Edição 10 - Entre Irmãos

Transcrição

Edição 10 - Entre Irmãos
Fundado em 24 de fevereiro de 2007
Editorial
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“Seja um dos que concorrem para o melhoramento da humanidade!”
Zoroastro
portas de 2008, encerramos mais um ano de muito trabalho, de grande aprendizado e
À srealizações.
O ano de 2007, em 24 de fevereiro, foi um marco para o Arte Real. Fundamos
nossa Revista Virtual; pouco a pouco conquistou nossos leitores pela seriedade como tratamos a
cultura maçônica.
Fomos brindados com matérias de altíssimo nível de autores consagrados no mundo
maçônico e de valorosos Irmãos, que entenderam nosso legado de incentivar o estudo e a
pesquisa e nos proporcionaram verdadeiras pérolas literárias, incansavelmente, lidas em Lojas e
grupos de estudos, estimulando a pesquisa e servindo de referência para criação de novas Peças
de Arquitetura.
Essa edição, fechando o ano de 2007, promete por sua diversidade de temas e de
matérias de Irmãos de várias partes do Brasil, o que faz do Arte Real um informativo eclético,
permitindo-nos beber cristalinas águas de várias fontes da sabedoria.
Dezembro é o mês do Natal, da confraternização, dos encontros. Época de reavaliação e ajuste de rota para iniciarmos
um novo ano mais estruturados em todos os aspectos. A coluna Destaques, através da matéria “Natal – Nascimento do Cristo,
em Nós!”, traz a origem e a verdadeira essência do Natal; já a coluna Reflexões mostra uma Crônica, escrita por mim há alguns
Natais, com uma mensagem sincera para todos os Natais vindouros.
Nossos leitores poderão, através da matéria “A Águia Bicéfala de Lagash”, de autoria do Irmão Luiz Gonzaga Venelli,
entender melhor a origem e o significado desse antiqüíssimo símbolo, utilizado pelo R∴E∴A∴A∴ em seus Altos Graus.
Ninguém melhor do que o ilustre Irmão José Castellani para nos falar da Maçonaria Simbólica através de sua matéria
“A Importância dos Graus Simbólicos”.
Inaugura-se uma coluna especialíssima - “Os Grandes Iniciados” - visando trazer à compreensão dos leitores Vida e
Obra desses excelsos Avataras, que, ciclicamente, iluminam a face da Terra com Seus elevados ensinamentos em prol da
evolução humana. E o fazemos com Zoroastro - o codificador da Fraternidade dos Magos e reformador da religião vigente em
sua época.
Nossa capa, mais uma vez, tenta conscientizar nossos leitores da mudança de postura com relação aos cuidados com
nosso planeta. Não podemos esperar por soluções governamentais imediatistas; cada um de nós deve fazer sua parte.
O exemplo não é a melhor maneira de conscientização, e, sim a única! Seja um dos multiplicadores dessa idéia!
Temos um encontro marcado na próxima edição! 
Arte Real
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
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Arte Real é um informativo maçônico virtual de publicação mensal que se apresenta como
o mais novo canal de
informação, integração e incentivo à cultura maçônica em todo o Brasil, especialmente às Lojas do Sul de Minas de
Gerais.
O
Editor Responsável: Francisco Feitosa da Fonseca.
Diagramação e Editoração Gráfica: Francisco Feitosa da Fonseca.
Revisão: João Geraldo de Freitas Camanho
Colaboradores nesta edição: Aroldo Gonçalves – Edivaldo José de Souza Ribeiro –
José Castellani – Leo Cenizi - Luiz Gonzaga Venelli.
Texto da Capa: Pensamentos do Professor Henrique José de Souza – fundador da
Sociedade Brasileira de Eubiose.
Contatos: [email protected] ou [email protected]
Empresas Patrocinadoras: Arte Fios – Aquecedores Solar Argus e Belosol – Arte Real
Software – Condomínio Recanto dos Carvalhos - CH Dedetizadora – CONCIV Construções
Civis - CFC Objetiva Auto Escola - Churrasqueiras ARKE – Lider Rio - Maqtem - Santana
Pneus – SBS Mármores e Granitos - Sul Minas Laboratório Fotográfico – Walmir Battu.
Distribuição gratuita via Internet.
Os textos editados são de inteira responsabilidade dos signatários. 
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Nesta Edição
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Texto da Capa – Pensamentos de JHS............................Capa
Editorial...................................................................................2
Destaque - Natal – Nascimento do Cristo, em Nós! .............3
Matéria da Capa – Preservação Ambiental .........................5
Os Grandes Iluminados – Zoroastro.................................. 6
Trabalhos – A Águia Bicéfala de Lagash................................7
Trabalhos - A Importância dos Graus Simbólicos.................9
Trabalhos - A Luz.................................................................10
Trabalhos - O Templo de Salomão.......................................11
Ritos Maçônicos – História do Rito Mêmphis-Misraïm....12
Reflexões – Então é Natal!...................................................14
Boas Dicas – E-book /Edições Anteriores.................14
Destaques
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Natal – Nascimento do Cristo, em Nós!
O
Arte Real, através desse trabalho de
pesquisa sobre as origens do Natal,
não tem a menor intenção de ofuscar, e
nem mesmo conseguiria, a beleza das
festas
natalinas.
Momentos
de
confraternização, onde a solidariedade, a
fraternidade entre os povos estão mais em
evidência. Os festejos natalinos têm um
clima de harmonia e paz, remetendo-nos
à interiorização e reavaliação de valores.
Cabe-nos o compromisso de fazer luz
sobre o que muitos ainda ignoram. Por
isso, preparamos este singelo trabalho de
cunho elucidativo.
A palavra “Natal” tem a ver com
nascimento, ou aniversário natalício, em
especial com o dia em que geralmente se
comemora o nascimento de Jesus Cristo.
Esse vocábulo não aparece na Bíblia e,
também, não foi utilizado pelos primeiros
apóstolos. A “Festa de Natal” não se inclui
entre as festas bíblicas.
A Nova Enciclopédia Católica reconhece: "A data do
nascimento de Cristo não é conhecida; os evangelhos não indicam
nem o dia nem o mês". A revista católica americana U.S. Catholic
diz: "É impossível separar o Natal de suas origens pagãs".
Na verdade, a festividade no mês de Natal já existia mesmo
antes de o menino Jesus nascer. Durante muitos anos
comemorava-se nesse período, final do mês de dezembro do atual
calendário gregoriano, o solstício de inverno no hemisfério Norte,
que seria o tempo em que o sol se afastava do equador e
estacionava durante alguns dias, pois assim eram as noites mais
frias do ano.
A celebração do Natal antecede ao Cristianismo em cerca
de 2000 anos. Tudo começou com um antigo festival
mesopotâmico que simbolizava a passagem de um ano para outro,
o Zagmuk. Muitos povos comemoravam quando o inverno passava.
Eles esperavam por dias mais longos, com mais luz do sol; essas
festas eram comemoradas por doze dias.
Muito antes de Cristo, já havia, na Europa, mitos e rituais
relacionados ao solstício de inverno. Na Escandinávia, em 21 de
dezembro, era comemorado o Yule, ocasião em que os chefes de
família queimavam grandes toras em adoração ao sol. Na
Alemanha, honrava-se o temido deus Oden, que em seus vôos
noturnos escolhia quem iria se dar bem e quem seria
desafortunado no ano seguinte.
No Egito, celebrava-se a passagem do deus Osíris para o
mundo dos mortos. Povos antigos da Grã-Bretanha também
comemoravam o evento. As festividades aconteciam ao redor do
monumento de Stonehenge, construído cerca de 3100 a.C. para
Francisco Feitosa
marcar a trajetória do Sol ao longo do
ano. A construção existe até hoje.
Para os mesopotâmios, o Ano
Novo representava uma grande crise.
Devido à chegada do inverno, eles
acreditavam que os monstros do caos
enfureciam-se, e Marduk, o seu principal
deus, precisava derrotá-los para preservar
a continuidade da vida na Terra. O festival
de Ano Novo, que durava 12 dias, era
realizado para ajudar Marduk em sua
batalha. A tradição dizia que o rei devia
morrer no fim do ano para, ao lado de
Marduk, ajudá-lo em sua luta. Para
poupar o rei, um criminoso era vestido
com as suas roupas e tratado com todos
os privilégios do monarca; sendo morto,
levava todos os pecados do povo consigo.
Assim, a ordem era restabelecida.
Um ritual semelhante era
realizado pelos persas e babilônios,
chamado de Sacae; a versão também
contava com escravos que tomavam o lugar dos seus mestres.
