A Educação: A Razão da Inteligência Grega RESUMO ABSTRACT

Transcrição

A Educação: A Razão da Inteligência Grega RESUMO ABSTRACT
Revista Perspectiva Amazônica
Ano 3 N° 6 p.57-63
A Educação: A Razão da Inteligência Grega
Prof. Dr. Edivaldo da Silva Bernardo*
RESUMO
O presente artigo tem como objetivo refletir sobre a razão da inteligência ou conhecimento do povo grego.
Com base em pesquisa bibliográfica e fundamentada na obra Paidéia: a formação do homem grego, de
Werner Wilhelm Jaeger, infere-se que a educação na Grécia foi fundamental para que a sociedade se
aperfeiçoasse durante mais de mil e quinhentos anos, para chegar a um apogeu em certo momento de sua
história. Os gregos desenvolveram um conceito de cultura, no sentido essencial, do caráter formativo,
educativo, harmonizando matéria e espírito para a formação do homem. Quando o povo grego chega a ter
consciência de si próprio, descobre, pelo caminho do espírito, as leis e regras objetivas, cujo conhecimento dá
ao raciocínio e a ação uma autoafirmação, antes não conhecida. Assim, a pesquisa mostra que a inteligência
grega foi adquirida por meio do processo educativo milenarmente, numa concepção de unidade entre homem
e espírito, valores e princípios, que nortearam o comportamento do povo e da sociedade para ações e atitudes
de nobreza, enfim, em todas as formas de sobrevivência desta nação. Eis a razão de tanto saber.
Palavras-chave: Grécia, educação, sociedade
ABSTRACT
This article proposes a reflection about the reasons for the intelligence and knowledge of ancient
Greeks. Based on literature review especially concentrated on Paidea, from Werner Wilhelm
Jaeger, we observe that education was key to the development of Greek society for over one
thousand five hundred years, achieving the highest moment in its history. The Greeks have
developed a concept of culture, I its essence, of a formative and educative character, harmonizing
matter and spirit for the development of men. When the Greek people find self-conscience through
the spirit, they discover laws and objective rules, and this knowledge give self-assurance to their
rationale and actions unknown before. Thus, this research shows that the Greek intelligence has
been achieved through a long educational process, in a concept of unity between man and spirit,
values and principles, that have driven the behavior of people and society for noble actions and
attitudes, in all forms of survival of this nation. This is the reason of all that knowledge.
Key words:Greece, education, society
*Doutor em Filologia Clássica com qualificação em História e Literatura Leon Espanha, Profº Adj. Do Programa de Letras
Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA) e-mail [email protected]
57
Revista Perspectiva Amazônica
Ano33N°
N°66 p.57-63
p.XXX
Ano
Introdução
A Educação é um fator comum e universal do homem, naturalmente, ela
apresenta meios que levam muito tempo a chegar à plena consciência naqueles que a
tiveram e praticaram, por isso mesmo, é relativamente demorado a percepção de uma
educação evoluída.
Toda nação que chega a um certo estágio de desenvolvimento, naturalmente se
vê inclinada, à prática educativa. Assim, ela é o início pelo qual a humanidade conserva e
repassa suas características físicas e espirituais. Na medida em que as coisas vão
mudando, também mudam as pessoas, mas a essência continua a mesma, pois seres
humanos e animais, como seres físicos, mantêm sua existência pelo processo natural de
procriação. No entanto, o homem, porém, consegue conservar e propagar sua existência
social e espiritual, por meio da vontade própria do consciente e da racionalidade. Desta
forma, só o homem tem liberdade de escolha em função da razão, perpetuando a espécie
pela consciência, fazendo a história através da experiência e deixando para o futuro uma
perspectiva de transformação.
Na educação moderna, pela natureza das necessidades sociais e humanas, a
educação deve ser entendida e trabalhada de forma interdisciplinar, na qual o aluno é
agente ativo, comprometido, responsável, capaz de planejar suas ações, assumir
responsabilidades, tomar decisões, diante dos fatos e interagir no meio em que vive,
contribuindo, desta forma, para a melhoria do processo ensino-aprendizagem.
Já o conceito de educação pensada pelos gregos, fundamenta-se em suas
realidades mítico-religiosa.
