Jornal Educativo EDU-CARE Nº2

Transcrição

Jornal Educativo EDU-CARE Nº2
nº 2 | NATAL | 2013
departamento
da criança e do adolescente
C
om o
Natal mesmo à portinha eis
que chega um novo Edu-Care
recheado de atividades e com cheirinho a canela… São tantas as iguarias
desta quadra que para apurar os nossos sentidos deixamos aqui esta receita elaborada por uma jovem, com os
nossos votos de Festas Felizes
e o desejo que o Novo Ano
nos traga a Esperança
Renascida.
Olhares...
3
Saúde...
5
Cuida bem de ti...
6
Na sala de atividades...
8
O Cantinho
10
Canto poético
12
Miminhos saudáveis..
13
Diana
No dia 3 de junho fizemos a cerimónia de lançamento do nº1 do nosso jornal “EDU-CARE”.
Um sonho realizado! Feito a muitas mãos, todas elas importantes, peças de um grande puzzle que diariamente construímos com dedicação e carinho.
A sala de atividades esteve cheia de crianças, jovens, famílias e profissionais de todos os setores do Serviço e professoras voluntárias.
Tivemos a honra de ter a presença da Direção do Serviço, Dr. Herculano, Enf. Rosária Vale, da administradora do Conselho de Gestão do CMIN, Dra. Deolinda Alves, da Diretora da Alliance Francesa do Porto,
Dra. Ana Pereira (patrocinadores do jornal).
Com o coração cheio de alegria e emoção agradecemos a presença de todos.
Bem Hajam e muito obrigada por acreditarem neste projeto!
Ana Paula Martins, Educadora
Histórias ao ouvido
É um projeto de dar e receber.
Um projecto feito de trocas de palavras, de gestos, de olhares, de sorrisos, de segredos e de silêncios.
É um projecto feito de muitas palavras, palavras
que se querem livres, lisas, belas e soltas. São as
palavras dos livros que se lêem, ali, ao lado da cama de uma criança, que se entrelaçam com as pequenas histórias, nossas, que se partilham, as palavras da curiosidade, da descoberta, da esperança. São as palavras dos livros, lidas como se fossem um segredo que se transmite, aquelas que
desejamos serem sementes de novas leituras. São
as palavras de alento dirigidas à criança/jovem,
aos pais, aos avós…, aflitos, que desejamos serem
serenas, sóbrias, solidárias.
No projecto Histórias ao ouvido as palavras “Ser
solidário” fazem-nos companhia. Ajudam-nos a
“limpar a sujidade dos dias e do mau uso” que fazemos das palavras e da vida.
Eva Lima, voluntária
Nota: Escrevi este pequeno texto, tendo como música de fundo, no meu pensamento, o poema, O
Limpa-palavras de Álvaro Magalhães. Ainda tentei
libertar-me dele, mas desisti. Afinal, somos todos
feitos de palavras, palavras e leituras que se entranham em nós, mesmo sem darmos conta.
conversa!
O semeador abre as mãos e lança as seOs jovens partem, dispersam-se na vida, e no camentes à terra. O seu sentimento é de esso das circunstâncias serem favoráveis, irão contiperança embora não saiba onde cai cada
nuar a ler e a guardar na memória uma suave e
uma das sementes, nem se detenha a examinar a
simpática passagem pela pediatria do Hospital de
sua posição imediata. Aceita que o terreno é fértil
Santo António.
e acredita nas boas circunstâncias que farão gerE nós, as voluntárias de Histórias
minar as sementes.
ao Ouvido, tal como o semeador
O nosso projeto Histórias
Sementes
lançadas
à
terra
que aguarda por chuva e tempo
ao Ouvido é semelhante.
ameno, nós desejamos que os
Incentivamos à leitura com
jovens,
nos
seus
percursos de vida encontrem
conversas e distribuição de livros, que têm palabons amigos, boas oportunidades, boas circunsvras, que falam de sonhos.
tâncias para serem felizes…e, se possível, que
Distribuímos livros sem saber, tal como o semeafaçam boas leituras…
dor, se, no dia seguinte, o jovem ainda está naquela cama e desejando que não esteja…
Mas ele teve um livro na mão! A leitura foi tema de
Armanda Camisão, voluntária
Outros “olhares” do serviço de Pediatria nesta quadra natalícia...
