a importância do trabalho docente para a construção de valores na

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a importância do trabalho docente para a construção de valores na
A IMPORTÂNCIA DO TRABALHO DOCENTE PARA A CONSTRUÇÃO DE VALORES NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
WORK THE IMPORTANCE OF TEACHING VALUES FOR CONSTRUCTION IN EARLY
CHILDHOOD EDUCATION
Shirlania do Espírito Santo Vanzeler 1
RESUMO
O presente trabalho apresenta uma pesquisa sobre a criação de valores na educação de crianças com até 6 anos,
ou seja, da Educação Infantil. Objetivos: procurou-se levantar algumas reflexões acerca de questões que são
inerentes à nossa vida como sujeitos sociais, ou seja, membros de uma sociedade que transmite e impõe seus
costumes e sua maneira de ser e agir, principalmente em relação aos educadores da Educação Infantil. Métodos:
Pesquisa de revisão bibliográfica qualitativa. Resultados: considerando o importante destaque que a educação
infantil tem conquistado hoje, socialmente é de fundamental importância repensar as ações que têm norteado o
trabalho desta área educacional. Discussão: A vivência de situações inesperadas (violência física e psíquica)
ocasionou uma angústia muito grande, devido a minha inabilidade como regente de turma e do corpo técnico em
lidar com tais situações. Conclusões: Apresentamos um resgate histórico da noção de infância, bem como a
importância desse período da vida para a formação de um cidadão moral e ético para viver em sociedade.
Analisamos como se constrói a moral e a ética socialmente e qual o papel da relação família/escola nessa
construção.
Palavras-chave: Educação Infantil; Docência; Valores.
ABSTRACT
This paper presents a survey of creating values in the education of children up to 6 years, ie, from kindergarten.
Objectives: we tried to raise some reflections on issues that are inherent in our life as social subjects, that is,
members of a society that transmits and impose their customs and their way of being and acting, especially in
relation to educators from kindergarten. Methods: A qualitative literature review of research. Results: Considering
the important emphasis that the kindergarten has won today, social is fundamental rethink the actions that have
guided the work of this educational area. Discussion: The experience of unexpected situations (physical and
psychological violence) caused a very great distress due to my inability to class conductor and staff in dealing with
such situations. Conclusions: We present a historical review of the notion of childhood as well as the importance of
this period of life for the formation of a moral and ethical citizen to live in society. We analyzed how to build moral
and ethical socially and the role of the family relationship / school in this building.
Keywords: Early Childhood Education; teaching; Values.
1
Pedagoga; Pós-graduada em Psicopedagogia Institucional. Mestranda Internacional em Ciências da Educação – MCE pela
HOLDING BRITANIA UNIGRENDAL. E-mail: [email protected].
230
A partir do século XVII, a formação da criança
INTRODUÇÃO
passou a ser de responsabilidade da família e da
Este presente trabalho visa apresentar uma
pesquisa de revisão bibliográfica no campo da criação
de valores na educação de crianças com até 6 anos,
ou seja, da Educação Infantil. De início, faz-se
necessário considerar por que e para que existem
essas instituições de Educação Infantil e qual é de fato
a
sua
função.
contribuíram
Muitos
para
o
foram
os
surgimento
fatores
das
que
mesmas.
Antigamente, as crianças eram criadas pelas mães,
óbvio,
essas
crianças
são
encaminhadas para as creches e jardins de infância.
Considerando o importante destaque que a Educação
Infantil tem conquistado hoje, socialmente é de
fundamental importância repensar as ações que têm
Para uma efetiva educação de qualidade é
necessário definir os objetivos fundamentais que
venham a nortear claramente o tipo de atendimento
que se deseja para as crianças e quais seriam as
condições necessárias para a sua efetivação, dentre
destacam-se
qualidade
profissional,
os
espaços adequados dentre outros.
A Educação Infantil, em algumas instituições,
tem refletido uma prática assistencialista, com poucas
ações e discursos de cunho educativos. O trabalho
educacional se concretiza e se constrói a partir das
práticas cotidianas de cada profissional inserido no
atendimento à criança.
Atualmente, nas cidades, o cuidado de crianças
tornou-se difícil, pois os espaços nas moradias são
cada vez mais restritos e as famílias residem em
minúsculas residências. Por outro lado, as ruas estão
perigosas e as famílias ocupadas na garantia da
sobrevivência, havendo a necessidade de a mulher
ingressar no campo de trabalho, em jornada muitas
vezes duplas, limitando assim o tempo que antes era
integralmente dedicado aos filhos.
231
O mundo contemporâneo também trouxe novas
visões de crianças, de mulher de trabalho e de família.
