Serviço de táxi ou motorista particular?

Transcrição

Serviço de táxi ou motorista particular?
JORNAL DO SINTÁXI - Outubro de 2012 - www.sintaxi.com.br
2 - OPINIÃO
PALAVRA DO PRESIDENTE
Serviço de táxi ou motorista particular?
N
os últimos tempos os taxistas de Porto
Alegre enfrentam intermináveis dificuldades, sofrendo acusações, absolutamente injustas, e, até mesmo, caluniosas, como se fossem vilões perante a sociedade.
A mesma sociedade que não oferece
condições necessárias para a prestação de um
serviço altamente qualificado e com a pontualidade rigorosa exigida dos taxistas, como se
os profissionais do volante não fossem seres
humanos, mas extraterrestres oriundos de outros planetas afinal, para atender na plenitude
as exigências dos usuários deste serviço é preciso praticar verdadeiros milagres no trânsito
da cidade todos os dias.
Ocorre que os taxistas labutam em uma
capital que não foi planejada e cresceu desordenadamente recebendo do poder público apenas paliativos, haja vista que a solução seria a
prevenção e não os remendos.
O resultado disto é um carro para cada
dois habitantes trafegando na mesma estrutura
viária de décadas passadas.
Numa comparação entre Porto Alegre e
as demais cidades-sedes da Copa do Mundo de
2014, a tarifa de táxi da capital gaúcha está defasada, enquanto que a do transporte coletivo
de passageiros (ônibus e lotação) é uma das
mais altas.
Por conta disto existe uma procura intensa pelos táxis, cujo serviço é reconhecido pelo
usuário como ótimo. São veículos com quatro
portas, ar-condicionado e idade média de três
anos.
Transportam até quatro passageiros pelo
preço de um e, em muitos casos, as corridas
ficam mais baratas do que as passagens de ônibus, além de ser um serviço porta a porta.
Com todas estas condições favoráveis ao
usuário, criou-se uma expectativa que não pode ser atendida e os passageiros passaram a ver
o táxi como um serviço de motorista particular
e exclusivo, porém pagando o preço de carro
de praça, que é um serviço compartilhado e só
pode ser oferecido desta forma e com este valor, porque vários usuários são transportados
nas 24 horas do dia, possibilitando a oferta do
mesmo em toda a cidade por um preço de corrida média variando em torno de R$ 15,00.
Evidente que estas condições não permitem que o taxista fique a disposição de um único cliente nas 24 horas do dia, prestando atendimento exclusivo e personalizado, cobrando
R$ 15,00. Para isto seria necessário cobrar um
valor muito elevado que o cliente não aceita
pagar, mesmo querendo usufruir de um serviço com características de motorista particular.
Notícias divulgadas nos veículos de comunicação social dão conta que os taxistas não
querem trabalhar quando chove ou no retorno
de feriados prolongados. Tudo por conta de filas de passageiros nos pontos fixos da Estação
Rodoviária e Aeroporto Internacional Salgado
Filho.
Não é possível dimensionar a frota para
a exceção, onde o profissional do volante trabalharia dois ou três dias por ano (quando chove ou no retorno de feriados prolongados) e
ficaria parado no restante do tempo vivendo,
talvez, de esmolas.
Os taxistas de Porto Alegre querem trabalhar em paz com segurança, respeito ao usuário e cobrando uma tarifa justa o ano inteiro.
Eles são profissionais e conquistaram este direito ao longo de décadas de excelentes serviços prestados, no entanto são taxistas e não
motoristas particulares, estes sim, podem ficar
a disposição de um só cliente, que no caso é
o seu patrão e pagará o justo salário por esta
“mordomia” com todos os encargos sociais
embutidos nesta relação.
Quem quer serviço de transporte individual, personalizado e exclusivo a disposição
24 horas por dia, precisa adquirir no mínimo
dois veículos e contratar quatro motoristas.
O que não é possível aceitar é a cobrança
feita aos taxistas por este tipo de atendimento
com a contrapartida de R$ 15,00 por corrida
em média. Assim não dá!!! Por favor, é preciso
parar de agredir a lógica e espancar a coerência.
Luiz Nozari
Presidente do Sintáxi

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