FI29_N O R D E S T E_2007.p65

Transcrição

FI29_N O R D E S T E_2007.p65
Edição Especial do
Prêmio FINEP de Inovação
Tecnológica 2007
Nº 29 • Setembro • 2007
Informativo da FINEP
Nordeste
surpreende
D
as seis empresas cearenses vencedoras regionais, quatro são finalistas
à etapa nacional da 10ª edição do Prêmio FINEP de Inovação Tecnológica.
Elas concorrem nas categorias Produto, Processo, Pequena Empresa e Grande
Empresa com as primeiras colocadas nas demais regiões do País. Representantes da
Paraíba e da Bahia disputam o primeiro lugar nacional nas categorias Inovação Social e
Instituição de Ciência e Tecnologia, respectivamente. O prêmio nacional é disputado no
final do ano em Brasília. Os vencedores recebem o troféu das mãos do presidente da
República, Luis Inácio Lula da Silva, em cerimônia no Palácio do Planalto.
No décimo ano em que é disputado, o Prêmio FINEP obteve 732 projetos inscritos,
e bateu seu próprio recorde, de 679 inscrições em 2005. No ano passado, foram 677
participantes. A região Nordeste cresceu aproximadamente 10% em relação a 2006.
Foram 127 inscrições em todas as categorias. Em 2006, concorreram 115 projetos.
De acordo com o coordenador do Prêmio FINEP na região Nordeste, Mario Cumeira,
além do aumento no número, a qualidade dos projetos inscritos este ano também é
superior. "É o Nordeste mostrando ao Brasil que também faz e acontece", comemora.
Estado-sede do Prêmio FINEP 2007, Sergipe se destacou com um crescimento de
355% no número de participantes. Concorreram, este ano, 32 projetos; em 2006 foram
apenas nove. Das oito inscrições na categoria Inovação Social, uma é vencedora
regional. Na categoria Instituição de Ciência e Tecnologia, o estado inscreveu três
projetos, tendo um segundo colocado.
Com três vencedores nacionais em 2006, o coordenador do Prêmio FINEP acredita
no potencial das empresas que vão representar a região este ano em Brasília:
"Pela qualidade dos projetos selecionados no julgamento, o Nordeste vai novamente
surpreender o Brasil", afirma Mario.
2
Categoria P R O D U T O
ARMTEC Tecnologia em Robótica
Aparelho simula condições
do asfalto em rodovias
O Sistema Integrado de Simulação
de Tráfego Normatizado (SISTRAN)
consegue prever as condições de uma
estrada depois de até 10 anos de uso.
Ele funciona como um laboratório, que
testa o tipo de asfalto mais indicado
para uma determinada rodovia, antes
do início das obras.
É composto por dois equipamentos: o compactador e o simulador. No
primeiro, são misturados os materiais
com os quais a estrada será construída
– brita, borracha, material reciclado,
cerâmica – dando origem ao protótipo
do asfalto. No segundo, duas rodas simulam sobre o protótipo, num movimento contínuo de ida e vinda, o tráfego e a carga estimados de carros e
caminhões na rodovia, durante um período de dez anos. Esta simulação leva,
aproximadamente, 8 horas.
1º lugar
Desenvolvido pela empresa cearense Armtec, o SISTRAN, ao permitir a avaliação prévia do uso de novos
agregados para produção do asfalto,
garante um ganho de qualidade na pavimentação das estradas brasileiras.
este desgaste acontece porque a
maioria das estradas brasileiras já ultrapassou seu período de vida útil,
que é de 20 anos. Quando foram construídas, as estradas receberam um
pavimento adequado ao tráfego e à
Os dois equipamentos custam R$ 270
mil, cerca de 40% a menos que o similar francês, o LCPC, que sai a R$
460 mil. O produto está em uso no Laboratório Mecânico de Pavimentação da
Universidade Federal do Ceará (UFC).
De acordo com pesquisa realizada pela Confederação Nacional do
Transporte (CNT), de junho a agosto
de 2006, em 84.382 quilômetros de
estradas brasileiras, 75% da extensão
apresentaram algum grau de imperfeição. Trechos com afundamentos,
ondulações ou buracos totalizam 12,6%
(10.615 quilômetros).
