Jovens participaram da Conferência da Juventude

Transcrição

Jovens participaram da Conferência da Juventude
ANO 3 - Nº 31 • Edição Mensal - Novembro/2015
O Jornal de Santa Rosa de Lima - A Capital da Agroecologia.
Jovens
participaram
da Conferência
da Juventude
Território Rural
Serra Mar
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Santa Rosa de Lima, Novembro/2015, O Ronco do Bugio
TERRITÓRIO
Onde anda a Juventude Rural Serra Mar
Com o objetivo de reconhecer e potencializar as formas de expressão juvenil, combater o preconceito
e subsidiar a elaboração do Plano Nacional de Juventude e Sucessão Rural, foi realizada em Santa
Rosa de Lima, no último dia 10 de outubro, a Conferência de Juventude do Território Rural Serra Mar.
Igualdade e Diversidade; Educação; Território e Mobilidade; Segurança e Paz; Saúde; Direito a
Comunicação; Meio Ambiente; Cultura; Trabalho; Esporte e Lazer; e Participação foram os temas de
debate. Cerca de trinta jovens participaram do evento.
nos de 30 jovens. Duas dezenas deles de
Santa Rosa de Lima, a maioria estudantes do Curso de Licenciatura em Educação do Campo (UFSC), uma dezena de
jovens do município de Rio Fortuna, um
jovem de Anitápolis (também estudante
da EduCampo), outro de Braço do Norte
e outro ainda de Curitibanos. O público se
completava com a mesa de autoridades.
Público na Conferência.
Mudar o território; rejuvenescer os Encantos
A manhã foi preenchida com recepção e credenciamento, solenidade de
abertura e a palestra “As várias formas
de mudar o Território”, proferida por Marta Régis Fogaça, gestora de turismo da
Instância de Governança Encantos do
Sul e gerente do Núcleo de Turismo e Desenvolvimento da ADRAM/Regional Encantos do Sul. Marta falou das inúmeras
oportunidades disponíveis no território e
ressaltou que “as mudanças devem partir daqui, deste território, a partir de cada
um. Temos que nos sentir pertencentes,
fazermos juntos e que sejamos a mudança que nós queremos do mundo”.
Após uma roda de conversa, foi servido o almoço colonial. Depois da pausa para descanso, a tarde foi dedicada
às discussões dos eixos temáticos e a
elaboração das propostas. Embora o
número de jovens tenha sido pequeno,
o nível das propostas reflete a qualidade
dos debates. A partir de onze eixos foram
apresentadas 68 propostas (ver página
ao lado) que servirão de base para a elaboração do Plano Nacional de Juventude
e Sucessão Rural que será lançado pela
presidenta Dilma, em 2016.
As propostas foram levadas à Conferência Estadual, realizada em Lages,
no dia 30, 31 outubro e 1º de novembro.
Foram eleitos delegados titulares para
representar o Território Rural Serra Mar
os jovens Júnior Alberton e Kelli Buss e
delegados suplentes, Halethéa Zacanini
e Antony Josué Corrêa.
Empoderar a juventude
Finalizado o evento, a palestrante
Marta Regis falou à reportagem sobre a
Conferência. Para ela, foi uma oportunidade para: “trazer à tona os anseios dos
jovens e posicioná-los no Plano Nacional de Juventude. Além disso, valorizar
nossos potenciais e, principalmente, empoderar estes jovens que querem resultados imediatos. Seus pleitos são para
agora. Cabe a nós, caminharmos com
eles e vermos como realmente podemos
ajudar”.
Os jovens estão sozinhos
Marta lamenta o número pequeno
de jovens participantes e pondera, “com
isso, vê-se que prefeituras ou entidades..., que ninguém está envolvido com
os jovens. Os jovens estão sozinhos”.
Por outro lado, “diante do todo”, continua,
“a conferência acontecer aqui dentro do
Território está ótimo. Em Santa Catarina
poucos territórios a fizeram”.
Mais de trinta municípios, menos de 30
jovens
Na avaliação dos organizadores a participação de jovens e lideranças foi bem
abaixo da expectativa. Dos 34 municípios
que compõem o Território Rural Serra
Mar, do Litoral até as Encostas da Serra
Geral, participaram do evento pouco me-
Os jovens necessitam de apoio
Luciano Philippi, um dos responsáveis
diretos pela organização da Conferência,
falou à reportagem d’O Ronco do Bugio e
fez um balanço da Conferência. “A baixa
participação dos jovens se dá porque eles
não sabem ainda a importância dessas
atividades para a construção de políticas
públicas”. Para Luciano, a sociedade também embaraça “com ferramentas de anti
valores, como por exemplo a mídia, que
só passa o que é ruim e vai gerando uma
apatia e descrença das coisas. Os jovens
são atingidos de forma direta pela sociedade de consumo e quem trabalha com
estas perspectivas precisa que os jovens
não apareçam, assim continuam sendo
massa de manobras. Eles mantêm os jovens invisíveis para a sociedade”. Luciano defende que os jovens necessitam de
muito apoio, “eles precisam orientação
para acreditar nos valores e ter esperança de um mundo melhor”.
O bom, o belo e o justo
Luciano destaca que os jovens que
participaram da conferência “foram
educados de um outro jeito. Aproveitam oportunidades como o Cedejor, a
EduCampo, a Acolhida, a Agreco. E nós,
juntamente com estes jovens, estamos
fazendo nossa parte na construção do
Plano Nacional da Juventude e Sucessão
Rural. Este plano será apresentado pela
presidente Dilma Rousseff em 2016”. Luciano conclui, “isto é Cidadania. Gerar esperança para os jovens e educá-los para
o desenvolvimento de valores e virtudes,
o bom, o belo e o justo”.
Os jovens não sabem a importância
Leandro Assing, jovem, estudante
do EduCampo e membro da comissão
organizadora da Conferência, também
concedeu entrevista ao Ronco e avalia
os resultados. “A participação não foi de
forma expressiva, muito pelo contrário,
tivemos poucos jovens envolvidos. Mas
não foi por falta de convite. Passamos
convidando nas turmas do Ensino Médio,
divulgamos nas rádios, jornais, internet,
facebook, email, WhatsApp. Convidamos
diversas entidades do território, prefeituras, secretarias de juventudes, Epagri,
Amurel. A divulgação foi feita de forma
bastante ampla, no entanto não tivemos
a participação que esperávamos.
O jovem compactua a mesma opinião dos organizadores. “Penso que os
jovens do nosso território não possuem o
conhecimento e discernimento do quanto eventos desse porte são importantes
para a vida deles”. Leandro pondera que
os jovens não têm interesse em participar porque “moram numa região muito
privilegiada”. “Temos acesso a muitas
coisas sem precisar “brigar” por isso.
Vivemos em um território bastante evoluído social e economicamente, diferentes de outros lugares do Brasil, onde os
jovens precisam ir às ruas para conseguir
direitos, benefícios que nós temos facilmente aqui”.
Tem muita coisa boa
Para o jovem, as palestras foram
“bem interessantes”. “Vimos como o nosso território é rico em cultura, belezas
naturais, turismo, infraestrutura e desenvolvimento. Uma região onde se encontra
tudo que se precisa, seja para viver, trabalhar ou descansar. Nos fez refletir sobre a
região e nos ensinaram a valorizar o que
temos por perto. Afinal, tem muita coisa
boa acontecendo que não conseguimos
enxergar”.
Temos que construir nosso futuro
Na opinião de Leandro, “o ponto mais
forte” da Conferência foi o debate e a
elaboração das propostas. “Foi uma tarde bastante produtiva, que se estendeu
mais que o programado. A intenção era
finalizar às três da tarde, mas os debates
estavam tão ricos que esticamos até às
cinco”.
O jovem cita uma frase, dita na Conferência pelo Secretário Municipal de Juventude Joel Vandresen, que lhe chamou
atenção, “Sempre falam que a juventude
é o futuro. A Juventude não é o futuro, é o
presente”, e com isso completa, “não podemos deixar que outros decidam o que
é melhor para nós. Sabemos o que precisamos e o que queremos e devemos lutar
para que sejamos ouvidos”. Para Leandro
é fácil dizer que os jovens são o futuro.
“Mas quando será esse futuro? Por isso
precisamos aproveitar as oportunidades
que temos hoje e construirmos nosso
futuro”.
Santa Rosa de Lima, Novembro/2015, O Ronco do Bugio
Eixos de debate e propostas
I EIXO: DIREITO À CIDADANIA, À PARTICIPAÇÃO SOCIAL E POLÍTICA E À REPRESENTAÇÃO JUVENIL
1- Promover que cada município tenha
uma secretaria da juventude e um conselho
de juventude e dotação orçamentária própria;
2- Incentivar a participação juvenil na
representação política brasileira, seja a nível
municipal, estadual ou federal;
3- Promover seminários com os prefeitos das Secretarias de Desenvolvimento Regional – SDR, com objetivo de apresentar a
eles as demandas e propostas da juventude;
4- Criação de um fundo municipal para
as Secretarias de Juventude;
5- Facilitar o acesso dos jovens às políticas públicas, como moradia, educação,
saúde, lazer, cultura, geração de trabalho e
renda, crédito e Assistência Técnica e Extensão Rural – ATER.
II EIXO: DIREITO À EDUCAÇÃO
1- Fortalecimento da Pedagogia da Alternância como proposta para a Educação;
2- Potencializar estratégias de formação
de nível médio, pós-médio e técnico para os
jovens;
3- Repensar o currículo da educação
para atender as necessidades e demandas
dos jovens de municípios rurais;
4- Fortalecer e ampliar as EFA (Escola
Família Agrícola) para todos os municípios;
5- Levar o conhecimento acerca da Educação do Campo à população nacional;
6- Fortalecer e criar cursos voltados à realidade da região nos Centros de Educação
Profissional (CEDUP);
7- Ampliar e fortalecer a formação de
professores tendo em vista a Educação do
Campo nas escolas;
8- Implantar a Educação do Campo em
todas as escolas dos territórios rurais;
9- Garantir, na alimentação escolar, os
30% provenientes da agricultura familiar e
ampliar o exigido em lei a participação dos
municípios e estados.
