Dr. Marcelo Barbosa Henriques - CRMV-SP

Transcrição

Dr. Marcelo Barbosa Henriques - CRMV-SP
Dr. Marcelo Barbosa Henriques
Zootecnista
Mestre em Gestão de Recursos Naturais –
Unesp
Doutor em Zoologia – Unesp
Orientador do curso de pós graduação
(nível mestrado) em Pesca e Aquicultura
do Instituto de Pesca
Professor titular do curso de Medicina
Veterinária da UNIMES (Santos)
SISTEMAS DE PRODUÇÃO DE
ANIMAIS AQUÁTICOS DE
INTERESSE COMERCIAL: MANEJO
HÍDRICO E ALIMENTAR PARA
AQUICULTURA
Dr. Marcelo B. Henriques
Pesquisador Cientí
Científico
Instituto de Pesca – SAA/SP
E-mail: [email protected]
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PESCA – CAPTURA GLOBAL (1950-2006)
93 milhões t
58,1% do pescado
consumido no
mundo
Fonte: FAO (2008)
PESCA – CAPTURA BRASIL (1950(1950-2006)
779.000 t
0,84% da prod. mundial
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AQUICULTURA MUNDIAL (PRODUÇÃO)
67 milhões t
41,9% do pescado
consumido no
mundo
AQUICULTURA – BRASIL (PRODUÇ
(PRODUÇÃO)
272.000 t
0,41% prod. mundial
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AQUICULTURA
Esta atividade pode ser definida como "o cultivo ou criação de organismos que
têm na água o seu normal ou mais freqüente meio de vida".
A aquicultura é uma atividade dedicada ao cultivo de diferentes espécies de
peixes, crustáceos, moluscos e plantas aquáticas e, perfila-se como uma
valiosa alternativa de produção de alimentos sem a dependência dos limitados
recursos existentes nos ecossistemas marinhos e continentais.
A aquicultura é uma atividade de produção que apresenta uma taxa de
crescimento mundial de mais de 8%.
FINALIDADES DA AQUICULTURA: Alimentação humana, repovoamento,
isca (pesca esportiva), ornamentação, animais de laboratório, pérolas,
contribuição indireta na alimentação humana
Aquicultura Continental
A região Sul liderou a produção da aqüicultura continental em 2004,
com 34%, baseada principalmente no cultivo de carpas e tilápias.
A região Nordeste apareceu na segunda colocação, com 22%,
focada no cultivo de tilápias e de tambaquis. A seguir veio a região
Centro-Oeste, com o equivalente a 18% da produção nacional,
alavancada pela produção do tambacu, pacu, tilápia e tambaqui.
A região Sudeste ficou com a quarta posição, com 17%, baseada
na produção de tilápia, carpa, truta, tambacu e o tambaqui.
A região Norte contribuiu com 10% da aqüicultura continental,
ancorada basicamente pelo cultivo do tambaqui.
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Aquicultura Marinha
Segundo dados do IBAMA (2006), em 2004 a produção brasileira da
aqüicultura marinha foi de 88.967 toneladas ou o equivalente a 33% da
produção nacional, ressaltando-se novamente uma queda de 11, 9% da
produção neste ambiente, provocado pela crise que se instalou na
carcinicultura.
A região Nordeste foi responsável por 79,5% do cultivo de organismos
aquáticos marinhos sendo 99,99% representado pela produção do camarão
marinho e apenas 0,01% pela produção de ostras.
A região Sul ficou na segunda posição na produção marinha, com 19%,
fortemente ancorada pelo cultivo de mexilhões e ostras. A representatividade
nas Regiões Sudeste e Norte foi bastante pequena, registrando 1% e 0,3%
respectivamente.
• 2005 - Brasil – aquicultura: 98.557 produtores,
instalados numa área de 78.552 ha, o que perfaz uma
área média de 0,80 ha/propriedade.
• Esses dados indicam que a aquicultura brasileira, com
exceção do setor da carcinicultura, é sustentada
principalmente por pequenos produtores.
• PROBLEMA OU SOLUÇÃO ?????
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Potencialidades Naturais
Quando se fala em potencial para o desenvolvimento da aqüicultura no Brasil:
• possui 7.367 km de costa;
• possui 5, 5 milhões de hectares em águas represadas;
• possui 3, 5 milhões de hectares em águas represadas em reservatórios de
hidrelétricas;
• apresenta clima preponderantemente tropical;
• é auto-suficiente na produção de grãos.
• concentra 13,8% de toda a água doce superficial do mundo disponível no planeta;
• a Bacia Amazônica é a maior bacia hidrográfica do mundo, com 3.984.467 km2
em território brasileiro;
• apresenta abundância de água doce em praticamente todas as regiões do país;
A maior disponibilidade de corpos de água está concentrada nas regiões Norte e
Centro Oeste, que concentram cerca de 89% do potencial de águas superficiais do
país.
IMPORTÂNCIA DA AQUICULTURA
Gera empregos e
renda
Protege o meio
ambiente
Aproveita áreas sem
interesse econômico
Diminui a pressão extrativa
sobre os recursos
explotados
Fixa os
produtores
Incorpora os
pescadores a uma
atividade
planificada
Estimula as cadeias
produtivas
(Aquicultura&Turismo)
Atrator artificial
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Vantagens do peixe em relação a outros animais de criação
Alimentação: eficiência na utilização da proteína
Pecilotérmico: não requer muita energia
Vantagens da aquicultura
•Aproveitamento de áreas improdutivas
•Utilização de subprodutos agropecuários
•Elevada produção por área
•Renda complementar para o agricultor
•Eficiente conversão alimentar
•Utilização de reservatórios de água construídos para outra finalidade
•Disponibilidade imediata do produto, sem os problemas de sazonalidade da pesca
extrativa
OSMORREGULAÇÃO
Água doce: Fluído (sangue) hipertônico em relação à água, bebe pouco,
absorve sais pelas brânquias e urina pouco
Água salgada: Fluído hipotônico, bebe muito, libera sais pelas brânquias e
urina muito
NOÇÕES BÁSICAS DE LIMNOLOGIA
Sistemas aquáticos
Água doce: Sistemas lóticos (água corrente – rio)
Sistemas lênticos (lago – águas paradas ou relativamente paradas)
Água salgada: Oceanos
Manguezais
Estuários
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Ambientes aquáticos: água doce e marinha
Distribuição da água no mundo:
Localização
Mar
Rochas e águas subterrâneas
Gelo
Rios e lagos
Vapor d’água na atmosfera
%
86,5
12,2
1,2
0,03
0,001
Lagos
Classificação quanto a produtividade:
Eutróficos – lago que tem sua vida, boa produtividade, formado a milhões de anos
Oligotróficos – pouco produtivo, pouca biomassa, mas pode ficar rico
Distróficos – mais pobre, porque não apresenta condições de haver proliferação
de organismos, o solo é muito ruim
Perfil de Rios
Nascente: leito estreito, muitas pedras grandes
Zona dos rápidos: não existe deposição dos sedimentos, o terreno é
inclinado, as pedras são menores, os vegetais existem somente na
margem porque no fundo eles não conseguem se fixar
Zona de remanso: deposição de sedimentos, o leito é mais largo, existem
mais vegetais no leito e nas margens
Estuário: alta produtividade (maior que qualquer outro), predominância de
indivíduos eurihalinos (suportam grande variação de salinidade)
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Ambientes Marinhos
Área = 363 milhões de Km2 (72% da superfície da Terra)
Prof. Média = 3,8 km (prof. Máx. 11 Km)
Salinidade: 35 ppm
Temperatura: -4 a 45°C
pH: próximo de 7
perfil do mar: plataforma continental; talude; planície abissal, cordilheira mesooceânica
Divisão em zonas: nerítica e oceânica
Zona nerítica: sob a plataforma continental (supra-litoral: da preamar p/ cima;
meso-litoral: entre a preamar e a baixamar; infra-litoral: entre a baixamar até o
fundo)
Zona oceânica: além da plataforma continental
4 comunidades neríticas de importância: estuários, recifes de coral, manguezais
e lagoas costeiras
O Uso de Água na Aquicultura
A água será a grande commodity ambiental dos próximos anos e também o
maior motivador de conflitos de interesses de seus múltiplos usos. Para a
aquicultura, pode-se dizer que a água é a principal matéria-prima.
Parques Aquícolas
Um dos instrumentos criados para disciplinar o uso dos corpos d’ água de
domínio da União para fins de uso na aqüicultura.
Parques Aquícolas são espaços físicos contínuos em meio aquático delimitado,
que compreendem um conjunto de áreas aquícolas, destinadas a projetos de
aqüicultura, individuais ou coletivos.
O uso da água é dado pelo sistema de loteamento, estrutura semelhante a
condomínio. Não existe a figura do proprietário. A autorização de uso
se dá por concessão do espaço físico.
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A ÁGUA PARA A AQUICULTURA
Propriedades físicas
Temperatura:
Os peixes são animais pecilotérmicos, são menos resistentes a variação da
temperatura.
