Neurociência - Lápis de cor

Transcrição

Neurociência - Lápis de cor
CHAPÉU
UMA PUBLICAÇÃO DA ESCOLA LÁPIS DE COR
ANO VI | Nº 06 | 2016
1º
Novidade
EXPEDIÇÃO CULINÁRIA
medalhista olímpico,
GUSTAVO BORGES, LANÇA
PROJETO EM NATAL
projeto incentiva
alimentação saudável
para crianças
Neurociência
Descobertas da ciência ajudam a
entender melhor as crianças
1
EDITORIAL
Ao longo dos últimos anos, a Revista Colorir tem
sido um importante ponto de encontro para apaixonados pela educação em Natal. O objetivo da publicação é
debater o tema de uma forma leve, com pautas relevantes
para estudantes, pais, professores e comunidade em geral.
Na sua sexta edição, Colorir traz, na sua matéria de
capa, a influência da neurociência na educação. Você vai
saber como a ciência pode ajudar a entender melhor o
seu filho. Também destacamos a implantação da Metodologia Gustavo Borges na Escola Lápis de Cor, que
promete formar campeões nas piscinas e na vida. Oferecemos também uma expedição culinária que traz uma
deliciosa receita para o leitor.
Você é o nosso convidado para essa viagem pelo
mundo da educação. Aperte os cintos e veja como a educação de base pode transformar a vida do seu filho.
Literatura
contar e encantar
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Primeira infância
objetos transicionais
artigo
era “quase” digital
alimentação
nutrição e aprendizado
novidade
Boa leitura!
projeto do medalhista
olímpico gustavo borges
6
8
10
14
tecnologia
30
programa
34
prática escolar
Diretoras Gerais da ELC
Lorene Gaspar Pessoa
Gleide Gaspar
Diretor Financeiro ELC
Arthur Gaspar
Edição
Diego Dantas
Colaboradores
Anna Alyne Cunha / Antônio Carlos Galvão
/ Carolina Souza / Cristiana Oliveira /
Harlysson Silva / Isabelle Oliveira / Luciana
Fortunato / Mariane Gaspar / Priscila
Navarro / Raysa Medeiros / Regina Medeiros
/ Rozicleide Carvalho
Coordenação Editorial
Fácil Comunicação | (84) 3217.7989
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Diagramação
Terceirize Proj. Gráficos e Editoriais
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Fotos
Ozair Lima
ESCOLA LÁPIS DE COR BILÍNGUE
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Fone: (84) 2030-5010
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lapisdecornatal
lapisdecor.natal
lapisdecornatal
capa
neurociência
18
pueri domus
5
Primeira infância
Primeira infância
OBJETOS
TRANSICIONAIS
Conheça os aliados para a independência do seu filho
Quem já esteve em uma escola de educação infantil provavelmente já observou muitas
crianças, principalmente as mais
novas, andando de um lado para
outro com algum objeto sempre
em mãos. Pode ser um boneco,
um paninho, ou qualquer outro
objeto que possa trazer algum
conforto e segurança naquele
ambiente que não é a sua casa.
Esses itens, conhecidos como
objetos transicionais, também
são muito comuns em consultórios pediátricos.
“Objeto transicional foi um
conceito criado por Donald Winnicott (1896- 1971), pediatra e
psicanalista inglês. Segundo esse
estudioso do desenvolvimento infantil, esse objeto é como se fosse
metade objeto e metade fantasia.
É um objeto externo ao corpo,
por isso não podemos considerar
o dedo ou enrolar o cabelo como
sendo um desses. É um mediador
entre a mãe e o filho, mundo interno da criança e seu mundo externo”, destaca Cristiana Oliveira,
psicóloga da Escola Lápis de Cor.
Segundo a profissional, o objeto é escolhido pela criança e não
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imposto pela mãe ou outra pessoa
de referência dessa criança. “Esses objetos passam a ser utilizados
pela criança em uma determinada
época de seu desenvolvimento,
geralmente são escolhidos sem o
estímulo dos pais. Por esse motivo, não se faz necessário que haja
um incentivo. Porém, é importante que esses pais não proíbam
seus filhos de usarem, entendam
que essa característica faz parte do desenvolvimento infantil.
Também se faz importante
lembrar que esse comportamento não é uma
regra que ocorre com todas as
crianças”, alerta Cristiana.
Para algumas mães, os objetos
são verdadeiros aliados para que
o seu filho consiga ganhar independência. “Acompanhei minha
filha nos primeiros dias na escolinha, na fase de adaptação. Aos
poucos, ela foi se acostumando
com o ambiente, mas acredito
que um paninho que ela usa para
dormir foi fundamental para ela
se sentir segura, principalmente
quando começou a ficar sozinha.
É um objeto que ela ama e dorme
sempre com ele”, destaca a funcionária pública Ana Soares.
Em determinados casos, as
próprias profissionais, especialistas em psicologia no ambiente
escolar, indicam o uso do objeto.
“Dependendo da idade da criança, eles podem sim ajudar no período de adaptação, inclusive há
situações em que orientamos os
pais a enviar um brinquedo ou
outro objeto que a criança goste muito e passe bastante tempo
com ele. Nessas situações, ajudam a acalmar”, aponta a psicóloga Cristiana.
O apego ao objeto muitas
vezes não dura muito. Apenas o
tempo suficiente para a criança
se sentir confortável na nova situação enfrentada. “Nos primeiros dias, ela não largava o paninho. A gente também nunca
forçou. Deixamos que ela tivesse
seu próprio tempo de adaptação. Aos poucos, ela foi ficando
confortável com os coleguinhas,
com as professoras, e hoje ela se
sente em casa no ambiente esco-
lar. Tanto que, depois de algum
tempo, ela começou a deixar o
paninho na mochila e dificilmente o usa na escola”, comenta
a mãe Ana Soares.
A psicóloga explica como funciona esse processo. “Não existe
uma idade ideal para que se largue. Geralmente a criança vai
deixar quando esse objeto perder
seu enorme significado e passe
a ter a importância como outro
objeto. Ou seja, esse tempo irá
variar de criança para criança e
também como estarão suas questões internas que fazem com que
ainda tenha uma grande ligação
com esse objeto”, finaliza Cristiana Oliveira.
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Cristiana Oliveira, psicóloga da ELC
ARTIGO
Antonio Carlos Galvão Júnior
Assessor de Língua Portuguesa da ELC
Leitura e escrita na era “quase” digital
Hoje, temos computadores de
mesa, notebooks, tablets, smartphones, e-readers e outros similares, bem
como as promessas da wearable technology, isto é, a tecnologia para vestir, que se trata de conceber produtos
que unem moda, eletrônica e ciência
– relógios, pulseiras, mochilas, óculos,
camisetas, todos com funções úteis (e
inúteis) e com acesso à grande rede.