III EIXO: DIREITO À PROFISSIONALIZAÇÃO, AO TRABALHO E À RENDA
1- Fortalecer os mercados institucionais e retomar urgentemente o Programa
de Aquisição de Alimentos – PAA, na modalidade Doação Simultânea, com foco na agricultura familiar, povos tradicionais e quilombolas. E ampliar os valores por Declaração
de Aptidão ao Pronaf – DAP. Estimulando a
juventude na produção de alimentos e a sucessão rural;
2- Permitir que cada território (dos 239
registrados e reconhecidos no Brasil) possua uma chamada pública de Assistência
Técnica e Extensão Rural – ATER, focado no
trabalho com a juventude;
3- Fortalecer o Pronaf Jovem;
4- Realizar o zoneamento regional a fim
de facilitar o acesso ao crédito fundiário;
5- Ampliar e permitir o acesso à realização de cursos, como o Pronatec e Pronacampo, voltados à Agricultura Familiar para
os territórios e gerenciados pelas organizações (associações, cooperativas, etc.) da
Agricultura Familiar;
6- Criação de cursos de capacitação
como, por exemplo, nota fiscal eletrônica, a
fim de permitir maior domínio dos recursos
tecnológicos e facilitar a vida dos agricultores, em especial, dos jovens agricultores.
IV EIXO: DIREITO À DIVERSIDADE E À
IGUALDADE
1- Promover intercâmbios entre os povos e comunidades tradicionais com a finalidade de troca de experiências e vivências;
2- Construção e divulgação de materiais
audiovisuais sobre as diversidades dos territórios e regiões, a fim de promover o turismo
e a valorização dos povos, das culturas, etc.;
3- Promover acampamentos de juventude buscando a interação, o conhecimento e
o respeito as diversidades (cultural, dos povos, etc.) dos territórios;
4- Promover campanhas, a nível nacional, contra o preconceito e a discriminação
de negros, índios, LGBTTI e demais.
V EIXO: DIREITO À SAÚDE
1- Incluir temas como: consumo de álcool, tabaco e outras drogas; e a saúde sexual
e reprodutiva, nos planos e projetos de educação nas escolas;
2- Ampliar e promover parcerias com as
unidades de saúde, em especial a Estratégia
Saúde da Família – ESF, para a continuação
do programa Saúde na Escola;
3- Realizar campanhas nacionais de
conscientização e prevenção das doenças,
voltadas ao cuidado com o corpo;
4- Desenvolver projetos nas escolas e
universidades de regaste dos saberes populares, em especial das plantas medicinais;
5- Promover estratégias para combater
o uso a curto, médio e longo prazo dos agrotóxicos;
6- Fortalecer nas escolas o consumo
saudável (sabor e saber);
7- Implantar projetos e programas que
possibilitem o regaste dos conhecimentos e
da produção própria de sementes e alimentos da Agricultura Familiar.
VI EIXO: DIREITO À CULTURA
1- Promover e apoiar os grupos de danças tradicionais;
2- Levar o cinema ao campo para todos
os municípios do Brasil;
3- Promover pontos de cultura nos municípios;
4- Implantar museus e casas de cultura
nos municípios;
5- Estimular a criação de grupos de artesanatos, a fim de preservar os conhecimentos sobre os trabalhos manuais locais,
regionais, territoriais;
6- Ampliar programas de incentivo à
leitura, como as bibliotecas itinerantes nos
municípios;
7- Oportunizar, aos jovens, aulas de teatro, cursos de danças e opções de lazer.
VII EIXO: DIREITO À COMUNICAÇÃO E À
LIBERDADE DE EXPRESSÃO
1- Fornecer a todos os municípios do
território nacional acesso à internet e telefonia móvel;
2- Incentivar e promover programas voltados à juventude nas rádios comunitárias
das cidades;
3- Implantar cursos e salas de informática nos municípios a fim de permitir o acesso
à tecnologia, aos jovens e a população;
4- Elaborar vídeos sobre diversos temas
envolvendo os territórios rurais existentes no
Brasil;
5- Incentivar e divulgar os municípios
com potenciais, a nível nacional, com espaços para realização de filmagens de televisão, filmes, propagandas, entre outros;
6- Garantir a neutralidade da rede (internet); a liberdade de expressão; e o combate
ao discurso de ódio no ambiente virtual.
VIII EIXO: DIREITO AO DESPORTO E AO
LAZER
1- Fornecer suporte, estruturas e equipamentos as escolas, a fim de promover os
diferentes esportes e a atividade física;
2- Oportunizar aos profissionais que
orientem a população à prática de esportes
e demais atividades físicas;
3- Apoiar a nível municipal, estadual e
federal, as práticas esportivas existentes no
país;
4- Promover Políticas Públicas apoiem
as atividades de lazer público, como shows,
festivais, campeonatos, entre outros.
Diretor: Sebastião Vanderlinde
Diretora: Mariza Vandresen
Estrada Geral Águas Mornas, s/n.
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Santa Rosa de Lima - SC.
Redação: (48) 9621-5497
Comercial: (48) 9944-6161
E-mail: [email protected]
IX EIXO: DIREITO À SUSTENTABILIDADE E AO MEIO AMBIENTE
1- Promover campanhas a fim de conscientizar a população sobre a importância
de separar os resíduos sólidos. E realizar a
instalação de lixeiras identificativas nos municípios;
2- Implantar política reversa (logística
reversa) nas empresas;
3- Desenvolver programas e projetos de
incentivo as energias renováveis no Brasil;
4- Criar, incentivar e implantar programas de preservação do conhecimento em
relação a agrobiodiversidade das sementes
crioulas no Brasil;
5- Incentivar e implantar nos municípios
o paisagismo produtivo e a viveiragem, a fim
de promover o embelezamento e a sustentabilidade;
6- Promover o turismo agroecológico integrado no território;
7- Implantar formas de pagamento pelos serviços ambientais promovidos pelos
agricultores familiares que cumprirem com
as regras de preservação do novo Código
Florestal Brasileiro.
X EIXO: DIREITO AO TERRITÓRIO E À MOBILIDADE
1- Proporcionar a obtenção da Carteira
Nacional de Habilitação – CNH, aos 16 anos
de idade, válida por 2 anos. Após completar
18 anos de idade, com histórico que comprove e garanta a boa conduta, seja possível
obter a CNH definitiva.
2- Criar os Comitês Territoriais de Juventude, nos Colegiados de Desenvolvimento
Territoriais.
3- Promover programas de parcerias entre os poderes públicos municipais e estaduais, a fim de garantir a infraestrutura das malhas viárias municipais e estaduais; 4- Criar
espaços de passeios públicos (calçadas) e
ciclovias nas ligações intermunicipais;
5- Realizar a sinalização informativa nos
municípios;
6- Garantir acessibilidade aos diferentes
espaços;
7- Promover programas de consórcios
entre municípios, a fim de diminuir os custos
com pavimentações asfálticas;
8- Permitir o acesso as Políticas Públicas voltadas à agricultura e juventude rural
através dos territórios rurais existentes no
Brasil;
9- Fortalecer o turismo integrado.
XI EIXO: DIREITO À SEGURANÇA PÚBLICA
E AO ACESSO A JUSTIÇA
1- Implantar programa que vise à reestruturação agrária no país;
2- Realizar Políticas Públicas justas aos
povos atingidos por barragens;
3- Fortalecer e ampliar os programas de
reabilitação de menores infratores.
Outras questões apontadas pelos jovens, que devem ser discutidas a nível nacional, são referentes aos movimentos de
temas estratégicos para o país e que geram
impacto sobre a vida da juventude: 1. Movimento da preservação da água; 2. Movimento para o melhor uso dos recursos naturais;
3. Movimento contra a redução da maioridade penal;
4. Movimento contra a lei da terceirização (o projeto de lei 4330/2004, que regulamenta contratos de terceirização no mercado de trabalho);
5. Movimento contra o Projeto de Lei
4148/08, do deputado Luis Carlos Heinze
(PP-RS), que acaba com a exigência do símbolo da transgenia nos rótulos dos produtos
com organismos geneticamente modificados (OGM), como óleo de soja, fubá e outros
produtos derivados.
Fundado em
10 de maio de 2013,
dia do 51º aniversário
de Santa Rosa de Lima
Jornalista Responsável e Editora: Mariza Vandresen
Diretor-executivo (Circulação, Comercial, Financeiro, Publicidade e
Planejamento): Sebastião Vanderlinde
Colaborador (voluntário): Wilson (Feijão) Schmidt
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COMUNIDADE
NOVA FÁTIMA
Rafael May | Marieta Oenning Bittencourt
Jantar Dançante
Como de costume, todos os anos, no mês de outubro, nossa comunidade realiza uma festa. O objetivo é lembrar a última aparição de Nossa Senhora de
Fátima.
Neste ano foi organizado um jantar dançante, que
aconteceu no último dia 24.
Embora não seja costume “tirar prendas” nesta
comemoração, algumas pessoas fizeram doações
espontâneas.
O baile estava bem animado. Os que gostam de
dançar, tiveram música até as duas da manhã.
Os organizadores agradecem mais uma vez a colaboração da equipe e a presença dos convidados.
Chuva de granizo
Na tarde do último dia 15 de outubro, algumas regiões da nossa comunidade foram atingidas por chuvas de granizo. A primeira pancada veio por volta das
13:30 horas, com pedras pequenas. Uma chuva que
durou cerca de dez minutos e deixou muitos gramados esbranquiçados por miudinhas pedras de gelo.
