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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
Rio de Janeiro
Hotel InterContinental
29/04/2009 a 02/05/2009
Livro de Resumos
Cursos e Temas Livres
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
CURSOS
CURSO
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
Das 8:00h às 9:00 horas
COMPULSÃO
Dias 30 de abril, 1º e 2 de maio de 2009
1 - “O Trabalho Psicanalítico com Casal e Família:
teoria e técnica”
Lia Rachel Colussi Cypel - SBPSP
PROGRAMA :
- Aspectos teórico-clínicos do trabalho psicanalítico com Família e Casal.
- A técnica /indicação e enquadre
- Vincularidade da Familia e Casal em tempos atuais :
. Processo de subjetivação e vinculos precoces;
. A dimensão transgeracional em psicanálise familiar
- Patologias vinculares no Casal e Familia da atualidade
- A clínica vincular. Apresentação e discussão de caso clínico.
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CURSO
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
Das 8:00h às 9:00 horas
COMPULSÃO
Dias 30 de abril, 1º e 2 de maio de 2009
2 - "Desafios da clínica psicanalítica na atualidade:
Psicanálise e Velhice, algumas questões.”
Coordenação: Cristina Amendoeira (Psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise do
Rio de Janeiro. Doutora em Psiquiatria/ Instituto de Psiquiatria da Universidade Federal do
Rio de Janeiro. Membro do Ageing Committee/IPA. Coordenadora do Grupo de Estudos
Psicanálise e Envelhecimento da SBPRJ; e Miriam Fainguelernt (Membro efetivo da
Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro. Coordenadora do Grupo de Estudos
Psicanálise e Envelhecimento da SBPRJ)
Professora convidada: Marialzira Perestrello (Membro fundador da SBPRJ. Membro efetivo
da SBPRJ e membro do Grupo de Estudos Psicanálise e Envelhecimento)
Período: de 30 de abril a 2 de maio de 2009
Horário: das 8 h às 9h
Material necessário: cada aula terá a duração de 20 minutos, com apresentações em
PowerPoint. A aula 3, com apoio de dvd.
Módulo 1 (30/04/2009) – Aula 1. O idoso e a Psicanálise: de Freud aos dias atuais.
Aula 2. Aspectos subjetivos da elaboração das perdas no
envelhecimento. Luto, suicídio e morte.
Módulo 2 (01/05/2009) – Aula 3. Sexualidade. Introdução e Apresentação de vídeo.
Aula 4. Aspectos transferenciais e contratransferenciais na
clínica psicanalítica do idoso.
Módulo 3 (02/05/2009) - Aula 5. Criatividade e suas possibilidades na idade avançada.
Aula 6. Situações clínicas.
Ementa
O curso é destinado a psicanalistas e profissionais da área da Saúde Mental que
se interessem pelo tema da velhice e em seu aprofundamento do ponto de vista
psicanalítico. É uma conseqüência das discussões clínica e teórica no Grupo de Estudos
Psicanálise e Envelhecimento, da Sociedade Brasileira de Psicanálise do Rio de Janeiro. Os
aspectos subjetivos que interferem no envelhecimento normal ou patológico são
valorizados na compreensão e tratamento na velhice.
Aspectos da técnica como a manutenção ou mudanças no setting, a qualidade da escuta
assim como as manifestações transferenciais e contratransferenciais que transbordam na
relação com o idoso são apresentadas como temas atuais da clínica psicanalítica.
As dificuldades encontradas no tratamento desses pacientes estarão exemplificadas e
discutidas. Por meio de exemplos clínicos comenta-se o sofrimento de perdas ilusórias e
reais sucedidas de toda uma existência. A solidão, sentimentos de não ter razão para
manter-se vivo e suas correlações com o suicídio - as fortes relações entre idade e
comportamento suicida. A estigmatização da morte e do ato de morrer como verdadeiros
tabus em nossa sociedade e a contradição básica de nossa época: a distância emocional
entre as pessoas tornou-se maior, embora a necessidade do outro e de seu afeto permaneça
intensa e urgente.
Alcances clínicos e o uso da criatividade como recurso terapêutico são alguns dos temas
desenvolvidos a partir de autores psicanalíticos contemporâneos. Espera-se compreender
melhor o impacto da experiência da passagem do tempo e proximidade da morte na
construção da subjetividade.
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Módulo 1.
Aula 1.
A psicanálise e o idoso: de Freud aos dias
atuais
Marialzira Perestrello
Aula 2.
Aspectos subjetivos da elaboração das
perdas no envelhecimento. Luto, suicídio e
morte.
Cristina Amendoeira
Módulo 2
Aula 3
Introdução e Apresentação de vídeo:
Sexualidade.
Cristina Amendoeira
Miriam Fainguelernt
Aula 4
Aspectos transferenciais e
contratransferenciais na clínica psicanalítica
do idoso.
Miriam Fainguelernt
Módulo 3.
Aula 5
Criatividade e suas possibilidades na idade
avançada
Marilazira Perestrello
Cristina Amendoeira
Aula 6
Situações clínicas
Cristina Amendoeira
Miriam Fainguelernt
Bibliografia Recomendada:
ABRAHAM, K. (1919). The aplicability of psychoaanalytic treatment to patients at
na advanced age. In: Selected papers of Karl
Abraham, cap. XVI. London: The Hogarth Press,
1954
AMENDOEIRA, MCR – Vicissitudes da psicanálise
em idosos. Revista Brasileira de Psicanálise, São
Paulo, vol. 37 (2/3), p.959-972, 2003
BONASIA, E. – Contratransferência erótica,
erotizada, perversa. Livro Anual de
Psicanálise, (2003) XVII: 41-53.
BODNI, O. - Vejez y transmisión. Reflexiones
psicoanalíticas. Revista de Psicoanálisis,
de la Asociación Psicoanalítica Argentina, 44 (3):
609-625, 1997.
CASAMADRID, J. & SALINAS, JL. Viejo y su vejez
en el setting analitico. Cuadernos de Psicoanalisis,
XXXV, 1 y2: 50-59, 2002.
DURKHEIM, E. (1996). O suicídio – Estudo
sociológico. Lisboa-Portugal: Editorial
Presença.
EIZIRIK, C.L. Rede social, estado mental e
contratransferência: estudo de uma
amostra de velhos da região urbana de Porto
Alegre. Tese de doutorado, UFRGS. Porto Alegre,
1997.
06
EIZIRIK, C.L. & KAPEZINSKI, F. – A psicoterapia na
velhice. In CARDIOLO. A .V.
Psicoterapia: abordagens atuais. Porto Alegre: Artes
Médicas, 1993.
FREUD, S. (1905). Sobre a psicoterapia. E.S.B. Rio de
Janeiro: Imago, 1977, v.VII.
FREUD, S. (1912). Tipos de desencadeamento da
neurose. E.S.B. Rio de Janeiro:
Imago, 1977, v. XII.
FREUD, S. (1915). Pensamentos para os tempos de
guerra e morte. E.S.B. Rio de
Janeiro: Imago, 1977, v. XIV.
FREUD, S. (1916). Sobre a transitoriedade. E.S.B. Rio
de Janeiro: Imago, 1977, v.
XIV.
FREUD, S. (1937). Construções em análise. E.S.B. Rio
de Janeiro: Imago, 1977, v.
XXIII.
FREUD, S. (1937). Análise terminável e interminável.
E.S.B. Rio de Janeiro:
Imago, 1977, v. XXIII.
GÓMEZ AS. SALAS CR. Destinos de la sexualidad
feminina en la crisis de la edad media de la vida.
Revista de Psicoanálisis, APA, Tomo LV, 1998, 3:599611.
HINZE, E. Transference and countertrasnference in
the psychoanalytic treatment
of older patients. Int.Rev. Psycho-Anal (1987) 14:
465-474.
JAQUES, E. – Morte e crise da meia-idade. SPILLIUS,
Elizabeth Bott (Ed.) Melanie Klein Hoje:
desenvolvimento da teoria e da técnica. Rio de
Janeiro: Imago, 1990.V.2, p.248-270.
JARAST, G. Cambio psíquico en la senescencia,
condiciones y prevenciones. Revista de psicoanalisis,
APA, Tomo III, 4, 1996.
KERNBERG, O.F. – Relações amorosas na terceiraidade. Revista de Psicanálise da SBPPA, (1999) 1,1.
KING, P. The life cycle as indicated by the nature of
the transference in the
psychoanalysis of the middle-aged and elderly. Int. J.
Psycho Anal (1980) 61, 153-160.
KLEIN, M. (1963) O sentimento de solidão. Rio de
Janeiro: Imago, 1975.
KRASSOIEVITCH, M. Psicoterapia Geriátrica. México:
Fondo de Cultura Económica, 1993.
LIMENTANI A. Creativity and the third age.
Int.J.Psycho-Anal, 1995: 76, 822 - 833.
SEGAL, H. (1958) Medo da morte: notas a respeito da
análise de um homem idoso. In A obra de Hanna
Segal: uma abordagem kleiniana à prática clínica.
Rio de Janeiro: Imago, 1982.
SETTLAGE, C. Transcending old age: creativity,
development and psychoanalysis in
the life of a centenarian. Int.J. Psycho Anal (1996)
77: 549-555.
WYLIE, H. & WYLIE, M. The older analysand:
countertransference issues in
psychoanalysis. Int J Psycho Anal (1987) 68: 343352.
PLOTKIN, F. – Treatment of the older adult: the
impact on the psychoanalyst. JAPA (1999) 48 (4):
1592-615.
POLLOCK GH. On ageing and psychopathology.
Int.J.Psycho-Anal. 1982: 63, 275-281.
ROLLA, E. Senescencia, ensayos psicoanalíticos sobre
la tercera edad, Buenos
Aires: Editorial Galerna, 1991.
CURSO
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
Das 8:00h às 9:00 horas
COMPULSÃO
Dias 30 de abril, 1º e 2 de maio de 2009
3 - “Fundamentos semióticos para o psicanalista”
José Antonio Pavan - SBPSP
PROGRAMA
1 – O método psicanalítico como processo de observação e investigação da
mente humana.
a) Histórico
b) O método psicanalítico de Freud
c) As contribuições kleinianas
d) As contribuições bionianas
2 – As concepções de Charles Sanders Peirce sobre ciência e semiótica.
a) O conceito de ciência para Peirce
b) O modo pragmatista de fazer ciência
c) O sinequismo, falibilismo e a razoabilidade
d) A arquitetura das ciências
e) A Filosofia: Estética, Ética e Lógica (Semiótica)
f) A fenomenologia de Peirce: Primeiridade, Secundidade e Terceiridade
g) A Semiótica
g.1 – Conceituação.
g.2 – A semiótica como ciência
g.3 – O signo
- O diagrama dos signos
- A classificação dos signos
h) Os argumentos
h.1 – O raciocínio científico
h.2 – A abdução
h.3 – A indução
h.4 – A dedução
i) O Bom, o Belo e o Verdadeiro
3 – A semiose da prática psicanalítica
a) A visão semiótica do método psicanalítico
b) O enquadre (setting) psicanalítico
c) O diagrama da semiose
d) Aplicações práticas
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CURSO
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Das 8:00h às 9:00 horas
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4 - “Ferenczi e a Psicanálise Contemporânea”
Jane Kezem - SBPRJ, Wânia Peçanha - SBPRJ, Margareth W. Binden - SBPRJ
Resumo: Ferenczi está na origem de vários conceitos psicanalíticos que ganharam
reconhecimento a partir de renomados psicanalistas das mais diversas linhas
teóricas. Pretendemos, nesse curso retomar essas fontes como ponto de partida
para considerar a Psicanálise contemporânea como expressão de um movimento
que nasceu nas décadas iniciais do século XX. Sua morte precoce, em 1933, em
meio a conflitos científicos, políticos, rivalidades e intrigas, retardou um avanço
mais acelerado desses conhecimentos que hoje fazem parte do arcabouço teórico e
clínico da psicanálise atual.
No primeiro dia, teremos como tema: Ferenczi - a pessoa e suas idéias.
No segundo dia: a Subjetividade em FERENCZI. Sugerimos como referência
bibliográfica os textos do autor:
1) Transferência e Introjeção (1909)
2) O desenvolvimento do Sentido de Realidade e seus Estágios (1913)
No terceiro dia: FERENCZI e a Clínica Psicanalítica Contemporânea.
Para esse tema, sugerimos os textos:
1) Técnica Ativa (1919)
2) Elasticidade da Técnica (1923)
3) Análise de Crianças com Adultos (1931)
4) O diário Clínico (1932). Publicado em 1969
Outros textos, de suma importância, não estão referidos pela exigüidade de tempo e
porque merecem uma abordagem diferente de nossa intenção atual.
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5 - “Os desafios da análise de crianças e adolescentes”
Rosa S. Lang - SPRJ, José O.Outeiral - SPPel
Este curso tem como objetivo colocar elementos para uma discussão sobre
determinados aspectos da infância e da adolescência na contemporaneidade. Em
relação a infância, período de desenvolvimento com necessidades e direitos
específicos, enunciado da Modernidade e do Iluminismo, discutiremos como a "desinvenção da infância" na cultura contemporânea incide sobre nossas crianças: a
erotização genital precoce, a Sociedade de Consumo e a "des-invenção" do brincar
criam determinadas condições que requerem nosssa atenção. Dentre elas como fica
o conceito de latência, tão importante ao pensamento psicanalítico? A
adolescência cada vez mais se amplia encurtando a infância e, da mesma forma,
invade o mundo adulto, deixando de ser apenas um momento evolutivo para se
constituir em estilo de vida no mundo ocidental, urbano e contemporâneo: os
"adultescentes" e as dificuldades de identificações estruturantes levam os
adolescentes a uma permanência no ego ideal em detrimento do ideal de ego?
Quais são os valores e paradigmas que estão sendo contestados, modificados e
subistituidos por outros e que criam uma cultura "pós-moderna"? Estes serão
elementos que levaremos para discussão neste curso.
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6 - “Teoria e clínica da perversão”
Luiz Alberto Helsinger - SBPRJ
Este curso desenvolve a problemática da Perversão a partir de pesquisa desenvolvida
no Mestrado e Doutorado em Teoria Psicanalítica da UFRJ (com apoio de bolsa do
CNPq), ambas orientadas pelo Prof. Joel Birman e publicadas pela Ed. Revan e Imago.
A partir dos conceitos de Freud, Fundador da Psicanálise, uma particular releitura de
libertinos pelo viés da temporalidade, Sade e Masoch, e também, contribuições
cruciais de Lacan à estrutura clínica da perversão,diversa da neurose,psicose e
melancolia. Traços de perversão nessas outras estruturas serão abordados.
enfatizando com os principais impasses na clínica psicanalítica.
Este curso é oferecido como eletivo na SBPRJ em geral em dezesseis
seminários, neste congresso teremos três encontros e então será assim dividido,
lembrando que em todos seminários a transmissão visa a articulação clínicoteórica:
I- A problemática da Perversão em Freud e avanços de Lacan-exemplos clínicos;
II- Releitura de Sade e Masoch.O Tempo do Gozo e a Gozação-exemplo clínico;
III- Perversão e Cultura .O Tempo do Ser-vil - exemplo clínico.
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Das 8:00h às 9:00 horas
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Dias 30 de abril, 1º e 2 de maio de 2009
7- “Comunicação no setting analítico:
Do silêncio à interpretação”
Edna Vilete - SPRJ
Ao considerar a importância do silêncio na comunicação primitiva, Winnicott sugere:
“ ...em outras palavras, a comunicação somente se torna ruidosa quando fracassa”.