Um mundo de atrações para a interação interpessoal – quiçá submissão
interpessoal (mas isso é tema para outro artigo) –, como e-mails e redes sociais (de todos os tipos e gostos), bem
como para a informação em sites (e
similares) para praticamente todos os
públicos – dos menos aos mais cultos.
Sem incluir nesse hall aplicativos e jogos – outra demanda estratosférica de
atenção atual.
Onde estão o papel e o lápis nesse
contexto? (Ou ainda: para onde irão?)
Realmente, em nenhuma dessas circunstâncias figuram os nossos
companheiros acima citados – companheiros há décadas.
Acredito que seu fim seja um caminho sem volta, mas que ainda demorará bastante para acontecer.
Escutamos de muitos que o livro
de papel é muito diferente, pois tem
um cheiro especial, uma textura única, uma relação afetiva que jamais um
eletrônico trará. Essas falas já saudosas remontam para mim a outras
passagens de suporte para a escrita:
“prefiro as tábuas de pedra; essas “coisas” feitas de pele de animal nunca as
substituirão!”; “Ah, o papiro! Olha seu
odor, sua forma, seu peso, sua condução de leitura... Jamais...”.
Apesar dessas percepções, estamos aqui com o papel de celulose,
trilhares de folhas no mundo!
Num contexto apocalíptico, havia
também a teoria de que se leria menos
e se escreveria menos ainda com o desenvolvimento das tecnologias digitais, mas não foi isso o que ocorreu.
Nunca se leu e escreveu tanto como
hoje. Quantas mensagens, quantas
oportunidades de textos diversos,
quanta necessidade de se expressar,
de compartilhar, de curtir... Estamos
imersos em situações de escrita e leitura (ainda que possamos pôr em xeque a qualidade delas).
A educadora e pedagoga Môni-
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ca Araújo, professora de Educação
na Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG), afirma que não é a
leitura do texto digital que pode ser
considerada negativa, e sim o que
o leitor faz ou como se faz a leitura:
“Não vejo que a leitura digital tenha
pontos negativos, e sim que tem peculiaridades diferentes das da leitura
impressa. O que pode ser negativo
é o que o leitor faz com a leitura e
como faz. Nesse sentido, podemos
ter pontos negativos em qualquer suporte, a partir da intenção do leitor, e
não propriamente da leitura do texto.
Quanto aos pontos positivos, poderia
listar vários, mas vou me ater à inserção dos recursos audiovisuais, como
as imagens em movimento e os sons,
que podem ampliar da construção dos
sentidos do texto pelo leitor. Quanto
mais recursos materiais o texto dis-
põe, mais chances dará ao leitor de
acionar as diversas janelas cognitivas
para a melhor compreensão do texto.”
É minha percepção também, trazendo a mesma linha de raciocínio
para a escrita digital.
Ah! E você que se incomoda com
as reduções gráficas da redação (isto,
redação!) dos chats das redes sociais
(como Facebook e Whatsapp), tais
quais, por exemplo, pq, vc, xau,blz,
axo e suas carinhas expressivas, porque pensa que limitará a forma culta da escrita das gerações vindouras,
DESPREOCULPE-SE! Esse tipo
de interação exige essa modalidade de
expressão, pois é uma mescla da fala
e da escrita – quem for culto, perderá
tempo precioso e, assim, desrespeita-
“
rá a característica ímpar desse gênero.
Em poucas palavras – língua padrão
em gêneros que a exigem.
É incrível como
muitos de nós
somos apegados a
objetos, situações
e ideias”
Quanto ao papel e ao lápis, estarão ainda conosco por muito tempo
– principalmente na realidade brasileira. E a escrita no papel ainda será
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uma habilidade imprescindível – com
letra cursiva SIM (mais um tema para
outro artigo!). A leitura em livro de
papel continuará também, mas será
finda mais rápida, especialmente devido às vantagens do livro digital; mas
não desaparecerá, assim como ainda
sobrevive os discos de vinil. Todavia,
não se deve ter a ilusão de que a vereda será outra. Como disse, trata-se de um caminho sem volta, mas
que será muito bem trilhado por todos nós; uns os traçarão pelas trilhas
com menos pedras, outros com mais
pedras, mas todos trilharão – felizes
(?) – , pois somos linguagem (algo de
origem social, mas de um caráter incrivelmente natural hoje), e, aonde ela
for, ali estaremos juntos.
ALIMENTAÇÃO
ALIMENTAÇÃO
NUTRIÇÃO É O SEGREDO
PARA AS CRIANÇAS
APRENDEREM MELHOR
ELC IMPLANTOU UM PROJETO
QUE INCENTIVA A ALIMENTAÇÃO
SAUDÁVEL DOS ALUNOS
DENTRO E FORA DA ESCOLA
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A educação nutricional
deve estar inserida no ambiente escolar, compreendida e incorporada às atividades como
facilitadora da aprendizagem.
Pensando nisso, a Escola Lápis
de Cor inseriu em sua metodologia, o projeto de Alimentação
Saudável.
A educação nutricional tem
como objetivo principal promover atitudes de conscientização
quanto à alimentação saudável, observando necessidades
orgânicas a fim de fazer boas
escolhas alimentares ao longo
da vida. A educação nutricional na escola se apresenta no
intuito de melhorar o quadro
apresentado pela Organização
Mundial da Saúde (OMS), em
que 25% dos brasileiros consomem a quantidade recomendada de frutas e hortaliças. Além
de recomendar que a base da
alimentação seja feita com alimentos frescos (frutas, carnes,
legumes) e minimamente processados (arroz, feijão e frutas
secas), recomenda-se também
que sejam evitados os produtos ultraprocessados (macarrão
instantâneo, salgadinhos de pacote e refrigerantes).
A Sociedade Brasileira de
Endocrinologia considera que
a obesidade infantil já atingiu
índices de epidemia e alerta que crianças e adolescentes
obesos terão mais probabilidade de continuarem acima do
peso na fase adulta. Segundo
uma pesquisa norte-americana,
se nada for feito agora em re-
lação à alimentação e atividade
física, crianças entre 5 a 9 anos
correm sérios riscos de viver
menos que a geração dos seus
pais. Para tentar mudar esse
panorama, a escola e a família
precisam ter o mesmo objetivo:
fazer a criança se desenvolver
em todos os aspectos com alimentação saudável e ter sucesso
na aprendizagem.