O professor do Programa de Engenharia de Transportes da Coppe/UFRJ,
Hostilio Xavier Ratton Neto, explica que
carga previstos na época. Hoje, veículos já têm homologação para trafegar com carga superior às antes
permitidas, causando problemas de
ruptura, afundamentos e fissuras no
pavimento.
Lançado em janeiro deste ano, o
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) prevê o investimento de
aproximadamente R$ 33,4 milhões na
recuperação e duplicação de 35.214
quilômetros de rodovias e na construção de 6.878 quilômetros de novas estradas. Segundo dados da Agência
Nacional de Transportes Terrestres
(ANTT), mais de 60% de toda a carga
no Brasil é transportada através de
rodovias.
3
Categoria P R O D U T O
Protensão
Impacto
2º lugar
Material reciclado é usado
para construir prédios
Produzido a partir de plástico reciclado, o Plasterit substitui o uso da madeira e reduz o tempo de produção de
uma laje de duas horas para 20 minutos. Na construção civil, o concreto é
moldado em formas de madeira até
adquirir resistência. A inovação da Protensão Impacto substitui esses moldes antigos, menos resistentes e de difícil manuseio e montagem. O Plasterit
pode ser reutilizado até 300 vezes, enquanto o molde de madeira suporta
apenas 20 usos.
Obras com o material já foram
realizadas em vários estados. A Protensão tem um contrato firmado com
uma empresa de Cabo Verde, na África, para a construção de um prédio
de 23 andares. Em Manaus, o produto foi usado para a construção de um
shopping de 150 mil metros quadrados.
Serttel
3º lugar
Tecnologia detecta
falhas nos semáforos
Redução de acidentes e diminuição de
congestionamentos são alguns dos
benefícios da Gestão de Redes Semafóricas. A solução faz o controle
informatizado dos serviços de manutenção e conserto de semáforos. Qualquer falha operacional é detectada pelo
sistema, que também aciona uma equipe especializada para realizar o reparo. A Serttel tem até duas horas para
consertar uma lâmpada vermelha queimada, e até seis horas no caso de uma
lâmpada verde.
O sistema controla ainda serviços em andamento, vida útil e tempo
viço prestado, avaliada todo mês pelo
vação um faturamento adicional de
de garantia dos materiais de reposição, e prazos para reparo de defeitos.
Para se antecipar às reclamações dos
usuários, além do controle informatizado, equipes realizam a vistoria dos
semáforos diariamente. O objetivo é
garantir e manter a qualidade do ser-
cliente. O custo médio mensal para
manutenção é de R$ 300,00 por semáforo.
A solução está implantada desde
2005 na Companhia de Trânsito e
Transporte Urbano (CTTU) de Recife.
O plano da empresa é gerar com a ino-
R$ 15 milhões em três anos. Através
de uma parceria com o Centro de Informática da Universidade Federal de
Pernambuco (UFPE), a Serttel está testando um sistema capaz de otimizar os
intervalos de tempo dos semáforos de
acordo com o fluxo de veículos.
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Categori a P R O C E S S O
Cerâmica
1º lugar
Dantas
Forno gasta menos lenha
para produzir cerâmica
O processo utilizado pela Cerâmica
Dantas (CEDAN) para produção de
tijolos e telhas reduz em 2/3 o volume
de lenha utilizado através das técnicas
convencionais. Com a inovação, a cada
mil telhas produzidas, são consumidos
atualmente 700 gr. de lenha. Antes, o
consumo chegava a aproximadamente dois quilos para produzir a mesma
quantidade. O produto é composto por
doze fornos, que acoplados uns aos
outros, facilitam a transferência do calor e dos gases necessários para a
combustão, com a redução do tempo
utilizado para a produção das peças.
Com o Forno CEDAN, são necessárias apenas 18 horas para produzir de 13 a 20 mil tijolos. Nos fornos
convencionais, esse processo pode levar de 30 a 70 horas. O produto final é
mais homogêneo, devido à uniformidade da temperatura que circula de um
forno ao outro, garantindo uma maior
competitividade na comercialização.
2º lugar
Figood
Figos tipo exportação
produzidos no Ceará
Tradicionalmente cultivados no município de Valinhos, em São Paulo, figos
são produzidos agora também no Ceará. A Figood conseguiu adaptar o
cultivo da fruta ao clima semi-árido,
através da fertiirrigação, aplicação de
adubo orgânico diluído na água que irriga a planta. No método tradicional, o
adubo é colocado em buracos feitos ao
lado da planta, o que prejudica o desenvolvimento da raiz.
