IGREJA de Timburi merece um projeto de restauração

Transcrição

IGREJA de Timburi merece um projeto de restauração
foto: Flávia Rocha | 360
ão
nº
de
An
iv
er
58
is
át
gr
Confira o papo
cabeça entre nossa
repórter mirim e o
mestre de teatro
Antonio do Vale.
•p.20
iç
ar
pl
em
ex
PAOLA
e o teatro
ed
sá
ri
o!
ANO VI
dezembro|2010
Acompanhe o 360 na internet:
www.caderno360.com.br
Nesta edição:
meio ambiente_ O recado de
IGREJA de Timburi merece
um projeto de restauração
foto: Flávia Rocha | 360
CIRCULAÇÃO mensal em 25 municípios: Avaré • Sta.
Cruz do Rio Pardo • Ourinhos • Piraju • Óleo • Timburi
• Bernardino de Campos • Manduri • Cerqueira César
• Águas de Sta. Bárbara • Fartura • São Pedro do Turvo
• Espírito Sto. do Turvo • Ipaussu • Chavantes • Botucatu • São Manuel • Areiópolis • Ibirarema • Palmital •
Cândido Mota • Assis • Tatuí • Agudos • Canitar
Fábio Feldmann sobre o planeta. Leia!
•p.11
gastronomia_Chef de Timburi
ensina a fazer assado delicioso! E tem
ainda a salada e a sobremesa. Confira!
Feita de blocos de arenito, a
obra chama atenção pela beleza
e valor arquitetônico ostenta
necessidade de restauração
•p.12
decoração_ materiais baratos e esportes_ canoagem de Piraju traz
reaproveitados aparecem em mostra
•p.4
foto: divulgação
Victor, chef de
cozinha de
Timburi, ensina
várias receitas
deliciosas
foto: Alexandre Stefani| 360
foto: Flávia Rocha | 360
70 medalhas de campeonato nacional
•p.13
•p.21
2 | editorial
Trabalho. Sempre me vali desta
Um
santo
remé
dio
atividade para curar minhas dores e
dissabores. Quantos médicos me
abriram portas para o ócio com seus
diagnósticos… Até hoje não me entreguei. Não me atirei ao ambiente
cômodo da depressão, do “encostar”
que tantos sonham na vida. Isso não me atrai.
Quero saúde pra trabalhar. Criar, fazer, realizar.
E, com isso, continuar saudável. Porque acho que
o trabalho traz saúde, qual um ciclo que se alimenta daquilo que o move.
Por isso, Graças a Deus, amo trabalhar. Seja no
que for. E pra minha maior sorte, amo o que faço.
Não me retraio diante os desafios e dos
incômodos , afinal, são os “ossos do ofício”.
Falo tudo isso porque percebo que muita gente,
especialmente nos pequenos centros e entre os
mais jovens, vive a ilusão do “dolce far niente”,
como objetivo de vida, da esperteza, da sorte.
Almejam não fazer nada. E, com isso, nada ser.
alma não ser pequena, como
ensinou o poeta português.
Trabalho, aprendizado, diciplina e
comprometimento impregnam esta
edição, pode conferir nas nossas
seções de AGRONEGÓCIO,
EDUCAÇÃO, ESPORTES, GASTRONOMIA e nos
artigos que estão ótimos. Criatividade e
trabalho também são a tônica do que
aparece em ACONTECE e CULTURA, que
trazem o foco no meio ambiente.
Confira ainda mais uma entrevista da
piccola Paola e muitas fotos e diversão em
GENTE e MENINADA. Com esta edição, começamos mais um ano de 360. A primeira do
ano 6. Obrigada, caro leitor! Você é nossa
razão de ser. Boa leitura! E um Feliz Natal!
Ora,
Ação!
“Na multidão
de palavras não
falta pecado,
mas o que modera
os seus lábios
é sábio.”
Flávia Rocha Manfrin | Editora 360
e rramos
[email protected]
Sinto pena e medo. Porque quem nada faz fica à
mercê da vida, dos outros, dos ventos. É muito
risco pra desfrutar a graça de viver. E a vida é
uma só, queiramos ou não.
c orreio
Fernanda Lira
foto: Flávia Rocha| 360
Cadê João?
foto: Flavia Rocha | 360
Trabalho desde os 20 e poucos anos. E comecei
sem precisar. Trampar, como se usa dizer, pode
ser punk. Mas sempre vale a pena, afinal, basta a
João me chamou.
João me beijou
João me namorou, como se deve.
Fui feliz com João até o dia em
que ele disse adeus.
Com toda a delicadeza, poesia e
encanto que marcaram todos os
dias passados. Inclusive os mais
difíceis, desafinados, complicados
ou chatos de viver.
João, me chama!
Ou, chamo um “João” pra mim.
Assim, como você.
Índice
Provérbios
10. Vs: 9
João Rafael dá o
seu recado em
show no Quintal
do Romão, em
Bernardino
Parabéns 360_ Agradecemos aos amigos leitores que enviaram mensagens e ligaram para nos cumprimentar pelo Prêmio Imprensa do Bem:
Adriana Righetti, Aldine Rocha Manfrin, Alessandra Serrano, Alexandre Stefani, Anderson Luis Cardoso, Angemerli Teodoro, Cacá Vieira, Celina Tavares,
Claudia Rocha Manfrin Quagliato, Daniel Quagliato, Daniela Dalmatti, Elaine
Moraes, Emerson Zanette, Erik Manfrim, Estela Caparelli, Fabio Dezo, Fernando Quagliato, Francisco Rensi, Franco Catalano Nardo, Guca Domenico,
Guilherme Aranha, José Antonio Peres, José Marcos, José Mário Rocha de Andrade, Kátia Salomão, Katia Vanzini, Laura Oliva Alon, Leo Spigariol, Lia Alcaraz, Luis Rosa, Luly Salinas, Marcos Zanette, Mario Benedito Rocha de
Andrade, Marisa e Baiano, Maristella Rosseto Escobar, Marly Ferreira
Quagliato, Miguel Raimundo, Adelair Ferdin, Odette Rocha Manfrin, Rafael
Salomão, Roberto Cammarota, Roberto Magnani, Roberto Rensi, Sabato Visconti, Theo Werneck, Wonka King, Noêmia e Rosa Alóe,Nilda Caricatti, Hosterolder, Maria Inocência Rocha de Andrade, Clarice Siqueira, Câmara de
Vereadores de Santa Cruz do Rio Pardo, José Eduardo Piedade Catalano,
Celso Mazargão Barbuto, Maria da Sta. Massa, Lago e Marlene da Blenda.
2_ editorial _oração
_correio _ expediente
4_ gastronomia
6_ gente
8_ ponto de vista
10_ agronegócio
11_ meio ambiente
12_ cultura
13_ acontece
16_ meninada
18_ bem viver
20_ entrevista Paola
21_ esportes
23_ educação
24_classificados
27_papo cabeça
Apesar de nada ter a ver com a história ao lado,
o texto da colega Fernanda Lira será dedicado a
João RAFAEL Nantes, que por sua atitude como
músico, e por isso, pessoa pública, mostra-se
sempre bacana com as pessoas, assim como foi
o “João” com a Fernanda. João RAFAEL Nantes,
figurinha carimbada de nossa coluna GENTE, pois
está sempre nas boas paradas culturais e divertidas, apareceu na matéria sobre o Landau 69,
publicada na edição 57. E eu anotei seu nome
como sempre imaginei que fosse desde que o
conheci, há cerca de cinco anos, quando vim
pra cá fazer o 360. E errei!
É João RAFAEL, não João Gabriel!
Desculpe João,
de novo.
Sei que você
não se incomodou,
aliás, você foi o bom
camarada de sempre.
