Relações Públicas do Brasil - Portal RP
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Relações Públicas do Brasil - Portal RP
Biografias dos vencedores da primeira edição do Prêmio Relações Públicas do Brasil do Bra ç la PRÊMIO sil õ es s blica Pú Re Trajetória de Candido Teobaldo Biografias de Roberto Porto Simões Carlos Eduardo Mestieri EDIÇÕES VNI do Bra ç la PRÊMIO sil õ es s blica Pú Re RELAÇÕES PÚBLICAS DO BRASIL Biografia dos vencedores da primeira edição do Prêmio Relações Públicas do Brasil (E-BOOK - VOLUME I) Primeira Edição Marcello Chamusca.... Márcia Carvalhal.... Edições VNI Salvador 2007 Projeto gráfico, editoração eletrônica e capa: Marcello Chamusca CHAMUSCA, Marcello; CARVALHAL, Márcia. Relações Públicas do Brasil: biografia dos vencedores da primeira edição do Prêmio Relações Públicas do Brasil (E-BOOK). Salvador: Edições VNI, 2007. 128 p. ISBN: 978-85-60936-01-4 1. Relações Públicas 2. Prêmio 3. Biografia AGRADECIMENTOS Aos amigos Carlos Eduardo Mestieri, Roberto Porto Simões e Terezinha Andrade (filha de Candido Teobaldo), pelo grande apoio na cessão das informações necessárias à compilação das três biografias constantes nesta obra; Ao professor Luiz Gonzaga, por ter compartilhado conosco a idéia do Prêmio Relações Públicas do Brasil e por ter sido um grande parceiro nesta iniciativa; Aos professores Enimar e Henrique Wendhausen, pela orientação e co-orientação desta obra, que se constitui no nosso trabalho de conclusão de curso, e por tudo que têm feito por nós ao longo de quatro anos de amizade; À todos os colegas e mestres que contribuíram para que o Prêmio Relações Púbicas do Brasil obtivesse o sucesso que obteve não apenas em participação, com mais de seis mil votos, mas em repercussão nacional, sendo foco de matérias dos mais importantes veículos dos meios ligados à área de comunicação do nosso país; À nossa querida família, que sempre nos ajudou em todos passos que demos até hoje. E, sobretudo, a Deus, por nos garantir o suprimento necessário a continuidade da nossa luta. DEDICATÓRIA Dedicamos a todos os estudantes e profissionais da área de Relações Públicas do Brasil que estão junto conosco na luta pela valorização da nossa profissão no nosso país e que têm empreendido os maiores esforços para que a campanha nacional de valorização da profissão de Relações Públicas, que estamos realizando no Brasil desde fevereiro de 2006, obtenha tanto sucesso no seu objetivo geral, quanto obteve nesta ação específica que foi o Prêmio Relações Públicas do Brasil, que neste momento é selado pela publicação desta obra. PREFÁCIO A edição desta obra em homenagem aos três profissionais de Relações Públicas mais votados na realização do Prêmio Relações Públicas do Brasil, se constitui em mais um importante e definitivo passo para que se tenha uma melhor visibilidade da nossa profissão, a partir do indispensável reconhecimento dos seus principais ícones. É interessante ressaltar que muito antes de conceber a realização deste Prêmio já tínhamos em mente que na nossa profissão haviam duas “trindades” distintas, sendo uma na área acadêmica e outra na área mercadológica. A primeira era constituída dos nomes de Valentim Lorenzetti, Vera Giangrande e João Alberto Ianhêz, e a segunda era composta pelos nomes de Cândido Teobaldo, Roberto Porto Simões e Margarida Kunsch. É, portanto, com muita satisfação que vemos contemplados hoje, por meio da votação de significativa parcela da categoria, praticamente a confirmação do nosso ponto de vista anterior, com a merecida inclusão do nome do experiente colega Carlos Eduardo Mestieri. O mais importante, contudo, é que finalmente está se fazendo justiça aos grandes nomes que contribuíram para a consolidação das Relações Públicas no Brasil, embora tenhamos de reconhecer que não foi possível se contemplar a todos que desempenharam importantes papéis na nossa jornada de profissionalização desde o seu início, e que merecem, por conseguinte, ser incluídos em uma categoria “Hour Concurs”, entre os quais o nosso Patrono, Eduardo Pinheiro Lobo, e pelo menos dois outros grandes nomes que fizeram história nas Relações Públicas no Brasil, quais sejam Nelson Speers pela sua imensa contribuição à prática da atividade do Cerimonial em nossa área e Walter Ramos Poyares pelo seu pioneirismo e marcante atuação profissional. É certo que outros importantes nomes poderiam ser lembrados, mas acreditamos que ressaltando estes três nomes citados estamos, de certo modo, homenageando a todos os demais profissionais que fizeram por merecer o reconhecimento e as homenagens da categoria pelo seu desempenho em prol do engrandecimento da nossa profissão. Parabéns a todos nós que contribuímos para esse reconhecimento que se fazia tão necessário e oportuno, e nossas sinceras homenagens aos que foram eleitos como profissionais símbolos das Relações Públicas no Brasil. Luiz Gonzaga Costa de Oliveira Universidade Federal de Alagoas (UFAL) SUMÁRIO APRESENTAÇÃO .....................................................10 CAPÍTULO I O PIONEIRISMO DO MESTRE DOS MESTRES Biografia de Candido Teobaldo de Souza Andrade Vencedor da categoria “Contribuição Histórica (in memorian)” UM OLHAR SOBRE TEOBALDO .............................16 Atividades políticas e representatividade profissional ..26 Homenagens e distinções ..............................................28 O LEGADO TEOBALDIANO .....................................31 Opúsculos .....................................................................35 Artigos ..........................................................................36 Apostilas .......................................................................40 A NOSSA HOMENAGEM A TEOBALDO .................46 REFERÊNCIAS...........................................................48 CAPÍTULO II O INESTIMÁVEL LEGADO DO MESTRE DAS RELAÇÕES PÚBLICAS NO BRASIL Biografia de Roberto Porto Simões - Vencedor da categoria “Professor-pesquisador” UM OLHAR SOBRE SIMÕES ....................................50 Carreira militar .............................................................60 Atividades políticas e representatividade profissional ..62 Homenagens e distinções ..............................................63 O LEGADO SIMOESNIANO ......................................64 A sua trajetória pelo mundo ...........................................65 A NOSSA HOMENAGEM A SIMÕES ........................85 REFERÊNCIAS ...........................................................87 CAPÍTULO III UM EXEMPLO DE DEDICAÇÃO E SUCESSO Biografia de Carlos Eduardo Mestieri - Vencedor da categoria “Profissional de mercado” UM OLHAR SOBRE MESTIERI ................................90 Atividades políticas e representatividade profissional ..96 Homenagens e distinções .............................................98 Os diversos olhares .......................................................99 O LEGADO MESTIERIANO ....................................108 A sua trajetória pelo país ..............................................104 A NOSSA HOMENAGEM A MESTIERI ..................118 REFERÊNCIAS .........................................................119 MEDALHA 2 DE DEZEMBRO: honraria máxima do Prêmio Relações Públicas do Brasil A HOMENAGEM ......................................................122 O HOMENAGEADO DA PRIMEIRA EDIÇÃO DO PRÊMIO .....................................................................122 POR QUE 2 DE DEZEMBRO? ..................................123 PERFIL DE LUIZ GONZAGA ...................................124 O SEGUNDO VOLUME: um convite a uma nova viagem pela história das Relações Públicas, a partir da vida dos seus principais protagonistas .........................125 POSFÁCIO ...............................................................128 APRESENTAÇÃO 10 As bases de uma profissão estão, definitivamente, nos seus referenciais humanos. Nos homens e mulheres que dedicam suas vidas a ela e a fazem parecer grande e importante para o conjunto da sociedade. Quando tratamos da profissão de Relações Públicas no Brasil, essas referências se tornam ainda mais importantes, uma vez que se percebe a existência de um sentimento generalizado por parte dos estudantes e profissionais de falta de reconhecimento do mercado e da sociedade de um modo geral em relação à profissão. Neste sentido, acreditamos que conhecer a história das Relações Públicas no Brasil, a partir da biografia dos principais profissionais da área, pode contribuir significativamente para que a comunidade de estudantes e profissionais possa avançar, influenciada pelas histórias de sucesso desses grandes mestres. Baseados nesta idéia, resolvemos tornar real o sonho do prof. Luiz Gonzaga, da Universidade Federal de Alagoas, de promover um concurso que pudesse resgatar os grandes nomes das Relações Públicas no nosso país e dar-lhes a visibilidade que mereciam. Projetamos então a realização do Prêmio Relações Públicas do Brasil dentro da agenda de intervenção prática na realidade da campanha nacional de valorização da profissão de Relações Públicas, coordenada pelo Portal RP-Bahia (portal que dirigimos na Internet), com o apoio do Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas (CONFERP), de vários Conselhos Regionais (CONRERPs), da Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP), dos sites Portal de RP e Transmarketing e Portal Mundorep, além de mais de 50 instituições e 700 estudantes e profissionais de todo o Brasil. O concurso teve o formato de uma grande pesquisa nacional e foi projetado para duas etapas de sondagens. Na primeira etapa, a comunidade fez indicações de nomes para as categorias disponibilizadas, através de um formulário on-line disponibilizado na Central da Campanha, dentro do Portal RP-Bahia, para o concurso. Foram destacados os dez nomes mais lembrados de cada categoria para a segunda etapa. Na segunda etapa, a comunidade votou pela Internet para eleger entre os 10 candidatos selecionados em cada categoria, o mais importante Relações Públicas do Brasil. A primeira etapa foi lançada durante a conferência de apresentação da campanha nacional de valorização da profissão de Relações Públicas que realizamos dentro da programação oficial do maior e mais importante evento da área de Relações Públicas em todo o mundo no ano de 2006, o 3rd. World Public Relations Festival (III Congresso Mundial de Relações Públicas), que se realizou no auditório principal do Centro de Convenções Ulissys Guimarães, em Brasília/DF, no dia 28/06/2006. Esta etapa foi encerrada exatamente um mês depois, no dia 28/07/2006 e durante os 30 dias em que o formulário de 11 12 indicações permaneceu disponível, foram recebidas mais de 400 indicações, para cerca de 50 profissionais diferentes, entre as três categorias da premiação. A segunda etapa, em que contabilizamos os votos dos dez mais lembrados na primeira etapa em cada categoria, se deu de 04 a 31/08/2006. Foram mais de seis mil votos computados. O resultado final só foi revelado na cerimônia de entrega da premiação realizada na Universidade Federal de Brasília (UnB), dia 08/09/2006, às 17h, no anfiteatro 15, dentro da programação oficial do Congresso da INTERCOM 2006, com a presença de alguns dos mais reconhecidos profissionais da área no país. Prestigiaram a cerimônia ninguém menos que Roberto Porto Simões, Margarida Kunsch, Cláudia Moura, Cicília Peruzzo, Fábio França, Cleuza Cesca, Roberto Fonseca Vieira, Sonia Cabestré, Elizabeth Pazzito Brandão, João José Curvello, Maria Aparecida Ferrari, Rudimar Baldissera, Luiz Alberto de Farias, Luiz Gonzaga, Maria José da Costa Oliveira, Ana Lúcia Novelli, Terezinha Andrade Leal, Angelina Gonçalves, dentre outros profissionais consagrados no cenário nacional e internacional. O Prêmio Relações Públicas do Brasil foi notícia nos principais sites e portais da área de comunicação e Relações Públicas da Internet Brasileira. Foram mais de 30 matérias publicadas em cerca de 70 dias, o que dá uma média de quase uma matéria a cada dois dias. Além disso, a premiação foi foco de reportagens e artigos de estudantes e professores de faculdades brasileiras (em Brasília, Porto Alegre, São Paulo, Maceió, São Luis, Recife e Salvador), além de instituições estrangeiras como a Revista Internacional PoRtraits, dirigida pela APERPEC, de Portugal. Se todas essas informações não puderem dar a dimensão da repercussão que a primeira edição do Prêmio Relações Públicas do Brasil teve em todo o país, certamente o fato de ter sido lançado oficialmente num fórum internacional, o 3rd World Public Relations Festival, o maior e mais importante evento da área de Relações Públicas do ano de 2006 em todo o mundo, e o fato de ter a sua cerimônia de encerramento incluída na programação oficial do Congresso da INTERCOM 2006, com a presença de tantas personalidades da área, foram demonstrações de força muito grande deste certame que já nasceu com o aval de alguns dos mais importantes profissionais e da maior e mais importante instituição da área de comunicação do país. Ao projetar o Prêmio Relações Públicas do Brasil, no entanto, percebemos a necessidade de desenvolver algo que pudesse dar visibilidade e imortalizar não só o concurso como os seus finalistas e vencedores, eleitos através de júri popular, realizado em nível nacional, pela Internet. A idéia do livro então surgiu como o elemento que faltava para complementar a ação da premiação, pois este 13 14 seria, de fato, um instrumento que nos permitiria a consecução dos nossos objetivos principais que são os de resgatar, valorizar e imortalizar a memória dos profissionais de Relações Públicas brasileiros que dedicaram ou ainda dedicam suas vidas a profissão, dando importantes contribuições para o desenvolvimento da atividade de Relações Públicas no nosso país. Vale lembrar que este é o primeiro volume de uma obra concebida em dois volumes. Este primeiro contemplará a biografia dos três vencedores do Prêmio Relações Públicas do Brasil, nas suas respectivas categorias: Candido Teobaldo de Souza Andrade, na categoria Contribuição Histórica (in memorian); Roberto José Porto Simões, na categoria Professor-pesquisador; e Carlos Eduardo Mestieri, na categoria Profissional de Mercado. As histórias por nós aqui contadas são apenas um olhar singular, agudo e ligeiramente despretensioso sobre esses três mestres que tanto vem inspirando estudantes e profissionais da área ao longo das suas vidas, de muitas lutas, mas também de muitos sucessos. É, de fato, uma compilação de informações sobre as suas carreiras profissionais, mas também das suas histórias de vida, de depoimentos de discípulos, colegas e amigos, sobre experiências vividas e momentos que marcaram com as suas genialidades a vida de cada um deles. CAPÍTULO I O PIONEIRISMO DO MESTRE DOS MESTRES Biografia não autorizada de Candido Teobaldo de Souza Andrade Vencedor da categoria “Contribuição Histórica (in memorian)” UM OLHAR SOBRE TEOBALDO 16 Escrever a biografia de Candido Teobaldo de Souza Andrade é para nós uma imensa responsabilidade e ao mesmo tempo um grande prazer. Este homem foi durante muitos anos sinônimo de Relações Públicas no Brasil. Segundo um dos seus discípulos mais fiéis, o prof. da Universidade Federal de Alagoas, Luiz Gonzaga, autor que prefaciou esta obra, houve um período em que a única referência no nosso país na área de Relações Públicas era Teobaldo. Esse pioneirismo marcou profundamente a história da profissão no Brasil, que chegou até mesmo ser chamada carinhosamente de “Teobaldologia”. O filho de Guilherme de Andrade e Maria Francisca de Souza nasceu em 1º de julho de 1919, na cidade de São Paulo e faleceu no mesmo local no dia 07 de agosto de 2003. Quando adolescente estudou no Ginásio Pedro de Toledo. Casou-se em 1946 com a professora primária Nylza de Souza Andrade e teve um filho , Luiz Carlos de Souza Andrade, bem como uma filha chamada Terezinha de Andrade Leal, ambos se tornaram profissionais de Relações Públicas. Antes de se engendrar nas Relações Públicas, Teobaldo fez licenciatura em Educação Física pela Escola Superior de Educação Física (1940), hoje, Escola de Educação Física da Universidade de São Paulo (USP); e bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade de Direito da USP (1949). Atuava em Direito Administrativo, área em que advogou durante toda a sua vida. Atuou também como jornalista e no exercício desta atividade teve oportunidade de entrevistar grandes nomes da cultura nacional, como o saudoso escritor Monteiro Lobato. 17 Teobaldo com a sua esposa, filhos e netos Teobaldo ainda adolescente no desfile da sua escola Ginásio Pedro Toledo. 18 Teobaldo entrevistando Monteiro Lobato, no período em que atuou como jornalista. A história de Teobaldo é marcada por muitos momentos importantes, mas apresenta dois momentos que podem ser considerados marcos na sua vida. O primeiro foi a sua participação na Força Expedicionária Brasileira (FEB), na Itália, durante a 2ª Guerra Mundial como 3º sargento. Por sua atuação durante os conflitos, Teobaldo recebeu três medalhas: a Medalha de Campanha da Força Expedicionária Brasileira (1946); a Medalha de Guerra (1947); e a Cruz de Combate (1947). Sobre esta experiência de vida, uma das suas mais fiéis seguidoras, a profa. Maria Stella Thomazzi, que juntamente com o prof. Waldyr Gutierrez Fortes, da Universidade Estadual de Londrina e diretor do Portal de RP e Transmarketing, tinha notoriamente lugar especial no coração do mestre querido, revelou durante a homenagem realizada a Teobaldo na Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), no ano de 1989, a partir da leitura de um trecho de um boletim regimental do 3º Batalhão de Infantaria, toda a grandeza do ser humano que havia por trás do profissional Candido Teobaldo de Souza Andrade. Esta homenagem se deu quando o mestre anunciou a sua aposentadoria, porque, por decreto federal, seria jubilado de suas funções regulares junto à instituição, por ter alcançado a idade limite para um funcionário público. 