O Caminho Bíblico para a Bênção

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O Caminho Bíblico para a Bênção
O Caminho Bíblico Para a Bênção
Benny Hinn
Digitalizado por Zica
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DEDICATÓRIA
Dedicado ao amor da minha vida, minha adorável “ajudante”
Suzanne,
Que é a maior benção de Deus para mim e minha companheira no
CAMINHO BIBLICO PARA A BÊNÇÃO
AGRADECIMENTOS
Mais uma vez sou grato a Rick Nasch e Sheryl Palmquist pela assistência que
me deram no desenvolvimento deste manuscrito. E também a Roy Harthern
que trabalhou resumindo material sobre este assunto.
SUMÁRIO
O Caminho Bíblico Para a Benção ................................................... 2
Espero um Milagre Hoje! ............................................................... 4
O Generoso Pai de Amor ............................................................. 18
Uma Viagem ao Amor do Pai ........................................................ 32
Entregue-se ao Amor do Pai ........................................................ 52
A Verdadeira Prosperidade Bíblica................................................. 66
Dando como Quer o Pai ............................................................... 84
O Princípio do Dízimo Antes de Moisés ........................................ 100
O Dízimo na Antiga e na Nova Alianças ....................................... 112
Ofertas e Esmolas no Antigo e no Novo Testamentos .................... 125
Malaquias — O Peso do Senhor .................................................. 135
Começando no Caminho Bíblico para a Bênção ............................. 150
Grandíssimas e Preciosas Promessas .......................................... 168
Notas ...................................................................................... 197
Bibliografia .............................................................................. 202
Sobre o Autor .......................................................................... 203
CAPÍTULO 1
Espero um Milagre Hoje!
Pois com Deus, nada é impossível!
Não é possível ser impossível.
E com Deus, toda promessa se tornará realidade,
Porque temos certeza de todas as coisas que ele pode fazer.
Existe cura no nome de Jesus, Cura no toque de
Jesus. Um toque da sua mão levantará Teu corpo,
tua mente e tua alma.
Crê nele, porque seu poder pode te libertar. Louva-o, por suas
misericórdias para contigo. Agradece-lhe seu amor: ele anseia por
tornar-te totalmente inteiro.
Apenas um toque da mão do Mestre, Apenas uma palavra — ele
possui todo domínio. Tem fé de que aquilo que ele quer fazer é tudo o
que ele pede de ti.
Crê nele, porque seu poder pode te libertar. Louva-o, por suas
misericórdias para contigo. Agradece-lhe seu amor: ele anseia por
tornar-te totalmente inteiro.
Espero um milagre hoje! Nada é impossível para os que crêem e
dizem: Eu creio que a Palavra de Deus continua a mesma. Espero
um milagre hoje.1
As palavras desta música maravilhosa expressam muito bem a expectativa do
meu coração e a realidade que o bendito Espírito Santo permite que eu
experimente todos os dias — eu espero um milagre hoje! E o motivo é simples: a
Palavra de Deus continua a mesma! Deus não mudou e ele não parou de operar.
Na verdade, através da obra do Espírito Santo, temos oportunidade de ver obras
maiores do que nunca antes. É exatamente como declara a Escritura: "Na verdade,
na verdade vos digo que aquele que crê em mim também fará as obras que eu
faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai" (Jó 14.12).
Meu amigo, nunca houve um tempo mais grandioso para estar vivo do que este!
As mesmas coisas registradas no livro dos Atos estão acontecendo diante dos nossos
próprios olhos, porque o mesmo Espírito Santo opera hoje da forma como
manifestou-se no livro dos Atos. Coisas gloriosas aconteceram nos dias de Paulo, o
apóstolo, e dos discípulos que caminharam com o Mestre. Muitas vezes ouvi
homens e mulheres da Igreja meditando afetuosamente sobre os tempos que passaram,
desejando ter vivido neles. Mas creio que estamos no limiar dos maiores dias da
história da Igreja. E estamos para entrar num derramar do poder sobrenatural tal
que, se tivesse oportunidade, Paulo diria: "eu gostaria de fazer parte do que está
acontecendo na década de 1990 em suas cidades e igrejas!"
A Obra do Espírito Santo
A igreja primitiva do livro de Atos experimentou a vida abundante em sua
plenitude. E, exatamente como no livro Atos, três coisas deverão acontecer
quando o Espírito Santo começar a aluar com todo seu maravilhoso poder.
1. Pessoas Serão Salvas (Atos 2)
Quando o Espírito Santo caiu no Pentecostes, Pedro foi transformado em um
corajoso pregador da verdade. Pregando para a multidão reunida naquele dia com
uma intrepidez nascida do Espírito, Pedro foi firme em sua mensagem:
Saiba, pois, com certeza, toda a casa de Israel que a esse Jesus, a quem vós
crucificastes, Deus o fez Senhor e Cristo. Ouvindo eles isto, compungiram-se
em seu coração e perguntaram a Pedro e aos demais apóstolos: Que faremos,
varões irmãos? E disse-lhes Pedro: Arrependei-vos, e cada um de vós seja
batizado em nome de Jesus Cristo para perdão dos vossos pecados, e
recebereis o dom do Espírito Santo. Porque a promessa vos diz respeito a
vós, a vossos filhos e a todos os que estão longe: a tantos quantos Deus, nosso
Senhor, chamar [...] De sorte que foram batizados os que de bom grado
receberam a sua palavra; e, naquele dia, agregaram-se quase três mil almas
(At 2.36-39, 41).
Hoje as pessoas estão respondendo à mensagem do evangelho em números
recordes. Estão vivenciando perdão e um novo começo através de um
relacionamento pessoal com o Senhor Jesus Cristo, e mais do que nunca, Deus está
chamando pessoas de fé para façanhas ambiciosas e corajosas por ele.
Recentemente, quando estava em Porto Rico, o Dr. Billy Graham pregou para
quase um bilhão de pessoas de uma só vez, via satélite. Estamos vendo
evangelismo em escala mundial. O Senhor está falando com homens de Deus
como o Dr. Bill Bright e Pat Robertson para alcançarem milhões de almas antes do
ano 2000. Um incrível movimento de evangelismo começou.
Em muitas das nossas próprias cruzadas internacionais, o Espírito Santo está
atraindo mais de quinhentas mil pessoas para um único culto. No Japão, onde
apenas 0,05% da população é cristã, estamos vendo mais pessoas se reunirem para
encontros cristãos do que nunca antes na história daquele país. Com a queda do
comunismo, o Espírito Santo tem chegado nos antigos países marxistas como um
vento poderoso, uma torrente.
Recentemente, tive o privilégio de orar com vários líderes mundiais —
alguns dos quais bastante conhecidos por sua resistência ao evangelho no passado.
Ao refletir a respeito, não consigo deixar de ser tomado por imensa gratidão a
Deus que permitiu que eu vivesse para testemunhar o dia em que líderes, antes
fechados para o evangelho, agora estão receptivos às reivindicações do Senhor,
através do poder do Espírito Santo.
Por favor, não me entenda mal. Não estou compartilhando estas coisas para
gabar-me do nosso ministério. Estou mencionando-as apenas para colocar um
ponto de exclamação neste fato irrefutável: existe um impressionante mover do
Espírito Santo por evangelismo ocorrendo hoje. Está atravessando todas as
fronteiras e alcançando desde os que estão lá em baixo até os que estão no alto!
2. Pessoas Serão Curadas (Atos 3)
Quando o Espírito Santo está operando realmente, evangelismo e cura
sempre serão encontrados, ambos direcionando-se para o estágio seguinte e
determinando-o. Em Atos 2, três mil pessoas foram ao Salvador em um único dia.
Pense só nisso! O efeito em Jerusalém foi eletrizante. Todos os olhos estavam sobre
os líderes do poderoso movimento:
E Pedro e João subiam juntos ao templo à hora da oração, a nona. E era
trazido um varão que desde o ventre de sua mãe era coxo, o qual todos os dias
punham à porta do templo, chamada Formosa, para pedir esmola aos que
entravam. O qual, vendo a Pedro e a João, que iam entrando no templo, pediu
que lhe dessem uma esmola. E Pedro, com João, fitando os olhos nele, disse:
Olha para nós. E olhou para eles, esperando receber deles alguma coisa. E
disse Pedro: Não tenho prata nem ouro; mas o que tenho isso te dou. Em
nome de Jesus Cristo, o Nazareno, levanta-te e anda. E, tomando-o pela mão
direita, o levantou, e logo os seus pé e artelhos se firmaram. E, saltando ele,
pôs-se em pé, e andou, e entrou com eles no templo, andando, e saltando, e
louvando a Deus. E todo o povo o viu andar e louvar a Deus; e conheciamno, pois era ele o que se assentava a pedir esmola à porta Formosa do templo,
e ficaram cheios de pasmo e assombro, pelo que lhe acontecera (At 3.1-10).
Assim, a cura seguia o evangelismo. Mas preste atenção: Pedro usou a cura
que chamou a atenção do público para pregar o evangelho para eles:
E, apegando-se o coxo, que fora curado, a Pedro e João, todo o povo correu
atônito para junto deles, ao alpendre chamado de Salomão. E quando Pedro
viu isto disse ao povo: Varões israelitas, por que vos maravilhais disto? Ou,
por que olhais tanto para nós, como se por nossa própria virtude ou santidade
fizéssemos andar este homem? O Deus de Abraão, e de Isaque e de Jacó, o
Deus de nossos pais, glorificou a seu filho Jesus, a quem vós entregastes e
perante a face de Pilatos negastes, tendo ele determinado que fosse solto. Mas
vós negastes o Santo e o Justo, e pedistes que se vos desse um homem homicida.
E matastes o Príncipe da vida, ao qual Deus ressuscitou dos mortos, do que nós
somos testemunhas. E pela fé no seu nome fez o seu nome fortalecer a este
que vedes e conheceis; e a fé que é por ele deu a este, na presença de todos
vós, esta perfeita saúde. E agora, irmãos, eu sei que o fizestes por ignorância,
como também os vossos príncipes, mas Deus assim cumpriu o que já dantes
pela boca de todos os seus profetas havia anunciado; que o Cristo havia de
padecer. Arrependei-vos, pois, e Convertei-vos, pois, e convertei-vos, para que
sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério
pela presença do Senhor, e envie ele a Jesus Cristo, que já dantes vos foi
pregado, o qual convém que o céu contenha até aos tempos da restauração de
tudo, dos quais Deus falou pela boca de todos os seus santos profetas, desde
o princípio (At 3.11-21).
Sim, cura e evangelismo estão sempre juntos, atuando lado a lado — e hoje
estamos vendo mais evidências do toque de cura do Mestre do que nunca antes.
Sim, a Palavra de Deus continua a mesma. A Escritura registra que Deus curou
todas as pessoas quando elas saíram do Egito, pois o Salmo 105.37 declara:
Mas, a eles, os fez sair com prata e ouro,
e entre as suas tribos não houve um só enfermo.
O abençoado Mestre geralmente curava todos aqueles que o cercavam, pois
Lucas observou em Atos 10.38: "como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o
Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo o bem e curando a todos os
oprimidos do diabo, porque Deus era com ele".
Milagres desta grandeza não só continuam sendo possíveis, como estão
acontecendo hoje. Kathryn Kuhlman profetizou que um dia viria em que veríamos
todo mundo sendo curado em um culto, ou cultos. E esta profecia se cumprirá,
porque é a Palavra de Deus. Deus não é parcial; se ele curou a todos uma vez, ele
pode fazer o mesmo novamente. É a promessa da sua Santa Palavra.
Este incrível movimento de cura chegará. Isaías escreveu bastante
claramente a respeito deste dia que estava chegando rapidamente, predizendo:
Então os olhos dos cegos serão abertos, e os ouvidos
dos surdos se abrirão. Então os coxos saltarão como
cervos, e a língua dos mudos cantará, porque águas
arrebentarão no deserto, e ribeiros, no ermo [...] Ali
não haverá leão,
nem animal feroz subirá a ele,
nem se achará nele;
mas os remidos andarão por ele.
E os resgatados do Senhor voltarão
e virão a Sião com júbilo;
e alegria eterna haverá sobre as suas cabeças;
gozo e alegria alcançarão,
e deles fugirá a tristeza e o gemido (Is 35.5, 6, 9, 10).
3. Pessoas Vivenciarão a "Abundância" (Atos 4)
Primeiro houve salvação (Atos 2), depois cura (Atos 3) e depois houve a
bênção mais maravilhosa do Pai que Atos 4 se refere como "Não havia...
necessitado". À medida que o evangelho continuava sendo pregado com
autoridade resoluta, os três mil que se renderam a Jesus, o Messias, logo
aumentaram para mais de oito mil (At 4.4) e posteriormente multidões de pessoas
foram salvas, como declara claramente a Escritura. O poder da proclamação do
evangelho voltou a ser acompanhado por uma poderosa manifestação de poder
operador de milagres depois que eles oraram, dizendo:
Agora, pois, ó Senhor, olha para as suas ameaças e concede aos teus servos que
falem com toda a ousadia a tua palavra, enquanto estendes a mão para curar, e
para que se façam sinais e prodígios pelo nome do teu santo Filho Jesus. E,
tendo eles orado, moveu-se o lugar em que estavam reunidos; e todos foram
cheios do Espírito Santo e anunciavam com ousadia a palavra de Deus (At
4.29-31).
Como deve ter sido excitante viver naqueles tempos — quase tão excitante
quanto é viver nestes tempos! Mas preste bastante atenção aqui. Imediatamente
depois disto existe um dado extremamente significativo, um dado que
normalmente é omitido ou mal compreendido, pois a Palavra de Deus declara:
E era um o coração e a alma da multidão dos que criam, e ninguém dizia que
coisa alguma do que possuía era sua própria, mas todas as coisas lhes eram
comuns. E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição
do Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. Não havia, pois, entre
eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos
apóstolos. E repartia-se por cada um, segundo a necessidade que cada um tinha
(At 4.32-35, itálicos acrescentados).
No meio da poderosa manifestação do poder de salvação e cura do Senhor
Jesus, nosso Pai celestial supria aqueles santos de uma forma tal que eles nunca
necessitavam. Ao entregarem-se ao Deus que os havia salvado e curado, este
mesmo Deus prosperou-os e eles não viveram a necessidade. E a Palavra de Deus é
a mesma hoje. O mesmo Deus que quer salvá-lo quer curá-lo. E o mesmo Deus que
quer curá-lo quer abençoá-lo.
Há mais de vinte anos, nosso maravilhoso Senhor Jesus tem me dado o
privilégio de levar sua mensagem de salvação e cura literalmente por todo o
mundo através de cruzadas, pela televisão, no púlpito de uma igreja local, através
da Internet e de livros. Quanta alegria tenho tido ao ensinar sobre a pessoa e a
obra do Espírito Santo, sobre sua unção e sobre o sangue do nosso querido
Salvador!
Mas, assim como o Pai depositou dentro de mim uma paixão para pregar as
boas novas aos perdidos e a orar para que os enfermos sejam curados, agora é um
momento crucial em que ele colocou dentro de mim uma ânsia de compartilhar
com o corpo de Cristo como cada um e todos nós podemos vivenciar nenhuma
necessidade, isto é, a verdadeira prosperidade bíblica.
Bênção Bíblica: A Necessidade das Pessoas
Deixe-me explicar por que sinto que esta é a hora crítica para ensinar o
caminho bíblico para a bênção. O primeiro motivo é minha preocupação com o fato
de tantos irmãos e irmãs no Senhor estarem perdendo a vida de bênçãos que nosso
Pai celestial de amor anseia por dar a todos os seus filhos.
Em nosso ministério, somos resolutamente comprometidos com a oração, e a
cada semana, dois terços do total de ligações e cartas que recebemos pedem
oração por uma melhora financeira. Pense nisto — milhares e milhares de
pessoas pedem todas as semanas exclusivamente por oração para necessidades
financeiras. E este número representa outros milhares que possuem as mesmas
necessidades, mas que não fazem contato conosco.
Não que isto deva ser uma surpresa, eu suponho. Uma pesquisa do U.S. News
& World Report enfocou a felicidade dos americanos em vários aspectos de suas
vidas. Numa escala de 1 a 10, com 1 sendo o mais baixo e 10 o mais alto, os
americanos deram para a felicidade deles com relação à sua situação financeira
uma nota 5,98. Toda nota abaixo de 7 era estimada como denotando "infelicidade
relativa".2
Enquanto escrevo este livro, em meados de 1996, parece que todos os dias
ouço reportagens no rádio e na televisão, e leio nos jornais sobre como os
americanos estão prorrogando o crédito mais do que nunca antes — quase que
com certeza prorrogando em excesso e mal conseguem fazer os pagamentos
mínimos. Eles estão experimentando aquilo que a Bíblia declara de forma enfática
acerca das dívidas:
O rico domina sobre os pobres, e o que toma emprestado é servo do que
empresta. (Pv 22.7).
Além disso, muito do estresse crescente da nossa cultura vem direto de
questões financeiras. Tentamos manter um estilo de vida separado da sujeição a
Deus somente para descobrir que estamos estagnados, tentando fazer este estilo
funcionar. Uma história na revista Marriage Partnership incluiu o problema da
seguinte forma:
Quando pesquisadores perguntam aos casais casados pelo que discutem
mais, dinheiro sempre está perto do topo da lista. Se você é como a maioria
dos casais, problemas de dinheiro perturbam seu casamento tanto quanto
discordâncias sobre [qualquer outra coisa]. Não é incomum que cônjuges
sintam que as pressões financeiras estão forçando além de seus limites.3
Mas debaixo destas questões pode haver um problema ainda maior, um
problema sobre o qual o profeta Ageu nos admoestou a prestarmos muita
atenção:
Ora, pois, assim diz o Senhor dos Exércitos: Aplicai os vossos corações aos
vossos caminhos. Semeais muito e recolheis pouco; comeis, mas não vos fartais;
bebeis, mas não vos saciais; vestis-vos, mas ninguém se aquece; e o que recebe
salário, recebe salário num saco furado. Assim diz o Senhor dos Exércitos:
Aplicai os vossos corações aos vossos caminhos. Subi ao monte, e trazei
madeira, e edificai a casa, e dela me agradarei; e eu serei glorificado, diz o
Senhor. Olhastes para muito, mas eis que alcançastes pouco; e esse pouco,
quando o trouxestes para casa, eu lhe assoprei. Por que causa? disse o Senhor
dos Exércitos. Por causa da minha casa, que está deserta, e cada um de vós
corre à sua própria casa. Por isso retêm os céus o se orvalho, e a terra retém os
seus frutos. E fiz vir a seca sobre a terra, e sobre os montes, e sobre o trigo e
sobre o mosto, e sobre o azeite, e sobre o que a terra produz; como também
sobre os homens, e sobre os animais, e sobre todo o trabalho das mãos. Então
ouviu Zorobabel, filho de Sealtiel, e Josué, filho de Jeozadaque, sumo
sacerdote, e todo o resto do povo a voz do Senhor, seu Deus, e as palavras do
profeta Ageu, como o Senhor, seu Deus, o tinha enviado; e temeu o povo
diante do Senhor (1.5-12).
As palavras de Ageu fazem um contraste marcante com as promessas
observadas em Malaquias 3:
Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na
minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu
não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós bênção tal, que dela
vos advenha a maior abastança. E por causa de vós repreenderei o
devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vide no campo vos
não será estéril, diz o Senhor dos Exércitos. E todas as nações vos chamarão
bem-aventurados; porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos
Exércitos (w. 10-12).
Meu caro amigo, sei que, como o meu desejo, o desejo mais sincero do seu
coração é ter a experiência descrita por Malaquias, não a inutilidade descrita por
Ageu, e é por isso que fui levado por Deus a escrever este livro, O Caminho Bíblico
Para a Bênção. Você pode vivenciar a libertação do cativeiro financeiro, e quero
lhe mostrar como.
Bênção Bíblica: A Necessidade da Igreja
Estamos testemunhando o maior mover de evangelismo na história da
humanidade, as mais espetaculares obras de cura. O bendito Espírito Santo está
operando como nunca antes. Temos mais portas abertas, mais oportunidades, mais
formas de difundir a Palavra e mais pessoas dispostas a comprometerem suas
vidas difundindo o evangelho do que nunca antes. A oportunidade de "impactar"
todo o mundo pelo Mestre é maior do que nunca.
E, mesmo assim, ainda permanece um obstáculo — um obstáculo mais
terrível que a perseguição do governo, mais fundamental que a oposição satânica.
É a falta de sujeição na área da doação na vida de algumas pessoas do povo de
Deus. O Mestre requer que cada um de seus filhos devolva pelo menos 10% de
sua receita para a obra do evangelho. E, mesmo assim, estatísticas revelam que
muitas, muitas pessoas do povo de Deus estão perdendo a bênção bíblica que vem
do ato de dar.
• Um líder batista do sul relata: "Descobri que na maioria das igrejas, em
torno de 12% dão 80% do dinheiro, e 50% dos membros não dão nada".4
• Um estudo do Setor Independente sobre doações e voluntariado nos
Estados Unidos relatou que as contribuições globais para causas de
caridade declinaram 10% (em constantes 1993 dólares) entre 1987 e 1993.5
• Famílias com rendas abaixo de 10.000 dólares dão uma média de 2,8% de
seus rendimentos, enquanto famílias com uma receita entre 50.000 e
100.000 dólares dão apenas 1,5%. Um estudo descobriu que quase metade
do total das contribuições para caridade nos Estados Unidos vem de famílias
com receitas abaixo de 30.000 dólares.6
Pense nisto: estamos vivendo no tempo de maior colheita potencial na
história do mundo, e 50%, ou mais, do povo de Deus não está dando nada!
Estamos vivendo um tempo de abertura espiritual sem paralelos e de engano
satânico sem princípios; no entanto, o povo de Deus não está dando nem 3% de
sua renda para levar a luz. O. S. Hawkins está atenuando o caso quando diz:
O principal impedimento para o avanço do reino de Deus é a ganância. É o
principal obstáculo para o avivamento enviado pelo céu. Parece que quando
a parte mais difícil, a ganância, for quebrada, o espírito humano renascerá
nas regiões da generosidade. Creio que é seguro dizer que não pode haver
avivamento contínuo sem doações "hilariantes". E não temo dizer o
contrário: onde quer que haja doações "hilariantes" logo haverá
avivamento!7
Creio que a grande maioria do povo de Deus queira dar o dízimo. Sabem que
isto é correto. Não precisam ser convencidos desta verdade tanto quanto
precisam ser estimulados pelo fato de que podem realmente fazê-lo: que 90%
com a bênção de Deus irá muito mais longe do que 100% sem ela.
Mas muitíssimas pessoas estão enterradas pelas dívidas, assoladas pelas
responsabilidades e presas aos medos. Como resultado, elas sinceramente não
sabem como quebrar o ciclo e experimentar a bênção que vem de dar
biblicamente. Posso lhe contar um segredo? Quando eu era um cristão novo, eu
também não sabia. Como tantos, eu estava sobrecarregado com dívidas e assolado
pelo medo; eu simplesmente não sabia o que a Palavra de Deus dizia sobre como
começar no caminho da bênção que ele tenciona para cada crente. Neste livro, vou
compartilhar os mesmos princípios transformadores que Deus me revelou. E estou
confiante de que, como resultado, haverá mais recursos para levar a mensagem
salvadora e de cura do Salvador no mundo inteiro.
Bênção Bíblica:
Muito Mais do que Você Possa Pensar
Bênção de Deus é muito mais do que riquezas materiais. As pessoas que
enfocam as riquezas materiais excluindo o resto das bênçãos de Deus limitam
Deus e deixam de observar a verdadeira miríade de formas de ele nos abençoar a
cada momento. Depois de dizer isto, tenho de concordar com algo que ouvi Zig
Ziglar dizer certa vez para um grupo de pessoas: "Já fui pobre e já fui rico. E vou
dizer uma coisa para vocês: é melhor ser rico!" Depois que a platéia parou de rir,
ele prosseguiu para fazer uma observação crucial:
Dinheiro comprará uma cama, mas não o sono;
livros, mas não cérebros;
comida, mas não o apetite;
enfeites, mas não a beleza;
uma casa, mas não um lar;
remédios, mas não a saúde;
luxo, mas não cultura;
passatempos, mas não felicidade;
religião, mas não a salvação.
Riquezas são irrelevantes, porque as Escrituras afirmam que "é grande ganho
a piedade com contentamento" (1 Tm 6.6). Sem contentamento você nunca terá o
suficiente. Com contentamento você pode experimentar alegria nas áreas mais
desoladas da Terra. Riquezas não trarão felicidade. Obediência traz felicidade,
pois o próprio Salomão declara sem rodeios:
Não é, pois, bom para o homem que coma e beba e que faça gozar a sua alma do
bem do seu trabalho? Isto também eu vi que vem da mão de Deus. (Porque quem
pode comer, ou quem pode gozar melhor do que eu?) Porque ao homem que é bom
diante dele dá Deus sabedoria, e conhecimento, e alegria; mas ao pecador dá
trabalho, para que ele junte, e amontoe, e o dê ao bom perante a sua face.
Também isto é vaidade e aflição de espírito (Ec 2.24-26).
Mesmo tendo dito isto, preciso salientar que também é um engano presumir
que Deus não se importa com nosso bem-estar financeiro ou que suas promessas
de bênçãos incluem o espiritual, mas não o financeiro. R. T. Kendall tem um
penetrante discernimento aqui:
Estas promessas [de Malaquias 3.10-11] apontam para um retorno material como
uma espécie de bênção vinda do Senhor. Obviamente, alguns vão prosperar mais
que outros, devido a talentos, colocação da responsabilidade ou oportunidades.
Mas na base de tudo isto está uma promessa para todos os crentes, de que eles serão
honrados, mesmo no nível material, de uma forma que, quer seja mais quer seja
menos que outros, será mais do que seria se não tivessem sido fiéis no
compromisso cristão. Existem incontáveis testemunhos que poderiam ser
apresentados que contam as durezas financeiras, dívidas e miséria até o começo da
entrega do dízimo. Não que estas pessoas tenham se tornado milionárias ou estejam
dirigindo Rolls-Royces, mas viveram sem o terror da constante adversidade
financeira.8
Quando vivenciamos a maravilhosa bênção descrita nas Escrituras como
"nenhuma necessidade", cada dia é uma aventura quando descobrimos como
nosso amoroso Pai celestial supriu nossas necessidades, e muito mais, de formas
que nunca teríamos previsto. Nós não só experimentamos a aventura de ter nossas
próprias necessidades supridas, mas passamos a vivenciar a bênção de responder
à direção do Espírito Santo para suprir as necessidades de outras pessoas. Assim,
experimentamos a verdade tão magnificamente bem resumida por Mathew Henry:
"As riquezas que damos são a única fortuna que devemos sempre reter".9
O Caminho Bíblico para a Bênção:
Muito Diferente daquilo que Você Possa Pensar
Estou escrevendo este livro por causa da necessidade humana que vejo ao
meu redor e da oportunidade que existe de levar o evangelho ao mundo — mas
também estou escrevendo porque existe muita falta de entendimento acerca das
bênçãos de Deus. A Bíblia não ensina a espécie de teologia que normalmente é
chamada de "diga o que quer e reivindique". Na realidade, eu prefiro chamar de
"bata com a língua nos dentes e agarre"! Quero deixar bastante claro para que não
haja mal-entendidos: se você está lendo este livro para aprender como ficar rico,
você não está apenas começando no lugar errado, está lendo o livro errado!
Veja, o caminho bíblico para a bênção não é um guia comercial. Não existe um
disque 0800 para ligar, e nosso Deus soberano não é Aladin. A Bíblia não é um
livro de feitiçarias de bruxas, cheio de fórmulas que permitem que manipulemos
Deus para que ele faça aquilo que queremos. A Bíblia não é um catálogo que
usamos para escolher aquilo que queremos e depois esperamos a entrega.
Não, a primeira e principal coisa, a Palavra de Deus é uma história de amor. Ela
nos fala do impressionante, estável e fiel amor do nosso Pai celestial. E na Bíblia,
aprendemos como podemos viver diariamente num relacionamento de amor com
ele. Aprendemos como ter experiências com ele naquilo que ele é — nosso Pai
— e como podemos viver como filhos obedientes e felizes.
Por isso, veja, o caminho bíblico para a bênção não é sobre fórmulas, nem
sobre uma doutrina pesada. Não, ele é sobre como amar a Deus, o Pai. Ele é
sobre como deixar que o Pai supra todas as suas necessidades — inclusive as
financeiras. É sobre uma vida mais realizada e satisfatória do que você jamais
imaginou ser possível. Este é o caminho bíblico para a bênção, e eu convido você
a acompanhar-me.
CAPITULO 2
O Generoso Pai de Amor
O
pálido brilho dourado vindo da lâmpada aquecia levemente a sala com sua
luz. Sentado em uma confortável cadeira com meu filho Joshua no colo,
relaxei durante alguns momentos, meditando sobre as atividades do dia. No final
do corredor, podia ouvir os sons familiares de Jessica e Natasha preparando-se
para dormir. Eleasha, nossa filha mais nova, já estava dormindo.
Quando a casa ficou em silêncio, Joshua aconchegou-se mais perto de mim.
Estava ficando tarde e até mesmo um garoto com uma energia considerável como
a do meu filho fica cansado. As atividades na outra parte da casa diminuíram na
distância enquanto eu continuava a repassar mentalmente os eventos do dia.
Quando finalmente concluí minhas reflexões, dei uma olhada em Joshua e
percebi que ele estava dormindo profundamente em meus braços. Ele parecia tão
cheio de paz deitado ali — quase angelical. Enquanto eu estava ali sentado, no
silêncio da noite observando-o dormir, ele mexeu levemente a cabeça, tentando
ficar mais confortável. Quando mudou sua posição, seu cabelo castanho refletiu a
luz sutil. Acariciei suavemente o cabelo de Joshua enquanto ele dormia. Como
aprecio momentos como estes com meus filhos, pensei enquanto tocava seu cabelo
com amor. Que presente maravilhoso do Senhor!
Não sei quanto tempo permaneci ali sentado saboreando o momento, mas
meu coração estava borbulhando de amor por Josh e suas irmãs, que a esta altura
dormiam profundamente no final do corredor. Olhei para o rosto de Josh e
contemplei uma imensa inocência e total confiança enquanto dormia nos braços
do pai. E o amor que senti por ele naquele momento foi indescritível.
Meu filho, meu Joshua, pensei enquanto tirava seu cabelo que caía em seu
rosto. Meu único filho... como eu o amo. Não existe nada no mundo que eu não daria
a este menino... nada que eu não faria por ele ou por qualquer um de meus filhos...
nada que ele possa fazer que faça com que eu deixe de amá-lo, ou que faça com que
eu me sinta de outra forma em relação a ele. Mesmo quando tenho de discipliná-lo,
meu amor nunca muda. Senti um irresistível derramar de um amor inabalável
pelo meu filho.
Enquanto eu continuava a acariciar sua cabeça suavemente, comprazendome com a beleza do inestimável momento, o Senhor sussurrou: "Quais são seus
sentimentos em relação a seu filho neste momento?"
Embora eu tivesse reconhecido sua voz baixa, calma, me assustei com a
pergunta. Novamente, a voz suave do Mestre disse com delicadeza: "Você
consegue descrever o que está sentindo neste exato momento?"
Lutei para encontrar as palavras certas e finalmente respondi: "Não, Mestre,
não consigo começar a colocar em palavras. A profundidade e dimensão do meu
amor por meu filho são indescritíveis".
"Benny", o Senhor disse, "o que você está sentindo não pode sequer ser
comparado com o amor que tenho por você. É apenas uma minúscula gota no
oceano por comparação. É um exemplo fraco e mundano daquilo que sinto em
relação a você. Meu amor por você é pleno de bondade — minha bondade é
plena de amor. Meu amor é estável, generoso, imutável e infinito. Meu amor por
você nunca, jamais falha".
Naquele momento de ternura, enquanto eu segurava meu filho que dormia
em meus braços, o amor que senti como pai era muito rico. Mas quando o
Senhor falou ao meu coração, comparando o amor que eu sentia por Joshua com
a grandeza do seu terno amor por mim, compreendi como era fraco e frágil meu
amor por meu filho quando comparado ao infinito amor do Deus Pai por nós,
seus filhos.
Como pai, não existe nada que eu não faria por Jessica, Natasha, Joshua ou
Eleasha. Nada poderia fazer com que eu deixasse de amá-los, ou abandonasse meu
compromisso com eles como pai. Mas meu amor por eles, juntamente com minha
capacidade e disposição de suprir e cuidar de meus filhos com amor, não pode
sequer começar a ser comparado com o amor maravilhoso e fiel que nosso Pai
celestial tem por você e por mim — um amor que nunca esteve mais em evidência
do que no Calvário.
A Suprema Dádiva do Amor
A própria natureza e caráter de Deus são revelados através do seu ato
máximo de generosidade, quando ele entregou seu Filho, Jesus Cristo, como o
sacrifício supremo pela humanidade. Como pai, não consigo sequer começar a
compreender a dor que nosso maravilhoso Pai celestial, suportou, permitindo que
seu Filho morresse a terrível morte do Calvário.
Faço tudo o que está a meu alcance para evitar que qualquer coisa ruim
aconteça aos meus filhos. Fico preocupado quando eles têm um mau dia na
escola ou quando arranham um joelho enquanto brincam. Oh! como o coração do
Pai deve ter doído enquanto ele assistia seu precioso e perfeito Filho ser rejeitado
pelas pessoas que ele veio salvar, espancado, açoitado, cortado com uma coroa
de espinhos e crucificado no meio de criminosos e patifes!
Oh! meu amigo, nunca duvide por um momento sequer do precioso amor de
nosso maravilhoso Pai celestial por você e por mim! Verdadeiramente, não existe
nenhuma outra coisa maior que o Pai pudesse ter feito para demonstrar seu amor
por nós do que enviar seu Filho para morrer em nosso lugar e por nossos
pecados. Por mais que tenha se afligido pelo sofrimento infligido a Jesus, a idéia
de homens e mulheres passando a eternidade no inferno afligiu-o ainda mais.
Nenhuma dádiva maior jamais foi dada, nem tamanho amor jamais foi igualado
em toda a história.
No entanto, se o Pai sacrificou tanto para tornar possível para nós fazermos
parte da vida eterna com ele, faz sentido que um Deus com tamanho amor pare de
querer abençoar seus filhos? A resposta alta e clara do apóstolo Paulo é tão
convincente hoje quanto foi no primeiro século:
Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será contra nós?
Aquele que nem seu próprio filho poupou, antes, o entregou por todos nós,
como nos não dará também com ele todas as coisas? Quem intentará
acusação contra os escolhidos de Deus1. É Deus quem os justifica. Quem os
condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, quem ressuscitou dentre os
mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós. Quem nos
separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou
a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de
ti somos entregues à morte todo o dia; fomos reputados como ovelhas para o
matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por
aquele que nos amou. Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida,
nem os anjos, nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o
porvir, nem a altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos
poderá separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor (Rm
8.31b-39, itálico acrescentado).
Ouvi o Dr. Oral Roberts dizer com freqüência: "Deus é um Deus bom!" O que
poderia ser mais verdadeiro? Pois eu sei que, como eu, você já vivenciou a
bondade de Deus de diversas formas e muitas vezes. Na realidade, tudo de bom
nas nossas vidas é uma dádiva direta vinda do nosso amoroso Pai celestial, como
Tiago 1.17 declara com coragem: "Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do
alto, descendo do Pai das luzes, em quem não há mudança, nem sombra de
variação" (itálico acrescentado).
Meu prezado amigo, desejo honestamente que você comece a compreender o
amor do nosso Pai celestial, que esteja certo dele como o apóstolo Paulo estava. Mais
do que se preocupar com você, nosso Pai quer abençoá-lo em todas as áreas da
sua vida. A Palavra de Deus tem muito a dizer sobre seu desejo de abençoá-lo. E
embora a salvação e a vida eterna representem as maiores bênçãos que ele
poderia dar, ele também está preocupado com todas as outras áreas da sua vida.
Bênçãos Vindas do Pai
Davi proclamou:
Bendito seja o Senhor, que de dia em dia nos cumula de benefícios,
o Deus que é a nossa salvação (SI 68.19, itálico acrescentado).
Deus quer abençoar seus filhos. Como pai, gosto de dar presentes aos meus
filhos e supri-los. E nada me dá maior alegria do que ver o brilho nos olhos deles
quando abrem um presente ou quando dão aquela risadinha de prazer porque deilhes algo que desejavam.
Se um simples ser humano como eu consegue encontrar alegria dando
presentes aos filhos, imagine só quanta alegria nosso Pai celestial recebe quando
derrama boas dádivas sobre nós. Realmente, nosso Pai celestial de amor anseia por
abençoar seus filhos — se não por outro motivo, pela simples alegria de saber o
prazer que nós recebemos quando ele nos supre.
Como é fácil perder este simples princípio: Deus te ama e quer o melhor para
você. Ele realmente quer. O Senhor Jesus cuida deste ponto com muito vigor para
remover quaisquer dúvidas, sejam quais forem, acerca do amor do Pai em relação
a nós:
Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque
aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre. E qual
dentre vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra?
E, pedindo-lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus,
sabeis dar boas coisas aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos
céus, dará bens aos que lhos pedirem? (Mt 7.7-11).
Nesta maravilhosa passagem o Salvador declara que nosso Pai celestial
sempre dá a seus filhos boas dádivas. E sou grato porque, geralmente sem nos
darmos conta disso, podemos pedir por dádivas que parecem ser boas, mas que
na realidade não são nada disso.
Sorvete, por Favor!
"Quero sorvete, pai!"
"Coma seu jantar primeiro, Joshua, e depois você poderá tomar sorvete."
Este foi o começo de uma conversa com meu filho, Joshua, uma noite enquanto
eu e ele jantávamos juntos.
"Quero sorvete, pai!"
"Coma seu jantar primeiro, Joshua", repeti, "e depois você poderá tomar
sorvete. Você não vai tomar sorvete até terminar o jantar".
Joshua ficou ali sentado, olhando primeiro para o prato e depois para mim.
Depois de um tempo, e de uma luta com a sua vontade, ele pegou o garfo e
começou a comer a comida diante dele. Enquanto mastigava o alimento
lentamente, dava uma olhada para mim de vez em quando; parecia estar tentando
determinar quão sério eu estava falando sobre ele comer o jantar.
Ele estava em silêncio enquanto comia, diferente do seu jeito falante
habitual. Ele comia sua comida sem entusiasmo, um minúsculo pedacinho por
vez. Para estimulá-lo, lembrei-lhe do delicioso sorvete esperando por ele no
freezer.
Quando ele finalmente terminou, me mostrou triunfante seu prato vazio e,
com olhos ofuscantes e um sorriso que atravessava todo o seu rosto, disse:
"Sorvete, pai! Quero sorvete!"
Deu-me tanta alegria dar-lhe uma tigela generosa do sorvete que eu havia
prometido. Fiquei emocionado por ele ter-me obedecido, e agora eu podia
abençoá-lo com a sobremesa.
Vários dias mais tarde, enquanto eu refletia sobre o assunto, entendi que
minha experiência com Joshua e o sorvete dava um rico discernimento acerca do
nosso relacionamento com nosso Pai celestial e sua disposição de abençoar seus
filhos. Não é surpreendente a forma como Deus planejou o relacionamento entre
pais e filhos para nos dar uma idéia do seu amor e preocupação conosco? Desde o
primeiro momento em que Joshua me olhou com seus lindos olhos escuros e me
pediu sorvete, com certeza eu quis lhe dar, porque sabia o quanto ele o queria.
Porém, como seu pai, tinha uma responsabilidade com seu bem-estar. Eu sabia
como era importante para ele ter a nutrição adequada de uma refeição balanceada,
que o prato principal raramente é tão tentador quanto a sobremesa, mas que quase
sempre é mais benéfico.
Mas quando Joshua finalmente comeu o último bocado, levantou seu prato
vazio e disse: "Sorvete, pai! Quero sorvete!" Fiquei felicíssimo por cumprir minha
promessa e lhe dar uma tigela grande do seu sabor preferido.
É assim que o nosso Pai no céu opera. Ele satisfará nossos desejos quando lhe
obedecermos. Meu filho tinha vontade de tomar sorvete, mas eu sabia que ele
realmente precisava de uma refeição balanceada. Eu queria dar a Joshua a sobremesa
que ele desejava, mas ele precisava me obedecer primeiro no que dizia respeito à
necessidade dele. Depois que Joshua obedeceu, fiquei imensamente feliz em darlhe um monte de sorvete.
É exatamente assim que nosso Pai celestial de amor se relaciona conosco.
Lemos na Escritura:
Deleita-te também no Senhor,
e ele te concederá o que deseja o teu coração.
(Sl 37.4)
Quando nos deleitamos nele, ele nos dá os desejos que são submetidos ao seu
senhorio. E uma vez que nosso Pai celestial governa sobre tudo sem limites, ele se
agrada de enviar maravilhosas bênçãos aos seus filhos, quando estes lhe
obedecem.
O Amor de um Pai
Como pai, amo meus filhos com todos os átomos do meu ser. Cada um
deles é especial e eu sei que Deus os fez como indivíduos únicos.
Minha Jessica é tão querida para mim. Tenho tanto orgulho dela e ela nasceu
para ser uma adorável dama. Algumas vezes brinco com ela pelo fato de ela se
parecer tanto comigo. Ela sempre me diz com um brilho em seus lindos olhos
escuros: "Lembre-se: sou inglesa também, como mamãe!"
E a Natasha — bem, ela é outra coisa. Ela é muito cheia de vida e sempre me
diz exatamente o que pensa. Se tem uma opinião acerca de alguma coisa, não
hesita em fazer com que eu fique sabendo. Ela prefere evitar a atenção pública,
falando o mínimo possível, mas, na intimidade, não se guarda muito.
Agora quando se trata de Joshua, nunca sei exatamente o que esperar. Ele está
sempre pronto para aceitar um microfone e dizer alô ou cantar uma canção. Fico me
indagando de onde ele pegou isso? E tenho de dizer que o alô é muito mais
previsível do que a canção. Durante uma cruzada de dezembro, ele decidiu que
queria cantar uma canção. Foi até a plataforma e disse seus alôs às pessoas. Quando
lhe perguntei o que queria cantar, ele disse: "Dashing Through the Snow". Eu não
tive sucesso na tentativa de mudar sua idéia para alguma coisa mais espiritual
como "Silent Night" e assim ele cantou "Dashing Through the Snow".
Eleasha é a nossa filha mais nova, e como ela é doce! Ela é uma criança cheia
de paz e alegria. Minha mulher, Suzanne, e eu mal conseguimos lembrar de uma
vez que ela tenha chorado por um motivo qualquer. Não importa o que esteja
acontecendo ela está, basicamente, feliz. Quando é hora de ir dormir, ela
simplesmente deita-se, fecha os olhos e vai dormir. Sem protestos, sem lágrimas,
apenas "boa-noite, boa-noite". E como ela ama o irmão! eles são inseparáveis.
Como dá para perceber, eu poderia continuar enchendo páginas e mais
páginas com histórias sobre as coisas especiais que cativam cada um dos meus
filhos ao meu coração porque os amo muito. Mas tenho consciência de que, como
pai deles, não importa quanto eu ame cada um deles, meu amor por eles não é
nada se comparado ao amor que Deus Pai tem por você e por mim.
Por exemplo, que pai que você conhece contaria cada fio de cabelo da cabeça de
seu filho? Naquela noite em que Joshua estava dormindo no meu colo, certamente
eu não tentaria contar cada fio de cabelo dele. No entanto, o amor do nosso Pai
celestial por nós é tão abrangente, tão completo, que as Escrituras revelam que "até
mesmo os cabelos da [nossa] cabeça estão todos contados" (Mt 10.30).
Certa vez ouvi Kathryn Kuhlman contar uma história sobre ir a seu pai para
pedir coisas que ela desejava muito. Embora ele não tivesse o dinheiro necessário
para dar o que ela queria no momento, seu pai amava-a tanto que se determinava
a consegui-lo para ela. Ele acabava até pegando dinheiro emprestado para obter
os itens que ela queria. Ele estava disposto a fazer o que quer que fosse
necessário para dar alegria a ela.
Se um pai natural vai longe assim e é tão motivado por seu filho, pense só no
quanto mais Deus Pai está preocupado com seus filhos, pois ele nos ama
profundamente!
Bênçãos Prometidas
Ao longo das Escrituras, encontramos muitas referências da disposição e do
desejo sincero de Deus de abençoar seus filhos. Existem tantos versículos referentes
às bênçãos de Deus para você e para mim que se eu fosse incluí-los todos aqui,
este livro se transformaria numa enciclopédia. Mas eu quero compartilhar
algumas passagens para ajudá-lo a compreender o quanto Deus quer abençoar
seus filhos em todas as áreas da vida: tanto no reino natural quanto no espiritual.
E porque você crê, muitas dessas bênçãos são prometidas para você e para seus
filhos:
Porque derramarei água sobre o sedento
e torrentes, sobre a terra seca,
derramarei o meu Espírito sobre a tua posteridade
e a minha bênção, sobre os teus descendentes (Is 44.3).
Como o orvalho do Hermom, que desce sobre os
montes de Sião; porque ali o Senhor ordena a bênção
e a vida para sempre (Sl 133.3).
A nação de Israel tinha uma aliança especial com Deus. As bênçãos
estendidas a Israel demonstram não só a vontade do Pai de abençoar, mas também
as muitas áreas nas quais ele deseja abençoar:
E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do
Senhor, teu Deus: Bendito serás tu na cidade e bendito serás no campo.
Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da tua terra, e o fruto dos teus animais,
e a criação das tuas vacas, e os rebanhos das tuas ovelhas. Bendito o teu cesto e
a tua amassadeira. Bendito serás ao entrares e bendito serás ao saíres. O Senhor
entregará os teus inimigos que se levantarem contra ti feridos diante de ti; por
um caminho sairão contra ti, mas por sete caminhos fugirão diante de ti. O
Senhor mandará que a bênção esteja contigo nos teus celeiros e em tudo o que
puseres a tua mão; e te abençoará na terra que te der o Senhor teu Deus. O
Senhor te confirmará para si por povo santo, como te tem jurado, quando
guardares os mandamentos do Senhor, teu Deus, e andares nos seus
caminhos. E todos os povos da terra verão que és chamado pelo nome do
Senhor e terão temor de ti.
E o Senhor te fará abundar de bens no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus
animais, e no fruto da tua terra, sobre a terra que o Senhor jurou a teus pais te
dar. O Senhor te abrirá o seu bom tesouro, o céu, para dar chuva à tua terra
no seu tempo e para abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a
muitas gentes, porém tu não tomarás emprestado. E o Senhor te porá por
cabeça e não por cauda; e só estarás em cima e não debaixo, quando
obedeceres aos mandamentos do Senhor, teu Deus que hoje te ordeno, para os
guardar e fazer (Dt 28.2-13).
Todavia, estou de contínuo contigo;
tu me seguraste pela mão direita (Sl 73.23).
A bênção do Senhor é que enriquece, e ele não
acrescenta dores (Pv 10.22).
Porque o Senhor Deus é um sol e escudo;
o Senhor dará graça e glória; não negará bem algum aos que
andam na retidão (Sl 84.11).
A sua descendência será poderosa na terra;
a geração dos justos será abençoada (Sl 112.2).
Todas estas promessas, e muitas mais, pertencem a todo aquele que crê.
Quando andamos nos caminhos do Senhor, quando vivemos segundo os princípios
de Deus e preenchemos as condições traçadas ao longo da Palavra de Deus, Deus
promete derramar bênçãos num grau tal que não conseguimos contê-las.
Bênçãos de Deus para os Filhos de Israel: Nenhuma
Necessidade
O amor de Deus por seus filhos e sua disposição de abençoar estão claramente
ilustrados em suas relações com os filhos de Israel. Sua fidelidade para com eles,
ano após ano, estendia-se por todos os aspectos de suas vidas. E as promessas de
Deus para com os filhos de Israel, encontradas ao longo da antiga aliança,
estendem-se a você e a mim como seus filhos hoje.
Os filhos de Israel conheciam o suprimento sobrenatural, pois eles não
vivenciaram necessidade alguma. Escolhi cada palavra da frase acima com muito
cuidado. Enquanto a nação de Israel caminhava em obediência a Deus, Deus
supria cada necessidade deles, e por isso eles nunca conheceram a necessidade.
Quando você e eu estivermos caminhando em obediência com nosso Pai celestial
de amor, não necessitaremos de nada. A Bíblia é bastante forte quando afirma:
Pois o Senhor, teu Deus, te abençoou em toda a obra das tuas mãos; ele sabe
que andas por este grande deserto; estes quarenta anos o Senhor, teu Deus,
esteve contigo; coisa nenhuma te faltou (Dt 2.7, itálico acrescentado)..
E quarenta anos vos fiz andar pelo deserto; não se envelheceram sobre vós as
vossas vestes, nem se envelheceu no teu pé o teu sapato (Dt 29.5).
Desse modo os sustentaste quarenta anos no deserto;
falta nenhuma tiveram;
os seus vestidos se envelheceram,
e os seus pés se não incharam (Ne 9.21).
Quando não vivenciamos a falta, Deus está suprindo a nossa necessidade,
não a nossa cobiça. Observe que os israelitas não foram supridos com sapatos
novos; pelo contrário, o Pai celestial dirigiu-os de uma forma tal que seus sapatos
nunca se gastaram. Nosso Pai misericordioso não os supriu com um armário cheio
de roupas; pelo contrário, ele garantiu que as roupas que eles tinham durassem
muito além do normal. Nosso Pai de amor não colocou seu povo num Concorde
para levá-los do Egito para Israel; pelo contrário, ele permaneceu com eles no
deserto e cuidou para que seus pés não inchassem enquanto caminhavam para a
terra prometida.
Nosso Pai celestial de amor prometeu fazer da nação de Israel um testemunho
da sua fidelidade em abençoar geração após geração:
E far-te-ei uma grande nação,
e abençoar-te-ei,
e engrandecerei o teu nome,
e tu serás uma bênção (Gn 12.2).
... que deveras te abençoarei e grandissimamente multiplicarei a tua semente
como as estrelas dos céus e como a areia que está na praia do mar; e a tua
semente possuirá a porta dos seus inimigos (Gn 22.17).
Porque o Senhor, teu Deus, te abençoará, como te tem dito; assim,
emprestarás a muitas nações, mas não tomaras empréstimos; e dominarás
sobre muitas nações, mas elas não dominarão sobre ti (Dt 15.6).
O Senhor mandará que a bênção esteja contigo nos teus celeiros e em tudo o
que puseres a tua mão; e te abençoará na terra que te der o Senhor, teu Deus
(Dt 28.8).
... e amar-te-á e abençoar-te-á e te fará multiplicar e abençoará o fruto de teu
ventre, e o fruto da tua terra, e o teu cereal, e o teu mosto, e o teu azeite, e a
criação das tuas vacas, e o rebanho do teu gado miúdo, na terra que jurou a
teus pais dar-te (Dt 7.13).