Dentre todos esses fatores, um dos mais relevantes,
foi a mudança do papel da mulher na sociedade. Esta
trouxe a necessidade e possibilidades de trabalho fora
de casa, de realizar-se profissionalmente, e de
assegurar o sustento pessoal e também de colaborar
Com todas essas mudanças, o dia a dia das
crianças e adultos passa a ser organizado de forma a
assegurar o funcionamento de um novo modelo de
desenvolvimento voltado para a produção de bens de
consumo. O objetivo é a acumulação de bens e o
trabalho social passa a ser regulado por uma
norteado o trabalho desta área educacional.
essas,
esse ser em desenvolvimento.
com o orçamento familiar.
irmãs mais velhas, vizinhas ou avós.
Atualmente, é
escola, o que gerou uma maior preocupação com
economia de lucro e de relações de poder que
asseguram a dominação dessa nova classe.
A sociedade se estrutura em cada momento
histórico da humanidade de acordo com os aspectos
econômicos, políticos e culturais. A idade moderna
traz a discussão dos filósofos sobre a liberdade do
homem. A ideologia liberal surgiu como justificativa da
formação de um sistema que defendia a liberdade e
os interesses dos indivíduos na sociedade e o
estabelecimento de uma organização social, baseada
na propriedade privada dos meios de produção.
Os ideais do liberalismo caem muito bem para a
burguesia que aspirava a ascensão e o poder, uma
vez que o poder econômico já lhe pertencia. A
revolução democrática dos ideais do liberalismo induz
ao sonho de igualdade e de participação política, essa
igualdade, no entanto, limitava-se à igualdade perante
a leis, pois os homens não são vistos como iguais em
talentos e capacidade, logo não poderiam ser iguais
em riquezas. Os homens se diferem pela própria
natureza física.
E essa ideologia fica tão impregnada em nossas
de nós. O mais importante na educação é que ela
mentes, que a criança é encarada como se seu papel
pode ser reinventada, ou seja, sendo uma invenção
social e seu desenvolvimento, independessem das
humana, se um dia ela foi realizada de um modo,
contradições de vida, da classe social e do meio
pode ser feita de modo diferente, até mesmo oposto,
cultural no qual está inserida. Solidificados, os
mais tarde. Na verdade, a educação não é maior que
princípios do liberalismo, que apontam que todos os
o homem, pois os homens a criam para que depois ela
indivíduos têm os mesmos direitos à liberdade e à
recrie determinados tipos de homem.
propriedade privada, o Estado é visto como uma
Apresentamos um resgate histórico da noção de
autoridade maior, capaz de garantir direitos iguais a
infância, a fim de compreendermos como era vista e
todos os homens. Seus princípios têm suas raízes
produzida a criança no decorrer dos séculos, bem
assentadas no modo de produção capitalista e se
como a importância desse período da vida para a
fundamenta no individualismo, na liberdade e na
formação de um cidadão moral e ético para viver em
igualdade.
sociedade.
Trilhar o campo moral e ético representa um
Analisamos como se constrói a moral e a ética
desafio de grande relevância para os educadores
socialmente e qual o papel da relação família/escola
desse segmento. O interesse pelo tema surgiu a partir
nessa
de uma prática escolar com crianças da Educação
desenvolvimento da capacidade de autodomínio é
Infantil.
fundamental para a vivência individual e coletiva, e
No dia a dia da escola, enfrentamos situações
diante das quais muitas vezes não sabemos bem
construção.
Demonstramos
como
o
verificamos como ocorre essa construção segundo a
perspectiva do pedagogo.
como agir. As ações nos permitem transmitir o ser
Finalmente, propomos um debate em torno das
ético que devemos ser a todo o momento, mas
seguintes questões: o resgate histórico da noção de
infelizmente passam despercebidas quando atuamos
infância; a construção social da moral e da ética na
nas reuniões escolares, no recreio, no pátio, nas
relação entre família e escola e sob a perspectiva do
festas e nos passeios, ao inculcarmos hábitos,
pedagogo, abordando a metodologia e apresentando
valores, atitudes, que muitas vezes contradizem com o
algumas considerações finais.
que falamos.
Com isso, ao invés de promoverem o ensino,
HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO INFANTIL, CIDADANIA
E INFÂNCIA
nossas ações promovem o desrespeito ao outro, pois
agimos com gritos e excluímos pela forma de falar, de
vestir etc.
Na verdade, em toda ação ou palavra está
Ao se tratar de Educação Infantil e da interrelação entre os atores a ela relacionados
é
implícita nossa forma de pensar, agir e ver o mundo.
importante entender o desenvolvimento da concepção
Falar em moral e ética é uma tarefa bem difícil,
de infância e o papel que a mesma assumiu na
quando pensamos na complexidade da questão, pois
sociedade atual.
lidamos com sujeitos educados segundo princípios
éticos e morais diferentes.
