Maj Cav ADAIL RODRIGUES DE ASSUNÇÃO
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Maj Cav ADAIL RODRIGUES DE ASSUNÇÃO
0 ESCOLA DE COMANDO E ESTADO-MAIOR DO EXÉRCITO ESCOLA MARECHAL CASTELLO BRANCO Os materiais de Artilharia de Campanha empregados em operações na Argentina, na Colômbia e na Venezuela: a viabilidade do Brasil desenvolver ou adquirir esses materiais Rio de Janeiro 2014 1 Maj Art VELTON MARCONES PINHEIRO LEITE Os materiais de Artilharia de Campanha empregados em operações na Argentina, na Colômbia e na Venezuela: a viabilidade do Brasil desenvolver ou adquirir esses materiais Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Ciências Militares. Orientador: TC Art ALESSANDRO DOS SANTOS LIBERATORI Rio de Janeiro 2014 2 L533m Leite, Velton Marcones Pinheiro. Os materiais de Artilharia de Campanha empregados em operações na Argentina, na Colômbia e na Venezuela: a viabilidade do Brasil desenvolver ou adquirir esses materiais. / Velton Marcones Pinheiro Leite. 2014. 40f. : il ; 30cm. Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) – Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, Rio de Janeiro, 2014. Bibliografia: f. 38 – 40. 1. Materiais de Artilharia de Campanha. 2. Argentina. 3. Colômbia. 4. Venezuela. I. Título. CDD 358.1 3 Maj Art VELTON MARCONES PINHEIRO LEITE Os materiais de Artilharia de Campanha empregados em operações na Argentina, na Colômbia e na Venezuela: a viabilidade do Brasil desenvolver ou adquirir esses materiais Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, como requisito parcial para a obtenção do título de Especialista em Ciências Militares. Aprovado em ______de_______de 2014 COMISSÃO AVALIADORA _________________________________________________ Alessandro dos Santos Liberatori – TC Art – Ms. Presidente Escola de Comando e Estado-Maior do Exército _________________________________________________ Fabrício Ramires Pinto – TC Art – Ms. Membro Escola de Comando e Estado-Maior do Exército _________________________________________________ Jorge Ricardo de Paula Lamellas – TC Art – Ms. Membro Escola de Comando e Estado-Maior do Exército 4 À minha esposa Kelly e a meus filhos Gabriel e Lara. Agradeço pela demonstração de amor, carinho e compreensão pelos momentos em que não pude ser mais presente. 5 AGRADECIMENTOS Aos meus pais, Jocilé Leite da Silva e Lenes Maria Pinheiro da Silva, pelo amor, abnegação e exemplos que me proporcionaram durante toda a minha vida e que permitiram a minha caminhada até aqui. Ao Tenente-coronel Alessandro dos Santos Liberatori, meu orientador, agradeço pela paciência, compreensão e dedicação emprestadas para a consecução deste trabalho. Sem sua orientação firme e objetiva, este trabalho não teria atingido seus objetivos. À minha esposa Kelly Adriana Araújo dos Santos Leite que tanto se sacrificou para que eu pudesse alcançar meus objetivos profissionais. 6 RESUMO O final do século passado marcou o declínio da Indústria Nacional de Defesa (IND) brasileira e, consequentemente, deixou o país dependente de outras nações no que diz respeito ao material bélico. Paralelamente a isto, em 2008, foi criada a União de Nações Sul-Americanas (UNASUL) e o Conselho de Defesa Sul-Americano (CDS), abrindo as portas para a integração da América do Sul na pauta de defesa. Esta parceria tem o potencial de facilitar a troca de conhecimento em relação ao desenvolvimento de armamentos, contribuindo para diminuir esta defasagem tecnológica em que o Brasil se encontra. Sendo assim, este trabalho procura verificar se existem materiais de artilharia de campanha utilizados pelos principais países do subcontinente sulamericano que compensem ser desenvolvidos ou adquiridos pelo Brasil. Palavras- chave: Materiais de Artilharia de Campanha, América do Sul. 7 ABSTRACT The last century end’s marked the decline of the Brazilian National Defence Industry and consequently left the country dependent on other nations wearpons. Parallel to this, in 2008, the Union of South American Nations and the Council of the South American Defense was created, opening the door for the integration of South America defense agenda’s. This partnership has the potential to facilitate the exchange of knowledge in relation to the development of weapons, contributing to reduce this technological gap where Brazil is. Thus, this work seeks to verify if there are field artillery used by the countries of the South American subcontinent which compensate be developed or acquired by Brazil. Keywords: Field Artillery Materials, South America. 8 LISTA DE FIGURAS E QUADROS Figura 1 – Obuseiro autopropulsado 155 mm Palmaria.................................... 16 Figura 2 – Obuseiro autopropulsado 155 mm AMX Mk F3............................... 18 Figura 3 – Obuseiro auto-rebocado 155 mm L33 CITER.................................. 19 Figura 4 – Obuseiro auto-rebocado 105 mm M-56 Oto Melara........................ 21 Figura 5 – Obuseiro auto-rebocado 155 mm L 45 CALA 30............................. 22 Figura 6 – Lançador Múltiplo de Foguetes CP-30 Pampero............................. 23 Figura 7 – Veículo de Combate Lança Foguetes............................................... 24 Figura 8 – Canhão auto-rebocado 75mm L40 Bofors........................................ 25 Figura 9 – Obuseiro auto-rebocado 105mm M101............................................ 26 Figura 10 – Obuseiro autopropulsado 155 mm APU-SBT................................. 27 Figura 11 – Obuseiro auto-rebocado 105 mm LG1 MKIII.................................. 