Caderno de Sustentabilidade 2009
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Caderno de Sustentabilidade 2009
relatório de sustentabilidade relatório de sustentabilidade 2009 2 01 02 03 04 05 06 07 08 09 mensagem dos presidentes visão e estratégia âmbito d0 relatório apresentação e perfil do grupo governação, compromissos com iniciativas externas, relacionamento com stakeholders responsabilidade social e gestão do capital humano investigação, desenvolvimento e inovação desempenho pág 3 pág 7 pág 11 pág 17 pág 64 pág 74 pág 103 pág 109 índice GRI anexo feedback das partes interessadas pág 169 01 mensagem dos presidentes relatório de sustentabilidade 2009 4 01 mensagem dos presidentes A crise financeira que abalou o mundo em 2008 repercutiu-se em 2009 no desempenho económico dos países mais desenvolvidos. As restrições no acesso ao crédito, a quebra da procura global e dos fluxos de investimento, e a crise de confiança dos mercados, estiveram na origem de um período recessivo da actividade económica com decréscimo do produto interno na generalidade dos países. Apesar das dificuldades criadas por um cenário macroeconómico adverso, o Grupo Mota-Engil foi capaz de resistir à crise e de cumprir os objectivos do seu plano estratégico “Ambição 2013”, naquele que foi o primeiro ano da sua plena execução. O Grupo Mota-Engil logrou assegurar níveis de rentabilidade em linha com os anos anteriores, prosseguindo com êxito a estratégia de crescimento, diversificação e internacionalização das suas actividades, vectores essenciais à criação sustentada de valor a longo prazo. O volume de negócios do Grupo cresceu 14% em relação a 2008, cifrando-se em 2.131 milhões de euros. O resultado líquido atribuível ao Grupo em 2009 ascendeu a 71.7 milhões de euros. A carteira de encomendas tem vindo a bater sucessivos recordes, situando-se na casa dos 3,6 mil milhões de euros. A área de Engenharia e Construção continua a ser a principal área de negócios do Grupo. António Mota Jorge Coelho Presidente do Conselho de Administração Presidente da Comissão Executiva Representando cerca de 79% do seu volume de negócios, viu a sua actividade crescer 15% em 2009, cifrando-se em 1.694 milhões de euros. O mercado de Angola, com um crescimento de 40% face a 2008, foi o grande responsável por este incremento, seguido do mercado doméstico, que cresceu 14%. O peso relativo deste mercado na área de negócios Engenharia e Construção tem vindo a diminuir gradualmente ao longo dos últimos anos, representando em 2009 47% do seu volume de negócios (49% em 2008). A Europa Central, por seu turno, registou um recuo de 11%. Com um crescimento de 17% e um volume de negócios de 333 milhões de euros, a área de Ambiente e Serviços averbou em 2009 um assinalável desempenho, representando 16% do volume de negócios do Grupo e 22% do EBITDA gerado. Com um volume de negócios de 117 milhões de euros em 2009, valor muito próximo do averbado em 2008, a área das Concessões de Transportes registou um EBITDA de 105 milhões de euros, representando 34% do EBITDA do Grupo em 2009. Visando suportar a execução do plano estratégico “Ambição 2013” e o reforço do processo de internacionalização do Grupo, foi introduzido em 2009 um novo modelo organizacional consagrado na distribuição de responsabilidades por três áreas geográficas fundamentais (África, América Latina e Europa Central). O ano de 2009 fica ainda marcado por um conjunto de factos que assinalam a evolução das operações e actividades do Grupo. A comunicação, pelo concedente, da intenção de adjudicação da Subconcessão do Pinhal Interior ao consórcio liderado pela Mota-Engil constitui o acontecimento de maior relevância no plano interno. relatório de sustentabilidade 2009 5 01 mensagem dos presidentes Em Angola, a Mota-Engil Engenharia assinou um memorando de entendimento para a constituição de uma sociedade de direito angolano detida a 51% pelo Grupo, sendo os restantes 49% detidos por um consórcio angolano liderado pela Sonangol. A Ascendi, detida pelo Grupo em 60%, assinou um contrato de concessão para a exploração da rodovia Marechal Rondon Leste no estado brasileiro de São Paulo, naquela que é a primeira grande operação da concessionária no Brasil. Ainda em Angola, registe-se a adjudicação da obra de requalificação da Baía de Luanda a um consórcio participado em 50% pela Mota-Engil Engenharia. Em Moçambique, o consórcio participado em 40% pela Ascendi e que integra o estado moçambicano, celebrou um contrato de concessão para a concepção, construção, financiamento, operação e manutenção da nova ponte de Tete, englobando ainda a reabilitação e manutenção de várias infra-estruturas rodoviárias da região. No quadro da diversificação do seu portefólio de negócios neste país africano, assinale-se igualmente a formalização de uma parceria com uma empresa no sector da indústria de trefilaria, através da Mota-Engil Angola, para a construção de uma unidade industrial de trefilaria na província de Benguela. A Mota-Engil Central Europe mostrou-se particularmente activa na Polónia, o seu mercado de referência. A construção de uma via rápida, com perfil de auto-estrada, na cidade de Skar ż ysko, a construção de uma secção da via rápida S8 entre as cidades de Je Žewo e Białystok, ambas em consórcio, e a adjudicação de um outro importante conjunto de obras rodoviárias, pontuam a actividade do Grupo neste país da Europa Central. Na área de Ambiente e Serviços, realce-se a adjudicação da concessão do Porto de Paita, no norte do Peru, ao consórcio participado em 50% pela Mota-Engil através da Tertir e da sua participada peruana Translei, evento que marca a internacionalização da actividade logístico-portuária do Grupo. No que toca à área das Concessões de Transportes, o Grupo concluiu a aquisição de parte do capital da Lusoponte, tornando-se o seu maior accionista, com uma participação de 38.02%. As matérias relacionadas com a sustentabilidade e a responsabilidade social no Grupo Mota-Engil continuaram no centro das nossas preocupações. A gestão do capital humano, a valorização do talento e do mérito e a criação de valor com e através das pessoas, constituem um vector determinante do plano estratégico “Ambição 2013” e um elemento estruturante da estratégia de sustentabilidade e do programa de responsabilidade social do Grupo Mota-Engil. Além do desenvolvimento e consolidação das actividades da universidade corporativa do Grupo Mota-Engil Active School, foi lançado ainda neste âmbito o seminário WELCOME de acolhimento corporativo visando a plena integração de novos quadros recrutados pelo Grupo, bem como a primeira edição do programa START@ME de acolhimento de “Trainees”. O ano de 2009 conheceu ainda o lançamento do projecto ONE – MOTA-ENGIL HR CORPORATE STANDARDS, visando a adopção à escala do Grupo de um modelo corporativo comum de gestão integrada de recursos humanos, envolvendo a gestão do desempenho, a política retributiva e a política de mobilidade internacional. relatório de sustentabilidade 2009 01 mensagem dos presidentes O apoio ao desenvolvimento social, educativo cultural, e ambiental das comunidades onde se insere constitui igualmente um vector fundamental da política de responsabilidade social do Grupo. Procurando reforçar a solidez deste desígnio e dar expressão organizada, sistematizada e duradoura ao seu compromisso com uma gestão socialmente responsável, foi instituída em finais de 2009 a Fundação Manuel António da Mota. A Fundação será o veículo privilegiado do Grupo no apoio a iniciativas de solidariedade social e de natureza cultural nos domínios de educação, saúde, ambiente, organização e apoio à actividade artística. Pela sua dimensão e diversidade, o Grupo Mota-Engil mantém um extenso e complexo conjunto de relações com múltiplas pessoas e entidades, a quem deve muito do seu sucesso e que são por isso credoras do nosso apreço. Uma saudação final e uma palavra de reconhecido agradecimento a todos os Colaboradores, Accionistas, Clientes, Fornecedores, Entidades Financeiras e demais parceiros que nos ajudam a engrandecer a nossa história e a projectar o futuro de um Grupo cada vez mais forte, coeso e solidário. 6 02 visão e estratégia PRESENTE O presente que reflecte um futuro sustentável relatório de sustentabilidade 2009 8 02 visão e estratégia O ano de 2009 representa o primeiro ano de plena execução do plano estratégico “Ambição 2013”. Assente nos eixos de crescimento, internacionalização, diversificação e valorização do capital humano, este plano visa projectar o futuro do Grupo para o próximo quadriénio. Na área de Engenharia e Construção, o Grupo Mota-Engil manteve em 2009 a liderança no mercado nacional, posição que vem conservando ao longo dos últimos anos. Representando a principal área da Mota-Engil com 79% do seu volume de negócios, constitui-se como verdadeira alavanca e motor do Grupo para a sua expansão e desenvolvimento, naquele que é o seu propósito em consolidar a liderança no mercado interno, ganhando ao mesmo tempo progressiva dimensão e exposição internacionais. Com 53% do seu volume de negócios no estrangeiro, o ano de 2009 vem confirmar esta linha de tendência, procurando-se assim explorar oportunidades de negócio em mercados com maior potencial de crescimento e atractividade comercial, permitindo assim obter os indispensáveis equilíbrios que garantam a rendibilidade e sustentabilidade do processo de crescimento. Assim e apesar do decréscimo de actividade na Europa Central, com um recentramento das operações na Polónia, mercado de referência nesta zona geográfica, e da menor vitalidade do mercado doméstico, o volume de negócios da E&C cresceu 15%, grandemente suportado pelo incremento de 40% em Angola (segundo maior mercado do Grupo) e de 14% em Portugal. A área de Ambiente e Serviços traduz de modo significativo o esforço de diversificação do Grupo, tendo visto aumentar a sua actividade em 2009. Líder em Portugal no segmento do mercado privatizado de gestão de resíduos sólidos urbanos e limpeza urbana, o Grupo ambiciona expandir-se para outros mercados, tirando partido e aproveitando as sinergias geradas pela presença da área de Engenharia e Construção. A participada do Grupo Vista Waste iniciou a operação em Angola, prevendo-se ainda a aquisição de uma empresa de gestão de resíduos no Brasil. No sector da água, de resto o que mais contribuiu para o aumento do volume de negócios desta área, registe-se o arranque da concessão de Vila do Conde e o estabelecimento de uma parceria público-privada com o município de São João da Madeira. Na área portuária e logística, o Grupo conserva a liderança no sector portuário nacional, assinalando-se o primeiro ano de operação em pleno da Takargo, primeira operadora nacional privada no segmento do transporte ferroviário de mercadorias, e a concessão do Porto de Paita no norte do Peru, naquela que é a primeira grande operação internacional neste segmento de negócio. Na área das concessões de transportes, o Grupo mantém através da Ascendi a vice-liderança nacional no domínio das concessões rodoviárias. O ano fica marcado, no plano nacional, pelo reforço do capital na Lusoponte, e pelo arranque e manifestação de intenção de adjudicação, das subconcessões do Douro Interior e Pinhal Interior, respectivamente. No plano internacional, foi assinado em 2009 um contrato de concessão rodoviária no estado de São Paulo, passando o Brasil a figurar entre os países onde esta área marca presença. relatório de sustentabilidade 2009 9 02 visão e estratégia No ano de 2009 teve lugar uma das mais profundas recessões económicas dos últimos 60 anos. A incerteza nos mercados atingiu o seu apogeu, abalando os níveis de confiança de todos os agentes económicos. Assistiu-se a uma queda pronunciada da actividade e dos fluxos de comércio internacional, quebras acentuadas no investimento e na procura global, o que viria a traduzir-se no decréscimo do produto nas economias mais desenvolvidas. As medidas adoptadas pelos governos e bancos centrais de diversos países permitiram entretanto atenuar os riscos sistémicos, produzindo paralelamente os necessários reequilíbrios financeiros, de modo a impedir danos mais severos sobre o desempenho das economias dos países afectados. A partir de meados de 2009 começaram a sentir-se os efeitos de uma progressiva recuperação económica, emergindo no entanto outros riscos relacionados com a saúde das finanças públicas dos países atingidos pela crise, de que Portugal é exemplo, a que se associa a prevalência do desemprego e de outros problemas socais agravados pelo fraco desempenho da economia, num processo de recuperação que se adivinha débil e lento. Neste contexto, aumenta a exposição das empresas ao risco e a necessidade da sua gestão rigorosa e atenta, num cenário de permanente adaptação e incerteza. Ontem como hoje, os grandes desafios da sustentabilidade figuram na ordem do dia. No plano ambiental, as alterações climáticas e em particular o aquecimento global continuam a concitar uma resposta tímida e insuficiente por parte da comunidade internacional. Avoluma-se, pois, o temor em torno da insuficiência das medidas necessárias para afrontar decididamente a questão climática. A gestão sustentável de recursos decisivos como a água e a energia permanece ameaçada, persistindo linhas de tendência insustentáveis na utilização de um sem-número de recursos naturais escassos, assistindo-se concomitantemente à persistente deterioração dos ecossistemas e à perda da biodiversidade. No plano social e apesar dos avanços alcançados, a pobreza extrema e a fome persistem atavicamente em múltiplas geografias, situação que a crise económica e financeira mundial ajudou a acentuar. Os Objectivos de Desenvolvimento do Milénio (ODM) continuam distantes, admitindo-se já como seguro o incumprimento da generalidade ou de parte desses objectivos até 2015. O papel das empresas em prol da sustentabilidade assume assim contornos de extrema relevância, nas suas várias dimensões. Em observância dos objectivos gerais da sua estratégia de sustentabilidade, o Grupo tem vindo a obter importantes ganhos em matéria de ecoeficiência na utilização de recursos fundamentais como a água ou a energia. A preservação do ambiente e as questões ligadas à biodiversidade, que acabam por ganhar importância acrescida em função, particularmente, da actividade da área de Engenharia e Construção, tiveram em 2009 forte incidência. A aposta em soluções de construção sustentável, a vitalidade do seu sistema de inovação na busca de soluções económica e ambientalmente mais eficientes, a gestão dos resíduos de construção e demolição e a incorporação de materiais reutilizados relatório de sustentabilidade 2009 10 02 visão e estratégia ou reciclados na construção de infra-estruturas rodoviárias, avultam entre as mais significativas acções neste domínio. O labor desenvolvido no domínio da educação e sensibilização ambiental junto das populações servidas pela SUMA, no sector dos resíduos e limpeza urbana, constitui já uma imagem de marca desta unidade de negócio do Grupo. No plano social interno, o Grupo tem-se mostrado particularmente atento à valorização do seu capital humano, tendo o ano de 2009 ficado assinalado por avanços sistemáticos e consistentes neste domínio. Em 2009 assistiu-se à consolidação das actividades da Mota-Engil Active School, de que se destaca a o lançamento do programa WELCOME de acolhimento corporativo dirigido a novos quadros do Grupo, a primeira edição do programa de acolhimento de “Trainees”, START@ME, visando o reforço da cultura e a partilha de valores no seio do Grupo. O desenvolvimento do projecto ONE – MOTA-ENGIL HR CORPORATE STANDARDS traduz, ainda em 2009, a aposta do Grupo na adopção de um modelo corporativo comum de gestão integrada de recursos humanos. Aspectos, todos eles, já realçados no capítulo anterior. Num ano particularmente sensível e problemático, a Mota-Engil prosseguiu em 2009 o seu esforço de envolvimento e apoio a projectos e causas de vária índole, acentuando-se o seu apoio a organizações do terceiro sector através da marca Mota-Engil Solidária, no cumprimento de um dos principais objectivos do seu programa de responsabilidade social. A criação da Fundação Manuel António da Mota no final de 2009 vem coroar exemplarmente esse esforço e confirmar de modo indeclinável o empenho do Grupo Mota-Engil em afirmar-se cada vez mais como grupo solidário e socialmente responsável, atento e comprometido com os grandes desafios do mundo contemporâneo. 03 âmbito do relatório compromisso O permanente compromisso com um mundo melhor relatório de sustentabilidade 2009 12 03 âmbito do relatório 03.1 perfil do relatório O Grupo Mota-Engil, através da sociedade holding Mota-Engil SGPS, SA, Sociedade Aberta, publica o seu Relatório de Sustentabilidade de 2009. Na sequência dos compromissos assumidos, o Grupo Mota-Engil procede à reedição deste documento, com periodicidade anual, comunicando e dando a conhecer às partes interessadas o seu desempenho em matéria de sustentabilidade. A comunicação do desempenho nos domínios social e ambiental, para além da sua dimensão económica aprofundadamente desenvolvida no Relatório e Contas de 2009, constitui um elemento fundamental da estratégia de sustentabilidade do Grupo. Na linha do que tem sido prática em múltiplas empresas e organizações de referência nos planos nacional e internacional, este Relatório foi concebido de acordo com as Directrizes “Global Reporting Initiative” (GRI versão 3.0) para elaboração de Relatórios de Sustentabilidade. O Relatório de Sustentabilidade 2009, publicado em língua portuguesa e inglesa, encontra-se disponível em formato digital, podendo ser consultado no endereço de Internet do Grupo Mota-Engil em www.mota-engil.pt. No quadro de abertura e diálogo permanente e sistemático com as suas partes interessadas, internas e externas, o Grupo Mota-Engil acolhe favoravelmente os pedidos de esclarecimento, comentários ou sugestões que lhe sejam transmitidos. O diálogo assim estabelecido é um instrumento fundamental de auscultação e de integração das preocupações e propostas das partes interessadas, nomeadamente clientes, fornecedores, investidores, entidades públicas, organizações não-governamentais, entre outras, e onde se inclui, de forma privilegiada, o universo dos colaboradores do Grupo Mota-Engil no plano mais vasto de uma eficaz política de comunicação interna activa e participativa. Os assuntos relativos a este Relatório e à sustentabilidade em geral podem ser colocados à Direcção de Responsabilidade Social e Sustentabilidade do Grupo Mota-Engil através dos seguintes contactos: MOTA-ENGIL, SGPS, SA, SOCIEDADE ABERTA Direcção de Responsabilidade Social e Sustentabilidade ENDEREÇO Rua Rego Lameiro, nº 38 4300-454 Porto Portugal TELEFONE +351 220 914 454 FAX +351 220 914 291 CORREIO ELECTRÓNICO [email protected] relatório de sustentabilidade 2009 13 03 âmbito do relatório No final do Relatório e como seu Anexo, encontra-se um formulário, denominado “Feedback de partes interessadas”, que poderá revelar-se muito útil na apreciação dos vários aspectos do Relatório e, na óptica da entidade relatora, de grande importância no seu aperfeiçoamento em futuras edições. 03.2 objectivos e limites do relatório Enquadramento No seu processo de desenvolvimento estratégico, assente no crescimento, na internacionalização e na diversificação, o Grupo Mota-Engil agrega hoje um conjunto muito diversificado de negócios, afirmando-se de forma crescente como Grupo empresarial de base portuguesa num contexto multinacional. O carácter multi-sectorial das actividades do Grupo Mota-Engil, englobando as áreas de Engenharia e Construção, Ambiente e Serviços e Concessões de Transportes, e a sua presença em contextos geográficos diversos, operando em 19 países de três continentes, torna a identificação dos aspectos da sustentabilidade materialmente relevantes uma tarefa de elevado grau de complexidade e exigência. A estratégia de sustentabilidade do Grupo encontra-se suportada organicamente na Direcção de Responsabilidade Social e Sustentabilidade, directamente dependente da Comissão Executiva da Holding, e no Conselho Coordenador para a Sustentabilidade (CCS), englobando membros de várias áreas funcionais e unidades de negócio. Este modelo de gestão visa favorecer a difusão transversal da estratégia de sustentabilidade a toda a organização, tornar claro o compromisso do Grupo e permitir uma ligação eficaz às áreas relatório de sustentabilidade 2009 14 03 âmbito do relatório e unidades de negócio, responsáveis no plano operacional pela condução das actividades e execução dos objectivos decorrentes da estratégia de sustentabilidade do Grupo. Estratégia e prioridades Assim, a concepção da estratégia de sustentabilidade, bem como a determinação das questões prioritárias e a identificação das principais partes interessadas para efeitos de execução da política de sustentabilidade e elaboração do Relatório, obedeceu, à semelhança dos anos anteriores, a um processo de auscultação interno promovido junto dos principais responsáveis das sub-holdings e unidades de negócio do Grupo, com particular ênfase nas que são objecto de relato mais detalhado neste documento, daí resultando um consenso alargado e um conjunto de múltiplas contribuições indispensáveis à elaboração do Relatório. A determinação dos aspectos materialmente relevantes constitui uma fase incontornável na correcta utilização das Directrizes adoptadas e pressuposto essencial do cumprimento do plano estratégico e das actividades dele dependentes. Os sistemas de recolha, tratamento e difusão da informação que suportam o modelo e os processos de gestão e de tomada de decisão encontram-se particularmente desenvolvidos no âmbito da Mota-Engil Engenharia e da SUMA, razão pela qual, a exemplo dos relatos anteriores, são estas as únicas entidades do universo do Grupo a fornecer e divulgar indicadores de acordo com o referencial adoptado. Tais entidades figuram, porém, entre as mais relevantes no que toca à dimensão e presença no mercado, permitindo a este Relatório ter, apesar das limitações ora enunciadas, um considerável grau de representatividade do todo. Mantém-se o propósito da entidade relatora em expandir o quadro de indicadores às demais entidades do Grupo e às suas operações nos mercados internacionais, faseadamente e alargando assim o perímetro de abrangência do Relatório de Sustentabilidade. Indicadores O quadro de indicadores estabelecido pelas directrizes de relato adoptadas deve, por sua vez, reflectir e ser o natural corolário dos objectivos traçados e dos planos de actuação conducentes à sua concretização, tendo por base os tópicos prioritários da sustentabilidade considerados materialmente relevantes. Pretende-se ainda, numa segunda fase, integrar nos sistemas de informação novos indicadores que reflictam com maior propriedade as especificidades de cada área e unidade de negócio face aos desafios da sustentabilidade, de forma a servir mais eficazmente o processo interno de melhoria contínua e a tornar mais clara e perceptível a sua comparabilidade com organizações congéneres, obedecendo a uma lógica de “benchmarking” sectorial com evidentes benefícios para a avaliação da entidade relatora pelo conjunto das partes interessadas. A resposta aos indicadores, enquanto barómetro por excelência de aferição do desempenho, não deve pois ser vista como acto isolado, mas antes como parte integrante da arquitectura de gestão do Grupo, em geral, e do seu modelo de gestão da sustentabilidade, em particular, ganhando especial relevo o papel dos sistemas de informação. As técnicas de recolha e tratamento da informação e os métodos de cálculo relevantes para a produção e difusão dos indicadores são disponibilizados nos locais próprios e, sendo caso disso, evidenciadas as alterações a declarações prestadas no Relatório anterior e sua fundamentação, mormente as que possam surgir de quaisquer processos de fusão, aquisição ou operações análogas. relatório de sustentabilidade 2009 15 03 âmbito do relatório Abrangência Atentas as circunstâncias referidas, o Relatório de Sustentabilidade de 2009 abrangerá, no que respeita à divulgação de indicadores, as seguintes entidades: ÁREA DE NEGÓCIO – Engenharia e Construção UNIDADE DE NEGÓCIO – Mota-Engil Engenharia e Construção, SA PERÍMETRO GEOGRÁFICO – Actividade em Portugal ÁREA DE NEGÓCIO – Ambiente e Serviços UNIDADE DE NEGÓCIO – SUMA, Serviços Urbanos e Meio Ambiente, SA PERÍMETRO GEOGRÁFICO – Actividade em Portugal Em múltiplas ocasiões ao longo do presente Relatório e em consonância com a forma como geralmente são apresentadas na generalidade dos demais suportes de comunicação do Grupo, a referência a estas entidades constará sob a designação abreviada de “Mota-Engil Engenharia” e “SUMA”. As designações “Mota-Engil Engenharia” e “SUMA” devem ser assim entendidas como englobando os negócios e actividades na dependência da Mota-Engil Engenharia e Construção, SA (Holding para a área de negócios de Engenharia e Construção) e SUMA, Serviços Urbanos e Meio Ambiente, SA (Holding da área de negócios de Ambiente e Serviços para os negócios e actividades no sector dos Resíduos). Tendo em conta as limitações específicas decorrentes da informação disponível, nalguns casos, ou a sua dimensão relativa, nos demais, as áreas e unidades de negócio do Grupo que não fornecem indicadores serão objecto de uma abordagem de gestão mais restrita, procurando-se sobretudo dar uma visão global do Grupo na sua diversidade, aprofundando face ao conjunto das suas actividades, geográfica e materialmente dispersas, os aspectos com maior relevância no domínio da sustentabilidade. No que toca à presença em “joint ventures” ou actividades em regime de “outsourcing”, estas não serão objecto de relato. 03.3 índice GRI O Capítulo 9, sob a designação “Índice GRI”, contém o quadro ordenado dos Indicadores GRI 3.0, indicando a sua localização no Relatório. relatório de sustentabilidade 2009 16 03 âmbito do relatório 03.4 autodeclaração O Grupo Mota-Engil autodeclara o nível C de adopção das Directrizes GRI 3.0. A verificação externa por entidade independente do Relatório de Sustentabilidade constitui um objectivo a ser concretizado logo que se mostre oportuno e se encontrem reunidas as indispensáveis condições. Relatório Níveis de Aplicação C Consolidado do Relatório Perfil da G3 > Responder aos itens: 1.1; 2.1 a 2.10; 3.1 a 3.8; 3.10 a 3.12; 4.1 a 4.4; 4.14 a 4.15 Informações sobre a forma de Gestão da G3 > Não exigido Indicadores de Desempenho da G3 & Indicadores de Suplemento Sect0rial > Responder a um mínimo de 10 Indicadores de Desempenho, incluindo pelo menos um de cada uma das seguintes áreas de desempenho: social, económico e ambiental 04 apresentação e perfil do Grupo âmbito Um Grupo global de âmbito local relatório de sustentabilidade 2009 18 04 apresentação e perfil do Grupo 04.1 breve sinopse histórica A Mota & Companhia e a Engil foram fundadas, respectivamente, nos anos de 1946 e 1952. Ao longo de várias décadas, as duas empresas consolidaram progressivamente a sua posição no mercado de construção civil e obras públicas. Em 1975, a Mota & Companhia iniciou, a partir de Angola, o seu processo de internacionalização, relançando, um ano mais tarde, a sua actividade em Portugal. A empreitada de regularização do Baixo Mondego adjudicada à época constitui um importante marco na história da empresa, simbolizando o início da sua progressiva afirmação como empresa de referência no domínio das obras públicas em Portugal. Em 1978, a Engil dá início, por seu turno, ao processo de internacionalização das suas actividades. Em 1980, a Mota & Companhia, em parceria com o estado angolano, cria a empresa de Construção de Terraplenagens Paviterra, UEM, expandindo assim as suas operações em Angola, num território onde marcara presença ininterrupta desde a sua fundação. Em 1984, a Mota & Companhia executa o lanço do IP5 Albergaria-Viseu, obra pública que se viria a tornar decisiva e emblemática para a infra-estruturação da rede viária do País. O mesmo aconteceria com a Engil, em 1987, ao associar o seu nome a uma importante obra pública nacional com a construção da barragem do Alto Lindoso, de enorme relevância para a modernização e o reforço do sistema electroprodutor nacional. Igualmente em 1987, a Mota & Companhia passa a sociedade anónima, após o que viria a dispersar 12% do seu capital pelo público e a solicitar a sua admissão à Bolsa de Valores portuguesa. No mesmo ano, é constituída a sociedade holding Engil SGPS. Em 1990, a Mota & Companhia inicia o processo de diversificação das suas actividades em sectores directa ou indirectamente relacionados com a construção ou dela complementares. A aposta no sector das concessões de transportes conheceria um momento marcante em 1994, com a criação da Lusoponte, que viria a tornar-se a sociedade concessionária das travessias rodoviárias do Tejo a jusante de Vila Franca de Xira e que compreendem a Ponte 25 de Abril e a Ponte Vasco da Gama. A constituição da Serurb, em 1992, pela Engil e da SUMA, em 1994, por parte da Mota & Companhia, traduzem a entrada das duas empresas nos negócios ambientais, num contexto de progressiva diversificação que viria a conhecer novos desenvolvimentos até ao presente. relatório de sustentabilidade 2009 19 04 apresentação e perfil do Grupo 04.2 marcos históricos recentes 2005 – Euronext Lisboa – Entrada no PSI 20 O Grupo Mota-Engil passa a integrar o PSI 20, sendo a única empresa do sector da engenharia e construção a ser cotada no principal índice do mercado accionista da Euronext Lisboa. 2006 – Acordo TERTIR O Grupo Mota-Engil estabelece um acordo para a aquisição da TERTIR, Terminais de Portugal, SA, visando reforçar de forma muito significativa a sua presença no sector das operações portuárias, após a aquisição, em 2005, de participações no capital das empresas Sadoport e Tersado. 2007 OPERAÇÕES PORTUÁRIAS O Grupo Mota-Engil conclui a aquisição da TERTIR, garantindo o controlo sobre a totalidade do capital desta empresa. Reforço da posição nos terminais portuários de Lisboa, através da aquisição pelo Grupo da Multiterminal, SA, sociedade que detém 50% da Sotagus e 31,25% da Liscont. CONCESSÕES DE TRANSPORTES Assinatura do contrato da concessão denominada “Grande Lisboa”, em Portugal e adjudicação de uma concessão de auto-estrada no México em regime de concepção, construção e manutenção, marcando assim a entrada neste país centro-americano através desta área de negócios. Celebração de acordo estratégico entre o Grupo Mota-Engil e o Grupo Banco Espírito Santo, através da criação de um veículo societário próprio (ASCENDI), com o objectivo de desenvolver em conjunto as suas actividades na área das concessões de infra-estruturas de transportes. MARTIFER Oferta Pública de Subscrição (OPS) de acções da participada do Grupo para o sector da indústria e energia, Martifer, SGPS, SA, num total de 25% do seu capital social e subsequente admissão à cotação na Euronext Lisboa. Na sequência de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela Martifer e pela empresa indiana Suzlon, estas passam a controlar 86,5% do capital da empresa alemã Repower Systems AG. Paralelamente, o Agrupamento Ventinvest, participado em 33% pela Martifer, obteve, num concurso lançado pelo Estado português, uma licença para a exploração de parques eólicos com uma capacidade de produção de energia de 400 MW. 2008 AMBIENTE E SERVIÇOS A Mota-Engil Ambiente e Serviços e o Grupo Privado do Atlântico estabeleceram parceria para o mercado de Angola, tendo por objecto os segmentos de actuação desta sub-holding. O Grupo Mota-Engil, através da Mota-Engil Ambiente & Serviços, SGPS, SA, reforçou a sua posição accionista passando a deter o controlo da Indaqua, com 50,06% do seu capital social. A Takargo, participada do Grupo Mota-Engil, e a Comsa Rail Transport estabeleceram um acordo de colaboração para o desenvolvimento de operações ferroviárias de mercadorias na Península Ibérica. relatório de sustentabilidade 2009 20 04 apresentação e perfil do Grupo O Grupo Mota-Engil anuncia a participação, em consórcio, no projecto de remodelação do porto de La Guaira na Venezuela. de 24,19% da empresa. A LUSOPONTE detém a concessão das duas travessias sobre o rio Tejo em Lisboa até Março de 2030. O Grupo Mota-Engil assina um Memorando de Entendimento com o Governo do Malawi para diversos projectos, com destaque para a reabilitação do porto de Nsanje e desenvolvimento de duas centrais hidroeléctricas. Foi adjudicada ao consórcio participado pela MOTA-ENGIL CENTRAL EUROPE (anterior MOTA-ENGIL POLSKA) a empreitada de construção de uma via rápida, com perfil de auto-estrada, na cidade de Skarżsko, a 180 quilómetros de Varsóvia. A empreitada está avaliada em 160 milhões de euros, dos quais 140 milhões ficarão a cargo da MOTA-ENGIL CENTRAL EUROPE, estando prevista a sua conclusão em Dezembro de 2010. CONCESSÕES DE TRANSPORTES A Mota-Engil anunciou a formalização da parceria com a ES Concessões, dando origem à constituição da Ascendi. Os activos sob gestão das duas concessionárias representam mais de 1.200km de auto-estradas e vias rápidas concessionadas, dos quais mais de 1.100 em exploração. Num universo de 14 concessionárias, a Ascendi passa a deter projectos em desenvolvimento em nove países e actividade sustentada em três (Portugal, Espanha e México), para além de um plano de investimentos de 500 milhões de euros. A Mota-Engil adquiriu 24,19% da Lusoponte, passando, após a efectivação da compra, a ser o maior accionista (38,02%) da empresa que detém a concessão das duas travessias sobre o rio Tejo em Lisboa até Março de 2030. A Mota-Engil anuncia a liderança do consórcio da Alta Velocidade para participação nos diversos concursos lançados ou a lançar pelo Estado Português para o estabelecimento das parcerias público-privadas na área das linhas ferroviárias de alta velocidade. 2009 A MOTA-ENGIL passa a ser a maior accionista da LUSOPONTE, com 38,02% do seu capital, com a conclusão do processo de aquisição Foi adjudicada a Concessão do Porto de Paita, situado no Norte do Peru, província de Piura, ao consórcio participado em 50% pela MOTA-ENGIL (através das suas filiais TERTIR, em Portugal, e TRANSLEI, no Peru). O investimento inicial previsto para o projecto ascende a cerca de 130 milhões de USD, estando previsto um montante adicional de cerca de 120 milhões de USD para investimento de substituição. A ASCENDI assinou o contrato de concessão da rodovia Marechal Rondon Leste no Estado de São Paulo. Esta é a primeira operação da empresa no mercado brasileiro e envolve um investimento total de cerca de 780 milhões de euros e um pagamento fixo de cerca de 184 milhões de euros a entregar ao Estado de São Paulo nos primeiros 18 meses do contrato. Foi adjudicada a obra de Requalificação da Baía de Luanda, numa parceria entre a MOTA-ENGIL ENGENHARIA e a Soares da Costa (50/50). A obra, com um preço total previsto de cerca de 130 milhões de USD, decorrerá por um período de 24 meses. Foi assinado um memorando de entendimento sobre a constituição de uma sociedade de direito angolano denominada MOTA-ENGIL ANGOLA, detida em 51% pela MOTA-ENGIL ENGENHARIA e 49% por um consórcio angolano liderado pela Sonangol. relatório de sustentabilidade 2009 21 04 apresentação e perfil do Grupo Foi celebrado um contrato para a concepção e construção de uma via rápida na Polónia, entre o Estado polaco e o consórcio constituído pela MOTA-ENGIL CENTRAL EUROPE (que lidera o agrupamento com 51%) e a Strabag. O projecto consiste na concepção e construção de uma secção da via rápida S8 a Nordeste de Varsóvia, entre as cidades de Je Žewo e Białystok, com uma extensão de 160km. O prazo de execução é de 36 meses e o valor do projecto, líquido de IVA, ascende, aproximadamente, a 123 milhões de euros. Foi celebrado um contrato de concessão entre o consórcio participado em 40% pela MOTA-ENGIL (através da ASCENDI) e o Estado de Moçambique, o qual inclui projecto, construção, financiamento, operação e manutenção periódica e de rotina da nova ponte de Tete, em Moçambique, englobando ainda a reabilitação e manutenção de várias infra-estruturas rodoviárias na região, incluindo a operação e manutenção de rotina da actual Ponte Samora Machel, em Tete. Esta concessão tem um prazo de 30 anos e um investimento previsto durante o período de construção de 106 milhões de euros. A construção será executada por um agrupamento participado pela MOTA-ENGIL (através da MOTA-ENGIL ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO) em 43,5%. Foram adjudicadas obras na Polónia, no valor total de 111 milhões de euros: concepção e construção de uma secção da via rápida S8 entre as cidades de Wrocław e Oleśnica, com uma extensão de 22km (prazo de execução de 31 meses e valor do projecto líquido de IVA de, aproximadamente, 87 milhões de euros); reconstrução de rotunda na intercepção de duas vias rápidas em Cracóvia (valor do projecto líquido de IVA de, aproximadamente, 24 milhões de euros). Foi adjudicada a Subconcessão Pinhal Interior ao consórcio liderado pela MOTA-ENGIL (42,08%). Localizando-se na zona centro do País e com uma extensão de cerca de 520km, a subconcessão inclui dois eixos principais – IC3 e IC8. O IC3 é um eixo vertical que liga a futura Subconcessão da AE Centro desde o nó de Coimbra (IP3/IC2) até à A23 na zona de Torres Novas, e o IC8 é um eixo horizontal que liga a A17 na zona de Pombal/Ansião novamente à A23, junto a Vila Velha de Rodão. Trata-se de uma subconcessão em regime de disponibilidade com um prazo de 30 anos e cujo investimento inicial atinge um valor na ordem dos 1.429 milhões de euros. Este investimento será financiado por capitais próprios de cerca de 210 milhões de euros e por financiamentos a contratar junto do BEI e da Banca Comercial de cerca de 1.200 milhões de euros. O valor do contrato de construção é de 958 milhões de euros e o consórcio construtor é participado pela MOTA-ENGIL em 52,88%. Foi formalizada uma parceria com uma empresa nacional líder no sector da indústria de trefilaria para a implementação, através da MOTA-ENGIL ANGOLA, de uma unidade industrial de trefilaria na província de Benguela. No âmbito deste projecto, está previsto, para uma primeira fase (a concluir ainda no decorrer de 2010), um volume de investimento superior a 15 milhões de USD. relatório de sustentabilidade 2009 22 04 apresentação e perfil do Grupo 04.3 perfil do Grupo Mota-Engil 04.3.3 localização da sede e contactos A Mota-Engil SGPS, SA, Sociedade Aberta tem a sua sede em Portugal, na cidade do Porto. 04.3.1 organização relatora Mota-Engil SGPS, SA, SOCIEDADE ABERTA 04.3.2 natureza da propriedade e forma legal O Grupo Mota-Engil é uma sociedade anónima por acções que tem por objecto a gestão de participações sociais sob a forma de uma holding com a denominação social “Mota-Engil, SGPS, SA Sociedade Aberta”. O capital social da Mota-Engil, SGPS, SA, Sociedade Aberta é de € 204.635.695, representado por 204.635.695 acções ordinárias com valor nominal de € 1 cada. A sociedade holding detém sob o seu controlo três sub-holdings, correspondendo às seguintes Áreas de Negócio: DENOMINAÇÃO SOCIAL ÁREA DE NEGÓCIO Mota-Engil Engenharia e Construção, SA Engenharia e Construção Mota-Engil Ambiente e Serviços, SA Ambiente e Serviços Mota-Engil Concessões de Transportes, SA Concessões de Transportes Endereço Rua Rego Lameiro, nº 38 4300-454 Porto Portugal Telefone +351 225 190 300 Fax +351 225 190 303 Website www.mota-engil.pt Endereços Electrónicos institucionais disponíveis no website relatório de sustentabilidade 2009 23 04 apresentação e perfil do Grupo Esta área de negócios desenvolve todas as valências especializadas no âmbito da engenharia e construção, tirando partido de uma longa experiência acumulada; do contínuo aperfeiçoamento dos seus sistemas de gestão; de uma proposta de valor assente em elevados padrões de produtividade, melhoria contínua, criatividade e partilha do conhecimento; e da excelência do seu capital humano. 04.3.4 marcas principais, produtos e serviços Indicadores Financeiros Volume de Negócios do Grupo/2009 Resultado Líquido do Grupo/2009 Carteira de Encomendas do Grupo/2009 Volume de Negócios por Segmento Geográfico/2009 € 2,1 mil milhões € 31,3 milhões € 3,6 mil milhões A Mota-Engil Engenharia é líder de mercado em Portugal e está presente em 19 países de três continentes. A área de negócio de Engenharia e Construção representou em 2009 cerca de 79% do volume de negócios do Grupo. Península Ibérica: 64% Europa Central: 12% África e América: 24% O Grupo Mota-Engil compreende três grandes Áreas de Negócio: - Engenharia e Construção - Ambiente e Serviços - Concessões de Transportes As actividades no sector de Indústria e Energia são desenvolvidas através da sua participada Martifer SGPS. ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO A Engenharia e Construção é a maior área de negócios do Grupo, representando cerca de 79% do total das suas vendas e prestação de serviços. Ao longo dos seus mais de 60 anos de existência, o Grupo tem sido responsável pela realização de grandes obras e projectos, entre os quais pontes e barragens, estradas e vias rápidas, ferrovias, portos e aeroportos, canais e túneis, bem como outras infra-estruturas nas áreas de ambiente, saúde, comércio e indústria. AMBIENTE E SERVIÇOS No quadro das suas linhas de desenvolvimento estratégico, assentes no crescimento, na internacionalização e na diversificação das suas actividades, as áreas do Ambiente e a prestação de um conjunto de Serviços Especializados traduzem uma aposta determinante desse esforço de diversificação. No sector Ambiental, avultam as áreas de Resíduos e água, uma presença forte no segmento das operações de logística integrada e gestão portuária, para além de uma componente de Multisserviços, de que se destacam manutenção industrial e de edifícios; concepção, construção e manutenção de espaços verdes; marketing directo; e operações de mercados electrónicos. No sector dos resíduos, a SUMA é líder em Portugal do segmento privatizado, encontrando-se em fase de expansão para outros mercados, em particular o mercado angolano, onde já se encontra a operar. Alargou-se ainda esta área de negócio ao transporte ferroviário de mercadorias, através da participada Takargo, primeiro operador privado português neste segmento. relatório de sustentabilidade 2009 24 04 apresentação e perfil do Grupo Em 2009, esta área de negócios representou cerca de 16% do volume de negócios do Grupo. CONCESSÕES DE TRANSPORTES A Mota-Engil Concessões de Transportes constitui para o Grupo Mota-Engil uma área de negócios de vital importância estratégica. Fruto da sua reconhecida experiência na concretização e desenvolvimento de parcerias público-privadas, o Grupo Mota-Engil, em associação com reputados parceiros, tem vindo a afirmar-se de forma crescente, nacional e internacionalmente, no segmento de mercado das concessões de infraestruturas de transportes (rodoviárias e ferroviárias). A Mota-Engil Concessões de Transportes actua neste segmento predominantemente através da Ascendi, uma parceria estratégica celebrada com o Grupo BES, na qual detém a maioria do capital (60%). Sabendo aproveitar as oportunidades criadas por um mercado em forte expansão, a Ascendi tem vindo a consolidar a sua afirmação global, evidenciada numa posição de liderança em Portugal e numa presença activa em outros cinco países de três continentes (Espanha, Eslováquia, México, Brasil e Moçambique). A área de Concessões de Transportes representou cerca de 5% do volume de negócios do Grupo em 2009. MARTIFER - INDÚSTRIA E ENERGIA O Grupo Mota-Engil marca presença nesta área de negócios através da sua participada Martifer SGPS. Mantém com a Martifer uma parceria estratégica, detendo uma participação de 37,5% do seu capital social. Em 2007, a Martifer SGPS foi objecto de uma Oferta Pública de Subscrição (OPS), através de um aumento do seu capital social, tendo as suas acções sido posteriormente admitidas à negociação na Euronext Lisboa. A Martifer SGPS desenvolve a sua actividade nos sectores da construção de estruturas metálicas (sendo líder ibérico e uma das mais importantes empresas europeias neste segmento) e energias renováveis. Com uma aposta estratégica em áreas de negócio em franca expansão, a Martifer SGPS tem registado um fortíssimo crescimento nos últimos anos, alargando o seu portefólio de negócios. Está presente em 16 países, possui 18 unidades industriais e conta com cerca de 4.000 colaboradores. MOTA-ENGIL, SGPS, S.A. 025 T) 100% MOTA-ENGIL, SERVIÇOS PARTILHADOS 100% 100% LARGO DO PAÇO VORTAL 100% RTA 9,5% SGA A) 100% MOTA-ENGIL, AMBIENTE E SERVIÇOS 96,89% 100% MOTA-ENGIL, ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO MOTA-ENGIL, CONCESSÕES DE TRANSPORTES 99,9% MOTA-ENGIL BRASIL SGPS 37,5% MARTIFER SGPS L) 0,1% 64,50% 32,64% TERTIR U) 94,16% 58,73% 100% SOCARPOR SGPS P) 10% 15% 28% 100% 50% SEALINE PARQUEGIL STIFA OPERPORT 50% STM TERM MOÇAMBIQUE 0,14% 100% VIBEIRAS VBT TERTIR SGPS 9,19% 37,75% LOGZ TCL SUMA ESPOSENDE ÁREAGOLFE TEN 47,5% GT SGPS 3,5% TRANSNÁUTICA MOÇAMBIQUE GT INVEST GUINÉ BISSAU 35% 40% 85% 51,7% 50% Y) 65% SLPP LISPROJECTO SADOPORT 85% 100% TRANSITIBER AR) TAKARGO 100% AM) 25% TRANSITEX LITUÂNIA 42,5% NOVA BEIRA 50% ME - IRLANDA SERVICES 100% GLAN AGUA IRLANDA N) 50% 2% RELEVANTE FUNÇÃO 100% 50% CENÁRIOS D'OURO H) 70% TABELLA HOLDING (HOL) 67% 46,25% 73% 20% AMBIBATALHA EUROPE SA(POL) 100% M-E KRUSZYWA (POL) 15% 85% 50% 100% 30% 100% EKOSRODOWISKO POLÓNIA FERROVIAS BRASIL 34% SO TYSOWSKA PROJECT (POL) HIFER (ESP) ENVIROIL 80% 50% N) TRAVERSOFER (ARGÉLIA) 99,92% AG) 100% ME-INVESTITII (ROM) 40% SRI 100% PIASTOWSKA (POL) 73,91% CORREIA&CORREIA 60% KOZIELSKA (POL) GERFER 100% 60% WILANOW PROJECT DEVELOPMENT (POL) INOVIA ME SRODOWISKO POLÓNIA 100% DMOWSKIEGO PROJECT (POL) TECNOCARRIL 50% AGIR W) 100% FERROVIAS AP) 37,5% MOTA-ENGIL CENTRAL HOLDINORTE SIGA CITRAVE ASINTER JASZ VASUT (HUN) C) 10% ENERSERRA 33% VESTIPARQUE AENOR DOURO INTERIOR AH) INDIMO 50% EMOCIL (MOÇAMBIQUE) 80% OPERANOR DOURO INTERIOR AI) 30% CONCES. AUTOPISTA PEROTE XALAPA AI) MKC (USA) É MOTA MAURÍCIAS ME PROPERTY INVESTMENTS (POL) FIBREGLASS (MOÇAMBIQUE) 50% K) 100% BICSKE PLAZA (HUN) CIMERTEX & Cª 100% MOTA-ENGIL FLORIDA 40% Notas: a) Vortal também detida em 20,38% pela MEEC b) Tratofoz também detida em 1% pela SUMA c) Jasz Vasut também detida em 30% pela ME Central Europe, SA d) Socarpor SGPS detém 2,34% de acções próprias EQUIMETRAGEM 100% 90% JEREMIASOVA PROJECT (CZE) ASCENDI SA 8,85% 100% FABRITUBO TRANSPORLIXOS AE) 60% ASCENDI SGPS 100% 100% KORDYLEWSKIEGO PROJECT (POL) AD) 80% 100% 100% BERGAMON (SVK) MOMASOTECO 100% CONST. PEROTE XALAPA (MÉXICO) WILENSKA PROJECT (POL) 50% GESTIPONTE LUSOLISBOA 95% ME SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE 50% ME REAL ESTATE MANAGEMENT(POL) 100% KILI SKIEGO PROJECT (POL) GROSSIMAN (ESP) TRIU SA TURALGO 50% 100% 100% 100% OPERADORA LUSOLISBOA COSAMO M-INVEST TRNAVSKA (SVK) MAMAIA (ROM) 100% 38,0% LUSOPONTE 51% 30% 50% 24% TRADELSU (ESP) 100% 100% MOTA VISO 36,09% IMOLAP M-INVEST MIEROVA (SVK) TÉTÉNYI PROJECT DEVELOP (HUN) CRESPO (ESP) INVESTAMBIENTE 100% 50% 100% 18% METRO, TRANSPORTES SUL 50% M-INVEST SLOVAKIA ZOLD-PROJECT 2 (HUN) 50% EMASA 5% REALMOTA (CZE) 100% ZSOMBOR (HUN) 100% SEDENGIL 33% 52% TERSADO 70% TMB RESIGES 33% IBEROCARGO RAIL G) 100% Q) 50% 100% CORGIMOBIL J) 100% 100% NADOR OBOL (HUN) 7,2% OPERADORA GP 33,3% M-INVEST DEVONSKA (CZE) 100% CPTP 70,17% 50% 95% TRANSITEX MOÇAMBIQUE 100% AQ) LUSOSCUT GP EDIFÍCIO GALIZA 95% 90% ENGEBER (HUN) IBERFIBRAN REAL VERDE 70% 100% AO) 20% HAÇOR 95% ECODETRA 40% TERMINALES PORTUARIOS 100% NOVAFLEX 49% TRANSITEX 60% TRANSTER (GUINÉ BISSAU) VISTA WASTE 100% GUIPORT (GUINÉ BISSAU) 15% TTRM LISCONT 15% PREFAL (ANGOLA) M-INV BARRANDOV (CZE) SAMPAIO (HUN) NORTEDÓMUS 41% AN) 5% 90% 36,1% 80% CARDOSO,RIBEIRO ANTERO NOVICER (ANGOLA) M-INVEST JIHLAVSKA (CZE) 100% 18% 7,2% OPERADORA BLA 5% 70% 90% OBOL XI (HUN) 100% VISTA WATER 50% 85% GUIFLORA AMBIGERE 50% E. AGRÍCOLA E FLORESTAL 87,5% 50% 80% 5% 90% M-INVEST PORTUGALIA (CZE) BAY TOWER (HUN) 99% 95% 80% M-INVEST BOHDALEC (CZE) 99% MATIPREL 45% 30% 36,1% LUSOSCUT BLA 100% AURIMOVE ICER (ANGOLA) 90% BAY PARK (HUN) RENTACO 70% 80% M-INVEST (CZE) BAY WELL (HUN) 7,2% OPERADORA CP MOTADOMUS 100% 99% MIL E SESSENTA SOCIBIL MORAVSKÉ (CZE) AL) 80% 100% AUTO-SUECO ANGOLA 70% 36,1% LUSOSCUT CP 70% EDIPAINEL 25,5% 96,67% 99% 100% CIMERTEX ANGOLA 7,0% OPERANOR PLANINOVA S) 50% MOTA-ENGIL ENGINEERING, A.S. AENOR 80% 100% RENTACO ANGOLA ME CENTRAL EUROPE CESKA REP (CZE) BAY 6.3 (HUN) M) 100% SONAUTA ANGOLA 100% BAY OFFICE (HUN) PROBIGALP 100% VISTA MULTI SERVICES ECOLEZÍRIA AC) LOKEMARK MULTITERMINAL 49% 24,50% 70% 31,25% RICA 60% PTT SOTAGUS 100% AQUALEVEL 99% ME REAL ESTATE PORTUGAL 100,0% ME CENTRAL EUROPE SLOVENSKA REP(SVK) 35,11% O CALÇADAS DO DOURO 97,5% 84,00% 99% VISTA SA AMBILITAL R) 10% V) 40% MOTA-ENGIL PAVIMENTAÇÕES 49% PROEMPAR 50% TRACEVIA ANGOLA ÁGUAS DE S. JOÃO CITRUP B) 26% SADOMAR 50% 20% SUMA MATOSINHOS 30% TRATOFOZ 100% GT INVEST MOÇAMBIQUE 50% B) 98,99% SEA ROAD X) 85% TRATOFOZ 3,4% 100% HUNGÁRIA HOTEL (HUN) OBOL INVEST (HUN) 60% 100% 100% 30% TRACEVIA INDAQUA VILA DO CONDE Z) SUMA DOURO 100% CHINALOG AF) 98% F) TRANSLEI (PERU) ME MAGYARORSZAG, KFT (HUN) 100% 100,0% MOTA INTERNACIONAL 100% 99,9% METROEPSZOLG (HUN) MOTA-ENGIL PROJECT 1 (HUN) CAPSFIL 10% 97,5% INDAQUA MATOSINHOS ZRT (HUN) 100% E) ME MAGYARORSZAG, 100% 99,9% ME REAL ESTATE HUNGARY (HUN) 100% CERÂMICA DE BOIALVO 93% 100% 100% 42,5% 5% 100% 78,30% AA) 99,86% INDAQUA FEIRA 50% NORCARGAS 99,99% 100% EUROPE, SGPS 100% ME BETÃO E PRÉ-FABRICADOS INDAQUA FAFE RESILEI 10% MOTA-ENGIL CENTRAL 100% INDAQUA STO.TIRSO 50% E.A. MOREIRA 50,0% 96,46% 66,7% 100% 35,0% 0,01% RIMA MANVIA 100% 6,0% ERSUC 90% 50% HIDROCONTRATO SUMA PORTO EMSA 100% BERD 100,0% 85% BEIRATIR 24,79% INDAQUA SUMA 100% SOCARPOR AVEIRO 100% 50,05% MEAS II D) 75% TERNOR 61,5% 18,08% MTS - METRO, TRANSPORTES DO SUL e) Indaqua-Feira também detida em 1% pela MEEC f) Cerâmica de Boialvo também detida em 85,04% pela MGP e em 1,71% pela Matiprel g) Corgimobil também detida em 25,305% pela ME Real Estate Portugal h) Cenários do Douro também detida em 1,5% pela RTA e em 1% pela SGA i) Socarpor Aveiro detém 14,85% de acções próprias j) Prefal também detida em 20% pela ME-Betões e pré-fabricados k) Jeremiasova Project também detida em 10% pela MECE Ceska Republika l) SGA também detida em 0,28% pela MEEC m) Translei também detida em 0,10% pela MEEC n) Correia & Correia detém 20% de Quotas Próprias o) Sols e Solsuni detêm 5% de Acções Próprias p) Ternor também detida em 3,61% pela EA Moreira e em 0,27% pela Tertir q) Takargo também detida em 30% pela Ferrovias r) Proempar também detida em 26% pela MEEC s) Rentaco Angola também detida em 2,5% pela EMASA t) Mota-Engil SGPS detém 3,96% de acções próprias u) Tertir também detida em 2,6% pela Liscont e detém 0,26% de acções próprias v) Tracevia Angola também detida em 20% pela Mota-Internacional w) Mota-Engil Central Europe, S.A. também detida em 16,25% pela Mota-Engil Real Estate Managment x) GT Inv Int SGPS também detida em 10% pela MEAS MOTA CHEONGKONG y) GT Invest Guiné Bissau também detida em 10% pela Guiport (Guiné Bissau) 60% z) Indaqua Vila do Conde também detida em 0,8572% pela MEEC MOTA-ENGIL IRLANDA aa) TCL também detida em 20,41% pela TEN ac) PTT também detida em 10% pela MEEC ad) LusoLisboa detida em 36,09% pela ME Engenharia ae) Operadora LusoLisboa detida em 7,218% pela MEEC af) Indaqua Matosinhos também detida em 1% pela MEEC ag) SRI também detida em 0,08% pela Enviroil ah) AENOR Douro Interior também detida em 37,08% pela MEEC ai) Operanor Douro Interior também detida em 7,42% pela MEEC e em 1,77% pela MECT ak) VBT também detida em 50 % pela Vibeiras al) Edipainel também detida em 30% pela MEEC am) Transitex Moçambique também detida em 5% pela GT SGPS an) Novicer também detida em 10% pela EMASA ao) Vista Water também detida em 49% pela SUMA ap) Citrave também detida em 1% pela SUMA Esposende e em 1% pela Novaflex aq) Haçor também detida em 20% pela MEEC ar) Terminales Portuarios Euroandinos também detida em 10% pela Translei relatório de sustentabilidade 2009 26 04 apresentação e perfil do Grupo 04.3.5 presença no mercado O Grupo Mota-Engil, através da sua área de negócios de Engenharia e Construção, está presente em 19 países de três continentes. Apresenta-se, em seguida, um conjunto de indicadores ilustrativos da presença do Grupo no mercado. Vendas e Prestação de Serviços por Área de Negócio 79% engenharia e construção 16% ambiente e serviços Vendas e Prestação de Serviços por Mercado Geográfico 64% península ibérica 24% áfrica e América 12% europa central 5% concessões de transportes A área de negócios de Engenharia e Construção continua a ter um peso expressivo no Volume de Negócios do Grupo, representando 79% do volume global em 2009. O contributo, em termos relativos, de cada área de negócio, para o volume global manteve-se relativamente constante face ao verificado em 2008. O volume de vendas e serviços prestados pela Mota-Engil cresceu nos mercados da Península Ibérica (15%) e nos mercados África e América (33%). Por oposição, verificou-se uma quebra de actividade nos mercados da Europa Central, em cerca de 12%. Desta forma, os mercados da África & América viram aumentar o seu contributo para o volume de negócios de 20% para 24%, decrescendo quase na mesma proporção o mercado da Europa Central - dado que a Península Ibérica manteve sensivelmente o seu contributo para o volume de negócios. relatório de sustentabilidade 2009 27 04 apresentação e perfil do Grupo Investimento por Área de Negócio 04.3.6 dimensão 61% concessões de transportes 22% engenharia e construção 17% ambiente e serviços O Grupo Mota-Engil apresenta, em termos de dimensão, um conjunto de indicadores relativos aos seus trabalhadores, volume de vendas e prestação de serviços, investimento, capitalização total e montante dos activos. Colaboradores por Empresas Nacionais, Estrangeiras e Sucursais 47% empresas nacionais A MOTA-ENGIL aumentou globalmente o seu investimento líquido em quase 89%. Este acréscimo deveu-se aos significativos investimentos realizados nas áreas de Concessões de Transportes (+ 254%) e Ambiente e Serviços (+ 31%). Este forte ritmo de investimentos nas outras áreas de negócio faz com que o peso da área de Engenharia e Construção tenha decaído nos últimos anos, representado em 2009 cerca de 22%. 