A nova missão dos super-heróis depois de virarem
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A nova missão dos super-heróis depois de virarem
SEGUNDA-FEIRA, 23 DE JUNHO DE 2008 | C1 INFRA-ESTRUTURA BASTIDORES Consumo de asfalto subirá 10%, para Lavagem de cabelo 1,85 milhão de toneladas C10 improvisada na SPFW FRANQUIAS Brasil na mira das redes norte-americanas C9 A nova missão dos super-heróis depois de virarem setentões C12 SE É IMPORTANTE PARA VOCÊ TER AS MAIS RENTÁVEIS OPÇÕES DE MERCADO, É IMPORTANTE PARA NÓS OFERECER OS MELHORES PRODUTOS E SERVIÇOS. INVISTA NO PANAMERICANO. REPRODUÇÃO Para festejar sete décadas da DC Comics no Brasil, Panini lança edição especial SHEILA HORVATH SÃO PAULO Os heróis também envelhecem, mas com estilo. Este ano Super-Homem, Batman e Mulher-Maravilha — são convocados para a frente de batalha das comemorações pelos 70 anos no Brasil da DC Comics, empresa norte-americana de quadrinhos. Nada melhor que brindar os novos setentões com novidades nas bancas e uma bela repaginada no visual. A Panini lança no momento uma coleção especial com as melhores histórias de cada herói. A coleção tem início com Superman e traz histórias selecionadas das fases mais marcantes do personagem. Batman, Mulher-Maravilha, Flash, Lanterna Verde e a Liga da Justiça são os próximos heróis DC da Coleção 70 Anos. Além dos seis volumes, a coleção ainda terá uma edição especial com outros personagens que não tiveram espaço na fornada atual. A Panini mantém um site com informações atualizadas mensalmente sobre as edições. Nele, há uma linha de tempo com a história da DC Comics e a ficha completa do primeiro volume, a edição do Superman. A publicação comemorativa com o Super-Homen contém histórias de escritores e desenhistas consagrados, que se revezam para mostrar a bravura de um dos primeiros super-heróis do mundo HQ. Jerry Siegel, Joe Shuster, Murphy Anderson, Curt Swan, John Byrne, Elliot S. Maggin, entre outros, apresentam suas visões sobre o Homem de Aço. Os novos produtos surgem num momento favorável para os quadrinhos no Brasil, segundo a Panini. Embora não revele dados de faturamento ou verba investida — também não há dados oficiais sobre o desempenho do setor —, a empresa afirma que a maré está para peixe. Além de Marvel e DC, a Panini possui as licenças da Virgin, Top Cow e Dynamite, o que representa uma participação de 88% no segmento. Ao longo dos últimos cinco anos, a Panini cresceu 240% em vendas de quadrinhos. Passou de uma tiragem de 2 milhões para 7 milhões de exemplares. Para entender um pouco desse mercado, é preciso compreender alguns pontos importantes. São duas empresas que detém o domínio dos universos dos heróis em todo o mundo. Uma delas é a DC Comics, que, além de SuperHomem, Batman e Mulher-Maravilha, é responsável por Lanterna Verde, Flash, Aquaman, Ajax, Mulher Gavião e Arqueiro Verde, entre outros. Já a Marvel Comics detém Homem-Aranha, PÁG. 1 CMYK Editora brasileira comercializa a Coleção DC 70 anos Além disso, o licenciamento de produtos também movimenta bastante esse mercado. O filme Homem-Aranha 3, por exemplo, gerou mais de US$ 90 milhões de faturamento no varejo com produtos licenciados. Isso só no Brasil. O diretor de marketing da Panini, Marcio Borges, afirma que, no País, a editora promove uma mudança no mercado de HQs. A companhia assumiu as publicações da Marvel Comics no Brasil em 2001 e, em 2002, os direitos para editar as revistas da DC Comics. “Iniciou-se então um crescimento num mercado que passava por um longo período de estagnação. A chave do sucesso foi investir em um plano editorial variado e consistente, tendo o leitor como a maior prioridade. Também valorizamos a qualidade gráfica de cada produto, fazendo uma criteriosa escolha de cada título”, conta o executivo. “O lançamento de filmes como Homem-Aranha e X-Men e mais recentemente Hulk e Homem de Ferro, estes produzidos pela própria divisão de filmes da Marvel Comics, ajudam a popu- Ligue 0800 775 8585 www.panamericano.com.br SE É IMPORTANTE PARA VOCÊ, É IMPORTANTE PARA NÓS. Mesmo com a entrada no mercado de diferentes títulos de Mangás, os quadrinhos ainda manteriam um público cativo. “Acreditamos que o público leitor de mangá é o mesmo que aprecia a HQ. Ele tem mais uma opção de linguagem do gênero nas bancas e livrarias”, diz Borges. A Panini edita 14 títulos de mangás. Para Borges, a influência dos quadrinhos aumentou sensivelmente da década de 1930 para cá, com os personagens se tornando referências culturais. “A maior diferença em relação às HQs do passado é a sofisticação das histórias e o alcance das publicações”, observa. “O que antes era restrito a alguns nichos de colecionadores, hoje ganha audiência global com o lançamento de filmes com milhões de espectadores no mundo inteiro”, completa. / ouvidoria CAIXA 0800 725 7474 / caixa.gov.br / CRÉDITO CAIXA PARA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS. Crédito CAIXA para micro e pequenas empresas. O jeito fácil e rápido de investir. O APOIO QUE SUA EMPRESA Vá até uma agência CAIXA e faça o seu. PRECISA PARA CRESCER. CAIXA. O banco que acredita nas pessoas. Incrível Hulk, Quarteto Fantástico, X-Men, Capitão América, Thor, Homem de Ferro e outros. Uma das diferenças entre os dois mundos é que o Universo DC reúne cidades fictícias como Gotham City e Metrópolis. Já o Universo Marvel reúne cidade reais, como Nova York. Nas telas Muitos personagens, tanto da Marvel quanto da DC Comics, foram adaptados para o cinema, principalmente no final do anos 1990, e também para séries de TV. No caso da Marvel, já ganharam as telas Homem-Aranha, X-Men, Quarteto Fantástico, Hulk, Demolidor, Justiceiro, Elektra, Motoqueiro Fantasma e Homem de Ferro. No caso da DC Comics brilharam Superman, Batman, Constantine e Mulher-Maravilha. Uma outra mídia que utiliza muito a imagem dos diferentes personagens e conquista cada vez mais as novas gerações é o videogame. larizar muito o universo dos super-heróis. Isso é importante para a revitalização do mercado de quadrinhos”, afirma. A DC Comics estreou no País com história de Superman em dezembro de 1938, publicada na Gazetinha nº 445, e atingiu o auge de vendas na década de oitenta. “Hoje, apesar de o mercado ser diferente e competir com a internet, recuperamos os leitores que têm prazer em ler quadrinhos de qualidade”, diz Borges. INTERNET Yahoo tem novos domínios CRAYTON HARRISON BLOOMBERG NEWS O Yahoo Inc., que opera o programa de e-mail mais popular dos Estados Unidos, está lançando dois novos domínios. O objetivo é proporcionar aos usuários a possibilidade de usar nomes que já estão sendo utilizados em seu site principal. Os internautas poderão criar contas de correio eletrônico no endereço ymail.com e no rocketmail.com, em vez de apenas usar o yahoo.com, disse recentemente por meio de comunicado a empresa, sediada em Sunnyvale, Califórnia. O site de e-mail do Yahoo concorre com programas de outras companhias importantes da rede mundial de computadores, como Microsoft Corp. e do Google Inc. Os três travam uma disputa acirrada pa atrair usuários e anunciantes para os espaços que aparecem ao lado das mensagens. As empresas também concorrem no setor de buscas na internet, que responde por mais da metade da publicidade na web, área dominada pelo Google. Este site é responsável por quase dois terços das buscas na internet nos EUA, seguido pelo Yahoo e pela Microsoft. No ano passado, a receita publicitária online do Google nos EUA foi quase o dobro da que foi obtida do Yahoo, segundo dados da empresa de pesquisa EMarketer Inc. A Microsoft abandonou a tentativa de comprar o Yahoo no mês passado, e se envolveu posteriormente em conversações sobre uma transação alternativa. Essas discussões entraram em colapso na semana passada, quase ao mesmo tempo em que o Yahoo anunciou uma parceria para a área de anúncios para buscas com o Google. )* +),-* . ! "" ## ""$% &&$$ '''( /*,-* C2 | Segunda-feira, 23 de junho de 2008 | GAZETA MERCANTIL TI & TELECOM Prazos exíguos levaram Nokia-Siemens a importar equipamentos de coligadas CACALOS GARRASTAZU/ERICSSON TELEFONIA CELULAR Somente Ericsson produz 3G no Brasil Nokia-Siemens e Huawei ainda estão na fase de estudos para nacionalizar a produção THAÍS COSTA SÃO PAULO O momento é de grande atividade na indústria da telefonia celular. A realização do leilão das freqüências de terceira geração (3G) em dezembro, depois de muitos meses de expectativa, funcionou como uma abertura de comportas e levou todas as operadoras móveis brasileiras a chamar os fornecedores à mesa de compras. Ericsson, Nokia-Siemens e Huawei tornaram-se as grandes parceiras da Vivo, Oi, TIM, Brasil Telecom e Claro. Todas contrataram duas fornecedoras, com exceção da CTBC, que fechou com apenas uma, a chinesa Huawei. Nessa onda de novos contratos, a Ericsson aparece como a maior usufrutuária, tendo conquistado a parte central da rede, também chamada de comutação por pacotes (core) e as estações radiobase de toda a indústria celular, com exceção da Oi. Mas como essa operadora está em vias de adquirir a BrT, a Ericsson terá o setor inteiro incluído na sua carteira de clientes, afirma o vice-presidente da Ericsson do Brasil, Carlos Duprat. Essa condição privilegiada é decorrência de a sueca ser a única fabricante de equipamentos de telecomunicações sediada no Brasil que está produzindo localmente a infra-estrutura de terceira geração. “As operadoras ficam mais confiantes ao saber que temos uma produção estabilizada em São Jo- ALUÍZIO BYRRO Chairman da Nokia-Siemens sé dos Campos”, afirma Duprat. Não que seja fácil nacionalizar a fabricação de equipamentos que ainda não são adquiridos em grande escala, mas o esforço da Ericsson está surtindo bons efeitos, diz Duprat referindo-se à abrangência de suas encomendas. Enquanto a Ericsson optou por nacionalizar a produção, mediante a importação parcial de componentes específicos, as suas concorrentes Nokia-Siemens e Huawei ainda importam a totalidade da infra-estrutura de 3G que fornecem. As duas chegaram a pensar em localizar a produção no País, mas os planos ainda não saíram do papel. “Os prazos das encomendas iniciais eram extremamente curtos”, afirmou o presidente do conselho da Nokia-Siemens, Aluízio Byrro, para justificar o fato de a empresa germano-finlandesa estar importando os equipamentos de fábricas coligadas na Europa. Produzir localmente também a 3G não está fora de cogitação. “Continuamos a fazer planos, mas não há prazo nem local definidos, por enquanto”, acrescenta Byrro. A Siemens mantém uma fábrica em Curitiba que poderia abrigar a linha de produção de 3G. Tudo depende, porém, de estudos de viabi- lidade econômica e ultimamente o câmbio tem estado na contramão. Na mesma situação está a chinesa Huawei, que chegou a fechar um acordo com o governo do Estado do Espírito Santo em dezembro do ano passado pelo qual se comprometeu a construir uma fábrica de equipamentos no Estado, totalizando investimento de R$ 10 milhões e abrindo 40 empregos diretos e 60 indiretos, que seriam acrescidos aos 500 funcionários da empresa. Um dos principais entraves à nacionalização de uma fábrica no País é a característica cíclica do mercado local de telecomunicações. “Um ano tem muita encomenda e no ano seguinte não tem nenhuma”, alegou Byrro, da Nokia-Siemens. Por isso, exportar a partir do Brasil torna-se uma medida muito salutar para manter o nível de produção local. A Ericsson exporta para América do Sul e África. A Nokia-Siemens também inclui nos projetos de fabricação a venda para países da América Latina como suporte à estabilidade. Ao produzir localmente, a empresa obtém redução de custos de cerca de 15% em relação ao material importado, devido à isenção de impostos e benefícios do Processo Produtivo Básico (PPB). Embora haja incentivos fiscais e acesso a financiamentos do BNDES, não é fácil obter vantagens ao produzir pequenas quantidades de alguma linha de equipamentos. Por isso, a Ericsson considera sua escolha como investimento no futuro e espera multiplicar os resultados. “A primeira encomenda costuma ser tímida, mas depois as operadoras vão definindo expansões freqüentes pa- Duprat, da Ericsson, diz que a estratégia de exportar à América do Sul e África apóia produção local ra poder atender à demanda e ao aumento do interesse pela nova tecnologia”, disse Duprat. No caso de 3G, há um inusitado mercado sendo aberto, o do tráfego de dados por celular, cujas expectativas são de grande disseminação. É esperado, inclusive, que a universalização da banda larga seja possível através das redes sem fio. A chinesa ZTE conquistou um pequeno contrato na BrT e se in- tegrou ao time das fornecedoras de equipamentos de 3G. Segundo especialista do setor, há um caminho árduo a ser percorrido pelas empresas recém-chegadas. “Primeiro elas oferecem preço baixo e conquistam clientes”, diz a fonte que pediu para não ser identificada. Depois elas têm de comprovar que a parte técnica tem ompetência e atende aos requisitos de boa operacionalização, continuou. “Por fim, é preciso manter assistência técnica impecável para justificar o aumento das encomendas, e isso é o mais difícil para quem é novato no mercado”, alegou o executivo. A estatal chinesa ZTE está na primeira fase e, segundo se comenta no mercado, pratica aqui preços inferiores à China. A Huawei teria passado à segunda etapa, depois de oito anos de presença no País. INTERNET Yahoo perde executivos REUTERS NOVA YORK As ações do Yahoo chegaram a cair mais de 3% na última sextafeira depois que notícias sobre um possível esvaziamento de cérebros da empresa ampliaram as preocupações sobre o futuro da companhia de internet, depois de sua escolha por uma parceria com o Google em vez de acertar a sua venda para a Microsoft. Blogs de tecnologia, como o TechCrunch, informaram na quinta-feira que três executivos estão deixando o Yahoo, incluindo Brad Garlinghouse, que ficou conhecido em 2006 pelo memorando “Peanut Butter Manifesto” (Manifesto Pasta de Amendoim), que pedia uma reviravolta radical PÁG. 2 CMYK na companhia. No documento, o executivo comentou que o Yahoo estava se espalhando levemente sobre várias oportunidades, como uma camada de pasta de amendoim. “Eu odeio pasta de amendoim”, escreveu ele. A presidente do Yahoo, Sue Decker, avalia a possibilidade de promover uma reorganização que possa centralizar a oferta de e-mails do