Relações Públicas do Brasil - Portal RP

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Relações Públicas do Brasil - Portal RP
Biografias dos vencedores da primeira edição
do Prêmio Relações Públicas do Brasil
do Bra
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PRÊMIO
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Trajetória de
Candido Teobaldo
Biografias de
Roberto Porto Simões
Carlos Eduardo Mestieri
EDIÇÕES
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RELAÇÕES PÚBLICAS DO BRASIL
Biografia dos vencedores
da primeira edição do
Prêmio Relações Públicas do Brasil
(E-BOOK - VOLUME I)
Primeira Edição
Marcello Chamusca....
Márcia Carvalhal....
Edições VNI
Salvador
2007
Projeto gráfico, editoração eletrônica e capa:
Marcello Chamusca
CHAMUSCA, Marcello; CARVALHAL, Márcia.
Relações Públicas do Brasil: biografia dos vencedores da primeira edição
do Prêmio Relações Públicas do Brasil (E-BOOK). Salvador: Edições VNI,
2007. 128 p.
ISBN: 978-85-60936-01-4
1. Relações Públicas 2. Prêmio 3. Biografia
AGRADECIMENTOS
Aos amigos Carlos Eduardo Mestieri, Roberto Porto
Simões e Terezinha Andrade (filha de Candido
Teobaldo), pelo grande apoio na cessão das informações
necessárias à compilação das três biografias constantes
nesta obra;
Ao professor Luiz Gonzaga, por ter compartilhado
conosco a idéia do Prêmio Relações Públicas do Brasil e
por ter sido um grande parceiro nesta iniciativa;
Aos professores Enimar e Henrique Wendhausen, pela
orientação e co-orientação desta obra, que se constitui
no nosso trabalho de conclusão de curso, e por tudo que
têm feito por nós ao longo de quatro anos de amizade;
À todos os colegas e mestres que contribuíram para que
o Prêmio Relações Púbicas do Brasil obtivesse o
sucesso que obteve não apenas em participação, com
mais de seis mil votos, mas em repercussão nacional,
sendo foco de matérias dos mais importantes veículos
dos meios ligados à área de comunicação do nosso país;
À nossa querida família, que sempre nos ajudou em
todos passos que demos até hoje.
E, sobretudo, a Deus, por nos garantir o suprimento
necessário a continuidade da nossa luta.
DEDICATÓRIA
Dedicamos a todos os estudantes e profissionais da área
de Relações Públicas do Brasil que estão junto conosco
na luta pela valorização da nossa profissão no nosso país
e que têm empreendido os maiores esforços para que a
campanha nacional de valorização da profissão de
Relações Públicas, que estamos realizando no Brasil
desde fevereiro de 2006, obtenha tanto sucesso no seu
objetivo geral, quanto obteve nesta ação específica que
foi o Prêmio Relações Públicas do Brasil, que neste
momento é selado pela publicação desta obra.
PREFÁCIO
A edição desta obra em homenagem aos três
profissionais de Relações Públicas mais votados na
realização do Prêmio Relações Públicas do Brasil, se
constitui em mais um importante e definitivo passo para
que se tenha uma melhor visibilidade da nossa profissão, a
partir do indispensável reconhecimento dos seus
principais ícones.
É interessante ressaltar que muito antes de conceber
a realização deste Prêmio já tínhamos em mente que na
nossa profissão haviam duas “trindades” distintas, sendo
uma na área acadêmica e outra na área mercadológica. A
primeira era constituída dos nomes de Valentim
Lorenzetti, Vera Giangrande e João Alberto Ianhêz, e a
segunda era composta pelos nomes de Cândido Teobaldo,
Roberto Porto Simões e Margarida Kunsch. É, portanto,
com muita satisfação que vemos contemplados hoje, por
meio da votação de significativa parcela da categoria,
praticamente a confirmação do nosso ponto de vista
anterior, com a merecida inclusão do nome do experiente
colega Carlos Eduardo Mestieri.
O mais importante, contudo, é que finalmente está
se fazendo justiça aos grandes nomes que contribuíram
para a consolidação das Relações Públicas no Brasil,
embora tenhamos de reconhecer que não foi possível se
contemplar a todos que desempenharam importantes
papéis na nossa jornada de profissionalização desde o seu
início, e que merecem, por conseguinte, ser incluídos em
uma categoria “Hour Concurs”, entre os quais o nosso
Patrono, Eduardo Pinheiro Lobo, e pelo menos dois outros
grandes nomes que fizeram história nas Relações Públicas
no Brasil, quais sejam Nelson Speers pela sua imensa
contribuição à prática da atividade do Cerimonial em
nossa área e Walter Ramos Poyares pelo seu pioneirismo e
marcante atuação profissional.
É certo que outros importantes nomes poderiam ser
lembrados, mas acreditamos que ressaltando estes três
nomes citados estamos, de certo modo, homenageando a
todos os demais profissionais que fizeram por merecer o
reconhecimento e as homenagens da categoria pelo seu
desempenho em prol do engrandecimento da nossa
profissão.
Parabéns a todos nós que contribuímos para esse
reconhecimento que se fazia tão necessário e oportuno, e
nossas sinceras homenagens aos que foram eleitos como
profissionais símbolos das Relações Públicas no Brasil.
Luiz Gonzaga Costa de Oliveira
Universidade Federal de Alagoas (UFAL)
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO .....................................................10
CAPÍTULO I
O PIONEIRISMO DO MESTRE DOS MESTRES
Biografia de Candido Teobaldo de Souza Andrade
Vencedor da categoria “Contribuição Histórica (in
memorian)”
UM OLHAR SOBRE TEOBALDO .............................16
Atividades políticas e representatividade profissional ..26
Homenagens e distinções ..............................................28
O LEGADO TEOBALDIANO .....................................31
Opúsculos .....................................................................35
Artigos ..........................................................................36
Apostilas .......................................................................40
A NOSSA HOMENAGEM A TEOBALDO .................46
REFERÊNCIAS...........................................................48
CAPÍTULO II
O INESTIMÁVEL LEGADO DO MESTRE DAS
RELAÇÕES PÚBLICAS NO BRASIL
Biografia de Roberto Porto Simões - Vencedor da
categoria “Professor-pesquisador”
UM OLHAR SOBRE SIMÕES ....................................50
Carreira militar .............................................................60
Atividades políticas e representatividade profissional ..62
Homenagens e distinções ..............................................63
O LEGADO SIMOESNIANO ......................................64
A sua trajetória pelo mundo ...........................................65
A NOSSA HOMENAGEM A SIMÕES ........................85
REFERÊNCIAS ...........................................................87
CAPÍTULO III
UM EXEMPLO DE DEDICAÇÃO E SUCESSO
Biografia de Carlos Eduardo Mestieri - Vencedor da
categoria “Profissional de mercado”
UM OLHAR SOBRE MESTIERI ................................90
Atividades políticas e representatividade profissional ..96
Homenagens e distinções .............................................98
Os diversos olhares .......................................................99
O LEGADO MESTIERIANO ....................................108
A sua trajetória pelo país ..............................................104
A NOSSA HOMENAGEM A MESTIERI ..................118
REFERÊNCIAS .........................................................119
MEDALHA 2 DE DEZEMBRO: honraria máxima do
Prêmio Relações Públicas do Brasil
A HOMENAGEM ......................................................122
O HOMENAGEADO DA PRIMEIRA EDIÇÃO DO
PRÊMIO .....................................................................122
POR QUE 2 DE DEZEMBRO? ..................................123
PERFIL DE LUIZ GONZAGA ...................................124
O SEGUNDO VOLUME: um convite a uma nova
viagem pela história das Relações Públicas, a partir da
vida dos seus principais protagonistas .........................125
POSFÁCIO ...............................................................128
APRESENTAÇÃO
10
As bases de uma profissão estão, definitivamente,
nos seus referenciais humanos. Nos homens e mulheres
que dedicam suas vidas a ela e a fazem parecer grande e
importante para o conjunto da sociedade. Quando
tratamos da profissão de Relações Públicas no Brasil,
essas referências se tornam ainda mais importantes, uma
vez que se percebe a existência de um sentimento
generalizado por parte dos estudantes e profissionais de
falta de reconhecimento do mercado e da sociedade de um
modo geral em relação à profissão.
Neste sentido, acreditamos que conhecer a história
das Relações Públicas no Brasil, a partir da biografia dos
principais profissionais da área, pode contribuir
significativamente para que a comunidade de estudantes e
profissionais possa avançar, influenciada pelas histórias
de sucesso desses grandes mestres.
Baseados nesta idéia, resolvemos tornar real o
sonho do prof. Luiz Gonzaga, da Universidade Federal de
Alagoas, de promover um concurso que pudesse resgatar
os grandes nomes das Relações Públicas no nosso país e
dar-lhes a visibilidade que mereciam. Projetamos então a
realização do Prêmio Relações Públicas do Brasil dentro
da agenda de intervenção prática na realidade da
campanha nacional de valorização da profissão de
Relações Públicas, coordenada pelo Portal RP-Bahia
(portal que dirigimos na Internet), com o apoio do
Conselho Federal de Profissionais de Relações Públicas
(CONFERP), de vários Conselhos Regionais
(CONRERPs), da Associação Brasileira de Relações
Públicas (ABRP), dos sites Portal de RP e Transmarketing
e Portal Mundorep, além de mais de 50 instituições e 700
estudantes e profissionais de todo o Brasil.
O concurso teve o formato de uma grande pesquisa
nacional e foi projetado para duas etapas de sondagens. Na
primeira etapa, a comunidade fez indicações de nomes
para as categorias disponibilizadas, através de um
formulário on-line disponibilizado na Central da
Campanha, dentro do Portal RP-Bahia, para o concurso.
Foram destacados os dez nomes mais lembrados de cada
categoria para a segunda etapa. Na segunda etapa, a
comunidade votou pela Internet para eleger entre os 10
candidatos selecionados em cada categoria, o mais
importante Relações Públicas do Brasil.
A primeira etapa foi lançada durante a conferência
de apresentação da campanha nacional de valorização da
profissão de Relações Públicas que realizamos dentro da
programação oficial do maior e mais importante evento da
área de Relações Públicas em todo o mundo no ano de
2006, o 3rd. World Public Relations Festival (III
Congresso Mundial de Relações Públicas), que se realizou
no auditório principal do Centro de Convenções Ulissys
Guimarães, em Brasília/DF, no dia 28/06/2006. Esta etapa
foi encerrada exatamente um mês depois, no dia
28/07/2006 e durante os 30 dias em que o formulário de
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indicações permaneceu disponível, foram recebidas mais
de 400 indicações, para cerca de 50 profissionais
diferentes, entre as três categorias da premiação.
A segunda etapa, em que contabilizamos os votos
dos dez mais lembrados na primeira etapa em cada
categoria, se deu de 04 a 31/08/2006. Foram mais de seis
mil votos computados. O resultado final só foi revelado na
cerimônia de entrega da premiação realizada na
Universidade Federal de Brasília (UnB), dia 08/09/2006,
às 17h, no anfiteatro 15, dentro da programação oficial do
Congresso da INTERCOM 2006, com a presença de
alguns dos mais reconhecidos profissionais da área no
país.
Prestigiaram a cerimônia ninguém menos que
Roberto Porto Simões, Margarida Kunsch, Cláudia
Moura, Cicília Peruzzo, Fábio França, Cleuza Cesca,
Roberto Fonseca Vieira, Sonia Cabestré, Elizabeth
Pazzito Brandão, João José Curvello, Maria Aparecida
Ferrari, Rudimar Baldissera, Luiz Alberto de Farias, Luiz
Gonzaga, Maria José da Costa Oliveira, Ana Lúcia
Novelli, Terezinha Andrade Leal, Angelina Gonçalves,
dentre outros profissionais consagrados no cenário
nacional e internacional.
O Prêmio Relações Públicas do Brasil foi notícia
nos principais sites e portais da área de comunicação e
Relações Públicas da Internet Brasileira. Foram mais de
30 matérias publicadas em cerca de 70 dias, o que dá uma
média de quase uma matéria a cada dois dias. Além disso,
a premiação foi foco de reportagens e artigos de estudantes
e professores de faculdades brasileiras (em Brasília, Porto
Alegre, São Paulo, Maceió, São Luis, Recife e Salvador),
além de instituições estrangeiras como a Revista
Internacional PoRtraits, dirigida pela APERPEC, de
Portugal.
Se todas essas informações não puderem dar a
dimensão da repercussão que a primeira edição do Prêmio
Relações Públicas do Brasil teve em todo o país,
certamente o fato de ter sido lançado oficialmente num
fórum internacional, o 3rd World Public Relations
Festival, o maior e mais importante evento da área de
Relações Públicas do ano de 2006 em todo o mundo, e o
fato de ter a sua cerimônia de encerramento incluída na
programação oficial do Congresso da INTERCOM 2006,
com a presença de tantas personalidades da área, foram
demonstrações de força muito grande deste certame que já
nasceu com o aval de alguns dos mais importantes
profissionais e da maior e mais importante instituição da
área de comunicação do país.
Ao projetar o Prêmio Relações Públicas do Brasil,
no entanto, percebemos a necessidade de desenvolver algo
que pudesse dar visibilidade e imortalizar não só o
concurso como os seus finalistas e vencedores, eleitos
através de júri popular, realizado em nível nacional, pela
Internet.
A idéia do livro então surgiu como o elemento que
faltava para complementar a ação da premiação, pois este
13
14
seria, de fato, um instrumento que nos permitiria a
consecução dos nossos objetivos principais que são os de
resgatar, valorizar e imortalizar a memória dos
profissionais de Relações Públicas brasileiros que
dedicaram ou ainda dedicam suas vidas a profissão, dando
importantes contribuições para o desenvolvimento da
atividade de Relações Públicas no nosso país.