32% sucursais 21% empresas estrangeiras relatório de sustentabilidade 2009 28 04 apresentação e perfil do Grupo Colaboradores por Mercados Geográficos Colaboradores por Mercados Geográficos (nº) Península Ibérica e Europa 9.352 África e América 7.900 Europa de Leste 2.049 48% península ibérica e europa 41% áfrica e américa 11% europa de leste 0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 Colaboradores por País (nº) O número global de colaboradores na Mota-Engil cresceu cerca de 8,6% em 2009. Este crescimento foi ligeiramente inferior na Península Ibérica (8,3%) face aos outros mercados (9,0%). 9.096 portugal angola 4.088 1.766 malawi 1.721 polónia Assim, em 2009, acabou por reforçar-se ligeiramente a tendência, verificada em 2008, de a maioria dos colaboradores deixar de estar na Península Ibérica, evidenciando a determinação do Grupo em tornar-se um universo empresarial cada vez mais global. 927 moçambique 835 perU rEp. checa irlanda 141 139 espanha 114 argélia 104 cabo verde 92 hungria 83 roménia 76 s. tomé 65 eslováquia 27 eua brasil 20 3 holanda 3 lituânia 2 Em Desembro de 2009, a Mota-Engil tinha 19.302 colaboradores, dos quais cerca de 47% em Portugal. Os quatro mercados mais significativos representam cerca de 86% do seu efectivo. 10000 relatório de sustentabilidade 2009 29 04 apresentação e perfil do Grupo Evidencia-se, no triénio, a quebra do peso do investimento na área de Engenharia e Construção - representava 55% do investimento total em 2007, reduziu-se para 44% em 2008, e caiu para 22% em 2009. Vendas e Prestação de Serviços por Área de Negócio (milhões de euros) 2009 Desta forma, e dado o importante investimento feito em 2009 nas Concessões de Transportes, estas passaram a representar cerca de 61% do Investimento Total do Grupo, no final do ano. 2008 Esta alteração evidencia a intenção clara do Grupo em reforçar o seu esforço de diversificação, aumentando o investimento em outras áreas de negócio para além da Engenharia e Construção. 2007 0 500 engenharia e construção 1000 ambiente e serviços 1500 2000 2500 concessões de transportes Capitais Empregues O volume de negócios da Mota-Engil aumentou em cerca 14% em 2009. Este acréscimo acabou por ser determinado pelo ritmo de crescimento das áreas de Engenharia e Construção (15%) e Ambiente e Serviços (16%), dado que a área de Concessões de Transportes manteve praticamente o volume de actividade verificado em 2008. (milhões de euros) TOTAL engenharia e construção ambiente e serviços Investimento por Área de Negócio (milhões de euros) concessões de transportes 0 2009 capital próprio 500 1000 1500 2000 endividamento 2008 O capital empregue pelo Grupo está aplicado maioritariamente na área das Concessões de Transportes, evidenciando o esforço de investimento nesta área. 2007 0 100 engenharia e construção 200 ambiente e serviços 300 400 concessões de transportes 500 relatório de sustentabilidade 2009 30 04 apresentação e perfil do Grupo 04.3.7 estrutura accionista A identidade dos principais accionistas, a percentagem de capital detida por estes e as alterações à estrutura de capitais ocorridas durante o ano de 2009, podem ser consultadas a páginas 165 e 173 do Relatório e Contas Consolidadas da Mota-Engil SGPS, SA, acessível através do website www.mota-engil.pt. A Mota-Engil no Mundo Portugal Espanha Irlanda Polónia República Checa Eslováquia Hungria Roménia Turquia Venezuela Cabo Verde S.Tomé e Príncipe Angola Malawi Moçambique Estados Unidos México Peru Brasil relatório de sustentabilidade 2009 31 04 apresentação e perfil do Grupo 04.4 áreas de negócio 04.4.1 engenharia e construção INTRODUÇÃO O Grupo Mota-Engil, através da sua área de negócios de Engenharia e Construção, é líder de mercado em Portugal. Compreende, além disso, o negócio imobiliário e um conjunto de valências e segmentos de especialização que actuam, quer como suporte às áreas de actividade principais, quer como negócios autónomos no seu relacionamento com o mercado. Através do conjunto das suas empresas participadas, actua igualmente em segmentos de especialização ou em contextos de mercado específicos. Indicadores Financeiros Vendas e Prestações de Serviços Obras em Curso A Mota-Engil Engenharia, face ao seu peso específico no portefólio de negócios do Grupo, detém um papel essencial no seu desenvolvimento empresarial. Detentora de um conjunto de valências especializadas em todos os segmentos da engenharia e da construção, a Mota-Engil Engenharia ambiciona manter a sua liderança em Portugal, a par do reforço da sua presença nos mercados internacionais, num quadro de internacionalização e expansão que lhe permite já hoje estar presente em 19 países. A Mota-Engil Engenharia desenvolve as suas actividades através da sua marca principal Mota-Engil Engenharia e Construção, SA e das suas empresas participadas em Portugal e no estrangeiro. A Mota-Engil Engenharia e Construção, SA engloba dois segmentos de actividade principais que constituem o núcleo central do negócio de engenharia e construção — construção de infra-estruturas e edifícios —, actuando como sub-holding do Grupo Mota-Engil para toda a área de Engenharia e Construção. € 1,7 mil milhões Carteira de Encomendas € 3,2 milhões mais de 300 em 19 países MOTA-ENGIL ENGENHARIA E CONSTRUÇÃO, SA 1. VISÃO, MISSÃO, VALORES E ESTRATÉGIA A Mota-Engil Engenharia, no âmbito do Plano “Ambição 2013”, assume com determinação os grandes desafios de afirmação da sua liderança no mercado em Portugal e o reforço da internacionalização da sua actividade. Inserida num contexto globalizado com muitas incertezas, a Mota-Engil Engenharia orienta a sua actividade base nas seguintes premissas: Missão Criar valor no respeito pela comunidade e pelo futuro. Visão Ser reconhecida como empresa de excelência na engenharia e construção. relatório de sustentabilidade 2009 32 04 apresentação e perfil do Grupo Valores • Compromisso e Responsabilidade Obrigação e empenho no cumprimento dos objectivos; • Competência e Rigor Saber fazer com exactidão todas as tarefas; • Integridade Actuar em estrita conformidade com as normas do meio em que nos inserimos; • Sustentabilidade Satisfazer as necessidades do presente sem comprometer o amanhã; • Empreendedorismo Busca de novas oportunidades e desafios; • Solidariedade e Coesão Partilhar direitos e obrigações, fortalecendo o espírito de equipa. Estratégia As linhas de desenvolvimento da Mota-Engil Engenharia, traçadas para os anos que se seguem, contemplam cinco eixos estratégicos: • Reforçar a liderança e a notoriedade da Marca em Portugal, apontando metas ambiciosas nos projectos do Programa Nacional de Infra-estruturas; • Reforçar a posição de referência no mercado de Angola, promover o crescimento sustentado dos mercados de Malawi e Moçambique e procurar novas oportunidades em África; • Consolidar a exploração da Europa Central. A Mota-Engil Central Europe assume-se como uma plataforma Mota-Engil na Europa Central, com enfoque no reconhecimento como empresa de referência e de excelência na região; • Promover o crescimento sustentado no Peru e potenciar a actividade nas Américas, nomeadamente no México, no Brasil e na Colômbia; • Desenvolver novas áreas de negócio, nomeadamente mineração, produção de materiais, nichos tecnológicos, reabilitação, túneis, etc. 2. ACTIVIDADES PRINCIPAIS Infra-Estruturas · Aeroportuárias · Aterros Sanitários · Ferroviárias (Obra Arte, Obra Geral, Túneis) · Hidráulicas (Barragens, Canais, Condutas, Emissários, ETA, ETAR, Túneis) · Portuárias . Rodoviárias (Obra Arte, Obra Geral, Túneis) . Urbanas (Abastecimento Água, Arruamentos, Saneamento) Construção Civil . Agrícola . Edifícios Públicos e Outros . Escolas . Escritórios e Comércio . Habitação . Hospitais . Industrial . Reabilitação de Edifícios . Silos e Chaminés relatório de sustentabilidade 2009 04 apresentação e perfil do Grupo Negócio Imobiliário · Habitação · Escritórios · Comércio · Centros de Negócios 3. SEGMENTOS ESPECIALIZADOS Agregados/Pedreiras A Mota-Engil Engenharia e Construção, SA dispõe de uma experiência de quase 50 anos na produção de agregados. Os primeiros centros de produção funcionavam geralmente associados à execução de uma obra que necessitasse de agregados ou enrocamentos e encerravam sempre que a obra terminava. A partir do início dos anos 90, estavam criadas as condições para a manutenção permanente da actividade nas pedreiras. Aproveitando os meios existentes, desenvolveu-se uma estratégia de acompanhamento dos projectos em execução e de cobertura das principais regiões consumidoras de agregados com uma organização flexível, competitiva e inovadora. As preocupações com o ordenamento do território, a qualidade da rocha, a facilidade de acesso e o mercado regional e local figuram entre os critérios que presidiram à localização dos centros de produção. Neste momento a Direcção de Agregados da Mota-Engil, SA explora 16 centros de produção em Portugal: 14 pedreiras em produção, uma pedreira em recuperação paisagística com enchimento total e uma instalação de britagem e classificação na trituração de escombros provenientes da produção de blocos para rocha ornamental. 33 A Mota-Engil Engenharia e Construção através da sua direcção de agregados, é um dos líderes no sector português de rochas industriais. Betão e Pré-Fabricados Através da sua área de Betão e Pré-Fabricados, a Mota-Engil Engenharia e Construção tem como principais áreas de intervenção, no domínio dos betões, a concepção, o fabrico e o transporte de betão de ligantes hidráulicos e de argamassas prontas; e, no domínio da pré-fabricação, a concepção, o fabrico e a montagem de produtos pré-fabricados, em betão, de porte médio e pesado, dedicando-se ainda à aplicação de pré-esforço “in situ”. Actualmente, a empresa opera cerca de 18 centrais de betão pronto em todo o País, 70 autobetoneiras, 10 autobombas, 2 fábricas de pré-fabricação (Nelas e Rio Maior) e um armazém/oficina para a área de pré-esforço in situ (Maia). Na área do betão, a empresa está especialmente habilitada para a produção de betões de elevado desempenho, desenvolvendo produtos ajustados a cada projecto e às necessidades dos seus clientes. Tem igualmente vindo a estabelecer parcerias com entidades externas de grande prestígio, o que lhe permite a intervenção em nichos de mercado que exigem soluções altamente especializadas, em particular no domínio dos betões especiais. Na área da pré-fabricação, apresenta uma gama diversificada de produtos no sector das estruturas pré-fabricadas, nomeadamente painéis de fachada, estrutura de edifícios, túneis, vigas pré-esforçadas, muros de suporte de terra, reservatórios, barreiras acústicas, “box-culvert”, optiquadros, vigas caixão, a par de outras soluções orientadas para construção civil e obras públicas. A empresa estuda ainda soluções integradas para a construção final de edifícios, túneis, passagens inferiores e superiores, muros, reservatórios / ETAR, viadutos e pontes. relatório de sustentabilidade 2009 34 04 apresentação e perfil do Grupo No domínio da aplicação de pré-esforço “in situ”, a empresa intervém neste segmento de especialização em diversos tipos de obras, tais como: viadutos especiais e pontes por cimbre ao solo, cimbre autolançável ou avanços sucessivos; passagens superiores e inferiores; edifícios (vigas, lajes ou paredes de grande desenvolvimento); depósitos de água e estações de tratamento de águas residuais; vigas pré-fabricadas; e outras. No início de 2009, a empresa obteve a certificação do controlo de produção de betão das suas centrais segundo a norma NP EN 206-1:2007. O desenvolvimento comercial deste segmento de negócio encontra-se organicamente suportado na empresa participada Mota-Engil Betão e Pré-Fabricados, resultante da fusão entre as participadas Maprel e Qualibetão. Fundações e Geotecnia A Direcção de Fundações e Geotecnia da Mota-Engil Engenharia é especializada em obras de fundações e estudos geotécnicos, com mais de 1.000 obras realizadas em todo o território nacional. Esta área de negócio resultou da união das Fundações Especiais e da Geotecnia, em Janeiro de 2009, embora estes departamentos já tenham estado juntos no passado. Os trabalhos de fundações, realizados tanto para obras pequenas (ex. residências), como para obras de médio e grande porte (ex. indústrias, edifícios comerciais, viadutos, etc.) respondem às mais variadas necessidades do mercado, sendo as microestacas; estacas moldadas “in situ”, com diâmetros de 400 a 2000 mm; paredes moldadas; contenções “Berlim”; ancoragens provisórias e definitivas; betão projectado; pregagens; injecções; e instrumentação geotécnica as principais actividades desenvolvidas neste âmbito. Por outro lado, a valência da geotecnia oferece um vasto conjunto de serviços especializados para o reconhecimento de maciços, com a execução de sondagens mecânicas; prospecção geofísica e ensaios “in situ”, georradar e geotecnia ambiental, com a amostragem de solos e águas subterrâneas eventualmente contaminadas, bem como estudos hidrogeológicos e execução de furos de pesquisa e captação de águas. No segundo semestre de 2005, a Direcção de Fundações e Geotecnia iniciou o processo de internacionalização, com a entrada em Espanha, onde já realizou mais de 100 obras. Como resultado da contínua procura de novos mercados, o ano de 2006 marcou o arranque de actividades na Polónia e o segundo semestre de 2007 a sua primeira obra na Roménia. É objectivo desta Direcção atingir a qualidade do produto final com eficiência, segurança e produtividade, satisfazendo as exigências contratuais e legais assumidas, as expectativas do cliente e a necessidade de corresponder às aspirações dos seus colaboradores e ao desenvolvimento da empresa. Laboratório Central A Mota-Engil Engenharia, como maior construtora nacional, foi pioneira na implementação de um sistema de controlo de qualidade interno com a criação do Laboratório Central (LABC), que coordena funcionalmente diversos laboratórios de obras e centros de produção de agregados, distribuídos pelo País. Este apoio estende-se a todas as delegações e obras no estrangeiro, bem como às diversas empresas associadas do Grupo Mota-Engil. Com 22 anos de experiência, o LABC tem desenvolvido a sua actividade na perspectiva de ser reconhecido como um dos laboratórios de referência nacional, apostando numa estratégia de gestão direccionada para a melhoria contínua e garantia de satisfação do cliente. relatório de sustentabilidade 2009 35 04 apresentação e perfil do Grupo Este departamento da Mota-Engil Engenharia apresenta-se como uma unidade prestadora de serviços na área da geotecnia e do controlo de qualidade de obras e materiais de construção, nomeadamente na caracterização de solos, agregados, ligantes hidráulicos e betuminosos e misturas hidráulicas e betuminosas; estudos de formulação de misturas betuminosas e hidráulicas; estudos de dimensionamento de pavimentos rodoviários; instrumentação e auscultação de pavimentos em serviço; e ensaios de medição de ruído ambiental e laboral. O Laboratório Central tem vindo ainda a desenvolver um conjunto de novas técnicas construtivas e de valorização de resíduos, tirando partido da sua larga experiência e conhecimento nas áreas em que intervém. O LABC desenvolve cerca de 200 ensaios diferentes, dispondo de uma equipa técnica jovem, dinâmica e bastante motivada, como também de tecnologia e equipamentos de última geração, acompanhando de perto a evolução no sector. A aposta na formação contínua permite dotar o LABC de profissionais altamente qualificados de acordo com nível de qualidade exigido pelos nossos clientes. O LABC obteve o seu certificado de acreditação n.º L0315, em 18 de Fevereiro de 2003, de acordo com a norma NP EN ISO/IEC 17025. Este certificado, concedido pelo IPAC - Instituto Português de Acreditação abrange ensaios nas áreas de solos, agregados, ligantes betuminosos, misturas betuminosas, rochas e acústica. Electromecânica O sector electromecânico tem por missão, no âmbito da Mota-Engil Engenharia e Construção, SA, realizar trabalhos nos domínios da execução, remodelação e ampliação de instalações eléctricas de média, alta e muito alta tensão, bem como a execução e a manutenção de instalações de baixa tensão. Actua ainda no domínio da execução, remodelação, ampliação e manutenção de instalações mecânicas, AVAC e sistemas de gestão técnica e automação. A atestar a sua reconhecida capacidade técnica, desenvolve uma importante parcela da sua actividade junto de clientes exteriores ao Grupo Mota-Engil, executando trabalhos no âmbito de distribuição e transporte de energia eléctrica, instalações eléctricas de baixa tensão em edifícios e projectos de AVAC, destacando-se ainda na execução de projectos electromecânicos. Em Dezembro de 2009, a Direcção de Electromecânica da Mota-Engil alcançou o primeiro lugar no “rating” da REN – Rede Eléctrica Nacional – na classe de Instalação Eléctrica Geral. Este “rating” reflecte a qualidade de cada fornecedor e assenta na análise de um conjunto de determinantes, nomeadamente a qualidade da execução das obras e das equipas, a gestão dos aprovisionamentos e subfornecedores e a qualidade das propostas comerciais. Rochas Ornamentais Esta nova área da Mota-Engil Engenharia dedica-se à transformação e comercialização de rochas ornamentais destinadas à construção. Desenvolve a sua acção de fabrico e comércio de artigos de mármore e outras rochas similares, transformando blocos ou chapas de rochas, tanto nacionais como importadas, contribuindo para a execução de projectos de referência, não só a nível nacional como internacional. Exerce também outras actividades importantes, tais como a pesquisa de novas cores e formações geológicas únicas ou as soluções, “standard” ou por medida, imediatas ou progressivas, para todas as necessidades decorativas de qualquer tipo de obra (cantarias, fachadas, revestimentos interiores, escadas, salas de banho ou cozinhas, entre outros, com produtos de elevado valor estético e de grande exigência de acabamentos). relatório de sustentabilidade 2009 36 04 apresentação e perfil do Grupo 4. PRINCIPAIS EMPRESAS PARTICIPADAS EM PORTUGAL A CPTP opera no mercado desde 1930, tendo assumido a designação actual em 1945. Constituída em 1988 e passando a integrar o Grupo Mota-Engil a partir de 2000, a Ferrovias detém competências especializadas e capacidade industrial no domínio das obras públicas ferroviárias. Em 2003, a CPTP foi adquirida pelo Grupo Mota-Engil. Trata-se de uma empresa especializada e com uma posição de liderança no sector das obras marítimas em Portugal, demonstrando inequívoca capacidade em dar resposta a todo o tipo de desafios tecnológicos e de mercado neste sector de especialização. Desde a data da sua fundação, a CPTP tem vindo a marcar presença constante em obras portuárias de referência ao longo de toda a costa continental portuguesa e nos arquipélagos da Madeira e dos Açores. Das grandes obras de renovação, construção e manutenção da superestrutura da via férrea, diversificou sucessivamente para outras áreas das instalações fixas como a catenária, a construção civil, a reparação de estruturas especiais, o fabrico e tratamento de travessas de madeira, e a deservagem química, tendo participado em quase todas as grandes obras nacionais de carácter ferroviário. Com intervenções realizadas em todos os portos portugueses, nas mais diversas especialidades, a CPTP é hoje reconhecida como uma empresa de engenharia com competências em todos os segmentos de obras marítimas, de que se destacam: a hidráulica marítima e fluvial e a protecção costeira e fluvial; a construção de portos marítimos e fluviais; exutores submarinos; barragens; aproveitamentos hidráulicos e hidroeléctricos; dragagens de estabelecimento e de manutenção; quebramento e dragagem de rocha submersa; cravação de estacas metálicas e outras; e execução de ensecadeiras. As soluções, globais ou por medida, imediatas ou progressivas, que a Ferrovias propõe aos seus clientes apoiam-se numa sólida estrutura de investigação e desenvolvimento de projectos, assistida por departamentos e divisões multidisciplinares, reconhecidas pelas várias entidades, públicas e privadas, com as quais trabalha. Assim, a empresa acompanha as necessidades de cada projecto, incluindo a Rede de Alta Velocidade, adaptando-se às suas diferentes fases com uma gestão simultaneamente flexível, rigorosa e eficiente. Dispõe da mais avançada tecnologia de equipamentos existente no mercado, convertendo-a na única empresa portuguesa do sector apta a trabalhar nas bitolas métrica, ibérica e internacional. A CPTP obteve, em 2005, a certificação do seu Sistema de Gestão da Qualidade e, em Julho de 2008, a certificação do seu Sistema de Gestão Ambiental. Em termos internacionais, a Ferrovias desenvolve diversas actividades desde 1997, tendo realizado obras de via de grande dimensão no Chile, no Brasil e na Argentina. relatório de sustentabilidade 2009 37 04 apresentação e perfil do Grupo Uma visão prospectiva das alterações estruturais no mercado do caminho-de-ferro e a consciência da necessária convergência ibérica em matéria de Alta Velocidade conduziram à consolidação das actividades da Ferrovias em Espanha. Através da sua participada Hifer, trabalha mercados de oportunidade como a Turquia. Em África, a par do desenvolvimento de actividade na Argélia, estuda possibilidades de negócio em Angola, Moçambique e Malawi. A Ferrovias tem o seu sistema integrado de Gestão da Qualidade, Ambiente e Segurança certificado desde 2006. A Mota-Engil Pavimentações, SA resultou da alteração da denominação da Probisa efectuada a partir de 1 de Fevereiro de 2008. Foi o culminar de um processo que envolveu a compra, pelo Grupo Mota-Engil, de 50% da empresa à sua congénere espanhola Probisa-Tecnologia y Construcción S.A. A Mota-Engil Pavimentações é criada em pleno crescimento do Grupo Mota-Engil, e como resposta às necessidades internas e externas da organização. Nesse contexto, a nova empresa é herdeira das tradições, do conhecimento e da capacidade técnica da Probisa, que desenvolvia a sua actividade desde 1986. A Mota-Engil Pavimentações tem como missão: fabricar e aplicar misturas betuminosas a quente e a frio com o mínimo de consumo de energia; efectuar a reciclagem de pavimentos e a estabilização de solos; proceder à beneficiação e manutenção de redes viárias com técnicas relacionadas com a aplicação de microaglomerado e revestimento superficiais; ter uma presença no mercado reconhecida como inovadora na apresentação de soluções novas com mais-valias para os seus clientes. A Mota-Engil Pavimentações, SA tem vindo, ao longo destes anos, a cumprir com um dos seus mais importantes desígnios – a permanente e sustentada busca do equilíbrio entre a protecção ambiental e o desenvolvimento económico. Nesta perspectiva, e acompanhando as novas e crescentes exigências e desafios no contexto do mundo actual, a Mota-Engil Pavimentações tem procurado situar-se na vanguarda da inovação como factor fundamental para sustentar a vantagem competitiva. Com a utilização de tecnologias de pavimentação a frio, Mota-Engil Pavimentações tornou-se rapidamente líder de mercado nesta área. As tecnologias de pavimentação a frio utilizam emulsões de betume à temperatura ambiente, o que reduz substancialmente as emissões de CO2 para a atmosfera, implicando um reduzido consumo de energia. A Mota-Engil Pavimentações está a estudar a hipótese de ser pioneira, em Portugal, numa nova técnica de reciclagem de pavimentos existentes, uma vez mais com enormes vantagens na preservação do ambiente. Em 2009 foi dada prioridade à implementação do Sistema de Gestão da Qualidade e da Segurança, no âmbito de “Fabrico e Comercialização de Misturas Betuminosas” e “Pavimentação de Estradas, Auto-Estradas e Pistas de Aeroportos e Aeródromos”, relatório de sustentabilidade 2009 38 04 apresentação e perfil do Grupo tendo obtido a Certificação pela APCER segundo os referenciais normativos NP EN ISO 9001:2008 (Sistema de Gestão da Qualidade) e NP 4397/OHSAS 18001 (Sistema de Gestão da Segurança). A Rentaco foi constituída em 1989 para operar na actividade de aluguer de equipamentos de construção, com especial destaque para as autogruas. Exerce actualmente a sua actividade no sector do aluguer de gruas automóveis, gruas-torre, ferramentas eléctricas, fresadoras, monoblocos, pré-fabricados, redes de vedação, mini-pás carregadoras e mini-escavadoras. No que respeita ao aluguer de equipamentos para construção, dispõe de um vasto parque circulante, incluindo um dos mais modernos parques de autogruas do País, e de um leque muito alargado de serviços, dispondo, em qualquer momento, de equipamentos modernos, seguros e operados por profissionais altamente qualificados, aptos a satisfazer, de forma flexível e economicamente optimizada, qualquer tipo de necessidades. cargo”, desde a carga geral aos equipamentos de grande porte, incluindo ainda o parqueamento e a movimentação. Cumpre assinalar, em 2007, o início da internacionalização da Rentaco, através do aluguer de cinco gruas-torre a um consórcio na Roménia integrando a Mota-Engil Investiti, e ainda apoio técnico e logístico à Rentaco Angola — empresa constituída neste país para actuar inicialmente no ramo dos transportes de produtos betuminosos e de aluguer de gruas automóveis, podendo expandir, mais tarde, para negócios afins. Em 2006, a Rentaco renovou e tornou extensiva a todas as suas áreas de actividade a certificação do seu Sistema de Gestão da Qualidade. A Tracevia iniciou a sua actividade em 1981, na área da sinalização horizontal, a que se seguiu a área da sinalização vertical, e é actualmente umas das maiores empresas do sector da sinalização a actuar em Portugal. No segmento das ferramentas eléctricas e fruto de um acordo de parceria com a Hilti Portugal, fabricante de renome mundial, a Rentaco oferece um serviço de colocação imediata nos locais e nas condições pretendidas, para além de toda a assistência técnica e logística. No domínio da sinalização horizontal, está equipada para proceder à aplicação de marcas com todo o tipo de produtos. No capítulo da sinalização vertical, como área de excelência da Tracevia, o seu conhecimento e experiência têm-lhe permitido ver o seu nome associado a uma parte significativa da sinalização implantada na rede viária portuguesa. A Rentaco presta ainda serviços no domínio do transporte público rodoviário de mercadorias com motorista e em regime de “rent a Com um enfoque especial na estrada e na segurança rodoviária, a empresa alargou o seu âmbito de actuação, investindo em relatório de sustentabilidade 2009 39 04 apresentação e perfil do Grupo áreas-chave. Para além das áreas tradicionais, nas quais possui mais notoriedade – sinalização horizontal e vertical e equipamentos de segurança, há cerca de 10 anos que a Tracevia tem actividade relevante nos domínios de barreiras acústicas (elemento hoje fundamental no conforto e na qualidade de vida das populações vizinhas das grandes infra-estruturas rodoviárias) e iluminação pública. Desde meados da década de 90, tem vindo ainda a realizar significativos investimentos nas novas tecnologias aplicadas à gestão de tráfego, nomeadamente na área da telemática rodoviária. Entre os projectos já desenvolvidos podem citar-se os sistemas de portagem virtual e telemática de quatro concessões de auto-estrada, numa extensão superior a 400 quilómetros. A Tracevia, que desde 2004 integra o “ranking” das 2.000 maiores empresas nacionais, mantém frentes de trabalho em todo o território nacional e no estrangeiro. Realizou projectos em Cabo Verde, Congo, Malawi, Macau, Benim e já se implantou no mercado angolano, com a criação da Tracevia-Angola, em 2005. Entretanto, fruto das sinergias inerentes ao facto de fazer parte do Grupo Mota-Engil, a empresa pretende estender os seus serviços aos mercados da Europa Central, onde deseja afirmar-se graças ao “know-how” adquirido no domínio das novas tecnologias, com a telemática, apostando na segurança rodoviária. A Tracevia tem o seu sistema de Gestão da Qualidade certificado desde 2005. A BERD, participada do Grupo Mota-Engil, desenvolve e aplica soluções de vanguarda, a nível internacional, na área dos métodos construtivos de pontes. Foi criada em 2006, conjugando os esforços de uma equipa de gestão profissional e do grupo de investigação do projecto OPS. Este grupo de investigação, constituído em 2002, foi agraciado com diversos prémios nacionais e internacionais, incluindo, em 2001, o prestigiado prémio FIB (Fédération Internationale du Béton), o FIVE Award, patrocinado pelo IAPMEI e pelo ITP, e o Prémio BES de Inovação, em cooperação com a Fundação Ilídio Pinho e a Siemens Portugal. Desde 1993, e após nove anos de investigação fundamental e pré-experimental, o Grupo Mota-Engil juntou-se ao Grupo OPS de investigação. A cooperação financeira e técnica estabelecida converteu-se num impulso decisivo na transformação da investigação fundamental em inovação efectiva. A partir de 2003, fruto da celebração de vários Protocolos entre a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP) e o Grupo Mota-Engil, foi possível a execução de um protótipo “full-scale” usado com sucesso na construção de uma ponte em Lousada (Norte de Portugal). O sistema OPS – Organic Prestressing System, patenteado a nível internacional, é um sistema adaptativo automático de pré-esforço inspirado no músculo humano, sendo aplicável em vários tipos de relatório de sustentabilidade 2009 40 04 apresentação e perfil do Grupo estrutura. A sua utilização assegura a redução de custos de aquisição de equipamentos (cimbres), a redução de custos operacionais, melhorias de desempenho em termos funcionais (redução de flechas) e o aumento da segurança. As actividades da BERD incluem, a prestação de serviços na área de engenharia de pontes, sendo as suas principais actividades a consultoria, o projecto e a Investigação & Desenvolvimento, bem como a venda de equipamentos construtivos de pontes de grande porte. 2007 foi um ano crucial para a BERD, pois representou o período de implementação de todos os processos e o arranque de todas as actividades da empresa. Foi também neste ano que a BERD, radicada em Portugal, iniciou o seu processo de internacionalização em países como Espanha, República Checa, França, Alemanha, Grécia, Hungria, Polónia, Roménia, Estados Unidos da América e Rússia. NO ESTRANGEIRO EUROPA Espanha Com actividade nas áreas especializadas da geotecnia e fundações, a Mota-Engil Engenharia actua no país vizinho através da sua participada Grossiman. Actua igualmente através da Construcciones Crespo, em particular no mercado galego de construção civil e obras públicas. Irlanda A entrada neste mercado fez-se pela via da assinatura do contrato da Auto-Estrada N7 - Nenagh to Limerick, no valor de 175 milhões de euros, em finais de Novembro de 2006. Este mercado fica positivamente marcado pela adjudicação, em 2007, da obra do Terminal 2 do Aeroporto de Dublin, no valor de 46 milhões de euros, num consórcio que conta com a participação de 30% da Mota-Engil Engenharia e Construção, SA e 60% da sua participada Martifer. De igual modo e em 2007, teve lugar o estabelecimento da MEIC – Mota-Engil Ireland Limited, sendo accionistas a Mota-Engil Engenharia e Construção, SA (60%) e a GKM (40%), empresa com sede na Irlanda. Tem sido intensificada a acção comercial na Irlanda, com vista à obtenção de novos contratos no domínio rodoviário, tanto em projectos D&B como parcerias público-privadas. EUROPA CENTRAL Os mercados da Europa Central constituem uma forte aposta no esforço de internacionalização do Grupo e da sua área de negócios de engenharia e construção. A partir de uma primeira incursão na Polónia, onde o Grupo se encontra há mais de uma década, a sua presença foi-se expandindo progressivamente para outros países, com operações que hoje se estendem à Roménia, à Hungria, à República Checa e à Eslováquia. As infra-estruturas rodoviárias e a construção residencial constituem os segmentos de mercado mais importantes e os sectores onde o Grupo irá manter e reforçar a sua aposta, em linha com as perspectivas de investimento e desenvolvimento que se verificam nestes países. Na Europa Central, o Grupo opera através da Mota-Engil Central Europe SGPS, com actividade em dois segmentos societariamente separados: a construção e o real estate (Imobiliária). relatório de sustentabilidade 2009 41 04 apresentação e perfil do Grupo O Volume de Negócios na Europa Central foi de 263 milhões de euros em 2009, representando um decréscimo de 12% em relação a 2008. ÁFRICA O Grupo Mota-Engil tem origem em Angola, onde está presente desde 1946. Os laços históricos que unem o Grupo Mota-Engil a Angola têm permitido um reforço cada vez maior da sua presença no país, representando este um dos seus principais mercados. A Mota-Engil Engenharia desenvolve a sua actividade em Angola, quer através da sua sucursal, a operar nos sectores de construção civil e obras públicas, quer por via de um conjunto de empresas participadas. Noutros países de expressão portuguesa, exerce igualmente actividade, através de sucursais e empresas em Cabo Verde, Moçambique e S. Tomé e Príncipe (aqui sem sucursal, mas com empresa). É de realçar, igualmente, a presença no Malawi, onde o Grupo se encontra a operar há cerca de uma década, tendo vindo a crescer e a consolidar a sua posição neste mercado de forma significativa. AMÉRICA A Mota-Engil Engenharia está presente nos EUA, actuando no domínio da construção civil, em particular no segmento de habitação, na região de Miami (Florida). O Grupo marca também presença no México, na Venezuela e no Peru, onde actua, sobretudo, na execução de trabalhos de apoio à indústria mineira, possuindo uma das frotas de equipamento mais vastas e tecnologicamente avançadas destes países latino-americanos. O Volume de Negócios em África e no continente americano registou, em 2009, um crescimento de 33%, tendo-se cifrado em 508 milhões de euros, face aos 430 milhões de euros registados em 2008. 5. CERTIFICAÇÕES A Mota-Engil Engenharia e suas participadas dispõem de um conjunto vasto de certificações que podem ser consultadas no quadro das páginas seguintes. relatório de sustentabilidade 2009 42 04 apresentação e perfil do Grupo Certificações Mota-Engil Engenharia Empresa MOTA-ENGIL ENGENHARIA FERROVIAS Sistema de Gestão ISO 9001 Sistema de Gestão Ambiental ISO 14001 Sistema de Gestão da Segurança OHSAS 18001 Ensaios Laboratoriais ISO 17025 Marcação CE Várias NP Sistema Gestão da Inovação NP 4457 Controlo de Produção de Betão NP EN 206-1 Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001 Sistema de Gestão Ambiental ISO 14001 Sistema de Gestão da Segurança OHSAS 18001 Sistema Gestão da Inovação NP 4457 Sistema de Gestão da Qualidade MOTA-ENGIL PAVIMENTAÇÕES TECNOCARRIL CPTP Norma Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001 Âmbito Concepção, desenvolvimento e comercialização de activos imobiliários; Concepção e execução de contratos de construção civil e obras públicas; Produção e fornecimento de betão; Fundações especiais, contenções, injecções, instrumentação e reconhecimento geotécnico; Exploração de pedreiras e produção de agregados; Ensaios laboratoriais a materiais de construção e estudos de formulação de misturas betuminosas e hidráulicas; Execução e manutenção de instalações eléctricas e mecânicas, e implementação de sistemas de gestão técnica e automação. APCER Maio 2005 Novembro 2007 3 CPB’s Março 2009 Fevereiro 2003 APCER ISO 14001 Marcação CE Várias NP Todas as centrais de produção de misturas betuminosas Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001 Gestão de fabricação de travessas e outras peças de madeira para utilização ferroviária; Impregnação de madeira (processo creosote) Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001 Fabrico e comercialização de misturas betuminosas; Pavimentação Obras marítimas e fluviais, obras de barragens, aproveitamentos hidroeléctricos, fundações, redes de infra-estruturas (saneamento básico, drenagem de águas pluviais, redes de distribuição de águas potáveis e combate a incêndios, infra-estruturas eléctricas), vias de comunicação, pontes e túneis, em território nacional. Dezembro 2004 Junho 2006 em curso Fabrico e comercialização de misturas betuminosas; Próximo ano será feita a extensão para a pavimentação OHSAS 18001 Fevereiro 2003 Maio 2004 Investigação, Desenvolvimento e Inovação nas áreas de Engenharia, Construção e Geotecnia Sistema de Gestão Ambiental ISO 14001 Maio 2005 17 Centros Industriais (Pedreiras) Actividades desenvolvidas no domínio da construção, renovação e conservação das infraestruturas fixas ferroviárias (via, catenária, terraplenagens e construção civil), com excepção de telecomunicações e sinalização eléctrica Data de Concessão do Certificado Junho 2004 IPAC Sistema de Gestão da Segurança Sistema de Gestão Ambiental Entidade Certificadora Março 2009 em curso APCER Novembro 2009 Dezembro 2008 APCER Junho 2008 Julho 2005 APCER Julho 2008 relatório de sustentabilidade 2009 43 04 apresentação e perfil do Grupo Certificações Mota-Engil Engenharia Sistema de Gestão Empresa Norma Âmbito Entidade Certificadora Produção e montagens de sinalização rodoviária vertical; Marcação de vias rodoviárias; Comercialização e montagem de barreiras acústicas e de equipamentos de segurança rodoviária; Projecto, comercialização e montagens e manutenção de sistemas de telemática rodoviária; Comercialização e montagem de equipamentos de iluminação pública; Projecto, comercializaçao e montagem de equipamentos de semaforização rodoviária. TRACEVIA Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001 RENTACO Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001 Aluguer de equipamento de construção, nomeadamente autogruas, módulos e ferramentas eléctricas e transporte rodoviário de mercadorias. Sistema de Gestão da Qualidade ISO 9001 Projecto, fabricação e montagem de produtos pré-fabricados em betão de médio e pesado porte MOTA-ENGIL BETÃO E PRÉ-FABRICADOS Sistema de Gestão Ambiental ISO 14001 Sistema de Gestão da Segurança OHSAS 18001 Indicadores Financeiros Serviços Urbanos Operações Logístico-Portuárias APCER Novembro 2005 APCER Fevereiro 2009 Novembro 2007 APCER Concepção, fabrico, fornecimento e comercialização de betão pronto Janeiro 2008 No domínio ambiental, opera no sector de resíduos e da limpeza urbana, sendo líder em Portugal do mercado privatizado de gestão de resíduos sólidos urbanos. 04.4.2 ambiente e serviços Vendas e Pestações de Serviços Data de Concessão do Certificado € 333 milhões 2,2 milhões de habitantes em 50 concelhos líder nacional, presente em todos os portos portugueses com excepção do Porto de Sines INTRODUÇÃO A Mota-Engil Ambiente e Serviços compreende um conjunto diversificado e um amplo portefólio de actividades e negócios. No sector da água, gere um conjunto de participações em concessões e parcerias público-privadas de sistemas de abastecimento de água e tratamento de águas residuais. A expansão do Grupo para o sector logístico e portuário coloca-o em posição de liderança no mercado português das operações portuárias, oferecendo ainda soluções abrangentes de integração logística e destacando-se como primeiro operador privado português a entrar no sector do transporte ferroviário de mercadorias. Na sua componente Multisserviços, esta área integra um conjunto de negócios nos domínios de manutenção industrial e de edifícios, relatório de sustentabilidade 2009 44 04 apresentação e perfil do Grupo arquitectura paisagística, e construção e manutenção de espaços verdes e campos de golfe, actuando ainda através de duas das suas participadas na área dos mercados electrónicos e do marketing directo. Opera neste segmento através de um conjunto de participadas, com particular destaque para a SUMA, incluindo ainda a Correia & Correia, a Enviroil e a Ekosrodowisko (Polónia). ACTIVIDADES PRINCIPAIS Resíduos · Gestão de resíduos sólidos urbanos e limpeza urbana; · Gestão de resíduos industriais; · Reciclagem e valorização de óleos usados. SUMA A SUMA detém uma posição única no mercado da gestão do ambiente urbano, alicerçada na liderança do sector em Portugal, a que alia uma atitude de permanente proactividade na busca da inovação em qualquer das suas áreas de actuação. Água · Gestão de sistemas de abastecimento de água; · Gestão e tratamento de águas residuais. Servindo mais de 2 milhões de habitantes de 46 concelhos do País, a SUMA integra no seu universo empresarial mais de uma dezena de empresas prestadoras de serviços complementares no domínio da gestão integrada de resíduos. Portos e Logística · Operação de terminais marítimos; · Operação de terminais rodo-ferroviários; · Operações de logística integrada; · Operação de transporte ferroviário de mercadorias. Multisserviços · Manutenção industrial e de edifícios; · Arquitectura paisagística; ·C oncepção, construção e manutenção de espaços verdes e campos de golfe; · Operação de mercados electrónicos (G2B2B); · “Mailing” directo; · Gestão de parques de estacionamento. 1. RESÍDUOS O mercado da gestão dos resíduos sólidos urbanos e industriais tem um relevante interesse estratégico para o Grupo Mota-Engil, fazendo parte do “core business” da área de negócios de Ambiente e Serviços. Este alinhamento permite obter sinergias e congregar competências, favorecendo a gestão logística de equipamentos e outros meios e dotando-a de assinalável capacidade de resposta, solidez, qualidade e competitividade nos serviços que presta. Estes serviços englobam todo o ciclo de gestão dos resíduos sólidos urbanos e industriais (recolha, transporte, triagem e tratamento) e a limpeza urbana, para além de serviços complementares na área das análises laboratoriais e controlo de qualidade de resíduos e águas e os aspectos ligados à sensibilização e educação ambiental, vector fundamental da política da SUMA perante a comunidade. Em 2008, com a integração plena do Grupo Novaflex, a SUMA reforçou a sua liderança nacional do mercado privatizado de gestão de resíduos sólidos urbanos, com uma quota de 54% do mercado privatizado, alargando por outro lado a sua presença no mercado de tratamento de resíduos industriais através da aquisição da TRIU. relatório de sustentabilidade 2009 45 04 apresentação e perfil do Grupo VISÃO, MISSÃO, VALORES E ESTRATÉGIA Visão Consolidação sustentada da liderança em Portugal e crescimento sustentável para mercados internacionais Missão Gerir resíduos, na construção de um ambiente melhor. Valores · Liderança de mercado; · Confiança dos clientes; · Desempenho sustentável; · Compromisso das pessoas. Com base na Missão, nos Valores, na Visão e nos 10 Princípios do United Nations Global Compact, a Administração da SUMA estabelece a política de gestão, comprometendo-se a gerir a organização, numa perspectiva de melhoria contínua, de acordo com os seguintes compromissos: ompromisso de Cumprimento C Cumprimento dos requisitos legais, normativos e contratuais aplicáveis e dos outros requisitos que a Organização subscreva; Compromisso de Criação de Valor Criação de valor para os Accionistas, Clientes, Trabalhadores, Fornecedores e demais partes interessadas; Compromisso de Liderança Consolidação da liderança no mercado nacional, promoção da expansão internacional do negócio e melhoria da percepção do benefício por parte dos Clientes e demais Partes Interessadas; Compromisso com o Cliente Diversificação e inovação na actividade para manutenção da vanguarda em soluções de gestão de resíduos inovadoras, integradas e eficientes, que satisfaçam os Clientes; Compromisso com as suas Pessoas e seu Meio Social Valorização profissional e pessoal dos Trabalhadores, adequação das suas competências às funções que desempenham e apoio local aos Trabalhadores e sua envolvente social; Compromisso com a Saúde e Segurança Prevenção dos danos para a saúde, controlo e protecção para a eliminação ou redução dos riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores e terceiros; Compromisso com o Meio Ambiente e Alterações Climáticas Prevenção e controlo da poluição e utilização racional/eficiente da energia e da água, entre outros aspectos Ambientais; Compromisso de Melhoria Contínua Melhoria contínua através da revisão periódica de objectivos, metas e processos, e da monitorização, medição, análise e inovação permanentes ao nível do desempenho; Compromisso de Comunicação Comunicação adequada às partes interessadas, promovendo o seu envolvimento na cultura de qualidade, ambiente, segurança, inovação e responsabilidade social. ORGANOGRAMA Vocacionada para a Gestão de Resíduos e Limpeza Pública, a SUMA integra um conjunto de empresas que se complementam e permitem alinhar e fortalecer competências na oferta de serviços no sector dos resíduos. relatório de sustentabilidade 2009 04 46 Internacional POLÓNIA 100% apresentação e perfil do Grupo Mota-Engil Środowisko 100% SUMA Matosinhos Serviços Urbanos e Meio Ambiente, Lda 100% SUMA Douro Serviços Urbanos e Meio Ambiente, Lda 100% Ekośrodowisko ANGOLA 49% GRUPO SUMA Empresas do Grupo 100% SUMA Esposende Serviços Urbanos e Meio Ambiente, Lda 100% SUMA Porto Serviços Urbanos e Meio Ambiente, Lda VISTA Waste Management Empresas do Grupo NOVAFLEX Técnicas do Ambiente, SA 50% AGIR - Ambiente e Gestão Integrada de Resíduos 100% TRIU - Técnicas de Resíduos Industriais e Urbanos, SA 100% Real Verde Técnicas de Ambiente, SA 95% Investambiente Recolha de Resíduos e 52% Gestão de Sistemas de Saneamento Básico, SA AMBILITAL Investimentos Ambientais no Alentejo, EIM 49% CITRUP Centro Integrado de Resíduos, Lda 30% ECOLEZÍRIA - Empresa Intermunicipal 24,5% para o Tratamento de Resíduos Sólidos, EIM 33% NOVABEIRA Gestão de Resíduos, SA 33% CABO VERDE Empresas participadas 50% 100% Relevante Função, Lda Transporte Lixos RIMA - Resíduos 96,129% Industriais e Meio AMBIBATALHA Gestão de Resíduos, 20% SA 50,16% RESIGES 50% Gestão de Resíduos Hospitalares, Lda ERSUC Resíduos Sólidos 5,98% do Centro, SA Ambiente, SA 70% SIGA - Sistema Integrado de Gestão Ambiental, SA 50% RESILEI - Tratamento de Resíduos Indústriais, SA 50% AMBIGERE - Serviços Ambientais, SA citrave Centro Integrado 75% de Tratamento de Resíduos de Aveiro, SA 0,08% 50% enviroil Resíduos e Energia, Lda 73,91% 80% TTRM Transferência e Triagem de Resíduos da Correia & Correia 20% Gestão de Resíduos, Lda Madeira, ACE 25% SRI Gestão de Resíduos, Lda 99,92% TRATOFOZ Soc. de Tratamento de Resíduos, SA 1% relatório de sustentabilidade 2009 47 04 apresentação e perfil do Grupo CERTIFICAÇÕES A SUMA dispõe de várias certificações, que podem ser consultadas no quadro abaixo: Certificações grupo suma Empresa SUMA, SA Site/centro de serviços Sede e Centro de Serviços de Aveiro CITRUP Centro Integrado de Resíduos, Lda Sede (Sertã) Correia & Correia Âmbito Sistema de Gestão Norma Entidade Certificadora Data de Concessão do Certificado Concepção, desenvolvimento, planeamento e comercialização de actividades de limpeza urbana, recolha e transporte de resíduos não perigosos, gestão da contentorização, sensibilização e educção ambiental na SED e execução e operacional no CS Sistema de Gestão da Qualidade NP EN ISO 9001:2008 Sistema de Gestão Ambiental NP EN ISO 14001:2004 Sistema de Gestão da Segurança e Saúde no Trabalho NP 4397:2008 / OHSAS 18001:2007 28-Ago-08 Deposição controlada em aterro de resíduos sólidos provenientes da Central de Valorização Energética e de resíduos sólidos urbanos, durante os períodos de paragem da mesma, assim como todas as operações relacionadas com estas actividades Sistema de Gestão da Qualidade NP EN ISO 9001:2008 31-Mai-05 Sistema de Gestão Ambiental NP EN ISO 14001:2004 Recolha, armazeamento e tratamento de resíduos perigosos e não perigosos, para posterior expedição, quer para valorização ou eliminação dos mesmos Sistema de Gestão da Segurança e OHSAS 18001:2007/ NP 4397:2008 Saúde no Trabalho 29-Jun-06 APCER 28-Ago-08 24-Mai-05 APCER 24-Mai-05 Sistema de Gestão de Responsabilidade Social SA 8000:2008 18-Abr-07 Sistema de Gestão da Qualidade NP EN ISO 9001:2008 26-Abr-10 Sistema de Gestão Ambiental NP EN ISO 14001:2004 Sistema de Gestão da Segurança e OHSAS 18001:2007/ NP 4397:2008 Saúde no Trabalho EIC 26-Abr-10 26-Abr-10 relatório de sustentabilidade 2009 48 04 apresentação e perfil do Grupo A Correia & Correia é uma empresa de gestão de resíduos que iniciou a sua actividade em Setembro de 1988, na recolha de óleos usados. Em 2002, iniciou um processo de evolução e diversificação, tornando-se uma empresa de gestão global de resíduos industriais. Integrada no Grupo Mota-Engil, na área de negócios de Ambiente e Serviços, possui uma frota própria e os meios que lhe permitem a recolha de resíduos em todo o Continente. Como agente activo na preservação do ambiente, assegura aos seus Clientes o cumprimento das obrigações legais de natureza ambiental, optimizando e racionalizando os custos associados à gestão de resíduos industriais. Entre estes últimos, conta-se a triagem e armazenagem de resíduos industriais perigosos e banais, e a armazenagem e tratamento de óleos usados, águas contaminadas e lamas oleosas. A gestão global de resíduos envolve uma parceria estreita com os Clientes, compreendendo a caracterização preliminar da realidade ambiental da Empresa ao nível da inventariação dos resíduos produzidos, do ponto de vista da sua segregação, necessidades de acondicionamento e condições para carga e descarga, visando a implementação do sistema global de gestão dos resíduos através do fornecimento do adequado acondicionamento, recolha, transporte, tratamento ou armazenamento temporário dos mesmos, estando especialmente autorizada para proceder a esta operação. A Correia & Correia possui instalações de tratamento e transferência de Resíduos, onde recepciona e segrega um vasto leque de resíduos, procedendo posteriormente ao seu tratamento. Executa ainda trabalhos na área de limpeza industrial, actuando com meios de primeira intervenção na minimização de danos ambientais em caso de derrame acidental de combustíveis ou produtos químicos, limpeza, desgasificação e desmantelamento de reservatórios e tanques, lavagens com jacto de água de alta pressão, e desobstrução e limpeza de redes de efluentes industriais, detendo neste domínio as mais variadas competências e os mais elevados padrões de segurança. A empresa dispõe de uma unidade industrial de valorização de óleos usados, armazenamento temporário de resíduos industriais e tratamento físico-químico, e de uma unidade de armazenamento temporário de resíduos, para além de um vasto conjunto de equipamentos (contentores, camiões, plataformas e outros equipamentos industriais). Neste âmbito em particular, é de destacar a existência de um pavilhão destinado à estabilização/inertização de lamas, as quais, após desidratação e estabilização, são encaminhadas para eliminação em aterro autorizado. Encontra-se ainda apetrechada de um laboratório devidamente equipado, que permite efectuar o controlo da qualidade do óleo usado e das águas residuais recepcionadas na Unidade. A Correia & Correia apresenta no seu quadro técnico colaboradores experientes e qualificados, apostando na sua permanente valorização. Organiza, por outro lado, acções regulares de sensibilização e formação ambiental junto dos seus Clientes. A implementação de acções de melhoria ambiental de acordo com as estratégias e políticas nacionais de ambiente, aplicando as melhores técnicas disponíveis, nomeadamente ao nível do tratamento físico-químico relatório de sustentabilidade 2009 49 04 apresentação e perfil do Grupo de águas residuais, preparação de resíduos, tratamento de emissões gasosas e gestão de resíduos produzidos nas instalações industriais, constituem igualmente uma preocupação e um vector primordial da política da empresa. A empresa dedica-se à recolha de resíduos sólidos urbanos e limpeza urbana, bem como à limpeza de neve durante o Inverno e à manutenção de espaços verdes. O estudo dos materiais recicláveis e a gestão deste tipo de resíduos, através da criação de uma linha de triagem, estão entre as apostas da empresa e desta área de negócios no futuro próximo. Esta empresa foi constituída em 2002, tendo como objectivo a reciclagem de óleos lubrificantes usados e a sua valorização energética. A tecnologia empregue pela Enviroil passa pela prévia eliminação das águas e dos sedimentos sólidos dos óleos, os quais, após tratamento térmico de evaporação seguido da respectiva condensação a que são sujeitos, permitem a obtenção de dois produtos que podem ser incorporados como combustível em motores a gasóleo e para produção de energia eléctrica injectada na rede pública de abastecimento eléctrico. A Enviroil dispõe de um moderno complexo industrial, composto por um parque de armazenamento, uma nave de tratamento de óleos usados e uma nave de produção de energia. A Ekośrodowisko, sedeada no Sul da Polónia, representa o esforço da área de negócios de Ambiente e Serviços no sentido da internacionalização da sua actividade nos mercados do Centro e Leste Europeus. 