chameleon - UNIVERSIDADE SOCIAL

Transcrição

chameleon - UNIVERSIDADE SOCIAL
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CHAMELEON
Improvisando, adaptando e superando no universo da sedução
João Abrantes
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Índice
PREFÁCIO .................................................................................................5
INTRODUÇÃO..........................................................................................9
QUEM SOU (OU MELHOR, QUEM FUI) ............................................11
O PÓS-CASAMENTO ..............................................................................17
NASCE CHAMELEON ...........................................................................27
A PRIMEIRA ALONE SARGE ................................................................31
A SEGUNDA ALONE-SARGE E O PRIMEIRO CLOSE .....................38
CARNAVAL FRACASSADO ....................................................................42
O RETORNO A BAEPENDI ..................................................................45
A PRIMEIRA SARGE COM OS MEMBROS DO PUABASE ................51
O PRIMEIRO “LAPA GAME” ................................................................54
NA BALADA COM O HICK221...............................................................56
O MAGO DO LEBLON...........................................................................62
EU BEBO SIM... ......................................................................................65
021 100 ÁLCOOL .......................................................................................69
UMA SEGUNDA-FEIRA DIFERENTE ................................................74
SEMANA SANTA EM BAEPENDI ........................................................76
A FASE NEGRA .......................................................................................96
HELLO, BLUE EYES! ...........................................................................100
RETROCEDER, NUNCA! RENDER-SE, JAMAIS! ............................104
DANDO A CARA A TAPA ......................................................................125
CHAMELEONVILLE............................................................................134
PUATRAINING ......................................................................................162
O PÓS-BOOTCAMP...............................................................................176
O CLOSE MAIS RÁPIDO DO OESTE .................................................189
PRIMEIRO BOOTCAMP COMO INSTRUTOR .................................194
CONHECENDO GAMBLER ...............................................................207
WINGAY .................................................................................................209
A VIDA, O UNIVERSO E TUDO MAIS ...............................................211
480 DIAS COM ELA ...............................................................................213
VOLTA AO FIELD .................................................................................219
O CAMALEÃO E A OVELHA...............................................................222
UM NOVO CHAMELEON ...................................................................227
O PUA E A FPUA ....................................................................................230
A GAROTA DO COLÉGIO ....................................................................234
BUKOWSKI.............................................................................................237
GAME ON!..............................................................................................261
DEPOIMENTOS ...................................................................................265
AGRADECIMENTOS ............................................................................279
GUIA DE ESTUDOS ..............................................................................281
BOOTCAMP UNIVERSIDADE SOCIAL .............................................289
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CHAMELEON
Prefácio
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Chameleon.
Camaleão, em inglês.
Aquele que adapta
seu comportamento
e características
conforme
o
ambiente.
Durante um
bootcamp aqui no Rio
de Janeiro, tive um
grupo de alunos bastante interessante, pois todos eles
participavam do PUABASE, um fórum de PUA. E várias
vezes, ao longo desse BC (abreviatura de bootcamp), eles
falavam do “tal” de Chameleon. Quem era esse cara?
Pelo que me foi dito, era um camarada que tal como a
maioria que estuda pickup, sofreu uma grande decepção
amorosa. Era moderador do fórum e membro ativo.
Ajudava muito com dicas de estilo ou qualquer coisa que
alguém que caísse “de paraquedas” precisasse. Depois
que os meninos desse BC encerraram o treinamento,
ficaram tão empolgados que o convenceram a também
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CHAMELEON
fazê-lo.
Faço questão de entrevistar os candidatos antes do
treinamento, seja por telefone ou Internet. No Rio de
Janeiro é obviamente mais fácil, pois vivo aqui. Assim
sendo, marcamos uma reunião presencial; afinal estava
curioso para conhecer o famoso Camaleão.
No dia, pontualmente aparece em minha porta um
cara alto, de cabelos loiros tingidos e modelados estilo
Sawyer, de Lost, e lentes de contato azuis. E sim, vários
peacocks bacanas (e olha que nem curto muito!).
Tão logo a entrevista teve início, percebi que ele era
um cara culto e gente boa, porém ainda um tanto
perdido no pickup, com teoria a mais e prática de menos.
Sua história era igual à de muitos – poucas mulheres em
sua vida. Ainda jovem, juntou-se com uma que julgou ser
uma pessoa legal e que ficou consigo boa parte de sua
vida. No entanto, por ser bonzinho demais, tomou um
fora. Sorte dele!
Conversamos sobre técnicas, comportamento e
atitude alfa. E ele, que portava um olhar desconfiado, foi
aos poucos se soltando. Estava tudo ótimo, mas ele ainda
não estava congruente.
Começamos o curso e logo de cara, golpes foram
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CHAMELEON
sofridos e paradigmas foram quebrados. Chameleon me
cativou por ser humilde e disposto a aprender (destarte
toda popularidade na comunidade brasileira de pickup) e
também por ser o tipo de pessoa que não enxerga tempo
ruim. O que pedíamos, ele fazia. Perfeito.
Exercício após exercício, ele foi se soltando. No
primeiro dia, falou com todos da boate. Não parava um
minuto sequer e demonstrou ter uma habilidade social
perfeita. No entanto, o que eu realmente curti foi quando
estávamos fazendo uma breve revisão e apareceu um
grupo de garotas, cerca de cinco ou seis, todas usando
tiaras de princesa. Disse a ele que era um bom set e ele
então me perguntou qual seria o opener ideal (risos).
“Chame cada uma de uma princesa da Disney”, disse.
Poucos depois, lá estava ele todo enturmado em meio ao
grupo. E, logo em seguida, aos beijos com uma bela
morena. Potencial.
No segundo dia, tanto Chameleon quanto a turma
em si estavam confiantes. Aliás, confortável seria a
palavra certa. Fomos a uma festa mais distante e
alugamos uma van. Chegando lá, vi outra pessoa em
ação, diferente daquela da noite anterior. Muita escalação
física, postura alfa e um conforto sem igual. Nesse dia,
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CHAMELEON
ele closou uma menina linda, que futuramente veio a se
tornar sua namorada. E para completar, voltamos
conversando a viagem inteira. Havia feito um amigo.
Após esse bootcamp, convidei o Chameleon a fazer
parte da equipe PUATraining. Ele participou de vários
BCs como monitor e enfim tornou-se trainer da empresa
e um grande amigo. Hoje, viaja para várias capitais do
Brasil, ministrando nossos bootcamps. Além da bela
namorada, tem uma enorme lista de lindas fãs.
Alguns meses depois, abro a porta e vejo um cara
de cabelos pretos, curtos (estilizados), olhos castanhos e
não tão alto quanto costumava ser, mas definitivamente
bastante confiante e repleto de atitude. “Então, Fenix,
vamos planejar o próximo bootcamp? Vamos cair
matando!”. Mais uma mudança do camaleão. E como
sempre, para melhor.
Game on!
Fernando Fenix
CEO da PUATraining Brasil
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CHAMELEON
Introdução
Nem todo homem nasce dotado da habilidade
para seduzir uma mulher. Ainda que as causas desta
inaptidão sejam variadas, os resultados finais são sempre
os mesmos: solidão (pois não consegue abordar ou
manter ninguém), humilhação (pois corre o risco de virar
o capacho de alguma mulher bonita) e insatisfação (pois
às vezes o sentimento de inadequação o faz ficar não
com quem quer, mas com quem pode).
Enquanto alguns procuram a ajuda de terapeutas e
afins, outros recorrem a comunidade de sedução, mais
conhecida como comunidade de pickup.
A comunidade de pickup, que existe há mais ou
menos vinte anos, foi inicialmente criada por nerds e/ou
perdedores que através do uso da psicologia, da
antropologia e da programação neolinguística foram
capazes de desenvolver um método de sedução que os
igualaram (e em alguns casos até mesmo os superaram)
aos sedutores naturais.
Hoje em dia existem incontáveis métodos de
sedução; uns revolucionários e outros simples
aperfeiçoamentos de métodos já existentes.
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CHAMELEON
Antes privilégio de homens desprovidos da
habilidade para seduzir, a comunidade de pickup também
passou a ser procurada por sedutores naturais que
gostariam de elevar a quantidade e/ou qualidade de suas
conquistas.
Este livro relata a minha experiência dentro dessa
comunidade. A fim de preservar a autenticidade das
informações, meus relatos de campo foram mantidos
inalterados, ou seja, caso haja algum erro de digitação e/
ou concordância, foi proposital.
Gostaria de reiterar que os nomes de todas as
mulheres que conheci
nessa jornada e que aqui serão
citadas foram modificados a fim de preservar sua
privacidade.
Ao final deste livro, inseri um adendo com
sugestões de livros para aqueles que desejam adentrar
esta jornada, lembrando que embora o caminho
autodidata seja eficaz, ele é demorado e isento de
retorno. É por isso que sugiro que saia ao lado de
homens familiarizados com os métodos da comunidade
de pickup ou faça logo um bootcamp, para acelerar e
consolidar seus resultados. Boa leitura!
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CHAMELEON
Quem sou (ou melhor, quem fui)
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Olá, meu nome é João e eu não gosto de me
considerar um PUA1, muito embora seja esse o rótulo que
levo.
Para ser sincero, meu histórico de conquistas, se
comparado aos demais membros da comunidade de
pickup, é muito pequeno.
O que me destacou na comunidade, na realidade,
não foi a quantidade de mulheres que fiquei e tampouco
o nível de beleza das mesmas, e sim a força de vontade
para superar limitações que me acompanharam anos a fio
e que nem mesmo os terapeutas conseguiram dar jeito.
Em quatro meses, cheguei a um nível de maestria
onde não raro é necessário no mínimo um ano para
atingir.
Como só entende quem hoje sou quem sabe quem
um dia fui, gostaria de começar este livro falando um
pouco a respeito do meu passado.
1 PUA – Abreviatura de “Pickup Artist” (pickup signi&ica “sedução”, sendo que em gíria). É o vulgo “Artista da Sedução”, aquele que seduz por esporte ou até mesmo por pro&issão.
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CHAMELEON
Até os 29 anos de
idade, fui o típico
estereótipo de um
perdedor. Muito embora
os tempos, os contextos e
até mesmo as pessoas com
quem convivia mudassem,
o resultado final era
sempre o mesmo: a
rejeição.
Enquanto criança,
era gordinho, usava um
corte de cabelo em
for mato de cuia (ou
então arrepiado) e usava
roupas que antes
pertenciam ao meu
primo mais velho (as
quais nem sempre eram estilosas ou adequadas ao
meu corpo). Desnecessário mencionar o quanto as
pessoas caçoavam de mim no colégio. Era sempre o
último a ser escolhido para adentrar os times
esportivos nas aulas de educação física e muitas vezes
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CHAMELEON
era o professor quem impunha para qual time eu ia,
pois nenhum deles queria que eu fizesse parte.
Na minha adolescência, embora eu tivesse vindo a
perder boa parte do peso e me livrado da silhueta gorda,
a convivência com um padrasto completamente
perturbado da cabeça que vivia cometendo atos de
agressividade ativa e passiva comigo fizeram com que
cultivasse uma visão distorcida de mim mesmo. Isso,
associado às provocações ocorridas no colégio (as quais
não cessaram) fizeram com que virasse uma pessoa
reclusa e relutante em me aproximar de quem quer que
fosse.
Já adulto, embora tenha vindo a me tornar um
homem considerado bonito e dono de uma inteligência e
criatividade acima da média, não tinha habilidade
interpessoal alguma. Virei professor de inglês aos 23
anos e aos 27 havia constituído uma empresa para poder
emitir notas fiscais aos clientes. No entanto, a vida como
professor era dura, pois minha inaptidão social me
impossibilitava de fechar novos clientes. Em paralelo a
esse ofício de professor, tentava processos seletivos para
trainee em empresas, mas sempre levava bomba nas
dinâmicas de grupo.
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CHAMELEON
Infelizmente, independente das circunstâncias, toda
vez que eu resolvia me manifestar (isso se eu resolvesse,
pois meu medo de rejeição fazia com que permanecesse
calado a maior parte das vezes), passava a imagem de
uma pessoa insegura e sem convicção. Minha presença
era tão despercebida e insignificante que muitas vezes as
pessoas sequer se lembravam de mim.
Agora, falemos de meu histórico de sedução.
Meu primeiro beijo, por exemplo, foi aos 19 anos e
com uma garota que
conheci pela Internet.
E sim, nesse dia
mandei a célebre
pergunta “posso te
dar um beijo?”.
Minha primeira transa
foi aos 20 anos, com
uma garota que
conheci na balada e
que namorei por cerca
de um mês. Na época,
ela era uma garota
longe de ser bela, mas que resolvi ainda assim investir
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CHAMELEON
por cultivar a crença de que aquilo era o máximo que iria
conseguir. No entanto, meu jeito extremamente meloso e
grudento fez com que o namoro não passasse de quatro
semanas e meia.
Logo em seguida, conheci na faculdade uma garota
que veio a ficar oito anos comigo (dos quais dois,
ficamos casados). A partir dos dois anos de
relacionamento, estava evidente que não formávamos um
bom casal, tanto que ao longo de todo esse tempo que
passamos juntos ela fez frequentes menções de término.
No entanto, toda vez que ela as fazia, eu começava a
chorar e a implorar para que ela não o fizesse. Isto me
leva à triste conclusão de que o relacionamento só durou
oito anos porque ela teve muita compaixão pela minha
pessoa.
Essa história de oito anos terminou mal. Muito mal.
Saí arrasado, sentindo a pior pessoa do mundo e com a
autoestima lá embaixo.
Aliás, esta minha experiência de oito anos pode ser
considerada uma grande lição do que NÃO deve ser
feito em um relacionamento, pois eu, bonzinho como
costumava ser, fazia todas as vontades dela – crente de
que estava fazendo o certo. Só mais tarde é que fui
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CHAMELEON
descobrir, através de Nessahan Alita2, de que o homem
excessivamente bonzinho, por estar constantemente
preocupado em se validar pela mulher, perde todo seu
respeito e consideração. E foi o que aconteceu comigo.
Isso foi em agosto de 2010 e destarte esse desfecho
traumático, não foi isso que me levou a virar um PUA.
Na realidade, foram necessários cerca de seis meses de
experiências frustradas pós-casamento para que eu
tomasse a iniciativa de buscar ajuda “profissional”.
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2 Nessahan Alita -­‐ Autor que analisa, com radicalismo, o modo de pensar feminino no livro “Como Lidar com as Mulheres”.
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O pós-casamento
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A primeira experiência afetiva frustrada ocorreu
imediatamente após o casamento. Como eu só tinha
alguns alunos de inglês e mal dispunha de fundos para
me sustentar, tive de voltar para a casa de meus pais. Na
primeiríssima noite que lá passei, minha irmã resolveu
me apresentar, através do Messenger, uma amiga que havia
feito intercâmbio com ela.
Conversamos através da Internet por cerca de duas
semanas até resolvermos marcar nosso primeiro
encontro presencial. Faltando um dia para o encontro, eis
que deparo, logo pela manhã, com um e-mail de minha
ex-mulher, que mexeu (e muito) comigo.
Eis o e-mail.
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João,
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Estava deitada até agora, mas não consegui
dormir. Meu pé está dolorido e não consegui
encontrar uma posição. Mas, sei que vai melhorar
porque estou colocando remédio.
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O outro motivo de não conseguir dormir mais
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CHAMELEON
uma noite é por sentir a sua ausência. Meu coração
está sangrando, dói muito.
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Queria muito que você soubesse que amo muito
você. Meu coração sabe que é você. Posso fazer ou
falar qualquer coisa, mas nunca vou esquecer você.
Você durante 8 anos fez parte da minha vida e está
quase impossível de não ter você nela.
!
OBS: Não tenho intenção de te colocar nenhum
tipo de pressão e também não é chantagem. É apenas
para esclarecer o que sinto por você e tentar de
verdade resgatar “a gente”.
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Te amo.
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Até hoje, quando releio este e-mail, sinto o coração
apertar.
Ao ler o que ela havia escrito, fiquei sem saber o
que fazer. Queria sair com a amiga da minha irmã, mas
ao mesmo tempo ainda amava minha ex-mulher. No
entanto, meu lado racional dizia para enterrar o passado
de vez e seguir em frente, pois minha ex-mulher não iria
mudar e tão logo voltasse para seus braços, voltariam
também todos os problemas que levaram ao nosso
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CHAMELEON
término.
Naquele momento, tive de fazer uma das coisas
mais difíceis da minha vida: ligar para ela e dizer “não”.
Sabe quando dizem que é possível saber quando alguém
está sorrindo do outro lado da linha telefônica? Quando
minha ex-mulher atendeu e viu que era eu, tive certeza de
que ela abriu um largo sorriso – e isso dificultou ainda
mais as coisas.
Sinceramente, não sei quem chorou mais nesse
telefonema – se fui eu ou se foi ela. Foi um momento
extremamente difícil, que acabou com meu dia. Odeio
magoar as pessoas e sei que a magoei.
No dia seguinte, mesmo muito desanimado, saí com
a amiga da minha irmã. Fomos ao Banana Jack, um
barzinho daqui de Ipanema, onde conversamos, rimos,
bebemos e, é claro, nos beijamos. No momento em que
nossos lábios se tocaram, praticamente esqueci-me da
minha ex-mulher. Estava envolvido pelo momento.
Eu não sei se acontece com as demais pessoas, mas
me parece que o fim de um longo relacionamento torna
as pessoas carentes demais. Eu havia mal ficado com essa
garota e já estava “gamado” nela.
Saímos no dia seguinte, sábado, para uma balada
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CHAMELEON
chamada Taj, na Barra, onde novamente ficamos – e de
forma bem intensa. Tanto que ao término da noitada
recebi um torpedo seu dizendo que adorou a noite.
No dia seguinte, domingo, ficamos praticamente o
dia inteiro conversando no Messenger.
Cerca de duas semanas depois, saímos para ver o
filme Um Parto de Viagem e foi a última vez que ficamos.
Algum tempo depois, minha irmã e eu marcamos
de ir com ela para a boate Nuth, da Barra, e enquanto ela
já havia entrado na boate, minha irmã e eu ficamos na
fila à espera de nossa vez – o que não ocorreu, pois a
boate lotou. Ela, por sua vez, mostrou não estar nem aí
para mim e beijou outro rapaz dentro da boate – isso
sabendo que eu estava na fila.
Quando isso chegou aos meus ouvidos, fiquei
muito irritado. Lembro-me de ter entrado em meu
Facebook e escrito “FODA-SE O MUNDO!”.
Minha irmã (ela de novo), na intenção de me ajudar
a sair dessa, apresentou outra amiga, que havia sido sua
colega durante o ensino médio. Eu já havia conhecido
essa garota uma vez e até achei ela atraente, mas por
estar então comprometido, não arrisquei nada.
Essa garota, vamos chama-la de Dri, não era mais
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CHAMELEON
tão atraente quanto costumava ser, mas ainda assim topei
sair com ela. Estava não só carente, mas doido para
esquecer a frustração da minha experiência anterior.
Saímos uma sexta-feira para um barzinho e
obviamente ficamos. Combinamos de sair novamente no
dia seguinte, sábado, à noite.
Tão logo havia chegado o sábado, eis que encontro
minha ex-mulher no Messenger, lembrando que faríamos,
no dia seguinte, dois anos de casados e mais uma
investida visando nossa volta.
A segunda conversa foi ainda pior que a primeira,
pois ela estava de fato arrasada e tanto seu pedido de
perdão quanto sua disposição em mudar eram legítimos.
Ainda assim, disse “não” e fiquei dias, senão semanas
indagando a mim mesmo se havia feito a coisa certa, pois
ainda a amava.
Aquela noite, estava tão mal que para superar o
estado no qual me encontrava, bebi até não poder mais.
A Dri também. Decidimos ir para um motel, mas o meu
estado ébrio associado à visão de minha ex-mulher, que
não havia deixado minha cabeça, fizeram com que
negasse fogo e passasse vergonha.
A partir daquele momento, a Dri mudou
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CHAMELEON
completamente a forma de me tratar. Se antes era uma
pessoa carinhosa e preocupada em me agradar, agora era
uma pessoa fria e alheia ao que dizia e/ou pensava. Mas
essa não foi a pior parte. A pior parte fui eu, que beta3
como só eu sabia ser, ficava implorando por uma
segunda chance e comendo em sua mão, aceitando todos
seus maus tratos e sem questionar.
Eventualmente, ela me concedeu uma segunda
chance. Tudo me leva a crer que ela o fez por pena e para
ser sincero, nem foi tão bom. Como destarte ter dado
certo ela manteve o “tratamento VIP”, preferi cair fora,.
Sabia que merecia coisa melhor.
Na semana seguinte, fui dar uma palestra para cem
recepcionistas de uma empresa. A palestra em si foi
horrível, pois o estado emocional no qual me encontrava
em virtude de meu fim de casamento e das péssimas
experiências que vieram posteriormente fizeram com que
minha produtividade caísse drasticamente. No entanto,
enquanto discursava, trocava constantes olhares com
3 Beta -­‐ Termo utilizado para designar homens sem atitude e que &icam à mercê das mulheres. Os PUAs utilizam entre si com certa frequência o neologismo “betar”, que signi&ica tomar atitudes de um beta, ainda que não seja um.
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CHAMELEON
uma recepcionista que era, diga-se de passagem, muito
bonita.
No intervalo, descobri seu nome, mas também
descobri que era casada e preferi não investir.
Ela, no entanto, passou a mexer comigo a cada
visita feita à empresa nos dias seguintes à palestra. Eu,
carente (para variar) e inegavelmente atraído por ela,
acabei cedendo ao seu charme e acabamos nos
encontrando em um barzinho. Como ela estava muito
nervosa por estar “fazendo besteira”, não demoramos
mais do que meia hora juntos. No entanto, esse tempo
foi o suficiente para nos beijarmos.
Ficamos apenas aquele dia. No entanto, passei um
mês atrás dela, que conseguiu me “cozinhar” com
maestria com telefonemas diários e também com
promessas mentirosas de que iria largar o marido para
ficar comigo etc.
Em dezembro, fui passar o Natal em Baependi,
uma cidade localizada no sul de Minas Gerais. Fazia
cerca de cinco anos que não punha os pés no lugar, pois
minha ex-mulher não gostava de lá ir e além disso tinha
um ciúme gigantesco das meninas que lá viviam (com
todo fundamento, pois elas são lindas).
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CHAMELEON
Existe uma lenda aqui no Rio de Janeiro de que as
mineiras adoram os cariocas e que estes pouco ou nada
precisam fazer para conquista-las, visto que elas mesmas
abordam e desenrolam com eles. Viajei seguro de que iria
me dar muito bem.
Lá, encontrei um primo meu e resolvemos ir à
primeira noitada da cidade, que rolou precisamente no
dia 25 de dezembro. Lá dentro, não saíamos de perto um
do outro, e minha timidez era tanta que eu ficava o
tempo inteiro pedindo ao meu primo para “botar uma
garota na minha fita”. Meu primo, coitado, era ainda
mais tímido que eu e nada fez. A primeira noitada foi um
fail épico.
No dia seguinte houve mais uma noitada, a qual
também fomos. Foi tão ruim quanto a primeira, pois
simplesmente ficamos no canto, com a bebida elevada ao
peito, vendo as meninas passarem e sem tomarmos
atitude alguma.
O máximo que consegui, após umas duas
abordagens improdutivas, foi tomar um copo de uísque
para criar coragem e engajar uma breve conversa com
uma mulher que estava sentada, à espera de sua amiga
para ir embora. Hoje em dia e olhando para trás, eu sei
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CHAMELEON
que ela estava me dando IDIs4 . No entanto, como na
época não os sabia reconhecer e tampouco o que devia
fazer uma vez que os tivesse notado, não tomei atitude
alguma. O máximo que consegui fazer foi dar a ela o
meu cartão de visita (e isso sem ela o ter pedido).
Voltei para o hotel arrasado. Nem em Minas Gerais
eu consegui me dar bem.
Ao retornar ao Rio de Janeiro, houve uma noite em
que olhei para a minha cartela de Ritalina (medicamento
que tomo para o TDAH) e fiquei extremamente tentado
a tomar todos os comprimidos nela presentes e dar fim
ao fracasso que eu era. Cheguei a enfiá-los todos na
boca, mas subitamente algo dentro de mim alertou para a
loucura que estava cometendo e botei tudo para fora.
Em janeiro de 2011, tive a minha última experiência
frustrada. Uma amiga minha, ciente de minha solidão,
me apresentou sua cunhada. A menina não era de má
índole. Pelo contrário, era uma pessoa muito boa. Boa
até demais. Era tão correta que chegava a perder a graça.
4 IDI – Abreviatura de “indicador de interesse”, no inglês chamado de IOI (indicator of interest). Como já diz o nome, é todo e qualquer sinal que a mulher transmite ao homem quando está a&im dele.
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CHAMELEON
Finda essa experiência, em fevereiro, tomei minha
última atitude de beta, uma atitude que viria a me tornar
um alfa . Fui até um site de torrents e escrevi “how to
pick up women” (em português, significa “como pegar
mulheres”) .
E foi aí que tudo começou.
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Nasce Chameleon
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David DeAngelo5 foi o primeiro PUA com o qual
tive contato. DeAngelo tem o hábito de chamar outros
PUAs de renome em seus programas para os entrevistar
e foi nessa que descobri o Mystery6, uma autoridade no
universo da sedução.
A entrevista de Mystery foi tão interessante que, ao
pesquisa-lo na internet, descobri seu reality show, The
Pickup Artist o qual baixei as duas temporadas existentes
e as assisti em tempo recorde.
Será que aquilo funcionava?
Um belo dia, estava sozinho no Banana Jack
5 David DeAngelo -­‐ PUA conhecido pela invenção do C&F (Cocky and Funny), um estilo de conversação onde o homem utiliza um linguajar que mescla arrogância com humor.
6 Mystery -­‐ Um dos PUAs mais famosos do mundo e inventor do Mystery Method, um método de sedução sistemático cuja proposta é dissecar o processo de sedução passo-­‐a-­‐passo, desde a abordagem até o beijo (ou até mesmo o sexo). Embora seja um dos melhores métodos para quem está começando, o quanto antes o deixar de praticar, melhor, pois como o mesmo é muito sistemático e utiliza uma série de aberturas e rotinas enlatadas, as abordagens e interações podem vir a &icar muito arti&iciais. 27
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tomando uma gim-tônica e atrás de mim havia duas
meninas. Após vinte minutos de tomada de coragem,
virei para as duas.
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JOÃO: Ei, preciso de uma rápida opinião
feminina.
MENINA1: Claro...
JOÃO: Tatuagens em mulheres. O que acham
disso?
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Ambas riram.
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MENINA2: Ah, é normal né...
JOÃO: É que tipo, minha irmã anda namorando
um cara há dois meses e já quer fazer uma tatuagem com
o nome dele.
MENINA1: Não, não a deixe fazer isso!
MENINA2: Nem pensar!
JOÃO: Mas como eu vou falar para ela não o fazer?
Ela vai achar que estou de implicância com ela, por ser o
irmão mais velho.
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(Um pouco de conversa fora)
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CHAMELEON
JOÃO: Ei, vocês são melhores amigas, né?
A MENINA 1 acenou que “sim” com a cabeça.
JOÃO: Logo vi. Vocês fazem as mesmas caras e
bocas.
Ambas as meninas riram.
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JOÃO: Agora, me deixa ver se adivinho quem é a
boazinha e quem é a mazinha. Você. Você tem cara de
má!
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Nisso, apontei para a MENINA 2.
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MENINA2: Eu, má? Porquê?
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Nisso, jogamos mais um pouco de conversa fora e
resolvi ejetar . Paguei minha conta e, ao voltar para casa,
pensava:
“Funciona! Incrível, funciona! Conversei com duas
meninas desconhecidas em um bar!”
A partir desse dia comecei a revirar a Internet em
busca de materiais de PU (pickup) e foi assim que
descobri o fórum PUABASE, um dos maiores (se não o
maior) do Brasil em termos de sedução.
29
CHAMELEON
Com a minha separação, passei a me preocupar
mais com a minha aparência física (rosto, corpo e modo
de vestir). Minha busca por um estilo diferente do qual
estava habituado me levou a experimentar uma série de
figurinos distintos. No começo, pensei que essa “crise de
identidade indumentária” fosse uma fase que iria findar
no momento em que encontrasse o estilo ideal. No
entanto, o tempo foi passando e me dei conta de que
esse ecletismo não constituía uma busca por um estilo, e
sim o estilo em si! Sentia-me muito mais confortável com
a ideia de variar que a de me ater a um único modo de
vestir por tempo indefinido.
Esse meu novo estilo, marcado por constantes
mudanças de aparência fizeram com que na hora de me
registrar no PUABASE escolhesse o apelido de
Chameleon (“Camaleão” em inglês).
Isso foi no dia 1º de março de 2011, o início da
minha jornada PUA.
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A primeira alone sarge7
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No dia 3 de março, fui a uma festa de “bota-fora”
de um ex-colega de faculdade. Até então, só sabia o que
havia visto no reality show do Mystery, o que além de ser
muito pouco, era também muito fraco (pois o programa
não tratava dos aspectos subjetivos dos abridores 8e das
rotinas9 apresentadas).
Ainda assim, fiz meu primeiro RC10 , o qual colo
aqui, na íntegra:
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7 Sarge -­‐ Ação de sair para “jogar”. Existe também neologismo “sargear”, que vocês verão com bastante frequência ao longo deste livro.
8 Abridores – Formas de abrir uma interação.
9 Rotinas -­‐ Ações (tais como mágicas, adivinhações, provocações &ilosó&icas ou até mesmo joguinhos) que visam entreter a mulher e reter seu interesse.
10 RC – Abreviatura de relato de campo. São os relatos escritos que os PUAs postam nos fóruns de PU para relatar seu progresso.
31
CHAMELEON
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Rio de Janeiro-RJ, 03 de Março de 2011
Opa, galera! Relutei um pouco antes de começar
a e s c r e ve r a qu i , p o i s a p e s a r d e s e r m u i t o
familiarizado com os preceitos de pickup e conhecer o
trabalho de Mystery, Style 11e David DeAngelo, ainda
me considero muito inexperiente no assunto.
Eu havia sido chamado para uma festa de “botafora” de um amigo meu na quinta-feira retrasada, dia
03/03. Esse meu amigo é conhecido por ter muitas
HB’s12 como amigas, e era óbvio que elas estariam lá.
Como eu já havia estudado 50% do livro Revelations,
lido bastante coisa aqui e até mesmo folheado o
Mystery Method, pensei para mim mesmo: “Por que
não unir o útil ao agradável e começar agora, ainda
que não tenha reunido todo o preparo necessário?”
Antes que comecem a ler o relato, quero deixar
claro que esse dia fiquei no 0-0. No entanto, em função
11 Style -­‐ Outro PUA bastante famoso, que na qualidade de jornalista in&iltrou a comunidade de pickup, foi treinado pelo próprio Mystery e manteve, durante um tempo, o título de melhor PUA do mundo. Autor do best-­‐seller The Game (O Jogo), livro que relata sua jornada PUA.
12 HB – Abreviatura de “hot babe”, vulga “gata gostosa”. Normalmente, a sigla é seguida pela nota a ela atribuída, embora isso não seja obrigatório.
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CHAMELEON
da timidez crônica que sempre fez de mim um AFC13,
mesmo não tendo ficado com ninguém, esse dia foi um
dia que eu superei muitas barreiras e onde saí
orgulhoso de mim mesmo.
Cheguei no bar. Meu amigo chegou junto comigo,
e ao lado dele, uma HB 8,5. Dessas meio “emo”, ou
seja, branquinha, cheia de tattoo estratégica e uma
cara de safada sem igual. Ela pediu uma caipivodka e
aproveitei o gancho para contar uma história que o
Lovedrop14 ensinou no Revelations, aquela do cara
que pede a conta e o garçom disse que alguém já a
havia pago. Ela morreu de rir e me tocou. Seria IDI?
Daí, mandei um neg15. Chegaram algumas pessoas e
eu mandei “só um minuto.”. Fui até lá, cumprimentei
as pessoas, dei real atenção a elas por alguns minutos
13 AFC – Abreviatura de “average frustrated chump”, o que signi&ica mais ou menos “Zé Ruela mediano frustrado”. É praticamente um sinônimo de beta.
14 Lovedrop – Outro PUA, que trabalha com Mystery.
15 Neg -­‐ Ato de falar ou fazer algo que diminua um pouco o valor da mulher perante a sua pessoa e que ao mesmo tempo denote que você não está a&im dela, para que ela se sinta desa&iada a te conquistar.
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CHAMELEON
e voltei para a HB. Fiz a rotina ESP16 de adivinhar de
1-4 e ela ficou impressionada. No entanto, comecei a
me ferrar quando chegaram umas duas pessoas que a
conheciam e onde não soube fazer por onde me
manifestar ou sobressair no meio. Fui perdendo a
importância e cometi o erro de começar a pedir, de
forma indireta, atenção dela e fui reduzindo meu
valor perante a mulher. Ela me pediu para adicionar
no FB e beleza, adicionei e ela autorizou. Mas, não
entrei em contato. Para mim, FBC17 não faz parte do
universo de um PUA.
Daí, vi um set18 de 2 HBs e 1 casal, que na
realidade se afastou das 2 HB’s para irem ao balcão
pedir algo. Abri o set com a rotina do presente,
direcionando a atenção para uma das HBs, que era
uma morena baixinha e bem gata. “Conheço uma
garota parecida com você que é uma parceiraça
minha e que vai fazer níver em breve. Eu queria dar a
16 ESP – Abreviatura de “extra sensory perception”, ou seja, “percepção extrassensorial”.
17 FBC – Abreviatura de “Facebook Close”. Ocorre quando a interação termina com uma troca de Facebooks.
18 Set -­‐ Todo e qualquer grupo de pessoas, misto ou não. O termo é frequentemente precedido por um número que designa a quantidade de pessoas presentes no grupo (por exemplo, “3-­‐set”).
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CHAMELEON
ela uma blusa da Fórum que ela adorou de presente,
mas não sei se ela usa M ou P. O que você acha melhor,
comprar um tamanho M e pecar pelo excesso ou
comprar P e correr o risco de ficar apertado?”. Daí
começamos a conversar. A outra, percebi que estava
começando a se sentir deslocada, daí eu migrei minha
atenção para ela. “Ei, não fica assim. Se eu
transformar este guardanapo em uma flor diante dos
seus olhos, você me perdoa por ter roubado a atenção
da sua amiga?”. Daí, eu fiz um origami com o
guardanapo e transformei ele numa rosa. Ela
esperava uma flor de verdade, mas se divertiu com a
solução e começou também a conversar comigo. O
problema que experimentei com esse set: abri o set
sem um alvo definido. Gostei tanto das duas que não
sabia qual eu ia mandar negs, ou que iria tentar um
close. R esumo da ópera: caí na tão temida
friendzone19.
Quando estava indo embora, já um pouco alto,
olhei de lado na fila e tinha uma morena gatinha, seria
uma HB 9,0. Daquelas tipo “tanajura”. Ela estava com
uma cerva na mão, olhou para mim e deu um sorriso
19 Friendzone – Conhecido também por “zona da amizade”. Ocorre quando o homem deixa passar a oportunidade de seduzir e vira o “amiguinho” da mulher. 35
CHAMELEON
de leve. Pensei “três segundos20!” 1, 2, 3... Fui até ela.
Ela estava cheia de IDIs. Perguntou nome, o que fazia,
porque estava lá no bar aquele dia... E nisso chegou o
irmão dela. Ele era o estilo “bêbado amigão”. Apertou
minha mão, me abraçou. Daí, ele virou e disse “Cara,
estamos indo embora deste bar para ver se achamos
algo melhor. Está sozinho? Quer vir com a gente?”.
Foi aí que cometi a grande burrice de falar “Sim, estou
sozinho”. Isso foi uma DVI21 tremenda e senti na hora
que acabei com todo o encanto que a morena estava
tendo por mim. Devia ter dito a verdade, que estava
com o grupo X lá e que agradecia o convite e tentaria
um PC22 com ela, sei lá. A própria morena me deu um
“fora”, do tipo “não liga para ele. Eu tenho que ir para
vigiá-lo, ele já está muito alto. Foi um prazer.”
20 A “Regra dos Três Segundos”, famosa na comunidade de pickup, defende que o homem deve abordar a mulher em até três segundos após o primeiro contato visual, pois se demorar mais que isso, começará a inventar para si mesmo motivos para não o fazer.
21 DVI – Abreviatura de “demonstração de valor inferior”, também conhecida por DLV (demonstration of lower value). São as atitudes que o homem toma e que diminuem seu valor perante os olhos femininos. 22 PC – Abreviatura de “Phone Close”. Ocorre quando a interação termina com uma troca de telefones.
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CHAMELEON
Saí sem ninguém dessa noite, mas eu procurei
tomar lições de tudo que deu errado para que não se
repita nas próximas sarges.
Considerei esse dia um progresso porque antes
disso eu tinha vergonha até mesmo de abordar gente
sozinha, e agora já abordo, na garra e na coragem,
grupos. Já abordo mulheres de nível 8,5-9,0, quando
antes as achava totalmente fora de alcance.
Eu acho que basta treinar e continuar estudando
que tenho de tudo para chegar lá e ficar não com o que
dá para ficar, mas sim com quem eu quiser ficar.
Aceito de muito bom grado os feedbacks, ciente
de que ainda tenho muito a aprender. Abraços!
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A segunda alone-sarge e o
primeiro close
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Era uma sexta-feira e estávamos na véspera do
Carnaval de 2011. Retornei ao barzinho onde fiz minha
primeira abordagem, desta vez com ainda mais estudo e
muita vontade de jogar23.
O primeiro set que abri era composto por duas
inglesas, que embora tenham sido receptivas para fazer
uma nova amizade, não foram suficientemente receptivas
para adentrarem um “romance-relâmpago”.
Saí do bar e percebi que um bloco de rua estava em
processo de formação. Pensei: “O que tenho a perder?”.
Entrei no meio do bloco e abri um set de quatro
meninas com a desculpa de que estava me escondendo
de uma ex-namorada. Embora esse abridor tenha sido
excelente, pequei por não conseguir dar continuidade e o
set em si ejetou.
Utilizando o mesmo abridor, abri um set composto
23 Jogar -­‐ Terminologia amplamente utilizada pela comunidade PU, já que a maioria dos PUAs compara o processo de sedução a um jogo.
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CHAMELEON
por duas americanas, cujo desfecho foi o mesmo do set
anterior.
De repente, resolvi abrir um set composto apenas
por homens e utilizando a mesma desculpa. Eles riram
da situação, me acolheram e... Fui chamado para sargear
com eles!
Eram três rapazes, e todos eles jogando em
direct24. Foi legal andar com eles, pois assim foi possível
ver como funcionava essa modalidade de jogo. Eu, como
ainda estava bem no início de minha jornada, pouco ou
nada me arrisquei. Após umas duas horas de constantes
abordagens (nas quais eu fui, em grande parte,
espectador), sobraram apenas eu e mais um dos rapazes,
ambos consideravelmente embriagados.
