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Título: A RELAÇÃO ENTRE A PRESENÇA DE METÁSTASES HEPÁTICAS COM O ENVOLVIMENTO
NODAL NO ADENOCARCINOMA ESPORÁDICO DE INTESTINO GROSSO
Temário: Cirurgia
Autores: Eduardo Cambruzzi; Larissa Riva Roman; Luana Roberta Gassen; Fernanda Brandão
Pacheco; Luciana Hoffmann Miranda; Andressa Noshang; Karla Lais Pêgas;
Instituição: SANTA CASA DE PORTO ALEGRE
Resumo:
Introdução: O adenocarcinoma de intestino grosso (AIG) é o tumor maligno mais frequente do
trato digestivo. Corresponde à quinta neoplasia maligna mais comum no Brasil, sendo a terceira
causa de óbito em mulheres e a quinta em homens. Os principais fatores prognósticos do AIG
são a profundidade de invasão neoplásica e o status dos linfonodos periviscerais. Objetivo:
Estimar a relação entre o grau de diferenciação, tamanho tumoral, profundidade de invasão e
status dos linfonodos com a presença de metástases hepáticas em casos de AIG. Método: Foram
avaliados 51 casos distintos de AIG, previamente submetidos à ressecção cirúrgica, e
determinados os seguintes achados anatomopatológicos: topografia, tamanho tumoral,
conformação macroscópica, grau de diferenciação, profundidade de invasão, status nodal e
presença de metástases hepáticas. Resultados: A média de idade correspondeu a 64,8 anos, com
predomínio do sexo masculino (n=26 / 51,0%) e de lesões do cólon sigmoide (n=18 / 35,3%). A
conformação úlcero-vegetante (n=20 / 39,2%), tumor não anelar (n=3 / 64,7%), neoplasia
moderadamente diferenciada (n=44 / 86,3%), ausência de áreas neoplásicas mucoprodutoras
(n=40 / 78,4%) e invasão tumoral do tecido mesocólico (n=29 / 56,9%) foram as principais
características gerais da amostra. Foram encontrados 14 casos (27,5 %) de metástase hepática,
a qual esteve associada ao número de metástases em linfonodos (p=0,005) e ao percentual de
metástase em linfonodos (p=0,004). O tamanho tumoral (p=0,72), configuração macroscópica
(p=0,362), grau de diferenciação (p=0,147) e profundidade de invasão (0,195) não apresentaram
associação significativa com a presença de metástases hepáticas. Conclusão: O AIG apresenta
uma heterogeneidade anatomopatológica ampla, e a profundidade de invasão e o status dos
linfonodos são considerados importantes fatores prognósticos. No presente estudo, a presença
de metástases hepáticas determinadas pelo AIG esteve associada ao status dos linfonodos
periviscerais, não havendo relação com tamanho tumoral, grau de diferenciação e profundidade
de invasão, o que sugere que a identificação de invasão neoplásica angiolinfática ao exame
microscópico é um possível fator preditivo do envolvimento hepático.
Título: ABSCESSO DE MÚSCULO ILIOPSOAS – RELATO DE CASO COM DRENAGEM CIRÚRGICA
RETROPERITONEAL GUIADA POR DRENO DE PIGTAIL
Temário: Cirurgia
Autores: Felipe Bilhar Fasolin; Luiza Brum Borges; Rodrigo Paese Capra; Luis Fernando Castro;
Faberson Mocelin Oliveira; Lucas Ernani; Gilda Guerra; Andre Vicente Bigolin; Eduardo Barcelos
Fumegalli; Antonio Carlos Weston;
Instituição: IRMANDADE DE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PORTO ALEGRE
Resumo:
Objetivo: O abscesso do músculo iliopsoas caracteriza-se por uma coleção de pus no
compartimento deste, que frequentemente tem seu diagnóstico postergado devido a
inespecificidade dos sinais e sintomas. Em 99% dos casos, provém de disseminação
hematogênica ou linfática de foco infeccioso. Tem como fatores de risco diabetes, insuficiência
renal, imunodepressão. O diagnóstico se dá através de Tomografia Computadorizada (TC) e a
etiologia confirma-se pela cultura de sangue ou de aspirado de pus, sendo 88% dos casos S.
Aureus. O tratamento baseia-se em drenagem do abscesso e antibioticoterapia adequada. A
raridade da patologia em questão e as várias opções de drenagem nos estimularam a relatar o
caso. Métodos: Paciente V. F. C., masculino, 50 anos, hipertenso, diabético, ex-tabagista, com
história de internação há dois meses por espondilodiscite infecciosa em L4-L5, com tratamento
conservador. Referia dor lombar à direita, com evolução progressiva há um mês, associada a
abaulamento da região e episódios febris. Ao exame físico, apresentava-se em bom estado geral,
sinais vitais estáveis, abdome plano, depressível, indolor à palpação, sem visceromegalias ou
sinais de peritonismo. Região lombar simétrica, sem abaulamento visível, levemente
entumecida e dolorosa à direita, sem demais alterações. Na chegada, as hemoculturas foram
negativas, os laboratoriais sem particularidades, com exceção de marcadores inflamatórios
elevados. A TC de abdome superior mostrou coleção heterogênea extraperitoneal da região subhepática até a pequena pelve e raiz da coxa, medindo cerca de 18x8,8cm, compatível com
informação clínica de abscesso. Resultados: Foi iniciada antibioticoterapia com ampicilinasulbactam e realizada punção com colocação de dreno em fossa ilíaca direita. A TC de controle
feita 9 dias após verificou diminuição da coleção, medindo cerca de 10,4x4,1cm e, após 5 dias
desta, nova TC não evidenciou demais alterações. Optou-se pela drenagem cirúrgica da coleção
via retroperitoneal guiada pelo dreno de Pigtail, com lavagem e colocação de dreno de Sump, e
lavagem diária do dreno com SF. Oito dias após, nova TC demonstrou que ocorreu importante
redução da coleção localizada no retroperitônio lombar à direta. Paciente recebeu alta
hospitalar após a retirada do dreno. Conclusão: A drenagem cirúrgica de coleções
retroperitoneais volumosas guiada por dreno previamente colocado por procedimento
percutâneo é uma conduta segura e eficaz.
Título: ABSCESSO TUBO-OVARIANO CAUSANDO OBSTRUÇÃO DE INTESTINO DELGADO
Temário: Cirurgia
Autores: Gabriela Bohn Spies; Patrícia Dutra Hamilton; Mariana Angélica Berardi Cioffi; Filipe
Geannichini Rodrigues; Gabriela Bohn Spies; Patrícia Dutra Hamilton; Mariana Angélica Berardi
Cioffi; Filipe Geannichini Rodrigues;
Instituição: FURG
Resumo:
Introdução: A obstrução de intestino delgado em pacientes sem antecedentes cirúrgicos é
incomum e quando é secundária a abcesso tubo-ovariano raramente cursa com ausência de
sinais de infecção pélvica e peritoneal. Objetivo: Ressaltar caso de uma mulher sem
antecedentes cirúrgicos que foi admitida por suboclusão intestinal e massa em intestino delgado
à tomografia computadorizada, cuja laparotomia exploradora revelou abscesso tubo-ovariano
acometendo segmento de intestino delgado. Método: Paciente G.O.A, 48 anos, sexo feminino,
casada, 2 filhos, residente em Rio Grande – RS, em acompanhamento ambulatorial devido à dor
abdominal difusa há um mês, em cólica, de intensidade forte, acompanhada de náuseas e
vômitos. A paciente relatava hematoquezia há 20 anos, esporádica, com duração de 3 dias e
sangramento em grande quantidade, com dificuldade cada vez maior para evacuar. Negava
emagrecimento, astenia e anorexia. Tabagista há 30 anos, sem demais comorbidades. Ao exame
físico abdominal, ruídos hidroaéreos presentes, timpânico, abdômen depressível, distendido,
sem visceromegalias e doloroso à palpação em região suprapúbica e fossa ilíaca direita, sem
sinais de peritonite. À TC apresentava massa sugestiva de neoplasia de intestino delgado.
Resultado: A paciente foi então submetida à laparotomia exploradora, sendo realizada
histerectomia total, anexectomia bilateral, omentectomia e biópsia intestinal. O laudo
anatomopatológico concluiu endometriose proliferativa e leiomiomas uterinos, ovário e trompa
direita sem alterações e ovário e trompa esquerda com processo inflamatório misto inespecífico
compatível com abscesso tubo-ovariano. Intestino com congestão vascular e ausência de
neoplasia. Paciente teve boa evolução, recebendo alta hospitalar no quarto dia pós-operatório.
Conclusão: O diagnóstico preciso de obstrução intestinal pode se tornar tarefa difícil mesmo nas
mãos de cirurgiões experientes e com exames laboratoriais e de imagem adequados. A
laparoscopia exploratória é de grande importância para diagnóstico e tratamento em tais
situações. A paciente em questão negava história prévia de doença inflamatória pélvica, os
exames radiológicos indicavam imagem sugestiva de neoplasia de intestino delgado e a mesma
não apresentava evidência clínica de infecção ativa, consequentemente o achado de abscesso
tubo-ovariano foi inesperado.
Título: ANÁLISE DE DADOS LABORATORIAIS PRÉ-OPERATÓRIOS QUE POSSAM INFLUENCIAR AS
COMPLICAÇÕES DAS COLECISTECTOMIAS VIDEOLAPAROSCÓPICAS
Temário: Cirurgia
Autores: Yuri Thomé Machado; Bruna Latronico; Ismael Kirst Dornelles; Raphael Sales Cerqueira;
Iuri Nunes Kist; Gunther Pereira Ayala; Carla Bruxel; Gustavo Andreazza Laporte; EDUARDO DIPP
DE BARROS;
Instituição: UFCSPA
Resumo:
Introdução: Determinados fatores preditores para complicações de colecistectomias
continuamente pela literatura, como idade avançada, cirurgia em contexto de colecistite aguda,
entre outros. Entretanto, novos estudos mostraram que o índice de massa corporal (IMC)
elevado não representa mais taxa significante de risco para o procedimento com as novas
técnicas utilizadas. A partir disso, o presente estudo busca analisar dados que antigamente era
considerados determinantes no sucesso cirúrgico. Objetivo: Analisar o exame laboratorial préoperatório em relação à incidência de complicações em pacientes que realizaram
colecistectomia videolaparoscópica (CCT VLP). Métodos: Estudo de coorte retrospectivo,
através de revisão de prontuários, registros dos procedimentos realizados e busca ativa de
dados laboratoriais de paciente que realizaram CCT VLP no Serviço de Cirurgia Geral do Hospital
Beneficência Portuguesa de Porto Alegre, de 1 de abril de 2013 e 31 de dezembro de 2014. Os
dados analisados para possíveis complicações foram sexo, IMC, ASA, indicação cirúrgica, dados
laboratoriais (fosfatase alcalina, gama glutamil transferase e bilirrubinas), achados da ecografia
pré-operatórios, abordagem cirúrgica utilizada e resultado do anatomopatológico da vesícula
biliar retirada em cirurgia. Os dados foram analisados através do Microsoft Excel e SPSS versão
8.0.0. Resultados: Foram executadas 163 colecistectomias videolaparoscópicas em pacientes
com media de idade de 50,99 anos (DP=14,13, min=21, max=78), 81% do sexo feminino e 19%
do sexo masculino. Houve 25,3% de complicações, sendo 19% Clavien-Dindo I, 1,8% ClavienDindo II e 4,3% Clavien-Dindo III. Por meio de regressão linear multivariada, não foram
identificado fatores que possam influenciar a ocorrência de complicação no período pósoperatório. Conclusão: Apesar da seleção de pacientes desse serviço ser criteriosa, observou-se
cerca de 5,1% de complicações Clavien-Dindo II e III pelo fato dos pacientes advirem do sistema
publico de saúde, onde a evolução da doença é mais prolongada até a chegada no serviço
cirúrgico. Analisando fatores pré-operatórios laboratoriais que possam predizer o resultado
cirúrgico não identificou-se fator de risco específico neste estudo.
Título: ANÁLISE DE DIFERENTES FORMAS DE ESTADIAMENTO LINFONODAL NO CÂNCER DE
ESÔFAGO EM PACIENTES OPERADOS EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA DO SUL DO BRASIL.
Temário: Cirurgia
Autores: Roberto Vinã Coral; André Vicente Bigolin; Renan Trevisan Jost; Pedro Marchiori
Cacilhas; Rodolfo Wermann; Rafaela Muller Franceschi; Rodrigo dos Santos Falcão;
Instituição: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
Resumo:
INTRODUÇÃO: O câncer de esôfago é uma neoplasia que possui maior prevalência na região sul
do Brasil. Acomete mais homens do que mulheres, surge com maior frequência depois dos 50
anos de idade e parece estar associado a níveis sócio-econômicos. A American Joint Committee
on Cancer descreve o desenvolvimento de um sistema de estadiamento do câncer de esôfago
que, por sua vez, é frequentemente atualizada. OBJETIVO: Comparar o estadiamento linfonodal
do câncer de esôfago através da 6a e da 7a Edição do American Joint Committee on Cancer assim
como o Índice de Metástase Linfonodal. MÉTODOS: Foram selecionados pacientes operados
entre 2000 e 2011 na Santa Casa de Porto Alegre. Coorte-histórica, onde os dados foram obtidos
através de análise de arquivos médicos e contato telefônico com os pacientes. Aprovado pelo
Comite de Ética. Cálculo de amostra evidenciou um mínimo de 446 pacientes. Análise estatística
com software SPSS, utilizando teste t para médias, Kaplan-Meier para as curvas de sobrevida e
regressão multivariada de Cox para controle dos fatores de confusão. RESULTADOS: Foram
avaliados quatrocentos e oitenta pacientes. A média de amostra linfonodal foi de oito por
procedimento. Considerando a sobrevida, não houve diferença significativa entre os pacientes
quando foram classificados pela 7a Edição do American Joint Committee on Cancer. Analisando
o Índice de Metástase linfonodal, apenas o grupo de pacientes com 0 – 25% mostrou diferença
significativa (p=0,01). Observou-se diferença significativa entre os grupos quando classificados
pela 6a Edição do American Joint Committee on Cancer (p<0.001). CONCLUSÃO: Considerando
as características da amostra, a nova classificação do American Joint Committee on Cancer não
foi capaz de evidenciar diferenças significativas na sobrevida dos pacientes quando apenas o
estadiamento linfonodal foi avaliado.
Título: ANÁLISE DO PERFIL DE PACIENTES COM CÂNCER DE ESÔFAGO EM UM CENTRO DE
REFERÊNCIA DO SUL DO BRASIL
Temário: Cirurgia
Autores: Roberto Vinã Coral; André Vicente Bigolin; Pedro Marchiori Cacilhas; Renan Trevisan
Jost; Rafaela Muller Franceschi; Rodrigo dos Santos Falcão; Rodolfo Wermann;
Instituição: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATOLICA DO RIO GRANDE DO SUL
Resumo:
INTRODUÇÃO: O câncer de esôfago é uma neoplasia letal que possui maior prevalência na região
sul do Brasil. No mundo ocidental, a doença tem maior frequência em homens, negros, com
mais de 50 anos de idade e de nível sócio-econômico baixo. OBJETIVO: Comparar o
estadiamento linfonodal do câncer de esôfago através da 6a e da 7a Edição do American Joint
Committee on Cancer assim como o Índice de Metástase Linfonodal. MÉTODOS: Foram
selecionados pacientes operados entre 2000 e 2011 na Santa Casa de Porto Alegre. Coortehistórica, onde os dados foram obtidos através de análise de arquivos médicos e contato
telefônico com os pacientes. Aprovado pelo Comite de Ética. Cálculo de amostra evidenciou um
mínimo de 446 pacientes. Análise estatística com softwear SPSS, utilizando teste t para médias,
Kaplan-Meier para as curvas de sobrevida e regressão multivariada de Cox para controle dos
fatores de confusão. RESULTADOS: Foram avaliados quatrocentos e oitenta pacientes. A média
de amostra linfonodal foi de oito por procedimento. Considerando a sobrevida, não houve
diferença significativa entre os pacientes quando foram classificados pela 7a Edição do American
Joint Committee on Cancer. Analisando o Índice de Metástase linfonodal, apenas o grupo de
pacientes com 0 – 25% mostrou diferença significativa (p=0,01). Observou-se diferença
significativa entre os grupos quando classificados pela 6a Edição do American Joint Committee
on Cancer (p<0.001). CONCLUSÃO: Considerando as características da amostra, a nova
classificação do American Joint Committee on Cancer não foi capaz de evidenciar diferenças
significativas na sobrevida dos pacientes quando apenas o estadiamento linfonodal foi avaliado.
Título: AVALIAÇÃO DA LESÃO HEPÁTICA E DA CAPACIDADE ENERGÉTICA DO FÍGADO EM RATOS
ISQUEMIADOS PARCIALMENTE COM APLICAÇÃO OU NÃO DE LUZ LASER
Temário: Cirurgia
Autores: Karen Donaire Consolo; Luiz Fernando Prado Garcia; Marina Rodrigues Silveira; Renan
da Silva Lederer; Orlando Castro e Silva; Lourenço Sbragia Neto; Rebeca Lopes Figueira;
Instituição: FMRP-USP
Resumo:
Introdução: O processo de isquemia/reperfusão hepática apresenta repercussões sistêmicas e
locais graves, sendo causa de altos índices de morbidade e mortalidade, principalmente de
pacientes cirúrgicos. FABP-L (Fatty acid binding protein – Liver) ou proteína hepática de ligação
de ácidos graxos tem sido relatada como um marcador eficaz na detecção de lesões hepáticas e
investigada como um potencial candidato na detecção de morte ou ruptura de hepatócitos.
Objetivo: Avaliar o efeito protetor do laser à lesão hepática em ratos submetidos à isquemia
parcial usando a L-FABP como marcador. Método: Ratos adultos foram divididos em quatro
grupos (n=5): 1) Controle (C), 2) Controle + Laser (CL), 3) Isquemia Parcial (IP) e 4) Isquemia
Parcial + Laser (IPL). A IP foi realizada por pinçamento do pedículo hepático dos lobos médio e
lateral esquerdo do fígado por 60 minutos. Luz laser foi aplicada no fígado antes da indução da
IP na dose de 22,5 J/cm@. Os animais foram sacrificados após 30 minutos de reperfusão. Foram
coletados sangue e tecido hepático para dosagem sérica das aminotranferases (ALT e AST),
análise da função mitocondrial, dosagens do malondialdeído (MDA) e análise da expressão de
L-FABP (Fatty acid binding protein liver) por Western Blotting. Resultado: Observou-se
diminuição da função mitocondrial no grupo IP, sobretudo na respiração ativada por ADP,
estado 3, (IPvs C p< 0,05), e diminuição da expressão de L-FABP (p<0,05). No grupo IPL a
aplicação da luz laser impediu esta diminuição (p>0,05), como também na expressão de L-FABP
(p<0,05). Houve aumento semelhante do MDA em IP e IPL. Conclusão: A aplicação profilática da
luz laser no fígado de ratos submetidos à isquemia parcial demonstrou ser eficaz como fator
protetor hepático.
Título: CAUSA RARA DE OBSTRUÇÃO INTESTINAL A NÍVEL DE SIGMÓIDE
Temário: Cirurgia
Autores: Patrícia Dutra Hamilton; Mariana Angélica Berardi Cioffi; Gabriela Bohn Spies; João
Bosco Paes Andrade; Tarek Mohd Daod Sheikha; Diogo Balbinot; Luiz Felipe Pfeifer; Patrícia
Dutra Hamilton; Mariana Angélica Berardi Cioffi; Gabriela Bohn Spies; João Bosco Paes Andrade;
Tarek Mohd Daod Sheikha; Diogo Balbinot; Luiz Felipe Pfeifer;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
Resumo:
Introdução: A obstrução intestinal pode ser definida como a incapacidade de o intestino
promover o trânsito do seu conteúdo luminar no sentido aboral. Aderências ou bridas são a
principal causa em todas os grupos etários, seguida por hérnia inguinal estrangulada e neoplasia
intestinal. Esses três agentes etiológicos respondem por mais de 80% de todas as obstruções.
Dentre as obstruções intestinais apenas 10% correspondem a diagnósticos diferenciais mais
raros, dentre eles, a endometriose. A endometriose é definida pela presença de glândula e/ou
estroma endometriais fora do útero, afeta 10 a 15% das mulheres em idade fértil. Dentre estas,
9,5% apresenta endometriose intestinal. Os principais locais acometidos são o reto (79%),
sigmoide (24%), apêndice (19%), íleo terminal (2%), cólon descendente (1%) e ceco (1%), menos
de 10% evoluem com abdômen agudo. Objetivo: Destacar a endometriose como diagnóstico
diferencial nos casos de obstrução intestinal em pacientes femininas jovens. Método: Paciente
feminina, 35 anos, branca, 2 filhos, chega ao Pronto Atendimento do Hospital Universitário com
dor abdominal em cólica, com parada de eliminação de gases e fezes. Ao exame físico, abdome
distendido, com dor à palpação em região periumbelical, com ruídos hidroaéreos aumentados,
toque retal com ausência de fezes. Negava comorbidades. Foi realizado RX de abdome agudo
que demonstrou importante distensão de cólon, com grande quantidade de fezes e nível
hidroaéreo em cólon descendente. Com o quadro de obstrução intestinal definido, procedeu-se
a laparotomia de emergência, porém apresentava pelve congelada, impossibilitando a cirurgia
definitiva neste momento, sendo assim foi confeccionada colostomia em alça. Resultado - Deuse continuidade a investigação diagnóstica com exames de ecografia transvaginal, colonoscopia,
tomografia e ressonância magnética, todos unânimes ao colocarem hipóteses diagnósticas
neoplásicas. Procedeu-se à cirurgia, sigmoidectomia com reconstrução de trânsito e
ooforectomia esquerda, histerctomia parcial. Ao anatomopatológico foi evidenciado
endometriose intestinal extensa, comprometendo sigmóide. Conclusão: A endometriose é
causa rara de obstrução intestinal, especialmente quando ocorre acometimento de sigmóide.
Embora seja diagnóstico diferencial infrequente, deve ser investigada mesmo que os exames
complementares e a clínica não sejam condizentes com a história natural da doença.
Título: CISTOADENOCARCINOMA MUCINOSO DE APÊNDICE CECAL
MIMETIZANDO ABDOME AGUDO INFLAMATÓRIO - RELATO DE CASO
EM
GESTANTE
Temário: Cirurgia
Autores: LUIS FERNNADO DE CESARO CASTRO; LUCAS ERNANI; FABERSON JOÃO MOCELIN DE
OLIVEIRA; RODRIGO PAESE CAPRA; GILDA GUERRA; FELIPE BILHAR FASOLIN; MARCELA PASE
CASASOLA; RODRIGO KOPROSKI MENGUER; EDUARDO BARCELOS FUMEGALLI; ANDRE VICENTE
BIGOLIN;
Instituição: IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICORDIA DE PORTO ALEGRE
Resumo:
Neoplasias de apêndice cecal são raras, encontradas em aproximadamente 1% das peças
resultantes de apendicectomia. Dentro das neoplasias epiteliais são encontradas desde
mucoceles benignas até adenocarcinomas agressivos. Entre as malignidades, os
adenocarcinomas mucinosos são mais comuns, seguidos pelo adenocarcinoma tipo intestinal.
Relatamos o caso de uma paciente de 38 anos, G4P3, com 18 semanas de gestação, com dor
abdominal em fossa ilíaca direita, ao exame físico apresentava distensão abdominal moderada
e sinal de Blumberg positivo. À ecografia abdominal evidenciada estrutura anecóica alongada
de 3,7x1,4x1,9cm em quadrante inferior direito, com pequena quantidade de líquido adjacente.
Submetida a videolaparoscopia foi evidenciado presença de matéria mucoide em região de
apêndice cecal e perfuração em extremidade distal, sendo realizada a apendicectomia. O exame
anatomopatológico evidenciou neoplasia mucinosa de alto grau, com invasão de toda a
espessura da parede do apêndice - cistoadenocarcinoma mucinoso, com limites cirúrgicos livres.
Paciente optou por dar seguimento na gestação e não realizar tratamento complementar neste
momento. Os adenocarcinomas do apêndice cecal, em geral, são tratados com hemicolectomia
direita. Entretanto alguns autores sugerem que lesões confinadas a mucosa ou lesões bem
diferenciadas com invasão até a submucosa, podem ser tratadas apenas com apendicectomia.
Devido a raridade da doença, não existem evidências que demonstrem benefício de
quimioterapia adjuvante no tratamento desta doença. O prognóstico depende, basicamente, do
tipo histológico, grau de invasão e acometimento de órgãos adjacentes no momento do
diagnóstico.
Título: CORRELAÇÃO DA MELHORA DA DISLIPIDEMIA E DO PERCENTUAL DE GORDURA
CORPORAL EM PACIENTES OBESOS MÓRBIDOS SUBMETIDOS AO BYPASS GÁSTRICO
Temário: Cirurgia
Autores: Felipe Ferreira Laranjeira; Luiza Marsiaj Lubianca; Rafael Jaques Ramos; Letícia Biscaino
Alves; Aline Grimaldi Lerias; Daniele dos Santos Rossi; Cláudio Corá Mottin; Alexandre Vontobel
Padoin;
Instituição: PUCRS - HSL
Resumo:
INTRODUÇAO: O IMC, apesar de suas facilidades, apresenta limitações na avaliação da
obesidade. OBJETIVO: Avaliar a correlação da melhora da dislipidemia com alterações do
percentual de gordura corporal medida através da bioimpedância. MÉTODOS: Realizamos uma
coorte observacional e retrospectiva em pacientes submetidos ao bypass gástrico. Aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos foram selecionados pacientes que
realizaram bioimpedância, exames laboratoriais e mediadas antropométricas antes da cirurgia
e nos meses 3, 6 e 12 de pós-operatório totalizando 228 pacientes com média de idade de
37,4±11,7 anos e predominância do sexo feminino (76,3%). RESULTADOS: Inicialmente 143
pacientes (66,2%) apresentavam critérios para dislipidemia e após 6 mês de cirurgia este
número caiu para 83 pacientes (50,6%) e continuou reduzindo até um ano pós-cirúrgico
chegando a apenas 45 pacientes (28,5%) após 12 meses de cirurgia. Na avaliação da associação
das variáveis com a redução do percentual de gordura corporal aos 12 meses, as que se
associaram significativamente foram a redução do peso (r=0,258; p=0,009), IMC (r=0,272;
p=0,005) e circunferência abdominal (r=0,357; p<0,001). No entanto, com os parâmetros
bioquímicos a associação foi significativa apenas com os níveis de HDL (r=-0,267; p=0,009).
Pacientes com maior redução do percentual de gordura corporal foram os que mais reduziram
o peso, IMC e circunferência abdominal e também foram os que mais aumentaram os níveis de
HDL. CONCLUSÕES: O trabalho evidenciou a associação da redução do percentual de gordura
corporal com o aumento do HDL, independente do sexo e da idade. A mesma associação
também foi observada quando utilizados os parâmetros IMC, redução de peso e medida da
circunferência abdominal.