2. ÁGUA A Mota-Engil Ambiente e Serviços gere participações no mercado das concessões e das parcerias público-privadas dos serviços de água e saneamento através da sua participada Indaqua, uma das primeiras empresas de capitais privados em Portugal a realizar operações de captação, tratamento e distribuição de água para consumo público e a recolha, tratamento e rejeição de efluentes. A sua participada Hidrocontrato complementa esta actividade, assegurando a concepção, construção, operação e manutenção de empreendimentos de engenharia nos domínios de hidráulica e saneamento básico. A Mota-Engil Ambiente e Serviços participa no mercado das concessões e das parcerias público-privadas dos serviços de água e saneamento através da Indaqua, uma das primeiras empresas de capitais privados a realizar a captação, tratamento e distribuição de água para consumo público e a recolha, tratamento e rejeição de efluentes. Apostando forte no sector, a Indaqua participou desde 1994, em todos os concursos públicos relevantes para atribuição de concessões municipais, ganhando em 1996 o primeiro contrato no Município de Fafe, na zona norte de Portugal. Dominando claramente toda a prestação de serviços do ciclo urbano da água, as tecnologias e o serviço de atendimento a Clientes, relatório de sustentabilidade 2009 50 04 apresentação e perfil do Grupo a Indaqua desenvolve um modelo de gestão delegada e assegura soluções integradas, flexíveis, em diferentes modelos de concessão e de parceria adequadas a vários municípios. Esta actividade exige um elevado grau de compromisso e participação, pois a relação da empresa com os seus clientes não se esgota na vertente comercial. Cada concessão é gerida por uma empresa autónoma, pelo que a Indaqua dispõe das seguintes empresas concessionárias: Indaqua Fafe; Indaqua Santo Tirso/Trofa; Indáqua Feira; Indaqua Matosinhos; Indaqua Vila do Conde; Águas de S. João (parceria público-privada na empresa municipal de distribuição de água e recolha de águas residuais no Município de S. João da Madeira). A Indaqua serve cerca de 190.000 Clientes num universo populacional de 560.000 habitantes. Hoje e pela população servida, a Indáqua é o maior operador privado português, no que diz respeito ao universo das concessões municipais de água. Possui o directo controlo das empresas concessionárias, com uma participação social nunca inferior a 93% e assume-se ainda como parceira dos municípios, nas empresas do tipo parceria público-privada. Consciente da sua missão de prestar os serviços públicos de abastecimento de água e saneamento e de executar os investimentos tendo em vista garantir os melhores padrões de qualidade estabelecidos para o sector, a Indaqua tem como visão liderar a prestação deste tipo de serviços em Portugal. Esse objectivo mostra-se alicerçado num quadro de valores que primam pela transparência no relacionamento com todas as partes interessadas e num serviço público orientado para o Cliente. Assim, a política de qualidade da Indaqua assenta na melhoria contínua do serviço prestado, através da monitorização constante da qualidade da água, obedecendo a um Programa de Controlo da Qualidade da Água (PCQA) de que se destaca a análise dos seus parâmetros em laboratórios acreditados e independentes que asseguram a qualidade final do produto. O “Compromisso Ambiental” da Indaqua, como vector estratégico da sua política de gestão ambiental, funda-se em domínios de intervenção fundamentais, de que se destacam o planeamento das actividades visando a minimização dos seus impactos ambientais e a promoção da consciência ambiental envolvendo as comunidades no desenvolvimento de soluções para os problemas com ele relacionados. A Indaqua obteve, em 2007, a tripla certificação do Sistema Integrado de Gestão da Qualidade, Ambiente, Higiene e Segurança. A Indaqua definiu ainda como prioridade máxima na exploração dos sistemas públicos de abastecimento de água a gestão integrada da água, desde a captação até a distribuição ao Cliente final. A sistematização dos procedimentos internos de actuação e de interacção com as empresas concessionárias em que participa foi um dos passos do desenvolvimento do sistema integrado, permitindo obter elevados níveis de eficiência que se reflectem também no serviço que estas prestam aos seus Clientes. Para isso, tem vindo a investir um importante volume dos seus recursos no desenvolvimento e na implementação dos melhores procedimentos e práticas de gestão de redes, com auxílio das tecnologias mais sofisticadas existentes em todo o mundo, sendo hoje considerada uma referência no sector a este nível. relatório de sustentabilidade 2009 51 04 apresentação e perfil do Grupo Este esforço tem sido particularmente visível no combate às perdas dos sistemas de abastecimento de água, cuja intervenção é de molde a produzir importantes ganhos de eficiência económica para além dos enormes benefícios ambientais daí decorrentes. No seu esforço de relacionamento e auscultação das partes interessadas, a Indaqua foi pioneira em Portugal ao introduzir nas concessões de serviços públicos de abastecimento de água e saneamento o Conselho do Consumidor e Ambiente, com a participação de representantes das câmaras municipais e juntas de freguesia, e o Provedor, com funções associadas aos interesses dos consumidores e ao estabelecimento de uma prática aberta de relacionamento. Em 2008, o Grupo Mota-Engil reforçou a sua participação na Indaqua em 7,2%, tornando-se assim seu accionista maioritário, com 50,05% do capital social. A inserção na comunidade inclui ainda as políticas de recrutamento, de selecção de fornecedores e a de informação, em que se privilegia sempre o mercado e os agentes locais. A gestão do segmento portuário e logístico, através da sua área de negócios de Ambiente e Serviços, inclui ainda participações nas empresas Tersado e Sadoport, bem como na CargoRail/Takargo, actuando no domínio do transporte ferroviário de mercadorias e visando assim contribuir para a transformação e integração do sector logístico e dos transportes. É também de destacar a edição de folhetos dedicados à problemática do uso racional da água, a realização de palestras em escolas e juntas de freguesia e a criação de dias de visita às instalações afectas à exploração. Também a resolução de situações de famílias carenciadas utilizadoras do serviço tem merecido particular atenção por parte da Indaqua, nomeadamente através de um atendimento personalizado, analisando e propondo soluções caso a caso, baseadas em modos faseados de pagamento ou outros que se tornem mais adequados. Este relacionamento contribui decisivamente para melhorar a percepção pública face à utilidade e relevância deste tipo de serviços e indicia uma atitude socialmente responsável perante a comunidade enquanto imperativo fundamental dos valores e da política de gestão da Indaqua. 3. PORTOS E LOGÍSTICA No desempenho da função de “interface” mar/terra, os portos têm uma função eminentemente estruturante de todo o sector dos transportes e da economia nacional. Em resposta ao crescimento das trocas comerciais e do correspondente aumento da procura global de transportes marítimos, o Grupo Mota-Engil concretizou em 2007 a aquisição da TERTIR. A articulação entre o sector portuário e o dos transportes, a que acrescerá a futura incorporação da plataforma logística nacional do Poceirão LOGZ, Atlantic Hub – a desenvolver em parceria com outras entidades no quadro do programa Portugal Logístico –, permite ao Grupo Mota-Engil oferecer ao mercado um serviço integrado, independente dos vários operadores. De referir, como exemplos reveladores da pretendida lógica de integração, a disponibilidade de espaços de referência para parqueamento de mercadorias; extensões de cais superiores a 4500 metros; a proximidade das vias rodoviárias e ferroviárias; e a disponibilidade de terminais com estatuto alfandegário tipo A. relatório de sustentabilidade 2009 52 04 apresentação e perfil do Grupo naquele porto, prestando ainda serviços de parqueamento de contentores no terminal e serviços de “depot”. Possui igualmente os estatutos de depósito temporário e de armazém de exportação. O ano de 2005 marca a entrada do Grupo Mota-Engil no sector das operações portuárias, através das participações accionistas adquiridas na Sadoport e Tersado em Setúbal. Em 2007, consumou a aquisição da TERTIR, reforçando significativamente a sua presença no sector. A TERTIR desenvolve a sua actividade em quatro áreas fundamentais: terminais portuários; transporte intermodal; transitários e serviços; plataformas logísticas. O TCL iniciou a sua actividade operacional em Maio de 2000, data em que a exploração desta actividade passou a ser cometida ao sector privado, na sequência de um processo de concessão efectuado pela Autoridade Portuária do Porto de Leixões. O porto de Leixões e o seu terminal de contentores são parte integrante do sistema portuário europeu, desempenhando um papel de relevo na fachada atlântica da Península Ibérica, onde se assume como a estrutura inter-regional mais importante, sendo referência para as cadeias logísticas que operam nesta área. Ao nível dos Terminais Portuários, a TERTIR está presente nos Portos de Aveiro, Figueira da Foz, Leixões, Lisboa e Setúbal, englobando empresas directamente ligadas à exploração de terminais portuários e empresas que desenvolvem actividades logísticas e tecnológicas aplicadas ao sector portuário. A vocação do terminal de contentores para o “short sea shipping”, com especial incidência na componente “feeder”, tem permitido o crescimento sustentado do TCL, mas não esgota a sua missão de criar condições de atractividade, quer às linhas “deep sea”, quer às operações de valor acrescentado, ambas ditadas pelo novo ambiente logístico nascido com a globalização. No porto de Aveiro, a Socarpor Aveiro opera, em regime de concessão, um terminal multiusos onde se efectuam movimentações de carga geral e granéis. Esta empresa tem vindo a encetar um ambicioso programa de investimentos, compreendendo a aquisição de quatro gruas móveis e a construção de equipamentos de movimentação e silos para a recepção e armazenamento de cereais. No porto de Lisboa, a Liscont e a Sotagus operam, em regime de concessão, os dois principais terminais de contentores da capital. É igualmente de realçar a participação da Liscont na concessionária MPDC – Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo, em Moçambique, responsável pela gestão em regime de “master concession” dos diversos terminais do porto de Maputo. No porto da Figueira da Foz, através da Liscont — Figueira da Foz, as operações portuárias de movimentação de cargas visam, sobretudo, o sector da indústria da pasta e do papel e os produtos siderúrgicos. Através do TCL, Terminal de Contentores de Leixões, SA, opera em regime de concessão os dois terminais de contentores existentes Na área dos transitários e serviços, através da Transitex, a TERTIR actua na área logística, operando em Portugal e Espanha, com escritórios nos dois países, e representações na Lituânia, no Brasil, nos Estados Unidos e na China. relatório de sustentabilidade 2009 53 04 apresentação e perfil do Grupo Tem vindo a desenvolver a sua actividade na organização de fluxos logísticos que ligam o mercado ibérico a destinos oceânicos longínquos, utilizando os terminais portuários do Grupo e constituindo assim um vector importante no desenvolvimento dos seus terminais de contentores. Por via da E.A. Moreira, actua no agenciamento a uma empresa madeirense de navegação e, por intermédio da Lisprojecto, a TERTIR desenvolve “software” de apoio à planificação e ao controlo das operações portuárias e do sector logístico, suportando ainda as empresas do Grupo na aquisição e manutenção de “hardware”. Foi adjudicada a Concessão do Porto de Paita, situado no Norte do Peru na província de Piura, nas proximidades da fronteira com o Equador, ao consórcio Terminales Portuarios Euroandinos, que o GRUPO MOTA-ENGIL integra em 50%, através das suas participadas Tertir, em Portugal, e Translei, no Peru. No porto de Setúbal, a Tersado e a Sadoport actuam como concessionárias dos terminais multiusos daquele porto, prestando serviços de movimentação portuária de carga geral fraccionada, carga “roll-on/roll-off”, granéis sólidos e carga contentorizada. Ao nível do transporte intermodal, a Takargo é a primeira empresa privada portuguesa a marcar presença no sector do transporte ferroviário de mercadorias, dispondo igualmente de soluções multimodais integradas de transporte. A Takargo firmou um acordo com a espanhola Comsa Rail Transport para o desenvolvimento conjunto de operações ferroviárias de mercadorias na Península Ibérica. Participado pelo Grupo Mota-Engil e integrado na rede das Plataformas Logísticas Nacionais, será desenvolvido, em Palmela, um “hub” logístico de vocação global. O posicionamento como o mais ocidental “hub” logístico da Europa e com excelentes acessibilidades rodo-ferroviárias permite que se torne uma porta de entrada de excelência para o tráfego de mercadorias dos continentes americano e africano, criando ainda uma nova alternativa na Península Ibérica para o “short sea shiping” europeu. O desenvolvimento do LOGZ – Atlantic Hub permitirá criar uma verdadeira Cidade Logística, com espaços que contemplam uma área logística multifuncional, uma área de logística e exposição, uma área de logística intermodal, um centro intermodal, um centro de serviços integrados, para além de um centro de apoio ao transporte rodoviário, contemplando uma zona de estacionamento de veículos pesados, com áreas de descanso e “stands” de venda e oficinas de reparação de veículos. 4. MULTISSERVIÇOS Na vastíssima área dos serviços, o Grupo Mota-Engil agrega um conjunto de empresas vocacionadas para a prestação de serviços em áreas em que a subcontratação se afigura como uma alternativa flexível e eficaz, permitindo uma adequada racionalização relatório de sustentabilidade 2009 54 04 apresentação e perfil do Grupo de custos a par do aproveitamento de uma forte componente de inovação e especialização que em muito aproveitam, quer ao universo de empresas que integram o Grupo Mota-Engil, quer aos seus clientes externos. Entre o conjunto de empresas que integram esta área, é de referir a actuação nos segmentos da manutenção industrial e de edifícios, através das suas participadas Manvia e Almaque. Outras áreas de intervenção são a arquitectura paisagística e concepção, construção e manutenção de espaços verdes e campos de golfe, através da Vibeiras e da Áreagolfe e, mais recentemente, da VBT, marcando a entrada no mercado angolano; a operação de mercados electrónicos, por via da sua participada Vortal; e os serviços nas mais diversas áreas de marketing directo, através da Lokemark. Refira-se também a presença no mercado de concessões de parques de estacionamento, através das empresas EMSA e PARQUENGIL, com espaços concessionados em várias cidades portuguesas. A Manvia iniciou a sua actividade 1998. As actividades da Manvia enquadram-se no conceito de multisserviços, abrangendo uma vasta área de intervenção, desde a manutenção até à gestão de contratos externos, garantindo aos seus Clientes a prestação de serviços baseada numa estrutura técnica sólida e inovadora que potencia as valências-alvo específicas das necessidades dos Clientes. Na área das vias de comunicação, a Manvia dispõe da capacidade, equipamentos e mão-de-obra especializada para a manutenção e gestão da manutenção de infra-estruturas de transporte, como sejam vias rápidas, auto-estradas, estações ferroviárias e portos. Estão actualmente sob a responsabilidade directa da Manvia, em termos de manutenção, mais de 400 quilómetros de auto-estradas e vias rápidas, no que se refere à manutenção de iluminação pública, instalações eléctricas, praças de portagem e estações elevatórias. Em termos das necessidades específicas de edifícios complexos, incluindo centros comerciais, os serviços prestados pela Manvia são concebidos e executados à medida das necessidades dos clientes, englobando a manutenção de instalações e equipamentos de electricidade, AVAC, águas e esgotos e outras especialidades; a gestão de contratos externos (vigilância, limpeza, jardinagem, elevadores, sistemas especiais de segurança); “facilities management”; gestão de manutenção; concepção e implementação de planos de manutenção programada; e gestão ambiental na perspectiva do cliente. As necessidades de gestão, planeamento e controlo da manutenção no segmento industrial, onde a empresa igualmente opera, conduziram à definição de um posicionamento específico da Manvia neste sector. Os serviços prestados pela Manvia nesta área englobam a gestão da manutenção, bem como a limpeza e desobstrução de colectores, num trabalho de parceria desenvolvido com outras empresas especializadas. A especificidade das necessidades de manutenção das cimenteiras levou a Manvia a adquirir uma participação significativa na ALMAQUE, líder ibérica na classificação de corpos moentes e engenharia de desobstrução para cimenteiras. Paralelamente e através da sua participada Engeglobo, actua junto de empresas concessionárias do sector portuário ao nível da manutenção de equipamentos de carga e descarga de contentores, detendo competências especializadas neste domínio. Na área do ambiente, a Manvia presta serviço no sector das águas e águas residuais, abrangendo a exploração e manutenção de ETA, relatório de sustentabilidade 2009 55 04 apresentação e perfil do Grupo ETAR e EE, limpeza e inspecção vídeo de colectores e reabilitação de colectores (sem abertura de vala). público e privado, e dispõe de um total de áreas verdes concessionadas de mais de 400 hectares. A Manvia tem investido em instrumentos que permitem reduzir custos e o impacto negativo da sua actividade no meio ambiente, nomeadamente com o investimento num sistema de GPS para controlo dos custos da frota, definição de rotas mais adequadas e controlo das emissões através da promoção de uma utilização mais responsável dos meios de transporte. Ao nível do projecto, a concepção de soluções passa pelo seu gabinete de projectos, que conta com uma equipa pluridisciplinar de arquitectos paisagistas e técnicos de diversas áreas da engenharia. A abordagem integrada de concepção/construção dos projectos tem constituído na Vibeiras uma importante garantia na qualidade do serviço prestado. A Manvia promove também formação que visa alteração de comportamentos ao nível ambiental e de segurança. Os serviços de manutenção, operação que é hoje assegurada por dezenas de equipas especializadas, desdobram-se numa operação que envolve cerca de 400 hectares de áreas concessionadas, em vários pontos do País, integrados em contratos de manutenção de espaços verdes, num prolongamento natural do trabalho de construção executado pela empresa. Na sua actuação, a Manvia tem fortes preocupações ao nível da melhoria da eficiência, não só energética mas também na redução dos efeitos nocivos dos equipamentos que intervenciona, promovendo a substituição de equipamentos menos eficientes (como a substituição de lâmpadas incandescentes por lâmpadas economizadoras quer nos centros comerciais, quer nas vias públicas) e a implementação de sistemas de segurança que permitam evitar potenciais danos para o ambiente. Tal tem vindo a permitir uma adequada racionalização de custos a par do aproveitamento de uma forte componente de inovação e especialização que em muito aproveitam, quer ao universo de empresas que integram o Grupo Mota-Engil, quer aos seus clientes externos. A Vibeiras está certificada pela Norma Europeia da Qualidade NP EN ISO 9001:2000, o que confere aos seus clientes a garantia de boa organização da sua actividade. A Vibeiras é uma empresa especializada no sector da arquitectura paisagística, prestando serviços nas áreas de projecto, construção e manutenção de espaços exteriores, parques e jardins, relvados e espaços de jogo e recreio. Exercendo a sua actividade desde 1990, a Vibeiras executou já mais de 1.000 obras, de norte a sul do País, para clientes dos sectores Atenta à evolução do mercado, em 2007 a Vibeiras iniciou um plano de expansão, tanto ao nível da internacionalização como ao nível da diversificação de negócios. Este plano consubstanciou-se na fundação das empresas Áreagolfe, VBT Arquitectura Paisagista, em Angola, e, mais recentemente, da Vibeiras Moçambique. relatório de sustentabilidade 2009 04 56 ������ apresentação e perfil do Grupo Esta empresa resultou de uma parceria estabelecida entre a Vibeiras e um grupo de reconhecidos especialistas na área de construção, manutenção e gestão de campos de golfe, a que esta empresa se dedica em exclusivo, estando actualmente envolvida em diversos projectos nacionais e internacionais (Reino Unido e Chipre). A VBT, participada maioritariamente pela Vibeiras, nasceu com o propósito de desenvolver em Angola actividades nas áreas de jardins e arranjos exteriores, relvados desportivos e comercialização de equipamento urbano e desportivo. ��� � dá um passo Com a criação da VBT, a área de ambiente e serviços em frente no cumprimento da sua estratégia de internacionalização, ��� � com a entrada no mercado angolano. ����������������� �������������������������� Na vertente da gestão comercial de campos de golfe, tem como objectivos, através do conhecimento aprofundado do negócio e utilizando as adequadas ferramentas de gestão e marketing, tornar o golfe um negócio independente, desenvolvendo uma estratégia de comercialização dos diversos campos de golfe onde opera e disponibilizando ao mercado os meios de gestão e o pessoal necessários para o exercício de qualquer função num campo de golfe. São também de destacar os serviços prestados ao nível de consultoria especializada e auditoria, avaliação e aconselhamento na gestão e manutenção, apoio agronómico e serviços laboratoriais, irrigação, drenagem, estudos de impacto ambiental, acompanhamento e gestão ambiental, para além de gestão de frotas, “pro-shop” e estudos de viabilidade económico-financeira. Desde a sua fundação, em 2007, a Áreagolfe já esteve envolvida na construção e requalificação de cinco campos de golfe, dois deles em fase final de execução. ����������������������� ����������������� ����������������� A Vortal, participada do Grupo Mota-Engil, é uma empresa portuguesa de tecnologias de informação líder em plataformas electrónicas baseadas na Internet, destacada no mercado ibérico de comércio electrónico G2B2B (“Government to Business to Business”). Com 10 anos de existência, a empresa foi criada com o pressuposto de disponibilizar uma plataforma que permitisse agilizar os procedimentos de compra e venda de bens ou serviços entre empresas e entre as empresas e o Estado, actuando como um dinamizador e um integrador de processos de negócio electrónicos através de plataformas transaccionais. Actualmente, a Vortal opera seis mercados electrónicos, dirigidos a diferentes sectores de actividade: econstroi, vortalGOV, vortalINDUSTRY, vortalENERGY&UTILITIES, vortalOFFICESUPPLIES e vortalHEALTH. Nas plataformas de contratação da Vortal, foram já relatório de sustentabilidade 2009 57 04 apresentação e perfil do Grupo transaccionados perto de 6 mil milhões de euros, pelas mais de 19.000 empresas acreditadas. Com sede em Lisboa, conta actualmente com mais de 100 colaboradores, distribuídos pelos escritórios de Lisboa, Porto e Madrid, e pelo Laboratório de Inovação e Desenvolvimento. Paralelamente, a empresa conta com uma rede de 38 agentes, comerciais e tecnológicos, distribuídos de norte a sul do País. A Vortal é certificada pela norma ISO 27001, a referência internacional para a segurança da informação, e pertence à rede de PME inovadoras da COTEC, tendo sido distinguida em 2007 com a menção especial do prémio PME Inovação COTEC BPI, atribuído pela COTEC PORTUGAL. A Lokemark iniciou a sua actividade em 2003, passando a ser uma participada do Grupo Mota-Engil a partir de 2007. A Lokemark desenvolve, em regime de “outsourcing”, um conjunto de actividades nas mais diversas áreas do marketing directo, detendo, para o efeito, uma vasta e experiente equipa de profissionais especializados, equipamento tecnologicamente avançado e instalações aptas a garantir total operacionalidade e segurança. Tem como principais segmentos de actividade as áreas de “fulfillment” (embalamento manual, tratamento de devoluções, e organização e gestão de concursos), “data entry” (digitação de dados, questionários, RSF, cupões, notas de encomenda), “contact center” (“callcenter”, “inbound”, “outbound” e telemarketing), “billing” (emissão de facturação, gestão informática de cobranças, transferências bancárias, contra-reembolsos e encomendas postais), facturação electrónica (criação e envio de factura electrónica certificada, envio massivo de e-mails e colocação em portal de arquivo), personalização (impressão laser, endereçamento “inkjet” de documentos), plastificação, envelopagem, cortes, dobras, etiquetagem, colagens e agrafagens, tratamento de bases de dados e armazenamento (recepção de materiais com área superior a 2.000 m2 e capacidade de armazenagem vertical superior a 1500 euro-paletes, com gestão de “stock” e logística de cargas e descargas), bem como a preparação do correio e entrega directa aos CTT ou outros distribuidores. Com um vasto conjunto de clientes directos e indirectos, operadores de marketing e agências de publicidade e meios, a Lokemark posiciona-se num sector de actividade exigente e competitivo com amplas perspectivas de crescimento futuro. relatório de sustentabilidade 2009 58 04 apresentação e perfil do Grupo ACTIVIDADES PRINCIPAIS •Auto-Estradas •Vias Rápidas •Pontes •Metropolitano 04.4.3 concessões de transportes Indicadores Financeiros Vendas e Prestações de Serviços Activos Geridos Infra-Estruturas Rodoviárias Concessionadas € 117 milhões € 3,9 mil milhões + 1.500 km em 5 países INTRODUÇÃO As Concessões de Transportes constituem, para o Grupo Mota-Engil, uma área de grande relevo e vital importância estratégica, sendo desenvolvida através da sua sub-holding Mota-Engil Concessões de Transportes. Constituída formalmente em 29 de Dezembro de 2007, a Ascendi resulta da parceria entre a Mota-Engil Concessões (Grupo Mota-Engil - 60%) e a ES Concessões (Grupo Banco Espírito Santo - 40%), tendo dado origem a um novo veículo de investimento em infra-estruturas de transporte. O ano de 2007 representou um marco de enorme relevância no posicionamento estratégico do Grupo Mota-Engil e da sua área de Concessões de Infra-Estruturas de Transportes, com a criação da Ascendi, Concessões de Transportes, SGPS, SA. Entre as concessões detidas pela Ascendi contam-se, em Portugal, as que faziam parte do domínio da AENOR, Auto-Estradas do Norte, SA, (Norte, Grande Porto, Costa de Prata, Beiras Litoral e Alta, e Grande Lisboa), Scutvias (Beira Interior), ViaLitoral (Madeira) e Lusoponte (pontes 25 de Abril e Vasco da Gama, em Lisboa), no domínio rodoviário e pontes, bem como a MTS (metropolitano ligeiro da Margem Sul do Tejo), no segmento ferroviário. Fruto de uma parceria de cerca de uma década com o Grupo Banco Espírito Santo em diversos projectos, foi acordada e formalizada a criação de um novo veículo societário onde ambos os Grupos irão concentrar os seus activos nesta área. A Mota-Engil Concessões de Transportes actua neste segmento predominantemente através da Ascendi, uma parceria estratégica celebrada com o Grupo BES na qual detém a maioria do capital (60%). O crescimento consolidado desta área de negócios permite já hoje a presença em cinco países, de três continentes (Espanha, Eslováquia, México, Brasil e Moçambique). relatório de sustentabilidade 2009 59 04 apresentação e perfil do Grupo Actualmente a Ascendi é responsável, em Portugal, pela gestão de cerca de 850 quilómetros de infra-estruturas rodoviárias, assim distribuídas: concessões ascendi em portugal Concessão Auto-estradas Ano de atribuição da concessão Investimento total (milhões €) Áreas de Serviço Extensão (Km) Concessão Norte A11/ A7 1999 1.570 6 Concessão Costa da Prata A44 / A29 / A25 / A17 2000 492 5 175 110 Concessões Beiras Litoral e Alta A 25 2001 1.020 6 173 Concessões Grande Porto VRI / A4 / A41 / A42 2002 763 3 56 Concessões Grande Lisboa IC 16 / IC 30 / IC 2 / IC 17 / IC 19 / IC 22 / IP 7 2007 256 2 91 Concessão Douro Interior IP 2 /IC 5 2008 940 3 242 TOTAL 847 Internacionalmente, a Ascendi marca presença nas seguintes concessionárias rodoviárias: •Em Espanha, avultam as concessões rodoviárias da Autopista Madrid-Toledo, Autovia de Los Viñedos, Autovia de Los Lianos e Madrid 407. •No México, a concessão rodoviária denominada Autopista Perote-Xalapa. •Mais recentemente, a Ascendi integrou o consórcio adjudicatário da concessão Marechal Rondon-Leste, marcando assim a sua entrada no mercado do Brasil. Esta concessão, por 30 anos, tem uma extensão prevista de 410 quilómetros, elevando assim a mais de 1500 quilómetros a extensão das vias concessionadas detidas pela Ascendi. Durante os anos mais próximos, a Ascendi concentrará grande parte dos seus esforços e recursos no programa de concessões de infra-estruturas anunciado e lançado pelo Governo português, nos segmentos rodoviário, ferroviário e aeroportuário, bem como na expansão da sua actividade nos mercados-alvo internacionais, designadamente na Europa Central e de Leste e na América Latina. A Ascendi é hoje um dos maiores investidores nacionais, gerando, durante o período mais intenso de construção, mais de 9.000 postos de trabalho. relatório de sustentabilidade 2009 60 04 apresentação e perfil do Grupo 04.4.4 martifer indústria e energia O Grupo Mota-Engil detém uma participação qualificada no Grupo Martifer, correspondente a 37,5% do seu capital social, mantendo com este uma parceria estratégica nos domínios de indústria e energia. A Martifer iniciou a sua actividade em 1990, actuando no sector das estruturas metálicas. Após 20 anos de actividade, a Martifer SGPS, SA é a holding de um grupo de empresas focadas em dois sectores: construção metálica e energias renováveis. No sector de energias renováveis exerce a sua actividade em três segmentos de negócio: equipamentos para energia (através da Martifer Energy Systems), solar (Martifer Solar) e RE Developer - Promoção e Desenvolvimento de Projectos Eólicos (Martifer Renewables). O crescimento contínuo registado desde a constituição da Martifer Construções Metalomecânicas, SA, em 1990, e que, em termos médios, tem rondado os 30% ao ano, conduziu o Grupo à liderança ibérica do segmento das construções metálicas em apenas seis anos. A partir de 1996 e 1999, respectivamente, as estruturas em inox e alumínio começaram a assumir um papel importante dentro da empresa. A continuação do processo de internacionalização das suas actividades e a diversificação dos negócios, essencialmente em áreas ligadas ao mundo da energia, quer tecnológicas, quer de produção/ distribuição de energia propriamente dita, constituem os novos desafios a prosseguir. O Grupo complementa a sua actividade com a aposta nas energias renováveis, no desenvolvimento da área dos equipamentos para a energia, nomeadamente na produção de componentes como torres eólicas e caixas multiplicadoras para aerogeradores, e na instalação de parques eólicos e parques solares chave-na-mão. Através da Martifer Renewables, desenvolve um conjunto de activos de geração eléctrica a partir de fontes renováveis, visando assumir-se como um “player” global relevante no mercado de geração e comercialização de energia eléctrica. A inovação é outro dos eixos estratégicos do Grupo. Através do seu Núcleo de Investigação e Desenvolvimento (I&D), desenvolve uma tecnologia inovadora destinada ao aproveitamento da energia das ondas (projecto Flow). Para fazer face ao seu importante plano de investimentos nas diversas áreas, a Martifer foi admitida à cotação na bolsa portuguesa em Junho de 2007, através de uma operação de aumento de capital. A internacionalização do Grupo Martifer fez sempre parte integrante das preocupações estratégicas da empresa. Este processo teve início em 1999, com a criação da Martifer Espanha, ambicionando atingir uma posição de liderança em outros mercados seleccionados, nomeadamente Europa Central e Angola. relatório de sustentabilidade 2009 61 04 apresentação e perfil do Grupo 04.4.5 turismo A área de Turismo do Grupo Mota-Engil engloba um conjunto de actividades nas áreas de desporto e lazer, hotelaria e restauração, sendo composta por três empresas: •RTA – Rio Tâmega, Turismo e Recreio, SA; •Largo do Paço – Investimentos Turísticos e Imobiliários, Lda; •SGA – Sociedade do Golfe de Amarante, SA. DESPORTO E LAZER •Quinta de Covelas (RTA) – Composta por um parque aquático, com capacidade para 1200 pessoas, “health center”, piscina de ondas, piscinas cobertas e campos de ténis, este equipamento é servido por parques de estacionamento com capacidade para 570 veículos e este implantado num terreno com cerca de 17 hectares sobre o rio Tâmega. •Campo de Golfe (SGA) – A cerca de 10 minutos do centro da cidade, o campo de Golfe de Amarante dispõe de um percurso de 18 buracos, 5060 metros e par 68, desenhado por Jorge Santana da Silva e inaugurado em 1997. A unidade dispõe de “driving range” e “club-house” com restaurante e bar. HOTELARIA E RESTAURAÇÃO Estalagem Casa da Calçada (Largo do Paço) – Situada em pleno centro histórico de Amarante, a Casa da Calçada é um hotel de charme, membro da cadeia Relais & Châteaux. A unidade dispõe de 26 quartos, uma suite presidencial e três suites executivas. Disponibiliza ainda um bar, o restaurante “gourmet” Largo do Paço e as Salas do Paço, para a realização de eventos sociais e empresariais. No exterior, oferece ainda uma piscina, bar e um espaço dedicado à realização de eventos, harmoniosamente integrados num secular jardim. A esplanada Parque das Tílias, completa a unidade. •Hotel Navarras (RTA) – Unidade hoteleira de três estrelas localizada em pleno centro de Amarante, objecto de uma remodelação total em 2002. O Hotel Navarras é uma unidade tradicional que dispõe de 55 quartos e três suites, equipados com TV satélite e ar condicionado. O hotel oferece ainda aos hóspedes o conforto de uma ampla sala de estar com bar de apoio, uma sala de reuniões e espaço para banquetes com capacidade para receber até 120 pessoas. •Casa do Rio (RTA) – A Casa do Rio é um espaço modular, que faz parte da Quinta de Covelas, com cerca de 2800 m2, distribuídos por vários salões em três pisos com vistas privilegiadas sobre o rio Tâmega. Os espaços, destinam-se a grandes serviços de restauração e reuniões, dispondo a sua cozinha de capacidade para a confecção de 1.000 refeições em simultâneo. relatório de sustentabilidade 2009 62 04 apresentação e perfil do Grupo 04.4.6 mesp serviços partilhados Missão Assumir o papel de parceiro estratégico através da prestação de serviços de suporte. Valores Ambição, competência, espírito de equipa, flexibilidade, iniciativa, inovação, motivação, organização, profissionalismo e responsabilidade. A MESP – Mota-Engil, Serviços Partilhados Administrativos e de Gestão, SA foi constituída em Dezembro de 2001, tendo em vista prestar um conjunto de serviços às empresas do grupo Mota-Engil nas áreas de contabilidade e prestação de contas, fiscalidade, gestão financeira, gestão de recursos humanos, controlo de gestão e sistemas de informação/comunicação. A MESP aspira a prestar e partilhar com os seus clientes um serviço de excelência incorporado na sua Visão, Missão e proposta de valor. A partilha de recursos especializados permite à MESP redesenhar múltiplas tarefas para formatos de execução mais eficientes e integrados, reduzindo burocracia, assegurando a eficaz circulação da informação e acelerando processos de decisão e aprovação. Valor Acrescentado Ao optimizar processos e desenvolver recursos, a MESP possibilita um reaproveitamento de talento para as actividades que acrescentam valor aos negócios e aos parceiros. Benefícios •Acesso às melhores práticas e plataformas tecnológicas a custos reduzidos; •Focalização no “core business”; •Desenvolvimento do capital humano; •Processos de negócio suportados em SAP; •Reforço da posição negocial na interacção com terceiros; •Acesso aos investimentos contínuos da MESP nos processos e sistemas. A MESP suporta todo este processo de mudança adequando pessoas e competências às alterações da realidade interna e externa das empresas. Qualidade no serviço prestado - Sistema de Gestão A certificação do Sistema de Gestão obtida em 2007 comprovou o alinhamento da MESP com as melhores práticas, em conformidade com a Norma NP EN ISO 9001:2000. Visão Ser a única empresa de serviços de suporte do Grupo Mota-Engil e obter reconhecimento no mercado pela excelência dos serviços. Em 2010, a APCER comprovou a evolução do Sistema de Gestão para a norma NP EN ISO 9001:2008 tendo considerado estarem reunidas as condições para a renovação da certificação. relatório de sustentabilidade 2009 04 apresentação e perfil do Grupo Esta certificação reconhece o esforço da MESP em assegurar a conformidade dos seus serviços, a melhoria contínua e a satisfação dos seus parceiros, garantindo: •satisfação das expectativas dos parceiros, consolidando não só a sua fidelização mas também o seu desenvolvimento sustentável; •acesso inequívoco a um Sistema de Gestão da Qualidade adequado e que promova a dinâmica de melhoria contínua; •aumento de notoriedade no mercado; •adopção das mais actuais ferramentas de gestão; •confiança acrescida nos processos de concepção, planeamento e fornecimento do serviço. 63 05 governação, compromissos com iniciativas externas, relacionamento com stakeholders confiança Relações de confiança que perduram no tempo relatório de sustentabilidade 2009 65 05 governação, compromissos com iniciativas externas, relacionamento com stakeholders 05.1 governo societário Introdução O Grupo Mota-Engil é hoje um dos principais grupos económicos privados em Portugal, explorando e desenvolvendo um portefólio integrado de negócios, centrado na cadeia de valor da construção e com níveis de “performance” alinhados com as melhores práticas internacionais. Ao longo da última década, o Grupo Mota-Engil adoptou e implementou uma estratégia assente no reforço e consolidação, na internacionalização e na diversificação. Com a aprovação, em 2008, do Plano Estratégico “Ambição 2013”, o Grupo Mota-Engil reiterou os seus principais objectivos estratégicos, assentes em quatro áreas-chave: Crescimento Sustentado • Promovendo a assunção plena por parte dos órgãos de gestão do Grupo das suas funções e responsabilidades; • Reforço do controlo da execução das decisões tomadas; • Incremento dos mecanismos de comunicação interna de forma a dinamizar a participação dos colaboradores nos objectivos do Grupo; • Promoção da imagem nacional e internacional, como instrumento de valorização do posicionamento global do Grupo; • Progressiva implementação de procedimentos e práticas de gestão transversais a todo o Grupo; • Política integrada de recursos humanos, num quadro de rigor e compromisso que estimule a excelência e o mérito, a progressão na carreira, tornando o Grupo capaz de enfrentar os desafios do futuro. Diversificação • Política de crescimento contínuo e sustentado; • Diversificação de actividades cujo dinamismo permitirá elevadas taxas de crescimento dentro de um contexto onde a participação das áreas de negócio não-construção aumentem o seu contributo para o volume de negócios; • Condução do Grupo para um cenário de sustentabilidade, num contexto nacional e internacional, em que o retorno não dependa em exclusivo de nenhum sector, criando assim imunidade aos efeitos sazonais dos ciclos económicos e políticos; • Objectivo de liderança de mercado em todas as áreas de negócio onde actua, no mercado nacional, alicerçando-se ainda na procura constante de novos negócios; • Aproveitamento do potencial de crescimento externo, em negócios de elevadas rentabilidades e com retornos de capital recorrentes; • Acompanhamento dos pólos de Investigação & Desenvolvimento, de modo a tirar partido das oportunidades emergentes; • E scrutínio permanente das inovações tecnológicas de carácter modernizador dos sectores de actividade onde o Grupo opera, adoptando paralelamente as melhores práticas de gestão existentes no mercado. Internacionalização • Análise, com objectividade e rigor, dos mercados onde o Grupo se encontra presente, de forma a centrar as principais apostas no reforço nos mercados que se revelem mais rentáveis, explorando ainda novos mercados e oportunidades de negócio; relatório de sustentabilidade 2009 66 05 governação, compromissos com iniciativas externas, relacionamento com stakeholders • Presença global em todos os mercados onde qualquer das áreas de negócio se encontre, potenciando sinergias intra-Grupo. Desenvolvimento do Capital Humano • Afirmação da Mota-Engil como Grupo multidisciplinar e global; • Reforço das competências-chave como suporte e garantia na conquista dos objectivos estabelecidos; • Identificação e gestão do talento de modo a promover o rigor e a elevação dos níveis de desempenho e a capacidade do Grupo em gerar líderes para o futuro; • Formação de gestores com capacidade internacional, visão transversal do Grupo e disponibilidade para a rotação entre funções/mercados, reforçando a cultura e o conhecimento do Grupo; • Fomento do recrutamento e da integração de quadros estrangeiros nas estruturas de decisão, devidamente alinhados com os Valores e a Estratégia definida globalmente, mas com a possibilidade para, localmente, potenciar novas oportunidades; • Captação de competências internas/parcerias para as novas áreas de negócio a desenvolver; • Promoção de instrumentos de avaliação de desempenho articulados com os instrumentos de planificação estratégica; • E stímulo à remuneração em função do desempenho; • Aposta clara na formação contínua e numa política de expatriamento de recursos humanos compensadora e eficaz. 05.1.1 estrutura de governo societário A Mota-Engil SGPS, na qualidade de sociedade de capital aberto, está atenta às recomendações da Comissão de Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM) sobre o governo das sociedades cotadas, tal como previsto nos regulamentos por esta emitidos. Procura igualmente interiorizar as reflexões e consequentes alterações do quadro regulamentar aplicável, entendendo-as como um contributo oportuno e pertinente cuja observância favorece todas as entidades envolvidas na actividade societária, analisando assim criticamente o seu posicionamento em matéria de governo da sociedade à luz destas recomendações, ponderando designadamente as vantagens efectivas da sua integral implementação face à realidade em que opera. O acompanhamento responsável que a Mota-Engil tem vindo a fazer neste domínio permite concluir por um bom grau de adopção das recomendações emanadas pelos órgãos competentes sobre o governo das sociedades. As boas práticas de governo corporativo são, além disso, entendidas como um suporte fundamental à Visão e Estratégia do Grupo Mota-Engil, tal como se encontra explicitado no ponto anterior. O modelo de governo seguido baseia-se no modelo Latino/Clássico Reforçado, composto por Conselho de Administração, Conselho Fiscal e Revisor Oficial de Contas. Encontra-se estruturado da seguinte forma: relatório de sustentabilidade 2009 67 05 governação, compromissos com iniciativas externas, relacionamento com stakeholders CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO • O Conselho de Administração da Mota-Engil, SGPS, SA é constituído por 15 membros: um Presidente, três Vice-Presidentes e onze Vogais; sete dos seus membros exercem funções executivas e oito exercem funções não-executivas, sendo três destes administradores independentes. • O Presidente do Conselho de Administração não desempenha funções executivas. • No Conselho de Administração, estão presentes os Presidentes dos Conselhos de Administração das sub-holdings do Grupo: Mota-Engil Engenharia e Construção, Mota-Engil Ambiente e Serviços e Mota-Engil Concessões de Transportes. • É da exclusiva competência deste órgão a definição da estratégia da Empresa, das políticas gerais da Sociedade e da estrutura empresarial do Grupo. COMISSÃO EXECUTIVA • A Comissão Executiva é constituída por sete membros: um Presidente, na qualidade de Chief Executive Officer (CEO) sendo também um dos Vice-Presidentes do Conselho de Administração; e seis outros membros integrando, todos eles, o Conselho de Administração. • A Comissão Executiva, através dos pelouros atribuídos aos seus membros, superintende e coordena as seguintes direcções de carácter corporativo e áreas: - Direcção Corporativa de Recursos Humanos; - Gabinetes de Comunicação e Imagem; - Gabinete de Coordenação Internacional; - Direcção de Responsabilidade Social e Sustentabilidade; - Gabinete de Coordenação da Comissão Executiva; - Direcção do Controlo de Gestão do Grupo; - Direcção de Finanças Corporativas; - Direcção de Relações com o Mercado de Capitais; - Serviços Partilhados; - Projecto Alta Velocidade; - Novos Mercados Geográficos; -D esenvolvimento e Coordenação de Projectos Imobiliários nos Mercados Interno e Externo; - Negócios Engenharia e Construção; - Negócios Ambiente e Serviços; - Negócios Concessões de Transportes. • A Comissão Executiva é o órgão de decisão operacional do Grupo, actuando em conformidade com as linhas de orientação global dos negócios e políticas estabelecidas pelo Conselho de Administração. ÓRGÃOS DE FISCALIZAÇÃO A fiscalização da sociedade é exercida por um Conselho Fiscal e por uma Sociedade de Revisores Oficiais de Contas, que exercem funções resultantes da legislação aplicável e dos estatutos. O Conselho Fiscal é constituído por quatro membros, dos quais um Presidente, dois membros efectivos e um suplente. COMISSÕES ESPECIALIZADAS O modelo de governo do Grupo Mota-Engil engloba ainda as seguintes Comissões especializadas: • a Comissão de Vencimentos, que, nos termos estatutários, tem por função definir a política de remunerações dos titulares dos órgãos sociais, fixando as remunerações aplicáveis, tendo em consideração as funções exercidas, o desempenho verificado e a relatório de sustentabilidade 2009 68 05 governação, compromissos com iniciativas externas, relacionamento com stakeholders situação económica da Sociedade; esta Comissão é constituída por dois membros do Conselho de Administração e um membro do Conselho Fiscal; • a Comissão de Investimento, Auditoria e Risco, composta por três membros permanentes (um administrador não-executivo, que preside, um administrador independente não-executivo e o CFO), que tem como principais funções e responsabilidades apreciar e sugerir políticas de investimento e risco de negócios e projectos ao Conselho de Administração, examinar e emitir parecer sobre projectos de investimento ou desinvestimento, emitir parecer sobre a entrada e saída em novas áreas de negócio, e monitorizar operações financeiras e societárias relevantes; e • a Comissão de Desenvolvimento de Recursos Humanos, constituída por sete membros (um administrador não-executivo, que preside; dois administradores executivos, os dois Presidentes dos Conselhos de Administração das áreas de negócio e outros dois membros), que tem como principais funções a monitorização de níveis de produtividade, remuneração e igualdade de oportunidades; avaliação dos programas de captação e desenvolvimento de quadros de elevado valor; definição das orientações dos sistemas de avaliação e incentivos, planos de carreiras, plano de formação e plano de recrutamento e selecção; avaliação regular da motivação dos colaboradores; definição da cultura e valores-chave, coordenando esforços para a sua implementação no Grupo. ÁREAS DE NEGÓCIO Cada uma das áreas de negócio do Grupo é dirigida por um Conselho de Administração. 05.1.2 informações adicionais Num quadro de adequação do modelo de governo societário às recomendações, regras e boas práticas de governo corporativo consagradas nacional e internacionalmente, importa acrescentar o seguinte: Relativamente à remuneração dos titulares de órgãos de administração, refira-se que uma parte da mesma está directamente dependente dos resultados da empresa. Assim, em 2009, os membros do Conselho de Administração da Mota-Engil SGPS auferiram o montante de e 1.257.652, correspondentes a remuneração variável, por proposta de aplicação de resultados aprovada em Assembleia Geral de Accionistas. Registe-se ainda, em matéria de dividendos, a adopção pelo Grupo de uma política de atribuição de dividendos materializada, em cada ano económico, num “Pay-Out Ratio” mínimo de 50% e máximo de 75%, dependendo da avaliação pelo Conselho de Administração de um conjunto de condições temporais, mas onde pontifica o objectivo de atingir uma adequada remuneração do capital accionista por essa via. De salientar ainda não terem sido efectuados negócios nem outras operações entre a Sociedade e os membros dos órgãos de administração e fiscalização, titulares de participações qualificadas ou sociedades que se encontram em relação de domínio ou de grupo, excepto os negócios que fazem parte da actividade corrente e que foram realizados em condições normais de mercado. relatório de sustentabilidade 2009 69 05 governação, compromissos com iniciativas externas, relacionamento com stakeholders No que toca ao exercício dos direitos societários, é de salientar o facto de não existirem limites estatutários ao exercício do direito de voto nem direitos especiais de um accionista ou de um conjunto de accionistas. 05.2 compromissos com iniciativas externas social; inovação e tecnologia; e criação de valor para os accionistas e a sociedade. No que à ética e governo das sociedades respeita, privilegiam-se as relações com os clientes, com os fornecedores, com os accionistas, com os colaboradores, com os concorrentes e com a sociedade, sendo que o denominador comum assenta na satisfação que deve ser uma exigência da acção empresarial, no comportamento pelo respeito da lei e pelos critérios do mercado e na rejeição de práticas que possam falsear o processo económico. 05.2.1 código de conduta aneop Quanto à saúde e à segurança dos trabalhadores, consagra-se o compromisso de desenvolver sistemas de largo espectro que abranjam a globalidade das operações produtivas e a totalidade dos trabalhadores, garantindo-se, em paralelo, formação profissional desenhada de modo a que a prevenção do risco se substitua à inventariação das consequências do acidente. No quadro da sua participação na Associação Nacional de Empreiteiros de Obras Públicas (ANEOP), onde desde sempre o Grupo Mota-Engil, através da sua área de negócios Mota-Engil Engenharia, marcou presença de relevo, foi aprovado para vigorar, a partir de 2007, o Código de Conduta das empresas filiadas na ANEOP. Na parte respeitante a qualidade, meio ambiente e responsabilidade social, reafirma-se uma atitude de diferenciação pela qualidade, o compromisso pela adopção de soluções e critérios de cariz ambiental nos processos produtivos e um comportamento perante o meio envolvente que ajude a conferir sentido à vida, tanto a das gerações presentes, quanto, e em especial, a das gerações futuras. Este documento, de adopção voluntária e aplicável em todo o espaço nacional, enuncia um conjunto de princípios a que se obrigam as empresas de construção e obras públicas que integram esta associação que conta, entre os seus membros, com as maiores e mais importantes entidades do sector a operar em Portugal. Numa actividade integrante, por excelência, da fileira da engenharia, como é o caso da construção, enfatiza-se a exigência da aposta em Investigação & Desenvolvimento, acolhendo a vertente tecnológica nas estratégias empresariais e incutindo-lhes uma sólida cultura técnica. O Código de Conduta ANEOP contempla cinco grandes capítulos, englobando a ética e o governo das sociedades; a saúde e segurança dos trabalhadores; qualidade, meio ambiente e responsabilidade Finalmente e no pressuposto de que a Empresa é o produto da iniciativa, da capacidade de avaliar e gerir o risco e de fazer opções na afectação dos recursos existentes, com vista à optimização relatório de sustentabilidade 2009 70 05 governação, compromissos com iniciativas externas, relacionamento com stakeholders do lucro, esta lógica deve compaginar-se com os direitos fundamentais da pessoa humana, garantindo-se, por esta via, a criação de valor para a Sociedade. 