O bloco principal havia acabado, mas outro bloco,
menor e de teor amador, estava
em processo de
formação. Meu “novo amigo” e eu entramos nesse bloco
e enquanto ele partia para cima de uma mulher de meia24 Direct -­‐ Estilo de jogo onde você já aborda explicitando suas intenções, como por exemplo, “Olá, achei você um charme e quero te beijar neste exato momento”. Seu oposto, o modo indireto, consiste em iniciar uma conversa normal (normalmente pedindo opinião a respeito de algum assunto) e levá-­‐la, aos poucos, para “outros caminhos”.
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CHAMELEON
idade que estava sambando, resolvi puxar papo com uma
garota baixinha, de bandana, que estava tomando uma
cerveja. Pedi um gole da mesma e comecei.
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CHAMELEON: Tenho de ficar de olho no meu
amigo.
MENINA: Ah, é? Por quê?
CHAMELEON: Ah, por que é sempre assim. Ele
enche a cara e eu acabo tendo que vigiar a retaguarda
dele.
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Minha intenção, ao empregar este argumento, foi a
de passar uma característica masculina que, segundo
Mystery, despertava e/ou incrementava a atração
feminina, ou seja, a de ser o protetor dos amigos e das
pessoas amadas.
Após poucos minutos de conversa jogada fora, eis
que ela entrou em minha frente e me beijou.
Sim, meu primeiro KC25 após ter iniciado a jornada
PUA.
Voltei para casa muito feliz, certo de que havia
tomado o rumo certo. Nunca mais vi o “amigo” que fiz
25 KC – Abreviatura de “Kiss Close”. Ocorre quando a interação termina com uma beijo.
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CHAMELEON
aquele dia, embora o tenha adicionado no Facebook.
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Carnaval Fracassado
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Infelizmente, o Carnaval de 2011 foi um episódio
triste em minha jornada PUA. Havia voltado para o sul
de Minas Gerais e a minha intenção era a de ficar
hospedado em Baependi e
de curtir os festejos de
Caxambu. Cheguei a
comprar o abadá para o
“Storwo”, um bloco
frequentado pelas pessoas
mais bonitas da cidade.
O primeiro dia foi
ótimo. Reencontrei, em
Caxambu, a garota que
conheci na minha segunda
noitada fracassada em
Baependi, em dezembro
(aquela que pegou meu cartão) e acabei ficando com a
irmã dela.
Já de madrugada e de volta a Baependi, assim que
saltei do taxi pensei: “Será?”.
Fui à praça principal da cidade e embora fossem
42
CHAMELEON
quase quatro da manhã, era Carnaval e ainda havia
bastante gente na rua e naquele clima louco de final de
festa. Eu não era exceção, pois havia tomado, no Storwo,
umas duas canecas de gummy.
Bastou pisar na praça que ouvi um “psiu”. Quando
virei, dei de cara com uma garota bem jovem, que não
devia ter mais do que vinte anos de idade. Não tinha o
rosto mais bonito que já havia visto, mas tinha um corpo
considerável.
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MENINA: Moço, pode me fazer companhia?
Minha amiga saiu para ficar com alguém e estou
sozinha.
CHAMELEON: Mas é claro, gata.
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Nisso, ela fez menção de estar sentindo frio.
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CHAMELEON: Vem cá que eu te mantenho
aquecida.
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E a abracei. Não demorou muito até virar um KC.
Alguns minutos depois, ela me puxou pelo braço, levou
até o canto de uma rua escura e... Bom, foi intenso.
Jamais imaginei que um dia fosse conseguir ficar
43
CHAMELEON
com duas meninas em apenas uma noite!
Um sentimento de vitória havia tomado conta do
meu ser e retornei ao hotel com um sorriso estampado
no rosto.
Poucas horas após ter adormecido, acordei
extremamente enjoado e queimando de febre. Minha
garganta estava tão inflamada que até beber água em
temperatura ambiente era um sacrifício.
Fiquei praticamente de cama nos quatro dias de
Carnaval que ainda me restavam e ao voltar para o Rio
de Janeiro dei entrada no hospital e descobri que estava
com faringite.
O que tinha tudo para ser um Carnaval memorável
foi reduzido a um dia de glória e quatro de derrota.
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O Retorno a Baependi
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Cerca de duas semanas após o fiasco do Carnaval,
retornei a Baependi. Desta vez, estava saudável, ainda
mais “estudado” e na disposição para jogar.
Essa terceira ida, embora não rendido KC ou FC26
algum, foi de suma importância, pois foi a partir dela que
comecei a construir meu social proof 27na cidade.
Eis o relato, na íntegra.
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Baependi-MG, 19 de março de 2011
Como diz o ditado, “so far, so good28” .
Cheguei em MG, tomei um banho e saí para a
praça. Assim que cheguei à praça, vi um set de duas
ninfetas.
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Comentário: essas duas meninas eram ninguém
26 FC – Abreviatura de “Full Close”. Ocorre quando a interação termina em sexo.
27 Social Proof -­‐ Grau de popularidade que você tem em determinado local.
28 Tradução: até agora, tudo bem.
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CHAMELEON
mais e ninguém menos que a Jassmin e a menina que
veio a nos amogar , conforme verão no relato da Semana
Santa em Baependi.
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Usei o seguinte abridor:
Chameleon: Ei, preciso de uma opinião. Eu
queria abrir alguma coisa aqui em Baependi, mas
focada no público jovem. O que está faltando aqui?
HB1: Um motel, sem dúvida! (sim, essa foi a
resposta dela).
Chameleon: É mesmo? E isso iria bombar?
HB2: Para ser sincera, não sei se iria, porque
aqui as pessoas acabam fazendo em qualquer canto...
Chameleon: Mas parece que sua amiga aqui não
se contenta com cantos.
A HB1 corou.
Chameleon para a HB2: Me deixe ver seu
relógio.
Fiz a mágica de parar o relógio29.
HB2: Como você fez isso? Me explica! (tocando
em mim)
Chameleon: Ei, ei, se continuar me tocando
assim vou ter de cobrar.
HB1 ri.
29 Basta usar um anel magnético chamado PK Ring.
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CHAMELEON
Chameleon: Qual a boa de hoje aqui?
HB1: Hoje, só o barzinho com música ao vivo.
Não vai ter balada.
Chameleon: Que chato... Bom, eu vou ver qual é a
do barzinho.
HB2: Quando for, nos chama! A gente vai!
Chameleon: Eu vou hoje. Se vocês forem, me
encontrarão lá.
HB1: É que meus pais não me deixam sair tarde
na quaresma aqui em MG, senão eu ia. Me dá o seu
Messenger? Você vai embora quando?
Chameleon: Vou domingo, mas eu estou vindo
aqui direto. E vou vir semana santa.
HB2: Vem sim! A gente sai! Agora eu tenho que
ir, já está tarde e meus pais vão me ligar.
PC com as duas.
Mas, isto foi apenas o aquecimento. O MANEIRO
mesmo veio de madruga, depois que fui ao barzinho.
Estava novamente na praça e o show rolando ainda
no barzinho. Estava procurando sinal da TIM e até
olhei de relance um set de 4 meninas, sendo elas 3
HB’s e 1 coroa. De repente, senti o flash da máquina
na minha direção e era a coroa que tinha batido uma
foto minha.
Chameleon: Poxa, se quer tirar uma foto minha,
avisa que faço pose.
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CHAMELEON
Fiz a pose e ela bateu outra foto, agora sorrindo.
Chameleon: Agora, 5 reais pela minha foto.
Riram.
Chameleon: Aqui é ruim de pegar sinal da TIM,
né?
HB1: Ah sim, é muito ruim. Você é de onde?
Chameleon: Do Rio. Vai fugir? Já vi que carioca
aqui não tem a melhor reputação.
Coroa: Fugir de você seria a última coisa que nós
faríamos, um monumento como esse...
Chameleon: Uau, direta você hein! Me diga,
quais as idades de vocês?
HB1: Eu tenho 18, ela tem 17 e a terceira tem 16.
Ela vai fazer 17 daqui a alguns minutos.
Chameleon: Uau! Já? Pôxa! Vocês são foda,
hein! Só foram me avisar agora, nem deu tempo de
comprar uma torta...
HB2 (aniversariante) ri.
Chameleon para HB2: Deixa eu ver seu relógio.
Novamente, a mágica do relógio.
Chameleon: Agora vou segurar você em seus 16
anos um pouco mais. (ri)
Todas riram.
HB’s: Nossa, como você fez isso?
Chameleon: Eletromagnetismo. Deixa eu ver sua
mão, HB1.
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CHAMELEON
Momento “cold reading ”.
Acertei tudo.
HB1: Caramba, você acertou tudo! O que você
faz?
Chameleon: Você quer que eu te diga ou te
mostre?
HB1: como assim?
Tirei meu iPod que tinha fotos da capa do meu
livro, fotos minhas dando palestra e fotos minhas do
ensaio fotográfico para o livro. Quando viram minha
foto de terno...
HB1: Meu Deus! Você tem Orkut, Messenger,
Facebook, qualquer coisa???
Chameleon: Tenho, é só me procurar pelo nome.
HB1 puxa o celular: Me fala seu nome! E seu email. Meninas, depois eu passo para vocês.
Passei meus contatos.
Deu meia noite, elas começaram a abraçar a HB
aniversariante.
Chameleon: Esperem aqui. Vou improvisar o seu
presente.
Corri até o bar e peguei um guardanapo.
Transformei o guardanapo em uma rosa.
HB2: Meu Deus, que lindo!!!
HB1: Que criatividade! Nossa, aqui em MG não
tem cara como você... Bonito, educado, criativo...
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CHAMELEON
Amanhã estou indo almoçar em Cruzília, se o carro
não estivesse lotado eu te levaria. As meninas iriam
te adorar. Você é um TDB. Tudo de bom! Você tem
namorada?
Chameleon: Não, eu sou divorciado (carinha de
filhote de cão triste)
HB1: Como alguém pode deixar você escapar?
Eu nem sairia para trabalhar tendo você em casa,
ficaria preocupada da quantidade de mulher atrás de
você. Olha, eu tenho que ir. Amanhã estará aqui?
Vamos marcar algo mais para a noite?
Chameleon: Vamos ver. Vou pensar em seu caso.
As HB’s riram.
Foi um Close inédito, pois foram as HB’s que
chegaram em mim e eu, sabendo o que sei, consegui
engajar todo o set.
Comentário: de todas essas com quem conversei,
mantive contato apenas com a coroa e com a
aniversariante, tanto via Messenger quanto ao vivo, quando
vou à cidade.
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CHAMELEON
A primeira sarge com os membros
do PUABASE
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Já fazia mais ou menos uma semana que estava
tentando organizar um encontro com os membros
cariocas do PUABASE.
No dia 24 de março, quinta-feira, reuni no Banana
Jack os membros Mentor, LucasL, CDutor, Sinwish e
Doofy. Conhecer membros do fórum de sedução foi
uma experiência curiosa e, ao mesmo tempo, divertida.
Enquanto alguns eram caras que compartilhavam dos
mesmos problemas que eu, outros eram sedutores por
natureza só estavam no fórum para elevarem a qualidade
e/ou quantidade de conquistas.
Foi, para mim, muito inspirador ver membros
como Sinwish e Doofy abordando mesas e engajando
conversas com os grupos de mulheres que as ocupavam.
Até então, ainda não tinha coragem para fazer isso.
Lembro que lá pelas tantas comecei a cismar com a
garçonete que estava atendendo nossa mesa, que por
sinal estava me dando mole (pelo menos foi o que todos
nós pensamos).
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CHAMELEON
Além de mexer comigo toda vez que passava por
nossa mesa, ela muitas vezes chegava a parar apenas para
acariciar meus cabelos. Houve um momento em que ela
veio com um pouco de purpurina nas mãos, perguntou
se eu queria que ela me passasse um pouco e,
aproveitando a deixa, acariciou minhas costas e ombros.
Virei para o Doofy com uma cara de “o que faço
agora?” e ele sugeriu que eu pegasse um guardanapo,
desenhasse quatro tracinhos, um hífen e depois mais
quatro tracinhos, como se fosse um jogo de forca e a
entregasse para que ela completasse esses tracinhos com
seu telefone.
Embora eu tenha seguido essa sugestão, ela
subitamente mandou a famosa (e famigerada) frase
“apenas amigos, certo?”.
Isso, de certa forma, surpreendeu a todos, dado seu
evidente grau de interesse. No entanto, a experiência me
ensinou que existem bares onde as garçonetes
propositalmente paqueram os clientes para que estes
caprichem na gorjeta.
O engraçado nesse dia foi que apesar do fora que
levei, não baixei a cabeça e comecei a tentar a sorte com
outra garçonete que lá trabalhava.
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CHAMELEON
Antes de ir embora, Doofy, que de longe tudo
observava, disse em meu ouvido:
“Você vai longe.”
A partir desse dia, entrei em um ritmo frenético de
sarges.
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O primeiro “Lapa Game”
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Toda sexta-feira à noite, os membros cariocas do
PUABASE se encontram no gramado do bairro da Lapa,
aqui no Rio de Janeiro. A noite de sexta nesse bairro
constitui uma alternativa barata para aqueles que desejam
gastar pouco ou quase nada, já que as ruas vivem lotadas
(por pessoas dos mais diversos tipos) e o clima é de
azaração total.
Minha primeira sexta na Lapa ocorreu no dia
seguinte à sarge no Banana Jack. Lá, encontrei o Mentor,
o Sinwish e também o HICK221, que ainda não
conhecia.
Lá, fui apresentado ao Igor K, Breno W, Peter e
Thiagão, membros já experientes e todos acompanhados
de suas “respectivas”.
Aquele dia, ainda que não tenha beijado alguém, foi
divertido pelo fato de ter andado em companhia do
pessoal e de além de ter aberto uma série de sets, ter me
passando por gringo (o que faço com bastante
habilidade) para as promotoras de eventos que ficavam
nas ruas.
Cheguei a conseguir o telefone de uma delas (o
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CHAMELEON
que para mim foi um grande feito, já que nunca havia
conseguido o número de uma hired gun30).
Foi também legal pelo fato de poder ver o
HICK221 jogar, pois ele, por ser adepto do modo direto,
não baixava a cabeça enquanto não conseguisse o beijo
da garota abordada.
Seu modo de agir era inspirador e andar com ele fez
com que meu jogo evoluísse muito, conforme verão a
seguir.
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30 Hired Gun -­‐ Mulheres que são contratadas para trabalhar em determinado local por causa de sua beleza, tais como promotoras de eventos e/ou produtos, garçonetes etc.
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CHAMELEON
Na balada com o HICK221
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Anthony Robbins já dizia que para sermos bons em
algo, temos de andar com quem já seja bom naquilo que
desejamos dominar. No dia seguinte ao meu primeiro
Lapa Game, combinei de ir com o HICK221 à boate
Mariuzinn, uma boate que no Rio de Janeiro é famosa por
ser frequentada pela classe média baixa.
Eis o RC.
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Rio de Janeiro-RJ, 26 de março de 2011
Wow, que evolução!
Fui para a Mariuzinn com meu parceiro
HICK221, daqui do fórum. Na realidade não fomos
juntos, eu liguei para ele para saber se ele estava lá e
fui ao seu encontro.
Lá, quando cheguei, o HICK já estava dando uma
ideia numa HB, e me apresentou as outras duas do
grupo dela. Não eram pegáveis, mas ainda assim
conversei com elas para aquecer.
Game on.
Abordei uma HB 7 e aproveitei que tinha um
cara enchendo o saco de uma mulher apenas para
puxar o assunto.
56
CHAMELEON
EU: Olha aquele cara... 45 minutos tentando
pegar aquela garota.
HB: Quem? Aquele? Caramba...
EU: Eu não tenho paciência para insistir tanto...
HB: Nem eu para aturar tanto.
EU: Você tem cara que dá uns foras bem
escrotos, sabia? (NEG)
HB ri.
HB: Não, eu sou apenas sincera, eu...
EU: HB, você cuspiu em mim? Meu Deus! Além
de dar fora nos caras, você cospe neles é? (NEG)
HB: Aiii desculpa, desculpa!
EU: Bom, eu não posso demorar, meu amigo está
me esperando. Prazer te conhecer, e vê se não cospe
em mais ninguém.
HB: Tá! Ah, qual seu nome? (IDI)
EU: Chameleon. Fui!
Eu não queria dar uns pegas nela, queria mesmo
era aquecer.
Fui ao bar, pedi um cuba libre. Na volta, passei
por uma mesa onde estava uma torta de aniversário e
em volta um grupo de 3 meninas e 2 caras.
EU: OPA! Quem tá fazendo aniversário?
Um dos caras aponta para uma mulher.
EU: Eiiiii meus parabéns! Vem aqui para eu te
dar um abraço!
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CHAMELEON
No que abracei, disse em seu ouvido.
EU: É claro que eu te desejo felicidades, mas eu
também queria muito um pedacinho de bolo...
ANIVERSARIANTE: Mas é claro!
Ela cortou um pedaço de bolo e me deu.
Perguntou meu nome e eu disse.
EU: Bom, obrigado pelo bolo! Até mais!
Saí. Voltei para o grupo do HICK. Peguei um
guardanapo em uma mesa por perto e fiz minha
famosa rosa de origami. Voltei para a mesa da
aniversariante.
EU: Um presente de feliz aniversário e
agradecimento pelo bolo. (e dei a rosa a ela)
Ela sorriu, achou lindo. E eu novamente fui
embora e voltei ao grupo do HICK. Rs. Eu estava
fazendo muitos roll-offs31.
De repente, voltei para o grupo de níver e como
estava sem assunto, usei o opener da briga entre duas
meninas. Ok, usei um enlatado, me processem.
Elas me deram licença e sentei junto a elas. A
aniversariante me pagou uma cerveja.
ANIVERSARIANTE: Minhas amigas acham que
você é gay, eu acho que não.
31 Roll-­‐off -­‐ Ato de abandonar a interação no momento em que a mesma começou a &icar interessante para que a outra pessoa &ique com vontade de o rever.
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CHAMELEON
EU: Ah, todas as pessoas acham que sou gay. Isso
é bom. Cria conforto.
ANI: É porque você é muito educado, muito doce.
EU: Isso é só aparência.
ANI: Ah, então você é um safado é?
EU: Que é isso! Você mal me conhece, mulher!
Respeito!
Mas não é que a mulher começou a falar de sexo
comigo? Fiz a rotina do anel e ela ficou louca comigo
falando em seu ouvido. Nisso ela disse que é casada e
que os amigos dela conhecem o marido dela, que não
foi. Mas que se não fosse por isso, já teria “rodado”
com ela. Ainda assim, phone close.
Ela virou para as amigas e disse “ele não é gay
não”.
UMA DELAS: Não?
E veio no meu ouvido e disse “Meu noivo está
aqui, finge que você é gay se ele perguntar”.
A mulher me pegou para dançar funk e se roçou
toooooda em mim! Caramba, eu estava ficando
maluco.
Nisso, olhei para o lado e vi duas mulheres
sentando à mesa. Em frente à mesa havia uma galeria
de fotos do dono da boate com umas pessoas que
nunca ouvi ou vi.
Cheguei próximo à mesa, olhei para os retratos,
59
CHAMELEON
virei para elas...
EU: Cacete! Quem são essas pessoas? Ninguém
famoso!
Elas riram.
EU: Como é que ele bota fotos de desconhecidos?
Será que ele não sabe que isso só se faz com
celebridades?
UMA DELAS: Adorei sua camisa.
Eu estava usando uma camisa que eu mesmo fiz,
escrita “Pisque o olho que eu faço o resto”.
EU: Gostou? Faz parte de uma grife que estou
lançando. (DVS32)
ELA: Uau, você é empresário é?
EU: É pretensão demais dizer que sim... Eu gosto
de pensar em mim como uma pessoa trabalhadora,
não um empresáááário... Empresário é Eike Batista,
Roberto Justus... E você?
ELA: Trabalho em um salão de beleza.
EU: Dá para ver, pelo seu cabelo. Tá bonito, bem
tratado.
Toquei seu cabelo. Aproximei para cheirar. Nisso,
ela pega minha mão. E mandei a rotina do anel com
32 DVS – Abreviatura de “demonstração de valor superior”, também conhecida por DHV (demonstration of higher value). São as atitudes que o homem toma e que aumentam seu valor perante os olhos femininos.
60
CHAMELEON
ela também.
ELA: Você é muito interessante.
EU: Você não viu nada. Devia ver meu beijo
Mais nada. KC. E posterior PC.
Noite produtiva. Há dois meses não teria feito
nem um décimo disso. Sinto estar no caminho certo!
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61
CHAMELEON
O mago do Leblon
!
No dia 1º de abril, combinei de encontrar minha
pivot33 Priscilla34 e mais alguns amigos dela no bar
Devassa, no Leblon.
Aquela noite estava me sentindo afiadíssimo para
jogar, pois havia praticamente decorado o método de
Mystery. Por ser um seguidor fiel desse PUA e ainda
fechado a outros métodos, andava repleto de
peacocks35.
Mal cheguei, conversei uns vinte minutos com o
pessoal e resolvi abordar a primeira mesa, onde estava
um 2-set.
Utilizei o opener da namorada ciumenta (um dos
33 Pivot -­‐ Acompanhante do sexo feminino, que eleva seu valor no ambiente por passar a impressão de que você já é pré-­‐selecionado por outra mulher.
34 Amiga de longa data, com quem passei a sair após ter me separado.
35 Peacock – Vem do inglês e signi&ica, traduzido, “pavão”. É uma terminologia PUA atribuída a acessórios e/ou peças de vestuário de efeito chamativo, que diferenciam seu usuário das demais pessoas presentes no recinto.
62
CHAMELEON
mais populares abridores do Mystery Method), fiz a rotina
das melhores amigas, emendei a rotina do cubo e fiz o
relógio de uma delas parar. Resultado da interação?
Consegui o Facebook das duas.
Em seguida, fiz a mesma coisa em uma mesa onde
estava outro 2-set, mas não consegui close algum porque
no momento em que ia fazer a rotina do cubo, os
respectivos namorados das duas chegaram.
Ao nosso lado havia uma mesa com quatro ou
cinco meninas, todas elas bastante animadas. Eram
bonitas, tanto que sua mesa já havia sido abordada por
um rapaz que lá estava, porém sem sucesso algum. O
grupo o havia isolado e ele ficou de pé, ao lado da mesa,
completamente sem graça. Como eu já havia aquecido o
suficiente com as mesas anteriores, estava confiante o
suficiente para sozinho abrir aquela mesa e engajar a
atenção do grupo. A interação foi um sucesso, tanto que
eu fui chamado para sentar junto a elas. Além das
mágicas e das diversas rotinas de leitura fria,
conversamos sobre relacionamentos e cheguei a pegar o
Facebook de duas das meninas.
Aquela noite, por mais que tenha ficado no zero a
zero, senti-me vitorioso pela quantidade de interações
63
CHAMELEON
que fiz. Minha pivot, bem como seus amigos, acharam
piada no meu jeito cara de pau e persistente.
Alguns dias depois, uma das meninas da primeira
mesa que abordei me adicionou no Facebook e publicou,
em meu mural, “Olha o mágico do Leblon!”.
No momento em que li aquilo, cheguei à conclusão
de que estava na hora de ir além do Mystery Method, pois
as interações brasileiras são muito mais incisivas que as
americanas e um método indireto como o de Mystery em
terras tupiniquins, embora seja eficaz para o ganho de
coragem e de desenvoltura, não raro faz de seu adepto
um mero objeto de entretenimento e o mantém na
temida zona da amizade.
Eu tinha de falar menos e agir mais, mas não sabia
ainda como. E se eu bebesse mais?
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64
CHAMELEON
Eu bebo sim...
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O final de semana seguinte foi marcado por duas
sarges que envolveram álcool em excesso. Enquanto que
a primeira obteve saldo positivo, a segunda constituiu
uma vergonha gigantesca.
Eis o RC.
!
!
08 de abril de 2011
Bom, prometi a mim mesmo que iria, esta sextafeira, jogar no direct . Me aconselhei com o guru
Instigante36, preparei bem o meu inner37, entornei umas
cervas e fiquei calibradérrimo.
Fui à Lapa em companhia do Alex e também do
Daniel (daqui do fórum tbm), Sinwish, Thiagão e mais
uma galera lá.
!
36 PUA brasileiro.
37 Inner -­‐ Também conhecido por “Inner game”, é a impressão que a pessoa tem a respeito de si mesma, o que obviamente deve ser positiva. Assim sendo, uma pessoa de “inner alto” nada mais é que uma pessoa de autoestima e autocon&iança elevadas.
65
CHAMELEON
Comentário: O Alex, que então não conhecia
direito, veio a se tornar, mais tarde, um de meus
melhores amigos e sargeou comigo por diversas vezes.
!
No início, por força do indirect , comecei
abordando meninas com openers de opinião.
“Porra, Chameleon!!! Você não ia jogar
direct???”, disse a mim mesmo.
Então, lá vai. Isto é Lapa. Tentei o opener do
Magaiver38. “Como é que é?” para várias meninas.
Recebi umas risadas na cara. Hum... Tentei o famoso
“opa, olhou, agora tem que terminar o que começou”.
Não. Beta demais.
De repente, abordei uma HB sentada
desmunhecando para KCT para me passar por viado.
E falei:
Chameleon: Eu nunquinha beijei uma mulher de
língua, sabia, mona?
HB7: Não? Não acredito!
Chameleon: Posso experimentar com você?
HB sorriu. Foi o KC mais desonesto que já dei em
alguém. Rs. Mas, aquilo ajudou a melhorar meu frame
38 Outro PUA brasileiro.
66
CHAMELEON
39.
Daí, pensei...
Quer saber? Não vou falar PORRA NENHUMA!
Comecei simplesmente a chegar beijando todas
as meninas que passavam perto de mim. Todas. Umas,
conseguia dar um selinho. Outras, achavam
engraçado e até deixavam. Algumas ficavam
ofendidas, mas foda-se.
Lá pelo final da noite, já tinha abordado umas 30
meninas, mas só selinho e o KC na mulher que achava
que eu fosse viado.
Mas, por sorte, vi mais uma moça que estava
olhando para mim. Fui, puxei ela pela mão, disse
“Prazer, Chameleon” e consegui o segundo KC da
noite.
É isso aí. Primeira experiência direct.
!
No dia seguinte a essa sarge na Lapa, 09 de abril de
2011, fui com o Alex, HICK221, Lucasl e a Priscilla,
minha pivot , para a boate La Passion, na Glória.
O que tinha tudo para ser uma excelente noite foi
por água abaixo em virtude da minha bebedeira.
Comecei bem, abrindo uma série de sets e até
39 Frame – É a soma de sua visão de mundo com sua integridade. 67
CHAMELEON
mesmo engajando conversas. De repente, as coisas
saíram de controle e comecei a ficar extremamente
inconveniente.
Além dos comentários de teor extremamente
grosseiro que passei a fazer com as outras meninas,
arrumei discussão com uma que estava praticamente tão
bêbada quanto eu e quase fui expulso por mexer com a
dançarina de pole dancing do local.
Ao final da noite, foi necessário que minha pivot me
colocasse dentro do taxi, pois segundo ela, eu não estava
em posição de tomar decisões por conta própria.
No dia seguinte, acordei 14h com uma ressaca
descomunal. À medida que ia lembrando do que
aconteceu, entrava em um estado de profunda depressão,
oriunda do sentimento de vergonha.
Eu não quis falar com ninguém que esteve ao meu
lado aquela noite e cheguei a excluí-los de meu Facebook,
o que gerou, na época, um grande ressentimento por
parte da Priscilla.
No entanto, não adiantava chorar sobre o leite
derramado. O jeito foi prometer a mim mesmo que não
iria nunca mais exagerar daquele jeito e a semana
seguinte viria para colocar isso à prova.
68
CHAMELEON
021 100 Álcool
!
No final de semana seguinte, eis que surgiu a
oportunidade para por em prática a promessa que fiz a
mim mesmo.
Eis o RC.
!
!
Rio de Janeiro-RJ, 15 de abril de 2011
Galera, promessa é dívida e esta sexta-feira,
quando saí para a 021, passei a noite sóbrio. Não vou
dizer que estava completamente sóbrio, mas para
cada cervejinha que tomava, vinham duas Coca-Cola
em seguida, ou seja, nem “animadinho” fiquei.
Conforme dito acima, entrei na 021 em
companhia dos wings40 HICK221, Pacheco e Elrian.
Assim que entrei, para aquecer, abri quatro sets. Tudo
no natural, com conversas informais.
!
Comentário: Pacheco, que hoje em dia é um de
meus melhores amigos, foi um cara que conheci antes de
40 Wing – Também conhecidos por “wingmen”, são aqueles parceiros de sarge que frequentemente ajudam a elevar seu valor no recinto e perante as mulheres.
69
CHAMELEON
adentrar a comunidade de pickup, no salão onde cortava o
cabelo. Começamos a conversar através do fórum e foi a
maior coincidência quando nos encontramos e demos
conta de que de certa forma já nos conhecíamos.
Passamos a sargear juntos constantemente e fomos
inclusive colegas de bootcamp.
!
Ressalto que a 021 é uma boate de elite, onde a
maioria das meninas são HB8 até HB11. Tudo da alta
sociedade, rata de academia e de vestidinhos curtos e
apertados. De enlouquecer.
Um grande opener para sets femininos, galera, é
perceber se elas estão tirando fotos e você se oferecer
para bater fotos do grupo inteiro, pois elas sempre
ficam alternando ou se auto-fotografando. Isso é uma
forma de se aproximar do set. Abri dois sets nessa de
me oferecer para tirar fotos.
Eu não abri apenas sets femininos. Eu procurei,
desta vez, me socializar. Falei com fotógrafo (inventei
de ter interesse na máquina dele, e mostrei um
legítimo interesse no que ele falava). Isso foi legal
porque depois ele tirava foto minha onde quer que eu
pedisse. Beleza.
Fiz amizade com o segurança, e ríamos muito da
galera doidona.
Bom, hora de jogar. Abordei o set que tinha
70
CHAMELEON
aberto antes, até criei conforto, sentei ao lado delas,
mas eu depois travei, não consegui prosseguir, enfim.
Meus wings (não vou citar quem) tentaram
também abrir um ou outro set, um deles conseguiu
bater papo com uma morena bem responsa, mas que
não deu em nada.
Eu confesso que entrei calibrado e em seguida fui
dominado pela AA41. Ainda assim, me diverti e pela
primeira vez não voltei deprimido por não pegar
ninguém.
Lições que aprendi com esta night sóbrio.
1. Gente muito bêbada é TRISTE. Tanto homem
quanto mulher. A gente perde a noção do quão ridículo
agimos quando estamos ébrios. A cara torta, inchada,
e o andar cambaleante não são nada charmosos.
Tenho vergonha de já ter passado por isso várias
vezes e senti pena das pessoas que vi assim.
2. Eu poderia chegar e inventar várias desculpas
por não ter pego ninguém. Poderia dizer que é uma
boate onde o pessoal não vai para azarar, poderia
dizer que o público feminino que frequenta o local não
vai para ficar com alguém, poderia dizer que o som é
alto demais para trocar ideias com alguém, mas
41 AA – Abreviatura de “Ansiedade de Aproximação”, que é o sentimento de hesitação na hora de abordar alguém, decorrente do medo de rejeição.
71
CHAMELEON
nenhum desses fatores é verdade. Eu não peguei
ninguém porque o MEU inner não estava legal e
porque a MINHA experiência como PUA ainda é
pequena para, logo de cara e sóbrio, conseguir um
feito de pegar uma HB10.
Quando “terceirizamos” a culpa de nossos
fracassos, nada mais estamos fazendo senão procurar
desculpas para justificar nossa pobre performance. O
problema persistirá e jamais pararemos para fazer
uma autoanálise.
3. Quando o lance é jogar sóbrio, wings que
conheçam a filosofia do PUA são essenciais.
4. Todo dia é um novo dia. Aprendam com seus
fracassos, cabeça erguida e bola para frente. As
pessoas de sucesso assim o são porque fracassaram
muito antes de chegar ao topo.
Abraços fraternais,
Chameleon
!
Não vou dizer que a partir deste dia passei a andar
100% sóbrio em 100% das sarges. No entanto, aprendi a
me policiar e nunca mais passei pelas vergonhas que
passei aquele sábado, na La Passion.
A minha opinião de PUA a respeito do álcool chega
a ser um clichê: use com moderação. O álcool é ótimo
72
CHAMELEON
para dar um empurrãozinho inicial, mas como o mesmo
leva a um ciclo vicioso onde quem o consome pede por
mais, é necessária muita autodisciplina.
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73
CHAMELEON
Uma Segunda-Feira Diferente
!
Embora o final de semana tivesse chegado ao fim,
minha sede de sarge não. No sábado que precedeu a
sarge sóbria na 021, marquei um encontro com uma
funcionária da empresa onde minha irmã estava
trabalhando e que havia deixado “escapar” a ela o que
achava de mim.
!
!
Rio de Janeiro-RJ, 18 de abril de 2011
Bom, este relato não tem nada de extraordinário,
mas KC é KC, né?
Minha irmã me “alertou” que uma funcionária da
empresa onde ela trabalhava tinha mencionado que
eu era “gatinho”. Eu, na cara de pau, peguei o celular
da minha irmã e simplesmente liguei para a menina, e
disse “que história é essa de me achar gatinho e me
privar de te conhecer, hein? eu vou estar segunda
num happy hour no restaurante X, se quiser vir é
bem vinda”.
Não é que ela veio?
O engraçado sabe o que foi? Ela disse que o que
mais chamou atenção nela foi o meu jeito decidido de
andar e os meus ACESSÓRIOS, como pulseira de
74
CHAMELEON
couro, anéis, cordões... Sim, galera, PEACOCK dá
resultado!
Após uma ligeira rotina da rosa de guardanapo,
sem delongas, demos um KC demorado e inesquecível,
que perdurou desde o restaurante até a saída do
metrô, onde ela me deixou.
Está doida para me ver. E sabe que sou pua. E
querem saber mais? Quer me ver sargear! Hahaha
!
High five ;-)
!
Após esse dia, chegamos a sair novamente e se não
me engano, na mesma semana de nosso primeiro
encontro. Muito embora ela fosse legal e tivesse
denotado interesse em sair comigo mais vezes, eu preferi
me afastar por não ter sentido química entre nós.
No entanto, a Semana Santa se aproximava e
Baependi costuma ser famosa nesse feriado por ser a
época do ano em que o povo mais bebe. Segundo ouvi
dizerem, bebe-se mais nessa cidade durante a Semana
Santa que no próprio Carnaval!
!
!
!
75
CHAMELEON
Semana Santa em Baependi
!
Talvez a Semana Santa em Baependi tenha sido
minha mais significativa sarge.
Antes de partir para a cidade, estudei a fundo os
vídeos do seminário de Mystery e também estudei o
personagem de Josh Holloway em Lost, o Sawyer, para
adquirir um jeito de andar e falar mais, digamos,
cafajeste.
Abaixo, meu RC.
!
Baependi-MG, 21 a 24 de abril de 2011
!
Jak sie masz, puas!
!
42
É com EXTREMA felicidade que escrevo este RC.
Como muitos de vocês já sabem, vim passar a
semana santa no interior de MG, mais precisamente,
em Baependi, cidadezinha onde tenho família. A
última vez que vim à cidade, um mês atrás, abri um
set de duas HB ninfetinhas e peguei o Messenger das
duas. Com o tempo, começou a rolar um clima bem
42 Cumprimento de Borat, personagem do comediante britânico Sasha Baron Cohen.
76
CHAMELEON
legal entre uma delas e eu, e meio que estava tudo
certo da gente “se enroscar” quando eu viesse.
Pois bem. Quando chego à cidade, encontro a
outra HB do set e, ao perguntar por aquela que eu
havia há um mês “cozinhado” no Messenger, ela
responde, para minha grande surpresa, que ela viajou
para a Bolívia com a família! Sim, isso mesmo!
Desnecessário dizer que fiquei muito puto, pois
nem mesmo um SMS para me dizer que não ia mais
estar na área ela enviou.
Pensei, “bom, não tem jeito, vou ter de sargear
sozinho e cultivar um novo ‘amor’”
Que fail. Apesar de ter aberto uns 3 sets, eu
comecei a ser dominado pelo AA e bateu a famosa
“Síndrome de Reversão AFC”43. Quando me dei conta,
estava tão beta quanto antes de entrar para o PUA.
No canto da praça vendo os alfas mandando ver no
direct game.
Voltei para o hotel deprimido. Sem a menina e de
volta ao estágio beta.
Graças a Deus, quando entrei no PUABASE,
estavam online o Shark, thehat e o gamer, que além de
43 Síndrome da Reversão AFC – Súbita regressão de nível de jogo, que normalmente ocorre quando o praticante de pickup torna o jogo sua prioridade-­‐mor, ao invés de deixa-­‐lo &luir ao lado do restante de sua vida.
77
CHAMELEON
me botarem para cima, me indicaram um áudio
deveras interessante do Ares sobre alone sarge. Ouvi
o áudio e fui dormir.
Beleza.
Dia seguinte, acordei cedo, tomei o café e fui
escrever um pouco do meu segundo livro. Em seguida,
fui à feirinha da cidade e comprei meu tão sonhado
chapéu de cowboy (aliás, comprei três).
Ao voltar da feirinha, encontro na praça da
cidade meu primo de SP. Meu primo é um beta TOTAL.
Lembro como se fosse ontem do Natal, quando fomos à
balada de Baependi e saímos no zero a zero porque os
dois estavam dominados pela AA para falar com
qualquer menina.
Pensei, “Eu sei que meu primo jamais seria capaz
de ser meu wing, mas talvez eu possa ajudar ele a ser
alfa por um dia”.
Marquei com ele da gente se encontrar na praça
mais tarde, quando o movimento estivesse melhor.
Antes de sair para fazer “A SARGE”, comecei a
calibrar meu inner. Saí para correr ao som de Usher,
Jay-Z, Black Eyed Peas, Rihanna e grande elenco.
Pensei, “Eu não sou mais um beta. Eu sou um
pua. E está na hora de eu ser batizado”.
Na volta da minha corrida, fui até a feirinha,
comprei um cordão de tags iguais à do exército e
mandei o cara gravar “Chameleon” na identificação.
78
CHAMELEON
Naquele momento, eu havia oficialmente nascido e
nada, NADA neste mundo iria me desviar de minha
jornada rumo ao sucesso.
Combinei com meu primo dele me encontrar na
praça 15:30. Cheguei lá 14:30 e, seguindo as dias do
Ares, entrei num ritmo de abertura de sets frenético.
Devo ter aberto uns 4 ou 5 até meu primo chegar.