19 O 3º sargento Teobaldo com os colegas da FEB 20 Leu Thomazzi naquele dia um trecho do boletim militar que dizia: “Organizou o sistema de ligação e transmissões de sua sub-unidade, mantendo-o em constante funcionamento em todas as situações de combate. Percorrendo sempre as posições da Companhia, às vezes sob constante bombardeio inimigo, o sgt. Teobaldo não poupou esforços físicos nem tãopouco sua própria vida na árdua missão de verificar o funcionamento das transmissões. Louvo-o pela elevada compreensão e prática do dever militar; pela coragem, abnegação, tenacidade e espírito de coorperação, demonstrados em face do perigo. Espírito culto e idealista; sincero; honesto e leal, pode considerar-se como um dos que empregaram todos os seus esforços para a derrota do inimigo comum e a construção dum mundo melhor”. Ao término da leitura, Tomazzi comentou: “Ao ler este elogio sobre o 3º sgt. Teobaldo, louvamos a Deus pelo retorno ao Brasil deste pracinha classificado em campo da Itália como excelente auxiliar por sua competência, coragem e sangue-frio e que, ainda muito jovem, já era cônscio de suas obrigações, executadas com interesse e perfeição. Todos esses fatos justificam plenamente o conceito que aquele comando fez do sgt. Teobaldo. Anotese, à propósito, que o setor da transmissão da Força Expedicionária Brasileira era denominado de Serviço de Comunicação, a exemplo do Exército Americano. Desde cedo Teobaldo denotava sua vocação para a área a que se consagraria até hoje”. As palavras da saudosa Maria Stella Tomazzi deixam claro de que tipo de ser humano estamos falando. Aliás, durante a pesquisa que realizamos para a compilação desta obra percebemos claramente, não só no que está explícito, mas também nas entrelinhas dos depoimentos dos alunos, colegas e amigos, a grandeza deste homem e sua aptidão para aquilo que viria a ser a sua grande razão de viver: as Relações Públicas. Já o segundo momento de Teobaldo, certamente, vem com a criação da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), onde se sagrou o primeiro doutor da área de Relações Públicas em todo o mundo, com a célebre tese intitulada “Relações Públicas e o interesse público” (1975); livre-docente em Relações Públicas Governamentais, apresentando a tese intitulada “Relações Públicas na Administração Direta e Indireta” (1978); além de ter sido professor-adjunto (1983) e professor-titular (1985) da instituição . Na USP, Teobaldo foi professor de Introdução às Relações Públicas da Escola de Comunicações Culturais (1967) e professor-assistente de Técnicas de Relações Públicas da Escola de Comunicação e Artes (1978), sendo o pioneiro na preparação de profissionais de Relações Públicas no Estado de São Paulo. Teobaldo formou várias gerações de profissionais e de pesquisadores. Entre os ex-alunos de Teobaldo estão 21 22 centenas de profissionais que hoje ocupam lugares de destaque na sociedade, seja no campo governamental, empresarial ou acadêmico. Seria difícil nomear os profissionais de destaque no Brasil que tiveram a honra de terem Candido Teobaldo como professor, mas apenas para ilustrar a grandeza desta vertente da sua história citaremos nomes de alguns dos seus ex-alunos: Margarida Kunsch, Sidinéia Freitas, Waldyr Gutierrez Fortes, Maria Stella Tomazzi, dentre outros. Teobaldo, como se pode facilmente constatar e conforme chamamos atenção no início desta biografia é sinônimo de pioneirismo em tudo que diz respeito ao ensino e a pesquisa na área de Relações Públicas no Brasil, com uma vasta produção de literatura técnica na área e um legado inigualável para as gerações posteriores. O prof. Tupã Gomes Corrêa, um dos seus antigos alunos, observa que a obra de Teobaldo, “além de detentora de mérito de pioneirismo, porquanto tenha praticamente inaugurado o lançamento nacional dos primeiros títulos de Relações Públicas, ainda hoje serve de balizamento a todos quantos se dispõem à pesquisa de base nelas”. Para o prof. Waldyr Gutierrez Fortes, que como já chamamos atenção foi e ainda é um dos seus mais fiéis seguidores, além de reconhecidamente um dos seus exalunos mais queridos, dentre as principais contribuições de Teobaldo deve-se destacar inicialmente duas: (1) “fixar o 'processo' de Relações Públicas, aplicável a qualquer tipo de organização, privilegiando o estudo dos grupos para transforma-los em públicos, base de toda a atuação profissional de Relações Públicas; (2) o estudo da aplicação de Relações Públicas em áreas específicas, como na área governamental”. De fato, o trabalho de Teobaldo é pioneiro tanto no estabelecimento das Relações Públicas enquanto atividade profissional realizável em qualquer organização quanto em suas aplicações específicas. E não podemos deixar de destacar o seu pioneirismo também no tema que hoje é recorrente em praticamente todas as discussões que envolvem a profissão de Relações Públicas: a necessidade das organizações agirem com responsabilidade social. Os seus primeiros escritos sobre o tema são da década de 70, há mais de 30 anos. Segundo o amigo e companheiro de primeira hora, o prof. José Marques de Melo, Teobaldo sempre foi um brilhante profissional, vislumbrando tendências e desvelando possibilidades para as Relações Públicas, mas “como cidadão também sempre mostrou uma postura irrepreensível. Jamais capitulou ante as facilidades que a burocracia oferece aos ocupantes de cargos no serviço público. Atinge o apogeu da jornada universitária com o perfil de um homem íntegro, correto, querido pelos alunos, docentes e servidores administrativos. É admirado pela vitalidade didática, liderança associativa, rigor científico. Cumpriu o seu papel acadêmico com serenidade, honestidade e brilho intelectual”. Ainda sobre a sua postura como ser humano temos 23 24 um lindo depoimento de uma das suas mais brilhantes alunas, a profa. Sidinéia Freitas, que traremos neste momento para ilustrar e legitimar o que já dissemos até aqui sobre o homem que foi Candido Teobaldo de Souza Andrade. “Após concluir o curso de graduação da ECA/USP, resolvi continuar a conviver com a Universidade, independente de ter ou não interesse no magistério. De fato, pretendia continuar estudando e principalmente, pensava em preparar-me para o futuro. Recebi então a incumbência de auxiliar o Professor Teobaldo [...] Certa vez, estávamos, Professor Teobaldo e eu, saindo da Universidade e disse-lhe que acreditava ser correto estar trabalhando para o futuro, já que não recebia qualquer remuneração pelos serviços prestados. Estava, de fato, consultando-o sobre meu procedimento. E sua resposta manifestou-se por meio de um sorriso aberto e de apenas duas palavras: 'Está certo', disse o professor. Nossa convivência foi, aos poucos, adquirindo maiores vínculos e o Professor foi tomando ciência de minhas dificuldades e responsabilidades, em especial, das responsabilidades financeiras perante minha família. O dinheiro, naquela época, era uma preocupação constante e não sei dizer por quantas vezes fui convidada especial do querido Mestre para almoçarmos no restaurante da ECA. Com que delicadeza e elegância fazia tais convites e quanto, com o passar dos anos, fui admirando o coração deste corintiano roxo como eu, que sabe ter nobreza d´alma, calar-se perante a ingratidão humana, suscitar polêmicas e beber guaraná 'Antarctica'. Certos valores, sem dúvida, ficaram gravados naqueles seus ex-alunos que souberam entender suas mensagens. Na minha formação, tenho no Professor Teobaldo um exemplo de ser humano que supera o intelectual. São valores que transcendem a competição. São valores humanos que permaneceram. Os valores do espírito, que estão acima dos valores dos homens. Mestre, o que dizer, senão muito obrigada?”. No depoimento emocionado da destacada ex-aluna, percebemos o quanto Teobaldo sempre foi incansável em busca daquilo que acreditava. Sobre isso, o prof. Tupã Gomes Corrêa observa que “ao longo de sua existência, não rara vezes, deu provas dessa dedicação com infatigável persistência. Primeiro, foi quando ainda muito jovem seguiu como voluntário para a guerra, atentando com sua presença no teatro de operações que em sua vida toda, dali por diante, tudo o mais iria sempre além das simples aparências. Depois, seria pela prática profissional, longamente a comprovar no trabalho de cada dia essa disposição de trabalhar em prol de tudo quanto acredita. E, finalmente, terá sido na Universidade, para onde se dirigiu a partir de 1967, que sua obra assume os contornos e a envergadura que a haverá de imortalizar”. E de fato imortalizou. O mestre Teobaldo, certamente, foi o latino-americano que mais influenciou no desenvolvimento das Relações Públicas na região. 25 O seu talento demonstrado desde cedo e o seu lado humano exuberante, conforme explicitou os depoimentos dos colegas e amigos nos parágrafos anteriores, o tornou um grande profissional, que nunca se furtou de servir a categoria e de disponibilizar parte do seu precioso tempo para atuar nas entidades representativas de classe em prol de uma realidade melhor para todos. Desde 1964 até 1989 sempre esteve envolvido nas atividades políticas pela sua categoria profissional, conforme podemos verificar a seguir. Atividades políticas e representatividade profissional 26 De 1964 a 1966 foi primeiro secretário da Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP)/Seção São Paulo. De 1966 a 1968 foi terceiro vice-presidente, assumindo a presidência de 1968 até 1970 e retornando no período de 1974 a 1976. Entre os dois mandatos de presidente participou do Conselho Consultivo como presidente de 1970 a 1971 e como membro de 1972 a 1974. Foi consultor jurídico até 1998. Na ABRP Nacional foi secretário do Conselho Nacional de 1968 a 1970, vice-presidente do Conselho Nacional em dois períodos, de 1970 até 1972 e depois de 1976 até 1978. Além disso, foi presidente do mesmo conselho por dois mandatos, de 1972 a 1974 e de 1978 a 1980. Na alternância dos mandatos de presidente do Conselho, em 1976 atuou como membro da Comissão de Altos Estudos de Relações Públicas. Ainda na ABRP Nacional foi presidente da Câmara Superior Permanente de 1980 a 1982 e consultor jurídico e de Relações Públicas do Diretório Nacional de 1983 a 1984. No Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas (CONFERP) participou nas gestões de 1970 a 1971 e 1976 a 1977. No Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas (CONRERP) São Paulo, participou como Consultor Jurídico em 1972 e Conselheiro Efetivo de 1974 a 1975. Já no Sindicato dos Profissionais Liberais de Relações Públicas foi presidente do Conselho Fiscal, de 1984 a 1988, e delegado da associação junto à Confederação Nacional dos Profissionais Liberais, de 1988 a 1989. Teobaldo atuou ainda na Federação Interamericana de Associações de Relações Públicas (FIERP) como secretário de 1968 a 1972 e, a partir de 1972, como assessor da Comisión Interamericana para lá Enseñanza de Relaciones Públicas (CIPERP). Nesta mesma instituição, foi ainda vice-presidente de 1971 a 1973 e presidente de 1973 a 1975. De 1975 a 1979, atuou como membro do Conselho Consultivo, e de 1981 a 1982, como coordenador da Comissão Interamericana para o ensino de Relações Públicas em Lima/Peru e em Foz do Iguaçu/Brasil de 1982 a 1983. Candido Teobaldo esteve sempre a serviço da causa da profissão de Relações Públicas no Brasil, conforme 27 vimos nas iniciativas, atividades desenvolvidas, cargos, mandatos e funções que exerceu durante a sua vida produtiva. Homenagens e distinções 28 A disponibilidade pela causa das Relações Públicas e a atuação nas entidades representativas de classe durante toda a sua vida profissional lhe resultou diversos títulos honoríficos nacionais e internacionais, tais como os de sócio honorário da ABRP das seções Alagoas (1975), Pará (1975) e Rio de Janeiro (1983), e das seguintes instituições latino-americanas: Asociación Paraguaya de Profesionales de Relaciones Públicas (1972); Associación Argentina de Relaciones Públicas (1973); Associación Uruguaya de Relaciones Públicas (1973); Associación Colombiana de Relaciones Públicas (1975); Associación Panameña de Profesionales de Relaciones Públicas (1981). Além disso, era sócio benemérito da ABRP das seções Pernanbuco (1973), Rio de Janeiro (1975) e São Paulo (1983). É realmente algo que impressiona o reconhecimento que obteve este profissional ao longo da sua vida, mas as distinções do prof. Candido Teobaldo, no entanto, não param por ai. Recebeu muitos prêmios e homenagens, dentre os quais podemos destacar as homenagens da ESURP - Escola Superior de Relações Públicas, de Recife/PE, que denominou o seu diretório acadêmico “Dr. Candido Theobaldo de Souza Andrade” (1973) e da ABRP do Maranhão que denominou a sala da Diretoria e Comissão Consultiva como “Sala Candido Teobaldo de Souza Andrade” (1984). Em 2002, foi convidado pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), em Santa Catarina, para a inauguração de uma sala do Curso de Relações Públicas com o seu nome. 29 . Teobaldo na inauguração do”Diretório Acadêmico Dr. Candido Theobaldo de Souza Andrade”, na ESURP, em 1973. O seu nome foi grafado errado na placa do centro acadêmico. Recebeu também o título de Professor Emérito da ECA/USP, em abril de 1999. No mesmo ano, em novembro, recebeu das Faculdades Integradas de Itapetininga Fundação Karnig Bazarian, o título de Professor Emérito. Além dessas belas homenagens, Teobaldo foi honrado com o Voto de Júbilo e Louvor da Câmara Municipal de São Paulo pelo seu doutoramento em Relações Públicas (1973); o título de Honra ao Mérito de Relações Públicas, da Universidade de Barcelona (1974); o Troféu “El Chasqui de Plata”, da Federación Interamericana de Asociaciones de Relaciones Públicas (Bogotá, 1973); o Troféu “Bronce”, do Centro Interamericano de Pesquisa e Documentação de Relações Públicas (Bogotá, 1973); o Troféu “El Guarany”, da Asociación Paraguaya de Profesionales de Relaciones Públicas (Bogotá, 1973); e a Medalha “Eduardo Pinheiro Lobo”, da ABRP Nacional (1986). 30 Teobaldo recebendo a Medalha Eduardo Pinheiro Lobo, em 1986. Como homenagem póstuma, em 2005, o Diretório Nacional da ABRP criou o “Troféu Teobaldo de Andrade”, para ser entregue aos que mais se destacam na Administração da Comunicação no nosso país. O LEGADO TEOBALDIANO Em 1962 Teobaldo lançou o seu primeiro livro na área, intitulado “Para Entender Relações Públicas”, obra editada pela Editora Luzir que obteve tanto sucesso que chegou a quarta edição, sendo que a segunda em 1965 pela Editora Biblos e a 3ª (1983) e 4ª (1993) edições foram publicadas pela editora Loyola. Esta obra obtém até hoje grande aceitação não só no Brasil, mas em vários países da América Latina. Quando do lançamento da primeira edição do “Para entender Relações Públicas”, o Jornal Diário da Noite fez alusão ao seu pioneirismo na área de Relações Públicas na América Latina, numa matéria em que afirmava: “Teobaldo de Andrade é o pioneiro indígena de Relações Públicas. Ele nacionalizou o assunto com base em sua experiência brasileira que é das mais sérias”. Capa da terceira edição do livro “Para Entender Relações Públicas”. Mas o mestre Teobaldo não ficou satisfeito em pensar a atividade de Relações Públicas apenas como profissão, na dimensão do ser e do fazer no mercado de 31 trabalho. Teobaldo então partiu para um novo projeto que tratava mais especificamente do ensino de Relações Públicas. Foi então que em 1970 lançou o livro “Curso de Relações Públicas” pela editora Atlas. Vale lembrar que este título foi reeditado cinco vezes: em 1974, 1980, 1988 e 1994 pela Editora Atlas e em 2003 pela Pioneira Thomson. 