Yahoo, assim como o serviço de busca e a página principal de seu portal em um produto organizado de forma global, segundo informou o Wall Street Journal, citando pessoas familiares ao assunto. “Uma vez que o capital humano historicamente foi um dos maiores ativos do Yahoo, vemos esses movimentos como negativos”, escreveu o analista da Standard & Poor’s Scott Kessler, em um relatório. Os papéis do Yahoo perderam 15% do seu valor desde que a companhia anunciou o acordo de publicidade com o Google e informou ter encerrado as conversas com a Microsoft. O Yahoo preferiu não comentar as informações sobre a saída de executivos e não deixou claro se uma reorganização seria feita como resposta a esse movimento. A empresa rejeitou uma oferta de US$ 47,5 bilhões feita pela Microsoft, ou US$ 33 por ação, além de ter recusado também um acordo alternativo para vender apenas a divisão de buscas. GAZETA MERCANTIL | Segunda-feira, 23 de junho de 2008 | C3 TRANSPORTES O projeto prevê a dragagem de quase 17 milhões de metros cúbicos CARLOS RUGGI/DIVULGAÇÃO PORTOS DO PARANÁ Brito confirma antecipação de dragagem Ministro diz que obra com verba do PAC, prevista para 2009, será iniciada neste ano NORBERTO STAVISKI CURITIBA O ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos, Pedro Brito, confirmou a antecipação da dragagem de aprofundamento dos portos do Paraná para 2008 que será paga com recursos do PAC e vai, além de aprofundar o Canal da Galheta para 15 metros, corrigir a curvatura que o canal apresenta desde 1997. Há quase cinco anos sem realizar serviços de manutenção, o terminal de Paranaguá tem dificuldades com a navegação noturna e teve reduzido seu calado para pouco menos de 12 metros pela Capitania dos Portos. Os portos do Paraná estavam incluídos no PAC para a campanha de dragagem de aprofundamento para 2009, mas como a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) está com o processo de licenciamento ambiental adiantado, foi possível antecipar o trabalho. Para a dragagem de aprofundamento o ministro estimou que serão retirados 9 milhões de metros cúbicos de sedimentos, deixando o Canal da Galheta com calado de 15 metros e ainda dragando os portos de Paranaguá e Antonina. “Com o licenciamento ambiental em mãos vamos licitar imediatamente essa dragagem de aprofundamento e, ao mesmo tempo, a Appa vai lançar novo edital para a dragagem de manutenção. Teremos uma harmonia entre os dois editais de forma que se possa aproveitar a mesma empresa para as duas campanhas”, explicou Brito. Segundo o ministro, o processo de licitação deve durar entre três e quatro meses e as duas dragagens serão feitas de forma simultânea. Segundo o ministro “dentro do mercado atual de escassez de dragas no mundo inteiro vamos otimizar os trabalhos e reduzir custos nesse processo. E o principal é que o Porto de Paranaguá vai ter uma profundidade perene de 15 metros porque essa dragagem envolve o conceito de se ter uma campanha por resultado, de forma permanente, e uma profundidade que vai dar aos portos paranaenses condições de competitividade igual a qualquer outro porto brasileiro e do mundo”, avaliou. Em nota divulgada pelo governo paranaense na sexta-feira, o engenheiro Pedro Dias, presidente da Câmara Técnica de Dragagem do Instituto Ambiental do Paraná (IAP), disse que na próxima semana já será emitida a licença prévia para a dragagem de aprofundamento. “O processo da Appa está protocolado há 45 dias no IAP e está sendo analisado. Como a Appa já possui a licença para a dragagem de manutenção e há todo um estudo feito no últimos três anos, o IAP tem suporte para dar prosseguimento à licença para a dragagem aprofundamento”, explicou. Há quase cinco anos sem realizar serviços de manutenção, o terminal de Paranaguá tem dificuldades com a navegação noturna A licença prévia para a dragagem de aprofundamento já possibilita ao governo federal lançar o edital para o trabalho. Em seguida, o IAP vai realizar os estudos para a emissão da licença operacional, necessária apenas quando a campanha e dragagem de aprofundamento for iniciada. Com esta modalidade de dragagem, ficam mantidas as profundidades dos berços de atracação, que variam de 8 a 13 metros no Porto de Paranaguá e de 6 metros no Porto de Antonina. O projeto prevê a dragagem de quase 17 milhões de metros cúbicos, numa área de 2,2 milhões de metros quadrados. A dragagem de aprofundamento será realizada após a dragagem de manutenção. Nesta moda- lidade de dragagem, o Canal da Galheta terá entre 15 e 16 metros de profundidade; a área interna entre 14 e 15 metros e a área dos berços alcançará 14,5 metros. As novas profundidades atenderão em especial às áreas externas, que têm maior taxa de assoreamento. A dragagem de aprofundamento será paga pelo Governo Federal com recursos do PAC e prevê não só o aumento no calado do Canal da Galheta, mas a também a correção do traçado do Canal, que desde 1997 apresenta uma curvatura provocada pelo avanço do banco da galheta sentido sul–norte, o que gerou uma curvatura na geometria do canal de acesso. 5 6 & !"# $ % &" ' (# )**+ , ' -. . / ' 01&# 2 34* / 5 6 . $ 5 6 ' &" 5 6 . ' PÁG. 3 CMYK C4 | Segunda-feira, 23 de junho de 2008 | GAZETA MERCANTIL TRANSPORTES Empresa ferroviária inicia a estruturação do primeiro corredor florestal DIVULGAÇÃO VIDROS AUTOMOTIVOS Saint-Gobain amplia capacidade com nova linha de produção A segunda linha, que será inaugurada em outubro, dará conta do suprimento até 2011 SONIA MORAES SÃO PAULO A Sekurit, divisão brasileira de vidros automotivos, pertencente ao grupo francês Saint-Gobain, inaugura hoje nova linha de produção na fábrica de Mauá, no ABC paulista. Esta é a primeira fase do programa de ampliação de capacidade definido pela empresa no Brasil. “Em outubro vamos inaugurar outra linha de montagem de conjuntos de vidros para automóveis, que permitirá suprir a demanda das montadoras até 2011”, disse à Gazeta Mercantil, Manuel Corrêa, diretor-geral da empresa no Brasil. Para dar conta da alta produção, a empresa prevê contratar neste ano 120 pessoas, o que elevará para mais de mil o número de empregados no Brasil. O setor de vidros é um dos 9 segmentos que participam da cadeia de produção de automóveis que está trabalhando no limite, utilizando 95% da capacidade, se- gundo levantamento feito recentemente pelo Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças). O estudo abrangeu 11 setores que abastecem a indústria automobilística. “Os setores de eletrônicos e de plásticos também estão ‘estressados’ e utilizam atualmente 91% da capacidade”, informou Letícia Costa, vice-presidente da consultoria Booz & Company do Brasil. A Saint-Gobain Sekurit decidiu antecipar os investimentos que estavam programados para 2009 por acreditar no forte crescimento da indústria automobilística. “Tomamos a decisão na hora certa, pois as atividades estão muito elevadas e estamos trabalhando em três turnos desde 2007”, comentou Corrêa. O valor do investimento o diretor da empresa não quis revelar. Para elevar a produção de pára-brisa e vidros laterais, a SaintGobain Sekurit trouxe da Europa o que existe de moderno em equipamentos para a produção de vidros. São equipamentos específico para a indústria do vidro fabricado pela divisão européia da companhia. Na indústria de vidro, o forno — como é chamado o maquinário de produção — é o equipamento mais importante para a produção final de conjuntos de vidros para automóveis. É esta máquina que faz a curvatura do vidro, de acordo com a especificação do automóvel. O Grupo Saint-Gobain está no Brasil há 70 anos e tem GRUPO ESTÁ NO PAÍS HÁ longa história de sucesso no País, segundo Corrêa. A anos e investe companhia 10 milhões de investe em dólares por ano média US$ 10 milhões por ano na sua fábrica brasileira. 70 Capacidade do setor Segundo fontes do setor, a indústria de vidros automotivos tem condições de fornecer mais de 4,5 milhões de conjuntos de vidros para veículos por ano, muito acima da capacidade instalada das montadoras. Só a Saint-Gobain Sekurit tem capacidade para fabricar mais de 2 milhões de vidros automotivos por ano. Com o investimento de ¥ 5 milhões feito em 2004 a empresa elevou de 1,6 milhão de unidades para 2 milhões por ano a produção de vidros e modernizou os processos produtivos. No mercado de automóveis a Saint-Gobain Sekurit divide a participação com a sua principal concorrente, a fabricante inglesa Pilkington, sendo 50% de cada empresa, com fornecimento direto para as montadoras. Segundo a consultora da Booz &Company, foram constatados dois tipos de dificuldades nas empresas que abastecem a indústria automobilística. “A primeira, destacada pelas entidades que representam os setores, é a dificuldade da cadeia de atender as mudanças de programas das montadoras. A outra, são problemas pontuais. A indústria de plástico, por exemplo, tem mais dificuldade para atender máquinas grandes, pois têm somente 20% de ociosidade”, disse a consultora. Letícia Costa afirmou que não foi por falta de acreditar no setor que a indústria de autopeças está estressada. “Foi o incentivo ao crédito que fez crescer surpreendentemente as vendas de automóveis no País”. Manuel Corrêa: “A empresa tomou decisão na hora certa” FERROVIAS RITMO DE ATIVIDADE Meta da ALL é quadruplicar a movimentação de cargas Ford reduz vendas com alta da gasolina RODRIGO CAPOTE/GAZETA MERCANTIL (MARÇO/2008) MARIA LUÍZA FILGUEIRAS* MATA DE SÃO JOÃO (BA) A América Latina Logística (ALL) tem a meta de chegar a 2020 com produção de 150 bilhões de TKU (tonelada por quilômetro útil), mantendo o investimento atual de R$ 700 milhões por ano, um montante, em 12 anos, de R$ 8,4 bilhões. A capacidade seria mais que quadruplicada, já que a operadora logística encerrou o ano passado com 35 bilhões de TKU. A estimativa para este ano, segundo Bernardo Hees, presidente da operadora de logística, é atingir um consolidado de 40 bilhões de TKU. Trecho em negociação “Ainda estamos sofrendo com o ‘paro’ agrícola na Argentina, com a rodovia sem operação, mas a previsão é voltar à normalidade esta semana”, conta Hees. Ele acredita que não haverá impacto no resultado do ano, já que a participação é pequena — 4% do Ebtida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) com 7 mil km de malha, do total de 20 mil km — e a companhia tem compensado o volume de negócios no Brasil. Este ano a operadora adicionou 50 locomotivas e 1,5 mil vagões à capacidade de distribuição. Os planos de expansão da companhia, que tem 80% do capital pulverizado e mantém entre os principais acionistas GP Investments, Previ, Delara e BNDESPar, podem ganhar mais agilidade quando o Projeto Rondonópolis sair do papel. A ALL é Bernardo Hees: objetivo é atingir em 2008 um volume consolidado de 40 bilhões de TKU apenas operadora e não constrói ferrovias, por isso busca parceiros que o façam. No caso da linha que vai do Alto Araguaia para Rondonópolis, dois grupos de investidores,, cujos nomes são mantidos em sigilo, estão avaliando o projeto, que demandará entre R$ 700 milhões e R$ 800 milhões. A América Latina Logística fica como espécie de locatária, pagando por 25 anos sobre o número de toneladas transportadas. “A ferrovia é para 2011 a princípio e deve atender especialmente demanda de carga de soja, cana, combustível e frigorificados”, adianta Hees. Em 2006, a companhia se fundiu com a Brasil Ferrovias, que tinha uma operação deficitária, mas agregou malha, tornando-se a maior operadora logística com base ferroviária da América Latina. “A jornalista viajou a convite do Previ BLOOMBERG NEWS SOUTHFIELD, MICHIGAN (EUA) A Ford Motor, segunda maior montadora dos Estados Unidos, informou que suas perdas vão se ampliar este ano porque com o preço do galão de gasolina a US$ 4 as vendas americanas de grandes picapes estão diminuindo. A Ford Motor Credit, a unidade que gera lucro com mais consistência, também terá prejuizo, informou a Ford sexta-feira numa nota. A montadora com sede em Dearborn, Michigan, reduziu mais sua estimativa de vendas no setor e adiou a estréia deste ano da nova versão da picape F-150 em dois meses, para poder se desembaraçar do estoque existente. “Eles estão reagindo da única maneira que podem”, disse Dennis Virag, presidente do Automotive Consulting Group, em Ann Arbor, Michigan. “Numa situação de desastre iminente, eles promovem cortes em todos os lugares possíveis”, disse Virag. A perspectiva para a Ford piora a cada dia enquanto os aumentos dos preços de combustível e a economia debilitada arrastam as vendas americanas de automóveis para seus níveis mais baixos em 15 anos. Depois de surpreender os analistas com lucro no primeiro trimestre em abril, a empresa abandonou, no mês passado, sua previsão de lucro para o ano todo em 2009. A Ford perdeu US$ 2,7 bilhões no ano passado e US$ 12,6 bilhões no ano anterior. A empresa não tem sido capaz de deter 12 anos consecutivos de declínio na participação de mercado americana enquanto estudos como o levantamento anual de KIRK KERKORIAN Dirigente da Tracinda qualidade da J.D. Power & Associates mostram melhorias. O histórico de lançamentos de novos veículos é ambivalente. O crossover Edge está registrando avanço nas vendas, e o sedã Taurus não vende o suficiente para manter uma fábrica de Chicago produzindo a metade da capacidade. Enquanto isso, o investidor bilionário Kirk Kerkorian continua dando apoio ao plano de recuperação do presidente Alan Mulally. A Tracinda, grupo de investimento de Kerkorian, informou na quintafeira que ampliou sua participação na Ford para 6,5% após ter divulgado a compra inicial de ações da Ford em abril. A montadora detém cerca de 25% das vendas americanas das picapes F-Series, incluindo o modelo F-150. As vendas da F-Series caíram 19% este ano, incluindo a queda de 31% no mês passado. As vendas da picape superaram as vendas de cada carro no mercado mensalmente desde 1992 até maio, quando foram ultrapassadas pelas vendas de quatro carros produzidos pela Honda Motor e Toyota Motor. O mercado para picapes e utilitários-esportivos encontra-se “num dos níveis mais baixos em décadas”, disse Mulally na nota. TY WRIGHT/BLOOMBERG NEWS Empresa estrutura malha da Brasil Ferrovias ANA PAULA MACHADO SÃO PAULO Com o contrato de transporte de cerca de 1,2 milhão de toneladas de celulose em fardo para a Votorantim Celulose e Papel (VCP), a América Latina Logística (ALL) começa a estruturar