Vale lembrar que este é o primeiro volume de uma
obra concebida em dois volumes. Este primeiro
contemplará a biografia dos três vencedores do Prêmio
Relações Públicas do Brasil, nas suas respectivas
categorias: Candido Teobaldo de Souza Andrade, na
categoria Contribuição Histórica (in memorian); Roberto
José Porto Simões, na categoria Professor-pesquisador; e
Carlos Eduardo Mestieri, na categoria Profissional de
Mercado.
As histórias por nós aqui contadas são apenas um
olhar singular, agudo e ligeiramente despretensioso sobre
esses três mestres que tanto vem inspirando estudantes e
profissionais da área ao longo das suas vidas, de muitas
lutas, mas também de muitos sucessos. É, de fato, uma
compilação de informações sobre as suas carreiras
profissionais, mas também das suas histórias de vida, de
depoimentos de discípulos, colegas e amigos, sobre
experiências vividas e momentos que marcaram com as
suas genialidades a vida de cada um deles.
CAPÍTULO I
O PIONEIRISMO DO
MESTRE DOS MESTRES
Biografia não autorizada de
Candido Teobaldo de Souza Andrade
Vencedor da categoria
“Contribuição Histórica (in memorian)”
UM OLHAR SOBRE TEOBALDO
16
Escrever a biografia de Candido Teobaldo de Souza
Andrade é para nós uma imensa responsabilidade e ao
mesmo tempo um grande prazer. Este homem foi durante
muitos anos sinônimo de Relações Públicas no Brasil.
Segundo um dos seus discípulos mais fiéis, o prof. da
Universidade Federal de Alagoas, Luiz Gonzaga, autor
que prefaciou esta obra, houve um período em que a única
referência no nosso país na área de Relações Públicas era
Teobaldo. Esse pioneirismo marcou profundamente a
história da profissão no Brasil, que chegou até mesmo ser
chamada carinhosamente de “Teobaldologia”.
O filho de Guilherme de Andrade e Maria Francisca
de Souza nasceu em 1º de julho de 1919, na cidade de São
Paulo e faleceu no mesmo local no dia 07 de agosto de
2003. Quando adolescente estudou no Ginásio Pedro de
Toledo. Casou-se em 1946 com a professora primária
Nylza de Souza Andrade e teve um filho , Luiz Carlos de
Souza Andrade, bem como uma filha chamada Terezinha
de Andrade Leal, ambos se tornaram profissionais de
Relações Públicas.
Antes de se engendrar nas Relações Públicas,
Teobaldo fez licenciatura em Educação Física pela Escola
Superior de Educação Física (1940), hoje, Escola de
Educação Física da Universidade de São Paulo (USP); e
bacharelado em Ciências Jurídicas e Sociais na Faculdade
de Direito da USP (1949). Atuava em Direito
Administrativo, área em que advogou durante toda a sua
vida. Atuou também como jornalista e no exercício desta
atividade teve oportunidade de entrevistar grandes nomes
da cultura nacional, como o saudoso escritor Monteiro
Lobato.
17
Teobaldo com a sua esposa, filhos e netos
Teobaldo ainda adolescente no desfile da sua escola Ginásio Pedro Toledo.
18
Teobaldo entrevistando Monteiro Lobato, no período em que atuou
como jornalista.
A história de Teobaldo é marcada por muitos
momentos importantes, mas apresenta dois momentos que
podem ser considerados marcos na sua vida. O primeiro
foi a sua participação na Força Expedicionária Brasileira
(FEB), na Itália, durante a 2ª Guerra Mundial como 3º
sargento.
Por sua atuação durante os conflitos, Teobaldo
recebeu três medalhas: a Medalha de Campanha da Força
Expedicionária Brasileira (1946); a Medalha de Guerra
(1947); e a Cruz de Combate (1947).
Sobre esta experiência de vida, uma das suas mais
fiéis seguidoras, a profa. Maria Stella Thomazzi, que
juntamente com o prof. Waldyr Gutierrez Fortes, da
Universidade Estadual de Londrina e diretor do Portal de
RP e Transmarketing, tinha notoriamente lugar especial
no coração do mestre querido, revelou durante a
homenagem realizada a Teobaldo na Escola de
Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo
(ECA/USP), no ano de 1989, a partir da leitura de um
trecho de um boletim regimental do 3º Batalhão de
Infantaria, toda a grandeza do ser humano que havia por
trás do profissional Candido Teobaldo de Souza Andrade.
Esta homenagem se deu quando o mestre anunciou a sua
aposentadoria, porque, por decreto federal, seria jubilado
de suas funções regulares junto à instituição, por ter
alcançado a idade limite para um funcionário público.
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O 3º sargento Teobaldo com os colegas da FEB
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Leu Thomazzi naquele dia um trecho do boletim
militar que dizia: “Organizou o sistema de ligação e
transmissões de sua sub-unidade, mantendo-o em
constante funcionamento em todas as situações de
combate. Percorrendo sempre as posições da
Companhia, às vezes sob constante bombardeio inimigo,
o sgt. Teobaldo não poupou esforços físicos nem tãopouco sua própria vida na árdua missão de verificar o
funcionamento das transmissões. Louvo-o pela elevada
compreensão e prática do dever militar; pela coragem,
abnegação, tenacidade e espírito de coorperação,
demonstrados em face do perigo. Espírito culto e
idealista; sincero; honesto e leal, pode considerar-se
como um dos que empregaram todos os seus esforços para
a derrota do inimigo comum e a construção dum mundo
melhor”.
Ao término da leitura, Tomazzi comentou: “Ao ler
este elogio sobre o 3º sgt. Teobaldo, louvamos a Deus pelo
retorno ao Brasil deste pracinha classificado em campo
da Itália como excelente auxiliar por sua competência,
coragem e sangue-frio e que, ainda muito jovem, já era
cônscio de suas obrigações, executadas com interesse e
perfeição. Todos esses fatos justificam plenamente o
conceito que aquele comando fez do sgt. Teobaldo. Anotese, à propósito, que o setor da transmissão da Força
Expedicionária Brasileira era denominado de Serviço de
Comunicação, a exemplo do Exército Americano. Desde
cedo Teobaldo denotava sua vocação para a área a que se
consagraria até hoje”.
As palavras da saudosa Maria Stella Tomazzi
deixam claro de que tipo de ser humano estamos falando.
Aliás, durante a pesquisa que realizamos para a
compilação desta obra percebemos claramente, não só no
que está explícito, mas também nas entrelinhas dos
depoimentos dos alunos, colegas e amigos, a grandeza
deste homem e sua aptidão para aquilo que viria a ser a sua
grande razão de viver: as Relações Públicas.
Já o segundo momento de Teobaldo, certamente,
vem com a criação da Escola de Comunicação e Artes da
Universidade de São Paulo (ECA/USP), onde se sagrou o
primeiro doutor da área de Relações Públicas em todo o
mundo, com a célebre tese intitulada “Relações Públicas e
o interesse público” (1975); livre-docente em Relações
Públicas Governamentais, apresentando a tese intitulada
“Relações Públicas na Administração Direta e Indireta”
(1978); além de ter sido professor-adjunto (1983) e
professor-titular (1985) da instituição .
Na USP, Teobaldo foi professor de Introdução às
Relações Públicas da Escola de Comunicações Culturais
(1967) e professor-assistente de Técnicas de Relações
Públicas da Escola de Comunicação e Artes (1978), sendo
o pioneiro na preparação de profissionais de Relações
Públicas no Estado de São Paulo.
Teobaldo formou várias gerações de profissionais e
de pesquisadores. Entre os ex-alunos de Teobaldo estão
21
22
centenas de profissionais que hoje ocupam lugares de
destaque na sociedade, seja no campo governamental,
empresarial ou acadêmico. Seria difícil nomear os
profissionais de destaque no Brasil que tiveram a honra de
terem Candido Teobaldo como professor, mas apenas para
ilustrar a grandeza desta vertente da sua história citaremos
nomes de alguns dos seus ex-alunos: Margarida Kunsch,
Sidinéia Freitas, Waldyr Gutierrez Fortes, Maria Stella
Tomazzi, dentre outros.
Teobaldo, como se pode facilmente constatar e
conforme chamamos atenção no início desta biografia é
sinônimo de pioneirismo em tudo que diz respeito ao
ensino e a pesquisa na área de Relações Públicas no Brasil,
com uma vasta produção de literatura técnica na área e um
legado inigualável para as gerações posteriores. O prof.
Tupã Gomes Corrêa, um dos seus antigos alunos, observa
que a obra de Teobaldo, “além de detentora de mérito de
pioneirismo, porquanto tenha praticamente inaugurado o
lançamento nacional dos primeiros títulos de Relações
Públicas, ainda hoje serve de balizamento a todos
quantos se dispõem à pesquisa de base nelas”.
Para o prof. Waldyr Gutierrez Fortes, que como já
chamamos atenção foi e ainda é um dos seus mais fiéis
seguidores, além de reconhecidamente um dos seus exalunos mais queridos, dentre as principais contribuições
de Teobaldo deve-se destacar inicialmente duas: (1) “fixar
o 'processo' de Relações Públicas, aplicável a qualquer
tipo de organização, privilegiando o estudo dos grupos
para transforma-los em públicos, base de toda a atuação
profissional de Relações Públicas; (2) o estudo da
aplicação de Relações Públicas em áreas específicas,
como na área governamental”.
De fato, o trabalho de Teobaldo é pioneiro tanto no
estabelecimento das Relações Públicas enquanto
atividade profissional realizável em qualquer organização
quanto em suas aplicações específicas. E não podemos
deixar de destacar o seu pioneirismo também no tema que
hoje é recorrente em praticamente todas as discussões que
envolvem a profissão de Relações Públicas: a necessidade
das organizações agirem com responsabilidade social. Os
seus primeiros escritos sobre o tema são da década de 70,
há mais de 30 anos.
Segundo o amigo e companheiro de primeira hora,
o prof. José Marques de Melo, Teobaldo sempre foi um
brilhante profissional, vislumbrando tendências e
desvelando possibilidades para as Relações Públicas, mas
“como cidadão também sempre mostrou uma postura
irrepreensível. Jamais capitulou ante as facilidades que a
burocracia oferece aos ocupantes de cargos no serviço
público. Atinge o apogeu da jornada universitária com o
perfil de um homem íntegro, correto, querido pelos
alunos, docentes e servidores administrativos. É
admirado pela vitalidade didática, liderança associativa,
rigor científico. Cumpriu o seu papel acadêmico com
serenidade, honestidade e brilho intelectual”.
Ainda sobre a sua postura como ser humano temos
23
24
um lindo depoimento de uma das suas mais brilhantes
alunas, a profa. Sidinéia Freitas, que traremos neste
momento para ilustrar e legitimar o que já dissemos até
aqui sobre o homem que foi Candido Teobaldo de Souza
Andrade.
“Após concluir o curso de graduação da ECA/USP,
resolvi continuar a conviver com a Universidade,
independente de ter ou não interesse no magistério. De
fato, pretendia continuar estudando e principalmente,
pensava em preparar-me para o futuro. Recebi então a
incumbência de auxiliar o Professor Teobaldo [...] Certa
vez, estávamos, Professor Teobaldo e eu, saindo da
Universidade e disse-lhe que acreditava ser correto estar
trabalhando para o futuro, já que não recebia qualquer
remuneração pelos serviços prestados. Estava, de fato,
consultando-o sobre meu procedimento. E sua resposta
manifestou-se por meio de um sorriso aberto e de apenas
duas palavras: 'Está certo', disse o professor. Nossa
convivência foi, aos poucos, adquirindo maiores vínculos
e o Professor foi tomando ciência de minhas dificuldades
e responsabilidades, em especial, das responsabilidades
financeiras perante minha família. O dinheiro, naquela
época, era uma preocupação constante e não sei dizer por
quantas vezes fui convidada especial do querido Mestre
para almoçarmos no restaurante da ECA. Com que
delicadeza e elegância fazia tais convites e quanto, com o
passar dos anos, fui admirando o coração deste
corintiano roxo como eu, que sabe ter nobreza d´alma,
calar-se perante a ingratidão humana, suscitar polêmicas
e beber guaraná 'Antarctica'. Certos valores, sem dúvida,
ficaram gravados naqueles seus ex-alunos que souberam
entender suas mensagens. Na minha formação, tenho no
Professor Teobaldo um exemplo de ser humano que
supera o intelectual. São valores que transcendem a
competição. São valores humanos que permaneceram. Os
valores do espírito, que estão acima dos valores dos
homens. Mestre, o que dizer, senão muito obrigada?”.
No depoimento emocionado da destacada ex-aluna,
percebemos o quanto Teobaldo sempre foi incansável em
busca daquilo que acreditava. Sobre isso, o prof. Tupã
Gomes Corrêa observa que “ao longo de sua existência,
não rara vezes, deu provas dessa dedicação com
infatigável persistência. Primeiro, foi quando ainda muito
jovem seguiu como voluntário para a guerra, atentando
com sua presença no teatro de operações que em sua vida
toda, dali por diante, tudo o mais iria sempre além das
simples aparências. Depois, seria pela prática
profissional, longamente a comprovar no trabalho de
cada dia essa disposição de trabalhar em prol de tudo
quanto acredita. E, finalmente, terá sido na Universidade,
para onde se dirigiu a partir de 1967, que sua obra
assume os contornos e a envergadura que a haverá de
imortalizar”. E de fato imortalizou. O mestre Teobaldo,
certamente, foi o latino-americano que mais influenciou
no desenvolvimento das Relações Públicas na região.
