As árvores no campo e na cidade

Transcrição

As árvores no campo e na cidade
2015-01-11
UNIVERSIDADE TÉCNICA DE LISBOA
UNIVERSIDADE SENIOR
AS ÁRVORES NO CAMPO E NA CIDADE
António Manuel D. Fabião
(Prof. Associado, Inst. Sup. Agronomia)
https://fenix.isa.ulisboa.pt/qubEdu/homepage/isa2250
E-mail: [email protected]
Ano Lectivo de 2014/2015
QUANDO É QUE UMA PLANTA É UMA ÁRVORE?
• Árvores são plantas que possuem meristemas secundários, dos quais um, o
câmbio líbero-lenhoso, é responsável pela formação do lenho, ou madeira;
• Esta formação secundária de lenho só ocorre em Gimnospermas (coníferas,
ou resinosas, como p. ex. os pinheiros) e Angiospermas Dicotiledóneas
(folhosas, como p. ex. os carvalhos e castanheiros);
• O lenho secundário tem funções de suporte e, em conjunto com o líber
proveniente do mesmo câmbio, tem também funções de transporte de
soluções nutritivas (a seiva, na terminologia corrente) entre as raízes e a
copa: solução do solo, com nutrientes, pelo lenho (‘seiva bruta’), e
fotoassimilados (hidratos de carbono, principalmente) pelo líber (‘seiva
elaborada’).
• Num sentido estrito, a definição anterior aplica-se melhor à designação de
plantas lenhosas perenes, permitindo distinguir entre si:
– Árvores: mais de 5 metros de altura; caule ramificado acima do solo;
– Arbustos: menos de 5 metros de altura; caule ramificado desde o solo;
– Subarbustos: menos de 1 metro (geralmente), lenhosas na base, herbáceas nas
extremidades.
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Câmbio libero-lenhoso
Câmbio subero-felodérmico
(felogene)
Suber (cortiça)
Feloderme
Liber (floema)
Lenho (xilema)
Cerne (durame)
Borne (alburno)
Anéis de crescimento
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EXEMPLOS DE DIMENSÕES E
LONGEVIDADES EM ÁRVORES
Espécie
Altura (m)
Perímetro Longevidade
na base (m)
(anos)
Sequoia sempervirens
≥100
-
≥4000
Sequoiadendron gigantea
<100
≥30
<100 (150?)
≥30
-
≥60
-
centenas
modesta
modesto
≥5000
Carvalhos (Quercus spp.)
±50 m
≥3000
Oliveira (Olea europaea)
-
-
Eucalyptus amygdalina
Abies alba
Pinus longaeva
Cipreste-comum (Cupressus sempervirens)
≥2000
2000- 3000
Forma específica
Forma florestal
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PARA QUE SERVEM AS ÁRVORES E AS
FLORESTAS?
Sombra e embelezamento
(Rep. Cabo Verde)
Revestimento e protecção das encostas
(Rep. Cabo Verde)
Produção de madeira e outros bens
(Pinhal de Leiria)
Lazer e conservação de habitats
(Reg. Aut.ª da Madeira)
PRODUTOS FLORESTAIS
Secundários
(industriais)
Primários
Bens materiais
Serviços
Intermédios
Finais
Protecção do
solo (erosão)
Madeira
serrada
Mobílias
Madeira
Sequestro de
carbono
Pasta
celulósica
Embalagens
Cortiça
Mitigação da
poluição
Aglomerados
Cestaria
Resina
Lazer e recreio
Directos
Folheados,
contraplacados
Associados
Caça
Pesca (águas
interiores)
Silvopastorícia
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Protecção do solo, conservação da
flora e da fauna, qualidade da água
e do ar, uso em recreio e lazer, ...
Caça. Pesca,
pastorícia, ...
Madeira,
cortiça,
resina, ...
