A matriz: histologia e fisiologia

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A matriz: histologia e fisiologia
A matriz: histologia e fisiologia
IAH AC A matriz: histologia e fisiologia
© IAH 2009
O corpo tem um extenso sistema de informação perineural formado por
microtúbulos protéicos. O que em décadas anteriores conhecia-se como tecido
conectivo parece ser um sistema de comunicação muti-direcional entre todos os
tecidos do organismo humano, inclusive em nível celular. De fato mediante a
matriz vivente todas as células sabem o que fazem as outras. A matriz vivente
não é o sistema nervoso, sua comunicação é inclusive mais rápido que este. As
vias energéticas da matriz vivente são inclusive mais antigas que o sistema
nervoso. Mediante a via de transmissão do colágeno, a matriz vivente é um meio
contínuo para todos os impulsos que se originam no corpo e para qualquer
impulso que em qualquer localização dada, se transmite por esse corpo.
A estrutura da matriz vivente é a matriz extra-celular (MEC) como feito
histológico. A MEC tem uma importância muito elevada na medicina biológica.
Além de ali produzir-se a maior parte das interações entre os sistema de
regulação, também a presença e o armazenamento de homotoxinas nesta fase
poderia induzir todo tipo de alteração da regulação e de patologias, inclusive
intra-celulares; portanto é necessário em primeiro lugar um estudo breve da
histologia e da fisiologia da MEC para conhecer a importância e a profundidade
da influência da matriz vivente sobre a saúde e a enfermidade dos seres
humanos.
1
Resumo
1.
2.
3.
4.
Histologia da matriz extra-celular (MEC)
Fisiologia da matriz extra-celular
A matriz intra-celular
A matriz nuclear
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2
Desde o momento em que o filósofo francês Claude Bernard propôs seu “meio
interno” no século XIX, abriu-se um novo mundo na histologia e na fisiologia.
Atualmente abordamos o fato histológico da MEC e, inclusive na medicina
complementar, tende-se a falar da matriz vivente, que é outra dimensão de
conhecimento fisiológico do corpo humano.
A matriz vivente está formada por 3 níveis de matriz que se unem entre si, a
matriz extra-celular, a matriz intra-celular, a e matriz nuclear. Além de haver
interações mediante impulsos migratórios, sinais elétricos e intercâmbios de
mediadores em todos os níveis da matriz, os 3 níveis atuam entre si e interagem
mutuamente através de seus limites físicos anatômicos. Isso significa que
qualquer alteração da regulação que se produza fora da célula (na MEC) poderia
ter uma conseqüência intra-celular inclusive intra-nuclear e vice-versa. Embora
seja formada por 3 níveis diferentes a matriz vivente é um sistema interativo
coerente.
Além destas interessantes características de comunicação interativa entre os
diferentes níveis da matriz vivente, a histologia e a fisiologia da matriz vivente
tem muita importância para quem quer conhecer o terreno de ação da
medicação anti-homotóxica. Este é o objetivo desta conferência, conhecer a
matriz e poder intervir na mesma com tratamento regulador.
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Porque é importante estudar a matriz?
• Entorno hidrófilo da célula
• Estrutura com carga eléctrica
• Capacidade de regeneração
• Sistema de informação complexo
• Depósito de homotoxinas
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Existem 5 motivos pelos quais se deve estudar a matriz em medicina antihomotóxica:
1. Pela presença de uma concentração elevada de proteoglucanos na matriz,
toda matriz é hidrófila. Como se verá depois com mais detalhes, este
contorno hidrófilo da célula faz com que o transporte de substância seja mais
simples, embora também seja mais simples que as toxinas hidrossolúveis
permaneçam e fiquem armazenadas na matriz.
2. A carga elétrica dos proteoglucanos é negativa. Isso permite que as
homotoxinas com carga positiva de fixem à estrutura da MEC e permaneçam
ali. A carga elétrica também tem uma função crucial nas correntes eletrônicas
da matriz.
3. Mediante a presença de fibroblastos na matriz, pode-se reparar sua estrutura
depois de uma lesão, e isso se produz em minutos. O fibroblasto tem uma
função essencial na proteção da célula viva mediante a restauração contínua
da estrutura reticular tridimensional que a rodeia.
4. A maioria das comunicações interativas entre os diferentes sistemas
reguladores se produz na matriz. Isso inclui sistemas de retroalimentação
complexos através de mediadores, controle de pH, controle de potencial
elétrico, etc...
5. Embora a manutenção das homotoxinas fora da célula seja uma
característica positiva da matriz, pode produzir problemas a longo prazo se
as mesmas homotoxinas não foram drenadas da matriz, desintoxicando-a.
Na realidade vemos que muitas doenças começam por um depósito de
homotoxinas na MEC e seus efeitos negativos sobre o funcionamento da
célula.
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1. Histologia da MEC
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Continuando, será analisada com mais detalhes em primeiro lugar a histologia
da matriz extra-celular. De que componentes é formada?
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Célula do
parênquima
de um órgão
Membrana
basal
Célula
de defesa
Substância
básica
Elastina
Fibroblasto
Axón
Colágeno
Axón
Mastócito
Capilar
Endocrinio
SNC
Gracias a H. Heine
Biorritmo
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Além da ameba e de outros organismos unicelulares que tem um contato direto
com o ambiente externo do organismo, todos os organismo multi-celulares tem
uma zona protetora da célula entre o meio externo e suas células, seja qual for a
localização das células do organismo e seja qual for a função. Esta zona
protetora da célula denomina-se espaço extra-celular. Nenhuma substância pode
entrar diretamente do ambiente externo até a célula.
Tanto se a célula viva fizer parte de uma estrutura orgânica e estiver incluída em
uma membrana basal quanto se funcionar separadamente de outras células em
uma estrutura, sempre estará rodeada pela matriz. Esta matriz é um filtro
biofísico tridimensional de estrutura fina que controla a transmissão da nutrição e
dos produtos finais celulares, os mediadores e qualquer outra substância do
meio da célula. Nenhuma substância pode passar diretamente da corrente
sanguínea até a célula, e vice-versa. Inclusive a liberação de neurotransmissores
por uma célula nervosa tem que chegar à célula através da MEC.
A maior parte das interações entre os diferentes sistemas do corpo produz-se
através da MEC. Este é o motivo pelo qual a imagem acima mostra todas as
flechas que estabelecem interações entre os diferentes sistemas.