Assim, pensando sobretudo nas patologias e nas situações regressivas, o curso, de
duas aulas, abordará a comunicação de sentimentos e atitudes no setting, havendo ou
não verbalização, o que incluirá:
1 – O setting analítico reproduzindo as técnicas de maternagem da primeira
infância: a mutualidade na experiência ( a comunicação em função da anatomia e
fisiologia de corpos vivos – a linguagem dos órgãos ).
2 – Sinais e signos.
3 – Processo primário e processo secundário
4 - O analista como objeto subjetivo para o paciente.
5 - Características específicas da transferência e da contratransferência.
6 - Comunicação e criatividade.
7 - Os limites da interpretação.
8 – Contribuição da arte, religião e neurociência para o tema.
Autores de referência: Winnicott, René Spitz, Margaret Mahler, Masud Kahn,
Bachelard, Regina Pally, Pinchas Noy, Dalai Lama, Fernando Pessoa, Rodin, Paul Gsell.
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CURSO
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Das 12h:20mim às 13h:20min
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Dias 30 de abril, 1º e 2 de maio de 2009
1- “Família: novas configurações e patologias atuais”
Maria Aparecida Quesado Nicoletti - SBPSP
Dia 30/04/2009
Psicanálise da Família Contemporânea: serão abordados alguns dos desafios
teórico-clínicos relevantes, que as patologias atuais e as novas configurações
familiares trazem para os psicanalistas do nosso tempo, dentre os quais: a evolução
da família nuclear; as mudanças de papéis do homem e da mulher; o
questionamento do modelo nuclear e as diferentes tensões criadas nas relações pais
e filhos; o uso da escola como instrumento de “terceirização” da família.
Dia 01/05/2009
Família como Paciente (uso da técnica): a apresentação incluirá os tópicos: o
vínculo como conceito básico do mundo intersubjetivo; intersecções entre a
psicanálise individual e a psicanálise de família; indicações e técnica da psicanálise
de família: processos inconscientes, transferência, contratransferência, escuta e
interpretação analítica vincular.
Dia 02/05/2009
Prática e Discussão: será apresentado material psicanalítico de uma sessão de
família que ilustra o uso da técnica e dos fundamentos apresentados durante o
curso e será usado para orientar a discussão com os participantes.
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CURSO
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Das 12h:20mim às 13h:20min
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Dias 30 de abril, 1º e 2 de maio de 2009
2- “Transgeracionalidade: atualizações”
Ana Rosa Chait Trachtenberg – SBPdePA
aula 1- Transgeracionalidade e Intergeracionalidade
aula 2- Transgeracionalidade , Édipo e Narcisismo
aula3- Transgeracionalidade e a Clínica da Surpresa
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Das 12h:20mim às 13h:20min
COMPULSÃO
Dias 30 de abril, 1º e 2 de maio de 2009
3- “A questão do tédio como um estado anímico
contemporâneo: pensando esta questão a partir
das contribuições de Donald Winnicott”
Anna Lucia Melgaço – SBPRJ, José O. Outeiral - SPPel
Objetivo: Desenvolver, a partir do pensamento de Donald Winnicott, considerações
sobre o tédio como um estado anímico importante na cultura contemporânea.
1ª aula: O tédio sobre o pronto de vista histórico. O tédio e a construção da
subjetividade na cidade contemporânea. O tédio como sintoma e sua relação com a
tendência anti-social.
2ª aula: A Compulsão `a Repetição e a Tendência anti-social.
3ª aula: As contribuições de Donald Winnicott sobre o tédio. Exemplos clínicos e
manejo terapêutico.
Duração: Três aulas de 60 minutos cada
Bibliografia:
Khan, Masud. Apresentação ao livro de Donald Winnicott "Holding e Interpretação".
Livraria Martins Fontes ,SP,1992
Benjamin, Walter: Passagens ,Editora UFMG ,MG,2006
Outeiral, J.: Sentir tédio ou entediar os outros. Adolescer Revinter, RJ, 3ª edição
Winnicott D.W.: Privação e Delinqüência, Martins Fontes, SP, 1987
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4- “Novas Culturas, novos desafios clínicos”
Maria Olympia França - SBPSP
1º dia - Exposição teórica:
- A estrutura e dinâmica mental quando constituída sob a égide da nova noção de
valores ou não-valores imposta pela Posmodernidade.
2º e 3º dia - Dialogando questões sob a luz de vinhetas clinicas:
- O empobrecimento simbólico do paciente e as dificuldades do analista na
captação e uso da linguagem para aproximar-se do sofrimento do analisando.
- Sistemas defensivos do paciente pelo pavor escondido de desestruturação mental
relativo a rigidez de seu desenvolvimento mental.
Os colegas que se interessarem podem enviar suscitas vinhetas clinicas, com
antecedência mínima de 10 dias, as quais serão objeto de nossas trocas de idéias,
para: [email protected]
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CURSO
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Das 12h:20mim às 13h:20min
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Dias 30 de abril, 1º e 2 de maio de 2009
5- “O Pensamento de Antonino Ferro: teoria e clínica”
Marta Petricciani - SBPSP
1º dia:
Modelo de mente utilizado por Ferro: elementos Beta, elementos Alfa, função Alfa,
oscilação continente/contido e PS-D. Pensamento onírico de vigília e derivados
narrativos.
2º dia:
O diálogo analítico: a partir do modêlo de mente utilizado por Ferro, como se dá o
diálogo analítico: o conceito de campo, de interpretações narrativas, de personagem, além dos níveis de patologia e níveis de intervenção do analista.
3º dia:
Exemplificações clinicas do que foi dito nos dois dias anteriores.
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Das 12h:20mim às 13h:20min
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6- “Gesto Clínico e Metapsicologia”
Leopold Nosek - SBPSP
Tentando partir da prática clínica e a ela retornar, discutiremos o caráter de nossa
disciplina como ciência, arte ou ética. Tentar-se-á confrontar as formas mentais de
apropriação do conhecimento com suas origens no corpo.
Autores de apoio:
S. Freud, E.Levinas, W. Bion.
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CURSO
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Das 12h:20mim às 13h:20min
COMPULSÃO
Dias 30 de abril, 1º e 2 de maio de 2009
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CURSO
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
Das 18h:00min às 19h:30min
COMPULSÃO
Dias 30 de abril e1º de maio de 2009
1- “Técnica Psicanalítica para Crianças e Adolescentes”
José Iencarelli Filho - SPRJ
O curso consta de duas partes, dadas em dois dias seguidos que são: conceituação
da técnica específica do atendimento psicanalítico de crianças e adolescentes e
seus pais, e as principais estratégias diante da variedade clínica.
Noções como Multitransferencia, Fragmentação Contra-transferencial e construção/reconstrução da vida inconsciente, além de opções adequadas às faixas de
idade do Desenvolvimento Psicológico, são abordadas e discutidas a partir da
experiência e pontos de vista teórico do autor.
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CURSO
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
Das 18h:00min às 19h:30min
COMPULSÃO
Dias 30 de abril e1º de maio de 2009
2- "A histeria, a neurose obsessiva e a fobia
nos tempos atuais”
Maria Eliana Helsinger
O curso: A histeria, Fobia e Neurose Obsessiva nos Tempos Atuais abordará como se
manifesta na Clinica essas Estruturas, fazendo uma articulação entre o que se
modificou na forma como os sintomas se manifestam na clinica atual e as mudanças ocorridas na técnica psicanalítica para trabalhar com as novas subjetividades. A
Psicanálise do Século XXI, mais viva do que nunca, aonde a Escuta do Analista e suas
intervenções não privilegiam a interpretação clássica, mas o “aqui e agora” dos
novos tempos, se mantendo fiel ao FUNDADOR DA PSICANÁLISE que com sua
genialidade sabia que a Vida Era maior que a Psicanálise e que a cada mudança na
Cultura Implicaria a mudança do lugar do Psicanalista.
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CURSO
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
Das 18h:00min às 19h:30min
COMPULSÃO
Dias 30 de abril e1º de maio de 2009
3- "Introduzindo a Neuropsicanálise para assessorar o
estudo das diversas vertentes da 'compulsão' no
mundo contemporâneo"
Yusaku Soussumi - SBPSP
Este curso pretende transmitir as concepções básicas da psicanálise implicadas na
COMPULSÃO, com uma visão integrada da pulsão e tudo o que ela significa, na
gênese da compulsão, passando pelos afetos, emoções, regulação, desenvolvimento, evolução e Instinto de vida e de morte.
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CURSO
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
Das 18h:00min às 19h:30min
COMPULSÃO
Dias 30 de abril e1º de maio de 2009
4- “Psicanálise Contemporânea: empatia e
seu impacto na clínica”
Pedro Gomes - SBPRJ
A empatia, enquanto método de investigação psicanalítica, resultou numa
grande contribuição à Psicanálise e à sua prática clínica.
Abrindo mão do lugar daquele que tem o conhecimento sobre o paciente
(inspirado no modelo científico cartesiano de busca da “verdade”), para se
colocar junto a ele e deixá-lo falar, Kohut pode enxergar e trazer à luz
necessidades humanas até então pouco conhecidas. A partir desta nova
escuta, novos conceitos também surgiram, se desenvolveram e hoje fazem
parte do arsenal teórico que a Psicanálise possui para enfrentar os desafios
que se apresentam na clínica contemporânea.
Conhecer as contribuições que o ouvir “a partir do ponto de vista do
paciente” trouxe para a instrumentalização do analista, suas vantagens e
também desvantagens, é o objetivo deste curso.
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CURSO
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
Das 18h:00min às 19h:30min
COMPULSÃO
Dias 30 de abril e1º de maio de 2009
5- “Família e compulsão”
Sheiva Campos Nunes Rocha – APERJ-Rio4,
Lindenberg Ribeiro Nunes Rocha – APERJ-Rio4
Aula de 30 de abril (1 hora e 30 minutos):
a) Breve histórico sociológico da família. A família hoje.
b) O entendimento de Freud sobre a família, grupo e sociedade.
c) A compreensão de Bion sobre os grupos.
d) As estruturas elementares do parentesco. A compreensão de LeviStrauss sobre a família.
e) A integração possível entre Psicanálise e Antropologia estrutural.
f) A compulsão a repetição na família como fenômeno trans -geracional.
Aula de 1° de maio (1 hora e meia):
a) Integração teórico clinica.
b) Discussão de material clinico a ser distribuído previamente.
c) Exemplificação clinica do que seja família interna.
d) A contratransferência no trabalho com famílias.
e) Diferenças técnicas entre psicanálise individual e terapia de Família e
casal.
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CURSO
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
Das 18h:00min às 19h:30min
COMPULSÃO
Dias 30 de abril e1º de maio de 2009
6- "Técnica Psicanalítica"
Rosa Sender Lang - SPRJ, Roosevelt M.S.Cassorla - SBPSP
Ementa: serão discutidos aspectos da técnica analítica contemporânea. A valorização da intersubjetividade faz com que analista e paciente constituam um campo em
que tudo o que ocorre em um dos membros da dupla se reflete no outro. Serão
revistos e aprofundados aspectos ligados ao desenvolvimento da capacidade de
pensar, identificações projetivas existosas, recrutamento de mentes, terceiro
analítico, enactment, mente e pessoa real do analista. Material clínico ilustrativo
servirá de base para reflexão.
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COMPULSÃO
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COMPULSÃO
1 - Avó, mãe e filho, uma sequência doentia interrompida?
Paulo Marchon - SBPRJ/SPR /NPF, Bárbara Facó, Karina Bernardes, Mauricia
Benevides
Os autores desejam destacar, neste trabalho, não apenas as influências
inconscientes, apontadas por M. Klein, seguindo os ditames de Freud, mas também
as influências conscientes. Um deles iniciou o tratamento de Ana, cujo filho
apresentava também sérias dificuldades emocionais. O Gru-Psi percebeu que
também a mãe de Ana manifestava perturbações afetivas que prejudicavam a vida
da filha e do neto. Daí o supervisor e os três membros do grupo (Gru-Psi) imaginaram
a possibilidade de tentar realizar, sob a supervisão de um dos autores, o tratamento,
separadamente, de todos os três membros da família. Os psicoterapeutas teriam
conhecimento e participariam da supervisão dos três pacientes conjuntamente. Tal
fato não seria revelado aos pacientes nesta forma de psicoterapia denominada de
Psicoterapia Psicanalítica Integral. O objetivo é o de fazer chegar a todos os
membros da família, qualquer que seja o seu número, a presença da Psicoterapia.
Privilegiamos o tratamento pessoal sobre o familiar.
2 - “Só quero saber do que pode dar certo, não tenho
tempo a perder!” Uma tentativa de compreender uma
paciente que arranca os cabelos.
Alessandra Ricciardi Gordon – SBPSP
Através deste trabalho a autora tenta ampliar sua compreensão do
fenômeno clínico da compulsão, em uma de suas formas específicas de
manifestação clinica, o arrancar cabelos. O que a norteia é o atendimento a uma
jovem de trinta e dois anos, que está em seu quarto ano de analise, numa freqüência
de duas sessões semanais. A autora se questiona sobre a forma como compreende a
paciente, bem como sobre suas características que mais lhe chamam a atenção.
Partindo da classificação diagnóstica psiquiátrica, a autora se encaminha para a
compreensão da conduta compulsiva e do funcionamento mental que compõe esse
fenômeno clinico se aproximando a um ponto de vista psicanalítico.
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3 - O diabo não veste Prada.
Maria da Penha Zabani Lanzoni – SBPSP/ SPRJ/GEPMG
Este trabalho presta-se a mostrar, através de um relato clínico contendo
quatro sonhos de períodos diferentes da análise, o percurso de um processo
interpretativo. Sendo a interpretação a operação do Método Psicanalítico, ela não
se confunde com a fala pontual do analista em determinado momento, mas vai-se
construindo pelo par analítico ao longo do tempo, ela é cumulativa, o que quer dizer
que várias intervenções do analista vão se somando para produzir uma ruptura no
campo das representações congeladas em sintoma.
4 - Por que a droga? Considerações sobre a pulsão
de morte e os fenômenos toxicomaníacos.
Tânia Leão Pedrozo - SPRJ
Este trabalho tem como objetivo responder à questão: por que a droga?
Tema intrigante em suas diversas vertentes, o uso e o abuso de drogas, sejam elas
substâncias químicas lícitas ou ilícitas, encontra-se estreitamente ligado à cultura
contemporânea.
A economia psíquica predominante na pós-modernidade é a do excesso.
Gozar sem limites, ação substituindo a reflexão, a busca da relação direta com o
objeto e não com seu representante, o imediatismo, a promessa de satisfação
completa, são características do nosso tempo.
Nesse contexto, a dor psíquica se manifesta de novas formas. Não se trata
de novas estruturas, mas de estratégias de sobrevivência psíquica montadas sobre o
sentimento de vazio, a falta vivenciada como ameaça e não como condição de
desejar.
As compulsões à repetição constituem a defesa predominante e as drogas
são o seu exemplo mais dramático. Ao tentar apagar a divisão constitutiva do
sujeito do inconsciente, o dependente químico rompe com o simbólico e em sua
ânsia de “mais, ainda” preencher a falta, é dominado pela força da pulsão de morte.
Ao longo de um percurso teórico-clínico, este trabalho tenta seguir as
vicissitudes das relações entre os fenômenos toxicomaníacos e a pulsão de morte.
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5 - Ligações Perigosas. A perversão apresentada por
Stephen Frears no filme Ligações Perigosas.