A ideia de infância, como é hoje, de acordo com
Philippe Ariès (1978) surgiu com
a sociedade
Sabemos que a prática dialógica é primordial
capitalista e foi construída na medida em que se
para percebermos o outro como sujeito que tem o
alterou o papel social da criança na comunidade. O
direito de pensar, sentir e viver de maneira diferente
conceito universal de infância, que atualmente se
232
conhece,
foi
criado
dominantes.
Segundo Miguel Arroyo (1996), a ideia de
Estabeleceu-se em um modelo padrão a partir da
infância é dinâmica, se modifica e cresce em termos
idade e da dependência em relação ao adulto. Até o
de relevância social. Porém, tendo em vista que ela
século
um
antecede a idade adulta, do ponto de vista do tempo
desconhecimento dessa etapa da vida, até mesmo
cronológico, acaba por gerar uma interpretação dúbia,
porque a criança, em geral, vivia muito pouco.
produz, muitas vezes, uma confusão entre a natureza
XII,
pelas
classes
aproximadamente,
havia
O sentimento de indiferença era muito grande
em relação à infância, razão pela qual, muitas
biológica e o papel social ocupado pela criança nas
diferentes culturas.
sociedades praticavam até mesmo o abandono dos
Em face da nova perspectiva de infância, no
recém-nascidos. Não se considerava maus tratos as
Brasil, pode-se dizer que até a década de 1930, as
atitudes, às vezes, truculentas dos adultos para com
autoridades brasileiras ignoraram a infância. Iniciado o
as crianças. (ARIÈS, 1978).
processo de catequização e de domesticação dos
A partir do século XIII, a infância começou a
aparecer
retratada
na
arte,
especialmente
nas
pequenos pelos jesuítas. “O que havia historicamente
era a Roda dos Expostos, destinada aos abandonados
pinturas, nas quais a criança figura como anjo ou
das
como personagem bíblica. De modo especial, é
comerciantes e dos aristocratas eram criados por suas
recorrente
próprias famílias.” (SILVA, 2005, p. 31).
a
imagem
de
Jesus
menino.
O
Renascimento contribuiu para mostrar que a criança
começava
a
sair
do
anonimato,
passou
primeiras
idades,
já
que
os
filhos
dos
No entendimento de Sônia Kramer (1995, p.
50):
“[...]
se
existiam
de
grupos
algumas
privados,
alternativas
paulatinamente a ser representada dentro das famílias
provenientes
conjuntos
de
(BORDIEU, 1989).
médicos, igrejas, associações de damas beneficentes,
via de regra, também ligadas ás instituições religiosas,
POLÍTICAS DE IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA DE
ENSINO INFANTIL
faltava, de maneira geral, interesse da administração
pública
pelas
condições
da
criança
brasileira,
principalmente pobre.
Nos séculos XVI e XVII, tais figuras foram
O primeiro jardim da infância brasileiro, de que
substituídas por outras, dos pequenos em atuação na
se têm registros, surgiu em 1875 e foi fechado
vida
restringia-se,
rapidamente por falta de incentivo do poder público.
particularmente, aos meninos. Assim que deixavam as
Mais tarde, em 1899, foi fundado o Instituto de
fraldas e os cueiros, vestiam as roupas dos adultos,
Proteção e Assistência à Infância, sediado no Rio de
variáveis de acordo com a ocasião e a classe social.
Janeiro, para atender aos menores de oito anos. Estas
Ou seja, a criança era considerada um adulto em
iniciativas todas tinham curto período de vida, tendo
miniatura (BORDIEU, 1989).
em vista, a falta de apoio do poder público e até
cotidiana
dos
adultos,
Além disso, os movimentos para o atendimento
mesmo às fortes questões culturais que ainda não
à infância foram pensados, predominantemente, na
revelavam necessidade de se investir na formação e
perspectiva dos adultos em relação à criança, e não
educação da criança (KRAMER, 1995).
do ponto de vista dela própria. Deixava de se olhar a
A primeira creche popular, destinada aos filhos
criança e suas necessidades a partir da própria
de operários, só foi aparecer em 1908. Embora já
criança.
começasse a despertar, no Brasil, entre o final do
século XIX e o princípio do século XX, a ideia de
233
proteger a criança. As iniciativas eram isoladas e
Escolas Maternais, inicialmente com uma perspectiva
atendiam, em geral, as crianças das classes menos
assistencial, que gradativamente foram prestando não
favorecidas e abandonadas. Isso ocorria, em grande
só serviços nas áreas de higiene e saúde como
parte,
da
também educativas aos filhos dos operários. Porém,
urbanização, ao êxodo da população rural para a
tais instituições não foram bem aceitas (FARIA FILHO,
cidade em busca de novos empregos, à inexistência
1999).