Como chove pouco na região, os
Figos do Ceará não levam a calda
bordaleza, mistura de sulfato de cobre
e cal, usada para dar resistência à casca da fruta durante o cultivo. O clima
semi-árido, agregado à irrigação, favorece o rápido amadurecimento do
figo, aumentando o período das safras.
Comercializadas no Ceará, as frutas são
exportadas para Inglaterra e França.
5
Categoria P R O C E S S O
3º lugar
Secretaria de
Ciência, Tecnologia e Inovação
do Estado da Bahia
Baianos beneficiados com
programa de inclusão digital
Com mais de 360 Centros Digitais
de Cidadania (CDCs) funcionando
em 274 municípios, o Programa de Inclusão Sócio-Digital da Bahia é considerado um dos maiores do País. Qualquer pessoa pode utilizar os computadores com acesso à internet, disponibilizados nos CDCs. Basta ir até uma
unidade e se cadastrar no programa.
Cada usuário pode utilizar o computador por até 30 minutos.
O gestor que deseje um CDC em
seu município deve entrar em contato
com a Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da
Bahia (SECTI) e fazer a solicitação.
Após a aprovação do pedido, a SECTI
providencia a compra dos móveis e dos
10 computadores que compõem cada
CDC, e faz a instalação da rede elétrica e de acesso à internet. Esse processo leva em torno de seis meses. O
6
gestor deve indicar ainda três monitores que darão suporte aos usuários.
De acordo com pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas, 90%
dos usuários dos CDCs têm renda familiar de até dois salários mínimos, o
que demonstra um aumento na taxa
de inclusão digital nos segmentos mais
necessitados. Desde o início de janeiro até hoje, são mais de 4,4 milhões
de acessos à internet, realizados por
cerca de 430 mil usuários cadastrados.
Categoria G R A N D E E M P R E S A
Fotosensores
®
Empresa toma medidas
para coibir infrações
Educar, prevenir e proteger vidas no
trânsito são as principais funções dos
produtos desenvolvidos pela cearense Fotosensores. Incubada de 1993
a 1995, no Parque de Desenvolvimento Tecnológico (PADETEC) da Universidade Federal do Ceará, a empresa
é hoje a maior da América Latina no
segmento semafórico. No ano passado, investiu 9% dos cerca de R$ 25
milhões faturados, em pesquisa e desenvolvimento.
Pioneira na fiscalização eletrônica de infrações cometidas nos semáforos, como parada sobre a faixa de
pedestres e excesso de velocidade, a
Fotosensores especializa-se também
A solução completa, o MoniTran, é composta por 15 produtos, que
também podem ser comercializados
individualmente. O FotoGestão é um
deles. Através do software, órgãos de
trânsito conseguem fazer o levantamento de todas as informações do veículo infrator. Outro exemplo é o FotoTalão, que substitui os blocos de papel
usados por agentes de trânsito para
registrar as ocorrências, facilitando o
armazenamento e o processamento.
Em 1996, foram instalados 56
equipamentos nas ruas de Fortaleza.
Naquele ano, foram registradas
148.322 infrações. Em 2002, com 91
fotossensores instalados, este número caiu 35%, totalizando 51.859 infrações. Recife, Aracaju, Florianópolis, Blumenau, Natal e João Pessoa
em criar soluções voltadas ao gerenciamento do trânsito.
são algumas cidades que já adotaram
a solução da Fotosensores.
1º lugar
Tecnologia Eletrônica
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Categoria PEQUENA EMPRESA
1º lugar
ARMTEC Tecnologia em Robótica
Com um crescimento de 350% estimado para o próximo ano,
a Armtec foi criada em 2004 a partir do resultado do projeto
de conclusão de curso do engenheiro eletrônico Roberto Lins
faturamento da empresa, é capaz de simular as condições
do asfalto em rodovias depois de um longo tempo de uso.
Nascida na incubadora de empresas da Universidade
de Fortaleza (UNIFOR), a pequena empresa faturou R$ 400
mil em 2006, dos quais investiu 63% em pesquisa e desenvolvimento.
