Química Fina - Editora Stilo

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Química Fina - Editora Stilo
Edição 66 / Set - Out 2011 / www.editorastilo.com.br
Catálogo Oficial Abisa 2011
Química Fina
Qualidade, Diversidade e Evolução
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
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ABISA
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Zoé Morés
Jornalista e Executiva da Abisa
CAMPEONATO DE MALDADES...
Todos os dias e na maioria dos veículos de comunicação, o que vemos e lemos é sobre
crise na economia, problemas do nosso e dos demais países e crises e mais crises. Só
que, de vez em quando, é bom sair desse foco e refletir no nosso dia a dia em particular
e fazer uma análise das nossas atitudes diárias que, por diversos motivos, muitas vezes
esquecemos o quão importantes elas são. Assim, não corremos tanto o risco de sermos
pegos de surpresa, sem direito a defesa, quando da prestação de contas final.
- Pára o mundo que eu quero descer! – dizia um amigo, horrorizado com o panorama
desolador da atualidade, em que, aparentemente, gênios das trevas abriram uma caixa
de maldades para torturar a nós outros, pobres mortais.
Filhos que matam pais; pais que agridem filhos; homens que se vestem de bombas para
dizimar inocentes; traficantes que viciam incautos para ampliar a freguesia; políticos
que atuam como aves de rapina; seqüestradores que apavoram famílias para extorquirlhes dinheiro, assaltantes que não vacilam em matar, amigos que se dizem amigos mas
que sabemos, são verdadeiros inimigos...e assim vai... até a próxima surpresa negra.
Alguém dirá que ocorrências dessa natureza sempre existiram e que, com a
população da terra chegando perto de sete bilhões de habitantes, tendem a ser muito
mais numerosas.
Sim, mas nunca nessa proporção. É como se pessoas estivessem disputando um
campeonato de maldades, a ver quem pratica a atrocidade mais chocante.
Poderíamos justificar essa situação, atribuindo-a à pessoas sem o senso moral, cujas
maldades não podem ser atribuídas à incapacidade de distinguir o bem do mal. Fácil
concluir que estamos cada vez mais ligados a um mundo de pessoas perturbadas, com
mentes insanas somente a procura de bens materiais e estatus, esquecendo-se que têm
família e filhos, onde os mesmos poderão sofrer as conseqüências.
O problema é que nem todos estamos preparados para lidar com esse contato estreito,
pois ainda nos situamos perto da animalidade. Procuremos vigiar nossos pensamentos,
nossos desejos, nosso comportamento e buscar o equilíbrio necessário para enfrentar os
desafios da atualidade, sem nos deixar envolver pelas pressões inferiores, que constituem
o clima que respiramos hoje.
De qualquer forma, tudo passa! E sempre estaremos bem, animados, reconfortados e
protegidos, mesmo ante as ardências do deserto humano, se formos capazes de construir
um oásis de bons pensamentos sem a necessidade de prejudicar o próximo.
Boa leitura!
Zoé
Capa ESPUMA 6 B.pdf
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Edição 66 / Set - Out 2011 / www.editorastilo.com.br
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Catálogo Oficial Abisa 2011
Química Fina
Qualidade, Diversidade e Evolução
Edição 66 / Setembro - Outubro de 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
expediente
Editorial
4
Diretor
Daniel Geraldes
Editor Chefe
Daniel Geraldes – MTB 41.523
[email protected]
Jornalista Colaboradora
Lia Freire - MTB 30222
[email protected]
Prezado Leitor
O que se convencionou chamar de química fina pode
ser dividido em dois grandes segmentos: o primeiro é o
das especialidades químicas, que são os produtos prontos
para o consumo, como medicamentos, defensivos agrícolas,
perfumes, cosméticos, catalisadores, aditivos alimentares
etc. O segundo é o de intermediários de síntese e princípios
ativos que são moléculas químicas puras utilizadas no preparo
das especialidades. O Brasil tem um bom mercado e um
parque industrial razoavelmente desenvolvido no campo das
especialidades, mas há uma carência muito grande na área da
produção de intermediários de síntese e de princípios ativos.
Para onde a indústria da química fina está caminhando?
Qual a tendência que vem predominando? Estes são alguns
dos questionamentos feitos em nossa reportagem de capa desta
edição da Revista Espuma. Bastante dinâmico, o setor absorve
rapidamente as mudanças e necessidades do mercado, como por
exemplo, a utilização da nanotecnologia. Para os especialistas,
além do segmento apresentar uma forte expansão e com boas
perspectivas de futuro, o apelo natural é uma importante
demanda e o próximo passo seria a utilização de ativos
naturais. No entanto, explorar a biodiversidade brasileira
ainda é um grande desafio para as empresas devido a complexa
e burocrática legislação em vigor, sendo urgente uma revisão
na MP 2186-16/2001.
Paulo Skaf, presidente da Fiesp - Federação das Indústrias
do Estado de São Paulo - é o nosso entrevistado do mês. O
executivo faz uma análise do cenário atual da indústria
brasileira, do governo, das conquistas à frente da Federação e
comenta sobre as atuais prioridades na sua gestão.
Boa Leitura!
Daniel Geraldes
Publicidade
Luiz Carlos Nogueira Lubos
[email protected]
Direção de Arte e Produção
Leonardo Piva
[email protected]
Conselho Editorial
Álvaro Azambuja
Daniel Geraldes
João Francisco Neves
José Luiz Araújo
Tânia Picchi
Zoé Mores
Modelo: Ana Paula Ponciano
Fotos Capa: Polemica Santa Studio Inn
Impressão
Intergraf Ind.Gráfica Ltda
Distribuição
ACF Alfonso Bovero
Editora Stilo
Rua Sampaio Viana, 167 - Conj. 61
São Paulo (SP) - Cep: 04004-000
Fone: (11) 2384-0047
A Revista Espuma é um veiculo
bimestral da ABISA publicada Editora
Stilo que tem como público-alvo
empresas dos seguintes mercados:
Fabricantes da Indústria de Sabão,
Higiene, Limpeza, Cosméticos, Perfumes
e Fragrâncias, Fornecedores de
Máquinas e Equipamentos, Insumos
e Matérias Primas, Prestadores de
Serviços, Frigoríficos e Graxarias,
Atacadistas, Supermercados,
Embalagens, Aromas, Indústria Química
Fina, Equipamentos de Laboratórios
e Análises, Corantes e Pigmentos,
Entidades da Cadeia Produtiva, Centros
de Pesquisas e Universidades, Escolas
Técnicas, entre outros.
A distribuição é gratuita para todo
o Brasil. É enviada para presidentes,
proprietários, diretores, gerentes,
compras, engenheiros e técnicos de
empresas.
Tiragem de 5.000 exemplares.
Os artigos assinados são de
responsabilidade de seus autores e não
necessariamente refletem as opiniões
da revista. Não é permitida a reprodução
total ou parcial das matérias sem
expressa autorização da Editora.
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Sumário
6
08
Notícias
20
Entrevista
Em Foco 1
26
Em Foco 2
Em Foco 3
34
Capa
Caderno Técnico 1
30
38
44
Caderno Técnico 2
46
7
Notícias
8
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Beleza simples
Univar adquire Arinos
Os pernambucanos Antoniel e Joselma de Oliveira criaram
uma empresa que fatura 6 milhões de reais ao ano vendendo
um hidratante de cabelos feito com tutano de boi.
Para uma fabricante de cosméticos, há pouco glamour
nos negócios da Kétura, de Abreu e Lima, cidade que fica
a 16 quilômetros de Recife. Seu principal produto não tem
nada de inovador — trata-se de um hidratante para cabelos
feito com tutano de boi, substância rica em colágeno que há
décadas é usada em fórmulas caseiras.
Também não há nenhum esforço para ligar a marca ao
padrão de beleza quase irreal que outras empresas adotam
para divulgar xampus, cremes e condicionadores.
Em vez de mulheres produzidas com as madeixas
esvoaçantes, os catálogos da Kétura são ilustrados com fotos da pernambucana Joselma Oliveira, de 35 anos, que
em 2004 fundou a empresa com o marido, Antoniel, de 51 anos. Juntos, eles criaram um negócio que deve faturar 6
milhões de reais neste ano.
Seus clientes são donos de salões de beleza que usam os produtos da Kétura para cuidar dos cabelos das clientes. A Kétura nasceu de uma experiência mal- sucedida de Oliveira e Joselma no setor de cosméticos. Até 2004, eles tinham
uma pequena marca de perfumes vendidos de porta em porta, como Avon e Natura.
“A concorrência era muito forte e o negócio não deslanchou”, diz Oliveira. “Por isso, decidimos recomeçar com
algo que pudesse ser vendido no mercado profissional.” Na época, Joselma fazia um curso de cabeleireira, e percebeu
que havia mercado para hidratantes à base de tutano. “Muitos cabeleireiros usavam fórmulas artesanais de cremes
de tutano”, diz Joselma.
Nos últimos anos, a Kétura cresceu com uma estrutura reduzida. Para chegar aos cabeleireiros, a empresa
criou uma rede de distribuidores franqueados nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul. Cada um abrange uma área
de aproximadamente 1 milhão de habitantes e é responsável por dez a 15 revendedores, que têm como alvo uma
população de 100 000 habitantes.
Remunerados pelo desempenho das vendas, os integrantes dessa rede também são responsáveis pela logística dos
produtos. Cada um deles mantém um pequeno estoque para que os cosméticos da Kétura possam ser entregues imediatamente
aos clientes. “Isso acaba sendo uma importante vantagem competitiva”, diz Oliveira. “Muitos de nossos concorrentes têm um
prazo de entrega de até 15 dias.”
A empresa mantém custos sob controle ao terceirizar a maior parte da produção. Etapas como a mistura dos ingredientes
e o envase dos cosméticos são feitas por empresas contratadas. “Para ter uma fábrica própria, teria de investir em máquinas
que chegam a custar 1 milhão de reais cada uma”, diz Oliveira. “Com menos necessidade de capital, fica mais fácil manter o
controle sobre o endividamento da empresa.”
Num mercado volúvel como o de beleza, agora os donos da Kétura enfrentam o desafio de manter a expansão
sem depender tanto de um produto que pode eventualmente perder a classe. Hoje, com uma linha de mais de 250
produtos, Oliveira e Joselma têm investido no desenvolvimento de cosméticos que utilizam extrato de frutas nativas
das matas brasileiras.
“A tendência atual é o desenvolvimento de cosméticos ecologicamente corretos e que não usem substâncias de origem
animal”, diz Mariangela Bordon, dona da EOS Cosméticos. Nos anos 90, Mariangela fundou a Ox, que usava o tutano em seus
cosméticos. Depois de vender a marca para o frigorífico Bertin, em 2005, ela voltou ao mercado com a EOS Cosméticos.
“Acho incrível que ainda existam empresas que ganhem dinheiro vendendo produtos feitos com esse tipo de
ingrediente”, diz ela.
A Univar Inc., uma distribuidora líder global de produtos químicos e a Arinos Química Ltda. (Arinos), uma distribuidora
líder de produtos químicos especialidades e comodities no Brasil, anunciam hoje que a Univar adquiriu a Arinos. Os termos da
aquisição não foram revelados.
“Estamos extremamente contentes de anunciar a aquisição da Arinos”, disse John Zillmer, Presidente e CEO da Univar.
“A Arinos tem um modelo de negócio altamente complementar para a Univar e fornece uma forte plataforma para futuro
crescimento no amplo e rapidamente crescente mercado brasileiro de distribuição de produtos químicos”.
A Arinos é uma distribuidora de produtos químicos líder no Brasil, fornecendo um modelo único de serviço baseado no
conceito “one-stop-shop “ tanto para os produtos químicos especialidades como para as comodities, bem como serviços de
alto valor. A empresa tem fortes relacionamentos com mais de 60 fabricantes de produtos químicos e entrega mais de 1.600
produtos a mais de 6.500 clientes em diversos mercados finais. A Arinos tem também desenvolvido mais de 20 produtos de
marca próprias através de sua atividade de formulação exclusiva. A empresa está bem posicionada no mercado brasileiro, com
uma rede de distribuição em âmbito nacional e profundo conhecimento em indústrias de alto crescimento.
“A Arinos e a Univar têm abordagens muito similares com relação ao mercado”, disse Terry Hill, Vice-presidente executivo de
Relações com a Indústria e Presidente de Mercados Emergentes para a Univar. “Cada uma das empresas tem fortes relações com
os principais supridores das indústrias e foca suas ações no fornecimento de serviços de alto valor agregado através de profundo
conhecimento da indústria estreitando ainda mais a relação com os clientes”.
“A Univar é uma excelente parceira para a Arinos em todos os sentidos”, disse Mateos Dias, CEO da Arinos. “A combinação
criará muitas sinergias fornecendo serviços ainda mais diferenciados para nossos clientes, acesso a uma base mais ampla de
supridores e oportunidades para alavancar decisivamente a plataforma global de abastecimento da Univar”
Dynatech® Química de Alta Performace
Com posição consolidada há mais de 20 anos no mercado químico, a Dynatech® Indústrias Químicas, em sua unidade fabril
de Itupeva/SP, elabora e fabrica produtos para os segmentos de Especialidades, Papel e Celulose, Pigmentos, Couro e Têxtil,
fornecendo a clientes em todo o Brasil e América Latina.
Empresa genuinamente brasileira, a Dynatech® oferece ao mercado produtos com síntese 100% nacional. É o caso da Linha
de Branqueadores Ópticos e da Linha de Pigmentos Orgânicos.