devido
a
um
rápido
crescimento
de qualquer tipo de atendimento público sanitário e ou
De acordo com Luciano Mendes Faria Filho
educacional, além dos resquícios da escravidão, que
(1999, p. 48), “em 1935, surgem em São Paulo, por
contribuíam para o aumento da prostituição e o
iniciativa de Mario de Andrade, os parques infantis.
crescimento da miséria das populações de baixa
Embora o Parque Infantil fosse destinado apenas a
renda (KRAMER, 1995).
crianças maiores de três anos, mesmo sendo filhos e
Apesar desse primeiro movimento, por iniciativa
filhas dos operários, seu enfoque era na própria
do Estado, a criança continuou sendo encarada como
criança e não apenas no direito trabalhista de sua
um ser a-histórico e descontextualizada de seu grupo
mãe”.
e de seu tempo, tratada com homogeneidade, sem
Nos parques infantis, havia jogos, brincadeiras
que as suas necessidades e interesses fossem
e folclore como atividades principais, fazendo com que
respeitados. As que viviam em asilos eram isoladas do
as crianças participassem da construção da cultura
resto do mundo, pois tais instituições situavam-se
nacional. Porém, apesar de todo esforço, o modelo
normalmente longe dos grandes centros urbanos,
durou pouco tempo, mesmo porque a criança era vista
possuindo um rígido controle das atividades, razão
como “matriz do homem”, uma tabula rasa na qual
pela
podiam ser depositadas todas as coisas (FARIA
qual
impediam
o
desenvolvimento
da
socialização. (SILVA, 2005, p. 32).
FILHO, 1999).
Luciano Mendes Faria Filho (1999, p. 30) nos
Tizuko Kishimoto (1988, p.162), considera que a
diz que já em 1932, “[...] o Manifesto dos Pioneiros da
pouca importância da educação infantil, enquanto
Escola Nova apresentava uma proposta para a
nível de ensino, foi demonstrada ao longo dos anos,
educação brasileira sem excluir a idade pré-escolar -
quer pela sua ausência na composição do ensino
constantemente criticada até os dias de hoje, por ser
público, quer pelo fracasso em implantar propostas de
elitista e assistencialista. O programa educacional do
sua inclusão no ensino oficial.
Manifesto tentava aproximar as instituições pré-
Moysés Kuhlmann Junior (2000, p. 11) indica
escolares, definindo a escola maternal como aquela
que: “[...] Oficialmente, a pré-escola, como era
destinada às crianças de dois a quatro anos, enquanto
chamada, esteve mais atrelada à área de saúde, da
os jardins da infância atendiam as de idade entre
qual se originou e, posteriormente, à assistência social
cinco e seis anos. ” (FARIA FILHO, 1999, p. 30).
do que à educação. Quando da realização da
Em São Paulo, de acordo com o mesmo autor,
Conferência Latino-Americana sobre a Infância e a
surgiram as famosas creches modelares, destinadas
Juventude no Desenvolvimento Nacional, na década
ao atendimento dos filhos dos operários. Porém,
de 1960, estava subjacente a ideia de “simplificar as
apesar
um
exigências básicas para a educação nacional e
aprimoramento do atendimento nas condições de
implantar um modelo de baixo custo...”. Isso parece
higiene e de saúde, eles não tiveram um caráter
ter sido uma constante na educação brasileira.
de
tais
estabelecimentos
buscarem
educacional. Na mesma época, apareceram as
234
Identifica-se que a tentativa de democratizar o
anos recebam conveniente educação em escolas
atendimento às crianças sem as condições mínimas
maternais,
jardins
de
infância
e
de infraestrutura foi uma política adotada por diversos
equivalentes (KUHLMANN JUNIOR, 2000).
instituições
governos. É importante ressaltar que, do ponto de
Sendo assim, na década de 1970, com a
vista legal, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação
ocorrência da profusão de movimentos sociais surgiu
Nacional 4024/61, pela primeira vez, foram dedicados
uma proposta de creche mais afirmativa para a
dois artigos à Educação Pré-Escolar. No entanto, uma
criança, a família e a sociedade. Para encerrar este
vez mais o Estado se omitiu à sua responsabilidade,
período, é importante lembrar, ainda que, em 1975, o
estimulando a iniciativa privada a atuar nesse setor
Ministério
(KUHLMANN JUNIOR, 2000).
Coordenação de Educação Pré-Escolar e, em 1977,
de
Educação
e
Cultura
instituiu
a
Outra revelação da pesquisa é que em 1967, foi
foi criado o Projeto Casulo, vinculado à Legião
criado um Plano de Assistência Pré-Escolar, do
Brasileira de Assistência (LBA) que atendia crianças
Departamento Nacional da Criança, do Ministério da
de 0 a 6 anos de idade e tinha a intenção de
Saúde. Seguindo as prescrições da UNICEF. O Plano
proporcionar às mães tempo livre para poder ingressar
propunha um programa de emergência para o
no mercado de trabalho e, assim, elevar a renda
atendimento de crianças de dois a seis anos, por meio
familiar (BRASIL, 2005).
da criação de Centros de Recreação (KUHLMANN
JUNIOR, 2000).