Assim, porão o meu nome sobre os filhos de Israel, e eu os abençoarei (Nm
6.27).
Saúde divina também estava incluída nas bênçãos prometidas por Deus para
os filhos de Israel: "E servireis ao Senhor, vosso Deus, e ele abençoará o vosso
pão e a vossa água; e eu tirarei do meio de ti as enfermidades" (Êx 23.25).
E mesmo quando os filhos de Israel deixaram de ver a fidelidade de Deus
enquanto enfrentavam o mar Vermelho e o exército egípcio que se aproximava,
reclamando que seria melhor morrer na escravidão do que no deserto, Deus foi
paciente e resignado com eles. Ele abriu o mar Vermelho diante deles e livrou-os. E
as mesmas águas que se dividiram diante deles, permitindo que caminhassem sobre
o chão seco, depois precipitaram-se afogando seus opressores, os egípcios.
Repetidas vezes Deus demonstrou sua misericórdia com eles no deserto
suprindo suas necessidades, embora eles resmungassem e reclamassem. Manhã
após manhã, quando acordavam, encontravam comida fresca — maná — no chão.
Tudo o que tinham a fazer era recolhê-lo. E enquanto comiam o maná fresco,
eram lembrados de que Deus os havia tirado do Egito.
Num determinado ponto os filhos de Israel reclamaram de suas dificuldades
quando não tinham água, dizendo a Moisés: "Afinal de contas, por que nos tiraste
do Egito? Não era tudo perfeito lá, mas pelo menos tínhamos água para beber!"
Quando Moisés clamou a Deus por auxílio acerca das queixas do povo, Deus
levou-o a bater numa rocha com seu cajado. Quando o fez, uma corrente de água
limpa e fresca explodiu, e houve água suficiente para todas as pessoas e todos os
animais. Mais uma vez, Deus demonstrou que estava com eles. Exatamente como
ele sempre prometeu, que não haveria necessidade. Nosso Pai celestial em sua
sabedoria não lhes deu água Perder, mas ele supriu a necessidade deles de água.
Mesmo depois do vergonhoso incidente de idolatria com o bezerro de ouro,
nosso misericordioso Pai celestial foi paciente com os filhos de Israel. Moisés
admoestou-os a implorarem pelo perdão de Deus enquanto ele voltava ao local
onde tinha encontrado Deus. Lá ele suplicou a Deus por misericórdia pelo povo e,
depois de quarenta dias, ele retornou visivelmente radiante pela presença de Deus.
Ao longo da jornada de quarenta anos pelo deserto, os filhos de Israel não
tiveram necessidade, porque Deus supriu-os. Ele os livrou de seus inimigos, das
enfermidades e do perigo. Ele foi fiel a todas as promessas que fez a eles.
A fidelidade de Deus às suas promessas continua hoje. Não existe data de
validade para suas promessas eternas de abençoar seus filhos.
Bem na Hora
Muitas vezes podemos ficar perplexos e até mesmo desanimados quando nosso
Pai celestial não responde às nossas orações de acordo com o nosso tempo. Oramos
para Deus intervir, mas ele parece não intervir. Oramos para que um querido se
entregue para o Senhor Jesus, mas a pessoa continua vivendo em rebeldia. Oramos
para que uma necessidade financeira seja suprida, mas nada acontece.
Anos atrás, ouvi Corrie Ten Boom dar uma poderosa ilustração acerca da
oportunidade do cuidado amoroso de Deus. O local da história era a Holanda
ocupada pelos nazistas, onde ela e a família passavam por provações enquanto
tentavam abrigar judeus. No meio do perigo e tumulto crescentes, ela disse: "Pai,
as coisas estão ficando muito ruins. Se a polícia vier atrás de nós, como vamos
saber que Deus está conosco?"
"Corrie", ele respondeu: "quando viajamos de trem, quando eu te dou a
passagem?"
"Só antes de entrarmos no trem, pai", Corrie respondeu.
"Isso mesmo, Corrie", seu pai disse. "Você não precisa da sua passagem até
estar para embarcar. Mas eu sempre te dou sua passagem bem na hora. É assim
que nosso maravilhoso Pai celestial é. Ele sempre nos dá exatamente o que
necessitamos e nunca se atrasa. Seu amor e misericórdia nos sustentarão e
fortalecerão exatamente quando precisarmos, porque ele sempre é fiel".
D. L. Moody foi um gigante na história da igreja, um homem que conhecia a
Deus e vivenciou seu amor e suas bênçãos continuamente. Um amigo contou uma
história que achei fascinante, uma história que eu gostaria de compartilhar com
você.
Parece que em 1893, D. L. Moody teve uma necessidade financeira de 3.000
dólares. O Sr. Moody sempre levava suas necessidades para o Senhor em oração,
e este dia não foi diferente.
Ele ajoelhou-se ao lado da sua escrivaninha e orou: "Senhor, tu sabes que
preciso de 3.000 dólares hoje. Preciso disso, e tu sabes que estou ocupado demais
com a tua obra para sair e conseguir esse dinheiro. Por favor, envia-o para mim.
Agradeço-te porque tu o enviarás. Amém".
Depois da sua oração, o Sr. Moody levantou-se e continuou seu trabalho no
Instituto Bíblico de Chicago.
Mais tarde, naquele mesmo dia, ele deveria ir pregar no auditório. A platéia
já estava acomodada e a plataforma estava cheia de gente. Quando a reunião estava
para começar, uma jovem foi até um introdutor e disse: "Preciso ver o Sr.
Moody". Ele respondeu: "Você não pode ver o Sr. Moody agora. A reunião está
para começar".
Ela continuou: "Mas eu tenho de ver o Sr. Moody".
Sem se alterar com a persistência dela, o introdutor recusou seu pedido.
Quando ela foi embora, viu outro corredor e aproximou-se de outro
introdutor, fazendo o mesmo pedido de ver o Sr. Moody. Ele também disse que
seria impossível, porque a reunião estava para começar.
Determinada, ela deu a volta até a entrada da plataforma e, de alguma forma,
deu um jeito de ir até onde o Sr. Moody estava. Ela colocou um envelope na mão
do Sr. Moody quando ele tocou nela ao passar no caminho para a plataforma.
Enquanto andava para o palco, ele colocou rapidamente o envelope no bolso do
colete e continuou com a reunião.
Mais tarde, naquela noite, enquanto jantava, lembrou-se do envelope.
Procurou no bolso do seu colete e tirou o envelope. Quando o abriu, descobriu
que ele tinha um cheque de 3.000 dólares — uma resposta à sua oração.
Ele acabou sabendo da história por trás daquela dádiva preparada pelos céus.
Naquela manhã, o Senhor havia tocado o coração de uma mulher cristã e o Sr.
Moody foi lembrado: "Estamos num período de muita ocupação para o Sr. Moody.
Ele deve precisar de muito dinheiro". E com isso ela fez um cheque de 1.000
dólares. Assim que terminou de escrever o cheque, o Espírito Santo falou com ela e
disse: "Isso não será suficiente. Ele precisará de mais do que isso".
Obediente à orientação do Espírito, ela rasgou o cheque e fez um novo no
valor de 2.000 dólares. Novamente, ela foi dirigida pelo Espírito de que a quantia
não era adequada. Ela rasgou o segundo cheque e fez um cheque de 3.000 dólares.
Colocou o cheque em um envelope, selou o envelope, endereçou-o e pediu à
emprega que colocasse-o no correio. Quando a empregada estava para deixar a
sala, a mulher chamou-a e disse: "Espere um minuto. Pode ser que ele não receba
até amanhã e pode estar precisando dele hoje. Coloque seu casaco e vá até o
auditório. Entregue-o ao Sr. Moody, e não dê para mais ninguém".
Você vê, pais bons sabem das necessidades de seus filhos e cuidam deles, e os
filhos que vivenciam o calor deste amor confiam na generosidade implícita de
seus pais. Exatamente como D. L. Moody confiou que seu Pai celestial, totalmente
suficiente, o supriria com amor, podemos aplicar os mesmos princípios. A
disposição de Deus para com seus filhos não mudou nem um pouquinho. Suas
promessas são eternas e estendem-se para todos e ele deseja com honestidade nos
abençoar e suprir todas as nossas áreas de necessidade. A Palavra de Deus nos diz:
"E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, se ouvires a voz do Senhor, teu
Deus" (Dt 28.2, V.R.).
Meu amigo, sei que, como eu, você quer que as grandes bênçãos que vêm de
um relacionamento de amor com nosso Pai celestial venham à sua vida. A Bíblia
contém diretrizes bastante claras sobre como podemos vivenciar as bênçãos
prometidas aos filhos de Deus — e eu quero muito que você as compreenda e
faça delas uma realidade em sua vida. Está preparado para aplicar estes princípios
e começar sua viagem pelo caminho bíblico para a bênção?
CAPITULO 3
Uma Viagem ao Amor do Pai
Travando Conhecimento
"Sente-se, Benny", o cavalheiro disse, conduzindo-me para sua sala de visitas.
"Vamos nos acomodar e conversar um pouco".
Fui rapidamente na direção que o homem estava apontando e sentei. Embora
eu conhecesse o homem na área profissional havia algum tempo, estávamos
travando conhecimento no plano pessoal. O motivo: eu ia ser seu genro.
O homem era o Rev. Roy Harthern, um pastor cujo púlpito eu tinha
freqüentado como evangelista em diversas ocasiões e o pai de Suzanne, a mulher
que eu tinha escolhido para casar.
Quando já estávamos sentados, olhando um para o outro na sua sala de
visitas, o pai de Suzanne disse: "Fale-me de você".
Eu disse: "Bem, o que o senhor gostaria de saber?" e instalei-me para aquilo
que eu previa que seria uma conversa bastante agradável para travarmos
conhecimento. Afinal de contas, eu queria me casar com a filha dele e parecia
bastante justo ele querer saber quem eu era.
"Fale-me de você, Benny", Roy disse.
Pensei que ele estivesse curioso acerca da minha família e do meu histórico
passado, por isso me preparei para falar tudo de mim para ele. Contei toda a
minha história, incluindo tudo o que parecia importante. Até lhe contei sobre a
mudança de Israel para Toronto, o que ele já sabia, mas eu não quis deixar escapar
nada. Afinal de contas, este homem logo viria a ser meu sogro.
Roy me fazia perguntas sobre uma coisa ou outra e, enquanto respondia a
cada questão, eu pensava: ele realmente quer saber tudo sobre a pessoa com a qual
sua menina vai casar. Até aquela ocasião ele me conhecia como evangelista, porque
eu tinha falado em sua igreja em umas duas ocasiões. Deus havia se manifestado
poderosamente nestes cultos e me senti abençoado por fazer parte deles. Também
tínhamos assistido à mesma conferência para ministros em Cingapura e tomamos
o mesmo longo vôo de volta para casa. Porém, nosso relacionamento era
basicamente num nível profissional e, por isso, falamos sobre tudo.
Eu era um jovem evangelista com oportunidades crescentes de ministério.
Meu ministério tinha algumas contas, mas eu já tinha decidido não mencioná-las
para Roy durante nosso bate-papo, porque eu não queria que ele tivesse nenhuma
preocupação indevida com relação ao meu casamento com sua filha. O que eu
não sabia era que de alguma forma Roy já sabia das minhas dívidas.
Nossa conversa foi descontraída e informal. Eu estava começando a me
sentir à vontade quando nossa conversa assumiu um tom mais intenso. Ele
perguntou: "Você dá o dízimo, Benny?"
Embora eu estivesse no ministério desde 1974, realmente não compreendia
muita coisa a respeito da questão do dízimo. Embora eu já tivesse passado
centenas e mais centenas de horas estudando a Palavra de Deus, eu não tinha
juntado todos os ensinamentos da Palavra de Deus sobre toda a questão de dar.
Era 1978, e eu nunca tinha ouvido nenhum ensinamento forte sobre os princípios
de Deus com relação a dar o dízimo e ofertas. Basicamente, eu associava as
palavras dar o dízimo com fazer uma doação monetária de alguma quantia
arbitrária... qualquer coisa parecia apropriada na ocasião. Por isso, toda vez que
eu ia à igreja, dava alguma coisa... qualquer coisa parecia correto na ocasião.
Um pouco aturdido com sua pergunta, limpei minha garganta e respondi
lentamente: "Bem, Roy... ah... isto é entre Deus e mim".
Roy me olhou bem dentro dos olhos e disse: "Você está para se tornar meu
genro. Prometo que será entre Deus, você e mim".
Assustado pela sua declaração tão direta, fiz uma pequena pausa. Sua pergunta
me deixou um pouco nervoso e não tinha muita certeza de como lhe responder:
"Bem... veja Roy... é o seguinte..". Minhas palavras iam se perdendo enquanto eu
procurava por uma resposta inteligente e apropriada. Eu estava ficando cada vez
mais nervoso. Enquanto tentava pensar no que deveria dizer, minha mente se encheu
de pensamentos do tipo: Por que este homem está me perguntando isso? O que isso tem
a ver com o casamento? Isto não é da conta dele!
"Bem", continuei lentamente, tentando parecer confiante, "sabe como é,
algumas vezes dou tanto, outras vezes dou tanto em dinheiro para Deus",
mencionando quantias específicas que eu tinha dado no passado. "Na realidade,
acho que pode se dizer que dou o que sinto vontade de dar".
Ele sentou-se abruptamente, apontou o dedo no meu rosto e disse
enfaticamente: "Agora eu sei!"
"Agora o senhor sabe o quê?" perguntei.
"Estou aqui sentado, dando tratos à bola, me indagando por que um jovem
evangelista bem-sucedido como você está com dívidas. Você deveria ter dinheiro no
banco e está em débito. Agora eu sei".
"Por favor, me diga", respondi, "porque eu também gostaria de saber por que
estou devendo".
"Porque você é uma pessoa que dá de maneira emocional!", Roy falou
decidido.
"Do que o senhor está falando?" perguntei, esforçando-me muito para não
deixar que minha voz traísse a irritação que eu sentia. Primeiro ele me fez uma
pergunta que realmente não era da sua conta e depois me disse que eu era uma
pessoa que dava de maneira emocional. Naquela altura eu já estava pensando. Este
homem vai ser meu sogro? Esqueça.
Roy respondeu rapidamente: "Você acabou de me dizer que às vezes dá tanto e
outras vezes dá tanto", repetindo as quantias que eu tinha acabado de mencionar.
"Você dá mais dinheiro quando se sente bem e dá menos quando não! Você dá
mais quando o pregador te abençoa e quando não, dá menos. Se você tem uma
boa manhã, dá mais; se tem uma manhã ruim, dá menos. Isto é dar de maneira
emocional. Como você gostaria que Deus lhe devolvesse do jeito que você está
dando para ele?"
Eu disse: "ele dá! Algumas vezes as ofertas são grandes e outras vezes não!
Algumas vezes são boas, outras vezes são ruins!"
Roy inclinou-se para frente e disse: "Nunca esqueça isto, Benny. A lei da
oferta é uma lei fixa, você não pode mudá-la. Oferta emocional é amaldiçoada
por Deus". Enquanto ele falava, pude sentir a unção nas palavras que ele estava
compartilhando.
"E, então, o que eu faço, Roy?", perguntei. "Estou com uma bela dívida."
"Vou te dizer como se livrar da dívida", Roy disse.
"Por favor, estou ouvindo", respondi ansioso para ouvir o que ele estava
para dizer.
"Comece pagando as contas de Deus", Roy falou decidido.
"Roy, mal tenho dinheiro para pagar as minhas contas", respondi.
Roy praticamente ignorou minha afirmação e continuou: "Benny, se você
pagar as contas de Deus, ele pagará as suas. A Palavra de Deus diz que a lei da oferta
é uma lei fixa. Você não pode mudá-la, nem pode dar de acordo com os seus
sentimentos. Você deve dar porque está ordenado. Você dá porque é a lei de Deus.
E se fizer isso, ele o tirará das dívidas. Vá para casa e comece pagando as contas de
Deus. E se fizer isso, ele o tirará do débito".
Ninguém jamais tinha falado comigo sobre dar, nem ninguém nunca tinha
tido a coragem de falar comigo desse jeito antes.
"O que eu faço agora?", perguntei, procurando desesperadamente por
respostas.
"Bem, faça duas coisas", Roy continuou. "Número um, comece dando agora,
e número dois, devolva tudo o que deve a Deus."
Eu estava fitando Roy quando inquiri: "O que o senhor disse?"
"O Antigo Testamento diz que, se você deixar de dar seus dízimos, você deve
pagar o que deixou de dar e acrescentar 20% sobre tudo o que deve".
Surpreso, exclamei: "Devo a Deus mais dinheiro do que devo aos meus
credores!"
"Você tem razão, Benny", Roy disse.
"Você está me dizendo que devo mais do que eu pensava?" perguntei.
Roy repetiu: "A Palavra de Deus diz que, se você deixar de dar o dízimo e a
oferta, deve pagar com mais 20% de acréscimo".
"Neste caso, devo centenas de milhares de dólares!" declarei. "O que eu faço?"
"Comece pagando as contas de Deus e ele pagará as suas", Roy voltou a
afirmar enfaticamente.
Decisões, Decisões
Enquanto voava de volta para casa em Toronto, as palavras de Roy ficavam
voltando para mim: "Se você pagar as contas de Deus, ele pagará as suas". Eu
sabia que Deus tinha falado comigo e sabia que Roy tinha razão, mas eu estava
enfrentando uma batalha durante todo o vôo. Eu queria obedecer a Deus, mas as
circunstâncias que eu estava enfrentando estavam causando uma tremenda luta na
minha mente. "Amado Senhor Jesus", orei, "a quem eu obedeço? Sei que Roy
está certo, mas o que eu faço com relação a todas aquelas contas?"
E como eu tinha contas! Eu estava vivendo em Toronto, no Canadá, e estava
no ministério havia mais ou menos quatro anos. O Senhor começou abençoando o
ministério tremendamente, e as coisas começaram a crescer e expandir. Comecei
a dar os cultos de segunda-feira à noite em uma grande igreja anglicana que
acomodava aproximadamente 3.600 pessoas e depois mudei para um prédio
diferente.
Com tudo indo tão bem, dois homens tinham me aconselhado a ir para a
televisão. Eles disseram: "Oh! veja isto. O Senhor está usando-o, você tem
multidões, você está indo maravilhosamente bem. Por que não ir para a
televisão?".
Aceitando o conselho deles, eu disse: "Tudo bem, é uma boa idéia.
Demos início a um programa semanal chamado "É um Milagre" em uma rede
de televisão canadense secular em 1977. O programa ia ao ar aos domingos às 22
horas, logo depois do "60 Minutos". Era um horário atraente em uma boa
estação, mas o problema foi que minha ida à televisão foi idéia de homens —
não de Deus. Deus nunca tinha me dito para ir à televisão.
De acordo com o contrato do programa, ele deveria ir ao ar todas as noites
de domingo durante vinte e oito semanas. No contrato eu também concordava em
gravar os programas nas instalações da estação. Conseqüentemente, com o custo
da hora no estúdio para preparar os programas e mais o horário semanal para ir
ao ar, fiquei devendo da noite para o dia. Nunca tinha ficado devendo na minha
vida, mas, de repente, estava com dívidas até o pescoço. Eu pagava minhas contas
todas as semanas e, quando chegava ao escritório na segunda-feira, descobria que
tinha mais contas para pagar: algumas que eu nem sequer sabia.
As pressões financeiras relacionadas com o custo do programa da televisão e
sua produção começaram a afetar meus cultos. Não demorou muito para minha
liberdade de ministrar ser atrapalhada pela escravidão que as dívidas trouxeram à
minha vida. Logo as ofertas não eram suficientes para pagar as contas. Fui
forçado a tirar duas ofertas: uma para o ministério, outra para a televisão.
Uma decisão ruim levou a outra. Mais ou menos na mesma ocasião eu tinha
planejado uma viagem à Terra Santa, mas, por causa das finanças, fui forçado a
cancelar a viagem. A agência de viagens abriu uma ação legal pelo cancelamento
da viagem. Assim, passei a enfrentar o problema e a dívida, tudo ao mesmo
tempo. Eu pensava: Senhor, o que eu fiz de errado? Eu perguntava com
sinceridade, sem me dar conta de que o que eu havia feito de errado foi ouvir os
homens e achar que Deus estava no plano deles. É por isso que é tão importante
saber a vontade de Deus.
E para piorar as coisas ainda mais, eu tinha me apaixonado e estava fazendo
planos de me casar. Tudo tinha acontecido tão de repente e eu descobri que se
apaixonar pode custar muito caro.
Encontro Divino
Deixe-me contar rapidamente o que aconteceu. Naquela época, eu viajava e
ministrava. Nessa mesma época, conheci Ronn Haus, que hoje é meu evangelista
associado. Ronn me apresentou a Roy Harthern, que na ocasião tinha a maior
igreja Assembléia de Deus da nação. Ficava em Orlando, na Flórida, e a
Assembléia do Calvário tinha uma assistência de dez mil pessoas todas as semanas.
Roy me convidou para pregar para ele. Aceitei e tivemos cinco cultos naquele
domingo. A unção do Senhor foi poderosa naqueles cultos.
Fui convidado outra vez e aceitei. Não muito tempo depois de pregar no
Calvário, eu estava indo para Cingapura para uma conferência de David du
Plessis. Ronn Haus estava trabalhando com David du Plessis e eu estava ansioso
para vê-lo na conferência. Meu vôo acabou sendo cancelado e o roteiro alterado,
passando pela Tailândia. Aquilo tornava a viagem muito mais longa e eu mal
cheguei e a conferência acabou.
Segundo a minha programação, eu tinha de retornar a Toronto quase que
imediatamente. Fiquei frustrado com o fato de meus problemas de viagem terem
feito com que eu perdesse a maior parte da conferência. Porém, quando entrei no
avião de volta para casa, descobri que Roy Harthern estava no vôo. Acabamos
sentando juntos durante toda a viagem. A certa altura, Roy tirou sua carteira e
disse: "Quero lhe mostrar minhas meninas". Embora eu já tivesse pregado para ele
duas vezes, eu não tinha conhecido Suzanne, porque ela estava no Evangel College,
uma faculdade da Assembléia de Deus em Springfield, em Missouri.
Ele me mostrou as fotos de suas três filhas uma por uma, me dizendo seus
nomes. Enquanto ele segurava a foto de sua filha Suzanne, o Senhor falou
comigo e disse: "Ela vai ser sua mulher". Ele não falou comigo num tom de voz
audível, mas mesmo assim, eu sabia que o Senhor estava falando comigo naquele
momento.
"Senhor", eu disse, "isto não é hora de me falar em mulher, estou com dívidas".
Posteriormente, descobri que o Senhor havia falado a mesma coisa a Roy naquele
avião, mas ele não me contou o que Deus tinha dito, e eu, é claro, não mencionei
nada a ele.
Não muito tempo depois disso, Roy me convidou para passar o Natal em sua
casa. Aceitei e fiz planos de estar lá durante os feriados. Suzanne tinha voltado
para casa da faculdade para comemorar o Natal com a família. Porém, quando eu
cheguei, Suzanne tinha ido à casa de uma amiga.
Mais tarde fiquei sabendo que Suzanne tinha ido à casa da amiga porque estava
muito nervosa ante a perspectiva de me conhecer. De qualquer forma, Roy, sua
mulher Pauline e eu fomos à casa da amiga apanhar Suzanne para o jantar. No
momento em que a vi tive uma sensação engraçada no joelho. Ouvi o Senhor me
falar as mesmas palavras: "Ela vai ser sua mulher".
Eu disse: "Senhor, não é hora de me falar sobre mulher. Tenho contas para
pagar... estou com problemas financeiros, Senhor". E, embora eu estivesse
argumentando com Deus, senti um puxão bem lá dentro e entendi que Deus
estava falando comigo.
Quase em Casa
Enquanto prosseguia meu vôo para Toronto e o avião se aproximava cada vez
mais da minha casa, as palavras de Roy ficavam martelando nos meus ouvidos: "Se
você pagar as contas de Deus, ele pagará as suas". Esta frase ficava repetindo na
minha cabeça. Bem lá no fundo, eu sabia que ele estava certo. Um pouco antes de
o avião aterrissar em Toronto, eu finalmente cheguei a uma decisão. Eu iria
obedecer a Deus!
Era uma quarta-feira e o aeroporto ficava a apenas dez minutos do meu
escritório. Eu tinha chegado ao meio dia e fui direto para o escritório.
Cumprimentei minha secretária e disse: "Marian, pegue o talão de cheques".
"Para quê?" ela perguntou.
"Pegue-o apenas", repeti.
"Tudo bem", ela disse e foi à sua mesa para pegar o talão de cheques do
ministério.
"Envie um cheque de mil dólares para..." e com isso mandei que ela enviasse
quantias específicas para uma série de ministros e ministérios. A mão dela
começou a tremer enquanto escrevia os cheques. Depois de um cheque ou dois,
ela parou e perguntou: "O que você está fazendo?"
"Estou apenas obedecendo a Deus", eu disse.
"Você tem certeza de que Deus esta falando com você?", ela perguntou.
"Absoluta!" declarei.
"O que você quer que eu faça?", ela inquiriu.
"Envie 1.000 dólares para... e 1.000 dólares para..." e a lista prosseguia.
De repente, a pobre mulher disse: "Espere, espere. Você vai ficar sem dinheiro e
vai falir". Ela parou, olhou para a lista, depois olhou para mim e disse: "O que você
esta fazendo? Estas não são as pessoas para as quais você deve dinheiro".
"Eu sei", respondi. "Este dinheiro eu devo para Deus, por isso vamos lhe
obedecer!"
Uma vez que eu tinha vencido minha batalha no avião, eu tinha começado a
calcular quanto eu devia para Deus. Eu tinha nascido de novo em 1972 e era 1978.
Enquanto eu somava todos os anos em que eu tinha negligenciado o dízimo, me dei
conta de que devia para Deus mais do que eu devia para a rede de televisão. E eu
estava determinado a começar a obedecer a Deus.
Com a minha lista encerrada, minha secretária terminou de preencher os
cheques. À medida que ia preenchendo as quantias, sua mão tremia. Na realidade,
quando ela percebeu que praticamente todo o saldo da conta seria necessário para
cobrir todos os cheques, ficou tão nervosa que chamou toda a minha diretoria.
Todos os nove entraram na sala em uma hora e perguntaram: "O que você está
fazendo?"
Eu disse: "Estou obedecendo a Deus!"
"Mas você está em débito. Não pode fazer isso", protestaram. "Temos contas
a pagar."
"Estou obedecendo a Deus. Estou pagando as contas de Deus", eu disse com
firmeza.
Meu contador falou: "Benny, você vai falir. Você sequer tem dinheiro para
pagar suas próprias contas. O que você está fazendo, dando todo o dinheiro?"
"Vocês não entendem", eu disse com determinação. "Tenho de obedecer a
Deus!"
"Mas você deve para a televisão, deve para..." e os membros da minha
diretoria começaram a relacionar os nomes dos meus credores.
"Olhem", eu disse: "Deus falou através de um homem para eu pagar-lhe
primeiro".
Assustado, meu contador demitiu-se. Depois meu advogado demitiu-se.
Outro membro da diretoria seguiu-os e disse: "Sinto muito. Não quero fazer parte
de ministério falido!" Um por um, sete dos nove membros da diretoria se
demitiram. Todos se demitiram exceto dois.
Estávamos os dois membros da minha diretoria que permaneceram, minha
secretária e eu, e Fred Brown disse com os lábios trêmulos: "Você tem certeza
que Deus falou com você?"
"Sim", falei confiante e sem hesitação.
"Beeem, se Deus falou com você, ficarei com você", ele disse.
"Obrigado", falei.
"Eu também", respondeu Fred Spring, que hoje está na minha equipe e já
está nela há muitos anos.
A soma de todos aqueles cheques esvaziou a conta. E a pobre Marian, seu
rosto estava branco de tão pálido quando ela fechou o talão de cheques e todos
nós fomos para casa.
Isto foi na quarta-feira. Na quinta e na sexta-feira não fui ao escritório. Com
uma conta bancária vazia, não tinha sobrado nada para eu enviar a qualquer um
dos meus credores e eu não queria estar lá para atender o telefone. Eu sabia que
não tinha nada a perder. Eu estava devendo no mundo natural, mas sabia que era
mais importante obedecer a Deus. Confiando em Deus, limpei a conta bancária.
Eu disse: "Senhor, se o Roy estiver certo e o Senhor disse: 'fazei prova de mim,... se
eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que
dela vos advenha a maior abastança' (Ml 3.10), estou te provando, Senhor. Estou
provando a ti sem nada na conta".
Dez Centavos no Bolso
No domingo seguinte fui à igreja. Naquele tempo eu tinha um velho Pontiac
duas portas branco com a capota vermelha, um carro que já tinha sido do meu
irmão mais novo, Willie. Fui para a igreja, embora eu mal tivesse gasolina suficiente
para ir até lá e voltar. Entrei na igreja com apenas dez centavos no bolso. Era todo o
dinheiro que eu tinha, mas aquele seria o primeiro domingo em que eu iria dar o
dízimo realmente. Eu estava pensando: dez centavos... isto significa que tenho de
dar um centavo para Deus.
Enquanto o ministro preparava para receber a oferta e os oficiais distribuíam
as cestas de ofertas, me dei conta de que não tinha um centavo para dar. Eu tinha
apenas uma moeda de dez centavos. Por isso, quando o cesto de oferta passou,
embora eu realmente quisesse dar o dízimo dos dez centavos que eu tinha no
bolso, não coloquei nada porque não tinha trocado.
Enquanto eu segurava o cesto de oferta na mão, ouvi o Senhor dizer: "Dê".
Senhor, tu não podes estar falando sério, pensei. Acabei de dar todo o dinheiro da
conta bancária e agora acabou.
"Não, você não deu tudo. Existem mais dez centavos no seu bolso", ele
disse. "Dê".
A convicção do Espírito de Deus foi tão forte que comecei a transpirar. Eu
lutava por aqueles dez centavos mais do que lutei pelo dinheiro da conta. Eu
pensei: não posso acreditar que Deus pudesse pedir isso de mim.
E, então, o Senhor falou comigo novamente e disse: "Quero que você dê estes
dez centavos como sacrifício. Esta é a chave que abrirá os céus para você".
Lentamente, coloquei a mão no bolso e tirei minha última moeda de dez
centavos. Sentei-me ali fitando a moeda na minha mão durante um momento.
Lutei contra a idéia de dá-la porque era tudo o que eu tinha. Finalmente,
coloquei-a no cesto de oferta. A coisa mais difícil a fazer naquela manhã foi dar
os dez centavos. Embora eu pudesse fazer muito pouco com dez centavos, achei
que foi mais difícil para mim dar aquela moedinha do que tinha sido dar todo o
dinheiro da conta do ministério na quarta-feira anterior.
A Correspondência da Manhã de Segunda-Feira
Levantei cedo na manhã de segunda-feira e me preparei para começar meu
dia. Pensei: Senhor, o que eu faço agora? A conta no banco está vazia, meu
dinheiro acabou todinho e não tenho dinheiro na minha conta pessoal e continuo te
devendo mais do que devo para qualquer outra pessoa.
Enquanto me preparava para ir trabalhar fiquei nervoso. Tive de pegar
dinheiro emprestado com meu irmão para colocar gasolina no carro para chegar
lá. Pouco depois que eu cheguei, um dos dois membros da minha diretoria deu
uma passada lá para ver se eu estava bem. Não muito depois de ele ter passado, a
correspondência chegou e eu pensei: Ohhh! Senhor, mais contas! Ohhhl O que
eu faço agora?
Minha pobre secretária, Marian, estava doente naquela manhã. Ela parecia
pálida, mas foi trabalhar mesmo assim, porque sabíamos que aquela seria a
semana de decisões.
Abri o primeiro envelope. Levei um choque. Era de um dos indivíduos para
os quais eu tinha feito minha secretária mandar um cheque na quarta-feira
anterior. Não pude acreditar nos meus olhos no começo, porque ele não gostava
muito de mim e ele mesmo havia me dito isto. Havia um cheque de 1.000 dólares.
Ele incluiu um bilhete que dizia: "O Senhor me acordou quarta-feira à noite e me
disse para te enviar isto". Ele enviou aquele cheque antes de ter recebido o meu.
Eu pensei: Cara, só pode ser real. Só pode ser Deus.
Eu disse: "Jesus amado, Roy tem razão! Mas são apenas 1.000 dólares e eu
tenho um longo caminho a percorrer". No momento em que vi o valor do cheque,
o Senhor falou claramente e disse: "Diga a sua secretária para fazer um cheque de
100 dólares agora. Não espere! Envie para...". E eu enviei pelo correio aqueles
100 dólares naquele mesmo dia.
Continuei abrindo a correspondência, um envelope por vez, e até a sexta-feira
8.000 dólares tinham chegado de pessoas que diziam: "O Senhor me disse para lhe
enviar isto". Deus falou; Deus falou; Deus falou; Deus falou. Deus não se moveu a meu
favor até eu lhe obedecer. Eu havia descoberto um fato maravilhoso: aquilo que o
move, move a Deus! Aquilo que o move, moverá os céus a seu favor!
Dinheiro começou a entrar de forma milagrosa. As pessoas começaram a me
escrever, inesperadamente — até mesmo algumas que nunca tinham expressado
nenhum calor real ou amizade por mim — e em poucos meses eu estava
totalmente sem dívidas.
Princípios para se Viver
Isso foi em 1978.
E através desses eventos, descobri muito mais sobre nosso maravilhoso
Senhor e seu amor por nós. Desde o momento em que o tinha encontrado e
entregue meu coração e minha vida a ele em 1972, conheci uma dimensão de
amor que nunca experimentei em nenhum outro lugar. O amor do meu Pai
celestial era tão revigorante e real, tão doce e cuidadoso — muito diferente de
tudo o que eu havia conhecido no mundo natural. Veja bem, meu relacionamento
com meu pai não foi assim.
Meu pai era um homenzarrão muito severo. Eu amava meu pai, mas, quando
criança, não tinha certeza do meu relacionamento com ele. A dúvida se meu pai
gostava ou não de mim me perseguia constantemente. Não me lembro de jamais
tê-lo ouvido dizer, enquanto eu estava crescendo: "Eu amo você, Benny". Em vez
de demonstrar a afeição e emoção de um pai para com seus filhos, ele funcionava
mais como um oficial de comando de uma organização militar. Ele promulgava
as ordens e nós, os filhos, deveríamos lhes obedecer sem questionamentos ou
discussões. Eu tentava agradá-lo sendo obediente e sendo um bom aluno, mas meus
esforços pareciam não ser percebidos. Como eu ansiava por seu amor e sua
aceitação e como foram preciosos os dias depois que ele conheceu o Senhor,
quando, então, Deus abriu seu coração e permitiu que ele expressasse o amor que
sentia por mim todos aqueles anos!
Imagine como me senti quando comecei a vivenciar o calor do amor do meu
Pai celestial. Eu nunca tinha conhecido uma aceitação tão incondicional. Aquilo
me levou a passar mais tempo na sua presença, dia após dia.
Era como se eu fosse um homem que tinha estado perdido no deserto
durante dias com apenas um pouquinho de água, mas que, de repente, se depara
com um rio fresco e cristalino, um rio de águas frescas. Apenas um gole daquela
água, depois de dias morto de sede em um deserto, não seria suficiente para
satisfazer a irresistível sede. O amor e a aceitação que senti eram bastante
semelhantes à água limpa e fresca no meio do deserto, tão pura e revigorante, e
disponível sem limitações. Nunca antes eu tinha sido aceito exatamente como eu
era. Mas o amor que eu sentia vindo do meu Pai celestial era diferente de tudo o
que eu tinha conhecido. Era maravilhoso!
Quando cheguei àquela nascente da salvação em 1972, minha sede
insaciável foi satisfeita como nunca antes. Fui transformado pelo amor de Deus
em um momento e fui aceito exatamente como eu era. Não muito tempo depois,
fui apresentado à pessoa do Espírito Santo, que tornou-se meu companheiro e
amigo, como já compartilhei nos meus livros Bom Dia, Espírito Santo e BemVindo, Espírito Santo1*.
1
* Publicados pela Bompastor Editora Ltda., em 1993 e 1995, respectivamente (N.T.).
Lei vs. Amor
O Espírito Santo usou Roy para me ensinar sobre dízimos e ofertas e me
desafiou a começar a dar a partir de uma perspectiva bíblica. Embora Roy tivesse
me ajudado tremendamente a compreender os princípios bíblicos de ofertar que
traziam bênçãos para minha vida e ministério, eu via as coisas mais como minha
obrigação ou uma questão de lei. Eu não entendia muito bem que Deus quer
abençoar seus filhos abundantemente por causa do seu ilimitado amor por nós.
Eu não tive real consciência do cuidado de Deus com as finanças em nossas
vidas até meados da década de 1980. E aconteceu enquanto eu estava assistindo a
uma entrevista com o Dr. W. A. Criswell, um pastor, líder e respeitado homem de
Deus na Convenção Batista do Sul. E aqui, também, o Espírito Santo continuava
me ensinando.
Nunca vou me esquecer. Lá estava um grande homem que pastoreava a
maior igreja batista do sul dos Estados Unidos, e que tinha sido presidente da
Convenção Batista do Sul por duas vezes (o que é o máximo permitido). Ele era
visto como um estadista na comunidade batista e tinha um grande séquito tanto
na televisão quanto no rádio. E enquanto eu ouvia o Dr. Criswell falar o quanto
Deus quer que seus filhos sejam abençoados, fui totalmente cativado pelo que ele
estava dizendo. Ele falava com enorme convicção e havia um elemento
subjacente de amor em tudo o que ele dizia sobre ofertar. Suas palavras deram
um novo sentido a todo o assunto.
Dando com um Coração Cheio de Amor
O que ele dizia estava na Bíblia e era vida para mim! Ele apresentou um
quadro da oferta como um ato de adoração e amor — não apenas de
responsabilidade ou dever. Eu vinha dando, mas sem ter realmente o
conhecimento profundo e firme do amor de Deus por mim. O ensinamento do Dr.
Criswell sobre ofertar me ajudou a entender que dar era uma expressão e extensão
da minha adoração — simplesmente porque eu amava o Senhor.
É assim: no Antigo Testamento, Deus enviou Moisés aos filhos de Israel para
mostrar a Israel a sua mente. Como mensageiro de Deus, Moisés entregou os Dez
Mandamentos aos filhos de Israel, representando as leis através das quais eles
deveriam viver.
No Novo Testamento, Deus enviou Jesus Cristo, seu Filho unigênito, aos
filhos de Israel para revelar seu coração a eles. Jesus Cristo era mensageiro de
Deus, mas a mensagem era de amor e relacionamento.
Aquilo que eu tinha aprendido inicialmente com Roy podia ser comparado com a
lei que Moisés entregou para Israel. Embora fosse para o bem deles, faltava um
relacionamento e estava estabelecida mais sobre legalismo. O que eu aprendi
através da entrevista do Dr. Criswell naquele dia foi que dar pode ser uma
expressão do nosso amor e adoração ao Senhor. Quando tornou-se um ato de
adoração, foi muito mais fácil para mim dar a partir de um coração de amor. Eu
tive um novo interesse e desejo de estudar a Palavra de Deus para descobrir tudo o que
podia sobre o tema das ofertas e das bênçãos de Deus. Deus havia me dado tanto
enviando seu Filho unigênito, Jesus Cristo. Comecei a fazer perguntas tais como: "O
que tu queres que eu dê, Senhor? O que eu posso devolver para expressar meu amor
por ti?" Com as palavras do Dr. Criswell, o dízimo começou a ter um novo sentido
enquanto uma descrição do cuidado de Deus.
Eu vinha dando o dízimo, mas vinha fazendo-o a partir de um senso de dever
ou responsabilidade e, algumas vezes talvez, por medo do que poderia acontecer se
eu não desse. Eu ouvi o Dr. Criswell dizer que tinha passado a sentir que Deus se
importa com cada um de nós e quer nos abençoar enquanto filhos dele além da
nossa capacidade de receber, mas que ele não consegue fazer isso sem a nossa
obediência. Tudo o que Deus procura é nosso amor obediente.
O Dr. Criswell me ajudou a compreender que Deus não se preocupa apenas
com a nossa obediência à lei. Pelo contrário, ele tem mais interesse que seus filhos
obedeçam à lei porque o amam. Porque, afinal de contas, o primeiro mandamento
é: "Amarás, pois, o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e
de todo o teu poder" (Dt 6.5). E toda a lei baseia-se no amor a Deus.
O ensinamento tornou-se vida para mim e mudou toda a minha perspectiva de
dar. Eu não tinha estímulo para dar antes porque me sentia obrigado. Mas quando
entendi melhor como dar pode ser uma expressão do meu amor e gratidão a Deus,
tornei-me aquele que dá com alegria que a Palavra de Deus insiste para que nos
tornemos: "Deus ama ao que dá com alegria" (2 Co. 9.7). No começo, eu era aquele
que dá — depois me tornei aquele que dá com alegria". Não conseguimos dar com
alegria sem o conhecimento do amor de Deus.
Ele me conquistou no sentido de dar com seu amor. Dar não era mais uma
batalha para mim, porque eu compreendi que eu poderia dar a partir da obediência
e que aquela obediência baseava-se no amar a Deus mais do que em temer a sua lei.
Eu estava dando por causa do relacionamento.
Quando eu era criança, sempre obedecia a meu pai porque ele era meu pai.
Este tipo de obediência baseia-se mais na lei. Mas obedeço a meu Pai celestial
porque ele é meu Pai e eu o amo.
As pessoas que dão porque são ensinadas a dar ainda não foram ganhas pelo
Espírito de Deus e não terão resultados. Mas quando damos porque o amamos e
adoramos, dar torna-se tão normal e natural quanto respirar. Não é mais forçado ou
pensado; não ocorre nenhuma batalha. Quando damos com um coração de amor,
não existe outro motivo a não ser nosso amor por ele. Uma gloriosa transformação
acontece quando dar torna-se um ato de adoração.
O Dr. Criswell me ajudou a compreender que quando você ama, não se importa
se perde. Jó amava a Deus e nada poderia afetar a forma como ele se sentia em
relação a Deus. Jó disse: "o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome
do Senhor" (Jó 1.21). Mesmo depois de ter perdido seus bens e seus filhos, seu
amor por Deus continuava inalterado, porque ele disse: "Ainda que ele me mate,
nele esperarei" (Jó 13.15).
Obras ou Relacionamento?
Muitas pessoas tentam obrigar Deus através de suas obras. Mas não é isso
que move Deus, porque Deus olha o coração.
Lembro-me de ter ouvido uma história sobre o sogro do meu tio em Jaffa. Ele
era um homem bastante religioso que achava que suas obras obrigariam Deus a
responder às suas orações por mais filhos.
Ele decidiu que a única forma de conseguir o que queria era provando a Deus
que ele era realmente religioso. Ele decidiu demonstrar sua devoção a Deus indo
da sua casa até a igreja de joelhos. Quando finalmente chegou à igreja, depois de
uma jornada dolorida, seus joelhos estavam machucados e sangrando. Certo de que
os céus haviam sido tocados pela sua demonstração de devoção e religião, fez seu
pedido a Deus.
Ele esperou, esperou mas não veio resposta. Ele acabou se tornando um ateu
de coração endurecido, cujo coração ficou cheio de ódio até o dia em que morreu.
Ele morreu sem nunca saber que Deus não estava procurando uma demonstração
exterior da carne, mas um comprometimento interior do coração.
Quando os três hebreus estavam para ser lançados na fornalha de fogo, depois
de recusarem-se a adorar a imagem de ouro, o amor deles por Deus e a fé deles nele
eram fortes e inabaláveis. Eles disseram: "Eis que o nosso Deus, a quem nós
servimos, é que nos pode livrar; ele nos livrará do forno de fogo ardente e da tua
mão, ó rei. E, se não, fica sabendo, ó rei, que não serviremos a teus deuses nem
adoraremos a estátua de ouro que levantaste" (Dn 3.17,18). O amor deles era
sacrificial, no sentido de que permaneceram firmes em sua fé. Eles não se
abaixariam, não se curvariam e não foram queimados!
Crescendo e Aprendendo
Desde que vi aquela maravilhosa entrevista com o Dr. Criswell, aprendi muito
acerca dos princípios de Deus de dar através de dízimos e ofertas. Descobri que
não importa o quanto eu tente, não consigo exceder a Deus. Quanto mais eu dou
para o Mestre, mais ele me dá, assim posso dar novamente.
Como R. T. Kendall, um escritor perceptivo sobre o tópico da doação bíblica,
disse: "Honre-o com a sua essência e o verá operar de uma forma que excederá
suas maiores expectativas".1
Descobri que você pode apostar sua vida nos princípios do dízimo e da oferta
registrados na Palavra de Deus. A lei de Deus sobre a oferta é uma lei fixa que
você não pode mudar — assim como o amor dele nunca vacila. O "dai e ser-vos-á
dado" do evangelho é verdadeiro.
As páginas a seguir contêm muito daquilo que aprendi ao longo dos anos acerca
dos princípios de Deus do dízimo e das ofertas, tanto a partir de um estudo da
Palavra de Deus quanto da experiência pessoal. Desde aquele dia em 1978 em que
tomei uma decisão de honrar a Deus na minha oferta e comecei a dar, grandes
bênçãos vieram à minha vida, meu ministério, minha família e minha caminhada
com Deus. Algumas pessoas, erroneamente, relacionam bênçãos com finanças,
mas estas são apenas uma área da vida na qual Deus abençoa. As bênçãos que
vivenciei no meu ministério e na minha caminhada com Deus estão além de
qualquer coisa que eu pudesse ter sonhado ser possível. E como honrei a Deus
fielmente com a minha oferta, minhas finanças também foram abençoadas,
capacitando-me a dar mais na obra do Senhor para que a mensagem do seu glorioso
evangelho pudesse ser proclamada até os confins da terra.
Muller e o Dinheiro
George Muller era um jovem cristão alemão que viveu na Inglaterra no início
de 1800 e que amou a Deus com cada átomo do seu ser. Aquele homem de Deus
descobriu o que pode ser realizado através de um homem comum que confia em um
Deus extraordinário. Sua dependência inabalável, infantil até, do seu Pai celestial para
toda necessidade e a fidelidade de Deus no suprimento deram-lhe uma perspectiva
acerca das finanças que é simples porém profunda.
Em sua autobiografia ele disse:
Dinheiro não tem valor para mim a menos que eu possa usá-lo para Deus.
Quanto mais pago para a obra de Deus, mais probabilidades tenho de ser
ainda mais suprido por ele. Quanto maior a quantia que recebo dele, como
resposta de oração, maior é a prova da bênção e da realidade de se negociar
diretamente e apenas com Deus por aquilo que preciso. Portanto, tenho tanta
alegria em dar quanto em receber.2
Muitos crentes nunca vivenciaram a alegria e realização que vêm como
resultado de se dar dízimos e ofertas para a obra do Senhor. Nunca conheceram a
satisfação de honrar a Deus através daquilo que dão. Como resultado, também
nunca conheceram as bênçãos que podem vir sobre todas as áreas de suas vidas
como resultado desta obediência.
Amor, a Base para o Relacionamento
Quando amamos alguém, é fácil dividirmos aquilo que temos e que somos. O
mesmo princípio é verdadeiro com nosso Pai celestial.
A Bíblia normalmente se referia a Davi como um homem que era conforme o
coração do próprio Deus. Embora não fosse perfeito, ele amava a Deus e tinha
comunhão com ele. E no Salmo 51.16-17 vemos que Davi havia descoberto o
segredo para um relacionamento com Deus: "Porque te não comprazes em
sacrifícios, senão eu os daria; tu não te deleitas de holocaustos. Os sacrifícios para
Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não o
desprezarás, ó Deus". Ele havia descoberto os dois sacrifícios que sempre são
aceitáveis: (1) um espírito quebrantado e (2) um coração quebrantado e contrito.
Deus não quer uma obediência carnal, forçada. Pelo contrário, ele procura uma
obediência em amor. Será que o vejo como um chefe rígido, mesquinho, preparado
para me açoitar por todo erro que cometo? Não, ele não é assim. Ele é um Pai
celestial de coração terno, cheio de misericórdia e graça. Davi disse: "Porque a tua
benignidade é melhor do que a vida" (Sl 63.3a). Davi tinha descoberto a base para
riquezas verdadeiras e, como resultado do seu relacionamento com Deus, ele foi
abundantemente abençoado.
Através dos Olhos dos Outros
Deus usa diferentes pessoas para demonstrar diferentes aspectos do seu amor.
Seu amor por mim em conexão com o dar do Espírito Santo foi revelado através da
vida e do ministério de Kathryn Kuhlman. Deus usou-a de uma forma maravilhosa e
o Espírito Santo tocou meu coração através da vida dela. Através do seu ministério,
comecei a entender que Deus me amava muito, que ele queria que eu tivesse a sua
unção sobre a minha vida. Ele não apenas a desejava para mim como também ela
estava disponível para mim.
Assim como Deus usou Kathryn Kuhlman para levar um grande entendimento à
minha vida com relação à unção do Espírito Santo, ele optou por usar meu sogro,
Roy Harthern, e o Dr. W. A. Criswell para me mostrar que ele queria me abençoar
financeiramente. E, através deles, passei a entender que o amor de Deus por mim
está diretamente ligado ao seu intenso desejo de levar a bênção financeira à minha
vida a fim de que eu não conheça a necessidade.
Quando amamos a Deus em resposta a seu amor por nós, tudo muda. Dar é
apenas uma expressão do meu amor por ele. Eu o amo no meu culto, na minha
adoração, na minha dedicação, na minha vida, na minha obediência. Tudo o que eu
faço tem de ser uma expressão deste amor. Se o meu amor por ele não estiver
evidente em tudo o que faço, então eu não o amo realmente.
Em Marcos 12.30 lemos: "Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as
tuas forças".
Amar a Deus de todo o teu coração significa com todo átomo do seu ser. Ele
quer que você o ame de forma suprema e com tudo o que está dentro de você.
Quando é ordenado que você ame a Deus de toda a sua alma, você deve amálo com todas as suas emoções e com a sua vontade intelectual. Ele quer que
tudo, nas suas emoções e no seu intelecto, o ame.
Quando você ama a Deus de todo o seu entendimento, você o ama com tudo
o que você entende a respeito dele. Este entendimento é transmitido aos
outros quando você fala sobre ele e o apresenta para outras pessoas, a fim de
que elas também possam conhecê-lo.
Quando você o ama de toda a sua força, você ama a Deus com tudo o que se
refere a você fisicamente, bem como no seu serviço para ele e em sua caminhada
diária. Deus, o Pai, está na realidade dizendo: "Quero que tudo o que se refere a
você fisicamente me ame: sua direção, suas atitudes, seu serviço, o que você fizer".
