Baixe o arquivo - Beit Tefilah Rechovot
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ÍNDICE Fazei, pois morrer, a vossa natureza carnal ..... 94 Sedentarismo ................................................. 04 A verdade arespeito do natal ........................ 105 Restaurando o “governo teocrático” ................ 12 Prevensão contra desvios e armadilhas ............ 16 O amor ............................................................ 22 Limite ............................................................ 27 Judeus x Gentios ............................................. 32 Identidade de Yeshua ...................................... 36 Honra ............................................................. 41 Cobiça ............................................................ 43 Cades-Barnéia ............................................... 47 Advertência para os crentes ............................ 52 Eventos Bíblicos para Israel e Igreja de Yeshua .. 58 Comentário sobre Mateus 10:1-15 .................. 64 A remoção do pecado para vinda de Yeshua ..... 69 A disciplina não será permanente ................... 74 A bondade do Eterno ..................................... 77 As leis sexuais submetem a liberdade do Homem à restrição ........................................................ 82 Ordem Divina de Autoridade ........................ 88 Trindade ....................................................... 103 Três conceitos básicos para celebrarmos Pessach .. ....................................................................... 109 Retornar para restaurar ................................. 116 Restauração (Parte 1) .................................... 119 Restauração (Parte 2) .................................... 125 Restauração (Parte 3) .................................... 131 Tz’michat Hador - Suscitar e educar Gerações ..... ...................................................................... 139 Estabelcimento do Shabat ............................ 145 Tu B’shvat - Ano novo das árvores ................ 149 Sedentarismo Sandra Mara Oliveira Conceito Fixo, preso a um lugar. Pouco movimento, que não obriga a caminhar. Causas do Sedentarismo Riquezas materiais - O profeta Miquéias denuncia com clareza a amarga realidade dos abusos sociais e morais em decorrência do acúmulo de bens, possessões e propriedades. “Ai daqueles que nas suas camas intentam a iniqüidade e maquinam o mal! À luz da alva o praticam porque está no poder da sua mão. Cobiçam campos, e os arrebatam, e casas, e as tomam. Assim fazem violência a um homem e à sua casa, a uma pessoa e à sua herança”. (Mq 2:1-2) Uma vida de muitos bens materiais causa sedentarismo. É também tendenciosa, ou seja, denuncia uma intenção secreta, uma idéia pré-concebida – egoísmo humano – podendo tornar-nos imundos moralmente; as muitas riquezas sempre nos levam a oprimir os mais fracos. Vejamos a denúncia do profeta Isaías no capítulo um, nos versos de dez a dezoito: “Ouvi a palavra do Eterno, vós príncipes de Sodoma; dai ouvidos à lei de nosso D’us, vós, ó povo de Gomorra. De que me serve a multidão dos vossos sacrifícios? Diz o Eterno. Já estou farto dos holocaustos de carneiro, e da gordura de animais cevados; não folgo com o sangue de bezerros, nem de cordeiros, nem de bodes. Quando vindes à minha presença, quem requereu isto das vossas mãos, que viésseis pisar os meus átrios? Não continueis a trazer ofertas vãs! O incenso é para mim abominação, e também as luas novas, os sábados, e a convocação das congregações; não posso suportar iniqüidade, nem o ajuntamento solene. As vossas luas novas, e as vossas solenidades, a minha alma as aborrece. Já me são pesadas; estou cansado de as sofrer. Pelo que, quando estendeis as vossas mãos, escondo de vós os meus olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço. As vossas mãos estão cheias de sangue; lavai-vos, e purificai-vos. Tirai a maldade dos vossos atos de diante dos meus olhos! Cessai de fazer o mal, e aprendei a fazer o bem! Praticai o que é reto, ajudai o oprimido. Fazei justiça ao órfão, tratai da causa das viúvas. Vinde então, e argüi-me, diz o Eterno; Ainda que vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve.” (Is 1:10-18) O profeta Miquéias aconselha levantar e andar; deixar todo sedentarismo e o desejo intenso de acúmulo de bens, porque, aqui neste mundo não teremos o descanso que almejamos. “Levantai-vos e andai! Porque não é aqui o vosso descanso, por causa da imundícia que traz destruição enorme.” (Mq 2:10) As injustiças sociais e as obras da carne tais como: prostituição, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizade, ciúme, ira, peleja, dissensão, facção, inveja e bebedice, nos tornam imundos espiritualmente, diz o profeta; traz destruição, porque a ira de D’us produz total ruína. É importante lembrar que ainda não possuímos a pátria celestial, a herança espiritual que o Eterno nos promete em Sua palavra. Nesta terra somos apenas peregrinos e forasteiros, não devendo aceitar, por isso, uma vida sedentária. 4 O exemplo de Jacó O Eterno criou todo conflito entre José e seus irmãos na intenção de remover Jacó do sedentarismo. “Jacó habitou na terra das peregrinações de seu pai, na terra de Canaã.” (Bereshit / Gn. 37:1) No texto original encontramos: “Jacob permanece habitando a terra das residências de seu pai, a terra de Kena-âu Yashab.” O exemplo do Patriarca Abraão de Yeshua HaMashiach, Jesus o Messias. “Peregrino e morador sou entre vós; dai-me posse de um terreno para sepultura, entre vós, e enterrarei minha morta que está diante de mim.” (Bereshit / Gn.23:4) “Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do homem vos dará, porque D’us, o Pai, o marcou com Seu selo”. ( Jo 6:27) Memória vem a ser a faculdade que possuímos de registrar ou reter sinais e ensinos. Se a denúncia é a falta de memorização, podemos entender que não estamos conseguindo reter os ensinos espirituais, ou seja, estamos esquecendo o que já aprendemos. Advertências da Torá – os cinco primeiros livros da Bíblia Sagrada: O verbo permanecer no versículo acima, indica certo grau de estabilização e sedentarismo de Jacó em seu país. O Eterno usará seu filho preferido José para removê-lo de um local fixo, seu país de origem, obrigando-o a caminhar. O objetivo é fazer cumprir as promessas do Eterno a Abraão e toda sua descendência. A falta de memória pode ocorrer sob dois aspectos: O Espírito Santo denuncia: O problema está em nossa falta de memorização. Não conseguimos lembrar ou mesmo guardar que estamos aqui de passagem; somos estrangeiros e peregrinos, nos encontramos sempre em situações muito precárias; somos aceitos nesse mundo, mas sem direitos estabelecidos. Abandonamos os ensinos, deixando-os de lado por falta de consideração, e de reconhecimento. É importante lembrar que a motivação de nosso trabalho, não deve estar centrada no acúmulo de riquezas, na satisfação de nossos desejos ou na busca da elevação de nosso ego. Precisamos colocar em prática, o que aprendemos com os ensinamentos Inadvertência: falta de atenção, distração, irreflexão. Negligência: falta não intencional daquele que se omite no cumprimento de um ato que lhe foi determinado. Caso haja negligência as questões espirituais, o Eterno trará nossa iniqüidade à memória e nos fará lembrar. “... então esse homem trará a sua mulher perante o sacerdote, e juntamente trará a sua oferta por ela; a décima parte de um efa de farinha de cevada, sobre a qual não deitará azeite, nem porá incenso, porque é oferta de cereais de ciúmes, oferta memorativa, que traz a iniqüidade em memória”. (Nm 5:15) Trazer à memória nossas iniqüidades tem como objetivo a esperança de que possa haver arrependimento. Vejamos como a viúva de Sarepta tinha conhecimento da Torá a esse respeito: “Depois destas coisas adoeceu o filho da mu- 5 lher, da dona da casa. A sua doença se agravou tanto que ele parou de respirar. Disse ela a Elias: que tens contra mim, homem de D’us? Vieste a mim para trazeres à memória a minha iniqüidade, e matares a meu filho?”. (I Rs 17: 17-18) O profeta Isaías traz à memória do povo de Judá os seus pecados, na esperança do arrependimento de alguns. “Ouvi-me, ó casa de Jacó, e todo o restante da casa de Israel, vós a quem sustentei desde o ventre, e levei desde o nascimento. Até à vossa velhice eu serei o mesmo, e ainda até às cãs eu vos carregarei. Eu vos fiz, e eu vos levarei, e eu vos trarei, e eu vos guardarei. A quem me fareis semelhante, e com quem me igualareis? A quem me comparareis, para que sejamos semelhantes? Gastam o ouro da bolsa, e pesam a prata nas balanças; assalariam o ourives, e ele faz um deus, e diante dele se prostram, e se inclinam. Sobre os ombros o tomam, levam-no, e põem no seu lugar. Ali está, do seu lugar não se move. Se recorrerem a ele, resposta nenhuma dá, e a ninguém livra da sua tribulação. Lembrai-vos disto, considerai, trazei-o à memória, ó rebeldes. Lembrai-vos das coisas passadas da antiguidade; Eu Sou D’us, e não há outro; Eu Sou D’us, e não há outro semelhante a mim. Eu anuncio o fim desde o princípio, desde a antiguidade as coisas que ainda não sucederam. Eu digo: o Meu propósito subsistirá, e farei toda a minha vontade”. (Is 46:3-10) Muitas vezes não conseguimos deter os ídolos, por causa da inveja (sentimento de cobiça à vista da felicidade e superioridade de outrem) que temos uns dos outros e até mesmo dos ímpios. Os ensinamentos bíblicos mostram que a inveja dos irmãos de José foi devido a sua superioridade espiritual “E Israel amava a José mais que a todos os seus filhos, porque filho da velhice era para ele; e fez-lhe túnica talar de várias cores com mangas compridas. E viram seus irmãos que seu pai amava mais a ele que a todos seus irmãos, e odiaram-no, e não podiam falar-lhe em paz”. (Bereshit / Gn 37:3-4) A túnica talar (que desce até os calcanhares) de várias cores, cuja descrição vemos no Livro de Gênesis, no hebraico traduz-se por: Ketonét Passim (Alva Sagrada que vestia Arão e os sacerdotes do Templo em Jerusalém) em acadiano são os Pisa- nu – ornamentos caros, aplicados sobre as vestes; trajes usados pelos príncipes de Canaã. Podemos concluir que o presente dado por Jacó a seu filho José, não era uma veste comum, mas sim, um Hábito Sacerdotal que consagrava a superioridade de José sobre seus demais irmãos. Vejamos no Livro de Shemot (Ex): “E estes são os vestidos que farão: peitoral, efod, manto, túnica com cavidades, tiara e cinto; e farão vestidos de santidade para Aarão, teu irmão, e para seus filhos, para servir-me.” ( Shemot / Ex 28:4) “E aos filhos de Aarão farás túnicas; e lhes farás cintos e mitras, para glória e para formosura.” (Shemot / Ex 28:40) “E a seus filhos farás chegar e os farás vestir as túnicas.” (Shemot / Ex 29:8) Confira em Vayicrá (Lv): “E pôs sobre ele a túnica, cingiu-o com cinto, o vestiu com o manto e pôs sobre ele o efod; e cingiu-o com o cinto de adorno do efod e 6 ornou-o com ele.” (Vayicrá / Lv 8:7) “E fez chegar Moisés aos filhos de Aarão, e fez-lhes vestir túnicas, cingiu-os com cintos e amarrou-lhes as tiaras, como ordenou o Eterno a Moisés.” (Vayicrá / Lv 8:13) No Livro de Cânticos dos Cânticos, no capítulo cinco, versos de dois a oito, podemos observar a veste Sagrada – Ketonét Passim – da Sulamita. “Eu dormia, mas o meu coração velava. Ouvi! A voz do meu amado, que está batendo: Abre-me, minha irmã, amada minha, pomba minha, minha imaculada. A minha cabeça está cheia de orvalho, os meus cabelos das gotas da noite. Já despi a minha túnica; como os tornarei a sujar? O meu amado meteu a sua mão pela fresta da porta, e as minhas entranhas estremeceram por amor dele. Eu me levantei para abrir ao meu amado, e as minhas mãos destilavam mirra, os meus dedos gotejavam mirra sobre a maçaneta da fechadura. Eu abri ao meu amado, mas já o meu amado se tinha retirado, e se tinha ido; a minha alma se derreteu quando antes ele me falou; busquei-o e não o achei. Chamei-o, mas ele não me respondeu. Acharam-me os guardas que rondavam pela cidade. Espancaram-me e me feriram; tiraram-me o manto os guardas dos muros. Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, se achardes o meu amado, que lhe digais que estou enferma de amor.” (Ct 5:2-8) Estudando os textos bíblicos acima, vemos com clareza que a inveja foi a principal razão de todo ciúme dos irmãos de José. Na medida em que seus sonhos eram revelados e recebidos como reais, avançavam as chances da concretização dos mesmos. “E viram seus irmãos que seu pai amava mais a ele que a todos seus irmãos, e odiaram-no, e não podiam falar-lhe em paz. E teve José um sonho, e anunciou-o a seus irmãos; e passaram a odiá-lo mais. E disse a eles: escutai, rogo, o sonho que tive: e eis que nós estávamos atando feixes no campo, e eis que se levantava meu feixe e ficava em pé, e eis que o rodeavam vossos feixes, e prostravam-se diante do meu feixe. E disseram-lhe seus irmãos: será que reinarás sobre nós, ou terás domínio sobre nós? E passaram a odiá-lo ainda mais, por seus sonhos e por suas palavras. E sonhou ainda outro sonho, e contou a seus irmãos, e disse: eis que sonhei outro sonho, e eis que o sol e a lua e onze estrelas se prostravam diante de mim. E contou a seu pai e seus irmãos. E repreendeu-lhe seu pai, e disse-lhe: que sonho é este que tiveste? Viremos pois, eu e tua mãe, e teus irmãos, a prostrar-nos na terra perante ti? E invejaram-no seus irmãos, e seu pai esperou o fato”. (Bereshit / Gn 37:4-11) Mediante os fatos, a decisão é tomada: a conspiração para matar José é traçada com o objetivo de impedir a concretização dos objetivos espirituais. “E viram-no de longe, e antes que chegasse a eles, tramaram matá-lo”. (Bereshit / Gn, 37:18) Inveja é um sentimento com procedência maligna. Não existe inveja santa, como popularmente ouvimos falar. Todo aquele que cobiça o que não é seu, inveja. Faz campanhas de perseguição contra suas vítimas, que na maioria das vezes, não têm qualquer culpa por despertar tal sentimento ao invejoso. Em geral são mal sucedidos e compensam seu fracasso rebaixando e criticando os bem sucedidos. Buscam sempre trazer a glória para si. O salmista declara: “A transgressão fala ao ímpio no íntimo do seu coração; não há temor de D’us perante os seus olhos. Pois em seus próprios olhos se lisonjeia, e 7 diz que a sua iniqüidade não há de ser descoberta nem detestada.” (Sl 36:1-2) Biblicamente podemos exemplificar este ensinamento com o Salmo 73, Salmo de Asafe: O verbo lisonjear, empregado no versículo acima, pode também significar: elogio para obter estima ou prestígio; louvor a si mesmo com interesse. “Verdadeiramente bom é D’us para com Israel, para com os limpos de coração. Quanto a mim, os meus pés quase se desviaram; pouco faltou para que escorregassem os meus passos. Pois eu tive inveja dos soberbos, ao ver a prosperidade dos ímpios. Não há apertos na sua morte; o seu corpo é forte e sadio. São livres das tribulações dos mortais; não são afligidos pelos males humanos. Portanto, a soberba lhes cinge o pescoço como um colar; vestem-se de violência como de um adorno. Os olhos deles estão inchados de gordura; não têm limite as imaginações do seu coração. Zombam, e falam com malícia; na sua arrogância ameaçam com opressão. Erguem a boca contra os céus, e a sua língua percorre a terra. Pelo que o seu povo volta a eles, e bebe águas em abundância. Dizem: como o sabe D’us? Ou há conhecimento no Altíssimo? São assim os ímpios; sempre em segurança, e as suas riquezas aumentam. Na verdade que em vão purifiquei o meu coração; em vão lavei as minhas mãos na inocência. O dia todo sou afligido; sou castigado cada manhã. Se eu tivesse dito: falarei assim; teria traído a geração de teus filhos. Quando tentei compreender isto, fiquei sobremodo pertur- A inveja penetra no indivíduo através dos olhos, eleva o ego e traz a glória para si; depois o invejoso julga, diz a Palavra de D’us. “... e diz que a sua iniqüidade não há de ser descoberta nem detestada”. (Sl 36:2b) Diante desse comportamento, o invejoso dá início às campanhas de perseguição às suas vítimas. “As palavras da sua boca são malícia e engano; deixou de entender e de fazer o bem.” (Sl 36:3) Seus pensamentos são forjados na cama, contra D’us e contra seu próximo. “Maquina o mal na sua cama; detém-se em caminho que não é bom, e não odeia o mal.” (Sl 36:4) O invejoso geralmente blasfema contra o Eterno, atribuindo-lhe culpa por não ser bem sucedido. bado, até que entrei no santuário de D’us; então entendi o fim deles. Certamente Tu os pões em lugares escorregadios; Tu os lanças em destruição. Quão repentinamente são destruídos, totalmente consumidos de terrores! Como faz com um sonho o que acorda, assim, ó Eterno, quando acordares os desprezarás como fantasias. Quando o meu coração se amargurou, e senti picadas nos meus rins, estava embrutecido, e nada sabia; era como um animal perante Ti. Todavia estou de contínuo contigo; Tu me seguras pela minha mão direita. Guias-me com o Teu conselho, e depois me receberás na glória. A quem tenho eu no céu, senão a Ti? E na terra não há quem eu deseje além de Ti. A minha carne e o meu coração desfalecem, mas D’us é a fortaleza do meu coração, e a minha porção para sempre. Os que se distanciam de Ti perecerão; Tu destróis todos aqueles que Te são infiéis. Mas para mim, bom é aproximar-me de D’us. Pus o meu refúgio no Eterno D’us; anunciarei todas as obras.” (Sl:73) O profeta Jeremias culpa o Eterno por causa da perseguição que seus irmãos empreenderam contra ele: “Justo és, ó Eterno, ainda quando entro contigo num pleito. Contudo falarei contigo da Tua jus- 8 tiça: Por que prospera o caminho dos ímpios? Por que vivem em paz todos os que procedem perfidamente?” ( Jr 12:1-2) A perseguição ao profeta está descrita no livro de Jeremias. Vejamos: “Porque o Eterno me fez saber a sua conspiração, eu o soube, pois nesse dia me fez ver as suas ações. Eu era como um manso cordeiro, que levam à matança; não sabia que tramavam projetos contra mim, dizendo: destruamos a árvore com o seu fruto; cortemo-lo da terra dos viventes, para que não haja mais memória do seu nome. Mas ó Senhor dos Exércitos, que julgas com retidão, que provas a mente e o coração, veja eu a Tua vingança sobre eles, pois a Ti descobri a minha causa.” ( Jr 11:18-2o) Amós denuncia os maus tratos aos nazireus e aos profetas: “Dentre vossos filhos levantei profetas, e dentre os vossos jovens, nazireus. Não é isto assim, filhos de Israel? Diz o Eterno. Mas vós aos nazireus destes vinho a beber, e aos profetas ordenastes: não profetizeis.” (Am 2:11-12) O profeta Malaquias adverte aos invejosos: não blasfemem contra o Eterno. “As vossas palavras foram agressivas para mim, diz o Eterno. Mas vós dizeis: Que temos falado contra Ti? Vós dizeis: Inútil é servir a D’us. O que nos aproveitou termos cuidado em guardar os seus preceitos, e em andar de luto diante do Senhor dos Exércitos? Mas agora nós reputamos por bem-aventurados os soberbos. Os que cometem impiedade certamente prosperam, e até os que tentam ao Eterno escapam”. (Ml 3:13-15) O homem quando se arrepende e pratica justiça, o Eterno ouve e abençoa. “Quando eu também disser ao ímpio: Certamente morrerás; se ele se converter do seu pecado, e fizer juízo e justiça, restituindo esse ímpio o penhor, pagando o furtado, andando nos estatutos da vida, e não praticando iniqüidade, certamente viverá, não morrerá. De todos os seus pecados que cometeu não se fará memória contra ele; juízo e justiça fizeram; certamente viverá. Todavia, os filhos do Teu povo dizem: Não é reto o caminho do Eterno. Mas o próprio caminho deles é que não é reto. Desviando-se o justo da sua justiça, e praticando iniqüidade, morrerá nela. E convertendo-se o ímpio da sua impiedade, e fazendo juízo e justiça, viverá por isto mesmo. Todavia, vós dizeis: Não é reto o caminho do Eterno. Mas eu julgarei a cada um conforme os seus caminhos, ò casa de Israel.” (Ez 33:14-20) Conferir: Malaquias capítulo três, versos dezesseis a dezoito. “Então aqueles que temiam ao Eterno falaram uns aos outros, e o Eterno atentou e ouviu. Um memorial foi escrito diante dele, para os que temiam ao Eterno, e para os que se lembravam do seu nome. Eles serão meus, diz o Eterno dos Exércitos, minha possessão particular naquele dia que prepararei. Poupá-los-ei, como um homem poupa a seu filho, que o serve. Então vereis outra vez a diferença entre o justo e o ímpio, entre o que serve a D’us e o que não serve.” (Ml 3:16-18) A palavra ressentir, num sentido mais amplo quer dizer: tornar a sentir, ofender-se, magoar-se outra vez ou até mesmo sentir os efeitos de alguma coisa. A inveja, por sua vez, vem sempre acompanhada por algum tipo de ressentimento. 9 Transmutar significa: transformar um elemento químico em outro. Quando o indivíduo consegue disfarçar o ressentimento que sente, tendo zelo por algo ou alguém, entendemos esse comportamento como um processo de transmutação. O Apóstolo Paulo, na carta aos Romanos, testemunha que Israel tinha zelo de D’us, mas sem entendimento. O zelo pode ser negativo ou positivo, porém a inveja é sempre negativa. “Irmãos, o desejo do meu coração e a oração a D’us por Israel é para que se salvem. Pois lhes dou testemunho de que têm zelo de D’us, mas que não com entendimento. Visto que não conheceram a justiça de D’us, e procuraram estabelecer a sua própria justiça, não se sujeitaram à que vem de D’us. O fim da lei é Yeshua HaMashiach, Jesus o Messias, para justiça de todo aquele que crê”. (Rm 10:1-4) Zelo Negativo: A ação do Rei Saul contra os Gibeonitas, favoreceu a ira de D’us sobre Israel. Zelo Positivo: Podemos tomar como exemplo o Salmo 69: “Houve nos dias de Davi uma fome de três anos consecutivos. Consultou Davi o Eterno, e o Eterno lhe disse: É por causa de Saul e da sua casa sanguinária; porque matou os Gibeonitas. Chamaram o rei os Gibeonitas, e lhes falou (ora, os Gibeonitas não eram dos filhos de Israel, mas do restante dos Amorreus; os filhos de Israel lhes tinham jurado poupá-los, porém Saul procurou destruí-los no seu zelo pelos filhos de Israel e de Judá).” (2 Samuel 21:1-2) “... pois o zelo da Tua casa me consome, e as injúrias dos que Te afrontam caem sobre mim”. (Sl 69:9) A inveja (no grego: zelo, ciúme) praticada sem controle pelo invejoso, combate sua vítima sem uma causa justa. Busca esconder-se agora, atrás de um falso zelo mudando somente a tática. A Bíblia Sagrada fala do Zelo Positivo em: I Co 12:31 e 2 Co 7:7, confira: “Portanto, procurai com zelo os melhores dons. E agora eu vos mostrarei o caminho mais excelente.” (1 Co 12:31) “... e não somente com a sua vinda, mas também pela consolação com que foi consolado de vós, contando-nos as vossas saudades, o vosso choro, o vosso zelo por mim, de maneira que muito me regozijei.” (2 Co 7:7) A inveja é um vício e está associada ao ódio contra D’us e ao crime contra os homens. O invejoso na sua incapacidade de atacar o Criador, a quem considera causa do seu insucesso, ataca o seu semelhante. “E viram-no de longe, e antes que se chegasse a eles, tramaram mata-lo. E disse cada um a seu irmão: Eis que aquele dono dos sonhos vem. E agora vinde, o mataremos e o jogaremos num dos poços e diremos: Um animal mau comeu. E veremos o que serão seus sonhos. E escutou Rubem, e livrou-o das mãos deles, e disse: Não o feriremos de morte. E disse-lhes Rubem: Não derrameis sangue! Jogai-o neste poço que está no deserto, e não ponhais mão nele; (isto disse) para livrá-lo de suas mãos, e devolvê-lo a seu pai. E foi quando veio José e seus irmãos, e tiraram de José sua túnica, a túnica talar, de várias cores que tinha sobre si. E tomaram-no, e jogaram-no ao poço, e o poço estava vazio; não havia água nele. E sentaram-se a comer pão. 10 E levantaram os olhos e viram, e eis que uma caravana de Ismaelitas vinha de Guilad, e seus camelos levavam cera, bálsamo e goma odorífera, que iam baixar no Egito. E disse Judá a seus irmãos: Que proveito teremos matando a nosso irmão e ocultando seu sangue (morte)? Vamos e o venderemos aos Ismaelitas, e não poremos nossas mãos nele; pois ele é nosso irmão, nossa carne ele é. E escutaram seus irmãos. E passaram homens Midianitas, mercadores; e (os irmãos) puxaram e fizeram subir a José do poço; e venderam José aos Ismaelitas por vinte pratas. E levaram a José ao Egito. E voltou Rubem ao poço e eis que José não estava no poço, e rasgou suas roupas. E voltou a seus irmãos e disse: O menino não está; e eu, aonde vou? E tomaram a túnica de José e degolaram um cabrito e molharam a túnica no sangue. E enviaram a túnica talar, e trouxeram-na a seu pai, e disseram: Isto encontramos; reconhece, por favor, se a túnica é de teu filho ou não. E a reconheceu e disse: A túnica é de meu filho; algum mau animal o comeu. Devorado foi José! E rasgou Jacob suas roupas, e pôs um saco na cintura, e enlutou-se por seu filho muitos dias. E levantaram-se todos os seus filhos e todas as suas filhas (noras) para consolá-lo; e recusou-se a ser consolado, e disse: Descerei enlutado por meu filho à sepultura! E chorou seu pai. E os Midianitas o venderam no Egito a Potifar, oficial da corte do Faraó, chefe dos verdugos.” (Bereshit / Gn, 37:18-36) Yeshua foi vítima dessa inveja, diz a bíblia. “Yeshua foi posto perante o governador, e este o interrogou, dizendo: És tu o Rei dos judeus? Respondeu-lhe Yeshua: Tu o dizes. E, sendo acusado pelos principais sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. Perguntou-lhe então Pilatos: Não ouves quantas acusações te fazem? Yeshua nem uma palavra lhe respondeu, de sorte que o governador estava muito admirado. Ora, por ocasião da festa, costumava o governador soltar um preso, escolhendo o povo aquele que quisesse. Tinham então um preso bem conhecido, chamado Barrabás. Portanto, estando eles reunidos, perguntou-lhes Pilatos: Qual quereis que vos solte? Barrabás, ou Yeshua, chamado Cristo? Pois sabia que por inveja o haviam entregado.” (Mt 27:11-18) A inveja apodrece os ossos: “O coração tranqüilo é a vida da carne, mas a inveja é a podridão dos ossos”. (Pv 14:30) A melhor maneira de evitar o invejoso é fugir dele: “Cruel é o furor e impetuosa a ira, mas quem pode parar na presença da inveja?” (Pv 27:4) O indivíduo espiritualmente e materialmente bem sucedido, não pode abandonar seu sucesso somente para satisfazer os caprichos da pessoa invejosa. 11 Restaurando o “Governo Teocrático” no coração de Igreja de Yeshua Sandra Mara Oliveira “Hosana! Bendito aquele que vem em nome do Senhor! Bendito o Rei de Israel.” ( Jo 12:13) (Mt 21:1-11) Governar é: (Administrar, reger, dirigir, ter autoridade, conduzir). Forma política de um Estado (isto é governo). É um conjunto dos que tem a seu cargo a administração de um Estado. Também é um período que alguém governa. Governo é: regulamento, norma, “exemplo”. Existem várias formas de governo. Queremos citar apenas as mais comuns. 1º Democracia: “Demos” primeira porção da palavra significa “Povo”, que indica o governo entregue na mão do Povo. 2º Monarquia: O governo de um único homem ou de um rei. Essa relação é constituída pela “aliança” que vinculou o povo de Israel a “Adonai”. 3º Hierocracia: O governo dos sacerdotes. Moisés, foi tão somente o homem por intermédio de quem D-us transmitiu a sua vontade ao seu povo terreno. No âmago (a parte mais íntima de uma pessoa) dessa idéia fica a relação “ímpar” entre “Adonai” e Israel como seu povo peculiar. “Viste o que fiz aos egípcios, como vos levei sobre asas de águias, e vos cheguei a mim. Agora pois, se diligentemente ouvirdes a minha voz, e guardardes a minha aliança, então sereis a minha propriedade peculiar dentre todos os povos; porque toda a terra é minha; vós me sereis reino de sacerdotes e nação santa. São estas as palavras que falarás aos filhos de Israel. Veio Moisés, chamou os anciãos do povo, e expôs diante deles todas estas palavras que o Senhor lhe havia ordenado. Então o povo respondeu à uma: Tudo o que o Senhor falou faremos. E Moisés relatou ao Senhor as palavras do povo. Disse o Senhor a Moisés: Eis que virei a ti numa nuvem escura, para que ouça quando Eu falar contigo, e para também creiam sempre em ti. Porque Moisés tinha anunciado as palavras do seu povo ao Senhor.” (Ex 19:4-9) Em Ex 20 Adonai escreveu em Tábuas sua lei cujo propósito é moldar a vida do povo de D-us, a fim de prepará-lo para a conduta apropriada, e tendo em vista a glória final de Israel, entre as nações, como a cabeça das nações. Como se deu esta relação? Como foi constituída? Antes de surgir a Monarquia em Israel, profetas, Finalmente Teocracia; Governo de D-us. A palavra “Théos”, D-us e “Kratéo”, governo. Governo de D-us. Como surgiu a Teocracia? D-us reclamou o povo de Israel como sua propriedade, por havê-los remido da servidão aos egípcios. Os grandes “atos libertadores” da época da saída de Israel do Egito, e durante os quarenta anos de vagueação, declararam o Senhor como o eterno Governante de Israel. “O Senhor reinará eterna e perpetuamente.” (Ex 15:18) 12 sacerdotes e Juízes, foram os intermediários na expressão da Teocracia. D-us governa o seu povo através de representantes. Assim, no período de Juízes, na guerra de Israel contra Sísera, a profetiza Débora e o Juiz Baraque aparecem como agentes do livramento de D-us. ( Jz 4:4-7) Os sacerdotes, os levitas também aparecem, com freqüência, como os mensageiros da vontade divina. ( Jz 20;28) Depois do surgimento da “Teocracia institucionalizada” veio a Monarquia em Israel, a teocracia passou a se manifestar de forma muito menos direta, e o governo de Israel passou a assemelhar-se mais ao governo das nações gentílicas. “Constitui-nos agora, um rei sobre nós, para que nos governe, como o têm todas as nações. Porém esta palavra não agradou a Samuel quando disseram: Dá-nos um rei, para que nos governe. Então Samuel orou ao Senhor. E o Senhor lhe disse: ouve a voz do povo em tudo que te dizem, pois não rejeitaram a ti, mas a mim, para que Eu não reine sobre eles.” (I Samuel 8:5b-7) Porém, o povo não atendeu a voz de Samuel, esta- beleceram o seu próprio rei, sua própria vontade, tornando-se igual as outras nações, achando assim que estavam satisfazendo os interesses de toda a coletividade. A Monarquia existia sim, mas o governante Real é Adonai, e toda autoridade do trono de Davi deriva-se do Senhor. “Porém o povo não atendeu a voz de Samuel. Disseram: não, mas haverá sobre nós um rei, para que sejamos como toas as outras nações; o nosso rei nos governará, saíra adiante de nós e fará as nossas guerras.” (I Samuel 8:19-20) O trono de Davi aparece no centro da teologia bíblica, com seu reconhecimento de D-us como governante Oficial. Em sua essência, em sua intenção, o reino é um instrumento de redenção, inseparavelmente vinculado às expectações messiânicas. Apesar de tudo isto, Adonai não desiste dos seus planos. A partir do Rei Davi, o rei passou a ser considerado o símbolo do Governo Teocrático. Agora sim, podemos entender (Mt 21:1-11) a entrada triunfal do Rei de Israel em Jerusalém, nosso amado Yeshua. Os reis de Israel não eram apenas reis no sentido comum do termo, eram “Ungidos do Senhor”, em sentido puramente teológico. O profeta Isaías setecentos anos antes do nascimento de Yeshua, ele profetizou o objetivo desse reino: “Justiça e Paz”. “Os reis da terra se levantam, e os príncipes se reúnem contra o Senhor, e contra o seu ungido...” (Sl 2:2) (Sl 20:6) “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o principado está sobre os seus ombros e o seu nome será: Maravilhoso, Conselheiro, D-us forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento do seu governo e Paz não haverá fim. Reinará sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o fortificar em retidão e justiça, desde agora e para sempre. O zelo do Senhor dos Exércitos fará isto.” Considerado o rei, um príncipe do Senhor. (I Samuel 10:1) (II Samuel 5:2) “...porque é o Senhor que saiu diante de ti.” (II Samuel 5:24) 13 Podemos assim extrair do texto (Mt 21:1-11) três características muito importantes do governo de Yeshua. Essas características precisam ser reais nas nossas vidas como líderes. Assim sendo, permitiremos que a Teocracia governe. 1ª Característica: Governo Independente e Próspero. 2ª Característica: Humildade. 3ª Característica: Governo Mundial visando o “Reino dos céus”. 1ª Característica: Governo Independente e Próspero. (Mt 12:1) “Quando aproximaram de Jerusalém e chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras...” Betfagé significa “Figos Verdes” uma aldeia existentes nas faldas do Monte das Oliveiras. Tomaremos como símbolo a “Figueira”. A figueira é muito comum no oriente, especialmente nas regiões montanhosas. Suas flores permanecem ocultas à vista. Seu fruto, (figo), é uma alimentação favorita dos orientais. O figo é usado em seu estado natural, ou como passas, numa forma seca. Se a figueira for bem cultivada pode atingir até 9 metros de altura, seu crescimento é muito rápido. Se a figueira for deixada sem cultivo, em lugar seco e rochoso, a árvore permanece anã, espalhando-se por cima das rochas, sempre muito baixa. Independência: seu próprio lugar, com as necessidades básicas supridas, na própria terra, e produzida pelo nosso próprio labor. “Judá e Israel habitavam seguros cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, desde Dã até Berseba, todos os dias de Salomão.” (I Rs 4:25) Existem 2 colheitas anuais, e é possível ficar recolhendo figos durante 10 meses. Tudo isto lógico, produzia Segurança Pessoal no simbolismo da figueira. 1ª Colheita - em Maio e Junho (Figos de Verão) Enquanto Salomão se manteve na presença do Senhor, seu governo esteve sobre o regime Teocrático. 2ª Colheita - Amadurece Agosto ou setembro (Figos do Inverno) Uma figueira pode sobreviver 400 anos se não for atingida por nenhuma praga. Além dos figos, a figueira produz boa sombra, devido massa compacta de suas grandes folhas. O ideal do povo hebreu, o governo de Yeshua é produzir Independência individual, Prosperidade, Segurança pessoal. A figueira é o símbolo ideal. A figueira portanto, é um “Sinal” simbólico de prosperidade material. Se a figueira não produzisse, então o resultado seria miséria e aflição. “Feriu as suas vinhas e as suas figueiras, e quebrou as árvores da sua terra”. (Sl 105:33) *A figueira também simboliza a esterilidade espiritual, quando ela tem muitas folhas mas não se encontra nela nenhum fruto. Ela ostenta uma be- 14 leza mas sem produção. Ela é enganosa, tem uma aparência atrativa mas enganadora. Esse foi o motivo do Juízo de Yeshua descrito em. (Mt 21:19) 2ª Característica: Humildade e Mansidão (Mt 21:2) “Ide a aldeia aí em frente, e logo encontrarei uma jumenta presa, e com ela um jumentinho. Desprendei-o e trazei-mo.” Quando Yeshua pede que busquem um jumentinho, para que Ele pudesse entrar em Jerusalém, estava se cumprindo a profecia de Zacarias. “Alegra-te muito, ó filha de Sião! Exulta ó filha de Jerusalém! Vê o teu rei virá a ti, justo e salvador, “humilde” montado em jumenta, num jumentinho.” (Zc 9:9) Humildade: (Ausência completa de orgulho rebaixamento voluntário por um sentimento de fraqueza ou respeito. É aquele que se diminui voluntariamente). 1º O Rei rejeitou toda condição de Orgulho, a fim de deixar a marca do seu governo: Humildade. Tomou atitudes modestas e disse: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas.” (Mt 11:29) Seus discípulos então lhe perguntaram: “Mestre, que é o maior no seu “governo”, no seu reino? Jesus, chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse: Em verdade, em verdade vos digo, se não vos converterdes e não vos tornardes como uma criança, de modo algum entrareis (e fareis parte do meu governo) do meu reino. Portanto aquele que se tornar, humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.” (Mt 18:1-4) Yeshua não imitou ou copiou os grandes conquistadores, que entravam nas cidades após conquistá-las, montados em cavalos ou carruagem demonstrando todo o orgulho da conquista. 3ª Característica: “Governo Mundial” (Mt 21:8-11) Yeshua entra em Sião, como o Messias, o ungido, exercendo muito mais domínio do que Davi e Salomão. Porque o seu Reino, seu Governo, será até as extremidades da terra. “...O seu domínio se estenderá de mar a mar, desde o Rio até as extremidades da terra” (Zc 9:10b) A entrada triunfal de Yeshua em Jerusalém é uma vitória de Adonai, e de seu governo Teocrático. Governa Yeshua sua Igreja, a qual Tu és a cabeça “...cresçamos em tudo naquele que é o cabeça, Cristo.” (Ef 4:15) Yeshua como “Príncipe da Paz” Ele sabe que o Orgulho, a soberba anula os *propósitos da Graça (I Pd 1:6) “...Olha, o teu Rei aí te vem, manso e montado em jumenta...” 15 Prevenção contra os Desvios e as Armadilhas Base Bíblica: Dt 13 Sandra Mara Oliveira Três elementos podem destruir os propósitos de D’us na nossa vida. A Torá nos previne que devemos nos resguardar dos desvios e das armadilhas de três formas de acordos que se apresentam da seguinte maneira. Primeiro: Através do falso profeta. (Dt 13:2-5) sonhador se levantar no meio de ti, e ele te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado, e disse: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los.” (Dt 13:1-2) A Torá afirma que, para o profeta se fazer acreditar, ele tem sonhos e realiza sinais e prodígios. Os prodígios são acontecimentos extraordinários, milagres. Se, os milagres acontecem, a nossa inclinação natural é seguir o profeta sem questionar, ou seja, sem procurar saber se este, se trata de um falso ou verdadeiro profeta. Antes de mais nada, precisamos conhecer as características bíblicas do verdadeiro profeta. Terceiro: Através de elementos revolucionários, homens filhos de Belial, que na liderança podem desviar cidades e comunidades inteiras. (Dt 13:12-18) Profeta no hebraico é: aybn “nabi” parece mais próximo da raiz hebraica. “Nabi” é um inspirado que extravasa palavras, como aqueles que falam com mente fervorosa ou sob inspiração Divina. A função do “nabi” é expressar revelações vindas do Espírito de D’us. A idéia essencial da palavra é a de porta-voz autorizado ou oficial que ilumina as consciências sobre o que é bom ou mau aos olhos do Eterno. Vamos analisar o primeiro ponto: O desvio através do falso profeta. “Quando um profeta ou um Primeiro texto clássico de um “nabi” autorizado encontra-se nas objeções que Moisés levanta para Segundo: Por um parente próximo, ou amigo. (Cf Dt 13:6-11) ser um porta-voz nomeado por D’us junto aos filhos de Israel e a Faraó. (Cf Ex 3:10-11) (Ex 4:1) Geralmente o “nabi” autorizado contesta muito o seu chamado, pois, parece-nos que ele vê com antecipação toda hostilidade, rejeição, revolta e abandono que sofrerá por causa do chamado. Portanto, qualquer que seja a origem da palavra, um “nabi”, é alguém autorizado a falar em nome de outrem. Vejamos, Arão falando em lugar de Moisés à Faraó. Arão é o “nabi” de Moisés. “Então disse o Senhor a Moisés: Vê que te tenho posto como D’us sobre Faraó, e Arão, teu irmão, será o teu profeta. Tu falarás tudo o que Eu te mandar, e Arão, teu irmão, falará a Faraó, que deixe ir os filhos de Israel da sua terra.” (Ex 7:1-2) Segundo texto clássico é quando Miriã e Arão questionam ser Moisés o único mediador da revelação Divina. (Cf Nm 12:1-2) O próprio Eterno veio e interviu, declarando que somente Moisés teria conversa direta com o Todo-Poderoso e que Ele, no entanto, se comunicaria com “profetas” através de sonhos e visões. “Ele disse: Ouvi agora as minhas palavras: se 16 entre vós há profeta, Eu, o Eterno, em visão a ele me farei conhecer, ou em sonhos, falarei com ele.” (Nm 12:6) Atenção: Temos aqui neste texto, uma convocação súbita de Miriã e Arão para se juntarem a Moisés na tenda da Congregação. O convite é brusco, sem aviso prévio, sem tempo de reflexão. Isso é próprio da profecia, precipitar-se sobre o ser humano, e tomá-lo sem que haja tempo de uma preparação intelectual e muito menos afetiva, pois, os sentimentos humanos não podem infiltrar-se na linguagem na hora da comunicação da palavra profética. Por isso que é próprio da profecia lançar-se de cima para baixo violentamente sobre o ser humano, a fim de refutar possíveis objeções. Terceiro texto clássico ocorre antes da morte de Moisés. Tendo em vista o fim das comunicações face a face de D’us através de Moisés, podemos entender que houve um anúncio formal da existência do ofício do “nabi” de forma contínua. “O Senhor teu D’us te suscitará um profeta como eu, do meio de ti, e teus irmão. A ele ouvirás. Foi o que pediste ao Senhor teu D’us em Horebe, no dia da Congregação, dizendo: Não ouvirei mais a voz do Senhor meu D’us, nem mais verei este grande fogo, para que não morra. Então o Senhor me disse: falaram bem no que disseram. Eu lhes suscitarei um profeta no meio de seus irmãos, semelhante a ti; porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falarás tudo o que eu te ordenar.” (Dt 18:15-18) Ele afirma que uma linhagem de profetas, falaria ou escreveria, com a mesma autoridade com que Moisés havia falado (e escrito). O Eterno deu ordem ao seu povo para prestarem aos profetas a mesma obediência que Ele havia determinado que dessem a Moisés. “Eu mesmo pedirei contas de todo àquele que não ouvir as minhas palavras, que ele falar em meu nome.” (Dt 18:19) Os sinais que confirmarão o profeta: Primeiro sinal: O profeta deve ser israelita, do meio de seus irmãos. “O Senhor teu D’us te suscitará um profeta como eu, do meio de teus irmãos. A ele ouvirás.” (Dt 18:15) Atenção: a idéia essencial da palavra “nabi” (profeta) é a de porta-voz autorizado ou oficial, cuja função é iluminar as consciências sobre o que é bom ou mau aos olhos do Eterno. Portanto, devemos ver que existem aqueles que são inspirados contra a sua vontade, pois, o Espírito de D’us toma-os e eles falam palavras proféticas, vejamos: “No arraial ficaram dois homens, um chamado Eldade e outro, Medade. Estavam eles entre os inscritos, mas não tinham ido à tenda. Contudo, o Espírito repousou sobre eles e profetizavam no arraial.” (Nm 11:26) A Torá deixa claro, que esses homens figuravam na lista dos chamados, porém, recusaram ou simplesmente negligenciaram comparecer à tenda da Congregação. “... estavam eles inscritos, mas não tinham ido à tenda.” (Nm 11:26) Isto demonstra claramente um ato claro, notório e público de rebelião, pois a tenda, era o local onde o Eterno revelava-se, e todo aquele que fosse chamado para ir à tenda, deveria obedecer voluntariamente, porque fazendo assim, demonstrava sua submissão à D’us e a Sua palavra. A tenda fazia parte de um conjunto de órgãos de ordem Sagrada, instituídos pelo Eterno. Todo aquele que se revela contra estas ordens estabelecidas, podemos e devemos colocar em dúvida toda 17 instrução ou palavra profética que provém dele. Então, podemos perguntar, em que consistia sua profecia? Em um êxtase! Eles proferiram palavras proféticas em nome de uma força superior, porém, será que a força superior veio de Elohîms? Porque esses inspirados deixaram dúvidas? Porque demonstraram e declararam publicamente que são rebeldes. Iehoshoua ( Josué) fica escandalizado, ou seja, Josué reprova imediatamente o comportamento de Eldade e Medade e vai a Moshé. Moshé reage, dominando bem a situação, e anunciando que o dom profético será dado ao povo inteiro. “... oxalá que todo o povo do Senhor fosse profeta, que o Senhor lhe desse o seu Espírito!” (Nm 11:29) Moshé deseja que todos possuam a função de iluminar as consciências sobre o que é bom ou mau aos olhos do Eterno. Joel confirma as palavras de Moshé dizendo que o dia do Eterno será de um grande derramar do Espírito. (Cf Jl 2:28-29) O apóstolo Paulo, escrevendo aos Coríntios, ele ensina conforme está na Torá, que seria bom que todos profetizassem. “Segui o amor, e procurai com zelo os dons espirituais, mas principalmente o de profetizar.” (I Co 14:1) Segundo sinal: que confirma o profeta é quando ele fala em nome do Eterno. “... porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que Eu lhe ordenar.” (Dt 18:18b) Vejamos o chamado de Jeremias. “Então, estendeu o Senhor a sua mão, tocou-me na boca, e me disse: Agora pus as minhas palavras na tua boca.” ( Jr 1:9) (Cf Jr 5:14) O profeta Jeremias declara que em seus momentos de desencorajamento e irritação, o profeta desejava imensamente renunciar o seu ofício. Mas, quando ele assim fazia a palavra de D’us era abanada dentro dele e se transformava em chamas. A palavra convertia em fogo em seus próprios ossos. “Mas se eu disser: não me lembrarei d’Ele, e não falarei mais no seu nome, sua palavra é no coração como fogo ardente, encerrado nos meus ossos. Estou fatigado de contê-lo, e não posso mais.” ( Jr 20:9) Finalmente, Jeremias cedia e voltava a bradar, anunciando a mensagem que foi colocada na sua boca. O terceiro sinal: é que o profeta terá o conhecimento do futuro próximo, este é um dos sinais que fora realmente designado por D’us. Exemplo: Je- remias profetizava que o cativeiro babilônico seria de 70 anos. (Cf Jr 25:11-12) O profeta Daniel confirma mais tarde as palavras de Jeremias. (Cf Dn 9:2) No entanto, o falso profeta Hananias previa apenas dois anos de cativeiro babilônico. (Cf Jr 28:1-4) O quarto e último sinal: é que a mensagem do profeta deve estar rigorosamente em conformidade com Palavra do Eterno, sua vida pessoal, suas atitudes e ações, pois, qualquer alteração na forma de conduzir-se deve ser conferido, porque nele não deve haver nenhuma raiz de rebeldia contra as instituições de ordem Sagrada. “Andareis após o Senhor vosso D’us; e a Ele temereis. Os Seus Mandamentos guardareis, a Sua voz ouvireis, a Ele servireis, e a Ele vos achegareis.” (Dt 13:4) Esta é a exigência de maior realce, pois, o capítulo treze do livro de Deuteronômio, do versículo um ao cinco é dedicado a este assunto. (Cf Dt 13:1-5) O que claramente é afirmado para nós que um “nabi” (profeta) de verdade só poderá ser porta-voz Divino, se D’us lhe der a mensagem para anunciar, ainda que a mensagem seja de forma obscura, pouco clara. 18 Os falsos profetas também recebem a mesma designação “nabi” (Cf I Rs 22:5-28) Mais do que isto, o profeta Jeremias considera a possibilidade de que o “sinal” do falso profeta, seu prodígio se cumpra. (Cf Jr 28:6) em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.” (Mt 7:15) Irmãos, o critério para analisarmos uma profecia não deve ser de maneira alguma o êxito das transformações fantásticas, dos efeitos que contrariam as leis naturais realizadas pelo profeta, pois, os mágicos do Egito não tiveram nenhuma dificuldade de imitar Moisés e Arão em suas artimanhas de feiticeiros, transformando inicialmente seus bastões em serpentes. (Cf Ex 7:8-10) Primeiro: O milagre pode ser de origem humana. O homem possui energias capazes de fazer algumas maravilhas, sem apelar para D’us ou os demônios. Assim tenta afirmar a parapsicologia. O termo parapsicologia tem a sua base em dois vocábulos gregos que são: pará (ao lado) psiche (alma). Esse é um campo de estudos que vai se firmando como uma ciência. Suas experiências parecem afirmar que as energias do homem são às vezes capazes de transcender as leis da natureza. O miraculoso não deve ser prova de autenticidade, pois, nem sempre D’us é a fonte da revelação. Paulo escrevendo aos Tessalonicenses ele diz que o iníquo virá com poder, sinais e prodígios. “A vinda desse iníquo é segundo a eficácia de satanás, com todo poder, sinais e prodígios da mentira, e com todo engano da injustiça para os que perecem...” (II Ts 2:9-10a) Embora as pessoas, ingenuamente pensem que os milagres podem atestar a legitimidade de um profeta. Yeshua nos adverte: “Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós disfarçados Devemos conhecer que existem três fontes que podem dar origem ao milagre. Segundo: O milagre pode ser de origem malígna. O falso profeta pela sua curiosidade e vaidade ele tenta desvendar o futuro. Um bom exemplo disto, se encontra no livro dos reis, quando o Rei Acabe e o Rei Josafá decidiram ir juntos para a guerra. Reuniram 400 profetas para receber o oráculo, e todos eles responderam: “... sobe, pois o Eterno a entregará nas mãos do Rei.” (I Rs 22:6b) (Cf I Rs 22:7-22) O que é isto senão “vaidade”, um desejo imodera- do de chamar atenção ou então receber elogios. O falso profeta tem uma necessidade básica, “elevar o Eu”, ou a idéia exageradamente positiva que ele faz de si mesmo. Terceiro: o milagre pode ser de origem Divina. Geralmente o prodígio verdadeiro é realizado por meio daquele que o Eterno conferir autoridade e poder, aquele que é chamado. Porém, o texto que estamos estudando (Dt 13) nos assegura que D’us pode fazer até mesmo um profeta falso exibir o poder de realizar milagres, a fim de nos provar. “Quando um profeta ou um sonhador se levantar no meio de ti, e te der um sinal ou prodígio, e suceder o tal sinal ou prodígio de que te houver falado...” (Dt 13:1-2) “Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador. O Senhor vosso D’us vos prova para saber se amais o Senhor vosso D’us, e todo o vosso coração e de toda a vossa alma.” (Dt 13:3) A prova tem a finalidade de levar-nos a crescer espiritualmente para não sermos vítimas de truques e para não cairmos em armadilhas. Conclusão: O falso profeta trás com ele o engano. O que ele pretende é desmanchar a obra de D’us, 19 ou então torná-la falsa e idólatra. A única forma eficaz de pôr fim a sua carreira é montar um processo judicial contra ele, com orientação do Espírito Santo, e para isto precisamos de toda paciência (a paciência é a característica do verdadeiro profeta) perseverança, oração, provas e testemunhas para serem apresentadas ao justo juiz Elohîms, para que ele estabeleça sua sentença. “Aquele profeta ou sonhador será morto, porque falou “rebeldia” contra o Senhor vosso D’us.” (Dt 13:5) O segundo aviso contra os desvios ou armadilhas é a prevenção contra um parente próximo, ou amigo. (Cf Dt 13:6-11) Estamos diante de uma questão muito séria, pois, nela está envolvida nossa vida íntima, nossas emoções, nossa família. Conseqüentemente, é nesta última (família) que nasce a mais profunda fraternidade humana. Yeshua nos ensina que o Amor a D’us precisa ultrapassar o amor à família. “Quem ama o pai ou a mãe mais do a Mim, não é digno de Mim; quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim; não é digno de Mim.” (Mt 10:37) Irmãos, um falso profeta anunciaria publicamente as suas mensagens, tendo como escudo os falsos milagres. Porém, um membro de uma família, ou amigo íntimo, ou alguém da família da Fé, age em secreto diz a Torá. “Se teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou tua filha, ou a mulher do teu regaço, ou o teu amigo mais íntimo, te incitar em segredo...” (Dt 13:6a) Tudo é mantido em segredo; pensamentos, intenções, atitudes, ações, desejos, longe do conhecimento da comunidade, porque esta não aprovaria o que ele estava fazendo. Se eu e você, estamos em comunhão com D’us, assim que descobrimos o desvio e a armadilha que estão montando para nós, é hora de fazer alguma coisa para provar o nosso Amor a D’us. O ofensor não deve ser protegido, nem a questão deve ser mantida em segredo. Participando a comunidade mostra então a nossa lealdade ao Eterno e nossa resoluta hostilidade contra qualquer coisa que pudesse atrairmos para longe de Elohîms. A Torá nos ensina que fazendo assim todo Israel temerá. “Assim, todo o Israel, ao sabê-lo, temerá, e já não tornará a fazer maldade como esta no teu seio.” (Dt 13:11) O profeta Zacarias declara que quando o Eterno fizer a purificação contra o pecado e as impurezas, os sentimentos se manifestarão tão fortemente contra a idolatria e a impureza até no meio da família. (Cf Zc 13:1-5) Irmãos, os laços afetivos tornam-se mais ásperos, a reprovação a que se expõe aquele cujo comportamento está em conformidade com a palavra do Eterno, e essa adesão, o afasta dos seus familiares. Bom seria, fazer a vontade do Eterno junto com a família, quando isto acontece é benção dobrada. Mas, se isto não acontecer, nós iremos orar, e pedir ao Eterno que faça conosco como Ele fez com Ioseph, ajudou-o esquecer a casa de seu pai. “Chamou Ioseph, ao primogênito Manassés, e disse: D’us me fez esquecer de todo o meu trabalho, e de toda a casa de meu pai.” (Gn 41:51) Terceiro aviso contra os desvios é a prevenção contra homens filhos de Belial. (Cf Dt 13:12-18) Belial significa: sem nenhuma utilidade, com o mesmo sentido de “vadio” em nossa língua. Em uma cidade existe centenas de pessoas assim. Porém, a Torá diz que “Homens malignos saíram 20 do meio de ti...” (Dt 13:13) Estas palavras “... saíram do meio de ti...” não indica mudança de lugar, mas de espírito. Esses homens eram malígnos, inclinados a propagar falsas doutrinas desviadoras, que sempre exerceram forte fascínio sobre massas populares. “Então inquirirás e informar-te-ás, e com diligência perguntarás. Se for verdade que se cometem tal abominação no teu meio.” (Dt 13:14) O Eterno exige investigação que confirmasse ou negasse os rumores que se tinha espalhado, meros comentários não serão aceitos, pois, uma cidade inteira estaria prestes a ser executada. Esta é uma questão séria, que exigia investigação acurada, para que não se cometa injustiça. Assim que a investigação é feita, e os fatos provam a abominação, a impureza e imundícia dos seus habitantes, que foram inclinados a seguir as falsas doutrinas desviadoras, o Supremo Tribunal recorre, apela a uma instância superior, apela para Elohîms. Vejamos que o Eterno ainda concede uma outra oportunidade enviando alguém para chamá-los ao arrependimento. Confere comigo o exemplo da grande cidade de Nínive, quando o Eterno enviou o profeta Jonas para pregar o arrependimento. (Cf Jn 1:2) Cada um deveria ser avisado com antecedência e prevenido pessoalmente contra a conseqüência do seu mau comportamento. (Cf Jn 3:1-4) Nínive foi salva, pois os ninivitas creram nas palavras de Jonas. (Cf Jn 3:5) Os rabis declaram que se encontrarem na cidade um só exemplar da Torá, seu interdito não é válido. Isto quer dizer que nesta cidade há alguns homens e mulheres que: “Ouvem a voz do Senhor nosso D’us e guarda os Seus mandamentos que hoje te ordeno, para fazeres o que for reto aos olhos do Senhor teu D’us.” (Dt 13:18) Se, depois de tudo isto, a conduta dos seus habitantes não muda, a cidade é interditada ao fio da espada. (Cf Dt 13:15). 