o primeiro corredor florestal da empresa na malha da antiga Brasil Ferrovias. O gerente de projetos da ALL, Mauricio Trompowsky, disse que com a escassez das áreas de plantio florestal no estado de São Paulo esse segmento migrou para o Mato Grosso do Sul. “Isso pode viabilizar o transporte, não só do produto acabado, no caso a celulose, como também toras de madeiras para as fábricas instaladas em São Paulo”, disse o executivo. Hoje, nessa rota são transportados açúcar, soja e combustível. PÁG. 4 CMYK O contrato com a VCP começa a vigorar a partir do próximo ano e para isso a ALL já investiu em parceria com o cliente R$ 30 milhões na melhoria da via permanente. “É o primeiro passo para estruturar este corredor”, ressaltou Trompowsky. A reforma na malha viária contempla 414 Km que compreende os trechos de Bauru (SP) e Três Lagoas (MS). A operação desse contrato será 100% ferroviária. O transporte de cargas terá um trânsito de 84 horas e fluxo de 896 quilômetros e acontecerá em tempo integral, 24 horas por dia, 365 dias por ano, com um volume diário estimado em 3,3 mil toneladas. Investimentos A reforma da malha envolveu a colocação de 150 mil dormen- tes, reforço estrutural da ponte do rio Paraná (divisa dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul), revisão e adequação de outras 50 pontes, correção geométrica da via e recuperação de juntas. “Com a reforma, poderemos operar a maior locomotiva que temos hoje, a C30 com potência de 3 mil hp”, ressaltou o executivo. As reformas foram divididas em três fases. A primeira parte a ALL já foi iniciada. É o trecho que compreende a cidade de Rubião Jr a Bauru, cerca de 115 km. O término deve acontecer no final de 2008. A linha está liberada para circulação das locomotivas C30. Foram aplicados, até agora, cerca de 20 mil dormentes. Já a fase 2 acontece em um trecho de 237 km, entre Bauru e Araçatuba (SP). Será iniciada ainda neste mês e deve ser concluída em dezembro de 2008. A fase 3 fica entre Araçatuba (SP) e Três Lagoas (MS). São 177 km de obras, com finalização prevista para maio de 2009. Além disso, o contrato prevê a construção de um ramal ferroviário de 25 quilômetros que liga a fábrica da VCP em Três Lagoas, no Mato Grosso do Sul à linha principal da América Latina Logística. “Teremos também 600 vagões especiais que trafegarão nessa rota. São equipamentos tipo sider que levarão os fardos de celulose da fábrica ao Porto de Santos. Cerca de 50% desses vagões serão reformados pela ALL e os outros foram comprados pela VCP para a operação. Todo o investimento é feito em parceira”, afirmou Trompowsky. Grandes picapes estão com as vendas em queda nos EUA GAZETA MERCANTIL | Segunda-feira, 23 de junho de 2008 | C5 INDÚSTRIA Vinhos estrangeiros responderam por 78% do mercado RODRIGO CAPOTE/GAZETA MERCANTIL BEBIDAS Salton enfrenta invasão do vinho importado Empresa volta a produzir a marca Castell Chombert, mais barata, após sete anos WILSON GOTARDELLO FILHO SÃO PAULO Em dez anos, houve uma inversão no mercado brasileiro de vinhos finos. Em 1997, 66,5% das vendas eram da bebida nacional e 33,4% da importada. No entanto, no ano passado, os importados representaram 73,4% do total comprado, ou 57,6 milhões de litros, e os nacionais ficaram com apenas 26,6%, 20,9 milhões de litros. De janeiro a abril deste ano, a vantagem da importação se acentuou. Foram comercializados 11 milhões de litros de importados, 78,6% do mercado, ante 3 milhões de litros de vinhos nacionais, que representaram 21,4%. Esta inversão ocorrida nos últimos anos está diretamente ligada a valorização cambial, que possibilitou a entrada de vinhos mais baratos no Brasil, com destaque para os chilenos e argentinos, que, isentos de taxas de importação, ganham um espaço cada vez maior nas mesas dos consumidores brasileiros. Diante deste cenário, a Vinícola Salton prepara uma ofensiva de preços em relação aos concorrentes estrangeiros. “Estamos indo para a briga”, afirmou Angelo Salton, pre- sidente da vinícola. A empresa retomou a produção dos vinhos da marca Castell Chombert — suspensa há sete anos —, que devem chegar às gôndolas custando cerca de R$ 8 — até agora, os vinhos mais baratos da Salton eram os da linha Classic, ao custo de R$ 12. “Nós estamos trabalhando com a metade da margem que trabalhávamos há alguns anos. São vinhos que eram para dar em torno de 10% de lucro. Hoje, se der 5% está bom demais.” Apesar de já estar sacrificando a margem, Salton afirmou que pode vir a sacrificar ainda mais os ganhos nessa briga com os importados. “Se bobear o preço cai mais ainda.” O executivo afirmou que a estratégia é sacrificar a margem e ganhar em quantidade. Para conseguir isso, a empresa está fechando parceria com fornecedores de garrafas, rolhas, entre outras. “O fornecedor tem que entender que no momento atual é preciso que ele invista junto com a empresa. Em vez de ganhar R$ 2 em duas garrafas, ele pode ganhar os mesmos R$ 2 em quatro garrafas. É preciso entender que precisamos diminuir a margem mas se o volume aumentar ele vai ganhar do mesmo jeito.” Segundo Salton, a empresa vai baixar o preço o quanto for preciso para competir com os importados. Além dos vinhos Castell Chom- Angelo Salton: margens reduzidas para garantir maiores volumes de venda e expectativa de faturamento 12% maior neste ano bert, a empresa também vai colocar no mercado seu primeiro vinho frisante, o Lunae. A expectativa do executivo é vender 1 milhão de garrafas dos novos produtos em dois anos. O negócio de vinhos tem crescido dentro da Sal- Pernod Ricard quer impulsionar vendas no País Além de fabricar Almadén no Brasil, a francesa Pernod Ricard atua no País com diversas marcas de vinhos importados. De acordo com Patrícia Cardoso, coordenadora da área de vinhos da empresa, a bebida representou 16% do faturamento de R$ 650 milhões do grupo no País no último ano fiscal, encerrado em julho de 2007. Do total faturado com os vinhos, 40% resulta da venda de Almadém e 60% da importação. A expectativa é que a divisão cresça 5% no País este ano com os importados. Como se trata de uma categoria ainda com forte sazonalidade, as vendas crescem até 50% no inverno, a empresa preparou ações para divulgar os vinhos e ampliar o consumo nessa época do ano. A Pernod Ricard gastará aproximadamente R$ 500 mil no projeto Wine Experience que de hoje até o próximo dia 23 de agosto será realizado em 20 lojas de redes de supermercados e delicatessem, em vários estados do País, para impulsionar vendas de três de seus rótulos: Graffigna (Argentina), Jacob́s Creek (Austrália) e Marques de Arienzo (Espanha). O projeto inclui degustação, cenários especiais, descontos e ainda brindes. A expectativa é ampliar em 20% as vendas desses vinhos durante a temporada de maior consumo. De acordo com Patrícia, a empresa também planeja trazer novos rótulos ao Brasil nos próximos anos. W.G.F. ton nos últimos anos, mesmo com a invasão dos estrangeiros. Em 2007, a empresa comercializou 300 mil caixas de seis garrafas de vinhos finos. Para este ano a expectativa é chegar a 450 mil caixas, 2,7 milhões de garrafas. De janeiro a maio de 2007 foram 54,6 mil caixas. No mesmo período deste ano já chegou a 76,4 mil caixas. “Nosso negócio de vinhos finos tem crescido quase 50% a cada ano.” Além de baixar os preços, o executivo também pretende ampliar a distribuição dos vinhos no Brasil. Atualmente, os produtos da Salton chegam a 3 mil pontosde-venda do atacado e 2 mil em restaurantes. “Queremos pelo menos mais mil restaurantes.” A empresa fechou 2007 com faturamento de R$ 185 milhões. A meta para este ano é crescer 12%. Cerca de 35% da receita ainda resulta das vendas do conhaque Presidente, que possui 27% do mercado nacional — que movimenta 70 milhões de litros por ano. “Mas esse IMPORTADOS EM ALTA Participação de vinhos finos nacionais e importados no mercado nacional (em %) 80 70 73,4 66,6 Nacionais 60 50 40 30 33,4 Importados 26,6 20 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 Fontes: Secretaria da Agricultura e Abastecimento e Decex/MDIC mercado está estagnado. Cresce 2% ao ano.” Ainda hoje, a sede da empresa, na zona norte de São Paulo, é onde são produzidas as garrafas do conhaque Presidente. Os vinhos e os espumantes ficam com 30% do faturamento cada e o suco de uva é responsável por 5%. O executivo contou que entre os planos de longo prazo está o lançamento de uma nova categoria, que seria uma mistura de suco de uva com vinho. QUÍMICA ALIMENTAÇÃO PETROQUÍMICA Carbocloro prevê alta de 15% no faturamento Nestlé triplica produção em fábrica da BA Siresp propõe revisão do preço da nafta LUCIANA COLLET SÃO PAULO JOSÉ PACHECO MAIA FILHO SALVADOR ANNA LÚCIA FRANÇA SÃO PAULO Às vésperas de iniciar a operação da nova linha de produção, que ampliará em 40% a capacidade da empresa, a Carbocloro Indústrias Químicas está otimista quanto ao aumento das vendas. Não é para menos. Com o bom desempenho de setores como o da construção civil, papel e celulose, saneamento básico e alumínio, o consumo de soda cáustica, e de cloro, está em alta em todo o mundo e particularmente no Brasil, que depende do exterior para atender a totalidade de sua demanda. A empresa, associação entre a Unipar (50%) e a Occidental Quemical Corporation (50%) está ampliando a capacidade anual de cloro em 100 mil toneladas, para 335 mil toneladas por ano. Já a produção de soda cáustica terá elevação de 112 mil toneladas de soda-cáustica, para 375 mil toneladas de soda . A ampliação da produção deve entrar em operação em julho. Segundo Mario Cilento, presidente da companhia, não há contratos firmes para a venda do adicional de cloro e soda cáustica que serão produzidos, mas o executivo acredita que não haverá problemas na colocação dos novos volumes no mercado. “O mercado existe”, disse. “A indústria, em especial a que utiliza soda cáustica como insumo, como a de papel e celulose, a de alumínio, está muito aquecida e a demanda tem sido crescentemente atendida por importações.” COMPANHIA ELEVARÁ EM Segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex), mil toneladas entre janeiro e a capacidade maio deste de produção ano, as compras internacionais de soda cáustica atingiram 762,17 mil toneladas, volume 32,42% superior em relação aos 575,56 mil toneladas de igual período ao do ano passado. Em 2007, o crescimento das importações foi de 23,8% ante 2006, para 1,56 milhão de toneladas. A companhia espera um aumento de 15% no faturamento deste ano, em relação aos R$ 772 milhões registrados no ano passado, quando houve uma leve redução, de 1,78% em relação aos R$786 milhões de 2006. A queda, segundo a empresa, foi resultado da defasagem cambial. No entanto, foi um movimento destoante em relação ao mercado brasileiro, já que segundo estimativas da Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor), da qual Cilento foi presidente até o mês passado, a indústria de cloro faturou cerca de US$ 1,3 bilhão em 2007, alta de 18% ante 2006, quando o faturamento foi de US$ 1,1 bilhão. O aumento do faturamento tem como base não apenas a elevação das vendas em decorrência da expansão como também o aumento dos preços da soda cáustica e do cloro. Com base nos dados da Secex — em que se observa alta de 66,9% das importações, em valores, que passou para US$ 124,1 milhões neste ano — o preço médio da soda cáustica teve aumento médio de 26%, entre as duas categorias de produtos: soda cáustica sólida e soda cáustica em solução aquosa. Para o cloro, Cilento estima elevação dos preços este ano, de até 30%, dependendo da reação do mercado internacional. ções de venda realizadas em bolsa de valores, tinha como objetivo apenas giro de carteira e faz parte da política de reciclagem da empresa de participações. ra depois que a Vale negou que estivesse em negociações com bancos sobre recursos para uma aquisição. As ações caíram 2,4% e fecharam a 3,435 libras esterlinas. Desde o início do ano, os papéis subiram 12% , impulsionando o valor de mercado para 45,4 bilhões de libras esterlinas (US$ 89,7 bilhões). 100 REGISTRO BNDESPAR NA CSN A BNDESPAR alienou ações que representam 1,8% do capital da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Com isso, a participação acionária da companhia no capital social da siderúrgica passou a ser de 4,6%. De acordo com a BNDSPAR, a transação, efetivada através de opera- PÁG. 5 CMYK AÇÕES DA ANGLO CAEM As ações da Anglo American caíram no pregão de Londres na sexta-fei- O presidente da Nestlé Brasil, Ivan Zurita, anunciou na última sexta-feira que investirá cerca de R$ 50 milhões em novas linhas de produção — que abrangem cereais, matinais, lácteos, bebidas achocolatadas e iogurtes —, na fábrica de Feira de Santana. Com os novos produtos, que se agregam ao atual processamento de massas instantâneas, cereais e café solúvel, a capacidade produtiva da fábrica será triplicada. Passa de 40 mil para 120 mil toneladas por ano. A produção de lácteos e iogurte em Feira de Santana vai exigir o aumento de 25% na captação de leite, passando de 80 milhões de litros para 100 milhões no ano que vem. Com os novos investimentos, o total de aplicações na unidade baiana, inaugurada há um ano e quatro meses, chega a R$ 120 milhões. O executivo não descarta futuras ampliações. Área não faltará. Além de incentivos fiscais, na negociação com o governo, foram cedidos cerca de 200 mil metros quadrados. Segundo Zurita, Feira de Santana situa-se em um importante pólo industrial da região e está estrategicamente localizada, o que contribui para reduzir custos — sobretudo logísticos — e fazer com que os produtos Nestlé tenham preços mais competitivos e acessíveis à população da região. A estratégia atende a necessidade de aumentar a competitividade dos negócios e evitar o repasse do aumento dos preços das commodities ao consumidor final. “Estamos buscando eficiência para manter e não majorar preços”, afirmou. Até o final desta semana a Petrobras deve receber a proposta das petroquímicas para um novo cálculo do preço da nafta. O documento, com o estudo completo para a precificação considerada mais indicada para o Brasil pelas petroquímicas, está sendo finalizado nos próximos dias, segundo Vítor Mallmann, presidente do Sindicato da Indústria de Resinas Plásticas (Siresp) e da Quattor (empresa recém-formada pela associação da Unipar com a Petrobras). “Devemos concluir esta semana a proposta para apresentá-la à Petrobras