A família é o primeiro grupo com o qual a pessoa convive
e seus membros são exemplos
para a vida. No que diz respeito
à educação nutricional, se essas
pessoas demonstrarem hábitos saudáveis em relação a uma
alimentação e reforçarem a importância do que está sendo
aprendido, estarão contribuindo para a formação de bons hábitos dos pequenos.
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RECEITA
ALIMENTAÇÃO
Rafaela Duarte é mãe de
Maria Gabriela, de 3 anos, e
conta que a experiência do projeto estudado na escola proporcionou o incentivo à alimentação saudável: “Na nossa casa,
já vivenciávamos hábitos mais
saudáveis, mas os ensinamentos
dados na escola possibilitaram
um melhor entendimento de
Maria Gabriela. Até hoje, ela
lembra alguns alimentos, sinal
que o aprendizado aconteceu.
Sem contar no tempo prazeroso
que passamos juntas”.
“Acreditamos que os alunos
com uma alimentação adequada exibem melhor rendimento
escolar, alcançam o equilíbrio
ideal para o seu crescimento e
desenvolvimento, bem como
adoecem menos”, explicou a
nutricionista responsável pelo
projeto, Izabelle Oliveira.
O Projeto de Alimentação é
uma proposta permanente, desenvolvido durante todo o ano
letivo em todos os segmentos
da escola. Porém, nesse ano,
ganhou uma maior dimensão
quando foi lançada a Expedição
Culinária. Essa extensão possibilitou uma grande participação
da família no programa.
O objetivo da Expedição
Culinária era que mãe e filho
preparassem uma receita juntos. A competição superou as
nossas expectativas, pois houve um grande envolvimento
das mães e uma preocupação
em seguir as orientações dadas
pela escola.
O vencedor da Expedição
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foi Marcos César, estudante
do 5°ano – MA, com a receita
de uma tapioca colorida. Talita
Nobre, mãe do vencedor, participou de todo o processo. “Foi
uma experiência única. O projeto na escola incentiva o que
muitas vezes, os pais não conseguem ter em casa: uma alimentação mais benéfica à saúde”,
acrescentou Talita.
Quanto melhor for a parceria entre escola e família, mais
significativos serão os resultados na formação do educando.
A participação dos pais na educação formal dos filhos deve ser
constante e consciente. O envolvimento e a preocupação em
formar crianças conscientes e
responsáveis pela sua alimentação atingem maior grau de satisfação quando as duas esferas
trabalham juntas.
Com o projeto Alimentação
Saudável, a ELC instiga nos
alunos o prazer de descobrir e
buscar opções saudáveis ao longo de suas vidas.
Veja o passo a
passo da receita
vencedora
da Expedição
Culinária
Modo de preparo,
por Talita Nobre:
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Ingredientes:
- 4 folhas de couve
- 1 beterraba pequena
- 1/2 xícara de jerimum
- 300g de goma para tapioca
- 100g de frango cozido
- 40g de carne de sol desfiada
- 90g de queijo coalho light ou minas sem lactose
- 5g de chia
- 5g de gergelim
- 40g de geleia de morango sem açúcar
- 1 banana prata pequena
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Antes de iniciar a preparação, lave as mãos
com água e sabão neutro.
Higienize as folhas de couve, a beterraba e o jerimum em um recipiente com água e hipoclorito.
Bata no liquidificador o couve com uma xícara de
água, peneire e coloque 100g da goma de molho nesse
suco verde. Reserve o bagaço.
Repita o mesmo processo com a beterraba, peneirando e reservando o bagaço e, assim, do mesmo modo com o jerimum.
Deixe a goma de molho nesses sucos (três recipientes, um
para cada suco, contendo 100g de goma em cada) de um
dia para o outro. Ao retirar o suco, a goma estará no fundo
do recipiente. Coloque um pano para absorver o restante do
líquido e depois peneire as gomas.
Pegue os bagaços que foram reservados e refogue com
alho e cebola e coloque o frango já desfiado.
Separe a geleia, o queijo coalho ralado, o frango, a chia, o
gergelim e a carne desfiada.
Para fazer as tapiocas, aqueça a frigideira, salpique chia e
gergelim e em seguida acrescente a goma colorida. Faça a
tapioca normalmente e recheie.
NOVIDADE
NOVIDADE
NADADOR GUSTAVO BORGES
LANÇA PROJETO EM NATAL
Metodologia foi desenvolvida pelo nadador e descreve,
pedagogicamente, as práticas do esporte
O objeto do trabalho desenvolvido pelo medalhista olímpico, Gustavo Borges, foi a padronização e sistematização de
todos os processos de ensino da
natação, respeitando a individualidade dos alunos. Sendo assim,
a Escola Lápis de Cor, primeira
a receber o projeto no Estado,
passará a trabalhar com um programa de aulas específicas para
cada nível (idade), por meio de
um sistema de avaliação baseado
no desenvolvi mento das habilidades aquáticas de cada criança. Os alunos serão motivados
através do aprendizado lúdico e
da mudança da cor da touca nas
passagens de nível.
Para Gustavo Borges, sua
experiência como medalhista
olímpico foi fundamental para
desenvolver a sua metodologia.
“Ajudou nos valores aprendidos e
aplicados hoje no nosso negócio.
Por exemplo, comprometimen-
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to e planejamento são dois itens
que fazem parte do nosso dia a
dia”, destaca.
O projeto foi trazido para o
Rio Grande do Norte pelo diretor financeiro da Escola Lápis de
Cor, Arthur Gaspar, que conheceu a Metodologia em uma feira
nacional. “Não tive dúvidas em
trazer para a nossa escola. É algo
realmente inovador, que além de
formar campeões, também transmite de forma decisiva na vida
dos alunos os valores do esporte”,
destaca Arthur Gaspar.
Os critérios de divisão de
nível levam em consideração
a maturidade de acordo com a
idade da criança e as habilidades aquáticas desenvolvidas por
ela, como sobrevivência dentro
d’água, adaptação ao meio líquido, entre outras.
Com o trabalho desenvolvido
pela Metodologia Gustavo Borges, crianças a partir dos 6 meses
já podem começar o aprendizado
da natação. O trabalho é fruto de
toda a experiência de mais de 20
anos de carreira de um dos orgulhos do esporte brasileiro.
Além de formar campeões
nas piscinas, a Metodologia visa
ajudar na formação da criança de
uma maneira geral. “Sem dúvida,
as habilidades aquáticas e nossas
estratégias sempre passam pelos
valores humanos. Podemos influenciar positivamente a educação de uma criança, trabalhando
conceitos que podem ser usados
na escola, em casa ou em qualquer lugar. Junto com as metas
de aprendizagem temos o desenvolvimento de valores como respeito ou amizade, que cumprem
este papel”, comenta.