Mas fica aqui a correção
pública prometida, espero, à
altura do erro! Agora, se você
parar pra pensar em tanta gente
legal que tem esse seu nome,
só João basta, é um nomão!
e xpediente
Flávia R.M., editora 360
360 é publicação mensal da eComunicação.. Todos os direitos reservados. Tiragem desta
edição: 12 mil exemplares Circulação:•• Águas de Sta. Bárbara • Agudos • Areiópolis • Assis
• Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira César
• Chavantes • Espírito Sto. do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos • Palmital • Piraju • São Manuel • São Pedro do Turvo • Sta. Cruz do Rio Pardo •
Tatuí • Timburi e postos das rodovias Castello Branco, Raposo Tavares, Eng. João Baptista Cabral Rennó e Orlando Quagliato. Redação e Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin
‹editora, diretora de arte e jornalista responsável | Mtb 21563›, Luiza Sanson Menon ‹revisão›, Odette Rocha Manfrin ‹separação, receitas›, Paola Pegorer Manfrim ‹repórter especial›, Bruno Enrico ‹assistente de produção›, Maycow ....... ‹design de publicidade›, Ana
Maria Martins Contiero ‹representante comercial e distribuição›, eComunicação ‹realização›. Colunistas: Guca Domenico, José Mario Rocha de Andrade, Fernanda Lira, Tiago Cachoni e Fabio Feldmann Ilustradores: Franco Catalano Nardo, Sabato Visconti e Wellington
CiarduloImpressão: Fullgraphics. Artigos assinados não expressam necessariamente a opinião
desta publicação.. Endereço: Praça. Deputado Leônidas Camarinha, 54 - CEP 18900-000 –
Santa Cruz do Rio Pardo/SP • F: 14 3372.3548 _ 14 9653.6463 • Redação e Cartas:
[email protected] • Publicidade e Assinaturas: [email protected] •
dezembro/2010
Edição On Line: www.caderno360.com.br
CEIA de
Natal
4 | gastronomia
Estava eu distribuindo jornal em Timburi quando me deparei com
uma nova atividade comercial onde funcionava a antiga casa do
artesão. Entrei e ali conheci mais uma família bacana da cidade.
Angélica e Victor Ziantonio, mãe e filho que adoram a cidade. O rapaz,
para minha sorte, é chef de cozinha, formado pelo Centro Europeu,
de Curitiba. Bastou uma descontraída conversa e combinamos que ele
nos ensinaria a fazer receitas boas para a ceia do Natal.
Nada de peru ou de coisas difíceis de encontrar. Nem de fazer. Victor
cumpriu a tarefa com louvor. Fez o almoço diante de alguns convidados na Fazenda Sta. Maria do Paraguay, do casal Paula e Roberto Helcer. Com muita descontração e ensinando todos os passos, ele provou
que faz jus ao elegante uniforme que usa quando assume a cozinha.
Podem chamá-lo para festas, eventos, cursos e reuniões. O Victor é
uma atração à parte com seu jogo de cintura e seu talento para
preparar pratos de dar água na boca e ensinar dicas que vão deixar
seus quitutes ainda mais gostosos.
Contato: 14 97340741 e 41 96553925
foto: Flavia Rocha | 360
Flávia Manfrin_
editora 360
LOMBO recheado
de frutas de Natal
Receita
do chef Victor Ziantonio
Ingredientes:
1,5k de lombo de porco
200g de gorgonzola
50g de damasco
200g de frutas secas (castanha de caju, castanha do
Pará, uva passa,
avelã e nozes)
200g de bacon
1 cebola picada
1 cabeça de alho cortado em lâminas
1 ovo
150ml de cachaça envelhecida em carvalho
1 garrafa pequena de vinagre balsâmico
300g de framboesa, morango ou frutas vermelhas
1 pote de geléia de frutas vermelhas
1 tablete de manteiga
2 limões
açúcar
sal a gosto
pimenta do tipo reino a gosto
azeite
Preparo:
Coloque o lombo numa forma e fatie na largura de um
dedo sem cortar até a carne se separar totalmente
(mantenha a parte inferior inteira). Marine com uma xícara de vinagre balsâmico, um limão, uma xícara de
azeite e polvilhe sal jogando do alto para espalhar
bem. Faça o mesmo com a pimenta. Numa tigela misture a cebola, as frutas secas picadas, o damasco bem
fatiado, a gorgonzola e um ovo inteiro, amassando
tudo com as mãos. Fatie o bacon não muito fino e
frite com o alho em 100g de mateiga aquecida. Deixe
dourar e misture tudo à massa do recheio. Pegue
porções do tamanho de uma colher de sopa cheia e
recheie as fatias do lombo. Cubra com papel alumínio
e leve ao forno aquecido com temperatura média por
uns 40 minutos. Retire o papel e deixe assar por mais
90 minutos.
Calda: Enquanto o lombo está no forno, pique as frutas e aqueça em banho Maria com 50g de manteiga.
Acrescente a geléia (umas 4 a 6 colheres de sopa) e
a cachaça. Flambe (coloque fogo) a mistura. Em seguida coloque de 100 a 150 ml de vinagre balsâmico e
deixe em fogo médio para reduzir (secar um pouco).
Vá ajustando o sabor, que deve ser cítrico e um tanto
doce, com a geléia e o vinagre balsâmico. Coloque o
lombo assado num travessa e espalhe o molho em
torno. Regue com um pouco de azeite para dar brilho.
Ingredientes:
1 pé de alface americana
1 maçã verde fatiada
1 cebola fatiada
100g de tomatinho cereja
frutas vermelhas fatiadas
salsinha
cebolinha
1 carambola fatiada
6 cebolinhas mirins
2 limões
azeite
mostarda
vinagre balsâmico
do chef Victor Ziantonio
Ingredientes:
300 g de chocolate meio amargo
100 g de manteiga sem sal
100 g de açúcar
70g de farinha de trigo
3 ovos
2 gemas
sorvete de creme
morangos
licor de café
creme de leite
Preparo:
Derreta 200g de chocolate junto com
100g de manteiga em banho Maria e
reserve. Junte 3 ovos inteiros mais
duas gemas e bata com 100g de
açúcar. Tem que dar uma clareada
em todos juntos. Junte os ovos batidos
PETIT gateau
de chocolate
com o chocolate derretido na manteiga
e acrescente 70g de farinha de trigo
peneirada. Misture bem e coloque em
forminhas de empada preenchendo
80% da forminha. Leve ao refrigerador
por mais ou menos 2 horas para que
possa dar o choque térmico quando
levar ao forno. Asse em forno bem
quente (250 a 300 graus) por mais ou
menos 10 minutos, até que a parte de
cima comece a trincar, é o sinal de
que esta pronto. Calda: Derreta em
banho Maria 100g de chocolate e adicione 100g de creme de leite. Acrescente o licor de café e mexa bem.
Sirva o bolinho com sorvete, regue com
a calda e decore com morangos.
fotos: Flavia Rocha | 360
Receitas
SALADA
improvisada
Preparo:
Lave os legumes e verduras e vá
colocando sobre um prato grande.
A alface, os tomatinhos, a maçã, as
frutas, a cebola mirim. Numa
frigideira, toste a cebola fatiada,
com um pouco de azeite ou manteira. Espalhe as cebolas tostadas
sobre a salada. Polvilhe com a
salsinha e a cebolinha. No centro,
sobre uma folha de alface, coloque
a mostarda sobre o vinagre balsâmico. Faça um molho de limão,
azeite e sal para acompanhar.
6 | gente
fotos: Flávia
Rocha | 360
Festival Teatro_Sta. Cruz
fotos: Flávia
Rocha | 360
fotos: Flávia
Rocha | 360
Garagem
Haus Bar _Sta. Cruz
Lado Black
Barrica _Sta. Cruz
fotos:
Flávia
Rocha |
360
Landau
69
Bar do
Celsão
_Sta.
Cruz
8 | ponto de vista
MEUS irmãos
PARANAPANÊMICO
*Guca Domenico
Não havia o que discutir,
concordei imediatamente.
Na qualidade de dono do
Rio Pardo, não abro mão
de minha origem barrosa,
essa cor achocolatada
que trago na alma. O Rio
Pardo é minha província
aquática. Enquanto estou
fora, Beto Magnani cuida
dele para mim.