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O seu talento demonstrado desde cedo e o seu lado
humano exuberante, conforme explicitou os depoimentos
dos colegas e amigos nos parágrafos anteriores, o tornou
um grande profissional, que nunca se furtou de servir a
categoria e de disponibilizar parte do seu precioso tempo
para atuar nas entidades representativas de classe em prol
de uma realidade melhor para todos. Desde 1964 até 1989
sempre esteve envolvido nas atividades políticas pela sua
categoria profissional, conforme podemos verificar a
seguir.
Atividades políticas e representatividade profissional
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De 1964 a 1966 foi primeiro secretário da
Associação Brasileira de Relações Públicas
(ABRP)/Seção São Paulo. De 1966 a 1968 foi terceiro
vice-presidente, assumindo a presidência de 1968 até
1970 e retornando no período de 1974 a 1976. Entre os
dois mandatos de presidente participou do Conselho
Consultivo como presidente de 1970 a 1971 e como
membro de 1972 a 1974. Foi consultor jurídico até 1998.
Na ABRP Nacional foi secretário do Conselho
Nacional de 1968 a 1970, vice-presidente do Conselho
Nacional em dois períodos, de 1970 até 1972 e depois de
1976 até 1978. Além disso, foi presidente do mesmo
conselho por dois mandatos, de 1972 a 1974 e de 1978 a
1980. Na alternância dos mandatos de presidente do
Conselho, em 1976 atuou como membro da Comissão de
Altos Estudos de Relações Públicas. Ainda na ABRP
Nacional foi presidente da Câmara Superior Permanente
de 1980 a 1982 e consultor jurídico e de Relações Públicas
do Diretório Nacional de 1983 a 1984.
No Conselho Federal de Profissionais de Relações
Públicas (CONFERP) participou nas gestões de 1970 a
1971 e 1976 a 1977. No Conselho Regional de
Profissionais de Relações Públicas (CONRERP) São
Paulo, participou como Consultor Jurídico em 1972 e
Conselheiro Efetivo de 1974 a 1975.
Já no Sindicato dos Profissionais Liberais de
Relações Públicas foi presidente do Conselho Fiscal, de
1984 a 1988, e delegado da associação junto à
Confederação Nacional dos Profissionais Liberais, de
1988 a 1989.
Teobaldo atuou ainda na Federação Interamericana
de Associações de Relações Públicas (FIERP) como
secretário de 1968 a 1972 e, a partir de 1972, como
assessor da Comisión Interamericana para lá Enseñanza
de Relaciones Públicas (CIPERP). Nesta mesma
instituição, foi ainda vice-presidente de 1971 a 1973 e
presidente de 1973 a 1975. De 1975 a 1979, atuou como
membro do Conselho Consultivo, e de 1981 a 1982, como
coordenador da Comissão Interamericana para o ensino de
Relações Públicas em Lima/Peru e em Foz do
Iguaçu/Brasil de 1982 a 1983.
Candido Teobaldo esteve sempre a serviço da causa
da profissão de Relações Públicas no Brasil, conforme
27
vimos nas iniciativas, atividades desenvolvidas, cargos,
mandatos e funções que exerceu durante a sua vida
produtiva.
Homenagens e distinções
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A disponibilidade pela causa das Relações Públicas
e a atuação nas entidades representativas de classe durante
toda a sua vida profissional lhe resultou diversos títulos
honoríficos nacionais e internacionais, tais como os de
sócio honorário da ABRP das seções Alagoas (1975), Pará
(1975) e Rio de Janeiro (1983), e das seguintes instituições
latino-americanas: Asociación Paraguaya de
Profesionales de Relaciones Públicas (1972);
Associación Argentina de Relaciones Públicas (1973);
Associación Uruguaya de Relaciones Públicas (1973);
Associación Colombiana de Relaciones Públicas (1975);
Associación Panameña de Profesionales de Relaciones
Públicas (1981). Além disso, era sócio benemérito da
ABRP das seções Pernanbuco (1973), Rio de Janeiro
(1975) e São Paulo (1983).
É realmente algo que impressiona o
reconhecimento que obteve este profissional ao longo da
sua vida, mas as distinções do prof. Candido Teobaldo, no
entanto, não param por ai. Recebeu muitos prêmios e
homenagens, dentre os quais podemos destacar as
homenagens da ESURP - Escola Superior de Relações
Públicas, de Recife/PE, que denominou o seu diretório
acadêmico “Dr. Candido Theobaldo de Souza Andrade”
(1973) e da ABRP do Maranhão que denominou a sala da
Diretoria e Comissão Consultiva como “Sala Candido
Teobaldo de Souza Andrade” (1984). Em 2002, foi
convidado pela Universidade do Vale do Itajaí
(UNIVALI), em Santa Catarina, para a inauguração de
uma sala do Curso de Relações Públicas com o seu nome.
29
.
Teobaldo na inauguração do”Diretório Acadêmico Dr. Candido
Theobaldo de Souza Andrade”, na ESURP, em 1973. O seu nome
foi grafado errado na placa do centro acadêmico.
Recebeu também o título de Professor Emérito da
ECA/USP, em abril de 1999. No mesmo ano, em
novembro, recebeu das Faculdades Integradas de
Itapetininga Fundação Karnig Bazarian, o título de
Professor Emérito.
Além dessas belas homenagens, Teobaldo foi
honrado com o Voto de Júbilo e Louvor da Câmara
Municipal de São Paulo pelo seu doutoramento em
Relações Públicas (1973); o título de Honra ao Mérito de
Relações Públicas, da Universidade de Barcelona (1974);
o Troféu “El Chasqui de Plata”, da Federación
Interamericana de Asociaciones de Relaciones Públicas
(Bogotá, 1973); o Troféu “Bronce”, do Centro
Interamericano de Pesquisa e Documentação de Relações
Públicas (Bogotá, 1973); o Troféu “El Guarany”, da
Asociación Paraguaya de Profesionales de Relaciones
Públicas (Bogotá, 1973); e a Medalha “Eduardo Pinheiro
Lobo”, da ABRP Nacional (1986).
30
Teobaldo recebendo a Medalha Eduardo Pinheiro Lobo, em 1986.
Como homenagem póstuma, em 2005, o Diretório
Nacional da ABRP criou o “Troféu Teobaldo de Andrade”,
para ser entregue aos que mais se destacam na
Administração da Comunicação no nosso país.
O LEGADO TEOBALDIANO
Em 1962 Teobaldo lançou o seu primeiro livro na
área, intitulado “Para Entender Relações Públicas”, obra
editada pela Editora Luzir que obteve tanto sucesso que
chegou a quarta edição, sendo que a segunda em 1965 pela
Editora Biblos e a 3ª (1983) e 4ª (1993) edições foram
publicadas pela editora Loyola. Esta obra obtém até hoje
grande aceitação não só no Brasil, mas em vários países da
América Latina.
Quando do lançamento da primeira edição do “Para
entender Relações Públicas”, o Jornal Diário da Noite fez
alusão ao seu pioneirismo na área de Relações Públicas na
América Latina, numa matéria em que afirmava:
“Teobaldo de Andrade é o pioneiro indígena de Relações
Públicas. Ele nacionalizou o assunto com base em sua
experiência brasileira que é das mais sérias”.
Capa da terceira edição do livro “Para Entender Relações Públicas”.
Mas o mestre Teobaldo não ficou satisfeito em
pensar a atividade de Relações Públicas apenas como
profissão, na dimensão do ser e do fazer no mercado de
31
trabalho. Teobaldo então partiu para um novo projeto que
tratava mais especificamente do ensino de Relações
Públicas. Foi então que em 1970 lançou o livro “Curso de
Relações Públicas” pela editora Atlas. Vale lembrar que
este título foi reeditado cinco vezes: em 1974, 1980, 1988
e 1994 pela Editora Atlas e em 2003 pela Pioneira
Thomson.
32
Capa da primeira edição do livro “Curso de Relações Públicas”.
Mas somente em 1975, escreveu um dos seus mais
célebres títulos, “Psico-Sociologia das Relações
Públicas”, obra editada da primeira vez pela Vozes, em
1975, e reeditada pela Loyola em 1989. Sobre este livro, a
professora Margarida Kunsch fez uma declaração durante
um taller que realizou no VI Congresso Internacional de
Relações Públicas, em Assunção, Paraguai, no ano de
2006, em que afirmou ser esta, a seu ver, a principal obra
de Teobaldo e uma das principais obras da área no mundo.
A professora Margarida Kunsch também foi uma das
alunas do professor Teobaldo e sua orientanda de
mestrado na ECA/USP.
Capa da segunda edição do livro “Psico-sociologia das Relações Públicas”.
Teobaldo é também co-autor do livro “Le Destin des
Relations Publiques”, editado em Montreal, em 1977.
Esta é uma obra publicada em francês que, infelizmente,
poucas pessoas possuem no Brasil, apesar de fazer parte
do legado deste grande mestre brasileiro.
O “Dicionário Profissional de Relações Públicas e
Comunicação” é, certamente, uma das obras mais
significativas de Teobaldo. Obrigatório para todos os
estudantes, professores e profissionais da área, o
dicionário foi publicado pela primeira vez em 1978 pela
Editora Saraiva e em 1996, foi publicada a sua 2ª edição,
pela Editora Summus. No prefácio desta obra, Teobaldo
observa que a realização deste trabalho foi uma tarefa que
recebeu da Federação Interamericana de Relações
Públicas (FIARP), que durante a realização da sua XII
Reunião do Conselho Deliberativo, em 1971, decidiu pelo
preparo deste dicionário de Relações Públicas e o confiou
a Comissão Interamericana para o Ensino de Relações
Públicas (CIPERP), sob a sua coordenação e supervisão
33
34
do prof. Humberto López, ex-presidente da FIARP e por
sete anos presidente da CIPERP.
Teobaldo lembrou que esta obra partiu dos
opúsculos “Dicionário e Bibliografia de Relações
Públicas”, de Humberto Lopez; e do “Dicionário de
vocábulos Empregados em Relações Públicas”, de
Ronaldo Fernandes Canedo, que foram valiosas
contribuições para a realização do projeto, que a seu ver,
ainda não era um dicionário completo, mas apenas mais
uma etapa para se chegar a uma obra que fosse condizente
com o universo vocabular das Relações Públicas na
América Latina. Pura modéstia do mestre que não se
contentava com pouco e viveu a eterna busca pela
ampliação dos seus conhecimentos.
Capa da segunda edição do “Dicionário profissional de Relações
Públicas e Comunicação”.
Em 1982, Teobaldo lançou o livro “Administração
de Relações Públicas no Governo” e em 1988 a primeira
edição do “Como administrar Reuniões”, que teve a
segunda e terceira edições publicadas em 1995 e 1998,
pela Editora Loyola que, como vimos, foi a sua editora
exclusiva nas suas últimas cinco publicações.
Capa da única edição do livro “Administração de Relações Públicas no
Governo” e da terceira edição do livro “Como Administrar Reuniões”.
Vale lembrar que, além de todos os livros aqui
citados, Candido Teobaldo tem mais de 50 artigos
publicados em revistas científicas, bem como diversos
opúsculos e apostilas de cursos realizados. Um legado
deixado para as gerações posteriores que certamente fez e
continua fazendo a diferença na consolidação da profissão
de Relações Públicas no Brasil. Garimpamos alguns
destes opúsculos, artigos e apostilas e temos o prazer de
trazê-los para o conhecimento da comunidade. A saber:
Opúsculos

Relações Públicas no Governo Estadual, São
Paulo, Departamento de Administração, 1962, 64 p.
 O que São e o que Não São Relações Públicas, São
Paulo, Departamento Regional do SENAC, 1966, 8
p.
35
36
 Conceituação de Relações Públicas, São Paulo,
Departamento de Jornalismo e Editoração, Escola de
Comunicações e Artes (USP), 1971, 38 p.
ª
 Panorama Histórico de Relações Públicas, 2 ed., São
Paulo, Departamento de Jornalismo e Editoração,
Escola de Comunicações e Artes (USP), 1973, 28 p.
 Mini-Anais da Semana Paulista de Estudos de
Relações Públicas, São Paulo, Departamento de
Jornalismo e Editoração, Escola de Comunicações e
Artes (USP), 1973, 87 p.
 L'Intérêt Publique, São Paulo, Escola de
Comunicações e Artes (USP), 1980, 16 p.
 Guia Brasileiro de Relações Públicas, São Paulo,
ABRP/SP, 1979, 95 p.
 Guia Brasileiro de Relações Públicas, 2ª ed., Novo
Hamburgo, FREEVALE, 1981.
 Guia Brasileiro de Relações Públicas, 3ª ed.,
ABRP/DF, 1982,159 p.
 Guia Brasileiro de Relações Públicas, 4ª ed., São
Paulo, ABRP/N. 1984, 189 p.
 Biografia Latino-Americana de Relações Públicas e
Opinião Pública, Curitiba, CIESURP, 1985, 76 p.
ª
 Guia Brasileiro de Relações Públicas, 5 ed.,
Salvador, 1986, 202 p.
Artigos (Somente em revistas)

Relações Públicas Governamentais, São Paulo,
Revista Administração Paulista, n. 1, n. 2, 1959.
 Relações com a Imprensa, São Paulo, Revista
IDORT, n. 353/4, 1961.
 Mistificação das Relações Públicas, São Paulo,
Revista IDORT, n. 360/70, 1962.
 Relações com o Público, São Paulo, Revista IDORT,
N. 373/4, 1963.
 Relações com a Comunidade, São Paulo, Revista
IDORT, n. 381/2, 1963.
 O Relator Público, São Paulo, Revista Administração
Paulista, v. VI, 1963.