21 o amor (lC 7:36-50) Sandra Mara de Oliveira “...o amor cobre uma multidão de pecados.” (I Pd 4:8) “O ódio excita contendas, mas o amor cobre todas as transgressões.” (Pr 10:12) (Aheb) “amor” Há uma variação no sentido básico deste verbo. A variabilidade do sentido vai desde o amor infinito de D-us por seu povo, até os apetites carnais de um glutão. - Os profetas ( Jr 22:20; 30:14) (Ez 16:36; 23:5) (Os 2:5-13) Usam a palavra para falar do amor adultero de Israel. Infidelidade de Israel. A “qedésha”, prostituição sagrada ou idólatra de Israel. - “Aheb” descreve freqüentemente o amor entre seres humanos. 1º O amor do pai com o filho (Gn 22:2) Israel e José (Gn 37:3); 2º Um escravo poderia amar o seu senhor e desejar pertencer a ele pelo resto de sua vida (Ex 21:8); 3º Rute amava Noemi, a sogra (Rt 4:15); 4º Elcana amava a esposa Ana (I Sm 1:5); 5º Rebeca amava o filho Jacó (Gn 25:28); 6º O amor de Hirão por Davi, ilustra a fraternidade internacional ou a política de “paz” entre os dois (I Rs 5:1); 7º Nenhuma passagem é mencionada o amor dos filhos pelos pais. Em vez disso, a Bíblia nos ensina é que os filhos devem honrar os seus pais, reverenciá-los e obedecê-los. - É possível “amar” coisas concretas e abstratas. 1º Isaque amou comida saborosa (Gn 27:4) 2º Amar presentes (Is 1:23) 3º O salmista amava os “mandamentos” de D-us (Sl 119:47) 4º A Torah (Sl 119:97) 5º Amor aos “estatutos” “Hukim” (Sl 119:119) Os homens também podem “amar” o mal (Sl 52:3-5) A morte (Pr 8:36) A vaidade (Sl 4:2-3) A maldição (Sl 109:17) Falso juramento (Zc 8:17) Os homens podem amar o bem (Am 5:15) A verdade e a paz (Zc 8:19) A salvação (Sl 40: 16-17) A sabedoria (Pr 29:3) “Ahab” (Amor, amável, amantes) Esta palavra no trecho de provérbios tem conotação positiva (Pr 5:19) Na passagem de Oséias, a conotação é negativa (Os 8:9); “Amores”. No grego se diferencia em várias expressões. 1º Agapao; que originalmente significa “honrar, ou “dar boas vindas”. No Segundo Testamento (Novo Testamento), porém, agapao e o substantivo ágape tomaram um significado especial, sendo que se empregavam para falar do amor de D-us ou o modo de vida que nEle se baseia. - Na LXX “agapao” se emprega de preferência para traduzir o verbo hebraico “aheb”. 22 O aheb pode referir-se tanto a pessoas como a coisas, e denota, em primeiro lugar, o relacionamento entre os seres humanos. Em segundo lugar, o relacionamento entre D-us e o homem. 2º Expressão “Philos” é a palavra no grego mais generalizada para “Amar”, ou considerar com afeição. Indica uma atração geral para com uma pessoa ou coisas. Em primeiro plano, fica o significado de amor para com os parentes e amigos. (A formação típica de “philadelphia” o amor pelo irmão) Philos; amigo. Philosophia; amor ao conhecimento O deleite dos gregos na beleza do corpo e nos desejos sensuais acha-se na expressão “eros”. O deus do amor Eros, que no caminho do êxtase, esquecia-se de todo o raciocínio, vontade e discrição. 2º Havia também a religião de mistérios: Cujos ritos visavam unir o participante à divindade. - A êxtase sensual deixa para trás a moderação e a proporção. - Para o filósofo Platão, eros era o esforço em prol da retidão, do autodomínio e da sabedoria; e a concretização do bem, e o modo de atingir a imortalidade. Moderação: “Virtude de permanecer na exata medida, comedido, afastamento de todo e qualquer excesso”. - Aristóteles, desenvolveu ainda mais este conceito. A aspiração mística era a união espiritual com a transcendental. Proporção é: proporcional, simétrico regular. Na matemática é: igualdade entre duas ou mais razões. Na época da Igreja Primitiva, os apóstolos escreveram, admoestaram, e lutaram terrivelmente contra a gnosis (conhecimento), estas doutrinas filosóficas penetraram na Igreja produzindo divisão e contenda e tentando misturar-se com a doutrina bíblica. Achou lugar na abordagem dos filósofos gregos, dando diretrizes especiais ao desejo humano pela autotranscendência (chegar ao auto grau de superioridade espiritual). A Bíblia diz: “Seja a vossa moderação conhecida diante de todos os homens. Perto está o Senhor.” (Fl 4:5) As idéias que se vinculam com “phileo” não tem ênfase religiosa. Havia um entendimento mais místico que envolve a palavra Eros, mediante o qual os gregos procuravam atingir, ir além de todas as limitações humanas, a fim de chegarem a perfeição. 3º Expressão é: O verbo “Erao” e o substantivo “Eros” denotam o amor entre o homem e a mulher que abrange o “anseio”, o “anelo”, e o “desejo”. 1º Culto da fertilidade: Sua glorificação do “Eros” (divindade do Amor entre os gregos) A palavra AMOR se usa com muita cautela, para descrever o relacionamento entre D-us e o homem. Na visão judaica, agapao ficou sendo o conceito 23 central para o relacionamento de D-us com o homem e vice-versa. Por que? Porque a palavra “eros” é impregnada de sentimentos, então é bom ter cautela, e também por causa do misticismo que envolve Eros, que se originou da Grécia; então, a palavra Eros mantém suas implicações místicas e carrega com muita força toda a doutrina filosófica. No Primeiro Testamento (Antigo Testamento) no começo dele temos o Elohîm que ama, como também aquele que elege, que cria mediante a sua ação direta na natureza e com os homens. 1º Os grandes atos de Adonai; 2º O Êxodo; 3º A dádiva da Terra; 4º A dádiva da Torah; 5º A aliança. Sua justiça, fidelidade, AMOR e graça, são conceitos que concretizam suas ações. neira que os profetas desenvolvem o Tema Central da Obra da eleição. É expresso por Oséias, de maneira maravilhosa. O profeta estava cercado pelo mundo cananita, de cultos à fertilidade e Festas do Amor. Essas festas eram carregadas de licenciosidade. Na Babilônia eram os deuses: Istar e Tamuz; No Egito: Isis e Osiris; Na Grécia: Demeter e Persefone. ra a aliança, e assim ficara sendo “meretriz” e adúltera, Adonai ainda iria atrair de volta sua esposa infiel. “Desposar-te-ei comigo para sempre; Eu te desposarei comigo em justiça, em juízo, em benignidade e em misericórdias. Eu te desposarei comigo em fidelidade, e conhecerás ao Senhor.” (Os 2:19-20) E esse povo voltará a ser povo mediante o cortejar paciente e atraente do marido Adonai, O “FIEL”. Representam todo o ciclo anual e o reavivamento da natureza (nascimento, morte e ressurreição) e com uma interminável repetição desse processo ano após ano. “Semeá-la-ei para mim na terra, e mostrarei amor à não-amada. Direi a não-meu-povo: Tu és meu povo, e ele dirá: Tu és o meu D-us.” (Os 2:23) Todas essas festividades eram baseadas no sexo e na idolatria. Oséias além de empregar a figura de um casamento, também emprega a de um pai, para descrever o AMOR agapao. - A resposta do povo é Júbilo, Louvor e Obediência. Os profetas inspirados por Adonai escrevem sobre o relacionamento entre Elohîm e seu povo. O profeta Oséias vive um ato profético por ordem do Senhor, simbolizando a infidelidade de Israel para com Elohîm (de um marido traído e uma prostituta). - Muito rico e incalculável é a proporção e a ma- No entanto, a despeito do fato de que Israel viola- Oséias descreve a luta que vai ocorrer dentro do próprio Adonai entre a ira ciumenta de um marido traído e seu ardente AMOR. “Como te deixaria, ó Efraim? Como te entregaria, ó Israel? Como te trataria como Admá? Como 24 te faria como Zeboim? Está comovido em mim o meu coração; todas as minhas compaixões a uma se acendem. Não executarei o furor da minha ira, nem voltarei para destruir a Efraim, porque Eu Sou D-us e não homem, o santo no meio de ti. Eu não entrarei na cidade. Andarão após o Senhor; ele bramará como leão. Bramando Ele, os filhos tremendo, virão do Ocidente.” (Os 11:8-10) O amor de Adonai (segundo o profeta Oséias) é sem precedentes (chega antes, existe antes) na sua ousadia. Isso porque a divindade de D-us não se expressa em “destruição”, poder destrutivo, mas em amor compassivo que precede qualquer AMOR humano e que sofre por causa da infidelidade do seu povo. No Segundo Testamento (Novo Testamento), temos palavras simples, mas comoventes, que falam do amor quase sem paralelo que uma mulher “pecadora”, demonstrou ter pelo Senhor. Podemos buscar em todo o registro dos evangelhos, sem jamais poder encontrar tão grande “efusão” de amor profundo. O amor desinteressado (O AMOR AGAPAO) daquela mulher. (Lc 7:36-50) Provavelmente ela fosse uma “Zanâ” (prostituta) praticante da prostituição profana que em hebraico é Zenunîm (Fornicação). “E, estando por detrás, aos seus pés...” Os convidados removiam as sandálias antes da refeição e se reclinavam com os pés para fora. A mulher impelida por uma gratidão imensa, irresistível a Yeshua, foi vencida, se rendeu a Ele e em lágrimas demonstrou o seu afeto. Ela soltou os cabelos em público, (porque a mulher não fazia isto) naquele momento ela não se importou com nada, nem com as tradições humanas, porque ela era guiada por uma lei muito mais elevada, é a lei do AMOR AGAPAO. A mulher estava preparada para ungir a Jesus. “... levou um vaso de alabastro com ungüento.” (Lc 7:37) O alabastro era uma pedra mais suave que o mármore. Ungüentos, perfumes preciosos, provinham de Damasco na Síria, mas, o mais excelente ungüento de Nardo puro procedia de Tarso, na Cilícia. Aquela mulher providenciou a unção de Jesus, e no momento de dar cumprimento ao seu propósito, ela foi tomada pelo Espírito Santo de D-us, ela chorava intensamente e demonstrava o seu AMOR puro e desinteressado. “Quando o fariseu que o tinha convidado viu isto, disse consigo mesmo: se este fosse profeta, saberia quem e qual é a mulher que lhe tocou, pois é pecadora.” O dono da casa foi assaltado por dúvidas, porque segundo o que ele via, Yeshua não percebera o caráter da mulher que o ungia. Sem dúvida aquele anfitrião “supôs” (imaginou, alegou por hipótese) que um verdadeiro profeta haveria de evitar qualquer toque por parte daquela mulher. A verdade é que aquele homem “julgou” segundo os seus próprios padrões de justiça. Yeshua toma a palavra e começa a ensinar uma parábola, cujo tema central “é o que muito ‘ama’ aquele que muito lhe é perdoado”. “...o amor cobre uma multidão de pecados.” (I Pd 4:8) * O amor neste episódio aparece como uma espécie de “qualificação” para o perdão divino. Vemos que o perdão pode ser conseqüência do amor divino, e que o AMOR pode ser conseqüência do perdão. 25 Existe uma inter-relação entre a expressão do amor divino que os pecados são perdoados. Este é o verdadeiro amor que a Bíblia Sagrada nos ensina, honrar a D-us e as pessoas, este é o amor agapao, o amor que tudo sofre, tudo suporta, tudo esquece. Este amor está correndo risco de desaparecer definitivamente do coração dos crentes por causa do materialismo do mundo que nos envolve, por causa da vaidade dos homens, que ávidos por posições se excedem em zelar pelo seu próprio nome, e se esquecem de honrar o nome de Adonai e de seus irmãos 26 lImItE Sandra Mara Oliveira No hebraico limitar é: Tawâ Em português é uma linha que marca o fim de uma extensão. se refere à Salvação da Humanidade e também o método usado por Ele. Sabedoria: Temos aqui os insondáveis recursos divinos de “Julgamento” que Adonai se utiliza, fatos e conhecimento ilimitado de maneira ordeira e beneficente. “Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria quanto da ciência de D-us! Quão insondáveis são os teus juízos, e quão inescrutáveis os teus caminhos! Quem compreendeu a mente do Senhor? Ou quem é o seu conselheiro? Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dEle e por Ele são todas as coisas, glória, pois, a Ele eternamente. Amém.” (Rm 11:33-36) Conhecimento: Essa palavra nos dá a idéia de compreensão perfeita e universal, sobre a qual as decisões e ações de D-us se fundamentam, resultando em ações derivadas de sua justa sabedoria ilimitada. Quão insondáveis são os teus juízos: A palavra insondável quer dizer, aquilo que não pode ser sondado, encontrado ou descoberto, aquilo que é inescrutável, algo que ultrapassa a sabedoria mental do homem. - O apóstolo Paulo fala da palavra profundidade e o seu sinônimo com a força da declaração, a fim de transmitir a idéia de algo sem medida, ilimitado, ou seja, que a mente humana não pode calcular. Conclusão: Devido à limitação humana, os métodos e ações justas de Adonai, não podem ser acompanhados pelo homem. A mente humana perde-se ao tentar acompanhar as ações de Adonai. Ele usa a próxima palavra riqueza: ela é usada para indicar a redenção humana e suas bênçãos espirituais abundantes. Compreendemos aqui que os recursos usados por Adonai são ilimitados no que - No capítulo trinta e oito de Jó, havia terminado os discursos terríveis dos quatro críticos de Jó. O tema principal do Livro de Jó é a adoração desinteressada. 1º Continuaria um homem a adorar e a servir a Adonai, se viesse a sofrer severas aflições e houvesse toda “razão” para perder a Esperança? 2º Ou um homem só continuaria a adorar a D-us se isso o beneficiasse pessoalmente? Não e dada nenhuma palavra ou melhor resposta racional ao problema do mal do livro de Jó, embora sejamos exortados a confiar na Providência Divina com “Fé Cega”, em sua maior parte. - Jó então exige uma entrevista com “El” com o poder ilimitado, a fim de apresentar diante do tribunal divino e provar sua inocência. Finalmente apresentou-se a terrível presença de D-us. “Depois disto, o Senhor respondeu a Jó de um redemoinho.” ( Jó 38:1) Jó não foi acusado pelo Todo Poderoso de ter transgredido, conforme afirmaram os seus críticos. - Mas, mediante um interrogatório irônico da parte de Adonai, foi mostrado a Jó quão pequeno e LIMITADO é o homem em comparação a D-us. 27 A sabedoria e o seu poder aparecem, então, como além de qualquer imaginação ou investigação humana. - Jó é silenciado. “Uma vez falei, mas não replicarei; duas vezes porém não prosseguirei.” ( Jó 40:5) 1º O criador tem poder sobre todas as forças cósmicas. “Então o Senhor falou a Jó do meio da tempestade. Cinge agora os teus lombos como homem, Eu te perguntarei e tu me responderás. Farás tu vã a minha justiça? Ou me condenarás para te justificares? Tens braço como D-us, ou podes trovejar com voz como a dEle?” ( Jó 40:6-9) 2º Poder sobre o hipopótamo “Contempla agora o beemote, que Eu criei contigo, que come a erva como o boi?”( Jó 40:15-24) 3º Poder sobre o leviatã “Podes pescar com o anzol o leviatã, ou ligar a sua língua com uma corda?” ( Jó 41:1-26) 4º Poder sobre todos os inimigos imagináveis. “Ele trata o ferro como palha, e o bronze como pau podre. A seta não fará fugir, as pedras das fendas são como restolho para Ele. Na terra Ele não tem igual; é uma criança sem medo. Ele olha com desprezo tudo o que é altivo; é REI sobre todos os orgulhosos.” ( Jó 41:27-34) - Mais de setenta perguntas são deixadas sem resposta. As perguntas dizem respeito às coisas que o conhecimento humano não pode responder, por causa do estado, da condição limitada do ser humano. - As perguntas revelam a “natureza” poderosa, majestosa, ilimitada de Adonai, em comparação ao estado humilhado e pequeno do homem. Taw A palavra limitar, marcar no hebraico é: para indicar a ação de fazer marcas, para designar a ação de Adonai. O taw, a última letra (consoante) do alfabeto hebraico, tinha na maioria dos manuscritos, antigos o formato de um “X”. o vocábulo designa um sinal determinado por D-us e que era colocado nas pessoas com o objetivo de protegê-las. “O Senhor porém lhe disse: portanto, qualquer que matar a Caim será vingado sete vezes. E pôs um sinal em Caim, para que não o ferisse quem quer que o encontrasse.” (Gn 4:15) Adonai limitou, marcou a Caim. A mesma marca que recebeu Caim, agora somente poucos piedosos escapariam das punições, recebendo o selo do Senhor, para garantir “Segurança”. O restante será punido. A um anjo foi dada a tarefa de passar em Jerusalém e marca (limitar) a testa dos fiéis que estivessem entristecidos com as perversões da cidade. As pessoas que recebessem a marca seriam poupadas. A marca era a letra taw do alfabeto hebraico, o “X”. “Passa pela cidade, pelo meio de Jerusalém, e marca com um sinal as testas dos homens que suspiram e gemem por causa de todas as abominações que se comentem no meio dela.” (Ez 9:4) “Não danifiques a terra, nem o mar, nem as árvores, até que tenhamos selado nas suas testas os servos do nosso D-us.” (Ap 7:3) 28 “Foi-lhes dito que não causassem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm na suas testas o selo de D-us.”(Ap 9:4) para que D-us o deixasse passar pelo Jordão e ver a “Boa Terra”. Quanta dor se percebe nas curtas e poucas palavras que Moisés dedica a Adonai em sua prece. D-us sempre impõe limites para os homens. Ele determina, demarca, reduz a determinadas proporções, Ele também limita nossos desejos. Eu creio que Moisés, o legislador de Adonai, o que ele mais desejava era entrar com o povo na “Terra Prometida”. “Também nessa ocasião, pedi graça ao Senhor dizendo: Ó Senhor D-us! Já começastes a mostrar a teu servo a tua grandeza e a tua forte mão. Pois, que D-us há nos céus e na terra que possa realizar obras e feitos poderosos como os teus? Rogo-te que me deixes passar, para que veja essa boa terra, que está do outro lado do Jordão, essa boa região montanhosa, e o Líbano! Porém, o Senhor indignou-se muito contra mim por vossa causa, e não me atendem. Pelo contrário, disse-me: Basta, não me fales mais a esse respeito.” (Dt 3:23-29) Mas, disse o Senhor a Moisés: “Sobe a este Monte Abarim e vê a terra que dei aos filhos de Israel. E tendo-a visto, serás reunido aos teus, como Arão teu irmão. Pois no deserto de Zim, quando a Congregação contendeu contra mim, não santificastes o meu nome, diante deles na questão das águas.” (Nm 27:12-14) D-us mencionou o pecado de Moisés, porque causastes que Eu não fosse santificado. Moisés que guiou o povo durante quarenta anos (o pastor modelo) na travessia do deserto, não pode realizar o seu sonho, o seu ideal, pois Adonai o limitou de entrar na Terra Prometida. Ele, Moisés, tentou, pregou como última tentativa - Quanto mais um homem se eleva na escala espiritual, tanto mais vulnerável. Para ele, a menor falta torna-se grave. Quanto mais importante a pessoa, maior é a responsabilidade, sendo considerado graves, erros que para os outros são pequenos. Moisés em lugar de recriminar, queixar-se, contentou em dar-se por satisfeito, aceitou a limitação imposta por Adonai e ficou satisfeito em apenas contemplar a Terra Prometida. Isso é tão verdadeiro, que Moisés suplica ao Senhor para não abandonar o rebanho que lhe foi confiado, e que fosse designado um novo pastor. Eis aqui um exemplo lindo de um homem completamente rendido ao Senhor, e preocupado com o povo de D-us. “Então disse Moisés ao Senhor: Possa o Senhor D-us dos espíritos sobre a toda a carne, pôr um homem sobre esta congregação. Que saia diante deles e os faça sair, e os faça entrar, para que a congregação do Senhor não seja como ovelhas sem pastor.” (Nm 27:15-17) O verdadeiro homem de D-us deixa de lado seus próprios interesses, para se ocupar com a causa de Adonai. Quando Moisés pediu um sucessor, dirigiu-se ao Eterno, qualificando-o de D-us dos espíritos de toda criatura. Somente Ele conhece os corações, a inteligência, os sentimentos de cada um, sabe quem é apto para dirigir o povo. *Moisés pede ao Senhor um guia espiritual, cheio da “graça” divina, isto é, que conheça inteiramente a natureza humana, e venha se adaptar a cada ovelha de seu rebanho. 29 Quando você e eu somos escolhidos para uma liderança espiritual, é um desafio e também uma oportunidade de ensinar o povo espiritualmente. A exigência da Torah para o líder ideal na visão judaico é ser um homem que “...sai adiante deles...” Não basta orientar pela palavra ou pelo comando, mas especialmente pelo cumprimento pessoal e pelo exemplo de sua conduta e estilo de viver. - O que pretende guiar, e seguir as normas da Torah deve abandonar: 1º A esperança de conquistar afeto popular e aprovação universal; 2º Deve lembrar que ele não está participando de um concurso de popularidade; 3º Saber que os maiores guias espirituais do nosso povo não tinham a simpatia das massas populares. 4º Saber que este é o risco da liderança; 5º Devem aceitar esse supremo sacrifício tendo a certeza que foram chamados para esta missão. Devem guiar acima de tudo, com eficácia e vigor, com grande AMOR ILIMITADO, e devoção aos fiéis de sua congregação, aproximando-os aos en- sinos da Torah. Moisés obedeceu ao Senhor, e se limitou apenas em contemplar a Terra Prometida, porque sua maior aspiração não era somente levar o povo à Terra; ele sentia que, antes de mais nada, Israel precisava de uma “Pátria Espiritual” a qual pudesse existir mesmo fora de “Erets Yisrael”. Porém se torna muito complicado quando nós, nos mínimos detalhes da vida diária (sem sermos líderes), rejeitamos as limitações impostas pelo Senhor. Não sabendo o que diz a palavra. “...não têm limites as imaginações do seu coração.” (Sl 73:7) Devemos partir do seguinte princípio: se Ele impõe seus limites para seus filhos amados, o faz para o nosso bem, devemos então obedecer e nos submeter. Muitas vezes eu e você nos queixamos descontroladamente, pois desejamos ter mais, para aplicar na própria causa de D-us. Isso é justo, pensamos! Só que nós esquecemos que a necessidade maior é saber o tempo, a hora dEle, e se somos nós a realizar tudo aquilo que estamos sonhando para a sua obra. O Senhor nos ensinou que os animais irracionais, sabem perfeitamente as suas limitações. O Espírito Santo ministrou ao nosso coração a palavra MARSUPIAL que significa: o animal que tem no abdômen uma prega em forma de bolsa. Na Zoologia, é subclasse dos mamíferos, caracterizada pela bolsa ventral sustentada por dois ossos, e que se destina a receber os filhotes depois do nascimento. Os dois tipos principais são: 1º Canguru; 2º Gambá. A concepção destes filhotes é prematura, ele sabe que precisa voltar à bolsa ventral e só sai dela quando se sente seguro. Entendemos então que os animais sabem as suas limitações melhor que os homens. “Não sejais como o cavalo ou a mula, que não tem entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio, ou não virão a ti.” (Sl 32: 9) O Rei Davi desejou ardentemente construir a casa do Senhor. Reuniu muito material; ferro em abundância, madeira de Cedro “...assim Davi fez grandes preparativos antes da sua morte.” (I Cr 21:5b) “Eu moro em casa de cedro, mas a arca da 30 aliança do Senhor está debaixo de uma tenda nesta mesma noite veio a palavra do Senhor a Natã dizendo: Vai e dize a Davi, meu servo: Assim diz o Senhor: Tu não me edificarás casa para eu morar.” (I Cr 17:1-4) por amor de teu servo, e segundo o teu coração, fizeste toda esta grandeza, para fazer notória todas estas grandes coisas. Senhor, ninguém há como tu, e não há D-us fora de ti, segundo tudo quanto ouvimos com os nossos ouvidos. O Rei, submeteu-se ao Senhor, entendeu sua limitação imposta por Adonai, e como um verdadeiro líder e príncipe do Senhor, ele orou, glorificando o nome do nosso D-us. Quando nos contentamos, quando nos damos por satisfeitos com as limitações impostas, honramos a D-us, pois reconhecemos sua soberania, seu poder, sua autoridade, e que tudo que provém dEle é para o nosso bem. Oração de Davi (I Cr 17:16-20) “Então entrou o rei Davi, e ficou perante o Senhor; e disse: Quem sou eu, Senhor D-us? e qual é a minha casa, para que me tenhas trazido até aqui? E ainda isto, ó D-us, foi pouco aos teus olhos; pelo que falaste da casa de teu servo para tempos distantes; e me trataste como a um homem ilustre, ó Senhor D-us. Que mais te dirá Davi, acerca da honra feita a teu servo? Porém tu conheces bem a teu servo. Ó Senhor, 31 O ensinamento de Yeshua para manter o relacionamento entre Judeus e Gentios. Sandra Mara Oliveira “Naquela mesma hora, os discípulos se aproximaram de Yeshua, perguntando: Quem é o maior no reino dos céus?” (Mt 18:1) Temos aqui alguns dos problemas que surgiram em face do grupo que se convertia a Yeshua, eles eram judeus e gentios, formando um só corpo nEle. “Mas agora em Yeshua, vós que antes estáveis longe, já pelo sangue de Yeshua chegastes perto. Pois Ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um, e destruiu a parede de separação, a barreira de inimizade que estava no meio, desfazendo na sua carne.” (Ef 2:13-14) O problema consistia em como se relacionar com dois grupos tão diferentes, judeus e gentios. Porém, se tornariam iguais, pois Yeshua daria sua vida em favor tanto do gentio como do judeu, a fim de unir. Então podemos entender que aquela comunidade era um grupo heterogêneo (são de natureza diferente, desigual e irregular). Os apóstolos eram judeus, muitos judeus também se convertiam, e um crescente número de gentios. Aquela comunidade precisava viver um relacionamento de paz, de irmãos, de segurança de respeito mútuo e amor sincero. Os apóstolos foram sábios. Eles perguntaram a Yeshua, como dar origem a este relacionamento de maneira sadia. Numa comunidade estritamente espiritual, eles não poderiam usar métodos do mundo, a fim de produzir uma saudável relação. *Se eles usassem a lógica, poderia até funcionar, porém não seria um relacionamento duradouro. *Se usassem a fisiologia, que é o conjunto das funções orgânicas que asseguram a relação do animal com o meio (motricidade e sensibilidade) em opo- sição às funções de nutrição e de reprodução. *A teoria das relações é parte fundamental da lógica moderna que compreende o cálculo das relações, bem como o estudo dos diversos tipos de relações e suas propriedades gerais. Os apóstolos não tinham nenhuma intenção de estabelecer uma comunidade distanciada dos princípios judaicos, pois eles mesmos observavam a lei de Moisés, a guarda do Sábado e a freqüente presença deles nas sinagogas. Eles estão tão interessados em aprender com o seu rabino, como trabalhar o relacionamento, que fazem a pergunta: “...quem é o maior no reino dos céus?” Quem será Yeshua, no teu reino, que terá mais consideração? Quem será que atingiu a maioridade? São os judeus ou os gentios? - No mundo físico é assim: Exemplo do jogo de baralho, a trinca maior é: o às, o rei, e a dama do mesmo naipe. Na música é a terça maior, composta de dois tons. Yeshua responde, ensinando aos seus discípulos. “Yeshua, chamando uma criança, colocando-a 32 no meio deles disse: Amém! Em verdade, em verdade vos digo, que se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no Reino de D-us.” (Mt 18:2-3) O texto no original diz assim: “...se não retornardes a Adonai...” Esse retorno é o retorno sobre si mesmo. Regressar para o ponto de onde você e eu partimos. Se éramos antes uma criança, pensávamos como uma criança, volte a ser uma criança para poder entrar no Reino dos céus. Yeshua ensina que nós devemos parar de idolatrar nosso próprio eu, para liberarmos nosso olhar, pois o olho é uma porta aberta para vários tipos de concupiscências, como também uma bênção para nosso corpo, santuário itinerante, morada de Adonai. Se eu olhar alienadamente, isto é loucura. Porque alienação é o estado da pessoa que, tendo sido educada em condições espirituais (a Torah) e sociais saudáveis, se o olhar é alienado, submete-se cegamente aos valores das instituições criadas pelos homens, projetos com aparência que são espirituais e bons, e assim perde a consciência, a razão dos seus verdadeiros direitos. Temos que nos tornar como crianças, inteiramente voltadas para o Pai. A criança, antes de ser atingida pelo orgulho, pela maldade, pela ostentação e pela ambição pessoal e mundana, é dotada de um espírito simples, manso, submisso e confiante. Conserva sua pureza, sua ausência de segundas intenções, sua espontaneidade. Essa qualidade da personalidade simples de uma criança certamente contrasta com o espírito contencioso e ufano do adulto. “Portanto aquele que se tornar humilde como esta criança, esse é o maior no reino dos céus.” (Mt 18:4) A humildade se torna aqui, o elemento vital para que você e eu participemos do Reino de Yeshua, como também um relacionamento de qualidade com os nossos irmãos Judeus x Gentios; Israel x Igreja. O nosso Senhor não se deixa impressionar pelo orgulho humano ou por aquilo que neste mundo é reputado como grandeza. No reino de D-us é impossível ao homem desenvolver o seu orgulho nas suas relações com D-us. Portanto, devemos entender as exigências de Yeshua. Para nós, é mui- to importante, é vital, entendermos os princípios de ética que regem o Reino do Senhor; seu código é a Torah, Ele não vai mudar sua Lei. “E todo aquele que receber em meu nome, uma criança como esta, recebe a mim. Mas aquele que escandalizar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor seria que pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e se precipitasse na profundeza do mar.” (Mt 18:5-6) É claro para nós que Yeshua estava abordando os problemas da comunidade local, quando Ele declara: “Mas, aquele que escandalizar um destes pequeninos...” O grupo como já dissemos é heterogêneo. Os líderes judeus teriam que ter paciência com os gentios novos convertidos, e que não os destruíssem só para que houvesse unidade nos serviços das sinagogas e no ensino. A humildade e a paciência somadas com o AMOR seriam instrumentalidade maravilhosa para manter um bom relacionamento no seio da comunidade, como também evitar toda ameaça de sisões (divisões) que poderiam arruinar a vida espiritual de muitos irmãos pequeninos na fé. A fim de nos ajudar a entender melhor podemos 33 dar o exemplo de Tiago, no livro de Atos dos apóstolos. Ele salienta que a salvação dos gentios desde há muito é objeto das profecias do Primeiro Testamento (Cf Am 9:11-12). E como deveria ser exigido o comportamento desses novos convertidos, para que houvesse um bom relacionamento entre judeus e gentios. “E com isto concordam as palavras dos profetas como está escrito. Depois disto voltarei e reedificarei o Tabernáculo de Davi, que está caído. Levantá-lo-ei das suas ruínas, e tornarei a edificá-lo, para que o restante dos homens busque ao Senhor, sim, todos os gentios, sobre os quais o meu nome é invocado, diz o Senhor, que faz todas as coisas, que são conhecidas desde toda a eternidade. Pelo que julgo que não se deve perturbar aqueles dentre os gentios que se convertem a D-us. Mas, escreve-lhes que se abstenham das contaminações dos ídolos, da prostituição, do que é sufocado e do sangue. Pois Moisés, desde os tempos antigos, tem em cada cidade quem o pregue, e a cada Sábado é lido nas sinagogas.” (At 15:15-21) A adoração na modalidade judaica permanecia muito bem considerada e muito preciosa, também no coração dos gentios. Essa palavra serve de res- posta a acusação feita hoje nos nossos dias pela Igreja, para com o Movimento Judaico Messiânico como uma inovação. A obra do Senhor não pode ser chamada como tal; porque as misericórdias do Senhor são eternas; e a obra que Adonai realiza atualmente deve ser reputado como algo que foi planejado e proposto por D-us que judeus e gentios viverão juntos, adorarão juntos, num relacionamento de AMOR e paz e respeito mútuo. Sem tentar trazer os judeus para o modelo de adoração e culto da Igreja, pois eles não irão aceitar. Quem deixou os princípios básicos da Torah foi a Igreja, se estabelecendo em Roma numa modalidade totalmente pagã. Hoje, nosso dever é nos humilhar e reconhecer que tudo o que temos em termos espirituais provém dos judeus. Nós, Igreja que devemos nos ajustar aos padrões judaicos. Devemos lembrar sempre que nos sentirmos tentados a oferecer resistência, e propensos a condenar, que precisamos nos humilhar, olhar os sinais dos tempos, e ver que eles nos indicam o retorno da Igreja para Jerusalém, faz parte do plano Divino para cumprimento de (Rm 11) Podemos comparar com as declarações que lemos na epístola aos Romanos e também aos Efésios concernente ao ministério da Igreja que vem sendo ocultado dos séculos e das gerações passadas, mas que agora foi revelada por já ter chegado o tempo certo para ser feito essa revelação. “Ora, aquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho, e a pregação de Yeshua, conforme a revelação do ministério que desde os tempos eternos esteve oculto, mas que se manifestou agora, e foi dado a conhecer pelas Escrituras aos profetas. Segundo o mandamento do D-us Eterno, a todas as nações para obediência da fé.” (Rm 16:25-26) Yeshua continua ensinando. “Ai do mundo por causa dos escândalos...” (Mt 18:7) Yeshua era realista sobre a natureza deste mundo sem D-us, que não se interessa pelas questões espirituais, mas que só tem interesses ambiciosos, o qual leva a violência e a injustiça contra a sociedade humana. “...ai do homem...” se o mundo em geral (a sociedade dos homens) e o povo de D-us sofrem por causa das ofensas, das injustiças e das tentações ao pecado, quanto mais sofrerão os causadores desses males! 34 “Vede, não desprezeis a qualquer destes pequeninos...” (Mt 18:10) Desprezar é subestimar, o que inclui a idéia que aquele que age dessa maneira mantém um espírito de orgulho ou superioridade. E assim sendo como discípulos de Yeshua que somos, não podemos desprezar a ninguém, porquanto todos tem imenso valor diante de D-us. “Sede unanimes entre vós. Não ambicioneis as coisas altivas, mas acomodai-vos às humildes. Não sejais sábios em vós mesmos.” (Rm 12:16) 35 Identidade de Yeshua Sandra Mara Oliveira Texto básico: (Mt 11:1-6) “Quando Yeshua acabou de instruir os seus doze discípulos...”. Essas palavras assinalam “o fim” do segundo grande trecho de ensinos de Yeshua. O 1º trecho de ensinos se encontra em: (Mt 3 – Mt 7) O 2º trecho - (Mt 8 – Mt 10) O 3º trecho - (Mt 11 – Mt 13) em seguida (Mt 14 – Mt 18) (Mt 19 – Mt 25) Os capítulos (Mt 26 – Mt 28) formam a conclusão do evangelho de Mateus. “... partiu Yeshua dali para ensinar e clamar nas cidades deles.” (Mt 11:1) Yeshua estava cumprindo verdadeiramente sua “missão sacerdotal” quando “clama na cidade deles.” A Missão Sacerdotal contém duas funções apenas: Primeiro: Gritar, clamar e proclamar anunciando a Vontade do Eterno estabelecida na sua palavra. Ensinar o povo a separar o santo do profano. Segundo: Purgar o santuário; limpando-o e esvaziando-o completamente de toda imundícia, desembaraçando o caminho do povo. (Por isso nós encontramos várias denúncias dos profetas, que os sacerdotes não livravam o caminho do povo, antes criavam tropeços. (Cf Mq 3:1-7) “Mas vós vos desviastes do caminho, a muitos fizestes tropeçar na Torah, corrompestes a aliança de Levi, diz o Senhor dos Exércitos.” (Ml 2:8) Yeshua ensinou: “Mas aquele que escandalizar (fizer tropeçar) um destes pequeninos que crêem em Mim, melhor seria que pendurasse ao pescoço uma grande pedra de moinho, e se precipitasse na profundeza do mar.” (Mt 18:6) Tropeço significa: Pisar em falso, dificultar, colocar obstáculo, cometer erro. Fig. Embaraçar o caminho de alguém. A Bíblia nos ensina que é bom não fazer nosso irmão tropeçar. “Bom é não comer carne, nem beber vinho, nem fazer outras coisas que teu irmão tropece, ou se escandalize, ou se enfraqueça.” (Rm 14:21) Exemplo de tropeço: A “Filosofia”. O que é Filosofia? A Filosofia, como palavra (etimologicamente) significa: “Amigos da Sabedoria”. Acontece que a sabedoria, para alguns, ou para muitos, está ligada ao mundo das idéias. Idéias nos remetem ao pensamento lógico; nesse momento, então, a filosofia é desconectada da Fé, porque Fé não se explica e a Filosofia busca razões. O Best-seller mundial, a Bíblia Sagrada, em sua carta aos hebreus, ensina o que é a Fé. “Ora a Fé é a certeza das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se vêem.” (Hb 11:1) Como entender a razão de estarmos no mundo, buscando a compreensão das coisas somente através da lógica? Mesmo a filosofia não conseguiu responder questões existenciais, que atormentam os seres humanos pensantes, quando buscam respostas para questões como: De onde viemos? O 36 que estamos fazendo aqui? Para onde vamos? Se a Filosofia não consegue explicar, ela busca auxílio na ciência, mas a ciência também não consegue satisfazer os anseios da humanidade. Portanto, Razão e Fé só poderão andar de mãos dadas, quando nós reconhecemos a nossa inferioridade como criaturas ignorantes e incapazes de entender os mistérios da Fé, os mistérios que regem o mundo. A Torah deixa bem claro que: “Os mistérios são de Adonai nosso Elohîm. Porém as coisas reveladas pertencem a nós e a nossos filhos para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta Lei.” (Dt 29:29) Razão implica explicações prontas e acabadas. Fé implica aceitação e rendição à nossa condição de comandados por um poder supremo, que a filosofia e a ciência não conseguem explicar. Todas a vezes que afrontamos as coisas de D’us, estamos nos condenando à estagnação que nos impede de evoluir e seguir o caminho que Yeshua veio para nos assegurar. A recusa dessa aceitação, de criaturas dependentes do pai Eterno é a assinatura da nossa condenação. Yeshua, “a salvação”, veio para confirmar a Torah já existente e não para filosofar sobre ela. Em verdade, filosofar é buscar explicação, é querer entender o funcionamento do mundo com sua complexidade e profusão de idéias. Isso não significa que precisamos ser passivos e aceitar qualquer coisa. Devemos sim, utilizar o pensamento, a razão, que nos foram dados pelo Pai, para que possamos entender a Filosofia como mais um ponto de apoio para justificar e comprovar que o pensar, essa capacidade que temos de “Pensar”, nos foi doada para que possamos obedecer ao Eterno e aos seus mandamentos. O Espírito Santo tem nos ensinado que a “Filosofia” nos últimos dias, será um tropeço bem penetrante, bem hábil e engenhoso para a Igreja de Yeshua; serão como “gotas holísticas”. Gota: É uma quantidade muito pequena de líquido que se destaca sob forma de um glóbulo; pingo. Gota a gota, aos pinguinhos, pingo por pingo; lentamente, pouco a pouco O Senhor está nos fazendo saber, nos prevenindo, a respeito da operação que já está sobre nós. Um medicamento filosófico será utilizado para trata- mento da Comunidade de Yeshua. Porque gotas holísticas? Por causa da Medicina holística. Holístico é um adjetivo relativo ao holismo. O holismo é uma atitude, uma ação, uma prática filosófica que busca tudo abranger, ou seja, conter tudo em si. A Medicina holística tem sua base na medicina oriental, e a medicina moderna buscou resgatar esta prática. Conceito: Medicina holística é a prática da medicina alternativa que defende “toda pessoa”, que abrange tudo. Então compreendemos, que a medicina holística (alternativa) entendeu que pode tratar também a alma e o espírito do homem, pois, para seus praticantes uma pessoa não é apenas um corpo com parte física, mas também um ser espiritual. Quanto a isto estão corretos, somos seres espirituais. Porém, tentar tratar o espírito com atitudes filosóficas, isto é loucura! Pois, nenhum recurso humano é capaz de suprir nossas necessidades espirituais, curar nossa alma ferida, doente, por causa do pecado. A função da “Palavra do Eterno” diz a Bíblia é pe- 37 netrar em nós, com a finalidade “... de discernir os nossos pensamentos e as intenções do nosso coração...” corrupto; a fim de que possamos arrepender-nos dos nossos pecados, confessá-los e sermos curados. (Cf Hb 4:12) nós, Ele, na realidade quer intervir com objetivo espiritual, cuja finalidade é julgar nossas ações e atitudes pecaminosas, para que sejamos curados. Porém irmãos, são poucos que desejam esse tipo de tratamento. Manual dos Ministrantes. Irmãos, devemos perceber com que sutileza o inimigo trabalha. Ele materializou, através da medicina holística uma cura não só para o corpo do homem, mas também para o espírito. Por isto, que os teólogos, os líderes têm buscado um caminho alternativo, mais fácil, que satisfaça o “Eu” do homem, para resolver os problemas espirituais. Gotas filosóficas. Porque a medicina holística é considerada uma medicina alternativa? O Instituto de Medicina holística reconhece a “acumpultura”, homeopatia, a iridologia e a alimentação natural, como formas de tratamento holístico. Se, os sacerdotes de Elohîm não proclamarem, não anunciarem a Vontade do Eterno, estabelecida em sua palavra, os sacerdotes de “Allah” o farão, pois qara (que significa: gritar, clamar e anunciar) no árabe é “Qur’ãn” (O Corão) o livro sagrado dos mulçumanos, que significa “A Grita” o apelo, a proclamação pública da palavra de Allah. Porque se pode escolher em vez de um tratamento, outro; isto quer dizer um caminho alternativo para curar as doenças do homem. Seus adeptos buscam evitar cirurgias, drogas como tratamento; embora gostem de rezas, das meditações, das dietas exóticas, como tratamento para diferentes problemas, inclusive os problemas espirituais. Irmãos, o que é uma cirurgia, senão a intervenção da mão do homem ou da mão de D’us? Porque evitar as cirurgias? Porque evitar a intervenção do Eterno em nossas vidas? Quando o Eterno deseja fazer uma cirurgia em Yeshua, quando “... clamava nas cidades deles.” (Mt 11:1) Ele simplesmente estava cumprindo a Torah e sua missão sacerdotal, obedecendo a ordem do Eterno: clama, grita para que todos ouçam a Minha Palavra e sejam sarados. O manual dos sacerdotes é um dos livros da Torah, cujo nome em hebraico é “Vayikrá” que significa “Ele clama”. Na tradução para o grego, na LXX (septuaginta) deu-se o nome de Levitikou (Levítico). Os exegetas tradicionais chamam-no de Torah-há Kohanîns, ou seja: Torah dos Ministrantes, A Raiz da palavra “Vayikrá” é “qara” que significa: gritar, anunciar, chamar, ensinar e proclamar a Palavra do Eterno. Por isso que Davi testifica de Yeshua o seguinte: “Jurou o Senhor, e não se arrependera: Tu és Sacerdote Eterno, segundo a ordem de Melquisedeque”. (Sl 110:4) (Cf Hb 7:1-11) João Batista se encontrava preso em uma fortaleza chamada “Maquero” (que sig: Fortaleza da Praia) segundo o historiador Josefo. Josefo menciona que em Maquero, João Batista ficou aprisionado e ali foi decapitado (o profeta que andava ao ar livre do deserto ficou encerrado quase um ano, antes de ser decapitado porque proclamou fortemente a Palavra do Senhor, denunciando o pecado). 38 O encerramento de João ilustra o fato real de que ninguém deve supor que a vida espiritual ainda quando vivida em alto nível e sob o favor de D’us, sempre é acompanhada de prosperidade, paz e ausência de problemas. Esta é uma questão muito difícil para os teólogos, os filósofos entenderem, como também para o crente individualmente. A Vida Espiritual dessas três classes de pessoas (o filósofo, o teólogo e a maior parte dos crentes) não é a Fé que espera no Eterno, mais do que o conhecimento deste mundo, mais do que o conhecimento presente. “Disse-lhes Yeshua: Eu vi satanás, como raio, cair do céu. Eu vos dei autoridade para pisar serpentes e escorpiões, e toda força do inimigo, e nada vos fará dano algum. Mas não vos alegreis, porque os espíritos se vos submetem, alegrai-vos antes por estarem os vossos nomes escritos nos céus.” (Lc 10:18-20) A fortaleza de Maquero, onde estava João Batista foi ocupada pelos judeus que se rebelavam do governo romano. Mais tarde a fortaleza foi entregue definitivamente ao governador Romano “Lucilius Bassus” em 71 d.C. Foi deste cárcere que João enviou dois de seus discípulos a Yeshua per- guntando-lhe: “João ouvindo no cárcere falar dos feitos de Yeshua, enviou dois de seus discípulos a perguntar-lhe: És tu aquele que vem, ou ainda devemos esperar outro?” (Mt 11:2-3) O Messias esperado seria aquele que restabeleceria a Soberania de Israel e lavrá-lo-ia para sempre de seus inimigos. Israel esperava uma solução para o tempo presente. - O Salmista cantou a respeito d’Ele. “Ó Senhor, salva-nos; ó senhor concede-nos prosperidade. Bendito aquele que vem em nome do Senhor. Da casa do Senhor vos bendizemos.” ( Sl 118:25-26) - O profeta Daniel anunciou a respeito d’Ele. “Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e vi que vinha nas nuvens do céu um como filho do homem. Ele se dirigiu ao Ancião de Dias, e o fizeram chegar até ele. Foi lhe dão domínio, a honra e o reino; todos os povos, nações e línguas o adoraram. O seu domínio é um domínio eterno, que não passará, e o seu reino único que não será destruído.” (Dn 7:13-14) - O próprio João Batista declarou. “Eu vos batizo com água, para arrependimento. Mas após mim vem aquele que é mais poderoso do que eu, cujas sandá- lias não sou digno de levar. Ele vos batizará com o Espírito Santo e com fogo. Na mão Ele tem a pá e limpará a sua eira, recolhendo o trigo no seu celeiro e queimando a palha com fogo que nunca se apagará.” (Mt 3:11-12) Podemos entender assim, que todos aguardavam uma solução imediata para os problemas graves que enfrentava a nação de Israel desde a destruição do templo, pois, várias nações estrangeiras dominaram-nos por longos anos. Yeshua não responde diretamente a questão de João. Ele se contenta em expor fatos. Ele devolve a pergunta de João a respeito de sua identidade com a seguinte proposta. “Respondeu-lhes Yeshua: Ide, e anunciai a João as coisas que ouvis e vedes.” (Mt 11:4) Yeshua leva os seus discípulos a praticar o exercício de lucidez. Seus adeptos deviam demonstrar que compreenderam claramente seu ensino. “Os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são limpos, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho.” (Mt 11:5) Vejamos que Yeshua só se pronunciará claramente a respeito de sua identidade, em Samaria, diante 39 da mulher samaritana. “Disse-lhe a mulher: eu sei que o Messias chamado Yeshua vem. Quando Ele vier, nos explicará tudo. Disse-lhe Yeshua: Eu o Sou, Eu que falo contigo.” ( Jo 4:25-26) Em (Mt 16:15) (Mc 8:29) (Lc 9:21). É Ele mesmo que interroga os seus adeptos a respeito da sua identidade. Yeshua sonda a percepção dos seus discípulos para ver se eles possuíam uma clarividência, ou seja, uma visão clara e penetrante a respeito d’Ele e do seu ensino. Sua intenção é ensinar o tempo inteiro. Ele então encerra dizendo: “É bem-aventurado (no hebraico) “asheréi”, que significa “em marcha” é aquele que não se escandalizar por minha causa.” (Mt 11:6) 40 hoNra Sandra Mara Oliveira “hadar”, honrar, ornamento, gloO verbo rificar é usado para descrever as relações humanas, pois, honrar, glorificar, implica à obediência, mas também o respeito, a estima e a afeição. Vejamos a ordem prescrita na Torah. “Honra (glorifica) a teu pai e a tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor teu D’us te dá”. (Ex 20:12) O termo glorifica, no hebraico “kabed” significando etimologicamente, reconhecer o peso de uma pessoa, e sua autoridade. O contrário também acontece. Vejamos: Quando o sacerdote Eli deixou de corrigir seus filhos, que eram sacerdotes também, porém, desobedientes. O Eterno matou Eli e seus dois filhos Hofní e Finéias. A Bíblia nos ensina que a mulher de Finéias estava grávida e próxima ao parto. Quando ela soube que seu sogro e seu marido haviam morrido, ela encurvou-se e deu a luz. (Cf I Sm 4:19) Ela chamou o menino de “Icabode” significando que: a glória se foi, a honra se foi. Podemos entender que ninguém mais reconheceria o peso e autoridade da casa de Eli, pois, o nome da criança já dizia isto, a honra lhe foi tirada. 2º. Demonstrar honra a mulher ideal. “Enganosa e a graça e passageira a formosura, mas a mulher que teme ao Senhor, será louvada (honrada).” (Pr 31:30) Outrora os exegetas e teólogos pensaram que este Mandamento “Honra a teu pai e a tua mãe...” significava que os pais fossem representantes visíveis de Elohîms. Não, não é assim. Dentro de um contexto judaico, os rabis entendem que o Mandamento para dar peso ao pai e mãe (honra) insere o homem em sua realidade própria, recondunzindo-o as origens do seu ser, ou seja; acompanhar alguém ao local de onde saíra. O objetivo é gerar em nós humildade, gratidão e respeito, por aqueles que foram usados por D’us, para nos trazer ao mundo. 3º. Honrar ao homem como criatura de D’us. “Que é o homem mortal, para que te lembres dele; o filho do homem para que o visites? Contudo, pouco menor do que D’us o fizeste, e de glória e de honra o coroaste.” (Sl 8:4-5) Ainda, analisando a palavra “hadar” (honrar), no contexto bíblico das relações humanas; a Torah, no Código de Santidade no ensina que os jovens devem honrar os mais velhos. “Diante das cãs te levantarás, honrarás a face dos anciãos e temerás o teu D’us. Eu Sou o Senhor.” (Lv 19:32) 1º. Daí se conclui que por trás da Palavra se encontra a idéia de mostrar respeito pelos mais velhos. 4º. Quando o homem faz a vontade do Eterno, o próprio D’us procura honrá-lo. “Então entrou o rei Davi, sentou-se perante o Senhor, e disse: quem sou eu, Senhor D’us, e que é a minha casa, que me trouxeste até aqui? E ainda isto, ó D’us, foi pouco aos Teus olhos, pelo que falaste da casa de Teu servo para tempos distantes, e proveste-me, segundo o costume dos homens, com esta exaltação, ó Senhor D’us. Que mais te dirá Davi acerca da honra feita ao teu servo? Porque tu bem conheces a teu servo.” (I Cr 17:16-18) (Cf II Sm 7:18-29) O verbo “hadar” (honra), envolve outras idéias, como: Incluindo a proibição bíblica de demonstrar parcialidade, ou seja, honrar e cortejar os mais ricos, 41 bajulando-os em busca de atenção ou favores. “Não farás injustiça no juízo; não favorecerás ao pobre, nem serás complacente com o poderoso, mas com justiça julgarás o teu próximo.” (Lv 19:15) “Não te glories na presença do rei, nem te ponhas no lugar dos grandes.” (Pr 25:6) “Hadar” (honra), como substantivo é aplicado ao um rei e a sua majestade real, honrar ao próprio D’us. No aramaico, o verbo “hadar” (honrar), sempre significa honrar e glorificar a D’us. “Mas ao fim daqueles dias eu, Nabucodonosor, levantei os olhos ao céu, e tornou-me a vir o meu entendimento, e eu bendisse ao Altíssimo, e louvei, e glorifiquei (honrei) ao que vive para sempre, cujo domínio é um domínio sempiterno, e cujo reino é de geração em geração. Agora, pois, eu, Nabucodonosor, louvo, exalto, e glorifico (honro) ao rei do céu, porque todas as Suas obras são verdade e os seus caminhos justos, e pode humilhar aos que andam na soberba.” (Dn 4:34, 37) Vejamos que honrar a D’us, é mais que simplesmente reverenciá-lo, respeitá-lo ou ofertar a Ele, assim nos ensina o apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo. “É, é sem dúvida alguma, grande o mistério da piedade...”