Em 1975, a prefeitura de
Santa Cruz do Rio Pardo
promoveu a primeira travessia a nado, de ponte a
ponte, fui o número um
da cidade – fiquei atrás
do ourinhense Nassim.
Mais do que dono, sou o
rei do rio, mané! Olha que
existência digna: 35 anos
de monarquia.
Meses atrás, Quagliatinho
mo mostrou a represa de
Chavantes pelo Google
Earth. Um mar de água
doce esverdeada, várias
ilhas e lugares fantásticos.
Ele não percebeu e nem
eu falei, mas senti um
pouco de mágoa ao
perceber que, vistos de
cima, fazemos parte da
bacia do Paranapanema –
um rio que nunca me foi
íntimo.
Que humilhação, ser afluente... Nunca mais acessei
o programa e não recomendo. De soberano pardense passei a bobo da
corte
paranapanêmica,
num clique.
Em Chavantes, a grande
represa esverdeada possibilita a construção de
casas com piers para lancha, ao passo que no humilhado Pardo a navegação se dá através de
canoa e varejão. O Pardo
é um rio unplugged.
O Paranapanema é Rock
in Rio, prefiro o Rock in
Rio Pardo.
Viva o Landau 69!
*Músico e escritor santa-cruzense que
vive em São Paulo | [email protected] |
www.gucadomenico.com.br
© Ashestosky | Dreamstime.com
arte: Franco Catalano Nardo | 360
Da última vez que fui para
Santa Cruz, encontrei o
Micuim e ele disse: – O
Rio Pardo é nosso. Meu e
seu. Quem deu ele pra
nós? Meu pai e seu pai.
Faz uns 20 anos que não vejo o Paulo.
A vida passa mesmo depressa. Mas
ainda ressoa nos meus ouvidos o som
gostoso e maroto da sua risada, debochada e sedutora. Era assim com as
meninas (inclusive algumas acabavam
se apaixonando por causa disso), com
os amigos, que iam tornando-se fiéis à
medida que o iam conhecendo, e foi
assim também comigo.
Tornamo-nos amigos. E fomos muito
camaradas, companheiros, cúmplices e,
não tenho dúvida, sinceros numa amizade, que ganhou o toque extraordinário da intimidade familiar. Era tanta
diversão, nós na casa dos 16, 17, 18
anos... Além de dinâmico, espirituoso,
autêntico e de uma disposição incrível
para ser feliz, Paulo sempre teve uma
beleza maior. O mais belo entre os primos, mesmo com tantas boas estampas na família. Dos Mutuca, ganhou
ainda a altura, dando novos horizontes
aos belos traços dos Manfrin, como os
de Carlito, de Caíto, de Zé Natal. Também herdou da família ítalo-brasileira
esse tom que mistura brabeza, ousadia, coragem e uma certa jocosidade
no humor. Além do espírito festeiro,
farrista, como não poderia deixar de
ser.
Casou-se cedo, com uma bela a bacana garota. Uma xará dupla, já que é
também Flávia Rocha por parte de
mãe, aliás filha de uma grande amiga,
a Tuti. Formaram uma bela família. O
Flávia Rocha
Manfrin
que incluiu uma relação admirável dele
com o sogro Bijuzinho e sua esposa
Miriam. Também com seus irmãos estabeleceu uma relação invejável, de
amor, respeito, amizade, consideração
e muito carinho. Uma alegria para a
tia Lola, uma mãezona italiana como
poucas. Teve filhos, já moços. Desde
cedo, passou a viver longe, num Mato
Grosso, tal qual tantos daqui e da sua
família. E com uma companheira que,
com ele, fez daquela terra seu novo
lugar. Por isso nunca mais nos vimos.
Nunca tive essa sorte, apesar de ter
sempre essa vontade.
A amizade, o afeto, a proximidade que
vive com Paulo, eu vivi e vivo também
com muitos outros primos. Inclusive
das novas gerações. Uma dádiva, que
agradeço a Deus. São relações de
sangue, de confiança, de carinho, de
cumplicidade, como acontece entre as
irmãs, como foi com meu irmão. Coisa
de Rocha, de Manfrin, de brasileiro,
italiano. Da gente.
Os primos me garantem continuar a
viver a irmandade masculina. Essa
coisa linda que Deus me deu de
maneira intensa e inesquecível. Da qual
me privou ainda muito pequenininha,
mas a tempo de eu poder aprender a
valorizar e a vivenciar, com o melhor
irmão do mundo. E com a qual Ele me
presenteia desde então. Através desses
primos que fazem parte dessa minha
vida. Todos verdadeiros irmãos.
10 | agronegócio
CONSTRUINDO o
futuro dos negócios:
Você está preparado?
*Antonio Carlos Zem
Aos gestores, é necessário um permanente olhar ao mercado e às suas forças em constante movimento, fazendo
os ajustes necessários para que continuemos competitivos. Deve-se focar, ao
menos, em três fatores fundamentais
para o êxito empresarial: 1) O cliente; 2)
Os Custos e Resultados e 3) A equipe.
“Cash is King!”. Você e seus colaboradores precisam entender e abraçar o tema
“fluxo de caixa”. Esta é uma tarefa de
todos. A saúde do seu negócio é reflexo
direto da qualidade de seu fluxo de caixa e de sua capacidade de gerar excedentes e manter-se adiante da curva.
© Selvam Raghupathy | Dreamstime.com
O Brasil vive hoje um momento que traz
enormes possibilidades de construção
do futuro, e nos permite vislumbrar anos
de prosperidade para a economia do
país na esteira do agronegócio - beneficiado pelas crescentes exportações de
alimentos, abertura de mercados, bioenergia e contínua melhoria da competitividade do setor rural, que está mais
profissionalizado e será favorecido pelo
aperfeiçoamento da logística e tecnologia. Tanto o PIB brasileiro como do
agronegócio crescerão a taxas superiores a 5.5%. Portanto, todo negócio, para ser sustentável, deverá ter crescimento rentável a níveis iguais ou preferencialmente superiores a esse PIB. Dentro
do agronegócio, não há razões aceitáveis para performances não compatíveis
com a dinâmica e a pujança do setor.
O Cliente – Essencial em toda empresa
é ter clientes satisfeitos. Se você cumprir esse requisito, todo o restante será
quase conseqüência. Portanto, pergunte
a si mesmo e a sua equipe, sempre:
“Temos clientes satisfeitos? Encantamos
e surpreendemos nossos clientes? Toda
a nossa equipe, não importa o cargo,
entende e exercita essa máxima?
Quem da equipe sai de sua zona de
conforto para atender o cliente?”.
Clientes satisfeitos tornam-se fiéis e se
transformam em “advogados ou promotores” da empresa, termo utilizado para
se referir aos clientes que se encantam
tanto por uma empresa, que contam a
todo o mundo sobre ela. Tornar a experiência do cliente positiva é uma prioridade crucial para que a empresa
cumpra suas metas de negócios e permaneça no topo da sua indústria.
Você tem poucos colaboradores com
este perfil? Privilegie-os. Liste suas atividades, produtos, ações, gastos, etc. e
classifique o seu valor para o cliente.
Elimine tudo que devora os seus lucros.
Os Custos e Resultados – A forma mais
fácil de ganhar dinheiro é deixar de perder. Parece básico, mas poucos o fazem
com a profundidade necessária. Seja implacável com custos particularmente nos
bons anos e ao gerar lucro. Elimine o
supérfluo, ou seja, tudo que não gera
valor ao seu mais importante patrimônio:
o cliente. Olhe seus processos, fornecedores, prazos de compra e vendas. Eles
são compatíveis? É o melhor que você
pode ter? O seu cliente não pode pagar
por suas ineficiências.
