Adaptação e validação da Escala informatizada de Enfrentamento
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Adaptação e validação da Escala informatizada de Enfrentamento
Adaptação e validação da Escala informatizada de Enfrentamento da Ansiedade e Insegurança PréExame: evidências de validade e precisão Paulo Gregório Nascimento da Silva, Emerson Diógenes de Medeiros, Paloma Cavalcante Bezerra de Medeiros. Laboratório de Avaliação Psicológica do Delta LABAP-D. Universidade Federal do Piauí- UFPI. Campus de Parnaíba. Resumo – O presente estudo teve como objetivo Adaptar e validar da versão Informatizada da Escala de Enfrentamento da Ansiedade e Insegurança Pré-Exame (CopingWithPreExamAnxietyandUncertainty-COPEAU). Participaram do estudo 243 estudantes de Instituições de ensino superior (IES) do estado do Piauí, que tinham em média 22,5 anos (dp= 2,84; amplitude 16 a 35 anos), sendo a maioria do sexo feminino (60,5%). A análise fatorial exploratória demonstrou a adequação dos três componentes teorizados, que explicaram conjuntamente 52,44% da variância total.Os índices de validade e consistência interna (Alfa de Cronbachα)obtidos foram considerados satisfatórios, apontando para a adequabilidade psicométrica da versão brasileira do instrumento:orientação e preparação de tarefas (α=0,84), busca de apoio social(α=0,84),evitação(α=0,80). Os resultados demonstraram indícios de validade fatorial e precisão doinstrumento para amostra brasileira de estudantes universitários. Palavras-Chave Adaptação, ansiedade, precisão. I. INTRODUÇÃO A ansiedade ocorrida antes de exames tem sido estudada por vários pesquisadores, que se propõe a entender os fatores associados a esse tipo de sintoma. A maioria dos estudantes percebe o momento do exame como algo ameaçador, e acabam experimentando um estado de ansiedade frente ao mesmo [20]. Isso pode repercutir negativamente não só no seu rendimento, mas também, pode levar a um desequilíbrio do sujeito envolvido[13].A situação de exame se constitui como um campo de investigação que tem se focado em um contexto especifico, e tem distinguido as diferentes respostas ocorridas em função da etapa de enfrentamento [20]. A ansiedade em exames (AE) é definida como uma predisposição que o individuo tem ao experimentar elevada preocupação e ativação fisiológica frente a situações de avaliação [20].Problemas relacionados a esse tipo específico de ansiedade são mais comuns entre a população universitária, além de virem acompanhados de outros problemas, como técnicas de estudo inadequadas e problemas emocionais [1].As primeiras concepçõessobre aansiedade consideravam esse construto de maneira unidimensional[30].Porém,na última década, a conceituação dotestede ansidade teveavanços importantes,com o desenvolvimentodenovas medidasque refletiam o carátermultidimensional dostestes.Paralelamente, ampliou-se a investigaçãosobre como lidarcom a ansiedade antes dos exames, incluindo as fases que aconteciam antese após os mesmos, tais como a fase de aprendizagem, a fase de preparação,ea fase pós-resultado[23]. A ansiedadeocorrida ante dos examestambém pode ser definida como uma predisposição paraexperimentargrande acarretar em preocupação, podendo alteraçõesfisiológicasdiantedassituações de exame [25]. Seusprincipais aspectossão a antecipaçãodo fracasso,os seus efeitosnegativos para a autoestima, valor social negativooua perdade qualquerbenefício esperado [22].Além disso, geralmente,aAEelevadaestá associada déficit de execução e baixo rendimento acadêmico [10]. Nesse sentido, professores e pesquisadorestêm se interessado, cada vez maisem saber comoos alunos lidamcom a sua experiênciade ansiedade[9][28].Esta situaçãotem gerado várias pesquisas, também, em razão de contemplaros principaisestressoresambientais relacionados aoenfrentamento,comopreparação para prevenir a ameaçaou evento,o confronto como estressor, a incerteza sobre os resultados ecomo lidar com as consequências[4]. Lidar comsituaçõesavaliativasé