Tendo em vista que todo o avanço da
sociedade é histórico, cultural e político, portanto,
Tal plano parece ter sido feito para cumprir as
precisa ser conquistado o tempo todo, na Constituição
exigências relacionadas a acordos internacionais.
de 1988 foi definida a creche e a pré-escola como
Dado o caráter assistencial, novamente tentava-se
direito de família e dever do Estado em oferecer esse
tirar a criança da rua pelo mero atendimento, sem
serviço (BRASIL, 2014).
haver preocupação com a qualidade do trabalho ou da
educação
que
lhe
era
oferecida
(KUHLMANN
JUNIOR, 2000).
A superação desse atual estágio implica em
reconhecer a Educação Infantil, destinada às crianças
de 0 a 6 anos, como primeira etapa da educação
A situação não foi diferente durante os primeiros
básica, indispensável à construção da cidadania e na
anos de o governo militar, quando surgiram propostas
adoção de diretrizes que orientem as ações de
baratas de atendimento às crianças. Aboliu-se o
educação
critério
assistência.
de
qualidade
adotado
pelos
países
complementadas
pelas
de
saúde
e
desenvolvidos e o atendimento se limitava a evitar que
Desde a promulgação da atual LDB – Nº.
os pobres não tivessem dignidade e passassem por
9394/96 a Educação Infantil, constitui-se como fase
problemas
importante no processo educativo por considerar a
mais
sérios
que
os
levassem
à
marginalidade (KUHLMANN JUNIOR, 2000).
Então, surgiram programas para a infância com
o objetivo de solucionar basicamente os problemas
educação da faixa etária de 0 a 6 anos, como a 1ª
etapa da Educação Básica, seguida pelo Ensino
Fundamental e Médio.
sociais. Também em 1971, a Lei de Diretrizes e Bases
A nova LDB, surgida em consequência da
5.692 considerou a educação infantil, fazendo o
Conferência Mundial de Educação para Todos,
Ministério da Educação passar a se ocupar desta
realizada na Tailândia, em 1990, a educação infantil,
área. A lei considerava que os sistemas de ensino
aparentemente, galgou seus primeiros passos ao ser
cuidariam para que as crianças de idade inferior a sete
incluída na Educação Básica, apresenta-se sob duas
235
modalidades: em creches, voltadas ao atendimento de
Portanto, no contexto da legislação e políticas
crianças de zero a seis anos de idade e pré-escolas,
públicas, a Educação Infantil é responsabilidade do
para as de quatro a seis.
Estado, uma opção da família e um direito da criança.
Essa mudança caracteriza uma nova missão
Nesse sentido, a Educação Infantil, como patrimônio
para as instituições de educação infantil, que deve a
público, constitui-se em uma responsabilidade social,
partir de agora, revelar o indissociável do binômio,
independente de sua forma jurídica de manutenção.
educar e cuidar, nessa faixa etária da vida humana.
As Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Isto envolve um novo fazer na educação infantil com
Educação Infantil (Brasil, 2010) apresentam o que
novos propósitos e intencionalidades institucionais:
deve ser considerado como função sociopolítica e
formar cidadãos de direitos e deveres, responsáveis,
pedagógica das instituições de Educação Infantil e são
compromissados, competentes, participativos, críticos
reflexo das discussões na área e apontam um modelo
e criativos.
de trabalho que se deseja junto às crianças.
Nesse sentido, a Educação Infantil como
Logo, as Diretrizes Curriculares Nacionais para
espaço de conhecimento e construção de cidadania
a
em conformidade com a LDB 9394/96 no artigo 27
sociopolítica e pedagógica das unidades de Educação
determina que “[...] os conteúdos curriculares da
Infantil devem se basear nos seguintes conceitos:
educação básica observarão [...] a difusão de valores
“Criança: Sujeito histórico e de direitos que, nas
fundamentais ao interesse social, aos direitos e
interações,
deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à
vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva,
ordem
democrática
relações
consideram
e
práticas
que
a
função
cotidianas
que
a
brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa,
formação
e
experimenta, narra, questiona e constrói sentidos
educação integral da criança até seis anos de idade,
sobre a natureza e a sociedade, produzindo cultura.”
em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e
“Currículo: Conjunto de práticas que buscam articular
social, cabe tanto à família e comunidade, assim como
as experiências e os saberes das crianças com os
à
desenvolver
conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural,
competências e habilidades que permitam formar um
artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a
cidadão crítico e atuante em nossa sociedade.