O medalhista olímpico está
ansioso para conhecer os alunos
do projeto em Natal. “Claro que
sim. No momento oportuno estarei aí”, prometeu.
Referência mundial no esporte e apontado por especialistas como um dos maiores nomes
da natação brasileira em todos
os tempos, o campeão Gustavo
Borges lançou um projeto de
desenvolvimento de talentos da
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natação em Natal, o primeiro do
Rio Grande do Norte. A Metodologia Gustavo Borges (MGB),
sucesso em várias partes do Brasil, foi desenvolvida pelo nadador
e descreve, pedagogicamente, as
práticas para ensino e treinamento da natação.
Em entrevista exclusiva para
Colorir, Gustavo Borges falou
sobre o seu projeto. “Um sonho
sendo realizado. Hoje estamos
com 350 parceiros pelo Brasil
e, certamente, um trabalho bem
estruturado está sendo feito. Focamos na gestão aquática como
um todo e com especial atenção à
parte pedagógica do aprendizado
e ao relacionamento com os pais
e alunos. Outros diferenciais são
as capacitações para os professores e troca de informações”, destaca Gustavo Borges.
NOVIDADE
Foto: Satiro Sodré
Mais sobre Gustavo Borges
Gustavo Borges é um dos
maiores nomes da natação mundial. Com quatro medalhas olímpicas e 19 pan-americanas, o nadador é exemplo de motivação
e foco dentro e fora das piscinas.
Nascido em Ribeirão Preto, mas
com Ituverava no coração, o atleta
de 2 metros e 3 centímetros brilhou nas principais competições
mundiais, o que lhe rendeu um
lugar na história da modalidade, o
Hall da Fama.
Em Atenas/2004, Gustavo Borges nadou o revezamento 4x100m
livre e se despediu das piscinas. Mas
não parou por aí: com o Método
Gustavo Borges, o nadador roda o
Brasil mostrando que talento e dedicação caminham lado a lado.
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CAPA
capa
A NEUROCIÊNCIA NO
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
As descobertas da ciência vêm nos ajudando a
entender melhor nossas crianças e a estimulá-las
adequadamente no seu crescimento.
Por: Me. Raysa Medeiros
Desde pequenos aprendemos que
os nossos sentimentos e tudo aquilo que é importante para nós vêm
do coração, que ele é o órgão mais
importante. Até temos uma representação bem romântica dele, que
damos aos nossos namorados para
demonstrar o quanto somos fofos e
apaixonados. Não tenho dúvidas da
importância do coração, ele é o responsável pelo bombeamento de nosso sangue, fazendo-o percorrer todo
o nosso corpo, sendo o principal
órgão do nosso sistema circulatório.
Entretanto, tenho uma novidade (ou
não) para vocês. E se eu disser que
nossas emoções, vontades, personalidade, aprendizagem, basicamente
tudo aquilo que somos, é de responsabilidade de outro órgão? O nosso
cérebro, muitas vezes, não tem a devida atenção que merece, no entanto,
ele é um dos principais responsáveis
pela nossa existência.
Pode parecer estranho saber que
é o nosso cérebro que faz com que
nos apaixonemos, e desencadeie
outras emoções, mas esses eventos
iniciam-se nele, onde os espetaculares mecanismos das sinapses
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(que representam as ligações entre
nossos neurônios) e neurotransmissores (substâncias químicas que
realizam a comunicação entre eles),
promovem todas aquelas respostas
fisiológicas e comportamentais que
bem conhecemos quando estamos
perto de quem gostamos: nosso coração acelera, as mãos ficam suadas,
e, em alguns casos, nosso cérebro
até brinca de dar blackout. Esse é
só um exemplo da importância do
nosso cérebro, de quão magnífico é
o seu funcionamento e, como ele é
tudo o que nós somos.
Nos últimos anos, acompanhamos o aumento expressivo de estudos no campo das neurociências,
possibilitando a nós, humanos, nos
conhecer melhor e aprender mais
sobre esse órgão incrível que levamos para todos os lados, mas que
não sabíamos muito bem do que era
capaz. Um ramo da neurociência, de
grande relevância para os que estão
inseridos no processo educacional –
pais, professores e demais funcionários das instituições de ensino - é o
estudo do desenvolvimento cognitivo infantil, o qual nos mostra que
as crianças não são tão “simples”
como nós, adultos, pensávamos.
O sistema nervoso humano começa a ser formado duas semanas
após a concepção com o surgimento
do tubo neural, que dará origem ao
nosso cérebro e a medula espinhal.
Entre o 4° e o 6° mês de gestação
nós já começamos a produzir nossos primeiros neurônios, boa parte
dos cientistas considera que após
o primeiro trimestre de gravidez o
feto começa a apresentar atividade neural. Isso é só o início de um
longo e complexo caminho, que é
essencial para o nosso desenvolvi
mento como seres biológicos, psicológicos e sociais.
A psicóloga Alison Gopnik,
especializada em desenvolvimento infantil, defende que bebês e
crianças não são apenas pequenos
receptáculos vazios que nós, adultos, moldamos até eles se transformarem em pequenos adultos. Ela
afirma que bebês e crianças estão
conscientes de muito mais do que
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damos crédito, que eles percebem
cada sensação que o ambiente proporciona e passam cada minuto do
seu tempo descobrindo e analisando como o mundo ao seu redor
funciona, arquivando informações
e atuando como transformadores
do ambiente. A Gopnik até usa um
exemplo muito bom para os adultos terem uma ideia de como é ser
criança: “é como se você estivesse
em Paris, pela primeira vez, depois
de ter tomado três xícaras do café
CAPA
capa
mais gostoso que você já provou”.
Isso só nos leva a crer que nascemos como “borboletas”, com potencial para desenvolver uma capacidade cognitiva enorme, para
aprender e responder a todos os
estímulos do ambiente a que somos expostos.
Com o avanço da tecnologia
e, consequentemente, da neurociência, alguns pesquisadores
puderam conhecer melhor o desenvolvimento infantil. Alguns
estudos relatam que bebês não
têm apenas reflexos simples, mas
que eles são capazes de distinguir expressões faciais dos adultos, distinguir cores, tamanhos e
formas, e que ainda identificam
sons complexos, podendo até
diferenciar melodias. Como se
pode ver, os bebês também são
seres pensantes e suas habilidades vão mudando ao longo de sua
maturação, permitindo identificar estágios durante o desenvolvimento infantil. A criança começa a abordar tarefas de forma
diferente quando muda de um
estágio de desenvolvimento para
outro, vê o mundo de forma diferente, se preocupa com assuntos
diferentes, levando a crer que o
desenvolvimento infantil não é
apenas o acúmulo de habilidades
ao longo da infância, mas também envolve a reorganização ou
surgimento de novas estratégias.