Meia hora depois, outra pancada, desta vez com
pedras bem maiores. Passados alguns minutos, mais
uma, também com enormes pedras. Algumas propriedades tiveram danos nos telhados. Felizmente,
não houveram grandes prejuízos.
Aos grandes mestres
No dia 15 de outubro comemoramos o Dia do Professor. Claro que muita gente já sonhou um dia ser
professor. Muita gente na infância também já brincou
de “escolinha”, de ser o “mestre”. Pena que poucos tenham seguido a carreira e pena que poucos tem essa
belíssima vocação de ensinar.
Por isso, tiramos o chapéu ao professor que tem
a vocação como alma. Isso é uma grandeza singular.
A ti professor, queremos dizer que a tua sabedoria é
tecida pela vida. Mesmo não sendo valorizado, são
anos de trabalho árduo, dedicação incansável, ensinamento, persistência. Acima de tudo, uma incansável luta por um amanhã melhor para os teus alunos,
para o teu país, para o mundo. Sabemos que ouves
o teu coração e assim segues sempre, confiante nas
sementes que plantastes.
Parabéns a todos estes professores!
O Ronco do Bugio é uma publicação mensal da Editora O ronco
do bugio. Só têm autorização para falar em nome do O Ronco do
Bugio os responsáveis pela Editora que constam deste expediente.
Diagramação e Arte: Qi NetCom - Anselmo Dandolini
Distribuição: Editora O Ronco do Bugio
Tiragem desta edição: 1000 exemplares
Circulação: Santa Rosa de Lima (entrega gratuita em domicílio). Dirigida, também, a prefeituras, câmaras e veículos de comunicação
do Território das Encostas da Serra Geral e a órgãos do Executivo e
Legislativo estadual e federal.
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Santa Rosa de Lima, Novembro/2015, O Ronco do Bugio
COMUNIDADE
RIO DO MEIO
Ana Beatriz Kulkamp | Diana Kulkamp | Karine Neckel
Santa Catarina em festa
Os moradores de Santa Catarina convidam
você e sua família para participar da grandiosa festa em honra a padroeira da comunidade,
Santa Catarina. O evento será realizado no dia
22 de novembro de 2015.
Programação:
10h00min - Missa
12h00min - Almoço
13h00min- Início do torneio de futebol de salão na grama.
Valor da inscrição R$ 100,00 por
equipe
Premiação:
O prêmio será percentual ao valor
total arrecado nas inscrições.
Aos ganhadores:
1º Lugar: 25%
2º Lugar: 20%
3º lugar: 10%
Aos perdedores:
1º Lugar: 15%
2º Lugar: 10%
Durante todo o dia, serviços de bar
e lanchonete.
Contamos com sua presença para
alegrar ainda mais nossa festa.
Juventude e Sucessão rural
Foi muito legal participar da Conferência
Territorial de Juventude do Território Rural
Serra Mar em Santa Catarina, que aconteceu
em Santa Rosa de Lima, no último dia 10 de
outubro.
Durante todo o dia discutimos diversos assuntos relacionados diretamente a juventude.
Foi muito bom poder colocar nossas ideias e
nossos anseios.
Estamos bem contentes, pois colaboramos na construção e no fortalecimento da Política Nacional de Juventude. Nossas propostas servirão para compor o Plano Nacional de
Juventude e Sucessão Rural que será lançado
em 2016 pela presidenta Dilma Rousseff.
Por: Jane C. Smith e Mariza Vandesen
Nesta edição queremos dar destaque a belíssima Araponga. Ave
símbolo do Estado de Santa Catarina que está na Lista Vermelha da
União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Classificada como uma espécie Vulnerável
- Ameaçada de Extinção, a ave está
na Lista Vermelha por dois fatores
principais: ser procuradíssima pelo
“mercado das gaiolas”, por causa de
seu canto e coloração característicos e a crescente destruição de seu
habitat natural.
Araponga
Também conhecida como Ferreiro ou Ferrador, a Araponga é uma
ave da Família cotingidae. Significativamente importantes, as aves
pertencentes e essa família estão
entre as mais eficientes disseminadoras das plantas cujos frutos se
alimentam. Isso porque, ao passar
pelo trato digestivo destas aves, as
sementes têm seu poder germinativo maximizado.
Preservar a Araponga em seu
habitat natural é mais que preservar
uma ave, é preservar a biodiversidade.
Se nada fizermos esta ave está
fadada a extinção. Vamos proteger
a Araponga. Não vamos deixar que
o “mercado das gaiolas” e o habitat
seja destruído. Não podemos perder
esse patrimônio.
Curiosidades
O nome científico da Araponga
Araponga macho e araponga fêmea. (imagens da internet)
Procnias nudicollis significa: (do grego) prokinas = personagem da mitologia que se transformou em andorinha; (do latim) nudus, nudis = nu,
sem penas; e collis = pescoço, “ave
que possui o pescoço sem penas”.
Identificação
A Araponga é de fácil identificação. Possui a cabeça achatada,
boca alargada e ampla e bico curto.
Os machos são inteiramente brancos, exceto a cabeça e garganta que
são nus e de cor verde acobreada,
onde se implantam raras cerdas
pretas. O bico é preto e pés pardos
e tem em média 27 cm.
A fêmea adulta tem a parte superior verde oliva, com a cabeça cinza
e a parte inferior amarela com es-
trias amarelo esverdeado e cinzento, a garganta é cinzenta, onde entremeiam-se estrias negras, possui
tamanho menor que o macho.
Hábitos
Alimentam-se de frutas, bagas
suculentas e insetos. O macho elege certos galhos de árvores, que
são usados por muitos anos, para
sua cerimônia de canto, que pode
atrair várias fêmeas. Seu canto é
um estridente grito agudo e metálico (tééinn), lembrando o som de um
ferreiro batendo o martelo em uma
bigorna.
Informações:
[email protected]
ou pelo fone: 9621-5497
Campanha Recicle CDL na escola
A CDL/Anitápolis, com apoio do NDL/Santa Rosa de Lima e da Secretaria Municipal de Educação, este ano, aderiu ao concurso nacional Recicla CDL na Escola. Voltado para estudantes do 1º ao 9º ano,
matriculados na rede municipal de ensino. Dividido nas categorias,
Desenho e Redação, os estudantes foram desafiados a soltar a imaginação sobre o tema: Se você tivesse superpoderes, o que você faria para a preservação do Planeta?
Premiação: Os primeiros colocados receberão um kit escolar contendo mochila, caderno, estojo de lápis, canetas, bonés e camisetas.
A premiação será entregue aos ganhadores no dia 4 de dezembro,
no Ginásio Municipal, a partir das 8:00 horas.
Santa Rosa de Lima, Novembro/2015, O Ronco do Bugio
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Santa Rosa de Lima, Novembro/2015, O Ronco do Bugio
CULTURA
O sonho de dançar na Oktoberfest
foram intensificados nas últimas
quatro semanas antes da apresentação. Eram dois, por semana.
“Na quinta, de uma da tarde até às
duas. E à noite, ensaios com duração de até duas horas e meia. ”
Edson conta que foi bem exaustivo.
“Eu, que sou jovem, cansava. Imagina eles”. “Sorriso, posição de entrada, cabeça, alinhamento... Foi tudo
corrigido, nas últimas semanas”.
Grupo Terceira Idade do Gemüsefest volkstanzgruppe em Blumenau.
Desde o momento em que foi
convidado para assumir a coordenação do Gemüsefest volkstanzgruppe, Edson (Mentira) Baumann
tinha um sonho: levar o grupo de
dança da Gemüsefest para a maior
festa alemã das américas, a Oktoberfest. “Tarefa que parecia impossível”, como ele conta.
A realização se tornou mais
próxima quando o jovem participou, no início deste ano, de uma
formação para instrutores de dança alemã, na cidade de Blumenau.
Aquelas despesas foram custeadas pela Prefeitura de Santa Rosa
de Lima, na qual ele é funcionário.
Lá, Edson conheceu os responsáveis pelas apresentações de
dança na Oktoberfest. “Perguntei
qual a possibilidade de nós dançarmos, falei do grupo e eles ficaram
interessados”. “Depois disso, fomos conversando, trocando ideias,
músicas. De repente...”, entusiasma-se Edson, “veio o convite para
irmos dançar lá! Na Oktober!!! Dois
grupos: Adulto e Terceira idade”.
Fazer conhecer um município de
raízes alemãs na maior festa germânica
As categorias escolhidas são
compostas por seis e oito casais,
respectivamente. A dificuldade
de Edson seria levantar recursos
para levar os 28 dançarinos até a
Blumenau, distante 338 quilômetros. A primeira e óbvia alternativa
foi buscar apoio na administração
municipal. Afinal, o grupo de dança
pertence ao patrimônio cultural de
Santa Rosa de Lima e é mantido
com recursos públicos. Para convencer os apoiadores, Edson se
valeu de um bom argumento: “divulgar o município de Santa Rosa
de Lima e nossa cultura na maior
festa alemã das Américas”.
Parcial... limitado... cortado em
capítulos
Sim, a prefeitura aceitou levar.
Mas, apenas, uma categoria: a
Adulto. Para Edson ficou a difícil incumbência de comunicar ao grupo
recusado. Não imaginava ele, que
teria o apoio dos “excluídos”. “Eu falei para os idosos e eles decidiram
pagar, por conta própria”.
Tudo certo? Mais um triste
anúncio. A prefeitura decidira cortar gastos. “E uma das medidas foi
não viabilizar a viagem, que parecia
confirmada, do Adulto. Lá foi Edson
comunicar a triste notícia “Antes
que se criasse muita expectativa
do grupo’, eles disseram”. Edson
recorda: “O grupo já sabia que ia.