BENS
MATERIAIS
DIRECTOS
BENS MATERIAIS ASSOCIADOS
SERVIÇOS INTANGÍVEIS
Aumentam os antagonismos: é
mais difícil obter simultaneamente
vários produtos
USO E OCUPAÇÃO DO SOLO EM
PORTUGAL
Uso do solo
Área (ha)
Floresta
3 458 577
Matos
1 926 630
Agricultura
2 929 544
Águas interiores
161 653
Outros usos
432 050
Floresta
39%
Matos
22%
Águas interiores
2%
Agricultura
32%
Outros usos
5%
http://www.afn.min-agricultura.pt/portal/outros/noticias/resource/ficheiros/apresentacao-do-ifn5-na-sefdr-madrp/Apresenta-IFN5-AFN-DNGF-JP.pdf
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A FLORESTA EM PORTUGAL
ÁREAS FLORESTAIS POR ESPÉCIES (103 HA)
Espécies
1963-66
1980-89
2005-06
2010
1288
1252
885
715
Eucalipto
99
386
740
812
Sobreiro
637
664
716
737
Azinheira
579
465
413
331
Pinheiro-manso
-
50
130
176
Outras resinosas
-
33
25
73
Carvalhos
-
112
66
67
Pinheiro-bravo
Castanheiros
-
31
30
41
Outras folhosas
-
115
186
195
2603
3108
3175
3147
http://www.afn.min-agricultura.pt/portal/outros/noticias/resource/ficheiros/apresentacao-do-ifn5-na-sefdr-madrp/Apresenta-IFN5-AFN-DNGF-JP.pdf
Matas Nacionais e Perímetros
Florestais
As Matas Nacionais são constituídas por
património fundiário pertence ao domínio
privado do Estado, sujeitas ao Regime
Florestal Total.
Os Perímetros Florestais são constituídos
por terrenos baldios, autárquicos ou
particulares e estão submetidos ao Regime
Florestal Parcial.
Por Regime Florestal entende-se o
conjunto de disposições destinadas à
criação, exploração e conservação da
riqueza silvícola, sob o ponto de vista da
economia nacional, e também o
revestimento florestal dos terrenos cuja
arborização seja de utilidade pública, e
conveniente ou necessária para o bom
regime das águas e defesa das várzeas,
para a valorização das planícies áridas e
benefício do clima, ou para a fixação e
conservação do solo, nas montanhas, e das
areias no litoral marítimo.
http://www.icnf.pt/portal/florestas/gf/regflo
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Pinhal de pinheiro-bravo (Pinus pinaster)
Mata Nacional de Leiria, Marinha Grande
Eucaliptal de Eucalyptus globulus
Quinta do Furadouro, Óbidos
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Montado de sobro (Quercus suber)
Montemor-o-Novo
Montado de azinho (Quercus rotundifolia)
Perímetro Florestal da Contenda, concelho de Moura
(detalhes: Serra Algarvia, concelho de Loulé)
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Pinhal de pinheiro-manso (Pinus pinea)
Perímetro Florestal da Contenda, concelho de Moura
Carvalhal de carvalho-negral (Quercus pyrenaica)
Quintela de Azurara, concelho de Mangualde
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Souto de castanheiros (Castanea sativa)
Carrazeda de Montenegro, Trás-os-Montes
COMÉRCIO EXTERNO DE PRODUTOS FLORESTAIS
Fonte:
Castro, P. P. (2012). Estratégias empresariais e as fileiras florestais portuguesas. Agroportal,
http://www.agroportal.pt/a/2012/pcastro6.htm#.UQLJyWfPY6w (consulta em Janeiro de 2013)
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ESTRUTURA DOS VALORES DE EXPORTAÇÃO E DE
IMPORTAÇÃO DOS PRODUTOS FLORESTAIS
1000 Euros
1600000
1400000
1200000
1000000
800000
600000
400000
200000
0
Produtos
Mobiliário e
resinosos
vime
Exportação
Madeira
Cortiça
Importação
Pasta
celulósicas
Papel e
cartão
Fonte:
Instituto Nacional de Estatística, I.P. (2012). Estatísticas Agrícolas 2011. Instituto Nacional de Estatística, Lisboa. Disponível em
http://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_publicacoes&PUBLICACOESpub_boui=142185148&PUBLICACOESmodo=2
(consulta em Janeiro de 2013)
AMEAÇAS À FLORESTA: FOGOS FLORESTAIS
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ÁREAS ARDIDAS EM 2010 E 2011
A ÁRVORE NA CIDADE: PARA QUÊ?
•
•
•
•
•
•
•
•
Alteração (Amenização) do Microclima
Redução e/ou Alteração do Ruído
Redução da Poluição Atmosférica
Redução do Brilho e da Reflexão da Luz
Controlo do Tráfego
Salvaguarda da Privacidade
Conservação da Vida Selvagem
Funções Estéticas
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A AMENIZAÇÃO DO MICROCLIMA
• Temperatura
As cidades tendem a ser mais quentes (0,5 a 1,5ºC, em média) do que o
seu meio envolvente, o que pode ser desconfortável no Verão; a presença
de vegetação arbórea intercepta a radiação solar, suavizando a
temperatura e despendendo parte da energia na evapotranspiração.
