suas realidades, valores e necessidades já são outras, naturalmente decorrentes de
um cenário em que o pressuposto básico é a busca pela melhoria dos seus produtos e serviços e,
consequentemente, de sua competitividade.
A ideia dessas organizações são incentivar seus funcionários à busca do auto
desenvolvimento ou do desenvolvimento em grupo, onde possam ter um dos valores fundamentais
dessa nova visão que é cada gerente, funcionário é um gerente de Recursos Humanos, e ao mesmo
tempo, profissional de treinamento. Um item bastante usado nessa nova forma de ver o treinamento
é a internet. A Internet é a conexão entre inúmeros computadores espalhados pelo mundo,
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transformando-se em uma poderosa rede de recursos e serviços. É um meio de comunicação que
permite o transporte em forma digital de documentos escritos, sons e imagens, entre pessoas e
instituições do mundo todo.
Com o advento da Internet, houve modificações nos treinamentos que diminuíram os custos
operacionais e potencializaram o conhecimento. O aumento hoje exponencial do número de
usuários torna possível atingir grupos específicos de pessoas e, portanto de profissionais, com
funções e cargos semelhantes, ocupando posições em vários pontos do país ou do mundo, que
necessitam de uma orientação segura e padronizada para suas atividades. A Internet está
potencializando os meios de comunicação e consequentemente as diversas formas de intervenções
de treinamento.
Já passamos por diversas fases da história, entre elas está a idade feudal, as diversas
revoluções industriais e agora a revolução da informação, que é simbolizada pela internet e seu
fluxo de informações veloz e dinâmico.
A Informação tem uma ligação forte com o treinamento e os profissionais de treinamento
devem se valer deste mesmo recurso: Internet, para disponibilizar a informação correta e necessária
no momento certo para a necessidade profissional.
A melhor exemplificação de treinamento por internet é a EAD – Educação a distância. O
próprio principio deste tipo de treinamento se confunde com a base da internet, mesmo não sendo o
único que podemos encontrar essa ambiguidade, que é a de encurtar distâncias (Zerbini, 2005).
Educação a distância é um recurso que para alguns autores vem sendo usado há muito
tempo, alguns dizem há séculos, argumentando que a invenção da imprensa, possibilitou a
reprodução de livros, porém a este tipo de EAD, onde a volume informações é dinâmico e rápido,
através da Internet pose ser considerado de um passado recente e está em fase de crescimento (Melo
e Oliveira, 2012).
A Educação à distância - EAD é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem,
com mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados, apresentados em diferentes
suportes de informação, utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos diversos meios
de comunicação. Este tipo de Ensino como todo treinamento, foi uma atividade estruturada com a
finalidade específica de produzir aprendizagem relevante para empresa. De acordo com Arouca
(2006) a relação entre Treinamento e Aprendizado se configura em que o primeiro fomenta os
meios para possibilitar o aprendizado e o segundo é um fenômeno que surge como resultado do
esforço de cada um, logo o treinamento deve tentar orientar essas experiências de aprendizagem
num sentido positivo e benéfico e suplementa-la e reforça-la com atividade planejada.
Ao comparar-se a educação tradicional com a educação à distância, observa-se que, no
ensino tradicional, centrado no professor, sobressai sua capacidade expositiva. No ensino a
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distância, direcionado ao participante, à sua auto-instrução, respeitando suas possibilidades, seu
ritmo e tempo de aprendizagem, o aprendiz é a referência maior.
Este tipo de treinamento cresce a cada dia e está ganhando mais visibilidade entre as
empresas, mesmo havendo uma dura crítica a sua didática, pois há a falta de contato visual, de
aproximação das pessoas envolvidas, perdendo a característica tradicional dos treinamentos
clássicos, que é o contato entre pessoas. Porém segundo Costa e Nascimento (2004):
A educação a distância deverá ser tomada como uma nova forma de educar e não mais
como uma “roupagem” para a educação tradicional, apresentando técnicas inovadoras como
autonomia crítica e processos mediados pela comunicação síncrona e assíncrona, a última
pouco utilizada na formação presencial.
