IGREJA de Timburi merece um projeto de restauração
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IGREJA de Timburi merece um projeto de restauração
foto: Flávia Rocha | 360 ão nº de An iv er 58 is át gr Confira o papo cabeça entre nossa repórter mirim e o mestre de teatro Antonio do Vale. •p.20 iç ar pl em ex PAOLA e o teatro ed sá ri o! ANO VI dezembro|2010 Acompanhe o 360 na internet: www.caderno360.com.br Nesta edição: meio ambiente_ O recado de IGREJA de Timburi merece um projeto de restauração foto: Flávia Rocha | 360 CIRCULAÇÃO mensal em 25 municípios: Avaré • Sta. Cruz do Rio Pardo • Ourinhos • Piraju • Óleo • Timburi • Bernardino de Campos • Manduri • Cerqueira César • Águas de Sta. Bárbara • Fartura • São Pedro do Turvo • Espírito Sto. do Turvo • Ipaussu • Chavantes • Botucatu • São Manuel • Areiópolis • Ibirarema • Palmital • Cândido Mota • Assis • Tatuí • Agudos • Canitar Fábio Feldmann sobre o planeta. Leia! •p.11 gastronomia_Chef de Timburi ensina a fazer assado delicioso! E tem ainda a salada e a sobremesa. Confira! Feita de blocos de arenito, a obra chama atenção pela beleza e valor arquitetônico ostenta necessidade de restauração •p.12 decoração_ materiais baratos e esportes_ canoagem de Piraju traz reaproveitados aparecem em mostra •p.4 foto: divulgação Victor, chef de cozinha de Timburi, ensina várias receitas deliciosas foto: Alexandre Stefani| 360 foto: Flávia Rocha | 360 70 medalhas de campeonato nacional •p.13 •p.21 2 | editorial Trabalho. Sempre me vali desta Um santo remé dio atividade para curar minhas dores e dissabores. Quantos médicos me abriram portas para o ócio com seus diagnósticos… Até hoje não me entreguei. Não me atirei ao ambiente cômodo da depressão, do “encostar” que tantos sonham na vida. Isso não me atrai. Quero saúde pra trabalhar. Criar, fazer, realizar. E, com isso, continuar saudável. Porque acho que o trabalho traz saúde, qual um ciclo que se alimenta daquilo que o move. Por isso, Graças a Deus, amo trabalhar. Seja no que for. E pra minha maior sorte, amo o que faço. Não me retraio diante os desafios e dos incômodos , afinal, são os “ossos do ofício”. Falo tudo isso porque percebo que muita gente, especialmente nos pequenos centros e entre os mais jovens, vive a ilusão do “dolce far niente”, como objetivo de vida, da esperteza, da sorte. Almejam não fazer nada. E, com isso, nada ser. alma não ser pequena, como ensinou o poeta português. Trabalho, aprendizado, diciplina e comprometimento impregnam esta edição, pode conferir nas nossas seções de AGRONEGÓCIO, EDUCAÇÃO, ESPORTES, GASTRONOMIA e nos artigos que estão ótimos. Criatividade e trabalho também são a tônica do que aparece em ACONTECE e CULTURA, que trazem o foco no meio ambiente. Confira ainda mais uma entrevista da piccola Paola e muitas fotos e diversão em GENTE e MENINADA. Com esta edição, começamos mais um ano de 360. A primeira do ano 6. Obrigada, caro leitor! Você é nossa razão de ser. Boa leitura! E um Feliz Natal! Ora, Ação! “Na multidão de palavras não falta pecado, mas o que modera os seus lábios é sábio.” Flávia Rocha Manfrin | Editora 360 e rramos [email protected] Sinto pena e medo. Porque quem nada faz fica à mercê da vida, dos outros, dos ventos. É muito risco pra desfrutar a graça de viver. E a vida é uma só, queiramos ou não. c orreio Fernanda Lira foto: Flávia Rocha| 360 Cadê João? foto: Flavia Rocha | 360 Trabalho desde os 20 e poucos anos. E comecei sem precisar. Trampar, como se usa dizer, pode ser punk. Mas sempre vale a pena, afinal, basta a João me chamou. João me beijou João me namorou, como se deve. Fui feliz com João até o dia em que ele disse adeus. Com toda a delicadeza, poesia e encanto que marcaram todos os dias passados. Inclusive os mais difíceis, desafinados, complicados ou chatos de viver. João, me chama! Ou, chamo um “João” pra mim. Assim, como você. Índice Provérbios 10. Vs: 9 João Rafael dá o seu recado em show no Quintal do Romão, em Bernardino Parabéns 360_ Agradecemos aos amigos leitores que enviaram mensagens e ligaram para nos cumprimentar pelo Prêmio Imprensa do Bem: Adriana Righetti, Aldine Rocha Manfrin, Alessandra Serrano, Alexandre Stefani, Anderson Luis Cardoso, Angemerli Teodoro, Cacá Vieira, Celina Tavares, Claudia Rocha Manfrin Quagliato, Daniel Quagliato, Daniela Dalmatti, Elaine Moraes, Emerson Zanette, Erik Manfrim, Estela Caparelli, Fabio Dezo, Fernando Quagliato, Francisco Rensi, Franco Catalano Nardo, Guca Domenico, Guilherme Aranha, José Antonio Peres, José Marcos, José Mário Rocha de Andrade, Kátia Salomão, Katia Vanzini, Laura Oliva Alon, Leo Spigariol, Lia Alcaraz, Luis Rosa, Luly Salinas, Marcos Zanette, Mario Benedito Rocha de Andrade, Marisa e Baiano, Maristella Rosseto Escobar, Marly Ferreira Quagliato, Miguel Raimundo, Adelair Ferdin, Odette Rocha Manfrin, Rafael Salomão, Roberto Cammarota, Roberto Magnani, Roberto Rensi, Sabato Visconti, Theo Werneck, Wonka King, Noêmia e Rosa Alóe,Nilda Caricatti, Hosterolder, Maria Inocência Rocha de Andrade, Clarice Siqueira, Câmara de Vereadores de Santa Cruz do Rio Pardo, José Eduardo Piedade Catalano, Celso Mazargão Barbuto, Maria da Sta. Massa, Lago e Marlene da Blenda. 2_ editorial _oração _correio _ expediente 4_ gastronomia 6_ gente 8_ ponto de vista 10_ agronegócio 11_ meio ambiente 12_ cultura 13_ acontece 16_ meninada 18_ bem viver 20_ entrevista Paola 21_ esportes 23_ educação 24_classificados 27_papo cabeça Apesar de nada ter a ver com a história ao lado, o texto da colega Fernanda Lira será dedicado a João RAFAEL Nantes, que por sua atitude como músico, e por isso, pessoa pública, mostra-se sempre bacana com as pessoas, assim como foi o “João” com a Fernanda. João RAFAEL Nantes, figurinha carimbada de nossa coluna GENTE, pois está sempre nas boas paradas culturais e divertidas, apareceu na matéria sobre o Landau 69, publicada na edição 57. E eu anotei seu nome como sempre imaginei que fosse desde que o conheci, há cerca de cinco anos, quando vim pra cá fazer o 360. E errei! É João RAFAEL, não João Gabriel! Desculpe João, de novo. Sei que você não se incomodou, aliás, você foi o bom camarada de sempre. Mas fica aqui a correção pública prometida, espero, à altura do erro! Agora, se você parar pra pensar em tanta gente legal que tem esse seu nome, só João basta, é um nomão! e xpediente Flávia R.M., editora 360 360 é publicação mensal da eComunicação.. Todos os direitos reservados. Tiragem desta edição: 12 mil exemplares Circulação:•• Águas de Sta. Bárbara • Agudos • Areiópolis • Assis • Avaré • Bernardino de Campos • Botucatu • Cândido Mota • Canitar • Cerqueira César • Chavantes • Espírito Sto. do Turvo • Fartura • Ibirarema • Ipaussu • Manduri • Óleo • Ourinhos • Palmital • Piraju • São Manuel • São Pedro do Turvo • Sta. Cruz do Rio Pardo • Tatuí • Timburi e postos das rodovias Castello Branco, Raposo Tavares, Eng. João Baptista Cabral Rennó e Orlando Quagliato. Redação e Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diretora de arte e jornalista responsável | Mtb 21563›, Luiza Sanson Menon ‹revisão›, Odette Rocha Manfrin ‹separação, receitas›, Paola Pegorer Manfrim ‹repórter