Influencia também os teores de oxigênio dissolvido
Temperatura efetiva: é aquela que vai dar os limites de tolerância para a
sobrevivência de um organismo aquático
Propriedades físicas
Transparência
É a capacidade da água de permitir a passagem da luz ou da radiação solar
luz – fundamental para o desenvolvimento do fitoplâncton
medida através do disco de Secchi
transparência ideal para viveiros entre 20 e 30 cm
Turbidez ou cor aparente
É a quantidade de material dissolvido na água
pode ser causada por:
partículas de argila (cor terra); plâncton (cor verde, azulada ou
avermelhada); óxido de ferro (cor amarelada ou ferruginosa); ácidos
orgânicos (cor castanho escuro)
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Propriedades químicas
Oxigênio dissolvido (O2D)
importante para a respiração de todos os organismos aquáticos
é medido em miligramas por litro
peixes tropicais ideal 6 a 8 mg/L
origina-se na água pela fotossíntese, pressão atmosférica,
movimentação e/ou circulação da água (quedas naturais, aeradores)
cuidados com a adubação
águas mais frias tem maior capacidade de reter o O2D que as mais
quentes
método para medição do O2D: oxímetro ou Winkler
Propriedades químicas
Potencial hidrogeniônico (pH)
reflete o grau de acidez ou alcalinidade da água
varia de 0 a 14
máxima produtividade para aquicultura: entre 6,5 e 9
ideal: entre 7 e 8 (N,P,K vão ser melhores aproveitados)
o pH da água é um reflexo do pH dos solos adjacentes
é medido através de pHmetro ou papel tornasol
é corrigido através da calagem
Reservas alcalinas
elementos alcalinos da água que mantém o pH na faixa recomendável e
evitam variações bruscas do mesmo
mais freqüentes: cálcio e magnésio
controle também é feito por calagem
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Propriedades químicas
Nutrientes minerais
são necessários: N, P, K, Ca, Mg, C e micronutrientes – para o bom
desenvolvimento dos produtores primários
está diretamente relacionado com a qualidade dos solos adjacentes e naquele
sobre o qual repousa o corpo d’água
K,Fe,Mg e Si: existem em quantidades suficientes, os demais devem ser
aplicados pela adubação
Fósforo (P):
Importante para a fotossíntese, respiração, síntese de ptns e reprodução vegetal
É absorvido na forma de fosfatos (PO4) solúveis.
É um elemento limitante da produtividade primária em viveiros piscícolas
É um elemento que apresenta poder residual junto ao sedimento
Propriedades químicas
Nutrientes minerais
Nitrogênio (N):
É parte integrante da molécula de proteína
É absorvida pelos vegetais na forma de nitrato (NO-3)
As formas (amônia e nitrito) são reduzidas a nitrato por ação de bactérias
Carbono (C):
Trata-se do elemento existente em maior quantidade em todos os seres vivos,
integrando as moléculas de poteínas e carboidratos
Participa da elaboração da glicose no processo da fotossíntese
É importante em conjunto com o cálcio na estabilidade do pH e na formação de
carapaças de algas e zooplâncton
Ocorre na água principalmente na forma de dióxido de carbono(CO2)
CO2 + água = ácido carbônico
ácido carbônico + carbonato de cálcio = bicarbonatos solúveis (estabilizador de pH)
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Elementos tóxicos
Dióxido de carbono: 0,35 ppm (matam as larvas); 1,00 ppm (matam alevinos e
adultos). O excesso é evitado controlando-se as adubações orgânicas
Gás sulfídrico: 6,00 ppm (matam os peixes)
Originado da biodigestão da matéria orgânica (madeiras, folhas)
O excesso é evitado controlando-se as adubações orgânicas
Metano (CH4): Produzido pela biodigestão da celulose em meio anaeróbio
O excesso é evitado controlando-se as adubações orgânicas
Amônia (NH4): Teores maiores que 0,01 ppm já apresentam problemas aos
peixes
É liberada pelos peixes através das brânquias
Altos valores acarretam paralisação do crescimento e o excesso a morte
SERES AQUÁTICOS
Estão agrupados em comunidades, conforme sua localização no corpo
d’água.
Plâncton: É a base da cadeia alimentar. São todos os organismos aquáticos
incapazes de vencerem as correntes. Divide-se em:
Fitoplâncton: é a fração vegetal, composta de algas microscópicas, são os
maiores produtores de O2. Ex: algas verdes (clorofíceas), diatomáceas
Zooplâncton: É a fração animal, compostas por microcrustáceos, copépodos,
rotíferos, etc.
Pode ser: Holoplâncton (permanente) ou Meroplâncton (provisório)
Importância do plâncton para a aquicultura: Todos os peixes na fase larval são
plânctófagos e a grande maioria mesmo na fase adulta ainda continuam
plânctófagos.
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SERES AQUÁTICOS
Necton: São os organismos vivos que vivem livremente na água, vencendo a
correnteza.
Benton: São organismos que se desenvolvem sobre o fundo do corpo d’água.
Plantas e animais que vivem no fundo. Ex: os anelídeos, larvas de alguns
insetos.
Perifiton: São animais ou plantas que vivem nas folhas ou raízes de vegetais
flutuantes
Macrófitas aquáticas: São vegetais de tamanho maior, que se desenvolvem
flutuando pela superfície. Ex: aguapé
Neuston: São os animais que conseguem se sustentar sobre a tensão superficial
da água. Ex: aranha d’água
Bactérias redutoras: São as responsáveis pela biodigestão de todo o material
orgânico morto existente no meio aquático.
FERTILIZAÇÃO DE AMBIENTES AQUÁTICOS
Calagem
É a adição de compostos cálcicos no solo ou na massa d’água com a finalidade de
corrigir a acidez de um ou de outro.
Importância: age sobre os fatores biológicos da produção (dá melhores condições
ao N,P,K serem melhores aproveitados), age sobre o estado sanitário dos peixes
(elimina fungos, larvas ou ovos de parasitas)
Necessidade da calagem: quando o pH está baixo, ou as reservas alcalinas estão
reduzidas, precipitar matéria orgânica, presença de doenças
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Métodos de calagem
no solo:
Quando se inicia a criação, com o solo úmido, aplica-se o calcáreo
esperando 15 dias para reagir com o solo. Encher o tanque e esperar
mais 15 dias para medir o pH. Se o pH estiver na faixa de 6,5 a 9,0 já se
pode fazer a adubação
na massa d’água:
Deve ser feito parcialmente, de maneira branda, para poder sedimentar.
Deve-se sempre usar a cal hidratada
Compostos cálcicos encontrados no mercado
pó calcáreo, terra cálcica, cal virgem (devem ser bem moídos) , cal
hidratada (+recomendada) e cianamida (combate parasitos)
Adubação
Introdução de compostos orgânicos ou químicos em ambientes aquáticos com a
finalidade principal de produzir plâncton para favorecer a produção piscícola. Outra
finalidade é a alimentação (estercos).
Importância: produção de plâncton e melhoria do solo
Tipos de adubo
Orgânico:
degetos de animais:
herbívoros (só fertiliza)- caprinos, bovinos, ovinos – 4.000 kg/ha/mês
monogástricos (além de fertilizar alimenta)- suínos e aves – 2.000 kg/há/mês
verde: restos de cultura, folhas de vegetais não lenhosos
efluente de biodigestor (2 a 2,5% de efluente do volume do tanque a cada 30 dias)
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Tipos de adubo:
Químico: N,P,K
Nitrogênio: (salitre do Chile) início da criação – 50 kg/ha
Fósforo: (superfosfato simples) 188 kg/ha/mês
Potássio: início da criação – 30 kg/ha
Metodologia de aplicação do adubo
Na água: O adubo deve ser colocado na parte rasa longe da entrada d’água: a
lanço, sacos, baldes furados, pocilgas, cercados de bambu
No solo: O adubo orgânico deve ser recoberto com uma camada fina de terra
QUALIDADE DA ÁGUA
Impacto do efluente de aquicultura sobre o meio ambiente
Pode carrear:
•Sobras de alimentação
•Sobras metabólicas
•Detritos em geral
•Produtos Químicos específicos
•Parasitas e organismos patogênicos
•Ovos, larvas e alevinos de peixes
Efeitos:
Modificação da qualidade de água do corpo receptor (sólidos em suspensão
aumentando a turbidez; matéria orgânica aumentando a DBO e amônia e
diminuindo o O2D
Ação de produtos químicos sobre a biota aquática
Problemas sanitários
Dispersão de espécies exóticas e seres geneticamente manipulados
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Manejo
Adubo orgânico: problema é a falta de controle (grande proliferação de algas).
Aspecto sanitário: os Supermercados não aceitam mais peixes criados com
adubo orgânico (fazem a colimetria)
Produtos químicos: pesticidas e herbicidas; augicidas (sulfato de cobre); controle
de macrofitas, controle de espécie de peixes indesejáveis, controle de pequenos
predadores (neguvon, dipterex)
Drogas veterinárias: controle de doenças
Antibióticos: (prevenção de doenças)
Hormônios: indução de crescimento e reversão sexual
Aditivos alimentares: vitaminas e pigmentos
Aspectos Sanitários
Propagação de parasitas e agentes patogênicos
Utilização de produtos para a desinfecção de tanques
Introdução de espécies exóticas
Hibridação
Alteração nos habitats
Predação
Espécies manipuladas geneticamente (transgênicos)
Controle de efluentes
Tratamento dos efluentes
Cuidados na utilização de produtos químicos
Manejo voltado para minimizar a ação poluidora do efluente
Avaliação da toxicidade do efluente
Restrição quanto a locais de descarga do efluente
A descarga nunca poderá ser maior do que o volume do fluxo do corpo receptor
O efluente não poderá alterar a qualidade de água do corpo receptor
Substâncias tóxicas
Depende da concentração para ser tóxico
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TIPOS DE EXPLORAÇÃO EM AQUICULTURA
Classificação quanto a finalidade:
Cria ou produção de sementes (alevinos)
Depende de:
•demanda favorável por sementes na região; maior dedicação por parte do piscicultor
•maior ocupação de mão de obra; mão de obra qualificada; instalações e equipamentos mais
complexos
Recria, engorda ou produção de pescado
Depende de:
•menor dedicação por parte do piscicultor
•menor ocupação de mão de obra
•mão de obra menos qualificada
•instalações e equipamentos menos complexos, podendo-se realizar em represas rurais
•oferta de alevinos
•demanda e preço do pescado na região
Exploração mista de cria e recria
Lazer
Sanitários: moscas, caramujos
Ornamentação
Classificação quanto à intensidade
Extensiva: a interferência do homem nos fatores de produtividade é mínima,
restringe-se ao povoamento inicial do corpo d’água.