05.3 relacionamento com as partes interessadas 05.2.2 actividade associativa Consciente do seu papel na sociedade e de forma a assegurar mais eficazmente a interacção e o diálogo com as partes interessadas, o Grupo Mota-Engil participa activamente em inúmeras organizações de índole industrial e comercial. A presença nestes organismos associativos consubstancia-se através do financiamento às suas actividades por via do esforço de quotização a cargo das empresas filiadas e pelo exercício de funções nos seus órgãos executivos. O Grupo Mota-Engil, pela importância estratégica que estas instituições representam enquanto factores de cooperação e de relacionamento estreito com a comunidade empresarial, faz parte, através das suas várias empresas, de 52 associações sectoriais, três associações empresariais, oito câmaras de comércio e de seis outros organismos. O Grupo faz-se assim representar nos sectores onde actua e nas câmaras de comércio dos mercados geográficos em que opera. IDENTIFICAÇÃO DAS PARTES INTERESSADAS O Grupo Mota-Engil considera essencial focalizar a sua atenção nas múltiplas partes interessadas com que se relaciona. Pela dimensão e pelo carácter diversificado das suas actividades em múltiplas geografias e contextos económicos, sociais e culturais de referência, o quadro relacional do Grupo Mota-Engil expande-se significativamente, assumindo regularmente novos contornos. A identificação e a abordagem das suas partes interessadas afigura-se assim como tarefa complexa, exigindo um processo de monitorização e melhoria contínua num quadro de abertura e estreitamento de relações, envolvendo múltiplas instituições e segmentos da sociedade. Os processos de identificação e abordagem das principais partes interessadas dependem, em grande medida, da dinâmica e das características próprias de cada área de negócios do Grupo, disso se dando em seguida resumida conta. Em todas as áreas de negócio, com particular ênfase nas que são objecto de relato mais detalhado neste relatório, a identificação das partes interessadas obedeceu a um procedimento de consulta interna junto dos principais responsáveis dessas áreas, tem vindo a produzir-se, relativamente aos relatórios anteriores, um maior refinamento na sua identificação. relatório de sustentabilidade 2009 71 05 governação, compromissos com iniciativas externas, relacionamento com stakeholders No que respeita ao Grupo Mota-Engil em geral, pelo seu carácter internacional e diversificado e face aos objectivos de desenvolvimento estratégico, a consolidação e busca constante de novas oportunidades de negócio coloca particular ênfase nos seus Clientes, nacionais e internacionais, nos seus parceiros de negócio e no universo dos seus Colaboradores, num contexto de valorização do seu capital humano decisivo enquanto activo e vector fundamental para o cumprimento desses objectivos estratégicos. De igual modo, assumem primacial importância os accionistas do Grupo, os investidores, as entidades financeiras e do sector segurador, os trabalhadores, os meios de comunicação social, as organizações não-governamentais, e as entidades reguladoras. A identificação destas partes interessadas assume um carácter transversal a todo o Grupo. Na área de negócios de Engenharia e Construção, avultam igualmente como partes interessadas de referência os Clientes do Grupo, quer se trate de clientes institucionais (Estado e demais entidades públicas), pelo seu peso muito significativo em relação aos principais segmentos de actividade desta área de negócios, quer ainda os inúmeros clientes do sector privado, o número de valências especializadas na área de engenharia e construção detidas pelo Grupo. Refiram-se também as comunidades locais, pelo impacto do sector construtivo nos domínios social e ambiental, e da vasta gama de fornecedores de produtos e serviços, nota marcante desta actividade caracterizada pela sua extensa cadeia de procura. Na área de negócios de Ambiente e Serviços e em particular nas actividades ligadas ao sector de resíduos e água, assumem particular relevância as autarquias locais, enquanto concedentes de serviços públicos explorados em regime de concessão, bem como a multiplicidade dos cidadãos na sua qualidade de clientes finais dos serviços prestados, sendo ainda especialmente importantes os organismos responsáveis pelo enquadramento legal e regulação destes sectores. Na área das Concessões de Transportes, concitam especial atenção os concedentes dos serviços públicos no sector das concessões de infra-estruturas de transportes, bem como o público utilizador dessas infra-estruturas numa área particularmente sensível às questões de segurança, qualidade e níveis de serviço disponibilizados. Abordagem das partes interessadas Uma das formas privilegiadas de abordagem das partes interessadas por parte do Grupo Mota-Engil, na sua globalidade, consiste na adopção de um conjunto de meios de comunicação, entre os quais se avulta o seu “website”, disponibilizando um conjunto de informação vasta sobre o Grupo, bem como a publicação periódica “Sinergia”, que constitui um amplo repositório informativo sobre as actividades do Grupo. A recente criação do portal corporativo interno “ON-ME” afigura-se como outro instrumento privilegiado de comunicação, difusão e partilha de conhecimento entre os colaboradores do Grupo. A este nível, registe-se ainda a existência de “newsletters” e publicações disponibilizadas por várias empresas do Grupo. Através dos contactos disponibilizados via “website”, encontra-se facilitada a interlocução com qualquer uma das áreas do Grupo, possibilitando um número considerável de interacções com o exterior do Grupo. Assinale-se ainda a dinâmica de relacionamento com os meios de comunicação social, quer generalistas, quer de imprensa relatório de sustentabilidade 2009 72 05 governação, compromissos com iniciativas externas, relacionamento com stakeholders especializada, nos domínios económico e financeiro, atestada pelo extenso acervo de menções às actividades, negócios e iniciativas do Grupo e pela presença regular dos seus representantes nos meios de comunicação social. No que concerne em particular à abordagem das partes interessadas na área de negócio de Engenharia e Construção, importa destacar os seguintes aspectos: Colaboradores: • Realização de Encontros de Quadros e Fóruns de partilha de conhecimento; • Publicação quinzenal de uma “newsletter” interna que pretende dar a conhecer a todos os seus colaboradores as notícias da Empresa; • Divulgação periódica de campanhas de sensibilização ambiental; • Realização de diversas acções de formação; • Portal corporativo “ON-ME”. Clientes: • Envio de inquéritos de satisfação do cliente. Fornecedores: • Promoção de acções de formação de fornecedores; • Realização de inquéritos de satisfação e desenvolvimento de parcerias. Universidades: • Celebração de vários protocolos com Universidades; • Parcerias para desenvolvimento de estudos e projectos específicos. Comunicação: • Participação em eventos, feiras de construção, seminários; • Elaboração de artigos e notícias para revistas e jornais. Associações: • Participação em grupos de trabalho e outras iniciativas. A SUMA, na área de negócios de Ambiente e Serviços, identificou no seu processo de monitorização, medição e análise, a actividade “Satisfação das Partes Interessadas”. Com esta actividade, pretende monitorizar, medir e analisar a satisfação das várias partes interessadas da Organização de forma a estabelecer bases para a melhoria contínua. Relativamente aos Clientes, são considerados dois aspectos principais: • A gestão do inquérito de avaliação da satisfação de clientes (ISC); • A gestão das reclamações recebidas na Organização. Com uma periodicidade mínima anual, são enviados inquéritos aos clientes em todos os municípios onde a SUMA presta serviços. Esta ferramenta visa monitorizar, numa base mensurável, informação relativa à percepção de cada Cliente em relação à Organização e os requisitos e níveis de serviço dela esperados. Contempla quatro parâmetros de avaliação: • Avaliação dos serviços prestados; • Avaliação das competências técnicas e imagem da Organização; • Avaliação global; • Campo para fornecimento de opiniões e sugestões. Independentemente do envio destes inquéritos, sempre que a área Comercial ou a área da produção, no seu contacto regular com clientes, tome conhecimento de informações relevantes ao nível da satisfação ou sugestões de melhoria, documentam tais situações e dão-lhes o seguimento adequado. relatório de sustentabilidade 2009 73 05 governação, compromissos com iniciativas externas, relacionamento com stakeholders No que respeita às reclamações, a SUMA definiu e documentou a forma como realiza o seu tratamento, desde o momento em que estas são recebidas até à transmissão da resposta ao reclamante, de forma a assegurar que: • as reclamações são devidamente registadas e analisadas, com o envolvimento dos respectivos responsáveis; • é dada resposta objectiva ao reclamante; • são detectadas as não-conformidades associadas às reclamações; e • se obtém dados fidedignos/pertinentes para a melhoria do desempenho da Organização; No que respeita às restantes partes interessadas, a SUMA identificou os seus principais “stakeholders” e analisou os assuntos que lhes podem interessar mais, relativamente à sua relação com a SUMA, desdobrando-os pelas perspectivas da sustentabilidade. A avaliação da satisfação para a totalidade das partes interessadas está a ser alvo de um reforço, através da melhoria contínua das metodologias e ferramentas já existentes (por exemplo, inquérito à satisfação do trabalhador), ou através de metodologias e ferramentas a introduzir nos programas de gestão, dada a valia que essa avaliação tem para o desempenho sustentável da SUMA. No que respeita à área de negócios de Concessões de Transportes, e em particular à Ascendi, enquanto concessionária de mais de 800 quilómetros de auto-estradas em Portugal, registem-se a existência de uma Linha de Apoio ao Cliente em funcionamento 24 horas por dia, a existência, no seu “website”, de um espaço para preenchimento de sugestões e reclamações, sendo ainda disponibilizada informação sobre a forma de restituição de taxas de portagem por parte dos seus utilizadores em relação aos troços ou sublanços em obras. Acresce a existência de um espaço de esclarecimento de dúvidas, sendo disponibilizada uma listagem de perguntas mais frequentes e respectivas respostas, e de um questionário de avaliação de satisfação dos utilizadores. É de assinalar, por último, a criação da figura do Provedor do Cliente, entidade criada para garantir a máxima satisfação do Cliente, acompanhando de perto e respondendo a todas as questões que sejam colocadas. O Provedor do Cliente é o próprio Presidente do Conselho de Administração da Ascendi, simbolizando assim a importância conferida à figura do Cliente e utilizador final dos serviços prestados pela Empresa. 06 responsabilidade social e gestão do capital humano inspiração Acreditar nas pessoas como fonte de inspiração relatório de sustentabilidade 2009 75 06 responsabilidade social e gestão do capital humano 06.1 responsabilidade social introdução Em 2006, o Grupo Mota-Engil deu início à concretização de uma estratégia de sustentabilidade e responsabilidade social que viria a culminar, em 2007, na publicação do seu primeiro Relatório de Sustentabilidade. A Visão e a Estratégia de sustentabilidade do Grupo Mota-Engil, tratadas em capítulo próprio deste relatório, são aqui detalhadas através da referência ao Programa de Responsabilidade Social do Grupo, em que se materializa a sua concretização, e à forma de organização adoptada para dar cumprimento aos objectivos estratégicos traçados. 06.1.1 programa de responsabilidade social O Programa de Responsabilidade Social procura corporizar e dar resposta prática à estratégia de sustentabilidade do Grupo Mota-Engil. Este programa integra um conjunto de objectivos gerais e uma estrutura orgânica de suporte à sua execução, a qual, por sua vez, se desdobra na realização de actividades/projectos que resultam, quer de iniciativas próprias, quer do apoio a iniciativas com origem em entidades exteriores ao Grupo. Paralelamente e no domínio da comunicação do desempenho nas áreas social e ambiental, o Programa de Responsabilidade Social integra ainda a publicação regular do Relatório de Sustentabilidade do Grupo, bem como, e igualmente no domínio da comunicação externa, a publicação e actualização dos conteúdos inseridos no “website” institucional sob a designação “Sustentabilidade”. O Programa contempla os seguintes eixos estratégicos e objectivos g erais: 1. CRIAÇÃO DE VALOR • Criar valor na perspectiva do accionista e da sociedade em geral; • A bordagem preventiva e prospectiva dos riscos decorrentes dos impactos económicos, sociais e ambientais do negócio, integrando-os no modelo global de gestão; • Cultura baseada na qualidade, no rigor e na orientação para o cliente; • Incremento da produtividade e eficiência de processos, visando atingir elevados níveis de desempenho operacional de acordo com as melhores práticas internacionais e de mercado. 2. ECOEFICIÊNCIA E INOVAÇÃO • Fazer mais com menos, reduzindo o consumo de recursos e incrementando a eficiência na sua utilização; • Procura constante de melhorias no plano ambiental que potenciem paralelamente benefícios económicos; • Forte incentivo à inovação como factor crítico de aumento da competitividade, estimulando o crescimento, a diversificação e a criação de novas oportunidades de negócio. relatório de sustentabilidade 2009 76 06 responsabilidade social e gestão do capital humano 3. PROTECÇÃO DO MEIO AMBIENTE • Minimizar o impacto ambiental das actividades do Grupo, integrando a perspectiva ambiental nos processos e sistemas de gestão; • Promover e participar em iniciativas de sensibilização e preservação dos valores ambientais. • Adoptar práticas de recrutamento e selecção não-discriminatórias e que promovam a igualdade de oportunidades; • Apoiar activamente a transição da escola para a vida activa, promovendo a formação qualificante; • E stimular o envelhecimento activo, visando o equilíbrio geracional dos recursos humanos no quadro de uma política laboral responsável e socialmente sustentável. 4. ÉTICA EMPRESARIAL 7. APOIO AO DESENVOLVIMENTO SOCIAL • Observância de critérios éticos na promoção dos valores, cultura e modelo de gestão do Grupo; • Respeito pelas pessoas e pelos seus direitos. • Apoiar iniciativas de carácter social, educativo, cultural e ambiental promovidas pelo Grupo ou em parceria com entidades externas; • Contribuir através da acção mecenática para o desenvolvimento sócioeconómico das comunidades onde desenvolve a sua actividade. 5. DIÁLOGO COM AS PARTES INTERESSADAS • Transparência e abertura no relacionamento com as partes interessadas; • Comunicação regular e sistematizada com as partes interessadas, visando auscultar e integrar as suas preocupações; • Relato objectivo e credível do desempenho económico, social e ambiental. 06.1.2 estrutura orgânica 6. GESTÃO DO CAPITAL HUMANO O Programa de Responsabilidade Social é coordenado e executado ao nível corporativo pela Direcção de Responsabilidade Social e Sustentabilidade (DRSS). • Traduzir a dimensão humana e o respeito pelas pessoas na estratégia e nas políticas de gestão de recursos humanos; • Valorizar o emprego e a progressão na carreira, estimulando a aquisição de competências através da formação contínua e da aprendizagem ao longo da vida; • Criar condições de trabalho motivadoras e compensadoras mediante políticas remuneratórias e de incentivo que favoreçam a excelência e o mérito; • Garantir os mais elevados padrões de saúde e segurança no trabalho; A Direcção de Responsabilidade Social e Sustentabilidade constitui uma das funções de carácter estratégico e corporativo do Grupo Mota-Engil, estando integrada na sua holding na dependência directa do Presidente da Comissão Executiva do Grupo Mota-Engil. Compete a esta Direcção planear, coordenar e executar a política de sustentabilidade e o Programa de Responsabilidade Social do Grupo Mota-Engil, de acordo com a Visão e a Estratégia relatório de sustentabilidade 2009 77 06 responsabilidade social e gestão do capital humano de sustentabilidade aprovadas pelos seus órgãos, actuando transversalmente nas suas áreas e unidades de negócio. O Conselho Coordenador para a Sustentabilidade (CCS) é o órgão interno de carácter permanente responsável pelo acompanhamento da política de sustentabilidade do Grupo Mota-Engil, coadjuvando a Direcção de Responsabilidade Social e Sustentabilidade na coordenação e execução do Programa de Responsabilidade Social. O CCS integra, além do Director de Responsabilidade Social e Sustentabilidade, que coordena o seu funcionamento, os responsáveis corporativos pelo controlo de gestão, desenvolvimento de recursos humanos, relações com os Investidores e outros elementos de áreas e unidades de negócio com responsabilidades operacionais nos domínios de ambiente, qualidade, e saúde e segurança no trabalho, podendo cooptar membros de outras áreas operacionais ou unidades de negócio em função da especial natureza das matérias que fazem parte da sua esfera de competências. Compete igualmente ao CCS controlar e avaliar a execução do Programa de Responsabilidade Social do Grupo, propor aos seus órgãos de gestão as actividades relativas aos Objectivos do Programa, encetar acções internas e externas de divulgação, sensibilização e formação em matéria de sustentabilidade, bem como apoiar a redacção e a publicação do Relatório de Sustentabilidade do Grupo. O CCS rege-se pelo seu Regimento Interno, reunindo ordinariamente com periodicidade mensal e extraordinariamente sempre que tal se justifique. 06.1.3 actividades e projectos do programa de responsabilidade social Apresenta-se, em seguida, uma breve sinopse das actividades e projectos em que o Grupo Mota-Engil se encontra envolvido, no cumprimento do seu Programa de Responsabilidade Social. 6.1.3.1 MOTA-ENGIL SOLIDÁRIA A marca Mota-Engil Solidária foi criada em 2008 para conferir uma identidade gráfica e imagética aos projectos e iniciativas do Grupo no domínio da responsabilidade social, em particular na sua vertente de Solidariedade Social. Procura representar os conceitos de acolhimento e protecção tão característicos da ideia de solidariedade social. A nova marca e a identidade gráfica de suporte visam simbolizar de uma forma que se pretende marcante e apelativa, uma nova etapa da política de responsabilidade social da Mota-Engil, na esteira da sua melhor tradição e espírito filantrópico, profundamente enraizadas na longa história do Grupo. Sob a marca Mota-Engil solidária foi desenvolvido um conjunto de iniciativas de apoio às mais diversas causas no domínio da solidariedade social e, simultaneamente, foram reforçados e consolidados projectos anteriormente desenvolvidos. relatório de sustentabilidade 2009 78 06 responsabilidade social e gestão do capital humano DEFICIÊNCIA OEIRAS SEM BARREIRAS O Projecto Oeiras Sem Barreiras, resultante de um protocolo celebrado entre a Mota-Engil e a Câmara Municipal de Oeiras, tem como objectivo remover barreiras arquitectónicas nos edifícios de habitação das famílias mais carenciadas do concelho de Oeiras e que integrem paralelamente deficientes ou pessoas com mobilidade condicionada. As intervenções a efectuar são objecto de um trabalho conjunto de referenciação e análise das situações apresentadas, traduzindo-se em regra na execução de trabalhos de requalificação e beneficiação das habitações, melhorando assim as condições de mobilidade existentes. O Grupo Mota-Engil procura deste modo, em estreita articulação com a autarquia, exercer uma cidadania activa e participativa, contribuindo para a inclusão social no concelho onde se situa um dos principais escritórios do Grupo. Após a realização, em 2008, da primeira intervenção na habitação de uma idosa com dificuldades de locomoção, melhorando as condições de mobilidade existentes, em 2009 foram referenciados outros oito casos. Com a coordenação da equipa do Núcleo de Arquitectura e Construção Civil da Mota-Engil Engenharia, procedeu-se à identificação e análise das necessidades de intervenção, que consistem essencialmente na adaptação de casas de banho, adaptação de mobiliário de cozinha para utilizadores em cadeiras de rodas, e adaptação nos acessos aos edifícios e na própria habitação. Este projecto tem conhecido alguns atrasos de ordem diversa, mas é objectivo da Mota-Engil que os casos identificados como prioritários estejam concluídos até ao final de 2010. APPACDM DE LISBOA A Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPACDM) de Lisboa é uma instituição particular de solidariedade social, fundada em 1962, criada em torno do seu objectivo primordial de apoiar e dar resposta às necessidades das pessoas portadoras de Trissomia 21. Ao longo do seu processo evolutivo, a instituição veio a consagrar os seus esforços a toda a área da deficiência mental, dando origem a 28 instituições congéneres, presentes na maior parte dos distritos do País. Integra hoje entre as suas valências uma creche para crianças com necessidades educativas especiais, um centro educacional, um centro de actividades ocupacionais, uma empresa de inserção, serviços de apoio parental e formação profissional, para além de cinco lares residenciais, em que se inclui a residência e o centro de actividades ocupacionais de Alapraia, em São João do Estoril. Procurando ir ao encontro das necessidades dos cidadãos deficientes mentais da região de Lisboa, e suas famílias, a instituição levou por diante um projecto de ampliação do seu equipamento de Alapraia, cujos trabalhos de execução se iniciarão a breve trecho. Para além do financiamento obtido junto da Câmara Municipal de Cascais, a obra conta ainda com uma importante comparticipação financeira da Mota-Engil, numa demonstração clara da sua ligação e apoio à causa da deficiência, causa maior de entre as que têm merecido o seu apoio. Associação de Surdos do Porto A Associação de Surdos do Porto foi criada em 1995 como instituição particular de solidariedade social e tem como principais relatório de sustentabilidade 2009 79 06 responsabilidade social e gestão do capital humano objectivos a representação e defesa da população surda, o ensino e a formação profissional e o apoio social à comunidade surda. A promoção da prática desportiva por parte da população surda constitui igualmente um dos seus vectores de actuação, destacando-se a presença em inúmeras competições nacionais e internacionais. A Mota-Engil tem vindo a apoiar regularmente a Associação de Surdos do Porto, patrocinando uma vez mais a presença de uma equipa da Associação num importante evento desportivo internacional. PROJECTO DE VELA ADAPTADA A Oeiras Viva EEM é uma empresa municipal da Câmara Municipal de Oeiras responsável pela gestão de espaços e equipamentos desportivos, culturais e de lazer, incluindo o Porto de Recreio de Oeiras e a Piscina Oceânica, implantada junto ao porto. Em colaboração com a Associação Portuguesa de Portadores de Trissomia 21 (APPT21), a Oeiras Viva EEM lançou uma nova vertente da sua Escola de Vela vocacionada para a formação em vela ligeira de crianças com necessidades educativas especiais. Este projecto, inovador em Portugal, envolve a aquisição de embarcações e apetrechos náuticos adaptados à prática da vela, procurando-se assim proporcionar às crianças uma experiência nova, da maior importância no seu desenvolvimento psicossocial. Pela sua ligação ao concelho de Oeiras e pela relevância de que a causa da deficiência se reveste na sua política de responsabilidade social, a Mota-Engil abraçou este projecto patrocinando a aquisição de uma das embarcações de vela adaptada. ASSOCIAÇÃO SALVADOR A Associação Salvador nasceu a 23 de Novembro de 2003 por iniciativa de Salvador Mendes de Almeida, fundador da Associação, que ficou tetraplégico aos 16 anos em consequência de um acidente de viação. A Associação tem por missão concorrer para a plena integração social das pessoas com deficiência, sensibilizando a sociedade para a causa da acessibilidade, desenvolvendo acções de apoio dirigidas em particular aos deficientes motores, fomentando a investigação de mecanismos de reabilitação, promovendo iniciativas e divulgando um conjunto de suportes de comunicação. Os seus principais eixos de intervenção englobam a prossecução de acções próprias vocacionadas para as áreas de integração, acessibilidade e prevenção rodoviária, cooperação internacional, e investigação e tecnologia. O projecto “Portugal Acessível” conta-se entre as suas mais recentes iniciativas, tendo por objectivo, através do “website” www.portugalacessivel.com, facilitar a integração das pessoas com mobilidade reduzida na sociedade, disponibilizando uma lista de espaços que estão preparados para recebê-las. O Grupo Mota-Engil estabeleceu um acordo de parceria com a Fundação, visando apoiar a gestão do projecto “Portugal Acessível”, tornando-se seu “Mecenas Ouro”. O Grupo procura assim, mais uma vez, postar-se na primeira linha do apoio à causa da deficiência, que afecta cerca de 50 milhões de pessoas em toda a Europa e 8 a 10% da população portuguesa. relatório de sustentabilidade 2009 80 06 responsabilidade social e gestão do capital humano DESPORTO DESPORTO AMARANTINO O Amarante Futebol Clube e o Académico de Amarante Sport Clube são duas instituições de referência no panorama desportivo de Amarante, concelho a que a Mota-Engil se encontra ligada por fortes laços institucionais, simbólicos e afectivos. Em linha com o histórico apoio que a Mota-Engil tem dado ao longo dos anos a instituições amarantinas de vários sectores, as agremiações desportivas têm desde sempre figurado no seu espectro de intervenção. O Amarante Futebol Clube e o Académico Sport Clube de Amarante, pelo que se têm notabilizado na promoção do desporto juvenil, essencial ao desenvolvimento integral das crianças e jovens amarantinos, mereceram mais uma vez a atenção da Mota-Engil através do apoio concedido à prossecução das suas actividades. NADADORES PARALÍMPICOS A Mota-Engil, no âmbito da sua área de Responsabilidade Social, decidiu em 2009 apoiar dois atletas paralímpicos, tendo esse processo culminado com a assinatura de um protocolo, no dia 4 de Março de 2010, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, com os nadadores Diana Guimarães e David Grachat. Com a duração de três anos, visa apoiar financeiramente, com uma subvenção fixa anual de 10 mil euros, os atletas de natação adaptada nas competições nacionais e internacionais. A verba atribuída permitirá ainda dotar os nadadores dos recursos materiais necessários, suportar as estadias em competições e estágios e a contratação de treinadores e estabelecimento de um plano de treinos, tendo em vista a participação nos Jogos Paralímpicos de Agosto de 2012, em Londres. Em caso de medalha na competição, os atletas receberão um prémio variável, em função do sucesso desportivo obtido. A cerimónia de assinatura do protocolo foi presidida pela Dra. Maria Manuela Mota, Administradora da Mota-Engil SGPS, e contou com a presença do Dr. Jorge Coelho, Presidente da Comissão Executiva do Grupo Mota-Engil, da Secretária de Estado Adjunta e da Reabilitação, Dra. Idália Moniz, e da campeã olímpica Rosa Mota. O estímulo à actividade desportiva na deficiência e a aposta na participação e no sucesso desportivo em competições nacionais e internacionais de atletas de alta competição, é para o Grupo MotaEngil um vector fundamental da sua política de apoio à deficiência. HABITAÇÃO PORTO AMIGO O protocolo “Porto Amigo”, celebrado no dia 17 de Março de 2009, entre a Mota-Engil e a Fundação Porto Social (integralmente detida pela Câmara Municipal do Porto), tem por objecto o estabelecimento de formas de colaboração entre o Grupo e a Fundação na realização de obras de adaptação e de melhoria das condições de habitabilidade da população sénior dependente da cidade do Porto, em situação de pobreza e que resida em habitação própria ou arrendada. A Mota-Engil alia-se à autarquia portuense num esforço conjunto em prol da coesão social urbana e da promoção de condições habitacionais condignas a favor dos mais idosos. No âmbito deste protocolo, foram efectuadas visitas às habitações dos candidatos, tendo sido identificadas necessidades e prioridades de intervenção em cinco casas. Prevê-se que relatório de sustentabilidade 2009 81 06 responsabilidade social e gestão do capital humano a conclusão desta primeira fase seja em 2010, após a qual se dará início à segunda fase de intervenções. época, o cenário de pobreza e abandono a que eram votadas muitas crianças, levou-o a fundar a Obra da Criança Abandonada. ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA HABITAT A Associação Humanitária Habitat, fundada em Maio de 1996, constitui a primeira filial portuguesa da organização não-governamental sem fins lucrativos Habitat for Humanity International, com sede nos EUA. Estava lançada assim a obra que conta actualmente com uma estrutura de vários estabelecimentos espalhados pelo País, de acolhimento de crianças e jovens em risco. “A Casa de Ramalde”, situada na homónima freguesia do Porto, constitui a sua última realização, permitindo acolher 35 crianças e jovens. É uma organização não-governamental que tem como princípio fundamental congregar esforços e promover iniciativas no âmbito da solidariedade social, visando especialmente contribuir para eliminar a degradação habitacional e apoiar famílias carenciadas na obtenção de habitações adequadas e condignas, através da sua construção ou recuperação. A realização da obra, orçada em cerca de 1,3 milhões de euros, contou com a generosa contribuição de várias entidades, entre as quais a Mota-Engil, durante o ano de 2009, que assim vê o seu nome ligado a mais um relevante projecto neste segmento de intervenção do seu programa de responsabilidade social. O Grupo Mota-Engil, através de um protocolo celebrado com esta instituição, procura associar-se ao seu trabalho, tendo em vista viabilizar a construção ou recuperação de habitações para famílias carenciadas, em especial no concelho de Amarante, território a que o Grupo se encontra ligado por fortes laços sociais e institucionais. Por razões de vária ordem, esta iniciativa tem conhecido alguns atrasos, prevendo-se para 2010 a sua efectiva concretização. Encontram-se constituídas duas equipas de voluntários da Mota-Engil com o objectivo de participarem neste projecto. FUNDAÇÃO DO GIL A Fundação do Gil, nome inspirado na mascote da Expo’98, foi criada em 1999 com origem num protocolo assinado entre a Parque Expo 98, SA e o então Ministério do Trabalho e da Solidariedade, através do Instituto para o Desenvolvimento Social. A Fundação tem como principais objectivos o bem-estar, a valorização pessoal e a plena integração social das crianças e dos jovens, apoiando em particular as crianças em risco no domínio da resolução de casos de crianças em internamento hospitalar prolongado por razões sociais, assegurando a necessária articulação com outras instituições e serviços competentes. INFÂNCIA E JUVENTUDE OBRA DO FREI GIL A Obra do Frei Gil é uma instituição particular de solidariedade social de inspiração católica fundada em 1942 por Frei Gil Alferes. Frei Gil, de seu nome Manuel Nunes Alferes, nasceu em Oliveira do Bairro no ano de 1905. O contacto com a realidade social da Entre os seus projectos mais emblemáticos figuram a Casa do Gil, primeiro centro de acolhimento temporário de cuidados intermédios de saúde, e a Unidade Móvel de Apoio Domiciliário. O Grupo Mota-Engil celebrou com a Fundação um protocolo com a duração de três anos, adquirindo o estatuto de “Padrinho da relatório de sustentabilidade 2009 82 06 responsabilidade social e gestão do capital humano Fundação do Gil”. Tal permitirá apoiar as actividades e projectos da Fundação, num domínio particularmente caro ao Grupo no âmbito da sua política de responsabilidade social. O Grupo Mota-Engil, no âmbito do protocolo celebrado, com a duração de três anos, garante o apoio às actividades e projectos da Fundação, mantendo o estatuto de “Padrinho da Fundação do Gil”. Na prossecução dos seus objectivos de política de responsabilidade social, em que o Porto constitui território de intervenção prioritária, a Mota-Engil ofereceu ao SAOM, em 2009, uma viatura totalmente equipada e medicalizada, que permitirá qualificar e reforçar a intervenção da equipa de rua da instituição no apoio de proximidade à população toxicodependente. SOLIDARIEDADE INTERNACIONAL TOXICODEPENDÊNCIA SAOM Fundado em 1984, o Serviço de Assistência Organizações de Maria (SAOM), com sede no Porto, é uma instituição particular de solidariedade social que tem como principais objectivos o apoio aos idosos e à população em risco de exclusão social. O SAOM conta, entre as suas valências, com Centro de Dia, Serviços de Apoio Domiciliário e Casa de Abrigo. Além destes equipamentos, o SAOM tem vindo a desenvolver um conjunto de acções no domínio da inclusão social. Destacam-se os projectos “Dar sentido à vida”, promovendo acções de formação que visam a empregabilidade de pessoas em risco de exclusão, e “Prevenir para Vencer”, abrangendo vários grupos-alvo da zona histórica do Porto na implementação de estratégias preventivas da exclusão, explorando e valorizando os recursos existentes. Especial relevo merece ainda o projecto “Cata-Vidas”, que procura atalhar aos múltiplos problemas gerados pelo consumo de estupefacientes, numa relação de complementaridade e em estreita articulação com a equipa de rua “Aqui & Agora”, que actua directamente junto da população toxicodependente em freguesias das zonas central e ocidental da cidade do Porto. SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE A Mota-Engil apoiou o transporte de material escolar para São Tomé e Príncipe, associando-se a uma acção de recolha efectuada pela Navegar – Associação Humanitária para a Cooperação e Desenvolvimento. O material escolar destina-se à Paróquia de Santana e está inserido num conjunto mais alargado de projectos de ajuda humanitária a este país insular. O Grupo procura assim ajudar as famílias são-tomenses na educação básica dos seus filhos, proporcionando condições que garantam o acesso à escola e o sucesso educativo num contexto sócio-económico debilitado. Outra iniciativa ainda em São Tomé, e no sentido da responsabilidade social num país onde opera, a Mota-Engil entregou ao Futebol Clube de Santana um conjunto completo de equipamentos, incluindo bolas e material médico, o que permitirá ao clube participar no próximo campeonato nacional são-tomense. PROJECTO CABO VERDE O Projecto Cabo Verde, iniciado em 2006, é um programa de voluntariado para a cooperação. Procurando corporizar os ideais da solidariedade à escala internacional, apoia-se num corpo de voluntárias e numa clara aposta na sua formação e aquisição de competências na execução de projectos de cooperação e ajuda para o desenvolvimento. relatório de sustentabilidade 2009 83 06 responsabilidade social e gestão do capital humano Após dois anos consecutivos no bairro da Calabaceira, Cidade da Praia, em 2008, o projecto estendeu-se às ilhas de Boavista (Sal Rei) e Santo Antão (Paul). As acções desenvolvidas centram-se nas áreas de saúde, educação, ambiente e formação, procurando dar resposta a necessidades prementes e a promover a capacitação das populações visando gerar autonomia na resolução dos seus problemas. O Grupo encontra-se associado, de forma mais estável e duradoura, a instituições de referência no panorama nacional em qualquer dos domínios citados, acolhendo e apoiando ainda iniciativas e projectos emanados da sociedade civil considerados de maior relevância e interesse social. AMBIENTE Nos três primeiros anos, o projecto beneficiou já cerca de 6.000 pessoas, mobilizando 175 voluntárias. Em 2009 a aposta recaiu na continuidade do trabalho e na realização de acções de fomento do empreendorismo e no auto-emprego destinadas a jovens desempregadas. O projecto resulta de uma parceria entre três associações juvenis portuguesas (Álamos, Rampa Clube e Arcádia), a que se juntou em 2008 a Cooperativa de Promoção de Actividades Culturais de Telheiras (Lisboa). EDUCAÇÃO AMBIENTAL - INDAQUA Ao nível de educação ambiental e saúde pública, a INDAQUA promoveu em 2009, com a chancela da Comissão Nacional da UNESCO, a iniciativa “Água limpa para beber dá saúde e faz crescer”. Esta iniciativa, estruturada nas vertentes científica, pedagógica e lúdica, desenhada para os alunos do 5º ano das escolas E.B. 2-3, tinha como principal destinatário a comunidade escolar dos municípios servidos pela INDAQUA. À semelhança de outros apoios na área da cooperação para o desenvolvimento, em 2009 a Mota-Engil abraçou mais esta iniciativa, esperando que possa servir de estímulo à difusão do voluntariado e à promoção da solidariedade além-fronteiras. Este projecto, ainda em curso, visa a sensibilização das crianças em idade escolar para o consumo de água da rede de abastecimento, promovendo a prevenção junto da mesma comunidade do consumo de água não-tratada, nomeadamente de poços e furos. 6.1.3.2 INICIATIVAS E COMPROMISSOS INSTITUCIONAIS A importância da água na natureza e na vida humana, os seus ciclos naturais e os processos básicos de tratamento e abastecimento público completam os desígnios da iniciativa “Água limpa para beber dá saúde e faz crescer”. Em sessões de 75 minutos, dois monitores do projecto, acompanhados por um professor da escola onde a iniciativa tem lugar, transmitem às crianças a importância da água e os processos básicos de tratamento e abastecimento público da mesma. Para o efeito, são criados nos locais um espaço multimédia, onde se aprecia o tema “Água suporte de vida”, um “espaço laboratório”, onde se faz experiências científicas a propósito dos processos de tratamento, e um “espaço cena”, com uma pequena peça de teatro sobre o tema água. Para além da criação da marca Mota-Engil Solidária e no desenvolvimento dos objectivos e eixos estratégicos fundamentais do seu Programa de Responsabilidade Social, o Grupo Mota-Engil apoiou um conjunto muito vasto de projectos e iniciativas, assumindo também compromissos institucionais de vária ordem. Os apoios à cultura, à educação, à ciência e à saúde figuram entre as áreas de intervenção onde o Grupo tem marcado presença mais destacada, a que acresce uma atenção muito particular à temática da sustentabilidade nas suas várias dimensões. relatório de sustentabilidade 2009 84 06 responsabilidade social e gestão do capital humano PAINÉIS SOLARES – INDAQUA O ano de 2009 fica marcado, para a INDAQUA, pelo seu primeiro contributo para a produção de energia a partir de fontes limpas e renováveis, com a instalação de seis novos sistemas solares fotovoltaicos. Cada um é constituído por 20 painéis solares, instalados, na sua maioria, nas coberturas de reservatórios de Matosinhos e Santa Maria da Feira. A energia produzida é introduzida na rede da EDP, através do ramal de fornecimento local de consumo, onde foi feita a instalação do sistema de micro-produção. Paralelamente, foi dinamizado um programa de monitorização e redução dos consumos de energia eléctrica, ainda em curso. CASCAISNATURA – PROJECTO OXIGÉNIO Planear a promoção e a defesa da natureza e da biodiversidade no concelho de Cascais constitui o principal objectivo do Projecto Oxigénio, da responsabilidade da CascaisNatura – Agência de Ambiente da Câmara Municipal de Cascais. O Projecto Oxigénio visa recuperar, manter e abrir à visitação as parcelas do território sob a sua intervenção através de um conjunto de acções em que se avultam a plantação de espécies autóctones (arbustivas e arbóreas), o apoio à regeneração natural de espécies autóctones, acções de controlo e erradicação de espécies exóticas invasoras, recolha de sementes e estacas para propagação vegetativa, estabilização e recuperação de ribeiras e linhas de água, criação e protecção de galerias ripícolas, controlo de erosão em zonas de risco com técnicas de engenharia natural, implementação de uma rede de percursos interpretativos e construção e colocação de ninhos. Constitui objecto de intervenção prioritária deste projecto a defesa de áreas ricas em biodiversidade e sob elevado grau de ameaça (“hotspots”). No âmbito do protocolo celebrado com a Agência CascaisNatura, o Grupo Mota-Engil, apostado na defesa da biodiversidade, tem assegurado a co-gestão de uma parcela de 1,2 hectares localizada junto à ribeira de Marmeleiros, na freguesia de Alcabideche compromisso assumido por um período de cinco anos. PARQUE NATURAL DA MADEIRA Através de um protocolo celebrado, em Abril de 2007, entre a Mota-Engil Engenharia e o Parque Natural da Madeira, o Grupo Mota-Engil compromete-se a patrocinar a Reserva Natural Parcial do Garajau, primeira reserva nacional de índole exclusivamente marinha, financiando a montagem, afixação em solo firme e manutenção de três bóias marítimas de sinalização e de três painéis informativos para identificação e delimitação da Reserva Natural. Em contrapartida, o Parque Natural compromete-se a divulgar a imagem e a marca Mota-Engil associando-a às actividades por si desenvolvidas. Esta iniciativa de carácter plurianual, que manteve plena vigência durante o ano de 2009, inscreve-se na promoção dos valores ambientais, que integra a política de sustentabilidade do Grupo Mota-Engil, associando-o a um património natural de inquestionável raridade e beleza. EDUCAÇÃO E SENSIBILIZAÇÃO AMBIENTAL – SUMA Assumindo uma política de investimento na formação cívica das populações, sobretudo nas camadas mais jovens, a SUMA detém, no mercado do ambiente, um património ímpar ao nível da educação ambiental. Constituído por mais de quatro centenas de campanhas de sensibilização vocacionadas para gerar consciências críticas que actuem numa perspectiva de mudança e desenvolvimento, a aposta na conquista de uma responsabilidade cívica colectiva e de âmbito nacional está associada à aquisição e relatório de sustentabilidade 2009 85 06 responsabilidade social e gestão do capital humano manutenção de competências individuais e sociais de urbanidade e respeito pelos espaços e equipamentos públicos, bem como pelos recursos naturais esgotáveis, através da adopção de comportamentos e rotinas de redução, reutilização e reciclagem. Destinadas a contribuir para elevar os níveis de participação e co-responsabilização dos produtores de resíduos, as iniciativas levadas a cabo pela SUMA neste campo de actuação têm como objectivo colateral o aumento da eficácia e da eficiência dos serviços de produção, sobretudo no que concerne às actividades de recolha de RSU e limpeza urbana, áreas cuja intervenção envolveu, no período em análise, 257.754 contactos efectuados, através de 37 campanhas de sensibilização com recurso às metodologias de contacto proactivo, que se desmultiplicaram em 128 acções geradoras de comportamentos convergentes com os padrões de civilidade e crescimento sustentável. Para além dos investimentos em território nacional, iniciou-se a concretização do ambicioso Programa de Educação Ambiental desenvolvido para Luanda, que prevê a concretização de cerca de 80 campanhas nos próximos cinco anos, através da participada da SUMA para o mercado angolano, a VISTA Waste Management. A inauguração do Centro de Educação Ambiental (CEA) de Luanda foi um marco importante a registar, em 2009, ao nível da internacionalização dos serviços de educação ambiental. Este centro, implantado numa área total de 282 m2, funciona como bastidores de todo o trabalho de educação e sensibilização destinado a servir a população do município da Samba, no sul da Província de Luanda, onde desenvolve, actualmente, actividades de divulgação de campanhas para a sensibilização da população, vocacionadas para a aprendizagem de boas práticas ambientais, bem como acções de formação e exposições que respondam a essas necessidades. Colocação de publicidade de grandes formatos e as acções de exploração sensorial e multimédia, dirigidas tanto à população em geral como à população escolar, através das Unidades Móveis de Sensibilização (UMS) – LIXOMACHIMBA® – , foram alguns dos meios que marcaram a posta em prática das estratégias de sensibilização. A UMS LIXOMACHIMBA® assume especial relevância durante o ano de 2009, uma vez que percorreu várias Instituições de Interesse Público em nove municípios da província de Luanda, numa estratégia de intervenção que abrangeu público em geral e públicos específicos, nomeadamente as populações mais jovens. A primeira fase de intervenção, intitulada “Está na Hora”, pretendeu alertar os luandenses para a urgência de alterar rotinas de acondicionamento e deposição de lixo doméstico, e para a importância da adopção de comportamentos de redução da produção de resíduos, não esquecendo a integração de temáticas transversais, como a prevenção de risco, a saúde primária e a educação rodoviária. Disseminando as práticas de cidadania activa e passiva, o projecto LIXOMACHIMBA® recorre a distintas abordagens aos conteúdos temáticos, sendo transversais a todas elas as mascotes “Bumba” e “Zito” (um gato e um rato), que protagonizam os divertidos momentos de aprendizagem. A complementar as estratégias de mobilização epidémica assentes na abordagem directa junto dos alvos e na implicação dos sujeitos em esquemas de hetero-fiscalização entre pares, este ciclo de trabalhos, de âmbito nacional, foi caracterizado pelo recurso crescente à utilização da certificação e de reconhecimento de competências – mediante regulamentos e sessões de verificação por observação directa –, como modelo de criação de quadros de referência em matéria comportamental (exploração do conceito de pertença e de distintividade social). A este propósito é de salientar o desenvolvimento da campanha SABIENTAR®, que assenta na certificação de competências ambientais e de cidadania, e materializa-se num Manual de Fichas Curriculares, trabalhado relatório de sustentabilidade 2009 86 06 responsabilidade social e gestão do capital humano por crianças do 1º Ciclo do Ensino Básico maioritariamente em contexto de sala de aula, mas que potencia também o envolvimento da comunidade extra-escolar, nomeadamente dos familiares e da esfera íntima de contactos dos alunos. No decorrer do ciclo de trabalhos escolares, as escolas aderentes foram acompanhadas por um técnico de sensibilização e objecto de avaliação dos procedimentos de redução, reutilização e reciclagem adoptados nos diferentes espaços que os integram. Na recta final do ano lectivo foi aplicada uma ficha de avaliação de competências individuais, tendo sido certificadas “Escolas Sabientes” em nove dos municípios onde são prestados serviços de educação ambiental pela SUMA. Esta acção pretende ver reconhecidos os esforços das forças vivas dos estabelecimentos de educação e ensino que demonstrem os melhores indicadores de sucesso na implementação de rotinas de cidadania, empenho que se materializa na atribuição da certificação “Escola Sabiente”, com a correspondente entrega de certificados e bandeiras. É também de destacar a focalização da sensibilização nos conceitos de prevenção, cidadania activa e vantagens individuais do produtor de resíduos. A diversificação de alvos e metodologias utilizadas foi igualmente um dos objectivos deste período. Tendo assumido, desde cedo, uma das características diferenciadoras da SUMA relativamente à concorrência, a educação e sensibilização ambiental ultrapassa em muito as suas valências contratuais com os municípios de actuação. No terreno, a empresa continua a desenvolver e implementar projectos de cariz transversal, que associam temáticas como a prevenção de risco, a prevenção rodoviária e a saúde primária aos aspectos relacionados com a produção de resíduos, seu acondicionamento e encaminhamento para os circuitos normais e de valorização. COMUNICAÇÃO CAMPANHA “PENSAR SUSTENTÁVEL, AGIR RESPONSÁVEL” A comunicação constitui um aspecto fundamental da estratégia de sustentabilidade do Grupo Mota-Engil. A tomada de consciência sobre os principais temas da sustentabilidade e sobre os objectivos e metas da política do Grupo nesta área são uma condição indispensável à sua apropriação por parte dos colaboradores enquanto agentes decisivos de mudança. Esta campanha materializa-se num conjunto de suportes de comunicação nas várias línguas de trabalho do Grupo, em que se inclui a edição de conteúdos em suporte digital patentes no “website” do Grupo. Após a divulgação da campanha da água, em 2009 procedeu-se à divulgação da campanha alusiva ao tema da energia. COMUNIDADES E CIDADANIA CADEIA DO ALJUBE A Câmara Municipal de Lisboa vai criar no espaço da antiga Cadeia do Aljube, durante séculos utilizada como prisão e em particular nos tempos da ditadura, um museu dedicado à temática da República, Resistência e Liberdade. Alargando as valências da actual Biblioteca-Museu República e Resistência, o futuro museu pretende ser um espaço activo no panorama cultural da cidade de Lisboa. A Mota-Engil contribuiu financeiramente para alcançar este importante desígnio no ano em que se comemora o centenário da implantação da República. relatório de sustentabilidade 2009 87 06 responsabilidade social e gestão do capital humano CRUZ VERMELHA DE MATOSINHOS A missão da Cruz Vermelha Portuguesa (CVP) consiste essencialmente na prestação de assistência humanitária e social, em especial aos mais vulneráveis, prevenindo e reparando o sofrimento e contribuindo para a defesa da vida, da saúde e da dignidade humana, propósito comum a todas as delegações da instituição espalhadas pelo País. social, procurando assim estimular e capacitar as IPSS como agentes de inovação na resposta aos mais prementes problemas e desafios sociais do distrito do Porto. A delegação de Matosinhos da CVP dispõe de um centro de atendimento para vítimas de violência doméstica, destinado a combater este flagelo familiar e social. A Mota-Engil patrocinou esta iniciativa, tendo o seu Director de Responsabilidade Social e Corporativa e Sustentabilidade marcado presença na mesa de encerramento do evento. Sensível ao trabalho desenvolvido pela CVP, a Mota-Engil tem-se mostrado desde sempre disponível para apoiar as iniciativas desta centenária e prestigiada organização, desta vez através da sua delegação de Matosinhos e na linha dos apoios já dados às delegações de Porto e Amarante. FUNDAÇÃO PRO DIGNITATE Criada em 1994, a Fundação Pro Dignitate tem fins humanitários e sociais e visa sobretudo a prevenção da violência e a promoção dos Direitos Humanos, através da realização de estudo científicos, planeamento, promoção e avaliação de medidas preventivas e de outras acções dirigidas à salvaguarda daqueles direitos fundamentais. CONGRESSO SOBRE INOVAÇÃO SOCIAL A União Distrital das Instituições Particulares de Solidariedade Social do Porto (UDIPSS-Porto) é uma instituição particular de solidariedade social criada em 2003, contando com a filiação de cerca de 360 IPSS do distrito do Porto. A UDIPSS procura assumir-se como expressão organizada da cooperação entre estas IPSS do distrito, dotando-as de modelos capazes de promover o seu desenvolvimento sustentado e progressiva qualificação, ministrando apoio técnico, jurídico, administrativo, contabilístico e de consultoria geral às instituições suas filiadas. Por sua iniciativa, teve lugar no passado dia 16 de Dezembro, no Porto, o Congresso sobre Inovação Social, cujos objectivos se centraram na discussão e reflexão sobre modelos de inovação O congresso foi amplamente participado e contou com a presença de reputados especialistas que animaram as sessões plenárias e um vasto conjunto de sessões temáticas. Entre essas acções incluem-se a realização de campanhas, seminários, projectos de ajuda, publicações e outras iniciativas de promoção e defesa dos direitos humanos. A Fundação Pro Dignitate ONGD (Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento) promove igualmente campanhas de solidariedade com os países de língua oficial portuguesa. Procurando associar-se a esta instituição de utilidade pública na prossecução das suas actividades, o Grupo Mota-Engil efectuou em 2009 uma doação que lhe permitiu adquirir o estatuto de Benemérito da Fundação, colocando-se assim ao lado dos que lutam pela defesa dos Direitos Humanos e pela universalidade da sua promoção. relatório de sustentabilidade 2009 88 06 responsabilidade social e gestão do capital humano CULTURA ANO AGUSTINA A Guimarães Editores é a editora que publica há mais de meio século a obra ficcional de Agustina Bessa Luís, estando em curso no ano de 2009 a publicação da edição “ne varietur” da obra completa da escritora. “A Sibila”, publicada em 1954, marca o início de um longo percurso literário da consagrada e premiada escritora portuguesa, agraciada com quase duas dezenas de prémios literários, entre os quais o Prémio Camões atribuído em 2004, o mais alto galardão nacional de letras. Na passagem do 55º aniversário da publicação daquela obra, a Guimarães Editores decidiu assinalar a efeméride promovendo um Ano Agustina. Contando com a adesão do Instituto Camões e de várias outras instituições e personalidades, a antestreia no Teatro Nacional de São Carlos do filme de João Botelho “A Corte do Norte” e a mostra itinerante “Agustina – Vida e Obra”, de Inês Pedrosa e João Botelho, marcaram o início das comemorações do Ano Agustina. Está ainda previsto um variado conjunto de outras iniciativas, entre as quais a instituição do “Prémio Arte Agustina”, “Roteiro Agustina”, o “Portal Agustina” e outros suportes de comunicação