Gandhi
Desde que nascemos aprendemos o
que é certo e o que é errado.
É na família que começamos a interiorizar regras que nos vão orientar
ao longo da nossa vida. Nessas regras estão incluídas qualidades,
verdades, princípios e conceitos
que por serem importantes, desejamos para todos. E, a isto chamamos Valores!
Valores são assim, peças fundamentais da nossa personalidade
que nos orientam a forma de estar
em sociedade e que nos permitem
escolher entre o bem e o mal, o certo e o errado, a verdade e a mentira,
a justiça e a injustiça… Em tempo
de Natal, realcemos estes valores:
2.
U
ma criança hospitaliza- tornando-a mais colaborante. Da mesma
da tem direito a ter pais forma, aos pais deve ser dada a informação
ou seus substitutos, jun- completa, real e verdadeira da situação, dando a
to dela, dia e noite, qualquer que seja a sua idade ou o seu noção da gravidade e da evolução expectável da
estado.
doença em causa.
A presença do cuidador habitual junto da criança irá permitir As decisões são tomadas entre a equipa médica, mas
que a rutura com o que lhe é familiar não seja tão lesiva. A devem ser partilhadas com os pais e as crianças mais veseparação da figura materna, sobretudo durante os primei- lhas/ adolescentes, cuja opinião deve ser sempre tida em
ros anos de vida da criança, tem não só consequências consideração, a não ser que daí resulte dano para a crianpsicológicas, mas também se manifesta ao nível do funcio- ça/adolescente.
namento cerebral, podendo ter efeitos deletérios, com con- 5. Deve evitar-se qualquer exame ou tratamento que não
sequente atraso na recuperação da sua saúde. A presença seja indispensável. As agressões físicas ou emocionais e a
dos pais ou substitutos diminui a ansiedade da criança/ dor devem ser reduzidas ao mínimo.
adolescente, facilitando a sua recuperação, sobretudo se A simples colheita de sangue para estudo analítico numa
estes se mostrarem tranquilos, confiantes e seguros. A pes- criança é um fator de stress, que seguramente irá afetar o
soa que acompanha a criança/adolescente tem como prin- bem-estar da criança e ter efeitos deletérios. Todos os procipal função dar-lhe suporte afetivo, mas também será ela a cedimentos que possam desencadear medo e/ou dor deinformar a equipa de saúde acerca dos hábitos e personali- vem ser evitados e, quando estritamente necessários, dedade da criança, de forma a corresponder mais adequada- vem ser minimizadas a dor e a ansiedade que desencadeimente às suas necessidaam. O controlo da dor em
des e a alterar o mínimo
Pediatria é um aspeto que
possível as suas rotinas.
tem sido cada vez mais
(Continuação do número 1 do jornal Edu-care)
3. Os pais devem ser encovalorizado, havendo uma
rajados a ficar junto do seu filho, devendo ser-lhes faculta- atenção redobrada tanto no tratamento da dor já estabelecidas facilidades materiais, sem que isso implique qualquer da, como na sua prevenção. Sempre que possível, é aplicaencargo financeiro ou perda de salário. Os pais devem ser do anestésico tópico local, antes de qualquer punção
informados sobre as regras e rotinas próprias do serviço (venosa, lombar,…). Ao contrário dos adultos e dependenpara que participem ativamente nos cuidados ao seu filho.
do da idade e capacidade de colaboração da criança, alUm dos pais tem direito a atestado médico para justificação guns procedimentos (tomografia computorizada, ressonânde faltas ao emprego. Junto de todas as camas existem cia, endoscopia digestiva, …), necessitam de ser realizados
cadeirões reclináveis onde os pais podem descansar junto sob sedação ou anestesia geral. Todos os procedimentos
dos filhos e nalgumas situações são facultadas senhas de considerados invasivos exigem o consentimento prévio dos
almoço.
pais, mediante informação médica.