promover o desenvolvimento integral de crianças de 0
instituição
de
sendo
Infantil
assim,
responsabilidade
[...]”,
Educação
contribuir
pré-escolar
que
na
deve
Imaginar a construção do individuo fora do meio
a 5 anos de idade.” “Proposta Pedagógica: Proposta
social seria conceber a família e a escola como meios
pedagógica ou projeto político pedagógico é o plano
irrelevantes nesse processo. A família representa um
orientador das ações da instituição e define as metas
papel
que
singular
no
desenvolvimento
infantil;
se
pretende
para
a
aprendizagem
e
o
precedendo sua capacidade de escolha, constitui-se
desenvolvimento das crianças que nela são educados
no primeiro grupo da criança na qual ela satisfaz suas
e cuidados. É elaborado num processo coletivo, com a
necessidades básicas e obtém as primeiras condutas
participação da direção, dos professores e da
sociais. A criança é facilmente influenciada pelo tipo
comunidade escolar.” (BRASIL, 2010, p. 12-13).
de relação que mantém com cada componente de sua
Em 1998, o Ministério da Educação e Cultura
constelação familiar, daí a importância, para o
publicou o Referencial Curricular Nacional para a
desenvolvimento psíquico da criança, dos papeis que
Educação Infantil (RCNEI), um documento que traz
cada um representa e das relações que cada um
princípios e concepções do desenvolvimento da
estabelece com ela. (ALMEIDA, 1999, p.104).
criança na Educação Infantil, propondo ações que
236
podem servir de referência, como o próprio nome diz,
diretrizes legais, baseadas em uma visão da criança
para a organização de um currículo nessa faixa etária.
como
sujeito
de
direitos,
orientada
pelos
A criança é percebida como um ser que sente e
conhecimentos da Psicologia do Desenvolvimento e
pensa o mundo de um jeito próprio, capaz de construir
informada pelas noções de respeito à diversidade. No
o conhecimento na interação com o meio e com as
atual cenário da Educação Infantil no Brasil, destaca-
outras pessoas de forma ativa, a partir da criação de
se que os marcos legais estão postos e sua
hipóteses originais sobre o que deseja “pesquisar”.
divulgação e adoção encontram-se em andamento,
O âmbito social oferece, portanto, ocasiões
ainda que de forma desigual nos diversos contextos
únicas para elaborar estratégias de pensamento e de
do país. (CAMPOS; FULLGRAFF; WIGGERS, 2006,
ação, possibilitando a ampliação das hipóteses
p. 58).
infantis. Pode-se estabelecer, nesse processo, uma
Para
a
superação
do
modelo
tradicional
rede de reflexão e construção de conhecimentos na
fundamentado no assistencialismo e a solidificação de
qual tanto parceiros mais experientes quanto os
uma proposta educativa acessível para todos ainda é
menos experientes têm seu papel na interpretação e
preciso expandir o número de pré-escolas, de forma
ensaios de soluções. A interação permite que se crie
que garanta atendimento de qualidade a todos, para
uma situação de ajuda na qual as crianças avancem
tanto é imprescindível se investir em programas que
no seu processo de aprendizagem. (BRASIL, 1998, p.
busquem a formação continuada e procure cada vez
31-32).
mais melhorar e solidificar a relação com as famílias.
Sendo assim, a organização das propostas de
As proposições do RCNEI (BRASIL, 1998)
trabalho voltadas ao atendimento das crianças nestas
apenas se efetivam quando as necessidades de
instituições deve considerar o reconhecimento da
mudanças são consideradas, fato que resulta na
criança como ser social, sujeito de direitos e deveres.
construção de novo paradigma fundamentado na
Através das atividades propostas nas pré-escolas as
quebra de velhas práticas. Neste sentido, segundo o
crianças necessitam aprender a estar com os outros e
RCNEI (BRASIL, 1998) a educação das crianças de 0
consigo mesma, ampliarem seu círculo de relações,
a 6 anos abrange os seguintes objetivos:
aprenderem a lidar com regras e a respeitá-las para
alcançarem objetivos.
Favorecer
o
desenvolvimento
infantil
nos
aspectos físico, motor, emocional, social e intelectual;
No entanto, sabe-se que na realidade das
de modo que a criança se desenvolva em todos os
instituições de atendimento à criança pequena ainda
aspectos. Para tanto é necessário que se promova a
coexistem diferentes concepções e propostas de
ampliação das experiências e dos conhecimentos
atendimento. A diversidade pode ser entendida como
infantis, se estimule o interesse da criança pelo
um fator positivo refletindo a variedade cultural do
processo de transformação da natureza e pela
país; por outro, revela a precariedade de acesso aos
dinâmica da vida social.
serviços de funcionamento e de infraestrutura, bem
como dos aspectos pedagógicos.
