Gourmet - Argentina
Transcrição
Gourmet - Argentina
Córdoba Índice Cuyo Um mosaico de sabores 4 CAMINHOS DO VINHO • Cultura do vinho Malbec Torrontés 6 7 BOLIVIA Regiões JUJUY PARAGUAI FO Buenos Aires RM SALTA CA TUCUMÁN M SANTIAGO AR DEL CA ESTERO TA LA RIOJA SAN JUAN CHACO S NE O ISI M S E NT R CO BRASIL ENTRE RÍOS CIUDAD DE BUENOS AIRES 1 2 S U R CHILE A T L Á N T I C O NEUQUÉN SANTA CRUZ O C E A N O A R G E N T I N O M A R CHUBUT 3 BUENOS AIRES RÍO NEGRO I. Malvinas (Arg.) TIERRA DEL FUEGO, ANTÁRTIDA E ISLAS DEL ATLÁNTICO SUR Patagônia URUGUAI SAN LUIS LA PAMPA Litoral Norte RIE CÓRDOBA S U R P A C Í F I C O A SANTA FE MENDOZA O C E A N O OS Esta publicação é propriedade do MINISTÉRIO DE TURISMO NA NAÇÃO É proibida sua reprodução total ou parcial APROVADO PELO INSTITUTO GEOGRÁFICO MILITAR LEI 22.963 EXPEDIENTE Nº 08 1291/5 • Regiões vitivinícolas Cuyo Norte Córdoba Patagônia Novos cenários 9 10 14 16 17 18 • Enoexperiência • Destacados para agendar • Dicas úteis GASTRONOMÍA • Regiões turísticas Norte Cuyo Patagônia Córdoba Buenos Aires Litoral • Destacados para agendar • Clássicos argentinos • Glossário gastronómico 20 23 28 30 32 34 36 38 40 42 44 48 54 Colheteiro, Mendoza (1) O QUE SABER ANTES DE VIR 56 ::3:: UM MOSAICO DE SABORES A Argentina com sua vasta e extensa geografia austral, oferece desde o coração da sua fértil terra um grande leque de sabores, graças a sua variedade de climas e ecossistemas. Percorrer seus caminhos é uma viagem cativante, cheia de locais sonhados, onde cada experiência está ligada a um sabor, a uma paisagem e a uma Argentina Gourmet sensação. Influenciados por diferentes culturas, os sabores argentinos são uma fusão única do requintado paladar europeu e a força nativa. Cada canto do país convida a descobrir suas raízes e sabores nativos, receitas típicas e a amálgama de sabores que se misturam com os novos estilos da culinária moderna. Além disso, os caminhos do vinho merecem um capítulo especial, uma experiência sensorial cheia de belíssimas paisagens de vinho. De norte a sul estão os expoentes das melhores cepagens, entre as que se destacam as emblemáticas do país, Malbec e Torrontés. A Argentina representa uma verdadeira aventura gastronômica para desfrutar com percursos de alto nível e descobrir os sabores do vinho e da culinária regional. ::4:: | GOURMET Mirante de vinhas em Séptima, Agrello Mendoza (2) ::5:: Caminhos do vinho Cultura do Vinho: História e Tradição A Argentina tem um importante legado cultural do vinho, que hoje forma parte da sua identidade, como país produtor, consumidor e exportador. O vinho forma parte da mesa dos argentinos e é uma bebida nobre que é apreciada por cada geração. Tupungato, Mendoza (3) Um deleite para os turistas curiosos e amantes do bom beber Na busca de novas experiências e de viagens com valor agregado, o turismo do vinho se apresenta na Argentina como uma alternativa para casar a beleza da paisagem com os vinhos e a gastronomia de cada região. Diferente de outros países vitivinícolas, e devido a sua grande extensão territorial, a Argentina propõe um caminho do vinho não linear, distribuído em belos oásis vitivinícolas que se distribuem de norte a sul, quase paralelos à Cordilheira dos Andes. Desde Salta e Catamarca ao norte, até Neuquén, Rio Negro e Chubut na Patagônia, passando por Córdoba no coração do país e a região cuyana, produtora de vinhos por excelência, com as províncias de Mendoza, San Juan e La Rioja. Cada local merece descobrir o que a terra concede aos caminhos Mais de 400 anos de história garantem a tradição que combina a essência do velho e novo mundo vitivinícola. Estas origens têm suas raízes nos primeiros colonos que arribaram nestas terras, trazendo as videiras, especialmente para providenciar o vinho utilizado nas missas. Durante o século IX o desenvolvimento do vinho tornou-se mais relevante, com a adição de novas variedades européias trazidas pelos imigrantes, concentrados na sua maioria na zona de Cuyo, pelas características do solo e do clima que ajudaram no bom desenvolvimento das videiras. Hoje esta região concentra 90% da produção de vinho, principalmente Mendoza, seguida por San Juan, em termos de volume. Ainda assim, o mapa vitivinícola é distribuído em outras províncias argentinas, todas favoráveis para o desenvolvimento de vinhedos de qualidade graças às excelentes condições do terroir argentino. Além da aptidão do solo semi-árido ou desértico, ótimo para o crescimento das videiras, as boas condições climáticas potenciam a saúde dos vinhedos, com sol suficiente e ventos cálido-secos sem influência marítima; sistema de irrigação controlado com água de desgelo dos Andes, junto com outras características que distinguem às regiões vitivinícolas argentinas, como a amplitude térmica, que pode variar até 20º entre o dia e a noite, e a altitude dos vinhedos, entre os mais altos do mundo. Nestas terras são elaborados vinhos na base de uma ampla variedade de cépages, mas a Argentina possui duas variedades emblemáticas que são porta-voz dos vinhos para o mundo, a Malbec, estrela entre as tintas e a Torrontés, a rainha das brancas. Malbec Variedade emblemática que concedeu fama e renome internacional aos vinhos argentinos. Nativa da região de Cahors na França e trazida à Argentina há anos, encontrou nestas terras o local ideal para se adaptar e desenvolver toda sua força. Hoje é produzida em toda a extensão de vinhedos nas diferentes regiões, embora continue sendo Mendoza – e especialmente a sub-região de Luján de Cuyo – berço destes destacados exemplares. A Malbec dá vida a vinhos de qualidade excepcional que são exportados a diversos mercados, cada um deles segundo sua origem com características que expressam esta cepagem e ao mesmo tempo o caráter singular de cada terroir. Ideal para maridar com carnes assadas, massas e queijos, entre outros, um Malbec jovem e fresco ou de maior complexidade com passagem por barrica é uma excelente opção para explorar novas expressões aromáticas. Torrontés De origem incerta, possivelmente associada à variedade moscatel européia, é uma cepagem branca bem argentina, praticamente considerada como nativa. Pode-se encontrar esta variedade em diversas zonas, mas é no norte onde expressa todo o seu caráter e potencial, especialmente nas províncias de Salta e La Rioja. Com acentuada presença de flores e ervas, é atualmente um vinho fresco e elegante. É uma boa maridagem de comidas temperadas ou da gastronomia regional argentina, como pasteis ou outras elaborações bem características do norte argentino (tamales, humitas, locros) ou da nova culinária novoandina. do vinho. Quem desejar percorrer toda sua extensão deverá prever dias suficiente para desfrutar da viagem por um território tão extenso como fascinante. ::6:: | GOURMET ::7:: BOLIVIA MAPA DAS REGIÕES VITIVINÍCOLAS JUJUY PARAGUAI San Salvador 22 de Jujuy Microdestinos enoturisticos FORMOSA Salta SALTA 1 CHACO TUCUMÁN San Miguel CATAMARCA 21 de Tucumán 2 5 3 4 I. Apipé (Arg.) Posadas Corrientes CORRIENTES La Rioja SANTA FE LA RIOJA SAN JUAN 12 6 7 San Juan Santa Fe Córdoba 7 URUGUAI San Luis 10 SAN LUIS MENDOZA 18 La Plata 9 ite de l lec ho y su bs ue lo ta ex de la Pla de o ite ítim o ay Lím mar gu l ru era -u lat ino nt ge ar CHILE ite ior ter Lím BUENOS AIRES LA PAMPA 16 14 I T S A C R T M N A L T A O N Buenos Aires: A Berisso E I. de los Estados Buenos Aires: Sierra del la Ventana, Tornquist, Médanos 18 19 Com diferenças bem marcadas entre os circuitos, desde as mais artesanais até as mais modernas, a maioria das bodegas atualmente conta com tecnologia de última geração para a obtenção de vinhos de grande qualidade, que segundo as características do terroir destacam o caráter de cada uma das zonas vitivinícolas. Santiago del Estero: Capital 20 APROBADA POR EL INSTITUTO GEOGRAFICO MILITAR SEGÚN LEY 22.963 EXPEDIENTE Nº GG08 0993/5 TIERRA DEL FUEGO, ANTÁRTIDA E ISLAS DEL ATLÁNTICO SUR Ushuaia La Pampa: 25 de Mayo 17 O C Isla Grande de Tierra del Fuego Chubut: El Hoyo – Epuyén I A 15 16 Islas Malvinas (Arg.) Río Gallegos Todos os oásis vitivinícolas encerram uma proposta diferente. Com uma área que se estende cada vez mais em plantações de vinhedos, são 9 as províncias que compõem atualmente o caminho do vinho e propõem paisagens combinadas com vinhos sem igual. Entre todas entrelaçam um caminho singular, cheio de belezas naturais e sabores, desafiando os sentidos para quem se animar a percorrê-lo. Novas áreas potenciais O Rawson SANTA CRUZ Regiões onde pode se desfrutar dos caminhos do vinho Jesús María – Colonia Caroya San Patricio del Chañar – Añelo Alto Valle del Río Negro: R U G R 15 CHUBUT Mendoza Sur: General Roca – Cipolletti N Viedma Chañarmuyo, La Rioja (4) Valle de Uco: Tupungato, Tunuyán, San Carlos 12 13 14 E RÍO NEGRO Mendoza Este: San Rafael – General Alvear I. Trinidad N Neuquén O 13 10 11 17 NEUQUÉN Pedernal Gran Mendoza / Zona Alta Río Mendoza: San Martín, Junín, Rivadavia, Santa Rosa, La Paz Lím l Río Santa Rosa 8 Las Heras, Godoy Gruz, Guaymallén, Maipú, Luján de Cuyo I. Martín García (Arg.) Cidade de BUENOS AIRES 11 Fiambalá – Tinogasta La Rioja Capital – La Costa Chilecito y alrededores Villa Unión – Valle Fértil Cidade de San Juan e arredores: circuito norte, sur, este y oeste 20 ENTRE RÍOS 9 2 3 4 5 6 Paraná CÓRDOBA Mendoza 8 BRASIL Valles Calchaquíes: Santa María, Tolombón, Cafayate, San Carlos, Animaná, Molinos, Cachi, Cachi Adentro, Payogasta MISIONES I. del Cerrito Resistencia Santiago San Fernando del Estero del Valle de Catamarca 19 SANTIAGO DEL ESTERO 1 Formosa Entre Ríos: Colón, Concordia, Nogoyá, Victoria 21 Tucumán: Colalao del Valle 22 Jujuy: Maimará Colheteiro, Mendoza (5) ::8:: | GOURMET ::9:: Região Cuyo LA RIOJA - SAN JUAN -MENDOZA Esta região concentra a maior produção de vinhos na Argentina, com as províncias de Mendoza, San Juan e La Rioja em ordem de importância. Inúmeras bodegas onde o vinhedo nasce de uma terra desértica, cultivada pelo homem com a ajuda de valas, canais e represas que permitem maximizar o seu potencial se abrem ao turismo nesta região. La Rioja: terra de tradições La Rioja combina diferentes sub-regiões onde se elabora o vinho. Os Vales de Famatina até Valle Unión é a principal faixa produtora, com a tecnologia necessária para lograr bons exemplares, e os Vales da Costa revelam uma produção totalmente artesanal. Dois olhares diferentes sobre o vinho nesta província e seu conteúdo enoturístico, desde o industrial até o mais familiar. No departamento de Chilecito funciona uma cooperativa cuja produção representa 60% da produção provincial. Dos 8.000 hectares cultivados com videiras, 40% correspondem à variedade Torrontés Riojano, com a que se elaboram espumantes de características e qualidade notáveis. Outras variedades cultivadas são a Torrontés Sanjuanina e a Moscatel de Alexandria – respeito das brancas – e Malbec, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc e Syrah, entre as tintas. O roteiro das bodegas artesanais que vai desde a capital riojana até Santa Cruz (departamento Castro Barros) propõe descobrir o sabor dos vinhos caseiros, mas também encontramos projetos mais requintados nos novos pólos produtivos como Chañamuyo, localizado a 1720 metros acima do nível do mar entre as serras do norte da província, ao pé da cadeia Paimán. O cenário da cultura Aguada é um ponto de fácil conexão para alongar o percurso até as zonas vitivinícolas de Catamarca, província vizinha. Chañarmuyo, La Rioja (7) Parque Nacional Talampaya, La Rioja (6) ::10:: | GOURMET ::11:: A província, berço do Malbec e oásis para grande diversidade de variedades que