A Mesopotâmia, chamada de mãe da civilização, inspirou a
cultura de muitos povos, como os gregos, que englobaram as raízes
do festival, celebrando a luta de Zeus contra o titã Cronos. Mais
tarde, através da Grécia, o costume alcançou os romanos, sendo
absorvido pelo festival chamado Saturnália (em homenagem a
Saturno). A festa começava no dia 17 de dezembro e ia até o 1º de
janeiro; comemorava-se o solstício do inverno. De acordo com seus
cálculos, o dia 25 era a data em que o Sol se encontrava mais fraco,
porém pronto para recomeçar a crescer e trazer vida às coisas da
Terra.
Durante a data, que acabou conhecida como o Dia do
Nascimento do Sol Invicto, as escolas eram fechadas e ninguém
trabalhava. Eram realizadas festas nas ruas, grandes jantares
eram oferecidos aos amigos e árvores verdes - ornamentadas com
galhos de loureiros e iluminadas por muitas velas - enfeitavam as
salas para espantar os maus espíritos da escuridão. Os mesmos
objetos eram usados para presentear
uns aos outros.
Na origem, as comemorações
festivas do ciclo natalino vêm do final
da Idade Antiga, quando a Igreja
Católica introduziu o Natal em
substituição a uma festa mais antiga do
Império Romano, a festa do deus Mitra,
que anunciava a volta do Sol em pleno
inverno do hemisfério Norte. A
adoração a Mitra, divindade persa que
se aliou ao sol para obter calor e luz em
benefício das plantas, foi introduzida
em Roma no último século antes de
Cristo, tornando-se uma das religiões
mais populares do Império.
Até os primeiros três séculos da Era Cristã, a
humanidade não celebrava o Natal como conhecemos hoje. Foi
preciso que o Império Romano adotasse o Cristianismo como
religião oficial, no século IV. A partir desse momento, a Igreja
passou a conferir significados católicos para as tradições e os
simbolismos pagãos. Foi a apropriação destes cultos, sobretudo o
de Mitra, que acabou gerando o nosso Natal, com a data de
nascimento de Cristo sendo celebrada no dia 25 de dezembro.
A data conhecida pelos primeiros cristãos foi fixada pelo
Papa Júlio I para o nascimento de Jesus Cristo, como uma forma
de atrair o interesse da população. Pouco a pouco, o sentido
cristão modelou e reinterpretou o Natal na forma e intenção.
Conta a Bíblia que um anjo anunciou para Maria que ela daria à
luz a Jesus, o filho de Deus. Na véspera do nascimento, o casal
viajou de Nazaré para Belém, chegando na noite de Natal.
A maior parte dos historiadores afirma que o primeiro
Natal, como conhecemos hoje, foi celebrado no ano 336 d.C.. A
troca de presentes passou a simbolizar as ofertas feitas pelos três
Reis magos ao menino Jesus, assim como outros rituais também
foram adaptados.
Mas nem sempre e nem em todos os lugares, o Natal foi
uma festa familiar e de paz. Na Inglaterra, no século 17, a data era
sinônimo de bagunça: costumava-se eleger um indivíduo
desocupado como "Lord da Baderna", e, sob suas ordens, os
pobres iam às casas dos ricos para exigirem a melhor comida e
bebida. Quem não fornecesse, era ameaçado e tinha sua casa
atacada violentamente. Era tal o pavor das famílias com a
proximidade do Natal, que a comemoração chegou a ser proibida
durante vários anos pelos britânicos.
Na América, o Natal só começou a ser comemorado no
século 19, época de desemprego e luta de classes, prevalecendo o
violento modelo de comemoração inglês. As brigas de gangues em
Nova Iorque atingiram seu auge na época natalina, levando o
Conselho Municipal a criar, em 1828, a primeira força policial da
cidade, que surgiu com a missão específica de combater os
conflitos de Natal.
Mais recentemente, atendidos os interesses católicos, o
nascimento de Jesus passou a servir ao novo poder mundial: o
capitalismo. Data máxima do marketing e do comércio a partir do
século 20, o Natal desde então arrasta multidões aos shoppings e
supermercados, em obediência à ordem suprema da publicidade
para o consumo desenfreado e irracional. A mensagem é
tentadora: compre e será feliz!
Estudiosos afirmam que a figura do bom velhinho foi
inspirada num bispo chamado Nicolau, que nasceu na Turquia
em 280 d.C. O bispo, homem de bom coração, costumava ajudar
as pessoas pobres, deixando saquinhos com moedas próximos às
chaminés das casas.
Foi transformado em santo (São Nicolau) após várias
pessoas relatarem milagres atribuídos a ele. A associação da
imagem de São Nicolau ao Natal aconteceu na Alemanha e
espalhou-se pelo mundo em pouco tempo. Nos Estados Unidos,
ganhou o nome de Santa Claus; no Brasil, de Papai Noel; em
Portugal, de Pai Natal.
Até o final do século XIX, o
Papai Noel era representado com uma
roupa de inverno na cor marrom.
Porém, em 1881, uma campanha
publicitária da Coca-Cola mostrou o
bom velhinho com uma roupa, também
de inverno, nas cores vermelha e branca
(as cores do refrigerante) e com um
gorro vermelho com pompom branco. A
campanha publicitária fez um grande
sucesso, e a nova imagem do Papai Noel
espalhou-se rapidamente pelo mundo.
Por
interesses
comerciais,
foram introduzindo-se novos hábitos
de consumo para essa comemoração.
Comer peru no Natal surgiu em
Plymouth, Massachusetts, nos EUA, em 1621. Nesse ano, no Dia
de Ação de Graças, serviu-se peru selvagem, criado pelos índios
mexicanos, como prato principal. Os espanhóis o levaram para a
Europa por volta do século 16. Nessa época eram servidos gansos,
cisnes e pavões, aves nobres. O peru, além de ser mais barato,
ganha peso mais facilmente.
O surgimento do panetone é atribuído ao mestre-cuca
Gian Galeazzo Visconti, que o teria preparado para uma festa, em
1395. O costume de comer panetones em ceias de Natal nasceu
em Milão. Depois, tomou conta da Itália e, daí, ganhou todo o
mundo.
A Igreja católica sempre deu muita importância para o
valor da música. As primeiras canções natalinas datam do século
IV e são cantadas até hoje na véspera de Natal. Já o costume de
montar presépios, embora de origem hebraica, surgiu com São
Francisco de Assis, que pediu a um homem chamado Giovanni
Villita que criasse o primeiro. São Francisco, então, celebrou uma
missa em frente daquele presépio, inspirando devoção a todos
que a ela assistiam. Foi em Nápoles, na Itália, no século XVIII,
que esse hábito cresceu. Os presépios eram montados na sala das
casas, com figuras de barro e madeira.
No mundo, milhões de famílias celebram o Natal ao redor
de uma árvore. A árvore, símbolo da vida, é uma tradição mais
antiga do que o próprio Cristianismo, e não é exclusiva de uma só
religião. Muito antes de existir o Natal, os egípcios traziam galhos
verdes de palmeiras para dentro de suas casas, no dia mais curto
do ano, em dezembro, como um símbolo de triunfo da vida sobre
a morte.
Já o costume de ornamentar a árvore pode ter surgido do
hábito que os druidas tinham de decorar velhos carvalhos com
maçãs douradas, para as festividades desse mesmo dia do ano.
A primeira referência a uma " Árvore de Natal" é do
século XVI. Na Alemanha, famílias ricas e pobres decoravam
árvores com papel colorido, frutas e doces. Essa tradição se
espalhou pela Europa e chegou aos Estados Unidos
pelos colonizadores alemães. Logo, a árvore de
Natal passou a ser popular em todo o mundo.
A prática de enviar cartões de Natal surgiu
na Inglaterra, no ano de 1843. Em 1849, os
primeiros cartões populares de Natal começaram a
ser vendidos por um artista inglês chamado
William Egly.
A guirlanda, às vezes conhecida por “coroa
de Natal” é memorial de consagração. Em grego é
“stephano”, em latim “corona”, podendo ser
entendida como enfeite, oferenda, oferta para
funerais, celebração memorial aos deuses, à
vitalidade do mundo vegetal, às vítimas que eram
sacrificadas aos deuses pagãos, aos esportes etc.
Significa um “Adorno de Chamamento” e,
conseqüentemente, é porta de entrada de deuses.
Razão pela qual, em geral, coloca-se a guirlanda
nas portas, como sinal de boas vindas! A Bíblia não faz qualquer
menção de uso de “guirlanda” no nascimento de Jesus. Só existe
uma na Bíblia, feita por Roma para colocar na cabeça de Jesus no
dia de sua morte, mas com espinhos , símbolo de escárnio!
Muito embora o Natal tenha sua origem bem anterior ao
nascimento de Jeoshua Ben Pandira – o Jesus bíblico - e o
Cristianismo, não conseguindo refrear as comemorações das
festas tradicionais pagãs, tenha, inteligente e
gradualmente, adotado a data como o nascimento
do Mestre Jesus, isso em nada fere a essência da
comemoração.