• Vento
A presença de maciços e cortinas de árvores reduz a velocidade do vento;
por outro lado, a existência de edifícios contíguos delimitando ruas que
funcionam como canais de circulação de ar, tende a aumentar aquela
velocidade e o desconforto daí resultante; a presença de árvores em
alinhamentos, bem como em parques e jardins, atenua esse desconforto e
influencia outros elementos do microclima que dependem do vento.
• Precipitação e humidade
As copas interceptam a precipitação e reduzem a sua velocidade de queda;
a chuva interceptada evapora-se, goteja, ou escorre ao longo dos ramos e
tronco. As árvores desfavorecem também a ocorrência de enxurradas,
embora em meio urbano necessariamente em escala modesta, na maior
parte dos casos.
A REDUÇÃO E/OU ALTERAÇÃO DO RUÍDO
•
•
•
•
•
O ruído exterior é uma característica dos aglomerados urbanos que tende a
crescer com a sua dimensão, contribuindo para o desconforto humano;
a atenuação do ruído ocorre de uma forma normal, através da distância,
ou de uma forma acrescida pela imposição de barreiras físicas à sua
transmissão no ar;
essas barreiras actuam por absorção, deflecção, reflecção, difracção e
mistura com outros sons menos desconfortáveis, produzidos pela própria
barreira;
as plantas actuam sobre o ruído sobretudo por absorção (principalmente
pelas folhas e outros tecidos macios), por deflecção e refracção (troncos e
ramos mais grossos) e pela produção de sons mais agradáveis ao ouvido
humano (provenientes delas próprias e da fauna selvagem que abriguem),
os quais mascaram o ruído de fundo;
a protecção contra o ruído pode ser particularmente eficiente em áreas
residenciais que se disponham paralelamente a grandes vias de tráfego
rodoviário e ferroviário, em especial quando se conjugam alinhamentos ou
aglomerados de árvores com elevações do terreno.
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A REDUÇÃO DA POLUIÇÃO
•
A contribuição das árvores urbanas para a redução da poluição atmosférica
pode-se revestir de aspectos variados e, por vezes, complexos:
– a produção de oxigénio na fotossíntese pode representar a entrada de um
“excesso” de oxigénio no meio, disponível para oxidar quimicamente uma parte
importante dos poluentes gasosos;
– por outro lado, consomem no mesmo processo o dióxido de carbono da
atmosfera, actuando como sumidouro de carbono;
– algumas árvores podem absorver pelas folhas (principalmente) dióxidos de
enxofre e de azoto, ácido fluorídrico e ozono, embora com danos naqueles
orgãos (as espécies caducifólias reagem melhor à ocorrência de tais danos);
– a intercepção de poeiras em suspensão na atmosfera, pelas copas das árvores,
de onde são depois retiradas pela queda das folhas e pela chuva, é um dos
aspectos sensíveis do papel das árvores na redução da poluição atmosférica;
•
•
os odores florais e foliares das árvores contribuem para a redução de cheiros
desagradáveis que facilmente ocorrem nos meios urbanos;
em contrapartida, algumas espécies arbóreas produzem pólen alergisante,
ou libertam outros componentes desagradáveis (indumentos caducos, peças
florais).
Exemplos de Remoção de Poluentes pelas
Árvores (unidade: 103 kg ano-1)
Poluente
Nova York
Atlanta
Sacramento
Ozono
506
514
603
Partículas em suspensão (< 10 µ)
470
406
679
Dióxido de azoto
510
145
148
Dióxido de enxofre
238
95
27
Monóxido de carbono
97
35
-
1821
1196
(1457)
Total
Adaptado de:
Harris, R. W., J. R. Clark & N. P. Matheny. 2004. Arboriculture: Integrated Manegement of Landscape Trees, Shrubs
and Vines. 4th Edition. Prentice Hall. N. Jersey.
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Acer
Arecaceae
Casuarina
Cupressaceae
Olea
Outras Oleaceae
Papaveraceae
500
Parietaria/Urticaceae
Poaceae
400
Pinus
Platanus
300
Populus
Quercus
200
Urtica
Outras lenhosas
100
Outras não lenhosas
Outras/Não identificadas
0
03-02-09
05-03-09
04-04-09
04-05-09
03-06-09
03-07-09
02-08-09
01-09-09
01-10-09
31-10-09
30-11-09
30-12-09
29-01-10
CONTRIBUIÇÃO DAS ÁRVORES PARA O ESPECTRO POLÍNICO EM
LISBOA (CAMPO GRANDE)
CONTRIBUIÇÃO DAS ÁRVORES PARA O ESPECTRO POLÍNICO EM LISBOA (C. GRANDE) - 2
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A CONSERVAÇÃO DA VIDA SELVAGEM
• As árvores de alinhamento e de maciços florestais urbanos
constituem a única oportunidade de abrigo, alimentação e
reprodução da vida selvagem no interior do espaço
urbanizado;
• se as crianças residentes em cidades e vilas ainda sabem o
que é uma ave, com que é que se parecem os estorninhos, ou
os verdelhões, ou o pisco de peito ruivo, isso deve-se em
grande parte à existência de árvores nas zonas urbanizadas;
• a árvore da cidade contribui para a conservação da vida
selvagem fora das áreas protegidas, estando parte dessa
fauna bem adaptada a esta articulação entre o urbanizado e a
floresta da cidade.