A reformulação das formas vigentes de aprendizagem faz-se cada vez mais necessária.
Precisamos introduzir os meios comunicacionais existentes nesta prática. Enriquecendo
criativamente o processo de educação continuada, permitindo maior flexibilidade,
interatividade e participação dos usuários.
Desta forma, a EAD deverá apresentar como foco a crítica, tornando o aluno o sujeito de
sua aprendizagem, este que aprenderá de forma autônoma, ao falar sobre educação a
distância afirma que a aprendizagem será vista como um processo permanente, em que os
educandos deverão ser autônomos na busca de conhecimento e o papel do professor será o
de mediar esta busca. (Costa; Nascimento, p. 32, 2004)
Enquanto Bianconcini (2012) prega um pouco mais de calma e levando para o lado mais
didático da EaD.
Ser professor e aluno on-line é um trabalho bastante novo, permeado de incertezas e
desafios específicos. Cabe às universidades criar condições que permitam a esta nova
clientela vivenciar novas maneiras de ensinar, aprender e avaliar nesse novo meio. A par
disso, é necessário fomentar o desenvolvimento de pesquisas relacionadas à formação e
atuação do professor on-line, bem como sobre as inter-relações mais adequadas entre
professores e alunos, entre os alunos e destes com os materiais de apoio; as tecnologias e
recursos disponíveis; os papéis do professor, do aluno e demais profissionais envolvidos; a
metodologia, o design do curso e outros aspectos que ainda estão se delineando ou que
deverão aflorar à medida que avançarem as práticas atuais de EaD e surgirem novas
tecnologias. (Bianconcini, 2012)
Assim Costa e Nascimento (2004) defendem que a Ead dependerá do ritmo do aluno e o
professor terá que ser detentor da capacidade de usar de forma educativas as tecnologias que melhor
se adeque ao desenvolvimento cognitivo do aluno a respeito do tema enquanto Bianconcini (2012)
coloca que o assunto é muito novo e muito ainda pode ser melhorado.
Os métodos para a Educação a Distância, segundo Barbosa e Mourão (2012), são divididos
em dois:
1 – Unidirecional, quando temos uma via apenas para transmitir a informação para o aluno,
como exemplo: livro, vídeo televisão, multimídia, dentre outros.
2 – Bidirecional: quando temos duas vias, uma para transmitir a informação para o aluno e
outra do aluno para o instrutor, havendo então uma interação entre os dois. Esta interação
deverá ser utilizada para monitorar o aprendizado do aluno, respondendo as dúvidas,
desenvolvendo exercícios, trabalhos a atividades. Como exemplos temos o correio,
telefone, Internet, dentre outros. (Barbosa e Mourão, P. 14, 2012)
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Essa divisão feita por Barbosa e Mourão (2012) é a diferença básica de autoinstrução e
autoinstrução assistida. Pode-se colocar como exemplo da EaD unidirecional o Telecurso 2000
onde consiste em tele-aulas de matérias do ensino básico, médio e profissionalizante e o
bidirecional o site EaD SENAR¹ que existe cursos com apoio de professores e tutores que usam
ferramentas como chats e teleconferências.
Um das principais características da EAD que a difere dos treinamentos tradicionais e a
colocam mais próximo das organizações atuais é o foco no aluno, pois em situações de sala de aula
todo foco está no apresentador e os treinados ouvem o que é dito e interagem quando são
requisitados, quando tem-se uma dúvida ou algo a acrescentar, configura-se uma atitude passiva
pois na maior parte do tempo há uma distração dos participantes. Na EAD o treinado tem uma
participação ativa no aprendizado e não passiva, e cabe aos treinadores a possibilidade de esta
situação e ao treinando disciplina e comprometimento para ser o agente responsável por seu
aprendizado, a procura pelo auto aprendizado (Costa e Nascimento, 2004). A proposta da educação
moderna não está mais focada no ensino e sim na aprendizagem, “portanto muda-se o foco do
tutor/mento para o foco do aluno, deixando de ser partenalista e detentor de toda a sabedoria, isto é
nem ensina algo se não houver alguém disposto a aprender” (Barbosa e Mourão, 2012).