Natal é para comemorarmos o nascimento
do Cristo sim, mas dentro de nós - na manjedoura
de nosso coração! O que devemos é pautar nossos
passos baseados em seus excelsos ensinamentos:
“Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém
vai ao Pai senão por Mim!”
Ninguém ascenderá em evolução em
direção à Casa do Pai, se não encontrar seu Cristo
interno, se não iniciar uma ação, ou melhor, uma
Iniciação, semeando Amor em seu coração e,
conscientemente, alimentando o Fogo Interno –
kundaline - a ponto de transformá-lo em Luz.
A mensagem do Natal nada mais é que
uma proposta de renascimento de cada um; mas
não em carne, mas em espírito.
Nesse Natal, comemore, sim, o nascimento do Cristo,
porém dentro de você!
Feliz Natal!!!
Matéria da Capa
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Preservação Ambiental – O Planeta Implora por Cuidados!*
E
studos sobre a preservação ambiental e cuidados
com nosso planeta, sempre, apontam resultados
catastróficos, se continuarmos a manter a mesma
relação com os problemas ambientais, com os quais
convivemos. É fato que o custo do modelo econômico,
buscando um crescimento rápido e ilimitado, gera na
natureza, uma insustentabilidade e imprevisibilidade
com
relação
aos
impactos
tecnológicos e de poluição sobre o
meio ambiente.
Para
cada
um
desses
impactos, teremos de conviver com
a resposta natural do planeta. Para
cada ação do SER HUMANO, uma
VERDADE NATURAL poderá ser
vislumbrada. Assim, se, de um lado,
o homem é RESPONSÁVEL pela
devastação,
planos
de
desenvolvimento
não-conciliados
com o impacto ambiental, extração
de recursos de forma predatória,
queimadas
irresponsáveis,
desperdício e mau uso de recursos naturais, falta de
respeito pelo SER HUMANO e outros, a natureza irá
responder com o desequilíbrio da biodiversidade e do
nosso ecossistema, o aumento de populações
dizimadas pela fome ou por catástrofes naturais, a
violência dos centros urbanos, a escassez de recursos
naturais, os resíduos do lixo que se transformam em
entulhos, poluindo rios e trazendo doenças etc.
Soma-se, a esse quadro, a relação da camada de
ozônio e a elevação da temperatura da Terra. A
mudança de clima do nosso planeta, que traz o
aquecimento global, será, ainda neste século, uma das
maiores causas de desastres ambientais. As conclusões
de cientistas do mundo todo são alarmantes. Em todo
o mundo, inundações e secas serão as situações mais
graves, além de um possível colapso na agricultura, da
escassez maciça de água, da redução da cobertura
florestal e da disseminação de novas
doenças.
Embora cientes de que, nos
últimos anos, felizmente, possamos
registrar
um
aumento
no
sentimento de co-responsabilidade,
cidadania e consciência ecológica, o
que incrementa o sentido de se
pertencer à HUMANIDADE com
objetivos em comum, ultrapassando
o paradigma da sobrevivência e
acenando pelo desejo de se poder
viver de forma plena, em um novo
modelo, estamos ainda muito longe
de um mundo IDEAL.
Salvaguardar nosso planeta e assegurar
condições de desenvolvimento, ligadas à evolução do
ser humano, são pontos que poderão mudar o cenário
para as futuras gerações. É preciso, no entanto,
começar a agir. Toda a difusão nas áreas de
comunicação e informações, permeando os mais
variados temas sobre o SER PLANETÁRIO, deve ser
incentivada. Precisamos colocar em prática ações que
neutralizem o efeito do desequilíbrio em cadeia, sob
pena de destruirmos nosso mundo.
COMO PRESERVAR OS RECURSOS NATURAIS DO NOSSO PLANETA
Todo e qualquer programa, que possa ser desenvolvido
com um objetivo legítimo de desenvolvimento sustentável,
consciente, voltado para a preservação ambiental, deve ser
colocado em prática. Para tanto, todas as ações são bem-vindas, principalmente, se levarmos em conta que nossa
dependência do meio é enorme.
O que cada um pode fazer em sua casa, sua
comunidade, pode ser muito simples, no entanto, torna-se
essencial reforçarmos o movimento natural que começa a
aparecer. Assim, participe de programas de preservação
ambiental, não derrube árvores e, somente, compre móveis de
madeiras certificadas, prefira os alimentos naturais, não
compre animais da fauna silvestre brasileira e comece, em sua
casa, a coleta seletiva, procurando, sempre, reciclar papéis e
utilizar produtos e outros bens de consumo elaborados a partir
de material reciclado.
Estude o meio ambiente, ajude a preservar entendendo
melhor sobre o plantio e conservação de árvores. Sabemos que
esses são alguns dos fatores, mas são essas ações que irão
ajudar a conscientização individual e nos poderão fazer sentir
e respeitar a natureza. É importante ter em mente que
podemos, em conjunto, transformar nossa TERRA em um
lugar mais apropriado para a VIDA de nossos filhos, no futuro.
Precisamos estar cientes de que o meio ambiente
nunca esteve tão ameaçado como agora. A intensidade de
destruição dos recursos naturais pede ações imediatas.
Desmatamento, queimadas, exploração irracional e ilegal de
minérios, caça e pesca predatórias estão alterando nosso
planeta. O que irá restar para nossos filhos e netos?
É buscando uma resposta para esse momento que
decidimos escolher como um dos temas de nossas Campanhas
Educativas o Plantio de Árvores. O que vamos abordar a
seguir, é o passo a passo para o plantio e conservação de
árvores. Esse ato tão simples pode contribuir sobremaneira
para o aumento de áreas verdes e melhor qualidade de vida em
nossas cidades.
Visando dar nossa contribuição para esse momento,
entendemos que implementar um programa de PLANTIO DE
ÁRVORES é um começo. Outros projetos já estão sendo
programados para aumentar a sensibilização e conscientização
de nossa população. Até lá, para ampliar as ações do programa
e ganhar eco em diversos pontos das nossas cidades e seus
arredores, esperamos contar com a população como um dos
principais agentes de transformação do meio que a cerca.
Todo cidadão pode contribuir com uma ação direta e/ou com
o apoio a ações que valorizem os espaços verdes, o respeito às
características locais, bem como a adequação / integração à
região.
*compilação do site www.projetoplantar.org.br
Os Grandes Iniciados
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Zoroastro
I
nauguramos, a partir desta edição, a coluna “Os Grandes
Iniciados” que visa trazer a luz a vida e a Obra de excelsos Seres,
manifestação terrena da Divindade, enfatizando o trabalho oculto da
Grande Fraternidade Branca em prol da evolução humana.
Esses
Seres,
os
Avataras,
periodicamente, por força da LEI, em sacrifício à
humanidade, ou melhor, em Sacro-Ofício,
manifestam-se no plano terreno a fim de
transmitir as novas diretrizes evolucionais. Não
importando a época ou o local de sua aparição,
os Avataras são os portadores da Sabedoria
Iniciática das Idades e, de ciclo em ciclo,
semeiam novos ensinamentos e arrebanham
aqueles que atingiram o percentual de
consciência necessário para tornar-se a semente
de uma nova civilização.
Esse processo acontece ao longo da história
da humanidade sob o jargão de “muitos serão
chamados, porém poucos serão os escolhidos”.
A fim de incrementarmos o estudo e a
pesquisa sobre esses excelsos Seres, muitos
deles citados em nossas instruções maçônicas, tanto no
simbolismo como, principalmente, nos graus filosóficos,
iniciaremos a coluna abordando sobre a vida e a Obra de
Zoroastro ou, se preferirem assim chamar, como os persas,
Francisco Feitosa
Zaratustra.
Estaremos disponibilizando aos nossos leitores apenas
fragmentos da vida e Obra dos Grandes Iniciados, com o
objetivo de estimular o estudo mais profundo e completo,
utilizando-nos da máxima: “a dúvida é a
semente da pesquisa!”
Os persas atribuem o Avesta - Conjunto
de textos sagrados primitivos dos povos
iranianos, de que se originou o Masdeísmo – ao
arquiprofeta Zoroastro ou Zaratustra, seu nome
persa, o codificador da Fraternidade dos Magos
e reformador da religião vigente em sua época.
Parece que o nome, com que o
conhecem, era, nas civilizações assíriobabilônicas, o título que usava o Sumo
Sacerdote, o Supremo Hierofante dos mistérios
iniciáticos, sempre consagrado à divindade que
os presidia. Assim, Zoro Ishtar, “consagrado a
Ishtar”, entre os caldeus, originado de GuruAstara (adorador do sol), posteriormente
corrompido para Goro_Astara, lembrando os
Goros ou Lamas Perfeitos, que cercam o Rei do Mundo em
Asgardi, como ensinam as tradições mongólicas, e daí ZoroAstara ou Zoroastro. Por isso, Porfírio se refere a Zaradas,
mestre de Pitágoras, que é o Zar-ad ou Na-zar-ad, o Nazar
primitivo, ou o Nazaruam persa, o ancião dos Dias.