A divisão Especialidades além de oferecer branqueadores ópticos para detergentes com síntese local, atende com
qualidade ao mercado, oferecendo produtos para os segmentos de:
• DETERGENTES EM PÓ e LÍQUIDO
• SABÕES • AGROQUÍMICOS, SEMENTES e FERTILIZANTES
• MATERIAL DE ESCRITA
• Tintas INK JET
• Tinta WHITE BOARD
• SINALIZADORES de fumaça
• APLICAÇÕES ESPECIAIS em geral
Para desenvolver novos produtos e assegurar o alto nível de qualidade, a Dynatech® conta com dois laboratórios próprios.
As vendas estão a cargo de departamentos comerciais presentes nos escritórios de São Paulo e na Filial Sul, em Novo
Hamburgo/RS. Dispõe ainda de equipe técnica e representantes comerciais em todo o território nacional.
Sempre acreditando no crescimento sustentável, a Dynatech® desenvolve produtos rigorosamente de acordo com as
legislações ambientais e de consumo vigentes no país.
Firmando seu compromisso com o desenvolvimento do setor, em 2011, a Dynatech® estará presente na ABISA com a
palestra “Cores e Soluções para Home Care e Personal Care”, em parceria com a empresa Coremal.
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Notícias
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
P&G amplia lentamente portfólio de marcas no Brasil
Firjan fala sobre o novo aviso prévio
Na segunda edição do PG Experience, evento em que a Procter Gamble
apresenta seus lançamentos ao mercado brasileiro, a Downy, de amaciantes
para roupas, é a única marca nova a estrelar. Muito menos do que os quatro
destaques do ano passado - Head Shoulders, Olay, Naturella e Febreze.
A PG vende no Brasil apenas 24 das mais de 250 marcas que oferece no
mundo. A diretora de comunicação coorporativa da PG, Gabriela Onofre,
defende que a introdução tem que ser gradual. “Temos muitas coisas ainda
para trazer, mas nossos clientes têm que ser capazes de colocar na gôndola e
nossos consumidores de entender a inovação”.
Gabriela diz que outras novidades estão a caminho. “Ainda vamos ter marcas novas este ano, mas não posso dizer
quais porque elas ainda não estão prontas para lançar”.
A executiva afirma que a PG avança com o cuidado de continuar oxigenando as marcas que hoje são o coração do
negócio no Brasil - Gillette, Pampers, Pantene e Oral-B.
Fora a Downy, a companhia destacou no evento inovações dentro de marcas em que já atua no país, como coloração
com proteção e em forma de espuma, em Wella, cremes dentais para gengivas e dentes sensíveis, em Oral-B, e fraldas
para recém-nascidos, em Pampers.
No ano passado as vendas da PG cresceram 23% no Brasil, sendo que, segundo Gabriela, um terço desse avanço pode
ser atribuído aos lançamentos.
Fonte: Luciana Seabra – Valor
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou no dia 21 de setembro, o PL 3941 de 1989, do então senador Carlos
Chiarelli (PFL/RS) dispondo sobre o aviso prévio proporcional ao tempo de serviço. O projeto mantém o Aviso Prévio
mínimo de 30 (trinta) dias para relações de emprego com até um ano de serviço na mesma empresa, acrescentando-se a
este três dias por ano de serviço prestado, até o máximo de 90 (noventa) dias.
Tendo obtido aprovação nas duas casas legislativas, o Projeto de Lei segue para sanção presidencial. Sua tramitação, em
regime de urgência, deveu-se à notícia de que o Supremo Tribunal Federal pretendia apresentar proposta de ampliação do
prazo legal, em virtude da inércia do legislador.
Nova ecolimpeza
Alimentos orgânicos, roupas feitas por meios de produção
sustentáveis, a busca pelo menor uso de combustível. Há muita gente
investindo pesado para desenvolver novos produtos e aproveitar o
crescimento desse mercado.
A paulista Mr. Green nasceu disso. Focada em produtos de limpeza
orgânico, ela é uma “filha” da Krest, empresa especializada em produtos
industriais para o setor de petróleo, como fluidos hidráulicos e removedores
biodegradáveis e orgânicos, além de resina e plástico ecológico, entre
outras coisas. Da limpeza de vazamento de petróleo para a limpeza de
cozinhas residenciais ou de banheiros de empresas foi um pulinho. “É sim
um modo de aproveitar a expertise já existente da empresa”, diz Miguel
Santos Neto, diretor da Krest. Mais do que isso, eles pretendem aproveitar
a expertise no atendimento ao setor corporativo. “Hoje, a maior parte de
nossos clientes ainda é de empresas de limpeza que, por sua vez, se veem
pressionadas por seus próprios clientes para usar produtos orgânicos e biodegradáveis - às vezes essa é uma exigência para
manter o ISO 14000, por exemplo.”
A Mr. Green está começando no mercado ainda bem pequenininha, produzindo 80 mil litros/mês, mas com a expectativa
de decuplicar isso em três anos. “Nossa aposta na distribuição para os clientes de varejo passa pela internet. O público que
vai comprar nossos produtos é de mais alto nível cultural, preocupado com o ambiente e disposto a pagar de 20% a 30%
mais do que os produtos não ecologicamente corretos.” Além da venda direta, eles acham que lojas de produtos naturais
que tanto se espalham hoje por aí também se tornarão grandes canais de venda.
1. A ATUAÇÃO DO SISTEMA FIRJAN
O Sistema Firjan, cumprindo seu papel de entidade representativa da indústria fluminense, buscou de diversas maneiras
o debate, apresentando, sobretudo, o impacto econômico das alterações no instituto do aviso prévio.
Os Ministros do Supremo Tribunal Federal receberam ofício do Presidente Eduardo Eugenio Gouvêa Vieira, apontando
os mais diversos aspectos negativos da mudança proposta. Também junto ao Poder Legislativo o Sistema FIRJAN agiu,
manifestando seu repudio às iniciativas legislativas nocivas ao empresariado.
2. OS IMPACTOS ECONÔMICOS
O pagamento do aviso prévio por parte das empresas será encarecido em 21%, representando um gasto adicional
da ordem de R$1,9 bilhões anuais, considerando as estatísticas de 2010. O aumento previsto causará um desestímulo
adicional à geração de empregos formais no país, contrariando a tendência internacional de flexibilização das legislações
trabalhistas e reduzindo ainda mais a competitividade do produto brasileiro.
É importante frisar que tal elevação de custos para as empresas brasileiras é totalmente inoportuna, tendo
em vista o momento econômico mundial de alta volatilidade marcado por uma crise internacional de dimensões e
impactos incertos.
3. OS EFEITOS DA MEDIDA SOBRE AS RELAÇÕES DE EMPREGO.
O Aviso Prévio é devido às partes na relação de emprego, por ocasião da comunicação da intenção de rescindir o
contrato de trabalho. A partir daí, fica a parte obrigada a conceder o prévio aviso, de forma trabalhada ou indenizada.
Caso seja sancionada pela Presidente, a nova lei apenas produzirá efeitos uma vez que publicada na imprensa
oficial. Significa dizer que seus efeitos se estenderão apenas às relações de emprego cuja comunicação de rescisão se
der após esta data.
Para as relações de emprego terminadas até o momento da publicação desta nova lei, aplica-se o prazo mínimo de 30
(trinta) dias, previsto no art. 487 da Consolidação das Leis do Trabalho. Apenas as relações terminadas após aquela data
deverão observar o regime da nova lei, caso efetivamente obtenha sanção presidencial e seja publicada. Por fim, vale
ressalvar que as ações judiciais em curso observarão o regime da nova lei, caso esta já tenha sido publicada no momento
em que for proferida a sentença.
4.PERSPECTIVAS.
O Sistema FIRJAN considera ato de grave irresponsabilidade a aprovação de medida que importa em novo
aumento do custo da relação de emprego, em um momento em que enfrentamos crise econômica mundial
sem precedentes. O encarecimento do emprego formal, notoriamente oneroso ao empregador, constitui novo
desestímulo ao setor produtivo.
Cumpre, por ora, buscar o apoio do Poder Executivo. Solicitaremos à Presidente da República o veto à iniciativa,
manifestamente nociva ao desenvolvimento da economia brasileira e aos interesses nacionais.
Fonte: Diretoria do Sistema FIRJAN
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Notícias
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Governos miram bolsos dos ricos
As trombetas soaram e os cães começaram a latir. Por
todos os países desenvolvidos, a busca de mais impostos
sobre os mais ricos começou. Recentes medidas de
austeridade na França e na Itália trouxeram um aumento
de 3% nas cobranças àqueles com rendas superiores a €
300 mil. Os conservadores britânicos estão sendo atacados
por considerar o abandono da taxa “temporária” de 50%
sobre ganhos acima de £ 150 mil, dos trabalhistas. Agora
Barack Obama elaborou um novo plano de redução dos
déficits que aponta os aumentos de impostos para os
ricos, incluindo uma “regra Buffett”, que garante que
nenhuma família que ganhe mais de US$ 1 milhão por
ano pague menos impostos que a “classe média” (Warren
Buffett afirmou que, apesar de ser um bilionário, ele paga
menos impostos que sua secretária). Atingir os ricos para
reverter o déficit não é “guerra de classes”, disse Obama.
“É matemática”.
Na verdade, não se trata de pura matemática. O
dilema de como taxar os milionários depende mais dos
julgamentos políticos sobre o tamanho correto do Estado e
papel apropriado da redistribuição. A matemática diz que os
déficits poderiam ser controlados somente com os cortes
de gastos – como defendem os oponentes republicanos de
Obama. Guerra de classes pode ser um termo ultrapassado,
mas ele captura um debate fundamental nas sociedades
ocidentais: quem deve sofrer para que as finanças públicas
sejam colocadas nos eixos?
Existem três boas razões para que os mais ricos paguem
mais impostos – embora nenhuma dela se enquadre nos
modelos que os governos do mundo rico estão propondo
atualmente.
Em primeiro lugar, os déficits ocidentais não
deveriam ser revertidos somente com cortes de gastos.
Gatos públicos certamente deveriam ser afetados: há
inúmeras maneiras de diminuir o tamanho do monstro
governamental, e estudos de antigos programas de cortes
de déficits sugerem que eles têm mais sucesso quando os
cortes são predominantes. A proporção britânica de quatro
pra um está correta.
Mas como essa proporção sugere, a experiência
também mostra que impostos mais altos fazem parte da
receita. Nos Estados Unidos, os impostos estão mais baixos
do que nunca, apo uma série de reduções. Lá, e no resto
do mundo, impostos devem ser aumentados para reverter
esse quadro.
Em segundo lugar, há um argumento político para o
aumento dessa nova receita oriundo dos bolsos dos ricos.
Cortes de gastos caíram desproporcionalmente sobre os
mais pobres, e mesmo antes da crise, as rendas médias
já estavam estagnadas. Enquanto isso, a globalização
vem premiando os vencedores de maneiras cada vez
mais generosas. O apoio dos eleitores à austeridade atual
depende de uma porção desproporcional de qualquer nova
receita que venha dos mais ricos.
Mas como? Até agora os governos se concentraram no
aumento das taxas de impostos sobre a renda, algo a que
a maioria dos ricos responde rapidamente. Capitalistas
mudam sua renda para formatos menos suscetíveis
a impostos, como ganhos de capital; eles se mudam;
eles trabalham menos; eles assumem menos riscos
empresariais. Ainda que seja difícil precisar o tamanho
desses efeitos, o tamanho do maior nível também faz
diferença, logo os 50% dos britânicos são mais perigosos
que a proposta de Obama, de aumentar a maior taxa de
renda fiscal federal de 35% para 39,6%. Alguém ganhando
US$ 1 milhão paga mais impostos em Londres do que em
qualquer outra capital financeira – uma loucura para um
local com tamanha mobilidade de pessoas ricas. A desculpa
de que os impostos eram piores nos anos 1970 também
não inspira confiança alguma.
Considerando a necessidade de um crescimento
rápido no mundo rico, os governos devem estar atentos
aos violentos aumentos de impostos – especialmente
por que eles são desnecessários. De fato, o terceiro
argumentos para coletar mais dinheiro dos ricos é
que isso pode ser feito sem que as taxas marginais
de impostos sejam aumentadas, mas sim, tornando o
código fiscal mais eficiente.
O espaço para realizar tudo isso é mais óbvio nos Estados
Unidos, que dependem muito mais dos impostos sobre
renda do que outros países, e tem uma enormidade de
deduções que vão desde pagamentos de juros em hipotecas
a benefícios de saúde oferecidos por empregadores, o
que faz com que os impostos sejam impostos sobre bases
muito estreitas. Se livrar das deduções simplificaria o código
e aumentariam cerca de US$ 1 trilhão por ano. Como
os principais beneficiados são milionários, pessoas mais
ricas pagariam a maior parte. E como as taxas marginais
permaneceriam intocadas, tal reforma os inibiria menos na
criação de suas fortunas.
Na Europa, onde os sistemas fiscais são mais eficientes,
uma opção seria passar a maior parte do fardo da renda
para a propriedade, que coletaria mais dos ricos e teria
um impacto menor em sua disposição de correr riscos.
O “imposto sobre mansões” proposto pelos Democratas
Liberais teria impacto menor que a taxa de 50%. E em
ambos os lados do Atlântico há espaço para diminuir a
diferença entre as taxas de impostos sobre salários e bônus,
e sobre dividendos e ganhos de capital. Essa diferença
explica porque Buffett, cuja maior parte da renda vem de
ganhos de capital e dividendos, paga menos impostos que
sua secretária. Essa diferença também foi explorada por
fundos de cobertura e pelo ramo de private equity, e pelos
bilhões que eles coletam.
Essa é a barganha básica a ser realizada. Imagine um
sistema fiscal que aproxime as maiores taxas de salário e
capital, e que eliminasse virtualmente todas as deduções.