Uma educação consciente, de uma certa forma, pode até mudar a natureza do
homem, e suas características, aumentando-lhe a capacidade a um nível superior, mas o
espírito humano leva naturalmente a descobri-se e cria pelo próprio conhecimento do
mundo externo e interno, melhores condições de sobrevivência. Pela sua própria forma
de manutenção e transmissão, o homem, quanto ao físico e espírito é este conjunto que
chamamos de educação. É pela educação que o ser humano se auto afirma e se lapida
num esforço consciente e racional para chegar ao mais alto grau de desenvolvimento
intelectual, firmando-se, assim, dentro de uma contingência espiritual, capaz de fazê-lo
transmitir às gerações futuras toda uma gama de experiências benéficas a um fim.
A Formação do Homem na Grécia
A educação é o processo que se engaja na vida e no crescimento da sociedade,
possibilitando no seu destino exterior como na sua estruturação interna o
desenvolvimento social. Fica dependente da consciência de valores as transformações,
capazes de legitimar os princípios válidos para a sociedade. A solidez das normas e
regras aceitas correspondem a estabilidade dos fundamentos educacionais.
Sabe-se que os homens aspiram à honra para assegurar o seu valor próprio, a sua
virtude. Deste modo, aspiram a ser honrados pelas pessoas sensatas que os
conhecem, e por causa do seu próprio e real valor. Reconhecem assim como mais
alto esse mesmo valor (GIORDANI, 1980,p. 31).
Apesar do pseudo desenvolvimento cultural ocorrido com os povos orientais,
58
desde a China até o Egito, a rigidez de seus valores radicalizaram as transformações, e as
instabilidades político-sociais não permitiram a esses povos, a alcançar um estágio
superior pela educação. Desta forma, o progresso propriamente dito começa com a
educação dos gregos. Tudo iniciado pela literatura.
Revista Perspectiva Amazônica
Ano 3 N° 6 p.57-63
O helenismo ocupa uma posição singular. A Grécia representa, em face dos
grandes povos orientais, um progresso fundamental, um novo “estádio” em
tudo o que se refere a à vida dos homens na comunidade. Esta fundamenta-se
em princípios completamente novos. Por mais elevados que julguemos as
realizações artísticas, religiosas e políticas dos povos anteriores, a história
daquilo a que podemos em plena consciência chamar cultura só começa com os
gregos (ISAAC, 1964, p. 134).
É por isso, por que, no decorrer da história, volta-se constantemente à Grécia,
como forma de inspiração e fonte para a elaboração do conhecimento. Quando se
fala da grandeza do povo grego envolve-se nesse raciocínio analítico, concepções de
valor cultural, uma vez que a harmonia entre a educação e espírito condicionam o
apogeu de uma inteligência invejável. Não que os gregos tenham sido únicos. Outros
povos não tiveram pouco a oferecer. Mas, a variedade das reflexões sobre quase
todos os ramos do conhecimento humano, deixado pelos gregos, para o mundo até
nossos dias, é algo inestimável. Contanto que, embora outras contribuições tenham
sido deixadas à posterioridade por outras nações não chegaram a ter a importância
das deixadas pelos Helenos.
Não é possível descrever em poucas palavras a posição revolucionadora e
solitária da Grécia na história da educação humana... e foi sob a forma de Paidéia,
de cultura, que os gregos consideraram a totalidade de sua obra criadora em
relação aos outros povos da antiguidade de que foram herdeiros. Augusto
concebeu a missão do Império Romano em função da ideia da cultura grega. Sem
a concepção grega da cultura não teria existido 'a antiguidade' como unidade
histórica, nem o ' mundo da cultura' ocidental (WERNER, 1989, p.430)
Assim, a palavra cultura deriva para um universalismo, onde caracteriza
todos os hábitos e costumes de um povo, não mostrando a concepção de humanidade
herdada dos gregos. Os gregos desenvolveram um conceito de cultura, no sentido
essencial do caráter formativo, educativo, harmonizado matéria e espírito para a
formação do homem. Hoje, a generalização da palavra está deteriorada, uma vez que
ela não significa o sentido primeiro na cosmovisão antropológica dos Helenos.