Todos os pontífices (construtores de
pontes entre o mundo das ilusões e o
espiritual) tomam esse nome, e
somente isso mostra a razão de os
vários
clássicos
falarem
em
Zoroastro como tendo vivido em
épocas diversas.
Eudóxio de Cnido diz ter
Ele vivido 6000 anos antes de
Platão; Teopompo de Quios, no-lo
descreve 5000 anos antes da guerra
de Tróia; Beroso fá-lo nascer 2200
anos antes de Cristo e fundar uma
dinastia médica em Babilônia; Xantus
de Lídia acha que ele Ele veio ao mundo
600
anos antes de Xerxes; para Aristóteles,
floresceu 600 anos antes de Cristo, enquanto que Hermipio de
Alexandria dá-lhe por mestre Azonach (Azonach, o deus Azon)
e tendo existido 5000 anos antes da tomada de Tróia.
É óbvio que esses autores descrevem alguns dos mais
conspícuos Zoro-astros, que guiaram os povos do Iran.
Profeta e filósofo árabe, nascido na região de Ragha,
também, dita Ragae ou Rai, perto de Teerã, na Pérsia, hoje no
Irã, fundador do Zoroastrismo, antigo sistema religiosofilosófico monoteísta, que parte do postulado básico de uma
contradição entre o bem e o mal, inerente a todos os
elementos do universo, praticamente substituído pelo
Islamismo, deixando influência em religiões como o
Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo, como a fé em uma
divindade suprema, criadora e guia absoluta do universo, e sua
permanente luta contra o reino do mal e suas entidades
demoníacas.
De família nobre, sua origem étnica e cultural estava
ligada ao povo ária, que se estabeleceu ao norte da península
Indostânica e Planalto Persa, caracterizado por ter sido um
povo nômade, que, por volta de um milênio e meio antes de
Cristo, sofreu um processo de sedentarização, formando
pequenos reinos nas regiões mencionadas.
O Zoroastrismo nasceu da sua revelação em Sogdiana,
no reino de Bactriana ou Karezmia, uma região que
corresponde ao leste do Irã, Afeganistão e Turquemenistão.
Tinha, então, cerca de 30 anos, sendo que, desde os 14, vivia
como místico, a partir de sete visões por ele contadas, que
reformaram a proto-religião conhecida como Mazdeísmo,
religião dos adoradores de Mazda.
Perseguido inicialmente pelos príncipes e sacerdotes,
manteve-se firme em seus ensinamentos e, dois anos depois,
com ajuda de um primo recém-convertido, conseguiu
influenciar o Rei Vishtaspa, que se tornou um fervoroso
seguidor de sua fé. Isso foi o início da verdadeira difusão dos
seus ensinamentos e de uma grande reforma religiosa. Logo,
em seguida, a corte real seguiu os passos do Rei, e, mais tarde,
o Zoroastrismo tornou-se a religião oficial da nação persa.
Sua obra é conhecida através dos Gathas, textos
arcaicos mencionados em textos contemporâneos conhecidos
como Yashts, que contêm vários elementos de religiões
populares do antigo Irã. Todos fazem parte do Avesta tardio
com grande influência dos magos, que introduziram
elementos do Zervanismo, divisão sectária do Zoroastrismo,
surgida na dinastia Sassânida e defensora da idéia do princípio
superior ao mundo, causa de tudo o que existe, e Mitraísmo,
culto ao deus Mithra, divindade solar do povo ária, associado
ao Zoroastrismo, porém não mencionado nos Gathas.
Conta a tradição que, aos 77 anos de idade, foi
martirizado por fanáticos sacerdotes da velha religião,
integrantes das hordas tirânicas de Arjasp, enquanto se
encontrava orando em frente ao fogo sagrado de um templo,
em Bakhdi, também dita Bactrae, e por ocasião de uma guerra
religiosa, provocada pelo rei dos infiéis, Argataspa. No reinado
de Dario I (550-486 a. C.), redigiu-se o Avesta ou Zend-Avesta,
o livro sagrado do Zoroastrismo, após a adoção como religião
oficial pelos aquemênidas.
Em minhas pesquisas sobre Zoroastro, jamais
encontrei qualquer referência ao que diz a terceira instrução
do primeiro Grau: “os AAp∴MM∴ trabalham do meio-dia à
meia-noite, uma homenagem a um dos primeiros instituidores
dos Mistérios, Zoroastro, que reunia, secretamente seus
discípulos ao meio-dia e terminava seus trabalhos à meianoite, por um ágape fraternal”. Peço a nossos leitores que, se
tiverem fontes de pesquisas, tratando desse assunto, que
forneçam- nas a mim .
Na próxima edição, falaremos sobre Yesus Krishna – a
mais bela manifestação da Divindade – 3.500 a.C.
Trabalhos
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A Águia Bicéfala de Lagash
A
Arte Real (Maçonaria) é uma Ordem antiga
que promulga seu sistema de moral através
de alegorias, sinais e símbolos. Alguns símbolos
adquiriram tal vigor, que até o não-iniciado sabe
que os mesmos se referem à Maçonaria. O
esquadro e o compasso são exemplos. Pessoas,
com um pouco de cultura, reconhecem-nos como
símbolos da Maçonaria. Não sabem, e só o
iniciado sabe, que, pela disposição deles, existe
um significado intrínseco. A águia bicéfala está
Luiz Gonzaga Venelli
em um outro patamar, onde somente os mais
atentos percebem quando ela é símbolo
maçônico. Muito se tem escrito sobre ela, porém,
quando são feitas específicas perguntas, as
respostas são curtas e não-precisas. Atualmente,
estamos em melhor situação porque temos uma
mudança na pesquisa maçônica, gerada pelo
crescimento das comunicações com acesso a
fontes e facilidade na troca de informações.
No Freemasons' Guide and Compendium de Bernard
E. Jones edição revisada de 1956 e reimpressão de 1970, às
páginas 324/325, há o seguinte texto, similar ao de inúmeras
enciclopédias, que diz: "W.J.Chetwode Crawley lembra-nos
que, nas fundações de um templo, construído cerca de 3000
a.C., isto é, cerca de 2000 anos antes da construção do Templo
de Salomão, foram encontradas duas placas de terracota com
inscrições, detalhando como a construção havia sido ordenada
e iniciada. Essas placas foram ali depositadas,
quando do lançamento da pedra fundamental
do templo, por Gudea, governador de Lagash
na Babilônia. As inscrições dos cilindros
impressas nas mesmas incluíam um esboço de
um "pássaro da tormenta", representado por
uma águia com duas cabeças, hoje, usada como
símbolo do Rito Escocês Antigo e Aceito. Perto
do sítio, onde estava o templo em referência,
foi também encontrada uma fina estátua de
Gudea , ...". As enciclopédias maçônicas de Coil
e Mackey apresentam um texto semelhante,
provavelmente, usado como fonte por Bernard
Jones. A cidade de Lagash está situada ao
sudoeste da Babilônia, entre os rios Tigre e
Eufrates, perto da moderna cidade de Shatra no Iraque, um
antigo centro de artes, de literatura e militar, com imensa
força política. Dos sumerianos, esse símbolo passou para o
povo de Akkad. Posteriormente, foi usado por muitas tribos e
grupos de nações. Sabe-se que Marius, Cônsul Romano, em
102 a.C., por decreto, indicou a águia bicéfala como símbolo
da Roma Imperial. O Dr. Albert Merz, 33º, afirma, em artigo
publicado no NEW AGE (Scottish Rite Journal) de março de
1959, que O Sagrado Império Romano, em 414 a.C., tinha a
águia bicéfala em seus selos, simbolizando a unidade e
universalidade do Império.
Nos compêndios de heráldica, encontramos a águia
bicéfala e acreditamos que, como resultado da presença dos
cruzados no Oriente, foi trazida como símbolo para os
Imperadores do Oriente e do Ocidente, cujos sucessores
foram, nos últimos tempos, os habsburgos e os romanovs, em
cujas moedas ela aparece sistematicamente, sendo copiada
pela maioria das "Cidades Livres da Europa", principalmente
as da Alemanha, e como emblema no Império Oriental da
união de Bizâncio com Constantino. Podemos encontrá-la em
alto relevo na porta principal da Igreja Ortodoxa Oriental na
cidade de São Paulo.
É provável que a águia bicéfala tenha sido usada como
símbolo maçônico desde o 12º século. Já as evidências
disponíveis indicam ter sido usada pela Maçonaria em 1758,
após a criação do Conselho de Imperadores do Oriente e do
Ocidente em Paris. Era parte do Rito de Perfeição, do antigo
Rito dos vinte e cinco graus, evoluindo em grande parte para o
sistema Escocês. Não existe dúvida relativa ao uso da águia
bicéfala pelo Supremo Conselho, 33º, Jurisdição Sul dos USA,
desde 1801.