especial›, Bruno Enrico ‹assistente de produção›, Maycow ....... ‹design de publicidade›, Ana Maria Martins Contiero ‹representante comercial e distribuição›, eComunicação ‹realização›. Colunistas: Guca Domenico, José Mario Rocha de Andrade, Fernanda Lira, Tiago Cachoni e Fabio Feldmann Ilustradores: Franco Catalano Nardo, Sabato Visconti e Wellington CiarduloImpressão: Fullgraphics. Artigos assinados não expressam necessariamente a opinião desta publicação.. Endereço: Praça. Deputado Leônidas Camarinha, 54 - CEP 18900-000 – Santa Cruz do Rio Pardo/SP • F: 14 3372.3548 _ 14 9653.6463 • Redação e Cartas: [email protected] • Publicidade e Assinaturas: [email protected] • dezembro/2010 Edição On Line: www.caderno360.com.br CEIA de Natal 4 | gastronomia Estava eu distribuindo jornal em Timburi quando me deparei com uma nova atividade comercial onde funcionava a antiga casa do artesão. Entrei e ali conheci mais uma família bacana da cidade. Angélica e Victor Ziantonio, mãe e filho que adoram a cidade. O rapaz, para minha sorte, é chef de cozinha, formado pelo Centro Europeu, de Curitiba. Bastou uma descontraída conversa e combinamos que ele nos ensinaria a fazer receitas boas para a ceia do Natal. Nada de peru ou de coisas difíceis de encontrar. Nem de fazer. Victor cumpriu a tarefa com louvor. Fez o almoço diante de alguns convidados na Fazenda Sta. Maria do Paraguay, do casal Paula e Roberto Helcer. Com muita descontração e ensinando todos os passos, ele provou que faz jus ao elegante uniforme que usa quando assume a cozinha. Podem chamá-lo para festas, eventos, cursos e reuniões. O Victor é uma atração à parte com seu jogo de cintura e seu talento para preparar pratos de dar água na boca e ensinar dicas que vão deixar seus quitutes ainda mais gostosos. Contato: 14 97340741 e 41 96553925 foto: Flavia Rocha | 360 Flávia Manfrin_ editora 360 LOMBO recheado de frutas de Natal Receita do chef Victor Ziantonio Ingredientes: 1,5k de lombo de porco 200g de gorgonzola 50g de damasco 200g de frutas secas (castanha de caju, castanha do Pará, uva passa, avelã e nozes) 200g de bacon 1 cebola picada 1 cabeça de alho cortado em lâminas 1 ovo 150ml de cachaça envelhecida em carvalho 1 garrafa pequena de vinagre balsâmico 300g de framboesa, morango ou frutas vermelhas 1 pote de geléia de frutas vermelhas 1 tablete de manteiga 2 limões açúcar sal a gosto pimenta do tipo reino a gosto azeite Preparo: Coloque o lombo numa forma e fatie na largura de um dedo sem cortar até a carne se separar totalmente (mantenha a parte inferior inteira). Marine com uma xícara de vinagre balsâmico, um limão, uma xícara de azeite e polvilhe sal jogando do alto para espalhar bem. Faça o mesmo com a pimenta. Numa tigela misture a cebola, as frutas secas picadas, o damasco bem fatiado, a gorgonzola e um ovo inteiro, amassando tudo com as mãos. Fatie o bacon não muito fino e frite com o alho em 100g de mateiga aquecida. Deixe dourar e misture tudo à massa do recheio. Pegue porções do tamanho de uma colher de sopa cheia e recheie as fatias do lombo. Cubra com papel alumínio e leve ao forno aquecido com temperatura média por uns 40 minutos. Retire o papel e deixe assar por mais 90 minutos. Calda: Enquanto o lombo está no forno, pique as frutas e aqueça em banho Maria com 50g de manteiga. Acrescente a geléia (umas 4 a 6 colheres de sopa) e a cachaça. Flambe (coloque fogo) a mistura. Em seguida coloque de 100 a 150 ml de vinagre balsâmico e deixe em fogo médio para reduzir (secar um pouco). Vá ajustando o sabor, que deve ser cítrico e um tanto doce, com a geléia e o vinagre balsâmico. Coloque o lombo assado num travessa e espalhe o molho em torno. Regue com um pouco de azeite para dar brilho. Ingredientes: 1 pé de alface americana 1 maçã verde fatiada 1 cebola fatiada 100g de tomatinho cereja frutas vermelhas fatiadas salsinha cebolinha 1 carambola fatiada 6 cebolinhas mirins 2 limões azeite mostarda vinagre balsâmico do chef Victor Ziantonio Ingredientes: 300 g de chocolate meio amargo 100 g de manteiga sem sal 100 g de açúcar 70g de farinha de trigo 3 ovos 2 gemas sorvete de creme morangos licor de café creme de leite Preparo: Derreta 200g de chocolate junto com 100g de manteiga em banho Maria e reserve. Junte 3 ovos inteiros mais duas gemas e bata com 100g de açúcar. Tem que dar uma clareada em todos juntos. Junte os ovos batidos PETIT gateau de chocolate com o chocolate derretido na manteiga e acrescente 70g de farinha de trigo peneirada. Misture bem e coloque em forminhas de empada preenchendo 80% da forminha. Leve ao refrigerador por mais ou menos 2 horas para que possa dar o choque térmico quando levar ao forno. Asse em forno bem quente (250 a 300 graus) por mais ou menos 10 minutos, até que a parte de cima comece a trincar, é o sinal de que esta pronto. Calda: Derreta em banho Maria 100g de chocolate e adicione 100g de creme de leite. Acrescente o licor de café e mexa bem. Sirva o bolinho com sorvete, regue com a calda e decore com morangos. fotos: Flavia Rocha | 360 Receitas SALADA improvisada Preparo: Lave os legumes e verduras e vá colocando sobre um prato grande. A alface, os tomatinhos, a maçã, as frutas, a cebola mirim. Numa frigideira, toste a cebola fatiada, com um pouco de azeite ou manteira. Espalhe as cebolas tostadas sobre a salada. Polvilhe com a salsinha e a cebolinha. No centro, sobre uma folha de alface, coloque a mostarda sobre o vinagre balsâmico. Faça um molho de limão, azeite e sal para acompanhar. 6 | gente fotos: Flávia Rocha | 360 Festival Teatro_Sta. Cruz fotos: Flávia Rocha | 360 fotos: Flávia Rocha | 360 Garagem Haus Bar _Sta. Cruz Lado Black Barrica _Sta. Cruz fotos: Flávia Rocha | 360 Landau 69 Bar do Celsão _Sta. Cruz 8 | ponto de vista MEUS irmãos PARANAPANÊMICO *Guca Domenico Não havia o que discutir, concordei imediatamente. Na qualidade de dono do Rio Pardo, não abro mão de minha origem barrosa, essa cor achocolatada que trago na alma. O Rio Pardo é minha província aquática. Enquanto estou fora, Beto Magnani cuida dele para mim. Em 1975, a prefeitura de Santa Cruz do Rio Pardo promoveu a primeira travessia a nado, de ponte a ponte, fui o número um da cidade – fiquei atrás do ourinhense Nassim. Mais do que dono, sou o rei do rio, mané! Olha que existência digna: 35 anos de monarquia. Meses atrás, Quagliatinho mo mostrou a represa de Chavantes pelo Google Earth. Um mar de água doce esverdeada, várias ilhas e lugares fantásticos. Ele não percebeu e nem eu falei, mas senti um pouco de mágoa ao perceber que, vistos de cima, fazemos parte da bacia do Paranapanema – um rio que nunca me foi íntimo. Que humilhação, ser afluente... Nunca mais acessei o programa e não recomendo. De soberano pardense passei a bobo da corte paranapanêmica, num clique. Em Chavantes, a grande represa esverdeada possibilita a construção de casas com piers para lancha, ao passo que no humilhado Pardo a navegação se dá através de canoa e varejão. O Pardo é um rio unplugged. O Paranapanema é Rock in Rio, prefiro o Rock in Rio Pardo. Viva o Landau 69! *Músico e escritor santa-cruzense que vive em São Paulo | [email protected] | www.gucadomenico.com.br © Ashestosky | Dreamstime.com arte: Franco Catalano Nardo | 360 Da última vez que fui para Santa Cruz, encontrei o Micuim e ele disse: – O Rio Pardo é nosso. Meu e seu. Quem deu ele pra nós? Meu pai e seu pai. Faz uns 20 anos que não vejo o Paulo. A vida passa mesmo depressa. Mas ainda ressoa nos meus ouvidos o som gostoso e maroto da sua risada, debochada e sedutora. Era assim com as meninas (inclusive algumas acabavam se apaixonando por causa disso), com os amigos, que iam tornando-se fiéis à medida que o iam conhecendo, e foi assim também comigo. Tornamo-nos amigos. E fomos muito camaradas, companheiros, cúmplices e, não tenho dúvida, sinceros numa amizade, que ganhou o toque extraordinário da intimidade familiar. Era tanta diversão, nós na casa dos 16, 17, 18 anos... Além de dinâmico, espirituoso, autêntico e de uma disposição incrível para ser feliz, Paulo sempre teve uma beleza maior. O mais belo entre os primos, mesmo com tantas boas estampas na família. Dos Mutuca, ganhou ainda a altura, dando novos horizontes aos belos traços dos Manfrin, como os de Carlito, de Caíto, de Zé Natal. Também herdou da família ítalo-brasileira esse tom que mistura brabeza, ousadia, coragem e uma certa jocosidade no humor. Além do espírito festeiro, farrista, como não poderia deixar de ser. Casou-se cedo, com uma bela a bacana garota. Uma xará dupla, já que é também Flávia Rocha por parte de mãe, aliás filha de uma grande amiga, a Tuti. Formaram uma bela família. O Flávia Rocha Manfrin que incluiu uma relação admirável dele com o sogro Bijuzinho e sua esposa Miriam. Também com seus irmãos estabeleceu uma relação invejável, de amor, respeito, amizade, consideração e muito carinho. Uma alegria para a tia Lola, uma mãezona italiana como poucas. Teve filhos, já moços. Desde cedo, passou a viver longe, num Mato Grosso, tal qual tantos daqui e da sua família. E com uma companheira que, com ele, fez daquela terra seu novo lugar. Por isso nunca mais nos vimos. Nunca tive essa sorte, apesar de ter sempre essa vontade. A amizade, o afeto, a proximidade que vive com Paulo, eu vivi e vivo também com muitos outros primos. Inclusive das novas gerações. Uma dádiva, que agradeço a Deus. São relações de sangue, de confiança, de carinho, de cumplicidade, como acontece entre as irmãs, como foi com meu irmão. Coisa de Rocha, de Manfrin, de brasileiro, italiano. Da gente. Os primos me garantem continuar a viver a irmandade masculina. Essa coisa linda que Deus me deu de maneira intensa e inesquecível. Da qual me privou ainda muito pequenininha, mas a tempo de eu poder aprender a valorizar e a vivenciar, com o melhor irmão do mundo. E com a qual Ele me presenteia desde então. Através desses primos que fazem parte dessa minha vida. Todos verdadeiros irmãos. 10 | agronegócio CONSTRUINDO o futuro dos negócios: Você está preparado? *Antonio Carlos Zem Aos gestores, é necessário um permanente olhar ao mercado e às suas forças em constante movimento, fazendo os ajustes necessários para que continuemos competitivos. Deve-se focar, ao menos, em três fatores fundamentais para o êxito empresarial: 1) O cliente; 2) Os Custos e Resultados e 3) A equipe. “Cash is King!”. Você e seus colaboradores precisam entender e abraçar o tema “fluxo de caixa”. Esta é uma tarefa de todos. A saúde do seu negócio é reflexo direto da qualidade de seu fluxo de caixa e de sua capacidade de gerar excedentes e manter-se adiante da curva. © Selvam Raghupathy | Dreamstime.com O Brasil vive hoje um momento que traz enormes possibilidades de construção do futuro, e nos permite vislumbrar anos de prosperidade para a economia do país na esteira do agronegócio - beneficiado pelas crescentes exportações de alimentos, abertura de mercados, bioenergia e contínua melhoria da competitividade do setor rural, que está mais profissionalizado e será favorecido pelo aperfeiçoamento da logística e tecnologia. Tanto o PIB brasileiro como do agronegócio crescerão a taxas superiores a 5.5%. Portanto, todo negócio, para ser sustentável, deverá ter crescimento rentável a níveis iguais ou preferencialmente superiores a esse PIB. Dentro do agronegócio, não há razões aceitáveis para performances não compatíveis com a dinâmica e a pujança do setor. O Cliente – Essencial em toda empresa é ter clientes satisfeitos. Se você cumprir esse requisito, todo o restante será quase conseqüência. Portanto, pergunte a si mesmo e a sua equipe, sempre: “Temos clientes satisfeitos? Encantamos e surpreendemos nossos clientes? Toda a nossa equipe, não importa o cargo, entende e exercita essa máxima? Quem da equipe sai de sua zona de conforto para atender o cliente?”. Clientes satisfeitos tornam-se fiéis e se transformam em “advogados ou promotores” da empresa, termo utilizado para se referir aos clientes que se encantam tanto por uma empresa, que contam a todo o mundo sobre ela. Tornar a experiência do cliente positiva é uma prioridade crucial para que a empresa cumpra suas metas de negócios e permaneça no topo da sua indústria. Você tem poucos colaboradores com este perfil? Privilegie-os. Liste suas atividades, produtos, ações, gastos, etc. e classifique o seu valor para o cliente. Elimine tudo que devora os seus lucros. Os Custos e Resultados – A forma mais fácil de ganhar dinheiro é deixar de perder. Parece básico, mas poucos o fazem com a profundidade necessária. Seja implacável com custos particularmente nos bons anos e ao gerar lucro. Elimine o supérfluo, ou seja, tudo que não gera valor ao seu mais importante patrimônio: o cliente. Olhe seus processos, fornecedores, prazos de compra e vendas. Eles são compatíveis? É o melhor que você pode ter? O seu cliente não pode pagar por suas ineficiências. Ter caixa disponível é uma regra de ouro. Lembre-se do ditado americano: A Equipe – Finalmente o mais importante: pessoas. Você se cerca de pessoas competentes ou medianas? Como separar quem contribui de quem “enrola”? Tenho aqui duas regras de ouro: Separar aqueles que vêm até você com problemas e soluções, com propostas de melhoria, com visão sistêmica do negócio, daqueles que vêm para te dizer que não dá, que será difícil, que é impossível, que o concorrente é melhor, o cliente é chato, etc. Francamente, você não precisa das pessoas do segundo grupo, elas não fazem nada pelo negócio e muito menos pelo cliente. Olhe para os “gerundiais”. Eles estão sempre olhando, analisando, pensando, vendo, estudando, verificando, postergando, etc. Fique atento a esse vocabulário típico dos perdedores. Livre-se deles. Valorize os que constroem de verdade, os que realmente gostam do cliente e em particular aqueles que em meio à crise se engajam ainda mais, trazem soluções e ideias. É na crise que conhecemos de verdade os nossos melhores talentos. Valorize os que te criticam como conselheiros, os que vivem o negócio e claramente têm metas, desafios e contribuem. Celebre com eles. Reconheça suas pequenas e grandes contribuições, “toque o sino” e crie um senso de realização que ecoe por todos os cantos da empresa. Valorize quem ousa, cria e toma riscos. Evite “os normais”, a normalidade não dá primeira página. A mediocridade não faz