Para evitar que investimentos fossem duplamente taxados,
esse sistema teria que se livrar dos impostos corporativos,
e o que permitira um piso muito menos dos impostos sobre
a renda. O resultado? Uma coleta fiscal maior sobre os
ricos, sem que o dinamismo econômico fosse prejudicado.
Esse seria um bom motivo para que as trombetas soassem.
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Notícias
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Carga tributária pode superar 36% do PIB neste ano
A carga tributária deve ultrapassar o patamar de 36% do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. É o que apontam
especialistas consultados pelo DCI. Este percentual, de qualquer forma, para eles, será bem acima do peso tributário
registrado em 2010, cuja carga alcançou 33,56% do PIB, conforme divulgou a Receita Federal.
O fisco admite que o peso dos tributos sobre os brasileiros segue tendência de alta em 2011. De acordo com os dados
anunciados, no ano passado, a carga cresceu 0,42 ponto percentual ante o resultado observado em 2009 (3,14% do PIB).
“Para 2011, é um crescimento constante de arrecadação em função das receitas extraordinárias que foram significativas”,
explicou o coordenador-geral de estudos econômicos e tributários da Receita, Othoniel Lucas de Sousa.
O coordenador do curso de Ciências Contábeis da Faculdade Santa Marcelina, Reginaldo Gonçalves, estima que o peso
dos impostos federais, estaduais e municipais no País será de 36,8% do PIB. O cálculo dele está baseado na previsão de
arrecadação de R$ 1,4 trilhão, do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), para este ano - a descontar o
recolhimento do fundo de garantia, que não entra na conta da Receita -, e a projeção que a economia brasileira cresça 4%,
para R$ 3,8 trilhões, também para 2011 (estimativa do governo).
“O aumento da carga tributária neste ano com relação a 2010 está baseada no fato de que haverá um avanço econômico.
Além de que há importantes fatores considerados sazonais que fazem com que esse peso seja de quase 37% do PIB, como
a consolidação dos parcelamentos de Pessoa Física e Pessoa Jurídicas que entram na conta como tributos”, explica.
Apesar de não ter um cálculo exato até o fechamento desta edição, o presidente do IBPT, João Eloi Olenike, disse
esperar que a carga tributária de fato ultrapasse os 36% do PIB. “Projetamos crescimento de 9% [real] na arrecadação
tributária, para R$ 1,5 trilhão [com o cálculo do montante do fundo de garantia], que também representa um aumento
nominal de 15%”, aponta.
Já Allan Moraes, advogado tributarista do Salusse Marangoni Advogados e diretor do Instituto dos Advogados de São
Paulo (IASP) e membro do Instituto Brasileiro de Direito Tributário (IBDT), discorda dos demais especialistas. Na opinião
dele, o peso dos impostos sobre os brasileiros deve ficar próximo dos 33% do PIB. Ou seja, não deve apontar crescimento
expressivo comparado ao registrado em 2010. “Não acredito que haverá a criação de novos impostos neste ano. O aumento
do IOF [Imposto sobre Operações Financeiras] incidente nas operações de crédito da pessoa física e operações de câmbio,
pro exemplo, foi mais uma medida regulatória do que arrecadatória. Por isso não vejo alta expressiva”, entende.
Em 2010
O professor da Santa Marcelina destaca, porém, que as projeções dependem de como ficará o câmbio e o crescimento
econômico. “A expansão da economia interfere na arrecadação de impostos. Além de que a questão da oscilação do dólar
impacta no recolhimento tributário realizado pelas importações e exportações, que entram [indiretamente] no montante
utilizado para cálculo da carga”, diz Gonçalves.
Othoniel Lucas de Sousa afirmou que, no ano passado, o crescimento da carga tributária foi puxada pelo avanço do PIB,
de 7,5%, que aumenta a arrecadação. O recolhimento bruto de tributos em 2010 ficou em R$ 1,233 trilhão, R$ 178 bilhões
superior ao valor do ano anterior. Assim, cerca de um terço de tudo o que o brasileiro ganhou naquele ano foi para os
cofres públicos.
Segundo o coordenador da Receita, a carga tributária cresceu, principalmente, devido ao aumento de alíquotas de
tributos que incidem no mercado financeiro e fim de benefícios fiscais, como o IOF.
O percentual de carga registrado em 2010, contudo, foi quase dois pontos percentuais menor do que o projetado pelo
IBPT (35,13% do PIB). “Isso nos chamou atenção. É possível que tenham sido descontadas as multas pagas de juros, que
entram como tributos, e o recolhimento pelo Refis da Crise”, comentou.
De modo geral, os especialistas entrevistados pelo DCI consideram a carga atual no País muito alta. “O esforço do
governo para tirar esse peso de cima dos brasileiros tem que ser muito maior. Não adianta desonerar com percentuais
baixos os empresários, por exemplo, e aumentar a alíquota do IPI [Imposto sobre Produto Industrializado] em 30% sobre
veículos importados”, critica o presidente do IBPT.
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
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Notícias
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Consumidoras das classes D e E
puxam vendas de tinturas
Fabricantes reduzem variedades
de produtos na europa
Enquanto a venda de tinturas no varejo teve um crescimento total de 3% em volume em 2010, as consumidoras
das classes D e E compraram 13% mais caixinhas do produto que em 2009. A parcela das famílias de baixa renda que
colocou o item no carrinho pelo menos uma vez no ano também foi a que mais subiu, de 49% para 54%. “O crescimento
da categoria tintura tem sido puxado pelas classes D e E”, afirma o analista da consultoria Nielsen, Arthur Oliveira.
A expansão não se deu via redução de preços. O avanço das vendas em valor, de 28%, foi maior do que em volume
nessas faixas de renda. No mesmo período, o faturamento do mercado como um todo cresceu 9,4%, para R$ 1,43 bilhão.
É um sinal de que a consumidora de baixa renda tem dado preferência a itens de maior valor agregado.
De olho nesse movimento, as fabricantes de tinturas reforçam as ações para conquistar as clientes menos
endinheiradas. É o caso da Procter & Gamble, que leva às gôndolas em outubro o Pró-Vital. Essa deve ser a
coloração permanente mais barata do mercado, ao preço sugerido de R$ 12,50, mas sua divulgação não prioriza
o valor e sim a promessa de proteção aos fios. “O produto é voltado para aquela consumidora que judia mais do
cabelo, com química e chapinha”, diz Juliana Azevedo, diretora de marketing de beleza da P&G, dona de Koleston,
Wellaton e Soft Color.
Segundo a executiva, a empresa já aprendeu que a mulher de baixa renda não pensa só em preço. “Ela pode até
pagar R$ 2 ou R$ 3 a mais por um produto, mas é melhor que ele funcione, porque esse dinheiro para ela vale muito
mais do que para uma consumidora de renda alta”.
Em outra frente, no segmento profissional, a P&G traz para o Brasil neste mês a linha Clairol, com tinturas pelo
menos 30% mais baratas do que as das marcas Wella e Sebastian Professional. “A Clairol vai para um salão de beleza
pequeno, de bairro”, explica Gonzalo Turueno, diretor geral da linha profissional da P&G. A marca também vai prometer
qualidade, com o slogan “luxo acessível”.
A Embelleze - dona das marcas Maxton, Natucor e Fleury - que já tem uma estratégia voltada para os salões de
pequeno porte, decidiu intensificá-la. A empresa tem 260 escolas que oferecem cursos de cabeleireiro com mensalidade
próxima de R$ 200. “Vamos dobrar a rede nos próximos três anos”, afirma o vice-presidente da empresa, Jomar Beltrame.
O plano agora é chegar às cidades de menos de 100 mil habitantes.
A Embelleze também estuda lançar produtos direcionados para a população do Norte e do Nordeste, como tons
diferentes e embalagens menores, que se encaixem no orçamento. Nos últimos dois anos, segundo a Nielsen, os
nordestinos foram os que mais consumiram colorações, um total de 50 milhões de unidades, ou R$ 439 milhões.
A necessidade de agregar valor ao produto foi a principal conclusão da Hypermarcas depois de fazer uma extensa
pesquisa de mercado no ano passado. Foi por isso que a empresa relançou a marca Biocolor com um kit de coloração
mais completo, com sachês de tratamento que duram quatro semanas e gel protetor que isola a pele do rosto.
A Hypermarcas também mudou o material das luvas, para aumentar a sensibilidade no momento da aplicação. Isso
porque a consumidora cobrou facilidade para tingir os cabelos em casa. “Esse mercado no Brasil é das classes C, D e E.
As classes A e B vão ao salão colorir os cabelos”, diz Gabriela Garcia, diretora executiva da empresa.
Até mesmo a francesa L’Oréal, que já tem uma marca de posicionamento mais popular, a Garnier, decidiu que
também precisa ampliar o alcance de sua linha premium, L’Oréal Paris.
A dona de Imédia Excellence e Casting, que por muito tempo foi divulgada por meio de anúncios dublados com
atrizes estrangeiras na TV, já deu um passo em direção à população de menor renda. “Até o meio do ano passado nos
posicionávamos como um produto para as classes A e B. Hoje acreditamos que é muito importante ampliar para a classe
C”, afirma Bianca Pi, diretora de marketing da L’Oréal Paris.
Foi de olho nesse público que a L’Oréal Paris passou a vender kits em que, na compra da tintura, a cliente ganha um
shampoo que promete conservar a cor. Assim, sem perder o glamour que tanto atrai as consumidoras de baixa renda,
quis agregar valor à caixinha que costuma custar R$ 10 a mais do que as concorrentes.
Tendência de ‘complexidade menor’
diminui custos e é apoiada por parte do
varejo, que quer liberar gôndolas para marca
própria.
Após anos dedicados a desenvolver
variedades de cremes dentais, xampus
e barras de chocolate, fabricantes estão
começando a reduzir suas linhas e,
consequentemente, a descongestionar as
prateleiras dos mercados.
Além de tornar a vida menos complicada
para os consumidores, a redução permite às
empresas baixar custos.
A Unilever, por exemplo, está reduzindo
em 40% suas unidades de estoque, ou SKUs
-o jargão do setor para os produtos de uma
mesma marca em seus diversos tamanhos,
embalagens e variedades, na Europa.
Remover complexidade desnecessária
ou custo sem valor adicionado, diz Neil
Humphrey, que comanda a cadeia de suprimentos do grupo na Europa, lhes permite atender às necessidades dos
consumidores com custo menor e preços mais baixos.
E as vendas podem subir: variedades menos procuradas não ficam mais nas prateleiras juntando poeira, e o consumidor
têm mais facilidade de encontrar o que quer.
Cerca de 100 mil novas SKUs são introduzidas no mercado norte-americano de bens de consumo a cada ano, de acordo
com Mark Gottfredson, da consultoria Bain.
“Quando uma SKU é lançada, é difícil retirá-la porque é provável que a empresa tenha vendido certo volume dessa
variedade no ano anterior e é natural que imagine que, por causa dessas vendas, retirar o produto implicaria perda de
faturamento.”
A tendência a “reduzir complexidade” conta com apoio do varejo, ansioso por liberar mais espaço em suas prateleiras
para os produtos de suas próprias marcas.
Por isso surgiu uma cooperação entre varejo e fabricantes para oferecer ao consumidor algo que o ajude, em lugar de
bombardeá-lo com um excesso de produtos.
Como exemplo, Phil White, da consultoria de marcas G2, aponta a campanha da Kraft em parceria com as redes de
supermercados Tesco, no Reino Unido, e Walmart, nos EUA, para oferecer aos compradores novas receitas, em lugar de
novas variedades do requeijão Philadelphia.
“Isso implica trocar o marketing centrado na marca por um trabalho em contato muito mais estreito com o varejo, a fim de
oferecer aos consumidores soluções relevantes para seu estilos de vida, em vez de forçá-los a examinar centenas de produtos.”
Ainda assim, as múltis americanas vêm se mostrando mais resistentes aos esforços de redução. A Procter & Gamble
argumenta que o consumidor prefere ter escolha em categorias específicas.
Um consumidor que aceitaria bem a presença de apenas três marcas de creme dental talvez deseje encontrar dez
variedades de ração animal, diz Bob McDonald, presidente-executivo do grupo.
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Notícias
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Marfrig pisa no freio e vende ativos
Empresa começa a vender operações para reduzir dívidas,
enquanto bancos e concorrentes discutem alternativas para o
setor de frigoríficos no país.
Depois de anos comprando empresas no Brasil e no exterior,
a ponto de formar a quarta maior indústria de carnes do mundo,
o frigorífico Marfrig inverteu o sinal. O grupo anunciou a venda
da divisão de logística da americana Keystone para a Martin
Brower, por US$ 400 milhões. No Brasil, o Marfrig também busca
se desfazer de um terminal que tem no porto de Itajaí, em Santa
Catarina.
São os primeiros passos do Marfrig para reduzir uma dívida
que incomoda o mercado. Mais do que isso, as operações podem
fazer parte de um processo maior - está em curso uma negociação
delicada, que corre no mais absoluto sigilo e, dependendo do rumo
que tomar, pode provocar uma reviravolta no setor de frigoríficos
no Brasil.
A operação envolveria a venda e a troca de negócios entre
Marfrig, Brasil Foods (BRF), Minerva e, numa hipótese neste
momento mais remota, até o JBS. Essa reorganização pode se
tornar necessária porque o setor enfrenta o pior momento dos
últimos anos. Com a alta do preço do boi, JBS, Marfrig e Minerva
tiveram forte aumento de despesas, que consumiram parte do
capital de giro, deixando suas dívidas mais pesadas.