Título: DIVERTÍCULO DE MECKEL HERNIADO ATRAVÉS DO LIGAMENTO LARGO
Temário: Cirurgia
Autores: ANDRÉ VICENTE BIGOLIN; RODOLFO WERMANN; JOHANNA JOHAN; RODRIGO DOS
SANTOS FALCÃO; NATALINO RINALDI; RAFAELA MÜLLER FRANCESCHI; RENAN TREVISAN JOST;
PEDRO MARCHIORI CACILHAS;
Instituição: PUC-RS
Resumo:
INTRODUÇÃO:: A hérnia interna através do ligamento largo é uma rara causa de obstrução
mecânica do intestino delgado. A presença do divertículo de Meckel herniado por esse defeito
não havia sido relatada na literatura e pode configurar como um fator complicante para a
ocorrência da obstrução. OBJETIVO: Relatar um caso de divertículo de Meckel com hérnia
interna através do ligamento largo e a abordagem por videolaparoscopia. MÉTODOS: Paciente
feminina de 42 anos, branca, casada. Relatou dor em fossa ilíaca esquerda, vômitos e parada de
eliminação de fezes. Ao exame, abdome distendido, timpânico, sem peritonismo, apenas com
leve defesa em fossa ilíaca esquerda. Referia ser hígida, sem cirurgias, apenas uma gestação e
um parto normal há 20 anos. Apresentava leucocitose moderada. Realizou tomografia
computadorizada com contraste que sugeriu hérnia interna através do ligamento largo com
sinais de obstrução. A paciente foi submetida à videolaparoscopia. RESULTADOS: Com o uso de
um trocater de 10mm e outros dois de 5mm pode-se confirmar o diagnóstico da imagem e
evidenciar que a alça herniada continha divertículo de Meckel de aproximadamente 3cm, sem
sinais inflamatórios ou nodulações. O segmento intestinal apresentava-se congesto mas sem
sinais de necrose. Realizou-se redução da hérnia, fechamento do orifício e diverticulectomia. A
paciente teve alta no quarto dia pós-operatório e teve boa evolução. CONCLUSÃO: Apresentouse o primeiro caso da literatura de divertículo de Meckel associado a hérnia interna pelo
ligamento largo. Este quadro determinou obstrução intestinal a qual pode ser manejada de
forma segura por videolaparoscopia.
Título: DOENÇA HEPÁTICA GORDUROSA NÃO ALCOÓLICA E SUA PREVALÊNCIA EM 750
PACIENTES COM OBESIDADE MÓRBIDA
Temário: Cirurgia
Autores: Daniele dos Santos Rossi; Aline Grimaldi Lerias; Felipe Ferreira Laranjeira; Letícia
Biscaino Alves; Rafael Jacques Ramos; Cláudio Corá Mottin; Alexandre Vontobel Padoin;
Instituição: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
Resumo:
INTRODUÇÃO: A doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) é a doença hepática mais
frequente no mundo ocidental, e está altamente relacionada à obesidade. A DHGNA não está
correlacionada com aumento da morbidade ou mortalidade, mas a sua progressão para
esteatohepatite não alcoólica aumenta os riscos de cirrose, insuficiência hepática e carcinoma
hepatocelular. Dessa forma, torna-se importante conhecer a prevalência de DHGNA em
pacientes obesos mórbidos. OBJETIVO: Avaliar a prevalência da doença hepática gordurosa não
alcoólica em pacientes obesos mórbidos. MÉTODOS: Foram analisados os dados de 750
pacientes que foram submetidos à cirurgia de obesidade mórbida no Centro da Obesidade e
Síndrome Metabólica do Hospital São Lucas da PUCRS, Brasil. Foram analisadas 750 biópsias
hepáticas de pacientes obesos mórbidos durante o período 2011-2013. Biópsias hepáticas foram
feitas por aspiração com agulha fina no início da cirurgia. Foram avaliados sexo, índice de massa
corporal (IMC), cintura, idade e comorbidades. Consentimentos informados pelos pacientes
foram obtidos no pré-operatório. RESULTADOS: A maioria dos pacientes eram mulheres (74,4%);
IMC médio de 48,6 ± 7,4 kg /m2; cintura de 134,7 ± 14,5 centímetros; a média de idade foi de
37,9 ± 10,4 anos de idade. 419 (55,9%) tinham hipertensão arterial sistêmica, 355 (47,3%)
dislipidemia, 165 (22%) DM2. Todas as biópsias hepáticas tinham 6 ou mais espaços portais. A
prevalência de DHGNA foi de 100% nos pacientes analisados. 31,1% tinham apenas esteatose;
12,9% leve, 9,3% moderada e 8,8% grave. 68,9% tinham esteatohepatite; 10,8%, com esteatose
leve, 22,4%, com esteatose moderada e 35,6% com esteatose severa. Apenas um paciente
(0,1%) tinha cirrose. CONCLUSÃO: O estudo mostra uma alta prevalência de DHGNA entre
pacientes com obesidade mórbida, especialmente na sua forma mais grave.
Título: DUODENOPANCREATECTOMIA COM RESSECÇÃO VASCULAR
Temário: Cirurgia
Autores: Felipe Bilhar Fasolin; Andre Vicente Bigolin; Natalino Rinaldi; Luis Fernando Castro;
Fáberson Mocelin Oliveira; Rodrigo Paese Capra; Lucas Ernani; Gilda Guerra; Eduardo Barcelos
Fumegalli;
Instituição: IRMANDADE DE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PORTO ALEGRE
Resumo:
Introdução: O prognóstico dos tumores da cabeça do pâncreas é reservado. Uma sobrevida
maior só é atingida naqueles casos onde a ressecção é realizada. A invasão do complexo venoso
mesentérico-portal é considerada por muitos um critério de irressecabilidade. Objetivo: Relatar
os casos de ressecção vascular em duodenopancreatectomia realizados entre maio de 2014 a
maio de 2015 por um serviço de residência médica. Método: Os pacientes com tumores
periampulares seguem um protocolo de avaliação perioperatório e padronização da técnica da
Equipe de Cirurgia Geral e do Aparelho Digestivo. Pacientes com suspeita de invasão vascular na
tomografia pré-operatória, são submetidos a Ressonância nuclear para confirmação dos
achados. O critério maior de irressecabilidade é invasão arterial comprovada no
transoperatório. Resultados: Durante o ano de avaliação foram realizados 15
duodenopancreatectomias. Em 2 casos houve ressecção vascular. Paciente 1: feminina, 66 anos,
com tumor de 2,7cm na cabeça do pâncreas, com diagnóstico pré-operatório de infiltração de
180º da veia mesentérica superior. Foi realizada DPT com ressecção segmentar em bloco da
junção mesentérico-portal e anastomose primária das veias mesentérica superior e esplênica na
veia porta, com tempo de clampeamento de 50 minutos. Paciente 2: masculino, 58 anos, com
tumor de 2,9cm na cabeça do pâncreas, com diagnóstico pré-operatório de compressão da
parede lateral da veia porta. Foi realizada DPT com ressecção segmentar bloco de segmento da
veia porta e anastomose primária, com tempo de clampeamento de 25 minutos. O ecodoppler
portal no 1º pós-operatório evidenciou patência da anastomose vascular, sem sinais de
trombose em ambos os casos. A paciente 1 evoluiu bem, sem complicações, tendo alta no 13º
dia (estadiamento: pT3pN1M0). A paciente apresentou recidiva da lesão com cerca de 3 meses
após a cirurgia e foi a óbito após 5 meses e 4 dias. O paciente 2 evoluiu com um abscesso no 7º
PO, o qual drenou espontaneamente pelo dreno utilizado na cirurgia, alta no 18º dia.
(estadiamento pT3N0M0). O paciente se mantém-se em bom estado geral com 6 meses de
acompanhamento, sem evidências de recidiva da doença. Conclusão: A ressecção cirúrgica
completa é a única alternativa curativa para adenocarcinomas pancreáticos. A reconstrução da
veia ressecada mediante anastomose primária é possível na maioria dos casos, sendo uma
técnica factível e reproduzível.
Título: EMBOLIZAÇÃO ARTERIAL SELETIVA DE ANGIODISPLASIA COLÔNICA
Temário: Cirurgia
Autores: Andreza Gauterio Cavalcanti; Rafael Sartori Balbinot; Jonathan Soldera; Silvana Sartori
Balbinot; Raul Angelo Balbinot; Marcos Poletto; Marcelo Corrales;
Instituição: HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL
Resumo:
INTRODUÇÃO: A hemorragia digestiva baixa é definida como o sangramento originado abaixo
do ligamento de Treitz, o qual inclui jejuno, íleo, cólon e reto. É responsável por 20% de todos
os casos de hemorragia digestiva. RELATO DO CASO: Paciente de 37 anos, feminina, interna no
Hospital Geral de Caxias do Sul por náuseas, vômitos, astenia e sangramento vaginal. Há um mês
estava em investigação de massa pélvica, tendo o diagnóstico de carcinoma epidermóide
invasor de colo de útero há uma semana. Paciente apresentou melena quinze dias após a
internação. Realizada endoscopia digestiva alta que observou duodenite erosiva rasa intensa
responsiva a inibidor de bomba de prótons. Três dias após, teve episódios de enterorragia
volumosa. Realizada colonoscopia com grande quantidade de sangue na luz do órgão
impossibilitando a progressão do aparelho além do sigmóide, devido a instabilidade
hemodinâmica da paciente. Após estabilização, paciente permanecia com enterorragia
volumosa, sendo realizada angiografia com embolização de ramo da artéria mesentérica por
angiodisplasia colônica em nível de ângulo esplênico. Doze horas após embolização com microesferas, paciente evoluiu com quadro de anafilaxia ao contraste, respondendo bem com manejo
clínico. Teve boa evolução pós-operatória e recebeu alta sem novos episódios de sangramento
intestinal. DISCUSSÃO: As opções terapêuticas na hemorragia digestiva baixa incluem a
colonoscopia, a infusão de vasopressores, embolização arterial e a cirurgia. O exame de eleição
para diagnóstico e tratamento é a colonoscopia, caso o paciente se apresente
hemodinamicamente estável e com preparo colônico adequado. A falha endoscópica é superior
a 32%, principalmente em hemorragias maciças. Pacientes com hemorragia refratária ao
tratamento clínico e endoscópico, deverá ser submetidos a intervenção cirúrgica ou
embolização arterial por angiografia. A embolização intra-arterial foi introduzida no tratamento
da hemorragia digestiva baixa em 1974. O avanço da tecnologia nos permite realizar cateterismo
super-seletivo arterial e embolização de vasos menores que 1 mm, minimizando as
complicações do procedimento. O sucesso da terapêutica é de 69 a 100% dos casos. A taxa de
re-sangramento após embolização ocorre em 10 a 30% dos casos no primeiro mês. A taxa de
isquemia intestinal após embolização é de 5 a 22%.
Título: HEMATOMA HEPÁTICO VOLUMOSO APÓS SINDROME DE HELLP: RELATO DE CASO.
Temário: Cirurgia
Autores: ANDREZA MARIANE DE AZEREDO; CAROLINA DA SILVA MENGUE; EDUARDO HUBNER
DE SOUZA; ISADORA ZANOTELLI BOMBASSARO; LEDWYNG DAVID GONZALEZ PATINO; MARILIA
KAPPEL PAES;
Instituição: UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
Resumo:
INTRODUÇÃO: A síndrome de HELLP, responsável por acometer 0,2 a 0,6% das gestações, é
caracterizada por um quadro de hemólise, aumento das enzimas hepáticas e plaquetopenia. As
complicações ocorrem em torno de 24-38% dos casos – como hematomas subcapsulares, que
são responsáveis por menos de 2% dessas complicações. OBJETIVO: Relatar um caso de
hematoma hepático volumoso após Síndrome de HELLP, ressaltando seus principais aspectos
clínicos, laboratoriais e de imagem. MÉTODOS: Trata-se de um relato de caso. RELATO DE CASO:
Paciente feminino, 29 anos, primigesta, idade gestacional 35 semanas e 1 dia, foi submetida à
cesárea de urgência por Síndrome de HELLP, recém-nascido vivo. Na internação, apresentava
TGO 400U/L; DHL 608U/L; creatinina(Cr) 0,7mg/dL; Plaquetas(Pl) 61.000/mm³; IP/C:1,5.
Paciente hipertensa, tratada durante a gestação com Metildopa. Realizou terapia com sulfato
de magnésio pós-parto. Cerca de 6 horas após o parto, os laboratoriais exibiam: TGO 285U/L;
DHL 528U/L; Cr 1,16mg/dL; ácido úrico 7,1mg/dL; Pl 71.000/mm³; hemoglobina(Hb) 9,3g/dL. No
pós-parto, estava com controle pressórico satisfatório, com leve desconforto à palpação
abdominal difusa, sem sinais de irritação peritoneal, os laboratoriais mostravam: TGP 1140U/L;
TGO 986U/L; Pl 88.000/mm³; Hb 7,5g/dL. Iniciou com dor intensa em hipocôndrio direito(HD),
sendo solicitada Tomografia computadorizada(TC) de Abdômen que evidenciou volumoso
hematoma hepático subcapsular(19,7 cm) em lobo direito(LD) e segmento medial do lobo
esquerdo(LE), com áreas hipodensas no parênquima hepático – sugere rupturas e algumas áreas
com alterações perfusionais. No outro dia, os exames exibiam: TGP 3010U/L; TGO 2285U/L; DHL
947U/L; Pl 101.000/mm³. Paciente foi transferida para CTI, por instabilidade hemodinâmica.
Com boa evolução clínica, estável hemodinamicamente e melhora laboratorial das enzimas
hepáticas, recebendo alta da CTI. A equipe cirúrgica optou por tratamento conservador,
mantendo monitorização contínua e repouso absoluto. Realizada nova TC de Abdômen que
demonstrou redução do hematoma subcapsular(19 cm) e das áreas hipodensas do LD e
segmentos mediais do LE. Permaneceu estável hemodinamicamente, apresentando melhora
das enzimas hepáticas e redução do hematoma subcapsular. CONCLUSÃO: A síndrome de HELLP
é considerada uma grave condição ao feto e à mãe, principalmente associada a complicações
hepáticas, tendo uma mortalidade de 50%.
Título: HEPATOCARCINOMA - RELATO DE CASO
Temário: Cirurgia
Autores: Gabriela Bohn Spies; Patrícia Dutra Hamilton; Bruno Mariano da Silva Schmidt; João
Bosco Paes Andrade; Luciano Zogbi;
Instituição: FURG
Resumo:
Introdução: O carcinoma hepatocelular (CHC) é o tumor maligno primário mais freqüente do
fígado e uma das neoplasias mais comuns em todo o mundo, respondendo por mais de 1 milhão
de mortes anualmente. Tal fenômeno pode ser atribuído a infecção pelo por vírus da hepatite C
(HCV) e processos migratórios específicos. Além das hepatites virais, certas exposições
ambientais, consumo de álcool, fumo, doenças metabólicas genéticas, adenoma hepatocelular
e cirrose estão implicadas na etiologia. Anamnese e exame físico compatíveis; exames
laboratoriaIs, como a alfa-fetoproteína; e exames de imagem levantam a suspeita, enquanto o
diagnóstico é comprovado pelo exame anátomo-patológico. Objetivo: relatar um caso de CHC,
propondo uma breve revisão sobre o tema, somado ao alerta para o controle dos fatores de
risco para a doença. Método: Paciente de 64 anos, sexo masculino, pardo, portador do vírus da
Hepatite C há 20 anos, com acompanhamento clínico irregular, apresentando náuseas, anorexia,
astenia, desconforto epigástrico e icterícia. História pregressa de laparotomia de urgência há um
ano por hemorragia oriunda de suposto adenoma hepatocelular, sem ter sido ressecado na
ocasião. Observada elevação de transaminases, gama GT, fosfatase alcalina, e com alfa feto
proteína de 51.000 ng/ml. Resultados: Foi submetido a hepatectomia esquerda, com ressecção
do tumor íntegro e margens cirúrgicas de 2 cm. Exame anatomopatológico constatou
hepatocarcinoma, moderadamente diferenciado (Grau II de Edmondson-Steiner), padrão
pseudoglandular, com esteatose em 20%, medindo aproximadamente 6 cm, parcialmente
encapsulado, ausência de invasão da cápsula de Glisson, vascular ou perineural. Margens
cirúrgicas livres (1,8cm), tecido não neoplásico com hepatite crônica em atividade moderada e
com cirrose, sugestivas de etiologia por HCV (Metavir A2-F4). O paciente apresentou favorável
evolução pós operatória recebendo alta hospitalar sete dias após o procedimento cirúrgico.
Conclusão: O caso relatado corrobora com a literatura na relação estabelecida entre a incidência
de CHC em pacientes portadores do HCV. O CHC é de difícil detecção em estágios iniciais, está
intimamente associado aos vírus da hepatite B e C, portanto pode ser prevenido, e o seu
tratamento principal consiste na ressecção cirúrgica.
Título: HÉRNIA DE AMYAND SIMULANDO HÉRNIA INGUINAL RECIDIVADA ENCARCERADA
Temário: Cirurgia
Autores: Paula Netto Jaccottet; Katia Garbini Gonçalves; Renata Cavalli Cavichioli; Lucio Flavio
de Oliveira;
Instituição: HOSPITAL ERNESTO DORNELLES
Resumo:
INTRODUÇÃO: As hérnias inguinofemorais representam 75% da doença herniária do adulto.
Devem ser incluídas no diagnóstico diferencial as hérnias incomuns, como a que se caracteriza
pelo apêndice cecal dentro do saco herniário inguinal (hérnia de Amyand) ou femoral (hérnia de
Garengeot). OBJETIVO: Relatar um caso de hérnia de Amyand que simulou hérnia inguinal
recidivada encarcerada, ocorrido em hospital terciário de Porto Alegre. MÉTODOS: Relato de
caso. RESULTADO: Paciente C.B.P., branco, 65 anos, com história prévia de herniorrafia inguinal
direita convencional há um ano, chega à emergência com queixa de febre, dor em fossa ilíaca
direita (FID) e abaulamento em local da incisão cirúrgica após realizar esforço físico, sintomas
iniciados há um dia. Ao exame, apresentava dor com defesa em FID, extenso edema e
abaulamento, não redutível, tendo como principal hipótese diagnóstica a presença de hérnia
inguinoescrotal recidivada encarcerada. Programada hernioplastia inguinal direita para mesma
data. Realizou-se inguinotomia direita com exploração do cordão, que estava demasiadamente
espessado, sendo impossível sua exploração e isolamento. Optou-se por uma videolaparoscopia
diagnóstica no mesmo tempo cirúrgico para esclarecimento do caso. Identificado sinais
inflamatórios e bloqueio em pelve, visualizado sítio cirúrgico em FID com hérnia inguinal direita
recidivada contendo o apêndice cecal inserido no saco herniário. Durante a exploração local e
lise de aderências, identificou-se extenso processo inflamatório, recebendo diagnóstico de
Hérnia de Amyand. Ralizada apendicectomia videolaparoscópica imediatamente. CONCLUSÃO:
Descrevemos um caso de hérnia de Amyand, que representa menos de 1% dos casos de hérnia
inguinal, em que o apêndice cecal está contido no interior do saco herniário. A ocorrência
concomitante de apendicite aguda simulando hérnia inguinal recidivada é ainda menor, sendo
de 0,15%. No entanto, apesar da raridade, o cirurgião deve ter familiaridade com este
diagnóstico diferencial para o manejo adequado, tendo a videolaparoscopia como técnica aliada
na presença de dúvida diagnóstica em um quadro de abdome agudo
Título: HÉRNIA INTERSTICIAL COMO FORMA DE RECORRÊNCIA EM HERNIOPLASTIA INCISIONAL
APÓS DE FECHAMENTO DE COLOSTOMIA
Temário: Cirurgia
Autores: Pedro Henrique Cardoso Borges; Aline Gularte Teixeira da Silva; Lucas Augusto Camillo
de Souza; Bruno Tisher Jung; Luiz Roberto Wendt; Oly Campos Corleta;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA SAÚDE DE PORTO ALEGRE
Resumo:
Hérnia intersticial, primeiramente descrita por Bartholini em 1661, é um raro tipo de hérnia, em
que o saco herniário aloja-se entre as camadas musculares que compõem a parede abdominal.
Este é um relato de caso de uma paciente portadora de hérnia intersticial em sítio de colostomia
após cirurgia de herniorrafia incisional em ferida operatória (FO) infra-umbilical e fechamento
de colostomia. A paciente apresentou-se com massa palpável e dolorosa à esquerda da FO
mediana, sob cicatriz de hernioplastia incisional realizada sete meses antes. A hipótese
diagnóstica de recorrência da hérnia incisional foi aventada. À tomografia computadorizada
verificou-se formação de hérnia intersticial no antigo sítio de colostomia. O tratamento foi
realizado por meio da colocação de tela intraperitoneal com sutura dos planos musculares
superficiais e manutenção da tela de polipropileno sobre o músculo oblíquo externo. A paciente
teve boa recuperação pós-operatória e não apresentou recorrência da hérnia no período de
acompanhamento ambulatorial.
Título: HERNIAÇÃO DO ESTÔMAGO E EPÍPLON PARA CAVIDADE TORÁCICA COM
ESTRANGULAMENTO EM DOIS PONTOS.
Temário: Cirurgia
Autores: Renato Antonio Sommer; Mateus Ceresoli Baptistella; Laura Graciolli Ribeiro; Édina
Regina Saggin Weschter; Alessandro Delgado Louzada; Vitor Antonio Alves;
Instituição: UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
Resumo:
Introdução: As hérnias hiatais são as mais frequentes, representando de 70% à 95% das hérnias
diafragmáticas. Já, as hérnias diafragmáticas traumáticas são relativamente raras, ocorrendo em
aproximadamente 5% dos traumas contusos ou penetrantes do tórax e abdômen1-2-3.
Descrevemos um relato de caso em que o paciente apresentava hérnia paraesofágica e hérnia
diafragmática esquerda, ocorrida por trauma automobilístico há 10 meses, com migração do
estômago para cavidade torácica em ambas as hérnias, com estrangulamento entre os dois
pontos. Relato: Paciente masculino 28 anos, procurou a emergência do HNSG de Canoas-RS,
referindo dor epigástrica com irradiação para o tórax, vômito alimentar e dispneia. História
prévia de acidente automobilístico com fratura de sete costelas esquerdas e duas direitas, e
pneumotórax há 10 meses. Raio-X de tórax com aumento de bolha gástrica estendendo-se ao
tórax e tomografia computadorizada de tórax e abdômen com sinais de rotação do estômago
superior, desvio do esôfago para a esquerda com níveis hidroaéreos podendo estar relacionada
a volvo gástrico. Foi submetido à laparotomia exploradora e identificou-se herniação do
estômago e epíplon com sofrimento vascular e estrangulamento em 2 ponto do estômago, entre
orifícios herniários hiatal e diafragmático esquerdo. Realizou-se herniorrafia hiatal,
diafragmática e frenorrafia já com o estômago na cavidade abdominal, observando-se retorno
da perfusão gástrica e viabilidade do órgão, lavagem da cavidade e fechamento. Discussão: As
lesões diafragmáticas por trauma fechado é de difícil diagnóstico no pré-operatório3-4, já que
seus sinais e sintomas não são específicos4. O diagnóstico só foi conclusivo na cirurgia,
visualizando o diafragma com 2 pontos de herniação, mostrando uma lesão diafragmática à
esquerda e outra com característica de hérnia hiatal paraesofagica, podendo também estar
relacionada ao trauma, pois o paciente negou sintomas associados ao longo da vida. Portanto,
o tratamento da lesão é cirúrgico, deve ser indicado assim que for feito o diagnóstico ou possuir
suspeita. Nesse caso, não foi usado tela no reparo, porém a literatura demonstra benefícios com
o uso de telas compostas de polipropileno e PTFE no reparo de hérnias volumosas, devido à tela
possuir interface visceral e manter à resistência. Assim, o objetivo do presente trabalho é alertar
sobre a necessidade de autorização de telas compostas pelo SUS, a fim de reduzir complicações
à longo prazo5.
Título: INFARTO ESPLÊNICO COMO MANIFESTAÇÃO INICIAL DE ADENOCARCINOMA GÁSTRICO:
RELATO DE CASO.
Temário: Cirurgia
Autores: ANDREZA MARIANE DE AZEREDO; CAROLINA DA SILVA MENGUE; EDUARDO HUBNER
DE SOUZA; ISADORA ZANOTELLI BOMBASSARO; LEDWYNG DAVID GONZALEZ PATINO; MARILIA
KAPPEL PAES;
Instituição: UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
Resumo:
INTRODUÇÃO: O infarto esplênico é, geralmente, silencioso, muitas vezes o diagnóstico passa
despercebido, sendo um achado ocasional da tomografia computadorizada. Raramente, é a
primeira manifestação de câncer gástrico. Da mesma forma, o câncer gástrico como etiologia do
infarto esplênico é bastante infrequente. As causas mais comuns de infarto esplênico trata-se
de doenças hematológicas infiltrativas, seguida pelas doenças embólicas, vasculares e trauma.
OBJETIVO: Este trabalho visa relatar um caso de infarto esplênico como manifestação inicial de
adenocarcinoma gástrico, ressaltando seus principais aspectos clínicos e achados nos exames
de imagem. MÉTODOS: Trata-se de um relato de caso. RELATO DE CASO: Paciente masculino, 58
anos, procurou atendimento médico por desconforto em hemitórax esquerdo e dorsalgia
associado a tonturas, náuseas e vômitos que iniciaram há 2 dias. De antecedentes mórbidos
apresentava diabetes melitus tipo 2. Negava tabagismo, hipertensão arterial sistêmica, história
de infarto agudo do miocárdio ou outra cardiopatia. Ao exame físico, exibia sudorese e palidez
cutânea; ausculta cardíaca e pulmonar sem alterações; à palpação abdominal exibia discreta dor
à palpação de hipocôndrio esquerdo, sem outras alterações relevantes. Foi submetido à
tomografia computadorizada de abdômen que revelou baço com intensa área focal hipodensa,
sem impregnação por contraste, localizada na sua metade superior, correspondendo a infarto
esplênico; com área focal de espessamento parietal irregular junto à cárdia. Paciente iniciou
com melena. Foi, então, submetido à colonoscopia, que não exibiu alterações. À endoscopia
digestiva alta apresentava uma lesão sugestiva de neoplasia em cárdia. Foram realizadas
biópsias, que demonstraram adenocarcinoma gástrico pouco diferenciado, Helicobacter pylori
negativo. Os exames laboratoriais exibiram anemia normocítica e normocrômica (hemoglobina
7,6 g/dL). A tomografia computadorizada de tórax não exibia alterações. Foi realizado a
transfusão de 2 unidades de concentrado de hemácias. Realizou as vacinas antimeningocócica
e antipneumocócica. O paciente foi encaminhado à gastrectomia com linfadenectomia D2 e
esplenectomia. CONCLUSÃO: O infarto esplênico como primeira manifestação de câncer
gástrico é bastante incomum. Esporadicamente, o infarto esplênico é um achado ocasional da
tomografia computadorizada.