Levando em consideração essa
ideia, os pesquisadores Amauri B.
Bartoszeck e Flavio K. Bartoszeck realizaram um estudo sobre o
desenvolvimento infantil, delimitando os estágios de desenvolvimento de uma criança:
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2 a 3 meses de vida:
No início do desenvolvimento, os bebês apresentam
uma capacidade sensorial básica que se aprimora durante a infância. A partir do segundo mês de vida, os bebês
começam a se adaptar melhor ao ambiente e alguns reflexos comuns presentes no início da vida vão sumindo,
como o reflexo de preensão palmar, que percebemos
quando o bebê recebe algum estímulo na palma
da mão, fazendo-a se fechar por reflexo, e
ainda há o aparecimento do esperado
sorriso social, além da diminuição
do choro, indicando que o sistema nervoso do bebê está
se adaptando ao ambiente.
7 a 12 meses de vida:
Nesse período, a criança inicia uma fase muito importante
na sua vida, o surgimento da linguagem. A criança começa a balbuciar e a tentar formar palavras,
sendo de extrema importância a
estimulação por parte de todos
com quem convive. O surgimento da linguagem nesse estágio
está muito ligado ao desenvolvimento da memória operacional
nas crianças, que permite que
elas liguem mentalmente eventos do presente com sequências
temporais e possam, portanto,
emitir e compreender sons sequenciais importantes, ou seja,
ela memoriza a palavra e
aprende os seus significados, aumentando o
seu vocabulário.
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CAPA
capa
1 a 3 anos de vida:
Esse período é marcado pela
aquisição de uma importante competência. Nessa idade, a
criança começa a perceber que o
que elas “acham” é diferente do que
as outras pessoas pensam, ou seja, as crianças começam a desenvolver empatia, a se
colocar no lugar do outro e notar que o que
ela gosta nem sempre é o que o outro gosta, e tal característica é chamada de teoria
da mente, importantíssima para o desenvolvimento social das crianças.
Esse período de desenvolvimento é tido como crítico
para a aprendizagem da criança. Esses períodos críticos são
um tipo de “janela de oportunidades”, quando o cérebro da
criança está mais susceptível à percepção de estímulos no
ambiente, portanto, cores, movimento, sons e afetividade
são estímulos básicos de extrema importância na primeira
infância. A estimulação sensorial positiva nessa idade fortalece e aumenta a comunicação entre os neurônios, melhorando o amadurecimento de funções neurais, acarretando
em um desenvolvimento cognitivo acelerado, emoções
equilibradas, apego e capacidade de responder positivamente a novas experiências. Ainda é comum nesse período
a criança começar a perceber que os outros podem ter pontos de vista, desejos e emoções diferentes do dela, começando a inferir sobre os estados mentais e emocionais de outras
pessoas, ainda nessa faixa de idade, crianças começam a utilizar o “faz de conta”, demonstrando que já possuem noção
do real e do irreal, estimulando a criatividade.
O segundo ano de vida de uma criança é marcado pela
aquisição de importantes competências, como a compreensão plena e expressão da linguagem, o ajuste social (saber o
que é certo e o que é errado) e a autoconsciência, quando a
criança começa a ter consciência sobre o seu próprio corpo.
A partir dos 5 anos de vida:
3 anos de vida:
Nessa idade, as crianças começam a falar sobre
aquilo que pensam, como
por exemplo: “ah, eu acho
que tem biscoito naquele
armário”, portanto, elas já
são capazes de formar pensamentos mais complexos.
4 a 5 anos de vida:
Pelo 5º ano de vida, a criança já apresenta um bom grau de amadurecimento dos circuitos neurais, com um aperfeiçoamento nas conexões
e atividades cerebrais, capacitando-a a receber a instrução pré-escolar.
Como podemos ver, o desenvolvimento cognitivo infantil não tem
nada de simples e necessita de muitos cuidados. Uma criança que recebe estímulos positivos durante seu crescimento é mais suscetível a
ter uma vida mais saudável e estar mais preparada para enfrentar os
processos de aprendizagem. Em suma, podemos dizer que o funcionamento do nosso cérebro está continuamente evoluindo durante toda a vida, assim como a compreensão sobre o seu funcionamento pela ciência. Nossas redes neurais estão sempre se
modificando, criando novas conexões e habilidades, entretanto, apesar de todas essas informações que temos,
o estudo sobre o desenvolvimento cerebral na infância
ainda está engatinhando, e ainda temos muito a descobrir.
E lembre-se: nós somos a soma das nossas experiências!
REFERÊNCIAS
BEE, Hellen & BOYD, Denise. (2011) A Criança em Desenvolvimento. 12ª ed. Artmed.
BARTOSZECK, Amauri B. & BARTOSZECK, Flavio K. (2004) Neurociência dos Seis Primeiros Anos
– Implicações Educacionais. Harpia, v. 1, n. 2, p. 1-25.
LUCAS, Christopher G.; BRIDGERS, Sophie; GRIFFITHS, Thomas L. & GOPNIK, Alison. (2014)
When children are better (or at least more open-minded) learners than adults: Developmental differences in
learning the forms of causal relationships. Cognition, v. 131, p. 284–299.
22
23
literatura
literatura
ESSE É O UNIVERSO DA LÁPIS DE COR
Ciranda, cirandinha vamos
todos cirandar, vamos dar a meia
volta, volta e meia vamos dar...
A palavra ciranda, que é provavelmente de origem portuguesa, remete a uma tradicional
cantiga de roda infantil. No nordeste brasileiro, ciranda aplica-se
também à dança de roda popular
para adultos.
Como percebemos, as palavras
dão sentido às experiências e ações
humanas. Com essa ideia inicial,
demos um título ao Projeto Literário da Educação Infantil: Ciranda de Leitura. O sentido dessa
ação pedagógica é estimular o ato
de ler e disponibilizar o acervo literário com temas diversificados,
de modo que os livros “circulem”
entre os alunos a fim de possibilitar a exploração de ideias de cada
história retratada.
No aspecto socioafetivo, enfocamos o ato de compartilhar, pois
cada aluno traz para a escola o seu
livro e faz a troca com o seu colega
de sala. Esse ato de compartilhar
desde cedo (a partir de 1 ano) ajuda as crianças a se desenvolverem
emocionalmente, visto que o egocentrismo faz parte do desenvolvimento humano até os 3 anos de
idade. Logo, esse “desapego” favorece o amadurecimento emocional
das crianças.