Até o final do ano, a Armtec apresenta o primeiro pro-
de Macedo, o Sistema de Apoio ao Combate de Incidentes
(SACI). Com a aparência de um tanque de guerra, o equipamento é utilizado no combate ao fogo. Seu jato de água alcança até 60 metros de distância em linha reta e 15 metros
de altura, o equivalente a um prédio de quatro andares.
Outra solução inovadora produzida pela Armtec é o
Sistema Integrado de Simulação de Tráfego Normatizado
(SISTRAN), finalista nacional na categoria Produto do Prêmio FINEP 2007. O equipamento, que representa 43% do
tótipo de um submarino não-tripulável. Além de verificar a
extensão de um desastre ambiental e checar vazamentos
ou danos na estrutura de um navio, o equipamento também faz reparos. Entre os diferenciais do projeto estão um
sistema de posicionamento para manter a estabilidade em
meio às correntes marítimas, e a capacidade de fazer diferentes movimentos em todos os sentidos. O objetivo é
que o Submarino de Avaliação Brasileiro Automatizado
(SAMBA) tenha um custo final abaixo de R$ 300 mil.
Engenheiro eletrônico cria solução
inovadora para combater incêndios
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Categori a PEQUENA EMPRESA
2º lugar
AiLeader Tecnologia
Equipamento permite
alterar texto escaneado
A AiLeader é provedora de soluções para extração, recuperação, busca e organização de informações contidas em
imagens de documentos. Graças à tecnologia desenvolvida
pela empresa, dados armazenados em papel podem ser
extraídos eletronicamente, sem a necessidade da digitação
manual das informações. A inovação economiza o tempo
utilizado para transcrição de grande quantidade de informação impressa, contida principalmente em cheques, prontuários médicos, ou processos jurídicos.
Os documentos são escaneados e o software realiza
uma varredura em toda informação contida na imagem digitalizada, transformando dados que não poderiam ser acessados em texto editável. Informações podem também ser
extraídas através de uma ferramenta semelhante aos mecanismos de busca disponíveis na internet, como o Google.
Incubada desde 2005 no Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR), a AiLeader investiu aproximadamente R$ 1 milhão em pesquisa e desenvolvimento
no ano passado. A tecnologia desenvolvida pela empresa
já está em uso por empresas nacionais e estrangeiras.
Daccord Music Software
3º lugar
Software ensina a tocar
instrumentos musicais
Empresa pernambucana instalada no Porto Digital, um dos
principais e mais inovadores parques tecnológicos do País,
a Daccord Music Software investiu, em 2006, 55% do
seu faturamento em pesquisa e desenvolvimento. Especializada na produção de softwares para o mercado musical,
sua linha de produtos é destinada ao ensino de instrumentos como violão, guitarra, teclado e bateria.
Entre algumas inovações da pequena empresa, o
software Violão Player é um professor virtual que toca a
música junto com a letra cifrada e mostra ao aluno como
executar cada acorde. Basta escolher a música – são mais
de 100 títulos à disposição na versão 2.0 – e começar a
praticar com o instrumento virtual. Com o iChords, o músico não precisa procurar as cifras de uma música. O programa abre arquivos de áudio e mostra no violão virtual
os acordes que estão sendo tocados.
Os softwares são vendidos em livrarias e bancas de
jornal, e na internet, através do site da empresa. A Daccord
exporta sua linha de produtos para mais de 60 países, o
que corresponde aproximadamente a 50% de seu faturamento. Com foco no usuário doméstico, o objetivo da empresa agora é entrar no mercado corporativo, com produtos e serviços para a indústria fonográfica.
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Categoria I N S T I T U I Ç Ã O D E C I Ê N C I A E T E C N O L O G I A
1º lugar
Labiomar
Microorganismos indicam
poluição do meio ambiente
O Laboratório de Bio-Marinha e
Biomonitoramento (Labiomar) da
Universidade Federal da Bahia (UFBA)
é o único das regiões Norte e Nordeste que realiza pesquisas em Ecotoxicologia. Através deste ramo da ciência, pesquisadores conseguem estipular o nível de substâncias contaminantes presentes em rejeitos de fábricas
que são lançados sem tratamento no
meio ambiente.