e dar início às negociações”, afirma. De acordo com Mallmann, o cálculo do preço da nafta hoje se baseia no mercado europeu, onde a referência é o petróleo Brent, no contrato futuro para 30 ou 60 dias, mais um spread e os ajustes logísticos. O que as petroquímicas pedem, basicamente, é a redução proporcional ao petróleo bruto que o Brasil exporta, cuja a diferença chega a US$ 16 por barril, em média, nos últimos 18 meses. Segundo Mallmann há um consenso no setor de que a evolução dos preços do petróleo no mercado internacional, aliada às expectativas criadas pelas notícias de descobertas de novas jazidas pela Petrobras, levam a acreditar que este seja um bom momento para se estabelecer uma nova fórmula de preços para a nafta. “Com a mudança do cenário, a forma de fazer o cálculo deve ser alterada”, diz. A redução do preço da nafta é fundamental para a indústria, uma vez que o insumo é essencial na VÍTOR MALLMANN presidente do Siresp produção de resinas plásticas, mercado muito promissor no qual há segmentos como o de polipropileno, por exemplo, que cresce o dobro das taxas de alta do PIB. Mais resinas A produção brasileira de resinas voltou a subir em maio, totalizando 356,6 mil toneladas, depois da queda de 12,8% registrada em abril. O volume maior, 8% acima do registrado no mês anterior, ocorreu em função da retomada da operação da central petroquímica da Braskem localizada em Triunfo, no Rio Grande do Sul, que havia realizado parada de manutenção em abril. De janeiro a maio, a produção, de 1,8 milhão de toneladas, caiu 6,7% em relação a igual período de 2007, segundo a Abiquim. As importações somaram 85,3 mil toneladas no mês, recuando 6,6% em relação a abril, e as vendas externas, que chegaram a 50 mil toneladas, declinaram 9,5%. No ano, as importações somaram 435,8 mil toneladas, com alta de 58% ante igual período de 2007. O consumo aparente de resinas (soma da produção com importações, menos as exportações) cresceu 12,6% de janeiro a maio, chegando a 1,9 milhão de toneladas. C6 | Segunda-feira, 23 de junho de 2008 | GAZETA MERCANTIL AGRONEGÓCIO Para os gringos, a cachaça brasileira é sinônimo de caipirinha DIVULGAÇÃO PECUÁRIA Ciclo de alta de preços para o boi gordo pode durar até 2011 Custo elevado diminui capacidade de investimento na reposição de plantel NEILA BALDI SÃO PAULO Com a arroba do boi sinalizando R$ 100 no mercado futuro e batendo os R$ 95 no físico em São Paulo, o que corresponde a uma valorização de 55% desde o começo do ciclo de alta dos preços em meados de 2006, analistas acreditam que os valores médios do animal continuem elevados até 2011. Anteriormente, acreditava-se que acabaria no ano que vem — mas os custos de produção também elevados, podem retardar esta mudança. Apesar de algumas discordâncias em relação ao período, o certo, de acordo com especialistas, é que a oferta só será regularizada por esta data. O analista da Scot Consultoria, Fabiano Tito Rosa, diz que os ciclos não têm duração definida, variando de seis a 10 anos o período todo — incluindo a fase de baixa e de alta. Considerando esse período, a atual fase iria até 2009 ou 2011. “Eu acredito que seja longo porque o abate de matrizes foi muito intenso e, no mesmo período, houve expansão da capacidade industrial”, afirma. De acordo com ele, no ciclo de baixa — entre 2001 e 2006 — o abate de fêmeas aumentou 169%, enquanto o de machos, 39%. Rosa acrescenta que, naqueles cinco anos, em alguns estados, o abate de fêmeas superou o de machos, como no Rio Grande do Sul, Tocantins e Rondônia. Teoricamente, pelos dados da Scot Consultoria, o período de alta pode ser maior que o estimado anteriormente, até 2009. Isto porque, na comparação com os ciclos anteriores, desde 1970, houve valorização de até 145% na época do preço em alta. Até o momento são 55% e, no anterior, foram 34%. Mas Rosa diz que naquela época havia forte inflação. “Por isso eu não acredito em uma valorização tão alta, mas será superior ao passado”, avalia. Ele acrescenta também que há um limite de repasse de preços aos consumidores. O diretor da AgraFNP, José Vicente Ferraz, diz que é difícil prever quando o ciclo vai acabar. “O principal fator para o fim do ciclo é o produtor voltar a investir e reter matrizes”, afirma. Segundo ele, atualmente é complicado avaliar, pois aliada à alta na cotação do boi gordo houve também Produto caro vende mais NEILA BALDI SÃO PAULO Os preços mais altos do boi estão impulsionando as vendas da Merial Saúde Animal de produtos de maior valor agregado. Alguns estão com procura 20% maior mês a mês. Os chamados produtos diferenciados vão representar, em 2008, 20% do faturamento da empresa entre os ruminantes. “Os pecuaristas estão buscando os produtos em que o ganho de peso é maior. Diferentemente do ciclo de baixa, quando a compra se faz pelo preço”, afirma Amauri Cavalheiro, diretor da Unidade de Negócios Ruminantes da Merial. Segundo ele, exatamente por causa do aumento das vendas de produtos mais caros é que a empresa conseguiu, no ano passado, crescer acima da taxa de mercado: 7% ante a 3,8%. “Até 2011 esperamos continuar neste ritmo”, diz. Isso porque, segundo ele, a tendência é que o ciclo de alta de preço do boi mantenha-se até lá (ver texto acima). O bom momento da pecuária de leite também está provocando o mesmo fenômeno neste segmento. “Além do preço mais alto, há uma pressão da indústria por qualidade e por redução dos resíduos”, afirma. Ele diz que, por isso, a empresa deve lançar, até 2009,um “endoctocida limpo” (sem resíduos). Este ano, a empresa lançou, por exemplo, a vacina de febre aftosa limpa — que não dá falso positivo em testes. E, espera que, por conta disso, aumente sua participação neste mercado — que em 2007 foi de 20%. Em dois a três anos, a empresa deve lançar também um ectoparasita sem resíduo. aumento nos custos de produção, diminuindo a rentabilidade. “Há uma discussão se o produtor chegou a este ponto ou não, há quem diga que ele ainda está se capitalizando, pagando dívidas”, diz. Segundo ele, se isto estiver ocorrendo, “teoricamente” o pecuarista não estaria ainda reinvestindo. Apesar desta incógnita, Ferraz avalia que já existe retenção de matrizes, uma vez que os abates, no ano passado já foram inferiores a 2006. De acordo com dados da Scot, o volume caiu 9% em 2007. O diretor da AgraFNP acredita que os preços continuem altos até pelo menos 2010. Custos “A forte alta do custo de produção faz com que a retomada dos investimentos sejam mais lentos”, afirma Rosa. Por isso, ele acredita que a retração das matri- zes será de forma mais lenta e, assim, o ciclo mais longo. Em 2006, as fêmeas representaram 44% dos abates e, no ano seguinte, 40% — indicando queda no descarte das vacas. O abate de fêmeas foi 16,6% menor que o registrado em 2006 e o de machos, 3,16%. Segundo dados da Scot Consultoria, entre junho de 2006 e maio de 2008, portanto, período de alta de preços do boi gordo, os custos de produção subiram em média, 59% para a pecuária de alta tecnologia e 15% para a pecuária de baixa tecnologia. No mesmo período, o boi gordo em São Paulo, valorizou-se 62%, enquanto o bezerro, 68%. Rosa diz ainda que algumas vezes, o ciclo é afetado por outros motivos e cita o caso da febre aftosa, em 2005 — ocasião em que se sinalizava uma alta dos preços e houve reversão por causa da doença. “Se eu soubesse até quando vai este ciclo, ganhava muito dinheiro”, diz o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Pessoa. Ele acredita que, pelo descarte de matrizes, seja necessário pelo menos mais um ano para o repovoamento do plantel. O analista Paulo Molinari, da Safras & Mercado, diz que o ciclo de baixa oferta vai até 2011, mas de preço alto deve ir, somente, até o ano que vem. “Já estamos na fase do repique, onde a alta é maior”, afirma. Segundo ele, o que pode acontecer, entre 2009 e 2011, é o preço da arroba do boi encontrar um novo patamar e não mais subir, pois há o problema da demanda mundial maior que a oferta. Cotação dispara nos EUA BLOOMBERG NEWS CHICAGO (EUA) O boi gordo subiu para sua cotação mais elevada desde pelo menos 1986 nos Estados Unidos, num momento em que os preços da carne bovina disparam naquele país e os altos custos com milho prolongam os prejuízos das fazendas de engorda, estimulando alguns pecuaristas a reduzir seus rebanhos. O contrato futuro de boi gordo para entrega em agosto, subiu 1,4% para US$ 1,0485 a libra-peso na Bolsa Mercantil de Chicago, depois de chegar a alcançar US$ 1,0615, a cotação mais elevada para o contrato mais negociado desde pelo menos abril de 1986. “Quando os preços dos grãos estão tão altos, o gado deveria ficar fora, no pasto”, disse Mark Schultz, vice-presidente da Nor- thstar Commodity Investments LLC, de Minneapolis, no Estado norte-americano de Minnesota.Segundo ele, os pecuaristas vão tentar mantê-lo por mais tempo no pasto, para reduzir o volume de milho em sua alimentação. O preço do gado subiu 19% desde o final de março, com a disparada do milho para uma cotação recorde. A redução, pelas fazendas de engorda, do tamanho de seus rebanhos, é para diminuir as perdas. Os contratos futuros de milho negociados na Bolsa de Mercados Futuros de Chicago subiram 86% em 12 meses. As fazendas compram animais de 1 ano, de 500 a 800 libras-peso, e os engordam com milho por cerca de quatro a seis meses, até eles pesarem cerca de 1.200 libras-peso (544 quilos), quando são vendidos para os abatedouros. Lavouras de soja chegaram a render 103,2 sacas por hectare BIOTECNOLOGIA Campeões da soja têm colheita dobrada NORBERTO STAVISKI CURITIBA A Cooperativa Central de Pesquisa Agrícola (Coodetec), com sede em Cascavel (PR) divulgou os resultados do seu Concurso de Produtividade que reuniu a elite da sojicultura brasileira. Os resultados demonstram que, apesar da produtividade brasileira ser considerada boa e equivalente à de grandes produtores internacionais, ela ainda está muito longe de ter sido esgotada. Os dois vencedores, que testaram a campo o desempenho das novas cultivares CD 225RR e CD226RR, lançadas na safra 20072008, conseguiram mais do que o dobro da média nacional de produção de soja na última safra. O concurso contou com a participação de 326 produtores do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Mato Grosso do Sul, sendo que cada produtor concorreu com área mínima de um hectare de sua propriedade, auditada pela assistência técnica e com fiscalização recíproca, dos próprios concorrentes. Os resultados finais apontaram Antônio Cláudio Felix Cavalheiro, de Caçapava do Sul (RS) como o campeão da cultivar CD 226RR. Ele colheu 103,2 sacas por hectare — equivalente a 249,8 sacas por alqueire. O campeão da cultivar CD 225RR foi o catarinense de Campos Novos, Sady Dutra, que alcançou 88,9 sacas por hectare — 215,2 sacas por alqueire. Para se ter uma idéia, produtividade média da soja no Brasil, segundo a Conab, alcançou na última safra, 46,9 sacas por hectare, ou 113,6 sacas por alqueire. Segundo o presidente da central de pesquisa, Irineo da Costa Rodrigues, a cultura da soja no Brasil ainda tem um longo caminho até esgotar todo o potencial genético das cultivares. Marcelo Cavalheiro, que representou o pai, Antônio, na premia- ção, informou que plantaram a CD 226RR dia 3 de novembro do ano passado, com dez quilos de sementes e aplicaram 300 quilos de adubo (2-28-20) na base e outros 200 quilos por hectare, em cobertura. Nada de diferente, portanto, além da forte adubação e dos tratos culturais de costume. “Era terra fértil, de baixada e o tempo correu bem, com chuva na hora certa”, resumiu. Já o catarinense Juvenil Dutra, que representou o pai Sady, plantou a CC225RR no dia 26 de outubro. Também não economizou em adubo, aplicando 400 quilos por hectare (0-20-20), mais 100 quilos de cloreto de potássio. Chuvas pesadas, logo após o plantio, segundo ele, atrapalharam a germinação. Mesmo assim, os resultados superaram suas expectativas, rendendo-lhe o título. Segundo a Coodetec, as cultivares CD 225RR e CD226RR, aliam os benefícios da transgenia e de elevados níveis de produtividade à precocidade, fator de vital importância para quem pretende na seqüência da leguminosa, plantar a segunda safra ou chamada safrinha de milho. Seu plantio é recomendado nas regiões Sul do Mato Grosso do Sul, Oeste e Sul de São Paulo e em todas as regiões dos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Indicadas para solos de alta fertilidade, moderadamente tolerantes à acidez do solo, são cultivares que aliam potencial genético excepcional, mas exigem a contrapartida do agricultor, que deve seguir à risca a recomendação técnica, especialmente quanto à época de semeadura, fertilidade do solo, densidade de plantio e tratos culturais, segundo o diretor-executivo da Coodetec, Ivo Marcos Carraro. A Coodetec é formada por 36 cooperativas, de seis estados brasileiros, às quais estão associados 175 mil agricultores. LEONARDO SOARES/GAZETA MERCANTIL CANA-DE-AÇÚCAR Cachaça quer dividir a mesa com os melhores destilados FABIANA BATISTA SÃO PAULO As más línguas dizem que cada brasileiro bebe 11 litros de cachaça por ano. São 2 bilhões de litros da “marvada”. É quase 12% do que esse mesmo brasileiro usa de álcool combustível no carro. Para o Instituto Brasileiro da Cachaça (Ibrac), o número oficial é de 1 bilhão de litros. Mas sabe-se que há muita informalidade. São 40 mil produtores no País e apenas 4 mil marcas registradas. Nos bastidores, sabe-se que destilado da cana entra no mercado com vários disfarces, entre eles, os de alguns runs e vodkas. No final das contas, o que o brasileiro mais bebe é cachaça. No meio de tanta informalidade, o setor tenta, há alguns anos, ganhar reconhecimento nos mercados interno e externo. A cachaça brasileira, que para os gringos, é praticamente sinônimo de capirinha, quer também se sentar à mesa com os melhores uísques e vodkas e ser degustada. Esse é o mundo das cachaças premium, das garrafas cujos preços chegam a R$ 300. Aos 56 anos, Vicente Bastos Ribeiro, integra esse grupo. Ele con- PÁG. 6 CMYK fessa que já teve romances com tequilas, paixões por runs e que gosta muitíssimo de vinhos. Mas que seu coração, é da cachaça. “Foi um amor construído dentro de mim”, suspira. O jovem senhor se dedicase há 18 anos ao preparo da bebida, parte desse tempo junto do pai, Vicente Bello Ribeiro, criador da cachaça Nega Fulô, marca desde 1997 pertencente