se adequaram muito bem, possui cerca de 150.000 hectares cultivados com videiras e mais de 1.200 bodegas, distribuídas em cinco regiões. Todas as paisagens são especialmente aptas para combinar o roteiro pelas vinícolas com o turismo aventura. Neve, rios, montanhas, lagoas, grutas, desertos, reservas de flora e fauna, cidades pitorescas e importantes museus oferecem inúmeras propostas. Mendoza atrai aos seus visitantes por muitas razões. A infra-estrutura da província para o turista enológico é das mais completas, podendo ser organizados desde roteiros regulares até as mais personalizadas viagens sensoriais. Hotéis urbanos de gama média e de luxo, casas rurais, ou os mais românticos hotéis de charme no meio do vinhedo, formam parte das propostas. Os cenários naturais com o deslumbrante marco dos cumes nevados da Cordilheira dos Andes são também destinos especialmente aptos para a aventura em todas suas modalidades. A grande concentração de vinícolas em produção abertas ao turismo permite desfrutar de um passeio verdadeiramente integrador, conhecendo museus, caves, fincas, e casarões antigos, fazendas no meio da montanha, vinícolas de grande porte, de vinhos Premium ou familiares, muitas delas atendidas por seus próprios donos. Parque Provincial Ischigualasto, San Juan (8) San Juan: berço do Syrah San Juan foi historicamente uma província dedicada à produção de vinhos de mesa, mas há dez anos a indústria vitivinícola stá mudando para a elaboração de vinhos finos e de alta gama. São muitas as possibilidades que oferece o solo, o clima e a tecnologia recentemente instalada. Assim hoje encontramos, nos diferentes oásis produtivos bodegas de alta tecnologia, onde são elaborados vinhos de qualidade internacionalmente reconhecida. Destacamse principalmente os vinhos Syrah, muito frutados e expressivos, havendo também muito bons Bonarda, Viognier, Sauvignon Blanc, Pinot Gris, Torrontés Sanjuanino, Tannat e Malbec. Muito perto da capital sanjuanina, abre-se o caminho às encantadoras zonas do vinho: para o norte, para o sul, para o leste e o oeste. Cada bodega amostra sua própria identidade, algumas industriais, outras artesanais, várias com vinhedos orgânicos, alguns novos de charme e outro com muita tradição. Também formam parte dos roteiros do vinho algumas produtoras de champagne, entre elas uma localizada no coração da montanha, particularidade que só compartilha com outras três no mundo. ::12:: Em San Juan se destaca o Museu Santiago Graffigna, da bodega homônima, que relata a história de uma das famílias pioneiras da vitivinicultura argentina e é amostra viva da tradição do passado. A história pode se combinar com outros charmes da província, desfrutar de algum spa do vinho ou explorar os vestígios do tempo pelo caminho dos dinossauros. A magnificência de San Juan também é internacionalmente conhecida pelo Vale da Lua (Parque Nacional Ischigualasto), patrimônio da Humanidade, como Talampaya, parque nacional em sua província irmã de La Rioja. Dois cenários que formam um mesmo patrimônio da humanidade. Mendoza: a oitava capital do vinho Mendoza é a principal província vitivinícola da Argentina e desde julho de 2005 é uma das oito capitais do vinho, segundo a rede internacional Great Wine Capitals, ao nível de outros importantes destinos enoturísticos como Burdeos, Florencia, Cape Town, RiojaBilbao, Christchurch-South Island, Porto, San Francisco-Napa Valley e Mainz-Rheinhessen, onde todo ano se outorgam prêmios às diferentes categorias de estabelecimentos e serviços vinculados com a experiência do vinho. | GOURMET Pela complexidade vitivinícola desta província, suas principais áreas são agrupadas em sub-regiões. A zona do Leste está integrada pelos departamentos de Rivadavia, San Martín, Junín, Santa Rosa e La Paz numa altitude média entre os 600 e 740 metros acima do nível do mar, caracterizada por uma paisagem desértica deslumbrante onde se reúnem bodegas de grande porte. A zona Alta Rio Mendoza, também conhecida como primeira zona pela antiguidade de muitos dos seus vinhedos, valorizada pela grande concentração de seus frutos, está formada pelos renomados departamentos de Maipú, Luján de Cuyo, Guaymallén e Godoy Cruz, localizados muito próximos da capital mendocina, famosa pelas suas valas e parques. Esta região é a mais visitada pelos turistas, não só pela quantidade de vinícolas com wine tours, senão também pelas facilidades vinculadas à gastronomia, hospedagem – entre eles lodges de excelentes propostas – e museus do vinho. Outra das zonas que está prosperando é Valle de Uco, com San Carlos, Tunuyán e Tupungato, uma área com dinâmica própria que experimentou uma forte expansão nos últimos anos, onde a paisagem intensa da Cordilheira emoldura vinícolas com os mais modernos estilos arquitetônicos. A última zona é a Sul, formada por San Rafael e General Alvear, departamentos com história e empreendimentos de todo tipo, muito perto de atrativos naturais de grande valor, especialmente para a aventura, como o Canhão do Atuel e os diques. Cavas do Zonda, San Juan (9) Sala de Tonéis, Mendoza (10) ::13:: Salta (“a linda”) oferece uma grande variedade de belas paisagens, onde se combinam a puna, a floresta, os vales e as quebradas. A região vitivinícola está localizada num local privilegiado por sua vasta riqueza natural e cultural herdada da antiga nação Diaguita-Calchaqui do império Inca. Vinícolas com fazendas, hotéis de charme, pousadas e spa do vinho oferecem um grande leque de possibilidades para se hospedar e relaxar. O calor das pessoas, a autenticidade de sua culinária, os povos antigos e seus artesãos também fazem parte do atrativo turístico nos sendeiros do vinho desta província. Região Norte SALTA - CATAMARCA O turismo enológico no Norte concentra-se principalmente nos Vales Calchaquies, entre a província de Salta e Catamarca, área em franca expansão com uma paisagem única e cultura ideais para percorrer os caminhos do vinho descobrindo interessantes histórias e legados. Estes vales, localizados a uma altura media de 1.700 metros acima do nível do mar, representam a principal zona produtora, especialmente Cafayate como localidade central. No meio das montanhas banhadas de cores, pequenos oásis vitivinícolas dão origem a vinhos intensos, briosos e de grande caráter, únicos no seu estilo. Catamarca: os povos brancos e o vinho Em Catamarca há cerca de 2.200 hectares plantados com vinhedos, dos quais apenas um quarto corresponde a variedades finas para vinificar; o resto são uvas de mesa para a elaboração de uvaspassas. A uma altura entre 1.200 e 1.750 metros sobre o nível do mar se desenvolvem cultivos pequenos, especialmente das variedades Cabernet Sauvignon, Syrah, Malbec e Bonarda. As vinícolas também são pequenas, mas equipadas de tecnologia para elaborar vinhos de alta qualidade. Os vinhos da zona são carnudos, frutados e com muito corpo. Salta: legado cultural e vinhos de altura A videira chegou a Salta no século XVIII, como na maioria dos casos na região da mão dos jesuítas. Nos Vales Calchaquies e particularmente Cafayate, concentra-se 90% das videiras que totalizam cerca de 3.200 hectares. O resto está distribuído entre Cachi, Molinos e San Carlos. As videiras destes vales são chamadas “de altura”, atingindo 2.400 e 3000 m., num local que deslumbra por sua majestosa localização. As chuvas escassas, a extraordinária luminosidade e a grande amplitude térmica permitem obter frutos concentrados e vinhos robustos, de grande personalidade. Salta é uma das províncias com maior tradição vitivinícola, de fato, várias de suas vinícolas datam de começos do século XIX. Grandes estabelecimentos de mais de 10 milhões de litros de capacidade se alternam com outros muito pequenos e familiares. Nos últimos anos, as vinícolas têm se equipado com tecnologia de ponta, elaborando hoje vinhos de altíssima qualidade. A uva Torrontés é a mais arraigada. Os vinhos Torrontés de Salta têm grande reconhecimento internacional, entre outras cepagens como Malbec, Cabernet, Tannat, Syrah, Tempranillo e Charodonnay. A gastronomia de Salta é outro dos seus grandes testemunhos, com pratos contundentes regionais a partir de receitas ancestrais que casam perfeitamente com os vinhos da região. ::14:: Assim como as vizinhas províncias de Salta e La Rioja, Catamarca possui um relevo montanhoso, com antigos e deslumbrantes vu l cõ e s e vales que concentram povoados e culturas. O vale de Fiambalá, localizado no oeste a 300 km. da cidade capital, é o principal produtor de videiras. O outro oásis produtor fica no leste e pertence aos Vales Calchaquies, com Santa Maria como referência. As vinícolas, em geral estão orientadas para a elaboração de vinhos finos e muitos dos seus processos são artesanais. O clima, quase desértico, é um grande aliado para a produção de frutos concentrados e sadios, naturalmente ecológicos, um oásis ideal para as videiras e outras culturas como as oliveiras. Cafayate, Salta (11) | GOURMET O roteiro pelos vinhedos é acompanhado pela deslumbrante beleza da paisagem e a autenticidade de suas produções artesanais, entre povos brancos e igrejas construídas de adobe. Entre Tinogasta e Fiambalá, no meio do vale vitivinícola catamarqueño e ao longo de 50 km pode se percorrer o caminho temático do “adobe”, corredor turístico e cultural que resgata relíquias arquitetônicas Cafayate, Salta (12) Catamarca (13) construídas neste material entre os séculos XV e XVIII. Ruínas précolombianas, casas familiares, igrejas, oratórios e até pinturas cuzqueñas que se misturam neste particular caminho. O valor agregado dos seus sabores nativos se junta a um importante legado cultural numa terra rica em arqueologia, com antigos assentamentos de povos nativos. ::15:: Região Patagônia Região Centro NEUQUEN - RIO NEGRO CÓRDOBA Córdoba: as videiras no coração do país A região mais austral da Argentina e do continente não está isenta do cultivo de videiras. Pelo contrário, aparece como uma das zonas mais prometedoras para a elaboração de vinhos de alta gama, especialmente a variedade Pinot Noir e Merlot, em oásis produtivos que se concentram no paralelo 39º Sul (Neuquén e Rio Negro). Localizada no centro do país, Córdoba é uma região multifacetada, tanto no turismo como na produção. A gastronomia tem um papel importante, com diferentes roteiros identificados para descobrir seus produtos típicos. Em matéria de vinhos, a produção se concentra no departamento de Colón e essencialmente na localidade de Colônia Caroya, apenas a 48 km. da cidade de Córdoba. Degustação (16) Neuquén: Sucesso desde a primeira geração Assim como em outras províncias, o vinho chegou da mão dos jesuítas. No começo do século XVII, já existiam na região cerca de 20.000 videiras na fazenda de Jesús Maria, próxima a Colônia Caroya, que também era originalmente uma fazenda jesuítica. No século XIX chegou a segunda corrente migratória proveniente do Friuli, Itália, que trouxe o costume de elaborar seus vinhos de forma artesanal. Assim começou a produção de vinhos regionais, elaborados com uvas não tradicionais, como a famosa uva negra vitis labrusca, logrando vinhos que representam a identidade e patrimônio local. Os vinhos se combinam com uma amplia oferta de frios e charcutaria que tornaram famosa a esta antiga colônia de imigrantes italianos. É uma das regiões vitivinícolas mais novas do país, mas também uma das de maior potencial. As características do solo e clima são bastante diferentes às das outras áreas produtoras, começando pela altitude, que não ultrapassa os 300 metros acima do nível do mar. A baixa umidade, a qualidade dos solos e uma amplitude térmica