Teoria Macroeconómica
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Teoria Macroeconómica
Teoria Macroeconómica - Aula 6 1 Extensões ao Modelo de Crescimento Neoclássico (Modelo de Solow) 1.1 Recursos Naturais • Recursos escassos, eventualmente não renováveis. Que implicações para o crescimento de longo prazo? • Argumento de Malthus: escassez de recursos causa rendimentos decrescentes que, enventualmente, provocarão uma diminuição no rendimento per capita. • Função de produção (Cobb-Douglas, CRS): Y (t) = K(t)α R(t)β T (t)γ [A(t)L(t)]1−α−β−γ α > 0, β > 0, γ > 0, α + β + γ < 1 R Recursos T Terra (1) . T (t) = 0 =⇒ gT = −b (2) R(t) = −bR(t), b > 0 =⇒ gR = −b (3) . • Balanced growth path (bgp): . K(t) Y (t) =s −d K(t) K(t) (4) gK constante (bgp) =⇒ gY = gK (5) • Da função de produção (1), podemos ter a seguinte relação entre taxas de crescimento (1o log 0 s; 2o dt): gY = αgK + βgR + γgT + (1 − α − β − γ)(g + n) 1 (6) • Podemos impor as condições (2) e (3) em (6): gY = αgK − βb + (1 − α − β − γ)(g + n) • Em equílbrio temos que gY = gK por (5): gY = gK =⇒ gY = αgY − βb + (1 − α − β − γ)(g + n) gYbgp = (1 − α − β − γ)(g + n) − βb 1−α (7) • Podemos estabelecer que gY converge para o valor dado por (7), que, escrevemos de seguida em termos per capita (−n a ambos os lados de (7)): bpg gYbpg /L = gY − n = (β + γ) β (1 − α − β − γ) g−[ n+ b] 1−α 1 − α 1 − α {z } | growth drag • Note que se β = γ = 0 temos que gYbpg /L = g pois o modelo colapsa para o caso, conhecido, do modelo de Solow com progresso tecnológico. • Nordhaus (1992) (http://nordhaus.econ.yale.edu/) estima que o valor do growth drag é de 0.0024, ou um quarto de um ponto percentual por ano. Um quarto deste valor reflecte a escassez da terra e três quarto o papel dos restantes recursos. • Empiricamente, temos que o efeito positivo do progresso tecnológico é mais forte do que o efeito growth drag, uma vez que gYbpg /L tem sido positivo, em tendência. • Poluição: externalidades negativas. 1.2 Capital Humano • Questão central de modelos de crescimento: porque alguns países são mais ricos do que outros? Resposta do modelo de Solow: y = kα 2 (8) • Diferenças no rendimento por unidade efectiva do trabalho reflectem diferenças no stock de capital físico acumulado por unidade efectiva do trabalho (para uma dada função de produção). • Há que explicar diferenças em y da ordem de 10, 20, 30 e mais vezes, quando comparamos os países mais ricos com os mais pobres. O modelo de Solow, pela expressão (8) tem dificuldades em racionalizar estas diferenças: yR = 10; αR = αL = 1/3 yP kR kR 10 = ( )1/3 =⇒ = 103 kP kP f 0 (k) = αk α−1 o que não tem correspondência com a realidade! Diferenças no stock de capital físico acumulado por unidade efectiva do trabalho são importantes mas não explicam tudo...Falta algo.... • Mankiw, N.G., D. Romer, and D.N. Weil, 1992, A contribution to the Empirics of Economic Growth, Quarterly Journal of Economics 107, 407-437. Modelo de Solow com capital humano (ver Jones ou Romer Cap. 3) • Função de produção: CRS, com capital físico, capital humano (H) e labour-augmenting technological progress: Y (t) = K(t)α (A(t)H(t))1−α dA(t) = gA(t) dt H(t) = eψu L(t) • u representa o investimento em capital humano (por exemplo, escolaridade média). Por simplicidade, assumimos que u é constante e exógeno. • ψ representa o retorno do investimento em capital humano, entendido como semi-elasticidade: aumento do capital humano por uma unidade adicional de u. Mais formalmente: d log H(t) dH(t)/H(t) = ψ =⇒ =ψ du du 3 • Repare que o capital humano per capita é dado por: h(t) = H(t) = eψu L(t) • Caso u = 0 temos o modelo anterior, de Solow com progresso tecnológico. • As variáveis constantes em equilíbrio (bgp) serão variáveis definidas como /Ah (note que a efectividade do trabalho é agora Ah): y = kα • A evolução de k é dada por: . k = sK kα − (n + d + g)k • Com base na equação acima podemos identicar os valores de steadystate: α sK y∗ = ( ) 1−α n+d+g ou, em termos de produto per capita: y= (Y/L) =⇒ Y /L = yhA Ah (Y /L)∗ = y ∗ hA α sK ) 1−α eψu A(t) (Y /L)∗ = ( n+d+g (9) sK US ψ u α e U S U S AUS (Y /L)∗US sK 1−α = ( ) (n+d+g)U S (Y /L)∗ eψu A (n+d+g) • Grosso modo, esta equação diz-nos que os países serão mais ricos se investirem uma maior fracção do seu produto; se investirem mais tempo na acumulação de skills e conhecimentos; se tiverem menores taxas de natalidade e depreciação e se a elasticidade do produto em relação ao capital for mais elevada. Este nível de riqueza per capita de equilíbrio crescerá com o crescimento tecnológico (g). 4 • Uma vez que (Y /L)∗ cresce ao longo do tempo, consideramos valores relativos nos exercícios seguintes. ∗ (Y /L)∗ (Yd /L) = (Y /L)∗U S ∗ sbK 1−α b (Yd /L) = ( ) b hA x b α (10) • Note que a equação acima assume implicitamente que os α0 s são iguais para ambos os países e que x = n + d + g. • Aplicação: Modelo vs. Realidade: Parâmetro Valores α 1/3; igual para todos os países d+g 0.075; igual para todos os países A igual para todos os países ψ 0.1; igual para todos os países u educação média do país sK em função do país n em função do país 5 • As principais falhas das previsões dão-se para os países pobres que, de acordo com o modelo, não deveriam ser tão pobres como são na realidade. • Podemos usar a equação (9) para respondermos à seguinte pergunta: Qual o nível de tecnologia (A) que implica a aderência do modelo aos dados? A resposta é dada pela seguinte expressão: 6 • Enormes diferenças em A de país para país! • Diferenças nos níveis de produto per capita, entre os mais ricos e os mais pobres, na ordem das 32 vezes! Podemos decompor esta diferença em pelo menos três causas: — Diferença em taxas de investimento: ( α sKU S 1−α 0.25 1/2 ) ≈2 ) =⇒α=1/3 =⇒ ( sK 0.05 — Diferenças em taxas de investimento em educação: b h ≈ e0.10(11−3) ≈ e0.8 ≈ 2 — Como as duas fontes de diferenças acima quantificadas explicam diferenças na ordem das 4 vezes, e sendo que a diferença a explicar 7 na ordem das 32 vezes, a terceira e última fonte de explicação desta diferença - A - terá que explicar diferenças na ordem das 8 vezes! • Diferenças em Taxas de Crescimento e Convergência: 8
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