5
O fibroblasto é essencial
• Síntese da estrutura dos PG e dos GAG pelo aparelho
de Golgi
• Reage à lesão da MEC e a restaura
• A qualidade do filtro biofísico dos PG e dos GAG da MEC
depende da exatidão do fibroblasto
• A qualidade de vida da célula orgânica depende da exatidão do
fibroblasto. Isto significa que um fibroblasto eficaz reparará a
lesão da estrutura da MEC e desta maneira protegerá a célula
do contato direto com cargas tóxicas procedentes da corrente
sanguínea.
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Os fibroblastos são essenciais para a MEC. A fina rede tridimensional entre a
célula do órgão por um lado e os capilares ou vasos linfáticos por outro é
formada por proteoglucanos e glucosaminoglucanos. Ambas as substâncias são
secretadas pelo aparelho de Golgi dos fibroblastos. Se esta estrutura básica
lesionar-se por uma ferida ou uma infecção, os fibroblastos tentarão restaurá-la.
Como a principal função física da MEC é filtrar todas as substâncias que se
transmitem desde os capilares até a célula e vice-versa, a qualidade da estrutura
é uma garantia para a saúde da célula do órgão. Uma disfunção massiva dos
fibroblastos com a conseqüente produção de uma matriz de baixa qualidade
dará lugar a uma maior risco de intoxicação celular e, portanto, ao aparecimento
de patologias degenerativas crônicas.
Fibroblastos hígidos e saudáveis podem gerar glucosaminoglucanos em um
prazo de minutos, de modo que é possível uma restauração rápida depois de
uma lesão recuperando-se assim a proteção celular.
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Células locais do sistema
da substância básica
• São responsáveis pelos mecanismos de defesa inespecíficos
• Mostram capacidade de transformar-se em diferentes formas
funcionais
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Além das células de suporte citadas no slide anterior, no sistema da substância
básica existem outras células que fazem parte da mesma.
Chamam atenção especialmente os macrófagos e os mastócitos. Localmente
garantem a defesa inespecífica frente a invasores de diferentes origens e,
quando necessário, ativam todo o sistema de defesa para iniciar um processo
inflamatório com o fim de limpar a matriz. Desta forma, são os principais
limpadores da primeira onda da MEC.
7
Fibroblasto e psique
• Os estímulos psicológicos podem influenciar na resposta dos
fibroblastos
• Junto ao sistema endócrino, podem elaborar uma matriz que se
adaptará à situação neuroendocrina
• Regulação psiconeuroendocrina
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A psiconeuroendocrinoimunologia (PNEI) estuda as interações entre as
emoções, os estímulos neurológicos, os transmissores, as secreções endócrinas
e o sistema de defesa. Muitos estudos têm mostrado a influência
imunossupressora do estresse e depressão prolongados. Por exemplo, os
fibroblastos serão menos eficazes na cura das feridas em situações de estresse
psicológico. Como as emoções têm uma função importante nesta influência (e
em menor medida, os pensamentos), alguns autores falam sobre
emoçãoneuroendocrionoimunologia ao invés de psiconeuroendocrinoimunologia.
Também tem se mostrado que o estresse psicológico aumenta a
susceptibilidade às infecções virais. As pessoas expostas ao estresse mostraram
aumentos de taxas de infecção de 74% a 90%, e a expectoração aumentou de
27% a 47%. Estudos mais antigos têm mostrado que os estudantes de medicina
têm aumento de risco de mononucleose durante o período de exames (McEwen
e Stellar, 1993).
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Matriz extra-celular
• Características físicas do tecido
• Marco estrutural em que estão incluídas as células
• Adesão celular maior à MEC que a outras células
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O tecido da matriz extra-celular tem algumas características específicas. É uma
moldura estrutural na qual estão incluías as células. De fato, existe mais adesão
entre as células e a estrutura da MEC que com outras células próximas. Entre
uma estrutura grossa de fibras de colágeno e elastina está a estrutura fina da
substância básica, formada por proteoglucanos e glucosaminosglucanos.
Especialmente estes dois últimos criam um filtro biofísico e são responsáveis
pelas características de hidrofílicas da matriz, porque podem unir-se facilmente à
água e conservá-la.
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Matriz extra-celular
• Proteínas estruturais
• Proteínas fibrilares
• Proteoglucanos
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A matriz está formada, da estrutura grossa a fina, por proteínas estruturais,
proteínas fibrilares e proteoglucanos.
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Proteínas estruturais
• Solidez do tecido conectivo
• Colágeno
• Elastina
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As proteínas estruturais oferecem a solidez do tecido conectivo. Formam uma
estrutura compacta e flexível ao mesmo tempo. A principal característica do
colágeno é a solidez, enquanto que a principal característica da elastina é a
flexibilidade. As fibras de colágeno também são mais grossas que a elastina. O
colágeno e a elastina formam a estrutura básica, mais grossa, da MEC.
Existem ao menos 16 tipos de colágeno. A lesão da estrutura do colágeno por
um traumatismo ou por outra causa poderia ativar os parâmetros da restauração
e induzir à inflamação..
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Proteoglucanos
• Proteína transportadora com
•
intersecções transversais de
glucosaminoglucanos acoplados
a uma molécula de ácido
hialurônico
Devido aos glucosaminoglucanos,
são muito hidrófilos
molécula
de ácido
hialurónico
condroitín
sulfato
proteína
de
conexão
proteína
“central”
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Um proteoglucano é uma estrutura com forma de árvore de uma molécula de
ácido hialurônico a que se unem proteínas transportadoras unidas a proteínas
centrais transversais. Os menores pedaços da construção de um proteoglucano
(PG) são os mucopolissacarídeos, que são polímeros repetitivos longos de
dissacarídeos denominados glucosaminoglucanos (GAG). Um açúcar de
dissacarídeo é um ácido urônico e o outro é um aminoaçúcar. Ao menos um dos
dois açúcares é portador de uma ou duas pontes de sulfato para conectar-se a
estrutura central.
Os GAG dos PG são hidrófilos. Como a estrutura fina da MEC está formada
principalmente por PG e GAG, a matriz conserva água dentro de sua estrutura
com facilidade. Um dos GAG menos conhecidos é o condroitín sulfato. É
formado por uma cadeia de sulfatos de glusosamina.
Os proteoglucanos não somente se encontram na MEC, mas também estão
unidos a membrana plasmática das células. Desta forma, também tem uma
função de fixação.
Na cartilagem o principal proteoglucano denomina-se agrecano. A concentração
de condroitín sulfato e de queratano sulfato (que são GAG) no agrecano é
bastante elevada na cartilagem normal. O queratano sulfato se encontra mais
nas bases do agrecano, cerca de onde se fixa à molécula de ácido hialurônico. O
conroitín sulfato encontra-se na porção média e superior da estrutura do
agrecano.