à multinacional Diageo, uma das maiores empresas de bebidas do mundo. Mestre cachaceiro, como é chamado os que preparam e degustam cachaça, Vicente é um homem dos números, economista, ex-professor da PUC e ex-funcionário da Organização das Nações Unidas (ONU). A profissão o levou por seis anos para longe da fazenda da família Soledade, em Nova Friburgo (RJ). Foi para Nova York e Genebra. A distância, no entanto, lhe aguçou ainda mais curiosidade por aromas e sabores. Desenvolveu seu olfato e paladar em vinícolas e alambiques do Mundo Velho, habilidade que o trouxe de volta à Soledade, em 1990, com a missão de tornar a cachaça brasileira um dos melhores destilados do mundo. A dura rotina do mestre inclui beber cachaça três vezes ao dia, por três dias na semana. “Tomo uma dose por volta das 7 da manhã, outra antes do almoço e outra no final da tarde”, confessa. Jura que são ossos do ofício. “É importante a ingestão da bebida para avaliação dos lotes e para garantir uma cachaça equilibrada”, justifica-se acrescentando que tem um motorista sempre à sua disposição. Com traquejo raro para harmonizar cachaça com comidas, cafés e sobremesas, o mestre tem uma ambição, semeada por um conhecido, que avalia bebidas somente com o olfato. “Minha meta daqui a cinco anos é parar de beber e só cheirar”, brinca o especialista que aperfeiçoou sua habilidade em cursos de Análise Sensorial, um deles no Instituto de Engenharia de Alimentos da Universidade de Campinas. Ele ensina como reconhecer uma boa cachaça, antes mesmo de ela ser preparada. “Você precisa entrar numa sala de fermentação do caldo de cana e sentir cheiro de frutas”. Depois de pronta, continua Vicente, você tem que colocá-la em um copo transparente e ver um lí- Apaixonado por cachaça, Vicente cheira damasco na bebida envelhecida em tonéis de jequitibá quido límpido e brilhante, para então ao levá-la ao nariz. O cheiro tem de ser aromático. “E no paladar, macia”. Vicente sente mais de duas, três notas (aromas) em uma só cachaça. “Na jequitibá, por exemplo, eu sinto de três a quatro notas, dependendo de como está a minha sensibilidade olfativa no dia. O damasco é o dominante. Mas também estão presentes castanha de caju, terra e tabaco”. A jequitibá, a qual Vicente se re- fere, é a cachaça Nega Fulô envelhecida em tonéis dessa madeira. Assim como a Nega Fulô Pau Brasil, a Jequitibá foi lançada no início do ano passado pela Diageo. Eduardo Blohm Bendzius, diretor de Marketing da empresa, diz que, por enquanto, o foco é o mercado interno, onde a Diageo pretende dobrar vendas. “As ações de marketing são voltadas para a classe A”, diz o executivo, que não divulga valores relativos a investimento, fa- turamento. Bendzius estima que o mercado de cachaça premium é de 6% a 7% do consumo total. “Se tivermos 1% desse mercado, estamos satisfeitos”, afirma o executivo que não abre vendas da família de cachaças Nega Fulô. Apesar de mais 90% da cachaça produzida no País ser de coluna (fermentação acelerada), Cesar Rosa, presidente do Ibrac, acredita que o segmento de premium é que tem maior potencial para crescer. GAZETA MERCANTIL | Segunda-feira, 23 de junho de 2008 | C7 AGRONEGÓCIO Objetivo é criar instrumento para que etanol seja negociado como commodity MERCADO SUCROALCOOLEIRO Açúcar tem nova alta puxada pelo petróleo EUA, Brasil e UE aceleram especificação única para etanol FABIANA BATISTA SÃO PAULO O movimento do petróleo puxou na sexta-feira fortemente as cotações do açúcar na ICE Futures, antiga Bolsa de Nova York (Nybot). O contrato de outubro encerrou o último dia da semana cotado em 13,08 centavos de dólar por libra-peso, alta de 2,9% no dia. Na semana, a commodity acumula valorização de 9,6%. Carlos Costa, consultor de gerenciamento de risco da FCStone, diz que também pode ter contribuído para a alta do açúcar algumas compras especulativas. Neste momento, os fundamentos do açúcar (oferta e demanda) estão refletindo nos spreads (diferença) entre os contratos. “A diferença entre os valores dos contratos de outubro e março ficou em 118 pontos ontem, número que, nos últimos 15 anos, é de, em média, 70 pontos para essa época do ano”, explica Costa. Notícias sobre perspectiva de boas condições climáticas para replantio com soja nas áreas prejudicadas do milho fizeram as cotações de soja caírem pelo terceiro dia consecutivo na Bolsa de Chicago (CBOT). O contrato agosto encerrou o pregão de sexta-feira em US$ 15,35 o bushel, recuo de 0,83% no dia e de 1,5% na semana. Os papéis de miho com vencimento em setembro fecharam em US$ 8,8425 o bushel, queda de 1,61% no dia e, de 1,14% na semana. O milho teve sua segunda queda consecutiva e fechou o pregão de sexta-feira cotado em US$ 7,2125 em Chicago, recuo de 0,89% no dia e de 1,43% na semana. SAFRA 2008/09 CNA pede R$ 100 bi para crédito agrícola FABIANA BATISTA SÃO PAULO A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) recebeu com frustração o anúncio antecipado do Plano Agrícola e Pecuário da safra 2008/09. De acordo com Carlos Sperotto, presidente da Comissão Nacional de Crédito Rural da Confederação da Agricultura e Pecuária da entidade, o pedido enviado ao governo apresentava a necessidade de recursos da ordem de R$ 100 milhões para o próximo ciclo. O governo informou que vai aumentar em 12% o crédito oficial aos produtores rurais, saindo dos R$ 58 bilhões da safra 2007/08 para R$ 65 milhões neste ciclo. PÁG. 7 CMYK “Só se for em duas parcelas de R$ 65”, ironiza Sperotto. “Como o governo não divulgou oficialmente, espero que na data oficial ele contemple o campo com o dobro disso. Com os nossos atuais custos de produção, não cabe um anúncio como esse”, indigna-se. Para a Sociedade Rural Brasileira (SRB) o governo acertou ao incentivar o aumento da produção rural como um dos instrumentos para combater a inflação. “É com recursos para a agricultura que o Brasil aumentará sua produção para atender o mercado interno e aumentar suas exportações”, diz o presidente da entidade Cesário Ramalho da Silva. A meta é definir padrões até o final deste ano, quatro anos antes do previsto BLOOMBERG NEWS SÃO PAULO Estados Unidos, Brasil e União Européia (UE) estão acelerando medidas para criar padrões mundiais para o etanol e para tornar o combustível alternativo uma commodity negociada internacionalmente. “Isso ampliará seu uso”, diz Gregory Manuel, do Departamento de Estado dos Estados Unidos. Os métodos de estandardização — análise das propriedades do etanol, como teor de água e de energia, — devem ser finalizados até dezembro, quatro anos antes do programado, disse Manuel. Em seguida o grupo começará a fixar os padrões referentes a esses teores. “Estados Unidos, Brasil e UE concordaram em agilizar o processo”, disse Manuel, assessor especial da secretária de Estado, Condoleezza Rice, em entrevista concedida na quinta-feira, em São Paulo. “O que alcançamos até agora poderia ter levado vários anos, e fizemos em vários meses”. Os padrões vão permitir que compradores e vendedores do mundo inteiro negociem etanol nos moldes das transações de gasolina, petróleo, cobre, açúcar e outras commodities, impulsionando o emprego do combustível, disse Manuel. Atualmente, um comprador da Suécia tem de mandar engenheiros para as usinas do Brasil para testar o combustível, antes de comprá-lo para revendê-lo aos motoristas dos Saabs e Volvos flex do país escandinavo, disse ele. “Poderemos vislumEUA VÃO CONSUMIR brar um mundo em que começaremos realmente a bilhões de substituir a galões de gasolina por etanol até 2022 etanol”, disse Manuel. Os padrões a serem fixados também vão contribuir para os esforços realizados pelos Estados Unidos de aumentar a porcentagem de etanol empregada nos motores movidos a gasolina comum, disse Douglas Faulkner, vice-subsecretário de desenvolvimento rural do Departamento de Agricultura (USDA). O Departamento de Proteção Ambiental (EPA, pelas iniciais em inglês) está estudando os efeitos de aumentar o atual limite de 10% para a mistura do etanol na gasolina vendida nos Estados Unidos. O esforço para fixar padrões mundiais para o etanol envolve cerca de 600 laboratórios nos Estados Unidos, Brasil e Europa, bem como funcionários dos respectivos governos, fabricantes de etanol e fabricantes de motores veiculares. Segundo Manoel, depois de aprovar os padrões, cada governo terá de codificá-los nas regulamentações. Existem 147 destilarias de etanol nos Estados Unidos, o maior produtor, consumidor e importador do combustível, segundo a Associação de Combustíveis Renováveis de Washington. As usinas, que empregam principalmente o milho, têm capacidade para produzir mais de 8,5 bilhões de galões (32,2 bilhões de litros) do combustível ao ano. Outras 55 unidades de produção estão sendo construídas e seis vêm sendo ampliadas, para incorporar 5 bilhões de galões de capacidade. As remessas de etanol do Brasil, o maior exportador mundial, deverão crescer para até 4,5 bi- rantes brasileiros. Só no ano passado foram compradas 170 toneladas de carne bovina nos restaurantes da rede no Brasil. da Fazenda Santa Elisa” e de tecnologias desenvolvidas pelo IAC. 36 lhões de litros este ano, comparativamente aos 3,2 bilhões de 2007, impulsionadas pela demanda de parte dos Estados Unidos e Europa, disse Marcos Jank, presidente da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica), no mês passado. O Brasil é o segundo maior produtor e consumidor mundial do combustível. A UE importou um volume recorde de 1 bilhão de litros de etanol em 2007, quase todo do Brasil, disse a Associação Européia de bioetanol a 7 de abril. O presidente dos EUA, George W. Bush, fixou a meta de aumentar a utilização de combustíveis renováveis nos EUA para 36 bilhões de galões até 2022, a partir dos 9 bilhões de galões definidos para este ano. Álcool mercado interno A forte demanda no mercado externo pelo álcool brasileiro, causou internamente uma elevação dos preços, mesmo em plena safra. O álcool hidratado subiu 5,99% na semana, fechando em R$ R$ 0,6773 o litro na usina, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP). O preço do anidro subiu 0,43%. REGISTRO PRÊMIO AO MARFRIG O Outback Steakhouse elegeu o Grupo Marfrig como um dos melhores fornecedores internacionais da rede. A escolha aconteceu na convenção anual da empresa realizada em Orlando, na Flórida. O frigorífico é parceiro do Outback há nove anos e responsável pelo fornecimento de cortes especiais para os restau- ANIVERSÁRIO DO IAC As comemorações do aniversário de 121 anos do Instituto Agronômico (IAC) hoje e seguem até sexta, data da fundação. Haverá duas exposições: de fotos “Aves VETADA CASTANHA A unidade do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) no Porto de Pecém, em Fortaleza (CE), vetou 18 contêineres com castanha de caju da Nigéria e da Costa do Marfim. Além de terra, a mercadoria continha pra- gas de armazenagem, apesar dos certificados emitidos pelos dois países atestarem que o carregamento passou por fumigação (processo pelo qual a mercadoria passa por uma câmara de gás para eliminar eventuais insetos e pragas). As importações podem ser suspensas caso as medidas fitossanitárias não sejam corretamente adotadas pelos dois países. C8 | Segunda-feira, 23 de junho de 2008 | GAZETA MERCANTIL ADMINISTRAÇÃO & SERVIÇOS Empresário ficou seqüestrado durante 14 dias na década de 1990 MEMÓRIA Girsz Aronson, o alegre rei do varejo, se foi Empresário ficou conhecido como “O inimigo número 1 dos preços altos” REDAÇÃO O empresário Girsz Aronson foi sepultado na sexta-feira, no Cemitério Israelita do Butantã, em São Paulo. Aronson estava com 91 anos. Morreu de câncer linfático no hospital Sírio-Libanês, na quinta-feira. Imigrante russo, alegre e comunicativo, foi uma grande fonte de informação do varejo para jornalistas que co- briam economia para os grandes veículos de comunicação, durante três décadas: 1970, 1980 e 1990. O comerciante era uma espécie de “termômetro de vendas” do varejo, sempre para o lado bom. Em suas avaliações, o varejo nunca tinha problemas. Tratava os carinhosamente os repórteres de “seu menino”, os homens, e “minha filha”, as mulheres: “As coisas vão muito bem, nunca vendi tanto”, costuma repetir, quando indagado a respeito do nível de atividade de seu setor. Mas, quando o varejo tinha problemas, por causa dos diversos planos econômicos, o empresário sempre amenizava, com as vendas caindo um pouquinho. Aronson abriu sua primeira loja, especializada na venda de casacos de pele e bolsas de couro de crocodilo, em 1945. Sete anos depois, partiu para o ramo de artigos infantis, com a loja Gurilândia. Seu interesse pelo setor de eletrodomésticos começou em 1962. Uma loja ao lado da sua fechou e o gerente pediu que ele ficasse com o negócio. Enquanto pensava no que faria com o novo ponto, Aronson leu nos jornais da época vários anúncios de fogões e geladeiras. E tomou a decisão de vender eletrodomésticos. Nascia GIRSZ ARONSON Empresário assim a G. Aronson, que propagou o slogan “A inimiga número 1 dos preços altos”. Chegou a ter uma rede de 43 lojas, todas em São Paulo, quando os concorrentes ainda não eram tão gigantes, como Casas Bahia, Ponto Frio e Magazine Luiza. Isso sem falar nas principais cadeias varejistas de supermercados Carrefour, Wal-Mart e Pão de Açúcar, que passaram a vender eletrodomésticos, competindo com as redes especializadas. “Eles vendem com prejuízo para atrair freguesia para outros itens das lojas”, afirmou o empresário em 1998, quando pediu sua segunda concordata — a primeira foi em 1991. Os bancos também não foram poupados. Aronson os criticava por não o terem socorrido no momento em que mais precisou: “Os juros deles são escor- MOSTRE PARA TODO MUNDO O QUE SUA EMPRESA FAZ POR TODO MUNDO. O prêmio que reconhece as iniciativas que mais se destacaram no País em conciliar as atividades produtivas com a preservação do meio ambiente e comunidades. Inscreva-se. De cara você já está ganhando um mundo melhor. INFORMAÇÕES E REGULAMENTO NO SITE : www.jb.com.br/premiobrasil2008 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Patrocínio: Apoio: Estruturação Técnica: Realização: Co-realização: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . chantes”. Em 1997, sua rede faturava R$ 250 milhões por ano. Uma das raras exceções de ajuda ao empresário, que também à época não foram tornadas públicas, veio exatamente do concorrente Samuel Klein, dono das