BEDETECA DE LISBOA BEDETECA IDEAL PARA AS

Transcrição

BEDETECA DE LISBOA BEDETECA IDEAL PARA AS
BEDETECA DE LISBOA
BEDETECA IDEAL PARA AS BIBLIOTECAS
ESCOLARES: UMA SELECÇÃO DA BEDETECA
Lisboa
2008
CÂMARA MUNICIPAL DE LISBOA
DEPARTAMENTO DE BIBLIOTECAS E ARQUIVOS
1º CICLO
(6-9 anos)
[10 títulos]
CALVIN & HOBBES
Bill WATTERSON
ASTÉRIX
Albert UDERZO, desenho; René
GOSCINNY, criação e argumento
Género: Aventura humorística
Editora: Asa
Número de Volumes: 31 volumes
(independentes) a Quatro Cores
Comentário:
É o “best seller” da BD francófona. Aqui
aplicam-se múltiplos ingredientes do
humor: a sátira aos valores nacionais,
diversos e deliciosos anacronismos
históricos, personagens truculentas,
comédia de repetição,...
De preferir os álbuns com o argumento
de Goscinny.
Género: Humor
Editora: Gradiva
Número de Volumes: 12 volumes
(independentes) a Preto e Branco
Comentário:
É a compilação em álbuns das famosas
tiras cómicas de Bill Waterson para os
jornais e que em Portugal foram (e
continuam a ser) publicadas no
“Público”.
Calvin é uma criança, filho único, com
uma imaginação prodigiosa e as tiras
contam as suas peripécias diárias e
imaginárias em casa, na escola, sempre
acompanhada pelo seu fiel amigo
imaginário, o tigre Hobbes.
OS COSMONAUTAS DO FUTURO
Manu LARCENET, desenho; Lewis
TRONDHEIM, argumento
Género: Ficção científica
Editora: Asa
Número de Volumes: 1 volume (série de
continuação) a Quatro Cores
Comentário:
Gil e Marta são dois miúdos
aparentemente normais... só que um
pouco obcecados pelos jogos de vídeo... !
Para Gil, todos os miúdos são
extraterrestres. A prova: têm um
computador para receber instruções. Para
Marta, todos os outros miúdos são robôs.
A prova: quando ela se belisca, têm
estímulos externos que os obrigam a
gritar para fazerem acreditar que são
humanos. Só que o Gil não é robô: ele
não grita quando a Marta o belisca. E
Marta não é um alien: ela não tem um
computador! O que significa que eles são
feitos (quase) um para o outro e que
devem unir esforços para combater os
invasores terrestres.
LUCKY LUKE
MORRIS
Género: Western
Editora: Asa
Número de Volumes: 35 volumes
(independentes) a Quatro Cores
Comentário:
Lucky Luke é o célebre cowboy que
dispara mais rápido que a sua própria
sombra. Criado por Morris, o
personagem fez a sua primeira aparição
na revista Spirou em 1947. Com um
grafismo inicial próximo de Disney,
depressa evolui, tornando-se numa
verdadeira paródia aos temas do oeste
americano. A série conhecerá o seu
apogeu com a concepção dos irmãos
Dalton, hoje talvez mais célebres do o
herói principal, e com as talentosas
histórias de Goscinny.
MAX & ZOE
JOUB, desenho; Étienne DAVODEAU,
argumento
Género: Aventura
Editora: MaisBD
Número de Volumes: 1 volume
(independente) a Quatro Cores
Comentário:
Max e Zoé são dois irmãos traquinas,
como todos os miúdos de 8, 9, 10 anos,
que vivem aventuras simples, muitas
vezes baseadas nos pequenos nadas do
dia a dia de todos os miúdos dessa idade.
Delas está ausente a violência que domina
tantas séries infantis dos nossos dias, ao
mesmo tempo que perpassa algum
humor, algum suspense, e,
principalmente, a defesa natural de
valores tão importantes como a união
familiar, a amizade ou a lealdade. Em “O
Grande Disparate”, (…) apresenta os
dois irmãos aos leitores portugueses,
estreando assim a sua colecção “Júnior”,
Max e Zoé acabam de voltar a casa, no
Jura, agora coberto de neve, cheios de
saudades da mãe. É também o regresso
aos passeios na floresta, às endiabradas
escorregadelas no gelo e a diversas
tropelias. (…) uma obra vocacionada para
o público infantil, no qual a editora
MaisBD aposta para formar os futuros
leitores de amanhã.
MORGANA
José ABRANTES
Género: Aventura Humorística
Editora: Gailivro
Número de Volumes: 1 volume (série de
continuação) a Quatro Cores
Comentário:
Nova série de bd para crianças de um dos
poucos autores nacionais que trabalha
nesta área.
Sinopse do primeiro volume: «Morgana é
uma jovem aprendiz de feiticeira, que
sonha ter uma vassoura mágica. De
repente, vê-se envolvida na investigação
do misterioso rapto do Grande Moga, o
maior fabricante de vassouras voadoras
do país. Depois de uma série de
aventuras, acabará por descobrir o
segredo da Atlântica.»