32 Capa da primeira edição do livro “Curso de Relações Públicas”. Mas somente em 1975, escreveu um dos seus mais célebres títulos, “Psico-Sociologia das Relações Públicas”, obra editada da primeira vez pela Vozes, em 1975, e reeditada pela Loyola em 1989. Sobre este livro, a professora Margarida Kunsch fez uma declaração durante um taller que realizou no VI Congresso Internacional de Relações Públicas, em Assunção, Paraguai, no ano de 2006, em que afirmou ser esta, a seu ver, a principal obra de Teobaldo e uma das principais obras da área no mundo. A professora Margarida Kunsch também foi uma das alunas do professor Teobaldo e sua orientanda de mestrado na ECA/USP. Capa da segunda edição do livro “Psico-sociologia das Relações Públicas”. Teobaldo é também co-autor do livro “Le Destin des Relations Publiques”, editado em Montreal, em 1977. Esta é uma obra publicada em francês que, infelizmente, poucas pessoas possuem no Brasil, apesar de fazer parte do legado deste grande mestre brasileiro. O “Dicionário Profissional de Relações Públicas e Comunicação” é, certamente, uma das obras mais significativas de Teobaldo. Obrigatório para todos os estudantes, professores e profissionais da área, o dicionário foi publicado pela primeira vez em 1978 pela Editora Saraiva e em 1996, foi publicada a sua 2ª edição, pela Editora Summus. No prefácio desta obra, Teobaldo observa que a realização deste trabalho foi uma tarefa que recebeu da Federação Interamericana de Relações Públicas (FIARP), que durante a realização da sua XII Reunião do Conselho Deliberativo, em 1971, decidiu pelo preparo deste dicionário de Relações Públicas e o confiou a Comissão Interamericana para o Ensino de Relações Públicas (CIPERP), sob a sua coordenação e supervisão 33 34 do prof. Humberto López, ex-presidente da FIARP e por sete anos presidente da CIPERP. Teobaldo lembrou que esta obra partiu dos opúsculos “Dicionário e Bibliografia de Relações Públicas”, de Humberto Lopez; e do “Dicionário de vocábulos Empregados em Relações Públicas”, de Ronaldo Fernandes Canedo, que foram valiosas contribuições para a realização do projeto, que a seu ver, ainda não era um dicionário completo, mas apenas mais uma etapa para se chegar a uma obra que fosse condizente com o universo vocabular das Relações Públicas na América Latina. Pura modéstia do mestre que não se contentava com pouco e viveu a eterna busca pela ampliação dos seus conhecimentos. Capa da segunda edição do “Dicionário profissional de Relações Públicas e Comunicação”. Em 1982, Teobaldo lançou o livro “Administração de Relações Públicas no Governo” e em 1988 a primeira edição do “Como administrar Reuniões”, que teve a segunda e terceira edições publicadas em 1995 e 1998, pela Editora Loyola que, como vimos, foi a sua editora exclusiva nas suas últimas cinco publicações. Capa da única edição do livro “Administração de Relações Públicas no Governo” e da terceira edição do livro “Como Administrar Reuniões”. Vale lembrar que, além de todos os livros aqui citados, Candido Teobaldo tem mais de 50 artigos publicados em revistas científicas, bem como diversos opúsculos e apostilas de cursos realizados. Um legado deixado para as gerações posteriores que certamente fez e continua fazendo a diferença na consolidação da profissão de Relações Públicas no Brasil. Garimpamos alguns destes opúsculos, artigos e apostilas e temos o prazer de trazê-los para o conhecimento da comunidade. A saber: Opúsculos Relações Públicas no Governo Estadual, São Paulo, Departamento de Administração, 1962, 64 p. O que São e o que Não São Relações Públicas, São Paulo, Departamento Regional do SENAC, 1966, 8 p. 35 36 Conceituação de Relações Públicas, São Paulo, Departamento de Jornalismo e Editoração, Escola de Comunicações e Artes (USP), 1971, 38 p. ª Panorama Histórico de Relações Públicas, 2 ed., São Paulo, Departamento de Jornalismo e Editoração, Escola de Comunicações e Artes (USP), 1973, 28 p. Mini-Anais da Semana Paulista de Estudos de Relações Públicas, São Paulo, Departamento de Jornalismo e Editoração, Escola de Comunicações e Artes (USP), 1973, 87 p. L'Intérêt Publique, São Paulo, Escola de Comunicações e Artes (USP), 1980, 16 p. Guia Brasileiro de Relações Públicas, São Paulo, ABRP/SP, 1979, 95 p. Guia Brasileiro de Relações Públicas, 2ª ed., Novo Hamburgo, FREEVALE, 1981. Guia Brasileiro de Relações Públicas, 3ª ed., ABRP/DF, 1982,159 p. Guia Brasileiro de Relações Públicas, 4ª ed., São Paulo, ABRP/N. 1984, 189 p. Biografia Latino-Americana de Relações Públicas e Opinião Pública, Curitiba, CIESURP, 1985, 76 p. ª Guia Brasileiro de Relações Públicas, 5 ed., Salvador, 1986, 202 p. Artigos (Somente em revistas) Relações Públicas Governamentais, São Paulo, Revista Administração Paulista, n. 1, n. 2, 1959. Relações com a Imprensa, São Paulo, Revista IDORT, n. 353/4, 1961. Mistificação das Relações Públicas, São Paulo, Revista IDORT, n. 360/70, 1962. Relações com o Público, São Paulo, Revista IDORT, N. 373/4, 1963. Relações com a Comunidade, São Paulo, Revista IDORT, n. 381/2, 1963. O Relator Público, São Paulo, Revista Administração Paulista, v. VI, 1963. Relações Públicas na Administração Paulista, São Paulo, Revista IDORT, n. 403/4, 1964. Mito e Realidade da Opinião Pública, São Paulo, Revista de Administração de Empresas, n. 11, Fundação Getúlio Vargas, 1964. Relações com o Público Misto, São Paulo, Revista IDORT, N. 405/6, 1965. VI Conferência interamericana de Relações Públicas em Montevidéu, São Paulo, Revista IDORT, N. 407/8, 1965. Interesse Social: Meta de Relações Públicas, São Paulo, Revista IDORT, n. 418/9, 1966. Conceituação Psicossociológica de Público, São Paulo, Revista da Escola de Comunicações Culturais da Universidade de São Paulo, n. 1, 1967. Conceituação de Relações Públicas, São Paulo, Revista Administração Paulista, v. XIV, jul./dez. 1967. Público e Opinião Pública, Rio de Janeiro, Revista Brasileira de Relações Públicas, fev. 1968. Relações Públicas com os Concorrentes, São Paulo, Revista IDORT, n. 403/4, 1969. 37 38 Um pouco da História de Relações Públicas, São Paulo, Revista Administração Paulista, v. XIV, jul./dez. 1968. Mistificações de Relações Públicas, São Paulo, Revista da Escola de Comunicações Culturais da Universidade de São Paulo, n. 2, 1968. Relações Entre as Empresas e as Escolas, São Paulo, Brasil Novo, dez. 1968. O Redator Público, São Paulo, Revista IDORT, n. 455/6 jan./fev. 1970. Relações Públicas no Governo, São Paulo, Revista da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, n. 1, 1970. O Público na Sociedade de Massas, São Paulo, Revista da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo, n. 5, 1971. Relações Públicas no Governo Municipal, São Paulo, RP em Revista n. 7, out. 1971. O Cinema na Formação de Opinião Pública, São Paulo, RP em Revista, n. 8, nov./dez. 1971. Panorama Brasileiro de Relações Públicas, São Paulo, “Lojas e Lojistas” n. 101, mar. 1974. Relações Públicas no Mundo, São Paulo, RP em Revista, n. 38, fev. 1975. Relações Públicas na Administração Descentralizada, São Paulo, RP em Revista, n. 39/40, mar./abr. 1975. Relações Públicas: Atividade-fim; Comunicação Social Atividade-Meio, São Paulo, Revista IDORT, N. 549/50, 1977. Assessoria e Pesquisa: as Principais Funções de RP., São Paulo, Relações Públicas, n. 2, out. 1978. Relações Públicas na Polícia Militar, São Paulo, Relações Públicas, n. 6, fev. 1979. Relações Públicas Administração de Controvérsia Pública, São Paulo, Revista IDORT, N.565/6, 1979. O Exercício Profissional de Relações Públicas, São Paulo, Relações Públicas, n. 8. abr. 1979. Fundamentos de Relações Públicas Governamentais, São Bernardo do Campo, Comunicação e Sociedade, n. 2, dez. 1979. Relações Públicas Segundo sua Biografia, São Paulo, Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, jan./jun. 1981. Relações Públicas Governamentais: Aspectos Históricos, São Bernardo do Campo, Comunicação e Sociedade, n. 6, set. 1981. Relações Públicas Segundo sua Bibliografia (de 1940 a 1979), Novo Hamburgo, Revista de Estudo FEEVALE, v. 4, n. 2, 1981. Relações Públicas para Bibliotecas e Centros de Informações, São Paulo, Revista Brasileira de Biblioteconomia e Documentação, São Paulo, jan./jul. 1982. Relações Públicas na Sociedade em Mudança, Campinas, Comunicarte, n.3, 1º sem. 1984. Participação Programada para o Diálogo, São Bernardo do Campo, Comunicação e Sociedade n. 12, dez 1984. Administração de Relações Públicas, Fortaleza, IBTD, 1986, 54 p. Como Realizar Reuniões Eficazes, Rio de Janeiro, Tendências do Trabalho, fev. 1987. 39 Relações Públicas na Ótica Econômica, Londrina, Revista CIESURP n. zero, 1988. Apostilas 40 Princípios e Práticas de Relações Públicas, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1959, 54 p. Princípios e Práticas de Relações Públicas Governamentais, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1960, 56 p. Princípios e Práticas de Relações Públicas, Nível I, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1961, 54 p. Curso Especial de Relações Públicas, Nível I, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1961, 54 p. Curso Especial de Relações Públicas, Nível II, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1961, 122 p. Apostilas de Relações Públicas, São Paulo, Publicação Avulsa do Instituto de Ensino Técnico Industrial, 1961. Curso Especial de Relações Públicas, Nível I, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1º sem. 1962, 66 p. Curso Especial de Relações Públicas, Nível II, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1962, 157 p. Curso Especial de RR.PP, Nível I, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 2º sem. 1962, 66 p. Súmula do Curso de Relações Públicas, Nível I, São Paulo, Publicação Avulsa da Federação do Comércio, 1963. Curso Especial de Relações Públicas, Nível II, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1963, 137 p. Curso Especial de Relações Públicas, Nível III, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1963, 52 p. Súmula do Curso de Relações Públicas, Nível I, São Paulo, Publicação Avulsa da Associação dos Funcionários Públicos, 1963. Súmula do Curso de Relações Públicas, Nível II, São Paulo, Departamento de Cursos do IDORT, 1964. Curso Médio de Relações Públicas, Nível I, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1964, 44 p. Curso Médio de Relações Públicas, Nível II, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1964, 119 p. Curso Médio de Relações Públicas, Nível III, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1964, 33 p. Introdução às Relações Públicas. São Paulo, ESAN, 1965. Curso de Formação em Grau Médio de Relações Públicas, Nível II, São Paulo, Departamento de Cursos do IDORT, 1965. Curso de Formação em Grau Médio de Relações Públicas, Nível III, São Paulo, Departamento de Cursos do IDORT, 1966. 41 42 Curso Médio de Relações Públicas, Nível II, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1966, 269 p. Curso Médio de Relações Públicas, Nível III, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1966, 68 p. Introdução às Relações Públicas. São Paulo, Clube das Girafas, 1966. Indicações Bibliográficas para o Curso Médio de Relações Públicas, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1966. Curso Médio de Relações Públicas, Nível I, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1967, 53 p. Curso de Relações Públicas e Comunicação com o Pessoal, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1967, 70 p. 700 Indicações Bibliográficas de Relações Públicas, São Paulo, Departamento de Relações Públicas da Escola de Comunicações Culturais (USP), 1967, 22 p. Curso de Introdução de Relações Públicas, São Paulo, Assessoria Técnica de RP, 1º sem. 1968. Curso de Formação em Grau Médio de Relações Públicas, Nível II, Departamento de Cursos do IDORT, 1968, 130 p. Curso de Relações Públicas Governamentais, São Paulo, Publicação Avulsa da Divisão de Difusão Cultural da Universidade de São Paulo, 1968, 37 p. Introdução de Relações Públicas, Banco Comercial do Estado de São Paulo, 1968. Glossário de Termos Norte-Americanos Usados em Relações Públicas, São Paulo, Publicação Avulsa do Curso de RP da Escola de Comunicações Culturais (USP), 1969, 32 p. Curso de Formação em Grau Médio de Relações Públicas, Nível III, Departamento de Cursos do IDORT, 1969, 62 p. Curso de Relações Públicas, São Paulo, Publicação da Escola Superior de Propaganda, 1969. Curso de Relações Públicas e Comunicação com o Pessoal, São Paulo, Departamento de Cursos do IDORT, 1970, 32 p. Glossário de Termos Norte-Americanos e Ingleses Usados em Relações Públicas, São Paulo, Publicação Avulsa do Departamento de RP e Propaganda da Escola de Comunicações e Artes (USP), 1970, 39 p. Curso de Formação em Grau Médio de Relações Públicas, Nível I, São Paulo, Publicação Avulsa do Departamento de Cursos do IDORT, 1970, 33 p. Curso de Formação em Grau Médio de Relações Públicas, Nível II, São Paulo, Publicação Avulsa do Departamento de Cursos do IDORT, 1970, 130 p. Introdução às Relações Públicas e à Comunicação, São Paulo, Publicação Avulsa do Departamento de Cursos do IDORT, 2º sem. 1971. Atualização em Relações Públicas, São Paulo, Publicação Avulsa do Departamento de Cursos do IDORT, 2º sem. 1975, 71 p. Atualização em Relações Públicas, São Paulo, Publicação Avulsa do Departamento de Cursos do IDORT, ago. 1976, 75 p. 43 44 Administração de Relações Públicas, Porto Alegre, FAMECOS/PUC, 1980, 44 p. Administração de Relações Públicas, Belo Horizonte, CEPROM, 1980, 48 p. Atualização em Administração de Relações Públicas, Londrina, FUEL, 1980, 42 p. Administração de Relações Públicas, Recife, SUITEPE, 1981, 38 p. Administração de Relações Públicas, Curitiba, ABRP/PR, 1981, 26 p. Administração de Relações Públicas, São Paulo, Faculdades de Santo Amaro, 1981, 42 p. Administração de Relações Públicas, Santos, Faculdade de Comunicação Social, 1981, 35 p. Administração de Relações Públicas, Itapetinga, Faculdade de comunicação Social, 1981, 34 p. Administração de Relações Públicas, São Luís, ABRP/MA, 1981, 38 p. Administração de Relações Públicas, João Pessoa, UF/PB, 1982, 38 p. Administração de Relações Públicas, São Paulo, ECA/USP, 1982, 34 p. Administração de Relações Públicas, Rio de Janeiro, ABRP/RJ, 1983, 38 p. Reuniões para Participação Programada, Itapetinga, FKB, 1984, 40 p. Reuniões para Participação Programada, São Paulo, ECA/USP, 1984, 43 p. Reuniões para Participação Programada, Curitiba, ABRP/PR, 1984, 43 p. Reuniões para Participação Programada, Santos, FCS, 1985, 41 p. Reuniões para Participação Programada, São Paulo, INTERCOM, 1985, 43 p. Administração de Relações Públicas, São Paulo, FMU, 1985, 34 p. Reuniões para Participação Programada, Manaus, ABRP/AM, 1985, 41 p. Atualização em Administração de Relações Publicas, Natal, UFRN, 1986, 42 p. Administração de Relações Públicas, Fortaleza, IBTD, 1986, 54 p. Administração de Relações Públicas, Maceió, ABRP/AL.,1986, 38 p. Dinâmica das Reuniões, Fortaleza, IBTD, 1986, 42 p. Como Fazer Reuniões mais Eficazes, São Paulo, CATHO, 1986, 41 p. Reuniões para Participação Programada, São Paulo, IPESP, 1987, 55 p. Administração de Relações Públicas, Salvador ABRP/BA, 40 p. Todo este acervo pode ser acessado nas respectivas instituições, responsáveis pelas publicações ou em bibliotecas de toda a América Latina. Existe ainda uma produção de Teobaldo que a maioria das pessoas desconhece. Os muitos projetos e pesquisas que envolveram toda a sua vida não o permitiram que desenvolvesse o seu lado de gênio 45 literário, revelado num único livro de contos que publicou em 1966. Neste livro, intitulado “Soldado Sem Botas”, relata histórias vividas na sua passagem pela guerra, como pracinha da Força Expedicionária Brasileira. A NOSSA HOMENAGEM A TEOBALDO 46 No mundo acadêmico convém ser cauteloso e não sair por aí afirmando certas coisas antes de ter uma fundamentação muito consistente sobre o que se pretende afirmar, sob pena de ser execrado pela comunidade científica. Neste caso, entretanto, o faremos sem muito nos preocupar. Não porque a nossa afirmação trate-se de algo unânime, mas porque se trata de uma afirmação que vai ao encontro de uma percepção consensual: as Relações Públicas no Brasil jamais seriam o que são hoje, uma profissão consolidada e respeitada no contexto produtivo nacional, a despeito de ainda não obterem o reconhecimento social que gostaríamos, se a sua história profissional e acadêmica não tivesse contemplado a obra de Candido Teobaldo de Souza Andrade. Percebendo isso de forma muito clara, a comunidade de Relações Públicas brasileira elegeu com 500 votos Candido Teobaldo de Souza Andrade o Relações Públicas do Brasil, na categoria Contribuição Histórica (in memorian), em eleição realizada pela Internet entre os dias 4 e 31 de agosto de 2006. No dia 8 de setembro de 2006, durante a cerimônia de entrega do Prêmio Relações Públicas do Brasil, evento que aconteceu dentro da programação oficial do Congresso INTERCOM 2006, realizado na Universidade de Brasília (UNB), em Brasília/DF, a sua filha Terezinha Andrade Leal recebeu o troféu e o certificado a que fez jus o seu pai, Candido Teobaldo, por ter sido eleito o Relações Públicas do Brasil na categoria Contribuição Histórica (in memorian). 