A participação da família
também contribui para a formação de leitor iniciante. Em casa,
os pais oportunizam a leitura formal para as crianças, pois elas não
fazem a leitura dos códigos linguísticos nessa primeira fase da
infância. Assim, as crianças têm
a capacidade de ler os contextos
24
25
CONTAR E ENCANTAR-SE
COM O MUNDO DA LEITURA:
a partir das imagens apresentadas e, com isso, são estimuladas a
imaginar e criar hipóteses diante
dos enredos apresentados.
Os registros gráficos também
são importantes nessa fase. Os rabiscos e as garatujas iniciais necessitam de um envolvimento integral
dos adultos para que representem
o que as crianças pensam e falam,
principalmente. Tudo isso acontece com maior prazer por meio de
desenhos e um colorido bem especial, uma vez que o importante
dos registros é a coerência dos fatos representados por elas.
Assim, ler, interpretar e expressar através da oralidade o
que vivenciaram são os objetivos
principais que fazem dos leitores
iniciantes crianças pensantes, críticas e reflexivas.
A partir desse contexto, a leitura caracteriza-se como uma atividade social e cultural, a qual consiste em uma habilidade cognitiva
que exige atenção, concentração,
percepção e memória. Essas ações
são básicas e devem ser formadas
desde a educação infantil, visto
que se constituem como base para
a aquisição da linguagem escrita e
proficiência da língua.
Essa atividade deve fazer parte do cotidiano da criança, antes mesmo de adentrar na escola,
pois contribui significativamente
para o processo de ensino-aprendizagem. Quando se lê para uma
criança de maneira lúdica, há estimulação da imaginação, da criatividade, da magia e do fantástico
oferecido pelos textos, promovendo, assim, o interesse em conhecer
outros horizontes.
literatura
O hábito de ler propicia também a reflexão crítica, a autonomia e o desenvolvimento integral
da personalidade daquele que
o realiza, pois essa é base para o
estudante ter competência comunicativa e, portanto, ser capaz
de compreender, avaliar, planejar,
interpretar e explicar a realidade, intervindo nela e sobre ela, de
acordo com o contexto espaço-temporal envolvido.
Aprender a ler é uma tarefa
que começa com a nossa vivência
de mundo. Aprendemos a ler em
primeiro lugar a realidade a nossa volta, ou seja, o nosso cotidiano
social, e, dentro dessa leitura, já
existem interpretações de atitudes
positivas e negativas – processos
essenciais ao nosso desenvolvimento psíquico e intelectual. Depois, somos estimulados a decifrar
a magia que os livros de histórias
nos trazem. A leitura nos abre um
mundo repleto de possibilidades.
É através do hábito de ler que nos
transportamos para um mundo
novo com personagens e histórias
que somente poderíamos conhecer através da leitura.
No mundo tecnológico em
que vivemos torna-se um desafio
encantar com a magia das histórias contadas nos livros (físicos ou
virtuais), o que remete tempo e
concentração para mergulhar nesse mundo mágico e desvendar os
seus prazeres.
Esses são os desafios da escola do século XXI. Para esse fim,
faz-se necessário que o educador
seja um profissional que tenha um
novo olhar para esse novo contexto, e, portanto, deve fazer parte de
literatura
seu cotidiano profissional também
ser um bom leitor – só é possível
entusiasmar alguém a adentrar no
mundo da leitura, se o outro estiver habitado por esse mundo.
Para conseguir esse objetivo, a
Escola Lápis de Cor desenvolve
alguns projetos:
Ciranda de Livros - Um Projeto de leitura que se inicia na Educação Infantil desde o processo
de sua formação, incentivando o
hábito de ler. As crianças, a partir de 1 ano, passam a desfrutar
desse hábito tanto nos espaços de
aprendizagem que a escola oferece como em casa com os seus
familiares. Todos os dias são lidas
histórias, estimulando a prática da
leitura cotidiana e propiciando ao
estudante despertar o desejo pelo
mundo da imaginação. Além da
contação diária de maneira lúdica,
uma vez por semana esses pequenos leitores levam livros para lerem em casa com os seus familiares e, depois, realizam os registros.
A escola dispõe de um Espaço Literário que possui um acervo
bibliográfico selecionado. A visita
a esse ambiente passa a ser rotina
na vida desses pequenos e a alegria
e o desejo que chegam a esse espaço de aprendizagem é o que nos
motiva. O brilho dos seus olhos e
os sorrisos pedindo só mais uma
história nos faz reafirmar que o
caminho que estamos trilhando
será de grandes leitores ou simplesmente de leitores assíduos.
Leitor do Mês - No Ensino Fundamental, os anos iniciais
dão continuidade a essa prática
de leitura, utilizando diversos estímulos. O projeto incentiva as
26
crianças a buscar literaturas para
desfrutar desse mundo onírico.
O mais interessante é que muitas
dessas crianças chegam a ler em
torno de 10 a 20 livros ao mês, desejando esse destaque qualitativo
por meio quantitativo.
O aluno Thiago Rios, do 2º
ano (Ensino Fundamental Anos
Iniciais), é um dos diversos estudantes que se destaca nessa prática.
Ressaltamos que, além do leitor do
mês, os estudantes do Ensino Fundamental desenvolvem o hábito da
prática de leitura no Espaço Literário na sua rotina semanal, aonde
vão junto com os seus colegas e
professores, assim como levam para
casa um livro de sua escola para dar
continuidade à prática da leitura
deleite com suas famílias.
Contadores de Histórias - A
mais significativa de todas essas
práticas é quando os alunos che-
gam ao 3º e 4º anos e se tornam
Contadores de Histórias. Nesse
período, a leitura na Escola Lápis
de Cor passa a ser algo tão natural
e espontâneo que as crianças leem
mesmo nas suas horas de intervalo
por iniciativa própria.
Nesse projeto, os estudantes
recontam histórias, dramatizam,
elaboram as suas próprias histórias e levam-nas para as crianças
da Educação Infantil. São tão fas-
27
cinantes esses momentos que se
tornam mágicos, pois temos pequenos contadores despertando
um imenso desejo de ouvir e folhear os livros a crianças que estão
iniciando a sua vida estudantil.
Uma história, por mais simples que pareça, traz em sua bagagem um leque de possibilidades
formativas que contribuem para
o processo de ensino-aprendizagem do educando.
BILÍNGUE
bilÍngue
O uso da tecnologia
educacional na prática
escolar e seus benefícios
Por Harlyson Silva, coordenador de tecnologia educacional
30
Há algum tempo a inclusão da
tecnologia na sala de aula vem sido
debatida por profissionais e escritores da área pedagógica. Afinal,
com o acesso cada vez mais fácil à
tecnologia e as oportunidades que
ela traz, despertou-se nos olhos dos
educadores a possibilidade de se
ampliar os horizontes da educação
através dos recursos tecnológicos.