. (I Tm 3:16a) Mistério é tudo que tem causa desconhecida ou é incompreensível, inexplicável e encoberto. Isto quer dizer que o homem natural não é piedoso pela sua própria razão, ou pela intuição ou investigação, pois, a piedade é a virtude que alguém tem de dar honra somente a D’us. Então compreendemos que só o Eterno pode encher o ser humano e provê-lo de condições espirituais necessárias, afim de que o homem possa dar honras somente a D’us. Exemplo: Quando Finéias filho de Eleazar, filho de Arão o sacerdote desviou a ira de sobre os filhos de Israel, ele honrou o nome do Eterno e foi premiado por este feito inédito. A recompensa pela fidelidade a D’us, e a honra ao Seu nome, foi estabelecido com Finéias a aliança sacerdotal. (Cf Nm 25:10-13) Finalmente, honra é um atributo do Messias, do Rei Yeshua HaMashiach ( Jesus o nosso Messias), que construirá o templo e terá honra real. “Assim diz o Senhor dos Exércitos: Aqui está o homem, cujo nome é renovo (Rei e Sacerdote), e Ele brotará do Seu lugar e edificará o templo do Senhor. Ele mesmo edificará o templo do Senhor, e levará a glória, e assentar-se-á, e dominará no Seu trono. E Ele será sacerdote no Seu trono, e haverá harmonia entre os dois.” (Zc 6:12-13) 42 Cobiça Sandra Mara Oliveira O desejo desordenado de adquirir, posição social, fama, prata, ouro tanto na vida secular quanto religiosa, esse desejo chama-se “cobiça”, da origem a vários e numerosos males. A Bíblia condena esse pecado. Na Torah (Ex. 20:17) “ Não cobiçarás...” Em Provérbios (Pv 30:8-9) encontramos uma oração: “Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa; não me dês nem a pobreza nem a riqueza; mantém-me do pão da minha porção de costume; Para que, porventura, estando farto não te negue, e venha a dizer: Quem é o SENHOR? ou que, empobrecendo, não venha a furtar, e profane o teu nome.” Paulo escrevendo ao seu filho na Fé Timóteo (I Tm 6:3-10): “Se alguém ensina alguma outra doutrina, e se não conforma com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo, e com a doutrina que é segundo a piedade, É soberbo, e nada sabe, mas delira acerca de questões e contendas de palavras, das quais nascem invejas, porfias, blasfêmias, ruins suspeitas, Contendas de homens corruptos de en- tendimento, e privados da verdade, cuidando que a piedade seja causa de ganho; aparta-te dos tais. Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém, sustento, e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.” Meditação: (Jz 17 e Jz 18) A Idolatria de Mica e da Tribo de Dã. Mãe de Mica era sem dúvida uma boa negociante, por quanto tinha conseguido acumular uma quantia em dinheiro incomum para uma mulher. Mica era natural do monte Efraim, e ele herdou toda avareza de sua mãe. Furtou 1.100 peças de prata de sua mãe. Ela lançou uma maldição para aquele que tivesse furtado aquela enorme quantia de prata. Mica temendo a maldição confessou a sua mãe que havia roubado dela aquela importância (um ciclo de prata representava o salário de um trabalhador dos campos por mês, e isso significava que a soma era bastante alta). Quando a mãe de Mica ouviu a confissão do filho, tentou contrabalançar sua maldição anterior por meio de uma bênção. ( Jz 17:3) “...De minha mão dedico este dinheiro ao SENHOR para meu filho, para fazer uma imagem de escultura e uma de fundição...” A ignorância da mãe de Mica era grande. Ela pensava que “Adonai” podia ser adorado por meio daquelas imagens. Ela desconhecia a “Torah”, com a proibição da parte de Elohim de construir ídolos. (Ex 20:4-5) “ Não farás para ti imagens de escultura...” (Ex 34:17) “Não farás para ti deuses de fundição...” O avarento ou a cobiça é a forma de auto-adoração que expulsa D-us das nossas vidas. O apóstolo Paulo escrevendo aos Efésios , aos Colossenses, ele chama o avarento de idólatra. 43 (Ef 5:5) “Sabei, pois, isto: nenhum incontinente, ou impuro, ou avarento, que é idólatra, tem herança no reino de Cristo e de D-us.” (Cl 3:5) “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria;...” A mãe de Mica entronizou no seu coração essa modalidade de egoísmo (avareza) de tal modo que o próprio “Eu” é o deus adorado. Quando ela manda fazer uma imagem de fundição para o seu filho, ela simplesmente materializou o que existia dentro do seu coração (Avareza). Avareza no hebraico é: ( batsa ou betsa ) Conseguir , adquirir, ser cobiçoso, ser avarento, lucro, ganho injusto, cobiça. É alguém que pratica a extorsão e “tira “ a sua parte dos lucros de um negócio nada legítimo. Foi o que aconteceu com Mica. É a concupiscência do lucro pessoal. ( Jz 17:5) “E, assim, este homem, Mica, veio a ter uma casa de deuses; fez uma estola sacerdotal e ídolos do lar e consagrou a um de seus filhos, para que lhe fosse por sacerdote.” Começou então na casa de Mica um culto estranho, desenvolveu-se sob uma forma mais elaborada, a idolatria cresceu, floresceu, “tudo em nome de Adonai”. Ele contava com uma estola sacerdotal, imitando o culto efetuado no tabernáculo. Consagrou, literalmente no hebraico diz: “encheu as mãos”, de um de seus filhos como um sacerdote. A expressão “encher as mãos” tem o sentido do sacerdote receber pela primeira vez em suas mãos, uma oferta para apresentar ao Senhor. (Ex 29:24) “Todas estas coisas porás nas mãos de Arão e nas de seus filhos e, movendo-as de um lado para outro, as oferecerás como ofertas movidas perante o SENHOR. A Bíblia diz que neste período cada qual “...fazia o que achava mais reto.” ( Jz 17:6) Esse é um comentário resumido da situação caótica da época de Mica. E isso tem prosseguido até os nossos dias com o corpo de “Yeshua”, fragmentado pelos líderes por causa do desejo desordenado de adquirir coisas, posição social, fama, proeminência religiosa (É avareza). Como poderia haver uma casa de ídolos dedicada a Adonai? As coisas andavam e andam enlouquecidas, cada qual querendo fazer algo diferente, em lugar de deixar-se moldar pela Torah, para adquirirmos assim uma qualidade de vida melhor. Mica então vai agora, aprimorar o seu culto pagão, colocando um levita a testa do culto. Esse levita vem de Belém de Judá. (cf. Jz 17:3-13) e chegou a casa de Mica. Ele descobre que o levita provia uma grande autoridade, pois era neto de Moisés, filho de Gérson. ( Jz 18:30). Seu nome era Jônatas. “Então, lhe disse Mica: Fica comigo e sê-me por pai e sacerdote; e cada ano te darei dez siclos de prata, o vestuário e o sustento.” ( Jz 17:10) Tanto o levita quanto Mica devem ter pensado que Adonai o tinha levado até ali. Sem dúvida, Mica ficou muito contente por poder contratá-lo, porque, mediante a instalação daquele levita em sua casa, como o cabeça do culto, pois o levita viera autenticar a Fé sincretista de Mica. Podemos ver que os levitas tinham prestígio e muito mais Jônatas sendo descendente de Moisés. Assim ficou também satisfeito o levita, seria um 44 líder espiritual que cuidaria do santuário de Mica, sem dúvida deve ter parecido um bom emprego. Não ficaria rico, mas também não passaria necessidade. Afinal, o levita havia sido treinado para exercer aquela função, tinha know-how, e seria prestigiado. Os contextos nos quais as duas palavras hebraicas (batsa) ser cobiçoso, ser avarento, (betsa) lucro, ganho injusto, ocorrem enfatizando dois pontos importantes relativos a concupiscência do lucro pessoal. A verdade é: satanás havia conseguido o que planejara. “Tudo feito em nome de Adonai”. A presença do levita servia de forte consolação para mica. Ele tinha a certeza de que, tendo encontrado um levita que cuidasse do seu santuário, Adonai haveria de abençoá-lo. “ Então, disse Mica: Sei, agora, que o SENHOR me fará bem, porquanto tenho um levita por sacerdote. ( Jz 17:13) 1) Essa é uma tentação especial para líderes. Confere comigo o critério exigido pela Torah na escolha de um líder. Ele tinha certeza de que o Senhor haveria agora de mostrar-se mais favorável, porquanto dispunha de um genuíno sacerdote levita para que efetuasse apropriada e eficazmente os ritos religiosos. Entretanto a idolatria assombrava todo aquele santuário. “ A avareza tomara também o coração do levita e ele se tornou um idólatra, como Mica e sua mãe. Mica estava consolado!.. Estarmos certos e sentirmos consolados nem sempre significa que estamos com razão. “Procura dentre o povo homens capazes, tementes a D-us, homens de verdade, que aborreçam a avareza; põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinqüenta e chefes de dez;...” (Ex 18:21) Muitas vezes o desejo de lucro pessoal “avareza” por parte dos líderes levou Israel a pecar. “Porém seus filhos não andaram pelos caminhos dele; antes, se inclinaram à avareza, e aceitaram subornos, e perverteram o direito.” (1 Sm 8:3) “Estes cães são gulosos, nunca se podem fartar. São pastores que nada compreendem; todos eles se tornam para o seu caminho, cada um para a sua ganância, todos sem exceção.” (Is 56:11) ( Jr 8:10) ( Jr 22:17) Por isso, os líderes que mostram tal inclinação não estão qualificados para a liderança. Porque eles sustentam um desejo “desordenado” de adquirir posição social, fama, prata, ouro, esse é um dos principais fatores por detrás de todas as guerras. 2) O forte desejo (cobiça, avareza) pelo lucro pessoal esta em contradição direta com a devoção altruísta (amor desinteressado ao próximo) devida a D-us. Tudo isso vai destruir a pessoa que a possui. “Tais são as veredas de todo aquele que se entrega a cobiça; ela prende a alma dos que a possuem.” (Pv 1:19) “ O que é ávido por lucro desonesto transtorna a sua casa, mas o que odeia o suborno, esse viverá.” (Pv 15:27) 3) Talvez seu resultado mais desastroso seja a tendência de trazer insensibilidade. “Eles vem a ti, como o povo costuma vir, e se assentam diante de ti como meu povo, e ouvem as tuas palavras, mas não as põem em prática, pois 45 lisonjeiam com a boca, mas o seu coração vai após o lucro.” Um monstro de sincretismo, tinha sido iniciada na casa de Mica, e era um levita que ali iniciava. Aquela adoração era uma oposição ao culto no Tabernáculo. O território de Efraim não era um lugar legítimo para um santuário. Mas, o pior estava por vir. Os danitas estavam localizados (pela justa distribuição da herança dos Filhos de Israel , por Josué) ( Js 19:40-46), mais para o sudoeste. Mas a pressão exercida pelos filisteus, ameaçou a tribo de Dã, e eles insatisfeitos, não consultaram ao Senhor, resolveram transferir-se para um território mais fácil, abandonando suas terras ao sul. ( Jz 18) nos diz que cinco “líderes” selecionados para investigarem a região mais ao norte, afim de analisar a possibilidade de mudança. A rota seguida pelos danitas fê-los chegar a casa de Mica. Ficaram surpresos encontrando ali um levita. Então aproveitaram a sua presença para consultar o oráculo, e tendo obtido uma resposta favorável, prosseguiram com toda confiança. Os líderes da tribo de Dã, foram totalmente enganados pelo levita, e pelo espírito das trevas que ali exercia autoridade naquele santuário pagão, porque não estavam qualificados por Adonai para exercerem a liderança. Eram gananciosos, preocupados com eles mesmos, interessados numa vida mais fácil; desobedientes ao Senhor e a Sua Palavra. A Bíblia nos ensina em ( Jz 18:18-20a) “ Entrando eles, pois, na casa de Mica e tomando a imagem de escultura, a estola sacerdotal, os ídolos do lar e a imagem de fundição, disse-lhes o sacerdote: Que estais fazendo? Eles lhe disseram: Cala-te, e põe a mão na boca, e vem conosco, e sê-nos por pai e sacerdote. Ser-te-á melhor seres sacerdote da casa de um só homem do que seres sacerdote de uma tribo e de uma família em Israel? Então o coração do sacerdote se alegrou...” Os líderes juntamente com os seiscentos homens da tribo de Dã estavam ali para roubar, e aplicar violência, se fosse necessário. Quase sempre, o avarento provoca alguma ação de violência a fim de adquirir o que ele deseja. O avarento é maligno e injusto. Embora isso envolvesse em um ato de traição em relação a Mica, seu coração ( Jônatas) astucioso segredou-lhe que a negociação lhe era vantajosa, porquanto seu prestígio como sacerdote aumentaria. Tudo foi tomado, todo o equipamento do oráculo e o sacerdote aliou-se aos seiscentos guerreiros de Dã. Resultado: Toda tribo de Dã levantou para si aquela imagem de escultura, “... e Jônatas, filho de Gérson, o filho de Manassés, ele e seus filhos foram sacerdotes da tribo dos danitas até ao dia do cativeiro do povo.” ( Jz 18:30) Aquele culto na cidade de Dã, tornou-se rival do tabernáculo em Siló. Assim muitos ministérios tem se levantado. Com toda espécie de paganismo, e se opondo de maneira gritante ao Senhor e a sua palavra. Pai, tenha misericórdia de nós!. Dá-nos capacidade de servir ao Senhor, desinteressadamente, pelo puro prazer de servi-lo e adorá-lo. Em nome de Yeshua HaMashiach 46 CaDES-barNéIa Sandra Mara Oliveira nome de duas Cidades do antiGo testamento. fornecer um relato preciso sobre a guerra entre os reinos, na qual Abraão foi envolvido. Os reis vindos do Oriente e do norte, invadem a Transjordânia pela estrada que vai de Da- masco até o sul, sobre as margens do Golfo de Akaba, e, finalmente, até Cades-Barnéia; conquistando, à sua passagem, e os principais estabelecimentos cananeus. 1º Cades-Barnéia 2º Cades no Orantes (uma capital hitita situada às margens do Rio Orantes, 130 quilômetros ao norte de Damasco). Mas, nós iremos meditar nos eventos ocorridos em Cades-Barnéia. 1º Cades-Barnéia Uma área de FONTES no deserto, localizada 80 quilômetros ao sul de Berseba. Às vezes é chamada simplesmente de Cades. DO EGITO À TERRA PROMETIDA Uma das fontes, “Ain Qedeis”, preserva o antigo nome. Cades-Barnéia é citada diversas vezes em relato a cerca dos Patriarcas. Em Gênesis quatorze a ação militar de grande envergadura em que Lot, sobrinho de Abraão foi capturado. A intenção é nos 47 Após a partida do Egito, os hebreus seguirão o mesmo itinerário em sentido inverso, saindo de Cades-Barnéia; guerreando contra os mesmos povos, atravessando as regiões antes ocupadas por ele, Abraão. É notável observar como os hebreus marchavam e progrediam na mesma proporção, conservando sempre igualdade do que Abraão fez, e os povos de que fala o capítulo quatorze de Gênesis não mais existiam no período de Moisés. Mas, sobre os “hebreus” estavam fixos os olhos de Adonai. “Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos.” (Sl 32:8) Ainda no capítulo quatorze de Gênesis podemos observar o claro objetivo de Abraão. Expulsando os reis do norte, torna-se o vencedor dos vencedores, ele se apropria de suas conquistas. Após haver tomado posse “Espiritual” da terra de Canaã, nela implantando os altares de “Adonai”, ele confirma seu direito pela força da Espada. Abraão prova sua capacidade de realizar a promessa que lhe foi feita. Sua descendência terá direito a terra de Canaã por promessa divina, por apropriação “espiritual” e por conquista militar. * A vitória de Abraão é total; num espírito de “Paz”ele havia repartido o país e deixado seu sobrinho Lot com suas terras. Mas, ele foi preso em cativeiro. Daí a intervenção militar de Abraão salvando Lot, mas este, salvo por ele, torna-se seu vassalo. A partilha termina. Abraão tomou militarmente posse da terra da promessa, de Dã a Eilat, para ele e para a sua descendência. A promessa de Adonai realizou-se. foram gerados os filhos de Cades e foram mortos os filhos de Barnéia. Quem são os filhos de Cades? Quem são os filhos de Barnéia? 1º Cades-Barnéia (Gn 16:14) Região para onde Hagar fugiu com Ismael. O sentido que a palavra “Cades” tem, como conseqüência da associação que é provocada pelo seu significado. Com a conotação do estado daquilo que pertence à esfera do que é sagrado, de acordo com o contexto que distingui-se do que é comum ou profano. 2º Cades-Barnéia (Gn 20:1) Abraão estabeleceu-se ali por algum tempo. 3º Cades-Barnéia aparece com destaque no período de peregrinação no deserto da história de Israel. Foi o local de uma prolongada parada no deserto; “Os dias que caminhamos, desde Cades-Barnéia até que passamos o ribeiro de Zerede, foram trinta e oito anos, até que toda aquela geração dos homens de guerra se consumiu do meio do acampamento, como o Senhor lhes jurara.” (Dt 2:14) A partir desta longa parada em Cades-Barnéia, que o Espírito Santo nos leva a entender que ali, Filhos de Cades. Cades significa “santo, consagrado” (qadesh) “Cades” 1º A santidade em sentido mais sublime é aplicada a D-us. A santidade na bondade, e não meramente na ausência do mal. 2º D-us é a essência absoluta da santidade, da bondade, e da retidão, sendo “Ele” o alvo de toda a inquirição por santidade, pureza, e bem-estar, baseados na retidão. 48 3º A santidade de D-us é perfeita e inspiradora. “Louvem o teu nome grande e tremendo, pois és santo.” (Sl 99:3) 4º A santidade de Adonai é exibida em seu caráter. “Já não permanecerei no mundo por muito tempo, mas, eles estão no mundo, e eu vou para junto de ti. Pai Santo, guarda-os em teu nome, o nome que me deste, para que sejam um, assim como nós.” ( Jo 17:11) Com o seu caráter, seus atributos santos, Ele pretende que seus filhos obedeçam a sua palavra, creiam e sejam santos também. Adonai tirou o seu povo do Egito, e prometeu dar-lhes a terra de Canaã. Fez maravilhas no meio deles, manifestou sua bondade, e exibiu sua “SOBERANIA”, sua força seu poder e domínio sobre todas as coisas criadas tanto no céu quanto na terra. Levou-os pelo deserto do Sinai até Cades-Barnéia, localidade com grandes FONTES a fim de dar de beber aos homens e aos animais. Ele pensou em tudo! Criou um ambiente favorável a fim de que os hebreus cumprissem o seu propósito. Os Filhos de Cades são filhos consagrados, filhos santos, obedientes às ordens de Elo- hîm, prontos para cumprir os seus planos que é introduzi-los na terra de Canaã. que não ouvem conselho, inconstantes; tolos, fúteis. O Obstáculo: “Incredulidade”. Mas, os obstáculos que foram surgindo, tornou-se um problema para o seu povo. Incredulidade é não crer. Que dificilmente se deixa convencer. Havia dois grandes obstáculos que os israelitas criaram e que nós, no nosso dia a dia fazemos igual a eles, ou pior que eles. Essa é a incredulidade chamada proposital, que resulta em revolta. 1º Rejeição ao plano de Adonai. “Então levantou-se a Congregação, e gritou em voz alta, e o povo chorou aquela noite. Todos os filhos de Israel murmuraram contra Moisés, e contra Arão; e toda a congregação lhes disse: antes tivéssemos morrido na terra do Egito! Ou mesmo neste deserto! E porque nos traz o Senhor a esta terra para cairmos à espada, e para que nossas mulheres e nossas crianças sejam por presa? Não nos seria melhor voltarmos para o Egito? E diziam uns aos outros: Levantemos a um para nosso capitão, e voltemos para o Egito.” (Nm 14:1-4) Eles estavam gerando filhos de Barnéia, filhos incrédulos, mal agradecidos, filhos que não obedecem, A verdade já fora revelada. Era o plano de conduzi-los à terra prometida. O que acontece com a incredulidade proposital, além de gerar Filhos de Barnéia? Ela é uma afronta direta a Veracidade Divina, e um lugar como Cades-Barnéia de FONTES, com abundância de águas se tornou lugar de julgamento para os seu povo. (mishpat) Justiça. Mishpat é usado para designar o governo de Adonai sobre seu povo. E a sua “SOBERANIA” é a base legal da sua ação governamental, no sentido de autoridade e direito. Hoje, nos nossos dias as pessoas estão acostuma- 49 das a encontrar isso em constituições humanas, e na natureza do homem, declarando os (direitos naturais), mas, de acordo com as Escrituras Sagradas, toda Autoridade é divina. Que quer dizer isso? Se a autoridade não receber “unção divina” ela não é autoridade, porque o Mishpat é de D-us. “Não mostrareis parcialidade no julgamento, ouvireis tanto o pequeno como o grande, não temereis a ninguém, pois o juízo é de D-us. Mas se a causa for difícil para vós, fá-la-eis vir a mim, e Eu a ouvirei”. (Dt 1:17) Quando a Congregação dos filhos de Israel murmuraram, eles se queixavam de Moisés e Arão? Sim. Pois eles eram as duas autoridades físicas investidas de toda “unção divina” para governar e dirigir o seu povo. Portanto, quando os incrédulos filhos de Barnéia se queixavam, estavam murmurando contra o próprio D-us. “Até quando sofrerei esta má congregação, que murmura contra mim? Tenho ouvido as queixas desses murmuradores filhos de Israel.” (Nm 14:27) Para todo aquele que rejeita o plano de Adonai, numa incredulidade proposital, que resultou numa revolta violenta só lhe resta o “Mishpat” de D-us. O julgamento, o juízo que aconteceu em Cades-Barnéia. justos estatutos, mas de justas Reivindicações de D-us. Ele é o Senhor e pode reivindicar. “Dize-lhes: por minha vida, diz o Senhor, que, como falastes aos meus ouvidos, assim farei a vós outros. Neste deserto cairão os vossos cadáveres, como também todos os que de vós foram contados segundo o censo, de vinte anos para cima, os que dentre vós contra mim murmurastes. Não entrareis na terra, pela qual jurei que vos faria habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num. Mas os vossos filhos de que dizeis: Por presa serão, farei entrar nela; e eles conhecerão a terra que vós desprezastes.” Que é reivindicar? Adonai reclama uma coisa que pertence a “Ele”, reivindica sua herança seus filhos que foram criados por “Ele” para serem santos e irrepreensíveis. O “Mishpat” (juízo, julgamento) de Adonai estava estabelecido. “...pois o Senhor é D-us de justiça...” (Is 30:18) Os filhos de Barnéia morreriam e os filhos de Cades serão consagrados ao Senhor e conhecerão a terra. Adonai exige um melhoramento das condições de vida do seu povo. Ele reclama para si e quer nos assumir. Então, podemos compreender que todo direito e autoridade que existe é d’Ele. Toda desobediência gerada pela incredulidade tem o seu fim, a morte. Todo Mishpat verdadeiro tem a sua “fonte” no próprio D-us e, por esse motivo traz consigo as exigências divinas. “Eu, o Senhor, falei, e certamente assim farei, a toda esta má Congregação, que se levanta contra mim neste deserto se consumirão e morrerão.” (Nm 14:35) Quando portanto as Escrituras falam dos Mishpat de D-us (o que freqüentemente acontece) a palavra possui a conotação particular, não tanto de “Pois o salário do pecado é a morte, mas o Dom gratuito de D-us é a vida eterna, em Cristo Jesus nosso Senhor.” (Rm 6:23) 50 Assim, nos encontramos hoje, no mesmo paralelo com Israel; as mesmas dificuldades que os hebreus enfrentaram para entrar na terra prometida. A Igreja de Yeshua precisa assumir de todo o coração, (principalmente os líderes) uma vida de “Obediência e Fé” para retornar-mos a Jerusalém; e isso significa retornar aos princípios básicos prescritos na Bíblia Sagrada para o nosso bem-estar físico e espiritual. O Shabat, o dia solene de descanso, que foi substituído pelo Domingo. As festas bíblicas, que a Igreja tornou sem efeito (Páscoa, Pães Asmos, Primícias, Pentecostes, Trombetas e Tabernáculos) dando lugar, ao dia do papai, dia da mamãe, dia do namorado, natal, etc. As conseqüências têm sido muito graves. Uma conseqüência grave, é que a Igreja não tem autoridade espiritual, perdeu sua credibilidade perante o mundo secular; o santo mistura-se com o profano. A necessidade de RETORNAR se faz necessário, e muito urgente, para legalmente ajustar-mos a “tudo” que nos foi legitimado pelos “patriarcas, profetas” e pelo sangue de Yeshua, pois temos direitos legais como filhos de possuir a herança que nos foi outorgada. Existe no nosso meio, duas grandes oposições. 1º São os filhos de Barnéia. Eu considero esta oposição a pior, pois são eles os revoltados, gerados pela incredulidade, e se levantam fazendo parceria com os demônios contra O Plano, O Propósito, O Projeto de Adonai. Esta oposição mantém-se no nosso meio de maneira sutil. Suas características são: eles são perspicaz, hábeis, e habilidosos na arte do engano. Eles são quase imperceptíveis (pois se parecem com os santos) andam sem fazer qualquer ruído, tipo um gato. João escrevendo para os últimos dias os classifica muito bem: “...aqueles que se dizem judeus e não são, mas são sinagoga de satanás.” (Ap 2:9b). São opositores ao Plano de Adonai de retorno. Eles estão conosco, perturbando, produzindo todo tipo de afronta à autoridade maior que é D-us. 2º Oposição são aqueles que tem muito prazer no estilo de vida mundano e profano, são carnais e não estão preocupados em buscar se esforçar por uma vida de “Santidade”. Quanto aos outros, é mais grave pois enfrentam com altivez e arrogância, orgulho, o próprio criador. A tarefa deles é atrasar o projeto, ganhar tempo. Esses terão que ser eliminados pelo Mishpat (juízo) de D-us. Qual é então a nossa posição diante de tantos problemas? Nos levantar em oração e clamar-mos os “Mishpat” (juízos e julgamentos) de Adonai na “Celebração de Pesah” (Páscoa), pois consideramos um período apropriado para as grandes batalhas, pois é de interesse de Elohîm nos conduzir, iniciando o ciclo (já que Pesah é celebrada no 1º mês do ano) (Ex 12:2) com vitórias já estabelecidas, colocando um marco que irá assinalar com firmeza territórios conquistados. “Quem é injusto, faça injustiça ainda; que está sujo, suje-se mais ainda; que é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, santifique-se ainda.” (Ap 22:11) Esses prejudicam o corpo de Cristo? Sim. Mas, o prejuízo maior é para eles mesmos. 51 Advertência para os Crentes Sandra Mara Oliveira “Temamos, portanto, que, tendo-nos sido deixada a promessa, de entrar no seu descanso, suceda que algum de vós, tenha falhado.” (Hb 4:1) Os avisos constantes nesta epístola aos hebreus são reais, e não meros truques psicológicos que visam assustar apenas aos crentes, para que não façam o que não devem. Afirmamos que são crentes “reais” que são advertidos, pois são os que reputam ser crentes verdadeiros, cuja experiência com Yeshua é válida. Notemos como o autor sagrado se inclui entre esses: “Temamos...” Isso estabelece claramente a quem são dirigidas essas advertências. O próprio apóstolo Paulo “temia” ser desqualificado na carreira. “Antes, subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.” (I Co 9:27) Temamos: Sentimento de respeito ou reverência. Ato ou efeito de temer; receio, susto, medo, pavor, terror. Este é o sinônimo da palavra temor na nossa língua portuguesa. Mas, na linguagem bíblica, você vai ver, que a palavra ganha uma flexibilidade que nos capacitará a ver com clareza vários tipos de temor. Só assim podemos entender a linguagem do Espírito Santo descrita na carta aos Hebreus no capítulo quatro. A palavra hebraica é: (Yare); temeroso, com medo. Ou (Yir’â); temor, temeroso. Neste caso, podemos dividir em cinco categorias o temor: 1º O temor emocional; 2º O temor intelectual; 3º O temor através da adoração formal; 4º O temor pela reverência e respeito; 5º O temor através da piedade e de um comportamento íntegro. 1º Vamos analisar o Temor Emocional. Sua característica: Ele é uma perturbação geralmente passageira, por algum fato que provoca surpresa, ou mesmo perigo. Afeta diretamente o nosso espírito. Exemplo: a mensagem causou-lhe grande emoção, impressionou muito. Mas, se é emocional apenas é passageira. Um exemplo bíblico bem claro é o temor emocional dos hebreus diante do fogo no Monte Sinai. “Face a face o Senhor falou conosco no monte no meio do fogo. Nesse tempo, eu estava em pé entre o Senhor e vós, para vos notificar a palavra do Senhor, porque temestes o fogo e não subistes ao Monte, dizendo...” (Dt 5:4-5) “Quando o povo viu os trovões, e os relâmpagos, e o clangor da buzina, e o Monte fumegante, tremeu de medo, retirou-se e pôs-se de longe.” (Leia por favor Ex 20:18-21 para que você entenda perfeitamente sobre o temor emocional). 2º O Temor Intelectual não tem ênfase emocional. Sua característica: Age para defesa própria. O te- 52 mor intelectual se dá apenas com o entendimento com a mente, a inteligência. Exemplo bíblico: foi a reação de Davi, enquanto estava na corte de Áquis; pois Davi gozava de um bom conceito, estima e prestígio público, e sua reputação representava um risco para sua própria vida. “...não é este Davi, o rei da sua terra? Não foi deste que cantavam nas danças dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém, Davi, os seus dez milhares? Davi considerou estas palavras no seu coração; e teve muito medo de Áquis, rei de Gate.” (I Sm 21:11-12) Esse tipo de temor, o temor intelectual não tem nada a ver com as emoções. Temeu com a mente, e agiu para defesa *própria. Foi assim que o apóstolo Pedro também se defendeu, com um temor intelectual de perda da sua própria vida. (Mt 26:69-75) No hebraico o vocábulo refere-se motivos exteriores de medo. (Môra) terror. O sentimento provável é: infunde-lhes o medo, ou seja, apresenta uma exibição aterrorizante de poder. A experiência vivida por Davi, e por Pedro é o temor pela estrutura governamental estabelecida, aos olhos deles era uma estrutura bastante poderosa, capaz de destruí-los. Podemos entender com mais clareza o exemplo literal da palavra hebraica “môra”, descrito pelo profeta Isaías. O Espírito do Senhor, vem sobre o profeta e o faz declarar palavras divinas contra os motivos exteriores de medo, acompanhado de assombramento, vindo de fora. Veja comigo: “Não chameis conjuração a tudo quanto este povo chama conjuração; não temais os que eles temem, nem tomeis isso por temível.” (Is 8:12) Conjuração significa conspiração. Era uma acusação que o partido pró-Assíria, na corte de Judá fazia contra Isaías. O profeta aconselhava o povo a confiar em D-us. (Is 7:2) “Ao Senhor dos Exércitos, a Ele santificai, seja ele o vosso temor, seja Ele o vosso espanto.” (Is 8:13) Isaías declarou: “Forjai projetos, e eles serão frustados; dai ordens, e elas não serão cumpridas, porque D-us é conosco.” (Is 8:10) A fé lança fora todo o temor intelectual. Foi o que o profeta ensinava ao povo hebreu, e deve ser a nossa atitude todas as vezes que formos ameaçados por qualquer espanto, terror que os homens ou que as circunstâncias tentam produzir em nós. 3º Temor através da Adoração Formal. Sua característica: Sincretismo religioso. Sincretismo é: Sistema filosófico ou religioso que tende a fundir em uma só, várias doutrinas diferentes. O sincretismo religioso é o responsável pelo temor ao Senhor com respeito a adoração pública, embora não temam ao Senhor com respeito a “OBEDIÊNCIA” a sua palavra. Confere comigo e o exemplo bíblico em: (II Rs 17:32-34) “Temiam ao Senhor, mas dentre os do povo constituíram sacerdotes dos lugares altos, os quais exerciam o ministério nas casas dos lugares altos. Temiam ao Senhor, mas também serviam a seus próprios deuses, segundo o costume das nações dentre as quais tinham sido transportados. Até o dia de hoje fazem segundo os costumes antigos. Não temem ao Senhor, nem fazem segundo os seus estatutos e ordenanças, as leis e os manda- 53 mentos que o Senhor ordenou aos filhos de Jacó, a quem deu o nome de Israel. Quando Adonai é o “objeto” de temor, a ênfase recai sobre a reverência e o respeito. “Assim, estas nações temiam ao Senhor, mas serviam as suas próprias imagens de escultura...” (II Rs 17:41a) Então a atitude que eu e você tomamos de reverência e respeito é a “base” da verdadeira sabedoria. A Torah sugere o tipo de “Temor” que deve ser aprendido por nós através da adoração pública. (Dt 14:22-29) 4º Temor pela Reverência e Respeito. Sua característica: Adonai é o objeto do temor, então, Ele será a causa, o motivo dos nossos sentimentos e ações. Reverência é: Respeito profundo aos pais, consideração por eles, nos ensina a Torah. “Cada um temerá a sua mãe e a seu pai...” (Lv 19:3a) Reverência é: Respeito às coisas sagradas. “Guardareis os meus sábados, e reverenciareis o meu santuário. Eu Sou o Senhor. “ (Lv 26:2) Reverência ao nome de D-us. O salmista ora, pedindo ao Senhor: “...unifica o meu coração para temer o eu nome.” (Sl 86:11) A conclusão que podemos chegar é que o temor reverente e piedoso produz “motivação” real, desperta interesse, estimula para uma vida justa e piedosa e se manifestará na vida prática. O livro de provérbios é estabelecido sobre esse tema: “sabedoria”. Aquele que teme a D-us com reverência e piedade age espontâneamente à mensagem divina, esse é o comportamento do indivíduo que teme a D-us. É usada em: (Pr 1:7) “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria...” Aprendemos o temor reverente e piedoso mediante a leitura da Torah. Torna a ocorrer em (Pr 9:10) “O temor do Senhor é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do santo é a prudência.” E também em outros capítulos do livro de Provérbios. “Ora, este mandamento, que hoje te ordeno, não te é difícil demais, nem está longe de ti. Não está nos céus, para dizeres: Quem subirá por nós aos céus, que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Nem está do outro lado do mar, para dizeres: Quem atravessará por nós o mar, para que no-lo traga e no-lo faça ouvir, para que o cumpramos? Pois esta palavra está muito perto de ti, na tua boca e no teu coração, para a cumprires.” (Dt 30:11-14) 5º O Temor através da Piedade e de um Comportamento íntegro. Sua característica: Temer e ter uma vida correta estão intimamente ligados. São quase sinônimos. O que nos ensina a Torah. “Ninguém defraude o seu próximo, mas tema ao seu D-us. Eu sou o Senhor vosso D-us.” (Lv 25:17) Aquele que teme a D-us anda nos caminhos do Senhor. “Bem-aventurado é aquele que teme ao Senhor e anda nos seus caminhos.” (Sl 128:1) 54 Aquele que teme a D-us evita o mal. “Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó. Este homem era íntegro e reto, temia a D-us e se desviava do mal.” ( Jó 1:1) Quando tememos a Adonai, somos recompensados por Ele. “As parteiras temeram a D-us e não fizeram como o rei do Egito lhes dissera, antes, conservaram os meninos com vida. Porque as parteiras temeram a D-us, Ele lhes constituiu família.” (Ex 1:17-21) “...portanto...” esta palavra nos leva de volta ao capítulo três de hebreus do versículo sete a dezenove, nos ensinando sobre a “geração do deserto”. Todo o povo de D-us recebera muitos privilégios, vantagens que foram concedidas somente a eles. les que foram escolhidos (Moisés) para conduzi-los à Terra Prometida. Então, disse o Senhor a Moisés: “...Até quando me provocará este povo, e até quando não crerá em mim, apesar de todos os sinais que fiz no meio deles? Com pestilência o ferirei, e o rejeitarei...” (Nm 14:11-12) Porém, Moisés orou, para que o Senhor perdoasse o seu povo, e Adonai pela sua infinita misericórdia, atendeu o pedido do seu servo. Mas, declarou Ele uma palavra de juízo contra eles. “Nenhum dos homens que viram a minha glória e os meus sinais que fiz no Egito e no deserto, me tentaram essas dez vezes e não obedeceram à minha voz; nenhum deles, verá a terra que prometi com juramento a seus pais. Nenhum daqueles que me desprezaram a verá.” (Nm 14:22-23) 2º Viram as maravilhas de Adonai pelo espaço de quarenta anos. “...somente Calebe, filho de Jefoné e Josué filho de Num. Mas os vossos filhos, dos quais dizeis que seriam levados como presa, eu os introduzirei nela, e eles conhecerão a terra que desprezastes.” (Nm 14:30-31) Mas pereceram!.. Se revoltaram contra Adonai, murmuraram, fizeram sofrer horrivelmente aque- Portanto, irmãos, esses exemplos e ensinos bíblicos, devem produzir em nós grande “TEMOR” 1ª Foram livres miraculosamente do Egito; para não seguirmos os exemplos negativos e fracassar-mos não obtendo descanso que nos foi prometido. O que você acha, que todos os Shabats, a cada Sábado lemos o (Sl 95) que diz: “Não endureçais o vosso coração como em Meribá, como no dia da Tentação no deserto, quando vossos pais me tentaram e viram a minha obra.” Na realidade oramos a palavra com advertência. Porque o descanso é uma “Promessa”, como temos várias promessas divinas. Mas, para o cumprimento da promessa há uma condição, “OBEDIÊNCIA”. A palavra promessa é usada (53) vezes no Segundo Testamento, na Epístola aos Hebreus aparece por catorze vezes. (Hb 4:1; 6:12; 7:6; 8:6; 9:15; 10:36; 11:9, 13, 17, 33, 39) Você lendo todas essas referências, mostrará que todas estas promessas são condicionadas. E você já aprendeu comigo, que condicionar na psicologia é: *Estabelecer num ser vivo, um novo comportamento. É preciso haver a reação positiva, favorável do homem, na forma de “OBEDIÊNCIA”, para que tenha seu cumprimento. 55 O dever de obedecer não é apenas uma ordem que flutua no ar acima de nós. Antes está bem perto de cada um e acessível a todos. “Pois esta palavra está bem perto de ti, na tua boca, e no teu coração para a cumprires.” (Dt 30:14) Se, oferecermos resistência, não poderá haver salvação para nós. A promessa foi dada, e permanece de pé, o descanso é possível, mas poderá ser perdido. biremos ao lugar que o Senhor prometeu.” (Nm 14:40) veitou, visto não ser acompanhada pela Fé...” (Hb 4:2) Só que foi tarde demais o arrependimento. Pense bem, ficaram aquém de tudo que o pai celestial prometeu. O descanso os aguardava, mas foram desqualificados. “O justo viverá da Fé.” (Rm 1:17) “Disse Moisés: Não subais porque o Senhor não estará no meio de vós. Sereis derrotados diante dos vossos inimigos. Pois os amalequitas e os cananeus estão ali diante da vossa face...” (Nm 14:23a) Voltando com você em Números catorze e analisando a condição do povo da promessa, podemos ver que eles foram “Julgados” por Adonai e desqualificados para o descanso. A promessa é grande, ela aponta para uma realidade grandiosa. “Quando Moisés transmitiu estas palavras a todos os filhos de Israel, o povo se contristou muito.” (Nm 14:39) Mas, a promessa isolada, ela não é suficiente. Tem que receber a contribuição da Fé mediante a lealdade a Yeshua. A contrição é uma dor profunda e sincera pelas ofensas feitas a D-us. Eu creio que eles oraram, pedindo perdão à Adonai, pelos pecados cometidos e prometeram não mais pecar. - A salvação é uma estrada de duas pistas. A um lado divino e um lado humano. Só é válida quando o humano coopera com o divino. A Bíblia diz: “Levantaram-se de manhã cedo, subiram ao cume do monte dizendo: Pecamos, su- A cooperação do homem é a Fé. “...mas a palavra que ouviram nada lhes apro- E a Fé consiste na entrega da sua vida aos cuidados de Yeshua para que nós sejamos transformados. O Senhor está nos conclamando ao “Temor”. Não um “temor” Emocional, cuja característica é das emoções, bem passageiro. Muito menos um “temor” Intelectual, ou verbal, que devemos prestar lealdade à Yeshua, a fim de agir em defesa própria apenas. E aquele “temor” Adoração Formal, cuja característica é o sincretismo, que nos faz estar bem com todas as religiões (porque preciso estar bem com todos). Isso é o que produz a adoração formal. Mas, não temos coragem suficiente para nos levantar quando precisa, e defender a honra de Adonai. Nós sabemos que nada resta para ser feito por D-us. Suas obras estão cumpridas na sua mente, antes mesmo da fundação do mundo. Temos provas da existência de um descanso espiritual, que 56 já foi determinado na mente de D-us; após ter terminado sua criação material, Ele descansou. “E abençoou D-us o sétimo dia e o santificou, porque nele descansou de toda a obra de criação que fizera.” (Gn 2:3) Então Ele deu claras provas que o descanso é uma realidade. E agora convida você e eu a chegar-mos a mesma realidade pela Fé. Com um “temor” Reverente, tendo Adonai como objeto de Temor. Então “Ele” será a causa, o motivo dos nossos sentimentos e ações. Com um “temor” Piedoso, que resulta num comportamento íntegro, cuja motivação real, nos estimula para um vida justa e piedosa que se manifestará na prática. Então, nossa preocupação deve ser a de exercer Fé, para praticarmos o Temor reverente e o Temor piedoso, para recebermos seus benefício. 57 Eventos bíblicos para Israel e Igreja de Yeshua Sandra Mara Oliveira “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite.” (Gn 8:22) Ceifar é: Cortar, abater, destruir, ou então colher o produto do solo. Uma boa colheita é o que se recebe como retribuição pelo trabalho. O terrível dia o qual o profeta Jeremias e os demais profetas profetizaram chegou!.. Israel envolveu-se em uma idolatria e apostasia, trazendo sobre si um amargo fim. O país inteiro havia caído em uma insanidade, por causa da imitação do paganismo, e com isso perdeu seu caráter distinto, diferente, que não se confun- dia com outro povo, pois Adonai havia separado a nação para ser um testemunho para outras nações. O processo da ceifa era declarado brutalmente pelo Arauto oficial do governo de Adonai. “A morte subiu pelas janelas, e entrou em nossos palácios; exterminou das ruas as crianças, e o jovens das praças. Dize: assim diz o Senhor: até os cadáveres dos homens, jazerão como esterco a face do campo, e cairão como gavela atrás do “segador”, e não há quem a recolha.” ( Jr 9:21-22) “Eis que Eu vos apertarei no vosso lugar como se aperta um carro cheio de feixes. Assim que de nada valerá a fuga ao ágil, e nem o forte corroborará a sua força, nem o valente salvará a sua vida. Não ficará em pé o arqueiro, nem o ligeiro de pés se livrará a sua alma. Até o mais corajoso dos guerreiros fugirá nu naquele dia, diz o Senhor.” (Am 2:12-16) O cerco, a queda de Jerusalém descrita e proclamada com choro, pranto e muito sofrimento pelos profetas deve ser para nós, um ensinamento o qual devemos tirar proveito, uma lição viva e única, e consiste num valor espiritual que deve ser assimi- lado por nós, pois, o Eterno que corrigiu Israel no passado, com certeza também nos disciplinará, a fim de nos ajustar a sua vontade. Ele tem uma característica singular, que é a sua imutabilidade. Adonai não está sujeito a mudanças, como nós, seres humanos. Seus propósitos já estabelecidos, estão firmes. Seus planos permanecem sem ser impedidos. Jó reconheceu que o Senhor é soberano: “Eu sei que tudo podes; nenhum dos teus planos pode ser impedido.” ( Jó 42:2) “Eu anuncio o fim desde o princípio, desde a antigüidade as coisas que ainda não sucederam. Eu digo: O meu propósito subsistirá, e farei toda a minha vontade.” (Is 46:10) Se, no passado corrigiu Israel, por causa do paganismo, devemos parar, meditar e ouvir a sua palavra, pois Ele não nos poupará porque cremos. Adonai tem seu plano de retorno com a Igreja de Yeshua para Jerusalém. Isto está estabelecido por “Ele”. Ele mesmo disse: “Fundirei”, Israel e Igreja, a fim de que se desfaça 58 todo ódio, toda inimizade, todo anti-semitismo, e os farei, um só, em cumprimento a sua palavra. (Piedade é a virtude que alguém tem de dar honra somente a D-us). “Mas, agora, em Yeshua, vós que antes estáveis longe, já pelo sangue de Yeshua chegaste perto. Pois ele é a vossa paz, o qual de ambos os povos fez um, e destruiu a parede de separação, a barreira de inimizade que estava no meio, desfazendo-a na sua carne.” (Ef 2:13-14) O verdadeiro temor do Senhor nos dá conhecimento e instrução, gerando assim arrependimento e uma transformação interior genuína e individual. Fundir é levar um sólido ao estado líquido. É combinar Israel e Igreja num todo, tornando uma só peça, misturar e unir. Portanto, se houver resistência de quem quer que seja, qualquer líder eclesiástico ou outro corpo que reagir contrariamente ao “Plano” do Senhor, com certeza encontrará uma oposição da parte de Adonai, muito grande. Tem que se cuidar, pois pode pagar um preço muito alto pela resistência, até com a própria vida. O retorno a Jerusalém exigirá muito esforço, tanto de Israel como da Igreja. Os líderes terão que ceder em “Nome do AMOR”. Israel, com certeza, irá abster-se do excesso de “formalismo” em favor da Igreja. Dando o Primeiro lugar a um Temor Piedoso e Reverente que a Igreja de Yeshua não conhece. Em segundo lugar, Israel irá trabalhar para que a Igreja de Yeshua cumpra com precisão as formalidades impostas pela tradição judaica. Eu tenho convicção que Israel com a sabedoria de Adonai, irá rogar com empenho, atraindo a Igreja, chamando-a para si no “AMOR”, e ela irá sem medo. “Nisto é aperfeiçoado em nós o amor, para que no dia do juízo, tenhamos confiança...” (I Jo 4:17) E a Igreja irá dobrar-se, curvar-se confirmando com o povo judeu (que é seu povo), o seu AMOR. Adonai assim fará com a Igreja, para que por esta prova saber se somos obedientes em tudo. Tudo isto acontecerá para edificação e não destruição. A ceifa estava estabelecida, grande parte do povo já havia sido levada para o cativeiro babilônico. Jerusalém havia sido tomada. Assim sendo, em Ramá, a oito quilômetros ao Norte de Jerusalém, onde os cativos eram selecionados para serem enviados a Ribla, e dali, a cidade de Babilônia. Jeremias capítulo quarenta. O profeta era bem conhecido pelo próprio Nabucodonosor; também, o chefe do exército Nebuzaradã, conhecia as profecias de Jeremias contra Judá, por causa da horrenda idolatria e apostasia, pelo que, os líderes babilônicos tinham consciência do aspecto espiritual da queda de Jerusalém. A Bíblia nos diz: “Quando o comandante da guarda encontrou a Jeremias, disse-lhe: O Senhor teu D-us pronunciou este mal contra este lugar. E agora o Senhor o trouxe; Ele fez como havia dito. Tudo isto aconteceu porque pecastes contra o Senhor e não obedecestes a tua voz.” ( Jr 40:2-3) Até o pagão Nebuzaradã reconheceu a lei da colheita segundo a semeadura. O que Israel plantou, agora colheria. Jerusalém, seus nobres estavam abatidos, cortados e destruídos e colocados em cativeiro. O paganis- 59 mo havia cobrado o seu alto preço. Adonai fora a causa disso. Os babilônicos foram o instrumento de D-us. A Igreja de Yeshua, se encontra nos nossos dias envolvida com o paganismo na mesma proporção que se encontrava Israel no período do profeta Jeremias, Isaías, Ezequiel, entre outros. Portanto, deve estar atenta para voltar aos princípios bíblicos estabelecidos na palavra do Senhor. Caso contrário, nossa situação se tornará crítica espiritualmente. O profeta Malaquias nos diz: “Ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos aos pais, para que Eu não venha e fira a terra com maldição.” (Ml 4:6) Os pais que a palavra nos ensina são os patriarcas e os profetas. Nós estamos orando para que a Igreja entenda os ensinamentos do Senhor e os ponha em prática. Israel é um povo agrícola. O contexto bíblico é agrícola; de modo que a colheita tem grande significado para o povo judeu, e também para nós que amamos e servimos o “Eterno de Israel”. A Torah nos ensina: “Enquanto a terra durar, não deixará de haver sementeira e ceifa, frio e calor, verão e inverno, dia e noite.” (Gn 8:22) OS EVENTOS BÍBLICOS E OS ACONTECIMENTOS PARA ISRAEL E IGREJA DE YESHUA, SÃO CONTADOS A PARTIR DAS COLHEITAS, OU COM “BASE” NELAS. O evento é um acontecimento de sucesso. Ou o fortuito, que é o evento imprevisto, aquilo que não se prevê. Apesar de saber que na vida do “servo” de D-us nada acontece por acaso. Porque o Senhor nos ensina na sua palavra assim: “Certamente o Senhor D-us, não fará coisa alguma, sem primeiro revelar o seu segredo aos seus servos, os profetas.” (Am 3:7) D-us avisa aos seus filhos quando Ele vai estabelecer algum acontecimento. Quer seja um evento de sucesso, de alegria, quer seja um evento de insucesso e mau êxito. O acontecimento se torna para o servo de D-us um fortuito, um imprevisto quando ele não dá ouvidos aos conselheiros capazes, e também à palavra de D-us. Confira comigo em Jeremias quarenta, versículo dez. “Eu mesmo habitarei em Mispa, para estar às ordens dos caldeus, que vierem a nós, mas vós recolhei ovinho e as frutas de verão e o azeite, e metei-os nas vossas vasilhas, e habitai nas cidades que tomastes.” ( Jr 40:10) Período de Ceifa. Mês de Julho e Agosto, antes um pouco da Festa dos Tabernáculos. D-us marcou a tragédia, da tomada de Jerusalém no PERÍODO DA COLHEITA. O tempo da “colheita” freqüentemente anuncia, mostra, indica sinais de período de destruição. O tempo da colheita revela os juízos de Adonai. “Também para ti, ó Judá, está determinada uma ceifa.” (Os 6:11) “Lançai a foice, porque já está madura a seara. Vinde, descei, porque o lagar está cheio, os vasos dos lagares transbordam; porque a sua malícia é grande.” ( Jl 3:13) Israel sabia pela boca dos profetas que Jerusalém seria tomada, e o povo levado cativo. Era um acontecimento que provocava mau êxito para Israel. Confere comigo (Ap 14:14-20) Esse evento também conta a partir da colheita. Com base na “colheita” e na escassez dela, Adonai 60 usa a vida de José, para realizar os seus projetos divinos; a venda de José, para o Egito, será destinada a fazer viver, dar subsistência a Jacó, seus filhos e cumprir a palavra de Adonai, dirigida a Abraão. Adonai, com base na colheita e na escassez dela, cumpre dois objetivos. 1º Dar subsistência a Jacó e seus filhos; 2º Cumpre a promessa à Abraão e seus descendentes. “Mas agora não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos, por me haverdes vendido para cá,porque para a conservação da vida, D-us me enviou adiante de vós. Pois, já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura, nem colheita.” (Gn 45:5-6) A colheita é um período também de retribuição. Retribuição é uma recompensa por trabalhos prestados. É um reconhecimento, agradecimento por um favor ou serviço recebido. É gratificar, pagar, recompensar. Lia, foi mãe de seis príncipes das tribos de Israel. Rubem, Simeão, Levi, Judá, e também Issacar e Zebulom, e uma filha chamada Diná. Quando se engravidou do seu penúltimo filho, era período da “ceifa” do trigo. Ela lhe deu o nome de Issacar que significa: “Ele trará recompensa”. “Saiu Rubem nos dias da ceifa do trigo...” (Gn 30:14-18) A travessia do Jordão por Josué e todos os filhos de Israel, os sacerdotes e levitas; esse evento foi marcado pela colheita, (Maio e Junho) colheita de trigo. ( Js 3:15) - Batalha de Sansão, contra os filisteus, se deu durante a “Ceifa” do trigo. O objetivo dessa batalha foi separar Judá do paganismo. ( Jz 15:1) “Assim voltou Noemi da terra de Moabe, e com ela Rute, sua nora, a moabita; chegaram a Belém no princípio da Sega da Cevada” (Rt 1:22) “Assim, Rute se ajuntou com as servas de Baoz, para respigar, Até que a sega da cevada e a do trigo acabar...” (Rt 2:23) - Outro evento que marcou Israel foi no período do profeta Samuel, quando os Filisteus devolvem a “arca”em Bete-semes, é período da Sega do trigo. (I Sm 6:13) - A intercessão de Rispa, concubina de Saul. Seus filhos foram mortos. “...nos dias da ceifa, nos primeiros dias no princípio da ceifa da cevada.” (II Sm 21:9-10) (Março e Abril) Ela orou e protegeu os cadáveres dos predadores até “Outubro”, o fim da “colheita dos frutos”. Sua intercessão durou 7 meses, até dar frutos. Até que o rei tomasse as providências e então fizesse alguma coisa em seu favor. Ela orou e vigiou, sua oração produziu efeito; deu frutos. As três Festas principais do Calendário Judaico estão relacionadas com três épocas da Colheita. Páscoa, Pentecostes, Tabernáculos. Colheita no hebraico significa: terminar.* (qatsêr) colheita é um substantivo que é empregado para designar o processo de concluir, terminar uma ceifa. 