É necessário que se adentre na análise do espírito grego, para se beber na
fonte do originário, elementos que ajudam a estabelecer paradigmas que
condicionam a postura e o comportamento humanos. “ O mundo grego não é só o
espelho onde reflete o mundo moderno na sua dimensão moderno, na sua dimensão
cultural e histórica ou um símbolo da sua autoconsciência racional. O mistério e
deslumbramento originário cerca a primeira criação de seduções e estímulos sem
eterna renovação!” (WERNER, 1989, pg. 320). Não se trata de oferecer privilégios
únicos a um povo, mas trata-se de reconhecer valores que influenciam até hoje o
pensamento intelectivo do homem ocidental.
Quando o povo grego chega a ter consciência de si próprio, descobre, pelo
caminho do espírito as leis e regras objetivas, cujo conhecimento dá ao raciocínio e à
ação uma auto-afirmação, antes não conhecida.
Os gregos tiveram um senso congênito do que significava a natureza, dando
importância fundamental a cosmologia como também da índole humana, quanto
59
Revista Perspectiva Amazônica
Ano33N°
N°66 p.57-63
p.XXX
Ano
conhecimento do espírito, da alma. Por isso, o conceito de natureza pensada por eles,
tinha inegável origem na sua constituição espiritual. “... Deve-se deixar aos deuses a
tarefa de se ocupar com o universo. O homem deve se preocupar com aquilo que lhe diz
respeito mais diretamente, pois o conhecimento verdadeiro só se pode ter da alma”
(MAGNE, 1971, pg. 139). Todavia, bem antes de o espírito grego conceber essas ideias
eles já consideravam as coisas do mundo, numa perspectiva harmoniosa, sem que nada
pudesse existir isoladamente, mas sim como um todo ordenado num entrelaçamento
vivo, onde tudo ganhava posição e sentido.
A tendência do espírito grego para a clara apreensão das leis do real, tendência
patente em todas as esferas da vida-pensamento, linguagem, ação e todas as formas
de arte. Radica-se nesta concepção do ser como estrutura natural, amadurecida,
originária e orgânica (JAEGUER, 1989, p. 108).
Portanto, o desenvolvimento intelectual dos gregos em todos os ramos do
conhecimento, baseia-se na sua cosmovisão, quanto à natureza cósmica e quanto
natureza humana. Suas reflexões e sua arte não foram gratuitas, tinha no intrínseco um
caráter pedagógico, por conseguinte educativo.
Sempre se questionou: De onde vieram os gregos? Quem são os gregos? E a
resposta que concilia essa curiosidade é dada através do processo educativo deste povo.
Tinham sim, um conceito, uma visão de mundo, uma regra a seguir, uma norma a
respeitar, mas acima de tudo uma disciplina, que junta aos outros valores os transforma
em clássicos.
A Educação na Arte Grega
Pode-se considerar que o estilo e a visão artística dos gregos surgem, no
primeiro momento, como dom natural para o estético. Na oratória grega encontra-se
os mesmos princípios formais que pode-se encontrar na escultura ou na arquitetura,
daí as formas literárias aparecem organicamente.
Nessas condições, de ansiar pela busca do abstrato, refletindo o observável,
os gregos chegaram ao clímax do conhecimento, do questionamento de todas as
coisas, que e a filosofia. Por inerência educativa, o povo é filósofo, visto que
buscaram as suas leis, na própria natureza, para aplicá-la ao homem.
Sendo os gregos um povo altamente reflexivo era natural a sua busca para
explicação das coisas. Primeiro, tentaram explicar a origem do universo, educando
gerações e mais gerações para serem dignas da criação. Segundo, buscaram refletir a
natureza humana, ou seja, saiu do mocrocosmo para explicar o microcosmo, o próprio
homem. Foi tendo essa visão universalizante de natureza, quanto cosmo e quanto
homem, que os gregos obtiveram a harmonia entre corpo e o espírito. Foi pela
educação que se deu a evolução do espírito, como elemento fundamental na
valorização das atitudes e comportamentos, no aspecto social, quanto ao seu trabalho,
no aspecto produtivo, pois, colocar estes conhecimentos como força formativa a
60
serviço da educação e formar por meio deles verdadeiros homens, com o oleiro modela
a sua argila e o escultor as suas pedras, é uma ideia ousada e criadora que só podia
amadurecer no espírito daquele povo artista e pensador. Haja vista que também viram
Revista Perspectiva Amazônica
Ano 3 N° 6 p.57-63
que a educação tem de ser um processo de construção consciente, para valorização da
vida.