Então, ficar de fora foi muito frustrante para eles”.
Uns R$500 por casal
O casais da melhor idade queriam “representar Santa Rosa” de
qualquer jeito e mantiveram sua
disposição de pagar para ir divulgar
o município. Edson articulou tudo:
transporte, hotel, alimentação. Fretou um micro-ônibus, “mais confortável”, com 25 lugares. A lotação
foi completada com mais meia
dúzia de acompanhantes. “Foi uma
forma de aliviar os custos”, disse
o responsável pelo Gemüsefest
volkstanzgruppe.
Cada casal desembolsou, inicialmente, R$ 330,00. Sabiam que
a alimentação não estava incluída.
Assim, a maioria acabou gastando
em torno de R$500,00. “Eles compraram presentes, comeram bem
e, é claro, tomaram ‘alguns’ chopes”, conta Edson.
Intensivo e exaustivo, para representar bem
Os ensaios das duas coreografias que seriam apresentadas
Em Blumenau e na Vila Germânica
O responsável pelo grupo de
dança estava ansioso com a viagem. “Foi a primeira vez em que
viajávamos para tão longe. E era a
nossa primeira apresentação lá na
Oktober”. Ele conta que o tempo do
percurso e a ansiedade foram amenizados com rodas de chimarrão,
músicas, cantorias, piadas e muitas brincadeiras.
Na chegada ao hotel, após se
acomodarem, se prepararam para
passear na Vila Germânica. Assistiram ao desfile, que acabou sendo
interno, devido às grandes chuvas
que assolavam a região. Visitaram
lojas de artesanato, saborearam
culinária típica alemã, assistiram e
se mexeram ao som das bandas.
Às dez horas, toque de recolher e
retorno ao hotel.
O grande dia
Na manhã seguinte, após o
café e a organização das bagagens, o grupo retornou à Vila Germânica. Era o dia da grande apresentação. O evento era exclusivo
para apresentações de grupos da
terceira idade. Rio de Janeiro, Santa Rosa de Lima, São Bonifácio e
Blumenau estavam representados.
Estima-se que cerca de cinco mil
pessoas estavam no pavilhão. Três
emissoras de televisão cobriam, ao
vivo, o evento. “O tio Adolfo e a tia
Deta deram entrevista. Em outro
momento, fomos chamados por
uma emissora para ser fundo na
abertura da matéria. Teve bastante
destaque”, anuncia Edson. “Foi fantástico! No desfile interno de brasões, Seu Lindolfo Assing e Dona
Rainilda desfilaram por Santa Rosa
de Lima, representando o município e o grupo de dança”.
Leve como em um ensaio
“Era um sonho meu e de todo
mundo dançar na Oktoberfest.
Quando tu entras pela primeira vez,
dança e sai tudo perfeito: posição
e alinhamento perfeito, todo mundo sorrindo sem nada dar errado”.
Edson completa com a voz embargada, “com os aplausos de umas
cinco mil pessoas de pé! “Tem que
ser forte para não chorar”.
O jovem respira fundo e continua, “é muita emoção! Eu estava
bem nervoso. Tinha que dar tudo
certo. Tínhamos que garantir a
vaga para a próxima vez. Entramos
com aquele sorriso, com aquela
calma. Eu só me dei conta que estava dançando na Oktoberfest, na
segunda música. Aí caiu a ficha.
Foi lindo! Todo mundo acertando
a coreografia perfeitamente. Me
emocionei. Chorei. Foi fantástico!
Olhar o grupo e ver a nossa melhor
idade ali representando Santa Rosa
de Lima com um sorriso. Dançaram ‘leves’, como se fosse apenas
mais um ensaio”.
Somos uma família
Para Edson esta realização foi
consolidada com muita dedicação,
“minha e do grupo. Não é fácil se
apresentar na Oktoberfest. Tem
uma certa pressão para tu entrares. Mas depois de se apresentar
lá, com certeza outros convites virão”. O grupo já foi convidado para
se apresentar na Oktober em 2016.
O jovem diz que “não é um instrutor”. “Eu sou um integrante, igual
a eles. Talvez com mais responsabilidade. Mas todo mundo dá palpite, dá ideia. Saímos juntos, fazemos jantares juntos... Criou-se um
laço de amizade muito forte. Nós
chegamos ao consenso de que
somos uma família. Por isso, nós
conseguimos estar lá. E claro, eu
particularmente agradeço e compartilho esta conquista também
com o Celso [Heidemann] que me
deu esta oportunidade, há cinco
anos, quando me convidou para
coordenar o grupo”.
Santa Rosa de Lima, Novembro/2015, O Ronco do Bugio
7
Meine Meinung Minha Opinião
Wilson Feijão Schmidt
Auf Wiedersehen
Começo, nesta edição d’O Ronco, minhas despedidas do privilégio de
ser (e de ter sido) lido por uns poucos santarosalimenses.
Um tributo
Como todos devem estar lembrados, colocar minha
“pena” ao serviço do município
teve início com um pedido do
nosso eterno e querido Odair
Baumann. Bastante doente, ele
me pediu que assegurasse a
continuidade da coluna que ele
inaugurou e manteve em um
jornal regional. Não preciso lembrar, o que custaram, ao “Oda”,
os sacrifícios e represálias que
ele sofreu, durante um bom tempo, em função da independência
e da correção que ele assegurou
àquele espaço de Santa Rosa
de Lima na mídia do vale do Rio
Braço do Norte.
A ruptura unilateral, por “grana”, e a sua consequência
Tempos depois disso, o pequeno jornalista, proprietário
daquele jornal regional, aceitou
a chantagem do novo mandante
do poder público municipal de
Santa Rosa de Lima e, em troca
de trinta dinheiros (que, como
era esperado, ele não recebeu),
cortou a minha colaboração.
Naquele período, eu já avaliava que Santa Rosa de Lima merecia seu próprio jornal. Desafiei,
portanto, a jornalista do município e lideranças locais a editar e
distribuir um jornal comunitário
em todos os domicílios de todas as comunidades santarosalimenses. Um jornal, como
está na capa da primeira edição,
“feito na comunidade, pela comunidade, para a comunidade.
Um jornal cujo objetivo principal
é a informação, mas que trabalhará sempre na perspectiva da
formação de seus leitores”. Um
jornal de Santa Rosa de Lima,
“pensado como um bem cultural
voltado aos santarosalimenses”.
Com data de validade. Ou, fui
apenas um “jornalista iogurte”
Quando fiz tal desafio, me
coloquei à disposição para contribuir com o Canal SRL. Deixei
claro aos “minhocas” (os que
são da terra), que esse “estrangeiro” (como insistem meus detratores) só contribuiria até final
de 2015. Por que essa data?
Porque meus planos eram de,
a partir de janeiro de 2016, viver pelo menos um ano fora do
Brasil. O tempo passou e esses
planos mudaram, especialmente pelo maravilhamento trazido
pela companhia e pelo afeto do
meu neto Rodrigo. A decisão em
relação ao jornal, contudo, se
manteve e se mantem. Sempre
afirmei aos meus parceiros essa
decisão, em nome de um princípio: o jornal é de Santa Rosa de
Lima e dos santarosalimenses.
E não pode e não deve precisar
de mim.
Uma pequena história, com
bom material a ser guardado
para pesquisas e reflexões
Revendo as 31 edições do
agora O Ronco do Bugio, creio
que o desafio foi positivo e que
o resultado é enorme e muito
significativo. Faço questão de
lembrar um trecho do Editorial
de chegada do Jornal de Santa
Rosa de Lima:
O Canal SRL veio para servir
melhor ao interesse dos leitores
de Santa Rosa de Lima. Isso não
significa querer ser simpático
com todo mundo. Isso não quer
dizer que, para não ser tachado
de chato ou de criador de casos,
o jornal irá tolerar o intolerável e
aceitar o inaceitável. É preciso
que o jornal estimule uma postura crítica. É importante que
contribua para transformar. [...]
Nossa lealidade é com a sociedade santarosalimense e não
com a opinião pública dominante. Os interesses da sociedade
são permanentes e são diferentes daqueles dos que ocupam o
poder e procuram, a partir dele
e por diversos meios, moldar a
opinião pública.
Por isso, o Canal SRL buscará constantemente a independência dos poderes locais
e tratará sempre de se apoiar
nas empresas de pequeno porte
que marcam a economia santarosalimense, assim como na
sociedade civil organizada do
município.
O resultado dessa trajetória
é a própria mudança de nome.
Foram os leitores que a impuseram. Porque eles só se referiam ao jornal como “O Ronco”.
Em outra parte do Editorial, os
responsáveis pelo jornal, afirmavam:
Como os donos dos veículos
de comunicação buscam, a qualquer preço, a audiência, a publicidade e, sobretudo, o dinheiro,
a informação acaba distorcida.
Na verdade, a maioria das novidades veiculadas pela imprensa
está no grau zero da informação. As partes normais da vida
são omitidas das notícias justamente porque são normais.
A Editora O ronco do bugio e o
Canal SRL sabem que a maioria
das coisas que acontecem aqui
em Santa Rosa de Lima são rotineiras. Julgam, no entanto, que
vale a pena escrever sobre elas.
Há quem me diga que tem
guardadas todas as edições do
jornal. E eu, com pouca modéstia, digo que a coleção vale a
pena, porque é um bom retrato
da história do município.
Minha tentativa de contribuição: o Patrimônio
Pois bem, em trinta edições
d’O Ronco, eu assegurei a sessão Patrimônio Santarosalimense, valorizando homens e mulheres do município, suas histórias
e lições de vida, seus conhecimentos tradicionais, que vão
se perdendo, sem que ninguém
faça nada. Há dias, vendo um
filme sobre os índios brasileiros,
uma fala do jornalista Washington Novaes me chamou a atenção. Ele dizia mais ou menos o
seguinte: “O índio se basta. Ele é
autossuficiente. Ele sabe fazer
tudo o que vai precisar ao longo
da sua vida. Sabe fazer a casa
dele. Sabe fazer a roça dele;
sabe plantar e colher. Sabe fazer
os instrumentos de trabalho que
precisa: o arco, a flecha, a canoa.