61 * É o ato de cortar, e recolher o produto do campo. “Não dizeis: Ainda há quatro meses até a ceifa? Eu vos digo: Erguei os vossos olhos e vede os campos! Já estão brancos para a Ceifa.” ( Jo 4:35) Yeshua está dizendo: Eu concluirei o meu trabalho, porque os campos estão brancos, a colheita deve ser feita. Ele próprio entregaria sua vida na “Festa da Páscoa”, a fim de terminar o seu trabalho. O que Ele plantou, já estava pronto para ser ceifado. “O Ceifeiro recebe desde já o seu salário, desde já ceifa a colheita para a vida eterna, e assim se regozijam tanto o semeador como o ceifeiro.” ( Jo 4:36) *Mas, a lei de Moisés proibia ceifar uma “colheita”, para a qual não se tinha trabalhado. O Ano “Shabático” e o jubileu têm como objetivo restituir, devolver à sociedade dos Benéi Israel a seuestado original. - O Ano Shabático a cada sete anos (Lv 25:1-7) “O que nascer de si mesmo e da tua seara não podada não colherás. Ano de descanso solene será para a terra.” (Lv 25:5) O que a terra produzir espontaneamente não pertencerá ao proprietário do campo; estava proibido fazer comércio, negociar em troca de pagamentos durante o Ano de descanso. O “Shabat” da terra consiste assim em uma suspensão a cada sete anos da propriedade privada. O homemnão tem direitos sobre sua propriedade privada; os frutos que ele produz, espontaneamente, pertencerão ao mundo. (Confere comigo). “Mas os frutos da terra no seu descanso vos será por alimento, a ti, ao teu servo, a tua serva, ao teu empregado e ao estrangeiro que peregrina contigo.” (Lv 25:6) Não somente os homens livres, mas até mesmo os escravos, os metecos (estrangeiros), e obviamente os pobres. “Como também ao teu gado e aos animais que estão na tua terra, todos os seus produtos servirão de alimento.” Yeshua nos ensina uma lição tremenda que devemos ser menos vaidosos e mais desprendidos de coisas materiais e nossas preocupações devem ser menos egoístas. Ele adverte a igreja: “Eu vos enviei a ceifar onde não trabalhastes. Outros trabalharam e vós entrastes no trabalho.” ( Jo 4:38) Os patriarcas do Primeiro Testamento e os profetas plantaram. Eles foram os primeiros semeadores. Israel plantou, e a igreja beneficiou-se desse plantio. “...assim, se regozijem tanto o semeador como o ceifeiro.” ( Jo 4:36b) Trabalharam juntos, Israel e Igreja, cada qual cumprindo o seu dever, “regozijam-se” (tenham prazer, alegria um com o outro) compartilhando dos bem-aventurados resultados de uma Safra Produzida em comum. Porque permitir um sentimento egoísta, se preocupando apenas com seus próprios interesses? Israel anda muito preocupado consigo mesmo, e a Igreja da mesma forma. O anseio e anelo do Pai, é que tanto Igreja, quanto Israel compreenderam isso e se ponham a trabalhar juntos*. 62 Pois Israel, quando entrou na terra para possuí-la, ali já existiam vinhas, olivais, que eles também não plantaram, assim nos ensina a Torah. “Quando o Senhor teu D-us te introduzir na terra, que, o Senhor sob juramento prometeu a teus pais Abraão, Isaac, e Jacó, que te daria grandes e boas cidades que não edificastes. Casas cheias de bens que não encheste, poços abertos que não cavastes, vinhas e olivais que não plantastes.” (Dt 6:10-11) O comandante Josué, avisa, repreende e admoesta Israel assim: “Vos dei uma terra em que não trabalhastes, e cidades que não edificastes. E habitais nelas, e comeis das vinhas e dos olivais que não plantastes.” ( Js 24:13) Portanto, tudo que Israel e igreja possuem provém de uma única fonte, Adonai. “Quem lhe deu primeiro a ELE para que lhe seja recompensado? Porque d’Ele e por Ele e para Ele são todas as coisas. Glória, pois, a Ele eternamente.” (Rm 11:35-36) O período da “colheita” é quente, e demonstra o cuidado de Adonai. É período de bastante esforço, que exige diligência, zelo tanto da Igreja quanto de Israel. “Assim diz o Senhor: estarei quieto, olhando desde a minha morada, como o ardor do sol resplandece, como a nuvem do orvalho no calor da sega. Porque antes da sega, quando já caiu a flor, e quando as uvas amadurecerem, cortará com a foice os rebentos, e tirará os ramos e os lançará fora.” (Is 18:4) mil anos atrás, através da pessoa de Yeshua. Se negligenciarmos esse temor reverente e piedoso, corremos o risco de não entrarmos no seu descanso. Os líderes precisam deixar-se envolver pelo amor paciente, benigno, o amor que não inveja, que não se vangloria, nem se ensoberbece. Com certeza, iremos trabalhar em perfeita harmonia cumprindo assim a vontade do Senhor. Adonai aguarda o tempo certo. A época da colheita é determinada por Ele. ( Jr 5:23-25) Porque iremos colher o “fruto” conforme as nossas obras. Só Elohîm, como justo “juiz” pode estabelecer o período certo da colheita. (Gl 6:7) Mas nós devemos estar atentos aos avisos que temos recebido da parte do Senhor, tanto para a Igreja, quanto para Israel. O temor verdadeiro precisa ser estabelecido nos nossos corações, para que tenhamos sabedoria suficiente a fim de entendermos o plano do Senhor já estabelecido a dois 63 Comentário sobre Mateus 10:115 Nas traduções clássicas diz assim: “Chamando a si os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem e para curarem toda sorte de doenças e enfermidades.” (Mt 10:1) Na tradução em hebraico: “Ele chama seus doze adeptos; e lhes dá autoridade sobre os sopros contaminados, para expulsá-los, e para curar toda doença e toda enfermidade.” O universo é cheio de sopros e de espíritos benéficos e maléficos. Eles são a causa de toda enfermidade e de toda doença. Eles estão, em determinados lugares bem estratégicos, cujo objetivo é desviar, e impedir o homem de conhecer a Palavra libertadora do Eterno. Eles estão situados nas encruzilhadas, (duas vias que se cruzam) das grandes correntes religiosas, ou seja, os sopros contaminados e os contaminadores, estão nos movimentos religiosos já estabelecidos, aceitos por todos ou pela maioria. Os sopros contaminados são aqueles que estão contagiados por uma doença ou por um vício. Os contaminados estão afetados por uma impureza, eles são transmissores de doenças, porém, eles não têm poder para induzir ninguém ao erro; a praticar as mesmas atitudes que eles. Mas, o contato sem restrições, sem limites com os contaminados, estabelece automaticamente a impureza ou vício, por via de conseqüência, levando ao erro. Os sopros contaminadores são aqueles que além das impurezas que carregam, eles possuem poder sobre outros, esse poder é o poder da persuasão. Os contaminadores têm a capacidade de induzir muitos e muitos ao erro. Podemos compará-los ao movimento rápido de águas ou de qualquer outro líquido como uma correnteza que arrasta multidões ao engano. Além dos contaminados e dos contaminadores, existia na época, nas camadas mais simples da população, crenças vivas que outros povos trouxeram, e a população se defendia com amuletos, fórmulas mágicas, exorcismo ou encantamentos. Os sopros benéficos e os sopros maléficos são uma realidade, porém, é o Eterno que os criou, e também quem governa, decide e controla tudo e todos. Na realidade, a crença de Israel chega na época de Yeshua, a um verdadeiro dualismo (dualismo é todo sistema religioso ou filosófico que admite dois princípios opostos como: matéria e o espírito, o corpo e a alma, o bem e o mal). Esse dualismo não é judaico em sua origem, pois os judeus vêm o homem como um todo “nephesh” (ser); e não corpo e alma, (apesar do corpo e da alma serem uma realidade) para não admitir dois princípios. Eu creio, que este zelo judaico é tremendamente benéfico, pois evita muitos desvios; vejamos: O dualismo tem sua fonte no “Masdeísmo Zoroastriamo”. O Masdeísmo é uma religião da Pérsia antiga, que foi revelada no séc. VIII a.C. por “Ashura Mazdá” deus do bem, seus ensinamentos estão contidos no “Avesta”. Esse é o nome dado ao conjunto dos textos “masdeístas” e é o livro sagrado dos antigos persas. Zoroastro ou Zaratustra é o formador da religião iraniana séc. VIII a.C. Foi Zoroastro que instituiu a casta dos magos e mágicos, que influenciou profundamente a religião da Pérsia. 64 Quando Yeshua chamou os seus doze adeptos para enviá-los, Ele sabia que os povos estrangeiros que os dominaram, como a dominação persa, trouxeram todas essas influencias malignas, e a população foi muito atingida. Diante desta realidade cruel, com um paganismo reinante é que Yeshua, com toda prudência chama os seus adeptos para dar-lhes “... autoridade sobre os sopros contaminados...”. (Mt 10:1) As Escrituras nos ensinam que a primeira atitude de Yeshua é conferir aos Seus adeptos “autoridade”. Autoridade é um poder legítimo, é o direito de administrar em benefício de todos. De frente com o mundo pagão resistente, porém, decadente. Yeshua e o povo judeu tinham consciência de sua mais profunda “vocação”, a de ser: “O sal da terra” (Cf Mt 5:13), um povo que possuía a “bérith mélah” (Aliança de Sal). A Torah nos ensina que esta é uma aliança que o Eterno não pode romper. “Todas as ofertas sagradas que os filhos de Israel oferecem ao Senhor, dei-as a ti, a teus filhos e as tuas filhas contigo, por estatuto perpétuo. É a aliança perpétua de sal perante o Senhor para ti e para tua semente contigo.” (Nm 18:19) Até o ímpio rei Abias, (Cf I Rs 15:17) cujo reinado curto, de apenas três anos, sabia que a “bérith mélah” não poderia ser rompida. Assim ele fez lembrar a Jeroboão, que o Eterno garantiu amizade, pacto perpétuo com Davi e seus descendentes. “Pôs-se Abias em pé no alto do monte Zemaraim, que está nas montanhas de Efraim, e disse: Ouvi-me Jeroboão e todo Israel: Não vos convém saber que o Senhor D’us de Israel deu para sempre a Davi a soberania sobre Israel, a ele e a seus filhos por uma (Aliança de Sal).” (II Cr 13:4-5) O sal foi escolhido para simbolizar o povo do Eterno, porquê? O Sal é um fogo arrancado das águas do mar, e que, ao mesmo tempo é puro no mais elevado grau. Ele conserva a comida, protege-a contra a putrefação. Sua virtude protetora e purificadora faz do sal um condimento fisiologicamente necessário à vida. Porém, ele é hostilidade, resistência, empecilho, estorvo e dificuldade para tudo que espiritualmente está corrompido, deformado, danificado e estragado. Assim podemos entender que os apóstolos irão para cumprir o seu chamado, revestidos de poder legítimo, e como “... Sal da Terra...”. “Eis os nomes dos doze apóstolos...”. Yeshua convoca “doze” porque Ele chama-os segundo o número dos filhos de Jacó, e das tribos de Israel. Apóstolo significa “enviado”, entende-se que é aquele que faz serviço especial em nome, e pela autoridade de quem o envia. Precisamos conhecer, as exigências bíblicas, os sinais confirmatórios que a pessoa é um enviado, ou seja, um apóstolo; são estes os sinais: Primeiro: Ter sido testemunha ocular das obras, da vida e da morte e ressurreição do Senhor. (Cf At 1:21-22) 2º. Ter sido escolhido pelo próprio Yeshua. “Não sou eu enviado (apóstolo)? Não sou livre? Não vi eu a Yeshua HaMashiach Senhor nosso?...” (I Co 9:1) “Paulo, apóstolo (não da parte dos homens) nem por homem algum, mas por Yeshua HaMashiach e por D’us Pai, que ressuscitou dentre os mortos.” (Gl 1:1) 3º. Uma das credenciais do apóstolo são os poderes miraculosos executados por ele. “... autoridade sobre os sogros contaminados para expulsá-los, e a cura de toda doença e enfermidade.” (Mt 10:1) 65 4º. Transmitir a outros o Espírito Santo. (Cf At 8:14-17) Deveria ser óbvio para nós, com base nessas qualificações, que não deve haver transferência do ofício apostólico para terceiros, ou seja, o ofício não é passado de uma pessoa para outra. Não devemos aceitar que uma autoridade apostólica, ou qualquer organização religiosa venha nomear ou dar poderes de “enviado” a alguém. Irmãos, aqueles que agem assim, estão inventando doutrinas novas, completamente contrárias as Sagradas Escrituras, pois, a sucessão apostólica é um dogma humano, não é doutrina da “Brit Chadashá” (Novo Testamento). Porém, a Bíblia diz que outros (além dos doze) têm sido e foram chamados como apóstolos, como é o caso de Paulo e Barnabé. (Cf At 14:14) O ofício apostolar não ficou restrito, limitado aos doze enviados. Ele estendeu-se à Igreja como fundamento dela. “Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, sendo o próprio Yeshua HaMashiach a principal pedra angular.” (Ef 2:20) Portanto “o enviado” é aquele que é revestido de poder, conferido pelo Eterno, e não por homens. “E Ele mesmo deu uns para apóstolos...” (Ef 4:11) Assim, devido à natureza e caráter sem par do ofício apostólico, é que ele não pode ser transferido. A função das autoridades da Igreja não é nomeá-lo, mas sim checar, conferir com exatidão a validade das qualificações que o candidato ao ofício de apóstolo apresenta, se estão em linha com as exigências das Sagradas Escrituras, para assim confirmá-lo. estivesse sobre influência dos judaizantes, era na realidade misturada, pois, vários estrangeiros procedentes de terras vizinhas, estavam ali agregados, seguindo o costume do povo judeu. Aos olhos dos habitantes da Judéia, os galileus eram sangue misturado, mais ou menos suspeitos. Confere comigo, para entendermos melhor, o diálogo entre Filipe e Natanael. (Cf Jo 1:43-47) Por isso, o profeta Isaías a chamou de: “Galiláia das nações.” (Is 9:1) “Yeshua enviou este doze, e lhes ordenou: Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entreis em cidade de samaritanos.” (Mt 10:5) Mais tarde, Yeshua enviou setenta homens aos pares, para ministrar na Galiléia. (Cf Lc 10:1-24). Esta foi à última viagem a Galiléia. Temos aqui um termo que possui dois aspectos ou valores diferentes, um termo ambivalente. “... estrada dos goîms...”. A palavra estrada no hebraico significa ao mesmo tempo “estrada” ou a maneira de viver, e os costumes pagãos. Yeshua limita a missão dos apóstolos ao território da Galiléia, em terras de Israel, cumprindo o que o profeta disse: que Ele havia sido enviado para a casa de Israel. (Cf Jr 31:33) Yeshua sabe, que um rebanho sem pastor é presa fácil dos animais ferozes. “Ide às ovelhas perdidas da casa de Israel: E, indo, pregai, dizendo: O reino dos céus está próximo.”(Mt 10:6-7) Na Galiléia havia numerosa população, ainda que A natureza das ovelhas demonstra que elas têm pouquíssima iniciativa, e assim sendo, elas tendem a perder-se ou ser guiadas erradamente com grande facilidade. Estas debilidades tornam as ovelhas incapazes de defender-se. Assim, podemos analisar, o quanto o homem é moralmente fraco e de- 66 pende completamente do Eterno. “Curai os enfermos, limpais os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios, de graça recebestes, de graça dai.” (Mt 10:8) A ordem é dada aos enviados “... dai gratuitamente”. Porque, os poderes especiais que receberam para realizar curas, expelir demônios, ressuscitar mortos, foram dados de graça, pela graça do Eterno. (Cf I Co 9:14) (II Co 11:7) “Não leveis ouro, nem prata, nem cobre, em vossos cintos; nem alforje para o caminho, nem duas túnicas, nem sandálias, nem bordão; pois digno é o trabalhador do seu alimento.” (Mt 10:9-10) A capacidade de receber a palavra do enviado, está relacionado diretamente ao desinteresse do anfitrião, quando este recebe as pessoas em sua casa. Ele deve recebê-las privando-se de lucros, sem olhar que a hospitalidade no Oriente é quase sagrada. O anfitrião encontra-se com o “enviado” que está de mãos vazias, não tendo nenhuma bagagem além da Fé. Quando isto acontece, a união é perfeita, pois, tanto o enviado, quanto aquele que recebeu a palavra do Eterno, participam do prazer sobrenatural, do gozo último que causa no homem a chegada do reino de D’us. Mas, só participará desse amor sobrenatural, aquele que vive em uma nudez perfeita; sem ouro, sem prata, sem bronze, livre de qualquer vínculo. O enviado por direito, receberá o seu salário de qualquer maneira. A Torah garante. (Cf Dt 25:4) (I Tm 5:18) Tradução em hebraico: “... sim o trabalhador vale o seu alimento.” Vejamos como Yeshua confirma a Torah. “Ficai na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem, pois, digno é o obreiro do seu salário. Não andeis de casa em casa.” (Lc 10:7) Para ser um servidor de Elohîm, é necessário atingir um desapego perfeito. O homem possui três necessidades vitais: Beber, comer e vestir. (Cf Mt 6:25) O homem só é capaz de recusar qualquer pagamento por uma atividade espiritual, se ele voltar-se inteiramente para Elohîms,tendo o olhar fixo, não em si mesmo, mas na divindade do Eterno, e esperando o Reino de D’us. O anúncio do reino, não deve tornar-se fonte de ganhos. Esta proibição encontra-se em: (I Tm 6:5-8) (I Pd 5:2) “Ao entrardes numa casa, saudai-a se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz (shalom)...”. (Mt 10:12-13a) A saudação verbal corresponde ao dom real da Paz, aquele a quem ela é feita. A palavra Shalom é por si só criadora de valor. Ela não constitui apenas uma fórmula de saudação, como também não significa somente ausência de guerras. “Shalom” é um estado de quem está completo, cheio interiormente e exteriormente, permitindo assim o amor resplandecer. É por isto que Yeshua ordena aos seus adeptos: “... se a casa não for digna, torne para vós a vossa paz.” (Mt 10:13) Se a casa não merecer esse estado de plenitude que o enviado propõe, “... saindo daquela casa ou cidade, sacudi o pó dos vossos pés.” (Mt 10:14) 67 Yeshua comparou o juízo que está reservado para aquele que resiste à vontade do Eterno, a Sodoma e Gomorra. (Mt 10:15) Sodoma e Gomorra eram cidades terrivelmente pervertidas, abusavam daqueles que os visitavam, por isso o Eterno, retirou Ló, e fez chover fogo e enxofre do céu. (Cf Lc 17:29-30) ( Jd 7) B’shem Yeshua HaMashiach 68 A Remoção do pecado como Prelúdio para vinda de Yeshua Sandra Mara Oliveira A Sexta visão (Zc 5:1-4) nos fala da severidade do julgamento. O profeta retoma o assunto do capítulo três, quando o Senhor declara: “...tirarei a iniquidade desta terra num só dia.” (Zc 3:9) Adonai removerá a iniquidade, para que você e eu habitemos em “segurança”. “Naquele dia, diz o Senhor dos Exércitos, cada um de vós convidará o seu companheiro para debaixo da videira e para debaixo da Figueira.” (Zc 3:10) No Primeiro Testamento, muitas referências são feitas a Figueira e a Videira juntas. Elas são usadas para referir-se a Israel e Igreja de Yeshua, pois ele próprio simboliza a Videira. “Eu Sou a Videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor.” ( Jo 15:1) - O profeta Jeremias se refere à videira assim: “Eu mesmo te plantei como vide excelente, uma semente inteiramente fiel. Como pois, te tornaste para mim uma planta corrupta, como de uma vide brava.” ( Jr 2:21) Assentar-se sob a própria Videira ou Figueira era participar das: 1º Bênçãos divinas; 2º De paz; 3º De prosperidade e segurança. - Tanto como uma lembrança do dia de abundância, fartura e riquezas no período do reinado do Rei Salomão. Como também para desfrutar de uma “Esperança” messiânica escatológica. (Mq 4:1-4) “Judá e Israel habitavam seguros, cada um debaixo da sua videira, e debaixo da sua figueira, desde Dã, até Berseba, todos os dias de Salo- mão.” (I Rs 4:25) Por isso que quando há escassez ou mesmo absoluta falta de figos e uvas, (frutos), isso é um “sinal” de aflição humana ou juízo divino. O profeta Jeremias no capítulo cinco, versículo dezessete, escreve “razões de Adonai para trazer o juízo”. “Comerão a tua sega e o teu pão, que haviam de comer teus filhos e tuas filhas; comerão as tuas ovelhas e as tuas vacas devorarão a tua vide e a tua figueira...” ( Jr 5:17) ( Jr 8:13) O Senhor deseja que, tanto Israel como Igreja, andem nos seus caminhos, a fim de serem instrumentos em suas mãos, para exercerem o “juízo”. Mas, o profeta declara; eis aí, quebraram a lei e a justiça. “A vinha do Senhor dos exércitos é a casa de Israel, os homens de Judá são a planta das suas delícias. E esperou que exercessem “juízo” e justiça, mas viu opressão; retidão, mas ouviu clamor.” (Is 5:7) ENTÃO, É NECESSÁRIO REMOVER O PE- 69 CADO, pois virá um simples, mas severo julgamento. “Que vês? Eu respondi: Vejo um rolo volante.” Uma maldição está escrita sobre o rolo, consistindo em uma predição de melancolia e condenação. O julgamento em breve estaria atuando. No rolo da escritura, está escrito uma maldição para dois casos específicos. 1º Para todo aquele que furtar - 8º mandamento 2º Jurar falsamente - 9º mandamento (Ex 20:15-16) A Torah nos ensina: “Não furtareis. Não mentireis, não vos defraudeis uns aos outros. Não jurareis falsamente pelo meu nome, pois profanareis o nome do vosso D-us. Eu Sou o Senhor.” (Lv 19: 11-12) (Mt 5:33) (Tg 5:12) “Eu trarei, diz o Senhor dos exércitos...” Trarei julgamento, um rolo voando, será condu- zido sobre a casa do ladrão e de todos que “juram falsamente”. A Torah, a lei de D-us, consumirá por inteiro casas e pessoas; a palavra do Senhor. - Deve ser reconhecido como pecado, confessado, para que possamos ser perdoados. Um cesto grande servia para conter essa medida de “cereal”. O efa provavelmente podia ter de 22 a 30 litros. “O Senhor é longânimo, grande em benevolência, que perdoa a iniquidade e a transgressão, que o culpado não tem por inocente, e visita a iniquidade dos pais sobre os filhos, até a terceira e quarta geração. Perdoa Senhor, a iniquidade deste povo, segundo a grandeza da tua benignidade, como também perdoaste a este povo desde a terra do Egito até aqui.” (Nm 14:18-19) - A cesta e o seu conteúdo (efa) representam toda a “iniquidade”, pecado. O efa e o cereal, simbolizam neste texto a iniquidade. O cereal deve ser separado da palha. Algo precisava ser feito para livrar-se daquela carga terrível. “...o trigo recolhido no celeiro e a palha queimada com fogo...” (Mt 3:12) *Iniquidade (é uma grave injustiça, comportamento desonesto, crime, pecado). “Eis que foi levantada a tampa de chumbo...” (Zc 5:7) São delitos individuais, de um grupo, ou de uma nação. Exemplo: “...pois a medida da iniquidade dos amorreus ainda não está cheia.” (Gn 15:16) Para surpresa de todos, quando a tampa de chumbo foi levantada, de cima do cesto, havia uma mulher sentada lá dentro. A iniquidade tem o efeito inevitável de destruir o indivíduo, um grupo e uma nação. *Esta é a impiedade. (Falta de compaixão, desumano. Crítica impiedosa e mais desprezo às coisas “Disse o anjo: Levanta os olhos e vê o que é isto que sai...” (Zc 5:5) “Eu perguntei, que é isto? É um efa que sai.” 70 sagradas, santas). Quando a tampa foi aberta, a mulher foi descoberta, e então, tentou fugir escapando rapidamente para não ser apanhada. O anjo que dava todo discernimento ao profeta Zacarias, colocou a mulher (a impiedade) dentro do cesto outra vez, a fim de removê-la para o seu lugar apropriado. “...e a lançou dentro do efa, e pôs sobre a boca deste a tampa de chumbo.” A mulher já tinha causado muitos males, e muita confusão. Adonai já estava trabalhando, e já está agindo em nosso favor, para remover os nossos pecados, e também nos livrar de grande “jugo”. Sua “graça” e seu poder estão em ação. Então, ocorreu uma surpresa (Zc 5:9) Duas mulheres voadoras levaram o efa, com a mulher, a fim de lhe edificarem um templo para adorá-la na Terra Sinear, “Babilônia” (Gn 11:2) Pão (Lehem) comida, pão, cereal. Toda comida é dadiva de D-us. Ele plantou o jardim do Édem e fez ali crescerem todas as árvores que eram boas para dar alimento. “E o Senhor fez brotar da terra toda a espécie de árvores agradáveis à vista e boas para a comida...” (Gn 2:9) - No livro dos salmos, eles asseveram (asseguram, certificam) que D-us faz crescer a relva para os animais e as plantas para o serviço do homem, de sorte que a terra tire o seu pão. (Lehem). “Ele faz crescer a erva para os animais, e as plantas para o serviço do homem, de sorte que a terra tire o seu pão. O vinho que alegra o coração do homem, o azeite que faz reluzir o rosto e o pão (lehem) que fortalece o seu coração.” (Sl 104:14-15) É o Eterno de Israel que nos instrui na arte de plantar e colher, nos princípios básicos da agricultura. (Is 28:26-29) Por eu e você, precisamos aprender sobre agricultura, se não vivemos na roça, no interior? Há!.. Não vou me preocupar com isso, pois, quando preciso vou ao supermercado, compro o que quero: Não é assim! Mas a Bíblia nos diz que nós precisamos aprender a plantar e colher. “Não vos enganeis: D-us não se deixa escarnecer (zombar). Tudo o que o homem semear, isso também ceifará. O que semeia na carne, na carne ceifará a corrupção; o que semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.” (Gl 6:7-8) O profeta Isaías convoca o povo a não “zombar, a não escarnecer”. (censurar sem piedade, ridicularizar, zombar), mas é necessário ouvir e compreender. Se nós nos esforçar-mos para compreender, por saber, seremos inspirados pelo Senhor a MUDAR OS NOSSOS CAMINHOS e evitar parte do desastre. Porque parte do desastre? Porque um “decreto” (um juízo) de Adonai já estava “estabelecido” sobre toda a terra. O profeta viu o “juízo”. “Agora não mais escarneçais, para que os vossos grilhões não se façam mais fortes; da parte do Senhor dos exércitos; ouvi um decreto a destruição determinada sobre toda a terra.” (Is 28:22) Esse é o juízo que o profeta Isaías já havia visto. O profeta dá introdução no ensinamento, como “sabedoria” para todo aquele que abrir o coração, 71 os ouvidos, e colocar em prática. “inclinai os ouvidos e ouvi a voz...” “Ouvi filhos, a instrução do Pai; estai atentos para conhecerdes a prudência.” (Pr 4:1) Porque “Eu, o Pai, vou ensinar detalhes e você meu filho (filha) precisa aguçar a mente para compreender. Eu como agricultor usarei os métodos necessários para que todos cheguem ao conhecimento. Eu, planejo minhas ações, para que o trabalho do “agricultor” não seja em vão. Os meus julgamentos são como destorrar do terreno, (quebrar os torrões) e há um propósito nessa minha “ação”, aos seus olhos parece violenta. No processo de “pisar” o grão para você meu filho (filha) isto é uma violência aparente, mas necessária para se obter o grão. Outro ato violento é “Peneirar” o cereal (separação da casca, os bons elementos dos maus elementos) mas se faz necessário para o sucesso da boa farinha, consequentemente um saboroso “Pão”. Esse é o labor que o agricultor se esforçou para obter. 1º passo: “Lavrar a terra.” Isaías declara: “Lavra todo o dia o lavrador para semear? Ou sulca e esterroa todo dia a sua terra?” (Is 28:24) O agricultor mantém por longo tempo seu trabalho de lavrar a terra. Ele está ali o dia inteiro, por longos dias, quebrando os torrões da terra; o agricultor está engajado num trabalho violento, desgastante, mas Ele não desiste. Ele “planejou” seu labor de modo que funcione. Adonai é o agricultor e Ele luta conosco com grande esforço, a fim de nos quebrar. Ele usa vários instrumentos, aparentemente violentos, e um deles é o “arado” (tão conhecido de todos nós) a fim de desfazer os torrões do solo, para que o terreno esteja fofo, macio, mole, nivelado (com a sua superfície plana) pronto para o plantio. O Espírito Santo tem um trabalho único que é: Ministrar a mente, trazendo convicção e também compungir a consciência para o arrependimento. Somente depois de todo o trabalho de preparação do solo, o agricultor plantará a sua semente, garantindo assim a colheita. Uma vez realizado os devidos preparativos da terra, Ele irá plantar cada tipo de semente de maneira apropriada, e no lugar certo. 2º passo: “Semeadura” “Quando já tem nivelado a sua superfície, não espalha o endro, não semeia o cominho, não lança nela o trigo, em leiras ou a cevada no devido lugar ou a espelta na margem?” (Is 28:25) Espelta: (trigo de qualidade inferior, cujo grão é pequeno e escuro, e adere fortemente à gluma, que é uma membrana situada à base das espigas). O agricultor espalha o “Endro” e o “Cominho” que são menos valiosos, e o plantio do trigo e da cevada com a espelta plantada à margem, a fim de que o trigo e a cevada quando maduros, fossem protegidos dos que passavam no caminho, que poderia arrancá-los se fosse conveniente. As plantas menores atuariam como uma cerca nos campos de grãos. 72 “O seu D-us o instrui, o ensina acerca do que há de fazer.” 3º passo: “Processo trilhar o grão”. “Não trilha o endro com instrumento de trilhar, nem sobre o cominho passa roda de carro, com uma vara se sacode o endro, e o caminho com o pau.” (Is 28:27) As plantas mais delicadas não são tratadas como as mais robustas. Os grãos mais suaves não podem ser sujeitos aos trilhos (como o trigo e a cevada) fazendo a carroça passar por cima deles. Para tratar o endro e o cominho usa-se uma pequena vara, e não tábua pesada ou outro método violento. O uso dos trilhos é limitado, para que não venha esmagar e inutilizar o cereal. Cada espécie vegetal tem uma resistência. Depois de trilhado o grão é recolhido ao moinho onde haviam instrumentos apropriados para moê-lo. Da mesma forma D-us lida conosco. A decisão repousa sobre cada indivíduo, conforme ele mesmo queira ser tratado em concordância com a “lei” da semeadura e da colheita. Mas, amados, existe um pão, que pode ser adquirido sem dinheiro, nem trabalho. As pessoas podem conseguir esse “Pão”, mas depende do arrependimento, esse pão é Yeshua. “Eu Sou o Pão da Vida. Aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim jamais terá sede.” ( Jo 6:35) O que podemos entender? Aqueles que requeressem menor julgamento, porque seus pecados não tinham tão pesada natureza, receberiam um julgamento mais leve, temperado com a misericórdia. Eu quero te dizer que nós caminhamos para um dia melhor, quando Adonai há de restaurar o pão e os cereais ao seu estado original. “O trigo deve ser moído para se fazer pão, mas não é trilhado continuamente, embora passe sobre ele as rodas do seu carro, não o moem os seus cavalos.” (Is 28:28) Os céus e a terra produzirão fartamente quando o homem entrar naquele “descanso”, a Terra Prometida, a Canaã Celestial. Uma terra em que comeremos o “pão” sem escassez. Mas enquanto isto não acontece, é necessário aprender os princípios básicos sobre agricultura. Estaremos assim, aprendendo lições espirituais muito profundas para a vida de cada um de nós. A Torah nos promete: “Guarda os mandamentos do Senhor teu D-us para andares nos seus caminhos, e o temeres. Pois o Senhor teu D-us te introduz numa boa terra, terra de ribeiros e de águas, de fontes e de mananciais profundos, que manam dos vales e das montanhas. Terra de trigo, cevada, vides, figueiras, e romãzeiras, terras de oliveiras, de azeite e mel. Terra que comerás o pão sem escassez, e nada te faltará nela, terra cujas pedras são de ferro, e cujas montanhas cavarás o cobre. Comerás e te fartarás, bendizendo ao Senhor teu D-us pela boa terra que te deu”. (Dt 8:610) A natureza vai interromper numa produtividade sem interrupção, deliciosamente. Os profetas sabiam dessa promessa e declararam. ( Jo 3:18) (Am 9:13-14) 73 A Disciplina não será Permanente Sandra Mara Oliveira seguidor) deriva de uma raiz latina. É óbvio que o verdadeiro discípulo precisa ser uma pessoa disciplinada. nem viram) a disciplina do Senhor vosso D-us: a sua grandeza, a sua mão forte e o seu braço estendido”. Usos específicos da disciplina. A Mûsar, disciplina de Adonai é a sua atividade Poderosa. Mas é através da atividade com poder (disciplinando) que “ELE” se revela. Não devemos interpretar negativamente a disciplina de Adonai, pois existem objetivos específicos que o Senhor deseja atingir em cada um de nós, a fim de nos dar uma qualidade de vida melhor. Base Bíblica para esta declaração: ( Jr. 31: 15-17a). Método mediante o qual um modo de vida é posto em execução. Exemplo: pena aplicada aos que erram. “Ouviu-se um clamor em Ramá, pranto e grande lamento; era Raquel chorando por seus filhos, e inconsolável por causa deles, porque já não existem’’. Treinamento sistemático que prepara uma pessoa para tarefa específica, propósito a cumprir. RAQUEL: Mãe de José (Yoseph) e de Benjamim (Binyamin). O lamento de Raquel simboliza o Exílio do Reino do Norte ( Efraim e Manassés), as duas maiores tribos, filhos de José. O Exílio do reino do Sul: Benjamim. Israel iria para o cativeiro. A disciplina de D-us seria aplicada. Raquel lamenta e chora por seus filhos. Mas o que é disciplina? A palavra disciplina vem do latim: Disciplina é: INSTRUÇÃO, TREINAMENTO, APRENDIZAGEM. A nossa palavra discípulo quer dizer: (aprendiz ou Disciplinar no hebraico; “yasar” (disciplinar, repreender, instruir) “mûsar” ( disciplina). Qual seria então o fundamento da disciplina? O fundamento teológico da disciplina está na ALIANÇA que Adonai estabeleceu com seu povo. Aplicação da disciplina corretiva de Adonai é com o objetivo que seu povo mude. Ex: (Lv. 26: 18-28). (cf .Lv. 26:25 ). “Trarei contra vós a espada, que vingará a quebra da minha aliança”. O importante documento de Renovação da Aliança, é a chave para nós compreendermos a Disciplina “Musar” (Dt. 11:2). “Considera-se hoje (não falo com vossos filhos, que não me conheceram, 1º OBJETIVO: Nos testar e nos provar para ver o que está no nosso coração. “Recordar-te-ás de todo o caminho, pelo qual o Senhor teu D-us te guiou no deserto estes quarenta anos, para te humilhar, para te provar, para saber o que há no teu coração, se guardarias ou não os seus mandamentos” (Dt.8:2). 2º OBJETIVO: Nos fazer entender que nem só de pão viverá. Necessitamos de Adonai, de uma vida espiritual ajustada a “Ele”, porque a comida física, perece. Mas a comida espiritual o “Maná” dura para sempre. “ Ele te humilhou e te deixou Ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conheceste, 74 nem teus pais o conheceram, para te dar a entender que nem só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor, disso viverá o homem.” (Dt. 8-3). não vos associeis com aquele que, dizendo-se irmão, for devasso, ou avarento, ou idólatra, ou maldizente, ou beberrão, ou roubador. Com o tal nem comais.” (cf. 1Co.5:9-11). 3º OBJETIVO: Tornar a “Mûsar” disciplina ,uma educação Teocêntrica. 1ª Razão da disciplina: Teocracia é: Theos D-us, Kratéo, governo ,GOVERNO DE D-EUS. Somos o povo de D-us. Temos uma relação ímpar entre D-us e o seu povo, Israel e Igreja. Essa relação é constituída pela “Aliança”, que vinculou o povo a D-us. Na Torah em: (Ex.19:4-9) (Dt.33:4-9). No Novo Testamento: (Ef.1:7) (Ap. 5:9). E nos constituiu seu povo através do sangue da Aliança. Então , o objetivo de Adonai é voltar conosco para uma disciplina centrada no Governo de D-us. Pois a “Mûsar” (disciplina) aponta para um estilo de vida Teocêntrico. O que é um estilo de vida ? (Maneira particular exprimir o pensamento. Modo de vida, procedimento, atitude, maneira de ser. Uso, costume, hábito). D-us julga o crente com o propósito de restaurá-lo. “Porque o Senhor corrige a quem ama, e açoita a todo filho a quem recebe”. (Hb. 12:6) Razão da disciplina: “Mas agora vos escrevo que Se recusar a ouvir, não desejar a reconciliação e o arrependimento. (Mt. 18:17). Esse é o motivo que o livro de Provérbios estabelece um paralelo da “Mûsar” (disciplina ) com o Temor a D-us. “O Temor do Senhor é o princípio do conhecimento, mas os loucos desprezam a sabedoria e a instrução”. (Pv. 1:7) (no hebraico é: “yasar” disciplinar). E a bíblia diz que aqueles que desprezam a disciplina são tolos.”O tolo despreza a disciplina de seu pai, mas o que atende a correção mostra prudência”. 2ª Razão da disciplina: Questão doutrinária. Para que sobreviva a Igreja do Senhor Jesus, sem infiltração do paganismo. Sempre na história da Igreja houve o perigo do retorno ao paganismo. O apóstolo Paulo escreve aos Coríntios, Tessalonicenses, acerca do desvio doutrinário, Gálatas e as epístolas de João. No caso de desvio, sempre, D-us levantou os seus profetas para falar aos líderes. Os profetas desenvolvem o tema “Musar” (disciplina)tal como visto em (Dt. 11:2). Revelando a disciplina divina através de seus atos poderosos na história do povo de Israel e de Judá, em particular e das nações em geral. Atenção: D-us lida com seu povo tendo como ponto de partida a advertência e a correção. É assim que se deve entender a SEVERIDADE DO EXÍLIO. (Os. 5:2) (7:12 ) (Is.8:11). Mas, todos esses atos de disciplina tornaram-se inúteis com a resistência e a obstinação daqueles que a recebem. ( Jr.2:30) ( Jr.5:3). “Ó Senhor, não procuram os teus olhos a verdade? Feriste-os mas não lhes doeu; consumiste-os, mas não quiseram receber a correção. Endureceram a sua face mais do que uma rocha, e não quiseram arrepender-se.” Mas com tudo isto ,a disciplina não é permanente. “Assim diz o Senhor: reprime a tua voz de choro, e as lágrimas de teus olhos; porque há recompensa para as tuas obras, diz o Senhor, pois os teus filhos voltarão da terra do inimigo. Há esperança para o teu futuro, diz o Senhor”. ( Jr.31:16-17) O profeta Jeremias profetisa, que o choro de Raquel, a mãe de José e Benjamim poderia cessar. Porque haveria RESTAURAÇÃO para os seus. 75 “Há esperança para o teu futuro...” A DISCIPLINA NÃO SERÁ PERMANENTE. “Não contenderei para sempre, não continuamente me indignarei, pois o espírito do homem se enfraqueceria perante a minha face, o fôlego do homem que Eu criei.” (Is. 57:16). Porque os dias de disciplina tinham feito o seu trabalho. A ira divina tem uma tarefa a cumprir. (Hb.11:511). Levar os filhos a um modo de vida ajustado a sua palavra. Procedimento, atitude, maneira de ser, uso, costumes hábito. O estilo de vida bíblica é posto em execução, a disciplina realizou sua tarefa. Adonai então , cede espaço à ministração da misericórdia do Espírito Santo. “Quem ó D-us é semelhante a ti, que perdoas as iniqüidades, e te esqueces da transgressão do resto da tua herança? Ò Senhor não retém a sua ira para sempre, porque tem prazer misericórdia”. (Mq. 7:18) 76 A bondade do Eterno é o que nos leva ao arrependimento Sandra Mara Oliveira O capítulo quatorze de Bereshit (Gênesis) descreve uma guerra entre reinos, e Abraão foi envolvido nela. “Os quatorze reis tomaram todos os bens de Sodoma e Gomorra, e todo o seu mantimento, e se foram. Tomaram também a Ló, filho do irmão de Abrão, que habitava em Sodoma, e os bens dele, e partiram. Então veio um que escapara, e contou a Abrão, o hebreu. Ora, habitava Abrão junto aos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol e de Aner, os quais eram aliados de Abrão. Quando Abrão ouviu que seu parente estava preso, chamou trezentos e dezoito homens treinados, nascidos em sua casa, e perseguiu os reis até Dã.” (Gn 14:11-14) Os reis que vieram do oriente e do Norte invadiram a Transjordânia, vejamos: “Naquele tempo, Anrafel, rei de Sinear, Arioque, rei de Elasar, Que- dorlaomer, rei de Elão, Tidal, rei de Goim.” (Gn 1:1) Anrafel: o sentido do seu nome é incerto. Ele foi rei do Sinear, as terras baixas de aluvião do sul da Babilônia. * Aluviões são inundações, e enxurrada. Depósito de materiais orgânicos e inorgânicos deixados pelas águas. Arioque: Ele era rei de uma cidade do sul da Babilônia, Elasar, localizada entre UR e Ereque. Quedorlaomer: Rei de Elão. Elão era um país a leste da Babilônia, território dos elamitas. Elão ficava localizado no outro lado do rio Tigre, limitado ao Norte pela Assíria e pela Média e ao Sul pelo Golfo Pérsico. Quedorlaomer aliou-se aos outros três reis, a fim de combater contra os cinco reis da região do mar morto. Tidal: Sem nome no hebraico significa resplendor ou renome. Com o vocabulário Goim veio associar o território de Tidal, à porção Norte da Síria. Goim indica a idéia de raças pagãs, não judaicas. Eles faziam parte da coligação dos quatro reis; Anrafel, Arioque, Quedorlaomer e Tidal. Eles combateram um grupo de reis da região do Mar Morto. Sodoma, Gomorra, Adimá, Zeboim e Bela. Os primeiros derrotaram os últimos. (Cf Gn 1:1-11) No processo de luta, Lót foi levado cativo. Assim o caso torna-se mais grave, pois, nessa captura, Lót revelou-se incapaz de ajudar os que o hospedavam e de dar segurança a sua mulher e suas posses. “Tomaram também a Lót, filho do irmão de Abrão, que habitava em Sodoma, e os bens, e partiram.”(Gn 14:12) Abrão se viu obrigado a socorrer Lót, pois o sentimento de solidariedade aflorou, e, ainda mais, ele era o único socorro para seu sobrinho. “Então veio um que escapara, e contou a Abrão, o hebreu. Ora, habitava Abrão junto aos carvalhais de Manre, o amorreu, irmão de Escol, e de Aner, os quais eram aliados de Abrão.” (Gn 14:13) (Cf Gn 14:14) Vejamos, que o assalto é empreendido a noite, para melhor surpreender o inimigo. “Dividiu-se contra eles de noite, ele e os seus servos, e os feriu, 77 perseguindo-se até Habá, que fica a esquerda de Damasco.” (Gn 14:15) Abrão pessoalmente assume o comendo do ataque, como um bom guerreiro; e que maneja com destreza a sua espada. Assim trouxe todos os prisioneiros, os bens foram recuperados, a vitória foi total. “Assim trouxe de novo todos os seus bens, e também a Lót, seu sobrinho, e os bens dele, e também as mulheres e o povo.” (Gn 14:16) O objetivo do Eterno é o seguinte: Abrão expulsando os reis do Norte torna-se vencedor dos vencedores, e ele apropria de suas conquistas. Primeiro: Abrão tomou posse da terra de Canaã de forma mística, ou seja, espiritualmente. (Cf Gn 12:1) merecia um tratamento severo, porém, o Eterno, por meio de Abrão, livrou-o milagrosamente. No capítulo anterior, podemos acompanhar a escolha de Lót pela rica aparência do vale do Jordão, um verdadeiro paraíso. (Cf Gn 13:7-11) Lót, aproveitou a oferta de Abrão, quando este lhe deu o benefício da escolha da Terra, buscou então desfrutar vantagens da oportunidade que lhe foi oferecida; porém, foi logrado quem acreditava lograr não é o mesmo? O texto deixa bem claro, a maldade dos habitantes de Sodoma, que provocarão, bem próxima sua ruína. “Ora, eram maus os homens de Sodoma, e grandes pecadores contra o Senhor”. (Gn 13:13) Terceiro: Abrão confirma seu direito pela terra de Canaã, agora, na força da espada. Contudo, por causa da bondade do Eterno, através do seu servo Abrão, as grandes perdas de Lót foram quase completamente revertidas. Mas Lót, não aprendeu a lição. Se Lót não aprendeu, nós precisamos conceber conhecimento de D’us, pois, temos aqui, um poderoso ensino que precisamos adquirir, porque Lót não soube ser agradecido, quando o Eterno usou Abrão e seus servos para livrá-lo das mãos do reis do norte. Irmãos, temos aqui, um significativo incidente. Lót tinha tomado uma série de mais decisões, e agora A prova disto é o regresso de Lót para Sodoma, após, grande batalha a fim de livrá-lo. Segundo: Nela implantou os altares de Elohîms. (Cf Gn 12:8) (Gn 13:18) O apóstolo Paulo nos ensina que a bondade de D’us, tem o propósito de conduzir-nos ao arrependimento. Esta ainda é, a melhor maneira de alguém ser levado ao arrependimento. “Ou desprezas tu as riquezas da sua bondade, tolerância e paciência, ignorando que a bondade de D’us te leva ao arrependimento.” (Rm 2:4) A bondade é usada duas vezes nesse versículo, dentro do qual devemos incluir todos os demais termos mencionados como: Tolerância (longanimidade) e paciência. Essas duas qualidades fazem parte da manifestação da bondade de D’us. Bondade no hebraico é rot “hesed”. Durante séculos, “hesed” foi traduzida por misericórdia, bondade e amor de D’us. Em 1927 Nelson Geneck publicou sua tese em alemão, e depois traduzida para o inglês por “Hesed in the Bible”. Suas idéias têm ampla aceitação. Ele teve como ponto de partida o pensamento de que Israel estava ligado a Elohîms por meio de alianças, tais como os tratados dos hititas e de outros povos. Glueck sustentava que D’us é descrito como alguém que se relaciona com Israel basicamente desta maneira. Assim, a “hesed” Divina não era fundamenta- 78 da na misericórdia, mas na lealdade; em face das obrigações da aliança; uma lealdade que os israelitas também deviam demonstrar. Glueck foi em grande parte seguido por: W.F. Loftihouse (1933) N.H. Snaith (1944), H.W. Hobinson (1946), Ugo Masing (1954) e muitos outros. Obviamente, D’us está em aliança com os patriarcas e com Israel. Desse modo “hesed” (bondade) pode ser chamada, sem dúvida de: “Hesed da Aliança” (bondade da aliança). Dentro desse mesmo raciocínio está a retidão Divina, seus juízos e sua fidelidade. “Mas faço misericórdia até mil gerações daqueles que me amam e guardam os meus mandamentos.” (Ex 20:6) (Cf Dt 5:10) O texto ainda sustenta que àqueles que são leais e obedecem receberão “hesed” (bondade), enquanto que os desleais, isto é, os que odeiam-no serão castigados. Irmãos, graças a D’us que outros discordaram de Nelson Glueck, pois isso não procede. Declarar, que o amor de Elohîms seja simplesmente resultado de uma aliança, de modo algum. A aliança é, o sinal, e a expressão visível do AMOR de D’us. A primeira aliança, ou seja, a aliança original tem por sinal o “shabat”, que diz respeito ao correr do tempo. (Cf Gn 2:3) A consagração do tempo, pelo Shabat prevalece, onde podemos ver a insistência dos textos em recomendar sua observância cuidadosa e minuciosa. “Os filhos de Israel guardarão o Shabat, celebrando-o nas suas gerações por aliança perpétua. Entre Mim e os filhos de Israel será ele um sinal para sempre, pois, em seis dias fez o Senhor o céu e a terra, e ao sétimo dia descansou e tomou alento.” (Ex 31:16-17) A Segunda Aliança, com “Noah” tinha por sinal o arco-íris desdobrado no espaço. “O meu arco tenho posto nas nuvens, e ele será por sinal de haver uma aliança entre Mim e a terra.” (Gn 9:13) Elohîms não mais destruirá a terra, não haverá mais dilúvio, a vida do homem será protegida. O contrato Divino é cósmico. Terceira Aliança foi estabelecida com Abraão e sua descendência. A descendência de Abraão carregará o sinal da aliança em sua própria carne. (Cf Gn 17:9-12) (Gn 34:14-25) (Ex 4:24-26) (Ex 12:43-49) (Lv 12:3) (Dt 30:6) (Is 5:2-9) Assim podemos entender que a tese de Nelson Glueck seja apenas uma pressuposição ilusória que “hesed” bondade e misericórdia do Eterno seja somente por causa das alianças. Precisamos entender a “hesed” (bondade) do Eterno que está por trás da aliança. É conveniente olhar a palavra “hesed” (bondade) no seu uso secular, ou seja, entre uma pessoa e outra. Hesed (bondade) é praticada numa relação que eticamente vincula parentes, amigos, aliados, hóspedes e governantes. Aí está, a fidelidade às obrigações implícitas ou explícitas. Podemos concluir que de fato há um relacionamento presente, e o amor quase torna necessário nesses casos, para manter o relacionamento. Porque dissemos que o amor quase torna necessário? Porque, para sustentar um relacionamento “a hesed” (a bondade) é gratuitamente concedida. Alguém está em posição de ajudar o outro,o ajudador o faz dentro da sua própria liberdade, sem necessariamente amar. Podemos citar um exemplo bíblico, que encontra-se no segundo livro de Samuel. (Cf II Sm 2:4-7) A hesed (bondade) praticada pelos homens de Jabes-Gileade. O cuidado que eles tiveram com o corpo do Rei Saul, foi claramente um ato espontâ- 79 neo de bondade, sem necessariamente amar. Davi foi informado que: “... foram os homens de Jabes-Gilade que sepultaram a Saul”. (II Sm 2:4b) O rei Davi envia mensageiros aos homens de Jabes-Gileade para agradecê-los por tamanha bondade. “Então Davi enviou mensageiros aos homens de Jabes-Gileade e disse-lhes: Benditos sejais vós do Senhor, que fizestes tal benevolência para com o vosso senhor, para com Saul porque o sepultaste! O Senhor use convosco de benevolência e fidelidade, e eu também vos retribuirei este bem que fizeste”. (II Sm 2:5-6) Porém, irmãos, a hesed (bondade) que o apóstolo Paulo faz referência em (Rm 2:4 e Rm 11:22) não tem origem em nenhuma obrigação de aliança, muito menos no seu uso secular, entre uma pessoa e outra. A hesed (bondade) que Paulo faz alusão no contexto que temos na carta aos Romanos, diz respeito a um pedido de auxílio que apela à providência Divina; porque o ajudador não faz hesed (bondade) dentro da sua liberdade, pois, a tarefa que lhe foi exigida não é compatível com o homem natural. O ajudador precisa receber uma dosagem de hesed (bondade) em face a tantos erros, e misericórdia diante de muitas fraquezas, e tolerância ante a obstinação humana. Conclusão: o ajudador perde sua liberdade, pois ele não tem condições de realizar uma operação de salvamento de alguém, ou praticar um ato profético em benefício de muitos, sem interesse próprio, se ele não for revestido de: amor, paciência, Fé, humildade e resignação. E essas são características Divinas. O termo “hesed” (bondade) traz em si responsabilidades daqueles que pertencem um ao outro. Vamos aos exemplos bíblicos. Primeiro: Quando Labão libera Rebeca para casar-se com Isaque. Labão facilmente poderia ter dito “não”. Todavia, ele reconhece que a hesed (bondade) que ele teria que realizar para com Abrão vinha de D’us. Labão foi obrigado a fazê-lo. Labão não possuía liberdade para dizer não. “Agora, pois, se haveis de usar de benevolência e de verdade para com o meu senhor, fazei-mo saber; se não, declarai-mo, para que eu vá, ou para a direita ou para a esquerda. Então, responderam Labão e Betuel: Isto procede do Senhor, nada temos a dizer fora da sua verdade. Eis Rebeca na tua presença; toma-a e vai-te; seja ela a mulher do filho do teu senhor, segundo a Palavra do Senhor”. (Gn 24:49-51) Segundo exemplo: se encontra no livro de Rute. A bela história de Rute, perderia o brilho, a unção, se fosse motivada por obrigações contratuais, ou simplesmente entre amigos. Nós sabemos que Rute, uma jovem viúva, não possuía condições de tamanha bondade para com sua sogra, uma senhora idosa, sem filhos. Aquela mulher idosa, não tinha nada para dar a Rute que pudesse ajudar a construir seu futuro. Rute foi com Noemi por pura hesed (bondade) misericórdia e amor Divino. “Disse, porém, Rute: Não me instes para que te deixe e me obrigue a não seguir-te; porque, aonde quer que fores, irei eu e, onde quer que pousares, ali pousarei eu; o teu povo é o meu povo, o teu D’us é o meu D’us”. (Rt 1:16) Vejamos que Boaz reconhece como bondade o ato de Rute. (Cf Rt 2:11-12) Boaz chama a ação de Rute de hesed (bondade). (Cf Rt 3:10) Terceiro exemplo: É o de Raab. A ação de Raab foi de hesed (bondade) para com o povo de D’us. “Agora pois, jurai-me, vos peço, pelo Senhor, pois 80 vos fiz beneficência, que vós também fareis beneficência a casa de meu pai, e dai-me um sinal certo”. ( Js 2:12) Irmãos, naturalmente e legalmente, a lealdade de Raab deveria ser para com o Rei e a sua cidade, e não com os hebreus. Se você e eu pertencemos ao Senhor, nossa responsabilidade se torna mútua, o que é d’Ele também é meu, o que é meu também é de responsabilidade d’Ele. Assim, aquele que entender que a hesed (bondade) que estamos praticando em seu favor, é por causa das riquezas e das misericórdias de D’us, e não pela nossa bondade. Portanto, aguardamos que eles sejam compelidos ao arrependimento, pois Paulo diz: “... é a bondade de D’us que te leva ao arrependimento”. (Rm 2:4b) Depois de toda esta grande operação de “hesed” bondade de Abrão para com Lót, o rei de Sodoma tira espontaneamente as conclusões da vitória de Abrão, e assim ele apressa-se para apresentar-se diante dele, para o ato de rendição. (Cf Gn 14:17) A vitória de Abrão necessita de uma consagração espiritual. O Rei de Salém (Salém é explicado pela raiz Shalôm que significa: estar em paz, em prosperidade, em saúde e plenitude) encontra-se com Abrão voluntariamente e faz um ato também de rendição. Abrão o recebe-o como ministrante de Él-Éliôn, e oferece-lhe o dízimo de todos os seus bens. (Cf Gn 14:20) A oferta de Malki-Sédéq constituí-se em pão e vinho, marcando o início de todo AMOR Sagrado. (Cf Gn 14:18) Malki-Sédéq assegura a continuidade das tradições de Noah, Abrão e à religião, o qual Abrão é fundador. Abrão encontra-se apto para exercer suas funções reais e sacerdotais. (Cf Sl 110) (Hb 7:1) Abrão cria uma rivalidade com o rei em generosidade, pois, aproveitar dos bens que lhe pertenceram, seria, pôr-se moralmente em sua dependência. Abrão rejeita até a correia do sapato do rei de Sodoma. “E juro que, desde um fio até a correia de um sapato, não tomarei coisa alguma de tudo que é teu; para que não digas: eu enriqueci Abrão.” (Gn 14:23) O relato entre as ralações de Abrão com o Rei de Sodoma é interrompida para que Malki-Sédéq