Título: LINFOMA DUODENAL DE CÉLULAS T - RELATO DE CASO
Temário: Cirurgia
Autores: LUIS FERNANDO DE CESARO CASTRO; FELIPE BILHAR FASOLIN; FABERSON JOÃO
MOCELIN DE OLIVEIRA; LUCAS ERNANI; GILDA GUERRA; RODRIGO PAESE CAPRA; ANDRE
VICENTE BIGOLIN; EDUARDO BARCELOS FUMEGALLI; NATALINO RINALDI;
Instituição: IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICORDIA DE PORTO ALEGRE
Resumo:
Linfomas do trato gastrointestinal contribuem com cerca de 4% das malignidades dessa região,
sendo que a maioria deles localizam-se no estômago (50-60%) e menos de 30% no intestino
delgado. O linfoma de células T do aparelho digestivo é uma doença de apresentação muito rara
e com um prognóstico ruim, sendo o duodeno o local menos comum de aparecimento.
Relatamos o caso de paciente de 60 anos com quadro de um mês de evolução com dor
abdominal, adinamia, inapetência e perda ponderal de 15 quilos no período, sem relato de febre
ou sudorese noturna. Submetido a investigação apresentava hemograma dentro dos
parâmetros da normalidade, a tomografia computadorizada de abdome evidenciou
espessamento parietal irregular da porção mais distal da segunda porção do duodeno e realce
das paredes do colédoco intrapancreático e tecido pancreático circunjacente. Realizou
endoscopia digestiva alta que evidenciou lesão exofítica com características estenosantes na
segunda porção duodenal e mucosa com atrofia e com aspecto em mosaico na quarta porção,
submetido
a inúmeras biópsias negativas para neoplasia. Submetido a
duodenopancreatectomia pela forte suspeita de lesão maligna, cujo exame anatomopatológico
evidenciou processo linfoproliferativo atípico comprometendo papila duodenal, duodeno e
jejuno compatível com linfoma não-Hodgkin, à imunoistoquímica revelou tratar-se de linfoma
de células T. No estadiamento da doença não foi detectado doença a distância e nem infiltração
da medula óssea. Paciente encaminhado para quimioterapia sendo indicado protocolo CHOP,
tendo apresentado quatro meses de sobrevida após início do tratamento. Linfoma primário do
trato gastrointestinal é uma malignidade agressiva com taxa de sobrevida em 05 anos de 47%,
sobrevida livre de doença em 5 anos de 40% e com 79% dos óbitos ocorrendo no primeiro ano
do diagnóstico. Fatores prognósticos importantes incluem estágio da doença, extensão da
ressecção cirúrgica, resposta ao tratamento, envolvimento da serosa, tratamento multimodal e
performance status do paciente. Portanto, o desfecho para o paciente depende do diagnóstico
e tratamento precoce da doença.
Título: MEGAESÔFAGO SIMULANDO LESÃO EXPANSIVA DE MEDIASTINO
Temário: Cirurgia
Autores: Renata Cavalli Cavichioli; Katia Garbini Gonçalves; Paula Netto Jaccottet; Rubem Gerd
Weiss;
Instituição: HOSPITAL ERNESTO DORNELLES
Resumo:
INTRODUÇÃO: O megaesôfago é uma patologia causada pela perda de células ganglionares do
plexo de Auerbach, determinando déficit de relaxamento do esfíncter esofágico inferior (EEI).
Apresenta graus variados de hipertonia com substituição da peristalse normal por contrações
anormais durante a deglutição. Pode ser de origem idiopática (Acalásia) ou associada à doença
de Chagas. O quadro clínico é compatível com a tríade clássica de disfagia, regurgitação e perda
ponderal. OBJETIVO: Descrever caso de megaesôfago que levou ao alargamento do mediastino
superior com compressão extrínseca da traquéia simulando lesão expansiva. MATERIAL E
MÉTODOS: Relato de Caso. RESULTADO: L.T.G, 80 anos, feminina, branca, tabagista, doença
pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Paciente com queixa de disfagia, perda ponderal insidiosa
e vômitos pós alimentares, interna para investigação em hospital terciário de Porto Alegre. Ao
exame, hipocorada, desnutrida e descompensada da função cardiopulmonar. Submetida a
radiografia de tórax que evidenciou alargamento mediastinal, com redução do calibre da
traquéia, deslocando-a anteriormente, tendo como principal hipótese diagnóstica os tumores
mediastinais. Demais exames como esofagografia baritada e endoscopia digestiva alta (EDA)
mostraram dilatação do esôfago até o seu terço distal, obstrução da luz com grande volume de
resíduos alimentares no esôfago e acentuado desvio das estruturas mediastinais para direita em
seu terço superior. Realizada tomografia de tórax e abdome com evidência de dilatação do
esôfago torácico até a transição esôfago-gástrica que continha grande quantidade de conteúdo
de estase em seu interior e opacidades pulmonares parenquimatosas em "vidro fosco" de
natureza inflamatória aguda, provavelmente de etiologia aspirativa. Sorologia para Chagas e
colagenases não reagentes. Firmou-se o diagnóstico de megaesôfago grau IV segundo
classificação de Resende , porém, devido condições clínicas da paciente e risco cirúrgico elevado,
optou-se manejo conservador por ora, com jejunostomia e aspiração esofágica. CONCLUSÃO:
Descrevemos um caso de megaesôfago avançado de etiologia idiopática, manejado
conservadoramente devido contra-indicação cirúrgica. Houve melhora do quadro respiratório,
sem novos episódios de pneumonia aspirativa ou exarcebação da DPOC, bem como melhora do
perfil nutricional e qualidade de vida da paciente, já que medidas invasivas teriam alta
morbimortalidade.
Título: OBSTRUÇÃO COLÔNICA POR ZIGOMICOSE: RELATO DE CASO
Temário: Cirurgia
Autores: Tuany de Oliveira Dornelles; Ana Paula Astarita Sangoi; Guilerme Lang Motta;
Instituição: UFRGS
Resumo:
Introdução: Obstrução intestinal por infecção fúngica é uma condição rara. A infecção colônica
por Zigomicetos está associada principalmente a estados de imunodeficiência, diabetes mellitus,
internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e antibioticoterapia de amplo espectro. Os
autores relatam o caso de um paciente que se apresentou com obstrução intestinal devido a
infecção por zigomicetos. Relato de Caso: Homem, 69 anos, diabético e hipertenso, submetido
a laparotomia por colecistite aguda, com sepse peritoneal. Seguiu internado em UTI por 10 dias,
sob antibioticoterapia de amplo espectro. Evoluindo satisfatoriamente, recebeu alta hospitalar.
Sete dias após a alta, apresentou episódio de hemorragia digestiva baixa. A colonoscopia revelou
alterações inespecíficas da mucosa colônica na flexura esplênica, sendo efetuadas biópsias. Os
fragmentos revelaram presença de hifas não septadas com ramificações em ângulo reto, padrão
típico de Zigomicose. Utilizou-se Anfotericina B por 10 dias, a qual foi suspensa por toxicidade
renal. O quadro evoluiu para suboclusão intestinal por massa estenosante em região de biópsia,
sendo corrigido com dilatação endoscópica. Após uma semana, iniciou quadro de obstrução
intestinal completa, adotando-se, então, abordagem cirúrgica. Foi visualizada tumoração no
ângulo esplênico do cólon, com 5 cm no maior diâmetro, firmemente aderida ao pólo superior
do rim esquerdo, à borda inferior da cauda do pâncreas e à parede posterior do abdome.
Realizou-se ressecção parcial do cólon esquerdo, seguindo-se de anastomose látero-lateral com
grampeador linear cortante. À microscopia, foi visto processo inflamatório transmural nãogranulomatoso e pesquisa de elementos fúngicos negativa. Assim, concluiu-se que, em função
do tratamento prévio, as alterações fossem de natureza residual. Apesar do tratamento
cirúrgico, o paciente evoluiu com sepse respiratória não responsiva aos cuidados intensivos,
progredindo para óbito 13 dias após a cirurgia. Conclusão: Zigomicose gastrointestinal, apesar
de extremamente rara, mostra-se um importante diagnóstico diferencial de quadros obstrutivos
e inflamatórios intestinais, sobretudo em pacientes imunocomprometidos, diabéticos ou de
UTIs. O sucesso terapêutico depende de um reconhecimento precoce da doença, visto que o
manejo deve ser realizado o mais breve possível, com terapia antifúngica agressiva e
desbridamento cirúrgico da lesão.
Título: OBSTRUÇÃO INTESTINAL ALTA POR BALÃO INTRAGÁSTRICO
Temário: Cirurgia
Autores: Katia Garbini Gonçalves; Paula Netto Jaccottet; Renata Cavalli Cavichioli; Márcio
Fernando Lopes de Oliveira; Rubem Gerd Weiss;
Instituição: HOSPITAL ERNESTO DORNELLES
Resumo:
INTRODUÇÃO: O balão intragástrico (BIG), inserido endoscopicamente, promove sensação de
saciedade em pacientes obesos. É um procedimento puramente restritivo e considerado mais
eficiente do que o manejo conservador da obesidade e mais seguro do que a cirurgia. Contudo,
não é isento de riscos, sendo possíveis complicações: esofagite, úlcera, migração ou obstrução
intestinal, perfuração gástrica e até mesmo o óbito. OBJETIVO: Descrever um caso de oclusão
intestinal alta por migração de balão intragástrico, atendido em um hospital terciário de Porto
Alegre. MÉTODO: Relato de caso. RESULTADO: Z.B.O., 47 anos, feminino, branca. Paciente busca
a emergência com queixa de náuseas, vômitos alimentares e dor abdominal em cólica. Parada
de eliminação de fezes e flatos há cerca de 48 horas. Relatava colocação endoscópica de BIG há
6 meses e tentativa de remoção do mesmo há 3 meses sem sucesso – segundo laudo, o BIG
encontrava-se envolto por resíduos alimentares e grande quantidade de estase alimentar. Ao
exame, hemodinamicamente estável, lúcida, abdome depressível, com dor à palpação de região
epigástrica e hipocôndrio direito, sem peritonismo. Na chegada, raio-X de abdome identificou
imagem radiodensa no flanco esquerdo (BIG desinflado), hiperdistensão da câmara gástrica com
nível e elevação da hemicúpula, bem como distensão segmentar de alças intestinais delgadas.
Posteriormente, tomografia abdominal evidenciou BIG desinflado e deslocado, localizado em
segmento jejunal distal no flanco esquerdo, determinando distensão das alças à montante e
hiperdistensão da câmara gástrica. Paciente submetida a laparotomia exploradora na mesma
data, cujo transoperatório confirmou os achados de distensão difusa de estômago, jejuno e íleo
proximal. Identificado o BIG em topografia de íleo distal, o qual não apresentava sinais de
sofrimento isquêmico ou perfuração. Realizada enterotomia longitudinal com retirada do BIG e,
em seguida, enterorrafia com reforço seroso. Apresentou boa evolução pós-operatória, com
aceitação progressiva da dieta e reestabelecimento do trânsito intestinal, tendo recebido alta
hospitalar no 6º dia pós-operatório. CONCLUSÃO: Atualmente, a cirurgia bariátrica é um campo
de constantes inovações visando a aumentar a segurança, minimizar a invasão e oferecer
melhores resultados. O uso do BIG tem avançado rapidamente e um controle estrito das
indicações, complicações e resultados a curto e longo prazo é fundamental para o sucesso
terapêutico.
Título: OCLUSÃO INTESTINAL POR ÍLEO BILIAR
Temário: Cirurgia
Autores: Leonardo de Lima Mazini; Cynthia Neves Vasconcelos; Angelo Yassushi Hayashi;
Instituição: UNOESTE
Resumo:
O presente artigo tem como objetivo relatar um caso de uma paciente de media idade portadora
de colecistopatia calculosa apresentando dor abdominal difusa, náusea e vomito. Com auxilia
de exames de imagem e evolução clinica da paciente foi diagnosticada oclusão intestinal por
calculo biliar. Paciente submetida a laparotomia exploradora e optando por ordenha e retirada
de calculo pelo reto, realizado colecistectomia com fechamento de fistula em segundo tempo.
Concluímos que a oclusão intestinal pode vir a ocorrer por cálculos biliares. Pacientes portadores
de litíase biliar apresentando a tríade deve ser pensado em íleo biliar.
Título: PERFURAÇÃO INTESTINAL DEVIDO A ANTI-INFLAMATÓRIO NÃO ESTEROIDAL – RELATO
DE CASO
Temário: Cirurgia
Autores: Patrícia Dutra Hamilton; Mariana Angélica Berardi Cioffi; Gabirela Bohn Spies; João
Bosco Paes Andrade; Diogo Balbinot; Luiz Felipe Pfeifer;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
Resumo:
Introdução – Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) são drogas eficazes para o controle
do processo infamatório e por conseguinte da dor, entretanto a inibição das prostaglandinas
aumenta a susceptibilidade de lesões gastroentéricas. Objetivo – Ressaltar efeito adverso de
AINES pouco caracterizado na comunidade acadêmica. Método – Relato de caso de paciente
feminina, 63 anos, diabética, hipertensa, natural e procedente de Rio Grande-RS, chega ao
Pronto Atendimento do Hospital Universitário com vômitos e dor abdominal há 4 dias. À
tomografia computadorizada apresentava distensão intestinal sem massas anexiais. Apresentou
piora do quadro geral 8 dias após a internação, com pressão arterial de 87/60 mmHg e
taquicardia, ao exame físico ruídos hidroaéreos ausentes e sinais de irritação peritoneal. Foi
submetida a laparotomia de urgência. Apresentava grande quantidade de liquido livre na
cavidade abdominal, de aspecto entérico, identificou-se porção necrótica em íleo terminal, a
qual foi ressecada, não sendo possível a reconstrução do transito intestinal, optou-se por
ileostomia. A paciente teve complicações hemodinâmicas e foi transferida à Unidade de Terapia
Intensiva, evoluindo a óbito. Ao anatomopatológico foi descrito segmento de intestino delgado
com área de necrose hemorrágica, solução de continuidade de 8cm e intensa congestão vascular
que comprometia todo o espécime. Intenso processo inflamatório em toda a espessura da
parede, mais evidente na área de solução de continuidade. Serosa com exsudato
fibrinoleucocitário, ausência de atipias e dilatação intestinal à montante e adelgaçamento.
Resultado - A paciente fazia automedicação com ibuprofeno há um período aproximado de 2
anos devido a dores osteomusculares crônicas e evoluiu para quadro de perfuração intestinal
de delgado. A investigação subsequente foi incapaz de apontar outras etiologias com
anatomopatológico compatível senão o uso abusivo de AINES. Paciente não tinha história clínica
nem laboratorial de outras afecções como doença inflamatória intestinal, tuberculose, trauma,
amebíase ou tifo. Conclusão - Os efeitos adversos de AINES no trato gastrointestinal superior já
são bem caracterizados, porém estes efeitos ainda não estão claros no trato gastrointestinal
inferior. Assim, o relato de perfuração de intestino delgado devido a automedicação de forma
abusiva de anti-inflamatórios é de extrema importância para a comunidade científica, com o
objetivo de evitar futuros riscos aos pacientes.
Título: PERITONITE EOSINOFÍLICA: UM RELATO DE CASO
Temário: Cirurgia
Autores: Jana Lucia Borges; Letícia Bastos Schroder; Carlos Daniel Hernandez Antonello;
Instituição: UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL
Resumo:
INTRODUÇÃO Peritonite eosinofílica é entendida como uma complicação que ocorre em
pacientes submetidos a diálise peritoneal, geralmente dentro dos três primeiros meses de início
do procedimento e afeta crianças e adultos. É definida através de exames do líquido peritoneal
com contagem de glóbulos brancos>100 células/ml e com ≥10% de eosinófilos. Possui
fisiopatologia pouco compreendida, onde acredita-se que esteja relacionada com reação de
hipersensibilidade aos materiais e fluidos usados durante o processo de diálise, e correlação
com bactérias ou fungos 1, 2,3 . RELATO DE CASO: Paciente apresenta quadro de distensão
abdominal, náuseas e êmese, acompanhados de dor. Apresenta também parada de flatos.
Realizado tratamento conservador para caso de suboclusão intestinal, evolui com piora do
leucograma e importante distensão do intestino delgado em exame tomográfico. Realizado
procedimento cirúrgico de laparotomia, é identificado quadro de peritonite com ausência de
local definido de obstrução intestinal e ausência de foco infeccioso. Evolui após quinto e sétimo
dia pós operatório com alta, sendo confirmado através de exame anatomopatológico o
diagnóstico de peritonite eosinofílica. CONCLUSÃO: É importante estar atento aos possíveis
diagnósticos diferenciais dessa patologia, tais como abdome agudo inflamatório, neoplasias e
aderências para o manejo adequado do paciente. REFERÊNCIAS: 1. WANG, H-H; et al.
Eosinophilic peritonitis: An unusual manifestation of tuberculous peritonitis in peritoneal
dialysis patient. Journal of the Chinese Medical Association, v.74, n.7, p.322-24, 2011. 2. FORBES,
T. A.; LUNN, A. J. Montelukast: a novel therapeutic option in eosinophilic peritonitis. Pediatr
Nephrol., v.29, n.7, p.1279-82, 2014. 3. ROSNER, M. H.; CHHATKULI, B. Vancomycin-Related
Eosinophilic Peritonitis. Peritoneal Dialysis International, v.30, n.36, p.650-52, 2010.
Título: PODER DIAGNÓSTICO DA ULTRASSONOGRAFIA NO DIAGNÓSTICO DE DOENÇA HEPÁTICA
GORDUROSA EM PACIENTES IMC ≥40 KG/M2
Temário: Cirurgia
Autores: Aline Grimaldi Lerias; Daniele dos Santos Rossi; Felipe Ferreira Laranjeira; Letícia
Biscaino Alves; Rafael Jacques Ramos; Cláudio Corá Mottin; Alexandre Vontobel Padoin;
Instituição: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
Resumo:
Introdução: A biópsia hepática é o padrão ouro no diagnóstico da doença hepática gordurosa
não alcoólica, contudo trata-se de um exame invasivo. Já foi visto que ressonância magnética e
tomografia computadorizada apresentam excelente acurácia nesse diagnóstico, no entanto são
exames de imagem de alto custo. Objetivo: Avaliar os resultados da ultrassonografia obtidos em
exames rotineiros de ultrassonografia em pacientes com índice de massa corporal (IMC) ≥40
Kg/m2 e compará-los aos laudos patológicos das biópsias hepáticas. Métodos: Foram analisados
exames de 750 pacientes com IMC ≥40 Kg/m2 que foram submetidos à cirurgia bariátrica no
Centro de Obesidade e Síndrome Metabólica (COM) do Hospital São Lucas da PUCRS, Brasil.
Todos os pacientes realizaram ultrassonografia antes da cirurgia e biópsia hepática por agulha
no início do procedimento cirúrgico. Os dados referentes ao grau de esteatose no laudo
patológico foram comparados a presença ou não de esteatose no exame de ultrassonografia.
Resultados: Todas as amostras avaliadas apresentaram esteatose hepática: 178 (23,7%)
pacientes apresentavam esteatose leve; 238 (31,7%) moderada; 333 (44,4%) severa; e um (0,1%)
cirrose. Já, pelo exame de ultrassonografia, apenas 526 (70,1%) dos pacientes apresentavam
esteatose hepática: 97 (54,4%) casos de esteatose leve; 161 (67,6%) de esteatose moderada; e
268 (80,4%) de esteatose severa, qui-square = 38.573, P<0,001. Conclusão: O estudo confirma a
alta prevalência de doença hepática gordurosa em obesos mórbidos. Foi observado um
aumento da sensibilidade da ultrassonografia a medida que aumenta o grau de esteatose
hepática neste grupo de pacientes.
Título: PRIMITIVE NEUROECTODERMAL TUMOR OF THE LIVER: A REPORT OF TWO CASES.
Temário: Cirurgia
Autores: Eduardo Cambruzzi; Karla Lais Pêgas; Enilde E. Guerra; Lucas F. Torelly;
Instituição: SANTA CASA DE PORTO ALEGRE
Resumo:
Introduction: Malignant mesenchymal tumors account for 1%-2% of all liver malignant
neoplasms. Among these tumors, angiosarcoma in adults and undifferentiated sarcoma in
children are found most frequently. Primitive neuroectodermal tumor (PNET) represents a high
grade malignant neoplasia that usually affects the central nervous system and soft tissues, and
rarely compromises internal organs. Objectives: The authors report two cases of liver PNET and
review pathologic findings of this tumor. Material/Results: Case 1: An 18-year male patient, with
clinical complaint of abdominal pain, showed, on physical examination, a large mass in the right
hypochondrium. Computed tomography scan showed a solid mass in the right hepatic lobe. The
patient underwent surgical resection. On gross examination, the liver was replaced by a
yellowish-gray, multilobulated, soft tumor, measuring 21 cm in its largest diameter. Case 2: A
15-year male patient with clinical complain of abdominal pain was submitted to partial
hepatectomy due to tumoral mass on the left lobe. On gross examination, a brown-red, soft
tumor was identified, measuring 27.0x22.0x15.5 cm. At microscopy, a high grade malignant
neoplasm composed of small round blue cells was identified in both cases. The lesions showed
areas of necrosis and a high mitotic index, and revealed positive expression for vimentin and
CD99, and negative staining for desmin, LCA, AE1/AE3 and NB84. The diagnosis of liver PNET
was then established. One month after surgery, the patient 1 had sudden death due to massive
pulmonary thromboembolism. Patient 2 is free of disease after a clinical follow-up of five
months. Discussion: PNETs are malignant neoplasms that belong to the Ewing’s sarcoma family
of tumors and rarely arise in liver. In general, it is a multilobulated, soft, gray-tan tumor that
unusually exceeds 10 cm in its largest dimension. Large areas of necrosis and hemorrhage are
frequent. At microscopy, classic PNETs are composed by poorly differentiated small round blue
cells containing round/oval nuclei, that are disposed in a lobular growth pattern with little
stroma. PNETs show positive immunoexpression for CD99, NSE, S-100 and synaptophysin, and
negative expression for desmin and Myogenin. Differential diagnosis includes neuroblastoma,
desmoplastic small round cell tumor, rhabdomyosarcoma and non-Hodgkin’s lymphoma.
Patients with type 1 EWS/FLI fusion transcripts appear to have longer disease-free survival.
Título: PSEUDOMIXOMA PERITONEAL: RELATO DE CASO
Temário: Cirurgia
Autores: Rodrigo Paese Capra; Antonio Carlos Weston; Luis Fernando Castro; Faberson Mocelin;
Felipe Bilhar Fasolin; Gilda Guerra; Lucas Ernani; Juliana Rigue; Andre Vicente Bigolin; Eduardo
Fumegalli;
Instituição: SANTA CASA
Resumo:
Pseudomixoma peritoneal (PMP) é uma doença rara, com incidência de aproximadamente
1:1000.000, de diagnóstico desafiador. Caracteriza-se por apresentar coleções líquidas em
abdome e pelve, com implantes mucinosos na superfície peritoneal, a maioria dos casos é
associada a neoplasias apendiculares e possui curso clínico prolongado com múltiplas
recorrências apesar da cirurgia e/ou quimioterapia. A apresentação clínica é tardia. Quando
sintomáticos, apresentam aumento do volume e dor abdominal, emagrecimento e sintomas
mimetizando apendicite aguda. Paciente J.N.O., masculino, 57 anos, portador de cálculos
coraliformes, história de tratamento urológico através de nefrolitotomias anatróficas e
litotripsia extracorpórea há 15 anos, atualmente em acompanhamento ambulatorial. Interna
devido a dor lombar bilateral com irradiação para fossas ilíacas, caracterizada como de forte
intensidade, associado a hematúria macroscópica há cerca de 5 meses. Ao exame físico
apresentava-se em bom estado geral, sinais vitais estáveis, abdome plano, depressível, com
desconforto a palpação de flancos e fossas ilíacas, sem sinais de irritação peritoneal, punho
percussão lombar negativa. Restante do exame físico sem alterações. Laboratoriais inalterados,
exame comum de urina com presença de piúria e leucocitúria maciça e nitrito negativo. A TC de
abdome evidenciou cálculos coraliformes bilateralmente e na fossa ilíaca direita mucocele de
apêndice cecal. Foi submetido a nefrolitotripsia à esquerda com colocação de duplo J
bilateralmente e após, apendicectomia videolaparoscópica. O anatomopatológico identificou
adenocarcinoma bem diferenciado mucinoso de baixo grau de apêndice cecal. Na TC com
contraste para estadiamento, foi evidenciado lesões sugestivas de implantes secundários em
segmentos VII e VII no fígado, ambas de 3cm. Diante disso, foi realizada ileocolectomia com
margens cirúrgicas, duas ressecções hepáticas e colecistectomia. O paciente recebeu alta
hospitalar com vistas a terapia adjuvante. O PMP é uma condição clínica incomum, que
tipicamente se origina de uma neoplasia epitelial do apêndice. A apresentação clínica é variável,
com sintomas inespecíficos. Esta condição é tradicionalmente caracterizada pelo
desenvolvimento de uma ascite mucinosa. A tomografia de abdome é o principal método para
investigação pré-operatória. O tratamento ótimo envolve a cirurgia citoredutora acompanhada
de quimioterapia hipertérmica intraperitonial (HIPEC).
Título: RARA DOENÇA CONGÊNITA DE DILATAÇÃO DOS DUCTOS BILIARES INTRA-HEPÁTICOS
COM MANIFESTAÇÃO TARDIA NA VIDA ADULTA: RELATO DE CASO
Temário: Cirurgia
Autores: Andreza Mariane de Azeredo; Carolina da Silva Mengue; Isadora Zanotelli Bombassaro;
Natália Fehlauer Cappellari; Cláudio Galeano Zettler;
Instituição: ULBRA
Resumo:
Introdução: A doença de Caroli é uma doença congênita autossômica recessiva rara. Consiste na
dilatação dos ductos biliares intra-hepáticos devido à desorganização embriológica, causando
colestase, conlagites bacterianas agudas recorrentes e formação de cálculos nos ductos. A
doença pode acometer todos os ductos intra-hepáticos ou apenas uma parte do fígado. Quando
isso ocorre, o local mais acometido é o lobo esquerdo do fígado. Mesmo presentes no
nascimento, as anormalidades ductais podem não causar sintomas até a adolescência. Objetivo:
Relatar um caso dessa patologia bastante infrequente, destacando seus principais achados
clínicos e ecográficos. Método: Trata-se de um relato de caso. Relato de Caso: Paciente feminina,
40 anos, procura atendimento médico por dor em hipocôndrio direito(HD) sem irradiação,
associada a vômitos e inapetência por uma semana; sem febre, colúria ou acolia. Exame físico:
abdômen depressível com dor à palpação de HD, sem outras alterações. História prévia de
colecistectomia videolaparoscópica e exploração da via biliar por colangiopancreatografia
endoscópica retrógrada devido à coledocolitíase. A ecografia abdominal total mostrava
colecistectomia prévia; dilatação das vias biliares intra-hepáticas e hepatocolédoco, com
1,02cm, com presença de imagens ecogênicas, sugestivas de cálculos; imagem alongada
hipoecóica na confluência dos ductos intra-hepáticos, com ecos no seu interior, sugestivo de
lama biliar e cálculos; imagem ecogênica na topografia da papila, com 0,5 cm, sugestiva de
cálculo. O conjunto de aspectos ecográficos foi compatível com Doença de Caroli. A paciente
seguiu com tratamento clínico até atenuar parcialmente os sintomas e após foi encaminhada à
hepatectomia parcial. Conclusão: A doença de Caroli é uma patologia bastante incomum,
caracterizada pelo acometimento de ductos de grande calibre, sendo que quando os de menor
calibre são afetados ocorre o desenvolvimento de fibrose hepática congênita. Nos casos de
doença de Caroli localizada, a hepatectomia parcial tem obtido bons resultados com alívio total
dos sintomas. Porém, o tratamento definitivo na doença difusa é o transplante de fígado. Devido
às complicações da doença como abscessos no fígado, sepse e formação de colangiocarcinoma
muitos pacientes vão a óbito.
