Crianças africanas em risco

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Crianças africanas em risco
MUNDO MISSIONÁRIO
Crianças
africanas
em risco
A agência das Nações Unidas para a
Infância (UNICEF) alertou que a crise alimentar mundial corre o risco de agravar
a mortalidade infantil em África. Os progressos registados neste campo, nos últimos anos, podem ser invalidados. “Um
grande número de crianças de África
estão mal nutridas e a situação pode
agravar-se com o aumento mundial dos
preços alimentares”, avisou a directora
da organização, Ann Veneman. Só um
punhado de países, dos 48 da África a sul
do Sara, está em condições de reduzir de
dois terços a taxa de mortalidade infantil
das crianças com menos de cinco anos,
até 2015, como prevê o quarto objectivo
Milenium das Nações Unidas.
Canadá pede desculpa às minorias índias
“Apresento as nossas desculpas aos
ex-alunos dos colégios índios. O
tratamento das crianças naqueles
estabelecimentos é um capítulo triste da nossa história. Reconhecemos
que aquela política de assimilação era errada, que causou muito
sofrimento e que não é própria do
nosso país”. O primeiro-ministro do
Canadá, Stephen Harper, dirigiu-se
deste modo às comunidades aborí-
genes, ainda hoje mais desfavorecidas em relação ao resto do país.
As desculpas foram apresentadas
no parlamento, diante de numerosos índios em hábitos tradicionais.
Mais de 150 mil crianças nativas,
mestiças e inuit, nos anos 70, foram
internadas à força e muitas vezes
maltratadas. As desculpas formais
fazem parte de um plano que prevê
avultadas verbas de indemnização.
Arábia Saudita – Personalidades islâmicas em Meca pelo diálogo
O rei saudita, Abdullah Bin Abdel Aziz,
defendeu em Meca o seu projecto
de diálogo entre Islão, cristianismo e
hebraísmo. Na cimeira de estudiosos
islâmicos, no início de Julho, o monarca
expôs a sua visão da religião, quando
se espalham ideias falsas ligadas ao terrorismo na cena internacional. “Somos
a voz da justiça e dos valores morais
humanos, que sejam a expressão da
coexistência e do diálogo”. Diante de
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500 participantes, o rei saudita condenou as formas de extremismo entre os
fiéis da mesma fé islâmica. À frente de
uma monarquia conservadora, o rei
Abdullah, numa iniciativa sem precedentes, conseguiu a adesão dos chefes
muçulmanos dos outros países, e o
acolhimento favorável do rabi de Israel
e de sectores cristãos. O monarca apresentou o seu projecto, em Novembro
passado, a Bento XVI.
Consolata abre novo noviciado no Quénia
A Igreja do Quénia é cada vez
mais missionária. Sinal desse crescimento é o novo noviciado que os
Missionários da Consolata vão abrir
na arquidiocese de Nyeri, no centro
do Quénia. Ali se estabeleceram em
1904 e nada os levava a pensar neste
prodigioso desenvolvimento. Nyeri
tornou-se não só a missão pioneira,
mas também fonte de vocações para
o clero diocesano e agora vê nascer
o noviciado «Beato José Allamano»
para a for­mação de missionários.
Nyeri é a cidade-mãe de sete dioceses e de milhões de fiéis católicos.
Dos cinco noviciados da Consolata
espalhados pelo mundo, três encontram-se em África: dois no Quénia
e um em Moçambique. O Quénia é
o país em que o Instituto tem mais
seminaristas da Consolata em formação: 80 no curso de filosofia, 40
Tobias Oliveira
do QUÉNIA
Não saiba
a tua esquerda...
no noviciado e 24 em teologia. O
missionário queniano James Lengarin
será o mestre de noviços. É natural
do norte do país e pertence à tribo de
guerreiros e pastores Samburu.
África pede menos ajudas e mais comércio
Durante a recente cimeira para
o desenvolvimento africano, que
decorreu no Japão (TICAD), os dirigentes africanos afirmaram que não
precisam de caridade, mas de investimentos. Thabo Mbeki, presidente
sul-africano, explicou que a questão
essencial é melhorar “o comércio
internacional para garantir a plena
integração do continente na economia global”. Por seu lado, o primeiro-ministro etíope, Meles Zenawi,
afirmou que a África procura “uma
parceria com a Ásia para promover a prosperidade comum a longo
prazo, com progresso tecnológico
e industrialização do nosso continente”. O comissário europeu para
o desenvolvimento, Louis Michel,
admitiu que “a política caritativa
tinha fracassado”. Hoje é necessário “uma atitude económica” com
os africanos, ajudando-os a “tirar
o máximo proveito das vantagens
de uma modernização domesticada,
para o desenvolvimento”.
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Uma das principais lições que um
cristão deve aprender é a lição da
caridade. A caridade é incondicional,
na linha do amor de mãe e especialmente na linha do amor de Deus:
“Acaso pode uma mulher esquecer-se
do seu bebé? Ainda que ela se esquecesse dele eu nunca te esqueceria a ti,”
diz o Senhor (Is 49,15). Sim, o nosso
Deus ama incondicionalmente e paga
sempre com o bem, enviando vida
e bênçãos, sol e chuva, a todos sem
discriminação. O meu problema é que,
quando se trata de dar esmola a pedintes, encontro dificuldade em permitir
que a minha mão esquerda não saiba o
que faz a direita, ou não saiba a mente
o que faz o coração.
O Quénia é certamente um país ideal
para limar as arestas deste meu ser
que, tendo recebido tudo, tende a querer condicionar a esmola aos méritos
ou deméritos de quem pede. Este é um
país onde mais de metade da população vive com menos de um euro por
dia. É também um país – falo especialmente da cidade de Nairobi – onde
muita gente se habituou a mendigar e
a viver de expedientes, caindo assim
numa dependência desumanizante.
O que posso eu fazer? De pouco me
serve bradar contra o sistema político
e social que tantos males fomenta.
Compete-me distribuir de graça o que
de graça recebi: a vida e os poucos bens
que me chegam às mãos. Compete-me também continuar a dizer à minha
esquerda que não se afane com o que
faz a direita. Quem dá e quem se dá,
nunca se engana. Como missionário,
também eu estendo a mão à caridade,
e ainda não encontrei quem duvidasse
do destino que dou às dádivas que me
são confiadas. Aprende, Tobias!

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