PEQUENO PAI NATAL
Lewis TRONDHEIM, argumento;
Thierry ROBIN, desenho
Género: Aventura Humorística
Editora: Vitamina BD
Número de Volumes: 2 volumes
(independentes) a Quatro Cores
Comentário:
Lewis Trondheim (França, 1964)
publicou o seu primeiro álbum em 1990,
no coração de um movimento fortíssimo
de renovação da bd europeia, que nascia
então de projectos (…) independentes.
Passados estes anos, a sua bibliografia
conta com noventa títulos noventa (…)!
Entre nós, oito deles foram já traduzidos,
sem, ainda assim, dar a possibilidade ao
leitor de língua portuguesa de viajar a
todas as latitudes da sua produção
(formatos, temas, estilos, colaborações,
etc). (…) As crianças, muito sensíveis,
como é sabido, à ideia de brincadeira,
podem experimentar Trondheim na sua
vertente de argumentista em (…) Menino
Pai Natal com o desenho de Thierry
Robin. tem no lugar de protagonista o
velho de sempre, mas com alguma
inovações temáticas (as prendas resultam
da reciclagem de lixos) e vários achados
gráficos de efeito sem uma única palavra.
(…) © 2003 João Paulo Cotrim
SPIROU E FANTÁSIO
André FRANQUIN
Género: Aventura Humorística
Editora: Meribérica/Liber
Número de Volumes: 6 volumes
(independentes) a Quatro Cores
Comentário:
Criado nos anos 40 Spirou, o eterno
Herói com fato de ascensorista, continua
a ter uma enorme vitalidade.
Apesar de ter guardado desde as suas
origens o estranho traje, Spirou
representa bem o espírito do aventureiro.
Sempre acompanhado do seu amigo
Fantásio e do esquilo Spip, Spirou
combate uma variedade de vilões loucos
em todos os cantos do planeta. É assim
que ele irá defrontar o terrível sábio
Zorglub, ou o pirata malfeitor John
Héléna, bem como as máfias italianas ou
as tríades chinesas em Nova Iorque,
sendo assim também que ele irá na
Palombia descobrir o segredo de um
animal mítico: o Marsupilami.
TINTIM
HERGÉ
Género: Aventura
Editora: Difusão Verbo
Número de Volumes: 23 volumes
(independentes) a Quatro Cores
Comentário:
Criado em 1929 Tintim é o herói
referência da banda desenhada europeia.
Tintim é um repórter (...que por sinal
nunca foi visto a fazer nenhuma
reportagem), com ar de eterno
adolescente. Encarna um espírito de
curiosidade misturado com uma conduta
irrepreensível. As aventuras deste herói
começam praticamente apenas com o seu
personagem, mas a partir do Lótus Azul,
começam a surgir uma verdadeira
"família" de personagens algo truculentas.
A obra é uma verdadeira síntese
enciclopédica do século XX, que
combina diversos níveis de leitura, cheia
de brio, humor e suspense, sem esquecer
o rigor com que toda ela é desenvolvida.
Nos nossos dias estas aventuras e o seu
autor (Hergé ou Georges Remi) são alvo
de uma literatura crítica abundante.
W.I.T.C.H.
Alessandro BARBUCCI, desenho e
criação; Barbara CANEPA, argumento e
criação
Género: Fantástico
Editora: Edimpresa
Número de Volumes: 50 revistas (série
em continuação com algumas histórias
independentes) a Quatro Cores – há
compilações em formato livro também
pela Edimpresa
Comentário:
Uma produção da Walt Disney, feita em
Itália para conquistar a Europa e que
chegou a Portugal em finais de Outubro
de 2003, (…) numa revista mensal de 80
páginas a cores que, para além da bd traz
também uma série de artigos dirigidos às
jovens leitoras, para além dos inevitáveis
brindes.
(…) “W.I.T.C.H.”, deriva das iniciais das
raparigas que compõem o grupo (Will,
Irma, Taranee, Cornélia e Hay Lin) cinco
amigas que, ao entrarem na adolescência
começam a descobrir em si poderes
mágicos que desconheciam possuir. (…)
Em termos gráficos, estamos muito
próximos dos manga (basta ver o
tamanho dos olhos das miúdas) mas, tal
como a nível da história, o que ressalta é
a grande qualidade global do trabalho.
© 2004 João Miguel Lameiras
2º CICLO
(10 – 12 anos)
[5 títulos, sendo que os 10 títulos do 1º
ciclo possam ser transportados para o
2º ciclo]
DARK ANGEL
Kia ASAMIYA
HISTÓRIA DO UNIVERSO
Larry GONICK
Género: Fantástico
Editora: Devir
Número de Volumes: 2 volumes (série de
continuação) a Preto & Branco
Género: História
Editora: Gradiva
Número de Volumes: 1 volume (série de
continuação) a Preto e Branco
Comentário:
É a primeira edição portuguesa que imita
o formato original japonês (livro de
formato de bolso com cerca de 200
páginas impressas a preto e branco).
Trata-se de uma aventura de Fantasia, de
um jovem espadachim, Dark, que se
envolve em vários combates cheios de
dinamismo como convém ao Manga (bd
japonesa).
O autor nasceu em Tóquio em 1963 e é
um dos mais famosos no Japão, tendo já
ultrapassado as fronteiras e publicado
bd's nos EUA.