29 Figura 12 – Obuseiro autopropulsado 152 mm 2S19 MSTA-S......................... 31 Figura 13 – Lançador Múltiplo de Foguetes 120 mm BM-21 Grad................... 32 Figura 14 – Lançador Múltiplo de Foguetes 300mm 9K58 Smerch................. 34 Quadro 1 – Resumo técnico dos materiais de artilharia de campanha........... 35 9 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AP autopropulsado CDS Conselho de Defesa Sul-Americano CITEDEF Instituto de Investigações Cientificas e Técnicas para Defesa CITEFA Instituto de Investigações Científicas e Técnicas das Forças Armadas GA Grupo de Artilharia IND Indústria Nacional de Defesa LMF Lançador Múltiplo de Foguetes ONA Oficiais de Nações Amigas OTAN Organização do Tratado do Atlântico Norte PIB Produto Interno Bruto TAM Tanque Argentino Mediano TAMSE Tanque Argentino Mediano Sociedade do Estado TAP Tanque Argentino Pesado TPM tiros por minuto UNASUL União de Nações Sul-Americanas VCI Veículo de Combate de Infantaria VCLF Veículo de Combate Lança Foguetes 10 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ------------------------------------------------------------------------------- 12 1.1 O PROBLEMA-------------------------------------------------------------------------------- 12 1.2 QUESTÃO DE ESTUDO------------------------------------------------------------------- 13 1.3 OBJETIVOS ---------------------------------------------------------------------------------- 1.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO------------------------------------------------------------- 13 1.5 RELEVÂNCIA DO ESTUDO-------------------------------------------------------------- 14 1.6 METODOLOGIA DA PESQUISA--------------------------------------------------------- 14 13 1.6.1 Tipo de pesquisa---------------------------------------------------------------------------- 14 1.6.2 Coleta de dados ---------------------------------------------------------------------------- 14 1.6.3 Tratamento dos dados ------------------------------------------------------------------- 15 1.6.4 Limitações do método-------------------------------------------------------------------- 15 2 DESENVOLVIMENTO---------------------------------------------------------------------- 16 2.1 OS MATERIAIS DE ARTILHARIA DE CAMPANHA EMPREGADOS EM 16 OPERAÇÕES NA ARGENTINA---------------------------------------------------------- 2.1.1 Obuseiro autopropulsado 155 mm Palmaria ------------------------------------- 16 2.1.2 Obuseiro autopropulsado 155 mm AMX Mk F3----------------------------------- 17 2.1.3 Obuseiro auto-rebocado 155 mm L33 CITER------------------------------------- 18 2.1.4 Obuseiro auto-rebocado 105 mm M-56 Oto Melara --------------------------- 20 2.1.5 Obuseiro auto-rebocado 155 mm L 45 CALA 30-------------------------------- 21 2.1.6 Lançador Múltiplo de Foguetes CP-30 Pampero -------------------------------- 22 2.1.7 Veículo de Combate Lança Foguetes (VCLF) ------------------------------------ 23 2.1.8 Canhão auto-rebocado 75mm L40 Bofors ---------------------------------------2.2 24 OS MATERIAIS DE ARTILHARIA DE CAMPANHA EMPREGADOS EM 25 OPERAÇÕES NA COLÔMBIA ----------------------------------------------------------- 2.2.1 Obuseiro auto-rebocado 105mm M101 --------------------------------------------- 25 2.2.2 Obuseiro autopropulsado 155 mm APU-SBT ------------------------------------ 26 11 2.2.3 Obuseiro auto-rebocado 105 mm LG1 MKIII ------------------------------------2.3 28 OS MATERIAIS DE ARTILHARIA DE CAMPANHA EMPREGADOS EM 29 OPERAÇÕES NA VENEZUELA--------------------------------------------------------- 2.3.1 Obuseiro autopropulsado 152 mm 2S19 MSTA-S ------------------------------ 29 2.3.2 Lançador Múltiplo de Foguetes 120 mm BM-21 Grad ------------------------- 31 2.3.3 Lançador Múltiplo de Foguetes 300mm 9K58 Smerch ------------------------ 33 3 CONCLUSÃO -------------------------------------------------------------------------------- 35 REFERÊNCIAS ------------------------------------------------------------------------------ 38 12 1 INTRODUÇÃO A União de Nações Sulamericanas é formada pelos doze países da América do Sul. O tratado constitutivo da organização foi aprovado durante Reunião Extraordinária de Chefes de Estado e de Governo, realizada em Brasília, em 23 de maio de 2008. Dez desses países (Argentina, Brasil, Bolívia, Chile, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela), já depositaram seus instrumentos de confirmação, completando o número mínimo de ratificações necessárias para a entrada em vigor do Tratado no dia 11 de março de 2011. Neste contexto, foi criado o Conselho de Defesa Sulamericano em 2008 (MINISTÉRIO DAS RELAÇÕES EXTERIORES, 2013). O CDS-UNASUL deve visar, dentre outras, a quatro áreas fundamentais: a criação de informação e comunicação sobre compra de armamentos, a consulta mútua sobre tratados e acordos de defesa com potências extra-regionais, a administração de crise e resolução de conflitos e a atuação da região em Operações de Paz (JÚNIOR, 2010). Esta crescente aproximação dos países que compõem o subcontinente sulamericano faz com que o Brasil busque estar sempre em condições de acompanhar o crescente desenvolvimento da região. Desta forma, o país estará sempre em condições de interagir com tais nações e de dissuadir qualquer ameaça ao seu território. É com esta finalidade que o presente trabalho se propõe a verificar as tendências dos materiais de Artilharia de Campanha empregados em operações nos principais países do subcontinente sulamericano com o objetivo de visualizar a possibilidade de desenvolvê-los no Brasil ou de obtê-los para compor o armamento do Exército Brasileiro. 