Os sucessores do Conselho de Imperadores do
Ocidente e do Oriente são os vários Supremos Conselhos do
Grau 33º, espalhados pelo mundo, que herdaram a insígnia do
emblema pessoal de Frederico, o Grande, considerado como o
primeiro Soberano Grande Comendador do Rito Escocês
Antigo e Aceito, conferindo ao Rito o direito de usá-la em
1786. (Sic.) simultaneamente, adotou (acrescentou) mais sete
graus (Aceitos) aos vinte e cinco conhecidos
(Antigos), chegando-se, então, a trinta e dois
graus Antigos e Aceitos. A esses graus foi
acrescentado o Grau governativo do Rito de
número trinta e três.
Observa-se que os Supremos Conselhos,
que tinham laços com a grande Loja da
Inglaterra, têm, em seus selos, a águia com as
asas para cima, conquanto os supremos
conselhos, que tinham laços com a Grande Loja
da França, têm, em seus selos, a águia com as
asas voltadas para baixo. Existe esse padrão,
seja ele intencional ou não.
O fato de a águia estar representada com
as asas abertas para cima ou para baixo é uma
questão diretamente relacionada ao desenho do selo por um
Supremo Conselho em particular, como resultante do gosto
artístico de cada povo, preferindo uns o estilo clássico,
copiando a natureza, enquanto outros dão preferência à
representação marcial. A Águia Bicéfala de Lagash é o mais
antigo emblema do mundo e nenhuma outra figura pode
gabar-se desta antigüidade.
Como símbolo do Rito escocês Antigo e Aceito, a Águia
Bicéfala de Lagash tem suas asas abertas e coroada (encimada)
pela coroa da Prússia. Suas garras estão pousadas em uma
espada desembainhada, que tem uma fita como ornamento,
serpenteando-a desde seu punho até a extremidade da lâmina
contendo a divisa:
" DEUS MEUMQUE JUS " - (DEUS E O MEU DIREITO)
Nota do Editor:
Em complemento à excelente matéria de nosso Irmão Luiz Venelli, acrescentamos nossa interpretação no sentido iniciático desse
símbolo: com relação à representação do mesmo notamos que a águia é um pássaro altaneiro de visão privilegiada e expressa a Mente
Universal pela onisciência, de tudo e de todos. Esse símbolo de duas cabeças, ligado à Iniciação, expressa o objetivo a que se propõem
todas as verdadeiras escolas de iniciação do presente ciclo: servir de ponte, ligando as duas cabeças ( mente concreta e mente abstrata)
para conquista e o domínio de nosso 5º princípio, o Eu superior.
O Soberano Grande Comendador é o próprio pontífice - aquele que constrói pontes - expressão da Cruz que se apõe a sua
assinatura. A ponte é gradualmente construída pelos excelsos ensinamentos do Rito e proporciona aos estudiosos transpor do mundo
material (mente concreta) para o mundo espiritual (mente abstrata), representado pelas duas cabeças da águia.
A espada - arma de dois fios - presa em suas potentes garras representa, ao mesmo tempo, a Força, para se combater os inimigos
da verdade, e a Sabedoria, para se poder, acima de tudo, fazer valer a justiça, o que faz valer a tradução da inscrição na fita, em latim:
“Deus e o Meu Direito”. A cor púrpura é muito utilizada por várias religiões e escolas de iniciação do oriente, expressando a junção das
energias cósmica (Fohat - verde) e telúrica (Kundaline – vermelho), formando o púrpura, cor do equilíbrio perfeito e da realização.
Trabalhos
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A Importância dos Graus Simbólicos
O
s três graus simbólicos, Aprendiz, Companheiro e Mestre,
comuns a todos os ritos maçônicos, representam a essência
total de toda a doutrina moral da Maçonaria.
Na primitiva Franco-Maçonaria, formada pelas
organizações de ofício, só existiam os Aprendizes; e os mestres-deobras eram escolhidos entre os mais experientes Aprendizes. O
grau de Companheiro seria criado já nos primórdios da Maçonaria
dos Aceitos - também chamada,
impropriamente, de Especulativa - no
século XVII; e essa era a situação,
quando da fundação, a 24 de junho de
1717, da Premier Grand Lodge, de
Londres, a primeira do sistema
ocidencial. O grau de Mestre seria criado
em 1725, mas só introduzido em 1738,
pela Grande Loja Londrina. A partir daí,
iria concretizar-se
a totalidade da
doutrina moral e da mística da
instituição maçônica.
Os três graus simbólicos, síntese
do universo maçônico, mostram a evolução racional da espécie
humana, ou seja: intuição (Aprendiz), análise (Companheiro) e
síntese (Mestre). O Aprendiz, ainda inexperiente, embora guiado
pelos Mestres, realiza o seu trabalho de forma praticamente
empírica, através da intuição, apenas, representando o alvorecer
das civilizações, dominadas pelo empirismo; o Companheiro, já
tendo um método de trabalho analítico e ordenado, simboliza uma
mais avançada fase da evolução da mente humana, enquanto o
Mestre, juntando, através da síntese, tudo o que está disperso, para
a conclusão final da obra, representa o caminho derradeiro da
mente, na busca da perfeição.
Simbolicamente, nesses três graus, os maçons dedicam-se
à construção do templo de Jerusalém, símbolo das obras perfeitas
dedicadas a Deus, de acordo com a concepção da Ordem dos
Templários, criada em 1118 e regida pelos estatutos idealizados por
São Bernardo. A construção do templo, no caso, representa a
construção moral e ética do iniciado. Para a concretização desse
simbolismo, a Maçonaria criou a lenda do terceiro grau, de forte
cunho moral, segundo a qual havia um arquiteto, Hiram Abif
("Hiram, meu pai"), que fora enviado ao rei Salomão por Hiram,
rei da cidade fenícia de Tiro, para ser o mestre das obras do templo
; isso, evidentemente, é pura lenda, pois, Hiram Abif era,
simplesmente, um entalhador de metais. Diz, também, a lenda que
Hiram dividia os seus obreiros, de acordo com suas aptidões, em
graus --- Aprendiz, Companheiro e Mestre --- dando-lhes a
oportunidade de progredir, pelo seu trabalho. Embora isso,
também, seja lenda, pois não havia Maçonaria na época da
construção do Templo de Jerusalém e nem graus de Companheiro
e Mestre (embora alguns ingênuos acreditem nisso), mostra duas
lições morais: a cada um, segundo as suas aptidões, e a cada um,
segundo os seus méritos. Hiram, a personificação da Sabedoria,
acabaria sendo morto pela personificação de vícios degradantes, a
inveja, a cobiça e a ignorância, representadas em três
Companheiros, que, sem os méritos, procuravam ser Mestres, a
qualquer custo (o que também é apenas lenda, e não realidade).
Esses traços gerais da lenda - cujo desenvolvimento e cujas
minúcias são reservadas aos iniciados no terceiro grau - mostram
que o maçom, ao atingir o grau de Mestre, já deve possuir a
plenitude do conhecimento iniciático, moral, social e metafísico,
necessário e pertinente aos objetivos da Ordem maçônica,
José Castellani
restando-lhe, então, o trabalho constante, na busca da perfeição
nunca atingida, mas sempre perseguida, pois ela é o estímulo
perene na vida do ser humano.
Terá, então, o Mestre a humildade de se prostrar perante
os grandes mistérios da vida e os insondáveis escaninhos da
Natureza, despojando-se de todas as vaidades, incluindo-se, entre
elas, a busca desvairada dos galardões, símbolos da fatuidade, e a
busca da ascensão a qualquer custo,
numa escala que quase nunca reflete um
conhecimento apreciável e um desejável
mérito pessoal. Deverá, então, o Mestre
lembrar-se, sempre, de que a verdadeira
beleza é a interior, mesmo que o exterior
não seja coruscante e não brilhe em
faíscas de ouro e prata, pois o maçom, o
verdadeiro maçom, integral, é um Mestre
por suas qualidades mentais e espirituais,
e não por sua posição na escala, ou por
seus vistosos paramentos. O “hábito não
faz o monge”, diz a velha sabedoria
popular, e se pode até acrescentar que um muar ajaezado de ouro
nunca poderá ser confundido com um corcel de alta linhagem.
Na Loja Simbólica, verdadeira e única essência da
Maçonaria universal, o iniciado percorre um longo caminho, desde
as trevas do Ocidente até à luz do Oriente, tendo o seu lugar de
acordo com as suas aptidões e a sua ascensão de acordo com os
seus méritos. Sua ascensão não deverá, nunca, ser devida a favores
pessoais, a apadrinhamentos, a rapapés e bajulações, ou ao poder
corruptor dos metais, expedientes, esses, tão comuns na sociedade,
em geral, mas excluídos dos templos da verdadeira Maçonaria,
desde os seus primórdios, nos velhos tempos em que só existiam
Aprendizes e Companheiros, que usavam um simples avental de
couro, símbolo humilde do trabalho, sem as riquezas flamejantes
de uma nababesca farrambamba.