Surge então uma questão, que até
hoje é discutida sem que se ache
uma solução definitiva: como usar a
tecnologia na sala de aula?
Essa questão tem se tornado
o cerne de vários estudos e levado
a várias tentativas de implantação
de recursos tecnológicos nas escolas para melhorar o processo de
ensino e aprendizagem. Na Escola
Lápis de Cor, a inclusão da tecnologia nesse processo tem sido
levada a sério, com a aquisição de
recursos tecnológicos e desenvolvimento de projetos para integrar
seu uso no cotidiano da prática
pedagógica. A escola decidiu equipar sua estrutura de tecnologia
educacional com o iPad, um gadget portátil e interativo, que oferece ao usuário um leque amplo de
possibilidades através de milhares
de aplicativos que estão disponíveis em sua loja virtual. Existe na
escola um laboratório com vários
iPads à disposição dos professores
e alunos para uso nas aulas.
A Escola Lápis de Cor implantou um projeto para explorar as possibilidades que o iPad e
seus aplicativos oferecem. Desde
sua implantação, foram iniciados
projetos-piloto em algumas turmas e logo os resultados vieram
despertar o interesse dos alunos
pelas atividades e, assim, aumentar
a motivação. Um desses projetos
envolve um aplicativo que disponibiliza ao aluno ferramentas para
que ele seja capaz de criar jogos
educativos no iPad de forma lúdica
e interativa. Outro projeto envolve
a criação de desenhos animados,
e outro propõe a escrita de livros
interativos de histórias, em que o
leitor interage com o escritor no
desenrolar do enredo. Dessa forma,
o iPad funciona não como um passatempo ou depósito de jogos, mas
como uma ferramenta que envolve
os alunos no processo de ensino e
aprendizagem, apresentando-lhes
o conhecimento de forma lúdica, o
que proporciona maior motivação
e autonomia na aquisição do conteúdo, colocando-os como participante ativo na construção do seu
próprio conhecimento.
31
BILÍNGUE
Além do ganho na área cognitiva,
percebe-se também como o uso da
tecnologia aprimora o trabalho colaborativo, pois coloca a partilha do saber
entre os alunos como requisito para o
cumprimento das atividades.
Assim, os alunos não apenas criam
e se apropriam do conhecimento gerado pela sua criação nos iPads, mas
também partilham o conhecimento ao
construir suas atividades com os colegas em um ambiente de trabalho colaborativo. Assim, a postura adotada pela
Escola Lápis de Cor mostra comprometimento, não apenas para trazer a
tecnologia como aliada no universo da
educação, mas também fazer com que
ela influencie positiva e eficazmente no
desenvolvimento pessoal e intelectual
de seus alunos.
ARTIGO
Rozicleide Bezerra de Carvalho – Ms.C.
assessora pedagógica da elc
A Importância do
Diagnóstico Inicial
para Orientar o
Ensino-Aprendizagem
no Espaço Escolar
independente, quais elementos ainda não conseguiu internalizar, e em
que nível pode operar com os conhecimentos (reprodutivo, de aplicação
e de criação).
Pesquisas desenvolvidas por
Montero, Palma e Cuervo (2004);
Silvestre (2003); Solovieva e Quitanar (2001; 2010); Núñez (2009) afirmam que a aplicação do diagnóstico
pelos/as professores/as, tem propiciado apreciar que estes refletem criticamente as suas ações, de modo a
dirigir o processo de ensino-aprendi-
zagem com melhor base teórico-metodológica, principalmente de ordem
cognitiva. Ainda se faz necessário
continuar se aprofundando em ações
orientadas, considerando os seguintes fatores, de acordo com as ideias
de Montero, Palma e Cuervo (2004):
1
Incorporar no diagnóstico outros fatores de desenvolvimento da personalidade, diagnóstico integral.
2
3
Avaliar os seguintes objetivos com um caráter de
diagnóstico final.
Avaliar as possibilidades de os/as estudantes em
relação às atividades de estudo em grupo.
4
Conceber e planejar o processo de ensino-apren-
Tem sido objeto de análise de
professores e pesquisadores os princípios e categorias de um processo
de ensino-aprendizagem que tribute
para o desenvolvimento integral da
personalidade dos/as estudantes; a
esses fatores devem articular-se outras exigências e desafios que devem
estar diretamente relacionados com
a direção pedagógica ao assumir a
aprendizagem como atividade.
Em diferentes referências essa
teoria tem sido abordada por diversos autores, como Montero, Palma
e Cuervo (2004); Galperin (2001);
Núñez (2009), Leontiev (1988);
Talízina (2000), como uma das exigências para a formação integral
dos seres humanos, que a atividade
humana deve cumprir o seu caráter
desenvolvedor. Ainda há dificuldades
em cumprir com essas exigências no
espaço escolar. Portanto, é de primordial relevância que sejam estabelecidos indicadores de qualidade,
baseados em diagnósticos do nível
de desenvolvimento dos estudantes,
ou seja, conhecer as Zonas de Desenvolvimento Real e Próximo dos
estudantes é prerrogativa imprescindível para o/a professor/a organizar
o seu planejamento, de modo que
sejam pertinentes para elaboração de
atividades de estudo de acordo com
as necessidades de aprendizagem de
cada estudante.
O diagnóstico deve ser compreendido como uma exigência obrigatória para que o/a professora/a possa
conceber e orientar o processo de
ensino-aprendizagem com o nível de
eficiência requerido para alcançar os
objetivos propostos. Cada vez mais é
necessário que o/a professor/a busque saber sobre as formas de diagnóstico que contemplem os aspectos
cognitivos e afetivos-motivacionais
dos estudantes, o que constitui o
diagnóstico integral desse indivíduo.
Chamamos atenção acerca do
valor do conhecimento (conceito, habilidade e hábitos), das motivações,
aspirações, necessidades, sentimentos
e orientações valorativas, se estamos
32
considerando que além das aprendizagens de ordem intelectual, as emoções e sentimentos formam uma unidade para os estudantes aprenderem
e se desenvolverem integralmente,
faz-se necessário, incorporar no
diagnóstico esses fatores, por meio
de observações no cotidiano escolar
e diálogo com a família.