1.1 O PROBLEMA Desde a Revolução Industrial iniciada pela Inglaterra no século XVI, o avanço tecnológico vem desenvolvendo-se em uma velocidade cada vez maior. Esta tendência obriga as nações do mundo contemporâneo a investirem constantemente na pesquisa ou na aquisição de tecnologia visando a manter a sua competitividade no mundo globalizado, inclusive no campo militar. 13 Diante do exposto, o problema está assim enunciado: - Existem materiais de artilharia de campanha utilizados pelos principais países do subcontinente sul-americano que compensem serem desenvolvidos ou adquiridos pelo Brasil? 1.2 QUESTÃO DE ESTUDO De modo a resolver o problema proposto, foi formulada a seguinte questão de estudo: Existem materiais de Artilharia de Campanha utilizados pelos principais países do subcontinente sulamericano que compensam ser desenvolvidos ou adquiridos pelo Brasil. 1.3 OBJETIVOS O objetivo geral (ECEME, 2012, p. 8) deste trabalho é verificar as tendências dos materiais de artilharia de campanha empregados em operações nos principais países do subcontinente sulamericano com o objetivo de visualizar a possibilidade de desenvolvê-los no Brasil ou de obtê-los para compor o armamento do Exército Brasileiro. Para que este objetivo seja atingido, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos (ECEME, 2012, p. 8): verificar as tendências dos materiais de artilharia de campanha empregados em operações nos países de mais relevância no subcontinente sulamericano e verificar a possibilidade de desenvolvê-los no Brasil ou de obtê-los para compor o armamento do Exército Brasileiro. 1.4 DELIMITAÇÃO DO ESTUDO Este trabalho verificou os armamentos empregados pela artilharia de campanha da Argentina, da Colômbia e da Venezuela, na atualidade, comparando-os com os do Brasil. Com este conjunto de informações, foi possível responder o problema proposto. 14 1.5 RELEVÂNCIA DO ESTUDO Este estudo possibilitou uma comparação do armamento empregado pela artilharia brasileira com o dos países do subcontinente sulamericano que possuem os maiores Produtos Internos Brutos (PIB) (Almanaque Abril, 2012, p. 370-376). Com esta comparação, foi possível uma visualização da necessidade de uma atualização do referido armamento, por parte do Brasil, seja pela sua aquisição ou seu desenvolvimento. Desta forma, este trabalho contribuiu para o estudo da possível necessidade de se aprimorar o material da artilharia brasileira. 1.6 METODOLOGIA DA PESQUISA 1.6.1 Tipo de pesquisa O trabalho consistiu de uma pesquisa bibliográfica e documental. Essa pesquisa foi qualitativa, uma vez que privilegiou relatos, entrevistas e análises de documentos e de dados obtidos na internet para entender a atual situação da Artilharia de Campanha dos principais países da América do Sul. Foi bibliográfica porque teve sua fundamentação teórico-metodológica na investigação sobre o assunto em questão disponível em livros, manuais e artigos de acesso livre ao público em geral. Documental porque se utilizou de documentos de trabalhos e relatórios do EB e de outros países de difícil acesso à consulta (VERGARA, 2009). 1.6.2 Coleta de dados Essa pesquisa iniciou-se com uma pesquisa bibliográfica na literatura (livros, manuais, revistas especializadas, jornais, artigos, anais de congressos, internet, teses e dissertações) com dados pertinentes ao assunto. Nessa oportunidade, foram levantados os tipos e as características dos armamentos de artilharia empregados nas áreas em estudo (VERGARA, 2009). Foram levantados, também, dados com os Oficiais de Nações Amigas (ONA) dos países analisados que estão servindo na ECEME. 15 Em prosseguimento, utilizou-se a pesquisa documental nos arquivos do EB. O objetivo principal foi o de levantar informações em documentos não publicados, como regulamentos internos e relatórios, entre outros (VERGARA, 2009). 1.6.3 Tratamento dos dados Em decorrência da natureza do problema dessa pesquisa e do perfil desse pesquisador, foi escolhida a técnica da triangulação que utilizará a análise de conteúdo e o método comparativo (VERGARA, 2009). 1.6.4 Limitações do método A metodologia escolhida para esta pesquisa apresentou algumas dificuldades e limitações em relação à coleta dos dados. Neste caso, o método foi limitado pela dificuldade de acesso a dados detalhados referentes aos armamentos, em virtude das classificações sigilosas impostas a eles. 16 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 OS MATERIAIS DE ARTILHARIA DE CAMPANHA EMPREGADOS EM OPERAÇÕES NA ARGENTINA 2.1.1 Obuseiro autopropulsado (AP) 155 mm Palmaria Este obuseiro foi fabricado pela empresa argentina TAMSE (Tanque Argentino Mediano Sociedade do Estado). Utiliza um chassi do projeto TAP (Tanque Argentino Pesado) de 40 toneladas que dispõe de 7 eixos. Sobre o chassi, em suas primeiras versões, foi instalado uma torre com um canhão de calibre 155 mm Palmaria italiano. Posteriomente, o canhão passou a ser fabricado pela Argentina. Com uma capacidade de realizar 6 tiros por minuto (TPM), seu alcance máximo varia entre 24,7 Km (com munição comum) e 30 Km (com munição especial). A amplitude da elevação fica entre – 5 a + 70 graus e, em direção, seu tubo gira 360 graus. Pode, também, ser mobiliado com uma metralhadora 7,62 mm. A sua estrutura possibilita o transporte de 30 munições 155 mm e de 2000 cartuchos 7,62 mm (TARINGA, 2013). Figura 1 – Obuseiro autopropulsado 155 mm Palmaria Fonte: http://www.taringa.net/posts/info/11356932/Artilleria-deCampana-del-Ejercito-Argentino.html 17 Possui um equipamento de comunicações veicular que possibilita a comunicação por voz (dentro e fora do veículo), sendo que também opera em forma digital. Opera, ainda, um sistema de tiro integrado denominado “TRUENO”, o qual possibilita a