poluição atmosférica – conceitos

Transcrição

poluição atmosférica – conceitos
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA –
CONCEITOS
Poluição do ar urbano
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•
Característica física da atmosfera
Composição química da atmosfera
Conceito de poluição
Aspectos históricos
Efeitos da poluição do ar
Chuva ácida
Material particulado
Smog fotoquímico
Parâmetros e padrões de Qualidade do ar
Poluição do ar em cidades brasileiras
Redução da poluição urbana
Poluição
Ato ou efeito de poluir-se, sujar, corromper, tornando prejudicial à saúde
É preciso uma referência para comparação
SISTEMA QUÍMICO NATURAL
O ar limpo é considerado um requisito básico para o bem
estar e saúde humana. Porém, a poluição atmosférica
continua a ser uma ameaça significativa para a saúde
mundial (WHO, 2005).
Poluição do ar
“quando gases ou partículas emitidos pela
ação humana, atingem concentrações suficientemente altas
que causam danos diretos ou indiretos para plantas, animais,
outras formas de vida, ecossistemas, estruturas ou obras de
arte (Jacobson, 2002).
Qualidade do ar (QA) é uma medida das concentrações de
poluentes gasosos e tamanho, massa ou número de material
particulado. Efeitos da poluição do ar:
Saúde humana (p.ex., doenças respiratórias, câncer, alergias)
Ecossistemas (p.ex., produção agrícola, perda de
biodiversidade)
Monumentos nacionais (esculturas, prédios, etc)
Clima regional (aerossol e ozônio exibem significativa forçante
climática)
Organização Mundial da Saúde, OMS
World Health Organization, WHO, 2002
2,4 milhões de mortes a cada ano devido efeitos
diretos da poluição do ar, dos quais 1,5 milhões de
mortes são devido poluição do ar “interna” (indoor
air pollution).
Livro CONAMA (Conselho Nacional de Meio Ambiente)
www.mma.gov.br/port/conama/processos/61AA3835/LivroConama.pdf
Resolução CONAMA No. 3 de 28/06/1990
poluente atmosférico é “qualquer forma de matéria
ou energia com intensidade e em quantidade,
concentração, tempo ou características em
desacordo com os níveis estabelecidos, e que
tornem ou possam tornar o ar impróprio, nocivo ou
ofensivo à saúde, inconveniente ao bem-estar
público, danoso aos materiais, à fauna e à flora ou
prejudicial à segurança, ao uso e gozo da
propriedade e às atividades normais da
comunidade”.
CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente
Poluentes atmosféricos - fontes:
Fontes antropogênicas:
- queima de combustíveis fósseis (NOx, SO2, CO, HC)
- processos industriais em geral (SO2, NH3, NOx, Cl, MP)
- agricultura: material particulado (MP), NH3
Fontes naturais de poluentes do ar:
- erupções vulcânicas - poeira, vapor de mercúrio, ácido
clorídrico (HCl) e ácido sulfídrico (H2S);
- emissão biogênica de compostos orgânicos reativos por
florestas, grandes plantações e matas em geral.
- queimadas de florestas - monóxido de carbono (CO), NOx,
MP e compostos orgânicos;
Poluentes atmosféricos - classificação
Poluentes primários – são emitidos diretamente da fonte
para o ar. Exemplos: SO2, NO, NO2, COV (compostos
orgânicos voláteis), CO, material particulado.
Poluentes secundários – formados a partir de reações
químicas. Exemplos: H2SO4, NO2, PAN (peróxiacil nitrato),
H2O2, O3.
Fatores que determinam o nível da poluição do ar:
1. quantidade de poluentes entrando na atmosfera
(indústrias, trafego, erupções vulcânicas, grandes queimadas)
Fatores que determinam o nível da poluição do ar:
2. tamanho do espaço em que os poluentes são dispersos
(vale entre montanhas, planícies, etc)
The Blacksmith Institute[5] included Norilsk in its
2007 list of the ten most polluted places on Earth
Galeria de Fotos de Satélite de Cubatão / SP / Brasil- Local: / a_cub_satelite_03
Pesquisado por www.portaldecubatao.com.br - Fonte: site google - 01/09/2005
Fatores que determinam o nível da poluição do ar:
3. mecanismos que removem os poluentes da atmosfera
(ventos, altura da camada de mistura, chuvas).