um processocomplexo no qual estão envolvidas estratégias cognitivase comportamentais, com a finalidade de administrardemandas específicasexternas e/ou internassãoavaliadas como relativamente elevadas em relação aos recursosdo indivíduo[5].Caracteriza-se por um conjunto de respostas executadas para reduzir as condições aversivas de uma situação estressante, isto é, um intuito do indivíduo para manejar os estressores. Oenfrentamentovaria emfunção dos resultados individuais diante decadasituaçãoestressante.Referência[2]apontaque se trata de um processo que se modifica, e isso depende se o sujeito tem experimentado êxito nos resultados ou não.Na verdade, nãoé uma resposta automáticaou fisiológicae simaprendida pela experiência, na qual seexige esforço paralidar com a situaçãoe restaurara homeostase, até atingir a adaptação. Para a conceituação de enfrentamento, é importante levar em consideração três pontos chaves: (a) não necessita ser uma conduta levada à cabo completamente, podendoser considerada como enfrentamento a intenção ou esforço realizado; (b) este esforço não necessita ser expresso em condutas visíveis, podendo consistir em cognições; e (c) a valorização cognitiva da situação como desafiante é um prérequisito para iniciar os intentos de enfrentamento [27]. Segundo Referência[2] é composta por trêstópicossequenciais:(1) avaliaçãoprimária, onde sepercebe e avaliaasituaçãocomo uma ameaça,desafiadora oubenéficaparao indivíduo,(2)avaliação secundária, que envolve a análise deumavariedade de respostaspossíveisparaa situaçãoavaliada comoestressante oudesafiante,e (3)respostasespecíficas, oufasede implementação deestratégias de enfrentamento.Por fim,oprocessoé retroalimentado por resultadosobtidos, reforçandorespostas que foram adaptáveisa uma determinada situação e reavaliando aquelasque não foram. A ansiedade antes do exame é tida como um componente emocional, e encontra os mais altos níveis nos primeiros momentos do exame [11]. Podendo ser consideradatabém como uma característicaespecíficae situacional,isto é, uma tendência pessoal, relativamente estável a respondercom ansiedadeelevada diante deavaliações [29]. Tem sido demonstradoque as estratégiasde enfrentamento podem ajudar os alunos a lidarcom a sua experiênciade estresse e ansiedadeem situaçõesde avaliação, e pode remover ou alteraras condições que causamo estresse, promovendoresultados adaptativos e um funcionamentopositivo,dependendo da estrategiaescolhida[33]. Quando a preocupação em relação ao exame se incrementa, aumenta também o uso das estratégias de enfrentamento, os estudantes tendem a aproveitar melhor o tempo, esforçam-se mais, pois a preocupação faz o individuo mobilize recursos que melhoram a preparação [10]. Alguns estudos tem observado que existe uma relação entre a preparação e o uso de estratégias de enfrentamento orientadas ao problema [11]. Porém, pode-se dizer que a falta de confiança causa uma reação oposta, pois o aumente dele está associada à diminuição do uso de estratégias, ocorrem do assim uma conduta de evitação, sendo que esse tipo de conduta frequentemente está relacionada a índices elevados de ansiedade antes dos exames. [24]. É preciso deixar claro que as respostas ao enfrentamento podem não apenas variar em razão dos contextos, mas também de acordo com as condições externas e em função das habilidades com que são aplicadas. Desse modo, as estratégias de enfrentamento,que são efetivas em situações especificas, como as de exames, podem nãoapresentarem os mesmos efeitos emoutros contextos, como em conflitos familiares, desordem emocional, ou graveestresse traumático[33]. De acordo comreferência[15] existem dois componentes principais nostestesde ansiedade: o primeiro dizrespeito a um componente cognitivodenominado'' preocupação'', que se referea preocupaçõessobre ser avaliados esobreas consequências do fracasso; e um segundo referi-se ao componente afetivo, marcado pela “emotividade” e queestá relacionadoà