47 A sua filha, Terezinha Andrade Leal, recebendo emocionada o Prêmio Relações Públicas do Brasil, no Congresso INTERCOM 2006, durante a cerimônia de entrega da premiação. Uma justa homenagem prestada ao mestre dos mestres das Relações Públicas no Brasil e a tudo o que ele representa para todos nós estudantes e profissionais de Relações Públicas deste nosso imenso e continental país. REFERÊNCIAS ANDRADE, Candido Teobaldo de Souza (org.). Bibliografia Latino-americana de Relações Públicas e Opinião Pública Livros, opúsculos, artigos e apostilas. Londrina, Centro Interamericano de Estudos Superiores de Relações Públicas e Opinião Pública (CIESURP), 1990, 2ª ed. 90 p. _______. Dicionário Profissional de Relações Públicas e Comunicação. São Paulo, Editora Saraiva, 1978, 139 p. Os depoimentos de Sidinéia Freitas, Waldyr Gutierrez Fortez, José Marques de Melo, Maria Stella Thomazzi e Tupã Gomes Corrêa foram extraídos da publicação abaixo: 48 ECA/USP. Relações Públicas: a trajetória de Candido Teobaldo de Souza Andrade. São Paulo: ECA/USP, 1989. Boa parte das informações compiladas para a produção desta biografia foi conseguida através de conversas informais, entrevistas e informações concedidas por: Luiz Gonzaga, professor da Universidade Federal de Alagoas, em várias oportunidades e em troca de e-mails, além de material enviado pelos Correios; Terezinha Andrade Leal, filha de Candido Teobaldo de Souza Andrade, por telefone e e-mail; Margarida Kunsch, ex-orientanda de mestrado de Candido Teobaldo de Souza Andrade, em Brasília (INTERCOM) e em Assunção (Congresso da ALARP Associação Latinoamericana de Relações Públicas). CAPITULO II O INESTIMÁVEL LEGADO DO MESTRE DAS RELAÇÕES PÚBLICAS NO BRASIL Biografia de Roberto Porto Simões Vencedor da categoria “Professor Pesquisador” UM OLHAR SOBRE SIMÕES 50 Escrever sobre a vida e a obra do mestre Simões é para nós algo muito emocionante. Primeiro porque foi ele quem nos apresentou as Relações Públicas, através da sua brilhante teoria. Depois porque tivemos o prazer de conhecê-lo e passar alguns momentos muito agradáveis com este grande mestre, que nos enche de orgulho em todos os lugares do mundo que chegamos. É muito bom podermos encher o peito e dizer: sou Relações Públicas, no Brasil do mestre Simões. Roberto José Porto Simões é gaúcho de Porto Alegre, nascido em 21 de abril de 1935, coronel reformado do Exército Brasileiro, psicólogo de formação, Relações Públicas por opção, profissional provisionado e apaixonado por Relações Públicas. Autor da principal teoria nacional e uma das principais personalidades da área de Relações Públicas do Brasil. Com 21 anos, em 1956, graduou-se pela Academia Militar das Agulhas Negras, título que deu início a uma carreira de educador dentro das forças armadas brasileiras. Em 1962 Simões, graduou-se novamente, desta vez, em psicologia no Instituto de Psicologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e em 1964 se especializou em Orientação Educacional na Faculdade de Educação da PUCRS. Adquiriu o título de Mestre em Psicologia Organizacional em 1975, defendendo a dissertação “A formação de atitudes através de informações” no Instituto de Psicologia da PUCRS. No ano de 1993 veio revolucionar o ensino de Relações Públicas no Brasil com a sua tese de doutorado “Relações Públicas: função política - uma teoria para o ensino e a prática da atividade”, defendida na Faculdade de Educação da PUCRS. A sua carreira de professor universitário começou em 1965, ministrando a disciplina Técnica Projetiva de Wartegg, no Instituto de Psicologia da PUCRS. Alguns anos depois, ministrou a disciplina Psicologia Social na Faculdade de Serviço Social da Universidade Católica de Pelotas/RS. Foi através da disciplina Psicologia Geral e Social, ministrada no curso de Relações Públicas da PUCRS, em 1969, que foi indicado pelo Instituto de Psicologia, por entender de Psicologia Social e Relações Públicas, para lecionar no Curso de Relações Públicas da PUCRS. Nessa época os cursos de Relações Públicas e Publicidade estavam sob uma mesma coordenação. Quando em 1971 a direção da Faculdade de Comunicação Social (FAMECOS) separou os dois cursos, Simões foi convidado para coordenar o curso de Relações Públicas daquela instituição. Como primeiro coordenador do Curso de Relações Públicas da FAMECOS, teve a tarefa de estruturar o corpo docente e o currículo do curso de acordo com as 51 52 prescrições existentes do Conselho Federal de Educação, além da filosofia e das políticas da PUCRS. A partir de então, o professor Simões engendrou-se no ensino de Relações Públicas e atua como professor do curso há quase 40 anos. Durante este período já ministrou várias disciplinas em nível de graduação e pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado) em diversas faculdades, dentre as quais podemos destacar a FAMECOS, o Instituto de Psicologia e a Faculdade de Educação, todas da PUCRS. Vale ressaltar que um ano após assumir como professor do curso de Relações Públicas da FAMECOS criou a disciplina Teoria das Relações Públicas. E, depois, já como coordenador do curso, deu-lhe este designativo. O professor Roberto Porto Simões não é chamado de mestre por acaso. Tem no seu currículo 80 orientações de monografias de conclusão de curso de graduação em Relações Públicas concluídas; 30 orientações de dissertações de mestrado concluídas e mais 6 em andamento; além de orientações de 3 teses de doutorado concluídas e mais uma, em andamento. A experiência do professor Simões na área acadêmica, como podemos ver, é muito rica. Contudo, ele não atua apenas na academia. Possui vasta experiência de mercado, como consultor autônomo e exercendo cargos em importantes organizações nacionais e multinacionais. Como consultor, o primeiro registro histórico que temos é de 1964, quando atuou como psicólogo junto aos jogadores do Grêmio Futebol Porto Alegrense, em Porto Alegre/RS, desenvolvendo ações que buscavam integrálos entre si e com o treinador, para melhor rendimento em campo. Vale chamar atenção que apesar de ser um trabalho na área de psicologia, já se percebe a vertente da mediação de relações entre pessoas, o que não deixa de ser uma atribuição do profissional de Relações Públicas. Neste mesmo ano, começou um trabalho para a Federação Gaúcha de Futebol, também em Porto Alegre/RS, em que atuava na seleção psicológica de candidatos para os cursos de árbitros de futebol. Realizou este trabalho em 1964 e depois voltou a fazê-lo de 1967 até 1973. Desenvolveu um trabalho experimental na Studio Publicidade, localizada em Porto Alegre/RS, em 1969, visando o crescimento da agência através do potencial de sua equipe de funcionários. Neste trabalho, já percebemos ainda mais claramente o Relações Públicas em ação, buscando na força do público interno a ampliação dos horizontes mercadológicos da organização - cliente. Nos anos de 1969 e 1970 trabalhou com motivação interna, buscando sistematizar o recrutamento, a seleção e o treinamento dos funcionários, para a Sociedade Assistencial dos Oficiais do Exército, em Porto Alegre/RS. Ainda em 1970 realizou um treinamento dos funcionários da Filial Porto Alegre do Banco Cidade de São Paulo, que pretendia qualificá-los para melhor atender aos clientes. 53 54 A Unesul Transporte e Táxi Aéreo, empresa sediada em Porto Alegre/RS, o contratou para fazer um trabalho de integração das equipes de motoristas e pilotos e realizar um treinamento para melhor atenção ao cliente. Nesta mesma linha trabalhou para a Imcosul S/A, visando à integração da equipe de gerentes. No mesmo período, fez um serviço de desenvolvimento gerencial dos vários gerentes das diversas empresas administradas pela Associação dos funcionários da Caixa Econômica Estadual de Porto Alegre. Simões prestou assessoria de Relações Públicas, interna e externa, para o Grêmio Beneficente de Oficiais do Exército no Rio Grande do Sul. Internamente foi realizado um treinamento de Relações Públicas para todas as filiais através de um curso à distância. Simões, além de ministrar esse curso, elaborou todo o material didático para ele. Para a Impacto Propaganda, utilizando o potencial da equipe de colaboradores da empresa, fez um trabalho semelhante ao que desenvolveu em médio prazo, envolvendo toda empresa Sulbrasileiro Crédito Imobiliário S/A, que constava do levantamento da melhor maneira de avaliar pessoal e da implantação deste sistema na cultura organizacional. Prestou assessoria à holding das organizações Renner, buscando a integração das empresas que levavam o nome Renner e, também, da coordenação, junto à rádio Guaíba, do Correspondente Renner (noticioso existente desde a década de 40). Paralelamente, iniciou um trabalho para este mesmo grupo que constou de um plano em longo prazo de integração da família Renner, que possuía 25 membros, e da sua preparação para se posicionarem como futuras lideranças nas empresas do grupo. Como veremos posteriormente na nossa explanação sobre a trajetória de Simões pelo mundo, durante este mesmo período, ele realizava diversos workshops, palestras e seminários sobre a questão da empresa familiar, unindo, portanto, as dimensões teóricas e práticas na sua dinâmica profissional. Simões desenvolveu um trabalho de implantação da cultura do planejamento estratégico participativo para a CHALET - Planejamento, Incorporações e Construções Ltda., empresa do ramo da construção civil situada em Porto Alegre/RS. Neste mesmo período também realizou assessorias de Relações Públicas, interna e externa, para a Associação Brasileira de Revendedores de Veículos (ABRAVE) e para o Centro de Professores do Rio Grande do Sul (CPERGS). Para as Lavanderias Unidas fez um levantamento dos diversos segmentos de clientes, um estudo de públicos que contemplava não só aqueles grupos que já mantinham de alguma forma vínculos com a organização, mas também os públicos potenciais, desenvolvendo já nesta época um trabalho muito próximo do que se realiza hoje, trinta anos depois e com muito desenvolvimento tecnológico. 55 56 No final dos anos 70 realizou auditorias de Relações Públicas para as prefeituras municipais de Santo Antônio da Patrulha/RS e de Novo Hamburgo/RS, que constou de uma auditoria de responsabilidade social dessas prefeituras e da entrega de um diagnóstico e plano de trabalho de comunicação a ser realizado pelos prefeitos. Neste mesmo período fez para a Transforte Sul, um projeto de desenvolvimento dos gerentes e de comunicação dos diversos setores da empresa. A seleção psicológica de futuros alunos da Academia Nacional de Polícia e de seguranças e motoristas dos ministros do Superior Tribunal do Trabalho, em Brasília-DF, também constou nas atividades de Simões nesta época. Já nos anos 80 gerenciou a comunicação interna e externa do Instituto de Desenvolvimento Empresarial do Rio Grande do Sul, IDERGS e desenvolveu o trabalho voltado para a integração família-empresa para diversos grupos empresariais, dentre as quais podemos destacar a Construções Domus Aurea Ltda. e a Estaqueamento Geyer S/A, em Porto Alegre/RS; a Khautz - Drogaria e Laboratório S/A e o Laboratório Leivas Leite, em Pelotas/RS. Simões desenvolveu trabalhos de dois anos, envolvendo a implantação e o processo de planejamento operacional participativo para a Precisa Corretora de Títulos Mobiliários S/A. E durante o período compreendido entre os anos de 1982 a 1987, mais uma vez funde teoria e prática, academia e mercado, em um projeto que se estendeu por sete municípios do Vale do Sinos, envolvendo duzentos professores e dois mil alunos. Tratase do Projeto de Relações Públicas (PRO-LER) realizado junto à comunidade educacional, para a criação do hábito de leitura de jornal, por meio de uma técnica didática de utilização do jornal em sala de aulas, criada por Simões e que, além de ter sido colocado em prática em sala de aula, foi desenvolvido numa série de atividades profissionais e acadêmicas sobre o tema, apresentada em forma de workshops, palestras, seminários e conferências sobre o PRO-LER, no Brasil e no Exterior. Este trabalho lhe valeu um Prêmio Opinião Pública. Simões fez um trabalho de médio prazo de comunicação interna e desenvolvimento gerencial para a Têxtil RV Ltda., que constou de um plano com metas e ações específicas que buscavam levar toda a equipe gerencial a melhores níveis de comunicação e produtividade. O que se fez de fato foi uma re-engenharia no processo produtivo organizacional, envolvendo gerentes e chefias das áreas interdependentes, no melhor estilo simoesniano de ser e de fazer. A Associação dos Profissionais Liberais Universitários do Brasil (APLUB) de Porto Alegre/RS contratou Simões para desenvolver inicialmente um programa de resolução de conflitos com um grupo de associados, que durou quatro anos, e posteriormente realizou uma assessoria de mais três anos para a 57 58 facilitação do processo de implantação de Gestão Participativa da mesma instituição. No final da década de 80, Simões realizou mais um trabalho de integração família-empresa, desta vez para os Supermercados Thomas, em Ijuí/RS. Além da questão da integração Simões buscou por meio de técnicas específicas de Relações Públicas, a preparação da família para novos desafios face a ampliação de seus negócios. Este trabalho se estendeu até 1990. De 1990 a 1991, realizou mais dois trabalhos nesta linha. O primeiro foi com a Dipebor - Borrachas Ltda, em Porto Alegre/RS, num trabalho que constou de orientação para dirigente da nova geração, de sua integração com a equipe de funcionários e, também, de treinamento de vendas para toda a equipe. O segundo foi com Malhas Annerose, em Gramado/RS. Este último tratou-se de assessoria que buscava implementar o plano estratégico organizacional. Um ano depois, fez um plano de Relações Públicas para a Associação Nacional de Previdência Privada, no Rio de Janeiro/RJ que buscava integrar as operadoras do sistema de Previdência Privada Aberta, manter e aprofundar a credibilidade externa do setor por meio de um boletim, da atividade de assessoria de imprensa e da coordenação de um Comitê de Comunicação, cujos membros eram os profissionais de comunicação das organizações associadas. Além do trabalho de consultor, Simões também exerceu funções administrativas em diversas organizações das quais podemos citar a de diretor de esportes do Centro Acadêmico da Faculdade de Filosofia da PUCRS, em 1960, em que era responsável pela programação desportiva do Centro Acadêmico; vicepresidente de atletismo da Federação Atlética do Rio Grande do Sul, de 1960 até 1961, em que desenvolveu a atividade de gerência de programação e execução dos campeonatos das diversas classes de atletas; assessor de Atletismo da UNIVERSÍADE, em Porto Alegre/RS, em 1963, realizando assistência ao coordenador de atletismo e juiz de partida das provas de pista. Neste mesmo ano foi secretário Adoc do Curso de Psicologia da PUCRS, realizando serviços de assistência ao diretor do Curso, durante dois anos. Foi também consultor do Serviço de Orientação Educacional do Colégio Municipal Pelotense, em Pelotas/RS, no período de 1966 a 1968, fazendo a coordenação das equipes de orientadores educacionais, assistentes sociais e psicólogos, visando a prestação dos serviços de Orientação Educacional para alunos. Em 1970 aceitou o desafio por um período de onze meses de ocupar o cargo de gerente operacional da Blenda Publicidade, em Porto Alegre/RS, administrando a agência, prestando serviços aos seus dez clientes e mantendo-a rentável. Depois disso, abriu sua própria empresa em sociedade com outra profissional de Relações Públicas provisionada, Eugênia Wendhausen. A razão social da 59 60 empresa era SCS - Consultoria de Relações Públicas. Era situada em Porto Alegre/RS e nela desenvolvia todo o trabalho de administração e prestação de serviço de uma agência de Relações Públicas, atendendo vários clientes, entre eles alguns dos anteriormente citados Além da coordenação do Curso de Relações Públicas da FAMECOS/PUCRS, Simões foi também coordenador do Curso de Relações Públicas da Federação de Estabelecimento de Ensino Superior (FEEVALE), em Novo Hamburgo/RS. Quando foi admitido na FEEVALE, lhe atribuíram a missão de implantar o novo currículo estabelecido pelo Conselho Federal de Educação em 1983. Após análise dos currículos, existente e previsto, passou a se dedicar à implantação de uma nova grade curricular com o mínimo possível de matérias, buscando o máximo de sinergia, através de várias políticas pedagógicas e atividades extra-classe. Carreira militar Além da carreira de professor - pesquisador e consultor na área de psicologia e Relações Públicas,. Simões teve uma carreira militar que começou como aluno da Escola Preparatória de Porto Alegre, no período de 1952 a 1954, ano que ingressou como cadete da Academia Militar das Agulhas Negras, onde permaneceu até 1956. Foi Aspirante do 9º Regimento de Infantaria, em Pelotas/RS, onde atuou como comandante de Pelotão, em 1957, ano que foi promovido a 2º Tenente. Em 1961, atuando na 1ª Companhia de Guardas, em Porto Alegre/RS, foi promovido a 1º Tenente. No Centro de Preparação de Oficiais da Reserva, em Porto Alegre/RS, onde atuou como Instrutor do Curso de Infantaria, de 1961 a 1964, foi promovido a Capitão. Na condição de Capitão, participou como aluno do Curso de Seleção e Classificação de Pessoal do Exército, no Rio de Janeiro/RJ, em 1965; e da Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais, também no Rio de Janeiro/RJ, em 1966. Foi Capitão do 9º Regimento de Infantaria, em Pelotas/RS, de 1966 a 1968. No ano seguinte foi promovido a Major e voltou a atuar no Centro de Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR), em Porto Alegre/RS, como chefe da secção psicotécnica, em 1969. Nesta função, abriu o estágio e coordenou uma equipe de estagiários de psicologia escolar, normalmente formada de quatro alunos, com o objetivo de prestar serviços de psicologia escolar aos alunos e aos instrutores do CPOR. Ainda como Major, atuou no Colégio Militar de Porto Alegre, também como chefe da secção psicotécnica. Nesta função oportunizou mais uma vez estágios para alunos de psicologia escolar, coordenou equipes com o dobro do tamanho da que coordenava no CPOR, normalmente de oito a mais alunos, com o objetivo não só de prestar serviços de psicologia escolar aos alunos, mas também a pais de alunos e professores do Colégio. 