O sindecano é um exemplo típico de um proteoglucano unido à superfície
celular. Os GAG do sindecano são cadeias de heparano sulfato. O sindecano se
une extra-celularmente ao colágeno e a fibronectina e intra-celularmente ao
citoesqueleto.
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Glucosaminoglucanos
• Sinônimo: mucopolisacárideos
• Cadeias não ramificadas de polisacárideos, formadas
por 70 a 200 disacárideos repetidos
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Como já mencionado, os glucosaminoglucanos são os elementos de construção
básicos da MEC. São o principal componente dos proteoglucanos. Anteriormente
denominados mucopolissacarídeos, são cadeias repetitivas não ramificadas de
dissacarídeos. Podem ser muito longos (até 200 sacarídeos repetidos). A
principal característica hidrófila da MEC deve-se a uma elevada presença global
de GAG em sua estrutura.
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Glucosaminoglucanos
• Gel hidratado de polisacárideos de grane tamanho
• Contração da estrutura dos proteoglucanos por sua carga
negativa intensa, suas características hidrófilas e sua estrutura
espacial
• Difusão das substâncias através da matriz extra-celular
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A estrutura fina dos GAG nos extremos ramificados dos PG cria uma rede
tridimensional estreita que atua como filtro biofísico. Tem o aspecto de um gel
hidratado no qual se transporta todo tipo de substâncias dos capilares à célula e
vice-versa. Como as distâncias entre duas proteínas centrais situadas sobre uma
proteína transportadora na estrutura dos PG é de somente 15 a 20 nm, as
moléculas grandes ficam aprisionadas facilmente na MEC.
Segundo F. Perger, o potencial elétrico da MEC é de aproximadamente 240µV.
Este valor será maior na fase ácida de uma inflamação e menor na fase alcalina.
Uma carga negativa intensa ao nível da MEC originará um movimento de
contração ou de “torção” da mesma. Portanto, a modificação das cargas
elétricas modificará as propriedades hidrófilas da matriz.
A difusão de substâncias através da matriz extra-celular só é possível devido a
suas propriedades hidrófilas.
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Estrutura da rede
H. Heine
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A imagem mostra a estrutura reticular dos diferentes proteoglucanos conectados
a mesma molécula de ácido hialurônico. Repetida em 3 dimensões, gera um
filtro de malha fina que atua em nível molecular.
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Biosíntese dos
glucosaminoglucanos (GAG)
• A síntese dos PG/GAG leva somente de 1 a 2 minutos
- Lozzo 1985, Heine 1997
• Sua vida media é entre 2 e 120 dias
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A síntese de glucosaminosglucanos e proteoglucanos é surpreendentemente
rápida. Os fibroblastos são capazes de produzir estas estruturas em minutos.
Embora se elaborem aleatoriamente e o “recheio” de um orifício com um hiato
nunca é como antes, sempre se mantém as principais características de uma
rede fina e de hidrofilia. Como devido a uma inflamação, a matriz pode-se
lesionar muito, é muito importante poder restaurar a estrutura e a capacidade de
filtragem e um período muito curto.
Em condições normais os proteoglucanos e os glucosaminoglucanos se
substituem depois de no máximo 4 meses. Sua vida média está ente 2 e 120
dias. Este é um dos motivos pelos quais nas intoxicações intensas não devemos
drenar e desintoxicar durante semanas, mas durante meses.
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H. Heine
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Está é uma “vista aérea” de uma preparação histológica da MEC. No centro da
imagem vemos as células do órgão sobre sua lâmina basal, rodeadas à direita
pela rede de proteoglucanos e glucsaminoglucanos. Na letra E vemos a
estrutura grossa das fibras de colágeno e uma vez mais, ainda mais à esquerda,
a estrutura reticular dos PG e os GAG. No recorte vemos uma ampliação da
estrutura reticular dos PG e dos GAG.
Qualquer substância que chegue de qualquer lado de um capilar a uma célula
terá que passar por uma espécie de zona de transmissão em que será filtrada
pelo filtro biofísico que é a MEC.
Em qualquer localização relacionada com o órgão no corpo humano se
encontrará esta estrutura.
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Membrana basal
• Superfície especializada
• Funções:
Adesão celular
Regulação do crescimento celular
Filtro à difusão
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A membrana basal é uma superfície especializada da matriz extra-celular. Um
exemplo de um tipo de MEC é a lâmina basal (LB) ou membrana basal, fina e
similar a uma lâmina, sobre a qual se apóiam as camadas de células
epiteliais. Também há uma LB ao redor das células musculares, as células
adiposas e os nervos periféricos. Sem dúvida, a MEC é mais abundante em
tecido conectivo que está debaixo das camadas de células epiteliais e está
formada principalmente por uma MEC na qual os fibroblastos estão
distribuídos de maneira dispersa. Outros tipos de tecido conectivo como o
osso, o tendão e a cartilagem também estão formados por uma MEC, que é
responsável principalmente por sua estrutura e sua função.
A membrana basal é uma camada sobre a qual se assenta o epitélio. Esta
camada tem aproximadamente 40-500 nm de grossura e está formada pela
lâmina lúcida e a lâmina densa. A lâmina lúcida está adjacente às células
epiteliais e está formada por uma lamina de proteoglucanos e colágeno (de
tipo IV). A lâmina densa está formada por colágeno (tipo VII).
A membrana basal tem 3 funções principais:
1. Adesão celular. As células dos órgãos estão unidas è membrana basal que as
mantém em seu lugar (junto às uniões da MEC);
2. Regulação do crescimento celular;
3. Filtro à difusão. Nem todas as substâncias podem atravessar a membrana
basal, de modo que sua estrutura faz com que seja um filtro seletivo.
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Líquido intra-celular (intersticial):
• Um meio indispensável que faz com que seja possível manter a
homeostase entre as zonas intra-celular e extra-celular
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O líquido intersticial é formado por um solução que contem água e ácidos
graxos, aminoácidos, açúcares, coenzimas, substâncias mensageiras como
hormônios, neurotransmissores e outras substâncias como sais, minerais,
produtos finais das células, etc.
O líquido intersticial pode se comparar com a água dos aquários de peixes
coloridos. A qualidade de vida da célula depende da qualidade do líquido em que
estão banhadas, da mesma forma que a qualidade de vida do peixe colorido
depende da água do aquário em que vive. Não somente deve haver suficientes
componentes nutritivos para sobreviver, mas também deve haver eliminação dos
dejetos que se produzem.