E sabe fazer a esteira e a rede,
para descansar. Sabe identificar
as espécies no ambiente que
servem de alimento ou de medicamento”. Isso me fez pensar
nos velhos e sábios santarosalimenses, a maioria descendentes do colono “branco”, alemão,
que eu tive o privilégio de entrevistar e de aprender com eles.
Pergunto aos jovens leitores:
o que vocês sabem, hoje, disso
tudo? Sabem, até, procurar na
internet sobre todas as coisas.
Mas, fazer, criar, construir... Isso
é outra coisa!
Por isso, conversem com os
idosos. Valorizem os conhecimentos deles. Peçam às escolas situadas no município para
que os idosos sejam convidados
a contar as vivências deles e façam verdadeiras aulas magnas
de história e de cultura.
Minha contribuição – a Meine
Meinung
Ser colunista de opinião é
sempre difícil. Ainda mais em
um município em que tudo é
transformado em um Fla X Flu,
onde há pouco espaço para a reflexão e para o bom senso. Essa
polarização em dois “lados” fabrica “fanáticos” e “torcidas”. E
não cidadãos que se posicionam com base em argumentos.
O pior é que não são as práticas
que separam os dois lados. Ao
contrário, do ponto de vista da
anti-cidadania, eles são muito
parecidos.
Talvez, as minhas opiniões
tenham sido responsáveis pelo
atual “manda-chuva” local pressionar pequenos comerciantes
para não anunciar no jornal do
município. Fez e faz isso, especialmente, com quem é ou
pretende ser fornecedor da administração pública. Talvez tenha sido o medo do que iria ser
escrito nesse jornal que fez o
“manda-chuva” atual gastar muito dinheiro dos santarosalimenses para sustentar um folheto
de propaganda do município
de origem dele (que também é
“estrangeiro”), desde que aquele “panfleto” só dissesse coisas
agradáveis e publicasse fotos
em que só aparecesse quem,
para ele, deveria aparecer.
Meu objetivo era contribuir
para a reflexão. Sinceramente,
anos depois, somando a experiência em dois jornais, creio que
não valeu a pena. Infelizmente
para mim, tudo continua tão
igual e tão raso como antigamente. Especialmente, a forma
como os santarosalimenses
encaram a “coisa”, o dinheiro e o
poder públicos. E isso não se limita aos que assumem funções
públicas no Executivo ou no Legislativo. Também inclui aqueles que acham que podem se
locupletar em organizações da
sociedade civil, beneficiando-se,
em nome de muitos, de recursos
que também são públicos, mas
são apropriados privada e exclusivamente.
Assim, minha despedida
chega em boa hora. Afinal, essa
coluna não fazia bem a mim. E a
nada servia! Assim, Auf Wiedersehen!
O convívio contínua
A partir de janeiro de 2016,
continuarei vindo para Santa
Rosa de Lima, que não acredito,
mais, ser, de fato, a Capital da
Agroecologia. Agora, como mais
um “urbano” e sitiante, que vem
admirar as paisagens, deleitarse com o que sobrou dos recursos naturais, fazer compras no
Mercado do Diego e da Marialva
e na Padaria do Gilberto e da
Paulinha, adquirir frutas e ovos
com agricultores orgânicos. E,
acima de tudo, conviver com
os bons amigos que fiz, nesses
dezessete anos de convivência.
Além de tudo, gosto muito de
ficar, em paz, com minha companheira e com meus livros, na
minha “estufa”, nas Águas Mornas. E, juntos, resolvemos deixar bem cuidadas, para o nosso
querido neto, as nascentes e a
mata nativa daquele pedacinho
do Planeta Terra.
Kelin Dutra | Ivonete Walter Dutra | Milena Dutra
COMUNIDADE
RIO DOS ÍNDIOS
Tempo ruim
Segundo os mais velhos, o clima por
aqui mudou muito este ano. Todos reconhecem que este tempo chuvoso, tão
prolongado, e estas temperaturas, tão
baixas, são bem atípicos para este período. Isso tem causado muitos prejuízos
e inconvenientes. Para aqueles que precisam plantar e colher, para aqueles que
precisam trabalhar “fora” e dependem de
deslocamento nestas estradas, para os
estudantes. Todos estão a mercê das fortes chuvas e tempestades.
Colheita comprometida
Na roça, os agricultores enfrentam um
grande problema em relação ao plantio
do milho. Que já deveria ter sido plantado,
mas a chuva não dá trégua. Os agricultores que já plantaram, inclusive alguns
mais de uma vez, estão preocupados, pois
não veem a semente germinar. E quando
germina, o desenvolvimento é muito fraco. Além de que, como não teve um inverno rigoroso, muitas pragas não morreram
e parecem estar mais fortes, afetando
muito as plantas.
Estrada esburacada
Com as chuvas, esse é um dos problemas mais visíveis, a manutenção das estradas. Mal dá tempo de arrumar e já vem
a chuva para estragar tudo de novo.
Pedimos aos motoristas que tomem
cuidado, pois em alguns locais existem
perigos eminentes, como este registrado
no dia 02 de novembro, na estrada geral
Rio dos Índios. A cabeceira da ponte está
ruindo e abre um grande buraco.
Dos males o menor
Apesar disso, devemos agradecer por
não estarmos em situações como de outras cidades de Santa Catarina e do país,
que sofrem com as inundações e temporais.
Novembro azul
Outubro Rosa passou e chega a campanha Novembro Azul, que promove o
debate sobre a prevenção do câncer de
próstata.
Por isso, lembramos aos leitores
que no próximo dia 12 de novembro, as
19:00hs, haverá uma palestra bem interessante com o psicólogo Elder Gonçalves.
Ele vai abordar assuntos relacionados aos
cuidados com a saúde do homem.
8
Santa Rosa de Lima, Novembro/2015, O Ronco do Bugio
Santa Rosa de Lima, Novembro/2015, O Ronco do Bugio
ENTREVISTA
9
Finep faz visita técnica a Projetos de Óleos Essenciais
O analista de projetos da Finep,
Daniel Soares (ver Box), esteve em
Santa Catarina para conhecer ‘in
loco’ o andamento do “Projeto de
pesquisa e desenvolvimento (P&D)
de uma cadeia produtiva de óleos
essenciais orgânicos”, que resultou
do Prêmio Finep Inovação de 2011.
A visita técnica aconteceu entre os
dias 14 e 16 de outubro.
Na Capital
O início foi em Florianópolis.
Daniel Soares foi recebido na sede
da Universidade Federal de Santa
Catarina, parceira e co-executora
na iniciativa de desenvolvimento
sustentável. Em reunião com os
coordenadores do projeto na UFSC,
professores Antônio Monarim e
Wilson (Feijão) Schmidt, o analista
conheceu as articulações realizadas pela Universidade Federal com
outras instituições e laboratórios
de pesquisa, visando o sucesso
dessa ação de P&D.
Nas Encostas da Serra Geral
Nos dois dias seguintes, o programa foi uma visita direta ao Centro de Formação em Agroecologia
Jean Yves Griot (CFAE), que tem
sede em Santa Rosa de Lima e é o
executor do projeto.
Além de conversar com os
dirigentes do CFAE e técnicos envolvidos nos trabalhos de campo,
Daniel Soares teve a oportunidade
de visitar e conversar com agricultores familiares de cinco propriedades participantes dos experimentos com óleos essenciais. Ao final
do programa de visitas e antes de
deixar Santa Rosa de Lima, levando na bagagem diversos produtos
orgânicos, o analista da Finep falou
à reportagem d’O Ronco do Bugio.
Leia, a seguir, os principais pontos.
Uma visão geral
“Senti uma boa vontade e considerando o que está sendo feito até
agora, vejo uma boa perspectiva
para o projeto. Senti que a maioria
[dos agricultores] está gostando do
projeto, mas está muito na expectativa do que vai acontecer na prática. Espera-se que o projeto dê certo, que seja efetivamente uma nova
oportunidade de geração e renda e
diversificação da produção.”
Sobre o município
“Tive uma impressão muito
boa. Uma cidade pequena, mas organizada. Me chama atenção a organização dos agricultores locais,
não só da Agreco, mas todo o universo que foi construído em volta
dela: Cresol, CooperAgreco, Acolhida na Colônia, Centro de Formação
em Agroecologia...
É um exemplo de que pequenos
agricultores familiares organizados
conseguem transformar uma realidade numa cidade que, embora pequena, está em um universo bem
maior. Se eles tivessem atomizados, cada um na sua, certamente
não teriam conseguido acessar recursos públicos e transformar uma
realidade que estava posta. Achei
bem interessante”.
Trocando ideias
O intercâmbio de informações entre produtores é
uma ferramenta promotora
de desenvolvimento por possibilitar a disseminação de
tecnologias desenvolvidas
no cotidiano produtivo. A
busca por essa troca de experiências foi o que motivou
os agricultores Dauri e Adelir
Floriano, Isaltino Bonetti e
Valdemar Schimidt a visitar,
acompanhados pelos agrônomos Joana Bett e Charles
Antonio Herdt, a produção de
tomates de Lourenço Lunardi no município de Tubarão.
Comparando e aprendendo
A visita, que ocorreu no
dia 30 de outubro, objetivou
conhecer o manejo do tomate na propriedade que possui
tradição no cultivo há anos.
O produtor buscou responder questionamentos acerca
de adubação, irrigação, sanidade, condução, estrutura
e conformação das estufas,
entre outras atividades que
desenvolve durante as safras. Os visitantes puderam
observar o comportamento
da cultura tanto em campo
como em cultivo protegido
e comparar as dificuldades
verificadas com relação ao
clima predominante nos dois
municípios.