61 Em 1975 foi aprovado em concurso para o Magistério do Exército. Já atuando como professor de Ciências Sociais nos 1º e 2º graus do Colégio Militar de Porto Alegre foi promovido a Tenente-Coronel. Nesta época criou o PRO-LER, a técnica de utilização sistemática do jornal em sala de aula que, como vimos, foi utilizada pelo Grupo Editorial Sinos num projeto junto à comunidade escolar do Vale dos Sinos. Chega a sua patente máxima em 1984, sendo foi promovido a coronel, passando para a reserva ao final do mesmo ano. Atividades políticas e representatividade profissional 62 Como todo profissional consciente, nunca se furtou da responsabilidade associativa e da participação em entidades representativas de classe. Quando ainda muito envolvido na área de psicologia, nos anos de 1967 e 1968, Simões participou do Conselho Deliberativo da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul. Em 1968 por conta das atividades esportivas que desenvolvia entrou para o Conselho Municipal de Desportos de Pelotas/RS. No ano seguinte, 1969, foi Tesoureiro da Sociedade de Psicologia do Rio Grande do Sul. Fez parte do Conselho de Profissionais de Relações Públicas, Seção Rio Grande do Sul, de 1972 a 1973. Foi secretário da Comissão Interamericana para o Ensino de Relações Públicas (CIERP) da Federação Interamericana de Associações de Relações Públicas (FIARP), de 1973 a 1975 e presidente da Comissão de Ensino do Conselho Nacional da Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP), de 1972 a 1976. Além disso, foi diretor da ABRP - Seção Rio Grande do Sul, em três períodos, de 1970 a 1971, de 1976 e 1977 e de 1978 e 1979. E de 1973 a 1983 participou da Comissão de Altos Estudos de Relações Públicas do Conselho Nacional da ABRP, realizando o trabalho associativo, buscando integrar a comunidade docente de Relações Públicas do Brasil e realizar uma avaliação científica dos congressos nacionais desenvolvidos pela instituição. Simões também foi membro da Comissão dos Notáveis de Relações Públicas para redação final do documento do Parlamento Nacional. Homenagens e distinções Durante a sua trajetória, colecionou alguns prêmios e homenagens, das quais podemos destacar o Prêmio Nacional Opinião Pública, concedido pelo CONRERP Conselho Regional de Relações Públicas de São Paulo, a mais tradicional e importante premiação para profissionais de Relações Públicas do país (1983); Prêmio Professor Nota 10, concedido pela Associação Riograndense de Imprensa (1993); Prêmio Idéias 63 64 Profissional Nacional do Ano, concedido pelo Conselho Regional de Relações Públicas do Rio de Janeiro (1993); Medalha Irmão Afonso concedida pela PUCRS em reconhecimento pelos 25 anos de bons serviços prestados à instituição (1995); Prêmio Profissionais de Relações Públicas que fazem e acontecem, concedido pelo Conselho Regional de Relações Públicas do Rio Grande do Sul (2002). Além disso, o professor Roberto Porto Simões foi escolhido como Paraninfo das turmas de formandos de Relações Públicas dos anos de 2002 e 2003 da PUCRS; da turma de formandos de Relações Públicas da Universidade do Vale dos Sinos (UNISINOS) de 1998; e Patrono da turma de formandos de Comunicação Social da Universidade de Santa Cruz (UNISC), Santa Cruz do Sul/RS, em 2000. O LEGADO SIMOESNIANO Conforme já havíamos chamado atenção, Simões é autor de uma contribuição teórica para a área de Relações Públicas do nosso país. Este legado pode ser encontrado nos 3 livros e quase 30 artigos publicados até o momento. É autor dos célebres: “Relações Públicas: Função Política” (1995) e “Relações Públicas e Micropolítica” (2002). O segundo serve como uma espécie de complemento da teoria desenvolvida no primeiro. Agora, no auge da sua maturidade acadêmica, lança “Informação, Inteligência e Utopia Contribuições para a teoria de Relações Públicas” (2006). Este último, que completa a trilogia simoesniana, foi lançado durante a cerimônia de entrega do Prêmio Relações Públicas do Brasil, durante o XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação (INTERCOM 2006), na cidade de Brasília/DF, no dia 8 de setembro de 2006. Todos os seus livros foram publicados pela Editora Summus. 65 Capas dos livros “Relações Públicas: função política”; “Relações Públicas e micropolítica”; e “Informação, Inteligência e Utopia Contribuições à Teoria de Relações Públicas”. A sua trajetória pelo mundo Simões teve seleta participação em eventos acadêmicos e profissionais, inicialmente na área de Psicologia, devido a sua formação inicial, depois na área de Relações Públicas no Brasil e no exterior, realizando palestras, conferências, participando de painéis e de outras tantas atividades. Vale ressaltar que devido ao seu 66 pioneirismo, participou de quase todas as primeiras edições dos congressos da área no Brasil e na América Latina e todas as publicações registradas nos anais desses eventos são para todos nós um importante legado deixado pelo mestre aos seus discípulos. O primeiro do qual temos conhecimento foi a 1ª Jornada Brasileira de Psicologia, que aconteceu em São Paulo/SP, em junho de 1968. Na sua participação como painelista falou sobre “O MMPI e o universo brasileiro”. Alguns anos depois, em 1972, já totalmente envolvido nas Relações Públicas, foi painelista no 1º Congresso Brasileiro de Relações Públicas, realizado em Petrópolis/RJ, falando sobre o tema “Relações Públicas e a profissionalização”. Conforme chamamos atenção, a primeira edição do Congresso Brasileiro Universitário de Relações Públicas, que ocorreu em Recife/PE, em 1973, contou com a participação do professor Simões apresentando a conferência “Idéias de base das Relações Públicas”. No mesmo ano, o professor Simões participou como moderador da primeira edição do Congresso Brasileiro de Professores de Relações Públicas, ocorrido em Águas de São Pedro/SP. Em 1974 foi conferencista no 1º Encontro Interamericano de Professores de Relações Públicas, que aconteceu no Rio de Janeiro/RJ. Neste evento tratou de um assunto de alta relevância para o desenvolvimento do ensino da atividade de Relações Públicas no Brasil, obtendo um grande reconhecimento dos professores presentes com a conferência “Aperfeiçoamento dos Professores de Relações Públicas”. Neste mesmo ano foi criador e coordenador geral do 1º Ciclo de Integração de Relações Públicas, que aconteceu na PUCRS, em Porto Alegre/RS. Dois anos depois, em 1976, voltou a coordenar o Ciclo de Integração de Relações Públicas em Porto Alegre/RS na segunda edição. Mas, ainda, em 1974 participou da segunda edição do principal evento da área, reafirmando sua liderança e presença marcante. O IIº Congresso Brasileiro de Relações Públicas, que desta vez foi realizado em São Paulo/SP, teve a sua participação mais uma vez como painelista, apresentando trabalho intitulado “Relações Públicas Educacionais”. No ano seguinte, voltou a participar do Congresso Brasileiro Universitário de Relações Públicas na sua segunda edição, realizada em Caxias/RS, como conferencista, apresentando o tema “Relações Públicas e a sociedade do futuro” e também da segunda edição do Congresso Brasileiro de Professores de Relações Públicas, realizado no Rio de Janeiro/RJ, com a conferência: “O currículo de Relações Públicas”. Neste mesmo ano ainda participou de outros dois eventos: o VIIIº Seminário de Jornalismo do Interior, realizado em Porto Alegre, apresentando a conferência “Psicologia de vendas”; e a XIIª Conferência Interamericana de Relações Públicas, em Curaçao, Antilhas Holandesas, com o painel 67 68 “Relações Públicas e ecologia”. Em 1976, apresentou a conferência “Planejamento de Relações Públicas” na Semana Caxiense de Relações Públicas da UCS, em Caxias do Sul; a conferência “Auditoria de Relações Públicas” na Semana de Relações Públicas de Belo Horizonte, em Belo Horizonte/MG; a conferência “A necessidade do desenvolvimento do ensino regional das Relações Públicas” no IVº Congresso Brasileiro de Relações Públicas, realizado em Maceió/AL; e a conferência “Relações Públicas e marketing” no 1º Seminário de Estudos em Relações Públicas da FEEVALE, em Novo Hamburgo/RS. A VIII Jornada Uruguaia de Relações Públicas, ocorrida em Montevidéu, em 1977, no Uruguai, contou com o workshop “Novas técnicas em Relações Públicas”, apresentada com maestria pelo Simões. Aliás, este foi um ano em que Simões teve uma forte participação em eventos da área em todo o Brasil, dentre os quais podemos citar o IIIº Congresso Brasileiro Universitário de Relações Públicas, em Mogi das Cruzes/SP, apresentando a conferência: “Uma proposta de teoria de Relações Públicas”; o IIIº Congresso Brasileiro de Professores de Relações Públicas, desta vez realizado em Gramado/RS, como coordenador geral; o IVº Ciclo de Estudos de Comunicação Social/UFSM, em Santa Maria/RS, com a conferência: “Relações Públicas como fator de desenvolvimento econômico”; o Iº Ciclo de Estudos de Relações Públicas, em Manaus/AM, com a conferência: “Relações Públicas no contexto da administração”; e o 4º Ciclo de Integração de Relações Públicas da PUCRS, com a conferência: “Visão panorâmica das Relações Públicas”. Nos dois anos subseqüentes, 1978 e 1979, Simões manteve o ritmo de participações em eventos acadêmicos como conferencista, painelista e moderador. Em 1978 foram levantados: o V Congresso Brasileiro de Relações Públicas, realizado em Curitiba/PR, com a conferência: “Relações Públicas para o desenvolvimento”; o Vº Ciclo de Integração de Relações Públicas da PUCRS, em Porto Alegre/RS, com o painel: “Relações Públicas na área comercial”; a IX Jornada Uruguaia de Relaciones Públicas, em Montevidéu, Uruguai, com a. conferência: “Auditoria de Relações Públicas”; e a VIº Semana Paulista de Relações Públicas, realizada em Itapetininga/SP, com a conferência: “Matérias de fundamentação geral humanística e específica do curso de Relações Públicas”. E em 1979 podemos citar: a VII Semana Alagoana de Relações Públicas, em Maceió/AL, com a conferência: “Relações Públicas na área empresarial e governamental”; o IVº Congresso Brasileiro Universitário e de Professores de Relações Públicas, desta vez realizado em São Luís/MA, com a conferência: “A formação em Relações Públicas tendo em vista as peculiaridades regionais e áreas de atuação”; a Semana Pelotense de Relações Públicas, em Pelotas/RS, com a conferência: “O mercado de trabalho para o profissional de Relações Públicas”; a Semana de Relações Públicas 69 70 das Faculdades Integradas Estácio de Sá, Rio de Janeiro/RJ, com a conferência: “Auditoria de Relações Públicas”; e a XIV Conferência Interamericana de Relações Públicas, realizada em São Paulo/SP, como moderador. Simões deu uma desacelerada nos anos 1980 e 1981, participando de apenas dois eventos relevantes no primeiro ano e apenas um no segundo. Foram eles: a Xº Jornada Uruguaia de Relaciones Públicas, em Montevidéu, Uruguai, com a conferência: “Relações Públicas e o processo político”; e a Vº Semana Carioca de Relações Públicas, no Rio de Janeiro/RJ, com a conferência: “Problemas do dia-a-dia do profissional de Relações Públicas”, em 1980. E em 1981 apresentou a conferência “Relações Públicas atuais” na Semana de Relações Públicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre/RS. Vale ressaltar que neste ano Simões se dedicou a realização de dois workshops. Um para o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial/SENAC (A empresa familiar: problemas e soluções), em que passou por Porto Alegre, Pelotas, Erexim São Luís e Ijuí, todos municípios do Estado do Rio Grande do Sul; e o outro intitulado “Paradigmas de Relações Públicas”, na Universidade Federal do Maranhão, em São Luís/MA. No ano seguinte, Simões volta a marcar presença nos eventos acadêmicos de comunicação, apresentando seis conferências e um workshop, a saber: IVª Semana Mineira de Relações Públicas, em Belo Horizonte/MG, com a conferência: “Estratégias de Relações Públicas”; Vº Congresso Brasileiro Universitário de Relações Públicas, realizado em São Bernardo do Campo/SP, com a conferência: “A função de Relações Públicas na pequena e média empresa”; Vº Seminário de Estudos em Relações Públicas de FEEVALE, em Novo Hamburgo/RS, com a conferência: “A crítica da escola à profissão”; XIIª Jornada Uruguaia de Relações Públicas, em Montevidéu, Uruguai, com a conferência: “A administração estratégica e Relações Públicas”; 1ª Semana de Comunicação Social da UEL, em Londrina/PR, com a conferência: “A função de Relações Públicas na pequena e média empresa”; Semana Caxiense de Relações Públicas da UCS, em Caxias do Sul/RS, com a conferência: “Relações Públicas para a pequena e média empresa”. O workshop intitulado “A empresa familiar e a sucessão” foi apresentado na FEEVALE, em Novo Hamburgo/RS. Entre 1983 e 1984 Simões apresentou três conferências sobre a técnica desenvolvida por ele para a criação do hábito de leitura, o PRO-LER. A primeira foi apresentada no Encontro de Jornais do Interior, em Pelotas/RS; a segunda foi no 4º Congresso de Leitura, em Campinas/SP; a terceira e última foi no 1º Seminário de Alfabetização do Cone Sul, realizada pela FEEVALE, em Novo Hamburgo/RS. A conferência foi intitulada “PROLER: uma técnica de criação do hábito de leitura”. Além disso, participou do Seminário Superior de 71 72 Comunicação Social da UCP Universidade Católica de Pelotas, em Pelotas/RS, com a conferência: “Uma nova visão para um conceito desgastado de Relações Públicas”, em 1983 e do Seminário sobre Comunicação Social da Faculdade Metodista de São Paulo, em São Paulo/SP, apresentou a conferência: “Ética da Comunicação - do moralismo ao compromisso social”, em 1984. Neste mesmo ano participou do VIIIº Congresso Brasileiro de Relações Públicas, que ocorreu em Belo Horizonte/MG, apresentando a conferência “Relações Públicas: função política”. Acreditamos que este é um marco histórico na vida de Simões, pois foi a partir desse momento é que começa a surgir a idéia da função política organizacional nas Relações Públicas, posteriormente desenvolvida de forma brilhante e sistematizada em forma da Teoria de Relações Públicas enquanto função política, que mostra outra ótica alem da atividade da comunicação propriamente dita e a liga à gestão das relações políticas no ambiente das organizações. Simões também levou o Seminário “Relações Públicas: Função política” para as universidades: Casper Líbero (SP), Álvares Penteado (SP), CEUB (DF), Metodista (SP); e para os profissionais de mercado através da Labor Treinamento (DF). Além disso, realizou em Belo Horizonte/MG, no Instituto Newton Paiva, para os professores do Curso de Relações Públicas da instituição, um workshop com o mesmo título do seminário. No ano seguinte, Simões buscou consolidar a sua proposta em âmbito internacional e partiu para apresentar o tema em vários congressos fora do país, dentre os quais podemos citar o 1º Congresso Ibero-americano de Relações Públicas, em Barcelona, na Espanha, com a conferência: “Relações Públicas e sua dimensão política”; o 2º Congresso Mundial de Professores de Relações Públicas, em Amsfoot, na Holanda, com o painel: “uma proposta de uma teoria de Relações Públicas”; a XVII Conferência Interamericana de Relações Públicas, em Assunção, no Paraguai, e a XV Jornada Uruguaia de Relações Públicas, em Montevidéu, no Uruguai, com a conferência: “Relações Públicas: Função política”. Neste mesmo ano ainda participou do Congresso Pan-americano de Comunicação Social, em Porto Alegre/RS, com a conferência: “Relações Públicas e a conjuntura atual”. Voltou também a Montevidéu, no Uruguai, desta vez para participar do IIº Congresso Ibero-americano de Relações Públicas, apresentando a conferência: “Relações Públicas: função política”, conferência esta que apresentou também no I Seminário de Comunicação Social da Aeronáutica, em Brasília/DF. Este também foi o ano que desenvolveu o workshop “A administração da comunicação organizacional” para o Conselho Superior de Comunicação e de Relações Públicas, nas cidades de Lerida, Terrassa, Barcelona, Madrid, San Sebastian e Valência. Além do workshop “Um curso completo sobre teoria de Relações Públicas” no curso de Comunicação Social da Universidade Federal 73 74 do Maranhão, em São Luís/MA. Além disso, deu continuidade aos workshops, seminários e palestras sobre empresa familiar, apresentando-os em todo o país, por vários anos consecutivos. Alguns exemplos: Brasil Training'86 (São Paulo/SP); Associação Comercial e Industrial de Lajeado (Lajeado/RS); XIº Encontro da Associação de Empresas de Curtumes (Gramado/RS); Associação Comercial de Encantado (Encantado/RS); dentre outros. Em 1987, com trânsito livre na Espanha e América Latina, apresentou o workshop “Relações Públicas: função política” nas cidades de Madrid, Valência e Barcelona, pelo Conselho Superior de Relações Públicas e Comunicação da Espanha. No Seminário Interamericano de Relações Públicas, realizado em Medellin, na Colômbia, apresentou conferência com mesmo o nome. No XXIº Congresso Interamericano de Psicologia, realizado em Havana, Cuba, apresentou a review “Organizações e poder”. No Fórum Uruguaio de Relações Públicas de Montevidéu, no Uruguai, apresentou a conferência “Comunicação e poder”. E, no Encontro Ibero-americano de professores de Relações Públicas, em Medellin, na Colômbia, apresentou a conferência “A administração da comunicação organizacional”. No ano seguinte, Simões apresentou o workshop “Relações Públicas: função política” em vários fóruns internacionais, como na Confederação Ibero-americana de Relações Públicas, em Assunção, no Paraguai; e no Conselho Superior de Relações Públicas e Comunicação de Espanha, nas cidades de Oviedo, Valência, Alicante e Barcelona. Além de ter apresentado a conferência “Comunicação e Poder” e o workshop “Administração da comunicação organizacional” no II Encontro Iberoamericano de estudantes de Relações Públicas, em La Paz, na Bolívia. Mas também participou de diversos eventos em nível nacional, como o Seminário de Comunicação Social da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre/ RS, com a palestra “A administração da comunicação organizacional”, o VIIº Encontro de Relações Públicas de Aracaju, em Aracaju/SE, com a conferência “Comunicação e poder” e o workshop “A administração da comunicação organizacional”; o Encontro Brasileiro de Professores de Relações Públicas, em São Paulo/SP, com a conferência “A administração da comunicação organizacional”; o XI Congresso Brasileiro de Relações Públicas, em Gramado/RS, como coordenador científico do congresso; e a Semana de Comunicação Social da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria/RS, com a conferência “Desenvolvimento e comunicação”. No final dos anos 80, Simões realizou mais uma vez uma série de atividades internacionais, dentre as quais podemos citar a palestra “Organização, comunicação e poder” que realizou na Faculdade da Ciência da 75 76 Informação da Universidade Complutense de Madrid, em Madrid, Espanha; as palestras intituladas “Administração da Comunicação Organizacional” realizadas por meio da Associação Uruguaia de Relações Públicas, nas cidades de Montevidéu e Maldonado, no Uruguai; além das sua participação apresentando a review; “Relações de poder nas organizações e na família” no XXIIº Congresso Interamericano de Psicologia, em Buenos Aires, na Argentina. Neste mesmo período ainda apresentou o workshop “Relações Públicas: a administração da comunicação organizacional”, na Associação Argentina de Relações Públicas, em Buenos Aires, na Argentina; participou do Encontro de Comunicadores Sociais de Cooperativas, em Bogotá, na Colômbia, com a palestra “Relações Públicas: administração da comunicação organizacional”; do Seminário Internacional de Professores de Relações Públicas da CONFIARP, em Quito, no Equador, apresentando as