 Relações Públicas na Administração Paulista, São
Paulo, Revista IDORT, n. 403/4, 1964.
 Mito e Realidade da Opinião Pública, São Paulo,
Revista de Administração de Empresas, n. 11,
Fundação Getúlio Vargas, 1964.
 Relações com o Público Misto, São Paulo, Revista
IDORT, N. 405/6, 1965.
 VI Conferência interamericana de Relações Públicas
em Montevidéu, São Paulo, Revista IDORT, N.
407/8, 1965.
 Interesse Social: Meta de Relações Públicas, São
Paulo, Revista IDORT, n. 418/9, 1966.
 Conceituação Psicossociológica de Público, São
Paulo, Revista da Escola de Comunicações Culturais
da Universidade de São Paulo, n. 1, 1967.
 Conceituação de Relações Públicas, São Paulo,
Revista Administração Paulista, v. XIV, jul./dez.
1967.
 Público e Opinião Pública, Rio de Janeiro, Revista
Brasileira de Relações Públicas, fev. 1968.
 Relações Públicas com os Concorrentes, São Paulo,
Revista IDORT, n. 403/4, 1969.
37
38
 Um pouco da História de Relações Públicas, São
Paulo, Revista Administração Paulista, v. XIV,
jul./dez. 1968.
 Mistificações de Relações Públicas, São Paulo,
Revista da Escola de Comunicações Culturais da
Universidade de São Paulo, n. 2, 1968.
 Relações Entre as Empresas e as Escolas, São Paulo,
Brasil Novo, dez. 1968.
 O Redator Público, São Paulo, Revista IDORT, n.
455/6 jan./fev. 1970.
 Relações Públicas no Governo, São Paulo, Revista
da Escola de Comunicações e Artes da Universidade
de São Paulo, n. 1, 1970.
 O Público na Sociedade de Massas, São Paulo,
Revista da Escola de Comunicações e Artes da
Universidade de São Paulo, n. 5, 1971.
 Relações Públicas no Governo Municipal, São
Paulo, RP em Revista n. 7, out. 1971.
 O Cinema na Formação de Opinião Pública, São
Paulo, RP em Revista, n. 8, nov./dez. 1971.
 Panorama Brasileiro de Relações Públicas, São
Paulo, “Lojas e Lojistas” n. 101, mar. 1974.
 Relações Públicas no Mundo, São Paulo, RP em
Revista, n. 38, fev. 1975.
 Relações Públicas na Administração Descentralizada,
São Paulo, RP em Revista, n. 39/40, mar./abr. 1975.
 Relações Públicas: Atividade-fim; Comunicação
Social Atividade-Meio, São Paulo, Revista IDORT,
N. 549/50, 1977.
 Assessoria e Pesquisa: as Principais Funções de RP.,
São Paulo, Relações Públicas, n. 2, out. 1978.
 Relações Públicas na Polícia Militar, São Paulo,
Relações Públicas, n. 6, fev. 1979.
 Relações Públicas Administração de Controvérsia
Pública, São Paulo, Revista IDORT, N.565/6, 1979.
 O Exercício Profissional de Relações Públicas, São
Paulo, Relações Públicas, n. 8. abr. 1979.
 Fundamentos de Relações Públicas Governamentais,
São Bernardo do Campo, Comunicação e Sociedade,
n. 2, dez. 1979.
 Relações Públicas Segundo sua Biografia, São Paulo,
Revista Brasileira de Biblioteconomia e
Documentação, jan./jun. 1981.
 Relações Públicas Governamentais: Aspectos
Históricos, São Bernardo do Campo, Comunicação e
Sociedade, n. 6, set. 1981.
 Relações Públicas Segundo sua Bibliografia (de
1940 a 1979), Novo Hamburgo, Revista de Estudo
FEEVALE, v. 4, n. 2, 1981.
 Relações Públicas para Bibliotecas e Centros de
Informações, São Paulo, Revista Brasileira de
Biblioteconomia e Documentação, São Paulo,
jan./jul. 1982.
 Relações Públicas na Sociedade em Mudança,
Campinas, Comunicarte, n.3, 1º sem. 1984.
 Participação Programada para o Diálogo, São
Bernardo do Campo, Comunicação e Sociedade n.
12, dez 1984.
 Administração de Relações Públicas, Fortaleza,
IBTD, 1986, 54 p.
 Como Realizar Reuniões Eficazes, Rio de Janeiro,
Tendências do Trabalho, fev. 1987.
39
 Relações Públicas na Ótica Econômica, Londrina,
Revista CIESURP n. zero, 1988.
Apostilas
40
 Princípios e Práticas de Relações Públicas, São
Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1959,
54 p.
 Princípios e Práticas de Relações Públicas
Governamentais, São Paulo, Cursos de
Aperfeiçoamento do DEA, 1960, 56 p.
 Princípios e Práticas de Relações Públicas, Nível I,
São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA,
1961, 54 p.
 Curso Especial de Relações Públicas, Nível I, São
Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1961,
54 p.
 Curso Especial de Relações Públicas, Nível II, São
Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1961,
122 p.
 Apostilas de Relações Públicas, São Paulo,
Publicação Avulsa do Instituto de Ensino Técnico
Industrial, 1961.
 Curso Especial de Relações Públicas, Nível I, São
Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1º sem.
1962, 66 p.
 Curso Especial de Relações Públicas, Nível II, São
Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1962,
157 p.
 Curso Especial de RR.PP, Nível I, São Paulo, Cursos
de Aperfeiçoamento do DEA, 2º sem. 1962, 66 p.
 Súmula do Curso de Relações Públicas, Nível I, São
Paulo, Publicação Avulsa da Federação do Comércio,
1963.
 Curso Especial de Relações Públicas, Nível II, São
Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1963,
137 p.
 Curso Especial de Relações Públicas, Nível III, São
Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1963,
52 p.
 Súmula do Curso de Relações Públicas, Nível I, São
Paulo, Publicação Avulsa da Associação dos
Funcionários Públicos, 1963.
 Súmula do Curso de Relações Públicas, Nível II, São
Paulo, Departamento de Cursos do IDORT, 1964.
 Curso Médio de Relações Públicas, Nível I, São
Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1964,
44 p.
 Curso Médio de Relações Públicas, Nível II, São
Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1964,
119 p.
 Curso Médio de Relações Públicas, Nível III, São
Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1964,
33 p.
 Introdução às Relações Públicas. São Paulo, ESAN,
1965.
 Curso de Formação em Grau Médio de Relações
Públicas, Nível II, São Paulo, Departamento de
Cursos do IDORT, 1965.
 Curso de Formação em Grau Médio de Relações
Públicas, Nível III, São Paulo, Departamento de
Cursos do IDORT, 1966.
41
42
 Curso Médio de Relações Públicas, Nível II, São
Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1966,
269 p.
 Curso Médio de Relações Públicas, Nível III, São
Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1966,
68 p.
 Introdução às Relações Públicas. São Paulo, Clube
das Girafas, 1966.
 Indicações Bibliográficas para o Curso Médio de
Relações Públicas, São Paulo, Cursos de
Aperfeiçoamento do DEA, 1966.
 Curso Médio de Relações Públicas, Nível I, São
Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do DEA, 1967,
53 p.
 Curso de Relações Públicas e Comunicação com o
Pessoal, São Paulo, Cursos de Aperfeiçoamento do
DEA, 1967, 70 p.
 700 Indicações Bibliográficas de Relações Públicas,
São Paulo, Departamento de Relações Públicas da
Escola de Comunicações Culturais (USP), 1967, 22
p.
 Curso de Introdução de Relações Públicas, São
Paulo, Assessoria Técnica de RP, 1º sem. 1968.
 Curso de Formação em Grau Médio de Relações
Públicas, Nível II, Departamento de Cursos do
IDORT, 1968, 130 p.
 Curso de Relações Públicas Governamentais, São
Paulo, Publicação Avulsa da Divisão de Difusão
Cultural da Universidade de São Paulo, 1968, 37 p.
 Introdução de Relações Públicas, Banco Comercial
do Estado de São Paulo, 1968.
 Glossário de Termos Norte-Americanos Usados em
Relações Públicas, São Paulo, Publicação Avulsa do
Curso de RP da Escola de Comunicações Culturais
(USP), 1969, 32 p.
 Curso de Formação em Grau Médio de Relações
Públicas, Nível III, Departamento de Cursos do
IDORT, 1969, 62 p.
 Curso de Relações Públicas, São Paulo, Publicação
da Escola Superior de Propaganda, 1969.
 Curso de Relações Públicas e Comunicação com o
Pessoal, São Paulo, Departamento de Cursos do
IDORT, 1970, 32 p.
 Glossário de Termos Norte-Americanos e Ingleses
Usados em Relações Públicas, São Paulo, Publicação
Avulsa do Departamento de RP e Propaganda da
Escola de Comunicações e Artes (USP), 1970, 39 p.
 Curso de Formação em Grau Médio de Relações
Públicas, Nível I, São Paulo, Publicação Avulsa do
Departamento de Cursos do IDORT, 1970, 33 p.
 Curso de Formação em Grau Médio de Relações
Públicas, Nível II, São Paulo, Publicação Avulsa do
Departamento de Cursos do IDORT, 1970, 130 p.
 Introdução às Relações Públicas e à Comunicação,
São Paulo, Publicação Avulsa do Departamento de
Cursos do IDORT, 2º sem. 1971.
 Atualização em Relações Públicas, São Paulo,
Publicação Avulsa do Departamento de Cursos do
IDORT, 2º sem. 1975, 71 p.
 Atualização em Relações Públicas, São Paulo,
Publicação Avulsa do Departamento de Cursos do
IDORT, ago. 1976, 75 p.
43
44
 Administração de Relações Públicas, Porto Alegre,
FAMECOS/PUC, 1980, 44 p.
 Administração de Relações Públicas, Belo
Horizonte, CEPROM, 1980, 48 p.
 Atualização em Administração de Relações Públicas,
Londrina, FUEL, 1980, 42 p.
 Administração de Relações Públicas, Recife,
SUITEPE, 1981, 38 p.
 Administração de Relações Públicas, Curitiba,
ABRP/PR, 1981, 26 p.
 Administração de Relações Públicas, São Paulo,
Faculdades de Santo Amaro, 1981, 42 p.
 Administração de Relações Públicas, Santos,
Faculdade de Comunicação Social, 1981, 35 p.
 Administração de Relações Públicas, Itapetinga,
Faculdade de comunicação Social, 1981, 34 p.
 Administração de Relações Públicas, São Luís,
ABRP/MA, 1981, 38 p.
 Administração de Relações Públicas, João Pessoa,
UF/PB, 1982, 38 p.
 Administração de Relações Públicas, São Paulo,
ECA/USP, 1982, 34 p.
 Administração de Relações Públicas, Rio de Janeiro,
ABRP/RJ, 1983, 38 p.
 Reuniões para Participação Programada, Itapetinga,
FKB, 1984, 40 p.
 Reuniões para Participação Programada, São Paulo,
ECA/USP, 1984, 43 p.
 Reuniões para Participação Programada, Curitiba,
ABRP/PR, 1984, 43 p.
 Reuniões para Participação Programada, Santos,
FCS, 1985, 41 p.
 Reuniões para Participação Programada, São Paulo,
INTERCOM, 1985, 43 p.
 Administração de Relações Públicas, São Paulo,
FMU, 1985, 34 p.
 Reuniões para Participação Programada, Manaus,
ABRP/AM, 1985, 41 p.
 Atualização em Administração de Relações Publicas,
Natal, UFRN, 1986, 42 p.
 Administração de Relações Públicas, Fortaleza,
IBTD, 1986, 54 p.
 Administração de Relações Públicas, Maceió,
ABRP/AL.,1986, 38 p.
 Dinâmica das Reuniões, Fortaleza, IBTD, 1986, 42
p.
 Como Fazer Reuniões mais Eficazes, São Paulo,
CATHO, 1986, 41 p.
 Reuniões para Participação Programada, São Paulo,
IPESP, 1987, 55 p.
 Administração de Relações Públicas, Salvador
ABRP/BA, 40 p.
Todo este acervo pode ser acessado nas respectivas
instituições, responsáveis pelas publicações ou em
bibliotecas de toda a América Latina.
Existe ainda uma produção de Teobaldo que a
maioria das pessoas desconhece. Os muitos projetos e
pesquisas que envolveram toda a sua vida não o
permitiram que desenvolvesse o seu lado de gênio
45
literário, revelado num único livro de contos que publicou
em 1966. Neste livro, intitulado “Soldado Sem Botas”,
relata histórias vividas na sua passagem pela guerra, como
pracinha da Força Expedicionária Brasileira.
A NOSSA HOMENAGEM A TEOBALDO
46
No mundo acadêmico convém ser cauteloso e não
sair por aí afirmando certas coisas antes de ter uma
fundamentação muito consistente sobre o que se pretende
afirmar, sob pena de ser execrado pela comunidade
científica. Neste caso, entretanto, o faremos sem muito
nos preocupar. Não porque a nossa afirmação trate-se de
algo unânime, mas porque se trata de uma afirmação que
vai ao encontro de uma percepção consensual: as Relações
Públicas no Brasil jamais seriam o que são hoje, uma
profissão consolidada e respeitada no contexto produtivo
nacional, a despeito de ainda não obterem o
reconhecimento social que gostaríamos, se a sua história
profissional e acadêmica não tivesse contemplado a obra
de Candido Teobaldo de Souza Andrade.
Percebendo isso de forma muito clara, a
comunidade de Relações Públicas brasileira elegeu com
500 votos Candido Teobaldo de Souza Andrade o
Relações Públicas do Brasil, na categoria Contribuição
Histórica (in memorian), em eleição realizada pela
Internet entre os dias 4 e 31 de agosto de 2006.