O processo é simples. Embriões
de microorganismos – ostras e ouriços, os mais comuns nas pesquisas –
são colocados em ambientes contaminados e seu desenvolvimento é acompanhado por 24 horas. Qualquer anormalidade na formação indica o nível
de poluentes presente na amostra e
sinaliza as providências que o emissor deve tomar antes de descartá-los.
Cada análise custa R$ 500,00. O Labiomar já atendeu mais de 30 empresas,
entre elas o Pólo Petroquímico de Camaçari, na Bahia.
10
Categoria I N S T I T U I Ç Ã O D E C I Ê N C I A E T E C N O L O G I A
Embrapa Tabuleiros Costeiros
2º lugar
Áreas litorâneas já
podem ser cultivadas
Com sede em Aracaju, Sergipe, a
Embrapa Tabuleiros Costeiros realiza pesquisas para viabilizar o desenvolvimento sustentável dos tabuleiros
costeiros – áreas que abrangem todo
o litoral do Nordeste e se caracterizam
por solos profundos e de pouca fertilidade. Os projetos compreendem também as áreas de restinga, dunas e
mangues, típicas da baixada litorânea.
Essa região se caracteriza também pela
degradação causada pela especulação
imobiliária e pelo turismo.
O lançamento de variedades híbridas de coco é um dos projetos em
andamento na instituição. De acordo
com a demanda industrial – água ou
fruto comestível – e da área onde será
feito o cultivo, são determinados os
tipos ideais de cruzamento entre as
espécies.
CTGÁS
3º lugar
Pesquisa busca ampliar
utilização do gás natural
O Centro de Tecnologias do Gás
(CTGÁS) de Natal é resultado de um
consórcio entre a Petrobras, através de
seus Centros de Excelência, e dos Centros Nacionais de Tecnologia do SENAI.
A partir de sua estrutura em Natal e
em outros 16 núcleos localizados em
15 estados brasileiros, o CTGÁS é responsável por avaliar as necessidades
das distribuidoras e dos consumidores
finais de gás natural – indústrias, estabelecimentos comerciais, residências e
motoristas. A atuação de cada núcleo
dá abrangência nacional ao Centro.
Com papel decisivo no desenvolvimento sustentado da indústria nacional, a instituição realiza pesquisas de
novas oportunidades de negócios com
a introdução do gás natural no mercado. Fornece, também, serviços de assessoria técnica que garantem a utilização do gás natural de forma racional, segura e econômica, em substituição a outras fontes de energia. Para
atender a demanda dos clientes, o
CTGÁS já possui serviços formatados,
como: capacitação de recursos humanos para instalação do gás natural em
veículos; informações estratégicas para
conversão de equipamentos; tecnologias de transporte, distribuição e armazenamento de gás; entre outros.
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Categoria I N O V A Ç Ã O S O C I A L
Cooperativa dos
Floricultores do
1º lugar
Estado da Paraíba
Crisântemos garantem
renda de ex-bóias-frias
No município de Pilões, a 140 quilômetros de João Pessoa, 21 mulheres aumentaram sua renda média mensal
plantando flores. Antes elas recebiam
R$ 200,00 no corte da cana, hoje ganham até dois salários mínimos por
mês com a venda dos crisântemos de
corte – flores sem raiz, vendidas para
ornamentação. Pioneiras no cultivo
dessa planta, o desejo das integrantes
da Cooperativa dos Floricultores
do Estado da Paraíba (COFEP), é
transformar o município de Pilões no
pólo de flores do estado.
São 38 estufas cobertas numa
área de cinco mil metros quadrados, o
equivalente a um campo de futebol. A
cada semana, são colhidos aproximadamente 8.750 crisântemos de cada
estufa. O pacote, com 25 flores, é
vendido a R$ 12,00 na Paraíba e em
Pernambuco.
2º lugar
Instituto
Aliança
Cursos preparam jovens
para o primeiro emprego
Através do projeto Com.domínio Digital, 1.935 jovens já foram inseridos
no mercado formal de trabalho nos estados do Ceará, Pernambuco, Bahia e
Sergipe. Com cursos multidisciplinares,
o programa prevê não apenas a inserção, mas a permanência do jovem no
primeiro emprego. Os interessados devem estar cursando o ensino médio, ter
entre 16 e 24 anos, renda familiar mensal de até dois salários mínimos e o desejo de se desenvolver pessoal e profissionalmente.