conferências “Pesquisa em Relações Públicas” e “Relações Públicas: administração da comunicação organizacional”. Já no início da década de 90, Simões voltou a realizar workshops em várias cidades da Espanha através do Conselho Superior de Comunicação e Relações Públicas da Espanha. Desta vez passou pelas cidades de Terrassa, Barcelona, Navarra, Alicante e Oviedo. O workshop “Relações Públicas: Administração da comunicação organizacional” foi apresentado também no Ministério do Turismo de Cuba, em Havana, Cuba; e no Curso de Relações Públicas da Universidade da Paraíba, em João Pessoa/PB. Foi neste mesmo período que Simões teve a oportunidade de fazer a palestra “Uma teoria de Relações Públicas” na Ball State Universitye, Muncie (Indiana USA) e apresentar para estudantes e professores de Relações Públicas americanos a sua teoria de Relações Públicas como função política. Continuou ampliando suas fronteiras, levando a discussão de uma nova teoria de Relações Púbicas para a toda Europa e América Latina nos anos seguintes. Para a Universidade Católica da Bolívia, em La Paz, na Bolívia, apresentou o workshop “Relações Públicas: administração da comunicação organizacional” e a conferência “O desenvolvimento da atividade de Relações Públicas nas Américas”. No III º Congresso Ibero-americano de Relações Públicas, em Lima, Peru, e no Congresso sobre Comunicação Organizacional, em Cali, na Colômbia apresentou a conferência “Relações Públicas: função política”. Na Universidade Católica do Chile, em Santiago, no Chile, apresentou o workshop “Relações Públicas: administração da comunicação organizacional”, o workshop “Currículo do Curso de Relações Públicas”, exclusivamente para professores, e a palestra “Mercado de trabalho da profissão de Relações Públicas” para alunos. No Departamento de Comunicação Social da Universidade do Sagrado Coração, em San Juan, Porto 77 78 Rico, apresentou os workshops “Relações Públicas: administração da comunicação”, “Administração da crise” e “Estrutura curricular do curso de Relações Públicas”. Também sobre currículo foi o seu workshop no Departamento de Comunicação Social da Universidade Bolivariana, em Medellin, na Colômbia. Apresentou ainda o workshop “Relações Públicas: administração da comunicação organizacional” em vários locais do mundo, tais como na Universidade de Alicante, em Alicante, na Espanha; Centro de Estudos Universitários, em Valência, na Espanha; Escola de Estudos Superiores Empresariais, em Barcelona, na Espanha. No Brasil, Simões participou do Congresso da INTERCOM, em Porto Alegre/RS, como palestrante no Grupo de Trabalho de Relações Públicas, e apresentou o workshop “Relações Públicas: administração da comunicação organizacional” no Departamento de Comunicação Social da Universidade Estadual de Londrina, no Paraná. No ano de 1992, Simões realizou apenas atividades internacionais, no IVº Congresso Ibero-americano de Relações Públicas, em Cadiz, na Espanha, apresentando o workshop “Paradigmas no ensino das Relações Públicas”, na Associação Universitária Ibero-americana de Relações Públicas, em Buenos Aires, na Argentina, apresentando o workshop “Relações Públicas: função política”, no Congresso de Comunicação Social da AUIRP, também em Buenos Aires, com a conferência “Administração da comunicação”, e na Câmara do Comércio de Santiago, em Santiago do Chile, com a palestra “A empresa familiar, seus problemas e soluções”. No ano seguinte, em 1993, ano que defendeu a sua tese de doutorado, em que desenvolve a mais completa teoria de Relações Públicas nacional, Simões voltou a brindar os brasileiros circulando vários estados do Brasil com suas conferências, palestras e workshops, dentre os quais podemos citar a conferência “Relações Públicas: administração da comunicação organizacional” realizada na Faculdade de Comunicação Social da Universidade do Vale dos Sinos, em São Leopoldo/RS; a conferência “Comunicação e cidadania: da ética e da estética” apresentada no Departamento de Comunicação Social da Universidade Federal de Goiás, em Goiânia/GO; e o workshop “Relações Públicas e seus fundamentos em micropolítica” realizado no Departamento de Comunicação Social da Universidade Católica de Pernambuco, em Recife/PE. Não parou por aí. Realizou também o workshop “Relações Públicas, legitimação e poder” para professores da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo, em São Paulo/SP; a conferência “Relações Públicas e seus fundamentos em micropolítica”, no XIIº Congresso Brasileiro de Relações Públicas, Aracaju/SE; a palestra “Comunicação: sua importância”, no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), em 79 80 Porto Alegre/RS. Também não deixou de marcar presença no exterior e participou do Seminário Internacional de Cerimonial e Protocolo, em Alicante, na Espanha, com a conferência “Cerimonial e protocolo e seu papel nas Relações Públicas”; e realizou o workshop “Relações Públicas: administração da comunicação” no Conselho Superior de Comunicação e Relações Públicas, em Barcelona, na Espanha. Na Câmara de Comércio de Temuco, no Chile, apresentou a conferência “Empresas Familiares, fatores de êxito”; no Seminário Revista Comunicação, em Porto Alegre/RS, apresentou a conferência “O mercado de trabalho para os profissionais de Relações Públicas”; no I Congresso de Comunicação Corporativa, realizado na Universidade Católica do Chile, em Santiago do Chile, apresentou a conferência “A administração da função política organizacional”; no XIII Congresso Brasileiro de Relações Públicas, no Rio de Janeiro/RJ, apresentou a conferência “Relações Públicas e a função política organizacional”; na UNIFACS e na UNEB, em Salvador/BA, realizou o workshop “Relações Públicas: gestão da comunicação organizacional”; e na ULBRA, em Canoas/RS, apresentando a palestra “Uma teoria de Relações Públicas” para o corpo docente do curso de Relações Públicas da instituição. Durante o ano de 1995, ano que publicou o celebre livro “Relações Públicas: função política”, o prof. Simões realizou várias atividades na Colômbia, dentre as quais podemos destacar a palestra “RRPP: função política” realizada na Organização financeira Sudamericana, em Medellin, para a comunidade de RRPP de Medellin; a palestra sobre o PRO-LER no Jornal El Colombiano, em Medellin, na Colômbia; e na Faculdade de Comunicação da Universidade de Antioquia, em Medellin, na Colômbia, realizou o Encontro com Reitor e os Pró-reitores da Universidade de Antioquia, a conferência no Dia do Periodista, além de dois seminários intitulados “La gerencia de la comunicación organizacional: una función política”. No Brasil, Simões circulou com o tema do seu primeiro livro (Relações Públicas: função política) por várias universidades e instituições de ensino superior, dentre as quais se encontram a Universidade de Caxias do Sul, durante a XII Semana das Comunicações, em Caxias/RS; a Universidade Luterana do Brasil, em Canoas/RS; a Federação de Estabelecimentos de Ensino Superior em Novo Hamburgo, em Novo Hamburgo/RS; Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre/RS; Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre/RS; e I Congresso Centro-Oeste de Comunicação Social, em Campo Grande/MS. E no exterior, participou do II Encontro Latino Americano de Estudantes de Relações Públicas, em Córdoba, na Argentina. No ano seguinte, já com respaldo do sucesso do seu primeiro livro, o professor Simões participou do IV 81 82 Congresso Brasileiro do Ensino de Comunicação Social, realizado na Universidade de Taubaté, São Paulo, com a conferência “O ensino e o mercado de trabalho de Relações Públicas - O diálogo possível”; da Semana de Ensino do Curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Paraná, com a conferência sobre “A qualidade de ensino, mercado de trabalho e reforma de currículo de Relações Públicas”; e do I Encontro Comemorativo de Relações Públicas, realizado no Departamento de Comunicação Social da Universidade da Paraíba, em João Pessoa/PB, com a palestra “Relações Públicas - políticas e perspectivas”. Neste mesmo ano, Simões participou ainda de alguns eventos internacionais, levando a discussão sobre a sua teoria ao Instituto de Ensino Superior de Córdoba, em Córdoba, Argentina, apresentando o workshop “Relações Públicas: gestão da função organizacional política”; à Confederação Ibero-americana de Relações Públicas, durante a realização do III Encontro de Professores de Relações Públicas, em Granollers, Espanha, onde coordenou o encontro, cujo tema foi: O processo de ensino-aprendizagem da atividade de Relações Públicas: currículo, problemas e perspectivas; e ao V Congresso Ibero-americano de Relações Públicas, também em Granollers, na Espanha, onde apresentou o workshop “Relações Públicas: função política - uma teoria para o ensino e a prática da atividade de Relações Públicas”. Em 1997 Simões apresentou o Seminário “Relações Públicas: gestão da função organizacional política” para professores do Departamento de Comunicação Social da PUC Campinas; a palestra “Relações Públicas no contexto da Comunicação” na Assessoria de Comunicação do Estado do Ceará, em Fortaleza/CE; e a palestra sobre “Relações Públicas: gestão da função organizacional política” no Departamento de Relações Públicas da Faculdade de Comunicação Social da Universidade Federal de Santa Maria, em Santa Maria/RS. Neste mesmo ano participou do Congresso da INTERCOM, realizado na Universidade Católica de Santos, em Santos/SP, no GT de Relações Públicas, com uma comunicação sobre RRPP e Micropolítica; e do 1º Seminário Internacional de Comunicação, realizado pela PUCRS, em Porto Alegre/RS, como coordenador e participante com a comunicação “Um critério para a análise da disciplina de RRPP”. Um ano depois, Simões representou o Brasil na First International Interdiscipinary Public Relations Research Conference of the PRSA Educators Academy, participando do painel “The Status od Public Relations in South America” e realizando a conferência “Public Relations and Micropolitics”, em Maryland, USA. Simões foi um dos criadores dessa Conferência Participou também da segunda edição do Seminário Internacional de Comunicação, realizado pela PUCRS, em Porto Alegre/RS, desta vez com a palestra “A 83 84 Disciplina Relações Públicas, seus Processos e Programa”; do Congresso da INTERCOM, realizado em Recife/PE, com a palestra “A Disciplina Relações Públicas”; e da Semana de Comunicação na UNISUL, em Tubarão, Santa Catarina, com a palestra “Comunicação e Poder”. Realizou algumas incursões internacionais, como o workshop “Relaciones Públicas: Gestión de la función organizacional y política” e a conferência “Relaciones Públicas como Disciplina”, no Instituto de Estudios Superiores, em Córdoba, Argentina. No ano 2000 participou do VI Interação de Comunicação Social da Aeronáutica, com a palestra “O processo e o programa de Relações Públicas”; do III Annual International interdisciplinary Public Relations Research Conference, com a conferência “Public Relations Activity: Political Organizational Function Management”; e do Seminário sobre Relações Públicas, com a palestra “Relações Públicas gestão da função organizacional política”. Três anos depois, participou do Encontro de Relações Públicas do Departamento de Comunicação Social, com a palestra “Relações Públicas: Aspectos Teóricos e Práticos da Profissão”; e do VII Seminário Internacional de Comunicação, com a palestra “O Uso do termo Relações Públicas”. Em 2004 realizou a conferência “Por una Teoría para las Relaciones Públicas: Gestión de la Función Organizacional Política”; participou do Seminário Relaciones Públicas Internacionales, com a palestra “Por una Teoria de RRPP a Fin de Integrar Internacionalmente la Actividad”; do II Congresso Internacional da ARPP Associação de Relações Públicas de Portugal e do XI Encontro de Relações Públicas, com a conferência “Uma teoria para Relações Públicas”. A NOSSA HOMENAGEM A SIMÕES O maior reconhecimento da comunidade de Relações Públicas a esse profissional foi, certamente, ter sido eleito o Relações Públicas do Brasil, categoria Professor Pesquisador, com 552 votos, numa eleição de Júri Popular pela Internet, que contabilizou cerca de 6 mil votos entre as três categorias em avaliação. O professor Simões neste concurso foi aclamado pela comunidade de estudantes e profissionais da área de Relações Públicas de todo o Brasil, que votou durante 30 dias consecutivos e não por uma comissão julgadora composta por apenas alguns membros da comunidade. Essa dimensão popular lhe confere status de profissional mais querido e respeitado pela comunidade de todo o país e este merecido prêmio é o que faltava na carreira deste que já havia obtido vários outros prêmios por mérito técnico-profissional, conforme vimos anteriormente. 85 86 Márcia Carvalhal, José Benedito Pinho, Roberto Porto Simões e Marcello Chamusca antes da cerimônia do Prêmio Relações Públicas do Brasil, em Brasília/DF, 2006. O mestre e os discípulos no coquetel de encerramento do Congresso Mundial de Relações Públicas, em Brasília/DF, 2006 O mestre recebendo o seu merecido prêmio. O reconhecimento popular ao professor Simões é apenas um coroamento do trabalho realizado pelo nosso mais importante teórico em prol das Relações Públicas brasileira. REFERÊNCIAS As informações aqui compiladas foram em grande parte enviadas pelo próprio biografado, complementadas com base no seu currículo Lattes e pelos depoimentos dos seguintes professores: 87 Henrique Wendhausen, ex-orientando de mestrado da PUCRS e filho da sua ex-sócia Eugênia Wendhausen. Claudia Moura, professora da PUCRS, colega de universidade. Rudimar Baldissera, coordenador da FEEVALE. 88 CAPÍTULO III UM EXEMPLO DE DEDICAÇÃO E SUCESSO Biografia de Carlos Eduardo Mestieri Vencedor da categoria “Profissional de mercado” UM OLHAR SOBRE MESTIERI 90 Devemos confessar que escrever a biografia de Carlos Eduardo Mestieri além de um grande prazer, é também um enorme desafio, pois ele é o tipo do profissional que traz consigo um legado inigualável, que, certamente, não seria possível descrever numa biografia de tão poucas páginas. O que tentaremos fazer aqui, portanto, será contar um pouco da sua história de vida, compilando algumas informações a que conseguimos ter acesso, a partir do próprio profissional, bem como dos seus familiares, colegas, amigos, e seguidores. Carlos Eduardo Mestieri, nascido em Jaguariúna, Estado de São Paulo, em 14 de outubro de 1937, é filho de Nicanor Lafayette Mestieri e Maria Bezzuole Mestieri, casado com Sarah Bianco de Assumpção, pai de duas filhas (Maria Fernanda Pontes Mestieri e Maria Roberta Pontes Mestieri) e quatro enteados (Marcello Queiroz, Eduardo Assumpção Queiroz, Sandra de Abreu Sodré e Gisela Assumpção Queiroz). Mestieri além de Bacharel em Ciências Jurídicas, pela PUCSP, possui cursos de pós-graduação no Brasil e no exterior em Management By Objectives; além de especialização em Organização e Métodos para Sistemas Administrativos e Investimentos Mobiliários. A trajetória profissional de Carlos Eduardo Mestieri iniciou-se há mais de quarenta anos. Os seus feitos e a sua experiência profissional enriquecem sobremodo a história das Relações Públicas em nosso país, visto que de certa forma, em alguns momentos elas se fundem e se tornam parte uma da outra. Tomaremos como ponto de partida o ano de 1957 quando Mestieri ingressou na Faculdade de Direito da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, numa época em que os estudantes universitários de uma maneira geral, sobretudo os de Direito, desenvolviam atividades políticas intensas nos centros acadêmicos e universitários. Mestieri como um homem de posição firme e bem definida, não ficou de fora dessa movimentação. Participou intensamente das atividades do Centro Acadêmico 22 de Agosto, presidido por Mario Garnero, fundando naquela faculdade o INES Instituto Nacional de Estudos Superiores. Nesse Instituto, Mestieri teve a oportunidade de realizar muitos eventos com diversos políticos brasileiros hoje consagrados no contexto nacional sobre os mais variados temas. Durante este período, portanto, conviveu com a elite política e econômica do nosso país, circulando entre as mais ilustres personalidades do mundo político e empresarial brasileiro. Nesta época Mestieri ainda tinha na Faculdade de Direito o caminho para atingir o seu objetivo principal, que era o de se tornar um diplomata. Mas esse objetivo inicial, no transcorrer da sua vida profissional, deu lugar a outros objetivos e sonhos, conforme veremos à frente. 