Os pais são informados dos horários e das rotinas do servi- 6. As crianças não devem ser admitidas em serviços de
ço e são incentivados a participar na prestação de cuidados adultos. Devem ficar reunidas por grupos etários para beneaos seus filhos (higiene, alimentação, administração de me- ficiar de jogos, recreios e atividades educativas adaptadas
dicamentos e/ou realização de técnicas terapêuticas espe- à idade, com toda a segurança. As pessoas que as visitam
cíficas), de forma a promover o bem-estar de ambos e o devem ser aceites sem limites de idade.
ensino de práticas a adotar no domicílio, melhorando a au- A idade pediátrica inclui diferentes grupos etários (recémtonomia e confiança do cuidador e da própria criança/ nascido, lactente, idade pré-escolar, escolar e adolescênadolescente.
cia) com necessidades específicas, que encaram o interna4. As crianças e os pais têm o direito de receber uma infor- mento de forma muito diferente. Para além de não deverem
mação sobre a doença e os tratamentos, adequada à idade ser admitidas em enfermarias de adultos, independentee à compreensão, a fim de poderem participar nas decisões mente da especialidade responsável pelo internamento, as
que lhes dizem respeito.
crianças/adolescentes devem ser distribuídos na enfermaria
A criança não fica alheia à perceção da gravidade da situa- de Pediatria, de acordo com o grupo etário. Não faz sentição, diretamente, ou através das reações dos pais e do pró- do, por exemplo, que um adolescente partilhe o quarto com
prio pessoal hospitalar, nem à necessidade de se confron- uma criança de um ano com interesses e comportamentos
tar com sintomas físicos e procedimentos, difíceis de com- completamente diferentes, o que pode ser perturbador para
preender, dolorosos, e potencialmente limitadores da ativi- ambos. Os doentes do foro cirúrgico (ortopedia, otorrinoladade habitual. Muitas vezes, o medo do desconhecido é ringologia, ...) são internados no serviço de Pediatria e é o
mais assustador e provoca mais dor do que o próprio pro- médico da especialidade que se desloca ao serviço.
cedimento ao qual a criança é sujeita. Com linguagem Para além da imprescindível presença da mãe ou do pai, a
adequada à idade, deve explicar-se o que vai aconte- visita de outros elementos que a criança considere imporcer, porquê é que é necessário determinado tipo tantes, como a família alargada (avós, irmãos, primos), amide exame e/ou tratamento e como este vai gos, professores é outro aspeto que deve ser considerado.
decorrer. A capacidade de previsão do
Marta Rios, Médica Pediatra
que pode acontecer faz com que se
sinta menos ameaçada e ansiosa,
(Este artigo vai ter continuidade no próximo número do jornal)
Hospitalização infantil
S
ão frequentes as preocupações com os cuidados a ter com a saúde das crianças
com o calor do verão. Mas será que, com o frio do inverno, estamos mais protegidos? Serão necessários alguns cuidados especiais, em particular com os grupos
mais vulneráveis, como as crianças?
No inverno aumenta significativamente a incidência de doenças respiratórias. No entanto, apesar de o frio
ser o agente frequentemente implicado, ele não é o verdadeiro culpado e causador de doenças.
Os ambientes fechados (para impedir a entrada do dito “frio”), mal ventilados, onde se acumulam grandes
aglomerados populacionais (infantários, centros comerciais,….), são o local ideal para a proliferação e
transmissão de vírus e bactérias e, esses sim, são os verdadeiros agentes causadores de doença. Obviamente o ar seco e frio, e a maior concentração de agentes poluentes atmosféricos, pelo seu efeito secante e irritante da mucosa respiratória, tornam-na mais sensível e mais vulnerável a esses mesmos agentes.
Também algumas doenças alérgicas respiratórias podem piorar nesta época do ano. Mais uma vez, a
falta de ventilação dos ambientes fechados, aumenta a concentração dos alergéneos, entre eles os ácaros, espalhados por todas as superfícies e também presentes naqueles velhos casacos de lã e cobertores "desenterrados" dos armários, carregados de pó.
Vamos então ver algumas medidas simples, mas eficazes, que podem ajudar a prevenir determinados
problemas de saúde.