Fontes de poluição
Processos atmosféricos
(poluentes)
Receptores
(diluição,
transporte
e/ou reações
químicas)
monitoramento
Inventário de emissões: são estimativas do
tipo e quantidade de poluentes emitidos
pelas diferentes fontes
Combustão
•Idealmente
Combustível + ar —> CO2 + H2O + calor
•Realidade
Combustível + ar —> CO2 + H2O + calor +
NOx + SO2 + CO + Partículas +
+ combustível não queimado (hidrocarbonetos)
+ COVs (compostos orgânicos voláteis)
URBANIZAÇÃO e INDUSTRIALIZAÇÃO
Poluentes atmosféricos:
O3 (ozônio)
SO2 (dióxido de enxofre)
CO (monóxido de carbono)
MP (material particulado)
NOx (NO + NO2, óxidos de nitrogênio)
Padrões primários de qualidade do ar - as concentrações de
poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da
população. Podem ser entendidos como níveis máximos
toleráveis de concentração de poluentes atmosféricos,
constituindo-se em metas de curto e médio prazo.
Padrões secundários de qualidade do ar - as concentrações
de poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevê o
mínimo efeito adverso sobre o bem estar da população,
assim como o mínimo dano à fauna e à flora, aos materiais
e ao meio ambiente em geral. Podem ser entendidos como
níveis desejados de concentração de poluentes,
constituindo-se em meta de longo prazo.
Padrões Nacionais de Qualidade do Ar
(Resolução CONAMA no. 3 de 28/06/1990)
Poluente
partículas
inaláveis
Tempo de
amostragem
24 horas1
MAA3
Padrão primário
g/m3
150
50
Recomendações
Organização Mundial da Saúde
OMS (WHO, 2005)
50 g m-3 média de 24h
MP10
20 g m-3 média anual
25 g m-3 média de 24h
MP2,5
10 g m-3 média anual
fumaça
24 horas1
MAA3
SO2
24 horas1
MAA3
NO2
1 hora1
MAA3
CO
1 hora1
8 horas1
O3
1 hora1
150
60
365
80
320
100
40000 (35 ppm)
10000 (9ppm)
160
No Brasil não há padrão para MP2,5
SO2
NO2
24 h
20 g m-3
1 horas 200 g m-3
MAA
40 g m-3
Recomendações
Organização Mundial da Saúde
OMS (WHO, 2005)
50 g m-3 média de 24h
MP10
20 g m-3 média anual
25 g m-3 média de 24h
MP2,5
10 g m-3 média anual
http://www.cetesb.sp.gov.br/ar/Informa%C3%A7%C3%B5es-B%C3%A1sicas/22-
Índice geral de qualidade do ar:
Qualidade
Índice
MP10
(µg/m3)
O3
(µg/m3)
CO
(ppm)
NO2
(µg/m3)
SO2
(µg/m3)
Boa
0 - 50
0 - 50
0 - 80
0 - 4,5
0 - 100
0 - 80
Regular
51 - 100
50 - 150
80 - 160
4,5 - 9
100 - 320
80 - 365
Inadequada
101 - 199
150 - 250
160 - 200
9 - 15
320 - 1130
365 - 800
Má
200 - 299
250 - 420
200 - 800
15 - 30
1130 - 2260
800 - 1600
Péssima
>299
>420
>800
>30
>2260
>1600
CETESB - Relatórios de Qualidade do Ar
Índice geral de qualidade do ar:
Qualidade
Índice
Significado
Boa
0 - 50
Praticamente não há riscos à saúde.
51 - 100
Pessoas de grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com
doenças respiratórias e cardíacas), podem apresentar sintomas
como tosse seca e cansaço. A população, em geral, não é afetada.
101 - 199
Toda a população pode apresentar sintomas como tosse seca,
cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta. Pessoas de grupos
sensíveis (crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias e
cardíacas), podem apresentar efeitos mais sérios na saúde.
200 – 299
Toda a população pode apresentar agravamento dos sintomas como
tosse seca, cansaço, ardor nos olhos, nariz e garganta e ainda
apresentar falta de ar e respiração ofegante. Efeitos ainda mais
graves à saúde de grupos sensíveis (crianças, idosos e pessoas com
doenças respiratórias e cardíacas).