percepção dereações autonômicasevocadas pela situaçãode teste.Esses auotres, além dedemonstraremque os dois componentespodemser diferenciadospsicometricamente, referência [16] encontraram que esses componentes apresentam relaçõesdiferenciadas como desempenho.Assim, a preocupação foi relacionada aobaixo desempenho, mas não foi encontrado indicios de relação com aemotividade. Outrosautores reconhecem que o componente cognitivo é mais heterogêneo, sendo composto de múltiplas dimensões [13]-[26]que podem associar-se de maneira diferente com outras variáveis. Nessa, perspectiva, deve-se considerar na realização de estudos, se a ansiedade diante de testes está sendo avaliada como um constructo unidimensional, bidimensional ou multidimensional, para que se conheça ainda mais esse construto. O estudo do enfrentamento divide-se, ainda, entre estratégias e estilos de enfrentamento. As estratégias representam ações, esforços cognitivos ou condutas postas em prática diante de um episódio estressante e que podem se alterar através do tempo e em função da natureza do estressor [6]-[7]-[32]. O termo estilo diz respeito ao emprego em determinada situação de um grupo de estratégias, aprendidas em função das experiências passadas. Quanto às tipologias de estratégias,Referência[14]distinguiuque existem estratégias de enfrentamento centradas no problema (quando se tenta modificar a fonte do problema mediante a busca de uma solução ativa) e estratégias de enfrentamento centradas em reduzir a emoção. Ao passo que Referência[8] distingue três estilos básicos: 1) centrado no problema, que abarca: concentrar-se em resolver o problema, esforçar-se e ter êxito, diversões relaxantes e distração física; 2) em relação aos demais, engloba: apoio social, fazer amigos íntimos, ação social, apoio espiritual e buscar apoio profissional; 3) estilo improdutivo, que abarca: preocupar-se, não enfrentar o problema, redução de tensão, ignorar o problema,e reserva-lo para si. O enfrentamento depende das capacidades, internas ou externas, com as quais a pessoa pode contar para lidar com as demandas do acontecimento potencialmente estressante [17]. Esses atributos são os Recursos de Enfrentamento, que são diferenciados em: A) Físicos e biológicos: que são todos os elementos do ambiente e os recursos orgânicos do sujeito. Por exemplo, a nutrição adequada, clima, a estrutura de sua casa, entre outros; B) Psicológicos oupsicossociais: compreendem a capacidade intelectual do indivíduo, o nível de dependência ou autonomia, as crenças, valores e habilidades na resolução de problemas; C) Recursos sociais: incluem habilidades sociais, apoio social, ou seja, a rede de relações que o sujeito estabelece e que funcionamcomo alternativas para enfrentar as consequências. Estes recursos são importantes no processo de enfrentamento por influenciarem na escolha das estratégias empregadas. Por exemplo, um recurso social como a confiança interpessoal dos estudantes com seus professores, prediz de maneira significativa o uso do apoio social dos estudantes durante os exames orais[3]. A ansiedade que ocorre antes dos exames consiste em uma serie de reações emocionais, podendo muitas vezes interferir seriamente na vida do individuo [22]. Esse tipo de ansiedade não acontece de maneira uniforme em todos os estudantes, isso vai depender de algumas variáveis. Porém, é possível destacar alguns, tais como, traço de ansiedade do sujeito, importância da prova, fatores associados ao ambiente que será aplicada a avaliação ou medo do fracasso[12]. Um estudo realizado por Referência [24] indica que existem diferenças em função do gênero, revelando que as mulheres em geral são mais ansiosas que os homens. Esse mesmo estudo sugeriu que a ansiedade antes dos exames diminua à medida que se aumenta o nível de instrução dos pais. Referência[5]diz que os exames se apresentam como qualquer outra situação estressante da vida, podendo apresentar quatro fases: antecipação, confronto, espera e de