Sonia Carneiro Leão - SPR
Este trabalho é uma tentativa de abordar, através do comportamento cruel
dos personagens apresentados no filme Ligações Perigosas, dirigido por Stephen
Frears, os principais atributos característicos do conceito de Perversão, dentro de
uma perspectiva freudiana desta estrutura bem como a noção de Terceira Tópica, ou
Tópica da Clivagem do Ego, que tão bem retrata as defesas adotadas nesta patologia
para conter a desestruturação do aparelho psíquico.
6 - Do calabouço à praia.
Suzana Grunspun - SBPSP
Analisanda propõe à analista compartilhar suas experiências emocionais
através de situações lúdicas nas quais suas fantasias são moldadas com massinha;
essa atividade é conjuntamente confeccionada nas sessões. A possibilidade de
compartilhar os espaços potenciais (Winnicott) cria um ambiente favorável para o
andamento da análise e progresso da paciente N. A analista volta-se para seus
próprios movimentos emocionais e com sua atitude analítica sente, observa,
percebe e faz uso de sua rêverie para auxiliar a pequena paciente em seu
desenvolvimento psíquico. Utilizando-se de suas associações com a história do
“Pequeno Príncipe” de A. Saint- Exupéry, a analista, através do Terceiro Analítico
(Ogden), amplia seu repertório mental e estabelece um modelo de relação de
confiança e esperança, entre ela e N.
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7 - Dom Quixote e o pé-de-manga.
Ambrozina Amália Coragem Saad - SPB
O texto apresenta a história de um paciente submetido à compulsão de
repetição, vivendo intensas angústias paranóides e mostrando a força da violência e
destrutividade que o movem.
8 - Ciranda, cirandinha – aprendendo a “cirandar”.
Maria Thereza de Barros França, Regina Elisabeth Lordello Coimbra - SBPSP
Neste trabalho apresentamos e discutimos algumas questões ligadas à
formação do psicanalista de crianças. Na verdade, nos propomos mais a levantar
questionamentos do que trazer respostas a eles.
Exemplificamos alguns deles:
- Quem se interessa por psicanálise de crianças?
- Por que são os profissionais mais jovens os que mais se dedicam ao atendimento de
crianças?
- Por que os mais antigos desistem desse tipo de atendimento?
- Estaríamos diante de uma verificação inevitável, de que a especificidade da análise
de crianças pode requerer maior vigor do analista, e haveria uma redução quanto ao
número de atendimentos, pela própria conclusão do caráter desgastante desta
função, e ao requerimento de uma condução técnica e teórica mais desenvolvida?
- Que instrumentos a formação em psicanálise de crianças nos oferece?
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9 - A pessoa do analista: o novo/velho incômodo.
Reflexões a partir da “Teoria da Sedução Generalizada”
de Jean Laplanche.
José Carlos Calich, Alice Becker Lewkowicz, Carmem Emília Keidann,
Heloisa Cunha Tonetto, Magali Fischer, Regina Pereira Klarmann - SPPA
Os autores propõem uma reflexão sobre a situação de análise, valendo-se
do pensamento de Laplanche a respeito da Teoria da Sedução Generalizada. A
neutralidade é vista como um conceito a ser revisado, pois, pelo recusamento do
analista frente às demandas do paciente, possibilita o trabalho de tradução das
mensagens enigmáticas. Reconhecem a complexidade do tema, pois o analista se vê
imerso em suas mensagens enigmáticas que ele também não traduziu e interferem
no seu trabalho. Apresentam um material clínico que ilustra o questionamento da
transferência em pleno e em oco, sendo esta a possibilidade de abrir o inusitado
ainda não pensado e, por isto, levar a uma situação de incômodo ao analista,
concomitante ao favorecimento de novas traduções que contribuem à expansão do
inconsciente e ao crescimento psíquico.
10 - Metáfora e matriz: dificuldades alimentares infantis
como janela clínica nos transtornos nas relações pais-bebê.
Prosseguindo a investigação.
Mariângela Mendes de Almeida - SBPSP
Em estudo clínico inicial com bebês com dificuldades alimentares não
orgânicas e seus pais, desenvolvido como tese de Mestrado junto à Tavistock Clinic e
University of East London, a autora sugere a correspondência entre modos de
continência psíquica presentes na relação pais - bebê e problemas iniciais de
alimentação. Demonstrou-se como desencontros inicialmente transitórios podem,
na ausência de fatores de plasticidade e resiliência, evoluir para uma tendência à
cristalização, no contexto das relações iniciais pais-bebê. Ao longo do estudo, as
relações alimentares entre os bebês e seus pais pareceram estar refletindo
modalidades de “digestão” e processamento de conteúdos emocionais, no contexto
do relacionamento pais-criança. Como desdobramentos do estudo, desenvolvidos
agora junto à UNIFESP, pretende-se investigar e diferenciar as qualidades das
projeções parentais, em sua relação com a sintomatologia apresentada pelos bebês.
Busca-se refletir sobre possíveis parâmetros para aprofundar a compreensão das
qualidades presentes nas projeções parentais e seu impacto peculiar na relação
pais-bebê de acordo com os aspectos qualitativos predominantes.
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11 - Das primeiras pacientes histéricas de Freud, do final
do século XIX, aos pacientes atuais, no século XXI, que
expressam sua dor mental, por via predominantemente
corporal-um panorama histórico: o resgate do corpo na
psicanálise.
Adriana Cortelletti Uchoa - SBPSP
O autor pretende enfocar o caminho percorrido pela psicanálise, na
compreensão de pacientes que, desde as primeiras pacientes de Freud aos pacientes
atuais, expressam sua dor mental por via predominantemente corporal,
constituindo um desafio à clinica psicanalítica contemporânea.
Tomaremos como referência a psicanálise psicossomática da escola francesa, que
visa manter o rigor metapsicológico freudiano, ao analisar estes fenômenos à luz da
segunda tópica das pulsões, na compreensão destas manifestações
psicossomáticas.
Enquanto os fenômenos histéricos podem ser compreendidos como
decorrentes da repressão sexual dentro do quadro das psiconeuroses, os fenômenos
psicossomáticos podem ser analisados como um fenômeno não histérico dentro do
quadro das neuroses atuais, da ordem do traumático, constituindo um impedimento
à representação mental, por um desvio das pulsões eróticas, que caracteriza o
trabalho do negativo (Green), a serviço da pulsão de morte.
12 - Organização genital, tanatofilia e expressões compulsivas.
Moises Tractenberg - SPRJ
O alvo primordial na tanatofilia humana é a organização genital. A
tanatofilia – atração compulsiva pela morte – encontra sua inscrição na ordem dos
simbolismos e do pensamento desiderativo. Fundamentos da necessidade teórica da
introdução de uma quarta estrutura psíquica, a Organização Genital, a qual, junto
com as clássicas Ego, Superego e Id, integram o conjunto da personalidade.
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13 - Em busca do tempo “ESQUECIDO” (Algumas reflexões
sobre inveja e reparação em um caso clínico).
Delza Maria S. F. Araújo - SPB
Este é um estudo teórico-clínico, resultante de um trabalho analítico com
uma analisanda que desenvolveu um quadro severo de depressão antes do parto e
que se prolongou até três anos após o nascimento do filho. Ela e a analista viveram
em análise todo um processo de gestação e maternagem psíquica para dar conta da
depressão de modo a compreender e lidar com mecanismos esquizoparanoídes da
fase pré-edípica, divisão e também inveja.
14 - “Pode-se nascer aos 73 anos...?”
Miriam Fichman Fainguelernt - SBPRJ
A autora propõe uma reflexão sobre o tratamento psicanalítico com
pessoas em idade avançada a partir do relato de um caso clínico:
“Pode-se nascer aos 73 anos...?”
É tomado em consideração o referencial psicanalítico considerando as
resistências apresentadas pela própria psicanálise – a partir do posicionamento
inicial de Freud, assim como se refere a algumas outras contribuições de autores de
pensamentos diversos, como Abraham, Freud, King, Klein, Pollock e Segall,
dentre outros, encorajando analistas a tratar pacientes em idade avançada.
Material clínico é apresentado ilustrando as dinâmicas que operam e
como as mesmas têm a possibilidade de terem acesso ao processo psicanalítico.
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15 - Os estados primitivos da mente na anorexia e na
obesidade.
Joice Calza - SBPSP
A autora examina os estados primitivos da mente, dentro de uma
conceituação teórica de Bick, Tustin e Meltzer, a partir da seleção de vinhetas de
dois casos clínicos. Um de uma paciente anoréxica e outro de uma paciente obesa.
Demonstra também como esses estados se manifestam na relação analítica.
16 - Um corpo que dói: espelho do mundo em dês-espero.
Maria Lúcia Castilho Romera - SBPSP, Priscila Almeida Rodrigues,
Caio César Camargo de Souza Prochno
Tendo por base as formações narcísicas e o corpo articulados com a
sociedade contemporânea, considerar-se-á a problemática do corpo doído no
universo da clínica. Investiga-se a complexidade dessa questão e a importância de
uma análise cuidadosa sob a lente do método psicanalítico. No cotidiano da clínica,
não raro nos deparamos com a manifestação de condições que mais comumente são
designadas de psicossomáticas. Tal designação nos remete a pensar em um
estranhamento sem representação, ou num corpo que se manifesta sem mediação
da palavra que toma a dimensão do corpo. Configura-se um estado ou uma
condição: o corpo carrega o real que nele se concretiza. Uma psique que não é de
nossa fabricação pessoal, mas é criada no real. O mundo se apresenta no corpo e o
aprisiona. O mundo ou o pensamento do mundo atravessa o corpo e este o espelha
de forma convexa, escancarando como se fora um disfarce.
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17 - As possíveis tramitações psíquicas do trauma.
Ana Rosa Chait Trachtenberg, Ângela Piva, Cynara Cezar Kopittke,
Denise Zimpek Pereira, João Antonio d´Arriaga , Vera Dolores Mainieri Chem,
Vera Maria Homrich Pereira de Mello - SBPdePA
Os índices de violência urbana aumentados trazem aos nossos
consultórios, cada vez mais, pacientes perplexos, desvaliados e desamparados. São
casos em que o psiquismo já não encontra recursos para vivenciar a situação
traumática com possibilidades de elaboração.
A fragilidade que a dependência da infância impõe, muitas vezes dentro de
um contexto social e familiar, em que não há uma continência adequada, nos traz
um outro tipo de paciente. Aquele com traumas cumulativos, que passa a vida
aprisionado numa repetição paradoxal com suas escolhas e tentativas de mudança.
18 - Da convulsão como eixo representacional da
identidade e seus desdobramentos.
Ludmila Kloczak - SBPSP
Trata-se do estudo de um caso de uma senhora em que a perda do pai e o
surgimento de convulsões epiléticas em idade precoce cristalizam um modo de ser
“convulsivo”.
A escuta propiciada pelo método psicanalítico, ou seja, a recuperação do
estado aprisionado em que se encerrara a paciente permitiu a compreensão da
estrutura inconsciente que sustentava uma identidade pautada pelo medo em
desarranjar o mundo (entenda-se, suas relações familiares e sociais) e a si mesma.
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19 - Fragmentos de um discurso psicanalítico.
Ambrozina Amália Coragem Saad - SPB
O texto relata a história de uma paciente politraumatizada, apresentando
angústias persecutórias e episódios fóbicos, inúmeras e diversificadas
manifestações psicossomáticas, acompanhadas de intensa dor psíquica.
Na dinâmica do funcionamento mental da paciente são destacadas as
marcas do recalcado e do não-representado, bem como a compulsão à repetição e
suas relações com o trauma.
A autora aponta também as implicações dos fenômenos citados na
transferência e contratransferência no processo analítico.
20 - Compulsão a repetição: a negação da vida como
forma de evitar a dor mental.
Glaucia Maria Ferreira Furtado - SBPSP
O trabalho focaliza um tipo de compulsão à repetição que eu chamei de
“compulsão à repetição em negar a vida”, uma forma defensiva de sobrevivência,
impedindo qualquer experiência emocional, como forma de evitar a dor mental.
Argumento que as repetições são decorrentes de vivências traumáticas
primitivas que escapam da constituição de um significado e se transformam em
pulsões que se manifestam como experiências não-representáveis e
irrepresentáveis, que ficam impedidas ao acesso terapêutico tradicional, uma vez
que a teoria da representação, do desejo e da repressão torna-se insuficiente.
Nosso desafio é o de desfazer o que a repetição, comandada pela pulsão de
morte, estrutura com tamanha rigidez, ao ponto de transformar o ato compulsivo
em um lema imutável e obrigatório e, através do resgate da força da pulsão de vida,
vivenciar as experiências libidinizadas do desejo e da criatividade.
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21 - Jonathan, de Jordan e Ridley Scott: alguns
comentários psicanalíticos.
Alda Regina Dorneles de Oliveira, Ida Ioschpe Gus, Juarez Guedes Cruz,
Luisa Maria Rizzo, Nina Rosa Furtado, Rosane Schermann Poziomczyk,
Tula Bisol Brum - SPPA
O relatório "Situação Mundial da Infância 2006" da UNICEF - "Excluídos e
Invisíveis", divulgou a fragilidade a que estão expostas as crianças do planeta.
Desejando ampliar a visibilidade desse documento, a produtora Chiara Tilesi, no
filme "Crianças Invisíveis", reuniu diretores de cinema para apresentarem suas
versões sobre o tema. O presente texto resulta das ressonâncias em cada um dos
autores ao assistirem "Jonathan", de Ridley e Jordan Scott, um dos curtasmetragens que compõem "Crianças Invisíveis". Seguindo a cadeia de
transformações acionadas pelas imagens de "Jonathan" — especialmente, pelo
modo como é retratado o tormento de um repórter fotográfico quando confrontado
com a realidade da guerra — os autores, ao lado de reflexões teóricas e clínicas,
ponderam sobre o que representa testemunhar a dor do outro, sobre alguns
caminhos possíveis para promover a elaboração dessa terrível tarefa e concluem
refletindo sobre as vicissitudes do sofrimento no trabalho do analista com seu
paciente.
22 - Uma aplicação de observação da relação pais-bebe:
refleções sobre um menino com defesas autistas.
Rosa Sender Lang, Luciana Wagner Grillo Leal -SPRJ, Renata Ferreira da Cunha,
Ana Rosa Wajnperlach
O presente trabalho relata uma experiência de aplicação do Método de
Observação da Relação Pais-bebê (ORPB), segundo Esther Bick, em casos difíceis. Na
busca de entendimento de um menino de quatro anos com defesas autistas,
apresentamos o desenvolvimento desta peculiar situação de observação,
recorrendo às idéias de teóricos como W. Bion, F. Tustin, A. Alvarez, entre outros,
para compreender o funcionamento de tal criança em sua estrutura familiar.
Explicitamos os objetivos desta observação, sua evolução, bem como seus efeitos
terapêuticos na vida mental do paciente, propondo pensarmos, por fim, o
desdobramento da ORPB como meio eficaz de intervenção nestes casos, sendo
complementar ao processo analítico.
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23 - Dualidades, demonidades e dimensionalidades –
uma contribuição ao estudo da compulsõo à repetição.
Maria Thereza de Barros França - SBPSP
Neste trabalho abordo as dualidades pulsionais, as “demonidades”,
atributo com o qual Freud qualificou a compulsão à repetição em íntima relação
com a pulsão de morte, e a proposta de Green de que podemos observar a compulsão
à repetição dissociada do acting-out.