Casas Bahia, que se tornou o novo rei da varejo nos anos 1990. Do episódio da concordata, e mais tarde a falência, sobrou uma ponta de dignidade num mundo tão duvidoso em relação à honestidade.Girsz Aronson. Ao vender algumas lojas de shopping, retirou o dinheiro para o pagamento das indenizações de seus quase mil funcionários. E ele se orgulhava muito disso, principalmente depois de ter recomeçado a vida de comerciante aos 85 anos com a pequena rede de quatro lojas GA, aberta em nome das filhas. “Quero morrer fazendo isso, menino”, costumava contar a jornalistas que o procuravam. “Vou fazer o quê? Viajar para o exterior?” É preciso lembrar que, com o avanço das grandes redes de eletrodomésticos e varejistas, a G. Aronson não foi a única a quebrar na década de 1990. Também fecharam as portas ou reduziram seu tamanho a Arapuã, Casa Centro e Casas Pernambucanas, no Rio de Janeiro. Aronson faz parte de um pequeno grupo de comerciantes que atendia pessoalmente clientes, fornecedores e jornalistas. Algumas das tiradas do empresário viraram folclore no mercado. Uma bastante lembrada por aqueles que o conheceram foi o caso da consumidora que, muito brava, foi à loja na Rua Conselheiro Crispiniano, no centro velho da capital paulista onde funcionava a matriz da G. Aronson, para reclamar do atraso da entrega da mercadoria: “Acho que esta loja é uma bagunça e o serviço de entrega, uma porcaria”. A consumidora dirigiu-se a Aronson, que estava debruçado sobre uma lavaroupa na frente da loja, negociando com um fornecedor. — O senhor não é o dono desta espelunca? — perguntou a consumidora. Aronson não perdeu a compostura e saiu-se com esta: — A senhora acha mesmo que, se eu fosse o dono, estaria aqui neste momento? Eu ia estar descansando em Santos — respondeu, referindo-se à cidade paulista que, antigamente, era empregada como sinônimo de férias no litoral. Aronson era assim, rápido no gatilho. E nunca perdia a paciência. Nem mesmo num dos piores episódios de sua vida, quando foi seqüestrado, aos 81 anos, em 1998. A família pagou o resgate de R$ 117 mil. Ele lembrou que, no dia do seqüestro, foi agarrado e colocaram-lhe um capuz. “Resisti, gritei, pedi socorro. Viajei umas duas horas de carro, abaixado, e fiquei com as costas doendo”, relembrou depois de libertado. Segundo Aronson, à época, quando chegou ao cativeiro, montou uma barraca dentro do quarto. Ficou sedado e sentiu falta da família. Sete horas depois de ter sido solto, Girsz Aronson, de jaqueta esportiva, boné, tênis e calça jeans, foi até o prédio da matriz e reencontrou velhos amigos, foi saudado pelos funcionários e, ali, lembrou todos os momentos que viveu com apreensão e temor. Com hematomas sob os olhos e um curativo encobrindo o nariz, revelou que, nos 14 dias que passou no cativeiro, teve muito medo do escuro, dormiu sob o efeito de sedativos e fez orações pedindo a proteção de Deus. REGISTRO TURISMO FOLCLÓRICO O Ministério do Turismo vai investir R$ 50,6 milhões nas festas juninas do Nordeste, que possuem grande potencial turístico e atraem visitantes de todo o país. A festa de Caruaru (PE) deve receber 2 milhões de visitantes, movimentando R$ 10 milhões e gerando 3 mil postos de trabalho. O São João da Bahia conta com a participação dos 417 municípios baianos, e recebeu investimentos de R$ 2 milhões do MTur. PÁG. 8 CMYK GAZETA MERCANTIL | Segunda-feira, 23 de junho de 2008 | C9 ADMINISTRAÇÃO & SERVIÇOS Rede de fast food pretende abrir 45 lojas no Sul do Brasil DIVULGAÇÃO FRANQUIAS Redes americanas disputam lugar ao sol Crise nos EUA aumenta número de empresas interessadas em ingressar no País REGIANE DE OLIVEIRA E VALÉRIA SERPA LEITE SÃO PAULO Há pouco mais de duas semanas, a Wendy’s, terceira maior rede de restaurantes norte-americana, publicou anúncios em jornais de grande circulação convidando empreendedores, especialmente de Curitiba, a investirem na master franquia (contrato de comercialização exclusivo) da marca na região Sul do Brasil. A rede é exigente: procura um parceiro com capital disponível de R$ 10 milhões para investir na construção de restaurantes no Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Em contrapartida, garante ter um plano agressivo de crescimento para o Brasil, com base em um modelo de negócio bem sucedido em 22 países, com movimento de mais de US$ 8 bilhões. A rede de fast-food não é a única que vem se interessando pelo mercado nacional de franquias. Além de grandes marcas, como McDonald’s, Burger King e Starbucks, empresas ainda desconhecidas no Brasil também querem conquistar seu lugar ao sol, agora no quarto maior mercado do mundo em número de marcas. Nesta edição da ABF Franchising Expo, maior feira de franchising da América Latina, que será realizada entre os dias 25 e 28 de junho, outras oito redes de franquias vão expor seus negócios para os empreendedores brasileiros. Trata-se das redes CKE Restaurants, empresa listada na bolsa de Nova York que opera com duas marcas de restaurantes, Carl’s Jr. e Hardee’s; a rede de sobremesas Cold Stone Creamery; a Signs Now, que atua no segmento de sinalização visual; a Mr. Handyman, franquia de serviços e reparos de manutenção residencial e comercial; a rede de spas urbanos Planet Beach; a agência de profissionais de saúde que prestam serviço a domicílio, Righ at Home; a Crestom, franquia especializada na área de treinamentos profissionais; e a La Salsa Fresh Mexican Grill, rede de restaurantes mexicanos. O objetivo comum dos franqueadores é fugir da crise e forte concorrência do mercado norteamericano. Segundo Jorge Wesby, diretor de desenvolvimento da Wendy’s, seu primeiro estudo identificou o potencial para 45 unidades na região Sul do País, no prazo de seis ou sete anos. A rede já tem experiência em expansão internacional, com restaurantes na América Central, Nicarágua e Venezuela, além de algumas ilhas do Caribe, que somadas as unidades norte-americanas dão um total de 6,5 mil restaurantes. Wesby garante que já recebeu vários contatos de brasileiros interessados no negócio, no entanto, descarta a possibilidade de abrir a primeira unidade ain- da este ano. “Vou ao Brasil em agosto para conversar com os interessados e montar o plano de expansão. O primeiro restaurante só será aberto em 2009.” Já a rede Right at Home quer começar sua expansão internacional pelo Brasil. A franquia de home care aposta no crescimento econômico do País e no envelhecimento da população. Segundo o presidente da rede Allen Hager, a estratégia de expansão é levar o negócio para, inicialmente, quatro países. No Brasil, ele acredita que o potencial é a abertura de 250 unidades, número que ainda deve ser reavaliado tão logo a rede feche acordo com seu master franqueado. O interessado terá que investir na abertura da primeira unidade, cerca de US$ 1 milhão. Outra empresa que quer concorrer no mercado nacional, a Planet Beach, de spas urbanos, aposta no estilo de vida do brasileiro para conquistar investidores. Para David Mesa, vice-presidente de franquias internacionais, há um potencial de abertura de pelo menos 300 unidades no País. Atualmente, a rede conta com 380 spas e 1,9 milhão de associados nos Estados UniO MERCADO NACIONAL TEM dos, Canadá, Irlanda e Austrália. Apesar do mil marcas, a interesse, não maioria é fácil começar brasileiras um negócio na área de franquias no Brasil. No ano passado, durante a última edição da ABF, redes como Aussie Pet Mobile (pet shop móvel), Batteries Plus (especializada em baterias), Builda-Bear (bichos de pelúcia) , HomeWatch International (home care) e Office Cleaning (serviços de limpeza) também tentaram atrair a atenção dos investidores brasileiros, ainda sem sucesso. O índice de nacionalização do mercado brasileiro de franquias é considerado um dos maiores do mundo. Do total de 1,013 mil marcas existentes no País, 89% são nacionais. As estrangeiras querem mudar essa composição, embora tenham mantido nos últimos anos a participação por volta dos 10%. 1,013 Tamanho do mercado O setor de franquias faturou R$ 46 bilhões no ano passado, um crescimento de 15,6% em relação a 2006. Para este ano, a expectativa é chegar a um faturamento de R$ 53 bilhões. Economia em expansão, inflação controlada — apesar das dúvidas levantadas na última semana — e a busca voraz de bancos de investimentos de todo o mundo por novos negócios são algumas das razões que despertam o interesse no mercado nacional. “Mas primordialmente, o que motiva a vinda das redes internacionais é o crescimento do mercado consumidor”, diz o diretor executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), Ricardo Camargo. “Temos visto um aumento da renda da classe C e o crescimento do emprego formal nos últimos tempos.” O crescimento do interesse, pelo menos em conhecer o mercado local, pode ser observado pela participação dos estrangeiros na ABF Franchising Expo. A feira vai receber neste ano 18 delegações internacionais, contra 14 de 2007. A vinda das marcas internacionais é resultado do convênio firmado entre a ABF e da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (APEX-Brasil). São franquias da África do Sul, Argentina, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Espanha, Grécia, Guatemala, México, Peru, Portugal, Austrália, China, França, Itália, Rússia, Uruguai e Venezuela. Espanha e Estados Unidos, que estiveram presentes nas duas últimas edições da feira, este ano, participarão com pavilhões próprios com o objetivo de identificar master franqueado no Brasil. Na avaliação de Camargo, o que ainda pode assustar as marcas internacionais no momento da decisão de entrar ou não em terras brasileiras são fatores como a complexidade dos sistema fiscal do País, a quantidade de impostos e a infra-estrutura. O movimento contrário, de franquias nacionais que estão cruzando as fronteiras do Brasil , também é forte. Depois de prosperarem no País, 52 marcas brasileiras já estão presentes em 39 países diferentes. O movimento, que começou há cerca de cinco anos, está se intensificando. Até o final deste ano, devem ser 60 marcas nacionais com unidades fora do Brasil, segundo projeção da ABF. Marcas que prosperaram Fora do circuito de grandes marcas, empresas como Mail Boxes Etc, do segmento de business center, também estão prosperando no País. A empresa espera abrir, até o final de 2009, de 25 a 30 lojas. A franquia se diz satisfeita com dois aspectos do desenvolvimento da rede no Brasil. Foi a primeira vez, nos 15 anos de operação na América Latina, que fechou contratos com multi-franqueados dentro do primeiro ano do processo de expansão em um novo mercado. Mas nem tudo são flores. Cassiano Ximenes, master franqueada da rede de academias para mulheres Contours, afirma que o mercado nacional tem muitas peculiaridades em relação ao norte-americano e, na maioria das vezes, é necessário tropicalizar o negócio. O empresário teve que negociar a adaptação do circuito de aparelhos, mais voltado para o trabalho da musculatura dos membros superiores. “No Brasil, as mulheres preferem trabalhar os membros inferiores”, afirma. “Eles também eram mais otimistas quanto ao período de lucratividade, que só veio após três anos de trabalho”, afirma. Passado o período de adaptação, a rede que entrou no mercado há quatro anos, conta hoje com 75 unidades e planos de abrir mais 15 neste ano. DIVULGAÇÃO Rede de restaurantes americana busca master franqueado com capital de R$ 10 milhões Investidores processam Wendy’s BLOOMBERG NEWS NOVA YORK A Wendy’s International, terceira maior rede de lanchonetes de hamburgueres dos Estados Unidos, foi processada pelos investidores sob a alegação de que a rede fechou acordo por um preço baixo demais quando aceitou ser adquirida pela Triarc por US$ 2,4 bilhões. A transação, anunciada em 24 de abril, valoriza cada ação da Wendy’s a US$ 26,78, 5,7% acima do preço de fechamento do dia anterior. O preço é “injusto e inadequado”, disseram os acionistas Peter e Dorothea Ravanis na ação a que deram entrada em 13 de junho no tribunal estadual de Nova York. “O acordo não oferece para os acionistas da Wendy’s prêmio suficiente acima do mercado e não reflete o valor justo das ações”, segundo a ação. A Triarc, o presidente da Wendy’s, Kerrii Anderson, e 12 outros diretores da rede são réus junto com a Wendy’s. A rede, com sede em Dublin, Ohio, tem mais de 6.645 lanchonetes, sendo 5.231 delas operados pelo sistema de franquia, segundo seu website. A rede será combinada com as lanchonetes de sanduíches roast-beef Arby’s, da Triarc. Segundo o casal Ravanis, o chairman da Triarc, Nelson Peltz, ofereceu até US$ 41 por ação em julho do ano passado, e os diretores da Wendy’s faltaram com suas obrigações para com os acionistas ao não venderem a rede por esse preço. O casal Ravanis busca status de ação coletiva para o processo em nome de todos os acionistas da Wendy’s. O casal também requisitou ordem judicial para bloquear a conclusão da venda. McDonald’s e Burger King Holdings são as duas maiores redes de hamburgueres dos EUA. Primeira loja de rua da Bon Grillê BON GRILLÊ/DIVULGAÇÃO AMARILIS BERTACHINI SÃO PAULO No final de julho próximo a rede de franquias da área de alimentação Bon Grillê vai inaugurar sua primeira loja de rua como parte de um projeto de expansão. O ponto será aberto na região da Berrini, uma zona da capital paulista com grande concentração de prédios comerciais e sedes de grandes empresas. “A loja é de um franqueado que já tinha duas lojas nossas em shopping centers e acreditou no potencial desse novo segmento“, afirma Nilson Marques Júnior, diretor superintendente da Bon Grillê. Ele estima que deverão entrar cerca de 300 clientes por dia no novo ponto de rua, com um gasto médio de R$ 16,00, enquanto nos restaurantes dos shoppings o ticket médio é de R$ 20,00. A vantagem da loja de rua, segundo ele, será a venda em escala com um custo de fator de ocupação bem menor porque a loja de rua não tem condomínio e o valor do aluguel é mais baixo. Enquanto nos shoppings o custo de ocupação fica entre 15% e 18% do faturamento, nos pontos de rua esse percentual cai para entre 6% e 8%, informa o diretor. O investimento inicial é o mesmo de toda a franquia, entre R$ 200 e 250 mil. Segundo Marques Júnior, o grupo está negociando a abertura de mais duas lojas de rua até o final deste ano, uma no centro de São Paulo e outra no centro do Rio de Janeiro. O objetivo é sempre procurar locais com grande