história e não cria legados. O cavalo está passando por toda a década. Estamos na era de ouro. Nossos pais e avós não tiveram esse privilégio. Uma oportunidade única para fazer a história. Você tem 10 anos para crescer, brilhar, inspirar, construir e contribuir para um Brasil soberano, economicamente pujante e socialmente justo. *presidente da FMC Agricultural Products para a América Latina, multinacional americana que atua em diversos segmentos em 34 países. No Brasil, está sediada em Campinas. De forte vocação no setor agrícola, tem extensa linha de defensivos agrícolas para culturas de algodão, arroz, batata, café, cana-de-açúcar, citros, milho, soja, tabaco, tomate, entre outras. A Conferência inicia-se mediante um quadro alarmante: segundo pesquisa recém lançada por climatologistas, o ano de 2010 será o ano mais quente da História, desde o início dos registros, em 1850. Além disso, a concentração de GEE na atmosfera alcançou, também neste ano, sua marca recorde. O agravamento contínuo desses dados pode gerar inúmeras conseqüências negativas, a exemplo do aumento da temperatura mundial, degelo de calotas polares, aumento do nível do mar, desaparecimento de cidades litorâneas, aumento do número de refugiados ambientais, aumento da chance de propagação de epidemias e doenças, entre outros. Diante desses fatos, torna-se fundamental que os países consigam chegar a um consenso. No entanto, tamanha urgência não consegue se refletir facilmente no tão esperado acordo climático. Tal expectativa já era esperada na COP 15, realizada em Copenhague, no final do ano passado, mas que não conseguiu definir um acordo legalmente vinculante. Ao invés, *Fabio Feldmann © Davidundderriese | Dreamstime.com Nos próximos dias, de 29 de novembro a 10 de dezembro, será realizada em Cancun, no México, a 16ª Conferência das Partes (COP 16) da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas. Trata-se da mais aguardada reunião do ano, para que os países possam efetivamente chegar a um novo acordo internacional que substitua o Protocolo de Kyoto e estabeleça novas metas de redução de emissão dos chamados gases efeito estufa (GEE), garantindo assim o equilíbrio climático no mundo. SINALVERDE definiu um “acordo de intenções”, elencando consensos políticos fora de um arcabouço legal. Em Cancun, os países terão a chance de captar tais consensos e transformá-los em ações operativas. Para tanto, será necessário um enorme esforço político, tanto de países desenvolvidos, quanto de países em desenvolvimento. Ao tratar da definição de medidas e planos de adaptação, que são iniciativas para minimizar o impacto negativo das conseqüências das mudanças climáticas, os países estão dando sinais para a criação de um marco institucional específico para apoiar essas medidas, principalmente nos países em desenvolvi- mento, que são os que mais sofrem com os impactos negativos das mudanças climáticas. Este marco poderia ser a criação de um “Fundo Verde” que canalizasse ajuda financeira para tal objetivo. No entanto, é na definição das medidas de mitigação que a Conferência encontra o seu maior obstáculo, já que os maiores emissores de GEE, os EUA e a China, não dão nenhum sinal de avanço em relação à adoção de metas de redução de emissão legalmente vinculantes. Sem o comprometimento dessas duas potências, dificilmente um acordo será estabelecido. Segundo estudo do Programa das © Robert Lafaye | Dreamstime.com JÁ passou da hora 11 | meio ambiente Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), os esforços voluntários divulgados pelos países já não são mais suficientes para conter o agravamento das mudanças climáticas. O estudo analisou todas as promessas já anunciadas para reduzir as emissões de GEE e concluiu que, todas as promessas, de todas as nações, somadas, não são suficientes para deixar o mundo abaixo do aumento de 2ºC, considerado o aumento limite para que os efeitos das mudanças climáticas não sejam irreversíveis. Esta reunião, que se iniciará dentro de poucos dias, é a chance que temos para dar um passo além e impedir com que o fenômeno do aquecimento global se agrave ainda mais. Já passou da hora dos países pensarem no futuro da Humanidade e do Planeta. *Ambientalista, criador e participante de várias organizações não governamentais, como a Fundação SOS Mata Atlântica. Foi deputado federal (1986-98), Secretário de Meio Ambiente do Estado de São Paulo (1992-95), criador do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (2000) e do Fórum Paulista de Mudanças Climáticas Globais e de Biodiversidade (2005). Atualmente, dirige um escritório de consultoria ambiental, que busca promover os princípios do desenvolvimento sustentável nos diversos setores da economia. • ffconsultores.com.br IGREJA de Timburi merece restauração 12 | meio ambiente _ cultura Um dos mais belos patrimônios históricos do sudoeste do Estado de São Paulo, a igreja matriz de Timburi ainda encanta os visitantes da cidade que almeja tornar-se estância turística em razão de seu acervo natural diferenciado. O monumento precisa urgente de apoio de investidores interessados em zelar pela história e pela cultura do país fotos: Flavia Rocha | 360 Patrimônios históricos carentes de restauração é o que não falta nas pequenas cidades do interior de São Paulo, a maioria centenárias ou em vias de completar um século. Esse cenário, que acaba por entristecer os que têm consciência do valor desses pontos históricos e por impedir que novas gerações deem o devido valor ao acervo arquitetônico e natural das cidades, aparece como oportunidade para empresas interessadas em contribuir para o desenvolvimento dos municípios através de ações que convergem para sua responsabilidade social e contribuem fortemente para suas marcas, fortalecendo o trabalho de “branding”, como hoje chamam os marqueteiros de plantão o que antes era “ação institucional”. Igreja de Timburi – Principal edificação da pequena Timburi, um dos santuários ecológicos da região, a igreja matriz Santa Cruz de Timbury, segue o estilo medieval e pode ser considerada “um prato cheio”, para quem quer verdadeiramente recuperar os pontos históricos e turísticos do Estado de São Paulo. O que não faltam são leis de incentivos fiscais, que facilitam a migração de dinheiro que as empresas pagam em impostos para a recuperação dessas obras, ainda com o mérito de serem “patrocinadoras” do trabalho. Monumento secular – A igreja teve suas obras ini- A praça em torno da igreja é convidativa, repleta de plantas bem cuidadas e bancos para o público aproveitar O prédio tem problemas estruturais que requerem uma solução o mais breve possível para que se possa manter as características originais ciadas em 1917 pelo padre português Bento Gonçalves de Queiroz. Foi contruída com blocos de arenito típico da região, chegando a ser improvisado um grande guindaste para transportar o bloco único do qual foi feita a pia batismal. A obra foi concluída em 1929. Até hoje a igreja é o principal monumento arquitetônico de Timburi, mas está visivelmente atingida pelas ruínas do tempo e da falta de uma política pública verdadeiramente eficaz em benefício