Tempo e Memória no Cinema Contemp.

FICHA DA UNIDADE CURRICULAR
5º SEMESTRE - ANO LETIVO 2015 / 2016
1. DESIGNAÇÃO DA UNIDADE CURRICULAR - Nº CRÉDITOS ECTS 3
Tempo e Memória no Cinema Contemporâneo
2. DOCENTE RESPONSÁVEL E RESPETIVA CARGA LETIVA NA UNIDADE CURRICULAR
(PREENCHER O NOME COMPLETO)
Docente Responsável: Marta Filipe de Matos Ribeiro Mendes Carga Lectiva: 40 horas
de contacto ( 30h aulas + 10h tutorias)
3. OUTROS DOCENTES E RESPETIVAS
(PREENCHER O NOME COMPLETO)
Não se aplica
CARGAS LETIVAS NA UNIDADE CURRICULAR
4. OBJETIVOS
DE APRENDIZAGEM (CONHECIMENTOS, APTIDÕES E COMPETÊNCIAS A
DESENVOLVER PELOS ESTUDANTES) (MÁX. 1000 CARACTERES)
Objectivos : Imagem, tempo e memória entrelaçam-se a vários níveis: ontológico,
gnoseológico, histórico, psicológico, sócio-cultural, político, artístico, ético,
existencial, para enumerar apenas alguns fundamentais. No cinema encontramos um
vasto leque de diferentes modalidades de relação com o tempo e com a memória,
experiências que nos ensinam não só sobre as potências do filmes e das imagens
cinematográficas, mas também - e muito - sobre o próprio conceito de tempo e de
memória, suas expressões, limites e definições. Neste âmbito temático, a disciplina
pretende clarificar a problemática em causa, tornando possível cartografar, com a
intervenção activa dos estudantes, os diferentes modos de tempo e memória no cinema
contemporâneo.
5. CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS (MÁX. 1000 CARACTERES)
1. O filme como testemunho do seu tempo. Cinema de rua: imagem como dado
imediato do presente. “Les quatre cents coups” (Truffaut). Henri Bergson : tempo
objectivo e subjectivo, memória, duração, imagem.
2. Da reconstituição histórica ficcional à efabulação como memória. “Out of África” (
Sydney Pollack) e Tabu (Miguel Gomes). Walter Benjamin: imagem e História.
3. A Ética do Olhar. Imagem, memória e esquecimento. “Hiroshima mon amour” e
“Toute la Mémoire du Monde” (Alain Resnais). Arquivo e Atlas (Aby Warburg). O
debate Didi-Huberman e Lanzmann (“Images malgré tout”).
4. Tempo subjectivo (Santo Agostinho): da finitude existencial ao tempo cosmogónico.
A infância da imagem como intemporal. Terrence Malick, Victor Erice.
“Designação da Unidade Curricular”
5. Efabulação e tempo imaginário. A possibilidade da paragem do tempo. De Jorge
Luís Borges a Chris Marker. “A Arca do Eden” (Marcelo Félix)
6. O filme em devir e tempo vivido: identidade e alteridade. Os casos Bergman (
Scener ur ett aktenskap / Cenas da Vida Conjugal e Saraband) e Richard Linklaker
(trilogia).
7. Tempo, memória e autobiografia no filme: A imagem como Luto, salvação,
restituição. Jonas Mekas, Agnés Varda, Jonathan Caouette.
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6. DEMONSTRAÇÃO
DA COERÊNCIA DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS COM OS
OBJETIVOS DA UNIDADE CURRICULAR (MÁX. 1000 CARACTERES)
A uc visa desenvolver uma reflexão original sobre o tema do tempo e da memória no
cinema contemporâneo, suas diferentes expressões e abordagens, suas possíveis
leituras. Neste sentido recorrerá ao visionamento e análise de excertos de vários filmes
(ficcionais e documentais) e à leitura e discussão de ideias chave trazidas pelos filmes
e pelos autores estudados. A reflexão incita à reflexão directa dos alunos nas aulas,
mediante discussões de grupo e exemplos concretos no sentido de se abrir o espectro
das leituras.
7. METODOLOGIAS DE ENSINO (AVALIAÇÃO INCLUÍDA) (1000 CARACTERES)
A metodologia da uc apoia-se no visionamento, análise e discussão das problemáticas
do programa a partir de filmes e textos teóricos determinados, visando a produção de
uma reflexão geral sobre o tema.
Avaliação: os alunos são avaliados mediante um trabalho final escrito de 10 páginas,
sobre um tema enquadrado na uc, a ser apresentado e discutido durante as aulas sob a
forma de projecto (previamente aprovado pelo docente). A avaliação tem em conta
quer o resultado final do trabalho escrito, quer a sua projecção durante as aulas.
8. DEMONSTRAÇÃO
DA COERÊNCIA DAS METODOLOGIAS DE ENSINO COM OS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM DA UNIDADE CURRICULAR (MÁX. 3000 CARACTERES)
Os casos escolhidos para análise e reflexão pressupõem como pano de fundo que o
problema do tempo e da memória no cinema talvez seja um dos temas mais
inesgotáveis da análise fílmica. A uc pretende ser, deste modo, uma aproximação
fecunda, não exaustiva e aberta, de forma a que a reflexão possa ser sempre
reactualizada, quer em grupo, quer individualmente, por cada um dos estudantes.
9. BIBLIOGRAFIA PRINCIPAL (MÁX. 1000 CARACTERES)
Bergson, Henri “Matiêre et mémoire”, PUF, Paris,1939/2004
Rollet, Sylvie Une éthique du regard. Le cinema face à la catastrophe, d’Alain Resnais
à Rithy Panh, Hermann Éditions, Paris, 2011
Galt, Rosalind, The New European Cinema. Columbia University Press, New York,
2006
Santo Agostinho, “Confissões”, Trad. J. Oliveira Latino & A. Ambrósio de Pina,
Livraria Apostolado da Imprensa, Braga,1990
Benjamin, Walter, “Imagens de Pensamento. Obras escolhidas de Walter Benjamin”.
[texto: “Escavar e Recordar” [“Ausgraben und Erinnern”, 1931-1933], Trad. João
Barrento, Assírio & Alvim, Lisboa, 2004; “ Sobre arte, técnica, linguagem e política” [
texto: “Sobre o conceito de História” (1939)], Relógio D’Água, 2012
Borges, Jorge Luis, “Obras Completas”, Teorema, 1998
Deleuze, Gilles, “Cinema 2: Imagem-Tempo”, Trad. Rafael Godinho, Assírio & Alvim
Agamben, Giorgio, “Qu’est-ce que le contemporain?”, Rivages; “Infância e História”,
Ed UFMG, 2005
Didi-Huberman, “ Imagnes apesar de tudo”, tradução V. Brito e J.P Cachopo, Ed.
KKYM, Lisboa, 2012
Bibliografia susceptível de actualizações durante as aulas.
10. OBSERVAÇÕES
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