de mais de 20ºC se juntam para produzir frutos com boa concentração e excelentes características organolépticas. Os vinhos resultantes, em geral das variedades Merlot, Pinot Noir, Malbec, Cabernet Sauvignon, Chardonnay e Sauvignon Blanc, têm muito boa qualidade, com notável acidez e excelente cor, aptos para uma longa guarda em garrafas. Fóssil dinossauro (17) Esta nova região do vinho está centrada nas localidades de San Patrício del Chañar e Añelo, a 70 km. da cidade capital. As vinícolas que compõem este caminho turístico são modernas, com desenhos de vanguarda e equipadas com tecnologia de última geração. Fazenda Jesuítica Colonia Caroya, Córdoba (14) ::16:: Vinhedo, Colonia Caroya, Córdoba (15) | GOURMET Como todas as províncias da Patagônia, Neuquén possui inúmeros atrativos turísticos. O pólo vitivinícola está rodeado de jazidas pré-históricas, onde abundam fosseis de dinossauros. Assim o roteiro das vinícolas é conhecido como o sendeiro dos “vinhos e os sáurios”. As vinícolas têm formado aqui um verdadeiro centro turístico, com restaurantes de primeiro nível e mais recentemente hospedagem e spa nas vinhas. Restaurante em Colonia Caroya, Córdoba (18) ::17:: Horizontes, Neuquén (19) Río Negro: um caminho cheio de sabores A produção vitivinícola se concentra no Alto Vale do Rio Negro, um dos mais ricos da Argentina, famoso pela sua produção de frutas e hortaliças, pêras e maçãs, principalmente. A grande pureza ambiental é uma das características da zona, assim como a grande amplitude térmica entre o dia e a noite, que favorece a concentração dos frutos como a uva. Respeito do turismo, a zona está em franco crescimento. O roteiro das vinícolas pode se combinar com a visita a estabelecimentos frutícolas. Pinot Noir e o Sauvignon Blanc são excelentes. Também se elaboram bons Malbec, Syrah e Chardonnay. Neste momento a vinícola pioneira não está aberta ao turismo, embora conduza um novo futuro para a região. Na província de Chubut fica um pequeno vale produtor no paralelo 42º, localizado em El Hoyo de Epuyén. Seus vinhedos, considerados os mais austrais do mundo, fazem parte de um projeto turístico promovido por um empresário da vitivinicultura mendocina que possui uma vinícola e um complexo de cabanas em construção para hospedar turistas neste local ideal para a pesca. NOVOS CENÁRIOS Ao longo dos anos, o mapa vitivinícola tem se expandido na Argentina, desde as regiões mais tradicionais, berços do vinho que elaboram excelentes exemplares, até novas áreas emergentes, que levaram a cabo diferentes projetos para cultivar uvas e obter vinhos em locais antes inimagináveis. La Pampa, na localidade de 25 de Mayo, é um dos exemplos, com projetos ao sul da província que com sucesso assumiram a missão de elaborar vinho nestas terras desérticas. Os vinhos oferecem características únicas e uma qualidade excelente. O ::18:: Outras áreas do país, como o sul da província de Buenos Aires, nas proximidades de Sierra de la Ventana, Tornquist e Médanos, têm outros empreendimentos promovidos pelo vinho, ainda não turísticos, mas com o objetivo de transformar essas terras em novos pólos produtores de uva. Acontece o mesmo na zona costeira de Berisso, que tenta recuperar o espírito passado dos imigrantes que produziam o vinho pateiro. Também há pequenas áreas de cultivo em Tucumán, no caminho dos Vales Calchaquies (entre Santa Maria e Calafate) ou em Jujuy, na localidade de Maimará, de frente para o impressionante cenário da Quebrada de Humahuaca. Cava, Neuquén (20) | GOURMET ::19:: Enoexperiência: mais do que um roteiro pelas vinícolas O turismo do vinho na Argentina mantém um crescimento sustido desde os últimos anos, registrando na atualidade mais de 180 vinícolas abertas ao turismo e uma agenda lotada de atividades e serviços pensados especialmente para cada tipo de visitante e ocasião. As propostas variam desde os pequenos empreendimentos familiares, alguns deles com longa trajetória de tradição, até os modernos e requintados projetos ou os grandes investimentos de capitais estrangeiros que foram atraídos por um local ideal para a cultura da uva, apresentando um leque de opções exclusivas. Neste cenário o turismo do vinho é muito mais do que um roteiro de vinícolas, combinando em cada percurso e em cada estação do ano uma amalgama de experiências sensoriais. Tanto o viajante experimentado como aquele que se inicia no mundo do vinho pode desfrutar da infinidade de propostas nos caminhos do vinho. Idéias para planejar um roteiro pelas vinícolas: • Programas participativos: colheita e poda e até elaboração do próprio vinho. • Máster classes de culinária tradicional ou gourmet, especialmente vinculada à gastronomia regional. • Cursos de catas e degustação de vinhos argentinos. • Roteiros por outros circuitos produtores complementares, como o olivotur, a visita a estabelecimentos que elaboram queijos de cabra ou percursos por zonas de cultivos secados ao sol, como uvas-passas, tomates ou pimentões segundo a região que é visitada. • Percursos pela vinha a pé, a cavalo, de charrete, de balão ou de bicicleta. • Programas culturais ao longo do ano, como os ciclos de Música Clássica nos Sendeiros do Vinho (Mendoza, Semana Santa) e a ::20:: Wine tour, Mendoza (21) exibição de obras temporais (pinturas, esculturas, fotografias) nas caves ou nos espaços preparados para ligar a arte com o vinho. • Interessantes museus temáticos, alguns orientados especialmente à história vitivinícola e outros afins às artes. • Programas para combinar o roteiro pelos caminhos do vinho com o golfe, a pesca, o pólo, o turismo de aventura e o turismo cultural, descobrindo a história, a cultura e a vastidão da natureza em cada paisagem onde nasce a uva. • Vinhos e astronomia, maridagem noturna. Possibilidade de observar as estrelas desde a vinha, de compreender as constelações do Hemisfério Sul e a relação dos astros com a safra, especialmente no caso das vinícolas biodinâmicas. • Modernas instalações com spa do vinho, onde podem ser feitos tratamentos de vinhoterapia, com produtos derivados da uva (pele e sementes), com os que são feitos cremes, banhos de imersão em tanques de vinho ou se aplicam terapias relaxantes de massagens com as propriedades anti-oxidantes da uva. • Hotéis de charme na vinha, de diversos estilos arquitetônicos, rodeados pela magia da paisagem rural, mas com todo o conforto Cavalgada, Mendoza (22) | GOURMET ::21:: Destaques para agendar Vinhoterapia Restaurante, Valle de Uco, Mendoza (23) Mesmo sendo suas origens antigas, a vinhoterapia é uma nova técnica que começou a ser implementada pelos franceses em Bordeaux. Hoje Salta, Mendoza e Neuquén propõem hotéis de charme e lodges com spa do vinho, uma nova alternativa para o roteiro enoturístico. Imersão em tanques de Malbec ou Torrontés, desfrutar de massagens relaxantes com sementes ou fazer tratamentos de rejuvenescimento a base de cremes feitos com a polpa e a pele, ricos em polifenoles, propriedades antioxidantes da uva, é uma experiência que garante um momento de prazer e bem-estar. Bicicletas em vinhedos, Mendoza (24) • Wine bars e restaurantes nas vinícolas que permitem desfrutar da gastronomia e dos vinhos argentinos num espaço aconchegante, visando às propostas mais tradicionais como o churrasco crioulo e as empanadas, e alternativas da culinária gourmet. • Wine shops ou lojas especializadas para comprar vinhos e acessórios de lembrança no roteiro das vinícolas. • Campeonatos e torneios na vinha, como o Rally das Bodegas com carros clássicos, a Maratona das Bodegas ou o Torneio de Pólo das Bodegas. Pólo, Mendoza (25) • Festividades locais que apreciam e veneram a cultura das videiras, entre as que há diversas manifestações pagãs com danças tradicionais, música e gastronomia. A máxima expressão destes festivais é a tradicional Festa Nacional da Vendimia. Cafayate, Salta (28) Ao charme da vinha se acrescenta a rica arquitetura em adegas, que também inclui estilos muito particulares: mansões coloniais, construções antigas em adobe ou modernos empreendimentos com desenhos inovadores. Este percurso integra todos os aspetos da cultura do vinho, desde os cantos mais segredos nos roteiros mais artesanais até as experiências de luxo nos projetos mais requintados. Cafayate, Salta (29) Turistas colhendo (26) ::22:: | GOURMET Vinhedos, Mendoza (27) ::23:: Festa Nacional da Vendima Acontecimento considerado único no seu gênero é a festa nacional de maior relevância na Argentina. Cada ano, o primeiro final de semana de março Mendoza convoca milhares de turistas que compartilham com os habitantes da cidade uma festa de dimensões magistrais. Mais de 1.200 artistas em cena no anfiteatro natural Fray Romero Day e cerca de 50.000 espectadores presenciam o show artístico como tributo à safra. Há festividades locais que começam nos diferentes distritos quase um mês antes, durante três intensas jornadas se celebram desfiles, homenagens à Virgem da Carrodilla, padroeira dos vinhedos e a eleição da Rainha da Vendimia. Música Clássica nos Caminhos do Vinho Rainha da vendimia, Mendoza (31) Este festival de renome internacional com mais de 10 anos de vida Consolidou-se nos caminhos do vinho de Mendoza. Todos os ano na celebração da Semana Santa mendocinos e visitantes podem desfrutar da música clássica entre maravilhosas paisagens e muito bom vinho. Durante esses dias renomados artistas convidados de vários países junto a outros locais adicionam valor aos clássicos percursos turísticos, locais patrimoniais, vinícolas, praças e capelas que são o cenário destes espetáculos onde juntam-se a arte, o vinho e a natureza. Orquestra em bodega, Mendoza (30) ::24:: Violinista, Mendoza (32) | GOURMET Vinhedos, Mendoza (33) ::25:: Programas de Tango e Vinho A expressão da arte Os festivais animam os caminhos e projetam ao longo do ano interessantes propostas para desfrutar além dos prazeres do vinho. Outro evento que começa a se instalar é a união dos dois ícones da identidade argentina: o tango e o vinho. Este festival, promovido por Mendoza reúne durante duas semanas do mês de setembro uma série de espetáculos deste gênero musical nas diferentes vinícolas da província. Associar a arte com o vinho não é casual. Muitas das vinícolas dos caminhos do vinho colecionam peças de altíssimo valor que os visitantes podem ver nas suas caves, salas de cata ou mesmo entre as videiras, quando se trata de esculturas ou peças. No Vale de Uco, Mendoza, o Complexo Cultural Kilka na bodega Salentein, reúne uma importante amostra de arte contemporânea; e ao norte, na província de Salta, a bodega Colomé possui um original museu de arte em altura da mão de James Turrel, uma impressionante obra que une luz e espaço na sua própria estrutura, além de outras peças do proprietário, Hess Art Collection. Festa da Vendima Comunitária de Cafayate Tango (34) Salta é cenário do vinho e cada mês de março milhares de pessoas são esperadas entre moradores e turistas que participam ativamente na safra da finca Las Nubes, uma experiência direta com as videiras. A cultura do vinho mistura-se com o sabor dos pratos regionais e a música folclórica, própria dos Vales Calchaquies, numa jornada inesquecível em que pessoas de todas as idades coletam a uva cuidadosamente e participam do inicio do processo que da vida cada ano a novos vinhos. O Rally das Bodegas Rally das Bodegas, Mendoza (35) Tornou-se um evento único no seu tipo, cada mês de março, como parte das atividades da vendima, esta competência põe a prova carros Clássicos e Sport no entorno deslumbrante da Cordilheira dos Andes e um percurso exclusivo pelas videiras e vinícolas de