No momento em que temos esta revelação do seu amor somos esmagados
pela dimensão de um amor tal que tudo o que somos e temos torna-se dele. Você
se lembra do que Paulo disse? Ele disse: "Porque o amor de Cristo nos
constrange" (2 Co 5.14, itálico acrescentado). Em outras palavras: "Sou movido,
tocado e esmagado por ele". Portanto, se eu dou meu dinheiro para Deus mas meu
coração não está nisto, não estou expressando meu amor por ele de todo o meu
coração, de toda a minha alma, de todo o meu entendimento e de toda a minha
força. E se Deus não for supremo, então ele não é Deus.
A Alegria de Dar
As igrejas da Macedônia conheciam a alegria de dar porque tinham sido
tocadas pelo amor de Deus. Embora fossem desesperadamente pobres e
perseguidas, davam generosamente daquilo que tinham para os irmãos e irmãs
empobrecidos e perseguidos na Judéia.
Paulo escreveu: "Como, em muita prova de tribulação, houve abundância do
seu gozo, e como sua profunda pobreza superabundou em riquezas da sua
generosidade" (2 Co 8.2). A abundante alegria deles brotou no meio "da mais
severa tribulação" e da "extrema pobreza" deles (N.V.I.) e eles ainda davam. Não
hesitavam, mas compartilhavam espontaneamente aquilo que tinham. Não era uma
questão de "deixe-me ver se posso gastar alguma coisa". Eles davam por amor.
Lembre-se: "É possível dar sem amor, mas não podemos amar sem dar. A maior
prova disso é o grande ato de amor de Cristo".3
No momento em que você e eu nos damos conta de que Deus nos ama e
somos tocados por uma revelação do seu amor eterno que ultrapassa o tempo, o
Espírito Santo começa a ministrar para nós e tudo o que fazemos torna-se uma
expressão do nosso amor por Deus.
E eu sei que, como eu, você quer vivenciar esta alegria e plenitude. A informação
deste livro não está baseada em teorias ou opiniões minhas. Ela baseia-se na Palavra
de Deus. Minha oração é para que as verdades eternas da Palavra de Deus, contidas
nas páginas deste livro, tragam um maior entendimento na área dos dízimos e das
ofertas para todos os leitores. A verdade que conhecemos traz liberdade e nos libera.
Ao estudar e aplicar estes princípios em sua vida, você aprenderá como
experimentar a verdadeira alegria de dar para Deus e as bênçãos que vêm como
resultado da aplicação destes princípios.
CAPITULO 4
Entregue-se ao Amor do Pai
M
eu amigo, estou mais convencido do que nunca de que Deus Pai quer
abençoar seus filhos obedientes muito mais do que conseguimos
administrar, muito mais do que conseguimos sequer compreender. O
apóstolo Paulo fez apenas uma alusão a isto quando declarou:
As coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu, e não subiram ao
coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam (1
Co 2.9 — itálico acrescentado).
Em alguns aspectos este versículo é a chave: Deus preparou muita coisa para os
que o amam.
Vivenciar a incrível vida de bênçãos que Deus tem para você realmente não é
mais complicado do que amar o Todo-Poderoso e deixá-lo fazer por você tudo
aquilo que ele tenciona. A vida de bênçãos que ele tenciona para você não pode ser
encontrada em fórmulas ou técnicas. Não é pegar ou largar — é amar a Deus Pai. E
como em qualquer relacionamento entre um bom pai e um filho obediente, o pai
despeja o melhor na vida daquela criança — e a criança se movimenta no amor do
pai e com confiança nele.
Por isso, antes de explorarmos as maravilhas do caminho bíblico para a bênção,
precisamos começar do começo. E o começo é a entrega. Entregar é dar tudo a
Deus, sem reservas. É dar todas as partes de todas as áreas de nossas vidas
totalmente a Deus, sem reservas. Muitos crentes nunca experimentam a plena
medida da generosidade e bênção que o Senhor tem para eles porque nunca se
entregaram completamente a Deus.
Mas a entrega é apenas uma parte. O Senhor não quer a entrega pela entrega.
Ele não quer que nos entreguemos a fim de sermos abençoados — muito menos
para obtermos riqueza. Ele também não quer que nos entreguemos por medo das
conseqüências. Não! Ele quer que nos entreguemos porque o amamos muito,
queremos, acima de tudo, dar-lhe prazer. Como qualquer pai sabe, o que traz a
maior alegria ao coração é quando um filho obedece simplesmente para levar
alegria ao coração do pai.
Francamente, esta é a outra área onde muitíssimos crentes perdem a plena
alegria da vida cristã. Em vez de amar ao Pai e ter como objetivo agradar Àquele
que amam, eles obedecem simplesmente porque querem receber uma recompensa
— como se algum pai se contentasse com isso. Não existe amor nisso e é amor que
agrada ao Pai — o tipo de amor que dá aquilo que vem primeiro e que é melhor.
Entrega, não as Sobras
Sobras é uma palavra que simplesmente não se encaixa no meu vocabulário, e
algo que prefiro evitar na minha mesa de jantar também! Não gosto delas de jeito
nenhum.
Quando era garoto, sendo criado em Israel, eu sempre ficava ansioso na hora
da refeição. Minha mãe era, e continua sendo, uma cozinheira fabulosa e ela
preparava com amor as comidas que nossa família comia. Suas delícias de dar água
na boca eram sempre algo a ser esperado com ansiedade. Devido ao fato de a
maioria dos produtos alimentícios estarem disponíveis apenas na produção
agrícola e similares, seus deliciosos pratos eram preparados a partir de carne,
legumes e verduras. Até as especiarias e temperos que ela usava eram frescos e
acrescentavam bastante sabor a cada prato. Se você caminhar pelas ruas de Israel
hoje, verá carnes e legumes frescos à venda em muitos lugares e também poderá
sentir o maravilhoso aroma das especiarias que são vendidas.
Minha mãe sempre punha muito amor naquilo que cozinhava e a fragrância do
que quer que ela estivesse preparando enchia a nossa casa. Na hora em que a
comida tinha terminado de cozinhar, estávamos prontos para comer com gosto. E
com muitos meninos em fase de crescimento na família, sobras nunca foram um
problema. Eu não gosto se sobras — e nem o Senhor, pois ele está sempre pedindo
o nosso melhor, não nossas sobras.
Assim, antes de podermos de fato apreciar os princípios da Bíblia sobre como
Deus quer que administremos os recursos com os quais ele nos abençoou, precisamos
primeiro fazer algo importante: entregar tudo para ele.
Agora, entregar não é apenas falar. Não é apenas uma declaração curta e rápida
do tipo: "Tudo bem, Senhor, entrego-te minha vida, mas não o meu dinheiro"; ou:
"Eu te dou meu amor, mas não minha casa e minha família". Isto não é entrega,
porque não é 100% de comprometimento. Entrega é dizer em oração: "Senhor, tu
possuis o meu corpo, tu possuis o trabalho das minhas mãos, tu possuis a minha
família, tu possuis os meus bens. Tudo o que eu tenho é teu. Tu és o Senhor de fato.
E eu quero que tu possuas o meu coração também". Isto é entrega.
Somente quando tivermos dado tudo para Deus, para seu uso — não apenas as
sobras requentadas — ele abençoará e multiplicará até transbordar aquilo que
colocamos nas mãos dele.
A entrega nunca é fácil, porque é exigido sacrifício. Mas acredite nisto: a
alternativa é muito mais difícil. Quando olhamos para o pedido de sacrifício do
Mestre à luz do quanto o nosso Pai celestial nos ama, a entrega transforma-se de um
sacrifício em um privilégio de escolha.
Como o Dr. W. A. Criswell me ajudou a entender quando assisti à sua entrevista
anos atrás, quando você ama, não se importa se perde. Veja Jó, por exemplo. Ele
amava a Deus e nada afetava a forma como se sentia em relação a Deus. Jó disse:
"o Senhor o deu e o Senhor o tomou; bendito seja o nome do Senhor" (Jó 1.21).
Mesmo depois de ter perdido seus bens e seus filhos, o amor de Jó por Deus não se
alterou, e foi por isso que ele pôde dizer com bastante confiança: "Ainda que ele
me mate, nele esperarei" (Jó 13.15).
Quando amamos a Deus em resposta ao seu amor por nós, tudo muda. O que e
como devolvo para ele são apenas expressões parciais do meu amor. Eu também o
amo no meu culto, na minha adoração, na minha dedicação, na minha obediência,
nos meus relacionamentos — em tudo. Se o meu amor por ele não estiver evidente
em tudo o que faço, então não estou totalmente entregue.
Em Marcos 12.30 lemos: "Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu
coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas
forças".
• Amar a Deus de todo o nosso coração significa amá-lo com cada átomo do
nosso ser.
• Amar a Deus de toda a nossa alma significa amá-lo com todas as nossas
emoções e vontade.
• Amar a Deus de todo o nosso entendimento significa amá-lo com o nosso
intelecto, com tudo o que entendemos a respeito dele.
• Amar a Deus de todas as nossas forças significa amá-lo com tudo o que nos
concerne fisicamente, bem como no nosso culto a ele.
Quando compreendemos a dimensão do seu amor, somos tão esmagados que
tudo o que somos e temos se torna dele. Como o apóstolo Paulo declarou em
Gálatas 2.20: "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo
vive em mim; e a vida que agora vivo na carne vivo-a na fé do Filho de Deus, o
qual me amou e se entregou a si mesmo por mim". Diante de tamanho amor, não
podemos deixar de sermos tocados e esmagados. Verdadeiramente, o amor de
Cristo nos constrange a darmos a ele o nosso melhor. Nosso Pai nunca se contenta
com sobras, porque ao longo das Escrituras, encontramos o Pai pedindo as
primícias e o melhor, a entrega.
Entrega: Dando as Primícias e o Melhor
Nunca vou me esquecer de quando fiquei sabendo pela minha mulher,
Suzanne, que ela estava grávida da nossa primogênita, Jessica. Eu não sabia tudo o
que ser um pai significava, e, para ser sincero, agora que sou pai de adolescentes,
estou aprendendo tudo de novo!
Eu tinha trinta anos quando fui pai pela primeira vez. Não consigo sequer imaginar
como Abrão deve ter se sentido quando soube pela primeira vez que seria pai — não
apenas de uma criança, mas de uma grande nação. Deus apareceu para Abraão, já
idoso, e disse:
E far-te-ei uma grande nação,
e abençoar-te-ei,
e engrandecerei o teu nome,
e tu serás uma bênção.
E abençoarei os que te abençoarem
e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem;
e em ti serão benditas todas as famílias da terra
(Gn 12.2, 3).
Abraão desfrutou das bênçãos do Deus Todo-Poderoso de diversas formas:
comunhão com Deus, uma bela esposa, grande riqueza material, impressionante
sucesso militar, sabedoria diplomática e vida longa. E mesmo assim, no meio de
toda a sua prosperidade, uma bênção lhe faltava — ele e Sara não tinham filhos.
Estando na casa dos setenta anos, Abrão e Sara tinham, sem dúvida, assimilado
muito tempo antes a idéia de que nunca conheceriam a alegria de serem pais.
E, então, veio a surpreendente palavra de Deus de que eles não só seriam pais,
mas também seriam fundadores de uma grande nação através da qual o mundo
inteiro seria abençoado. E não era exatamente como se Abrão e Sara continuassem
com os corpos de vinte e cinco anos de idade:
Pela fé, também a mesma Sara recebeu a virtude de conceber e deu à luz já
fora da idade; porquanto teve por fiel aquele que lho tinha prometido. Pelo
que também de um, e esse já amortecido, descenderam tantos, em multidão,
como as estrelas do céu, e como a areia inumerável que está na praia do mar
(Hb 11.11,12, itálico acrescentado).
Não, a única forma de eles receberem a promessa de Deus foi através do poder
dele para operar milagres.
Como os corações deles devem ter se maravilhado pelas palavras que o Senhor
lhes disse! Nem aquela foi a única vez que Deus Pai prometeu-lhes que eles
vivenciariam a maravilha da paternidade. Ele reiterou sua promessa em diversas
ocasiões:
Em Gênesis 12.7, o Senhor disse a Abraão (então chamado Abrão): "À tua
semente darei esta terra".
Em Gênesis 15.5, o Senhor falou para ele olhar para o céu e contar as estrelas,
dizendo-lhe: "Assim será a tua semente".
Em Gênesis 17.4, o Senhor lhe disse: "Quanto a mim, eis o meu concerto
contigo é, e serás o pai de uma multidão de nações".
Contudo, embora Abraão tenha recebido as promessas de Deus pela primeira
vez aos setenta e cinco anos de idade, e embora o Senhor reafirmasse-as para ele
muitas vezes, Abraão suportou outros vinte e cinco anos de espera dolorosa antes de
a promessa se concretizar. Mas no dia do nascimento do seu precioso Isaque,
aqueles anos de espera devem ter, repentinamente, parecido nada, perdidos na
maravilha e no calor do amor de um recém-nascido. Isaque seria o primeiro de
uma grande nação, alguém importante para o próprio curso da história da
humanidade, mas a preciosa criança também era o terno objeto de um amor
acalentado por vinte e cinco anos de intensa expectativa.
Poderia existir criança mais amada? Poderiam existir pais mais apaixonados? As
vidas de todos os pais novos se revolvem ao redor de seus bebês, mas como isso
deve ter sido mais verdadeiro ainda para Abraão e Sara, iniciando o segundo século
de suas vidas como pais principiantes?
Por causa disso, é impossível colocar em palavras o horror que Abraão deve
ter sentido quando o Senhor Deus enviou esta breve ordem:
Sucedeu, depois destas coisas, que Deus provou a Abraão, dizendo-lhe:
Abraão! E este lhe respondeu: Eis-me aqui. Prosseguiu Deus: Toma agora teu
filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas; vai à terra de Moriá e oferece-o ali
em holocausto sobre um dos montes, que te hei de mostrar (Gn 22.1, 2, V.R.).
Em trinta e duas palavras breves, a realidade e extensão da entrega de Abraão
foram colocadas numa prova suprema, quando ele foi chamado a dar seu
primogênito, o filho mais precioso para ele do que a própria vida.
E, mesmo assim, apesar do peso esmagador que Abraão deve ter sentido por
dentro, sua obediência foi rápida e completa. Ele não hesitou momento algum,
independentemente de como se sentia, porque as Escrituras declaram: "Levantou-se,
pois, Abraão de manhã cedo, albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus
moços, e Isaque, seu filho; e, tendo cortado lenha para o holocausto, partiu para ir
ao lugar que Deus lhe dissera" (Gn 22.3, V.R.).
Na verdade, se Deus não o tivesse detido, Abraão teria seguido sua ordem e
sacrificado Isaque. A Bíblia declara claramente:
E vieram ao lugar que Deus lhe dissera, e edificou Abraão ali um altar, e pôs
em ordem a lenha, e amarrou a Isaque, seu filho, e deitou-o sobre o altar em
cima da lenha. E estendeu Abraão a sua mão e tomou o cutelo para imolar o
seu filho; mas o anjo do Senhor lhe bradou desde os céus e disse: Abraão,
Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. Então, disse: Não estendas a tua mão sobre o
moço e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus e não me
negaste o teu filho, o teu único (Gn 22.9-12).
Como um pai, com um amor por seu filho como Abraão tinha por Isaque,
poderia seguir a ordem de Deus de sacrificá-lo sem hesitação? A resposta é tão
simples quanto profunda. Abraão tinha tamanha fé no amor de Deus que as
Escrituras declaram: "Pela fé, ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado, sim,
aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito. Sendo-lhe dito: Em
Isaque será chama a tua descendência, considerou que Deus era poderoso para até
dos mortos o ressuscitar. E daí também, em figura, ele o recobrou" (Hb 11.17-19,
itálico acrescentado).
Em outras palavras, Abraão estava tão convencido da misericórdia e do poder
de Deus que deu-lhe sua completa confiança, crendo que Deus encontraria uma
forma onde parecia não haver saída. Veja, Abraão estava "emperrado" no meio
das palavras de Deus. Por um lado, Deus havia prometido que Abraão seria o pai de
uma grande nação através de uma criança nascida de Sara. E, por outro, Deus tinha
acabado de falar claramente, ordenando que ele sacrificasse seu filho.
Houve um tempo em que, em vez de entregar-se à vontade de Deus, Abraão
teria tentado tomar as coisas nas suas mãos e ajudar a Deus a resolver. Ele aprendeu
de uma forma difícil que qualquer coisa que não seja a entrega traz sofrimento.
Veja, embora Abraão tivesse a promessa de Deus de que ele seria pai de uma grande
nação através de Sara, depois de anos de espera, eles ficaram impacientes.
Por isso, em vez de confiar, começaram a tentar, decidindo dar uma mão para Deus
ao elaborar sua própria solução.
Sara deu sua serva, Hagar, para Abraão, e logo Ismael foi gerado pela união.
Muito longe de ajudar a Deus, com o nascimento de Ismael surgiu um rival ao
plano do Pai, que foi encapsulado no nascimento de Isaque.
Mas Abraão aprendeu sua lição. Ele aprendeu a se entregar — a deixar Deus ser
Deus. Abraão não tentou conciliar as palavras que Deus havia lhe dado, nem
encontrar uma saída à sua maneira. Não, desta vez, ele se entregaria e confiaria que
Deus encontraria uma maneira — e ele assim o fez.
Nosso Deus deu a Abraão o melhor, mas ele também esperou o melhor dele,
sem hesitação. Esta passagem nos ensina muito sobre o dízimo. Veja, a ordem do Pai
para que Abraão sacrificasse Isaque foi em essência uma ordem para que Abraão
desse Isaque ao Pai como um dízimo, pois Isaque representava a primícia e o
melhor.
Isaque era o primeiro de uma grande nação; ele era a menina dos olhos de
Abraão e o foco de todas as suas esperanças. Se tinha uma coisa que poderia
competir com o Senhor pelo primeiro lugar no coração de Abraão, era Isaque. E
Deus tinha de saber — mais que isso, Abraão e Isaque tinham de saber — que Deus
estava em primeiro lugar e não havia outro. Por isso o Senhor exigiu que Abraão
desse Isaque totalmente para ele.
Eu creio que Deus tenha instituído o dízimo para levantar filhos — não dinheiro
— ao dar a seus filhos uma oportunidade de demonstrar obediência, o tipo de
obediência que dá aquilo que é melhor e o tipo de obediência que dá a primícia. E
quando Abraão demonstrou sua disposição de entregar sua primícia e seu melhor, o
Senhor pronunciou estas palavras extraordinárias: "porquanto agora sei que temes a
Deus e não me negaste o teu filho, o teu único" (Gn 22.12).
Que coisa estranha para Deus dizer quando ele mesmo havia dado Isaque a
Abraão anteriormente! Por que Deus diria: "agora sei"? Afinal de contas, ele
conhecia plenamente o coração de Abraão.
E por que ele o provaria se ele já conhecia? Por quê? Porque suas atitudes falam
aos céus. Suas atitudes declaram aos anjos e ao mundo invisível nosso
comprometimento com Deus. Como Abraão, seus atos de obediência permitem que
o Pai diga: "Agora sei. Agora sei que você me obedecerá". Deus conhece o seu
coração, mas suas atitudes declaram em voz alta, não apenas para Deus, mas para
as hostes do mundo invisível que o observam.
E quando pegamos Deus na sua palavra, obedecendo-lhe em amor, ele nos
recompensa com abundância. Nós não obedecemos a fim de recebermos suas
bênçãos; obedecemos porque o amamos muito. Contudo, sabemos que nosso
maravilhoso Pai celestial vai nos abençoar enormemente, porque está na sua
natureza. Quando damos tudo de nós, o Pai nos devolve tudo e um pouco mais!
Com certeza foi isso que o Pai fez com Abraão:
Então, levantou Abraão os seu olhos e olhou, e eis um carneiro atrás dele,
travado pelas suas pontas num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e
ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho. A chamou Abraão o nome
daquele lugar o Senhor provera; donde se diz até o dia de hoje: No monte do
Senhor se provera. Então, o anjo do Senhor bradou a Abraão pela segunda vez
desde os céus e disse: Por mim mesmo, jurei, diz o Senhor: Porquanto fizeste
esta ação e não me negaste o teu filho, o teu único, que deveras te abençoarei e
grandissimamente multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e
como a areia que está na praia do mar; e a tua semente possuirá a porta dos teus
inimigos; e em tua semente serão benditas todas as nações da terra, porquanto
obedeceste à minha voz (Gn 22.13-18).
Entrega: A Essência da Questão
Nada está mais na essência da questão do que o chamado para entrega. E não
existe área onde seja mais difícil fingir a entrega do que na área das nossas
finanças. Acho que Ron Blue estava, por assim dizer, falando exatamente de
dinheiro quando explicou:
[Uma] implicação de crer que Deus é dono de tudo é que os despenseiros não
podem ser mascarados. Oração, estudo bíblico, testemunho, comunhão, tudo
pode ser disfarçado — e qualquer pessoa que é cristã, por um período de tempo
relativamente curto, pode disfarçar qualquer uma dessas coisas. Mas os
despenseiros revelam-se nos seus talões de cheques. O talão de cheques revela o
uso dos recursos de Deus em preto e branco. Eu geralmente peço às pessoas que
tirem seus talões de cheques, uma vez que eles revelam muito acerca do dono
do talão".
Acho que isto explica o extraordinário encontro do Senhor Jesus com o jovem
rico, que está em Marcos 10.17-22:
E, pondo-se a caminho, correu para ele um homem, o qual se ajoelhou diante
dele e lhe perguntou: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E Jesus
lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus.
Tu sabes os mandamentos: Não adulterarás; não matarás; não furtarás; não
dirás falsos testemunhos; não defraudarás ninguém; honra a teu pai e a tua mãe.
Ele, porém, respondendo-lhe, disse: Mestre, tudo isso guardei desde a minha
mocidade. E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa:
vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e
vem, segue-me. Mas ele, pesaroso desta palavra, retirou-se triste, porque possuía
muitas propriedades.
Observe que o jovem tinha um profundo discernimento espiritual. Ele
reconheceu que Jesus era um bom mestre. O próprio Mestre valeu-se do significado
das palavras do homem quando observou que somente Deus é bom. Em outras
palavras, o jovem reconheceu quem Jesus era. Vemos a confirmação disso nas suas
atitudes em relação ao Senhor — ele correu ao encontro de Jesus e ajoelhou-se. O
jovem sabia que precisava da vida eterna e que a vida eterna era encontrada através
de Jesus, e foi por isso que ele perguntou a Jesus sobre como herdar a vida eterna.
Observe também que o jovem era profundamente obediente em sua
caminhada espiritual. Quando Jesus declarou os mandamentos que deveriam ser
guardados a fim de merecer a vida eterna, o jovem disse que aquele estilo de vida
tinha sido sua prática desde sua juventude. E Jesus não o contradisse.
Pelo contrário, Jesus olhou para o jovem zeloso pela vida eterna e, imediata e
intuitivamente, "o amou". O Mestre amou o jovem o suficiente para ajudá-lo a
compreender como ele realmente era por dentro. É muito difícil para nós realmente
avaliarmos a nós mesmos, e é por isso que Davi clamou: "Quem pode entender os
próprios erros? Expurga-me tu dos que me são ocultos" (Sl 19.12). E assim, com
imenso amor, o Salvador lançou um desafio que abriu caminho, atravessando a fé e
a atitude, indo direto ao coração: "Falta-te uma coisa: vai, vende tudo quanto tens,
e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, segue-me".
Naquele momento, e através do desafio da entrega na área das finanças, o
Mestre ajudou o jovem a ver a ganância do seu coração e a sua necessidade de um
Salvador. Este é um motivo pelo qual a obediência na área das finanças é tão
importante, e por que a entrega manifesta-se na área das finanças ao darmos nossas
primícias e o nosso melhor. Quando damos a Deus o nosso melhor, mostramos-lhe
que nos entregamos a ele. Quando lhe dou as primícias e o melhor, na realidade estou
dizendo: "Tudo o mais é teu também".
Dar é realmente uma expressão do nosso compromisso com Deus. Dar é o
feito e o ato contínuos que expressam nosso comprometimento com o Senhor.
Estamos dizendo: "O que é meu agora é teu". Quando damos as primícias a Deus,
estamos fazendo uma declaração da nossa sujeição a ele.
Entrega: Pouco é Muito Quando Deus Está Envolvido
O milagre de alimentar cinco mil geralmente vem à mente quando
consideramos as poderosas manifestações do Senhor Jesus. Jesus e os apóstolos
tinham procurado um lugar deserto onde pudessem descansar. Mas a necessidade
que as multidões sentiam do Salvador era tanta que elas seguiam-no aonde quer que
ele fosse. Quando encontravam Jesus, o Mestre atendia às necessidades das pessoas
ensinando-as sobre muitas coisas. Lá naquele local solitário, o tempo passou rápido
enquanto a multidão sentada ouvia atentamente os ensinamentos de Jesus. Jesus
compadeceu-se deles e passou a ensiná-los, porque a necessidade espiritual deles era
muito aguda. Não demorou muito e a escuridão aproximou-se.
Notando que já ia ficando tarde, os discípulos foram até Jesus e sugeriram que
ele mandasse as pessoas até os vilarejos próximos para comprar pão, pois muitos
deles não tinham comido nada durante todo o dia.
Jesus respondeu, dizendo: "Dai-lhes vós mesmos de comer". Mas o preço para se
comprar comida excedia em muito os recursos de que os apóstolos dispunham.
Além disso, uma verificação rápida naquela grande multidão de pessoas,
compreendida de cinco mil homens bem como os milhares de mulheres e crianças
que não foram mencionadas, revelou que o total de alimento disponível consistia de
cinco pães e dois peixes — o almoço de um único jovenzinho.
O que fazer? Desesperar? Ou entregar?
Quando o jovenzinho entregou tudo o que tinha para Deus e quando os
apóstolos entregaram todas suas dúvidas e racionalizações e obedeceram às
palavras do Salvador, um grande milagre começou a se revelar:
E ordenou-lhes que fizessem assentar a todos, em ranchos, sobre a erva verde. E
assentaram-se repartidos de cem em cem e de cinqüenta em cinqüenta. E,
tomando ele os cinco pães e os dois peixes, levantou os olhos ao céu,
abençoou, e partiu os pães, e deu-os aos seus discípulos para que os pusessem
diante deles. E repartiu os dois peixes por todos; e todos comeram e ficaram
fartos; e levantaram doze cestos cheios de pedaços de pão e de peixe. E os que
comeram os pães eram quase cinco mil homens (Mc 6.39-44).
Imagine uma multidão de cinco mil homens, mais mulheres e crianças, sendo
alimentados com apenas cinco pedaços de pão e dois peixes. E ainda doze cestos
sobraram depois de todos eles terem comido até se fartar. Que milagre! Quando
entregamos aquilo que temos para o Mestre, quando entregamos nossas dúvidas e
incredulidade ao Senhor, então, e somente então, veremos o milagre em nossas
vidas.
Entrega: O Segredo
É fácil para nós pensarmos algumas vezes que entregaríamos, especialmente na
área das finanças, se nossas circunstâncias fossem diferentes. "Assim que eu
conseguir pagar esta conta": "Assim que eu conseguir um emprego", ou "Assim que
meus filhos tiverem saído da escola" estão entre as coisas que falamos para nós
mesmos e para o Senhor, quando se trata de entrega.
Contudo, a Bíblia registra um grupo de pessoas notáveis que ultrapassaram
estas desculpas e por isso vivenciaram uma alegria indescritível e plenitude de
glória. Em 2 Coríntios 8-9, o apóstolo Paulo falou sobre a generosidade das igrejas
da Macedônia. Mas o que é mais extraordinário não é o fato da generosidade deles
tanto quanto as condições nas quais eram generosos. Uma das passagens mais
impressionantes de toda a Bíblia é 2 Coríntios 8.2-3 que declara: "Como, em muita
prova de tribulação, houve abundância do seu gozo, e como a sua profunda
pobreza superabundou em riquezas da sua generosidade. Porque, segundo o seu
poder (o que eu mesmo testifico) e ainda acima do seu poder, deram
voluntariamente".
A própria existência das igrejas da Macedônia é uma permanente repreensão
ao evangelho do "diga o que quer e reivindique". As palavras em grego traduzidas
por "profunda pobreza" indicam que os macedônios não tinham o suficiente para
sobreviver. E, mesmo assim, eles puderam experimentar uma surpreendente
"abundância de alegria" por terem condições de coletar uma oferta substancial para
a igreja de Jerusalém. Pense nisso, isto seria como pegar uma oferta hoje entre
pessoas que estão morrendo de fome na Etiópia e que deram não só muito mais do
que parecia que podiam, mas que na realidade mendigaram para poder participar
do privilégio de dar.
O "segredo macedônio" de entrega tinha dois lados: "a si mesmos se deram
primeiramente ao Senhor" (8.5a). Os macedônios entregaram-se completamente
ao Senhor, mas, mais que isso, eles entregaram-se aos seus líderes espirituais, porque
a Bíblia declara: "A si mesmos se deram primeiramente ao Senhor e depois a nós,
pela vontade de Deus" (2 Co 8.5, itálico acrescentado).
A incrível alegria experimentada pelas igrejas da Macedônia veio da entrega
ao Senhor e à liderança sagrada. Não houve questionamento quanto à liderança de
culto, porque a entrega dos macedônios aos seus líderes foi "pela vontade de Deus".
Muito freqüentemente em nossas congregações hoje, homens e mulheres retêm
seus dízimos porque discordam da liderança. Não existe nada de espiritual em tal
prática — longe disso. Se você não consegue concordar com seus líderes e submeterse às suas decisões, então encontre algum lugar onde consiga.
Então veja, entrega não tem relação com as circunstâncias ao nosso redor. Ela
tem relação com as circunstâncias dentro de nós. Quando entregamos ao Senhor e à
nossa liderança ordenada por Deus, podemos começar a experimentar a alegria dos
macedônios.
Entrega: A Perspectiva Correta
Ter a perspectiva apropriada de quem somos como filhos de Deus e o motivo
para as bênçãos de Deus sobre nossas vidas é vital. Quando nos lembramos de que
devemos ser despenseiros daquilo que Deus deu — para servir como canais de
bênção para os outros — é muito fácil dar para a obra do Senhor. Porque, então,
aquilo que damos não é realmente nosso em primeiro lugar, mas apenas algo que o
Senhor nos emprestou.
Quando você tem a perspectiva correta, Deus faz coisas maravilhosas e
surpreendentes.
Meu diretor de cruzadas me contou um incidente que ilustra este princípio
muito bem. Quando ele começou a freqüentar nossa igreja em meados da década de
1980, não conhecia o Senhor. Mas quando ouviu a Palavra de Deus, ele respondeu
e convidou Jesus Cristo para entrar em seu coração e em sua vida. Ele abandonou
seu passado e voltou seu coração para Deus.
Não muito depois da sua conversão, numa manhã de domingo, sua atenção foi
dirigida a um senhor sentado do outro lado do santuário. Bem lá na igreja, Deus
começou a tratar com ele sobre dar seu relógio Rolex para o homem, a única coisa
de valor excepcional que ele ainda possuía de sua vida passada.
Meu relógio não, Senhor! pensou, mas o incômodo não ia embora.
Finalmente, ele acertou uma barganha com Deus: "Se o Senhor fizer com que ele
venha do outro lado do santuário até aqui, do meu lado, então eu dou".
A parte do louvor e da adoração do culto continuaram. Meu diretor de cruzada
esqueceu do senhor do outro lado do santuário e tentou concentrar-se nas letras das
músicas. Quando a música finalmente parou e ele voltou a sentar-se, ficou chocado
de ver o senhor que Deus havia mostrado sentado bem do lado dele! De alguma
forma, o homem tinha atravessado o santuário e se sentado bem do lado dele!
"Dê o seu Rolex para ele", o Senhor voltou a dizer.
"Tudo bem, Senhor, eu desisto. Vou obedecer".
Depois do culto, ele contou ao homem o que tinha acontecido, explicando que
o Senhor tinha falado com ele e como ele havia lutado. E, então, tirou seu Rolex e
deu-o ao senhor. "O Senhor me disse para abençoá-lo com isto, senhor".
Os olhos do homem encheram-se de lágrimas quando ele começou a compartilhar
como o Senhor havia falado com ele antes de ele ir à igreja naquele dia. Ele disse que
o Senhor havia prometido a ele que alguém lhe daria algo no culto que mudaria seu
quadro financeiro. O relógio Rolex que ele agora segurava era o cumprimento
daquela promessa.
É assim que Deus usa pessoas entregues.
Você está preparado para experimentar as bênçãos dos céus num grau tal que
não conseguirá sequer contê-las? As bênçãos do nosso Pai celestial são ilimitadas e
sem medidas. Ele está esperando para dá-las a seus filhos. Mas primeiro, na
santidade deste momento, você deve entregar-se.
CAPÍTULO 5
A Verdadeira Prosperidade Bíblica
D
epois que uma terrível enfermidade na infância roubou a visão e a audição
de Helen Keller, ela embarcou numa viagem de descoberta para perceber, e
depois apreciar, um mundo que estava isolado para ela pelos canais normais.
Foi a busca de uma vida inteira. Ela foi capaz de descobrir, sem o auxílio da audição
nem da visão, aquilo que é muito fácil de ser perdido por nós, que podemos ver e
ouvir, e que é o seguinte: "As melhores e mais belas coisas do mundo não podem
ser vistas ou sequer tocadas. Elas devem ser sentidas com o coração". Que
sabedoria! Veja, a prosperidade que Deus tenciona que você desfrute não é algo
que você tem em sua mão; é algo que você tem no seu coração.
Neste capítulo quero lhe mostrar a verdadeira natureza da prosperidade
bíblica. Receio que prosperidade seja uma daquelas palavras que foram
seqüestradas pelos exploradores num grau tal, que acabaram perdendo sua
dignidade. Mas não se engane, a Bíblia ensina prosperidade, e eu não vou evitar de
ensinar a respeito simplesmente porque o termo e sua verdade foram deturpados.
Winston Churchill observou certa vez: "A melhor coisa é pegar o verdadeiro
quadro, qualquer que seja". Vamos pegar o verdadeiro quadro de prosperidade
segundo a Palavra de Deus. E, com este entendimento, estou confiante de que você
começará a vivenciá-la em toda sua plenitude, que é exatamente como tenciona o
Pai.
Prosperidade Bíblica
Meu amigo, prosperidade bíblica é muito mais do que dinheiro. A verdadeira
prosperidade, baseada na Bíblia, não está centralizada em dinheiro. Em seu mais
completo sentido ela significa na realidade "nenhuma necessidade", como promete a
Bíblia. Nenhuma necessidade significa ter todas as suas necessidades supridas, em
cada área de sua vida.
Ao longo da Bíblia, descobrimos que homens e mulheres de Deus que viveram
em sujeição a Deus não tiveram nenhuma necessidade. "Nenhuma necessidade" é
muito diferente de "nenhum problema". Heróis da fé, ao longo dos tempos, viveram
sofrimentos tremendos, como salientou fortemente o autor do livro a os Hebreus:
As mulheres receberam, pela ressurreição, os seus mortos; uns foram
torturados, não aceitando o seu livramento, para alcançarem uma melhor
ressurreição; e outros experimentaram escárnios e açoites, e até cadeias e
prisões. Foram apedrejados, serrados, tentados, mortos a fio de espada; andaram
vestidos de peles de ovelhas e de cabras, desamparados, aflitos e maltratados (dos
quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, e montes, e pelas covas
e cavernas da terra (Hb 11.35-38).
Sim, mesmo no meio de um terrível sofrimento como este, a provisão da graça
vinda do Senhor significava que aqueles heróis não teriam necessidade. Qualquer
pessoa pode se sentir próspera num clube de campo, mas o milagre vem quando
você conhece a prosperidade dele no meio da perseguição e da privação.
Os Profetas e a Prosperidade
Os heróis da fé da antiga aliança não tiveram "nenhuma necessidade", sem
exceção. Enquanto alguns eram considerados ricos, outros com certeza não eram.
Contudo, todos eles viviam uma vida de bênçãos sobrenaturais e, por isso, não
tinham nenhuma necessidade.
Abraão, Davi e Salomão eram homens de riqueza, posição social e influência.
Contudo, outros claramente não eram ricos. Elias, Eliseu e João Batista podem não
ter sido ricos; todavia, eles experimentaram a abundância e não lhes faltava nada
porque suas necessidades eram supridas sobrenaturalmente. Por exemplo, depois
que Elias declarou a palavra do Senhor para o perverso Rei Acabe, Deus mandou-o
esconder-se junto à torrente de Querite. Ele bebia água fresca da torrente e os
corvos alimentavam-no todas as manhãs e todas as noites. Suas necessidades eram
sobrenaturalmente supridas dia após dia. Podia se dizer que era "serviço de quarto",
porque o Senhor certamente cuidou dele. Elias experimentou a prosperidade
bíblica.
A Prosperidade Através do Povo de Deus
No livro de Atos, vemos que a igreja do Novo Testamento não tinha necessidade,
especialmente depois do Pentecostes. Lucas disse da igreja: "Não havia, pois, entre
eles necessitado" (At 4.34). Eles eram abençoados e suas necessidades eram
supridas. Mas observe o mecanismo que Deus usava para assegurar que eles não
teriam necessidade. Lucas continuou: "Porque todos os que possuíam herdades ou
casas, vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos
apóstolos. E repartia-se a cada um, segundo a necessidade que cada um tinha" (At
4.34, 35). De tempos em tempos as pessoas da igreja tinham necessidades, mas
devido à fidelidade do povo de Deus, os santos em necessidade imediatamente tinham
suas necessidades supridas e, por isso, não lhes faltava nada.
É verdade que Deus se regozija em abençoar seu povo de formas inesperadas. O
povo de Deus recebe cheques inesperados na correspondência. O povo de Deus, às
vezes, recebe presentes caros de estranhos ou de pessoas que mal conhecem. Estas
coisas acontecem e você não deve se surpreender quando Deus te abençoa desta
forma. Mas Deus também ordenou a Igreja, e quando somos obedientes na área de
dar, a Igreja pode ser o canal através do qual o Senhor opera para suprir as
necessidades de seus filhos e assim assegurar que não teremos falta.
É por isso que o apóstolo Paulo era tão zeloso na coleta de ofertas para a igreja de
Jerusalém. Ele explicou em 2 Coríntios 8.13-15, onde declarou:
Mas não digo isto para que os outros tenham alívio, e vós, opressão, mas para
igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros,
para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade, como
está escrito: O que muito colheu não teve de mais; e o que pouco, não teve de
menos.
Prosperidade: Através de Você e Para Você
Dr. E. V. Hill, um grande pregador, dinâmico homem de Deus e um amigo
querido, certa vez fez uma declaração forte, que jamais esqueci: "Se Deus pode
fazer através de você, Deus pode fazer para você. Existe um grande equilíbrio nesta
declaração.
Veja, por um lado, o Senhor não nos abençoa para que possamos consumir
aquilo que recebemos em nossa própria cobiça. Por outro lado, o Senhor não espera
que sejamos meros duetos de bênçãos que fluem através de nós para os outros, sem
que experimentemos as bênçãos nós mesmos. Quando somos obedientes ao Pai,
usamos tudo o que ele nos dá para abençoarmos outras pessoas. E porque somos
filhos obedientes, o Pai regozija em nos abençoar.
Você não deve se preocupar se ou quando a bênção está vindo. Na realidade,
ele o abençoará tanto que você dirá: "Senhor, não consigo mais segurar". Veja,
Deus quer abençoá-lo muito mais do que você quer ser abençoado. Mas as bênçãos
de Deus não vêm sem um custo. Antes que as bênçãos do Pai comecem a ser
derramadas sobre sua vida, você deve colocar-se no lugar onde possa recebê-las. E
este lugar é o lugar de entrega.
Prosperidade é Mais que Riqueza
Prosperidade é a abundante e permanente presença do Senhor Jesus em uma
vida. Jesus faz toda a diferença e, como Kathryn Kuhlman observou com muita
sabedoria: "O homem mais pobre com Jesus é rico, e o homem mais rico sem ele é
pobre". Conhecê-lo — e ter um relacionamento pessoal com Jesus Cristo — é a
maior bênção que uma pessoa pode conhecer. Como amo a verdade que Bill
Gaither expressou:
Quanto mais o sirvo, mais doce ele fica.
Quanto mais o amo, mais amor ele dá.
Cada dia é como o paraíso, meu coração transborda!
Quanto mais o sirvo, mais doce ele fica.'
Esta é a abundância que nosso Pai celestial coloca diante de nós hoje e é por
isso que é muito triste quando as pessoas passam tanto tempo buscando bênção
material que acabam passando por cima de todas as outras manifestações da bênção
de Deus acontecendo ao redor delas. Pior que isso, quando as pessoas estão
obcecadas por riquezas e procuram apenas riqueza material, limitam a Deus por
causa da sua noção errada daquilo que trará felicidade às suas vidas. A verdadeira
felicidade vem apenas através da sujeição à vontade do Pai. Quando me entregar a
ele, serei abençoado; ele prometeu cuidar de mim e sei que ele cuidará!
Quero dedicar o resto deste capítulo à demonstração de apenas algumas das
coisas que constituem a verdadeira prosperidade bíblica e os tipos de pessoas que o
Senhor prospera.
Prosperidade É Piedade com Contentamento
O apóstolo Paulo demonstrou isto bastante claramente ao explicar ao jovem
Timóteo em 1 Timóteo 6.6-10, onde declarou:
Mas é grande ganho a piedade com contentamento. Porque nada trouxemos
para este mundo, e manifesto é que nada podemos levar dele. Tendo, porém,
sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso contentes. Mas os que
querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em muitas concupiscências
loucas e nocivas, que submergem os homens na perdição e ruína. Porque o
amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se
desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com muitas dores.
Quando você possuí piedade e contentamento, você é verdadeiramente
próspero, pois você está vivendo uma vida destinada a trazer uma recompensa e
você é feliz na jornada. Contrastando, o apóstolo Paulo observou que procurar a
prosperidade através de riquezas é algo que apenas "submerge os homens na
perdição e ruína, traspassando-os com muitas dores".
Com contentamento, você desfruta de uma prosperidade que independe das
suas circunstâncias. É o tipo de contentamento que o apóstolo Paulo testificou
quando declarou: "Não digo isto como por necessidade, porque já aprendi a
contentar-me com o que tenho. Sei estar abatido e sei também ter abundância; em
toda a maneira e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura como a ter
fome; tanto a ter abundância como a padecer necessidade. Posso todas as coisas
naquele que me fortalece" (Fp 4.11-13). Com este tremendo poder de Cristo, a
prosperidade torna-se algo dentro de você, não algo que você tem de agarrar e
manter. Quando você desfruta desta prosperidade, torna-se destemido em sua vida
de oração, como exortou Phillips Brooks:
Oh! não orem por vidas fáceis; orem para que sejam homens
mais fortes!
Não orem por tarefas do tamanho de suas forças; orem por forças
do tamanho de suas tarefas.
Assim, o cumprimento do seu trabalho não será um milagre,
mas você será o milagre.
Platão disse: "A maior riqueza é viver contente com pouco". Mas as Escrituras
dão uma melhor: a maior riqueza é se contentar com a prosperidade — isto é, a
verdadeira prosperidade bíblica. Esta prosperidade não vem de operações sujas,
mas de se deleitar no Senhor e permitir que ele lhe dê os desejos do seu coração.
Prosperidade É Alegria
A maioria das pessoas leva a sério o que outras dizem sobre aproveitar a vida.
Por exemplo, é fácil pensar que realmente aproveitaríamos se fôssemos milionários.
É claro que a maioria de nós nunca será milionária, por isso temos de pegar a
opinião de outra pessoa sobre se ser milionário resulta em aproveitar a vida.
O Rei Salomão, por outro lado, pôde buscar e experimentar plenamente tudo o
que se diz que traz alegria na vida. Ele conheceu o resultado das riquezas, da
inteligência, de muito trabalho, das conquistas militares e da satisfação sensual —
e escreveu sobre todas estas coisas de forma bastante franca no livro dos
Eclesiastes.
Tendo experimentado todas estas coisas, seu discernimento em Eclesiastes
3.12, 13 (itálico acrescentado) é extraordinário:
"Já tenho conhecido que não há coisa melhor para eles do que se alegrarem e
fazerem bem na sua vida; e também que todo homem coma, e beba, e goze do bem
de todo o seu trabalho. Isso é dom de Deus". Este é o tema central de Salomão e ele
volta a ele repetidas vezes, porque é muito importante: "Então, exaltei eu a alegria,
porquanto o homem nenhuma coisa melhor tem debaixo do sol do que comer,
beber e alegrar-se; porque isso o acompanhará no seu trabalho nos dias da sua vida
que Deus lhe dá debaixo do sol" (Ec 8.15, itálico acrescentado).
Não existe nada melhor do que aproveitar a vida. Mas a alegria não vem nem
sempre, nem automaticamente das riquezas, conquistas, muito trabalho ou
satisfação sensual. A alegria vem de Deus, e com este dom encontramos satisfação
naquilo que fazemos e naquilo que temos. E ao encontrarmos esta alegria, somos
verdadeira e completamente prósperos, independentemente das nossas
circunstâncias.
Prosperidade É Nenhuma Necessidade
Quando a Escritura fala sobre "nenhuma necessidade", quando nos apresenta a
perspectiva de termos todas as nossas necessidades supridas, é importante ter
consciência de que ela apenas (e mal) começa a descrever o tipo de bênção que o
Pai dá aos seus filhos obedientes. Lembre-se: não existe escassez com Deus. Ele não
precisa racionar bênçãos para poder dar para todos.
Não, quando desfrutamos da abundância bíblica, experimentamos a verdade
que o apóstolo Paulo falou em 2 Coríntios 9.8-11, onde prometeu:
Deus é poderoso para tornar abundante em vós toda graça, a fim de que, tendo
sempre, em tudo, toda suficiência, superabundeis em toda boa obra, conforme
está escrito: "Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre".
Ora, aquele que dá a semente ao que semeia e pão para comer, também
multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça; para que
em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se dêem
graças a Deus.
Prosperidade É Fruto do Espírito
Quando o bendito Espírito Santo reside e é ativo em nossas vidas, conhecemos
a abundância do fruto do Espírito o qual o apóstolo Paulo relacionou para nós em
Gálatas 5.22, 23 (V.R.): "Mas o fruto do Espírito é: o amor, o gozo, a paz, a
longanimidade, a benignidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio
próprio". Embora o apóstolo Paulo concluísse com: "Contra essas coisas não há
lei", deixe-me acrescentar: E sobre essas coisas não se pode colocar preço. O fruto do
Espírito não pode ser comprado, porém o Senhor nos prospera com ele quando nos
entregamos a ele, o Senhor.
Riqueza É Menos Que Prosperidade
Eu nem sequer toquei em muitos outros elementos da prosperidade, tais como:
• Salvação (Jó 3.16)
• Uma herança eterna (Sl 37.18)
• Proteção (2 Cr 16.9)
• Resposta de oração (Sl 20.6)
• Recompensa (1 Co 3)
• Preservação (Sl 145.20)
• Vitória (1 Co 15.57)
• Força (Sl 18.2)
• Libertação (Sl 18.17)
• Saúde (Sl 103.3)
Nenhuma dessas coisas pode ser comprada, entretanto todas elas fazem parte
da verdadeira prosperidade bíblica e vêm da misericordiosa mão do nosso
maravilhoso Senhor que nos prospera!
Quem Prospera?
Para compreender plenamente as dimensões da verdadeira prosperidade
bíblica, temos de entender não apenas o que a prosperidade é, mas também os tipos
de pessoas que Deus abençoa com prosperidade. O Sermão da Montanha (Mt 5-7),
a pregação inaugural do Salvador, começa com aquilo que é normalmente
mencionado como as Bem-Aventuranças. Em alguns versículos apenas, o Mestre
delineou um quadro apaixonado daqueles que Vivenciarão a verdadeira
prosperidade bíblica e o que esta prosperidade acarreta.
Prósperos São os Pobres de Espírito
Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o
reino dos céus (Mt 5.3).
Quando Jesus disse que os "pobres de espírito" são bem-aventurados, ele
estava referindo-se às pessoas que dependem do Senhor para todas as
necessidades da vida. Os pobres de espírito reconhecem livremente sua dependência
do seu Pai celestial e confiam nele para seu sustento diário e para todas as
necessidades.
Quando o Espírito Santo me revelou o que ser "pobre de espírito" significava
realmente, minha vida foi profundamente afetada. Somente quando chegamos ao fim
de nós mesmos e dependemos do Senhor é que nos tornamos pobres de espírito. Por
algum motivo, alguma coisa dentro de nós quer fazer simplesmente tudo
independentemente de Deus. No entanto, muito freqüentemente caímos de cara no
chão quando tentamos agir a partir de nossas próprias forças e habilidades. E então,
nos conscientizamos de que não podemos fazer nada sozinhos. E aí confessamos com
o profeta Zacarias:
Não por força, nem por violência, mas pelo meu Espírito, diz o Senhor dos
Exércitos (Zc 4.6b).
David du Plessis, que era chamado de "Sr. Pentecoste", foi uma grande
inspiração para mim nos primeiros dias do meu ministério.
Eu vinha pregando havia mais ou menos um ano e estava assistindo a uma
conferência em Brockville, Ontário, no Canadá, onde ele estava falando. Eu e ele
estávamos andando no corredor uma noite, depois de ele ter pregado uma
mensagem poderosa sobre o perdão. Eu estava realmente ansioso para encontrá-lo
sozinho e aprender os segredos do ministério a partir de seus anos de experiência.
Enquanto andávamos juntos, eu disse: "Dr. du Plessis, quero lhe fazer uma
pergunta: Como posso agradar a Deus?" Nunca me esquecerei da sua resposta.
Aquele homem querido colocou seu dedo no meu peito e me empurrou contra a
parede, enquanto isso dizia num tom de voz sério: "Jovem, a capacidade não é sua; é a
capacidade dele em você. Boa noite!" E com isso ele me deixou no corredor e foi para
seu quarto. Tenho de dizer-lhe que fiquei petrificado pelo choque, mas oh! como
ele me ensinou sobre ser pobre de espírito!
Não é nossa habilidade. Não é nossa força. Não somos nós absolutamente. Não
existe uma única coisa que possamos fazer para conquistarmos a misericórdia de
Deus ou para merecermos seu favor — absolutamente nada. Sua graça é oferecida
gratuitamente, e nós só temos de aceitá-la. É provável que você já entenda isso, mas
quando assimila esta verdade de fato, lá no fundo do seu ser, que, "em mim, isto é, na
minha carne, não habita bem algum" (Rm 7.18a), e que você não tem nada para
oferecer a ele, você conhece a prosperidade que vem do ser pobre de espírito.
Então, o reino dos céus é verdadeiramente seu.
Prósperos São os Que Choram
Bem-aventurados os que choram, porque eles serão
consolados (Mt 5.4).
O Rei Davi era um homem conforme o coração do próprio Deus. E como
qualquer pessoa que tem um encontro pessoal com o nosso santo Deus, Davi era
profundamente consciente não só da sua própria retidão como da sua completa
insignificância à luz da resplandecente pureza e perfeição do Todo-Poderoso.