Apresento as dimensionalidades de Meltzer, que iluminam os aspectos
primitivos do funcionamento mental, no que diz respeito à evolução das
identificações self-objeto. Proponho que os fenômenos ligados à
bidimensionalidade encontram-se em estreita relação com a compulsão à
repetição, podendo (ou não) representar obstáculo à construção de um continente
mental. Os processos de “desmanche” do continente, pela ação massiva de
mecanismos de defesa ligados às pulsões destrutivas, resultam em despojamentos
crescentes de significado emocional.
24 - “Está é minha casa...” A presença de irmãos no
exame de ultra-sonografia obstétrica.
Nara Amália Caron - SPPA , Maria Mercedes Fonseca
Este trabalho tem como objetivo mostrar os achados da aplicação do
Método Bick em ultra-sonografias obstétricas quando os irmãos estão presentes na
sala. Foram utilizados relatos de observações e desenhos das crianças, realizados
pós-exame, enquanto aguardavam o laudo médico da ecografia. Análise dos dados
coletados – expressões verbais, conduta, desenhos – apoiou-se no referencial
psicanalítico e procurou integrar as informações dos relatos das observações e os
conteúdos dos desenhos. Os pais demonstram dificuldades com a rivalidade
fraterna, preferindo trazer os filhos para conhecer o irmão, já no ventre materno,
para favorecer o relacionamento, fazer desaparecer sentimentos de competição,
inveja e ódio inaceitáveis entre irmãos. A rivalidade fraterna infantil é intensa,
transparecendo em reações individualizadas e originando sentimentos de exclusão.
(A naturalidade com que a criança elimina o feto; coloca-se no desenho dentro da
mãe, junto ao feto e/ou apossa-se dos bebês da mãe).
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25 - O espinho da rosa.
Rosinete Maria de Mendonça Melo – SPR/Núcleo de Maceió
A contratransferência e a identificação projetiva são ferramentas casa vez
mais utilizadas na clínica psicanalítica com os pacientes mais regredidos e de difícil
acesso.
O espinho da rosa trata-se de uma adolescente onde a autora articula o
seu trabalho com o conto de fadas Rapunzel, numa tentativa de demonstrar a
dificuldade em trabalhar tais pacientes, com traços obsessivos, na construção da
subjetividade, possibilitando o vir-a-ser da criança-menina, botão de rosa, o
desabrochar do ser: a flor mulher.
26 - Sobre a depressão pura.
Manola Vidal - SPRJ
É um trabalho de revisão bibliográfica realizado na obra de D. W.
Winnicott, que trata de sua teoria psicológica sobre a depressão em sua relação com
a capacidade de preocupação com o outro. Com este objetivo, realiza uma
abordagem de seus artigos que se referem às formas pura e impura da depressão. A
finalidade é demonstrar os pressupostos do autor sobre a existência de processos
mentais derivados da relação mãe-bebê ligados à integração da crueldade primária
necessária ao estabelecimento da capacidade de preocupação e reconhecimento da
alteridade.
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27 - Análise das observações de uma bebê: o mito de
Herácles e sua relação com a constituição de um self
coeso.
Sócrates A. Nolasco - SBPRJ
Este trabalho parte da observação da relação mãe-bebê e pai-bebê, desde
o nascimento da criança até os doze meses de idade. Meu objetivo foi pensar de que
modo histórias míticas estão presentes neste período da vida e servem como um
suporte para compreendermos o caminho da pulsão vis a vis os conflitos parentais,
considerando o dito de Freud. Dois aspectos foram considerados para que fosse
possível pensarmos que mitos estariam norteando tal vivencia relacional. O primeiro
deles diz respeito à aceitação da condição de mãe e suas implicações na
constituição de um self coeso e o segundo se refere às atitudes do pai com a bebê e a
gênese da paternidade. As historias de Herácles e Édipo foram utilizadas como
suporte para pensarmos a cadeia de representações psíquicas que vincula o bebê à
sua mãe e seu pai.
28 - Senescência e Protagonismo: o papel da psicanálise.
Maria Aparecida Quesado Nicoletti - SBPSP
Cada ser humano que perpassa pelas diversas etapas da existência conta
sempre com a "possibilidade de expansão do seu estar na vida", seja pela feliz
coincidência de recursos internos suficientes e meio ambiente propício ao
desenvolvimento, seja com a ajuda da psicanálise. Entre as dimensões física e
simbólica do ciclo de vida há um espaço, conferido por representações mentais da
realidade, dentro do qual o psicanalista pode auxiliar o indivíduo que envelhece a
continuar evoluindo em sua vida anímica, mesmo que, concomitantemente, o
determinismo biológico o esteja conduzindo linear e inexoravelmente para o fim de
sua existência.
A atenção do psicanalista deve estar voltada, também, para os sinais que
denunciam a presença dos diversos mecanismos de defesa atuando para a proteção
do ego e, ainda, para os fatores externos que configuram os espaços situacionais
causadores de ansiedade e angústia, com os quais a maior parte dos idosos tem
dificuldades de lidar. A família, o trabalho e o reconhecimento social constituem
espaços privilegiados da ação psicanalítica com o idoso.
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29 - Em busca da luz – a compulsão criativa de Vincent
Van Gogh.
Vera Scvartzman Bulak - SBPRJ
Proponho-me a examinar seu estilo único e inovador à luz de suas
ansiedades primitivas, particularmente seu luto pelo irmão morto três meses antes
de seu nascimento, também de nome Vincent - impossível de ser elaborado.
Buscou “afetar” os outros através de sua arte: seus traços e cores exuberantes, como
se criasse deste modo para si mesmo um senso de existência ou, em outras palavras,
o sentimento de estar vivo. Re-criou, em fantasia, através de sua arte, seu próprio
“nascimento psíquico” (Tustin 1981, p.1810), como testemunhou um observador, em
março de 1901 (Cartas a Théo; p.395-6), dizendo: “Senti-me tocado pelo incrível
milagre de sua existência forte e violenta..., como se um recém-nascido se erguesse
diante de mim, saindo do espantoso caos da não-vida, do abismo do não-ser, do
nada.”
30 - Um homem em sua feminilidade.
Raya Angel Zonana - SBPSP
Fixando o olhar psicanalítico no curta metragem A Mão (Wong Kar Wai
2004), a autora percorre algumas sendas do caminho que a paixão amorosa pode
tomar, desde seu início, a partir do sedutor toque da mão materna. Detém-se na
idéia de que a paixão se torna compulsão quando o objeto passa de objeto de desejo
a objeto de necessidade.
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31 - Metapsicologia da clinica contemporânea.
Ida Ioschpe Gus - SPPA
A vitalidade da psicanálise constrói formas de pensamento que excedem
os limites da modernidade, ultrapassam o racionalismo, abrindo-se ao paradigma
da complexidade (Morin, 1990) para elaborar novos métodos de conhecimento.
Coerente com o espírito de cientificidade do início do Século XXI, também a
psicanálise está sintonizada com o pensamento multicêntrico, ao não excluir o
contrário, isto é, o negativo, superando a lógica binária e dualística, transcendendo
a fragmentação e as disjunções. O presente trabalho propõe-se a examinar o
pensamento metapsicológico contemporâneo, especialmente no que se refere ao
ponto de vista topográfico, a partir de uma releitura de Freud sob a influência do
pensamento de Bion, Winnicott e Green. Salienta a noção do vínculo que permite
incluir o papel desempenhado por outra mente na constituição do psiquismo,
fundando uma terceira tópica ou tópica externa das relações com a realidade
exterior, modelo que oferece subsídios para compreender o funcionamento psíquico
limítrofe.
32 - Psicanálise e Psicoterapia: semelhanças, diferenças
e controvérsias.
Frida Hoirisch - SPRJ
No trabalho a autora, a partir do exame do currículo de formação de uma
Sociedade Psicanalítica, procura entender o motivo do interesse hoje pelo estudo da
teoria e prática da Psicoterapia.
A partir daí compara uma e outra e conclui que esta já teve sua fase áurea
nas primeiras décadas da Psicanálise no Rio (e no Brasil) e conclui que é tempo de
trazê-la de volta – agora com outro objetivo- se houver formação séria para fazê-lo.
O que pretende demonstrar é que a Psicoterapia “de grupo”, filha da
Psicanálise, nasceu fruto da necessidade, primeiro pelo excesso de pacientes; hoje,
pela falta.
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33 - A experiência da observação de bebês em um
contexto institucional: algumas reflexões.
Norma Lottenberg Semer - SBPSP
Este trabalho se refere a uma experiência relacionada ao Curso de
Observação de Bebês do Instituto de Psicanálise da SBPSP. O trabalho inicialmente
ocorria na casa do bebê e foi seguido o método Esther Bick da observação da relação
mãe-bebê. Aos quatro meses de idade, a bebê foi colocada na creche, onde
permanece durante o dia, e a observação passou a ser feita na creche. A autora
relata a possibilidade de observação no contexto institucional, bem como os
benefícios para todos os envolvidos. Discute como o olhar de um psicanalista
configura um novo campo de observação de fenômenos e as conseqüências
decorrentes dessa presença na instituição.
34 - A restauração em obras de arte.
Orlando Hardt Junior - SBPSP
Ligadas à arte estão palavras muito conhecidas como criação, expressão,
produção, representação. Mas restauração também está ligada à arte, e é pouco
apontada. Talvez um primeiro estudioso da Psicanálise que associou seu nome à
Arte foi Ernst Kris.
Hanna Seagal, Winnicott, Bion e entre nós Frayze-Pereira são alguns dos
autores através dos quais o autor deste texto traça um caminho que aproxima a
Psicanálise e a Arte do restauro.
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35 - Voar sem asas... nas alturas do urubuir: sonhos
guardados.
Maria Lúcia Castilho Romera, Fernando Góes Torrecillas - SBPSP
Este trabalho procura refletir sobre o tempo/sonho/espaço e o
estranhamento inerente à condição humana. No mundo tecnológico, os
movimentos oníricos poderiam ser considerados como resistência à destinação
alienante do existir funcional e de um pragmatismo restritivo? Construções na
clínica e na literatura por via interpretativa possibilitariam desdobramentos críticos
ao estado de anestesiamento e violência impostos como modalidade de relação?
Tais questões servirão de estímulo para intentar uma tessitura teórica em estado de
trânsito. As reflexões que se pretende efetivar nascem de uma experiência
fundamentalmente clínica. Algumas apreensões, acerca de um tempo considerado
onírico da relação transferencial, serão consideradas. Estratos de poemas e crônicas
serão interligados com um momento particular de uma análise, quando a paciente,
através de seus sonhos, promove uma particular forma de relação com o analista.
Tais sonhos poderiam ser apreendidos como tendo, além da função de digestão e
elaboração de dor mental, elementos de apreciação poético-estética com
potencialidades disruptivas.
36 - Psicanálise e temporalidade.
Márcia Lucy O. da Camara – SPRJ/SPMS
O trabalho propõe-se a investigar a questão da passagem temporal dentro
da sessão analítica. Tempo atual e a capacidade do paciente de situar-se
adequadamente a seu momento de vida. A proposta é que o objetivo da análise seja
o de proporcionar, ao paciente, elementos reflexivos e de possibilidades de pensar o
seu hoje e usufruir de maneira mais extensa de sua existência atual.
É relatada a uma breve história sobre o conceito de tempo e sua
importância nas ciências atuais. O trabalho discute conceitos presentes atualmente
na teoria psicanalítica, como a relação de objeto, passando de Freud a Klein, Bion e
Ferrari. Finalmente as idéias apresentadas são discutidas à luz de um caso clínico.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
37 - Vinícius ao som de Freud, Bion e Winnicott.
Catherine Lapolli - SPPEL
No biênio comemorativo dos 50 anos da Bossa Nova e dos 15 anos da ABC
(Associação Brasileira de Candidatos), o presente trabalho propõe uma leitura de
Vinícius de Moraes, usando conceitos de Freud, Bion e Winnicott. A partir de poemas
e de uma biografia do Vinícius por um lado, e de conceitos sobre o próprio trabalho
artístico, o processo de pensar, o fazer criativo e sobre sintomas de outro, busca-se
compreender o “Poetinha”, sob o vértice psicanalítico. Ao longo do texto, Vinícius
“rima com pulsão”, em prosa e verso.
38 - A primitiva e complexa relação: mãe – filha –
alimento e a questão do gozo na anorexia.
Maria Cristina Pacheco Domingues Pinto - SBPSP
O presente trabalho aborda a anorexia como manifestação de um laço de
domínio mãe-filha, o qual assume um caráter de aliança, colocando em evidência a
prevalência de um laço singular, unido-as no sofrimento de uma estória passional.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
39 - Caso-limite na adolescência.
Raquel Plut Alzenberg - SBPSP
A proposta central do trabalho é refletir sobre o chamado “adolescente
difícil”, com um enfoque especial no problema da dependência química à qual
alguns deles estão submetidos.
Tais jovens pertencem ao grupo que os conceitos de casos-limite ou fronteiriços
visam descrever
São indivíduos que estão submetidos a uma condição externa patogênica,
que dificulta sobremaneira a construção de uma arquitetura mental que possa lhes
dar sustentação ao longo do seu desenvolvimento. Estes pilares de suporte do self
ficam corroídos e porosos, afetados por pequenas e constantes pancadas advindas
de um mundo externo inóspito e que fissuram a estruturação de um arcabouço
mental.
Discutiremos o conceito de “borderline” ou casos-limite, ilustrando
algumas formas de organização psíquica peculiares e fazendo correlações com os
vínculos familiares traumáticos na relação ego-objeto...
40 - Pulsão: caminhos e descaminhos na construção de
um conceito Freudiano.
Heloiza Cabral Vargas - SPRJ
O presente trabalho tem como objetivo o estudo teórico do conceito de
pulsão. Para tal tarefa foi necessário, num primeiro momento, esclarecer a
terminologia usada por Freud e distinguir os termos pulsão e instinto. No capítulo
que se segue foi feito uma trajetória histórica para percorrer os caminhos dos
pensamentos de Freud e compreender melhor a construção teórica deste conceito
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
41 - Memória e Lembranças: uma interlocução entre
Neurociência e Psicanálise.
José Ottoni Outerial – SPPEL, Ivan Izquierdo, Ângela Zoé Sachetto
Milongas é um documentário produzido pela Documenta Filmes em
novembro de 2008 no Clube de Pólo Martin Fierro, em Porto Alegre, reunindo dois
profissionais da cena neurocientífica e psicanalítica do país: Ivan Izquierdo e José
Outeiral.
Deste encontro, ao pé de um fogo de chão, uma conversa sobre memória
vai descortinando as interseções das duas frentes de estudos a respeito do tema.
De um lado a Neurociência, localizando e apresentando as funções
envolvidas com a memória e, de outro, a Psicanálise inserindo–a na construção de
nossa subjetivação.
O documentário tem este nome em homenagem à origem dos dois
protagonistas: Ivan Izquierdo é argentino radicado em Porto Alegre e José Outeiral é
gaúcho.
Milongas é um documentário sobre as nossas primeiras memórias. O
tempo de duração do documentário para a apresentação como Tema Livre é de 20
minutos.
42 - Com-pulsão à repetição.
Yeda Alcide Saigh - SBPSP
Neste trabalho pretendo discutir o que considero um dos aspectos mais
importantes de uma análise: observar as situações repetitivas dos pacientes na
transferência e analisá-las. Por meio de alguns casos clínicos e um exemplo da
literatura internacional, exemplifico essas situações.
É raro o paciente que nos procura que não tenha suas “repetições”, talvez
até se possa dizer que essa procura é motivada pelo desconforto emocional causado
por tais “repetições”.