Mendoza. O circuito é uma grande demanda esportiva para só 100 duplas e o prêmio mais competitivo da Argentina para carros clássicos: a Tríplice Coroa, que é definida pelo Rally da Montanha (Córdoba), as 1000 Milhas Sport (Bariloche) e o Rally das Bodegas (Mendoza). Esculturas, Mendoza (38) A história do vinho São várias as vinícolas que possuem um grande patrimônio histórico nos seus casarões e revelam a história ao longo dos anos. Porém algumas contam com verdadeiros museus do vinho, locais que merecem a visita para conhecer em profundeza um passado de esplendor, locais onde os pioneiros do vinho trabalharam uma terra afortunada para a elaboração desta nobre bebida. Alguns exemplos são: Museu Santiago Graffigna, na província de San Juan; o Museu do Vinho de Cafayate em Salta; a Enoteca, em Mendoza; Museu Nacional do Vinho e a Vendima, Casa Giol, no departamento de Maipú; e o Museu do Vinho na bodega La Rural. Vinho e arte (39) Rota 40 Quebrada das Flechas, Salta (36) ::26:: Esta fantástica rota, em parte pavimentada e em outras de cascalho, ou estradas revestidas que vai do norte ao sul ao longo da Cordilheira dos Andes, nos seus mais de 5000 km. propõe infinidade de atrativos e paisagens contrastantes. Especialmente na região do Norte e de Cuyo a rota 40 e o eixo transversal para visitar boa parte das zonas produtoras de videiras, um roteiro temático para combinar o vinho com a aventura, afastar-se do caminho, enxergar panoramas maravilhosos e descobrir na montanha povos únicos. | GOURMET Sala de tonéis, Mendoza (37) Sala de arte em bodega (40) ::27:: (41) Dicas Úteis Temporada Embora a época de vendima se concentre nos meses de verão e começos do outono no Hemisfério Sul, principalmente de fevereiro a abril, dependendo do clima e variedade que marca a safra em cada região, o ano todo é recomendável para visitar as bodegas. Descobrir os tempos do vinho em seus processos de elaboração e o esplendor das videiras com as diferentes paisagens segundo a estação do ano. Enxergar as videiras nevadas, as cores amareladas do outono, os primeiros brotos da videira na primavera ou a uva madurando com o sol do verão são experiências únicas que vale a pena desfrutar. Os caminhos Embora em geral as rodovias estejam em bom estado é conveniente se informar previamente sobre o estado dos caminhos, as distâncias e as condições climáticas. O sol brilha quase o ano todo nesta terra do vinho, mas para acessar às vinícolas convém se informar. As distâncias A diferença de outros países vitivinícolas e devido a sua grande extensão territorial (mais de 2.000 km. de norte a sul) a Argentina propõe um caminho do vinho não linear, distribuído em bonitos oásis ou vales produtores. Alguns roteiros vizinhos são de fácil acesso terrestre, como as propostas de destinos menores, mas outras distâncias podem ser consideráveis, por isso é recomendado prever suficientes dias para desfrutar da experiência do vinho em mais de uma região. Visita a vinícolas É aconselhável realizar reservas prévias nas visitas às vinícolas para se garantir a melhor recepção, com o pessoal idôneo e na língua desejada. Especialmente para visitar alguns estabelecimentos que, pelas suas características preferem fazer tours personalizados ou em grupos reduzidos. Acessórios O clima é geralmente seco, cálido e muito ensolarado, por isso recomendamos levar sempre óculos para sol. Também é aconselhável levar calçado confortável para visitar as zonas produtivas, protetor solar e chapéu. No verão roupa leve e fresca, no inverno um bom agasalho, mesmo que as temperaturas invernais diurnas possam ser agradáveis sob o sol. Sala de tonéis, Valle de Uco, Mendoza (42) ::28:: | GOURMET ::29:: Gastronomía Gastronomía, “Master of food Wine” (43) A revalorização da culinária A Argentina hoje constrói um grande mosaico culinário para descobrir e apreciar no marco de um profundo processo de revalorização de suas culinárias. Os sabores argentinos são um símbolo e um reflexo de sua história. Ao longo do país os habitantes de cada região sintetizaram em apetitosos pratos regionais parte da sua cultura e o que foi brindado pela natureza. À reconhecida carne argentina, as empanadas, a erva-mate e o doce de leite acrescentam-se valiosos ingredientes e matérias primas de todas as regiões, propostas únicas para que o turista gourmet encontre uma interessante riqueza culinária em cada destino. Costumes argentinos, como a tradição de compartilhar a mesa em família, as reuniões com os amigos, os rituais para fazer um bom chimarrão ou preparar o melhor churrasco, as massas caseiras do domingo ou os nhoques de 29 de cada mês são exemplos cotidianos que amostram a simplicidade com a qual o argentino desfruta dos alimentos e demonstra os seus afetos. A culinária representa, neste sentido, um alto grau de socialização e motivo de união. Ademais, a oferta culinária argentina está entre as melhores do mundo, com uma grande variedade de estilos, preços e sabores, desde restaurantes rústicos, bares, pizzarias, churrascarias ou cantinas até os restaurantes de altíssima qualidade gastronômica. Gastronomía, “Master of food Wine” (44) ::30:: | GOURMET ::31:: O descobrimento das regiões argentinas As empanadas, mesmo consumidos no país todo, são especialmente saborosas no norte, e para muitos as melhores. Os sabores mais típicos são de carne e milho, com diferentes variantes de pimentas ou segredos que conserva cada província (os salteños de carne com batata, os tucumanos recheados com carne cortada a faca, bem suculenta temperada com limão). Estes pastéis de massa salgada fechados de maneira artesanal (repulgue), fritos ou ao forno, são uma delicia para comer com a mão, numa boa mesa ou em qualquer lanchonete de passo. Enquanto muitos usos e costumes estendem- se ao longo do país e são comuns à identidade argentina, há preparações associadas aos produtos naturais da terra, amostrando cada região suas características próprias e resultando em pratos com um selo que os distingue. Conhecer esta variedade de sabores que se expande de norte a sul e de leste a oeste é uma oportunidade sem par para mergulhar no patrimônio gastronômico dos argentinos e entrar em contato através da culinária com seu povo. Região Norte Tamales (45) JUJUY - SALTA - CATAMARCA TUCUMAN - SANTIAGO DEL ESTERO Segredos ancestrais Uma das áreas mais influenciadas pelas culturas indígenas, amostra nas suas comidas um legado estreitamente vinculado com a tradição andino-incaica que compartilha com outros países do Pacífico. A batata e o milho estão quase sempre presentes nas suas preparações, assim como a quinoa (um cereal próprio da culinária incaica), os pimentões, as abóboras e tomates. Os pratos estrelas são a humita e o tamal, duas preparações com as quais se recheiam a palha do milho com um preparado feito a base de milho e temperos ou com carne. Também é elaborada uma grande variedade de doces ou compotas caseiras de marmelo, batata-doce e abóbora, produtos muito gostosos que deram origem a uma sobremesa muito difundida chamada “vigilante” (Romeu e Julieta) combinando uma fatia de queijo (macio ou semi-duro) com algum destes doces ou com frutas em calda ou doces de consistência forte. Pimentões ao sol (46) Cada local possui seu charme e atrativo próprio que se mistura com sabores e aromas provenientes da gastronomia, fruto da sua cultura, uma raiz comum entre todas as províncias desta região. As comidas típicas do norte argentino estão preparadas com receitas que passaram de geração em geração, desde a época é que só podiam se utilizar elementos locais e os que podiam se conseguir graças à permuta com outros habitantes de áreas próximas. Cuaresmillos (47) ::32:: Vários pratos da culinária regional do norte compartilham certo sabor picante, pelas especiarias que se usam, especialmente o pimentão picante, que é combinado com o milho tenro ou o charque de carne (boi, cordeiro ou porco) sem gordura e secado ao sol. Os ensopados como o locro, a carbonada e os cozidos, também são pratos próprios desta geografia, assim como os escondidinhos de batata, abóbora e carne. | GOURMET Os queijos artesanais de cabra elaborados com antigas receitas e o tradicional queijinho são outros luxos para o paladar. Visitar estabelecimentos de queijos regionais é outra opção que pode ser encontrada nos diferentes vales do norte argentino, para provar uma variedade de iguarias e conhecer o processo de elaboração artesanal. Nos roteiros pelo norte é habitual secar naturalmente os pimentões vermelhos, tomates e fumo, cobrindo as ladeiras das montanhas com cores muito intensas. Outros produtos que se encontram facilmente na zona são as carnes selvagens, como a de lhama, usada em pratos locais. Entre as bebidas típicas temos o chá de folhas de coca, amplamente usada para evitar o desconforto que às vezes produz a altura (muitos destes vales estão a mais de 1.600 m. de altura e alguns povos do norte de Salta, superam os 4.000m.), a chicha, Purmamarca, Jujuy (48) ::33:: bebida alcoólica a base de farinha de milho e água que fica fermentando em panelas de barro e depois fervida, e a aloja que se obtém da fermentação das vagens da algarroba, entre outros licores regionais. Esta mistura de produtos e une num programa especial que difunde os pequenos roteiros na zona, “sabores com prazer a norte”, uma redescoberta dos segredos melhor guardados destas províncias. O programa permite conhecer os estabelecimentos produtores, seus vales férteis, suas armazéns de campo ou restaurantes dos estilos mais variados, suas barraquinhas de artesanato em feiras ou mercados e suas festas ou celebrações populares, onde é possível experimentar muitos destes produtos típicos, se aproximando à cultura destes povos na sua forma mais tradicional ou através de um novo movimento da culinária “novoandina”, que revaloriza os produtos locais com modernas técnicas da gastronomia moderna. Região Cuyo LA RIOJA - SAN JUAN - MENDOZA - SAN LUIS Sabores cuyanos A região de Cuyo tem uma riqueza tão grande quanto a sua beleza, as carnes, os frutos, as hortaliças, os legumes e os bons vinhos. Cada província amostra suas características com pratos representativos. Uvas, azeitonas, maçãs, pêssegos, pêras, ameixas, cerejas, melancias, melões e abóboras; nozes, amêndoas e castanhas se transformam nos doces regionais, frutas secas, conservas e doces. Os alfajores, os xaropes de uva e para acompanhar o chimarrão as tradicionais tortinhas mendocinas, excelente proposta para o café da manhã ou o lanche. Em todo restaurante ou pousada não faltará no cardápio a empanada crioulo, o locro de trigo (à base de milho), a humita em chala, os pata de vaca e o tomaticán (à base de ovos e tomate). Nas áreas de montanha e deserto o cabrito assado ou pratos derivados do cabrito como a chanfaina são excelentes, especialmente quando acrescentados nas braças galhinhos de larrea nítida arbusto selvagem das zonas cuyanas que aromatiza estes manjares. Há muito boas ervas aromáticas de origem cuyano com as que se elaboram bebidas e temperos. Além dos grandes vinhos, nesta região são produzidas boas sidras ou sucos de frutas frescos e saborosos, especialmente de uva. O churrasco com couro, outras carnes ao disco de arado ou forno de lenha, a mazamorra e os queijinhos de cabra são alimentos típicos que encontramos pela região e para quem procurar pratos mais exóticos, o charque é outra opção como no norte, uma especialidade a base de carne de guanaco. Quase todos os menus integram as matérias primas da área com o sabor do campo e caseiro, seja culinária artesanal ou elaborada pelos chefs que criam interessantes propostas