A EAD E SUAS APLICAÇÕES E TECNOLOGIAS
Há algum tempo atrás para se conseguir distribuir materiais para treinamento era necessário
muitos materiais físicos para como por exemplo, 1000 pessoas era necessários 1000 cópias e
distribuí-los para o local onde a pessoa se encontra, hoje essas 1000 pessoas acessam o mesmo
material em lugares diferentes ao mesmo momento. A conexão à internet revolucionou a
comunicação do mundo moderno e trouxe para a realidade de nosso mercado inúmeras
possibilidades, que enriquecem o ato de estudar e estimulam o aprendizado. A fácil comunicação
com outras pessoas e ambientes abrem caminhos para uma aplicação estimulante e prática.
De acordo com Melo e Oliveira (2012) existem duas possibilidades de aplicarmos a
Educação a Distância através de discussões em rede.
•
A síncrona, onde é pré agendado um horário em local na rede, onde o instrutor/Tutor irá
transmitir as informações referentes ao treinamento podendo haver os questionamentos no mesmo
instante, é normalmente feitos via Chats, que são salas de bate-papo, ou vídeo conferências,
telefones e etc.
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•
A assíncrona, aqui o aluno e instrutor/aluno, participam em horário onde acharem mais
convenientes. Desta forma quando ocorrerem discussões, as respostas serão dadas no decorrer do
dia ou no próximo(s) dia(s).
Vale ressalvar que pode-se intercalar ambas as formas de aplicação em um mesmo curso.
Discussões como estas trouxeram para a realidade e-learning um universo muito rico e dinâmico,
que trata-se de uma forma de Educação a distância usando a internet como base para o treinamento.
A estruturação de um treinamento/curso a distância pode ser dividido em três etapas: a de
transmitir o conteúdo, desenvolver o conteúdo e avaliar o aprendizado deste conteúdo (Melo e
Oliveira, 2012).
A transmissão do conteúdo tem de ser feita de forma criteriosa e estudada. É onde é
escolhido o designe da interface de acesso ao conteúdo e metodologias de ferramentas, fases
bastante crítica do processo de desenvolvimento, pois a interface do usuário deve conter todas as
opções para que o usuário tenha acesso as informações que permitem controlar o processo de
aprendizagem. Na Figura 1 nota-se a interface do Virtualmontes.
FIGURA 1: Interface do Virtualmontes.
FONTE: Chaves et al, 2012
Existe uma premissa em EAD que é: “Informação não é Instrução”. Não basta apenas
disponibilizar a informação para o aluno e considerar que isso considera uma aula. Existe uma
processo na construção de um curso pela Internet ou CD-ROM, que é a transferência pedagógica.
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Este processo parte do levantamento do conteúdo do curso, estudado por um roteirista, que definirá
a estrutura da interatividade do curso, o volume de informação por tela e as dinâmicas que
representarão a transmissão desta informação. Será definido também o design instrucional da aula
que representará boa parte da dinâmica e atratividade do Curso/Treinamento. Todo esse sistema tem
apenas uma finalidade, que é reter a atenção do aluno do decorrer do curso (Machado, 2012).
As pessoas envolvidas no processo de transmissão de conteúdo são os Analistas de treinamento,
professor/tutor, roteirista, redator, pedagogo.
No processo de desenvolvimento do conteúdo, Machado (2012) coloca que será definido
como será a didática do treinamento, se as respostas serão fornecidas imediatamente, se o aluno terá
que desenvolver trabalhos em grupos ou individuais, toda a sistemática do treinamento.
Neste momento que o aparece a figura do Tutor, em que através do de ferramentas de
comunicação poderá conversar com os alunos, também chamado de ambiente de conversa virtual
(Oliveira, 2012). Esta etapa é uma etapa muito importante que irá possibilitar o aprendizado do
aluno. No modelo a distância o aluno não só poderá tirar as dúvidas, como poderá formulá-las
melhor, no seu tempo, em que pontos importantes como inibição e diferentes ritmos de
aprendizados respeitados. Essas discussões ou dúvidas poderão ser assíncronas ou síncronas
dependendo do tipo de treinamento que será usado.