fluxo de pessoas na hora do almoço. “Percebemos que nos centros comerciais havia um público carente Marques Júnior: pontos em zona de grande circulação no almoço de um almoço com o padrão de qualidade e a preços acessíveis“, explica. O plano de expansão do grupo prevê abrir 150 franquias em cinco anos. Atualmente a REDE QUER ABRIR Bon Grillê tem 52 lojas (7 próprias e 45 franqueaunidades nos das), sendo a próximos cinco maioria em anos shoppings e uma dentro do Projac da Rede Globo, no Rio de Janeiro. Os investimentos para este ano estão estimados em R$ 1,5 milhão, um aumento de 150% em relação ao aplicado no ano passado. “O ano de 2007 foi de consolidação para deixar a es- trutura pronta para crescer em 2008 e 2009“, justifica o diretor. Nos últimos12 meses, conta Marques Júnior, o grupo fez uma depuração de suas lojas trocando os franqueados de três e fechando duas que, segundo ele, estavam com baixa rentabilidade. A previsão de faturamento para este ano é de R$ 45 milhões, um crescimento próximo a 10% sobre o ano passado. Segundo Marques Júnior, a internacionalização da Bon Grillê deverá ficar para 2009. Ele disse que já existem conversações com grupos estrangeiros para levar a marca para outros países e que estão em estudo os mercados de Miami, Chile e Angola, mas que a empresa ainda está preparando sua estrutura para isso. RECORDE DA LOPES VENDAS DIRETAS EM ALTA A imobiliária Lopes atingiu 4,5 mil unidades vendidas somente no mês de maio. O número corresponde à metade das vendas de todo o primeiro trimestre deste ano da companhia. Para 2008, a empresa espera vender R$ 10 bilhões em imóveis novos. O ano começou bem para o segmento de vendas diretas no Brasil. No primeiro trimestre de 2008, o mercado movimentou R$ 3,7 bilhões, representando um crescimento nominal de 15,2% em relação ao mesmo período de 2007, segundo a Associação Brasi- leira de Empresas de Venda Direta (ABEVD). No mesmo período do ano passado, o crescimento foi de 9,94%. O ritmo mais forte é explicado pela recuperação do segmento de cosméticos e higiene pessoal. Atualmente, o setor gera renda para cerca de 1,8 milhão de revendedores no País 150 REGISTRO Academia para mulheres Contours: necessidade de tropicalizar o negócio para o perfil das clientes PÁG. 9 CMYK C10 | Segunda-feira, 23 de junho de 2008 | GAZETA MERCANTIL INFRA-ESTRUTURA Consumo em 2008 será em torno de 1,85 milhão de toneladas RODOVIAS Demanda por asfalto crescerá 10% este ano, prevêem distribuidores DIVULGAÇÃO PAC e ano eleitoral alavancam o setor, diz associação das empresas do setor ROBERTA SCRIVANO SÃO PAULO As distribuidoras de asfalto, que em 2007 movimentou cerca de R$ 2,5 bilhões com o consumo de 1,7 milhão de toneladas, se preparam para uma ampliação de cerca de 10% na demanda até o final deste ano. Em valores, a expectativa também é de crescimento de 10% no período, para R$ 2,8 bilhões. “O PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) está implementando o uso de asfalto em seus projetos. Além disso, estamos em ano de eleições municipais, o que também estimula o uso do insumo para a melhoria da infra-estrutura das cidades”, afirma Éder Vianna, presidente da Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Asfalto (Abeda). A expectativa da Abeda é chegar até o final deste ano com 1,85 milhão de toneladas consumidas. “Com esse incremento, chegaremos aos R$ 2,8 bilhões de faturamento no setor”, salienta Vianna. As maiores empresas de distribuição de asfalto são BR Distribuidora, Ipiranga Asfaltos, Grecca e Betunel e os principais clientes atendidos pelas companhias são as empreiteiras de obras federais, seguidas por prefeituras e concessionárias. “Apesar do crescimento no setor, os investimentos nos três segmentos da infra-estrutura — rodoviário, ferroviário e hidroviário — deveriam ser muito mais expressivos”, diz Vianna. O executivo ressalta que o setor de infra-estrutura é um dos principais propulsores do Produto Interno Bruto (PIB). “O País poderia crescer muito mais se houvessem os devidos investimentos no setor”, defende Vianna. O asfalto é produzido a partir da destilação de tipos específicos de petróleo e as frações leves como a gasolina, diesel e querosene são retiradas no refino. Questionado sobre se a alta no barril pode acarretar em um aumento no preço do asfalto, o presidente da Abeda diz que, até o final do ano, provavelmente não haverá alteração nas cotações. “Em janeiro, a Petrobras reajustou o preço do insumo para as refinarias em cerca de 10%, mas como a empresa produz asfalto a partir do petróleo nacional, acreditamos que não haverá novo reajuste neste ano, mesmo com a alta do barril”, afirma o presidente da Abeda. Vianna, lembra a forte queda na produção de asfalto em 2003. “Naquele ano, a Petrobras reajustou o preço em 125%, o que levou as obras a tornarem-se inviá- WTI* E BRENT Cotações do petróleo no mercado futuro** (em US$/barril) 139,00 134,86 134,70 130,40 136,10 134,62 128,41 WTI Brent 127,76 121,80 2 3 4 5 6 9 10 11 12 13 16 17 18 19 Janeiro Fontes: DowJones Newswires e Centro de Informações da Gazeta Mercantil *West Texas Intermediate **Contrato jul/08 PETRÓLEO Em alta, barril fecha semana a US$ 134,62 REUTERS NOVA YORK Vianna não crê em reajuste de preço do asfalto até o fim do ano veis”. Na época, a produção foi de 1,15 milhão de toneladas. Porém, depois da baixa registrada em 2003, a indústria de asfalto recuperou o fôlego, impulsionada pela retomada de investimentos em infra-estrutura. “Sabemos que o PAC não se esgotará este ano, principalmente pelo fato de os projetos terem começado em atraso. Portanto, em 2009, estimamos um crescimento de 5% em relação a 2008”, explica o presidente da Abeda. O executivo ressalta que não se trata de um crescimento baixo, pois, devido a base comparativa, que é o incremento de 10% em 2008, a taxa de aumento em 2009 ficará menor. O último crescimento expressivo na indústria de asfalto brasileira foi em 1998, quando o setor somou 1,96 milhão de toneladas consumidas. “Aquele foi o ano de reeleição do presidente Fernando Henrique Cardoso. Houve um plano rodoviário maior e por conta dos investimentos nas estradas, o segmentou demostrou destaque”, lembra o presidente da associação dos distribuidores. Os preços do petróleo fecharam o pregão de sexta-feira da bolsa de Nova York em alta com as tensões do Oriente Médio sendo o centro das atenções e o dólar se enfraquecendo, disseram operadores. Mas os ganhos foram contidos após o ministro do Petróleo da Arábia Saudita, Ali alNaimi, confirmar que disse ao secretário-geral da ONU, Ban KiMoon, que o país irá elevar a produção para 9,7 milhões de barris por dia em julho. Na bolsa nova-iorquina, o contrato do WTI para julho, que venceu no fechamento de sexta-feira, subiu US$ 2,69, ou 2,04%, para US$ 134,62 por barril, após ser negociado entre US$ 131,19 e US$ 136,80. Em Londres, o petróleo tipo Brent avançou US$ 2,86, ou 3,17%, para US$ 134,86 por barril, sendo negociado entre US$ 131,48 e US$ 136,80. Na sexta-feira, as ansiedades do mercado foram alimentadas por uma notícia do “New York Times” de que Israel realizou um grande exercício militar neste mês que aparentava, segundo autoridades norte-americanas entrevistadas pelo jornal, serem preparações para um possível bombardeio às instalações nucleares do Irã. Ainda impulsionando os preços, a Royal Dutch Shell declarou força maior nas exportações de petróleo para junho e julho de seu campo Bonga na Nigéria, após ataques por militantes feitos na última quinta-feira. REGISTRO EXPLORAÇÃO COM A MITSUI CAI PRODUÇÃO DA PEMEX A Mitsui disse que acertou com a Petrobras o início de um projeto de perfuração de US$ 750 milhões voltado à exploração de petróleo. A parceria dividida em partes iguais terá navio de perfuração em águas ultra-profundas e o custo do projeto será bancado, e parte, por um grupo de instituições financeiras. A produção da petrolífera estatal Pemex, do México, e suas vendas para o exterior recuaram 9,3% e 17,3%, respectivamente, entre janeiro e maio deste ano, em comparação com os resultados obtidos no mesmo período do ano anterior de 2007, informou na sexta-feira a empresa. InvestSetorial O InvestNews, em parceria com a All Consulting, empresa especializada na elaboração de relatórios setoriais, lança o 24 setores da economia, com tendências, pontos positivos e negativos, investimentos e perspectivas para os próximos 3 anos. Afinal, num cenário tão competitivo, Invest Setorial. Uma análise profunda e detalhada de monitorar o mercado torna-se mais do que importante na condução dos negócios de uma empresa. Torna-se essencial. Ligue agora para acesse www.investnews.com.br/loja R$ 700,00/ano, as análises setoriais já disponíveis em PDF. PÁG. 10 CMYK Açúcar e Álcool 71 páginas em pdf Construção Civil e Pesada 74 páginas em pdf Editorial e Gráfico 50 páginas em pdf Ensino Superior 48 páginas em pdf Planos de Assistência Médica 41 páginas em pdf Planos de Assistência Odontológica 29 páginas em pdf Papel e Celulose 42 páginas em pdf Plásticos 66 páginas em pdf (11) 3508-9600 ou e adquira, por apenas 20 GAZETA MERCANTIL | Segunda-feira, 23 de junho de 2008 | C11 VIDA EXECUTIVA A idéia é descobrir o perfil de cada um, suas funções, habilidades e limitações GESTÃO SUPERAÇÃO João Carlos Martins* A lição do técnico de futebol para o maestro Sempre digo que a música é a régua do mundo, pois quando um governo, uma federação, um sindicato e outros segmentos da sociedade vão bem, costumamos dizer que estão afinados como uma orquestra. Por outro lado, quando uma seleção de futebol joga excepcionalmente bem, dizemos que joga por música. Já que o tema é futebol e música, digo mais: quantas e quantas vezes vejo edições de pequenos roteiros futebolísticos na TV ou no cinema ao som de música (geralmente música clássica). Todavia, no artigo de hoje é o maestro que imita o técnico de futebol. Nos anos 1960, quando realizava turnês internacionais como pianista, encontrei por acaso o time da Portuguesa de Desportos, meu time, em Nova York, participando de um torneio. Como adoro futebol, acabei treinando com os jogadores. Foi então, numa queda durante um treino, que uma grave lesão no nervo ulnar iniciou a minha saga que, talvez por uma força superior e muita determinação, está tendo um final feliz. Acompanhava a delegação para os jogos e, nos vestiários, prestava atenção na preleção de Aymoré Moreira, técnico da Lusa. Durante seu pequeno discurso, afirmava que todos os craques do time tinham totais condições de ganhar os jogos, pois o simples fato de serem titulares já era uma referência para carreira de cada um. Suas palavras eram fortes e determinadas, incentivando o grupo. No entanto, insistia, e muito, para tirar a tensão que precedia os jogos, relaxando o máximo aqueles jogadores. Várias vezes Aymoré me disse que este foi o seu segredo quando trouxe a Copa do Mundo para o Brasil, em 1962. Jamais pensei que iria precisar desses conselhos, mas eis que, aos 64 anos, iniciei uma nova vida como maestro e participei do processo de formação da Bachiana Filarmônica e Bachiana Jovem como regente. Ambas fazendo um extraordinário trabalho, não só na música, mas também no aspecto socioambiental. Dia 6 de janeiro de 2007 eu voltava ao Carnegie Hall, teatro que por tantas vezes me recebeu como pianista, desta vez para dirigir a Bachiana, na sua estréia nos palcos americanos. Na platéia, 2.800 pessoas aguardavam a nossa entrada em palco. Desci ao camarim dos músi- cos e lembrei-me de Aymoré Moreira nos anos 60. Incentivei-os dizendo que, pela qualidade de cada um, tínhamos tudo para fazer um grande concerto. Ao mesmo tempo lembrei-me que o técnico procurava tirar a tensão dos jogadores e este foi o diálogo préapresentação: “Queridos músicos, chegou a hora da verdade e tenho que confessar um segredo para vocês. Em primeiro lugar preciso dizer que, após dois anos e meio de convivência, posso afirmar hoje que vocês não sabem muita coisa de música.” Todos olharam para mim de uma forma desalentadora, foi quando continuei dizendo que eu tinha um “segundo segredo, saibam que eu também não sei muita coisa de música.” Nesse momento, eles todos sorriram para mim. Dirigindo-me a uma pequena janela pela qual se pode avistar o público, sem que eles nos vissem, e continuei dizendo: “Mas saibam de uma outra coisa: eles sabem muito menos que nós!” Nessa altura, todos gargalharam, e a tensão de cada um saiu por aquela janelinha. Neste ano, dia 23 de maio, voltamos ao mesmo teatro e, para não ser repetitivo, mudei o meu discurso, também para tirar a tensão. Desci ao camarim dos músicos, incentivei-os e disse: “É mil vezes mais fácil tocar no Carnegie Hall do que na Sala São Paulo. Quando entramos no palco e olhamos para platéia podemos nos surpreender ao vislumbrar um desafeto que certamente está torcendo contra o nosso trabalho. Aqui em Nova York, as 2.800 pessoas presentes primeiro vieram para ouvir música e, segundo, porque realmente gostam muito da nossa orquestra”. E mais uma vez a tensão saiu pela janelinha. Todos tocaram nessa noite com uma garra e uma musicalidade poucas vezes observadas por mim em qualquer orquestra de qualquer lugar do planeta. Ao final, com tantas idas e voltas para agradecer a uma platéia entusiasmada, eu observava vários de nossos músicos com lágrimas nos olhos, após a execução como primeiro bis de uma fantástica versão do nosso Hino Nacional. Constrói-se um ideal com humildade e com todas as lembranças dos ensinamentos que uma pessoa possa ter durante sua trajetória, e os desse artigo eu devo a Aymoré Moreira, campeão do mundo de 1962. Obrigado, mestre Aymoré! * Regente titular da Bachiana Filarmônica e diretor da Faculdade de Música da FMU PLANO PESSOAL As competências necessárias para o trabalho em equipe LEONARDO SOARES/GAZETA MERCANTIL A consultoria Thomas International criou um sistema para avaliar as habilidades do grupo MÁRCIA MARIA DA SILVA SÃO PAULO O que seria de uma empresa sem o trabalho em grupo? Algumas consultorias especializadas em treinamento de equipe estão se especializando em programas específicos para identificar as competências vitais para o sucesso do trabalho em grupo. A idéia é descobrir o perfil de cada um, suas funções, habilidades e limitações. Munidos destas informações é possível identificar quem apresenta dificuldades, e talentos às vezes ocultos. A grande “sacada” é verificar se