Velhas concepções, preconceitos provenientes
Conforme o RCNEI (BRASIL, 1998) a Educação
Infantil possui fundamental importância na construção
dos
alicerces
afetividade,
socialização
consequentemente,
inteligência
ainda marca o presente, rotinas e práticas herdadas
desenvolvimento integral e harmônico da criança.
de tradições assistencialistas convivem e resistem às
Para que a escola possa cumprir este papel, é
propostas mais generosas que presidiram as novas
necessário
conhecer
as
para
e
de uma história de colonização e escravidão que
237
e,
de
características
o
do
desenvolvimento infantil, organizar o ambiente e as
criança tenha contato com os valores existentes e
atividades de modo a atender às necessidades desta
construa os seus próprios, a partir dos princípios que
etapa de vida.
lhe são transmitidos, e, consequentemente, as regras
Deste modo, a Educação Infantil, segundo o
RCNEI
(BRASIL,
1998)
contribui
para
o
serão vivenciadas por ela, estas farão parte do
condicionamento
moral
que
a
fará
chegar
ao
desenvolvimento da autonomia e identidade da
cumprimento espontâneo das normas impostas pelo e
criança e para o fortalecimento de valores que trarão
para o corpo social em que se insere, de maneira tal,
benefícios para si e que posteriormente refletirão na
que os valores iniciais consolidar-se-ão como valores
sociedade em que está inserida. Ao longo de seu
morais e sociais que definirão e pautarão suas
desenvolvimento,
relações com os demais. (SCÁRDUA, 2010).
a
criança
aperfeiçoará
suas
competências ao mesmo tempo em adquirirá novas
habilidades.
Achando óbvio que todos os seres humanos
seguem regras e normas de conduta, possuem
Para tanto, é preciso valorizar e estimular o
valores morais, religiosos, políticos, artísticos, vivem
convívio das crianças com os diversos grupos
na companhia de seus semelhantes e procuram
culturais, criar vínculos e fortalecer as relações
distanciar-se dos diferentes dos quais discordam e
interpessoais e seus valores dentro da sociedade.
com os quais entram em conflito, acreditamos que
Nesse sentido, ao se basear no princípio ético
somos seres sociais, morais e racionais, pois regras,
do respeito e da valorização da vida humana, a
normas,
concepção de educar deve ser compreendida de uma
estabelecidos por seres conscientes e dotados de
forma
raciocínio. (CHAUÍ, 2000, p.8).
abrangente
e
concomitante
com
a
aprendizagem de valores, procedimentos e atitudes
saudáveis para a vida da criança.
valores,
Logo,
finalidades
acredita-se
que
só
os
podem
ser
valores
são
construídos na medida em que se experiencia
Além disso, a aprendizagem transcende o
significados tecidos nas relações com o mundo.
espaço da sala, toma conta da área externa e de
Construção que depende diretamente da ação da
outros espaços da instituição e fora dela. Para
criança, dos valores implicados e da qualidade das
viabilizar a concretização de propostas educativas que
relações interpessoais estabelecidas entre o infante e
busquem desenvolver a moral e solidificar os valores é
a proveniência destes valores. (SCÁRDUA, 2010).
preciso oferecer condições para o desenvolvimento
das
crianças,
respeitar
suas
necessidades
e
Nesse sentido, segundo De La Taille (2011), a
construção
de
valores
encontra-se
intimamente
capacidades. De modo que as mesmas enfrentem e
associada à ética e à moral, esses dois termos têm
superem
significados próximos embora diferentes, em geral, no
os
desafios
apresentados
em
cada
momento:
campo da filosofia que se ocupa da reflexão da
moralidade humana, referem-se ao conjunto de
VALORES: UMA QUESTÃO ÉTICA E MORAL
princípios ou padrões de conduta que regulam as
relações dos seres humanos com o mundo em que
Segundo De La Taille (2011) os níveis de
vivem; formam esse conjunto. “Os valores éticos se
moralidade transitam do concreto ao abstrato e se
oferecem, portanto, como expressão e garantia de
constituem em três: regras, princípios e valores.
nossa condição de sujeitos, proibindo moralmente o
Deste modo, para se atingir o comportamento
esperado conforme os padrões sociais é preciso que a
que nos transforme em coisa usada e manipulada por
outros.” (CHAUÍ, 2000, p. 433).