91 92 Quando terminou a faculdade, em meados de 1962, juntou-se com o colega Agnaldo Vieira Serra para abrir o seu primeiro escritório, desligando-se de suas funções na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, onde trabalhava neste período. Na Assembléia, Mestieri trabalhou inicialmente na Assistência Técnica da Mesa, numa sessão encarregada de compilar decisões tomadas pelos presidentes, em caso não constantes do Regulamento da Casa, formando assim a "Jurisprudência". Depois, como assistente da Presidência e como um RP nato que sempre foi, passou a estabelecer o relacionamento entre o Congresso Nacional e a Assembléia Legislativa, tendo antes sido designado, também, a prestar assistência para a Diretoria de Protocolo. Esta foi, certamente, uma experiência muito importante para Mestieri, pois o permitiu desenvolver uma série de conhecimentos que completaram no futuro a sua formação profissional como Gerente de Relações Governamentais, função que, como veremos a seguir, ocupou na Assessoria Administrativa do Brasil (AAB), a primeira agência de Relações Públicas do país. Mas o fato é que o escritório de advocacia que montou com o colega de faculdade não chegou a se desenvolver, pois, o seu sócio foi convidado a assumir a diretoria de uma empresa de petróleo e teve que sair da sociedade. Foi exatamente neste ponto, em 1963, que surgiu as Relações Públicas na sua vida profissional. Neste período, José Carlos Fonseca Ferreira e José Rolim Valença haviam recém-fundado a AAB e já naquela época, utilizava técnicas de auditoria de opinião pública. Num estudo que fizeram para uma indústria farmacêutica chegaram à conclusão de que os problemas de imagem enfrentados pela empresa, na época, não eram particulares da empresa, mas sim do setor como um todo. José Carlos Fonseca Ferreira e José Rolim Valença então recomendaram a criação de uma associação para que as atividades de Relações Públicas provenientes de um programa de comunicação pudessem ser desenvolvidas para o setor e não apenas para a empresacliente, visando com isso a redução de custos para o seu cliente, uma vez que ao desenvolver um programa que fosse beneficiar todas as empresas do setor os custos seriam diluídos, sem contar com abrangência e eficácia das ações que, certamente, seriam bastante ampliadas. Desta sugestão da AAB surgiu a Associação Brasileira da Indústria Farmacêutica (ABIF) (hoje, ABIFARMA), para a qual a AAB prestou serviços por quase quinze anos, recebendo pelos projetos desenvolvidos para esta associação vários prêmios internacionais. Rolim, que havia passado pelos departamentos de Relações Públicas da Ford (onde conheceu José Carlos) e da J. Walter Thompson, convidou para compor a sua equipe Vera Giangrande, que assumiu o departamento de Relações Educacionais; e Antonio De Salvo, que ficou responsável pelo departamento de Relações com a 93 94 Imprensa. A José Carlos coube descobrir quem desenvolveria o trabalho de relacionamento da indústria com o público governamental, especificamente o Legislativo Federal. Pelas suas qualificações que, conforme vimos, enquanto universitário foram baseadas nas articulações políticas e na área do Direito, a escolha recaiu sobre Carlos Eduardo Mestieri para ocupar o tão importante cargo. A AAB, portanto, juntamente com a Hill & Knowlton a empresa que veio a ser a maior empresa mundial de Relações Públicas foi a escola deste profissional que desde então vive as Relações Públicas na sua plenitude, aplicando nas suas atividades profissionais tudo aquilo que a profissão lhe oportuniza realizar para obtenção de resultados satisfatórios nos trabalhos que desenvolve para seus clientes. E certamente o seu grande diferencial profissional foi conquistado na oportunidade que teve nessas grandes organizações (AAB e Hill & Knowlton). Ao ser convidado para ocupar o cargo de Gerente de Relações Governamentais na AAB, Mestieri foi estagiar na área de Lobby da Hill & Knowlton, na época, já considerada como a maior empresa de Relações Publicas dos Estados Unidos. Lá pôde ver e apreender como eram realizadas as atividades de Lobby naquele país, uma atividade regulamentada desde 1946. Ainda na Hill & Knowlton, Mestieri teve oportunidade de estagiar em vários outros departamentos. Mestieri iniciou em 1975, juntamente com Vera Giangrande, sua colega da AAB, uma empresa, a INFORM Comunicação, que cresceu vertiginosamente, chegando a se tornar, em 1989, a maior agência de comunicação empresarial do Brasil, onde tiveram oportunidade de estabelecer parceria com a Hill & Knowlton, a essa altura já com status de maior empresa da área no mundo, e pela primeira vez, mantiveram contato com a técnica de Media Training, área que era dirigida na Hill & Knowlton por uma ex-atriz que os transmitiu todo o seu know-how, permitindo assim que ele e Vera iniciassem a aplicação desta técnica aqui no Brasil. 95 O primeiro escritório da INFORM, em 1975. Certamente, o sucesso da INFORM deve muito a formação que Mestieri e Vera Giangrande tiveram com esse convívio com a Hill & Knowlton, que representaram no Brasil durante cerca de 10 anos. A INFORM, hoje Rede INFORM, vem, portanto, há mais de trinta anos prestando serviços na área de comunicação a cerca de duas centenas de empresas de variados setores da economia, fortalecendo sua imagem e para isso interagindo com todos os segmentos da opinião pública nacional e internacional. Carlos Eduardo Mestieri sempre acreditou na importância das entidades associativas para o desenvolvimento e a representação das classes profissionais e empresariais e por essa razão sempre teve intensa participação em todas as associações representativas do setor. 96 Atividades políticas e representatividade profissional Da mais importante e representativa entidade de classe de Relações Públicas, a Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP), Mestieri foi diretortesoureiro, de 1970 a 1972; vice-presidente, de 1972 a 1974; e delegado de São Paulo no Conselho Nacional da ABRP, de 1975 a 1977. Foi fundador, vice-presidente administrativo, vicepresidente nacional e presidente da Associação Brasileira das Empresas de Relações Públicas (ABERP) entre os anos de 1978 até 1991. Também foi vice-presidente de uma das mais importantes associações de Relações Públicas do planeta, a International Public Relations Association (IPRA), no período de 1989 a 1991. Mestieri dirigindo um encontro da IPRA. Do Sindicato Nacional das Empresas de Comunicação Social (SINCO), Mestieri foi fundador e também presidiu a entidade de 1991 a 1994, além de ter sido conselheiro de 2006 a 2009. Foi ainda fundador e presidente da Associação Brasileira da Comunicação (ABEC) no período compreendido entre o ano de 1999 e 2002. Segundo Mestieri, os seus objetivos sempre foram “a integração, a unificação e a harmonização de todas as áreas: Relações Públicas, imprensa, eventos, marketing institucional, projetos culturais e outras. Pois quanto mais forte um setor, mais representativo se torna” (MESTIERI, 2004, p. 21). 97 Homenagens e distinções Em 1990, Carlos Eduardo Mestieri foi eleito o Relações Públicas do ano, pelo Conselho Regional de Relações Públicas de São Paulo. Recebeu pelo seu case “Projeto de Comunicação Integrada Rodovia Carvalho Pinto” o mais tradicional e importante prêmio do Brasil, o Prêmio Opinião Pública (POP), concedido pelo Conselho Regional de Relações Públicas de São Paulo, em 1990. 98 Seção do Prêmio Opinião Pública de 1990. Em 2004 durante a realização do 32.º Fórum de Comunicação Empresarial, que tratou do tema “História e Desafios das Relações Públicas no Brasil”, Carlos Eduardo Mestieri foi homenageado pelas organizações promotoras do evento, o Instituto Roberto Simonsen e a Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE). 99 Cerimônia de homenagem a Mestieri no 32.º Fórum de Comunicação Empresarial. Os diversos olhares Durante o pronunciamento que realizou na homenagem a Mestieri, no 32.º Fórum de Comunicação Empresarial, o presidente do Instituto Roberto Simonsen, Ruy Altenfelder afirmou que Mestieri é “sem favor algum, um dos profissionais mais respeitados pelo que tem realizado no aprimoramento das Relações Públicas no Brasil”. Segundo ele, “Carlos Eduardo inovou, aliás está sempre inovando. Criativo, se pauta sempre nos padrões que hoje estão ficando cada vez menos comuns no cotidiano. São os padrões da ética, os padrões do equilíbrio, os padrões do trato da moralidade com a coisa pública e com o segmento que ele representa”. 100 Mestieri entre os amigos Paulo Nassar e Ruy Altenfelder, na homenagem que realizaram durante o 32.º Fórum de Comunicação Empresarial. Altenfelder, disse ainda que acreditava que Mestieri conquistou a unanimidade dentro do setor de comunicação, “porque ele é obstinado e ao mesmo tempo estudioso, está sempre agregando conhecimentos novos àqueles já conquistados. Mas ele não fica apenas nas quatro paredes do seu escritório ou egoisticamente guardando para si o conteúdo adquirido. Transmite isso não apenas para seus colaboradores de empresa como também para todo o segmento da comunicação empresarial, notadamente para aqueles que participam dessa área importantíssima da comunicação empresarial que são as Relações Públicas”. Neste mesmo evento, Paulo Nassar, em nome da ABERJE, também homenageou Carlos Eduardo Mestieri, dizendo que ele representa “a história desse setor no que ele tem de mais moderno nesses últimos quarenta anos”, destacando Mestieri como um ícone do movimento da comunicação organizacional, que tantos benefícios tem trazido para inserir nosso país no que chamamos de modernidade. Nassar teve a oportunidade de escrever o prefácio do livro de Mestieri “Relações Públicas: a arte de harmonizar expectativas” e nele ressalta uma série de características do amigo: “Carlos Eduardo é um cavalheiro. Fala serena, olhar atencioso, sorriso franco e uma grande capacidade de enxergar e resolver problemas, por conta da sua ampla visão do mundo. Soma-se a ela a agudeza crítica de quem está atento e entende os movimentos do jogo. E mais, reúne-se sua experiência de sucesso nos últimos 40 anos e mais uma boa pitada de charme e temos um bom exemplo de homem cordial" (MESTIERI, 2004, p.9). Vale lembrar que o Paulo Nassar é, além de presidente da ABERJE, professor da ECA/USP, recentemente doutorado em Comunicação Organizacional nesta mesma escola, sob a orientação da 101 102 profa. Dra. Margarida Kunsch, que também esteve neste evento em homenagem a este grande profissional. No seu discurso, a profa. Margarida Kunsch, que tem uma grande visibilidade na área e é considerada uma das mais importantes pesquisadoras de Relações Públicas do país, observou que “a INFORM foi e continua sendo uma escola de Relações Públicas”. A profa. Margarida lembrou que em 1988 quando foi realizado o Primeiro Curso de Aperfeiçoamento para Professores de Relações Públicas de todo o Brasil, a INFORM foi a agência escolhida para uma visita técnica, e lá foram recebidos pela saudosa Vera Giangrande e por Carlos Eduardo Mestieri. Para ela, aquele encontro com Mestieri foi marcante na sua carreira e no seu posicionamento como profissional de Relações Públicas. De fato, a sua postura profissional, a elegância com que conduz os rumos dos seus negócios, além da sua performance empresarial, faz de Mestieri um profissional muito bem quisto pelos seus pares. Sidinéia Freitas, professora da ECA/USP, observa que houve uma época em que havia dois grupos, os empíricos e os acadêmicos e ela apesar de estar do lado dos acadêmicos sempre conviveu muito bem com os pioneiros. Segundo a profa. Sidinéia, Mestieri a encantava, pois transferia seus conhecimentos e a ensinava postura e elegância profissional. Mas Mestieri é mais que elegância. Mestieri é capacidade de realização. Flávio Schmidt, que começou como estagiário e chegou a diretor na INFORM e hoje é diretor da Ketchum Estratégia, empresa de grande sucesso no Brasil, observa que Carlos Eduardo Mestieri conseguiu transmitir para ele a combinação da competência profissional e da competência administrativa. Segundo Schmidt, “é muito difícil encontrar profissionais de Relações Públicas que tenham essas duas capacidades, essas habilidades, ter competência profissional e também competência administrativa” e esse é o grande mérito de Mestieri, na sua opinião. Por tudo isso, tanto os cases quanto a vida de Mestieri tem sido foco de muitos trabalhos acadêmicos de estudantes de Relações Públicas em todo o Brasil. E, o que mais impressiona na carreira deste grande profissional é a sua fidelidade aos princípios e as premissas da profissão que escolheu para sua vida. Esta fidelidade fica clara aos que convivem com ele. José Carlos Fonseca Ferreira, um dos seus mais antigos amigos, reconhece em Mestieri um profissional fiel a profissão de Relações Públicas. Segundo ele, “sua fidelidade é notória”. Como também é notória a grandeza da sua história de vida. Terezinha Leal, filha de Candido Teobaldo, amiga das mais fieis, considera Carlos Eduardo Mestieri um grande mito da nossa área. Segundo Terezinha, “ele é mito da minha geração e é mito das gerações que vêm vindo”. De fato, o trabalho de Mestieri vem sendo referência e tem atravessado gerações de profissionais não só no Brasil como em vários países da América Latina e Europa, nos 103 quais tem atuado com muito sucesso com a Rede INFORM Comunicação. 104 Mestieri com a sua saudosa sócia Vera Giangrande, no escritório da INFORM. A Rede INFORM, aliás, é um dos seus insights mais geniais. Mestieri, como o visionário que é, entendeu que seria a hora de deixar de ser o presidente de uma empresa e passar a dirigir uma rede de empresas, utilizando o mais novo conceito empresarial mundial como forma de ampliar e expandir seus negócios para várias partes do mundo, tudo a partir do estabelecimento de coligações e parcerias com outras empresas do ramo em diferentes estados do Brasil e em outros países. Mestieri ao aderir a este novo conceito empresarial está tão somente seguindo aquilo que tem como princípio, pois sempre conduziu a sua vida empresarial pautada no ideal de união, respeito aos seus pares, aos seus funcionários, concorrentes, e a todos que de alguma forma se relaciona com ele e a sua organização, ideal que, por sinal, comungava com a sua saudosa sócia, Vera Giangrande. 105 Equipe da Rede INFORM. Este novo formato de negócios em rede que a INFORM traz para o Brasil é uma forma de dar oportunidade a outros profissionais e empresas de menor porte a participarem de um grupo forte, crescerem e serem tão bem sucedidos quanto a INFORM Comunicação. Mas Mestieri não é apenas um grande profissional, 106 mas um ser humano muito generoso. E essa generosidade o faz um grande líder. Nicolau Amaral, que foi o primeiro funcionário da INFORM, observa que “Carlos foi um exemplo para todos nós. De tudo o que eu sou profissionalmente, devo 99% ao Carlos. Qualquer coisa que ele diga, todos nós assinamos embaixo sem ler”. Este lado de Mestieri fica patente nos depoimentos de seus funcionários e amigos. Waltemir de Melo, um companheiro de muitas experiências, membro da Rede INFORM e antigo amigo, observa que Mestieri além de ser um profissional admirável é também humano, companheiro, amigo, orientador. “Esse é o lado brilhante do Carlos que eu gostaria de destacar aqui para vocês”, diz Waltemir. Assim também o enxerga a sua filha Maria Fernanda, que o vê como o “sol da minha vida, meu caminho, minha orientação, meu guia, meu tudo”. E cita a música do cantor e compositor Fábio Júnior, Pai Herói, para homenageá-lo, afirmando que “Ele nos ensinou tudo, nos deu tudo o que ele pode dar, que sempre foi o melhor. E muito amor”. O depoimento da sua filha Fernanda não deixa dúvida de que Mestieri é tão bom ser humano quanto profissional, quando afirma que ele é “um pai que posso conversar sem medo, pois sempre tem um ótimo conselho para dar e tenta ajudar da melhor maneira possível. Às vezes até nos protegendo da vida, das dores e problemas. A coisa mais importante de nossas vidas é que sempre tivemos muito diálogo. O que nos tornou ainda mais unidos”. Fernanda fez questão de lembrar que quando era criança sempre viajava nos finais de semana para Serra Negra com o seu pai e sua irmã Maria Roberta e ele jogava tênis/raquetinha com elas, caminhavam juntos, tomavam sol na piscina e ele até fazia gemada para elas. Segundo Fernanda, Mestieri, apesar de ser um homem de negócios e, por conseqüência, ter muitas atribuições, sempre foi “um pai presente e excelente!”. Ela lembra ainda que quando podia e não estava viajando a trabalho sempre a ajudou com as suas tarefas escolares. Quando ele viajava, lembra que “sentia muita saudade dele e era uma delícia ir buscá-lo no aeroporto”. A mesma percepção de Fernanda é o da sua irmã Roberta que tem em seu pai “um homem sem precedentes, um pai excelente, um exemplo de profissional”. Roberta apesar de também trabalhar com o seu pai, tem uma carreira consolidada. Nos seus depoimentos emocionados, tanto Fernanda quanto Roberta contam que no período da sua adolescência, depois da separação dos seus pais, foram morar com o pai por opção delas. Segundo Fernanda, foi uma fase muito difícil, mas que foi superada com o casamento do seu pai com a sua atual mulher, Sarah Bianco de Assumpção, que ela chama carinhosamente de “Tia Sarah”. Lembra, inclusive, das viagens maravilhosas que fizeram juntos para o Nordeste, Sul, New York, etc. 107 108 Maria Fernanda se formou em Artes Cênicas, mas não seguiu a carreira. Morou um período na Itália, em Firenze, onde teve contato com o idioma Italiano, depois em Miami. Ao Voltar para o Brasil, em abril de 2003, pôde realizar seu grande sonho, trabalhar com o seu pai na INFORM. Este sonho nutria desde criança quando via seu pai atuando como profissional de Relações Públicas, sempre com “um equilíbrio invejável, uma elegância singular, uma jovialidade, uma vitalidade, um exemplo a ser seguido”, diz Fernanda, finalizando com uma definição criada pelo seu marido para o seu pai querido: “Deus pai...”. Nas entrevistas que realizamos com Carlos Alberto Mestieri para o desenvolvimento desta obra, ele fez questão de pedir para constar um registro sobre a sua filha Maria Paula, que trabalhou com ele por 15 anos, na INFORM Comunicação, de 1983 a 1998, quando para sua maior tristeza, faleceu. A perda da filha Paula, certamente, o fez um ser humano ainda melhor e mais dedicado à sua família. Não bastasse este inestimável legado pessoal, Mestieri possui um outro legado muito grande e muito importante para todos nós estudantes e profissionais de Relações Públicas brasileiros: o legado profissional. O LEGADO MESTIERIANO Carlos Eduardo Mestieri é autor do livro "Relações Públicas - Arte de Harmonizar Expectativas", editado em 2006, pela Editora ABERJE. Neste livro ele transmite com muita propriedade e toda a experiência acumulada em mais de 40 anos de profissão ensinamentos sobre a prática da atividade de Relações Públicas na sua função intrínseca de mediar conflitos e interesses e atuar na sua função precípua de harmonizar expectativas. 