Quando realmente encontramos o Mestre, nossa paixão não é para promover a nós
mesmos, nem manter nossa reputação, mas pelo contrário, ela deve encontrar
purificação e perdão para nossos pecados, sempre óbvios. Vemos isto no choro do
coração de Davi no Salmo 40.11-13 (itálico acrescentado), onde ele clama:
Não detenhas para comigo, Senhor,
as tuas misericórdias; guardem-me continuamente a tua
benignidade e a tua verdade.
Porque males sem número me têm rodeado;
as minhas iniqüidades me prenderam, de modo que não posso
olhar para cima;
são mais numerosas do que os cabelos da minha cabeça,
pelo que desfalece meu coração.
Digna-te, Senhor, livrar-me;
Senhor, apressa-te em meu auxílio.
Ele clamava (chorava) por libertação de seus próprios pecados.
E clamores assim tocam o coração do Pai. Enquanto os adornos dos fariseus
impressionavam as pessoas que os rodeavam, foi o clamor simples: "Ó Deus, sê
propício a mim, pecador", de um homem tão quebrantado pelo seu pecado que ele
sequer levantou os olhos na direção do céu, que tocou o coração do Pai e toca hoje
(Lc 18.9-14).
Foi isso que Jesus quis dizer quando disse: "Bem-aventurados os que choram".
Ele não estava falando de um choro emocional ou físico. Ele estava falando de
um choro espiritual, de um quebrantamento diante do Senhor.
Davi declarou: "a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó
Deus" (Sl 51.17). Davi estava arrependido e quebrantado pelo seu pecado.
Quando choramos, ansiamos, queremos muito e desejamos nos nossos corações que
nossas vidas se ajustem totalmente à imagem de Jesus. À medida que você e eu
confrontamos os traços e tendências em nossas vidas que são diferentes dos da vida
dele, o Espírito Santo nos prospera, trazendo consolo ao nosso quebrantamento,
pois permitimos que ele reformule nossa personalidade à semelhança do nosso
Senhor e Salvador.
E isto é prosperidade! Quando pecamos, quando ferimos outras pessoas e a nós
mesmos, quando trazemos vergonha ao Deus que nos ama, nenhuma quantia em
dinheiro pode mudar o fato ou fazer o relógio voltar. E não importa o quanto nós
"nos perdoemos" ou o quanto outras pessoas nos digam que o que fizemos é
aceitável ou justificável. O que precisamos — e que somente Deus pode dar — é a
certeza do perdão, ao pedirmos a ele por esse perdão e nos apresentarmos com o
espírito quebrantado. É por isso que Davi exaltou com alegria:
Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada,
e cujo pecado é coberto.
Bem-aventurado o homem a quem o Senhor não imputa
maldade,
e em cujo espírito não há engano.
Enquanto eu me calei,
envelheceram os meus ossos
pelo meu bramido em todo o dia.
Porque dia e noite a tua mão pesava sobre mim;
o meu humor se tornou em sequidão de estio (Sela).
Confessei-te o meu pecado
e a minha maldade não encobri.
Dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões;
e tu perdoaste a maldade do meu pecado (Sela).
Pelo que todo aquele que é santo orará a ti,
a tempo de te poder achar;
até no trasbordar de muitas águas,
estas a ele não chegarão.
Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu
me cinges de alegres cantos de livramento (Sela)
(Sl 32.1-7).
Prósperos São os Mansos
Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a
terra (Mt 5.5).
Por algum motivo, é muito difícil para nós compreendermos o conceito bíblico
de mansidão. Por causa disso, suspeito que muitos confundam mansidão com
timidez. Mansidão não é fraqueza. Mansidão não significa ser domesticado como
um bichinho de estimação. Não, mansidão refere-se a uma qualidade de vida livre
de orgulho, de agressividade e autoritarismo. É uma atitude que vem de uma
decisão firme de submeter sua vida a Deus, de pensar seus pensamentos e fazer da
vontade dele a sua vontade. Mansidão, como Jesus ensinou, é a expressão do seu
mais profundo desejo e da mais forte fé de obedecer a Deus.
Quando você é manso, você é seguro do chamado que o Senhor te fez. Não tem
necessidade de fazer manobras para conseguir uma posição, de promover seus
próprios interesses, nem de defender a si mesmo. Não, você sabe que está seguro
dentro da vontade de Deus e que ele irá protegê-lo, promovê-lo e prosperá-lo.
Não conheço melhor ilustração disso nas Escrituras do que Números 12.
Moisés tinha o chamado de Deus sobre sua vida. Ele sabia quem era no Senhor e
com o conhecimento veio a humildade, ou mansidão (v. 3). Por contraste, os
parentes de Moisés, Miriã e Arão, sentiram que eram subvalorizados e
subutilizados. Mas, em vez de levarem suas preocupações ao Senhor, eles
promoveram-se, dizendo: "Porventura, falou o Senhor somente por Moisés? Não
falou também por nós?" (v. 2).
Os próprios irmãos de Moisés estavam, basicamente, dizendo: "Bem, quem
você pensa que é? Deus pode nos usar da mesma forma que pode usá-lo". Agora, o
que torna esta passagem uma ilustração extraordinária de mansidão e da
prosperidade que vem da mansidão é o que vem depois. A passagem diz: "E o
Senhor o ouviu". Moisés não precisou mostrar para Deus o que estava acontecendo.
Não, o Senhor estava cuidando de Moisés, protegendo-o. Moisés sequer precisou
ficar bravo com a situação. Não, o Senhor fez isso por ele também. Na realidade, o
versículo 9 declara que a ira do Senhor contra eles se acendeu e o Senhor levou
juízo sobre eles e atingiu Miriã com lepra (v. 10).
E como o Senhor protegeu a Moisés, como um homem manso, ele estava livre
para rogar ao Senhor que fosse misericordioso com Miriã e Arão. Se existe uma
ilustração melhor de força sob controle, eu não conheço qual é. A coisa mais fácil
do mundo para Moisés teria sido dizer: "Tudo bem! Vocês mexeram comigo e agora
Deus fez justiça com vocês. Bom proveito!" Mas, em vez disso, Moisés
demonstrou o poder da mansidão quando clamou ao Senhor: "O Deus, rogo-te que
a cures" (v. 13).
Moisés era manso e dá para se dizer que nessa situação ele herdou. Ele manteve
sua posição e foi definitivamente vingado pelo Senhor. Miriã e Arão foram
agressivos e não conseguiram o que queriam. Não se engane, os mansos desfrutam
da prosperidade que culmina na herança da terra.
Prósperos São os
Que Têm Fome e Sede de Justiça
Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles
serão fartos (Mt 5.6).
Todos nós somos dirigidos por nossos desejos — vozes que gritam para nós,
algumas vezes com grande insistência, outras com grande sutileza. Algumas vezes
elas nos forçam em uma determinada direção, como a ponta afiada de uma lança
nos rins. Outras vezes elas, gentil porém persistentemente, nos cutucam em uma
direção, como uma brisa insistente contra um automóvel. Existem muitas espécies
diferentes de desejos e muitas diferentes intensidades. Mas todos os tipos de
desejos possuem uma coisa em comum: não podem ser satisfeitos. Uma vez que o
desejo alcança seu objetivo, ele muda para o objetivo seguinte. Com relação ao
desejo de fama, Lily Tomlin falou de uma forma bem-humorada: "Eu sempre quis
ser alguém. Agora vejo que eu deveria ter sido mais específica".
O desejo sempre quer algo mais. Por exemplo:
Uma criança sonha em um dia jogar na Liga Infantil de baseball.
Joga na Liga Infantil e sonha em um dia jogar baseball na
faculdade.
Joga baseball na faculdade e sonha em um dia jogar baseball
profissional.
Joga baseball profissional e sonha em um dia estar no jogo dos
astros.
Joga no jogo de todos os astros e sonha em um dia ser colocado
no Hall of Fame*2
2
* Um grupo de pessoas consideradas notáveis em um esporte, profissão ou outra categoria (N.T.).
É colocado no Hall of Fame e sonha em ser considerado o melhor
jogador de todos os tempos.
É considerado o melhor jogador de todos os tempos e sonha...
Como diz a expressão:
Foi lá. Já fez. E agora?
É isto que muitas pessoas não conseguem entender acerca da prosperidade. Elas
pensam que serão felizes com mais uma coisa, mais um relacionamento ou mais uma
realização. Elas estão descontentes porque não têm isso. Passam anos (tristes) tentando
conseguir isso. E então, quando conseguem, descobrem que não era tudo aquilo que
estavam esperando. Assim, o desejo concentra-se em outra coisa.
É por isso que a Bíblia enfatiza o contentamento em oposição ao
engrandecimento. Pessoas verdadeiramente prósperas colocam sua vontade na
justiça, porque sabem que ela é nossa herança garantida através da fé no Senhor
Jesus. O apóstolo Paulo declara em 2 Coríntios 5.19, 21: “... Deus estava em Cristo
reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados [...] Àquele
que não conheceu pecado, o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos
justiça de Deus".
Veja, prosperidade não é ter mais coisas, é ser farto. E é uma promessa de Deus
para todos os que têm fome e sede da sua justiça.
Prósperos São os Que São Misericordiosos
Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão
misericórdia (Mt 5.7).
Quando conhecemos o Senhor, somos dominados pelo perdão que ele nos
concede. As simples palavras do apóstolo Paulo em 2 Coríntios 5.19 não podem
sequer começar a fazer uma alusão ao alto preço e à maravilha do dom da salvação
que temos através do sacrifício do Senhor Jesus: "Deus estava em Cristo
reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados".
No momento em que você encontra o Senhor, uma gloriosa transformação
ocorre. Ao encontrar e experimentar do seu amor e misericórdia, é bastante natural
que você comece a ter misericórdia pelos outros. Você se torna uma pessoa que
perdoa. Reveste-se da natureza do próprio Senhor, porque agora você mesmo se
tornou uma pessoa amorosa e mansa. A Bíblia diz: "... de graça recebestes, de graça
dai" (Mt 10.8). Na verdade, você se transformou numa extensão do Senhor para os
outros — um embaixador da reconciliação (2 Co 5.20).
Então, os misericordiosos experimentam a maravilhosa prosperidade de
receber misericórdia. Eles recebem isso não só do Salvador, que se regozija na
obediência deles, mas também daqueles que os cercam, ao receberem a
misericórdia que tiveram pelos outros.
Prósperos São os Limpos de Coração
Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles
verão a Deus (Mt 5.8).
A pureza a que Jesus se referiu é muito mais que apenas uma demonstração
exterior de religiosidade. Para a pureza existir, é preciso que flua do mais
profundo do nosso ser e comande o centro da nossa própria personalidade.
Quando temos um coração puro, viver nossas vidas de uma forma que agrade o
Pai torna-se nossa preocupação central.
Kathryn Kuhlman contou certa vez que ela geralmente dizia em oração:
"Senhor, se existe alguma coisa em mim que o Senhor não quer, tire-a e mate-a". É
exatamente isso que é ser limpo de coração: procurar de forma apaixonada ser
limpo diante do Senhor e viver uma vida santa. Ansiamos por santidade quando
dizemos: "Conduze-me para mais perto de ti, Senhor". Esta paixão por pureza é
realmente uma manifestação de gratidão a Deus. Eu creio que R. T. Kendall está
certo quando observa: "A vida santa é uma forma de dizer: 'Obrigado, Senhor, por
salvar minha alma"'.
Os que são limpos de coração desfrutam do tipo especial de prosperidade
que vem de ver a Deus. O apóstolo João declarou em João 1.18: "Deus nunca foi
visto por alguém. O Filho unigênito, que está no seio do Pai, este o fez conhecer".
Assim, os limpos de coração são abençoados com uma intimidade "cara-a-cara" com
Deus através do Senhor Jesus agora, e a bênção de estar diante dele na eternidade.
Prósperos São os Pacificadores
Bem-aventurados os pacificadores,
porque eles serão chamados filhos de Deus (Mt 5.9).
Qualquer pessoa envolvida na pacificação está numa profissão nobre.
Contudo, a melhor forma de levar a paz é de dentro para fora. Isso acontece
quando as pessoas encontram Jesus como seu Senhor e Salvador. Os pacificadores
que vivenciam a prosperidade bíblica mencionados aqui têm como objetivo
principal a reconciliação dos perdidos e sofredores com o Senhor. A salvação traz
paz entre os filhos teimosos e seu Pai de amor.
E para estes pacificadores especiais, Deus estende a prosperidade de serem
conhecidos como seus filhos. Existe um poder nas vidas de homens e mulheres que
têm a profissão de levar pessoas à fé no Senhor Jesus. Eles possuem profundidade em
suas vidas, magnetismo em seus espíritos e poder em suas palavras. O apóstolo
Paulo ressaltou isto quando citou a declaração de Isaías: "Quão formosos os pés dos
que anunciam a paz, dos que anunciam coisas boas!" (Rm 10.15.)
Prósperos São os Perseguidos por Causa da Justiça
Bem-aventurados os que sofrem perseguição por
causa da justiça,
porque deles é o reino dos céus;
bem-aventurados sois vós quando vos injuriarem, e
perseguirem, e, mentindo, disserem todo mal contra vós, por
minha causa.
Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque
assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós (Mt 5.10-12).
No momento em que você se entrega ao Senhor, no momento em que você
olha para seu pecado através dos olhos do Salvador, no momento em que você
troca a sua força pela dele, busca-o de todo coração e compromete-se a ajudar
outras pessoas a conhecerem o Senhor, a oposição se levantará contra você.
A prosperidade não é uma vida morna, sem atrativos. Prosperidade é a bênção
de Deus que significa que sua vida contará. Se sua vida é livre de turbulências, então
você não está em posição de bênção — você está nas laterais. Você está perdendo a
vida abundante agora e uma vida recompensada depois. Prosperidade não significa
ausência de problemas; significa uma grande recompensa futura para as suas
dificuldades.
Prosperidade significa que você tomou seu lugar naquela comunhão forte e
santa, na sucessão de servos de Deus que se estende desde os profetas que foram
perseguidos por causa da justiça; significa que você faz parte de uma fraternidade
escolhida que desfrutará da presença de Deus por toda a eternidade. Esta é a mais
alta forma de prosperidade e aquela pela qual o apóstolo Paulo batalhou com tanto
esforço, como ele declarou em Filipenses 3.7-15:
Mas o que para mim era ganho, reputei-o perda por Cristo. E, na verdade,
tenho - também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de
Cristo Jesus, meu Senhor; pela qual sofri a perda de todas estas coisas e as
considero como estéreo, para que possa ganhar a Cristo e seja achado nele,
não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que vem pela fé em Cristo, a
saber, a justiça que vem de Deus, pela fé; para conhecê-lo, e a virtude da sua
ressurreição, e a comunicação de suas aflições, sendo feito conforme a sua
morte; para ver se, de alguma maneira, eu posso chegar à ressurreição dos mortos.
Não que já a tenha alcançado ou que seja perfeito; mas prossigo para alcançar
aquilo para o que fui também preso por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim,
não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me
das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim,
prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo
Jesus. Pelo que todos quantos já somos perfeitos sintamos isto mesmo; e, se sentis
alguma coisa doutra maneira, também Deus vo-lo revelará. (Itálicos
acrescentados.)
Prosperidade e Você
Oliver Wendell Holmes observou com sabedoria: "Acho que o que é importante
nesse mundo não é tanto onde estamos, e, sim, em que direção estamos nos
movendo". Sei que, como eu, você quer se mover na direção da prosperidade bíblica;
você quer que a plenitude de bênçãos do Pai se manifeste em sua vida. O Senhor
derrama esta prosperidade sobre seus filhos obedientes, e uma área de obediência
extremamente importante é toda a área de dar. Ao estudar em oração e obedecer aos
poderosos princípios encontrados nestes poucos capítulos, esteja preparado para
experimentar a prosperidade bíblica como nunca antes.
CAPITULO 6
Dando como Quer o Pai
U
ma doação no valor de 266 dólares chegou ao ministério recentemente. A
maioria das ofertas monetárias que recebemos são em números inteiros,
redondos. Conseqüentemente, uma doação de 266 dólares pareceu
incomum e chamou a atenção de um dos meus pastores associados.
Durante uma ligação telefônica complementar, ele descobriu a história que
havia por trás da oferta de 266 dólares. Parece que o casal certa vez tinha tido um
revés financeiro e tinha contraído dívidas pesadas. Eles explicaram que os 266
dólares representavam todo o dinheiro que eles tinham e, como não era suficiente
para pagar nenhuma de suas contas ou sequer para fazer uma redução naquilo que
deviam, eles decidiram dar o dinheiro na sua totalidade para o Senhor e confiar nele
para suas necessidades.
Poucas semanas depois de darem o dinheiro, um milagre surpreendente
ocorreu. Foi descoberto petróleo na propriedade deles, embora não fosse muito
comum encontrar petróleo naquela região do país. Uma companhia de petróleo
negociou um contrato com eles pelos direitos do petróleo. O contrato asseguroulhes uma renda de 5.000 dólares por mês vindo do petróleo! E, além da inesperada
bênção de 5.000 dólares por mês do petróleo existente, estavam para começar a
perfurar a propriedade deles em outros locais em busca de mais petróleo.
Disseram que haviam dado tudo o que tinham, e Deus abençoou-os além de
qualquer coisa que jamais haviam experimentado. Para realmente agradar ao
Senhor, é preciso dar da maneira que ele requer e usar o método que ele requer.
A Maneira Requerida por Deus
Dê Totalmente, Morrendo Para o Ego
Dietrich Bonhoeffer, um cristão alemão morto pelos nazistas, disse: "Quando
Jesus nos manda irmos a ele, ele nos manda ir e morrer". No capítulo 4, falei sobre
como é importante a entrega no caminho bíblico para a bênção. No fundo, a
entrega significa que devemos morrer para nós mesmos.
Pense nisto — um homem que entrega tudo e morre para si mesmo não
possui absolutamente nada. Ele está morto! Ele diz: "Deus, minha vida é tua,
minha casa é tua, meus filhos são teus, tudo o que tenho é teu. E uma vez que é tudo
teu, não vou reter nada. Dou tudo de boa vontade para ti, Senhor". E nesse momento
a propriedade muda e um novo Mestre é o responsável.
No momento em que ocorre esta morte, a oferta começa. Pessoas que não
conseguem dar ainda não morreram. Eis uma afirmação que quero que você
considere com bastante cuidado: somente os mortos dão; os vivos não. Se não
entrego totalmente a Deus e continuo agarrado às coisas, na verdade estou dizendo:
"Minhas, minhas, minhas, minhas", e não estou nem um pouco morto. Mas
quando a cobiça e a avidez estão mortas, a entrega acontece.
Mas o que é esta morte que estive descrevendo? Como morro para poder
viver? Como entrego para poder ser abençoado? O que é a verdadeira morte do
ego? Jesus nos deu resposta a estas perguntas.
Em João 12 lemos como algumas pessoas foram a Filipe e pediram: "Senhor,
queremos ver a Jesus" (v. 21).
Não existe pedido maior do que dizer: "Queremos ver a Jesus". Eis o que o
Mestre disse: "Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas, se
morrer, dá muito fruto" (Jó 12:24).
Que resposta! "Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só". Se
ele não morrer, permanecerá só. Mas se estiver disposto a morrer e ser semeado, dará
muito fruto.
Todos os anos, no dia 7 de dezembro, reflito sobre o que aconteceu nesta data
em 1974. Ainda me lembro daquela primeira noite em que eu estava na plataforma
no subsolo de uma igreja pentecostal em Oshawa, em Ontário, no Canadá, e
preguei meu primeiro sermão. Eu tinha sofrido de gagueira durante todos os meus
vinte e um anos, mas, num segundo, Deus curou minha gagueira, quando comecei
a pregar e proclamar a sua Palavra com uma liberdade que eu nunca antes havia
conhecido.
Hoje eu olho para trás e me dou conta de que continuo aprendendo o que
Jesus disse em João 12.24: Se a semente não morrer, não poderá produzir. Se a
semente não morrer, ficará só.
Enquanto tentei por mim mesmo — na minha carne — falar com clareza,
gaguejei. Algumas vezes me esforcei tanto para falar que fiquei com a língua totalmente
presa e não conseguia sequer ser entendido. Naqueles momentos eu ficava tão
embaraçado que queria simplesmente desaparecer! Mas quando finalmente desisti,
entreguei minha gagueira ao Senhor e morri para mim mesmo, veio o milagre. Glória
a Deus!
Uma das grandes verdades do reino de Deus é esta: a morte deve ocorrer antes
que uma vida renovada seja possível. No mundo natural, uma semente deve dar
sua vida e mergulhar na escuridão mortal do solo antes de poder germinar, crescer
e ser colhida. E assim como o crescimento é colhido no natural, os mesmos princípios aplicam-se na área de dar.
Este princípio da morte precedendo a verdadeira vida está ilustrado repetidas
vezes nas vidas de muitos heróis da Bíblia.
Abraão e a Morte do Ego
Já escrevi muito neste livro sobre o pai fundador da nossa fé, Abraão. O que
não discuti é como Abraão morreu — não seu falecimento físico final, mas sua
morte para o ego. Quando Deus chamou Abrão (Gn 12) para que ele saísse de seu
país para uma terra que ele lhe mostraria, sua morte para o ego começou. Mas este
foi apenas o princípio do processo de morte, porque ainda havia tanta coisa de
Abrão viva que Deus teve de tratar com ele.
Quando Abrão chegou à terra prometida, em vez de ficar lá, foi para o Egito
porque enfrentou fome e começou a duvidar. Posteriormente, ele questionou Deus
dizendo: "Senhor Jeová, que me hás de dar? Pois ando sem filhos..." (Gn 15.2).
Deus já tinha dito a ele que ele seria pai de uma criança, mas Abrão não tinha
morrido para sua incredulidade. Então Sara e Abrão trabalharam juntos no fiasco
de Hagar — tentando "ajudar a Deus". Estava claro que Abrão continuava bastante
vivo. Lembre-se: se você acha que pode ajudar a Deus, definitivamente, você
ainda não morreu!
Finalmente, quando Abrão tinha quase cem anos, algo glorioso aconteceu. O
Senhor apareceu para ele e disse: "Eu sou o Deus Todo-Poderoso; anda em minha
presença e sê perfeito. [...] E não se chamará mais o teu nome Abrão, mas Abraão
será o teu nome; porque por pai da multidão de nações te tenho posto" (Gn 17.1b,
5).
Abrão tinha noventa e nove anos de idade. Por que Deus demorou tanto
tempo para cumprir sua promessa? Por que o nome de Abrão não foi mudado
antes disso? Creio que tenha sido porque o Senhor não se revelaria para Abrão
como o Deus Todo-Poderoso até que a carne de Abrão estivesse fraca demais para
ele confiar nela. Somente quando Abrão conscientizou-se de que não era por
poder, não era por força, não era por habilidade, não era por inteligência, não era
por educação, não era por treinamento, mas era "pelo meu Espírito, diz o Senhor",
é que Abrão estava preparado para um novo nome e uma nova vida entregue.
E quando Abrão morreu para a carne, Deus disse: "Você não é mais Abrão.
Você é Abraão". A natureza e o sopro do próprio Deus entraram em sua vida. E
somente então veio Isaque.
Lembre-se deste princípio vital: a promessa não virá enquanto a carne estiver
viva.
Abrão tornou-se Abraão quando morreu para o seu ego. E esta morte do ego
finalmente veio quando Abrão descobriu que ele não poderia produzir fisicamente.
Alguns perguntam: "Quantos anos Abrão esperou para que a promessa de Deus se
cumprisse?" Mas esta realmente não é a pergunta. A verdadeira pergunta é: Quanto
tempo Deus esperou?
Deus prometeu que Isaque viria, e ele nunca vacilou nesta promessa. Mas
Isaque não nasceu da força da carne, porque a carne de Abraão na ocasião era
incapaz de ter um filho. Isaque nasceu da força da promessa de Deus. Mas a
promessa de Deus não podia ser concretizada enquanto a carne de Abraão
estivesse viva.
A morte da carne é uma coisa muito difícil. A carne não pode ser convertida;
a carne não pode ser salva. É por isso que o único lugar seguro para você e para
mim é a cruz!
A cruz é nosso lugar de segurança. Lá nossa carne é crucificada a fim de que a
verdadeira vida, a vida soprada pelo Espírito, possa vir. Assim como com Abraão,
no momento em que estamos mortos, então Deus fica livre para nos abençoar.
José e a Morte do Ego
José foi outro herói da fé que primeiro teve de morrer para o ego e para a
carne. Embora ele fosse apenas um jovem, Deus falou com ele através de um sonho
e disse: "Um dia você governará de um trono e será um grande homem". Não muito
tempo depois disso, José chamou seus irmãos, reunindo-os, e relatou que um dia
todos se curvariam diante dele.
Seu pai, Jacó, naturalmente, preocupou-se com ele e disse: "Como você ousa
dizer a seus irmãos que nós todos vamos nos inclinar perante você?"
José, que não tinha discrição, mal podia esperar para contar aos irmãos sobre seu
sonho. O sonho se realizaria — mas somente depois que José morresse para o ego.
E meu amigo, a morte nunca é fácil. José teve de passar pelos horrores da traição e
da escravidão, pelo ultraje e pela vergonha da falsa acusação e, finalmente, pelo penoso desespero da prisão, até que ele aprendeu a morrer para o ego. O processo de
morte, para José, começou a sério enquanto ele estava na prisão. Ele vinha
morrendo para o ego o tempo todo, mas ainda havia muito de sua carne arfando por
vida, e por isso Deus não estava preparado para usá-lo. Mesmo da sua cela na
prisão, José estava atrás de um reconhecimento quando disse para seu
companheiro, o mordomo: "Não se esqueça de falar ao Faraó sobre mim, por favor.
Não deixe de dizer-lhe que eu existo". Acho que você concordará que qualquer um
que esteja procurando reconhecimento e promoção não está morto ainda!
Por causa disso, Deus fez com que o mordomo não mencionasse José ao Faraó
depois que foi liberto da prisão. Assim, mais uma vez José encontrou-se
esquecido, cada vez mais debilitado na prisão, dia após dia, sentindo a vida passar
por ele. Então, um dia, nos esconderijos secretos do seu coração, José chegou ao fim
de si mesmo, entregou-se a Deus e, ao morrer para o ego, encontrou a vida que
Deus tinha determinado para ele desde o início dos tempos.
Faraó teve um sonho perturbador, um sonho que ele sabia ser mais que uma
confusão aleatória de pensamentos no final de um dia atarefado. O sonho tinha um
significado — um significado que ele tinha de descobrir custasse o que custasse. E
foi enquanto Faraó procurava, desesperadamente, por alguém que pudesse
interpretar o sonho, que Deus fez com que o mordomo se lembrasse de um
intérprete de sonhos de muito tempo antes. José tinha morrido totalmente para o
ego, e, fazendo isso, ele tornou-se totalmente vivo para os propósitos de Deus.
Quando eu costumava ouvir Kathryn Kuhlman falar, eu normalmente ouviaa dizer coisas do tipo: "Eu morri há muito tempo", ou "Eu morro toda vez que
subo na plataforma". Suas declarações me deixavam perplexo e eu me indagava:
Do que é que ela está falando? O que ela quer dizer quando diz que morreu há
muito tempo?
Mas eu sabia que havia algo significativo em suas palavras. E por isso, no meu
próprio entusiasmo em querer experimentar tudo de Deus e ser usado por ele, eu
costumava orar: "Deus, por favor, mate-me!" Quando penso nestes tempos só posso
sacudir a cabeça e rir. Mas agora, por intermédio da sua graça, entendo a que ela
estava referindo-se — e esta é uma verdade preciosa.
Agora sei que as pessoas mais ungidas na terra estão mortas. Não mortas
fisicamente, mas mortas para as coisas deste mundo. E eu descobri que Deus unge
somente "os mortos" porque ao morrermos para o ego, nos tornamos totalmente
vivos para a vontade e direção do Mestre.
Moisés e a Morte do Ego
Considere Moisés, que Deus enviou para o deserto. Ele vivenciou a solidão e o
exílio, apascentando ovelhas para seu sogro no lado ocidental do deserto. Ali ele
aprendeu a morrer para si mesmo e para sua ambição.
Quando Deus apresentou-se a Moisés em Horebe, aquele que havia sido
príncipe uma vez, tinha perdido sua posição, sua influência e no natural, os melhores
anos de sua vida. Ele deveria estar com oitenta anos, mas ele era "mui manso, mais
do que todos os homens que havia sobre a terra"(Nm 12.3). Em outras palavras,
Moisés havia morrido para o ego. Em outras palavras, ele era exatamente o homem
que Deus estava procurando.
E do encontro com a sarça ardente até o vislumbre, na morte, da vista razoável
da terra prometida, a maior revelação jamais vivenciada por algum ser humano
veio a Moisés depois que ele morreu para o ego.
Deus não está procurando "alguns homens bons" — ele está procurando alguns
homens mortos — homens e mulheres que compreendam, por experiência própria,
o poder e mistério das majestosas palavras do apóstolo Paulo em 2 Coríntios 5.14-
17, onde ele declara:
Porque o amor de Cristo nos constrange, julgando nós assim: que, se um
morreu por todos, logo todos morreram. E ele morreu por todos, para que os
que vivem não vivam mais para si, mas para aquele que por eles morreu e
ressuscitou. Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a
carne, e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne,
contudo agora já não o conhecemos deste modo. Assim que, se alguém está
em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez
novo.
Dê as Primícias e o Melhor
Deus não só merece nossas primícias e aquilo que temos de melhor — ao
longo das páginas das Escrituras podemos ver que ele exige isso. Abraão era um
homem bastante próspero, com um gado abundante e uma família florescente. No
entanto, nada disso significava alguma coisa para ele em comparação ao seu filho
amado, seu filho da promessa — o precioso Isaque. No entanto, foi precisamente
Isaque que Deus requereu e foi Isaque que Abraão ofereceu prontamente.
Jeová escolheu Moisés para conduzir seu povo e revelar suas leis. Através das
mais de seiscentas leis, volumosas e diversas, existe uma mensagem que as
atravessa desde o início até o fim: "O Senhor quer a primícia de tudo. O
primogênito dos seus filhos, a primeira das suas ovelhas, a primeira das suas cabras,
a primícia da sua fortuna — o primeiro de tudo.
O Rei Davi, o doce cantor de Israel e um homem conforme o coração de
Deus, conhecia seu Pai celestial bem o suficiente para resolver: "não oferecerei ao
Senhor, meu Deus, holocaustos que me não custem nada" (2 Sm 24.24). Não, para
Deus, somente as primícias e o melhor serviriam.
Quando damos para Deus o nosso melhor, mostramos-lhe que nos entregamos
a ele. Quando lhe damos as primícias e o melhor, na realidade estamos dizendo: "Tu
podes tudo o que quiser. Todo o resto é teu também". Dar é, verdadeiramente, uma
expressão exterior do nosso compromisso interior com Deus. Dar a Deus aquilo
que vem primeiro e que é melhor é a declaração mais sincera possível de que "o que
é meu agora é teu". Dar nossas primícias a Deus não é nada menos que uma
declaração plena de nossa completa rendição a ele.
Dê em Reconhecimento à Lei do Semear e Ceifar
"Porque tudo que o homem semear, isso também ceifará" (Gl 6.7b). Em nove
palavras simples a Bíblia descreve aquele que pode ser o mais poderoso e difundido
princípio de vida na terra. A lei do semear e ceifar é tão universal quanto a
gravidade, tão implacável quanto a fricção e tão inevitável quanto a morte e os
impostos. A cada momento, de cada dia, enquanto vivermos, a lei do semear e
ceifar está operando tanto a nosso favor quanto contra — em todas as áreas da
vida — dependendo daquilo que semeamos segundo o que foi determinado pelo
Deus Todo-Poderoso.
E isto é uma coisa boa, porque nos dá o estímulo de que nosso Pai vai abençoar
e recompensar nosso trabalho fiel por ele. Porque na providência de Deus, nós não
só ceifamos aquilo que colhemos, mas colhemos mais do que semeamos. Vemos isto
na vida da Isaque, quando a Bíblia declara em Gênesis 26.12: "Semeou Isaque
naquela mesma terra e colheu, naquele mesmo ano, cem medidas, porque o Senhor
o abençoava". Como é estimulante saber que ao semearmos amor, certamente
ceifaremos amor; que ao semearmos misericórdia, certamente ceifaremos
misericórdia; que ao semearmos bondade, certamente ceifaremos bondade!
Não que semear seja fácil, longe disso. E ao mesmo tempo em que é
importante semear com a colheita em vista, algumas vezes também é verdadeiro
que a colheita está longe de vir. Mas isto apenas serve para fazer com que a colheita
seja muito mais doce quando vier, porque as Escrituras declaram no Salmo 126.56:
Os que semeiam em lágrimas
segarão com alegria.
Aquele que leva a preciosa semente,
andando e chorando,
voltará, sem dúvida, com alegria,
trazendo consigo seus molhos.
Este foi o grande estímulo que o apóstolo Paulo passou para os Coríntios para
convencê-los a repararem nos seus compromissos com a igreja em Jerusalém:
E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a graça, a fim de que,
tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em toda a boa obra.
[...]Ora, aquele que dá a semente ao que semeia e pão para comer também
multiplicará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça; para
que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se
dêem graças a Deus (2 Co 9.8, 10-11).
É claro que temos uma opção. Podemos dar escassamente, certos do
conhecimento de que aquilo que recebemos da vida será igualmente escasso, como o
apóstolo Paulo predisse em 2 Coríntios 9.6: "E digo isto: Que o que semeia pouco,
pouco também ceifará; e o que semeia em abundância em abundância também
ceifará". E oro para que sua opção seja sempre semear abundantemente.
Agora, antes que eu vá longe demais com este ensinamento, como você,
reconheço que a lei de semear e ceifar foi torcida por algumas pessoas para fazer
com que signifique algo bastante diferente daquilo que estou falando aqui.
Deus quer que você dê para sua obra porque você o ama, porque você quer
agradá-lo. Mas ele te ama tanto que você sabe que ao dar em amor, ele derramará
o seu melhor sobre você. Isto é dar segundo a vontade do Pai; isto é dar com a
colheita em mente. Você não dá para receber, mas você dá na expectativa de
receber. É onde se envolve a fé em Deus. Não é um negócio comercial. Não é um
jogo de risco. Ê crer na promessa de Deus. Ele declarou: "dai, e ser-vos-á dado" (Lc
6.38).
Poucos pregadores são tão famosos por seus ensinamentos sobre semear e
ceifar quanto meu prezado amigo, Dr. Oral Roberts. Uma das lições mais
surpreendentes que aprendi sobre os princípios do semear e ceifar veio através dele
depois de um culto na igreja onde sou pastor em Orlando, na Flórida.
"Benny", o Dr. Roberts me disse, "posso falar com você como filho?"
"Claro, Dr. Roberts", respondi.
"Você tira ofertas péssimas!" ele disse com firmeza.
Tenho certeza de que meu rosto revelou como fiquei surpreso pelo seu
comentário. Eu e ele tínhamos acabado de nos retirar para o meu escritório depois
de concluir um culto maravilhoso no qual ele deu uma mensagem dinâmica, cheia
de unção.
"O que o senhor quer dizer com isso, Dr. Roberts?", perguntei lentamente.
"Você tira ofertas péssimas, Benny!" ele repetiu. "Você pede que as pessoas dêem,
mas nunca diz a elas para esperarem por uma colheita. Você apenas fala para darem.
Quando um agricultor semeia, ele o faz na expectativa de uma colheita. Quando
aquele grão está maduro e pronto para a colheita, uma porção da semente é
plantada para a colheita seguinte, e o resto é usado para suprir suas necessidades".
Da sua cadeira confortável, o Dr. Roberts deu início a uma adorável conversa
comigo, a qual revolucionou minhas perspectivas referentes às ofertas. Ele disse:
"Esta manhã, quando você pediu às pessoas para ofertarem, você lhes disse o que
a Bíblia dizia sobre dar. Você compartilhou algumas passagens maravilhosas e
desafiou-as a dar, mas não lhes disse para esperar receber. Semear e ceifar andam
juntos. Nunca conheci um agricultor que plantasse a semente sem esperar ceifar
uma colheita".
Gênesis 26.12 declara: "Semeou Isaque naquela mesma terra e recolheu,
naquele mesmo ano, cem medidas, porque o Senhor o abençoava". Isaque semeou
e recebeu cem medidas no mesmo ano.
Um dos versículos-chave sobre ofertar que o Dr. Roberts compartilhou
comigo naquela manhã no meu escritório foi Lucas 6.38, que declara: "Dai, e servos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando vos darão; porque
com a medida com que medirdes também vos medirão de novo".
Agora, o interessante, e que provavelmente você tenha tanta consciência
quanto eu, é que o contexto desta passagem é o perdão:
Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso. Não
julgueis, e não sereis julgados; não condeneis, e não sereis condenados;
soltai, e soltar-vos-ão. Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida
e transbordando, vos deitarão no vosso regaço; porque com a mesma medida
com que medirdes também vos medirão de novo (Lc 6.36-38).
Embora o contexto direto tenha a ver com perdão, a lei à qual Jesus referiu-se
é a lei do semear e ceifar, que é universal.
O Dr. Roberts ressaltou para mim, com muito cuidado, que enquanto o ato de
dar é mencionado uma vez, a bênção que vem do ato de dar é mencionada sete
vezes:
1.
será dado
2.
3.
4.
5.
6.
7.
para vós
boa medida
recalcada
sacudida
transbordando
vos deitarão no vosso regaço.
Ele também me mostrou que, de acordo com este versículo, quando nós damos,
a colheita é tão grande que não pode ser contida nas nossas mãos. É boa medida,
recalcada e sacudida para abrir ainda mais espaço até transbordar e generosamente te
dar. As bênçãos que nos advêm como resultado do ato de dar são tão abundantes
que é necessário que ambos os braços estejam estendidos o máximo que
conseguirem para agarrar a colheita e carregá-la para casa.
Ao pensar a respeito, consegui até imaginar homens e mulheres caminhando
lentamente, sem conseguir enxergar acima do imenso carregamento sendo levado
por seus braços estendidos e equilibrados contra os seus tórax.
' O Dr. Roberts prosseguiu para me explicar que deveríamos esperar uma
colheita a fim de podermos dar cada vez mais. E que a capacidade de dar cada vez
mais é a verdadeira essência da bênção de Deus. Quando somos abençoados, quando
nossas necessidades são supridas, quando não existe falta, conseguimos dar à obra do
Senhor.
O Dr. Roberts resumiu da seguinte forma: ele me disse que, toda vez em que eu
der, devo:
• escrever a colheita esperada.
• agradecer a Deus a colheita.
• esperar receber.
• continuar dando até que a colheita venha — porque, quando ela vier, eu
poderei dar ainda mais.
E foi exatamente isso que comecei a fazer. Naquela altura da minha vida eu
queria muito sair das dívidas, porque eu sabia que poderia fazer mais pela obra do
Senhor se estivesse sem dívidas. Comecei a pedir ao Senhor em oração que me
tirasse das dívidas e, daquele ponto em diante, comecei a incluir aquele pedido em
meu período de oração.
Todas as manhãs de domingo, ao me preparar para receber os dízimos e
ofertas do Senhor na nossa igreja, era comum para mim tirar cinco ou dez minutos
e ensinar às pessoas o que a Bíblia diz sobre finanças e sobre sua capacidade de nos
abençoar e suprir nossas necessidades. Enquanto compartilhava a Palavra de Deus
no domingo seguinte à visita do Dr. Roberts, estas palavras me vieram à mente:
"Escreva a colheita esperada". Ao concluir a Palavra referente aos dízimos e ofertas
do Senhor, preparei minha própria oferta, rapidamente, virei o envelope de ofertas e
escrevi: "Senhor, por favor, me tire das dívidas. Em nome de Jesus, amém".
No domingo seguinte fiz a mesma coisa. No verso do meu envelope de
ofertas escrevi as mesmas palavras: "Senhor, por favor, me tire das dívidas. Em
nome de Jesus, amém". Semana após semana fiz a mesma coisa. Todas as vezes
em que eu participava de uma oferta, escrevia estas mesmas palavras no verso do
meu envelope.
Certo dia, enquanto escrevia estas palavras no verso do meu envelope, o
Senhor me disse: "Você realmente crê no que está escrevendo?"
Assustado, parei por um momento, dei uma olhada nas palavras e respondi:
"Sim, Senhor, eu creio que tu podes me tirar das dívidas".
"Então, comece a me agradecer", o Senhor disse.
"Mas como posso lhe agradecer se continuo com dívidas?", perguntei.
O Senhor respondeu: "Comece a me agradecer agora".
Assim, preparei minha oferta do mesmo jeito, mas escrevi no verso do
envelope: "Obrigado, Senhor, por me tirar das dívidas. Amém". Naquele
domingo, quando o oficial estendeu o cesto de ofertas na minha direção para
receber os dízimos e ofertas do Senhor, coloquei meu envelope no cesto de ofertas e
disse em voz alta: "Obrigado, por me tirar das dívidas. Amém". Levantei os olhos
rapidamente para ver qual seria a reação das pessoas. Alguns, curiosos, olharam
na minha direção, mas foi só.
Logo ganhei coragem para explicar à minha congregação o que eu estava
fazendo. E, para minha surpresa, todos começaram a fazer o mesmo. Eles
começaram escrevendo a colheita que estavam esperando no verso dos seus
envelopes de oferta. E à medida que os cestos de oferta iam passando pelas fileiras,
observei que alguns indivíduos estavam de fato agradecendo a Deus em voz alta
ao colocar seus envelopes no cesto.
Embora não tenha havido uma resposta visível à minha oração, continuei a
escrever a colheita que esperava e a agradecer ao Senhor a minha colheita. A cada
semana eu podia sentir uma expectativa cada vez maior no meu coração. Eu sabia
que o Senhor ia responder minha oração.
Poucos meses depois, minha mulher e eu fomos convidados para jantar com um
homem e sua mulher. Tivemos momentos bastante agradáveis na mesa naquela
noite. Quando terminamos nosso jantar, o homem ficou sério.
"Pastor Benny", ele começou: "o Senhor tem falado comigo e com minha
mulher há vários meses sobre fazermos uma coisa". Ele parou por um momento e
colocou a mão no bolso do qual tirou dois envelopes. E, então, continuou: "Tenho
dois envelopes aqui. Um é para você e Suzanne e o outro é para a igreja. O Senhor
tem falado conosco e nós devemos obedecer. Este envelope é para você e para
Suzanne".
Estendi a mão e aceitei o envelope vindo do homem e agradeci. Ele colocou-o
na minha mão e recuou levemente. No passado, quando alguém me presenteava
com um envelope, declarando que era apenas para mim, ele normalmente continha
uma pequena doação monetária. Na verdade, quando aceitei o envelope, minha
mente voltou para uma situação semelhante onde alguém havia dado um envelope
"só para mim". Quando eu abria, ele continha apenas quatro dólares!
Com isto na cabeça, comecei a colocar o envelope no bolso. O senhor inclinouse levemente na minha direção e disse: "Abra-o, Pastor Benny".
Relutantemente, abri o envelope enquanto o homem e sua mulher olhavam. O
rosto deles estava bastante sério enquanto observavam cada movimento meu. Tirei
de dentro do envelope um cheque. Olhei para o cheque. Pisquei os olhos e olhei
novamente. Não conseguia acreditar no que meus olhos estavam vendo!
Imediatamente, olhei para o homem e para sua mulher e perguntei: "Para que é
isto?"
"É para você, Pastor Benny".
"Mas é um cheque num valor substancial!", eu disse. "Para que é?"
O homem deu um passo para frente e disse: "Deus falou comigo e com minha
mulher e mandou que pagássemos suas dívidas. Isto é suficiente?"
A esta altura, Suzanne e eu estávamos chorando. Estávamos chocados e
emocionados ao mesmo tempo.
"É suficiente, Pastor Benny?"
"Eu... eu não sei", eu disse entre lágrimas. "Eu... bem,... eu acho que sim".
Minha mulher e eu não tínhamos muitas contas, mas queríamos ficar
absolutamente sem dívidas.
E, então, o homem estendeu outro envelope na minha direção e disse: "Este
envelope é para a igreja".
Eu mal conseguia enxergar através das minhas lágrimas de alegria; eu estava
tremendo de emoção. Finalmente, abri o segundo envelope e coloquei a mão para
tirar o conteúdo. Era um cheque num valor ainda maior que o primeiro cheque!
Mal pude acreditar! Num segundo, eu havia sido tirado das dívidas e a igreja havia
sido abençoada!
Mais tarde, naquela mesma noite, enquanto pensava na incrível seqüência de
eventos que haviam ocorrido, olhando para o cheque na minha mão, me dei conta
de que eu tinha acabado de vivenciar aquilo que o Dr. Roberts havia me ensinado
com relação à lei do semear e ceifar. Eu havia escrito a colheita esperada; agradeci a
Deus a minha colheita; esperei recebê-la com expectativa; e recebi! Não que haja
algo de mágico nesta fórmula. Esta história não é sobre a seqüência de eventos. Ela
é sobre um Deus de amor que sempre dá e com o qual nós nunca podemos falhar.
Quando chegou a hora de receber os dízimos e as ofertas na nossa igreja no
domingo seguinte, eu tinha muita coisa para compartilhar com minha congregação.
Relembrei-lhes sobre todas as vezes que eles haviam me visto escrever no verso do
meu envelope de ofertas e tinham me ouvido dizer: "Obrigado por me tirar das
dívidas. Amém". E como você pode imaginar, a congregação se encheu de louvor a
Deus enquanto eu falava: "Coloco-me diante de vocês hoje sem dívidas!" E, através
daquilo, o Senhor me ensinou muito sobre sua lei de semear e ceifar. Através
daquilo, aprendi que você não pode deixar de dar para Deus. Agora, Suzanne e eu
podemos dar muito mais para a obra do Senhor por causa de suas bênçãos, e é isto
que Deus quer para você. Lembre-se: ele disse a Abraão: "Eu o abençoarei e farei de
você uma bênção". O Senhor quer abençoá-lo a fim de que você seja uma bênção
para o mundo, ajudando na difusão do evangelho até os confins da terra.
Dê com Amor no Coração
Quando lemos as palavras do apóstolo Paulo em 2 Coríntios 9.7 que o Senhor
ama "ao que dá com alegria", sabemos que a última coisa que ele ia querer seria que
déssemos de má vontade ou por necessidade. Quando se trata dos nossos filhos,
algumas vezes eles nos obedecem porque sabem que serão castigados se não
obedecerem. Embora fiquemos felizes com o fato de nossos filhos nos obedecerem,
não obtemos muito prazer na obediência forçada e relutante. Não, queremos que
nossos filhos entendam e apreciem nosso amor por eles de uma forma tal que eles
obedecem porque nos amam. Não que obedeçam só porque sentem que será melhor
para eles, mas também porque sabem que ficaremos inconsoláveis se não
obedecerem. Este é o tipo de alegria de dar prescrito nas Escrituras.
Mas algumas pessoas tentam mudar esta verdade em sua mente e questionam
se devemos dar se não pudermos fazê-lo com alegria. Mas seu questionamento se
perde — e elas perdem a bênção. Pessoas que não conseguem dar com alegria
precisam mergulhar na Palavra de Deus, compreender o amor de onde deriva a
atitude de dar e arrepender-se (mudar sua mente), para que possam experimentar a
bênção de dar com alegria.
O Método que Ele Requer: As Três Áreas do Ato de
Dar
A Bíblia dá as linhas gerais de três áreas específicas para dar: dízimos, ofertas e
esmolas. Todas as três são aspectos essenciais do ato de dar, entretanto, cada uma
serve a um propósito diferente. Nos capítulos seguintes veremos cada método de
dar mais detalhadamente.
1. O Dízimo (Uma Dívida Que Temos o Privilégio de Dever)
Quando dou ao Senhor o seu dízimo, é uma expressão do meu amor e sujeição
a ele. Dízimo basicamente significa “10%" e representa o primeiro e melhor de tudo o
que tenho, indicando que tudo o mais também pertence a ele. O dízimo é dado no
lugar onde você é espiritualmente alimentado.
2. A Oferta
(Uma Semente Que Temos o Privilégio de Semear)
Quando dou uma oferta na obra do Senhor, ela está além do primeiro décimo
(do dízimo) e representa um sacrifício e culto a ele. Uma oferta normalmente é
dada segundo a própria vontade da pessoa e pode ser doada a qualquer
empreendimento especial dedicado à difusão das boas novas do evangelho.
3. A Esmola
(Uma Dádiva Que Temos o Privilégio de Soltar)
Quando menciona as esmolas, a Palavra de Deus refere-se a emprestar aos
pobres. As esmolas são muito freqüentemente voltadas para o auxílio aos pobres e
desamparados. Quando dou esmolas, eu o faço além de dar meus dízimos e minhas
ofertas. Talvez você tenha respondido a um apelo em especial para ajudar pessoas
necessitadas e menos favorecidas através da sua igreja local. Quando você deu
aquela oferta especial, estava dando esmolas.
Meus amigos, a Bíblia tem muito a dizer sobre dízimos, ofertas e esmolas, e
nos próximos capítulos exploraremos a mente e o coração de Deus nestas áreas
com grande profundidade. Ao ver o ensinamento coerente e inabalável das
Escrituras, de Gênesis ao Apocalipse, sobre o desejo do Pai de abençoar, eu sei que,
como eu, você se motivará a agradar ao Senhor como nunca antes na área de dar.
CAPÍTULO 7
O Princípio do Dízimo Antes de Moisés
E
les estavam em todo lugar! À minha direita, à minha esquerda, empilhados
até o alto, prateleiras e mais prateleiras, eu estava cercado de brinquedos. E
não eram brinquedos apenas. Diante de meus olhos estavam as mais incríveis
réplicas de automóveis que eu já tinha visto!
Visitar uma loja de brinquedos não era totalmente estranho para mim, pois eu
já tinha estado nesta loja e em outras com minha mulher antes. Mas hoje foi
diferente. Hoje eu estava explorando um mundo completamente novo —
brinquedos para meninos.
Veja, é claro que no passado minha mulher e eu tínhamos visitado os
corredores que expunham todas as coisas adoráveis que as garotinhas gostam. Quer
no aniversário da Jessica, ou no da Natasha, ou simplesmente um dia que
queríamos fazer com que fosse especial para elas, nós sempre íamos à seção para
meninas.
Hoje, porém, eu queria comprar algo especial para meu filho, Joshua. Ele tinha
quase três anos de idade e eu queria escolher algo só para ele. Os brinquedos eram
incríveis, mas o que realmente alegrava meu coração era a perspectiva de escolher e
dar um presente para meu precioso filho.
Ao entrar na loja, eu dei uma olhada rápida na lista e me dirigi para o local que
parecia conter itens apropriados para meninos. Andei por todo um corredor, depois
pelo seguinte. Finalmente, cheguei à seção mais incrível: carros operados por
controle remoto.