direção do tiro de artilharia de forma automatizada. Desta forma, este sistema permite uma grande dispersão das peças no terreno e, ao mesmo tempo, a centralização do tiro sobre um mesmo alvo. Tal procedimento dificulta os fogos de contrabateria oponentes, já que os disparos serão feito de direções bastante diferenciadas, confundindo o radar de busca de alvos. Para completar as capacidades do sistema, cada veículo dispõe de um navegador satelital moderno (TARINGA, 2013). A alta mobilidade deste material e o sistema automatizado de tiro, juntamente com o seu alcance máximo e a amplitude em direção, o torna uma potencial aquisição para o Brasil mobiliar suas brigadas blindadas. Além disso, o Palmaria é fabricado pela Argentina, parceira brasileira do MERCOSUL. Este fato poderá trazer facilidades e vantagens durante as negociações, principalmente na transferência de tecnologia visando à sua produção em território nacional. 2.1.2 Obuseiro autopropulsado 155 mm AMX Mk F3 O Mk F3 é o menor obuseiro autopropulsado de 155 mm já produzido, sendo fabricado pela francesa Mécanique Creusot-Loire, hoje denominada Nexter. Foi construído a partir do chassi do carro de combate AMX-13 modificado: foi retirada uma roda tensora e o casco sofreu uma adaptação a instalação do obuseiro 155 mm com seus mecanismos de elevação, rotação e recuo, incluindo as sapatas de apoio que são cravadas no solo para prover uma maior estabilidade no disparo. A esteira é movimentada por 5 eixos e por uma roda tensora (GLOBALSECURITY.ORG, 2014). Este material pode disparar munições alto-explosivas, fumígenas e iluminativas com alcance máximo de 20.050 m. Possui uma blindagem de 10 a 20 mm, oferecendo aos tripulantes proteção contra armamento leve. O compartimento do motorista é localizado do lado esquerdo e o do chefe da peça na sua retaguarda. Ambos possuem três periscópios diurnos, podendo um deles ser substituído por um noturno (com visão térmica) (WIKIPEDIA, 2013). Como desvantagens, o Mk F3 não provê proteção blindada para toda a sua guarnição, visto que só tem capacidade de transportar 2 membros. Os 6 tripulantes 18 restantes e mais 25 munições 155 mm são transportados em um veículo de apoio, podendo ser um AMX-VCI (Veículo de Combate de Infantaria) (ÁREAMILITAR, 2013). Apesar da sua estrutura ser provida de lagartas, não dispõe de proteção blindada para todos os integrantes da sua guarnição. O seu alcance máximo é superior ao do 155m AP (autopropulsado) brasileiro (18 Km), porém o ganho é pequeno. Verifica-se, também, que não é capaz de transportar munições. Desta forma, a sua compra provavelmente não trará vantagens para o Brasil. Figura 2 – Obuseiro autopropulsado 155 mm AMX Mk F3 Fonte: http://www.taringa.net/posts/info/11356932/Artilleria-deCampana-del-Ejercito-Argentino.html 2.1.3 Obuseiro auto-rebocado 155 mm L33 CITER O obuseiro L 33 foi desenvolvido pelo Instituto de Investigações Científicas e Técnicas das Forças Armadas (CITEFA), da Argentina. Possui um alcance máximo de 20 Km (24 Km com munição especial) e uma amplitude em direção de 360º (MILITARY FACTORY, 2013). A amplitude em elevação do material fica entre -10 e +67 graus. Em direção, pode deslocar o tubo 70 graus para cada lado. O tubo e o sistema de pontaria e de recuo foram montados sobre um reparo que possui duas rodas grandes e mais duas 19 rodas pequenas, estas últimas localizadas nas extremidades das flechas, facilitando o deslocamento do obuseiro pela guarnição. Para a execução do tiro, as flechas ficam abertas e em contato com o solo para absorverem o impacto do recuo da peça. Uma placa circular é instalada sobre a peça para impedir que os pneus de borracha sejam erguidos do solo devido ao impacto do disparo. Para o transporte, as flechas ficam juntas para que a peça possa ser atrelada a uma viatura tratora (MILITARY FACTORY, 2013). O L33 é carregado a partir da retaguarda e exige uma guarnição de seis homens para operá-lo. Quanto à munição, o armamento possui as do tipo explosiva, iluminativa, fumígena e de fragmentação, com alcance máximo de 20 Km com a carga comum e de 24 Km com a carga especial (MILITARY FACTORY, 2013). Durante o conflito das Malvinas, em 1982, entre a Argentina e a GrãBretanha, integrou o Grupo de Artilharia (GA) 3 com 1 bateria a 3 peças realizando, com êxito, fogos de contrabateria. À semelhança do AMX, o obuseiro CITER possui um alcance pouco superior ao obuseiro brasileiro. Somando-se o projeto do Exército Brasileiro de extinguir as brigadas (Bda) motorizadas e de manter apenas as Bda blindadas, mecanizadas e leves, este material auto-rebocado tem pouco a acrescentar à força terrestre. Figura 3 – Obuseiro auto-rebocado 155 mm L33 CITER Fonte: http://www.taringa.net/posts/info/11356932/Artilleriade-Campana-del-Ejercito-Argentino.html 20 2.1.4 Obuseiro auto-rebocado 105 mm M-56 Oto Melara Este armamento foi desenvolvido em 1956, na Itália, pela companhia Oto Melara e foi montado sobre um reparo com duas rodas. Sua característica principal é a capacidade de desmontagem em peças suficientemente pequenas para serem facilmente transportadas pelos mais variados meios (além da possibilidade de ser tracionada por uma viatura, pode ser deslocada sobre a viatura, sobre embarcações, helitransportada, lançada de pára-quedas etc) (BRASIL, 1983). Com o calibre de 105 mm, possui o alcance máximo de 10000 m. Quando completamente montado, o Oto Melara pode estar na posição de marcha ou em uma das posições de tiro: joelho alto e joelho baixo. A posição de joelho alto permite o desencadeamento do tiro com as elevações entre 0º e 65º e na de joelho baixo entre -5º e 30º. Horizontalmente, possui um setor de tiro de 36º quando em joelho alto e de 56º de joelho baixo. A sua munição varia entre as versões alto-explosiva, iluminativa e fumígena (BRASIL, 1983). Durante a Guerra das Malvinas, compôs o GA 3 (3 baterias com 18 peças) e o GA Aerotransportada 4 (2 baterias com 13 peças) (EXÉRCITO ARGENTINO, 1983). O Oto Melara já é um material utilizado pelo Brasil nas brigadas de selva, paraquedista e leve. De qualquer forma, os conhecimentos adquiridos no manuseio do material e no estudo da sua estrutura podem servir como know-how para o desenvolvimento e fabricação de um similar nacional. 