Quando ele chegou e começou a andar comigo,
continuei abrindo sets e ele ficou impressionado.
!
MEU PRIMO: Cara, o que aconteceu com você
esses quatro meses? Você está muito diferente.
CHAMELEON: Há, meu caro... It’s Mystery...
(resposta bem ambígua rs).
Mas, comecei a explicar para ele o que era o PUA
e o que eu havia aprendido, e ele começou a ficar
MUITO interessado, talvez porque ele precisasse (e
muito) de “salvação”.
Nisso, eu comecei a desafiar meu primo a
também abrir alguns sets e engajar o interesse das
meninas. O primeiro foi fail, mas o segundo, ele
conseguiu engajar meia hora de conversa, até porque
dei um puta DVS para ele.
Apresentei ele ao set.
CHAMELEON: Meninas, este é meu primo de
SP. Este cara é o meu orgulho, pois ele trabalha numa
79
CHAMELEON
das 30 maiores agências de publicidade do Brasil. (e
trabalha mesmo)
Pronto, foi o suficiente para ele virar o centro das
atenções. Senti orgulho dele e de mim mesmo por ter
ajudado ele. Noite caiu. Fui ao hotel e vesti a minha
“camisa-peacock ”, uma camisa que mandei fazer
escrito “PISQUE O OLHO QUE EU FAÇO O RESTO”. Ela
chama muita atenção. Botei meus tags de exército,
meus anéis, pulseira de couro, relógio, borrifei meu
perfume favorito (Polo Blue, da Ralph Lauren) e disse
a mim mesmo: “Chega de treino. Hora da verdade.”
Saí para a rua com meu primo e a BL44
completamente confiante. Fomos a um estande de
drinks e pedi um drink chamado “Bucetinha
Arretada”. Pensei “já que ainda não garanti uma
bucetinha arretada de verdade, então que seja a
bucetinha arretada drink”.
Blz. Encontro no estande de drinks uma menina
que peguei no Carnaval na cidade, com quem inclusive
fiz FC no meio da rua. Ela me cumprimentou e estava
com uma amiga bem gatinha, de olhos verdes.
NOTA: até este dia eu sempre sofri da “maldição
dos olhos castanhos” – nunca havia ficado com uma
mulher de olho azul ou verde, sempre dei a “sorte” de
só ficar com mulher de olhos castanhos. Eu tinha (e
44 BL -­‐ Abreviatura de “body language”, linguagem corporal.
80
CHAMELEON
tenho) OBSESSÃO por mulher de olho claro.
Chamei meu primo para perto e sussurrei.
CHAMELEON: Achei meu alvo.
Pedi um gole do drink da HB-GR (Hot babe, green
eyes). Ela me ofereceu.
CHAMELEON: Já viu que bisonho os nomes
desses drinks? Se liga... Xixi da Xuxa, Bucetinha
Arretada, Beijo na Boca, Chute no Saco...
HB-GR ri.
CHAMELEON: Adorei sua risada. Vem aqui,
merece um abraço.
Abracei a HB-GR.
Nisso, meu primo só distraindo a outra menina.
O cara foi bem treinado.
Virei para meu primo.
CHAMELEON: Cara, hora de fazer um roll-off.
Despedimos das meninas e demos uma voltinha.
Encontramos, no meio da galera, a ninfetinha que me
disse que a amiga dela havia viajado, e estava cercada
de amigas HB. Fomos apresentados a todas e até
pensei, “Bom, se a HB-GR não quiser nada, já tenho
plano B, C, D, E e F aqui”.
Reencontramos a HB-GR e a amiga que já
carimbei.
Antes de chegarmos perto delas, virei para meu
primo.
81
CHAMELEON
CHAMELEON: Agora é hora de investir. Isole a
amiga da HB-GR.
Meu primo assim o fez.
CHAMELEON: Caramba! Está bebendo vinho?
Gostei, você é das minhas.
HB-GR: Ah, hoje quero beber mesmo.
CHAMELEON: Sabe, vai parecer piegas, mas
você tem os olhos mais lindos que já vi.
HB-GR: Obrigada, vc tb...
CHAMELEON: Ah, sim. Meus olhos castanhos,
né? Nada de mais, pombas... Mas obrigado pela
gentileza. Gostei de você.
HB-GR: Também gostei de você.
CHAMELEON: Adoro uma mulher que sabe
beber. Eu odeio mulher certinha, que não bebe, que
não fala palavrão...
HB-GR: Essa com certeza não sou eu!
CHAMELEON: E você é linda. Mas... Isso aqui
em Baependi é meio irrelevante, né? Digo, olha em
volta. O que mais você tem a me oferecer além da sua
beleza?
HB-GR: TUDO. (IDI EXTREMO).
CHAMELEON: Vem comigo.
Arrastei ela pela mão até um canto e demos um
demorado KC. Tadinha, ela não beijava tão bem assim,
mas foda-se, eu havia quebrado a minha “maldição
82
CHAMELEON
dos olhos castanhos” e estava com a primeira HB de
olhos verdes da minha vida.
HB-GR: Eu não acredito que você estava sozinho
aqui. Você é tão bonitinho...
CHAMELEON: Eu ainda estou procurando
minha alma gêmea. (Aprendi essa com o BadBoy45)
HB-GR: Eu também. Somos dois.
Mais KC.
HB-GR: Está na pilha de fazer algo mais?
CHAMELEON: Tipo o quê?
HB-GR: Ah, me fala...
CHAMELEON: Perigoso deixar isso comigo.
Minha mente é muito depravada.
HB-GR riu.
CHAMELEON: Meu hotel não permite
convidados. Mas, podemos ir para um lugar mais
tranquilo...
HB-GR: Eu sabia que você ia dizer isso!
CHAMELEON: Ei, eu disse que íamos para um
lugar mais tranquilo, eu não disse o que ia fazer com
você lá. Deixa de ser depravada.
HB-GR: (risos) Eu só tenho 18 anos, mas como
tive uma gravidez precoce, eu tenho um lado sexual
muito aguçado.
45 BadBoy -­‐ PUA mundialmente famoso pelo seu jogo direto.
83
CHAMELEON
CHAMELEON: Você com essa carinha de
criança já é mãe? Uau, que surpresa. Hoje é um dia
especial. Você é a primeira mulher que é mãe e de
olhos verdes que fiquei.
HB-GR: E que tal?
CHAMELEON: Hum... Nada de mais. (em estilo
C&F)
HB-GR: Bobo!
CHAMELEON: Você me ama.
Mais KC.
Nisso, quem passa pela gente? A tal HB
ninfetinha que supostamente havia “viajado”. Ela
olhou para a gente ficando, e não conseguiu conter a
surpresa. Ela foi embora correndo, parecia estar
prestes a chorar.
Eu fiquei tão surpreso quanto, mas estava tão
envolvido com a HB-GR, que pensei, “foda-se”.
Fiquei mais um tempo com a HB-GR, daí ela viu
que uma amiga dela estava muito louca e prestes a
cair na porrada com uma outra menina, e eu soltei ela
e disse para ela ir salvar a maluca da amiga dela.
HB-GR: Vou te ver depois?
CHAMELEON: Provavelmente sim, estou com
preguiça de ter que seduzir outra.
HB-GR me passa o telefone dela, me dá mais
um beijo e diz: Juízo, hein!
84
CHAMELEON
!
Comentário: no dia seguinte, descobri que essa
HB-GR estava namorando um rapaz que trabalhava no
quiosque das bebidas. Fiquei, na época, tão mordido com
o que ela estava fazendo com ele que o abordei e contei
toda a verdade, correndo o risco de hoje estar comendo
grama pela raiz. Don Conejo, um PUA de respeito na
comunidade, me deu um pusta puxão de orelha e disse
que tive muita sorte desse namorado ter sido bastante
compreensivo!
!
Nisso, eu encontro meu primo na praça, ainda
em companhia da minha “ex-peguete e também amiga
da HB-GR” e uma garota com uma cara de safada
total, estilo “vim para dar para alguém”, que por sinal
estava dando alguns vários IDI para o meu primo.
Falei para ele: KINO46 , porra!
Ele tocou a mão dela, não é que ela agarrou a
mão dele?
Falei para meu primo, bem discreto: Vai. Isola
ela. Eu cuido da outra.
Meu primo saiu com a mulher, conversei um
46 Kino -­‐ Vulgo “toque”, indispensável em qualquer abordagem, seja ela direta ou indireta.
85
CHAMELEON
pouco com a minha ex-peguete e ela graças a Deus
encontrou uma amiga e pude ficar sozinho. De
repente, ouço “João??”
Viro, é uma menina bem bonitinha, mas que
devia ter no máximo uns 14 anos.
CHAMELEON: Como vc sabe meu nome?
Mina novinha: Eu sou irmã da Jassmin (a
menina que me viu ficando com a HB-GR e que havia
supostamente “viajado”).
C H A M E L E O N : P r a z e r. S u a i r m ã m e
decepcionou, sabe?
Novinha: Mas como? Ela estava tão afim de
você...
CHAMELEON: Algo está mal contado. Fiquei
sabendo pela Monica que ela viajou para a Bolívia.
Novinha: Ah, aquela invejosa! Com certeza fez
para prejudicar a Jassmin.
CHAMELEON: Agora ela me viu com outra e
está se sentindo malzão. Com certeza não vai querer
falar comigo.
Novinha: Ah, tenta. Deixa eu ligar para ela.
Novinha liga para a irmã e me passa o tel.
JASSMIN: Eu vi vc dando uns pegas naquela
menina, está tranquilo, você não é meu namorado
mesmo...
CHAMELEON: Eu só fiquei com ela porque me
86
CHAMELEON
disseram que você viajou. Fiquei muito chateado com
você. Eu esperava te ver. Aliás, minha vinda foi em
boa parte por sua causa.
(nisso, a irmã dela estava com uma amiga e, ao
me ouvirem dizer isso, comentaram, em coro “ownnn
que fofo gente!”).
CHAMELEON: Poxa, eu estava há um mês
esperando por esse dia para te ver. Eu jamais
imaginei que sua amiga ia te amogar47. E não entendo
o porquê, pois ela nem deu em cima de mim nem nada.
Ela te amogou de graça, sabe?
JASSMIN: O que é “amogar”?
CHAMELEON: Er... Esquece. Longa história.
Agora você tem todo direito de querer ficar na sua.
JASSMIN: Eu ontem não saí porque estava
resfriada, mas hoje eu saí só para te procurar.
Desculpa, mas estou muito triste, hoje eu vou ficar em
casa.
CHAMELEON: Você que sabe. Se quiser,
podemos amanhã sentar como dois adultos e tirar isso
a limpo.
JASSMIN: Eu topo. Que tal umas 14:30?
CHAMELEON: Já é.
47 Amogar – Neologismo PUA, ação de atrapalhar o jogo de alguém. Há também o termo “amog”, que é a pessoa que pode (e/ou vai) potencialmente atrapalhar o jogo.
87
CHAMELEON
Ainda assim, encontrei a caminho do hotel a HBGR e demos mais um KC antes de eu subir. Eu não
queria ir além não porque a cidade é pequena e a
situação estava meio tensa com a Jassmin, mas hoje
isso vai ser tirado a limpo. Caramba, que história de
filme!
No dia seguinte, peguei meu celular e liguei para
a Jassmin.
JASSMIN: Alô?
CHAMELEON: Ei. Eu vou embora amanhã de
manhã cedo e queria deixar algo bem claro. Fiquei
com uma pena enorme de nossa história não ter
terminado como gostaríamos. Aguardei muito por
esse momento, e infelizmente acreditei em quem não
devia e ainda por cima acabei fazendo a escolha
errada. Fiquei com uma mulher que no fundo não quis
e além do mais era uma vagabunda total.
JASSMIN: Pôxa, mas eu conheço aquela garota,
e foi isso que me deixou pasma. Você é um cara
pintoso, de nível social alto, acredito que de boa
família, merece coisa melhor que aquilo.
CHAMELEON: Pois é. Mas hoje ela se ferrou
comigo. (Contei a história onde desmascarei a piriga e
ela ficou pasma com o que fiz). Enfim, Jassmin, eu só
queria dizer que te adoro. Vim por você e fiquei sem
você. Meu coração ainda tem o seu nome tatuado nele,
88
CHAMELEON
mas enfim. Eu sou um cara vivido e sei que isso passa.
E não zanga com a sua irmã por ela ter tentado ajudar
a gente. Mas poxa, fique espera com as pessoas com
quem anda. Você é linda e inteligente, e isso
infelizmente incomoda muita gente.
J A S S M I N : O b r i g a d a . Vo c ê s a b e q u e
independente de qualquer coisa, vou ser sempre sua
amiga.
CHAMELEON: Yeah, whatever.
JASSMIN: Oi?
CHAMELEON: Nada não. Um beijo, onde você
quiser.
Desliguei o cel e voltei para a rua. Meu primo já
havia voltado para SP, eu estava sem a menina que eu
queria e sem a garota de olhos verdes por razões bem
óbvias. Fazer o quê? Chorar? Não.
Improvisar, adaptar, superar.
!
Comentário: a frase acima, que veio a se tornar
minha marca registrada, é na realidade um mantra nãooficial dos fuzileiros navais americanos e imortalizada
por Clint Eastwood no filme O Destemido Senhor da
Guerra.
!
Comprei ingresso para uma balada que ia rolar
89
CHAMELEON
mais tarde lá. Já na porta, comecei a aquecer. Abri
sets usando como opener o que aconteceu comigo
antes.
CHAMELEON: Meninas, se vocês estivessem
sendo traídas vocês gostariam de saber, certo?
CHAMELEON: Mas, e se essa revelação partisse
do próprio amante, que não sabia que a pessoa tinha
namorado?
CHAMELEON: Pois é. (Contei a história)
Foi legal porque como esse opener não constava
em algo “enlatado”, deu bastante “pano de manga”.
Mas, beleza. Foi só aquecimento.
Entrei na balada, pedi uma cerva e, ao entrar, o
que vejo? Dois AFCs no modo “wallflower”48, ou seja,
encostados na parede e com a bebida frente ao peito.
Oh, não, não, não!
CHAMELEON: Fala, amigo. Beleza?
WALLFLOWER: Opa! Festinha boa né?
CHAMELEON: Sim, sim! Vai ficar melhor ainda
se você e seu amigo saírem de perto da parede.
Quando a gente fica encostado na parede, isso dá a
entender para a mulher que você é excluído, isso tira
48 Wall<lower – Traduzido, signi&ica “&lor de parede”. É aquele homem que em um contexto de balada &ica encostado à parede com a bebida elevada ao peito, o que para o pickup é uma atitude de DVI.
90
CHAMELEON
o seu valor. Você está com um amigo, poxa, vão para a
pista!
WALLFLOWER: É verdade, faz sentido, sô.
CHAMELEON: E por favor… Ombro para trás,
peito estufado e bebida à altura da cintura, não do
peito. Bebida à altura do peito é um gesto inconsciente
de proteção, de defesa.
WALLFLOWER: Puxa, cara, obrigado. Isso é
interessante mesmo. Você é de onde?
Daí, começamos a jogar conversa fora.
WALLFLOWER: Essas mulheres atrás de você
estão volta e meia dando uma manjada.
CHAMELEON: Ah, é?
Olhei para trás, uma mesa com 3 “milfs”.
CHAMELEON: Senhores, me observem e
aprendam.
Abordei a mesa.
CHAMELEON: Meninas, me desculpem, mas o
organizador da festa chamou o segurança para
botarem vocês para fora do lugar.
AS MILFS: Uai, mas porquê?
CHAMELEON: Porque é terminantemente
proibido três mulheres tão charmosas ficarem numa
balada animada como esta sentadas à mesa e não
curtirem o momento.
!
91
CHAMELEON
Comentário: roubei este abridor do PUA
Juggler49, em seu livro How to Become a Pickup Artist.
!
Risos das milfs. IDI de uma delas. Me apresentei
às três.
CHAMELEON: Nossa, que sorriso lindo. Lembra
a minha primeira namorada, o nome dela era Paula.
MÃE DO STIFLER: Nossa, sério?
C H A M E L E O N : Ye a h . M a s f o i u m
relacionamento frustrado. Desgastou muito. No final,
ela estava igual sua amiga aí do lado, ou seja,
completamente indiferente à minha pessoa. E é assim
que eu sei que eu jamais daria certo com sua amiga.
A segunda milf riu. A terceira milf estava
dançando sozinha.
CHAMELEON: Eu admiro sua energia. Não quer
passar um pouco delas para as suas amigas?
MRS ROBINSON: Ah, eu desisti delas. Mas, não
é por isso que eu vou deixar de curtir.
CHAMELEON: Cer to, cer to. Improvisar,
adaptar, superar, né?
MRS ROBINSON: Adorei! Essa eu vou guardar.
MÃE DO STIFLER: Vem cá, o que te trouxe a
49 Juggler – PUA conhecido pelas abordagens extremamente bem-­‐humoradas.
92
CHAMELEON
esta festa?
CHAMELEON: Pois é, eu vim pedir direções
para chegar ao meu hotel e acabei aqui. Coisa de
louco, né?
Risos dela.
MÃE DO STIFLER: Você é uma gracinha.
CHAMELEON: Eu treino duro para ser.
MÃE DO STIFLER: Tem namorada?
CHAMELEON: Ainda estou procurando minha
alma gêmea.
MÃE DO STIFLER: Eu também. Separei faz um
ano e meio. Dezoito anos casada, um filho de dezenove
anos...
CHAMELEON: Pombas! Você foi mãe com oito
anos de idade? Eu sabia que a mulherada aqui era
precoce, mas você, minha cara, se superou.
Mais risos da parte dela.
Daí, começou a rolar um “fluffy talk”50. Pensei,
“coroa tenho de pegar mais leve, senão me passo por
moleque”. Falei que também fui casado, que fiquei 8
anos com a mesma pessoa etc. Fiz escalação de kino,
no que tive respostas bem positivas. De repente,
silêncio.
CHAMELEON: Ok, esta é aquela parte onde
paramos de conversar e nos beijamos.
50 Fluffy Talk -­‐ Jogar conversa fora.
93
CHAMELEON
MÃE DO STIFLER abriu um sorriso e me deu um
selinho.
MÃE DO STIFLER: Eu sou muito tímida, essas
coisas tem que ser mais discretas.
CHAMELEON: Tímida? Que graça!
Nisso, tanto ela quanto eu ficamos com vontade
de ir ao banheiro e nos retiramos. Quando voltamos,
nossas cadeiras haviam sido tiradas de lá.
CHAMELEON: Caramba, humilhados! Bom,
vamos ter que ficar de pé.
Ficamos de pé, conversamos... De repente, fodase. Agarrei ela e KC dos bons. Ela estava muito
envergonhada.
MÃE DO STIFLER: Nossa, eu nunca fui de ir
para uma balada e muito menos de beijar alguém
assim, do nada.
CHAMELEON: Ah, bem vinda ao mundo dos
solteiros. High five!
De fato demos “high-five” (risos). Uns vinte
minutos depois, ela e as amigas resolveram ir embora
e me pediu se podia acompanhar ela até a frente da
casa dela. Assim o fiz. Não cheguei a entrar na casa
dela porque o filho dela estava acordado e era muito
ciumento. Ficamos a uns 20 metros da casa e nos
pegamos seriamente. KC, abraços, mão naquilo, aquilo
na mão... Depois da brincadeira, troca de telefones e
94
CHAMELEON
um pedido dela para eu a enviar minha foto assim que
pudesse!
Cheguei no hotel, dormi umas duas horinhas e
agora aqui estou.
Foi completamente inusitado e não posso dizer
que não gostei, mas acho que poderia ter feito melhor.
Não faz mal.
Não existe fracasso, só existe feedback.
Mas é isso aí, puazada. Improvisar, adaptar,
superar. Sempre.
!
Ah, sim! Desde então, meu primo passou a estudar
pickup e inclusive conseguiu proezas louváveis, como um
encontro instantâneo com direito a KC. Orgulho dele!
!
!
!
!
!
!
!
!
95
CHAMELEON
A fase negra
!
O relato de minha sarge em Baependi, bem como a
meia-dúzia de artigos escritos e constante ajuda prestadas
aos demais membros do fórum PUABASE foram, aos
poucos, me tornando um tanto “famoso”.
Na semana seguinte a essa memorável estadia em
Minas Gerais, parti para meu habitual Lapa Game de
sexta-feira à noite. Lá, fui abordado por nada mais nada
menos que uns três ou quatro rapazes, todos membros
do fórum. Embora eu não fosse o motivo deles lá
estarem, passei a o ser uma vez que descobriram quem
eu era.
O engraçado foi que antes de adentrar minha
jornada PUA, era o tipo de pessoa que passava tão
despercebida pela multidão que sequer chegava a ser
lembrado. E agora, tinha fãs.
Nunca me achei merecedor dessa repentina fama,
pois além de ainda ser um calouro na comunidade de
pickup, havia membros de jogo infinitamente superior ao
meu e presentes lá mesmo, na Lapa. Por que eu?
Aquele dia, os rapazes andaram colados em mim e a
todo instante, direta ou indiretamente me pressionando
96
CHAMELEON
para abordar alguém e terem o prazer de me ver jogando
ao vivo.
Essa pressão não me fez bem algum, pois passei a
jogar não por mim, mas pelos outros e esse frame
inadequado fez com que saísse da Lapa com um saldo
negativo e uma turma de pessoas decepcionadas com o
que viram.
Isso fez com que eu cometesse o erro de começar a
me preocupar com o que iriam achar de mim no fórum e
adentrei um período onde comecei a cobrar a mim
mesmo por closes. Em pouco tempo adotei uma postura
que mesclava necessidade com paranoia, o que me levou
a sofrer constantes foras e a voltar para casa
completamente deprimido, perguntando a mim mesmo o
que havia de errado comigo.
Meu nível de exigência começou a baixar, mas
como a minha postura não mudava, comecei a ser
rejeitado até mesmo pelas garotas feias e isso piorou
ainda mais a situação.
Houve um dia (não lembro mais quando, mas sei
que foi durante essa fase) que vi minha ex-mulher com
seu novo namorado na rua. Não sei por que, isso me fez
sentir tão mal que passei a noite seguinte a essa visão aos
97
CHAMELEON
prantos.
Para completar, essa minha obsessão por closes me
fez respirar pickup, o que comprometeu meu
desempenho profissional e me fez perder significativos
clientes.
Nunca vou esquecer do dia em que o gerente de
uma empresa para a qual já prestava serviços há quase
dois anos me chamou para cancelar a parceria. Como se
não bastasse a significativa perda financeira, tive de ouvir
coisas bem desagradáveis a respeito de meu desempenho
profissional.
Estava, sem dúvida, no fundo do poço.
Essa fase negra durou quase um mês. Um dia, não
aguentei mais e pedi ajuda dentro do próprio fórum e me
foi sugerido ler o livro Seduction Community Sucks, do PUA
Logun, e em seguida realizar o Inner game Challenge,
também de sua autoria.
Como estava ávido por sair da situação na qual me
encontrava, li o primeiro livro sugerido em dois dias e
iniciei o desafio do inner, que teria de ser cumprido em
sete dias.
Curiosamente, sete dias eram justamente a
quantidade de tempo restante para minha próxima ida a
98
CHAMELEON
Baependi, que desta vez seria em companhia do Alex e
do PUA mineiro Lince.
Embora o tenha iniciado com um pouco de
ceticismo, o desafio do inner fez maravilhas pela minha
pessoa.
Talvez a maior lição aprendida tenha sido a de não
ter a postura de um vendedor, e sim a de um comprador.
Quando você assume uma postura de vendedor, você
passa a modificar a si mesmo para agradar a mulher e
isso acaba com a atração que ela poderia sentir por você.
No entanto, quando você assume a postura de um
comprador e adota a crença de que é a mulher que está
tendo a honra de te conhecer e que será ela a passar pelo
processo eliminatório, você passa a encarar as coisas de
um ponto de vista bem mais positivo.
Estava pronto para voltar a jogar, mas não sem
antes realizar umas pequenas modificações em minha
aparência, que já havia vindo mudando com o tempo.
!
!
!
!
!
99
CHAMELEON
Hello, blue eyes!
!
Quando separei, em agosto de 2010, pesava cerca
de 85 kg e estava começando a fazer tratamento para
reverter a calvície. Espinhas, bem como cicatrizes
deixadas pelas mesmas, tomavam conta de meu rosto e
meu corpo. Embora meu gosto por roupas sempre tenha
sido bom, já fazia alguns anos que não me sentia mais
estimulado a cuidar de mim mesmo. Chegava a usar as
mesmas peças por anos a fio. Estava um bagulho.
Conforme já havia mencionado, minha mudança de
aparência não ocorreu de uma só vez. A primeira
providência foi a perda de peso, o que não foi, na
realidade, muito difícil de conseguir, pois o fim de meu
casamento, associado a uma intensificação na minha
carga de trabalho fizeram como que eu passasse a comer
muito pouco. Perdi, em cerca de três meses, 15 kg.
Minha pele exigiu medidas um tanto peculiares, pois
como o tratamento para remover as espinhas e suas
respectivas cicatrizes exigia tempo para que os resultados
fossem notados, passei todo esse ínterim disfarçando as
mesmas com base corretiva em bastão.
Em março, fiz um clareamento a laser, que comprei
100
CHAMELEON
em um site de compras coletivas e comecei a comprar,
em função do pickup, roupas e acessórios mais ousados
(tais como anéis de aço, braceletes de couro, cordões,
chapéus, coletes, cachecóis etc.).
Meu cabelo, parei de cortá-lo desde setembro
(queria mudar o estilo para um corte de fios longos e
repartidos).
Minha mais gritante mudança, entretanto, veio
alguns dias antes de retornar pela quarta vez a Baependi.
Além de ter ido ao salão e pedido para tingirem
meu cabelo de louro, comprei um par de lentes azuis,
pois sempre quis ter olhos azuis. Lembro perfeitamente
do quão engraçado foi para aprender a colocar as lentes,
pois sempre tive problemas em permitir que qualquer
coisa se aproximasse de meus olhos. Pingar colírio em
meus olhos, por exemplo, costumava envolver todo um
processo.
No entanto, minha força de vontade para mudar a
cor de meus olhos era tão forte que estava disposto a
superar essa limitação. Lembro que a primeira tentativa
envolveu 45 minutos para colocar apenas uma das lentes,
seguida por mais 45 minutos para retirá-la. Felizmente,
aprendi a coloca-las e retirá-las com rapidez em questão
101
CHAMELEON
de poucos dias e ao contrário de muita gente, meus olhos
não demonstraram, em momento algum, irritabilidade ou
qualquer outro indício de rejeição às lentes.
A maioria das pessoas que já me conheciam
reprovaram o novo visual e disseram preferir o anterior,
mas eu não as dei ouvidos, pois a intenção dessa minha
mudança não era a de agradar os olhos dos demais, e sim
os meus.
Mal ou bem, a visão que temos de nós mesmos
muito influencia nosso
inner game e é importante
que você se olhe no
espelho e esteja satisfeito
com o que vê.
Para completar, na quintafeira que antecedeu minha
viagem, fui a um tatuador
e mandei tatuar, por cima
do kanji que havia feito
em minha cintura em
homenagem à minha exmulher, um camaleão estilo maori, com os dizeres
“improvisar, adaptar, superar” dentro de si.
102
CHAMELEON
Inner game reestabelecido, tatuagem nova e visual
revolucionário. Estava prontinho para retornar a
Baependi e cair matando.
103
CHAMELEON
Retroceder, nunca! Render-se,
jamais!
!
Dia 13 de maio, parti para mais uma memorável
sarge em Baependi, desta vez acompanhado do Alex, um
PUA que já conhecia faz um tempo e com quem havia
sargeado diversas vezes, e o Lince, um PUA mineiro de
Lavras que partiu para Baependi apenas para nos conhecer
e sargear conosco.
Eis o RC.
!
!
Baependi-MG, 13 e 14 de maio de 2011
Após quatro exaustivas horas de viagem,
finalmente chegamos a Baependi. Eram 23:10, mais
ou menos, e o Lince Cat, que já estava na cidade desde
21:30 nos mandou ir direto para o barzinho mais
badalado da cidade. O cara, que por sinal é muito bom,
já havia aberto uma mesa contendo
aproximadamente 6 HBs que oscilavam entre notas 7
e 9. Estavam todas elas comemorando o aniversário
de uma.
Ele nos apresentou às meninas e eu falei:
CHAMELEON: Meninas, vou pegar uma cerva.
104
CHAMELEON
Eu juro que fico mais divertido depois de umas.
E as meninas riram.
Pe g u e i u m a c e r v a , fi z u m a r o s i n h a d e
guardanapo e, ao voltar à mesa, a entreguei à
aniversariante, uma HB8,5.
CHAMELEON: Como eu não sabia que era seu
níver, isto é o máximo que deu para fazer.
Ela abriu um sorrisão. Achou super original.
Enquanto o Lince engatou 1 HB 7,5 loura de
olhos azuis e outra também 7,5 branquinha de cabelos
pretos, o
Alex e eu ficamos conversando com a própria
aniversariante.
“Hora de investir”, pensei.
Cold reading na aniversariante e em algumas
outras amigas dela. Nunca falha.
Isso quebrou a tensão e possibilitou
conversarmos um pouco. Descubro que ela está
ficando com um cara - TA-DA - do Rio de Janeiro e que
ela não está muito segura com esse namoro. Deixo ela
falar.
De repente, pergunto ao Alex na frente dela e de
uma amiga que havia se inteirado da conversa:
CHAMELEON: Alex, esta camisa fica bem em
mim?
ALEX: Fica, porquê?
105
CHAMELEON
CHAMELEON: Porque acho que ficou sexy
demais. Aquelas duas ali não param de olhar para
mim.
Havia de fato duas meninas (uma delas bem
gatinha até) que não paravam de olhar para mim e
decidi usar elas para criar ciúmes em meu alvo. Meu
comentário arrancou risadas da aniversariante, que
achou minha colocação mega inusitada.
Mais papo vai, mais papo vem, e de alguma
forma consegui os IDIs que tanto queria da
aniversariante. Olhar triangular e bem fixo no meu,
movimentos no cabelo e kino constante.
HB 8,5: Que olhos lindos você tem.
(Eu estava de lentes de contato azuis!)
CHAMELEON: Obrigado! Falam isso direto,
sabia?
HB 8,5: Eles são de verdade?
CHAMELEON: O que você acha?
Ela chegou de perto e olhou.
HB 8,5: São, sim.
CHAMELEON: Então...
Nisso, olho para o Alex e ele me dá aquele olhar
de “que filho da puta mentiroso! Huauahauh”.
Mais uma vez olho para as meninas que estavam
de olho em mim, cutuco a HB e digo:
CHAMELEON: Vou perguntar a elas se elas
106
CHAMELEON
querem me tirar para dançar.
HB 8,5: Você gostou dela? O nome da alta acho
que é Mayara...
CHAMELEON: Gata, eu até gostei dela sim. Mas,
beleza para mim é algo comum aqui. Olha em volta. Eu
quero alguém que possa me oferecer algo mais que
beleza. Você, por exemplo. Quais são as três coisas que
pode me dar além de sua beleza?
HB 8,5, após hesitar para pensar: Minha...
sinceridade, minha espontaneidade... Sei lá!
CHAMELEON: Gostei de sua resposta. Vamos
dar uma volta.
HB 8,5: Não posso! Eu até quero, mas vão depois
falar de mim. Elas sabem que estou ficando com um
cara.
Seguro a mão dela.
CHAMELEON: Tem certeza? Pois eu não
costumo repetir minhas propostas.
HB 8,5 aperta minha mão e fala no meu
ouvido: Ah, você está me tentando pegando na minha
mão!
Nisso, chega uma porção de batata que o Alex
encomendou.
ALEX: Servido, Chameleon?
CHAMELEON: Não, cara, valeu. Tenho que me
policiar porque já ganhei 1 kg.
107
CHAMELEON
Levanto a camisa e mostro o abdômen
tanquinho, para zoar. E a HB foi à loucura!
HB 8,5: Que tudo hein... Que barriga linda! Não
acredito que você não tem namorada no RJ.
CHAMELEON: Ainda estou em busca de minha
alma gêmea.
HB 8,5: Eu também... (me olhando fixamente)
Nisso, um cachorrinho de rua aborda a mesa. Eu,
que já sou louco por cachorros, começo a fazer
carinho nele, brincar com ele.
HB 8,5: Que cachorro sortudo, recebendo tanto
carinho...
CHAMELEON: É, deu mole. O máximo de
carinho que vai receber vai ser através de winks de
Messenger do seu namo à distância.
HB 8,5: Tenho até vergonha de assumir, mas eu
tenho um cachorro, mas ele vive no canil e mal vou
vê-lo.
CHAMELEON: Você acabou de cair alguns
degraus no meu conceito.
E dei um gelo.
HB 8,5: Ficou chateado comigo? Fica assim
não... Ninguém é perfeito. Vem cá... Olha para mim!
Olhei para ela fixamente.
CHAMELEON: Estou olhando. E tenho que ir
nessa.
108
CHAMELEON
HB 8,5: Por que?
CHAMELEON: Por que se eu ficar mais um
segundo aqui, vou te agarrar e beijar.
Ela ficou louca.
Acabou que o Alex (que começou a desenrolar
com a HB 7,5 branquinha de cabelos pretos) e eu
levamos todas elas em casa.
HB 8,5: Ai, que frio...
CHAMELEON: Relaxa, seu namorado vai te
mandar um gif animado de abraço no Orkut. Isso vai
te aquecer.
HB 8,5: Queria muito que fosse o seu abraço,
mas não posso, estamos cercados...
CHAMELEON: Aham...
HB 8,5: Vai na balada amanhã?
CHAMELEON: Aham... (indiferente pacas)
HB 8,5: Eu vou estar lá! A gente se vê!
CHAMELEON: Se vier falar comigo lá... Preparese para sofrer as consequências.
Ela pegou meu telefone, e disse que era da
mesma operadora que eu, que adorou me conhecer e
que ia me ligar para conversarmos. Eu falei “ok”,
indiferente.
Depois que nos despedimos, o próprio Alex disse
que se eu a encontrar na balada e insistir, closo ela.
Não deu outra. Enviei a ela um torpedo SMS
109
CHAMELEON
dizendo:
VIVA O HOJE, POIS O ONTEM JÁ ERA E O
AMANHÃ PODE VIR A NÃO SER. BEIJOS.
Dia seguinte. Acordei 7:30 da manhã, tomei o
café e fui à farmácia comprar Bepantol para passar na
minha tattoo recém-feita.
Claro que aproveitei para já começar bem o dia e
sargeei a atendente da farmácia.
Às 9:30 encontro o Lince e o Alex e resolvemos
dar umas voltas pela cidade. Lince começou bem
abordando uma menina sozinha, perguntando a boa
da noite.
Aproveitamos a oportunidade e tirei a minha tão
sonhada foto em frente ao clube que leva meu nome
de PUA na cidade...
Passeamos, almoçamos, e o engraçado foi que ao
sairmos do restaurante, uma menina me abordou
para dizer como meus olhos eram lindos!
PUAs, vocês não imaginam o poder que uma
lente de contato azul exerce sobre o sexo feminino!
Na saída, foi minha vez de abrir um set para
aquecer. Foi nada de mais, mas para efeitos de
calibragem, foi ótimo.
Minha cabeça ficou na HB 8,5 do dia anterior.
Aquela mulher me queria e eu queria ela. Não ia
deixar barato.
Após ter feito o Inner game Challenge e lido
110
CHAMELEON
Seduction Community Sucks, eu cheguei à conclusão
de que meu modus operandi iria ser diferente.
Pensei:
PREFIRO TER UM JOGO PROLONGADO, BEM
JOGADO E BEM SUCEDIDO QUE TER 10 JOGOS MAL
JOGADOS E SEM CLOSE, QUE É O QUE TENHO FEITO
AO LONGO DESTAS SEMANAS.
A noite foi caindo, e na hora de me arrumar para
sair, eu resolvi caprichar no meu peacock. Pensei,
“Isto vai ser interessante. Andar com peacocks em
uma cidade do interior. Eu vou chamar atenção e ao
mesmo tempo isso vai ser bom para aumentar meu
inner, pois o próprio Hypnotica já disse que isso faz a
gente perder a timidez de abordar”.
Dito e feito. Pisei na rua, atenções voltadas para
minha pessoa. Não havia uma pessoa que não
comentasse meu conjunto de camisa social branca,
colete, echarpe vinho, cordões, pulseiras, braceletes e
calça rasgada com corrente pendurada.
Fomos ao Bar Fecha Nunca para fazer o nosso
Pré-Night e em seguida fomos para o desfile Miss
Inverno.
Desfile meio caidinho, que só valeu a pena pela
Miss Paraisópolis (fazendo jus ao nome de sua cidade
haha). Dentro do desfile em si, eu me senti à vontade
com minha roupa, e parecia que eu era alguém
importante, dos bastidores.
111
CHAMELEON
No entanto, sinceramente, o evento estava um
tédio e eu preferi ejetar do lugar.
Ao voltarmos
para a praça, quem
encontro no Bar
Fecha Nunca, de preto
e mais linda que
nunca? A HB 8,5.
Na mesma hora a
fui abordar.
CHAMELEON:
Hey, olha só para
você! Como você está
linda!
HB8,5: Obrigada,
adorei o seu jeito
também! Muito estiloso!
CHAMELEON: Obrigado. Vai para a Cine
Legend? (Balada de lá de Baependi, muito bem
cotada).
HB8,5: Sim sim, já estou indo para lá! Falei de
você para o rapaz que estou ficando... Conheci um
cara do RJ, muito legal, lourinho de olho azul.
CHAMELEON: Que coisa feia, me usando para
criar ciúmes em um cara...
HB8,5: Não, não! Juro que não foi essa a
112
CHAMELEON
intenção!
CHAMELEON: Sei... Bom, a gente se vê lá
dentro então.
HB8,5: Tudo bem!
Beijinhos e pronto.
Saí do bar, encontrei o Lince e o Alex e quem
passa pela gente? A menina que ficou comigo na
semana santa, a de olhos verdes, a que desmascarei
para o namorado corno.
Me abordou como se nada tivesse acontecido.
Pelo contrário, dando vários IDIs... Dizendo
HB-GR: Ei, não lembra de mim? Como você está
gato!
CHAMELEON: Claro que lembro! E estes são
meus amigos, Alex e Lince.
Os outros dois puas cumprimentaram a HB-GR.
CHAMELEON: Você vai estar no Cine Legend?
HB-GR: Sim, sim!
CHAMELEON: Então a gente se vê lá dentro...
HB-GR: E tudo pode rolar, né?
CHAMELEON: É, whatever...
E nós três fomos para a boate.