Acham muitos maçons desavisados que os graus
simbólicos são secundários e representam um mero apêndice da
maçonaria, uma etapa primária e elementar, um trampolim para
grandes escaladas, quando, na realidade, é basilar e relevante sua
importância, a ponto de eles constituírem, segundo consenso, a
"pura Maçonaria" pois, como alicerces de toda a estrutura
maçônica universal, nada mais existiria de maçônico sem eles,
restando apenas as honorificências, de que o mundo não-maçônico
é tão prenhe.
Do livro "Liturgia e Ritualística do Grau de Mestre
Maçom"
Editora A Gazeta Maçônica - 1987
Trabalhos
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A Luz
E disse Deus: ”faça-se a Luz, e a Luz foi feita...”
A
luz é, para a Maçonaria, o mais importante de todos os
símbolos. É o símbolo da verdade e da sabedoria. E, nisto, a
Arte Real segue os passos do mais antigo sentimento religioso, pois
a luz sempre foi considerada como objeto da realização e
concretização das metas principais dos antigos mistérios.
Castellani afirma que a luz "figuradamente designa
ilustração, esclarecimento, o que esclarece o espírito, claridade
intelectual. A luz, não a material, mas a do intelecto e da razão, é a
meta máxima do iniciado maçom,
que vindo das trevas do Ocidente,
caminha em direção ao Oriente, onde
reina o sol, havendo, aí, sem dúvida,
uma influência dos mitos solares da
antigüidade, principalmente o de
Mitra (persa) e o de Apolo (grego).
Graças a essa busca da verdade, do
conhecimento, da razão, é que os
maçons autodenominam-se "Filhos
da Luz"; e talvez não tenha sido por
acaso que a Maçonaria, em sua forma
atual, a dos aceitos, nasceu no Século
das Luzes, o século XVIII".
É do oriente, que, todas as
manhãs, a luz jorra magnífica. O sol,
luz e vida da Terra, brilha igualmente
sobre todos, sem distinção de raças,
de cores ou de credos. Os maçons
sabem que o Oriente, fonte da luz material, é um dos símbolos da
Arte Real, pois eles percebem que a Ordem contém, em seu bojo, a
pura luz da verdade.
E, se, no mundo físico, a luz do sol é a grande dádiva da
natureza, vivificadora distribuição de energia e fonte de vida,
também, isto acontece no mundo espiritual e no mundo moral.
Quando a noite intelectual, nos tempos primitivos, pairava por
sobre o mundo, do antigo sacerdócio, que vivia no Oriente, a grande
lição sobre Deus, a natureza e a humanidade foi primeiramente
emanada, e, dirigindo-se para o Ocidente, revelou ao homem seu
destino futuro e sua dependência de um poder superior.
Era a luz vivificadora do Espírito que, do Oriente, esparzia
luminosidade através dos sábios persas, gregos, árabes e judeus,
modificando inteiramente a visão dos que buscavam e ainda
buscam o saber, na ânsia incontida de encontrar a verdade. Daí
porque luz - sinônimo do conhecimento e da verdade - se contrapõe
às trevas - sinônimo da ignorância, da mentira e da falsidade.
Em todos os antigos mistérios religiosos, a luz era o que
todos buscavam, tal qual, hoje, na Maçonaria.
Entre os egípcios, Osíris, a principal divindade, era o nome
do sol. Entre os hindus, as três manifestações de sua divindade
suprema - Brahma, Shiva, Vishnu - eram os símbolos do sol:
Brahma, o sol no nascente; Shiva, o sol no zênite; Vishnu, o sol no
poente.
Além disso, "a roda solar”, como arma de Vishnu, como
símbolo Chakravartin e como a lei que o Buda pôs em movimento,
procede, por sua vez, de um simbolismo solar antiqüíssimo e muito
difundido. Luiz XIV da França imitou a fórmula, chamando a si
mesmo de Rei Sol. “O sol, luz e vida do mundo, brilha igualmente
sobre todos nós” (Henrich Zimmer, Filosofia das Índias).
A significação emblemática da luz, na Maçonaria, está
presente em todos os Graus e em todos os Ritos. Em todos os
sistemas antigos, essa reverência pela luz, como símbolo da
verdade, era predominante. Nos mistérios de todas as Nações, o
candidato passava, durante suas iniciações, por cenas de mais
profunda escuridão e, por fim, terminava suas provas pela entrada
Aroldo Gonçalves
num santuário esplendidamente iluminado, onde lhe diziam que
tinha alcançado a luz pura e perfeita e onde recebiam as instruções
necessárias para investi-lo do conhecimento da Verdade Divina,
cuja consecução fora o objeto de todos os seus trabalhos, e cujo
fornecimento constituía o desígnio da ordem em que fora iniciado.
Quando o candidato diz querer ver a luz, imerso em
profunda escuridão, não está implorando a luz física, mas a
superior, a saber, para que possa, iluminando os caminhos da sua
inteligência e do seu espírito, buscar
outra vida, através da qual possa
transformar-se em outro homem,
passando de profano a maçom.
O que busca, realmente, é
aquela
luminosidade
que
lhe
dissipará a escuridão da ignorância
moral e mental, colocando-lhe,
diante dos olhos da inteligência, as
verdades maravilhosas da filosofia e
da ciência, cujos ensinamentos se
consubstanciam na grande meta da
Maçonaria.
O sol, a lua, a estrela
flamejante, as luzes, que iluminam os
altares, ali, com uma significação
muito além daquela que lhes
emprestamos no mundo material.
Se a luz material nos
informa, através de nossa visão, tudo o que existe ao nosso redor,
há outras formas de luz que nos proporcionam uma visão de muito
maior valor para a nossa vida, o caminho da existência espiritual,
que haveremos de percorrer, como, por exemplo, a luz da
inteligência, que, na Maçonaria, é representada simbolicamente
pela estrela flamejante, representação do homem, de suas
faculdades e sentidos. Essa é a luz que nos faz enxergar os
problemas interiores e os meios para enfrentá-los e, às vezes,
corrigi-los ou vencê-los. A luz da inteligência é aquela que ilumina o
mundo interior da consciência e da razão. Podemos chamá-la de luz
espiritual.
Necessário é que não desfitemos os olhos de uma terceira
luz, talvez mais importante que as duas primeiras: A Luz Divina.
É preciso que o maçom lance mão de todos os seus
esforços, de todos os meios, que a Maçonaria lhe oferece para
conseguir iluminar o seu interior. Com o trabalho e o estudo
diuturnos, ele alcançará aquela claridade indicadora do seu
progresso intelectual e, sobretudo, moral, e estará cumprindo
fielmente as metas que a Arte Real lhe traçou: através do esforço de
cada maçom em busca do seu aperfeiçoamento interior, conseguirse-á o progresso moral e espiritual da humanidade.
Trabalhos
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O Templo de Salomão
O
Templo de Salomão foi o primeiro construído na
cidade de Jerusalém, capital de Judá (sul de
Israel), pelo rei Salomão, no ano 957 a.C., no local
chamado de Monte Moriah. Esse local foi determinado
por seu pai, o rei Davi. O Templo foi protegido por uma
grande muralha. Para a sua construção, o rei Salomão
pediu ajuda ao rei Hiram, de Tiro, capital da Fenícia
(Líbano), que, por sua vez, incumbiu o arquiteto Hiram
Abif de ser o empreendedor de tamanha obra. O
magnífico Templo era considerado como a Morada de
uma Divina Presença, o “Shekhinah”.
Constituído de uma sala principal chamada “O
Santuário”, encontravam-se ali três conjuntos importantes de
objetos
para
os
rituais:
os
candelabros, a mesa dos pães, e o
altar de ouro para os perfumes. Numa
área atrás do altar principal, ficava a
sala "Sagrado dos Sagrados", e na
porta de entrada, duas enormes
figuras de Querubins. Dentro dessa
sala, estavam alguns elementos do
Tabernáculo de Moisés, dentre eles a
Arca da Aliança ou Arca Sagrada, que
continha as tábuas com os Dez
Mandamentos. A Arca era um
conjunto de três caixas, sendo duas de
ouro e uma de madeira, colocadas uma dentro da outra.
Abaixo da edificação, existiam inúmeros túneis e
câmaras, as quais, entre várias funções, poderiam ser usadas
para esconder a Arca da Aliança, caso houvesse uma eventual
invasão. No entanto, o paradeiro dessa Relíquia até hoje
permanece desconhecido.