Visitar ao invés de capinar
“Valeu mais a pena visitar
a propriedade e conhecer a
forma de conduzir a cultura
do Seu Lourenço do que ficar
em casa trabalhando no úni-
O projeto para criar as bases de
uma cadeia produtiva de óleos
essenciais orgânicos
“Estou satisfeito com o que vi.
O projeto está sendo realizado a
contento e vai cumprir com seu objetivo. Minhas impressões são bem
boas. As ações de pesquisa, os
ensaios, permitiram mapear como
as plantas se desenvolvem, qual o
potencial de cada uma, quanto rende de óleo, o preço a ser alcançado. Vai ter toda base técnica para
montar um plano de negócios para
implantação efetiva de uma cadeia
produtiva de óleos essenciais. Esse
é o papel da Finep!”
A “inspeção” ao projeto
“Inicialmente não gosto quando
as pessoas chamam as visitas técnicas de ‘inspeção’. É apenas uma
visita de acompanhamento técnico. É fundamental ter estado no
local, ter visto as plantas, ter conversado com as pessoas envolvidas. Isso me dá subsídios para permanecer acompanhando o projeto
até o final da execução dele. Além
do que, pode haver demanda de remanejamento financeiro e, muitas
vezes, só a justificativa no papel
acaba sendo pobre em termos de
informação. Ver a realidade local
dá mais subsídios para fazer essas
análises. Ter estado aqui faz com
que a gente da Finep olhe o projeto
com outros olhos”.
Os prazos
“O projeto teve a prorrogação
de um ano e a previsão atual é que
A Finep e seu analista
Vinculada ao Ministério da Ciência Tecnologia e Inovação, a
Agência Brasileira de Inovação (Finep) é a financiadora de estudos e projetos de pesquisa e desenvolvimento em inovação.
Daniel Soares é analista no Departamento de Tecnologia para
o Desenvolvimento Urbano e Mudanças Climáticas (DURB), que
recebe e analisa projetos de todo o Brasil. Na vertente mais urbana, nas áreas de habitação de interesse social e saneamento
ambiental. Já na vertente mais rural, projetos ligados à agricultura familiar e a sistemas agroflorestais.
ele encerre seu plano de execução
físico/financeiro em julho de 2016.
Essa extensão do prazo original é
bem comum. Os projetos têm um
horizonte padrão de 24 meses,
mas sempre acabam se estendendo. Encerrada esse prazo, o CFAE
terá 60 dias para prestar contas.
Nada impede que resultados continuem sendo gerados depois disso.
O que não ocorrer mais são ‘empenhos’ financeiros”.
O valor
“Eu costumo dizer que R$ 500
mil é muito dinheiro no bolso de
qualquer pessoa física, mas quando a gente fala de um projeto que
trabalha numa área geográfica relativamente grande, que tem muita compra de insumos, despesas
com diárias, viagens, combustível,
compra de carro etc., R$ 500 mil
não é tanto dinheiro. Dentro da
Finep, esse é considerado um projeto de porte pequeno”.
A transparência
“Folheei alguns exemplares d’O
Ronco do Bugio e vou levar para
a Finep um exemplar da edição
em que foi publicada uma prestação de contas, do projeto, para a
comunidade. Vou anexar na pasta
do projeto e fazer um comentário.
O que a gente cobra é a prestação
de contas para nós, como órgão financiador. Achei muito interessante a iniciativa do CFAE de fazer a
prestação de contas também para
a comunidade que é o grupo alvo
do projeto. Os beneficiários finais
saberem quanto tem de recurso e
como eles estão sendo aplicados é
muito importante. Não só aumenta
a transparência do recurso público,
como pode, também, aumentar o
engajamento das pessoas, ao perceberem que é uma iniciativa séria,
que não tem desvios ou má fé no
uso dos recursos. Aumenta muito a
credibilidade e tem um efeito técnico. Na medida em que o agricultor
confia, ele se engaja mais. Achei
bem interessante e importante”.
co dia de sol em semanas”,
foram as palavras do agricultor Valdemar Schimidt, que
acredita que os conhecimentos adquiridos com a saída
a campo serão importantes
para ajudar a pensar o modelo mais adequado de estufa a ser implantado em sua
propriedade.
Fortalecimento de técnicas
relevantes
“Um dia assim não é
tempo perdido e sim conhecimento adquirido, pois são
pequenos pontos observados que podem fazer a diferença na produção. Muitas
vezes, quando nós técnicos
falamos, não faz sentido
para o produtor, mas a visitação mostra detalhes que
muitas vezes não são valorizados e que posteriormente
passam a ser reconhecidos
como essenciais”, enfatiza o
engenheiro agrônomo Charles Antonio Herdt.
Processamento e qualidade
Na oportunidade os
agricultores puderam visi-
tar também a agroindústria
dos atomatados em Gravatal, que pertence a família
de Lourenço Lunardi, e entender o processo pelo qual
os tomates que saem das
suas lavouras passam até
se tornarem deliciosos molhos. “ Compreender o beneficiamento dos produtos faz
parte do desenvolvimento
do senso de valorização por
parte dos agricultores que
veem o seu tomate, produzido com cuidados especiais e
de forma orgânica, transformado num produto de qualidade com maior valor agregado”, destaca a engenheira
agrônoma Joana Bett.
10
Santa Rosa de Lima, Novembro/2015, O Ronco do Bugio
PATRIMÔNIO SANTAROSALIMENSE
Guardiões de sementes
Nesta edição, O Ronco do Bugio volta a participar do esforço realizado pelo
Núcleo de Estudos em Agroecologia da Licenciatura em Educação do Campo da
UFSC (NEA-EduCampo). Professores, estudantes e supervisores da turma de Santa de Rosa de Lima, todos bolsistas do Pibid Diversidade UFSC, estão mobilizados
no projeto.
As ações, financiadas pelo CNPq e pelo Ministério do Desenvolvimento Agrário,
procuram identificar, valorizar e divulgar o trabalho de conservação de sementes
crioulas realizado por agricultores familiares do nosso município. Esses moradores do interior prestam um grande serviço à sociedade, ao preservar espécies e variedades de plantas que foram cultivados há muito tempo em nossas terras. Com
as mudanças na agricultura e a própria regressão dessa atividade, esse material
genético está se perdendo. E esta perda poderia ter sido completa e irrecuperável
se não fosse o esforço de gente como Salete Blasius Heidemann. Por isso, o que
ela fez e faz precisa ser conhecido e reconhecido na Capital da Agroecologia.
Dizem que eu não sou colona. Mas eu sou é Colona!
Entrevista com Salete Blasius Heidemann. Por Rosângela Bonetti Vanderlinde, Giulieth Schmitz e Halethéa Zacanini, da Licenciatura em Educação do Campo*, da Universidade Federal de Santa Catarina.
* Essa matéria jornalística foi realizada como atividade do Programa de Iniciação à Docência – Pibid-Diversidade; e do Núcleo de Estudos em
Agroecologia – NEA EduCampo.
é auxiliar de serviços no Centro Educacional infantil. Foi, antes e por muitos anos, professora de uma
escola multisseriada naquela comunidade. Com o
fechamento da escola, precisou passar a trabalhar a
24 quilômetros de sua propriedade. Por isso, ela ainda precisa se afirmar como “colona”. E nós queríamos
falar, justamente, com essa agricultora e guardiã de
sementes.
“Porque, aqui no
lugar, acho que só
quem faz roça somos nós”.
Ademar e Salete mostram sementes crioulas.
Nascida na Santa Bárbara, Salete sempre morou
lá. Chegamos à propriedade dela, ao “Pé da Serra”,
por volta de 13:30 horas. Sabíamos que este é o horário em que a funcionária pública municipal chega
em casa, depois do trabalho, “na praça”. Hoje, Salete
Salete casou-se com Ademar Heidemann, que é
natural da comunidade de Rio dos Índios. O marido
também é funcionário público, exercendo a função de
motorista de ônibus escolar, na linha Santa Bárbara
-Praça. O casal tem dois filhos e, juntos, constituem
uma típica família rural pluriativa, que trabalha um período como funcionários públicos e outro, como agricultores, na propriedade que é vizinha à do “Seu” Remi
Bonetti. Eles não são parentes dele, mas, como muita
gente naquela pequena comunidade e por serem muito amigos, se referem “àquela figura” como “o Nono”.
A acolhida à reportagem foi muito calorosa. Salete falou sempre com muita naturalidade e com muita
propriedade do trabalho que ela e seu marido exercem
em benefício de toda a sociedade: a preservação de
duas variedades tradicionais de milho.
O milho Palha-roxa
“A gente planta o milho Palha-roxa. Ele dá a espiga
com palha roxa e o grão é mais arroxeado. A gente
não planta muito. Planta só para não perder essa qualidade de milho. Ele tem os grãos mais grados, que
gente quer guardar no freezer para fazer receitas com
milho verde. Para fazer cozido, ele também é melhor.
É um grão mais macio”.
Santa Rosa de Lima, Novembro/2015, O Ronco do Bugio
O milho Comum
“E, planta também o milho Comum, que é aquele
que, antigamente, todo mundo plantava.
Quanto mais ‘no cedo’ plantar, melhor eles dão. Se
plantar muito ‘no tarde’, ele dá aquelas bonecas grandonas, dá só sabugo e não dá grão”.
Melhor para o consumo
“Se eu pudesse, eu plantava só dessa variedade [tradicional]. Porque ele dá melhor. E porque para os usos
de consumo ele é melhor. Se você quer cozinhar uma
espiga, ele tem o grão mais macio. Você quer fazer uma
farinha, ele dá uma farinha bem diferente. Com a do
milho híbrido, você faz um pão de milho, ele fica mais
seco. Faz uma polenta, ela fica mais seca. Com o nosso
milho, a polenta e o pão de milho ficam melhores, com
uma consistência melhor. Tudo é mais gostoso!”