Caracteriza-se por:
•Impossibilidade de esvaziamento total do criadouro
•Impossibilidade de despesca
•Ausência de controle da reprodução dos animais estocados
•Presença de peixes e aves predadoras
•Ausência de práticas de adubação, calagem e alimentação artificial
•Peixes se alimentando apenas da produtividade natural
•Existência de uma sub-população devido ao ataque de predadores ou de uma
superpopulação devido à ausência de controle da reprodução
•Produtividade baixa, dificilmente ultrapassando a média de 400 kg/ha/ano
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Semi-intensiva: o homem já interfere em alguns fatores de produtividade,
resultando nas seguintes características
•Possibilidade de esvaziamento total do criadouro
•Possibilidade de despesca
•Controle da reprodução dos animais estocados
•Ausência ou controle de predação
•Presença de práticas de adubação, calagem e opcionalmente uma alimentação
artificial a base de subprodutos regionais (suino-piscicultura; ave-piscicultura ou
rizipiscicultura)
•Manutenção de uma densidade populacional correta durante o período de cultivo
•Produtividades boas, podendo chegar a 10 ton/ha/ano
Intensiva: todos os fatores de produção são controlados pelo homem, resultando
nas seguintes características. (além das apresentadas na semi-intensiva)
•Densidade elevada de peixes por volume d’água
•Alimentação artificial a base de rações balanceadas
•Necessidade de alto fluxo de água ou de uma recirculação forçada (altos teores
de O2D e um bom arraste de matérias tóxicas)
•Produtividades elevadas, podendo-se ultrapassar os 90 kg/m3/ano
INSTALAÇÕES UTILIZADAS EM AQUICULTURA
Tanques e viveiros: São ambientes aquáticos construídos com a finalidade de
proporcionar a reprodução e a produção de organismos aquáticos
Classificação dos tanques e viveiros:
quanto as dimensões: o tamanho pode variar muito
-profundidade ( fundo = + de 3m; pouco profundo = 1 a 3m; raso = - de 1m)
ideal: 40 a 60 cm na parte rasa e 1 a 1,5m na parte mais funda
Obs: A piscicultura não se preocupa com a profundidade excessiva e
sim a área inundada
quanto a forma: quadrados, retangulares, redondos e triangulares
quanto a categoria: derivação ou interceptação
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Classificação quanto a finalidade:
•reprodução
•larvicultura
•alevinagem
•crescimento
•engorda
•produção de alimento para peixes (plâncton)
•depuração (alvenaria)
•quarentena (no ponto mais a jusante do terreno)
Viveiros
Características
topografia: deve-se se levar em consideração DOIS pontos: cota d’água
e ponto de drenagem (mangueira de nível, piquetes, teodolitos,
balizas,trena)
formato retangular com entrada e saída localizadas nos lados menores
opostas uma a outra
declividade
caixas de coleta ou despesca: opcional
declividade: mínima de 0,5%
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Talude
2,5 m
água
2:1
3:1
Inclinação dos taludes e cristas: 2:1 a 3:1 , a crista deverá ter no mínimo 2,5 m
de largura
Cobertura vegetal dos diques: gramados para evitar a erosão (grama batatais –
Paspalum notatum)
Escolha do local
Características
Solo: argilo-arenosos
Sub-solo: não deve ser pedregoso, arenoso ou turfoso
Água: deve ser de boa qualidade, conduzida por gravidade
Topografia: ideal de 5 a 10% de declividade
Livre de enchentes
Vazão de água necessária: semi-intensivo: ideal é de 10 L/s/ha
(renovação de 5%/dia)
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Sistemas de abastecimento
bombeamento ou gravidade
transporte de água: canal de derivação, alvenaria com declividade suave
entrada de água: cano que liga a comporta ao corpo do viveiro (3 a 4 polegadas)
comporta: alteração no canal de derivação com a finalidade de reter impurezas
Sistemas de escoamento
superficial: não é a ideal
profunda: Monge (maior que 400m2), cachimbo (até 400 m2), sifão (quando não se
tem sistema de esvaziamento)
Partes de um viveiro ou tanque
comporta
cano de entrada de água
sistema de coleta (caixa de peixe)
monge
cano de escoamento
CULTIVO DE PEIXES DE ÁGUA DOCE
Características desejáveis
•reprodução em cativeiro
•hábito alimentar onívoro (aceite alimentação artificial)
•criação em altas densidades
•boa conversão alimentar
•aceitação no mercado consumidor
•rusticidade
•suportar o clima da região em que se deseja fazer o cultivo
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CULTIVO DE CARPAS
Originária da China, onde é criada há mais de 2.000 anos
No Brasil, a introdução da carpa ocorreu em 1904, pela Secretaria da
Agricultura do estado de São Paulo. As principais espécies cultivadas
comercialmente no Brasil são as carpas comuns (Cyprinus carpio)
variedades: espelho ou real (alta poucas escamas de grande tamanho),
escama ou comum (longa muitas escamas de pequeno tamanho),
colorida (ornamentação) e couro (sem escama não se adaptou bem
no Brasil)
Carpas chinesas (Ctenopharyngodon idella – carpa-capim;
Hipophtalmichys molitrix – carpa-prateada; Aristichthys nobilis - Carpa
cabeça-grande
Segundo os dados analisados, a carpa foi o peixe mais cultivado no país
nos anos de 1996 até 2001. A partir de 2002, a produção de tilápias
superou a produção destes ciprinídeos, e a carpa passou a ocupar o
segundo lugar na produção de peixes.
Em 2004, a produção de carpas no Brasil representou 17% da produção
total da aquicultura nacional. O cultivo de carpas teve um crescimento
bastante acentuado até o ano de 2002, quando registrou uma produção
de 54.963 toneladas, com a região Sul contribuindo com 77,4% da
produção daquele ano.
Após o ano de 2002, o cultivo desta espécie passou a apresentar uma
curva de declínio, registrando em 2004 uma queda de 10,4% na
produção.
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Condições para a criação
Ambiente ideal: água parada e quente, 1 a 1,5 m profundidade, 7 a 8 ppm de O2d
(pode chegar até 3 ppm sem problema)
temperatura: vive de 0 a 40°C (até 13°C o crescimento é lento, de 20 a 28°C faixa
de reprodução e de 24 a 28°C o crescimento é ótimo com maior conversão
alimentar)
pH entre 6,5 e 8,0 (ideal 7,0)
Reprodução
ovíparos: fecundação e desenvolvimento dos ovos no meio externo
macho: 2 a 5 anos – fêmeas: 3 a 6 anos (proporção: 2 a 3 machos para cada fêmea)
1 fêmea de 1 kg produz de 100.000 a 120.000 ovos
manejo da reprodução: desova ocorre geral/ entre 4 e 6 horas da manhã (Kakabans)
Alimentação
onívoro
ração: 37 a 42% de PB na fase inicial
quando o peixe atinge 10 cm abaixa-se a quantidade de PB para 25%
quantidade de ração: 3% peso vivo/dia
CULTIVO DE TILÁPIAS
A tilápia (Oreochromis niloticus) foi introduzida no Brasil pela Secretaria da
Agricultura do Estado de São Paulo, em 1952, para conter a proliferação de
algas e macrófitas aquáticas em represas.
A tilápia passou a ser a espécie de peixe mais cultivada no Brasil a partir do
ano de 2002.
Em 2004 a sua produção representou 26% do total produzido pela
aquicultura nacional
O cultivo da tilápia desenvolveu-se de forma bastante significativa no Brasil
a partir de 1996.
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Características favoráveis da tilápia para uso na piscicultura
•resistência a baixa concentração de O2D
•resistência a doenças
•rápido crescimento
•adapta-se bem ao manejo de cultivo
•ótimo rendimento de filé (35%)
•amplo espectro de alimentação
•produção de sub-produtos (pele)
•controla caramujos (Biomphalaria)
•suporta super lotação
Alimentação: Onívora ( algas filamentosas – fito, macrófitas, matéria orgânica em
decomposição, degetos de animais)
Qualidade da água: limites (morte 13°C; alimentação 20°C; reprodução 23ºC;
ótimo crescimento entre 25 e 30ºC)
Oxigênio dissolvido: suporta até 0,5 mg/L, ideal é acima de 3 mg/L
Amônia: suporta até 3 mg/L
Sexagem manual: maturidade sexual com 4 a 5 meses de vida, pode desovar até
4 vezes por ano com cerca de 1500 óvulos por desova. Incubação oral 4 a 6 dias
Desova: em ninhos, mas incuba os ovos na boca
Hibridação: macho da hornorum com fêmea da nilótica, na F1 100% machos.