As investigações realizadas têm
permitido constatar o valor do diagnóstico inicial e permanente para dirigir o ensino-aprendizagem, como
já sinalizado nessa discussão. Por
esta acepção se compreende a possibilidade de avaliar cada objetivo,
levando em consideração os diferentes elementos do conhecimento
que possibilitem ao/o professor/a
conhecer a zona de desenvolvimento real e a zona de desenvolvimento
próximo do estudante no processo
de assimilação dos conhecimentos
conforme os objetivos, ou seja, é possível identificar e caracterizar o que
ele assimilou de forma correta, o que
sabe fazer de maneira consciente e
dizagem a partir dos resultados do diagnóstico.
As atividades de estudo que se concebem devem dirigir-se as dificuldades e necessidades identificadas
e caracterizadas.
Uma vez com o resultado
da/s avaliação/ões diagnóstica/s,
a ação seguinte do/a professor/a
é elaborar seu planejamento
considerando esse aspecto e pensar em atividades de estudo que
estejam presentes, tarefas para:
motivação (problematizadoras),
de modo que criem disposição
no estudante para a busca da solução; executora, que consiste em
disponibilizar para os estudan-
tes situações que os propiciem
aplicar os conhecimentos que se
apropriaram, de modo que possam verbalizar o processo (procedimentos ou estratégias previstas
na orientação) da realização dessas atividades; de controle, que
permite comprovar a efetividade
dos procedimentos utilizados, e
os produtos que obtiveram desse
processo, para realizar os ajustes
e correções pretendidas de acor-
do com ele.
Esses elementos proporcionam aos/as professores/as prestar
atenção particular tanto à formação de conceitos como ao desenvolvimento de habilidades gerais
e específicas das diferentes áreas
de conhecimento (Linguagem;
Matemática; Ciências Naturais;
Ciências Humanas) do currículo
escolar, que se constituem como
objetivos do ensino.
Referências
Galperin, Piort Yakovleviche. Acerca del lenguaje interno. In: Solovieva, Yulia; Rojas, Luis Quintanar (Compilador). La
formacion de las funciones psicológicas durante el desarrollo del niño. Tlaxcala: Universidad Autónoma de Tlaxcala, 2001.
Leontiev. A. N. Actividad, Consciencia y personalidad. La Habana: Editorial Pueblo y Educación, 1988.
Montero, P. Rico; Palma, E. M. Santos; Cuervo, V. Martín-Viana. Proceso de ensenãnza-aprendizaje desarrollador em
la escuela primaria: teoría y práctica. Editorial Pueblo y Educación, 2004.
Núñez I. B. Vygotsky, Leontiev e Galperin. Formação de conceitos e Princípios didáticos. Brasília: Líber Livros, 2009.
Vigotsky, L. S. Pensamiento y Lenguaje. Pueblo y Educación. La Habana: 2005.
Talízina, N. F. Manual de Psicologia Pedagógica. Editora de la Facultad de Psicologia. San Luis Potosi, S.L.P. 2000.
33
EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO
Programa de Excelência
PUERI DOMUS
É IMPLEMENTADO
EM NATAL
Sistema de ensino auxilia
o desenvolvimento
educacional em 16 estados
Com a marca da boa educação desde
1966, a Pueri Domus é conhecida por realizar um grande trabalho de desenvolvimento e implementação da tecnologia educacional em escolas parceiras. Em Natal, o
projeto está sendo implementado na Escola Lápis de Cor e promete trazer grandes
novidades para a educação de referência já
praticada pela escola.
Inicialmente, ainda na década de 60, o
projeto surgiu como uma escola que logo se
tornou uma referência em ensino e educação de qualidade. Em 1994, o projeto cresceu e, assim, foi fundado o Pueri Domus
Escolas Associadas, com uma rede de instituições parceiras. Em 2009, Pueri Domus
passa a fazer parte do Sistema Educacional
Brasileiro. Em 2010, é adquirido pelo Grupo Pearson, um dos maiores grupos educacionais do mundo, passando a ser o Sistema
de Ensino Pueri Domus.
Mariane Gaspar,
Gerente de RH da ELC
34
Em 2015, o Sistema de Ensino inicia um novo projeto: O
PROGRAMA DE EXCELÊNCIA (PEX).
“Estamos muito felizes e
empolgados em trabalhar com
a equipe do Sistema de Ensino
Pueri Domus. O PEX é um programa de excelência idealizado pela Pearson, que dissemina
melhorias operacionais nas escolas associadas ao Sistema, ajuda a implantar essas melhorias
e também serve de instrumento
de performance organizacional”,
destaca a chefe de recursos humanos da Escola Lápis de Cor,
Mariane Gaspar.
Com experiência de já ter
conhecido muitas práticas de
ensino, inclusive na Finlândia,
referência mundial em educação, Mariane Gaspar destaca
os pontos que serão trabalhados e avaliados na ELC. “Serão avaliados gestão, estrutura,
comportamento e resultados
das escolas, por meio de um
sistema de pontos”, comenta a
profissional.
Desse modo, o PEX funciona com um selo de referência.
“Com isso, serão reconhecidas
nacionalmente as escolas excelentes de acordo com a pontuação alcançada. As escolas precisam seguir muitas orientações e
são avaliadas pelos seus resulta-
35
dos. Temos confiança que a nossa equipe de colaboradores está
preparada para assimilar tudo da
melhor forma e queremos conquistar sempre uma excelente
classificação”, destaca Mariane.
O projeto da Pueri Domus tem como grande objetivo
contribuir criticamente para a
transformação da sociedade e o
crescimento das instituições associadas, tornando-as centros de
referência em educação.
O Sistema de Ensino Pueri
Domus está presente em 16 estados brasileiros, orientando e
apoiando o trabalho dos professores com recursos pedagógicos
e administrativos exclusivos.
mural de fotos
36
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DICAS DE LIVROS
Reinações de Narizinho
Pocotó
Editora: Globo
Autor: Monteiro Lobato
As aventuras de Narizinho, Emilia e Pedrinho no Sítio do Pica
Pau Amarelo já são um consagrado clássico infantil. Essa nova
obra reúne 11 livros do autor, publicados entre 1920 e 1931.
Editora: Ed. Compor
Autor: Silvana Rando
O cavalo Trovão era responsável
por fazer as entregas no castelo,
mas seu sonho era fazer parte da
guarda real. Só que ele era muito
baixo em relação ao outros cavalos. Até que um dia...
Na terra do nunca jamais
Hoje
Editora: Martins Fontes
Autor: Linda Rode
São 60 histórias entre contos
populares e folclóricos, de diferentes partes do mundo. Tudo
isso em 230 páginas - que vão
passar voando.
Editora: Jujuba
Autor: Eva Montanari
Com pouco texto e muitas imagens, a autora ensina que mesmo
quando a gente acorda triste e
cansado todos os dias podem ser
especiais. É o que Niki, Cristina
e Antônio mostram.
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