que permitam divulgar a vida e obra da escritora. A importância de Agustina no panorama da cultura e da literatura portuguesa suscitou de parte da Mota-Engil justificado interesse, associando-se a outras instituições e personalidades no apoio a esta relevante iniciativa. ÁRVORE – COOPERATIVA DE ACTIVIDADES ARTÍSTICAS A Árvore, Cooperativa de Actividades Artísticas, CRL foi fundada no Porto em 1963 por um grupo de artistas plásticos, visando contribuir para a renovação cultural da cidade do Porto no quadro de um projecto de mediação entre o artista plástico e o público. Ao longo da sua existência, a Árvore abriu os seus espaços a centenas de pintores, escultores, fotógrafos, designers, arquitectos e outros artistas, dinamizando ainda um sem-número de colóquios, ciclos de cinema, música e teatro, colaborando com diversas instituições públicas e privadas na promoção da cultura no espaço citadino. A cooperativa dispõe de oficinas próprias que coloca à disposição dos artistas e de todos os que frequentam os seus ateliers livres em diversas áreas das artes plásticas. A Árvore tem vindo a ser agraciada com um importante conjunto de distinções, entre as quais o título de membro honorário da Ordem do Infante D. Henrique. A Mota-Engil tornou-se sócia benemerente da Árvore, visando assim dar o seu contributo para o cumprimento da sua inestimável missão cultural na cidade do Porto. EXPERIMENTA DESIGN A ExperimentaDesign (EXD) é uma bienal internacional dedicada ao design, à arquitectura e à criatividade. Promove a cultura contemporânea através da discussão e de reflexão, posicionando-se de forma dinâmica e arrojada e actuando como pólo difusor de talentos emergentes em todo o espectro criativo. Os projectos e conceitos originais são apresentados em diversos formatos, de exposições a intervenções urbanas, “workshops” e conferências, destinando-se ao público em geral. A ExperimentaDesign realiza-se em Lisboa (desde 1999) e Amesterdão (desde 2008), com programas distintos em anos alternados. A edição de Lisboa, que decorreu entre os meses de Setembro de Novembro de 2009, contemplou a discussão sobre o relatório de sustentabilidade 2009 89 06 responsabilidade social e gestão do capital humano tema do tempo (“It’s About Time”) nas suas variadas dimensões, integrando um conjunto de exposições, conferências e “workshops” tendo por base o design, mote e denominador comum que perpassa todo o evento. A edição de 2009 contou ainda com uma linha de iniciativas designada por “Projectos Especiais”, em que se inclui o projecto Efeito D, cujo o objectivo é a criação de uma linha de produtos únicos, desafiando designers portugueses e estrangeiros a desenharem objectos que incorporem na sua concepção um traço distintivo que os torne únicos. Os objectos serão comercializados em Portugal e no estrangeiro, revertendo as receitas geradas a favor do Centro Diferenças, que disponibiliza um conjunto de serviços de apoio em particular a crianças com perturbações do seu processo de desenvolvimento, em particular com trissomia 21. A Mota-Engil patrocinou o projecto Efeito D da bienal, engrossando o rol dos seus contributos a favor da causa da deficiência. MINISTÉRIO DA CULTURA Em 2009, o Ministério da Cultura, através da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas, e em parceria com a Imprensa Nacional-Casa do Moeda e a Parque Expo, S.A, reuniu 12.844 livros que serão doados a várias instituições dos estados-membros da CPLP. Cada instituição beneficiária, nomeadamente escolas portuguesas da rede CPLP, bibliotecas de escolas dos respectivos países, centros culturais, Biblioteca Nacional de Angola e a futura Biblioteca Nacional de Dili, entre outras, receberá cerca de 1.440 títulos. A Mota-Engil, além da Guarda Nacional Republicana, assegurou gratuitamente o transporte de todos os livros para os respectivos países destinatários. Os livros doados abrangem diversas temáticas, facilitando o acesso das populações de todas as faixas etárias a um vasto conjunto de obras literárias. Esta iniciativa, a que a Mota-Engil prontamente se associou, integra-se na política de projecção da língua e da cultura portuguesas entre os estados-membros da CPLP. PATRIMÓNIO RELIGIOSO O património religioso em Portugal caracteriza-se pela sua enorme riqueza e diversidade, atravessando todas as épocas e estilos arquitectónicos. Dada a sua vetustez e, em múltiplas situações, o elevado estado de degradação das edificações e restante acervo patrimonial, tem sido preocupação central das autoridades religiosas a sua conservação e restauro. A Igreja de São Domingos (Senhor dos Aflitos), na cidade de Amarante, sobranceira ao rio Tâmega e junto à Igreja de São Gonçalo, constitui um exemplar da arquitectura religiosa barroca, tendo sido concluída em 1725 por iniciativa da Ordem Terceira de São Domingos. O interior deste imóvel de interesse público encontra-se profusamente decorado em talha dourada. O seu restauro constitui uma prioridade das autoridades religiosas locais. Em 2009, a Mota-Engil disponibilizou um importante contributo financeiro, visando a reabilitação dos seus elementos arquitectónicos e a conservação e restauro do seu recheio artístico. Na linha dos apoios que tem vindo a dar neste domínio, a Mota-Engil ajudou a paróquia de Cepelos, em Amarante, a completar as obras de requalificação da igreja local, permitindo dotar este espaço de culto de melhores condições de acolhimento para a actividade religiosa. relatório de sustentabilidade 2009 90 06 responsabilidade social e gestão do capital humano REGATA DE BARCOS-DRAGÃO Numa iniciativa da Fundação Oriente, em colaboração com o Turismo de Macau e a Associação Naval Amorense, em 2009 o rio Tejo foi palco, pelo segundo ano consecutivo, de uma corrida de barcos-dragão. Em disputa estiveram cinco embarcações e várias equipas. Vinte remadores, um timoneiro ao leme e um tamborileiro à proa, animaram cada uma destas coloridas embarcações de madeira com cauda e cabeça de dragão. Os barcos progridem ao som dos tambores e à ordem do capitão, que comanda os movimentos dos remadores. As corridas de barcos-dragão, realizadas originalmente no quinto dia do quinto mês do calendário chinês, constituem uma tradição milenar, representando o dragão um símbolo benéfico de vigor e fertilidade na cultura chinesa. A Mota-Engil patrocinou esta iniciativa da Fundação Oriente, vocacionada para a prossecução de acções que visam a valorização e a continuidade das relações culturais e históricas entre Portugal e o Oriente, nomeadamente a China. FUNDAÇÃO DE SERRALVES A Fundação de Serralves é uma instituição cultural de âmbito europeu ao serviço da comunidade nacional que tem como missão sensibilizar o público para a arte contemporânea e o ambiente, através do Museu de Arte Contemporânea como centro pluridisciplinar, do Parque como património natural vocacionado para a educação e animação ambientais, e do Auditório como centro de reflexão e debate sobre a sociedade contemporânea. Reconhecida hoje como uma das principais instituições culturais portuguesas e a mais relevante do Norte de Portugal, a Fundação de Serralves tem desenvolvido um grande esforço no sentido de projectar nacional e internacionalmente a arte dos nossos dias e de divulgar o seu notável património arquitectónico e paisagístico. A Fundação organiza e apresenta anualmente ao público uma programação diversificada de iniciativas, tendo como fins incentivar o debate e a curiosidade sobre a arte, a natureza e a paisagem, educar de forma criativa e promover activamente a reflexão sobre a sociedade contemporânea. TEATRO VIRGÍNIA A Vibeiras renovou o protocolo de mecenato cultural com o Teatro Virgínia, na categoria de “Bronze”. Este apoio insere-se na política social da empresa, sediada em Torres Novas. Prestando homenagem à actriz torrejana Virgínia Dias da Silva, o Teatro Virgínia, inaugurado em 2005, conta com uma programação regular e diversificada e integra um vasto projecto de desenvolvimento cultural concebido para a cidade. Em 2009, ano em que se celebraram 20 anos de instituição da Fundação e 10 anos da criação do Museu de Arte Contemporânea, Serralves desenvolveu um conjunto de actividades destinadas a assinalar a efeméride. Com este protocolo, a Vibeiras beneficia, para além de contrapartidas de comunicação e imagem, de convites para espectáculos e eventos, que faz questão de encaminhar para clientes e parceiros. CASA DA MÚSICA A Casa da Música, na cidade do Porto, constitui uma obra de vulto no plano nacional e um marco incontornável da moderna arquitectura urbana, sendo hoje um importante pólo de divulgação da música e O Grupo Mota-Engil, que integra o seu Conselho de Fundadores desde 1994, tem vindo a patrocinar diversas actividades desta instituição. relatório de sustentabilidade 2009 91 06 responsabilidade social e gestão do capital humano das actividades formativas ligadas à arte musical, através de uma programação de qualidade, abundante e diversificada, que procura acolher todos os estilos e gostos musicais. O Grupo Mota-Engil encontra-se ligado como Fundador à Fundação da Casa da Música, entidade gestora deste equipamento cultural. No contexto desta ligação, o Grupo disponibiliza anualmente junto dos seus colaboradores um leque de benefícios que se traduzem no acesso gratuito aos espectáculos e descontos na aquisição de bilhetes, para além de outros serviços disponibilizados pela instituição. Facilitando o acesso à programação da Casa da Música, o Grupo demonstra o seu empenhamento na generalização do acesso à cultura, procurando ir ao encontro dos muitos colaboradores que já apreciam a arte musical e despertar em todos os demais o interesse pela música nas suas mais diversas formas e manifestações. COLISEU DO PORTO Ao longo dos seus mais de 60 anos de existência, o Coliseu do Porto marcou carreiras, inspirou gerações, elevou a arte e a cultura. Pelo seu carisma, beleza arquitectónica e riqueza artística, sempre foi a sala de espectáculos mais emblemática da cidade. Tornou-se o “palco da cidade” e também o “palco do mundo”, ao trazer ao Porto os melhores artistas nacionais e internacionais, dando vida a momentos memoráveis que engrandecem e eternizam o Coliseu do Porto. O Grupo Mota-Engil, no âmbito do protocolo “Amigos do Coliseu” celebrado com o Coliseu do Porto, disponibiliza aos seus colaboradores a possibilidade de usufruírem de descontos na aquisição de bilhetes. Com este protocolo, a Mota-Engil, além de facilitar o acesso aos espectáculos do Coliseu aos seus colaboradores, pretende apoiar uma instituição com muita tradição no Porto, de forma a manter o contributo desta para o desenvolvimento cultural da cidade do Porto. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL BCSD PORTUGAL A missão do Conselho Empresarial para o Desenvolvimento Sustentável (BCSD) Portugal traduz-se na divulgação dos princípios do desenvolvimento sustentável, cooperação e articulação dos seus esforços com os governos e a sociedade civil na promoção da sustentabilidade, realização de acções de formação e sensibilização, disponibilização de ferramentas de gestão da sustentabilidade nas empresas, execução de projectos e estudo de casos ilustrativos das práticas de sustentabilidade. O BCSD Portugal conta com a filiação de mais de 110 membros, entre os quais um grande número de empresas portuguesas e multinacionais de referência. O Grupo Mota-Engil é membro do BCSD Portugal, mantendo uma presença activa neste organismo através da participação nas suas diversas iniciativas, de que se destacam o Encontro Anual de Presidentes, o Encontro Anual de Delegados e a Conferência Anual, para além dos grupos de trabalho, conferências e seminários em que tem tomado parte. Sob a coordenação do BCSD e com a colaboração da KPMG, um grupo de trabalho tem vindo a desenvolver um trabalho sobre “Construção Sustentável”, tendo em vista identificar soluções sustentáveis associadas às actividades decorrentes do ciclo de vida da construção de edifícios e infra-estruturas. Este trabalho relatório de sustentabilidade 2009 92 06 responsabilidade social e gestão do capital humano pretende promover uma reflexão que identifique as questões associadas à resposta do sector da construção aos desafios do desenvolvimento sustentável e apresente soluções efectivas para a resolução ou minimização dos principais dilemas identificados, através de exemplos de práticas de sucesso, que será materializado na edição de um manual de boas práticas. A Mota-Engil tem participado neste grupo de trabalho em conjunto com outras empresas de referência no panorama nacional, não só do sector da construção como de outros sectores. QUERCUS – ECOCASA III O Grupo Mota-Engil volta a associar-se à Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza, através de um protocolo que procura dar continuidade a um projecto que conheceu já duas edições anteriores. Através do “website” ww.ecocasa.org, a Quercus disponibiliza toda a informação sobre o projecto e um conjunto de funcionalidades sobre a temática da energia no sector doméstico. ANCORADOURO – EDIFÍCIO SUSTENTÁVEL O Ancoradouro é um edifício de habitação, construído pela Mota-Engil Engenharia, certificado na área da sustentabilidade e eficiência energética. A certificação revela a conformidade com regras que atestam a responsabilidade ambiental de quem constrói e de quem habita. Integrada no conjunto das suas actividades na área do desenvolvimento sustentável, o tema da energia e em particular os aspectos ligados à gestão da procura têm merecido da parte desta instituição assinalável ênfase, pela sua interligação com outros aspectos da sustentabilidade. A eficiência no desempenho ambiental do edifício resulta da integração de boas práticas em todas as actividades, desde a concepção do projecto, até à sua construção e exploração. Concretamente, a construção sustentável evidencia-se nos domínios de gestão de energia, resíduos e recursos hídricos, e conforto térmico, acústico e visual. Concretamente, todo o edifício está projectado para o aproveitamento da energia solar térmica, contribuindo para a diminuição do consumo individual de energia, e o aproveitamento das águas pluviais foi pensado para ser utilizado na rega de jardins e espaços verdes, numa lógica de ecoeficiência e sustentabilidade O projecto EcoCasa III, na linha das duas edições anteriores, visa a sensibilização para a gestão da procura e eficiência energética no sector doméstico, procurando a minimização do consumo através de soluções concretas de poupança energética e de estímulo à mudança de comportamentos. Em termos dos parâmetros que balizam a pegada de carbono, inerente a todas as actividades humanas, o Ancoradouro privilegiou o recurso a menores e mais curtas deslocações de trabalhadores através da contratação preferencial de subempreiteiros locais. O projecto envolve o desenvolvimento de uma Casa Virtual de Energia (CVE), o acompanhamento dos hábitos de consumo de um conjunto de famílias (EcoFamílias) e a difusão de um conjunto de suportes de comunicação direccionados para os segmentos mais jovens da população. EDUCAÇÃO E CIÊNCIA BOLSAS DE ESTUDO O Programa de Bolsas de Estudo do Grupo Mota-Engil, com início no ano lectivo 2006/2007, destina-se apoiar os colaboradores do relatório de sustentabilidade 2009 93 06 responsabilidade social e gestão do capital humano Grupo na educação dos seus filhos, favorecendo uma política de igualdade de oportunidades que contribua para elevar os seus patamares de qualificação e sirva de estímulo ao seu desempenho académico. As bolsas são atribuídas aos estudantes do ensino superior, filhos de colaboradores do Grupo com menores recursos económicos e que tenham obtido bom aproveitamento escolar. O Programa de Bolsas de Estudo, traduzido na atribuição de uma prestação pecuniária mensal, encontra-se já na sua quinta edição, apoiando anualmente 16 estudantes universitários. AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE SÃO JOÃO DO ESTORIL O Agrupamento de Escolas de São João do Estoril (Cascais) engloba um jardim-de-infância e um conjunto de escolas básicas de 1º, 2º e 3º ciclos. Procurando, mais uma vez, responder aos anseios da comunidade educativa, em 2009 a Mota-Engil apoiou o Agrupamento de Escolas de São João do Estoril na aquisição de diverso material escolar. ESCOLA DA MAIA No contexto do seu projecto educativo, a Escola EB/2,3 do Castelo da Maia está a criar um espaço que visa reorganizar a resposta educativa destinada a alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente. O projecto “Espaço Mais” prevê a criação de espaços temáticos que promovam a aquisição em contexto real de competências práticas nas áreas de cozinha, jardinagem, expressão plástica e tecnologias de informação e comunicação, promovendo assim a plena integração social dos alunos através da prática e de aprendizagem de actividades úteis para a sua vida futura. Na linha dos apoios que têm sido dados a várias escolas do País, a Mota-Engil subvencionou financeiramente este projecto, viabilizando assim a sua efectiva concretização. ESCOLAS DE AMARANTE A Mota-Engil apoiou a Escola Básica do 1º ciclo da Estrada, através da sua Associação de Pais, na realização de uma visita de estudo dos seus alunos, visando assim contribuir para o sucesso do projecto educativo da escola. Na mesma linha de intervenção, e procurando dar resposta às dificuldades financeiras sentidas pelas escolas do concelho, a Mota-Engil apoiou igualmente dois outros estabelecimentos de ensino: o Jardim-de-Infância da Carvalha, na aquisição de equipamento informático e jogos didácticos, e o Agrupamento de Escolas Amadeo de Souza-Cardoso, na edição de um jornal que servirá de elo de ligação entre a comunidade educativa e o meio onde está inserida. EPIS – EMPRESÁRIOS PELA INCLUSÃO SOCIAL A EPIS é uma associação de direito privado sem fins lucrativos que tem como missão prioritária a educação, em particular o combate ao insucesso e ao abandono escolares. Neste sentido, desenvolveu uma abordagem, inédita em Portugal, de combate ao abandono e insucesso escolares no 3º ciclo de escolaridade que tem, por base, uma metodologia de capacitação dos jovens e suas famílias trabalhada e desenvolvida por uma rede de mediadores profissionais e editada em dois manuais em parceria com a Texto Editores. Uma equipa de 65 mediadores profissionais analisou, em 2007/2008, 20.000 alunos, com um sistema de “screening” quantitativo, e sinalizou cerca 6.000 para serem acompanhados em proximidade durante dois anos. relatório de sustentabilidade 2009 94 06 responsabilidade social e gestão do capital humano Entre os anos lectivos de 2007/2008 e 2008/2009, foram monitorizados em todos os períodos as notas destes alunos e o sucesso escolar do grupo de jovens apoiados pela EPIS melhorou 14%. de esforços e interesses comuns do sistema educativo e da comunidade empresarial, através da adopção pelas escolas das boas práticas do modelo de gestão do meio empresarial. Os resultados para o primeiro período do ano lectivo 2009/2010 continuam a confirmar a eficácia da metodologia de capacitação da EPIS: depois de ter havido uma melhoria na taxa de alunos em condições de aprovação entre 2007/2008 e 2008/2009 – que traduziu um ganho de produtividade de 112% –, verificou-se em 2009/2010 um novo aumento de 4,5 pontos percentuais face ao ano anterior – um ganho adicional de produtividade de 13%. Em Abril de 2007, a Mota-Engil, em conjunto com outras empresas de referência da Área Metropolitana do Porto, assinou o protocolo que serve de suporte a este projecto de que são igualmente subscritores a Câmara Municipal do Porto, a Direcção Regional de Educação do Norte e o Agrupamento Vertical de Escolas Manoel de Oliveira, instituição parceira da colaboração e apoio do Grupo. Em colaboração com a consultora McKinsey & Company, a EPIS desenvolveu um projecto de codificação das boas práticas de gestão nas escolas. Em Maio de 2009, em parceria com a Porto Editora, a Epis lançou o manual “Escolas de Futuro”, que contém mais de 130 boas práticas nas diferentes áreas da gestão escolar – organização e processos de gestão estratégica, gestão da actividade pedagógica e gestão de áreas e actividades de suporte – explicadas através de aplicações reais e ilustradas pelos bons exemplos práticos de 29 escolas de todo o País e também através de alguns casos de estudo internacionais comprovados. É a primeira vez que se concretiza, em Portugal, o desafio de sistematizar boas práticas de gestão escolar de um modo tão ambicioso. O Grupo Mota-Engil apoia anualmente esta associação, sendo um dos seus 95 fundadores, a par de um conjunto alargado de empresas de referência no panorama nacional. PORTO DE FUTURO O Porto de Futuro é um projecto da iniciativa da Câmara Municipal do Porto, com a duração inicial de três anos, visando a conjugação No âmbito desta parceria, o Grupo tem vindo a prestar apoio a um conjunto alargado de iniciativas do agrupamento escolar, entre as quais se destacam: o patrocínio ao prémio dos alunos do quadro de honra e de excelência; comparticipação nas despesas associadas à equipa de rugby; a implementação dos programas de empreendedorismo da Junior Achivement por colaboradores da Mota-Engil em regime de voluntariado; comparticipação nos concursos de construção de carros solares; assessoria técnica em matéria de eficiência energética dos edifícios que compõem o agrupamento; apoio por parte do Gabinete Técnico da Mota-Engil Engenharia na elaboração dos projectos e cadernos de encargos para as obras de remodelação do edifício-sede do agrupamento. FUNDAÇÃO CIDADE DE LISBOA A Fundação Cidade de Lisboa é uma Organização Não-Governamental para o Desenvolvimento (ONGD) fundada em 1989. Tem por objecto a defesa dos valores culturais, artísticos, monumentais, turísticos e etnográficos, educativos e sociais da cidade de Lisboa. A Fundação procura ainda fomentar o estudo da realidade urbana em geral e o desenvolvimento de relações e intercâmbio relatório de sustentabilidade 2009 95 06 responsabilidade social e gestão do capital humano entre Lisboa e outras cidades, a nível nacional e internacional, nomeadamente com as de língua oficial portuguesa ou em que vivam significativas comunidades portuguesas. O Grupo Mota-Engil integra o núcleo restrito de 15 empresas que apoiam a instituição, contando-se entre os “Amigos do IPATIMUP”, estatuto que muito nos honra e prestigia. As suas áreas de intervenção comportam igualmente as vertentes educativa, formativa e científica, destacando-se em particular a acção do Colégio Universitário da Cooperação – Nuno Krus Abecasis. SAÚDE O Grupo Mota-Engil tem vindo a patrocinar regularmente alunos bolseiros do colégio oriundos de PALOP, contribuindo para o desenvolvimento das relações de intercâmbio e cooperação entre culturas e povos irmanados pelo traço de união representado pela língua portuguesa. IPATIMUP O IPATIMUP, Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto e associação privada de utilidade pública sem fins lucrativos, foi criado em 1989 sob a égide da Universidade do Porto. Entre os seus associados efectivos e aderentes contam-se a Câmara Municipal do Porto, a Comissão de Coordenação para o Desenvolvimento da Região Norte, entre outras instituições de referência. O IPATIMUP tem por vocação fundamental a investigação de translação e pós-graduação em Patologia Humana, Oncobiologia, Medicina Molelucar e Genética Populacional. No ano em que comemora 20 anos de existência, o instituto consolidou-se progressivamente como entidade de referência a nível nacional e internacional no seu campo de investigação, pela qualidade do trabalho desenvolvido pelos seus cerca de 130 elementos e pelo elevado número de artigos científicos publicados em revistas internacionais. ABRAÇO Fundada em 1992, a Abraço é uma instituição particular de solidariedade social cujo objectivo central consiste no apoio a pessoas afectadas pelo VIH/SIDA. Com origem no apoio psicológico, social e material a doentes seropositivos internados na Unidade de Doenças Infecciosas e Parasitárias do Hospital Egas Moniz em Lisboa, a Abraço apoia, treina e forma trabalhadores e técnicos de saúde envolvidos no combate à doença, actuando ainda no domínio da prevenção dirigida à população em geral e na luta contra a discriminação e na defesa dos direitos das pessoas infectadas. Englobando vários núcleos e delegações regionais, a instituição conta com a participação voluntária de cerca de 650 pessoas. Margarida Martins, Presidente da Abraço e histórica dirigente da instituição, editou no passado mês de Dezembro um livro intitulado “Escrita de Luz”, em que procura, através de um extenso repositório fotográfico, captar a realidade marroquina, erguendo assim um traço de união entre Portugal e aquele país africano. A Mota-Engil apoiou a edição deste livro, cujas vendas reverterão a favor da Abraço e de uma instituição marroquina de protecção da infância. Paralelamente, e na sequência de uma campanha lançada pela instituição para reconstrução da casa Ser Criança, a Mota-Engil relatório de sustentabilidade 2009 96 06 responsabilidade social e gestão do capital humano doou à Abraço várias centenas de quilos de cabos eléctricos que ajudarão a financiar este projecto. ACREDITAR A Acreditar - Associação de Pais e Amigos de Crianças com Cancro é uma instituição particular de solidariedade social que visa ajudar as crianças com diagnóstico de cancro e respectivas famílias, apoiando-as nos domínios psicológico, afectivo e económico. Em resultado de um trágico acidente que vitimou um dos seus elementos, a corporação amarantina viu-se privada de uma das suas viaturas de transporte de doentes. Sensibilizada pelo facto e atenta às necessidades de um concelho a que se mostra ligada por fortes laços institucionais e simbólicos, a Mota-Engil efectuou em 2009 um importante contributo financeiro a favor dos Bombeiros Voluntários de Amarante, viabilizando a aquisição de uma nova viatura. A Acreditar dispõe actualmente de Casas de Apoio em Lisboa, Funchal e Coimbra, esta última inaugurada em Novembro de 2009. BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE LOUSADA Os Bombeiros Voluntários de Lousada desempenham um papel social da maior importância nos domínios da protecção civil, combate aos fogos, transporte de doentes, entre outras actividades, estando-lhes especialmente confiada a missão de socorrer as vítimas de acidente de viação nas auto-estradas A11 e A42 e na via rápida IC25. A Casa de Coimbra localiza-se junto ao novo Hospital Pediátrico de Coimbra, a inaugurar em breve, dispondo de 20 quartos distribuídos por três pisos e uma envolvente exterior com amplos espaços ajardinados. A prestação deste auxílio em termos adequados obriga à utilização de uma viatura de desencarceramento, com que esta corporação não pode ainda contar. Convidada a participar neste projecto, a Mota-Engil ofereceu à Acreditar o jardim exterior da casa, patrocinando ainda o funcionamento e a manutenção de um dos quartos pelo período de um ano, nos termos do protocolo celebrado com a instituição a que o Grupo muito se honra em encontrar-se associado. Sensível ao apelo que lhe foi dirigido, a Mota-Engil efectuou um contributo financeiro a favor dos Bombeiros Voluntários de Lousada, com o que pretende viabilizar a aquisição da nova viatura. O trabalho da instituição reparte-se pelos seus centros regionais de Norte (Porto), Centro (Coimbra), Sul (Lisboa) e Madeira (Funchal), que correspondem aos centros urbanos onde existem hospitais de oncologia pediátrica. BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE AMARANTE Os Bombeiros Voluntários de Amarante, a exemplo dos seus congéneres em todo o território nacional, desempenham um relevantíssimo papel social nos domínios da protecção civil, combate aos fogos, transporte de doentes, entre outras actividades, representando ainda um incontornável símbolo de abnegação e generosidade no cumprimento da sua nobre missão. COMBATE À GRIPE SAZONAL A gripe sazonal afecta muitos portugueses e é uma das causas de absentismo nas empresas durante o Outono e o Inverno. A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda a vacinação generalizada, nomeadamente em grupos de risco (crianças, idosos e doentes crónicos), assim como dos trabalhadores que estão em contacto com o público em geral, que tenham necessidade de efectuar muitas deslocações ou que estejam sujeitos a variações significativas de temperatura. relatório de sustentabilidade 2009 97 06 responsabilidade social e gestão do capital humano Neste contexto, e a exemplo de anos anteriores, a Mota-Engil promove em 2009 mais uma campanha de vacinação sem encargos para os seus colaboradores, procurando assim prevenir esta enfermidade e os elevados custos económicos, sociais e laborais que esta comporta. CRUZ VERMELHA DO PORTO A missão da Cruz Vermelha Portuguesa, inspirada nos princípios fundamentais de humanidade, imparcialidade, neutralidade, independência, voluntariado, unidade e universalidade, consiste na prestação de assistência humanitária e social, em especial aos mais vulneráveis, prevenindo e reparando o sofrimento e contribuindo para a defesa da vida, da saúde e da dignidade humana. A Mota-Engil tem-se mostrado desde sempre disponível para apoiar as iniciativas desta centenária e prestigiada organização, o que fez mais uma vez em 2009 através da sua delegação do Porto. CRUZ VERMELHA DE AMARANTE No cumprimento de uma velha aspiração, a Cruz Vermelha de Amarante inaugurou recentemente o seu edifício-sede no concelho de Amarante, num investimento de cerca de 600.000 euros comparticipado em 350.000 euros pela Câmara Municipal de Amarante. O novo edifício contempla espaços diversificados, estando especialmente vocacionado para a prestação de serviços de saúde. Em 2009, a Mota-Engil associou-se a este projecto, contribuindo para a aquisição de um veículo de transporte de doentes, essencial ao cumprimento da missão institucional da entidade beneficiária. Por ocasião da cerimónia de inauguração, foram homenageados vários beneméritos amarantinos, entre os quais o Eng. António Mota, Presidente do Conselho de Administração do Grupo Mota-Engil. DOAÇÃO DE MEDULA ÓSSEA A criação, em 1995, de um Registo Nacional de Dadores Voluntários de Medula Óssea com a designação de CEDACE (Centro Nacional de Dadores de Células de Medula Óssea, Estaminais ou de Sangue do Cordão), visou dar resposta à situação de muitos doentes que tinham indicação para transplante de medula óssea e não tinham um dador familiar compatível. Os Centros de Histocompatibilidade do Norte, do Centro e do Sul do Ministério da Saúde são os laboratórios de tipagem e estudo imunológico dos dadores. Sensível a este importante problema e à esperança que o transplante de medula representa para as pessoas afectadas, em 2009 a Mota-Engil decidiu lançar um convite à participação de todos os seus colaboradores que queiram ser dadores e estejam em condições de o fazer. JUNTA DE FREGUESIA DE FRIDÃO (AMARANTE) A freguesia de Fridão dista cerca de 6 quilómetros da sede do concelho de Amarante, situando-se nas abas da Serra do Marão, entre os caudais convergentes dos rios Tâmega e Olo. A serra, e os rios Tâmega e Olo marcaram de forma indelével a vida da população desta freguesia através dos tempos. De cunho predominantemente rural e com uma população envelhecida, a freguesia debate-se com diversas carências, entre as quais o acesso em tempo útil a ajudas técnicas especializadas destinadas a pessoas com deficiência ou incapacidade, permanente ou temporária. A Junta de Freguesia de Fridão constituiu um Banco de Ajudas Técnicas. Associando-se à iniciativa, a Mota-Engil ofereceu à autarquia um conjunto de equipamentos (camas articuladas, cadeiras de rodas e andarilhos) que esta irá disponibilizar à população da freguesia. relatório de sustentabilidade 2009 98 06 responsabilidade social e gestão do capital humano O Grupo procura assim contribuir para o reforço da coesão territorial do País, ajudando as populações do interior a acederem a esta tipologia de cuidados, essencial à preservação da qualidade de vida dos cidadãos deficientes ou incapacitados. A Mota-Engil reforçou o seu apoio adquirindo um conjunto adicional de camas articuladas, o que vem atestar a pertinência e o sucesso da iniciativa, num domínio essencial ao bem-estar e plena integração dos cidadãos deficientes ou incapacitados da freguesia de Fridão e suas limítrofes. LIGA DOS AMIGOS DO HOSPITAL DE SÃO JOÃO A Liga dos Amigos do Hospital de São João (Porto) foi criada em 2006 com o propósito de promover o bem-estar dos doentes e o bom-nome do Hospital de São João. Actua sobretudo no capítulo da humanização dos cuidados hospitalares, complementando e enriquecendo a missão da unidade hospitalar, propondo soluções de melhoria dos serviços prestados. Está ainda especialmente vocacionada para apoiar os doentes deficientes, crianças e idosos que evidenciem particulares carências de ordem social, material ou afectiva. A realização de um jantar de benemerência permitiu reunir os amigos da Liga, cuja contribuição irá reverter para a melhoria do Serviço de Pediatria. Em 2009, a Mota-Engil, na qualidade de “amiga da Liga”, actuou mais uma vez apoiando as suas iniciativas, pelo reconhecimento do meritório esforço que tem sido desenvolvido desde a sua fundação. LIGA PORTUGUESA CONTRA O CANCRO A Liga Portuguesa Contra o Cancro foi fundada em 1941. Com o intuito de tornar a sua acção extensiva a todo o território nacional, foram criados em meados dos anos 60 núcleos regionais, entre os quais o Núcleo Regional do Norte. Declarada de utilidade pública em 1985, a Liga é uma associação privada de carácter cultural e social que promove a prevenção primária e secundária do cancro, o apoio social e a humanização da assistência ao doente oncológico, actuando ainda nas áreas de formação e investigação em oncologia. A Mota-Engil tem vindo a apoiar regularmente as actividades da Liga, em especial o seu Núcleo Regional do Norte, renovando em 2009 a sua contribuição financeira e distinguindo mais uma vez o seu labor na luta contra o cancro. CÓDIGO DE CONDUTA EMPRESAS E VIH/SIDA A relação da problemática do VIH/SIDA com o mundo do trabalho conduziu, em 2004, à constituição da Plataforma Laboral contra a SIDA, dirigida pela actual Coordenação Nacional para a Infecção VIH/SIDA. A Plataforma integra associações patronais e sindicais, a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT), organizações não-governamentais que actuam nesta área e o escritório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Lisboa. Por iniciativa da Plataforma Laboral foi desenvolvido um projecto destinado a obter o compromisso das empresas no sentido de garantirem condições de trabalho dignas para as pessoas que vivem com a infecção pelo VIH/SIDA nas vertentes de não-discriminação, prevenção e acesso ao tratamento. O projecto consistiu na subscrição de um “Código de Conduta Empresas e VIH” de adesão voluntária, mostrando-se especialmente dirigido às empresas portuguesas e outras que operem no mercado nacional, sendo dada particular prioridade às entidades que desenvolvam também actividade nos países da CPLP e que assumam uma posição de referência no panorama nacional relatório de sustentabilidade 2009 99 06 responsabilidade social e gestão do capital humano e internacional, quer pelo reconhecimento público de uma atitude socialmente responsável, quer pela dimensão pedagógica e de disseminação de uma atitude empresarial solidária. O Grupo Mota-Engil, convidado a subscrever o Código de Conduta, integra o conjunto de 52 empresas fundadoras, entre elas multinacionais e empresas portuguesas de grande dimensão. FUNDAÇÃO ERNESTO ROMA A Fundação Ernesto Roma, entidade criada para apoiar a mais antiga associação do mundo no acompanhamento das pessoas com Diabetes (Associação Protectora dos Diabéticos de Portugal APDP), lançou a campanha “100 Mecenas Unidos pela Diabetes”. A campanha, dirigida a organizações e empresas, tem por objectivo sensibilizá-las para a problemática da diabetes, tornando-as patronos desta causa com o fim específico de ajudar a APDP na investigação para a cura desta enfermidade e na viabilização da Escola da Diabetes Ernesto Roma — que deve o seu nome ao criador da Diabetologia Social e Fundador da APDP —, destinada à formação de profissionais de saúde e doentes na forma de lidar com a doença e suas formas de tratamento. A diabetes é uma doença crónica que atinge cerca de 900.000 pessoas em Portugal, sendo a quarta principal causa de morte nos países desenvolvidos. O Grupo Mota-Engil adquiriu o estatuto de Mecenas desta causa, através de um apoio com carácter plurianual. GLOBAL BUSINESS COALITION (GBC) A Global Business Coalition (GBC) integra mais de 220 empresas de grande dimensão do mundo inteiro, tendo por missão o combate às doenças infecciosas, em particular o VIH/SIDA, a malária e a tuberculose. A GBC desenvolve as suas actividades ao nível da troca de experiências e práticas das empresas no combate a estas doenças; ajuda a definir e implementar programas e políticas de prevenção e apoio aos trabalhadores das empresas e suas famílias mais expostos a estes riscos; facilita o acesso das empresas associadas à ajuda técnica e financiamentos internacionais visando integrar as comunidades locais nos programas de sensibilização, prevenção e tratamento das doenças infecciosas; e mobiliza a comunidade empresarial na gestão, comunicação e criatividade na luta contra este tipo de enfermidades. A GBC foi escolhida pela ONU como ponto focal para o sector privado do Fundo Global da Luta Contra o VIH/SIDA, a malária e a tuberculose. O Grupo Mota-Engil é membro da GBC desde 2007, procurando com a sua presença tirar partido da dimensão e reconhecida experiência deste organismo, apoiando ainda as suas iniciativas na luta contra estas enfermidades. INSTITUTO PORTUGUÊS DE SANGUE O Instituto Português do Sangue (IPS) é um instituto público que tem por missão regular, a nível nacional, a actividade da medicina transfusional e garantir a disponibilidade e acessibilidade de sangue e componentes sanguíneos de qualidade, seguros e eficazes. Na linha do que vem acontecendo nos últimos anos, o Grupo Mota-Engil apoia o Instituto Português do Sangue na realização de sessões de colheita de sangue, convidando os colaboradores a contribuírem com a sua dádiva, em particular nos seus escritórios principais de Porto e Linda-a-Velha. relatório de sustentabilidade 2009 100 06 responsabilidade social e gestão do capital humano 06.2 06.2.1 principais iniciativas gestão do capital humano introdução O Grupo Mota-Engil despoletou, durante o ano de 2009, um conjunto de projectos e iniciativas que, em total alinhamento com a estratégia do negócio, permitiram continuar a reconhecer o desenvolvimento dos Colaboradores do Grupo como um factor crítico de sucesso para o alcance dos ambiciosos objectivos estratégicos definidos. Neste sentido, 2009 revelou-se um importante ano na concretização das sete prioridades estratégicas de recursos humanos definidas: • Identificar e gerir o talento no Grupo; • Desenvolver o perfil de gestor do Grupo; • Desenvolver competências que acrescentem valor ao negócio; • Promover a mobilidade e rotação de quadros; • Fomentar o recrutamento e desenvolvimento de quadros internacionais; • Alinhar a política de retribuição com a gestão da “performance” • Reforçar a Cultura e o conhecimento do Grupo Foram vários os projectos iniciados ao nível da gestão das pessoas, sendo igualmente visível o enfoque na melhoria e na consolidação de iniciativas que transitaram de anos anteriores. A este nível, é de destacar a consolidação da actividade da MOTA-ENGIL Active School, através do alargamento dos programas de desenvolvimento de competências a mercados onde o Grupo tem presença. Um ano depois de iniciar a sua actividade, a universidade corporativa da Mota-Engil promoveu, através da Active School Gestão e Liderança, duas edições do Programa Internacional de Gestão, uma em Angola e outra na Polónia. Com estas iniciativas, a MOTA-ENGIL Active School assegura uma perspectiva global na gestão do desenvolvimento dos quadros do Grupo, assegurando respostas transversais, independentemente da unidade de negócio ou geografia a que pertencem. Ainda no domínio da MOTA-ENGIL Active School, foi lançado um seminário de acolhimento corporativo denominado WelcoME. O WelcoME é especificamente dirigido a todos os quadros que tenham integrado recentemente o Grupo Mota-Engil, independentemente da sua unidade de negócio, mercado ou relatório de sustentabilidade 2009 101 06 responsabilidade social e gestão do capital humano geografia. Neste seminário é promovida a disseminação e o reforço dos Valores e Cultura Mota-Engil, assim como a difusão e alargamento do conhecimento das áreas de actuação e valências do Grupo. passa por um conjunto de iniciativas de acolhimento corporativo e de imersão no Grupo, através de acções de (in)formação e dinamização do conhecimento da Mota-Engil. Com esta iniciativa, desenvolvida através da Active School Cultura e Valores, é reforçada a a necessidade de fomentar a construção de uma Cultura e de Valores de âmbito corporativo, de modo a assegurar a consolidação de uma identidade organizacional forte, capaz de fomentar o alargamento de sinergias e estimular o envolvimento dos Colaboradores. @BUSINESS UNITS Nesta segunda etapa do programa, cada “trainee” é integrado numa unidade de negócio do Grupo, onde concretizará um Plano de Integração numa ou várias áreas funcionais, garantindo o desenvolvimento do seu conhecimento técnico e específico do negócio. No ano de 2009, foi ainda concretizada a primeira edição do Programa de Acolhimento de Trainees – start@ME, com o objectivo de atrair, formar, motivar e reter jovens de elevado potencial. O start@ME pretende acolher anualmente um conjunto de “trainees” com diferentes “backgrounds” académicos de base, promovendo o seu alinhamento com a Cultura e os Valores da Mota-Engil e a sua integração nas várias unidades de negócio do Grupo. Os candidatos seleccionados têm a oportunidade de iniciar o seu percurso profissional através de um programa estruturado que lhes permitirá simultaneamente alcançar uma visão transversal do Grupo e potenciar o seu “know-how” técnico e a sua experiência. O programa contempla várias etapas sequenciais, cada uma reflectindo a interacção crescente com os “trainees” e o respectivo aprofundar do conhecimento do Grupo Mota-Engil: @MOTA-ENGIL Ao longo das primeiras semanas, o grupo de “trainees” seleccionado @ME ACTIVE SCHOOL Na fase final do start@ME, os “trainees” que tenham tido uma elevada performance ao longo do seu Plano de Integração e que venham a permanecer no Grupo Mota-Engil, integrarão um programa de formação na MOTA-ENGIL Active School, com o objectivo não só de reforçar o seu conhecimento do Grupo e as relações e sinergias criadas, como também de promover a partilha do “know-how” adquirido e o desenvolvimento de competências e conhecimento em áreas transversais. Através do Programa start@ME, a Mota-Engil está convicta de estar a contribuir para a concretização dos ambiciosos objectivos a que se propôs e para o desenvolvimento e gestão do talento do Grupo, reforçando a sua capacidade permanente de rejuvenescimento e assim preparando o futuro. Em simultâneo, foi desenvolvido o Projecto one -Mota-Engil “HR Corporate Standards”. Este projecto tem por missão definir e implementar um conjunto de políticas e modelos corporativos de gestão de recursos humanos que permitam assegurar uma filosofia relatório de sustentabilidade 2009 06 responsabilidade social e gestão do capital humano e arquitectura comuns à diversidade de negócios e geografias existentes no Grupo e, simultaneamente, garantir a adequação prática às diferentes realidades e necessidades que caracterizam as empresas do Grupo. Nesta primeira etapa do projecto, que decorreu durante o ano de 2009, foram desenhados e aprovados para o Grupo os seguintes modelos e políticas: • um Modelo Corporativo de Gestão do Desempenho que estimule uma melhor diferenciação do talento no Grupo, contribuindo para uma cultura de meritocracia; • uma Política Retributiva integrada e sustentada que fomente a equidade interna e competitividade externa; • uma Política de Mobilidade Internacional consistente, assente num conjunto de processos e instrumentos que promovam uma adequada gestão dos quadros em mobilidade no Grupo. Pelo seu carácter estruturante, a implementação destes modelos e políticas nas várias empresas do Grupo será necessariamente gradual, sendo expectável que os resultados se consolidem progressivamente até ao ano de 2013. “Continuidade”, “Consolidação” e “Construção” foram as palavras-chave em matéria de gestão de pessoas no Grupo neste ano de 2009. Estes três C permitiram conciliar a continuidade e a consolidação das iniciativas lançadas em 2008 e, simultaneamente, a construção de novas bases, projectos e iniciativas que contribuem, de um modo efectivo, para materializar as prioridades estratégicas de recursos humanos que o Grupo definiu. O ano de 2010 será a continuidade desse mesmo exercício e, como tal, também uma continuidade do desafiante caminho que a Mota-Engil traçou para a capitalização do seu capital humano. 102 07 investigação, desenvolvimento e inovação mudança Ser pioneiro para liderar a mudança relatório de sustentabilidade 2009 104 07 investigação, desenvolvimento e inovação 07.1 07.2 introdução engenharia e construção A Investigação, o Desenvolvimento e a Inovação (IDI) ocupam um lugar central da estratégia do Grupo Mota-Engil e constituem hoje um incontornável factor de diferenciação e competitividade empresariais. Grande parte das iniciativas neste domínio apresentam forte correlação com os temas da sustentabilidade, quer ao nível económico (através da minimização de custos, aumento da eficiência operacional, melhoria dos sistemas de gestão e geração de novas oportunidades de negócio), quer no plano ambiental (pela sua influência na minimização dos impactos ambientais gerados pelas diversas actividades e processos de negócio). 07.2.1 considerações gerais Em 2009, o Sistema de Gestão de Investigação, Desenvolvimento e Inovação demonstrou estar assente em bases fortes, criadas em 2008, e traduzidas numa metodologia robusta que lhe permitiu: • concentrar um maior número de iniciativas em curso na empresa sob a sua alçada; e • focalizar os projectos existentes alinhando-os pelas orientações estratégicas da empresa. Este esforço é particularmente notório nas áreas de Engenharia e Construção e Ambiente e Serviços. Para isso, foi determinante a matriz de avaliação do potencial das oportunidades de inovação desenvolvida no final de 2008. Descrevem-se, em seguida, as principais iniciativas. Igualmente em 2009, ainda com o objectivo de aproximar e promover o entendimento da estratégia da empresa, foi promovida a criação de um programa estratégico, o “Rethinking Construction”, cujo objectivo passou por desdobrar e promover o entendimento da estratégia de forma a refinar o filtro a partir do qual se toma a decisão se os projectos devem ou não ser apoiados financeiramente pela empresa. Em 2009, realizou-se a primeira edição do Seminário sobre Gestão da Construção. Pretendemos que esta iniciativa tenha um carácter anual, tendo como objectivo dar conhecimento de todos os relatório de sustentabilidade 2009 105 07 investigação, desenvolvimento e inovação projectos de inovação em curso, bem como os resultados daqueles que já encerraram. Para este evento foram ainda convidados especialistas internacionais com o propósito de partilhar as melhores práticas a nível internacional vivenciadas noutras empresas e culturas. 07.2.2 organização A Gestão de IDI está cometida à Direcção de “Performance”, Tecnologia e Inovação da Mota-Engil Engenharia. A implementação do Modelo Corporativo de Funções e Competências, integrada no Projecto de Mapeamento de Competências (MAP), permitiu reforçar a importância da competência Inovação nos colaboradores da Mota-Engil Engenharia, enquanto o desenvolvimento do “Balance ScoreCard”, integrado no Projecto Score, permitiu fortalecer o compromisso das várias áreas de negócio para com a Inovação. AUDITORIAS, AVALIAÇÃO DE RESULTADOS E FORMAÇÃO Durante o ano de 2009, foi realizada uma auditoria interna por uma entidade externa ao Sistema de Gestão de IDI, tendo sido iniciado um conjunto de acções de melhoria. Posteriormente, o mesmo foi submetido a uma auditoria da APCER, em finais de 2009, tendo sido apreciadas e validadas todas as alterações implementadas ao sistema. Foram igualmente realizadas duas edições do curso “Formação Prática na Nova Metodologia de Gestão do Sistema de IDI”, recorrendo a formadores internos e envolvendo todos os departamentos da empresa. COMUNICAÇÃO No domínio da comunicação interna, assistiu-se à promoção de eventos (seminários, “workshops”) sobre conhecimento, tecnologia e inovação na Mota-Engil Engenharia, sendo de destacar os seguintes: • Gestão de Processos – Novas Abordagens; • “ Workshop” Técnico “Soluções sobre pedra natural”; • “ Workshop” Técnico “Soluções técnicas sobre vidros”; • “ Workshop” “Mota-Engil Experiência Conhecimento”; • “ Workshop” Técnico “Dec-Lei Betão/Aço”; • “ Workshop” Técnico “Marcação CE”; • “ Workshop” Técnico “Estudo do erro”; • “Open Day” “What Can I Change?” – dia aberto para os jovens engenheiros; • Apresentação dos trabalhos de estágio dos jovens engenheiros. Foi igualmente renovado o Portal da Inovação, tendo como objectivo torná-lo ainda mais funcional e de integrá-lo com o Portal Corporativo da Empresa, o ON.ME. 07.2.3 sistema de gestão idi RELACIONAMENTO COM ENTIDADES EXTERNAS O relacionamento e a gestão de interfaces com entidades externas reveste-se da maior importância para o sistema de gestão IDI. Os clientes, fornecedores, distribuidores, parceiros, concorrentes, consultores, associações empresariais, centros de conhecimento/ instituições de ensino superior, estado e organismos reguladores, bem como a imprensa técnica especializada e o mercado em geral, relatório de sustentabilidade 2009 106 07 investigação, desenvolvimento e inovação constituem o amplo acervo de interfaces com entidades externas que importa desenvolver. Avulta, neste âmbito o protocolo celebrado com a Universidade do Minho com a finalidade de estabelecer e desenvolver acções de cooperação técnico-científica e de inovação em domínios considerados de interesse mútuo pela Mota-Engil e pela Universidade do Minho. Convém realçar ainda as seguintes iniciativas e parcerias: Iniciativas: • Inova Gaia – Participação numa incubadora de empresas; • PTPC – Participação na Plataforma Tecnológica para a Construção. Parcerias: • INFOR – Protocolo de cooperação no âmbito do projecto BIM; • Miguel Krippahl – Protocolo de cooperação no âmbito do projecto BIM; • VICO – Protocolo de cooperação no âmbito do projecto BIM; • IPG/ FEUP – Protocolo de cooperação no âmbito do projecto Calibração Energética SPT e Modelos de Caracterização SRG; • L aboratório de Engenharia Matemática (ISEP) – Protocolo de cooperação no âmbito do projecto Determinação de Erros de Medição. Destaque-se, por último, a atribuição que vem sendo efectuada, de há vários anos a esta parte, de um prémio destinado a galardoar o melhor aluno do curso de Engenharia Civil da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP). PROJECTOS IDI Organizacionais • ON.ME – Plataforma colaborativa organizacional; • Maturidade IDI 2010 – Programa composto por várias iniciativas que permitam atingir um elevado grau de maturidade de criatividade, inovação e empreendedorismo na Empresa; • Link.ME – Projecto que visa desenhar e implementar um Sistema de gestão de conhecimento; • Connect People – Utilização de plataforma de “webconference” para aproximar as obras, dispersas geograficamente, do “backoffice” central. Construção e Infra-Estruturas • Modelos de caracterização SRG – Desenvolvimento de um modelo de caracterização geotécnica adequada a solos residuais; • Determinação de erros de medição – Avaliar a precisão e respectivas implicações na quantificação das propriedades físicas e mecânicas dos maciços terrosos, caracterizados com base em ensaios “in situ”; • Rede GNSS – Desenvolver um centro de competências e uma nova unidade de negócios no domínio do posicionamento de precisão que crie soluções inovadoras e únicas no mercado; • EcoRoadMap – Proceder à análise interna, análise externa e definição de cenário/plano de implementação visando a introdução de soluções ecoeficientes na Mota-Engil Engenharia; • Building Information Model – Utilização de simulações virtuais para mitigar o risco inerente ao processo construtivo; • VIRMEEC – Desenvolver uma ferramenta informática de suporte à decisão para definir e optimizar a estratégia de produção das obras de estradas; • Encarregados On-Line – Desenvolvimento de uma solução informática com um interface amigável que facilite a comunicação entre o encarregado e a direcção de obra; • Mercado de Gestão de Resíduos de Construção e Demolição – Desenvolvimento de uma aplicação que permita optimizar a gestão dos resíduos de construção e demolição e potenciar o seu valor. relatório de sustentabilidade 2009 107 07 investigação, desenvolvimento e inovação Laboratório Central • MbMCE – Implementação dos ensaios iniciais de tipo obrigatório para a Marcação CE de misturas betuminosas; • DIP – Utilização do deflectómetro de impacto portátil no controlo de execução de aterros; • GSGPS – Gamadensímetro com sistema GPS para determinação de posição, cota e grandezas geotécnicas. Electromecânica • TEGG – Implementação do Sistema de Inspecções Eléctricas TEGG. Fundações e Geotecnia • Melhoramento de solos – Tratamento de solos moles por activação alcalina; • Inertização de Lamas Bentoníticas Residuais – Estudo de soluções de reutilização destas lamas bentoniticas residuais; • Calibração energética SPT – Avaliar a eficácia energética dos equipamentos SPT; • Evolução no SCPTu – Avaliar quais as condições metodológicas mais favoráveis à execução de ensaios com piezocone sísmico (SCPTu). Mota-Engil Betões e Pré-Fabricados • SIPAV – Soluções inovadoras pré-fabricadas para vias férreas de alta velocidade; • LEGOUSE – Pré-fabricação modular de edifícios de custos controlados. 