Na aspiração, à forma como elemento de domínio nas artes e nas coisas da vida, foi
que perceberam as leis que regem a natureza humana e que se estrutura a sociedade. Tendo
eles - os gregos – uma visão cristalina dos princípios naturais da vida do ser humano e das
normas e valores que servem de paradigma para suas forças corporais e espirituais, a
educação tinha de adquiri a mais alta importância na formação do homem grego.
... A essência da educação do povo grego consiste na modelagem dos indivíduos
pela norma da comunidade. Os gregos foram adquirindo gradualmente consciência
clara do significado deste processo. Por fim, através de um esforço continuado a
uma fundamentação, mais segura e mais profunda que a de nenhum povo da terra,
do problema da educação (JAEGER, 1989, p. 65).
A concepção educativa do povo grego, não foi um processo efêmero ou sasonal,
mas uma introspecção do abstrato a partir do objetivo, do real, e acima de tudo, do
observável quanto realidade. Uma nação que inicia a sua formação histórica de uma
forma fragmentária a nível de cultura e de raça e chega em alguns séculos no mais alto
estágio de pensamento filosófico e artístico e ainda reflexivo, quanto conhecimento
humano, não pode ter adquirido tudo por mero acaso, não fosse uma concepção
sistematizadora de normas e princípios.
O conceito de coletivo que fundamentava a ação educadora dos gregos está na
sua própria obra, não a obra plástica, estática, pictórica arquitetonica, mas
essencialmente da dinâmica pela palavra, pela reprodução de sons, do ritmo. É aí que
centraliza a ação dos educadores proveniente dos poetas, desde os mais recentes de sua
época como dos filósofos pós-socráticos e dos legisladores na formação das leis. Com
efeito, os valores são adquiridos pela educação e incorporados à sociedade como bens
coletivos, pois
Quem está impregnado de auto-estima deseja antes viver um breve período no mais
alto gozo a passar por uma longa existência em indolente repouso prefere a viver só
um ano por um fim nobre, a uma vida por nada; escolhe antes executar uma única
ação grande e magnífica, a fazer uma série de pequenas insignificações”, assim, os
gregos se educaram, assim se formaram como nação (MONROE, 1972, pg.282).
A Inteligência Grega
Afirma PETRIE (1968, pg, 190) que,
Conta Platão que era opnião geral no seu tempo ter sido Homero o educador de toda
a Grécia. Desde então, a sua influência estendeu-se muito além das fronteiras da
Hélade. Nem a apaixonada crítica filosófica de Platão conseguiu abalar seu
domínio, quando buscou limitar o influxo e o valor pedagógico de toda a poesia. A
concepção do poeta como educador do seu povo no sentido mais amplo e profundo
da palavra, foi familiar aos gregos desde a sua origem e manteve sempre a sua
importância.
Refletindo o desenvolvimento intelectual dos gregos, nossas conclusões
chegam ao óbvio, uma vez que toda nação desenvolve-se na proporcionalidade da
evolução educativa do seu povo. Assim, os gregos chegaram ao topo do patamar do
saber, porque dos seus valores estavam condicionados a uma educação natural, partindo
da própria produção artística.
61
Revista Perspectiva Amazônica
Ano33N°
N°66 p.57-63
p.XXX
Ano
Homero foi iniciador desta pedagogia com as obras Ilíadas e a Odisséia. Através
dos séculos, todos os valores correspondentes ao heroísmo, a honra, a bravura e ao
relacionamento com os deuses foram incorporados no seio da coletividade,
transformando-se no bem precioso para formação do homem em sociedade.
Foi a partir deste processo educativo que provém a inteligência grega. E isto não
é demonstrado só nos poemas homéricas, mas basicamente em toda a obra artística
produzida por este povo. Hesíodo considerado o segundo grande poeta grego, também
produziu uma obra voltada para a formação educativa dos gregos, evidenciando desde a
justiça do estado e o direito do homem.
Toma isto em consideração: atende a justiça e esquece a violência. É o uso que Zeus
impõe aos homens: Os peixes e os animais selvagens e os pássaros alados podem
devorar-se uns aos outros porque entre eles não existe o direito. Mas aos homens
concedeu ele a justiça o mais alto dos bens (DIAKOU,1976,p. 127).