Não são apenas os cromossomos sexuais que regulam o sexo (genes
autossomicos Zw). Se o peixe não for puro não resolve
consorciação com carnívoros: tucunaré ou black-bass – na proporção de 85%
de tilápias e 15% da espécie carnívora
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Reversão sexual
larva: 1º alimentação com 11 dias, hormônio 17 α β metil testosterona – 30 a 60
mg/kg ração. 28 dias de aplicação do hormônio
alimentação: 1º semana 20% biomassa; 2° 15%; 3º 10% (3 a 4 x ao dia)
35 a 55 kg de fêmeas na proporção de 1 macho: 2 fêmeas (alimentação 1%
biomassa) – resulta em 70 a 80.000 alevinos selecionados abaixo de 13 mm
preparo da ração: peneira de 0,6 mm (partículas batidas no mix); 1 L de álcool
etílico 95% + 6 g hormônio (sol. estoque)
10 mL da solução estoque + 500 mL de álcool + 1kg de ração = mistura-se
devagar e deixa secar numa prateleira ou estufa 60° C até sair o cheiro de álcool
depois de 28 dias: 100 a 120.000 alevinos/ha
dosagem: 250 a 400 g para 1000 alevinosrevertidos no berçário
Engorda (2 fases)
- 2 a 4 meses: 50 a 100 ind/m2
alimentação: 20% biomassa 4 a 6 x dia
conversão: 2,5 a 3:1
- 4 a 7 meses: 0,3 a 5 ind/m2
alimentação: 1,5 a 3% biomassa
peso inicial: 30 a 100g
peso final: 500g
conversão alimentar: 1,8 a 2,0:1
TANQUE-REDE (OPÇÃO)
26
Cultivos em Tanques-Rede
Tanques-rede são estruturas de tela ou rede, fechadas de todos os lados, que
retêm os peixes e permitem a troca completa de água, na forma de fluxo
contínuo, que remove os metabólitos e fornece oxigênio aos peixes.
Estima-se que o investimento necessário para a produção de uma tonelada de
peixe em tanques-rede seja da ordem de 30-40% daquele para viveiros
convencionais. Este fato, aliado às altas produtividades que este sistema de
criação de peixes pode proporcionar, tem sido responsável pela grande
expansão que se tem observado no país
CULTIVO DE TRUTAS
Introduzida no Brasil em 1949 – espécie Oncorhynchus mykiss (truta arco-íris)
Em 2004 a produção de trutas no Brasil representou apenas 1% do total
produzido pela aquicultura nacional.
Concentra-se nas regiões Sudeste e Sul responsáveis por 75% e 25% da
produção da espécie em 2004, respectivamente.
A região Sudeste teve um crescimento importante da produção de truta a partir do
no de 1998, porém verifica-se uma estagnação da produção da espécie nas duas
regiões brasileiras a partir de 2002
27
Condições para a criação
O2d mínimo = 5 ppm (5,5 ppm valor crítico sempre deve ser subtraído do total
para a determinação do O2d realmente disponível, ideal 7 a 8 ppm)
pH = neutro (podendo variar de 6 a 8,5)
Temperatura (o seu aumento causa queda do O2d na água e o peixe aumenta o
seu metabolismo, aumentando assim, amônia, DBO, e desenvolvimento de
outros organismos patogênicos
Reprodução = maio a julho (Tº da água entre 10 e 12 ºC)
Crescimento = 15 a 18ºC
Turbidez e transparência (concentração desejável, sempre inferior a 70 mg/L,
maior que isso causa irritação das brânquias)
Vazão (1 L/min/kg de peixe) sempre na estiagem
Reprodução e incubação
idade dos reprodutores: 2 até 5 anos (peso mínimo de 700 g)
separar os machos das fêmeas em março
semanalmente as fêmeas são triadas (tem-se o prazo de 1 semana para não
ocorrer a reabsorção)
os machos a cada 15 dias estão pronto de novo (sofre menos stress)
cerca de 30% dos machos utilizados morrem após a primeira reprodução
proporção: 4 fêmeas/1 macho
postura: 1 fêmea de 1 kg produz apenas de 1500 a 2000 óvulos
os machos fornecem 10 a 12 mL de sêmen (16 bilhões de sptz/ml)
28
método úmido = não é utilizado porque a vida do sptz na água é de apenas 1 minuto
(método a seco = 80 a 90% de aproveitamento)
Após a fertilização a seco espera-se 5 minutos para então se fazer a lavagem
Não se deve deixar a água cair diretamente sobre os óvulos
Após a lavagem leva-se os ovos para sala de incubação
Eclosão = 30 dias
Reversão sexual
Hormônio feminino = 17 ß estradiol por 90 dias (3 a 4 mg/kg de ração)
Triploidização = provoca-se a ruptura dos fusos metafásicos impedindo a expulsão
do 2º corpúsculo polar, retendo no ovo 2 conjuntos cromossômicos maternos,
resultando em um zigoto triplóide. Esses indivíduos triplóides são sexualmente
estéreis. Deve ser fecundado com sêmen de fêmea (masculinizadas com hormônio
17 α metiltestosterona). Choque térmico de 10ºC para 28ºC por 20 minutos.
Desvantagem é que mata mais de 30 % dos óvulos.
Alimentação (Conversão alimentar = 2:1)
Proteína 42% (varia de 32 a 60%) o importante é a proporcionalidade dos
aminoácidos. O mais difícil e acertar a metionina e a fenilalamina.
Lipídeos = 8% (ideal 12%). Os omega 3 mantêm-se flexíveis a baixas T°, coloca-se
1% na ração (fonte: óleo de soja)
Energia = 2700 kcal/kg (ideal maior que 3.000), na ração o teor de carboidrato não
pode ultrapassar os 9% porque a truta não tem como fazer o desdobramento
Aflatoxina = problemas na estocagem da ração (máx 1 mês)
Consumo de ração: a partir de 20 dias quando já absorveu saco vitelínico 10% pv
a uma T° de 18°C (depende da temperatura). Pode chegar até a 3% (T° de 4°C)
Tamanho comercial = 250 a 350 g (20 a 25 cm de comprimento) tempo de 10 a 18
meses
29
Ranicultura
A produção da rã touro-gigante (Rana catesbeiana) em 2004 foi de 631
toneladas, gerando US$ 4 milhões em receitas. Em 2004 observou-se uma
taxa de incremento de apenas 1% na produção nacional.
A ranicultura concentrou-se principalmente na região Sudeste, responsável
por 69% (436 toneladas) do total produzido no país, com o estado de São
Paulo liderando a produção, seguido pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais e
Espírito Santo.
A segunda região em produção foi o Centro-Oeste com 30%, com o
cultivo sendo desenvolvido em Goiás e no Distrito Federal. Outros estados
que desenvolvem a ranicultura são a Bahia, o Ceará e Rondônia, com uma
produção pouco significativa
Carcinicultura de Água Doce
No ano de 2004 a carcinicultura de água doce com a espécie
Macrobrachium rosenbergii representou apenas 0,1% (363
toneladas) da produção total da aqüicultura brasileira.
O ano de 2004 registrou uma queda de 55,4% na produção deste
crustáceo. A sua produção é dominada pela região Sudeste com
75%,
sendo o estado do Espírito Santo responsável por 69% da
produção. A região Nordeste contribuiu com 16% e a região Norte,
representada pelo estado do Pará com 9,7%.
30
Espécies Nativas
O Brasil possui inúmeras espécies nativas com grande potencial para
exploração pela aquicultura.
No entanto, a grande maioria delas (para não falar na totalidade)
necessita ainda de uma série de aportes científicos e tecnológicos
para colocá-las em um patamar de plena viabilidade zootécnica e
econômica.
Enquanto isso não acontece, a aquicultura brasileira é amplamente
dominada pelas espécies exóticas.
Tambaqui
O tambaqui (Colossoma macropomum) é cultivado apenas na América Latina,
sendo que o Brasil liderou a produção, com 70% de um total de 36,2 mil toneladas
produzidas em 2004, seguido pela Colômbia, com 15% e a Venezuela, com 14%.
Em 2004 a produção do tambaqui no Brasil representou 9,4% da produção total
da aquicultura nacional.
A região Norte foi responsável pela maior produção de tambaqui em nível nacional
(51,4%), seguida pelas regiões Nordeste, com 23% e Centro Oeste, com 21%.
O tambaqui foi a espécie de peixes cultivada no maior número de estados, em
2004, não sendo registrado o seu cultivo apenas no Paraná e Rio Grande do Sul.
O estado com a maior produção foi o Amazonas, com 4,5 mil toneladas, seguido
pelo Mato Grosso, com 3,9 mil toneladas e Rondônia, com 3,2
mil toneladas e Bahia, com 2,6 mil toneladas
31
Pacu
Em 2004 a produção do pacu (Piaractus mesopotamicus) representou 3,3%
da produção total da aquicultura nacional.
A produção nacional foi concentrada no Centro-Oeste, com 80%. O restante
distribuiu-se nas regiões Sudeste, Norte e Sul, com 9%, 7% e 3,5%,
respectivamente.
O grande produtor de pacu foi o estado do Mato Grosso com 5 mil
toneladas, seguido pelo Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins e São Paulo
Tambacu
O tambacu é um híbrido do tambaqui e do pacu e representou, em
2004, 4% da produção total da aquicultura nacional.
