LER - Prefeitura de São João da Boa Vista
Transcrição
LER - Prefeitura de São João da Boa Vista
VELHO SENHOR A história do Theatro Municipal começou em 1911 e, por uma feliz coincidência, ano em que meu pai nasceu. Ele era filho de José Maria Simões e de D. Euphrozina de Oliveira Marques Simões , neto de Manoel Marques Junior e de D. Carolina de Oliveira Marques, futuros acionistas da Sociedade Anônima Companhia Teatral Sanjoanense, que seria criada em 24 de fevereiro de 1913, em uma sessão realizada no Centro Recreativo Sanjoanense com a presença de 113 acionistas representando um total de 667 ações . Juntamente com A. Freres, A. Vespasiano de Albuquerque, Affonso Osório de Oliveira, Albertino Rocha, Alfredo Emílio Pacheco de Mello , Dr. Alipio Noronha, Alvim Reis Vallim, Amadeu Budri, Américo de Oliveira Costa, Ângelo Mancini, Angelo Pires Cardoso, Anna Gabriela da Silva Oliveira, Antenor Gonçalves Vallim, Antônio Balestrim , Antônio Cândido de Oliveira Filho, Antônio de Oliveira Fontão, Antônio Furlanetto, Antônio Galves, Antônio Hermano de Costa Bueno, Antônio Luiz de Castro Delgado, Antônio Malheiros, Antônio Martinio & Fillho, Antonio Pereira de Mello, Antônio Rizzo, Antônio Silverio dos Santos, Antônio Villela de Carvalho, Aquino Sottano, Arthur Cobra de Almeida, Arthur de Oliveira Andrade, Arthur Gennari, Aurélio de Faria Lobato, Avelino Eugênio Barbosa, Bartolo Sinigaglia, Basilidio José Teixeira, Benedicto Siqueira Cardoso, Braz Antonio Dattoli,Braz Filizzola, Carlos de Felicio, Carlos Kiellander, Carlos Luhmann, Carlos Rehder, Conrado Ferreira, Cristiano Rehder, Doyola & Irmãos, Elisa Rehder, Cosimo Nago, Daniel Rickcheim, Domingos Procópio de Azevedo, Domingos Rizzo, Domingos Theodoro de Azevedo Sobrinho, Durval Reis Vallim, Edgard de Oliveira Westin,Elias de Oliveira, Ermelindo Arrigucci, Ernesto de Oliveira, Esperidião Cruz, Estevão Telles Guimarães, F. Vita & Cia., Fernando Blasi, Fernando Lotuffo, Francisco Bruno, Francisco de Paula Borges, Francisco Hugo Springer, Francisco Mangues, Francisco Palma, Francisco Paschoal, Francisco Santa Maria, Francisco Tragnoni, Francisco Vitta Miguel, Gabriel de Azevedo Junqueira, Gabriel Garcia da Costa, Gabriel Joaquim Ferreira Júnior, Gabriel José Ferreira, Gabriel Roberto de Andrade, Germano Gelson, Honorio Cypriano Loyola, Hortência Horta Perreira, Ignacia de Azevedo Junqueira, Irineu Macedo, Irmãos Budri, Irmãos Filardi & Blasi, Izidoro Gute, J.D. Martins, JM. José de Oliveira Sobrinho, João Baptista da Boa Vista, João Batista Acceturi, João Batista Lotto, João Cândido Brandão, João Jacyntho Pereira Júnior, João Joaquim Braga João José Miranda, João Osório de Andrade Oliveira, João Pinto Fontão, João Saccoman, João Sartorello, João Vicente de Souza, Joaquim Bandeira da Costa, Joaquim Cândido de Oliveira, Joaquim Gonçalves de Barros Braga, Joaquim José de Andrade, Joaquim Laurentino da Silva, Joaquim Lourenço de Oliveira Andrade, Joaquim Osório de Azevedo, Joaquim Theresiano Vallim, José Alexandre de Almeida, José Alves Pedrosa Sobrinho, José Antônio da Silva, José Benito Esteves , José de Andrade, José Dias Paschoal, José Evangelista de Almeida, José Gomes Guimarães, José Joaquim da Silva Costa, José Joaquim Pereira da Silva, José Marçal Nogueira de Barros, José Maria Simões, José Oliveira Costa, José Osório Vallim, Dr. José P. de Andrade Jr., José Pinto Fontão, José Pinto Noronha, José Pires de Aguiar, José Procópio de Andrade, José Procópio de Azevedo Neto, José Rabelo de Oliveira, José Silvério de Lima, José Theodoro de Faria, José Vieira Quaresma, Lauro Maciel de Godoy, Leôncio de Oliveira, Lourenço Alvarez, Luís Rodrigues Teixeira, Luiz Prezzia, Manoel da Costa Patrão, Manoel dos Santos Cabral, Manoel dos Santos Cecílio, Manoel Luiz Osório de Oliveira, Manoel Marques Júnior, Manoel Palma & Filho, Manoel Raymundo Dutra Júnior, Manoel Villela C. Junqueira, Marcos Olympio de Andrade, Napoleão de Castro, Norberto Ferreira, Oscar de Andrade Nogueira, Oscar Ferreira Varzim, Padre Manoel José Marques, Paschoal Ricardo, Paschoal Veraldi, Paulo Previeiro, Peres & Irmãos, Pompeo Policari, Procópio Amaral Pinto, Raphael Gugliotti, Raul da Costa Oliveira, Salomão Elias & Irmão, Theophilo Eugênio Barbosa, Theophilo Ribeiro de Andrade, Tiburcio Guedes de Sene, Tita Oliveira, Vicente Bise, Victor Buccini, Victor Manoel de Andrade Dias, tiveram a visão da magnitude e da importância do que seria a construção de um teatro do porte sugerido, e que hoje, 100 anos depois, ainda é considerado a “joia” maior de toda uma região e uma das grandes “joias” do Estado de São Paulo, sendo a sua arquitetura de uma beleza ímpar e sua acústica saudada como umas das melhores