Comentário:
O norte-americano Larry Gonick (1946-)
é desde há mais de trinta anos, autor de
bd's que explicam a História, a Ciência e
outros grandes temas - em Portugal já foi
publicado também "A Química em Banda
Desenhada" e "A Física em Banda
Desenhada". Em 2003, foi galardoado
com o Prémio Harvey pelo melhor álbum
do ano com "The Cartoon History of the
Universe III". Estudou Matemática em
Harvard e as suas bd's pedagógicas são
sempre bem-humoradas conseguindo
ensinar temas complicados para todas as
idades como é o caso desta "História do
Universo" em que parte da origem do Big
Bang segue pela Sopa Orgánica,
dinossauros,
Cro-magnons,
Egipto,
Argonautas, Atenas,... até ao Alexandre, o
Grande... ufa!
HOMEM-ARANHA : O PULSAR DA
CIDADE
Brian Michael BENDIS, argumento;
Mark BAGLEY, desenho; Scott
HANNA, desenho
Género: Super-Heróis
Editora: Devir; 2005
Número de páginas: 120 p. a Quatro
Cores
Comentário:
«Jonah Jameson decide contratar a antiga
super-heroína Jessica Jones, que agora se
dedicava à investigação particular, para
escrever uma coluna semanal para o novo
suplemento do jornal "Pulsar", a primeira
coluna do Clarim Diário que irá contar a
história vista pelos olhos dos superheróis! E a sua primeira investigação é a
misteriosa morte de Terri Kidder, uma
das jornalistas do Clarim. A teia de
acontecimentos bizarros e violentos
acabará por envolver Luke Cage e o
Homem-Aranha,
terminando
num
desfecho surpreendente e vital para o
universo Marvel! Uma saga que põe os
cidadãos normais de Nova Iorque, desde
os polícias e os jornalistas, no centro da
acção e da intriga.» [sinopse retirada da
contra-capa do livro]
MALIKA
TEHEM
Género: Humor
Editora: Asa
Número de Volumes: 1 volume
(independente) a Quatro Cores
Comentário:
«Está é uma curiosa série de humor
centrada em três amigos adolescentes que
vivem num bairro da periferia francesa. A
graça está no facto de cada um deles ser
de uma raça diferente e de o autor,
Tehem, ir introduzindo na sua série
temáticas - como, por exemplo, o grupo
de skinheads com que de vez em quando
os três se confrontam - que não são
habituais em obras deste género. A
mistura de ingenuidade e realidade pura e
dura é a maior qualidade de Malika.»
© 2003 João Miguel Tavares
sustentabilidade ambiental; Fortalecer
uma
parceria
mundial
para
o
desenvolvimento.
Ou seja, ao invés de adoptar o tradicional
discurso derrotista, é preciso trabalhar e,
confrontando-nos
com
as
crises
existentes, começar a trilhar o caminho
para as resolver”.»
VENCER OS MEDOS
João Paulo COTRIM, argumento; João
FAZENDA, desenho [et al]
Género: Novas tendências
Editora: Assírio & Alvim; 2008
Número de páginas: 80 p. a Quatro Cores
Comentário:
Livro de bd escrito por João Paulo
Cotrim e desenhado por João Fazenda,
Susa Monteiro, Maria João Worm, Pedro
Burgos, Tiago Albuquerque, Miguel
Rocha, Rui Lacas e Alex Gozblau.
Sinopse do livro: «Maria é a protagonista.
Ela, uma bicicleta e a música. Esta
personagem atravessa as ruas e o mundo,
para descobrir os grandes problemas com
que nos deparamos actualmente:
desigualdades,
epidemias,
doenças
contagiosas, fome, guerra... Mas Maria
também descobre que é possível
ultrapassar as crises; antes de mais, é
preciso fazer uma lista dos medos e
vencê-los.
"Vencer os Medos" procura dar-nos
conta
dos
oito
Objectivos
de
Desenvolvimento do Milénio, que a
Organização das Nações Unidas traçou, e
que espera ver cumpridos até 2015:
Erradicar a pobreza extrema e a fome;
Alcançar o ensino primário universal;
Promover a igualdade entre os géneros;
Reduzir a mortalidade infantil; Melhorar a
saúde materna; Combater o VIH/SIDA,
a malária e outras doenças; Garantir a
3º CICLO
(12 – 15 anos)
AQUELES QUE TE AMAM
Étienne DAVODEAU
AKIRA
Katsuhiro OTOMO
Género: Ficção Científica
Editora: Meribérica-Liber
Número de Volumes: 19 volumes (série
de continuação) a Quatro Cores
Comentário:
Obra fundamental da banda desenhada
japonesa, também conhecida por
“mangá”, que criou um verdadeiro culto
em todo o mundo. Akira desenrola-se
num cenário de destruição pós
apocalíptico em Neo Tóquio no ano de
2030, após a III Guerra Mundial. em que
gangs violentos compostos por
adolescentes enfrentam a polícia, os quais
tentam por sua vez manter em segredo
diversas experiências governamentais
com crianças possuidoras de poderes
divinos ou sobrenaturais.