Ter caixa disponível é uma regra de
ouro. Lembre-se do ditado americano:
A Equipe – Finalmente o mais importante: pessoas. Você se cerca de pessoas competentes ou medianas? Como
separar quem contribui de quem “enrola”? Tenho aqui duas regras de ouro:
Separar aqueles que vêm até você com
problemas e soluções, com propostas
de melhoria, com visão sistêmica do negócio, daqueles que vêm para te dizer
que não dá, que será difícil, que é impossível, que o concorrente é melhor, o
cliente é chato, etc. Francamente, você
não precisa das pessoas do segundo
grupo, elas não fazem nada pelo negócio e muito menos pelo cliente. Olhe para os “gerundiais”. Eles estão sempre
olhando, analisando, pensando, vendo,
estudando, verificando, postergando, etc.
Fique atento a esse vocabulário típico
dos perdedores. Livre-se deles.
Valorize os que constroem de verdade,
os que realmente gostam do cliente e
em particular aqueles que em meio à
crise se engajam ainda mais, trazem
soluções e ideias. É na crise que conhecemos de verdade os nossos melhores
talentos. Valorize os que te criticam
como conselheiros, os que vivem o
negócio e claramente têm metas, desafios e contribuem.
Celebre com eles. Reconheça suas pequenas e grandes contribuições, “toque
o sino” e crie um senso de realização
que ecoe por todos os cantos da empresa. Valorize quem ousa, cria e toma
riscos. Evite “os normais”, a normalidade
não dá primeira página. A mediocridade
não faz história e não cria legados.
O cavalo está passando por toda a década. Estamos na era de ouro. Nossos
pais e avós não tiveram esse privilégio.
Uma oportunidade única para fazer a
história. Você tem 10 anos para crescer,
brilhar, inspirar, construir e contribuir
para um Brasil soberano, economicamente pujante e socialmente justo.
*presidente da FMC Agricultural Products para a América Latina,
multinacional americana que atua em diversos segmentos em 34 países.
No Brasil, está sediada em Campinas. De forte vocação no setor agrícola, tem
extensa linha de defensivos agrícolas para culturas de algodão, arroz, batata,
café, cana-de-açúcar, citros, milho, soja, tabaco, tomate, entre outras.
A Conferência inicia-se mediante um
quadro alarmante: segundo pesquisa
recém lançada por climatologistas, o ano
de 2010 será o ano mais quente da
História, desde o início dos registros, em
1850. Além disso, a concentração de
GEE na atmosfera alcançou, também
neste ano, sua marca recorde. O agravamento contínuo desses dados pode gerar
inúmeras conseqüências negativas, a
exemplo do aumento da temperatura
mundial, degelo de calotas polares, aumento do nível do mar, desaparecimento
de cidades litorâneas, aumento do número de refugiados ambientais, aumento
da chance de propagação de epidemias
e doenças, entre outros. Diante desses
fatos, torna-se fundamental que os
países consigam chegar a um consenso.
No entanto, tamanha urgência não consegue se refletir facilmente no tão esperado acordo climático. Tal expectativa já
era esperada na COP 15, realizada em
Copenhague, no final do ano passado,
mas que não conseguiu definir um
acordo legalmente vinculante. Ao invés,
*Fabio Feldmann
© Davidundderriese | Dreamstime.com
Nos próximos dias, de 29 de novembro
a 10 de dezembro, será realizada em
Cancun, no México, a 16ª Conferência
das Partes (COP 16) da Convenção
Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Trata-se da mais
aguardada reunião do ano, para que os
países possam efetivamente chegar a um
novo acordo internacional que substitua
o Protocolo de Kyoto e estabeleça novas
metas de redução de emissão dos
chamados gases efeito estufa (GEE),
garantindo assim o equilíbrio climático
no mundo.
SINALVERDE
definiu um “acordo de intenções”, elencando consensos políticos fora de um
arcabouço legal. Em Cancun, os países
terão a chance de captar tais consensos
e transformá-los em ações operativas.
Para tanto, será necessário um enorme
esforço político, tanto de países desenvolvidos, quanto de países em desenvolvimento.
Ao tratar da definição de medidas e
planos de adaptação, que são iniciativas
para minimizar o impacto negativo das
conseqüências das mudanças climáticas,
os países estão dando sinais para a criação de um marco institucional específico para apoiar essas medidas,
principalmente nos países em desenvolvi-
mento, que são os que mais sofrem com
os impactos negativos das mudanças
climáticas. Este marco poderia ser a criação de um “Fundo Verde” que canalizasse ajuda financeira para tal objetivo.
No entanto, é na definição das medidas
de mitigação que a Conferência encontra o seu maior obstáculo, já que os
maiores emissores de GEE, os EUA e a
China, não dão nenhum sinal de avanço
em relação à adoção de metas de redução de emissão legalmente vinculantes.
Sem o comprometimento dessas duas
potências, dificilmente um acordo será
estabelecido.
Segundo estudo do Programa das
© Robert Lafaye | Dreamstime.com
JÁ passou da hora
11 | meio ambiente
Nações Unidas para o Meio Ambiente
(PNUMA), os esforços voluntários divulgados pelos países já não são mais suficientes para conter o agravamento das
mudanças climáticas. O estudo analisou
todas as promessas já anunciadas para
reduzir as emissões de GEE e concluiu
que, todas as promessas, de todas as
nações, somadas, não são suficientes
para deixar o mundo abaixo do aumento
de 2ºC, considerado o aumento limite
para que os efeitos das mudanças
climáticas não sejam irreversíveis.
Esta reunião, que se iniciará dentro de
poucos dias, é a chance que temos para
dar um passo além e impedir com que
o fenômeno do aquecimento global se
agrave ainda mais. Já passou da hora
dos países pensarem no futuro da Humanidade e do Planeta.
*Ambientalista, criador e participante de várias organizações não
governamentais, como a Fundação
SOS Mata Atlântica. Foi deputado
federal (1986-98), Secretário de
Meio Ambiente do Estado de São
Paulo (1992-95), criador do Fórum
Brasileiro de Mudanças Climáticas
(2000) e do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas Globais e de Biodiversidade (2005). Atualmente,
dirige um escritório de consultoria
ambiental, que busca promover os
princípios do desenvolvimento sustentável nos diversos setores da
economia. • ffconsultores.com.br
IGREJA de Timburi
merece restauração
12 | meio ambiente _ cultura
Um dos mais belos patrimônios históricos
do sudoeste do Estado de São Paulo,
a igreja matriz de Timburi ainda encanta
os visitantes da cidade que almeja
tornar-se estância turística em razão
de seu acervo natural diferenciado.
O monumento precisa urgente de apoio
de investidores interessados em zelar
pela história e pela cultura do país
fotos: Flavia Rocha | 360
Patrimônios históricos carentes de restauração é o que
não falta nas pequenas cidades do interior de São
Paulo, a maioria centenárias ou em vias de completar
um século. Esse cenário, que acaba por entristecer os
que têm consciência do valor desses pontos históricos
e por impedir que novas gerações deem o devido valor
ao acervo arquitetônico e natural das cidades, aparece
como oportunidade para empresas interessadas em
contribuir para o desenvolvimento dos municípios
através de ações que convergem para sua responsabilidade social e contribuem fortemente para suas marcas, fortalecendo o trabalho de “branding”, como hoje
chamam os marqueteiros de plantão o que antes era
“ação institucional”.
Igreja de Timburi – Principal edificação da pequena Timburi, um dos santuários ecológicos da
região, a igreja matriz Santa Cruz de Timbury, segue o
estilo medieval e pode ser considerada “um prato
cheio”, para quem quer verdadeiramente recuperar os
pontos históricos e turísticos do Estado de São Paulo.
O que não faltam são leis de incentivos fiscais, que facilitam a migração de dinheiro que as empresas pagam
em impostos para a recuperação dessas obras, ainda
com o mérito de serem “patrocinadoras” do trabalho.
Monumento secular – A igreja teve suas obras ini-
A praça em torno da igreja é convidativa, repleta de plantas bem cuidadas
e bancos para o público aproveitar
O prédio tem problemas estruturais
que requerem uma solução o mais
breve possível para que se possa
manter as características originais
ciadas em 1917 pelo padre português Bento Gonçalves
de Queiroz. Foi contruída com blocos de arenito típico
da região, chegando a ser improvisado um grande
guindaste para transportar o bloco único do qual foi
feita a pia batismal. A obra foi concluída em 1929.