Quando construiu esse Templo, o próprio rei Salomão
profetizara que um dia ele seria destruído. Confirmando sua
previsão, a cidade e o templo foram arrasados no ano 586 a.C.,
pelo exército de Nabucodonosor, rei da Babilônia (região do
Iraque), que deportou milhares de hebreus (judeus) vivendo
no local, para a Babilônia. Cinco décadas depois, o rei Ciro, da
Pérsia (Irã), conquistou a Babilônia e permitiu então que os
Edivaldo José de Souza
hebreus retornassem a Jerusalém.
Logo, um segundo Templo foi construído no ano 515
a.C., no mesmo local que o primeiro, sob a direção de
Zorobabel, mas também, foi demolido em definitivo, quando
da construção de um terceiro, construído na mesma
plataforma que os anteriores, e conhecido como Templo de
Herodes. O término dessa edificação, provavelmente, ocorreu
na última década que antecedeu o nascimento de Jesus.
Todavia, no ano 70, já na era cristã, novamente, foi destruído,
dessa vez, pelos romanos, sob o comando do Imperador Tito.
Os romanos pouparam apenas parte do muro ocidental, hoje,
conhecido como O Muro das Lamentações e considerado pelos
judeus como um local sagrado de oração.
Existe, inclusive, uma prece em
que os judeus imploram pela
reconstrução do mesmo. Uma parte da
comunidade judaica acredita que um
próximo
venha
tomar
forma
novamente, não mais pelas mãos do
homem, mas sim pela Vontade Divina.
Segundo os rabinos, “os textos
sagrados dizem que a Morada de
Deus só poderá ressurgir das Mãos do
Messias”. De acordo com a previsão
deles, “ninguém sabe exatamente
quando Ele estará entre nós”.
A história iniciática aponta que a construção do
Templo de Salomão, seu canteiro de obras, suas lendas e seu
simbolismo se tornariam, mais tarde, o arquétipo utilizado
pela Maçonaria Especulativa, como base da tradição maçônica
e de seus ensinamentos. O espaço arquitetônico dos templos
maçônicos são inspirados nesse Templo.
”...poderá ressurgir das Mãos do Messias”. De
acordo com a previsão deles, “ninguém sabe exatamente
quando Ele estará entre nós”. Diríamos nós: ele já veio e
fundou uma nova Jerusalém, erguendo nela majestoso
Templo dedicado ao Supremo Arquiteto do Universo, em
sua manifestação cíclica avatárica. Porém, sem muralha
alguma e sob a égide de uma Nova Era.
Ritos Maçônicos
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História do Rito de Mêmphis-Misraïm*
H
istoricamente, essa Obediência Maçônica, que comemorou
seu bicentenário em 1988, originou-se quando dois ritos o de Mêmphis e o de Misraïm - foram fundidos em 1881, por
Giuseppi Garibaldi, que se tornou o seu primeiro Grão-Mestre. O
Rito de Misraïm tinha sido fundado em Veneza, em 1788. Sua
filiação veio através de Cagliostro, que lhe confiou o grau mais
baixo (primeiro) da Grande Loja da Inglaterra e os mais altos, da
Maçonaria Templária alemã. O Rito de Memphis foi constituído
em Montauban, em 1815, por maçons que tinham tomado parte
na campanha do Egito, com Napoleão Bonaparte, em 1799. A
esses dois ritos, foram acrescentados graus iniciáticos que vieram
de obediências esotéricas do Séc. XVIII: o Rito Primitivo, o Rito
dos Philadelphos, etc.
Durante o Século XIX, os Carbonários recrutaram
membros nas Lojas Misraïm e Mêmphis. Eles tinham numerosas
lojas na França e alguns de seus dignitários foram pessoas
influentes, como o Duque Decazeo e o Conde Muraire, ambos
Grandes Comendadores do Rito Escocês.
Na França, a obediência é o local de encontro dos maçons
que compartilham uma atração por esoterismo, hermeticismo,
simbolismo, etc. Há cerca de 90 lojas, na França, sem contar as
oficinas dos graus elevados. Nessas oficinas, há algumas centenas
de membros, entre os quais se encontram maçons de todas as
obediências que são mais qualificados no campo do esoterismo.
Alguns são, mesmo, membros da administração de outras
organizações ainda mais secretas.
O Rito de Mêmphis-Misraïm perpetua a tradição de
adesão aos princípios de tolerância e liberdade de pensamento,
que o tornaram o refúgio e local de recrutamento dos
Carbonários, durante o Reino do Terror Branco, no Século XIX.
O Rito de Misraïm
A primeira menção ao Rito ocorreu em Veneza, em 1788,
quando um grupo de socinianos (uma seita Protestante
antitrinitarista) solicitou a patente de uma constituição a
Cagliostro, que estava, então, em Trieste (ele veio a Veneza e ficou
por seis semanas). Eles não queriam participar dos seus rituais
mágico-cabalísticos; por isso, escolheram o Rito Templário para
trabalhar.
Portanto, Cagliostro conferiu-lhes sua única Luz
Maçônica. Ele tinha os primeiros três graus da Maçonaria Inglesa
e os graus superiores da Maçonaria Alemã, que era fortemente
influenciada pela tradição templária. O nome Misraïm é o plural
de egípcio, a única reminiscência desse rito egípcio, que deu sua
personalidade como obediência. Ele se espalhou rapidamente
para Milão, Gênova, Nápoles e apareceu na França, com Michel
Bedarride, que recebera o Grão-Mestrado (poderes máximos),
em 1810, em Nápoles, de B. DeLasalle. De 1810 a 1813, os três
irmãos Bedarride desenvolveram, com sucesso, o rito na França,
quase sob a proteção do Rito Escocês. Realmente, ele contou com
ilustres maçons na sua administração: o Conde de Muraire,
Soberano Grande Comendador do Rito Escocês Antigo e Aceito;
o Duque de Decazeo; o Duque de Saxe-Weimar; o Duque de
Leicester; o Tenente-General de Teste, etc.
Durante o Reino do Terror Branco, o Rito de Misraïm se
tornou a obediência, que transmitia o terceiro grau, exigido aos
Carbonários; esse grupo tinha, então, 22 lojas em Paris, 6 em
Lion, 6 em Metz, 5 em Toulouse, 3 em Bordeaux, 3 em Genebra,
3 em Lausane e 1 em Couriray. A polícia da restauração
conseguiu a sua dissolução porque era anticlerical e anti-realeza
Francisco Feitosa
ferrenho. Depois de
estar
na
clandestinidade por
18
anos,
foi
restaurado em 1838
e
novamente
dissolvido em 1841.
Novamente,
emergindo
dos
subterrâneos
em
1848, o Rito de
Misraïm evoluiu até
fundir-se com o Rito de Mêmphis, em 1881, o que foi uma
realização de Garibaldi.
O Rito de Mêmphis
A maioria dos membros que acompanharam Napoleão
Bonaparte na Campanha do Egito eram maçons pertencentes aos
antigos ritos iniciáticos: Philaletes, Irmãos Africanos, o Rito
Primitivo. E todos pertenciam ao Grande Oriente de França.
Tendo descoberto, no Cairo, um remanescente herméticognóstico e, no Líbano, a Maçonaria Drusa, que Gérard de Nerval
também havia encontrado, e remontando à maçonaria operativa,
que acompanhou seus protetores, os Templários, Irmãos da
Campanha do Egito, decidiram renunciar a sua filiação à Grande
Loja da Inglaterra e recomeçar com um novo rito, que nada
ficaria a dever à Inglaterra, à época, o inimigo número 1. Assim
nasceu o Rito de Mêmphis, em 1815, em Montauban, sob a
direção de Samuel Harris e Marconis de Négre.
Quando o Rito de Misraïm reagrupou os Jacobitas, que
estavam nostálgicos da República, e os Carbonários, o Rito de
Mêmphis reagrupou, rapidamente, os semi-retirados do exgrande exército e os bonapartistas fiéis à Águia. Além disso, os
dois ritos tinham o mesmo Grão-Mestre, em 1816, um prelúdio à
futura fusão. Mas o Grande Oriente era monarquista na sua
maioria, o seu selo ostentava a Flor-de-Lis e teve sucesso na
dissolução do Rito de Mêmphis. Entretanto, isso não durou
muito; em 1826, este rito retomou seu trabalho novamente,
dentro do mesmo Grande Oriente. Dissolvido em 1841, tal como
o de Misraïm, o Rito de Mêmphis se tornou clandestino e voltou
dos subterrâneos apenas em 1848, com o advento da república.
Dissolvido novamente em 1850, foi reativado em 1853, unindo-se
ao Grande Oriente em 1862, obrigado a isso por uma decisão do
Príncipe-Presidente. Com numerosas lojas no exterior, ele tinha
pessoas ilustres em seus quadros, tais como Louis Blanc e
Garibaldi, que logo se tornaria o unificador dos ritos de Mêmphis
e Misraïm.