Género: Romance gráfico / ficção
Editora: MaisBD, 2002
Número de Páginas: 48 p. a Quatro Cores
Comentário:
(…) começa nos últimos momentos da
grande final europeia em que se
enfrentam franceses e italianos. O
empate, a manter-se, assegura a vitória
dos primeiros. Jogam-se os últimos
segundos da partida e Renaud Landy, o
guarda-redes dos franceses, prepara-se
para bater o último pontapé de baliza.
Faz um compasso de espera, dá alguns
passos para a bola, pára e, de repente,
golpe de teatro! Chuta para a própria
baliza, dando a vitória à equipa italiana.
Neste álbum Davodeau faz um retrato
distorcido – embora não tanto como
parece - de uma realidade a que todos
assistimos no nosso dia a dia, por onde
perpassam nomes como Figo, Zidane ou
Ronaldo, que todos identificámos
imediatamente como talentosos
futebolistas. Mas o que são eles? Ídolos
ou meras mercadorias, das quais cada um
– fans, famílias, dirigentes desportivos,
políticos, imprensa, eles próprios – tenta
tirar o máximo proveito possível,
esquecendo que, antes de tudo, são seres
humanos.
"Um dia é uma coisa, no dia a seguir é
outra, é normal, não?..."
PIDE. Um som, um acrónimo, uma
palavra que ainda hoje, para muitos
portugueses, provoca um grande arrepio
na espinha: Polícia Internacional e de
Defesa do Estado. O braço armado do
regime: os polícias que controlam, que
nos batem à porta de madrugada, que nos
arrastam para uma cela por causa dos
livros que alguém nos viu ler, por causa
das palavras que alguém nos ouviu
pronunciar. E os lugares, com quem
ninguém se preocupa, registam os
acontecimentos de que são testemunhas
resistindo à tentação do sono elefante,
que é o do esquecimento.» [in posfácio de
Roberto Francavilla]
As paredes têm ouvidos : Sonno
Elefante
Giorgio FRATINI
Género: História
Editora: Campo das Letras; 2008
Número de páginas: 112 p. a Preto e
Branco
Comentário:
Primeira obra do italiano Giorgio Fratini,
que esteve em Portugal pela primeira vez
em 2000 para estudar Arquitectura ao
abrigo do programa Erasmus, foi editado
originalmente pela Beccogiallo, casa
editorial italiana conhecida por publicar
livros sobre a "realidade" ou "bd'sreportagem".
"As paredes têm ouvidos" não escapa a
esses temas: «As cidades também são isto:
deixar cair as ruínas e erguer arquitecturas
promíscuas sobre os restos da memória.
Em Lisboa, na Rua António Maria
Cardoso, entre os teatros, os cafés dos
intelectuais e os esboços do Tejo, aquelas
ruas de postal que se dobram
repentinamente deslizando para baixo
como pinceladas num quadro. Um antigo
e pequeno edifício nobiliário que amanhã
vai ser um condomínio de luxo dotado de
parques de estacionamento e lojas. Mas
até ontem, até 1974, as suas salas
acolhiam a sede da PIDE.
O DÉCALOGO
GIROUD, argumento; Joseph BÉHÉ [et
al.], desenho
Género: História
Editora: Asa
Número de Volumes: 10 volumes a
Quatro Cores
Comentário:
Um tomo tão sedutor quanto misterioso
– Nahik – suposto guardião das últimas
vontades do profeta Maomé e capaz só
por si de pôr em causa as crenças e os
destinos de todos quantos se arrisquem
na sua leitura, revolucionando de
passagem os fundamentos da nossa
civilização, é o ponto de partida para "O
Decálogo", série histórica, mística e
policial orquestrada, desde Janeiro de
2001, por Frank Giroud - co-autor de
Luís Má Sorte – de conluio com 10
ilustradores, entre os quais Béhé, J.-F.
Charles, Faure, Franz ou TBC.
O ciclo é composto por 10 álbuns, de
leitura autónoma mas perfazendo um
todo coerente. Cada um dos livros,
sempre assinado por um desenhador
diferente, propõe-se narrar, em
abordagens cenográficas e temporais
distintas, a demanda mística e arriscada
da mesma obra imaginária – Nahik –
testemunho que assegura a transição
entre episódios e fulgurante pretexto para
Giroud dar conta, com todo um mundo
de aventuras por pano de fundo, de todas
as paixões que movem o homem desde a
noite dos tempos bem como das
angústias que o tolhem face ao Além e às
suas relações com o Divino.
Os dez opus independentes – tantos
quantos os mandamentos a que se
reportam – têm por traço comum, para
além da proficiência narrativa e da
retórica de thriller e suspense que lhes
está subjacente, o apelo singular da
ilustração e, no cerne do argumento, um
paradoxo irresolúvel: se Nahik comporta
os mandamentos essenciais, fundamentos
da paz, do amor e da humanidade,
porque semeia em seu redor a destruição?
É afinal Nahik um manuscrito sagrado ou
um escrito maldito? Um tesouro
bibliográfico, um instrumento político ou,
sendo tudo isto em simultâneo, uma mera
ponte entre dois seres com o devir do
mundo por décor?