>299
Toda a população pode apresentar sérios riscos de manifestações de
doenças respiratórias e cardiovasculares. Aumento de mortes
prematuras em pessoas de grupos sensíveis.
Regular
Inadequada
Má
Péssima
CETESB - Relatórios de Qualidade do Ar
Localização das
estações da rede
automática
CETESB, 2006
Localização das estações de monitoramento automáticas de
qualidade do ar no Estado de São Paulo (CETESB, 2012)
Localização das estações de monitoramento automáticas de
qualidade do ar na Região Metropolitana de São Paulo
(CETESB, 2012)
Rede de monitoramento de Qualidade do Ar - CETESB
Os principais objetivos do monitoramento da qualidade do ar são:
• avaliar a qualidade do ar à luz de limites estabelecidos para proteger a saúde e o
bem estar das pessoas;
• obter informações que possam indicar os impactos sobre a fauna, flora e o meio
ambiente em geral;
• acompanhar as tendências e mudanças na qualidade do ar devido à alterações
nas emissões dos poluentes e auxiliar no planejamento de ações de controle;
• conscientizar a população sobre os problemas da poluição do ar e permitir a
adoção de medidas que ajudem a reduzi-la, bem como a adoção de medidas de
proteção à saúde quando necessário;
• informar à população, órgãos públicos e sociedade em geral os níveis presentes
da contaminação do ar;
• avaliar a qualidade do ar em situações específicas;
• fornecer dados para ativar ações de controle, quando os níveis de poluentes na
atmosfera possam representar risco à saúde pública.
CETESB - Relatório de Qualidade do Ar
Medidas de mitigação
Para reduzir a poluição do ar, devem ser adotadas
várias medidas tais como:
-Definição de normas de emissão;
-Licenciamento das fontes poluidoras;
-Adoção de novas tecnologias;
-Controle dos locais de deposição de resíduos;
-Utilização de redes de controle e monitoramento do ar;
-Implementação de planos de emergência em situações
de poluição atmosférica grave.
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA –
EFEITOS
Efeitos da poluição do ar: saúde
6 L de ar
/minuto
2000
2020
Estimativas da perda de expectativas de vida por exposição ao material particulado fino (MP2,5) a partir
de emissões antrópicas (EEA, 2007 – European Environment Agency).
Monks et al., 2009, Atm Environ. 43, 5268-5350
Efeitos do ozônio à saúde humana
Efeitos agudos
Estudos experimentais
Estudos epidemiológicos
•Redução da função pulmonar
•Sintomas respiratórios
•Inflamação vias aéreas
•Hiper-reatividade das vias
aéreas
•Aumento da permeabilidade
das vias aéreas
•Perda da atividade
antioxidante
•Redução da função pulmonar
•Sintomas respiratórios
•Aumento da medicação para asma
•Ausência escolar
•Mortalidade diária: todas as causas, respiratórias e
cardiovasculares
•Emergência diária nos prontos socorros – visitas por
problemas respiratórios
•Aumento de internações por doenças respiratórias
Estudos epidemiológicos
Efeitos crônicos
•Redução da função pulmonar de adultos e adultos jovens
•Aumento da incidência de asma?
•Aumento da prevalência de asma?
Estudos experimentais
•Mudanças na morfologia do sistema respiratório
Resultados de concentrações médias globais de O 3 em superfície do período
pre-industrial e dos dias de hoje, a partir de modelos.