No dia 8 de setembro de 2006, durante a cerimônia
de entrega do Prêmio Relações Públicas do Brasil, evento
que aconteceu dentro da programação oficial do
Congresso INTERCOM 2006, realizado na Universidade
de Brasília (UNB), em Brasília/DF, a sua filha Terezinha
Andrade Leal recebeu o troféu e o certificado a que fez jus
o seu pai, Candido Teobaldo, por ter sido eleito o Relações
Públicas do Brasil na categoria Contribuição Histórica (in
memorian).
47
A sua filha, Terezinha Andrade Leal, recebendo emocionada o
Prêmio Relações Públicas do Brasil, no Congresso INTERCOM
2006, durante a cerimônia de entrega da premiação.
Uma justa homenagem prestada ao mestre dos
mestres das Relações Públicas no Brasil e a tudo o que ele
representa para todos nós estudantes e profissionais de
Relações Públicas deste nosso imenso e continental país.
REFERÊNCIAS
ANDRADE, Candido Teobaldo de Souza (org.). Bibliografia
Latino-americana de Relações Públicas e Opinião Pública
Livros, opúsculos, artigos e apostilas. Londrina, Centro
Interamericano de Estudos Superiores de Relações Públicas e
Opinião Pública (CIESURP), 1990, 2ª ed. 90 p.
_______. Dicionário Profissional de Relações Públicas e
Comunicação. São Paulo, Editora Saraiva, 1978, 139 p.
Os depoimentos de Sidinéia Freitas, Waldyr Gutierrez Fortez,
José Marques de Melo, Maria Stella Thomazzi e Tupã Gomes
Corrêa foram extraídos da publicação abaixo:
48
ECA/USP. Relações Públicas: a trajetória de Candido
Teobaldo de Souza Andrade. São Paulo: ECA/USP, 1989.
Boa parte das informações compiladas para a produção desta
biografia foi conseguida através de conversas informais,
entrevistas e informações concedidas por:
Luiz Gonzaga, professor da Universidade Federal de Alagoas,
em várias oportunidades e em troca de e-mails, além de
material enviado pelos Correios;
Terezinha Andrade Leal, filha de Candido Teobaldo de Souza
Andrade, por telefone e e-mail;
Margarida Kunsch, ex-orientanda de mestrado de Candido
Teobaldo de Souza Andrade, em Brasília (INTERCOM) e em
Assunção (Congresso da ALARP
Associação
Latinoamericana de Relações Públicas).
CAPITULO II
O INESTIMÁVEL LEGADO DO
MESTRE DAS RELAÇÕES
PÚBLICAS NO BRASIL
Biografia de Roberto Porto Simões
Vencedor da categoria
“Professor Pesquisador”
UM OLHAR SOBRE SIMÕES
50
Escrever sobre a vida e a obra do mestre Simões é
para nós algo muito emocionante. Primeiro porque foi ele
quem nos apresentou as Relações Públicas, através da sua
brilhante teoria. Depois porque tivemos o prazer de
conhecê-lo e passar alguns momentos muito agradáveis
com este grande mestre, que nos enche de orgulho em
todos os lugares do mundo que chegamos. É muito bom
podermos encher o peito e dizer: sou Relações Públicas,
no Brasil do mestre Simões.
Roberto José Porto Simões é gaúcho de Porto
Alegre, nascido em 21 de abril de 1935, coronel
reformado do Exército Brasileiro, psicólogo de formação,
Relações Públicas por opção, profissional provisionado e
apaixonado por Relações Públicas. Autor da principal
teoria nacional e uma das principais personalidades da
área de Relações Públicas do Brasil.
Com 21 anos, em 1956, graduou-se pela Academia
Militar das Agulhas Negras, título que deu início a uma
carreira de educador dentro das forças armadas
brasileiras. Em 1962 Simões, graduou-se novamente,
desta vez, em psicologia no Instituto de Psicologia da
Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul
(PUCRS) e em 1964 se especializou em Orientação
Educacional na Faculdade de Educação da PUCRS.
Adquiriu o título de Mestre em Psicologia
Organizacional em 1975, defendendo a dissertação “A
formação de atitudes através de informações” no Instituto
de Psicologia da PUCRS.
No ano de 1993 veio revolucionar o ensino de
Relações Públicas no Brasil com a sua tese de doutorado
“Relações Públicas: função política - uma teoria para o
ensino e a prática da atividade”, defendida na Faculdade
de Educação da PUCRS.
A sua carreira de professor universitário começou
em 1965, ministrando a disciplina Técnica Projetiva de
Wartegg, no Instituto de Psicologia da PUCRS. Alguns
anos depois, ministrou a disciplina Psicologia Social na
Faculdade de Serviço Social da Universidade Católica de
Pelotas/RS.
Foi através da disciplina Psicologia Geral e Social,
ministrada no curso de Relações Públicas da PUCRS, em
1969, que foi indicado pelo Instituto de Psicologia, por
entender de Psicologia Social e Relações Públicas, para
lecionar no Curso de Relações Públicas da PUCRS. Nessa
época os cursos de Relações Públicas e Publicidade
estavam sob uma mesma coordenação. Quando em 1971 a
direção da Faculdade de Comunicação Social
(FAMECOS) separou os dois cursos, Simões foi
convidado para coordenar o curso de Relações Públicas
daquela instituição.
Como primeiro coordenador do Curso de Relações
Públicas da FAMECOS, teve a tarefa de estruturar o corpo
docente e o currículo do curso de acordo com as
51
52
prescrições existentes do Conselho Federal de Educação,
além da filosofia e das políticas da PUCRS.
A partir de então, o professor Simões engendrou-se
no ensino de Relações Públicas e atua como professor do
curso há quase 40 anos. Durante este período já ministrou
várias disciplinas em nível de graduação e pós-graduação
(especialização, mestrado e doutorado) em diversas
faculdades, dentre as quais podemos destacar a
FAMECOS, o Instituto de Psicologia e a Faculdade de
Educação, todas da PUCRS.
Vale ressaltar que um ano após assumir como
professor do curso de Relações Públicas da FAMECOS
criou a disciplina Teoria das Relações Públicas. E, depois,
já como coordenador do curso, deu-lhe este designativo.
O professor Roberto Porto Simões não é chamado
de mestre por acaso. Tem no seu currículo 80 orientações
de monografias de conclusão de curso de graduação em
Relações Públicas concluídas; 30 orientações de
dissertações de mestrado concluídas e mais 6 em
andamento; além de orientações de 3 teses de doutorado
concluídas e mais uma, em andamento.
A experiência do professor Simões na área
acadêmica, como podemos ver, é muito rica. Contudo, ele
não atua apenas na academia. Possui vasta experiência de
mercado, como consultor autônomo e exercendo cargos
em importantes organizações nacionais e multinacionais.
Como consultor, o primeiro registro histórico que
temos é de 1964, quando atuou como psicólogo junto aos
jogadores do Grêmio Futebol Porto Alegrense, em Porto
Alegre/RS, desenvolvendo ações que buscavam integrálos entre si e com o treinador, para melhor rendimento em
campo. Vale chamar atenção que apesar de ser um trabalho
na área de psicologia, já se percebe a vertente da mediação
de relações entre pessoas, o que não deixa de ser uma
atribuição do profissional de Relações Públicas.
Neste mesmo ano, começou um trabalho para a
Federação Gaúcha de Futebol, também em Porto
Alegre/RS, em que atuava na seleção psicológica de
candidatos para os cursos de árbitros de futebol. Realizou
este trabalho em 1964 e depois voltou a fazê-lo de 1967 até
1973.
Desenvolveu um trabalho experimental na Studio
Publicidade, localizada em Porto Alegre/RS, em 1969,
visando o crescimento da agência através do potencial de
sua equipe de funcionários. Neste trabalho, já percebemos
ainda mais claramente o Relações Públicas em ação,
buscando na força do público interno a ampliação dos
horizontes mercadológicos da organização - cliente.
Nos anos de 1969 e 1970 trabalhou com motivação
interna, buscando sistematizar o recrutamento, a seleção e
o treinamento dos funcionários, para a Sociedade
Assistencial dos Oficiais do Exército, em Porto
Alegre/RS. Ainda em 1970 realizou um treinamento dos
funcionários da Filial Porto Alegre do Banco Cidade de
São Paulo, que pretendia qualificá-los para melhor
atender aos clientes.
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A Unesul Transporte e Táxi Aéreo, empresa sediada
em Porto Alegre/RS, o contratou para fazer um trabalho de
integração das equipes de motoristas e pilotos e realizar
um treinamento para melhor atenção ao cliente. Nesta
mesma linha trabalhou para a Imcosul S/A, visando à
integração da equipe de gerentes. No mesmo período, fez
um serviço de desenvolvimento gerencial dos vários
gerentes das diversas empresas administradas pela
Associação dos funcionários da Caixa Econômica
Estadual de Porto Alegre.
Simões prestou assessoria de Relações Públicas,
interna e externa, para o Grêmio Beneficente de Oficiais
do Exército no Rio Grande do Sul. Internamente foi
realizado um treinamento de Relações Públicas para todas
as filiais através de um curso à distância. Simões, além de
ministrar esse curso, elaborou todo o material didático
para ele.
Para a Impacto Propaganda, utilizando o potencial
da equipe de colaboradores da empresa, fez um trabalho
semelhante ao que desenvolveu em médio prazo,
envolvendo toda empresa Sulbrasileiro Crédito
Imobiliário S/A, que constava do levantamento da melhor
maneira de avaliar pessoal e da implantação deste sistema
na cultura organizacional.
Prestou assessoria à holding das organizações
Renner, buscando a integração das empresas que levavam
o nome Renner e, também, da coordenação, junto à rádio
Guaíba, do Correspondente Renner (noticioso existente
desde a década de 40). Paralelamente, iniciou um trabalho
para este mesmo grupo que constou de um plano em longo
prazo de integração da família Renner, que possuía 25
membros, e da sua preparação para se posicionarem como
futuras lideranças nas empresas do grupo.
Como veremos posteriormente na nossa
explanação sobre a trajetória de Simões pelo mundo,
durante este mesmo período, ele realizava diversos
workshops, palestras e seminários sobre a questão da
empresa familiar, unindo, portanto, as dimensões teóricas
e práticas na sua dinâmica profissional.
Simões desenvolveu um trabalho de implantação da
cultura do planejamento estratégico participativo para a
CHALET - Planejamento, Incorporações e Construções
Ltda., empresa do ramo da construção civil situada em
Porto Alegre/RS. Neste mesmo período também realizou
assessorias de Relações Públicas, interna e externa, para a
Associação Brasileira de Revendedores de Veículos
(ABRAVE) e para o Centro de Professores do Rio Grande
do Sul (CPERGS).
Para as Lavanderias Unidas fez um levantamento
dos diversos segmentos de clientes, um estudo de públicos
que contemplava não só aqueles grupos que já mantinham
de alguma forma vínculos com a organização, mas
também os públicos potenciais, desenvolvendo já nesta
época um trabalho muito próximo do que se realiza hoje,
trinta anos depois e com muito desenvolvimento
tecnológico.
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No final dos anos 70 realizou auditorias de
Relações Públicas para as prefeituras municipais de Santo
Antônio da Patrulha/RS e de Novo Hamburgo/RS, que
constou de uma auditoria de responsabilidade social
dessas prefeituras e da entrega de um diagnóstico e plano
de trabalho de comunicação a ser realizado pelos
prefeitos. Neste mesmo período fez para a Transforte Sul,
um projeto de desenvolvimento dos gerentes e de
comunicação dos diversos setores da empresa.
A seleção psicológica de futuros alunos da
Academia Nacional de Polícia e de seguranças e
motoristas dos ministros do Superior Tribunal do
Trabalho, em Brasília-DF, também constou nas atividades
de Simões nesta época.
Já nos anos 80 gerenciou a comunicação interna e
externa do Instituto de Desenvolvimento Empresarial do
Rio Grande do Sul, IDERGS e desenvolveu o trabalho
voltado para a integração família-empresa para diversos
grupos empresariais, dentre as quais podemos destacar a
Construções Domus Aurea Ltda. e a Estaqueamento
Geyer S/A, em Porto Alegre/RS; a Khautz - Drogaria e
Laboratório S/A e o Laboratório Leivas Leite, em
Pelotas/RS.
Simões desenvolveu trabalhos de dois anos,
envolvendo a implantação e o processo de planejamento
operacional participativo para a Precisa Corretora de
Títulos Mobiliários S/A. E durante o período
compreendido entre os anos de 1982 a 1987, mais uma vez
funde teoria e prática, academia e mercado, em um projeto
que se estendeu por sete municípios do Vale do Sinos,
envolvendo duzentos professores e dois mil alunos. Tratase do Projeto de Relações Públicas (PRO-LER) realizado
junto à comunidade educacional, para a criação do hábito
de leitura de jornal, por meio de uma técnica didática de
utilização do jornal em sala de aulas, criada por Simões e
que, além de ter sido colocado em prática em sala de aula,
foi desenvolvido numa série de atividades profissionais e
acadêmicas sobre o tema, apresentada em forma de
workshops, palestras, seminários e conferências sobre o
PRO-LER, no Brasil e no Exterior. Este trabalho lhe valeu
um Prêmio Opinião Pública.
Simões fez um trabalho de médio prazo de
comunicação interna e desenvolvimento gerencial para a
Têxtil RV Ltda., que constou de um plano com metas e
ações específicas que buscavam levar toda a equipe
gerencial a melhores níveis de comunicação e
produtividade. O que se fez de fato foi uma re-engenharia
no processo produtivo organizacional, envolvendo
gerentes e chefias das áreas interdependentes, no melhor
estilo simoesniano de ser e de fazer.