07.3 ambiente e serviços SUMA, SERVIÇOS URBANOS E MEIO AMBIENTE, SA Inovação e Desenvolvimento Tecnológico O departamento de Inovação, Desenvolvimento e Rentabilização (IDR) tem focalizado a sua actuação na vertente tecnológica, estando em curso um projecto ambicioso de georreferenciação “online” das viaturas e equipamentos de produção, associado à identificação e pesagem da contentorização. O projecto irá em breve entrar na fase de testes na produção, estando também ele a recorrer a jovens licenciados recrutados através do iSUMA. Sistemas de Informação Foi efectuada, durante todo o ano de 2009, a consolidação do ERP SAP dentro da organização SUMA, pelos cerca de 150 utilizadores dispersos pelo País. Foram notórias as melhorias introduzidas pelo sistema, uniformizando os processos e permitindo o acesso e controle em tempo real de informações financeiras e de gestão. A unidade GIS (“Geographic Information System”), criada em 2008, prosseguiu o planeamento delineado de melhorias na plataforma GISUMA e da sua adopção no terreno, por parte de utilizadores dispersos pelos diferentes Centros de Serviço. A plataforma correspondeu, dentro das elevadas expectativas, às necessidades de informação dos utilizadores da área de produção, levando a que fossem identificados rapidamente novos reportes a serem gerados, em termos de equipamentos e de circuitos. relatório de sustentabilidade 2009 108 07 investigação, desenvolvimento e inovação Criou-se a possibilidade de exportação de dados para o “Google Earth”, permitindo uma visualização pelos nossos clientes dos circuitos efectuados e da localização exacta dos equipamentos de contentorização, num ambiente visual muito “user-friendly”, de uma forma simples e rápida. Iniciou-se em paralelo com esta iniciativa uma plataforma inovadora denominada WebGis que permitisse via Web que cada utilizador tivesse a possibilidade de criar um circuito e colocar equipamentos, ou seja um editor GIS via “Web”. Os ganhos de tempo e de produtividade são enormes, pois a criação de circuitos de varredura manual, por exemplo, passam a ser efectuados pelos utilizadores dos Centros, que de facto conhecem o terreno, poupando muitas horas de verificação e acertos manuais e colocando os principais interessados no trabalho final como parte do processo. Os ensaios efectuados durante o primeiro semestre de uma solução de optimização de rotas “best of breed” decorreram de forma satisfatória, evidenciando alguns ganhos possíveis em termos de diminuição de quilómetros percorridos. Contudo, numa avaliação de custo/benefício a curto prazo da aquisição da ferramenta, foi decidido pela Administração que não seria um investimento com prioridade neste momento. Foram também efectuados ensaios bem-sucedidos de “download” de rotas directamente para GPS, um projecto pioneiro e inovador na logística e na área de serviços em que nos inserimos, o que pode propiciar no futuro uma nova forma de treinar os motoristas a efectuarem novos circuitos no terreno sem a necessidade de mapas em papel. Prossegue a iniciativa “Green IT”, substituindo servidores em fim de vida por novos servidores em formato Blade. As melhorias, em termos de diminuição de consumo energético, são visíveis e constatáveis, traduzindo-se numa menor necessidade de potência no sistema de refrigeração da sala de servidores. A Base de Dados de Produção sofreu uma natural evolução, nomeadamente na quantidade de informação disponível através de reportes, propiciando cada vez mais o desenvolvimento de uma plataforma agregadora e geradora de informação para análise e decisão em tempo real no fundo, um sistema de “Business Inteligence”. 08 desempenho futuro Acreditar no poder de quem constrói o futuro relatório de sustentabilidade 2009 110 08 desempenho 08.1 desempenho económico 08.1.1 engenharia e construção mota-engil engenharia e construção, SA 1. Enquadramento Estratégico e de Mercado Península Ibérica Tendo sido 2009 um ano de intensificação dos efeitos da crise financeira internacional, o sector da construção em Portugal continuou registar uma quebra de produção, à semelhança do que já havia ocorrido em 2008. Em Portugal, a actividade de Engenharia e Construção encontra-se em crise profunda há alguns anos, com fraca procura, excesso de capacidade instalada e esmagamento das margens praticadas. O sector, influenciado por um enquadramento económico profundamente desfavorável, voltou a registar durante o ano de 2009 uma quebra na sua actividade, agravando-se mesmo a tendência negativa que esta tem vindo a descrever ao longo dos últimos oito anos e que se traduz na pior crise que o sector conheceu nas últimas décadas. A generalidade dos indicadores aponta para uma contracção do volume de produção da construção em redor dos 9%, o que constitui o pior resultado observado no passado recente. Apesar de tudo, os índices de produção para as obras de engenharia civil e edifícios públicos não-residenciais apresentaram evoluções mais favoráveis do que os apurados para o segmento dos edifícios privados, persistindo estes últimos em quebras muito acentuadas de actividade. O segmento da construção de edifícios residenciais privados em Portugal foi o mais afectado e o que deverá ter registado o maior retrocesso em termos de produção, dadas as características da crise económica e financeira que se abateu sobre o mundo em 2008 e que teve graves repercussões no nosso País. Este segmento terá assistido, em 2009, a uma quebra de quase 38% nas superfícies licenciadas para a construção de edifícios novos, magnitude que traduz bem a ausência de procura de habitações novas, a qual tem conduzido a sucessivas reduções de actividade nesta área que, por ser de mão-de-obra intensiva, tem dado origem a um aumento do número de desempregados. De facto, desde 2002 que a produção de edifícios residenciais vem apresentando decréscimos, sendo o relativo a 2009 o mais acentuado (menos 22%), de tal forma que as quebras acumuladas rondarão os 50%. As medidas de estímulo orçamental anunciadas pelo Governo no final 2008, assentes no relançamento das actividades de construção, não permitiram colmatar os efeitos da crise, em termos gerais, no sector da construção em Portugal. Efectivamente, no que se refere à evolução do índice de produção de edifícios públicos não-residenciais, onde se incluem hospitais, escolas e edifícios multifuncionais, registou-se um reforço de investimento público muito substancial ao longo de 2009, nomeadamente no volume de trabalhos realizados na modernização do Parque Escolar, que terá envolvido mais de 600 milhões de euros. Durante 2009, a evolução deste segmento foi quase sempre ascendente, tendo-se apenas invertido nos últimos meses e em Janeiro de 2010, mês em que, apesar do acréscimo muito razoável observado, relatório de sustentabilidade 2009 111 08 desempenho foi inferior ao registado até meados de 2009. Esta inversão da tendência de evolução da produção de edifícios não-residenciais públicos será temporária, uma vez que, só no mês de Janeiro, a Parque Escolar, EPE, promoveu concursos públicos relativos à terceira fase do programa de modernização de escolas num montante superior a 300 milhões de euros, intervenções que deverão ficar concluídas até ao final deste ano. No segmento das obras de engenharia civil (obras de urbanização e vias de comunicação), atingiram-se acréscimos muito razoáveis no volume de produção, sobretudo no primeiro semestre, devido aos dois actos eleitorais que se registaram até Outubro. A partir de então, a tendência de evolução do índice de produção tem vindo a inverter-se, sendo já negativa a variação registada no trimestre terminado em Janeiro de 2010, face ao trimestre acabado em Janeiro de 2009. Esta evolução não surpreende, isto por ter sido o ano de 2009 excepcional em termos de utilização do investimento público, quer como instrumento para atenuar os efeitos da crise financeira mundial, quer pelos actos eleitorais registados. Esta inversão da tendência de evolução da produção de obras de engenharia civil deverá continuar a observar-se no curto prazo, tendo em consideração o objectivo traçado para 2010 de contenção do défice orçamental por via da redução do investimento público (PIDDAC) em todos os ministérios, conforme previsto no Orçamento de Estado para 2010. Ainda assim, o Orçamento de Estado para 2010 avança com algumas medidas, mas de fraca repercussão no sector da construção. Talvez a de maior impacto seja a relativa ao arranque, em 2010, de um programa de apoio à reabilitação urbana que prevê a concessão de apoios financeiros do Estado a obras de reabilitação de imóveis habitacionais. O programa tem como meta multiplicar por cinco a média anual de fogos reabilitados com apoio do Estado e será um estímulo importante à economia e ao emprego. O Governo anunciou, igualmente, a operacionalização dos Fundos de Desenvolvimento Urbano, na sequência da constituição de um Fundo de Participações de 130 milhões de euros cujo contrato de gestão foi celebrado com o Banco Europeu de Investimento. Estes fundos serão um instrumento essencial de financiamento das operações de reabilitação urbana previstas no Regime Jurídico da Reabilitação Urbana. Pretende ainda aprovar o Plano Estratégico da Habitação, para dinamizar a reabilitação do património habitacional degradado e o mercado de arrendamento, centrando-se a sua execução, em 2010, em dois eixos estratégicos: (i) reabilitação do património habitacional degradado; e (ii) desenvolvimento do mercado de arrendamento urbano. As medidas previstas incluem apoios aos particulares para reabilitação de fogos devolutos para arrendamento, acções de reabilitação do parque habitacional público e criação de mecanismos de reforço da confiança no mercado de arrendamento, nomeadamente através da criação de uma bolsa de habitação e da avaliação de condições para criação de seguros de renda. Ainda neste domínio, será desenvolvido o Projecto do Arco Ribeirinho Sul, que constitui a mais importante iniciativa integrada de ordenamento do território, de reconversão e requalificação urbana e ambiental, e de desenvolvimento regional a ser realizada em Portugal. Traduzido num amplo conjunto de investimentos, com especial enfoque na área territorial dos municípios onde se localizam os terrenos da Quimiparque, da Siderurgia Nacional e da Margueira, mas que se estende a todo o território do Arco entre Almada e Alcochete. A estratégia inerente ao Projecto assenta na reconversão urbanística dos três territórios, através de um processo de requalificação ambiental e de revitalização urbana, antecipando e adaptando-se aos grandes investimentos públicos previstos e ao seu impacto sobre o território (com particular destaque para o novo aeroporto de Lisboa e terceira travessia do Tejo). relatório de sustentabilidade 2009 112 08 desempenho No que respeita às infra-estruturas de transporte, o Orçamento de Estado para 2010 (OE 2010) propõe, no plano rodoviário, prosseguir com a concretização do Plano Rodoviário Nacional (PRN) e, consequentemente, do plano de concessões, a cargo das Estradas de Portugal. Neste sentido, e de acordo com o OE 2010, será adjudicada a Auto-Estrada do Centro (IP3, IC2 e IC12) e prevê-se dar início ao processo de preparação do lançamento dos concursos para novas concessões rodoviárias: Rota Oeste, Ribatejo, Vouga, Serra da Estrela e Tejo Internacional, relativamente às quais cerca de 60% dos investimentos serão de requalificação e modernização de vias rodoviárias existentes de ligação entre capitais de distrito do interior do País sem perfil de auto-estrada. Será também aprovado o plano anual de conservação e beneficiação da rede existente e serão executadas as inspecções associadas ao Sistema de Gestão de Obras de Arte. No sector aeroportuário, o objectivo é continuar com as obras de manutenção e expansão das estruturas existentes e iniciar o processo de contratação, concepção, construção, financiamento e exploração do novo aeroporto de Lisboa. A nível ferroviário, manter-se-á a construção dos corredores e nós estruturantes do território na rede transeuropeia de transportes, onde se inclui uma série de empreitadas relacionadas com o TGV (troços e estações de alta velocidade). Apesar de tudo, é com optimismo que o Grupo encara o ano de 2010, sendo sua expectativa que venha a revelar-se como um ano de melhoria deste ciclo depressivo no sector da construção em Portugal. Em 2009, o volume de negócios da área em Portugal foi superior a 791,5 milhões de euros. A rentabilidade operacional, apesar da evolução negativa face ao ano anterior, manteve uma “performance” bastante positiva, originada em parte pela política de preços praticada por alguns operadores do sector. Tendo em conta as dificuldades sentidas no mercado interno, aliadas ao dinamismo do processo de internacionalização da actividade da construção, o mercado doméstico viu mais uma vez reduzir o seu peso no total do volume de negócios da área: em 2009 o mercado português representou apenas 47% da actividade de construção do Grupo (2008: 49%). Europa Central Actualmente, a área de Engenharia e Construção está presente nos seguintes países da Europa Central: Polónia, República Checa, Eslováquia, Hungria e Roménia. Os efeitos da crise mundial fizeram-se sentir mais tardiamente nos países da Europa Central, ou seja, apenas em 2009. Estes países emergentes da Europa Central, que viram o seu produto crescer em 2008 a taxas que variaram entre os 3% e 7% (ainda assim com valores inferiores a 2007), e que vinham a impor alguma dinâmica à economia europeia, assistiram, em 2009, a uma retracção dos seus produtos internos de forma mais acentuada que a que ocorreu nos restantes países europeus. Excepção feita à Polónia que, ainda assim, conseguiu obter um crescimento de 1,2% em 2009. Os restantes países viram o seu produto decrescer a taxas que variaram entre -8% (Roménia) e -4,8% (República Checa). A Polónia foi a única economia da Europa Central (e da União Europeia) a não viver uma recessão em 2009. A equilibrada estrutura macroeconómica, com uma menor dependência do exterior comparativamente a outros países do Leste Europeu, e uma assinalável resiliência da actividade interna, conjugada com uma importante flexibilidade cambial, permitiram à economia relatório de sustentabilidade 2009 113 08 desempenho polaca registar o referido crescimento de 1,2% em 2009 (5% em 2008). O consumo e o investimento continuam a ser os principais motores da economia, sendo que esta também beneficiou de um sector bancário sólido, que não se revelou significativamente exposto aos produtos financeiros “tóxicos”. Por outro lado, não se notou qualquer sobreaquecimento no mercado da habitação ou alavancagens excessivas do sector privado. Em termos de futuro, prevê-se que a Polónia continue a crescer acima da média das economias vizinhas do Leste Europeu (em torno de 1,8% em 2010 e 3,2% em 2011), devido, essencialmente, aos efeitos das políticas económicas expansionistas – monetária e orçamental –, que ainda perdurarão este ano, por um lado, e à recuperação do dinamismo das exportações e a um maior fluxo de entrada de capital no país, num contexto de fortalecimento gradual da economia global, por outro. Em termos de procura interna, espera-se a continuação da robustez do investimento privado, beneficiando dos fundos estruturais vindos da União Europeia e da realização do campeonato europeu de futebol em 2012 (organizado pela Polónia e pela Ucrânia), que tem impulsionado o investimento em infra-estruturas. Neste sentido, e apesar das dificuldades nos restantes países da Europa Central, o Grupo continuará a apostar nesta área geográfica, com destaque natural para a Polónia, continuando atento a novas oportunidades de negócio que nestes países possam ser exploráveis, nomeadamente por apresentarem oportunidades de realização de sinergias com a actividade tradicional da construção. Embora também num contexto de crise, a expansão da actividade ligada ao imobiliário permanece como um dos objectivos da MOTA-ENGIL. A lista dos países com maiores carências ao nível habitacional é encabeçada, sem dúvida, pela Polónia, mas inclui também a Roménia, a Hungria, a República Checa e a Eslováquia. OGrupo já está presente em todos estes países e em todos eles tem interesses em projectos imobiliários a decorrer. O ano de 2009 marcou a operacionalização do projecto MOTA-ENGIL CENTRAL EUROPE, reflectindo a transição de um modelo multipolar (baseado em autonomias por empresa e país) para um modelo de gestão corporativo, com uma estratégia integrada e de âmbito transnacional, materializada na criação da empresa MOTA-ENGIL CENTRAL EUROPE SGPS, SA. Esta empresa agora criada concentra as participações da área de Engenharia e Construção na Europa Central e actua em dois segmentos de negócio distintos e societariamente separados: a construção (actividade desenvolvida através da MOTA-ENGIL CENTRAL EUROPE SA) e o “real estate” (a gestão passa a ser assegurada pela MOTA-ENGIL REAL ESTATE MANAGEMENT). Em 2009, o volume de negócios alcançado na Europa Central foi de 292 milhões de euros, quando em 2008 tinha sido de 330 milhões de euros (redução de 11%). Em termos de EBITDA, o decréscimo do volume de negócios não conseguiu ser compensado pelo ligeiro aumento a que se assistiu na margem (1,6% em 2009, face a 1,5% alcançado em 2008), razão pela qual o seu valor sofreu um ligeiro decréscimo em 2009 (4,6 milhões euros em 2009, face a 4,9 milhões de euros em 2008). É de referir que os negócios que se encontram actualmente em processo de redução de actividade na Europa Central (segmento de construção na Hungria e na Roménia) geraram, em 2009, um EBITDA negativo de 7,2 milhões de euros, proveniente essencialmente do encerramento da actividade operacional, bem como de custos de desmobilização e obras em garantia. Apesar da crise conjuntural, que se espera vir a manter durante o ano de 2010, os mercados da Europa Central (com excepção da Hungria e da Roménia) continuam a ser uma das fortes relatório de sustentabilidade 2009 114 08 desempenho apostas do Grupo, por apresentarem ainda perspectivas de intenso crescimento. Aliás, o Grupo MOTA-ENGIL está presente na Europa Central desde 1997, pelo que, ao longo de mais de 10 anos acumulou valiosa experiência e conhecimento de mercados que, ao mesmo tempo que se tornam mais e mais atraentes, também se revelam muito exigentes e competitivos. É, portanto, com optimismo, embora moderado pela crise internacional, que o Grupo olha para a actividade prevista para 2010 nestes mercados: forte crescimento do volume de negócios, sempre assegurando a melhoria sustentada das margens operacionais. África A área de Engenharia e Construção está presente nos seguintes países de África: Angola, Moçambique, Malawi, São Tomé e Príncipe e Cabo Verde. Em África, o impacto da recessão mundial foi sentido, numa fase inicial, junto das economias mais integradas nos mercados financeiros internacionais (como a África do Sul) e, posteriormente, junto dos países exportadores de petróleo (englobando Angola), bem como economias exportadoras de bens industriais (como Marrocos e Tunísia). No entanto, a forte recuperação dos fluxos de comércio internacional e a estabilização das condições financeiras na segunda metade do ano traduziram-se numa recuperação muito visível da actividade nas principais economias africanas e numa melhoria clara das perspectivas de crescimento para 2010 e 2011. Os principais países de expressão portuguesa onde a MOTA-ENGIL está presente, como Angola, Moçambique e Cabo Verde, deverão registar em 2010 crescimentos próximos de 10%, 5% e 4%, respectivamente. Acima de tudo, o dinamismo económico de África esperado para 2010 deverá ser atribuído à melhoria da conjuntura nos mercados das “commodities”, sustentada, em parte, pelos países emergentes da Ásia. Para além do contributo das matérias-primas, destaca-se a manutenção de taxas de investimento elevadas, a recuperação de fluxos de entrada de capitais do exterior e a intensificação do esforço de investimento público em infra-estruturas, em muitos casos num contexto de estabilidade financeira. No caso específico de Angola, a aceleração da actividade económica em 2010 deverá ser alicerçada num aumento das receitas petrolíferas e num maior dinamismo dos sectores não-energéticos (construção, serviços, agricultura, etc.), associadas a uma recuperação dos fluxos de entrada de capitais do exterior, bem como a uma recuperação do investimento. Com efeito, apesar dos ritmos de crescimento económico bastante consideráveis apresentado nos últimos anos (31,2% em 2008), Angola não ficou imune aos efeitos da crise financeira e económica global, que se começaram a sentir de forma mais significativa em finais de 2008, com a forte queda no preço do petróleo nos mercados internacionais. De facto, esta “commoditiy” atingiu um mínimo de 28,9 USD em finais de Dezembro, face a um pico de 145 USD registado em Julho de 2008. O petróleo é o principal contributo para a formação do produto angolano, sendo que até 2008 representava mais de 50% do PIB, tendo o seu peso diminuído para 40% em 2009. Confirmou-se a acentuada desaceleração da economia angolana ao longo de 2009, interrompendo um percurso de taxas de crescimento do PIB de dois dígitos desde 2004. Para 2009, estima-se que a economia tenha apresentado um crescimento tendencialmente nulo, ainda assim superior ao inicialmente expectável. Esta surpresa positiva pode ser justificada por uma série de factores, entre os quais a recuperação mais acentuada do preço do petróleo ao longo do último ano, os níveis de produção ligeiramente acima do previsto (acima da quota definida pela OPEP) relatório de sustentabilidade 2009 115 08 desempenho e o desempenho relativamente favorável do sector não-petrolífero, que nos últimos anos tem vindo paulatinamente a afirmar-se em resultado do esforço de diversificação da economia. Para 2010, espera-se que a economia angolana retome taxas de crescimento mais expressivas, em torno dos 7%. Esta trajectória reflectirá a esperada recuperação do preço do petróleo no mercado internacional, possivelmente para patamares, em termos médios, acima dos 65 USD/barril, apesar de não se perspectivarem melhorias assinaláveis em termos de volume produzido (não só por constrangimentos da OPEP, mas também porque Angola já se encontra a produzir perto do seu potencial máximo). Também o sector não-petrolífero deverá intensificar o seu dinamismo em 2010, particularmente num ano marcado por um clima mais favorável ao investimento por parte dos investidores privados nacionais e internacionais. O acordo recentemente alcançado com o FMI, com a atribuição de um empréstimo de 1,4 mil milhões de USD, constitui um importante instrumento de reequilíbrio das contas externas e é também uma importante fonte de financiamento para investimentos necessários no sector não-petrolífero, permitindo promover a redução da dependência do país em relação ao petróleo e torná-lo menos vulnerável a choques internacionais. Em termos de política monetária para 2010, prevê-se que o Banco Nacional de Angola mantenha as linhas orientadoras dos últimos anos, nomeadamente no que diz respeito à estabilidade dos preços. Prevê-se que a inflação se situe em torno dos 13% (2009: 12%), mas considerando o recente padrão de evolução dos preços em Angola, a aceleração dos agregados monetários e a desvalorização da moeda, esse patamar parece difícil de alcançar. O Grupo MOTA-ENGIL está presente em Angola desde a sua constituição e assume este como um dos seus naturais mercados de actuação. É certo que a evolução económica do país traz consigo alterações de mercado e novos concorrentes, mas o Grupo, beneficiando da sua posição histórica e dotado de excelentes recursos, tem-se mostrado capaz de não só se adaptar a essas evoluções como sobretudo retirar delas vantagens. A sucursal angolana da MOTA-ENGIL ENGENHARIA está equipada com meios técnicos modernos e meios humanos reconhecidamente competentes e vê na estabilidade das instituições públicas e na modernização do aparelho de Estado angolano oportunidades para continuar a desenvolver a sua actividade de forma profissional e eficiente. Deve-se destacar as boas relações que o Grupo mantém e promove com o sector público angolano, quer como adjudicatário, quer como parceiro em associadas locais. Em 2009, foi assinado um memorando de entendimento com um consórcio angolano liderado pela Sonangol para a constituição da MOTA-ENGIL ANGOLA, a ser detida em 51% pela MOTA-ENGIL ENGENHARIA e que receberá os activos da sucursal e as participações que esta detém no mercado angolano. Durante o ano de 2009, deve-se destacar também a adjudicação, ao consórcio em que a MOTA-ENGIL participa em 50%, da obra de requalificação da Baía de Luanda, com um preço previsto de 130 milhões de USD. Apesar da crise mundial, o arranque do ano de 2010 no mercado angolano é encarado com algum optimismo e a expectativa do Grupo é conseguir ainda um maior crescimento naquele país, sustentado numa carteira de encomendas robusta (que actualmente atinge o valor de 426 milhões de euros) e em consolidação. Por outro lado, a MOTA-ENGIL pretende diversificar os negócios em Angola e, para isso, está a analisar projectos nas áreas de energia, ambiente e logística. Adicionalmente, está ainda a desenvolver duas actividades industriais no âmbito do negócio da construção, relatório de sustentabilidade 2009 116 08 desempenho a NOVICER, dedicada à cerâmica, e a FATRA, dedicada à trefilaria. A actividade de Engenharia e Construção em Angola registou um ano excelente em 2009, com 421 milhões de euros de volume de negócios, e um crescimento de 40% face ao ano transacto (2008: 301 milhões de euros.) Também ao nível da rentabilidade operacional, o ano de 2009 foi muito positivo, com a margem EBITDA a situar-se nos 14,4%. Nos outros mercados de África onde o Grupo MOTA-ENGIL marca presença, 2009 foi também bastante positivo, destacando-se o Malawi, onde o Grupo reforçou a sua presença, nomeadamente na área de construção e manutenção de estradas, apresentando actualmente uma carteira de mais de 180 milhões de euros. Este feito apenas foi possível devido ao reconhecido prestígio construído por via do posicionamento no mercado, pautado pela correcção e competência na execução. Em Moçambique, o consórcio liderado pela MOTA-ENGIL concluiu em 2009, a maior obra de engenharia da história de Moçambique do pós-independência, a ponte sobre o rio Zambeze. As perspectivas para o futuro são animadoras relativamente a este mercado, sendo que a MOTA-ENGIL espera investir, em 2010, duas vezes mais comparativamente a 2009 e consolidar o seu peso no país. Ainda em 2009, foi celebrado o contrato de concessão para projecto, construção, financiamento, operação e manutenção periódica e de rotina da Nova Ponte, que engloba construção da nova ponte de Tete e a recuperação e exploração durante 30 anos de toda a rede principal rodoviária que liga Moçambique à Zâmbia, ao Malawi e ao Zimbabwe. O valor de construção da nova ponte ascende a cerca de 100 milhões de USD. A MOTA-ENGIL apresenta actualmente uma carteira de cerca de 100 milhões de euros neste país e encontra-se bem posicionada para ganhar o concurso de construção da empreitada da ponte entre Maputo e Catembe, na margem sul da cidade, uma obra avaliada em 200 milhões de euros. Apesar do abrandamento em 2009 (crescimento de 7,5%), Moçambique tem apresentado taxas de crescimento bastante interessantes, tendo o PIB aumentado, em média, 7,5% no período 2004-2008. O FMI espera uma recuperação gradual do crescimento nos próximos anos até atingir o crescimento potencial de 6,5%. A actividade em São Tomé e Príncipe e em Cabo Verde, embora limitada pela dimensão dos respectivos mercados, demonstra a capacidade do Grupo para aproveitar as oportunidades surgidas nos países de língua oficial portuguesa. O segmento de negócio de África registou, em 2009, um crescimento do volume de negócios de 38% para os 515 milhões de euros (2008: 372 milhões de euros). Ao nível da rentabilidade operacional o desempenho foi também positivo, com o EBITDA a situar-se nos 75 milhões de euros, comparando com os 51 milhões de euros obtidos em 2008. América A área de Engenharia e Construção está presente nos seguintes países da América: EUA, México, Peru e Venezuela. No Peru, a Mota-Engil continua a marcar presença sobretudo na actividade de movimentação de terras. O ano de 2009 foi mais um bom ano para a actividade neste país, sendo que a estabilidade do mercado permitiu continuar a desenvolver a estratégia de crescimento e valorização da associada local. É neste sentido que a organização continua a dar passos para a diversificação da actividade, com a entrada no mercado da promoção imobiliária. No México, continua a construção da auto-estrada “Perote-Banderilla y Libramiento de Xalapa”, representando um investimento na área da construção de cerca de 179 milhões de euros. relatório de sustentabilidade 2009 117 08 desempenho O segmento de negócio da América registou, em 2009, uma redução do volume de negócios de 13% para os 42 milhões de euros (2008: 49 milhões de euros). Ao nível da rentabilidade operacional, o desempenho foi também negativo, com o EBITDA a situar-se em 1,1 milhões de euros, em comparação com os 4 milhões de euros obtidos em 2008. No quadro seguinte, encontram-se reflectidos os fluxos de capital entre a Mota-Engil Engenharia e os seus “stakeholders”: Valor Económico Gerado e Distribuído indicador 2009 (euros) 2008 Valor económico directo gerado 1.330.331.191 1.106.867.674 Receitas 1.330.331.191 1.106.867.674 Valor económico distribuído 1.282.676.669 1.053.089.072 Custos operacionais 1.097.950.352 866.430.859 Salários e benefícios de empregados 142.095.961 136.815.992 Pagamento a fornecedores de capital 30.032.573 38.362.317 Pagamentos ao Estado 12.199.374 11.371.704 398.409 108.200 47.654.522 53.778.602 Investimentos na comunidade Valor económico acumulado O valor económico directo gerado teve um crescimento de 20% em 2009, mas em contrapartida, o valor económico acumulado diminuiu cerca de 11%. Para esta situação contribuiu essencialmente o crescimento dos custos operacionais, que levou a um aumento do peso desta rubrica, sobre o valor económico directo gerado, de 78% (em 2008) para 83% (em 2009). Registe-se o crescimento da rubrica investimentos na comunidade, que quase quadruplicou em 2009. Não se registaram, em 2009, implicações financeiras nem outros riscos ou oportunidades resultantes de mudanças climáticas para as actividades desenvolvidas pela organização. 2. SUBSÍDIOS AUFERIDOS E PLANOS DE PENSÕES Em 2009, a Mota-Engil Engenharia recebeu, como subsídios à sua actividade, € 594.943,00 provenientes do Estado ou de outras entidades públicas nacionais ou estrangeiras. Foram ainda recebidos do Estado subsídios no valor de € 24.497,10 relativos à contratação de trabalhadores em regime de primeiro emprego. Para além das contribuições obrigatórias para o regime geral da Segurança Social, cuja base contributiva incide sobre a massa salarial, não existe, na Mota-Engil Engenharia, qualquer plano de pensões de contribuição definida. 3. PRESENÇA NO MERCADO Relativamente a este aspecto, que constitui matéria a ser abordada de acordo com as directrizes de relato adoptadas (GRI 3.0), passa a dar-se conta da política da Mota-Engil Engenharia em relação às questões adiante enunciadas. Política salarial Os padrões remuneratórios praticados pela Mota-Engil Engenharia correspondem, em traços gerais, à política global do Grupo sobre a matéria e são estabelecidos tendo em conta a categoria profissional e a avaliação das funções dos seus colaboradores, a inserção nas linhas e respectivos planos de carreira, e o desempenho obtido, premiando os comportamentos de mérito através de uma adequada política de remuneração variável. relatório de sustentabilidade 2009 118 08 desempenho No plano laboral, a Mota-Engil Engenharia rege-se pela observância do Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) para a Construção Civil e Obras Públicas, instrumento que rege supletivamente as condições de trabalho da empresa para além dos dispositivos de natureza imperativa vertidos na lei geral. No plano remuneratório e relativamente à fixação por via legal do Ordenado Mínimo Nacional (OMN), os valores praticados pela Mota-Engil Engenharia situam-se acima desse nível. Fornecedores locais A complexidade dos projectos e obras em que a Mota-Engil Engenharia se encontra envolvida não permite a adopção sistemática de uma política de selecção de fornecedores que atente à sua proximidade numa lógica de favorecimento das comunidades locais. Ainda assim, e apesar de não se encontrar formalizada uma política de preferência aos fornecedores locais, sempre que inicia um processo de procura no mercado, a Mota-Engil Engenharia procura garantir que estes são consultados e incluídos no processo de selecção, efectuado segundo critérios técnicos e financeiros previamente definidos. Estes critérios incluem as variáveis qualidade/preço, prazo de execução ou entrega e apresentação de propostas variantes que cumpram ou melhorem os dois pontos anteriores. Em igualdade de condições, são utilizados os critérios de melhor cotação na fase de concurso e melhor avaliação interna. Os fornecedores são sujeitos a um processo de qualificação onde são analisados tendo em conta a sua idoneidade, existência dos alvarás adequados, capacidade técnica e económico-financeira, e garantia de qualidade. As regras e condições gerais de fornecimento a cumprir pelos fornecedores e contratados da Mota-Engil Engenharia estão devidamente formalizadas. Os subcontratados que operem com a Mota-Engil Engenharia são, por outro lado, integrados no sistema de gestão, sendo-lhes previamente comunicadas as regras ambientais e de segurança a cumprir na execução dos contratos. Trabalhadores locais O carácter especializado de uma grande parte das actividades da Mota-Engil Engenharia, aliado aos constrangimentos próprios do funcionamento do mercado de trabalho, não permite o recurso sistemático à contratação local. Além dos impactos sociais favoráveis para as comunidades locais que daí decorreriam, tal traduziria ainda a obtenção de evidentes ganhos no custo dos recursos envolvidos. Todavia e tendo a Mota-Engil Engenharia uma actividade marcada pela dispersão e pelo carácter temporário das obras e projectos em que está envolvida, procura-se sempre que possível, dar preferência à contratação local, designadamente nos sectores que requeiram menor grau de especialização. Quadros dirigentes A proveniência local na contratação de quadros dirigentes e membros da Alta Direcção não é tida em conta, atenta a diversidade e a complexidade da actividade da Mota-Engil Engenharia, prevalecendo outros critérios que atendem a perfil de qualificações, experiência e conhecimento do negócio dos profissionais a contratar. relatório de sustentabilidade 2009 119 08 desempenho 08.1.2 ambiente e serviços suma, serviços urbanos E MEIO AMBIENTE, SA 1. Análise da Actividade A actividade da área de Ambiente e Serviços registou uma excelente “performance” em 2009 em termos de volume de negócios, apesar de influenciado positivamente pela alteração do método de consolidação do Grupo INDAQUA (em 2008 consolidado pelo método de integração proporcional e que, após a aquisição no final de 2008 de 7,2% do capital social da INDAQUA – Indústria e Gestão de Águas, SA, que permitiu obter o controlo daquele Grupo, passou a ser consolidado pelo método de integração global). A actividade cresceu cerca de 17%, tendo o volume de negócios ascendido a 333 milhões de euros (2008: 286 milhões de euros). Ao nível da rentabilidade operacional, o desempenho desta área de negócio não foi tão positivo. O EBITDA manteve-se em 66 milhões de euros, mas a margem EBITDA diminuiu de 23%, em 2008, para 20%, em 2009. 2. Enquadramento do Sector dos Resíduos O segmento de negócio dos resíduos inclui as empresas de recolha e tratamento de resíduos sólidos urbanos e de óleos usados, concentradas na SUMA. Em 2009, a actividade de resíduos atingiu um crescimento de 11%, tendo o seu volume de negócios passado de 101,4 milhões de euros, em 2008, para os 112,1 milhões de euros, em 2009. Em termos de EBITDA, assistiu-se a uma deterioração das margens (23,2% em 2009, face a 27,2% em 2008), razão pela qual, apesar do aumento do volume de negócios, o EBITDA diminuiu cerca de 6% em relação ao ano passado, tendo atingido em 2009 o montante de 26,0 milhões de euros. A SUMA, com uma quota de cerca de 49% do mercado privatizado, serve actualmente 50 concelhos e uma população superior a 2,1 milhões de habitantes na área de recolha de resíduos sólidos urbanos e limpeza urbana. No que concerne à gestão e tratamento de resíduos, a SUMA está presente em 43 concelhos, servindo uma população de 1,3 milhões de habitantes. Dada a quota de mercado alcançada, existe a consciência que só se conseguirá continuar a crescer a este ritmo neste mercado, maioritariamente operado por entidades públicas, se o ritmo de privatizações acelerar. Assim, estando conscientes desta limitação em termos nacionais, a opção de crescimento passará também inevitavelmente pela internacionalização do negócio, tendo o Grupo já definido como mercados estratégicos Angola, Europa Central e Brasil, nos quais já se encontra presente através de outras áreas de negócio. É de referir que, em Angola, através da sua participada VISTA WASTE foram já adjudicados alguns contratos e as perspectivas são animadoras. A operação já existente na Polónia continua sem ter o desenvolvimento que se desejava, porém o Grupo mantém-se atento a oportunidades de crescimento por aquisição. Em 2010, o Grupo espera concluir a aquisição de uma empresa no segmento dos resíduos no Brasil. Apesar da conjuntura actual, é nossa convicção que o ano 2010 permitirá manter o crescimento do segmento, embora com menor ritmo e forte pressão nas margens operacionais. relatório de sustentabilidade 2009 120 08 desempenho No quadro seguinte encontram-se reflectidos os fluxos de capital entre a organização e os seus “stakeholders”: Valor Económico Gerado e Distribuído indicador 2009 (euros) 2008 Valor económico directo gerado 103.382.137 85.233.588 Receitas 103.382.137 85.233.588 Valor económico distribuído 90.770.237 73.899.237 Custos operacionais 40.697.491 32.270.128 Salários e benefícios de empregados 34.786.051 29.698.967 Pagamento a fornecedores de capital 9.764.223 7.007.339 Pagamentos ao Estado 4.898.630 4.773.319 623.842 149.484 12.611.900 11.334.35 Investimentos na comunidade Valor económico acumulado forma geral, a política global do Grupo e são estabelecidos tendo em conta a categoria profissional e a avaliação das funções dos seus colaboradores, a inserção nas linhas e respectivos planos de carreira, e o desempenho obtido, premiando os comportamentos de mérito através de uma adequada política de remuneração variável. 3. Subsídios Auferidos e Planos de Pensões Durante o ano de 2009, a SUMA recebeu € 53.742,00 como subsídios à sua actividade provenientes do Estado e outras entidades públicas. Auferiu ainda benefícios fiscais no montante de € 488.962,00 respeitantes à criação de emprego para jovens. Para além das contribuições obrigatórias para o regime geral da Segurança Social, cuja base contributiva incide sobre a massa salarial, não existe na SUMA qualquer plano de pensões de contribuição definida. 4. Presença no Mercado Política salarial Os padrões remuneratórios praticados pela SUMA seguem, de Face à inexistência de qualquer instrumento de regulamentação colectiva do trabalho que abranja a actividade da SUMA, no seu conjunto, as relações de trabalho na empresa são reguladas observando a lei geral. No plano remuneratório e relativamente à fixação por via legal do Ordenado Mínimo Nacional (OMN), os valores praticados pela SUMA situam-se acima desse nível. Fornecedores locais Os fornecedores da SUMA estão agrupados em dois grandes segmentos: principais e secundários. São considerados fornecedores principais aqueles cujo desempenho influencia directamente os serviços prestados pela SUMA, nomeadamente no que diz respeito à qualidade do serviço e às condições ambientais e de segurança em que este é realizado. Aos fornecedores secundários estão associadas aquisições e fornecimentos específicos, de acordo com a área geográfica em que se encontra implantado cada Centro de Serviço, sendo normal e preferencialmente fornecedores locais. A qualificação e avaliação de fornecedores é realizada de acordo com procedimento documentado e que integra a rede de processos do sistema de gestão da SUMA, destinando-se a todos os fornecedores principais. relatório de sustentabilidade 2009 08 desempenho O procedimento de compras a fornecedores locais está definido no Procedimento Compras, onde se refere que “o requerente tem autonomia para efectuar uma compra localmente, sempre que pretenda adquirir material descentralizado”, sendo a lista de material centralizado/descentralizado e respectivos fornecedores actualizada periodicamente com base na avaliação dos fornecedores já qualificados e na qualificação de novos fornecedores. A compra descentralizada, tal como a centralizada, terá em consideração aspectos como especificações do bem ou serviço, condições de fornecimento e de pagamento compatíveis, risco para os trabalhadores e terceiros na utilização do bem ou serviço, impacto ambiental dos bens ou serviços a fornecer e análise do histórico do fornecedor visado. Trabalhadores locais A SUMA procura, sempre que possível, proceder ao recrutamento de trabalhadores locais, em particular para o exercício de funções que requerem menor grau de especialização técnica. A exemplo do que acontece com a Mota-Engil Engenharia, o carácter especializado das actividades da SUMA, aliado aos constrangimentos próprios do funcionamento do mercado de trabalho, não permite o recurso sistemático à contratação local. Quadros dirigentes A proveniência local na contratação de quadros dirigentes e membros da Alta Direcção não é tida em conta, tal como sucede com a Mota-Engil Engenharia, prevalecendo outros critérios que atendem a perfil de qualificações, experiência e conhecimento do negócio dos profissionais a contratar. 121 relatório de sustentabilidade 2009 122 08 desempenho 08.2 desempenho ambiental 08.2.1 engenharia e construção mota-engil engenharia e construção, SA 1. gestão ambiental A Mota-Engil Engenharia manteve em 2009 os princípios gerais de Gestão Ambiental estabelecidos para o ano de 2008: • Garantir o cumprimento dos requisitos legais e contratuais aplicáveis; • Reduzir os impactos ambientais decorrentes das actividades das áreas de negócio, pela implementação dos procedimentos e normas ambientais adequados, nomeadamente aqueles relativos à gestão de resíduos, águas residuais e produtos perigosos; ao controlo de emissões atmosféricas e ruído; à racionalização das áreas a ocupar; e ao consumo de matérias-primas; • Implementar em todos os centros de custo o sistema de gestão ambiental e definir um documento orientador que, desenvolvendo as metodologias de planeamento, implementação, acompanhamento, verificação e monitorização a adoptar, dê completo cumprimento aos requisitos legais e à norma EN NP 14001, incluindo os definidos na sua política ambiental; • Garantir que os factores fundamentais de protecção ambiental e as melhores práticas de gestão ambiental sejam considerados em todas as fases das actividades das áreas de negócio; • Sensibilizar todos os colaboradores internos e subempreiteiros para a responsabilidade da preservação e protecção do meio ambiente, assegurando a formação e educação adequadas a cada função; • E stabelecer os programas de monitorização e controlo adequados para a verificação dos parâmetros de qualidade fundamentais, de modo a permitir uma avaliação contínua da implementação e da eficácia dos procedimentos; • Avaliar periodicamente a eficácia do PGA implementado, a fim de o corrigir ou melhorar, com vista à melhoria contínua do desempenho ambiental. Para além dos princípios enunciados, foram acrescentados outros três considerados relevantes para 2009: • Optimizar o processo de gestão de resíduos de construção e demolição (RCD) em obra; • Optimizar a gestão de informação sobre indicadores de desempenho operacional; • Contribuir para a criação de uma cultura organizacional de respeito pelo ambiente. Para a concretização destes princípios, a Mota-Engil Engenharia possui, desde Maio de 2005, um sistema de gestão ambiental implementado e certificado no âmbito da norma NP EN ISO 14001, estando o mesmo integrado no seu sistema de gestão por processos, o que permite dar resposta aos vários requisitos da norma. relatório de sustentabilidade 2009 123 08 desempenho Reconhecendo a dimensão e a influência da sua actividade em matéria ambiental, a Mota-Engil Engenharia assume um compromisso de actuação responsável, buscando, de forma permanente, a minimização dos impactos ambientais, directos e indirectos, da sua actividade. Esta preocupação encontra-se interiorizada e embebida nos processos de gestão da Mota-Engil Engenharia, através da implementação de procedimentos específicos para os vários descritores ambientais, cumprimento de requisitos legais, avaliação regular do desempenho ambiental e promoção, junto dos trabalhadores e entidades subcontratadas, dos valores e procedimentos ambientais. de forma a serem objecto de controlo através de programas de monitorização e medição, aplicação de procedimentos de controlo operacional, definição de medidas a cumprir pelas entidades subcontratadas, estabelecimento de acções correctivas e preventivas, medidas de formação e sensibilização ambiental dos trabalhadores, e informação junto das populações sobre os impactos decorrentes da obra. A formação e a sensibilização dos trabalhadores constitui um aspecto central do plano de gestão ambiental, através de um conjunto de acções de divulgação dos aspectos essenciais do sistema de gestão ambiental, procedimentos ambientais a executar e informação sobre temas ambientais relevantes, acções estas extensivas às entidades subcontratadas e respectivos trabalhadores. 2. ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL 2.1. SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL O sistema de gestão ambiental em vigor na Mota-Engil Engenharia é suportado numa modelação por processos, traduzida num repositório de conhecimento funcional e organizacional orientado para os seus vários negócios. Tal permite uma abordagem integrada e sistematizada da gestão, a partir da qual é fixado o cumprimento de objectivos e dos referenciais normativos de certificação, bem como a inovação e a melhoria do desempenho. Para cada actividade, são identificados os aspectos ambientais associados, obedecendo o processo de identificação a uma metodologia descrita num procedimento específico aplicável a todas as actividades desenvolvidas pela Organização. Os aspectos ambientais considerados significativos são posteriormente integrados num plano de gestão ambiental, Neste âmbito, são ainda efectuadas acções de “direct mailing” (em 2009 foram divulgadas 10 acções e um “Caderno Ambiente”), dirigidas a todos os colaboradores da Mota-Engil Engenharia, alusivas à comemoração do Dia Mundial da Água, do Dia Mundial da Árvore, do Dia Internacional da Terra e de outras datas evocativas. Os níveis de responsabilidade, a definição de funções e as interdependências em que estão envolvidos todos os colaboradores, no âmbito do sistema de gestão ambiental, estão definidos na modelação do sistema, recaindo sobre o membro do Conselho de Administração da Mota-Engil Engenharia e Construção com o pelouro ambiental a responsabilidade máxima pela política ambiental. Aos responsáveis das áreas e Direcções de Obra compete a missão de desenvolverem as suas actividades em conformidade com o que está previsto no sistema, tendo ainda a incumbência da sua actualização em função das práticas efectivamente implementadas, na perspectiva da sua melhoria contínua. relatório de sustentabilidade 2009 124 08 desempenho Nas ausências ou impedimentos destes responsáveis, é assegurada a sua substituição temporária através da identificação explícita de um substituto no exercício dessas funções. Em relação ao negócio de construção, infra-estruturas e engenharia, segmento principal de actividade, alguns dos projectos são objecto de avaliação de impacto ambiental, sendo ainda relevantes os princípios e exigências ambientais a respeitar em cada empreitada tal como definidos pelo respectivo dono de obra. 2.2. ESTALEIROS Na componente da gestão ambiental em estaleiros, existem procedimentos específicos para a gestão de resíduos e efluentes e controlo de ruído, estando os referidos estaleiros e as diferentes frentes de obra equipados com os materiais e meios necessários a dar resposta a quaisquer incidentes/acidentes ambientais, nomeadamente quando haja lugar a derrames acidentais de substâncias poluentes. As áreas afectas a oficinas, parque de máquinas e armazenamento de produtos químicos são impermeabilizadas, possuindo uma drenagem eficaz. 2.3. RESÍDUOS No sector de actividade da Mota-Engil Engenharia, é particularmente relevante a gestão de resíduos. Em todas as instalações e obras da empresa são implementados planos de gestão de resíduos em que se definem linhas de actuação para as operações de recolha selectiva, armazenamento temporário, acondicionamento, transporte e encaminhamento para destino final adequado. 2.4. AUDITORIAS INTERNAS O sistema de gestão ambiental comporta ainda a condução de auditorias internas com o objectivo de avaliar a conformidade com o referido sistema. O seu planeamento é realizado semestralmente e as equipas de auditoria são independentes das áreas auditadas, de forma a garantir a sua imparcialidade e independência. Em 2009, de modo a promover a melhoria contínua no desempenho ambiental dos processos da Mota Engil Engenharia, contribuindo assim para a redução dos impactes ambientais decorrentes das diversas actividades da Empresa, desenvolveram-se dois novos indicadores de desempenho ambiental (cujos níveis de avaliação variam entre 1 e 5) concretamente: • Índice de Conformidade em Auditoria (ICA) – evidencia a conformidade com os requisitos normativos, pelo que, indirectamente, demonstra o grau de implementação do sistema de gestão ambiental; • Índice de Conformidade Legal (ICL) – evidencia a conformidade com os requisitos legais e outros aplicáveis às actividades desenvolvidas. Estes indicadores são apresentados semestralmente e por processo. Ainda em 2009, o sistema de gestão ambiental foi alargado às áreas de negócio de rochas ornamentais e imobiliária. 