21 Figura 4 – Obuseiro auto-rebocado 105 mm M-56 Oto Melara Fonte: http://www.taringa.net/posts/info/11356932/Artilleria-de-Campanadel-Ejercito-Argentino.html 2.1.5 Obuseiro auto-rebocado 155 mm L 45 CALA 30 Este armamento é uma peça de artilharia de campanha de longo alcance desenvolvido pela Argentina por intermédio da CITEFA, durante as décadas de 1980 e 1990, visando à substituição do L33. O sistema foi montado com o tubo sobre um reparo que possui quatro rodas grandes e mais duas rodas pequenas, estas últimas localizadas nas extremidades das flechas. Quando em posição de marcha, o tubo pode ser girado em 180º, de forma a ficar sobre as flechas. Possui uma amplitude em direção de 60º e em elevação de 70º (-3º a +67º) (AVIACIÓN ARGENTINA, 2013). A sua guarnição é composta por 3 membros (um responsável pela pontaria e dois pela munição e carregamento) mais o motorista. Uma unidade de potência auxiliar realiza a abertura das flexas e o acionamento das rodas auxiliares e do mecanismo de disparo. Permite, também, deslocamentos curtos para o posicionamento da peça, a uma velocidade de máxima de 30 km/h, inferindo maior velocidade nas trocas de posição. Caso esta unidade apresente algum problema, pode-se recorrer ao acionamento manual. Para eliminar o impacto do disparo sobre as rodas, foi instalado um macaco para suspender o armamento (AVIACION ARGENTINA, 2013). 22 Este obuseiro também possui um sistema que informa se o tubo está com a temperatura acima do normal, evitando o disparo prematuro da munição. A última versão desenvolvida possui um alcance máximo que varia entre 27 Km, com munição comum, e 39 Km, com munição especial (AVIACION ARGENTINA, 2013). O seu alcance máximo é muito superior ao similar utilizado pelo Brasil. No entanto, por ser auto-rebocado, também não contribuiría nas melhores condições para o aprimoramento da artilharia brasileira. Figura 5 – Obuseiro auto-rebocado 155 mm L 45 CALA 30 Fonte: http://www.taringa.net/posts/info/11356932/Artilleria-deCampana-del-Ejercito-Argentino.html 2.1.6 Lançador Múltiplo de Foguetes (LMF) CP-30 Pampero Este armamento foi desenvolvido pela Argentina, mais especificamente pelo CITEDEF (Instituto de Investigações Cientificas e Técnicas para Defesa). Seus foguetes têm um calibre de 105mm, porém o sistema é compatível com calibre 127mm. O lançador é constituído por três módulos, cada um com nove tubos, montados sobre uma viatura de tração 6X6 UNIMOG. Possui sistemas de orientação de tiro computadorizado e posicionamento por GPS, além de nivelamento 23 automático do conjunto. Com um alcance útil de 30 Km, sua guarnição é composta por apenas três homens (PLAVETZ, 2013). A sua cadência de disparo é de um foguete a cada meio segundo, ou seja, em menos de 15 segundos todos os 27 foguetes dos três módulos podem ser disparados, atingindo uma área de 300m x 200m. Soma-se a isso uma capacidade de recarga em curto espaço de tempo. Adicionalmente, o sistema oferece a mobilidade e agilidade de um veículo off road, sendo capaz de se posicionar, apontar e disparar, em poucos minutos, deixando a posição de tiro em segundos para evitar a contrabateria do inimigo (PLAVETZ, 2013). Como o Brasil já fabrica um similar com desempenho superior (o Astros II possui um alcance de 90,2 Km e o calibre do seu foguete SS80 é de 300mm), a aquisição ou fabricação deste material não interessaria para as Forças Armadas deste país. Figura 6 – Lançador Múltiplo de Foguetes CP-30 Pampero Fonte http://www.tecnodefesa.com.br/materia.php?materia=166 2.1.7 Veículo de Combate Lança Foguetes (VCLF) Este modelo está em fase final de desenvolvimento. Produzido pela Argentina com a ajuda de Israel, o VCLF tem um design modular formado pelo lançador de 24 foguetes israelense LAR-160 ou MAR-350 acoplado no chassi usado no Tanque Argentino Mediano (TAM). Também pode ser equipado com uma metralhadora 7,62mm (TARINGA, 2013). A sua munição, que tem o alcance de 30 Km, possui duas variantes: foguetes de 160mm e de 350mm. O lançador com a variante de 160mm comporta dois recipientes que transportam 18 foguetes cada. No caso da munição de 350mm, o lançador suporta 4 foguetes (TARINGA, 2013). Pelos mesmos motivos já esplanados no lançador Pampero, a compra ou fabricação deste blindado não traria benefícios para a indústria bélica nacional. Figura 7 – Veículo de Combate Lança Foguetes Fonte: http://www.taringa.net/posts/info/11356932/Artilleria-de- Campana-del-Ejercito-Argentino.html 2.1.8 Canhão auto-rebocado 75mm L40 Bofors O L40 é um canhão fabricado pela Suécia na década de 30 do século passado. Atualmente, a Argentina só utiliza este material, já bastante obsoleto, para fins de instrução. O seu reparo possui duas flechas utilizadas para ancorar a peça, de modo a diminuir o delocamento ocasionado pelo recuo do disparo. Guarnecida pelo efetivo 25 de seis militares, possui um alcance de 12,2 Km. Sua amplitude em elevação varia entre -5º e +45º (TARINGA, 2013). Além de estar ultrapassado, a limitação que este armamento possui na elevação de seu tubo não permite disparos com trajetória vertical. Soma-se a isto o seu baixo calibre e o fato de ser auto-rebocado. Todos estes aspectos o torna ineficiente para ser utilizado pela Força Terrestre brasileira. Figura 8 – Canhão auto-rebocado 75mm L40 Bofors Fonte: http://www.taringa.net/posts/info/11356932/Artilleria-de- Campana-del-Ejercito-Argentino.html 2.2 OS MATERIAIS DE ARTILHARIA DE CAMPANHA EMPREGADOS EM OPERAÇÕES NA COLÔMBIA 2.2.1 Obuseiro auto-rebocado 105mm M101 Fabricado pelos Estados Unidos da América (EUA), o obus M101 é tracionado por uma viatura 2 ½ Ton. O seu sistema freio-recuperador, do tipo hidropneumático, absorve uma parte considerável da energia gerada no disparo da munição, propiciando um retorno suave do tubo à sua posição original e evitando danos ao armamento (BRASIL, 1980). 