Fiquei surpreso ao ver quantos modelos e tamanhos estavam disponíveis.
Alguns eram elaborados e detalhados, enquanto outros eram mais aerodinâmicos e
estilizados. Enquanto estudava as opções, notei que havia também uma boa
variedade de preços: alguns eram muito mais caros que outros, mas não me
importei, porque eu ia comprar o carro mais especial que encontrasse para o Joshua,
e o preço não era minha preocupação principal.
Levei um bom tempo fazendo minha seleção e acabei ficando com um belo
carro vermelho com o qual eu sabia que ele ia gostar de brincar. Paguei-o, corri
para meu carro e fui para casa. Eu dirigia o mais rápido permitido pela lei, pois eu
estava ansioso para presenteá-lo com o belo brinquedo e ver a alegria no seu rosto.
Quando cheguei a casa, levei a sacola para dentro e fui procurar Joshua. Eu
disse: "Venha ver Joshi, venha ver o que o papai trouxe para você".
"O que é?", ele perguntou ao estender a mão e pegar meu presente.
"É uma coisa especial para você, só porque eu te amo, filho", respondi. A
caixa contendo o carro era razoavelmente grande e eu tive de ajudá-lo a abri-la.
Quando o carro já estava fora da caixa, ele ficou olhando para ele intrigado.
"Você gosta, Joshi?"
Ele concordou rapidamente enquanto continuava a olhar fixamente para o
carro que agora estava no chão. Era óbvio que ele ainda não sabia exatamente o
que fazer com seu presente.
Eu disse: "Deixe o papai te mostrar como funciona, tá bom?" Peguei a caixa
de controle para ver se as pilhas estavam no lugar. "Tudo bem, Joshi, observe o
carro!" Eu disse, e aí o belo carro vermelho começou a se movimentar enquanto eu
pilotava seu trajeto a partir do controle.
O rosto de Joshua se iluminou totalmente de agitação quando ele viu o carro ir
embora, depois voltar, depois ir em outra direção. Fiquei emocionado com sua
atitude, pois eu estava bastante ansioso para ver sua reação ao presente. Como pai,
sinto muito prazer em dar prazer aos meus filhos — simplesmente não existe nada
igual a isso.
Depois de vários minutos, coloquei o dispositivo do controle remoto na
mãozinha de Joshua e ajudei-o a mexer a alavanca do controle. Juntos movemos a
alavanca para frente e para trás, observando o carro movimentando-se pela casa.
Para um espectador seria difícil determinar quem estava se divertindo mais: Joshua
ou eu!
Tivemos um tempo especial juntos naquela tarde, passamos um período de
tempo bastante especial juntos enquanto ríamos e observávamos o carro ir de um
lugar para o outro na nossa casa. Oh! quanta alegria nós pais temos em nosso
contínuo e cada vez mais profundo relacionamento com nossos filhos!
Nosso Pai Celestial
Sou bastante grato pelo fato de nosso relacionamento com Deus ser contínuo,
por ele nos levar, literalmente, "de glória em glória". E como é excelente estar em
um relacionamento de amor cada vez mais profundo com nosso maravilhoso Pai
celestial! A cada dia, à medida que passo mais tempo com o bendito Mestre, na
Palavra de Deus e em oração, vou me tornando muito mais familiarizado com seus
caminhos, muito mais familiarizado com o que é importante para ele e muito mais
motivado a agradá-lo de todas as formas.
E ao me tornar mais e mais familiarizado com a sua Palavra, sua vontade e seus
caminhos, convenço-me ainda mais da importância do dízimo em nossas vidas. No
entanto, algumas vezes converso com pessoas — irmãos e irmãs no Senhor,
sinceros e convictos — que dizem: "O dízimo é parte da lei do Antigo Testamento e
não uma exigência para os crentes de hoje". Francamente, estremeço quando ouço
isto. Temo que estas pessoas boas estejam vivenciando o ato de dar apenas como uma
necessidade ou uma exigência, quando nosso Pai celestial quer que o vivenciemos
como um prazer. Ninguém requer que demos a alguém que amamos — acontece
naturalmente. É prazeroso dar para aqueles que deram para nós primeiro — e
vivenciamos este prazer quando damos o dízimo.
Mas as pessoas que interpretam a Bíblia dessa maneira não só perdem a
alegria como também perdem o fato de que o próprio princípio de dar o dízimo foi
introduzido por Adão, e Abraão deu o dízimo a Melquisedeque. E, por isso, quero
que você veja neste capítulo que, desde o limiar da história, nosso Pai celestial tem
nos dado o melhor, e as pessoas que o amam lhe dão o melhor.
A palavra dízimo refere-se a um décimo ou a uma décima parte de alguma
coisa. Por isso, quando falo de dar o dízimo, falo do privilégio e da prática de dar
10% de nossa renda para a obra do Senhor.
Adão e o Dízimo (Gn 2)
Gênesis 2 é uma passagem bastante conhecida da Bíblia, mas alguma vez você
parou para pensar quão maravilhoso era o mundo que o Pai preparou para Adão? O
jardim do Éden era maravilhoso, indescritível. Que bênção era morar, trabalhar,
descansar, brincar e orar num lugar lindo assim! Mas não era apenas belo: era tão
grande quanto todo o Oriente Médio (Gn 2.11-14)! E era para Adão desfrutar —
mais do que ele precisava, mais do que conseguiria usar, era um generoso presente
de amor para ele.
O Pai dotou Adão com uma mente magnífica, capaz de uma criatividade
maravilhosa e uma capacidade tal que ele conseguiu dar os nomes e lembrar-se
dos animais. E ele tinha um corpo livre das experiências do envelhecimento, das
doenças e da morte.
Ele desfrutava de uma rica comunhão com o Pai, que se comprazia em Adão
de uma forma tal que se deleitava em caminhar com ele na viração do dia. Oh!
como devem ter sido ricos aqueles tempos! Nenhuma outra criatura tinha
conhecido o tipo de comunhão com o Pai que Adão teve o privilégio de vivenciar.
O Pai amou tanto a Adão que previu a necessidade de Adão de ajuda e
companhia e criou Eva. Pois mesmo no meio da beleza do Éden e na maravilhosa
comunhão e intimidade com o Pai, continuava não sendo bom para Adão viver
sozinho.
Deus preocupou-se com ele em todos os aspectos e no meio da comunhão
deles, Deus envolveu Adão com abundância, excelência e magnificência. Amo a
forma como Moisés descreveu apenas um elemento desta maravilha: "O ouro dessa
terra é bom" (Gn 2.12). Pegou o quadro? Não era ouro apenas — era ouro bom\
Deus deu a Adão o maravilhoso jardim para ser desfrutado. Contudo, no meio
de tudo o que Deus havia lhe dado, ele avisou Adão de que uma coisa no paraíso
não era dele — a árvore do conhecimento do bem e do mal:
E tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o
guardar. E ordenou o Senhor Deus ao homem, dizendo: "De toda árvore do
jardim comerás livremente, mas da árvore da ciência do bem e do mal, dela
não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás" (Gn
2.15-17).
Ao separar a árvore do conhecimento do bem e do mal, creio que Deus estabeleceu
o princípio do dízimo. Pense nisso por um momento: Adão nunca havia sido proibido
de comer da árvore da vida, nem de qualquer outra coisa no jardim. Assim, por que
um Deus que tinha coberto Adão de tamanho luxo iria proibi-lo de comer do fruto
da árvore do conhecimento do bem e do mal? Estou convencido de que o Pai fez
isto a fim de que Adão tivesse uma oportunidade de demonstrar seu amor a Deus
através da obediência. O que estou para te ensinar agora é muito importante.
Eu e você não podemos receber aquilo que é nosso em Cristo sem obediência,
e, ao estabelecer esta lei, o Pai deu a Adão uma oportunidade de obedecer. Com
muito amor, é como se nosso Pai celestial estivesse dizendo a Adão: "Eu amo você
e este jardim magnífico é para você desfrutar. Mas quero o seu amor, e a forma que
você pode me demonstrar que me ama é através da obediência; por isso, não toque
naquela árvore".
Dentro deste senso, a árvore do conhecimento do bem e do mal foi separada
por Deus — ela demonstra o princípio do dízimo para Deus. De uma forma
semelhante, hoje, expresso meu amor a Deus quando dou a ele aquilo que é dele (o
dízimo) e não toco nele retendo-o comigo. Que privilégio é dar alegria ao coração
do nosso maravilhoso Pai celestial!
Caim e Abel e o Dízimo (Gn 4)
Assim, Deus estabeleceu o princípio do dízimo com Adão, e Adão, por sua
vez, ensinou-o a Caim e a Abel, pois a Bíblia declara:
E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse:
Alcancei do Senhor um varão. E teve mais a seu irmão Abel; e Abel foi pastor
de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra. E aconteceu, ao cabo de dias, que
Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor. E Abel também trouxe
dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura. E atentou o Senhor para
Abel e para sua oferta, mas para Caim e para sua oferta não atentou. E irou-se
Caim fortemente, e descaiu-lhe o semblante (Gn 4.1-5).
Amo este discernimento de R. T. Kendall:
Dar o dízimo, em qualquer caso, faz mais por nós espiritualmente do que em
qualquer nível material. Não restam dúvidas sobre isto. Libera o Espírito.
Torna disponíveis outros recursos da nossa herança em Cristo que, de outra
forma, estariam totalmente fechados. É por isso que Adrian Rogers disse:
"O propósito do dízimo é fazer prova de Deus", porque dar o dízimo é "sua
forma de desenvolver a fé nele". O Dr. Rogers conta a história de um homem que
fez seus filhos trabalharem no milharal enquanto outros garotos nadavam,
brincavam nos campos e faziam outras coisas. Alguém censurou o homem e
disse: "Por que você faz esses meninos trabalharem tanto em seus milharais?
Você não precisa de todo esse milho". O homem respondeu: "Senhor, não estou
cultivando milho, estou criando filhos".1
Deus não usa o dízimo para levantar dinheiro, como se ele precisasse de
algum; ele usa-o para criar filhos. No jardim do Éden, Deus usou o princípio do
dízimo para ensinar obediência a Adão ao separar coisas totalmente para o Senhor.
O Pai também revelou o dízimo para os filhos de Adão com o mesmo propósito, e eles
levaram ofertas ao Senhor.
No entanto, Deus aceitou a oferta de Abel e rejeitou a de Caim. Por que foi
assim? Alguns dizem que o sacrifício de Caim foi inaceitável porque o fruto da
terra havia sido amaldiçoado. Não creio que esta seja uma explicação adequada;
pois, afinal de contas, todo o universo criado estava debaixo de maldição. Outros
dizem que Abel ofereceu seu sacrifício com fé e Caim não, e, com certeza, isto
também faz parte, porque as Escrituras declaram: "Pela fé, Abel ofereceu a Deus
mais excelente sacrifício que Caim; pelo qual alcançou testemunho de que era
justo, dando Deus testemunho de suas oferendas, e por meio dela depois de morto
ainda fala" (Hb 11.4, V.R.).
Mas creio que ainda existam mais coisas dentro deste relato trágico. Embora
seja verdadeiro que "sem fé é impossível agradar [a Deus]" (Hb 11.6), também é
verdadeiro que a fé sem amor é vazia: "e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que
transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria. E ainda que distribuísse todos
os meus bens para o sustento dos pobres, e ainda que entregasse o meu corpo para ser
queimado, e não tivesse amor, nada disso me aproveitaria" (1 Co 13.2-3,V.R.). Creio
que o Pai tenha esquadrinhado o coração de Caim e detectou somente o negror da
inveja e da obrigação. Desde o princípio dos tempos, Deus quis que lhe déssemos
nossos corações primeiro, depois nossos dízimos. Em nenhum outro lugar isto foi
expresso de forma mais magnífica do que por Davi:
Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração
quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus (Sl 51.17).
Nosso precioso Pai celestial sempre olhou o coração. Isto habilitou-o a
descrever Davi como "um homem que era conforme o coração de Deus", embora
ele tivesse cometido pecados terríveis. No entanto, quando se tratava dos fariseus no
Novo Testamento, cujos corações não eram retos diante de Deus, o Senhor Jesus
viu através da ostentação e farisaísmo deles:
E, ouvindo-o todo o povo, disse Jesus aos seus discípulos: Guardai-vos dos
escribas, que querem andar com vestidos compridos e amam as saudações nas
praças, e as principais cadeiras nas sinagogas, e os primeiros lugares nos
banquetes; que devoram as casas das viúvas, fazendo, por pretexto, largas
orações. Estes receberão maior condenação (Lc 20.45-47).
Mas com relação a uma certa viúva a Palavra de Deus nos diz que Jesus,
olhando:
viu os ricos lançarem as suas ofertas na arca do tesouro; e viu também uma
pobre viúva lançar ali duas pequenas moedas; e disse: Em verdade vos digo
que lançou mais do que todos esta pobre viúva, porque todos aqueles deitaram
para as ofertas de Deus do que lhes sobeja; mas esta, da sua pobreza, deitou
todo o sustento que tinha (Lc 21.1-4).
Enquanto os fariseus e os ricos faziam uma grande ostentação de sua
religiosidade e oferta, foi o coração desta pobre viúva que tocou o Senhor. Nossas
ofertas para Deus são em vão, a menos que tenham nascido do calor do amor do
Espírito.
Abraão e Melquisedeque e o Dízimo (Gn 14)
Em Gênesis 14 está a primeira vez em que o dízimo é explicitamente
mencionado nas Escrituras. Lá vamos a vitória de Abraão sobre os reis pagãos e
onde também ficamos sabendo da aparição de Melquisedeque, sacerdote do Deus
Altíssimo, que, ao encontrar Abraão, declarou: "e bendito seja o Deus Altíssimo,
que entregou os teus adversários nas tuas mãos. E deu-lhe o dízimo de tudo" (Gn
14.20). Abraão (anteriormente conhecido como Abrão), o pai da nação de Israel e
o homem através do qual o mundo inteiro foi abençoado, apresentou dízimos ao
misterioso Melquisedeque.
Este ato de gratidão ocorreu mais de quatrocentos anos antes de Deus escrever
os Dez Mandamentos nas tábuas no monte Sinai — antes da Lei de Moisés ou
antiga aliança. O dízimo começou como um ato de adoração, quando Abraão
reconheceu Deus como o Deus Altíssimo, Possuidor dos céus e da terra e Libertador
de todos os seus inimigos.
Antes de examinarmos Gênesis 14, você pode estar se indagando como Abraão
soube oferecer dízimos a Melquisedeque. Creio que tenha sido uma revelação do
bendito Espírito Santo, exatamente como foi com Adão. Tenho certeza de que ele
tinha aprendido a dar o dízimo quando era ainda jovem.
Anos antes da batalha descrita em Gênesis 14, Deus chamou Abraão de Ur dos
caldeus (atualmente Iraque) para a terra de Canaã. As palavras das Escrituras são
magníficas no seu eufemismo:
Ora, o Senhor disse a Abrão:
Sai-te da tua terra,
e da tua parentela,
e da casa de teu pai,
para a terra que eu te mostrarei.
E far-te-ei uma grande nação,
e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome,
e tu serás uma bênção.
E abençoarei os que te abençoarem
e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem;
e em ti serão benditas todas as famílias da terra.
Assim, partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito,
e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos,
quando saiu de Harã (Gn 12.1-4).
Aos setenta e cinco anos de idade, com sua mulher, casa e sobrinho a tiracolo,
"partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito" para uma jornada de centenas de
quilômetros para um lugar no qual ele jamais tinha estado, tal era sua confiança em
um Deus de amor. O autor de Hebreus pintou um quadro dramático:
Pela fé Abraão, sendo chamado, obedeceu, indo para um lugar que havia de
receber por herança; e saiu, sem saber para onde ia. Pela fé habitou na terra da
promessa, como em terra alheia, morando em cabanas com Isaque e Jacó,
herdeiros com ele da mesma promessa. Porque esperava a cidade que tem
fundamentos, da qual o artífice e construtor é Deus (Hb 11.8-10, itálico
acrescentado).
Oh! que grande fé Abraão tinha em Deus! E nosso Pai celestial sempre vence
— não de alguma maneira, mas triunfantemente, pois lemos que Deus abençoou
Abraão grandemente na terra da promessa com gado, prata e ouro (Gn 13.2). A
bênção do Pai tornou Abraão rico e a bênção do Pai manteve Abraão rico. Quando
a riqueza de Abraão e seu sobrinho Ló tornou-se tão grande que a terra não
conseguia conter suas posses, disse Abraão a Ló:
Ora, não haja contenda entre mim e ti e entre os meus pastores e os teus
pastores, porque irmãos somos. Não está toda a terra diante de ti? E ia, pois,
aparta-te de mim; se escolheres a esquerda, irei para a direita; e, se a direita
escolheres, eu irei para a esquerda. [...] Então, Ló escolheu para si toda a campina
do Jordão, e partiu Ló para o oriente; e apartaram-se um do outro. [...] E disse o
Senhor a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta, agora, os teus olhos e
olha desde o lugar onde estás, para a banda do norte, e do sul, e do oriente, e do
ocidente; porque toda esta terra que vês te hei de dar, a ti e à tua semente, para
sempre. E farei a tua semente como o pó da terra; de maneira que, se alguém
puder contar o pó da terra, também a tua semente será contada. Levanta-te,
percorre essa terra, no seu comprimento e na sua largura; porque a ti a darei
(Gn 13.8-17).
Oh! como Deus estava satisfeito em ver a dependência que Abraão tinha dele,
optando por ficar onde Deus o havia colocado.
Pouco tempo depois, vários reis naquela região conspiraram para invadir
Sodoma e Gomorra. Eles derrotaram Sodoma e Gomorra e confiscaram Ló e seus
bens. Ao ouvir as notícias, Abraão não hesitou um minuto sequer. Reuniu 318 servos
e, imediatamente, foi atrás dos invasores. Numa vitória noturna espetacular, Abraão
e seus homens derrotaram o inimigo, perseguindo-os além de Damasco e recuperando
as pessoas e os bens (Gn 14.14-16).
Um exército de apenas 318 homens, com o tremendo poder de Deus, saiu e
venceu totalmente os milhares que tinham derrotado Sodoma e Gomorra. Na
verdade, Abraão perseguiu os exércitos desde Betel até o norte de Damasco —
mais ou menos a distância entre Los Angeles e São Francisco. Pense só nestes 318
homens, a pé ou a cavalo, percorrendo toda aquela distância, lutando contra forças
extremamente superiores, derrotando-os totalmente e, depois, retornando com os
cativos e os despojos a tiracolo. Somente o Deus Todo-Poderoso pode produzir
uma vitória assim.
No entanto, a batalha de Abraão estava, na verdade, apenas começando, pois
ao retornar da batalha ele foi confrontado por dois reis que não poderiam ter sido
mais diferentes um do outro naquilo que eram, naquilo que ofereceram — e naquilo
que queriam. Observe que o primeiro dos dois reis que foi ao encontro de Abraão
foi o rei de Sodoma: "E o rei de Sodoma saiu-lhes ao encontro (depois que voltou
de ferir a Quedorlaomer e aos reis que estavam com ele), no vale de Savé, que é o
vale do Rei" (Gn 14.17). A própria palavra Sodoma representa o mal em toda a sua
malignidade. O rei maligno da cidade maligna foi primeiro ao encontro de Abraão,
tentando roubar sua vitória.
Deus tinha dado a vitória a Abraão. Deus era a fonte de prosperidade de
Abraão — ele não precisava de nada de ninguém enquanto o Senhor estivesse do
seu lado. E, com certeza, ele não precisava de absolutamente nada do rei maligno
de uma cidade tão pervertida que, exceto por Ló, sua mulher e suas filhas, seria
logo inteiramente destruída (Gn 19).
Mas Abraão, grande homem de fé que era, ignorou o rei de Sodoma, aquele
emissário de satanás, porque diante dele veio um dos mais extraordinários seres
registrados nas Escrituras, o sacerdote Melquisedeque: "E Melquisedeque, rei de
Salém, trouxe pão e vinho; e este era sacerdote do Deus Altíssimo" (Gn 14.18).
Praticamente tudo o que sabemos sobre Melquisedeque encontra-se no Salmo
110 e em Hebreus 5-7. Tão extraordinário foi Melquisedeque que Jesus é
comparado a ele, pois as Escrituras declaram:
Onde Jesus, nosso precursor, entrou por nós, feito eternamente sumo
sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque. Porque este Melquisedeque,
que era rei de Salém e sacerdote do Deus Altíssimo, e que saiu ao encontro de
Abraão quando ele regressava da matança dos reis, e o abençoou; a quem
também Abraão deu o dízimo de tudo, e primeiramente é, por interpretação,
rei de justiça e depois também rei de Salém, que é rei de paz; sem pai, sem mãe,
sem genealogia, não tendo princípio de dias nem fim de vida, mas, sendo feito
semelhante ao Filho de Deus, permanece sacerdote para sempre (Hb 6.20-7.3).
Para um grupo de guerreiros famintos, uma oferta de pão e vinho seria
bastante adequada por si só. Mas o sacerdote Melquisedeque é uma espécie de
Cristo, e pão e vinho representam o corpo e o sangue do nosso bendito Salvador, por
isso creio que seja um engano ver esta oferta meramente como uma refeição. Não,
Melquisedeque alimentou Abraão espiritualmente com uma amostra de Cristo, e
também abençoou-o:
E abençoou-o [Melquisedeque] e disse:
Bendito seja Abrão do Deus Altíssimo,
o Possuidor dos céus e da terra;
e bendito seja o Deus Altíssimo,
que entregou os teus inimigos nas tuas mãos (Gn 14.19-20).
A resposta de Abraão foi imediata: "E deu-lhe o dízimo de tudo" (Gn 14.20). O
ato de dar o dízimo deveria sempre ocorrer se você está alimentado
espiritualmente.
Agora, Satanás tinha tentado roubar a vitória uma vez, mas Abraão não seria
desviado de seu propósito. Mas Satanás também não desiste facilmente. Através do
rei de Sodoma, ele foi atrás de Abraão novamente, silvando para Abraão: "Dá-me a
mim as almas e a fazenda toma para ti" (Gn 14.21). Diante disso, a oferta do rei de
Sodoma era muito mais tentadora que a de Melquisedeque, porque enquanto este
oferecia sustento, o rei de Sodoma oferecia os despojos. Melquisedeque oferecia
bênção e a verdadeira prosperidade — o rei de Sodoma oferecia coisas e coisas que
não eram dele para ele dar, pois Abraão tinha o poder, não o rei de Sodoma.
É sempre assim que Satanás atua. Ele coloca diante de nós algo que pode parecer
bom, mas Satanás nunca entrega aquilo que promete. E Satanás não tem a
autoridade: Nós temos a autoridade! Mais uma vez, Abraão não teria nada dos
ardis enganadores de Satanás. Mas Abraão disse ao rei de Sodoma: "Levantei
minha mão ao Senhor, o Deus Altíssimo, o Possuidor dos céus e da terra, e juro
que, desde um fio até à correia dum sapato, não tomarei coisa alguma de tudo o
que é teu; para que não digas: Eu enriqueci a Abrão" (Gn 14.22-23).
Ele recusou a oferta do rei, dizendo que não pegaria uma correia de sandália,
porque aí ninguém poderia ter o crédito de ter feito Abraão rico, exceto o Senhor Deus.
A fé e confiança de Abraão estavam em Deus, e ele esperava receber suas riquezas
somente de Deus. Quando foi libertar Ló, ele esperava receber e ser abençoado,
mas não pela mão do homem — somente pela mão do Deus Todo-Poderoso.
Oh! meu amigo, é tão importante que aprendamos com Abraão! Para
experimentar a verdadeira prosperidade bíblica que o Pai deseja tão ardentemente
para nós não podemos jamais nos esquecer de quatro princípios vitais:
Primeiro, Deus é a nossa vitória. Ele nos faz prosperar e nos dá poder para
prosperar.
Segundo, Satanás irá tentar roubar a nossa vitória. E ele não tentará apenas
uma vez; ele tentará repetidas vezes.
Terceiro, aquilo que Satanás nos oferece pode parecer melhor do que aquilo
que Deus nos oferece, mas Satanás sempre mente — ele nunca vence, exceto
quando rouba, mata e destrói.
Quarto, dar o dízimo é nossa reação automática e apropriada todas as vezes
que somos alimentados espiritualmente — sempre.
Então, dar o dízimo não tem a ver com lei ou com graça, com o Antigo ou com
o Novo Testamento — tem a ver com amor, com obediência, com a intenção do Pai
de criar filhos obedientes. E assim, dar, de maneira geral, e dar o dízimo, em
particular, são ensinados, claramente, do princípio da Palavra de Deus até o final.
CAPÍTULO 8
O Dízimo na Antiga e na Nova Alianças
O
apóstolo Paulo declarou em 2 Timóteo 3.16, 17: "Toda Escritura
divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redargüir, para
corrigir, para instruir em justiça, para que o homem de Deus seja perfeito e
perfeitamente instruído para toda boa obra". Embora existam sessenta e seis livros
na Bíblia, escritos por muitas pessoas ao longo de centenas de anos, na realidade,
eles formam um Livro com um Autor — o Deus Todo-Poderoso. E neste único Livro
encontramos a mente e o coração do Senhor revelados para nós.
De capa a capa, vemos o grande desejo do Pai de prosperar seus filhos. De capa
a capa, vemos como ele regozija quando seus filhos lhe obedecem. E assim, de
ponta a ponta, vemos a importância que o Senhor coloca no seu povo dando o
dízimo. No capítulo anterior, vimos como dar o dízimo foi parte da caminhada do
homem com Deus de Adão em diante. Neste capítulo, quero lhe mostrar o que a
Bíblia revela sobre o dízimo na antiga aliança, que veio através de Moisés, e na nova
aliança, que veio através do Senhor Jesus.
O salmista proclamou: "Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças
de nenhum de seus benefícios" (Sl 103.2). Já vimos a prosperidade que Deus se
regozija em derramar sobre aqueles que são obedientes a ele, mas dar o dízimo traz
bênçãos tais às nossas vidas, que não posso deixar de voltar a testificá-las, para ter
certeza de que você estará preparado para receber este maravilhoso ensinamento
vindo da Palavra de Deus.
O Dízimo e o Crescimento Espiritual
É verdade que o Senhor usa nossos dízimos para sustentar sua obra. E com o
derramar do avivamento sem precedentes ocorrendo no mundo inteiro, mais
dinheiro do que nunca tem sido necessário para tirar proveito das surpreendentes
oportunidades que se abrem para evangelismo, missões, implantação de igrejas e
discipulado. Mas também é verdade que Deus Pai ordenou o dízimo, pelo menos
em parte, por causa das maravilhosas coisas que nos acontecem quando damos o
dízimo. Como observa R. T. Kendall:
Independentemente do fato de que, se todos os cristãos dessem o dízimo, os
problemas financeiros da igreja estariam solucionados, tenho certeza de que
tornar-se um dizimista proporciona um avanço definitivo para todo cristão.
Abre a porta da sua mente, coração e vontade. Libera. Emancipa. Liberta.
Tornar-se um dizimista é um marco em uma vida cristã.
Em outras palavras, dar o dízimo faz por você algo espiritualmente. Você só
vai perguntar: "Por que é que não comecei a dar o dízimo antes?" Faz por você
algo que não pode ser explicado em termos de retorno material. Coloca-o em
um curso para tornar-se mais do que você foi — mais o que Deus quer que
você seja, mais do que você é capaz de ser naturalmente. Dar o dízimo é tão
essencial para seu desenvolvimento como cristão que nada será seu substituto
adequado1.
O testemunho de Kendall é a experiência de todo poderoso filho de Deus ao
longo dos tempos. Considere, por exemplo, a experiência de George Muller, que
testificou:
Há cinqüenta anos, pela graça de Deus, tenho agido segundo o princípio
cristão de dar de acordo com as Escrituras, e não conseguirei te contar a
abundância de bênçãos espirituais que tenho recebido para minha própria
alma através desta atitude; isto é, procurar dar com alegria; procurar dar
como Deus tem tido prazer em me prosperar. Muitos santos amados estão
privando-se de maravilhosas bênçãos espirituais por não darem como
despenseiros daquilo que lhes foi confiado... privam-se de imensas bênçãos
espirituais, porque não seguiram os princípios de dar sistematicamente, e dar
de acordo com a forma como Deus os prospera, e segundo um plano ... dando
segundo princípios, como Deus os capacita 2.
O Dízimo e o Estresse
Todos nós estamos tentando tirar mais da vida. E existem duas formas de se
fazer isto. A primeira é tentar esticar e espremer mais nas nossas vidas. Tentamos
nos virar dormindo menos, fazendo duas ou três coisas ao mesmo tempo, tendo o
último equipamento assim podemos ser mais produtivos, e assim por diante. Agora
não me leve a mal. Não existe nada de errado com nenhuma dessas coisas. Mas o
efeito líquido disso tudo é produzir grande estresse em nossas vidas, à medida que
tentamos ir rápido o suficiente para acompanharmos mais enquanto, ao mesmo
tempo, temos menos energia emocional e física disponíveis.
Mas existe outra forma. A Palavra de Deus coloca diante de nós uma forma de
vida que diz que menos é mais. Esta outra forma é a da obediência. O Senhor diz:
se você me der um dia em sete, sua vida será mais produtiva do que se tentar ir a
toda velocidade sete dias por semana. Sua terra será mais produtiva se você
descansá-la regularmente e não plantá-la ano após ano sem parar. Sua renda irá
mais longe se você me der o dízimo em vez de consumir tudo consigo mesmo. Em
outras palavras, os princípios de Deus são a forma de escapar da corrida que o
Senhor nunca tencionou para você.
Ao longo destas linhas, o especialista financeiro Bruce Howard faz esta
observação fascinante:
Quando faço os preparativos dos impostos, normalmente pergunto aos meus
clientes: "Quais são os cinco maiores pontos de estresse da sua vida?" As
pessoas que dizem que estão estressadas por causa de suas finanças estão
convencidas de que não podem pagar o dízimo. Em contraste, descobri que as
pessoas que dão o dízimo de sua renda não relacionam pressões financeiras
como suas principais causas de estresse... Em Malaquias, o Senhor diz: "fazei
prova de mim [na questão do dízimo], se eu não vos abrir as janelas do céu e
não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior
abastança". Esta bênção nem sempre é material; acho que é um senso de
contentamento 3.
Verdadeiramente, o pouco é muito quando Deus está nele!
O Dízimo: A Mente e o Coração de Deus
Normalmente diz-se que, geralmente, o Antigo Testamento revela a mente de
Deus enquanto o Novo Testamento revela o coração de Deus. Mas não devemos levar
isto longe demais. Afinal de contas, ninguém pode ler uma passagem como Oséias
11 dizer que não viu o coração de Deus e seu incrível e fiel amor. Enquanto por
outro lado, você não pode ler a imperiosa lógica do livro de Romanos e dizer que
não encontrou o brilho atordoante da mente de Deus. Mas como o Antigo
Testamento é em torno de três vezes mais longo que o Novo Testamento, como regra
geral, encontramos mais detalhes acerca da mente do Senhor no Antigo Testamento.
Isto é especialmente verdadeiro com relação ao dízimo.
Veremos primeiro o Antigo Testamento, depois o Novo, para ver o que
dizem a respeito do dízimo. Meu propósito não é dar a você um tratamento
enciclopédico, exaustivo e esgotante do testemunho bíblico do dízimo. Pelo
contrário, quero ressaltar os pontos principais e, ao fazê-lo, motivá-lo a vivenciar
a bênção do dízimo bíblico.
A Mente de Deus (O Dízimo na Antiga Aliança)
O Que É o Dízimo?
Quando falamos sobre o dízimo na Lei de Moisés, precisamos reconhecer que
existiam, na verdade, três dízimos.
O primeiro dízimo, ou geral, está descrito em Levítico 27.30-33:
Também todas as dízimas do campo, da semente do campo, do fruto das
árvores são do Senhor; santas são ao Senhor. Porém, se alguém das suas
dízimas resgatar alguma coisa, acrescentará o seu quinto sobre ela. No tocante a
todas as dízimas de vacas e ovelhas, de tudo o que passar debaixo da vara, o
dízimo será santo ao Senhor. Não esquadrinhará entre o bom e o mau, nem o
trocará; mas, se em alguma maneira o trocar, o tal e o trocado serão santos; não
serão resgatados.
O segundo dízimo está descrito em Deuteronômio 14.22-27:
Certamente darás os dízimos de toda a novidade da tua semente, que cada ano se
recolher do campo. E, perante o Senhor, teu Deus, no lugar que escolher para
ali fazer habitar o seu nome, comereis os dízimos do teu grão, do teu mosto, e
do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que
aprendas a temer ao Senhor, teu Deus, todos os dias. E, quando o caminho te
for tão comprido, que os não possas levar, por estar longe de ti o lugar que
escolher o Senhor, teu Deus, para ali pôr o seu nome, quando o Senhor, teu
Deus, te tiver abençoado, então vende-os, e ata o dinheiro na tua mão, e vai ao
lugar que escolher o Senhor, teu Deus. E aquele dinheiro darás por tudo o que
deseja a tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e
por tudo o que te pedir a tua alma; come-o ali perante o Senhor, teu Deus, e
alegra-te, tu e a tua casa. Porém não desampararás o levita que está dentro das
tuas portas; pois não tem parte nem herança contigo.
O terceiro dízimo está descrito em Deuteronômio 14.28, 29:
Ao fim de três anos tirarás todos os dízimos da tua novidade no mesmo ano e
os recolherás nas tuas portas. Então, virá o levita (pois nem parte nem herança
tem contigo), e o estrangeiro, e o órfão, e a viúva, que estão dentro das tuas
portas, e comerão, e fartar-se-ão; para que o Senhor, teu Deus, te abençoe em
toda a obra das tuas mãos, que fizeres.
O Que o Dízimo Nos Ensina Sobre a Mente de Deus?
1. Deus quer as nossas primícias e o nosso melhor. Ele não aceitará nada menos
que isso. Na verdade, a pessoa que tentou substituir por menos teve de dar ambos
o segundo melhor e o melhor (Lv 27.33). Como exploraremos no capítulo 10 ao
estudarmos o livro de Malaquias, qualquer um que tentou oferecer ao Senhor outra
coisa que não as primícias e o melhor ficou debaixo de uma maldição.
De uma forma ou de outra, o Senhor pega nossa primícia e o nosso melhor.
Ou cooperamos com ele e, assim, experimentamos a bênção, ou fazemos resistência
a ele e perdemos a bênção — bem como o melhor. R. T. Kendall observa:
W. A. Criswell nos conta a história de um pastor ao qual foi perguntado:
"Quantos membros você tem na igreja?" A resposta foi: "Cento e cinqüenta".
Perguntaram mais ao pastor: "Quantos deles são dizimistas?" o pastor
respondeu: "Cento e cinqüenta".
Espantada, a pessoa que perguntava exclamou: "O quê! Todos os cento e
cinqüenta, a igreja inteira é dizimista?" "É isso mesmo", disse o pastor. "Mais ou
menos cinqüenta delas trazem o dízimo para o depósito, e Deus cobra-o do
resto".4
Agora, uma implicação do fato de que Deus quer o primeiro e o melhor é que
devemos basear nosso dízimo em toda a nossa renda — não apenas naquilo que
fica depois que impostos e outras coisas são tiradas. E ao examinar as passagens
acima você pode ver claramente que, quando Deus quer as primícias, ele está
falando das primícias, não de uma porção daquilo que sobra. Novamente, R. T.
Kendall tem a última palavra: "Estreitar a base do dízimo para o 'líquido' é solapar
a promessa da bênção de Deus, porque dar o dízimo apenas do líquido limita a
doação à má vontade e pode muito bem militar contra a promessa de bênção. É como
se você realmente não acreditasse que não pode deixar de dar ao Senhor." 5
2. Deus quer mais que 10%. O dízimo, como você sabe, significa "um décimo".
Mas com os três dízimos mencionados acima, seu povo acaba dando muito mais que
10%. Como observa o teólogo Charles Ryrie: "Assim, a proporção foi claramente
especificada e todo israelita era obrigado a levar para o Senhor aproximadamente
22% sua renda anual".6
3. Deus quer que seus servos sejam sustentados. O Senhor declarou em Números
18.21: "Aos filhos de Levi tenho dado todos os dízimos em Israel por herança, pelo
seu ministério que exercem, o ministério da tenda da congregação". A intenção de
Deus era que o dízimo sustentasse seus ministros e sua obra.
Quero fazer-lhe aqui uma pergunta bastante direta: A sua igreja está pagando
aos pastores tanto quanto deveria? Meu coração fica triste quando escuto falar de
pastores que recebem de forma digna de pena ou que têm até de trabalhar em outro
emprego para conseguirem se sustentar. Vou lhe dizer sem rodeios: não deveria ser
assim! Seus pastores merecem "honra dobrada" — e não deveriam dirigir carros
batidos, morar em casas caindo aos pedaços, nem usar roupas surradas. Não estou
falando que os ministros devem viver como príncipes ou potentados, mas também
não devem viver como pobres.
4. Deus quer que seus ministros dêem o dízimo. Números 18.26 declara:
"Também falarás aos levitas e lhes dirás: Quando receberdes os dízimos dos filhos de
Israel, que eu deles vos tenho dado em vossa herança, deles ofereceis uma oferta
alçada ao Senhor: o dízimo dos dízimos". Eles deveriam dar o dízimo da sua renda
para a obra do Senhor.
5. Deus quer que sustentemos os pobres. O terceiro dízimo, que era dado de três
em três anos, tinha a intenção explícita de sustentar os pobres, os estrangeiros e os
desafortunados. Quando damos ao Senhor, damos para sustentar a sua obra e seus
servos — contudo, integral para ambos deve ser o sustento do pobre.
6. Deus quer que celebremos quando damos. Este importante princípio é
facilmente esquecido. Dar o dízimo não era apenas escrever um cheque e ir para
casa. O segundo dízimo foi designado para ser um tempo de alegria — uma festa
em comemoração à fidelidade do Pai.
Depois da colheita, as pessoas viajavam para Jerusalém com seus dízimos,
seguindo o mandamento do Senhor: "E aquele dinheiro darás por tudo o que deseja a
tua alma, por vacas, e por ovelhas, e por vinho, e por bebida forte, e por tudo o que
te pedir a tua alma; come-o ali perante o Senhor, teu Deus, e alegra-te, tu e a tua
casa" (Dt 14.26). Eles celebravam na presença do Senhor, lembrando seu cuidado e
regozijando-se nele, demonstrando a todos que Deus "enche a tua boca de bens, de
sorte que a tua mocidade se renova como a águia" (Sl 103.5).
7. Deus quer que peçamos uma bênção quando damos. O Pai quer nos abençoar e,
quando somos obedientes, é perfeitamente aceitável pedir-lhe a sua bênção — na
realidade, ele nos ordena isso. Deus declara:
Quando acabares de dizimar todos os dízimos da tua novidade, no ano
terceiro, que é o ano dos dízimos, então os darás ao levita, ao estrangeiro, ao
órfão e à viúva, para que comam dentro das tuas portas e se fartem. E dirás
perante o Senhor, teu Deus: Tirei o que é consagrado de minha casa e dei
também ao levita, e ao estrangeiro, e ao órfão, e à viúva, conforme todos os teus
mandamentos que me tens ordenado; nada traspassei dos teus mandamentos,
nem deles me esqueci. Disso não comi na minha tristeza, nem disso nada tirei
para imundícia, nem disso dei para algum morto; obedeci à voz do Senhor,
meu Deus; conforme tudo o que me ordenaste, tenho feito. Olha desde a tua
santa habitação, desde o céu, e abençoa o teu povo, a Israel, e a terra que nos
deste, como juraste a nossos pais, terra que mana leite e mel. (Dt 26.12-15)
Observe que na presença do Senhor eles tinham
então, depois de ter solenemente relatado ao Senhor
ordenados a pedir uma bênção. Meu amigo, não
inconveniente ou presunçoso em pedir que o Senhor
seja obediente.
de recontar sua obediência. E,
sua total obediência, eles eram
existe absolutamente nada de
o abençoe — desde que você
O Coração de Deus
(O Dízimo no Novo Testamento)
Jesus e o Dízimo
Uma grande parte do Antigo Testamento discute o dízimo e a exigência que
Deus fazia dele da nação de Israel. Em comparação, o Novo Testamento não fala muita
coisa acerca do tópico. Mas devemos lembrar que é a Palavra de Deus, quer seja o
Antigo, quer seja o Novo. Desde Gênesis até o Apocalipse, é a sua Palavra. Alguns
dirão que o dízimo não é obrigatório para os crentes da igreja, pois eles dizem que é do
Antigo Testamento, é Lei. Mas o fato é que o dízimo começou antes da lei de Moisés.
Deus ordenou-o desde o princípio, começando com Adão, como já vimos. Dar o
dízimo não é nem novo, nem antigo — é a Palavra de Deus sempre presente. É sempre
no agora, já que a Palavra de Deus está no agora. O próprio Senhor Jesus nos
mostrou que o dízimo estava intacto no Novo Testamento.
A primeira coisa que quero que você observe é a declaração do Senhor em
Mateus 5.17: "Não penseis que vim revogar a lei ou os profetas: não vim para
revogar, vim para cumprir".
A segunda coisa que quero que você observe é o mandamento do Salvador em
Mateus 22.21, dizendo: "Dai, pois, a César o que é de César e a Deus o que é de
Deus". E se existe uma coisa nas Escrituras que está claramente declarada que é de
Deus é o dízimo.
A terceira coisa que quero que você observe é que junto à condenação do
Salvador aos fariseus está a aprovação da prática deles do dízimo. O Senhor declara
em Mateus 23.23-28: "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dais o
dízimo da hortelã, do endro e do cominho e desprezais o mais importante da lei, o
juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas e não omitir aquelas"
(Mt 23.23, itálico acrescentado). Ele não os condenou por darem o dízimo; ele
condenou-os por não obedecerem à Lei em outros pontos. Jesus queria que
fizessem ambos.
A partir disso, estou convencido de que dar o dízimo é privilégio e
responsabilidade de todo cristão do Novo Testamento. Mas um benefício que
temos hoje é que temos um novo poder à nossa disposição quando obedecemos ao
Senhor na área do dízimo.
Qual é a Graça de Dar?
Uma das verdades mais animadoras e centrais de todo o Novo Testamento é
que não estamos mais debaixo da lei, mas debaixo da graça. O apóstolo Paulo
afirmou:
Portanto, agora, nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus,
que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito. Porque a lei do espírito
de vida, em Cristo Jesus, me livrou da lei do pecado e da morte. Porquanto, o
que era impossível à lei, visto como estava enferma pela carne, Deus, enviando o
seu Filho em semelhança da carne do pecado, pelo pecado condenou o pecado na
carne, para que a justiça da lei se cumprisse em nós, que não andamos segundo a
carne, mas segundo o espírito (Rm 8.1-4, itálico acrescentado).
A Lei nos dizia o que fazer, mas não nos dava poder para cumpri-la. Mas, por
causa do sacrifício do Senhor Jesus, o Espírito Santo habita naqueles de nós que
cremos nele. E agora temos o poder para fazermos aquilo que ele quer que façamos —
mais que isso: "em todas estas coisas, somos mais do que vencedores, por aquele que nos
amou" (Rm 8.37).
Nós não só temos o Espírito Santo habitando dentro de nós para nos dar poder
ao obedecermos, como também somos constantemente lembrados e envolvidos pelo
amor de Deus. Quando vivenciamos este amor, reagimos com amor e gratidão que
se manifestam em obediência. Eis uma história que ilustra a diferença de motivação
entre a lei e o amor.
Conta-se a história de uma mulher que era casada havia trinta anos com um
homem que era um tirano. Todos os dias, antes de sair para o trabalho, seu marido
lhe dava uma lista com os deveres que ele esperava que ela completasse antes de seu
retorno no final do dia. Ela encolhia-se de medo em silêncio todos os dias enquanto
ele lançava a lista de tarefas diárias na sua direção antes de sair marchando pela
porta da frente.
Ao longo do dia, ela verificava a lista constantemente, temendo ter pulado,
inadvertidamente, alguma de suas ordens. E, quando ele voltava para casa todas as
noites, ela estava exausta devido à tensão e ao medo, lutando para completar suas
tarefas.
Todas as noites, ele passava pela lista verificando ponto por ponto para
certificar-se de que nada tinha sido deixado de fazer. E, então, ele engolia sua
refeição da noite, ia para sua cadeira preferida e dormia nela até a hora de ir para a
cama.
Depois de trinta anos de casamento, seu marido adoeceu e acabou morrendo
da enfermidade. A viúva viveu sozinha por vários anos. Então ela conheceu um
homem que a tratava com o maior respeito e era muito gentil e atencioso. Eles se
apaixonaram e acabaram casando-se.
Os recém-casados decidiram morar na casa que a mulher possuía. Lá eles
viveram seus últimos anos juntos e tiveram um relacionamento maravilhoso. Ele
tratava-a como uma rainha e ela tinha uma vida muito feliz com ele.
Certo dia, enquanto estava sentada no sofá da sala de visitas deles, ela
deslizou a mão pela lateral da almofada para endireitá-la. Ela sentiu algo projetar-se
por detrás da almofada. Ela levantou-a, curiosa para ver no que sua mão havia
tocado. Ela puxou um pedaço de papel amassado, desdobrou-o e leu seu conteúdo.
Ao ler as palavras no papel, uma lágrima escapou pelo canto de seu olho e pingou
no seu rosto.
Em sua mão, ela segurava um antigo pedaço de papel esfarrapado, com uma
letra familiar: uma lista de ordens escrita a mão, preparada pelo seu primeiro
marido que tinha falecido. Rever aquela lista fez com que ela quase estremecesse
de medo, pois lembrou-a de uma vida totalmente diferente daquela que ela agora
vivia. Ela leu as palavras no papel, linha por linha, enquanto lágrimas de alegria
começaram a fluir lentamente pelas suas bochechas, acariciando seu rosto já
maduro, e depois caíam no papel que ela segurava.
Quando seus olhos voltaram para o alto daquela lista velha, um leve sorriso
apareceu em seu rosto. Ela se deu conta de que estava fazendo tudo o que estava
naquela lista e muito mais. Mas havia uma diferença. No passado, ela completava
as tarefas nervosamente, por medo; agora, estava fazendo tudo o que a lista
continha, e muito mais, por causa de um relacionamento de amor.
Ela amassou o velho papel esfarrapado e foi até a lata de lixo. "Eu faço tudo isso e
mais ainda agora", falou consigo mesma ao jogar o papel no lixo, "... e sem uma
lista!"
Veja, o amor nos transforma. Quando Roy Harthern conversou comigo sobre a
lei do dízimo, comecei a dar por obediência. Mas quando comecei a ter consciência
do grande amor de Deus por mim e da sua vontade de me abençoar, fui envolvido
por este novo discernimento, e tudo ficou diferente. Vivenciei o amor do Pai. Eu
obedecia-lhe quando dava porque o amava e vivenciei sua bênção de amor.
Quando passei a amar o Senhor, dar o dízimo não foi mais um ponto controverso.
Agora, por todos estes motivos, pelo menos, deveríamos estar dando mais de
um dízimo na nova aliança. Dar o dízimo não é o destino aqui na idade da graça —
é o ponto de partida!
O Que Isto Nos Ensina Sobre o Coração de Deus?
1. Deus quer que nos tornemos ofertantes e que sejamos tão
generosos ao dar quanto ele — não somente nos dízimos e nas
ofertas, mas em todas as áreas:
Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes (Mt
5.42).
Dá a qualquer que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho tornes a pedir
(Lc 6.30).
Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os
demônios; de graça recebestes, de graça dai (Mt 10.8).
2. Deus quer que demos fielmente:
Que os homens nos considerem como ministros de Cristo e despenseiros dos
mistérios de Deus. Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se
ache fiel (1 Co 4.1-2).
3. Deus quer que demos secretamente:
Guardai-vos de fazer a vossa esmola diante dos homens, para serdes vistos por
eles; aliás, não tereis galardão junto de vosso Pai, que está nos céus. Quando,
pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os
hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em
verdade vos digo que já receberam o seu galardão. Mas, quando tu deres
esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, para que a tua
esmola seja dada ocultamente, e teu Pai, que vê em segredo, te recompensará
publicamente (Mt 6.1-4).
4. Deus quer que demos livremente:
Porque, se há prontidão de vontade, será aceita segundo o que qualquer tem e
não segundo o que não tem (2 Co 8.12).
5. Deus quer que demos regularmente:
Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o mesmo que
ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de vós
ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que se
não façam as coletas quando eu chegar (1 Co 16.1-2).
6. Deus quer que demos alegremente:
Cada um contribua segundo propôs no seu coração, não com tristeza ou por
necessidade; porque Deus ama ao que dá com alegria (2 Co 9.7).
Muitas pessoas que querem, verdadeiramente, entender a vontade do Senhor
na questão de dar se indagam se devem dar alguma coisa uma vez que não
conseguem dar com alegria. Esta pergunta merece uma resposta atenciosa. Não
conheço resposta melhor do que a dada por R. T. Kendall, por isso vou citá-la para
você por inteiro:
É igualmente afirmado por alguns que se você está dando o dízimo, você não
está dando "com alegria". É claro que é uma referência às palavras de Paulo
em 2 Coríntios 9.7... Será que as pessoas que pegam este versículo pensam
que Paulo iria querer que você levasse a soma daquilo que você vai dar a um
nível baixo o suficiente para que possa dar "com alegria"? A mesma coisa
aplica-se à quantidade de tempo passada em oração. E, no entanto, algumas
vezes, não me sinto "alegre" quando oro. Será que isso significa que não devo
orar? Quando prefiro dormir em vez de orar, será que devo dormir porque
posso fazê-lo com alegria? ...
O mesmo princípio aplica-se ao mandamento: "Vós, maridos, amai vossas
mulheres, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela"
(Ef 5.25). Por que você acha que Paulo disse isso? Porque algumas vezes não
"sentimos" amor em relação a nossas mulheres como uma emoção espontânea.
Mas as amamos mesmo assim. Amamos demonstrando. Agindo. Não sentindo.
Mas agindo. Este é o tema que atravessa todo o Novo Testamento. Existem
ocasiões em que sentimos uma determinada emoção e ela pode estar baseada
no nosso humor, temperamento ou circunstâncias externas. Outras vezes, não
sentimos esta mesma emoção. Quanto a dar com alegria, Paulo acrescentou: "E
Deus é poderosos para tornar abundante em vós toda graça, a fim de que,
tendo sempre, em tudo, toda suficiência, superabundeis em toda boa obra" (2
Co 9.8). Por que você acha que Paulo acrescentou estas palavras? Porque ele
queria motivar estes Coríntios a dar com alegria. Porque dar com alegria não é
aquilo que vem com bastante naturalidade e, freqüentemente, não é a forma
como vamos nos sentir quando mil e uma necessidades competem pelo nosso
pagamento... O resultado de fazer aquilo que devo fazer — quer seja orando,
dando ou disciplinando meus próprios sentimentos a fim de demonstrar amor
— é que fico muito contente por ter feito aquilo que eu sabia que deveria fazer... E
não é diferente com o dízimo.7
Dar o dízimo é da vontade de Deus, e sendo assim, é uma opção privilegiada e
uma oportunidade incrível. E por causa disso, faríamos bem se levássemos em
consideração o conselho levemente bem-humorado, e de total discernimento, de
Roger Babson: "Mais pessoas deveriam aprender a dizer para onde seus dólares
devem ir, em vez de perguntar para onde eles foram".