The Royal Society
Perda de visibilidade
São Paulo
Cidade Universitária
28/04/2003 Caio Guatelli/Folha Imagem
POLUIÇÃO ATMOSFÉRICA –
ASPECTOS HISTÓRICOS
Historicamente
A preocupação com o ar que respiramos é um
fenômeno antigo:
“Comparing the air of cities to the air of deserts
and arid lands is like comparing waters that
are befouled and turbid to waters that are fine
and pure”
Moses Maimonides (1135-1204)
smog = smoke + fog
(poeira + neblina)
Poluição urbana
Queima de carvão (Revolução industrial) –
smog sulfuroso ou londrino
Eventos de excesso de óbitos associados ao “smog”
Ano
Lugar
1930
1948
1952
1962
Vale do Meuse, Bélgica
Donora, Pensilvânia
Londres
Londres
Número de óbitos em
excesso
63
20
4000
700
Queima de combustíveis fosseis (veículos) –
smog fotoquímico ou de Los-Angeles
Smog sulfuroso
O episódio de poluição atmosférica em
Londres, 1952: relação entre
concentração de fumaça e óbitos
Episódio de poluição atmosférica em
Londres, 1962: confirmado a presença de
aerossóis contendo sais de sulfato e ácido
sulfúrico
Fog ou ar úmido
smog
industrial
(cinzento)
a
b
luz solar
smog
fotoquímico
(castanho)
SO2 e MP
originados da
queima de carvão
óxidos de nitrogênio e
compostos orgânicos voláteis
a) smog industrial, ou smog cinza, ocorre quando
carvão é queimado e a atmosfera está úmida (ex. Londres);
b) smog fotoquímico, ou fumaça castanha, ocorre em presença de
luz solar agindo sobre poluentes veiculares (ex. Los Angeles e
São Paulo).
h
SMOG FOTOQUÍMICO
O3
ozônio
h
Poluentes secundários
O3, H2O2
O oxigênio atômico
H2O
.
NO2
HO Radical hidroxila
NO
CO, O2
HO2.
HO2.
O2
NO2
HNO3
CO2
SO2,
O2
SO3
H2
O
H2O2 peróxido de hidrogênio
Poluentes primários
NO
NO2 SO2
COVs Partículas
H2SO4
SO2
H2SO4
H2O2
HNO3
Ácidos carboxílicos
Íons solúveis
Processos e reações em atmosfera urbana poluída.
Comparação entre as características gerais da POLUIÇÃO DO AR
Sulfurosa (Londres) e Fotoquímica (Los Angeles, São Paulo)
(Finlayson-Pitts & Pitts, 1986).
Características
Sulfurosa
Fotoquímica
(Londres)
(Los Angeles, São Paulo)
reconhecimento
século 19
século 20 (década de 40)
Poluentes primários
SO2, partículas de
NOx, compostos
fuligem
orgânicos
Poluentes
H2SO4, aerossóis,
O3, HNO3, aldeídos, PAN
secundários
sulfatos, ácidos
(peroxiacetil nitrato),
sulfônicos, etc.
nitratos, sulfatos, etc.
o
o
Temperatura
frio ( 2 C)
quente ( 23 C)
Umidade relativa
alta, com neblina
baixa, quente e seco
Tipo de inversão
radiação (terra)
subsidência
Picos de poluição
início da manhã
início da tarde
Smog fotoquímico
Smog fotoquímico em São Paulo (~1990).
O gás de cor castanha, NO2, é formado quando o NO,
que é um gás incolor, reage com o oxigênio do ar.
(P.W. Atkins, “Atoms, Electrons, and Change”, pg. 135, 1991)
Ozônio Troposférico em São Paulo
h
OH
NO2
NO
O3
Reações entre compostos
orgânicos voláteis (COVs) e NOx na
presença de radiação solar,
produzindo ozônio.
primavera
RO
RO2
O3 ultra-passage
ofultrapassagens
Numberde
de O3
Número
VOC
400
350
300
250
200
150
100
50
0
Jan Feb Mar Apr Mai Jun Jul Aug Sep Oct Nov Dec
Número mensal de ultrapassagens do padrão
de qualidade do ar de ozônio (160 g m-3) na
RMSP, considerando todas as estações de
monitoramento, no período entre 1997 e 2004
(CETESB, 2005).
O3
110
NO2
90
80
80
NO2
-3
-3
Concentration ( g m )
90
NO
WINTER
100
70
60
50
40
30
20
70
19h
~15 g m-3
60
50
40
30
20
10
10
0
0
2
4
6
8
10
12
14
O3 Local Time
NO (h)
110
16
18
20
22
24
2
4
6
8
NO2
SPRING
100
10
12
14
16
Local Time (h)
O3
NO
110
18
20
22
24
NO2
SUMMER
100
90
90
80
Concentration ( g m )
-3
Concentration ( g m )
O3
110
AUTUMN
100
Concentration ( g m )
NO
19h
~40 g m-3
80
-3
70
60
50
40
30
20
70
60
50
40
30
20
10
10
0
2
4
6
8
10
12
14
Local Time (h)
16
18
20
22
24
0
2
4
6
8
10 12 14 16
Local Time (h)
18
20
22
24
Perfil das concentrações médias horárias trimestrais de NO, NO 2 e O3 para a estação
Ibirapuera de monitoramento, entre janeiro de 2002 e dezembro de 2007 (Galichio, 2009).