Exemplos de aves em habitat urbano
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A ÁRVORE NA CIDADE: COMO E ONDE?
Em espaços florestais periurbanos (mais raramente, intraurbanos), tendo por funções
principais o recreio e lazer, o
enquadramento de outras
actividades lúdicas, ou a educação
ambiental;
A instalação e a condução dos
povoamentos enquadram-se
geralmente em princípios de
silvicultura típica, com a
explorabilidade definida pela
utilidade social /ambiental dos
povoamentos (revoluções longas,
variedade de composições e de
estruturas, intervenção produtiva
orientada para a paisagem, a
sanidade das árvores e a
segurança de pessoas e bens, ...);
•
•
A ÁRVORE NA CIDADE: COMO E ONDE? / 2
•
Em parques e jardins inseridos
na malha urbana, menores do
que os espaços anteriores e
instalados e conduzidos numa
perspectiva mais artística, com
uma componente importante
de jardinagem (incluindo o uso
de
outras
plantas
ornamentais) e uma adequada
supervisão de arquitectos
paisagistas;
Foto: C. Lamelas Marques
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A ÁRVORE NA CIDADE: COMO E ONDE? / 3
Foto: H. Jóia da Silva
•
Em placas jardinadas inseridas na rede de
acessos e em rotundas e placas divisórias de
tráfego automóvel, geralmente de pequena
dimensão;
A ÁRVORE NA CIDADE: COMO E ONDE? / 4
• Em alinhamentos simples ou múltiplos, ao
longo de ruas e avenidas.
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Espécies mais comuns
em espaço urbano
Plátano
Platanus orientalis var. acerifolia
Colares, concelho de Sintra
Espécie introduzida, mas com
possibilidade de haver variedades
autóctones
Espécies mais comuns
em espaço urbano
Lódão-bastardo, Agreira, Ginjinhade-rei
Celtis australis
Avenida do Brasil, Lisboa
Espécie autóctone
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Espécies mais comuns
em espaço urbano
Tília-prateada
Tilia tomentosa
Viseu
Espécie introduzida, com
distribuição na Europa
Espécies mais comuns
em espaço urbano
Tília-de-folhas-pequenas
Tilia cordata
Lamego
Espécie introduzida, com
distribuição na Europa
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Espécies mais comuns
em espaço urbano
Choupo-negro
Populus nigra
Parque dos Poetas, Oeiras
Espécie com distribuição em
Portugal, natural ou naturalizada,
mas a variedade fastigiada é
oriunda do Norte de Itália
Espécies mais comuns
em espaço urbano
Choupo-branco
Populus alba
S. Pedro do Estoril
Espécie com distribuição ibérica,
mas distribuição natural incerta,
por ter sido muito cultivada desde
um passado remoto e ter
comportamento invasor
(rebentões de raiz)
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Espécies mais comuns
em espaço urbano
Freixo
Fraxinus spp.
Tapada da Ajuda, Lisboa
Espécie autóctone (endemismo
ibero-norte-africano)
Espécies mais comuns em
espaço urbano
Grevília, Carvalho-prateado
Grevillia robusta
Jardim do Hospital Júlio de Matos,
Lisboa
Espécie introduzida, oriunda da
Austrália
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Espécies mais comuns em
espaço urbano
Liquidambar
Liquidambar stiracilflua
Parque da Liberdade, Sintra
Espécie introduzida, oriunda da
América do Norte
Fonte: Grey, G. W. e F. J. Deneke. 1986. Urban Forestry. John Wiley and Sons. N. York.