A situação parece mais complicada para o JBS e Marfrig, que
se endividaram fortemente para financiar uma agressiva política
de aquisições. O JBS já foi muito questionado e começou a reduzir
investimentos e reorganizar a companhia. O mercado, agora,
voltou os olhos para o Marfrig. Castigado pelos investidores, a
companhia vale hoje na bolsa R$ 2,7 bilhões, menos da metade
do seu patrimônio líquido e quase quatro vezes menos que a sua
dívida total. Diante do cenário preocupante, os principais credores
começaram a conversar com a concorrência, sugerindo a venda ou
a troca de ativos entre o Marfrig e as outras empresas.
Segundo apurou o Estado, representantes do Itaú, Bradesco
e Santander já sentaram para tratar do assunto com os donos dos
frigoríficos. Executivos das empresas também trocam informações.
Todos negam a existência de uma ação organizada, mas explicam
que discutem alternativas caso a situação do setor fuja do controle.
“De todos os bancos com que temos relacionamento, nunca houve
um pedido para eu vender ativos”, disse Marcos Molina, fundador
e presidente do Marfrig.
Não é que Molina rejeite totalmente a ideia de vender ativos.
Antes de fechar com a Martin Brower, já tinha negociado a entrada
do fundo de investimentos gávea, do ex-presidente do BC, Armínio
Fraga, na Keystone - as conversas, porém, não prosperaram.
O dono do Marfrig diz que a venda do braço de logística da
Keystone saiu porque se encaixa em sua estratégia de se desfazer
apenas de negócios que estão fora do foco principal, que é a
industrialização de carne. No entanto, as hipóteses aventadas
pelos credores vão além disso. Oportunidade. A necessidade da
BRF de vender um pacote de ativos para cumprir as ordens do
Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e aprovar a
fusão entre Sadia e Perdigão abriu oportunidades. Com as fábricas,
marcas e centros de distribuição da concorrente, o Marfrig poderia
dobrar o tamanho da Seara - seu braço de venda de processados
de frango e suínos no mercado interno.
A Seara já passou pelas mãos de Cargill e Bunge, e sempre teve
problemas de marca e distribuição. A empresa é estratégica para
Molina, que tem planos de transformá-la em marca global. Desde
que foi comprada, porém, não ultrapassa 8% de participação do
mercado brasileiro, apesar de pesados investimentos.
O problema é que o empresário não tem dinheiro sobrando no
caixa ou capacidade de endividamento para comprar os ativos da
BRF. Segundo fontes próximas à Brasil Foods, se não houver outra
alternativa, a empresa poderia fazer uma troca. O Marfrig ficaria
com o pacote da BRF e entregaria a Quickfood, na Argentina,
e Moy Park, na Europa. A Keystone não está no radar da Brasil
Foods. Molina não descarta o negócio, mas diz que precisa analisar
com cuidado os ativos da concorrente.
A negociação entre Marfrig e BRF não é simples e há
discordâncias de valores. Pelas estimativas do mercado, Quickfood
e Moy park valeriam juntas R$ 700 milhões. Nas contas da BRF,
o pacote de seus ativos custaria mais de R$ 1 bilhão - número
questionado por analistas.
Outra alternativa, também tratada em conversas reservadas, seria
a venda ou a fusão do abate de bois de Marfrig e JBS ou Marfrig
e Minerva. Como as margens dessa atividade são apertadas, o
ganho de escala e as sinergias melhorariam a rentabilidade.
Sempre afável, Molina se irrita quando ouve a hipótese: “outro
dia um amigo ligou e perguntou se já tinha fechado negócio com o
Minerva. Não faz nenhum sentido”.
A fusão entre o JBS e o Marfrig é complicada, porque
provocaria forte concentração na compra de gado e dificilmente
seria aprovada no CADE. Fontes ligadas ao JBS dizem que a
empresa está consolidando suas aquisições e, a princípio, não teria
interesse.
Para juntar o abate de bois de Marfrig e Minerva, seria preciso
equacionar as altas dívidas dos dois frigoríficos. Numa eventual
venda, o Minerva assumiria parte do débito do Marfrig, desde que
não fosse muito elevado. Fontes próximas ao Minerva dizem que
a empresa está aberta a estudar o negócio, mas “não quer trazer
problema para dentro de casa”.
De qualquer forma, o abate de bois já não é mais o negócio
central do Marfrig. A empresa hoje aposta suas fichas em produtos
industrializados, segmento em que a carne de frango, mais barata,
é dominante. Recentemente, fechou duas plantas no sul do país,
equivalentes a 20% da capacidade de produção de bovinos.
Molina descarta a venda do seu abate de bois e se mostra
bastante seletivo em relação aos negócios que aceitaria vender.
Os bancos sugerem várias alternativas porque inundaram os
frigoríficos com dinheiro numa fase de forte crescimento do
crédito no Brasil, antes da crise de 2008.
Segundo fontes de mercado, Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e
Santander têm, juntos, cerca de R$ 5 bilhões no Marfrig. O BNDES aplicou outros R$ 3,5 bilhões, entre financiamentos e compra
de participação. Hoje, o cenário mudou. Temerosos, os bancos
fecharam as torneiras de dinheiro novo e o BNDES está cada vez
mais reticente em assumir o ônus político de investir mais nos
frigoríficos.
Bola preta. No mercado financeiro, aparecem avaliações
mais severas sobre o Marfrig, especialmente por causa
do alto endividamento - hoje, a dívida total da empresa
supera R$ 10 bilhões. O grupo sustenta que este é um
patamar administrável e que tem dinheiro para cumprir suas
obrigações de curto prazo.
Ainda assim, a Raymond James apontou suas ações como a
“bola preta” do mercado - uma alusão ao jogo de sinuca em que
não se pode encaçapar a bola preta. Traduzindo: para a consultoria
americana, é o único papel da bolsa brasileira que os investidores
devem evitar a qualquer custo.
Desde o início do ano, as ações do Marfrig caíram 41% movimento magnificado pela crise internacional e pela quebra do
fundo GWI, que investiu pesado na empresa.
Hoje, os títulos da dívida do Marfrig pagam juro 11% acima
dos títulos do tesouro dos Estados Unidos – o mais alto de uma
empresa brasileira, segundo a Bloomberg.
Nas contas dos analistas, o Marfrig consome por trimestre R$
300 milhões a R$ 600 milhões de caixa, o que eleva a alavancagem.
No último trimestre, esse indicador, que mede a relação de
dívida líquida e lucro antes de impostos, juros e amortizações
(ebitda), chegou a 3,9. Relatório do Goldman Sachs aponta que,
desde a abertura de capital, o Marfrig nunca teve geração de
caixa positiva excluídos os investimentos. Até companhias muito
rentáveis têm períodos curtos em que o indicador é negativo, por
causa de concentração de investimentos. Para os especialistas, o
problema é que o Marfrig só crescia, sem dar retorno. A venda
do braço de logística da Keystone pode ser um sinal de que as
prioridades mudaram.
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Entrevista
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Revista Espuma / Fevereiro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
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“A presidente Dilma vem mostrando
Por: Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx
que se preocupa com o setor produtivo
do país, tomemos como exemplo as
medidas do programa Brasil Maior.”
Paulo Skaf
Por Lia Freire
I ntérprete do setor produtivo, a F iesp - F ederação das I ndústrias do E stado de
São Paulo - é a voz que fala por 131 sindicatos patronais , os quais representam ,
aproximadamente , 150 mil indústrias de todos os portes e das mais diferentes cadeias
produtivas . É a maior entidade de classe da indústria brasileira . E m entrevista à R evista
E spuma , Paulo Sk af, presidente da F iesp, faz uma análise do cenário atual da indústria
brasileira , do governo e destaca qual é a prioridade na sua gestão .
Revista Espuma - Qual a análise da FIESP destes dez meses
de governo Dilma Rousseff?
Paulo Skaf - O Brasil possui uma agenda de antigos desafios na
economia brasileira: a elevada taxa de juros, a carga tributária, o
câmbio excessivamente valorizado e a burocracia. Dessa maneira,
esperamos que o Governo amplie suas ações para resolver estes
velhos problemas, propiciando assim isonomia ao setor produtivo
nacional em relação aos estrangeiros. Além disso, acabe com os
incentivos dados às importações.
A presidente Dilma vem mostrando que se preocupa com o setor
produtivo do país, tomemos como exemplo as medidas do programa
“Brasil Maior”* (explicação detalhada na pg. 24) anunciadas em 02
de agosto de 2011. No entanto, nós queremos que as mudanças,
principalmente a desoneração da folha de pagamento, se espalhem
para todos os setores da indústria, não parando apenas nesses poucos
setores beneficiados. Além disso, defendemos que a compensação da
desoneração da folha sobre o faturamento seja inferior aos atuais
1,5%. Desejamos também que sejam realizados novos leilões para
as concessões de energia que vencem a partir de 2015, reduzindo
assim o custo da energia no país.
Revista Espuma - Com relação ao plano “Brasil Maior”, qual
o posicionamento da FIESP? Como analisa este programa e
quais aspectos merecem atenção especial?
Paulo Skaf - Como um processo inicial foi positivo, mas o plano
precisa ser complementado, pois ainda é insuficiente. Espero que
seja só o começo. Seguimos confiantes no anúncio de futuras medidas
por parte da administração de Dilma Rousseff. A desoneração da
folha de pagamento necessita ser ampliada a todos os setores e não
apenas aos quatro já anunciados (confecções, calçados, móveis e
softwares).
Revista Espuma - Qual o cenário atual da indústria
brasileira?
Paulo Skaf - O cenário da indústria nacional é de estagnação.
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Entrevista
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
“O cenário da indústria nacional é de
Revista Espuma - Quais as principais
conquistas obtidas pela FIESP desde quando
o senhor assumiu a presidência? Hoje, qual é
a prioridade e os esforços estão direcionados
para quais questões?
Paulo Skaf - Desde que assumi a Presidência da
FIESP, a proposta sempre foi a criação de uma
“autoridade produtiva” que defenda a articulação da
indústria com outras esferas, como o setor público.
Em sintonia com essa linha de atuação, já em
2007, lideramos um movimento nacional pelo fim
da CPMF com assinatura de 1,5 milhão de pessoas
e conseguimos nosso objetivo. Lutamos também
pela reforma tributária, criação de condições
para a redução dos juros, desoneração da folha de
pagamentos e a redução do preço da energia no país.
Recentemente lançamos o movimento “Energia
a preço justo”, que visa a redução das tarifas de
estagnação. A economia brasileira já vive um
processo de desaquecimento, principalmente
da atividade industrial. O crescimento do PIB
esperado para 2011 é de 4,0% e para 2012 a
nossa previsão é a mesma, 4,0%.”
A economia brasileira já vive um processo de
desaquecimento, principalmente da atividade
industrial. O crescimento do PIB esperado para
2011 é de 4,0% e para 2012 a nossa previsão é
a mesma, 4,0%. Ainda não podemos dimensionar
com clareza os impactos da “nova” rodada da crise,
mas poderá ampliar esse processo, justificando
assim uma postura agressiva da autoridade
monetária na redução dos juros da economia.
Revista Espuma - Há alguma novidade ou fatos
relevantes e recentes com relação à defesa
comercial, adoção de medidas antidumping,
compensatórias, de salvaguarda e subsídios?
Paulo Skaf - A estrutura da área de defesa
comercial do Ministério do Desenvolvimento,
Indústria e Comércio Exterior é pequena e
insuficiente para as necessidades do país.
Dessa maneira, vemos com bons olhos as
iniciativas presentes no plano “Brasil Maior” de
melhorias nessa área, além de outras medidas
compensatórias e tarifárias. Também são
benvindas medidas que ampliem as salvaguardas,
licenciamento não automático e triangulação
das importações. Porém, a grande questão do
comércio internacional brasileiro hoje é cambial.
Precisamos criar as condições necessárias para
que o diferencial de juros entre o Brasil e outros
países diminua, permitindo assim o fim do ciclo
de valorização do Real.
Revista Espuma - Sobre a reforma
tributária, como o Brasil está posicionado?
Houve avanços? Quais as providências
emergenciais?
Paulo Skaf - O Brasil tem feito muito pouco
nessa questão. A carga tributária representa 35%
do PIB, valor muito mais alto que das economias
com que concorremos. Além disso, nosso sistema é
complexo e burocrático. Estudo da Fiesp aponta que
a burocracia brasileira custa R$ 20 bilhões/ano.
Além disso, temos o problema dos créditos
acumulados nas exportações de tributos federais
e estaduais (valores estimados em mais de 17 e 34
bilhões de reais respectivamente), só para citar alguns
pontos. Sendo assim, é praticamente impossível
resolver todas essas questões em uma única etapa.
A medida emergencial em relação à reforma
tributária é a unificação do ICMS interestadual
para algo em torno de 4% e a mudança de
cobrança da origem para destino, o que resolveria
a maior parcela da reforma tributária. Essa
medida também acabaria com os incentivos aos
importados, na chamada “Guerra dos Portos”. Não
se pode mais admitir que o importado pague zero
de ICMS enquanto o produto nacional paga 12%.
Uniamerica 2.pdf
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energia através da realização de novos leilões
para as concessões que vencem a partir de
2015. Reduzir o preço da energia permitirá que
as famílias economizem na conta de luz, que os
produtos fiquem mais baratos, que as pessoas
comprem mais. Isso movimenta toda a economia,
gera empregos, enfim, todo mundo ganha.
Concomitantemente, realizamos investimentos
cada vez maiores em educação. Acreditamos que
a qualificação das pessoas é uma forma eficiente
de ascensão social e progresso do país. Através
do SESI e do SENAI, fizemos uma verdadeira
revolução na Educação com ações - como, por
exemplo, a implantação do ensino em tempo
integral no ensino fundamental. Hoje temos
cerca de 200 mil alunos nas escolas do SESI e,
no ano passado, registramos quase 1 milhão de
matrículas nos cursos do SENAI.