O cultivo do tambacu foi registrado nas regiões Centro-Oeste,
Sudeste, Norte e Nordeste, porém concentrou-se no Centro-Oeste,
responsável por 73% da produção
32
Curimbatá
O curimbatá (Prochilodus scrofa) é produzido apenas na América do Sul, sendo
o Brasil o líder absoluto, com 98% da produção em 2004. Naquele ano, sua
produção representou 1% da produção total da aquicultura nacional.
O curimbatá foi cultivado em apenas sete estados, em 2004, sendo que o
Sergipe foi o líder na produção com 774 toneladas, seguido por Alagoas, Acre
e Rondônia
Pintado
O pintado (Pseudoplatystoma corruscans), espécie nobre da bacia do Pantanal,
teve uma produção nacional de 1.153 toneladas em 2004, com uma taxa de
incremento de 40% em relação ao ano de 2003.
A produção concentrou-se basicamente na região Centro-Oeste com 96,5%, com
o estado do Mato Grosso do Sul liderando a produção com 58% (670 toneladas).
A região Centro-Oeste tem demonstrado um crescimento bastante significativo na
produção dessa espécie, com um incremento de 38% no ano de 2004.
A região Sudeste registrou um incremento ainda maior, de 189% no mesmo
período
A produção do pintado foi registrada apenas em cinco estados: Mato Grosso do
Sul, Mato Grosso, Goiás, Espírito Santo e Rio de Janeiro
33
REPRODUÇÃO INDUZIDA - FATORES IMPORTANTES PARA O
SUCESSO:
escolha de reprodutores
machos (caracteres externos como coloração e tamanho; liberação de sêmen;
características seminais: volume de sêmen, motilidade, concentação espermática)
fêmeas ( idade; caracteres externos como: ventre abaulado, papila genital aberta;
características dos ovócitos: coloração, diâmetro e padrão de distribuição desses
diâmetros, posição do núcleo)
conhecimento básico sobre o comportamento biológico (natureza e cativeiro)
manejo de reprodutores
densidade de estocagem
alimentação e nutrição
manuseio/stress
qualidade da água
hormonal (tipos de hormônio, dosagem, hora da aplicação, intervalo de aplicação)
sistemas de incubação
tipos de incubadoras
profilaxia
HIPOFISAÇÃO
Aplicação de hormônio gonadotrópico extraído da hipófise de peixes doadores , os
quais devem ser adultos e estarem maduros.
A hipófise deve ser retirada imediatamente após a morte do doador, pois, os
hormônios gonadotrópicos são glicoproteínas (suceptíveis a alterações).
Administração: hipófise + solução salina (0,7% NaCl) = 1 mL (centrifugar ou
macerar)
Dosagem: em geral 2 doses – 1° introdutória ou preparatória e depois de 6 a 8 hs
a 2º
Métodos de preservação da hipófise: álcool absoluto ou acetona
34
HIPOFISAÇÃO - Problemas:
Procedência – espécie utilizada como doadora, distância filogenética entre o
doador e o receptor
Potência – estágio de maturação do doador
Especificidade – possui muitos hormônios não relacionados com a reprodução, é
difícil determinar a atividade gonadotrófica específica
Dosagem – depende: idade do receptor, sexo do receptor, estádio de maturação
gonadal do receptor
Estado de preservação e método de coleta da hipófise
Desvalorização do produto (peixe no mercado) – A remoção de hipófises envolve o
sacrifício do peixe doador
CULTIVO DE ORGANISMOS ALIMENTO
Critérios de escolha do organismo
•tamanho adequado
•ciclo de vida curto (deve-se multiplicar rapidamente)
•resistência a variações das condições ambientais
•valor nutritivo e qualidade adequada
•taxa de fertilidade alta
•digestão fácil
•capacidade de sobreviver em altas concentrações
•facilidade de obtenção e de cultivo
•hábito não predatório
35
ALIMENTAÇÃO NATURAL
1° fase – Rotíferos: cerca de 10 dias (boca pequena) – 1 mm
2° fase – Cladóceros e copépodas menores (10 a 20 dias de cultivo) – 5 mm
3º fase – Organismos maiores (após 20 dias) Cladóceros e copépodos de
todos os tamanhos, pequenas larvas de insetos (10 mm)
Ração na larvicultura/alevinagem: pelo menos metade da proteína tem que
ser de origem animal (teor de 35 a 40%)
Tamanho da partícula: menor que 0,35 mm (pó)
MANEJO ALIMENTAR
RAÇÕES
O consumo de ração varia de acordo com a temperatura.
O peixe come menos ração no frio, por isso é necessário um aumento na % de
PB para que a dieta não se torne pobre
Exigências de PTN em nossas condições:
truta 33%
bagre 28%
matrinchã 35%
tambaqui 18 a 22%
tilápia 22%
carpa 24 a 30%
pacú 26%
36
Alimentos Protéicos
Origem vegetal:
farelo de soja (anti-trÍptico- tostamento)
farelo de algodão (gossipol – anti-oxidante, máximo 24%)
amendoim (aflotoxina)
gergelim (ideal para casar com a soja)
leucena (aa mimosina – tóxico)
Origem animal:
Farinha de Peixe (40% na fase de larva é muito importante)
Farinha de Carne (é muito fraudada, a boa tem 50% de PTN e 4% de P
Farinha de pena (máx 5%, queratina, baixa digestibilidade)
Farinha de carne e osso (PTN de baixo valor)
Farinha de víscera (de ave é ótima sem a pena)
Farinha de sangue (90% de PB mas só 17% é digerível, rica em lisina, usa-se em
níveis baixos)
Farinha de crisálida (máx 20% excesso causa odor)
Farinha de minhoca (máx. de 30%, existe um ferormônio que é exalado que inibe o
crescimento do peixe).
Alimentos Energéticos
Farelo de trigo
Farelo de milho (fator anti-fósforo)
Farelo de arroz
Sorgo (tanino)
Farelo de mandioca
Minerais
Ca – sua deficiência diminui o crescimento, o apetite e a conversão alimentar
P – baixo crescimento, mineralização do osso, cabeça deformada, espinha
curvada ou anormal
37
Sistemas de Cultivo Empregados na Aqüicultura Continental
Piscicultura
Cultivos em viveiros adubados.
No caso de cultivos de tilápia, a capacidade de suporte pode variar entre 1.000 a 3.700
kg/ha, em função da qualidade e da quantidade dos fertilizantes aplicados.
Utilização de adubação e alimento suplementar.
A substituição de parte dos fertilizantes por um alimento suplementar aumenta a oferta de
alimento e reduz a carga orgânica nos viveiros, permitindo o aumento na capacidade de
suporte.
Nos cultivos de tilápia, a capacidade de suporte é limitada entre 2.500 a 5.000kg/ha,
dependendo da qualidade do alimento suplementar utilizado e da quantidade de adubos
aplicada.
Viveiros com baixa renovação de água e ração completa. A capacidade
de suporte de tilápias em viveiros com ração completa, baixa renovação de água e sem
aeração varia entre 6.000 a 10.000kg/ha, sendo limitada pela concentração de oxigênio
dissolvido.
Viveiros com renovação de água e aeração. A renovação de água diminui a
carga orgânica e a concentração de amônia na água, o que permite aumentar o
araçoamento e, portanto, a capacidade de suporte.
A capacidade de suporte pode chegar a 40.000 kg/ha, em função da taxa de renovação
de água, da existência ou não de aeração, da forma como a aeração é aplicada, entre
muitos outros fatores.
38
Cultivos consorciados.
O principal consórcio empregado na piscicultura nacional envolve a piscicultura e
a suinocultura.
O estado em que esse tipo de atividade mais se destaca é Santa Catarina,
embora os consórcios sejam relativamente comuns nas diversas regiões
brasileiras. O diferencial de Santa Catarina é que o modelo utilizado (Modelo Alto
Vale de Piscicultura Integrada) foi primeiramente desenvolvido, aprimorado,
testado e validado, só então difundido e popularizado.
A produtividade dos sistemas de piscicultura consorciada está ligada diretamente
à permanente disponibilidade de subprodutos, principalmente dejetos de suínos e
aves, ao manejo dispensado ao cultivo, à utilização de alevinos de qualidade e ao
uso de rações artificiais, complementarmente.
Em Santa Catarina, os produtores têm alcançado produtividade média de
aproximadamente 1.400 kg/ha/ano e, em alguns casos, produtividades superiores
a 8.000 kg/ha/ano, com excelentes resultados econômicos.
A base teórica do consorciamento alicerça-se nos seguintes princípios:
Uso de subprodutos agrícolas (principalmente adubos orgânicos): atua em três vias
como fonte alimentar dos peixes:
- direta, quando os peixes aproveitam porções ou partículas do material adicionado
aos viveiros;
- semi-direta, quando a matéria orgânica é decomposta por uma grande variedade de
microrganismos, como bactérias, fungos, protozoários, etc., compondo o detrito, que é
utilizado como base alimentar das espécies cultivadas;
- indireta, quando a matéria orgânica, sob ação de microrganismos, libera substâncias
nutritivas como carbono, nitrogênio, fósforo, em formas assimiláveis pelas plantas
clorofiladas.
39
Policultivo.
Utilização simultânea de várias espécies de peixes no mesmo viveiro. Objetiva-se
com a prática, o máximo aproveitamento das diferentes formas de alimento
natural, presentes no ambiente. Através do uso de espécies com hábitos
alimentares (preferenciais) diferentes, estabelece-se uma “combinação sinérgica”
entre os indivíduos, maximizando o aproveitamento dos níveis tróficos nos
ecossistemas.