FAGIN, O JUDEU
Will EISNER
Género: Adaptações Literárias
Editora: Gradiva; 2007
Número de Volumes: 128p. a Preto e
Branco
Comentário:
Uma das últimas obras do mestre Will
Eisner (1917-2005) que «traduz a mesma
preocupação de combate e denúncia do
anti-semitismo, que será ainda mais
evidente em “A Conspiração”, o seu
último trabalho (...) e, embora o resultado
aqui seja bastante superior ao conseguido
com “A Conspiração” (o que nem era
difícil…), ainda não é em “Fagin, o
Judeu” que encontramos o melhor
Eisner.
De Woody Allen, a Kafka, passando por
Art Spiegelman, são inúmeros os
exemplos de criadores que incorporam a
sua condição de judeus como tema
central das suas obras, tal como Eisner o
faz neste “Fagin, o Judeu”, em que
procura destruir o estereótipo do judeu
cruel e avarento construída por Dickens,
apresentado antes Moses Fagin como
alguém cuja personalidade foi moldada
pelas circunstâncias de uma vida difícil.
Um homem bem mais vitima do que
vilão.
E se a ideia é engenhosa e está bem
contada, por um criador que mostra estar
ainda no pleno domínio das suas
capacidades estéticas e narrativas, a
verdade é que a defesa que Eisner faz de
Faggin acaba por parecer algo forçada.
Tal como o Fagin bonacheirão com
aspecto de Pai Natal desenhado por
Eisner, parece tão estereotipado como as
versões das gravuras da época que
acompanhavam as primeiras edições de
“Oliver Twist”. Ou seja, na sua cruzada
para contrariar os estereótipos negativos
geralmente associados ao povo judeu,
Eisner acaba por deixar que essa
preocupação em passar uma mensagem
condicione as histórias que conta.
HISTÓRIA DE LISBOA
Filipe ABRANCHES, desenho; A. H. de
Oliveira MARQUES, argumento
Género: História
Editora: Assírio & Alvim ; Câmara
Municipal de Lisboa
Número de Volumes: 2 volumes
(independentes) a Duas Cores
Comentário:
Obra excepcional que relata pequenos
pormenores com grande significado da
História de Lisboa (e de Portugal) desde
os primórdios romanos até ao 25 de Abril
em que o traço magistral, a arte de Filipe
Abranches cruza-se com o rigor científico
do Professor Oliveira Marques.
ISAAC, O PIRATA
Christophe BLAIN
Género: História
Editora: Polvo
Número de Volumes: 3 volumes (série de
continuação) a Quatro Cores
Comentário:
«A qualidade da série advém de uma
constatação muito simples, que o seu
autor faz logo ao início. A de que é
possível contar uma história de aventuras
que contenha reflexões a outro nível, sem
trair a sua natureza enquanto
entretenimento. Ou, por outro lado, que
não é por se querer desbravar os conflitos
morais e as angústias de personagens
complexas que se deve negligenciar a
história que as rodeia. É nesse reinventar
da clássica narrativa de piratas que
“Isaac” retira os seus trunfos. O
protagonista, um pintor com uma sede de
aventura nunca concretizada, embarca
num navio pirata, para viver aquilo que
apenas desenhou». © 2003 João Ramalho
Santos
MARVEL 1602
Neil GAIMAN, argumento; Andy
KUBERT, desenho
Género: Super Heróis
Editora: Devir
Número de Volumes: 2 volumes (série de
continuação) a Quatro Cores
Comentário:
“Marvel 1602” na sua base está uma ideia
simples: (…) como seria se o Universo
Marvel e heróis como os X-Men,
Homem-Aranha, Demolidor ou Capitão
América, se fossem contemporâneos da
Rainha Elizabeth, em 1602, em vez de
viverem nos Estados Unidos, em 1961?
(…) o escritor britânico, numa bem
conseguida viagem no tempo, constrói
uma história coerente e cativante, com a
ficção de super-heróis bem articulada
com a realidade histórica (…)
Em 1602, Nick Fury é o chefe dos
serviços secretos da coroa inglesa, Steve
Stange o médico da corte e a inquisição
persegue os “novos bruxos”, cuja
aparição faz recear a proximidade do dia
do juízo final, mostrando também como
ao longo dos tempos, o novo ou o
diferente sempre foi temido e combatido,
sempre com base em preconceitos raciais,
religiosos ou culturais. © 2005 Pedro Cleto
SENDA
Jean-David MORVAN, argumento;
Philippe BUCHET, argumento
NOVOS X-MEN
Grant MORRISON, argumento; Igor
KORDEY et al., desenho
Género: Ficção Científica
Editora: Vitamina BD
Número de Páginas: 3 volumes
(independentes) a Quatro cores
Género: Super Heróis
Editora: Devir
Número de Volumes: 8 volumes (série de
continuação) a Quatro Cores
Comentário
Conta uma história simples em torno de
uma tentativa falhada para colonizar um
planeta. O objectivo é apresentar a jovem
protagonista, bem como a enorme
caravana de naves espaciais que percorre
o cosmos em busca de mundos habitáveis
e aventuras, um misto de “Star Trek”,
“Gallactica” e “Babylon 5”, a orgânica da
série permite-lhe variar o ponto de
partida de álbum para álbum, bastando
para isso apresentar mais uma (das
inúmeras) espécies que compõem a
caravana. © 2003 João Ramalho Santos
Comentário:
Num mundo em mudança, os mutantes
são considerados aberrações,
monstruosidades genéticas. São
insultados e temidos, responsabilizados
por todos os males da sociedade, e
acusados de todas as perversões. Mas a
cada dia, emergem mais mutantes, nas
cidades, nos desertos, nos campos, nas
selvas e vão precisar de professores, de
guias que os ajudem a vencer a raiva e a
utilizar os seus estranhos poderes. Vão
precisar dos X-Men!