Até hoje a igreja é o principal monumento arquitetônico de Timburi, mas está visivelmente atingida
pelas ruínas do tempo e da falta de uma política
pública verdadeiramente eficaz em benefício dos bens
históricos e culturais brasileiros, especialmente por
parte do governo estadual, que converge verbas
desnecessárias aos municípios em anos eleitorais e não
faz um trabalho verdadeiramente conscientizador e
edificante junto às esferas municipais.
O esforço estadual também é ausente no que diz respeito a conclamar as empresas que se valem desses pequenos, porém importantes, mercados, já que
correspondem a boa fatia (cerca de 30%) do segundo
maior mercado do país que é o interior de São Paulo.
Em outras palavras, um Estado como São Paulo, tem
“poder de fogo”, como se costuma dizer, para convencer as empresas de que nem só a Amazônia merece
investimnetos privados, mas também as pequenas
cidades paulistas, que tanto rendem aos cofres públicos e privados do país.
13 | meio ambiente _ acontece
USO de material barato e reciclado
é destaque em mostra de decoração
Mostra de decoração realizada em São
Paulo comprova que o uso de materiais
simples e ecológicos, como madeira de
demolição, bambus e papelão estão em
alta e conferem estilo aos ambientes
reportagem Flávia Manfrin – fotos Alexandre Stefani
Os ambientes, todos bastante requintados, sempre continham demonstração clara de uma nova consciência no
mundo da decoração. Nada de ficar jogando fora o que
pode ser utilizado, transformado. Outra evidência é a simplicidade dos objetos. Uso de restos de tinta, suportes bastante básicos e objetos repletos de partes, qual um quebra
cabeça, mostraram que podemos olhar para nossas velharias pensando em torná-las interessantes objetos a
fazer diferença na nossa casa, no trabalho ou mesmo no
nosso comércio.
Brasil em alta – Além do conceito do aproveitamento,
também os temas nacionais estavam em alta. Dos animais
que inpiraram os criadores, entre arquitetos, decoradores
e artistas plásticos, às plantas de adorno e tecidos tudo
trazia o sentido forte de uma mostra bastante brasileira.
A mesinha de centro
aparece em duas
versões: vidro sobre
varetas de metal e
vidro sobre varetas de
bambu ou madeira
amarradas. Abaixo,
sala japonesa feita de
almofadas, madeira e
vidro. Tudo muito
simples de ser feito
A estante da foto é rústica e fácil de
fazer. Ripas de madeira, do tipo caixote,
sobre pés iguais aos de um simples banco.
Até a pintura apareceu em cores variadas
e descascadas, indicando uso de restos.
Ao lado, vasos muito simples com as
plantas de ponta cabeça. Abaixo um
lindo cavalo feito de restos de madeira
fotos: Alexandre Stefani | 360
Toc toc toc. A madeira está em alta. Tratada, legal, aproveitada… de todas as formas. Uma visita a um dos mais
sofisticados evento de decoração do país, a Casa Cor Trio,
realizado em São Paulo em novembro no JOckey Clube
só fez comprovar isso. Pautada em três temas, escritório,
festa e boa mesa, a mostra estava repleta de objetos que
comprovam essa tendência da volta às origens, da valorização do simples, da consagração do aproveitamento de
materiais e da economia na geração de lixo.
fotos: Alexandre Stefani | 360
As paredes aparecem compostas de estantes assimétricas, evidenciando a possibilidade de aproveitamento de
materiais de diversos tamanhos, como vemos no modelo
de madeira acima. Ao lado, parede de banheiro de restaurante revestida de copos plásticos pintados e grafita-
dos, fazendo contraponto aos acessórios de inox. À direita, parede feita de tubos de papelão decoradas com
plantas e bancos de madeira. Distintas entre si, as criações da mostra têm um forte ponto de convergência: uso
e reaproveitamento de material barato e fácil de achar.
fotos: Alexandre Stefani | 360
Basta criatividade para transformar
materiais usados, sobras e outros itens
baratos que muitas vezes se joga fora em
objetos de estilo e muito bom gosto
A cadeira de escritório ganha destaque, demonstra conforto e é feita de tiras de malha recheada de matelassê
trançadas sobre estrutura fina de ferro. A simplicidade
de produção também, aparece na namoradeira feita de
tábuas assimétricas, de tonalidades diferentes, empi-
lhadas e fixadas com parafusos de metal. Também bastante rústico, o balcão do restaurante japonês tem bases
bastante simples para sustentar um longo tronco de madeira irregular que levou apenas um verniz fosco. É natureza e os elementos simples em versão muito chic.
16 I meninada
fundo: © Dannyphoto80 | Dreamstime.com
arte: Sabato Visconti | 360
A LÍNGUA do PINGO
P
I
N
G
O
– Mãe, quando ele percebe que vou levá-lo pra
passear, ele late e levanta as orelhas.
– Pingo é esperto Alvinho, ele fica feliz e ao mesmo
tempo diz que você não é burro e sim um menino
muito inteligente.
– Hum! Muito esperto esse Pingo.
arte: Wellington Ciardulo | 360
– Mãe, escuta só o que o vô falou: “Quem cala consente.” O que é isso?
– Quer dizer que se eu disser que você é um menino
preguiçoso e você se calar, você consente, você concorda.
– E o Pingo? Ele sempre late quando falo com ele.
– Nem sempre Alvinho. Pingo é mais do tipo:
“Quando um burro fala, o outro abaixa a orelha”. Se
ele faz uma coisa errada e você fala bravo com ele,
preste atenção, ele se encolhe, esconde o rabo, se
deita e abaixa as orelhas.
Papai Noel não
deixa ninguém
na mão. Ache
as 7 diferenças!
Respostas: Laço do Presente de cima. Lua. Pompom do gorro. Nuvem abaixo dos pés. Janela de baixo à direita.Fivela do cinto. Janelas pequenas à esquerda.
Disponível em Sta. Cruz, Ourinhos,
Ipaussu, Chavantes, Bernardino de
Campos, Canitar e Espírito Sto. do Turvo
18 | bem viver
MUDANÇA de hábitos
*Fernanda Lira
São três situações corriqueiras e simples
de lidar. A dengue se evita eliminando
água parada exposta, que contribui para a
proliferação do mosquito transmissor. O
lixo basta jogar no cesto, ou levar pra
casa quando o local não oferece os recipientes apropriados. A Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis têm na
camisinha um santo protetor.
Qual a razão, então, para essas três situações continuarem a consumir milhões
e milhões de dinheiro dos governos? Reclamamos
tanto dos gastos públicos mal direcionados e obrigados os governantes a torrar grana pra nos lembrar
das mesmas coisas?
Isso me parece muita indiferença.Não com o próximo,
mas consigo. E com todos os próximos também. Fosse
eu a responsável, multaria os que provocam a continuidade desses problemas. Lanchonetes que tratem
de recolher o lixo deixado por seus clientes em sua
calçada e nas proximidades, morador que elimine a
água parada, ou tome-lhe canetada. E quem não fizer
teste de HIV fica fora do mercado de trabalho.
Tais medidas, por outro lado, parecem atitude de
bedel, de inspetor. Uma atitude chata. Mas chato
mesmo é ver tanta gente agindo feito bobo, dando de
ombros para questões que comprometem a própria
saúde e a dos outros. E não pensem que apenas po-
bres coitados sem eira nem beira se comportam mal
desse jeito. Tem muito menino e menina ricos, empresários, advogados, professores… que continuam a
cometer todas essas asneiras.
Cresça e apareça – A insistência em manter-se indiferente à necessidade de mudar hábitos simples também aflora – e muito – nas relações pessoais. A
impressão que se tem é que todo mundo quer continuar como garotinho de jardim de infância, que está
aprendendo os primeiros passos na convivência social.