O líquido intersticial proporciona à célula nutrição e blocos de construção, retira
seus produtos finais e permite que as células comuniquem-se entre si (transporte
de impulsos elétricos, citocinas, etc...).
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As células dos órgãos
• Unidades interativas vivas
• Auto-manutenção
• Dependentes de seu entorno (MEC)
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As células estão autocontidas, mantém a si mesmas e vivem em uma matriz
extra-celular limpa. As células devem incorporar nutrientes para sobreviver e
desempenhar suas funções e dependem completamente do que obtém da matriz
extra-celular, porque nenhuma célula nutre-se diretamente de um capilar. As
células convertem a nutrição em energia para seu uso adequado. A
especificidade das células (cada célula tem incluídas suas próprias instruções)
faz com que cumpra certas tarefas no corpo, a favor de todo o organismo. A
maioria das células se reproduz quando necessário.
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Oxigênio
Nutrientes
Os processos nutricionais e de
desintoxicação se produzem por
meio da matriz
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CO2
Produtos
finais
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De maneira bidirecional, a nutrição se dirige até uma célula através da MEC e os
produtos finais da célula se transportam por esta mesma estrutura até o sistema
venoso e o sistema linfático. O armazenamento massivo de homotoxinas ao
nível da MEC poderia alterar a transição fluida de nutrientes e de produtos finais,
criando um cenário “sufocante” para a célula.
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Conclusão: histologia da MEC
• A MEC está disposta como uma rede tridimensional
• Além dos proteoglucanos e dos glucosaminoglucanos, o
colágeno, a elastina e outras fibras básicas, contém capilares,
linfáticos e terminações nervosas, células de defesa e
membranas basais
• Está presente em todo o organismo e é a principal via
da vicariación
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Conclusão:
A matriz extra-celular é uma estrutura reticular tridimensional que rodeia em
qualquer dimensão às células dos órgãos. Sua estrutura está formada de tal
maneira que pode cumprir sua tarefa fisiológica de filtro biofísico.
Os principais componentes da MEC são o colágeno, a elastina, os
proteoglucanos e os glucosaminoglucanos. A MEC está no lugar em que
terminam os capilares arteriais e começam os capilares venosos. Ademais, o
sistema linfático incorpora o conteúdo da MEC e desta maneira, é um sistema de
transporte paralelo ao sistema nervoso. Os nervos finalizam e começam na
MEC, produzindo ativação mediante sinais nervosos ou obtendo informação.
Entre estes diferentes componentes e estruturas existem células de defesa,
como macrófagos e mastócitos para cuidar, limpar e defender o organismo.
Como as homotoxinas podem viajar pela MEC até outras localidades, a matriz
converte-se na principal via para as evoluções até a doença e até a saúde.
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2. Fisiologia da MEC
Célula do
parênquima
de um órgão
Membrana
basal
Célula
De defesa
Sustancia
básica
Elastina
Fibroblasto
Axón
Colágeno
Axón
Mastocito
Capilar
Endocrinio
SNC
Biorritmo
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Para compreender a importância da MEC em qualquer abordagem
bioterapêutica do paciente tem que ser estudada, além da histologia da MEC,
também sua fisiologia.
O descobrimento da MEC como um feito histológico tem uma história longa. Por
este motivo é mais interessante para alguns cientistas que lançaram as bases do
que se conhece agora como o principal componente do terreno do paciente.
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Evolução histórica
• Carl Rokitansky
• Claude Bernard
• Rudolf Virchow
• Alfred Pischinger
• Hartmut Heine
• James Oschman
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Seis cientistas estão na base da importância do conhecimento da matriz viviente
em medicina biologia: o tcheco Rokitansky, o frânces Bernard, o polonês
Virchow, o austríaco Pischinger, o alemão Heine e o americano Oschman. Os
seis contribuíram de forma essencial ao conhecimento e descobrimento da MEC
e ao conceito moderno de matriz vivente.
24
Carl Rokitansky
1804 - 1878
• Sem prática médica: 30.000 autópsias.
Anatomia patológica a olho nú
• Pai da anatomia patológica
experimental objetiva
• Afirma que os elementos celulares e as
doenças se produzem a partir dos
líquidos corporais
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Carl Rokitansky foi um cientista tcheco. Embora fosse médico não exerceu a
medicina. Sem dúvida, esteve muito envolvido na medicina em seu tempo
porque já como jovem professor universitário viu a importância para a ciência
médica da anatomia patológica. Com Rokitansky a medicina evoluiu de uma
medicina antiquada de orientação filosófica natural a uma medicina mais
moderna de orientação científica.
O prof. Rokytansky realizou mais de 30.000 autópsias ao longo de sua carreira.
Suas tendências médicas científicas se estabeleceram mediante a anatomia
patológica “a olho nu”. É o verdadeiro pai da anatomia patológica experimental
objetiva. Afirmou que os elementos celulares e as doenças originam-se nos
líquidos corporais (humoral).
25
Carl Rokitansky
1804 - 1878
• Humoral: o sangue é a causa da
doença e das mudanças orgânicas
• Crasis e estasis
• Suas investigações histológicas mais
importantes foram publicadas em 1854 em
um artigo com o título “Sobre o crescimento
dos tecidos conectivos”
(“Über das Auswachsen der
Binde-Gewebssubstanzen”)
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Deve-se buscar a causa de uma doença na composição do sangue que está
presente em todo o corpo humano. As alterações do sangue são a principal
causa das doenças e as alterações orgânicas.
Dividiu as patologias em crasis (deficiências) e estasis (depósito, acumulação).
Muitos termos médicos, anatômicos e anatomopatológicos levam o nome de
Rokitansky:
•Divertículo de Rokitansky
•Tríade de Rokitansky;
•Úlcera de Rokitansky-Cushing;
•Seios de Rokitansky- Aschoff (vesícula biliar);
•Síndrome de Rokitansky-Maude-Abbott
•...
Especialmente um artigo publicado em 1854 sobre o crescimento de tecido
conectivo é muito importante para a base do que posteriormente convertia-se na
MEC e nos principais livros modernos de histologia.
26
Claude Bernard
1813 - 1878
• Pai da fisiologia experimental na França
• Desenvolveu o termo “le milieu intérieur” (o terreno
interno do organismo ou “o meio interno”)
• A célula está influenciada por seu entorno direto
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O fisiologista francês Claude Bernard foi o pai do “terreno interno”. Este termo refere-se ao
entorno direto da célula, que está banhada pelo líquido intersticial, pelo qual é nutrida e por onde
expulsa seus produtos finais tóxicos. O estado saudável do entorno extra-celular é essencial para
a saúde, e a impureza deste terreno produzirá doenças.