dos bens históricos e culturais brasileiros, especialmente por parte do governo estadual, que converge verbas desnecessárias aos municípios em anos eleitorais e não faz um trabalho verdadeiramente conscientizador e edificante junto às esferas municipais. O esforço estadual também é ausente no que diz respeito a conclamar as empresas que se valem desses pequenos, porém importantes, mercados, já que correspondem a boa fatia (cerca de 30%) do segundo maior mercado do país que é o interior de São Paulo. Em outras palavras, um Estado como São Paulo, tem “poder de fogo”, como se costuma dizer, para convencer as empresas de que nem só a Amazônia merece investimnetos privados, mas também as pequenas cidades paulistas, que tanto rendem aos cofres públicos e privados do país. 13 | meio ambiente _ acontece USO de material barato e reciclado é destaque em mostra de decoração Mostra de decoração realizada em São Paulo comprova que o uso de materiais simples e ecológicos, como madeira de demolição, bambus e papelão estão em alta e conferem estilo aos ambientes reportagem Flávia Manfrin – fotos Alexandre Stefani Os ambientes, todos bastante requintados, sempre continham demonstração clara de uma nova consciência no mundo da decoração. Nada de ficar jogando fora o que pode ser utilizado, transformado. Outra evidência é a simplicidade dos objetos. Uso de restos de tinta, suportes bastante básicos e objetos repletos de partes, qual um quebra cabeça, mostraram que podemos olhar para nossas velharias pensando em torná-las interessantes objetos a fazer diferença na nossa casa, no trabalho ou mesmo no nosso comércio. Brasil em alta – Além do conceito do aproveitamento, também os temas nacionais estavam em alta. Dos animais que inpiraram os criadores, entre arquitetos, decoradores e artistas plásticos, às plantas de adorno e tecidos tudo trazia o sentido forte de uma mostra bastante brasileira. A mesinha de centro aparece em duas versões: vidro sobre varetas de metal e vidro sobre varetas de bambu ou madeira amarradas. Abaixo, sala japonesa feita de almofadas, madeira e vidro. Tudo muito simples de ser feito A estante da foto é rústica e fácil de fazer. Ripas de madeira, do tipo caixote, sobre pés iguais aos de um simples banco. Até a pintura apareceu em cores variadas e descascadas, indicando uso de restos. Ao lado, vasos muito simples com as plantas de ponta cabeça. Abaixo um lindo cavalo feito de restos de madeira fotos: Alexandre Stefani | 360 Toc toc toc. A madeira está em alta. Tratada, legal, aproveitada… de todas as formas. Uma visita a um dos mais sofisticados evento de decoração do país, a Casa Cor Trio, realizado em São Paulo em novembro no JOckey Clube só fez comprovar isso. Pautada em três temas, escritório, festa e boa mesa, a mostra estava repleta de objetos que comprovam essa tendência da volta às origens, da valorização do simples, da consagração do aproveitamento de materiais e da economia na geração de lixo. fotos: Alexandre Stefani | 360 As paredes aparecem compostas de estantes assimétricas, evidenciando a possibilidade de aproveitamento de materiais de diversos tamanhos, como vemos no modelo de madeira acima. Ao lado, parede de banheiro de restaurante revestida de copos plásticos pintados e grafita- dos, fazendo contraponto aos acessórios de inox. À direita, parede feita de tubos de papelão decoradas com plantas e bancos de madeira. Distintas entre si, as criações da mostra têm um forte ponto de convergência: uso e reaproveitamento de material barato e fácil de achar. fotos: Alexandre Stefani | 360 Basta criatividade para transformar materiais usados, sobras e outros itens baratos que muitas vezes se joga fora em objetos de estilo e muito bom gosto A cadeira de escritório ganha destaque, demonstra conforto e é feita de tiras de malha recheada de matelassê trançadas sobre estrutura fina de ferro. A simplicidade de produção também, aparece na namoradeira feita de tábuas assimétricas, de tonalidades diferentes, empi- lhadas e fixadas com parafusos de metal. Também bastante rústico, o balcão do restaurante japonês tem bases bastante simples para sustentar um longo tronco de madeira irregular que levou apenas um verniz fosco. É natureza e os elementos simples em versão muito chic. 16 I meninada fundo: © Dannyphoto80 | Dreamstime.com arte: Sabato Visconti | 360 A LÍNGUA do PINGO P I N G O – Mãe, quando ele percebe que vou levá-lo pra passear, ele late e levanta as orelhas. – Pingo é esperto Alvinho, ele fica feliz e ao mesmo tempo diz que você não é burro e sim um menino muito inteligente. – Hum! Muito esperto esse Pingo. arte: Wellington Ciardulo | 360 – Mãe, escuta só o que o vô falou: “Quem cala consente.” O que é isso? – Quer dizer que se eu disser que você é um menino preguiçoso e você se calar, você consente, você concorda. – E o Pingo? Ele sempre late quando falo com ele. – Nem sempre Alvinho. Pingo é mais do tipo: “Quando um burro fala, o outro abaixa a orelha”. Se ele faz uma coisa errada e você fala bravo com ele, preste atenção, ele se encolhe, esconde o rabo, se deita e abaixa as orelhas. Papai Noel não deixa ninguém na mão. Ache as 7 diferenças! Respostas: Laço do Presente de cima. Lua. Pompom do gorro. Nuvem abaixo dos pés. Janela de baixo à direita.Fivela do cinto. Janelas pequenas à esquerda. Disponível em Sta. Cruz, Ourinhos, Ipaussu, Chavantes, Bernardino de Campos, Canitar e Espírito Sto. do Turvo 18 | bem viver MUDANÇA de hábitos *Fernanda Lira São três situações corriqueiras e simples de lidar. A dengue se evita eliminando água parada exposta, que contribui para a proliferação do mosquito transmissor. O lixo basta jogar no cesto, ou levar pra casa quando o local não oferece os recipientes apropriados. A Aids e outras doenças sexualmente transmissíveis têm na camisinha um santo protetor. Qual a razão, então, para essas três situações continuarem a consumir milhões e milhões de dinheiro dos governos? Reclamamos tanto dos gastos públicos mal direcionados e obrigados os governantes a torrar grana pra nos lembrar das mesmas coisas? Isso me parece muita indiferença.Não com o próximo, mas consigo. E com todos os próximos também. Fosse eu a responsável, multaria os que provocam a continuidade desses problemas. Lanchonetes que tratem de recolher o lixo deixado por seus clientes em sua calçada e nas proximidades, morador que elimine a água parada, ou tome-lhe canetada. E quem não fizer teste de HIV fica fora do mercado de trabalho. Tais medidas, por outro lado, parecem atitude de bedel, de inspetor. Uma atitude chata. Mas chato mesmo é ver tanta gente agindo feito bobo, dando de ombros para questões que comprometem a própria saúde e a dos outros. E não pensem que apenas po- bres coitados sem eira nem beira se comportam mal desse jeito. Tem muito menino e menina ricos, empresários, advogados, professores… que continuam a cometer todas essas asneiras. Cresça e apareça – A insistência em manter-se indiferente à necessidade de mudar hábitos simples também aflora – e muito – nas relações pessoais. A impressão que se tem é que todo mundo quer continuar como garotinho de jardim de infância, que está aprendendo