3. SISTEMA DE INDICADORES A área funcional de ambiente, devido ao tempo dispensado para o tratamento dos indicadores da Empresa, sentiu a necessidade de encontrar uma ferramenta que permitisse a recolha e o tratamento de dados de uma forma mais célere e fiável e no menor tempo útil possível. A solução adoptada para a optimização da gestão de informação sobre indicadores de desempenho ambiental da Mota-Engil Engenharia foi a criação de uma transacção em SAP (ZGIA - Gestão de Indicadores de Ambiente), o que permitiu: a recolha dos indicadores em tempo útil, nos próprios locais de trabalho (centros de relatório de sustentabilidade 2009 125 08 desempenho custo) e o tratamento imediato da informação; maior fiabilidade; a visualização e/ou tratamento dos dados por uma infinidade de filtros, tantas quantas as possibilidades de selecção de dados e campos existentes na aplicação; a visualização e/ou tratamento dos dados por intervalos de tempo estabelecidos pelo operador; a compilação dos resíduos produzidos pela empresa para posterior exposição dos mesmos perante a Agência Portuguesa do Ambiente, etc. Esta ferramenta ficou concluída no final do ano de 2009, tendo sido realizadas acções de formação e divulgado o Manual de Utilização. Para o cálculo dos indicadores, no âmbito da Directriz do Relatório GRI, foram agregados os resultados dos centros de custo de cada área de negócio, bem como, os resultados da Mota-Engil Engenharia. O consumo de materiais é fornecido pela área dos aprovisionamentos. Os consumos de electricidade e água, regra geral, são agregados de acordo com as facturas emitidas pelos respectivos fornecedores. Nos casos de captações de água são instalados contadores. A quantificação dos resíduos por centro de custo é feita através da recepção da cópia da GAR e/ou do certificado de recepção de RCD. Convém ainda referir que a análise dos indicadores de ambiente da Mota-Engil Engenharia tem sempre a particularidade de variar consoante a natureza das actividades exercidas, o tipo de obra, o número de colaboradores afectos e o equipamento existente. Factores de conversão: • Gasóleo 43,31 Gj/ton – Fonte: Instituto do Ambiente • Electricidade 0,0036 Gj/kwh – Fonte: EDP Factores de Emissão de CO2: · Gasóleo 74,1 kg/Gj – Fonte: Instituto do Ambiente · Electricidade 470 g/kwh líquido – Fonte: EDP I. Materiais No decurso da actividade da Mota-Engil Engenharia, os maiores consumos de materiais referem-se a trabalhos de execução de obras e extracção de minerais. Na tabela que se segue, são apresentados os principais materiais consumidos em 2009 e respectivas quantidades. Materiais Consumidos (ton) designaçãoTotal Acumuladores (baterias) 16 Aço 14.783 Adjuvante 525 Agregados (areias, britas, inertes, etc) 1.817.631 Azulejos 499 Betão 842.342 Cimento 100.198 Ferro 77 Geotêxtil 180 Lâmpadas fluorescentes 0,22 Nos quadros que se seguem, são apresentados os indicadores referentes a cada descritor ambiental, cujo cálculo foi efectuado utilizando as seguintes densidades e factores de conversão e emissão: Madeira 2.981 Tintas 3 Densidades típicas: • Gasóleo 890 kg/m3 Tinteiros 0,3 Massas de lubrificação 16 Óleos 249 Papel 22 Toners 2,6 Tubos de PVC 268 relatório de sustentabilidade 2009 126 08 desempenho Registe-se que, confrontando o nível de consumo em toneladas dos quatro principais materiais (aço, agregados, betão, cimento) entre 2008 e 2009, é possível observar uma queda no consumo de cerca de 30%. gasóleo a principal forma de energia consumida, associada ao funcionamento de máquinas, equipamentos e outros veículos. Os quadros e gráficos que se seguem permitem-nos analisar o consumo de energia directa segmentado por fonte primária. II. Energia Este é um recurso essencial à actividade da Mota-Engil Engenharia — seja para o transporte ou para o sector produtivo — sendo o Consumo de Energia Directa, Segmentado por Fonte Primária áreas de negócio agregados Consumo de Gasóleo 3.600.753 construção infra-estruturas engenharia betões 209.087 3.492.302 fundações e Geotecnia 739.276 estaleiro do porto laboratório alto Electromecânica central 78.451 1.194.870 (litros) rochas ornamentais total 32.575 19.287 9.366.601 Consumo de Energia Directa por Actividade 39% agregados 37% Construção, infra-estruturas e engenharia 13% estaleiro do porto alto 8% fundações e geotécnia 2% betões 1% electromecânica relatório de sustentabilidade 2009 127 08 desempenho As áreas de negócio que registaram um maior consumo deste recurso durante 2009 foram a dos agregados e de construção, infra-estruturas e engenharia, representando respectivamente 39% e 37% do consumo total. No entanto, convém salientar que, apesar do seu peso no consumo total deste recurso, comparativamente a 2008, registou-se uma diminuição significativa no consumo destas áreas, bem como nas restantes, à excepção do Laboratório Central. Evolução do Consumo de Energia Directa por Fonte Primária Consumo de Gasóleo (Gj) (Gj/ano) 2007 2008 2009 428.186,0 511.170,0 334.655,0 Evolução do Consumo de Energia Directa (Gj/ano) 600.000 500.000 400.000 300.000 200.000 100.000 0 2007 2008 2009 Analisando o consumo de gasóleo da Mota-Engil Engenharia ao longo dos últimos três anos, verifica-se que, após uma subida em 2008, o consumo deste recurso volta a diminuir em 2009 para um nível inferior ao verificado em 2007. Esta diminuição representa cerca de 35% face a 2008. Relativizando o consumo de gasóleo face ao volume de actividade, constata-se que o consumo de gasóleo em Gj por milhão de euros vendido diminuiu em 43% — passando de 349 Gj por milhão de euros, em 2008, para 198, em 2009. relatório de sustentabilidade 2009 128 08 desempenho O consumo de electricidade, aqui considerada como componente do consumo total de energia indirecta, pode ser analisado nos gráficos abaixo: Consumo de Energia Indirecta, Segmentado por Fonte Primária áreas de negócio agregados betões Consumo de Energia Eléctrica 10.742.866 217.995 construção infra-estruturas engenharia fundações e Geotecnia estaleiro do porto alto 23.488 617.129 2.583.196 Consumo de Energia Indirecta por Actividade 69% agregados 17% Construção, infra-estruturas e engenharia 7% edifícios 4% estaleiro laboratório central 25.130 (Kwh) rochas ornamentais Edifícios total 282.148 1.032.976 15.524.928 de 11%, encontra explicação no aumento do recurso à bombagem para a captação de água para a rega de caminhos. Evolução do Consumo de Energia Indirecta por Fonte Primária Consumo de Energia Eléctrica (Gj) (Gj/ano) 2007 2008 2009 52.836,0 53.802,0 55.890,0 do porto alto 2% rochas ornamentais Evolução do Consumo de Energia Indirecta (Gj/ano) 1% betões 60.000 50.000 Em termos de consumo de electricidade, a área de negócio dos Agregados destaca-se, já que absorve 69% do consumo de electricidade. A área de construção,infra-estruturas e engenharia aparece como segundo consumidor de electricidade, em termos de peso, absorvendo cerca 17% do consumo total. Saliente-se que, apesar do seu peso no consumo total de electricidade, a área da construção registou uma diminuição significativa (cerca de 40%) face a 2008. O aumento do consumo de electricidade na área de negócio de agregados, em cerca 40.000 30.000 20.000 10.000 0 2007 2008 2009 relatório de sustentabilidade 2009 129 08 desempenho Verifica-se que o consumo de electricidade na Mota-Engil Engenharia se tem mantido praticamente constante ao longo dos últimos três anos, registando-se um ligeiro aumento (4%) em 2009. Relativizando este consumo de electricidade face ao volume de actividade, constata-se que o consumo de electricidade em Gj por milhão de euros vendido diminuiu em 10% — passando de 37 Gj consumidos por milhão de euros, em 2008, para 33, em 2009. São várias as áreas de negócio da Mota-Engil Engenharia que apostam na implementação de medidas com vista à optimização do consumo de energia, destacando-se o Projecto Sustentabilidade EPA (Estaleiro do Porto Alto), que visa a adopção de energias alternativas no estaleiro, através da instalação de painéis solares térmicos e/ou solares fotovoltaicos em edifícios de alvenaria e nas naves industriais de estrutura e revestimento metálico que compõem o estaleiro. Está também em estudo um projecto de instalação de painéis solares no edifício do Laboratório Central, com o objectivo de microprodução de electricidade através da instalação de um sistema solar fotovoltaico. A par deste projecto, foram caracterizados procedimentos acessórios de racionalização de consumos, tais como: • Aplicação de películas atérmicas nos vidros das janelas dos edifícios; • Instalação de automatismos destinados a controlar a activação e desactivação de equipamentos/instalações, de acordo com os respectivos períodos de funcionamento; • Substituição de lâmpadas incandescentes por outras de menor consumo e maior durabilidade; • Melhor aferição da bateria de condensadores de compensação de energia reactiva. Estas iniciativas irão revelar-se fundamentais também na redução de emissões de gases de efeito de estufa. III. Água Em 2009, o consumo de água da Mota-Engil Engenharia ascendeu aos 341 mil m3, representando uma diminuição de 17% face ao consumo do ano anterior. A água utilizada nas diferentes actividades tem como finalidades o uso doméstico, o uso industrial, a lavagem de rodados e vias públicas e a lavagem de caminhos de acesso de forma a diminuir a libertação de poeiras para a atmosfera. Consumo de Água Segmentado por Fonte 49% Captações subterrâneas (37 captações) 28% rede pública 23% Captações superfíciais (16 captações) relatório de sustentabilidade 2009 130 08 desempenho Cerca de 49% da água consumida na actividade da Mota-Engil Engenharia é proveniente de captações subterrâneas (37 captações), sendo também consumida água de 16 captações superficiais. O gráfico seguinte ilustra os consumos de água efectuados pelas diversas actividades desenvolvidas durante o ano 2009 na Mota-Engil Engenharia. Evolução do Consumo de Água Segmentado por Fonte Consumo Total de Água por Actividade (m3) 450.000 400.000 41% Construção, infra-estruturas e engenharia 350.000 300.000 36% agregados 250.000 10% estaleiro 200.000 do porto alto 150.000 7% betões 100.000 5% edifícios 50.000 1% rochas 0 2007 captações subterrâneas captações superfíciais 2008 2009 ornamentais rede pública Relativamente a 2008, verificou-se uma diminuição substancial no consumo de água da rede pública, aumentando o consumo de água proveniente de captações superficiais. Relativizando face ao volume de actividade, constata-se que o consumo de água em m3 por milhão de euros vendido diminuiu em 28% face a 2008 - passando de 279 m3 consumidos por milhão de euros para 201 m3 em 2009. Tal como sucedeu para os consumos anteriores, os principais consumos estão associados às áreas de negócio de construção, infra-estruturas engenharia e de agregados, representando as duas 77% do consumo total de água. Refira-se que, à excepção do Estaleiro do Porto Alto e do Laboratório Central, todas as outras áreas de negócio registaram uma diminuição no consumo de água. O aumento verificado no Estaleiro do Porto Alto deveu-se a uma ruptura ocorrida no sistema de rega. relatório de sustentabilidade 2009 131 08 desempenho IV. Biodiversidade A Mota-Engil Engenharia não tem instalações localizadas em áreas classificadas ou em zonas protegidas. No entanto, para todas as áreas de negócio são identificados e avaliados os possíveis impactos ambientais, entre eles os impactos sobre a biodiversidade. No caso das obras sujeitas a elaboração de Estudos de Impacto Ambiental e Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução (RECAPE), bem como na elaboração de estudos de impacto ambiental para a exploração de pedreiras, a biodiversidade é tida também em consideração. O Exemplo da subconcessão do Douro Interior São merecedoras de destaque as medidas compensatórias desenvolvidas na obra do Douro Interior de forma a compensar os impactos negativos para o ambiente decorrentes das actividades da empreitada, concretamente: • Em conjunto com o Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens (CERVAS), a Mota-Engil promoveu, em Setembro de 2009, a libertação de um grifo (Gyps fulvus), ave com estatuto de conservação “quase ameaçado”. Esta acção resultou de um processo de apadrinhamento de um grifo juvenil, encontrado em estado debilitado no Douro Interior, tendo o mesmo sido encaminhado para o CERVAS para sua reabilitação. O objectivo desta iniciativa foi o de sensibilizar todos os colaboradores envolvidos na empreitada para a promoção da conservação da natureza, bem como compensar os potenciais impactos negativos decorrentes da construção, sem esquecer a promoção dos trabalhos desenvolvidos pelo CERVAS. A equipa do CERVAS presente efectuou uma pequena palestra sobre a biologia do grifo e agradeceu à Mota-Engil pelo apadrinhamento, reforçando que foi da primeira vez que uma empresa de construção, no âmbito do seu sistema de gestão ambiental, promoveu uma acção deste género; • Adesão à Semana Europeia da Prevenção de Resíduos – Projecto denominado de Compostagem – “Construir” Sustentabilidade, pretende dar resposta aos resíduos verdes resultantes da desmatação e dos resíduos orgânicos dos estaleiros. V. Emissões, Efluentes, Resíduos De uma forma geral, o sector da construção civil tem uma tipologia de emissões associada: as emissões gasosas resultantes do transporte e da movimentação de máquinas e veículos. A emissão gasosa emitida pela Mota-Engil Engenharia com maior relevância é o CO2, quer em termos de quantidade, quer de impacto. Foram estimadas as emissões de CO2 correspondentes a consumos de energia directa – relacionados com a produção – e de energia indirecta – da frota automóvel. Total das Emissões Directas e Indirectas de Gases com Efeito de Estufa (ton CO2/ano) 2009 % Gasóleo 21.889 75% Electricidade 7.297 25% Total 29.186 100% relatório de sustentabilidade 2009 132 08 desempenho Evolução das Emissões Directas e Indirectas de GEE (ton /ano) 40.000 35.000 Outras Emissões Indirectas de Gases de Gases com Efeito de Estufa (ton CO2/ano) 2009 Gasóleo - frota automóvel 2.875 Evolução das Outras Emissões Indirectas de GEE (ton /ano) 30.000 25.000 20.000 15.000 8.000 10.000 7.000 5.000 6.000 0 2007 2008 2009 5.000 4.000 gasóleo electricidade 3.000 2.000 Em 2009, registou-se uma diminuição das emissões de gases com efeito de estufa em cerca de 24%, face aos valores registados em 2008. Apesar de o gasóleo continuar a ser a fonte energética responsável pela maior parte das emissões de CO2 (75%) na Mota-Engil Engenharia, em 2009 verificou-se uma diminuição das emissões provenientes daquela fonte em aproximadamente 31%. No que respeita às actividades da Mota-Engil Engenharia, continuam a ser as áreas de negócio de agregados e de construção, infraestruturas e engenharia as que mais contribuem para este tipo de emissões, representando respectivamente 49% e 33% do total. 1.000 0 2007 2008 2009 Como se pode constatar pela análise do gráfico anterior, as emissões de CO2 provocadas pela frota automóvel têm vindo a diminuir desde 2007, verificando-se uma redução significativa em 2009 (cerca de 54%) face a 2008, o que revela a preocupação da organização na utilização de veículos que cumpram os padrões europeus ao nível de emissões de poluentes. São as actividades de construção, infra-estruturas e engenharia e as relacionadas com o Estaleiro do Porto Alto as que mais contribuem para este tipo de emissões, representando respectivamente 26% e 20% do total de emissões. relatório de sustentabilidade 2009 133 08 desempenho 1. Camada de ozono A actividade da Mota-Engil Engenharia não provoca a emissão de substâncias destruidoras da camada de ozono. Com a entrada em vigor do DL 46/2008, passaram a ser enquadrados em RCD os resíduos produzidos em actividades de construção e demolição. 2. Emissão de poeiras No que se refere à produção de poeiras resultantes da movimentação de máquinas e veículos, as medidas de controlo normalmente impostas passam pelo humedecimento dos solos, transporte coberto de terras, silos encapsulados, uso de equipamentos dotados de captação e lavagem dos rodados das viaturas. Assim, relativamente aos resíduos produzidos nas actividades desenvolvidas pela Mota-Engil Engenharia, temos as seguintes tipologias: resíduos de construção e demolição, resíduos industriais e resíduos equiparados a urbanos. 3. Efluentes gasosos A Mota-Engil Engenharia efectua regularmente o controlo de efluentes gasosos e, sempre que necessário, procede à instalação de filtros para remoção de partículas. 4. Efluentes líquidos Relativamente à produção de efluentes líquidos, as actividades desenvolvidas pelas áreas de negócio da Mota-Engil Engenharia caracterizam-se pela relativa reduzida quantidade de efluentes produzidos. As actividades que mais contribuem para a produção de efluentes são a escorrência e lavagem de areias (área de negócio dos agregados), lavagem e manutenção de equipamentos e dos postos de abastecimento de combustível, e lavagem de rodados. Nestas situações, à excepção da lavagem de areias, o efluente antes de ir para o destino final passa por um separador de hidrocarbonetos. 5. Resíduos de construção e demolição (RCD) O sector da construção civil é responsável por uma parte muito significativa dos resíduos gerados em Portugal, situação comum à generalidade dos demais estados-membros da União Europeia em que se estima uma produção anual global de 100 milhões de toneladas de Resíduos de Construção e Demolição (RCD). 6. Projectos de valorização de resíduos Refira-se que a Mota-Engil se encontra a desenvolver vários projectos de valorização de resíduos: 6.1. Valorização de materiais provenientes de escavação Os materiais provenientes das escavações executadas em obras rodoviárias constituem um resíduo tradicionalmente depositado em vazadouro, sendo a sua valorização possível através de técnicas de tratamento dos materiais com ligantes hidráulicos (cal e cimento). Esta valorização permite uma redução do consumo de recursos minerais e ao mesmo tempo uma redução de custos e de consumo de energia. 6.2. Reciclagem de misturas betuminosas a quente A reabilitação de pavimentos rodoviários origina grandes quantidades de materiais resultantes da fresagem dos pavimentos e cujo destino final é maioritariamente a condução a vazadouro. Com a reciclagem de misturas betuminosas a quente, pretende-se uma gestão mais sustentável do consumo de materiais nobres na execução de pavimentos rodoviários. 6.3. Reciclagem de misturas betuminosas com betume borracha Os pneus usados constituem um resíduo altamente poluente e com poucas alternativas em termos de valorização. A Mota-Engil tem desenvolvido estudos na utilização da borracha triturada proveniente relatório de sustentabilidade 2009 134 08 desempenho de pneus usados para modificação das propriedades do betume utilizado no fabrico de misturas betuminosas. 6.4. Valorização de finos de pedreiras Os finos de duas pedreiras de granito, situadas na região Norte de Portugal, têm vindo a ser objecto de um programa de investigação na perspectiva da sua valorização como material de construção de obras geotécnicas. Este programa, que se insere no quadro de um protocolo celebrado entre o LNEC e o Grupo Mota-Engil, compreendeu a realização de um vasto conjunto de ensaios laboratoriais para determinação das propriedades geoambientais e geotécnicas destes finos. Foram analisados os resultados obtidos nos ensaios de caracterização hidráulica e mecânica, realizados com objectivo de avaliar as propriedades determinantes para avaliação da viabilidade técnica da aplicação destes materiais em infra-estruturas de transportes e em obras geotécnicas. O programa de investigação desenvolvido pretende contribuir para a valorização dos resíduos em geral e dos finos de pedreiras em particular, através da sua utilização em infra-estruturas de transporte e obras geotécnicas, em substituição dos materiais naturais não-renováveis tradicionalmente aplicados. estudadas. Da análise global dos resultados obtidos foi possível concluir, para o caso de solos com plasticidade, que a combinação equilibrada de cal com cimento demonstra, de um modo geral, um bom desempenho para os parâmetros analisados, enquanto para solos não plásticos e quando o requisito principal consiste no aumento da rigidez, a solução convencional de tratamento com cimento será a mais adequada. A solução de tratamento combinado de solos com ligantes hidráulicos, através de um primeiro tratamento dos materiais com cal e posterior adição de cimento, poderá revelar-se bastante interessante tanto a nível técnico como económico, devendo no entanto ser analisada em futuros trabalhos através da execução de trechos experimentais devidamente monitorizados ao longo do tempo. Na tabela que se segue, encontram-se caracterizados os resíduos produzidos pela Mota-Engil Engenharia no decurso de 2009. Quantidade Total de Resíduos por Tipo e por Método de Tratamento Ton/ano % Total Resíduos Industriais e RCD Perigosos 1.313,0 6,7% Total Resíduos Industriais e RCD Não-Perigosos 18.331,0 93,3% 6.5. Combinação de cal com cimento no tratamento de solos Uma possível valorização para este tipo de resíduos é o tratamento de solos através do uso de ligantes hidráulicos. As ligações que ocorrem entre os ligantes hidráulicos e os solos têm origem em diferentes reacções físico-químicas que contribuem para o aumento da rigidez da camada tratada. Este trabalho teve como objectivo contribuir para uma primeira abordagem no estudo do tratamento de solos através da combinação de dois ligantes hidráulicos, designadamente a cal e o cimento. Os ensaios experimentais em contexto laboratorial foram executados sob um solo plástico e um solo não-plástico, analisando a evolução dos parâmetros geotécnicos mais comuns, bem como os incrementos da tensão de rotura em função das combinações Como se pode constatar, dos resíduos gerados no decurso das actividades da Mota-Engil Engenharia, 93% pertence à tipologia de não-perigosos. Este tipo de resíduos resulta essencialmente das actividades de construção, infraestruturas e engenharia, com um peso de cerca de 96% no total destes resíduos. Como exemplo, consideram-se resíduos não-perigosos a mistura de betão, ladrilhos, telas e materiais cerâmicos, à mistura de resíduos de construção e demolição, o betão e os metais ferrosos. relatório de sustentabilidade 2009 135 08 desempenho Evolução dos Resíduos Perigosos e Não-Perigosos Quantidade Total de Resíduos por Tipo e por Método de Tratamento 120.000 Ton/ano 100.000 80.000 % Valorização 9.233,0 42,0% Eliminação 10.411,0 47,4% Reutilização 2.332,0 10,6% 60.000 40.000 47% eliminação 20.000 42% valorização 11% reutilização 0 2007 perigosos 2008 2009 não perigosos Em 2009 o Laboratório Central viu aumentar o seu contributo para a geração de resíduos como resultado do aumento do número de ensaios efectuados em relação a 2008. Relativamente aos resíduos perigosos, cerca de 55% são gerados nas actividades desenvolvidas na área de negócio dos betões, referindo-se, a título de exemplo, as lamas contaminadas com hidrocarbonetos e as misturas betuminosas contendo alcatrão. Refira-se ainda que, em 2009, foram reutilizadas 549 toneladas de solos e rochas, nas próprias obras e na recuperação ambiental e paisagística de explorações mineiras e de pedreiras. No próximo quadro, pode ser analisado o método de tratamento dos resíduos efectuado pela Mota-Engil Engenharia. Evolução do Tratamento Efectuado aos Resíduos 120.000 100.000 80.000 60.000 40.000 20.000 0 2007 valorização eliminação 2008 2009 relatório de sustentabilidade 2009 136 08 desempenho Para a optimização da gestão de RCD em obra, para além das acções de formação sobre a matéria, foi iniciado o desenvolvimento de uma transacção em SAP para o mercado de gestão de RCD, com o intuito de desenvolver sinergias entre os vários centros de custos na gestão de RCD, implementar uma gestão mais sustentável dos RCD prolongando o ciclo de vida dos materiais, potencializar o seu valor dos RCD diminuindo a procura de matérias-primas primárias, e minimizar os custos de gestão RCD associados. A ferramenta para o mercado de RCD ainda se encontra por concluir. Neste âmbito foi ainda divulgado o primeiro Caderno Ambiental, cujo tema era sobre resíduos de construção e demolição. Durante o ano de 2009, a Mota-Engil Engenharia registou a ocorrência de 39 derrames significativos, que corresponderam a 0,43 m3 de volume derramado. VI. Produtos e Serviços Foi desenvolvido pelo Núcleo de Gestão Ambiental um procedimento específico com o objectivo de definir uma metodologia de identificação e avaliação dos aspectos ambientais das actividades e/ou serviços desenvolvidos pela Mota-Engl Engenharia. A metodologia estabelecida neste procedimento consiste em identificar e avaliar os impactos e os aspectos associados a determinada actividade, produto ou serviço, integrando os aspectos considerados significativos no sistema de Gestão e garantindo o respectivo controlo. Desta forma, nas obras da Mota-Engil Engenharia é implementado um plano de gestão ambiental cujo propósito consiste em garantir o cumprimento dos requisitos legais, do cliente e do sistema, contribuindo desta forma para a minimização dos impactos gerados pela sua actividade (como por exemplo: produção de RDC, ruído, derrames). Todas as áreas da Mota-Engil Engenharia são responsáveis pelo cumprimento dos requisitos legais e outros que lhes sejam aplicáveis, existindo para tal procedimentos internos que garantam o seu conhecimento e aplicação. O Núcleo de Gestão Ambiental tem a responsabilidade de analisar os requisitos legais aplicáveis às diversas áreas de negócio da organização, divulgá-los e verificar o seu cumprimento. Quando são detectadas situações de não-conformidade, são desenvolvidas acções correctivas no sentido de resolver a situação e impedir a sua recorrência no futuro. VII. Conformidade No decurso da actividade desenvolvida pela Mota-Engil Engenharia, em 2009 não ocorreram situações em que fossem aplicadas multas resultantes de não conformidade com leis ou regulamentos ambientais. VIII. Transporte A frota da Mota-Engil Engenharia é constituída por viaturas ligeiras, viaturas pesadas e máquinas, e tem uma idade média reduzida, a rondar os cinco anos, o que possibilita menores consumos de combustíveis e emissões associadas. No sentido de mitigar os impactos ambientais resultantes tanto do transporte de bens e outros materiais utilizados nas operações da organização, como do transporte de trabalhadores, têm sido implementadas algumas medidas, das quais se destacam: • renovação da frota, garantindo o maior número de veículos que cumpram os maiores padrões europeus ao nível de emissões de poluentes e consumo de combustível; • a decisão de aquisição de equipamentos integra a análise de um critério que avalia a emissão de poluentes; • formação em ecocondução; • monitorização de indicadores de consumo de gasóleo e de emissão de carbono. relatório de sustentabilidade 2009 137 08 desempenho 08.2.2 ambiente e serviços suma, SERVIÇOS URBANOS E MEIO AMBIENTE, SA • Medições proactivas do desempenho que monitorizem a conformidade com o programa de gestão da SUMA, com critérios operacionais e requisitos legais e regulamentares; • Medições reactivas do desempenho para a monitorização de não-conformidades (incluindo quase-acidentes). 1. gestão ambiental A SUMA tem definidos e documentados os seguintes objectivos, no âmbito da gestão ambiental: É de referir que estão definidas e documentadas metodologias para: • Dar cumprimento às disposições legais existentes em matéria de ambiente e de segurança e saúde no trabalho e planear as operações que estão associadas aos aspectos ambientais e perigos e respectivos impactos ambientais e riscos, consistentes com a sua política de gestão e com os seus objectivos e metas, de forma a garantir que estas operações são realizadas sob condições especificadas; • organização e manutenção dos serviços de medicina do trabalho, com vista à promoção e vigilância da saúde dos trabalhadores; • E stabelecer metodologias para controlar não só as situações relacionadas com os aspectos ambientais e riscos significativos, como também garantir a aplicação das politicas da organização e a realização dos seus objectivos. • prevenir o consumo de álcool durante o período de trabalho; • garantir que as potenciais situações de emergência na Organização são evitadas e que quando ocorrem são implementadas as medidas de controlo operacional definidas, procurando limitar as suas consequências para o Homem e para o Ambiente. • Monitorização da medida do cumprimento dos objectivos e suas metas associados à política de gestão da SUMA; 2. ORGANIZAÇÃO DO SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL A função do departamento de Qualidade, Ambiente e Segurança (QAS) assenta, principalmente, na gestão dos requisitos legais e normativos e dos requisitos definidos pela própria Organização para a manutenção, monitorização, controlo e melhoria contínua do Sistema Integrado de Gestão de Qualidade, Ambiente, Segurança e Saúde no Trabalho, implementado no Grupo SUMA. Em 2009 houve alteração do organograma funcional, passando o serviço QAS a funcionar de forma autónoma da Coordenação da Sustentabilidade e a reportar directamente à Administração do Grupo SUMA, nomeadamente, ao pelouro da Administração – Produção. • Monitorização e medição dos vários processos/actividades através dos resultados obtidos nos indicadores definidos para cada um deles; Na Sede e no Centro de Serviços de Aveiro foi renovada a Certificação do Sistema de Gestão da Qualidade, com transição para o novo referencial normativo NP EN ISO 9001:2008, e manteve-se a Anualmente, é definido um programa de monitorização, de modo a regrar a monitorização do desempenho da Organização ao nível de qualidade/conformidade, ambiente, segurança e saúde no trabalho, que inclui os seguintes aspectos: relatório de sustentabilidade 2009 138 08 desempenho certificação dos Sistemas de Gestão Ambiental (NP EN ISO 14001:2004) e da Segurança e Saúde no Trabalho, que, neste último caso, implicou a transição para o novo referencial normativo OHSAS 18001:2007/ NP 4397:2008. Um dos objectivos primordiais é a manutenção da certificação tripla da Sede e do Centro de Serviços de Aveiro pelas normas NP EN ISO 9001:2008, NP EN ISO 14001:2004 e OHSAS 18001:2007/ NP 4397:2008. Lançaram-se as auditorias de diagnóstico aos Centros de Serviços, tendo como objectivos: avaliar o grau de conhecimento e implementação dos procedimentos internos; verificar se os processos/ actividades implementados estão conforme os requisitos aplicáveis (legais, normativos, do Cliente e outros), nos âmbito de qualidade, ambiente, segurança e saúde no trabalho; avaliar o desempenho dos centros numa perspectiva de contribuir para a melhoria contínua da Organização, com o levantamento de boas práticas implementadas pelo Centro de Serviços e das sugestões de melhoria propostas. 3. SISTEMA DE INDICADORES À semelhança da análise efectuada para a Mota-Engil Engenharia, o sistema de indicadores adoptado no quadro da política de gestão ambiental da SUMA procura dar resposta às informações solicitadas no âmbito da directriz de relato GRI 3.0. Durante o ano 2010, será dada continuidade às auditorias de diagnóstico aos Centros de Serviços. Pretende-se fazer um levantamento exaustivo da realidade de cada centro, de forma a definir e planear os trabalhos necessários ao cumprimento dos requisitos legais, normativos e os definidos pela própria Organização no que diz respeito ao Sistema Integrado de Gestão de Qualidade, Ambiente, Segurança e Saúde no Trabalho. De acordo com os resultados das auditorias de diagnóstico, serão revistos e documentados os procedimentos definidos pela Organização, de modo a que estes traduzam as melhores práticas e permitam a implementação destes procedimentos em todos os centros, de todas as empresas do Grupo SUMA. Prosseguir-se-á com a monitorização e o controlo do seu cumprimento. Densidades típicas: • Gasóleo 835 Kg/m3 • Gasolina 720 Kg/m3 • GPL 1000 Kg/m3 Está perspectivada a introdução de novas ferramentas que permitam melhorare agilizar a monitorização e controlo dos processos ou actividades, a comunicação dos resultados obtidos e a consequente tomada de acções preventivas, correctivas e outras acções de melhoria. Nos quadros que se seguem, são apresentados os indicadores referentes a cada descritor ambiental e para os quais foram utilizadas as seguintes densidades e factores de conversão e emissão: Fonte: Portaria Nº 228/90 Factores de conversão: • Gasóleo 43,3 Gj/ton • Gasolina 45 Gj/ton • GPL 46 Gj/ton • Electricidade 0,0036 Gj/kwh Fonte: Despacho Nº 17313/2008 Factores de Emissão de CO2: • Gasóleo 74 kg/Gj • Gasolina 69,2 kg/Gj • GPL 63 kg/Gj • Electricidade 470 g/kwh líquido Fonte: Despacho Nº 17313/2008 relatório de sustentabilidade 2009 139 08 desempenho I. Materiais Os principais materiais consumidos no desenrolar das actividades específicas da SUMA relacionam-se com o acondicionamento de resíduos, as actividades de limpeza urbana e a manutenção dos veículos e equipamentos da frota da Empresa. Na tabela seguinte, detalham-se os principais materiais consumidos na actividade da SUMA durante o ano de 2009: Materiais Consumidos designação Refira-se que nos consumos energéticos do Grupo SUMA estão incluídos os consumos energéticos internacionais (Vista Waste Management - Angola) (ton) unidadesTotal Acumuladores Sacos de plástico Pneus novos (pesados e ligeiros) Pneus recauchutados (pesados e ligeiros) Lubrificantes/massas Gasóleo Gasolina Total químicos produção (herbicidas, desinfectantes, detergentes, lixívia) Tintas/vernizes/esmaltes/diluentes (Outros) Produtos químicos para manut. automóvel Papel Cartuchos/tinteiros (jacto tinta) Toners (laser) II. Energia Os principais consumos de energia da SUMA decorrem de actividades afectas aos seus Centros de Serviços, tais como transporte de resíduos e funcionamento de equipamentos. ton ton ton ton l l l 6,3 126,0 83,1 102,3 157.632,0 6.175.785,0 65.864,0 l l l ton un un 70.372,0 5.839,0 19.097,0 10,1 306,0 385,0 Na tabela seguinte, podemos ver que o consumo de energia directa é feito maioritariamente sob a forma de gasóleo (99%). Consumo de Energia Directa, Segmentado por Fonte Primária Consumo (L, Kg)Consumo (Gj) Gasóleo (litros) 6.175.785 223.764 Gasolina (litros) 65.864 2.134 GPL (Kg) 697 32 -- 225.930 Consumo Total Evolução do Consumo de Energia Directa A monitorização e optimização do consumo de matérias-primas e recursos assume, na política de gestão da empresa, um papel fundamental, sendo estas acções alvo da actividade de Investigação e Desenvolvimento. Sempre que possível, a SUMA recorre ao uso de materiais reutilizáveis ou reciclados. No caso destes últimos, o consumo mais significativo diz respeito aos pneus recauchutados. Em 2009, do total de pneus consumidos, 47% eram recauchutados. No que diz respeito aos sacos de plástico utilizados na produção para a realização dos serviços, no seu processo de fabrico são incorporados cerca de 38% de materiais reciclados. 250.000 200.000 150.000 100.000 50.000 0 2008 2007 gasóleo gasolina gpl 2009 (Gj) relatório de sustentabilidade 2009 140 08 desempenho O consumo de energia directa tem vindo a aumentar nos últimos três anos – em 2009 a taxa de crescimento foi de 9%. Ao longo deste período, o gasóleo manteve-se como consumo predominante. III. Água Durante o ano de 2009, o consumo de água na SUMA ascendeu aos 105 mil m3. O quadro seguinte reflecte o consumo de electricidade, considerado como consumo de energia indirecta. Este recurso tem três grandes utilizações – produção, oficinas e uso Doméstico –, sendo nas actividades de produção, designadamente na lavagem de ruas, equipamentos, contentores e viaturas de recolha, que o seu consumo é mais expressivo. Consumo de Energia Indirecta Segmentada por Fonte Primária Consumo (kwh)Consumo (Gj) Electricidade 7.158.065 Evolução do Consumo de Energia Indirecta 25.769 30.000 (Gj) Consumo de Água Segmentado por Fonte (m3/ano) 2009 Subterrânea 37.422 Municipal 39.582 Cedência de cliente 28.481 Total 105.485 25.000 38% municipal 20.000 35% subterrânea 27% cedência de cliente 15.000 10.000 2007 2008 2009 consumo de electricidade Analisando o consumo de electricidade ao longo dos últimos três anos, verifica-se que, após se ter mantido constante, em 2009 registou uma diminuição de cerca de 11%. relatório de sustentabilidade 2009 141 08 desempenho Evolução do Consumo de Água por Fonte Consumo de Água Segmentado por Utilização 120.000 (m3/ano) 2009 Uso doméstico 4.546 100.000 Oficinas/lavagem de viaturas 20.170 Viaturas lava-contentores 26.962 80.000 Lavagem contentores/papeleiras no CS 1.552 Lavagem de contentores/papeleiras na via pública 11.589 60.000 Lavagem de ruas 23.520 Total 88.338 40.000 20.000 30% viaturas lava- 0 2007 2008 2009 -contentores 27% lavagem de ruas subterrânea municipal cedência de cliente 23% oficinas/lavagem de viaturas Após ter-se verificado uma alteração significativa, em 2008, na proveniência da água consumida pela SUMA, resultando numa distribuição mais repartida entre as três principais fontes, em 2009 manteve-se esta tendência. Não obstante, em 2009 registou-se um acréscimo de 29% no consumo de água proveniente de captações subterrâneas e uma diminuição de 17% no consumo de água de cedência de cliente. Desta forma, o consumo de água proveniente de cedência de clientes viu diminuir a sua expressão no total, enquanto o consumo de água proveniente da rede pública se manteve. 13% lavagem de contentores/ papeleiras na via pública 5% uso doméstico 2% lavagem de contentores/ papeleiras no cs Analisando o consumo de água por utilização, verifica-se que os consumos mais expressivos estão associados às viaturas lava-contentores e à lavagem de ruas, representando respectivamente 30% e 27% do consumo total. IV. Biodiversidade A SUMA não tem instalações definitivas em áreas classificadas ou em zonas protegidas. Após a conclusão da construção do novo Centro de Serviços de Alcobaça (inaugurado em Fevereiro de 2010), relatório de sustentabilidade 2009 142 08 desempenho foi desmantelado o único estaleiro temporário, com uma área próxima dos 2.000 m2, implantado numa área de Reserva Agrícola Nacional. 83% gasóleo 16% electricidade Não foram também identificados impactos significativos na biodiversidade provocados pelas operações da organização. 1% gasolina V. Emissões, Efluentes, Resíduos A actividade da SUMA que origina maiores impactos ambientais a nível das emissões gasosas – sendo o CO2 a mais relevante — é a recolha e transporte de resíduos. Neste sentido, foram estimadas as emissões de CO2 correspondentes aos consumos de energia directa e indirecta (relacionados com a produção, deslocações, viagens de serviço dos trabalhadores e transporte de pessoas). Emissões Directas e Indirectas de Gases de Efeito de Estufa Gasóleo Evolução das Emissões Directas e Indirectas de GEE (ton co2 /ano) 25.000 (ton co2 /ano) 20.000 16.824 Gasolina 127 Electricidade 3.364 Total 20.315 15.000 10.000 5.000 0 2007 gasóleo gasolina electricidade 2008 2009 relatório de sustentabilidade 2009 143 08 desempenho O gasóleo é a fonte energética responsável por grande parte (83%) das emissões de CO2 na SUMA. No entanto, em 2009, registou-se um acréscimo de 79% no contributo da electricidade para este tipo de emissões. É de salientar que a actividade da Organização não provoca a emissão de substâncias destruidoras da camada de ozono. Também não possui emissões significativas, nomeadamente as regulamentadas por licenças ambientais. No que concerne aos efluentes resultantes da actividade da SUMA, estes são, em todos os casos, descarregados em colectores municipais de águas residuais, tendo o seu volume ascendido aos 55 mil m3 durante o ano de 2009, o que representa um aumento de 13% face aos 49 mil m3 de 2008. As medidas de gestão dos efluentes líquidos produzidos incluem o tratamento prévio à descarga de águas residuais das lavagens de viaturas e a monitorização regular daqueles sistemas de tratamento instalados através de análises laboratoriais em laboratório acreditado. Quantidade Total de Resíduos por Tipo e Método de Tratamento Total de Resíduos por Tipo e Método de TratamentoTon/ano Total Resíduos Industriais Perigosos 155,1 Valorização 70,6 Eliminação 84,5 % 43,2% Total Resíduos Industriais Não-Perigosos 203,5 Valorização 110,7 Eliminação 92,8 56,8% No que respeita ao destino final dos resíduos, cerca de 51% são valorizados, destacando-se, no entanto, que um terço destes diz respeito a resíduos industriais perigosos. 250 200 Na actividade de aplicação de herbicidas, a SUMA recorre apenas a produtos aprovados pelo Ministério da Agricultura, seguindo as instruções recomendadas, que, para além de optimizar as quantidades utilizadas, minimizam os impactos negativos decorrentes desta actividade. É de salientar que é evitado o recurso massivo a estes produtos e, para tal, a SUMA adopta uma atitude preventiva, promovendo o corte mecânico e a aplicação localizada. Quanto a resíduos produzidos no decorrer da actividade da SUMA, estes são, na sua maioria, resíduos industriais não-perigosos, como óleos, pneus, metais ferrosos e lamas e misturas de resíduos provenientes de desarenadores e de separadores óleo/água. 150 100 50 0 resíduos indústriais perigosos valorização eliminação resíduos indústriais não-perigosos relatório de sustentabilidade 2009 144 08 desempenho nas Guias de Acompanhamento de Resíduos e outra por derrame de óleo na via pública – no montante de 3.566 euros. Evolução do Tratamento Efectuado aos Resíduos (Eliminação/Valorização) 700 VIII. Transporte No que se refere ao transporte de bens e produtos utilizados na actividade da SUMA, o gráfico seguinte apresenta-nos a classificação destes veículos, segundo o Padrão Europeu de Emissões, que disciplina as emissões de veículos comercializados na União Europeia. 600 500 400 300 200 Número de EQUIPAMENTOS UTILIZADOS NOS SERVIÇOS 100 CLASSES DE EMISSÕESRSURSIRMMTotal 0 2007 valorização 2008 2009 eliminação A quantidade de resíduos gerados pela actividade da SUMA em 2009 foi superior, em 16%, à gerada em 2008. Em termos de destino dado a estes resíduos, pode concluir-se que a quantidade de resíduos eliminada (49%) esteve muito próxima da quantidade valorizada (51%). Euro 1 27 3 0 30 Euro 2 63 0 7 70 Euro 3 59 35 4 98 Euro 4 48 11 6 65 5 6 14 25 NA RSU - Recolha de Resíduos Sólidos Urbanos RSI - Recolha Selectiva de Resíduos Industriais RMM - Recolha de Monos e Monstros Transporte (RSU, RSI, RMM) - Classes de Emissões 2009 Não existiram episódios de derrames significativos na Organização durante o ano de 2009. VI. Produtos e Serviços Desde o planeamento e desenvolvimento das suas acções que a SUMA tem presentes preocupações de cariz ambiental e social, conforme descrito anteriormente, que visam a minimização dos impactos associados à sua actividade. VII. Conformidade Em 2009 foram registadas duas multas – uma por não-conformidade 10% euro 1 24% euro 2 34% euro 3 23% euro 4 9% NA relatório de sustentabilidade 2009 145 08 desempenho Cerca de 58% dos veículos da SUMA encontram-se integrados nas classificações Euro 3 e 4. Frota SUMA (2007, 2008 e 2009) 120 101 100 76 80 75 101 98 70 65 60 33 40 41 29 37 25 30 27 20 11 0 2007 2008 na euro 1 2009 Em termos evolutivos, destaca-se a clara aposta da SUMA em veículos com a classificação Euro 4, verificando-se uma diminuição das demais classificações – particularmente expressiva na classificação Euro 1. euro 2 euro 3 euro 4 relatório de sustentabilidade 2009 146 08 desempenho 08.3 desempenho social 08.3.1 engenharia e construção mota-engil engenharia e construção, SA 1. GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS Introdução A Gestão de Recursos Humanos na Mota-Engil Engenharia procura reflectir a estratégia e a política geral de recursos humanos do Grupo adoptada a nível corporativo, adaptando-a às suas características próprias e do sector de actividade em que está envolvida, para o que conta com o apoio permanente da Direcção Corporativa de Desenvolvimento de Recursos Humanos na condução da sua estratégia e principais políticas. Cumpre sublinhar igualmente, no plano orgânico, o apoio prestado pela Mota-Engil Serviços Partilhados (MESP), a quem está cometido um conjunto de funções de suporte nesta área, nomeadamente em matéria de gestão administrativa de recursos humanos, recrutamento e selecção, e formação profissional. No plano estratégico, a Mota-Engil Engenharia considera os recursos humanos um elemento diferenciador fundamental e o seu mais valioso activo ao serviço da competitividade e da criação de valor duradouro. O respeito escrupuloso pelas pessoas constitui ainda uma matriz de referência da sua estratégia, perpassando todo o ciclo de vida da sua presença na Organização. A política de recursos humanos da Mota-Engil Engenharia tem, assim, como principais objectivos: Recrutamento e selecção • Planear o recrutamento e seleccionar os melhores recursos, garantindo a sua adequação às necessidades da Empresa e a sua eficaz integração e adaptação à Cultura e Valores da Organização; Descrição e avaliação de funções • Descrever e avaliar as funções, de forma a obter um referencial claro dos domínios de responsabilidade e de uma adequada articulação interfuncional, servindo ainda de suporte ao estabelecimento dos fundamentos da sua política retributiva; Política retributiva • Garantir uma política de retribuição equitativa e motivadora que tenha em conta não só o enquadramento e o ajustamento às condições de mercado, mas também o valor relativo de cada função e o seu contributo para os objectivos da Empresa, através de uma política adequada de remuneração variável promotora do mérito e da excelência; Avaliação do desempenho • Generalizar a política de avaliação do desempenho a todos os colaboradores, garantindo a uniformidade, clareza e equidade do processo de avaliação; Gestão de carreiras • Promover uma política que assegure a estratificação dos recursos humanos por linhas e níveis de carreira, favorecendo a retenção relatório de sustentabilidade 2009 147 08 desempenho e a valorização do talento, bem como o desenvolvimento e a progressão na carreira profissional, de acordo com critérios baseados na aquisição de competências, na experiência e na avaliação do desempenho; Formação profissional • Apostar decisivamente na formação profissional e na aprendizagem ao longo da vida como forma de valorização do capital humano; Condições de trabalho • Promover um clima de bem-estar e qualidade de vida, assegurando as melhores condições de trabalho nas áreas de segurança e saúde ocupacionais e promovendo a igualdade de oportunidades em todos os contextos geográficos, culturais e sócio-económicos em que se encontra presente. A política de recursos humanos da Mota-Engil Engenharia tem como principal responsável o membro do Conselho de Administração titular do pelouro, suportando-se ainda, tal como já referido, na Direcção Corporativa de Desenvolvimento de Recursos Humanos e na Comissão de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Mota-Engil SGPS e na Mota-Engil Serviços Partilhados (MESP), nas funções já descritas. As questões relativas a esta área em matéria de formação e consciencialização dos colaboradores no domínio dos recursos humanos encontram exemplificativa expressão nas iniciativas descritas noutro capítulo deste relatório. Relativamente à monitorização, adopção de medidas preventivas e correctivas, auditoria e verificação em matéria de recursos humanos, encontram-se expressas, no que toca às questões relacionadas com a higiene e segurança no trabalho, no sistema de gestão destas matérias, certificado de acordo com o referencial normativo OHSAS 18001:2007. Protecção social Em matéria de protecção social, a Mota-Engil Engenharia efectua contribuições obrigatórias para o regime geral da Segurança Social portuguesa, as quais ascenderam a € 13.316.869 em 2009. Como já referido no capítulo do desempenho económico, foram recebidos do Estado subsídios relativos à contratação de trabalhadores em regime de primeiro emprego. 1.1 PRÁTICAS LABORAIS E RELAÇÕES DE TRABALHO Emprego O sector de construção e obras públicas reveste-se de grande importância no contexto nacional, representando quase 10% do emprego gerado na economia. O emprego gerado pela Mota-Engil Engenharia aumentou 5,6% em 2009, face a 2008, apesar do ciclo recessivo que o sector vem enfrentando há alguns anos. Em 31 de Dezembro de 2009, o número de trabalhadores ascendia a 3.478, face a 3.295 na mesma data do ano anterior. relatório de sustentabilidade 2009 148 08 desempenho O número de trabalhadores por grupo profissional, género e faixa etária encontra-se estruturado da seguinte forma: Número de trabalhadores por Grupo Profissional, Género e Faixa Etária <30 grupo profissional masculino Dirigentes Praticantes/aprendizes Profissionais altamente qualificados e qualificados 30 a 50 total masc. >50 feminino masculino feminino masculino total total total geral geral 2009 2008 femin. feminino 0 0 4 0 7 0 11 0 11 8 45 10 7 2 1 0 53 12 65 75 179 16 1.131 84 485 10 1.795 110 1.905 1.863 Profissionais não-qualificados 70 0 132 3 60 1 262 4 266 239 Profissionais semiqualificados 19 0 28 7 16 6 63 13 76 71 3 0 261 1 175 0 439 1 440 407 Quadros intermédios (inc. contra-mestres e chefes de equipa) Quadros médios 10 4 116 13 56 1 182 18 200 170 Quadros superiores 94 39 241 81 58 2 393 122 515 462 420 69 1.920 191 858 20 3.198 280 3.478 3.295 Total geral O quadro anterior reflecte a predominância de trabalhadores do sexo masculino na Mota-Engil Engenharia – cerca de 92% do total de efectivos – situação resultante das características específicas do sector da construção civil. O grupo profissional que integra o maior número de trabalhadores é o grupo dos profissionais altamente qualificados e qualificados, representando 55% do total de efectivos. No que respeita à distribuição em termos de género, é também no grupo dos profissionais altamente qualificados e qualificados que se encontra a maior percentagem de trabalhadores do sexo masculino. Quanto ao sexo feminino, é também mais expressivo neste grupo e nos Quadros Superiores, representando o somatório destes dois grupos 83% do total de efectivos do sexo feminino. Convém ainda realçar que, em 2009, cerca de 61% dos efectivos da Mota-Engil Engenharia se encontrava na faixa etária entre os 30 e os 50 anos, 25% tinham idade superior a 50 anos e os restantes 14% tinham menos de 30 anos de idade. Em termos de estrutura dos recursos por grupo profissional, comparativamente a 2008, registou-se um aumento do número de trabalhadores em todos os grupos profissionais à excepção dos praticantes/aprendizes, onde se verificou uma diminuição de 13%. A maior taxa de crescimento de efectivos registou-se no grupo dos dirigentes (37,5%) e nos quadros médios (17,6%). relatório de sustentabilidade 2009 149 08 desempenho No quadro abaixo pode ser analisada a estrutura dos recursos por tipo de contrato e região. Em 2009, pertenciam ao quadro permanente 55% dos efectivos laborais, enquanto que os trabalhadores contratados a termo representavam 45%, tendo-se verificado um acréscimo de cerca 6%, em ambos os casos, face a 2008. NÚMERO de trabalhadores por tipo de contrato e região portugal norte centro total estrangeiro sul ilhas áfrica resto da europa outras regiões Quadro permanente 584 45 845 32 347 38 8 Termo certo 142 6 296 18 392 4 3 861 Termo incerto 160 31 378 22 41 58 0 690 17 0 10 0 0 1 0 28 Estagiários 1.899 centro norte portugal sul ilhas áfrica resto europa américa 0 termo certo termo incerto estagiários 500 quadro permanente 1.000 1.500 2.000 relatório de sustentabilidade 2009 150 08 desempenho Verifica-se que é em Portugal que se encontra a maioria (74%) dos trabalhadores da Mota-Engil Engenharia, destacando-se a região Sul com 59% do total, dos quais 33% pertenciam ao quadro permanente. Refira-se que os critérios utilizados para o cálculo destes indicadores foram alterados em 2009: foram integrados na região Sul todos os trabalhadores das obras de Lisboa, dos escritórios de Linda-a-Velha e do estaleiro do Porto Alto, enquanto no ano anterior foram integrados na região Centro. A taxa de rotatividade global da Mota-Engil Engenharia registada em 2009 considera-se ainda elevada (37,4%), como acontece na generalidade do sector, apesar de ter registado uma diminuição de 12,4% face a 2008. A nível internacional, é em África que se encontra o maior número de trabalhadores, o que se deve ao crescimento do peso destes mercados. Face a 2008, registou-se um acréscimo de 13%. Benefícios A Mota-Engil Engenharia assegura aos seus trabalhadores um conjunto de benefícios, de que se destacam: No gráfico abaixo, encontra-se reflectida a taxa de rotatividade dos colaboradores da Mota-Engil Engenharia. • Seguro de acidentes pessoais a quadros médios e superiores, da estrutura técnica/administrativa e chefias de produção, bem como um seguro de saúde a um número mais restrito de trabalhadores; Taxa de Rotatividade por Género e Faixa Etária 30,9% > 50 anos 35,9% 30 a 40 anos 55,6% < 30 anos 15,0% feminino • Distribuição de prémios de antiguidade; • Atribuição de prémios de segurança aos responsáveis de obras e centros autónomos (agregados/pedreiras); 37,4% global 0% 10% 20% • Complementos de subsídio de doença e acidentes de trabalho aos colaboradores do quadro permanente até ao limite de 30 dias/ ano, para períodos de incapacidade temporária para o trabalho superiores a oito dias, sendo que, em situações excepcionais de doença grave, o período de concessão tem sido alargado; • Realização da festa de Natal; 39,3% masculino Verifica-se igualmente que na Mota-Engil, tal como na economia em geral, a taxa de rotatividade feminina é inferior à masculina e é superior em escalões etários mais baixos (<30 anos). 30% 40% 50% 60% • Disponibilização de veículos pesados de transporte de colaboradores; relatório de sustentabilidade 2009 151 08 desempenho • Protocolo com o Banco Espírito Santo, permitindo aos colaboradores da Mota-Engil Engenharia usufruírem de condições mais vantajosas no crédito à habitação; • Protocolo com vários ginásios e spas no sentido de permitir aos colaboradores condições mais vantajosas de acesso, isenção de pagamento de inscrição e usufruto das instalações em qualquer parte do País; • Condições especiais na utilização dos serviços da Casa da Calçada em Amarante. 1.2. RELAÇÕES DE TRABALHO As relações de trabalho na Mota-Engil Engenharia são reguladas pelo Contrato Colectivo de Trabalho (CCT) para o sector de construção civil e obras públicas e, supletivamente, pela lei geral. A totalidade dos trabalhadores está abrangida por este instrumento de regulamentação colectiva do trabalho, ascendendo a taxa de sindicalização a 12% num sector onde estes índices se apresentam como tradicionalmente baixos. Não existe na Organização qualquer comissão de trabalhadores constituída. A lei geral e o instrumento de regulamentação colectiva do trabalho a que estão sujeitas as relações laborais na Mota-Engil Engenharia fixam os períodos de pré-aviso a observar no caso de qualquer mudança organizacional com impacto nas relações de trabalho, mormente em caso de alteração do horário ou do local de trabalho, encerramento de instalações ou outros processos conducentes à alteração ou cessação das relações de trabalho. 