resultados. A fase de antecipação diz respeito ao período da eminência de uma situação de avaliação, ou seja, quando um exame se aproxima, sujeito começa a se preocupar com as demandas, as possibilidades e as restrições que estão relacionadas com a avaliação, dessa forma, começa a pensar como deve se preparar e regular os sentimentos e emoções adversas que estão vinculados ao exame. A fase de confrontação se elabora quando ocorre o enfrentamento como agente estressor. A fase de espera diz respeito ao período que ocorre após os exames, quando ainda não foram divulgados os resultados. A fase que se constitui como sendoas do resultado compreende o momento que o sujeito conhece o resultado obtido no exame, nessa fase as incertezas do estudante acabam-se e as preocupações do estudante se orientam frente à situação e importância do resultado[8]. Muitas pesquisas têm sido realizadas na tentativa de investigar a ansiedade em universitários [30]-[31]-[21]. Nesse sentido, Referência. [31] realizou um estudo com duzentos estudantes de uma universidade privada da Colômbia. Os resultados obtidos mostraram que os participantes apresentaram ansiedade antes dos exames associada significativamente com o rendimento académico, além de manifestações fisiológicas e motoras. Pode-se citar também um estudo realizado porReferência [30]que elaborou um instrumento de medida na tentativa de mensurar o enfrentamento da ansiedade antes de um exame. Seus resultados mostram que existem diferenças significativas de enfrentamento da ansiedade antes dos exames entre homens e mulheres. Devido a grande influência que esse tipo especifico de ansiedade pode causar nos estudantes, vê-se necessário realizar estudos que possam identificar quais os sintomas e as variáveis que estão envolvidas antes, durante e após os exames, principalmente quando referisse a estudantes universitários, onde tem se observado sua ocorrência com maior frequência, bem como a influência desse construto no rendimento acadêmico. Delineamento Trata-se de uma pesquisa não experimental (correlacional),ex post fator, com ênfase psicométrica, tendo como objetivo adaptar a escala de enfrentamento e insegurança Pré-Exame, além de reunir evidências sobre a validade fatorial e a consistência interna da medida. MÉTODO Participantes O estudo contou-se com uma amostra por conveniência (não probabilística) de 243 estudantes de Instituições de ensino superior (IES) do estado do Piauí. Os participantes tinham em média 22,5 anos de idade (dp = 2,84; amplitude 16 a 35 anos), sendo a maioria do sexo feminino (60,5%). Eles foram recrutados em três grandes áreas: Ciências humanas (Direito, Psicologia, História, Inglês, Português, Serviço social, Pedagogia, turismo - 59,7%); Ciências Biológicas e da saúde (Biologia, Fisioterapia, Biomedicina, Medicina, Enfermagem, Odontologia, Nutrição - 21,1%); Exatas e Naturais (Sistema de informação, Física, Química, Matemática, Computação, Administração, Contábeis, Engenharia Elétrica, Economia, Agronomia - 19,7%) Instrumentos Escala de Enfrentamento da Ansiedade e Insegurança PréExame: a CopingWithPre-ExamAnxietyandUncertainty (COPEAU), elaborada por (Stöber, 2004), esse instrumento é composto por 21 itens, respondidos em uma escala de seis pontos do tipo liket variando de 1 (totalmente falso) a 6 (totalmente verdadeiro). Os itens são distribuídos em três dimensões compostas de 7 itens cada: (1) Orientação de tarefas e preparação; (2) Busca de apoio social; (3) Evitação Além do instrumento foram incluídas questões de natureza demográfica (Idade, Sexo, Universidade, Curso) para a caracterização da amostra. Na escala original os participantes devem responder os itens utilizando uma escala do tipo Liket de seis pontos com extremidades que variam de: “definitivamente não é certo” (definitelynottrue) a definitivamente é certo (definitelytrue). O estudo original obteve índices de consistência interna satisfatórios que variaram entre 0,75 a 0,87 [ 29]. Procedimentos