Com o Cravo e o Cabo-frio, parou
“Antes, a gente plantava também. Parou porque era
muito... E porque aqui é um lugar que dá muito vento e
quando esses milhos, que dão o pé muito alto, estavam
quase no ponto de colheita, no ponto de assar, o vento
derrubava tudo e a gente não chegava a colher nada. O
Cabo-frio que eles diziam é um grão bem vermelhinho,
mais miudunho e bem firme. Aquilo para tratar as galinhas, meu Deus do céu... É o melhor para a produção.
Não sei se é porque ele tem mais vitamina. Mas, plantar só para guardar, daqui a pouco tu ocupas a tua terra
toda, o tempo não ajuda e lá se foi teu ano. Às vezes, tu
desanimas.
A semente híbrida para tu comprar já é um preço
absurdo. A gente não planta só dessa qualidade – Palha-roxa e Comum – porque é muito arriscado. Tem ano
que tu plantas tudo e colhe tudo, tem ano que tu plantas,
vem um vento serrano e vira tudo, tu não colhes nada. O
vento faz tipo um redemoinho... Ele roda. Pega o milho
viçoso e alto e vira”.
Vantagens
“[O tradicional] é um milho que quase não bicha.
Pode deixar ele na palha, no paiol, por um bom tempo
e não dá aquele gorgulho. Enquanto o outro [híbrido], é
assim: colheu e dentro de dois meses tu não bateu e
guardou, já está tudo cheio...”
Tu não gastas
“Esse milho aí [o tradicional], onde não for terra muito
fraca, ele dá. Se tu planta numa terra queimada, tu planta e colhe. Tu não gasta adubo... Tu não gasta ureia...
Tu não gasta nada! Simplesmente planta ele, cuida para
não vir mato e colhe. Aquele outro [híbrido], já não dá.
Tudo tem que estar botando produto químico, esterco,
tudo o que precisa colocar”.
Com a Lua
“Eu sou bastante desse ponto de plantar nas luas
certas. Eu sou muito da Lua e eles riem de mim, dizendo
que as coisas se planta na Terra e não na Lua. Até o
Nono ri de mim, mas eu olho para a Lua antes de plantar na terra. Para o milho, tem que plantar mais na minguante.
Já para tudo que tu plantas que dá dentro do chão,
tu tens que plantar na lua cheia. É assim com o aipim,
a batata doce. A batatinha, dá mais juntinho e batata
mais redonda. Para o aipim, se tu plantas muito na força da lua crescente, ele dá aqueles fiapos compridos e
secos... Lá adiante é que vai dar a raiz. Tudo mais dura,
que metade tu não aproveitas.
Se tu plantas cebola ‘no cedo’ e na lua crescente, ela
floresce tudo. Planta mais ‘no tarde’ e na lua cheia e ela
dá tudo aquelas cabecinhas mais redondinhas e mais
bonitinhas”.
“Ele não é um milho exigente de terra muito forte. Em
qualquer terra, ele dá bem.”
“A gente planta
para o consumo. Já
é vantagem porque
não precisa comprar,
né?”
Para o trato
“Para tratar as criações, a gente não planta mais.
Porque é um pé que dá muito alto e qualquer vento vira
tudo. Por isso, a gente planta o híbrido, que é mais baixo
e dá o pé mais forte. A gente só não planta mais porque
dá uma despesa grande, dá trabalho, porque você tem
que cuidar... E, quando está quase no ponto de colher,
vem aquele ventão serrano e lá se foi... Então, planta
esse para o nosso consumo e o híbrido para se garantir”.
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Sementes são armazenadas em baldes fechados para evitar o “gorgulho”.
Salete também é guardiã de sementes de feijão
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Santa Rosa de Lima, Novembro/2015, O Ronco do Bugio
Espaço d’Acolhida
Na edição de novembro o Espaço da Acolhida quer prestar sua homenagem a uma grande mulher: Thaise Guzzatti. Há quase 20 anos, ela se desafiou a gerar um marco no desenvolvimento sustentável das Encostas da Serra Geral e na vida dos agricultores. Asim nasceu a Acolhida na Colônia.
Foram muitas batalhas. Que valeram e sempre vão valer a pena. Hoje, é uma rede de Associações
Acolhida espalhadas por Santa Catarina e, até, pelo estado do Rio de Janeiro.
Thaise, queremos te desejar muito sucesso e muitas felicidades. E que continues com essa energia e com essa garra que são a sua marca registrada. Parabéns!
Thaise com seus pais e filhos.
Roda de cantoria no aniversário de Thaise.
REUNIÃO REGIONAL
No dia 10 de novembro de 2015, às 14:00 horas.
Os associados da Acolhida na Colônia da Regional das Encostas da Serra Geral estarão reunidos na Pousada Cristine, Santa
Rosa de Lima para discutirem diversos assuntos importantes para a Associação. Na pauta estarão: a escolha de quatro representantes para fazerem parte da diretoria da Federação; encaminhamentos do Projeto SC Rural; sinalização turística; assistência técnica; sistema de reservas online e outros assuntos. Todos as associados estão convidados à participar desta importante
atividade da Acolhida na Colônia.
saúde
uma tenda e ali foi a concentração. A programação iniciou com alongamento e aquecimento coordenados pelo coordenador do
curso de Educação Física da Unibave,
Para a caminhada, equipe de apoio e segurança não faltou. As participantes foram
acompanhadas por uma ambulância da Secretaria de Saúde e seguidas por uma viatura da Polícia Militar de Santa Rosa de Lima.
Mulheres participam da Caminhada Rosa
Pela segunda vez consecutiva, a Secretaria Municipal de Saúde e Assistência Social e a Farmácia Santa Rosa promovem a
Caminhada Outubro Rosa. Nesta edição, o
evento também contou com a participação
de voluntários da Unibave (Universidade
Barriga Verde). O percurso escolhido foi do
Centro de Santa Rosa de Lima até a Pousada Cristini, na comunidade de Dois Irmãos.
Segundo a Farmacêutica Suziani Bau-
mann, o objetivo do evento é alertar a população, em especial as mulheres, sobre o
câncer de mama.
Concentração
Na Praça municipal, a Unibave instalou
Confraternização
A recepção na pousada Sítio da Cristini
foi na beira da piscina, onde foi servido um
café colonial. A música ao vivo ficou por
conta de Vanderlei (Carteiro) Mendes. Entre
as quase cinquenta mulheres participantes
da Caminhada Rosa também foram sorteados vários brindes doados pela Farmácia
Santa Rosa, pela Secretária de Saúde e pela
Cresol Encostas da Serra.
Ano que vem tem mais
A organização já fez planos para o ano
que vem e pretende trazer outras atividades
e atrativos complementares.
Santa Rosa de Lima, Novembro/2015, O Ronco do Bugio
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Santa Rosa de Lima, Novembro/2015, O Ronco do Bugio
Gut in das Bild
Bem na foto
Emerson Stefens
[email protected]
Descendentes de Erich Marx Stolberg Von Wilke, alemão que aportou no Brasil por volta de 1900, reuniram-se na Pousada Cristini para comemorar o 6º Encontro da Família
Wilke. Na ocasião comemoraram também o aniversário da neta mais velha do imigrante, Valda Wilke Vandresen, que completou 78 anos de idade. Muita saúde e paz para
esta grande família.
COMUNICADO
Lucas Gabriel Schmidt completou nove
anos no dia 2 de novembro. Ele recebe
os parabéns dos avós, papais, tios, padrinhos, primos e amiguinhos. Felicidades
garoto!
Eduardo Dutra comemora mais um aniversário no dia 1º de novembro e recebe
os cumprimentos dos familiares e amigos. Felicidades garotão!
Teresinha Ferreira completa mais uma primavera no dia 4 de novembro. Comemora
a data com o desabrochar de suas hortênsias, que cultiva com tanto amor. Receba os
cumprimentos de seus familiares e amigos.
Parabéns e felicidades!
Informamos a todos
os associados e
moradores que a
partir deste mês, a
advogada Camila
Mendes Pilon Ricken
irá atender no
Sindicato/SINTRAF
todas as quintasfeiras, no período da
manhã.
Santa Rosa de Lima, Novembro/2015, O Ronco do Bugio
esporte total
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COMUNIDADE
MATA VERDE
Ana Maria Vandresen
Exercite seu corpo e sua mente
Hoje a regra é geral, praticar exercícios físicos regularmente. Nos consultórios médicos são indicações persistentes e todos nós sabemos que isso ajuda a prevenir e
melhorar muitas doenças. Para lembrar, vou listar 10 benefícios adquiridos com a atividade física:
Kátia Vandresen | Ronaldo Michels
Ponte sobre o rio Dos Índios
Na edição de setembro publicamos em nossa coluna que a Defesa
Civil do Estado concluía a instalação
da ponte pré-moldada sobre o Rio dos
Índios, aqui na comunidade de Mata
Verde. Findada aquela etapa, restava
o aterramento das cabeceiras, tarefa
de responsabilidade da Prefeitura de
Santa Rosa de Lima.
Quais seriam os motivos?
Passados dois meses, a ponte ainda não está à disposição da população. Falta exatamente o que compete
a administração municipal, o aterramento das cabeceiras. É fato que o
tempo não tem colaborado muito.
Mas muitos moradores comentam
que já houve tempo suficiente e momentos propícios para a conclusão
deste trabalho. Será que falta vontade
política? Ou seriam os “cortes” anunciados pela gestão municipal?
A Comunidade aguarda ansiosa
pelo término dessa importante obra
que garantirá maior segurança ao
tráfego de veículos no local, principalmente os de carga.