360
320
280
3
Ozônio ( g/m )
240
200
160
120
80
40
0
6/10/2002
12/10/2002 18/10/2002 23/10/2002 28/10/2002
Dias
Concentração média horária de ozônio no mês de outubro de 2002, na estação
Ibirapuera da CETESB. A linha vermelha corresponde ao PQAR (160 g m-3).
Donora, Pensilvânia - em outubro
de 1944 foi cenário de um grande
desastre de poluição de ar.
Smog na Cidade do México,
devido localização geográfica e
tráfego veicular.
Concentrações médias anuais de MP10 de algumas cidades do mundo (WHO, 2005).
20 g m-3
Evolução da emissão global de black carbon (BC) a partir de 3 diferentes inventários
Monks et al., 2009, Atm Environ. 43, 5268-5350
Variações das emissões de poluentes atmosféricos para a Europa
continental e alguns países vizinhos, no período entre 1990-2005.
Reduções:
66% SO2
39% CO
38% NMVOCs
32% NOx
23% NH3
Monks et al., 2009, Atm Environ. 43, 5268-5350
veículos
termelétricas
veículos
Monks et al., 2009, Atm Environ. 43, 5268-5350
termelétricas
Emissões anuais dos EUA a partir de diferentes inventários e observações ambientais.
Evolução
temporal
das
emissões de CO, NOx e
SO2 para diferentes regiões
da Ásia entre 1980 e 2003.
Monks et al., 2009, Atm Environ. 43, 5268-5350
Comparação das emissões para
diferentes regiões do mundo, no
período entre 1990-2000.
Monks et al., 2009, Atm Environ. 43, 5268-5350
Poluição atmosférica em
centros urbanos
Brasil
Cubatão
•
De 1970 a 1980, Cubatão cresceu a um índice de 4,43% ao ano e chegou a
1985 com suas indústrias produzindo algo ao redor de 3% do PIB brasileiro.
•
Em contrapartida, em 1984, as mesmas indústrias lançavam diariamente no
ar quase 1000 toneladas de poluentes, produzindo níveis de poluição
absolutamente críticos.
•
Implementação de programa para controle da poluição industrial, com o
objetivo de reduzir a poluição aos níveis aceitáveis, no prazo de 5 anos.
•
Conseqüência: em 1984, 62 cronogramas de atividades de controle foram
estabelecidos entre indústrias e CETESB, com vistas à redução da poluição
atmosférica.
•
Em cada um deles, especificavam-se equipamentos, instalações e
procedimentos de produção para que cada fonte atendesse aos padrões
estabelecidos.
CETESB, 2006
Cubatão – passado (décadas de 70 e 80)
Cubatão: dezenas de indústrias modernas,
bilhões de cruzeiros arrecadados e a maior
poluição do mundo.
Vila Socó, uma favela construída sobre os dutos de
combustível da Petrobrás, parcialmente destruída por um
imenso incêndio em junho de 1984, quando morreram
centenas de pessoas.
Bairro de Vila Parisi, conhecida como o Vale da Morte. Nos bairros em torno das indústrias de Cubatão
(SP) a população convive com 75 tipos diferentes de poluentes, responsáveis pela alta incidência de
doenças respiratórias.
http://www.novomilenio.inf.br/cubatao/ch014.htm
Cubatão – hoje (anos 90 e início século 21)
Instalações da Cosipa em Cubatão
Foto: Cosipa, cerca de 1990.
Bando de guarás vermelhos, num mangue de
Cubatão (Foto: Departamento de Imprensa/Prefeitura
de Cubatão - 15/5/2001).
Mapa esquemático da região de Cubatão mostrando a localização das indústrias e
das estações medidoras (Cetesb, 2001).
Estimativa de emissão de processos industriais e queima de combustível
em fontes estacionárias em Cubatão (Cetesb, 2001)
Estimativas de emissão de processos industriais e queima de
combustível em fontes estacionárias em Cubatão (Cetesb, 2007).