26 O seu alcance máximo é de 11110 m e sua guarnição de 10 homens pode desenvolver uma cadência de tiro normal de 3 tiros por minuto e máxima de 10 tiros por minuto. No que diz respeito ao tubo, ele tem um campo de tiro horizontal de 45,5º e vertical variando de -5º a 65º (BRASIL, 1980). As munições desenvolvidas para a arma englobam as do tipo alto-explosiva, anti-carro e químicas (BRASIL, 1980). O M101 também já é empregado no Brasil nas brigadas motorizadas. Com a previsão da extinção destas brigadas e devido à obsolescência deste material, não convém o emprego de algum esforço para a sua produção. Figura 9 – Obuseiro auto-rebocado 105mm M101 Fonte: http://commons.wikimedia.org/wiki/File:M101-105mm- howitzer-camp-pendleton-20050326.jpg 2.2.2 Obuseiro auto-rebocado 155 mm APU-SBT Este obuseiro desenvolvido pela Espanha possui alta mobilidade através campo, alta velocidade de disparo, alcance máximo de 31,7 Km com munição comum e de 40 Km com munição especial e fácil manutenção. Além destas características, 27 possui uma amplitude em direção de 70º e de elevação entre -5º e +68º (ARMY GUIDE, 2013). Um motor a diesel possibilita deslocamentos sem o uso de uma viatura tratora a velocidades de até 18 Km/h ficando o motorista no lado esquerdo. Além disso, o motor propicia potência para levantar e baixar as rodas auxiliares, a abertura das flechas e a operação da plataforma de tiro (ARMY GUIDE, 2013). O armamento tem um reparo com quatro rodas que, quando colocado em posição de tiro, é apoiado sobre uma plataforma circular. As suas duas flechas são providas com uma pá, utilizada para ancorar a peça, e uma pequena roda que possibilita o seu deslocamento por seus próprios meios. Na posição de marcha, o tubo é girado 180º e travado sobre as flechas fechadas (ARMY GUIDE, 2013). O sistema freio-recuperador é do tipo hidropneumático. Para permitir uma alta cadência de tiro e o carregamento com altos ângulos de elevação, uma bandeja de carregamento e um soquete hidráulico foram instalados (ARMY GUIDE, 2013). O seu alcance máximo supera qualquer obuseiro empregado no Exército Brasileiro. Contudo, o fato de ser auto-rebocado o torna inadequado para a compra ou fabricação. Figura 10 – Obuseiro autopropulsado 155 mm APU-SBT Fonte: http://www.taringa.net/posts/imagenes/16321761/Artilleria-de-losEjercitos-Sudamericanos.html 28 2.2.3 Obuseiro auto-rebocado 105 mm LG1 MKIII Fabricado pela empresa francesa Nexter, o LG-1 MKIII é leve (pesa 1520 Kg), fácil de manusear e capaz de ser transportado via aérea (por helicópteros ou por pára-quedas), bem como ser usado em operações anfíbias (LUN, 2014). Esta versão diferencia-se das demais pela inclusão de inovações tecnológicas. Nestas inovações, estão incluídos um navegador inercial Kearfott Corporation KN4051, um monitor de comando e controle Aeronautics, uma unidade auxiliar de geração de energia e um dispositivo anti-vibração fornecido pela Dynamica, além de permitir a integração de equipamentos de gerenciamento tático como, por exemplo, o sistema Atlas da Thales Joint & Land Systems (LUN, 2014). Este material de artilharia pode disparar todos os tipos de projeteis 105 mm padrão da OTAN, especialmente as munições M1, a qual oferece um alcance de 11 km, podendo chegar a 17 Km com munição especial (LUN, 2014). O seu baixo peso, de 1520 Kg, torna-o apto a ser empregado em forças leves. Em elevação, o seu tubo pode variar de -3º a +70º e em direção 25º para cada lado, tendo como referência a direção geral de tiro. A sua guarnição de 5 homens é capaz de desencadear uma cadência de tiro de 12 projéteis por minuto. Esta nova versão do material possui uma unidade de navegação inercial usada para guiar e posicionar o obuseiro, diminuindo o tempo para que a bateria fique em condições de executar os disparos (ARMY RECOGNITION e WEBINFOMIL.COM, 2014). O LG1 MKIII não possui qualidades que compensem a sua inclusão na artilharia brasileira. Seu reduzido alcance máximo e o fato ser auto-rebocado contribuem para isto. 29 Figura 11 – Obuseiro auto-rebocado 105 mm LG1 MKIII Fonte: http://www.taringa.net/posts/imagenes/16321761/Artilleriade-los-Ejercitos-Sudamericanos.html 2.3 OS MATERIAIS DE ARTILHARIA DE CAMPANHA EMPREGADOS EM OPERAÇÕES NA VENEZUELA 2.3.1 Obuseiro autopropulsado 152 mm 2S19 MSTA-S Este obuseiro começou a ser utilizado pelo Exército Russo em 1989. É fabricado pela empresa russa Uraltransmash de Ekaterinberg que também desenvolveu duas novas variantes: a 2S19M, com um sistema de controle informatizado, e a 2S19M1, com o tubo de 155 mm no padrão adotado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) (FORÇAS TERRESTRES, 2013). O seu armamento principal é o Obus 2A64 de 152 mm, que é instalado sobre um chassi baseado no dos Carros de Combate T-72 e T-80 e tem uma elevação que vai de –3º a +68º e giro de 360º. O veículo também possui uma metralhadora antiaérea PZU-5 Utes, de 12.7mm, que é controlada remotamente pelo comandante, e três lançadores de granadas fumígenas, montadas nas laterais da torre. A sua estrutura tem a capacidade de transportar 50 projéteis de munição de 152mm e 300 para metralhadora antiaérea (FORÇAS TERRESTRES, 2013). 