A experiência que tenho adquirido com pacientes me faz crer que se possa
considerar desenvolvimento psicanalítico quando o analista percebe, através do
trabalho cotidiano, o processo de aquisição, pelos pacientes, da capacidade de
pensar e transformar essas situações. Esses toleram mais suas angústias e percebem
que o sistema rígido até então utilizado não funciona mais, dão-se conta de que
suas “repetições” não têm mais sentido no presente, pois pertencem a um passado
remoto.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
43 - Facilitações no vínculo – subgrupos familiares.
Eliane Cotrim Levcovitz - SBPRJ
A imagem que melhor auxilia na compreensão de um processo de crise
familiar é o movimento das placas tectônicas no interior da terra. Por pressões
variadas se movem, dando origem a fenômenos que podem causar pequenas ou
grandes modificações na crosta terrestre (vinculação familiar).
Nesse ambiente acidentado somos lançados para conseguir introduzir algo
positivamente terapêutico e precisamos investigar quais seriam as melhores formas
de enfrentamento dos conflitos existentes. Para isso temos que, junto com a família,
criar um espaço de segurança onde possamos perceber as formas de vinculação que
estariam nas camadas mais profundas, com um nível de tensão tolerável para que o
convívio e a interlocução aconteçam.
Acreditamos que, se conseguimos criar esse espaço de proteção e
estabilidade, proporcionamos ao sistema terapêutico um continuum de contato,
observação e reflexão.
A família Silva vem nos ajudar a entender a proposta de atendimento em
subgrupos que nos auxiliam no processo terapêutico.
44 - Quem conta um conto, aumenta um ponto...
Arte e literatura ajudando a registrar o desenvolvimento
da identidade psicanalítica.
Maria da Graça Câmara Barone - SBPSP
No trabalho, a trajetória de uma dupla psicanalítica é descrita através de
um tipo especial de narrativa pautada pelas mesmas vicissitudes, limites e
expansões de campo mental a que está sujeito qualquer outro tipo de comunicação
humana. Acredita-se que também a construção e o desenvolvimento de identidade,
técnica e conceitos psicanalíticos estão delimitados pelas mesmas condições,
favorecendo experiências que poderão (ou não) permitir que se extraiam delas
produtos preciosos do método psicanalítico, a saber: reconhecimento e conquista
da particularidade, respeito pela alteridade, por aquilo que diferencia e torna único
um ser humano. A autora propõe como condição importante a favorecer este
desenvolvimento, “aprender a conversar com”, mais do que “conversar sobre”
alguém. Valendo-se disto, a própria apresentação do trabalho constrói uma
atmosfera alegórica e dialógica, contando “contos que aumentam um ponto”,
conversando com um “suposto ouvinte” para deixar abertas, com sua ajuda e
participação, novas possibilidades de interlocução.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
45 - Minha filha é uma adolescente saudável, inteligente,
mas não vai bem na escola: por quê ela não aprende?...
A Psicanálise e as Pertubações do Aprender e do
Conhecer.
Maria da Graça Câmara Barone - SBPSP
O trabalho relata como os chamados: “distúrbios de aprendizagem” são
abordados em grupos de estudo multidisciplinares para profissionais que lidam com
crianças, adolescentes e jovens. Coordenados por psicanalistas, estes eventos buscam
relacionar a visão leiga com hipóteses psicanalíticas acerca das remotas e complexas
origens das funções de aprender e conhecer - decorrentes de um bom
desenvolvimento emocional e relacional. Tenta-se estabelecer um “campo” propício
ao diálogo utilizando-se, como recurso didático, da riqueza oferecida pela linguagem
do cinema, criando uma ponte entre a fundamentação teórica e a experiência vivida
pelos diferentes membros do grupo. Para o tema em questão, a autora “tomou
emprestadas” idéias veiculadas no filme: “Shine”, evitando uma “banalização” dos
conceitos psicanalíticos e estimulando uma apreensão deles através da significativa
particularidade do método psicanalítico: “aprender pela experiência”. A conversa
através de obras cinematográficas ajuda a compreender como, quanto e quando o
conhecimento psicanalítico pode despertar e aprimorar sensibilidade para perceber o
que está a ocorrer no próprio mundo mental e no de outrem.
46 - Conversa na sessão de Análise
Maria Bernadete Amêndola Contart de Assis - SBPRP
Esse trabalho parte de uma observação de meu trabalho clínico. Tenho
observado que na minha prática clínica utilizo cada vez mais a conversa com o
paciente como parte integrante e fundamental de meu trabalho.Pensar sobre a
conversa na sessão de análise tem o sentido de localizá-la no evolver do encontro
analista – analisando, abrindo investigação sobre sua função, antes de considerá-la,
preconceituosamente, como um acontecimento “menor”, destinado a localizar-se na
clandestinidade, esse lugar do impróprio, do indevido ou do improdutivo.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
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47 - A janela na jaula – Algumas palavras sobre a
compulsão na obra de Winnicott.
Carlos Felipe Heide Almeida - SPRJ
Este trabalho pesquisa a visão de compulsão na obra de Winnicott, seus
desdobramentos e contribuições para compreensão de suas origens, de seus
mecanismos inconscientes e de seus impactos na vida das pessoas.
48 - Quando o tédio bate à porta.
Joelma Dibo Victoriano - SPMS e SPRJ
O presente trabalho se dispõe a fazer alguns comentários sobre o
fenômeno do tédio, os entrelaçamentos e diferenças com os aspectos depressivos e
melancólicos e também discutir a vivência desse fenômeno na clínica da
contemporaneidade, dentro de uma articulação teórica psicanalítica e algumas
abordagens da filosofia existencialista. Será utilizada uma vinheta clínica para
ilustrar o tema proposto.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
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9 - Psicanálise de grupo em pacientes com transtornos
de impulso.
Marta Regina de Moraes Foster - SBPSP
Nas instituições públicas e em clínicas particulares tem-se observado um
aumento considerável de pacientes com queixas diagnosticadas pelos médicos
como transtornos do impulso. No entanto, deparou-se com o problema de que, por
diversos motivos, os pacientes não estariam em condições de freqüentar os
consultórios de psicanalistas ou psicólogos. Solicitaram-nos, então, um projeto de
atendimento dessa demanda carente e com alto risco de morte.
Julgamo-nos aptos a fazer esse projeto, pois em nossa observação clínica
concordamos com o postulado de Freud (1900) de que nosso psiquismo funciona
como um aparelho reflexo. Quando existe um aumento de tensão, há a necessidade
de “descarga”. A forma como essa descarga acontece é diferente em cada pessoa,
pois está diretamente ligada à condição mental e conseqüente tolerância à
frustração.
A idéia da psicanálise de grupo surgiu como uma possível solução, por
propiciar a observação e o estudo das tensões que serão geradas pela própria
existência do grupo, em que os comportamentos impulsivos se manifestam, e torna
possível obter representação. Utilizamos a teoria, método e técnica proposta por
Wilfred Bion no seu livro Experiências em Grupos para a realização desta
investigação.
50 - Achados clínicos.
Maria Cristina Borja Gondim – SBPSP
Pretendo realizar algumas reflexões sobre dois atendimentos
psicanalíticos interrompidos bem no início dos trabalhos. Chamaram minha
atenção as semelhanças entre os pacientes: quanto à prévia experiência
terapêutica, quanto à minha visão sobre a dinâmica psíquica deles, quanto ao
desenvolvimento dos encontros na sessão e quanto ao desfecho.
Face a essas experiências, perguntei-me se outros psicanalistas também
estariam lidando, em suas práticas, com pessoas que apresentavam essas
características. Se a resposta fosse afirmativa, como estariam compreendendo essa
dinâmica e qual a abordagem técnica que recomendariam? Será que os colegas
também estariam com dúvidas quanto às interpretações simbólicas e mesmos as
transfero-contratransferenciais?
Para finalizar e a título de início de conversa com os colegas, construo
algumas considerações teóricas sobre essas vivências.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
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51 - Todas as idades ou nenhuma: desafios clínicos da
teoria do amadurecimento pessoal.
Adriana Davoglio Ribas, Aline Groff Vivian, Ane Marlise Port Rodrigues - SBPdePA,
Iane Campos Álvares, Lea Lubianca Thormann - SPPA, Nara Amália Caron - SPPA,
Rita Sobreira Lopes.
Conforme Winnicott (1962/1983), caso se possa dizer que o ser humano
tem um começo, este deve ser pensado como uma soma de começos. O processo de
amadurecimento não é linear, pois inclui a possibilidade de regredir a cada
momento que a vida exige descansar, em situações de sobrecarga e tensão ou para
retomar pontos perdidos. Dentro da originalidade do pensamento deste autor, a
idéia de que a pessoa pode ter “todas as idades ou nenhuma” (Winnicott,
1960/1986), nos remete a um interessante e fundamental desafio clínico:
acompanhar o paciente em suas várias idades, por vezes dentro da mesma sessão ou
suportar o contato com o não nascido-acontecido, a idade nenhuma. Neste trabalho
serão relatadas algumas vinhetas clínicas onde as autoras procuram ilustrar estes
desafios técnicos.
52- A cápsula autista: reflexões a partir do atendimento
psicanalítico de uma paciente adulta.
Márcia Padilha Knijnik - SPPA
Neste trabalho a autora estuda o conceito teórico da cápsula autista em
pacientes adultos neuróticos, proposto por Frances Tustin, aplicado na prática
clínica psicanalítica. Para isso apresenta o conceito de Tustin e alguns exemplos
clínicos, incluindo uma vinheta de um caso de sua experiência de atendimento em
análise, a fim de mostrar como este conceito tem sido útil na sua prática e formação
psicanalíticas.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
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53 - A persistência da memória na prática clínica sob o
vértice da Transferência e Contratransferência.
Leila Tannous Guimarães - SPMS/SPRJ
A autora parte das mudanças que estão ocorrendo na prática clínica atual
para enfatizar a freqüência com que se apresentam as patologias
multideterminadas, tais como os quadros psicossomáticos e transtornos narcísicos
de personalidade. Propõe pensar as mudanças da clínica psicanalítica não só sob o
enfoque do paciente e suas novas patologias, assim como também levar em conta a
mente do analista e o trabalho analítico que desenvolve durante a sessão. Defende a
idéia de que muito do que se construiu e se constrói teoricamente na psicanálise
hoje, está substancialmente apoiado na formação psicanalítica e na transmissão
das experiências do analista, por intermédio de suas associações livres, fantasias,
sentimentos e hipóteses oriundas da investigação permanente da relação de
trabalho com o seu paciente. Neste sentido, a persistência da memória no
desenvolvimento da prática clínica psicanalítica e na formação do analista, se faz
sob o vértice da transferência e contratransferência.
54 - Emergência materna e desejo de analisar.
Tereza Monica Barreto Bastos - Núcleo de Fortaleza, SPR/Núcleo de Fortaleza
Neste trabalho, a autora propõe apresentar um caso clínico onde o
atendimento foi realizado no consultório, com a mãe e o bebê juntos na sessão. A
experiência de uma situação singular, em que a analista foi solicitada a acolher a
mãe com seu bebê no período inicial, em que deveria prevalecer o exercício da
função materna, mas que estava sendo impedido por um sintoma de depressão pósparto, sendo esta a queixa principal por parte da mãe, que a levou a procurar
atendimento.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
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55 - Aspectos da comunicação analista – analisando na
clinica atual.
Raquel Elisabeth Pires - SBPSP
Considerando as mudanças na subjetividade do homem, na sua forma de
ser no mundo ao longo dos anos de existência da psicanálise, a autora se indaga
sobre a necessidade de uma reformulação dos procedimentos técnicos utilizados
em nossa clínica nos dias de hoje.
A seguir examina alguns aspectos da comunicação analista- analisando,
particularmente os limites da interpretação com pacientes cujo mundo mental
apresenta a prevalência de objetos concretos e da linguagem pré-verbal.
São utilizados fragmentos de material clínico para ilustrar os aspectos
enfocados.
56 - Considerações sobre a identidade e função do
analista em formação.
Igor Dias de Oliveira Alcântara - SPPA
O trabalho em psicanálise difere substancialmente das demais formas de
terapêutica. Trata-se da aquisição de uma postura diferenciada frente ao
sofrimento psíquico, que desafia a capacidade do analista de realizar um trabalho
mental junto com o paciente, e não apenas para o paciente ou sobre o paciente. Este
trabalho objetiva abordar os principais tópicos referentes à função e à identidade do
analista. Por fim, faz algumas considerações sobre o trabalho do analista em
formação.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
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57 - As falhas Básicas na Construção da Subjetividade e a
Mente do Analista.
Mauro Gus, Joyce Goldstein, Luiza Hoefel, Martha Bellora, Jorge Almeida,
Ana Cristina Pandolfo, Sandra Wolffenbuttel - SPPA
Quando nos deparamos com falhas precoces no desenvolvimento psíquico
de nossos pacientes, esbarramos com uma técnica e um referencial que nos colocam
praticamente no mesmo contexto que eles: sem muitos recursos. Se esta situação
nos brinda com a possibilidade empática, por outro lado nos impulsiona para o
desenvolvimento destes recursos. Nosso instrumento terapêutico fica insuficiente.
Podemos entender, mas, como fazer?
Partimos da análise de uma mulher com funcionamento borderline, na
qual se impôs a flexibilização do setting, por vezes, como recursos para a
manutenção do tratamento, buscando propiciar condições para o desenvolvimento
da capacidade de simbolização.
Procuramos contribuir para a discussão de como o método psicanalítico
pode na atualidade nos auxiliar nestes casos de mais difícil acesso, refletindo
principalmente sobre os seguintes vértices: inversão do fluxo da identificação
projetiva, cisão na mente do analista, reverie negativa (Ferro, 1995) e o “signo de
uma vocação sacrificial” (Green, 2003).
58 - Sobre sonho e delírio e sua relação com o trabalho
analítico.
Rosane Muller Costa – SPR/Núcleo de Fortaleza.
Partindo das hipóteses freudianas sobre a tendência a representar
psiquicamente o que dá prazer e tem no sonho seu paradigma, estabelecemos uma
relação entre este e o delírio que consiste na cristalização de fantasias. As idéias de
Freud, Winnicott e Steiner são retomadas para destacar que na saúde derivados do
sonho como o devaneio, a criação artística e o brincar constituem modos de
intercambio com o mundo e tiveram sua origem no desenvolvimento da capacidade
de superar perdas e situações dolorosas, algumas com características traumáticas.
Determinados indivíduos, contudo, tiveram essa capacidade obstruída ainda em sua
formação ou, posteriormente, perdida, nisso consistindo o adoecer. A vinheta clínica
de uma criança de seis anos é apresentada para ilustrar a ação do trabalho analítico
no sentido do descongelamento das estruturas patológicas que paralisam o
crescimento emocional.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
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59 - Transferência e contra transferência em pacientes
com distúrbios alimentares. Em busca do símbolo
perdido.
Marina Melsohn Lisbona - SBPSP
O ser humano se constitui na relação com o outro, por meio da linguagem
e do convívio.
A linguagem tem o papel de organizar o mundo perceptivo e afetivo do
homem, que crescem incorporando as relações de seu grupo humano. A troca
afetiva desempenha papel fundamental para desenvolver o modo de ser e a relação
emocional com o outro.
Através da relação primária com o outro – a mãe – que acolhe e provê as
necessidades físicas e mentais do pequeno ser, este se desenvolve e amadurece,
integrando-se como indivíduo e construindo as bases de todos os relacionamentos
futuros, vivendo os prazeres e desprazeres próprios às relações humanas.