É o patrão e o empregado que não conseguem estabelecer uma relação profissional e ficam às turras com
picuinhas e falta de noção do papel de cada um. É o
filho de barba branca que ainda não aprendeu a res-
© Denys Dolnikov | Dreamstime.com
Não dá pra entender o que faz as pessoas serem tão teimosas diante de evidências. Vou listar aqui três situações que se
repetem exaustivamente, as quais não dá
pra culpar governos: a incidência contínua
da Dengue, do Lixo que entulha bocas de
lobo e causa enchentes, da contaminação
de parceiros com vírus que podem ser letais, como a AIDS, por exemplo.
FIQUE DE OLHO
na Dengue e
no lixo!
É tão simples evitar a Dengue. Basta
querer. Afinal, o mosquito só se desenvolve em água parada. E nada
mais simples que evitar isso na sua
casa, no seu trabalho, no seu lazer.
Com as enchentes é igual. Se na sua
cidade não tem lixeiras nas ruas,
leve o seu lixo pra casa. Afinal, ele é
seu. É responsabilidade sua. E se
você se depara com o lixo alheio,
ajude a colocá-lo no lugar certo.
Tem uma frase que facilita essa
questão: Ninguém tem a
obrigação de catar o
lixo que você joga no
chão (nem mesmo o
varredor de rua),
mas não custa nada
recolher o lixo que
alguém jogou.
Pensei nisso!
peitar os pais, muito menos a esposa, são pais de
gente grande que trata os filhos quais pimpolhos. São
casais que vivem criando caso quando poderiam estar
cuidando de fazer o possível para tornar a vida dos
dois o mais tranquila possível.
O que nos fará crescer? Tomara não seja o mal, a
dor, a tragédia. Tomara seja este texto, a despertar
sua ação. Mude, não somos paus que nascem e morrem tortos. Somos seres inteligentes, a quem foi dada
a graça de fazer da própria vida algo muito, mas
muito melhor. Experimente!
*Jornalista de São Paulo que adora o
interior | [email protected]
R
e
saber
ó
p
r
E
s pe
3
cia l
Seguindo os passos de Ourinhos, Avaré e Bernardino,
Santa Cruz enveredou pelo bom caminho do teatro
e realizou o I Festival de Comédia.
Nossa pequena repórter conheceu um
grande nome do teatro brasileiro que dedica-se
a promover o teatro nas cidades brasileiras:
o ator e diretor Antonio do Valle
Paola: Como você se tornou um diretor de teatro?
Antonio do Valle: Eu cresci vendo um
pouco de teatro de circo quando ia
para as pequenas cidades onde eu
morei, e eu sabia fazer aquilo mais não
sabia dizer o porquê, me emocionava
muito com os grandes dramas de circo.
Mais tarde em São Paulo, comecei a
ver teatro,
prestei
vestibul a r ,
pas-
sei e nunca mais parei. Já vai para quase 40 anos.
Paola: Sua família nunca teve nenhuma
restrição?
Antonio do Valle: Quando meu pai faleceu eu ainda não fazia teatro, trabalhava no escritório, mas em casa nunca
ninguém se incomodou com o que escolhemos para nossa vida. Tenho uma
irmã psicóloga, um irmão que cuida de
empresa, um ferramenteiro. A mais nova
casou-se muito cedo, ela é dona de
casa, o único que seguiu a arte fui eu
que nasci com esse dom nessa famííia.
Paola: Por que você acha que o teatro
é importante?
Antonio do Valle: O teatro
tem uma função de divertir, de emocionar. De uma
forma ou de outra, sempre esta tentando levar
as pessoas a refletir
sobre suas vidas, a pensar sobre sua função
neste mundo. A verdadeira função do teatro é
a função social. Ele tem
que funcionar como um
espelho. A pessoa se
vê lá e a partir disso
esteja se divertindo,
se emocionando, passam a refletir sobre o
mundo que a gente
vive, sobre suas vidas, sobre o que a
gente faz nesse mundo. Nas razões de estarmos aqui, por que
existe tanta miséria,
tanta contradição, tanta gente que tem de
sobra e outras que
não tem nada, por que
que se guerreia, por
que que há tanta corrupção, por que que a
política é assim…
Iogurte
0
foto: Flavia Rocha | 360
quer
ter
6
VAMOS
ao Teatro?
Paola
20 | exclusivo
Paola entrevista
Antonio do Valle
no Graal Kafe
O bom teatro é aquele que faz as pessoas saírem de lá refletindo e a partir
daí tenham uma mudança em sua vida,
no crescimento e na evolução espiritual.
Paola: Qual tipo de teatro te agrada
mais?
Antonio do Valle: O melhor teatro é
aquele que é bem feito e que tenha
uma devida função social. Eu não sou
contra a diversão pela diversão, pode-se
fazer muitos espetáculos que se divertem também, mas tem que ter conteúdo,
contar alguma coisa para as pessoas. O
que eu não gosto é quando cai para
um humor sem um sentido, sem provocar o público, quando cai para um
humor mais chulo, eu não gosto muito
disso não. Na realidade, por ter outras
opções, nunca irei ver esse tipo de teatro, então é o teatro provocante que faz
as pessoas evoluírem na sua caminhada.
Paola: Como foi o primeiro teatro que
você fez?
Antonio do Valle: Meu espetáculo de formatura em São Paulo foi no teatro que
se chama Teatro do Absurdo. Eu fiz na
escola e depois sai profissionalmente
com meu espetáculo de formatura e foi
o espetáculo que me deu o primeiro
prêmio no teatro, de revelação de direção do ano e de revelação de ator. Eu
comecei já com um teatro muito sério,
um teatro poético e muito provocante,
em relação a isso que eu acabei de
dizer, de mexer com as pessoas. É um
texto que pode-se dizer se fala do fim
do mundo, eu fiz um jogo que dá a
ideia do fim da humanidade do fim dos
tempos, um texto do apocalipse.
Paola: Você gostaria de mandar uma
mensagem para nossos leitores?
Antonio do Valle: Eu gostaria de dizer
já estava na hora da semente cultural
do teatro ser plantada em Santa Cruz
do Rio Pardo. Nós temos aqui pertinho
dois festivais, o de Avaré e o de Bernardino de Campos que é uma cidade
de 10 mil habitantes e já vai para a 7ª
edição do festival. Aqui tem um teatro
municipal maravilhoso, tem uma figura
como o Umberto Magnani, que é um
ator nacional. Então, o que aconteceu
este ano aqui, deveria ter acontecido lá
no espaço próprio, no teatro que é o
Palácio da Cultura. Deveria ter tido apoio
do governo municipal para que não precisasse cobrar ingresso e lotasse todas
as noites. Alguns dias o festival foi bem,
chegou a ter público de 300 pessoas,
mas nos outros não foi assim. E tudo
tem a ver com o espaço onde aconteceu. As pessoas acabaram achando que
era só para sócio do clube que foi o
local que deu abrigo ao festival.
Também quero dar parabéns aos empresários da cidade que colaboraram
(veja lista abaixo), à imprensa que divulgou, aos profissionais que estiveram lá,
como o Claudio da Band, que esteve lá
todas as noites, participou de todos os
debates. Mas acho que isso é uma semente que foi plantada e que o ano que
vem tem que ser assumida pelo governo
local e que tem que ser feito de uma
maneira que atinja a cidade, porque teatro é arte, cultura é arte. Você tem que
dizer para as pessoas que isto está lá,
porque quando elas vão, elas gostam.
Aí elas querem ver todas as vezes que
tiver. Com apoio, o ano que vem com
certeza vai ser maior e vai ter muito
mais público e daí pra frente ninguém
segura mais. A cidade vai ter seu próprio festival de teatro.
Destaque: Conheça as empresas que
apoiaram o I Festival de Comédia de
Sta. Cruz: Icaiçara Clube, Restaurante Os
Galeguinhos, Iasnaia Lanches, Magno
Alves Pousada, Wizard Idiomas, Ópera
Som, Juninho Peres Camisaria, Micro
Way, Posto Paulista, Eduardo Tavares
Harada Assist. Computadores, Dr. Leandro Fonseca Ortodontia.