30 As munições desenvolvidas para o 2A64 possuem uma grande variedade de efeitos e finalidades, dando a este armamento um alto grau de flexibilidade. As variantes incluem a HE-FRAG (alto explosivo-fragmentação) e a HE-FRAG com Base Bleed, Cluster com submunições de fragmentação e a granada guiada a laser Krasnopol. A arma também pode disparar um projétil com o interferidor 3RB30 concebido para perturbar as comunicações do inimigo. Esta última tem um alcance de 22 km e pode perturbar as comunicações nas frequências que vão de 1,5 a 120 MHz, em um raio de 700 m. Já a granada Krasnopol foi desenvolvida pela empresa KRP e foi projetada para bater veículos blindados e posições de artilharia, com guiagem inercial de meio curso e a laser na fase final, podendo atingir alvos a uma distância entre 3 e 20 km (FORÇAS TERRESTRES, 2013). O municiamento, recarga, posicionamento e troca de alvos é realizado de forma totalmente automática, permitindo uma cadência máxima de 8 tpm, com os projéteis de pronto uso a bordo do AP e de 6 a 7 tpm com munição no solo, fora da viatura. A munição a bordo é armazenada na torre e uma bandeja móvel de remuniciamento permite que a arma seja recarregada com o tubo em todos os ângulos de elevação, sem a necessidade de retornar a posição de recarga. Esse mecanismo faz também a recarga da carga de projeção (FORÇAS TERRESTRES, 2013). A prateleira de munição permite que diversos tipos de projéteis fiquem juntos. O mecanismo de municiamento automático realiza as ações de seleção do tipo de munição, de controle do carregamento e da contagem do número de tiros. O carregador separado existente na parte traseira da torre executa o carregamento da munição de fora do AP. Ambos os carregadores (o interno e o externo) são dobrados e fixados antes do AP pôr-se em marcha. A ejeção dos cartuchos é feita de forma automática, reduzindo o acúmulo de gases (FORÇAS TERRESTRES, 2013). A tripulação varia entre cinco e sete homens. Neste último caso, o acréscimo se deve às necessidades de operação quando se opera de posições fixas, com a munição no solo. (FORÇAS TERRESTRES, 2013) O chassi é movido por um motor diesel V84A com injeção direta, quatro ciclos, poli-combustível, com refrigeração líquida e potência máxima de 780 a 840 hp, obtendo uma velocidade máxima de até 63 km/h, com autonomia de 500 km (FORÇAS TERRESTRES, 2013). 31 O autopropulsado tem a capacidade de realizar a travessia de cursos d’água de até 1000 metros de largura, com a profundidade máxima de 5 metros, devido ao snorkel incluído no veículo (FORÇAS TERRESTRES, 2013). Em resumo, observa-se que esta peça de artilharia possui proteção blindada, desloca-se por meio de lagartas, possui um alcance ligeiramente superior ao similar utilizado pelo exército nacional (18 Km), é dotado de um sistema de remuniciamento automático e é fabricado pela Rússia, país que possui boas relações diplomáticas com o Brasil. Estes elementos fazem deste material um possível candidato para a aquisição ou produção no Brasil (por meio de transferência de tecnologia). Figura 12 – Obuseiro autopropulsado 152 mm 2S19 MSTA-S (1) Comandante, (2) Carregador de Munição, (3) Carregador de Carga de Projeção, (4) Bandejas móveis de armazenamento de munição, (5) Mecanismo de alimentação de munição no solo, (6) Compartimento do Motor, (7) Absorvente hidraulico de choque, (8) Motorista, (9) Mecanismo de Elevação, (10) Equipamento de Pontaria e (11) Atirador Fonte: http://www.forte.jor.br/artilharia/o-ap-russo-2s19-msta-s-de-152mm/ 2.3.2 Lançador Múltiplo de Foguetes 120 mm BM-21 Grad De fabricação soviética, este armamento é transportado por uma viatura tratora Ural-4320 6X6, lançada em 1961, movida a um motor V-8 a diesel. Sua 32 velocidade máxima pode chegar a mais de 80 Km/h dando-lhe uma autonomia de, aproximadamente, 650 Km (AREAMILITAR, 2013). O lançador, de formato retangular, consiste de 40 tubos e é manuseado por uma guarnição de 5 homens que são suficientes para pô-lo em condições de disparo em 8 minutos. O acionamento é feito a partir da cabine ou externamente, por meio de um gatilho preso a um cabo de 64 metros. Todos os 40 foguetes de 2,87 metros levam cerca de 20 segundos para serem disparados, mas também podem ser deflagrados individualmente ou em grupos menores. O armamento conta com um telescópio panorâmico PG-1M, que pode ser usado para observação, e com um colimador K-1 (MILITARY ANALYSIS NETWORK, 2014). No caso de ser engajado em fogos de contra-bateria, pode ser colocado em posição de marcha em dois minutos. A recarga é feita manualmente e dura cerca de 8 minutos (MILITARY ANALYSIS NETWORK, 2014). Os novos foguetes (auto-explosivos, de fragmentação, incendiários ou químicos) permitem um alcance de 30 a 36 Km. A relativa precisão do sistema é mais efetiva em alcances menores, mas não pode ser usado em alvos pontuais (MILITARY ANALYSIS NETWORK, 2014). O lançador de foguetes brasileiro ASTROS II possui um alcance (90,2 Km) e desempenho superiores. Desta forma, não seria viável a sua substituição por este material. Figura 13 – Lançador Múltiplo de Foguetes 120 mm BM-21 Grad Fonte: www.armyrecognition.com 33 2.3.3 Lançador Múltiplo de Foguetes 300mm 9K58 Smerch Um sistema básico "Smerch" é constituído por um veículo pesado de lançamento, um veículo de transporte e de recarga, um sistema de controle de tiro automático em