No caminho, encontramos um 4-SET que já havia
nos olhado e dado IDIs. Desta vez, eu olhei de volta,
encarei e o Lince, para ajudar, cumprimentou. E
perguntamos se elas iam para a Balada. Elas disseram
113
CHAMELEON
que sim, mas que estavam boladas por causa da idade,
pois não sabiam se era para 16 ou 18 anos. Mas era
para 16. Nós nos oferecemos para nos passarmos por
namorados delas para entrarmos, e cada um pegou
uma pelo braço. Teve uma que ficou de fora, mas como
aparentava ser mais velha, não era problema para
ela.
Entrei junto com uma baixinha e em seguida,
após entrarmos no lugar, falei
CHAMELEON: Olha, sei que não é hora e nem
momento, mas... Existe outra pessoa. Preciso
terminar com você. Você entende, né? Sem
ressentimentos, né?
Ela riu e me deixou ir.
Encontrei a HB 8,5. Dançando, tomando uma
Vodka com Red Bull. Linda! Estava glesmado!
Entrei no set dela, ela começou a dançar comigo.
Galera, nem lembro direito do papo que estava
jogando nela, mas os IDIs mútuos eram incríveis,
constantes. No entanto, ela estava demonstrando
enorme resistência.
Teve uma hora que eu meio que ejetei e resolvi
tentar a sorte em outro lugar.
Abordei a loura do 4-SET lá de fora, a que está à
minha esquerda na foto de cima. Ela disse assim
LOURA: Lembrou que a gente existe agora?
114
CHAMELEON
CHAMELEON: É, eu tinha que te fazer uma
pergunta. Quem é você? Eu não consigo te decifrar.
LOURA: Gostou é?
CHAMELEON: Vamos ver...
Nisso, dançamos, e lá pelas tantas ela sobe com a
amiga no palanque e começam a dançar. Tiramos foto.
Depois, o Alex subiu com as duas e também
dançou. Fotos!
Depois... CHAMELEON subiu no palanque e
dançou! Ah, muleque!
Depois que descemos, abordei de novo a loura e
mandei o maior clichê da história:
CHAMELEON: O que eu preciso fazer para você
me amar?
LOURA: Muita coisa.
CHAMELEON: Ah, estou sem saco.
Selinho close.
Voltei para a HB8,5. Minha cabeça estava nela.
Foda-se.
Tentei mais uma investida. Ela me queria. Todos
à nossa volta sabiam disso. As amigas dela
incentivavam ela a ir fundo.
Tivemos a seguinte conversa.
HB8,5: Olha, se quiser ficar com alguém, vai
fundo!
CHAMELEON: É isso que você quer?
115
CHAMELEON
HB8,5: Não exatamente, mas não posso também
ser escrota com você.
CHAMELEON: Escroto seria se eu ficasse com
outra pessoa. E quer sabe? Acabei de tentar fazer isso.
E não me senti honesto comigo mesmo.
HB8,5: Poxa, mas você pode estar perdendo a
chance de conhecer alguém interessante.
CHAMELEON: Eu conheci alguém interessante.
E está aqui, diante de mim, conversando comigo. Gata,
numa boa, eu prefiro sair daqui no 0 a 0 do que trair a
mim mesmo.
HB8,5: Você é realmente diferente...
Mas, não saiu nada daí depois disso.
Abordei o Lince, que estava num raro momento
sozinho (o cara é implacável). O Alex já estava no
segundo KC com alguém na noite, outro PUA nato.
CHAMELEON: Brother, acho que vou nessa.
LINCE: Porra, como é que é? Vai embora? Tem
tanta mulher aqui de olho em você, cara!
CHAMELEON: Pois é, mas eu só tenho olhos
para aquela (HB8,5).
LINCE: Entendo você. No seu caso, como você
tem muito aqui na cidade, você tem que ser mais
moderado mesmo, senão você pode se queimar.
CHAMELEON: Fora que eu a defini como alvo, e
eu não vou agora ficar com outra por mero consolo.
116
CHAMELEON
Eu sou um sedutor, não sou um canalha.
LINCE: Faz o certo.
Ejetei da boate. Fui até a praça e sentei.
“Quem diria, eu ainda tenho um coração”, pensei.
Fiquei alguns minutos pensativo, cheguei a
cogitar voltar para o hotel. No 0 a 0, mas feliz por ser
sido honesto comigo mesmo.
E quem encontro? Quem encontro???
Jassmin.
Sim, a Jassmin.
A menina que foi tema do relato da semana
santa.
JASSMIN: CHAMELEON!
CHAMELEON: Ei, você! O que faz na rua às 3 da
madrugada?
JASSMIN: Voltando do desfile de miss. Um saco,
te digo.
CHAMELEON: Sei como é. Vem cá, o que houve
com sua irmã? Hackearam o Messenger dela?
!
Comentário: Preciso explicar o contexto desta
pergunta. Depois daquela Semana Santa em Baependi,
comecei a conversar bastante com a irmã da Jassmin pelo
Messenger. Na véspera de retornar à cidade, eis que a
garota simplesmente surtou e disse que não queria mais
falar comigo e para eu manter distância dela, o que me
117
CHAMELEON
deixou completamente intrigado.
!
J A S S M I N : N ã o , e r a e l a m e s m a . Fo i a
CASCAVACA que enfiou um monte de coisa na cabeça
dela e a deixou com medo de você. Falou para ela que
você podia ser um estuprador ou coisa assim.
CHAMELEON: Fico impressionado como uma
garota de 17 anos consegue influenciar tanto as
pessoas de uma cidade.
JASSMIN: Não é isso, a minha irmã é fácil de
influenciar mesmo. Ela ficou apavorada.
CHAMELEON: Decepcionante.
JASSMIN: Deixa ela. Sabe, é melhor ser amigo
da CASCAVACA do que ficar contra ela.
CHAMELEON: Sei como é.
(Sinto que chegou uma mensagem no meu
celular. Vou olhar, é uma mensagem da HB8,5,
dizendo “Cadê você? Quero falar contigo!”).
Ignorei.
Fiquei mais alguns minutos com a Jassmin e foi
bom porque nos entendemos. E a avó dela apareceu
na varanda do prédio dela, chamando ela para voltar.
E eu, ergui, estufei o peito e falei em voz alta.
CHAMELEON: Ou eu pego aquela mulher ou eu
não me chamo CHAMELEON!
O mendigo, que estava dormindo, meio q
118
CHAMELEON
levantou e gritou.
MENDIGO: Gostei de ver! É nóis!
CHAMELEON: Me deseje sorte.
!
Comentário: coitado desse mendigo, cerca de um
mês após essa minha ida ele faleceu de hipotermia em
virtude do frio arrebatador que caiu sobre a cidade.
!
Voltei para a boate, uma BL tão absurda que no
que entrei, TODAS voltaram os olhos para mim.
Abordei a HB8,5 de novo.
HB 8,5: Você não pode sumir assim.
E no que falou isso, passou a mão no meu peito.
CHAMELEON: Por que, ficou com ciúmes?
HB 8,5: Não, bobo! Eu gosto da sua companhia.
CHAMELEON: Você é muito cara de pau. Agora
resolveu me adotar de animal de estimação?
HB 8,5: Bobo.
CHAMELEON: Vamos dançar.
E dancei. E como dancei com ela. O Lince disse
que parecia que eu tinha encarnado o Akon. Nem o
Alex, que já havia saído comigo algumas vezes, sabia
que eu dançava tanto.
HB 8,5: Eu não consigo acompanhar você!
CHAMELEON: É só deixar fluir.
Comecei a quebrar o escudo dela. Avançava.
119
CHAMELEON
Sutilmente ela me empurrava. Eu sabia que ela estava
de push/pull, mas foda-se. Eu ia vencer. Às vezes, eu
beijava meu dedo na frente dela e encostava meu dedo
beijado na boca dela, ela esfregava os lábios nele.
HB 8,5: Vamos sentar?
CHAMELEON: Já é.
Sentamos. Começamos a conversar. Ela me dava
carinho, eu dava carinho nela. Falamos da vida, e é
claro, de nós.
HB 8,5: Estranho isso né?
CHAMELEON: O quê?
HB 8,5: Isso, entre a gente. Você me deixou
confusa, balançada.
CHAMELEON: Eu também achei legal. Você me
fez voltar a acreditar nas mulheres?
HB 8,5: Sério? Por que será que eu acho que
você está mentindo?
CHAMELEON: Talvez porque você tenha sido
vítima de muito cara filho da puta.
HB 8,5: Talvez. Você tem algo de diferente.
CHAMELEON: Você também. E queria muito
descobrir o quê.
HB 8,5: Eu estou com medo. Estão todos
olhando. Estou sentindo que estou errada.
CHAMELEON: Errada por seguir seu coração?
HB 8,5: Para com isso... Você me manipula com
120
CHAMELEON
suas palavras.
CHAMELEON: Eu não estou manipulando, mas
eu acho que a vida é curta demais para ficarmos nos
enganando. Oportunidades vem e vão. Eu não estou
apaixonado por você, mas eu realmente gostei de você
e queria muito ver no que nosso lance iria dar.
HB 8,5: Mas a tente pode continuar conversando
e dando tempo ao tempo...
CHAMELEON: Sim, e não seria legal se eu fosse
embora daqui na certeza de que temos química?
HB 8,5: Com certeza. Daqui a pouco vou indo...
CHAMELEON: Eu vou te acompanhar até sua
casa.
HB 8,5 sorriu.
Saímos da balada eu, ela e mais duas amigas
dela. Eram 5 da manhã.
Uma das amigas dela inventou de ir à padaria. A
outra amiga a acompanhou.
Pela primeira vez, fiquei sozinho com a HB 8,5.
HB 8,5: Então, é tchau, né?
CHAMELEON: Me parece que sim.
Nos abraçamos.
HB 8,5: Desculpa se te chateei por não ficar com
você.
CHAMELEON: É, foi a primeira vez na vida que
quase-fiquei com alguém.
121
CHAMELEON
HB 8,5 riu.
CHAMELEON: Não tem ninguém por perto...
HB 8,5: Por que você faz isso comigo?
CHAMELEON: ME FARÁS FELIZ, É O QUE
IMPORTA!
!
Comentário: a frase que utilizei acima faz parte de
uma piada interna do PUABASE, onde o Ashton, um
dos PUAs mais avançados do fórum, ao relatar qual foi
sua maior betice, mencionou ter utilizado essa frase com
a mulher que ele estava jogando. O impacto desse relato,
bem como dessa frase foi tão engraçado que os PUAs
começaram a utilizá-la em suas sarges para o
homenagear.
!
Peguei a cabeça dela com as duas mãos, e mesmo
ela tentando desviar, forcei o beijo e ela cedeu. Beijou
de volta.
HB 8,5: Louco.
CHAMELEON: Custou alguma coisa?
HB 8,5, sorrindo: Não! Mas elas podem sair da
padaria a qualquer momento...
CHAMELEON: Eu estou de olho.
E nisso foi ela que veio para cima de mim. Mais
KC.
122
CHAMELEON
As amigas saíram, despedi delas e na hora de
despedir da HB8,5, demos um abraço que não parecia
ter fim.
Ficamos, brincando, uns dois minutos abraçados.
Senti que a HB estava triste por eu partir.
HB 8,5: Te adorei. Te adorei mesmo. Volta logo.
CHAMELEON: Também adorei você. Agora acho
que tenho um motivo para voltar.
HB 8,5: Não quero te largar.
CHAMELEON: Se eu pudesse, levava você
comigo.
Nos despedimos para valer e fui embora.
Ao chegar no hotel, mandei para ela o seguinte
torpedo:
“Quando tatuei este camaleão, não sei o porquê,
mas tive certeza de que ele me traria boa sorte. E não
deu outra. No dia seguinte, conheci você. Beijos”.
Ela respondeu:
“Nossaaaa adoreeeeiii!!!! Beijinhos!!!!”
PUAs, agora eu gostaria de sentar e falar sério
com vocês.
Vocês viram o quanto eu insisti com essa garota?
Eu o fiz porque eu defini o que queria para mim. Eu
não fiz como das outras vezes, que era de desistir na
primeira resistência e partir para outra. Eu lutei por
ela. E como lutei!
123
CHAMELEON
Passei a noite inteira jogando apenas com uma.
E no final, venci.
Eu sabia que ela me queria. Eu sabia que era uma
questão de tempo.
O sentimento de realização por ter ficado com
quem eu realmente queria, e não com quem eu podia,
não tem nem como ser descrito. Sei que estou muito
feliz.
Vocês podem até achar que fui beta ou meloso
com ela. Mas, para mim, eu estava mais alpha do que
nunca, pois segui meu coração e minha convicção,
certo do que queria e indiferente às pressões
exteriores.
E consegui o que quis.
Melhor sarge da minha vida, pois fiquei com
apenas uma menina... E era a menina que eu queria.
Abraços.
!
!
!
!
!
!
!
!
124
CHAMELEON
Dando a cara a tapa
!
Eu definitivamente havia saído do buraco onde me
encontrava e ainda melhor do que quando o havia
adentrado.
Na quinta seguinte à minha última ida a Baependi, por
exemplo, conheci o Hellraiser, um membro da comunidade
que também veio a
tornar um grande
amigo. Fomos ao
Banana Jack tomar
um chopp e eis que
saí do bar com o
telefone da hostess.
Já na sexta-feira,
houve mais um Lapa
Game e novamente
fiquei cercado por
pessoas que queriam
me ver jogar. Desta
vez, no entanto, não cedi à pressão alheia e sargeei como
se não houvesse ninguém ao meu lado. Embora nesse dia
não tenha closado ninguém, pelo menos fiz uma série de
125
CHAMELEON
abordagens (o que muito impressionou quem estava
comigo).
Embora tivesse ciência de que minha autoconfiança
havia melhorado de forma significativa, foi no sábado
que dei conta do quão melhor ela estava.
Eis o RC.
!
!
Rio de Janeiro-RJ, 21 de maio de 2011
Era para ser uma noitada como qualquer outra,
onde tinha ido na intenção de tão somente me divertir
e não closar ninguém.
Fui a uma festa acompanhado de meu wingman
Pacheco, minha pivot e um casal de amigos.
Estava dançando em roda com o pessoal,
soltando o Akon que havia dentro de mim e de repente
me deu “na telha” de abordar uma moreninha ao meu
lado em Direct. Avisei ao Pacheco que ia usar ele como
desculpa para que essa moreninha de repente
apresentasse a amiga dela para ele.
Abordei a moreninha.
CHAMELEON: Meu amigo ali está interessado
em sua amiga, mas eu pessoalmente te achei bem
mais interessante.
HB riu.
126
CHAMELEON
CHAMELEON: Você é mais que esse rostinho
bonitinho?
HB: Acho que sim, né?
Agarro ela pela cintura, puxo para perto.
CHAMELEON: O que tem a me oferecer além
desse rostinho?
HB: Não sei!
CHAMELEON: Bom, me contento com seu beijo.
No entanto, ela virou a cabeça. Fail, porém ótimo
para aquecer.
Meia hora depois, vejo uma HB sozinha
encostada à porta. Viro para o Pacheco.
CHAMELEON: Duvida eu mandar um opener do
Magaiver nela?
PACHECO: Ráááá! Duvido!
Fui até a mulher.
CHAMELEON: Cuméquié! É sério isso, porra?
HB: Uau, o quê?
CHAMELEON: Não, sério, me fala que é
mentira.
HB: O quê, cara?
CHAMELEON: Eu perguntei para o meu amigo o
que ele achava de você, porque uma mulher como
você está aqui sozinha, e ele disse que vai ver é
porque você beija mal para caralho. É sério isso?
HB: Eu, hein!
127
CHAMELEON
CHAMELEON: Poxa, eu até te achei gatinha de
longe!
HB: E de perto estraga tudo né?
CHAMELEON: Mas eu ainda estou longe.
Aproximei.
CHAMELEON: Ainda longe...
Mais perto.
CHAMELEON: longe...
Pertinho da boca dela.
CHAMELEON: Agora perto.
Um pequeno KC, daí ela riu, e disse que tinha de
ir.
Ok.
Voltei para o grupo com o inner lá em cima.
CHAMELEON: CAR A A A A A ALHO Joguei
direct! Tem noção do que é isso, Pacheco??? Tem
noção??? Eu rompi uma porra de uma barreira,
mandei direct na noitada!!!
Foi daí que aconteceu a cena MAIS
INTERESSANTE da história. E puas, prestem atenção,
porque foi nessa que eu aprendi o poder que um inner
alto pode exercer.
Dançamos mais um pouco e fomos nos encostar
no parapeito do salão de dança.
Em menos de quatro minutos, uma HB encosta
ao meu lado. Quando eu ia virar para falar com ela, ela
128
CHAMELEON
me cortou e disse.
HB: Oi! Tá tenso lá dentro. Minha amiga e meu
amigo estão ficando... Detalhe. Ele é gay e ela é lésbica.
CHAMELEON: Isso é... No mínimo interessante!
E você?
HB, após rir: Eu nada. Vamos dançar.
Me puxou pelo braço. O Pacheco, que estava por
perto, olhava a cena pasmo.
A HB chegou no PUA???? Como assim????
Fomos para o salão, dançamos um pouco e
eventualmente.... KC!
Lição da noite? Comece a noite dando a cara a
tapa. Não tenha medo de ousar. Eventualmente seu
inner vai ficar tão, mas tão foda, que uma aura de
atração passará a ser emanada de sua pessoa e vai
chegar um momento que você vai conseguir closes
sem trabalho algum... Não garanto que vai acontecer
como aconteceu comigo, da HB me abordar e me
closar, mas que vai facilitar e garantir resultados
muuuuito melhores... Ah, isso vai
E obrigado ao Pacheco pela excelente sarge!!!!
!
Essa súbita melhoria nos saldos das minhas sarges
fez com que meu inner crescesse a ponto de não deixar
129
CHAMELEON
me abalar com as dificuldades e/ou limitações dos fields51
onde estava inserido.
Um exemplo disso foi a festa onde fui no sábado da
semana seguinte, que desconhecia ser GLS. A
experiência foi tão peculiar que até RC fiz.
!
!
Rio de Janeiro-RJ, 28 de maio de 2011
Ontem, recebi uma ligação da minha pivot.
PIVOT: Chameleon, vai rolar uma festa
maneiríssima hoje em Botafogo. O Robbie (amigo em
comum nosso, que é gay) falou que vale muito a pena.
CHAMELEON: Beleza! Acho que vai ser minha
última sarge antes de ir para MG e possivelmente vir
a namorar. Vamos nessa.
Chegamos ao local da festa na hora que a mesma
começou. Só havia uma meia dúzia de pessoas lá
dentro.
Ficamos eu, minha pivot e o Robbie conversando
até que de repente a festa começou a encher. E
comecei a ver muitos caras se beijando e muitas
meninas se beijando. Estava me sentindo na Lapa.
CHAMELEON: Priscilla, isto por acaso é GLS?
PIVOT: Er... Estou começando a achar que sim.
51 Field -­‐ Ambiente onde o PUA irá jogar.
130
CHAMELEON
ROBBIE: Algum problema em ser um evento
GLS?
CHAMELEON: Não, não... Nada...
Cacete. Abordava uma. Lésbica. Abordava outra.
Lésbica.
Comecei a sentir na pele o que as HB’s que
abordo sentem, pois fui eu que estava com meu
“bitch shield”52 ligado e mandando shit test53 para
todos os caras que me abordavam.
Teve um que estava acompanhado por duas
mulheres maravilhosas.
BIBA: GA-TO!
CHAMELEON: Gostou?
BIBA: Demais.
CHAMELEON: Faria qualquer coisa por mim?
BIBA: O que você quiser.
CHAMELEON: Então me apresenta suas
amigas.
52 Bitch shield -­‐ Quando a mulher age de forma grosseira, mesmo não sendo má pessoa, para que ninguém invada seu espaço.
53 Shit test -­‐ Perguntas que as mulheres fazem para que os homens se quali&iquem para elas, tais como “você é gay?”, “que tal me pagar uma bebida?” e a&ins. A melhor coisa a ser feita é ignorar estas perguntas como se estivesse lidando com uma criança de cinco anos de idade.
131
CHAMELEON
Depois de rir muito ele disse que elas eram um
“casal”.
Virei para minha PIVOT, abracei ela de forma
bem alfa e dei um selinho nela.
PIVOT: Qual foi?
CHAMELEON: Eu quero que eles vejam que
estou acompanhado e parem de me abordar.
PIVOT: Isso só vai excitar eles, vão querer que a
gente faça uma ménage.
CHAMELEON: FFFFFUUUUUUUU!!!!!!!
Daí pensei.
“Improvisar. Adaptar. Superar.”
“Se eu me passar por um deles, vou com certeza
conseguir close com alguma destas meninas.”
Fui ao bar, peguei uma caipirinha. Ao voltar para
meu grupo, no caminho, uma HB estava dançando e
ela meio que se roçou em mim, sem intenções disso,
claro. Agarrei ela, encoxei e falei no cangote dela,
assim...
CHAMELEON: Ah, se eu gostasse...
HB, sorrindo: Opa!
Ela fez questão de eu continuar abraçando ela e
se esfregava hor rores em mim. Não estava
aguentando mais. Mas, vi que não ia conseguir nada
mais além daquilo e ejetei após alguns minutos.
Em seguida, abordei uma morena que estava lá e
132
CHAMELEON
que surpreendentemente não era lésbica! Ela meio
que estava na minha e estraguei tudo revelando ser
hétero. Se tivesse permanecido com o disfarce
colorido, eu teria closado ela, pois ela não tinha
pudores de beijar gay, mas tinha de beijar homem (vai
entender!!!!). Ela havia mostrado ser o tipo de
mulher que vai para evento GLS para não ser
importunada. E ainda tentou mandar a famosa linha
“vai me pagar uma bebida?”, no que respondi “sim,
claro, quer também a minha conta bancária?”
E ejetei.
Passei o resto da noite indo para lá e para cá na
pista, dançando e me roçando com tudo que era
mulher e sem closar nenhuma delas.
Ah, e tomei toco de uma atriz global que faz
Zorra Total. Me parece que ela é do babado mesmo....
Mas, direito dela... “Tá pagaaaaaano....”
Experiência tosca e ao mesmo tempo única, e
fiquei até na dúvida se compartilhava isto aqui, mas
what the hell! Estamos aqui não apenas para
compartilhar sucessos, mas também os fails!!!!
!
!
!
133
CHAMELEON
Chameleonville
!
Dos dias 4 a 12 de junho, passei férias em
Baependi. Estava há mais de três anos sem tirar férias e
apresentava indícios de estafa. Se eu permanecesse no
Rio de Janeiro, iria eventualmente trabalhar, pois era (e
sou) um tanto workaholic.
Assim que cheguei à rodoviária de Caxambu, eis
que encontro um membro do fórum, chamado Alpha.
Ele era de Passa Quatro e estava em Caxambu para
visitar um amigo. Quando descobriu que eu iria estar em
Baependi, fez questão de ir me conhecer na rodoviária.
Conversamos por cerca de vinte minutos e sugeri
que eles fossem a Baependi à noite para me encontrarem
e sargearmos juntos, o que fizeram. Lembro-me de ter
aberto uns dois ou três sets para eles terem uma noção
de como era e em seguida os deixei por conta própria,
pois tinha um encontro marcado com a HB 8,5 de minha
ida anterior.
Desde minha última estadia na cidade, vínhamos
nos falando pelo celular (já que não pagávamos nada por
isso) e nosso “lance” estava praticamente certo. Já nos
dias que passamos juntos, descobrimos ter uma ótima
química e pouco antes de partir da cidade, resolvemos
134
CHAMELEON
namorar.
Passei cerca de duas semanas no Rio de Janeiro
antes de retornar a Baependi. Nesse ínterim, saí muito
pouco e para ser sincero, nem lembro para onde e/ou
com quem.
No feriadão de 23 de junho, entretanto, voltei a
Baependi com o Hellraiser em grande estilo, o que
rendeu um dos maiores RCs da história do PUABASE.
23 a 26 de junho de 2011
Este é meu primeiro RC pós-início de namoro, e
se esperam que dele saia algum close meu, melhor
clicarem em “back” no browser. Agora, caso queiram
ler uma história interessante/engraçada e aprender
uma nova técnica de sedução, vale a pena prosseguir
com a leitura.
Eu já havia me programado para ir a MG no
feriado de Corpus Christi visitar minha namorada,
que por sinal estava internada com amidalite.
Hellraiser, ávido por conhecer Baependi, essa cidade
que tanto menciono, foi a minha companhia da vez.
QUINTA, 23/06
Chegamos em Baependi às 14:00 e fomos
imediatamente ao hospital visitar minha namorada,
que só teria alta no dia seguinte. No caminho,
paramos numa padaria da cidade porque eu fiz
questão de mostrar ao Hell o nível das atendentes que
135
CHAMELEON
lá trabalhavam.
HELLRAISER:
HEAVEN!!!
Hell
yeah,
baby!
Im
in
Prosseguimos para o hospital, visitei minha
namorada e voltamos para o centro da cidade, que
estava em preparativos para uma festa junina
beneficente.
No caminho e devidamente orientado por minha
pessoa, Hellraiser abordou um set de duas meninas
para perguntar qual era a boa da noite e fez a mesma
coisa dentro da farmácia, com a atendente.
HELLRAISER: Aqui entrou o meu habitual
problema de não conseguir fazer a conversa
fluir, mas pelo menos eu consegui abrir bem
os sets. Chamaleon olha pra mim e diz “Teu
desafio hoje vai ser estender a conversa”.
Challenge accepted, mermaum!
Quando estávamos entrando no hotel, meu
celular tocou. Quem era? Sim, ela. Jassmin. A HB que
foi tema de meu RC da Semana Santa.
Atendi o celular e ela disse que havia me visto na
praça lá da casa dela e que desceu para me dar um
“oi”. Beleza, voltei para a praça para a encontrar e ela
estava em companhia de sua irmã, a Juliana.
Sentamos as duas, Hell e eu em um banco e
136
CHAMELEON
começamos a bater papo. Como eu estou namorando,
não me preocupei em seduzi-la e me mantive no fluffy
talk. Ela, por sua vez, estava bem interessada.
JASSMIN: Agora estou solteira. Terminei com
aquele cara que estava ficando. Descobri que ele me
traiu.
CHAMELEON: Ah, quem saiu perdendo foi ele,
com certeza.
Nisso, uma senhora chegou e pediu para nos
espremermos no banco para ela caber. A Jassmin se
escorou em mim.
JASSMIN: Daqui a pouco eu vou ter de sentar
no seu colo.
CHAMELEON: ...
HELLRAISER: Hehehe.
CHAMELEON: Ouça, eu vou comemorar meu
aniversário no bar dia 16 de julho. Na realidade eu
faço aniversário em 18 de julho, mas eu não vou estar
aqui e queria comemorar antecipadamente.
JASSMIN: Ah, você é canceriano! É carinhoso,
romântico, familiar e gosta de presentear, né?
CHAMELEON: Sim, esse sou eu!
(Rola mais um pouco de conversa)
JASSMIN: Bom, eu tenho de ir treinar. Me dê
137
CHAMELEON
um beijo.
E virou o rosto e fez questão que eu o beijasse.
Beleza, beijinho no rosto.
HELLRAISER: Mermaum, se o Chamala
quisesse, comia essa menina ali na praça
mesmo, com o pessoal saindo da igreja e o
cacete!! Impressionante... A irmã estava sem
dar papo, ainda tentamos puxar ela pra a
conversa, mas ela parecia envergonhada
demais pra isso.. Pena...
Voltamos para o hotel e fomos nos arrumar.
Mesmo namorando, me comprometi a ser o wingman
do Hell na cidade e portanto vesti um bom peacock e
mandei um de meus melhores perfumes, 212.
Voltamos para a cidade e meu primo, que estava na
área, se juntou a nós.
Lanchamos e começamos a dar uma circulada
básica pela praça, e os IDIs das meninas eram
intensos e tensos!
HELLRAISER: We are rockstars, baby!
(isso foi confirmado dois dias depois por
uma senhora no bar)
Nisso, meu telefone tocou novamente. Era minha
namorada, para saber se estava tudo bem. Ficamos
conversando uns 10 minutos e, quando olhei para
138
CHAMELEON
trás, percebi que meu primo e o Hell haviam sido
abordados por alguns rapazes, todos eles apontando
para mim. Na hora, pensei ter feito alguma merda,
mas... Bom, prefiro deixar o Hell explicar o que houve:
HELLRAISER: Estava trocando olhares
com uma HB num banco mais pra a frente,
mas tinha um cara falando com ela, então
resolvi aguardar um pouco e aborda-la
quando o cara saísse. Falando com o primo
do Chamala, me distrai e quando vejo, tá o
cara do meu lado, olhando pra mim e
apontando o dedo. Imediatamente penso
"Acho que esse cara tá querendo tirar
satisfação porque eu estou olhando para a
namorada dele”, mas não consigo ouvi-lo.
HR – Espera, repete...
Carinha – Aquele ali é o Chamaleon?
HR thinks – “Que será que esse cara
andou aprontando na ultima vez que veio
aqui?”
HR – É... Pode ser... Você conhece ele de
onde?
139
CHAMELEON
Carinha – Do fórum
HR aliviado – AH! ELE MESMO!
PQP, O cara de SP reconheceu o maluco
numa cidadezinha do interior de minas!
Esse cara é uma celebridade, tá na hora de
se candidatar a um cargo politico na
cidade, porra!
Eu não imaginava que estava tão “famoso” assim,
mas foi um reconhecimento muito agradável e além
de ter levado os rapazes para dar uma mini-sarge,
tirei uma foto com eles.
Enquanto eu conversava com os rapazes,
Hellraiser mandando ver em um set de três meninas.
Eu até participei da conversa por alguns momentos e
deixei as três a cargo do Hell, que deu conta de tudo
sozinho e ainda conseguiu um PC com uma delas.
HELLRAISER: Se o desafio é manter a
conversa rolando, vamos com a corda toda!
Chamaleon me ajudou com a rotina das
m e l h o re s am i g a s, e m e n d e i n um co l d
reading de leve, dou um chute no que uma
das meninas faz da vida (chute daqueles
que não é pra acertar...), etc., a que eu
estava de olho diz que eu nem tentei
140
CHAMELEON
adivinhar o que ela fazia, no que eu olho
pra ela e digo “Ah, você tá na cara que faz
direito, nem tem graça” (Ela tinha cara de
estudante de direito). Ela fica de boca
aberta como eu acertei, e eu digo que vi
isso nos olhos dela. Ai eu emendo um cold
reading dos pesados, dizendo que posso ver
tudo nos olhos dela (ler mão é o caralho,
porra!). Rola mais um fluffy talk e eu
resolvo voltar para o grupo do Chamaleon.
!
Daqui a pouco elas me chamam de
novo, pedindo pra eu fazer de novo na
amiga delas. Já pensando que não dá pra
repetir tudo, vou dando uma dixavada, e o
amigo gay delas diz que quer ler minha
mão... Eu deixo e finjo que acredito no que
e l e t á f a l a n d o, at é d o u c o r d a e m
determinados assuntos, e sento pra ler a
amiga.. Faço mais ou menos a mesma
leitura, mas ao contrario (Você é uma
pessoa racional mas que as vezes se deixa
levar pela emoção – Você é uma pessoa
141
CHAMELEON
emocional, mas as vezes resolve seguir só
sua razão), assim não ficava igual a da
primeira. Rola mais um papo, mando ela
digitar o telefone dela no celular do
Chamala (o meu tinha ficado carregando no
hotel).
HB – Ah, porque você não me dá o seu?
HR – Boa tentativa, eu não dou o meu
número fácil assim não.. Digita logo o seu
ai..
HB digitando
Juliana..
o
número
–
Priscila,
HR – Que absurdo, fuçando o celular
dos outros!!!
HB – Tô só digitando o número, os
nomes tão aparecendo aqui sozinhos
HR – Tá bom, sei...
Um set de cinco meninas pediu para que um dos
rapazes me apresentasse a elas, no que ele fez.
Novamente, como eu não estava afim de seduzir
ninguém, mantive a mim mesmo no padrão fluffy talk
e como elas viram que não iriam conseguir nada
142
CHAMELEON
comigo, ejetaram.
Em seguida, ficamos Hellraiser, meu primo e eu
dando umas dicas de pick-up e estilo para os rapazes,
que acataram todas com humildade e sede de
aprendizado.
HELLRAISER: E como não sou bobo,
aproveitei para ouvir com calma as dicas
do Chamaleon...
Voltamos para o hotel, foi o suficiente por um dia.
SEXTA, 24/06
Eram nove da manhã quando saímos para
comprar umas roupas. Um dos rapazes do dia
anterior nos acompanhou, pois além das dicas de
vestuário, queria nos ver em day game.
Levei o Hellraiser até a loja onde comprei meu
chapéu do Johnny Depp e também à loja onde comprei
minha jaqueta. Depois fomos à Hering comprar umas
camisetas básicas. Gostaria de passar a palavra ao
Hell...
HELLRAISER: Entrei na loja da jaqueta
já devidamente avisado pelo Chamaleon que
a vendedora era absurdamente gata
OBS – Cacete, esse cara pode lançar um
mapa só com a localização das HBs nessa
143
CHAMELEON
cidade!! Venderia como água!
A pedido do próprio, enquanto ele
olhava umas calças, fui na atendente e
mandei
HR - “Você deve ser a Felícia, não?”
HB – “Sim, por que?”
HR – “Ah, nada não. É que o meu amigo
tinha dito que tinha visto a vendedora mais
gata de todas aqui em Baependi e eu falei
pra ele que precisava ver com os meus
próprios olhos.
So r r iso s e uma p i lha de IDIs da
atendente pra o Chamala depois disso... Ela
estava até fazendo outra coisa no fundo da
loja na hora que fomos pagar e parou pra
vir atender a gente, ao invés de deixar a
atendente que estava do lado do balcão
fazer isso...
Emendamos na loja de botas, que tinha
só uma HB no caixa, perguntei qual a boa
na cidade pra de noite e nada muito mais,
144
CHAMELEON
e partimos para a loja de 1,99 onde a
p a i xo n i te d o no v o a p re n d i z ad o d o
Chamaleon trabalha. O cara ficou com
muita AA e resolveu ir embora. Então,
mermaum, é pra mim.
Abri o set, conversei um pouco mas
descobri que a mulher é casada. Quando ela
falou que eu reparei a aliança na mão dela,
mas que se foda. O rapazinho tem que ficar
sabendo disso (alias, como diabos ele ainda
não sabia?)
Nossa última parada foi uma loja de roupas que
tinha uma jaqueta preta estilo Easy Rider na vitrine.
Entramos na loja e havia uma atendente maravilhosa.
Uma loura de olhos claros, cerca de 1,75cm de altura.
Eu daria uma nota 9 para ela.
HELLRAISER: Vai te catar, porra.. Ela era
exatamente o meu número!
Hell experimentou a jaqueta, virou para a loura e
perguntou:
HELL: Ficou bem em mim?
HB9: Ficou...
HELL: Saia do papel de vendedora. Ficou sexy?
145
CHAMELEON
HB9: Er... Claro!
HELL: Sairia com um cara como eu, usando esta
jaqueta?
HB9: Sairia, porque não?
HELL: Então vou levar. E me diz, qual a boa de
hoje à noite?
HB9: Boate Camaleão (YEAH BABY, I RULE).
HELL: Você vai estar lá?
HB9: Vou, claro.
Nisso, entra outra mulher para passar o cartão.
OUTRA MULHER: Vocês são de onde?
CHAMELEON: Do Rio...
OUTRA MULHER: Mas vocês não tem cara de
cariocas, com esses olhos claros...
CHAMELEON: É que apesar de sermos cariocas,
ele é filho de húngaro e eu sou filho de português.
Húngaros costumam ter olhos verdes e tem muito
português de olhos (aham, Magic Top, lentes
milagrosas) azuis.
OUTRA MULHER: É porque sou casada, mas....
Vocês dois são lindos.
HELL: Obrigado. HB9, você também pode falar.
146
CHAMELEON
Eu deixo.
HB9: Sim, vocês são lindos (com um sorriso
tímido).
HELL: Ei, Chameleon... Ela não lembra a Carol?
CHAMELEON: CARALHO! É igualzinha!!!
HELL: Você é igualzinha uma mulher que
conheci, a Carol. Igual, igual. Cara, corpo, jeito. Só tem
uma coisa... A Carol foi a mulher mais divertida que já
conheci, das poucas que misturava beleza com
personalidade. Vou passar a te chamar de Carol e
fique atenta à responsabilidade de ser como a
legítima.
HB 9 e a outra mulher riram. Nos despedimos e
saímos do lugar. Em algum lugar da lua, a bandeira
americana deve ter sido derrubada... Nada não, era
nosso inner, que foi lá em cima mesmo.
Fomos almoçar e passamos a tarde na praça.
Havia um grupo de cerca de seis ou sete HBs
adolescentes que não tiravam os olhos da gente e
sugeri ao Hell abrir o set com um opener improvisado
que estimula até mesmo uma massagem no ego, mais
ou menos assim:
“Meninas, rápida opinião. Vocês acharam meu
amigo e eu sem sal? É que somos de fora e onde nos
vestimos, estamos por dentro da moda, mas quando
chegamos aqui ontem, um grupo de meninas nos
esculachou, dizendo que éramos sem sal e que
147
CHAMELEON
devíamos prestar atenção como os rapazes da cidade
se vestiam. O que nos sugerem?”
E aí, Hell? Que tal foi?
HELLRAISER:
HBs – Não, que nada, vocês se vestem
tão bem..
Algumas pilhas de IDIs delas, elas
dizem que eu devia tirar o chapéu (FUCK
NO, ADOREI O MEU CHAPEU, PORRA!!), e
continuam dando mais IDIs. Um pouco mais
tarde, eu e Chamaleon dando a volta na
praça, vemos o grupo em pé em roda, e
chegando perto só ouvimos as que estavam
em pé dizendo “Chega pra lá que eu quero
sentar ai também!” e sentando pra poder ver
agente passar. Isso faz maravilhas pelo
Inner de qualquer um! =)
E foi nessa hora que resolvi aplicar uma técnica
que há algum tempo vinha estudando a viabilidade.
Uma técnica batizada por mim mesmo como
“MINDFUCK”. Antes de continuar, uma breve
explicação do que é um “MINDFUCK”.
!
148
CHAMELEON
Mindfuck
O que é?
Trata-se de uma falsa evidência de culpa que
implantamos na cabeça de uma HB quando há um IDI de
sua parte.
Qual a finalidade?
Fazer a HB se sentir culpada por um fora que
nunca te deu e tentar correr atrás.
Como faço um Mindfuck?
O MINDFUCK funciona quando você sabe da
existência da HB, mas ela não sabe da sua. Você
cumprimenta a HB pelo nome dela e a deixa curiosa a
respeito de onde ela o conhece. Quando ela perguntar de
onde o conhece, você responde que foi no dia X (tem que
ser um dia em que você saiba exatamente onde ela
estava) e que ela te deu um fora "daqueles".
!
Voltando à história...
Enquanto o Hell batia papo com o set, aproximei,
apontei para uma delas e dei início ao MINDFUCK.