cada um está preparado para desempenhar as tarefas para as quais foi contratado. Vale lembrar que processos seletivos levam tempo e geram altos custos para as organizações. Mesmo com esse cuidado, ainda é comum falhas em algumas contratações. A Thomas International Brasil criou um sistema onde algumas competências de uma equipe são avaliadas. O método foi batizado de Team Analysis 2 e permite avaliar nove competências do trabalho em grupo: âncora, pioneiro, especialista, motivador, analista, inovador, conclusivo, apoiador e interagente. O programa estabelece quais das nove competências são realmente vitais para o sucesso de uma determinada tarefa. E, a partir daí, é possível saber quais pontos devem ser treinados. Além disso, permite identificar como esses nove itens se apresentam em cada um dos integrantes da pesquisa. Somente então é feito um diagnóstico do grupo e de cada participante. Os consultores indicam os pontos que devem ser melhorados. Victor Martinez vice-presidente de operações da Thomas International diz acreditar que as empresas devem avaliar o perfil de cada profissional. “As corporações estão cada vez mais cientes de como é importante ter as pessoas certas no lugar certo.” O programa determina quais os tópicos que devem ser desenvolvidos no grupo. O diagnóstico dos participantes fica disponível no site da consultoria. O método inclui a formação de equipes virtuais, onde é possível descobrir como ficará o grupo depois de considerar quais os conflitos e problemas que podem ser evitados. Às vezes, o indivíduo está sendo mal aproveitado e por isso não se adaptou às ta- “É importante ter as pessoas certas no lugar certo”, diz Martinez ROGÉRIO MONTENEGRO/GAZETA MERCANTIL Para Renata, os gestores precisam aceitar as diferenças no grupo refas e ao grupo. Pode-se descobrir grandes “pérolas”, que com uma boa orientação podem se transformar em profissionais bem mais produtivos. A equipe ideal deverá ser composta por um especialista, o analista, o conclusivo e o líder. O especialista é o profissional que confia nos próprios conhecimentos técnicos e possui experiência para criar e gerar soluções. Em seguida vem o analista, experiente em aperfeiçoar produtos e processos e garante a manutenção dos padrões de qualidade. O conclusivo tem como característica assegurar que procedimentos e sistemas sejam aplicados e transformar planos e idéias em soluções práticas. E finalmente, o líder para administrar esta equipe ideal. Ele deve ter competência para modificar o próprio comportamento para assim poder se adequar ao novo formato do grupo. Em alguns casos, transferências de profissionais para outra área são sugeridas pela equipe de consultores. Já para se montar uma equipe de sucesso é preciso “garimpar”. A consultoria Michael Page International tem programas para montar equipes do “zero”, ou buscar apenas o líder para uma equipe já pronta. A consultoria desenvolve uma estratégia dentro do perfil e dos objetivos da empresa, e a partir daí a estrutura é moldada. O número de funcionários, habilidades individuais, características profissionais e acadêmicas, etc. Com a “máscara” da equipe pronta, é necessário contratar, em primeiro lugar, o gestor da área. E somente depois buscar os outros integrantes do grupo. A consultora Renata Wright, gerente da divisão de Recursos Humanos da Michael Page é especialista no programa de criação de equipes e diz acreditar que para um bom líder é imprescindível estar preparado para mudanças e a lidar com diferenças. “O quadro de profissionais de uma empresa é formado por pessoas heterogêneas. Os gestores precisam enfrentar as constantes mudanças, e ter habilidades para administrar e aceitar as diferenças dentro do grupo.” A empresa precisa ser parceira na elaboração do programa, assim não haverá falhas durante o processo seletivo e na contratação do profissional. Um dado importante é que os custos de recrutamento, ações de incentivo e treinamento serão recompensados. As organizações precisam entender que com o profissional alocado na área certa, o retorno do investimento virá em poucos meses. Gripe sazonal mata 36 mil pessoas por ano nos Estados Unidos SAÚDE PLACAR GZM Descoberta pode mudar Festival de Golf Novo Frade uso de vacina antigripal Aplicação na camada subcutânea tem melhor efeito imunológico em idosos, aponta pesquisa BLOOMBERG NEWS KUALA LUMPUR As pessoas idosas que recebem vacinas antigripais na epiderme em vez de no músculo estão melhor protegidas contra os vírus gripais, conforme um estudo que pode ajudar a prevenir a doença e a morte em um dos grupos mais vulneráveis. Os pesquisadores da Sanofi Pasteur, a unidade de vacinas da Sanofi-Aventis, concluíram que as pessoas com idade entre 60 e 94 anos, vacinadas na pele com uma agulha curta e fina, estavam cerca de 7% melhor protegidas contra a gripe do que aquelas que receberam a vacina Vaxigrip, da Sanofi, no músculo, com uma agulha convencional. As conclusões foram apresentadas na última sexta-feira, durante o Congresso Internacional PÁG. 11 CMYK para Doenças Infecciosas, em Kuala Lumpur, na Malásia. O estudo pode produzir mudanças no modo como os médicos vacinam os idosos, cujos sistemas imunológicos são mais suscetíveis a infecções do que os sistemas dos adultos mais jovens, disse Melanie Saville, que coordenou o estudo. Pesquisas anteriores mostraram que as vacinas antigripais protegem até 60% dos idosos, comparando com 90% dos adultos mais jovens, segundo ela. “O que há de novidade nessa vacina é o sistema”, disse Saville, na quinta-feira, durante entrevista. “A proposta é ter algo que qualquer médico pode usar”, disse. A gripe sazonal mata perto de 36 mil pessoas nos Estados Unidos a cada ano, e leva à internação de mais 200 mil, conforme os dados fornecidos pelos Centros de Prevenção e Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês). Cerca de 90% das mortes e metade das internações são de idosos, informa a CDC. Saville e seus colegas usaram um aparelho de microinjeção, com uma agulha de 1,5 milimetro, para vacinar 2.612 pessoas. A vacina, que continha três diferentes vírus da gripe, foi aplicada na camada inferior da epiderme. Outras 1.089 pessoas receberam injeção convencional no músculo do braço. Cerca de 7% mais dessas que receberam a injeção em camadas mais superficiais tiveram aumento de quatro vezes no número de anticorpos que combatem a infecção, comparando com aquelas que receberam a vacina convencional, sinalizando que estavam protegidas contra a gripe. Os efeitos colaterais foram similares nos dois grupos. O método pode funcionar melhor do que as tradicionais vacinas intramusculares porque as extremidades dos nervos que transportam o antígeno estimulante de anticorpos para o sistema imunológico prevalecem mais na epiderme do que nos músculos, disse Saville. O Hotel Novo Frade, em Angra dos Reis (RJ), vai sediar entre os dias 27 e 29 deste mês a segunda edição do Festival de Golf Novo Frade, reunindo em um só evento três torneios como no primeiro campeonato realizado em 2007. A primeira competição que abrirá o festival às 8h30 do sábado, é a Copa Interclubes, um torneio que reúne equipes de vários clubes de todo o Brasil na modalidade stableford, categorias de handicap masculino: 0 a 9, 10 a 15, 16 a 20, 21 a 25, 26 a 30 e 31-36 e feminino: 0 a 10, 11 a 20 e 21 a 36. No ano passado, entre os 21 clubes participantes (como o Gávea Golf & Country Club, Damha ,Itanhangá e São Paulo Golf Club), o time do Guarapiranga Golf & Country Club foi o vencedor desta modalidade e como prêmio defenderá o título este ano sem gastos. A segunda competição do evento é o Torneio AGBS (Associação Brasileira de Golf Sênior), disputado por golfistas a partir de 60 anos. Os jogadores senio- res seguem as mesmas categorias do interclubes, já os pré-seniores disputam o handicap de 0 a 18 e 19 a 36. O terceiro campeonato é o Torneio Aruba 2008, também na modalidade stableford masculina e feminina de handicap 0 a 13 e 14 a 25. Os campeões serão premiados com a possibilidade de representar o Brasil em agosto no Aruba Pro-Am Internacional Golf Tournament, que acontecerá na cidade de Aruba, Caribe. A primeira edição do Festival de Golf, também no Hotel Novo Frade, teve como novidade a re- forma do campo de golfe, com 6.260 jardas, 18 buracos e seis lagos (ver quadro). Neste ano, além do campeonato, os jogadores desfrutam da nova estrutura de apartamentos e restaurantes do resort, podendo também praticar outros esportes como o tênis, vôlei, windsurf, caiaque, hobbie-cat e trekking. Organizado pela Golf&Cia, o evento tem apoio da AGBS e patrocínio da Puma e Dior, que apresentaram seus produtos para os jogadores e acompanhantes. C12 | Segunda-feira, 23 de junho de 2008 | GAZETA MERCANTIL AGRONEGÓCIO Produtividade da soja pode dobrar BEBIDAS Salton relança marca Castell Chombert C6 C5 RODRIGO CAPOTE/GAZETA MERCANTIL FOTÓGRAFOS NÃO ESPERAM — No camarim da Osklen, modelo é maquiada antes mesmo de colocar a roupa de sua primeira entrada na passarela MODA Por dentro de uma fábrica de sonhos LEONARDO SOARES/GAZETA MERCANTIL RODRIGO CAPOTE/GAZETA MERCANTIL Os bastidores da São Paulo Fashion Week também merecem um olhar especial ALEXANDRE STAUT SÃO PAULO Vanessa Rozan, maquiadora da marca canadense Mac embeleza centenas de modelos, os do sexo masculino inclusive, que desfilam nesta edição do SPFW, que termina hoje. Mal um desfile acaba, sai correndo do backstage — com uma bolsa que pesa 23 quilos — e recomeça seu trabalho em outro canto do Pavilhão da Bienal. No desfile de Reinaldo Lourenço, o primeiro da maratona de sexta, na Faap, tinha como desafio deixar 35 meninas com carinhas de boneca de porcelana. Para isso, trabalhou com a foto de uma bonequinha colada no espelho. “É um trabalho prazeroso, mas duro”, dizia, cansada, debaixo de uma mesa, arrumando seu material de trabalho para correr para o próximo desfile, nos domínios da Bienal. “Estamos fazendo 19 dos 49 desfiles.” Além de seu trabalho, ela acaba sendo “babá” das belas garotas que desfilam. Enquanto relata sua saga durante a semana de moda, uma modelo com carinha de anjo, pega um recipiente na mesa em que estão dispostas as maquiagens de Vanessa. Ensaia passar no rosto, e recebe uma bronca da maquiadora: “Você está louca, isso é álcool.” No mesmo camarim de Lourenço, patrocinado pela Parmalat, as modelos foram convidadas a beber um copo de leite com colágeno com a promessa de entrarem coradinhas na passarela. “Pois não são muito de comer antes dos desfiles, todo mundo sabe disso”, dizia uma das seis camareiras que trabalharam apenas nesta produção. No backstage dos 49 desfiles da SPFW, um mundo pitoresco a cada edição do evento. Esta movimentação antes das luzes se acenderem envolve centenas de pessoas. Além de estilistas e modelos, claro, as pequenas salas — de mais ou menos LANCHINHO APRESSADO — Alimentação corrida antes de pisar na passarela de Reinaldo Lourenço RODRIGO CAPOTE/GAZETA MERCANTIL A BELEZA DÓI — Procedimento de retirada de buço, para a Triton 50 m2 — são tomadas por cabelereiros, maquiadores, garçons, costureiros, assessores de imprensa, massagistas e... muitos curiosos. Consomem, em média, um sexto (mais de R$ 900 mil ) dos R$ 5,5 milhões captados para a realização do evento, o que inclui o salário de mais de mil prestadores de serviços para estas áreas. Os bastidores são verdadeiras festas. Há muita gente dando “chilique” por nada, mas o que mais se LEONARDO SOARES/GAZETA MERCANTIL ESTILISTA RELAX— Reinaldo Lourenço, depois do desfile PÁG. 12 CMYK vê são pessoas se divertindo. No backstage da marca V. Rom, por exemplo, houve um fuzuê quando o maquiador Robert Estevão intimou mais de 30 meninos a entrarem na tesoura ali mesmo, minutos antes de o desfile acontecer. Profissionais, nenhum deles reclamou. Eles até se divertiram. Com a correria entre um desfile e outro, muitos modelos chegam tensos e com dor de cabeça. “Tensão cervical na certa”, dava o vere- dicto o massagista Marcelo Muniz, contratado pela Natura para mimar a meninada antes de os desfiles começarem. “Massageio a coluna, as mãos e os pés de cada modelo calmamente. Elas adoram. Aqui todo mundo se diverte, não podemos nos esquecer de que são meninas. Nos bastidores, a festa é generalizada. Cara amarrada mesmo só nas passarelas”, dizia ele, um dos 13 massagistas contratados pela marca de beleza que, a cada edição, presenteia não só modelos, mas imprensa e vips com massagens nos lounges do evento — até sexta-feira já haviam sido feitas mais de mil massagens. Cada profissional envolvido nos desfiles, que duram não mais do que 10 minutos , chega aos bastidores com quatro horas de antecedência , para que o show saia perfeito. Há pessoas contratadas exclusivamente para colocar água na geladeira... e estima-se que foram consumidos 5 mil litros nos bastidores de todos os desfiles. Apesar de muitas modelos se alimentarem de vento, alguns backstages capricham no bufê. O de RODRIGO CAPOTE/GAZETA MERCANTIL O QUINTETO AGUARDA— Antes de colocar as roupas da Osklen CONTEMPLAÇÃO — No camarim da Triton, antes do desfile Fause Haten tinha comidinhas brasileiras... paçoca, bolo de rolo, sucos de frutas. Alguns fizeram cardápio de cozinha japonesa, e outros, já sabendo que as meninas não vão mesmo comer, principalmente quando o desfile é de biquíni, oferecem maçã e uma saladinha. Os assessores de imprensa costumam barrar a entrada de curiosos, mas quando se vê, estas zonas estão tomadas de estranhos. E o caos aumenta quando há uma modelo famosa no pedaço. Fotógrafos, pelo menos 30, acotovelam-se uns aos outros. Os estilistas ficam escondidos para não serem questionados sobre a coleção, não estragando, assim, a surpresa. Em desfiles concorridos, como o de Haten, que anunciaria seu desligamento do grupo I’M, pelo menos 250 jornalistas se digladiavam para entrar no backstage. Haten recebeu grupos de não mais de 20 pessoas, “para falar da coleção e nada mais.” Enquanto mostrava calmamente a coleção, os olhos da imprensa se voltavam para as modelos, que, ali mesmo, se trocavam, para deleite da platéia. A top Gisele Bündchen, esperada ontem à noite para o desfile da Colcci, tem um camarim só para ela. Ninguém a vê. Pouco se sabe o que faz esta moça em seu backtage, antes de colocar seus pezinhos na passarela para mostrar seu catwalk. LEONARDO SOARES/GAZETA MERCANTIL DESMANCHE — Cinco minutos depois do desfile de Lourenço