Título: RELATO DE CASO: SEQUESTRO PULMONAR EXTRA PLEURAL EM UM PACIENTE COM
HÉRNIA DIAFRAGMÁTICA CONGÊNITA
Temário: Cirurgia
Autores: Patrícia Weiber Schettini Figueiredo; Alessandro Menezes de Oliveira; Bruna Borlani;
Thiago Hernandes Costa; Milene Pinto Costa;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
Resumo:
Introdução: O sequestro pulmonar (SP) é uma rara anomalia congênita, caracterizada por um
tecido pulmonar não funcionante, sem comunicação com a árvore brônquica e com irrigação
arterial sistêmica. Perfaz 0,15% a 6,4% de todas as malformações pulmonares congênitas, sendo
que apenas 25% destes são representados pelo sequestro pulmonar extra pleural. É mais
frequente no sexo masculino (4:1) e na maioria das vezes é unilateral, predominando à esquerda
(80% dos casos). Há associação entre sequestro pulmonar e hérnia diafragmática congênita,
duplicação gástrica e de cólon. Objetivo: Este trabalho tem por objetivo descrever o caso de um
recém-nascido diagnosticado com hérnia diafragmática congênita (HDC) à esquerda que
apresentava sequestro pulmonar extra pleural. Metodologia: Este relato foi elaborado através
de dados do prontuário e imagens (autorizadas pelo responsável) associados com revisão
bibliográfica de artigos e capítulos do Lilacs e PubMed e livros de referência. Resultados: Recémnascido, masculino, apgar 04/06, apresentou insuficiência respiratória, anóxia, hipotonia e má
perfusão periférica em sala de parto. Evoluiu com necessidade de intubação orotraqueal. Ao
exame físico observou-se hemitórax esquerdo abaulado e ausculta respiratória rude e
diminuição de murmúrio vesicular à direita. Na ausculta cardíaca os focos estavam desviados à
direita. Foi encaminhado para a UTI neonatal, sendo colocado em ventilação mecânica e
solicitado raio-X de tórax que evidenciou HDC esquerda. O paciente permaneceu na UTI
neonatal até ser estabilizado, sendo necessário duas semanas até a condição clínica adequada
para cirurgia. Durante o ato operatório observou-se junto ao broto diafragmático posterior uma
massa sólida de aspecto hepático com pedículo ligado diretamente à artéria aorta abdominal.
Suspeitando-se de SP, fez-se sua ressecção com ligadura do pedículo. O exame
anatomopatológico evidenciou um seguimento de pulmão com parênquima exibindo congestão
intensa com hemorragia intralveolar, confirmando-se a o sequestro pulmonar extra pleural.
Conclusão: Paciente apresentou boa evolução pós operatória, permanecendo duas semanas na
UTI após a operação e com cinco semanas de cirurgia recebeu alta hospitalar. Diante de um
quadro de hérnia diafragmática congênita deve-se estar atento aos achados que podem
acompanha-la, como o sequestro pulmonar, o que pode ser de difícil diagnóstico devido a sua
raridade.
Título: RELATO DE DOIS CASOS: OBSTRUÇÃO DE DRENO TUBULAR POR HELMINTOS
Temário: Cirurgia
Autores: PATRICIA DUTRA HAMILTON; LUCIANO ZOGBI; BRUNO SCHMIDT; JOAO BOSCO PAES
ANDRADE; GABRIELA BOHN SPIES; MARIANA ANGÉLICA BERARDI CIOFFI;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
Resumo:
Introdução: A ascaridíase é a helmintíase com maior incidência e prevalência mundial. As
condições sanitárias precárias contribuem para sua perpetuação. O ascaris adulto pode
apresentar migração errática, que pode ser desencadeada por manipulação de vias biliares.
Objetivo: Relatar 2 casos de anastomose biliodigestiva complicada por obstrução biliar pósoperatória por Ascaris lumbricoides. Método: Descrição de 2 casos operados no H.U. da FURG.
Caso 1: J.M.S., 66 anos, masculino, pescador, internou com dor em hipocôndrio direito e fossa
ilíaca direita. Antecedente de colecistectomia e exploração de vias biliares com retirada de
cálculo do colédoco há 6 meses. Ao exame físico, icterícia acentuada, hepatomegalia e dor à
palpação em epigástrio. TC e RNM evidenciaram estenose com 5 mm de extensão no terço
proximal do ducto hepático comum, com dilatação de vias biliares a montante. Foi procedida à
cirurgia de Hepp Cuineaud com boa evolução pós-operatória nos primeiros dias. A partir do
terceiro dia, observou-se manutenção da colestase, seguindo-se de exteriorização de cerca de
cinco A. lumbricoides pelo dreno tubular a vácuo, cursando com sepse e falência hepática,
resultando em óbito. Exame anatomopatológico da via biliar ressecada revelou neoplasia
maligna tipo colangiocarcinoma infiltrativo periductal moderadamente diferenciado. Caso 2:
C.V. F., 62 anos, masculino, internou com queixa de icterícia, colúria, acolia e prurido intenso
com duração de 30 dias. Ao exame físico, icterícia acentuada, hepatomegalia e vesícula biliar
indolor e palpável. Realizadas TC e RNM de abdômen que evidenciaram massa tumoral na
cabeça de pâncreas e dilatação biliar vias biliares intra e extra-hepáticas. Verificada invasão de
artéria mesentérica superior e do tronco celíaco. Encaminhado para tratamento paliativo com
colecistectomia e hepaticojejunostomia em Y de Roux. No pós-operatório observou-se
manutenção da colestase, seguindo-se de exteriorização de exemplares desse parasita pelo
dreno tubular a vácuo. O paciente foi tratado com albendazol e teve boa evolução. Resultados:
Ambos pacientes tiveram obstrução do dreno tubular por A. lumbricoides como complicação de
derivação biliodigestiva, com desfecho pós-operatório desfavorável. Conclusão: Em regiões de
prevalência endêmica de A. lumbricoides, a inclusão do EPF ou a administração empírica de antihelmínticos na rotina pré-operatória de vias biliares poderia ser adotada, evitando esta
incomum e grave complicação.
Título: RUPTURA DE DUODENO: RELATO DE CASO
Temário: Cirurgia
Autores: JULIANA GALVAN;
Instituição: ULBRA
Resumo:
RUPTURA DE DUODENO Angélica Smiderle; Juliana Chies Galvan;Carlen Luz. - Universidade
Luterana do Brasil- Canoas -RS Introdução: O duodeno é uma estrutura principalmente
retroperitoneal, localizada profundamente na cavidade abdominal¹ e se encontra
razoavelmente bem protegido dos traumatismos abdominais mais superficiais, por isso as
rupturas duodenais são condições raras². Apesar de infrequentes, as lesões duodenais tem alta
taxa de morbi-mortalidade, sendo essencial seu reconhecimento e tratamento precoce.³ .4.
Neste trabalho discutiremos sobre um caso de ruptura duodenal pós acidente
automobilístico.Relato: Paciente D.M.M, masculino, 25 anos, após acidente “ gaiola X caminhão”
em 30/12/13 é encaminhado ao Hospital Tacchini em Bento Gonçalves com traumatismo crânio
encefálico , fraturas de face, afundamento frontal e ruptura de duodeno. Após o resultado da
TC, foi realizada ligadura de vasos do mesocolon e duodenorrafia, com necessidade de
politransfusão.Evolução com instabilidade hemodinâmica, sangramento abdominal e edema
cerebral difuso com pressão intracraniana elevada. Dia 02/12/13 paciente realizou correção
cirúrgica de hematoma extradural e ressutura de parede abdominal e permaneceu
hemodinamicamente instável, com quadro gravíssimo de poliúria e hipernatremia, acidose
metabólica e alcalose respiratória, evoluindo para óbito devido à toxemia por peritonite
purulenta secundária a fístula duodenal decorrente de deiscência de sutura dos ferimentos
duodenais.Discussão: Perfuração duodenal após um trauma abdominal fechado é uma situação
de emergência rara que pode resultar em complicações com risco de vida. O tratamento
cirúrgico depende da gravidade do trauma e devem ser escolhidas de forma individual. No
paciente relatado foi realizada duodenorrafia após ter sido submetido à tomografia
computadorizada, porém evoluiu para óbito por complicações no pós operatório.Referências:1Moore L. Keith,Dalley II F. Arthur, Anatomia orientada para clínica.Rio de Janeiro: Guanabara
Koodhan. 2001 2- Gonçalves L.Ernesto. Cirurgia: Diagnóstico+ Terapêutica. São Paulo:
Sarvier.1979 3- Souza Petry Hamilton, Breigeiron Ricardo, Gabiatti Gémerson. Cirurgia do
Trauma: Condutas diagnósticas e terapêuticas. São Paulo: Atheneu,2003.
Título: RUPTURA ESOFÁGICA ESPONTÂNEA: RELATO DE CASO
Temário: Cirurgia
Autores: Jessica Mariana Venites; Andreza Mariane de Azeredo; Daniele Figueiró; Alexia Reis;
Airton Schneider;
Instituição: ULBRA
Resumo:
Introdução: A ruptura esofágica espontânea ou Síndrome de Boerhaave é uma situação rara que
apresenta elevada mortalidade. Geralmente evolui para mediastinite e sepse devido à invasão
de conteúdo gástrico na cavidade mediastinal. Objetivo: O objetivo desse relato é apresentar
um caso de fístula esôfago-pleural, que após toracotomia foi revelada Síndrome de Boerhaave.
Método: Trata-se de um relato de caso. Relato de caso: Paciente J.R, 66 anos, foi transferido ao
Hospital Universitário Ulbra/Mãe de Deus (HUUMD), visando à correção de uma fístula esôfagopleural, tratamento para pneumotórax e empiema pleural bilateral. Paciente tabagista,
hipertenso, com DPOC e histórico de pneumotórax espontâneo durante internação. Foi
submetido a uma endoscopia digestiva alta (EDA) que revelou que a fístula se comunicava com
o espaço pleural, sendo o alimento exportado pelo dreno de tórax e extravasamento das
secreções gástricas na cavidade mediastinal. Os exames de imagem apresentavam
pneumotórax, sinais de DPOC e empiema pleural bilateral. Foram propostas pelo serviço de
Cirurgia Torácica, as seguintes medidas: toracotomia bilateral exploratória, visando a
descorticação e drenagem do empiema; liberação do esôfago com a colocação de dois drenos
torácicos; laparotomia; gastrostomia e jejunostomia para que, posteriormente, fosse feita a
correção da fístula precedente. No pós-operatório, apresentou choque séptico e insuficiência
renal aguda. Paciente permaneceu na UTI com esquema antimicrobianos:
piperacilina/tazobactam; vancomicina; meropenem, polimixina B e bactrim por 20 dias, mesmo
assim não resistiu e foi a óbito. Dessa forma, confirmou-se o diagnóstico de Síndrome de
Boerhaave, após submeter o mesmo à EDA e posteriormente à toracotomia. Conclusão: A
perfuração do esôfago torácico é um quadro grave, causando frequentemente sepse ou
mediastinite, de alta mortalidade - aproximadamente 60% em quadros tratados. Quadro de
difícil diagnóstico, principalmente por ser facilmente confundido com casos frequentes como
infarto agudo do miocárdio, pancreatite aguda e úlcera péptica.
Título: TÉCNICA CIRÚRGICA PARA CORREÇÃO DE HÉRNIA LOMBAR DE PETIT
Temário: Cirurgia
Autores: André Vicente Bigolin; Renan Trevisan Jost; Rafaela Muller Franceschi; Rodolfo
Wermann; Pedro Marchiori Cacilhas; Rodrigo dos Santos Falcão;
Instituição: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
Resumo:
INTRODUÇÃO: Hérnias dorsais ou lombares são encontradas na parede abdominal posterior ao
nível da região lombar. Esta condição é incomum, e não há grandes séries de casos notificados
na literatura. O local mais comum para a ocorrência de hérnias lombares é no triângulo lombar
superior, (Grynfeltt) e, menos comumente no triângulo lombar inferior (Petit). OBJETIVO:
Descrever o emprego de uma técnica cirúrgica para o reparo livre de tensão da hérnia de Petit.
MÉTODOS: Paciente feminino de 65 anos, aposentada, branca, com índice de massa corporal de
42 kg / m2, foi submetida à histerectomia sete anos antes para retirada de miomas, cistectomia
e úteroenterostomia cinco anos antes para retirada de câncer de bexiga, sendo realizada duas
incisões diferentes para realização do procedimento. A paciente apresentava queixa de dor nas
costas relacionada com um abaulamento na região lombar direita. Ela relatou ter notado esta
protuberância como resultado de esforço físico há cerca de 6 anos. Primeiramente era
assintomática, mas a dor surgiu e aumentava progressivamente, causando dificuldade para
deambular e prejuízo as atividades de vida diária. Ao exame físico, uma protuberância de
aproximadamente 10 cm saliente na região dorsal direita acima da crista ilíaca foi notada
durante a manobra de Valsalva. A ultrassonografia mostrou um defeito na parede abdominal na
região lombar póstero-lateral direita medindo cerca de 6,4 x 5,5 cm, com hérnia do intestino
delgado e do tecido adiposo. Com um diagnóstico de hérnia dorsal de Petit, o tratamento
cirúrgico foi recomendado. RESULTADOS: Após dissecção e redução do saco herniário foi criado
um espaço pré-peritoneal fixado uma tela de polipropileno nesta posição. Devido ao grande
defeito evidenciando, as bordas foram aproximadas parcialmente. Outra prótese foi colocada
sobre os músculos, com um bordo apropriado além dos limites do defeito. A paciente teve boa
evolução e não apresentou complicações. Não houve recidiva em 3 anos de seguimento.
CONCLUSÃO: Foi apresentado uma técnica cirúrgica livre de tensão para correção da hérnia de
Petit, sendo considerado importante a colocação de uma segunda prótese em defeitos
herniários maiores.
Título: TRATAMENTO CIRÚRGICO DA LESÃO DA VIA BILIAR PÓS-COLECISTECTOMIA: RELATO DE
CASO.
Temário: Cirurgia
Autores: Anna Carolina Franco; Wilson Vilela Medeiros Filho; Ágata Valentina Shimuzu Frutuoso;
Renan Vicente Sohn; Paulo Victor Bezerra; Alexandre Resende Veloso; Luigi Rodrigues Brianez;
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO MULLER
Resumo:
Introdução: As lesões iatrogênicas das vias biliares revelam um desafio para os cirurgiões e estão
associadas ao nível de especialização dos hospitais e ao treinamento do cirurgião. Objetivo:
Relatar um caso de lesão de via biliar em colecistectomia, ocasionando processo oclusivo do
hepato-colédoco, resolvido com derivação bilio-digestiva, com intuito de alertar e reforçar a
prevenção desta potencial complicação diretamente relacionada ao treinamento dos cirurgiões
e especialização do hospital. Relato de Caso: Paciente do sexo feminino, 44 anos, proveniente
do interior do estado do Mato Grosso, onde realizou uma colecistectomia por laparotomia. No
4º dia de pós-operatório (PO), evoluiu com icterícia progressiva, colúria, acolia fecal, náuseas,
vômitos e dor em hipocôndrio direito. Exames laboratoriais: bilirrubinas totais (BT) 15,38mg/dl,
bilirrubina direta (BD) 12,25mg/dl, amilase 269 mg/dl, aspartato aminotransferase (AST) 90
mg/dl, alanino aminotransferase (ALT) 137 mg/dl, fosfatase alcalina (FA) 663 mg/dl. No 10º PO
realizou USG de abdome total evidenciando dilatação de hepatocolédoco, sugerindo processo
obstrutivo do colédoco. CPRE evidenciou obstrução no terço médio do colédoco e fístula biliar
no local da obstrução. Colangiorressonância apresentando ausência de sinal de transição entre
o ducto hepático comum e o colédoco, interpretado como oclusão, além de moderada dilatação
das vias biliares intra-hepáticas e do segmento proximal do ducto hepático comum, medindo
1,5 cm em seu maior diâmetro. Após 10 dias foi transferida para o nosso serviço, onde realizou
uma derivação bilio-digestiva. Ao inventário da cavidade constatou-se ligadura do ducto
hepático comum ao nível da confluência dos ductos hepáticos (tipo E3 da classificação de
Strasberg e tipo III da classificação de Bismuth), colédoco estenosado e aderido. Realizado
anastomose término-lateral hepático-jejunal em Y de Roux. Paciente apresentou melhora clinica
e laboratorial (BT 3,41mg/dl; BD 2,61 mg/dl; ASL 153 mg/dl; ALT 176 mg/dl; FA 341 mg/dl),
recebendo alta no 4º PO e seguimento ambulatorial. Conclusão: A prevenção representa a
principal medida a ser empregada. Caso haja lesão, o tratamento deve ser realizado
preferencialmente em hospitais com equipe cirúrgica treinada e especializada. O objetivo da
intervenção cirúrgica é permitir a reconstituição do trajeto da bile no trato alimentar. A
hepático-jejuno anastomose em Y de Roux é a melhor opção terapêutica e a mais realizada.
Título: UMA RARA NEOPLASIA NA BIFURCAÇÃO DO DUCTO HEPÁTICO PRINCIPAL
Temário: Cirurgia
Autores: Andreza Mariane de Azeredo; Carolina da Silva Mengue; Natália Fehlauer Cappellari;
Isadora Zanotelli Bombassaro; Cláudio Galeano Zettler;
Instituição: ULBRA
Resumo:
Introdução: O Tumor de Klatskin é uma neoplasia rara que apresenta manifestações clínicas
inespecíficas. Corresponde a colangiocarcinoma hilar na bifurcação do ducto hepático principal,
cujo crescimento é agressivo e prognóstico reservado. A etiologia permanece, na maioria dos
casos, desconhecida. Esses pacientes apresentam icterícia obstrutiva, dor abdominal em
hipocôndrio direito e perda de peso. Objetivo: Ressaltar os achados clínicos, laboratoriais e
radiológicos mais importantes na supeita de Tumor de Klatskin. Método: Trata-se de um relato
de caso. Relato de caso: Paciente masculino, 56 anos, procurou atendimento médico por
icterícia associada a emagrecimento de 8Kg em 2 meses, sem outras queixas. Paciente com
história de tabagismo(30 anos/maço). Os exames laboratoriais apresentavam: alanina
aminotransferase 233U/L; gama glutamil transferase(GGT) 792,9U/L; fosfatase alcalina(FA)
3682U/L; bilirrubina total 2,12mg/dL; bilirrubina direta(BD) 1,56mg/dL; bilirrubina indireta
0,56mg/dL. A colangiorressonância magnética de abdômen apresentava: massa medindo
7x6,4cm localizada no parênquima hepático na transição entre os lobos esquerdo e direito, a
qual apresentava hipossinal em T1 e leve hiperssinal em T2, sugestivo de neoplasia; tal massa
determina compressão das vias biliares intra-hepáticas proximais com consequente dilatação
das vias biliares intra-hepáticas distais no lobo esquerdo do fígado; fígado com dimensões
normais e contornos regulares; vesícula biliar, parcialmente, distendida, com duas imagens no
seu interior com hipossinal em T1 e T2, a maior medindo 0,8cm. As características clínicas,
laboratoriais e radiológicas apontam para tumor de Klatskin. O paciente foi encaminhado à
terapia paliativa pela irressecabilidade curativa. Conclusão: O tumor de Klatskin origina-se nas
células epiteliais biliares, resultando em dilatação das vias biliares intra-hepáticas. A clínica
consiste na obstrução da drenagem biliar, resultando em icterícia, acolia e colúria. Perda de peso
significativa, diminuição do apetite e prurido são relatados. Achados laboratoriais sugerem
alterações de padrão colestático: hiperbilirrubinemia às custas de BD, aumento da FA e GGT. O
diagnóstico do Tumor de Klatskin é, muitas vezes, tardio, impossibilitando a ressecção cirúrgica,
tratamento este considerado de escolha. Diante a irressecabilidade, a medicina paliativa tornase a terapêutica possível.
Título: DIVERTÍCULOS DE ESÔFAGO MÉDIO: RELATO DE CASO
Temário: Endoscopia
Autores: Andreza Gauterio Cavalcanti; Rafael Sartori Balbinot; Jonathan Soldera; Silvana Sartori
Balbinot; Raul Angelo Balbinot;
Instituição: HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL
Resumo:
INTRODUÇÃO: Os divertículos esofágicos são lesões incomuns geralmente classificadas de
acordo com a sua localização (cervical, torácico e epifrênico), ou sua patogênese (pulsão ou
tração), ou sua morfologia (verdadeiro ou falso). RELATO DO CASO: Paciente feminina, de 85
anos, vem encaminhada de outro serviço, onde estava em tratamento de pneumonia, para
investigação de disfagia. História prévia de cirrose hepática por NASH, diabetes mellitus e
hipertensão arterial. Refere disfagia para sólidos há 1 ano, com piora há 3 meses. Relata
emagrecimento não quantificado neste período. Realizou radiografia de esôfago que identificou
dois divertículos de médio a grande porte em terço médio esofágico. À endoscopia digestiva alta
confirmou-se a presença dos dois divertículos associado a candidose esofágica e hérnia hiatal.
Devido às condições clínicas da paciente e comorbidades, optou-se por tratamento conservador.
DISCUSSÃO: Os divertículos esofágicos são localizados com maior frequencia no terço proximal
e inferior do esôfago. Ambos são considerados falsos ou de pulsão, geralmente causados por
aumento do pressão intra-esofagiana e comumente estão associados a distúrbios motores do
esôfago. Os divertículos de terço médio ou verdadeiros, são de tração, pequenos e geralmente
assintomáticos. Quando sintomáticos, os divertículos podem causar disfagia, dor torácica,
regurgitação, halitose, rouquidão e pneumopatias. O diagnóstico é realizado pela história clínica,
radiografia contrastada e endoscopia digestiva alta. O tratamento geralmente é cirúrgico, porém
irá depender da etiologia, da sintomatologia e das condições clínicas do paciente.
Título: EPIDEMIOLOGIA DOS ACHADOS HISTOPATOLÓGICOS DA ENDOSCOPIA DIGESTIVA BAIXA
NO SERVIÇO DE ENDOSCOPIA CIRÚRGICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA
Temário: Endoscopia
Autores: Luana Carolina Fontana; Ewerton Morais; Jamir Rissardo; Rosana Parizotto; Claudia
Annes; Humberto Ferreira; Natalia Boufleuer;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
Resumo:
Para diagnóstico e tratamento de doenças e distúrbios gastrointestinais os procedimentos
endoscópicos cirúrgicos mostram-se imprescindíveis. O serviço de endoscopia cirúrgica no
Hospital Universitário de Santa Maria, objetiva à obtenção de conhecimentos, diagnóstico e
tratamentos do método endoscópico na formação dos médicos residentes. Esse trabalho
apresenta resultados preliminares de tal serviço. Serão tratados nesse trabalho os principais
achados histopatológicos encontrados nas colonoscopias. Objetiva-se identificar os casos de
lesões malignas e fatores associados, delineando-se o perfil epidemiológico dos pacientes
submetidos à colonoscopia realizadas neste incipiente serviço, além de quantificar os tipos de
lesões encontradas através do método. O delineamento é um estudo descritivo, transversal e
observacional que tem como população-alvo pacientes encaminhados ao serviço no período de
01 de setembro de 2011 até 31 de setembro de 2014. Pacientes submetidos à
colangiopancreatografia endoscópica retrógrada e endoscopia digestiva alta foram excluídos do
estudo. Analisou-se 86 prontuários. Não realizaram a colonoscopia por preparo inadequado do
cólon 11,63% pacientes. Observou-se que uma taxa de 48,84% dos pacientes fez biópsias. Dos
86 pacientes 67,44% eram do gênero feminino. Em relação à idade, a média foi 50,7. A maior
parte dos pacientes estudados era caucasiana (82,56%). De todas as biópsias realizadas nos 42
pacientes, em apenas cinco delas constatou-se um padrão normal. Dos achados
histopatológicos, 40,48% apresentavam-se com adenoma tubular, seguidos de 28,57% por
pólipo hiperplásico, colite em 19,04%, 7,14% dos pacientes apresentaram hiperplasia e dois
pacientes adenocarcinoma (4,76%). Tais achados corroboram com a literatura estudada. A
colonoscopia, desde que bem indicada, mostra-se um método confiável, tanto para terapêutica
quanto para diagnóstico de doenças colorretais, Esse trabalho possibilita a construção de um
banco de dados, visando auxiliar o profissional da saúde, tendo em vista o perfil epidemiológico
do doente atendido. Ademais, detecta dificuldades no atendimento desses pacientes no
preparo intestinal para realização dos exames. Dessa forma, busca-se minimizar esse óbice nos
pacientes atendidos mediante um controle de qualidade e a normatização do serviço prestado.
Título: ESOFAGITE EOSINOFÍLICA: UMA CAUSA RARA DE DISFAGIA EM PACIENTE PORTADOR DE
HIV
Temário: Endoscopia
Autores: Gustavo Gonzales Real; Daiana Regina Scheid; Andreia Gonçalves Meireles;
Instituição: UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS
Resumo:
A infecção pelo HIV e a imunossupressão grave aumentam o risco de esofagites infecciosas.