A indisponibilidade de viver o par, por parte de qualquer um dos dois seres
envolvidos, traz como consequências dificuldades importantes no desenvolvimento
da criança. No processo de análise tentamos resgatar e trabalhar essas dificuldades
através da transferência que ocorre com a dupla analítica.
60 - A formação do símbolo e a divisão do ego.
Lúcia Helena Meluzzi Xavier - SPB
A divisão do ego que se desenvolve a partir do mecanismo de defesa
“recusa” leva a um distúrbio do pensamento e uma perturbação na formação do
símbolo.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
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61 - O uso das palavras do analista na análise.
Marly Terra Verdi - SBPSP
Este trabalho, a partir de referenciais teóricos de Winnicott e Bion, discute
as falas entre analista e paciente, salientando os aspectos não do conteúdo, mas da
forma da linguagem: a tonalidade usada pelo analista, que denota sentimentos
vividos por este a partir das colocações do analisando.
Buscamos diferenciar interpretações dadas ao material de cada sessão
daquelas de compreensão mais global da pessoa do paciente, percebidas e
elaboradas ao longo do trabalho. Comparamos estes aspectos à elaboração de uma
fotografia que, se feita por um profissional experiente e cuidadoso, tende a garantir
uma melhor imagem; se, por outro lado, este trabalho do analista for mais
descuidado, esta imagem será devolvida rápido demais e sem retoque, o que
resultará em uma imagem distorcida.
Relata sessões de um paciente discutindo a respeito de aspectos da
contratransferência, apontando as condições da mente do analista para digerir e
transformar os conteúdos mentais expressos pelo paciente.
62 - “Mente-Refém do corpo” Reflexões sobre:
Compulsão/Adição.
Ronaldo M. de Oliveira Castro – SPB/ SBPSP
O autor procura fazer uma breve revisão dos conceitos sobre as
compulsões aditivas, tais como distúrbios alimentares, da sexualidade, da
drogadição, das atividades eletrônicas virtuais e jogos. Apresenta ainda, algumas
vinhetas clínicas. Pretende mostrar que, nas adições, a falha do desenvolvimento
psicoemocional em estágios primitivos torna a mente-refém do corpo.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
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63 - Encontro com um adolescente.
Eva Maria Migliavacca - SBPSP
Este trabalho é essencialmente clínico. Apresento nele o relato de um
encontro com um adolescente de 14 anos, no qual ele se deu conta de conflitos
relacionados a seu processo de crescimento. Em emocionante momento, Pedro
conta um sonho que abre caminho para a experiência do insight. Acrescento
comentários sobre as condições mentais do analista para o encontro com o
psiquismo do outro.
64 - Psique-soma e o “verdadeiro self”: alguns
fragmentos e a atitude analítica.
Milton Della Nina - SBPSP
O conceito de psique-soma em Winnicott é fundamental para
compreensão do desenvolvimento emocional. Com a elaboração imaginativa das
partes e funções somáticas a psique, inicialmente daí emergente, irá habitar o soma,
surgindo gradativamente, dessa interação, função especial, a mente. O psicanalista
está em contato com essa configuração. Este trabalho estabelece observação
conceitual, em fragmentos clínicos da literatura, sobre atenção centrada no campo
interacional gerado pela trama psicossomática. Investiga como a disposição do
analista, em relação com seu verdadeiro “self”, por meio de gestos espontâneos,
instaura novas configurações emocionais em evolução no processo. Assim, torna-se
relevante atitude que, sem negação da trama psicossomática, permite observar em
seu próprio corpo e de seu analisando a expressão deste núcleo do self. Destaca-se
ainda a importância do analista suportar seus estados de não-integração, evitando
que a psique habite sua mente e, ao ligar-se intelectualmente a modelos teóricos,
impeça a investigação dessa área emocional primitiva.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
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65 - Percursos da Pulsão.
Edoarda Anna Giuditta Paron Radvany - SBPSP
Trata-se de um trabalho que visa ilustrar, através de vinhetas clínicas, o
caso de uma paciente de 60 anos, que apresentava compulsões de caráter oral,
caracterizadas por fixação a vícios como fumar, comer demais e automedicação por
ingestão de drogas.
Estes comportamentos repetitivos criaram um círculo vicioso, fixando
toda a energia libidinal nesses objetos, de maneira maciça e em escala progressiva,
levando-a a ter severas perturbações em sua saúde física e mental.
Paralelamente, esta paciente apresentava muita oscilação de humor, com
turbulência emocional e agressividade nas relações com seus familiares.
O seu progressivo descontrole levou a família a interná-la em uma clínica
psiquiátrica, onde foi medicada e assistida.
Foi-lhe indicada psicoterapia e ela então iniciou seu atendimento psicoterápico,
três vezes por semana.
Este trabalho tenta apresentar alguns pontos nodais desse percurso de três
anos, em que gradualmente foi possível promover algum movimento das antigas
fixações, para um investimento libidinal de relação comigo e consigo mesma. O
objetivo é levantar hipóteses para essas mudanças a partir dos conceitos de pulsão e
compulsão.
66 - O “ficar”, a paixão e o amor: na adolescência e em
outras fases da vida.
Ruth Mattos de Cerqueira Leite – SBPSP
Neste trabalho a autora busca uma compreensão psicanalítica dos
fenômenos do “ficar”, da paixão e do amor, relacionando-os aos estágios do autoerotismo, do narcisismo e da relação de objetos, postulados por Freud, e às posições
esquizoparanóide e depressiva propostos por Melanie Klein.
Vinhetas de um caso clínico são apresentadas para ilustrar as formas de
funcionamento correspondentes aos estados mencionados acima. E no
desenvolvimento do trabalho clínico a compreensão e interpretação dos
movimentos transferenciais e contratransferenciais, assim como dos conceitos de
identificação projetiva e “rêverie”, foram considerados fundamentais na evolução
do caso, ao proporcionar um continente para os aspectos indiscriminados da
paciente, que de outra forma tenderiam a continuar sendo descarregados em uma
compulsão à repetição.
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67 - Primeiros momentos da análise de uma criança de
cinco anos.
Regina de Bapstista Colucci - SBPSP
Neste trabalho será apresentada uma história clínica que compreende os
dois primeiros anos de trabalho, seguida do relato de uma sessão ocorrida na
segunda semana de atendimento, e que inclui alguns comentários. Ao longo do
trabalho acontecerão teorizações sobre os estados mentais de Vitor, usando como
referencial o texto de Meltzer exposto em seu livro Exploracion del Autismo.
Será chamado de Vitor um analisando adotivo de quatro anos e meio que me foi
encaminhado com um diagnóstico sombrio, ora definido como autismo ora como
psicótico.
A intenção é a de, através da percepção e estudo da história clínica e de
uma sessão, explorar as características peculiares das manifestações mentais
destas crianças.
68 - A comunicação inconscientes interpsíquica
(paciente/analista) entre passado, presente e futuro: o
modelo da comunicação Bluetooth na psicanálise.
Ana Rita Nuti Pontes, Luciana Marchetti Torrano - SBPRP
O presente trabalho propõe-se a discutir uma forma incomum de
comunicação inconsciente interpsíquica (analisandoanalista), chamada de
“telepatia” ou “transmissão de pensamento” (Freud, 1933). Grande parte destas
comunicações é promovida pelas identificações projetivas, mas este aporte teórico
não se mostrou suficiente para elucidar as premonições e telepatias. Como
analogia, utilizamos o modelo da tecnologia Bluetooth, que é um padrão de
comunicação sem fio que permite a transmissão de dados, através de
radiofreqüência, entre dispositivos compatíveis, permitindo que um dispositivo
detecte o outro independente de suas posições, desde que estejam dentro do limite
de proximidade (vínculo afetivo). Assim, podemos enviar e receber informações
virtuais (inconscientes), abrindo os canais de dois aparelhos que se conectam, para
receber e aceitar as informações. A questão é: como no modelo Bluetooth, o que
acontece resultando na conexão dos aparelhos mentais analisandoanalista, na
mesma freqüência para receber e aceitar suas comunicações inconscientes fora da
sala de análise?
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
69 - Clara em ensaios de aterrizagem.
Selma de Oliveira Barreiros Porto - SPB
O trabalho consta de material clínico que faculta uma tessitura de
correlações com teorias psicanalíticas diversas. Trata-se de uma paciente com
dificuldades narcísicas que traz uma história de vida eivada de violências físicas e
morais em seu ambiente familiar e em seus relacionamentos amorosos. Queixa-se
de fazer muita confusão nas escolhas que faz em sua vida e se vê presa em
repetições sucessivas. Manifesta comportamentos perversos: sado-masoquismo,
tentativas de suicídio, experiências homossexuais... O trabalho analítico que
estamos realizando há quatro anos vem facilitando, a ela, melhor compreensão de
suas dificuldades nos relacionamentos consigo mesma e com os outros, com
possibilidades de melhorar a qualidade dos seus sonhos, a fim de que ela possa bem
cuidar da criança amedrontada e confusa que traz dentro de si, e a mim, uma
ampliação do meu conhecimento sobre a prática da psicanálise.
70 - A psicanálise e os grandes grupos – uma
investigação a partir de John Rickman, W. R. Bion, Pierre
Turquet e Paulo Sandler.
Fernanda Marinho, Ney Marinho - SBPRJ, Carla Penna
Os autores apresentam a linha de investigação que estão realizando sobre
a compreensão psicanalítica dos grandes grupos. Partem do texto inaugural de John
Rickman (1938) recentemente publicado, das contribuições originais de Bion ao
longo de sua obra (de Experiências com grupos à Atenção e interpretação) e de novas
propostas, como as de Turquet e Sandler. Propõem a aplicação das conjecturas
apresentadas ao estudo sobre grandes conflitos grupais, como os de Diatkine (sobre
a guerra da Yugoslávia) e Galatariotou (sobre a guerra civil em Chipre).
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
71 - A violência do feminino e os destinos da feminilidade
em uma paciente borderline.
Patrícia Cabianca Gazire - SBPSP , Fernanda Vilela Strang
A violência do feminino sempre intrigou os psicanalistas, que travam
debates, desde os primórdios da psicanálise, quanto à sua compreensão e manejo
clínico.
A feminilidade, ao ser definida como um estofo de pulsões orais, anais,
arcaicas (pré-genitais ou pré-edipianas), faz fracassar a interpretação psicanalítica
na medida em que ignora o recalcamento.
Cabe, então, a questão: sob quais aspectos a experiência do feminino se
diferencia da experiência psicótica e da borderline, visto que as três se direcionam
para o mecanismo psíquico da recusa e da censura e não para o recalcamento?
O presente trabalho pretende retomar o debate em torno da feminilidade,
à luz das experiências com o feminino vividas por uma paciente borderline no
processo analítico.
72 - Sonhos em pacientes borderline: elaborações ou
evacuação?
Anne Lise S S Scappaticci, Patrícia Cabianca Gazire, Julieta F R da Silva,
Maria Adelaide T O Avancine – SBPSP
Salvador Bianco, Antônio Cintra, Fernanda Vilela Strang, Amilton Camargo,
Fernanda Paola, Sheila Marchi, Letícia Taboada, Luciana Diaz, Cícero Kobayashi,
Mariana Maciel
Os sonhos costumam ser, para a psicanálise, a via régia para o
inconsciente. Freud concebeu-os como realização de desejo inconsciente (1905) e
como tentativa de elaboração de aspectos traumáticos (1920).
Eizirik (2001) reafirma a importância, nos dias atuais, dos sonhos como instrumento
de comunicação e avaliação de mudança psíquica. Rocha Barros (2002) sustenta
que os sonhos são formas de pensamento cujo significado se constitui e se
transforma.
Considerando a clínica dos pacientes fronteiriços, Green (1977) comenta
que os sonhos destes pacientes podem ter uma função mais de evacuação do que de
realização de desejo. Eles parecem possuir uma característica não de condensação,
mas sim de concretização. Este trabalho pretende discutir a natureza dos sonhos na
clínica dos pacientes borderline, a partir da narrativa das sessões de pacientes
atendidos no Ambulatório de Transtornos da Personalidade da UNIFESP/EPM.
61
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
73 - Sobre a culpa.
Cecília Luiza Montag Hirchzon - SBPSP
Trazendo uma situação clínica, cuja sintomatologia aparentava possuir
características de um quadro depressivo, relato o ocorrido durante o atendimento
em poucos meses de um paciente, com resultados à primeira vista positivos,
finalizando com reação surpreendente.
A partir daí passo a questionar o diagnóstico, dados transferenciais,
contratransferenciais e o próprio manejo, chegando à conclusão de se tratar de um
caso de comportamento anti-social.
Destaco nessa discussão aspectos associados ao sentimento de culpa, a
partir da leitura de um trabalho de Jurandir Freire Costa, em que são feitas
comparações entre a abordagem de Nietzsche e a de Winnicott a respeito dessa
problemática
74 - Especificidade no processo de elaboração do luto na
adolescência.
Bernardo Tanis – SBPSP
Abordamos neste trabalho as particularidades na elaboração do luto na
adolescência, especificamente o penoso processo de luto pela morte do pai. Dado
que os processos identificatórios, as questões inerentes à sexualidade e identidade
de gênero, assim como os conflitos inerentes à constelação edípica adquirem
singular intensidade neste período da vida, eles imprimirão sua marca no processo
de elaboração do luto. Esta abordagem permite um esclarecimento para a tarefa
clínica e um enriquecimento da compreensão metapsicológica da constituição do
psiquismo adolescente. Complementamos a discussão com a compreensão do lugar
psíquico dos processos temporais, de identificação e simbolização e seu impacto nos
processos de elaboração do luto.
62
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
75 - Adolescência, o momento de concluir.
Sonia Carneiro Leão – SPR
Estamos, neste trabalho, fazendo o percurso do desenvolvimento
emocional do sujeito, desde o seu nascimento até a adolescência, fase a que
chamamos de “o de momento de concluir”, na medida em que aí se consuma, na
visão freudiana, todo um ciclo bio- psíquico da vida responsável pela capacidade de
o indivíduo poder ou não usufruir de sua existência com integração e maturidade.
76 - A dupla dimensão da identificação projetiva.
Nelson José Nazaré Rocha – SBPSP
O autor inicia o trabalho revisitando os conceitos de campo analítico e de
baluarte de Baranger e Baranger. Após uma ilustração clínica, partindo do conceito
de identificação projetiva concebido por Melanie Klein, faz uma análise do
desenvolvimento desse conceito em sua dimensão interpessoal.
Através de vinhetas clínicas da análise de um menino de sete anos, o autor
mostra a importância da identificação projetiva enquanto meio de comunicação,
ressaltando também a necessidade da análise dos aspectos intrapsíquicos revelados
pela identificação projetiva.
O desenvolvimento conceitual de alguns autores, no que diz respeito ao
funcionamento interpsíquico da identificação projetiva, é apresentado e discutido,
bem como sua conseqüente extensão para a sala de análise, com o conceito de
contra-identificação projetiva.
Discute também a diferença entre conceitos metapsicológicos e
fenomenológicos, mostrando a utilidade desses últimos como modelos para pensar
a situação analítica.
O autor conclui o artigo chamando a atenção para a necessidade de que a
identificação projetiva seja sempre considerada, tanto em sua dimensão
intrapsíquica quanto na interpsíquica.
63
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
77 - Clima incestuoso: soluções masoquistas e
drogadição.