CAPÍTULO 9
Ofertas e Esmolas no Antigo e no Novo Testamentos
Ouça a história da Palavra de Deus
Que reis, sacerdotes e profetas ouviram.
Haveria um sacrifício
E sangue seria derramado para pagar o preço do pecado.
Precioso Cordeiro da Glória, a história do mais tremendo Amor. Redenção do
homem do coração de Deus. Louvo o Cordeiro da Glória.
Na cruz Deus amou o mundo
Enquanto todos os poderes do inferno foram lançados.
Ninguém ali conseguiu compreender
Que Aquele que viam era Cristo, o Cordeiro.
Precioso Cordeiro da Glória, a história do mais tremendo Amor. Redenção do
homem do coração de Deus. Glórias ao Cordeiro. Puro como a neve me coloco,
Louvando o Cordeiro da Glória.1
O Privilégio da Grande Oferta
O que podemos dizer diante de tamanho amor? Que o Pai iria preferir nos amar
mesmo enquanto éramos inimigos dele; que ele enviaria seu Filho precioso e sem
pecados, para morrer na cruz e em nosso lugar, quando não podíamos ter nos
importado menos; que poderíamos nos reconciliar com ele, ser perdoados,
santificados, adotados como seus filhos, cheios de alegria, abençoados, prósperos —
o que dizer diante de tamanho amor? Nossos corações se enchem até transbordar em
louvor e adoração. Queremos fazer tudo por ele, tudo o que pudermos para agradar o
seu coração. Ele pagou tanto para permitir que tivéssemos um relacionamento com
ele, que queremos fazer tudo o que pudermos para aprofundá-lo — e isto significa
obediência em todas as áreas, inclusive no que se refere a dar.
Já vimos que o Senhor manda darmos o dízimo porque o dízimo é,
fundamentalmente, dele. Em amor, ele prometeu que no momento em que fizermos
isso, ele abrirá as janelas dos céus e nos prosperará além daquilo que conseguimos
imaginar.
Mas dar o dízimo é apenas um dos privilégios que ele nos dá. As Escrituras
falam em dar para o Senhor além do dízimo. E ao darmos para o Senhor além do
dízimo, em amor, experimentamos ainda mais a abundância do Pai. Veja, quando
damos o dízimo para Deus, damos-lhe o que já é dele. Mas quando damos além do
dízimo, estamos lhe ofertando em sacrifício. Na realidade, algumas vezes no Antigo
Testamento, existem referências às ofertas como "sacrifícios". O dízimo, entretanto,
nunca poderia ser chamado de sacrifício, porque ele já pertence a Deus.
Quando dou o dízimo, reconheço que Deus é o Senhor da minha vida. Honro o
Senhor com meus recursos. Mostro a todos que o reconheço como o Deus TodoPoderoso, o Rei dos reis e Senhor dos senhores. Mas quando lhe dou além e acima
do dízimo, sou generoso em louvor e adoração a ele de forma tangível.
Quando dou o dízimo, não só reconheço que Deus é Senhor da minha vida,
mas confesso que está acima de tudo — que ele é dono de tudo — e, por contraste,
sou um estranho e peregrino nesta terra. E quando lhe dou além e acima do dízimo,
também demonstro que o amo tanto que quero que ele tenha tudo o que é meu.
Quando dou ao Senhor o seu dízimo, demonstro que reconheço sua
propriedade, seu senhorio e sua autoridade. Mas quando dou uma oferta para Deus,
faço-o em reconhecimento ao fato de que ele deu em sacrifício por causa do seu
amor e agora eu dou por causa do meu amor.
Não se engane quanto a isto. O dízimo traz grandes bênçãos. Mas que Pai não
é tocado por um filho que vai além e acima por seu pai só porque o ama? Qualquer
pai se encheria de uma afeição ainda maior por um filho assim, não se encheria?
Agora vamos ver alguns tipos especiais de ofertas encontradas no Antigo e no
Novo Testamentos, ofertas que estão acima e além do dízimo. E mais uma vez
quero reiterar que meu propósito aqui não é dar um tratamento enciclopédico,
exaustivo e esgotante do testemunho bíblico de ofertas e esmolas. Pelo contrário,
quero enfatizar algumas áreas fundamentais e, ao fazê-lo, motivá-lo a vivenciar a
bênção da maneira bíblica de dar.
Dando aos Pobres
Quando entre ti houver algum pobre de teus irmãos, em algumas das tuas portas,
na tua terra que o Senhor, teu Deus, te dá, não endurecerás o teu coração, nem
fecharás a tua mão a teu irmão que for pobre; antes, lhe abrirás de todo a tua mão e
livremente lhe emprestarás o que lhe falta, quanto baste para a sua necessidade. [...]
Livremente lhe darás, e que o teu coração não seja maligno, quando lhe deres; pois por
esta causa te abençoará o Senhor, teu Deus, em toda a tua obra e em tudo no que puseres a
tua mão. Pois nunca cessará o pobre do meio da terra; pelo que te ordeno, dizendo:
Livremente abrirás a tua mão para o teu irmão, para o teu necessitado e para o teu
pobre na tua terra (Dt 15.7-8, 10-11, itálico acrescentado).
Quem se compadece do pobre ao Senhor empresta, e este lhe paga o seu
benefício (Pv 19.17, itálico acrescentado).
O que dá ao pobre não terá necessidade,
mas o que esconde os olhos terá muitas maldições (Pv 28.27, itálico
acrescentado).
Não temas, ó pequeno rebanho, porque a vosso Pai agradou dar-vos o reino.
Vendei o que tendes e dai esmolas. Fazei para vós outros bolsas que não se
envelheçam, tesouro nos céus que nunca acabe, aonde não chega ladrão, e a traça não
rói. Porque onde estiver o vosso tesouro, ali estará também o vosso coração (Lc
12.32-34, itálico acrescentado).
Estas passagens indicam claramente que o Senhor quer que demos para aliviar
as necessidades dos pobres. E assim como o Senhor fala em cada uma dessas
passagens para sermos generosos com os necessitados, ele promete nos abençoar
em retribuição.
Por exemplo, no Salmo 41 encontramos sete bênçãos prometidas para aqueles
que açodem aos pobres. A Palavra de Deus declara no versículo 1: "Bem-aventurado
aquele que atende ao pobre; o Senhor o livrará no dia do mal". Aqui encontramos a
primeira promessa: é de livramento se atendermos ao pobre.
Versículo 2: "O Senhor o livrará e o conservará em vida,/ será abençoado na
terra,/ e tu não o entregarás à vontade de seus inimigos". Segunda, o Senhor nos
livrará. Terceira, no mesmo versículo, o Senhor promete conservar-nos vivos,
significando vida longa. Quarta, o Senhor promete que seremos abençoados na
terra; não teremos necessidades e experimentaremos a verdadeira prosperidade
bíblica. Quinta, não seremos entregues à vontade de nossos inimigos.
Versículo 3: "O Senhor o sustentará no leito da enfermidade;/ tu renovas a sua
cama na doença". Sexta, o Senhor promete nos assistir nos tempos de fraqueza.
Sétima, Deus promete cura em tempos de enfermidade.
Assim, o Senhor faz sete promessas incríveis para aqueles que dão aos
necessitados:
1. Livramento
2. Preservação
3. Longevidade
4.
5.
6.
7.
Prosperidade
Proteção
Fortalecimento
Cura
Dando para Projetos Especiais
O Senhor está fazendo tanta coisa no mundo hoje e está usando homens e
mulheres de grande fé para realizarem façanhas ousadas por ele. Mas planos
ambiciosos normalmente exigem fundos significativos. Ao envolver-se na obra do
Senhor, você terá consciência das oportunidades especiais de desenvolver sua obra
através de ofertas estratégicas.
O Tabernáculo do Senhor, descrito no Antigo Testamento, foi algo magnífico
de se contemplar. Deus recorreu a Moisés para construí-lo, e Moisés recorreu ao
povo para que este desse o material e o conhecimento necessários para construí-lo,
como declara a Escritura em Êxodo 35.21-24:
E veio todo o homem, a quem o seu coração moveu, e todo aquele cujo
espírito voluntariamente o excitou, e trouxeram a oferta alçada ao Senhor para
a obra da tenda da congregação, e para todo o seu serviço, e para os vestidos
santos. E, assim, vieram homens e mulheres, todos dispostos de coração;
trouxeram fivelas, e pendentes, e anéis, e braceletes, todo o vaso de ouro; e todo
o homem oferecia oferta de ouro ao Senhor; e todo o homem que se achou com
azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pêlos de cabras, e peles de carneiros
tintas de vermelho, e peles de texugos, os trazia; todo aquele que oferecia oferta
alçada de prata ou de metal, a trazia por oferta alçada ao Senhor; e todo aquele
que se achava com madeira de setim, a trazia para toda a obra do serviço.
Mas eis a parte surpreendente — o poder de Deus tinha tomado estas pessoas de
uma forma tal que tiveram de ser refreadas de dar mais. A Palavra declara: "Então
mandou Moisés que fizessem passar uma voz pelo arraial, dizendo: Nenhum
homem nem mulher faça mais obra alguma para a oferta alçada do santuário.
Assim, o povo foi proibido de trazer mais, porque tinham material bastante para
toda a obra que havia de fazer-se, e ainda sobejava (Êx 36.6-7).
Creio que voltaremos a ver o dia em que o povo de Deus dará para a obra de
Deus de uma forma que ministérios e pastores dirão, como fez Moisés: temos o
suficiente! Lembre-se: o Deus Todo-poderoso deu a riqueza dos egípcios para
Israel, e a Bíblia declara em Êxodo 12.36 que eles despojaram os egípcios.
Agora, por que Deus deu a riqueza dos egípcios para Israel? Foi para que
pudessem fazer compras no deserto? Foi para que pudessem construir casas no
deserto? Não! Foi para que pudessem construir seu tabernáculo. Na realidade,
mesmo quando eles entraram na terra prometida, a Palavra de Deus declara que
eles habitaram em casas que não haviam construído. Por quê? Porque a Palavra de
Deus declara em Provérbios 13.22 que "O homem de bem deixa uma herança aos
filhos de seus filhos, mas a riqueza do pecador é depositada para o justo".
Novamente, nós da igreja estamos para ver esta promessa se cumprir nos
nossos dias a fim de que o reino de Deus possa ser edificado nas vidas de homens e
mulheres e o evangelho pregado até os confins da terra. E note que Deus lhes deu a
riqueza dos egípcios antes de eles deixarem o Egito. E eu também creio que a
riqueza do pecador será colocada nas nossas mãos antes de deixarmos este "Egito",
o mundo.
Dando aos que o Alimentam
"E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que
o instrui." Esta foi a instrução do apóstolo Paulo em Gálatas 6.6. Eu pessoalmente
acredito que devemos dar o dízimo através da igreja local. No entanto, o Senhor
levantou diversos bons ministérios para ensinar a Palavra através da televisão, do
rádio, de impressos, de serviços on-line e de reuniões. A Palavra de Deus é clara
— se você está sendo instruído através deles, você tem a responsabilidade de
sustentá-los.
Mas não é apenas responsabilidade, é um privilégio também. Quando o
apóstolo Paulo estava agradecendo aos Filipenses por o apoiarem financeiramente,
constantemente, ele observou que a oferta deles era "como cheiro de suavidade e
sacrifício agradável e aprazível a Deus" (4.18). E por causa da obediência deles à
Palavra de Deus, o apóstolo Paulo disse aos Filipenses: "O meu Deus, segundo as suas
riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus" (4.19).
Vou repetir — não importa o quanto tentemos, não podemos deixar de dar a Deus!
Dar e a Integridade
Thomas Brooks colocou bem quando disse: "A graça da salvação faz um homem
tão disposto a abandonar sua cobiça quanto um escravo quer deixar seus galés, ou
um prisioneiro seu calabouço, ou um ladrão seus ferrolhos, ou um mendigo seus
trapos". Quando a graça de Deus nos toca, quando o Espírito de Deus faz residência
em nossas vidas, quando o sacrifício do Filho de Deus torna-se real para nós, dar
como um sacrifício para os necessitados torna-se natural — sim, até mesmo
inevitável. Como indicam as passagens abaixo, onde não se dá, não existe
autenticidade, nem realidade.
A Palavra de Deus diz que devemos dividir nosso pão com o faminto, trazer o
pobre para nossas casas, cobrir os despidos e que não devemos nos esconder dos
indivíduos em necessidade e, então, o Senhor promete:
Então, romperá a tua luz como a alva, e a tua cura
apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante da
tua face, e a glória do Senhor será a tua retaguarda.
Então, clamarás, e o Senhor te responderá; gritarás, e
ele dirá: Eis-me aqui (Is 58.8-9).
A Palavra de Deus ainda declara que, na vinda de Cristo, todas as nações se
reunirão diante dele:
E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o
pastor aparta dos bodes as ovelhas; e porá as ovelhas à sua direita, mas os
bodes à esquerda. Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde,
benditos de meu Pai, possuí por herança o reino que vos está preparado desde
a fundação do mundo; porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e
destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me; estava nu, e vestistesme; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e fostes ver-me (Mt 25.32-36).
Nunca me esquecerei de quando conheci Madre Teresa em Nova Iorque. Ela me
olhou, levantou sua mão, me mostrando os cinco dedos, e disse: "Quando você
ajudar o necessitado, apenas olhe para sua mão e lembre-se". E, então, ela contou
quantos dedos tinha.
UM DOIS TRÊS QUATRO
“VOCÊ FEZ
ISSO
PARA
CINCO
MIM"
Jim Poynter me levou para meu primeiro culto com Kathryn Kuhlman, um de
meus amigos mais queridos. Eu e ele estávamos em um carro, lá pelos idos da
década de 1970, quando ele me ilustrou este princípio com uma parábola que jamais
esquecerei. Uma mulher recebeu um telefonema certo dia mais ou menos às nove
horas da manhã. Era Jesus. Ele anunciou-lhe que às três horas daquela tarde
visitaria sua casa. É claro que ela ficou bastante empolgada com a notícia e,
imediatamente, atirou-se na limpeza da casa e a fazer com que ela estivesse o mais
apresentável possível para o Mestre. Afinal de contas, ele viria naquela tarde.
Uma hora ou duas mais tarde, enquanto ela estava limpando a casa, houve
uma batida na porta. Era um pequeno órfão que disse: "Oh! por favor, senhora, me
dá um pouco de comida? Não como há dias".
"Sinto muito, garotinho, mas estou ocupada demais para te ajudar. Veja, Jesus
está vindo à minha casa hoje às três horas da tarde e tenho de estar preparada."
Mais tarde, houve outra batida na porta. Desta vez era um senhor de idade. Fazia
muito frio lá fora naquele dia e suas roupas eram um pouco mais que trapos — nem
um pouco adequadas às condições frias lá de fora.
O homem implorou à mulher: "Por favor, senhora, será que dá para me dar
algumas roupas do seu marido que estejam sobrando no guarda-roupas? Será que
dá para me ajudar? Estou sentindo muito frio".
"Você terá de voltar mais tarde", a mulher respondeu. "Estou extremamente
ocupada agora. Jesus virá às três horas e tenho de preparar tudo para a sua
chegada."
Mais tarde houve ainda uma terceira batida na porta da mulher. Desta vez era
uma jovem carregando uma criança pequena. Ela era uma viúva. Necessitada, ela
precisava desesperadamente de comida, roupa e abrigo naquele dia frio. Ela disse:
"Por favor, senhora, meu filho e eu precisamos muito de comida e roupa e estamos
morrendo de frio aqui fora. Por favor, ajude-nos!"
"Não, eu simplesmente não posso agora. Sei que você tem seus problemas. Mas
eu tenho os meus. Jesus está vindo à minha casa às três horas da tarde e não tenho
tempo para fazer mais nada a não ser os preparativos para sua chegada."
Logo deu três horas da tarde e a casa estava preparada para a chegada de Jesus.
Mas não houve batida alguma na porta. Em vez disso, o telefone tocou novamente. Era
Jesus. A mulher atendeu e disse: "Jesus, por que não estás aqui? Está tudo preparado
para a sua chegada".
Mas o Mestre respondeu: "Já fui três vezes e você me mandou embora, me
rejeitando todas as vezes".
Meu amigo, nunca se esqueça de que quando o necessitado vem até você, na
realidade é o Senhor Jesus — e você deve tratá-lo como o trataria.
Nunca vou me esquecer da vez em que um pastor amigo meu chamado Don
me contou, em lágrimas, um relato extraordinário que também ilustra esta
passagem. Num domingo de Páscoa, há muitos anos, meu amigo Don estava
almoçando com um grupo de ministros em um restaurante. De repente, um senhor
entrou no restaurante. Ele estava andrajoso, seus trajes não eram nem um pouco
apropriados para um domingo de Páscoa, quando todos vestiam o que tinham de
melhor. A garçonete colocou o homem para fora do restaurante sem pensar duas
vezes, assumindo, pela sua aparência, que ele não tinha dinheiro.
Don viu o que estava acontecendo e por isso chamou a garçonete e perguntoulhe por que ela havia posto o homem para fora. "Oh!" ela respondeu. "Não ligue
para ele. Ele é apenas um vagabundo".
Don perguntou à garçonete. "Bem, e se eu pagar sua refeição, você deixaria
que ele entrasse?"
"Claro", ela respondeu indiferente.
Don viu que o homem ainda estava do lado de fora do restaurante. "Por favor,
senhor, volte e coma. Vou pagar seu almoço".
"Você não precisa fazer isso", o homem respondeu.
"Oh! sim, preciso. Sou um ministro. Sou um cristão. É Páscoa e eu quero
alimentar você. Venha", Don respondeu.
Assim, Don levou o homem de volta ao restaurante, colocou-o em uma mesa e
fez com que seu pedido fosse anotado. Depois Don voltou para sua mesa e seu
almoço com seus amigos.
Don observou que a garçonete serviu a refeição ao homem e, então, voltou a
concentrar-se em seus amigos e na conversa que estavam tendo. Poucos minutos
depois, deu uma olhada na mesa onde o homem estava sentado e viu que ele tinha
desaparecido.
Confuso, Don foi até a garçonete e disse: "Senhora, eu te disse que pagaria a
refeição dele. Por que você colocou-o para fora de novo?"
"Mas eu não coloquei", ela respondeu. "Não sei onde ele está."
Don e os outros ministros procuraram por ele no restaurante. Olharam no
toalete masculino. Olharam do lado de fora, no estacionamento. Procuraram em
todos os lugares nas imediações do restaurante, mas o homem não foi encontrado
em lugar algum. Todos ficaram bastante intrigados. O homem tinha desaparecido
sem deixar vestígios e não tinha sequer tocado na comida. O guardanapo, a água, a
prataria, nada havia sido mexido.
Finalmente, eles terminaram sua refeição e voltaram para suas casas. Naquela
noite, Don estava orando. De repente, ele teve a inconfundível sensação de que
havia alguém na sala. Ele voltou-se e ali, diante dele, estava o homem que havia
visto no restaurante naquele dia — mesma roupa, mesma barba, mesmo tudo —
era o mesmo homem.
Encarando Don, o homem disse: "Tive fome, e me destes de comer", e
desapareceu no ar. Daquele ponto em diante, a vida de Don nunca mais foi a
mesma. Ele foi transformado, e Deus começou a abençoá-lo e à sua família da
forma mais extraordinária.
"Em verdade vos digo que, quando o fizestes a um destes meus pequeninos
irmãos, a mim o fizestes" (Mt 25.40).
Dar e a Glória (O Exemplo Macedônio)
Sim, dar de maneira bíblica abençoa os outros. Sim, dar de maneira bíblica nos
abençoa. Mas nunca perca de vista o fato de que dar de maneira bíblica resulta em
ação de graças a Deus, como observou o apóstolo Paulo em 2 Coríntios 9.10-15,
onde ele declara:
Ora, aquele que dá a semente ao que semeia e pão para comer também
multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da vossa justiça; para
que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz que por nós se
dêem graças a Deus. Porque a administração deste serviço não só supre as
necessidades dos santos, mas também abunda em muitas graças, que se dão a
Deus. Visto como, na prova desta administração, glorificam a Deus pela
submissão que confessais quanto ao evangelho de Cristo, e pela liberalidade
de vossos dons para com eles e para com todos, e pela sua oração por vós,
tendo de vós saudades, por causa da excelente graça de Deus que em vós há.
Graças a Deus, pois, pelo seu dom inefável.
Quando as pessoas vivenciam a maneira bíblica de dar, seus corações manam
em muitas graças a Deus. E à medida que cada vez mais pessoas são obedientes ao
dar, a glória do Senhor cresce, cresce e cresce.
Oh! meu amigo, as mãos de Deus são mãos de bênçãos — e como ele se alegra
em recompensar a fidelidade de sacrifício de seus filhos! John Bunyan, aquele
gigante da fé, descreveu muito bem num simples dístico a vida de bênçãos disponível
para você e para mim se tão-somente lhe obedecermos:
Havia um homem,
Alguns diziam que tinha perdido a razão; Quanto mais ele
dava,
Mais aumentava seu quinhão. (O Exemplo
Macedônio)
CAPITULO 10
Malaquias — O Peso do Senhor
U
ma das coisas que mais tentei enfatizar neste livro é o amor do nosso Pai
celestial por seus filhos. E que a forma mais fácil de compreender e, então,
triunfantemente, viver a vida cristã é amando ao Senhor — deixar que ele o
ame e responder ao seu amor com obediência. Os benefícios e bênçãos deste tipo
de relacionamento de amor são indescritíveis.
Deus compromete-se a levá-lo pelo caminho bíblico para a bênção. Afinal de
contas, ele já sacrificou tanto por você, para que você entre nele, como declara o
apóstolo Paulo em Romanos 8.32: "Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho
poupou, antes, o entregou por todos nós, como nos não dará também com ele todas
as coisas?"
Nunca se esqueça do compromisso do Senhor de levar cada um de nós pelo
caminho bíblico para a bênção. No entanto, algumas vezes resistimos de forma tão
resoluta a pegar o caminho bíblico para a bênção que Deus é forçado a nos disciplinar
para que paremos de nos ferir e nos enganar, perdendo a abundância que ele quer nos
dar.
Nenhum pai gosta de disciplinar seu filho. Na verdade, a maioria de nós odeia
isso. Entretanto, uma punição corretiva, positiva é, algumas vezes, o único caminho
de amor, como o escritor do livro aos Hebreus explicou de forma persuasiva:
E já vos esquecestes da exortação que argumenta convosco como filhos: Filho
meu, não desprezes a correção do Senhor e não desmaies quando por ele fores
repreendido; porque o Senhor corrige o que ama e açoita a qualquer que
recebe por filho. Se suportais a correção, Deus vos trata como filhos; porque
que filho há a quem o pai não corrija? Mas, se estais sem disciplina, da qual
todos são feitos participantes, sois, então, bastardos e não filhos. Além do que,
tivemos nossos pais segundo a carne, para nos corrigirem, e nós os
reverenciamos; não nos sujeitaremos muito mais ao Pai dos espíritos, para
vivermos? Porque aqueles, na verdade, por um pouco de tempo, nos corrigiam
como bem lhes parecia; mas este, para nosso proveito, para sermos
participantes da sua santidade. E, na verdade, toda a correção, ao presente, não
parece ser de gozo, senão de tristeza, mas, depois, produz um fruto pacífico de
justiça nos exercitados por ela (Hb 12.5-11).
O livro de Malaquias, o último livro do Antigo Testamento, é o apelo de
coração de um Pai exasperado aos seus filhos teimosos. O povo de Israel não tinha
levado a sério os princípios e práticas de dar que exploramos nos capítulos
anteriores. Deus está tentando comunicar-se com seus filhos rebeldes e confusos.
Por causa disso existe uma linguagem um pouco dura no livro
— forte e provocativa — exatamente como existiria se alguém transcrevesse uma de
suas conversas de "descer a lenha" em seus filhos. Mas embora a linguagem seja
pesada, o coração terno do Pai continua vencendo. Na verdade, a mensagem básica
do livro de Malaquias é esta: "Eu quero abençoá-lo, mas não posso quando você
me desobedece".
No estudo que fizemos juntos sobre dar, salientei o aspecto terno do amor do Pai
e as promessas que ele estende para os que dão com fidelidade. Neste capítulo
veremos o aspecto duro do amor do Pai — a lição que aprendemos quando
deixamos de levar a sério os mandamentos do Pai na área de dar. Mas como muito
das Escrituras, a mensagem do Senhor no livro de Malaquias só torna-se clara
quando a examinamos como um todo.
Malaquias Capítulo 1 O Peso do Pai
Peso da Palavra do Senhor contra Israel, pelo ministério de Malaquias (v. 1).
Todo pai sofre por dentro quando vê seus filhos fazendo opções prejudiciais e o
Senhor não é diferente. Ao longo da sua história, a nação de Israel desviou-se do
caminho da obediência e da bênção descrito em Deuteronômio 28. Mas o
comportamento do povo não servia para fazer com que o Senhor ficasse bravo
(embora ele ficasse bravo) tanto quanto o deixava triste. Deus queria o melhor para
seus filhos — ele queria que eles fizessem as escolhas certas. Este desejo pesava
tanto em seu coração e as palavras eram tão fortes que constituíram "o peso da
palavra do Senhor contra Israel". As palavras pesavam em seu coração, e ele queria
conversar com Israel porque se preocupava muito com eles. Deus sabia que estavam
caminhando para um desastre caso não mudassem. E por isso ele foi até eles com seu
peso.
Amo vocês
Eu vos amei, diz o Senhor;
mas vós dizeis: Em que nos amaste? (v. 2)
Nunca perca de vista o fato de que o livro de Malaquias começa com uma
declaração de amor. Muitas pessoas pulam direto para o capítulo 3 que fala sobre
roubar a Deus e ser amaldiçoado — ou para o capítulo 4 que termina com uma
maldição e acabam passando por cima do coração de amor que atravessa todo este
livro e dá o contexto para as palavras que, isoladamente, poderiam parecer severas.
Quando corrigimos nossos filhos, a primeira coisa que normalmente fazemos é
tentar estabelecer que os amamos e que nossa punição vem de um coração de amor.
No livro de Malaquias, Deus fez o mesmo. Mas como você pode ver pela resposta de
Israel, eles estavam tão fora da comunhão com o Senhor que não tiveram sequer
consciência de todas as manifestações de amor que estavam recebendo dele. E assim,
com uma raiva cega, Israel cuspiu: "Em que nos amaste?"
A resposta de Deus foi incisiva e penetrante: "Eu os amei escolhendo-os".
Não foi Esaú irmão de Jacó?
— disse o Senhor;
todavia amei a Jacó e aborreci a Esaú;
e fiz dos seus montes uma assolação
e dei a sua herança aos dragões do deserto.
Ainda que Edom diga:
Empobrecidos somos,
porém tornaremos a edificar os lugares desertos,
assim diz o Senhor dos Exércitos:
Eles edificarão, e eu destruirei,
e lhes chamarão: Termo de impiedade
e Povo contra quem o Senhor está irado para sempre (vv. 2-4).
Em sua teimosia, eles não entenderam que tudo o que tinham vinha da boa
mão do precioso Deus deles, que a única coisa que os separava do destino de Esaú
de inutilidade era a opção de Deus. O Senhor não amou a Jacó porque ele era mais
amável que Esaú, ele amou a Jacó por causa da sua opção soberana. Assim, Deus
agarrou-os pelos ombros e tentou sacudi-los para levá-los ao entendimento: "O
único motivo pelo qual vocês não estão vivenciando a minha ira neste momento é
porque eu escolhi não puni-los. Se vocês fossem Esaú, estariam fritos".
Quero Que Vocês Me Honrem
O filho honrará o pai, e o servo, ao seu
senhor; e, se eu sou pai, onde está a minha
honra? E, se eu sou Senhor, onde está o meu
temor?
— diz o Senhor dos Exércitos a vós,
ó sacerdotes, que desprezais o meu nome
e dizeis: Em que desprezamos nós o teu nome?
Ofereceis sobre o meu altar pão imundo
e dizeis:
Em que te havemos profanado?
Nisto, que dizeis:
A mesa do Senhor é desprezível.
Porque, quando trazeis animal cego para o sacrificardes,
não faz mal!
E, quando ofereceis o coxo ou o enfermo,
não faz mal!
Ora, apresenta-o ao teu príncipe;
terá ele agrado em ti?
Ou aceitará ele a tua pessoa?
— diz o Senhor dos Exércitos (w. 6-8).
Nesta passagem praticamente podemos enxergar o Pai pegando Israel pelo
colarinho e dizendo: "Acorde, filho! Eu o amo. Quero ser seu amigo. Não sou seu
inimigo. Quero abençoá-lo e edificá-lo, mas não posso quando você me desobedece
desse jeito. Não posso ficar parado quando você me insulta dando-me aquilo que é
coxo, cego, desprezível e inaceitável. Não finja que está dando quando na verdade está
simplesmente jogando fora e usando minha casa como Depósito".
O Deus Todo-Poderoso espera que seus filhos honrem-no porque ele é nosso
Pai; respeitem-no porque ele é nosso Mestre. Quando tentamos dar coisas para o
Senhor que jamais teríamos coragem de dar para alguém do governo ou para uma
pessoa poderosa, demonstramos a ele quão pouco o consideramos.
O Senhor quer nossas primícias e o nosso melhor. Agora preste muita atenção no
que vou dizer — qualquer coisa menos que isso o insulta. E mais importante ainda,
traz uma maldição, porque o Senhor declarou:
E dizeis: Eis aqui, que canseira! E o lançastes ao desprezo, diz o Senhor dos
Exércitos; vós ofereceis o roubado, e o coxo e o enfermo; assim fazeis a oferta.
Ser-me-á aceito isso de vossa mão? — diz o Senhor. Pois maldito seja o
enganador, que, tendo animal no seu rebanho, promete e oferece ao Senhor
uma coisa vil; porque eu sou o grande Rei, diz o Senhor dos Exércitos, o meu
nome será tremendo entre as nações (Ml 1.13-14).
Quero compartilhar com você agora uma verdade espiritual profunda.
Suponha que uma pessoa decida dar 1.000 dólares para uma caridade secular e
depois 100 dólares para sua igreja. Isto é dar para Deus o melhor? Não, e como
resultado, os 1.000 dólares que teriam sido um investimento para a eternidade
agora são malditos. O melhor da pessoa eram os 1.000 dólares, e devemos sempre
dar ao Senhor o nosso melhor. E, por causa da maldição, teria sido melhor para a
pessoa não ter dado nada.
Melhor não só para a pessoa, mas para a organização também. Acho que R. T.
Kendall está absolutamente certo quando observa:
Organizações de caridade deveriam ser sustentadas por não-cristãos ou
cristãos que tenham primeiro dado todos os seus dízimos para a igreja — e depois
para a organização. Essa organização irá muito melhor e é muito mais provável que
tenha a bênção de Deus se não for sustentada por fundos que pertenciam ao
Senhor. Não tenho dúvidas de que uma organização de caridade que não esteja
ligada à igreja pode ser abençoada por Deus. Esta questão está na categoria da
"graça comum" de Deus. Mas qualquer organização que recebe fundos que
deveriam ter ido para a igreja será empobrecida, não enriquecida. Se a igreja
recebesse aquilo que ela deveria ter, o mundo inteiro estaria em melhor situação, e
organizações não eclesiásticas respeitáveis seriam mais abençoadas do que nunca.
Fundos que deveriam ser do Senhor que vão para outro lugar, normalmente,
militam contra a bênção de Deus no mundo, e todos perdem.1
A promessa de Provérbios 3.9-10 continua a mesma hoje:
Honra ao Senhor com a tua fazenda
e com as primícias de toda a tua renda;
e se encherão os teus celeiros abundantemente,
e trasbordarão de mosto os teus lagares.
Quero Que Vocês Orem
Agora, pois, suplicai o favor de Deus,
e ele terá piedade de nós...
Mas, desde o nascente do sol até ao poente,
será grande entre as nações o meu nome;
e, em todo lugar, se oferecerá ao meu nome incenso
e uma oblação pura;
porque o meu nome será grande entre as nações,
diz o Senhor dos Exércitos...
porque eu sou grande Rei,
diz o Senhor dos Exércitos,
o meu nome será tremendo entre as nações
(vv. 9, 11, 14).
Mesmo se, como a nação de Israel, você não deu a Deus suas primícias e o seu
melhor, através da oração e do arrependimento, hoje pode ser seu dia de ruptura e
recomeço. Com tudo o que a nação de Israel havia feito para insultar o Senhor, ele
ainda assim pediu que começassem a fazer o que era certo e que o fizessem em meio
à oração.
Veja, um dízimo sem oração não resultará na colheita que poderia ser com
oração. Foi por isso que ele ordenou que a nação de Israel "retornasse" para ele em
Malaquias 3 antes de falar-lhes a respeito do dízimo. O dízimo oferecido sem o
coração estar reto diante de Deus não é aceitável. Não é diferente de uma prática
religiosa.
Para ficar claro, a lei do semear e ceifar continua se aplicando, mas a unção do
Senhor estará faltando — sua presença poderosa manifesta, que traz uma colheita
superabundante. Este tipo de colheita só vem no meio de um relacionamento.
Malaquias 2
No capítulo 1, o Senhor falou para Israel que ele queria abençoá-los mas não
poderia enquanto deixassem de honrá-lo e deixassem de orar. No capítulo 2, o Senhor
advertiu severamente os filhos de Israel, os quais ele amava. A maior parte das
palavras do Pai, no capítulo 2, foram dirigidas aos sacerdotes. No entanto, também
existe um aviso importante nelas para nós, pois os crentes no Senhor de hoje são "a
geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido, para que
anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua maravilhosa
luz; vós que, em outro tempo não éreis povo, mas, agora, sois povo de Deus; que não
tínheis alcançado misericórdia, mas, agora, alcançastes misericórdia" (1 Pe 2.9-10).
Quando deixamos de honrar o Senhor com as primícias e o melhor, quando
deixamos de banhar aquilo que damos em oração, o Senhor amaldiçoa nossas
bênçãos, pois Malaquias 2.2 declara:
Se o não ouvirdes
e se não propuserdes no vosso coração
dar honra ao meu nome,
diz o Senhor dos Exércitos,
enviarei contra vós a maldição
e amaldiçoarei as vossas bênçãos;
e já as tenho amaldiçoado,
porque vós não pondes isso no coração.
O Senhor amaldiçoou as bênçãos deles, não só tornando suas ofertas
infrutíferas, mas também humilhando-os publicamente, da mesma forma como eles
tinham humilhado o Senhor com suas ofertas patéticas. A linguagem que
Malaquias usou foi, intencionalmente, figurada, para chamar a atenção deles:
Eis que vos corromperei a semente,
e espalharei estéreo sobre os vossos rostos,
o estéreo das vossas festas;
e com ele sereis tirados.
Então sabereis que eu vos enviei este mandamento... (w. 3-4).
No oriente Médio, onde passei minha infância, não existe insulto maior do que
pegar estrume e espalhá-lo no rosto de alguém. A resposta do Pai demonstra como
é insultuoso para ele quando deixamos de honrá-lo dando-lhe nossas primícias e o
nosso melhor.
Malaquias 3
A Presença Dele
Eis que eu envio o meu anjo,
que preparará o caminho diante de mim;
e, de repente, virá ao seu templo o Senhor,
a quem vós buscais,
o anjo do concerto, a quem vós desejais;
eis que vem,
diz o Senhor dos Exércitos.
Mas quem suportará o dia da sua vinda?
E quem subsistirá, quando ele aparecer?
Porque ele será como o fogo do ourives
e como o sabão dos lavandeiros.
E assentar-se-á, afinando e purificando a prata;
e purificará os filhos de Levi
e os afinará como ouro e como prata.
E, então, ao Senhor trarão ofertas em justiça.
E a oferta de Judá e de Jerusalém
será suave ao Senhor,
como nos dias antigos
e como nos primeiros anos (vv. 1-4).
No capítulo 3, a transformação mais impressionante aconteceu. No capítulo 1, o
Senhor disse que as ofertas deles eram imundas. No entanto, na primeira parte do
capítulo 3, ele disse que as ofertas deles se tornariam puras quando o Messias viesse.
Jesus fez toda a diferença!
Os primeiros três versículos são proféticos, tendo em mente a primeira e a
segunda vindas do Senhor Jesus. A igreja está concretizando-os hoje, e haverá um
cumprimento profético para a nação de Israel como um todo, quando eles aceitarem
a Jesus como seu Messias na sua segunda vinda.
Quando nos revestimos do Senhor Jesus Cristo e nada dispomos para a carne, no
tocante às suas concupiscências (Rm 13.14), ele nos dá a fé que precisamos para
seguirmos através daquilo que sabemos ser certo, dando para o Senhor nossas
primícias e o nosso melhor. Sua presença torna-se tão real para nós que colocamos
aquilo que vamos colocar no envelope, assim como tudo o que fazemos, em oração
essencial para o Pai.
Seu Amor
Porque eu, o Senhor, não mudo;
por isso, vós, ó filhos de Jacó, não sois consumidos
(v. 6, itálico acrescentado).
Este versículo é o prefácio de uma das passagens mais significativas das
Escrituras sobre o tema dar, o qual é de vital importância ser compreendido. Não
poderemos compreender completamente as exortações do Senhor sobre voltar-se
para ele e não roubá-lo, a menos que este versículo seja compreendido.
Veja, o Senhor, de forma soberana, decidiu escolher a nação de Israel e entrar
em aliança com ele. Sua decisão baseou-se na sua própria vontade — não na
atuação da nação. Ele decidiu amar Israel, e Israel não podia fazer nada para mudar
isto. Assim, mesmo quando ele teve de falar sério com Israel, mesmo quando ele teve de
discipliná-los, sempre foi motivado por amor. E o Pai estava sempre esperando com
braços de amor que eles retornassem em obediência.
Em vez de ficarem aterrados pelo amor do Pai, em vez de responderem a este
grande amor com gratidão e obediência, eles tinham o amor dele como certo, sem
sequer darem-se conta de que faziam isto, pois lemos no versículo 7:
Desde os dias de vossos pais,
vos desviastes dos meus estatutos
e não os guardastes;
tornai vós para mim,
e eu tornarei para vós,
diz o Senhor dos Exércitos;
mas vós dizeis: Em que havemos de tornar?
Assim, novamente o Senhor explicou como eles deveriam se tornar, e a bênção
que seria deles caso o fizessem.
Sua Promessa
Roubará o homem a Deus?
Todavia, vós me roubais
e dizeis:
Em que te roubamos?
Nos dízimos e nas ofertas alçadas.
Com maldição sois amaldiçoados,
porque me roubais a mim,
vós, toda a nação (vv. 8, 9).
Israel estava roubando o Senhor, não tanto ao reter os dízimos e as ofertas,
mas oferecendo ao Senhor aquilo que era corrompido e inaceitável. O povo achava
que retendo o melhor, estavam enriquecendo a si próprios, mas tudo o que
conseguiram fazer foi trazer uma maldição sobre si mesmos.
O Pai não entregou seu Filho para morrer na cruz para seu povo terminar
vivendo debaixo de maldição. Não, a intenção dele era de que vivessem na bênção.
Mas aqueles filhos rebeldes não conseguiam entender que o caminho para a
abundância era através do ato de dar para Deus as primícias e o melhor. Por isso, ele
fez aos seus filhos teimosos uma proposta extraordinária:
Trazei todos os dízimos à casa do tesouro,
para que haja mantimento na minha casa,
e depois fazei prova de mim,
diz o Senhor dos Exércitos,
se eu não vos abrir as janelas do céu
e não derramar sobre vós uma bênção
tal que dela vos advenha a maior abastança.
E, por causa de vós, repreenderei o devorador,
para que não vos consuma o fruto da terra;
e a vossa vide no campo não vos será estéril,
diz o Senhor dos Exércitos.
Todas as nações vos chamarão bem-aventurados;
porque vós sereis uma terra deleitosa,
diz o Senhor dos Exércitos (vv. 10-12).
Nesta passagem, Deus manda que o provemos. É o mesmo que dizer: "Eu
garanto estes resultados (ou devolvo seu dinheiro)!" Esta declaração corajosa, até
mesmo descarada, com todo respeito, feita pelo Senhor era para chamar a atenção
da teimosa Israel. O Deus Todo-Poderoso prometeu bênçãos extraordinárias para
aqueles que obedecessem aos quatro elementos encontrados na frase: "Trazei todos
os dízimos à casa do tesouro".
A primeira coisa que quero que você observe é que o Senhor ordenou-lhes:
"trazei todos os dízimos à casa do tesouro". Ele não queria que eles enviassem os
dízimos. Ele ordenou que eles levassem os dízimos à casa do tesouro fisicamente. O
motivo de ele pedir isto, eu creio, era para tornar o ato de dar mais significativo. Por
exemplo, se compro um presente para minha mãe, não vou querer enviá-lo pelo
correio; eu mesmo vou querer entregá-lo para ela. Se compro flores para minha
mulher, eu mesmo quero entregá-las a ela, não só porque é mais significativo para
mim, mas também porque é mais significativo para ela. Quando trazemos nossos
dízimos para o Senhor, demonstramos a ele que o amamos.
A segunda coisa que quero que você observe é que o Senhor ordenou-lhes
"trazei todos os dízimos à casa do tesouro". Este versículo poderia ser melhor
traduzido: "Trazei os dízimos inteiros à casa do tesouro". Lembre-se de que,
segundo o contexto do livro de Malaquias, o povo de Israel era culpado por tentar
oferecer animais aleijados e doentes para o Senhor. Por isso, o que Deus estava
requerendo não era apenas que eles levassem todo o dízimo, mas também que
dessem as primícias e o melhor de dízimo.
A terceira coisa que quero que você observe é que o Senhor ordenou-lhes:
"trazei todos os dízimos à casa do tesouro". A prova exigida era que eles dessem
como o Senhor ordenava, isto é, que pagassem os dízimos que deviam a ele.
A quarta coisa que quero que você observe é que o Senhor ordenou-lhes:
"trazei todos os dízmos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha
casa". Minha convicção pessoal é de que "minha casa" referia-se a seu povo. Em
outras palavras, a passagem não se referia a estoque alimentício no templo tanto
quanto se referia à igreja como o templo vivo, como o apóstolo Paulo explicou em 2
Coríntios 6.16: "Porque vós sois o templo do Deus vivente, como Deus disse:
Neles habitarei e entre eles andarei; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo".
Isto significaria, então, que o propósito de Deus para o dízimo é alimentar seu
povo. Por isso nosso dízimo levado para Deus não só traz bênçãos para nós, como
também traz bênçãos para seu povo, porque aí Deus poderá alimentá-los e cuidar
deles, a fim de abençoarem o mundo com o evangelho.
Quando cumprimos as quatro condições que o Senhor determinou para esta
prova, temos de nos preparar, literalmente, para as bênçãos que se seguirão.
O Dízimo e Seus Resultados
Existem sete bênçãos mencionadas em Malaquias 3 que se estendem para
todas as áreas de nossa vida. É muito importante reconhecer aqui que o Senhor nos
abençoa espiritual e materialmente. Ignorar um ou outro é não ter noção daquilo que
Deus tem e não ser honesto com as Escrituras. R. T. Kendall fala sobre isso muito
bem quando observa:
A bênção a nível natural é inferior à bênção espiritual... Mas não pode ser
ignorada. "E, por causa de vós, repreenderei o devorador, para que não vos
consuma o fruto da terra; e a vide no campo não vos será estéril, diz o Senhor
dos Exércitos." (Ml 3.11.) A "bênção" prometida pelo profeta (Ml 3.10) é,
basicamente, espiritual, mas o fato de o profeta continuar como ele continua
indica que esta bênção não é apenas espiritual. Deus tem uma forma de nos
abençoar materialmente que simplesmente coincide com o fato de termos nos
tornado dizimistas. Os 90% que mantemos para nós mesmos, depois que o
dízimo é dado para o Senhor, encontra uma forma de equivaler aos 100% de
antes do dízimo. Às vezes os 90% vão mais longe, muito além do que aqueles 100%
comprariam. Como pode uma coisa dessas? Francamente, eu não sei. Mas eu
creio nisto.2
Bênção N° 1: "vos abrir as janelas do céu".
As "janelas do céu" referem-se às vezes à chuva, às vezes à milagrosa provisão
de alimento de Deus, mas sempre à sua presença. Quando o céu se fecha, o Senhor
escondeu sua presença e reteve sua bênção. Existe uma passagem fascinante no
livro de Atos onde o apóstolo Pedro referiu-se ao Senhor Jesus sendo mantido no
céu até chegar a hora em que Deus tiver restaurado tudo. Mas quando o céu se
abrir e o Salvador retornar: "venham, assim, os tempos do refrigério pela presença
do Senhor" (At 3.17-23). Aqui vemos que um céu aberto fala de avivamento.
Bênção N° 2: "derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior
abastança".
Derramar é uma palavra interessante, porque na verdade ela significa
"esvaziar". Dá a idéia de um balde sendo esvaziado sobre sua vida. Deus está
dizendo: "Vou esvaziar meu balde de bênçãos sobre a sua vida; quero lhe dar até a
última gota, literalmente. Aquilo que prometi em Deuteronômio 28, quero derramar
sobre você — e mais ainda". E não é só isso, pense só em como isso se relaciona com
os tipos de prosperidade mencionados nas Escrituras que exploramos no Capítulo 5
— ser banhado de contentamento, ser banhado de alegria e banhado com os frutos
do Espírito, só para citar alguns.
Bênção N° 3: "por causa de vós, repreenderei o devorador".
A palavra "repreender" é uma palavra forte e refere-se a sufocar alguém "através
de admoestações ou atitudes fortes".3 Eu creio que satanás, o inimigo de nossas
almas, é o devorador mencionado aqui. E assim, a palavra do Senhor é que ele nos
dará uma medida especial de proteção contra os ataques do maligno.
Bênção N° 4: "para que não vos consuma o fruto da terra".
É claro que quando o Senhor deu esta palavra, a maioria das pessoas vivia da
agricultura. Assim, a proteção do "fruto da terra" significava que a renda deles e o
seu futuro estavam protegidos. Já conheci indivíduos que têm bons empregos e
ganham bastante dinheiro, mas, mesmo assim, nunca têm o suficiente para pagar
suas contas. Creio que isto seja porque o maligno está destruindo a renda deles, e
eles não vêem o resultado de seu trabalho. Mas a bênção mencionada aqui destrói
o destruidor!
Bênção N° 5: "a vide no campo não vos será estéril".
Esta é uma continuação da bênção anterior e promete que a produtividade —
a lei do semear e ceifar — vai prevalecer, seu trabalho será frutífero — o trabalho
resultará em frutificação. Mas eu também creio que uma implicação desta
passagem é que seu "fruto" será protegido. Deus protegerá seus filhos. Ele os
manterá seguros e eles terão suas necessidades supridas.
Bênção N° 6: "todas as nações vos chamarão bem-aventurados".
A mão de bênçãos do Pai será tão evidente em sua vida que ficará óbvio para
todos que existe algo de especial em você. Como resultado, você será um
testemunho — um exemplo vivo para os que o cercam — da bondade de Deus.
Bênção N° 7: "vós sereis uma terra deleitosa".
Agora, quando o Senhor refere-se a "terra" aqui, na verdade ele está se
referindo às pessoas que vivem na terra. Aqueles em quem Deus se deleita ele
escolhe para o serviço. Por isso, na realidade esta promessa refere-se à bênção do
Todo-Poderoso que resulta em ele usar aqueles nos quais ele se deleita em seu
serviço.
• Bênção N.° 1: Avivamento
• Bênção N.° 2: Abundância
• Bênção N.° 3: O inimigo repreendido
• Bênção N.° 4: O fruto protegido
• Bênção N.° 5: A família protegida
• Bênção N.° 6: Tornar-se um testemunho da bondade de Deus
• Bênção N.° 7: Escolha para o serviço
Malaquias 4
Tendo lançado o tremendo desafio no capítulo 3, no capítulo 4, o Senhor
lembrou seu povo escolhido tanto da bênção que ele queria que fosse deles, quanto do
juízo que um dia ele levaria sobre aqueles que deixassem de levar em consideração
sua advertência.
Como será bom para aqueles de nós que levam em consideração as advertências
do Pai e vivem como filhos obedientes, porque a Escritura declara:
Mas para vós que temeis o meu nome
nascerá o sol da justiça,
e salvação trará debaixo das suas asas;
e saireis e crescereis como os bezerros do cevadouro.
E pisareis os ímpios,
porque se farão cinzas debaixo das plantas de vossos pés
naquele dia que farei,
diz o Senhor dos Exércitos (w. 2-3).
Mas nunca esqueça que a Palavra de Deus é verdadeira. Sua expectativa de
obediência é real. As reivindicações são altas. Por isso, hoje e sempre, tome Deus e
a sua Palavra e lembre-se: aquilo que ele prometeu, ele o fará. Ele nos disse
enquanto seu povo: "provai-me". Não vamos esquecer que ele é o Senhor e que
suas promessas são "sim e amém".
E lembre-se: o poder sobrenatural de Deus será seu quando você agir segundo
a sua Palavra. E quando você agir, aja na esfera do natural, e Deus responderá na
esfera do sobrenatural. Que aventura será! Lembre-se: o céu responde às atitudes na
terra. E Deus sempre responde às atitudes cheias de fé nele, por exemplo:
l.Todo milagre requer uma atitude de nossa parte. Um milagre espiritual requer
um ato espiritual. Quando você é nascido de novo, você tem de crer, de
confessar Cristo Jesus publicamente. Isto é um ato.
2.Um milagre físico requer um ato físico. Quando você é curado, você deve fazer
algo fisicamente. Quando o Senhor via pessoas que não conseguiam andar, ele
dizia: "Levanta-te, toma tua cama e anda". Isto é um ato físico.
3.Um milagre financeiro requer um ato financeiro. O Senhor declarou: "Dai, e
dar-se-vos-á". No próximo capítulo, estaremos tratando de algumas
aplicações bastante naturais e práticas que o ajudarão a entrar no caminho
bíblico para a bênção.
CAPITULO 11
Começando no Caminho Bíblico para a Bênção
Q
uanta alegria tivemos ao pesquisarmos as insondáveis riquezas da Palavra
de Deus! Quando volto a examinar o incrível amor do nosso Pai celestial
por nós, meu coração louvor a Deus. Quando penso de novo na
abundância que ele tanto deseja derramar sobre seus filhos obedientes,
fico humilhado na presença de tamanho amor.