Série bastante popular no público jovem,
os Novos X-Men são a última
reformulação – a série já tem 40 anos! realizada pelo conceituado argumentista
Grant Morrison.
E.S.
(15 – 18 anos)
[15 títulos]
A MINHA VIDA É UM ESGOTO
Ana CORTESÃO, desenho e argumento
Género: Novas Tendências
Editora: Baleiazul, Bedeteca de Lisboa;
1999
Número de Páginas: 56 p. a Preto e
Branco
Comentário
Obra indispensável da BD underground
portuguesa, por uma autora (num
universo dominado pelo sexo masculino)
que nos relata aqui através de histórias
curtas e sarcásticas a sua perspectiva da
vida no feminino, com exemplos de
mulheres que buscam a felicidade nas
compras, os flirts e as aeróbicas no meio
de uma vida cheia de trabalhos e de
desgraças.
A PIOR BANDA DO MUNDO
José Carlos FERNANDES, desenho e
argumento
Género: Humor
Editora: Devir
Número de Volumes: 6 volumes
(independentes) a Duas Cores
Comentário
«Quatro instrumentistas que, à imagem
dos outros habitantes desta Cidade sem
tempo nem geografia, possuem enigmas
no nome e ironias nas profissões:
Sebastian Zorn é serrilhador de selos e
líder da banda a partir do seu saxofone,
Igancio Kagel é fiscal municipal de
isqueiros e contrabaixista, Idálio
Alzheimer é verificador meteorológico e
pianista. A bateria está entregue a Anatole
Kopiek, criptógrafo de segunda classe.
Todos os dias à mesma hora, encontramse para desafinar. É a metáfora daquela
Cidade que nos chega aos pedaços curtos
de duas pranchas. O fundo e o tom são
ambos sépia, algumas das figuras
reconhecíveis (da literatura, da música),
morando o conjunto algures entre o
melancólico e o irónico». © 2003 João
Paulo Cotrim
BATMAN: ANO UM
Frank MILLER, argumento; David
MAZZUCCHELLI, desenho
CIDADE DE VIDRO
Paul KARASIK, argumento; David
MAZZUCCHELLI, desenho; Paul
AUSTER, autor da obra adaptada
Género: Super-Heróis
Editora: Devir; 2005
Número de páginas: 138p. a Preto e
Branco
Género: Adaptações Literárias
Editora: Asa; 2006
Número de Volumes: 138p. a Preto e
Branco
Comentário:
Frank Miller escreveu o argumento para
este livro, uma das mais fabulosas
histórias do Cavaleiro das Trevas jamais
contadas. Nela, Miller, acompanhado
pelo traço depurado de David
Mazucchelli, volta a contar as origens de
Batman e introduz também de maneira
brilhante a personagem de James
Gordon, num ambiente claustrofóbico e
negro de uma Gotham City que nunca foi
tão bem retratada.
Essencial para fãs de Batman, e também
para aqueles querem a oportunidade de
conhecer a sua origem após as drásticas
reformulações de 1986 levadas a cabo
pela sua editora, DC Comics.
A edição de 2005 inclui uma série de
esboços do autor e uma bd inédita
(autobiográfica) de Mazzuchelli sobre a
sua relação com o ícone Batman.
Comentário:
Quinn é escritor. Escreve sobre mistério
e policial. Sobre o autor o Washington
Post descreve-o como um tipo inovador
que criou um estilo de "detective privado
pós-existencialista". Entretanto, uma voz
desconhecida começa a telefonar-lhe com
insistência pedindo-lhe ajuda, o que acaba
por conduzi-lo a um mundo de tal forma
estranho e misterioso que ultrapassa a sua
própria ficção.
Pelas mãos de David Mazucchelli
(Batman, Rubber Blanket), Paul Karasik
(Raw), Bob Callahan (Who shot JFK?) e
Art Spiegleman (Maus), a kafkiana obra
de Paul Auster nomeada pelo prémio
Edgar Award é transformada de uma
forma impressionante numa nova forma
de linguagem visual.
CORTO MALTESE
Hugo PRATT
DÉOGRATIAS
STASSEN, desenho e argumento
Género: Aventura
Editora: Meribérica/Liber
Número de Volumes: 9 volumes
(independentes) a Quatro Cores
Género: Romance Gráfico / Ficção
Editora: Asa, 2004
Número de Páginas: 80 p. a Quatro Cores
Comentário:
Intimamente ligado à história da primeira
metade do nosso século, este marinheiro
prossegue uma demanda recheada de
mistérios a decifrar, de encontros com
personagens históricas e com mulheres
diabolicamente belas. Mais do que
qualquer outro personagem de BD Corto
Maltese encarna o herói moderno. O
marinheiro do século... "para o bem e
para o mal".