os primeiros passos na convivência social. É o patrão e o empregado que não conseguem estabelecer uma relação profissional e ficam às turras com picuinhas e falta de noção do papel de cada um. É o filho de barba branca que ainda não aprendeu a res- © Denys Dolnikov | Dreamstime.com Não dá pra entender o que faz as pessoas serem tão teimosas diante de evidências. Vou listar aqui três situações que se repetem exaustivamente, as quais não dá pra culpar governos: a incidência contínua da Dengue, do Lixo que entulha bocas de lobo e causa enchentes, da contaminação de parceiros com vírus que podem ser letais, como a AIDS, por exemplo. FIQUE DE OLHO na Dengue e no lixo! É tão simples evitar a Dengue. Basta querer. Afinal, o mosquito só se desenvolve em água parada. E nada mais simples que evitar isso na sua casa, no seu trabalho, no seu lazer. Com as enchentes é igual. Se na sua cidade não tem lixeiras nas ruas, leve o seu lixo pra casa. Afinal, ele é seu. É responsabilidade sua. E se você se depara com o lixo alheio, ajude a colocá-lo no lugar certo. Tem uma frase que facilita essa questão: Ninguém tem a obrigação de catar o lixo que você joga no chão (nem mesmo o varredor de rua), mas não custa nada recolher o lixo que alguém jogou. Pensei nisso! peitar os pais, muito menos a esposa, são pais de gente grande que trata os filhos quais pimpolhos. São casais que vivem criando caso quando poderiam estar cuidando de fazer o possível para tornar a vida dos dois o mais tranquila possível. O que nos fará crescer? Tomara não seja o mal, a dor, a tragédia. Tomara seja este texto, a despertar sua ação. Mude, não somos paus que nascem e morrem tortos. Somos seres inteligentes, a quem foi dada a graça de fazer da própria vida algo muito, mas muito melhor. Experimente! *Jornalista de São Paulo que adora o interior | [email protected] R e saber ó p r E s pe 3 cia l Seguindo os passos de Ourinhos, Avaré e Bernardino, Santa Cruz enveredou pelo bom caminho do teatro e realizou o I Festival de Comédia. Nossa pequena repórter conheceu um grande nome do teatro brasileiro que dedica-se a promover o teatro nas cidades brasileiras: o ator e diretor Antonio do Valle Paola: Como você se tornou um diretor de teatro? Antonio do Valle: Eu cresci vendo um pouco de teatro de circo quando ia para as pequenas cidades onde eu morei, e eu sabia fazer aquilo mais não sabia dizer o porquê, me emocionava muito com os grandes dramas de circo. Mais tarde em São Paulo, comecei a ver teatro, prestei vestibul a r , pas- sei e nunca mais parei. Já vai para quase 40 anos. Paola: Sua família nunca teve nenhuma restrição? Antonio do Valle: Quando meu pai faleceu eu ainda não fazia teatro, trabalhava no escritório, mas em casa nunca ninguém se incomodou com o que escolhemos para nossa vida. Tenho uma irmã psicóloga, um irmão que cuida de empresa, um ferramenteiro. A mais nova casou-se muito cedo, ela é dona de casa, o único que seguiu a arte fui eu que nasci com esse dom nessa famííia. Paola: Por que você acha que o teatro é importante? Antonio do Valle: O teatro tem uma função de divertir, de emocionar. De uma forma ou de outra, sempre esta tentando levar as pessoas a refletir sobre suas vidas, a pensar sobre sua função neste mundo. A verdadeira função do teatro é a função social. Ele tem que funcionar como um espelho. A pessoa se vê lá e a partir disso esteja se divertindo, se emocionando, passam a refletir sobre o mundo que a gente vive, sobre suas vidas, sobre o que a gente faz nesse mundo. Nas razões de estarmos aqui, por que existe tanta miséria, tanta contradição, tanta gente que tem de sobra e outras que não tem nada, por que que se guerreia, por que que há tanta corrupção, por que que a política é assim… Iogurte 0 foto: Flavia Rocha | 360 quer ter 6 VAMOS ao Teatro? Paola 20 | exclusivo Paola entrevista Antonio do Valle no Graal Kafe O bom teatro é aquele que faz as pessoas saírem de lá refletindo e a partir daí tenham uma mudança em sua vida, no crescimento e na evolução espiritual. Paola: Qual tipo de teatro te agrada mais? Antonio do Valle: O melhor teatro é aquele que é bem feito e que tenha uma devida função social. Eu não sou contra a diversão pela diversão, pode-se fazer muitos espetáculos que se divertem também, mas tem que ter conteúdo, contar alguma coisa para as pessoas. O que eu não gosto é quando cai para um humor sem um sentido, sem provocar o público, quando cai para um humor mais chulo, eu não gosto muito disso não. Na realidade, por ter outras opções, nunca irei ver esse tipo de teatro, então é o teatro provocante que faz as pessoas evoluírem na sua caminhada. Paola: Como foi o primeiro teatro que você fez? Antonio do Valle: Meu espetáculo de formatura em São Paulo foi no teatro que se chama Teatro do Absurdo. Eu fiz na escola e depois sai profissionalmente com meu espetáculo de formatura e foi o espetáculo que me deu o primeiro prêmio no teatro, de revelação de direção do ano e de revelação de ator. Eu comecei já com um teatro muito sério, um teatro poético e muito provocante, em relação a isso que eu acabei de dizer, de mexer com as pessoas. É um texto que pode-se dizer se fala do fim do mundo, eu fiz um jogo que dá a ideia do fim da humanidade do fim dos tempos, um texto do apocalipse. Paola: Você gostaria de mandar uma mensagem para nossos leitores? Antonio do Valle: Eu gostaria de dizer já estava na hora da semente cultural do teatro ser plantada em Santa Cruz do Rio Pardo. Nós temos aqui pertinho dois festivais, o de Avaré e o de Bernardino de Campos que é uma cidade de 10 mil habitantes e já vai para a 7ª edição do festival. Aqui tem um teatro municipal maravilhoso, tem uma figura como o Umberto Magnani, que é um ator nacional. Então, o que aconteceu este ano aqui, deveria ter acontecido lá no espaço próprio, no teatro que é o Palácio da Cultura. Deveria ter tido apoio do governo municipal para que não precisasse cobrar ingresso e lotasse todas as noites. Alguns dias o festival foi bem, chegou a ter público de 300 pessoas, mas nos outros não foi assim. E tudo tem a ver com o espaço onde aconteceu. As pessoas acabaram achando que era só para sócio do clube que foi o local que deu abrigo ao festival. Também quero dar parabéns aos empresários da cidade que colaboraram (veja lista abaixo), à imprensa que divulgou, aos profissionais que estiveram lá, como o Claudio da Band, que esteve lá todas as noites, participou de todos os debates. Mas acho que isso é uma semente que foi plantada e que o ano que vem tem que ser assumida pelo governo local e que tem que ser feito de uma maneira que atinja a cidade, porque teatro é arte, cultura é arte. Você tem que dizer para as pessoas que isto está lá, porque quando elas vão, elas gostam. Aí elas querem ver todas as vezes que tiver. Com apoio, o ano que vem com certeza vai ser maior e vai ter muito mais público e daí pra frente ninguém segura mais. A cidade vai ter seu próprio festival de teatro. Destaque: Conheça as empresas que apoiaram o I Festival de Comédia de Sta. Cruz: Icaiçara Clube, Restaurante Os Galeguinhos, Iasnaia Lanches, Magno Alves Pousada, Wizard Idiomas, Ópera Som, Juninho