CHAMELEON: Você é a Sílvia, certo?
Sílvia: Er.. Sim! Como você sabe?
CHAMELEON: Poxa, você não lembra de mim?
149
CHAMELEON
Sílvia: Não, de onde eu conheço você?
CHAMELEON: Nossa, eu lembro e bem de você.
Sílvia: Mas de onde?
CHAMELEON: Você me deu um toco federal na
semana santa, quando abordei você.
Nisso, as amigas dela começaram “POOOORRA
SÍLVIA! Como você pôde ter dispensado um cara
como ele? Onde você estava com a cabeça?”
A Sílvia ficou visivelmente transtornada.
Sílvia: Poxa, eu... Não lembro!
CHAMELEON: Deve ser porque já tinha bebido
todas. Eu infelizmente estava sóbrio...
E deu para ver que ela ficou confusa, tentando a
todo custo resgatar o momento de sua memória. Isso,
associado ao esporro dado pelas amigas, a fez sentir
péssima, e a todo momento falando “mas eu nunca
daria toco num cara como ele! E agora, o que faço?”
HELLRAISER: Sweetly evil!
HELL: Do mal, cara! (sorriso)
CHAMELEON: Hehehe.
Naquele exato momento, recebo um torpedo da
Jassmin. “Acabei de ver um cara malhando indo para
a praça. Hahaha.” É, ela estava interessada mesmo.
150
CHAMELEON
Mas, não tive mais notícias dela depois disso, pois "me
enrolei" e não fiquei na praça.
Nisso, meu primo apareceu e fomos os três tomar
uma cerveja de garrafa. Minha namorada, que teve
alta no dia, apareceu em companhia de uma amiga e
conversamos os cinco por horas a fio.
Em seguida, passei o final de tarde e noite a sós
com minha namorada e só vim a encontrar meu
primo e o Hell lá pelas 23h, no bar mais badalado da
cidade e sentados em companhia de um belo set.
Aliás, como foi a abordagem mesmo, Hell?
H E L L R A I S E R : S a i d o h ot e l co m a
pulseira do Chamaleon no bolso (pulseira
difícil de botar sozinho, que maravilha).
Chegando no bar, encontro o primo do
Chamala e enquanto esperamos ele chegar
da casa da namorada, vou até o 4 set.
HR – Vocês por acaso são boas com as
mãos?
HB8 – Hein? Por que?
HR – Eu estou precisando da ajuda de
uma menina bonita que seja boa com as
mãos.
151
CHAMELEON
HB8 – Pra que?
HR, puxando a pulseira do bolso – É
que tá foda de amarrar esse negócio com
uma mão só..
O set ri, a HB8 amarra a pulseira.
UG – Boa abordagem, ganhou dois
pontos no conceito delas. Mais oito e você
tá feito.
HR – Vou fazer o seguinte, vou ficar
pensando a noite inteira em alguma coisa
boa pra dizer e ganhar esses outros oito
pontos então..
SET
agente.
– Ah,
venham
sentar
aqui
com
HR, levando a cerveja e os copos – Bom
que vocês chamaram porque eu ia pedir a
opinião de vocês mesmo. O Arthur recebeu
agora uma ligação de uma amiga que ele
andou querendo pegar em são Paulo mas
que nunca deu bola pra ele. Agora ela
descobriu que ele tá namorando e ligou
152
CHAMELEON
toda irritada pra reclamar com ele.
HB9 – Hein? Mas como assim?
HR – Pois é, na minha opinião essa
mulher é maluca... Alias, acho que vocês
todas, e assim agente vai ficando maluco
também...
Assim que cheguei, pedi uma vodka com
energético e entrei na conversa.
HB9: O que fazem da vida?
HELL: Eu trabalho... Com desenvolvimento... De
peças... De dominó.
HBs riram.
HELL: Vocês riem? Não imaginam o trabalho
que isso dá. Inserir aquelas bolinhas nas peças...
HB8: E como vocês vieram parar aqui?
CHAMELEON: Eu estava em Copacabana
perguntando onde era o Banco do Brasil e acabou que
me deram as orientações erradas e vim parar aqui.
Daí, pensei “ah, que se foda. Vou ficar por aqui
mesmo.”
HB9: Vamos para Cruzília! Vocês vieram de
carro?
153
CHAMELEON
HELL: Sim, no Mercedes.
HB9: Num Mercedes? Que da hora!
HELL: Sim, e é mega espaçoso. Cabem umas 40
pessoas lá dentro.
HB9: Pôxa, então vamos nessa! Tem espaço para
todos.
As outras HBs começaram a rir da cara dela. “Ai,
amiga, deixa de ser burra”, diziam. “Ele está falando
do ônibus”. HB9 ficou com cara de tacho, mas beleza.
HB9: Queridos, adoramos a conversa, mas temos
de ir nessa.
HB8: Ei, temos de deixar nossa parte paga.
CHAMELEON: Ia dar um calote, né? Tsc, tsc,
tsc... Por isso você usa essas roupas de grife...
Juntando o dinheiro dos calotes. Vergonha, meu Deus,
que vergonha!
HBs riram, deixaram o dinheiro e foram embora,
bem como meu primo, que já estava com sono.
Conversamos por mais alguns momentos e nisso
aparece uma garota de olhos verdes, que inclusive já
ficou comigo. O namorado dela trabalhava no bar e ela
estava à espera dele.
CHAMELEON: Hey, como você tá?
HB: Bem e você? Eu quase te liguei semana
154
CHAMELEON
passada, mas fiquei com vergonha, não sabia se você
lembrava de mim.
CHAMELEON: É claro que lembro de você e
desses olhos verdes... E dessa boquinha gostosa.
HB: Ah, da sua também lembro!
CHAMELEON: Ei, Hell Ela estava aqui na
semana santa. Semana santa aqui é tenso, né?
HB: Nossa, tomei todas... Não me lembro de
nada!
CHAMELEON: Poxa... Esqueceu que ficou
comigo?
HB: NUNCAAAAAA! Posso ter me esquecido de
muita coisa, mas disso, jamais!!!
HELL: Hehehe.
CHAMELEON: Aliás, agora somos os dois
comprometidos, mas... Se pintar de ficarmos
solteiros... Pode me procurar, tá?
HB: Vou procurar sim! Quero ficar com você de
novo, sim! Aliás, a Daniela perguntou por você.
HELLRAISER: Essa era outra que se o
C hamala quisesse co mia ali na praça
mesmo, e na frente do namorado...
CHAMELEON: E quem é essa?
155
CHAMELEON
HB: A outra menina que você ficou.
CHAMELEON: Er... Er... (Mindfuck?)... Eu não
lembro dessa...
HB: Foi no dia seguinte ao que ficamos...
CHAMELEON: Poxa, aquele dia fiquei mega
bêbado... Eu estava puto com o que aconteceu com a
Jassmin, com aquela vaca que me amogou... (leiam o
relato da Semana Santa)
HB: É, mas ela lembra e até hoje usa no fundo de
tela do celular a foto de vocês dois juntos, dando um
beijo.
CHAMELEON: What the hell...
HELL: HHAUHAUAHUAHUAHAUHAUAHAU!!!!
Eu sou seu fã. Quero ser igual você!
HB: Isso explica o porquê da Tati e da Lucia
terem achado que você era gay...
CHAMELEON: Como assim???
HB: Porque aquele dia, na barraca de drinks, as
duas foram te abordar para ver se tinham chance e
você nem deu papo, saiu marchando...
CHAMELEON: Puta merda... Eu não sou escroto
assim... Maldito Xixi da Xuxa, bebida dos infernos...
HB: E sou eu que te defendo! Eu sempre digo “ele
não é gay nada, eu já peguei e ele além de ser homem,
156
CHAMELEON
beija muito bem!”
CHAMELEON: Você me deixa sem graça...
HB: Uai, eu sou sincera! Se eu gosto, eu falo, não
é mesmo?
HELL (rindo sem parar): Claro, claro.
CHAMELEON: É, Hell... Acho que errei a conta,
não foram 14, foram 15.
HELL: Você nem se lembra mais de quem você
pegou e ela está apaixonada por você! Fundo de tela
do celular! Puta merda! HUAHAUHAUAUAH
HELLRAISER: Cargo politico é o cacete,
Chamaleon pra prefeito e Hellraiser pra a
secretaria de finanças!!
A HB10 que o Chamala chama de HB9 não
apareceu, pena...
Voltamos para o hotel. Mais um dia.
SÁBADO, 25/06
Resolvi começar o sábado de uma forma bem,
digamos, argentina.
Estava tomando café da manhã na padaria com o
Hell.
CHAMELEON: Quer ver a mulherada realmente
157
CHAMELEON
enlouquecer?
HELL, rindo: O que você vai fazer?
CHAMELEON: Vou honrar estes anos de
malhação e andar sem camisa pela cidade, já que está
calor de manhã e quero pegar uma cor.
HELL: HAHAHAHAHAHAH! Essa eu quero ver!
CHAMELEON: Ande um pouco atrás de mim e
olhe em volta, que você vai ver.
HELLRAISER: Lembram do tal efeito Axe?
PQP!! Efeito Chameleon, caralho.. Vai ter
social proof assim lá na casa do caralho,
porra!
Todas olhavam, de cima a baixo! Hahahaha! E eu
ria muito. Estrategicamente passava em frente a todo
lugar onde trabalhavam HBs, de Gatorade na mão e
camisa na outra, ocasionalmente limpando o suor do
tórax e abdome em câmera lenta. E quem disse que só
mulher sabe provocar?
Em seguida, vesti a camisa, minha namorada
apareceu e fomos os três almoçar. Em seguida,
apareceu o meu primo e a amiga da minha namorada
e tal como o dia anterior, conversamos os cinco até o
fim da tarde. E tal como o dia anterior, fui ficar a sós
com minha namorada e o Hell foi para o hotel se
arrumar.
158
CHAMELEON
HELLRAISER: Fiquei ouvindo aquele
Supercharge Your State, sai do hotel com o
Inner lá no caixa prego, subindo a rua
reparei umas senhoras olhando pra mim de
um bar, mandei um BOA NOITE cheio de
confiança e fiquei ouvindo os comentários
de “ah que príncipe” e coisas que o valham
das senhoras.. Pena que eu não curto
GILFs...
Chegando na praça, mandei o opener
d a p u l s e i r a d e no v o co m um 3 s et,
perguntei qual a boa da noite e de novo foi
a tal Camaleão.. E já comecei a reparar que
quando as HBs falam que vão pra lá, não
aparecem.. Não sei o por quê, já que o lugar
é maneiríssimo!
Fui dar uma volta na praça, mas
estava fraquinho fraquinho.. Vazio. =( Parece
que alguém tinha morrido naquele dia, mas
não peguei a história direito não... Pra não
ficar à toa, abordei uns caras e fiquei
d iscutindo futebo l com eles enquanto
esperava o Chamala chegar.
159
CHAMELEON
Encontramos lá pelas 23h e propus a ele, já que
era o último dia, de passar a noite abrindo sets e
calibrando o inner. Enquanto eu dava ideias de quem
abrir e o que dizer, ficava no bar experimentando de
tudo.
E naquele momento, comecei a sentir saudades
da minha namorada.
Apesar de termos nos divertido e rido bastante,
não parava de lamentar a ausência dela, que por
ordens médicas não podia sair à noite.
HELLRAISER: Pena que, tal como no dia
anterior, a cidade parecia vazia de noite...=(
Mas agente zuou pra cacete mesmo assim!
BORN TO RAISE HELL, BABY!
Chegamos a ir para Caxambu dar uma zoada,
mas no meu caso, voltamos logo e chapei na cama,
doido para que o dia seguinte chegasse para que
pudesse ver minha namorada ao vivo uma última vez
antes de voltar ao Rio.
E me parece que a ficha caiu ao mesmo tempo
para nós dois, pois antes mesmo de ter confessado a
saudade que dela sentia, ela o fez, como se estivesse
adivinhando meus pensamentos.
O Hell a todo instante brincava, falando que
nossa história ia dar em casório...
160
CHAMELEON
HELLRAISER: Vendo os dois, parece que
vai acabar em casório. Vendo só o Chamala,
parece que ele tá em crise de abstinência
de sarges... hehe.... Mas é um casal bonitinho
mesmo assim Sorte pra os dois.
No fim, pra mim foi um fds sem nenhum close,
mas certamente me ajudou a evoluir bastante e,
acima de tudo, foi divertido pra caralho! No mais,
fiquei com vontade de organizar algumas viagens –
sarge para outras cidades e irmos explorando o
interior do Brasil.. Mas tem que pensar direito nisso ,
mas certamente da pra curtir pra cacete uma viagem
assim. Afinal de contas, Baependi já pertence ao
Chamaleon! Tenho que garantir uma cidade para mim
também!
Abraços a todos que conseguiram chegar até o
final deste RC! Rs...
!
!
!
!
!
161
CHAMELEON
PUATraining54
!
Na sexta-feira seguinte a esse memorável feriadão
em Baependi, eis que recebi duas mensagens em meu
celular; uma do Alex e outra do Hellraiser, ambas me
convidando a participar do oitavo bootcamp da
PUATraining, que iria rolar aquele final de semana
mesmo. Como achei o preço um tanto salgado, neguei o
convite.
No entanto, depois de presenciar a significativa
melhoria de seu jogo em nosso primeiro encontro após
esse bootcamp, arrependi amargamente de ter recusado o
convite.
Interessado em participar do próximo, entrei em
contato com o Fenix (um dos maiores PUAs do Brasil e
CEO da PUATraining) e marcamos de nos reunirmos ao
vivo para conversarmos.
O que era suposto ser uma simples conversa para
saber mais sobre a empresa e proceder com a matrícula
virou o início de uma amizade.
54 PUATraining -­‐ Empresa fundada pelo PUA europeu Gambler, conhecido pelo seu estilo natural e desprovido de abridores e/ou rotinas enlatadas.
162
CHAMELEON
Como eu já era conhecido e de certa forma
influente na comunidade e também dono de um jogo já
razoável, havia uma possibilidade de findo esse bootcamp,
realizar alguns trabalhos freelance pela PUATraining,
oportunidade que eu jamais poderia negar.
Isso me levou a terminar meu namoro, o que
embora não tenha sido agradável, não foi assim tão
difícil, pois embora gostássemos muito um do outro,
estávamos desmotivados com a distância que nos
separava e com a falta de previsão de quando iríamos nos
ver novamente. Felizmente, ficamos numa boa e sem
ressentimentos.
A semana passou rápida e sexta-feira, eis que havia
chegado o primeiro dia do bootcamp, o grande divisor de
águas em minha jornada PUA.
08 a 10 de julho de 2011
JAK SIE MASZ, PUAS!
Este é um RC mais do que especial, pois não trata
de uma simples sarge e sim de um final de semana em
bootcamp. Como alguns de vocês já devem saber, faz
cerca de quatro meses que estou no pickup e até então
tudo que aprendi foi na base do estudo da teoria
associado à prática em campo. Evoluí muito, não nego,
mas além de ainda depender muito de minha
aparência para facilitar o processo de atração, usava
muitos openers e rotinas enlatadas. Era péssimo com
163
CHAMELEON
escalação sinestésica (kino) e minha linguagem
corporal, bem como minha projeção vocal, ainda
deixavam muito a desejar. Assim sendo, minhas
sarges seguiam uma constante de 1-win e 2-fails.
Confesso que embora soubesse da existência de
uma unidade da PUATraining (empresa do Gambler)
no Rio de Janeiro, ficava incerto quanto a fazer ou não
o bootcamp, pois sentia falta de uma evidência sólida
de sua eficácia. No entanto, meus grandes amigos e
fiéis wings Hellraiser e Alexferrer fizeram o bootcamp
e as impressões positivas que dele tiveram,
associadas ao fato de estar “temporariamente
solteiro” (não me peçam para explicar) foram o
suficiente para que eu me matriculasse na próxima
turma. Sempre quis virar um PUA de verdade, que
não dependesse de rotinas e tivesse uma abordagem
natural.
Assim sendo, o nono bootcamp foi composto por
ninguém mais ninguém menos que o Lince Cat (aquele
que sargeou comigo e com o Alexferrer em Baependi),
Pacheco (fiel companheiro de noitadas cariocas),
JerolJ (embora nossa amizade já existisse há alguns
meses, foi a primeira vez que estive com ele ao vivo) e
mais dois rapazes não-pertencentes ao PUABASE.
O treinamento começou antes mesmo de sua
data oficial para início. Terça-feira, reuni-me com o
Fenix, CEO da unidade carioca da PUATraining para
conversarmos a respeito dos meus “sticking
points” (aspectos a serem melhorados). Foi, diga-se de
passagem, uma pusta reunião, pois embora a
164
CHAMELEON
finalidade da mesma fosse falar dos problemas, o foco
foi em traçar soluções imediatas e que já poderiam ser
postas em prática antes mesmo do primeiro dia de
bootcamp.
SEXTA-FEIRA
O treinamento começou às 19h. Após duas horas
de aula teórica (não irei, por motivos óbvios, detalhar
o conteúdo e/ou explicar seus exercícios, mas adianto
que é tudo nota 10 e que o destaque é, além da
introdução antropológica do Doc (o Tony Stark dos
PUAs, pois vive bem, é boa pinta e vive em companhia
de uma modelo55) é a técnica que eles ensinam para
você entrar e circular pela balada dando a entender
que é uma celebridade, fazendo todos os olhares se
voltarem para você), seguimos para uma balada
carioca frequentada pela “high society”.
O desafio de nosso primeiro night game era
simplesmente abordar e engajar uma conversa e isso
começou antes mesmo de entrarmos no
estabelecimento. Abordávamos sets que estavam do
lado de fora com a famosa “fluffy talk” apenas para
efeitos de calibragem. Destaque para o cagão do
JerolJ, que nessa brincadeira conheceu o DONO do
lugar.
Lembro de ter abordado várias HBs (aliás, de 0 a
55 Essa “modelo” era ninguém mais, ninguém menos que Nine, uma FPUA (Female Pickup Artist) que veio a se tornar uma grande amiga minha.
165
CHAMELEON
10, as HBs daquele lugar eram nota 15). Boa parte
delas não estava dando muita conversa, mas pelo bem
de meu investimento, insisti. Lá pelas tantas,
apareceu um set de 4 ou 5 HBs, todas elas de tiara de
princesa. Fenix me chamou no canto para conversar.
FENIX: Olha, eu cumprimentaria cada uma
delas com o nome de uma princesa da Disney.
CHAMELEON: Fechou.
Abordei o set.
CHAMELEON: Hey! Bela Adormecida,
Cinderela, Branca de Neve, tudo bem?
Nisso, uma delas, já bem doidinha, começou a
passar o batom dela em minha boca! Tentativa de
amog?
CHAMELEON: Ok, meninas. O que acham de
mim com batom verde? Fiquei mais sexy? Quem quer
ser a primeira a provar destes lábios verdes?
Elas riram da cena e a própria amog, rendida, foi
a primeira a perguntou meu nome. Após ter me
apresentado a cada uma delas, engajei conversa com
uma que era bem gatinha (loura de olhos claros).
CHAMELEON: Então... Qual é a dessas tiaras?
HB8: Despedida de solteira. Aquela nossa amiga
vai casar.
166
CHAMELEON
C H A M E L E O N : B o m s a b e r, p a r a e v i t a r
mencionar que sou recém-divorciado.
E rimos. Nisso, chegou uma outra HB do grupo
que ainda não tinha sido apresentada. Tinha feições
indígenas e embora não fosse tão bonita quanto as
outras, era um charme e constava em minha lista de
“Mulheres Exóticas que Ainda Tenho de Closar”, entre
a japonesa e a indiana.
CHAMELEON: Ei, onde está sua tiara? Ah, já
sei. É porque você deve ser a Pocahontas, certo?
HB7 (ri): Minha prima perdeu a dela e ficou
com a minha.
Hora de escalar o Kino. Demos início a um
momento de fluffy talk onde de forma tímida a tocava
no braço. Lá pelas tantas, ela pediu, de forma
espontânea, para que eu anotasse o seu telefone.
Beleza, um PC! Nos despedimos e voltei para os PUAs
do treinamento, que tudo observavam, para receber o
feedback. Fenix estava ocupado mandando torpedos
para todos os demais alunos, dando toques quanto ao
que deviam fazer em seguida. Breno, um dos mais
fortes do grupo (eu vi o cara em ação, ele é PUNK)
disse que pequei pela linguagem corporal
incongruente (não estava demonstrando ter interesse
nela, embora o tivesse) e também pela falta de
ousadia no kino.
Mas, beleza. Continuei abordando mais alguns
sets (tanto meninas quanto rapazes) até que
167
CHAMELEON
novamente vi a índia na pista. E foi engraçado, pois
atrás dela tinha um cara que estava dançando tão,
mas tão engraçado que a impressão que tive foi a de
que ele havia incorporado um boneco do Armstrong
(aquele de borracha, que estica o corpo). Ela parecia
estar sentindo vergonha alheia dele e fui até lá na
intenção de salvá-la do constrangimento.
CHAMELEON: Hey... Me parece que você
conseguiu um show particular, não é?
HB7: Ah, nem fala... Ridículo o cara!
E hora de ousar. Continuamos conversando (tudo
que ela falava, eu enganchava algum assunto
relacionado) e desta vez mudei a BL para demonstrar
interesse e sim, ousei no kino. Minha mão seguiu uma
constante de acordo com sua permissividade. Do
cotovelo, passei à sua lombar, subi até suas costas e
finalmente cheguei à sua nuca. Uma vez tendo
chegado com a mão à sua nuca, não foi necessário
dizer mais nada a ela.
KC!
Após uns cinco minutos de KC, nos despedimos e
voltei para os PUAs, que me elogiaram pelo
desempenho, embora eu pudesse ter sido ainda mais
ousado e ter closado ainda mais rápido.
Continuei abrindo sets (algumas vezes sozinho,
outras como wingman). Uma coisa que percebi nessa
noitada é como o fato de estar namorando não quer
168
CHAMELEON
dizer nada. Aconteceu de duas vezes ter abordado
uma mulher aparentemente sozinha mas que estava
na realidade esperando o namorado e que enquanto o
dito cujo não chegava me deu a maior condição. Good
Lord!!!
Gostaria de ressaltar que TODOS meus colegas
foram muito bem esse dia, especialmente o Sr. BundaVirada-Para-a-Lua-Cheia, JerolJ. Às vezes eu cheguei
a pensar que ele já era MPUA e só estava fazendo o
bootcamp para me sacanear. Closou duas meninas
maravilhosas.
A noite terminou às 4:00 e fomos para casa
descansar, pois tínhamos, às 15h de sábado, day game
no shopping.
SÁBADO
Fui dormir insatisfeito com meu desempenho de
sexta, embora tenha ficado no 1 a 0 e me comprometi
a no night game de sábado dar 110% de mim.
No entanto, havia um day game a ser feito no
shopping e o desafio era fazer abordagens indiretas e
improvisadas no intuito de conseguir um PC ou FBC.
Decidi começar a calibrar antes mesmo de
encontrar os PUAs, perguntando o nome das
mulheres que me atenderam na lanchonete onde
almocei e perguntando a uma linda garota que estava
parada se ela podia sugerir um presente para minha
irmã. Em seguida, encontramos os PUAS e após
169
CHAMELEON
termos sido instruídos quanto às formas de chamar
atenção das HBs em movimento, partimos para o
campo.
Beleza, abordei uns quatro ou cinco sets e
consegui nessa brincadeira uns dois FBCs. Um belo
exercício para calibragem de night game, sabem?
Tivemos, em seguida, mais duas horas de aula
teórica, onde aprendemos mais a respeito de
conversação com o Brandão (que mostrou ser muito
hábil com improvisação e criatividade) e escalação de
kino/entonação com Edward Cull... Digo, Phill. Sério, o
irmão gêmeo perdido de Edward é um mestre em
body language, kino e entonação.
Night game em Niterói! Fretamos uma van e
fomos todos para Nikiti na mais pura zoação.
Assim que chegamos à porta da boate, fiz como o
JerolJ e puxei conversa com o maior número possível
de pessoas que estavam do lado de fora. Como meu
aniversário é dia 18, usei como opener estar
comemorando o mesmo de forma antecipada, visto
que não estarei no RJ no final de semana de meu
níver (o que é verdade). Dentro da boate, pedi um
drink e abordava tudo que era set para “brindar”
meus 30 anos. Isso teve uma resposta muito positiva
e em pouco tempo já estava dando “oi” para todos que
lá estavam.
A balada começou a encher. Os PUAs ficavam
estrategicamente espalhados para ficarem de olho em
170
CHAMELEON
nosso desempenho e nós, alunos, ficamos andando de
forma dispersa e ocasionalmente formando “duplas
espontâneas” para efeitos de wingman.
Lá pelas tantas, cometi um erro que levou nosso
amigo Pacheco à vitória. Ele estava desenrolando com
um 2-set de meninas bem gatas e estilosas. Como ele
estava sozinho, entrei no meio para isolar a amiga
daquela que ele estava conversando. Papo vai, papo
vem, Pacheco diz à HB que eu estava conversando que
eu era personal stylist e ela me olha de cima a baixo. E
a amiga dela, ao ouvir isso, disse que essa garota que
eu estava desenrolando também trabalhava com
moda. Olhei para ela e disse:
CHAMELEON: Você, trabalhando com moda?
NO – FUCKING – WAY!
Acho que ela não curtiu muito o comentário e
virou a cara. O papo do Pacheco com a outra estava
interessante e eu, sem querer, comecei a participar
(numa boa, não era querendo amogar) e ela começou
a virar a atenção dela para mim, deixando o Pacheco
de lado. O malandro, no entanto, começou a falar com
a amiga dela (que era até mais gata, confesso), e em
pouco tempo a isolou para closar. A amiga dela estava
bem na minha, mas tudo foi água abaixo quando o ex
dela deu as caras no lugar, o que mexeu com ela e
melou meu jogo.
Voltei para o barzinho para pegar mais bebida e
percebi que os PUAs e os estudantes estavam
reunidos cantando e zoando, não apenas para animar
171
CHAMELEON
o lugar, como também para elevar a energia. O negócio
começou a dar resultado, pois as pessoas olhavam,
riam e mostravam certa vontade de fazer parte de
nossa trupe!
Com a energia alta advinda desse momento,
Lince
e
eu
abordamos um 2-set.
Enquanto o Lince
conversava com
uma mulher bem
gata, abordei a
amiga dela, uma
garota que era,
coincidentemente,
exatamente meu
t i p o d e m u l h e r.
Adoro mulheres de
estilo alternativo, ou
seja, magrinha
(porém bem distribuída), tatuada e de cabelo até os
ombros.
Puxei assunto com ela elogiando o objeto que
comportava a garrafa de Vodka e copos (era bem
legal, pois ele era iluminado e dava o maior efeito),
mencionei que estava comemorando meu níver e de lá
enganchamos uma conversa.
Tudo que fiz foi “hookar”, ou seja, prestei atenção
em sua conversa e usava palavras-chave faladas por
ela mesma para dar continuidade, pois isso me
possibilitou não só saber mais dela, mas também falar
172
CHAMELEON
um pouco de mim.
Mel era seu nome. Era encantadora e estava
completamente sóbria por estar dirigindo e
compartilhava de muitos de meus gostos. Essa eu
escalei rápido. Kino no cotovelo, kino nas costas, kino
na nuca... KC.
E que KC! O próprio Phill me disse, no dia
seguinte, que o clima entre eu e ela estava tão quente
que todos na balada ficaram olhando para a gente se
atracando no balcão do bar. Que vergonha... NOT!
Fato que parecíamos um casal de namorados.
Trocamos telefones e até recebi um torpedo dela no
dia seguinte. É bem provável que eu marque um day
256 com ela. Eu não tinha bebido a ponto de ficar alto e
ela, por sua vez, estava sóbria. Foi um incidente
desprovido do temido remorso de compra, justamente
por ter sido uma escolha mutualmente lúcida!
Após ter me despedido dela, senti que meu inner
game estava na lua, tanto que o resto da noite falei
com outras meninas da balada o que me vinha à
cabeça e sem pudor algum. Arrisco dizer que se
quisesse, teria closado outra. No entanto, como eu
tinha (e tenho) intenção de ver a que fiquei de novo,
preferi deixar quieto.
Fim de jogo, cheguei em casa quase 8 da manhã.
A viagem da volta foi marcada por alunos e
56 Day 2 – Segundo encontro.
173
CHAMELEON
instrutores adormecidos e apenas o Fenix e eu
acordados, sacaneando os programas de TV que
passavam na van e dando tchauzinho para as
meninas que nos encaravam de dentro dos carros
onde estavam.
DOMINGO
Último dia de bootcamp, já extremamente
satisfeito pela evolução atingida pelo meu jogo.
Antes de encontrar os PUAs, fui almoçar na
mesma lanchonete do dia anterior. Embora ela não
estivesse no caixa, ela estava por perto, na grelha. Eu,
de zoação, disse:
CHAMELEON: É, né, Josiane! Me dando
perdido! Só porque eu voltei aqui, botou sua colega
para me atender. Estou de olho...
Só por ter me lembrado de seu nome, meu lanche
saiu em cinco minutos, à frente de umas dez pessoas
que haviam feito o pedido antes (inclusive o Lince).
Dinâmicas Sociais, para que te quero!
Desafio final? Direct em day game no shopping.
Esse foi um desafio complicado, pois fui tomado pela
AA. Enquanto alguns alunos conseguiram telefones e
um deles até mesmo um encontro instantâneo, o
máximo que fiz foi finalmente dizer àquelas beldades
que ficam à disposição para dar informações o que
achava delas.
Embora não tenha conseguido dar um close, só o
174
CHAMELEON
fato de ter tido culhões de abordar essas hired guns
em mode one tornou o exercício proveitoso.
Em seguida, ouvimos as considerações finais dos
instrutores e o bootcamp foi encerrado.
Considerações finais? Fiquei extremamente
satisfeito e agora sim eu posso dizer que sou um PUA,
pois o que ainda tinha de AA diminuiu de forma
drástica (aliás, acho que ela foi praticamente extinta)
e para completar, não tenho mais pudor de abordar
mulher alguma, seja onde estiver. E a escalação de
kino que aprendi com eles... Bom, que arma!
Minha lacuna foi definitivamente preenchida, e
de fato recomendo a todos que tenham a oportunidade
de fazer um bootcamp, pois em três dias você ganha
muito mais que em meses de estudo e prática
autodidata, e falo isso justamente porque em quatro
meses de pickup nunca tive uma evolução tão grande
como nesses três dias. Valeu muito a pena andar com
gente que foi treinada por ninguém mais, ninguém
menos que o grande Gambler e que tem anos e anos de
prática no jogo.
Meu retorno de investimento foi certamente
muito maior que o esperado, e recomendo fortemente
aos PUAs aqui presentes, independente do tempo de
jogo, de experimentar fazer o que fiz, pois
independente do tempo de prática autodidata que
temos, há sempre alguns aspectos que precisamos e
DEVEMOS melhorar.
175
CHAMELEON
O Pós-Bootcamp
!
Minha primeira sarge pós-bootcamp foi (que
novidade) em Baependi.
Eis o RC.
15 e 16 de julho de 2011
JAK SIE MASZ, PUAS!
Mais uma bem-sucedida sarge em Baependi!
Aliás, foi minha primeira sarge desde o bootcamp da
PUATraining. Se antes eu já tinha certa habilidade,
agora as coisas ficaram ainda melhores.
Desta vez, tive o privilégio de conhecer o
membro Molonzera e rever os grandes amigos Alpha,
João Vitor e Vinie.
Vamos ao relato!
SEXTA-FEIRA (15/07)
Cheguei em Baependi precisamente 17h. Estava
de novo "look", pois devolvi aos meus cabelos a cor
natural (pretos) e cultivei um cavanhaque a la
Johnny Depp. No entanto, não aposentei as lentes.
Fiz o check-in no hotel, tomei um banho e
caprichei em meu peacock. Uma amiga minha da
cidade havia me dito que existia na cidade uma loja de
176
CHAMELEON
roupas onde trabalhavam
umas três ou quatro HBs um
tanto interessadas em me
c o n h e c e r. U m a d e l a s ,
inclusive, fazia parte de meu
MSN (muito embora eu
ainda não a conhecesse
pessoalmente). Eu, cara de
pau como sou, fui até a loja
na garra e na coragem. A loja
estava cheia de mulheres e
assim que eu botei os pés lá
dentro, as atenções se
viraram para mim. Parecia
aquelas cenas de filme de
faroeste, quando um
forasteiro entra em um
saloon.
CHAMELEON: Olá,
Gisele!
A HB que conversava
comigo no MSN, Gisele, ficou tão envergonhada que
placas vermelhas surgiram em sua pele branquinha.
CHAMELEON: Ei, não tenha vergonha de mim.
Eu não mordo... A não ser que me peça com jeitinho.
E pisquei o olho. Eu não tinha interesse em
closar a Gisele, mas nem por isso eu deixava de
brincar e ser cordial. Suas colegas de loja e clientes
faziam o tempo inteiro brincadeiras aludindo a um
177
CHAMELEON
possível close nosso. Eu estava de boa. A Gisele é que
não tinha onde enfiar a cara. Sabe aquelas garotas que
pelas costas falam coisas que até Deus duvida, mas
que na hora que são confrontadas pelo alvo de
interesse, ficam completamente imóveis? Pois bem.
Fiquei uma meia hora na loja conversando com
Gisele e as demais mulheres de lá, inclusive a dona da
loja. Quantos IDIs... Mas a que mais me interessou foi
a gerente, que ficava ao balcão. Loura, alta, pele bem
branquinha e extremamente charmosa.
Saí da loja e voltei para o hotel, pois o Molonzera
estava prestes a chegar e queria estar lá para o
receber. Assim que ele chegou, saímos para ir ao
Fecha Nunca tomar uns gorós. Papo vai, papo vem,
pensei "está na hora de calibrar". Olhei um set de duas
meninas, uma era bonitinha e outra uma UG severa.
Abordei sua mesa e ajoelhei ao lado delas.
CHAMELEON: Ei, meninas. Amanhã é meu
aniversário e queria saber, das duas baladas daqui da
cidade, qual a melhor para levar meus amigos.
UG: De onde você é?
CHAMELEON: Rio.
HB: Ah, aqui você jamais encontrará uma balada
do nível do Rio.
CHAMELEON: Eu sei disso, mas mesmo assim...
UG: Qual seu nome?
178
CHAMELEON
CHAMELEON: João...
UG: Prazer, João, você é lindo! Está com a
banda?
CHAMELEON: Eu? Não. Este é meu estilo...
UG: Um arraso! Você nem canta?
CHAMELEON: Eu, cantar? Só se for para o
santo subir...
HB: Então, deve ter a boate Camaleão mesmo...
CHAMELEON: E você vai?
HB: Não sei...
CHAMELEON: Porque está me indicando um
lugar que você mesma não vai? Que mal que te fiz,
meu Deus?
Ambas as meninas riram e demos início a um
processo de fluffy talk, onde mais parecia que eu
estava sendo entrevistado. A UG estava tão na minha
que não parava de amogar meu jogo com a HB.
Paciência. Era apenas um set de calibragem. Descobri
que as duas eram enfermeiras.
UG: Não queira se machucar e parar em meu
hospital, pois eu vou cuidar de você de uma forma
bem especial.
CHAMELEON: É... Bom saber disso.
179
CHAMELEON
Nisso, resolvi apresentar a elas o Molonzera.
Wingman mode em ação.
CHAMELEON: Deixe eu apresentar a vocês um
grande amigo meu, o cara é fera e tem um coração de
ouro.
Ficamos eu, Molonzera e as duas conversando.
Subitamente, a UG fez um shift de foco e passou a dar
em cima dele. E de forma bem pesada. Tão pesada que
a HB, envergonhada, foi sentar junto com um casal
que estava em outra mesa. Levantei para ir buscar
mais cerva e o Molonzera, uns cinco minutos depois,
também ejetou, o que fez com que a UG fosse se juntar
à amiga e o casal, na outra mesa (hahaha).
Nisso, chegou a minha ex-namorada e uma
amiga dela. Cumprimentamos, conversamos um
pouco e fomos cada um para seu lado. No entanto, o
restante da noite tive a impressão de estar sendo
observado por ela.
O show começou e o bar foi progressivamente
enchendo. Fui socializando o máximo que podia, tanto
com homens quanto com mulheres. Uma delas, bem
gatinha, passou por mim e a parei.
CHAMELEON: Bela echarpe. Te veste muito
bem. Parabéns pelo bom gosto.
Ela riu, agradeceu e prosseguiu para seu destino.
Mais tarde, abordei ela novamente e pedi que ela
tirasse uma foto minha com o Molonzera. Depois dela
180
CHAMELEON
ter tirado a foto, troquei uns 2 minutos de fluffy talk
com ela e consegui um PC.
Imediatamente, abordei uma outra menina
gatinha que estava sentada do lado de fora do bar.
Usei o mesmo opener que usei com o set de antes, ou
seja, de perguntar a boa do dia seguinte. Ela foi super
solícita e me deu até mesmo um folder com a
programação da cidade onde ela morava (Caxambu).
Mais um pouco de fluffy talk e... Segundo PC da noite.
Do bar, resolvemos emendar com a boate. No
caminho, uma amiga em comum minha e da minha ex
passou mal e começou a vomitar. O restante das
pessoas que estava com ela não eram de ajuda alguma
- pelo contrário, ficavam o tempo todo sacaneando o
estado da coitada. Eu, por outro lado, sentei ao lado
dela, tirei meu casaco, coloquei em cima dela e a
abracei até que ela tivesse força suficiente para se
levantar e seguir para casa. Devo ter ficado uma meia
hora com ela, e não a larguei. Ela estava, além de mal,
muito envergonhada a ponto de chorar de vexame,
mas eu a consolava dizendo que todo mundo já passou
por isso, para ela não ficar assim. No final, ela me
agradeceu e muito por estar ao lado dela, e disse que
me adorava. Sem querer, elevei meu social proof
ainda mais, por ter tido a iniciativa de não sair do lado
dela.
Prosseguimos para a boate. Como era final de
night, estava um tanto caída. O destaque foi quando eu
estava abordando um set de duas meninas e uma
terceira veio até mim e disse:
181
CHAMELEON
HB: Olha, eu não curto homem, eu curto mulher,
mas eu tenho que admitir que você mexeu comigo.
Adorei seu estilo, você é muito interessante.
E ejetou. Virei para o Molonzera.
CHAMELEON: Molonzera, acho que acabei de
converter uma lésbica.
Circulamos um pouco mais pela balada, quase
closei uma lourinha que estava lá dançando e
(surpresa) minha ex-namorada apareceu. E
novamente me senti observado. Hum...
A noite, para mim, havia já rendido e de forma
proveitosa. Estava na hora de dormir.