Emissões de poluentes em Cubatão
Emissões de poluentes (1000 t /ano), 2001
Emissões de poluentes (1000 t /ano), 2007
MP10 – Evolução das concentrações médias anuais no Interior e Cubatão
MP10 – Evolução das concentrações médias anuais – Cubatão.
Região Metropolitana de São Paulo
1979
-início do controle das emissões de particulados;
1982
- início do programa de controle das emissões de SO2.
1986
PROCONVE –
Programa de Controle da Poluição do Ar por Veículos Automotores
Resolução nº 18/86 do CONAMA – Conselho Nacional do Meio Ambiente.
2005
PETROBRÁS – óleo diesel S 500, com limite de 500 ppm de
enxofre, substituindo o óleo diesel metropolitano com 2000
ppm de enxofre.
www.cetesb.sp.gov.br
Efeito da mitigação:
Controle da emissão de SO2 na região
metropolitana de São Paulo
Observa-se nesta figura que após as políticas de controle de emissão de SO2 no início
da década de 80, as concentrações médias anuais atingiram valores ~4 vezes mais
baixos do que o PQAR anual para SO2 já no final dos anos 90 do século 20.
Perfil da variação da concentração média anual de SO2
na Região Metropolitana de São Paulo
140
Manual
Automática
100
-3
SO2 ( g m )
120
PQAR
80
60
40
20
0
1975
1980
1985
1990
1995
2000
Ano (1974-2005)
A rede manual tem poucos pontos de amostragem comparados com a rede automática e
representa regiões de intensa emissão.
Perfil da variação do valor de pH médio mensal em
águas de chuva na Região Metropolitana de São Paulo
6.0
pH
5.5
Águas de chuva
levemente ácidas
5.0
4.5
Águas de chuva
ácidas
4.0
1/31/1983
1983
1/31/1987
1987
1/31/1991
1991
1/31/1995
1995
1/31/1999
1999
1/31/2003
2003
Região Metropolitana de São Paulo (RMSP)
 17,2 milhões de habitantes
 7,5 milhões de veículos
 2000 indústrias





Emissão:
1,7 milhões toneladas por ano de CO
404 mil t ano-1 de HC
371 mil t ano-1 de NOx
63 mil t ano-1 de partículas inaláveis (MP10)
38 mil t ano-1 de SOx
CETESB, 2006
(http://www.cetesb.sp.gov.br)
Região Metropolitana de São Paulo
Emissão veicular responsável por:
97%
CO
97%
Hidrocarbonetos
96%
NOx (NO + NO2)
40%
Material Particulado
42%
SOx
Emissões relativas por fontes na RMSP (CETESB, 2012)
Localização das estações de monitoramento e das áreas de queima de palha de
cana-de-açúcar no Estado de São Paulo – 2011 (CETESB, 2012).
Fonte: Comunicação de áreas de queima de palha de cana-de-açúcar/2011 – SIGAM
Tráfego urbano e medidas não tecnológicas para a redução da
poluição atmosférica
• articulação do planejamento de uso e ocupação do solo e
melhoria do sistema viário;
• melhoria do sistema de transportes;
• redução das emissões de veículos automotores;
• inspeção de segurança e de emissões;
• melhoria dos sistemas de circulação e fiscalização do tráfego;
• melhoria da qualidade dos combustíveis e alternativas energéticas de baixo
potencial poluidor;
• instrumentos econômicos e fiscais;
• desenvolvimento social.
CETESB, 2006
Alguns fatores que desempenham
papel importante na qualidade
do ar urbano
Inspeção/Manutenção
Alternativas de controle
• Eliminação da emissões
• Alteração do processo (matérias primas e contaminantes);
• Redução das emissões mediante tratamento;
• Construção de uma chaminé mais alta;
• Alterar parâmetros de lançamento (velocidade e temperatura) ;
• Rezoneamento da ocupação do solo;
• Mudança da localização da fonte de poluição.
Algumas conclusões:
A atmosfera é indispensável a todos os seres vivos;
Devem
ser
adotadas,
urgentemente,
medidas
para
minimizar a sua degradação;
As normas de controle de emissão dos poluentes devem
ser respeitadas;
É importante agir hoje, para se obterem resultados
amanhã!