Abastecimento controlado e renovação mínima de água: o abastecimento de água
é utilizado somente para compensar as perdas por evaporação e infiltração.
Nessas condições, potencializa-se o aproveitamento do material orgânico
adicionado ao viveiro, na forma de alimento aos peixes e limita-se a adição dos
subprodutos à capacidade de reciclagem dos ambientes de cultivo.
Baixa densidade de povoamento: sistema de produção com densidades de
peixamento ao redor de 0, 5 a 1 peixe/m² de área alagada (engorda).
AQUICULTURA
MARINHA
(MARICULTURA)
40
CARCINICULTURA
POTENCIAL DO ESTADO DE SÃO PAULO
GAIOLAS FLUTUANTES
Litopenaeus schimitti
VIVEIROS EM TERRA PLANADA
Farfantepenaeus brasiliensis
CANANÉIA
ILHA COMPRIDA
Farfantepenaeus paulensis
• O camarão branco do Pacífico Litopenaeus vannamei foi introduzido
como espécie principal nos cultivos do nordeste brasileiro.
100000
90000
80000
Toneladas
70000
60000
50000
40000
30000
20000
10000
0
87
19
88
19
89
19
90
19
94
19
96
19
97
19
98
19
99
19
00
20
01
20
02
20
03
20
04
20
05
20
41
MALACOCULTURA
As ostras, os mexilhões e as vieiras (coquilles) são
moluscos que, por terem duas conchas, são conhecidos
como BIVALVES (duas valvas ou duas conchas).
• Cultivo de mexilhões:
“mitilicultura”
•Cultivo de ostras: “ostreicultura”
•Cultivo de vieiras (coquilles): “pectinicultura”.
Hoje se cultiva comercialmente na região
Sudeste:
• o mexilhão Perna perna
• a ostra nativa do mangue Crassostrea rhizophorae
• a ostra do Pacífico Crassostrea gigas
• a vieira Nodipecten nodosus
Em caráter experimental:
• o sururu Mytella falcata
• a ostra perlífera Pinctada margaritifera.
42
Outras espécies de interesse econômico
ainda não cultivadas em escala comercial
Almeja - Lucina pectinata
Mytilus edulis platensis (RS)
Berbigão ou Vongole Anomalocardia brasiliana
FASES DO CULTIVO
ESCOLHA DA ÁREA E DO MÉ
MÉTODO DE CULTIVO
ASPECTOS PRIMÁRIOS – aqueles que quando não atendidos
excluem a área para a implantação da atividade
• Condições de abrigo compatível
• Ausência de maré vermelha (saxitoxina)
• Salinidade adequada para a espécie escolhida
• Produção primária
• Profundidade propícia (sistema adotado)
• Isenção de poluentes químicos e nos limites aceitáveis de
poluição orgânica – Resolução CONAMA nº 357/2005
•Concordância com as normas de segurança e navegação
43
FASES DO CULTIVO
ESCOLHA DA ÁREA E DO MÉ
MÉTODO DE CULTIVO
ASPECTOS SECUNDÁRIOS – aqueles que devemos considerar
para melhor implantar a maricultura, não excluindo
necessariamente a área por permitir possibilidade de
compatibilização.
• Atividade pesqueira
• Temperatura: ideal entre 24 a 26º C (suportam de 15 a 32º C)
• Atividade turística
• Proximidade de mercado
• Vias e condições de acesso
• Ponto de apoio em terra
• Segurança
CONTAMINAÇÃO QUÍMICA E
MICROBIOLÓGICA
Não há
há como o produtor ou consumidor detectar,
atravé
através do odor ou aspecto, se os mexilhões estão
contaminados por bacté
bactérias, hidrocarbonetos,
defensivos ou metais pesados.
Ao contrá
contrário da contaminaç
contaminação quí
química, a
contaminaç
contaminação microbioló
microbiológica pode ser eliminada
dos mexilhões atravé
através do processo de depuraç
depuração
44
Aná
Análises voltadas à qualidade da água para
implantaç
implantação de maricultura
Artigo 18 da Resoluç
Resolução CONAMA nº
nº. 357 de 2005,
2005, que
trata das águas salinas de classe 1, ideais para a
criaç
criação de organismos aquá
aquáticos. As aná
análises devem ser
realizadas quatro vezes ao longo de um ano,
observandoobservando-se as seguintes condiç
condições e padrões:
- coliformes termolerantes:
termolerantes: Para o cultivo de moluscos
bivalves destinados à alimentaç
alimentação humana, a mé
média
geomé
geométrica da densidade de coliformes termotolerantes,
termotolerantes,
de um mí
mínimo de 15 amostras coletadas no mesmo
local, não deverá
deverá exceder 43 por 100 mililitros.
- carbono orgânico total até
até 3 mg/L,
mg/L, como C
- OD,
OD, em qualquer amostra, não inferior a 6 mg/L
mg/L O2
- pH:
pH: de 6,5 a 8,5, não devendo haver uma mudanç
mudança do
pH natural maior do que 0,2 unidade
Padrões quí
químicos de qualidade de água:
gua:
Parâmetros orgânicos - valores má
máximos
Aldrin + Dieldrin 0,0019 µg/L; Benzeno 700 µg/L; Carbaril
0,32 µg/L; Clordano (cis + trans) 0,004 µg/L; 2,42,4-D 30,0
µg/L; DDT (p,p’
(p,p’-DDT+ p,p’
p,p’-DDE + p,p’
p,p’-DDD) 0,001 µg/L;
Demeton (DemetonDemeton-O + DemetonDemeton-S) 0,1 µg/L;
Dodecacloro pentaciclodecano 0,001 µg/L; Endossulfan
0,01 µg/L; Endrin 0,004 µg/L; Etilbenzeno 25 µg/L; Fenó
Fenóis
totais (substâncias que reagem com 44- aminoantipirina)
aminoantipirina) 60
µg/L C6H5OH; Gution 0,01 µg/L; Heptacloro epó
epóxido +
Heptacloro 0,001 µg/L; Lindano (g-HCH)
HCH) 0,004 µg/L;
Malation 0,1 µg/L; Metoxicloro 0,03 µg/L;
Monoclorobenzeno 25 µg/L; Pentaclorofenol 7,9 µg/L;
PCBs - Bifenilas Policloradas 0,03 µg/L; Substâncias
tensoativas que reagem com o azul de metileno 0,2 mg/L;
mg/L;
2,4,52,4,5-T 10,0 µg/L; Tolueno 215 µg/L; Toxafeno 0,0002
µg/L; 2,4,52,4,5-TP 10,0 µg/L; Tributilestanho 0,01 µg/L TBT;
Triclorobenzeno (1,2,3(1,2,3-TCB + 1,2,41,2,4-TCB) 80 µg/L;
Tricloroeteno 30,0 µg/L.
45
Padrões quí
químicos de qualidade de água:
gua:
Parâmetros inorgânicos - valores má
máximos
Alumí
Alumínio dissolvido 1,5 mg/L;
mg/L; Arsênio total 0,01 mg/L;
mg/L;
Bário total 1,0 mg/L;
mg/L; Berí
Berílio total 5,3 µg/L; Boro total 5,0
mg/L;
mg/L; Cá
Cádmio total 0,005 mg/L;
mg/L; Chumbo total 0,01 mg/L;
mg/L;
Cianeto livre 0,001 mg/L;
mg/L; Cloro residual total (combinado
+ livre) 0,01 mg/L;
mg/L; Cobre dissolvido 0,005 mg/L;
mg/L; Cromo
total 0,05 mg/L;
mg/L; Ferro dissolvido 0,3 mg/L;
mg/L; Fluoreto total
1,4 mg/L;
mg/L; Fó
Fósforo Total 0,062 mg/L;
mg/L; Manganês total 0,1
mg/L;
mg/L; Mercú
Mercúrio total 0,0002 mg/L;
mg/L; Ní
Níquel total 0,025
mg/L;
mg/L; Nitrato 0,40 mg/L;
mg/L; Nitrito 0,07 mg/L;
mg/L; Nitrogênio
amoniacal total 0,40 mg/L;
mg/L; Polifosfatos (determinado
pela diferenç
diferença entre fó
fósforo ácido hidrolisá
hidrolisável total e
fósforo reativo total) 0,031 mg/L;
mg/L; Prata total 0,005 mg/L;
mg/L;
Selênio total 0,01 mg/L;
mg/L; Sulfetos (H2S não dissociado)
0,002 mg/L;
mg/L; Tá
Tálio total 0,1 mg/L;
mg/L; Urânio Total 0,5 mg/L;
mg/L;
Zinco total 0,09 mg/L.
mg/L.
Nas águas salinas, alé
além desses padrões estabelecidos,
aplicaraplicar-sese-ão os seguintes padrões em substituiç
substituição ou
adicionalmente:
Parâmetro inorgânico - valor má
máximo
Arsênio total 0,14 µg/L.