O Instituto Aliança, responsável pelo projeto, faz a capacitação dos
professores, que chegam a ganhar mais
de R$ 2.000,00 por mês. Com duração
de um ano, 560 horas de aula, além da
formação profissional, os jovens são
motivados a desenvolver relações pessoais e sociais e capacidade de trabalho em equipe. Ao final do curso, são
acompanhados durante quatro meses,
até a inserção no mercado de trabalho.
12
Categoria I N O V A Ç Ã O S O C I A L
Artesãos de Papel
Trançado e Reciclado
Associação de
3º lugar
Jovens sobrevivem do
trabalho artesanal
Em Cumbe, município de três mil habitantes a 96 quilômetros de Aracaju, jovens entre 16 e 19 anos que
nunca tiveram uma fonte de renda,
hoje ganham em média R$ 600,00 por
mês, graças ao Projeto Tudo Encaixa. O único pré-requisito é que estejam matriculados numa das escolas da cidade. Eles fazem parte da
Associação de Artesãos de Papel
Trançado e Reciclado e fabricam,
aproximadamente, 200 peças de artesanato por mês.
Embalagens, objetos de decoração, caixas e cestos de material reciclado são alguns dos produtos idealizados pelos próprios jovens, com influência da cultura local. Vendidos a
uma média de R$ 10,00 cada a cooperativas de artesanato de Sergipe, a produção também é exportada para os
Estados Unidos.
Cerca de 80 quilos de papel, doados pela própria comunidade, são
gastos na fabricação de 100 peças de
artesanato. Desde agosto, um grupo
de artesãs da associação produz e exporta bijuterias feitas a partir da mesma técnica.
Desde 1998, quando o projeto foi
criado, já foram beneficiados aproximadamente 60 jovens. Na sede da
associação funciona também a Escola
de Informática e Cidadania, que promove cursos gratuitos de computação
básica.
Composição do Júri
Augusto Guimarães
NUTERAL – Ceará
Luiz Antonio Magalhães Pontes
Universidade Salvador
Célia Maria da Rocha Ribeiro
Universidade Federal do Rio Grande do Norte
Marcus Antonio Guedes Vasconcelos Fonseca
Instituto Euvaldo Lodi – Rio Grande do Norte
Felipe Souza Pinheiro
CETRA-ASA – Ceará
Paulo Roberto Dantas Brandão
Instituto Euvaldo Lodi - Sergipe
Flávio Luiz Guimarães
SENAI – Petrolina/PE
Roberto do Amaral Ribeiro
ROCHETEC – Ceará
Francisco Sérgio Buarque Gusmão
LABOREMUS – Paraíba
Vinicius Reis Galdino Xavier
Financiadora de Estudos e Projetos
José Teófilo de Miranda
Sergipe Parque Tecnológico
Vittoria Cerbino
Financiadora de Estudos e Projetos
Kênia Samara Farias Quirino
Instituto Euvaldo Lodi – Paraíba
COORDENADOR
DO
P RÊMIO FINEP
Mario Cumeira
NA REGIÃO
NORDESTE
[email protected]
13
Opinião
Augusto Guimarães
O negócio
O
Prêmio FINEP de Inovação Tec-
Como tradicionalmente somos um
nológica é responsável por ter
colocado na pauta das empre-
povo muito criativo, não tenho dúvida
sas no Brasil a importância dos
de que, quando o Brasil aprender na
didática e sistematicamente como fazer
produtos e processos inovativos para a
o processo de inovação, vamos conse-
competitividade. A iniciativa proporciona
guir um espaço muito grande entre os
aos participantes uma oportunidade para
sistematizar o olhar sobre o que vêm fa-
competidores mundiais. Penso que o Brasil
zendo nesta área. Para os ganhadores,
primeiro precisa superar o conceito de
que inovação é coisa de louco, coisa que
traz visibilidade nacional e reforça as ini-
não funciona e não dá certo. Pelo con-
ciativas que já vinham sendo adotadas
trário. Tem que incentivar as pessoas
pela companhia.
ainda quando crianças a descobrirem que
inovação é a coisa mais interessante do
mundo e a gente pode pensar diferente
em tudo que seja. Isso vai dar mobilidade às empresas, vai dar eficiência.