O instrumento utilizado para a coleta de dados foi acessado via internet, similar ao questionário impresso, adaptado para versão eletrônica por meio de um sistema informatizado, denominado Google Docs. Esse sistema permite a utilização da internet para a elaboração e aplicação de instrumentos de pesquisa, sendo apenas necessário disponibilizar aos participantes o link de acesso à pesquisa. Os participantes eram recrutados através das redes sociais (Facebook, Orkut ou Twiter). Por meio destas, os pesquisadores visualizavam e selecionavam universitários e enviavam convites individuais, através de mensagens, solicitando a participação na pesquisa. Ao acessar o link do questionário o participante poderia optar por desistir da pesquisa, causando assim, sua conclusão parcial, ou poderia continuar, passando assim, para a página seguinte. A pesquisa foi dividida em três partes. A primeira página da pesquisa informava ao participante a universidade à qual os pesquisadores estavam vinculados, nome dos pesquisadores responsáveis, uma explicação sobre o tema da pesquisa e esclarecimentos sobre a participação voluntária na pesquisa. Na segunda parte foi apresentado um questionário sócio demográficoA parte seguinte correspondeu a COPEAU, composta por vinte e um itens. Análise dos dados Os dados foram analisados através do pacote estatístico PASW versão 20. Por meio deste realizaram-se as Estatísticas Descritivas (medidas de tendência central e dispersão). Foi empregado para verificar o poder discriminativo dos itens Testes t de Student. Além do índice KMO e do Teste de esfericidade deBartlett, realizada com o propósito de decidir a cerca da adequabilidade de se empregar uma analise fatorial. Posteriormente, realizou-se uma análise dos Componentes Principais (CP) com o objetivo de verificar a estrutura fatorial da medida, em seguida, foram calculados os índices de consistência interna (precisão, Alfa de Cronbach). RESULTADOS Os resultados serão apresentados organizados seguindo a ordem que as empregadas. Primeiroo subtópico que discriminativo dos itens, seguido da exploratória e análise paralela. . Poder discriminativo dos itens em subseções, análises foram trata do poder análise fatorial Para que fosse realizado o poder discriminativo dos itens, utilizou-se do critério da mediana. Portanto, foram criados grupos-critérios internos (superior e inferior), levando em consideração as pontuações totais (somatório da pontuação de todos os itens da escala). Por meio da utilização do Test t, foram comparadas as médias de cada item, com o objetivo de observar se os itens conseguem distinguir pessoas com magnitudes próximas. Tabela 1. PODER DISCRIMINATIVO DOS ITENS DA ESCALA DE ENFRENTAMENTO DA ANSIEDADE E INCERTEZA ANTES DE UM EXAME (COPEAU) Itens Grupos-Critério Como pode ser observado na fig. (1) acima, do conjunto de 21 itens foram eliminados três itens (01, 04, 18) por não apresentarem um poder discriminativo satisfatório, ou seja, (p < 0,05), sendo considerados para as análises posteriores apenas os 18 itens que conseguiram diferenciar os participantes dos dois grupos critérios (inferior e superior). Garantindo assim, a qualidade métrica da medida. Após essa etapa iniciou-se a verificação da estrutura fatorial do instrumento utilizando-se da análise fatorial exploratória. Análisefatorialexploratória A análise foi realizada com a finalidade de conhecer a estrutura fatorial da matriz de correlações entre os 18 itens da medida. Dessa forma, procurou-se comprovar o índice de KMO e o Teste de Esfericidade de Bartlett. Os resultados obtidos apoiam a adequação da análise dos componentes principais (CP). Foram observados os seguintes valores: KMO = 0,82 e Teste de Esfericidade de Bartlett = 1.649,87; p < 0,001. Inicialmente, procedeu-se com essa análise sem fixa o número de componentes a extrair ou o tipo de rotação. Dessa forma, foi possível identificar cinco fatores com valores próprios (eigenvalue) superior a 1 (Critério de