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Entrevista
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Plano “Brasil Maior”
*
O objetivo do Plano, idealizado para o período 2011-2014, é
aumentar a competitividade da indústria nacional, a partir do
incentivo à inovação tecnológica e à agregação de valor. Conheça as
10 metas e as medidas:
METAS
1. Ampliar o investimento fixo em % do PIB
Posição Base (2010): 18,4%
Meta: 22,4%
2. Elevar dispêndio empresarial em P&D em % do PIB
Posição Base (2010): 0,59%
Meta: 0,90% (Meta conjunta com ENCTI)
3. Aumentar qualificação de RH: % dos trabalhadores da indústria
com pelo menos nível médio
Posição Base (2010): 53,7%
Meta: 65%
4. Ampliar valor agregado nacional: aumentar Valor da Transformação
Industrial/Valor Bruto da Produção (VTI/VBP)
Posição Base (2009): 44,3%
Meta: 45,3%
5. Elevar % da indústria intensiva em conhecimento: VTI da indústria
de alta e média-alta tecnologia/VTI total da indústria
Posição Base (2009): 30,1%
Meta: 31,5%
6. Fortalecer as MPMEs: aumentar em 50% o número de MPMEs
inovadoras
Posição Base (2008): 37,1 mil
Meta: 58 mil
7. Produzir de forma mais limpa: diminuir consumo de energia
por unidade de PIB industrial (consumo de energia em tonelada
equivalente de petróleo/tep por unidade de PIB industrial)
Posição Base (2010): 150,7 tep/ R$ milhão
Meta: 137,0 tep/ R$ milhão (estimativa a preços de 2010)
8. Diversificar as exportações brasileiras, ampliando a participação
do país no comércio internacional
Posição Base (2010): 1,36% do PIB
Meta: 1,6%
9. Elevar participação nacional nos mercados de tecnologias, bens e
serviços para energias: aumentar Valor da Transformação Industrial/
Valor Bruto da Produção (VTI/VBP) dos setores ligados a energia
Posição Base (2009): 64%
Meta: 66%
10. Ampliar acesso a bens e serviços para qualidade de vida:
ampliar o número de domicílios urbanos com acesso a banda
larga (PNBL)
Posição Base (2010): 13,8 milhões
Meta: 40 milhões de domicílios (Meta PNBL)
MEDIDAS
ESTÍMULOS AO INVESTIMENTO E À INOVAÇÃO
Desoneração tributária
• Redução de IPI sobre bens de investimento:
- Estender por mais 12 meses a redução imediata de IPI sobre bens de
capital, materiais de construção, caminhões e veículos comerciais leves.
• Redução gradual do prazo para devolução dos créditos do PISPasep/Cofins sobre bens de capital:
- De 12 meses para apropriação imediata.
Financiamento ao investimento
• Extensão do PSI até dezembro de 2012 (BNDES):
- Orçamento de R$ 75 bilhões
- Taxa: de 4% a 8,7%
- Mantidos focos em bens de capital, inovação, exportação, ProCaminhoneiro.
- Novos setores/programas: componentes e serviços técnicos
especializados; equipamentos TICs; ônibus híbridos; Proengenharia;
Linha Inovação Produção.
• Ampliação de capital de giro para MPMEs BNDES Progeren:
Novas condições de crédito e prazo
- Orçamento: de R$ 3,4 para R$ 10,4 bilhões
- Taxa de juro: 10 a 13% a.a.
- Prazo de financiamento: de 24 para 36 meses
- Vigência prorrogada até dezembro de 2012
- Novos setores incluídos (para médias empresas): autopeças, móveis
e artefatos
• Relançamento do Programa BNDES Revitaliza:
Novas condições de financiamento ao investimento
- Orçamento: R$ 6,7 bilhões
- Taxa fixa: 9%
- Prazos flexíveis conforme projeto
- Vigência até dezembro de 2012
- Novo setor incluído: autopeças
• Criação do Programa BNDES Qualificação:
- Orçamento de R$ 3,5 bilhões
- Apoio à expansão da capacidade de instituições privadas de ensino
técnico e profissionalizante reguladas pelo MEC
- Taxa de juros máxima: 8,3% a.a.
• Criação de Programa para Fundo do Clima (MMA)/BNDES:
- Recursos para financiar projetos que reduzam emissões de gases de
efeito estufa.
Financiamento à inovação
• Novos recursos para a Finep:
- Aumento de crédito de R$ 2 bilhões do BNDES para ampliar
carteira de inovação em 2011. Taxa de 4% a 5% a.a.
• BNDES: crédito pré-aprovado planos de inovação empresas
- Inclusão de planos plurianuais de inovação das empresas do BNDES
Limite de Crédito Inovação.
• BNDES: ampliação dos programas setoriais
- Ampliação de orçamento e condições de acesso aos programas
setoriais do BNDES (Pro-P&G, Profarma, Prosoft, Pro-Aeronáutica
e Proplástico), quando da sua renovação.
• BNDES: Financiamento para redução de emissões
- Apoio ao desenvolvimento tecnológico e à comercialização de bens
de capital com selo de eficiência energética do Inmetro e para linhas
de equipamentos dedicados à redução de emissões de gases de efeito
estufa (Fundo Clima – MMA).
Marco legal da inovação
• Encomendas tecnológicas:
- Permitir contratos com cláusulas de risco tecnológico previstas na
Lei de Inovação.
• Financiamento a ICTs privadas sem fins lucrativos:
- Permitir inclusão de projetos de entidades de ciência e
tecnologia privadas sem fins lucrativos na utilização dos
incentivos da Lei do Bem.
• Ampliar o atendimento das fundações de apoio às ICT:
- Permitir que as fundações de apoio atendam mais de uma ICT.
• Modernização do Marco Legal do Inmetro:
- Ampliação no controle e fiscalização de produtos importados.
- Ampliação do escopo de certificação do Inmetro.
- Implementação da “Rede de Laboratórios Associados para Inovação
e Competitividade”.
- Maior facilidade em parcerias e mobilização de especialistas externos.
COMÉRCIO EXTERIOR
Desoneração das exportações
• Instituição do Reintegra:
- Devolução ao exportador de bens industrializados de 3% sobre valor
exportado.
• Ampliar o ressarcimento de créditos aos exportadores:
- Mais agilidade aos pedidos de ressarcimento no valor de R$ 19 bilhões
- Processamento automático dos pedidos de ressarcimento e
pagamento em 60 dias a empresas com escrituração fiscal digital, a
partir de outubro de 2011.
- Escrituração fiscal digital obrigatória, a partir de março de 2012.
Defesa comercial
• Intensificação da defesa comercial: antidumping, salvaguardas e
medidas compensatórias:
- Redução de prazos: de 15 para 10 meses (investigação) e de 240 para
120 dias (aplicação de direito provisório).
• Combate à circunvenção:
- Extensão de direitos antidumping ou de medidas compensatórias a
importações cujo objetivo seja reduzir a eficácia de medidas de defesa
comercial em vigor.
• Combate à falsa declaração de origem:
- Indeferimento da licença de importação no caso de falsa declaração
de origem, após investigação.
• Combate a preços subfaturados:
- Fortalecimento da fiscalização administrativa dos preços das
importações, para identificação de casos de subfaturamento.
• Aperfeiçoamento da estrutura tarifária do Imposto de Importação
com foco na Política:
- Apoiar, no âmbito do Mercosul, a proposta de criação de mecanismo
para permitir aumento do imposto de importação.
• Aumento da exigência de certificação compulsória:
- Instituição (ou ampliação) de tratamento administrativo para
importações de produtos sujeitos à certificação compulsória e
fortalecimento do controle aduaneiro desses produtos, mediante
cooperação entre Inmetro, Secex e Receita Federal.
- 150 novos servidores (Inmetro)
• Fortalecimento do combate a importações ilegais:
- Acordo de cooperação MJ-MDIC para combater a violação de
propriedade industrial e de certificação compulsória
• Suspensão de ex-tarifário para máquinas e equipamentos usados:
- Revisão da Resolução CAMEX suspendendo a concessão de extarifário para bens usados.
• Quadruplicar o número de investigadores de defesa comercial:
- Ampliar de 30 para 120 o número de investigadores de defesa
comercial.
Financiamento e garantia para exportações
• Criação de Fundo de Financiamento à Exportação de MPME –
Proex Financiamento:
- Fundo de natureza privada criado no BB para empresas com
faturamento de até R$ 60 milhões.
- A União é o principal cotista (aporte inicial), mas outras instituições
poderão fazer parte do fundo.
- Alimentado com os retornos futuros do Proex Financiamento.
- Aprovação na alçada do BB.
- Seguro de crédito à exportação/FGE: sistema informatizado para
emissão de apólice on line BB ou BNDES.
• Enquadramento automático Proex Equalização:
- Definição de spreads de referência que terão aprovação automática
nas exportações de bens e serviços.
- Empresas com faturamento de R$ 60 a R$ 600 milhões
continuarão com condições de financiamento equiparadas ao Proex
Financiamento.
• FGE limite rotativo instituições financeiras – países de maior risco:
- Fundo de Garantia à Exportação com limite de US$ 50 milhões ao
ano para exportação de bens manufaturados.
- Pagamento do financiamento abre saldo para novas operações
Promoção comercial
• Entrada em vigor do Ata-Carnet:
- Facilitação da circulação dos bens em regime de admissão
temporária (sem a incidência de tributos).
• Estratégia Nacional de Exportações:
- Adoção de estratégia de promoção comercial por produtos/serviços
prioritários em mercados selecionados e adoção dos Mapas de
Comex por Estado.
DEFESA DA INDÚSTRIA E DO MERCADO INTERNO
Desoneração da folha de pagamento
Projeto piloto até 2012, terá medidas acompanhadas por um comitê
tripartite formado por governo, sindicatos e setor privado. Setores
beneficiados:
- Confecções, calçados, móveis e software
- Pagamento será transferido para o faturamento
- Impacto neutro sobre a Previdência Social
Regime especial setorial
Automotivo: criação de um novo regime
- Incentivo tributário como contrapartida ao investimento, agregação
de valor, emprego e inovação.
- Assegurado os regimes regionais e acordo do Mercosul.
Compras governamentais
Regulamentação da Lei 12.349/2010:
- Institui margem de preferência de até 25% nos processos de licitação
para produtos manufaturados e serviços nacionais que atendam às
normas técnicas brasileiras.
- Foco nos setores: complexo de saúde, defesa, têxtil e confecção,
calçados e tecnologia da informação e comunicação.
- As margens serão definidas levando em consideração: geração
de emprego e renda e desenvolvimento e inovação tecnológica
realizados no país.
Acordo Bancos Públicos: harmonização de políticas de financiamento
Harmonização das condições de financiamento dos bancos públicos
com recursos da União (FAT, Fundos Constitucionais, recursos do
Tesouro)
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Em Foco 1
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aos efeitos da crise global de 2008, detonada pelos
problemas de financiamento e liquidez bancária
que se iniciaram nos EUA. Isso vem provocando nos
últimos anos um rápido e significativo aumento do
endividamento, em especial nos países integrantes
da Zona do Euro e nos Estados Unidos.
O Gráfico 1 ilustra a trajetória da relação
dívida/PIB na zona do Euro, desde sua criação, em
2000. Contrastando com a relativa estabilidade
Relação Dívida / PIB (%)
Zona do Euro e Grécia
90
85
143%
Zona do Euro
85%
80
110
105%
70
100
66%
90
60
80
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
Elaboração FIRJAN com dados da Eurostat.
Cenário Econômico Mundial
justifica fim do aperto
monetário
H
á 45 dias, após mais um aumento da taxa
básica de juros, o Sistema FIRJAN alertava
para uma decisão precipitada e incompatível
com o cenário macroeconômico. Essa análise
teve como elemento chave a perspectiva de um
significativo - e inevitável - ajuste fiscal nos
países desenvolvidos, confirmada nas semanas
seguintes pelos anúncios de um amplo plano de
ajuda financeira àEuropa e de corte de gastos
por parte do governo norte-americano. Além
disso,eram claros os sinais de desaceleração da
atividade e da inflação domésticas.
Nesse contexto, o objetivo deste artigo é jogar luz
sobre a real profundidade dessa crise fiscal e suas
possíveis implicações para economia brasileira.
Governos de todo o mundo se engajaram
em políticas fiscais ativas, caracterizadas pelo
aumento expressivo do déficit público, em resposta
130
120
75
65
150
140
Grécia
2010
dos anos anteriores, esta relação saltou de um
patamar de 66% em 2007 para 85,3% em 2010.
No caso da Grécia, a dívida chegou a 143% do
PIB. Ainda que o caso grego seja o mais grave,
não é o único. Boa parte dos países da zona do
Euro está em grande dificuldade fiscal. Com
dívidas elevadas e receitas comprimidas pela
baixa atividade econômica, a única saída é o corte
de gastos e/ou o aumento dos impostos. A grande
questão é saber qual a magnitude desse ajuste
fiscal. Em outras palavras, a pergunta a ser
respondida é: qual deve ser o resultado primário
para que a dívida pare de crescer, ou seja, para
que fique estável?
A Tabela 1 apresenta os cálculos para os
países da Zona do Euro. A diferença entre o
resultado primário observado e o necessário
para estabilizar a dívida dimensiona o tamanho
do ajuste fiscal necessário, representado nas
colunas 4 e 5.
27
Em Foco 1
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Tabela 1 – Panorama Fiscal na Zona do Euro
Matéria
Estoque
Resultado
Prima
da dívida
Prim.