SÁBADO, 16/07
A sarge começou já de manhã cedo. Molonzera e
eu tomamos café e saímos para fazer compras. Fomos
à loja de chapéus e Molonzera comprou um chapéu
mega estiloso. Seguimos para a loja de roupas onde
comprei minha jaqueta militar e onde trabalha uma
HB maravilhosa, que há temos estou de olho. Ah, sim.
Andei pela cidade assim:
Não conversamos nada de mais, mas desta vez
ativei o MODE ONE e consegui o tão sonhado PC com
ela.
Em seguida, fomos a outra loja de roupas. A
vendedora, que já me conhecia, elogiou a minha
coloração natural dos cabelos e ressaltou que elas
182
CHAMELEON
realçavam meus olhos azuis . Em seguida, perguntou
se eu era amigo da minha ex-namorada e da amiga
dela, pq ela nos viu andando juntos da vez passada
que eu estive lá.
CHAMELEON: Eu na realidade namorei a HB8,5
por uns tempos, mas infelizmente, por questões de
trabalho e falta de tempo para aparecer, tive de
terminar.
HB DA LOJA: QUE BOM!!! ... Digo, que bom que
continuam amigos, pelo menos, né?
CHAMELEON: É... E vem cá, tenho de ir. Como
podemos continuar esta conversa?
Ela puxou uma folha de papel, anotou seu e-mail
e me deu. Quarto PC desde que cheguei.
Levei o Molonzera à loja que fui no dia anterior
para conhecer as meninas. Enquanto ele batia papo
com a Gisele, aproveitei para falar com aquela deusa
loura do balcão. Ela não estava dando muito IDI, mas
ainda assim eu continuei.
CHAMELEON: Vem cá, você usa Orkut, MSN ou
afins?
HB: Vixi, eu nem computador uso direito. Tenho,
mas não uso essas paradas. Aqui todos nós nos
conversamos pessoalmente, sabe?
CHAMELEON: Não usa isso? De que planeta
você é? E quando a pessoa é de fora e quer manter
183
CHAMELEON
contato, o que ela faz? Senta e chora?
Ela riu, puxou uma folha de papel e anotou o
celular dela.
HB: Pronto, meu telefone. Agora não perderemos
contato
Quinto PC.
Em seguida almoçamos, demos mais algumas
voltas pela cidade, voltamos para o hotel para
descansar, arrumar e
voltar para a cidade. O
jogo estava prestes a
começar.
Ve s t i m e u M E L H O R
peacock. Acho que
nunca estive tão
elegante. Calça jeans
rasgada, bota trekking
preta, camisa interior
gola V, camisa social
branca aberta até a
metade por cima dessa
camisa interior, blazer
azul marinho e muitos,
muitos acessórios.
Adentramos o Fecha Nunca e inauguramos a
noite com uma tal de "Jurupinga". Bebida punk.
Comemos uma picanha-aperitivo, tomamos mais
184
CHAMELEON
umas cervas e conversamos uma meia hora até
chegar o Alpha e seu amigo.
Nisso, a praça começou a encher. Um 3-set
circulava a praça em círculos e uma delas não parava
de olhar para mim. Molonzera achou que ela fosse
ficar de torcicolo. Eu sinceramente achei a que estava
me olhando charmosa, ainda que o Molonzera tivesse
achado ela uma UG e o Alpha, uma nota 5. Eu achei
ela uma nota 6,5-7,0, e foi seu charme e jeito de sorrir
que chamou atenção. Aproveitei a oportunidade que o
set sentou e abordei as três, usando novamente o
opener da boa da noite. Me apresentei a elas e na hora
de segurar a mão de meu alvo para cumprimentar, ela
segurou minha mão de volta com força! Rs... No
entanto, não demorei e ejetei para voltar aos meus
amigos.
Cinco minutos depois, essa HB passa pela gente,
vem até a mim e pergunta:
HB: Qual seu nome mesmo?
CHAMELEON: Você esqueceu meu nome? Como
faz comigo uma coisa dessas? Assim não, né...
HB: Desculpa eu esqueci!!!
CHAMELEON: Vamos fazer o seguinte. A cada
volta que der na praça, eu te dou uma letra. Ok? J.
Pode circular.
!
E a HB voltou para o set dela. Circularam e, após
185
CHAMELEON
terem dado a volta, ela voltou até mim.
CHAMELEON: O.
HB: Hum... Jonathan?
CHAMELEON: Passou longe. Mais uma volta.
E a HB deu mais uma volta com seu set na praça,
até retornar.
CHAMELEON: Se você acertar meu nome com a
terceira letra, você ganha meu MSN e Orkut. A.
HB: João?
CHAMELEON: AAAAAEEEEE!!! Pode anotar.
Passei a ela meu MSN e Orkut. Ela retornou ao
set e permaneceu andando em volta da praça. Cada
vez que passava por mim, olhava e sorria. Lá pelas
tantas, fiz a ela o gesto de "vem cá" com dois dedos e
ela imediatamente veio.
CHAMELEON: Está na cara que há algo entre a
gente. Vai fazer o que a respeito disso?
HB, sorrindo: Ah, não sei...
CHAMELEON: Quer me encontrar atrás daquela
igreja? Pode mandar suas amigas te buscarem lá em 5
minutos.
HB: A gente já tá indo embora...
186
CHAMELEON
CHAMELEON: Eu também estou indo embora.
Vai deixar passar essa oportunidade?
HB: Não pode ser aqui mesmo?
CHAMELEON: Claro que sim.
KC.
HB: Que delícia!
CHAMELEON: Verdade. A gente se fala no MSN!
E despedi dela.
Conversei mais um pouco com o pessoal e
apareceram Vinie e João Vitor, ambos do PUABASE,
para formar o grupo de sarge. Demos algumas voltas
pela praça. IDIs, IDIs, IDIs... Algumas meninas
pediam ao João Vitor (que era de lá mesmo) para
apresentar, e ele o fazia.
Meia noite, hora de ir à balada. Entramos já
fazendo social proof e social domination (aprendi isso
no bootcamp). Vinie e Alpha, comprometidos com a
e v o l u ç ã o , a b r i r a m s e t s c o m o e xe r c í c i o d e
aquecimento. Eu, de longe, observava e dava suporte.
Às vezes, entrava nos sets como wing apenas para
demonstrar a eles como funcionava a escalação de
kino.
Curtição, curtição... Molonzera, Alpha e Vinie
foram embora lá pelas 2:30, mas eu permaneci lá em
alone sarge. Encontrei a lourinha que quase closei no
187
CHAMELEON
dia anterior e finalmente, após poucas palavras,
consegui o segundo KC da noite.
E aqui entra meu erro. Me empolguei, já estava
com Jurupinga e Cerveja nas ideias, inventei de
tomar Whisky e também Caipivodka. Rumores dizem
que closei uma garota mega feia no final da noite, ou
seja, nem sei se deveria considerar isso um terceiro
KC. Graças a Deus, não me lembro disso e prefiro
encarar como um ato de caridade, de ter feito uma
feia feliz.
E lembro de ter encontrado - quem? - minha exnamorada lá. Oh God...
Voltei para o hotel bem... Troncho. Chapei na
cama e voltei para o RJ bem cedo.
Saldo deste FDS? 3 KC e 5 PC. Nada mal...
Realmente, evoluí muito - mas o melhor não foi o que
consegui em termos de sedução, e sim conhecer cada
vez mais PUAs e fazer novas e significativas
amizades, como foi o caso do Molonzera (primeira vez
que nos vimos).
Que engraçado... Essa era a mesma cidade onde há
sete meses fui rejeitado por todas e onde colei em meu
primo, pedindo para que ele falasse com alguém por
mim.
!
!
188
CHAMELEON
O close mais rápido do oeste
!
Após essa épica sarge em Baependi, comecei a sair
com um membro do PUABASE conhecido por Rivas. E
ele foi, sem dúvida, um dos melhores parceiros de night
game que já tive. Além de um ótimo wingman, ele era uma
pessoa positiva e muito companheira.
Sargeamos
juntos umas quatro
vezes – e todas elas
com saldo positivo
para ambos. E nessa
época, dediquei-me
exclusivamente a
jogar direct. Com o
aumento
da
autoconfiança, a
necessidade de
“muletas visuais” diminuiu e aposentei os cabelos longos
em prol de tornar a tê-los curtos e estilizados. As lentes
azuis foram gradativamente saindo de campo, também.
Usando a escalação de kino aprendida no bootcamp
da PUATraining e muita atitude, passei a closar meninas
em questão de trinta segundos de interação.
Não raro, a interação era de 90-100% não-verbal.
189
CHAMELEON
Como na primeira sarge com Rivas, na boate
Hideaway, em Laranjeiras.
Estava com Rivas, curtindo o som do ambiente
(ambos já tínhamos feito algumas abordagens para
calibrar) e, de repente, passou por mim uma lourinha de
olhos claros. A única coisa que fiz foi tocar seu ombro e
falar, em seu ouvido, “gostei de você, hein”.
Ela parou, sorriu e eu, sem perder o sorriso e sem
tirar meus olhos do dela, fui lentamente me aproximando
e, simples assim, KC.
A segunda, que closei na mesma noite, foi uma
morena alta – e essa, nem mesmo abri a boca para falar.
Havia começado a tocar um forró e eu, que já havia
trocado alguns olhares com ela, estendi minha mão a fim
de chama-la para dançar e, nessa brincadeira, nem
mesmo dançamos – ela veio para meus braços já
partindo para o KC.
Foram, seguramente, os dois closes mais rápidos de
minha vida. E ambos no mesmo dia.
Já a segunda e a terceira sarge, respectivamente nas
boates 021 e festa Segredo, renderam apenas um KC
cada – entretanto, a velocidade com a qual consegui esses
closes seguramente não chegou a um minuto, embora
tenham requerido um pouco mais de interação.
190
CHAMELEON
Notória mesmo foi minha quarta e última sarge ao
lado de Rivas, a qual ocorreu novamente na 021. Essa
noite consegui dois KCs – um deles bem rápido e quase
isento de interação verbal e o outro, embora não tenha
sido dessa forma, foi sem dúvida um tanto “heroico” e
faço questão de relatar como foi.
Era cerca de uma e meia da manhã e havia chegado,
junto a mais duas amigas, uma lourinha baixinha,
siliconada e muito estilosa. Ela era da Bahia e aquela era
sua penúltima noite no Rio de Janeiro.
Assim que ela passou por mim, fixou seu olhar no
meu (detalhe – até então, embora tenha cortado e tingido
meu cabelo de volta ao seu tom natural, não havia ainda
aposentado as lentes de contato. Penso, com pouca
margem de erro, que ela ficou extremamente atraída
pelos meus “olhos azuis”). Eu sabia que ela estava afim...
E, sem perder tempo, fui atrás dela.
No entanto, o ambiente estava muito cheio e, assim
que a encontrei, vi que um rapaz já havia tomado a
iniciativa de abordá-la.
Normalmente, quando isso
acontece, costumo deixar para lá – acho meio DVI ficar
“esperando a vez” numa interação, fora que você corre o
risco da garota ficar com o cara que chegou na sua frente
e você ficar com aquela “cara de tacho”. Contudo, algo
dentro de mim disse que eu deveria ficar.
191
CHAMELEON
Posicionei-me por trás do rapaz que a abordava, de
maneira que a garota pudesse me ver, mas o rapaz, não.
O coitado estava bêbado e extremamente insistente.
Estava claro que a garota não o queria e isso ficava ainda
mais evidente quando ela olhava, por cima dos ombros
do rapaz, para mim. Eu, sem perder tempo, comecei a
brincar com ela, de uma maneira não-verbal, dando a
entender que ela deveria deixa-lo para lá e vir falar
comigo. O engraçado foi que, quando ela começava a rir
de minhas brincadeiras, o rapaz pensava que ela estava
gostando do que ele estava falando e torrava ainda mais a
paciência dela. E como se já não bastasse ele, outro rapaz
(e ainda mais bêbado) a abordou (sim, sem ao menos
esperar o primeiro sair). Eu, no entanto, estava tranquilo.
Eu sabia que ela era minha.
Mandei Rivas, que aquele dia levou um amigo para
sargear com a gente, puxar uma fila indiana que passasse
precisamente entre essa loura e os dois caras, separandonos, no que ele fez (e muito bem feito).
O tempo que ela ficou separada dos dois foi
suficiente para eu pegá-la pela mão e tirá-la de lá.
Uma vez a sós, ela começou uma certa resistência
de último minuto (RUM), por mais explícito que fosse
seu interesse por mim. Basicamente, ela não queria ser
“uma qualquer da balada”, até mesmo porque ela iria
voltar para Salvador dentro de dois dias.
192
CHAMELEON
Então, eu peguei meu celular, pedi a ela que
digitasse seu número e prometi que no dia seguinte
iríamos dar um passeio pelo Rio. Minha atitude criou
tanto conforto que eu mal tive tempo para guardar o
celular (com o número dela devidamente salvo) de volta
no bolso - ela me abraçou e deu um apaixonado beijo.
E sim, tivemos um day 2 no dia seguinte.
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
193
CHAMELEON
Primeiro bootcamp como instrutor
Instrutor da PUATraining. Existiria maior realização
para mim como PUA? Eu, que havia entrado para o jogo
apenas para perder a timidez, agora trabalhando ao lado
dos melhores?
Era uma felicidade que não cabia dentro de mim.
Meu primeiro bootcamp contou com a presença de
uma série de rapazes do PUABASE e dele saíram duas
grandes amizades que mantenho até hoje: Joey-Z e
Capetinha (que veio de MG apenas para fazer o
treinamento).
Uma vez ministrada a parte teórica do treinamento,
fomos Fenix, Doc e eu para o Lagoinha (um bar que fica
ao lado do Club Praia, field do primeiro night game)
tomar um drink. Lá pelas tantas, Fenix pediu que eu
fosse para a frente da balada e começasse a orientar os
rapazes.
Assim que encontrei os rapazes, comecei.
CHAMELEON: Senhores, boa noite! Posso saber
porque estão juntos e não estão abordando ninguém?
Nisso, os alunos entreolham-se, com um sorriso de
timidez.
CHAMELEON: Coisa simples, rapazes...
194
CHAMELEON
Perguntar se já vieram, até que horas vai, que DJ vai
tocar, que horas começa a encher... Vambora,
vambora!
Uns hesitaram, outros nem tanto, mas no final
foram todos abordar alguém.
Cerca de uma hora depois, Fenix, Doc, Phill, Breno,
Nine juntaram-se a nós e entramos todos na balada.
Estava muito animado e com a energia lá no alto.
Dançava, socializava e não deixava os alunos sozinhos
um segundo sequer. A todo instante, parava ao lado de
um, brincava e dava alguma ideia de como ele poderia
abordar alguém. Estava muito empolgado, tanto que
Breno me usou como referencia para explicar aos alunos
o que era energia positiva.
Realizei uma série de abordagens demonstrativas e
o feedback de Fenix estava sendo positivo – eu estava
indo muito bem em meu primeiro dia.
Algum tempo depois, notei que havia uma mulher
de cabelos e olhos castanhos claros com um drink a mão
olhando para mim... E o interesse era mútuo. Perguntei
ao Fenix se poderia closá-la... E ele fez que sim, contanto
que eu não demorasse.
Com um sorriso no rosto, abordei a mulher.
CHAMELEON: Olá!
195
CHAMELEON
HB: Ei, tudo bem?
CHAMELEON: Tudo! Me diz, fiquei curioso...
Que drink é esse?
HB: Sex on the beach.
CHAMELEON: Ah, você curte Sex on the beach?
HB: Sim, claro!
CHAMELEON: Sei lá.. Não entra areia? Não
incomoda na hora do vai-e-vem?
HB: Afff.
CHAMELEON: Badum-Tss!
HB (ri)
CHAMELEON: Agora é sério. Fiquei curioso de
saber como é esse drink. Eu já quis provar, mas pega
mal chegar no balcão e pedir isso. Coisa de mulher, né.
Vai que ele acha que sou boiola.
HB (ri anda mais): Prova o meu!
Provei.
CHAMELEON: É bom... Muito bom, aliás.
HB: Vem, eu vou te pagar um. Deixa que eu peço!
CHAMELEON: Ótimo! Uau, um presente! Posso
saber a ocasião?
196
CHAMELEON
HB: Estou bêbada. E fico generosa.
CHAMELEON: Ah, bom saber. Quando eu
precisar de te pedir dinheiro emprestado, vou
aparecer na sua casa com aquela garrafa de Tequila
básica...
Ela me pagou a bebida e após uns cinco minutos de
fluffy talk... KC. No entanto, não podia demorar. Peguei
o contato dela e voltei para a equipe.
O resto da noite transcorreu bem... Voltei para casa
exausto, tanto que me isentei do day game de sábado. No
entanto, aquele dia ainda previa mais aula teórica e mais
um night game, no qual apareci recomposto, firme e
forte.
O night game desse BC foi na boate Rio Scenarium,
no Centro do RJ. Trata-se de um local gigantesco,
composto se não me engano por cerca de três andares. A
equipe teve de dividir os alunos em pequenos grupos e
fazer alguns rodízios de instrutores.
Mais uma vez, abri uma série de sets – não só para
exemplificar, como também para neles inserir alguns dos
alunos.
Algumas horas depois, Fenix notou que havia uma
morena, junto a um grupo de mais três amigas, que não
parava de me olhar – ele me chamou atenção para o fato
e pediu que eu a abordasse e usasse o Capetinha e mais
197
CHAMELEON
outro ex-aluno de wingmen. Tudo bem.
Abordei a morena. De fato, ela estava interessada
em mim. Enquanto interagia com ela, olhava para os
lados de uma maneira bem sutil, para ver se os alunos
estavam tendo sucesso em suas interações. No entanto,
teve uma hora que me envolvi pelo momento e acabei
beijando a morena... Quando terminamos de nos beijar,
olhei para o lado e vi que ao menos um deles havia
conseguido um PC com uma de suas amigas, mas o
outro ainda demonstrava dificuldades para fazer a
transição para o KC. No entanto, após termos os três
ejetado do set, conversamos a respeito desses
pormenores e os dois fizeram, posteriormente,
abordagens que renderam bom aproveitamento.
Nesse dia, o ponto alto foi ter sido o wingman de
Joey-Z. Aliás, prefiro colar aqui, na íntegra, um trecho de
seu RC a respeito do BC, que fala desse momento:
(…)!
Então eu parti em direção a porta da
pista, mas dessa vez fui pelo outro lado da
pista,
olhando
as
HB's
nos
olhos,
procurando algum IDI. Não obtive resposta e
decidi não desistir, fiz o caminho ao fundo
novamente e dessa vez repeti o mesmo
caminho onde o Chameleon disse que obtive
alguns IDIs. Dessa vez, fiquei no final da
198
CHAMELEON
fila indiana que seguia para o barzinho no
fundo da pista de dança.!
Ao passar pelo set das da hb 7,5 com a
HB 7 mais velha, ela olhou para mim e
sorriu. Nem pensei, em nada! Fui lá e
abri! !
Joey Z.:Oi tudo bem? - Com um mega
sorriso no rosto e kinei o braço dela. !
HB 7: Td! E vc, como está?!
Joey Z.: Estou bem, meu nome é Joey Z,
qual o seu nome?!
HB 7: Ana Lúcia! - Me olhando da cabeça
aos pés! Nessa hora percebi com o a BL é
fundamental!!
Joey Z.: É o seguinte, estou com meus
amigos me esperando ali no bar, vou falar
com eles e se der depois eu volto! Percebi nesse momento que ao andar, o nosso
grupo sem querer separou o set ao meio e a
HB 7,5 (A outra HB 7,5 já havia se arrumado
com um brutamontes e estava se agarrando
com ele ali por perto)!
HB 7: ahh, ok .... - Ela fez uma cara
de que não acreditou que eu voltaria.
Ejetei
então
e
o
grupo
estava
me
procurando, pois com estava no final da
fila, não perceberam que abordei o Set.!
199
CHAMELEON
!
Ao chegar no final, estavam todos na
frente do bar e falei com o Chameleon:!
Joey Z.: Chameleon, abri um 2set. Mas
não sei o que fazer. - Ele simplesmente
olhou para mim e disse: !
Chameleon: Espere 5 minutos e volte lá!
Sei que vc consegue! Vai que eu te cubro!
Estarei 1 minuto atrás de você! !
Na hora, decidi não pensar em mais
nada, exatamente pra não deixar a AA
surgir. Não esperei nem 5 minutos e o
surpreendi quando disse:!
Joey Z.: Estou indo! - Virei e parti
como um lobo que cicula a presa momentos
antes de finalmente realizar o ataque. O
Chameleon
simplesmente
ficou
estático,
confesso que na hora bateu uma hesitação e
pensei
comigo
mesmo
"Pq
ele
não
veio??" (confesso que estava tão obstinado
em abordar o set de novo, que esqueci a
regra básica em que o wing demora 1 minuto
para aparecer e se apresentar no "encontro
casual") . Mas logo à frente, vi o set de
novo e nem me preocupei. Era a hora do
abate!!
!
200
CHAMELEON
Joey
Z.:
Heeeeeyyyyy!
Voltei!!
Abusando absurdamente no Kino, abraçando
ela pela cintura e com a energia muito
alta!!
Ana Lúcia: Oiii! Encontrou os seus
amigos? - A Hb 7,5 me deu uma olhada tipo
"Cai fora!" e eu percebi que seria um
desafio conseguir isolar a Ana Lúcia! Não
deu nem 10 segundos e percebi o SALVADOR DO
SET chegando. !
Joey Z.: Meninas, esse daqui é um
amigão meu, quero apresentá-lo à vocês!!
Chameleon:
E
aí
tudo
bem?
cumprimentou a Ana Lúcia e fez o ISOLAMENTO
MAIS RÁPIDO QUE JÁ VI NA MINHA! Após
cumprimentar a Ana Lúcia, ele cumprimentou
a AMOG 7,5 e 10 segundos depois ele isolou
ela! REPITO, 10 SEGUNDOS! !
Na hora, quase perdi a concentração na
Ana Lúcia por querer ver o que o Chameleon
fez e COMO ELE FEZ! Ele virou o meu herói!!
Comentário pessoal: Ele teve o controle
total da AMOG em 10 segundos! Mais tarde,
ele me contou que ela queria closar com
ele, mas ele rejeitou e ela chegou a
perguntar se ele era gay! Tolinha, o
Chameleon em pouco tempo que o conheço, se
tornou um grande e pessoal amigo. Tive
201
CHAMELEON
oportunidade de ir na casa dele antes de
sairmos para o Rio Scenarium (sim, estive
na casa de um dos PUAS mais conceituados do
Rio de Janeiro – seria um templo PUA na
visão de muitos PUAs do fórum PUABASE.COM)
e vi a caixa de Peacock dele, o armário e
as roupas que ele tem! Ele chegou a me
mostrar o Facebook dele com as HB’s que ele
já closou e o jogo que ele faz pelo
aplicativo
Truth
Box.
Meu
Deus!
Nem
acreditava no que estava lendo! Mulheres se
oferecendo anonimamente para ele! Para
aumentar ainda a minha admiração, ele me
mostrou
algumas
SMSs
que
ela
havia
recebido. Vai por mim, AMOG 7,5, e pelas
VÁRIAS HB’s, mensagens e declarações à que
tive acesso: Definitivamente, o CHAMELEON
não é gay! Kkkkkkkkk Quase me esqueço,
antes de sair, tivemos o seguinte diálogo:!
Chameleon: Joey, você passou perfume?!
Joey Z.: Já sim cara, assim que tomei
banho!!
Chameleon: Vou te dar uma dica que vai
ajudar muito o seu jogo, pós close! Passe
perfume na altura do seu peito, próximo ao
seu ombro. As HB’s adoram recostar a cabeça
aí. – E me mostrou onde passar! Rapidamente
peguei o meu perfume e segui a sugestão!!
Voltando ao relato:!
202
CHAMELEON
Joey Z.: Encontrei sim, como está a
festa?
Nessa
hora,
baixei
exorbitantemente a minha energia, com o tom
de voz baixo e um olhar sedutor. É
importante lembrar que não soltei a cintura
dela. !
Ana Lúcia: A festa está boa! – E fez um
olhar tipo “Ficou muito melhor agora que te
encontrei!” hehehe. Olhei de canto de olho
pra ver se a AMOG tinha voltado e percebi
que não somente o Chameleon a isolou como
ele afastou ela do set em cerca de 1 metro.
Percebi que estava sargeando com um wing
profissional! !
Joey Z.: Vem cá! Vamos dançar!!
Ana Lúcia: Eu não sei dançar! – Olhando
pra mim com medo.!
Joey Z.: Eu também não, mesmo assim
vem! Puxei ela pela mão e o kino começou a
ficar sexual! Fiz a giradinha do Mystery
pelas mãos dela algumas vezes e ela se
divertiu pacas!!
Depois, girei ela mais uma vez, mas no
final do giro, puxei ela pela cintura para
perto de mim!!
Joey Z.: E aí, você lembra meu nome? –
Sempre falando em tom de voz baixo e no pé
203
CHAMELEON
do ouvido dela. Falava de um lado, afastava
para ouvir o que ela me dizia e falava do
outro lado do rosto dela, bem próximo. !
Ana Lúcia: Sinceramente não! Mas vc tb
não se lembra do meu! - Dei um olhar de
reprovação total e afastei ela de mim e
disse:!
Joey Z.: Que isso Ana Lúcia, estou
decepcionado com você! Você perdeu muitos
pontos comigo!
– Ela fez uma cara de
espanto e total surpresa!!
Ana
comigo!
nada!”tom de
lenta e
Lúcia: E você ganhou muitos pontos
– Nessa hora pensei: “É tudo ou
no pé do ouvido dela disse com um
voz baixo porém firme de uma forma
sedutora:!
Joey Z.: O que você vai fazer para
recuperar esses pontos comigo?
– Nessa
hora, fiz o olhar triangular pela primeira
vez. – Olhei profundamente o olho esquerdo,
o direito e a boca. Não obtive nenhuma
resposta.
Insisti
e
repeti
o
olhar
triangular e dessa vez, obtive um IDI
foderástico dela. Ela me olhou com uma cara
de safada, mas não se mexeu e então mais
uma vez fiz o olhar triangular e dessa vez
antes de termina-lo, ela literalmente ela
pulou no meu pescoço e me beijou! !
204
CHAMELEON
!
Confesso que o beijo dela era uma
merda. Ela colocou a língua esticada dentro
da minha boca e deixou ela dura lá dentro!
Na
hora
pensei:
“Que
porra
é
essa!” (desculpe o palavrão moderação, mas
foi isso mesmo que pensei!) hehehe Ainda
insisti para ver se ela movia a droga da
língua e nada! Eu afastei ela e disse, com
cara de decepção:!
Joey Z: Nossa, sei que você pode fazer
mais! Vamos tentar de novo! – Ela pulou de
novo no meu pescoço e até esboçou algum
movimento de sua língua! Mas ainda sim foi
uma merda! Depois ela veio e recostou a
cabeça no meu ombro e disse: !
Ana Lúcia: Nossa, você está cheiroso! –
Nessa hora só pensei: “Chameleon, você é um
mestre!”!
Ficamos mais um pouco, dei uns amassos
e a AMOG voltou e puxou ela com uma cara de
que estava puta! Ela disse pra mim que ia
no banheiro e voltaria! O Chameleon me
puxou e disse, espere 5 minutos e EJETE se
ela não voltar! E partiu para o fundo do
bar. Esperei e como ela não voltou, fui ao
encontro
da
galera
no
fundo
da
pista próximo ao bar! !
205
CHAMELEON
!
(…)!
No dia seguinte, houve o segundo day game (o qual
foi bem bacana), seguido pelo encerramento... Meu
primeiro bootcamp como instrutor havia sido concluído
com sucesso e uma série de elogios por parte da equipe.
Depois desse, vieram vários outros, e a cada um deles,
uma série de novas amizades e uma crescente realização
pessoal e profissional. Até BC em Belo Horizonte
ministrei. Além de rever Capetinha, tive o privilégio de
conhecer Lougan, um dos mais populares PUAs de MG
(que fez o treinamento e elevou seu jogo a um nível
assustador).
E num desses treinamentos, conheci ninguém mais,
ninguém menos que ele – Richard La Ruina, vulgo
Gambler.
!
!
!
!
!
!
!
!
206
CHAMELEON
Conhecendo Gambler
!
Richard La Ruina, o Gambler, é um PUA que
comecei a estudar poucas semanas antes de procurar a
PUATraining (empresa por ele fundada) para realizar o
bootcamp. Sua história de
vida, com a qual muito
me identifiquei, foi algo
que me certificou de
estar no caminho certo.
Era dezembro de
2011 e eu já contava
com cinco meses de
PUATraining. Havia
estudado a fundo o
material por ele
desenvolvido e naquele
mês, quando ele veio ao
Brasil e fui à casa de Fenix conhece-lo, tive de me segurar
para não dar um “ataque de tietagem”.
Richard é um cara reservado (como é de se esperar
de qualquer cidadão britânico), porém nem um pouco
arrogante. Quando não está trabalhando, prefere não
falar de PU (aliás, quem é que gosta de falar de trabalho
nas horas vagas?) – e sim das demais coisas da vida,
207
CHAMELEON
como saúde, viagens, seriados etc. Sua simplicidade era
inspiradora... Nem parecia que ele era o que era.
Tivemos, ao todo, quatro encontros – dois jantares
entre a equipe inteira, um dos nightgames de um bootcamp
que ocorreu enquanto ele esteve aqui no Brasil e durante
sua épica palestra, realizada em Janeiro.
A oportunidade onde melhor pude conversar com
ele foi, sem dúvida, durante o night game, onde ele me
deu valiosas dicas – não só no quesito player, mas
também no quesito instrutor.
Estar diante de um dos maiores PUAs do mundo
foi, para mim, um ápice de realização como membro da
comunidade PU.
208
CHAMELEON
Wingay
!
No final de 2011, Hellraiser e eu fizemos um dos
wingings mais épicos de todos os tempos.
Após uma confraternização entre instrutores e exalunos da PUATraining, seguiram para o Bar Empório,
em Ipanema, um amigo (e também ex-aluno) do Rio
Grande do Sul, Hellraiser e eu.
Lá pelas tantas, estávamos os três um tanto altos
por conta do álcool e Hellraiser decide mexer com uma
das meninas que passaram pela gente. No entanto, ela
não entendeu nada do que ele disse, virou para mim e
perguntou:
MENINA: Ele é maluco?
CHAMELEON: Não, querida. Ele é meu
namorado, algum problema?
MENINA: Meu Deus... Vocês são gays? Que
desperdício...
CHAMELEON: É a vida, gata.
MENINA: Desculpa, mas... É que você é lindo.
Seu namorado também, mas você... Vou te contar!
CHAMELEON: Obrigado. Viu, amor? Toma
cuidado que meu ibope tá alto!
209
CHAMELEON
HELLRAISER (ri): Estou ligado...
MENINA: Se você não fosse gay, eu daria mole
para você...
CHAMELEON: Queria, eu sou gay e você está
dando mole para mim. Imagina se eu fosse hétero!
MENINA (ri): E esse seu amigo aqui, também é
gay?
Nisso, Hellraiser me pega pela mão e empurra
nosso amigo para ela.
HELLRAISER: Ele não é não! Pode pegar!
CHAMELEON: Isso, vamos embora, amor.
E nos afastamos do local de mãos dadas. Quando
olhei para trás, vi que ele havia conseguido fazer uma
boa escalação de kino e dar um KC na menina. Foi a
coisa mais fresca e, ao mesmo tempo, mais heroica que já
fizemos por um amigo, pois ele, que ficou no 0 a 0 no
bootcamp, estava um tanto chateado pelos resultados e
como ele já estava com a volta para o RS marcada para o
dia seguinte, foi a oportunidade para nos redimirmos
com ele.
E até hoje, quando isso é lembrado, rende ótimas
gargalhadas.
!
210
CHAMELEON
A vida, o universo e tudo mais
O bootcamp fez com que meu aproveitamento em
sarges passasse a ser de praticamente 100%.
Meu objetivo, que era o de provar a mim mesmo
que não era um fracasso, havia sido alcançado.
Virei um cara sociável, repleto de amigos e, é claro,
bastante hábil com o sexo feminino. Minha atitude, bem
como minha forma de falar, andar e agir mudaram
completamente.
Ainda assim, sentia um inexplicável vazio, que só
veio a ser esclarecido em um dia que estava voltando
para casa no metrô e presenciei o desmaio de um senhor
de idade, que estava com sua esposa. Ela não só agachou
e levantou sua cabeça para o ajudar a respirar melhor,
como também o abraçou e o confortou até que ele
recuperasse a consciência por completo. O amor que ela
sentia por ele era evidente.
E foi aí que caiu a ficha. Se um dia fosse eu a
desmaiar, quem iria me segurar?
O fim do meu casamento, as experiências frustradas
que o sucederam e minha jornada PUA fizeram com que
eu passasse a enxergar as mulheres como “inimigas
necessárias” e evitar todo e qualquer tipo de
envolvimento emocional.
211
CHAMELEON
Minha ex-namorada de Baependi, por exemplo,
embora tenha sido tratada com muito carinho e respeito,
não foi tratada com amor e/ou paixão, pois não me
permiti sentir isso.
Foi essa superficialidade, essa falta de significado no
que eu estava fazendo que me levou ao sentimento de
vazio.
Talvez estivesse na hora de rever meus conceitos e
dar uma nova chance ao amor.
Poucos dias após ter presenciado o incidente do
metrô (o que ocorreu pouquíssimos dias após ter feito o
BC da PUATraining) tive o meu Day 2 com Mel, a garota
que conheci no segundo dia desse treinamento – e eu,
que já tinha uma impressão positiva dela, fiquei ainda
mais surpreendido quando descobri a quantidade de
afinidades que tínhamos.
Não sabia se aquilo iria dar namoro... Mas não iria
privar a mim mesmo de ficar para ver. Foi nela que
investi e foi ela que virou, pouco tempo depois, minha
namorada.
Foi aí que pensei ter terminado minha jornada
PUA.
FIM... Só que não.
212
CHAMELEON
480 dias com ela
!
Verão
!
Minha vida não poderia estar mais perfeita. Havia
acabado de lançar a primeira edição deste livro e não
demorou muito até o mesmo fazer um estrondoso (e
inesperado) sucesso. No dia em que Chameleon foi
lançado, fiz questão de dar a cara a tapa e revelar ao
mundo que era um PUA. Nada de pseudônimos ou
falsos avatares - João Abrantes era Chameleon e viceversa. Essa opção por uma identidade transparente se
deu porque além de ter sido chamado para integrar a
equipe da PUATraining (o que iria me expor), eu sabia o
mundo era pequeno e que seria uma questão de tempo
até alguém conectar os fatos e apurar a verdade. Então,
para que mentir? !
Minha vida como PUA não era um segredo para
mais ninguém - nem mesmo para Mel, que após cerca de
quatro ou cinco encontros, aceitou a minha proposta de
namoro firme. !
Os cinco últimos meses de 2011 foram, sem dúvida,
marcados por uma série de mudanças. Um namoro
firme, dezenas de novos amigos, uma legião de fãs, uma
213
CHAMELEON
empresa que começou a prosperar (graças ao meu ganho
de atitude e desenvoltura como PUA), um segundo
emprego e a tão sonhada independência financeira.
Agora em melhores condições financeiras, aluguei um
pequeno conjugado em Botafogo e com uma estonteante
vista para o Cristo Redentor, Pão de Açúcar e Baía de
Guanabara.
!
O namoro com Mel ia de melhor a melhor. Além
de uma considerável química carnal e intelectual, ela
confiava em mim e nunca, nem por um segundo,
demonstrou sentir ciúmes ou possessividade.
!
Se eu pudesse descrever em uma palavra como eu
me sentia naquele momento, optaria por "invencível".
!
Primavera
!
Meu namoro havia atingido quatro meses e ambos
já tinham consciência de que o sentimento era,
indiscutivelmente, amor. !
Mel morava um tanto longe de mim e, como nossas
vidas acadêmicas/profissionais tornavam-se mais e mais
atribuladas à medida que o tempo passava, o normal foi
que passássemos a nos ver apenas aos finais de semana.
Isso fez com que eu fosse, aos poucos, abdicando de sair
214
CHAMELEON
com meus amigos aos finais de semana para aproveitar
melhor o tempo ao lado dela. Não demorou muito até
que eu só passasse a sair à noite quando havia bootcamp e não estava me tocando do mal que estava fazendo a
mim mesmo.
!
Outono
!
Ao passo que meu ritmo de trabalho havia
estabilizado (e até mesmo melhorado, em função da
contratação de novos funcionários), o de Mel apenas
aumentava - o que a faz começar a abdicar de alguns
finais de semana ao meu lado. !
Comecei a me sentir extremamente sozinho e não
demorou muito até que essa solidão virasse depressão.
Aos poucos, tornei-me uma pessoa carente e até mesmo
frágil, e o afastamento de meus amigos fez com que
projetasse minhas expectativas todas em Mel (as quais
nem sempre eram correspondidas e que rendiam, em
função disso, uma série de discussões).
!
A autoconfiança adquirida como PUA havia me
tornado uma pessoa tão arrogante, mas tão arrogante,
que a cada incidente de fragilidade em que me expunha,
martirizava a mim mesmo além da conta.
!
215
CHAMELEON
"O g rande Chameleon, betando? Isso é
inconcebível", pensava.
!
E isso em nada ajudava a melhorar a situação.
!
Inverno
!
Estava um caco. Além de ter ganho peso e
descuidado com a aparência, havia me tornado uma
pessoa insegura, tristonha e rancorosa. Afastei-me não
apenas da PUATraining, mas de toda comunidade PUA
em função da vergonha que sentia de mim mesmo. As
discussões com Mel haviam piorado e ela começou, de
forma bem sutil, a evitar estar comigo.
!
Após muito relutar, resolvi recorrer a um terapeuta
e, após algumas sessões, veio à tona a verdade: embora
minha jornada PUA tenha me transformado por fora, ela
não havia me transformado por dentro. Pelo menos, não
com eficácia.
!
Fiquei com muitas garotas e muitas delas renderam
um day 2, verdade, mas até então não havia adentrado um
relacionamento sério com nenhuma delas (não considero
ter namorado firme a de Baependi, pois durou pouco
tempo e a periodicidade de encontros foi baixa). Em
outras palavras, eu era um homem que closava, mas não
216
CHAMELEON
se envolvia. Não me expunha. E com Mel, que foi a
primeira mulher que me permiti envolver desde minha
ex-esposa, à medida que a relação andava,
inevitavelmente foram surgindo momentos de exposição
e o que era para ser considerado normal, interpretava
como algo imperdoável. !
Parecia que minha vida havia virado aquele filme de
Eddie Murphy, O Professor Aloprado. No filme, Sherman
Klump, um professor universitário bem acima do peso,
desenvolve uma fórmula que o emagrece e o torna um
homem pintoso. No começo, ele tinha controle sobre
esse alter-ego, o qual batizou de Buddy Love. No
entanto, com o decorrer do tempo, Buddy Love
começou a ficar independente e a entrar em conflito com
Sherman.