Cândida Sé Holovko - SBPSP
Trata-se do relato de um processo psicanalítico de uma mulher de 30 anos
que apresentava comportamentos compulsivos de erotização da auto-agressão
(masoquistas e drogadição). Em função da interrupção do uso de drogas durante a
análise foi possível observar a transição da tendência á auto-suficiência narcísica
para a busca do encontro afetivo-emocional íntimo com os outros. Os
comportamentos compulsivos utilizados como defesa contra as "agonias
impensáveis" encontraram espaço de continência, o que permitiu elaborações, resignificações de experiências e oportunidades de subjetivação. As contribuições de
Estela Welldon sobre perversão feminina, assim como as de Benno Rozenberg sobre
masoquismo foram de grande utilidade no esclarecimento de uma cena erótica
sadomasoquista atuada no corpo da paciente.
78 - O “Limbo” e a capacidade para estar só.
Shirley Gurgel – SPMS
A autora trabalha com o conceito de limbo como uma metáfora sobre o
final da formação psicanalítica; refere-se ao espaço que fica entre o fim dos
seminários teóricos-clinicos e a conclusão total da formação. É um momento mais
individual da formação, onde o candidato se separa do seu grupo e ainda não está
inserido na Sociedade; a autora faz uma analogia entre a capacidade do candidato
em continuar produzindo de forma criativa no tempo que resta da formação, com o
texto de Winnicott sobre “A Capacidade para estar só”. Segundo a autora, essa
capacidade vai depender da qualidade da relação (relacionamento de ego) que o
candidato tem com a sua instituição.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
79 - O pequeno Hans discutido e sentido entre o
passado e presente.
Celso Gutfreind – SBPdePA
Neste trabalho, o autor propõe-se a revisar a discussão de Freud em seu
caso clássico do Pequeno Hans. A idéia é revisar as principais idéias de Freud,
refletindo sobre o que conservam de atual no modelo psicanalítico de atendimento
a crianças. Depois de um percurso reflexivo nesse sentido, a conclusão é de que
Freud, com o Pequeno Hans, abriu espaço para a compreensão do mundo infantil e,
descontadas algumas diferenças técnicas, muitas de suas idéias seguem atuais e
consistentes.
80 - A Psicossomática na Psicanálise: Um estudo da
doença de Crohn.
Denise Steinwurz – SBPSP
Este trabalho consiste em analisar um paciente portador de Doença de
Crohn (30 anos), segundo a teoria winnicottiana, numa visão psicossomática. Podese considerar a existência de dois níveis de doença: quando há a dissociação da
psique com o soma já existe uma doença do ponto de vista psicanalítico. A doença
psicossomática propriamente ocorreu aos 26 anos, quando o equilíbrio precário que
Felipe conseguia manter através de defesas obsessivas se rompe com as duas perdas
que teve: a morte de seu cachorro e quando sente a saída de seu irmão de casa como
uma perda. O sentimento de não-existência é uma questão importante na análise. A
experiência que Felipe viveu teve um efeito traumático, uma profunda sensação de
desamparo vivida na hospitalização. Esta experiência de desamparo está
relacionada a traumas de desamparo vividos no início de sua vida como bebê,
mostrando-nos uma reedição de desencontros de sua relação com sua mãe.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
81 - Construção Narrativa: O processo interpretativo
diante de uma situação traumática.
Maria Cecília Pereira da Silva – SBPSP
Neste trabalho descrevo um recorte da análise de Joaquim, um menino de
oito anos, que embora cronologicamente na latência, iniciou o processo analítico
num estado muito imaturo e perturbado. Procuro mostrar como a participação da
analista na construção narrativa das temáticas inconscientes das sessões, permitiu
tanto a elaboração de uma situação traumática com uma progressiva possibilidade
de representar compartilhado quanto a reconstituição do tecido psíquico.
82 - Dinâmicas Obsessivo – Compulsivas: Flexibilizando
a técnica.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
83 - Frida Kahlo: a pintura como processo de busca de si
mesma.
Gina Khafif Levinzon – SBPSP
A partir do estudo da vida e da obra da pintora Frida Kahlo, este trabalho
propõe reflexões sobre a natureza das forças que impeliam a artista a retratar seus
estados emocionais de forma pungente. As falhas na maternagem e suas
conseqüências são examinadas na relação que Frida tinha com seu corpo, seus
relacionamentos afetivos e sua feminilidade.
Seus auto-retratos criavam uma função especular restituidora, e sua arte
denotava um intenso processo de busca de integração e de encontro consigo
mesma.
84 - A compulsão ao vazio: sonhando sonhos com quem
não aprendeu a sonhar.
Paulo M. M. Ribeiro – SBPRP/SBPSP
Há analisandos nos quais parece que o Princípio da Realidade se instalou
antes do Princípio do Prazer; foram precocemente expostos a, ou perceberam,
elementos da realidade (interna ou externa) que sua mente primitiva não teve
condições de processar. Esses elementos indigestos permanecem na forma de
protopensamentos que impossibilitam o indivíduo oscilar neuroticamente guiandose pelo Princípio do prazer-desprazer, levam-no à perda da experiência emocional
de estar vivo e inteiro e à busca desesperada por algo sensorial onde se 'ancorar'.
Compulsões se prestam ao papel de 'ancora sensorial', que temporariamente acalma
o indivíduo, mas o escraviza numa eterna busca de alívio que resulta sempre
ilusório. O autor enfoca compulsões como tentativas de preenchimento de vazios
mentais caracterizados por falhas na simbolização das experiências emocionais, e
faz considerações sobre a técnica no trabalho com estes pacientes, propondo que o
analista use intuição e criatividade para “sonhar os sonhos insonháveis” de seus
analisandos.
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COMPULSÃO
85 - Mater dolorosa: do sussurro às palavras...
Sylvia Salles Godoy – SBPSP
Esse ensaio é fruto de um atendimento de mães de crianças com diferentes
graus de paralisia cerebral, que foi realizado na Associação de Assistência à Criança
Deficiente, – A.A.C.D. – pelo setor de Comunidade e Parcerias da Sociedade
Brasileira de Psicanálise de São Paulo.
O estudo sobre esse trabalho destacou dois vetores centrais e suas
imbricações: a vida pessoal das mulheres e a vida institucional. A análise de vinhetas
clínicas sugere pontos nodais de conflito que emergiram na experiência de grupo:
exclusão/inclusão, preconceito, vulnerabilidade, identidade instável, fantasias
persecutórias, etc. A autora, dentre correlações teóricas, assinala dificuldades
relacionadas ao setting contingente, e sublinha a importância da linguagem – as
nuances da comunicação. Ao final, tece considerações sobre o método, a
possibilidade e incidência do instrumento psicanalítico em situações tão específicas
e seus resultados possíveis.
86 - A/ventura da envelhescência.
Sylvia Salles Godoy – SBPSP
Esse trabalho é uma versão sucinta da minha tese de doutoramento –
Psicanálise na Maturidade: um resgate possível – concebida sob a orientação do Dr.
Fabio Herrmann, e defendida na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, em
28 de abril de 2006.
Meu interesse por essa pesquisa originou-se pelo número crescente de
pessoas que me procuram na clínica com crises de identidade – ao sentirem
esvaziar-se sua função – por não saberem muito bem onde se situar, na passagem de
fases cruciais no processo de envelhecimento: etapa da vida na qual a pessoa não é
mais jovem, mas ainda não se considera velha. As expectativas de vida são forjadas
por um caráter paradoxal: se por um lado, o avançado dos anos alude a aproximação
de um fim, ou pelo menos que estão vivendo a última etapa da vida, a ciência acena
para uma prorrogação do “tempo regulamentar”.
Nesse texto, faço uma breve apresentação do pensamento de autores que
historicamente vêm se preocupando com o tema, e destaco dois vetores: a dimensão
social e a dimensão individual da experiência temporal, a partir dos fundamentos
em psicanálise que se mostraram em evidência na experiência clínica.
Particularmente nas transformações e sutilezas que sofre a relação
mente-corpo; nas implicações que as alterações do corpo em diferentes fases da
vida, podem trazer no plano subjetivo e em suas relações com o mundo; nas marcas
deixadas pela ação do tempo.
O estudo sobre os recursos que a psicanálise pode oferecer se alarga, à luz
da Teoria dos Campos de Fabio Herrmann, que usa o método da psicanálise para o
estudo de todas as manifestações do psiquismo.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
87 - Os (des)caminhos de Édipo – A resposta é o
infortúnio da pergunta.
Claudio Castelo Filho – SBPSP
O autor parte da análise de uma pessoa que se desenvolve de forma
acentuada profissionalmente e intelectualmente, mas evita e teme contato mais
profundo com sua intimidade e com seus sentimentos, e faz uma analogia com o
mito de Édipo no seu trajeto para encontrar-se consigo mesmo. Propõe que seu real
problema seria sua incapacidade para pensar. Onisciente, confunde o que sabe de si
com os próprios fatos. Certo de quem e do que é, age, o que o leva à sua tragédia. Tem
as respostas, porém não a sabedoria. É uma autoridade moral (rei) que busca
culpados, o que o impede de ver o que está diante de si. O analista não deveria
considerar os problemas que lhe são propostos, mas os que observa no contato com
os analisandos. Para não incorrer nos equívocos de Édipo, deve esquivar-se da
função de autoridade moral e focar-se no que não sabe, no que desconhece.
88 - Psicanálise do vir a ser – não médica e não
prescritiva.
Claudio Castelo Filho – SBPSP
O autor considera psicanálise como uma prática única, diferente de
medicina e de psicoterapias em geral. Psicanálise não seria uma prática
propriamente psicoterapêutica. Sua única finalidade seria a de apresentar o
analisando à sua própria pessoa, que desconhece. O contato do analisando com sua
realidade psíquica, com a intimidade de seus sentimentos, teria a potencialidade de
desenvolver sua capacidade de pensar, expandindo sua mente. Com outra condição
mental, o analisando poderia lidar com os fatos de modo diverso dos que dispunha
anteriormente, da maneira que melhor lhe aprouver, conforme suas próprias luzes e
as de ninguém mais (nem mesmo as do analista). O resultado pode ser terapêutico, a
despeito de não ser esta a meta, que seria, conforme proposta de Freud, a de
apresentar ao analisando ao seu inconsciente. Aqui, no entanto, conforme Bion, o
que é inconsciente está expandido para tudo aquilo que não se sabe.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
88- Turbulência e crescimento: um encontro entre Ismália
e Isaura.
Gisele de Mattos Brito – GEPMG/SPRJ/SBPSP
Este é um trabalho clínico, que fala de um encontro vivo entre a “loucura” e
a “sanidade”, ou melhor, entre a parte psicótica e não psicótica de nossa
personalidade (Bion, 1957). Entre a busca de conhecer (K) e do não conhecer (-K)
como apresentadas por Bion (1962, 1963) e sua extensão para as transformações de
k>O (Bion, 1965). São apresentados vários fragmentos de diferentes momentos da
análise, em que é possível verificarmos como paciente e analista vão tecendo um
continente para conter o objeto analítico.
90 - A repetição na transferência.
Ana Maria Andrade de Azevedo – SBPSP
A autora inicia seu trabalho trazendo contribuições de Freud, em relação à
transferência, propondo sua relação à compulsão à repetição e propondo a idéia de
estudar melhor as questões que daí emergem. Os fenômenos da percepção e da
memória são enfatizados em suas diferenças e semelhanças.
São retomadas as noções de “reconstrução histórica e de construção narrativa”, de
trauma e das teorias sexuais infantis.
Posteriormente é proposta uma relação entre os fenômenos do sistema
nervoso e os referentes aos sistemas perceptivos e psíquicos, discutindo-se a idéia
de “retranscrição, de remodelação e de re-contextualização”, fazendo uso de
diferentes autores, nessa aproximação.
A importância dos fenômenos ligados ao sonho e ao sono é apontada e
também relacionada à transferência. A autora finaliza seu trabalho propondo
alguns usos da noção de transferência, dependendo do contexto presente.
70
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
91 - Do sentir dor ao poder sonhar: experiência analítica
com uma fibromiálgica.
Victoria R. Béjar e Adriana C. Uchoa - SBPSP
A proposta é comentar as peculiaridades da relação analítica com
pacientes de difícil acesso, freqüentes na clínica psicanalítica contemporânea.
Serão comentadas as repercussões emocionais e corporais provocadas na pessoa do
analista, como por exemplo, reações corporais, sensações, sonolência,
distanciamento, flashs etc. no contato analítico com este tipo de paciente. Tais
impressões, ao serem vivenciadas, se puderem ser levadas em consideração e
elaboradas, servirão como elementos que, devolvidos ao paciente, irão
proporcionar-lhe condições de formar redes associativas e simbólicas necessárias à
constituição do seu mundo psíquico.
A discussão será baseada na vinheta clinica sobre a análise de uma mulher
portadora de um tipo de dor crônica, a Síndrome fibromiálgica, na qual a dor
corporal se impõe como meio de expressão de dores mentais precoces e
traumáticas.
92 - Gênese das Perversões versus desmame abrupto.
Maria Silvia Regadas de Moraes Valladares - SBP /SBPSP
A autora, após se deter no artigo de Freud “Uma criança é espancada”,
traça algumas diferenças por ela consideradas relevantes entre os referenciais
freudiano e kleiniano, no tocante ao Complexo de Édipo. Em seguida, apresenta três
casos de observação de bebê, considerando ser o desmame abrupto e um dos fatores
que interfere na gênese das perversões.
71
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
93 - Será que posso dormir sem morrer?
Maria Lúcia Gomes de Amorim, Beatriz da Motta Pacheco Tupinambá - SBPSP
O trabalho de escuta psicanalítica e de “intervenção precoce” na dupla
pais- bebê visa investigar essa relação para favorecer a desobstrução de nós que
dificultam o desenvolvimento e produzem sintomas na criança, no início de suas
relações familiares e sociais. No bebê, a comunicação por meio de palavras ainda
não se fez presente, mas ele comunica com seu corpo o que ocorre com ele. O
método de observação de Esther Bick mostrou o quanto a mãe e seu bebê vão
podendo ou não se conhecer e se entender, à medida que a mãe, com sua
sensibilidade e capacidade de reverie pode acolher as comunicações do bebê, darlhes sentido e transformá-las em atitudes que atendam às suas necessidades. As
autoras descrevem a experiência de atender o núcleo familiar, realizado no Centro
de Atendimento Psicanalítico da SBPSP, por psicanalistas do grupo de Intervenção
Precoce na Clínica de zero o a três anos.
94 - Cadê o olhar de minha mãe?
Maria Lúcia Gomes de Amorim - SBPSP
A partir do pressuposto que o existir humano depende do encontro com o
outro e que a falta do “olhar materno” contribui para graves distúrbios na
constituição do ser, a autora vai procurar, na obra de Donald Winnicott, os
fundamentos para compreender seus pacientes. A autora apresenta vinhetas de sua
experiência clinica ao atender, num Centro de Atendimento Psicossocial, pacientes
com transtornos mentais graves e severos. Afirma que a observação de bebês
realizada, na época de sua formação psicanalítica, lhe trouxe contribuições para o
entendimento das patologias graves, na área da psicose. Enfoca os textos em que
Winnicott considera que falhas num período de vida em que o bebê ainda não se
relaciona com uma pessoa total e com os objetos totais trazem distúrbios na área da
psicose.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
95 - A escuta psicanalítica: ampliando possibilidades.