(PIB%)
%PIB
Irlanda
96%
Grécia
143%
Superávit
Tamanho
Tamanho
Sustentável do Ajuste
do Ajuste
%PIB
%PIB
(Milhões EUR)
-29,2%
-1,3%
30,8%
46.903
-4,9%
-4,6%
9,6%
28.075
Portugal
93%
-6,1%
-1,6%
7,7%
8.763
Espanha
60%
-7,3%
-0,4%
6,9%
73.719
França
82%
-4,5%
-1,2%
3,4%
65.006
Zona do Euro
85%
-3,2%
-1,2%
2,0%
181.184
Malta
68%
-0,6%
-1,6%
1,0%
(63)
Belgica
97%
-0,7%
-1,5%
0,8%
(2.854)
Estonia
7%
-0,3%
-0,2%
0,5%
(68)
Finlandia
48%
-1,4%
-1,4%
0,0%
(10)
Austria
72%
-2,0%
-1,6%
-0,4%
1.043
Italia
119%
-0,1%
-0,8%
-0,7%
(10.869)
Luxemburgo
18%
-1,3%
-0,5%
-0,8%
328
Alemanha
83%
-0,9%
-1,9%
-1,0%
(25497)
Holanda
63%
-3,4%
-0,8%
-2,6%
15.298
Elaboração FIRJAN com dados da Eurostat.
De fato, chama atenção a magnitude do ajuste
para os chamados PIIGS (Portugal, Itália,
Irlanda, Grécia e Espanha). Tendo em vista o
tamanho do ajuste para Portugal, Irlanda, Grécia
e Espanha não há alternativas senão a adoção
de medidas que mudem profundamente o quadro
fiscal desses países.
Na Itália, um orçamento relativamente
equilibrado (déficit de 1% do PIB) reduz o esforço
de estabilização. No entanto, o tamanho da dívida
e a fragilidade política italiana sustentam elevada
incerteza quanto à sua trajetória fiscal.
A situação francesa também chama a atenção.
Os dados mostram que o socorro que a França
pode oferecer aos demais países da zona do Euro
é limitado, uma vez que a economia francesa
também precisará passar por uma forte política
de corte de gastos, estimada em torno de 3% do
PIB.
Nessa matemática, a Alemanha parece ser a
única com solidez fiscal para financiar o ajuste
preconizado. Contudo, a margem que a economia
alemã possui é estreita e insuficiente para socorrer
as demais economias da Zona do Euro. Para se ter
uma ideia, o ajuste fiscal estimado para a zona do
Euro como um todo deverá ser da ordem de €181
bilhões, o que implicará em um fraco desempenho
econômico da região nos próximos anos.
A situação fiscal norte-americana é bastante
similar à europeia. Entre 2007 e 2010, a relação
dívida/PIB dos EUA saltou de 64% para 92%,
intensificando a trajetória ascendente observada
durante toda década passada – Gráfico 2. Essa
forte expansão fiscal culminou na recente elevação
do teto da dívida norteamericana, sem a qual um
calote seria provável.
Dívida Americana
Relação Dívida/ PIB (%)
NOTA METODOLÓGICA
Existem
basicamente
duas
abordagens
conceituais para a questão da sustentabilidade
da política fiscal, a abordagem contábil e a
abordagem do valor presente, conforme Rocha
(2005). Ambas têm como ponto de partida a
restrição orçamentária do governo:
57%
56%
58%
61%
62%
63%
63%
64%
69%
84%
92%
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Nessas condições, foi feito para a economia
americana
o
mesmo
exercício
descrito
anteriormente para os países europeus. Para os
EUA, os cálculos mostram que o ajuste necessário
é da ordem de 6,1% do PIB, ou US$ 898,3 bilhões
- Tabela 2.
Tabela 2 – Panorama Fiscal - EUA
Em % do PIB
Dívida
Déficit
Déficit sustentável
Ajuste necessário
Ajuste em US$ bi
92%
8,90%
2,70%
6,10%
898,3
Os dados aqui expostos não deixam dúvidas quanto
ao significativo - e inevitável - ajuste fiscal que as
economias europeia e norte-americana têm pela frente.
Assim, a recuperação da economia mundial
que, embora lenta, parecia provável, abriu espaço
para a possibilidade de uma dupla recessão. Na
verdade, a crise financeira de 2008 deu lugar à
crise da dívida de 2011.
Ainda que a magnitude dos efeitos dessa crise
fiscal sobre a atividade econômica mundial não
seja conhecida, estes certamente terão impactos
deflacionários para o Brasil, movimento já
precificado pela curva doméstica de juros.
Ademais, todos os indicadores disponíveis
ratificaram a desaceleração da atividade
econômica e o arrefecimento da inflação diante
do aperto monetário em curso.
Neste sentido, o Sistema FIRJAN reforça a
pertinência e a importância da flexibilização da
política monetária.
Bt = (1 + rt) Bt-1 - SUPt
Onde, B é dívida real do setor público, rt é a taxa
real doméstica de juros e SUPt é o superávit primário
do governo.
Essa equação descreve a dinâmica da dívida.
Se o Governo não gera superávit, o estoque da
dívida cresce a uma taxa igual à taxa de juros
Por outro lado, se o governo
(B t – B t-1 = r tB t-1). apresenta um déficit primário (SUP t<0) o estoque
da dívida crescerá a uma taxa que excede a taxa
de juros, ocorrendo o contrário se o governo
apresenta superávit primário.
Reescrevendo a restrição orçamentária em razão
do produto (Yt ), tem-se:
Bt = (1 + rt) Bt-1 – SUPt
Yt (1 + gt) Yt-1
Yt
Ou
bt = 1 + rt bt-1 – supt
Onde gt é a taxa de crescimento do produto entre
t – 1 e t.
Este trabalho teve como base a abordagem
contábil, na qual um déficit (superávit) primário
é considerável sustentável se ele gera uma razão
dívida/produto constante. Assim, o superávit
primário sustentável é determinado fazendo-se bt
igual a bt–1 na equação cima, o que resulta em:
Superávit sustentável = supt = rt – gt
b
1+gt
Onde rt é a taxa real doméstica de juros; gt é a taxa
de crescimento do produto entre t – 1 e t e b é a razão
dívida/produto.
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Em Foco 2
30
Indústria e Comércio
José Miguel Ltda
A
Indústria e Comércio José Miguel Ltda teve
início em 1954, quando José Miguel de Araújo em busca
de novos caminhos, implantou sua empresa, ainda
modesta, na cidade de Arcoverde-PE, produzindo
sabão em caixotes, basicamente artesanal.
No ano de 1979, José Miguel ofereceu uma
oportunidade de emprego ao seu neto, Wellington
José Pereira de Araújo, onde passou por diferentes
áreas com a finalidade de entender a filosofia
empresarial, atuando desde auxiliar de produção
até as mais específicas funções estratégicas para
o desenvolvimento empresarial. Apostando na
linha de sucessão familiar em 2005, vislumbrou
um executivo que tivesse fielmente a capacidade de
conduzir e garantir o modelo filosófico dos negócios
com total confiança, promovendo Wellington Araújo
a sócio e Diretor superintendente da empresa.
Além de ser empresário atuante, participa
ativamente do desenvolvimento da cidade de
Arcoverde-PE, desempenhando o cargo de Secretário
de Desenvolvimento Econômico; Diretor de núcleos
setoriais da Associação Comercial de Arcoverde
(ACA); Diretor da Câmara de Dirigentes Lojista de
Arcoverde (CDL); Presidente do Conselho Deliberativo
do Democrático Esporte Clube, bem como, Vice
Presidente do Sinfacope – FIEPE; Diretor do
Sindilimpe – FIEPE e Diretor da ABISA – Associação
Brasileira dos Fabricantes de Sabão e Afins.
Na área social, contribui como Membro do
Rotary Club e Presidente do Instituto José Miguel
de Araújo, que é uma entidade civil sem fins
lucrativos, fundada em 2005, e tem por missão
desenvolver ações gratuitas de apoio à saúde, junto
aos segmentos que lidam com a Síndrome de Down.
Visa trabalhar ferramentas onde o portador de
Down, freqüente a escola e depois seja inserido
no mercado de trabalho, pois acreditamos que o
potencial humano não pode ser valorado e medido
pelos meios fáceis e cômodos da competição. Para realização desse projeto contamos com o
apoio das parcerias públicas e privadas.
Dando continuidade aos negócios de seu avô,
e tendo experiência neste mercado, buscou novos
desafios, incrementando a fabricação da linha de
produtos líquidos. Atento na busca permanente
pela qualidade e na evolução dos negócios, investiu
em inovações tecnológicas, desenvolvimentos
de novos produtos, aperfeiçoando laboratório,
estoque, logística e demais áreas.
A empresa ocupa uma área de 4.205,70m²,
atualmente constituída por uma equipe interna
de 60 colaboradores, além da equipe comercial
composta por 12 representantes e distribuídos
nos estados de Pernambuco, Paraíba, Alagoas,
Bahia e Sergipe, conta ainda com a parceria
de 12 promotores que atuam diretamente no
ponto de venda com material de merchadgner e
relacionamento direto com os clientes. O marketing
recebe uma atenção especial da empresa, com
importantes informações relacionadas à tendência
de mercado e capacitação para a área comercial,
acreditamos que tão ou mais importante do que
produzir com qualidade é oferecer aos clientes o
que ele deseja atendendo as suas necessidades.
Superar as expectativas dos clientes faz parte da
nossa política de sucesso. O lançamento de um produto no mercado
envolve internamente todo um estudo de
pesquisas para melhor atender as necessidades do
consumidor. O nosso objetivo é oferecer produtos
com qualidade, melhor custo x benefício, respeito
ao meio ambiente e que garanta ao consumidor
praticidade na execução das suas atividades.
Tendo em vista, que o cliente é ponto fundamental
no desenvolvimento do produto.
Visando cuidar da limpeza de sua casa,
desenvolveu produtos para os diversos tipos
de ambientes, como: sabão em barra; lava
louças, detergente em pó; cera líquida; limpador
perfumado; multiuso; amaciante de roupas; limpa
alumínio, limpa vidros, pastilha sanitária e
naftalina. Em breve, apresentará novos rótulos, e
o lançamento dos produtos Lava Roupas líquido e
Desinfetante.
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Em Foco 2
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Inovação
O Amaciante Riso Floral está muito mais bonito
com cores vivas e conta com uma embalagem
prática: possui formato anatômico e frascos PET
reciclável que não agride o planeta, nas versões
de 500 ml e 2000 ml. Sua fórmula concentrada
proporciona o dobro do rendimento dos produtos
regulares. Você terá roupas naturalmente macias
e perfumadas com um cheirinho que você só
vai sentir com o Amaciante Riso, nenhum outro
produto do mercado pode propiciar esse cheirinho.
As mudanças das embalagens dos lava louças
de 500 ml e 2000 ml faz parte da nova evolução
dos produtos Riso.
Além dos produtos e embalagens reformulados,
a Riso marca presença agora na web. www.
indjosemiguel.com.br, você pode tirar dúvidas
sobre todos os produtos, deixar um depoimento
e fazer sua reclamação para contribuir com o
constante aperfeiçoamento dos produtos.
Mas esse é apenas um primeiro passo para
uma nova era, você poderá encontrar sempre
uma dica nova e diferente de limpeza que a Riso
passa para seus clientes.
Há 58 anos no mercado a Indústria José Miguel
é fundamentada no desenvolvimento social,
proteção ambiental, crescimento econômico, vem
orientando seus produtos, serviços e processos
a atuarem dentro dos parâmetros legais e
ecologicamente corretos, sempre buscando
atender completamente as necessidades do
consumidor, continuamente ciente de sua atuação
para com a sociedade.
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Em Foco 3
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29º Congresso & Exposição para
Empresas de Produtos e Limpeza
será realizado em Natal (RN)
A
lém de abrigar o 29º Congresso & Exposição
para empresas de produtos de limpeza, de 23 a 25
de outubro, o Pirâmide Natal Resort & Conventions,
em Natal, sediará simultaneamente o 2° Seminário
ABC de Tecnologia em Cosméticos, co-organizado
pela Associação Brasileira de Cosmetologia e a
Freedom Comunicações.
Este evento contará com a participação de
empresas fornecedoras para o segmento saboeiro e
de higiene e limpeza & cosméticos. Paralelamente,
Planta Atualizada até dia 07/10/2011
PROGRAMAÇÃO DO EVENTO
* Dia 23/10 - domingo
14h - Início da secretaria / entrega de material / venda de convites para o jantar
16h - Entrega dos estandes pela montadora para os expositores
17h - Início da exposição
20h30 - Abertura do Evento
21h - Jantar com musica (a confirmar)
* Dias 24 e 25/10 - segunda e terça-feira
será realizado o congresso com palestras técnicas e
de mercado.
Se você deseja vender matérias-primas,
fragrâncias, equipamentos e serviços na região
Norte e Nordeste para os segmentos de higiene e
limpeza & cosméticos este é o evento certo!
Local
Rua Senador Dinarte Mariz, nº 1.717 – Via Costeira
Natal (RN) - Brasil
8h30 às 13h30 - Programa de palestras.
9h às 18h - Exposição.
EXPOSITORES
ABIPLA
Brenntag
Morais de Castro
ABISA
Coremal
Nordesquim
Aboissa
Ecadil
Phyto
ACMA
Ekato Systems
PIC Química
American Chemical
JD Royale
Química Anastácio
Bandeirante Brazmo
Maksiwa
Quimisa
BASF
Master Pumps
Pegmatech
Sasil
35
36
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
PROGRAMA OFICIAL
* Dia 24/10 -
segunda-feira
07h15 - Inscrições
08h15 - Abertura / Opening
08h30 - BPF e Qualidade: Ferramentas para redução de custos operacionais, proteção da marca e
diferenciação no mercado – Paulo Ferreira – Konduk
09h30 - Aditivos de performance para sabão em barra - Deise Gonçalves - BASF
10h15 - Pausa / Coffee Break
10h45 - Lei dos resíduos sólidos - Logística Reversa
11h45 - Atualização sobre o uso de enzimas no segmento doméstico, hospitalar e institucional Luiz Felipe Gagliano – Quimisa
12h30 - Tendências no mercado global e reflexos na realidade brasileira - Jefferson Santos Innovative Linkage
13h30 - Cores, efeitos e soluções em home e personal care - Leni Rabello – Dynatec
14h15 - Sorteio de brindes – MP4 e assinaturas da H&C
14h30 - Almoço / Lanche
15h30 - Espaço para visita aos estandes
16h00 - Mini-curso sobre auto-maquiagem para as participantes e esposas.