Patologia esofágica ocorre em até 30% dos pacientes em algum momento da evolução da
infecção pelo HIV. As possíveis etiologias incluem candidíase esofágica, citomegalovírus, úlcera
aftóide idiopática, esofagite herpética, tuberculose entre outras. A terapia antiretroviral de alta
potência reduziu drasticamente a incidência de infecções oportunistas nos pacientes infectados
pelo HIV. Mais raramente, doenças não-infecciosas podem ser causas de disfagia e odinofagia
nesses pacientes, como a doença do refluxo gastroesofágico e suas complicações, as esofagites
induzidas por pílula e as neoplasias. Causas mais raras de disfagia, como a esofagite eosinofílica,
tem sua prevalência incerta nos pacientes HIV-positivos. A esofagite eosinofílica é uma é uma
doença crônica imunomediada na qual ocorre infiltração por eosinófilos na mucosa esofágica
levando a sintomas de disfunção esofagiana. Tal patologia tem ganhado destaque na litetura
como uma importante causa de morbidade em pacientes com sintomas esofágicos que se
submetem a endoscopia digestiva alta. Para o diagnóstico de esofagite eosinofílica são
necessários: (1) presença de sintomas de disfunção esofagiana (2) contagem maior ou igual a 15
eosinófilos/cga e (3) eosinofilia limitada ao esôfago com exclusão de outras causas de
eosinofilia. A literatura referente a esofagite eosinofílica em pacientes HIV-positivos é
extremamente escassa, sendo encontrado apenas um relato de caso correlacionando essas duas
patologias. Nos relatamos um caso de uma paciente do sexo feminino de 28 anos, natural e
residente de Pelotas-RS, com diagnóstico de HIV há 3 anos, em uso de terapia anti-retroviral
(tenofovir, lamivudina e lopinavir/ritonavir), com contagem de CD4+ 890/mm3 e carga viral
indetectável, apresentando queixa de disfagia para sólidos e dois episódios de impactação
alimentar. Não houve melhora após uso empírico de inibidor de bomba de prótons. Realizou
endoscopia digestiva alta evidenciando presença de mucosa espessada em toda extensão do
esôfago, com finos grumos brancacentos aderidos e ausência de estenose. Foram realizadas
biópsias em esôfago proximal, médio e distal, observando-se fragmentos de epitélio escamoso
com marcada exocitose de eosinófilos, sendo observados mais de 20 eosinófilos por campo de
grande aumento nos segmentos médio e distal, estabelecendo-se o diagnóstico de esofagite
eosinofílica.
Título: HEMORRAGIA DIGESTIVA ALTA POR GIST
Temário: Endoscopia
Autores: Andreza Gauterio Cavalcanti; Rafael Sartori Balbinot; Jonathan Soldera; Silvana Sartori
Balbinot; Raul Angelo Balbinot; Rafael Fontana;
Instituição: HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL
Resumo:
INTRODUÇÃO: Os tumores estromais do trato gastrointestinal (GIST, sigla em inglês para
gastrointestinal stromal tumors), embora relativamente raros, compreendem a 80% dos
tumores mesenquimais do trato digestivo e constituem 5% de todos os sarcomas. RELATO DO
CASO: Paciente masculino de 50 anos procurou atendimento no pronto-socorro do Hospital
Geral da Universidade de Caxias do Sul por dor epigástrica, um episódio de hematêmese e cinco
episódios de melena. Notou perda ponderal de 8 kg em 15 dias associado à inapetência.
Previamente hipertenso e diabético. Procedeu-se uma endoscopia digestiva alta que identificou
uma lesão de submucosa de aproximadamente 50 mm recoberta por mucosa ulcerada com
camada espessa de fibrina e alguns pontos de hematina. Lesão esta localizada na pequena
curvatura gástrica, na transição de corpo e incisura angularis. Realizou-se biópsia que identificou
lesão fusocelular gástrica, podendo corresponder a GIST. À tomografia computadorizada havia
uma lesão em antro/corpo gástrico, heterogênea, com impregnação pelo meio de contraste
medindo cerca de 6 cm. Paciente foi submetido à gastrectomia que confirmou o diagnóstico de
GIST com imuno-histoquímica positiva para CD117, CD 34 e Caldesmon. DISCUSSÃO: Os GISTs
podem se originar em qualquer local do trato gastrointestinal, do esôfago ao ânus. Em relação
à distribuição, 50% a 60% das lesões são provenientes do estômago, 20% a 30% do intestino
delgado, 10% do intestino grosso, 5% do esôfago e 5% de outros locais da cavidade abdominal.
O risco de malignidade do tumor dependente principalmente do tamanho e do índice mitótico
do mesmo. O tratamento padrão para pacientes com GIST não metastático é a ressecção
cirúrgica completa da lesão, pois oferece a maior chance de cura. É necessária uma técnica
cirúrgica meticulosa visando a prevenção da rotura tumoral, pois a cápsula do tumor se rompe
com facilidade, podendo resultar em disseminação neoplásica e pior prognóstico. O tratamento
com Imatinib (STI571) é utilizado para doença metastática ou não ressecável.
Título: HEMORRAGIA DIGESTIVA OBSCURA EM PACIENTE COM DOENÇA CELÍACA
Temário: Endoscopia
Autores: Jonathan Soldera; Andreza Gautério Cavalcanti; Raul Angelo Balbinot; Silvana Sartori
Balbinot; Rafael Sartori Balbinot;
Instituição: UCS
Resumo:
Introdução: A deficiência de ferro é frequente em pacientes com doença celíaca. Apenas
raramente a hemorragia digestiva tem sido mencionada como um possível fator de deficiência
de ferro em pacientes com doença celíaca. Relato de Caso: Paciente do sexo feminino de 78
anos em vigência de anticoagulação com rivaroxabana por história de tromboembolismo
pulmonar crônico, é admitida no hospital por enterorragia, sendo suspensa e revertida a
anticoagulação prontamente. Submetida a primeira endoscopia digestiva alta e colonoscopia
normais. Por novo episódio de enterorragia, é submetida a nova endoscopia digestiva alta que
demonstra apagamento do pregueamento mucoso da segunda porção duodenal e colonoscopia
com grande quantidade de sangue vivo de origem proximal ao íleo terminal, sem lesão em cólon.
Submetida neste mesmo dia à arteriografia mesentérica, que não identificou sangramento
digestivo. Após, foi submetida à cápsula endoscópica que demonstrou apenas atrofia duodenal.
O anatomopatológico da segunda porção duodenal demonstrou Marsh IIIa e sorologia antitransglutaminase reagente. Foi iniciada dieta isenta de glúten, sem novos episódios de
sangramento, sendo optado pelo risco a implantação de filtro de veia cava inferior e suspensão
provisória do anticoagulante. Após 6 meses de dieta sem glúten, foi repetida a EDA com novas
biópsias, MARSH 0. Reiniciada rivaroxabana, sem novo sangramento. Conclusão: Apesar de Fine
KD em 1996 em um artigo publicado no NEJM ter sugerido que hemorragia digestiva obscura
possa ocorrer na doença celíaca por alterações histopatológicas intestinais próprias da doença,
Mant MJ em 2006 em artigo publicado na Clin Gastroenterol Hepatol sugere que na verdade
este não é um evento frequente. Talvez o fato da paciente estar anticoagulada sem diagnóstico
e com glúten na dieta possa ter contribuído para o evento da hemorragia digestiva.
Título: HISTOPLASMOSE DISSEMINADA COM ACOMETIMENTO INTESTINAL
Temário: Endoscopia
Autores: Bruna Berno Motke; Ismael Maguilnik; Helenice Pankowski Breyer; Roberta Perin
Lunkes;
Instituição: UFRGS
Resumo:
Introdução: Histoplasmose é a infecção pelo fungo Histoplasma Capsulatum que comumente
acomete indivíduos imunocomprometidos. Costuma se manifestar com doença pulmonar,
contudo, em casos severos, pode disseminar para outros orgãos. O diagnostico é feito através
da detecção do microorganismo em fluido corporal ou órgão infectado. O padrão-ouro é através
de cultura ou isolamento do esporo na biópsia de pele. Objetivo: Relato de caso de paciente que
se apresentou em hospital terciário com queixas de lesões cutâneas associadas a dor abdominal,
tosse e emagrecimento. Método: Revisão bibliográfica da literatura atual e vigente sobre
Histoplasmose Disseminada (HD). Resultado: Paciente masculino, 45 anos, com diagnóstico de
HIV/SIDA há 20 anos, em uso de Biovir e Kaletra, má aderente ao tratamento devido o etilismo,
com carga viral de 15 mil cópias e CD4 de 8, inicia com lesões cutâneas em braços, face e lábio,
associadas à dor abdominal em hipocôndrio direito, tosse pouco produtiva, emagrecimento e
diarreia. História prévia de tratamento de HD confirmada por cultura em 2004. Na avaliação
inicial, suspeitou-se de recidiva da HD, solicitado tomografia computadorizada (TC) de tórax com
micronódulos esparsos pulmonares com densidade de partes moles e linfonodos mediastinais
proeminentes. Realizado também TC de abdomem para estadiamento da doença, com
espessamento parietal e realce mucoso do ceco e parte do cólon ascendente associada a
infiltração dos planos adiposos circunjacentes e linfonodomegalias heterogêneas, algumas
necróticas. Assim, procedeu-se a colonoscopia que demonstrou grande lesão vegetante com
nodulações e ulceração envolvendo a circunferência do ceco, realizado biópsia. Concomitante,
a dermatologia realizou biópsia de pele. Anatomopatológico da biópsia cutânea e do ceco com
pesquisa de fungos positiva sugestiva de histoplasmose, novamente foi diagnosticado HD. O
tratamento foi realizado com anfotericina B, seguida de itraconazol, conforme recomendado
pela literatura, com boa resposta. Conclusão: Na HD o envolvimento gastrointestinal ocorre em
até 90% dos casos. Na maioria das vezes os sintomas são inespecíficos, como apresentado pelo
paciente. Quando sintomáticos (10% dos casos) aparecem com lesões ulceradas, pólipos,
sangramento ou obstrução intestinal. Costuma ter mortalidade de até 80% se não realizado
tratamento adequado. A importância em relatar esse caso é para justificar a necessidade de
suspeição de HD em pacientes imunocomprometidos.
Título: INGESTÃO DE CORPO ESTRANHO EM PACIENTE COM DESORDEM PSIQUIÁTRICA
Temário: Endoscopia
Autores: Marcelo Campos Appel-da-Silva; Luciana dos Santos Harlacher; Patrícia dos Santos
Marcon; Bruno Galperim;
Instituição: UFCSPA - HOSPITAL MÃE DE DEUS
Resumo:
Paciente masculino, 37 anos, procurou atendimento no serviço de gastroenterologia do Hospital
Universitário Ulbra – Mãe de Deus de Canoas/RS para consulta eletiva com queixa de disfagia
progressiva no decorrer dos últimos 6 meses, associada a perda de peso e alguns episódios de
vômitos pós-alimentares. Relatava, juntamente com seu responsável, história de doença
psiquiátrica grave – esquizofrenia -, sem acompanhamento médico especializado regular, porém
com uso crônico de haloperidol, clorpromazina e biperideno. Referia ingestão prévia de corpo
estranho, com depósito esofágico e remoção por endoscopias digestivas altas, tendo iniciado
investigação por suspeita de acalasia, sem continuidade do acompanhamento. <br> Indicada
realização de endoscopia digestiva alta, a qual foi realizada no mesmo hospital, eletivamente.
Após sedação e intubação esofágica, grande quantidade de material recoberto por muco foi
encontrado já no esôfago. Após lavagem do muco e aspiração, objetos inesperados foram
revelados: uma colher metálica, uma lente de óculos, uma figura plástica da Betty Boop, um
tubo de cola e grande quantidade de fios metálicos enovelados. Na progressão do exame para
o estômago, observou-se presença de uma faca de grande porte, em repouso na grande
curvatura. Procedeu-se a remoção parcial dos objetos, tendo o paciente permanecido internado
para remoção cirúrgica dos objetos mais complexos. <br> Nós apresentamos um exemplo típico
de pica, uma desordem caracterizada pela ação patológica de ingestão não nutritiva. Este
comportamento é visto frequentemente em pessoas mentalmente alteradas ou portadoras de
deficiência mental e pode representar um sinal vegetativo de psicose, uma perversão do apetite.
O reconhecimento precoce dessa síndrome pode salvar vidas, uma vez que os pacientes podem
apresentar complicações desta prática tão graves quanto ulcerações, perfurações, hemorragia
e obstrução intestinal.
Título: OBSTRUÇÃO INTESTINAL POR POLIESTIRENOSSULFONATO DE CÁLCIO: RELATO DE CASO.
Temário: Endoscopia
Autores: Wilson Vilela Medeiros Filho; Anna Carolina Franco; Fernanda Breder Assis de Oliveira;
Lívia Valério Sanches; Alexandre Resende Veloso; Ubirajarbas Miranda Vinagre; Graciana Soares
da Silva;
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JÚLIO MULLER
Resumo:
Introdução: O poliestirenossulfonato de cálcio (CPS) é uma resina de troca utilizada para reduzir
os níveis de potássio. Raros casos são descritos na literatura de obstrução intestinal devido ao
uso de CPS. Os CPS podem também ser associados com a motilidade do cólon alterada e função
intestinal anormal. Objetivo: Relatar um caso raro de bezoar associado a CPS. Relato de Caso:
Homem, 74 anos, admitido em Unidade de Terapia Intensiva com DPOC agudizada por infecção
respiratória baixa, evoluindo com insuficiência respiratória aguda e choque séptico. Em
ventilação mecânica, instável, em uso de noradrenalina em alta dose. Ao exame físico: em mal
estado geral, hipocorado 1+/4+, pupilas mióticas, ausculta cardíaca sem alterações, murmúrios
vesiculares diminuídos em bases com estertores crepitantes bilateralmente, abdome sem
alterações. Após a admissão, foi feito diagnóstico de insuficiência renal aguda, e presunção de
necrose tubular aguda oligúrica. Análise laboratorial revelou: ureia 114 mg/dl, creatinina 3,21
mg/dl e potássio 6,5 mEq/l. Iniciou hemodiálise após 2 dias de internação, assim como
administração de CPS 30g de 8/8 horas. Após 9 dias, o paciente evoluiu com dificuldade de
progressão da dieta pela sonda nasoenteral, com drenagem de grande quantidade de secreção
pela sonda, ausência de evacuações e distensão abdominal. TC de abdome, evidenciando grande
quantidade de material radio-denso em estômago e em cólon direito. Foi aventada a hipótese
de bezoar por CPS, realizadou-se endoscopia digestiva alta que visualizou grande quantidade de
concreção amarelada, organizada e pastosa do estômago e após lavagem exaustiva com soro
fisiológico, foi aspirado todo o seu conteúdo. Depois disso, tentou-se uso de fleet enema e de
laxantes para progressão do material do cólon, sem sucesso. Paciente clinicamente instável,
sendo descartada a hipótese de abordagem cirúrgica, drenagem por colonoscopia sem sucesso
Paciente apresentou falência de múltiplos órgãos e veio a óbito. Conclusão: Poucos casos de
bezoares associados com CPS foram relatados. Tais bezoares são mais frequentes em crianças
criticamente doentes ou em pacientes idosos debilitados com diminuição da mobilidade
intestinal e uso prolongado do agente. O tratamento da obstrução intestinal por CPS é a cirurgia,
mas há relatado um caso de tratamento endoscópico. O tratamento com CPS pode induzir
obstrução intestinal em pacientes uremicos idosos. Sendo aconselhável limitar a duração da
terapia nestes pacientes.
Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES COM COMPLICAÇÕES PÓS-CPER NA RETIRADA
DE CÁLCULOS NO COLÉDOCO: UMA ANÁLISE RETROSPECTIVA DE 2500 PROCEDIMENTOS
REALIZADOS POR UM MESMO ENDOSCOPISTA
Temário: Endoscopia
Autores: Bruna Latronico; Eloisa Bartmeyer; Yuri Machado Strey; Julio Pereira Lima;
Instituição: UFCSPA
Resumo:
Introdução: A Colangiopancreatografia Retrógrada Endoscópica (CPRE) tem ampla utilização em
terapia e diagnóstico das obstruções de via biliar, através de canulação da papila e ductos
pancreáticos com fluoroscopia, sendo especialmente útil no tratamento da coledocolitíase. A
incidência de coledocolitíase ainda é variável na literatura, de 5 a 20% em pacientes com
diagnóstico de colelitíase. Isso se dá porque a presença do cálculo no colédoco, geralmente
oriundo da vesícula biliar, pode causar variados sintomas, desde obstrução total ou parcial das
vias biliares (com ou sem icterícia), dilatação à montante, colangite, pancreatite e icterícia. Por
ser um procedimento de intensa manipulação e uso de contraste, é preciso que o endoscopista
esteja seguro de sua indicação e das possíveis complicações, pois os fatores de risco para ainda
são pouco documentados na literatura. Objetivo: Descrever as características epidemiológicas
dos pacientes encaminhados para CPRE por suspeita de cálculos no colédoco e verificar as taxas
de desfecho isoladamente. Método: Estudo retrospectivo por revisão de prontuários dos
pacientes submetidos a CPRE com suspeita de coledocolitíase entre dezembro de 1995 e abril
de 2012 na ISCMPA, feitas pelo mesmo endoscopista. Os pacientes foram acompanhados pela
equipe nas primeiras 24 e 48h após o exame. Coletaram-se dados demográficos dos casos
selecionados (sexo, idade), presença de icterícia, colangite e pancreatite prévia, colelitíase
concomitante, colecistectomia prévia, sucesso na retirada do cálculo, e por fim, desfechos de
complicações (definidas no nosso estudo como pancreatite pós-CPRE, sangramento e
perfuração) e óbitos. Resultados: Em um total de 2500 pacientes, houve distribuição de 1,713
pacientes do sexo feminino (68,5%) e 787 do sexo masculino (29,6%). 220 tiveram episódio
prévio de pancreatite. 329 pacientes tinham icterícia e 148 cursavam com colangite antes da
CPRE. Foi observada uma taxa de complicações de 7,95% (199 casos). 170 cursavam com
colelitíase no momento da CPRE, enquanto 426 tinham colecistectomia prévia. 2,369 pacientes
tiveram sucesso na retirada de cálculo. 15 óbitos decorrentes do procedimento foram
registrados. A análise multivariada possibilita correlacionar os desfechos. Conclusão: A CPRE é
um procedimento eficaz no tratamento da coledocolitiase e apesar da complexidade, poucos
óbitos são constatados. O procedimento tem uma taxa considerável de complicações, sendo a
mais importante a pancreatite.
Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE PACIENTES DIAGNOSTICADOS COM GASTRITE NO SERVIÇO
DE ENDOSCOPIA CIRÚRGICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA
Temário: Endoscopia
Autores: Natália Diel Boufleuer; Rosana Elisa Parizotto; Claudia Scortegagna Annes; Luana
Carolina Fontana; Humberto Francisco Ferreira; Jamir Pitton Rissardo; Dr. Ewerton Nunes
Morais;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
Resumo:
A endoscopia digestiva é um dos campos mais relevantes e em expansão na Medicina. Na
atualidade, vem sendo empregada cada vez mais, tanto no diagnóstico quanto no tratamento
dos distúrbios e doenças gastrointestinais. O domínio das técnicas e a correta interpretação das
imagens endoscópicas é um desafio para o médico que está aprendendo a realizar o exame.
Sendo assim, a organização dos dados epidemiológicos da população assistida e a quantificação
dos achados nos exames podem facilitar e tornar mais preciso o diagnóstico pela imagem
endoscópica. Uma das doenças gastrointestinais diagnosticada pela endoscopia é a gastrite, que
consiste na inflamação da mucosa gástrica. Essa patologia pode ser reconhecida durante a
endoscopia através de sinais de edema e vermelhidão da mucosa, porém, uma avaliação
microscópica de biópsias de amostras obtidas durante o exame endoscópico é necessária para
o diagnóstico definitivo de gastrite. As manifestações clínicas da gastrite dependem da
gravidade das alterações na mucosa gástrica, podendo ser assintomática ou causar dor
epigástrica, náuseas, vômitos e até hemorragia. Este estudo tem como objetivo quantificar os
tipos de lesões encontradas no serviço de endoscopia cirúrgica do Hospital Universitário de
Santa Maria, no período entre 2011 e 2014. Além disso, visa construir um banco de dados,
incluindo idade, sexo e principais queixas, a partir dos dados presentes nos prontuários dos
pacientes submetidos ao exame endoscópico no serviço supracitado. Especificamente, será
tratado aqui o perfil epidemiológico dos pacientes diagnosticados com gastrite. Trata-se de um
estudo transversal, descritivo e observacional, no qual foram incluídos todos os pacientes
registrados no Serviço de Atendimento Médico e Estatística que durante esse período se
submeteram à endoscopia alta. Foram excluídos do estudo pacientes cujos prontuários estavam
inacessíveis, além dos submetidos à colangiopancreatografia endoscópica retrógrada, e
pacientes pediátricos. No presente estudo foram encontrados 218 casos de gastrite, sendo mais
frequentes em pacientes do sexo masculino (n=148). Em relação à idade, a média foi 51 anos e
a moda 54 anos. As principais queixas dos pacientes foram epigastralgia (n=83), pirose (n=31) e
dispepsia (n=30). Ao possibilitar a construção de um banco de dados em um serviço de
endoscopia cirúrgica, este estudo auxilia os profissionais da saúde, uma vez que permite
conhecer o perfil epidemiológico do doente atendido.
Título: PREVALÊNCIA DE ACHADOS COLONOSCÓPICOS NO SERVIÇO DE ENDOSCOPIA CIRÚRGICA
DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE SANTA MARIA
Temário: Endoscopia
Autores: Claudia Scortegagna Annes; Humberto Francisco Ferreira; Luana Carolina Fontana;
Jamir Pitton Rissardo; Rosana Elisa Parizotto; Ewerton Nunes Morais;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
Resumo:
Introdução: A colonoscopia é um método diagnóstico que permite a visibilização do intestino
grosso e detecta tanto pólipos quanto câncer colorretal, entre outras patologias. Algumas
indicações para a realização do exame incluem suspeita de neoplasias, diverticulose, hemorragia
digestiva baixa, entre outros. Considerando a crescente demanda do exame, estudos
objetivando o controle e melhora do procedimento são fundamentais. Objetivo: Neste trabalho,
analisaremos os dados epidemiológicos do serviço de endoscopia cirúrgica presente no Hospital
Universitário de Santa Maria. Especificamente, trataremos da estatística apresentada no exame
colonoscópico. Método: O projeto é um estudo descritivo, transversal e observacional que tem
como população-alvo pacientes encaminhados ao serviço de endoscopia cirúrgica do Hospital
Universitário de Santa Maria no período de 01 de setembro de 2011 até 31 de setembro de
2014. Foram examinados 86 pacientes durante esse período. Como critério de exclusão destacase pacientes submetidos à colangiopancreatografia endoscópica retrógrada e endoscopias
digestivas alta. Resultados: Foram analisados os exames de 86 pacientes, 67,44% sendo
mulheres. Em conjunto com o procedimento, 48,84% dos examinados fizeram biópsia.
Observou-se que, devido a um preparo inadequado, 11,63% dos exames não foram realizados.
A média de idade foi de 50,7 anos. Em relação às queixas que justificaram a realização do exame,
a prevalência é de hematoquezia (20,93%), seguida por diarréia e constipação (12,79% cada),
dor anal (10,47%), sangramento anal (5,81%), distensão abdominal e rastreamento de câncer
(4,65%), perda ponderal e anemia (2,33% cada), dor em flanco direito, dor em flanco esquerdo
e cólica (1,16% cada). Quanto aos achados endoscópicos, 37,21% são pólipos e 30,23% dos
exames evidenciaram resultado normal. Doença diverticular apresentou a terceira maior
frequência (23,26%) entre os achados patológicos. Após, encontrou-se doença inflamatória
intestinal, que representa 8,14% dos diagnósticos. Hemorróidas e exantema representaram
2,33% dos achados cada um. Colo e/ou reto operado, estenose, erosão e hiperplasia nodular
representam 1,16% cada. Conclusão: A colonoscopia é um importante exame para a detecção
de doenças colorretais, apresentando uma variedade de possibilidades diagnósticas,
constituindo-se no padrão-ouro para detecção precoce do carcinoma. O levantamento de dados
colabora para a análise do serviço e seu contínuo aprimoramento.
Título: PREVALÊNCIA DE ACHADOS PATOLÓGICOS EM PACIENTES SUBMETIDOS À ENDOSCOPIA
DIGESTIVA ALTA NO SERVIÇO DE ENDOSCOPIA CIRÚRGICA DO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE
SANTA MARIA
Temário: Endoscopia
Autores: Rosana Elisa Parizotto; Claudia Scortegagna Annes; Luana Carolina Fontana; Humberto
Francisco Ferreira; Jamir Pitton Rissardo; Natália Diel Boufleuer; Dr. Ewerton Nunes Morais;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
Resumo:
A endoscopia digestiva alta (EDA) é um método de investigação de doenças gastrointestinais,
tendo propósitos diagnósticos e terapêuticos. O procedimento objetiva a busca de achados
patológicos que confirmem hipóteses clínicas e esclareçam sinais e sintomas apresentados pelo
paciente, possibilitando uma melhor conduta médica quanto ao tratamento. O estudo visa
identificar lesões malignas e fatores a elas relacionados, constituindo-se um banco de dados dos
pacientes que realizaram endoscopia digestiva alta. A listagem das informações de forma
organizada e acessível visa possibilitar maior conhecimento da população que usa os serviços de
saúde da região. A quantificação dos achados tem por objetivo permitir o conhecimento das
principais causas de distúrbios gastrointestinais. Através destes dados relacionados à
endoscopia digestiva alta, pode-se buscar técnicas, materiais e métodos mais adequados,
melhorando a eficácia diagnóstica e reduzindo custos. O estudo é transversal, observacional e
descritivo. Foi realizado no Hospital Universitário de Santa Maria e teve como método a
observação de 360 prontuários de pacientes encaminhados ao serviço de endoscopia cirúrgica
do Hospital Universitário de Santa Maria no período de 01 de setembro de 2011 até 31 de
setembro de 2014. Foram listados os dados coletados quanto aos achados patológicos da
endoscopia digestiva alta. Dos pacientes que realizaram o procedimento, houve prevalência do
sexo feminino (63,3%) e da cor branca (81,9%). Após coleta e organização dos dados, observouse que as patologias mais prevalentes foram gastrite, com ocorrência em 60,56% dos pacientes,
seguida de esofagite em 25,00%, hérnia de hiato em 19,17%, pólipo em 12,50%, lesões ulceradas
em 8,89% e hiato alargado em 5,83%. Não foram encontrados achados em 15,28% dos
pacientes, estes classificados como normais. Foram excluídos 1,67% dos pacientes porque estes
recusaram-se na hora a submeter-se ao exame endoscópico. Os resultados deste estudo são
importantes para a criação de bancos de dados que possibilitem a identificação do perfil
epidemiológico da população que procura o serviço em questão. O propósito dessa
quantificação é auxiliar os profissionais da saúde, melhorar o atendimento dos pacientes e
buscar investimentos nessa área.