Oswaldo Ferreira Leite Neto, Leopold Nosek – SBPSP
O Centro Cultural São Paulo, localizado à Rua Vergueiro, na Capital Paulistana,
é um lugar extraordinário da secretaria municipal de cultura, abriga importante
biblioteca pública, discoteca municipal, cinemas, auditórios, galeria de arte, com intensa
programação. Com áreas verdes e espaços abertos é uma amostra da nossa metrópole.
Passam diariamente cerca de duas mil pessoas interessados em artes e cultura
em geral, mas, também, moradores de rua, desocupados, solitários habitantes da cidade.
Há seis anos, regularmente, uma vez por semana acontece um Psicodrama
Público sob responsabilidade de profissionais da Sociedade de Psicodrama de São Paulo.
A Associação de Amigos do Centro Cultural São Paulo é presidida por colega
psicanalista que nos propôs freqüentarmos o local com o objetivo de conversar com as
pessoas, “indo onde o povo está”. Com essa proposta, em 2008, um grupo de
psicanalistas, em rodízio, permanece uma vez por semana, pelo período de uma hora, à
disposição de interessados no projeto: “Conversar com o Psicanalista”.
Neste trabalho relatamos o desenvolvimento da experiência e as reflexões
psicanalíticas suscitadas no grupo: a função da escuta e as repercussões para as pessoas,
a ausência de um setting formal e habitual, num exercício de “redescoberta” da
psicanálise, em seus aspectos básicos e essenciais, de disponibilidade para o encontro
com o outro.
96 - "Uma proposta de integração do conhecimento
psicanalítico: reflexões sobre o pensamento de
CHARLES HANLY ( 2008)"
Autores: Grupos de Estudos da SPPA, coordenados por Mauro Gus tendo como
componentes: Ana Cristina Pandolfo, Jorge Almeida, Joyce Goldstein, Luiza Hoeffel,
Martha Bellora, Sandra Wolffenbuttel (Grupo I) , Eleonora Spinelli, Denise Bystronki,
Kátia Radke, Luciana Secco, Maria Cristina Vasconcellos (Grupo II). Todos integrantes
da Sociedade Psicanalítica de Porto Alegre.
Partindo das idéias de Charles Hanly, especialmente de dois textos originais, “A
proposal on unification and integration of psychoanalytic knowledge” e “A proposal on
clinical observation and testing interpretations and theories", os autores desenvolvem
reflexões sobre a cientificidade da psicanálise, questionando seus pressupostos teóricos
e clínicos. Alertam para as "facilitações", aos riscos do "vale tudo" e compreendem que a
cultura da atualidade nos impele a buscar flexibilizações, o que nem sempre permite a
coerência teórica.Criticam o excesso de teorizações, compreendendo-o como um
ataque à psicanálise, tornando o diálogo entre os analistas colorido por características
narcisistas,carente da tridimensionalidade necessária para marcar as diferenças.
Estendem as reflexões à formação analítica e completam os comentários apontando
para a possibilidade da banalização e vulgarização de nossa disciplina.
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
97 - O rap, o hip-hop e o funk: a “eróptica” da arte juvenil
invade a cena das metrópoles brasileiras.
Mônica Guimarães Teixeira do Amaral
Membro Associado da SBPSP - Faculdade de Educação – Universidade de São Paulo
A irreverência e a criticidade de alguns rappers e o gingar alegre do corpo
erótico proposto pelo funk, ambos cultivados na periferia das grandes cidades
brasileiras, sugerem um novo cenário para as metrópoles do País, em que a
pluralidade da arte juvenil surge como forma de enfrentamento das marcas
deixadas por “fraturas sociais profundas”. E o fazem reatando a antiga concepção
policromática da arte – presente entre os gregos, assim como nas raízes africanas da
música e da dança – ao mesmo tempo em que retomam a força da tradição oral
convertendo-a em “atos de linguagem”. À estética subversiva do hip-hop, o funk
acrescenta o humor que, associado ao lado agressivo e sensual de suas danças,
constitui uma crítica social de outra ordem. Somente uma etnografia do olhar que
apanhe sua dimensão erótica irreverente - a “eróptica”, como sugere Canevacci parece capaz de identificar nelas uma estética negativa de outra ordem.
Palavras- chave: culturas juvenis- estética negativa – eróptica
98 - O Pulsar da pulsão e os enigmas da criação.
Ignácio Alves Paim Filho, Paula Frizzo - SBPdePA
Os autores se propõem a pensar a questão da criatividade, partindo do
conceito freudiano da sublimação. No decorrer do trabalho procuram articular, com
construções próprias, este destino pulsional com o narcisismo, pulsão de morte e
pulsão de vida, o que implica em repensar o lugar da repetição no processo da
criação criativa. Na elaboração de suas reflexões, mantêm como sinalizador a idéia
enunciada por Freud em 1920, na abertura do quarto capítulo, que consiste em: “O
que se segue é especulação, amiúde especulação forçada, que o leitor tomará em
consideração ou porá de lado, de acordo com sua predileção individual” (p.39/1969).
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
99 - Shibboleth, Freud e o Fundamental na Psicanálise e
no Devir Analista
Ignácio Alves Paim Filho - SBPdePA
Este ensaio busca refletir a pertinência, na contemporaneidade, dos
postulados fundantes da psicanálise. Para tanto, retoma a proposta freudiana, que
utiliza a expressão bíblica shibboleth, para explicitar esses conceitos e sua
importância na constituição da psique e nas identificações do psicanalista com o
arsenal teórico da psicanálise. São eles: sonhos, sexualidade, complexo de Édipo e
inconsciente. O autor faz uma interlocução entre essa expressão hebraica, Freud e o
fundamental na psicanálise, com o intento de ratificar a importância dessa
metáfora para a teoria psicanalítica, mas acima de tudo, para a construção da
identidade do devir analista.
100 - Compulsão e Resistência: um entrelaçamento a
partir da metapsicologia freudiana
Isa Maria Lopes Paniago - SPB
Este trabalho consiste numa tentativa de compreender a soberania da
compulsão em algumas formas de manifestação do sofrimento psíquico
contemporâneo, a partir da articulação entre os conceitos de compulsão e de
resistência. Observa como as formas defensivas incidem nesse sofrimento psíquico,
e em que momento a compulsão tende a se instalar. Textos da metapsicologia
serviram de base para essa reflexão teórica. Discute como lidar com a resistência é
buscar uma conciliação entre as forças pulsionais opostas, oferecendo um ambiente
acolhedor que capture o paciente de seu sofrimento infinito para uma compreensão
que lhe permita um apaziguamento. Nesse processo, cabe ao analista ajudar seu
paciente a vivenciar o mais plenamente seus aspectos até então negligenciados.
75
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
ÍNDICE
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
CURSOS
O Trabalho Psicanalítico com Casal e Família: teoria e técnica
04
Desafios da clínica psicanalítica na atualidade: Psicanálise e Velhice, algumas questões.
05
Fundamentos semióticos para o psicanalista
07
Ferenczi e a Psicanálise Contemporânea
08
Os desafios da análise de crianças e adolescentes
09
Teoria e clínica da perversão
10
Comunicação no setting analítico: Do silêncio à interpretação
11
Família: novas configurações e patologias atuais
12
Transgeracionalidade: atualizações
13
A questão do tédio como um estado anímico contemporâneo: pensando esta questão a
partir das contribuições de Donald Winnicott
14
Novas Culturas, novos desafios clínicos
15
O Pensamento de Antonino Ferro: teoria e clínica
16
Gesto Clínico e Metapsicologia
17
Teoria dos sistemas de intersubjetividade
18
Técnica Psicanalítica para Crianças e Adolescentes
19
A histeria, a neurose obsessiva e a fobia nos tempos atuais
20
Introduzindo a Neuropsicanálise para assessorar o estudo das diversas vertentes da
‘compulsão’ no mundo contemporâneo
21
Psicanálise Contemporânea: empatia e seu impacto na clínica
22
Família e compulsão
23
Técnica Psicanalítica
24
78
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
TEMAS LIVRES
A cápsula autista: reflexões a partir do atendimento psicanalítico de uma paciente
adulta.
51
A compulsão ao vazio: sonhando sonhos com quem não aprendeu a sonhar.
67
A comunicação inconscientes interpsíquica (paciente/analista) entre passado, presente e
futuro: o modelo da comunicação Bluetooth na psicanálise.
59
A dupla dimensão da identificação projetiva.
63
A escuta psicanalítica: ampliando possibilidades
73
A experiência da observação de bebês em um contexto institucional: algumas reflexões.
45
A formação do símbolo e a divisão do ego.
55
A janela na jaula – Algumas palavras sobre a compulsão na obra de Winnicott.
49
A persistência da memória na prática clínica sob o vértice da Transferência e
Contratransferência.
52
A pessoa do analista: o novo/velho incômodo. Reflexões a partir da “Teoria da Sedução
Generalizada” de Jean Laplanche.
30
A primitiva e complexa relação: mãe – filha – alimento e a questão do gozo na anorexia.
44
A psicanálise e os grandes grupos – uma investigação a partir de John Rickman, W. R.
Bion, Pierre Turquet e Paulo Sandler.
60
A Psicossomática na Psicanálise: Um estudo da doença de Crohn.
65
A repetição na transferência.
70
A restauração em obras de arte.
42
A violência do feminino e os destinos da feminilidade em uma paciente borderline.
61
A/ventura da envelhescência
68
Achados clínicos.
50
Adolescência, o momento de concluir
63
Analise das observações de uma bebe: o mito de Herácles e sua relação com a
constituição de um self coeso.
39
As falhas Básicas na Construção da Subjetividade e a Mente do Analista.
54
As possíveis tramitações psíquicas do trauma.
34
Aspectos da comunicação analista – analisando na clinica atual.
53
Avó, mãe e filho, uma sequência doentia interrompida?
26
Cadê o olhar de minha mãe?
72
79
XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
TEMAS LIVRES
Caso-limite na adolescência.
45
Ciranda, cirandinha – aprendendo a “cirandar”
29
Clara em ensaios de aterrizagem.
60
Clima incestuoso: soluções masoquistas e drogadição
64
Com-pulsão à repetição.
46
Compulsão a repetição: a negação da vida como forma de evitar a dor mental.
35
Compulsão e Resistência: um entrelaçamento a partir da metapsicologia freudiana
75
Considerações sobre a identidade e função do analista em formação.
53
Construção Narrativa: O processo interpretativo diante de uma situação traumática.
66
Conversa da sessão de Análise
48
Da convulsão como eixo representacional da identidade e seus desdobramentos.
34
Das primeiras pacientes histéricas de Freud, do final do século XIX, aos pacientes atuais,
no século XXI, que expressam sua dor mental, por via predominantemente corporal-um
panorama histórico: o resgate do corpo na psicanálise.
31
Dinâmicas Obsessivo – Compulsivas: Flexibilizando a técnica.
66
Do calabouço à praia.
28
Do sentir dor ao poder sonhar: experiência analítica com uma fibromiálgica.
71
Dom Quixote e o pé-de-manga.
29
Dualidades, demonidades e dimensionalidades – uma contribuição ao estudo da
compulsõo à repetição.
37
Em busca da luz – a compulsão criativa de Vincent Van Gogh.
40
Em busca do tempo “ESQUECIDO” (Algumas reflexões sobre inveja e reparação em um
caso clínico).
32
Emergência materna e desejo de analisar.
52
Encontro com um adolescente.
57
Especificidade no processo de elaboração do luto na adolescência.
62
Está é minha casa... - A presença de irmãos no exame de ultra-sonografia obstétrica.
37
Facilitações no vínculo – subgrupos familiares.
47
Fragmentos de um discurso psicanalítico
35
Frida Kahlo: a pintura como processo de busca de si mesma.
67
Gênese das Perversões versus desmame abrupto.
71
36
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XXII Congresso Brasileiro de Psicanálise
COMPULSÃO
TEMAS LIVRES
Jonathan, de Jordan e Ridley Scott: alguns comentários psicanalíticos
36
Ligações Perigosas. A perversão apresentada por Stephen Frears no filme Ligações
Perigosas.
28
Mater dolorosa: do sussurro às palavras...
68
Memória e Lembranças: uma interlocução entre Neurociência e Psicanálise
46
Mente-Refém do corpo - Reflexões sobre: Compulsão/Adição.
56
Metáfora e matriz: dificuldades alimentares infantis como janela clínica nos transtornos
nas relações pais-bebê - Prosseguindo a investigação
30
Metapsicologia da clinica contemporânea.
41
Minha filha é uma adolescente saudável, inteligente, mas não vai bem na escola: por quê
ela não aprende?... A Psicanálise e as Pertubações do Aprender e do Conhecer.
48
O “ficar”, a paixão e o amor: na adolescência e em outras fases da vida.
58
O “Limbo” e a capacidade para estar só.
64
O diabo não veste Prada.
27
O espinho da rosa.
38
O pequeno Hans discutido e sentido entre o passado e presente.
65
O Pulsar da pulsão e os enigmas da criação
74
O rap, o hip-hop e o funk: a “eróptica” da arte juvenil invade a cena das metrópoles
brasileiras
74
O uso das palavras do analista na análise.
56
Organização genital, tanatofilia e expressões compulsivas.
31
Os (des)caminhos de Édipo – A resposta é o infortúnio da pergunta.
69
Os estados primitivos da mente na anorexia e na obesidade.
33
Percursos da Pulsão
58
Pode-se nascer aos 73 anos...?
32
Por que a droga? Considerações sobre a pulsão de morte e os fenômenos toxicomaníacos.
27
Primeiros momentos da analise de uma criança de cinco anos.
59
Psicanálise de grupo em pacientes com transtornos de impulso.
50
Psicanálise do vir a ser – não médica e não prescritiva.
69
Psicanálise e Psicoterapia: semelhanças, diferenças e controvérsias.
41
Psicanálise e temporalidade.
43
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COMPULSÃO
TEMAS LIVRES
Psique-soma e o “verdadeiro self”: alguns fragmentos e a atitude analítica.
57
Pulsão: caminhos e descaminhos na construção de um conceito Freudiano.
45
Quando o tédio bate à porta.
49
Quem conta um conto, aumenta um ponto... Arte e literatura ajudando a registrar o
desenvolvimento da identidade psicanalítica.
47
Senescência e Protagonismo: o papel da psicanálise.
39
Será que posso dormir sem morrer?
72
Shibboleth, Freud e o Fundamental na Psicanálise e no Devir Analista
75
Só quero saber do que pode dar certo, não tenho tempo a perder! - Uma tentativa de
compreender uma paciente que arranca os cabelos.
26
Sobre a culpa.
62
Sobre a depressão pura.
38
Sobre sonho e delírio e sua relação com o trabalho analítico.
54
Sonhos em pacientes borderline: elaborações ou evacuação?
61
Todas as idades ou nenhuma: desafios clínicos da teoria do amadurecimento pessoal.
51
Transferência e contra transferência em pacientes com distúrbios alimentares. Em busca
do símbolo perdido.
55
Turbulência e crescimento: um encontro entre Ismália e Isaura.
70
Um corpo que dói: espelho do mundo em dês-espero.
33
Um homem em sua feminilidade.
40
Uma aplicação de observação da relação pais-bebe: refleções sobre um menino com
defesas autistas.
36
Uma proposta de integração do conhecimento psicanalítico: reflexões sobre o
pensamento de CHARLES HANLY ( 2008)
73
Vinícius ao som de Freud, Bion e Winnicott.
44
Voar sem asas... nas alturas do urubuir: sonhos guardados.
43
82
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COMPULSÃO
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APOIO
International
Psychoanalytical
Association
APOIO DE MÍDIA
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