consagre espiritualmente a vitória de Abrão. Assim retorna o rei de Sodoma para renunciar aos despojos de guerra e pede em troca dos despojos, as pessoas. (Cf Gn 14:21) Abrão corta qualquer discussão possível com o Rei de Sodoma, jurando em nome de Él-Éliôn, o criador dos céus e da terra. “Abrão, porém disse ao rei de Sodoma: Levantei minha mão ao Senhor, o D’us altíssimo, o possuidor do céu e da terra.” (Gn 14:22) 81 As leis sexuais submetem a liberdade do Homem à restrição Sandra Mara Oliveira “Todas as coisas me são licitas, mas nem todas as coisas me convêm. Todas as coisas me são licitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas.” (I Co 6:12) milhões de homens e mulheres em situações de risco - infecção pelo HIV. Quarta Conferência Internacional de Microbicidas - Nova Deli,Índia. Estudos recentes mostram que o sexo anal, geralmente considerado um comportamento estritamente “gay”, também faz parte da rotina dos casais heterossexuais e é, geralmente, tratado com indiferença - Relatório publicado pelo Presidente da Associação pela Defesa dos Microbicidas Rectais (IRMA - inglês) - durante a conferência. Para os que acreditam em D’us, e amam a Sua Palavra, é sabido que as práticas sexuais, em particular o sexo oral e anal, acarretarão implicações morais, espirituais e prejuízos inquestionáveis ao nosso corpo físico. O relatório “Menos Silêncio, mais Ciência” (Less Silence, more Silence,) advertiu que pesquisadores não podem mais ignorar o sexo anal - um dos principais vetores da epidemia; pediu mais pesquisas no desenvolvimento de microbicidas rectais. Devemos examinar a possibilidade de que o sexo anal, mesmo quando praticado raramente, seja na verdade, uma fonte importante de transmissão do HIV, em muitos contextos, disse o relatório. As mulheres também são suscetíveis a se engajarem em relações anais para satisfação dos seus parceiros, onde a virgindade é particularmente importante. Do ponto de vista fisiológico, o sexo anal coloca Ian Mc Gowan, da Rede de Investigação sobre Em nossos dias, é muito comum ouvir das pessoas que as preferências sexuais são uma questão individual; somos levados a reconhecer essas preferências, aprendendo a respeitar as diferenças de cada um. Isso implica que os valores morais dependem da vontade de cada ser humano? Microbicidas (Microbicides Triais Network) alerta que o perigo do sexo anal, se dá pela maior fragilidade da membrana do reto em relação à da vagina e do colo uterino, o que facilita a transmissão de doenças. Por ser altamente vulnerável à infecção, a membrana anal passa a ser um portal muito frágil para a infecção do HIV. O reto apresenta uma natureza frágil, contendo uma única camada de células; pode ser danificado mesmo que o sexo anal seja praticado raramente. Sexo oral pode aumentar o risco de câncer de garganta, afirma pesquisa - (Da France Press, Chicago – 10 de maio de 2007.) Cientistas americanos revelam - Um vírus comum, cuja transmissão é atribuída à prática do sexo oral, é a causa de um tipo raro de câncer de garganta encontrado tanto em homens quanto em mulheres. Segundo um artigo publicado na edição do New England Journal of Medicine esse estudo é o primeiro a provar o elo entre Papilomavírus Humano (HPV) e a principal causa do câncer de útero e do câncer orofaringeal. Os cientistas ainda não descobriram porque algumas pessoas simplesmente não notam o vírus, enquanto outras ficam doentes, mas insistem em 82 dizer que há boas razões para se acreditar que ele seja transmitido via sexo oral. O HPV pode ser encontrado na saliva, no sêmen e na urina, mas tem uma afinidade particular com as células da mucosa do pênis e da vagina. Os cânceres orais vinculados ao HPV estão em ascensão nos Estados Unidos desde 1973 - tendência que pode ser explicada, em parte, pela popularidade do sexo oral entre adolescentes americanos, explicaram os autores. No Livro de I Coríntios, o apóstolo Paulo nos ordena: “Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo, mas o que se prostitui peca contra seu próprio corpo.” (I Co 6:18) O uso degradante do corpo é um pecado grave; desonra e rebaixa o indivíduo, danificando o próprio corpo -“Ou não sabeis que o nosso corpo é santuário do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de D’us? Não sois de vós mesmos.” (I Co 6:19) Para muito crentes, o sexo oral e anal são práticas consideradas permissivas, pois declaram que a Bíblia não as contradiz de forma explícita. Pensar assim é conhecer mal a composição da Torah e todo restante da Bíblia, onde encontramos, com freqüência, passagens que se referem às atividades sexuais proibidas, e textos que não expressam claramente sobre o assunto. A Torah menciona o clamor contra os pecados graves de Sodoma e Gomorra. * “IHVH diz: O clamor de Sodoma e de Gomorra, sim, multiplicou-se. Seu erro, sim, é muito pesado.” (Gn 18:20) * Texto transcrito do original hebraico. O Eterno expõe os motivos da condenação. Como justo juiz, vai constatar, Ele mesmo, os fatos antes de executar seu julgamento. “Eu descerei, portanto, e verei; se fizeram tal como o clamor que veio a mim, o aniquilamento! Caso contrario, saberei.” (Gn 18:21) seu encontro. Prostra-se com as narinas por terra.” (Gn 19:1) Ló recebe os mensageiros, desejoso de cumprir o dever da hospitalidade, mas temente às acusações dos habitantes de Sodoma, cujos costumes bem conhecia. “Ele diz: Eis IHVH. Apartai-vos até a casa de vosso servidor; pernoitai, banhai vossos pés, depois vos levantai cedo e retomai vosso caminho. Eles dizem: Não pernoitaremos na rua.” (Gn 19:2) O anfitrião prepara-lhes um bom banquete e eles comem. A corrupção da cidade é em si um aniquilamento – uma destruição completa, um abatimento, um extermínio. A destruição física será uma manifestação inevitável. “Antes de haverem deitado os homens da cidade, os homens de Sodoma cercam a casa, adolescentes e anciãos, todo o povo, de toda a parte. Eles gritam para Ló. E lhe dizem: Onde estão os homens que vieram a ti esta noite? Faze-os sair até nós: vamos penetrá-los”(Gn 19 4-5). Dois anjos são enviados a Sodoma e a Gomorra, pois têm uma questão com as cidades: um vai destruí-la, e o outro vai salvar Ló. “Os dois mensageiros chegam a Sodoma ao anoitecer. Ló está sentado à porta de Sodoma. Ló vê, ergue-se ao O verbo “iada” (penetrar) é tomado aqui, evidentemente, no sentido brutal da penetração física; o contexto não pode deixar qualquer dúvida. Daí o sentido adquirido pela palavra “sodomia” que significa: perversão sexual, coito anal, pederastia. So- 83 doma e Gomorra tornaram-se nomes proverbiais que indicam a ira Divina, contra os crimes sexuais. A vida sexual ocupa lugar importante na Bíblia Sagrada. O estado de união entre homem e mulher deve ser limitado em sua essência; a união total só existe no ápice, ou seja, (no mais alto grau) na unidade absoluta do Eterno. É neste sentido que as leis sexuais submetem a liberdade do homem a restrições. Leis sexuais “Nenhum de vós se chegará a qualquer parente próximo, para descobrir a sua nudez. Eu Sou o Eterno. Não descobrirás a nudez do teu pai, nem a nudez da tua mãe. É tua mãe; não descobrirás a sua nudez. Não descobrirás a nudez da mulher do teu pai. Não descobrirás a nudez de tua irmã, quer seja filha de teu pai quer filha de tua mãe, quer seja nascida em casa, quer fora dela, a sua nudez não descobrirás. Não descobrirás a nudez da filha de teu filho, ou da filha de tua filha; pois te desonrarias a ti mesmo. Não descobrirás a nudez da filha da mulher de teu pai, gerada de teu pai; ela é tua irmã. Não descobrirás a nudez da irmã de teu pai; ela é parente próxima de teu pai. Não descobrirás a nudez da irmã de tua mãe; ela é parenta próxima de tua mãe. Não desonrarás o irmão de teu pai, aproximando-se da sua mulher; ela é tua tia. Não descobrirás a nudez da tua nora. Ela é mulher de teu filho; não descobrirás a sua nudez. Não descobrirás a nudez da mulher de teu irmão; é a nudez de teu irmão. Não descobrirás a nudez de uma mulher e de sua filha. Não tomarás a filha de seu filho, nem a filha de sua filha, para descobrir a sua nudez; são parentes próximos. É maldade. Não tomarás a irmã de tua esposa como esposa rival, para lhe descobrir a nudez enquanto tua esposa viver”. (Lv 18:6-18) “O homem que se deitar com a mulher de seu pai, descobriu a nudez de seu pai. Ambos certamente serão mortos, e o seu sangue será sobre eles. Se um homem se deitar com a sua nora, ambos certamente serão mortos. Cometeram perversão, e o seu sangue será sobre eles. Se também um homem dormir com outro homem, como se fosse com mulher, ambos fizeram abominação. Certamente serão mortos, e o seu sangue será sobre eles. Se um homem desposar ao mesmo tempo uma mulher e a mãe dela, é maldade. A ele e a elas queimarão com fogo, para que não haja maldade no meio de vós. Se um homem se deitar com um animal, certamente será morto, e matareis o animal. Se uma mulher se aproximar de um animal, para juntar-se com ele, matarás tanto a mulher como o animal. Certamente serão mortos, e o sangue será sobre eles. Se um homem tomar a sua irmã, filha de seu pai, ou filha de sua mãe, e vir a nudez dela, e ela vir a sua, é torpeza. Serão eliminados aos olhos dos filhos de seu povo. Descobriu a nudez de sua irmã, e levarão sobre si a sua iniqüidade. Se um homem se deitar com uma mulher durante o período menstrual, e descobrir a sua nudez, serão ambos eliminados do meio do seu povo por terem posto a descoberto a fonte do sangue. Também não descobrirás a nudez da irmã de tua mãe, ou da irmã de teu pai, pois é descobrir a nudez de seu parente próximo; sobre si levarão a sua iniqüidade. Se um homem se deitar com a sua tia, descobriu a nudez de seu tio. Seu pecado levarão sobre si, e sem filhos morrerão. Se um homem tomar a mulher de seu irmão, é imundícia; descobriu a nudez de seu irmão, e sem filhos ficarão”. (Lv 20:11-21) De acordo com o ensinamento, cada união proibida: com a mãe, a irmã, a cunhada, homem com homem, homem e animal - a sanção prevista é o “Karet”(corte do ser), porque a falta não é de or- 84 dem civil, nem criminal, mas de ordem espiritual. A ordenança começa pela lei solene de não imitar as práticas dos povos pagãos. “Disse o Eterno a Moisés: Fala aos filhos de Israel, e dize-lhes: Eu Sou o Eterno Vosso D’us. Não imitareis os costumes do Egito, onde habitastes, nem os da terra de Canaã, para a qual vos conduzo, nem andareis segundo os seus estatutos. Praticareis os meus juízos, e guardareis os meus estatutos, para andardes neles. “Eu sou o Eterno vosso D’us”. (Lv 18:1-4) O hábito e os costumes dos povos pagãos são de uma vida descomedida, cheia de devassidão e intemperança. Portanto, para eles, sexo oral, sexo anal e outras práticas que não estão escritas na palavra, como: literatura obscena, filmes, revistas, gravuras, pinturas e cenas pornográficas “... eles não se importaram de ter um conhecimento de D’us, Ele os entregou a um sentimento pervertido, para fazerem coisas inconvenientes.” (Rm 1:28) Pelo que D’us os abandonou as paixões infames. Até as suas mulheres mudaram o uso natural, ao contrário da natureza. (Rm 1:26) “... Ele os entregou...” essa entrega é um castigo Divino Judicial, onde a graça de D’us é retirada dos homens em que a restrição Divina é suspensa, e assim a enfermidade maligna do pecado se instaura e se propaga até a morte física (por causa das doenças sexualmente transmissíveis). Conseqüentemente, se não houver arrependimento em tempo oportuno, também acontecerá a morte espiritual - o pecado, nessa proporção não se satisfaz com os exageros, com a violência e com a vileza; também requer perversões distintas como: homem com homem, mulher com mulher, sexo oral, sexo anal etc. “Até as mulheres mudaram o uso natural, ao contrário da natureza” (Rm 1:26b) A introdução solene contida em Levítico capítulo dezoito, a respeito das relações sexuais ilícitas, enfatiza a importância das leis que se seguem, onde é o próprio D’us quem fala. “Eu, IHVH, vosso Elohîns.” Em nossas traduções: “Eu Sou o Senhor vosso D’us.” (Lv 18:2). Moisés não é o intermediário, é o próprio D’us quem promulga as leis mais graves, como fez no Sinai com o Decálogo.Fica bem entendido, que para os que crêem em D’us, não podem, nem devem vi- ver uma vida sexual desregrada e dissoluta, como vivem as nações e o mundo pagão. “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis. Pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (II Co 6:14) Fazer o sexo, como faz os infiéis e imitá-los, é estar sob opressão moral num preito de obediência, vassalagem e dependência ao inimigo. Isso é jugo! Os romanos obrigavam os inimigos vencidos a passarem por baixo da forca, assim procuravam estabelecer igualdade e comunhão entre eles. O apóstolo Paulo exortando-nos a santidade diz: “... Pois vós sois santuário do D’us vivente, como D’us disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e Eu serei o seu D’us e eles serão o meu povo. Pelo que saí do meio deles, apartai-vos diz o Eterno. Não toqueis nada imundo, e Eu vos receberei. Eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas diz o Eterno Todo- poderoso.” (II Co 6:16b -18) A Torah ensina: “Portanto, os meus estatutos e os meus juízos guardareis, pois o homem que os cumprir, por eles viverá. Eu Sou o Eterno.” (Lv 18:5) 85 O fim do capitulo dezoito, do Livro de Levítico, nos (vers. 4-30), retorna Sua advertência de distanciar-se das abominações das nações principalmente dos Cananeus. * “A terra foi contaminada, e sancionarei seu erro contra ela; a terra vomitara seus habitantes.” (Lv 18:25) *Texto transcrito do original hebraico. Não é conveniente imitar as nações, porque a contaminação se estende dos seres humanos à terra*personificada. D’us vai fazê-la tomar um medicamento rude, uma punição salutar, um vômito, que irá expulsar a causa do mal. Esta punição traz à lembrança - reproduz a imagem que abateu as cidades de Sodoma e Gomorra, destruídas pelo enxofre e pelo fogo do céu. Agora podemos entender, porque o Eterno chamou-nos para uma acareação, para um confronto com Ele.“Vinde então, e argüi-me, diz o Eterno”. (Is 1:18a) Nós afrontamos a D’us com os nossos depoimentos irreverentes e atos de desacato tais como: se não estiver escrito “claramente” na Palavra de D’us, a respeito do sexo oral e anal e outras práticas semelhantes, eu “posso continuar” com esses hábitos, sem problema algum. *Dar a terra um caráter pessoal Conclusão Quão injusta é essa declaração! Quão distorcida e deformada é a imagem que reproduzimos da Palavra do Eterno nosso D’us. Só nos resta o caminho do arrependimento como fez Jó: “Quem é aquele, perguntaste que sem conhecimento encobre conselho? Certamente falei do que não entendia coisas maravilhosas demais para mim, e que eu não compreendia. Escuta-me, disseste e eu falarei; eu Te perguntarei, e Tu me responderás. Com os ouvidos eu ouvira falar de Ti, mas agora te vêem os meus olhos. Por isso me abomino, e me arrependo no pó e na cinza. ( Jó 42:3-6) Em função desses e outros depoimentos é que o profeta Isaias clamou: “... Criei filhos, e os engrandeci, mas eles estão revoltados contra mim.” (Is 1:2b). Isso é uma demonstração de pura negligência, de falta de cuidado e displicência quanto ao conhecimento das Sagradas Escrituras. Eu e você podemos negligenciar o “conhecimento” de forma não intencional, no entanto, precisamos reconhecer que omissão no cumprimento de um ato que me é incumbido, é pecado. Nem por isso a falta deixa de ser grave. Se eu não conheço o que a Bíblia Sagrada diz sobre práticas sexuais proibidas, é porque sou displicente e desatento. Quando o Eterno chamou Jó para confrontá-lo disse: “Quem é este que escurece o Meu conselho com palavras sem conhecimento?” ( Jó 38:2) D’us revelou a ignorância de Jó quanto ao propósito Divino. Jó ficou perplexo ao perceber quão pouco os seres humanos sabem e conhecem a respeito do Todo - poderoso. Embora vivendo numa sociedade onde o pecado sexual é comum e aceitável, nós não podemos nos levantar contra verdade e a santidade de D’us. Não podemos rebaixar os padrões morais para acomodá-los às idéias e tendências da sociedade moderna. Oremos a palavra “Finalmente, irmãos, nós vos rogamos e exortamos no Senhor Yeshua ( Jesus), que como recebestes de nós, quanto à maneira por que devereis viver e agradar a D’us, assim andai, para que possais progredir cada vez mais. Porque vós bem sabeis que mandamentos vos te- 86 mos dado pelo Senhor Yeshua ( Jesus). Porque esta é a vontade de D’us, para a vossa santificação; que vos abstenhais da prostituição; que cada um de vós saiba possuir o próprio corpo em santificação e honra; não na paixão da concupiscência, como os gentios, que não conhecem a D’us. Ninguém oprima ou engane a seu irmão em negócio algum, porque o Eterno é vingador de todas estas coisas, como também antes vo-lo dissemos e testificamos. Porque não nos chamou D’us para a imundícia, mas para a santificação. Portanto, quem despreza isto não despreza ao homem, mas sim a D’us, que nos deu também o seu Espírito Santo”. (I Tes. 4:1-8) 87 Ordem Divina de Autoridade Sandra Mara Oliveira O problema mais sério que temos quanto à autoridade é com as Escrituras Sagradas, se partirmos do fato que devemos considerar as mesmas como um documento necessário, que nos dará: direção, orientação, estabelecimento de normas, e o conceito mais importante da vontade de D’us universal revelada e literalmente fixada. DEUTERONÔMIO 4:44,45 “Eis a Torah, que Moisés põe em faces dos Benéi Israel. Eis as testemunhas, as leis, os julgamentos, de que Moisés falou aos Benéi Israel à sua saída do Egito.” DEUTERONÔMIO 30:10 “Sim, ouvirás a voz de IHVH, teu Elohîms, para guardares teus mandamentos, suas regras, escritas nesta ata da Torah. Sim, retornarás para IHVH, teu Elohîms com todo o teu coração e todo teu ser.” Texto transcrito do original hebraico. Princípiode autoridade das Escrituras Sagradas A autoridade das Escrituras Sagradas é um poder legítimo, um direito. É a autoridade da Lei, contendo lugar para a orientação de D’us a toda humanidade por Ele criada. Para os cristãos, a perda da autoridade da Bíblia se deu pelo modo que eles adquiriram para lidar com as Escrituras Sagradas, assumindo assim, uma postura de paixão partidária. O que vem a ser isto? A unidade entre a Torah e os Evangelhos foi quebrada; a separação instituída com a quebra dessa unidade abriu espaço para a formulação de um conhecimento teológico e eclesiástico negativo da Lei. Isso tem dominado por muitos e muitos anos. Os pais gregos têm a certeza que uma melhor filosofia grega, como a de Platão, serve de mestre escola para uma maior inquirição espiritual dos cristãos. Se esta afirmativa dos gregos encerra alguma verdade, então acabamos de adicionar outra autoridade, reconhecida por alguns. Os conceitos de recusa quanto a Torah pelo protestantismo, foi a partir do iluminismo (doutrina de certos místicos do Séc. XVIII que se bastava na crença de uma inspiração sobrenatural). Essa Influência deixou marcas terríveis quanto à autoridade das Escritu- ras Sagradas como um todo. O resultado foi uma perda considerável de qualidade quanto à vida espiritual dos crentes. Tōqep ( )תקף- no hebraico significa: autoridade, poder, força. O verbo no hebraico tem o sentido de“sobrepujar” – que em português significa: exceder em altura, elevar-se sobre, no sentido de vencer e dominar o adversário. Temos encontrado muita resistência no meio cristão, para recuperarmos o peso de autoridade que a Bíblia contém. Se, não promovermos o retorno do povo de D’us para a Palavra como um todo (una) - sem cismas esem divisões, não poderemos falar da autoridade do pai, do chefe, do marido, da autoridade administrativa, do governo e autoridades civis e militares. Necessitamos recobrar o ânimo e lutar, em prol da unidade da Torah e dos Evangelhos, readquirindo o prestígio e a força que a Palavra de D’us contém; que ela venha elevar-se sobre nós, como autoridade, no sentido real do verbo hebraico Tōqep (sobrepujar). Oremos DANIEL 9:4-19 88 “Orei ao Eterno meu Elohim, confessei e disse: Ó Adonai, Elohim grande e terrível, que guardas a aliança e a misericórdia para com os que te amam e observam os teus mandamentos; temos pecado, temo-nos havido perversamente, procedido impiamente, e nos temos rebelado, desviando-nos dos teus preceitos, e dos teus juízos; nem temos escutado os teus servos, os profetas, que falaram em teu nome aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, e a todo o povo da terra. Ó Adonai, a ti pertence a justiça, porém a nós confusão de rosto, como hoje se vê, aos homens de Judá, aos habitantes de Jerusalém, e a todo o Israel, que estão perto e que estão longe, em todos os países para onde os tens lançado, por causa das suas transgressões que cometeram contra ti. Ó Eterno, a nós pertence confusão de rosto, aos nossos reis, aos nossos príncipes, e a nossos pais, porque temos pecado contra ti. A Adonai, nosso Elohim, pertencem as misericórdias e os perdões; porque nos temos rebelado contra ele, nem temos obedecido à voz do Eterno nosso Elohim para andarmos nas suas leis, que nos propôs pelos seus servos, os profetas.Todos os de Israel têm transgredido a tua lei, desviando-se, para não obedecerem a tua voz; por isso tem sido a maldição derramada sobre nós, e bem assim o jura- mento que está escrito na lei de Moisés, servo de Elohim, porque temos pecado contra ele. Ele acaba de confirmar as suas palavras, que falou contra nós, e contra os nossos juízes que nos julgaram, trazendo sobre nós um grande mal; pois debaixo de todo o céu nunca se fez o que se tem feito a Jerusalém. Como está escrito na lei de Moisés, todo este mal nos é sobrevindo; contudo não temos implorado o favor do Eterno nosso Elohim, para nos convertermos das nossas iniqüidades, e termos discernimento na tua verdade. O Eterno vigiou sobre o mal, e o trouxe sobre nós: pois o Eterno nosso Elohim é justo em todas as obras que faz, e nós não temos obedecido à sua voz. Agora, Adonai nosso Elohim, que tiraste ao teu povo com mão poderosa da terra do Egito, e adquiriste para ti renome, como hoje se vê; temos pecado, temos procedido impiamente. Ó Adonai, segundo toda a tua justiça, apartem-se da tua cidade Jerusalém, teu santo monte, a tua ira e o teu furor; pois por causa dos nossos pecados, e por causa das iniqüidades de nossos pais, servem de opróbrio Jerusalém e o teu povo a todos os que nos rodeiam. Agora, pois, Elohim nosso, escuta a oração do teu servo, e as suas súplicas, e por amor do Adonai faze brilhar o teu rosto sobre o teu santuário que está desolado. Inclina Elohim meu, os teus ouvidos, e ouve; abre os teus olhos, e contempla as nossas desolações, e a cidade que é chamada do teu nome; pois não é por causa das nossas justiças que apresentamos perante ti as nossas súplicas, mas por causa das tuas grandes misericórdias. Adonai perdoa; Adonai escuta e põe mãos à obra; não te demores, por amor de ti mesmo, Elohim meu, porque a tua cidade e o teu povo são chamados do teu nome.” Agora sim, podemos entender claramente a sátira que o Espírito Santo fez, contra nossos hábitos e costumes; ridicularizou-nos dizendo: se nós mulheres quisermos restaurar o princípio de autoridade, teremos que riscar esse deus SHIVA do nosso meio. SHIVA é o deus hindu, celebrado com muita tradição anualmente na Índia nos meses de fevereiro e março. Em São Paulo a noite de SHIVA é comemorada em centros de estudos de hinduísmo e escolas de Ioga. SHIVA é o criador da Ioga e compõe a tríade de deuses indianos ao lado de Brahma (O criador) e Vishnu (o preservador). A imagem de uma das personalidades desse deus é a cabeça de mulher e o corpo de homem. Cabeça 89 fala de direção e autoridade. Então... A direção e a autoridade estão com a mulher? Compreendemos que aordem foi alterada, que a autoridade está anulada pela mulher. O livro de Provérbios ensina: PROVÉRBIOS 30:21,23 “Por três coisas se alvoroça (agita) a terra e a quarta não a pode suportar. O escravo quando reina o toloquando anda farto de pão, a mulher desdenhada quando se casa, e a serva quando fica herdeira de sua senhora.” “O escravo quando reina...” - É impróprio que um escravo suba ao oficio real e passe a dar ordens aos príncipes. Embora alguns escravos sejam honrados, em troca de um serviço fiel e longo, dificilmente sobem a posição de monarcas. Um escravo liberto pode tornar-se arrogante, atrevido, com falta de respeito, e pisará aos pés àqueles que o trataram bem. “... o tolo quando anda farto de pão...” - O insensato preguiçoso que come bem forma um tipo de contradição da Palavra que nos ensina: “Se não trabalhar, também não coma.” (II Ts 3:10) “... a mulher desdenhada quando se casa...” - No original hebraico – “a mulher odiada” – não como em algumas das nossas traduções bíblicas: “mulher não amada”, “mulher odiada” – Implica em uma mulher escandalosa, que não merece um bom casamento, porque ela perturba a paz; ela é dotada de um temperamento difícil, teimosa, egoísta e insensível. Vê! Tais mulheres escondem suas qualidades negativas, até casarem. Quando se casam, revelam sua estupidez, e assim fazem seus maridos desejarem nunca ter casado. Cf. I CORÍNTIOS 11:3 - “Quero, entretanto, que saibais ser O Mashiach (Cristo) o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e D’us, o cabeça do Mashiach (do Cristo).” Esta última situação, a bíblia diz que: “... não podemos suportar a serva quando fica herdeira de sua senhora”. Esta posição da mulher é causadora de um abalo difícil de suportar; a escrava torna-se a dona da casa, em lugar de sua senhora. Sendo assim, a oposição se estabeleceu contrariando a harmonia. A harmonia no seio da comunidade, da família, é encorajada por pessoas que mantém seus papéis apropriados, não vindo ocupar posições difíceis de executar. ESTER 1:10-22 O apóstolo Paulo apelou para a ordem Divina de autoridade a fim de enfatizar a necessidade de submissão das mulheres aos seus maridos. EFÉSIOS 5:23 - “... pois o marido é o cabeça da mulher, como também O Mashiach (Cristo) é o cabeça da igreja, sendo Ele próprio o salvador do corpo.” O evento do livro de Ester, no capitulo primeiro, trata do espírito arrogante da rainha Vasti (negação de autoridade) – e de como sua rebeldia foi cortada pela raiz, para que outras mulheres não fossem tentadas a imitá-la. “Ao sétimo dia, estando já o coração do rei alegre do vinho, mandou a Meumã, Bizta, Harbona, Bigtá, Abagta, Zetar e Carcas, os sete eunucos que serviam na presença do rei Assuero, que introduzissem a presença do rei a rainha Vasti, com a coroa real, para mostrar aos povos e aos príncipes a formosura dela, pois era em extremo formosa. Porém a rainha Vasti recusou vir por intermédio dos eunucos, segundo a palavra do rei; pelo que o rei muito se enfureceu e se inflamou de ira. Então, o rei consultou os sábios que entendiam dos tempos (porque assim se tratavam os interesses do rei na presença de todos os que sabiam a lei e o direito; e os mais chegados a ele eram: Carsena, Setar, 90 Admata, Társis, Meres, Marsena e Memucã, os sete príncipes dos persas e dos medos, que se avistavam pessoalmente com o rei e se assentavam como principais no reino) sobre o que se devia fazer, segundo a lei, à rainha Vasti, por não haver ela cumprido o mandado do rei Assuero, por intermédio dos eunucos. Então, disse Memucã na presença do rei e dos príncipes: A rainha Vasti não somente ofendeu ao rei, mas também a todos os príncipes e a todos os povos que há em todas as províncias do rei Assuero. Porque a notícia do que fez a rainha chegará a todas as mulheres, de modo que desprezarão a seu marido, quando ouvirem dizer: Mandou o rei Assuero que introduzissem à sua presença a rainha Vasti, porém ela não foi. Hoje mesmo, as princesas da Pérsia e da Média, ao ouvirem o que fez a rainha, dirão o mesmo a todos os príncipes do rei; e haverá daí muito desprezo e indignação. Se bem parecer ao rei, promulgue de sua parte um edito real, e que se inscreva nas leis dos persas e dos medos e não se revogue, que Vasti não entre jamais na presença do rei Assuero; e o rei dê o reino dela a outra que seja melhor do que ela. Quando for ouvido o mandado, que o rei decretar em todo o seu reino, vasto que é, todas as mulheres darão honra a seu marido, tanto ao mais importante como ao menos importante. O conselho pareceu bem tanto ao rei como aos príncipes; e fez o rei segundo a palavra de Memucã. Então, enviou cartas a todas as províncias do rei, a cada província segundo o seu modo de escrever e a cada povo segundo a sua língua: que cada homem fosse senhor em sua casa, e que se falasse a língua do seu povo.” A Torah apresenta a mulher na mais alta estima – numa posição de prestígio, confira: O homem não encontrou em nenhum dos animais, por ele nomeados e revelados em seu ser, capacidade de mostrar-se suficiente, adequado ou próprio para ser seu: “... auxiliar *contra ele.” (Gn 2:20b) *(transcrito do original hebraico) - “contra ele.” No hebraico “Nagad” (que significa: estar próximo, relatar, narrar, expor) resume de forma verbal, ou por escrito, o conteúdo de um processo de um projeto de Lei. Esta é a posição que a mulher vai exercer assim que for criada; unir-se a ele, pelo sentimento, pelo pensamento, fazendo uma aliança. Sua situação social não a inferioriza, pelo contrário, enobrece-a. GENESIS 2:21-22 “Então o Eterno nosso Elohim fez cair um sono pesado sobre o homem, e este adormeceu; tomou, então, uma das suas costelas, e fechou a carne em seu lugar. Então da costela que o Eterno nosso Elohim tomou do homem, edificou a mulher, e a trouxe ao homem.” Os rabis ensinam que o fato da mulher ter sido tirada do corpo do homem, é para sublinhar, em relação ao homem, sua vocação de interioridade, ou seja: suas inclinações serão de natureza moral elevada, pois ela surge do interior dele. Podemos compreender assim, a relação fundamental entre homem e mulher, que é posicionada por YHVH unida a ele. GENESIS 2:23 “O terroso diz: Esta aqui, esta vez, é osso de meus ossos, carne de minha carne, e esta será chamada mulher – “ishá” – sim, do homem “ish” - esta aqui foi tirada.” Texto transcrito do original hebraico. A alegria do homem ao receber sua mulher é marcada pelo termo “Zot” que significa (esta aqui); é empregado três vezes nesse versículo, revelando seu ato solene de reconhecimento pela criação da mulher. A palavra hebraica “ish” que significa; “homem”, no seu feminino é “isha” mulher. 91 Os termos “ish” e “isha” contêm uma das primeiras letras do tetragrama, IH. O homem e a mulher unidos reúnem essas duas letras, impondo desse modo, a presença de IHVH no casal. Quando o mesmo está em desarmonia – a mulher exercendo uma posição que não é dela, ou negando a autoridade de seu marido, passam a estar desunidos sendo adversários; eles separam as letras IH e rechaçam a presença de IHVH de seu meio. O governo do mundo determina, estabelece, obriga a mulher a aceitar padrões que não são bíblicos para seu casamento, ou seja: deuses que a humanidade constrói, com a conseqüente imposição de seus costumes; a influência da opinião pública; um leque de opções que influenciam não apenas o resultado das nossas escolhas, mas também a forma como as desfrutamos. No mundo moderno a liberdade de escolha tornou-se um mito, ou seja: (uma lenda, uma fantasia, uma coisa que não existe). Nossas escolhas não são baseadas em princípios racionais; muito menos na Palavra de Elohim, devido à autoridade que os meios de comunicação e outros, exercem sobre nós. Portanto, hoje, escolher servir a Elohim e submeter-se a autoridade constituída, soa agudamente aos ouvidos da maioria dos crentes. Para solucionar esse problema, as igrejas evangéli- cas desenvolveram um meio filosófico grego, para manter a unidade no casamento e na família: “a idolatria ao amor”, onde o valor absoluto está em nós – chamado de transcendência na iminência – diz o filosofo francês Luc Ferry. É aquilo que está fora do alcance de nossa ação ou pensamento. Filosoficamente a iminência é um ser que se identifica a outro ser, assim... Tudo é o amor, o amor é lindo! As igrejas evangélicas promovem vários encontros de casais, em lugares inspiradores ao amor com preletores ungidos de psicologia e filosofia dos deuses gregos, romanos, babilônicos e católicos. Sim, adotam a filosofia humanista ou sabedoria do amor. Esta é uma doutrina que tem permeado o meio evangélico; seu objetivo é desenvolver as qualidades do homem – uma delas é o amor – endeusar, ou seja, divinizar o homem. Por isso chamamos de idolatria ao amor! O amor é bíblico, pois Elohim é amor; mas onde está a prática da justiça? O apóstolo João com muita sabedoria ensina: I JOÃO 2:3-6 “E nisso sabemos que o conhecemos: se guardarmos os seus mandamentos. Aquele que diz: Eu o conheço, e não guarda os seus mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que guarda a sua palavra, o amor de Elohim nele tem-se verdadeiramente aperfeiçoado. E nisso conhecemos que estamos Nele. Aquele que diz estar Nele, também deve andar como Ele andou.” Nós continuaremos a ensinar o que a Bíblia Sagrada diz: aquele que encontrou uma esposa descobriu uma fonte de benção; achou aquela esposa que a Torah lhe deu – que está próxima do seu marido “nagad” e não está como cabeça dele, (como deus hindú Shiva). PROVÉRBIOS 18:22 : “O que acha uma esposa, acha uma coisa boa, e recebe favor do Eterno.” A posição de honra da mulher é clara pelo fato de vir do Eterno. PROVÉRBIOS 19:14b : “... mas do Eterno vem a mulher prudente.” O livro de Provérbios termina com uma nota elevada sobre as mulheres. Foi escrito como elogio à boa esposa em estilo acróstico, ou seja, a primeira letra de cada verso segue a ordem do alfabeto hebraico. Cada um dos seus vinte e dois versos começa com uma letra consecutiva do alfabeto. 92 Os homens da Congregação Rechovot, assim como os judeus, abençoam suas esposas e as mulheres presentes à celebração do Shabat, orando Pv 31:10-31. ASHET - CHAYIL (Mulher Virtuosa) PROVÉRBIOS 31:10-31 תalef - Mulher virtuosa, quem a achará? O seu valor muito excede o de rubis בbet - O coração de seu marido confia nela, e não haverá falta de ganho גguimel - Ela lhe faz bem e não mal, todos os dias da sua vida דdalet - Ela busca lã e linho de bom grado trabalha com as mãos הhe - É como o navio mercante: de longe traz o seu pão וvav - É ainda noite, e já se levanta, e dá mantimento à sua casa, e a tarefa às suas servas זzain - Examina uma propriedade e adquire-a; planta uma vinha com o fruto de suas mãos חchet - Cinge os lombos de força, e fortalece os braços טtet - Prova e vê que é boa a sua mercadoria, e sua lâmpada não se apaga de noite יIud - Estende as mãos ao fuso, e as palmas de suas mãos pegam na roca כkhaf - Abre a sua mão para o pobre, estende ao necessitado as suas mãos לlamed - Não tem medo da neve pela sua família pois todos os da sua casa estão vestidos de lã escarlate מmem - Faz para si cobertas, veste-se de linho finíssimo e de púrpura נnun - Conhece-se seu marido nas portas, quando se assenta com os anciãos da terra סsamech - Faz vestidos de linho e vende-os, e entrega cintas ao negociante עain - A força e a dignidade são os seus vestidos, e ri-se do tempo vindouro פpei - Abre a sua boca com sabedoria, e a instrução amável está na sua língua צtzadi - Atende ao bom andamento da sua casa, e não come o pão da preguiça קkof - Seus filhos levantam-se e chamam-na bem-aventurada; também seu marido a louva, dizendo רreish - Muitas mulheres procedem virtuosamente, mas tu a todas sobrepujas שshin - Enganosa é a graça, e vã a formosura; mas a mulher que teme ao Eterno, essa será louvada תtav - Dai-lhe do fruto das suas mãos; e nas portas louvem-na as suas obras 93 “Fazei, pois morrer, a vossa natureza carnal...” (Cl 3:5a) Sandra Mara Oliveira A vida é renovada todos os dias pela oração, e suplica diante de Elohim. A oração nos dá uma nova aparência, substituindo as rugas que decorrem geralmente da idade, dos desgostos ou até mesmo das preocupações. A oração recompõe e revigora. Oremos: LAMENTAÇÕES 3:22-42 “As misericórdias do Eterno são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade. A minha porção é o Eterno, diz a minha alma; portanto, esperarei nele. Bom é o Eterno para os que esperam por ele, para a alma que o busca. Bom é aguardar a salvação do Eterno, e isso, em silêncio. Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocida- de. Se assente solitário e fique em silêncio; porquanto esse jugo Elohim pôs sobre ele; ponha a boca no pó; talvez ainda haja esperança. Dê a face ao que o fere; farte-se de afronta. Adonai não rejeitará para sempre; pois, ainda que entristeça a alguém, usará de compaixão segundo a grandeza das suas misericórdias; porque não aflige, nem entristece de bom grado os filhos dos homens. Pisar debaixo dos pés a todos os presos da terra, perverter o direito do homem perante o Altíssimo, subverter ao homem no seu pleito, não o veria Adonai? Quem é aquele que diz, e assim acontece, quando Adonai o não mande? Acaso, não procede do Altíssimo tanto o mal como o bem? Por que, pois, se queixa o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus próprios pecados. Esquadrinhemos os nossos caminhos, provemo-los e voltemos para o Eterno. Levantemos o coração, juntamente com as mãos, para Elohim nos céus, dizendo: Nós prevaricamos e fomos rebeldes, e tu não nos perdoaste.” Será que o Eterno está evocando um rejuvenescimento físico? Com certeza, não! Ele está convocando-nos a uma transformação interior. ROMANOS 12:2 “Não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis, qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Elohim.” Isso vai requerer uma rendição total, ou seja: pedir um juízo, aplicação de uma pena para nós mesmos. Agindo assim, estou reclamando como direito. Eu aspiro e desejo ser transformado, como Paulo prescreve em: COLOSSENSES 3:5-10 “Fazei, pois, morrer a vossa natureza terrena: prostituição, impureza, paixão lasciva, desejo maligno e a avareza, que é idolatria; por estas coisas é que vem a ira de Elohim sobre os filhos da desobediência. Ora, nessas mesmas coisas andastes vós também, noutro tempo, quando vivíeis nelas. Agora, porém, despojai-vos, igualmente, de tudo isto: ira, indignação, maldade, maledicência, linguagem obscena do vosso falar. Não mintais uns aos outros, uma vez que vos despistes do velho homem com os seus feitos e vos revestistes do novo homem que se refaz para o pleno conhecimento, segundo a imagem daquele que o criou;” 94 O Espírito Santo faz à seguinte denúncia a nosso respeito. O coração de vocês é “Terra Colcci”, terra sensual, terra animal – É o coração segundo a parábola do semeador CF. MATEUS 13:18-22 “Escutai vós, pois, a parábola do semeador. Ouvindo alguém a palavra do Reino e não a entendendo, vem o maligno e arrebata o que foi semeado no seu coração; este é o que foi semeado ao pé do caminho; porém o que foi semeado em pedregais é o que ouve a palavra e logo a recebe com alegria; mas não tem raiz em si mesmo; antes, é de pouca duração; e, chegada a angústia e a perseguição por causa da Palavra, logo se ofende;” A filosofia “Colcci” é identificada porque seus adeptos agem pelo instinto, cujo propósito é formar uma geração para os últimos dias, com normas e comportamentos sensuais. *Instinto é o primeiro movimento que dirige o homem e os animais em seu procedimento. É uma ação sem reflexão, que não obedece a leis nem autoridades. O individuo “Colcci” (sensual), na maioria das vezes, é impulsionado conscientemente, porque são experimentados no comportamento que querem determinar. Muitos provocam reações nas pessoas, apenas com palavras – sabem que a palavra em si é criadora de valores. Yeshua ensina: MATEUS 12:36-37 “... toda palavra ociosa, (inútil e nociva) que os homens pronunciam, eles deverão dar conta no dia do juízo. Sim, por tuas palavras és justificado, e por tuas palavras és condenado.” Assim, esse conjunto de ações e palavras pecaminosas é chamado de “síndrome de desobediência” (doença infecciosa que precisa ser expiada pela oração). CF. NÚMEROS 16:41-49 “Mas, no dia seguinte, toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra Moisés e contra Arão, dizendo: Vós matastes o povo do Eterno. E aconteceu que, ajuntando-se a congregação contra Moisés e Arão e virando-se para a tenda da congregação, eis que a nuvem a cobriu, e a glória do Eterno apareceu. Vieram, pois, Moisés e Arão perante a tenda da congregação. Então, falou o Eterno a Moisés, dizendo: Levantai-vos do meio desta congregação, e a consumirei como num momento; então, se prostraram sobre o seu rosto, e disse Moisés a Arão: Toma o teu incensário, e põe nele fogo do altar, e deita incenso sobre ele, e vai depressa à congregação, e faze expiação por eles; porque grande indignação saiu de diante do Eterno; já começou a praga. E tomou-o Arão, como Moisés tinha falado, e correu ao meio da congregação; e eis que já a praga havia começado entre o povo; e deitou incenso nele e fez expiação pelo povo. E estava em pé entre os mortos e os vivos; e cessou a praga. E os que morreram daquela praga foram catorze mil e setecentos, fora os que morreram por causa de Coré.” Toda esta sucessão de sentimentos, idéias, pensamentos e palavras provêm de uma única fonte: “Terra Colcci” – coração sensual – por ser o homem amante de si mesmo. Este é o indivíduo dos últimos dias. O apóstolo Paulo escreve na segunda epístola a Timóteo, minuciosamente, quais são as características do homem e da mulher dos últimos dias. 95 II TIMÓTEO 3:1-2a “Sabe, porém, isto: nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão amantes de si mesmos...” *Este é o primeiro conceito traçado por Paulo “... os homens serão amantes de si mesmos...” Este conceito encabeça e dirige os atributos seguintes, percorrendo com exatidão a maneira de conduzir do indivíduo, que é estimulado pelo extinto, vejamos: II TIMÓTEO 3:2-5 “... gananciosos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeição natural, irreconciliáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, atrevidos, orgulhosos, mais amigos dos prazeres que amigos de Elohim tendo aparência de piedade, mas negando-lhe o poder. Afasta-te também destes.” A expressão: “culto a si mesmo”, pode ser encontrada em: COLOSSENSES 2:23 “Tem na verdade, aparência de sabedoria, em culto voluntário (culto a si mesmo) humildade fingida, e severidade para com o corpo, mas não tem valor algum contra satisfação da carne.” O apóstolo Paulo ensina que tudo isso só tem aparência de sabedoria, sem qualquer substância ou evidência espiritual – “Não têm valor algum contra a sensualidade.” Ou seja: tais coisas não possuem essência, nem robustez; não têm valor, mas realmente promovem a satisfação carnal. *Promove para elevar a carne a um grau superior. Finalizando: tudo isso é uma sucessão de sentimentos e ações carnais do homem dos últimos dias. *Dar impulso a: pôr em execução a ganância, presunção, desobediência a pai e a mãe, ingratidão, falta de afeição natural, irreconciliáveis, caluniadores, cruéis. Essa gama de pensamentos e idéias da carne é dotada de poderosa ação fisiológica. Paulo quer dizer: “culto a si mesmo” – é simplesmente uma manifestação da força da carne, e é claro, não honra a Elohim. A Torah em (Deuteronômio 16:18-20) trata da administração da justiça: “Juízes e oficiais porás em todas as tuas portas que o Eterno, teu Elohim, te der entre as tuas tribos, para que julguem o povo com juízo de justiça. Não torcerás o juízo, não farás acepção de pessoas, nem tomarás suborno, porquanto o suborno cega os olhos dos sábios e perverte as palavras dos justos. A justiça, somente a justiça seguirás, para que vivas e possuas em herança a terra que te dará o Eterno, teu Elohim.” Reserva também, no Livro de Deuteronômio, dois versículos, encerrando o capítulo dezesseis, para ajustar a questão de: “não estabelecer um poste ídolo junto altar que levantares para Elohîms teu Elohim. Nem levantarás para ti estátuas, coisas que o Eterno teu Elohim detesta.” (Dt 16:21-22) Por quê? Creio que primeiro teremos de administrar “justiça privada” – julgar a pendência particular, ou seja, a disputa entre o altar de Elohîms e um altar para si mesmo. Só estaremos aptos para o exercício legal da justiça, quando a natureza carnal estiver subjugada ao comando do Espírito Santo. Em nenhum lugar da Escritura, o direito se apresenta como obra de um governo, de um partido ou de um soberano. A prática da justiça é uma ordem 96 Sagrada, da qual o juiz ou soberano é “servidor”; não é lícito modificá-la. A execução das leis é confiada a juizes, que nos tempos bíblicos, não eram profissionais. Em contrapartida, quando se recorria ao Supremo Tribunal situado em Jerusalém (no lugar escolhido), os juízes eram escolhidos entre os Kohanîms – sacerdotes da tribo de Levi. eliminarás o mal de Israel, para que todo o povo o ouça, tema e jamais se ensoberbeça.” CF. DEUTERONÔMIO 17:8-13 *Exercício é uma tarefa dada a alunos para adquirir vigor agilidade ou aprendizagem de um ofício. A Congregação Rechovot recebe do Eterno, a cada ciclo anual, um exercício para aferir e consolidar uma lição; chamamos de “dever de casa”. “Quando alguma coisa te for difícil demais em juízo, entre caso e caso de homicídio, e de demanda e demanda, e de violência e violência, e outras questões de litígio, então, te levantarás e subirás ao lugar que o Eterno, teu Elohim, escolher. Virás aos levitas sacerdotes e ao juiz que houver naqueles dias; inquirirás, e te anunciarão a sentença do juízo. E farás segundo o mandado da palavra que te anunciarem do lugar que o Eterno escolher; e terás cuidado de fazer consoante tudo o que te ensinarem. Segundo o mandado da lei que te ensinarem e de acordo com o juízo que te disserem, farás; da sentença que te anunciarem não te desviarás, nem para a direita nem para a esquerda. O homem, pois, que se houver soberbamente, não dando ouvidos ao sacerdote, que está ali para servir ao Eterno, teu Elohim nem ao juiz, esse morrerá; e Os ministrantes, os Levi, são encarregados de administrar o serviço litúrgico e de ensinar a Lei. Para aquele que ensina a Lei do Eterno, se faz necessário ser um perito, versado no ofício e no conhecimento adquirido pela prática do *exercício. A formulação dos textos da Torah, no que tange à administração da justiça, não é feita em termos jurídicos, mas sim, em termos morais e proféticos. Veja o exemplo dos termos proféticos, da cláusula: “culto a si mesmo, amantes de si mesmo.” EZEQUIEL 34:1-14 “Veio a mim a palavra do Eterno, dizendo: Filho do homem profetiza contra os pastores de Israel; profetiza e dize-lhes: Assim diz o Elohim: Ai dos pastores de Israel que se apascen- tam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? Comeis a gordura, vestis-vos da lã e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas. A fraca não fortalecestes, a doente não curastes, a quebrada não ligastes, a desgarrada não tornastes a trazer e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e se tornaram pasto para todas as feras do campo. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo elevado outeiro; as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a terra, sem haver quem as procure ou quem as busque. Portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Eterno: Tão certo como eu vivo, diz Elohim, visto que as minhas ovelhas foram entregues à rapina e se tornaram pasto para todas as feras do campo, por não haver pastor, e que os meus pastores não procuram as minhas ovelhas, pois se apascentam a si mesmos e não apascentam as minhas ovelhas, portanto, ó pastores, ouvi a palavra do Eterno: Assim diz Elohim: Eis que eu estou contra os pastores e deles demandarei as minhas ovelhas; porei termo no seu pastoreio, e não se apascentarão mais a si mesmos; livrarei as minhas ovelhas da sua boca, para que já não lhes sirvam de pasto. Porque assim diz Elohim: Eis que eu mesmo procurarei as 97 minhas ovelhas e as buscarei. Como o pastor busca o seu rebanho, no dia em que encontra ovelhas dispersas, assim buscarei as minhas ovelhas; livrá-las-ei de todos os lugares para onde foram espalhadas no dia de nuvens e de escuridão. Tirá-las-ei dos povos, e as congregarei dos diversos países, e as introduzirei na sua terra; apascentá-las-ei nos montes de Israel, junto às correntes e em todos os lugares habitados da terra. Apascentá-las-ei de bons pastos, e nos altos montes de Israel será a sua pastagem; deitar-se-ão ali em boa pastagem e terão pastos bons nos montes de Israel.” ZACARIAS 11:3-17 “Eis o uivo dos pastores, porque a sua glória é destruída! Eis o bramido dos filhos de leões, porque foi destruída a soberba do Jordão! Assim diz o Eterno, meu Elohim: Apascenta as ovelhas destinadas para a matança. Aqueles que as compram matam-nas e não são punidos; os que as vendem dizem: Louvado seja o Eterno, porque me tornei rico; e os seus pastores não se compadecem delas. Certamente, já não terei piedade dos moradores desta terra, diz o Eterno; eis, porém, que entregarei os homens, cada um nas mãos do seu próximo e nas mãos do seu rei; eles ferirão a terra, e eu não os livrarei das mãos deles. Apascentai, pois, as ovelhas destinadas para a matança, às pobres ovelhas do rebanho. Tomei para mim duas varas: a uma chamei Graça, e à outra, União; e apascentei as ovelhas. Dei cabo dos três pastores num mês. Então, perdi a paciência com as ovelhas, e também elas estavam cansadas de mim. Então, disse eu: não vos apascentarei; o que quer morrer morra o que quer ser destruído, seja, e os que restarem, coma cada um a carne do seu próximo. Tomei a vara chamada Graça e a quebrei, para anular a minha aliança, que eu fizera com todos os povos. Foi, pois, anulada naquele dia; e as pobres do rebanho, que fizeram caso de mim, reconheceram que isto era palavra do Eterno. Eu lhes disse: se vos parece bem, dai-me o meu salário; e, se não, deixai-o. Pesaram, pois, por meu salário trinta moedas de prata. Então, o Eterno me disse: Arroja isso ao oleiro, esse magnífico preço em que fui avaliado por eles. Tomei as trinta moedas de prata e as arrojei ao oleiro, na Casa do Eterno. Então, quebrei a segunda vara, chamada União, para romper a irmandade entre Judá e Israel. O Eterno me disse: Toma ainda os petrechos de um pastor insensato, porque eis que suscitarei um pastor na terra, o qual não cuidará das que estão pe- recendo, não buscará a desgarrada, não curará a que foi ferida, nem apascentará a sã; mas comerá a carne das gordas e lhes arrancará até as unhas. Ai do pastor inútil, que abandona o rebanho! A espada lhe cairá sobre o braço e sobre o olho direito; o braço, completamente, se lhe secará, e o olho direito, de todo, se escurecerá.” Os resultados são desastrosos para as ovelhas: se tornaram corruptas, não aprendem a prática da justiça, e se espalham nos campos da vida, sem nenhuma direção ou propósito. O apóstolo Paulo em I Co 15:34-50, nos convida a despertamos para a Justiça. I CORÍNTIOS 15:34-50 “Tornai-vos à sobriedade, como é justo, e não pequeis; porque alguns ainda não têm conhecimento de Elohim; isto digo para vergonha vossa. Mas alguém dirá: Como ressuscitam os mortos? E em que corpo vêm? Insensato! O que semeias não nasce se primeiro não morrer; e, quando semeias, não semeias o corpo que há de ser, mas o simples grão, como de trigo ou de qualquer outra semente. Mas Elohim lhe dá corpo como lhe aprouve dar e a cada uma das 98 sementes, o seu corpo apropriado. Nem toda carne é a mesma; porém uma é a carne dos homens, outra, a dos animais, outra, a das aves, e outra, a dos peixes. Também há corpos celestiais e corpos terrestres; e, sem dúvida, uma é a glória dos celestiais, e outra, a dos terrestres. Uma é a glória do sol, outra, a glória da lua, e outra, a das estrelas; porque até entre estrela e estrela há diferenças de esplendor. Pois assim também é a ressurreição dos mortos. Semeia-se o corpo na corrupção, ressuscita na incorrupção. Semeia-se em desonra, ressuscita em glória. Semeia-se em fraqueza, ressuscita em poder. Semeia-se corpo natural, ressuscita corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual. Pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente. O último Adão, porém, é espírito vivificante. Mas não é primeiro o espiritual, e sim o natural; depois, o espiritual. O primeiro homem, formado da terra, é terreno; o segundo homem é do céu. Como foi o primeiro homem, o terreno, tais são também os demais homens terrenos; e, como é o homem celestial, tais também os celestiais. E, assim como trouxemos a imagem do que é terreno, devemos trazer também a imagem do celestial. Isto afirmo irmãos, que a carne e o sangue não podem herdar o reino de Elohim, nem a corrupção herdar a incorrupção.” Paulo está chamando a atenção para “despertarmos para a justiça” – uma alusão à idéia de que devemos sair do estado de tonteira e vertigem provocada por nosso comportamento sensual, e não pelo álcool e das nossas ações que só satisfazem à carne. Tudo isso, porque ainda não morremos; nossa natureza carnal ainda está viva! Continuamos contestando a Torah que diz: DEUTERONÔMIO 32:39 “Eu, Eu, Eu sou Ele; sem outro Elohîms comigo. Eu faço morrer e faço viver, mutilo e curo. Contra minha mão nenhum socorro.” *Transcrito do original hebraico. Negamos a ressurreição dos mortos. A verdadeira vida só começa com a morte do “eu”. O apóstolo Paulo explica com clareza sobre ressurreição dos mortos, confessando solenemente que: “Eu vos declaro que cada dia eu morro...” (I Co 15:31) “Voltai à sobriedade e não pequeis...”, ou seja: acordai para a prática da justiça e não pequeis mais... (I Co 15:34a) Na qualidade de indivíduos “sensuais” dificilmente tais pessoas suportarão a disciplina, pois não se submetem. O apóstolo Judas descreve “os sensuais” aqueles que provocam divisões e que não têm o Espírito Santo. Confira: JUDAS 1:17-19 “Vós, porém, amados, lembrai-vos das palavras anteriormente proferidas pelos apóstolos de nosso Senhor Yeshua, O Messias, os quais vos diziam: No último tempo, haverá escarnecedores, andando segundo as suas paixões ímpias. São estes os que promovem divisões, *sensuais, que não têm o Espírito.” *Sensual – Do grego PSUCHIKOS – não espiritual, ou seja, sensual, carnal, animal aquilo que é vinculado ao corpo físico. Natureza sensual, com sua dependência dos desejos e das paixões. Devemos ser sinceros, ponderados e refletir com muita prudência; e não agir pelo instinto. É necessário refletir qual das duas atitudes humanas (muito populares) eu devo escolher. Essas atitudes estão descritas em: 99 MATEUS 20:20-21: “Então, se chegou a Ele a mulher de Zebedeu, com seus filhos, e, adorando-o, fez-lhe um pedido: Perguntou-lhe Ele: Que queres? Ela respondeu: Concede que, no teu reino, estes meus dois filhos se assentem, um à tua direita, e o outro à tua esquerda no Teu reino.” Segundo Marcos (Cf. Mc 10:32-45) os filhos de Zebedeu são Tiago e João. “Estavam a caminho, subindo para Jerusalém, e Yeshua ia adiante dos seus discípulos. Estes se admiravam e o seguiam tomados de apreensões. E Yeshua, tornando a levar à parte os doze, passou a revelar-lhes as coisas que lhe deviam sobrevir, dizendo: Eis que subimos para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos principais sacerdotes e aos escribas; condená-lo-ão à morte e o entregarão aos gentios; hão de escarnecê-lo, cuspir nele, açoitá-lo e matá-lo; mas, depois de três dias, ressuscitará. Então, se aproximaram dele Tiago e João, filhos de Zebedeu, dizendo-lhe: Mestre queremos que nos concedas o que te vamos pedir. E ele lhes perguntou: Que quereis que vos faça? Responderam-lhe: Permite-nos que, na tua glória, nos assentemos um à tua direita e o outro à tua esquerda. Mas Yeshua lhes disse: Não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que Eu hei de beber e ser batizados com o batismo que estou para ser batizado? Responderam-lhe: podemos. Tornou-lhes Yeshua: bebereis o cálice que eu bebo e recebereis o batismo com que eu sou batizado; quanto, porém, ao assentar-se à minha direita ou à minha esquerda, não me compete concedê-lo; porque é para aqueles a quem está preparado. Ouvindo isto, indignaram-se os dez contra Tiago e João. Mas Yeshua, chamando-os para junto de si, disse-lhes: Sabeis que os que são considerados governadores dos povos têm-nos sob seu domínio, e sobre eles os seus maiorais exercem autoridade. Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos. Pois o próprio Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.” Segundo a tradição, a mãe de Tiago e João, chama-se “Shelomit” e é irmã de Mirian mãe de Yeshua. Sua pretensão se fundamenta no fato de que, sendo tia de Yeshua, seus filhos deveriam ter proeminência (superioridade) no reino restaurado em sua glória. A mulher, sem dúvida, ignora que Yeshua caminha lúcido em direção à morte. Pela resposta de Yeshua em (Mt 20:22)podemos analisar: MATEUS 20:22 “Jesus, porém, respondendo, disse: não sabeis o que pedis. Podeis vós beber o cálice que Eu hei de beber e ser batizados com o batismo que estou para ser batizado? Responderam-lhe: podemos”. O cálice seria o sofrimento; a dor pelo pagamento e pela libertação de muitos prisioneiros, soldados e escravos. Aqui, o preço de resgate é com sua própria vida. O batismo significa: quando descemos às águas morremos para o mundo, morre nossa sensualidade, e ressurgimos em novidade de vida. ROMANOS 6:3-4 “Ou não sabeis que todos quantos forem batizados em Yeshua, fomos batizados em sua morte? De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte, para que, como Yeshua, ressurgiu dentre os mortos,(ressurreição dos mortos) pela glória do Pai, assim andemos nós em novidade de vida.” Assim encontramos no texto, explicitamente, qual sugestão Shelomit provocava para seus filhos. Ela exteriorizou sua intenção de garantir para Tiago 100 e João uma supremacia governamental futura. Assim,Shelomit pensava assegurar a felicidade dos filhos. “Essa não é a sabedoria que vem do alto, mas é terrena, animal (sensual) e diabólica”. TIAGO 3:15 Toda preferência tem conseqüências com frutos resultantes das nossas escolhas. Qualquer que seja nossa escolha, por opção, beberemos dos cálices; ou o cálice da ira de Elohim ou o cálice da salvação. Primeira Escolha: Servidão dos povos, sob o reinado do império cruel deste mundo, cuja conseqüência é necessária e evidente: a dessacralização do homem, ou seja, tirar-lhe a qualidade de sagrado e profaná-lo. Conseqüentemente o resultado desta preferência, o fruto dela será o cálice da fúria Divina. JEREMIAS 25:15:27 “Porque assim me disse o Eterno, o Elohim de Israel: Toma da minha mão este cálice do vinho do meu furor e darás a beber dele a todas as nações às quais eu te enviar. Para que bebam, e tremam, e enlouqueçam, por causa da espada que eu enviarei para o meio delas. Recebi o cálice da mão do Eterno e dei a beber a todas as nações às quais o Eterno me tinha enviado: a Jerusalém, às cidades de Judá, aos seus reis e aos seus príncipes, para fazer deles uma ruína, objeto de espanto, de assobio e maldição, como hoje se vê; a Faraó, rei do Egito, a seus servos, a seus príncipes e a todo o seu povo; a todo misto de gente, a todos os reis da terra de Uz, a todos os reis da terra dos filisteus, a Asquelom, a Gaza, a Ecrom e ao resto de Asdode a Edom, a Moabe e aos filhos de Amom; a todos os reis de Tiro, a todos os reis de Sidom e aos reis das terras dalém do mar; a Dedã, a Tema, a Buz e a todos os que cortam os cabelos nas têmporas; a todos os reis da Arábia e todos os reis do misto de gente que habita no deserto; a todos os reis de Zimri, a todos os reis de Elão e a todos os reis da Média; a todos os reis do Norte, os de perto e os de longe, um após outro, e a todos os reinos do mundo sobre a face da terra; e, depois de todos eles, ao rei da Babilônia. Pois lhes dirás: Assim diz o Eterno dos Exércitos, o Elohim de Israel: bebei, embebedai-vos e vomitai; caí e não torneis a levantar-vos, por causa da espada que estou enviando para o vosso meio.” LAMENTAÇÕES 4:21 “Regozija-te e alegra-te, ó filha de Edom, que habitas na terra de Uz; o cálice se passará também a ti; embebedar-te-ás e te desnudarás.” APOCALIPSE 14:10 “... também esse beberá do vinho da cólera de Elohim, preparado, sem mistura, do cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre, diante dos santos anjos e na presença do Cordeiro.” APOCALIPSE 16:19 “E a grande cidade se dividiu em três partes, e caíram as cidades das nações. E lembrou-se Elohim da grande Babilônia para dar-lhe o cálice do vinho do furor da sua ira.” APOCALÍPSE 17:14 “Pelejarão eles contra o Cordeiro, e o Cordeiro os vencerá, pois é o Eterno dos senhores e o Rei dos reis; vencerão também os chamados, eleitos e fiéis que se acham com ele.” APOCALIPSE 18:6 101 “Dai-lhe em retribuição como também ela retribuiu, pagai-lhe em dobro segundo as suas obras e, no cálice em que ela misturou bebidas, misturai dobrado para ela.” Segunda Escolha: A liberdade com anulação de si mesmo, morte da vida sensual (animal); do culto a si mesmo. Quando isso acontece, nossas preferências mudam, somos transformados, quando procuramos servir uns aos outros; assim, a palavra que Yeshua ensinou a Shelomit tem valor para nós. ISAÍAS 49:10-11 “Vê, eu te purificarei, mas não como a prata; provei-te na fornalha da aflição. Por amor de Mim, por amor de Mim faço isto. Como seria profanado o meu nome? A minha glória não a darei a outro.” JEREMIAS - LAMENTAÇÕES 3:1 “Eu sou o homem que viu a aflição pela vara do seu furor.” JOÃO 16:33 MATEUS 20:26-28 “Não será assim entre vós; pelo contrário, todo aquele que, entre vós, quiser tornar-se grande, seja vosso servo, e quem dentre vós quiser ser o primeiro, seja nosso escravo tal como o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em regate por muitos.” A segunda virtude que nasce e cresce em nós quando anulamos a nós mesmos, é a consciência de que osofrimento está intimamente ligado à vocação de Israel e a Igreja. “Disse-vos estas coisas para que em mim tenhais paz. No mundo tereis aflições. Mas tende bom ânimo! Eu venci o mundo.” O salmista de volta ao banquete da vida por gozar de uma liberdade, agora completa, expressa seu sentimento com cânticos e ações de graças traduzidas assim: SALMO 116:12-15 “Que darei eu ao Eterno, por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o cálice da salvação, e o invocarei o nome do Eterno. Pagarei os meus votos ao Eterno na presença de todo o seu povo”. Ele anuncia por meio de idéias e palavras a anulação de si mesmo e declara que o Eterno tem prazer na morte da natureza sensual e animal dos seus santos. Yeshua bebeu o cálice que o Eterno colocou diante d’Ele, cônscio de suas obrigações e sofrimentos. MATEUS 26:39 “E, indo um pouco adiante, prostrou-se sobre o seu rosto, orando e dizendo: Meu Pai se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres.” 102 Trindade Sandra Mara Oliveira A teoria da Trindade é um conhecimento especulativo sistematizado de opiniões e idéias sobre o assunto. Na realidade o termo trindade não é encontrado no Segundo Testamento. A única declaração que a teologia cristã encontra, como base para tentar explicar a trindade se encontra no Livro de João, confira: I João 5:7-8 - “Pois, três são os que dão testemunho no céu: o Pai, a Palavra e o Espírito Santo; e estes três são um. E três são os que dão testemunhos na terra: e estes três concordam”. Não há nenhum documento com uma definição clara de trindade. Os escritores e estudiosos da Bíblia Sagrada rejeitam enfaticamente a genuinidade do texto I Jo 5:7-8. O vocábulo trindade evidentemente foi usado pela primeira vez por Tertuliano - Homem versado na filosofia, direito e literatura. Nascido na província romana de Cartago na África. Converteu-se, e serviu como presbítero em sua cidade natal. Foi o mais rigoroso e mais intransigente dos primeiros apologistas cristãos. Atacava incansavelmente o paganismo, mas no fim da vida, tornou-se membro do movimento montanista, que os principais cristãos consideravam como heresia. Na última década do século II D.C, a doutrina da trindade formulada por Tertuliano, não encontrou lugar na teologia formal da igreja até o século IV D.C – período em que a doutrina recebeu ampla expressão, pela primeira vez, resultante do conjunto de regras e leis sistematicamente organizadas, para servir de base a doutrina da trindade em meados do século IV D.C pelos capadócios Gregório de Nissa e Gregório Nazianzeno. Trabalharam em fórmulas ortodoxas da trindade, e a declaração resultante foi oficializada pelo Concílio de Constantinopla em 381 D.C. Ainda antes, tal como no credo de Nicéia, declarou-se oficialmente em favor da idéia, e fez o trinitarismo tornar-se a posição ortodoxa. Esse fato ocorreu em 325 D.C. Nos escritos dos chamados pais da igreja, Inácio, Irineu e Origines, encontram-se fórmulas e regras, leis que serviram de apoio para o desenvolvimento histórico dessa doutrina, cujo objetivo era satisfazer um grupo de teólogos que desenvolviam uma obra erudita. Tomás de Aquino, Karl Barth foram notáveis defensores desse conceito que, na ortodoxia cristã, continua a prevalecer. David Flusser – “Acredito que a erudição sabia, sem partidarismo, remove obstáculos e pavimenta o caminho para a verdade e para a compreensão mútua. Porém, o confronto entre lados opostos por causa de uma doutrina como a da trindade, é menos honesto e menos durável do que a busca pela verdade” - “Porque estreita é a porta e difícil o caminho que conduz à vida e são poucos que a encontram”. (Mt 4:14) A Torah ensina: Deuteronômio 4:35 - “A ti te foi mostrado para que soubesses que o Eterno, Ele, o Elohim, nenhum outro, exceto Ele”. O profeta Isaias diz: “Eu sou o Eterno, e não há outro fora de Mim não há D’us. Eu te fortalecerei, ainda que não me conheces”. (Is 45:5) Marcos 12:29 – “Respondeu-lhe Yeshua: O principal de todos os mandamentos é: Ouve ó Israel, o Eterno nosso Elohim, é o único D’us”. I Coríntios 8:4 - “Quanto ao comer das coisas sa- 103 crificadas aos ídolos, sabemos que o ídolo nada é no mundo e que não há outro Elohim, senão um, só”. É verdade que a Igreja do primeiro século, vivia sem uma teologia sofisticada e não era formada por uma ortodoxia1 central e todo-poderosa. Ortodoxo: aquele que é rígido em suas convicções, que está conforme uma doutrina definida. Nós podemos assumir uma posição ortodoxa em qualquer domínio. Com certeza, os primeiros crentes não formularam nenhum conceito de trindade – reconheciam Yeshua ( Jesus, o Messias) como Salvador e também como Divino. O profeta Isaias declara: Isaías 9:6 - “Porque um menino vos nasceu, um filho se nos deu; o principado está sobre os seus ombros, e o seu nome será: Maravilhoso, conselheiro, Elohim, forte, Pai da Eternidade, príncipe da paz”. Miquéias 5:2 - “Mas tu, Belém Efrata, posto que pequena entre milhares de Judá, de ti me sairá àquele que há de reinar em Israel, e cujas saídas são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. Colossenses 2:9 - “Pois Nele habita corporal- mente toda a plenitude da Divindade”. Hebreus 1:3 - “O filho é o resplendor da sua glória, e a expressa imagem da sua pessoa, sustentando todas as coisas pela palavra do seu poder. Havendo feito por si mesmo a purificação dos nossos pecados, assentou-se à destra da majestade nas alturas”. Não há como explicar com palavras humanas essa unidade: Pai, Filho e Espírito Santo, pois envolve uma dimensão do conhecimento e da verdade que as nossas mentes não conseguem atingir. Mas na “... Fé temos a certeza das coisas que se esperam e a prova das coisas que não se vêem. Foi por ela que os antigos alcançaram bom testemunho.” (Hb 11:1-2) toda diligência para fazer conforme o modelo da Igreja do primeiro século; sabendo que deixamos muito a desejar no que tange a satisfazer completamente o som perfeito, porém, avançamos por fé “... para ver se de alguma maneira posso incitar ao ciúme os da minha carne, e salvar alguns deles“. (Rm 11:14) Marcos 12:29 - “Ouve, o Israel, o Eterno nosso Elohim é o único”. Portanto, qualquer debate a respeito da trindade, é ineficaz, pois, como já comentamos nem o termo trindade é encontrado no Segundo Testamento. Devemos procurar seguir o conselho de Paulo a Timóteo. I Timóteo 1:4 - “Não se ocupasse com fábulas ou genealogias intermináveis, que antes produzem controvérsias do que o serviço de Elohim na fé”. A Congregação Rechovot tem buscado empregar 104 A Verdade a Respeito do Natal Francisco Leonardo Cardoso Certa vez, estando na sala de aula do curso de Administração, deparei-me com o tema principal da aula: “A necessidade da mudança e a dificuldade da mesma”. Uma das mais difíceis decisões que o ser humano precisa exercer é quando o curso de sua vida exige dele uma mudança. Geralmente, quando ocorre uma mudança, há a necessidade de alterar o procedimento, o futuro se torna incerto e as decisões se tornam mais complexas. O principal motivo de não querer a mudança é o costume ao qual o ser humano está inserido, e, talvez por isto, encontramos tantas dificuldades das pessoas deixarem suas práticas habituais e se voltarem para Palavra de D’us. Por exemplo, os costumes familiares, de pensamentos, de nacionalidade e de religião. Talvez por isso, Yeshua ( Jesus) tenha dito: “O pai estará dividido contra o filho, e o filho contra o pai, a mãe contra a filha, e a filha contra mãe, sogra contra a nora, e a nora contra a sogra.” (Lucas 12: 53). Essa divisão ocorrerá porque uns mudarão suas vidas, seus procedimentos e costumes, outros não. Quantas vezes nos deparamos com a Palavra nos ensinando algo, e o nosso proceder é outro? Quando isto acontece, requer mudança. O costume, ou melhor, a prática habitual de determinado procedimento, é importante quando procedemos de acordo com a Palavra de D’us. Entretanto, quando fazemos ao contrário, torna-se uma arma mortal em nossas vidas e, para nos relacionarmos com D’us, precisamos interromper tal prática. Quando falamos de costumes, vemos a celebração de natal inserida neste contexto. Na verdade, esta se tornou a tradição favorita entre os cristãos, e é tão bem aceita que qualquer tentativa de se buscar a verdadeira origem, a qual pode ser facilmente encontrada nas enciclopédias e em documentos históricos, tende a ser mal recebida. Muitas pessoas nem são “cristãs” e celebram o natal simplesmente porque receberam esta tradição de sua família, de sua nação, ou de sua denominação, e assim por diante. O que é realmente ser cristão? Cristão é um termo derivado do cristianismo, que é uma religião monoteísta baseada na vida e nos ensinamentos de Yeshua. O discipulo João, em sua primeira carta, define cristão como: “Aquele que diz que está nele, também deve andar como ele andou.” (1 João 2: 6). Assim, se o que define o homem como cristão é o fato dele viver de igual forma como Yeshua ( Jesus) viveu, então porque celebrar o natal? Encontramos, em alguma parte da biblía, Yeshua festejando ou citando o seu próprio nascimento? Possuímos alguma referência de seus discípulos celebrando o seu nascimento? A resposta é não! Então, por que o “cristianismo” celebra o natal se não existe nenhuma referência nas escrituras e nem na história até a data de 350 D.C? Simplesmente porque alguns não sabem da verdade a respeito do natal e outros porque sabem da verdade, mas preferem viver em seus costumes. Esse estudo tem o objetivo de apresentar a verdade a respeito do natal. O natal teve origem bem antes do nascimento de Jesus, seu surgimento ocorreu na Babilônia, cidade esta que veio da antiga Babel. Os judeus afirmam que Babel vem do Hebraico e significa “confusão”. Seu fundador foi Ninrode (Gênesis 10: 10), e o nome Ninrode, em Hebraico, deriva da palavra 105 Marádh, que significa rebelar. Existem alguns textos históricos que falam a respeito de como Ninrode rebelou-se contra Deus, o Talmud Babilônico, por exemplo, diz: “Então, por que foi ele chamado de Ninrode? Porque incitou todo o mundo a se rebelar contra a Sua soberania (a de Deus)”. Flavio Josefo, um historiador judeu contemporâneo ao período da igreja do primeiro século, escreveu: “Pouco a pouco, (Ninrode) transformou o estado de coisas numa tirania, sustentando que a única maneira de afastar os homens do temor a D’us era fazê-los continuamente dependentes dos seus próprios poderes. Ele ameaçou vingar-se de D’us, caso Este quisesse novamente inundar a terra. Vingança esta, em que construiria uma torre mais alta do que poderia ser atingida pela água, conseguindo, também, vingar-se da destruição dos seus antepassados. O povo estava ansioso de seguir este conselho (de Ninrode), pois achavam que submeter-se a deus fosse escravidão. Assim, empreenderam-se em construir a torre, e ela subiu com rapidez além de todas as expectativas.” (Antiguidades Judaicas). Possivelmente, Flavio Josefo estava referindo-se à torre de Babel, descrita no capitulo 11 de Gênesis. Ninrode teve participação importante na origem do natal. Consta, em alguns relatos de sua vida, que Ninrode era tão perverso que casou com sua própria mãe, cujo nome era Semíramis. Depois da sua morte, sua mãe-esposa propagou a doutrina maligna da sobrevivência de Ninrode como um ente espiritual. Ela alegava que um grande pinheiro havia crescido da noite para o dia, de um pedaço de árvore morta, que simbolizava o desabrochar da morte de Ninrode para uma nova vida. Todo ano, no dia do seu aniversário de nascimento, ela alegava que Ninrode visitava a árvore “sempre viva” e deixava presentes nela - e este dia era 25 de dezembro. Conforme os relatos foram tomando força, Semíramis foi ganhando status de uma deusa, o que a levou a ser chamada de “Rainha dos Céus” dos babilônicos. Ninrode passou a ser adorado como um verdadeiro “salvador” da Babilônia, “filho de Baal”, o deus-sol. Nessa falsa salvação babilônica, “a mãe e a criança” isto é, “Semíramis e Ninrode”, transformaram-se em objetos principais de adoração, e essa adoração da “Mãe e o Menino” espalhou-se pelo mundo afora. Em Babilônia era Semíramis e Ninrode, no Egito chamava-se Isis, irmã e esposa de Osíris, na Grécia Afrodite e Eros, em Roma Fortuna e Júpiter, em Éfeso era Diana (Atos 19:34). Os costumes das outras nações permanecem até hoje, entretanto, com personagens diferentes, por exemplo, Maria e seu filho. Não é assim no Brasil? Nos séculos IV e V, quando centenas de milhares de pagãos do mundo romano eram obrigatoriamente introduzidos no cristianismo, as pessoas levavam consigo as antigas crenças e costumes, porém, agora com personagens cristãos. Retiraram a figura de Semíramis e Ninrode (ou outros deuses) e modificaram para Maria e seu filho. Assim, tornou-se popular também a idéia da “Virgem e o Menino”, especialmente durante a época do natal. A comemoração do natal, utilizando personagens cristãos, surgiu de um decreto. O Papa Júlio I decretou, em 350, que o nascimento de Yeshua deveria ser comemorado no dia 25 de Dezembro. E, por que esta data, se tantos os historiadores, quanto os exegetas (comentaristas bíblicos) concordam que Yeshua não nasceu neste dia? A explicação mais comentada, pelos próprios estudiosos da igreja católica, é que, os patriarcas da igreja romana levaram em conta, ao escolherem esta data, o conhecimento de que, nos séculos anteriores, todos os “grandes mestres” ou “grandes homens reencarnados” e que eram considerados filho 106 de deus e tidos como “salvadores” ou “redentores” pela suas nações, haviam nascido ou em 25 de dezembro ou em data próxima. Deste modo, esta data foi escolhida pelo Papa Júlio I como uma forma de “cristianizar” as festas pagãs já existentes. Como relata a Enciclopédia Católica (edição de 1911): “A festa do Natal não estava incluída entre as primeiras festividades da Igreja… os primeiros indícios dela são provenientes do Egito”. Veja alguns exemplos, espalhados pelo mundo afora, da celebração deste dia antes da era cristã: Na China, muitos séculos antes da Era Cristã, era celebrado o Solstício de Inverno em que, no dia 24 ou 25 de dezembro, fechava-se o comércio e tudo o mais. Assim também ocorria com os antigos persas, que celebravam esplêndidas cerimônias em homenagem a Mitra, cujo nascimento ocorrera em 25 de dezembro. Vários deuses egípcios nasceram no dia 25 de dezembro, e em praticamente todas as histórias religiosas de povos antigos encontramos celebrações idênticas às referidas. Osíris, um dos maiores deuses egípcios, filho da deusa Nut, nasceu em 25 de dezembro, assim como os gregos também celebravam, nesta mesma data, o nascimento de Hércules. Na Índia, este período já era comemorado muitos e muitos séculos antes da Era Cristã na forma de um festival religioso, durante o qual o povo ornamentava suas casas com flores e as pessoas trocavam presentes com amigos e parentes. Em 274, o Imperador Aureliano proclamou o dia 25 de dezembro como “Dies Natalis Invicti Solis” (O Dia do Nascimento do Sol Inconquistável). O sol passou a ser venerado. Buscava-se o seu calor, que ficava no espaço muito acima do frio do inverno na terra. O início do inverno passou a ser festejado como o dia do “deus sol”. Como podemos ver, o dia 25 de dezembro vem sendo considerado um dia místico há muito tempo e por muitos povos diferentes. Simplesmente substituíram a veneração ao deus sol ou a uma divindade reencarnada, pela falsa adoração a Yeshua. O nascimento de Yeshua passou a ser comemorado no Solstício do Inverno em substituição às festividades do dia do nascimento do sol. É neste contexto que está a celebração de natal. Usam-se personagens do cristianismo e uma falsa adoração a Yeshua, mas a realidade é uma adoração a entidades mortas e inanimadas (sem vida). E tudo que cerca a celebração segue esta carac- terística, como: Papai Noel, representando uma entidade morta; Árvore de Natal representando a reencarnação de Ninrode; a Guirlanda, representando a oferenda aos deuses, e assim por diante. Tudo que rodeia a celebração tem seu fundamento no paganismo, e mesmo assim, as pessoas dizem que o objetivo do natal é trazer amor e o perdão. Grande parte das nações tem celebrado o natal há mais de 1500 anos, e onde conseguimos encontrar amor e perdão neste mundo tão perverso? Será que as armas “espirituais” que estão sendo utilizadas são realmente espirituais? Claro que não! Então, se o protestantismo recebeu o natal pela Igreja Católica Romana, e esta por sua vez recebeu do paganismo, de onde receberam os pagãos? Qual é a origem verdadeira? Sua origem é diabólica e mundana! Por isso a palavra nos adverte abundantemente a respeito dos costumes dos povos. “E não andeis nos costumes das nações que eu expulso de diante de vós, porque fizeram todas estas coisas; portanto fui enfadado deles.” (Lv 20: 23). O profeta Jeremias diz: Não aprendais o caminho das nações ( Jr 10: 2a). Porque os costumes dos povos são vaidade ( Jr 10: 3a). 107 Tiago escreveu: Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade com D’us? Portanto qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de D’us.” (Tg 4: 4). de todo servo Dele, como diz João: “Amados, não creiais a todo o espírito, mas provai se os espíritos são de D’us, porque já muitos falsos profetas se têm levantado no mundo.” (I João 4: 1). Por todos estes motivos comecei esse estudo dizendo à respeito da necessidade da mudança. Temos duas escolhas: preferir viver nos costumes das nações e continuar na inimizade com D’us, ou mudarmos a prática habitual e nos adaptarmos a Sua palavra. A escolha é pessoal! Muitas pessoas preferem viver em sua prática habitual, pois querem sair pela tangente de que o sentido do natal hoje é outro. Que sentido bom pode haver onde não há a presença de D’us? Precisamos provar os mestres, pergunte-os a respeito da origem do natal! Se a resposta for o relatado do estudo acima (de que o natal veio do paganismo), você já saberá toda a verdade que está por trás do falso amor e perdão que o natal quer transmitir. O discípulo Tiago disse: “Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” (Tiago 1: 17). Temos que ter a capacidade de questionar as autoridades eclesiásticas a origem das coisas que fazemos para D’us. Questionar é um direito que temos, e é totalmente diferente de “se levantar” contra uma autoridade, porque este direito (de se levantar) não nos foi dado por D’us. Contudo, buscar entender aquilo que oferecemos a D’us é uma obrigação rei o seu D’us e eles serão o meu povo. Pelo que, saí vós do meio deles e separai-vos, diz o Eterno; e não toqueis coisa imunda, e eu vos receberei; e eu serei para vós Pai, e vós sereis para mim filhos e filhas, diz o Eterno Todo-Poderoso.” (2 Coríntios 6: 14 – 18). Que D’us nos abençoe, em nome de Yeshua Há Mashiach, o nosso Messias. Devemos ter sempre a referência da palavra de D’us, isso é tudo que precisamos para manter-nos longe da idolatria. Não devemos participar, ou pensar, que D’us está presente nessa falsa festa, pois, para termos a certeza da ausência de D’us, só precisamos compreender o que diz o apostolo Paulo: “Não vos prendais a um jugo desigual com os incrédulos; pois que sociedade tem a justiça com a injustiça? Ou que comunhão tem a luz com as trevas? Que harmonia há entre Yeshua e Belial? Ou que parte tem o crente com o incrédulo? E que consenso tem o santuário de D’us com ídolos? Pois nós somos santuário do D’us vivo, como D’us disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu se- 108 Três conceitos básicos para celebrarmos Pessach Sandra Mara de Oliveira Oséias 6:4b - “... o vosso amor é como nuvem da manhã, e como o orvalho da madrugada, que cedo passa.” A denúncia do profeta Oséias contra Israel, diz respeito a um “amor superficial” - um amor que não vai fundo nas coisas, leviano, incompleto e sem profundidade. “Por isso os despedacei com meus profetas, com palavras da minha boca os matei; os meus juízos saíram como o relâmpago sobre vós.” (Os 6:5) Hoje nossa realidade a respeito do amor a Elohim é bem pior que no período do profeta Oséias, pois o amordeixa de ser superficial e torna-se idolatria ao amor. A partir da idade média, o cristianismo toma para si a questão da “aprendizagem da vida” ou do “sa- ber viver”. A filosofia surgiu na Grécia, e era uma aprendizagem sobre a vida. Naquela época, as escolas de filosofia passavam as lições de casa - exercícios para os alunos viverem melhor e mais livres. Só depois da vitória do cristianismo sobre a cultura grega é que a filosofia vira uma questão religiosa e acadêmica ensinando uma doutrina humanista, cujo objetivo é desenvolver as qualidades (qualidade: maneira de ser - boa ou má) do homem. A filosofia moderna tem procurado explanar um conceito de superioridade e excelência para o homem,considerando que o ser humano é uma das ultimas coisas sagradas hoje em dia, ou seja, na história - o sagrado (aquilo que somos capazes de arriscar nossa vida) segundo conceito filosófico de Luc Ferry. Luc Ferry milita na direita francesa, ao contrário de muitos intelectuais. Membro do atual governo do presidente Nicola Sarkozy; foi ministro da educação entre 2002 e 2004 - seu ato mais polêmico foi o de proibir as crianças de usarem símbolos religiosos nas escolas. É um intelectual pessimista na sua maneira de viver e pensar do ocidente; seus livros são fáceis de ler (lembram os livros de auto- -ajuda como: “Aprender a viver”, “O que é uma vida bem sucedida” e “Famílias, amo vocês.” Seus livros estão sempre na lista dos dez mais vendidos na. Segundo Luc Ferry a questão é saber como o ser humano pode viver melhor - só a filosofia é capaz de respondê-la. Com esta pequena introdução podemos entender: Luc Ferry quer fazer crescer nas pessoas uma qualidadeque é má, pois suas idéias são hostis e contrárias aos mandamentos às leis de Elohim. O filósofo Luc Ferry introduz através dos seus livros a doutrina humanista. Ele diz que os europeus já morreram por três grandes motivos: 1º Deus, 2º Pátria e 3º A Revolução. Os jovens ocidentais de hoje não são capazes de morrer pela pátria, nem por Deus e nem pela revolução; e diz: isso acabou! No entanto, os únicos seres pelos quais seríamos capazes de arriscar nossas vidas são os outros seres humanos: nossos filhos, amigos, ou até mesmo por pessoas que passam por situações graves de miséria - como as famílias da África que os movimentos humanistas tentam salvar. Luc Ferry: o sagrado não desapareceu, apenas mudou de lugar e encarnou na humanidade. A doutrina humanista tem como objetivo endeusar e 109 divinizar o homem. O filósofo Francês ainda diz: passamos datranscendência vertical, Deus/pátria, para a transcendência horizontal, o homem, (transcendência - aquilo que está fora do nosso alcance, da nossa ação de pensamento) - surgindo daí a preocupação excessiva com a família, um dos aspectos que os filósofos chamam de novo humanismo do mundo moderno ou “Sabedoria do Amor”; nós que conhecemos a Bíblia Sagrada, chamamos de “Idolatria ao Amor”. A família no contexto bíblico é muito importante, porém o mandamento nos ensina que devemos amar a Elohim (D’us) acima de todas as coisas. Hoje entendemos porque tanta literatura religiosa a respeito de como manter unida a família, os filhos e os amigos. Intermináveis congressos chamados “religiosos” para família e para casais. Os filósofos dizem que o “amor” é uma das poucas coisas absolutas e indiscutíveis, no entanto, o soberano continua sendo Elohim e não a família. O objetivo dessa postura filosófica é fazer o homem amar mais o amor do que a Elohim, mais à família, aos filhos e amigos do que a Elohim. Luc Ferry - Antigamente o valor absoluto era Elohim e a eternidade, ou seja, algo abstrato e superior a nós.Agora, ele está em nós porque a verdade hoje não é descoberta sob argumentos autoritários ou superiores, mas sim na parte mais intima do homem - no coração. As idéias de Luc Ferry torrnaram-se cada vez mais resistentes a palavra de Elohim. Provérbios 21:2 - “Todo caminho do homem é reto aos seus olhos, mas o Eterno sonda os corações.” Jeremias 17:9-10 - “Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, é incorrigível. Quem o conhecerá? Eu o Eterno, esquadrinho o coração, e provo a mente, e isto para dar a cada um segundo os seus caminhos, e segundo o fruto das suas ações.” Mateus 15:18-19- “Mas o que sai da boca, procede do coração, e é isso que contamina o homem. Pois do coração procedem maus pensamentos, assassínio, adultério, prostituição, furto, falso testemunho, blasfêmia.” O panorama filosófico é presunçoso a respeito da divinização e do endeusamento do homem, é algo totalmente imaginário. É como no deserto, quando a areia quente reflete ondas de calor projetando a visão de um oásis com lagos e muita água na mente de um viajante sedento; a realidade é que se trata apenas de uma miragem, de uma visão fantasma de coisas que não existem. Se num dado momento subsistir essa idéia, será por pura opressão, jugo, tirania e violência por abuso e autoridade. O amor a Elohim é um sentimento que precisa estar bem determinado dentro de nós, para celebrarmos Pessach e darmos início ao ciclo anual dos festivais, ou seja, dar início à guerra espiritual do Reino de Elohim.Essa campanha militar é um trabalho do Reino de Elohim. Sendo assim, nosso amor não deve seguir padrões humanos, ou chavões impostos pela comunicação, como as cenas do filme Amor onde a marca de temperos “Sazon”, tornou-se conhecida. Os criadores dessa campanha publicitária confirmam que não foi a marca que ficou famosa, mas sim, o slogan “É o amor” ou “Quem ama usa” (tempero Sazon) - “Só o amor tem esse sabor.” Tudo isso só ratifica a carência do homem por um amor verdadeiro. Para fazer frente a uma necessidade tão presente e uma privação de amor tão real que a humanidade vive, nós, que cremos, devemos fazer valer os conceitos próprios de Pessach. 110 Primeiro conceito de Pessach O amor a Elohim deve ser incondicional, professado com toda convicção e ajustado à obediência aos seus mandamentos. “Shema Yisrael Adonai Elohenu Adonai EchadEntende Israel! O Eterno nosso Elohim é o único. Amarás o Eterno teu Elohim de todo teu coração, de toda a tua alma e de toda a tua força.” (Dt 6:45) Segundo conceito de Pessach - Lavagem e purificação Ex 19:10 -11 - “Disse também o Eterno a Moisés: Vai ao povo e santifica-os hoje e amanhã, e lavem eles as suas vestes e estejam prontos para o terceiro dia; porquanto, no terceiro dia, o Eterno descerá diante dos olhos de todo o povo sobre o Monte Sinai. O povo deve separar-se de toda coisa ordinária ou comum e devotar-se totalmente ao encontro com seu Elohim. Suas túnicas devem passar por uma perfeita limpeza. Isso faz parte dos ritos de separação e de purificação preliminares a uma intervenção visível do Eterno. Gn 35:2 - “Então, disse Jacó à sua família e a todos os que com ele estavam: Tirai os deuses estranhos que há no meio de vós, e purificai-vos, e mudai as vossas vestes”. A ação de lavar as roupas faz parte dos ritos de purificação e de consagração que precedem uma solenidade como Pessach. Na tradição helenista e midráshica, o período do Egito marca, para nós, a ruptura completa com o mundo do pecado (representada pelo Egito), para assim celebrarmos Pessach, nossa libertação. Devemos se curados, lavados e purificados das tenazes manchas que contraímos. (Cf: Nm 9:1-13) - “E falou o Eterno a Moisés no deserto de Sinai, no ano segundo da sua saída da terra do Egito, no primeiro mês, dizendo: Celebrem os filhos de Israel a Páscoa a seu tempo determinado. No dia catorze deste mês, pela tarde, a seu tempo determinado a celebrareis; segundo todos os seus estatutos, e segundo todos os seus ritos, a celebrareis. Disse, pois, Moisés aos filhos de Israel que celebrassem a Páscoa. Então celebraram a Páscoa no dia catorze do primeiro mês, pela tarde, no deserto de Sinai; conforme a tudo o que o Eterno ordenara a Moisés, assim fizeram os filhos de Israel. E houve alguns que estavam imundos por terem tocado o corpo de um homem morto; e não podiam celebrar a Páscoa naquele dia; por isso se chegaram perante Moisés e Arão naquele mesmo dia; E aqueles homens disseram-lhe: Imundos estamos nós pelo corpo de um homem morto; por que seríamos privados de oferecer a oferta do Eterno a seu tempo determinado no meio dos filhos de Israel? E disse-lhes Moisés: Esperai, e eu ouvirei o que o Eterno vos ordenará. Então falou o Eterno a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Quando alguém entre vós, ou entre as vossas gerações, for imundo por tocar corpo morto, ou achar-se em jornada longe de vós, contudo ainda celebrará a Páscoa ao Eterno. No mês segundo, no dia catorze à tarde, a celebrarão; com pães ázimos e ervas amargas a comerão. Dela nada deixarão até à manhã, e dela não quebrarão osso algum; segundo todo o estatuto da Páscoa a celebrarão. Porém, quando um homem for limpo, e não estiver em viajem, e deixar de celebrar a Páscoa, essa alma do seu povo será extirpada; porquanto não ofereceu a oferta do Eterno a seu tempo determinado; esse homem levará o seu pecado. (Cf I Co 5:7-8) - Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem fermento. Porque O Mashiach (Cristo), 111 nossa páscoa, foi sacrificado por nós. Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade”. (Cf Hb 10:22-37) - “Cheguemo-nos com verdadeiro coração, em inteira certeza de fé, tendo os corações purificados da má consciência, e o corpo lavado com água limpa, Retenhamos firmes a confissão da nossa esperança; porque fiel é o que prometeu. E consideremo-nos uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras, não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto vedes que se vai aproximando aquele dia. Porque, se pecarmos voluntariamente, depois de termos recebido o conhecimento da verdade, já não resta mais sacrifício pelos pecados, mas uma certa expectação horrível de juízo, e ardor de fogo, que há de devorar os adversários. Quebrantando alguém a Torah (lei) de Moisés, morre sem misericórdia, só pela palavra de duas ou três testemunhas. De quanto maior castigo cuidais vós será julgado merecedor aquele que pisar o Filho de Elohim, e tiver por profano o sangue da aliança com que foi santificado, e fizer agravo ao Espírito da graça? Porque bem conhecemos aquele que disse: Minha é a vingança, eu darei a recom- pensa, diz o Eterno. E outra vez o Eterno julgará o seu povo. Horrenda coisa é cair nas mãos do Elohim vivo. Lembrai-vos, porém, dos dias passados, em que, depois de serdes iluminados, suportastes grande combate de aflições. Em parte fostes feitos espetáculo com vitupérios e tribulações, e em parte fostes participantes com os que assim foram tratados. Porque também vos compadecestes das minhas prisões, e com alegria permitistes o roubo dos vossos bens, sabendo que em vós mesmos tendes nos céus uma possessão melhor e permanente. Não rejeiteis, pois, a vossa confiança, que tem grande e avultado galardão. Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito a vontade de Elohim, possais alcançar a promessa. Porque ainda um pouquinho de tempo, E o que há de vir virá, e não tardará. Terceiro conceito de Pessach Tomar posição, colocar carga - jugo sobre si A exigência Divina para com Abraão não deixa espaço algum para qualquer escapatória. Trata-se, de fato, de Isaque seu bem amado; seu filho único, já que Elohim repudiou Agar, e Ismael partiu. O termo filho único deve ser compreendido as- sim: aquele que está unido por um laço de amor essencial. “Ele diz: toma então teu filho, teu único filho, aquele que amas, Isaque. Vai por ti, em terras de Moryah, lá, fá-lo subir em holocausto num dos montes que Eu te disser.” (Gn 22:2) - texto retirado do original hebraico. “Vai por ti...” (lekh lekha) - Essa é uma ordem idêntica à descrita no parágrafo anterior- ela será dada à Sulamita - “O meu amado fala e me diz: Levanta-te, meu amor, formosa minha, e vem” (Ct 2:10). Abraão já conhecia a expressão “lekh lekha”- a mesma ordem já havia sido recebida quando da separação de sua ascendência. Gênesis 12:1 - “Ora, disse o Eterno a Abraão: Sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei;” - Agora as mesmas palavras ordenam que Abraão renuncie a sua descendência, seu filho único. Abraão entende que “lekh lekha” (vai por ti) significa: ir além das suas forças humanas, porque é para seu bem! Como na primeira ordem, Abraão deveria escolher e livremente decidir seu destino e do seu filho, por um ato de livre vontade, um ato de renúncia absoluta. Assim, Abraão coloca sobre si a carga, o jugo bem pesado (uma opressão), cuja sensação física é de sufocamento e dificuldade para respirar; tudo isso 112 por causa da humilhação a que Elohim lhe submetera. Gênesis 22:3 - “Levantou-se, pois, Abraão de madrugada, albardou o seu jumento, tomou consigo dois de seus servos, e a Isaque, seu filho. Tendo cortado lenha para o holocausto, partiu para o lugar que Elohim dissera.” Abraão preparou o animal de carga que carregou o combustível para o holocausto. O animal dividiu com Abraão o peso. A vida de Balaão é equivocada em relação à vida de Abraão, observe: o patriarca Abraão havia sido igualmente enviado a uma terra desconhecida para cumprir a vontade Divina. Mais tarde ele recebe uma ordem de ir e sacrificar seu único filho. Devemos fazer uma aproximação dos versículos hebraicos - Abraão e Balaão fizeram ambos, os mesmos gestos; “... levantaram-se de manhã cedo, albardaram seu animal de carga.” Gênesis 22:3 - “Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Elohim lhe havia indicado.” Abraão não conhecia o objetivo da missão, porém, tomou a carga sobre si, o jugo e marchou com passos firmes.Ba- laão recebeu instruções preciosas de Elohim “... se levantou de manhã, albardou sua jumenta, e partiu com os príncipes de Moabe”. (Nm 22:21) Então, o que então distingue Abraão de Balaão? Balaão não toma posição, o jugo, o peso, a opressão da ordem recebida, pois, ele não apaga sua íntima personalidade diante do apelo Divino. Balaão não se humilha não se curva, seu coração está dividido entre obedecer à ordem de Elohim e as ofertas do rei Balaque. O animal de carga, a jumenta, sim, recebeu sozinho o peso, o jugo, a carga do momento. Números 22:22-33 “Acendeu-se a ira de Elohim, porque ele se foi; e o Anjo do Eterno pôs-se-lhe no caminho por adversário. Ora, Balaão ia caminhando, montado na sua jumenta, e dois de seus servos, com ele. Viu, pois, a jumenta o Anjo do Eterno parado no caminho, com a sua espada desembainhada na mão; pelo que se desviou a jumenta do caminho, indo pelo campo; então, Balaão espancou a jumenta para fazê-la tornar ao caminho. Mas o Anjo do Eterno pôs-se numa vereda entre as vinhas, havendo muro de um e outro lado. Vendo, pois, a jumenta o Anjo do Eterno, coseu-se contra o muro e comprimiu contra este o pé de Balaão; por isso, tornou a espancá-la. Então, o Anjo do Eterno passou mais adiante e pôs-se num lugar estreito, onde não havia caminho para se desviar nem para a direita, nem para a esquerda. Vendo a jumenta o Anjo do Eterno, deixou-se cair debaixo de Balaão; acendeu-se a ira de Balaão, e espancou a jumenta com a vara. Então, o Eterno fez falar a jumenta, a qual disse a Balaão: Que te fiz eu, que me espancaste já três vezes? Respondeu Balaão à jumenta: Porque zombaste de mim; tivera eu uma espada na mão e, agora, te mataria. Replicou a jumenta a Balaão: Porventura, não sou a tua jumenta, em que toda a tua vida cavalgaste até hoje? Acaso, tem sido o meu costume fazer assim contigo? Ele respondeu: Não. Então, o Eterno abriu os olhos a Balaão, ele viu o Anjo do Eterno, que estava no caminho, com a sua espada desembainhada na mão; pelo que inclinou a cabeça e prostrou-se com o rosto em terra. Então, o Anjo do Eterno lhe disse: Por que já três vezes espancaste a jumenta? Eis que eu saí como teu adversário, porque o teu caminho é perverso diante de mim; a jumenta me viu e já três vezes se desviou de diante de mim; na verdade, eu, agora, te haveria matado e a ela deixaria com vida.” 113 Podemos analisar outro texto que se encontra no livro de I Reis. O homem de Elohim que veio de Judá a Betel a fim de profetizar para Jeroboão (Cf I Rs:13). O profeta, que a Bíblia não diz o nome, obedece à ordem de Elohim, toma o jugo, o peso sobre si, a carga, entrega a profecia, dá um sinal, e ela se cumpre, porém é enganado por um falso profeta. (Cf IRs 13:18) Observe que nesse caso não é o profeta que albarda o jumento, e sim o falso profeta que coloca a carga sobre o animal (Cf I Rs 13:23), porque o profeta não suportou o jugo - “Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade. Assente-se solitário e fique em silêncio, porque Elohim o pôs sobre ele.” (Lm 3:27-28) A conclusão desse episódio foi muito trágica e culminou com a morte do profeta de Elohim por desobedecer a uma ordenança dada por Elohim. Outro exemplo: a entrada triunfal de Yeshua em Jerusalém. Mt 21:1-9 “Quando se aproximaram de Jerusalém e chegaram a Betfagé, ao Monte das Oliveiras, enviou Yeshua dois discípulos, dizendo-lhes: Ide à aldeia que aí está diante de vós e logo achareis presa uma jumenta e, com ela, um jumentinho. Desprendei-a e trazei-mos. E, se alguém vos disser alguma coisa, respondei-lhe que o Eterno precisa deles. E logo os enviará. Ora, isto aconteceu para se cumprir o que foi dito por intermédio do profeta: Dizei à filha de Sião: Eis aí te vem o teu Rei, humilde, montado em jumento, num jumentinho, cria de animal de carga. Indo os discípulos e tendo feito como Yeshua lhes ordenara, trouxeram a jumenta e o jumentinho. Então, puseram em cima deles as suas vestes, e sobre elas Yeshua montou. E a maior parte da multidão estendeu as suas vestes pelo caminho, e outros cortavam ramos de árvores, espalhando-os pela estrada. E as multidões, tanto as que o precediam como as que o seguiam, clamavam: Hosana ao Filho de Davi! Bendito o que vem em nome do Eterno! Hosana nas maiores alturas! No oriente, o jumento não tem a triste reputação, totalmente injusta, que lhe é dado na literatura do ocidente. O jumento é um forte animal de carga, o mais próximo do homem, sem o qual a vida teria sido impossível nas montanhas da Judéia - “Isto aconteceu para que se cumprisse o que afirmou o inspirado que disse: Dizei a filha de Siôn: Eis teu rei; Ele vem em tua direção, humilhado, montado num jumento, num jumentinho, filho de um ani- mal de carga.” (MT 21:4-5). Ele veio humilhado, com peso, com carga e com jugo, sobre si. O animal carregou o combustível para o holocausto. Nós estamos em falta com o Eterno, pois temos atenuado - tornado menos grave o cumprimento dos conceitos de Pessach. 