posto de comando e um veículo de manutenção. De fabricação russa, o sistema foi desenvolvido no início da década de 1980 (DEFENSA.COM, 2013). O veículo é baseado no caminhão MAZ-543M 8X8 movido por um motor V12 a diesel que chega a 60Km/h. Sobre o mesmo, é montado um lançador de foguetes com 12 tubos. Sua guarnição é de 3 homens e é capaz de executar disparos simples ou com todos os foguetes (DEFENSA.COM, 2013). A viatura que realiza a carga e descarga é baseada no mesmo caminhão acrescido de um guindaste hidrálico (DEFENSA.COM, 2013). O “SMERCH” utiliza o foguete 9M55K capaz de atingir distâncias que variam de 20 a 70 Km. A munição possui 7,5m de comprimento e pesa mais de 800Kg. Sua ogiva pode conter, além da versão comum, 72 submunições de fragmentação altoexplosivas ou 5 submunições anti-blindagem, capazes de penetrar 70mm de blindagem. A precisão das submunições é ampliada por sensores infravermelhos que guiam as suas trajetórias finais. Os foguetes 9M528 e 9M529 usam um propelente de alta energia que amplia o seu alcance máximo para 90 Km (ARMYTECNOLOGY.COM, 2013). O sistema de controle de tiro, baseado em um veículo separado, é o Vivari FCS que pode funcionar automaticamente ou por controle manual. Um único sistema pode controlar seis lançadores. O veículo possui um sistema de comunicações por satélite e via rádio e, através dos computadores E-175, calcula os elementos de tiro para cada alvo (ARMY-TECNOLOGY.COM, 2013). Este armamento tem um alcance semelhante, como já dito, ao do ASTROS II. Acrescenta-se a isto, o desenvolvimento pela AVIBRÁS de uma versão mais moderna, o ASTROS 2020, com perfomance superior ao Smerch. Assim, não compensa um investimento de recursos nesta peça de artilharia. 34 Figura 14 – Lançador Múltiplo de Foguetes 300mm 9K58 Smerch Fonte: http://www.army-technology.com/projects/smerch/ 35 3 CONCLUSÃO A Indústria Nacional de Defesa (IND) já teve um lugar de destaque na economia brasileira, nos anos 60 e 70, chegando o Brasil a ser o quinto maior exportador de material bélico do mundo (FRANÇA, 1988). A IND já chegou a desenvolver materiais de Artilharia de Campanha como se pode ver nos projetos de modernização do obuseiro M114 A1 155mm AR e de desenvolvimento dos obuseiros 155mm AP MALLET e 155mm AR GHN-45 (FRANÇA, 1988). Nos dias atuais destaca-se pela fabricação do LMF ASTROS II. Atualmente através da Lei 12598, de 21 MAR 12, do Decreto 7970, de 28 MAR 13, da Estratégia Nacional de Defesa e da Política Nacional da Indústria de Defesa, a nação brasileira busca retomar a posição que o país possuiu até pouco tempo, tornando-o independente das tecnologias estrangeiras para prover a sua defesa. No quadro abaixo, encontram-se resumidamente, as principais características dos armamentos estudados no desenvolvimento deste trabalho e de alguns materiais de posse das Forças Armadas brasileiras. Quadro 1 – Resumo técnico dos materiais de Artilharia de Campanha Material Calibre Alcance Mobilidade máximo Proteção blindada (Mun comum) Obuseiro autopropulsado 155mm 24,7 Km 155 mm Palmaria Obuseiro autopropulsado 155 mm Autopropulsado, Sim sobre lagartas 20.050 m 155 mm AMX Mk F3 Autopropulsado, Sim sobre lagartas (para parte tripulação) Obuseiro auto-rebocado 155mm 20 Km Auto-rebocado não 10 Km Auto-rebocado, não 155 mm L33 CITER Obuseiro auto-rebocado 105mm 105 mm M-56 Oto Melara podendo ser desmontado. Obuseiro Auto-rebocado 155mm 27 Km Auto-rebocado, não da 36 Material Calibre Alcance Mobilidade máximo Proteção blindada (Mun comum) 155 mm L 45 CALA 30 podendo realizar deslocamentos curtos. Lançador Múltiplo de 105mm 30 Km Foguetes CP-30 Pampero Veículo Autopropulsado, não sobre rodas Combate 160mm ou Lança Foguetes 350mm 30 Km Canhão 75mm L40 Bofors 12,2 Km Auto-rebocado não 11110 m Auto-rebocado não 31,7 Km Auto-rebocado, não Obuseiro de 75mm auto-rebocado 105mm Autopropulsado, sim sobre lagartas 105mm M101 Obuseiro autopropulsado 155mm 155 mm APU-SBT podendo realizar deslocamentos curtos. Obuseiro auto-rebocado 105mm 11 Km Auto-rebocado não 20 Km Autopropulsado, sim 105 mm LG1 MKIII Obuseiro autopropulsado 152mm 152 mm 2S19 MSTA-S Lançador Múltiplo sobre lagartas de 120mm Foguetes 120 mm BM-21 30 a 36 Autopropulsado, não Km sobre rodas 90 Km Autopropulsado, não Grad Lançador Foguetes Múltiplo 300mm de 300mm 9K58 sobre rodas Smerch Obuseiro autopropulsado 105mm 11,3 Km Autopropulsado, sim 37 Material Calibre Alcance Mobilidade máximo Proteção blindada (Mun comum) 105 mm M 108 Obuseiro sobre lagartas autopropulsado 155mm 18 Km Autopropulsado, sim 155 mm M 109 Lançador sobre lagartas Múltiplo de 127,180 Foguetes ASTROS II 90,2 Km. Autopropulsado, não ou Com 300mm míssil o sobre rodas tático, em desenvolvimento, passará para 300 Km Fonte: o autor Por fim, baseado no que já foi exposto e comparando os materiais empregados pelos vizinhos brasileiros com os que este país já possui, verifica-se que os obuseiros autopropulsados 155 mm Palmaria, da Argentina, e o 152 mm 2S19 MSTA-S, da Rússia, são os que mais interessariam ser desenvolvidos ou adquiridos pelo Brasil. A fabricação de um similar do italiano Oto Melara, devido à sua peculiaridade de poder ser desmontado, apesar de já ser de posse do Brasil, também seria vantajosa. _______________________________________ VELTON MARCONES PINHEIRO LEITE - Maj 38 REFERÊNCIAS ÁREAMILITAR. F-3 AMX-13 / 155mm. Disponível em: <http://www.areamilitar.net/DIRECTORIO/TER.aspx?nn=205&p=39>. Acesso em: 20 ago 2013. ________. Ural-4320 / 375D. Disponível em: <www.areamilitar.net/DIRECTORIO/TER.aspx?nn=287>. Acesso em: 3 jun 2013. ARMY GUIDE. APU SBT SIAC. 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