!
Neste caso, João Abrantes era Sherman Klump… E
Chameleon, Buddy Love. E a missão do terapeuta?
Fundir ambas as personalidades. Pegar o melhor de cada
e unificá-los em um único homem, sem conflitos.
!
Infelizmente, minha procura por uma solução veio
tarde e, uma bela tarde de sexta-feira, Mel foi à minha
casa e terminou o namoro. !
Ficamos algumas semanas terminados e nesse
ínterim, ao passo que me recuperava e até mesmo
217
CHAMELEON
retornava ao field, cheguei a delinear um plano para
reconquistá-la, o que de fato surtiu efeito. No entanto,
cerca de dois meses após essa reconquista e muitos
outros episódios de desentendimentos, terminamos de
vez.
!
E contando desde o dia que nos conhecemos até o
fim definitivo, foram 480 dias com ela.
!
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218
CHAMELEON
Volta ao field
!
Conforme mencionei no capítulo anterior, houve
um término de namoro entre Mel e eu antes da
reconciliação e posterior término definitivo. Esse
primeiro término foi uma oportunidade de voltar ao field
e testar a mim mesmo, por mais relutante que estivesse afinal de contas, minha vontade era a de reconquistar
Mel. !
Confesso que na sexta-feira em que Mel foi à minha
casa e terminou o namoro, de certa forma tinha um
pressentimento de que ela o iria fazer já fazia alguns dias.
As coisas não andavam boas e a forma dela me tratar
havia esfriado um bocado. Ainda assim, fiquei arrasado...
E meu primeiro instinto foi enviar uma mensagem ao
Pacheco e ao Hellraiser comunicando o que havia
ocorrido. Pacheco foi o primeiro a me ligar, já marcando
uma ida ao Banana Jack à noite (para que eu não ficasse
sozinho). Hellraiser concordou em nos encontrar lá- bem
como o Alex e a Nine (que foi wingwoman de meu
bootcamp e agora, namorada de Alex). Fiquei tocado com
a solidariedade de todos.
!
Fomos todos ao Banana Jack e, em seguida, ao
Empório, um bar/inferninho localizado em Ipanema
cujo ambiente é de sexo, drogas e muito rock n' roll.
219
CHAMELEON
Naquele dia, nem me incomodei em sargear... Pois estava
arrasado demais. No entanto, foi bom estar entre amigos.
!
Sábado, havíamos
todos combinado de
retornarmos à Festa
Segredo. Relutei imenso
em aceitar o convite,
p o i s f o i n a Fe s t a
Segredo que tive, junto
a Mel, uma das
melhores noites de
minha vida. No
entanto, a insistência do
pessoal foi maior que a
minha relutância e
acabei topando ir à
festa. Esse dia, fui para
a casa de minha mãe.
Minha casa ainda tinha muitos pertences de Mel e a
lembrança constante dela estava me fazendo mal. Um exaluno meu de um dos muitos bootcamps que ministrei me
buscou à porta do prédio de minha mãe e de lá partimos
para a festa. Ao lá chegarmos, comecei a receber, em
cadeia, torpedos do pessoal cancelando a ida à festa cada um com uma desculpa diferente. Ficaram apenas
esse ex-aluno e eu e como ele havia acabado de fazer o
bootcamp, ainda não havia adquirido o inner game / frame
220
CHAMELEON
que só o tempo traz. Em questão de uma ou duas horas,
ele foi acometido por uma tremenda AA e isso tirou de
mim a pouquíssima energia que me restava. Para piorar a
situação, para cada canto do local que olhava,
contemplava fantasmas de Mel, eu e a noite perfeita que
tivemos outrora por lá. Saí de lá me sentindo
completamente partido por dentro. Ainda bem que
dormi na casa de minha mãe.
!
Domingo foi dia de praia com Hellraiser. E após
muita conversa (e muitos esclarecimentos), cheguei em
casa convicto em reconquistar Mel - baixei e li, no
mesmo dia, todo material relacionado à reconquista de
ex-namorada. E desenvolvi o projeto "Improvisar,
Adaptar, Reconquistar".
!
O projeto previa, além da completa reforma interna
e externa, um mínimo de três closes. !
Game on.
!
!
!
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!
!
221
CHAMELEON
O camaleão e a ovelha
!
Meu primeiro close pós- término ocorreu numa
terça-feira, em uma muito bem frequentada
champanheria em Botafogo.
!
JAK SIE MASZ, PUAS!!!
!
Conforme disse em meu artigo de ontem,
terminei meu namoro sexta, porém ainda penso em
reconquistar a ex. No entanto, dentre minhas metas
está closar ao menos 3 HBS.
!
Hoje, closei a primeira.
!
Era uma noite onde eu não esperava nada a não
ser ir para casa, ver seriado, ficar no chat do PB... E,
de repente, recebi um torpedo.
!
HELLRAISER: Ovelha.
!
(Ovelha Neg ra é uma champanheria em
Botafogo, aqui no Rio de Janeiro, onde rola pegação
todos os dias da semana).
!
!
Meu primeiro instinto foi o de não ir, mas pensei:
!
"Peraí... Se eu não for, posso estar desperdiçando
uma boa oportunidade..."
222
CHAMELEON
!
Daí, corri, me arrumei com o que havia por
perto, e fui. Chegando lá, encontrei o Hellraiser e
outro cara que, embora não seja do PU, é um natural
foda (ele conseguiu 3 KC essa noite).
!
Devo salientar o quão admirado fiquei com o
Hellraiser. Comecei a sair com ele quando ele ainda
era "cabaço" no PU... E hoje vejo ele jogando com tudo,
conseguindo KCs e FCs com facilidade. É um que serve
de inspiração para o meio.
!
Bom, primeiro fiquei de muita AA. Foda. Eu
estava recém-integrado ao jogo... E a sensação é a de
que eu era um iniciante... Me deu até branco...
!
De repente, notei uma HB7 olhando para mim...
Ela foi ao banheiro e, quando voltou, puxei-a pelo
braço (com delicadeza) e começou.
!
CHAMELEON: Boa noite. Qual o seu nome?
HB7: Camila...
CHAMELEON: Prazer, Camila. Amei o seu
sorriso. Charmoso...
HB7: Obrigada! E o seu nome?
CHAMELEON: João.
HB7: O que você faz?
CHAMELEON: Se eu disser, parece ostentação...
HB7: Ah, fala...
CHAMELEON: Eu sou um pequeno empresário.
HB7: Nossa, bacana!
223
CHAMELEON
!
Daí, jogamos uns 5 minutos de conversa fora e
ela disse que tinha de ir porque a amiga dela a estava
esperando. Beleza.
!
Mais tarde, abordei-a de novo, mas notei que
dessa interação não ia sair close, mas foi bom para
calibrar.
!
De repente, adentrei o set onde o Hellraiser já
estava closando uma das meninas. Ao lado da menina
que ele closava, estava uma outra garota, uma HB7,5
que estava mexendo no celular. Após o Hellraiser me
apresentar a mulher dele, apontei para a menina no
celular..
!
CHAMELEON: E esta antissocial, quem é?
HB7,5: Ah, desculpa! Meu nome é Vanessa.
CHAMELEON: Pombas, Vanessa, sai do Twitter.
É lei seca? Tá procurando as melhores rotas, sua
safadinha?
HB7,5: hahahahahaha Sabe, eu acabei de ficar
com um amigo seu.
!
(ela estava mencionando o natural, que deu um
direct nela)
!
CHAMELEON: Hahaha... Ele está sem freio!
HB7,5: É um canalha.
!
Nisso, chega o colega.
!
224
CHAMELEON
NATURAL: O que se passa?
HB7,5: Você ficou comigo e já te vi pegando mais
outra. Você não presta! Seu amigo aqui e muito mais
gato que você, estou arrependida de ter ficado contigo.
CHAMELEON (virei para esse colega): Você
pretende pegar de novo?
NATURAL: Amigo... Sai que é sua.
HB7,5: Que filho da puta...
CHAMELEON: Gata, escuta o que vou te falar...
HB7,5: Diga...
CHAMELEON: Você tem duas opções. Ou você
sai daqui com uma péssima impressão dos homens,
achando que é tudo filho da puta... Ou fica com um
homem do bem, cheio de carinho para dar. A escolha é
sua.
HB7,5: Não sei, você parece ser novinho demais
para mim.
CHAMELEON: Quantos anos você me dá?
HB7,5: Uns
CHAMELEON: Hahahaha você é muito gentil!
Vem aqui, me dá um abraço. (abracei) Eu tenho 37
(ok, eu menti!!!)
HB7,5: Ah, 37 é bom.
CHAMELEON: Venha aqui.
!
KC.
!
HB7,5: Só para você não dizer que sou
intransigente.
CHAMELEON: Eu não disse nada...
!
225
CHAMELEON
Mais KC.
!
HB7,5: João...
CHAMELEON: Fala, meu amor.
HB7: : Você beija bem..
CHAMELEON: Você que é uma delícia.
!
!
!
Nos beijamos prolongadamente, porém não
trocamos contato. Mas até a minha saída, foi KC
direto.
!
Meu namoro terminou sexta.... Meu primeiro KC
pós-término. Saí do bar sorrindo, e pensando...
!
"Este retorno ao field vai ser muito divertido!!!"
!
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226
CHAMELEON
Um novo Chameleon
!
Ser forte não significa ser imune à dor. Significa
senti-la e ainda assim reagir. E paralelamente ao meu
retorno ao jogo, tive de rever o que ainda havia de errado
dentro de mim.
!
Conforme muito bem apontado pelo meu
terapeuta, por maiores que tenham sido as mudanças
proporcionadas pelo PU, ainda existia dentro de mim o
medo de abandono, um vestígio do antigo João que
infelizmente não foi trabalhado e que certamente em
muito contribuiu para o fim de meu namoro com Mel.
!
Acho que a parte mais difícil foi engolir meu
o r g u l h o, r e c o n h e c e r e s s e f a t o e a s s u m i r a
responsabilidade pela parte que me toca.
!
Mudanças internas não são tão fáceis quanto
parecem. O cérebro precisa de tempo para rever as
crenças e aceitar o novo modo de pensar.
!
No entanto, reatando ou não o namoro, eu tinha de
mudar... Ou o erro continuaria sendo cometido. Se não
com Mel, com a próxima.
!
E com o tempo, fui aprendendo que um dos
227
CHAMELEON
maiores segredos para obter sucesso no PU (bem como
na vida em geral) é o de você manter respaldo em si
mesmo. Projetar expectativas em outras pessoas é um
dos mais comuns e, ao mesmo tempo, mais graves erros
que as pessoas cometem numa relação a dois.
!
Quando o respaldo de si mesmo é tirado, você
começa a jogar sua felicidade nas mãos das outras
pessoas. Isso leva ao medo da perda e, no caso do
homem, à infantilização de sua pessoa perante o olhar
feminino. Ele passa a fazer uma série de sacrifícios/
concessões e a anular a si mesmo em prol de não perder
essa mulher e não se dá conta de que está,
inconscientemente, transmitindo a mensagem “Viu, mãe?
Sou uma criança bonita. Faço tudo que você pede. Não
me castiga, por favor!”.
!
Você não precisa mascarar seu romantismo e
tampouco fingir que não se importa, contanto que seja
mantido o respaldo em si mesmo. Basta ter consciência
de que sua parceira não é sua vida – e sim um
complemento à mesma - e que é perfeitamente possível
viver sem ela.
!
À medida que fui assimilando este conceito (o que
não imediato), renovava a visão que tinha da vida e das
pessoas. E comecei a recuperar, agora de forma muito
mais sólida, minha autoestima e autoconfiança.
228
CHAMELEON
!
Obviamente, enquanto a mudança ocorria, o jogo
continuava...
!
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229
CHAMELEON
O PUA e a FPUA
!
Como comecei a
namorar
Mel
coincidentemente na
época em que fui morar
sozinho,
nós
p r a t i c a m e n t e
decoramos/arrumamos
meu apartamento juntos
– e agora, sem ela, doía
olhar para aquele canto
e lembrar que ela não
Jéssica Motoko
mais fazia parte dele. Eu
tinha que desassociar
meu apartamento das memorias de Mel... E uma tarde de
sábado, fui comprar algumas coisas para a casa. Ao
voltar, abri meu Facebook e vi que uma FPUA57 havia sido
adicionada a um dos grupos de PU do qual faço parte, o
Sedutores. Seu nome, Jéssica Motoko.
!
Muito embora já tenha ouvido falar de algumas
FPUAs (tais como Harley Quinn e Kezia Noble), nunca
havia conhecido uma FPUA brasileira... Até aquele
57 FPUA – Abreviatura de “Female Pickup Artist”. PUA feminina.
230
CHAMELEON
momento.
!
Motoko era uma atraente morena de 1,76m que
trabalhava com eventos e, nas horas vagas, como
dançarina. Sua chegada causou certo alvoroço no grupo,
até então praticamente composto apenas por homens.
!
Curioso foi que, ao abrir um bate-papo reservado
com Motoko, não tive intenção alguma de sargeá-la. Pelo
contrário, eu queria era pegar, junto a ela, uma opinião
feminina a respeito das mudanças que eu queria fazer na
casa.
!
Não demorou muito até descobrirmos que
tínhamos várias afinidades... E eu, sem perder tempo,
sugeri de nos encontrarmos para tomar uma cerveja e
sob a condição de que ninguém jogaria com ninguém. A
proposta foi aceita e, alguns dias depois, encontramo-nos
na Urca.
!
Conforme o combinado, ela não jogou comigo
(nem vice-versa)... Mas não descartava mandar um neg
quando tinha a oportunidade. Ao chegar no ponto de
encontro, por exemplo, mandou um torpedo dizendo:
!
MOTOKO: Cheguei. Como você está vestido?
!
E eu respondi:
231
CHAMELEON
!
CHAMELEON: Procure pelo cara mais boa pinta
do local, não tem erro.
!
Alguns minutos depois, ela veio por trás de mim e
disse, sem hesitar “demorei a te achar porque eu
realmente estava procurando um cara pintoso...”.
!
Motoko era o que eu imaginava e mais um pouco pois além de bonita, era inteligente, divertida, positiva,
trabalhadora, espontânea e muito tranquila (não era de se
estressar por qualquer coisa).
!
Batemos papo por cerca de 45 minutos... E não deu
outra. KC. E, depois de mais um pouco de conversa
jogada fora e até mesmo um jantar, fomos para o meu
apartamento. E sim, transamos. Aliás, saímos juntos mais
umas três vezes depois desse dia – e apenas uma delas
não terminou em sexo (e não foi por falta de vontade
dos dois). Nossa química na cama era ótima.
!
Um de nossos melhores encontros foi no dia em
que a convidei para jantar aqui em casa. Além de ter feito
um prato que ela adorava, a refeição foi à luz de velas e,
após uma noite bem prazerosa, dormimos a noite inteira
abraçados.
!
Quando reatei meu namoro e tive de dizer a ela que
232
CHAMELEON
não poderíamos mais ficar, ela foi madura, compreensiva
e manteve comigo uma amizade que perdura até os dias
de hoje. Frequentemente procuramos um ao outro não
apenas para falar de nossos casos (e descasos), mas
também da vida em geral... E, de vez em quando, rola
um pequeno quebra-pau. Daqueles normais, entre
pessoas que querem o bem uma da outra.
!
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!
!
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!
!
233
CHAMELEON
A garota do colégio
!
Era uma sexta-feira e havia marcado de ir, junto ao
Pacheco, a uma balada em Ipanema que parecia ser
promissora. Parecia, apenas. Que bosta. Nunca em
minha vida havia ido a um local tão vazio e mal
frequentado. Ambos foram acometidos por intensa
frustração. Foi aí que eu disse, pela primeira vez em
muito tempo, “improvisar, adaptar, superar”.
!
PACHECO: Como assim?
CHAMELEON: Vamos ao bar Empório (um bar
de Ipanema).
PACHECO: Vamos lá.
!
O field do Empório estava notavelmente melhor.
Tentamos realizar algumas abordagens, que embora não
tivessem surtido efeito, foram úteis para efeitos de
calibragem.
!
De repente, pedi licença para ir ao banheiro e, à
porta do bar, lá estava ela.
!
Maíra.
!
Uma garota que estudou no mesmo colégio que eu
e pela qual todos os garotos ficavam boquiabertos.
234
CHAMELEON
Embora tivessem passado dezenove anos e tivesse sido,
assim como eu, vítima dos efeitos da idade, Maíra
continuava bonita. E foi aí que pensei: “porque não?”
!
CHAMELEON: Ei... Sei que vai soar do nada.
Mas... Qual o seu nome?
MAÍRA: Maíra.
CHAMELEON: Caramba! Eu estudei na mesma
escola que você. Eu era apaixonado por você!
MAÍRA: Sério? (sorrindo)
CHAMELEON: Sim! Mas eu nunca tive coragem
de falar contigo! Mas fiquei uns dois anos na sua...
MAÍRA: Nossa, mas porque não falou comigo?
CHAMELEON: Er... Um, eu era gordo. Dois, eu
era nerd. Três, eu era mais novo (aliás, sou mais
novo) e de uma série inferior à sua. Quarto, era tímido
demais.
MAÍRA riu.
CHAMELEON: Se me permite dizer, continua
linda.
MAÍRA: Obrigada! Obrigada mesmo por dizer
isso... Me fez bem. Sabe, tinha combinado de
encontrar uma amiga aqui... E ela furou comigo. Estou
sozinha. Separei faz uns meses.
CHAMELEON: Hum... Entendo...
!
(Fluffy talk sobre o que andamos fazendo estes
anos)
!
MAÍRA: Você vem sempre aqui?
235
CHAMELEON
CHAMELEON: Maíra! Você está me cantando?
Peraí... Tenho que registrar isso.
!
Peguei o iPhone, fiz menção de ligar o gravador.
!
CHAMELEON: Repete! Esta eu vou passar para
os caras que ainda mantenho contato.
MAÍRA: Bobo! (riu)
!
De repente, começou a tocar All Star, de Smash
Mouth
!
CHAMELEON: Adoro essa música!
MAÍRA: Eu também! Vamos dançar?
CHAMELEON: Bora.
!
Não demoramos nem 2 minutos na pista. Peguei-a
pelo rosto, fiz um carinho em sua face, olhei-a nos olhos
fixamente por alguns segundos e... KC!
!
CHAMELEON:
momento.
Esperei 19 anos por este
!
MAÍRA sorriu e o KC continuou.
!
Aquela noite, a levei até o ponto de taxi e chegamos
a trocar telefones. No entanto, não a procurei, pois eu
estava prestes a reatar meu namoro com Mel. Reatamos,
sim... E terminamos, de vez, cerca de três meses depois.
236
CHAMELEON
Bukowski
!
Bukowski é o nome de um bar/balada em
Botafogo, famoso por tocar apenas os clássicos do rock
n’ roll e também pelo ambiente descontraído, onde até
os funcionários são encorajados a beber durante o
expediente.
Conheci o local enquanto ainda namorava Mel e
curti bastante o ambiente. Quando fiquei solteiro, o
Bukowski passou a ser meu field favorito – sobretudo por
ficar a cinco minutos a pé de minha casa.
E de quebra, arrumei um novo wingman que fazia
parte da nova geração de membros do PUABASE, o
KINGRJ.
Minha primeira sarge pós-término definitivo
ocorreu no exato mesmo dia em que meu namoro
acabou. E foi memorável. No entanto, para entender o
porquê de ter sido memorável, é necessário fazer uma
pausa para uma breve explicação.
Três meses antes de meu término de namoro,
comecei a dar aula para uma funcionaria de uma das
empresas onde era credenciado. Ela era (e é) uma mulher
extremamente bonita e, obviamente, extremamente
cobiçada. Sabe aquelas mulheres que, pode onde passa,
todos os homens viram a cabeça para ver melhor? Então,
é ela.
À medida que convivíamos como professor e aluna,
237
CHAMELEON
surgiu uma amizade que não demorou a transcender a
sala de aula para animados chats no Facebook ou no
Whatsapp.
Talvez por ainda carregar alguns resquícios do
antigo João, tinha para mim, a um nível inconsciente, de
que uma mulher daquelas era “areia demais para o meu
caminhãozinho” e que ela nunca daria mole para mim. E,
por causa disso, fiquei completamente cego para os sutis
IDIs que ela demonstrava.
No dia em que meu namoro terminou, tive, pela
segunda vez consecutiva, uma festa a fantasia para ir. Na
realidade, eu não ia a essa segunda festa – mas, como o
namoro havia acabado, não quis ficar sozinho e acabei
aceitando ir.
Improvisei uma fantasia de Tony Stark, o alter-ego
do Homem de Ferro. Modelei a barba tal qual o
personagem e, com duas luminárias portáteis de LED, fiz
a luz que fica à altura do peito e a luz que fica na região
da mão. Para dar um acabamento, enrolei uma série de
fios ao corpo, para dar uma impressão de ser o Tony
Stark em fase de desenvolvimento da armadura de ferro.
Marquei de ir à festa com KINGRJ e meu amigo
Leo... E como quem não queria nada, estendi o convite a
essa minha aluna (vamos chamá-la de Bianca), no que ela
aceitou.
Cheguei à festa com “sede de sangue”. Estava
revoltado com o fim de meu namoro. Em menos de
vinte minutos após minha chegada, já estava aos beijos
238
CHAMELEON
com uma lourinha que por lá circulava.
Minha fantasia foi tida como original e uma série de
pessoas parava para tirar foto comigo, fora que eu
adorava entrar no personagem de Tony Stark e mexer
com elas.
No final de toda interação, acabava convidando a
mulher para ir conhecer minha sala de armaduras... Mas
não colou...
KINGRJ estava com mais dois alunos – trocamos
algumas palavras, mas não chegamos a efetivamente
sargear juntos. No entanto, soube que ele conseguiu 2
KCs.
Cerca de uma hora depois, chegaram Bianca e sua
irmã e fomos eu, Leo e elas para a pista de dança. Não
fiquei nem dez minutos na pista e “fugi” para a área
externa do local... Onde acabei closando outra mulher,
uma médica. Após o KC, sentamos à mesa para
conversar e, pouco depois, chegaram Leo e as meninas.
Bianca ficou preocupada comigo e queria ver se eu
estava bem. Respondi que estava ótimo e que não
precisavam se preocupar comigo. Os três retornaram à
pista de dança e, cerca de cinco minutos depois, Leo
aparece, sozinho, e pede licença para falar comigo em
particular.
!
LEO: João, acho que sua aluna está afim de você.
CHAMELEON: Como?
LEO: Ela ficou notavelmente chateada quando te
239
CHAMELEON
viu com a outra menina. Cara, se liga. Você acha que
ela ia despencar da Zona Norte para vir contigo a uma
festa em Botafogo se não tivesse algum interesse por
você?
!
E foi aí que caí na real... Bianca estava afim de mim!
Corri para a pista e lá estava ela e, conforme Leo
havia alertado, chateada.
O clima da conversa estava tenso. Além dela não
largar o smartphone, minhas perguntas eram respondidas
de forma breve e sem brecha para continuidade no
assunto.
Foi aí que eu tive a sacada de pegar o meu
smartphone e conversar com ela através de mensagens
de texto. Sim, de frente para ela. Ao menos uma risada
eu arranquei com a minha atitude, o que já melhorou o
clima.
Fui sincero. Disse que não imaginava que ela tinha
interesse por mim e que eu até tinha muito interesse nela,
mas que tinha medo de arriscar algo e botar toda nossa
amizade a perder.
Após uma troca de meia dúzia de mensagens,
guardamos os smartphones, dançamos um pouco juntos
e, em seguida, nos beijamos.
Minha noite havia sido encerrada com chave de
ouro... Fiquei com uma das mulheres mais gatas que já
conheci.
Foi muito engraçado na hora de sair do bar, pois
240
CHAMELEON
alguém nos viu e disse: “Tinha que ser o Tony Stark para
sair do local de braço dado com uma mulher gata...”.
Bianca e eu saímos juntos por cerca de três ou
quatro semanas e estava quase virando um namoro.
Nunca tive nada a reclamar dela, mas como meu término
de namoro ainda era muito recente, a lembrança de Mel
ainda mexia muito comigo, e não era justo ficar com
Bianca e pensar em outra pessoa. Pelo bem de ambos,
optei por terminar o quase-namoro e manter a amizade.
Precisava de um tempo a sós para curar o coração
despedaçado. Bianca era bonita, divertida, inteligente e
muito carinhosa... Tenho certeza que encontrará alguém
especial que a fará muito feliz. Ela merece.
Bola para a frente, o jogo tem que continuar.
Na sexta-feira seguinte, assim como todas as demais
sextas-feiras, retornei ao Bukowski – e lentamente, o
player 58que uma vez fui começou a voltar. E foi, a partir
daí, que KINGRJ e eu começamos a virar “a dupla”
desse field.
Eis o RC.
!
JAK SIE MASZ, PUAS!
!
É, já faz um mês que estou de volta ao field e, não sei
porque cargas d'água, com aquela "sede de
sangue" (alguém já se sentiu assim?).
58 Player – Traduzido do inglês, signi&ica “jogador”. Outra forma de designar um PUA.
241
CHAMELEON
!
Ontem foi dia de jogo no bar/balada Bukowski, em
Botafogo - point meu e do meu amigo KING-RJ. Fui
acompanhado de mais três amigos (todos ex-alunos
do bootcamp da PUATraining) e lá encontrei o KING,
também acompanhado por mais três amizades.
!
Eu já estava tendo um dia bom, pois havia marcado
dois encontros com meninas distintas pelo Face - uma
delas, amiga de uma conhecida minha e a outra,
recepcionista de uma das empresas onde trabalho.
Aliás, esta última foi um Mode One59 "cara de pau",
hahahah. Meu frame andava bom.
!
De praxe, comecei com aquele indirect básico. Uma
coisa que adoro fazer para perder o AA é procurar
aquelas HBs que andam tirando fotos delas mesmas e
me oferecer para bater a fotografia delas. Uma deixa
para brincar, pegar nomes etc.
!
Daí, fiquei um bom tempo conversando com meus
amigos coisas da vida - acho importante o pessoal não
se bitolar com esse lance de jogar toda hora. Se
divertir e bater papo faz parte, e fiz questão de
dedicar um tempo a isso.
!
De repente, percebi duas mulheres e uma delas, de
olho em mim. Uma devia ter seus 40. Não tinha rosto
59 Mode One – Técnica de abordagem desenvolvida pelo PUA Alan Roger Currie, onde você explicita sua real intenção com a mulher desde o primeiro segundo da interação.
242
CHAMELEON
muito bom, mas um corpo espetacular. A outra devia
ter seus 34,35... E era linda. Cabelo curto e com luzes,
usava um óculos aviator com grau e andava toda no
estilo. Era baixinha, peituda e, sinceramente, não
aparentava ter a idade que tinha não.
!
Elas foram até um quiosque de amostras grátis de um
energético qualquer e fui atrás delas. Após elas
experimentarem o energético, eu também o
experimentei e começou o papo.
!
CHAMELEON: Curtiu?
ALVO: Foi o que falei para minha amiga, esses
negócios não tem graça tomados sozinhos... Eles tem
que ser tomados com alguma bebida!
AMIGA DO ALVO: Eu achei meio picante, deu uma
ardidinha na boca!
ALVO: Minha amiga, eu estou levando ela para
conhecer as baladas que tem por aí. Ela não sai de
casa.
CHAMELEON: Ah, então é você que está fazendo ela
se perder né...
AMIGA DO ALVO: Ah, eu me perco sozinha, não se
preocupa com isso não!
!
(Um de meus amigos, vendo a interação, aparece para
wingar)
!
CHAMELEON: Eu curto baladas tipo esta porque dá
um público mais maduro, que sabe o que quer. As
demais, rola muito baby beef.
AMIGA DO ALVO: Peraí, "baby beef"?
243
CHAMELEON
CHAMELEON: Ah, é uma nomenclatura que uso. Eu
classifico mulheres como carnes....
ALVO (rindo): Me fala mais sobre isso!
CHAMELEON: Baby beef são as novinhas. Picanha
maturada, as coroas.
AMIGA DO ALVO: Opa, então eu sou uma maturada
né?
C H A M E L E O N : C l a r o qu e é . D a í , c u p i m d a
churrascaria Porcão é a gordinha gata. Cupim da
churrascaria Mon Amour é a gordinha feia.
ALVO começa a rir e vira para amiga para explicar:
Mon Amour é um rodízio que tem em Copacabana e
que é uma merda, mesmo...
CHAMELEON: Putz, bota merda nisso. Parece que
eles só servem picanha lá... E queimada. Eu tenho a
impressão que o garçom fala "picanha?", dá a volta na
sua mesa e oferece de novo...
!
Ambas riram.
!
AMIGA DO ALVO: Preciso fazer xixi.
!
E partiu.
!
MEU AMIGO: Vou pegar uma bebida para a gente. Já
venho.
!
E partiu.
!
ALVO: Então... Picanha maturada, né?
CHAMELEON: Por aí....
244
CHAMELEON
ALVO: Criativo...
!
Comecei a escalar kino. Estava lado a lado com ela... E
comecei a ficar de frente. Daí, comecei a fazer ela
falar... Basicamente se ela fica com baby beef, se ela
topa cupim da Porcão, se ela não nega picanha
maturada... E de repente...
!
KC!!!
!
ALVO: Que nível estou?
CHAMELEON: Precisa me beijar mais... Por
enquanto ainda é churrascaria Carretão. É bom, mas
ainda não é top.
!
ALVO ri. Mais KC.
!
CHAMELEON: Melhorando.
!
Mais KC.
!
CHAMELEON: Você é uma picanha maturada top de
linha!
!
Mais KC... E ejetei para continuar jogando.
!
Nisso, começo a perambular pelo local... E encontro o
KINGRJ. Ele estava com uma amiga que achei
bonitinha, mas parece que os demais todos acharam a
mesma coisa e a mulher ficou muito cheia de homem
em cima. Fiquei desconfortável, mas foi bom para
interagir. De repente, resolvem sair de fininho apenas
245
CHAMELEON
KINGRJ e eu.
!
KINGRJ define o alvo... E eu, por instinto, decido
distrair a amiga dela. Fiquei um bom tempo
interagindo e distraindo-na para que KINGRJ jogasse.
Mas, ele conseguiu o KC e o esforço valeu muito a
pena. Confesso que eu queria pegar a amiga dela, mas
ela tinha rabo preso... Cheguei a notar que ela tinha
certa atração por mim, sim, mas não quis entretanto
forçar a barra.
!
Mais tarde, KINGRJ me encontra e agradece pelo
winging. Após mais algumas interações, estava com
sono e queria ir embora... E quando vi... Fila
gigantesca. E foi aí que eu tomei a atitude MAIS CARA
DE PAU DE MINHA VIDA.
!
Tinha uma HB na fila me dando uns IDIs desde o
começo da balada em si e na fila para pagar. Comecei a
interagir com ela.
!
CHAMELEON: Oi, posso saber o nome de quem me
admira?
HB ri: Natália!
CHAMELEON: Prazer, Natália, você é linda. Eu
também estava admirando você e, bem... Acho que o
mínimo que eu poderia fazer era vir e perguntar seu
nome, né?
HB: Atiradinho você hein?
CHAMELEON: Ahhhh Natália, uma mulher sempre
perdoará um homem por ele ter excesso de atitude,
mas ela jamais perdoará um cara que não teve atitude
246
CHAMELEON
alguma, não concorda?
HB: É, faz sentido... Ei, vem cá para o meu lado. Não
pega essa fila.
CHAMELEON: Ih, mas o pessoal vai chiar.
HB: Dane-se, vem cá...
!
Eu passei por baixo daquele treco usado para
conduzir filas (esqueci o nome)... E de fato uma galera
começou a chiar, sobretudo seguranças e as pessoas
atrás da gente. E curiosamente, foi a HB que começou
a comprar a briga.
!
HB: Deixa a gente, a gente tá flertando a noite toda e
eu quero ele aqui do meu lado, deixa em paz!
SEGURANÇA: Mas você não pode fazer isso só
porque tá paquerando.
MULHER ATRÁS DA GENTE: Poxa, que caído isso.
CHAMELEON: Natália, acho melhor a gente se beijar
para esse pessoal calar a boca.
!
KC.
!
E ouvi atrás de mim o cara da fila falar... "Filho da
puta... Mas tenho que dar o braço a torcer, ele é bom.
Porra, pegar mulher na fila para furar, o cara é bom."
!
Que KC essa Natália tinha. Ela quase me engolia. Do
jeito que eu gosto... Depois de termos pago, ficamos do
lado de fora dando uns amassos mesmo, aí chegaram
as amigas dela e o grupo partiu. E eu, fui para casa...
!
Feliz para caralho! Game on!
247
CHAMELEON
!
No final de semana seguinte, fui ao Bukowski tanto
na sexta quando no sábado. Havia me viciado no local.
Sexta
!
JAK SIE MASZ, PUAS!!!
!
A sarge de sexta-feira foi, realmente, memorável.
KINGRJ e eu demos todo um novo significado ao que é
“tirar leite da pedra”.
!
Fomos ao nosso field favorito, o bar/balada Bukowski
e, surpreendentemente, estava sendo um dia ruim lá.
Além de poucas pessoas, muitos casais. Poucas
opções!
!
Além do KINGRJ, contava com mais oito amigos: três
ex-alunos do bootcamp, três ex-colegas do colégio e
mais dois instrutores da PUATraining.
!
Como o ambiente estava vazio, aproveitei para
conhecer bem o staff do local. Socializei com todas as
garçonetes (e posteriormente adicionei-as no
Facebook), DJ, barman, gerente-geral e alguns
seguranças. Deu para criar um bom social proof no
local.
!
Peraí... Eu disse bom? Então, se liguem nessa. Estava
batendo papo com o DJ e, conversa vai, conversa
vem...
248
CHAMELEON
!
CHAMELEON: Cara, você ainda vai realizar um
sonho meu.
DJ: Manda...
CHAMELEON: Sempre quis tirar uma foto posando
de DJ.
DJ: Agora, cara. Vou te deixar tocar umas duas
músicas, então.
!
O cara me
levou até a
baia de DJ,
me orientou
c o m o
manejar o
aparelho e...
Lá estava o
Chameleon,
de DJ! E
tanto ele
quanto um
amigo meu
b a t e n d o
várias fotos
minhas. Foi muito show, hehe.
!
Assim que meu “momento DJ” acabou, retornei ao
lado de fora do local e comecei a brincar com tudo que
era set de meninas, com o clássico:
!
CHAMELEON: Rá! Conheço esse olhar! Estão
falando mal de homem!
249
CHAMELEON
!
Isso sempre arranca umas risadas. Meu social proof
no local estava tão alto que o barman me deu, sem
custo adicional algum, um refil em minha dose de
Jaggermeister. Estamos falando de um refil que sairia,
por baixo, uns R$18,00.
!
Nisso, KINGRJ me encontra e diz que definiu um alvo.
E eu, como um bom wingman, fiquei distraindo as
duas amigas desse alvo enquanto ele tentava dar sua
investida.
!
Um dos ex-alunos do bootcamp que estava comigo esta
mandando muito bem na socialização com as pessoas,
tanto que ele me inseriu em vários sets. Numa dessas,
me vi em um set de três médicas residentes.
!
Não lembro ao certo do que conversei com elas, mas
fiquei vidrado numa que era loura e de olhos azuis.
Estava interagindo com ela e fazendo uma pusta
escalação de kino, mas notei que ela estava resistente
ao KC.
!
CHAMELEON: Algum problema? Você tem rabo
preso?
HB: Não, é que...
Hesitou.
!
HB: ... Eu acho que você gosta de homem.
!
Dei uma gargalhada.
!
250
CHAMELEON
HB: Você não ficou chateado?
CHAMELEON: Que nada... Meu jeito educado é um
reflexo da educação que levei na Grã-Bretanha. Bem
fácil de confundir isso com viadagem mesmo. Like a
sir!
HB: Então você gosta de mulher?
CHAMELEON: Não, eu estou te abraçando e tentando
de beijar porque você lembra o Brad Pitt. Agora deixa
de ser tapada e me beija.
!
KC.
!
Fiquei uns quinze minutos com ela. Trocamos
contatos e, sinceramente, não me importaria nada de
sair com ela novamente. O field continuava ruim, mas
eu estava muito mais na vibe de me divertir que
sargear.
!
Continuei conversando com todos e inclusive consegui
PC com uma garota que, surpreendentemente, me
procurou no dia seguinte!
!
E meus ex-colegas de colégio, que também tiveram
saldo positivo, adoraram a noite.
!
KINGRJ havia conseguido saldo positivo também,
com uma baixinha bem gatinha. E mostramos para
nós mesmos que, quando existe foco, não existe tempo
ruim – e que a meta de um PUA de respeito é a de
conseguir o que chamo de “verdadeiro FC”, pois não
falo do FC de sexo, e sim o FC de “fun close”. Diversão,
sempre! E o resto vem por consequência.
251
CHAMELEON
!
Improvisar, adaptar, superar!
!
Sábado
!
JAK SIE MASZ, PUAS!!!
!
A segunda noite deste épico final de semana nem ia
ser no Bukowski de novo – e sim no Bar Empório, em
Ipanema. Contudo, apesar do field do Empório estar
bom, havia me apegado ao Bukowski... E quando
recebi do KINGRJ uma mensagem dizendo que o field
do bar estava bom, sugeri à minha turma de irmos
para lá.
!
E o cara não havia mentido – estava o céu na terra.
!
Desta vez, entrei no bar “like a boss”, em virtude de
todo networking que havia feito no dia anterior.
Cumprimentei garçonete por garçonete (e não foram
cumprimentos simples, e sim abraços, pequenos
momentos de papo etc.), DJs, recepcionistas,
seguranças, barmans e até mesmo o gerente-geral,
quando ele passou por mim. Como o KINGRJ tinha o
mesmo social proof que eu, era difícil alguém não
questionar a si mesmo o que aqueles dois eram para
serem tão queridos pela equipe do local. Por falar no
KINGRJ, nos encontramos, cumprimentamos mas
não saímos para sargear juntos de imediato – isso veio
acontecer apenas mais tarde.
!
252
CHAMELEON
Game on.
!
Comecei puxando papo com duas meninas que
estavam segurando o cardápio no balcão... Sinto que
uma delas até me deu condição, mas ainda era, para
mim, cedo para closar alguém (ainda mais ela, que era
mediana). Depois de uns dez minutos de interação,
senti-me calibrado suficiente para ir encontrar meus
amigos na pista de dança, onde estava tocando Pet
Sematary, dos Ramones. Meus amigos e eu estávamos
dançando, cantando e brincando – mas a minha visão
periférica, trabalhando ostensivamente. De repente,
notei que havia uma gatinha no 5-set ao lado me
olhando. Mas, ela estava inserida em um grupo bem
grande e dentro de uma pista de dança... Como fazer?