No processo de avaliação do aprendizado, a avaliação pode além de avaliar o desempenho
dos treinados, pode reforçar o aprendido. Pode ser usado métodos de avaliação quantitativos, como
provas, jogos de memória, questões dissertativas, ou métodos de avaliação qualitativos como
participação do treinado no treinamento.
Barbosa et al (2012) coloca que a avaliação pode ser feita a partir de 3 abordagens.
- avaliação por meio de testes online; compete ao estudante responder a um grupo de
questões pré-definidas e ao sistema computacional corrigi-las.
- avaliação da produção individual dos estudantes; o texto elaborado a partir de pesquisa
realizada, com padrões estabelecidos, e outras atividades propostas, é corrigido geralmente
pelo professor/ tutor, obtendo um produto final
- análise da interação entre os estudantes, a partir das mensagens postadas utilizando as
diversas ferramentas de comunicação: o produto (conteúdo) e processo (interações) devem
ser “entendidos como duas faces da mesma realidade cognitiva”.
Esses tipos de avaliações podem ser feitas dentro de um mesmo treinamento, dependendo da
vontade do professor.
Porém esses mesmos quesitos ditos, são os maiores entraves da avaliação na EaD.
Em um ambiente de EAD, a despeito das ferramentas e dos recursos existirem, os docentes
ainda têm muitas dificuldades a serem enfrentadas, entre as quais destacamos: avaliar
aspectos qualitativos, falta de elementos que os ajudem a verificar os resultados quanto à
aquisição de competências de cada aluno, ausência de parâmetros que os auxiliem a
estabelecer estratégias adequadas para o desenvolvimento de cada aluno, resultados de
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desenvolvimento dos discentes não satisfatórios, pois não são levadas em consideração as
características individuais de cada aluno (PRIMO apud BARBOSA; MOURÃO P. 14,
2012).
Isso se dá pelo simples fato de ser extramemente complicado atender as particularidades de
cada aluno como teoricamente acontece no ensino presencial.
E-LEARNING E SUAS APLICAÇÕES
O E-learning é originário do CBT (Computer Based Training), este acontece quando é usado
o computador através de vídeos ou textos/planilhas para se efetuar o treinamento, porém era feito de
forma isolada sem que estivesse em rede, conectado a outros computadores (Jesus, 2009).
O E-learning é uma forma de Educação a distância onde o aprendizado é feito de forma
remota com a utilização da internet como meio de comunicação, o E-learning permite o
aprendizado mais rápido a custos mais reduzidos, com uma clara responsabilidade de todos os
envolvidos no processo de aprendizado. Os alunos são livres para estudar no seu próprio ritmo,
independente de onde estejam, sendo responsáveis pelo seu progresso, que é medido através de
testes e gerenciamento de progresso on-line.
Vale lembrar que, um dos princípios e base para a utilização deste tipo de treinamento em
uma empresa é a existência de uma infra-estrutura de comunicação de dados, mais especificamente,
uma Intranet (rede de Ip interna) e conexão a internet, para que se viável a implantação de
ferramentas de e-learning e uso em sua plenitude pelos funcionários da empresa.
As empresas inovadoras já estão simulando classes de aula virtuais, livros eletrônicos e
treinamentos CBT. Estão oferecendo, por servidores Web, seminários e eventos usando ferramentas
de multicast de áudio e vídeo. Todas essas ferramentas compõem e que é chamado de Network
Distancy Learning - NDL, ou traduzindo: Treinamento à distância em Rede. Pode-se definir NDL
como qualquer sistema em que a informação é transmitida através de uma rede de computadores
(Freitas, 2009).