Comentário
Um grande autor de BD francófona
contemporânea relata-nos através deste
romance gráfico a vida no Ruanda. As
guerras tribais alimentadas, de certa
forma, pelos antigos colonizadores. A
violência das perseguições à minoria
étnica Tutsi e os consequentes massacres.
O genocídio. Tudo aqui nos é narrado
através de um rapaz, Déogratias, que
deambula pelas ruas, sendo
constantemente assaltado pelos pesadelos
daquilo a que testemunhou.
KAFKA : PARA PRINCIPIANTES
Robert CRUMB; desenho ; David Z.
MAIROWITZ argumento
Género: Adaptações Literárias
Editora: Dom Quixote, 2000
Número de Páginas: 176 p. a Preto e
Branco
Comentário:
Um texto brilhante de David Marowitz
sobre Kafka, que vai para além da
biografia do autor checo, complementado
com as ilustrações do maior artista de
banda desenhada "underground" do
mundo, Robert Crumb, ajudam-nos a ver
para lá da ideia feita «kafkiana» e a
perscrutar através da parede de vidro a
criatura única que lá existe.
LOVERBOY
João FAZENDA, desenho; MARTE,
criação e argumento
Género: Romance gráfico / ficção
Editora: Polvo
Número de Volumes: 3 volumes
(independentes) a Preto e Branco
Comentário:
Loverboy é um bonitinho pós
adolescente que usa o seu charme e
beleza enquanto cínica estratégia de autodefesa no cenário cruel do seu mundo: a
escola. Só pensa em miúdas e música até
que surgem a universidade e o amor.
Loverboy tem carisma e não é o único,
um truculento Leonardo e um satânico
light astarot ajudam-nos a participar nos
envolvimentos geracionais, primeiro nos
do underground com laivos de subúrbio,
em seguida, no calvário dos caloiros
universitário e, por fim, num
acampamento em férias. Marte,
pseudónimo do argumentista, desenhador
e animador do movimento dos fanzines,
Marcos Farrajota (Lisboa, 1973), e o
ilustrador João Fazenda (Lisboa, 1979)
contam-nos histórias de bandas de
garagem, de tiques tribais, de t-shirts, e de
comportamentos. Uma porta para a
entrada na vida aos 18 anos.
MUNDO FANTASMA
Daniel CLOWES, desenho e argumento
Género: Romance gráfico / ficção
Editora: Mundo Fantasma, 2001
Número de Páginas: 80 p. a Duas Cores
Comentário
Enid e Rebecca são duas amigas que
vivem no continente desconhecido que é
a adolescência. Deixaram já um mundo
feito de canções infantis, bonecos
estranhos, parques temáticos sobre a préhistória e amizades para toda a vida, mas
ainda não entraram noutro feito de
profissões, gostos e sexualidades tão bem
definidos como uma linha recta. Enid e
Rebecca vivem num Mundo Fantasma e
nele sofrem as típicas experiências em
carne viva de duas adolescentes oriundas
daquele que é o mais adolescente dos
países, a América. Soberbamente
desenhada por Daniel Gillespie Clowes
(Chicago, 1961), um dos mais
significativos autores norte-americanos da
nova geração, esta obra-prima em oito
pequenos contos passou entretanto ao
grande ecrã com realização de Terry
Zwigoff.
MAUS : A HISTÓRIA DE UM
SOBREVIVENTE
Art SPIEGELMAN, desenho e
argumento
Género: Romance gráfico / biografia
Editora: Difel
Número de Volumes: 2 volumes (obra
em dois volumes) a Preto e Branco
Comentário:
Obra baseada na biografia do pai do
autor, judeu que sobreviveu ao inferno
dos campos de concentração nazis. Tem
como contexto o genocídio dos Judeus
levado a cabo pelos nazis, durante a 2.ª
Guerra Mundial. Art Spiegelman, um dos
principais nomes da BD underground
norte americana e, durante anos editor de
capas da New Yorker, escolheu a BD
para contar a tragédia vivida pelos seus
pais e aproveita o cariz biográfico da obra
para abordar também alguns aspectos do
seu relacionamento com os pais. Trata-se
de uma das mais importantes obras da
história da BD de sempre.
Persèpolis
PALESTINA
Joe SACCO
Marjane SATRAPI
Género: Romance gráfico / biografia
Editora: Devir ; Mais BD
Número de Volumes: 2 volumes (obra
em dois volumes) a Preto e Branco
Género: Romance / biografia
Editora: Polvo
Número de Volumes: 1 volume (obra em
quatro) a Preto e Branco
Comentário
Reportagem autobiográfica de Joe Sacco,
que viveu um ano na Palestina para a
realizar. «Sacco fala do quotidiano da
Palestina, "uma nação ocupada", das
manifestações, das represálias, das
represálias às represálias..., das prisões
injustificadas, da tortura, da opressão, das
árvores cortadas, das casas demolidas.
Um relato pungente, por vezes, chocante;
outras, um retrato forte do que o ódio
pode fazer ao ser humano. E do que o ser
humano pode fazer, devido ao ódio».