Fazenda
Botelho.
l!
m deli c
a
t
D e ja a
u
a
N
z
i
ê
l
fe
l!
a
t
D es e j a a v o c ê u m d e l i ciio s o , h a r m ô n i c o e b eem
a
N
z
i
l
oso, harmônico e b m fe
voc
se
A Equipe Pirajuense de Canoagem Velocidade trouxe 70 medalhas, sendo
30 de ouro, da última etapa do Campeonato Brasileiro de Canoagem Velocidade, ocorrido entre 24 e 28 de
novembro, na Raia Olímpica da USP,
em São Paulo. O surpreendente resultado foi alcançado por uma equipe de
30 atletas, que trouxera também o
troféu Equipe Campeã do Campeonato Brasileiro de Canoagem - 2010.
Com esse resultado, a APEN (Associação Pirajuense de Esportes Náuticos),
à qual os canoístas são filiados, somou
277 pontos, 103 pontos acima da segunda colocada, a ACEN (Associação
Caxiense de Esportes Náuticos).
Seleção Brasileira – As conquistas
da equipe de Piraju no Campeonato
Nacional rendeu aos atletas Rodrigo e
Roberto Cabral, João Mota, e ao técnico Romerson de Matos, o convite
para integrar a Seleção Brasileira de
Canoagem Velocidade. Ele vão se juntar a outro atleta pirajuense que já integra Seleção Brasileira desde 2008, o
PIRAJU é
destaque
na canoagem
premiado João Carlos Rodrigues Junior (sete medalhas no campeonato).
Apoio público e privado – As conquistas memoráveis da equipe de Canoagem de Piraju tiveram apoio da
Prefeitura Municipal de Piraju e da Sabesp, que arcaram com os custos da
permanência da equipe em São Paulo
durante a competição. Outras empresas interessadas em apoiar esse time e
atletas dedicados e vitoriosos devem
entrar em contato com a secretaria de
Turismo (14 3351.9588)
fotos: divulgação
21 |esportes
A turma de atletas de Piraju só viajou
graças ao apoio da Sabesp e também
da Prefeitura da cidade
Uma das provas
disputadas nas
raias da USP
O tempo quente típico da região nesta época do ano está rendendo atividades em grupo. Santa
Cruz do Rio Pardo e Ourinhos realizaram divertidos programas comunitários que merecem destaque.
CORRIDA
de Bóia
por Flávia Rocha Manfrin_editora 360
foto: Thais Balielo | Debate
em Santa Cruz
Finalmente aconteceu. E num dia reluzente de sol. O
céu anil tornou a 24a. Corrida de Bóia de Santa Cruz do
Rio Pardo um evento ainda mais gostoso de participar.
Camisetas para todos os participantes, uma grata lembrança da prova, prêmios para equipes, feminino e masculino adulto e infantil, além de duas categorias para
veteranos que fizeram a história da prova. Além de
troféus para os três primeiros colocados de cada categoria, as empresas Special Dog, Caminho da Moda, Supermercado São Sebastião e este Caderno 360, que
fizeram questão de estampar seus logos nos uniformes,
trataram de premiar com dinheiro os primeiros colocados. No total, foram R$ 600,00 distribuídos segundo
critério da Secretaria de Esportes do Município.
CAMINHADA do
bem em Ourinhos
Angemerli Teodoro não é de brincadeira. Mas foi com
um alto astrak gigante que a dentista que é voluntária e
coordenadora da Turma do Bem promoveu a Caminhada do Bem, em Ourinhos. O objetivo, além de promover o trabalho do projeto capitaneado pelo dentista
Fabio Bibancos, foi arrecadar recursos com a venda das
Camisetas do Bem lançadas pela Trident, patrocinadora
do projeto, para ajudar a aumentar o caixa do projeto e,
assim, ampliar o atendimento a mais e mais jovens
brasileiros que carecem de atendimento odontológico
foto: Rodrigo Salaro | 360
foto: divulgação
Sem pressa – Tirando os atletas que realmente se empenham em vencer a prova, a maiora dos 180 participantes quis mesmo foi se esbaldar nas águas do Pardo.
Esse rio delicioso que deixa a gente bronzeada de terra
vermelha e em paz com a natureza.
especializado para tratar de sérios problemas. Angemerli
contou com o apoio de duas empresas de Ourinhos – a
Estação Baguette e o Studio Pilates Alexandre Macedo.
Eles reuniram 60 pessoas que literalmente vestiram a
Camiseta do Bem. Você também pode ajudar essa onda
a ficar ainda mais legal. Basta comprar sua camiseta pelo
site www.tridentbrasil.com.br/camisetas. Eu comprei,
chegou muito rápido. Comprove!
23 |educação
ESTUDANTE da região
Ana Carolina durante a cerimônia
de entrega do prêmio,entre o diretor da escola, Cluadionor e o professor Valdeci (à direita)
*texto editado a partir de press releases
ENSINA-ME se for capaz
*José Mário Rocha de Andrade
© Rudall30 | Dreamstime.com
fotos:divulgação
vence concurso estadual
A estudante Ana Carolina Gonçalves Elói, de 16 anos, da Escola Estadual Dr. Miguel Priante Calderaro, de Bernardino
de Campos, venceu a terceira edição do Concurso de Redação
Camélia da Liberdade, que teve como tema João Cândido,
100 Anos da Revolta da Chibata. O concurso realizado pelo
Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap)
e organizado em São Paulo pelo Instituto do Negro Padre
Batista, premiou a vencedora com um notebook e uma impressora multifuncional, além de um notebook para seu
mestre orientador e 10 computadores para a escola. A estudante também terá sua redação “O pássaro que ousou cantar
a igualdade”, escolhida pela Censgrario entre mais de 4,1 mil
inscritas em todo o Estado de São Paulo, publicada em livro
com as melhores redações de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Vontade de aprender – Como muitos que sonham em terminar com as injustiças sociais, a estudante descarrega suas
emoções na escrita. Cursando o segundo ano do ensino
médio, ela é filha única de um casal que trabalha na “roça”,
como ela diz. Acorda às 5 da manhã, viaja 9 km para chegar
à escola e ainda cuida da casa, inclusive do almoço.Carolina
ainda encontra tempo para escrever o seu primeiro livro, “O
Diário de um soldado”, que já soma 170 páginas. “Vencer o
concurso foi um grande presente”, diz a jovem, que sonha estudar Biologia e Jornalismo. Sobre o concurso ela diz:
“aprendi muito com o tema. O que quero em minha vida é
quebrar preconceitos e lutar para acabar com as injustiças.”
João Cândido – O tema do concurso foi a história de perseverança, de luta por igualdade de direitos do marinheiro
líder da primeira revolta no Brasil República. Voltado a
alunos do ensino médio de escolas públicas, particulares e
cursinhos pré-vestibulares, o Concurso de Redação Camélia
da Liberdade tem por objetivo refletir sobre ações afirmativas
para o cumprimento da Lei Federal 10.639, de 9 de janeiro
de 2003, que determina a inclusão do tema História e Cultura Afro-Brasileira no currículo da rede oficial de ensino
básico e médio.
O texto ao lado, por uma feliz coincidência, traz referências a
João Cândido e foi elaborado por outro apixonado pelo saber.
Com essas palavras João Cândido encarou a professora e desafiou. A escola não era o seu ambiente, não nascera para viver e aprender entre 4
paredes, muito menos para ficar grudado em
livros que eram números e números, letras e letras.
Fora das salas de aula era um líder, dentro um
desajustado. A professora pediu: “vocês leiam esse
texto e a prova será a sua interpretação”. João
Cândido o leu com má vontade e fez a prova
ainda menos interessado. Tirou a menor nota da
turma e odiou ainda mais a escola. O pior ainda
estava por vir, enfrentar o olhar de frustração do
pai, a preocupação da mãe, sentir-se o menos
amado e o mais decepcionante dos filhos.