Título: PREVALÊNCIA E CARACTERÍSTICAS CLINICOPATOLÓGICAS DOS LATERALLY SPREADING
TUMORS COLORRETAIS
Temário: Endoscopia
Autores: Michele De Lemos Bonotto; Daniele Malaman; Carlos Eduardo Oliveira dos Santos;
Instituição: SANTA CASA DE CARIDADE DE BAGÉ
Resumo:
Introdução: As neoplasias colorretais com crescimento superficial e lateral são denominadas
LSTs(laterally spreading tumors). Essas lesões podem ser classificadas endoscopicamente e
correlacionadas com o tipo histológico. Objetivo: Avaliar a prevalência e as características
clinicopatológicas dos laterally spreading tumors(LSTs) colorretais.Métodos: Entre 2067
neoplasias superficiais diagnosticadas em 1135 pacientes, avaliamos 91 pacientes com 96 LSTs,
que foram classificados em granular (homogêneo e nodular-mixed) e não-granular (flat elevated
e pseudodeprimido), e estudados de acordo com suas características. LSTs ≤ 20mm foram
ressecados em bloco e lesões > 20mm por piecemeal. A recorrência foi analisada. Resultados: A
prevalência global dos LSTs foi de 2.5% de todas as colonoscopias e corresponderam a 4.6% das
neoplasias superficiais, e 10% das neoplasias não-polipóides. Houve predomínio entre as
mulheres (69.2%) e a idade média foi de 67 anos (+/- 13 anos). Dentre os 96 LSTs, 68 (70.8%)
eram granulares (42 homogêneos e 26 nodular-mixed). Entre os LSTs não-granulares, 21 eram
flat elevated e 7 pseudodeprimidos. O subtipo nodular-mixed foi significativamente maior que
o subtipo homogêneo (p<0.01), não havendo diferença de tamanho entre os subtipos nãogranulares. 23 (24%) LSTs apresentaram histologia avançada (displasia de alto grau ou câncer
precoce). A análise de regressão logística considerou como fatores de risco para histologia
avançada o tamanho > 20mm (OR 12.2), e os subtipos morfológicos pseudodeprimido (OR 8.0)
e, especialmente, o subtipo nodular-mixed (OR 23.3). Todas as lesões foram submetidas a
mucosectomia, sendo complementada com tratamento cirúrgico em um caso, devido à invasão
maciça da submucosa. A recorrência aconteceu em 6.4% (5/78) dos casos e foi associada com
lesões > 20mm tratadas por piecemeal (p=0.003) e com histologia avançada (0.009).Conclusões:
LSTs > 20mm e os subtipos pseudodeprimido e nodular-mixed foram considerados fatores de
risco para histologia avançada. A mucosectomia, mesmo por piecemeal é uma boa opção para
o tratamento dos LSTs.
Título: ASPECTOS EPIDEMIOLÓGICOS DAS DOENÇAS INFLAMATÓRIAS INTESTINAIS EM
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Temário: Gastroenterologia Clínica
Autores: Tuany de Oliveira Dornelles; Ana Paula Astarita Sangoi;
Instituição: UFRGS
Resumo:
Introdução: As doenças inflamatórias intestinais (DII) são identificadas principalmente por duas
patologias: Doença de Crohn (DC) e Retocolite Ulcerativa (RCU). Sabe-se que a prevalência
dessas doenças é maior na faixa etária dos 15 aos 40 anos com um segundo pico entre 50 e 80
anos de idade. Objetivo: Correlacionar o perfil dos pacientes do Hospital de Clínicas de Porto
Alegre (HCPA) com DII aos dados já evidenciados na literatura médica. Materiais e Métodos:
Trata-se de uma estudo observacional retrospectivo. Realizou-se coleta de dados, por sexo e
faixa etária, referentes a pacientes que internaram no HCPA no período de 2002 a 2014, cujo
diagnóstico principal foi DC e RCU. Os dados foram obtidos a partir do Sistema de Indicadores
para gestão do HCPA. Resultados: Foram registrados durante o período relatado 589 casos cuja
internação foi devida a DII. Demonstrou-se maior predomínio destas doenças nas mulheres,
respondendo por 64,1% do total, enquanto os homens representaram 35,9%. Quanto às faixas
etárias mais acometidas, notou-se maior prevalência entre 25 a 29 anos com 91 casos relatados
(15,44%). Em segundo lugar ficaram os jovens de 20 a 24 com 78 indivíduos (13,24%), e em
seguida vieram os adultos de 40 a 44, 58 (10,01%). Nos pacientes avaliados, as faixas menos
acometidas foram crianças menores de 15 anos e idosos maiores de 60 anos (5,94% e 7,97%,
respectivamente). Conclusão: Tendo em vista os dados apresentados, pode-se inferir que os
pacientes observados no HCPA condizem com aspectos relatados na literatura, pois na amostra
analisada as mulheres predominaram quanto ao gênero. Este achado sugere que fatores
hormonais tenham algum papel no desenvolvimento da doença. Além disso, as faixas de idade
mais prevalentes foram entre 20 e 29 anos, o que vai ao encontro do primeiro pico destas
doenças. Contudo, não se pode correlacionar os pacientes da amostra com o segundo pico de
idade, visto que acima dos 60 anos a prevalência foi menor do que o esperado.
Título: DETECÇAO DE CD3 E CELULAS MAIT EM ILEO HUMANO
Temário: Gastroenterologia Clínica
Autores: Maria Fernanda Pontes Tesser; Faas van Dooren; Anne te Velde;
Instituição: ULBRA
Resumo:
As células MAIT (mucosal associated invariant T lymphocytes) são linfócitos T abundantes no
sangue, linfonodos mesentéricos e na mucosa gastrointestinal. Elas são ativadas por células
infectadas por bactérias. Descobertas recentes indicam que elas podem ter um papel
importante na defesa e homeostase intestinal, pois produzem interferon gama e IL-17 quando
ativadas. Sabe-se que elas são células T com grande capacidade de interagir com bactérias,
incluindo a flora comensal, e sua frequência está modificada na flora de pacientes com Doença
Inflamatória Intestinal. Por isso, é crucial determinar seu papel fisiológico e patológico no
intestino. A manipulação dessas células pode ter efeito considerável no desenvolvimento de
novas estratégias de tratamento para essas doenças. Nosso objetivo é determinar a presença e
quantidade das células MAIT no intestino de pacientes com DII, e comparar com os resultados
no intestino normal. Para esta pesquisa, foi usada Imuno-histoquímica e Imuno-fluorescência
para corar as células. Os tecidos são de íleo humano, obtidos em cirurgias de pacientes com
Carcinoma Colo retal. Eles foram retirados de áreas o mais distante possível do tumor. Para a
Imunohistoquímica, utilizamos anticorpos específicos para reconhecer a proteína alvo em
questão, e envolveu fixação dos tecidos, inclusão em parafina, secção, desparafinização e
reidratação, para posterior observação no microscópio. Para a imunofluorescência, que permite
identificar múltiplos antígenos em uma mesma amostra, foi feita fixação, permeabilização,
bloqueio, incubação com dois diferentes anticorpos e montagem, para posterior observação no
Microscópio Confocal. Os resultados estão apresentados no pôster, em forma de imagens das
amostras nas diferentes colorações. As células MAIT são abundantes na mucosa intestinal
humana, e por serem ativadas por ampla gama de bactérias, provavelmente têm função
importante na defesa imunológica intestinal. Uma alteração dessas células pode influenciar a
inflamação que ocorre nas Doenças Inflamatórias Intestinais. Nós fizemos essas colorações para
determinar a presença dessas células no íleo humano, comparando íleos acometidos por DII com
amostras saudáveis. Para atingir plenamente este objetivo, a coloração dos receptores deve ser
otimizada, e mais amostras são necessárias para determinar a quantidade das células MAIT em
ambos os casos.
Título: DOENÇA DE CROHN VULVAR SEM MANIFESTAÇÃO GASTROINTESTINAL
Temário: Gastroenterologia Clínica
Autores: Graciela Konsgen Krolow; Fernando Sehbe Fichtner; Leticia Bernardon; Marta Brenner
Machado; Fernanda Karlinski Fernandes Sacco;
Instituição: PUC-RS
Resumo:
Úlcera vulvar é uma apresentação rara da doença de Crohn, havendo apenas 124 casos relatados
desde 1965. A doença pode afetar a vulva, períneo e região perianal através da extensão direta
do trato gastrointestinal ou pode estar separada por áreas normais (doença de Crohn
metastática). O acometimento genital pode ocorrer de forma isolada, sem nenhuma evidência
da doença no trato gastrointestinal, com sintomas clínicos como eritema, edema e ulceração,
que costuma impactar significativamente na qualidade de vida do paciente. Paciente feminina,
33 anos, branca, empresária, relata história de febrícula, artralgias, mal-estar e dor súbita em
região vulvar direita com evolução de 20 dias na data da consulta. Apresentava edema e dois
hematomas na vulva, próximos ao introito vaginal à direita, havendo progressão nas doze horas
seguintes para uma lesão ulcerada única com fibrina. Procurou atendimento ginecológico por
diversas vezes, sendo realizados tratamentos empíricos com azitromicina, ciprofloxacino,
doxiciclina, fluconazol, aciclovir, fanciclovir e diclofenaco. Concomitantemente, realizou testes
sorológicos para HIV, sífilis, clamídia, herpes, citomegalovirus, todos não reagentes.
Citopatológico vulvar negativo. Apresentou alteração de provas de atividade inflamatória:
VSG=27 (VR até 10), proteína C reativa= 1,3. Análise de auto anticorpos: ASCA IgA e IgG
reagentes, p-ANCA não reagente, FAN não reagente. História familiar positiva, com irmão com
diagnóstico de doença de Crohn grave, em uso de terapia biológica. Realizada colonoscopia, que
evidenciou plicoma anal, sem alterações em íleo e cólon. Análise anatomopatológica da biópsia
realizada em lesão vulvar com esboço de granuloma. A úlcera vulvar pode ser a primeira
manifestação da doença de Crohn, precedendo os sintomas gastrointestinais ou como
apresentação isolada. O diagnóstico baseia-se em achados patológicos especiais como úlceras
com granuloma não caseoso de células epitelióides. Deve-se, todavia, fazer o diagnóstico
diferencial com outras doenças ulcerosas, dermatites, traumas ou neoplasias vulvares. As
opções de tratamento vão desde uso de corticoide a metronidazol, sulfassalazina, mesalazina,
azatioprina, biológico, talidomida quanto vulvectomia.
Título: DOENÇA DE CROHN: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS ÚLTIMOS 13 ANOS
Temário: Gastroenterologia Clínica
Autores: Tuany de Oliveira Dornelles; Ana Paula Astarita Sangoi;
Instituição: UFRGS
Resumo:
Introdução: A Doença de Crohn (DC) trata-se de uma doença inflamatória crônica que se estende
por todas as camadas intestinais, acometendo todo o trato gastrointestinal de forma segmentar
e assimétrica. O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) recebe diversos casos de DC, seja
para diagnostico, seja para tratamento. A patologia costuma afetar ambos os sexos, havendo
divergências na literatura quanto ao gênero mais acometido, porém a maioria das evidencias
sugere maior prevalência em mulheres. Embora a doença possa comprometer qualquer faixa de
idade, há predomínio entre a segunda e terceira década de vida. Objetivo: Traçar um paralelo
entre os pacientes internados no HCPA e as informações contidas em análises epidemiológicas
da literatura. Metodologia: Trata-se de um estudo observacional retrospectivo, que tem como
base o Sistema de Indicadores para gestão do HCPA. Foram selecionados dados de pacientes
internados no período de janeiro de 2002 a abril de 2015 com diagnóstico principal envolvendo
DC, após isso, realizou-se uma correlação entre estes dados e informações colhidas em estudos
médicos. Resultados: A amostra estudada compõe-se de 375 pacientes internados no período
supracitado. Destes, 215 eram mulheres (57,33% do total) e 160 homens (42,66%). Quanto às
faixas de idade observados, a doença predomina majoritariamente dos 20 aos 34 anos
representando 163 indivíduos ou 43,46% da amostra. Abaixo dos 20 anos o diagnóstico foi
encontrado em 59 pacientes (15,73%) e acima dos 50 anos em 56 (14,93%). Conclusão:
Observando o perfil dos pacientes do estudo, conclui-se que o gênero mais afetado é o feminino,
representando mais da metade do total, o que é esperado tanto pelo padrão da doença quanto
pelo maior número de atendimento a mulheres, pois estas mantém melhor seguimento. A
fração de pacientes mais acometidos pela DC segue na faixa de adultos jovens com predileção
pela segunda e terceira década de vida. Dessa maneira, o perfil dos indivíduos internados no
HCPA condiz com o perfil epidemiológico da doença. Como a etiologia desta patologia ainda não
foi esclarecida, não se pode apontar uma causa para tal situação.
Título: INFECÇÃO OPORTUNISTA EM VIGÊNCIA DE TERAPIA BIOLÓGICA
Temário: Gastroenterologia Clínica
Autores: Marta Brenner Machado; Graciela Konsgen Krolow; Fernando Sehbe Fichtner; Ana
Paula Marranghello Claro;
Instituição: PUC-RS
Resumo:
De acordo com o Consenso Brasileiro sobre doença inflamatória intestinal casos de doença
severa ou na identificação precoce de índices de mau-prognóstico ( idade menor que 40 anos,
tabagismo, doença perianal fistulizante, acometimento de trato gastrointestinal alto,
necessidade de corticoterapia na primeira crise ou diante de refratariedade ao tratamento
convencional) o uso de terapia biológica, com inibidores de TNF-α, parece ser uma boa opção.
Paciente feminina, 43 anos, com Doença de Crohn, em uso de Adalimumabe, há 3 anos, procura
a emergência devido ascite, emagrecimento e febre. Informa PPD e raio X de tórax prévios ao
início da terapia, ambos negativos. Ascite evidenciou predomínio de linfócitos e GASA <1,1,
resultado negativo para células malignas, culturas para fungos e tuberculose. CT abdominal com
vários nódulos peritoneais e espessamento parietal das alças de intestino delgado e de tórax
sugerindo doença granulomatosa crônica infecciosa em atividade e derrame pleural. Biópsia
peritoneal com doença granulomatosa e necrose caseosa central, bacterioscopia direta sem
evidência de Mycobacterium e cultura para fungos negativa. Líquido pleural ADA<40 e culturas
negativas. Diante da suspeita clínica de tuberculose disseminada, foi procedida à indução e
coleta de escarro com bacterioscopia positiva para M. tuberculosis. Iniciou-se terapia com RHZE,
com boa evolução clínica. A tuberculose foi considerada a infecção oportunista mais frequente
em usuários de inibidores de TNF- α, sendo adalimumabe de risco intermediário. Na maioria dos
casos descritos, os pacientes desenvolveram tuberculose entre 6 e 8 meses após o início da
terapia, sugerindo a reativação de TB latente. Sabemos, que pacientes candidatos a uso de
terapia imunossupressora como inibidores de TNF- α deverá ser rastreado com raio X de tórax
e Teste Tuberculínico (TT). Em pacientes que já estão imunossuprimidos, pelo uso de corticóide
e imunomuduladores, por exemplo, o TT é considerado positivo se houver enduração >5mm e
nesses casos está indicado o tratamento com Isoniazida por 6 meses, sendo pelo menos 1 mês
antes do início da terapia biológica. A repetição periódica do TT nos indivíduos com exame
prévio negativo deve ser feita. Na vigência de TB extra-pulmonar diagnosticada, durante a
terapia imunossupressora, esta deverá ser suspensa e o paciente deverá utilizar o esquema de
tratamento anti-tuberculose prolongado.
Título: PANCREATITE AUTOIMUNE (PAI): UM DESAFIO CLÍNICO.
Temário: Gastroenterologia Clínica
Autores: João Gabriel Schmitt; Cíntia Scherer; Leonardo Zimmermann de Souza; Gabriela Riva
Mehringer; Lysandro Alsina Nader; Elza Cristina da Cunha Bueno; Carolina Ziebel Carpena; Raul
Jablonski Júnior;
Instituição: FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS - FAU/PELOTAS
Resumo:
Introdução: PAI é uma doença rara caracterizada por processo inflamatório crônico e
proeminente infiltrado linfocitário associado à fibrose do pâncreas. A prevalência está estimada
em cerca de 5-11% sendo 2 vezes mais frequente em homens após os 50 anos. Objetivos: Relatar
caso de PAI e atentar para o diagnóstico diferencial das patologias pancreáticas. Método:
Homem, 68 anos, branco, interna em 18/4/14 com prurido, icterícia, acolia, colúria e
esteatorreia associados a dor abdominal e emagrecimento de 20 kg em 3 meses. Exames da
internação: 1)US abdominal(2/5/14): moderada dilatação de vias biliares intra e extra-hepáticas,
pâncreas espesso e hipoecogênico com área hipogênica de 4X3,4cm na cabeça pancreática,
presença de dois cálculos não obstrutivos medindo 0,6 e 0,5 cm. Conclusão: pancreatite aguda
e lesão na cabeça pancreática de provável natureza expansiva. 3)Colangioressonância(29/4/14):
estenose da papila, dilatação das vias biliares intra e extra-hepáticas e microcálculos no
colédoco. 3)TC abdominal(12/5/14): espessamento e irregularidade do corpo e cauda do
pâncreas, infiltrado peripancreático adjacente a cauda. Conclusão: pancreatite Balthazar B.
5)anti HCV e HbsAg negativos, CA 19.9: 68 (N<35), BT 11,25 (18/4) 2,02 (12/5), FA 997 (27/4),
GGT 2320 (1/5), lipase 104 (12/5). Após 26 dias, paciente recebe alta hospitalar para seguimento
com equipe cirúrgica devido melhora clínica e laboratorial, com diagnóstico presuntivo de
pancreatite biliar/lesão pancreática à esclarecer. No acompanhamento, retornou com o quadro
clínico inicial, sendo submetido a procedimento cirúrgico e, devido significativa fibrose
pancreática e retroperitoneal, optou-se por derivação das vias biliares e biópsia intra-operatória
do colédoco e pâncreas. Anatomopatológico: inflamação crônica e extensa fibrose, sem
evidências de neoplasia. Resultados: Em 24/9/14, paciente procura o serviço de
gastroenterologia da UFPEL assintomático e sem diagnóstico, em uso de dexametasona
prescrita pela equipe cirúrgica. Foi levantada a hipótese de PAI, solicitado IgG4 e ajustado dose
de corticosteroide (prednisona 10mg /dia). Paciente retorna com IgG4 elevada (906) e
assintomático. Conclusão: A PAI é uma entidade nosológica pouco comum, subdiagnosticada e
que mimetiza o câncer de pâncreas. Em pacientes com quadro de dor abdominal, icterícia,
tumoração na cabeça do pâncreas e ausência de outros fatores etiológicos deve-se investigar
PAI.
Título: PANCREATITES AGUDAS SUBCLÍNICAS RECORRENTES POR PÂNCREAS DIVISUM
Temário: Gastroenterologia Clínica
Autores: Jonathan Soldera; Andreza Gautério Cavalcanti; Rafael Sartori Balbinot; Silvana Sartori
Balbinot; Raul Angelo Balbinot;
Instituição: UCS
Resumo:
Introdução: Pâncreas divisum é uma anormalidade anatômica não rara na população geral, e
por uma razão não ainda completamente compreendida, pode estar associada em alguns
indivíduos à pancreatite aguda. Relato de Caso: Paciente do sexo masculino de 36 anos, procura
atendimento por dor epigástrica em faixa intensa, com massa epigástrica palpável. Submetido
à laboratoriais, que demonstrou importante aumento da amilase e lipase; e bilirrubina total de
2,4 às custas de direta. Submetido a RM abdome superior com colangio-RM no primeiro dia da
pancreatite por suspeita de pancreatite aguda biliar, que demonstrou dilatação do Wirsung,
vesícula biliar e colédoco sem cálculos, e massa pancreática inflamatória entre estômago e corpo
pancreático de 8 cm. Teve melhora clínica importante da dor com jejum, sendo então submetido
à ecoendoscopia com punção, que sugeriu pancreatite auto-imune pseudotumoral, com AP com
fibrose e inflamação inespecífica. IgG4, cálcio e triglicerídos normais. Teve alta, e por
persistência dos sintomas, foi submetido à teste terapêutico com prednisona 40 mg/dia por 14
dias, sem melhora nenhuma à imagem da massa pancreática. Após dois meses de seguimento
com imagem da lesão, iniciou com sitofobia, com perda de 20% do peso corporal total, sendo
submetido à pancreatografia por CPRE com diagnóstico de pâncreas divisum e posterior
papilotomia da minor, com melhora importante da sintomatologia e ganho de peso, sugerindo
tratar-se de pancreatites agudas subclínicas recorrentes com formação de massa inflamatória
secundária. Reiniciou com quadro de sitofobia e icterícia importante, sendo planejada derivação
bileo-digestiva. Durante a intervenção, constatou-se lesões neoplásicas em cavidade abdominal.
Conclusão: O pâncreas divisum é uma causa incomum e de difícil diagnóstico de pancreatite
aguda, e deve ser suspeitado em pacientes cujas etiologias mais comuns tenham sido excluídas.
Título: RELATO DE CASO – VOLVO GÁSTRICO ASSOCIADO À HÉRNIA PARAESOFÁGICA
Temário: Gastroenterologia Clínica
Autores: Ana Paula Zabott; Jarbas Joel Hendges; Isabelle Carolina Gaião da Costa; Lázaro Júnior
Silva Teixeira;
Instituição: UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ - UNIOESTE
Resumo:
Introdução : O volvo gástrico consiste em uma rotação do estômago superior a 180˚ sendo esta
uma condição rara de sintomatologia inespecífica o qual pode se apresentar de uma forma
aguda ou crônica. A apresentação aguda se caracteriza pela presença da tríade de Borchardt
(dor e distensão epigástrica, incapacidade de vomitar e impossibilidade de introdução da sonda
nasogástrica). De acordo com o eixo de rotação pode ser classificado em organoaxial,
mesenteroaxial ou mista. Objetivo: O presente estudo tem por objetivo relatar um caso raro de
volvo gástrico associado a hérnia paraesofágica em uma paciente de 87 anos submetida a
tratamento cirúrgico na cidade de Cascavel-PR. Método: Trata-se de um estudo descritivo, cujas
informações foram obtidas através de revisão do prontuário, registro fotográfico dos métodos
aos quais a paciente foi submetida, da própria informação colhida junto a paciente e revisão
bibliográfica. Resultados: N.C.B, feminino,87 anos, refere história prévia de regurgitação e
epigastralgia com intensificação nos dois dias anteriores a consulta concomitantes ao
aparecimento de distensão abdominal associado a náuseas e vômitos. A endoscopia digestiva
alta revelou esôfago com deslocamento de 7 cm da transição esôfago-gástrica em relação ao
pinçamento diafragmático, além de possível torção gástrica junto ao local do pinçamento o qual
dificultou a passagem do aparelho até o corpo e antro gástrico, não permitindo progressão para
o duodeno devido à angulação criada. A tomografia computadorizada de abdome demonstrou
volumosa hérnia hiatal com protusão superior supradiafragmática de todo estômago associada
a volvo gástrico. A paciente foi encaminhada a cirurgia na qual a passagem da sonda nasogástrica
não foi possibilitada. Realizou-se distorção do volvo seguida de reposicionamento do estômago
na cavidade abdominal não sendo criada válvula anti-refluxo devido ao risco de agravamento de
um possível presbiesôfago, visto que, devido ao caráter emergencial da cirurgia, não foi
realizada manometria. Foram realizadas gastrostomia e jejunostomia. A paciente segue
internada por Pneumonia Hospitalar. Conclusão: A paciente apresentava um caso de volvo
gástrico organoaxial, de apresentação aguda, com etiologia secundária à hérnia paraesofágica
comprovadas pela presença de tríade característica na história clínica e pelos achados em
exames de imagem.
Título: SÍFILIS: DIAGNÓSTICO EM PACIENTE COM DISFAGIA
Temário: Gastroenterologia Clínica
Autores: Marcelo Campos Appel da Silva; Janaína Elsing; Maritza Bleil de Souza; Gabriel
Azambuja Narvaez;
Instituição: HOSPITAL MÃE DE DEUS
Resumo:
Introdução: A sífilis ainda é doença comum e cerca de 10% dos casos são acompanhados por
coinfecção por DST’s, principalmente o HIV. Lesões cutâneas e genitais são as principais
manifestações da sífilis secundária, enquanto que o cancro em cavidade oral é achado
infrequente. Objetivo: relatar o caso de paciente cuja investigação de disfagia culminou em
diagnóstico de sífilis e HIV associado. Relato do Caso: feminino, 27 anos, veio à emergência por
disfagia progressiva, associada pico febril isolado de 38º. Oroscopia com lesão enantematosa
erosada no palato duro, cerca de 3cm de diâmetro, dolorosa. Tinha com rash cutâneo
generalizado e descamação plantar. Laboratoriais iniciais com leucograma absoluto no limite
inferior da normalidade, com linfocitose relativa (49,6%) e plaquetopenia (92.000/mm³). Demais
laboratoriais normais. Endoscopia digestiva alta com a lesão no palato, biópsia sem achados
decisivos. Sorologias com VDRL reagente 1:2000 e anticorpos totais específicos anti-T.pallidum
“positivos”, confirmando diagnóstico de sífilis secundária. Apresentou anti-HIV reagente e antiHIV Western Blot confirmatório. Carga viral: 13.273 cópias/ml e CD4+: 28,9%; 317,7/mm³.
Iniciado tratamento com Penicilina G benzatina 1.200.000 UI, IM profundo, em total de 6 doses,
sendo evidenciada progressiva melhora clínica. Discussão: A sífilis secundária reflete a
disseminação hematogênica da infecção pelo Treponema pallidum, quatro a seis semanas após
a infecção primária. Há o aparecimento de sintomas sistêmicos como mal-estar, cefaléia,
faringite, mialgia, e linfadenopatia generalizada. O cancro é reconhecidamente mais comum em
órgão genitais, sendo que cerca de 30% dos pacientes apresentam lesões orais, com
apresentação variáveis e alta infectividade. De forma geral, apresenta como manifestações orofaciais placas e úlceras na mucosa, condiloma plano, linfoadenopatia cervical, rash cutâneo
acastanhado, despigmentação da pele, alopécia, lesões ulceronodulares e lesões papulosas em
comissuras. O diagnóstico pode ser dado por microscopia de campo escuro, sorologias ou
histopatologia. A taxa de sucesso de tratamento para sífilis é alta e tem como terapia de escolha
a Penicilina Benzatina.
Título: A MELATONINA ATENUA O DANO OXIDATIVE NA CARCINOGÊNESE HEPÁTICA INDUZIDA
POR DIETILNITROSAMINA EM RATOS
Temário: Hepatologia
Autores: Andrea Janz Moreira; Silvia Bona; Graziella Rodrigues; Carlos Thadeu Cerski; Jaqueline
Nascimento Picada; Claudio Augusto Marroni; Norma Possa Marroni;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Resumo:
Este estudo desenvolveu carcinoma hepatocellular (CHC) usando dietilnitrosamina (DEN) em
ratos e propôs o tratamento com melatonina (MLT). Nós avaliamos o estresse oxidativo em
lipídios, proteínas e DNA, além das análises bioquímicas e histológicas dos fígados dos animais.
Materiais e Método: 28 ratos Wistar, 145g divididos em (I) Controle; (II) CHC+DEN 50mg/Kg i.p.