Peres Camisaria, Micro Way, Posto Paulista, Eduardo Tavares Harada Assist. Computadores, Dr. Leandro Fonseca Ortodontia. Fazenda Botelho. l! m deli c a t D e ja a u a N z i ê l fe l! a t D es e j a a v o c ê u m d e l i ciio s o , h a r m ô n i c o e b eem a N z i l oso, harmônico e b m fe voc se A Equipe Pirajuense de Canoagem Velocidade trouxe 70 medalhas, sendo 30 de ouro, da última etapa do Campeonato Brasileiro de Canoagem Velocidade, ocorrido entre 24 e 28 de novembro, na Raia Olímpica da USP, em São Paulo. O surpreendente resultado foi alcançado por uma equipe de 30 atletas, que trouxera também o troféu Equipe Campeã do Campeonato Brasileiro de Canoagem - 2010. Com esse resultado, a APEN (Associação Pirajuense de Esportes Náuticos), à qual os canoístas são filiados, somou 277 pontos, 103 pontos acima da segunda colocada, a ACEN (Associação Caxiense de Esportes Náuticos). Seleção Brasileira – As conquistas da equipe de Piraju no Campeonato Nacional rendeu aos atletas Rodrigo e Roberto Cabral, João Mota, e ao técnico Romerson de Matos, o convite para integrar a Seleção Brasileira de Canoagem Velocidade. Ele vão se juntar a outro atleta pirajuense que já integra Seleção Brasileira desde 2008, o PIRAJU é destaque na canoagem premiado João Carlos Rodrigues Junior (sete medalhas no campeonato). Apoio público e privado – As conquistas memoráveis da equipe de Canoagem de Piraju tiveram apoio da Prefeitura Municipal de Piraju e da Sabesp, que arcaram com os custos da permanência da equipe em São Paulo durante a competição. Outras empresas interessadas em apoiar esse time e atletas dedicados e vitoriosos devem entrar em contato com a secretaria de Turismo (14 3351.9588) fotos: divulgação 21 |esportes A turma de atletas de Piraju só viajou graças ao apoio da Sabesp e também da Prefeitura da cidade Uma das provas disputadas nas raias da USP O tempo quente típico da região nesta época do ano está rendendo atividades em grupo. Santa Cruz do Rio Pardo e Ourinhos realizaram divertidos programas comunitários que merecem destaque. CORRIDA de Bóia por Flávia Rocha Manfrin_editora 360 foto: Thais Balielo | Debate em Santa Cruz Finalmente aconteceu. E num dia reluzente de sol. O céu anil tornou a 24a. Corrida de Bóia de Santa Cruz do Rio Pardo um evento ainda mais gostoso de participar. Camisetas para todos os participantes, uma grata lembrança da prova, prêmios para equipes, feminino e masculino adulto e infantil, além de duas categorias para veteranos que fizeram a história da prova. Além de troféus para os três primeiros colocados de cada categoria, as empresas Special Dog, Caminho da Moda, Supermercado São Sebastião e este Caderno 360, que fizeram questão de estampar seus logos nos uniformes, trataram de premiar com dinheiro os primeiros colocados. No total, foram R$ 600,00 distribuídos segundo critério da Secretaria de Esportes do Município. CAMINHADA do bem em Ourinhos Angemerli Teodoro não é de brincadeira. Mas foi com um alto astrak gigante que a dentista que é voluntária e coordenadora da Turma do Bem promoveu a Caminhada do Bem, em Ourinhos. O objetivo, além de promover o trabalho do projeto capitaneado pelo dentista Fabio Bibancos, foi arrecadar recursos com a venda das Camisetas do Bem lançadas pela Trident, patrocinadora do projeto, para ajudar a aumentar o caixa do projeto e, assim, ampliar o atendimento a mais e mais jovens brasileiros que carecem de atendimento odontológico foto: Rodrigo Salaro | 360 foto: divulgação Sem pressa – Tirando os atletas que realmente se empenham em vencer a prova, a maiora dos 180 participantes quis mesmo foi se esbaldar nas águas do Pardo. Esse rio delicioso que deixa a gente bronzeada de terra vermelha e em paz com a natureza. especializado para tratar de sérios problemas. Angemerli contou com o apoio de duas empresas de Ourinhos – a Estação Baguette e o Studio Pilates Alexandre Macedo. Eles reuniram 60 pessoas que literalmente vestiram a Camiseta do Bem. Você também pode ajudar essa onda a ficar ainda mais legal. Basta comprar sua camiseta pelo site www.tridentbrasil.com.br/camisetas. Eu comprei, chegou muito rápido. Comprove! 23 |educação ESTUDANTE da região Ana Carolina durante a cerimônia de entrega do prêmio,entre o diretor da escola, Cluadionor e o professor Valdeci (à direita) *texto editado a partir de press releases ENSINA-ME se for capaz *José Mário Rocha de Andrade © Rudall30 | Dreamstime.com fotos:divulgação vence concurso estadual A estudante Ana Carolina Gonçalves Elói, de 16 anos, da Escola Estadual Dr. Miguel Priante Calderaro, de Bernardino de Campos, venceu a terceira edição do Concurso de Redação Camélia da Liberdade, que teve como tema João Cândido, 100 Anos da Revolta da Chibata. O concurso realizado pelo Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Ceap) e organizado em São Paulo pelo Instituto do Negro Padre Batista, premiou a vencedora com um notebook e uma impressora multifuncional, além de um notebook para seu mestre orientador e 10 computadores para a escola. A estudante também terá sua redação “O pássaro que ousou cantar a igualdade”, escolhida pela Censgrario entre mais de 4,1 mil inscritas em todo o Estado de São Paulo, publicada em livro com as melhores redações de São Paulo e do Rio de Janeiro. Vontade de aprender – Como muitos que sonham em terminar com as injustiças sociais, a estudante descarrega suas emoções na escrita. Cursando o segundo ano do ensino médio, ela é filha única de um casal que trabalha na “roça”, como ela diz. Acorda às 5 da manhã, viaja 9 km para chegar à escola e ainda cuida da casa, inclusive do almoço.Carolina ainda encontra tempo para escrever o seu primeiro livro, “O Diário de um soldado”, que já soma 170 páginas. “Vencer o concurso foi um grande presente”, diz a jovem, que sonha estudar Biologia e Jornalismo. Sobre o concurso ela diz: “aprendi muito com o tema. O que quero em minha vida é quebrar preconceitos e lutar para acabar com as injustiças.” João Cândido – O tema do concurso foi a história de perseverança, de luta por igualdade de direitos do marinheiro líder da primeira revolta no Brasil República. Voltado a alunos do ensino médio de escolas públicas, particulares e cursinhos pré-vestibulares, o Concurso de Redação Camélia da Liberdade tem por objetivo refletir sobre ações afirmativas para o cumprimento da Lei Federal 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que determina a inclusão do tema História e Cultura Afro-Brasileira no currículo da rede oficial de ensino básico e médio. O texto ao lado, por uma feliz coincidência, traz referências a João Cândido e foi elaborado por outro apixonado pelo saber. Com essas palavras João Cândido encarou a professora e desafiou. A escola não era o seu ambiente, não nascera para viver e aprender entre 4 paredes, muito menos para ficar grudado em livros que eram números e números, letras e letras. Fora das salas de aula era um líder, dentro um desajustado. A professora pediu: “vocês leiam esse texto e a prova será a sua interpretação”. João Cândido o leu com má vontade e fez a prova ainda menos interessado. Tirou a menor nota da turma e odiou ainda