contemporâneas em restaurantes de charme. Relax em bodegas (50) Gastronomía (49) ::34:: | GOURMET ::35:: Região Patagônia LA PAMPA - NEUQUÉN - RÍO NEGRO CHUBUT - SANTA CRUZ - TIERRA DEL FUEGO Banquetes do sul argentino A Patagônia possui, além de belezas naturais e imensidão impressionante, uma indiscutida qualidade de produtos naturais, base da cozinha gourmet. A atmosfera da Patagônia recria a paisagem da montanha, os gelos continentais, a estepe desértica, os vastos campos e uma extensa geografia costeira, fazendas rurais ou pitorescas cabanas de troncos que conservam o espírito de suas origens, desde os povos indígenas do sul até os imigrantes europeus que trouxeram com eles suas tradições. Na Patagônia tudo está no seu estado puro e de máxima tranqüilidade, perfeito para desfrutar uma gostosa tábua de defumados com queijos e acompanhar o momento com uma taça de vinho dessas latitudes ou com uma grande variedade de cervejas caseiras, totalmente artesanais. A variedade da fauna e flora local garante uma culinária única: da cordilheira, de suas costas marinhas ou da zona central. O cordeiro patagônico, uma delícia reconhecida atualmente no mundo, é uma das comidas mais representativas da região. Na montanha, os pratos elaborados usam muito a truta fresca, o salmão rosado e as carnes selvagens, como o veado ou porco selvagem. Estas carnes também podem ser defumadas obtendo um intenso sabor. Por outro lado tem uma forte influência da culinária européia, especialmente alemã, austríaca, suíça, inglesa ou galesa (esta última muito enraizada em Trevelin e Gaiman, dois povoados que mantêm intacto o idioma, a culinária e outros costumes): chucrute, raclette, fondue, chás e bolo gaulês, ensopados, sopas e licores. De origem mapuche temos o curanto (que significa pedra quente), como técnica de cozimento de carnes de todo tipo, hortaliças e vegetais, que dados os fortes ventos do sul, aproveita a temperatura gerada por pedras que são aquecidas numa fogueira até chegar a vermelho vivo e se colocam dentro de um buraco na terra (de 15 ou 20 cm.). Sobre as pedras se colocacoloca-se maqui ou nalca ::36:: e sobre estas todos os ingredientes, outra camada de folhas e panos úmidos para conservar o calor. Finalmente, cobre se tudo com terra e cozinha-se lentamente, até ver fumaça saindo do solo como se fosse uma panela de pressão. Na costa e especialmente no extremo sul, possui uma riqueza marinha diversa que abre outra porta para o descobrimento dos sabores patagônicos. A centolha fueguina ou o merlúcio preto são duas iguarias muito demandadas nesta região. Um capítulo à parte merece a bombonaria artesanal e os chocolates; entre os quais se destacam as cerejas ao licor banhadas em chocolate e os frutos do bosque em sopa de chocolate. Está aqui novamente a presença européia pelas boas técnicas para produzir excelentes chocolates, com uma das suas variedades típicas, ramas de chocolate. Em muitos locais é possível ver a elaboração de chocolate artesanal ao vivo e tomar uma bebida quente com uma seleção de chocolates, bolos ou sobremesas afamadas da pastelaria. Entre os doces, se elaboram muitas variedades usando a excelência da fruta, com uma grande diversidade especialmente em frutos vermelhos e pretos que crescem nesta região. Acrescentam-se alguns frutos autóctones, como a rosa mosqueta (Rosa Eglanteria), um arbusto silvestre da família das rosáceas. Os doces de sabugueiro, groselha, morango, cassis ou framboesa, são todos muito recomendados. O sul argentino oferece a oportunidade de combinar produtos únicos na alta gastronomia ou no sabor caseiro, dando sempre como resultado iguarias inesquecíveis. Pesca em Bariloche, Rio Negro (51) | GOURMET Café da manhã em Bariloche, Río Negro (52) ::37:: A estrada da charcutaria e os queijos. Região Centro CÓRDOBA Este roteiro oferece duas alternativas diferentes, para o norte e para o sul da capital cordobesa. Pelo norte, para os domínios de Jesus Maria e Colônia Caroya, um caminho de importância cultural pelo legado das Missões Jesuíticas na província, aporta na primeira das localidades as melhores carnes e miúdos grelhados. Em Colônia Caroya, além da produção de vinho característica da região, se elabora ao estilo friulano o excelente salame caroyense e resgata os aromas das Serras Chicas para a produção de mel. Esta estrada tem algumas festas nacionais como a de Sagra da Uva e a de Frutihorticultura. A terra dos embutidos e o fernet No centro do país está a província de Córdoba, onde a gastronomia desempenha um papel importante, especialmente na elaboração de alimentos e bebidas regionais como queijos e charcutaria, doces e conservas, cerveja e vinho. A gastronomia cordobesa se caracteriza e diferencia das gastronomias do resto da América pelos grandes aportes europeus. Os chamados sonhos (Krapfen) têm origem alemã e os croissants, têm origem austríaca. Outro costume da zona são os tira-gostos na hora do almoço, tardinha ou jantar, que oferecem requeijão cremoso e roquefort, salame, azeitonas em salmoura, pedacinhos de pizza, bife à milanesa, batatas fritas, amendoim e os ingrediente que cada cozinheiro quiser incluir. Entre as infusões típicas que se bebem a toda hora como em grande parte da Argentina se destaca o chimarrão e depois o café, também o chá, o chá-mate, o café com leite e o chá com leite. Porém Córdoba é famosa por uma bebida muito consumida pelos argentinos, mas em quantidades significativamente superiores nesta zona do país, o fernet, uma bebida amarga à base de ervas naturais e álcool elaborado na Argentina. Como aperitivo pode se beber sozinho, mas como é muito amargo e de alto teor alcoólico, costuma-se preparar uma espécie de coquetel com água gasificada ou bebidas cola e, em certos casos, com um toque de hortelã. O fernet é bom companheiro dos tira-gostos tão populares. Pão caseiro, Córdoba (53) a Festa Nacional da Cerveja (Oktoberfest), onde se escuta e dança a música folclórica dos imigrantes. A estrada do cabrito, frutas e hortaliças. No noroeste da província como em Quilino e Dean Funes, são criados os melhores cabritos da província. Podem se visitar fazendas, granjas e chácaras, sem esquecer de desfrutar de um excelente cabrito às braças, prato tipicamente serrano. Em Quilino, todos os verões, se celebra a Festa Provincial do Cabrito, com degustação de churrasco e espetáculos artísticos. Esta estrada se combina com a produção de hortaliças e frutas (pêssegos, ameixas, nozes, pêras e uvas). A estrada das oliveiras. Várias províncias argentinas possuem solos aptos para produzir olivas, azeites de oliva e outros derivados gourmet das oliveiras. Em Córdoba, noroeste e perto de Cruz del Eje, há inúmeros estabelecimentos com plantações de oliva, que podem se visitar e conhecer o processo de elaboração destes produtos. Há outras localizações pé das Serras Grandes e La Paz. Em Cruz del Eje, é o cenário da Festa Nacional da Oliva. A estrada dos sabores dos vales cordobeses. Falando em roteiros turísticos, Córdoba é uma província diversa, rica em geografia e atrativos de grande valor. Sobre o eixo gastronômico tem desenhado diferentes corredores ou circuitos produtivos, com estradas temáticas baseadas em produtos elaborados na região que complementam os sendeiros do vinho da zona. Salames, queijos, azeites de oliva, mel, doces, alfajores, vinhos, ervas aromáticas e cabritos constituem os pratos fortes destes circuitos. Carruagens, Córdoba (54) ::38:: Sul a estrada tenta os paladares com os excelentes queijos de leite de vaca e salames, especialmente o de Oncativo, sede da Festa Nacional do Salame Caseiro, um evento que atrai muitos visitantes assim como a Las Junturas, cenário da Festa Regional del Chacinado. Outras celebrações que completam o calendário gastronômico são: a Festa Nacional da Bagna Cauda (influência italiana do Piemonte) é uma panela de barro onde fumega um molho de creme de leite, enchova e muito alho. Hortaliças, galinha fervida, troços de pão ou embutidos são embebidos no molho. Esta estrada propõe outros locais para degustar bons queijos (duros, semi-duros, macios e cremosos) principalmente em Villa Maria, Luque, Villa del Rosário e James Craik. A província de Córdoba produz anualmente 2.500 milhões de litros de leite e quase a metade é destinada a elaboração de queijos. a Festa Nacional da Massa Vienesa, a Festa do Chocolate Alpino e | GOURMET No vale de Traslasierra convivem inúmeros micro-empreendimentos que elaboram delicias com estilo artesanal. Mina Clavero, Villa Dolores e outras vilas semeiam e coletam diferentes ervas aromáticas e elaboram produtos orgânicos, mel de abelhas e alfajores regionais (recheados de doce de leite ou de frutas). No vale de Punilla, se acrescentam os doces que oferece Villa Carlos Paz, Huerta Grande, Villa Giardino, La Cumbre e La Falda, é nesta cidade onde se faz a Festa Nacional do Alfajor Cordobés. O vale de Calamuchita propõe alternativas gastronômicas desde pratos típicos até a culinária centroeuropéia, especialmente em Villa General Belgrano onde se celebra Oliveiras, Mendoza (55) ::39:: Região Buenos Aires PROVÍNCIA E CAPITAL Delícias do campo e da cidade As grandes zonas urbanas como Buenos Aires, receberam durante longos períodos imigrantes do mundo todo, especialmente da Europa, sobretudo italianos e espanhóis. Também chegaram alemães, suíços e colônias do Oriente Médio. Este encontro de culturas produziu importantes mudanças, que sem dúvida, enriqueceram o amplio patrimônio gastronômico. Massas, pizzas, polenta, ensopados, tortilhas espanholas, cozidos, croquetes, molhos, embutidos, preparações com frango e carnes de boi passaram a engrossar os menus cotidianos mais crioulos. Isto foi acrescentado com o notável desenvolvimento na produção de pães, doçaria, pastelaria e laticínios. Com o tempo, o consumo destes pratos adquiriu um perfil absolutamente argentino, como as massas, com uma grande variedade de opções desde macarrões, parafusos, nhoques (comem-se especialmente no dias 29 de cada mês), raviólis e lasanhas até spaghetti, os autóctones sorrentinos, agnolotis, canelones e fetucines. A pizza merece uma menção especial, com massas grossas ou fininhas, ao forno ou à pedra, com ou sem queijo (muzzarela), recheadas e com uma grande variedade de ingredientes é um prato que pode se comer em todo canto do país. Além disso, costuma se acompanhar com fainá, uma massa de farinha de grão de bico que é colocada sobre a fatia de pizza. Dizem que o faz da pizza argentina única é a conjunção da cultura italiana e espanhola: a finais do século XIX foram os napolitanos e genoveses os que abriram as primeiras pizzarias, mas depois foram os espanhóis que se encarregaram delas. Respeito da fabricação de pães, a enraizada tradição de produção de pães – seu consumo está totalmente estendido pelo país todo – também a pastelaria e doçaria, deriva da fusão de nacionalidades mencionada acima. É muito comum encontrar padarias ao longo do país que vendem não só variedade de pães, biscoitos e bolos, senão também facturas (bolachas) cujo principal ingrediente pode ser manteiga ou banha. Podem ser simples ou recheadas com doce de ::40:: leite, creme de pastelaria, doce de marmelo ou maçãs, entre outras. A mais popular é a medialuna (croissant). Outra particularidade são os sanduíches de miga, feitos com finas camadas de pão de miga (pão sem casca) e recheados com presunto e queijo ou outras combinações mais completas com presunto cru, tomate, azeitonas, ovo duro, atum, alface, pimentões e outros, é muito clássico para reuniões festivas. As sobremesas e doces levam, na sua maioria doce de leite, elaborado a partir