Ainda de acordo com FREITAS (2009) a NDL pode ser caracterizado em cinco tipos
distintos, dependendo da interação humana no processo:
Self-Study ou autotreinamento
Síncrono(envolvimento humano)
Assiícrono(envolvimento humano)
Híbrido
Personalizado
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METODOLOGIA
O presente estudo foi realizado por meio de um levantamento teórico de autores que
discutiram o tema da EaD e do treinamento a distância com o objetivo de discutir a educação a
distância enquanto ferramenta de treinamento para difundir mais rapidamente as informações.
RESULTADOS
Entre as principais vantagens do treinamento corporativo a distância, vários aspectos podem
ser citados, tais como a redução das despesas operacionais, que ocorrem quando, por exemplo,
elimina-se a necessidade de deslocamento e a redução ou mesmo a eliminação dos investimentos
em centros de treinamento. Há também a possibilidade do acompanhamento imediato, em algumas
mídias, do aproveitamento e performance do treinando, permitindo uma ágil correção de rumos,
seja em relação ao grupo de treinandos, seja em relação ao conteúdo ou metodologia programada do
curso, bem como à possibilidade de utilização em treinamentos para diversas finalidades, tais como:
integração do funcionário, aperfeiçoamento técnico, etc.
Como desvantagem Neves apud Kanaane e Ortigoso (2001:334-35) cita:
Limitação em alcançar o objetivo da socialização, pelas escassas ocasiões para interação
pessoal dos alunos com o docente e entre si;
Limitação em alcançar os objetivos da área afetiva/atitudinal, assim como os objetivos da
área psicomotora, a não ser por intermédio de momentos presenciais previamente
estabelecidos para o desenvolvimento supervisionado de habilidades;
Empobrecimento de trocas diretas de experiências proporcionadas pela relação educativa
pessoal entre professor e aluno;
A retroalimentação, o feedback e a retificação de possíveis erros podem ser mais lentos,
embora os novos meios tecnológicos reduzam estes inconvenientes.
Necessidade de rigoroso planejamento a longo prazo.
Perigo de homogeneidade dos materiais instrucionais.
Para determinados cursos, o aluno deve possuir elevado nível de compreensão de textos e
saber utilizar competentemente os recursos de multimídia.
Os resultados da avaliação a distância em algumas situações ainda são considerados menos
confiáveis comparados com a modalidade presencial.
“Evasão” ou “Abandono” em razão da ausência (em alguns casos) de um bom
acompanhamento do processo.
Custos iniciais altos.
Serviços administrativos completos. (NEVES apud KANAANE e ORTIGOSO P. 334,
2001)
As dificuldades primárias se dão principalmente pelo valor investido inicialmente, e depois
dependendo do tipo do curso a inabilidade da EaD em promover uma pratica realmente efetiva e os
outros problemas se dão em muito por causa da irresponsabilidade do aluno em gerir o curso.
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Mas apesar dessas dificuldades nota-se que esta forma de treinamento está tomando cada
vez mais espaço nas organizações, cada vez mais espaço nas organizações, como algo que encurta
espaços e requer muito estudo e dedicação para garantir sua eficácia.
CONCLUSÃO
Há pontos positivos que podem-se observar e destacam as vantagens do treinamento à
distância: como a EaD é feita através de fóruns de discussão, as dúvidas dos outros alunos, são de
acesso livre para todas as pessoas e podendo ser acessado a qualquer tempo, ajudando ao longo do
tempo e servindo como um banco de dados com as dúvidas frequentes sobre o assunto explanado no
treinamento.
Por outro lado pode-se concluir que houve pontos em que a Educação a distância não
alcançou seus objetivos, ou não foram tão eficazes quanto os treinamentos presenciais.
Em alguns casos a Educação à distância não foi satisfatória e o treinamento presencial seria
mais viável uma vez que os recursos disponibilizados e a didática foram insuficientes ou
inadequados. Isso ocorre pelo fato de um curso ser mais complicado e as duvidas surgidas não são
sanadas de formas satisfatórias ou pelo simples fato de não haver pratica ou ter insuficientemente.
Dessa forma é interessante continuar com estudos a respeito do assunto para que esses
pontos negativos sejam sanados e os pontos positivos potencializados.
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