Assim, esses valores passaram a representar um estado de espírito. Hesíodo,
poeta campesino, busca através da didática poética, enculcar no homem de seu tempo, o
sentido abstrato de valores nunca antes refletidos, é no intuito educativo de Hesíodo que
está a verdadeira raiz de sua poesia. Daí, a importância igual ou maior tem o fato de o
povo grego considerar definitivamente Hesíodo um educador orientado para o ideal do
trabalho e da estrita justiça, incorporando ao meio campesino, simples motivações que
pudessem transformar o homem na sua essência, fazendo-o um continuador da sua obra
didática-a poesia.
Por outro lado, o poeta espartano Tirteu, fez uma poesia onde as palavras e os
conceitos conduzem os homens ao respeito do Estado, ao sacrifício e a guerra. Não
pode-se dizer que a Esparta foi uma cidade grega sem grandes influências na formação
educativa do homem. A educação aí se manifesta nos poemas de Tirteu na ânsia de um
bem mais alto, através do heroísmo. Diz JAEGER que “ A morte é bela quando é a de um
herói. E se é herói quando se morre em pela pátria. Esta ideia dá a morte o sentido de um
holocausto da própria pessoas em prol de um valor mais consistente” (1989, pg, 320),
não fugindo assim, de mostrar ao homem espartano uma formação duradoura para a
reprodução de grandes feitos.
Mas vai ser com Sófocles que inicia um movimento espiritual de incalculável
importância para a posteridade. É a origem da educação no sentido primeiro da palavra.
O conceito de virtude sempre esteve vinculado com a questão educativa, pois, foi das
necessidades mais profundas da vida do Estado que nasceu a ideia da educação, a qual
reconheceu no saber e a nova e poderosa força espiritual daquele tempo, para a formação
dos homens, buscando em toda a atividade humana, uma postura diante da vida da
sociedade, seguindo paradigmas passados, conscientemente de geração em geração.
Nesse processo de evolução educativa para formar o homem grego e
consequentemente, justificar sua inteligência no conhecimento do homem e do não se
pode deixar de destacar os sofistas, que são considerados os fundadores da ciência da
educação, visto que estabeleceram os fundamentos da pedagogia JAEGER afirma que,
62
... Ninguém compreendeu e descreveu de modo tão adequado as circunstâncias
políticas que condicionaram o otimismo educacional dos sofistas como o seu
grande crítico, Platão. O seu protágoras continua a ser a fonte para onde sempre se
Revista Perspectiva Amazônica
tem valor: a prática educativa e o mundo das ideias dos sofistas surgem nele numa
grande unidade histórica e revelam-se de maneira incontestável os seus
pressupostes políticos e sociais ( 1989, p. 149).
Ano 3 N° 6 p.57-63
Assim, os sofistas, embora vivendo um momento especial na sociedade grega,
criaram condições para divulgar sua filosofia, mas acima de tudo solidificar um
conceito novo de educação que vai ajudar o povo grego a continuar produzindo
sabedoria. Igualmente, muitos filósofos fizeram obras, cujo conceito básico era a
pedagogia. Portanto, todo tipo de produção artística, provenientes dos gregos tinha
cunho educativo, o que transformou esse povo no mais sábio do mundo.
Pois, foi através da interação entre o processo histórico da formação do homem
grego e o processo espiritual que os gregos chegaram a criar ou elaborar seu ideal de
humanidade. E todos esses processos se fundamentam na educação, onde a harmonia
entre o homem e espírito, homem e natureza, fazem desse povo - os gregos -a grande
Referências
DIAKOV, V. E KOVALEV S.
História da antiguidade – Grécia. Lisboa: Estampa, 1976.
GIORDANI, Mário Curtis.
História da Grécia. Petrópolis: Vozes, 1986.
JAEGER, Werner Wilheim.
Paidéia. A Formação do homem grego. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 1989.
MAGNE, Augusto.
História da literatura grega clássica. São Paulo: Anchieta, 1971.
MONROE, Paul.
História da educação. Rio de Janeiro: Nacional, 1972.
PETRIE, A.
Introducion AL estúdio de Grécia. México: Fondo de Cultura Econômica, 1968.
ROSTOVTZEFF, Michel Ivanovitch.
História da Grécia. Rio de Janeiro: Guanabara, 1968.
SCIACCA, Michele.
História da filosofia. São Paulo: Mestre Jou, 1962.
TAYLOR, Sherwood.
Pequena história da ciência. São Paulo: Martins Fontes, 1973.
63