Claude Bernard, que em 1855 ganhou a cátedra, tinha como objetivo estabelecer a metodologia
científica. Não se sentia impressionado por nenhuma afirmação, confiava só no que se podia
demonstrar mediante um experimento. Sua primeira descoberta médica foi a glândula
pancreática, cuja importância na digestão, demonstrou. Embora seja conhecido principalmente
pelo descobrimento da função da glucogênica do fígado, também descobriu o sistema vasomotor.
No contexto médico biológico é muito conhecido por “milieu intérieur”, que é um termo francês
para o entorno ou terreno interno. Dizia com isso que o mundo que nos rodeia muda
constantemente, mas em um corpo que funciona corretamente a homeostase faz com que tudo
siga relativamente igual e nenhuma intoxicação perdure. As doenças só aparecem quando há
uma disfunção da homeostase, um desequilíbrio.
Igualmente ao Dr. H-H Reckeweg, um século depois, Bernard estava muito interessado nos
efeitos fisiológicos dos tóxicos sobre o organismo humano. Experimentou com curare e com o
gás monóxido de carbono. Como os experimentos eram a base de seus método científico,
gostava muito das dissecções.
A importância de Claude Bernard na ciência médica se reflete pelo prêmio científico que obteve
da Academia Francesa de Ciências e pelo funeral público que teve quando faleceu (até então
nenhum cidadão havia tido um funeral público na França).
27
Rudolf Virchow
1821 - 1902
• Anatomia patológica celular
• A célula é a menor unidade viva do organismo
• As doenças são a consequência
de alterações celulares
• As doenças se relacionam
diretamente com a célula
© IAH 2009
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Rudolf Virchow estudou medicina em Berlim. Em 1847 tornou-se professor,
quatro anos depois de licenciar-se em medicina.
É muito conhecido em medicina por sua lei ou regra: “toda célula se gera a partir
de outra célula” (omnis célula e célula, 1855).
O professor Virchow fundou a disciplina médica de anatomia patológica celular.
Além de seu interesse na célula como unidade básica do organismo humano,
também tinha muito interesse em antropologia. Fundou a Sociedade de
Antropologia, Etnologia e Pré-história.
Para Virchow nem todas as células do corpo humano poderiam produzir
doenças, mas todas as doenças era conseqüência direta de alterações
celulares. Para Virchow as doenças se relacionam diretamente com a célula.
28
Alfred Pischinger
1899-1983
• O Sistema de Regulação Basal, denominado SRB
• A substância básica
• Todo o corpo funciona por meio
deste sistema regulador
• Publicado em alemão e 1975
(depois de mais de 20 anos
de investigação)
© IAH 2009
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O prof. Alfred Pischinger foi diretor do Instituto Anatômico da Universidade de
Viena. Foi a pai da substância básica da MEC e a descobriu como uma
substância similar a um gel amorfo que ocupa todo o entorno extra-celular.
Posteriormente chamou-se de sistema regulador da substância básica (SRB)
toda a estrutura que rodeia a célula. Descobriu a estrutura anatômica deste
sistema de intercâmbio.
É evidente que Pischinger é um gênio não reconhecido na medicina
convencional. Embora boa parte de sua investigação seja aceita na medicina
convencional, raras vezes menciona-se seu nome na bibliografia científica. É um
conhecimento básico para a formação em medicina complementar.
Seu livro “Matriz e regulação da matriz” é um trabalho padrão na literatura sobre
a MEC..
29
Sistema Básico ou MEC
• Alfred Pischinger
• Sistema da homeostase, Sistema de Biorregulação Básico,
sistema vegetativo
• Todo o conceito de espaço extra-vascular e extra-celular com a
matriz extra-celular, as células de suporte, as terminações
nervosas livres, os capilares e os imunócitos
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O termo sistema básico foi utilizado pela primeira vez pelo prof. A. Pischinger. É
um sistema de homeostase.
Pode-se definir a homeostase como a capacidade de um organismo de regular
seu próprio meio interno. As sutis regulações ou ajustes sobre o equilíbrio da
homeostase realizam-se mediante múltiplas interações entre os diferentes
sistemas reguladores. O conceito do Sistema de Biorregulação Básico (SBRB, é
um termo mais funcional estrutural para referir-se à MEC ou ao sistema básico),
encontra sua origem nesta homeostase.
Os componentes da MEC estão descritos nos slides anteriores a conferência.
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Sistema básico ou MEC: algumas características
• 20% da massa corporal
• Ponto de ajuste do potencial elétrico: 240 µV
• Auto-regenerada pelos fibroblastos
• Campo de ação da maioria dos processos reguladores
do corpo
• Campo de batalha do sistema de defesa inespecífico
• Entorno direto da célula
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Diferentes autores estimam que a MEC corresponde a 20% de nossa massa
corporal. Desta forma torna-se o maior órgão do corpo. Em relação com a
qualidade de vida da célula, também é o principal órgão protetor.
O potencial elétrico da MEC em repouso é de 240µV e pode se modificar em
função de diferentes parâmetros como a acidez, o estresse, a inflamação, a
medicação...
Se a matriz lesionar-se, será regenerada principalmente por fibroblastos.
A MEC é o principal campo de ação dos processos reguladores do corpo. Está
cercada pelas células e tem uma interação mútua.
Pode-se dizer que a qualidade de vida depende em grande parte da pureza da
matriz extra-celular.
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Sistema básico ou MEC: funções
Função:
• Função transmissora: o material, a energia e a informação
devem passar através do sistema básico
• Funções vitais básicas: oxigênio, eletrólitos, pH...
• Sistema de defesa inespecífico
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O sistema básico é uma zona de transição e a principal função deste sistema é a
transmissão de todo tipo de informação mediante substâncias mensageiras
(citocinas, hormônios, neurotransmissores...), potencial elétrico e impulsos
elétricos.
A regulação se produz ao nível do sistema básico para otimizar as funções vitais.
Regula-se o valor do pH, a extravasão e a absorção de eletrólitos regulam o
estado eletrolítico do líquido intersticial, se transmite o oxigênio à célula e se
retira o CO2, os nutrientes chegam à célula e se eliminam os produtos finais...