Sei que, como eu, você anseia por vivenciar a plenitude do seu amor. Caso
contrário, você não teria despendido tempo e esforço para me seguir nesta jornada
para aprender sobre o desejo do Pai de trazer prosperidade às nossas vidas.
Talvez, bem lá no fundo, você esteja lutando. Ao mesmo tempo em que você
quer obedecer ao Senhor na área de dar biblicamente, você simplesmente não
consegue ver como isso é possível. Ou você sabe, assim como eu, que com Deus
nada é impossível, mas não sabe por onde começar. Deus me chamou para pregar a
sua gloriosa Palavra, e neste capítulo quero fazer algo um pouco diferente para
mim, que é dar sugestões bastante concretas sobre como você pode iniciar-se no
caminho bíblico para a bênção. É um ditado antigo, mas verdadeiro, aquele que diz
que uma viagem de mil quilômetros começa com o primeiro passo.
Neste capítulo vou lhe dar um mapa da estrada que lhe mostrará como
experimentar o caminho bíblico para a bênção. Vou compartilhar algumas dicas
práticas sobre como sair das dívidas, ficar fora das dívidas e administrar seu
dinheiro com sabedoria. Em poucas palavras, eis como entrar no caminho bíblico
para a bênção:
• Lembre-se: você não está sozinho — Deus o ajudará a ter êxito.
• Renda-se ao amor de Deus — você verá seus resultados quando viver à maneira
dele.
• Dê a Deus primeiro — lembrando-se da sua bondade.
• Trabalhe bastante — lembrando-se de que você trabalha para ele.
• Proveja à subsistência dos membros de sua própria família — lembrando-se
de que Deus os deu para você.
• Faça um orçamento — lembrando-se de que Deus lhe dará poder sobre as
estratégias de satanás.
• Proveja à subsistência de outras pessoas — lembrando-se de que o melhor
investimento é para a eternidade.
Lembre-se: Você não Está Sozinho — Deus o
Ajudará a Ter Êxito
Administrar nosso dinheiro nunca é fácil, e é por isso que sou tão agradecido
por não ter de confiar na minha própria força, discernimento e força de vontade na
área das finanças. Independentemente do que registra o meu passado, a Palavra de
Deus continua a mesma: "Posso todas as coisas naquele que me fortalece" (Fp
4.13). Isto é correto hoje, agora; o poder do Salvador está à nossa disposição quando
fazemos a corajosa opção de fazer a sua vontade.
Agora, quando digo isto, não estou querendo dizer que fazer a sua vontade na
área das finanças será fácil. Na verdade, você pode até encontrar-se em uma
circunstância que aparenta, no natural, ser absolutamente impossível. É numa
situação exatamente como esta em que o Senhor se deleita. É por isso que amo cantar
nas cruzadas:
Nada é impossível quando você confia em Deus Nada é impossível
quando você confia na sua Palavra.
Ouça o que lhe diz a voz de Deus: Existe algo difícil
demais para mim?
Então confie em Deus somente
E descanse na sua Palavra.
Para tudo,
Sim, tudo,
Sim, tudo é possível com Deus!1
A bênção de Deus não se limita aos passos que vou delinear abaixo. Pelo
contrário, estas disciplinas divinas formam o centro daquilo que o Pai vai cercar,
energizar e abençoar. Você pode não precisar de nada a não ser de um milagre
financeiro, e o que está disponível para você neste momento não é nada a não ser um
milagre financeiro. Em parceria com o Mestre, você não vai fracassar!
Renda-se ao Amor de Deus — Você Verá seus
Resultados quando Viver à Maneira Dele
Meu amigo, existe um motivo para este capítulo estar perto do final do livro: o
caminho bíblico para a bênção é um relacionamento, não uma técnica. É tanto uma
forma de viver quanto uma forma de amar. E a maior forma de amar ao Pai é
entregando-se, e a entrega manifesta-se na obediência.
O Senhor Jesus nos recomenda em Lucas 12.15: "Acautelai-vos e guardai-vos da
avareza, porque a vida de qualquer não consiste na abundância do que possui". No
entanto, você e eu somos bombardeados por mensagens de que nossas vidas
consistem na abundância de coisas e que seremos mais felizes com só um pouquinho
mais. Na realidade, na América, em média, num dia somos expostos a vinte e nove
novos produtos, cento e oitenta mensagens comerciais por pessoa e 700 milhões de
dólares são gastos em propaganda.2 Não é de se admirar que alguém tenha soltado,
bastante espirituosamente: "Se fôssemos viver nossas vidas novamente...
precisaríamos de mais dinheiro!"
Devido a todos estes fatores, as palavras de Jesus não são meramente uma
parábola sobre a condição humana, são um comentário sobre o estado atual: "E
outros são os que recebem a semente entre espinhos, os quais ouvem a palavra;
mas os cuidados deste mundo, e os enganos das riquezas, e as ambições doutras
coisas, entrando, sufocam a palavra, e fica infrutífera" (Mc 4.18-19).
Eu lhe declaro, no nome do Senhor, que você pode ser completa e
permanentemente liberto num segundo, se deixar o Espírito Santo ter o seu
caminho. Você pode parar neste momento e curvar-se diante do Senhor e encontrar
liberdade do cativeiro financeiro entregando-se à sua maravilhosa vontade.
Dê a Deus Primeiro — Lembrando-se da Sua Bondade
A maneira mais rápida de avançar com suas finanças é pagando a Deus
primeiro. O princípio das primícias é dinâmico e eterno:
Honra ao Senhor com a tua fazenda
e com as primícias de toda a tua renda;
e se encherão os teus celeiros abundantemente,
e trasbordarão de mosto os teus lagares
(Pv 3.9-10).
Eu sei que, como eu, você leva muito a sério todas as suas responsabilidades,
e isto inclui suas obrigações financeiras. Talvez sua mente esteja indo adiante de
mim, pensando: Mas, Pastor Benny, eu devo 5.000 de MasterCard e só vão sobrar 30
reais depois de pagar só o essencial como casa, comida e transporte básico. Como vou
poder pagar o dízimo antes de pagar minhas outras contas e continuar sendo
responsável?
Minha resposta é tão simples quanto deliberada: a maior responsabilidade que
você pode ter é pagar a Deus primeiro. Veja, o Pai quer tanto que você experimente a
abundância, mas você perderá a sua abundância se não expressar o seu amor através
da obediência. Como discutimos extensamente nos primeiros capítulos, ele quer
que você dê a ele primeiro e que você lhe dê o seu melhor. Quando você pagar as
contas de Deus, ficará impressionado ao ver como ele pagará as suas contas.
Se você ganha 2.500 reais por mês, a primeiríssima coisa que deve fazer,
depois de receber o pagamento, é um cheque de 250 reais como seu dízimo. Dê este
dinheiro no lugar onde você é alimentado espiritualmente. Para a maioria dos
cristãos este lugar é a igreja local que freqüentam. Mesmo com você podendo ter
dívidas imensas e ficar desesperado porque vai acabar quebrando, sempre dê seu
dízimo primeiro — e não o faça de má vontade, mas com expectativa. Posso lhe falar
por experiência própria e sem medo de desmentido que Deus abençoará os 90%
que lhe sobraram de uma forma tal, que você conseguirá fazer com que eles façam
mais do que os 100% fariam sem a sua bênção.
Uma coisa que ele fará é fazer você mais sábio com seu dinheiro. Agora que você
o está honrando com suas primícias, algumas das coisas nas quais você costumava
gastar seu dinheiro podem não atrai-lo mais. Quando você se deleita no Senhor, ele
lhe dá os desejos do seu coração. E pelo menos parte deste versículo significa que ele
nobilita seus desejos. De repente, você descobre que está vivenciando a sua grande
abundância. E como agora não existe "necessidade", Deus suprirá suas
necessidades e o ajudará a pagar suas dívidas. Lembre-se: você não dá o dízimo
para que suas contas sejam pagas; pelo contrário, você dá o dízimo em amor, na
expectativa de que o Pai deseja mais do que qualquer outra coisa abençoá-lo
abundantemente e está de prontidão "para fazer tudo muito mais abundantemente
além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera" (Ef
3.20).
Trabalhe Bastante —
Lembrando-se de que Você Trabalha para Ele
Por causa do sacrifício do precioso Senhor Jesus na cruz, todos os que crêem
nele são adotados em sua família como filhos. Com a qualidade de filho vêm muitas
bênçãos maravilhosas que já vimos juntos neste livro. Mas nunca se esqueça de que
ser membro de uma família traz consigo não só benefícios, mas responsabilidades
também. E como crentes, temos a responsabilidade de trabalhar bastante, pois as
Escrituras declaram em Colossenses 3.22-24: "Vós, servos, obedecei em tudo a
vossos senhores segundo a carne, não servindo só na aparência, como para agradar
aos homens, mas em simplicidade de coração, temendo a Deus. E tudo quanto
fizerdes, fazei-o de todo o coração, como ao Senhor e não aos homens, sabendo
que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque a Cristo, o Senhor, servis".
Este é o segredo: não trabalhamos para nossos empregadores como
trabalhamos para o Senhor. E, embora o dia de pagamento de um tipo ocorra toda
semana, ou a cada duas semanas, ou mensalmente, nunca se esqueça de que existe
um outro "cheque de pagamento" melhor sendo preparado para você pelo Senhor.
Deus não é um gênio que existe para nos conceder desejos. Temos de fazer mais
para desfrutar da bênção do Pai do que meramente esfregar uma lâmpada. Mas
quando trabalhamos bastante, o Senhor, inequivocamente, nos recompensa com
bênçãos, porque a Palavra de Deus diz:
A alma do preguiçoso deseja e coisa nenhuma alcança, mas a alma dos
diligentes engorda (Pv 13.4).
Viste um homem diligente na sua obra?
Perante reis será posto; não será posto entre os de baixa sorte
(Pv 22.29).
Proveja a Subsistência dos Membros de sua Própria
Família — Lembrando-se de que Deus os Deu para
Você
Depois da salvação que desfrutamos através da fé no Senhor Jesus, o dom mais
precioso que Deus nos deu são nossas famílias. E com este privilégio vem a
responsabilidade sagrada de fazermos tudo o que estiver ao nosso alcance para suprilos. Pois o apóstolo Paulo especificou solenemente em 1 Timóteo 5.8: "Mas, se
alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a fé e é
pior do que o infiel".
Abaixo de Deus, sua família é responsabilidade sua. Se você tem pagamentos do
sustento de filho a fazer, faça-os. Se está sem trabalho, encontre trabalho. Se você precisa
de uma reciclagem profissional, busque-a. Se você tem de mudar para onde estão os
empregos, então mude-se.
Mas lembre-se: sua família é responsabilidade sua, e ao levar a sério sua
obrigação de sustentá-la, como sei que você leva, o Senhor irá preparar para que
você faça exatamente isso. Eu sei como isso pode ser difícil algumas vezes em
nossa economia que está sempre mudando, mas eu também sei que a declaração de
Davi na Palavra de Deus é tão verdadeira hoje quanto foi no passado: "Já fui moço e
agora sou velho; mas nunca vi desamparado o justo, nem a sua descendência a
mendigar o pão" (Sl 37.25).
Faça um Orçamento —
Lembrando-se de que Deus lhe Dará Poder Sobre as
Estratégias de Satanás
A Bênção de um Orçamento
Quando começamos a compreender o grande amor do nosso Pai celestial por
seus filhos e nos entregamos completamente e sem reservas a esse amor,
começamos a ter confiança e intrepidez. No entanto, o Pai quer que vivamos não só
em intrepidez, mas em sabedoria também. A intrepidez manifesta-se na entrega a
Deus, e a sabedoria manifesta-se na preparação de um orçamento. Em Provérbios
21.5 (V.R.), o rei Salomão declarou:
"Os planos do diligente conduzem à abundância; mas todo
precipitado apressa-se para a penúria."
Veja, fazer um orçamento é simplesmente formar e seguir um plano para
abundância.
Em sua forma mais simples, um orçamento é uma forma de manter-se
informado sobre o que está entrando e para onde está indo. Quando você tem uma
idéia clara destas duas coisas, pode conhecer sua posição presente e, então,
planejar o futuro. Todas as suas decisões orçamentárias são tão espirituais quanto a
decisão de honrar o Senhor com seus dízimos e ofertas. Ron Blue foi bastante
penetrante quando observou:
[Uma] implicação de crer que Deus é dono de tudo é que toda decisão de gasto
é, na realidade, uma decisão espiritual. Não existe nada mais ou menos espiritual
em dar um dízimo ou gastar dinheiro em umas férias. Se, na verdade, é tudo
dinheiro de Deus, então está implícito que sempre que tomo uma decisão de
gasto, estou dizendo que é isto que Deus teria feito com seus recursos. Isto
deveria nos liberar para usar os recursos de Deus para a execução dos
objetivos e desejos que Deus coloca em nossos corações, sem sentimentos de
culpa. Isto, é claro, implica no fato de que o indivíduo também está ouvindo a
Deus regularmente para determinar aquilo que ele teria feito com seus
recursos.3
Descubra Para Onde Seu Dinheiro Está Indo
Não vou entrar aqui em tudo o que especifica a preparação de um orçamento,
porque existe muito material bom sobre este tópico, alguns deles eu relacionei no
final do livro. Porém, quero salientar para você a importância de um orçamento
realista para começar e permanecer no caminho bíblico para a bênção. Comece
determinando para onde o dinheiro está indo — isto é, suas despesas. A maioria das
pessoas divide suas despesas em dois grupos — fixas e não fixas. As despesas fixas
são aquelas que são as mesmas todos os meses e incluem despesas como o seu
aluguel ou financiamento, impostos, água, gás, luz, telefone e outros pagamentos
devidos. Você deve incluir o seu dízimo neste grupo. Despesas não fixas são
aquelas que variam de um mês para o outro e incluem despesas como comida,
roupa, lazer e férias. Não importa o quanto você faz estas coisas, você tem de
descobrir quanto dinheiro está saindo e para onde vai — todo mês.
Descubra Quanto Dinheiro Está Entrando
Uma vez relacionadas as suas despesas, então você precisa relacionar toda a
sua receita. A diferença entre a sua receita e as suas despesas permitirá que você
saiba o estado geral das suas finanças. Se você ganha um centavo a mais do que
gasta, pode estar no caminho para encontrar paz. Mas se você gasta um centavo a
menos do que ganha, a paz sempre vai escapar de você.
A maioria das pessoas que fazem este exercício fica impressionada ao
descobrir como está gastando mais do que está ganhando, ou se existe alguma
sobra, é muito pequena. Sua meta com seu orçamento será chegar a um ponto —
depois de ter cuidado das suas contas — onde você terá dinheiro sobrando.
Se você descobrir que suas "saídas" são maiores que sua "entrada", não se sinta
sozinho nem desanimado. Afinal de contas, o Senhor quer prosperá-lo, e você está
tomando a maravilhosa decisão de lhe obedecer! Embora você tenha algum trabalho
a fazer, este pode ser um tempo tremendamente estimulante por causa de toda a
informação que agora você reuniu.
Busque Como Economizar em Suas Despesas
Eis alguns passos a serem dados. Primeiro, em uma atmosfera de oração,
dependência e fé em Deus, passe por suas despesas não fixas e levante-as diante do
Senhor. Pergunte-se, em cada item, se existe alguma forma mais inteligente ou
menos dispendiosa de fazer isto. Nesta parte do seu orçamento, o Mestre lhe dará
discernimento e permitirá que você veja algumas possibilidades estimulantes de
como você pode gastar seu dinheiro de uma forma mais eficaz. Seu primeiro
objetivo é sair das dívidas e depois certificar-se de que seus gastos estão sob
controle. Isto poderia significar que você terá algumas escolhas incômodas a fazer,
porque a maioria das coisas novas parecem um pouco desagradáveis e estranhas
inicialmente mas, oh! meu amigo, o resultado será uma liberdade e alegria que
você pode nunca ter conhecido!
Deixe-me dar-lhe um exemplo de uma forma que você poderia descobrir de
gastar seu dinheiro com mais sabedoria. Se fizer seu próprio almoço, em vez de
comprá-lo, poderá economizar dois reais ou mais por dia de trabalho. Pode não
parecer muito, mas ao longo de um mês pode chegar a mais de quarenta reais! Se
você conseguir identificar apenas mais duas áreas como esta, terá descoberto mais
de 120 reais por mês que você poderá usar para caminhar na direção da libertação
das dívidas — isto é, depois que tiver pago ao Senhor os seus dízimos. E pense em
quanto mais longe este dinheiro irá com a mão de Deus abençoando-o!
Muito provavelmente, quando você terminar de avaliar, em oração, o seu
orçamento na área das despesas não fixas, terá conseguido alguns ganhos
estimulantes. Pode ser que você nem precise olhar para suas despesas fixas. Pense só
que bênção isso seria!
Mas se você continua quebrado ou tem apenas um pequeno fluxo de caixa,
existe muito mais que ainda pode ser feito, pois você pode ir adiante e examinar seus
custos fixos. Algumas vezes as opções aparentam ser mais limitadas, mas o Mestre
lhe dará um avanço.
Considere estes exemplos. E quanto ao seu aluguel ou financiamento? Existe a
possibilidade de você estar morando em uma casa mais cara do que aquilo que você
pode pagar? Você não deveria considerar a idéia de se mudar para um aluguel mais
barato ou vender sua casa e encontrar outra que se adeqüe melhor aos seus meios? E
quanto à situação do seu carro? Você não está preso a um pagamento alto quando
poderia se virar com um carro não tão caro? Lembre-se: "o pouco é muito com
Deus". Ao tomar o caminho bíblico para a bênção através da obediência, você pode
muito bem descobrir que mora numa casa melhor, ou dirige um carro melhor, pelos
quais pagou menos. Ou pode descobrir que o contentamento que o Senhor lhe dá é
tão forte que você se importa muito pouco com onde você mora ou que carro dirige,
pois você alcançou o maravilhoso amor do Pai.
E não se esqueça de que você não precisa atravessar este processo sozinho. Não só
a presença de Deus estará cercando-o, mas ele também tem dado discernimento
financeiro para as pessoas da sua própria congregação e através de bons livros e fitas
cristãos. Busque aconselhamento com sabedoria, e confie nele, pois a Escritura
declara: "na multidão de conselheiros há segurança" (Pv 11.14).
Determine-se a Ficar Livre de Dívidas...
Deus não quer que seus filhos vivam no cativeiro das dívidas. Estou
absolutamente convencido desta verdade.
Algumas vezes é preciso que consideremos a possibilidade de assumirmos
uma quantia razoável e limitada de dívidas, talvez para comprar uma casa. Mas
talvez a melhor coisa que você pode fazer com relação à administração das suas
finanças é tomar a decisão de nunca entrar em dívidas — pelo menos não por
coisas que não aumentam de valor ao longo do tempo. Quantas pessoas você
conhece que devem mais pelo seus carros do que ele vale? Que cativeiro! E um
cativeiro que o Mestre nunca quis que vivenciássemos.
Nos Estados Unidos, no entanto, onde é bastante fácil obter crédito e os
anunciantes nos tentam a não parar de comprar mais e mais, muitíssimas pessoas
acabam endividadas. E embora sejamos bombardeados com tentações todos os
dias, continua sendo mais verdadeiro do que nunca que "maior é o que está em vós
do que o que está no mundo" (1 Jó 4.4). Assim, deixe-me dar-lhe algumas idéias
práticas de como sair das dívidas.
A maioria dos consultores financeiros diz que é melhor concentrar-se em
apenas uma dívida por vez. Normalmente, uma boa forma de começar é atacando
aquela que tem o saldo mais baixo. Se você tem muitas dívidas, vai precisar manterse fazendo o pagamento mínimo de todas elas.
Dívida
Saldo Devedor
Sears
R$1.000
R$2.000
Visa
MasterCard R$3.000
R$6.000
Total
Pagamento Mínimo Quanto Você Paga de Fato
R$40 + o extra que você enR$40
contra no orçamento + o
extra que Deus lhe dá
R$80
R$80
R$120
R$240
R$120
R$240 +
Uma vez que o Senhor proveu e você está completamente livre da primeira
dívida, concentre-se completamente na segunda dívida, designando pelo menos a
mesma quantia de dinheiro para suas dívidas que antes.
Dívida
Saldo Devedor
Pagamento Mínimo Quanto Você Paga de Fato
Visa
R$2.000
R$80
MasterCard R$3.000
R$5.000
Total
R$120
R$40 + 40 + o extra que você
encontra no orçamento + o
extra que Deus lhe dá
R$120
R$200
R$240 +
A Quantia Paga por Mês' Permanece a Mesma
E, então, continue fazendo isto até que todas as suas dívidas estejam
completamente pagas. Mantenha uma lista das suas dívidas sempre à mão. Quanta
alegria você conhecerá quando puder louvar a Deus por cada dívida paga e por
outro passo no caminho para a liberdade financeira!
... E Mantenha-se Determinado
Manter-se preso a um orçamento requer perseverança. Não sei por quê, mas é
muito fácil "esquecer" convenientemente e comprar "só esta coisinha". Mas
lembre-se: você não deve desistir, pois como declarou o apóstolo Paulo em 2
Timóteo 1.7: "Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, e de
amor, e de moderação".Você descobrirá que uma das ferramentas mais eficazes à
sua disposição para permanecer dentro do seu orçamento é um caderno que
contém as informações de onde o dinheiro está indo. Não é preciso um
computador nem um diploma de matemática para fazer isto. A chave é que você
deve permanecer nele, pegando recibos e escrevendo o que está gastando e,
depois, examinando como você está indo — nunca esquecendo que enquanto você
está fazendo isto, o Senhor está no processo de abençoá-lo infinitamente mais do
que tudo quanto você pediu ou pensou (Ef 3.20).
Se você é casado, vai desfrutar da bênção especial que vem quando faz um
compromisso de experimentar um orçamento como uma equipe. Na verdade, se
incluir seus filhos neste processo, você não só vai ver uma união ainda maior em
sua família, mas também terá a satisfação de saber que está passando um conselho
financeiro sólido para a próxima geração. Sugiro que você use um cartão de sete
por doze centímetros e escreva não só seus objetivos financeiros, mas também os
princípios básicos de prosperidade da Palavra de Deus que o Espírito Santo
chamou mais a atenção em seu coração. Estes princípios podem incluir idéias
como estas:
• O Pai celestial deseja abençoar.
• A alegria da obediência.
• Dar não para receber uma colheita, mas na expectativa da colheita.
• Tornar-se livre de dívidas.
Leve estes objetivos e princípios com você aonde quer que for. Quando estiver
considerando a idéia de comprar ou não um item, sua decisão poderá ficar mais
clara se você se lembrar dos seus objetivos. Esta lembrança constante dos seus
objetivos o ajudará a manter seu orçamento pessoal em perspectiva.
Estabeleça um Celeiro
O celeiro é idéia de Deus. Ao listar as bênçãos da obediência em Deuteronômio
28, a Palavra declara: "O Senhor mandará que a bênção esteja contigo nos teus
celeiros e em tudo o que puseres a tua mão; e te abençoará na terra que te der o
Senhor, teu Deus" (v. 8). Outro termo para celeiro é caderneta de poupança Nos
tempos do Antigo Testamento, os celeiros eram estabelecidos para assegurar que
provisão suficiente, tal como cereal para o alimento, estaria disponível caso uma
fome ou algum outro desastre ocorresse. José foi um dos primeiros a fazer isso
quando fez os egípcios economizarem cereal por sete anos. Quando os sete anos de
fome vieram, havia comida disponível em abundância, o suficiente até para
alimentar os membros da própria família de José (Gn 41-48). O ponto é que não é
apenas uma boa idéia — é uma idéia de Deus — separar alguns dos seus ganhos
em poupança. Deus não está dizendo que você deve juntar dinheiro, mas que é
prudente ter alguns recursos extras separados para suas necessidades inesperadas
ou para as necessidades inesperadas de outras pessoas. Como é maravilhoso ouvir
sobre uma necessidade e, movido pelo Espírito Santo, ter os recursos para ajudar a
suprir a necessidade — sem entrar em dívidas!
O apóstolo Paulo fez uma alusão a esta prática quando aconselhou os
Coríntios: "Ora, quanto à coleta que se faz para os santos, fazei vós também o
mesmo que ordenei às igrejas da Galácia. No primeiro dia da semana, cada um de
vós ponha de parte o que puder ajuntar, conforme a sua prosperidade, para que se
não façam as coletas quando eu chegar. E, quando tiver chegado, mandarei os que
por cartas aprovardes, para levar a vossa dádiva a Jerusalém" (1 Co 16.1-3). Note
que eles deveriam separar dinheiro no domingo, para seus celeiros pessoais, a fim
de que, quando Paulo ou seus emissários aparecessem, a oferta já estivesse pronta,
esperando. Mesmo que você esteja com dívidas, é uma boa idéia fazer um pequeno
orçamento para seu celeiro pessoal.
Quando você estiver sem dívidas, quanto você deveria tentar economizar? Creio
que a Palavra de Deus lhe dá liberdade de ação nesta área. Você deve usar o bom
senso que Deus lhe deu. Se você tem uma ocupação sazonal, e então, pode ser que
enfrente longos períodos sem trabalho, então você precisa economizar mais dinheiro do
que alguém que possui uma renda bastante estável. Um bom número inteiro para se
começar é 10%, significando que você daria 10% para o Senhor e depois tivesse como
meta economizar 10% e viveria com os outros 80%. Mas parte desta aventura é
permitir que o Espírito Santo o dirija.
O importante é mantermos o equilíbrio entre ter muito pouco ou demais. Com
isto estou querendo dizer que temos o suficiente em nossos celeiros para cuidar de
emergências e oportunidades especiais para dar, mas não tanto que acabemos ficando
dependentes do nosso dinheiro como nossa fonte de segurança. Nunca se esqueça
de que confiamos no Senhor, não em nossas finanças.
A parábola que nosso bendito Mestre contou do homem que confiava em suas
riquezas é mais apropriada hoje do que nunca. Nesta passagem lemos:
E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de
qualquer não consiste na abundância do que possui. E propôs-lhes uma
parábola, dizendo: A herdade de um homem rico tinha produzido com
abundância; e arrazoava ele entre si, dizendo: Que farei? Não tenho onde
recolher os meus frutos. E disse: Farei isto: Derribarei os meus celeiros, e
edificarei outros maiores, e ali recolherei todas as minhas novidades e os meus
bens; e direi à minha alma: Alma, tens em depósito muitos bens, para muitos
anos; descansa, come, bebe e folga. Mas Deus lhe disse: Louco, esta noite te
pedirão a tua alma, e o que tens preparado para quem será? Assim é aquele que
para si ajunta tesouros e não é rico para com Deus (Lc 12.15-21).
Esteja Consciente das Estratégias de Satanás
O Senhor Jesus declarou sem rodeios em João 10.10: "O ladrão não vem senão
a roubar, a matar e a destruir; eu vim para que tenham vida e a tenham com
abundância". As técnicas que Satanás usa para roubar, matar e destruir são aquelas
que ele tem usado repetidas vezes e vem requintando habilmente. Mas suas
técnicas não são secretas, nem nós as ignoramos, pois o apóstolo Paulo declarou
em 2 Coríntios 2.10-11(V.R.): "... para que Satanás não leve vantagem sobre nós;
porque não ignoramos as suas maquinações".
Uma das áreas especialmente destrutivas onde Satanás pratica seus esquemas
é na área das finanças. Realmente, especialistas em finanças pessoais concordam
que certas situações são um problema para muitas pessoas. Eu as chamo de
armadilhas do dinheiro e temos sabedoria para reconhecermos quais são elas e
ficarmos longe. No entanto, como estas coisas são muito problemáticas, você e eu
podemos ser e somos mais que vencedores através daquele que nos amou e a si
mesmo se deu por nós. Aqui vão dez dos ardis financeiros preferidos de Satanás:
1. Seduzi-lo para fazer com que você compre com cartões de crédito.
Estes pedacinhos de plástico podem se transformar em monstros de dívidas!
Quase todo mundo que tem um problema sério com dívidas usou cartões de
crédito de forma errada. Não são apenas os cartões mais importantes como o Visa
ou o MasterCard que podem se tornar um problema. Quase toda loja em que você
entra quer colocar mais plásticos em sua carteira. Mas você não precisa de mais
cartões de crédito, nem de limites de crédito mais altos. Você precisa da bênção do
Pai, que está disponível através da obediência. Quando você foi pré-aprovado pelo
Pai, não precisa ser pré-aprovado por mais ninguém. Assim, em quase todas as
situações, comprar com um cartão de crédito pode colocá-lo em perigo e distraí-lo
dos seus objetivos financeiros.
É claro, algumas vezes você pode precisar de um cartão de crédito para fazer uma
compra de emergência ou extraordinária. Se isto acontecer, tenha como meta
separar o dinheiro para pagar toda a quantia imediatamente — na verdade, tente
fazer um cheque para a empresa do cartão de crédito no mesmo dia. Na maior parte
do tempo, entretanto, recomendo que você só tenha um ou dois cartões de crédito e
guarde-os em um lugar seguro em casa. Se não carregá-los com você, ficará bem
menos tentado a tomar decisões ruins de compra. Fazer isso permitirá que você
tenha um período bastante necessário para esfriar enquanto vai até sua casa para
pegar seu cartão de crédito e pensar se realmente tem uma opinião firme com
relação à compra — e se está disposto a incorrer na dívida necessária para efetuar a
compra.
2. Seduzi-lo para fazer com que você considere apenas o "pagamento mensal mínimo"
ou "um pagamento mensal baixo".
Esta armadilha está relacionada aos cartões de crédito. Se você acumular
algumas dívidas em seu cartão, a fatura mensal exigirá que você faça pelo menos
um pequeno pagamento mínimo mensal. Isto parece tão bom — qualquer pessoa
pode pagar dez ou vinte reais no cartão e depois ir comprar mais! É isto o que o
pessoal do cartão de crédito quer que você faça — comprar mais. E enquanto isso,
você pagará uma alta taxa de juros todos os meses. E se você não parar de comprar
com o cartão, o pagamento mínimo poderá nunca deixar sua fatura paga, porque os
juros irão crescer praticamente tão rapidamente quanto seu pagamento.
Além disso, pense em quantas vezes você esteve olhando um carro ou um
aparelho melhor e o vendedor prometeu com o sorriso mais simpático: "Você pode
possuí-lo por apenas 99 reais por mês. Você pode pagar apenas 99 reais por mês,
não pode?" E muitos de nós concluímos que podemos pagar apenas 99 reais por
mês. O problema é que o vendedor pode não mencionar que a taxa de juros é tão
alta que você vai pagar "apenas 99 reais por mês" durante sessenta meses! Sempre
descubra o custo total daquilo que você está comprando — incluindo os juros. E
então você poderá decidir se "apenas 99 reais por mês" acaba sendo um negócio
tão bom assim.
3. Seduzi-lo para fazer com que você compre impulsivamente de
catálogos por reembolso postal.
Praticamente todos os dias um daqueles catálogos de luxo, feitos em quatro
cores, aparece na caixa do correio. É tão conveniente! Tudo o que você precisa
fazer é ligar para um disque-0800 (uma ligação "gratuita") e usar — adivinha o quê!
— seu cartão de crédito. Esta pode ser a forma mais fácil de se entrar em dívidas. Se
catálogos são muito tentadores para você, mande tirar seu nome da lista postal. Ou
coloque o catálogo na lata do lixo no caminho entre a caixa do correio e sua casa.
4. Seduzi-lo para fazer com que você compre comestíveis quando estiver
com fome.
A maioria dos especialistas financeiros dá este conselho. Quanto mais
faminto você estiver, provavelmente, você encherá mais seu carrinho com o que
parece bom naquele momento. Se o seu estômago estiver cheio quando for às
compras, será mais fácil concentrar-se na sua lista de compras — não no tamanho
da sua fome.
5. Seduzi-lo para fazer com que você desperdice dinheiro e tempo em
planos para enriquecer rapidamente.
Alguém disse certa vez que se "alguma coisa é boa demais para ser verdade, ela
é boa demais para ser verdade!" Comerciais de tarde da noite fariam você acreditar
que a riqueza está a apenas um disque-0800 de distância. Se realmente estivesse,
todo mundo não estaria rico? Não caia nos planos para enriquecer rapidamente,
independentemente da fonte. Se você tem perguntas acerca de alguma oportunidade
para fazer dinheiro, faça-as até obter boas respostas. E não hesite em pedir
conselhos a outras pessoas.
6. Seduzi-lo para fazer com que você desperdice dinheiro e tempo
com jogo.
É de se esperar que isso seja óbvio para você, mas com tanto jogo por todos os
Estados Unidos, mais e mais pessoas estão pensando que deve haver uma forma de
enriquecer ou de ficar sem dívidas. Nada poderia estar mais longe da verdade! Não
desperdice seu dinheiro. Em vez de jogar estes jogos de marcar, arranhar ou na
Loto, coloque o dinheiro que o Pai confiou a você no pagamento de suas dívidas ou
em seu celeiro para prover à sua própria subsistência e para abençoar outras pessoas.
E, então, em vez de jogar fora seu dinheiro, você agradará ao Pai investindo na
eternidade.
7. Seduzi-lo para fazer com que você gaste excessivamente em férias
e presentes.
É uma triste verdade que muitos cristãos começam a ter problemas financeiros
porque compram muitos presentes de Natal a crédito. Aposto que Satanás dá uma
boa gargalhada explorando nossas celebrações do nascimento do nosso amado
Salvador para nos levar a um perverso cativeiro financeiro que rouba a alegria.
Não se engane. É maravilhoso dar presentes às pessoas, assim como nosso Pai
celestial dá presentes para nós. Mas é preciso que usemos o bom senso, estejamos
presos aos nossos objetivos financeiros e orçamentos, e paguemos a vista! É
notório mas tão verdadeiro que é a atenção do presente e não seu custo que é o que
importa no final — e é o que vale.
8. Seduzi-lo para fazer com que você tome decisões financeiras sem
seu cônjuge.
Se você é casado, seu cônjuge deve ser seu parceiro na tomada de decisões
sobre dinheiro. Vocês dois devem concordar acerca das metas financeiras da
família e compreender o orçamento. Conversem e orem juntos sobre como usar o
dinheiro do Senhor. Brigas por causa de dinheiro causam mais mágoas em
casamentos do que praticamente qualquer outra questão, e geralmente a
discordância se torna tão séria que resulta em divórcio. Não permita que isto
aconteça dentro da sua casa. Sejam uma equipe no que se refere às finanças.
9. Seduzi-lo para fazer com que você compre coisas que não tenham
uma utilidade real para você.
Quantas coisas você tem na garagem ou em um armário que você quase nunca
usou e agora não sabe o que fazer com elas? Você realmente precisava daquele
aparelhinho? E não me entenda mal. Não estou dizendo que toda compra tem de
ter uma necessidade para ser bíblica. Afinal de contas, o nosso Deus deleita-se em
nos dar coisas boas. Todavia, você estará exercitando uma sabedoria divina se for
bastante cuidadoso ao comprar coisas que não possuem um propósito de utilidade
em sua vida cotidiana — e ao vender ou dar aquelas coisas que não estão fazendo
nada por você a não ser ocupar espaço.
10. Seduzi-lo para fazer com que você seja fiador de outra pessoa.
Muitos bons relacionamentos com membros da família e amigos foram
arruinados na assinatura de um empréstimo em favor de outra pessoa. Pode haver
um excelente motivo para endossar um empréstimo, mas nunca se esqueça de que,
ao fazê-lo, você assume a responsabilidade quando vence o empréstimo — e você
pode muito bem acabar pagando-o ou tendo o seu crédito prejudicado no processo.
Se, em espírito de oração, você estiver disposto a correr o risco e tem recursos
para pagar o empréstimo, então é claro que você pode querer ajudar alguém desta
forma. Apenas certifique-se de estudar cuidadosamente o que diz Provérbios 6.1-5
primeiro.
Eu poderia dizer muito mais, mas estas são as estratégias mais mortais do
maligno. Existem muitos bons livros e fitas disponíveis. Peça sugestões na sua
igreja, ou pare em uma livraria cristã para encontrar o material que você necessita.
Proveja à Subsistência de Outras Pessoas —
Lembrando-se de que o Melhor Investimento é para
a Eternidade
O apóstolo Paulo deu este mandamento inclusivo para aqueles que são da
família da fé em Gaiatas 6.10 (V.R.), quando ele declara: "Então, enquanto temos
oportunidade, façamos o bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé".
Agora vamos examinar este versículo, frase por frase:
• “Enquanto temos oportunidade" — depois de termos sido
obedientes na área dos dízimos e de provermos adequadamente a nós
mesmos e às nossas famílias. Veja, não temos realmente a oportunidade
de prover às outras pessoas se ainda temos de ser obedientes na área dos
dízimos e no suprimento a nós mesmos e às nossas famílias.
• “Façamos o bem a todos" — pessoas de fora das nossas famílias
que possamos abençoar.
• “Mas principalmente aos domésticos da fé" — proveja
financeiramente primeiro aqueles que sustentam o nome do Senhor, depois
os que não sustentam.
Quando seguimos esta estratégia simples, prática e bíblica, não
estamos apenas embarcando no caminho bíblico para a bênção, mas
descobriremos o segredo a que Norman Macewan aludiu quando
declarou:
A felicidade não está tanto
em ter ou dividir.
Ganhamos a vida
através daquilo que conseguimos,
mas ganhamos uma vida
através daquilo que damos.5
CAPÍTULO 12
Grandíssimas e Preciosas Promessas
Promessas Para Participar... e Escapar
Oh! como eu amo o estímulo que o apóstolo Pedro colocou diante de nós quando
declarou em 2 Pedro 1.3-11:
Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e
piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude,
pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por
elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção
que, pela concupiscência, há no mundo. E vós também, pondo nisto mesmo
toda a diligência, acrescentai à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à
ciência temperança, e à temperança paciência, e à paciência piedade, e à
piedade amor fraternal; e ao amor fraternal caridade. Porque, se em vós houver
e abundarem estas coisas, não vos deixarão ociosos nem estéreis no
conhecimento de nosso Senhor Jesus Cristo. Pois aquele em quem não há estas
coisas é cego, nada vendo ao longe, havendo-se esquecido da purificação dos
seus antigos pecados. Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a
vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.
Porque assim vos será amplamente concedida a entrada no reino eterno de
nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo.
Simplesmente tudo o que resulta em vida e piedade encontra-se no Senhor
Jesus. Nesta passagem das Escrituras, o apóstolo Pedro chamou atenção especial
para as promessas que o Mestre nos deu em sua Palavra. Ao vivermos a verdade
das promessas da Palavra que o Pai se regozija em nos estender, podemos não só
participar da natureza divina, mas também "escapar da corrupção que, pela
concupiscência, há no mundo" (2 Pe 1.4). Verdadeiramente, somos "mais do que
vencedores, por aquele que nos amou" (Rm 8.37).
Problemas que se Tornarão Realidade
O comunicado do rei Salomão à congregação de Israel é
simplesmente tão verdadeiro hoje quanto foi quando ele o emitiu
há tanto tempo, declarando em
IReis 8.56: "Bendito seja o
“Senhor, que deu repouso ao seu povo Israel, segundo tudo o que disse; nem uma
só palavra caiu de todas as suas boas palavras que falou pelo ministério de Moisés,
seu servo”. Eu comecei este livro com uma música e quero relembrá-lo de uma
parte de sua letra:
Pois com Deus, nada é impossível!
Não é possível ser impossível.
E com Deus, toda promessa se tornará realidade,
Porque temos certeza de todas as coisas que ele pode fazer.1
Promessas...
Para aquele que Dá com Fidelidade
Nesta parte do livro, selecionei 129 promessas-chave da Palavra de Deus que
creio que lhe darão o desafio e o estímulo que você precisa para entregar-se à
vontade de Deus e vigiar com expectativa e confiança nele para abençoá-lo. Nunca
se esqueça de que nos entregamos em obediência não a fim de sermos abençoados,
mas na expectativa da bênção, porque sabemos do grande amor e da generosidade
do Pai para com seus filhos.
Eis o que sugiro que você faça para obter o benefício máximo tanto deste
capítulo quanto deste livro. Incorpore estas promessas e passagens em seu período
diário de oração e estudo bíblico. Se você ler uma ou duas pela manhã, e mais
uma ou duas à noite, terá lido estas promessas em um mês ou dois. Se concentrar-se
em apenas uma por dia, terá lido todas em cerca de quatro meses. Não deixe de
grifá-las e salientá-las e de fazer anotações quando estudá-las. Encontre-as em sua
Bíblia e estude o contexto. Além disso, não se esqueça de ler as promessas
repetidamente. Quando tiver passado por todas elas, passe novamente e depois de
novo! O Espírito Santo vai gravar algumas em particular em seu coração. Pense na
idéia de escrevê-las em um cartão e carregá-las com você em sua bolsa ou carteira.
1. Gênesis 1.26-28
E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa
semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre
o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo o réptil que se move sobre a terra. E
criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea
os criou. E Deus os abençoou, e Deus lhes disse: Frutificai, e multiplicai-vos, e
enchei a terra, e sujeitai-a; e dominai sobre os peixes do mar, e sobre as aves
dos céus, e sobre todo o animal que se move sobre a terra.
2. Gênesis 22.15-17
Então, o anjo do Senhor bradou a Abraão pela segunda vez desde os céus e
disse: Por mim mesmo, jurei, diz o Senhor: Porquanto fizeste esta ação e não
me negaste o teu filho, o teu único, que deveras te abençoarei e
grandissimamente multiplicarei a tua semente como as estrelas dos céus e
como a areia que está na praia do mar; e a tua semente possuirá a porta dos
seus inimigos.
3. Êxodo 12.36
E o Senhor deu graça ao povo em os olhos dos egípcios, e emprestavam-lhes;
e eles despojavam aos egípcios.
4. Levítico 26.3-9
Se andardes nos meus estatutos, e guardardes os meus mandamentos, e os
fizerdes, então eu vos darei as vossas chuvas a seu tempo; e a terra dará a sua
novidade, e a árvore do campo dará o seu fruto; e a debulha se vos chegará à
vindima, e a vindima se chegará à sementeira; e comereis o vosso pão a fartar
e habitareis seguros na vossa terra. Também darei paz na terra; e dormireis
seguros, e não haverá quem vos espante; e farei cessar os animais nocivos da
terra, e pela vossa terra não passará espada. E perseguireis os vossos inimigos,
e cairão à espada diante de vós. Cinco de vós perseguirão um cento, e cem de
vós perseguirão dez mil; e os vossos inimigos cairão à espada diante de vós. E
para vós olharei, e vos farei frutificar, e vos multiplicarei, e confirmarei o meu
concerto convosco.
5. Números 6.22-27
E falou o Senhor a Moisés, dizendo: Fala a Arão e a seus filhos, dizendo: Assim
abençoareis os filhos de Israel, dizendo-lhes: O Senhor te abençoe e te guarde;
o Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e tenha misericórdia de ti; o
Senhor sobre ti levante o seu rosto e te dê a paz. Assim, porão o meu nome sobre
os filhos de Israel, e eu os abençoarei.
6. Deuteronômio 8.18, V.R.
Antes te lembrarás do Senhor, teu Deus, porque ele é o que te dá força para
adquirires riquezas; a fim de confirmar o seu pacto, que jurou a teus pais,
como hoje se vê.
7. Deuteronômio 14.22-23
Certamente darás os dízimos de toda a novidade da tua semente, que cada ano se
recolher do campo. E, perante o Senhor, teu Deus, no lugar que escolher para
ali fazer habitar o seu nome, comereis os dízimos do teu grão, do teu mosto e
do teu azeite, e os primogênitos das tuas vacas e das tuas ovelhas; para que
aprendas a temer ao Senhor, teu Deus, todos os dias.
8. Deuteronômio 26.1-2, 18-19
E será que, quando entrares na terra que o Senhor, teu Deus, te der por herança,
e a possuíres, e nela habitares, então tomaras das primícias de todos os frutos
da terra que trouxeres da tua terra, que te dá o Senhor, teu Deus, e as porás
num cesto, e irás ao lugar que escolher o Senhor, teu Deus, para ali fazer
habitar o seu nome. [...] E o Senhor hoje te fez dizer que lhe serás por povo seu
próprio, como te tem dito, e que guardarás todos os seus mandamentos; para
assim te exaltar sobre todas as nações que fez, para louvor, e para fama, e para
glória, e para que sejas um povo santo ao Senhor, teu Deus, como tem dito.
9. Deuteronômio 28.1-13
E será que, se ouvires a voz do Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar
todos os seus mandamentos que eu te ordeno hoje, o Senhor, teu Deus, te
exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e
te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor, teu Deus: Bendito serás tu na
cidade e bendito serás no campo. Bendito o fruto do teu ventre, e o fruto da
tua terra, e o fruto dos teus animais, e a criação das tuas vacas, e os rebanhos
das tuas ovelhas. Bendito o teu cesto e a tua amassadeira. Bendito serás ao
entrares e bendito serás no saíres. O Senhor entregará os teus inimigos que se
levantarem contra ti feridos diante de ti; por um caminho sairão contra ti, mas
por sete caminhos fugirão diante de ti. O Senhor mandará que a bênção esteja
contigo nos teus celeiros e em tudo o que puseres a tua mão; e te abençoará na
terra que te der o Senhor, teu Deus. O Senhor te confirmará para si por povo
santo, como te tem jurado, quando guardares os mandamentos do Senhor, teu
Deus, e andares nos seus caminhos. E todos os povos da terra verão que és
chamado pelo nome do Senhor e terão temor de ti. E o Senhor te fará abundar
de bens no fruto do teu ventre, e no fruto dos teus animais, e no fruto da tua
terra, sobre a terra que o Senhor jurou a teus pais te dar. O Senhor te abrirá o
seu bom tesouro, o céu, para dar à tua terra a chuva no seu tempo, e para
abençoar toda a obra das tuas mãos; e emprestarás a muitas gentes, porém tu
não tomaras emprestado. E o Senhor te porá por cabeça e não por cauda; e só
estarás em cima e não debaixo, quando obedeceres aos mandamentos do
Senhor, teu Deus, que hoje te ordeno, para os guardar e fazer.
10. Deuteronômio 33.27
O Deus eterno te seja por habitação, e por baixo sejam os braços eternos; e ele
lance o inimigo de diante de ti e diga: Destrói-o.
11. Josué 1.8
Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes, medita nele dia e noite, para
que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque,
então, farás prosperar o teu caminho e, então, prudentemente te conduzirás.
12. Juízes 5.12-13, V.R.
Desperta, desperta, Débora; desperta, desperta, entoa um cântico; levanta-te,
Baraque, e leva em cativeiro os teus prisioneiros, tu, filho de Abinoão. Então
desceu o restante dos nobres e do povo; desceu o Senhor por mim contra os
poderosos.
13.
Rute 4.15, V.R.
Ele será restaurador da tua vida e consolador da tua velhice, pois tua nora, que
te ama, o deu à luz; ela te é melhor do que sete filhos.
14. 1 Samuel 2.27-30
E veio um homem de Deus a Eli e disse-lhe: Assim diz o Senhor: Não me
manifestei, na verdade, à casa de teu pai, estando eles ainda no Egito, na casa de
Faraó? E eu o escolhi dentre todas as tribos de Israel para sacerdote, para
oferecer sobre o meu altar, para acender o incenso e para trazer o éfode perante
mim; e dei à casa de teu pai todas as ofertas queimadas dos filhos de Israel. Por
que dais coices contra o sacrifício e contra a minha oferta de manjares, que
ordenei na minha morada, e honras a teus filhos mais do que a mim, para vos
engordardes do principal de todas as ofertas do meu povo de Israel? Portanto,
diz o Senhor, Deus de Israel: Na verdade, tinha dito eu que a tua casa e a casa de
teu pai andariam diante de mim perpetuamente; porém, agora diz o Senhor:
Longe de mim tal coisa, porque aos que me honram, honrarei, porém os que
me desprezam serão envilecidos.
15. 2 Samuel 22.17-20, 29-37
Desde o alto enviou e me tomou; tirou-me das muitas águas. Livrou-me do
meu possante inimigo e daqueles que me tinham ódio, porque eram mais fortes
do que eu. Encontraram-me no dia da minha calamidade, porém o Senhor se fez
o meu esteio. E tirou-me para o largo e arrebatou-me dali, porque tinha prazer
em mim. [...]Porque tu, Senhor, és a minha candeia; e o Senhor esclarece as
minhas trevas. Porque contigo passo pelo meio dum esquadrão, pelo meu Deus
salto um muro. O caminho de Deus é perfeito, e a palavra do Senhor, refinada; e
é o escudo de todos os que nele confiam. Porque, quem é Deus, senão o
Senhor? E quem é rochedo, senão o nosso Deus? Deus é a minha fortaleza e a
minha força, e ele perfeitamente desembaraça o meu caminho. Faz ele os meus
pés como os das cervas e me põe sobre as minhas alturas. Instrui as minhas
mãos para a peleja, de maneira que um arco de cobre se quebra pelos meus
braços. Também me deste o escudo da tua salvação e, pela tua brandura, me
vieste a engrandecer. Alargaste os meus passos debaixo de mim, e não
vacilaram os meus artelhos.
16. 1 Reis 2.1-3
E aproximaram-se os dias da morte de Davi, e deu ele ordens a Salomão, seu
filho, dizendo: Eu vou pelo caminho de toda a terra. Esforça-te, pois, e sê
homem. E guarda a observância no Senhor, teu Deus, para andares nos seus
caminhos e para guardares os seus estatutos, e os seus mandamentos, e os seus
juízos, e os seus testemunhos, como está escrito na lei de Moisés, para que
prosperes em tudo quanto fizeres, para onde quer que te voltares.
17. 1 Reis 8.56
Bendito seja o Senhor, que deu repouso ao seu povo Israel, segundo tudo o
que disse; nem uma só palavra caiu de todas as suas boas palavras que falou
pelo ministério de Moisés, seu servo.
18. 1 Reis 17.10-16
Então, ele se levantou, e se foi a Zarefate. E, chegando à porta da cidade, eis que
estava ali uma mulher viúva apanhando lenha; e ele a chamou e lhe disse: Trazeme, peço-te, num vaso um pouco d’água que beba. E, indo ela a buscá-la, ele a
chamou e lhe disse: Traze-me, agora, também um bocado de pão na tua mão.
Porém ela disse: Vive o Senhor, teu Deus, que nem um bolo tenho, senão
somente um punhado de farinha numa panela e um pouco de azeite numa botija;
e, vês aqui, apanhei dois cavacos e vou prepará-lo para mim e para o meu filho,
para que o comamos e morramos. E Elias lhe disse: Não temas; vai, faze
conforme a tua palavra. Porém faze disso primeiro para mim um bolo pequeno
e traze-mo para fora; depois, farás para ti e para teu filho. Porque assim diz o
Senhor, Deus de Israel: A farinha da panela não se acabará, e o azeite da botija
não faltará, até ao dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra. E foi ela e fez
conforme a palavra de Elias; e assim comeu ela, e ele, e a sua casa muitos dias. Da
panela a farinha se não acabou, e da botija o azeite não faltou, conforme a
palavra do Senhor, que falara pelo ministério de Elias.