de leite e açúcar. Este doce é comido normalmente sozinho, como recheio de bolos, alfajores, panquecas e bolachas ou com o pudim de leite. Também o creme chantilly é do gosto popular, muito utilizado em sobremesas e doces. Os bolos, tortas e pudins são muito comuns. Os sorvetes, oriundos da tradição italiana, encontraram nesta zona um notável desenvolvimento, que associados a produtos locais mantiveram o espírito artesanal na sua preparação e em vários torneios internacionais têm se posicionado entre os melhores do mundo. Palácio Duhau, Buenos Aires (56) Café portenho, Buenos Aires (57) | GOURMET Ponte da Mulher, Puerto Madero, Buenos Aires (58) Não é preciso dizer que o churrasco, com sua origem vinculada às férteis terras pampianas, é encontrado comumente no país todo em particular nas churrascarias portenhas ou em casa nos finais de semana (fazer um churrasquinho) ou no seu estado mais autêntico, nas fazendas o churrasco gaúcho ou com o couro do animal. As costelas e os miúdos de boi, a lingüiça, que é chamada de choripán quando apresentado como um sanduíche, os vegetais nas braças e a provoleta (fatia de queijo provolone grelhado e temperado com orégano). Outro clássico argentino é a milanesa, bife empanado com ovo e farinha de rosca, de carne de boi ou frango (suprema). Prepara-se frito ou ao forno e também está a especialidade napolitana (com queijo e molho de tomate), em sanduíche (de mila como se chama popularmente) e um sem-fim de guarnições como alface, tomate, ovo e queijo quando chamada completa. Buenos Aires combina muitos pontos de vista. A cidade propõe inúmeros percursos por seus bairros, uma cozinha de altíssimo nível internacional (hoje é uma das capitais mais famosas do mundo não só pelas opções culturais senão por sua excelente gastronomia, com diversidade de culinárias e com grandes talentos que elaboram requintados cardápios gourmet), as churrascarias (locais onde experimentar carnes nas braças ou churrasco gaúcho e todos os miúdos de boi), restaurantes rústicos (antigos restaurantes onde se elabora boa comida caseira, são geralmente gerenciados por italianos ou espanhóis), as pizzarias (inúmeras pela cidade toda), as lanchonetes e os tradicionais carritos da costaneira, onde deve pedir um choripán ou sanduíche de lombo, os antigos mercados como o de San Telmo.O os roteiros de moda (hoje Palermo e Puerto Madero como vanguarda com uma altíssima concentração de restaurantes, mas na verdade estão espalhados pela cidade toda) e uma longa lista de locais para fazer da comida um momento inesquecível. A costa oferece como alternativa, frutos do mar e bons peixes (cação, peixe-rei, merlúcio, cornalitos fritos e muitos mais), boa alternativa de produtos frescos e saborosos. O campo oferece boas opções em fazendas para passar o dia e desfrutar ao ar livre de pratos caseiros, o chimarrão com pasteis recheados com doces e tortas fritas e especialmente as boas carnes nas braças, assadas por homens de campo que sabem abater e cozinhar com suas melhores técnicas, é uma arte. A província também abriga pequenos povoados onde o crioulo é amalgamado ao estrangeiro e os costumes se misturam. Para o sul, na região das serras são produzidos excelentes queijos. Também há estabelecimentos onde se produzem óleos, e outros elaboram lacticínios, assim como granjas onde os frangos são criados naturalmente e são semeadas infinidade de hortaliças e vegetais, fazendo homenagem a uma característica muito forte da Argentina como país essencialmente agro-gadeiro. ::41:: Região Litoral MISIONES – CORRIENTES – CHACO FORMOSA – SANTA FE – ENTRE RIOS A influência guarani Esta região do país possui uma forte influência indígena guarani, especialmente nas províncias fronteiriças, por isso compartilham atualmente alguns dos pratos regionais com o país vizinho do Paraguai. O litoral é uma zona com abundante e frondosa vegetação que tinge as paisagens de verdes, onde os rios azuis se abrem como braços e banham a terra de cor vermelha. A natureza transborda em todos os sentidos e entre tanta exuberância a gastronomia complementa a experiência com os povos. É uma região rica em atrativos, desde as majestosas Cataratas do Iguaçu e outras cachoeiras, passando pela floresta, até as praias na beira dos rios, os esteiros com espelhos de água doce, reservas e parques nacionais que oferecem uma biodiversidade única no seu tipo e os vales e pampas produtivas. Devido à grande afluência de rios, a pesca é um dos pilares da economia e isto se reflete nos costumes alimentares da população. Pode se desfrutar de uma grande variedade de peixes preparados das formas mais diversas e saborosas. Entre os mais conhecidos estão o dourado, o surubim, o pacu, o sábalo, o pati e o bagre. Estas carnes geralmente se preparam na grelha, ao forno ou empanados e se acompanham com vinhos argentinos e adereços diversos que suavizam seus gostos intensos. Em Misiones e Formosa é cozinhado o locro nortenho com carne de boi, milho, abóbora e mandioca. O “mbeyú” ou tortinha frita de amido de mandioca que os guaranis consomem com leite, sal e queijo. O chipá é outra preparação que tem os mesmos ingredientes e ovo, geralmente acompanha as infusões ou a famosa bebida “tereré” (chimarrão com água fria). A sopa paraguaia é outra delícia da região, que apesar do nome, é um pão de farinha de milho branco, queijo, cebola e temperos. Respeito dos doces, o doce de mamão é típico de Corrientes. ::42:: Misiones (59) Entardecer, Misiones (60) Por estes caminhos vai se delineando a estrada da erva-mate. Entre Corrientes e Misiones estão os únicos estabelecimentos ervateiros da Argentina e dos poucos no mundo (somente se compartilham plantações com o Paraguai e o sul do Brasil). Embora muitos se dediquem somente à produção outros estão abertos ao turismo e propõem explorar de perto os aspetos produtivos da bebida mais consumida pelos argentinos, o chimarrão. Algumas localidades são Virasoro e Apóstoles (Corrientes e Misiones respectivamente) entre muitos outros povoados que se ligam em micro roteiros entre as duas províncias. Podem se visitar plantações e mergulhar na história delas. Entre as festas nacionais, é organizada uma festa temática sobre a ervamate em Misiones, momento de tributo a estas plantações, ideal para se juntar às comunidades e costumes regionais. Para acompanhar esta viagem apaixonante, nada melhor que o famoso “tereré” especialmente se tomado frio com suco de frutas cítricas em vez de água, uma verdadeira delícia para beber durante os passeios. Cataratas do Iguaçu (61) | GOURMET ::43:: O tour da oliva Destaques para agendar Festa Nacional do Cabrito Cabritos à braça, Mendoza (62) Ao sul de Mendoza, no departamento de Malargüe, esta festividade, entre milhares de caráter nacional ou regional possui uma grande particularidade. A temática que junta todo mês de janeiro a moradores e curiosos durante vários dias de festejo que poderia até estar no livro dos Guiness, uma festa que enaltece aos cabritos, delícias desta província, e cozinha mais de 1000 cabritos num grande assador, um show que vale a pena ver. Além de degustar estes manjares os festejos contam com atrativas destrezas gaúchas e inúmeros espetáculos folclóricos, entre eles o concurso de Cueca (dança típica), além de escolher uma rainha, símbolo que coroa cada uma das festas do país. Além das videiras, várias províncias argentinas são favorecidas por seu clima e solo para a cultura da oliva. Catamarca, La Rioja, Mendoza e San Juan são algumas das zonas no oeste, encostadas na Cordilheira, onde se juntam inúmeros estabelecimentos produtores e onde pode se fazer uma visita para conhecer os processos de elaboração de azeites, mas também, em alguns casos, participar da safra e transformar estes circuitos turísticos numa experiência pessoal. No caso de Maipú e especialmente do sul mendocino, em San Rafael, onde é possível colher as olivas e elaborar o próprio azeite através de seu programa conhecido como o tour da oliva, que combina com outras modalidades que derivam deste fruto como a olivoterapia, um tratamento de relaxamento desenhado com spa da oliva para aproveitar as propriedades naturais deste cultivo nas pessoas Olivotur, Mendoza (67) Festa Nacional da Cereja Masters of Food & Wine A localidade de Los Antiguos, no pé da Cordilheira na província de Santa Cruz, rende homenagem com seu nome aos ancestrais da comunidade tehuelche (gente dos povos antigos), é um centro importante de produção de cerejas. A delicadeza dos frutos vermelhos patagônicos dispõe de um espaço especial para a degustação no marco de uma verdadeira Festa Nacional na capital da cereja. Este evento começou como uma grande promessa para se transformar num dos encontros gourmet mais esperados do ano. É um festival internacional que convoca prestigiosos chefs e somelieres locais e do mundo para cozinhar e maridar os melhores vinhos argentinos durante vários dias. Cerejas, Santa Cruz (63) Festa Nacional do Terneiro e dia da Yerra Ayacucho, província de Buenos Aires, a 300 km. da Capital Federal, é o local onde é organizada outra festividade de importância, esta vez sobre a carne do terneiro, um dos manjares crioulos. A atrativa festa se inicia com o Estado de Yerra (marcação do gado com a queima do ferro), espetáculo característico das pampas que oficializa o evento e inspira a inúmeros artistas com poemas, contos, quadros e canções. Músicos de folclore (64) ::44:: A este festejo seguem vários atos culturais, como espetáculos musicais nas ruas, o certame nacional de murais (gauchescos) e as payadas (canções que improvisam ao ritmo da guitarra) também há leilões de terneiros e a apresentação das aspirantes a rainha da festa. | GOURMET Chefs (65) Entre os meses da vendimia e outono, o Hotel Hyatt organiza este encontro que combina jantares, almoços, galas, aulas magistrais de culinária e catas orientadas, aulas privadas de tango e atividades de pólo, entre outras propostas que se integram aos cenários naturais de Mendoza ou Buenos Aires Os Museus do Chimarrão Gastronomía (66) Como bebida argentina muitas são as localidades de distintos pontos do país que guardam um espaço para se maravilhar com a história deste costume tão representativo: o chimarrão. Em Tigre, província de Buenos Aires há um museu com uma coleção de mais de três mil peças, entre as quais estão as menores cuias do mundo, os recipientes para levar a erva nas antigas charretes, cuias e bombas de cristal, o primeiro livro editado sobre a temática em 1936 e até ::45:: antigos instrumentos musicais feitos com cabaça. Ali também pode se encontrar a primeira garrafa térmica do mundo. Outro museu se localiza em Santa Rosa, capital de La Pampa, e em Misiones, localidade de Apóstoles, está a Casa do Chimarrão no centro histórico do povo e o Museu Histórico Juan Syzchwski na produtora de erva mate Amanda que conta com a história de um colono polaco, um dos pioneiros do cultivo e elaboração da ervamate. Na província de Entre Rios outra proposta em Paraná é ScutelláMates Argentinos e do Mundo, que reúne uma coleção privada de Francisco Scutellá e oferece bate-papos sobre o chimarrão a todos os visitantes; e em Gualegauychú, o Pátio do Mate é um ponto de fabricação e exposição de cuias. Uma raridade em Pigüe Sul da província de Buenos Aires uma tradição que se afirma, com a herança recebida de imigrantes franceses na localidade de Pigüe. A cada ano os integrantes da Irmandade Mundial dos Cavaleiros da Omelete Gigante, só quatro países no mundo fora da França têm este aval e a Argentina é um deles, organiza uma grande festa para elaborar uma omelete gigante (na verdade mexido