Grupo de caminhada no Salão Comunitário.
1. Melhor disposição para as atividades do dia-a-dia.
2. Funciona mais que dieta quando
assunto é perda de peso, porque a atividade física promove aceleração do
metabolismo que consome calorias em
repouso.
3. Regula o sono, pois libera endorfina, uma enzima que proporciona bem-estar, diminuindo a ansiedade e o estresse.
4. Inibe os resfriados, pois fortalece o
sistema imunológico.
5. Diminui os riscos de câncer de
mama, pois diminui os níveis de estrogênio-hormônio intimamente ligado ao cân-
cer de mama.
6. Combate a osteoporose, doença
dos ossos, pois fortalece a massa óssea
ao impacto promovido pelo exercício no
corpo.
7. Reduz o colesterol ruim (LDL).
8. Previne o Diabete, pois contribui
para regular a produção de insulina
9. Controla a hipertensão, pois libera
substância que causa a dilatação e o fortalecimento dos vasos sanguíneos.
10. Aumenta a libido e a performance sexual, pois melhora a autoestima e o
condicionamento físico.
Há mais de dois meses ponte aguarda o aterramento das cabeceiras.
Com tanto benefício que a atividade física proporciona, gostaria de convidar as
pessoas a participar dos grupos de Hidroginástica e Caminhada desenvolvidos pela
Secretaria Municipal de Saúde.
Estância Frio da Serra
Nem o tempo chuvoso impediu que a Estância Frio da Serra promovesse
mais um torneio de laço com vaca mecânica. O evento aconteceu nos dias 30
e 31 de outubro.
Mantendo a tradição gaúcha também nos territórios das Encostas da Serra
Catarinense, o momento foi de festa e diversão para os amantes desse esporte. Parabéns aos organizadores, competidores e a todo público que esteve presente. Estes colunistas, que também prestigiaram o evento, torcem para que
mais atrações como esta aconteçam. Claro que uma ajudinha de São Pedro,
“fechando as torneiras” também seria bem-vinda.
Atenção ala masculina
No dia 12 de novembro, as 19:00hs,
palestra com o psicólogo Elder Gonçalves. A mulherada que participou da caminhada ficou incumbida de “convencer”
os maridões a participarem do evento.
Brincadeiras à parte, é uma palestra
muito importante, pois trata da saúde do
homem. Participem.
Mutirão em campo
Aproveitando o feriado do dia 2 de novembro, os desportistas da comunidade da Mata Verde se reuniram para realizar a manutenção do campo de futebol
suíço da Comunidade. O local, que estava “meio que abandonado”, ganhou uma
nova cara.
Com a manutenção também do gramado, dentro de algumas semanas o
campo estará em perfeitas condições para a prática do bom e velho futebol.
Nossos craques já se preparam para mostrar as habilidades.
Nosso parabéns e agradecimento a todos que participaram do mutirão.
Outubro Rosaaaaaaaa
A Secretaria da Saúde Graziela S.
Schueroff parabeniza a mulherada que
participou do grupo da Caminhada Outubro Rosa. E nós que participamos agradecemos o prazer de saborear um delicioso
café na Pousada Sítio da Cristini com a
música ao vivo de Wanderlei Mendes.
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Santa Rosa de Lima, Novembro/2015, O Ronco do Bugio
Lei da Transparência
A Lei Complementar 131, de 2009, conhecida com a Lei da Transparência, já sancionada pela Presidência da República há muito
tempo, determina que todas as informações
referentes à execução orçamentária e financeira da União, Estados e Municípios sejam
disponibilizadas, em tempo real, em um portal na internet. Esta Lei tem o objetivo de permitir que os cidadãos possam acompanhar e
fiscalizar como os gestores que deveriam ser
públicos cuidam do dinheiro que é público.
É dever divulgar
De acordo com a Lei, as administrações
têm que divulgar todos os atos praticados
no decorrer da execução da despesa, no momento dos pagamentos, com a disponibilização mínima dos dados referentes ao número
do processo, ao bem fornecido ou ao serviço
prestado, à pessoa física ou jurídica beneficiária do pagamento e, quando for o caso, ao
procedimento licitatório realizado. Tem que
fazer o lançamento e o recebimento de todas
as receitas, inclusive referente a recursos extraordinários.
Mas, e funciona?
Como Macau gosta de “fuçar”, fui dar
uma olhada no portal da transparência de
Santa Rosa de Lima ( http://e-gov.betha.com.
br/transparencia/01015-002/main.faces ). É
visível que a Lei só é cumprida parcialmente.
Meia sola! Meia boca! Meia verdade!
As informações são imprecisas e, pior,
desatualizadas. Uma parte importante dos
dados que deveriam estar no portal, lá não
estão. Aos olhos deste humilde porco banha,
o que deveria ser uma fonte confiável para
que os cidadãos tenham condições de acompanhar o andamento das contas da municipalidade serve apenas para dar um “ar” de
transparência. Portal da aparência. E, não, da
transparência. Há sinais claros, inclusive, que
informações, depois de colocadas no portal,
são “sumidas” em seguida. Um exemplo disso foi o pagamento para um “incerto” fornecedor. Ele foi colocado lá. Esteve lá. Alguns
viram! Mas quando foram levantadas dúvidas sobre a suposta dívida... As informações
desapareceram “misteriosamente”.
E quem vai dar transparência ao portal?
Sou “especialista” em lama. Sei quando
ela está por perto. Mas não entendo nada de
tecnologia, de internet. Por isso me pergunto:
quem deveria se preocupar com a falta de
informações no portal da transparência? Os
cidadãos que estão sendo enganados com
essa “cascata”? A Câmara de Vereadores,
que é a Casa do Povo e a quem cabe fiscalizar o Executivo? O Ministério Público? Ou vai
se continuar assim mesmo. Todo mundo fazendo de conta que está tudo certo. Dinheiro
público é dinheiro de todos. Deve ser fiscalizado por todos. A falta de “ferramentas” é um
problema. Mas e a falta de vontade?
Por falar em transparência...
E a nossa Câmara de Vereadores, como
anda? Tem legislativos municipais na região
que deram “muitos passos à frente”. Sessões
transmitidas pela internet, documentos e informações no portal, cidadãos e vereadores
(inclusive os de oposição) com acesso aos
documentos públicos das sessões. Aqui é
que as coisas demoram um pouco mais. É
“precaução”? É “preocupação”? Com o que?
O sigilo com o que deve ser público só em
casos de exceção. Então, o que não dá para
mostrar para o povo? Por que? Essas questões deveriam pautar o debate para a composição da Casa do Povo, no próximo pleito
municipal. Representantes do povo devem
zelar pela transparência do que é público.
Os políticos são! Mas, e a sociedade?
O Brasil vive um momento difícil, porém
histórico. Muito se fala na exigência de transparência. Muito se ouve sobre o zelo com o
dinheiro público. As emissoras de televisão
nos bombardeiam, a cada dia, com esquemas de corrupção, com sistemas de desvio
de dinheiro público, com métodos criativos
para ganhar propinas e conseguir superfaturamentos. Como o Macau sabe que focinho
de porco não é tomada, fica se perguntando:
Mas essa sujeira é só lá em Brasília? Ou já
contaminou toda a sociedade? Todos os
entes federados? E se essas tais de apurações de escândalos, pela PF, pelo MP, pela
AGU, CGU, COAF etc. chegassem aqui mais
pertinho? Será que todo mundo dormiria sossegado? Será que já tem gente previdente
apagando pistas?
Limpeza completa
Se esses processos de “lavar a jato” forem levados a sério, forem até o fim, pode
haver “surpresas”. Há quem diga que quando
“limparem” as coisas lá “por cima”, as ações
se voltarão também para baixo. Se voltarão
para governos estaduais e prefeituras. E,
também, para todas pessoas e organizações
que lidaram e lidam com dinheiro público.
Não tenho espírito de porco, mas fico pensando naquela frase da Presidenta: “Não vai
ficar pedra sobre pedra”. Isso tem um signifi-
cado importante. Em bom português: zelem
pelo dinheiro do povo ou poderão “ser pegos
com a boca na botija”. Na lama, eu me deleito. Mas não cometo delito. Por aqui, está
todo mundo fazendo tudo “limpinho”?
Não surpreso, mas indignado
Ando sempre preocupado em manter
essa minha forma... de barril. Por isso, sempre dou minhas corridinhas pelo município. E
aproveito para observar tudo por onde corro.
Um desses finais de tarde, dei um “giro” pelo
Rio Bravo. Nossa, a tal quadra coberta da
comunidade ainda não saiu do chão. E ouvi
que talvez nem saia mais. Noutro dia, subi
o Morro dos Roecker e me assustei com a
“paisagem lunar” que encontrei. Pavers escorregando do leito da estrada, drenagem de
água entupindo e crateras se formando ao
lado da pista... E o que se anuncia são muitas chuvas. Antes que venham as de verão,
que todos conhecemos. No final de semana,
procurando soltar os músculos dei um “trotezinho” na rua da prefeitura. Caramba, aquele
esqueleto do Centro de Atendimento ao Turista continua “largado às traças”.
Porco não rumina, mas...
... como ficam os cidadãos que pagam os
seus impostos e todos os dias veem esses
descasos? Só pode gerar revolta. A quadra
do Rio Bravo parece que nunca mais vai poder ser chamada de coberta. O Morro dos
Roecker que era para ser solução, parece
que, logo, vai virar um problemão permanente. Aliás, alguém sabe como ficaram os pagamentos daquela obra. O Deinfra remunerou
a empresa? A Prefeitura aprovou e aceitou
a estrada? Assumiu que ela é a responsável
pela manutenção? Resta ainda aquela carcaça do Centro de Atendimento ao Turista. Até
quando teremos aquele cartão de visitas?

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