Parâmetros orgânicos - valores má
máximos
Benzeno 51 µg/L; Benzidina 0,0002 µg/L;
Benzo(a)antraceno
Benzo(a)antraceno 0,018 µg/L; Benzo(a)pireno
Benzo(a)pireno 0,018
µg/L; Benzo(b)fluoranteno
Benzo(b)fluoranteno 0,018 µg/L;
Benzo(k)fluoranteno
Benzo(k)fluoranteno 0,018 µg/L; 22-Clorofenol 150 µg/L;
2,42,4-Diclorofenol 290 µg/L; Criseno 0,018 µg/L;
Dibenzo(a,h)
antraceno 0,018 µg/L; 1,2Dibenzo(a,h)antraceno
1,2-Dicloroetano 37
µg/L; 1,11,1-Dicloroeteno 3 µg/L; 3,33,3-Diclorobenzidina 0,028
µg/L; Heptacloro epó
epóxido + Heptacloro 0,000039 µg/L;
Hexaclorobenzeno 0,00029 µg/L; Indeno(1,2,3
Indeno(1,2,3--cd)pireno
cd)pireno
0,018 µg/L; PCBs - Bifenilas Policloradas 0,000064 µg/L;
Pentaclorofenol 3,0 µg/L; Tetracloroeteno 3,3 µg/L; 2,4,62,4,6Triclorofenol 2,4 µg/L.
46
MITILICULTURA
MEXILHÃO Perna perna
OBTENÇÃO
DE
SEMENTES
São mexilhões com cerca
de 20 mm (10 - 40 mm).
Podem ser obtidas por:
• produção em laboratório
• coleta nos costões
• coleta artificial
Coleta de sementes em bancos naturais
47
Extração em Bancos Naturais
Normalmente
carregam consigo uma grande
quantidade de formas jovens de predadores e
competidores
Desvantagem: reduzido potencial de crescimento, já
já
que geralmente se trata de indiví
indivíduos velhos que,
pela constante exposiç
exposição ao ar, cresceram pouco,
dando a impressão de serem animais jovens.
48
Extração em Bancos Naturais
Ponto de vista ecoló
ecológico: a raspagem dos bancos
naturais implica uma forte agressão ambiental, já
já
que juntamente com as sementes de mexilhões,
são arrancadas diversas outras espé
espécies animais
e vegetais importantes na manutenç
manutenção do
ecossistema dos costões rochosos
A maior desvantagem do processo de extraç
extração,
reside na dificuldade cada vez maior de se
encontrar bancos naturais com sementes em
abundância, já
já que se acham super explotados,
principalmente aqueles de fá
fácil acesso
INSTRUÇÃO NORMATIVA No- 105, DE 20 DE JULHO DE 2006
(DEFESO)
Art. 1º Estabelecer regras de ordenamento pesqueiro para a
extração de mexilhões Perna perna (LINNAEUS, 1758) de
estoques naturais e os procedimentos para instalação de
empreendimentos de malacocultura em Águas de Domínio da
União no Litoral Sudeste e Sul do Brasil.
Art. 3º Proibir, anualmente, a extração, o abastecimento dos
cultivos, o transporte, o beneficiamento, a industrialização, o
armazenamento e a comercialização de mexilhão (P. perna),
em qualquer fase de seu ciclo de vida, proveniente dos
estoques naturais, nos estados do Espírito Santo, Rio de
Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul,
no período de 1º de setembro a 31 de dezembro.
49
Coletor Artificial de Bambu
SEMEADURA (ensacamento)
Sistema francês
1º passo:
debulhar
(separar
uma semente da
outra) e limpar
Processo de semeadura: n° animais por metro de rede
50
Densidade – 1,5 a 2,0 kg de sementes/metro linear de corda
(Aproximadamente 500 a 700 sementes)
Distribuiç
Distribuição das sementes na rede de algodão
SEMEADURA (ensacamento)
Introdução da rede de Nylon com auxílio do PVC
51
Sistema Francês de emalhamento
ESTRUTURAS PARA A ENGORDA
Long- line (Espinhel)
O seu uso tem se difundido grandemente por todos os continentes,
com exceç
exceção da Europa, onde o uso de balsas já
já se constitui em uma
tradiç
tradição.
O cabo de sustentaç
sustentação, do qual são suspensas as redes, deve ter um
diâmetro em torno de 1/2 polegada, ao passo que o cabo de
fundeamento,
fundeamento, que é amarrado às poitas, necessita apresentar um
diâmetro mí
mínimo de 5/8 polegada.
A maior dificuldade em se trabalhar com longlong-lines é o manejo das
redes já
já que as amarraç
amarrações das redes, vistorias perió
periódicas, colheitas,
etc., tem que ser feitas de dentro de uma embarcaç
embarcação, devido à
impossibilidade de se trabalhar sobre a estrutura, como é feito nas
balsas.
Uma maneira de resolver esse problema é a construç
construção de uma "balsa
de serviç
serviço" (plataforma de trabalho para essas atividades e outras,
como a semeadura e o beneficiamento dos mexilhões despescados)
despescados)
52
ESTRUTURAS PARA A ENGORDA
LongLong- line (Espinhel)
LONG-LINE ou ESPINHEL
DIMENSIONAMENTO:
• 1 rede de 2 m com 9 meses pesa 30 kg de mexilhão – o
peso dentro da água cai p/ 1/3 (10 kg) + 4kg fouling + 1 kg
peso morto = 15 kg x 100 redes = 1500 kg
• Preciso para 1 long-line de 50 m = 1500 litros de
flutuadores
• Fundeio: melhor em fundo lodoso com poitas de 300 a
400kg. O comprimento dos cabos de fundeio deve ser 3 a 5 x
a profundidade do local
53
CONDUÇÃO DAS CRIAÇÕES
Visitas diá
diárias às criaç
criações, incluindo vistorias
mais minuciosas nas redes e nas estruturas,
apó
após perí
períodos de mau tempo, com a finalidade
de reparar possí
possíveis danos, tais como o
embaraç
embaraçamento das redes ou afrouxamento
dos cabos das poitas devido ao arrasto das
mesmas.
Controle do fouling
COLHEITA
Entre o 7º e 10° mês, quando os animais atingem de 6 a 7 cm
Retirada da rede ou corda mexilhoneira
54
PRODUTIVIDADE
A produtividade de uma criaç
criação pode ser considerada boa
quando atinge 10 kg/m de corda, ou seja, um acré
acréscimo de
mais de 6 vezes em relaç
relação ao peso inicialmente semeado
(1,5 kg/m).
No litoral de São Paulo a produtividade má
máxima é
alcanç
alcançada aos 9 ou 10 meses de cultivo, estabilizandoestabilizando-se
ou decrescendo daí
daí por diante.
Deve ser ressaltado que as condiç
condições climá
climáticas e
ambientais de cada região brasileira influem na obtenç
obtenção
de uma maior ou menor produtividade, motivo pelo qual o
perí
período de tempo anteriormente citada pode variar de um
local de cultivo para outro.
SISTEMA BATEA
CIRCULAR (ESPANHA)
55
Sistema de cultivo contínuo
(Nova Zelândia)
No sistema contínuo as cordas de cultivo, que no
sistema manual não passam de dois metros, dão lugar a
uma corda de 500 a 1000 metros de comprimento. Estas
são penduradas no cabo principal do espinhel em alças
de até 10 metros.
Quando é chegada a hora da colheita, o espinhel é
colhido inteiro e de uma só vez, ao mesmo tempo em
que os mexilhões pequenos são ressemeados .
Aspectos das cordas de cultivo
utilizadas no sistema contínuo
56
Esquema do sistema convencional de cultivo e do sistema
de cultivo contínuo (Adaptado de Fukui North America).
Barco empregado no cultivo
neozelandês
57
OSTREICULTURA
Ostras fixadas em raízes de mangue
Crassostrea sp.
58
• No litoral paulista, o complexo estuarino-lagunar de Cananéia é
considerado o maior produtor da ostra do mangue em bancos naturais.
• Segundo Santos (1978) e Rios (1994), a ostra que ocorre nos
manguezais brasileiros é da espécie Crassostrea brasiliana (Lamarck,
1819) ou Crassostrea rhizophorae (Guilding, 1828) que são
consideradas sinonímias por esses autores.
•No entanto, estudos mais recentes evidenciam a existência de duas ou
mais espécies de ostra do gênero Crassostrea nos estuário brasileiros
(Absher, 1989; Ignacio et al., 2000; Lapégue et al., 2002; Lazoski, 2004;
Pie et al., 2006), inclusive no de Cananéia, demonstrando, através de
técnicas moleculares, que C. rhizophorae e C. brasiliana são duas
espécies distintas.
•Entretanto, é difícil distinguir visualmente as mesmas em seu ambiente
natural. Assim, optou-se em adotar a nomenclatura Crassostrea sp.
• Ao se detectar o pico de fixação de
fixação de sementes, são lançados os
coletores comerciais.
Coletores Comerciais
•
Tipo vertical 68 lâminas de
alumínio
• Tipo horizontal 40 garrafas
de “pet” vazadas
59
Destroncamento das sementes do substrato de pet e persiana.
Seleção por tamanho em peneira de malha de 10 a 15mm
Após a captação:
• Coletores comerciais são retirados da água, desmontados e
redistribuídos em bolsas dispostas em tabuleiros na entremarés e
lanternas berçário de 3 mm entrenós instaladas em espinhel na zona
infralitoral, onde permanecem por 2 meses.
• Após 2 meses, as
sementes são destroncadas
e selecionadas com peneira
de 12 mm entrenós.
60
Engorda
Os tabuleiros têm forma retangular, medem 10m x 1m,
são sustentados por travessões e estacas de cimento.
Sobre eles são colocadas telas de plástico, com malha de
20 mm entrenós, onde são depositadas as ostras. Os
tabuleiros são montados na zona entremarés e ficam
distanciados do solo cerca de 30 cm, a fim de evitar o
acúmulo de detritos ou material lodoso.