Cuidados ambientais:
Os cuidados com a habitação incluem a atempada e adequada verificação dos equipamentos de aquecimento, nomeadamente a limpeza de chaminés e um correto isolamento térmico. Mas não esquecer que, apesar do frio, é importante manter a casa arejada, abrindo diariamente as janelas, por curtos períodos. Deve ser evitado dormir ou descansar muitos perto dos equipamentos de aquecimento e a utilização de botijas de água quente deve ser feita
sempre sob vigilância para evitar o risco de queimaduras.
É fundamental evitar os locais muito “abafados”, ou frequentados por muitas pessoas.
Escolha do vestuário
A escolha do vestuário é muito importante na altura do frio. Deve ser dado preferência a roupas de algodão e fibras naturais, principalmente aquelas que estão em contacto direto com o
corpo. É preferível usar várias camadas de roupa, em vez de uma única muito grossa, pois
tal também facilita a sua retirada quando nos deparamos com um local mais aquecido.
As extremidades do corpo (mãos, pés, cabeça), por serem mais vulneráveis, devem ser
cobertas com acessórios (gorros e luvas). Em crianças, o uso de cachecóis deve ser evitado, pelo risco de sufocação, durante brincadeiras, corridas ou quedas inesperadas.
É recomendável que todas as roupas/ cobertores, guardadas desde o último Inverno, sejam
lavadas antes do uso.
… cuidados com o frio
Alimentação
A alimentação deve ser, como sempre, variada e equilibrada,
evitando longos períodos de jejum. Recomendam-se, em
geral, 5 ou 6 refeições/ dia. Os alimentos frescos “da época”,
ricos em vitaminas e minerais, devem ser preferidos pois podem ajudar a prevenir infecções.
Em situações de frio extremo, alguns alimentos, mais calóricos, como o chocolate ou os frutos secos, devem ser incluídos, desde que não haja contra-indicações.
Aconselha-se a ingestão de muitos líquidos - água, garantindo um organismo hidratado, o que ajuda a
manter as mucosas respiratórias em “bom estado”. As bebidas alcoólicas devem ser evitadas, pois apesar de provocarem a sensação de aquecimento, causam vasodilatação com perda de calor e arrefecimento do corpo.
Cuidados com o corpo
A pele, sendo o órgão mais exposto do nosso corpo, pode sofrer os efeitos
adversos do frio, devendo exigir alguns cuidados especiais. No verão é frequente termos um cuidado especial com a hidratação corporal, mas que fica
habitualmente esquecida nos dias frios de inverno. Recomenda-se o uso diário de cremes corporais hidratantes, bem como evitar os banhos muito quentes e prolongados.
Exercício físico
A prática de exercício físico é saudável e aconselhada em qualquer estação do ano, principalmente no inverno, em que este aumenta a produção
de calor e a circulação de sangue Mais uma vez, recomenda-se a ingestão adequada de água, evitando a desidratação.
É importante vivermos em pleno e de forma saudável, todas as estações do ano. Algumas medidas simples podem melhorar o nosso estado de saúde e ajudar a prevenir algumas doenças potencialmente evitáveis.
Susana Pinto, Médica Pediatra
… e o Escritor trouxe magia à Pediatria…
No dia de 24 de outubro, o Serviço de Pediatria recebeu a visita do escritor Álvaro Magalhães, numa tarde animada e
recheada de emoções. Esta visita surge no âmbito das comemorações dos 30 anos de vida literária do autor e foi
promovida pelo Pelouro do Conhecimento e Coesão Social, através da Biblioteca Almeida Garrett em parceria com a
editora ASA. Todos ficaram a conhecer melhor este escritor que tanto sucesso tem entre os jovens, especialmente
com a colecção sobre uma Família de Vampiros. Assistimos à apresentação do conto Um Lugar Desconhecido, dinamizado pela técnica superiora da Biblioteca Almeida Garrett, Adelaide; recebemos a oferta de livros autografados pelo autor e oferecemos uma lembrança comemorativa deste dia. No final tivemos a surpresa de Álvaro Magalhães
aceitar dar-nos uma entrevista para o nosso jornal que transcrevemos de seguida, ilustrada com algumas fotos.
Ao longo destes anos calcorreou certamente inúmeros espaços com crianças e jovens, comunicando para pequenos
e grandes grupos. Aqui também falou e ouviu mas, pelo facto de serem crianças/ jovens internados, alguns verdadeiros “heróis”, o que sentiu, o que aprendeu?