(III) CHC+DEN 50mg/Kg i.p.+ MLT a partir da 5ª semana e (IV) CHC+DEN 50mg/Kg i.p.+ MLT a
partir da 12ª semana. A MLT foi administrada na água na concentração de 20mg/L. Na 19ª os
animais foram anestesiados, sangue coletado para avaliar as transaminases (AST e ALT) e
canaliculares (GGT e FA). Os fígados foram removidos para realizar as demais análises. O teste
estatístico foi Tuckey com p<0.05. Resultados: MLT prolongou a sobrevida nos animais dos
grupos III e IV vs II (p=.0001). MLT reduziu o índice de dano (DI) e frequência de dano (DF) no
DNA (DI:I=95+27; II=339+56; III=259+42; IV=119+17; DF: I=74+17; II=99+2; III=92+5; IV=60+5).
Houve melhora nas enzimas hepática após o uso da MLT (AST(I)107+7 (II)236+69 (III)165+59
(IV)143+27; ALT(I)54±15 (II)144+36 (III)102+36; (IV)=95+18 GGT (I)1+0.9 (II)85+45 (III)43+33
(IV)25+14; AP(I)111+50 (II)279+91 (III)215+98 (IV)212+46). O aspecto histológicos dos fígados do
grupo II foi característico para CHC (padrão pseudocinar e trabecular). Nós concluímos que a
exposição crônica e intermitente de DEN desenvolve CHC agressivo e avançado em 19 semanas.
A melatonina melhora a função hepática, reduz o dano oxidativo em DNA e assim retarda o
desenvolvimento do CHC no período avaliado. (Apoio: CNPQ, CAPES, FIPE/HCPA, FAPERGS,
ULBRA e UFRGS)
Título: A MELATONINA PROTEGE O FÍGADO EM UM MODELO EXPERIMENTAL DE CIRROSE
HEPÁTICA
Temário: Hepatologia
Autores: Silvia Bona; Andrea Janz Moreira; Graziella Rodrigues; Mariana do Couto Soares;
Thêmis Reverbel da Silveira; Claudio Augusto Marroni; Norma Possa Marroni;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
Resumo:
Introdução: As doenças hepáticas são um importante problema de saúde pública, sendo
responsáveis por um número significativo de internações hospitalares e uma crescente taxa de
mortalidade. A melatonina (MLT), poderosa molécula antioxidante, tem se mostrado benéfica
em várias condições, incluindo doenças hepáticas. Objetivo: Avaliar o efeito da MLT na cirrose
hepática induzida por tetracloreto de carbono (CCl4) em ratos. Métodos: Foram utilizados 20
ratos Wistar machos (230-250 g) divididos em 4 grupos: I: Controle (CO); II: CO+MLT; III: CCl4; e
IV: CCl4+MLT. Foram administradas 27 doses i.p. de CCl4: 10 doses com intervalo de 5 dias cada,
10 doses com intervalo de 4 dias, e 7 doses com intervalo de 3 dias. MLT foi administrada via i.p
(20 mg/kg) a partir da 10ª semana, diariamente até o final do experimento (16ª semana).
Resultados: No grupo CCl4+MLT, o uso da MLT diminuiu no fígado os niveis de F2-isoprostanos
e a expressão da enzima NAD(P)H:quinona oxidoredutase 1 (NQO1) comparado ao grupo CCI4.
A análise histológica do fígado com coloração HE mostrou que os animais do grupo CCl4 tiveram
alterações histológicas, como presença de infiltrado inflamatório. No grupo CCl4+MLT, a
presença de infiltrado inflamatório foi menor comparado ao grupo CCI4. Os animais do grupo
CCl4, também aumentaram significativamente a expressão do NF-kB/p65 e da iNOS comparado
aos grupos controle. O uso de MLT diminui significativamente a expressão destas proteínas do
grupo CCl4+MLT, comparado ao grupo CCl4. CCl4 aumentou significativamente a expressão de
TGF-β1 e α-SMA. Em contraste, o grupo que recebeu MLT, reduziu significativamente a
expressão destas proteinas comparando ao grupo CCl4, sugerindo, um efeito inibitório na
ativação de células estreladas hepáticas e na deposição de MEC pela MLT. No grupo CCl4+MLT,
a coloração por picrossírius, mostrou redução significativa da fibrose, com septos e nódulos
fibróticos incompletos. A fibrose hepática muda a arquitetura vascular, criando um ambiente
hipóxico, estimulo importante para a produção de fatores angiogênicos tais como o VEGF. No
grupo CCl4+MLT, a expressão do VEGF foi significativamente reduzida comparada com o grupo
CCl4. Conclusões: Nossos resultados sugerem que a MLT possui potente efeito antifibrogênico,
modulando parâmetros de estresse oxidativo, angiogênese e inflamação.
Título: A SINVASTATINA PROTEGE O TECIDO HEPÁTICO DE CAMUNDONGOS COM ESTEATOHEPATITE NÃO ALCOÓLICA.
Temário: Hepatologia
Autores: Graziella Rodrigues; Andrea Janz Moreira; Silvia Bona; Claudio Augusto Marroni;
Norma Possa Marroni;
Instituição: HOSPITAL DE CLINICAS DE PORTO ALEGRE
Resumo:
Os conhecimentos atuais têm mostrado que a Esteato-Hepatite não alcoólica (EHNA), é a mais
importante forma epidemiológica e clínica da Doença hepática gordurosa não alcoólica
(DHGNA). Até o momento não existe terapia comprovada e conclusiva para o tratamento da
EHNA. As estatinas são uma importante classe de agentes para tratar dislipidemia, mas ainda há
relutância de usar esse medicamento em pacientes com doenças crônicas estabelecidas ou
suspeita de doença hepática, EHNA inclusive. Objetivo: Avaliar o efeito da sinvastatina (SIN)
sobre o tecido hepático em camundongos C57BL6 com EHNA, induzida por ração deficiente em
metionina e colina (MCD), na tentativa de elucidar a ação desse fármaco sobre as complicações
desse modelo experimental. Métodos: Foram utilizados camundongos machos C57BL/6 com 8
semanas. Os animais foram divididos em 4 grupos (n=): CO+V (I – ração controle + veículo de
carboximetilcelulose), SIN 4 (II- ração controle + 4mg/Kg de SIN), EHNA+V (III- dieta MCD mais
veículo), EHNA+SIN 4 (IV- ração MCD mais sinvastatina). As rações foram administradas por 4
semanas e a SIN (na dose de 200 μL, intragastricamente) durante as 2 últimas semanas. Foram
realizadas análises de parâmetros moleculares de dano celular, inflamação, disfunção endotelial
e fibrose através da expressão proteica de HSF1, HSP70, iNOS, IL-12, eNOS e TGF- β, por Western
blotting. Resultados: A SIN diminuiu o dano celular, inflamação, melhorou a função endotelial e
reduziu a fibrose nos animais doentes. Conclusão: A atenuação dos parâmetros analisados
contribuem para os efeitos benéficos da SIN em camundongos com EHNA;
Título: ANÁLISE DOS RESULTADOS DE TRANSPLANTES HEPÁTICOS (TXH) POR CARCINOMA
HEPATOCELULAR (CHC).
Temário: Hepatologia
Autores: PAULO ROBERTO REICHERT; LISIA HOPPE; GUSTAVO CASTRO; RINALDO SOSSELA;
Instituição:
Resumo:
Introdução: A partir de 2006, com a mudança no sistema de alocação de fígados que estabelece
padrões de priorização na alocação de enxertos para transplantes de fígado para receptores
portadores de CHC, o número de transplantes por esta patologia aumentou significativamente.
Objetivo: avaliar os resultados dos TxH por CHC desde a priorização desta patologia na alocação
de órgãos há 7 anos, em um único centro. Pacientes e métodos: foram revisados os dados
relativos aos TxH por CHC em um serviço de TxH. Resultados: antes de 2006, somente um de 78
transplantes ocorreu por carcinoma hepatocelular. Ao todo, 62 pacientes foram transplantados
por esta patologia desde 2006, destes, 47 eram homens e 15 eram mulheres, com média de
idade de 59,6 anos. A etiologia da cirrose foi relacionada ás hepatites virais na maioria dos casos
(71% dos casos), 27 casos relacionados ao VHC (43,6%) e 17 casos ao VHB (27,4%). A
quimioembolização foi utilizada para evitar a progressão do tumor no pré-tranplante em
aproximadamente a metade dos casos. Dos 62 pacientes, 47 estão vivos. Em 5 pacientes, o óbito
ocorreu durante a internação do TxH, 2 por complicações técnicas, 2 por pneumonia e 1 por não
funcionamento primário do enxerto. Em 6 pacientes o óbito ocorreu no primeiro ano pós TxH,
2 por recidiva do tumor, 3 por pneumonia e 1 por infecção por citomegalovírus. Após o primeiro
ano, foram computados 4 óbitos, por causas variadas. Em 14 casos, a análise do explante revelou
doença além dos critérios de Milão. A recidiva tumoral ocorreu em 6 paciente, em todos estes
casos o explantes demonstravam CHC além dos critérios de Milão e 3 evoluiram para óbito, nos
demais todos exceto um, apresentam boa qualidade de vida. Conclusão: o resultado do TxH nos
receptores de fígado foi razoável. A infecção pulmonar foi a principal causa de óbito neste grupo.
Todos os pacientes que apresentaram recidiva tumoral pós-TxH apresentavam doença
avançada.
Título: ATIVIDADE FÍSICA EXTENUANTE E ALTERAÇÃO DE FUNÇÃO HEPÁTICA
Temário: Hepatologia
Autores: Rafael Bergesch D‘Incao; Marcelo Campos Appel da Silva;
Instituição: HOSPITAL MÃE DE DEUS
Resumo:
Introdução: rabdomiólise é patologia incomum em serviços de emergência, mas cujas
implicações clínicas são de reconhecida importância diagnóstica. Além do dano muscular e lesão
renal, lesão hepática é achado raro. Objetivo: relatar o caso de paciente com hepatite aguda
secundária a rabdomiólise. Relato do Caso: paciente masculino, 29 anos, admitido em
emergência por síncope durante corrida de rua. Após investigação cardiológica e neurológica
sem alterações, fora liberado com orientações. Nos três dias que se seguiram, seguiu com
quadro de astenia e mialgias, associado a náuseas, diarréia e febre, levando a novo atendimento
médico. Ao exame físico, prostrado, desidratado e ictérico. Abdome plano, flácido, mas
doloroso. Laboratorialmente, leucograma com 5.960 leucócitos/campo; creatinina 2,5mg/dL;
AST 4360mg/dL; AST 5090mg/dL; BT 6,27mg/dL (BD 3,6mg/dL); CK total 6300mg/dL. Ecografia
abdominal sem anormalidades. Recebeu tratamento de suporte, com hidratação intravenosa e
investigação complementar. Hipótese inicial de leptospirose, descartada após exame e
epidemiologia negativas. Questionário aprofundado revelou tratar-se de atleta amador,
praticante de atividade física intensa em academia de musculação, sem uso de anabolizantes,
suplementos nutricionais, drogas ilícitas ou outras medicações. Demais sorologias para
hepatites agudas negativa. Recebeu diagnóstico de rabdomiólise por atividade física
extenuante, com boa evolução após 10 dias de internação, com progressiva melhora de exames:
leucócitos 6350/campo; creatinina 1,12mg/dL; ALT 71mg/dL; AST 38mg/dL; BT 0,97 (BD 0,27) e
CK total 116mg/dL). Discussão: distúrbios hidroeletrolíticos, mialgias e injúria renal aguda são
complicações comuns em pacientes com rabdomiólise. Embora seja associação citada nesta
patologia, disfunção hepática raramente é diagnosticada.
Título: AVALIAÇÃO DO PERFIL DOS PACIENTES COM CARCINOMA HEPATOCELULAR EM USO DE
SORAFENIBE EM DOIS CENTROS DO BRASIL
Temário: Hepatologia
Autores: Giovana Dal Pozzo Sartori; Fernanda Schild Branco de Araújo; Luciana Oba Onishi
Kikuchi; Flair José Carrilho; Angelo Alves de Mattos;
Instituição: UFCSPA
Resumo:
Introdução: Para pacientes com carcinoma hepatocelular avançados classificados como BCLC-C
(Barcelona Clinic Liver Cancer) e boa condição clínica, o tratamento standard segundo as
principais guias internacionais é a terapia sistêmica com Sorafenibe, um inibidor multiquinase,
com propriedades antiangiogênicas e antiproliferativas. Nessa análise retrospectiva, relatamos
a aplicabilidade da classificação BCLC em uma população de pacientes com CHC avançado, bem
como a eficácia e o perfil de segurança do tratamento com Sorafenibe em dois centros de
referência do Brasil. Materiais e Métodos: Foram avaliados retrospectivamente 111 pacientes
com CHC avançado tratados nos serviços de gastroenterologia da Santa Casa de Porto Alegre e
no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo, durante o período de março de 2010 a julho de
2014. Os pacientes foram classificados de acordo com o algoritmo do BCLC. Resultados: 93% dos
pacientes apresentavam cirrose e o fator etiológico principal foi VHC associado ou não ao álcool
(70.3%). Mais da metade dos pacientes realizaram algum tipo de tratamento prévio e TACE foi
o mais comum. Ao início do tratamento com sorafenibe, 61,3% apresentava invasão vascular e
39,6% metástase à distância. O Performance Status (PS) foi 0 em 64,9% da amostra, PS 1 em
30,6% e PS 2 em 4,5%. 91% dos pacientes eram Child –Pugh A e 9,1% eram B. 79,3% da casuística
foi classificada como BCLC-C,19,8% BCLC-B e 0,9% BCLC-A. Quase a metade dos doentes
reduziram a dose do Sorafenibe durante o tratamento. Efeitos adversos mais comuns: diarréia
(63,1%), síndrome mão-pé (38,7%) e lesões cutâneas (15,3%). O tempo médio de tratamento foi
de 10,17 meses. A interrupção do tratamento se deu por progressão tumoral (53,2%), piora da
função hepática (19,8%) e efeitos adversos ao medicamento (9%). A causa do óbito foi:
progressão Tumoral (35,1%), insuficiência hepática (27,9%), infecção (11,7%), hemorragia
digestiva alta (5,4%) e ruptura tumoral (1,8%). A sobrevida após o início do tratamento em 1 ano
de 66,3% e em 3 anos foi de 27,9%. Mediana de tempo de sobrevivência de 1,68 anos.
Conclusões: Cerca de 80% da amostra pertencia ao estágio BCLC-C e, apesar da doença tumoral
avançada, mais de 90% tinha função hepática Child A e PS O-1. O tempo médio de tratamento e
os eventos adversos foram os mesmos encontrados na literatura mundial. Os resultados
confirmam que a seleção dos candidatos ideais ao tratamento com sorafenibe é fator decisivo
na sua eficácia.
Título: CIRROSE BILIAR PRIMÁRIA EM PACIENTE DO SEXO MASCULINO: UM RELATO DE CASO E
REVISÃO DE LITERATURA
Temário: Hepatologia
Autores: Rafaela de la Rosa Bouchacourt; Imman Fuad Khattab Hassan; José Francisco Pereira
da Silva; Juliane Bucco Gomes; Roberta de Oliveira Boabaid; Vagner Vencato Kopereck; Gustavo
Gonzales Real;
Instituição: UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS
Resumo:
Cirrose biliar primária (CBP) é uma doença colestática de caráter crônico e progressivo que
evolui com destruição dos ductos biliares intra-hepáticos por um ataque de linfócitos T às
pequenas vias biliares intralobulares de pequeno e médio calibre. A prevalência compreende a
faixa etária de 40 a 60 anos e a relação mulher/homem é de 9:1-4. A etiologia da CBP é
constituída por componentes multifatoriais e criptogênicos, mediada por processo autoimune.
Os sintomas mais prevalentes compreendem fadiga e prurido predominantemente à noite.
Icterícia e colúria surgem quando a doença já está em fase avançada. O diagnóstico baseia-se na
presença de quadro clínico de colestase, detecção do anticorpo antimitocôndria (AMA) e biópsia
hepática. Fundamentalmente, o tratamento compreende o uso do ácido ursodesoxicólico
(UDCA) e encaminhamento para transplante hepático. O caso relatado refere-se a um paciente
do sexo masculino, 48 anos, branco, internado por prurido, hematêmese e melena. A
endoscopia digestiva alta revelou varizes esofágicas de grande calibre com estigmas de
sangramento recente, sendo realizada ligadura elástica. O exame clínico, laboratorial e os
exames de imagem foram compatíveis com hepatopatia crônica. Na investigação etiológica,
demonstrou-se anticorpo antimitocôndria positivo e biópsia hepática compatível com CBP.
Título: CORRELAÇÃO ENTRE NIVEIS PLAQUETARIOS E FATORES ASSOCIADOS DURANTE O
TRATAMENTO DA HEPATITE C CRONICA
Temário: Hepatologia
Autores: Elza Cristina Miranda da Cunha; Gabriele Cordenonzi Ghisleni; Bruna Brandão de
Farias; Kattiuce Bataglin Goncalved; Gabriela Riva Mehringer; William Bigliardi Zibetti; Leonardo
Zimmermann de Souza; Natália Xavier Carvalho; Mozar Augusto Bernin;
Instituição: UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PELOTAS
Resumo:
Introdução: A hepatite C é um importante problema de saúde pública, afetando 170 milhões de
indivíduos no mundo todo. Estudos crescentes tem avaliado o papel das plaquetas e sua
correlação com o grau de fibrose, idade avançada, carga viral, estágio de fibrose e níveis de
alanina transaminase. Objetivo: Este estudo visa avaliar a correlação entre os níveis plaquetários
e fatores associados na avaliação hepática em pacientes com hepatite C durante o tratamento
com terapia viral combinada. Metodologia: Coorte de conveniência com 50 pacientes
portadores do vírus da hepatite C (HCV) submetidos ao tratamento com terapia antiviral no
Hospital Universitário da UFPel. Os pacientes foram avaliados no pré-tratamento e
acompanhados na 4ª e 12ª semana de tratamento, onde foram realizadas as entrevistas e
coletas de dados laboratoriais através de prontuários. O estudo foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da UCPel e todos os pacientes assinaram um termo de consentimento livre e
esclarecido. Resultados: Nossos resultados demonstram uma correlação negativa entre os níveis
de plaquetas e da transaminase glutâmica oxalacética (TGO) no pré tratamento (r=- 0,294;
p=0,036), 4ª semana (r=- 0,383; p=0,006) e 12ª (r=- 0,318; p=0,026), e uma tendência na
correlação com a transaminase glutâmica pirúvica (TGP) na 4ª semana de tratamento (r=- 0,269;
p=0,059). Conclusão: Há evidências da relação entre o número de plaquetas e a atividade das
transaminases, sendo um possível marcador para a avaliação hepática nos pacientes com HCV.
Entretanto, nossos dados ainda estão sendo coletados para verificação a associação desta
relação com o genótipo do vírus e carga viral.
Título: EFEITO HEPATOPROTETOR DA GLUTAMINA EM RATOS SUBMETIDOS A UM MODELO
EXPERIMENTAL DE INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA AGUDA GRAVE
Temário: Hepatologia
Autores: Elizângela Gonçalves Schemitt; Josieli Raskopf Colares; Renata Minuzzo Hartmann;
Francielli Licks; Fabiano Moraes Miguel; Cláudio Augusto Marroni; Norma Possa Marroni;
Instituição: UFRGS
Resumo:
Introdução: A Insuficiência Hepática Aguda Grave (IHAG) é uma síndrome que leva ao
comprometimento funcional do fígado. A tioacetamida (TAA) é um xenobiótico que causa dano
hepático. A Glutamina (L) é um aminoácido envolvido na síntese de glutationa. Objetivo: Avaliar
o efeito hepatotóxico da tioacetamida e a utilização de glutamina como um antioxidante.
Métodos: Projeto CEUA/HCPA: 12-0116. Foram utilizados 28 ratos wistar (±250g) divididos em
4 grupos: controle (CO), glutamina (G), tioacetamida (TAA), Glutamina + tioacetamida (TAA+G).
Foram administradas duas doses de 400 mg/kg de TAA (ip) com um intervalo de oito horas. A
glutamina foi administrada na dose de 25 mg/kg (ip) 30 minutos após a última dose de TAA, 24h
e 36h após o início do experimento. Após 48 horas, os animais foram anestesiados e mortos, o
fígado foi removido para análise de lipoperoxidação (TBARS), atividade das enzimas
antioxidantes GST, SOD, CAT e GPx e histologia (HE). A análise estatística foi ANOVA + StudentNewman-Keuls (média±SE) sendo significante P<0,05. Resultados: Houve um aumento nos
níveis de TBARS no grupo TAA (0,74±0,04 nmol/mgProt) em relação aos grupos CO (0,33±0,07
nmol/mgProt) e G (0,34±0,06 nmol/mgProt) e uma diminuição no grupo TAA+G (0,43±0,08
nmol/mgProt) (P<0,001). A GST aumentou no grupo TAA (805,63±13,56 nmol/min/mgProt) em
relação aos grupos CO (321,48±4,25 nmol/min/mgProt) e G (298,31±5,21 nmol/min/mgProt) e
diminuiu no grupo TAA+G (412,68±11,35 nmol/min/mgProt) (P<0,001). A SOD aumentou no
grupo TAA (135,80±9,65 USOD/mgProt) em relação aos grupos CO (29,46±6,95 USOD/mgProt)
e G (22,36±5,63 USOD/mgProt) e diminuiu no grupo TAA+G (45,99±2,56 USOD/mgProt )
(P<0,01). Uma diminuição de CAT foi observada no grupo TAA (0,13±0,01 pmol/mgProt) em
relação ao grupo CO (0,46±0,02 pmol/mgProt) e G (0,43±0,02 pmol/mgProt) e um aumento no
grupo TAA+G (0,40±0,01 pmol/mgProt) (P<0,01). A GPx aumentou no grupo TAA (1,52± 0,05
nmol/mgProt) em comparação com os grupos CO (0,59±0,03 nmol/mgProt) e G (0,54±0,04
nmol/mgProt) e diminuiu no grupo TAA+G (0,65±0,03 nmol/mgProt) (P<0,001). A análise
histológica do grupo TAA mostrou um desarranjo na arquitetura hepática, necrose e infiltrado
inflamatório em relação aos grupos CO e G e redução nestes parâmetros no grupo tratado com
glutamina. Conclusão: A TAA provoca alterações nos parâmetros bioquímicos e histológicos. A
glutamina demonstrou ter efeitos protetores contra danos no fígado em modelo de IHAG
induzida por TAA em ratos.
Título: GENOTIPO 1 DA HEPATITE C E DEPRESSÃO MAIOR DURANTE O TRATAMENTO.
Temário: Hepatologia
Autores: Elza Cristina Miranda da Cunha Bueno; Gabriela Riva Mehringer; Leonardo
Zimmermann de Souza; Kattiuce Bataglin Gonçalves; Bruna Brandão de Farias; Aline Solé;
Natalia Xavier Carvalho; Mozar Bernin; William Zibetti; Gabriele Cordenonzi Ghisleni;
Instituição: UFPEL
Resumo:
Introdução: Os sintomas depressivos são observados frequentemente em pacientes por
ativação dos sistema imune, podendo ser induzido por vários fatores. Pacientes com hepatite C
Crônica apresentam frequentemente distúrbios psiquiátricos durante o tratamento e este
trabalho tem como objetivo avaliar prospectivamente estes pacientes. <br>Métodos: 50
pacientes foram acompanhados durante 1 ano, foi realizado um questionário estruturado - Mini
International Neuropsychiatric Interview,que foi usado para avaliar desordens psiquiatricas no
inicio do tratamento , na 4a semana e na 12a semana . Analise estatística: generalized estimating
equations e pairwise comparisons with Bonferroni adjustment. <br>Resultados: a prevalência
do genótipo 1 foi 42% e a combinação de interferon peguilado e ribavirina foi o tratamento mais
prevalente usado (86%). Foi encontrado aumento do risco para depressão na 4a semana (34%),
porém não na 12a semana (24%) comparando com os valores no pré tratamento (20%)
(p=0.040). Também foi visto diferenças entre a prevalência de depressão e os genótipos da
hepatite C com higher odds na 4a semana comparada com o pré tratamento e na 12a semana
[OR: 2.1(1.15-2.9); p=0.040]. Pacientes com genótipo 2 e 3 tem significativamente lower odds
de depressão comparada com genotipo 1 [OR: 0.3 (0.1-0.9); p=0.030]. <br>Conclusão: Este
estudo mostra evidências de associação de maior depressão com o genótipo 1 da hepatite C
durante o tratamento .
Título: HEPATITE AGUDA MEDICAMENTOSA SUPERPOSTA A HEMOCROMATOSE NÃO-HFE
Temário: Hepatologia
Autores: Jonathan Soldera; Andreza Gautério Cavalcanti; Silvana Sartori Balbinot; Raul Angelo
Balbinot; Rafael Sartori Balbinot;
Instituição: UCS
Resumo:
Introdução: A hemocromatose hereditária é uma doença genética que cursa com depósito
hepático aumentado de ferro e evolução para cirrose e carcinoma hepatocelular se não
adequadamente tratada. Relato de Caso: Paciente do sexo masculino de 39 anos, é admitido no
hospital por icterícia de início recente, sem quadro de encefalopatia hepática, com história de
uso por curto tempo de mieloxicam, sem uso de álcool. Submetido à laboratoriais, que
demonstraram transaminases elevadas ao redor de 40x LSN, fosfatase alcalina e GGT normais,
bilirrubinas de 13,2 e TP 67%. Submetido à ecografia abdominal, que demonstrou fígado
aumentado de volume. Feitas sorologias virais, negativas. Iniciada investigação para outras
etiologias de doença hepática aguda com anti-músculo liso, anti-mitocôndria, FAN e PCR para
HCV não reagente, proteinograma, ceruloplasmina e cobre urinário de 24 hs normais. O perfil
de ferro mostrou ferritina 14467, ferro sérico de 353 e saturação de transferrina de 75%.
Submetido à RM para avaliar depósito hepático, pancreático e cardíaco de ferro, demonstrando
somente depósito moderado de ferro hepático. Mutação do gene HFe homozigoto selvagem
para C282Y e hetrozigoto para H63D. Mantendo sempre TP acima de 50%, foi submetido à
biópsia hepática guiada por ecografia, que demonstrou hepatite aguda ativa com infiltração
eosinofílica, depósitos de ferro compatíveis com hemocromatose hereditária e fibrose grau 2 de
METAVIR, tendo o diagnóstico de hepatite medicamentosa aguda por mieloxicam sobreposta a
hemocromatose hereditária não-HFe. Teve importante melhora clínica com tratamento
conservador, iniciado flebotomias com melhora da sobrecarga de ferro. Conclusão: Embora a
hemocromatose hereditária não esteja associado a quadro de hepatite aguda, ela pode
aumentar o risco de hepatite aguda medicamentosa, e seu tratamento e diagnóstico precoces
podem evitar a progressão para cirrose e carcinoma hepatocelular.
Título: HEPATOBLASTOMA DE TIPO EPITELIAL-MESENQUIMAL MISTO: RELATO DE CASO E
ACHADOS CLÍNICOS E ANATOMOPATOLÓGICOS.