"Palestina" foi o primeiro livro de banda
desenhada a ser distinguido com o
American Book Award (1996).
Um relato sensível e doce, mas ao mesmo
tempo devastador, sobre a história
recente do Irão através dos olhos de uma
menina que relata alguns acontecimentos
que considera como grandes injustiças do
fundamentalismo islâmico, por aquela
que é reputada como a primeira autora de
banda desenhada iraniana.
Salazar : Agora, na hora da sua morte
João Paulo COTRIM, argumento ;
Miguel ROCHA, desenho
Género: Romance / biografia
Editora: Parceria A.M. Pereira; 2006
Número de Volumes: 210p. a Três cores
Conhecedor das malformações do antigo
Portugal rural, Miguel Rocha ensaia, em
simbiose perfeita com João Paulo Cotrim,
uma
aproximação
aos
mistérios
psicológicos
de
Salazar.
Sobre ele, já se haviam debruçado a
literatura, o cinema ou os cartoons
despidos de vida de Abel Manta, dos
quais a obra “Salazar, agora na hora da
sua morte” parece herdar o rigor frio e
marmóreo. O figurino utilizado, as
soluções gráfico-estilísticas que fazem uso
dos mais diversos suportes (cartas,
recortes, pintura, caligrafias, cenários
sobrepostos à maneira dos adereços
teatrais, subversões dos manuais da
instrução primária da época) permitem a
ambos os autores, aqui em simbiose
perfeita, uma aproximação aos mistérios
psicológicos de Salazar: possíveis estados
de alma, a imanência mística que parecia
sentir, própria de quem na sua juventude
havia tentado resistir ao chamamento
“desse
demónio
de
Lisboa”.
Que Miguel Rocha conhecia como
ninguém as malformações do antigo
Portugal rural, isso era sabido. “Borda
d’Água” (Bedeteca de Lisboa, 1999) e
“As Pompinhas do Sr. Leitão”
(BaleiAzul, do mesmo ano) tinham sido
exemplo de obras vinculadas à terra e
herdando motivos retirados ao neorealismo português. Por entre pinceladas
quase esfumadas a cores fortes, ambos os
trabalhos tinham qualquer coisa de
chuvoso, triste. Mas nunca como aqui
tinha ido tão longe. A ajudá-lo esteve
João Paulo Cotrim que em “Salazar,
agora na hora da sua Morte” tem o seu
momento mais conseguido enquanto
argumentista.
(...) os autores partem da realidade para
chegar à ficção, trabalhando a partir
daquilo que se conhece: o seu ascetismo
imbuído de cristianismo monástico, o
estadista, lê-se num recorte do jornal “O
Século”, “discreto e sereno que reside
num prédio silencioso”, inserido numa
das páginas, tudo detalhes fúnebres de
um destino que Cotrim e Miguel Rocha
traçam numa lógica cruel de estranhos
presságios.
(...) Mais do que uma aproximação ao
território da História, “Salazar” inscrevese a partir de modelos visuais
identificáveis. Não mostra aquilo que
queremos ver mas a forma como ambos
o vêem, aquilo que ele virá a ser. Em
novo, o retrato é de o Salazar enquanto
jovem velho. Depois, entre Deus e a
tentação de uma carreira eclesiástica,
sucede-se a retórica de dedicação à Pátria.
A partir daí, e mais do que nunca, as
frases e imagens vão-se sucedendo como
responsórios e missais sofridos. Tudo se
inscreve em círculos, com um preto-ebranco literalmente a entrar tanto no
quotidiano mais mundano, com os mais
directos colaboradores e condiscípulos
como em espaços íntimos, que submerge
o livro como um autêntico lençol
mortuário. (...) © 2006 Nuno Franco
SANDMAN
Neil GAIMAN, argumento; Sam
KIETH, desenho [et al]
Género: Fantástico
Editora: Devir
Número de Volumes: 3 volumes (obra de
continuação) a Quatro Cores
Comentário
Tendo por base uma reinvenção das
mitologias clássicas, Neil Gaiman conta
histórias de personagens frágeis histórias
essas em que Morpheus (o deus grego
dos sonhos) é o personagem central.
Capturado em 1916 por um grupo
ocultista e feito prisioneiro durante mais
de 70 anos, ele escapa em 1988. As
consequências da sua prisão irão ser
determinantes para o curso da história em
que o ambiente é gótico e o tom é
poético.
SILÊNCIO
Didier COMÉS, desenho e argumento
Género: Romance Gráfico / Ficção
Editora: Asa
Número de Volumes: 2 volumes (obra
em dois volumes) a Quatro Cores
Comentário
Silêncio, um jovem mergulhado em si
próprio por uma inexplicável mudez,
desliza inocentemente através da
perversidade característica de certas
aldeias obscurantistas. Protegido pelas
forças do bem, logrará libertar-se e
encontrar os que o amam.
Aqueles que tanto mal fizeram durante
anos devem pagá-lo agora. O seu destino
está traçado: nem o medo nem a
violência, nem a traição poderão a partir
de agora separar Silêncio da Feiticeira.
Nem mesmo a morte.

Documentos relacionados