Durante todas estas atividades de transição o sistema de defesa inespecífico
“controla” o passo de substâncias e, se a quantidade de homotoxinas está
desencadeando uma reação de defesa maior, colocará em marcha uma reação
inflamatória. A presença do sistema de defesa inespecífico ao nível da MEC é
essencial para a vida. Normalmente os macrófagos, os neutrófilos e outros
fagócitos eliminarão a maior parte das substâncias indesejadas, embora se
pudesse ativar uma mobilização geral das defesas se encontrasse um elemento
tóxico em quantidade excessiva. Além dos fagócitos, no sistema básico também
existem mastócitos. A liberação de histamina e de fosfolipídeos é essencial para
a cadeia da inflamação. Também existem células citotóxicas (linfócitos Tc) e
linfócitos citolíticos naturais (linfócitos NK) para eliminar as células aberrantes ou
as células intoxicadas ou lesionadas no nível intra-celular.
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Célula d
parênquima
de um órgão
Membrana
basal
Sistema básico
ou
MEC
Célula
de defesa
Substância
básica
Elastina
Fibroblasto
Axón
Colágeno
Axón
Mastócito
Capilar
Endocrinio
H. Heine
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SNC
Biorritmo
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As setas da imagem mostram o grande número de interações que se produzem
ao nível da MEC. Nem todas as interações se produzem entre as células dos
órgãos e os sistemas. Também atuam entre si os sistemas com as células.
Já foi analisada a via de transmissão dos nutrientes dos capilares a célula e dos
produtos finais da célula até a corrente sanguínea ou o sistema linfático. Outra
via é a informação das células aos nervos e vice-versa.
A difusão de mensageiros da corrente sanguínea pode ativar nervos, células de
defesa e fibroblastos e por sua vez está influenciada pelo sistema endócrino
mediante a liberação de hormônios. Os biorritmos influirão no sistema nervoso,
que por sua vez influirá sobre os próprios biorritmos, o sistema endócrino e todo
o sistema nervoso. Os fibroblastos geram a matriz de proteoglucanos e reparam
o colágeno lesionado.
Por último, embora não menos importante, as células atuam entre si de modo
que todas as células de um órgão atuem como uma “equipe” para cumprir a
função do órgão, ou pode-se ir além: todas as células do organismo atuam por
meio da MEC, em conjunto, e aparecem como uma unidade viva.
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Sinônimos da MEC
• O terreno: Claude Bernard
• O mesênquima: termo habitual antigo
• Tecido conectivo: termo habitual antigo (histológico) sem
nenhum valor fisiológico
• O Sistema Regulador Basal (SRB): Pischinger
• O Sistema Biorregulador Básico (SBRB): Lamers, Van Wijk
e Linnemans
• A Matriz extra-celular (MEC): termo atual
• A Matriz Viviente: novo termo em medicina complementar
graças ao trabalho de James Oschman
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Na literatura utilizam-se muitos sinônimos para referir-se ao mesmo sistema. De
fato, matriz extra-celular (MEC) é o único termo científico correto. Os outros
termos que se mencionam no slide acima são sinônimos que são utilizados por
alguns autores. Embora SBRB seja o termo mais correto para definir e
estabelecer a função da MEC utiliza-se pouco e de alguma maneira não é aceito
internacionalmente.
MEC é o termo atual e deve-se utilizar de maneira generalizada.
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Hartmut Heine
nascido em 1941
• Histólogo
• Preparação histológica de um ponto
de acupuntura (1987)
• Investigação adicional sobre a MEC,
especialmente os proteoglucanos e
os glucosaminoglucanos
• Investigação básica sobre os processos
de auto-regulação da MEC
• Reação de assistência imunológica
como possível mecanismo subjacente
aos medicamentos anti-homotóxicos (RAI)
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O histólogo alemão prof. H. Heine tem realizado muitas investigações científicas
em medicina biológica. Foi o primeiro a descobrir um ponto de acupuntura do
ponto de vista histológico depois de algumas observações microscópicas de
preparações histológicas. Tem contribuído para a medicina complementar com
um amplo conhecimento da estrutura microscópica da MEC, que tem descrito
com detalhes em diferentes publicações.
Graças ao trabalho de Heine conhecemos melhor os processos reguladores da
MEC.
No processo inflamatório foi demonstrado que em cultivos de sangue total,
microdoses de material orgânico (plantas, extratos de órgãos suínos) podem
ativar uma reação de assistência imunológica. Mediante a formação de epitopos
nos linfócitos Th-3 reguladores, se inibem os linfócitos proinflamatórios Th-1 e
Th-2 pela liberação de TGF-β
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James L. Oschman
• Doutor em biofísica e biologia
• Investigação em diferentes universidades
• Investigação em profundidade sobre
peculiaridades da matriz, mais
precisamente os aspectos energéticos
• Investigação moderna sobre a matriz
viviente e sua base científica em medicina
complementar holística
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Oschman tem formação acadêmica em terapias alternativas para realizar suas
explorações. Tem títulos em biofísica pela Universidade de Pittsburg. Tem
trabalhado nos principais laboratórios de pesquisa de todo o mundo. Os mesmos
incluem a Universidade de Cambridge na Inglaterra, a Case-Western Reserve
University de Cleveland, Ohio, a Universidade de Copenhagem, a Northwestern
University de Evanston, Illinois, onde fez parte do corpo docente, e o Laboratório
Biológico da Marina de Woods Hole, onde foi cientista modelo. Seus muitos
trabalhos científicos têm sido publicados nas principais revistas do mundo.
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James L. Oschman
a. Aprisionamento mecánico
b. União iônica
c. União relacionada com
a hidrofilia
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Segundo Oschman, os materiais tóxicos (íons, moléculas, grupos de moléculas)
podem ficar aprisionados na matriz de 3 formas. Por matriz entende-se como as
matrizes extra-celular, citoplasmática e nuclear, que formam um tecido
interconectado continuamente e que se estende por todo o corpo. A acumulação
de tóxicos compromete o funcionamento deste sistema. A função de
praticamente todos os sistemas fisiológicos melhorarão pela eliminação do
tóxico.
Na ilustração, (a) refere-se ao encarceramento mecânico, (b) refere-se à união
iônica às cargas das superfícies da matriz, e (c) refere-se à união hidrófoba e
hidrófila (por exemplo, adesão a matriz de moléculas não carregadas).
Oschman utiliza uma toxina com carga positiva em B, como um cátion. Isso
porque a matriz (o gel de hialurano) tem uma carga predominantemente
negativa. O hialurano tem várias propriedades notáveis que são importantes:
-regula a divisão e o movimento celular;
-peso molecular 3-4 milhões
•enrolado de maneira aleatória
•rígido devido aos enlaces em H
•uma grande esfera hidratada com um raio de 200 nm
•abundantes cargas fixas muito negativas
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James L. Oschman
• Matriz extra-celular
• Matriz intra-celular (citoesqueleto
e outras estructuras)
• Matriz nuclear
J. Oschman
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Segundo Oschman, a matriz vivente está presente em 3 níveis, que se
confundem entre si. Está no entorno da célula, denominado matriz extra-celular,
cheio de colágeno, elastina, proteoglucanos e glucosaminoglucanos. Está na
matriz intra-celular, que representa o citoesqueleto. E finalmente, no centro da
célula, está a matriz nuclear.