A resposta já está na pergunta: senti que estava perante heróis, verdadeiros heróis, e alguns serão mesmo
super-heróis. Imaginava o que sentiriam eles, a olharem pela janela lá para fora, onde a vida continua sem
eles. E também imaginava o que sentiriam eles, tão novos, como deveriam desejar estar lá fora a viver... Pessoas no início fulgurante da vida e já tocadas pela sombra da doença é escandaloso e insuportável. Só me
lembrava daquele versos da Balada da Neve: “Mas as crianças, Senhor, porque lhes dais tanta dor?!…Porque
padecem assim?!…”
Observamos que de acordo com a criança/ jovem escolhia o livro que considerava ser o melhor para
ela/ ele. Escrevia uma dedicatória. Essa empatia surgiu como?
Não sei ao certo, só que me relaciono muito naturalmente com os mais novos - e eles comigo, pois sentem que, apesar de eu ser um adulto, sou também “outro como eles”. Há adultos
que têm estratégias de aproximação aos mais novos, mas essa empatia só funciona quando
existe naturalidade. Eles têm uma capacidade instintiva de saber e perceber que nos ultrapassa e
raramente se deixam enganar.
Após a oferta, explicava-lhes com muito carinho e atenção o conteúdo do livro. Tem consciência do efeito que isso teve
nas crianças/ jovens?
Como disse, fiz tudo naturalmente, como sempre faço. Se me dizem que isso lhes deu algum conforto fico muito
feliz, pois eles merecem rigorosamente todo o afecto do mundo, e ainda é pouco.
Na sua conversa com o Pedro, o guarda-redes do Barrosã, reviu a sua adolescência, quando também tinha sido guardaredes um pouco “míope”?
Sim, falei-lhe disso e das minhas dificuldades e ele sorriu; mas o que ele mais apreciou foi a explicação da simbologia e da natureza feminina do guarda-redes. Estava mesmo curioso porque eu falava e quase o ouvia a pensar “Por acaso, é mesmo assim”. Nunca me vou esquecer dele, também foi marcante para mim.
O que sentiu no contacto que teve com os pais das crianças/ jovens?
Também foi bastante tocante, pois eles são verdadeiros mártires, e sofrem a dor dos filhos e a sua própria dor.
Esta sua experiência no hospital poderá ser fonte de inspiração para nova(s) obra(s)?
Nós somos a soma das nossas experiências e escrevemos com elas. Ora, essa experiência foi muito
marcante para mim e não deixará de me influenciar. Mas é impossível saber qual a forma que essa memória poderá ganhar. “Contos para meninos doentes” é um bom título, não é? Vou pensar nisso
também.
Hospital de Dia de Pediatria
É Natal!!!
Como dizem os nossos
“nininhos” é tempo de “prendas”, … “luzes”, …
“amigos”, … “pinheirinhos e presépios”, …
É tempo de voltar a ser criança, de ser feliz e fazer
felizes os outros.
É tempo de tirar dos nossos corações o melhor de
nós e fazermos com que seja Natal todo o ano!
Bom Natal!
Enfermeiras Olinda e Maria José
Ana Beatriz, 7 anos
Ana Beatriz, 7 anos
Estive internado
Não acreditava no que estava a
acontecer
Pensei que algo estava mal
Parecia estar a falecer.
A todos os médicos e enfermeiros
Tenho de agradecer
Por tudo o que fizeram
Por todo o cuidado
Estive cinco dias
Por todo o carinho.
Peixe tive que comer
Com todo o respeito e dedicação
Mas valeu a pena
Um grande obrigado
Quatro quilos consegui emagrecer Vindo do meu coração!
Miguel Oliveira (17 anos)
Ana Beatriz, 7 anos
Uma história à tua espera…
Hospital de Dia de Pediatria
A Ovelha Mimosa
Catarina Sofia, 16 anos
Há muitos anos, havia uma menina que tinha uma ovelha de quem gostava muito. Mas houve um dia
que a ovelha desapareceu.
A menina, a partir desse dia, passou a andar muito triste e cabisbaixa. Passaram-se semanas, e ela
continuava sem vontade para nada, até a escola era um aborrecimento. Nem conseguia ouvir o que a
professora ensinava. Queria tanto a sua ovelha, mas não havia maneira de ela aparecer.