109 Capa do livro “Relações Públicas: arte de harmonizar expectativas”. Mestieri é também co-autor do livro "Obtendo Resultados com Relações Públicas", organizado pela profa. Dra. Margarida Kunsch. Nesta obra ele assina o capítulo “Pesquisa em Relações Públicas - Auditoria de Opinião Pública”. Este artigo de Mestieri em específico marcou muito a nossa vida. Este texto foi a matéria-prima do primeiro seminário que apresentamos na nossa vida acadêmica, ainda no primeiro semestre do nosso curso. Lembramos que produzimos um material em power-point que detalhava a proposta de Mestieri para a atividade de 110 Auditoria de Opinião e aquilo nos encantava. Era mágico ver como alguém conseguia trazer de forma tão simples as minúcias da atividade de Relações Públicas no ambiente das organizações. Mestieri é, sem dúvida, um dos grandes responsáveis por termos nos apaixonado, desde o primeiro momento pelas Relações Públicas, o que aliás, devemos ao nosso professor Henrique Wendhausen, Relações Públicas de “primeira linha”, que nos mostrou o melhor da profissão já no primeiro semestre da faculdade, nos apresentando o legado de Candido Teobaldo de Souza Andrade, à brilhante teoria do mestre Roberto Porto Simões e ao grande profissional de mercado Carlos Eduardo Mestieri, dentre outras obras de grandes mestres como Cicília Peruzzo, Margarida Kunsch, Fábio França, Cleuza Cesca, João Alberto Ianhêz, Cláudia Moura, etc. Além do capítulo assinado por Mestieri no livro “Obtendo Resultados com Relações Públicas”, existem ainda muitos outros artigos produzidos por este grande profissional, dentre os quais podemos citar dois: (1) “Comunicação: um fantasma para o varejo”, publicado na Retail Now, nº 22, edição de 4 de junho de 1990, artigo direcionado a um público que o próprio Mestieri, do alto dos seus 43 anos de experiência, considera avesso às Relações Públicas; (2) e “Afinal, o que são Relações Públicas?”, publicado no Caderno Propaganda e Marketing, numa coluna mantida por Antônio De Salvo, um dos mais respeitados profissionais de Relações Públicas do Brasil. Vale lembrar que Mestieri não é um acadêmico, mas um homem de mercado e grande parte do seu legado, diferentemente dos outros dois biografados nesta obra, Candido Teobaldo e Roberto Porto Simões, está na vertente do mercado, ou seja, naquilo que construiu com o seu trabalho na AAB e, sobretudo, na INFORM Comunicação S. C. Ltda. e posteriormente na Rede INFORM Comunicação. A Rede INFORM Comunicação, rede de empresas que preside, como já comentamos, está presente em todo o território nacional, na América do Sul, Estados Unidos e Europa. A Rede é composta por organizações coligadas, que são aquelas que fazem de fato parte da rede, e as empresas parceiras, que desenvolvem ações em parceria, mas sem a relação formal com a rede. Entre as coligadas da Rede INFORM no Brasil podemos citar: No Distrito Federal: o DIALOG, de Gabrielle Calado; Em São Paulo: o Nacom, de Nicolau Amaral; o SIM, de Simone Saul; o CWM Comunicação, de Waltemir Melo; o MAMUTE MÍDIA, de GianAndrea Zelada; o LAB 3, de Marcio Bertolone; o THEMA Relações Públicas, de Márcia Regina Felício, Arnaldo Ávila Jr. e Vanessa Messias; No Rio Grande do Sul: 111 112 o CCM INFORM, de Cristina Antunes; No Rio de Janeiro: o JOBE, de Beatriz Miranda Jordão; Em Minas Gerais: o Exercere comunicação dirigida, de Sofia Ramirez; Na Bahia: o VIA PRESS, de Juliana Lima; No Recife o N MIDIAS - COMUNICAÇÃO INTEGRADA , de Natália Tavares Já entre as coligadas no Exterior estão: Na Argentina: o Mazalan Comunicaciones, de Carlos Mazalan; No Chile: o COMMUNICATIO Publicidad & Marketing, de Pamela Castro; o COMMUNICATIO Grupo Staff, de Andrea Villalobos; Em Portugal: o LPMcom Marketing Institucional, de Luis Paixão Martins. Vale chamar atenção de que todas as organizações que fazem parte da rede podem compartilhar do ideal de Mestieri de oferecer soluções de comunicação de forma integrada e se inserir no mercado competitivo, aproveitando da experiência de mais de 30 anos da INFORM no atendimento de instituições públicas e privadas dos mais variados portes, atuando em todas as áreas da comunicação empresarial. Mestieri nunca abriu mão de que a Rede INFORM contasse sempre com um corpo de técnicos e consultores independentes, que completasse sua base operacional e a ajudasse na execução da sua proposta que é a de praticar, de forma completa, as estratégias da Comunicação Empresarial, levando-se em conta a utilização correta de suas ferramentas, tais como: assessoria de imprensa, relações governamentais, integração com a comunidade, endomarketing, administração de crises, media training, auditoria de opinião, educação à distância (e-learning) e propaganda institucional. Consciente de que a comunicação adquiriu importância estratégica, estimulada por fatores como a globalização, consumidores mais exigentes e profissionais mais bem preparados, Mestieri tem conduzido a Rede INFORM alinhada a uma das suas diretrizes básicas, que indica que não é mais adequado falar em planos de desenvolvimento de produtos ou de imagem de empresas sem levar em conta aspectos como segmentação de públicos, além de questões ambientais, sociais e regionais. E foi exatamente nesta linha, que desenvolveu como principal diferencial da rede algo de cunho intangível, o envolvimento com o negócio do cliente e o domínio de tecnologias de comunicação, visando a obtenção segura de resultados. Seria esta a formula do sucesso da INFORM? 113 A sua trajetória pelo país 114 Mestieri, sempre teve uma intensa participação em eventos da área de comunicação empresarial e Relações Públicas ao longo da sua carreira. Faremos aqui uma pequena compilação de algumas dessas que mais marcaram sua trajetória. Em 1975, Mestieri participou da VI Semana Paulista de Estudos de Relações Públicas, promovida pela Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP), realizada na Faculdade de Comunicação da Universidade Católica de Santos/SP, apresentando a palestra “Relacionamento das Ciências Sociais com Relações Públicas”. No ano seguinte, em 1976, participou do Seminário Projetos de Expansão Empresarial, promovido pelas empresas Diagrama Comunicações, Grupo Visão e Revista Dirigente Industrial, realizado em São Paulo, apresentando a palestra “Relacionamento com o Mundo Exterior ao Projeto: Imprensa, Governo e Demais Entidades. O Projeto como Mercadoria a Ser Vendida”. Em 1981, apresentou a palestra “Relações Públicas e Administração de Empresas” na VI Semana de Relações Públicas, promovida pela ABRP/Seção Distrito Federal, realizado em Brasília/DF. Nessa palestra pode ser observada a sua preocupação com a formação do profissional de Relações Públicas, sempre observando que um profissional não apenas deve estar permanentemente atualizado e bem informado, mas que deve também ampliar constantemente seus conhecimentos em outras áreas, sobretudo, em Administração. Dois anos depois Mestieri participou da II Semana da Comunicação em Relações Públicas, realizada em Caxias do Sul/RS, apresentando a palestra “Relações Públicas em Tempo de Crise”. E, neste mesmo ano, ª participou da 7 Semana de Relações Públicas, promovida pela ABRP/Seção Distrito Federal, realizado em Brasília/DF, apresentando a palestra “O Crescimento das Agências de Relações Públicas”. Nesta última, Mestieri tenta traçar um panorama do crescimento e da forma com que estavam, já naquela época, se desenvolvendo as assessorias de Relações Públicas no Brasil. Em 1988, Mestieri participou do I Congresso Norte e Nordeste de Marketing e Vendas - III Encontro Brasileiro de Marketing realizado em Salvador/BA, apresentando a palestra “Relações Públicas em Apoio ao Marketing”. Este encontro foi organizado pelo empresário baiano Ênio Carvalho, atual presidente do Núcleo de Marketing da Bahia. E, neste mesmo ano esteve no X Congresso Brasileiro de Relações Públicas, realizado em Gramado/RS, apresentando a palestra “A Estrutura das Empresas de Relações Públicas”. No ano seguinte apresentou a palestra “Importância da Opinião Pública e a Comunicação da Empresa” no V Encontro de Administradores, promovido pelo Banco 115 116 Brasileiro Comercial S.A, realizado em Goiânia/GO. Um ano depois, em 1990, Mestieri participou do XIX Congresso Internacional de Relações Públicas e do XI Congresso Brasileiro de Relações Públicas, realizados em Florianópolis/SC, apresentando a palestra “A Linguagem de Relações Públicas para a Década de 90”. Em 1991, Mestieri apresentou a palestra “Projeto Integrado de Comunicação Rodovia Carvalho Pinto”, em que fez um resumo do Case vencedor do Prêmio Opinião Pública no ano anterior. O evento foi realizado na Faculdade de Comunicação da Universidade Católica de Santos/SP. Nesta palestra, Mestieri pode dar um exemplo de que utilizar o instrumental de Relações Públicas para prevenir acidentes é melhor que apagar incêndios. Em 1997, Mestieri realizou na Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo a palestra “Pesquisa em Relações Públicas: Auditoria de Opinião”, baseada no texto que foi publicado no livro “Obtendo resultados com Relações Públicas”, organizado pela profa. Margarida Kunsch, em que Mestieri, como já vimos, assina um capítulo falando sobre este tema. No XIV Encontro Estadual de Jornalistas em Assessoria de Imprensa, realizado em Atibaia/SP naquele mesmo ano, Mestieri apresentou a palestra “Pessoa Jurídica, Empregado e as Novas Relações de Trabalho”. No ano de 2000, Mestieri apresentou na Semana de Relações Públicas de Minas Gerais, realizada na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, a palestra “A Evolução das Relações Públicas no Brasil: Novas Perspectivas”. º No ano seguinte, participou do 30 Congresso Mundial de Treinamento e Desenvolvimento, promovido pela International Federation of Training and Development Organisations, realizado em Porto Alegre/RS, apresentando a palestra “10 Maneiras de Fazer a Comunicação Interna de uma Organização dar um º Salto”. Neste mesmo ano esteve no 13 Encontro Nacional º de Jornalistas em Assessoria de Comunicação e no 3 Encontro Internacional de Jornalistas em Assessoria de Comunicação do Mercosul, realizados em Maceió/AL, apresentando a palestra “Endomarketing e Comunicação Integrada”. º Em 2002 participou do 3 Congresso Internacional da ALARP, promovido pela Associação LatinoAmericana de Relações Públicas, realizado em Londrina/PR, apresentando a palestra “Novos Desafios de Relações Públicas no Mercado Global”. Este foi um grande evento organizado pelo presidente da ALARPBrasil, o prof. Dr. Eduardo Judas, que ainda ocupa até a presente data a presidência da entidade no Brasil. Mestieri também teve participação no Fórum de Comunicação da Associação Brasileira de Comunicação Empresarial, promovido pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), apresentando a palestra “História e Desafios das Relações Públicas”. Essa palestra foi constituída basicamente do relato de tudo que fez e 117 118 testemunhou em nosso país, sempre voltado às Relações Públicas. Nas suas andanças pelo país, Mestieri sempre nos mostrou o porque da sua força como empresário da comunicação. A sua liderança aglutina e faz com que todos se sintam motivados ao trabalho. Trabalhar com Mestieri, aliás, é algo que a grande maioria dos estudantes e profissionais de Relações Públicas das últimas gerações mais sonham. Isso porque mesmo quem nunca teve o prazer de trabalhar diretamente com ele, tem o mais profundo respeito e admiração pela sua trajetória profissional, pois observa que se trata de um profissional que se tornou uma fonte inesgotável de conhecimento sobre Relações Públicas e tudo o que as envolve no seu estado de empirismo. Mestieri é notoriamente um exemplo de integridade e ética, um verdadeiro exemplo do como um profissional deve ser e exercer a sua profissão. A NOSSA HOMENAGEM A MESTIERI Mestieri foi, merecidamente, eleito o Relações Públicas do Brasil, na categoria Profissional de Mercado, em 2006. Em todo o concurso foi o candidato que obteve o maior número absoluto de votos (816). A sua força e popularidade vêm da força do seu trabalho, da maneira ética com que conduz os seus negócios e da sua fidelidade à profissão que escolheu para exercer. Segundo Ruy Altenfelder, “Mestieri procura tal como o sol irradiar alegria”. E com a sua alegria esperamos que continue a contagiar a todos nós, estudantes e profissionais de Relações Públicas do Brasil. Só nos resta reverenciar este grande exemplo de dedicação e sucesso! REFERÊNCIAS Os depoimentos de Ruy Altenfelder, Paulo Nassar, Margarida Kunsch, Sidinéia Freitas, Flávio Schmidt, José Carlos Fonseca Ferreira, Terezinha Andrade Leal, Nicolau Amaral e Waltemir Melo foram retirados da publicação abaixo: MESTIERI, Carlos Eduardo. Relações Públicas: arte de harmonizar expectativas. São Paulo: ABERJE, 2004. 144 p. Boa parte das informações compiladas para a produção da biografia de Mestieri foi conseguida através do primeiro capítulo do livro de Mestieri “Relações Públicas: arte de harmonizar expectativas”, que é baseado numa palestra em que conta sua trajetória de vida. Também houve conversas informais, entrevistas e informações concedidas pelo próprio biografado. Além disso, obtivemos informações através de: Maria Fernanda e Maria Roberta Mestieri, filhas de Carlos Eduardo Mestieri, por e-mail; 119 Roberto Porto Simões, amigo, pessoalmente (INTERCOM 2006); Paulo Roberto Nassar, amigo, por e-mail; Flavio Schmidt, amigo e ex-sócio, por e-mail; Terezinha de Souza Andrade, pessoalmente (INTERCOM 2006), por e-mail e por telefone. 120 MEDALHA 2 DE DEZEMBRO Honraria máxima do Prêmio Relações Públicas do Brasil A HOMENAGEM A Medalha 2 de Dezembro foi instituída como honraria máxima do Prêmio Relações Públicas do Brasil. O seu nome se refere ao Dia Nacional do Profissional de Relações Públicas no nosso país e só será outorgada em condições especiais, para homenagear autoridades acadêmicas e/ou profissionais que tenham realizado notório esforço em prol da valorização da profissão de Relações Públicas no nosso país. O HOMENAGEADO DA PRIMEIRA EDIÇÃO DO PRÊMIO 122 Prof. Luiz Gonzaga A primeira Medalha 2 de Dezembro foi outorgada no dia 8 de setembro de 2006, durante a cerimônia de entrega do Prêmio Relações Públicas do Brasil, realizada dentro da programação oficial do Congresso INTERCOM 2006, em Brasília/DF, ao prof. Luiz Gonzaga, da Universidade Federal de Alagoas, pelo reconhecimento a grande contribuição que tem dado para a valorização da profissão de Relações Públicas no Brasil e por ser o idealizador da premiação. 123 Marcello Chamusca entregando a Medalha 2 de Dezembro ao professor Luiz Gonzaga, na cerimônia de encerramento do Prêmio Relações Públicas do Brasil, em Brasília/DF, 2006. POR QUÊ 2 DE DEZEMBRO? Com a intenção de fortalecer a data mais importante para os profissionais de relações públicas brasileiros, a coordenação da campanha nacional instituiu como a sua honraria máxima uma distinção com menção direta a ela. Perfil de Luiz Gonzaga 124 Oficial reformado da Força Aérea Brasileira, mestre em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco, bacharel em Comunicação Social/Relações Públicas pela UnB Universidade Federal de Brasília, Luiz Gonzaga é professor da UFAL desde 1987, coordenador do curso de comunicação da UFAL nos períodos de 1992 a 1994 e de 2000 a 2003, além de diretor de divulgação e imprensa da EDUFAL, nos períodos de 1999 a 2001 e de 2001 a 2003. Foi assessor de Relações Públicas da Reitoria da UFAL, de 1991 a 1995, presidente da Câmara Superior Permanente da ABRP Nacional de 2000 a 2002, presidente do CONRERP 9ª Região, de 2001 a 2003 e de 2003 a 2004, presidente da ABRP Seção Amazonas, de 1984 a 1986 e da ABRP Seção Alagoas, de 1988 a 1990. O SEGUNDO VOLUME Um convite a uma nova viagem pela história das Relações Públicas, a partir da vida dos seus principais protagonistas O segundo volume do livro Relações Públicas do Brasil dá continuidade e complementa este primeiro volume, visto que traz a biografia resumida dos outros vinte e dois finalistas da premiação, profissionais que fizeram e ainda fazem a história das Relações Públicas no Brasil, indicados pela comunidade na primeira etapa da premiação. Os vinte e dois profissionais biografados no segundo volume desta obra são: Ana Lúcia Novelli (Senado Federal); Carolina Terra (Site Mercado Livre); 126 Cicília Peruzzo (UMESP Universidade Metodista de São Paulo); Cláudia Moura (PUCRS Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul); Cleuza Cesca (PUC Campinas); Fábio França (UMESP); Flávio Schmidt (Ketchum Estratégia); Higino Barbosa Lima (in memorian); João Alberto Ianhêz (Informa Brasil); Karla de Melo (RDM Rio Doce Manganês); Margarida Kunsch (ECA/USP Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo); Maria Aparecida Ferrari (ECA/USP); Maria Stella Thomazi (in memorian); Mateus Furlanetto (ABERJE Associação Brasileira de Comunicação Empresarial); Nemércio Nogueira (ALCOA América Latina); Newton Garcia (Grupo Labor); Roberto Fonseca Vieira (Universidade Estácio de Sá/RJ); Rodrigo Cogo (Portal Mundo RP); Sidinéia Freitas (ECA/USP); Valentim Lorenzetti (in memorian); Vera Giangrande (in memorian); Waldyr Gutierrez Fortes (UEL Universidade Estadual de Londrina). 127 POSFÁCIO É importante ressaltar a dedicação e a tenacidade dos principais protagonistas da produção desta obra, o seu idealizador, prof. Luiz Gonzaga, e os operários incansáveis de sua consecução, os Relações Públicas Marcello Chamusca e Márcia Carvalhal, que conseguiram com muita competência mobilizar os estudantes, os professores, os profissionais e as entidades de classe, num conjunto de ações que resultou na valorização da profissão de Relações Públicas no Brasil. Henrique Wendhausen 128 Campanha Nacional de Valorização da Profissão de Relações Públicas