Embora a maioria das toxinas esteja presente e se armazene na matriz extracelular, sua influência com freqüência é intra-celular e nuclear. Por este motivo
não podemos considerar que a matriz extra-celular é um estrutura interativa e
informativa autônoma e isolada, mas temos que focar nas interações entre os
diferentes “níveis” da matriz na matriz vivente.
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James Oschman: condução no tecido conectivo
• As proteínas atuan como semiconductores cristalinos
• O movimiento gera piezoelectricidad
• Em qualquer momento todas as células estão unidas entre si
e se comunicam entre si
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Oschman: “Devido à piezoelectricidade, qualquer movimento do corpo, qualquer
pressão e qualquer tensão em qualquer localização, gera diversos sinais
oscilatórios e microcorrentes. Se as partes do organismo desempenham sua
função de maneira cooperativa e coordenada e todas as células sabem o que
estão fazendo todas as outras células, isso se deve às propriedades de
continuidade e de sinalização do tecido conectivo”.
A acupuntura, a osteopatía, o Reiki, a massagem, todos estes métodos exercem
seu efeito curativo por meio da matriz vivente. Também os anti-homotóxicos
utilizam as funções de sinalização da matriz vivente para criar saúde em um
organismo desregulado ou intoxicado.
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3. A Matriz intra-celular
ADN
Matriz
nuclear
Citoesqueleto
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O citoesqueleto é exclusivo das células eucariotas. É uma estrutura
tridimensional dinâmica que ocupa o citoplasma. Esta estrutura atua como
músculo e como esqueleto, para o movimento e a estabilidade. As longas fibras
de citoesqueleto são polímeros de sub-unidades. Os principais tipos de fibras
que formam o citoesqueleto são microfilamentos, microtúbulos e filamentos
intermediários.
Também aqui a fina estrutura tridimensional atua como um sistema de
comunicação e condução. A mínima modificação extra-celular de potencial
elétrico poderia ser um desencadeante de contração de citoesqueleto. A
intoxicação extra-celular pode-se comunicar às estruturas celulares mais
profundas e ao contrário, a disfunção pode-se comunicar ao entorno celular
direto e inclusive a qualquer outra célula do organismo.
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4. A Matriz nuclear
ADN
Matriz
nuclear
Citoesqueleto
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A matriz nuclear é a rede de fibras que se encontra em todo o interior do núcleo
de uma célula. Embora haja debate sobre a função exata da matriz nuclear,
existem hipóteses muito úteis de que participa na regulação da função celular.
A matriz nuclear está conectada com a matriz intra-celular nas 3 dimensões e
portanto, pode reagir a impulso externos de diferentes tipos (químicos, elétricos,
...).
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Conclusão (1)
• A MEC é a área transmissora e a principal área de ação dos
mediadores no corpo humano
• Faz parte da matriz viviente e não debe ser vista como um
sistema de comunicação separado
• É o terreno em que o organismo maneja as homotoxinas nas
vias da inflamação ou de armazenamento
• La MEC garante a qualidade de vida da célula e, portanto, é
crucial para a função dos órgãos.
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Desta conferência deve-se extrair:
1. A MEC é a área de transmissão para muitas substâncias que viajam da
corrente sanguínea até a célula e vice-versa. Também é o principal campo de
interação entre os diferentes sistemas reguladores.
2. A MEC também é a principal zona na qual se armazenam as homotoxinas
(fase de deposição) ou na qual se eliminarão mediante os processos
inflamatórios (fase de inflamação).
3. Como micro entorno direto da célula a MEC garante, em condições normais,
a qualidade de vida da célula. Portanto, a MEC é crucial para a sobrevivência
celular e é o principal campo de ação para os tratamentos médicos
biológicos. Na MEC as homotoxinas presentes armazenadas alterarão em
maior ou menor grau a função celular, e, portanto, devem ser evitadas em
qualquer momento para manter o organismo em um estado de completa
saúde.
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Conclusão (2)
• A disfunção da MEC finalmente produzirá disfunção da célula
• A saúde e a qualidade de vida dos pacientes se relacionam
diretamente com a pureza e a eficiência dos processos
reguladores da matriz viviente. As doenças crônicas são a
consequência da imposibilidade persistente do organismo de
manejar de maneira adequada as toxinas da MEC
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Desta conferência deve-se recordar:
4. Qualquer disfunção da regulação ao nível da MEC finalmente alterará ou
influirá sobre a função celular de maneira negativa. As terapias reguladoras
intervêm ao nível dos sistemas autorreguladores e tentam restaurar a
situação harmoniosa de uma boa homeostase e de comunicações interativas
entre os sistemas e as células, e isso é multi direcional.
5. As terapias de drenagem se dirigirão para a pureza da MEC porque a
presença de homotoxinas a longo prazo induzirá patologias degenerativas
crônicas nas quais as principais características são a disfunção celular e a
morte celular.
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Bibliografia
• Kompendium der Regulationspathologie und -therapie, F. Perger 1990,
ISBN 3-87758-071-8
• The Molecular Basis of the Cell, B. Albert e cols., ISBN 08 153 4072 9
• Homotoxicology and Ground Regulation System, H. Heine 2000,
•
•
•
•
•
Aurelia Verlag
Matrix and Matrix Regulation, A. Pischinger, 1995, Haug Verlag
Basic Histology, L.C. Junqueira, 10th edition, 2002, Appleton & Lange
Inflammation means healing, B. Van Brandt, 3th edition, 2004,
Inspiration
Comper WD, Laurent TC, 1978. Physiological function of connective
tissue polysaccharides. Physiol Rev. Jan;58(1):255-315
Oschman J., 2000. Energy Medicine: the scientific basis, Harcourt
Brace/Churchill, Livingstone, Edinburgh
© IAH 2009
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Dados de apoio sobre a histologia da
matriz
© IAH 2009
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Histologia da MEC
© IAH 2009
Vamos realizar uma análise mais detalhada dos componentes histológicos da
matriz extra-celular. Quais são os componentes que a formam?