19h00 - Encerramento - 1º dia
* Dia 25/10 -
- terça-feira
08h30 - As tendências de consumo da classe C, as categorias que mais se destacam na nova classe
média e quais os anseios das classes C e D - Thaís Lordelo Castro – Nielsen
09h30 - SUPERAÇÃO: Você no topo da excelência - Carla Galo - Especialista em desenvolvimento
de Talentos Humanos e Gestão de Negócios. Patrocínio: Phytoessence Fragrâncias
10h30 - Pausa / Coffee Break
10h45 - O Nordeste cresce acima da média nacional: o seu negócio está preparado para essa
oportunidade? – Cláudio Marinho – Patrocínio: ABISA
11h45 - Novas perspectivas na regulação de saneantes – Dra. Fernanda Almeida – ANVISA
12h30 - ECOSURF: nova geração de surfactantes de baixa toxicidade e alta eficiência - Patricia
Augusto - Dow Brasil / Bandeirantes Brazmo
13h15 - Uma análise dos mercados de soda cáustica, óleos láuricos e sebo bovino – Rodrigo
Quartim, Heitor Augusto e Dayane Teles – Aboissa
14h00 - Sorteio de brindes – MP4 e assinaturas da H&C
14h15 - Almoço / Lanche
15h15 - Espaço para visita aos estandes
19h00 - Encerramento - 2º dia
37
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
A
CAPA
38
s substâncias químicas produzidas
industrialmente se dividem em três categorias,
de acordo com a complexidade das operações e o
grau de sofisticação necessário para as respectivas
produções. Há as commodities, substâncias básicas
para indústria em geral, produzidas em grande
quantidade e vendidas a baixo preço; especialidades
químicas, que são compostos fabricados em pequenas
quantidades para finalidades bem específicas,
vendidos geralmente a preços elevados; e por fim, os
produtos de química fina, que se caracterizam por
preços mais elevados, uma vez que exigem várias
etapas para a sua produção.
Segundo explicação de Peter Martin Andersen,
conselheiro da ABIFINA – Associação Brasileira
das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia
e suas Especialidades - o que se convencionou
chamar de química fina pode ser dividido em dois
grandes segmentos: o primeiro é o das especialidades
químicas, que são os produtos prontos para o consumo,
como medicamentos, defensivos agrícolas, perfumes,
cosméticos, catalisadores, aditivos alimentares etc. O
segundo é o de intermediários de síntese e princípios
ativos que são moléculas químicas puras utilizadas
no preparo das especialidades. “O Brasil tem um
bom mercado e um parque industrial razoavelmente
desenvolvido no campo das especialidades, mas há
uma carência muito grande na área da produção de
intermediários de síntese e de princípios ativos.”
Extratos naturais e a nanotecnologia
O retrato da indústria
de Química Fina
Por Lia Freire
Insumos químicos transformados em produtos
de alto valor agregado
Para onde a indústria da química fina
está caminhando? Qual a tendência que vem
predominando? Para os especialistas neste mercado,
além do setor passar por uma forte expansão e com
boas perspectivas de futuro, o apelo natural é uma
forte tendência e o próximo passo seria a utilização
de ativos naturais. “Atualmente ainda se faz bastante
uso de ativos “label claim”, orientado ao apelo
natural e não para a atividade que estes extratos
podem trazer aos produtos”, observa o conselheiro
da ABIFINA, Peter, destacando que em termos de
diversidade de componentes químicos para os setores
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
de cosméticos e household, no Brasil ainda há uma
forte presença de conceitos naturais não brasileiros,
tais como, camomila, menta, maça, lavanda etc.
“Para mudar esta situação teríamos dois caminhos a
percorrer: o primeiro é explorarmos a biodiversidade
brasileira e o segundo, desenvolvermos ativos que
tragam benefícios tangíveis aos produtos.”
Explorar a biodiversidade brasileira ainda é um
grande desafio para as empresas brasileiras devido
a complexa e burocrática legislação em vigor, sendo
urgente uma revisão na polêmica legislação de acesso
(MP 2186-16/2001). “É urgente a revisão deste
marco legal, tornando-o alinhado à agilidade da
inovação e às necessidades do país em valorizarmos
“O mercado passa por uma
forte expansão e com boas
perspectivas de futuro no
que tange o uso de extratos
naturais na formulação de
cosméticos e household.”
nossa biodiversidade e promover seu uso de forma
sustentável”, pontua Peter.
O diretor da divisão química da M.Cassab, Paulo
Amorim, também acredita que os temas ambientais
e de sustentabilidade orientarão os negócios no
mercado de química fina, além de parcerias com
fornecedores de atuação global. A divisão química
fina da empresa apresenta a linha de tensoativos
e oleoquímicos, ativos para transformação capilar,
antitranspirantes, ésteres funcionais especiais,
filtros solares, conservantes naturais e tecnologia
em nanosferas. “Acreditamos que os principais
avanços até hoje obtidos pelo mercado brasileiro de
química fina estão relacionados à nanotecnologia e ao
emprego do conceito de produtos “verdes”/ ecológicos.
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
“O Brasil tem um bom mercado e um parque
industrial razoavelmente desenvolvido no campo
das especialidades, mas há uma carência muito
grande na área da produção de intermediários
de síntese e de princípios ativos.”
Um
pouco de história
Pesquisas e estudos apontam que a química fina teve início em 1856, quando o
químico britânico William Henry Perkin preparou acidentalmente um corante púrpura
(a malvaína), da mesma cor que o corante natural, extraído de moluscos, que era
vendido na época a um preço mais elevado que seu peso em ouro, motivo pelo qual
apenas a nobreza e o clero usavam vestimentas dessa cor. Perkin ao “descobrir”
a síntese da malvaína, estava tentando sintetizar a quinina, cuja fórmula não era
conhecida! O empirismo ainda dominava a química.
A matéria-prima usada por Perkin na síntese da malvaína foi a anilina, obtida a
partir do alcatrão da hulha, uma mistura de subprodutos indesejada da indústria
siderúrgica que usava a hulha, abundante na Inglaterra e na Alemanha, como fonte
de aquecimento dos altos fornos. A procura de uma utilidade para esse subproduto
levou, na época, a estudos intensos sobre a estrutura e a reatividade de seus
compostos, conhecidos como compostos aromáticos, estruturalmente relacionados ao
benzeno, cuja estrutura foi proposta pelo químico alemão, Friedrich A. Kekulé, em
1865.
Na segunda metade do século XIX, os químicos, principalmente os alemães, já
dominavam a química dos compostos aromáticos de forma racional, o que permitiu
a eles realizar a síntese industrial de um grande número de produtos de grande
utilidade, como corantes e medicamentos, a um preço acessível à população. Vem
dessa época a fundação de gigantes da indústria de química fina em funcionamento
até hoje, como Bayer (1863), Hoechst (1863),
Basf (1865) e Agfa (1867). Na década posterior, entre 1870 e 1880, a Alemanha
se tornou líder mundial no ramo dos corantes sintéticos e logo depois na indústria
química em geral.
Recentemente, a Herga investiu na compra de equipamentos, fez up grade em outros; reformulou a equipe técnica; criou o setor QSMS
- Qualidade, Saúde, Meio Ambiente e Segurança – e implantou a ISO 9001 e 14001.
Em particular, na M.Cassab destacamos a linha
de tecnologia em nanosferas, ésteres especiais de
origem natural e blends terpênicos. Ser uma empresa
de sucesso neste ramo não consiste apenas em ter
uma boa infraestrutura e exceder a satisfação dos
clientes. A responsabilidade com o meio ambiente é
um atributo que uma grande empresa deve possuir.
Somos uma companhia responsável socialmente,
que vê na cidadania uma importante ferramenta
para a construção de um mundo melhor. As ações
de responsabilidade social e de respeito ao meio
ambiente são consideradas partes integrantes do
nosso negócio, alinhando nossa empresa com as mais
modernas práticas de gestão empresarial”, reafirma
Amorim.
De acordo com Alessandro Duarte, gerente geral
da Herga Indústrias Químicas, o setor de química
fina por ser altamente dinâmico consegue absorver
rapidamente as evoluções que se fazem necessárias,
especialmente com relação aos processos produtivos.
“A exigência está em produzir de acordo com os
princípios da sustentabilidade e responsabilidade
social. E não para por aí! Surgem novas tecnologias
como a nanotecnologia, o que nos leva cada vez
mais a investir em pesquisa e desenvolvimento, se
adequando às novas tendências.”
Duarte ainda destaca que hoje, com a implantação
de novas fábricas e marcas de cosméticos no Brasil,
a demanda por quaternários para shampoos e
condicionadores tem aumentado significativamente,
assim como acontece no setor de household. Neste
caso, especialmente devido o aumento do poder
aquisitivo da população brasileira e a elevada
demanda por quaternários de amônio, que são
usados como bactericidas e amaciantes de roupas.
Fundada em 1957, a Herga foi pioneira na
fabricação de sais quaternários de amônio (Quats)
no Brasil, tendo iniciado em 1970 a primeira
produção de cloreto de cetrimônio. “Procuramos
fazer corretamente os “deveres de casa”, buscando
melhorias contínuas dos processos de fabricação,
investindo em treinamentos dos funcionários e
garantindo a qualidade de nossos produtos, utilizando
matérias-primas asseguradas e importadas de
antigos parceiros dos USA e da Alemanha”, declara
o químico da Herga, Rodrigo Westphal.
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
O
CAPA
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poder das cores
Por Maia Inês Regatto,
diretora técnica da CCI – Química
As cores exercem uma grande influência psicológica nos seres humanos. E no que se refere a sua
utilização nos produtos de higiene pessoal e limpeza, a demanda no Brasil é cada vez maior. A CCI
Química atenta a isto vem desenvolvendo em seu laboratório, novas cores com mais brilho e apelo
visual. Estamos constantemente testando a estabilidade destas novas tonalidades em diferentes meios,
visando o desempenho dos corantes e pigmentos a novos ativos e diferentes fragrâncias. É preciso
ficar atento a possíveis reações das cores. Por isso, os testes de estabilidade são necessários para
que os produtos mantenham não só sua eficácia como também a aparência. Devemos sempre lembrar
que os consumidores compram primeiro a aparência, então, os cuidados com possíveis mudanças de cor,
decantação etc, são fundamentais.
Nós da CCI trabalhamos com corantes e pigmentos que dão ao produto final a sua real
necessidade. Além das cores, temos em nosso portfólio o BRY 10 DÓR F, que é um alvejante ótico que
confere aos sabões em pó e detergentes lava roupa líquido o “Branco mais Branco”. Ele tem a função
de deixar as roupas brancas a cada lavagem devido o seu efeito cumulativo, ou seja, quanto mais
lavagens, mais branco fica.
Equipe Herga (da esq. para dir.): o químico Rodrigo Westphal; Marcelo Correia, do departamento comercial e Alessandro Duarte,
gerente administrativo e financeiro.
Nos últimos anos, a empresa recebeu importantes
investimentos em diferentes áreas, que incluem
desde a compra de equipamentos e up grade de
outros existentes; reformulou a equipe técnica; criou
o setor QSMS - Qualidade, Saúde, Meio Ambiente
e Segurança – e implantou o Sistema de Gestão
Integrada (ISO 9001 e 14001).
Aumentar a área de atuação no território nacional
e voltar a exportar os seus produtos para toda a
América Latina e Europa são as próximas metas
da Herga. “Também iremos focar em parcerias
nas áreas petroquímica e agrícola, desenvolvendo
especialidades e serviços diferenciados com grande
estrutura em logística”, pontua Marcelo Correia,
responsável pela área comercial da empresa.
Aspectos que merecem atenção
Sobre os desafios do mercado de química fina,
o conselheiro da ABIFINA, Peter, destaca que os
principais deles estão relacionados à legislação de
acesso ao uso da biodiversidade brasileira, que tem
trazido insegurança, bem como altíssima carga de
impostos para setor. “A solução da lei de acesso passa
pela indignação e pressão da sociedade para que a
legislação seja alterada para estimular as pesquisas
e o uso de produtos oriundos da biodiversidade
brasileira. No caso dos insumos, outro obstáculo
é a importação descontrolada de ativos devido o
fortalecimento do real, aliado a falta de isonomia
regulatória, pois as empresas brasileiras sofrem
forte fiscalização das autoridades, o que não ocorre
com as estrangeiras. O nosso foco é apoiar o governo
a criar e implementar mecanismos regulatórios
mais isonômicos no que tange a importação de
insumos. Não necessariamente proteger, mas sim
criar regras mais igualitárias.” Peter ainda observa
a carência de profissionais qualificados e com perfil
adequado para atuarem no setor. “Caso o Brasil
enfrente as questões de logística, tributárias,
regulatórias, entre outras, não há dúvidas de
que teremos um mercado com grande potencial,
especialmente considerando a riqueza da nossa
biodiversidade”, finaliza Peter.
Em um universo tão grande de produtos de higiene e limpeza, podemos criar uma infinidade de
cores que dão ao produto final o toque que abre um leque de possibilidades comunicativas.