1º conceito: o amor a incondicional a Elohim 2º conceito: lavagem e consagração 3º conceito: tomada de posição - colocar carga, jugo sobre si. Yeshua diz: “Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para as vossas almas. Pois jugo é suave e o meu fardo é leve.” (Mt 11:29-30) - Por que o jugo imposto por Ele é suave e seu fardo leve? Porque sempre Ele porá um animal de carga, um jumentinho próximo a mim e a você para nos ajudar. Se nos humilharmos, e obedecermoslivraremos até o que não é inocente. “Apega-te, pois, a Ele, e tem paz, e assim te sobrevirá o bem. Aceita, peço-te, a lei da sua boca, e põe as Suas palavras no teu coração. Se 114 te voltares ao Todo-Poderoso, serás edificado; se afastares a iniqüidade da tua tenda, e deitares o teu tesouro no pó, e o ouro de Ofir nas pedras dos ribeiros, então o Todo-Poderoso será o teu tesouro, e a tua prata acumulada. Porque então te deleitarás no Todo-Poderoso, e levantarás o teu rosto para Elohim. Orarás a Ele, e Ele te ouvirá, e pagarás os teus votos. Determinarás tu algum negócio, e ser-te-á firme, e a luz brilhará em teus caminhos. Quando te abaterem, então tu dirás: Haja exaltação! E Elohim salvará ao humilde. E livrará até ao que não é inocente; porque será libertado pela pureza de tuas mãos”. ( Jó 22:21-30) 115 Retornar para Restaurar Sandra Mara Oliveira Retornar é prioridade. A restauração virá após o retorno. Retornar é regressar, voltar para o ponto de onde se partiu. A comunidade de Yeshua ( Jesus) teve seu começo em Jerusalém. Na ação do retorno, podemos fazer a seguinte leitura: que nos devolvam, nos restituam o que nos tiraram, privando-nos de direitos lícitos como: a) O relacionamento entre pais (judeus) e filhos (gentios) - O ódio e a inimizade mataram a relação (a conexão) existente entre essas duas grandezas: Israel e Igreja. “Vede, eu vos enviarei o profeta Elias, antes que venha o dia grande e terrível do Eterno, Ele converterá o coração dos pais aos filhos, e o coração dos filhos aos pais, para que Eu não venha e fira a terra com maldição. (Ml 4:5-6) “Irá adiante dele no espírito e poder de Elias, para converter os corações dos pais aos filhos, converter rebeldes a prudência dos justos e preparar um povo bem disposto.” (Lc 1:17) gradas Escrituras. Retornar, na linguagem bíblica, é voltar-se sobre si, face a face consigo mesmo, isto é: converter-se e mudar de opinião. b) O estudo do Primeiro Testamento e da Torah - O Primeiro Testamento, e juntamente com ele a Torah, foi abolido e apagado, pois assim, as leis sociais, os direitos dos pobres, das viúvas, dos estrangeiros também foram extintos, ou seja, a prática da justiça de forma integral, inteira, total e completa foi apagada, extinta. Verifique o que diz a Torah. “Retorna para Adonai teu Elohim, ouve sua voz, como tudo que te ordeno. Eu mesmo, hoje, tu e teus filhos, com todo teu coração, com todo teu ser.” (Dt 30:2) - Este versículo bíblico de Deuteronômio foi extraído do original hebraico. Sabemos que praticar justiça é prioridade “Ele te declarou, ó homem, o que é bom. E o que é que o Eterno pede de ti, senão que pratiques a justiça, ames a misericórdia, e andes humildemente com teu Elohim? A voz do Eterno clama à cidade; temer-lhe o nome é sabedoria. Escutai a vara, e quem a ordenou.” (Mq 6:8-9) c) A guarda do Sábado e dos Festivais - Essas ordenanças bíblicas que nos são de direito foram também extintas; desapareceram com a guarda do sábado e dos festivais que compõem o ciclo bíblico religioso anual. Quando afirmamos que primeiro temos que retornar para depois restaurar, é com base nas Sa- “Adonai teu Elohim, circundará o teu coração e o coração da tua semente para amares Adonai, com todo o teu ser, a fim de que vivas.” (Dt 30:6). A circuncisão do coração consiste em abrir o coração, arrancando o prepúcio que o recobre. Cf Dt 30:10 - “... se deres ouvidos à voz do Eterno, teu Elohim, guardando os seus mandamentos e os seus estatutos, escritos neste Livro da Lei, se te converteres ao Eterno, teu Elohim, de todo o teu coração e de toda a tua alma.” Cf Dt 30:16 - “... se guardares o mandamento que hoje te ordeno, que ames o Eterno, teu Elohim, andes nos seus caminhos, e guardes os seus mandamentos, e os seus estatutos, e os seus juízos, então, viverás e te multiplicarás, e o Eterno, teu 116 Elohim, te abençoará na terra à qual passas para possuí-la. “ dimento veio pela intercessão expiando os pecados, levando-os a retornar. Essa operação será feita pelo próprio Eterno, que virá dos céus em socorro do seu povo, e estará de volta à sua terra e de volta à sua Palavra. A circuncisão do coração tem como finalidade abri-lo para o amor de Elohim; não mais para um amor de aspiração, ou seja, um coração que apenas pretende e deseja ardentemente, mas sim, para um amor penetrante, de oblação e de unidade. Um amor penetrante, de oferta e de unidade, tem como último objetivo o triunfo da vida sobre a morte, da paz sobre a guerra, da unidade sobre a divisão, do amor sobre o ódio. “Como está escrito na lei de Moisés, todo aquele mal nos sobreveio; contudo, não buscamos o favor do Eterno nosso Elohim convertendo-nos das nossas iniqüidades e aplicando-nos à tua verdade.” (Dn 9:13) “Eu e tu, tu retornarás, e ouvirás a voz de Adonai, farás todas as suas ordens que Eu mesmo te ordeno hoje.” (Dt 30:8). O profeta repete os verbos “retornar” e “ouvir”, como que para provocar irresistível admiração, que causará no ouvinte satisfação, por ser liberto por seu arrependimento, isto é, seu retorno a Elohim. Daniel, quando entende pelos livros que os 70 anos do cativeiro babilônico (que falou o profeta Jeremias) estavam completos pôs-se a orar, a confessar os seus pecados, e os pecados de Israel. O arrepen- Compare com o texto de Amós quantas vezes o profeta convoca o povo ao retorno: “Por isso também vos dei limpeza de dentes em todas as vossas cidades, e falta de pão em todos os vossos lugares; contudo não vos convertestes a mim, disse o Eterno. Além disso, retive de vós a chuva quando ainda faltavam três meses para a ceifa; e fiz que chovesse sobre uma cidade, e não chovesse sobre a outra cidade; sobre um campo choveu, mas o outro, sobre o qual não choveu, secou-se. E andaram errantes duas ou três cidades, indo à outra cidade para beberem água, mas não se saciaram; contudo não vos convertestes a mim, disse o Eterno. Feri-vos com queimadura, e com ferrugem; a multidão das vossas hortas, e das vossas vinhas, e das vossas figueiras, e das vossas oliveiras, comeu a locusta; contudo não vos convertestes a mim, disse o Eterno. Enviei a peste contra vós, à maneira do Egito; os vossos jovens matei a espada, e os vossos cavalos deixei levar presos, e o mau cheiro dos vossos arraiais fiz subir às vossas narinas; contudo não vos convertestes a mim, disse o Eterno. Subverti a alguns dentre vós, como Elohim subverteu a Sodoma e Gomorra, e vós fostes como um tição arrebatado do incêndio; contudo não vos convertestes a mim, disse o Eterno.” (Amós 4:6,8,9,10,11) Retornar é primazia na escala de valores espirituais e na ordem do tempo - depois deste entendimento, podemos compreender quando as Escrituras Sagradas mostram Yeshua avisando a Pedro que ele ainda não havia feito o retorno - ”Disse também o Senhor: Simão, Simão, eis que Satanás vos pediu para vos cirandar como trigo; Mas eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, quando te converteres, (retornares) confirmas teus irmãos.” (Lc 22:31-32) Yeshua sabia muito bem que o retorno, aqui em Mateus, é o face a face consigo mesmo. Eles devem parar de idolatrar seu próprio ego (eu). A pergunta dos discípulos é reveladora: “Naquela mesma hora os discípulos se aproximaram de Yeshua e perguntaram: Quem é maior no reino dos céus? 117 Yeshua chamou uma criancinha. Ele a põe entre eles, e diz: Amém, eu vos digo: se vós não retornardes como criancinhas, não entrareis no reino dos céus.” (Mt 18:1-3) A condição para que nos tornemos como uma criança, inteiramente voltada para seu Pai, é a de liberarmos um olhar alienado. Na linguagem popular, o individuo alienado é aquele que perdeu a razão, que é demente; concluímos então que alienar é uma linguagem até pejorativa. Porém, na linguagem bíblica e no reino de Yeshua, é diferente. O próprio Yeshua ensina que precisamos liberar um olhar alienado, ou seja, liberar o olhar de nós mesmos (deixar a idolatria ao nosso eu), pois, mesmo que tenhamos sido pessoas educadas em condições sociais determinadas, podemos e devemos nos submeter cegamente, como crianças, conservando pureza, ausência de segundas intenções, simplicidade, espontaneidade e abandono completo à vontade do Pai. Yeshua nos estimula a abandonar até direitos naturais para fazermos o retorno. Uma tríplice revolução marcará o retorno do povo à situação ideal de suas origens. Por que revolução? Porque será uma mudança radical, profunda e completa nos corações. Estejam atentos porque essas mudanças geralmente surgem por meios violentos, acarretando total modificação nas denominações, nas instituições civis e religiosas e nos seus costumes dominantes. Elas vão entrar em colapso! Obs.: Na medicina colapso é um achatamento anormal das paredes de uma parte ou de um órgão. A figura de um achatamento é uma diminuição súbita de poder, de forças. Revolução na física é um movimento circular ou elíptico no qual um móvel volta a sua posição inicial. Na vida individual o achatamento ocorre quando a pessoa realmente retorna ao Eterno. Acontecerá a tríplice revolução do retorno: Primeiro, será a revolução das Palavras de Adonai no coração. Em segundo lugar será a revolução dos ouvidos que irão se abrir, e em terceiro lugar será a revolução de Adonai retornando para o Seu povo. Toda benção é condicionada por essa ordem: ouvir a voz do Eterno, guardar seus mandamentos, obedecer a Torah e retornar para ela com todo seu coração e todo o seu ser. Que o Eterno nos abençoe! 118 Restauração Parte 1 Sandra Mara Oliveira Restaurar no hebraico é “devolver” - como um simples ato de devolução em face de algum dano causado. “E restituir-vos-ei os anos que comeu o gafanhoto, a locusta, e o pulgão e a lagarta, o meu grande exército que enviei contra vós.” ( Joel 2:25) “Agora, pois, restitui a mulher ao seu marido, pois ele é profeta, e rogará por ti, para que vivas. Mas se não restituíres, certamente morrerás, tu e tudo o que é teu.” (Gênesis 20:7) Abraão é apresentado por Elohim como um inspirado, cuja prece é ouvida e como alguém que goza de uma proteção especial. Somente para os profetas a ordem passa a ter um sentido de promessa - os exilados voltariam e retornariam à sua terra! O texto da Torah passa então, a ter um sentido escatológico para os últimos dias. A mulher simboliza a Igreja, e Abraão, o profeta, simboliza Yeshua HaMashiach ( Jesus Cristo). As diversas escolas escatológicas do cristianismo não têm dado a devida importância ao ensino bíblico sobre a restauração. Por quê? Porque elas não levam em conta o aspecto profético, declarado pela Torah, pois não crêem nela. Observem como indagaram a Yeshua sobre a restauração - “Aqueles que se haviam reunido perguntaram-lhe: Senhor, tu restaurarás neste tempo, o reino a Israel?” (Atos 1:6) Perceba que Yeshua negou precisar “o tempo” da restauração, mas não negou sua “realidade futura” - “Ele lhes disse: Não vos pertence saber os tempos ou as épocas que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.” (Atos 1:7) Mais tarde, o apóstolo Paulo retoma o assunto, vinculando-o à volta de Yeshua - “Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do Senhor. E envie ele a Yeshua HaMashiach que já dantes vos foi pregado. O qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de tudo, dos quais Elohim falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde o princípio. Porque Moisés disse aos pais: O Eterno vosso Elohim levantará de entre vossos irmãos um profeta semelhante a mim; a ele ouvireis em tudo quanto vos disser. E acontecerá que toda a alma que não escutar esse profeta será exterminada dentre o povo. Sim, e todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também predisseram estes dias. Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Elohim fez com nossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência serão benditas todas as famílias da terra.”(Atos 3:19-25) O apóstolo Paulo diz: “Não quero irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais* de vós mesmos -*presumir - ter presunção, vangloriar-se), que o endurecimento veio em parte a Israel, até que aplenitude dos gentios haja entrado.” (Rm 11:25) - Plenitude: qualidade do que está completo, cheio, inteiro - totalidade. A Igreja expressará sabedoria e poder, cuja finalidade é um amor incondicional a Elohim, que por sua vez a levará a uma vida de oblação e unidade, tendo como objetivo o triunfo da vida sobre a morte, da paz sobre a guerra, da unidade sobre divisão, do amor sobre o ódio. Na verdade, quase todo comentário cristão a respeito de plenitude (no grego pleroma; palavra usada para significar a natureza de Elohim com seus 119 atributos) vem do movimento histórico e religioso cristão denominado “gnosticismo”. Este movimento floresceu durante os séculos II e III, e suas bases filosóficas eram da antiga gnose (palavra grega cujo significado é conhecimento). Influência do neoplatonismo e dos pitagóricos - Este movimento reivindicava a posse de conhecimento secreto (gnose no grego: apócrifa), que segundo eles os tornava diferentes dos cristãos, alheios a esse conhecimento. Origem da Gnose - provavelmente na Ásia Menor e tem como base as filosofias pagãs que floresciam na Babilônia, Egito, Síria e Grécia. O gnosticismo combina elementos da astrologia com mistérios das religiões gregas tais como: mistérios Elêusis, Hermetismo (Hermes - deus grego filho de Zeus e de Maia) e com as doutrinas do cristianismo. Em seu sentido mais abrangente, o gnosticismo significa a crença da salvação pelo conhecimento. O gnosticismo tem origem no termo grego “gnosis” que significa conhecimento; não um conhecimento racional, científico, filosófico, teórico ou empírico (que apóia exclusivamente na experiência e observação). O conhecimento dos gnósticos é de caráter intuitivo e transcendental. Intuição - é o conhecimento imediato da verdade sem o auxílio do raciocínio. Pressentimento - é a faculdade de prever, predizer o futuro ou decifrar algo. É usada pelos gnósticos para designar um conhecimento profundo do homem e do mundo, para dar sentido a vida humana tornando-a plena de significados que irão permitir ao homem o encontro com sua essência eterna. instrução, Para apartar o homem daquilo que faz, e esconder do homem a soberba. Para desviar a sua alma da cova, e a sua vida de passar pela espada.” ( Jó 33:14-18). Porém todo conhecimento recebido precisa ser conferido para ver se está em linha com as Escrituras Sagradas. Exemplo: A Torah nos ensina que: “Tudo o que eu te ordeno, observarás para fazer; nada lhe acrescentarás nem diminuirás.” (Dt 12:32) Observação: Sabemos que o Espírito Santo confere ao homem o conhecimento imediato da verdade, sem o auxilio da nossa mente. O Espírito Santo decifra para nós, o sentido de uma escrita desconhecida ou pouco legível. Exemplo: “Então dele foi enviada aquela parte da mão, que escreveu este escrito. Este, pois, é o escrito que se escreveu: MENE, MENE, TEQUEL, UFARSIM. Esta é a interpretação daquilo: MENE: Contou Elohim o teu reino, e o acabou. TEQUEL: Pesado foste na balança, e foste achado em falta. PERES: Dividido foi o teu reino, e dado aos medos e aos persas.”(Daniel 5:24-28). Ele fala, ora de um modo, ora de outro.“Antes Elohim fala uma e duas vezes; porém ninguém atenta para isso. Em sonho ou em visão noturna, quando cai sono profundo sobre os homens, e adormecem na cama. Então o revela ao ouvido dos homens, e lhes sela a sua “E suceder o tal sinal ou prodígio, de que te houver falado, dizendo: Vamos após outros deuses, que não conheceste, e sirvamo-los; Não ouvirás as palavras daquele profeta ou sonhador de sonhos; porquanto o Eterno vosso Elohim vos prova, para saber se amais o Eterno vosso Elohim com todo o vosso coração, e com toda a vossa alma. Após o Eterno vosso Elohim andareis, e a Ele temereis, e os seus mandamentos guardareis, e a sua voz ouvireis, e a ele servireis, e a Ele vos achegareis. E aquele profeta ou sonhador de sonhos morrerá, pois falou rebeldia contra o Eterno vosso Elohim, que vos tirou da terra do Egito, e vos resgatou da casa da servidão, para te apartar do caminho que te ordenou o Eterno teu Elohim, para andares nele: assim tirarás o mal do meio de ti. Quando te incitar teu irmão, filho da tua mãe, ou teu filho, ou tua 120 filha, ou a mulher do teu seio, ou teu amigo, que te é como a tua alma, dizendo-te em segredo: Vamos, e sirvamos a outros deuses que não conheceste, nem tu nem teus pais;”(Dt 13:2-6) O critério para analisarmos se uma palavra ou um fato é falso ou verdadeiro, não deve ser de maneira alguma o êxito dos passes de mágica realizados por uns e por outros. Porque, com efeito, os feiticeiros e os mágicos do Egito não tiveram nenhuma dificuldade em imitar Moisés e Arão, quando estes precisaram recorrer ao milagre, transformando seus bastões em serpentes - “E o Eterno falou a Moisés e a Arão, dizendo: Quando Faraó vos falar, dizendo: Fazei vós um milagre, dirás a Arão: Toma a tua vara, e lança-a diante de Faraó; e se tornará em serpente. Então Moisés e Arão foram a Faraó, e fizeram assim como o Eterno ordenara; e lançou Arão a sua vara diante de Faraó, e diante dos seus servos, e tornou-se em serpente. E Faraó também chamou os sábios e encantadores; e os magos do Egito fizeram também o mesmo com os seus encantamentos. Porque cada um lançou sua vara, e tornaram-se em serpentes; mas a vara de Arão tragou as varas deles. Porém o coração de Faraó se endureceu, e não os ouviu, como o Eterno tinha falado.” (Ex 7:8-13) Tudo que recebermos espiritualmente deve ser julgado. A mensagem só é verdadeira se estiver em conformidade com a Palavra de Elohim. e lhes deu a capacidade de despertar deste mundo de ilusões e de imperfeições. Temos neste conceito o início da doutrina de mais de um deus. “Toda palavra que vos ordeno Eu mesmo, vos guardareis para fazê-la, tu não acrescentarás, tu não lhe suprimirás.” (Dt 12:32) O pré-requisito essencial da filosofia gnóstica é o postulado da existência de uma entidade imortal, que não é parte deste mundo, que pode ser chamado de deus interno, centelha divina, crístico, divina essência, etc.; que existe em todos os homens (sua única parte imortal). Os gnósticos consideram que o estado do homem neste mundo é “antinatural”, pois o homem está submetido a todo tipo de sofrimento. Para eles, é necessário que o homem se liberte deste sofrimento, o que só pode ocorrer através do conhecimento. Para entendermos sobre plenitude dos gentios, teremos que expurgar do meio de nós toda herança gnóstica, toda influência grega, babilônica e romana. O gnosticismo tornou-se uma forte influência na igreja do primeiro século, levando muitos cristãos da época como Marcião (160 d.c) e Valentim de Alexandria a ensinar sobre cosmo-visão dualista, a qual uma visão leiga aparenta ser a premissa básica do movimento. Efetivamente para os gnósticos existem dois deuses: o deus criador imperfeito, que eles associam a Jeová do Primeiro Testamento, e outro bom, associado ao Segundo Testamento. Os dois deuses do gnosticismo - O primeiro deus criou o mundo com imperfeição, e é desta imperfeição que o sofrimento humano teve sua origem. A essência humana seria oriunda de uma centelha divina que perpassa todo cosmo, mesmo sem nele se situar; o segundo deus, o deus bom, teve pena Segundo a doutrina do gnosticismo, Jesus se esgueirou (dirigiu-se com cautela, retirou-se sorrateiramente, safou-se,) através dos poderes das trevas para transmitir o conhecimento secreto (gnosis) e libertar os espíritos da luz cativos no mundo material terreno, para então conduzi-los a um mundo espiritual mais elevado. Algumas linhas gnósticas pregam que Jesus não veio em carne, nunca assumiu um corpo físico e nunca foi sujeito às fraquezas ou até mesmo às emoções humanas; embora parecesse ser um ho- 121 mem, a principal linha de gnosticismo cristão - a Valentiniana - defende uma tese próxima do nestorianismo (doutrina cristã, nascida no século V), segundo a qual em Jesus Cristo há duas pessoas distintas - uma humana e outra divina, sendo Cristo (o ungido) o éon celestial que há um tempo se une a Jesus. Alguns historiadores afirmam que o apóstolo João se refere a esse assunto quando enfatiza que “E o Verbo se fez carne...” ( Jo 1:14) e em sua primeira epístola que: “... e todo o espírito que não confessa que Jesus Cristo veio em carne não é de D’us...”(I Jo 4:3). Os escritos Joaninos são do final do primeiro século, quando nasceu o gnosticismo. No entanto, muitas comunidades gnósticas tinham o evangelho de João como algo de grande relevância. Os cristãos gnósticos constituíram, nos primeiros anos da nossa era, uma comunidade fechada que guardou os aspectos esotéricos dos evangelhos; apresentaram um cristianismo, muito mais profundo e filosófico do que aqueles cristãos que ficaram conhecidos como ortodoxos, por guardarem o sábado, os festivais bíblicos do ciclo anual, por não comerem sangue e nenhum animal sufocado conforme descreve a Torah. Dentre os grupos cristãos gnósticos mais ativos nos dois primeiros séculos da nossa era destacam-se os: Naassenos (palavra aramaica com o mesmo significado de ofitas, de origem grega), o Perates, Sethianos (de origem judaica), os Docéticos (propunham que a natureza exterior de Jesus era ilusória), os Corpocráticos, Basilidianos e Valentinianos. Com o passar do tempo, os herdeiros da tradição gnóstica e maniqueísta (religião de Maniqueu, baseada num gnosticismo dualista – dois princípios opostos: o bem e o mal) foram mudando de nome; podemos indicar o aparecimento dos seguintes grupos: Entre os séculos III e IX: Euchites, Magistri, Comacini, Artífices Dionisianos, Nestorianos e Eutychianos; no século X: Paulicianos e Bogomilos; no século XI: Cátharos, Patarini, Cavaleiros de Rodes, Cavaleiros de Malta, Místicos Escolásticos; no século XII: Albigenses, Cavaleiros Templários, Hermetistas; no século XIII: a Fraternidade Winklers, os Beghards, e Beguinen, os Irmãos do Livre Espírito, os Lollards e os trovadores; no século XIV: os Hesychastas, os Amigos de Deus; os Rosacruzes e os Fraticelli; no século XV: os Fraters Lucis, a Academia Platônica, a Socieda- de Alquímica, a Sociedade da Trolha e os Irmãos da Boêmia (Unitas Fratrum), no século XVI: A Ordem de Cristo (derivada dos Templários), os Filósofos do Fogo, a Militia Crucífera Evangélica e os Ministérios dos Mestres Herméticos; no século XVII: os Irmãos Asiáticos (Irmãos Iniciados de São João Evangelista da Ásia), a Academia di Secreti e os Quietistas; no século XVIII: os Martinistas; no século XIX: a Sociedade Teosófica (A Teosofia é uma forma sincrética de religião, ciência e filosofia, fundada em Nova Iorque (1875) por Helena Petrovna Blavatsky e continuada por Annie Besant, e que ensina um conceito panteísta de Deus e a perfeição do homem através de uma série de reencarnações. Panteísmo (doutrina que identifica Deus e o mundo como uma realidade subordinada, emanação, processo de Deus segundo “Spinoza”). Com toda influência gnóstica, podemos afirmar que a maior parte do corpo de doutrinas das comunidades cristãs, quanto à Plenitude dos Gentios, tem origem no gnosticismo. Muitas suposições foram juntadas à questão plenitude dos gentios Suposições quanto à Plenitude dos Gentios: Alguns julgam que a plenitude dos gentios significa certo número de gentios que haverá de formar o número total dos remidos; outros chegam ao ex- 122 tremo de declarar que plenitude dos gentios será quando todos se salvarem - salvação universal. Há também outros julgamentos que envolvem a questão da plenitude dos gentios. No livro de Romanos 11 - “Porque não quero irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado.” (Rm 11:25). O apóstolo Paulo neste versículo está esclarecendo aos gentios que não há porque se ensoberbecerem afirmando que os mesmos estão inclusos no plano Divino, e que não há razão para orgulho – isto porque Elohim ainda não terminou sua obra para com Israel, embora os crentes gentios houvessem aprendido a desprezar os judeus. “Portanto, dai a cada um o que deveis: a quem tributo, tributo; a quem imposto, imposto; a quem temor, temor; a quem honra, honra”.(Rm 13:7) Logo em seguida o apóstolo Paulo começa ministrar sobre AMOR. “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei. Com efeito: Não adulterarás, não matarás, não furtarás, não darás falso testemunho, não cobiçarás; e se há algum outro mandamento, tudo nesta palavra se resume: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo. O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei é o amor. E isto digo, conhecendo o tempo, que já é hora de despertarmos do sono; porque a nossa salvação está agora mais perto de nós do que quando aceitamos a fé. A noite é passada, e o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as obras das trevas, e vistamo-nos das armas da luz. Andemos honestamente, como de dia; não em glutonarias, nem em bebedeiras, nem em desonestidades, nem em dissoluções, nem em contendas e inveja. Mas revesti-vos de Yeshua HaMashiach, e não tenhais cuidado da carne em suas concupiscências.” (Rm 13:8-14) Os crentes julgam que em Romanos 14 o apostolo Paulo está condenando ou reprovando as leis alimentares de Levítico 11. De modo algum; o apóstolo está reprovando a indiferença da Igreja aos costumes judaicos. “Ora, quanto ao que está enfermo na fé, recebei-o, não em contendas sobre dúvidas. Porque um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come legumes. O que come não despreze o que não come; e o que não come, não julgue o que come; porque Elohim o recebeu por seu. Quem és tu, que julgas o servo alheio? Para seu próprio senhor ele está em pé ou cai. Mas estará firme, porque poderoso é Elohim para o firmar. Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias. Cada um esteja inteiramente seguro em sua própria mente. Aquele que faz caso do dia, para o Senhor o faz e o que não faz caso do dia para o Senhor o não faz. O que come, para o Senhor come, porque dá graças a Elohim; e o que não come, para o Senhor não come, e dá graças a Elohim. Porque nenhum de nós vive para si, e nenhum morre para si. Porque, se vivemos, para o Senhor vivemos; se morremos, para o Senhor morremos. De sorte que, ou vivamos ou morramos, somos do Senhor. Porque foi para isto que morreu O Mashiach, e ressurgiu, e tornou a viver, para ser Senhor, tanto dos mortos, como dos vivos. Mas tu, por que julgas teu irmão? Ou tu, também, por que desprezas teu irmão? Pois todos havemos de comparecer ante o tribunal Do Mashiach. Porque está escrito: Como eu vivo, diz o Senhor, que todo o joelho se dobrará a mim, E toda a língua confessará a Elohim. De maneira que cada um de nós dará conta de si mesmo a Elohim.” (Rm 14:1-12) O plano Divino de “unir” Israel e Igreja será executado em sua inteireza. Apesar de existir, inimizade, entre ambos, ainda não curada, eu creio, que a Palavra de Elohim é viva e que não passará uma vírgula dela, sem que tudo se cumpra. “E é mais fácil passar o céu e a terra do que cair um til da lei.” (Lc 16:17) - “... o meu propósito subsistira, e farei toda a minha vontade” (Is 46:10b) 123 O primeiro passo que os gentios precisam dar em direção à plenitude é: arrepender-se por causa da obra da carne chamada inimizade, ou antissemitismo. A inimizade é uma forma de ódio contra o que é bom ou o que é mau. Nós precisamos admitir que os cristãos desde os primeiros séculos, foram imbuídos de doutrinas gnósticas, e constituíram um cristianismo muito mais filosófico, esotérico e místico, do que um ensino sobre arrependimento, justiça, misericórdia e fé. Ensinaram o povo a suprimir a Torah e os profetas e assim surgiu o cisma, formando uma nova religião, separada do judaísmo. Tudo isso é fruto de uma mente carnal. A carne não se submete a Lei de Elohim diz o apóstolo Paulo - “Porquanto a inclinação da carne é inimizade contra Elohim, pois não é sujeita à lei de Elohim, nem, em verdade, o pode ser. Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Elohim. Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Elohim habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito do Mashiach, esse tal não é dele.” (Rm 8:7-9) - “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Elohim, porque lhe parece loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido.” (I Co 2:14-15) O que devemos que fazer? Derrubar a parede, o muro que levantamos de ódio, inimizade que chamamos de antissemitismo. Apesar da inimizade ainda não tratada, creio que a noiva com tribulação retornará - “Castigá-la-ei pelos dias dos Baalins, nos quais lhes queimou incenso, e se adornou dos seus pendentes e das suas jóias, e andou atrás de seus amantes, mas de mim se esqueceu, diz o Eterno. Portanto, eis que eu a atrairei, e a levarei para o deserto, e lhe falarei ao coração. E lhe darei as suas vinhas dali, e o vale de Acor, por porta de esperança; e ali cantará, como nos dias de sua mocidade, e como no dia em que subiu da terra do Egito.” (Os 2:13-15). Assim ela dará inicio a obra da restauração; a restauração fará o seu trabalho de reparo, de conserto no relacionamento desgastado entre os pais espirituais (judeus) e os filhos (gentios). Quando a Igreja compreender isso e se colocar de acordo com os pais, entrará em plenitude - “Portanto, lembrai-vos de que vós noutro tempo éreis gentios na carne, e chamados incircuncisão pelos que na carne se chamam circuncisão feita pela mão dos homens; que naquele tempo estáveis sem O Mashiach (Messias), separados da comunidade de Israel, e estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança, e sem Elohim no mundo. Mas agora no Mashiach Yeshua, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue do Mashiach chegastes perto. Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio, Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, E pela cruz reconciliar ambos com Elohim em um corpo, matando com ela as inimizades. E, vindo, ele evangelizou a paz, a vós que estáveis longe, e aos que estavam perto; Porque por ele ambos temos acesso ao Pai em um mesmo Espírito. Assim que já não sois estrangeiros, nem forasteiros, mas concidadãos dos santos, e da família de Elohim; Edificados sobre o fundamento dos apóstolos e dos profetas, de que Yeshua HaMashiach é a principal pedra da esquina; No qual todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor. No qual também vós juntamente sois edificados para morada de Elohim em Espírito.” (Ef 2:11:22) 124 Restauração Parte 2 Sandra Mara Oliveira Para restaurar precisamos analisar detalhadamente os livros de Esdras e Neemias. Na Bíblia Hebraica, os livros de Esdras e Neemias compõem um único volume. Também na Lxx (Septuaginta) os livros de Esdras e Neemias ainda aparecem unidos. A unidade Esdras - Neemias pertence à terceira divisão da Bíblia Hebraica. A grande verdade, concluem os comentaristas, é que a unidade literária Esdras-Neemias é praticamente a única fonte informativa autorizada que dispomos quanto ao período histórico que envolve a restauração de Judá e de Jerusalém. O período histórico coberto por Esdras e Neemias é revestido de uma importância especial, pois nesse período se dá a ressurreição da nação de Israel em sua fé. Doutrina Bíblica da Ressurreição O que é ressurreição? É voltar à vida que se tinha perdido. Yeshua fala de duas ressurreições: a ressurreição para a vida e a ressurreição para o juízo - “Não vos, maravilheis disto, pois vem a hora em que todos os que estão nos sepulcros ouvirão a sua voz e sairão. Os que fizeram o bem para ressurreição da vida, e os que praticaram o mal, para a ressurreição da condenação.” ( Jo 5:28-29) Cf. I Ts. 4: 14-17 - “Pois, se cremos que Yeshua morreu e ressuscitou, assim também Elohim, mediante Yeshua, trará, em sua companhia, os que dormem. Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem.Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Elohim, descerá dos céus, e os mortos no Mashiach ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor.” Cf Ap. 20:4 - “Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade de julgar. Vi ainda as almas dos decapitados por causa do testemunho de Yeshua, bem como por causa da palavra de Elohim, tantos quantos não adoraram a besta, nem tampouco a sua imagem, e não receberam a marca na fronte e na mão; e viveram e reinaram com o Mashiach durante mil anos.” A base na Torah para que Esdras e Neemias combatam trazendo de volta à vida (a ressurreição) de Judá e Jerusalém é a seguinte: “E eu apareci a Abraão, a Isaque, e a Jacó, como o Elohim Todo-Poderoso; mas pelo meu nome, o Eterno, não lhes fui perfeitamente conhecido. E também estabeleci a minha aliança com eles, para dar-lhes a terra de Canaã, a terra de suas peregrinações, na qual foram peregrinos. E também tenho ouvido o gemido dos filhos de Israel, aos quais os egípcios fazem servir, e lembrei-me da minha aliança. Portanto dize aos filhos de Israel: Eu sou o Eterno, e vos tirarei de debaixo das cargas dos egípcios, e vos livrarei da servidão, e vos resgatarei com grandes juízos. E eu vos tomarei por meu povo, e serei vosso Elohim; e sabereis que eu sou o Eterno vosso Elohim, que vos tiro de debaixo das cargas dos egípcios; E eu vos levarei à terra, acerca da qual levantei minha mão, jurando que a daria a Abraão, a Isaque e a Jacó, e vo-la darei por herança, eu o Eterno.”(Ex 6:3-8) Sete verbos descrevem a ação do Eterno para trazer de volta à vida, (a ressurreição) se encontram nos versículos (Ex 6: 6, 7 e 8) são eles: tirar, livrar, resgatar, tomar, tirar, levar para dar a terra 125 em herança ao eleito. Todo itinerário percorrido por Israel do Egito em direção a Canaã (Terra Prometida) está resumido nesta forte promessa de livramento. Nós que cremos na ressurreição, também nos apoiamos na promessa contida na Torah e a tomamos como base, para trabalharmos com restauração, pois Elohim fará com que Israel e Igreja voltem à vida que perderam. Quanto a Igreja temos como base também as palavras de Yeshua: “... Eu construirei minha comunidade(original hebraico) e as portas de Shéol (morada dos mortos) não serão mais fortes do que ela. Eu te darei as chaves do reino dos céus; tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra, será desligado nos céus.” (Mt 15:18b-19). Yeshua promete que a comunidade que Ele está fundando, não desaparecerá jamais. E as “chaves” fazem daquele que a detém “o senhor” ou no mínimo o mordomo da casa. Aquele que detém o poder das chaves implica no dever de declarar ligado ou desligado, ou seja:permitido ou proibido. A importância desses versículos é grande, e eles não cessam de suscitar comentários dos teólogos da Igreja Católica Romana, que, para eles, Petros e seus sucessores (sucessores - nos referimos aos papas) detêm “o poder das chaves”. O poder das chaves é claro, nos comentários do Profeta Isaias e no Livro do Apocalipse. Cf Is 22:20-25 - “Naquele dia, chamarei a meu servo Eliaquim, filho de Hilquias, vesti-lo-ei da tua túnica, cingi-lo-ei com a tua faixa e lhe entregarei nas mãos o teu poder, e ele será como pai para os moradores de Jerusalém e para a casa de Judá. Porei sobre o seu ombro a chave da casa de Davi; ele abrirá, e ninguém fechará, fechará, e ninguém abrirá. Fincá-lo-ei como estaca em lugar firme, e ele será como um trono de honra para a casa de seu pai. Nele, pendurarão toda a responsabilidade da casa de seu pai, a prole e os descendentes, todos os utensílios menores, desde as taças até as garrafas. Naquele dia, diz o Eterno dos Exércitos, a estaca que fora fincada em lugar firme será tirada, será arrancada e cairá, e a carga que nela estava se desprenderá, porque o Eterno o disse.” Ap. 3:7 - “Ao anjo da igreja em Filadélfia escreve: Estas coisas diz o santo, o verdadeiro, aquele que tem a chave de Davi, que abre, e ninguém fechará, e que fecha, e ninguém abrirá.” Sendo assim, cremos que possuímos base sólida na Torah, nos profetas e em Yeshua para nos ocuparmos, com empenho e esforço na obra de restauração, como fez Esdras e Neemias, pois criam que Judá e Jerusalém ressurgiriam num dia como disse o profeta: “antes que estivesse de parto, deu a luz; antes que lhe viessem as dores, deu à luz um filho. Quem jamais ouviu tal coisa? Quem viu coisa semelhante? Poder-se-ia fazer nascer uma terra num só dia? Nasceria uma nação de uma só vez? Mas Sião mal sentiu as dores de parto, e já deu à luz e seus filhos. Abriria eu a madre, e não faria nascer? Diz o Eterno. Faria nascer e fecharia a madre, diz e teu Elohim,” (Is 66:7-9) O nome Esdras no hebraico significa - “Asarias” que significa: “ajuda”. Esdras era descendente de Finéias, neto de Arão; portanto, Esdras trazia sobre si uma linhagem sacerdotal autêntica, e considerável. Cf. Ed 7:1-5 - “E, passadas essas coisas, no reinado de Artaxerxes, rei da Pérsia, Esdras, filho de Seraías, filho de Azarias, filho de Hilquias, filho de Salum, filho de Zadoque, filho de Aitube, filho de Amarias, filho de Azarias, filho de Meraiote, filho de Zeraías, filho de Uzi, filho de Buqui, filho de Abisua, filho de Finéias, filho de Eleazar, filho de Arão, o sumo sacerdote.” Seu ofício na Babilônia era o de escriba e secretário oficial 126 da corte persa - Cf. Ed 7:6 “este Esdras subiu de Babilônia; e era escriba hábil na Lei de Moisés, dada pelo Eterno, Elohim de Israel; e, segundo a mão do Eterno, seu Elohim, que estava sobre ele, o rei lhe deu tudo quanto lhe pedira.”Esdras serviu na posição de conselheiro do rei, em questões pertinentes aos judeus cativos. Cf Ne 11:2324 - “Porque havia um mandado do rei a respeito deles e certo acordo com os cantores, concernente às obrigações de cada dia. Petaías, filho de Mesezabel, dos filhos de Zera, filho de Judá, estava à disposição do rei, em todos os negócios do povo.” Esdras retornou do cativeiro babilônico com Zorobabel e Josué aproximadamente (536 a.c) - Cf. Ne 12:1 - “São estes os sacerdotes e levitas que subiram com Zorobabel, filho de Sealtiel, e com Jesua: Seraías, Jeremias, Esdras...” Segundo o decreto do Rei “Ciro” - “No primeiro ano de Ciro, rei da Pérsia (para que se cumprisse a palavra do Eterno, pela boca de Jeremias), despertou o Eterno o espírito de Ciro, rei da Pérsia, o qual fez passar pregão por todo o seu reino, como também por escrito, dizendo: Assim diz Ciro, rei da Pérsia: O Eterno Elohim dos céus me deu todos os reinos da terra, e me encarregou de lhe edificar uma casa em Jerusalém, que está em Judá. Quem há entre vós, de todo o seu povo, seja seu Elohim com ele, e suba a Jerusalém, que está em Judá, e edifique a casa do Eterno Elohim de Israel (ele é o D’us) que está em Jerusalém. E todo aquele que ficar atrás em algum lugar em que andar peregrinando, os homens do seu lugar o ajudarão com prata, com ouro, com bens, e com gados, além das dádivas voluntárias para a casa de Deus, que está em Jerusalém. Então se levantaram os chefes dos pais de Judá e Benjamim, e os sacerdotes e os levitas, com todos aqueles cujo espírito Elohim despertou, para subirem a edificar a casa do Eterno, que está em Jerusalém. E todos os que habitavam nos arredores lhes firmaram as mãos com vasos de prata, com ouro, com bens e com gado, e com coisas preciosas; além de tudo o que voluntariamente se deu. Também o rei Ciro tirou os utensílios da casa do Eterno, que Nabucodonosor tinha trazido de Jerusalém, e que tinha posto na casa de seus deuses. Estes tirou Ciro, rei da Pérsia, pela mão de Mitredate, o tesoureiro, que os entregou contados a Sesbazar, príncipe de Judá. E este é o número deles: trinta travessas de ouro, mil travessas de prata, vinte e nove facas, Trinta bacias de ouro, mais outras quatrocentas e dez bacias de prata, e mil outros utensílios. Todos os utensílios de ouro e de prata foram cinco mil e quatrocentos; todos estes levou Sesbazar, quando os do cativeiro subiram de babilônia para Jerusalém.” (Ed 1:1-11) “Estes são os filhos da província, que subiram do cativeiro, dentre os exilados, que Nabucodonosor, rei de babilônia, tinha transportado a Babilônia, e tornaram a Jerusalém e a Judá, cada um para a sua cidade; ” (Ed 2:1) Observe este detalhe: Todo acontecimento bíblico de amplitude, ocorre no inicio do ciclo religioso anual, ou seja, no primeiro mês do ano - “Mês de Nissan”. Esdras 6:9 - “Começou a sua jornada no primeiro dia do primeiro mês, e chegou a Jerusalém no primeiro dia do quinto mês, segundo a boa mão do seu Elohim sobre ele.” Esdras 8:31 - “Partimos do rio Aava, no dia doze do primeiro mês, a fim de irmos para Jerusalém; e a boa mão do nosso Elohim estava sobre nós e livrou-nos das mãos dos inimigos e dos que nos armavam ciladas pelo caminho.” Data da chegada a Jerusalém - “No quinto mês Esdras chegou a Jerusalém, no sétimo ano deste rei.” (Ed 7:8). Esdras liderou um grupo de Judeus de volta totalizando cerca de 1754 pessoas. (Cf. Ed 8) O nome Neemias no hebraico significa - “Elo- 127 him consola”. Neemias era filho de Hacalias e tinha um irmão cujo nome era Hanani – “As palavras de Neemias, filho de Hacalias. No mês de quisleu, no ano vigésimo, estando eu na cidadela de Susã, veio Hanani, um de meus irmãos, com alguns de Judá; (Ne 1: 1,2) Neemias ocupava a posição de copeiro do rei Artaxerxes durante o tempo do exílio - “Nesse tempo eu era copeiro do rei.” (Ne 1:11b) - “No mês de Nissan, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, uma vez posto o vinho diante dele, eu o tomei para oferecer e lho dei; ora, eu nunca antes estivera triste diante dele.” (Ne 2:1b). Quando Neemias soube, através de Hanani, das condições que os judeus se encontravam e que Jerusalém encontrava-se em estado de calamidade, “... os que sobreviveram ao exílio estão de volta na província, encontram-se em grande aflição e opróbrio. Os muros de Jerusalém estão derrubados, e suas portas queimadas a fogo.” (Ne 1:3) Neemias considerou o relatório com preocupação, responsabilidade e lealdade a Elohim. “Quando ouvi estas palavras, assentei-me e chorei. Lamentei por uns dias e estive jejuando e orando perante o Elohim dos céus.” (Ne 1:4) A aflição, os gemidos, os clamores e o jejum dão inicio ao processo de retorno de Neemias (individualmente) estando ainda na Babilônia. O retorno só acontece com arrependimento; primeiro meu e depois seu. O princípio da sua oração, e seus aspectos é expiatório. Neemias começa exaltando o poder e a onipotência de Elohim, declarando sua misericórdia e seu amor - “Então eu disse: Ah! Eterno Elohim, Elohim dos céus, Elohim grande e temível, que guardas a aliança e a benignidade para com aqueles que te amam e obedecem aos teus mandamentos.” (Ne 1:5) A confissão de pecados acompanha aquele que retorna. Neemias arrepende-se por ele e por todo Israel - “Estejam atentos os teus ouvidos, e os teus olhos abertos, para ouvires a oração do teu servo, que hoje faço perante ti, de dia e de noite, pelos filhos de Israel, teus servos. Faço confissão pelos pecados dos filhos de Israel, que temos cometido contra ti: e também eu e a casa de meu pai pecamos.” (Ne 1:6) Por que você e eu precisamos retornar (converter, arrepender-se dos pecados) como fizeram os restauradores Esdras e Neemias? Porque primeiro precisamos estabelecer nossa adoração interior, depois então, veremos que adoração externa, litúrgica formal ou ritual, vem depois, muito depois. A adoração interna consiste em liberação de impurezas (limpar, corrigir e sanear). Passos para restauração da adoração interior: Expulsar o sultão e o senhor que há dentro de nós - Sultão é um príncipe poderoso, um senhor absoluto (O Espírito Santo para nos ensinar, usa duas figuras de linguagem: sultão e sócio). O sultão dentro de nós faz com que pronunciemos um bom sermão para os outros, mas a nossa vida não é condizente com o que pregamos ou pronunciamos. Provar o amor que declaramos ter à Elohim com atitudes – Isto porque, eu e você declaramos que amamos a Elohim, mas não provamos esse amor com atitudes. Esse senhor absoluto, esse sultão interno é nosso sócio. O que vem a ser um sócio? O sócio é um cúmplice, um parceiro, um companheiro – nesse caso, o sócio é o “nosso eu”, o ídolo interno que impede o meu relacionamento com Elohim. Esse príncipe poderoso torna-se um obstáculo para a adoração interior, pois ele é um ídolo. È necessário que nos vejamos livres desse ídolo, pois ele consiste na liberação de impurezas. O apóstolo Paulo escrevendo aos Coríntios diz que não há acordo entre o templo de Elohim e os ídolos (geralmente nós entendemos esse texto 128 como proibição dos casamentos de crentes com não crentes. Está correto ensinarmos assim, porém o Espírito Santo está nos falando de algo bem mais profundo, a respeito da idolatria a si mesmo o “eu” que o profeta Ezequiel denuncia.). Cf Ez 14:1-11 - “Então, vieram ter comigo alguns dos anciãos de Israel e se assentaram diante de mim. Veio a mim a palavra do Eterno, dizendo: Filho do homem, estes homens levantaram os seus ídolos dentro do seu coração, tropeço para a iniqüidade que sempre têm eles diante de si; acaso, permitirei que eles me interroguem? Portanto, fala com eles e dize-lhes: Assim diz o Eterno Elohim: Qualquer homem da casa de Israel que levantar os seus ídolos dentro do seu coração, e tem tal tropeço para a sua iniqüidade, e vier ao profeta, eu, o Eterno, vindo ele, lhe responderei segundo a multidão dos seus ídolos; para que eu possa apanhar a casa de Israel no seu próprio coração, porquanto todos se apartaram de mim para seguirem os seus ídolos. Portanto, dize à casa de Israel: Assim diz o Eterno Elohim: Convertei-vos, e apartai-vos dos vossos ídolos, e dai as costas a todas as vossas abominações, porque qualquer homem da casa de Israel ou dos estrangeiros que moram em Israel que se alienar de mim, e levantar os seus ídolos dentro do seu coração, e tiver tal tropeço para a iniqüidade, e vier ao profeta, para me consultar por meio dele, a esse, eu, o Eterno, responderei por mim mesmo. Voltarei o rosto contra o tal homem, e o farei sinal e provérbio, e eliminá-lo-ei do meio do meu povo; e sabereis que eu sou o Eterno. Se o profeta for enganado e falar alguma coisa, fui eu, o Eterno, que enganei esse profeta; estenderei a mão contra ele e o eliminarei do meio do meu povo de Israel. Ambos levarão sobre si a sua iniqüidade; a iniqüidade daquele que consulta será como a do profeta; para que a casa de Israel não se desvie mais de mim, nem mais se contamine com todas as suas transgressões. Então, diz o Eterno Elohim: Eles serão o meu povo, e eu serei o seu Elohim.” Cf. 2 Co 6:14-18 - “Não vos prendais a um jugo desigual com os infiéis; porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? E que concórdia há entre o Mashiach e Belial? Ou que parte tem o fiel com o infiel? E que consenso tem o templo de Elohim com os ídolos? Porque vós sois o templo do Eterno vivente, como Eterno disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o seu Elohim e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Eterno; E não toqueis nada imundo, E eu vos receberei; E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso.” Que o Eterno tenha misericórdia de nós para aprendermos com a experiência de vida dos personagens bíblicos, que sofreram, lutaram e venceram por fé. Que o nosso processo de retorno seja consciente a fim de adotarmos posições de valor, e não apenas emocionais, que inclua nossa participação ativa na adoração interior; sem a interferência do sócio. Neemias apresentou uma petição ao monarca persa, a fim de que lhe fosse dado permissão de ir a Jerusalém para reconstruí-la. Esse pedido lhe foi concedido e ele recebeu o titulo de governador. Neemias recebeu carta branca para agir; ele foi enviado com uma escolta de cavalaria, munido de cartas da parte do rei, endereçadas a diversas sátrapas (governador de uma província entre os persas) pelas quais teria que passar. Uma das cartas era para Asafe, que cuidava das florestas do rei. Ele recebeu ordens para suprir Neemias de toda madeira necessária para a tarefa da reconstrução. Cf. Ne 2:2-9 - “O rei me disse: Por que está triste o teu rosto, se não estás doente? Tem de ser tristeza do coração. Então, temi sobremaneira e lhe respondi: viva o rei para sempre! Como não me estaria triste o rosto se a cidade, onde estão os se- 129 pulcros de meus pais, está assolada e tem as portas consumidas pelo fogo? Disse-me o rei: Que me pedes agora? Então, orei ao Elohim dos céu e disse ao rei: se é do agrado do rei, e se o teu servo acha mercê em tua presença, peço-te que me envies a Judá, à cidade dos sepulcros de meus pais, para que eu a reedifique. Então, o rei, estando a rainha assentada junto dele, me disse: Quanto durará a tua ausência? Quando voltarás? Aprouve ao rei enviar-me, e marquei certo prazo. E ainda disse ao rei: Se ao rei parece bem, dêem-se-me cartas para os governadores dalém do Eufrates, para que me permitam passar e entrar em Judá, como também carta para Asafe, guarda das matas do rei, para que me dê madeira para as vigas das portas da cidadela do templo, para os muros da cidade e para a casa em que deverei alojar-me. E o rei mas deu, porque a boa mão do meu Elohim era comigo. Então, fui aos governadores dalém do Eufrates e lhes entreguei as cartas do rei; ora, o rei tinha enviado comigo oficiais do exército e cavaleiros.” Que o Eterno nos abençoe! Observe que Neemias também retornou para restaurar no primeiro mês, o mês de Nissan. “No mês de Nissan, no vigésimo ano do rei Artaxerxes, quando lhe trouxeram o vinho, eu tomei e o dei ao rei. Nunca antes eu estivera triste na presença dele.” (Ne 2:1) 130 Restauração Parte 3 informações necessárias para conhecermos aqueles que fizeram a primeira viagem de volta para a casa. Conforme o relato de Neemias, seu retorno à Jerusalém se deu no vigésimo ano do reinado do Rei Artaxerxes: “No mês de Nissan, no ano vigésimo do rei Artaxerxes (Ne 2:1), Esdras retornou: “Também subiram a Jerusalém alguns dos filhos de Israel, dos sacerdotes, dos levitas, dos cantores, dos porteiros e dos servidores do templo, no sétimo ano do rei Artaxerxes.” (Ed 7:7b). Segundo a narrativa dos fatos, entendemos que Esdras subiu primeiro à Jerusalém, como que abrindo o caminho para a restauração “... chamando à existência as coisas que não são como se já fossem.” (Rm 4:17b). Podemos perceber que primeiro temos que agir espiritualmente, cumprindo por fé a ordem de Elohim dita pelo profeta: “Passai, passai pelas portas! Preparei o caminho ao povo. Aplanai a estrada! Limpai-a das pedras. Arvorai a bandeira aos povos. O Eterno proclamou até as extremidades da terra: Dizei a filha de Sião: Vê, a tua salvação vem! Vê, com Ele vem o seu galardão e a sua obra diante dele.” (Is 62:10-11) Conferir Esdras 2:1-67 - “Estes são os filhos da província que subiram do cativeiro, dos transportados que Nabucodonosor, rei de Babilônia, tinha levado para Babilônia, e tornaram a Jerusalém e a Judá, cada um para a sua casa, os quais vieram com Zorobabel, Jesua, Neemias, Seraías, Reelaías, Mardoqueu, Bilsã, Mispar, Bigvai, Reum e Baaná. O número dos homens do povo de Israel: os filhos de Parós, dois mil cento e setenta e dois. Os filhos de Sefatias, trezentos e setenta e dois. Os filhos de Ará, setecentos e setenta e cinco. Os filhos de Paate-Moabe, dos filhos de Jesua-Joabe, dois mil oitocentos e doze. Os filhos de Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro. Os filhos de Zatu, novecentos e quarenta e cinco. Os filhos de Zacai, setecentos e sessenta. Os filhos de Bani, seiscentos e quarenta e dois. Os filhos de Bebai, seiscentos e vinte e três. Os filhos de Azgade, mil duzentos e vinte e dois. Os filhos de Adonicão, seiscentos e sessenta e seis. Os filhos de Bigvai, dois mil e cinqüenta e seis. Os filhos de Adim, quatrocentos e cinqüenta e quatro. Os filhos de Ater, de Ezequias, noventa e oito. Os filhos de Besai, trezentos e vinte e três. Os filhos de Jora, cento e doze. Os filhos de Hasum, duzen- Sandra Mara Oliveira No segundo capítulo do Livro de Esdras temos as tos e vinte e três. Os filhos de Gibar, noventa e cinco. Os filhos de Belém, cento e vinte e três. Os homens de Netofa, cinqüenta e seis. Os homens de Anatote, cento e vinte e oito. Os filhos de Azmavete, quarenta e dois. Os filhos de Quiriate-Arim, Cefira e Beerote, setecentos e quarenta e três. Os filhos de Ramá e Gibeá, seiscentos e vinte e um. Os homens de Micmás, cento e vinte e dois. Os homens de Betel e Ai, duzentos e vinte e três. Os filhos de Nebo, cinqüenta e dois. Os filhos de Magbis, cento e cinqüenta e seis. Os filhos do outro Elão, mil duzentos e cinqüenta e quatro. Os filhos de Harim, trezentos e vinte. Os filhos de Lode, Hadide e Ono, setecentos e vinte e cinco. Os filhos de Jericó, trezentos e quarenta e cinco. Os filhos de Senaá, três mil seiscentos e trinta. Os sacerdotes: os filhos de Jedaías, da casa de Jesua, novecentos e setenta e três. Os filhos de Imer, mil e cinqüenta e dois. Os filhos de Pasur, mil duzentos e quarenta e sete. Os filhos de Harim, mil e dezessete. Os levitas: os filhos de Jesua e Cadmiel, dos filhos de Hodavias, setenta e quatro. Os cantores: os filhos de Asafe, cento e vinte e oito. Os filhos dos porteiros: os filhos de Salum, os filhos de Ater, os filhos de Talmom, os filhos de Acube, os filhos de Hatita, os filhos de Sobai, por todos, cento e trinta e nove. Os netineus: os filhos de Zia, os filhos de Hasufa, os filhos de Tabaote, os filhos de Queros, os filhos 131 de Sia, os filhos de Padom, os filhos de Lebana, os filhos de Hagaba, os filhos de Acube, os filhos de Hagabe, os filhos de Sanlai, os filhos de Hanã, os filhos de Gidel, os filhos de Gaar, os filhos de Reaías, os filhos de Rezim, os filhos de Necoda, os filhos de Gazão, os filhos de Uzá, os filhos de Paséia, os filhos de Besai, os filhos de Asná, os filhos dos meunitas, os filhos dos nefuseus, os filhos de Baquebuque, os filhos de Hacufa, os filhos de Harur, os filhos de Baslute, os filhos de Meida, os filhos de Harsa, os filhos de Barcos, os filhos de Sísera, os filhos de Temá, os filhos de Nesias, os filhos de Hatifa, os filhos dos servos de Salomão: os filhos de Sotai, os filhos de Soferete, os filhos de Peruda, os filhos de Jaala, os filhos de Darcom, os filhos de Gidel, os filhos de Sefatias, os filhos de Hatil, os filhos de Poquerete-Hazebaim, os filhos de Ami. Todos os netineus e os filhos dos servos de Salomão, trezentos e noventa e dois. Também estes subiram de Tel-Melá e Tel-Harsa, Querube, Adã e Imer, porém não puderam mostrar a casa de seus pais e sua linhagem, se de Israel eram. Os filhos de Delaías, os filhos de Tobias, os filhos de Necoda, seiscentos e cinqüenta e dois. E dos filhos dos sacerdotes: os filhos de Habaías, os filhos de Coz, os filhos de Barzilai, que tomou mulher das filhas de Barzilai, o gileadita, e que foi chamado do seu nome. Estes buscaram o seu registro entre os que estavam registrados nas genealogias, mas não se acharam nelas; pelo que por imundos foram rejeitados do sacerdócio. E o tirsata lhes disse que não comessem das coisas sagradas até que houvesse sacerdote com Urim e com Tumim. Toda essa congregação junta foi de quarenta e dois mil trezentos e sessenta, afora os seus servos e as suas servas, que foram sete mil trezentos e