1.3. SEGURANÇA OCUPACIONAL E MEDICINA NO TRABALHO 1.3.1 Segurança ocupacional A segurança ocupacional constitui matéria de abordagem e preocupação prioritárias no âmbito da actividade da Mota-Engil Engenharia, num sector tradicionalmente associado a níveis assinaláveis de sinistralidade laboral, apesar dos significativos progressos obtidos nos últimos anos. A empresa dispõe de um sistema de gestão da segurança e medicina no trabalho implementado e certificado de acordo com o referencial NP EN 4397 / OHSAS 18001:2007. O planeamento das actividades de segurança e medicina no trabalho tem em conta as características próprias da actividade da Empresa, sendo um instrumento essencial para a prevenção dos riscos profissionais. A política de segurança ocupacional pretende garantir o permanente conhecimento e cumprimento dos requisitos legais e normativos aplicáveis à Organização e suas actividades, bem como das orientações internas do Grupo. Pretende-se a promoção de uma cultura comportamental responsável quanto à segurança e à saúde no trabalho e prevenção dos riscos no exercício da actividade. Esta política assenta na definição de metodologias e na elaboração de documentos e instrumentos de planeamento que integram os requisitos aplicáveis, que são difundidos pela organização. São identificadas as necessidades e promovidas acções de desenvolvimento das competências dos colaboradores através de programas de formação contínua e participação em eventos subordinados, assim como acções de informação e sensibilização. relatório de sustentabilidade 2009 152 08 desempenho Outro dos vectores de actuação passa pelo planeamento e pela realização de auditorias técnicas de segurança e visitas de inspecção que visam a avaliação da conformidade, a definição de acções correctivas e a identificação de acções no sentido da melhoria contínua do sistema de gestão de segurança e saúde no trabalho. As principais atribuições do Núcleo de Segurança centram-se na análise detalhada dos projectos a executar, com vista à recomendação de medidas de prevenção integrada e de forma a introduzir no modo de execução das empreitadas as acções conducentes à máxima segurança do pessoal e dos equipamentos, avaliando e minimizando os riscos inerentes à execução da obra. Modelo organizativo O Núcleo de Gestão de Segurança (NGS), inserido na Direcção da Qualidade, Ambiente e Segurança, encontra-se estruturado da seguinte forma: Este núcleo desenvolve ainda actividades de auditoria, consultadoria e formação, possuindo, para o efeito, os suportes formativos adequados às acções a empreender. • Direcção de Segurança (agrega igualmente as áreas da qualidade e ambiente) dirige um órgão executivo que coordena um conjunto de técnicos profissionalmente habilitados que desempenham diversas funções; • Comissões de Segurança – são estruturas independentes compostas por representantes dos principais níveis hierárquicos com relevância na problemática da segurança e da saúde no trabalho. • Responsável pelo Núcleo de Gestão de Segurança; As comissões de segurança obedecem à seguinte tipologia: • Técnicos NGS afectos à estrutura central (quatro em nos escritórios de Lisboa e três nos escritórios do Porto) – têm como principais funções o desenvolvimento de métodos e técnicas; a análise e elaboração de documentos e instrumentos de prevenção, identificação e apoio à implementação e avaliação do cumprimento de requisitos; visitas de inspecção e acompanhamento e auditorias técnicas de segurança, análise de programas de concurso e preparação de elementos (no âmbito da segurança e saúde no trabalho) para integração na resposta comercial a concursos; assegurar o sistema de gestão de segurança e saúde; • Comissão Geral de Segurança — órgão consultivo e informativo do Conselho de Administração, sendo fórum privilegiado para a reflexão e criação de uma cultura de segurança na empresa. Cabe-lhe fundamentalmente a missão de promoção, harmonização e dinamização de acções no âmbito da prevenção de riscos profissionais, competindo-lhe ainda propor políticas, objectivos e orientações no sentido de concretizar os objectivos determinados pelo Conselho de Administração; • Técnicos NGS afectos a projectos e obras específicos – têm como principais funções a implementação do sistema em obra, a realização de auditorias técnicas de segurança, visitas de inspecção, elaboração de documentos e instrumentos de prevenção. Exercem actualmente estas funções 30 técnicos. • Comissões de Segurança de Obra — têm como âmbito de actuação a implementação da política e das directivas da Empresa nas respectivas obras, de acordo com uma metodologia de funcionamento estabelecida em regulamento específico. Estas comissões não devem limitar-se ao cumprimento dos requisitos legais, devendo também ser o fórum apropriado para planear a segurança do trabalho no estaleiro, verificar a adequação relatório de sustentabilidade 2009 153 08 desempenho do plano de segurança e saúde à obra e analisar os níveis de prevenção ou protecção implementados; • Comissões de Segurança de Centro de Exploração (Pedreiras) — têm os mesmos objectivos das comissões de segurança de obra, mas com âmbito de actuação ao nível da própria unidade de exploração. Formação, sensibilização e comunicação As questões da segurança são acompanhadas da realização de um conjunto de acções de que se salientam: • Acções de acolhimento – normalmente de curta duração (cerca de 30 minutos), dirigidas a todos os trabalhadores que integrem o estaleiro; abordam regras gerais de segurança aplicáveis à generalidade dos empreendimentos, bem como regras específicas para o estaleiro em causa; • Acções de sensibilização – também de curta duração e que se destinam a alertar, genericamente, os diferentes grupos de trabalho para os riscos de uma nova actividade (por ex: imediatamente antes do início de uma escavação); • Acções de formação específicas – com duração adequada ao tema a tratar, destinadas a pequenos grupos, versando actividades de risco, processos de trabalho inovadores ou pouco conhecidos dos recursos humanos envolvidos, novos equipamentos, condições particulares do local ou envolvente, entre outras; • Acções de formação de especialização – dirigidas a grupos específicos e destinadas a capacitar trabalhadores em actividades definidas (por ex.: curso de primeiros socorros, formação de gruistas, formação de operadores de substâncias explosivas); • Acções de formação em geral — inclusão sistemática de um módulo de saúde e segurança laboral; • Participação dos trabalhadores em comissões de segurança e acções de divulgação, nomeadamente através da afixação de cartazes, da divulgação de pequenas brochuras e da distribuição a todos os trabalhadores do “Manual de Normas Básicas de Segurança e Ambiente”. Lei geral e instrumentos de regulamentação colectiva do trabalho As matérias de segurança ocupacional são enquadradas por vários diplomas legais, designadamente o Decreto-Lei nº 441/91, de 14 de Novembro, e a Lei nº 99/2004, de 27 de Agosto. Para além destes diplomas de carácter genérico, existe ainda um diploma específico para o sector da construção (Decreto-Lei nº 273/2003, de 29 de Outubro), um outro para as centrais de agregados/pedreiras (Decreto-Lei nº 324/95, de 29 de Outubro) e regulamentação conexa. Ao nível da contratação colectiva, avulta o Contrato Colectivo de Trabalho para a Indústria da Construção Civil e Obras Públicas. Este instrumento fixa um conjunto de regras em matéria de organização dos serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho, obrigações do empregador, obrigações gerais dos trabalhadores, medidas de segurança e protecção, representação dos trabalhadores e controlo de alcoolemia. É ainda de referir que se mantém a colaboração com o Sindicato dos Trabalhadores da Construção, Madeiras, Mármores, Pedreiras, Cerâmica e Materiais de Construção do Norte, tendo esta entidade efectuado acções de informação/sensibilização para as matérias de segurança e saúde no trabalho nos estaleiros mais representativos da empresa em território nacional. relatório de sustentabilidade 2009 154 08 desempenho Indicadores de segurança ocupacional Durante o ano 2009, realizaram-se 777 reuniões de Comissões de Segurança em obra, estando presentes, em média, sete participantes por reunião, efectuadas pelos diversos centros de custo. de receituário e requisições de meios auxiliares de diagnóstico no âmbito do Serviço Nacional de Saúde. A Comissão de Segurança dos Agregados reuniu-se por cinco vezes, com uma média de nove participantes (a estas reuniões acrescem as 59 reuniões periódicas de segurança realizadas nos 15 centros de produção de agregados, contando em média com 11 participantes). Na área de fundações e geotecnia, foram efectuadas 10 reuniões com uma média de oito trabalhadores por reunião. Na electromecânica realizaram-se três reuniões com uma média de seis trabalhadores por reunião. Na Direcção de Betões, Rochas Ornamentais e no Laboratório Central foi efectuada uma reunião por cada área, com uma média de seis participantes. • Realização de diagnóstico preventivo • Vacinação anti-gripe • Realização de campanha de dádiva de sangue 1.3.2 Medicina no trabalho No âmbito da medicina no trabalho e nos termos da lei, todos os colaboradores estão obrigados à realização de exames médicos para aferir a aptidão física e psíquica no exercício da sua actividade. Neste sentido, são assegurados exames médicos que se encontram tipificados em exames de admissão, periódicos e ocasionais. Estes últimos são efectuados sempre que ocorram ausências superiores a 30 dias causadas por doença ou acidente que tenham repercussão na saúde do trabalhador. Em matéria de controlo de alcoolemia e de modo a prevenir acidentes/incidentes que tenham como origem o consumo de álcool durante o horário de trabalho, a Mota-Engil Engenharia dispõe de procedimento específico para prevenção e controlo do alcoolismo, aplicável a todos os trabalhadores da Mota-Engil Engenharia e de entidades subcontratadas. Os serviços da medicina no trabalho estão disponíveis em todos os locais de operação da Mota-Engil Engenharia. Complementarmente, a Mota-Engil Engenharia disponibiliza, nos escritórios de Porto e Linda-a-Velha, um Serviço de Medicina Curativa, com a presença semanal de um médico. A actividade deste médico está inserida num protocolo com as Administrações Regionais de Saúde de Porto e Lisboa, o que permite a utilização São de destacar as seguintes actividades desenvolvidas neste âmbito: Semestralmente, são realizadas, por entidade externa acreditada, avaliações de exposição ocupacional nas áreas de escritórios de Porto e Linda-a-Velha, sendo analisados os seguintes parâmetros: partículas em suspensão, dióxido de carbono, monóxido de carbono, temperatura e humidade relativa, ruído, iluminação, campos electromagnéticos e microrganismos em suspensão no ar. No capítulo da prevenção e resposta a emergências, encontram-se definidas as metodologias que permitem responder a situações de emergência, mediante a implementação de planos de emergência no âmbito da segurança ocupacional e da medicina no trabalho. É ainda promovida a medicina preventiva relativamente à constatação de doenças profissionais, através de visitas periódicas dos médicos aos locais de trabalho, visando o levantamento dos riscos para a saúde dos trabalhadores e posterior implementação das acções preventivas e/ou correctivas. relatório de sustentabilidade 2009 155 08 desempenho No que toca a doenças ocupacionais, não se registou nenhum caso a reportar, inserindo-se a sua prevenção nos princípios supra-enunciados. Também não se registou, durante o ano de 2009, nenhum caso de acidente mortal entre os trabalhadores da Mota-Engil Engenharia. 1.4. FORMAÇÃO E EDUCAÇÃO O plano de formação dos colaboradores da Mota-Engil Engenharia pretende reflectir as necessidades diagnosticadas junto de cada área de negócio e adopta as seguintes linhas de orientação: Ainda neste âmbito, no que concerne a programas de educação, formação, aconselhamento, prevenção e controlo de risco para os colaboradores, a Mota-Engil Engenharia desenvolveu um plano de aconselhamento específico para expatriados. Qualquer expatriado, antes de partir, é aconselhado a fazer a “Consulta do Viajante”, no Centro de Saúde respectivo, sendo habitualmente sensibilizado para prevenir e tratar as doenças específicas dos locais de destino (como por exemplo, a malária, profilaxia, etc.). Formação técnica Promover formação específica que garanta o reforço e o alargamento da base de conhecimentos e valências técnicas e de gestão de todos os quadros, designadamente daquelas que se apresentam como mais críticas à prossecução dos objectivos da empresa nas suas diversas áreas; Apresentam-se de seguida os rácios relativos a segurança e saúde no trabalho da Mota-Engil Engenharia, calculados de acordo com as orientações GRI. Formação comportamental Dinamização de projectos de formação contínua na área comportamental, nomeadamente ao nível de liderança, gestão da mudança, espírito de equipa e comunicação, permitindo aos diferentes níveis da Organização a melhoria de comportamentos e Rácios de acidentes, dias perdidos E absentismo relacionados com o trabalho agregados betões hidrául. const. infr. engenh. electrom fundaç. e equipamentos geotecnia imobiliária laborat. central rochas ornament. estrutura administr. Nº total trabalhadores 227 87 2.251 86 180 145 22 26 29 Taxa lesões 5,5 3,4 7,0 8,9 7,8 9,0 0 0 27,6 425 1,2 Taxa dias perdidos 213,1 323,6 154,7 29,0 109,5 491,1 0 0 226,5 49,5 Taxa absentismo 802,7 910,4 522,2 301,2 672,9 784,4 0 239,0 595,5 558,3 Indice de frequência 21,31 12,74 25,97 16,72 22,48 22,49 0 0 138,13 4,95 Indice de gravidade 1,06 1,62 0,77 0,14 0,55 2,45 0 0 1,13 0,25 relatório de sustentabilidade 2009 156 08 desempenho atitudes e o reforço das competências de gestão de equipas e de orientação para os resultados; Prevenção e segurança Desenvolvimento de um conjunto articulado de acções, quer de sensibilização, quer de qualificação, abrangendo um conjunto alargado de colaboradores, a diferentes níveis, que reforce e alargue os conhecimentos desta matéria, no sentido de garantir o permanente cumprimento dos requisitos legais e consolidar os padrões de excelência até hoje alcançados; Informática Alargamento e consolidação das competências dos utilizadores das diferentes aplicações informáticas da empresa, designadamente do SAP, nos seus diversos domínios de utilização, de forma a melhorar os fluxos e consolidar a informação de gestão, e optimizar o ciclo de produção dessa informação; Conhecimento e inovação Desenvolvimento de acções de formação/sensibilização que promovam uma atitude de vigilância e gestão dos conhecimentos da empresa e externos, assim como um ambiente aberto à criatividade e à mudança, para identificação e desenvolvimento de ideias inovadoras. Em 2009, o total de horas de formação ministrada aos colaboradores da Mota-Engil Engenharia atingiu as 48.649 horas, o que corresponde a uma média de aproximadamente 14 horas de formação por trabalhador – mais duas horas do que em 2008. Número de Horas de Formação por Grupo Profissional Grupo Profissional nº horas nº médio formação horas formação/ colaborador Dirigentes Praticantes/aprendizes Profissionais altamente qualificados e qualificados 87 8 3.472 53 21.395 11 Profissionais não-qualificados 231 1 Profissionais semiqualificados 196 3 Quadros intermédios (inc. contra-mestres e chefes de equipa) 3.271 7 Quadros médios 6.426 32 Quadros superiores 13.571 26 Total 48.649 14 relatório de sustentabilidade 2009 157 08 desempenho Número Médio de Horas de Formação por Grupo Profissional 26 quadros superiores 32 quadros médios 7 quadros intermédios 3 profissionais semiqualificados 1 profissionais não-qualificados profissionais altamente qualificados 11 53 praticantes / aprendizes 8 dirigentes 0 10 20 30 40 50 60 nº médio de horas de formação Como reflectem os gráficos anteriores, foi no grupo dos praticantes/aprendizes que se registou o maior número médio de horas de formação por colaborador (53 horas) e, em contrapartida, foram os profissionais não-qualificados os que tiveram, em média, menos horas de formação – uma hora por colaborador. 1.5 DIVERSIDADE E IGUALDADE DE OPORTUNIDADES A Mota-Engil Engenharia pratica uma rigorosa política de igualdade de oportunidades, integrando nas suas fileiras homens e mulheres de várias nacionalidades e etnias. Essa política é extensiva a todos os aspectos da vida laboral e envolve uma atitude de tratamento igualitário e de não-discriminação em matérias como recrutamento e selecção de recursos humanos, política salarial, progressão na carreira e todos os demais aspectos atinentes à relação de trabalho. Atenta a natureza das actividades desenvolvidas pela empresa, existe, contudo, um claro predomínio de trabalhadores do sexo masculino, com excepção dos quadros superiores, onde se esbate essa diferença. Em relação à política remuneratória e tendo em conta a escassa representatividade de trabalhadoras do sexo feminino em alguns grupos profissionais, constata-se não existirem diferenças significativas entre os níveis salariais praticados entre homens e mulheres. relatório de sustentabilidade 2009 158 08 desempenho 08.3.2 ambiente e serviços suma, SERVIÇOS URBANOS E MEIO AMBIENTE, SA 1. GESTÃO DE RECURSOS HUMANOS Introdução A Gestão de Recursos Humanos na SUMA procura reflectir, tal como na Mota-Engil Engenharia, a estratégia e a política geral de recursos humanos do Grupo adoptada a nível corporativo, adaptando-a às suas características próprias e do sector de actividade em que está envolvida. No plano estratégico, a SUMA vê igualmente nos recursos humanos um elemento diferenciador fundamental e o seu mais valioso activo ao serviço da competitividade e criação de valor duradouro. A política de recursos humanos da SUMA tem como principal responsável o membro do Conselho de Administração da empresa titular do pelouro, suportando-se na sua Direcção de Recursos Humanos, que acumula funções nas áreas administrativa e de desenvolvimento de recursos humanos, bem como na Comissão de Desenvolvimento de Recursos Humanos da Mota-Engil SGPS. Os indicadores de actividade formativa revelam valores que ultrapassam as metas definidas e que indicam um volume de formação que se aproxima de valores consistentes com os objectivos da Organização. As 1.954 presenças registadas e as 516 acções de formação realizadas revelam um indicador que merece ser destacado face aos recursos humanos e materiais dedicados à gestão e execução das actividades formativas do Grupo SUMA. SUMA Experience Com o objectivo de incrementar uma identificação com os valores SUMA, fortalecer o compromisso dos colaboradores com a Organização, introduzir políticas activas que acrescentem valor aos quadros do Grupo e implementar políticas de retenção, foi dada continuidade ao programa SUMA Experience. Mantiveram-se os programas de sinalização dos aniversários de todos os trabalhadores e o programa de consultas personalizadas de dietética. Em 2008 foi iniciado um projecto de promoção dos níveis de saúde – “Food for Life” – com a realização de um rastreio nutricional, onde foi avaliado um conjunto de indicadores. Dos 42 rastreios realizados foram identificados 19 casos com risco nutricional, tendo sido estes colaboradores encaminhados para a consulta personalizada de dietética. Em 2009 foram realizadas 70% das 60 consultas previstas. A adesão ao programa e o “feedback” dos participantes são fortes indicadores do grau de satisfação alcançado. Resta aguardar pelos efeitos na saúde dos participantes. O ano de 2009 foi também o ano da implementação absoluta do ERP SAP na área da GRH, o que requereu esforços adicionais no sentido de dar formação a todos os colaboradores do Grupo que participam no processo administrativo de recursos humanos nos vários Centros de Serviço. Modelo corporativo de funções e competências A implementação do modelo corporativo de funções e competências no Grupo SUMA responde a um conjunto de prioridades estratégicas de recursos humanos definido no âmbito do plano estratégico “Ambição 2013”. Com a implementação do modelo de funções e competências espera-se um conjunto de benefícios: alinhamento estratégico e prioridades da Organização; clarificação de responsabilidade e papéis; identificação e desenvolvimento das competências que acrescentam valor à função e ao negócio; e consolidação de uma cultura e de uma identidade, assentes em competências e atitudes partilhadas. O modelo corporativo de funções e competências será uma ferramenta central de gestão de recursos humanos, através da sua ligação aos restantes processos de desenvolvimento de pessoas. relatório de sustentabilidade 2009 159 08 desempenho Em 2009 foram concluídas as principais etapas da implementação do modelo de funções e competências, nomeadamente descrição, sistematização e integração dos descritivos, processo realizado com o apoio dos serviços da Mota-Engil Serviços Partilhados. A gestão de recursos humanos registou no ano de 2009, numa das suas competências que é o recrutamento e selecção, um volume de processos estável e similar aos anos anteriores, tendo-se verificado uma variação de 3% no número processos e 7% no número de colaboradores solicitados para contratação. É de salientar, durante o ano de 2009, o aumento de processos na contratação de colaboradores para funções técnicas, representativo de um investimento e de um reforço nas competências técnicas e nos conhecimentos específicos da Empresa. assim como durante o ano de 2009 entrou diversa legislação na área laboral, o que implicou a alteração de processos e de parametrizações no SAP, bem como a formação dos RH-Sede e RH-Centros. Protecção social Em matéria de protecção social, a SUMA efectua as contribuições obrigatórias para o regime geral da Segurança Social portuguesa, as quais, no ano 2009, ascenderam a € 6.739.974. A Empresa não recebeu qualquer valor a título de subsídios. 1.1 PRÁTICAS LABORAIS E RELAÇÕES DE TRABALHO Emprego O ano de 2009 representou para a SUMA um período de acréscimo de actividade, o que se traduziu num aumento de 24% do seu efectivo laboral. Em Abril de 2009, a empresa RIMA foi integrada no serviço de GRH, perfazendo um total de 11 empresas a serem processadas pelos Recursos Humanos, com um total de 2.100 trabalhadores. Com este número de trabalhadores e programas salariais, foram alterados procedimentos e normas internas de recursos humanos. Em Fevereiro de 2009 entra em vigor o novo código do trabalho, Assim, o número de trabalhadores, em 31 de Dezembro de 2009, ascendia a 2.612, contra 2.114 na mesma data do ano 2008. Número de trabalhadores por Grupo Profissional, Género e Faixa Etária <30 grupo profissional 30 a 50 total masc. >50 total total total geral geral femin. 2009 2008 masculino feminino masculino feminino masculino Praticantes/aprendizes 1 2 0 0 0 0 2 1 3 - Profissionais altamente qualificados e qualificados 1 3 7 17 2 1 21 10 31 501 Profissionais não-qualificados 89 315 246 849 49 239 1.403 384 1.787 1.396 Profissionais semiqualificados 23 82 25 361 3 115 558 51 609 23 Quadros intermédios 0 (inc. contra-mestres e chefes de equipa) Quadros médios Quadros superiores Total por género 13 feminino 0 1 39 0 26 65 1 66 85 14 25 25 0 5 44 38 82 77 0 0 8 23 0 3 26 8 34 32 127 416 312 1.314 54 389 2.119 493 2.612 2.114 relatório de sustentabilidade 2009 160 08 desempenho Como se pode constatar, existe uma predominância de trabalhadores do sexo masculino na SUMA – cerca de 81% do total de efectivos –, situação resultante das características específicas do sector. O grupo profissional que integra o maior número de trabalhadores é o dos profissionais não-qualificados, representando 68% do total de efectivos. No que respeita à distribuição em termos de género, é também no grupo dos profissionais não-qualificados que se encontra a maior percentagem de trabalhadores do sexo masculino. Quanto ao sexo feminino, é também mais expressivo neste grupo, seguido dos grupos de profissionais semiqualificados e quadros médios. Refira-se ainda que, em 2009, cerca de 62% dos efectivos da SUMA se encontravam na faixa etária entre os 30 e os 50 anos. Comparativamente a 2008, registou-se um aumento significativo no recrutamento de profissionais semi-qualificados e uma expressiva redução na contratação de profissionais altamente qualificados e qualificados. No quadro abaixo apresentado pode ser analisada a estrutura dos recursos por tipo de contrato e região. Número de Trabalhadores por Tipo de Contrato e Região RegiãoContrato ContratoContrato termo certo termo incerto sem termo Açores 2 9 0 11 Angola 514 0 0 514 Centro 201 17 345 563 Norte 381 144 976 1.501 10 10 3 23 935 31 1.148 2.114 Sul Total geral contrato sem termo contrato termo incerto contrato termo certo 0 açores angola centro 100 norte 200 sul 300 400 500 600 total geral 700 800 900 1.000 1.100 1.200 1.300 1.400 relatório de sustentabilidade 2009 161 08 desempenho Em 2009, os trabalhadores contratados a termo representavam 46% dos efectivos laborais, valor ligeiramente superior ao registado em 2008. Devido ao facto de a actividade da SUMA ter como base contratos limitados no tempo, geralmente efectuados com câmaras municipais e/ou associações de municípios, as contratações de novos trabalhadores são, em regra, efectuadas através de contratos a termo. Taxa de Rotatividade por Género e Faixa Etária Em 2009 a taxa de rotatividade feminina foi superior à masculina, contrariando o que se verificou no ano anterior. Em termos de regiões, a taxa de rotatividade foi superior nos Açores e na região Sul, nesta última parcialmente explicada pela maior oferta sazonal de trabalho. Benefícios A SUMA assegura aos seus trabalhadores um conjunto de benefícios, de que se destacam: • Distribuição de presentes de Natal aos filhos dos colaboradores; 23,5% > 50 anos 24,5% 30 a 40 anos 43,8% < 30 anos • Protocolo de acordo com entidades financeiras, como o Banco Português de Investimento (BPI) e o Millenium BCP, permitindo aos trabalhadores da SUMA usufruírem de condições mais vantajosas no crédito à habitação; 27,3% masculino 33,0% feminino 28,4% global 0% 10% 20% 30% 50% 60% Tendo em conta a natureza da actividade desenvolvida pela SUMA, verifica-se que a rotatividade é elevada, nomeadamente em trabalhadores com idade inferior a 30 anos, o que se explica pelo facto de mais facilmente conseguirem emprego noutro tipo de actividade. À medida que a faixa etária vai aumentando, a rotatividade vai diminuindo, devido ao facto de estes trabalhadores ficarem com menos opções de escolha. • Protocolo de Acordo com ginásios e spas, nomeadamente com o Holmes Place, o Clube FIT e o SPA GES, permitindo aos trabalhadores a obtenção de condições de acesso mais vantajosas, a isenção de pagamento de inscrição e o usufruto das instalações das entidades visadas em qualquer parte do País; • Protocolo de acordo com agências de viagens, permitindo aos trabalhadores da SUMA a obtenção de viagens e pacotes turísticos com descontos até 5% e com condições de pagamento idênticas às da Organização; • Atribuição de seguro de acidentes pessoais a todos os colaboradores logo que perfaçam sete meses de trabalho e seguro de saúde apenas a colaboradores com antiguidade superior a 36 meses. relatório de sustentabilidade 2009 162 08 desempenho 1.2 RELAÇÕES DE TRABALHO As relações de trabalho na SUMA não são reguladas por qualquer instrumento de regulamentação colectiva do trabalho, vigorando a Lei Geral do Código de Trabalho. Não existe na Empresa qualquer comissão de trabalhadores. A lei geral fixa os períodos de pré-aviso a observar no caso de qualquer mudança organizacional com impacto nas relações de trabalho, mormente em caso de alteração do horário ou do local de trabalho, encerramento de instalações ou outros processos conducentes à alteração ou cessação das relações de trabalho. 1.3 SEGURANÇA OCUPACIONAL E MEDICINA NO TRABALHO 1.3.1 Segurança ocupacional De acordo com o quadro normativo vigente, os empregadores são obrigados a organizar serviços de segurança, higiene e saúde no trabalho (SHST), de modo a abranger todos os trabalhadores que desempenham funções na Organização, incluindo, obviamente, o próprio empregador quando desempenhe também actividade. Os serviços de segurança e higiene no trabalho são internos e geridos pela SUMA com recursos próprios (técnicos superiores de SHST), abrangendo todas as pessoas que nela trabalham e em cujas instalações se encontrem. Estes serviços, cujos principais objectivos são a prevenção e a redução dos riscos profissionais e a promoção da segurança, higiene e saúde dos trabalhadores, desenvolvem as seguintes actividades: • Conhecer a legislação de SHST e assegurar o cumprimento dos requisitos legais aplicáveis à Organização; • Identificar os perigos, avaliar os riscos e definir acções de prevenção e controlo dos riscos identificados; • Informar e formar os trabalhadores sobre os riscos identificados e respectivas medidas de prevenção e controlo; • Aplicar e fazer cumprir a política, os programas e os procedimentos definidos pela Organização, relacionados com a higiene e segurança; • Promover, em conjunto com os estabelecimentos da Organização, a elaboração de planos de emergência e a realização periódica dos respectivos simulacros; • Realizar a análise de todos os incidentes e definir as respectivas acções correctivas; • Recolher e organizar os elementos estatísticos relativos à segurança dos trabalhadores, de forma a possibilitar a obtenção de conclusões que permitam a respectiva prevenção e organização, de modo a efectuar-se um estudo dos potenciais riscos profissionais; • Suspender a execução de qualquer trabalho em caso de risco iminente para a integridade e a saúde dos trabalhadores; • Informar a Administração de todas e quaisquer situações que coloquem em risco a integridade ou a saúde dos trabalhadores; • Acatar as recomendações das autoridades e entidades competentes no âmbito da SHST; • Providenciar os meios de prevenção e de protecção colectiva e individual definidos como obrigatórios ou necessários; • Fazer respeitar a sinalização e as instruções de segurança e emergência; relatório de sustentabilidade 2009 163 08 desempenho • Elaborar e enviar, anualmente, o relatório de actividades de cada estabelecimento da SUMA para as autoridades/entidades competentes no âmbito da SHST; • Participar nas reuniões das várias Comissões Locais de SHST. 1.3.2 Medicina no trabalho Os serviços de medicina no trabalho na SUMA são externos e prestados por uma empresa prestadora de serviços de SHST. A vigilância da saúde, tendo como objectivos fundamentais a prevenção de doenças profissionais e de doenças relacionadas com o trabalho, deve ainda promover o bem-estar dos trabalhadores como factor de produtividade, nomeadamente: • Conhecer os postos de trabalho, estabelecendo, para cada um, os factores de risco a ter em conta, e adequar os exames médicos dos trabalhadores aos factores de risco caracterizados no seu posto de trabalho; • Realizar os exames médicos de admissão, periódicos e de regresso ao trabalho, e analisar os exames complementares de diagnóstico necessários à avaliação do estado de saúde do trabalhador, tendo em atenção as características do posto de trabalho; • Colaborar na escolha dos meios de protecção individual mais adequados ao trabalhador; • Incentivar os trabalhadores a adoptarem boas práticas de trabalho (vacinação, educação para a saúde, nutrição e reabilitação). A SUMA promove a realização de exames de saúde, tendo em vista verificar a aptidão física e psíquica dos trabalhadores para o exercício da actividade, bem como a repercussão desta e das condições em que é prestada na saúde dos mesmos. Os serviços de SHST são geridos na SUMA em duas Coordenações: • Segurança e higiene do trabalho: Serviços de Qualidade, Ambiente e Segurança (QAS), que integram a Coordenação de Sustentabilidade (que por sua vez, reporta à Administração); • Medicina no Trabalho: Coordenação de Gestão de Recursos Humanos (que reporta à Administração). As Coordenações em questão gerem e operacionalizam cada uma a sua área e equipa de trabalho com base nos objectivos e metas, comunicando entre si periodicamente, nomeadamente quando há a necessidade de passagem de informação entre si ou para a empresa prestadora de serviços de medicina no trabalho e em concreto nas seguintes situações: • Política de gestão nos compromissos de SHST; • Objectivos e metas a cumprir e atingir para a SHST; • Programa de gestão nas acções relativas à SHST; • Identificação de perigos e avaliação de riscos para SHST; • Avaliações específicas de SHST: ruído, vibrações, agentes biológicos, ergonomia, etc.; • Monitorização e medição do desempenho; • Documentação e registos relativos a SHST. Modelo organizativo A estrutura de segurança ocupacional e medicina no trabalho da SUMA assenta no seguinte modelo organizativo: • Comissão Geral de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (CGSHST) – órgão interno responsável pela coordenação e execução do programa de gestão e segurança, higiene e saúde no trabalho, que funciona na dependência do director-geral da SUMA e membro do Conselho de Administração. relatório de sustentabilidade 2009 164 08 desempenho As principais atribuições desta comissão centram-se no planeamento, coordenação e controlo do programa; na concepção e gestão do sistema de informação dos indicadores de desempenho, proposta das actividades; no encetar as acções internas de divulgação; na sensibilização e formação; e na elaboração do relatório das suas actividades. Este órgão reúne ordinariamente uma vez por mês e extraordinariamente sempre que convocado para o efeito. • Comissões Locais de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho (CLSHST) – estas comissões existem em cada um dos centros de serviços da SUMA, tendo por missão a execução do programa ao nível local. Compõem cada uma destas comissões a chefia dos respectivos serviços e um conjunto de trabalhadores representativos de cada centro. As comissões reúnem ordinariamente uma vez por mês e extraordinariamente sempre que convocadas para o efeito. Formação, sensibilização e comunicação No âmbito do seu plano geral de formação, a SUMA desenvolve um conjunto de acções de formação de higiene e segurança no trabalho para os seus colaboradores. Lei geral e instrumentos de regulamentação colectiva do trabalho As matérias de segurança ocupacional são enquadradas por vários diplomas legais, designadamente o Decreto-Lei nº 441/91, de 14 de Novembro, e a Lei nº 99/2004, de 27 de Agosto, conforme já anteriormente referido a propósito da Mota-Engil Engenharia. Não existindo instrumento de regulamentação colectiva de trabalho com incidência no sector de actividade da SUMA, a Empresa rege-se nesta matéria pela lei geral. No âmbito da segurança e saúde no trabalho da SUMA, apresentamse de seguida alguns indicadores calculados de acordo com as orientações GRI: Rácios de acidentes, doenças profissionais, dias perdidos e absentismo relacionados com o trabalho número de trabalhadores 2115 horas trabalhadas 3.764.911 * Índices calculados de acordo com as fórmulas OIT nº de acidentes trabalho 332 nº de dias perdidos 6.598 taxa de lesões 17,6 taxa de doenças ocupac. 17,6 taxa de dias perdidos 350,5 índice de frequência (if)* 88,2 índice gravidade (ig)* 1,8 relatório de sustentabilidade 2009 165 08 desempenho 1.4 Formação e educação O ano de 2009 foi de continuidade no investimento da actividade formativa, com um reforço significativo nos cursos de formação promovidos directamente pelo departamento de formação. As acções de formação em sala registaram um aumento de 36%, tendo-se contabilizado 1.954 presenças no total de acções realizadas em 2009 (incluindo formação interna, externa e no local de trabalho). Reforçou-se o número de cursos de formação profissional de imagem institucional e relação com o cliente, bem como as acções de formação com temáticas associadas à área de higiene e segurança no trabalho. Este foi também o ano de reforço no Programa de Acolhimento e Reciclagem (PAR). Ao longo de 2009 foi realizado um acompanhamento ao grau de implementação do PAR nos centros de serviço SUMA, o que permitiu introduzir um conjunto de melhorias em diferentes áreas, tais como concepção de conteúdos, metodologias de registo e agilização de processos. Em 2009, a agilização do processo de formação no local de trabalho permitiu recolher o registo da formação de acolhimento de todos os colaboradores admitidos nos centros de serviço, num total de 441 registos contabilizados. Em Dezembro de 2009, a SUMA obteve a renovação da acreditação enquanto entidade formadora, por um novo período de três anos, por parte da Direcção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (ex–IQF). A SUMA manteve todos os domínios de intervenção, tendo a sua oferta formativa crescido de cinco para 10 áreas de formação. Em 2009 realizou-se uma intensa campanha relativa à prevenção e informação sobre Gripe A que abrangeu todos os colaboradores do Grupo SUMA. Realizaram-se também diversas acções de formação no âmbito da saúde, higiene e segurança no trabalho que se traduziram numa maior consciencialização dos trabalhadores face a temas específicos, como a avaliação de riscos profissionais ou utilização de EPI. A avaliação de desempenho é realizada semestralmente pela chefia directa de cada colaborador, através de um ficheiro criado para o efeito. Em 2009, foram realizadas 516 acções de formação, envolvendo 1.954 trabalhadores e um volume de 9.021,5 horas de formação. Refira-se que, face a 2008, houve um acréscimo significativo no número de horas de formação. Número de Horas de Formação por Grupo Profissional Grupo Profissional nº horas nº médio formação horas formação colaborador Praticantes/aprendizes Profissionais altamente qualificados e qualificados 6 2,0 482,5 15,6 Profissionais não-qualificados 1.913,5 1,1 Profissionais semiqualificados 2.328,5 3,8 401 6,1 Quadros médios Quadros intermédios 2.682,5 32,7 Quadros superiores 1.207,5 35,5 Total geral 9.021,5 3,5 relatório de sustentabilidade 2009 166 08 desempenho Número Médio de Horas de Formação por Grupo Profissional 35,5 quadros superiores 32,7 quadros médios 6,1 quadros intermédios 3,8 profissionais semiqualificados 1,1 profissionais não-qualificados profissionais altamente qualificados 15,6 2,0 praticantes / aprendizes 0 5 10 15 20 25 30 35 40 nº médio de horas de formação Como reflectem os gráficos anteriores, foi o grupo dos quadros superiores que registou o maior número médio de horas de formação por colaborador (35,5), seguido dos quadros médios. Em contrapartida, foram os profissionais não-qualificados os que tiveram menos horas de formação, mantendo a tendência do ano anterior. Na SUMA, realizaram-se durante o ano de 2009 diversas acções de formação no âmbito da saúde, higiene e segurança no trabalho que se traduziram numa maior consciencialização dos colaboradores face a temas específicos como higiene e segurança na operação de varredura manual e operação de recolha de resíduos sólidos urbanos – riscos/prevenção. A SUMA desenvolveu ainda um plano de contingência e uma campanha de comunicação interna relativos à Gripe A. 1.5 Diversidade e igualdade de oportunidades A SUMA pratica uma rigorosa política no que respeita à defesa dos princípios de igualdade e não-discriminação, integrando nas suas fileiras homens e mulheres de várias nacionalidades e etnias. Essa política é extensiva a todos os aspectos da vida laboral e envolve uma atitude de tratamento igualitário e de não-discriminação em matérias como recrutamento e selecção de recursos humanos, política salarial, progressão na carreira e todos os demais aspectos atinentes à relação de trabalho. Todos os colaboradores têm à disposição, para consulta, afixada nos seus locais de trabalho, a informação relativa aos direitos e deveres do trabalhador em matéria de igualdade e não-discriminação, nomeadamente a Norma Interna de Recursos relatório de sustentabilidade 2009 167 08 desempenho Humanos – NI_RH_021 – Princípio da não-discriminação, o artigo 22º e seguintes do Código Trabalho, o artigo 33º e seguintes do Código Trabalho; o artigo 66º e seguintes da Lei nº 35/2004, de 29 de Julho, e o Decreto-lei nº 143/99, de 30 de Abril. 08.3.3 grupo mota-engil 1. DIREITOS HUMANOS O Grupo Mota-Engil respeita e promove os Direitos Humanos em todos os contextos culturais, socioeconómicos e geográficos onde opera. Esse comportamento é naturalmente extensivo às práticas do Grupo, quer em matéria de política de investimentos, quer na gestão da cadeia de fornecimento, procurando tornar extensíveis à mesma os princípios por que se rege nas actividades directamente exercidas, designadamente em matéria de saúde e segurança no trabalho. Não se registaram no interior de qualquer das empresas do Grupo situações de discriminação, estando, por outro lado, completamente salvaguardados os direitos associativos do foro laboral, mormente a liberdade de associação e de negociação colectiva, o que corresponde, de resto, a um imperativo de natureza constitucional e legal. Não existem no Grupo quaisquer situações de trabalho infantil ou forçado. Os trabalhadores ou entidades subcontratadas envolvidos em questões de segurança (“security”) de instalações e salvaguarda dos seus bens (não existem no Grupo trabalhadores ou entidades subcontratadas envolvidos em missões de segurança pessoal) respeitam, nas suas interacções pessoais, os direitos legalmente consagrados em cada espaço geográfico onde exercem as suas funções. Refira-se, por último, que o Grupo Mota-Engil não exerce habitualmente actividade em qualquer território onde estejam ou possam estar em causa os direitos das populações ou povos indígenas. 2. SOCIEDADE O Grupo Mota-Engil privilegia de forma muito particular o seu relacionamento com as comunidades locais, avaliando regularmente os impactos ambientais e sociais provocados pelas suas actividades. O Grupo Mota-Engil respeita os mais elevados padrões de ética, nomeadamente os relativos a promoção da concorrência justa e proibição de subornos, pagamentos ilícitos e corrupção, não existindo quaisquer situações a reportar a este nível nem penalizações ou multas decorrentes da incursão em qualquer comportamento ilícito neste âmbito. Em matéria de políticas públicas, o Grupo não toma habitualmente, nem de forma directa, quaisquer posições, nem procede a quaisquer contribuições para organizações políticas. 3. RESPONSABILIDADE PELO PRODUTO A análise dos impactos na saúde e na segurança dos clientes do Grupo Mota-Engil está incorporada nos sistemas de gestão em vigor, em particular na Mota-Engil Engenharia e na SUMA, cujo desempenho é descrito neste relatório. relatório de sustentabilidade 2009 08 desempenho Em matéria de rotulagem de produtos e serviços, não são frequentes os casos em que tal se mostre necessário, atendendo à natureza da actividade desenvolvida pelo Grupo e em particular pelas entidades-objecto de relato do seu desempenho, sendo, porém, providenciadas todas as informações em matéria de rotulagem quando exigidas. Não existiram, em 2009, quaisquer casos de não-conformidade nestas matérias nem quaisquer penalizações associadas, sejam de carácter pecuniário ou outro. A propósito deste tema e em relação às práticas relacionadas com a satisfação dos clientes, as mesmas encontram-se já evidenciadas noutro capítulo deste relatório. Na sua política de comunicação de marketing, o Grupo Mota-Engil cumpre na íntegra as determinações legais em vigor, não existindo quaisquer situações de não-conformidade ou aplicação de sanções a relatar. O mesmo se diga, por último, relativamente ao respeito pelos direitos de personalidade dos clientes do Grupo Mota-Engil, designadamente em matéria de defesa e salvaguarda do seu direito à privacidade na gestão do relacionamento com aqueles, não existindo até à data quaisquer reclamações a registar a este título. 168 09 índice GRI ambição Resultados que projectam a ambição de chegar mais longe relatório de sustentabilidade 2009 170 09 índice GRI perfil capítulo página 1. ESTRATÉGIA E ANÁLISE 1.1 Mensagem do Presidente 1 4a6 1.2 Descrição dos Principais Impactos, Riscos e Oportunidades 2, 5 e 8 8 a 10, 65 a 73, 110 a 168 2.1 Nome da organização 4 22 2.2 Principais marcas, produtos e/ou serviços 4 23 e 24 2.3 Estrutura operacional da organização, incluindo principais divisões, 4 25 2.4 Localização da sede da organização 4 22 2.5 Número de países em que a organização opera e nome dos países em que 4 30 2.6 Tipo e natureza jurídica da propriedade 4 22 2.7 Mercados servidos 4 26 a 30 2.8 Dimensão da organização 4 27 a 29 2.9 Mudanças significativas realizadas, durante o período de elaboração 3 20 e 21 3.1 Período a que se referem as informações 3 12 3.2 Data do Relatório mais recente 3 12 3.3 Ciclo de reporte 3 12 3.4 Contactos para questões relacionadas com o Relatório ou o seu conteúdo 3 12 3.5 Processo para a definição do conteúdo do Relatório 3 13 a 15 3.6 Limites do Relatório 3 13 a 15 3.7 Outras limitações de âmbito específico 3 13 a 15 3.8 Base para a elaboração do relatório no que se refere a “joint 3 15 2. PERFIL ORGANIZACIONAL unidades operacionais, subsidiárias e “joint ventures” as suas principais operações estão localizadas ou são especialmente relevantes para as questões da sustentabilidadecobertas pelo Relatório do Relatório, relacionadas com tamanho, estrutura ou controlo accionista 3. PARÂMETROS DO RELATÓRIO Perfil do Relatório Âmbito e Limites do Relatório ventures”, subsidiárias, instalações arrendadas, operações subcontratadas e outras entidades que possam afectar significativamente a comparabilidade entre períodos e/ou entre organizações relatório de sustentabilidade 2009 171 09 índice GRI perfil capítulo página 3 13 a 15 3 13 a 15 3 13 a 15 9 169 a 175 3 16 4.1 Estrutura de Governo Societário 5 66 a 68 4.2 Indicar se o Presidente do Conselho de Administração também desempenha 5 66 a 68 5 66 a 68 5 66 a 68 5 66 a 68 5 66 a 68 3.9 Técnicas de medição de dados e as bases de cálculos, incluindo hipóteses e técnicas, que sustentam as estimativas aplicadas à compilação dos indicadores e outras informações do Relatório 3.10 Explicação da natureza e das consequências de qualquer reformulação de informações contidas em relatórios anteriores e o motivo da reformulação 3.11 Mudanças significativas em comparação com anos anteriores, no que se refere a âmbito, limite ou métodos de medição aplicados no relatório. Índice do Conteúdo GRI 3.12 Tabela que identifica a localização de cada elemento do Relatórioda GRI Verificação 3.13 Políticas e procedimentos actuais existentes para fornecer verificações externas do Relatório 4. GOVERNO SOCIETÁRIO, COMPROMISSOS E ENVOLVIMENTO DE “STAKEHOLDERS” Governo Societário funções executivas (e, se for caso disso, as suas funções dentro da administração da organização e as razões para tal composição) 4.3 Para organizações com uma estrutura de administração unitária, declaração do número de membros independentes ou não-executivos 4.4 Mecanismos que permitem aos accionistas e trabalhadores fazerem recomendações ao mais alto orgão de governação 4.5 Relação entre a remuneração para membros do mais alto órgão de governação e demais executivos e o desempenho da organização (incluindo desempenho social e ambiental) 4.6 Processos em vigor no mais alto órgão de governação para assegurar que conflitos de interesse sejam evitados relatório de sustentabilidade 2009 172 09 índice GRI perfil capítulo página 5 66 a 68 4.8 Declarações de missão e valores, códigos de conduta e princípios 5 69 e 70 internos relevantes para o desempenho económico, ambiental e social, 6 75 e 76 assim como o estado da sua implementação 4 31, 32 e 45 4.9 Procedimentos do mais alto órgão de governação para supervisionar 5 66 a 68 5 66 a 68 5 69 e 70 5 69 e 70 5 70 4.14 Lista dos principais “Stakeholders” 5 72 4.15 Base para identificação e selecção dos principais Stakeholders 5 70 a 73 4.16 Formas de consulta dos “Stakeholders”, de acordo com a frequência 5 70 a 73 5 70 a 73 4.7 Processo para determinação das qualificações e conhecimento dos membros do mais alto órgão de governação para definir a estratégia da organização para questões relacionadas com temas económicos, ambientais e sociais a identificação e gestão por parte da organização do desempenho económico, ambiental e social, incluindo riscos e oportunidades relevantes, assim como a adesão ou conformidade com normas acordadas internacionalmente, códigos de conduta e princípios 4.10 Processos para a auto-avaliação do desempenho do mais alto órgão de governação, especialmente com respeito ao desempenho económico, ambiental e social Compromissos com Iniciativas Externas 4.11 Explicação sobre se e como o princípio de precaução é tratado pela organização 4.12 Cartas, princípios ou outras iniciativas desenvolvidas externamente de carácter económico, ambiental e social que a organização subscreve ou endossa 4.13 Participação em associações (como federações de indústrias) e/ou organismos nacionais/internacionais Envolvimento de “Stakeholders” das consultas, por tipo ou grupo de “Stakeholders” 4.17 Principais questões e preocupações apontadas pelos “Stakeholders” como resultado da consulta, e como a organização responde a estas relatório de sustentabilidade 2009 173 09 índice GRI Capítulo Mota-Engil Engenharia Páginas SUMA 5. desempenho Económico 8 EC1 EC2 EC3 EC4 EC5 EC6 EC7 EC8 EC9 Ambiental 8 EN1 EN2 EN3 EN4 EN5 EN6 EN7 EN8 EN9 EN10 EN11 EN12 EN13 EN14 EN15 EN16 EN17 EN18 EN19 EN20 EN21 EN22 EN23 EN24 EN25 EN26 117 117 117 117 117 118 118 - 120 120 120 120 120 120 121 - 125 126 e 127 128 e 129 129 e 130 131 131 131 132 133 133 133 133 a 136 136 136 139 139 139 140 140 e 141 141 e 142 142 142 142 143 143 143 143 e 144 144 144 relatório de sustentabilidade 2009 174 09 índice GRI Capítulo Mota-Engil Engenharia Páginas SUMA 136 136 - 144 144 e 145 - 149 e 150 150 150 151 151 154 155 155 155 e 156 156 e 157 148 157 160 161 161 162 162 164 164 165 e 166 165 e 166 159 166 e 167 Direitos Humanos HR1 HR2 HR3 HR4 HR5 HR6 HR7 HR8 HR9 167 167 167 167 167 167 167 167 167 167 167 167 167 167 167 167 167 167 Sociedade SO1 SO2 SO3 SO4 167 167 167 167 167 167 167 167 EN27 EN28 EN29 EN30 Social Práticas Laborais e Relações de Trabalho LA1 LA2 LA3 LA4 LA5 LA6 LA7 LA8 LA9 LA10 LA11 LA12 LA13 LA14 8 relatório de sustentabilidade 2009 175 09 índice GRI Capítulo Mota-Engil Engenharia Páginas SUMA SO5 SO6 SO7 SO8 167 167 167 167 167 167 167 167 Responsabilidade pelo produto PR1 PR2 PR3 PR4 PR5 PR6 PR7 PR8 PR9 167 e 168 167 e 168 167 e 168 167 e 168 167 e 168 167 e 168 167 e 168 167 e 168 167 e 168 167 e 168 167 e 168 167 e 168 167 e 168 167 e 168 167 e 168 167 e 168 167 e 168 167 e 168 relatório de sustentabilidade 2009 anexo - feedback de partes interessadas Anexo – Feedback de partes interessadas Diga-nos o que achou deste relatório! Porque a sua opinião é muito importante para nós, agradecemos o preenchimento do questionário que segue e o seu envio à nossa Direcção de Responsabilidade Social e Sustentabilidade, através do seguinte correio electrónico: [email protected]. O questionário encontra-se disponível para “download” em www.mota-engil.pt. Obrigado pela sua colaboração! 1. Das actividades da Mota-Engil incluídas neste relatório, qual lhe interessa mais? Mota-Engil Engenharia SUMA – Serviços Urbanos e Meio Ambiente, S.A. 2. Além destas actividades, quais gostaria que fossem incluídas no âmbito do próximo relatório? 3. A que grupo de partes interessadas pertence? Clientes Fornecedores Entidades Oficiais (incluindo Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia) Comunidade Local Colaboradores 176 relatório de sustentabilidade 2009 anexo - feedback de partes interessadas 177 Munícipes Accionistas/Investidores ONG Media Outros (especifique, por favor): 4. O que achou deste Relatório no geral e de cada uma das secções consideradas? Opinião geral Visão e estratégia Apresentação e perfil do Grupo Governância, Responsabilidade Social e Gestão do Capital Humano Sistemas de Gestão e relacionamento com “Stakeholders” Investigação e Desenvolvimento e Inovação Desempenho Económico Desempenho Ambiental Desempenho Social Muito Bom 5. Qual a secção do relatório que considerou mais interessante? 6. Há questões que considera importantes e que não foram abordadas neste relatório? Bom Médio Mau relatório de sustentabilidade 2009 anexo - feedback de partes interessadas 178 7. O que achou deste relatório, relativamente aos aspectos abaixo indicados? Muito Bom Conteúdo Nível de detalhe Linguagem Apresentação gráfica Estrutura Facilidade de utilização Apresentação de exemplos 8. Outros comentários Identificação (preenchimento opcional) Nome: Empresa: Função: Bom Médio Mau PROPRIEDADE Mota-Engil, SGPS DESENVOLVIMENTO E COORDENAÇÃO Direcção de Responsabilidade Social e Sustentabilidade TRADUÇÃO Vanda Calado FOTOGRAFIA VMI Corbis CONCEPÇÃO E DESIGN WHITE Brand Services Escritórios Porto www.facebook.com/motaengil Rua do Rego Lameiro, n.º 38 4300-454 Porto tel.:+351 225 190 300 fax:+351 225 191 261 www.flickr.com/photos/mota_engil Escritórios Lisboa twitter.com/motaengil Rua Mário Dionísio, n.º 2 2799-557 Linda-a-Velha tel.:+351 214 158 200 fax:+351 214 158 700 www.youtube.com/motaengilsgps