mais a escola. O pior ainda estava por vir, enfrentar o olhar de frustração do pai, a preocupação da mãe, sentir-se o menos amado e o mais decepcionante dos filhos. Há uns 5 anos os jornais mostravam uma pesquisa dizendo que nos Estados Unidos o analfabetismo funcional beirava os 40% da população, quer dizer, sabiam ler e não entendiam, ou entendiam errado, erravam as operações básicas de matemática, como somar, dividir. Hoje os jornais mostram o mesmo quadro no Brasil. Tiremlhes as calculadoras. O que é que você entendeu desse texto, João Cândido? Tio Pedro tinha o 4º ano primário e aposentou-se como diretor da Finasa, viajava o Brasil de cabo a rabo cuidando das agências do Banco Mercantil de São Paulo. Papai tinha o 4º ano primário, era mais culto que eu, que sou médico, e aposentou-se como gerente da agência da Av. Paulista do Banco do Brasil em São Paulo. Minha mãe desistiu de aprender quando abandonou o violino e decidiu viver de passado. Desde então sua memória deteriora dia a dia. Meu pai morreu aos 82 anos de câncer cheio de planos para aprender e com a cabeça ótima. Quantos hoje cursam uma faculdade simplesmente para, ao procurar um emprego, responder: “eu tenho curso superior completo”. Na prática isso conta e muito, mas o entrevistador bem que poderia argumentar: “Ah! Muito bem, o senhor tem curso superior completo, mas... como é a sua vontade de aprender? Você estuda somente para passar de ano, ou também tem ganas de aprender?” Há algo de errado nas escolas de hoje, um dos empreendimentos mais lucrativos do país. Estudar é chato, aprender é legal. Mas, não é assim em tudo na vida? O legal é conquistar uma vitória, chegar lá, mas, e se o caminho é de pedras? Uma dureza, mas a conquista fica ainda mais saborosa. Tentativa e erro são os mestres do aprendizado, mas... sem vontade? A mula empaca. Há um ditado japonês que reza: “você começa a envelhecer quando perde a vontade de aprender”. Meu sogro, Dr. Marcílio adorava citar: “por isso há muito velho moço e muito moço velho”. “Sem tesão não há solução” e por aí há uma sabedoria de que mais se fala do que se vê. Encarando João Cândido a professora diz: “João Cândido, levante-se: você é meu pior aluno, mas isso irá mudar. O desafio está aceito... você me dê um tempo. Eu vou descobrir o que te dá ganas pra aprender. Espere e verás. Aos 80 anos, você será um velho moço”. *médico santa-cruzense que vive em Campinas [email protected] AUTOS • MODA • SAÚDE • BELEZA • DECORAÇÃO • AGROPECUÁRIA • BARES • RESTAURANTES • CASA • CLASSIFIC CASA • OS D A EMPREGOS_BRINDES ILUSTRADOR / CHARGISTA Para crônicas, passatempos e textos. [email protected] FAXINEIRA Para empresa 2x por semana ou 3h por dia. Necessário referência c/ Ana: 3372.3548 DESIGNER GRÁFICO Deve ter conhecimentos de Corell, Ilustrator, Quark e Photoshop. c/ ANA: 3372.3548 BRINDES TIETA para final de ano Faça já a sua encomenda!!! F: 14 97261908 INFORMÁTICA • MODA • BELEZA • EU vi um BEATLE 27 |papo cabeça O título desta coluna resume o que eu poderia escrever da capa até a última página deste jornal sobre o show de Paul McCartney e o que ele representa. Quem, como eu, acha que a música é uma das coisas mais importantes deste planeta, sabe do que estou falando. Confesso que fiquei tentado a não resenhar este acontecimento histórico. Falar mais o que? Eu sei que você, leitor, já viu/ouviu/leu em todas as mídias possíveis que o show foi maravilhoso, perfeito, lindo, emocionante, arrebatador e por aí vai. E o que este pobre escriba pode acrescentar? Eu não sei. Eu sei que vi um Beatle, e isso significa muita coisa. É difícil falar de algo que não tem defeito. Inclusive eu até tentei achar um: excesso de perfeição. Paul deveria ser mais humano e errar mais, sei lá, uma imperfeiçãozinha pelo menos. Mas aí eu estaria sendo extremamente mal humorado. Como descrever a sensação de ouvir “All My Loving”, “Drive My Car”, “Blackbird”, “Eleanor Rigby”, “Band On The Run”, “A Day In The Life”, “Live and Let Die”, “Lady Madonna”, “Helter Skelter” e muitas outras pelo cara que criou estes exemplos da mais alta capacidade humana de criação? É como materializar os mais de 50 anos de rock e colocar tudo ali na sua frente, de uma vez só, em 37 capítulos. Já vi shows que estarão em minha memória afetiva pelo resto da vida (Rolling Stones, © Ciska76 | Dreamstime.com * Tiago Cachoni © Alain Lacroix | Dreamstime.com MALAS, malinhas e maletas * André Rúbio Mais uma vez o papo nesse fim de temporada é sobre malas. As famosas malas brancas. Por todos os cantos dizem que o time “A” ofereceu dinheiro para o time “B”, a fim de estimular seus jogadores para que vencessem o time C, ajudando concorrentes em busca de título ou de uma classificação melhor na fuga do rebaixamento. A história vale para todas as divisões. A premiação que vem de fora é uma forma de contar com o esforço de pernas que não são as dos seus próprios jogadores contratados. AC/DC, Beastie Boys, Iggy Pop, Flaming Lips, Rage Against The Machine, Queens of The Stone Age...). Mas sinto que tudo foi uma mera preparação para o que aconteceu no último 21 de novembro, no Morumbi. E daqui pra frente as coisas não farão mais muito sentido. Afinal, eu tenho 25 anos e já vi um Beatle... *músico que acha que os Beatles deveria ser matéria escolar. Isto tornaria o mundo um lugar melhor O que me espanta é que tudo isso, essa conversa toda de “incentivo” é tida como normal dentro do futebol. No meio o consenso é o de que a Mala Branca vale, porque não está se estimulando a derrota e sim a vitória. Os que defendem a idéia dizem que feio seria jogar para perder. Vários técnicos, dirigentes, e também jogadores comungam desse pensamento. A meu ver jogar para perder é sim muito feio, mas tão feio quanto receber qualquer tipo de pagamento de um concorrente, seja por triunfo ou por tropeço. Claro que existem muitos que dizem que a mala branca é o equivalente a um bônus que um funcionário de uma empresa ganha por ter feito bem seu tra- balho. Não tenho nada contra quem pense dessa forma. Acho que é um prêmio justificável, desde que seja a própria instituição que paga seus funcionários, que o ofereça. Sou contra as todas as Malas. E vejo muita gente ficar indignada ao se referir à “cor” das malas. A branca é inofensiva, porque se pede apenas para o atleta se esforçar mais e para ganhar. A preta é uma afronta, porque o atleta fará corpo mole e “buscará” a derrota. O fato é que não há distinção alguma entre uma e outra: ambas são suborno. Alguém que preze sua empresa deve trabalhar sempre para honrá-la e esperar que todo tipo de reconhecimento venha de seus próprios chefes. Você garante que o jogador que hoje recebe mala branca para vencer, amanhã não vai aceitar mala preta para perder e dessa forma prejudicar seu próprio clube? A verdade é que infelizmente no futebol, e também fora dele, existem muitas pessoas dispostas a vender sua honra. Essas pessoas tem honras tão grandiosas que são capazes de fazê-las caber em uma mala. Quem estiver comprando que escolha a cor. * músico apaixonado por esporte, que pensa que futebol é a coisa mais importante dentre as inúteis | www.andrerubio.com.br