O Rito de Mêmphis-Misraïm
Os ritos de Mêmphis e Misraïm, até 1881, seguiram
caminhos paralelos e até concordantes, no mesmo clima
particular. De fato, ambos os ritos começaram a reagrupar
maçons do Grande Oriente de França e do Rito Escocês Antigo
e Aceito, que estavam interessados em estudos do simbolismo
esotérico maçônico: Gnose, Cabala e, até mesmo, hermetismo
e ocultismo. Agora, esses dois ritos eram os depositários das
antigas obediências iniciáticas do Século XVIII: o rito de
Philatenes, o Rito de Philadelphia, o Rito Primitivo etc., e tudo
isso representado, no Rito de Misraïm, por 90 graus e, no de
Memphis, por 95 graus. Como administrar e utilizar esse
conjunto tão heterogêneo? Quando Garibaldi foi indicado
como Grão-Mestre Internacional ad vitam (os irmãos no
exterior não haviam sofrido perseguições políticas como
as que ocorreram na França), foi feita uma espécie
de classificação não-hierárquica, a princípio, mas
que, rapidamente, assim se tornou. De fato, os
95 graus do Rito de Mêmphis-Misraïm
deveriam ser considerados um ambulatório
dos restos dos velhos ritos maçônicos, que
não eram mais praticados, ou o eram muito
pouco, e não como uma escala de valores.
Além disso, os acordos de 1863, com o
Grande Oriente de França, e de 1886, com a
Grande Loja do Rito Escocês, que se tornaria a
Grande Loja da França, falam, apenas, dos
clássicos 33 graus (Ritos de Perfeição, seguidos pelo
Rito Escocês Antigo e Aceito).
Além disso, os graus 66, 90 e 95 podem ser conferidos
a Maçons como recompensa pelo seu valor, seus
conhecimentos e sua fidelidade; o Grau 95 lhes confere o
direito de ter assento no Conselho de Sábios, na sua qualidade
de Grande Conservador do Rito.
Outros graus, tais como o Real Arco, não são
obrigatórios e são deixados à escolha dos Irmãos. A sagração
como cavaleiro é transmitida a alguns Irmãos com o Grau 20
(Cavaleiro Templário ou Cavaleiro do Templo), derivados
diretamente da Antiga e Estrita Observância Templária e dos
Cavaleiros Beneficentes da Cidade Sagrada de Jean-Baptiste
Willermoz.
As lojas do Rito de Mêmphis-Misraïm trabalham no
Rito Egípcio; sobre os seus altares, são acrescentados, ao
compasso e esquadro, a régua, símbolo do Grande
Arquiteto do Universo e da Divina Lei. Esse rito
deu origem ao chamado rito Francês ou
Moderno, também utilizado em algumas lojas
do rito Mêmphis-Misraïm.
Desde março de 1960, o Presidente do
Conselho Nacional eleito assegura a
administração de todas as lojas azuis do rito,
na França e nos países associados. Em 10 de
maio de 1991, a obediência francesa foi
admitida no C∴L∴I∴P∴S∴A∴S∴ (Centre of
Liaison and Information of the Masonic Powers –
Centro de Ligação e Informação das Potências
Maçônicas, signatária da reunião de Estrasburgo),
registrando, dessa forma, a sua ação ao lado da maçonaria
As Oficinas dos graus mais elevados do Rito de
liberal européia.
Mêmphis-Misraïm devem trabalhar: o 4º Grau (Mestre
O Rito de Mêmphis-Misraïm perpetua sua tradição de
Secreto); o 9º Grau (Mestre Eleito dos Nove); o 13º Grau (Real
Arco); o 14º Grau (Grande Eleito da Sagrada Abóbada); 0 18º fidelidade aos princípios democráticos e às ciências iniciáticas.
Grau (Cavaleiro Rosa-Cruz); o 28º Grau (Cavaleiro do Sol); o
O Rito de Mêmphis-Misraïm foi trazido ao Brasil em
30º Grau (Cavaleiro de Kadosh); o 32º Grau (Príncipe do Real 1989 e se foi estruturando até completar a sua pirâmide em
Segredo) e o 33º Grau (Soberano Grande Inspetor Geral). O 1996. Ele trabalha como potência independente, em nível
66º Grau (Patriarca Grande Consagrador) somente é nacional, e está ligado aos outros países por uma Coordenação
conferido a alguns Irmãos que poderiam ser convocados como Internacional. A Grande Loja Simbólica do Brasil reune lojas
Consagradores, e certa preparação é exigida. Alguns o masculinas, femininas e mistas. Ela se filia ao Soberano
compararam a uma Consagração Episcopal. Os Graus 87, 88, Santuário do Brasil, que é a potência para todos os graus
89 e 90 englobam o que os livros mencionam como Arcana filosóficos, herméticos e esotéricos. O nome completo do rito é
Arcanorum (os Arcanos dos Arcanos). Os que são admitidos Rito Antigo e Primitivo Mêmphis-Misraïm. Seus graus são:
até o Grau 95 se convertem em protetores e conservadores do simbólicos, do 1º ao 3º (aprendiz, companheiro e mestre);
Rito, como o seu nome indica: Patriarca Grande Conservador. filosóficos, do 4º ao 33º; e herméticos ou esotéricos, do 34º ao
É entre eles que o Grão-Mestre Internacional escolhe os 95º.
membros, que servirão no Soberano Santuário Internacional,
*Compilada de publicações da Grande Loja do Brasil para
corpo governante supremo do Rito.
o Rito Antigo e Primitivo de Mêmphis-Misraïm, Porto Alegre, RS.
Sondagem Geotécnica Estaqueamento
Projetos e Obras Civis – Laudos Periciais
Ir∴HAMILTON S. SILVEIRA
ENGENHEIRO CIVIL GEOTÉCNICO
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Rua Andradas 240/12 – S. Lourenço - MG
Reflexões
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Então é Natal!
Francisco Feitosa
Sacrossanto dia de presentes e de mesas fartas. De bicicletas e
rabanadas, onde os gritos de alegria se confundem com os fogos de artifício que
iluminam a Noite Feliz.
Então, sim, é Natal!
Do abraço forte, das confraternizações,
dos reencontros e de tantas emoções.
Sim, é verdade, é Natal!
O amigo que, oculto, se revela presente
em presentes. Dessa troca de objetos préescolhidos; mais que o presente, vale o carinho
que o embrulha.
Veja! É o Natal!....
As músicas agora são bem outras
conhecidas. Os ritmos se consolidam nas
batidas dos corações de todos os presentes.
Sim, é o Espírito do Natal!
Abracemos
nossos
vizinhos
e
telefonemos para toda a nossa lista de amigos e
parentes. E-mail’s? Claro! Passemos para todos, desejando um Feliz Dia,
afinal é Natal!!!!!
Claro, façamos desse dia um dia especial! Por quê? Porque é
Natal.
Então gostaria de te lançar um desafio: por que não fazermos do
ano inteiro um só Natal?
Por que não permitirmos que esse espírito de fraternidade, que
invade as nossas casas nessa noite, passe a ser a essência do dia-a-dia em
nossos lares? Que tal abraçarmos nossos vizinhos e amigos com o mesmo
entusiasmo, também, nos outros dias do ano?
Afinal, quem disse que é proibido fazer rabanadas fora do
Natal?
Por que não deixarmos de ser “o amigo oculto”, para sermos o
amigo presente?
Por que o carinho que embrulha nossos presentes não pode ser
o próprio presente, bastando estar manifestado em nossos atos,
pensamentos e palavras?
Esse ritmo coracional, aferido pelo diapasão do Natal, poderia
ser a trilha sonora de todos os dias!
Utopia? Bem, vale a pena sonhar!
Mas por que não aproveitarmos essa energia Divina que nos
envolve no dia de Natal, e fazermos um esforço para que isso possa, pelo
menos um pouquinho, tornar-se realidade?
O que eu quero te dizer e, também, desejar-te é que o espírito
natalino seja o perfume a incensar todos os teus
dias; que a Estrela Natalina, que orientou os 3
Reis Magos, seja para ti o farol a te guiar na
busca do seu “Deus interior” na manjedoura do
teu coração; que a essência do Natal seja um
eterno renascer de evolução espiritual,
conduzindo-te de volta “à Casa do Pai”.
Façamos um 2008 de Natais diários,
deixando que o Cristo Jesus nasça dentro de nós
através dos ensinamentos por Ele deixados, há
mais de 2000 anos. Comecemos por ....“Amar
ao próximo...”, o mandamento maior,
eternizado no Sermão da Montanha.
Então será a plenitude do Natal
preenchendo o vazio de nossas vidas.
Que a Luz Divinal nesse Natal, também, invada nossos corações
e mentes e nos guie nos excelsos caminhos do Amor, da Paz e da
Harmonia Universal.
BoasDicas
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