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INCONVENIENTES AMBIENTAIS DAS ÁRVORES
= AS INVASORAS LENHOSAS =
•
•
•
•
•
O recurso a espécies lenhosas introduzidas pode trazer para ambientes novos
espécies que não encontram neles competidores e predadores que limitem de
alguma forma o seu desenvolvimento e a agressividade da sua propagação
natural;
Muitas dessas espécies foram introduzidas para satisfazer necessidades
económicas que não persistiram, tendo posteriormente sido abandonadas e
deixadas entregues a si próprias, passando por aí muitos dos problemas de
invasibilidade a que vieram posteriormente a dar origem (acácias, por exemplo);
O fenómeno é mais frequente e mais grave em espécies com origem
ecologicamente muito diferente das condições ambientais que vieram a
encontrar entre nós, mas há excepções;
O carácter invasor está também muito relacionado com o tipo e a facilidade de
propagação, tanto por sementes como por via vegetativa (rebentões de raiz,
sobretudo);
Em Portugal, a introdução de invasoras lenhosas está regulamentada pelo
Decreto-Lei n.º 565/99, de 21 de Dezembro, que genericamente a proíbe
(espécies do Anexo I assinaladas como invasoras).
Invasoras lenhosas
mais comuns
Ailanto da China, Espanta-lobos
Ailanthus altissima
Espécie oriunda da China, introduzida
como ornamental e para demarcação de
extremas de propriedades agrícolas
http://en.wikipedia.org/wiki/File:G%C3%B6tterbaum_%28Ailanthus_altissima%29.jpg
http://www.floracyberia.net/spermatophyta/angiospermae/dicotyledoneae/simaroubaceae/ailanthus_altissima.html
(consulta em 2013; página actualmente indisponível)
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Invasoras lenhosas
mais comuns
Árvore-do-incenso, Incenso
Pittosporum undulatum
Tapada da Ajuda, Lisboa
Espécie oriunda da Austrália,
introduzida para a formação de
sebes e cortinas de abrigo contra
o vento e como ornamental;
espécie melífera apreciada nos
Açores (“mel de incenso”).
Invasoras lenhosas
mais comuns
Acácias-mimosas
Acacia dealbata
Acacia mearnsii (=A. molissima)
Serra de Monchique, Algarve
Espécies oriundas da Austrália,
introduzidas para a extracção de
tanino da casca, produção de
lenha e como ornamentais
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Invasoras lenhosas
mais comuns
Acácia da Austrália, Acáciaaustrália, Codeço-alto
Acacia melanoxylon
Povoamento na Serra de Sintra
Espécie oriunda da Austrália,
introduzida para extracção de
taninos da casca, madeira (tem
porte muito elevado, boa forma
florestal e madeira de boa
qualidade) e como ornamental
Invasoras lenhosas
mais comuns
Acácia-de-espigas
Acacia longifolia
Lagoa Azul, Serra de Sintra
Espécie oriunda da Austrália,
introduzida para extracção de
taninos da casca, fixação de areias
móveis, produção de lenha e
como ornamental
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Invasoras lenhosas
mais comuns
Acacia saligna
Acacia pycnantha
Perímetro Florestal da Conceição
de Tavira, Algarve
Espécies oriundas da Austrália,
introduzidas para extracção de
taninos da casca, fixação de solos
arenosos, protecção de encostas
degradadas e como ornamentais.
A. pycnantha é o emblema floral
oficial da Austrália.
Invasoras lenhosas
mais comuns
Acácia-bastarda, robínia
Robinia pseudoacacia
Tapada da Ajuda, Lisboa
Espécie oriunda da América do
Norte, introduzida como
ornamental e em alinhamentos
urbanos, mas com grande valor
para a produção de madeira e
como espécie melífera.
Espécie florestal importante, por
exemplo, na Hungria.
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ALGUNS ELEMENTOS DE ESTUDO E
DOCUMENTAÇÃO
•
•
Fabião, A. M. (1987). Árvores e Florestas. Col. Euroagro, 15. Publicaçöes
Europa-América. Mem Martins. (2ª edição revista e actualizada – 1996).
Fabião, A. (2006). As Podas em Árvores Ornamentais: Como e Porquê?.
Divisão de Parques e Jardins, Departamento de Ambiente e Salubridade.
Câmara Municipal de Odivelas. Odivelas. Disponível em http://www.cmodivelas.pt/anexos/areas_intervencao/ambiente/documentos/As%20Podas%20em
%20%C3%81rvores%20Ornamentais%20-%20Como%20e%20Porqu%C3%AA.pdf.
•
•
Fabião, A. (2009). Os mitos urbanos da floresta (II): As árvores precisam
de ser podadas! Ingenium (2ª Sér.) 114, 66-69.
Michau, E. 1998. A Poda das Árvores Ornamentais. Manual FAPAS. Fundo
para a Protecção dos Animais Selvagens / Câmara Municipal do Porto.
Porto. (ISBN 972-95951-4-3).
Catalpa bignonioides
Parque dos Poetas, Oeiras
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