trinta e sete; também tinham duzentos cantores e cantoras. Os seus cavalos, setecentos e trinta e seis; os seus mulos, duzentos e quarenta e cinco; os seus camelos, quatrocentos e trinta e cinco; os jumentos, seis mil setecentos e vinte.” O Neemias citado no Livro de Esdras (2:2) não é o mesmo homem do livro que tem esse nome. Há muita dificuldade quando comparamos as listas dos que subiram a Jerusalém em (Ed 2:2-63 e Ne 7:6-69). Não há um paralelo perfeito entre um livro e outro assim nos informa os comentaristas. A segunda lista contém a relação de nomes que vieram na segunda viagem de volta a Jerusalém. Só um edito real para tornar possível essa segunda viagem - Esdras capítulo sete. O Eterno aprontou tudo antecipadamente no coração de Esdras para ensinar a Torah - “Pois Esdras tinha preparado o seu coração para buscar e cumprir a Torah do Eter- no, e para ensinar em Israel os seus decretos e as suas leis.” (Ed 7:10) Esdras teria que conduzir o povo a uma tríplice tarefa: Primeiro: Conhecer a Torah Segundo: Obedecer a Torah Terceiro: Como é óbvio que o conhecimento não é o suficiente, a chave é: colocá-la em prática. Um dos pontos nevrálgicos da restauração em nossos dias, ou seja, a parte mais importante da questão é conduzir o povo a conhecer, obedecer e praticar a Torah. Elohim controla tudo e todos. O rei Artaxerxes prepara um documento para Esdras em nome das autoridades seculares, especialmente em nome do rei da Pérsia, para que Esdras não fosse impedido de prosseguir. (Artaxerxes - seu nome deriva-se de persa, reino de Arta). Foi nome de três monarcas persas: Artaxerxes I, II, III. Algumas evidências (não bíblicas) nos mostram quais deles estiveram envolvidos no relato bíblico. Os papiros de Elefantina mostram que em 408 a.c Sambalate era um homem idoso, e seu papel de governador era 132 realmente preenchido por dois de seus filhos Sacham Pap. 1:29. Isso parece indicar que Artaxerxes I (464-424 A.C) provavelmente era quem governava a Pérsia nos dias de Esdras e Neemias. No sétimo ano de seu reinado, ele comissionou Esdras para que retornasse a Jerusalém conferindo-lhe extenso privilégio, juntamente com aqueles que viajaram em sua companhia (457 A.C). Aproximadamente 13 anos depois, ele deu permissão a Neemias para assumir o controle das questões civis de Jerusalém – Neemias 2:1 - “Sucedeu, pois, no mês de nisã, no ano vigésimo do rei Artaxerxes, que estava posto vinho diante dele, e eu tomei o vinho e o dei ao rei; porém nunca, antes, estivera triste diante dele.” Interessante notar que no documento o rei autoriza estabelecimento do “Estado de Israel”, conforme a prática dos serviços prescritos pela Torah. Observemos o texto de Esdras 7:11-26 - em especial os versículos 12,13,15,17 e 24 – em destaque. Esdras 7:11-26 – “Esta é, pois, a cópia da carta que o rei Artaxerxes deu ao sacerdote Esdras, o escriba das palavras, dos mandamentos do Eterno e dos seus estatutos sobre Israel: Artaxerxes, rei dos reis, ao sacerdote Esdras, escriba da Lei de Elohim do céu, paz perfeita! Por mim se decreta que, no meu reino, todo aquele do povo de Israel e dos seus sacerdotes e levitas que quiser ir contigo a Jerusalém, vá. Porquanto da parte do rei e dos seus sete conselheiros és mandado, para fazeres inquirição em Judá e em Jerusalém, conforme a Lei do teu Elohim, que está na tua mão; e para levares a prata e o ouro que o rei e os seus conselheiros voluntariamente deram ao Elohim de Israel, cuja habitação está em Jerusalém; e toda a prata e o ouro que achares em toda a província de Babilônia, com as ofertas voluntárias do povo e dos sacerdotes, que voluntariamente oferecerem, para a Casa de seu Elohim, que está em Jerusalém. Portanto, comprarás com este dinheiro novilhos, carneiros, cordeiros, com as suas ofertas de manjares e as suas libações e oferece-as sobre o altar da Casa do vosso Elohim, que está em Jerusalém. Também o que a ti e a teus irmãos bem parecer fazerdes do resto da prata e do ouro, o fareis conforme a vontade do vosso Elohim. E os utensílios que te foram dados para o serviço da Casa de teu Elohim, restitui-os perante o Elohim de Jerusalém. E o resto do que for necessário para a Casa de teu Elohim, que te convenha dar, o darás da casa dos tesouros do rei. E por mim mesmo, o rei Artaxerxes, se decreta a todos os tesoureiros que estão dalém do rio que tudo quanto vos pedir o sacerdote Esdras, escriba da Lei do Elohim dos céus, apressuradamente se faça. Até cem talentos de prata, e até cem coros de trigo, e até cem batos de vinho, e até cem batos de azeite, e sal sem conta. Tudo quanto se ordenar, segundo o mandado do Deus do céu, prontamente se faça para a Casa do Elohim dos céus, porque para que haveria grande ira sobre o reino do rei e de seus filhos? Também vos fazemos saber acerca de todos os sacerdotes, levitas, cantores, porteiros, netineus e ministros desta Casa de Elohim que se lhes não possa impor nem direito, nem antigo tributo, nem renda. E tu, Esdras, conforme a sabedoria do teu Elohim, que está na tua mão, põe regedores e juízes que julguem a todo o povo que está dalém do rio, a todos os que sabem as leis de teu Elohim, e ao que as não sabe as fareis saber. E todo aquele que não observar a lei do teu Elohim e a lei do rei, logo se faça justiça dele, quer seja morte quer degredo, quer multa sobre os seus bens, quer prisão.” A Esdras caberia estabelecer e administrar justiça porque a Torah seria o tribunal superior de apelo sobre qualquer questão. “E tu, Esdras, conforma a sabedoria de teu Elohim, que possuis, constitui magistrados e juízes que julguem a todo povo que está além do Eufrates, a todos os que sabem a Torah de teu Elohim, e aos que não a sabem, que as 133 façam saber.” (Ed 7:25) A Torah regula a conduta dos homens, mantém a paz e a boa ordem. A sabedoria é expressa no livro na Torah e controla todos os aspectos da vida humana - assim declara um dos mais belos salmos. O salmista conta “a glória da Torah” – Salmo119. O salmo é designado por 10 termos hebraicos que se repetem em cada um dos oito versículos das vinte e duas estrofes do salmo alfabético. As palavras aparecem sustentando o desenvolvimento lírico Torah (1ª palavra) - Torah vai designar a relação de Elohim, porém a maior parte dos exegetas (pessoa que se dedica e exegese – explicação e comentários de textos (principalmente textos bíblicos) seguindo a LXX (septuaginta ou tradução dos setenta, o que explica sua familiar representação em números romanos)traduziu a palavra Torah como lei. Ora, a Torah não é lei, mas sim a palavra viva de Elohim com grito de amor e de fé. Assim como é determinada em hebraico por várias outras palavras contidas nos versos do poema do Salmos 119. Derekh (2ª palavra) - O caminho Edouth (3ª palavra) - O testemunho Pikkudîms (4ª Palavra) - Preceitos Amira (5ª Palavra) - Palavra Hog (6ª Palavra) - Lei Misva (7ª Palavra) - Ordem Mishpât (8ª Palavra) - Julgamento Dabar (9ª Palavra) - Verbo Orah (10ª Palavra) - Senda (caminho estreito, atalho, vereda) - “Entrar pela porta estreita. Pois larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz a perdição e muitos são os que entram por ela.” (Mt 7:13) A Torah é a porta bem estreita. Esses 10 termos determinam a direção para o homem que busca a verdade. Esdras, como você e eu, estava cercado por riscos e ameaças a fim de não cumprir a Torah. O rei fica com precisão a seguinte ordem. “Todo aquele que não observar a Torah de Elohim e a lei do rei, certamente deve ser condenado a morte, ou desterro, ou a confiscação dos bens, ou a prisão.” (Ed 7:26) O que vai ordenar com exatidão, para execução da Torah, será o verbo (dabar) de Elohim que articulará (articular é unir pelas juntas, juntar pelas articulações, falando especialmente de ossos) a promessa para o cumprimento. A resposta de Esdras ao decreto do Rei da Pérsia serve para demonstração de seu caráter. Ele agradece a Elohim, o Elohim dos patriarcas de Israel, por tudo quanto tinha feito através do rei Ciro. Esdras crê que só a influência Divina poderia produzir o que havia acontecido. “Bendito seja o Eterno Elohim de nossos pais, que tal inspirou ao coração do rei, para ornar a casa do Eterno, que está em Jerusalém. E que estendeu para mim a sua benignidade perante o rei e os seus conselheiros e todos os príncipes poderosos do rei. Assim me animei, segundo a mão do Eterno meu Elohim sobre mim, e ajuntei dentre Israel alguns chefes para subirem comigo.” (Ed 7:27-28). Os patriarcas de Israel são chamados e favorecidos por Elohim: Nm 32:11 – “Certamente, os varões que subiram do Egito, de vinte anos para cima, não verão a terra que prometi com juramento a Abraão, a Isaque e a Jacó, porquanto não perseveraram em seguir-me.” Dt 1:8 – “Eis aqui a terra que eu pus diante de vós; entrai e possuí a terra que o Eterno, com juramento, deu a vossos pais, Abraão, Isaque e Jacó, a eles e à sua descendência depois deles”. 134 Dt 6:10 – “Havendo-te, pois, o Eterno teu Elohim, introduzido na terra que, sob juramento, prometeu a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó, te daria, grandes e boas cidades, que tu não edificaste;” Dt 9:5 – “Não é por causa da tua justiça, nem pela retitude do teu coração que entras a possuir a sua terra, mas pela maldade destas nações o Eterno, teu Elohim, as lança de diante de ti; e para confirmar a palavra que o Eterno, teu Elohim, jurou a teus pais, Abraão, Isaque e Jacó.” Dt 9:27 – “Lembra-te dos teus servos Abraão, Isaque e Jacó; não atentes para a dureza deste povo, nem para a sua maldade, nem para o seu pecado.” Esdras 7:28a - “Que estendeu para mim a sua misericórdia ...” - Neste caso, Esdras está falando do amor constante, do amor que Elohim assegurou aos patriarcas. Em hebraico “Hesedh”, porque está em vista o amor do Pacto, que envolve o trato de Elohim com seu povo; tornando-nos um povo distinto, ou seja, um povo que não se confunde com outro – um povo separado. Esdras, o sacerdote, foi comissionado por Elohim para restituir o templo, e Neemias para restaurar o muro. Porém, devemos observar o paralelo entre o templo de Jerusalém e o templo não feito por mãos humanas, e as muralhas - são análogos (semelhança) à proteção, para manter o relacionamento com Elohim. Esdras e Neemias enfrentaram muita oposição para restaurar. Esdras encarou o inimigo na reconstrução do templo. (Conferir Esdras 4) Neemias foi ridicularizado sem piedade na edificação e no reparo do muro (Conferir Neemias 4). Porém a resistência à obra da restauração tanto do templo quanto do muro inspirou interesses diferentes. Na reconstrução do templo o interesse é espiritual, porque adoramos o mesmo Elohim dos Judeus. Assim concluímos que temos os mesmos direitos. Todavia esta é uma questão muito delicada fisicamente, mas espiritualmente bem definida, porque é a Torah que determina e fixa o padrão exato dos edificadores. Na reconstrução do muro a oposição possui interesses políticos, comerciais. Com certeza esta resistência é mais branda, comparada à hostilidade espiritual que é sutil, perspicaz, e em alguns casos, quase imperceptível. Observe comigo a explicação das duas oposições, do templo e do muro. O texto de Esdras no capítulo quatro nos diz assim: Esdras 4:1-2 - “quando os adversários de Judá e Benjamim ouviram que os que voltavam do exílio estavam edificando o “templo” ao Eterno Elohim de Israel; chegaram a Zorobabel e aos cabeças de familiares, e lhes disseram: deixa-nos edificar convosco, porque, como vós, buscamos a vosso Elohim como também lhe sacrificamos desde os dias Esar-Hadom, rei da Assíria, que nos trouxe para aqui.” Esses que reivindicam direitos na edificação do Templo são samaritanos. Samaria é considerada como as terras que foram ocupadas pela tribo de Efraim e pela porção ocidental de Manasses. O termo “samaritano” só começou a ser usado após a conquista de Samaria por Sargão II da Assíria em 621 a.c. O primeiro testamento só usa a terminologia, com o sentido de território de Samaria em: II Rs 17:29 - “Porém os grupos nacionais faziam os seus deuses, e os punham nas casas dos altos que os samaritanos tinham feito, cada grupo nas cidades em que habitavam”. Sargão II deu a Samaria o nome de Província de Samarena, e trouxe grande número de deportados para a Província de Samaria provenientes da Babilônia “... de Cuta, de AVA, de Hamate e Sefarvaim e fez habitar nas cidades de Samaria...” (2Rs 17:24).Chegaram a Samaria trazidos por Esar-Hadom e seu filho Assurbanipal. De acordo com fontes informativas judaicas e textos bíblicos, os 135 samaritanos (assim foram designados os descendentes de colonos que os assírios implantaram no Reino do Norte, que se misturaram com os israelitas, que os assírios deixaram na terra em 621 a.c). “No princípio da sua habitação ali, não temeram ao Eterno, assim mandou o Eterno entre eles leões, que mataram alguns deles. Pelo que se disse ao rei da Assíria: a gente que deportaste, e fizeste habitar nas cidades de Samaria, não sabe o que exige Elohim da terra. Ele mandou entre ela leões que a matam porque não sabe o que exige o Elohim da Terra.” (II Rs 17:25-26) O Monarca assírio enviou um sacerdote para ensinar a Torah aos transportados. “Então o rei da Assíria mandou dizer: levai para lá um dos sacerdotes que de lá trouxestes cativos, que ele vá e lá habite, e lhes ensine o que exige Elohim da terra.” (II Rs 17:27) No entanto o sacerdote que para lá fora enviado, não conseguiu obter autoridade para que prevalecesse os mandamento de Elohim, porque o território do norte (Samaria) estava infestado de ídolos dos israelitas, conforme nos diz a Escritura Sagrada - “Os filhos de Israel fizeram secretamente coisas que não eram retas, contra o Eterno seu Elohim. Edificaram para si altos em todas as suas cidades, desde a torre dos atalaias até a cidade fortificada. Levantaram para si colunas e postes-ídolos em todos os altos outeiros e debaixo de todas as árvores frondosas. Queimaram incenso em todos os altos, como nações, que o Eterno expulsara de diante deles. Cometeram ações iníquas que provocaram a irá do Eterno. Serviram aos ídolos, dos quais o Eterno lhes dissera: Não fareis estas coisas.”(II Rs 17:9-12) Os esforços do sacerdote foram inúteis, pois nem mesmo ele, obedecia a Torah. Ninguém pode reclamar (cobrar) uma tradição bíblica sem começar por obedecê-la. A Torah diz: “Não haverá para ti outros Elohîns contra minhas faces”. (Ex 20:3 -> Texto retirado do original hebraico). A relação do Eterno com seu povo exclui qualquer relação com outras divindades. Assim, o versículo confere caráter absoluto à relação entre o homem consagrado ao Elohim Único, que se define como: a origem de toda a vida, de toda paz, de toda justiça e de todo amor. O primeiro uso do termo “samaritano” indicando um povo misto o qual adotou sua própria forma de adoração é mais tarde confirmado, com sua própria versão da Torah, chamada “Pentateuco Samaritano” que foi preservado no antigo tipo de letras hebraicas redondas (também chamada es- crita fenícia) que deixou de ser usado pelos judeus depois que estes definiram os tipos de caracteres que determinariam a escrita hebraica.O Pentateuco Samaritano por várias vezes não concorda com o texto da Torah. Em alguns trechos há provas de alterações intencionais, feitas por razões doutrinárias, como a substituição do Monte Ebal pelo Monte Gerizim, como lugar em que a Lei deveria ser escrita nas pedras do altar - (Cf Dt 27:4). A primeira cópia do Pentateuco Samaritano chegou a Europa no século XVII D.C quando Pietro Della Valle comprou uma cópia do mesmo. Desde então dúzias de outras cópias tem chegado a Europa. No começo do século XIX, o notável hebraísta Genésio, ao examinar o texto samaritano declarou-o tão eivado (contaminado, infectado no sentido moral) de pequenos erros, e foi considerado espúrio (falsificado, adulterado) para o estudo. Quando no período da restauração do templo, os samaritanos ofereceram-se com intenção de reparar o templo junto com os judeus; a resposta dos lideres foi: ”... não convém que vós e nós edifiquemos casa a nosso Elohim. Nós sozinhos a edificaremos ao Eterno, Elohim de Israel como nos ordenou Ciro, rei da Pérsia.” (Ed 4:3) O critério usado pelos chefes das famílias judias para proibir os samaritanos de participar da re- 136 construção do templo foi a Torah. A razão para a determinação desse critério é devido aos princípios contidos na Torah que nos permitem distinguir o que é formado por diversos elementos, ou seja, misto, e aquele que está sem mistura (puro). Mas toda medida de profilaxia tomada pelos líderes judeus, custou-lhes um elevado preço. A obra foi paralisada por 15 anos, desde 536 a.c até 520 a.c. - Ed 4:24 - “Então cessou a obra da casa de Elohim, que estava em Jerusalém, até o segundo ano do reinado de Dario, rei da Pérsia.” O reinício do trabalho no templo se deu com o estímulo dos profetas Ageu e Zacarias. Ed 5:12 - “E os profetas Ageu e Zacarias, filho de Ido, profetizaram aos judeus que estavam em Judá, e em Jerusalém; em nome do Elohim de Israel lhes profetizaram. Então se levantaram Zorobabel, filho de Sealtiel, e Jesuá, filho de Jozadaque, e começaram a edificar a casa de Elohim, que está em Jerusalém; e com eles os profetas de Elohim, que os ajudavam”. Ageu profetizou de agosto a dezembro 520 a.c. Zacarias profetizou por dois anos. Eles ajudaram, exortando e encorajando os judeus. Oposição novamente! Uma carta foi enviada ao rei Dario, por Tatenai o governador da Província e Setar-Bozenai questionando a autoridade do projeto do templo (conferir Esdras 5:3-16). Conclusão da carta de Tatenai: recomendação para fazer uma investigação nos arquivos reais. Esd 5:17 - “Agora se parece bem ao rei, busque-se nos arquivos reais em Babilônia, se é verdade haver uma ordem do rei Ciro para edificar esta casa de Elohim em Jerusalém. Então sobre isto nos faça o rei saber a sua vontade.” Em Acbátama, na província da Média, foi encontrado o rolo que continha o decreto de Ciro (Conferir Esdras 6:1-12). O término da obra do templo se deu no mês de Adar (fevereiro e março no nosso calendário) - Ed 6:15 - “Acabou-se esta casa no terceiro dia do mês de Adar, no sexto ano do reinado do rei Dario.”. Portanto foram quatro anos e meio entre inicio e o término da obra, assim nos informa Ageu 1:1415 – “O Eterno despertou o espírito de Zorobabel, filho de Salatiel, governador de Judá, e o espírito de Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, e o espírito do resto de todo o povo; eles vieram e se puseram ao trabalho na Casa do Eterno dos Exércitos, seu Elohim, ao vigésimo quarto dia do sexto mês.” Ínício: 21 setembro 520 A.C e o Término: 12 de março de 515 A.C A Restauração/Reconstrução do Muro por Neemias aconteceu com muita oposição, porém ele venceu com ajuda de Elohim e com o incentivo dos profetas. Neemias terminou a reconstrução do muro no mês de Elul - Ne 6:15 - “Assim, acabou-se o muro aos 25 dias do mês de Elul, em cinqüenta e dois dias.” Na dedicação do muro houve grande festa; com louvores, com canto, com címbalos, alaúdes e harpas. Neemias 12:27-46 – “Na dedicação dos muros de Jerusalém, procuraram aos levitas de todos os seus lugares, para fazê-los vir a fim de que fizessem a dedicação com alegria, louvores, canto, címbalos, alaúdes e harpas. Ajuntaram-se os filhos dos cantores, tanto da campina dos arredores de Jerusalém como das aldeias dos netofatitas, como também de Bete-Gilgal e dos campos de Geba e de Azmavete; porque os cantores tinham edificado para si aldeias nos arredores de Jerusalém. Purificaram-se os sacerdotes e os levitas, que também purificaram o povo e as portas e o muro. Então, fiz subir os príncipes de Judá sobre o muro e formei dois grandes coros em procissão, sendo um à mão direita sobre a muralha para o lado da Porta do Monturo. Após eles, ia Hosaías e a metade dos príncipes de Judá, Azarias, Esdras, Mesulão, Judá, Benjamim, Semaías e Jeremias; e dos filhos dos sacerdotes, com trombetas: Zacarias, filho de Jô- 137 natas, filho de Semaías, filho de Matanias, filho de Micaías, filho de Zacur, filho de Asafe, e seus irmãos, Semaías, Azarel, Milalai, Gilalai, Maai, Netanel, Judá e Hanani, com os instrumentos músicos de Davi, homem de Deus; Esdras, o escriba, ia adiante deles. À entrada da Porta da Fonte, subiram diretamente as escadas da Cidade de Davi, onde se eleva o muro por sobre a casa de Davi, até à Porta das Águas, do lado oriental. O segundo coro ia em frente, e eu, após ele; metade do povo ia por cima do muro, desde a Torre dos Fornos até ao Muro Largo; e desde a Porta de Efraim, passaram por cima da Porta Velha e da Porta do Peixe, pela Torre de Hananel, pela Torre dos Cem, até à Porta do Gado; e pararam à Porta da Guarda. Então, ambos os coros pararam na Casa de Elohim, como também eu e a metade dos magistrados comigo. Os sacerdotes Eliaquim, Maaséias, Miniamim, Micaías, Elioenai, Zacarias e Hananias iam com trombetas, como também Maaséias, Semaías, Eleazar, Uzi, Joanã, Malquias, Elão e Ezer; e faziam-se ouvir os cantores sob a direção de Jezraías. No mesmo dia, ofereceram grandes sacrifícios e se alegraram; pois Deus os alegrara com grande alegria; também as mulheres e os meninos se alegraram, de modo que o júbilo de Jerusalém se ouviu até de longe. Ainda no mesmo dia, se nomearam homens para as câmaras dos tesouros, das ofertas, das primícias e dos dízimos, para ajuntarem nelas, das cidades, as porções designadas pela Lei para os sacerdotes e para os levitas; pois Judá estava alegre, porque os sacerdotes e os levitas ministravam ali; e executavam o serviço do seu Elohim e o da purificação; como também os cantores e porteiros, segundo o mandado de Davi e de seu filho Salomão. Pois já outrora, nos dias de Davi e de Asafe, havia chefes dos cantores, cânticos de louvor e ações de graças a Elohim.” Que o Eterno nos abençoe! 138 TZ’MICHAT HADOR SUSCITAR E EDUCAR GERAÇÕES E EDUCAR GERAÇÕES - encontra-se em no Livro de Gênesis, no capítulo 38. Suscitar descendência é fazer nascer (provocar) para dar origem a uma série de indivíduos (filhos) procedentes de um só progenitor IHVH “Shema Israel Adonai Eloheinu Adonai Echad – Entenda do Espírito Israel! O Eterno é o nosso Elohim! O Eterno é Um! Bendito seja o Nome Daquele cujo Glorioso Reino é eterno”. (Dt. 6:4) - cujos objetivos são: cultivar o espírito e despertar aptidões naturais nos filhos tais como: espontaneidade e simplicidade, desenvolvendo assim um caráter e uma índole moral que tenham a aprovação da sociedade e que estejam de acordo com os padrões bíblicos desejados por Elohim, pois a promessa é: “Todos os teus filhos serão ensinado do Eterno, e grande será a paz (shalom) de teus filhos”. (Is. 54:13). Alguns comentaristas veem o início da queda de Judá, no seu casamento com uma mulher Cananéia, porém, o texto contém algo bem mais profundo (Gn. 38:2-4) (Gn. 38: 5) – “Torna a crescer, e dá a luz um filho. Ela chama seu nome Shelá”. “Ele estava em Kezib, quando ela o pariu”. Sandra Mara Oliveira O texto usado pelo Espírito Santo para nos falar de: TZ’MICHAT HADOR - SUSCITAR O erro de Judá em não transmitir orientação aos seus filhos, no sentido de modificar o seus comportamentos, e a audácia de Tamar para suscitar uma descendência - nasce, assim, o ancestral do Rei Messias. A vulgata e uma tradição aramaica interpretam esse termo “Kezib” como: Ela parou de conceber, pois a raiz “Kazab” comporta uma ideia de decepção. A concepção foi interrompida (fazer cessar, cortar a continuidade) devido à decepção (engano, logro, desilusão, desapontamento). Pesava sobre Judá a responsabilidade de educar seus filhos, de temer e obedecer ao Elohim de Israel. “Não se aparte da tua boca o livro desta lei; medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo o que nele está escrito. Então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.” ( Js. 1:8). “Antes tem o seu prazer na Lei (Torah) do Eterno, e na sua Torah medita de dia e de noite”. (Sl. 1:2). A dor de sua esposa é de desapontamento, sentimento de desgosto. Apesar de ser estrangeira, esperava que seu marido não a enganasse. A palavra engano traz sobre si o sentido de iludir-se. Esse é o engano dos sentidos ou do espírito, que toma aparência por realidade, que interpreta erradamente um fato ou uma ação. É o engano dos sentidos ou do espírito – uma miragem (ilusão da vista) pensamento, esperança, quimérica; é fazer do filho um troféu, ou seja, um objeto como os que os vencedores recebem em competições; sentimento de triunfo ou de vitória por tê-los – pura vaidade. A Bíblia diz que: “Os filhos são herança do Eterno...” (Sl. 127). O salmo 127 dá início com uma verdade definitiva e sem apelação. A palavra “vão” no hebraico é “shaw”; aparece por três vezes significando vaidade, inutilidade (Cf. Sl. 127:1-2). “Os filhos são herança do Eterno...” (Sl. 127:3). Herança é um bem, um direito. Na genética, é um conjunto de caracteres hereditários transmitidos pelos genes; hereditariedade. Os filhos têm os ca- 139 racteres do Pai (Elohim), basta desenvolvê-los. O verdadeiro bem de um homem não se encontra no que ele acumula, mas nesse dom da vida, que são seus filhos – aqueles nascidos do casal e os discípulos de um mestre, do qual são seus descendentes espirituais. “... e o fruto dos ventres o seu galardão”. Perceba que, no original hebraico, é “... fruto dos ventres”... Por quê? Os filhos devem nascer da fecundidade tanto do ventre como da Torah: “... O Eterno me chamou desde o ventre; desde as entranhas da minha mãe fez menção do meu nome”. (Is. 49:1). O verdadeiro valor do homem é o que lhe conferem seus filhos, pois são eles que garantem a continuidade da espécie, do clã da pessoa. Um guerreiro só vale pelas flechas que estão em sua aljava: “Como flechas na mão do valente assim são os filhos da mocidade”. (Sl. 127:4). “Em marcha o homem que enche deles a sua aljava. Não serão envergonhados quando falarem com seus inimigos a porta”. (Sl. 127:5). Os filhos saberão honrar o Pai, quando estiverem nos tribunais, perante seus inimigos: “Se sábio filho meu e alegra o meu coração, para que tenha alguma coisa que responder àquele que escarnecer de Mim.” (Pr. 27:1). O filho carrega em seu coração um sentimento de dignidade moral de glória e estima pelo seu Pai. O filho diz: Meu pai e minha mãe me educaram com tanto pudor, com tanto talento e castidade e diz: “Fiz minha boca como uma espada aguda, na sombra da sua mão me cobriu; pôs-me como uma flecha limpa e me escondeu na sua aljava.” (Is. 49:2). Apesar de ser estrangeira, a esposa de Judá esperava que seu marido não a enganasse. Estava convencida que ele possuía uma ascendência espiritual elevadíssima. Judá é filho do patriarca Jacó, neto de Isaque, bisneto de Abraão, o Pai da Fé. Judá acumulava bens morais e espirituais adquiridos com o testemunho dos familiares e a história do seu povo. A esperança de sua esposa era que os ensinamentos do pai alterassem o comportamento de Er, Onã e Selá; esperança de que neles fosse plantada a semente da obediência. Como suas expectativas foram frustradas e não alcançadas, grande decepção e dor moral tomaram conta de seu ser de tal forma, que não gerou mais filhos. “Judá tomou uma mulher para Er, o seu primogênito, e o nome dela era Tamar.” (Gn 38:6). Tamar significa palmeira, tâmara. Ela é considerada nobre e de elevado caráter. Ela foi dada a Er como esposa, porém, o Eterno o matou, pois: “Er era mau aos olhos do Eterno”. (Cf. Gn. 38: 7).Judá deu-a como esposa a Onã e lhe disse: ”Vem reunir-te à mulher de teu irmão, levira-a, suscite uma semente ao teu irmão.” (Gn. 38:8). (“Levira-a” - é um neologismo para traduzir o verbo “iabém” que no original quer dizer: fazer nascer, dar a luz ou praticar o dever do levir – o levirato é uma instituição explicável, pelo estado de dependência da mulher (a mulher depende da semente para fazer nascer, para dar a luz). Aquela que tivesse entrado em uma família e enviuvasse, não poderia sair livremente, ou ser cedida a outros. Sendo assim, é lógico que o direito aos serviços conjugais de um homem da família lhe era lícito: “Quando dois irmãos morarem juntos, e um deles morrer sem deixar filho, a mulher do defunto não poderá casar-se com outro estranho, fora da família. Seu cunhado a tomará, e a receberá por mulher, e exercerá para com ela a obrigação de cunhado.” (Dt. 25:5). Esse dever era cumprido por um irmão do defunto, ou se necessário, por um parente mais distante. O exemplo disso podemos ver no texto abaixo:“Boaz saiu à porta da cidade, e assentou-se ali. Quando o remidor de que ele havia falado ia passando, disse-lhe Boaz: Meu amigo vem cá, assenta-te aqui. Ele se virou, e se assentou. Então Boaz tomou dez homens dentre os anciãos da cidade, e lhes disse: Assentai-vos aqui. E eles se assentaram. Disse 140 Boaz ao remidor: Noemi, que voltou da terra ds moabitas, vendeu a parte da terra que pertencia a Elimeleque, nosso irmão. Resolvi informar-te disto, e dizer-te: Compra-a na presença dos que estão assentados aqui, na presença dos anciãos do meu povo. Se hás de redimi-la, redime-a e, se não, declara-mo, para que o saiba, pois outro não há senão tu que a redima, e eu depois de ti. Então disse ele: Eu a redimirei. Então disse Boaz: No dia em que comprares a terra da mão de Noemi, também tomarás Rute, a moabita, que foi mulher do falecido, para suscitar o nome dele sobre a sua herança. Então disse o remidor: Não poderei redimi-la, para mim, para que não prejudique a minha própria herança. Redime tu o que me cumpria redimir. Eu não o poderei fazê-lo. Outrora em Israel, para confirmar qualquer negócio relativo à remissão e à permuta, o homem descalçava e o dava a seu próximo. Isto era por testemunho em Israel. Portanto disse o remidor a Boaz: Compra-a tu. E descalçou o sapato. Então disse Boaz aos anciãos e a todo povo: Sois hoje testemunhas de que comprei da mão de Noemi tudo o que pertencia a Elimeleque, a Quilom e a Malom. Também tomo por mulher a Rute, a moabita, que foi mulher de Malom, para suscitar o nome do falecido sobre sua herança, para que o nome dele não seja de- sarraigado dentre seus irmãos, e da porta da sua cidade. Disto sois hoje testemunhas. Todo o povo que estava na porta, e os anciãos disseram: Somos testemunhas. Faça o Eterno a esta mulher, que entra em tua casa, como a Raquel e como a Lia, que juntas edificaram a casa de Israel. E tu, Boaz, há-te valorosamente em Efrata, e faze-te nome afamado em Belém. Seja a tua casa como a casa de Perez, que Tamar teve de Judá, pela descendência que o Eterno te der desta moça. Assim tomou Boaz a Rute, e ela lhe foi por mulher. (Rt:4) - “Onã sabe que a semente não será dele. E quando ele se une a mulher de seu irmão, derrama por terra para não dar semente a seu irmão.” (Gn 38:9). A interpretação dessa situação pelos rabis é: COITUS INTERRUPTUS - para matar a semente e não garantir a continuidade do clã do irmão. A gravidade do ato é devido ao fato de que constitui um verdadeiro desafio a IHVH à ordem fundamental da criação: “A morte de Onã é decidida e executada pelo Eterno, que não admite que se fraude a vida. (Gn. 38:10). Então ele a conheceu, e o Eterno lhe concedeu que concebesse, e teve um filho. As mulheres disseram a Noemi: Bendito seja o Eterno, que não te deixou hoje sem remidor, e seja afamado em Israel o nome deste. Ele será restaurador da tua vida, e consolador da tua velhice, pois a tua nora, que te ama, e que é melhor do que sete filhos, o deu à luz. Então Noemi tomou o menino no colo e cuidou dele. As mulheres que moravam ali disseram: A Noemi nasceu um filho. E lhe chamaram Obede. Este é o pai de Jessé, pai de Davi. São estas as gerações de Perez: Perez gerou a Hezrom; Hezrom gerou a Rão, e Rão gerou a Aminadabe; Aminadabe gerou a Naassom, e Naassom gerou a Salmom; Salmom gerou a Boaz, e Boaz gerou a Obede; Obede gerou a Jessé, e Jessé gerou a Davi.” Judá propõe a sua nora habitar na casa de seu pai. “Então disse Judá a Tamar, sua nora: Permanece viúva em casa de teu pai, até que Selá, meu filho, venha a ser homem. Pois pensava: Para que não morra também este, como seus irmãos. Assim se foi Tamar e morou em casa de seu pai.” (Gn 38:11). O caráter de Judá vem à luz, Elohim permite situá-lo numa categoria determinada, pois assim podemos distinguir suas qualidades com traços definidos. Ele é materialista. Educou seus filhos com distração e divertimento, com a finalidade de satisfazer apenas a carne, pois considerava a matéria como única realidade. Agora, é fácil entender porque Judá imaginou que havia algum tipo 141 de maldição ligada a Tamar.Ele buscou culpar alguém pela morte de seus filhos; a fim de aliviar sua própria consciência, ele frauda, engana, e age de má fé com a sua nora; cria embaraço e prejuízo à aplicação da lei do levirato que é fazer nascer, dar a luz a uma descendência que obedeça a Elohim e coloque em prática os seus mandamentos. Tamar aceita a proposta de Judá, mas permanece em observação e aguarda cuidadosamente o momento de obedecer a Elohim e suscitar descendência. O materialismo baseia-se na lógica que é o oposto da fé. Lógica vem do grego clássico logos que significa palavra, pensamento, idéia, argumento, razão; é uma ciência de índole matemática, fortemente ligada a filosofia onde o pensamento é a manifestação do conhecimento e que o conhecimento busca a verdade. Assim fica fácil entender porque o homem estabelece regras para alcançar seus objetivos. Aprendemos que a Torah compara o homem à árvore. Judá não estava preocupado em alicerçar sua árvore genealógica sob bases sólidas com água abundante, porque o mesmo levava em seu coração o ídolo “Eu”. O indivíduo que não anda pela fé, trabalha para erguer (criar materialmente) uma árvore hiperbólica, diz o Espírito Santo. A árvore hiperbólica é, portanto, formada por nós que contém informações que se desdobram em seus componentes hierarquicamente dependentes, representadas por seus nós, os filhos. Os nós são laços apertados, embaraço dado em fios ou cordéis - Existem árvores tão duras que têm em seus troncos saliências, elevações dispostas de forma irregular. Os nós são considerados desnecessários na botânica, pois desequilibram a harmonia de um todo. No homem, a medicina comprova a existência de tumores (nós) mais ou menos volumosos na superfície de um órgão, que impedem o seu funcionamento normal. ÁRVORE HIPERBÓLICA É UM MÉTODO DE ORGANIZAR O CONHECIMENTO LÓGICO. PODE SER CONSIDERADA A ÁRVORE DO CONHECIMENTO. Ela é chamada hiperbólica por ser uma dúvida exagerada, mas construída filosoficamente. A razão de ser é examinar minuciosamente os conceitos de modo a só admitir o que é verdadeiro. Na bíblia, dúvida é pecado: “Imediatamente, Yeshua estendeu a mão, tomou-o e lhe disse: Homem de pequena fé, por que duvidaste?” (Mt. 14:31); “Yeshua respondeu: Em verdade vos digo que, se tiverdes fé e não duvidardes, não só fareis o que foi feito à figueira, mas até se a este monte disserdes: Erque-te e precipita-te no mar, assim 142 será feito.” (Mt 21:21); “Meus irmãos, tende por motivo de grande gozo o passardes por provações, sabendo que a prova da vossa fé desenvolve a perseverança. Ora, a perseverança deve terminar a sua obra, para que sejais maduros e completos, não tendo falta de coisa alguma. Ora, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça a Elohim, que a todos dá liberalmente, e não censura, e ser-lhe-á dada. Peça-a, porém, com fé, não duvidando, porque aquele que duvida é semelhante à onda do mar, impelida e agitada pelo vento. Não pense tal homem que receberá de Adonai alguma coisa; homem vacilante que é, e inconstante em todos os seus caminhos.” (Tg 1:2-8). dúvida hiperbólica (dúvida exagerada) é um conceito derivado do pensamento de René Descartes a respeito do contínuo inquirir acerca da veracidade das coisas que nos são apresentadas como verdadeiras.René Descartes – filósofo francês, matemático e físico. Sua contribuição científica foi definir uma clara e precisa lógica da ideia baseada na dedução, que parte do simples para o complexo. Construiu sua metafísica seguindo o mesmo método que parte de uma dúvida metódica, levando-o a fazer tábua rasa de todo conhecimento sem base; só subsiste a certeza do pensamento que duvida. René Descartes faz uma clara oposição a Elohim, à sua palavra e a fé. Devemos estar preocupados em alicerçar nossa àrvore genealógica em bases sólidas, com águas abundantes para nutrí-las – veja figura. Esses ensinos são perigosos porque são tendenciosos, dirigem-se para um ponto em comum – injustiça. Yeshua não condena os que ensinam, mas condena a injustiça que eles praticam – “Qualquer que violar um destes menores mandamentos, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e os ensinar serão chamados grandes no reino dos céus. Pois vos digo que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus. Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás, e quem matar estará sujeito a julgamento. “Eu, porém, vos digo que quem arde sem razão contra seu irmão é passível de julgamento. Quem diz a seu irmão raca, vadio, (imprestável, idiota - tradução aramaica) é passível do sinédrio. E quem o chama louco é passível do fogo do inferno.” (Mt. 5:19-22). A exegese hebraica tradicional não vê nenhuma diferença na essência entre grandes e pequenos mandamentos. Tudo na Torah exprime a vontade de IHVH, seu plano para Israel e para a humanidade. “Pois vos digo que se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.” (Mt. 5:20). Yeshua rejeita, reprova fariseus e escribas incapazes no serviço que executam “o ensino”. São reprovados e censurados por Ele, por causa da injustiça que eles fazem. Os fariseus eram os primeiros a estigmatizar (censurar, condenar) em termos duros os membros que consideravam indignos de sua seita. “Eu, porém, vos digo que quem arde sem razão contra seu irmão é passível de julgamento. Quem diz a seu irmão raca, vadio, (imprestável, idiota tradução aramaica) é passível do sinédrio. E quem o chama louco! é passível do fogo do inferno.” (Mt 5:22). Outra tradução “raca” seria possível a partir do he- 143 braico “rasha” (criminoso). A Torah diz que ele é maldito. “Maldito aquele que fizer o cego errar o caminho...” (Dt 27:18). Criminoso é aquele que ensina errado, só com base no conhecimento lógico e não fé. Voltemos ao texto base para concluirmos - “Depois de muito tempo, morreu a filha de Sua, mulher de Judá. Depois de consolado, Judá subiu aos tosquiadores de suas ovelhas, em Timna, ele e Hira, o adulamita. E avisaram Tamar.” (Gn. 38:12-13). Ela se afasta de suas vestes de viúva, cobre-se com um véu, esvai-se nele... Esvai-se nele, o termo aqui é tomado no sentido de desaparecer sem deixar traços. Esvaziar-se é esgotar, exaurir-se (morre a natureza carnal de Tamar) para cumprir, por fé, o mandamento de Elohim e fazer nascer uma descendência espiritual, que ame e obedeça ao Eterno. A ação extraordinária de Tamar levou-a a desprezar os obstáculos e perigos e com ousadia e intrepidez concretizar o seu plano - “Passados cerca de três meses, foram dizer a Judá: Tamar, tua nora, adulterou, pois está gravida. Então disse Judá: Tirai-a para fora, e seja queimada. Enquanto ela era tirada para fora, mandou dizer a seu sogro: Do homem de quem são estas coisas eu concebi. E disse mais: Reconhece de quem é este selo com o cordão e este cajado.” (Gn. 38:24-25). Quando reconhecemos nossa culpa e nos arrependemos, somos fortalecidos de ânimo e elevados em nossos sentimentos, autoridade e poder - “Reconheceu-os Judá, e disse: Mais justa é ela do que eu, porque não a dei a lho Selá. E meu finunca mais a conheceu.” (Gn. 38:26). “Estando ela para dar a luz, havia gêmeos em seu ventre. Dando ela à luz, um pôs fora a mão, e a parteira tomou um fio escarlate e o atou em sua mão, dizendo: Este saiu primeiro. Mas, recolhendo ele a mão, e saindo o outro, ela disse: Como tens tu rompido! E lhe chamaram Perez. Depois saiu o seu irmão, em cuja mão estava o fio escarlate, e foi chamado Zerá.” (Gn. 38:27-30) - Perez, o filho segundo, sai primeiro e goza o direito de primogenitura. Perez remonta a filiação de Davi. (Cf. Rute 4). A fita amarrada a seu pulso, cuja cor é escarlate, vai protegê-lo contra a morte. 144 Estabelecimento do Shabat é invisível”. (Hb 11:27b) O juízo é determinado à porta. Elohim desce em uma coluna de nuvem e para na abertura da tenda. “Ele chama: Arão! Miriam! Os dois saem”. (Nm 12:5). “Cada um toma o seu defumador, acende o fogo e coloca por cima o incenso. Moisés e Arão permanecem na abertura da tenda do encontro”. (Nm 16:18) Sandra Mara Oliveira “E guardarão os filhos de Israel o sábado, para fazer do sábado por suas gerações, uma aliança perpétua. Entre Mim e os filhos de Israel, um sinal é ele para sempre, que em seis dias o Eterno fez os céus e a terra, e no sétimo dia folgou e descançou”. (Ex.31:16-17) A cidade de Vitória no dia 8 de setembro de 2010, ao completar 459 anos de sua fundação, foi abençoada através de um Ato Profético realizado pela Beit Tefilah Rechovot. Ato Profético é uma manifestação de fé. “Ora, a fé é a certeza das coisas que se esperam, e a prova das coisas que não se veem”. (Hb 11:1). É uma apropriação de coisas que esperamos exemplo: o retorno do povo para Elohim. O Ato Profético repousa sobre o fato real daquilo que não é revelado aos sentidos. Agimos de acordo com o mesmo e somos sustentados por ele, em face de tudo quanto parece contradizê-lo. A fé tem sua substância nas promessas de Elohim (o cumprimento daquilo que esperamos) tornando-as realidades presentes “... porque viu aquele que vinhas, e o vale de Acor, por porta de esperança...” (Os 2:15a). O Ato Profético, na cidade de Vitória, foi realizado em frente à Porta Marítima “Porto de Capuaba”. Porta é uma abertura para dar entrada ou saída. Na Bíblia Sagrada, “A porta” possui váriossimbolismos. • Porta da Comunhão “Eis que estou à porta, e bato. Se alguém ouvir a minha voz, e abrir a porta, entrarei em sua casa, e com ele cearei, e ele comigo”. (Ap 3:20). “Eu sou a porta...“( Jo 10:9). Porta da Salvação e Porta da Provisão, de Israel e do mundo. • Porta da Esperança - “Ali eu lhe darei as suas O confronto é ordenado na Porta Marítima (Porto de Capuaba) localizada no centro da cidade de Vitória, no estado do Espírito Santo. Em frente ao Porto de Capuaba, está a Praça Pio XII e também sua estátua - Eugênio Maria Giuseppe Gio- 145 do o domínio de Roma. Porém, a ordem do céu é confirmar a batalha e profetizar a queda do poder controlador de Roma. vani Paceli foi eleito papa no ano 1939, ano em que teve início a Segunda Guerra Mundial. Líder maior do Vaticano (como estado soberano) e do Catolicismo. Ao longo da história, a Igreja bateu de frente com os princípios bíblicos judaicos da nossa fé, incluindo o Shabat, parte da estrutura bíblica da semana terminada pelo Dia do Repouso, quando o homem deve cultivar sua semelhança com o Criador. A estela de Pio XII encontra-se em local de entrada ou de saída da cidade de Vitória, ostentan- A cerimônia profética teve início na Praça Costa Pereira com orações, cânticos de Shabat e com os anciãos da Congregação Rechovot na condução do Sefer Torah (rolo da Torah). Os homens levaram dois pães nas mãos, pois simbolizam as duas porções do Shabat. “Ao sexto dia, prepararão o que colherem, e será o dobro do que colhem cada dia”. (Êx 16:5). O pão de Shabat é conhecido como Pão dos Céus ou Pão dos Anjos - “Cada um come o pão dos anjos; mandou-lhes comida com abundância”. (Sl 78:25). Pão dos Fortes e Pão dos Condutores também denominam o Pão de Shabat, dando a idéia de força e poder, para transportar a mensagem de Elohim - lembrar e guardar o Shabat. Caminhamos entoando cânticos de louvor até a Praça Pio XII, e ali chegando, próximo à estela, montamos a mesa de Shabat com os utensílios necessários para a realização do Kidush – palavra hebraica cujo sentido literal é santificação. O Kidush é composto de um fundamento, cujo objetivo é santificar o Dia de Shabat, detentor de uma santidade que os demais dias não têm. “Lembra-te do Dia do Sábado para o santificar”. (Êx 20:8) 146 Pastor José Maria deu início à cerimônia, com toda civilidade pública, com o toque do shofar. O shofar é um instrumento de sopro, feito de um chifre de animal, geralmente de carneiro ou antílope, exceto de boi ou vaca. É tocado como uma trombeta. O shofar é utilizado para anunciar todo evento bíblico importante. O início do Shabat, no jubileu, proclamando o término de 49 anos. Na revelação no Monte Sinai (cf. Êx 19:13-16). É utilizado também a fim de proclamar o Dia de Yom Kippur (Dia do Arrependimento) e para convocar o exército para guerra. “Quando vierdes à guerra em vossa terra, contra o agressor que vos oprime, tocai trombetas, sede memorizados em faces de Adonai, vosso Elohim, e sereis salvos de vossos inimigos”. (Nm 10:9) • A mensagem que o shofar anuncia é poderosa. • Proclama a coroação do Eterno como Rei do Universo. • Convoca o povo para retornar ao bom caminho, e os pecadores ao arrependimento. • Faz ecoar a forte determinação para que o povo obedeça a Torah (Lei) de Elohim. • Provoca temor e nos mantém em constante alerta. • Anuncia os atos e os decretos de Elohim. • Ouvir o toque do shofar é ter presente, na mente, o “Dia do Juízo Final” e temê-lo; desperta a consciência humana. 147 na Torah e na Graça, na Graça e na Torah e seus valores intrísecos. Temos que correr com a mensagem, enquanto é dia, porque “... se alguém caminha de dia, não tropeça porque vê a luz deste universo”. ( Jo 11:9) Sem dúvida, o caminhante vê a luz do Sol, mas vê também Yeshua, Ele próprio, A Luz do Universo - “Eu Sou a luz do mundo. Quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida”. ( Jo 8:12) Então, Yeshua lhes disse: ”A luz ainda está convosco por um pouco. Em seguida às orações referentes à benção do vinho e do pão, para santificação do Shabat, servimos o pão e vinho para todos os presentes. Assim que terminamos de comer e beber, seguimos caminhando, conduzindo o Sefer Torah e cantando. No trajeto de volta, andamos pela Av. Princesa Isabel e retornamos ao ponto de partida (Praça Costa Pereira). Ali chegando, oramos o Shemah Israel, recebemos a bênção sacerdotal (Nm 6:2227), e encerramos a solenidade. Andai enquanto tendes luz, para que as trevas não vos apanhem. ”Quem anda nas trevas não sabe para onde vai”. ( Jo 12:35). Porque já é tempo para que todos, judeus e gentios, observem, guardem os mandamentos e atentem para as consequências que certamente virão no não cumprimento deles. O Ato Profético foi realizado para manifestar a vontade e as determinações de Elohim contidas 148 TU BISHVAT (ANO NOVO DAS ÁRVORES) descanso solene, um memorial com som de trombeta, santa convocação. Nenhum trabalho servil fareis, mas trareis oferta queimada ao Eterno.” (Lv 23:24-25). É considerado o começo do Ano Civil Judaico, por ser o mês da criação, uma espécie de aniversario do Mundo e do homem, quando o julgamento Divino para com os seres humanos acontece. Ele também marca o início da contagem da Shemitá (Ano Sabático); do lovel ( Jubileu, quando eram libertos os escravos e as propriedades voltavam às mãos dos donos originais); da Orlá (três (3) anos a partir do plantio de uma árvore frutífera, durante os quais não se pode comer seus frutos) bem como do ano para cálculo do dízimo da colheita de vegetais e grãos. (Por curiosidade, você sabia que estamos em ano de Shemitá?) tão podemos vislumbrar uma época mais calorosa, com o surgimento de frutas deliciosas que lá nascem. Por esta razão, Tu Bishvat é considerado (Ano Novo) para as árvores frutíferas, ou seja, como um “Ano Novo” e um dia de julgamento. Em Tu Bishvat, o Eterno decide quão frutíferas serão as árvores no ano vindouro. Elul - “Ano Novo do Gado”. No primeiro dia deste mês, retirava-se o dízimo (um décimo dos animais nascidos nos últimos 12 meses) e doava-se ao Templo em Jerusalém. Tu Bishvat - No calendário judaico, o dia é fixo e define o nome da festa. “TU” é a sigla formada, em hebraico, pelas letras “Tet” (ט- corresponde ao nº 9) e “Vav” ( ו- corresponde ao nº 6); a combinação destas duas letras totaliza o número 15. Shevat é o nome do mês que, pelo calendário judaico, ocorre no fim do inverno. Tu Bishvat então, refere-se ao 15º dia do mês de Shevat. Yeshua ( Jesus) nos ensina que a árvore que dá fruto deve ser podada, não cortada. “... todo ramo que produz fruto Ele o poda, para que produza mais fruto ainda.” ( Jo 15:2b) Tishrei - Sétimo mês bíblico - “Dize aos filhos de Israel: No sétimo mês, ao primeiro do mês, tereis Este dia é significativo porque nesta época, as chuvas de inverno já caíram na terra de Israel, en- Sandra Mara Oliveira Afinal, quantas vezes os judeus celebram o Ano Novo? Segundo o calendário judaico são comemorados quatro “Anos Novos”. Nissan - Na Bíblia Sagrada este é o primeiro mês do ano - “Este mês será para vós o primeiro mês, o primeiro mês do ano.” (Ex 12:2). Mês da Festa de Pessach (Páscoa), que marca a comemoração da passagem da escravidão para a liberdade. O tempo é contado a partir do momento que passamos a ser livres. A Torah faz a conexão do homem à terra -“O homem é como a árvore do campo”. A Torah compara o ser humano às árvores (é proibido danificar uma árvore que dá fruto). “Quando sitiares uma cidade por muitos dias, combatendo contra ela para a tomar, não destruas as árvores (que dão fruto) metendo nelas o machado, porque do seu fruto comerás. Não as cortarás...” (Dt 20:19-20). Assim como as pessoas são julgadas em Rosh Hashanah, as árvores são julgadas em Tu Bishvat. Nesta data, é uma boa oportunidade para pensarmos nos exemplos que as árvores nos inspiram. A árvore, assim como o homem, é composta de: 149 raízes, tronco e frutos Raízes - Não se vê, estão escondidas sob a terra, mas é delas que a árvore tira sua força e vitalidade. Quanto mais fortes forem as raízes, mais forte será a árvore. É a raiz que sustenta a árvore. Israel é a raiz, pois são eles os guardiões da Torah - fonte de nutrição, força e vida espiritual para todos judeus e gentios, diz o apóstolo Paulo – “... fostes enxertados no lugar deles, e frutos participantes da raiz e da seiva da oliveira não te gloriem contra os ramos. Se contra eles te gloriares, considera isto: não és tu que sustenta a raiz, mas a raiz a ti.” (Rm 11:17b,18). São nas raízes que o homem, pela fé, absorve todo o entendimento da Palavra de Elohim. Tronco - É a parte mais evidente da árvore e por onde também o homem se define, ou seja, é do tronco que surgem os ramos (galhos) da árvore anunciando, demarcando e fixando características bíblicas judaicas da fé. O tronco com os ramos possuem a finalidade de mostrar ao mundo que os frutos produzidos vêm de Elohim. Fruto - A árvore só atinge sua plenitude quando começa a dar fruto - “O fruto do Espírito é: amor, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio.” (Gl 5:22-23) Yeshua diz: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Dais o dízimo da hortelã, do endro e do cominho, mas negligenciais o mais importante da lei, a justiça, a misericórdia e a fé. Devereis, porém, fazer estas coisas, sem omitir aquelas.” (Mt 23:23) - Fruto da Justiça, misericórdia e da fé - sendo assim, nos tornamos árvores sólidas, curvadas (humildes) pelo peso dos frutos. Tradução: Bendito és Tu, Eterno, nosso Elohim, Rei do Universo, que criaste o fruto da árvore. Em nome de Yeshua, o Messias. Amém. Costumes em Tu Bishvat 1. Plantar uma árvore - Assim fazendo, aproximamos as pessoas da “Terra de Israel” por ser este um costume judaico; também praticamos o reflorestamento, mostrando ao mundo que esta é uma prática ecológica muito antiga. 2. Celebrar preparando uma mesa com frutos, especialmente os sete enunciados na Torah – “como especiais de Israel: trigo, cevada, uva, figo, romã, azeitona e tâmara.” (Dt 8:8). Podemos também usar frutos diferentes - uma fruta da estação para que possamos cumprir e manter a mitzvah (mandamento). Bênção dos Frutos - Baruch ata Adonai Eohenu melech haolam bore peri haets. B’Shem Yeshua HaMashiach. Amen. 150 151