A menina vivia com os seus pais na Serra da Estrela, e também eles se sentiam preocupados com o
desaparecimento da ovelhinha. De vez em quando, diziam um para o outro:
- A nossa filha anda mesmo triste, e só vai ficar feliz quando aparecer a ovelha!
Todas as noites, antes de ir para a cama, a menina ia ao canto onde a ovelha costumava dormir, mas
ficava com tantas saudades, que até chorava!
Passaram-se mais alguns dias, e, a menina sabia que, onde a ovelha estivesse, se sentia abandonada e triste. - Pobre ovelha, onde estará?! Pensava a menina. Os pais também já estavam a ficar preocupados com a tristeza da filha.
Estava a aproximar-se o Natal, e ela lembrou-se de escrever uma carta ao Pai Natal:
- Querido Pai Natal, a minha linda ovelha desapareceu e estou muito preocupada, ela era muito especial para mim. Todas as noites antes de me deitar, vou ao sítio onde ela dormia. Tenho tantas saudades dela, de pentear aquela lã fofinha, de conversar com ela, mesmo que ela não me respondesse, porque é um animal, mas compreendia-me, Pai Natal. Eu sinto que ela está perdida, sozinha e abandonada, e eu não consigo saber onde possa estar. Já a procurei por todo o lado, e
o que eu mais queria era encontrá-la. Amanhã é Natal, e eu não quero passá-lo sem a minha
Mimosa.
Sim, Mimosa é o nome que eu lhe dei. Ajuda-me, Pai Natal!
Acabou de escrever a carta, e foi a correr pô-la no correio.
Chegou a Noite de Natal. Depois do jantar, a menina não parava de pensar na Mimosa – Onde é que ela estará? Talvez alguém a tenha encontrado, pensava a menina.
Antes de chegarem os presentes do Pai Natal, os pais tinham-lhe dado uma boneca, um urso de peluche, … mas ela só queria a sua ovelha. Estava a perder as
esperanças de a ter de volta.
Entretanto, o pai Natal estava atarefado a preparar o trenó, quando viu uma
ovelha. De repente, lembrou-se de uma carta que alguém lhe tinha escrito
e lhe falava numa ovelha perdida. Ele não sabia que essa ovelha tinha
um colar ao pescoço, com a letra M. Ele tinha encontrado, sem saber, a
ovelha perdida da menina. Quando o Pai Natal chegou a casa dela, pôs
a ovelha junto da árvore de Natal, onde a Mimosa adormeceu de tão
cansada que estava. A menina também tinha adormecido, e quando
acordou foi para junto da árvore para abrir o resto dos presentes.
Apanhou um susto, quando viu mexer um vulto: era a sua querida ovelha, a sua Mimosa! Junto dela estava uma carta do
Pai Natal que dizia:
- Minha querida menina, encontrei a tua
ovelhinha! Espero que, a partir de agora, passes muito bons momentos
com a tua Mimosa!
A menina acabara de ter o melhor presente de Natal.
Canto poético
NATAL - A PALAVRA MAIS BELA
Adolfo Simões Müller (1909-1989)
Fui ver ao dicionário dos sinónimos
A palavra mais bela, sem igual,
Perfeita como a nave dos Jerónimos
E o dicionário disse-me: NATAL.
Perguntei aos poetas que releio
Gabriela, Régio, Göthe, Poe, Quental,
Lorca, Olegário... E a resposta veio:
Christmas… Nöel… Natividad… NATAL.
Interroguei o firmamento todo!
Cobra, formiga, pássaro, chacal!
O aço em chispas, o pipe-line, o lodo!
E a voz das coisas respondeu: NATAL!
Pedi ao vento e trouxe-me dispersos
Riscos de luz, fragmentos de papel
Cânticos, sinos, lágrimas e versos
Um N, um A, um T, um A, um L...
Perguntei a mim próprio e fiquei mudo
Qual a mais bela das palavras, qual?
Para que perguntar, se tudo, tudo,
Diz: NATAL, diz NATAL, diz NATAL!
