Quanto à condutividade elétrica

Transcrição

Quanto à condutividade elétrica
Óleo Diesel com Baixo Teor de Enxofre
Considerações quanto à
Lubricidade e Condutividade Elétrica
XVII Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva
Helineia Oliveira Gomes
Mauro Iurk Rocha
PETROBRAS/CENPES
Setembro de 2009
XVII Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva
Óleo Diesel com Baixo Enxofre
Carência de:
Lubricidade
Condutividade
Compostos promotores naturais:
Lubricidade
Condutividade
Alta
severidade
XVII Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva
Lubricidade
Habilidade do combustível evitar a fricção e
o desgaste entre superfícies metálicas em
movimento relativo sob carga e está
relacionada com sua composição química.
XVII Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva
Efeito Decorrente da Baixa
Lubrificação
• Lubricidade ruim ⇒ desgaste de componentes da bomba injetora e
redução da vida útil do sistema de injeção.
Bomba injetora R420-E
Fonte: Bosch
XVII Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva
Método HFRR
Método HFRR
Repetibilidade @ 60°C: 63 µm.
Reprodutibilidade @ 60°C: 102 µm.
HFRR
High Frequency Reciprocating Rig
Espec. ANP S 50 - HFRR: ISO 12156 –
460 µm máx. / ASTM D6079 – 520 µm máx.
XVII Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva
Formulações para Correção da Lubricidade
XVII Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva
Lubricidade de biocombustíveis
Biodiesel – B100 (éster metílico de soja):
S = 2,3 mg/kg
d 20/4oC = 0,8794
IQT = 55,9
W.S.D. 1.4 = 164 µm
Efluente do Processo H100 – HC’s C5 – C18 (óleo de soja HDT):
S = 2,4 mg/kg
d 20/4oC = 0,7796
IQT = 109
W.S.D. 1.4 = 527 µm
XVII Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva
Lubricidade do biodiesel –
diversas oleaginosas
o
HFRR a 60 C
soja+ = mistura de soja com outra oleaginosa
sebo
155
170
tipo de oleaginosa
soja
181
soja+
185
soja
algodão
197
soja
199
ND
207
soja+
210
100
160
220
280
340
400
460
W.S.D. 1.4, um
520
580
640
700
XVII Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva
Formulações de B5 a partir de S 10
469
490
494
496
510
460
395
330
135
172
166
167
175
152
132
194
200
172
200
179
265
155
Lubricidade - desgaste, um
525
B5-S10
517
521
532
533
561
590
563
S10
70
A_360
A_350
C _360
C _350
E_360
B_350
D_350
F_360
D_360
B_360
F_360
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Formulações de B5 a partir de S 50 sem e
com 5% vol. de efluente do processo H100
S50
B5-S50
B5-S50-H100
423
436
448
463
467
480
483
492
508
508
460
395
166
184
177
194
C _350
E_360
D_360
F_350
167
173
184
146
D_350
150
A_360
201
C _360
140
171
B_360
138
B_350
203
184
175
200
177
166
265
161
168
330
216
176
Lubricidade - desgaste, um
525
509
590
135
70
A_350
F_360
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Formulações tipo B2 de S 50 com 5% vol.
do efluente do processo H100
S50_T90_350
S50-B2-H100
590
Lubricidade - desgaste, um
525
509
508
480
467
436
460
395
330
265
215
200
161
158
179
150
135
70
A
B
D
C
F
XVII Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva
Óleo Diesel com Baixo Enxofre
Carência de:
Lubricidade
Condutividade
Compostos promotores naturais:
Lubricidade
Condutividade
Alta
severidade
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Condutividade Elétrica
Questão de fundamental importância para a
segurança no manuseio do combustível.
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Condutividade
elétrica
consiste
na
habilidade do combustível em dissipar
cargas, eventualmente geradas durante
as operações de bombeio, filtração etc., e
é função do teor de espécies iônicas.
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Acidentes eletrostáticos
O acúmulo de eletricidade estática é indesejável porque
aumenta o risco de descargas elétricas durante o
manuseio e distribuição do produto, o que implica em
risco de incêndio.
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Acidentes eletrostáticos
Exemplos
Experiment18 (Carga Estática 4).mpg
Experiment19 (Carga Estática 5).mpg
(Cont.)
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Base da ignição eletrostática
Geração de
Carga
Acúmulo de
Carga
Descarga
Elétrica
Descarga elétrica alta o suficiente?
Atmosfera Inflamável ?
Fogo ou Explosão !
A ocorrência de mistura inflamável por si só não é suficiente
para que ocorra a ignição eletrostática. É necessário também
que esses três estágios preliminares ocorram.
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Base da ignição eletrostática
(Cont.)
Geração de carga elétrica, pode ocorrer durante a
transferência do produto. Escoamento através
oleodutos; bombas; válvulas; filtros (≤
≤ 150 µm) etc..
de
Cargas elétricas podem se acumular no combustível,
quando este apresentar baixa condutividade elétrica.
Descargas eletrostáticas podem ocorrer, por exemplo,
entre o combustível e superfícies metálicas, como válvulas.
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Base da ignição eletrostática
(Cont.)
Misturas inflamáveis podem ocorrer dependendo da
pressão de vapor e da temperatura do combustível e
das condições de bombeamento.
A prática de carregar um produto de baixa pressão de
vapor em um tanque que previamente descarregou um
produto de alta pressão de vapor (switch loading),
também pode promover o aparecimento de atmosfera
inflamável. Ex.: Carregar óleo diesel após gasolina.
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Base da ignição eletrostática
(Cont.)
Tipo de fluxo de descarga do produto. O fluxo
vertical que permite a queda livre ou a projeção do
combustível contra a parede do tanque, o fundo ou
superfície líquida, durante o carregamento, pode