A Associação dos Profissionais Liberais
Universitários do Brasil (APLUB) de Porto Alegre/RS
contratou Simões para desenvolver inicialmente um
programa de resolução de conflitos com um grupo de
associados, que durou quatro anos, e posteriormente
realizou uma assessoria de mais três anos para a
57
58
facilitação do processo de implantação de Gestão
Participativa da mesma instituição.
No final da década de 80, Simões realizou mais um
trabalho de integração família-empresa, desta vez para os
Supermercados Thomas, em Ijuí/RS. Além da questão da
integração Simões buscou por meio de técnicas
específicas de Relações Públicas, a preparação da família
para novos desafios face a ampliação de seus negócios.
Este trabalho se estendeu até 1990. De 1990 a 1991,
realizou mais dois trabalhos nesta linha. O primeiro foi
com a Dipebor - Borrachas Ltda, em Porto Alegre/RS,
num trabalho que constou de orientação para dirigente da
nova geração, de sua integração com a equipe de
funcionários e, também, de treinamento de vendas para
toda a equipe. O segundo foi com Malhas Annerose, em
Gramado/RS. Este último tratou-se de assessoria que
buscava implementar o plano estratégico organizacional.
Um ano depois, fez um plano de Relações Públicas
para a Associação Nacional de Previdência Privada, no
Rio de Janeiro/RJ que buscava integrar as operadoras do
sistema de Previdência Privada Aberta, manter e
aprofundar a credibilidade externa do setor por meio de
um boletim, da atividade de assessoria de imprensa e da
coordenação de um Comitê de Comunicação, cujos
membros eram os profissionais de comunicação das
organizações associadas.
Além do trabalho de consultor, Simões também
exerceu funções administrativas em diversas
organizações das quais podemos citar a de diretor de
esportes do Centro Acadêmico da Faculdade de Filosofia
da PUCRS, em 1960, em que era responsável pela
programação desportiva do Centro Acadêmico; vicepresidente de atletismo da Federação Atlética do Rio
Grande do Sul, de 1960 até 1961, em que desenvolveu a
atividade de gerência de programação e execução dos
campeonatos das diversas classes de atletas; assessor de
Atletismo da UNIVERSÍADE, em Porto Alegre/RS, em
1963, realizando assistência ao coordenador de atletismo
e juiz de partida das provas de pista. Neste mesmo ano foi
secretário Adoc do Curso de Psicologia da PUCRS,
realizando serviços de assistência ao diretor do Curso,
durante dois anos.
Foi também consultor do Serviço de Orientação
Educacional do Colégio Municipal Pelotense, em
Pelotas/RS, no período de 1966 a 1968, fazendo a
coordenação das equipes de orientadores educacionais,
assistentes sociais e psicólogos, visando a prestação dos
serviços de Orientação Educacional para alunos.
Em 1970 aceitou o desafio por um período de onze
meses de ocupar o cargo de gerente operacional da Blenda
Publicidade, em Porto Alegre/RS, administrando a
agência, prestando serviços aos seus dez clientes e
mantendo-a rentável.
Depois disso, abriu sua própria empresa em
sociedade com outra profissional de Relações Públicas
provisionada, Eugênia Wendhausen. A razão social da
59
60
empresa era SCS - Consultoria de Relações Públicas. Era
situada em Porto Alegre/RS e nela desenvolvia todo o
trabalho de administração e prestação de serviço de uma
agência de Relações Públicas, atendendo vários clientes,
entre eles alguns dos anteriormente citados
Além da coordenação do Curso de Relações
Públicas da FAMECOS/PUCRS, Simões foi também
coordenador do Curso de Relações Públicas da Federação
de Estabelecimento de Ensino Superior (FEEVALE), em
Novo Hamburgo/RS. Quando foi admitido na FEEVALE,
lhe atribuíram a missão de implantar o novo currículo
estabelecido pelo Conselho Federal de Educação em
1983. Após análise dos currículos, existente e previsto,
passou a se dedicar à implantação de uma nova grade
curricular com o mínimo possível de matérias, buscando o
máximo de sinergia, através de várias políticas
pedagógicas e atividades extra-classe.
Carreira militar
Além da carreira de professor - pesquisador e
consultor na área de psicologia e Relações Públicas,.
Simões teve uma carreira militar que começou como
aluno da Escola Preparatória de Porto Alegre, no período
de 1952 a 1954, ano que ingressou como cadete da
Academia Militar das Agulhas Negras, onde permaneceu
até 1956. Foi Aspirante do 9º Regimento de Infantaria, em
Pelotas/RS, onde atuou como comandante de Pelotão, em
1957, ano que foi promovido a 2º Tenente. Em 1961,
atuando na 1ª Companhia de Guardas, em Porto
Alegre/RS, foi promovido a 1º Tenente.
No Centro de Preparação de Oficiais da Reserva,
em Porto Alegre/RS, onde atuou como Instrutor do Curso
de Infantaria, de 1961 a 1964, foi promovido a Capitão.
Na condição de Capitão, participou como aluno do
Curso de Seleção e Classificação de Pessoal do Exército,
no Rio de Janeiro/RJ, em 1965; e da Escola de
Aperfeiçoamento de Oficiais, também no Rio de
Janeiro/RJ, em 1966.
Foi Capitão do 9º Regimento de Infantaria, em
Pelotas/RS, de 1966 a 1968. No ano seguinte foi
promovido a Major e voltou a atuar no Centro de
Preparação de Oficiais da Reserva (CPOR), em Porto
Alegre/RS, como chefe da secção psicotécnica, em 1969.
Nesta função, abriu o estágio e coordenou uma equipe de
estagiários de psicologia escolar, normalmente formada
de quatro alunos, com o objetivo de prestar serviços de
psicologia escolar aos alunos e aos instrutores do CPOR.
Ainda como Major, atuou no Colégio Militar de
Porto Alegre, também como chefe da secção psicotécnica.
Nesta função oportunizou mais uma vez estágios para
alunos de psicologia escolar, coordenou equipes com o
dobro do tamanho da que coordenava no CPOR,
normalmente de oito a mais alunos, com o objetivo não só
de prestar serviços de psicologia escolar aos alunos, mas
também a pais de alunos e professores do Colégio.
61
Em 1975 foi aprovado em concurso para o
Magistério do Exército. Já atuando como professor de
Ciências Sociais nos 1º e 2º graus do Colégio Militar de
Porto Alegre foi promovido a Tenente-Coronel. Nesta
época criou o PRO-LER, a técnica de utilização
sistemática do jornal em sala de aula que, como vimos, foi
utilizada pelo Grupo Editorial Sinos num projeto junto à
comunidade escolar do Vale dos Sinos.
Chega a sua patente máxima em 1984, sendo foi
promovido a coronel, passando para a reserva ao final do
mesmo ano.
Atividades políticas e representatividade profissional
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Como todo profissional consciente, nunca se furtou
da responsabilidade associativa e da participação em
entidades representativas de classe.
Quando ainda muito envolvido na área de
psicologia, nos anos de 1967 e 1968, Simões participou do
Conselho Deliberativo da Sociedade de Psicologia do Rio
Grande do Sul. Em 1968 por conta das atividades
esportivas que desenvolvia entrou para o Conselho
Municipal de Desportos de Pelotas/RS. No ano seguinte,
1969, foi Tesoureiro da Sociedade de Psicologia do Rio
Grande do Sul.
Fez parte do Conselho de Profissionais de Relações
Públicas, Seção Rio Grande do Sul, de 1972 a 1973. Foi
secretário da Comissão Interamericana para o Ensino de
Relações Públicas (CIERP) da Federação Interamericana
de Associações de Relações Públicas (FIARP), de 1973 a
1975 e presidente da Comissão de Ensino do Conselho
Nacional da Associação Brasileira de Relações Públicas
(ABRP), de 1972 a 1976.
Além disso, foi diretor da ABRP - Seção Rio
Grande do Sul, em três períodos, de 1970 a 1971, de 1976 e
1977 e de 1978 e 1979. E de 1973 a 1983 participou da
Comissão de Altos Estudos de Relações Públicas do
Conselho Nacional da ABRP, realizando o trabalho
associativo, buscando integrar a comunidade docente de
Relações Públicas do Brasil e realizar uma avaliação
científica dos congressos nacionais desenvolvidos pela
instituição.
Simões também foi membro da Comissão dos
Notáveis de Relações Públicas para redação final do
documento do Parlamento Nacional.
Homenagens e distinções
Durante a sua trajetória, colecionou alguns prêmios
e homenagens, das quais podemos destacar o Prêmio
Nacional Opinião Pública, concedido pelo CONRERP Conselho Regional de Relações Públicas de São Paulo, a
mais tradicional e importante premiação para
profissionais de Relações Públicas do país (1983); Prêmio
Professor Nota 10, concedido pela Associação
Riograndense de Imprensa (1993); Prêmio Idéias
63
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Profissional Nacional do Ano, concedido pelo Conselho
Regional de Relações Públicas do Rio de Janeiro (1993);
Medalha Irmão Afonso concedida pela PUCRS em
reconhecimento pelos 25 anos de bons serviços prestados
à instituição (1995); Prêmio Profissionais de Relações
Públicas que fazem e acontecem, concedido pelo
Conselho Regional de Relações Públicas do Rio Grande
do Sul (2002).
Além disso, o professor Roberto Porto Simões foi
escolhido como Paraninfo das turmas de formandos de
Relações Públicas dos anos de 2002 e 2003 da PUCRS; da
turma de formandos de Relações Públicas da
Universidade do Vale dos Sinos (UNISINOS) de 1998; e
Patrono da turma de formandos de Comunicação Social da
Universidade de Santa Cruz (UNISC), Santa Cruz do
Sul/RS, em 2000.
O LEGADO SIMOESNIANO
Conforme já havíamos chamado atenção, Simões é
autor de uma contribuição teórica para a área de Relações
Públicas do nosso país. Este legado pode ser encontrado
nos 3 livros e quase 30 artigos publicados até o momento.
É autor dos célebres: “Relações Públicas: Função
Política” (1995) e “Relações Públicas e Micropolítica”
(2002). O segundo serve como uma espécie de
complemento da teoria desenvolvida no primeiro. Agora,
no auge da sua maturidade acadêmica, lança “Informação,
Inteligência e Utopia Contribuições para a teoria de
Relações Públicas” (2006). Este último, que completa a
trilogia simoesniana, foi lançado durante a cerimônia de
entrega do Prêmio Relações Públicas do Brasil, durante o
XXIX Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação
(INTERCOM 2006), na cidade de Brasília/DF, no dia 8 de
setembro de 2006. Todos os seus livros foram publicados
pela Editora Summus.
65
Capas dos livros “Relações Públicas: função política”; “Relações
Públicas e micropolítica”; e “Informação, Inteligência e Utopia
Contribuições à Teoria de Relações Públicas”.
A sua trajetória pelo mundo
Simões teve seleta participação em eventos
acadêmicos e profissionais, inicialmente na área de
Psicologia, devido a sua formação inicial, depois na área
de Relações Públicas no Brasil e no exterior, realizando
palestras, conferências, participando de painéis e de outras
tantas atividades. Vale ressaltar que devido ao seu
66
pioneirismo, participou de quase todas as primeiras
edições dos congressos da área no Brasil e na América
Latina e todas as publicações registradas nos anais desses
eventos são para todos nós um importante legado deixado
pelo mestre aos seus discípulos.
O primeiro do qual temos conhecimento foi a 1ª
Jornada Brasileira de Psicologia, que aconteceu em São
Paulo/SP, em junho de 1968. Na sua participação como
painelista falou sobre “O MMPI e o universo brasileiro”.
Alguns anos depois, em 1972, já totalmente envolvido nas
Relações Públicas, foi painelista no 1º Congresso
Brasileiro de Relações Públicas, realizado em
Petrópolis/RJ, falando sobre o tema “Relações Públicas e
a profissionalização”.
Conforme chamamos atenção, a primeira edição do
Congresso Brasileiro Universitário de Relações Públicas,
que ocorreu em Recife/PE, em 1973, contou com a
participação do professor Simões apresentando a
conferência “Idéias de base das Relações Públicas”. No
mesmo ano, o professor Simões participou como
moderador da primeira edição do Congresso Brasileiro de
Professores de Relações Públicas, ocorrido em Águas de
São Pedro/SP.
Em 1974 foi conferencista no 1º Encontro
Interamericano de Professores de Relações Públicas, que
aconteceu no Rio de Janeiro/RJ. Neste evento tratou de um
assunto de alta relevância para o desenvolvimento do
ensino da atividade de Relações Públicas no Brasil,
obtendo um grande reconhecimento dos professores
presentes com a conferência “Aperfeiçoamento dos
Professores de Relações Públicas”. Neste mesmo ano foi
criador e coordenador geral do 1º Ciclo de Integração de
Relações Públicas, que aconteceu na PUCRS, em Porto
Alegre/RS. Dois anos depois, em 1976, voltou a
coordenar o Ciclo de Integração de Relações Públicas em
Porto Alegre/RS na segunda edição.
Mas, ainda, em 1974 participou da segunda edição
do principal evento da área, reafirmando sua liderança e
presença marcante. O IIº Congresso Brasileiro de
Relações Públicas, que desta vez foi realizado em São
Paulo/SP, teve a sua participação mais uma vez como
painelista, apresentando trabalho intitulado “Relações
Públicas Educacionais”.