Dans la crèche, Marie emmena Jésus
Elle vit de la paille et le posa dessus
En bas, les bergers,
Par un étoile furent guidés
Puis arrivèrent les Rois Mages,
Qui lui rendirent hommage
En lui offrant des cadeaux,
De l'or, de l'encens...
c'était tellement beau !
Noël c'est aujourd'hui,
Alors rappelez-vous de cette nuit!
C heery greetings,
H oliday ribbons,
R eal mistletoe,
I ce and snow.
S anta is coming
T rumpets sounding.
M erry days
A lmost here.
S houts of joy!
Rudolph, the red-nosed reindeer
Rudolph, the red-nosed reindeer
had a very shiny nose.
And if you ever saw him,
you would even say it glows.
All of the other reindeer
used to laugh and call him names.
They never let poor Rudolph
join in any reindeer games.
Then one foggy Christmas Eve,
Santa came to say:
“Rudolph with your nose so bright,
won't you guide my sleigh tonight?”
Then all the reindeer loved him
as they shouted out with glee,
Rudolph the red-nosed reindeer,
you'll go down in history!
C'est Noël ! Venez vite chez Michel
Venez voir le beau sapin
Venez chanter un refrain
Rolande a mis les guirlandes
Pascale a mis les étoiles
Nadège a mis de la neige
Si vous venez bientôt
Vous aurez un cadeau!
Jingle Bells
Dashing through the snow
In a one horse open sleigh
O'er the fields we go
Laughing all the way
Bells on bob tails ring
Making spirits bright
What fun it is to laugh and sing
A sleighing song tonight
Oh, jingle bells, jingle bells
Jingle all the way
Oh, what fun it is to ride
In a one horse open sleigh
Jingle bells, jingle bells
Jingle all the way
Oh, what fun it is to ride
In a one horse open sleigh
Conheci o Pai Natal
Numa noite muito fria
Que se tornou afinal
Num momento de magia
Fui ter com o Pai Natal
Para lhe pedir presentes
Para dar no hospital
Às crianças doentes
Ao atravessar a rua
Tropeçou, partiu um dente
Coitado, que sorte a sua
Ele também ficou doente
Por ter sido distraído
Sentia-se muito culpado
Afinal ele tinha saído
Só com um sapato calçado
Não podia ser bondoso
E estava arreliado
Isto de ser idoso
Deixou-o muito abalado
Angélica Morais
Espaço dedicado a uma alimentação saudável!
Aproveitem o fim-de-semana ou as férias da escola, peçam a ajuda da mãe, pai, avós ou tias, ... e
comecem a preparar a chegada do Natal!
Receita do bolo de cenoura
Ingredientes:
Modo de preparação:
1/2 chávena (chá) de óleo
3 cenouras médias raladas
4 ovos
2 chávenas (chá) de açúcar
2 1/2 chávenas (chá) de farinha de trigo
1 colher (sopa) de fermento em pó
Envolve bem a cenoura com os ovos e o óleo, acrescenta o
açúcar e bate por uns 5 minutos .
Depois numa tigela coloca os restante ingredientes misturando tudo, menos o fermento, que se acrescenta no fim,
misturando lentamente com uma colher.
Coze em forno pré-aquecido (180ºC) por 40 minutos.
Bolachinhas de Natal
Ingredientes:
900gr de farinha de trigo
1 colher de chá de fermento
em pó
1 pitada de sal
200gr de margarina à temperatura ambiente
450gr de açúcar
2 ovos
2 colheres de chá de extracto de baunilha ou sumo de limão
Cobertura (Opcional):
2 claras
900 gr de açúcar em pó
corante alimentar nas cores que desejarem
Modo de preparação:
Mistura com a batedeira, a margarina e o açúcar até ficar
uma massa fofa. Junta-se então os ovos um a um.
Peneira a farinha com o sal e o fermento, e, lentamente e
com a batedeira em velocidade baixa, vai juntando à mistura dos ovos. Junta também o extracto de baunilha ou o sumo de limão.
Com a massa forma uma bola, embrulha-a em película
aderente e leva ao frigorífico durante 30 minutos.
Estende a massa com o rolo e corta as bolachinhas com as
formas que quiser. Coloca num tabuleiro forrado com papel
vegetal e leve ao frigorífico mais 15 minutos.