Há uns 5 anos os jornais mostravam uma
pesquisa dizendo que nos Estados Unidos o analfabetismo funcional beirava os 40% da população, quer dizer, sabiam ler e não entendiam, ou
entendiam errado, erravam as operações básicas
de matemática, como somar, dividir. Hoje os jornais mostram o mesmo quadro no Brasil. Tiremlhes as calculadoras. O que é que você entendeu
desse texto, João Cândido? Tio Pedro tinha o 4º
ano primário e aposentou-se como diretor da Finasa, viajava o Brasil de cabo a rabo cuidando
das agências do Banco Mercantil de São Paulo.
Papai tinha o 4º ano primário, era mais culto que
eu, que sou médico, e aposentou-se como gerente
da agência da Av. Paulista do Banco do Brasil em
São Paulo.
Minha mãe desistiu de aprender quando abandonou o violino e decidiu viver de passado. Desde
então sua memória deteriora dia a dia. Meu pai
morreu aos 82 anos de câncer cheio de planos
para aprender e com a cabeça ótima.
Quantos hoje cursam uma faculdade simplesmente
para, ao procurar um emprego, responder: “eu
tenho curso superior completo”. Na prática isso
conta e muito, mas o entrevistador bem que
poderia argumentar: “Ah! Muito bem, o senhor tem
curso superior completo, mas... como é a sua
vontade de aprender? Você estuda somente para
passar de ano, ou também tem ganas de aprender?” Há algo de errado nas escolas de hoje, um
dos empreendimentos mais lucrativos do país.
Estudar é chato, aprender é legal. Mas, não é
assim em tudo na vida? O legal é conquistar uma
vitória, chegar lá, mas, e se o caminho é de pedras? Uma dureza, mas a conquista fica ainda
mais saborosa. Tentativa e erro são os mestres
do aprendizado, mas... sem vontade? A mula empaca. Há um ditado japonês que reza: “você
começa a envelhecer quando perde a vontade de
aprender”. Meu sogro, Dr. Marcílio adorava citar:
“por isso há muito velho moço e muito moço
velho”. “Sem tesão não há solução” e por aí há
uma sabedoria de que mais se fala do que se vê.
Encarando João Cândido a professora diz: “João
Cândido, levante-se: você é meu pior aluno, mas
isso irá mudar. O desafio está aceito... você me
dê um tempo. Eu vou descobrir o que te dá
ganas pra aprender. Espere e verás. Aos 80 anos,
você será um velho moço”.
*médico santa-cruzense que
vive em Campinas
[email protected]
AUTOS •
MODA • SAÚDE • BELEZA • DECORAÇÃO •
AGROPECUÁRIA •
BARES • RESTAURANTES • CASA •
CLASSIFIC
CASA •
OS
D
A
EMPREGOS_BRINDES
ILUSTRADOR
/ CHARGISTA
Para crônicas,
passatempos e textos.
[email protected]
FAXINEIRA
Para empresa 2x por
semana ou 3h por dia.
Necessário referência
c/ Ana: 3372.3548
DESIGNER GRÁFICO
Deve ter conhecimentos de Corell, Ilustrator,
Quark e Photoshop.
c/ ANA: 3372.3548
BRINDES TIETA
para final de ano
Faça já a sua
encomenda!!!
F: 14 97261908
INFORMÁTICA •
MODA • BELEZA •
EU vi
um
BEATLE
27 |papo cabeça
O título desta coluna resume
o que eu poderia escrever da
capa até a última página
deste jornal sobre o show de
Paul McCartney e o que ele
representa. Quem, como eu,
acha que a música é uma
das coisas mais importantes
deste planeta, sabe do que
estou falando.
Confesso que fiquei tentado
a não resenhar este acontecimento histórico. Falar
mais o que? Eu sei que você,
leitor, já viu/ouviu/leu em
todas as mídias possíveis que
o show foi maravilhoso, perfeito, lindo, emocionante, arrebatador e por aí vai. E o
que este pobre escriba pode
acrescentar? Eu não sei. Eu
sei que vi um Beatle, e isso
significa muita coisa.
É difícil falar de algo que não
tem defeito. Inclusive eu até
tentei achar um: excesso de
perfeição. Paul deveria ser
mais humano e errar mais,
sei lá, uma imperfeiçãozinha
pelo menos. Mas aí eu estaria sendo extremamente
mal humorado.
Como descrever a sensação
de ouvir “All My Loving”,
“Drive My Car”, “Blackbird”,
“Eleanor Rigby”, “Band On
The Run”, “A Day In The Life”,
“Live and Let Die”, “Lady
Madonna”, “Helter Skelter” e
muitas outras pelo cara que
criou estes exemplos da mais
alta capacidade humana de
criação? É como materializar
os mais de 50 anos de rock
e colocar tudo ali na sua
frente, de uma vez só, em 37
capítulos.
Já vi shows que estarão em
minha memória afetiva pelo
resto da vida (Rolling Stones,
© Ciska76 | Dreamstime.com
* Tiago Cachoni
© Alain Lacroix | Dreamstime.com
MALAS, malinhas
e maletas
* André Rúbio
Mais uma vez o papo nesse fim
de temporada é sobre malas. As
famosas malas brancas. Por todos
os cantos dizem que o time “A”
ofereceu dinheiro para o time “B”,
a fim de estimular seus jogadores
para que vencessem o time C,
ajudando concorrentes em busca
de título ou de uma classificação
melhor na fuga do rebaixamento.
A história vale para todas as divisões. A premiação que vem de
fora é uma forma de contar com
o esforço de pernas que não são
as dos seus próprios jogadores
contratados.
AC/DC, Beastie Boys, Iggy
Pop, Flaming Lips, Rage
Against The Machine, Queens
of The Stone Age...). Mas
sinto que tudo foi uma mera
preparação para o que aconteceu no último 21 de novembro, no Morumbi. E daqui
pra frente as coisas não
farão mais muito sentido. Afinal, eu tenho 25 anos e já vi
um Beatle...
*músico que acha
que os Beatles deveria ser
matéria escolar. Isto tornaria
o mundo um lugar melhor
O que me espanta é que tudo
isso, essa conversa toda de “incentivo” é tida como normal dentro do futebol. No meio o
consenso é o de que a Mala
Branca vale, porque não está se
estimulando a derrota e sim a
vitória. Os que defendem a idéia
dizem que feio seria jogar para
perder. Vários técnicos, dirigentes, e também jogadores comungam desse pensamento.
A meu ver jogar para perder é
sim muito feio, mas tão feio
quanto receber qualquer tipo de
pagamento de um concorrente,
seja por triunfo ou por tropeço.
Claro que existem muitos que
dizem que a mala branca é o
equivalente a um bônus que um
funcionário de uma empresa
ganha por ter feito bem seu tra-
balho.
Não tenho nada contra quem
pense dessa forma. Acho que é
um prêmio justificável, desde que
seja a própria instituição que paga
seus funcionários, que o ofereça.
Sou contra as todas as Malas. E
vejo muita gente ficar indignada
ao se referir à “cor” das malas.
A branca é inofensiva, porque
se pede apenas para o atleta
se esforçar mais e para ganhar. A
preta é uma afronta, porque o
atleta fará corpo mole e “buscará”
a derrota. O fato é que não há
distinção alguma entre uma e
outra: ambas são suborno.
Alguém que preze sua empresa
deve trabalhar sempre para
honrá-la e esperar que todo tipo
de reconhecimento venha de seus
próprios chefes. Você garante que
o jogador que hoje recebe mala
branca para vencer, amanhã
não vai aceitar mala preta para
perder e dessa forma prejudicar
seu próprio clube?
A verdade é que infelizmente no
futebol, e também fora dele, existem muitas pessoas dispostas a
vender sua honra. Essas pessoas
tem honras tão grandiosas que
são capazes de fazê-las caber em
uma mala.
Quem estiver comprando que
escolha a cor.
* músico apaixonado por esporte, que pensa que futebol é
a coisa mais importante dentre as inúteis |
www.andrerubio.com.br