238
Princípios, conforme De La Taille (2011), que
A formação de valores, hábitos que o indivíduo
devem estar voltados para o âmbito da reflexão
terá como base por toda a sua vida, em conjunto com
individual
elaborar
a criação familiar, é adquirida em sua maior parte na
racionalmente e autonomamente princípios gerais de
Educação Infantil. Baseado nessa colocação surge a
valor, princípios que auxiliem a defrontar-se com a
necessidade de alertar os educadores da educação
realidade como a crítica da realidade cotidiana e das
infantil, visto que esses são responsáveis em grande
normas sócio-morais vigentes, de modo que contribua
parte pelo processo educacional de valores da criança
para idealizar formas mais justas e adequadas de
na fase inicial de sua vida.
e
coletiva
que
permita
convivência.
É de ressaltar que tal colocação em relação à
Do ponto de vista ético e moral, a consciência é
educação infantil não quer dizer que educadores
a espontaneidade livre e racional, para escolher,
voltados para as demais fases do ensino não são
deliberar e agir conforme a liberdade, aos direitos
responsáveis pela formação moral do aluno. Pelo
alheios e ao dever. É a pessoa, dotada de vontade
contrário, a formação de valores de indivíduo é por
livre e de responsabilidade. É a capacidade para
toda vida, porém, é na fase infantil que são formadas
compreender e interpretar sua situação e sua
as bases de uma boa educação.
condição (física, mental, social, cultural, histórica),
Todo indivíduo, em especial o aluno, necessita
viver na companhia dos outros segundo as normas e
de bases morais bem definidas, de forma que saiba
os valores morais definidos por sua sociedade, agir
como proceder ao se deparar com pequenos ou
tendo em vista fins escolhidos por deliberação e
grandes problemas, questionando o que não lhe é
decisão, realizar as virtudes e, quando necessário,
aceito e nem aceite tudo o que lhe é colocado.
contrapor-se e opor-se aos valores estabelecidos em
É de extrema importância que todo educador
nome de outros, considerados mais adequados à
tenha a consciência de transmitir princípios para seus
liberdade e à responsabilidade. (CHAUÍ, 2000, p. 147).
alunos, visto que esses serão sinalizadores de sua
A fim de que as crianças compreendam os
própria vida, inclusive colocando seu ponto de vista
princípios
éticos,
é
necessário
que
estes
se
expressem em situações reais, nas quais possam ter
diante de uma determinada situação.
Baseado na importância que os educadores e
experiências e nas quais possa conviver com sua
consequentemente
prática; que haja um
educacional de valores dos seus alunos.
desenvolvimento da sua
a
escola
tem
na
formação
capacidade de autonomia moral, isto é, da capacidade
Esse ritmo incessante inaugurado pelo modo de
de analisar e eleger valores para si, consciente e
produção capitalista faz com que se pense em um
livremente.
novo modo de ver a infância, diferente do que era
Conforme afirma Pereira (2002, p. 159): “É o
pensado e vivenciado nos séculos anteriores. A
exercício de viver e conviver que educa e que forma o
construção social da concepção de infância que se
ser. Por isso, o meio em que a criança se desenvolve
tem hoje não só nos revela as mudanças na
é essencial para o desenvolvimento de ser caráter e
valorização desse ser, como também se tornou um
costumes. A educação aparece sempre que há
elemento fundamental para as novas tecnologias.
relações entre pessoas e a intenção de ensinar e
Sendo assim, quando vivenciadas no cotidiano
aprender. Portanto, na vida ensinamos e aprendemos
nas diversas situações, ao se respeitar e ouvir o
a todo o momento.
diferente, em busca de humanizar na diversidade, a
moral e a ética contribuem para a formação de
239
sujeitos conscientes do seu agir na sociedade, que
valorizam a subjetividade da vida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho procurou levantar algumas
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Disponível
em:
<portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/volume3.pdf>.
Acesso em: 11 maio 2016.
reflexões acerca de questões que são inerentes à
nossa vida como sujeitos sociais, ou seja, membros
de uma sociedade que transmite e impõe seus
costumes e sua maneira de ser e agir, principalmente
em relação aos educadores da Educação Infantil.
Tentamos
abordar
o
tema
de
forma
a
apresentar toda a sua complexidade e como a
diversidade presente em nossa sociedade nos faz
refletir a todo instante sobre nossas atitudes a partir
do princípio de relativizar, ou seja, colocar-se no lugar
do outro.
Essas ideias expressam modos de refletirmos
diariamente sobre nossas ações, e de buscarmos
melhorar, por meio delas, o ambiente e as relações
nas quais estamos envolvidos. Sem esquecer, é claro,
de conviver com a diversidade social, isto é, com as
diferenças, sejam elas culturais, sociais, ou étnicas.
Trata-se de desenvolver o espírito crítico para,
em seguida, lembrar a regra de ouro: fazer aos outros
aquilo que gostaria que fizessem a você. Liste as
coisas e atitudes que você gostaria que lhe fizessem
Em seguida, faça a mesma coisa com os outros, como
prescreve o preceito ético mínimo.
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