Tira do frigorífico e coloca no forno pré aquecido a 170ºC,
durante cerca de 10 minutos, só até as pontas começarem
a ficar douradas.
Retira e deixa arrefecer as bolachinhas sobre uma rede.
Para a cobertura, bate as claras mas de modo a que não
fiquem muito presas. Junta o açúcar em pó e mexe. Divide
em taças e junta o corante até formar as cores que quiser.
Com um saco de pasteleiro ou uma colher de café ou chá,
cobre as bolachinhas com a cobertura. Antes de aplicar
outra cor, deixa secar ligeiramente a primeira.
Dá largas à tua imaginação!
(Atenção: a cobertura demora algumas horas a secar por
completo. O ideal é apenas guardar as bolachinhas num
recipiente fechado depois de secarem de um
dia para o outro!)
Adivinhas de Natal...
De cera sou feita
e tenho um pavio.
Quando me acendem
tenho bastante brilho.
O que sou eu?
Numa gruta pequenina
tu os podes encontrar.
Maria, José e o Menino
numas palhinhas a descansar.
O que sou eu?
Sou um Pai muito feliz
que traz ao lar muita alegria.
Ando sempre lá por fora,
só venho a casa um dia.
Quem sou eu?
Estou sempre verde
de Inverno e de Verão.
Brilhantes de luzes
vocês me acharão
no mês de Natal.
O que sou eu afinal?
Estou colocada na porta,
pronta para enfeitar.
Sou redonda e adoro lá estar.
O que sou eu?
À noite no céu me coloco,
para que me vejam a brilhar.
Adoro estar lá no céu,
para o poder cintilar.
O que sou?
A enfeitar o pinheiro
é onde gosto de estar.
Sou muito redondinha
e fácil de pendurar.
O que sou eu?
Verdes são as minhas folhas
e picam mais do que as outras,
mas se procurares bem
bolinhas vermelhas encontras.
O que sou eu?
Estou na torre da igreja
e estou sempre a tocar.
Dou muitas badaladas
Até me cansar.
O que sou?
Anedotas de Natal...
No tribunal
Era época de Natal e o juiz sentia-se benevolente ao interrogar o réu.
- De que é acusado?
- De fazer as compras de Natal antes do tempo.
- Mas isso não é crime nenhum!!!! Com que antecedência as estava a fazer?
- Antes de a loja abrir.
Ao telefone
Uma loira telefona para o Pai Natal:
- Eu queria falar com o Pai Natal.
- É o próprio.
- Senhor Próprio, podia chamar o Pai Natal?
Entre cães
Dois cães aproximam-se da árvore de Natal. Diz
o mais velho:
- Finalmente iluminaram a nossa casa de banho!
Noël
Le mot codé
Le mot codé
Adivinhas
SOLUÇÕES
le sapin de Noël
Time to learn, time to play ...
Santa Claus
a Christmas tree
toys
holly
a candy cane
a stocking
presents
a reindeer
a sleigh
a snowman
a bell
an angel
Christmas lights
an elf
a bow
mistletoe
a wreath
a snowflake
a turkey
a pine cone
a chimney
ornaments
trim the Christmas tree
a fireplace
a nativity scene
the north pole
Christmas carols
a candle
a gingerbread man
the three wisemen
A edição deste jornal só foi possível com a generosa colaboração da Alliance Française de Porto.
À Direção e a todos os colaboradores um Bom Natal!
Diana
Un, deux, trois petits lutins
Un, deux, trois petits lutins
S'amusent depuis c'matin
À préparer des cadeaux
Emportés par le traîneau
Refrain:
Noël, Noël, faut aider le Père Noël
Noël, Noël, vite, vite c'est Noël
Quatre, cinq, six pirouettes
Et des folies plein la tête
Oeil taquin chapeau pointu
En chantant Turlututu
Refrain
Sept, huit, neuf et c'est fini
Les lutins sont endormis
Bien au chaud près du grand feu
Le Père Noël est heureux.
Noël, Noël, faut aider le Père Noël
Noël, Noël, vite, vite c'est Noël
Vite, vite c'est Noël
Chantal Dubois
Ineditar
Diana

Documentos relacionados