Kaiser), a variância explicada dos componentes apresentaram os valores (5,41; 2,15; 1,87; 1,17; 1,06), explicando 64,9% da variância total. A representação gráfica dos valores próprios (Critério de Cattell) observou que era mais adequada a retenção de três fatores. Constante Inferior Superior 01 M 2,72 DP 1,47 M 2,93 DP 1,49 T -1,117 P 0,265 02 3,73 1,33 4,84 1,17 -6,932 0,001* 03 2,94 1,55 4,63 1,19 -9,510 0,001* 04 3,69 1,47 3,62 1,51 0,359 0,720 05 2,89 1,46 4,33 1,29 -8,144 0,001* 06 3,66 1,30 4,79 1,02 -7,480 0,001* 07 3,02 1,40 4,78 0,88 -11,666 0,001* 08 2,72 1,36 3,07 1,43 -1,968 0,050* 09 4,44 1,18 5,05 0,86 -4,580 0,001* 10 3,30 1,47 4,81 1,16 -8,910 0,001* 11 3,53 1,35 4,57 1,11 -6,549 0,001* 12 2,75 1,26 3,45 1,47 -3,988 0,001* 13 2,89 1,18 4,42 1,16 -10,161 0,001* 14 2,75 1,26 3,45 1,47 -10,753 0,001* 15 4,02 1,38 4,98 0,93 -6,350 0,001* 16 3,20 1,36 3,65 1,46 -2,512 0,013* 17 3,52 1,30 4,51 1,05 -6,520 0,001* 18 3,30 3,52 3,50 1,47 -1,087 0,278 19 3,93 1,36 5,02 0,90 -7,315 0,001* 20 4,04 1,22 4,62 0,94 -4,132 0,001* 21 3,38 1,20 4,64 0,92 -9,171 0,001* Nota:*Item significativo Fig. 1.Critério de Cattell É possível observar com base nesta fig. 1 que três fatores se discrepam dos restantes, ficando evidenciado pela forma de cotovelo que se configura a partir do terceiro fator. Dessa maneira, ao ser traçada uma linha (pontilhada), pode-se observar que os demais valores próprios quase não se diferem uns dos outros, confirmando assim, a estrutura com três componentes do instrumento. Devido a diferenças encontradas acerca do número de fatores a serem extraídos, optou-se por utilizar um terceirocritério, a análise paralela, por ser considerada mais robusta que os outros. Análise Paralela dos itens Essa análise foi realizada com o objetivo de comparar os valores próprios encontrados no banco de dados empírico com os valores próprios gerados aleatoriamente através de 1.000 bancos que apresentam as mesmas características do banco empírico. Quando o valor próprio observado obtiver um valor maior que o simulado, apoia-se a existência do componente. Os resultados da análise podem ser observados na tabela 2. TABELA 2. ANÁLISE PARALELA DA ESCALA DE INFRENTAMENTO DA ANSIEDADE E INSEGURANÇA PRÉ EXAME (COPEAU) (Cattel e análise paralela), posteriormente foi realizada uma nova análise exploratória. Utilizando-se da análise dos Componentes Principais, decidiu-se realizar a análise fixando a extração de três fatores adotando a rotação varimax.O conjunto dos três fatores permitiu explicar 52,44%. da variância total. Com o objetivo de definir quais itens fariam parte de cada fator, decidiu-se adotar como critério de saturação, valores iguais ou superiores a |0,40| em um único fator. Fator I. Este fator ficou composto por sete itens, denominado (Orientação e preparação de tarefas) apresentando um valor próprio de 3,75, explicando 20,83% da variância total. Os itens apresentaram cargas fatoriais que variaram entre 0,51 (Penso em qual seria a melhor forma de me preparar para o exame) e 0,79 (Concentro-me em como vou enfrentar o exame, e se necessário deixo outras coisas de lado). Obtendo um índice de consistência interna (α) de 0,84. Fator II. Este fator composto por sete itens, recebendo o nome (busca de apoio social), apresentou valor próprio de 3,63 e sua variância explicada foi de 20,16%. As cargas fatoriais variaram entre 0,53 (Falo com os outros para saber mais acerca do exame) e 0,78 (Falo com alguém sobre como me sinto). O índice de consistência interna obtido nesse componente foi de 0,84. Fator III. Este fator deteve quatro itens, sendo nomeado (evitação), o valor próprio obtido foi de 2,06, que explicaram 11,45% da variância. Os níveis de saturação (cargas fatoriais) variaram entre 0,52 (Convenço-me de que nem tudo está mal) e 0,80(Convenço-me a não me preocupar com o exame). A consistência interna obtida nesse componente foi de 0,84. Os três fatores explicaram conjuntamente 52,44% da variância total do