gramajo, já que seu diâmetro ocupa mais de 4 m.) atrativo para toda a comunidade e visitantes que participam e desfrutam deste evento. Mais de 15.000 ovos são batidos e se prepara numa frigideira com 30 litros de óleo, 100 kg. de presunto e muitos temperos, uma festa regional para compartilhar os costumes. As cervejas artesanais do sul Patagônia é terra de vinhos, que também dá origem a outras bebidas populares como a cerveja, com a particularidade que em muitos casos, como acontece em Rio Negro, sua produção é quase toda artesanal. Na zona de montanha e parques sobre a Cordilheira, a cidade de El Bolson atrai os turistas e em fevereiro de cada ano recebe os turistas para celebrar a Festa Nacional do Lúpulo (flor que é utilizada para aromatizar a cerveja e lhe outorgar seu sabor amargo), que oferece uma variedade de opções para amantes da cerveja, desde as mais clássicas até as cervejas com sabores, especialmente com frutos vermelhos ou pretos da região. A proposta é complementada com outros produtos regionais para degustar, espetáculos artísticos e atividades esportivas. Deliciosos salames A 77 km. de Córdoba Capital, Oncativo convida a degustar provavelmente os mais saborosos salames da Argentina, elaborados artesanalmente. Mais de 1.500 comensais se reúnem no clube esportivo do bairro numa grande festa que oferece mais de 1.300 kg. de salames. A idéia surgiu em 1975 quando numa reunião folclórica, vários produtores amigos começaram a degustar os salames para verificar qual era o mais gostoso. Desde então, este festejo tornou-se a Festa Nacional do Salame e Oncativo na capital deste embutido. Cuias (68) ::46:: Cuias (69) | GOURMET Salames e queijos (70) ::47:: Os clássicos argentinos O churrasco A excelência da carne bovina argentina é conhecida no mundo todo e o churrasco é um prato desejado pelos turistas e venerado por seus habitantes. Como o tango, é uma expressão pura da argentinidade. O churrasco combina perfeitamente com carnes e miúdos de boi às braças nos diferentes estilos de preparação. Principalmente à base de carne bovina (com ou sem osso), também se complementa com carnes de frango ou porco, entre outras. Porém, o churrasco é mais do que um conjunto de alimentos, é um ritual argentino que representa a comunhão entre amigos ou a família, onde o churrasqueiro (a pessoa encarregada de prepará-lo) é o artista de uma obra prima, que prepara o churrasco no seu ponto perfeito, geralmente com várias horas de cozimento. Enquanto o churrasqueiro, amo das braças ou do fogo, cuida do seu ponto justo num cozimento lento, é habitual compartilhar um tiragosto junto a um aperitivo. O tira-gosto tem pedacinhos de queijo variados, frios ou outros embutidos, azeitonas, batatinha frita e outras iguarias a eleição do anfitrião. O locro Dicas para um bom churrasco • Ter todos os utensílios necessários: faca, garfo, pá, uma vara de ferro para empurrar as braças e uma tábua para cortar a carne. • Uma grelha bem limpa, sem resíduos de churrascos anteriores. • Evitar o uso de querosene ou outros líquidos inflamáveis. • Reforçar o carvão com madeira de caixotes de frutas, uma boa aliada para o fogo. • Manter o fogo bem feito (para evitar intoxicações indesejadas) e braças candentes num canto da churrasqueira para ir acrescentando à medida que for preciso. • Distribuir o calor das braças segundo o tipo de carne a ser utilizada. • Sazonar a carne com sal grosso antes do colocar na grelha. • Manter o fogo moderado e constante a uma altura prudente da grelha para não queimar a carne. • Ter a mão uma churrasqueira de mesa para servir a carne. Fuente: IPCVA Prato argentino muito simbólico e de alto valor energético que é consumido especialmente nos feriados nacionais e no inverno. Como ensopado, tem suas origens nas culturas pré-hispânicas e andinas, utilizando ingredientes básicos como a abóbora, o milho, os feijões, as batatas, as cebolas, vários temperos e carnes ou miúdos bovinos ou suínos. Este prato é tradicional do norte argentino, mas seu consumo tem se espalhado a todo o território argentino. As receitas variam segundo usos e costumes ou segundo os ingredientes disponíveis no momento. Em todas as receitas o cozimento é lento, o que resulta em sabores intensos, troços macios e um creme denso em que se transforma o molho. Locro (72) O ensopado pátrio Ingredientes: 500 g de milho branco, 500 g de feijão branco, 500 g de grão de bico, 500 g de carne de porco e couro, 3 lingüiças, 500 g de carne bovina em troços, 500 g de bucho, troços de toucinho, 750 g de abóbora, 500 g. de batata e 500 g de batata-doce. Escutar a expressão “convido você para comer um churrasquinho” é habitual entre os argentinos, símbolo de fraternidade e afeto. Pode se desfrutar em casa ou nas tradicionais churrascarias argentinas ou nas fazendas, feito pelos gaúchos churrasqueiros rurais. Nestes âmbitos de campo outra modalidade habitual é o assado na estaca, onde a carne é inserida numa cruz de ferro, se coloca junto ao fogo e se cozinha lentamente conservando todo o seu suco. De qualquer jeito o objetivo é lograr um churrasco bem suculento e macio, mesmo que o costume argentino seja comer as carnes mais cozidas que nos outros países. Modo de preparo: deixar de molho durante a noite o milho, Cacto em flor, Salta (73) o feijão e o grão de bico em suficiente água. No dia seguinte levar a fervura na mesma água junto com a lingüiça, o toucinho, as carnes troçadas, o couro e o bucho cortado em tirinhas. Acrescentar as verduras. Não é conveniente sazonar no começo. Deixar ferver 3 ou 4 horas até engrossar, mexendo com colher de pau para não grudar nem desfazer a abóbora. Servir preferentemente em tigelinhas de barro para conservar o calor. ::48:: Churrasco na Província de Buenos Aires (71) Gastronomia (74) | GOURMET ::49:: O chimarrão Para curar a cuia O forte simbolismo do chimarrão o define sem dúvidas como a grande bebida nacional. Costume compartilhado com outros países vizinhos (Paraguai, Uruguai e sul do Brasil), o chimarrão tem múltiplos significados e particularmente para a socialização dos argentinos: compartilhar. A etimologia da palavra vem do quíchua (mati) que é uma cabaça que serve de cuia para conter a erva, mas além de dar o nome a cuia também dá o nome à infusão a base de erva mate. “Tomar chimarrão” (ou fazê-lo) é uma expressão que acompanha aos argentinos no seu dia a dia, a toda hora do dia o chimarrão é um companheiro insubstituível nos bate-papos com amigos ou na família. O chimarrão pode ser amargo ou doce (com açúcar ou adoçante), geralmente com água bem quente, mas sem chegar a ferver, também pode se tomar com água fria ou suco de frutas cítricas (o tereré), especialmente nos dias quentes do verão. Para fazer o chimarrão além da cuia, que há de cabaça, madeira, vidro, porcelana, osso de boi, alumínio, alpaca e prata (entre outros de materiais mais exóticos), usa-se uma bomba que pode ser metálica ou de cana por onde o líquido é sorvido. O chimarrão se prepara com a folha moída (seca e triturada e estacionada) da erva-mate, uma planta ou árvore nativa das florestas subtropicais de uma região única na América do Sul com excelentes propriedades nutricionais e sabores que variam desde suaves até muito intensos, erva-mate com pau ou sem pau e também com o acréscimo de sabores. saquinhos (chá-mate). Assim como o vinho agora está sendo base de uma nova linha de produtos cosméticos (há perfumes, cremes e xampus). Preparar um bom chimarrão em poucos passos Tomando chimarrão (75) Tortinhas (76) O chimarrão se toma em casa, mas também nos círculos sociais. Representa a união das pessoas e é comum ainda entre pessoas que não se conhecem ser convidado com um chimarrão. A cuia passa de mão em mão e sempre volta a quem está fazendo. São atribuídas propriedades nutritivas ao chimarrão, com inúmeros minerais e vitaminas e outras curativas, especialmente no passado quando aplicado a usos medicinais. Como bebida natural aporta nutrientes e excelentes benefícios para a saúde, como os antioxidantes e a redução do colesterol ruim. Apesar de menos popular que a bebida, a erva-mate é um ingrediente usado em diferentes receitas, bolos, pudins, sorvetes e licores. Também é usado em ::50:: Curar a cabaça é pôr a cuia em condições (quando é nova de madeira ou cabaça) para evitar os sabores ruins e a formação de mofo (os outros recipientes são laváveis e não necessitam este processo). O processo é muito fácil: lava-se a cabaça e se enche com erva usada e água morna, deixa-se um dia inteiro (de molho) e se repete esta operação mais um dia, mesmo que apareçam inúmera técnicas que acrescentam outros segredos, este é o processo mais comum. Tomando chimarrão (78) • Despeje a erva-mate dentro da cuia (do material escolhido) mais ou menos até 80% de sua capacidade. • Cubra a boca da cuia com a mão, vire e agite a cuia para que se misture bem a erva-mate (partículas finas e grossas se integram, especialmente o pó da erva-mate evitando assim o entupimento da bomba). Inclinar a cuia a 45º deixando um espaço que venha desde o fundo. • Molhar a erva-mate com um pouco de água morna (não quente, para não queimar a erva). Deixar inchar a erva-mate por alguns instantes. • Quando a erva-mate tiver inchado colocar a bomba do lado umedecido verificando que fique firme encostada na parede da cuia. Nunca mexer a bomba! • Despeje a água quente em pouca quantidade, o ideal é que o chimarrão tenha 2 ou 3 goles para cada pessoa. A água não tem que estar fervida senão no ponto anterior a ebulição (entre 70 e 80º). Pode se verter a água da chaleira diretamente ou colocar a água numa garrafa térmica, para manter a temperatura constante. • Detalhe: o chimarrão numa roda começa por quem o está servindo e logo segue num ritmo constante sem alterar a ordem (um chimarrão por pessoa). A cuia volta sempre a quem está servindo e é aconselhado que só uma pessoa o sirva. Colheita da erva mate, Misiones (77) Folha de erva mate (79) | GOURMET ::51:: As empanadas O doce de leite As empanadas (os pastéis) são um clássico argentino e há no país todo. Mesmo que compartilhem certas características genéricas, cada região, província ou família vai deixar sua marca pessoal, com ânimo competitivo e motivador na busca da melhor empanada argentina (há concursos regionais que disputam pelo primeiro lugar). Trata-se de uma massa esticada e dobrada com diferentes recheios que variam segundo os gostos, há de carne, de humita (milho), de presunto e queijo, de frango e outros sabores. As novas tendências gourmet estão propondo recriar sabores e receitas cada vez mais originais. Os pasteis são fechados com formatos diferentes (o que é chamado “repulgue”) especialmente para diferenciar os gostos. Estas delícias se comem com a mão e são aliadas privilegiadas de um bom vinho argentino, um tinto com corpo ou um bom Torrontés, particularmente para as temperadas ou de estilo nortenho. Há pasteis suculentos (popularmente chamados “de pernas abertas”, para poder comêlos sem se manchar a roupa), há pasteis ao forno ou fritos, saborosos e picantes e cada um de seus gostos com diferentes variedades (carne moída ou cortada à faca, com ou sem ovo ou azeitona, entre outros segredos que são guardados cuidadosamente nas diferentes receitas). Empanadas crioulas Massa Ingredientes: 1 kg de farinha de trigo, 1 ovo inteiro, ½ kg de banha bovina, salmoura (mistura de ½ xícara de água, ½ xícara de leite, 1 colher de açúcar e 1 colher de sal fina). Modo de preparo: Fazer uma coroa com a farinha e no centro por o ovo e a banha morna. Misturar, acrescentando aos poucos salmoura, até obter uma massa suave e elástica. Deixar