19. 2 Reis 4.1-7
E uma mulher, das mulheres dos filhos dos profetas, clamou a Eliseu, dizendo:
Meu marido, teu servo, morreu; e tu sabes que o teu servo temia ao Senhor. E
veio o credor a levar-me os meus dois filhos para serem servos. E Eliseu lhe disse:
Que te hei de eu fazer? Declara-me que é o que tens em casa. E ela disse: Tua serva
não tem nada em casa, senão uma botija de azeite. Então disse ele: Vai, pede
para ti vasos emprestados a todos os teus vizinhos, vasos vazios, não poucos.
Então, entra, e fecha a porta sobre ti e sobre teus filhos, e deita o azeite em todos
aqueles vasos, e põe à parte o que estiver cheio. Partiu, pois, dele e fechou a
porta sobre si e sobre seus filhos; e eles lhe traziam os vasos, e ela os enchia. E
sucedeu que, cheios que foram os vasos, disse a seu filho: Traze-me ainda um
vaso. Porém ele lhe disse: Não há mais vaso nenhum. Então, o azeite parou.
Então, veio ela e o fez saber ao homem de Deus; e disse ele: Vai, vende o azeite e
paga a tua dívida; e tu e teus filhos vivei do resto.
20. 1 Crônicas 29.10-13
Pelo que Davi louvou ao Senhor perante os olhos de toda a congregação; e
disse Davi: Bendito és tu, Senhor, Deus de nosso pai Israel, de eternidade em
eternidade. Tua é, Senhor, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a
majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu é, Senhor, o
reino, e tu te exaltaste sobre todos como chefe. E riquezas e glórias vêm de
diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua
mão está o engrandecer e dar força a tudo. Agora, pois, ó Deus nosso, graças
te damos e louvamos o nome da tua glória.
21. 2 Crônicas 20:22-27
E, ao tempo em que começaram com júbilo e louvor, o Senhor pôs emboscadas
contra os filhos de Amom e de Moabe e os das montanhas de Seir, que vieram
contra Judá, e foram desbaratados. Porque os filhos de Amom e de Moabe se
levantaram contra os moradores das montanhas de Seir, para os destruir e
exterminar; e, acabando eles com os moradores de Seir, ajudaram uns aos
outros a destruir-se. Entretanto, chegou Judá à atalaia do deserto; e olharam
para a multidão, e eis que eram corpos mortos, que jaziam em terra, e nenhum
escapou. E vieram Jeosafá e o seu povo para saquear os seus despojos e
acharam neles fazenda e cadáveres em abundância, assim como vasos preciosos;
e tomaram para si tanto, que não podiam levar mais; e três dias saquearam o
despojo, porque era muito. E, ao quarto dia, se ajuntaram no vale de Beraca;
porque ali louvaram o Senhor. Por isso, chamaram o nome daquele lugar o vale
de Beraca, até ao dia de hoje. Então, voltaram todos os homens de Judá e de
Jerusalém, e Jeosafá à frente deles, para virem a Jerusalém com alegria, porque
o Senhor os alegrara acerca dos seus inimigos.
22. 2 Crônicas 26.5
Porque deu-se a buscar a Deus nos dias de Zacarias, entendido nas visões de
Deus; e, nos dias em que buscou o Senhor, Deus o fez prosperar.
23. Esdras 8.22-23
A mão do nosso Deus é sobre todos os que o buscam para o bem, mas a sua
força e a sua ira, sobre todos os que o deixam. Nós, pois, jejuamos e pedimos
isto ao nosso Deus, e moveu-se pelas nossas orações.
24. Neemias 5.1-4, 11-12
Foi, porém, grande 'o clamor do povo e de suas mulheres contra os judeus, seus
irmãos. Porque havia quem dizia: Com nossos filhos e nossas filhas, nós somos
muitos; pelo que tomemos trigo, para que comamos e vivamos. Também havia
quem dizia: As nossas terras, ali nossas vinhas e as nossas casas empenhamos,
para tomarmos trigo, nesta fome. Também havia quem dizia: Tomamos
dinheiro emprestado até para o tributo do rei, sobre as nossas terras e as nossas
vinhas. [...] Restituí-lhes hoje, vos peço, as suas terras, as suas vinhas, os seus olivais
e as suas casas, como também o centésimo do dinheiro, do trigo, do mosto e do
azeite, que vós exigis deles. Então, disseram: Restituir-lho-emos e nada
procuraremos deles; faremos assim como dizes. Então, chamei os sacerdotes e os
fiz jurar que fariam conforme esta palavra.
25. Ester 2.15
E alcançava Ester graça aos olhos de todos quantos a viam.
26. Jó 5.19-22
Em seis angústias, te livrará; e, na sétima, o mal te não tocará. Na fome, te
livrará da morte; e, na guerra, da violência da espada. Do açoite da língua
estarás abrigado; e não temerás a assolação, quando vier. Da assolação e da
fome te rirás; e os animais da terra não temerás.
27. Jó 8.7
O teu princípio, na verdade, terá sido pequeno, mas o teu último estado crescerá
em extremo.
28. Jó 8.20-22
Eis que Deus não rejeita ao reto; nem toma pela mão os malfeitores; até que de
riso te encha a boca, e os teus lábios, de louvor. Teus aborrecedores se vestirão
de confusão, e a tenda dos ímpios não existirá mais.
29. Jó 22.21-28
Une-te, pois, a ele, e tem paz, e, assim, te sobrevirá o bem. Aceita, peço-te, a lei da
sua boca e põe as suas palavras no teu coração. Se te converteres ao Todo-
poderoso, serás edificado; afasta a iniqüidade da tua tenda. Então, amontoarás
ouro como pó e o ouro de Ofir, como pedras dos ribeiros. E até o Todopoderoso te será por ouro e por prata amontoada. Porque, então, te deleitarás
no Todo-poderoso e levantarás o teu rosto para Deus. Tu orarás a ele, e ele te
ouvirá; e pagarás os teus votos. Determinando tu algum negócio, ser-te-á firme,
e a luz brilhará em teus caminhos.
30. Jó 27.13-17
Eis qual será, da parte de Deus, a porção do homem ímpio e a herança que os
tiranos receberão do Todo-poderoso: Se os seus filhos se multiplicarem, será
para a espada, e os seus renovos se não fartarão de pão. Os que ficarem dele, na
morte serão enterrados, e as suas viúvas não chorarão. Se amontoar prata como
pó, e aparelhar vestidos como lodo, ele os aparelhará, mas o justo os vestirá, e
o inocente repartirá a prata.
31. Jó 42.10, 12
Mudou o Senhor a sorte de Jó, quando este orava pelos seus amigos; e deu-lhe
o dobro de tudo o que antes possuíra. [...] Assim abençoou o Senhor o último
estado de Jó mais do que o primeiro; porque veio a ter catorze mil ovelhas, seis
mil camelos, mil juntas de bois e mil jumentas.
32. Salmo 1.1-3
Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, não se
detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
Antes, tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite.
Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na
estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará.
33. Salmo 23.1
O Senhor é o meu pastor; nada me faltará.
34. Salmo 34.8-10
Provai e vede que o Senhor é bom; bem-aventurado o homem que nele confia.
Temei ao Senhor, vós os seus santos, pois não têm falta alguma aqueles que o
temem. Os filhos dos leões necessitam e sofrem fome, mas aqueles que
buscam ao Senhor de nada têm falta.
35. Salmo 35.27-28
Cantem5 e alegrem-se os que amam a minha justiça, e digam continuamente:
O Senhor, que ama a prosperidade do seu servo, seja engrendecido. E assim a
minha língua falará da tua justiça e do teu louvor todo o dia.
36. Salmo 37.3-9
Confia no Senhor e faze o bem; habitarás na terra e, verdadeiramente, serás
alimentado. Deleita-te também no Senhor, e ele te concederá o que deseja o que
deseja o teu coração. Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele tudo
fará. E ele fará sobressair a tua justiça como a luz; e o teu juízo, como o meiodia. Descansa no Senhor e espera nele; não te indignes por causa daquele que
propera em seu caminho, por causa do homem que executa astutos intentos.
Deixa a ira e abandona o furor; não te indignes para fazer o mal. Porque os
malfeitores serão desarraigados; mas aqueles que esperam no Senhor
herdarão a terra.
37. Salmo 41.1-3
Bem-aventurado é aquele que atende ao pobre; o Senhor o livrará no dia do
mal. O Senhor o livrará e o conservará em vida; será abençoado na terra, e tu
não o entregarás à vontade de seus inimigos. O Senhor o sustentará no leito da
enfermidade; tu renovas a sua cama na doença.
38. Salmo 68.11-12, 19
O Senhor deu a palavra; grande era o exército dos que anunciavam as boasnovas. Reis de exércitos fugiram à pressa; e aquele que ficava em casa repartia
os despojos. [...] Bendito seja o Senhor, que de dia em dia nos cumula de
benefícios; o Deus que é a nossa salvação. (Sela).
39. Salmo 73.23-26
Todavia, estou de continuo contigo; tu me seguraste pela minha mão direita.
Guiar-me-ás com o teu conselho e, depois, me receberás em glória. A quem
tenho eu no céu sendo a ti? E na terra não há quem eu deseje além de ti. A
minha carne e o meu coração desfalecem; mas Deus é a fortaleza do meu
coração e a minha porção para sempre.
40. Salmo 75.6-7
Porque nem do Oriente, nem do Ocidente, nem do deserto vem a exaltação.
Mas Deus é o juiz; a um abate e a outro exalta.
41. Salmo 84.11-12
Porque o Senhor Deus é um sol e escudo; O Senhor dará graça e glória; não
negará bem algum aos que andam na retidão.
Senhor dos Exércitos, bem-aventurado o homem que em ti põe a sua
confiança.
42. Salmo 91.9-16
Porque tu, ó Senhor, és o meu refúgio! O Altíssimo é a tua habitação.
Nenhum mal te sucederá, nem praga alguma chegará à tua tenda. Porque aos
seus anjos dará ordem a teu respeito, para te guardarem em todos os teus
caminhos. Eles te sustentarão nas suas mãos, para que não tropeces com o teu
pé em pedra. Pisarás o leão e o áspide; caiçaras aos pés o filho do leão e a
serpente. Pois que tão encarecidamente me amou, também eu o livrarei; pô-loei num alto retiro, porque conheceu o meu nome. Ele me invocará, e eu lhe
responderei; estarei com ele na angústia; livrá-lo-ei e o glorificarei. Dar-lhe-ei
abundância de dias e lhe mostrarei a minha salvação.
43. Salmo 103.1-5
Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e tudo o que há em mim bendiga o seu
santo nome. Bendize, ó minha alma, ao Senhor, e não te esqueças de nenhum
de seus benefícios. É ele que perdoa todas as tuas iniqüidades e sara todas as
tuas enfermidades; quem redime a tua vida da perdição e te coroa de
benignidade e de misericórdia; quem enche a tua boca de bens, de sorte que a
tua mocidade se renova como a águia.
44. Salmo 105.37
Mas, a eles, os fez sair com prata e ouro, e entre as suas tribos não houve um
só enfermo.
45. Salmo 112
Louvai ao Senhor! Bem-aventurado o homem que teme ao Senhor, que em
seus mandamentos tem grande prazer. E sua descendência será poderosa na
terra; a geração dos justos será abençoada. Fazenda e riquezas haverá na sua
casa, e a sua justiça permanece para sempre. Aos justos nasce luz nas trevas;
ele é piedoso, misericordioso e justo. Bem irá ao homem que se compadece e
empresta; disporá as suas coisas com juízo. Na verdade que nunca será
abalado; o justo ficará em memória eterna. Não temerá maus rumores; o seu
coração está firme, confiando no Senhor. O seu coração, bem firmado, não
temerá, até que ele veja cumprido o seu desejo sobre os seus inimigos. É
liberal, dá aos necessitados; a sua justiça permanece para sempre, e a sua força
se exaltará em glória. O ímpio verá isto e se enraivecerá; rangerá os dentes e se
consumirá; o desejo dos ímpios perecerá.
46. Salmo 116.12-14
Que darei eu ao Senhor por todos os benefícios que me tem feito? Tomarei o
cálice da salvação e invocarei o nome do Senhor. Pagarei os meus votos ao
Senhor, agora, na presença de todo o seu povo.
47. Salmo 118.8-9, 25-26
É melhor confiar no Senhor do que confiar no homem. É melhor confiar no
Senhor do que confiar nos príncipes. [...] Oh! Salva, Senhor, nós te pedimos; ó
Senhor, nós te pedimos, prospera! Bendito aquele que vem em nome do
Senhor; nós vos bendizemos desde a casa do Senhor.
48. Salmo 119.165
Muita paz têm os que amam a tua lei, e para eles não há tropeço.
49. Salmo 132.13-16
Porque o Senhor elegeu a Sião; desejou-a para sua habitação, dizendo: Este é o
meu repouso para sempre; aqui habitarei, pois o desejei. Abençoarei
abundantemente o seu mantimento; fartarei de pão os seus necessitados.
Vestirei de salvação os seus sacerdotes, e os seus santos rejubilarão.
50. Salmo 136.23-25
Que se lembrou da nossa humilhação; porque a sua benignidade é para sempre.
E nos remiu dos nossos inimigo; porque a sua benignidade é para sempre. Que
dá mantimentos a toda a carne; porque a sua benignidade é para sempre
51. Salmo 137.7-8
Lembra-te, Senhor, dos filhos de Edom no dia de Jerusalém, porque diziam:
Arrasai-a, arrasai-a até aos seus alicerces. Ah! filha de Babilônia, que vais ser
assolada! Feliz aquele que te retribuir consoante nos fizeste a nós!
52. Salmo 145.18-19
Perto está o Senhor de todos os que o invocam, de todos os que o invocam em
verdade. Ele cumprirá o desejo dos que o temem; ouvirá o seu clamor e os
salvará.
53. Provérbios 3.1-2, 9-10, 13-17, 27-28
Filho meu, não te esqueças da minha lei, e o teu coração guarde os seus
mandamentos. Porque eles aumentarão os teus dias e te acrescentarão anos de
vida e paz. [...] Honra ao Senhor com a tua fazenda e com as primícias de toda
a tua renda; e se encherão os teus celeiros abundantemente, e trasbordarão de
mosto os teus lagares.[...] Bem-aventurado o homem que acha sabedoria, e o
homem que adquire conhecimento. Porque melhor é a sua mercadoria do que
a mercadoria de prata, e a sua renda do que o ouro mais fino. Mais preciosa é
do que os rubis; e tudo o que podes desejar não se pode comparar a ela.
Aumento de dias há na sua mão direita; na sua esquerda, riquezas e honra. Os
seus caminhos são caminhos de delícias, e todas as suas veredas, paz. [...]
Não detenhas dos seus donos o bem, estando na tua mão poder fazê-lo. Não
digas ao teu próximo: Vai e torna, e amanhã to darei, tendo-o tu contigo.
54. Provérbios 8.17-21
Eu amo aos que me amam, e os que de madrugada me buscam me acharão.
Riquezas e honra estão comigo; sim, riquezas duráveis e justiça. Melhor é o
meu fruto do que o ouro, sim, do que o ouro refinado; e as minhas novidades,
melhores do que a prata escolhida. Faço andar pelo caminho da justiça, no
meio das veredas do juízo, para fazer herdar bens permanentes aos que me
amam, e encher os seus tesouros.
55. Provérbios 10.3-4, 22-24
O Senhor não deixa ter fome a alma do justo, mas o desejo dos ímpios
rechaça. O que trabalha com mão enganosa empobrece, mas a mão dos
diligentes enriquece. [...] A bênção do Senhor é que enriquece e não acrescenta
dores. Um divertimento é para o tolo praticar a iniqüidade; para o homem
entendido, o mesmo é o ser sábio. O temor do ímpio virá sobre ele, mas o
desejo dos justos Deus o cumprirá.
56. Provérbios 11.24-28
Alguns há que espalham, e ainda se lhes acrescenta mais; e outros, que retêm mais
do que é justo, mas é para a sua perda. A alma generosa engordará, e o que
regar também será regado. Ao que retém o trigo o povo o amaldiçoa, mas
bênção haverá sobre a cabeça do vendedor. O que busca cedo o bem busca favor,
mas ao que procura o mal, ele lhe sobrevirá. Aquele que confia nas suas
riquezas cairá, mas os justos reverdecerão como a rama.
57. Provérbios 13.4, 11, 18, 21-25
A alma do preguiçoso deseja e coisa nenhuma alcança, mas a alma dos
diligentes engorda. [...] A fazenda que procede da vaidade diminuirá, mas
quem a ajunta pelo trabalho terá aumento. [...] Pobreza e afronta virão ao que
rejeita a correção, mas o que guarda a repreensão será venerado.[...] O mal
perseguirá aos pecadores, mas os justos serão galardoados com o bem. O
homem de bem deixa uma herança aos filhos de seus filhos, mas a riqueza do
pecador é depositada para o justo. Abundância de mantimento há na lavoura
do pobre, mas alguns há que se consomem por falta de juízo. O que retém a
sua vara aborrece a seu filho, mas o que o ama, a seu tempo, o castiga. O justo
come até que a sua alma fique satisfeita, mas o ventre dos ímpios terá
necessidade.
58. Provérbios 15.6
Na casa do justo há um grande tesouro, mas nos frutos do ímpio há
perturbação.
59. Provérbios 18.20
Do fruto da boca de cada um se fartará o seu ventre; dos renovos dos seus lábios
se fartará.
60. Provérbios 19.17
Ao Senhor empresta o que se compadece do pobre, e ele lhe pagará o seu
benefício.
61. Provérbios 22.1-4, 9, 29
Mais digno de ser escolhido é o bom nome do que as muitas riquezas; e a
graça é melhor do que as riquezas e o ouro. O rico e o pobre se encontraram; a
todos os fez o Senhor. O avisado vê o mal e esconde-se, mas os simples passam
e sofrem a pena. O galardão da humildade e o temor do Senhor são riquezas, e
honra, e vida. [...] O que é de bons olhos será abençoado, porque deu do seu pão
ao pobre.[...] Viste um homem diligente na sua obra? Perante reis será posto;
não será posto perante os de baixa sorte.
62. Provérbios 24.3-4, 30-34
Com a sabedoria se edifica a casa, e com a inteligência ela se firma; e pelo
conhecimento se encherão as câmaras de todas as substâncias preciosas e
deleitáveis. f...] Passei pelo campo do preguiçoso e junto à vinha do homem
falto de entendimento; e eis que toda estava cheia de cardos, e a sua superfície,
coberta de urtigas, e a sua parede de pedra estava derribada. O que tendo eu
visto, o considerei; e, vendo-o, recebi instrução. Um pouco de sono,
adormecendo um pouco, encruzando as mãos outro pouco, para estar deitado,
assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um
homem armado.
63. Provérbios 28.19-20, 27
O que lavrar a sua terra virá a fartar-se de pão, mas o que segue a ociosos se
fartará de pobreza. O homem fiel abundará em bênçãos, mas o que se apressa
a enriquecer não ficará sem castigo. [...] O que dá ao pobre não terá
necessidade, mas o que esconde os seus olhos terá muitas maldições.
64. Eclesiastes 2.26
Porque ao homem que é bom diante dele, dá Deus sabedoria, e conhecimento,
e alegria; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte, e amontoe, e o dê ao
bom perante a sua face. Também isso é vaidade e aflição de espírito
65. Eclesiastes 3.1-2
Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito
debaixo do céu: há tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e
tempo de arrancar o que se plantou.
66. Eclesiastes 5.10-13, 18-20
O que amar o dinheiro nunca se fartará de dinheiro; e quem amar a
abundância nunca se fartará da renda; também isso é vaidade. Onde a
fazenda se multiplica, aí se multiplicam também os que a comem; que mais
proveito, pois, têm o seus donos do que verem-na com os seus olhos? Doce é
o sono do trabalhador, quer coma pouco quer muito; mas a fartura do rico
não o deixa dormir. Há mal que vi debaixo do sol, e atrai enfermidades: as
riquezas que os seus donos guardam para o seu próprio dano. [...] Eis aqui o
que eu vi, uma boa e bela coisa: comer, e beber, e gozar cada um do bem de
todo o seu trabalho, em que trabalhou debaixo do sol, todos os dias da sua
vida que Deus lhe deu; porque esta é a sua porção. E quanto ao homem, a
quem Deus deu riquezas e fazenda e lhe deu poder para delas comer, e tomar
a sua porção, e gozar do seu trabalho, isso é dom de Deus. Porque não se
lembrará muito dos dias da sua vida; porquanto Deus lhe responde na alegria
do seu coração.
67. Cantares 2.4
Levou-me à sala do banquete, e o seu estandarte em mim era o amor.
68. Isaías 45.2-3
Eu irei adiante de ti, e endireitarei os caminhos tortos; quebrarei as portas de
bronze e despedaçarei os ferrolhos de ferro. E te darei os tesouros das
escuridades e as riquezas encobertas, para que possas saber que eu sou o
Senhor, o Deus de Israel, que te chama pelo teu nome.
69. Isaías 48.17-18
Assim diz o Senhor, o teu Redentor, o Santo de Israel: Eu sou o Senhor, o teu
Deus, que te ensina o que é útil e te guia pelo caminho em que deves andar.
Ah! Se tivesses dado ouvidos aos meus mandamentos! Então, seria a tua paz
como o rio, e a tua justiça, como as ondas do mar.
70. Isaías 55.10-11
Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam,
mas regam a terra e a fazem produzir e brotar, e dar semente ao semeador, e
pão ao que come, assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará
para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a
enviei.
71. Isaías 60.5-6
Então, o verás e serás iluminado, e o teu coração estremecerá e se alargará;
porque a abundância do mar se tornará a ti, e as riquezas das nações a ti virão.
A multidão de camelos te cobrirá, os dromedários de Midiã e Efá; todos virão
de Sabá; ouro e incenso trarão e publicarão os louvores do Senhor.
72. Isaías 61.6
Mas vós sereis chamados sacerdotes do Senhor, e vos chamarão ministros de
nosso Deus; comereis das riquezas das nações e na sua glória vos gloriareis.
73. Jeremias 17.7-8
Bendito o varão que confia no Senhor, e cuja esperança é o Senhor. Porque
ele será como a árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para
o ribeiro e não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e, no
ano de sequidão, não se afadiga nem deixa de dar fruto.
74. Jeremias 29.11-12
Porque eu bem sei os pensamentos que penso de vós, diz o Senhor;
pensamentos de paz e não de mal, para vos dar o fim que esperais. Então, me
invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei.
75. Jeremias 30.16
Mas também todos os que te devoram serão devorados; e todos os teus
adversários irão, todos eles, para o cativeiro; e os que te roubam serão roubados,
e a todos os que te despojam entregarei ao saque
76. Jeremias 31.16-17
Assim diz o Senhor: Reprime a tua voz de choro e as lágrimas de teus olhos;
porque há galardão para o teu trabalho, diz o Senhor, pois eles voltarão da terra
do inimigo. E há esperanças no derradeiro fim para os teus descendentes, diz o
Senhor, porque teus filhos voltarão para os seus termos.
77. Lamentações 3.22-33
As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos
consumidos;
porque as suas misericórdias não têm fim.
Novas são cada manhã;
grande é a tua fidelidade.
A minha porção é o Senhor, diz a minha alma;
portanto, esperarei nele.
Bom é o Senhor para os que se atem a ele,
para a alma que o busca.
Bom é ter esperança e aguardar em silêncio a salvação do Senhor.
Bom é para o homem
suportar o jugo na sua mocidade;
assentar-se solitário e ficar em silêncio;
porquanto Deus o pôs sobre ele.
Ponha a sua boca no pó;
talvez assim haja esperança.
Dê a face ao que o fere;
farte-se de afronta.
Porque o Senhor não rejeitará para sempre.
Pois, ainda que entristeça a alguém,
usará de compaixão segundo a grandeza das suas misericórdias.
Porque não aflige nem entristece de bom grado os filhos dos
homens.
78. Ezequiel 36.26-30
E vos darei um coração novo e porei dentro de vós' um espírito novo; e tirarei o
coração de pedra da vossa carne e vos darei um coração de carne. E porei dentro
de vós o meu espírito farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus
juízos, e os observeis. E habitareis na terra que eu dei a vossos pais, e vós me
sereis por povo, e eu vos serei por Senhor. E vos livrarei de todas as vossas
imundícias; e chamarei o trigo, e o multiplicarei, e não trarei fome sobre vós. E
multiplicarei o fruto das árvores e a novidade do campo, para que nunca mais
recebais o opróbrio da fome entre as nações.
79. Ezequiel 47.9
E será que toda a criatura vivente que vier por onde quer que entrarem esses
dois ribeiros viverá, e haverá muitíssimo peixe; porque lá chegarão essas
águas e sararão, e viverá tudo por onde quer que entrar esse ribeiro.
80. Daniel 11.32, V.R.
...o povo que conhece ao seu Deus se tornará forte e fará proezas.
81. Oséias 6.1-3
Vinde, e tornemos para o Senhor, porque ele despedaçou e nos sarará, fez a
ferida e a ligará. Depois de dois dias, nos dará a vida; ao terceiro dia, nos
ressuscitará, e viveremos diante dele. Conheçamos e prossigamos em conhecer
ao Senhor; como a alva, será a sua saída; e ele a nós virá como a chuva, como
chuva serôdia que rega a terra.
82. Joel 2.23-26
E vós, filhos de Sião, regozijai-vos e alegrai-vos no Senhor, vosso Deus, porque
ele vos dará ensinador de justiça e fará descer a chuva, a têmpora e a serôdia,
no primeiro mês. E as eiras se encherão de trigo, e os lagares trasbordarão de
mosto e de óleo. E restituir-vos-ei os anos que foram consumidos pelo
gafanhoto, a locusta, e o pulgão e a aruga, o meu grande exército que enviei
contra vós. E comereis abundantemente e ficareis satisfeitos, e louvareis o
nome do Senhor, vosso Deus, que procedeu para convosco maravilhosamente;
e o meu povo não será mais envergonhado.
83. Amos 5.4
Porque assim diz o Senhor à casa de Israel: Buscai-me e
vivei.
84. Amos 9.5-6, 13-14
Porque o Senhor, o Senhor dos Exércitos, é o que toca a terra, e ela se derrete, e
todos os que habitam nela chorarão; e ela subirá toda como o grande rio e se
submergirá como o Egito. Ele é o que edifica as suas câmaras no céu, e a sua
abóbada fundou na terra, e o que chama as águas do mar e as derrama sobre a
terra; o Senhor é o seu nome. [...] Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que o que
lavra alcançará ao que sega, e o que pisa as uvas, ao que lança a semente; e os
montes destilarão mosto, e todos os outeiros se derreterão. E removerei o
cativeiro do meu povo Israel, e reedificarão as cidades assoladas, e nelas
habitarão, e plantarão vinhas, e beberão o seu vinho, e farão pomares, e lhes
comerão o fruto.
85. Obadias 17
Mas, no monte de Sião, haverá livramento; e ele será santo; e os da casa de Jacó
possuirão as suas herdades.
86. Jonas 2.2, V.R.
E disse:
Na minha angústia clamei ao Senhor, e ele me
respondeu; do ventre do Seol gritei, e tu ouviste a
minha voz.
87. Miquéias 6.8
Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti,
senão que pratiques a justiça, e ames a beneficência, e andes humildemente
com o teu Deus?
88. Naum 1.13
Mas, agora, quebrarei o seu jugo de cima de ti e romperei os teus laços.
89. Habacuque 2.3
Porque a visão é ainda para o tempo determinado, e até ao fim falará,
e não mentirá; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não
tardará.
90. Sofonias 3.17
O Senhor, teu Deus, está no meio de ti, poderoso para te
salvar; ele se deleitará em ti com alegria; calar-se-á por
seu amor, regozijar-se-á em ti com júbilo.
91. Ageu 2.8-9
Minha é a prata, e meu é o ouro, disse o Senhor dos Exércitos. A glória desta
última casa será maior do que a da primeira, diz o Senhor dos Exércitos, e
neste lugar darei a paz, diz o Senhor dos Exércitos.
92. Zacarias 8.12-13
Porque a semente prosperará,
a vide dará o seu fruto,
e a terra dará a sua novidade,
e os céus darão o seu orvalho;
e farei que o resto deste povo herde tudo isto.
E há de acontecer, ó casa de Judá e ó casa de Israel,
que, assim como fostes uma maldição entre as nações,
assim vos salvarei, e sereis uma bênção;
não temais,
esforcem-se as vossas mãos.
93. Malaquias 3.10-12
Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha
casa, e depois fazei prova de mim, diz o Senhor dos Exércitos, se eu não vos
abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos
advenha a maior abastança. E, por causa de vós, repreenderei o devorador, para
que não vos consuma o fruto da terra; e a vide no campo vos não será estéril,
diz o Senhor dos Exércitos. E todas as nações vos chamarão bem-aventurados;
porque vós sereis uma terra deleitosa, diz o Senhor dos Exércitos.
94. Mateus 6.19-34
Não ajunteis tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem tudo consomem, e
onde os ladrões minam e roubam. Mas ajuntai tesouros no céu, onde nem a
traça nem a ferrugem consomem, e onde os ladrões não minam, nem roubam.
Porque onde estiver o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração. A
candeia do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo o
teu corpo terá luz. Se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será
tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes serão tais
trevas! Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e
amar o outro ou se dedicará a um e desprezará o outro. Não podeis servir a
Deus e a Mamom. Por isso, vos digo: Não andeis cuidadosos quanto à vossa
vida, pelo que haveis de comer ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao
vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o mantimento,
e o corpo mais do que o vestido? Olhai para as aves do céu, que nem semeiam,
nem segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não
tendes vós muito mais valor do que elas? E qual de vós poderá, com todos os
seus cuidados, acrescentar um côvado à sua estatura? E, quanto ao vestido,
por que andais solícitos? Olhai para os lírios do campo, como eles crescem;
não trabalham, nem fiam. E eu vos digo que nem mesmo Salomão, em toda a
sua glória, se vestiu como qualquer deles. Pois, se Deus assim veste a erva do
campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, não vos vestirá muito
mais a vós, homens de pouca fé? Não andeis, pois, inquietos, dizendo: Que
comeremos, ou que beberemos, ou com que nos vestiremos? (Porque todas
essas coisas os gentios procuram). De certo, vosso Pai celestial bem sabe que
necessitais de todas essas coisas. Mas buscai primeiro o reino de Deus e a sua
justiça, e todas essas coisas vos serão acrescentadas. Não vos inquieteis, pois,
pelo dia de amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a
cada dia o seu mal.
95. Marcos 10.17-31
E, pondo-se a caminho, ocorreu para ele um homem, o qual se ajoelhou diante
dele e lhe perguntou: Bom Mestre, que farei para herdar a vida eterna? E Jesus
lhe disse: Por que me chamas bom? Ninguém há bom senão um, que é Deus.
Tu sabes os mandamentos: Não adúlteras; não matarás; não furtarás; não dirás
falsos testemunhos; não defraudarás alguém; honra a teu pai e a tua mãe. Ele,
porém, respondendo, lhe disse: Mestre, tudo isso guardei desde a minha
mocidade. E Jesus, olhando para ele, o amou e lhe disse: Falta-te uma coisa:
vai, vende tudo quanto tens, e dá-o aos pobres, e terás um tesouro no céu; e
vem, segue-me
96. Lucas 6.38
Dai, e ser-vos-á dado; boa medida, recalcada, sacudida e trasbordando vos
darão; porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão
de novo.
97. João 14.2-3, 12-14, 27-28
Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito;
vou preparar-vos lugar. E, se eu for e vos preparar lugar, virei outra vez e vos
levarei para mim mesmo, para que, onde eu estiver, estejais vós também. [...]
Na verdade, na verdade vos digo que aquele crê em mim também fará as obras
que eu faço e as fará maiores do que estas, porque eu vou para meu Pai. E tudo
quanto pedirdes em meu nome, eu o farei, para que o Pai seja glorificado no
Filho. Se pedirdes alguma coisa em meu nome, eu o farei. [...] Deixo-vos a
paz, a minha paz vos dou; não vo-la dou como o mundo a dá. Não se turbe o
vosso coração, nem se atemorize. Ouvistes que eu vos disse: Vou e venho para
vós. Se me amasseis, certamente, exultaríeis por ter dito: Vou para o Pai,
porque o Pai é maior do que eu.
98. Atos 4.33-35
E os apóstolos davam, com grande poder, testemunho da ressurreição do
Senhor Jesus, e em todos eles havia abundante graça. Não havia, pois, entre
eles necessitado algum; porque todos os que possuíam herdades ou casas,
vendendo-as, traziam o preço do que fora vendido e o depositavam aos pés dos
apóstolos. E repartia-se por cada um, segundo a necessidade que cada um
tinha.
99. Romanos 8.28, 32, 35-39
E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles
que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto. [...] Aquele que
nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou por todos nós, como
nos não dará também com ele todas as coisas?[...] Quem nos separará do amor
de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição, ou a fome, ou a nudez,
ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de ti somos entregues à
morte todo o dia: fomos reputados como ovelhas para o matadouro. Mas em
todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele que nos amou.
Porque estou certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os
principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, nem a altura,
nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do amor de
Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor.
100. Romanos 11.33-36
Ó profundidade das riquezas, tanto da sabedoria como da ciência de Deus!
Quão insondáveis são os seus juízos, e quão inescrutáveis, os seus caminhos!
Porque quem compreendeu o intento do Senhor? Ou quem foi seu conselheiro?
Ou quem lhe deu primeiro a ele, para que lhe seja recompensado? Porque dele,
e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém!
101. Romanos 13.8
A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos
outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei.
102. 1 Coríntios 4.2
Além disso, requer-se nos despenseiros que cada um se ache fiel.
103. 2 Coríntios 8.1-15
Também, irmãos, vos fazemos conhecer a graça de Deus dada às igrejas da
Macedônia; como, em muita prova de tribulação, houve abundância do seu
gozo, e como a sua profunda pobreza abundou em riquezas da sua
generosidade. Porque, segundo o seu poder (o que eu mesmo testifico) e ainda
acima do seu poder, deram voluntariamente, pedindo-nos com muitos rogos a
graça e a comunicação deste serviço, que se fazia para com os santos. E não
somente fizeram como nós esperávamos, mas a si mesmos se deram
primeiramente ao Senhor e depois a nós, pela vontade de Deus. De maneira que
exortamos a Tito que, assim como antes tinha começado, assim também
acabasse esta graça entre vós. Portanto, assim como em tudo abundais em fé, e
em palavra, e em ciência, e em toda a diligência, e em vossa caridade para
conosco, assim também abundeis nesta graça. Não digo isto como quem
manda, mas para provar, pela diligência dos outros, a sinceridade da vossa
caridade. Porque já sabeis a graça de nosso Senhor Jesus Cristo, que, sendo
rico, por amor de vós se fez pobre, para que, pela sua pobreza, enriquecêsseis.
E nisso dou o meu parecer; pois isso vos convém a vós, que desde o ano passado
começastes; e não foi só praticar, mas também querer que desde o ano passado
começaste; e não foi só praticar, mas também querer. Agora, porém, completai
também o já começado, para que, assim como houve a prontidão de vontade,
haja também o cumprimento, segundo o que tendes. Porque, se há prontidão de
vontade, será aceita segundo o que qualquer tem e não segundo o que não tem.
Mas não digo isso para que os outros tenham alívio, e vós, opressão; mas para
igualdade; neste tempo presente, a vossa abundância supra a falta dos outros,
para que também a sua abundância supra a vossa falta, e haja igualdade, como
está escrito: O que muito colheu não teve de mais; e o que pouco, não teve de
menos.
104. 2 Coríntios 9.6-11
E digo isto: Que o que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia
em abundância em abundância também ceifará. Cada um contribua segundo
propôs no seu coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama
ao que dá com alegria. E Deus é poderoso para fazer abundar em vós toda a
graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, toda a suficiência, abundeis em
toda a boa obra, conforme está escrito: Espalhou, deu aos pobres, a sua justiça
permanece para sempre. Ora, aquele que dá a semente ao que semeia e pão
para comer também multiplicará a vossa sementeira e aumentará os frutos da
vossa justiça; para que em tudo enriqueçais para toda a beneficência, a qual faz
que por nós se dêem graças a Deus.
105. Gálatas 3.13
Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós, porque
está escrito: Maldito todo aquele que for pendurado no madeiro.
106. Gaiatas 6.6-10
E o que é instruído na palavra reparta de todos os seus bens com aquele que o
instrui. Não erreis: Deus não se deixa escarnecer; porque tudo o que o homem
semear, isso também ceifará. Porque o que semeia na sua carne da carne ceifará
a corrupção; mas o que semeia no Espírito do Espírito ceifará a vida eterna. E
não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não
houvermos desfalecido. Então, enquanto temos tempo, façamos o bem a todos,
mas principalmente aos domésticos da fé.
107. Efésios 1.3
Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com
todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo.
108. Efésios 6.2-3
Honra a teu pai e a tua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa, para
que te vá bem, e vivas muito tempo sobre a terra.
109. Filipenses 4.6, 13, 19
Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo
conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. [...] Posso
todas as coisas naquele que me fortalece.[...] O meu Deus, segundo as suas
riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus.
110. Colossenses 3.1-2
Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima,
onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima e
não nas que são da terra.
111. 1 Tessalonicenses 5.12-13
E rogamo-vos, irmãos, que reconheçais os que trabalham entre vós, e que
presidem sobre vós no Senhor, e vos admoestam; e que os tenhais em grande
estima e amor, por causa da sua obra. Tende paz entre vós.
112. 2 Tessalonicenses 3.3
Mas fiel é o Senhor, que vos confortará e guardará do maligno.
113. 1 Timóteo 5.8
Mas, se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família,
negou a fé e é pior do que o infiel.
114. 1 Timóteo 6.7-12, 17-19
Porque nada trouxemos para este mundo e manifesto é que nada podemos levar
dele. Tendo, porém, sustento e com que nos cobrirmos, estejamos com isso
contentes. Mas os que querem ser ricos caem em tentação, e em laço, e em
muitas concupiscências loucas e nocivas, que submergem os homens na
perdição e ruína. Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda a espécie de males;
e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos com
muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas e segue a justiça, a
piedade, a fé, a caridade, a paciência, a mansidão. Milita a boa milícia da fé,
toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito
boa confissão diante de muitas testemunhas. [...] Manda aos ricos deste mundo
que não sejam altivos, nem ponham a esperança na incerteza das riquezas, mas
em Deus, que abundantemente nos dá todas as coisas para delas gozarmos; que
façam o bem, enriqueçam em boas obras, repartam de boa mente e sejam
comunicáveis; que entesourem para si mesmos um bom fundamento para o
futuro, para que possam alcançar a vida eterna.
115. 2 Timóteo 2.20-21
Ora, numa grande casa não somente há vasos de ouro e de prata, mas também de
pau e de barro; uns para honra, outros, porém, para desonra. De sorte que, se
alguém se purificar destas coisas, será vaso para honra, santificado e idôneo
para uso do Senhor e preparado para toda a boa obra.
116. Tito 2.12
Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências mundanas,
vivamos neste presente século sóbria, justa e piamente.
117. Filemom 1.6
Para que a comunicação da tua fé seja eficaz, no conhecimento de todo o bem
que em vós há, por Cristo Jesus.
118. Hebreus 11.1
Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas
que se não vêem.
119. Hebreus 13.15-16, 20-21
Portanto, ofereçamos sempre, por ele, a Deus sacrifício de louvor, isto é, o
fruto dos lábios que confessam o seu nome. E não vos esqueçais da
beneficência e comunicação, porque, com tais sacrifícios, Deus se agrada. [...]
Ora, o Deus de paz, que pelo sangue do concerto eterno tornou a trazer dos
mortos a nosso Senhor Jesus Cristo, grande Pastor das ovelhas, vos aperfeiçoe
em toda a boa obra, para fazerdes a sua vontade, operando em vós o que
perante ele é agradável por Cristo Jesus, ao qual seja glória para todo o sempre.
Amém!
120. Tiago 1.17
Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes, em
quem não há mudança, nem sombra de variação.
121. 1 Pedro 2.9
Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo adquirido,
para que anuncieis as virtudes daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz.
122. 1 Pedro 3.12-13
Porque os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos, atentos às
suas orações; mas o rosto do Senhor é contra os que fazem males. E qual é
aquele que vos fará mal, se fordes zelosos do bem?
123. 2 Pedro 1.3
Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida e
piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude.
124. 1 João 3.22
E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos os
seus mandamentos e fazemos o que é agradável à sua vista.
125. 1 João 5.14-15
E esta é a confiança que temos nele, que, se pedirmos alguma coisa, segundo a
sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que nos ouve em tudo o que pedimos,
sabemos que alcançamos as petições que lhe fizemos.
126. 2 João 4-6
Muito me alegro por achar que alguns de teus filhos andam na verdade, assim
como temos recebido o mandamento do Pai. E agora, senhora, rogo-te, não
como escrevendo-te um novo mandamento, mas aquele mesmo que desde o
princípio tivemos: que nos amemos uns aos outros. E a caridade é esta: que
andemos segundo os seus mandamentos. Este é o mandamento, como já desde o
princípio ouvistes: que andeis nele.
127. 3 João 2
Amado, desejo que te vá bem em todas as coisas, e que tenhas saúde, assim
como bem vai a tua alma.
128. Judas 20-21
Mas vós, amados, edificando-vos a vós mesmos sobre a vossa santíssima fé,
orando no Espírito Santo, conservai-vos a vós mesmos na caridade de Deus,
esperando a misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo, para a vida eterna.
129. Apocalipse 21.1-7
E vi um novo céu e uma nova terra. Porque já o primeiro céu e a primeira terra
passaram, e o mar já não existe. E eu, João, vi a santa cidade, a nova
Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada
para o seu marido. E ouvi uma grande voz do céu, que dizia: Eis aqui o
tabernáculo de Deus como os homens, pois com eles habitará, e eles serão o
seu povo, e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus. E Deus limpará
de seus olhos toda lágrima, e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor,
nem dor, porque já as primeiras coisas são passadas. E o que estava assentado
sobre o trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E disse-me: Escreve,
porque estas palavras são verdadeiras e fiéis. E disse-me mais: Está cumprido:
Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim. A quem quer que tiver sede, de
graça lhe darei da fonte da água da vida. Quem vencer herdará todas as coisas, e
eu serei seu Deus, e ele será meu filho.
Ao meditar nestas preciosas promessas e passagens, você está para embarcar
em uma grande aventura. O apóstolo Paulo declarou em 2 Coríntios 1.20: "Todas
quantas promessas há de Deus são nele sim; e por ele o Amém, para glória de Deus,
por nós". Nosso Pai celestial é um bom Pai, sempre fiel à sua Palavra.
Notas
Capítulo 1
1. Pout-pourri de cura: "Nothing Is Impossible" (Nada é impossível), de Ralph
Carmichael, 1977, Outfield Music; "One Touch" (Um toque), de Bonnie
Plunkett, 1970, Gospel Publishing House; "I Expect a Miracle Today" (Espero
um milagre hoje), de Sharon Daugherty, Ministério Daugherty, Inc.
2. U.S. News & World Report, 11 de dezembro de 1995. U.S. News/
Pesquisa de Bozell de 1.009 adultos, conduzida pelo KRC Research de 3 a 7
de novembro de 1995, com o U.S. News consultando os pesquisadores Celinda
Lake do Lake Research e Ed Goeas do Tarrance Group.
3. "Making Ends Meet — Is it getting tougher? Or are we just getting
softer?”(Chegar no fim do mês — está ficando mais difícil? Ou nós estamos
apenas mais maleáveis?) (entrevista com Bruce Howard, PhD., Judith Briles,
PhD. e Gene Frost Jr., editor), da revista Marriage Partnership. Também foi
observado: "Dinheiro é a causa n°l de separação de casais", Griffín disse.
"Precisamos ser bastante escrupulosos, disciplinados e cristãos na forma de
usarmos nosso dinheiro. O dinheiro é perigoso" (Dan Griffm, citado em
"Managing money termed Biblically based idea" (Administrando o dinheiro
em condições baseadas nas idéias bíblicas), de Terry Lackey, copyright 1995,
Baptist Press).
4. SCOTT, Orville. "Stewardship Book Suggests Fewer Carry Financial
Load" (Livro do despenseiro sugere que menos pessoas carreguem o peso
financeiro). Baptist Press, 27 de março de 1995.
5. LEE, Helen. "Churches Battle Downward Donations" (Igrejas lutam por
doações de baixo), Christianity today. News Section, 24 de abril de 1995.
6. BRIDGE Builder. Jan./Feb. 1989. p. 30.
7. KENDALL, R. T.. Tithing: A call to serious Biblical giving (Dízimo:
um chamado para uma doação bíblica séria). Grand Rapids, Michigan,
Zondervan, 1982. p. 27.
8. Idem, ibidem, p. 21.
9. HENRY, Matthew. Citado em Thoughts on prosperity: thoughts and
reflections from history's great thinkers (Pensamentos sobre a prosperidade:
pensamentos e reflexões dos grandes pensadores da história), The Forbes
Leadership Library. Chicago, Triumph Books, 1996. p. 81.
Capítulo 3
1. KENDALL, R. T. Tithing: A call to serious Biblical giving, p. 82.
2. Muller, George.: The autobiography of George Muller (A autobiografia de
George Muller). Springdale, Pennsylvania, Whitaker House, 1984. p. 197.
3. BARKER, Kenneth L. "First Fruits" (Primícias), Kindred Spirit (Espírito afim).
Spring. 1988.
Capítulo 5
1. "The Longer I Serve Him" (Quanto mais o sirvo), de William J. Gaither, 1965,
Gaither Music Company.
Capítulo 7
1. KENDALL, R. T. Tithing: A call to serious Biblical giving (Dízimo: um chamado
para uma doação bíblica séria). Grand Rapids, Michigan, Zondervan, 1982.
p. 106-7.
Capitulo 8
1. KENDALL, R. T. Tithing: A call to serious Biblical giving (Dízimo:
um chamado para uma doação bíblica séria). Grand Rapids, Michigan,
Zondervan, 1982. p. 18.
2. BARKER, Kenneth L. "First Fruits".
3. "Making Ends Meet — Is it getting tougher? Or are we just getting
softer?" (entrevista com Bruce Howard, PhD., Judith Briles, PhD. e Gene Frost
Jr., editor), da revista Marriage Partnership.
4. KENDALL, R. T. Tithing: A call to serious Biblical giving (Dízimo:
um chamado para uma doação bíblica séria). Grand Rapids, Michigan,
Zondervan, 1982. p. 103.
5. Idem, ibidem, p. 88.
6. RYRIE, Charles Caldwell. Balancing the Christian life (Fazendo um balanço da
vida cristã). Chicago, Moody, 1969. p. 86.
7. Kendall, R. T. Tithing: A call to serious Biblical giving (Dízimo: um chamado
para uma doação bíblica séria). Grand Rapids, Michigan, Zondervan, 1982. p.
59-60.
Capítulo 9
1. "Lamb of Glory" (Cordeiro de glória). Letra de Phil McHugh e Greg Nelson,
1982, por Shepherd's Fold Music/River Oaks Music (Tree Group).
Capitulo 10
1. KENDALL, R. T. Tithing: A call to serious Biblical giving (Dízimo:
um chamado para uma doação bíblica séria) Grand Rapids, Michigan,
Zondervan, 1982. p. 52.
2. Idem, ibidem, p. 41.
3. HARRIS, R. Laird; ARCHER JR., Gleason L.; WALTKE, Bruce K., eds.,
The theological wordbook of the Olá Testament, vol. 1 (O glossário teológico do
Antigo Testamento, vol. 1). Chicago: Moody, 1980. p. 170.
Capítulo 11
1. "Nothing Is Impossible", Ralph Carmichael.
2. Ministry Currents, Jan./Mar. 1992. p. 5.
3. BLUE, Ron. Ten things every pastor should know about money (Dez
coisas que todo pastor deveria saber sobre dinheiro). Leadership Dynamics
International, 1986. p. 3-4.
4. Um estimado amigo meu de ministério, David Crank, escreveu
um livro entitulado God finances and the Bible way to pay off your home
(Deus financia e o caminho bíblico para saldar a sua casa), que me ajudou a ver
a importância do conceito de "celeiro".
5. HENRY, Matthew. Thoughts on prosperity. p. 69.
Capitulo 12
1. "Nothing Is Impossible", Ralph Carmichael.
Bibliografia
BARKER, Kenneth L. "First Fruits". Kindred Spirit. Spring, 1988.
BLOMBERG, Craig. I Corinthians: The NIV Application Commentary (1 Coríntios: O
comentário aplicado da NVI). Grand Rapids, Michigan, Zondervan, 1994.
BLUE, Ronald W. Ten Things Every Pastor Should Know About Money. Leadership
Dynamics International, Inc., 1986.
GANGEL, Kenneth O. "How Should We Then Give?" (Então, como deveríamos dar?).
Kindred Spirit. Spring, 1988.
HENRY, Matthew. Thoughts on Prosperity: Thoughts and Reflections from History's Great
Thinkers. Chicago, Triumph Books, 1996.
KENDALL, R. T. Tithing: A Call to Serious Biblical Giving, Grand Rapids, Michigan,
Zondervan, 1982.
MULLER, George. The Autobiography of George Muller. Springdale, Pennsylvania,
Whitaker House, 1984.
RYRIE, Charles Caldwell. Balancing The Christian Life, Chicago. Moody, 1969.
WIERSBE, Warren W. Be Obedient (Seja Obediente). Wheaton, Illinois, Victor Books,
Divisão de Publicações da Imprensa da Escritura, Inc., 1991.
Sobre o Autor
O autor de best-sellers, pastor e evangelista de cura Benny Hinn tem sido usado
por Deus como bênção por todo o mundo através de seus ensinamentos e de sua
pregação da Palavra de Deus. Milhões de pessoas no mundo inteiro vieram a
conhecer o Espírito Santo em Pessoa, seu poder e sua presença através das obras e
dos ensinamentos de Benny Hinn.
Natural de Israel, Benny Hinn imigrou para o Canadá ainda adolescente; é o
fundador do World Outreach Center, uma igreja que cresce rapidamente em
Orlando, na Flórida, com mais de 7.000 membros. Adolescentes e centenas de
milhares de pessoas assistem a suas cruzadas e conferências na América do Norte
e por todo o mundo para experimentar o ensinamento dinâmico de Benny e o
poder do Espírito Santo.
Suas transmissões diárias e semanais pela televisão passam literalmente por todo o
mundo, tocando milhões de pessoas a cada semana. Ele é autor dos best-sellers
internacionais Bom Dia, Espírito Santo; Senhor, Eu Preciso de um Milagre e BemVindo, Espírito Santo (1993, 1994 e 1995 respectivamente, todos da Bompastor
Editora Ltda.)

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