As ostras são distribuídas em densidades de 25
dúzias/m2 em cada tabuleiro e recobertas com outra tela
de plástico (malha de 8 mm entre-nós), para ficarem
protegidas da ação dos predadores e, também, da
radiação solar.
Cultivo da ostra Crassostrea brasiliana sobre tabuleiro
61
Tabuleiro – Mandira (madeira x cimento)
Tela de netlon – 20 mm (baixo) / 8 mm (sombreamento)
Tabuleiro – cimento (50 cm entre estacas)
62
Ostra de Cananéia
COOPEROSTRA
No ano de 1999, por meio de apoio do
poder público, foi criada a Cooperostra,
uma instituição comunitária, que
comercializa ostras de extrativismo e
manejadas em viveiros e possui uma
estrutura para depuração (tratamento
higiênico-sanitário
de
moluscos
bivalves, exigido pela legislação, para
torná-los aptos ao consumo humano).
Atualmente, 87% dos produtores
vinculados à Cooperostra pertencem à
comunidade de Mandira.
63
DEPURAÇÃO
Cloraç
Cloração:
ão: antes de chegar aos tanques, a água do mar sofre um
tratamento com gá
gás cloro, sendo depois submetida à aeraç
aeração para que o
gás evapore. A desvantagem desse mé
método é o perigo que a
manipulaç
manipulação do cloro representa, por sua alta toxicidade, alé
além da
possibilidade de, por vezes, os mexilhões adquirem o sabor do produto.
produto.
Ozonizaç
Ozonização:
ão: igual procedimento ao anterior, utilizandoutilizando-se gá
gás ozônio em
vez de cloro. A desvantagem nesse caso fica por conta do alto custo
custo do
ozônio, alé
além do que esse gá
gás pode provocar alteraç
alterações na textura dos
tecidos dos mexilhões, tornandotornando-os ressecados.
Irradiaç
Irradiação:
ão: nesse mé
método, a água do mar, apó
após ser previamente filtrada,
circula por uma unidade esterilizadora que pode ser, por exemplo,
exemplo, uma
caixa contendo lâmpadas de raios ultravioleta, sendo a seguir introduzida
introduzida
no tanque de depuraç
depuração. Apesar do elevado custo de implantaç
implantação, esse
método apresentaapresenta-se como o mais recomendá
recomendável, já
já que, alé
além de ser o
mais eficiente e de manutenç
manutenção mais barata, os animais não sofrem
nenhum tipo de alteraç
alteração no aspecto ou sabor.
DEPURAÇÃO
64
Fluxograma
Fluxograma da
da Depuradora
Depuradora
Entrega do Produto (“batido” e recuperado)
Contagem, seleção e classificação por tamanho
Lavagem em alta pressão
Banho em água doce
Acondicionamento em caixas tipo “frangão”
Depuração em água da laguna descontaminada por UV (4 a 6h)
Retirada das caixas do tanque (escorrer a água)
Embalagem, carimbo, prazo de validade e lacre
Expedição, transporte e distribuição em veículo climatizado (15º)
Caixas plásticas – ostras para depuração
65
Ostras Adultas
(de cultivo ou de ambiente natural)
LABORATÓRIO
Manutenção e
condicionamento
de reprodutores
19ºC
Choque
térmico até
28ºC
Fecundação dos gametas
Consumidor
Final
MARICULTOR
Desova
Larvicultura
(70 a 300 µm)
Cultivo de
Microalgas
6a9
meses
Fase Final
( 3 a 10 cm)
25ºC
18 a 25 dias
Engorda
Larvas
Assentamento
(“spats”)
25ºC
até 15 dias
Pré-sementes
Pré-berçário
(0,3 a 1 mm)
Pré-sementes
Fase Intermediária
( 1 a 3 cm)
2a3
meses
Sementes
Berçário
( 1 a 10 mm)
Temp. ambiente
15 a 30 dias
Produção
Primária
1 a 2 meses
MAR
VIABILIDADE ECONÔMICA DO CULTIVO DA GAROUPA VERDADEIRA
(Epinephelus marginatus) EM TANQUES-REDE, REGIÃO SUDESTE DO BRASIL
RESUMO: A piscicultura marinha surge como
Informações
Ecomômicas, SP,
v.36, n.8, ago. 2006.
alternativa para minimizar a crise atravessada pelo
Páginas: 15-25
Site para download:
www.iea.sp.gov.br
sobre os estoques dentro de um contexto econômico
setor pesqueiro, visando reduzir o esforço pesqueiro
e ambiental sustentável. O objetivo desta pesquisa
foi estimar a viabilidade econômica do cultivo da
garoupa verdadeira em tanques-rede na Região
Sudeste do Brasil. Esta pesquisa apresentou uma
Taxa Interna de Retorno entre 15,05% e 36,74%
para os dois preços de venda praticados (R$15,00 e
R$18,00), demonstrando-se economicamente viável.
Os valores de TIR obtidos são similares aos dos
cultivos de ostras e mexilhões marinhos praticados
nas Regiões Sudeste e Sul do Brasil.
66
Localização das Fazendas Marinhas
Fonte: Instituto de Pesca/CATI
Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo
2000
Por que a malacocultura desenvolveu-se na região de
Florianópolis e não na Baixada Santista ?
67
ENTRAVES DA ATIVIDADE NO
LITORAL PAULISTA
VONTADE
POLÍ
POLÍTICA
CRÉ
CRÉDITO
TRADIÇ
TRADIÇÃO
PESQUEIRA
SEMENTES/
MANEJO
ASSISTÊNCIA TÉ
TÉCNICA/
LEIS
COMERCIALIZAÇ
COMERCIALIZAÇÃO
PESQUISAS
DIRIDIDAS
EXTENSÃO PESQUEIRA
CAPACITAÇ
CAPACITAÇÃO
SIF &
VIGILÂNCIA
SANITÁ
SANITÁRIA
FURTO
MARKETING
BUROCRACIA:
BUROCRACIA: Para o projeto ser avaliado pelo Diretoria de Portos
e Costas :(www.dpc
.mar.mil.br) é necessá
:(www.dpc.mar.mil.br)
necessário:
Planta com localizaç
localização da área em escala entre 1:25.000 e
1:75.000, em confronto com as áreas circunvizinhas;
Planta perí
perímetro externo ao empreendimento pretendido em
escala 1:100 ou 1:500;
Planta de construç
construção do equipamento (1:50 a 1:200);
Memorial descritivo do empreendimento proposto
Termo de compromisso do interessado para com as inspeç
inspeções e
pendências;
Documentaç
Documentação fotográ
fotográfica (no mí
mínimo duas fotos do local).
68
Daí
Daí o processo segue para o Comando do 8º
8º Distrito Naval (em São Paulo) e apó
após
aprovaç
aprovação volta para a SEAP (3 meses se tudo estiver OK). Todas as despesas
despesas
necessá
necessárias correm por conta do interessado.
Convêm que antes de ir para o DPC, a proposta passe pela avaliaç
avaliação dos órgãos
ambientais competentes. Para agilizar o processo de licenciamento
licenciamento ambiental é
necessá
necessário fazer um levantamento ficoló
ficológico e fauní
faunístico da região onde será
será
implantada a atividade e també
também a aná
análise da água segundo a resoluç
resolução CONAMA
357/2005.
A depender do interesse e objetivo da instalaç
instalação, a SEAP pode arcar com o ônus
do custo de elaboraç
elaboração e licenç
licença pré
prévia.
Para a instalaç
cola devem ser citados (se houver), planos
instalação de um parque aqüí
aqüícola
locais de desenvolvimento da maricultura (PLDM). As faixas a serem
serem demarcadas
devem ser preferencialmente para as comunidades tradicionais com a
apresentaç
apresentação de um plano de monitoramento ambiental (avaliando a taxa de
crescimento e evitando elevadas densidades).
Esse plano deve ser discutido em audiência pú
pública com os usuá
usuários para
aprovaç
aprovação e posterior encaminhamento junto com o processo.
Se for possí
possível, planificar a viabilidade de instalaç
instalação de uma planta de
beneficiamento para o produto cultivado, obtendo certificaç
certificação sanitá
sanitária, dando
qualidade ao produto final e garantindo a rastreabilidade para o consumidor final.
Planos Locais de Desenvolvimento da Maricultura (PLDM)
Para proporcionar o desenvolvimento sustentável da maricultura, promovendo a
ocupação ordenada, ambientalmente segura e socialmente justa das águas da
União destinadas à maricultura
A proposta é planejar o desenvolvimento do setor, com a aplicação das
ferramentas do microzoneamento em escala municipal e, quando for o caso,
realizar o planejamento específico para baías, lagoas, reservatórios e estuários.
Os PLDM incluem uma série de procedimentos e incentivos para definir os
melhores lugares destinados à instalação das fazendas marinhas. Para isso, a
proposta é realizar um detalhado levantamento das condições ambientais das
áreas marinhas e terrestres onde serão instaladas as áreas de maricultura.
Na elaboração de cada PLDM será dada especial atenção à preservação do
acesso às comunidades instaladas nas regiões costeiras e às suas atividades
tradicionais.
69
Não se espera apenas que ocorra aumento da
produç
produção,
ão, mas que este aumento venha
acompanhado de um real desenvolvimento
sustentá
sustentável da atividade e dos setores
vinculados
à
cadeia
de
produç
produção,
ão,
proporcionando melhoria na qualidade de vida
de todos aqueles, que, de uma forma ou de
outra, estão envolvidos com o setor.
OBRIGADO
[email protected]
Instituto de Pesca: www.pesca.sp.gov.br
70