“Quando o Brasil aprender o
A FINEP, em parceria com o Con-
processo da inovação,
selho Britânico, propiciou às empresas ganhadoras do Prêmio uma experiência
vamos conseguir um espaço
prática em empresas e teórica para
muito grande entre os
aprender como um dos maiores centros
competidores mundiais”
do mundo em estudos da inovação lida
com esta área do conhecimento. Na
Inglaterra, fomos recepcionados pelos
professores do Freeman Centre e do
Aproximar o conhecimento da aca-
Centro de Gerenciamento de Inovação
demia dos processos tecnológicos e industriais, e transformar as inovações em
(Centrim – Centre of Innovation Mana-
produtos para o mercado são duas ne-
gement) da Universidade de Brighton em
um programa de uma semana para apren-
cessidades urgentes do País, que o Prê-
der didaticamente como gerenciar a ino-
mio FINEP destaca e incentiva. Quando
vação.
o Brasil transferir para a produção de patentes a mesma capacidade que demons-
14
A inovação não tem fronteira. Os con-
tra ter na publicação de trabalhos em
ceitos ingleses, que na verdade são conceitos globais, podem e devem ser apli-
revistas científicas internacionais inde-
cados pelo Brasil. A inovação pode ser in-
xadas, teremos como resposta o aumen-
centivada, motivada, aprendida dentro da
to do PIB, que beneficiará a sociedade
como um todo.
escola e sobretudo enfatizado o seu aspecto que eu considero mais importante
da inovação
FOTO
João Luiz Ribeiro
plesmente deu um estalo, inovou e se desenvolveu. Muito pelo contrário: é o processo da inovação no seu cotidiano de
maneira perceptível e clara, gerenciando
as etapas claramente.
Estamos trabalhando com inovação
na Nuteral desde a época em que fundamos a empresa. Mas não tínhamos ainda
exercitado esse processo de uma forma
didática e tão inteligente em relação a
gerenciar de forma tão sistemática.
Iniciamos o primeiro curso de Gestão
da Inovação dentro da Nuteral para motivar as pessoas. Seja em que atividade
vêm executando, elas podem dar uma colaboração no sentido de melhorar a eficiência do processo, e melhorar e agregar valor com novas idéias. Fazer o suficiente, o necessário, fazer o possível,
já não é mais a coisa mais importante no
“O Brasil primeiro precisa
negócio. Tem de fazer o diferente. Pen-
superar o conceito de que
maneira diferente e mais eficiente, agregando valor a isso.
inovação é coisa de louco,
sar fora da caixa. Fazer uma rotina de
coisa que não funciona e não
dá certo. Pelo contrário.”
do ponto de vista social. A inovação no
fundo serve para melhorar a vida das pessoas. Tanto que tem um excelente alcan-
Augusto Guimarães é diretor-presidente da
Nuteral Indústria de Formulação Nutricionais,
pequena empresa vencedora nacional do Prêmio
FINEP 2006. Nutricionista, Doutor em Ciência de
ce social.
Não é inovação do puro acaso, não
Alimentos e Nutrição Experimental pela Uni-
é invenção como algumas pessoas ima-
departamento de Nutrição da Universidade
ginam ser no Brasil, de que pura e sim-
Estadual do Ceará.
versidade de São Paulo, é professor titular no
15
Ministério da
Ciência e Tecnologia
Praia do Flamengo, 200 – 1 o, 2o , 3o , 4o , 5o, 7 o,
9o , 13o e 24o andares
Rio de Janeiro - RJ - CEP 22210-030
www.finep.gov.br
Presidente
Coordenação e Edição
Fotos
Luis Manuel Rebelo Fernandes
Vera Marina da Cruz e Silva
Divulgação
Diretoria de Inovação
Redação
Telefone
Eduardo Moreira da Costa
Roberta Defaveri
(21) 2555-0716
Diretoria de Administração e Finanças
Revisão
e-mail
Fernando de Nielander Ribeiro
Jorge Ramos
[email protected]
Diretoria de Desenvolvimento
Científico e Tecnológico
Programação Visual e
d iagramação
Fax
Eugenius Kaszkurewicz
DPRO– FINEP
(21) 2555-0719

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