No ano seguinte, voltou a participar do Congresso
Brasileiro Universitário de Relações Públicas na sua
segunda edição, realizada em Caxias/RS, como
conferencista, apresentando o tema “Relações Públicas e a
sociedade do futuro” e também da segunda edição do
Congresso Brasileiro de Professores de Relações
Públicas, realizado no Rio de Janeiro/RJ, com a
conferência: “O currículo de Relações Públicas”. Neste
mesmo ano ainda participou de outros dois eventos: o
VIIIº Seminário de Jornalismo do Interior, realizado em
Porto Alegre, apresentando a conferência “Psicologia de
vendas”; e a XIIª Conferência Interamericana de Relações
Públicas, em Curaçao, Antilhas Holandesas, com o painel
67
68
“Relações Públicas e ecologia”.
Em 1976, apresentou a conferência “Planejamento
de Relações Públicas” na Semana Caxiense de Relações
Públicas da UCS, em Caxias do Sul; a conferência
“Auditoria de Relações Públicas” na Semana de Relações
Públicas de Belo Horizonte, em Belo Horizonte/MG; a
conferência “A necessidade do desenvolvimento do
ensino regional das Relações Públicas” no IVº Congresso
Brasileiro de Relações Públicas, realizado em
Maceió/AL; e a conferência “Relações Públicas e
marketing” no 1º Seminário de Estudos em Relações
Públicas da FEEVALE, em Novo Hamburgo/RS.
A VIII Jornada Uruguaia de Relações Públicas,
ocorrida em Montevidéu, em 1977, no Uruguai, contou
com o workshop “Novas técnicas em Relações Públicas”,
apresentada com maestria pelo Simões. Aliás, este foi um
ano em que Simões teve uma forte participação em
eventos da área em todo o Brasil, dentre os quais podemos
citar o IIIº Congresso Brasileiro Universitário de Relações
Públicas, em Mogi das Cruzes/SP, apresentando a
conferência: “Uma proposta de teoria de Relações
Públicas”; o IIIº Congresso Brasileiro de Professores de
Relações Públicas, desta vez realizado em Gramado/RS,
como coordenador geral; o IVº Ciclo de Estudos de
Comunicação Social/UFSM, em Santa Maria/RS, com a
conferência: “Relações Públicas como fator de
desenvolvimento econômico”; o Iº Ciclo de Estudos de
Relações Públicas, em Manaus/AM, com a conferência:
“Relações Públicas no contexto da administração”; e o 4º
Ciclo de Integração de Relações Públicas da PUCRS, com
a conferência: “Visão panorâmica das Relações Públicas”.
Nos dois anos subseqüentes, 1978 e 1979, Simões
manteve o ritmo de participações em eventos acadêmicos
como conferencista, painelista e moderador. Em 1978
foram levantados: o V Congresso Brasileiro de Relações
Públicas, realizado em Curitiba/PR, com a conferência:
“Relações Públicas para o desenvolvimento”; o Vº Ciclo
de Integração de Relações Públicas da PUCRS, em Porto
Alegre/RS, com o painel: “Relações Públicas na área
comercial”; a IX Jornada Uruguaia de Relaciones
Públicas, em Montevidéu, Uruguai, com a. conferência:
“Auditoria de Relações Públicas”; e a VIº Semana Paulista
de Relações Públicas, realizada em Itapetininga/SP, com a
conferência: “Matérias de fundamentação geral
humanística e específica do curso de Relações Públicas”.
E em 1979 podemos citar: a VII Semana Alagoana de
Relações Públicas, em Maceió/AL, com a conferência:
“Relações Públicas na área empresarial e
governamental”; o IVº Congresso Brasileiro
Universitário e de Professores de Relações Públicas, desta
vez realizado em São Luís/MA, com a conferência: “A
formação em Relações Públicas tendo em vista as
peculiaridades regionais e áreas de atuação”; a Semana
Pelotense de Relações Públicas, em Pelotas/RS, com a
conferência: “O mercado de trabalho para o profissional
de Relações Públicas”; a Semana de Relações Públicas
69
70
das Faculdades Integradas Estácio de Sá, Rio de
Janeiro/RJ, com a conferência: “Auditoria de Relações
Públicas”; e a XIV Conferência Interamericana de
Relações Públicas, realizada em São Paulo/SP, como
moderador.
Simões deu uma desacelerada nos anos 1980 e
1981, participando de apenas dois eventos relevantes no
primeiro ano e apenas um no segundo. Foram eles: a Xº
Jornada Uruguaia de Relaciones Públicas, em
Montevidéu, Uruguai, com a conferência: “Relações
Públicas e o processo político”; e a Vº Semana Carioca de
Relações Públicas, no Rio de Janeiro/RJ, com a
conferência: “Problemas do dia-a-dia do profissional de
Relações Públicas”, em 1980. E em 1981 apresentou a
conferência “Relações Públicas atuais” na Semana de
Relações Públicas da Universidade Federal do Rio Grande
do Sul, em Porto Alegre/RS.
Vale ressaltar que neste ano Simões se dedicou a
realização de dois workshops. Um para o Serviço
Nacional de Aprendizagem Comercial/SENAC (A
empresa familiar: problemas e soluções), em que passou
por Porto Alegre, Pelotas, Erexim São Luís e Ijuí, todos
municípios do Estado do Rio Grande do Sul; e o outro
intitulado “Paradigmas de Relações Públicas”, na
Universidade Federal do Maranhão, em São Luís/MA.
No ano seguinte, Simões volta a marcar presença
nos eventos acadêmicos de comunicação, apresentando
seis conferências e um workshop, a saber: IVª Semana
Mineira de Relações Públicas, em Belo Horizonte/MG,
com a conferência: “Estratégias de Relações Públicas”; Vº
Congresso Brasileiro Universitário de Relações Públicas,
realizado em São Bernardo do Campo/SP, com a
conferência: “A função de Relações Públicas na pequena e
média empresa”; Vº Seminário de Estudos em Relações
Públicas de FEEVALE, em Novo Hamburgo/RS, com a
conferência: “A crítica da escola à profissão”; XIIª
Jornada Uruguaia de Relações Públicas, em Montevidéu,
Uruguai, com a conferência: “A administração estratégica
e Relações Públicas”; 1ª Semana de Comunicação Social
da UEL, em Londrina/PR, com a conferência: “A função
de Relações Públicas na pequena e média empresa”;
Semana Caxiense de Relações Públicas da UCS, em
Caxias do Sul/RS, com a conferência: “Relações Públicas
para a pequena e média empresa”. O workshop intitulado
“A empresa familiar e a sucessão” foi apresentado na
FEEVALE, em Novo Hamburgo/RS.
Entre 1983 e 1984 Simões apresentou três
conferências sobre a técnica desenvolvida por ele para a
criação do hábito de leitura, o PRO-LER. A primeira foi
apresentada no Encontro de Jornais do Interior, em
Pelotas/RS; a segunda foi no 4º Congresso de Leitura, em
Campinas/SP; a terceira e última foi no 1º Seminário de
Alfabetização do Cone Sul, realizada pela FEEVALE, em
Novo Hamburgo/RS. A conferência foi intitulada “PROLER: uma técnica de criação do hábito de leitura”.
Além disso, participou do Seminário Superior de
71
72
Comunicação Social da UCP Universidade Católica de
Pelotas, em Pelotas/RS, com a conferência: “Uma nova
visão para um conceito desgastado de Relações Públicas”,
em 1983 e do Seminário sobre Comunicação Social da
Faculdade Metodista de São Paulo, em São Paulo/SP,
apresentou a conferência: “Ética da Comunicação - do
moralismo ao compromisso social”, em 1984.
Neste mesmo ano participou do VIIIº Congresso
Brasileiro de Relações Públicas, que ocorreu em Belo
Horizonte/MG, apresentando a conferência “Relações
Públicas: função política”. Acreditamos que este é um
marco histórico na vida de Simões, pois foi a partir desse
momento é que começa a surgir a idéia da função política
organizacional nas Relações Públicas, posteriormente
desenvolvida de forma brilhante e sistematizada em forma
da Teoria de Relações Públicas enquanto função política,
que mostra outra ótica alem da atividade da comunicação
propriamente dita e a liga à gestão das relações políticas no
ambiente das organizações.
Simões também levou o Seminário “Relações
Públicas: Função política” para as universidades: Casper
Líbero (SP), Álvares Penteado (SP), CEUB (DF),
Metodista (SP); e para os profissionais de mercado através
da Labor Treinamento (DF). Além disso, realizou em Belo
Horizonte/MG, no Instituto Newton Paiva, para os
professores do Curso de Relações Públicas da instituição,
um workshop com o mesmo título do seminário.
No ano seguinte, Simões buscou consolidar a sua
proposta em âmbito internacional e partiu para apresentar
o tema em vários congressos fora do país, dentre os quais
podemos citar o 1º Congresso Ibero-americano de
Relações Públicas, em Barcelona, na Espanha, com a
conferência: “Relações Públicas e sua dimensão política”;
o 2º Congresso Mundial de Professores de Relações
Públicas, em Amsfoot, na Holanda, com o painel: “uma
proposta de uma teoria de Relações Públicas”; a XVII
Conferência Interamericana de Relações Públicas, em
Assunção, no Paraguai, e a XV Jornada Uruguaia de
Relações Públicas, em Montevidéu, no Uruguai, com a
conferência: “Relações Públicas: Função política”. Neste
mesmo ano ainda participou do Congresso Pan-americano
de Comunicação Social, em Porto Alegre/RS, com a
conferência: “Relações Públicas e a conjuntura atual”.
Voltou também a Montevidéu, no Uruguai, desta
vez para participar do IIº Congresso Ibero-americano de
Relações Públicas, apresentando a conferência: “Relações
Públicas: função política”, conferência esta que
apresentou também no I Seminário de Comunicação
Social da Aeronáutica, em Brasília/DF.
Este também foi o ano que desenvolveu o workshop
“A administração da comunicação organizacional” para o
Conselho Superior de Comunicação e de Relações
Públicas, nas cidades de Lerida, Terrassa, Barcelona,
Madrid, San Sebastian e Valência. Além do workshop
“Um curso completo sobre teoria de Relações Públicas”
no curso de Comunicação Social da Universidade Federal
73
74
do Maranhão, em São Luís/MA.
Além disso, deu continuidade aos workshops,
seminários e palestras sobre empresa familiar,
apresentando-os em todo o país, por vários anos
consecutivos. Alguns exemplos: Brasil Training'86 (São
Paulo/SP); Associação Comercial e Industrial de Lajeado
(Lajeado/RS); XIº Encontro da Associação de Empresas
de Curtumes (Gramado/RS); Associação Comercial de
Encantado (Encantado/RS); dentre outros.
Em 1987, com trânsito livre na Espanha e América
Latina, apresentou o workshop “Relações Públicas:
função política” nas cidades de Madrid, Valência e
Barcelona, pelo Conselho Superior de Relações Públicas
e Comunicação da Espanha. No Seminário
Interamericano de Relações Públicas, realizado em
Medellin, na Colômbia, apresentou conferência com
mesmo o nome. No XXIº Congresso Interamericano de
Psicologia, realizado em Havana, Cuba, apresentou a
review “Organizações e poder”. No Fórum Uruguaio de
Relações Públicas de Montevidéu, no Uruguai,
apresentou a conferência “Comunicação e poder”. E, no
Encontro Ibero-americano de professores de Relações
Públicas, em Medellin, na Colômbia, apresentou a
conferência “A administração da comunicação
organizacional”.
No ano seguinte, Simões apresentou o workshop
“Relações Públicas: função política” em vários fóruns
internacionais, como na Confederação Ibero-americana
de Relações Públicas, em Assunção, no Paraguai; e no
Conselho Superior de Relações Públicas e Comunicação
de Espanha, nas cidades de Oviedo, Valência, Alicante e
Barcelona. Além de ter apresentado a conferência
“Comunicação e Poder” e o workshop “Administração da
comunicação organizacional” no II Encontro Iberoamericano de estudantes de Relações Públicas, em La Paz,
na Bolívia.
Mas também participou de diversos eventos em
nível nacional, como o Seminário de Comunicação Social
da Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul, em
Porto Alegre/ RS, com a palestra “A administração da
comunicação organizacional”, o VIIº Encontro de
Relações Públicas de Aracaju, em Aracaju/SE, com a
conferência “Comunicação e poder” e o workshop “A
administração da comunicação organizacional”; o
Encontro Brasileiro de Professores de Relações Públicas,
em São Paulo/SP, com a conferência “A administração da
comunicação organizacional”; o XI Congresso Brasileiro
de Relações Públicas, em Gramado/RS, como
coordenador científico do congresso; e a Semana de
Comunicação Social da Universidade Federal de Santa
Maria, em Santa Maria/RS, com a conferência
“Desenvolvimento e comunicação”.
No final dos anos 80, Simões realizou mais uma vez
uma série de atividades internacionais, dentre as quais
podemos citar a palestra “Organização, comunicação e
poder” que realizou na Faculdade da Ciência da
75
76
Informação da Universidade Complutense de Madrid, em
Madrid, Espanha; as palestras intituladas “Administração
da Comunicação Organizacional” realizadas por meio da
Associação Uruguaia de Relações Públicas, nas cidades
de Montevidéu e Maldonado, no Uruguai; além das sua
participação apresentando a review; “Relações de poder
nas organizações e na família” no XXIIº Congresso
Interamericano de Psicologia, em Buenos Aires, na
Argentina.
Neste mesmo período ainda apresentou o workshop
“Relações Públicas: a administração da comunicação
organizacional”, na Associação Argentina de Relações
Públicas, em Buenos Aires, na Argentina; participou do
Encontro de Comunicadores Sociais de Cooperativas, em
Bogotá, na Colômbia, com a palestra “Relações Públicas:
administração da comunicação organizacional”; do
Seminário Internacional de Professores de Relações
Públicas da CONFIARP, em Quito, no Equador,
apresentando as conferências “Pesquisa em Relações
Públicas” e “Relações Públicas: administração da
comunicação organizacional”.