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Tecido
• Tecido conectivo: órgão incompreendido
• Células dos órgãos
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Dois tipos principais de estrutura dependem entre si. O tecido conectivo por um
lado, que se encontra no espaço intersticial e as células dos órgãos por outro
lado.
Como durante muitos anos explicava-se que o tecido conectivo era uma
estrutura unicamente de suporte e união entre os outros tecidos, podemos dizer
que durante décadas tem sido um “órgão” incompreendido. Veremos ademais
que na histologia e fisiologia modernas vê-se que o tecido conectivo tem uma
grande diferenciação de tarefas. Além da simples função de união, tem
capacidade de armazenamento de homotoxinas, forma uma zona de transição
para muitos mediadores e para outras substâncias e é um filtro biofísico formado
por uma rede tridimensional fina. Por este motivo em alguns trabalhos europeus
utiliza-se o termo Sistema de Biorregulação Básico (SBRB) (Lamers, Linnemans
e Van Wijk) no lugar de tecido conectivo ou MEC.
SBRB
Sistema porque respeita às regras e, portanto é previsível em muitos aspectos.
Bio porque é essencial para a vida e em condições normais se regenera se
lesionado.
Regulação porque a maioria das interações entre sistemas autorreguladores de
produz neste nível.
Básico porque está presente como um entorno extra-celular para todas as
células dos órgãos do corpo.
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Tecido conectivo
• Células específicas
• Matriz extra-celular
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No tecido conectivo encontramos células específicas e a estrutura fina da matriz
extra-celular.
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Células específicas
• Desenvolvimento embrionáio à partir do mesênquima
• Secreção da matriz extra-celular
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As diferentes células específicas (de suporte) se desenvolvem a partir da
camada embrionária mesodérmica, de maneira mais precisa a partir do
mesênquima. Embora sejam ligeiramente diferentes em sua função e em sua
localização no corpo, a principal tarefa destas células segue sendo a mesma: a
secreção da matriz extra-celular.
As principais células de suporte são os fibroblastos e os fibrócitos, os
condroblastos e os condrócitos, os osteoblastos e os osteócitos, os
miofibroblastos e os adipócitos.
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Células de suporte
• Fibroblastos e fibrócitos no tecido de suporte fibrocolagenoso
• Os condroblastos e os condrócitos produzem cartilagem, que
está íntimamente associado à estrutura do osso
• Osteoblastos e osteócitos
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Os fibroblastos fabricam as fibras estruturais e a substância básica da matriz
extra-celular. A substância básica é formada principalmente por proteoglucanos
(PG) e glucosaminoglucanos (GAG). Os fibrócitos são menores (e mais jovens)
e são inativos, o que significa que não elaboram fibras estruturais nem
substância básica.
Os fibroblastos elaboram o colágeno, os glucosaminoglucanos, as fibras
esláticas e os proteoglucanos que se encontram na MEC. Nas pessoas em
crescimento os fibroblastos dividem-se e sintetizam substância básica. Se o
tecido lesionar-se, se estimularão os fibrócitos e se induzirá a mitose de
fibroblastos que, mediante a secreção de fibras essenciais e da substância
básica, tentarão restaurar a situação à saúde.
Os condroblastos formam cartilagem. Os condrócitos são as únicas células que
se encontram na cartilagem. Mantém a estrutura da matriz da cartilagem.
Os osteoblastos secretam osteóide, um mix de proteínas que quando se
mineraliza se converte em osso. Os osteócitos são osteoblastos que estão
“aprisionados” na estrutura do osso.
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Células de suporte
• Os miofibroblastos tem características de fibroblastos e de
células musculares lisas
• Os adipócitos armazenam gordura e participam na regulação da
temperatura
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Os miofibroblastos são realmente fibroblastos que se diferenciaram a um
fenótipo de músculo liso. Os miofibroblastos participam na cicatrização das
feridas de órgãos. Em condições normais desaparecem depois da cicatrização
da ferida mediante apoptose.
Os adipócitos ou células gordurosas armazenam energia em forma de gordura.
Também se classificam como células de suporte embora não sejam
responsáveis diretamente pela secreção dos componentes da MEC.
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Proteínas fibrilares
• Flexibilidade do tecido conectivo
• Fibrilina
• Fibronectina
• Laminina
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As proteínas fibrilares pequenas como a fibrilina, a fibronectina e a laminina são
peças importantes para a estrutura da MEC e são responsáveis principalmente
por sua flexibilidade.
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Fibrilina
• Componente das microfibrillas
• Componente importante das fibras elásticas
• 3 tipos
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A fibrilina é um componente essencial das fibras elásticas da MEC. A fibrilina é
uma glucoproteína.
Têm-se descrito 3 tipos de fibrilina:
•A firbilina 1 é o principal componente das microfibrilas que formam a elastina.
•Pensa-se que a fibrilina 2 participa na elastogenia precoce.
•A fibrilina 3 foi descoberta mais recentemente e encontra-se principalmente no
encéfalo.
A síndrome de Marfan é uma desordem do tecido conectivo que se relaciona
com a disfunção da fibrilina, de maneira mais precisa da fibrilina 1. a doença está
associada ao gene FBN1 do cromossomo 15. FBN1 codifica a fibrilina 1.
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Fibronectina
• Adesão entre as células e a MEC
• Pontos de união para colágeno, heparina
e moléculas de adesão
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A fibronectina une-se a proteínas receptoras da membrana celular e conecta ou
une a célula a seu entorno extra-celular. A fibronectina é um componente
adesivo de união entre a célula e as estruturas da MEC. Também é uma
glucoproteína, mas de um peso muito maior que a fibrilina. Em combinação com
os receptores integrinas, se une a quase todos os componentes do entorno da
célula.
A fibronectina também se encontra em forma solúvel no plasma sanguíneo. É
secretada pelos hepatócitos do fígado.
A fibronectina é de extrema importância na cicatrização das feridas, inclusive
nisso utiliza-se como agente terapêutico.
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Laminina
• Elemento estrutural da membrana basal
• A vitamina C estimula a formação de laminina
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O componente estrutural básico da membrana basal é a laminina.
A laminina também é uma glucoproteína que se encontra nas membranas basais
dos seres humanos e da maioria das espécies de animais. Une-se a maioria das
membranas celulares e também é responsável pela união das células a seu
entorno direto, como a membrana basal e outras células. A laminina inibe o
movimento das células e é um fator crítico para a manutenção do fenótipo
tissular.
Algumas formas de distrofia muscular se associam a uma estrutura disfuncional
da laminina 2. A laminina 2 se encontra no encéfalo e nos músculos.
A vitamina C estimula a formação de laminina.
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