do pais. Reconto estes fatos com os nomes do “Grupo dos 113”inclusos, para mostrar que o Velho Senhor faz parte da grande maioria das famílias sanjoanenses, e de uma maneira absoluta, da história de nossa cidade. Muitos descendentes já subiram em seu palco, participando de um evento amador ou profissional, fosse ele teatral, musical, recital de poesias , palestras, atos políticos, ou mesmo recebendo um diploma que os capacitava para um futuro melhor e que deixava seus pais sentados na plateia, com o orgulho que só os pais sentem dos filhos. Quando a sétima arte chegou a ele, nós vivíamos as emoções dos seriados de Flash Gordon, a alegria dos filmes da Atlântida com Oscarito, Grande Otelo, Ankito, Colé, a simplicidade dos musicais com Eliana, Adelaide Chiozzo, Orlando Silva, Nora Ney, Nelson Gonçalves, Virginia Lane, Renata Fronzi, a alegria caipira de Mazzaropi ou a torcida para ver , pelo menos uma vez, os índios ganharem as batalhas nos faroestes americano. Dessa época, muitos vão sempre se lembrar da primeira namorada que se sentava em uma fila, e o garoto apaixonado na fila de trás. Quando ela levava a mão ao ombro, ele aproveitava para colocar a sua por segundos junto à dela. Era namoro “por atacado”..., um grupo de meninas na frente e os meninos na fila de trás. Muitos cresceram, se casaram, tiveram filhos, mas tenho certeza, sentem ainda a emoção do primeiro encontro de mão com mão, pele com pele cada vez que entram no nosso Theatro Municipal. Muitos se lembrarão do bar do teatro, com suas mesinhas até na calçada e aquele bauru maravilhoso. Tenho certeza também que muitos daqueles casais das matinês, formaram a linha de frente em defesa do nosso teatro quando quiseram transformá-lo em estacionamento, supermercado ou outras idiotices aventadas. Graças a Deus o bom senso venceu, o “Velho Senhor” foi remodelado, restaurado, ganhou roupa nova, e uma nova época começou. Tenho certeza porém, que ele fica triste quando sua fachada é tomada por “panos” pendurados que só a enfeiam , descaracterizando e desrespeitando sua beleza arquitetônica clássica; quando suas portas ficam fechadas, impossibilitando a luminosidade de São João adentrar seu saguão e iluminar aquele piso centenário por onde passaram tantos artistas famosos e tantos sanjoanenses ilustres; quando a curiosidade de muita gente ver o que há por trás daquelas portas enormes não é atendida e elas deixam de conhecer sua plateia, suas frisas, seus camarotes , sua galeria e principalmente seu palco, ainda tão pobre de recursos técnicos. Ainda bem que novidades maravilhosas, depois de anos de luta, estão para chegar, e aí sim, uma nova era chegará, e o “Velho Senhor” voltará a receber os nomes maiores do nosso teatro, da nossa música, da nossa dança, enfim, das grandes atividades artísticas brasileiras, com a dignidade e a qualidade técnica necessárias. A semente já foi plantada, pois abnegados ainda existem, e dependendo de nossos empresários, germinará rapidamente. Quem sabe 113 novos visionários apareçam e honrem aqueles primeiros 113 , e assim, sua fachada será devidamente iluminada e respeitada, grandes eventos nacionais estarão voltando e outros tantos sanjoanenses estarão sendo realizados e programados. Muitas formaturas mais serão realizadas, muitos novos casais se formarão, e o brilho majestoso do “Velho Senhor” voltará mais forte e renovado. Outros tempos, outras vivências, mas tenho certeza, também inesquecíveis , pois memória é para ser reverenciada, e novidades, para serem implantadas. Parabéns, meu “VELHO E AMADO SENHOR”, a cidade inteira se reúne e apaga suas 100 velinhas, aplaude o “Grupo dos 113” e reverencia a primeira diretoria da Sociedade Anônima Companhia Teatral Sanjoanense, que tinha na época como presidente o Tenente Coronel Joaquim Cândido de Oliveira; diretor-técnico, Dr. Alfredo Emílio Pacheco de Mello; vogais: Tenente Coronel José Ferreira e Major Joaquim Tereziano Vallim; conselho fiscal: José Procópio de Azevedo Neto, José Joaquim da Silva Costa e Antônio Luis de Castro Delgado. João Roberto Simões é atualmente Diretor de Cultura e Turismo de São João da Boa Vista. Foi membro da Comissão Estadual de Teatro – Gestão Deputado Cunha Bueno, Diretor do Sindicato dos Artístas e Técnicos do Est. de São Paulo – Gestão Juca de Oliveira, Diretor da Associação Paulista de Empresários Teatrais do Est. de São Paulo – Gestão Raul Cortez, Conselheiro da Associação Paulista dos Amigos das Artes – Gestão Vicente Amato Filho, Diretor de Produção dos Patronos do Theatro Municipal de São Paulo – Gestão Dr. José Ermirio de Moraes. Foi Produtor Teatral em São Paulo durante 50 anos, participando dos maiores sucessos do teatro brasileiro .