descansar uma hora em local fresco. Cortar bolinhos e esticar até obter discos de aproximadamente 10 cm de diâmetro e fina espessura. Recheio Ingredientes: ¾ kg carne de boi picada a faca ou com máquina picado grosso, ½ xícara de banha bovina, ¾ kg de cebola branca picada finamente, 1 pimentão picado fino, ½ xícara de caldo de carne, sal, comino, pimenta, pimentão doce, 1 colher de açúcar, 2 ovos duros picados, 150 g de azeitonas verdes sem caroço picadas, 100 g de uva-passa sem semente. Modo de preparo: derreter a banha numa frigideira funda, acrescentar a cebola, refogar uns minutos até ficar transparente e acrescentar a carne. Cozinhar mexendo para juntar, acrescente sal, açúcar, pimentão, comino e pimenta a gosto. Juntar ½ xícara de caldo de carne e cozinhar, mas não muito. Deixe esfriar e misturar as uvas-passas as azeitonas e os ovos duros. Deixar descansar o recheio pelo menos 12 horas na geladeira. Apesar da sua origem incerta e muitas histórias que se transformaram em lendas para dar explicação a este fenômeno que enlouquece aos gulosos, o doce de leite é um clássico argentino indiscutível, que pode se comer sozinho diretamente do pote com colher ou usado como recheio de alfajores, bolos, bombons, panquecas ou como coroa sobre pudins de leite e sobremesas de todo tipo como um creme espesso. Desde crianças até adultos, muitos desesperam por este doce que se consegue industrializado ou pode se fazer em casa facilmente em pouco tempo. Em outros países latinos é conhecido com variados sinônimos, manjar, manjar branco, arequipe ou cajeta, entre outras expressões. Especiarias (82) O chimichurri Incluído nos churrascos e pedido por todo estrangeiro, apesar de sua difícil pronúncia, o chimichurri é um molho bem argentino que acompanha as carnes, especialmente as assadas. Como preparar o doce caseiro Ingredientes: : 2 litros de leite, ½ kg de açúcar e ½ colherzinha de bicarbonato de sódio. Modo de preparo: Pôr 4 colheres de açúcar numa panela a fogo lento. Acrescentar o leite, o resto do açúcar e o bicarbonato. Subir a temperatura do fogo. Mexer continuamente – preferentemente com colher de pau – até o leite começar ferver. Abaixar o fogo e deixar cozinhar. Seguir mexendo até o leite espessar e tomar a consistência desejada. Retirar do fogo e deixar esfriar. Há suaves e picantes, mas todos partem duma base de óleo e vinagre mais temperos a gosto (pimentão moído, alho, pimenta preta, orégano, louro e outros) embora alguns temperos já formem parte desta receita. O chimichurri é usado para temperar as carnes no dia prévio à preparação ou para adereçar as carnes já cozidas no momento de servi-las. A receita de um bom chimi Ingredientes: orégano, pimentão moído (um punhado), pimenta preta, 2 folhas de louro, 2 dentes de alho cortados ao meio, sal, ½ xícara de óleo, vinagre (comum ou de vinho). Modo de preparo: Escolher um vidro limpo de vidro grande (pode se limpar com álcool puro) no vidro bem seco colocar os ingredientes, todos cortados bem pequenos com a xícara de óleo e o vinagre (metade do vidro de espécies e a outra metade de óleo e vinagre). Fechar bem o vidro e deixar na geladeira durante um mês. Si é acrescentada cebola ou alho cru, o molho deve se consumir no dia. Passo final: rechear cada disco de massa com uma porção desta mistura e fechar bem, fazendo o “repulgue”. Fritar em banha bem quente, até dourar. Devem ficar de uma cor dourada suave. Podem se polvilhar com açúcar. Servir quentes. Também podem ser feitas no forno. Pastéis (80) Doces do norte (81) ::52:: | GOURMET ::53:: GLOSSÁRIO GASTONÔMICO Achuras: Todo tipo de miúdos de boi (glândulas, rins, tripas, intestinos e mais). Chanfaina: Comida a base de miúdos de cordeiro ou cabrito e sangue, misturados com pimentão, cebola, tomate e engrossada com farinha. Fainá: Massa de farinha de grão de bico, dourada e bem fininha. Costuma se servir junto com a pizza (ou acima da fatia). Humitas “en chala”: Massa de milho moído, cebola picada e sal, embrulhada em palhas de milho e fervida. Charqui (charque): Carne de sol. Pode ser de ovino, caprino, bovino ou lhamas cortadas em finas fatias, salgadas ou não. Locro: Ensopado de milho, abóbora e carne em troços (ou charque) que pode levar feijão, toucinho, lingüiça e tripas. Chicha: Bebida de baixo teor alcoólico obtido da fermentação dos grãos do milho. Mazamorra (api): Farinha de milho, fervida em água com bicarbonato. À mistura grossa é adicionada com açúcar ou sal. Chimichurri: Molho à base de óleo, vinagre e temperos vários para acompanhar as carnes. Parrillada: Combinação de carne de boi na grelha (diferentes cortes) com miúdos e embutidos (chouriço, lingüiça, intestino, glândulas, rins, entre outros). Normalmente é completado com outras carnes como frango, cabrito ou porco. Cada parrillada é uma porção para compartilhar. Chipá: Pequenos paezinhos de farinha de milho ou mandioca com queijo, típicos da culinária guarani. Choripán (chori): Sanduíche de lingüiça que pode se comer como prato único (de passo rápido nas ruas) ou como entrada indiscutível do churrasco. Chuño: Batata desidratada pelo efeito do congelamento e exposição ao calor. Cuaresmillo: Variedade de pêssego pequeno e saboroso. Amadurece tarde para a quaresma, daí seu nome. Curanto: Método de cozimento tradicional típico da Patagônia, onde carnes, vegetais ou peixes são cozinhados lentamente num buraco na terra com pedras bem quentes. Empanadillas: Pequenos pasteis recheios com doces e cobertos com glacê de claras. Quesillos: Queijo obtido do leite coalhado sem soro. A massa é colocada em água muito quente e é amassada, coagulando de maneira fibrosa. Estica-se e pendura para alisar como uma fatia. Quinoa: Pseudo cereal andino, de alto teor nutritivo, rico em proteínas. Come-se o grão e as folhas. Tamales: Bolinho de farinha de milho com carne, cebola, batata e pimentão embrulhado em palha de milho. Mbeyú: Espécie de panqueca ou tortinha frita de origem guarani com farinha de mandioca e queijo parecido com o chipá. Tereré: Bebida (infusão) à base de erva-mate feita com água fria. (83) ::54:: | GOURMET O QUE SABER ANTES DE VIR? ÁREA I Argentina tem quase 3,8 milhões de Km2. aceitação são American Express, Diners, Mastercard e RODOVIAS CONTATOS Seus 3.800 km de longitude se estendem desde os 22º Visa. Pode haver dificuldades na aceitação de cartões TIPOS DE RODOVIAS: Há de trânsito livre e outras até 55º de latitude sul. de crédito e cheques de viagem fora de cidades e cen- com pedágio. Ministerio de Turismo de la Nación CAPITAL I Cidade de Buenos Aires. LÍMITES I Os países que limitam com Argentina são: Chile, Bolívia, Paraguai, Brasil e Uruguai. (Ver mapa) tros turísticos. Com seu cartão pode extrair pesos da rede caixas automáticos em todo o país. FORMALIDADES DE ENTRADA I Passaporte em Centros de Información Turística: CARACTERÍSTICAS: Na sua maioria são pavimentadas e Av. Santa Fe 883 (C1059ABC) Buenos Aires de dupla circulação. No interior do país existem rodovias e Tel.: +5411 - 43122232 caminhos de cascalho, geralmente em muito boas condições. E-mail: [email protected] vigência, como ou sem visto,segundo os casos. Consulte www.turismo.gov.ar em sua embaixada ou consulado. COMO SE COMUNICAR CLIMA I Argentina possui uma grande variedade CÓDIGO TELEFÔNICO: +54 SISTEMA DE GOVERNO I Representativo, Republicano de climas. Em geral, o clima predominante é tem- COMUNICAÇÕES I Em todo o país são comuns os e Federal, regido por uma Constituição Nacional sancio- perado, com clima subtropical no norte e sub- locutórios (locais com serviços telefônicos e, geralmente nada em 1853 e reformada em 1860, 1898, 1957 e 1994. polar no extremo sul. O verão com dias longos, de Internet). Os telefones públicos funcionam com Fone.: +5411 - 48501400 IDIOMA OFICIAL I O espanhol (castelhano). Outros favorável na Patagônia e nos Andes meridionais, moedas de curso legal vigente ou com cartões que se E-mail: [email protected] no inverno é a zona ideal para praticar esporte compram nos locutórios. Internet é um serviço muito com neve. O inverno é recomendável para via- difundido em locais específicos, bares e locutórios. DIVISÃO POLÍTICA I Argentina está organizada em 23 províncias, mais a Cidade Autônoma de Buenos Aires. idiomas muito difundidos são o inglês, o português, o italiano e o francês. ELIGIÃO I Católica Apostólica Romana, mas existe liberdade de culto. HORARIO LEGAL I GMT (Meridiano Greenwich) -3 h. ELETRICIDADE I Corrente alterna de 220/240 volts a 50 ciclos. POPULAÇÃO I 40.091.359 habitantes. Segundo dados provisórios do Censo 2010. O Censo 2001 indicou que 95% é de raça branca, na sua maioria descendentes de espanhóis e italianos, 4,5% de mestiços e 0,5% de população aborígine pura. Instituto Nacional de Promoción Turística Rua Paraguay 866 – 4° andar (C1057AAL) Buenos Aires www.argentina.travel/gourmet YouTube: www.youtube.com/visitarg jar pelo norte e litoral. Outono e primavera são magníficos em Buenos Aires e em todo o país. O QUE TER EM CONTA NA HORA DE COMPRAR? Facebook: www.facebook.com/visitarg COMO SE DESLOCAR? HORÁRIOS COMERCIAIS: Twitter: www.foursquare.com/visitarg VIA AÉREA Bancos e casas de câmbio: segunda a sexta de 10 a 15 h As companhias que voam à Argentina arribam Escritórios comerciais: em geral de 9 a 12 e de 14 a 19 h ao Aeroporto Internacional de Ezeiza “Ministro Pistarini”, Lojas: de 9/9.30 a 19.30/20.30 h localizado a 37 quilômetros da cidade de Buenos Aires. Os vôos domésticos partem do Aeroparque Jorge Newbery, localizado a 15 minutos do centro da No interior é comum que fechem ao meio-dia Os centros comerciais abrem de 10 a 21 h cidade de Buenos Aires. REEMBOLSO DO IVA I No aeroporto internacional MOEDA E MEIOS DE PAGAMENTO I A moeda ofi- VÍA TERRESTRE cial é o peso argentino. O dólar americano e o euro ÔNIBUS I Muitas unidades de longa distância possuem são aceitos. O câmbio de divisas se realiza em ban- serviços especiais a bordo. A estação rodoviária de Buenos cos e casas de câmbio. Os cartões de crédito de maior Aires está no bairro de Retiro. poderá recuperar o montante pago a título de Imposto sobre Valor Agregado, se tem comprado produtos nacionais por mais de US$ 70 (por nota fiscal) nas lojas aderidas ao sistema Global Refund¨. Créditos de Fotos Capa: (Principal)Instituto Nacional de Promoção Turística, (de esquerda à direita) Instituto Nacional de Promoção Turística; Federico García; Instituto Nacional de Promoção Turística. Foto índice: Bodega Família Zuccardi (1). Fotos interior: Masters of Food & Wine Argentina (2,25,27,43,44,49,50,56,65,66), Bodega O’Fournier (2,23), Bodega Chañarmuyo (4,7), Bodega Trapiche (5,37), Instituto Nacional de Promoção Turística (6), Ministério de Turismo da Nação (8,13,16,63,69,70), Carina Valicati (9,21,60,64,77,78,79,81), Bodega Goyenechea (10), Ministério de Turismo de Salta (12,28,29,46,47,72,74,80,83), Agência Turismo Córdoba (14,15,53,54,83), Bodega Família Schroeder (17,20), Virginia Alimonda (18), Bodega Valle Perdido (19), Bodega Lurton (22,23), Bodega Família Zuccardi (24,32,40), Bodegas de Argentina - Gustavo Sabes (26), Secretaria de Turismo de Mendoza (31), Inprotur - Istockphotos (34,58), Park Hyatt Mendoza (35), Mequetse-posat (36,73), Bodega Antucura (38,39), Bodega NQN (41), Bodega Salentein (42), Secretaria de Turismo de Tucumán (45,82), Secretaria de Turismo de Jujuy (48), Emprotur Bariloche (51), Llao LLao Hotel & Resort (52), Yancanello – Federico Garcia (55,67), Vanda Biffani - Nikon 2010 (57), Ente Iguaçu Turismo (59), Nikon 2010 (61), Inprotur Dakar (62), Eliceo Miciu (68), Secretaria de Turismo da Província de Buenos Aires (70), Kauak (75,76).