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Caderno Técnico 1
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Recursos Renováveis
C
Por Anna Carolyne Guedes Ribeiro
Aboissa Óleos Vegetais
om o avanço da tecnologia, podemos
dispor atualmente de inúmeras soluções para a
fabricação de um produto cuja matéria – prima
está tornando-se escassa.
Um exemplo atual dessa afirmação é o uso de
produtos a base de cera sebo ( o mesmo utilizado na
fabricação de sabão e sabonetes), para a fabricação
da parafina – que tinha em sua composição o uso
do petróleo, matéria não renovável, que se torna
cada vez mais cara e escassa. O desafio desse
novo tipo de uso dessas matérias é entrar em um
mercado totalmente inconstante.
A pouca disponibilidade do petróleo, tem
reduzido e até mesmo interrompido a fabricação
de lubrificantes a base de óleo. A fabricação dos
produtos dependentes dessa matéria-prima tem
diminuído sua produção em toneladas desde
pesquisadores de mercado garantem que esse
segmento tem potencial de aumentar o dobro do
que o esse número estipulado.
A maior responsável pela aceleração do
crescimento desse mercado está na fabricação de
velas. Muitos dos consumidores têm a preferência
por produtos naturais, o que aumenta a procura por
velas a base de cera vegetal – Ulrich Huntenburg,
chefe executivo da Kahllwax diz: “Uma global e
estável tendência verde”.
Para favorecer ainda mais esse segmento
natural, as regulamentações e autorizações para
produtos a base de petróleo e derivados, devem ser
registradas por dossies seguros, alguns com um
valor muito alto o que faz os produtores saírem
de mercado. Já do outro lado, produtos naturais
não precisam ser registrados, desde que eles não
sejam quimicamente modificados.
Todavia, as tendências de mercado e suas
influências nos hábitos e consumo da população
abrem uma enorme porta para os produtos
oriundos de base natural, aumentando suas
vendas. A pergunta que todos fazem agora é se
haverá produtores suficientes para suprir essa
nova demanda de mercado que está surgindo.
O Potencial
2006, além disso o preço da parafina aumentou
de 5-10% na Europa e nos Estados Unidos.
Em contrapartida a necessidade da parafina
é visível, só nos Estados Unidos, no último ano,
a importação de parafina foi 16% maior que no
ano anterior e, a China é responsável por 2/3 da
fabricação do produto no mundo todo.
Na Europa a oferta x demanda da parafina está
apertada, o motivo é que os produtores passaram
a exportar seus produtos para as regiões que
possuem as maiores altas dos valores.
A procura pelo sebo tem crescido muito desde
então, além de todos os benefícios, a parafina a
base de sebo tem o valor muito inferior ao produto
produzido com petróleo. Segundo especialistas da
empresa Kline & Co, a demanda dessa matériaprima, cresce em torno de 2% ao ano, mas outros
de mercado
O potencial para ceras de produtos renováveis,
parecem enormes. Kline estima que a participação
global do mercado de sebo é somente de 2%. O fato
é que, o petróleo é responsável por uma fatia de
85% desse mercado, mas, há pouco tempo atrás
essa fatia era de 90%.
As verdadeiras ceras são consideradas esteres
após um longo processo de ácidos gordurosos. Mas,
além desse processo, tem-se incluído substâncias
com propriedades parecidas, como a cera de
parafina com hidrocarboneto e cera de abelha
como uma mistura de hidrocarboneto e esteres.
As principais ceras de vegetais provém da
soja, óleo de palma, carnaúba, candelilla, jojoba
e mamona, enquanto a principal cera animal é a
produzida por abelhas, espermacete e sebo.
As principais aplicações da cera são para
velas, embalagens - como revestimento para caixa
de papelão ondulado - cosméticos, higiene e setor
de saúde.
As ceras vegetais são vendidas diretamente
para alguns consumidores finais, como empresas
de embalagens, que possuem aproximadamente a
quarta parte do mercado global. As ceras animais
tem desvantagem por serem evitadas por certo
número da população, devido a crenças culturais
e religiosas.
Reciclagem
A reciclagem tem ganho uma maior visibilidade
em nosso cotidiano, devido as preocupações com
a escassez de matéria-prima, que alavancam o
preço dos commodities.
O modo como se vê a reciclagem deixou de
ser somente uma forma de conseguir renovar
as matérias-primas, mas um meio de eliminar
resíduos sem danificar o meio ambiente.
Quando falamos da reciclagem de biomateriais,
estamos tendo um enorme valor, pois no processo
de reciclagem, economiza-se energia e regenera o
solo através de sua conversão em adubo.
O esquema de berço para berço – cradle to
cradle schemes (C2C)- existe há aproximadamente
10 anos e tem o intuito de diminuir o desperdício
de materiais. Esse esquema funciona da seguinte
forma: os materiais para reciclagem são divididos
em 2 caminhos, um deles é biológico, então eles
podem ser regenerados e transformados em
biocombustível e bioquímicos através de processos
com sínteses químicas ou fermentação. O segundo,
envolve uma reciclagem técnica, onde passam por
várias cascatas de reutilização de produtos de
níveis cada vez menores de performance.
O principal desafio da reciclagem desse
material não é a tecnologia para a reutilização
dos resíduos e sim, uma infra estrutura de coleta
para recolher todo o material utilizado.
Fonte de pesquisa: Revista Oils & Fats
International (OFI)
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Caderno Técnico 2
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O Mercado do Sebo
D
Palestrante: Dayane Teles – Aboissa Óleos Vegetais
urante o ano de 2011, a oferta do sebo não
foi abundante, o que criou a expectativa de recuo foi a
demanda fraca e a pressão dos compradores.
As vendas foram fracas no setor de higiene e limpeza
e, houve pressão por parte dos compradores, quanto ao
biodiesel, a reação também não foi muito diferente, o
desafio do último leilão colaborou para a pressão sobre
as cotações. O que ainda motiva esse mercado é a oferta
curta.
Mas, a indústria do sebo vem a longo tempo
registrando alta no mercado. O sebo passou a ser
disputado pelo setor de higiene e limpeza e de biodiesel,
o resultado, é alta de preço para o consumidor.
Em menos de 1 ano o valor subiu cerca de 30% . De
acordo com Moacir Sanini, (JBS) : “Não dá para arcar
com essa alta toda. E não vamos abrir mão de margem
por conta disso, então estamos fazendo aumentos
escalonados. O sabonete que custava R$ 0,60 está indo
para R$ 0,75. Não é tanto, mas são os 25% de aumento
que precisamos fazer para proteger nossa rentabilidade”
- disse.
O que gerou esse aumento significativo não é
somente a grande demanda e a oferta restrita, mas
principalmente, porque os abates bovinos não cresceram
de forma significativa pelo país. Desde que o sebo passou a ser usado como matériaprima para o biodiesel, tornou-se mais valorizado,
sofrendo influência dos preços do óleo de soja. Quando o
óleo de soja eleva o preço, a venda do sebo aumenta o que
agrega mais valor ao produto.
O valor da arroba do boi e o abate
O preço da arroba do boi no Brasil manterá seu
valor em alta esse ano, o que causa baixa na oferta
de animais, registrando um menor número de abate
comparado ao ano anterior. A arroba esteve acima de R$
100,00 de janeiro a maio, e somente ao fim deste quinto
mês os valores começaram a recuar. Essa alta está
presente desde o final do ano de 2010 quando, o valor
da arroba estava em R$ 115,00. Isso se deve ao fato de
que houve baixa na oferta de animais, ocasionada pelo
grande número de abates registrado anteriormente, que
atrapalhou o ciclo dos rebanhos.
Para compreender o motivo dessa alta, é necessário
entender dois fatores principais que aconteceram nesse
período. Primeiro, houve uma seca antecipada no país,
o que fez com que os criadores fizessem a engorda e
entrega dos animais antes do período previsto. O outro
fator, foi a baixa demanda interna do produto.
Mas, de forma progressiva, podemos estimar que
o volume adequado de abates acontecerá no próximo
ano, até que o volume do rebanho esteja equiparado a
demanda de mercado. Hoje, o país apresenta um poder de abate 5% menor que no ano passado. Esse crescimento
do confinamento mais lento do que o esperado, acontece
porque houve alta no preço do milho, o que acarretou no
valor da produção.
A influência do clima
O inverno é responsável pelo interrompimento da
engorda do boi e, uma parte desses animais é destinado
ao abatimento. Isso acontece porque durante estações
frias, a pastagem começa a perder a sua qualidade, o
animal não consegue mais retirar do capim os subsídios
necessários para sua nutrição adequada, passa então a
decair no padrão e, para evitar maiores prejuízos, um
determinado número de animais é separado para abate.
O aumento do número do abatimento de fêmeas está
intensificada devido a crise que o setor pecuário vem
enfrentando esse ano. O descarte de fêmeas é normal
quando esse animal não está produzindo mais como de
costume ou, quando encerram seu ciclo de vida fértil.
Mas, o que vem acontecendo é o aumento do número
de descarte, segundo dados do IMEA (Instituto Mato
– grossense de Economia Agropecuária), nos quatro
primeiros meses do ano, o crescimento de abate de
fêmeas foi de 48,81% , uma diferença de 14,71% a mais
que o mesmo período do ano passado.
O Mato Grosso esse ano, teve uma perda de
aproximadamente 3 milhões de hectares de pastagens
devido as secas e pragas na região, o que dificulta a
manter o gado. Além desses problemas, muitos dos
frigoríficos presentes, não estão em atividade e, dos
poucos que restam, não estão em pleno funcionamento.
Frigoríficos pelo Brasil
Segundo o SIF – Sistema Federal de Inspeção –
dos 86 frigoríficos habilitados para exportação, 40
se concentram no Mato Grosso, dessas 40 plantas,
somente 24 estão funcionando, as outras 16 unidades
estão respondendo por processos judiciais desde 2008.
Esse número de frigoríficos que estão em atividade, são
responsáveis por 40% dos abates do país, o que explica
em parte a falta de oferta de produto.
Devido a crise em que os países se encontram desde
2008, muitas dessas empresas suspenderam suas
atividades ou foram adquiridos por grandes grupos.
Três grandes empresas dominam esse setor, no oeste
e centro sul do Mato Grosso, por exemplo, das 5 unidades
frigoríficas existentes, apenas 3 estão em operação sendo
2 do mesmo grupo.
Os três maiores frigoríficos desse segmento, são:
Marfrig, Minerva e JBS, elas juntas, são responsáveis
por 35,64% dos abates no Brasil.
A JBS é a maior empresa de carne bovina do mundo,
no ano passado, registrou um abate de 6,48 milhões de
cabeça de gado, seguida pela Marfrig, responsável por
2,65 milhões de abates e pela Minerva, que abateu no
último ano 1,17 milhões de cabeças.
• Mas por que tantos frigoríficos fechando?
Mesmo com a demanda crescendo cada dia mais
e, novas oportunidades aparecendo para produtos
derivados dos animais, diversas empresas estão
fechando ou diminuindo sua operação.
O que parece sem sentido, na verdade tem uma lógica.
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
Esse tipo de atuação no país foi sempre conhecido na
maioria como ilegal, há algum tempo esse mercado vem
se transformando e novas regras para se estabelecer e
posicionar diante aos consumidores estão surgindo, o que
requer uma nova postura dos pecuaristas e investidores.
Devido a falta de boa administração fez com
que a maioria das empresas presentes nesse setor
“quebrassem” quando se depararam com problemas
que não eram esperados nem previstos, como a crise
econômica global.
Isso não quer dizer que os responsáveis por
frigoríficos não sabem cuidar do seu mercado e, sim,
que faltou planejamento de como contornar situações
que eventualmente podem acontecer. De se munir
de possibilidades, que podem ser boas ou ruins, que
poderiam contribuir para alavancamento de seu negócio
ou, que poderiam destruí-los.
A participação do sebo no biodiesel
Um projeto que era para ser lançado somente em
2013, já está ativo: a cada 1 litro de diesel, deve conter
5% de seu composto de biodiesel. E o que isso muda
no cenário de nosso país? Brasil se tornou o maior
consumidor e fabricante de biodiesel do mundo.
Mas, essa produção só é rentável porque o governo
“preparou” o mercado. O custo de produção do biodiesel é
de bovinos no
60% maior do que o diesel de petróleo.
A gordura animal está sendo cada vez mais usada
na fabricação do biodiesel, mas infelizmente esse
crescimento ainda não supri o ritmo da produção do
combustível.
O produto mais vendido para a fabricação do
biodiesel é a soja, o sebo encontra-se em segundo lugar.
No último ano, houve uma queda de 3% na utilização
dessa matéria-prima, mas mesmo assim, o crescimento
do uso desse material é considerada por especialistas
como de grande potencial.
Dos 2,35 bilhões de litros fabricados em 2010, o sebo
bovino é responsável por 325 milhões de litros, seguidos
de gordura suína com 18,1 milhões.
Cada gado rende em média 18 quilos de sebo, o Brasil
possui um rebanho de 205 milhões de cabeça, sendo que
41,2 milhões foram abatidas em 2010, isso rende ao
país 714,6 toneladas de sebo. Cada 1,05 quilo de sebo,
corresponde a 1 litro de biodiesel, isso resulta em um
consumo de 341,2 mil toneladas de sebo pelas empresas
de biodiesel, o que equivale a quase 46% dos animais
que foram abatidos no país.
Só não temos um maior crescimento no uso desse
material, devido ao volume de matéria-prima disponível no mercado.
Fontes de pesquisa : Biodiesel BR, A Gazeta, Beef Point,
Vnew, Acrimat e DCI .
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Revista Espuma - Setembro/Outubro 2011
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33
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29
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(21) 2765-9550
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Herga
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Phytoessence
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(11) 2142-8100
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