Temário: Hepatologia
Autores: Eduardo Cambruzzi; Karla Lais Pêgas; Gabriela Perdomo Coral; Geraldo Resin Geyer;
Roque Domingos Furian; Suzana Elizabete Lamonatto; Renata Fragomeni; Cristine S Trein;
Instituição: SANTA CASA DE PORTO ALEGRE
Resumo:
Introdução: O Hepatoblastoma (HB) é um raro tumor maligno hepático caracterizado por
diferentes padrões celulares. Apresenta uma incidência de 1,5 casos/milhão de indivíduos, e
cerca de 85% dos casos são encontrados na infância sob a forma de massa tumoral única no lobo
direito. O tipo epitelial-mesenquimal representa aproximadamente 45% dos tipos de HB, e
consiste de elementos epiteliais fetais/embrionários em meio a componente mesenquimal.
Objetivo: Os autores relatam um caso de hepatoblastoma de tipo epitelial-mesenquimal
(HBEM), e discutem os principais achados anatomopatológicos desta neoplasia. Relato de Caso:
Paciente masculino, 15 anos, procurou o serviço hospitalar apresentando icterícia, acolia,
colúria, emagrecimento e prurido há 30 dias. O paciente não apresentava história patológica
pregressa relevante. Ao exame físico, foi identificada uma massa tumoral no hipocôndrio direito.
A ressonância magnética de abdome mostrou tumor expansivo acometendo a subtotalidade do
lobo direito e os lobos caudado e IVa do lobo esquerdo, com possível invasão da veia hepática
esquerda. Os exames laboratoriais mostraram elevação das transaminases, gama-glutamil
transferase e bilirrubina total, e alteração das provas de coagulação sanguínea. A biopsia do
processo identificou uma neoplasia maligna indiferenciada pleomórfica, com estroma mixóide
imaturo. O paciente foi submetido a quimioterapia, hepatectomia total e transplante hepático.
O espécime cirúrgico consistiu de fígado pesando 1.542,0g e medindo 20,6x15,3x11,0cm. Aos
cortes, predominantemente no lobo direito, estava comprometido por tumor amareloesverdeado, mal delimitado, firme, medindo 12,0cm no maior eixo. À microscopia, foi
identificada uma neoplasia maligna indiferenciada de células epitelioides dispostas em ninhos
sólidos, de alto índice mitótico, com áreas de necrose, formação de osteóide e zonas mixoides.
As células epitelioides revelaram imunoexpressão positiva para CK8, EMA, CD56 e S100, e
negatividade para HSA e arginase. As células estromais exibiram positividade para vimentina e
actina de músculo liso. O diagnóstico de HBEM foi então estabelecido. O paciente evoluiu com
choque hipovolêmico e óbito. Conclusão: HBEM é um raro tumor blastematoso primário do
fígado, e seu diagnóstico diferencial inclui o sarcoma embrionário indiferenciado. O tratamento
do HBEM consiste em quimioterapia e cirurgia, sendo o estadiamento clínico e o nível sérico de
alfa-fetoproteína importantes fatores prognósticos.
Título: HIDROTÓRAX HEPÁTICO SEM ASCITE: UMA APRESENTAÇÃO RARA DE UMA
COMPLICAÇÃO COMUM.
Temário: Hepatologia
Autores: Leonardo Zimmermann de Souza; Gabriela Riva Mehringer; Cíntia Scherer; João Gabriel
Schmitt; Lysandro Alsina Nader; Elza Cristina da Cunha Bueno; Carolina Ziebel Carpena;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS UFPEL
Resumo:
Introdução: O hidrotórax hepático é definido como uma efusão pleural (geralmente > 500 ml)
que se desenvolve em paciente com cirrose hepática e hipertensão portal na ausência de doença
cardiopulmonar associada. O derrame pleural costuma aparecer em cerca de 6-10% dos
pacientes cirróticos, no entanto esse evento é raro na ausência de ascite. Objetivo: Relatar o
caso de um paciente cirrótico por hepatite C com derrame pleural unilateral e sem evidências
clínicas ou radiológicas de ascite. Método: Relato de caso Resultados: G.O.S., branco, masculino,
61 anos, cirrótico por hepatite C crônica, CHILD B, internou no Hospital Escola da Universidade
Federal de Pelotas com queixa de dor abdominal e hérnia inguinal à esquerda. O paciente não
apresentava queixas de dispneia, tosse ou cansaço. Ao exame físico, não apresentava ascite,
sem edema de membros inferiores, porém na ausculta respiratória apresentava ausência de
murmúrio vesicular à direita. O raio X de tórax evidenciou derrame pleural à direita. Realizou
tomografia com volumoso derrame pleural à direita, área cardíaca normal, sem imagem de
derrame pericárdico. Foi realizada toracocentese diagnóstica que confirmou transudato, com a
relação de proteína pleural/soro: 0,47 (proteína pleural: 3,29 / proteína do soro: 6,92) e de DHL
pleural/soro: 0,57 (DHL pleural: 168 / DHL soro: 294). No procedimento foi realizado drenagem
de 470 ml de líquido pleural. O paciente realizou ultrassonografia abdominal que não evidenciou
líquido ascítico. Foi abordada como terapêutica a otimização do tratamento com medicação
diurética, Furosemida 40 mg uma vez ao dia, Espironolactona 100 mg uma vez ao dia e o controle
rígido da dieta hipossódica. Durante o acompanhamento radiológico, via ambulatorial, não
houve nova formação de líquido pleural. Conclusão: O hidrotórax hepático é uma manifestação
de descompensação da hepatopatia crônica, assim como a ascite, a encefalopatia e as varizes
de esôfago. Contudo, o mecanismo de seu desenvolvimento ainda não é muito bem explicado.
A causa mais provável parece ser a passagem de líquido ascítico da cavidade peritoneal para a
cavidade pleural, através de defeitos diafragmáticos. No caso apresentado, o paciente
desenvolveu um derrame pleural volumoso, mesmo sem ascite, demonstrando uma rara
apresentação de uma complicação comum em hepatite C crônica com cirrose.
Título: O PAPEL DA GLUTAMINA NAS LESÕES HEPÁTICAS NO MODELO DE ISQUEMIA E
REPERFUSÃO INTESTINAL EM RATOS
Temário: Hepatologia
Autores: Renata Minuzzo Hartmann; Francielli Licks; Elizângela Gonçalves Schemitt; Josieli
Raskopf Colares; Rosa Maria Braga Moura; Juliana da Silva; Gilmara Zabot; Henrique Surubbi
Fillmann; Norma Possa Marroni;
Instituição: UFRGS
Resumo:
Introdução: A isquemia e reperfusão intestinal (I/R,) pode causar danos celulares e teciduais ao
intestino e em órgãos distantes como o fígado. Alguns agentes agressores estão envolvidos
nestes processos, tais como: a geração de radicais livres, o óxido nítrico e a liberação de
mediadores inflamatórios. Devido ao envolvimento de radicais livres nas lesões de I/R intestinal,
algumas opções terapêuticas antioxidantes estão sendo estudadas e testadas para prevenir ou
reduzir as lesões locais e sistêmicas decorrentes da I/R. Objetivo: O objetivo do estudo foi avaliar
os efeitos da glutamina na lesão hepática decorrente do modelo experimental de I/R intestinal
em ratos. Material e métodos: Foram utilizados 20 ratos Wistar machos, ± 300 g, divididos em
quatro grupos: Sham operated (SO), Glutamina + Shamo perated (G+SO), isquemia e reperfusão
intestinal (I/R), Glutamina+isquemia e reperfusão intestinal (G+I/R). Os animais foram
submetidos à oclusão da artéria mesentérica superior durante 30 minutos seguido por 15
minutos de reperfusão. A glutamina (25 mg/kg/dia) foi administrada 24 e 48 h antes da I/R
(projeto aprovado pelo CEP HCPA nº 120241). As lesões hepáticas foram determinadas através
da avaliação da lipoperoxidação (LPO) pela técnica das substâncias que reagem ao ácido
tiobarbitúrico (TBARS), do dano ao DNA (ensaio cometa), dos metabólitos do óxido nítrico
(nitritos e nitratos) e da expressão da enzima óxido nítrico sintase induzível (iNOS) por análise
de Western blot. A análise estatística foi utilizado ANOVA seguida por Student-Newman-Keuls
(média ± SEM) significativas para p <0,05. Resultados: Os animais do grupo pré-tratado com
glutamina mostraram uma redução significativa nos níveis de LPO (SO: 0,16±0,01; G+SO:
0,20±0,02; I/R: 0,45±0,03; G+I/R: 0,24±0,02) e diminuição no índice e frequência de dano ao
DNA quando comparados ao grupo I/R. Quanto aos níveis de NO o grupo que recebeu glutamina
como pré-tratamento demonstrou uma diminuição significativa dos níveis em comparação ao
grupos I/R (SO: 5,4±0,8; G+SO: 6,9±0,8; I/R: 15,6±2,7; G+I/R: 6,1±1,1) da mesma forma ocorreu
uma redução na expressão da iNOS (SO: 1,17±0,33; G+SO: 0,86±0,30; I/R: 2,51±0,10; G+I/R:
1,86±0,13) .Conclusão: Estes resultados sugerem que o pré-tratamento com a glutamina reduz
as lesões hepáticas induzidas após I/R intestinal em ratos.
Título: PERFIL DOS PACIENTES COM HEPATITE CRÔNICA C TRATADOS COM TERAPIA TRIPLA COM
TELAPREVIR OU BOCEPREVIR EM UM SERVIÇO ESPECIALIZADO EM HEPATITES NO MUNICÍPIO
DE PORTO ALEGRE
Temário: Hepatologia
Autores: ADRIANA GONÇALVES DA SILVA MACHADO; ALEXANDRO VAESKEN ALVES; CAROLINE
POSSA MARRONI; DAVI ARTHUR STORCK KUHN; EDUARDO EMERIM; KATIA SIMONE CESARIO
DE BARROS; MARCUS VINICIUS SILVEIRA OSORIO; MARIA DO CARMO APPEL ZIM; RAFAEL DE
OLIVEIRA NOGUEIRA; ROSANI TESSER; DENISE GIRARDI; ANGELA RUSCHEL; ALEXANDRE AULER;
Instituição:
Resumo:
Introdução: O tratamento da hepatite C crônica (HCV) com boceprevir (BOC) ou telaprevir (TVR)
associados a interferon peguilado e ribavirina (PR) tem mostrado taxas mais altas de resposta
virológica sustentada (RVS) quando comparadas ao uso de PR. Objetivo: Avaliar o perfil dos
pacientes com HCV submetidos à terapia tripla. Métodos: O estudo analisou 92 pacientes
atendidos no Serviço de Atendimento Especializado em Hepatites Virais da Secretaria Municipal
de Saúde de Porto Alegre no Hospital Materno-Infantil Presidente Vargas, os quais iniciaram
tratamento com terapia tripla. Foram incluídos pacientes com HCV genótipo 1, monoinfectados,
com fibrose hepática F3 e F4 (Child A), F2 em biópsia realizada há mais de 3 anos ou com
manifestações extra-hepáticas do vírus C. Resultados: Dos 92 pacientes, 53% eram homens. A
média de idade foi 55 anos. Os graus de fibrose encontrados foram 46,7% F4, 48,9% F3 e 4,3%
F2. Pacientes naives foram 65,6%. Dos pacientes experimentados, 51,6% eram não
respondedores, 38,7% recidivantes e 9,7% respondedores parciais. A carga viral pré-tratamento
foi maior que 600.000UI/mL em 72,8% dos pacientes. Foi verificada a genotipagem da IL28B em
45 pacientes, com a seguinte distribuição: 20,0% CC, 64,4% CT e 15,6% TT. O TVR foi prescrito
em 63% dos casos. Terapia de suporte foi utilizada em 62,0% dos pacientes (eritropoetina:
59,8%; filgrastima: 7,6%; ambos: 5,4%); houve redução de dose de RBV em 50,0% e PEG-IFN em
7,6%; HTF foi necessária em 10,9%, e em 50% dos pacientes houve associação de 2 ou mais
dessas estratégias. O tratamento foi interrompido por efeitos adversos graves em 14,1% dos
pacientes; desses, 30,8% por anemia; 23,1% por rash cutâneo; 7,7% por pneumonia associada à
insuficiência cardíaca; 7,7% por anemia associada à insuficiência renal aguda; 7,7% por
descompensação da cirrose; 7,7% por plaquetopenia; 7,7% por encefalopatia, e houve 1 óbito
por infarto agudo do miocárdio. Ocorreram 2 abandonos de tratamento (2,2%) e 11 falhas
virológicas (12%). Observou-se RVS em 66,7% dos pacientes até o presente momento do estudo.
Conclusão: O perfil dos pacientes foi predominantemente F4, com carga viral alta, IL28B CT,
naives, sendo prescrito mais comumente telaprevir. Os efeitos adversos com terapia tripla
foram frequentes e de intensidade moderada a grave. A taxa de RVS obtida nos pacientes foi
semelhante à observada em estudos de coorte e menor do que as observadas em estudos de
registro.
Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HEPATITE A NO RIO GRANDE DO SUL
Temário: Hepatologia
Autores: Danielle Pinheiro Müller; Ivone Castro Soares; Érica Bortoli; Helena de Medeiros Terra
Ramos; Henrique Trevizan; Maria de Fátima Freitas Korndorfer; Roque da Conceição;
Instituição:
Resumo:
A hepatite A é uma doença causada por vírus de mesmo nome e que geralmente é de resolução
espontânea e cuja transmissão é fecal-oral. A mortalidade, causada pela hepatite A fulminante,
é rara. Esse agravo está relacionado às condições de saneamento básico, higiene pessoal,
qualidade da água e dos alimentos. Os casos notificados de hepatite A no RS em uma série
histórica de 2007 a 2014 são os seguintes: em 2007 foram notificados 292 casos, coeficiente de
detecção (casos por 100.00 habitantes) de 2,64; em 2008 foram notificados 358 casos,
coeficiente de detecção de 3,3; em 2009 foram notificados 566 casos, coeficiente de detecção
de 5,19; em 2010 foram notificados 861 casos, coeficiente de detecção de 8,05; em 2011 foram
notificados 380 casos, coeficiente de detecção de 3,55; em 2012 foram notificados 260 casos,
coeficiente de detecção de 2,41; em 2013 foram notificados 165 casos, coeficiente de detecção
de 1,53 e em 2014 foram notificados 100 casos, coeficiente de detecção de 0,92 (dados de 2014
ainda parciais). As faixas etárias mais acometidas entre 2007 e 2014 foram de 5 a 14 anos, o que
pode ser explicado pelo modo de transmissão relacionado à higiene pessoal não eficaz. De 2007
a 2012 houve preponderância do sexo masculino, variando de 51 a 59%; em 2013 houve um
leve predomínio do sexo feminino (51%) e em 2014 ambos os sexos apresentaram a mesma
representatividade. A imunidade é duradoura e específica e pode ser adquirida pela infecção
com o vírus ou pela vacina, sendo indistinguíveis ao perfil sorológico. A vacina de hepatite A
passou a fazer parte do calendário básico de vacinação infantil do Brasil em julho de 2014, sendo
recomendada dose única para crianças de 1 ano a 2 anos incompletos. A cobertura vacinal de
2014 foi de 127,80%, o que demonstra uma excelente adesão, com a vacinação de 88.780
crianças. Acreditamos que com a melhoria do saneamento e a instituição da vacinação para
crianças ocorrerá um decréscimo importante da incidência de hepatite A no RS nos próximos
anos. A conscientização de adequados hábitos de cuidados pessoais e de higiene constituem as
melhores maneiras de controle desse agravo.
Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HEPATITE B NO RIO GRANDE DO SUL
Temário: Hepatologia
Autores: Danielle Pinheiro Müller; Érica Bortoli; Helena de Medeiros Terra Ramos; Henrique
Trevizan; Maria de Fátima Freitas Korndorfer; Roque da Conceição;
Instituição:
Resumo:
É estimado que 2 bilhões de pessoas no mundo estejam infectadas pelo vírus da hepatite B (VHB)
e que mais de 350 milhões de pessoas tenham infecções crônicas por toda a vida. Sua
transmissão pode ocorrer pelo sangue (via parenteral, percutânea e vertical), esperma e
secreção vaginal (via sexual). Todos os serviços de saúde são orientados a notificar os casos de
hepatites virais (notificação compulsória) no banco de dados do MS chamado SINAN. Os casos
notificados de hepatite B no RS em uma série histórica de 2007 a 2014 são os seguintes: em
2007 foram notificados 1.119 casos, coeficiente de detecção (casos por 100.00 habitantes) de
10,10; em 2008 foram notificados 1.292 casos, coeficiente de detecção de 11,90; em 2009 foram
notificados 1.241 casos, coeficiente de detecção de 11,37; em 2010 foram notificados 1.249
casos, coeficiente de detecção de 11,68; em 2011 foram notificados 1.380 casos, coeficiente de
detecção de 12,90; em 2012 foram notificados 1.483 casos, coeficiente de detecção de 13,77;
em 2013 foram notificados 1.630 casos, coeficiente de detecção de 15,13 e em 2014 foram
notificados 1.763 casos, coeficiente de detecção de 16,37 (dados de 2014 ainda parciais). Casos
de coinfecções com HIV/Aids: em 2007-63 casos, em 2008- 66 casos, em 2009-96 casos, em
2010-78 casos, em 2011-72 casos, em 2012-94 casos, em 2013-90 casos e em 2014-129 casos.
As faixas etárias mais acometidas entre 2007 e 2010 foram de 20 a 49 anos e entre 2011 e 2014
foram de 30 a 59 anos. Em todos os anos houve preponderância do sexo masculino, variando de
54 a 57%. Quanto às fontes de infecção, em todos os anos a mais relevante foi a sexual. A 2ª
fonte de infecção mais referida foi a vertical nos anos de 2008, 2010, 2011, 2012 e 2014, a
dentária em 2007 e 2009 e a cirúrgica em 2013. Infelizmente muitos casos notificados têm essa
informação ignorada. Observamos um acréscimo no número de casos de hepatite B no RS nos
últimos anos. As faixas etárias mais acometidas também se deslocaram (de 20 a 49 anos para 30
a 59 anos). A via sexual permanece a mais relevante, seguida da vertical, apesar das medidas de
vacinação para hepatite B e imunoglobulina para os recém-nascidos conferirem proteção contra
essa transmissão. Isso nos leva a crer que a detecção no pré-natal não está adequada. A
preponderância do sexo masculino é leve, mas consistente. E a coinfecção com HIV
provavelmente deve ser bem maior do que a notificada, pois os modos de transmissão dos dois
agravos são os mesmos.
Título: PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DA HEPATITE C NO RIO GRANDE DO SUL
Temário: Hepatologia
Autores: Danielle Pinheiro Müller; Érica Bortoli; Helena de Medeiros Terra Ramos; Henrique
Trevizan; Maria de Fátima Freitas Korndorfer; Roque da Conceição;
Instituição:
Resumo:
A hepatite C é uma doença causada pelo vírus com mesmo nome, que se transmite
principalmente por contato parenteral, mas também por exposição sexual. A transmissão
vertical também é uma possibilidade, geralmente no momento do parto. A hepatite C pode ser
considerada aguda se ocorrer até 6 meses após a exposição ao vírus. Para muitas pessoas a
infecção aguda evolui para crônica, podendo levar a complicações severas e até fatais. Os casos
notificados de hepatite C no RS em uma série histórica de 2007 a 2014 são os seguintes: em
2007 foram notificados 1.248 casos, coeficiente de detecção (casos por 100.00 habitantes) de
11,26; em 2008 foram notificados 1.429 casos, coeficiente de detecção de 13,16; em 2009 foram
notificados 1.297 casos, coeficiente de detecção de 11,88; em 2010 foram notificados 1.546
casos, coeficiente de detecção de 14,46; em 2011 foram notificados 1.309 casos, coeficiente de
detecção de 12,24; em 2012 foram notificados 1.427 casos, coeficiente de detecção de 13,24;
em 2013 foram notificados 2.141 casos, coeficiente de detecção de 19,87 e em 2014 foram
notificados 2.344 casos, coeficiente de detecção de 21,76 (dados de 2014 ainda parciais). Casos
de coinfecções com HIV/Aids: em 2007-223 casos, em 2008-198 casos, em 2009-183 casos, em
2010-219 casos, em 2011-201 casos, em 2012-195 casos, em 2013-264 casos e em 2014-302
casos. As faixas etárias mais acometidas entre 2007 e 2013 foram de 30 a 59 anos e em 2014 foi
de 40 a 69 anos. Em todos os anos houve preponderância do sexo masculino, variando de 52 a
57%. Quanto às fontes de infecção, em todos os anos as mais referidas foram a transmissão por
transfusão sanguínea e a transmissão por uso de drogas. Infelizmente muitos casos notificados
têm essa informação ignorada. Observamos um acréscimo do número de casos de hepatite C no
RS e no número de pacientes coinfectados com HIV também. A via de transmissão transfusional
foi a mais referida; só em 1993 se iniciou a triagem para hepatite C nos bancos de sangue e ainda
hoje portadores crônicos de hepatite C são diagnosticados. A segunda via de transmissão mais
notificada foi por uso de drogas, o que se relaciona diretamente com a transmissão do HIV. A
preponderância do sexo masculino é leve, mas consistente.
Título: PERFIL MICROBIOLÓGICO E DE RESISTÊNCIA BACTERIANA DAS PERITONITES
BACTERIANAS ESPONTÂNEAS DO HOSPITAL GERAL DE CAXIAS DO SUL
Temário: Hepatologia
Autores: Jonathan Soldera; Fernanda Knob Caldieraro; Laís Bender Luz; Stela Scaglioni Marini;
Silvana Sartori Balbinot; Raul Angelo Balbinot; Andreza Gautério Cavalcanti;
Instituição: UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
Resumo:
A peritonite bacteriana espontânea é uma das infecções mais freqüentes nos pacientes
cirróticos. A pronta instituição de tratamento, na suspeita desta patologia, modifica
drasticamente a sobrevida destes pacientes. O estudo objetiva traçar o perfil microbiológico e
de resistência bacteriana das PBEs dos pacientes cirróticos do Hospital Geral, analisando a
incidência de germes multirresistentes. Estudo transversal, retrospectivo, descritivo, feito no
Hospital Geral de Caxias do Sul, através da análise de prontuários de pacientes submetidos à
paracentese. Foram coletadas 521 amostras de LA entre dezembro de 2010 a dezembro de 2013
e realizada revisão dos prontuários dos pacientes arrolados para posterior análise. Incluiram-se
amostras de pacientes maiores de 18 anos e com diagnóstico de cirrose prévio ou feito na
internação. Excluíram-se portadores de ascite por outra patologia, com análises compatíveis
com peritonite bacteriana secundária e aquelas com contagem diferencial de células
prejudicada ou sem cultura coletada. O diagnóstico de cirrose foi estabelecido pela presença de
alterações sugestivas em exames de imagem, endoscopia digestiva alta, alterações laboratoriais
ou anatomopatológico. Para cada amostra analisou-se a bactéria isolada, seu perfil de
resistência e dados demográficos do paciente. Das 41 rotinas com PBE, 51,2 % apresentou
cultura positiva. BGN perfiseram 57,1% das culturas positivas, E. coli em 28,5%, Klebsiela em
14,2%. Cocos gram positivos correspoderam a 38% e destes o mais incidente foi o enterococcus
23,8%, seguido do estreptococo 9,5%. Conclui-se que a incidência de culturas positivas nas PBEs
do Hospital Geral fica acima da média encontrada em outros estudos (em torno de 20%),
provavelmente por sempre utilizarmos material especial para inoculação do líquido que será
posteriormente enviado para a cultura. O perfil microbiológico é parcialmente condizente com
outros relatos, sendo a E. coli o germe mais incidente nas culturas, não apresentando um perfil
de multirresistência. Porém, a instituição apresenta uma elevada percentagem de Enterococcus
sp., uma bactéria com um perfil de sensibilidade mais restrito. Após a demonstração destes
dados, o serviço do Hospital Geral de Caxias do Sul iniciou a adaptação do tratamento de PBE
com o intuito de iniciar, no tratamento empírico destes pacientes, cobertura para germes Gram
positivos.
Título: QUIMIOEMBOLIZAÇÃO NO TRATAMENTO DA HIPOGLICEMIA SUSTENTADA ASSOCIADA
AO CARCINOMA HEPATOCELULAR AVANÇADO
Temário: Hepatologia
Autores: Pedro Matheus Damiani Ferrarin; Bruno Galperim; Eduardo Ferreira Medronha; Pablo
Thiago Rodrigues Gonçalves; Franciele Sabadin Bertol; Rafael da Veiga Chaves Picon;
Instituição: GHC
Resumo:
Introdução: A hipoglicemia é uma manifestação paraneoplássica conhecida de
hepatocarcinoma, entretanto, a apresentação clínica como primeira manifestação de doença é
extremamente rara. Até o presente momento, não há tratamento definitivo estabelecido.
Objetivo: Relatar o caso clínico de um paciente onde foi utilizada quimioembolização para
tratamento da hipoglicemia relacionada ao hepatocarcinoma, com satisfatório e prolongado
controle dos sintomas. Relato do caso: Homem de 55 anos de idade com episódios recorrentes
de confusão mental, eventualmente com perda de consciência, com sudorese e mal-estar,
revertidos com ingestão de alimentos ou administração endovenosa de glicose. Referia não ter
doenças, não fazia uso de medicamentos e familiares relatam uso aproximado de 250 mg de
etanol por semana. Ao exame físico, apresentava circulação colateral abdominal,
hepatomegalia, esplenomegalia, edema periférico e ascite. Laboratoriais: AST 71, BT 0.97, BD
0.5, 55.000 plaquetas, albumina 3.2, glicemia de 34, insulina 0.41 (normal 2.6 – 24.9), e
alfafetoproteína de 30.918. TC mostrava fígado com dimensões aumentadas, bordos rombos,
contornos irregulares, densidade difusamente heterogênea, às custas de múltiplas lesões
nodulares, a maioria com realce pelo contraste e wash-out nas fases tardias, formando um
conglomerado que acometia quase totalmente o lobo direito. Havia lesões também no lobo
esquerdo e sinais de trombose do segmento posterior do ramo direito da porta e da veia
hepática direita. Após uso ineficaz de corticóide e infusão contínua de glicose via SNE durante o
período noturno e compensação clínica, foi submetido a quimioembolização, com cateterização
seletiva da artéria hepática direita e uso de partículas de PVA e 50 mg de doxorrubicina, até
obstrução subtotal do fluxo arterial. TC 30 dias após evidenciou necrose no lobo direito e
alfafetoproteína reduziu para 20.018. Paciente permanece sem sintomas de hipoglicemia, sem
necessidade freqüente de atendimento médico e com substancial melhora na sua qualidade de
vida, três meses após o procedimento. Conclusão: A quimioembolização, em casos selecionados,
pode ser utilizada visando citorredução para tratamento de hipoglicemia severa associada ao
hepatocarcinoma.

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