!
E foi aí que lembrei de algo que o Gambler me ensinou.
Posicionei-me costa-a-costa com ela e fui, aos poucos,
chegando para trás. Eu sabia que, se ela deixasse que
o contato entre nossas costas fosse mantido, seria um
sinal verde. E sim, ela foi deixando. Estava
interessada.
!
Nisso, virei para ela e comecei...
!
CHAMELEON: Sabe, você é definitivamente a mais
animada de seu grupo. Eu não me perdoaria se ao
menos não pegasse seu nome.
HB: Paula! Prazer!
CHAMELEON: Você não tem cara de ser roqueira,
Paula.
HB: Na realidade eu gosto de um sambinha...
253
CHAMELEON
CHAMELEON: Ah, Jesus... Eu achei que a gente
tivesse eliminado essas pessoas daqui do bar, mas
volta e meia deixam uma entrar. Uma pagodeira,
socorro!
!
HB riu.
!
Começamos a conversar aquele fluffy talk básico... E
eu fazendo uma sutil escalação de kino. A ordem
básica, que sempre uso: parte de trás do braço,
ombros, costas,
nuca...
!
Quando vi que já
estava com a mão
na nuca dela e ela
sorrindo
e
ocasionalmente
olhando para
minha boca... Vi
que era hora e
não hesitei: KC. E
que beijo gostoso
o dela.
!
Ficamos nos beijando por uns dez minutos, daí
combinei que iria ver meus amigos e em seguida a
reencontraria.
!
Do lado de fora, reencontrei meus amigos e como
eram praticamente todos ex-alunos do bootcamp, dei
uma repassada com eles na parte de kino. Nisso, olho
254
CHAMELEON
para trás e vejo KINGRJ já dando seu primeiro KC da
noite numa HB que estava sentada à mesa. O
engraçado foi que, quando ele viu que eu já tinha
ejetado da minha HB, ele quase que instantaneamente
ejetou a dele para podermos ir sargear juntos,
hahaha!
!
Começamos a circular o local. Estava difícil
definirmos um alvo, de tanta mulher gata que passava
pela gente. Voltamos ao lado de fora e encontramos o
set da HB que eu havia closado na pista. Sentei ao lado
dela e KINGRJ tratou logo de inserir a si mesmo no
set, mirando na amiga alta e gata.
!
Fiquei papeando e beijando a HB, porém atento à
interação de KINGRJ. Foi engraçada a hora que rolou
o seguinte papo:
!
CHAMELEON: Meu amigo vai pegar sua amiga.
HB: Você acha? Ela é meio chata...
CHAMELEON: Confie em mim. Ele é charmoso.
!
Não deu outra. KINGRJ closou a mulher.
!
CHAMELEON: Eu devia ter apostado né...
!
Exceto por um, meus amigos todos foram embora do
local. Quando as meninas resolveram ir ao banheiro,
reuni KINGRJ e esse amigo que havia sobrado.
!
CHAMELEON: As meninas vão embora. Eu vou
pagar minha comanda, mas vou permanecer aqui.
255
CHAMELEON
KINGRJ: Já é.
AMIGO: Fechou.
!
Paguei minha comanda e fiquei interagindo com meu
amigo, bem ao lado da fila do caixa. A HB que closei
passou por mim e entrou nessa fila. Nisso, um cara
musculoso de 1,90m começou a abordá-la... E eu,
apenas olhando.
!
CARA: Nossa, que linda você hein...
HB: Obrigada, mas estou acompanhada.
CARA: Cadê, que não estou vendo?
!
E começou a zoar ela.
!
CARA: Ficou em casa, ele? Ficou dormindo?
!
Aproveitei a deixa, passei por entre os dois.
!
CHAMELEON: Com licença. Obrigado, amigo.
!
Segurei o rosto dela e dei um beijo cinematográfico. O
cara ficou com a maior cara de pato da face da Terra.
E enquanto a beijava, ria e dizia:
!
CHAMELEON: Eu adoro fazer isso.
!
Troca de telefones, possível Day 2 marcado,
despedimo-nos e retornei ao field, junto ao KINGRJ
(que havia despedido da amiga dela) e de meu amigo.
Circulamos um pouco pelo local e arriscamos uma
meia dúzia de interações, nada mirabolante, não. De
256
CHAMELEON
repente, quando subimos, notei uma “gordelícia”
sentada ao balcão... E eu, que adoro uma gordinha
gostosa (e ainda por cima bonita), fiquei logo de olho
nela. Percebi que KINGRJ já havia interagido com ela
anteriormente, tanto que ele, ciente de meu interesse,
tratou de apresenta-la a mim e... ISOLOU SUAS DUAS
AMIGAS, deixando o campo completamente livre para
mim. Sai que é sua, Chameleon! Winging perfeito!
!
Comentário: na interação que virá a seguir, minha
capacidade para lidar com shit test foi posta à prova.
!
A garota estava um tanto bêbada e não parava de
mandar shit tests. Mas, shit tests não mais me
intimidavam – aprendi com o Breno, da PUATraining,
que a melhor forma de lidar com shit tests é encarálos como se estivessem sendo proferidos por uma
criança de cinco anos, ou seja – ignorando-os.
!
HB: Porque usa essas pulseiras?
CHAMELEON: Porque sim. Tá gostando daqui hoje?
HB: Eu gosto... Sempre venho aqui. Mas não vou ficar
com você.
CHAMELEON: Que linda. Sabe, você é super
charmosa. Adorei seu sorriso.
!
Nisso, comecei a me aproximar dela, que permanecia
sentada.
!
HB: Que perfume é esse?
CHAMELEON: Malbec.
257
CHAMELEON
HB: Não gosto de homem perfumado.
CHAMELEON: Por isso que você só fica com mendigo,
né?
!
A HB não resistiu e riu.
!
HB: Você tem cara de ser todo tatuado.
CHAMELEON: Ô... Da cabeça aos pés!
HB: Não gosto de cara tatuado...
CHAMELEON: Eu também não gosto de mulher “do
contra” e olha eu aqui, querendo te beijar.
HB: Eu, do contra?
CHAMELEON: Você não concorda que é “do contra”?
HB: Não!
CHAMELEON: Claro que não concorda... Isso só
mostra que é “do contra” e não concorda com nada.
!
Ela olha para minhas mãos, vê os anéis e diz:
!
HB: Você é casado!
CHAMELEON: Credo, já fui! Não mais.
HB: Namora?
CHAMELEON: Terminei faz um mês.
HB: Quem terminou.
CHAMELEON: Mamãe.
HB: Como assim?
CHAMELEON: Ela disse que eu estava sendo muito
levado e que não podia mais namorar.
HB: Fala logo, porque terminou?
CHAMELEON: Porque não dá para ficar com alguém
que não curte Chaves, né?
258
CHAMELEON
!
Assim que eu me aproximei suficiente da HB e fiquei
entre suas pernas (relembrando, ela estava sentada
ao balcão e eu, de pé), ela me comprimiu com suas
coxas.
!
HB: Você não é nada daquilo que procuro.
CHAMELEON: Não é o que suas pernas dizem.
!
Kinei-a o máximo que pude. Ela estava fazendo jogo
duro, mas eu sabia que ela me queria. Comecei a
investir num kino bem sexual... E quando eu tentei
beijar e ela desviou o rosto, não perdi o frame e parti
para o pescoço. E daí, foi uma questão de tempo até
ela soltar um leve gemido e permitir o KC.
!
HB: Eu não vou dormir com você.
CHAMELEON: Eu nem falei nada e você já está
imaginando a si mesma me dando. Depois nós,
homens, que somos os cachorros.
HB: Mas eu estou me imaginando fazendo tanta coisa
contigo...
CHAMELEON: Eu também. Já te despi aqui na minha
mente obscena.
!
No entanto, ela estava muito bêbada, galera. Eu sabia
que, se a arrastasse aqui para casa, ela iria não só cair
na cama e dormir, como havia um risco de vomitar
tudo.
!
CHAMELEON: Olha eu preciso ir. Só me diz uma
coisa... Para um cara que não é nada do que você quer,
259
CHAMELEON
bato um bolão né?
HB: É. Mas eu não quero mais te ver.
CHAMELEON: Continue tentando se convencer
disso.
!
Assim que virei as costas para ir embora, ela gritou
“Espera!”, levantou do banco e me deu um pusta beijo.
!
Já estava cansado e 2 KCs estavam de excelente
tamanho. Mais uma noite épica no Bukowski!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
260
CHAMELEON
Game on!
!
Quando resolvi embarcar nessa jornada PUA, o fiz
visando eliminar a timidez e a ingenuidade que me
faziam sofrer nas mãos do sexo oposto. Jamais imaginei
que iria muito além disso e me tornaria, em poucos
meses, um exemplo para a comunidade.
O PU proporcionou tantas melhorias em minha
vida que não tenho palavras para agradecer - e hoje
finalmente entendi o que Mystery quis dizer com "não se
trata de pegar mulheres, e sim construir uma vida".
Minha inaptidão com o sexo feminino trazia uma
autoestima tão baixa que todas as demais áreas de minha
vida eram afetadas. E hoje, se consegui atingir minha
independência financeira e o gigantesco círculo social
que tenho, foi graças à desenvoltura adquirida como
PUA. Aliás, não raro penso que a verdadeira
terminologia deveria ser SA ("Social Artist", o que
traduzido significaria "Artista Social"), pois as técnicas
do PU podem perfeitamente ser aplicadas no cotidiano.
Mulheres não mais representam um problema para
mim, embora eu admita que ainda exista uma série de
sticking points60 a serem trabalhados em meu jogo. No
entanto, PU é assim mesmo... Por mais longe que você
tenha ido, a jornada mal começou.
60 Sticking Points – De&iciências no jogo.
261
CHAMELEON
!
Quando comecei a namorar Mel, ingenuamente
acreditei que poderia me "aposentar" do jogo, mas havia
me esquecido de que, do jeito que os relacionamentos
andam efêmeros hoje em dia, não existe "aposentadoria
definitiva", e sim "aposentadoria temporária". Hoje, você
tem alguém... Amanhã, está de volta ao field e se virando
nos trinta para tirar a ferrugem que acumulou enquanto
esteve parado.
Hoje, estou novamente solteiro e de volta ao jogo e
é assim que desejo terminar este livro, pois é assim que
desejo que a comunidade se lembre de mim - como um
player focado em seu próprio desenvolvimento pessoal e
disposto a superar toda e qualquer adversidade que
encontrar pela frente.
Eventualmente, voltarei a namorar (pois não desisti
de um dia tornar a dividir um teto com alguém e muito
menos de virar pai). Havendo bom pressentimento,
per mitirei a mim mesmo adentrar um novo
relacionamento... E caso não dê certo, paciência. Voltarei
ao field de cabeça erguida e abrindo um novo processo
seletivo para Sra. Chameleon.
Sabem... Se todo ser humano tivesse noção de sua
própria força de superação e do quão divertido pode ser
o processo, vibrariam com a possibilidade de um fim de
relacionamento, ao invés de temê-la.
Você, que deseja embarcar nesta incrível jornada
que é o PU, tenha em mente que esta arte é
262
CHAMELEON
incompreendida pela grande maioria das pessoas e que
irá enfrentar muita censura. Só eu sei o quanto minha
família e amigos tentaram me desencorajar de prosseguir
com isto. Houve momentos em que tive a sensação de
estar sozinho no mundo - e ainda assim, optei por seguir
firme e forte em meu propósito de ficar bom no jogo.
Eventualmente, quando atingi um bom patamar no PU e
lancei um livro, aqueles que antes me censuravam
passaram a me admirar. Infelizmente, a sociedade é
assim. Quando você é diferente e sua diferença faz
sucesso, você é um gênio. Se você for diferente e sua
diferença nada traz de benéfico, então você é um idiota...
Treine bastante, mas saiba também a hora de parar
e permitir a si mesmo amar alguém... E nunca, jamais use
o conhecimento do PU para enganar e/ou magoar
pessoas. Isso não é atitude de homem (e muito menos de
um PUA).
Compilei este livro não para mostrar ao mundo a
quantidade de mulheres que peguei, mas sim para dar
esperança a todos aqueles que hoje encontram-se na
mesma situação pela qual eu estava passando em 2010,
quando separei. Independente de sua idade, dá tempo de
mudar e de dar a volta por cima (e falo isso porque
chegamos a ministrar bootcamps para homens de até 49
anos).
Gostaria de encerrar parafraseando um de meus
filmes favoritos, o Homem-Aranha (2002).
Mulheres lindas, grandes amizades, melhorias
263
CHAMELEON
financeiras, muita diversão e bastante sucesso? O PU é
minha maior bênção, sem dúvida. Preconceito da
sociedade e mulheres relutantes em adentrar um
relacionamento sério com um cara que faz parte desta
comunidade? O PU é, ao mesmo tempo, uma grande
maldição (risos).
!
Quem sou eu?
!
Eu sou CHAMELEON.
!
Game on!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
!
264
CHAMELEON
Depoimentos
!
CHAMELEOOON!!! Como ele mesmo gosta de
ser chamado, rsrsrs. Um grande PUA, conselheiro e
muitas vezes um ombro amigo. Uma pessoa simples e
humilde, sempre disposta a ajudar sem que você o tenha
de pedir. Fico feliz por ter conhecido esse novo amigo
no início deste ano quando entrei para o PUABASE,
partilhando de toda sua confiança e vivenciando cada
evolução estes meses da transição de beta para Pickup
Artist. Como ele mesmo diz e segue como lema,
IMPROVISAR, ADAPTAR, SUPERAR e é isso que
tenho seguido e espero seguir por toda nossa amizade.
Obrigado por tudo, Chameleon! Você merece tudo e
muito mais!!!
JerolJ
!
!
!
Chameleon, admiro você não só como um
excelente PUA, mas também como pessoa. Sou seu fã!
Eu, que acompanhei sua jornada PUA de João para
Chameleon, digo que sua evolução é de admirar! Sinto265
CHAMELEON
me honrado por fazer parte de seu livro, pois é um
exemplo de superação para os PUAs do Brasil!
HICK221
!
Chameleon, ou Chame (como às vezes o chamo),
tornou-se um grande amigo de night. A primeira vez que
o encontrei foi ao acaso numa boate chamada Hideaway.
A noite estava fraca, mas fizemos o lugar ficar divertido
– e como ficou divertido! O mais importante do
Chameleon é o fato dele ser muito humano e assim
como eu e como todos, tem problemas e partilha de suas
dificuldades. Com ele, compartilho dezenas de
problemas – não apenas os relacionados ao pickup, mas
também à vida, afinal de contas tanto ele quanto eu
construímos novas vidas. O legal foi que conheci o
Chameleon no momento em que ele começou a ter um
sucesso ainda maior em sua vida como PUA e ele de
igual maneira me conheceu em meu momento de maior
evolução. Presenciei ele pegar mulheres na pista em cerca
de trinta segundos, assim como ele me viu pegar uma
também na pista e também no mesmo tempo (tudo bem
que sua língua era morta e mal conseguia beijar, rs). Fora
isso, havia sempre as voltas da balada no carro, onde
266
CHAMELEON
conversávamos sobre os KCs e tudo mais. Enfim, espero
que continuemos saindo todos os finais de semana para
nos divertirmos e divertir as pessoas à nossa volta. No
momento, estou engatando um relacionamento “sério”
com duas (sim, duas) e o Chameleon me ajudou bastante
com dicas. Acreditem, essa coisa funciona e uma nova
vida adquiri.
Rivas 23
!
Falar do Chameleon é falar de alguém de grande
importância para mim, pois o admito como pessoa e
como PUA. Admiro seu trabalho, sua evolução e
principalmente sua história com o pickup, pois foi
através dela que nos conhecemos e sou fã de todos seus
tópicos postados no PUABASE. Acho que sua história
de vida é algo que me estimula não apenas minha pessoa,
como também centenas de PUAs no Rio de Janeiro e
milhares de PUAs no Brasil inteiro. Um cara que até
então era mais um frustrado na vida e que deu a volta
por cima, deixando para trás o João Abrantes e trazendo
à vida o grande Chameleon, que nos passa força e
inspiração.
Fábio Chaves
267
CHAMELEON
!
Lembro claramente de quando vi o Chameleon
pela primeira vez, na Lapa. Meu grupo e eu comentamos
dele ser um cara estranho, mas nem por isso evitamos
contato e falamos normalmente com ele. A primeira
impressão não foi muito boa. Depois de um tempo, eu o
revi numa boate chamada Alto Lapa. Estava bem melhor
e até falei com ele, dando uns toques sobre linguagem
corporal. Curtimos muito, mas até aí não havia visto
nada “impressionante”. Dois meses depois o reencontrei
na boate Hideaway, de um jeito completamente diferente.
Aquela pessoa que eu considerava um simples ser
humano era agora andava completamente confiante e
seguro de si – alguém que eu aceitaria como parceiro de
sarge. Então, continuei observando-o um pouco e o vi
pegando mulheres de forma fácil, sem esforço algum,
como se não fosse nada. Imediatamente, lembrei-me do
primeiro dia em que o vi, na Lapa. Não pude
acompanhar sua melhoria de perto, mas nestes três
encontros que tivemos posso afirmar que foi uma das
evoluções mais impressionantes que já presenciei como
PUA e por isso estou escrevendo este depoimento, pois
da primeira vez que o vi, a impressão que tive foi de um
268
CHAMELEON
cara que não acreditava muito em seu potencial e já na
última vez essa surpresa me trouxe grande admiração,
junto com uma enorme felicidade. Acredito que este
livro não sirva apenas para mostrar que ele melhorou
como PUA, e sim como exemplo de que qualquer um
pode superar e tornar o homem que as mulheres sonham
em ter, pois ele demonstrou não apenas uma grande
capacidade em atrair mulheres, mas também um caráter
honesto e bondoso que certamente contagiou muitas
pessoas. Sinto-me honrado em fazer parte deste livro e
de ter tido a experiência de acompanhar parte desta
história de superação. Obrigado!
Breno W
!
Desde que fez seu primeiro post no PUABASE,
fiquei de olho. Era um usuário novo, cheio de energia, de
vontade de aprender, de ajudar e ousado. Logo na
primeira vez em que o vi ao vivo eu sabia que seria
ninguém menos do que é hoje! Chameleon, dizem que o
céu é o limite, mas caramba, parece que você mira na lua!
O engraçado é que não vale a pena ficar “babando seu
ovo”, porque pelo que conheço de você, daqui a um ano
irá rir, pois olhará para trás e dirá: “nossa, quando escrevi
269
CHAMELEON
aquele meu primeiro livro de pickup, não era nem
metade do que sou agora!”. Abração, parceiro!
Igor K
!
Conheci o Chameleon, João Abrantes, Johnny, (ou
seja lá como queira chamá-lo) em uma tarde dessas de
um sábado qualquer quando fui cortar o cabelo.
Foi em um salão para homens, com direito a
cerveja, revistas e videogame que começamos a
conversar, num típico fluffy talk (aka papo-furado para
os não-iniciados). Senti de imediato certa empatia por
sua pessoa, tínhamos muitas semelhanças em
preferências, convicções, tipo de humor e por aí vai. Mas
ele ainda não se parecia com o Chameleon que todos
conhecemos, muito embora não lembrasse em nada o
velho João.
Infelizmente, não peguei seu conato para
marcarmos de sair futuramente, bater um papo e sair à
noite para as famosas “sarges” (nem sabia dessa palavra
nessa época).
Após esse dia, tive contato com o universo do
pickup e em um tópico do PUABASE sobre sarges no
RJ, me animo a sair com um pessoal que marcava de sair
270
CHAMELEON
no fim de semana. Dentre eles um tal de Chameleon.
Sarge marcada, trocamos contatos (Facebook e telefones).
Eis que um tal de João Abrantes me adiciona e pergunta:
“Ei, não nos conhecemos um dia desses no Red Salon?”
Daí em diante, o resto é história: sarges, praias,
mulheres, companheirismo, bootcamp, peacocks,
conselhos de moda e estilo, papos filosóficos, momentos
felizes e tristes ... enfim, uma amizade nasceu, e quando
digo amizade refiro-me à definição de São Tomás de
Aquino: Idem velle Idem nolle, que é algo como: amigo é
aquele que quer as mesmas coisas e rejeita as mesmas
coisa, enfim, é estar caminhando na mesma direção.
Chameleon, João Abrantes, Johnny etc. foi uma
grande amizade que ganhei. Mostrou-me que é
fundamental superar-se a cada dia, acreditar que é
possível ser uma pessoa melhor a cada dia, ter
autoconfiança, autoestima e perseguir seus sonhos e
desejos, não importa o quanto os outros o considerem
louco, fútil, obstinado ou teimoso.
Espero que essa história de sucesso possa inspirar
muitos a também vencerem em suas vidas.
Pacheco
!
271
CHAMELEON
Falar de você é complicado, meu amigo. O que
posso falar sobre um dos caras que mais me ajudou
nesse universo PU? Primeiramente, um exemplo de
superação para todos que se consideram “um caso
perdido”. É muito difícil achar alguém que se propõe a
ajudar os outros na mesma medida em que procura o
próprio crescimento. Você é um obstinado, e nada o faz
parar de evoluir! Sinceramente, o que nunca o faltou foi
conteúdo e personalidade, então o que o “Chameleon”
faz é botar pra fora tudo o que o “João” foi
condicionado a esconder. Você é um exemplo para
muitos, meu amigo, e continue assim sempre!
Alex
!
O Chameleon é um grande amigo pessoal. Tive a
oportunidade de conhecê-lo pessoalmente em meu
bootcamp, mas já conversávamos pela Internet. Ele
mudou minha concepção sobre sedução. Aquela vela
máxima de que é necessário tempo para conseguir closar
caiu aos meus pés quando fui a um night game na Rio
Scenarium e ele isolou a AMOG do grupo em apenas 10
segundos, deixando o caminho livre para que eu pudesse
closar a HB-alvo. Enfim, tenho por você grande apreço,
272
CHAMELEON
não só como PUA mas como amigo! Você me ajudou
em um dos momentos mais difíceis e sei que não estaria
tão bem como estou se não tivesse conversado muito
com você. Posso até dizer que agora é amigo da família
(piada interna, risos).
Um grande abraço de um fã e amigo seu!
Joey-Z
!
Quando digo algo de uma pessoa, procuro pensar
no que aprendi no pouco ou até mesmo único espaço de
tempo em que estive com elas. Chamaleon, apesar do
pouco tempo de convívio, ficou o bastante para que eu
pudesse observar algumas características natas e outras
por desenvolver.
Coragem: quando o vi pela primeira vez, notei sua
coragem em usar peacocks. Não estava nem aí pelo fato de
todo mundo estar olhando.
Determinação: não é o tipo de cara que desiste
quando algo não esta a seu favor. Enquanto todos
ejetavam, ele ainda tinha energia e confiança para
continuar nos sets. Exemplo disso foi sua ex-namorada.
Boa Vontade: mesmo sem nos conhecermos
direito, quis fazer o Bootcamp da PUATraining no Rio e
273
CHAMELEON
ele me deu o maior incentivo. Por eu ser de minas,
ofereceu hospedagem em sua casa.
Agora, fora tudo isso, o que mais me leva a me
identificar com o Chamaleon, é que ele é um ser humano
como qualquer outro e com suas imperfeições. No
entanto, tem o diferencial de querer ser uma pessoa
melhor para viver de uma forma mais realizadora,
correndo atrás dos seus sonhos!
Lince
!
O que eu posso falar do Chameleon!?
MUITA COISA!
Eu poderia escrever um livro falando apenas dele
(risos), mas vou estar muito ocupado lendo o livro que o
próprio escreveu.
Ele é simplesmente o cara que teve a evolução
mais rápida e sólida da qual já tive conhecimento. E
agora vou poder ler, reler e ler novamente os passos
desse grande sedutor e, acima de tudo, grande homem!
Dou o maior valor do mundo aos caras da
comunidade que ousam deixar legados, afinal esse devia
ser o propósito de cada um aqui.
Recomendo a todos que compraram a deixarem
274
CHAMELEON
na cabeceira. Esse não é um livro pra ser lido apenas
uma vez, mas sim um daqueles que deveriam ser
imortalizados, assim como “O Jogo” foi e tantos outros,
a serem escritos por nós mesmos, ainda serão.
Tirei o chapéu para você mais uma vez
Chameleon!
Meus mais sinceros parabéns cara!
JC#1
!
João Abrantes, ou melhor, Chameleon.
!
Minha primeira experiência como wingwoman da
PUATraining foi no Bootcamp o qual o Sr. Cham
participou. Lembro-me até hoje do momento que eu o vi
entrando na sala do curso. Foi o primeiro PUA com a
maior quantidade de peacocks que conheci. Loiro, lentes
azuis, botas de couro, colete e muitas pulseiras. A
intenção de não passar despercebido havia sido
alcançada.
Durante três dias, pude estar em sua companhia
ouvindo suas histórias e dividindo meus conhecimentos
sobre o mundo feminino. Porém, minha amizade com
ele começou a ser consolidada meses depois.
275
CHAMELEON
Com o passar do tempo, o convívio aumentou:
bootcamps, seminários, nights, conversas pelo Facebook...
E hoje, além de wingwoman oficial do tão famoso
Chameleon, sou também sua amiga e confidente.
Cham, você é uma pessoa maravilhosa com
valores definidos e uma vontade de viver indiscutível.
Minha ultima consideração para imortalizar este
depoimento é a frequente expressão que temos utilizado
ultimamente: game on!
Beijos!
!
Nine
!
Um livro pra servir de inspiração, cheio de
ensinamento pra você, jovem aspirante a sedutor.
Recheado de histórias verídicas de superação, adaptação
e improvisação diante da vida moderna.
Foi uma honra a surpresa de ler meu nome meio
aos agradecimentos.
Muito obrigado João, não foi problema algum
ajudar você nessa evolução incrível.
A força é sua, a essência e todo crédito são seus.
Você se tornou um homem melhor porque você quis
276
CHAMELEON
assim!
O PU tem seu mérito, eu e outros que ajudamos
de forma direta ou indireta também mas sem dúvida
alguma, se você, João, não quisesse essa mudança nunca
aconteceria de forma tão rápida e eficiente.
Abraço!
Frezzatti
!
Algumas pessoas entram em nossa vida para
mudar nossa história.
Não conhecia o Chameleon antes de adentrar o
pickup. Na verdade, o conhecia apenas virtualmente.
Pude ler vários relatos no PUABASE a respeito de sua
habilidade em campo e vi como ele era tratado como um
herói pela comunidade pela sua rápida evolução no jogo.
Alguns até o mencionaram como o “Style brasileiro”.
Para mim, era apenas mais um PUA. Foi então que tive a
oportunidade de conhecê-lo pessoalmente, em um
bootcamp que fiz no Rio (foi o primeiro PUA que
conheci). Nessa ocasião me impressionei com o
Chameleon, não somente por sua capacidade como PUA
ou sua brilhante atuação em campo, mas por ter me
ingressado nesse universo, ter me orientado em vários
277
CHAMELEON
momentos e compartilhado lições excepcionais. Mas o
que nele mais me impressionou vai bem além disso:
caráter.
Por fim, posso afirmar que o Chameleon é uma
dessas pessoas mudou minha história e me fez tornar um
homem melhor que aquele que costumava ser. Sou muito
grato por isso.
Capetinha
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CHAMELEON
Agradecimentos
!
São muitas as pessoas que merecem meus mais
sinceros agradecimentos.
Vamos começar por aqueles que provavelmente
nunca terei a oportunidade de agradecer pessoalmente,
muito embora tenham feito toda a diferença em minha
jornada.
Thank you Mystery, Style, David X, Juggler,
BadBoy, Savoy, Ross Jeffries, David DeAngelo, Alan
Roger Currie, Nessahan Alita and Logun.
Agora, um agradecimento especial a um dos
melhores PUAs do mundo e que tive a oportunidade de
conhecer ao vivo.
Thank you Richard La Ruina!
Obrigado aos PUAs nacionais do PUABASE
(ativos ou não) que acompanharam minha jornada e me
ajudaram, presencialmente ou não. Dentre os muitos que
fazem parte desse quadro, gostaria de citar Sinwish,
Doofy, CDutor, Lucasl, Mentor, Igor K, Breno W,
Thiagão, Peter, Alex, Hellraiser, Pacheco, Rivas23, JerolJ,
Molonzera, Alpha, Poeta Love, Vinie, Magaiver, Ashton,
Don Conejo, Fractal, Fon, Lohan, Lougan, J.P.,
279
CHAMELEON
Capetinha, Kenzo, TheHat, Instigante, SharkX, Sartório,
Frezzatti, Lilly Allen, Lince, Uomini, CharmingPrince,
Phantom, JC#1, Dudu e DougX, stylebr, KINGRJ,
Mukeka, Marinho, Zera, Melocro, Repinaldo, Brendha
Sheen, Jéssica Motoko, Nine, CTRL+C e CTRL+V (o
nickname mais original que já vi para PUAS gêmeos
idênticos). Se por ventura esqueci alguém, peço perdão,
pois muito embora minha memória falhe, meu coração
não. Moram aqui dentro.
Obrigado também ao pessoal da PUATraining, ou
seja, Fenix, Phill, Doc, Breno, G.I. Joe, Fábio, Martin,
Christiano, Felipe e muito, muito mais.
Obrigado a todos os ex-alunos do bootcamp, que
após o treinamento viraram grandes amigos e fiéis
companheiros de sarge.
Obrigado ao grupo Sedutores, do Facebook, por
toda a troca de idéias e toda diversão proporcionada.
“Aquilo” sorridente para vocês (entendedores
entenderão).
Obrigado, Bar Bukowski, por todo carinho
proporcionado a cada ida minha.
E, como não poderia deixar de ser...
Obrigado, Baependi!
280
CHAMELEON
Guia de estudos
A vastidão de conteúdo relacionado ao pickup
pode, sem dúvida, criar confusão a respeito de por onde
começar e qual sequencia a ser seguida.
Partindo do pressuposto de que não existe uma
resposta certa para essa questão, gostaria de compartilhar
uma sugestão PESSOAL de sequencia de estudos, já
ciente de que nem todos irão concordar com a minha
visão.
A maioria das publicações de pickup são eBooks e
os mesmos podem ser encontrados Internet afora.
Vamos lá.
!
1. Como Lidar com as Mulheres (Nessahan Alita)
!
O primeiro livro a ser lido de pickup nada tem,
mas é entretanto imprescindível para todo novato que
deseja virar um PUA. Nessahan explica, por meio de
uma linguagem irreverente e até mesmo exagerada, como
funciona a cabeça de uma mulher e porque não podemos
nos apegar a elas da maneira como o fazemos. A leitura
desta publicação os fortalecerá de forma significativa e
281
CHAMELEON
atos como apego excessivo e criação de paixonites
diminuirão drasticamente.
!
2. Mystery Method (Mystery)
!
O MM (Mystery Method) é o mais popular
método de pickup, imortalizado pelo reality show The
Pickup Artist. Didático e de fácil compreensão, o livro
explica o passo-a-passo do processo de sedução; desde a
abordagem do set até o close.
A maior crítica feita a este método é que o
mesmo, por ser sistemático demais, transforma seus
estudantes em robôs sociais presos a openers e rotinas
enlatadas, incapazes de seguirem um jogo natural.
Concordo com a crítica e acrescento que prefiro
enxergar o MM não como um método isolado e
definitivo (embora ele defina a si mesmo dessa forma),
mas sim como uma base para o desenvolvimento de um
método próprio. Encarem o MM como a estrutura de
uma casa e aquilo que você irá desenvolver em cima dele
como os tijolos e as telhas.
!
282
CHAMELEON
3. The Mystery Method Routines Book
(Savoy)
!
Manual de 160 páginas de abridores e rotinas
compiladas. Embora a publicação leve esse nome e boa
parte de seu conteúdo seja da autoria de Mystery, há
também openers e rotinas de outros PUAs consagrados.
!
4. Speed Seduction (Ross Jeffries)
!
Mais importante que saber o que falar é COMO
falar. Speed Seduction é um método que aplica a
linguagem hipnótica à sedução, por meio de uma técnica
vocal adequada e uma série de sugestões embutidas.
Ideal para seduzir mulheres que convivam consigo
em seu dia-a-dia ou com quem já tenham estabelecido
conforto/conexão (ver o Mystery Method).
!
5. Fashion Bible (Brad P), Off The Cuff
(Carlson Kressley) e qualquer Guia de Estilo VIP
!
Talvez a aparência não seja tão importante para a
mulher quanto ela é para o homem, mas isso não
283
CHAMELEON
significa que a mesma não seja crucial. Seu corte de
cabelo e as roupas que você usa definem seu caráter, sua
maturidade e até mesmo que posição ocupa na hierarquia
social.
Se quer virar um sedutor, é altamente
recomendável que adote a aparência de um.
!
6. Juggler Method – Conversational Jijutsu
(Juggler) & How to Become a Pickup Artist
(Juggler)
!
Uma vez absorvido o MM, é hora de adquirir um
método mais natural. Juggler ensina, por meio de
bastante humor, a desenvolver abordagens e rotinas
naturais. Eu, Chameleon, afirmo em verdade que boa
parte de meus closes ocorreram graças aos princípios de
Juggler.
!
7. Double Your Dating (DeAngelo)
!
Uma vez adquirido o humor de Juggler, é hora de
aprender a transformá-lo no que chamamos de Cocky &
284
CHAMELEON
Funny, uma categoria que utiliza a arrogância associada à
comédia em um contexto de sedução.
Recomendo que prestem bastante atenção no
conteúdo deste livro, pois não são poucos os PUAs que
falham em suas sarges por acharem que estavam
aplicando C&F e que na realidade estavam era
“trollando” a HB.
!
8. Mode One (Alan Roger Currie) & David X
(David X)
!
Existem contextos onde o jogo indireto de
Mystery & Cia não é aplicável e onde se faz necessária
uma abordagem mais direta, onde o PUA explicita, sem
dar voltas, suas intenções à HB. Leia Mode One seguido
por David X e terá uma clara noção do que deve ser feito
nessas horas.
!
9. Badboy Lifestyle (Badboy)
!
Badboy é um dos melhores jogadores de
abordagem direta e neste livro ele ensina a adquirir o
estilo de vida de um PUA como ele, além de dar uma
285
CHAMELEON
resumida no conteúdo de Nessahan Alita, o que nunca é
demais rever.
!
10. Seduction Community Sucks (Logun) &
Inner Game Challenge (Logun)
!
Pickup é viciante e quanto mais o praticamos,
mais o queremos praticar. Com isso, passamos a relevar
aspectos importantes de nossa vida, tais como escola,
faculdade, trabalho e afins. Além disso, passamos a viver
uma obsessão por closes e essa obsessão nos leva a uma
constante de fails seguidos por intensa depressão oriunda
do tal “fracasso”.
O primeiro livro de Logun, Seduction Community
Sucks, nos ensina a não cair nessa armadilha e a viver
uma vida normal, onde o pickup, ao invés de
DOMINAR, apenas FAZ PARTE.
O segundo livro, Inner Game Challenge, é um
desafio de sete dias que o ajudará a elevar seu Inner
Game de forma natural e acabar de vez com a AA
(Ansiedade de Aproximação).
Importante dizer que Logun contradiz uma série
de coisas que os demais PUAs preconizam e que o
286
CHAMELEON
autoquestionamento a respeito do que é certo é normal.
No entanto, afirmo que com bastante prática é possível
conciliar a visão de Logun com a dos demais PUAs.
!
11. Magic Bullets (Savoy)
!
Uma vez lido TODO o conteúdo acima,
recomendo finalizar com Magic Bullets, pois este livro
nada mais é que um resumão dos principais
ensinamentos do pickup e excelente para revisar e fixar
tudo que foi aprendido nessa jornada.
!
12. O Jogo Natural da Sedução (Gambler)
!
Agora presente no Brasil, o livro de Richard La
Ruina constitui um completo manual de sedução natural,
com estratégias verbais e não-verbais para sedução em
night game e day game. Vale a pena conferir.
!
13.
!
PUABASE (www.puabase.com)
O PUABASE é riquíssimo em conteúdo, pois seus
membros estão a todo instante contribuindo com seus
287
CHAMELEON
insights e opiniões a respeito dos mais diversos aspectos
do pickup. Sempre que possível, leia e interaja com seus
feeds.
Ah, e saia para sargear com caras familiarizados
com os preceitos do pickup, pois embora seja possível
evoluir estudando os livros e indo sozinho a campo, a
observação e o feedback mútuo presentes nas sarges com
um wingman de confiança contribuem e muito para uma
rápida evolução.
!
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CHAMELEON
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E você, já pensou em fazer um treinamento de pickup/
dinâmicas sociais? Às vezes, o que você gasta em termos
de tempo/dinheiro para aprender de forma autodidata
supera (e muito) o que você gastaria se fizesse um
treinamento com profissionais do ramo.
!
A Universidade Social, primeira “faculdade PUA” do
Brasil, oferece um treinamento completo e de um mês de
duração, que promete transformá-lo de dentro para fora.
São vinte matérias online (previamente gravadas, porém
com suporte à distância dos instrutores) e dois finais de
semana presenciais com uma segunda leva de matérias e
prática em campo (ruas, bares e baladas).
!
Na US, você aprende a arquitetura da mente, a
engenharia social, estilo, culinária, vinhos, liderança,
ciência da atração, gerenciamento de tempo & finanças,
teoria do discurso, interpretação, storytelling (como
contar história), linguagem corporal e, é claro, a seduzir
com eficácia.
!
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CHAMELEON
Ao contrário de muitos treinamentos convencionais de 3
dias, que nada mais fazem do que transformar o aluno
em um “pegador de balada”, que mal consegue reter uma
mulher por mais de duas semanas, a Graduação Social
transforma seus alunos em machos-alfa completos, que
mal precisam se esforçar para atrair a atenção do sexo
feminino. E o melhor: sociáveis, auto-suficientes e
influentes na sociedade em geral. A Universidade Social é
perfeita para aqueles que:
!
• Vivem levando “não” em entrevistas de emprego;
• Não são respeitados pelos colegas de faculdade/
trabalho;
• Não sabem dizer “não” às pessoas;
• Não conseguem chamar a atenção de um grupo;
• São vistos como homens dependentes e não-atraentes;
• Nunca ficam com a mulher que querem (e sim com a
mulher “que sobrou”);
• Não conseguem segurar um relacionamento firme por
mais de um mês;
• Não conseguem sair do estágio de “pegador de
balada”;
• Estão cansados de viver sem dinheiro;
!
Se você faz questão de sucesso, então a Universidade
Social é para você. Acesse www.universidadesocial.net e
dê alô ao seu novo “eu”.
!
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CHAMELEON
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Il nome suo nessun saprà...
E noi dovrem, ahimè, morir, morir!
Dilegua, o notte! Tramontate, stelle!
Tramontate, stelle! All’alba vincerò!
Vincerò! Vincerò!
!
Trecho de Nessun Dorma
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