instrumento. Análise Fatorial (AFE) Grandeza 5,41 ≥ 1,61 2,15 ≥ 1,48 1,87 ≥ 1,38 1,18 ≤* 1,31 1,06 ≤* 1,25 0,84 ≤* 1,19 0,71 ≤* 1,14 0,66 ≤* 1,09 II. OBSERVAÇÕES FINAIS 0,58 ≤* 1,04 0,56 ≤* 0,99 0,50 ≤* 0,95 0,49 ≤* 0,91 0,45 ≤* 0,86 0,37 ≤* 0,82 0,36 ≤* 0,77 0,31 ≤* 0,73 0,24 ≤* 0,69 0,22 ≤* 0,63 Oestudo teve como objetivo principal adaptar a versão informatizada da Escala de Enfrentamento da Ansiedade e Insegurança Pré-Exame (COPEAU) para o contexto Piauiense, conhecendo evidências de sua validade fatorial e consistência interna. Foram adotados osprocedimentos estipulados por Referência[18]para validação de testes psicométricos. Acredita-se que os objetivos do estudo tenham sido alcançados. Pois, as análises realizadas permitiramobservar uma estrutura composta por três fatores. A porcentagem de variância explicada por esses três componentes foi superior a 50% do valor máximo. Entretanto, deve-se salientar que esse estudo, assim como todo empreendimento cientifico, não estar isento de algumas limitaçõespotenciais. Nesse sentido, pode-se citar a amostra, que não foi probabilística, mas por conveniência, contando apenas com a participação dos sujeitos que concordaram em participar da pesquisa, dessa forma, não foi possível ter uma representatividade da população de universitários Piauienses, mesmo com o esforço de tentar incluir participantes de várias cidades do Piauí, não resolve essa limitação. Contudo, é preciso esclarecer que não se pretendeu generalizar os resultados da pesquisa, mas conhecer os parâmetros de uma medida sobre ansiedade antes de um exame, contando com evidencias de adequação Análise Paralela (AP) Nota: Os valores próprios da Análise Fatorial, a partir da 4ª linha sempre são superiores aos valores próprios simulados na Análise Paralela. Os resultados apresentados na tabelaacima demonstram que parece adequado considerar uma solução composta por três fatores, pois os três primeiros valores próprios encontrados na AFE foram superiores aos da AP. Dessa forma, os três fatores foram apoiados por dois critérios psicométrica da COPEAU, avaliando a possibilidade de se encontrar uma estrutura tridimensional. Em resumo, reuniram-se provas suficientes da adequação psicométrica da Escala de Enfrentamento da Ansiedade PréExame. Entende-se, portanto, que este é um instrumento breve, de fácil compreensão e com itens curtos, além de garantir o critério da parcimônia da escala, que diz respeito a explicar o fator com um númeroreduzido de itens [18]. Dessa forma, fica evidente que os resultados descritos anteriormente atestam a validade do construto, bem como sua fidedignidade da medida, pois todos os fatores alcançaram alfa de Cronbach satisfatórios, apresentando uma consistência interna superior ao ponto de corte de 0,70, como é recomendado na literatura [18]. Considerando a possibilidade de pesquisas futuras, é importante que estudos como esse sejam replicados em outros contextos. Seriainteressante que se considerassem amostras maiores e mais heterogêneas, incluindo pessoas de diferentes níveis de escolaridade e classes sociais. Sugere-se, também, que sejam empregados procedimentos mais sofisticados, como a modelagem por equações estruturais, com o propósito de confirmar a estrutura com três componentes da COPEAU, que também já foi encontrada em outros estudos exploratórios [29]-[11]. Portanto, demanda-se que sejam realizadas outras pesquisas, utilizando o instrumento citado, na tentativa de aprofundar o conhecimento acerca do construto em questão, e relação existente entre ansiedade e estratégias de enfrentamento.Podendo ser utilizado no contexto universitário e no emprego de estratégias de enfrentamento, que possibilitem um melhor controle dos estressores, possibilitando melhorasno rendimento dos alunos. REFERÊNCIAS [1] [2] [3] [4] [5] [6] [7] [8] [9] Aguayo, L. V, Evaluación de ansiedad ante exámes: Datos de aplicación y fiabilidade em um cuestionario CAEX. 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