ocasionar respingos do produto, levando à formação
de névoa de combustível (splash loading),
resultando na geração de cargas e no aparecimento
de atmosfera inflamável. Ex.: carregamento de
caminhões tanque pelo topo.
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Base da ignição eletrostática
(Cont.)
Caso a condutividade elétrica do combustível seja
suficientemente alta, as cargas são dissipadas
rapidamente, evitando o acúmulo e minimizando o risco
potencial de problemas no tanque de recebimento.
Segundo Pratt, as cargas são completamente dissipadas
num tempo igual a 5 T, onde:
Τ = 18 / σ (HC’s líquidos)
T = tempo de relaxamento em segundos,
σ = condutividade elétrica do líquido em pS / m.
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Geração Típica de Carga Durante
a Movimentação de Combustíveis
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ULSD – Equipamentos
Mangueira
condutora
do
produto, munida de fio terra
interno
encaixado
na
mangueira de uma ponta a
outra.
Fonte: Kenn Advantages Group
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ULSD – Equipamentos
Fios-terra internos em cada
compartimento do tanque.
Fonte: Kenn Advantages Group
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Enxofre vs. Condutividade
(Cont.)
Enxofre não é um indicativo confiável
para a condutividade.
Entretanto, é esperado que o ULSD
apresente condutividade.
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Óleo Diesel com Baixo Enxofre
O valor recomendado para a condutividade elétrica
do óleo diesel é de, no mínimo:
50 pS/m na especificação européia EN590 e
25 pS/m na especificação americana ASTM D 975, para
velocidades de transferência maiores do que 7 m/s.
25 pS/m na especificação brasileira para S 10, no momento
e na temperatura da entrega do produto.
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Óleo Diesel com Baixo Enxofre
(Cont.)
Para o óleo diesel S 50 a Petrobras garante
50 pS/m em seus terminais.
Essa garantia não isenta as distribuidoras de
realizarem a medição e garantirem um patamar
de condutividade elétrica adequado às suas
respectivas bases e ao carregamento dos
caminhões-tanque.
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Medição da Condutividade Elétrica
(Cont.)
Método ASTM D2624
Aplicável a combustíveis de
aviação e destilados, com e
sem aditivos dissipadores de
cargas estáticas.
Para condutividade elétrica na
faixa de 1 a 2.000 pS/m.
Emcee Electronics, Inc. ®
Model 1152 Digital Conductivity Meter
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Medição da Condutividade Elétrica
Para a amostragem, recomenda-se utilizar frascos de
vidro âmbar, com capacidade de no mínimo um litro,
munidos com tampa de vidro, pois as superfícies
plásticas são isolantes.
A temperatura do combustível afeta a condutividade
devido à mudança da viscosidade, que altera a taxa na
qual a carga pode ser conduzida através do
combustível.
Recomenda-se a determinação da condutividade o
mais rápido possível após a amostragem do
combustível ou preferencialmente dentro de 24 horas.
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Uso de Aditivo Anti-Estático
Aditivos Dissipadores de Cargas Estáticas (por
exemplo: Kerostat; Stadis 450, Stadis 425, entre outros)
atuam em baixas concentrações.
Com o deslocamento do produto pode haver perda de
condutividade.
O combustível aditivado após exposição à luz solar por
cinco minutos pode apresentar perda de condutividade.
O
aditivo
anti-estático
é
surfactante.
Uma
superdosagem pode ocasionar problemas de retenção
de água no combustível.
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Enxofre vs. Condutividade
Octel, Risk Management of Ultra Low Sulfur Ground Fuel
Combustível S:
Condutividade Combustível S:
Condutividade ou XVII Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva
Enxofre vs Condutividade
B3
B3_aditivado
911
770
848
851
836
900
607
700
667
800
600
500
275
400
47
46
66
55
81
55
95
20
14
9
23
100
99
200
127
300
6
24
condutividade elétrica, pS/m
1.000
925
óleo diesel
(Cont.)
S2000
S2000
S2000
0
S500
S500
S500
S500
S500
óleo diesel
XVII Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva
Conclusões
Quanto à lubricidade :
As formulações com B100 indicaram que a adição de 2% vol.
de biodiesel é suficiente para conferir ao óleo diesel com baixo
enxofre uma lubricidade adequada (desgaste a 60oC <<< 460
µm, medido pelo HFRR). A adição de até 5% vol. de H100 de
soja não promoveu alteração significativa na lubricidade do
óleo diesel.
Quanto à condutividade elétrica :
Os resultados de condutividade mostraram-se independentes
do teor de enxofre das amostras. A incorporação de 3% vol. de
biodiesel tendeu a aumentar a condutividade elétrica de todas
as amostras. No caso do óleo diesel S 2000 este aumento foi
suficiente para corrigir a condutividade para atendimento do
requisito 50 pS/m mín..
XVII Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva
Recomendações
Quanto à lubricidade do óleo diesel automotivo tipo S 50, que
esta propriedade seja atestada após a adição de 4% vol. de
biodiesel ao óleo diesel, conforme já acordado com a ANP.
Quanto à condutividade elétrica, realizar
a medição
da
condutividade em toda cadeia logística. Avaliar também os
sistemas de distribuição de óleo diesel, levando em conta
a existência de aterramento dos tanques e dos caminhõestanque e utilizar o aditivo anti-antiestático quando necessário.
XVII Simpósio Internacional de Engenharia Automotiva
Muito obrigado!
MAURO IURK ROCHA
[email protected]
HELINEIA OLIVEIRA GOMES
[email protected]

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