Já no início da década de 90, Simões voltou a
realizar workshops em várias cidades da Espanha através
do Conselho Superior de Comunicação e Relações
Públicas da Espanha. Desta vez passou pelas cidades de
Terrassa, Barcelona, Navarra, Alicante e Oviedo. O
workshop “Relações Públicas: Administração da
comunicação organizacional” foi apresentado também no
Ministério do Turismo de Cuba, em Havana, Cuba; e no
Curso de Relações Públicas da Universidade da Paraíba,
em João Pessoa/PB.
Foi neste mesmo período que Simões teve a
oportunidade de fazer a palestra “Uma teoria de Relações
Públicas” na Ball State Universitye, Muncie (Indiana USA) e apresentar para estudantes e professores de
Relações Públicas americanos a sua teoria de Relações
Públicas como função política. Continuou ampliando suas
fronteiras, levando a discussão de uma nova teoria de
Relações Púbicas para a toda Europa e América Latina nos
anos seguintes. Para a Universidade Católica da Bolívia,
em La Paz, na Bolívia, apresentou o workshop “Relações
Públicas: administração da comunicação organizacional”
e a conferência “O desenvolvimento da atividade de
Relações Públicas nas Américas”. No III º Congresso
Ibero-americano de Relações Públicas, em Lima, Peru, e
no Congresso sobre Comunicação Organizacional, em
Cali, na Colômbia apresentou a conferência “Relações
Públicas: função política”.
Na Universidade Católica do Chile, em Santiago,
no Chile, apresentou o workshop “Relações Públicas:
administração da comunicação organizacional”, o
workshop “Currículo do Curso de Relações Públicas”,
exclusivamente para professores, e a palestra “Mercado
de trabalho da profissão de Relações Públicas” para
alunos. No Departamento de Comunicação Social da
Universidade do Sagrado Coração, em San Juan, Porto
77
78
Rico, apresentou os workshops “Relações Públicas:
administração da comunicação”, “Administração da
crise” e “Estrutura curricular do curso de Relações
Públicas”. Também sobre currículo foi o seu workshop no
Departamento de Comunicação Social da Universidade
Bolivariana, em Medellin, na Colômbia.
Apresentou ainda o workshop “Relações Públicas:
administração da comunicação organizacional” em vários
locais do mundo, tais como na Universidade de Alicante,
em Alicante, na Espanha; Centro de Estudos
Universitários, em Valência, na Espanha; Escola de
Estudos Superiores Empresariais, em Barcelona, na
Espanha.
No Brasil, Simões participou do Congresso da
INTERCOM, em Porto Alegre/RS, como palestrante no
Grupo de Trabalho de Relações Públicas, e apresentou o
workshop “Relações Públicas: administração da
comunicação organizacional” no Departamento de
Comunicação Social da Universidade Estadual de
Londrina, no Paraná.
No ano de 1992, Simões realizou apenas atividades
internacionais, no IVº Congresso Ibero-americano de
Relações Públicas, em Cadiz, na Espanha, apresentando o
workshop “Paradigmas no ensino das Relações Públicas”,
na Associação Universitária Ibero-americana de Relações
Públicas, em Buenos Aires, na Argentina, apresentando o
workshop “Relações Públicas: função política”, no
Congresso de Comunicação Social da AUIRP, também em
Buenos Aires, com a conferência “Administração da
comunicação”, e na Câmara do Comércio de Santiago, em
Santiago do Chile, com a palestra “A empresa familiar,
seus problemas e soluções”.
No ano seguinte, em 1993, ano que defendeu a sua
tese de doutorado, em que desenvolve a mais completa
teoria de Relações Públicas nacional, Simões voltou a
brindar os brasileiros circulando vários estados do Brasil
com suas conferências, palestras e workshops, dentre os
quais podemos citar a conferência “Relações Públicas:
administração da comunicação organizacional” realizada
na Faculdade de Comunicação Social da Universidade do
Vale dos Sinos, em São Leopoldo/RS; a conferência
“Comunicação e cidadania: da ética e da estética”
apresentada no Departamento de Comunicação Social da
Universidade Federal de Goiás, em Goiânia/GO; e o
workshop “Relações Públicas e seus fundamentos em
micropolítica” realizado no Departamento de
Comunicação Social da Universidade Católica de
Pernambuco, em Recife/PE.
Não parou por aí. Realizou também o workshop
“Relações Públicas, legitimação e poder” para professores
da Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São
Paulo, em São Paulo/SP; a conferência “Relações
Públicas e seus fundamentos em micropolítica”, no XIIº
Congresso Brasileiro de Relações Públicas, Aracaju/SE; a
palestra “Comunicação: sua importância”, no Serviço
Nacional de Aprendizagem Comercial (SENAC), em
79
80
Porto Alegre/RS. Também não deixou de marcar presença
no exterior e participou do Seminário Internacional de
Cerimonial e Protocolo, em Alicante, na Espanha, com a
conferência “Cerimonial e protocolo e seu papel nas
Relações Públicas”; e realizou o workshop “Relações
Públicas: administração da comunicação” no Conselho
Superior de Comunicação e Relações Públicas, em
Barcelona, na Espanha.
Na Câmara de Comércio de Temuco, no Chile,
apresentou a conferência “Empresas Familiares, fatores
de êxito”; no Seminário Revista Comunicação, em Porto
Alegre/RS, apresentou a conferência “O mercado de
trabalho para os profissionais de Relações Públicas”; no I
Congresso de Comunicação Corporativa, realizado na
Universidade Católica do Chile, em Santiago do Chile,
apresentou a conferência “A administração da função
política organizacional”; no XIII Congresso Brasileiro de
Relações Públicas, no Rio de Janeiro/RJ, apresentou a
conferência “Relações Públicas e a função política
organizacional”; na UNIFACS e na UNEB, em
Salvador/BA, realizou o workshop “Relações Públicas:
gestão da comunicação organizacional”; e na ULBRA, em
Canoas/RS, apresentando a palestra “Uma teoria de
Relações Públicas” para o corpo docente do curso de
Relações Públicas da instituição.
Durante o ano de 1995, ano que publicou o celebre
livro “Relações Públicas: função política”, o prof. Simões
realizou várias atividades na Colômbia, dentre as quais
podemos destacar a palestra “RRPP: função política”
realizada na Organização financeira Sudamericana, em
Medellin, para a comunidade de RRPP de Medellin; a
palestra sobre o PRO-LER no Jornal El Colombiano, em
Medellin, na Colômbia; e na Faculdade de Comunicação
da Universidade de Antioquia, em Medellin, na Colômbia,
realizou o Encontro com Reitor e os Pró-reitores da
Universidade de Antioquia, a conferência no Dia do
Periodista, além de dois seminários intitulados “La
gerencia de la comunicación organizacional: una función
política”.
No Brasil, Simões circulou com o tema do seu
primeiro livro (Relações Públicas: função política) por
várias universidades e instituições de ensino superior,
dentre as quais se encontram a Universidade de Caxias do
Sul, durante a XII Semana das Comunicações, em
Caxias/RS; a Universidade Luterana do Brasil, em
Canoas/RS; a Federação de Estabelecimentos de Ensino
Superior em Novo Hamburgo, em Novo Hamburgo/RS;
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em Porto
Alegre/RS; Pontifícia Universidade Católica do Rio
Grande do Sul, em Porto Alegre/RS; e I Congresso
Centro-Oeste de Comunicação Social, em Campo
Grande/MS. E no exterior, participou do II Encontro
Latino Americano de Estudantes de Relações Públicas,
em Córdoba, na Argentina.
No ano seguinte, já com respaldo do sucesso do seu
primeiro livro, o professor Simões participou do IV
81
82
Congresso Brasileiro do Ensino de Comunicação Social,
realizado na Universidade de Taubaté, São Paulo, com a
conferência “O ensino e o mercado de trabalho de
Relações Públicas - O diálogo possível”; da Semana de
Ensino do Curso de Comunicação Social da Universidade
Federal do Paraná, com a conferência sobre “A qualidade
de ensino, mercado de trabalho e reforma de currículo de
Relações Públicas”; e do I Encontro Comemorativo de
Relações Públicas, realizado no Departamento de
Comunicação Social da Universidade da Paraíba, em João
Pessoa/PB, com a palestra “Relações Públicas - políticas e
perspectivas”.
Neste mesmo ano, Simões participou ainda de
alguns eventos internacionais, levando a discussão sobre a
sua teoria ao Instituto de Ensino Superior de Córdoba, em
Córdoba, Argentina, apresentando o workshop “Relações
Públicas: gestão da função organizacional política”; à
Confederação Ibero-americana de Relações Públicas,
durante a realização do III Encontro de Professores de
Relações Públicas, em Granollers, Espanha, onde
coordenou o encontro, cujo tema foi: O processo de
ensino-aprendizagem da atividade de Relações Públicas:
currículo, problemas e perspectivas; e ao V Congresso
Ibero-americano de Relações Públicas, também em
Granollers, na Espanha, onde apresentou o workshop
“Relações Públicas: função política - uma teoria para o
ensino e a prática da atividade de Relações Públicas”.
Em 1997 Simões apresentou o Seminário
“Relações Públicas: gestão da função organizacional
política” para professores do Departamento de
Comunicação Social da PUC Campinas; a palestra
“Relações Públicas no contexto da Comunicação” na
Assessoria de Comunicação do Estado do Ceará, em
Fortaleza/CE; e a palestra sobre “Relações Públicas:
gestão da função organizacional política” no
Departamento de Relações Públicas da Faculdade de
Comunicação Social da Universidade Federal de Santa
Maria, em Santa Maria/RS. Neste mesmo ano participou
do Congresso da INTERCOM, realizado na Universidade
Católica de Santos, em Santos/SP, no GT de Relações
Públicas, com uma comunicação sobre RRPP e
Micropolítica; e do 1º Seminário Internacional de
Comunicação, realizado pela PUCRS, em Porto
Alegre/RS, como coordenador e participante com a
comunicação “Um critério para a análise da disciplina de
RRPP”.
Um ano depois, Simões representou o Brasil na
First International Interdiscipinary Public Relations
Research Conference of the PRSA Educators Academy,
participando do painel “The Status od Public Relations in
South America” e realizando a conferência “Public
Relations and Micropolitics”, em Maryland, USA.
Simões foi um dos criadores dessa Conferência
Participou também da segunda edição do Seminário
Internacional de Comunicação, realizado pela PUCRS,
em Porto Alegre/RS, desta vez com a palestra “A
83
84
Disciplina
Relações Públicas, seus Processos e
Programa”; do Congresso da INTERCOM, realizado em
Recife/PE, com a palestra “A Disciplina Relações
Públicas”; e da Semana de Comunicação na UNISUL, em
Tubarão, Santa Catarina, com a palestra “Comunicação e
Poder”.
Realizou algumas incursões internacionais, como o
workshop “Relaciones Públicas: Gestión de la función
organizacional y política” e a conferência “Relaciones
Públicas como Disciplina”, no Instituto de Estudios
Superiores, em Córdoba, Argentina.
No ano 2000 participou do VI Interação de
Comunicação Social da Aeronáutica, com a palestra “O
processo e o programa de Relações Públicas”; do III
Annual International interdisciplinary Public Relations
Research Conference, com a conferência “Public
Relations Activity: Political Organizational Function
Management”; e do Seminário sobre Relações Públicas,
com a palestra “Relações Públicas gestão da função
organizacional política”.
Três anos depois, participou do Encontro de
Relações Públicas do Departamento de Comunicação
Social, com a palestra “Relações Públicas: Aspectos
Teóricos e Práticos da Profissão”; e do VII Seminário
Internacional de Comunicação, com a palestra “O Uso do
termo Relações Públicas”.
Em 2004 realizou a conferência “Por una Teoría
para las Relaciones Públicas: Gestión de la Función
Organizacional Política”; participou do Seminário
Relaciones Públicas Internacionales, com a palestra “Por
una Teoria de RRPP a Fin de Integrar Internacionalmente
la Actividad”; do II Congresso Internacional da ARPP Associação de Relações Públicas de Portugal e do XI
Encontro de Relações Públicas, com a conferência “Uma
teoria para Relações Públicas”.
A NOSSA HOMENAGEM A SIMÕES
O maior reconhecimento da comunidade de
Relações Públicas a esse profissional foi, certamente, ter
sido eleito o Relações Públicas do Brasil, categoria
Professor Pesquisador, com 552 votos, numa eleição de
Júri Popular pela Internet, que contabilizou cerca de 6 mil
votos entre as três categorias em avaliação.
O professor Simões neste concurso foi aclamado
pela comunidade de estudantes e profissionais da área de
Relações Públicas de todo o Brasil, que votou durante 30
dias consecutivos e não por uma comissão julgadora
composta por apenas alguns membros da comunidade.
Essa dimensão popular lhe confere status de profissional
mais querido e respeitado pela comunidade de todo o país
e este merecido prêmio é o que faltava na carreira deste
que já havia obtido vários outros prêmios por mérito
técnico-profissional, conforme vimos anteriormente.
85
86
Márcia Carvalhal, José Benedito Pinho, Roberto Porto Simões e
Marcello Chamusca antes da cerimônia do Prêmio Relações Públicas do
Brasil, em Brasília/DF, 2006.
O mestre e os discípulos no coquetel de encerramento do Congresso
Mundial de Relações Públicas, em Brasília/DF, 2006
O mestre recebendo o seu merecido prêmio.
O reconhecimento popular ao professor Simões é
apenas um coroamento do trabalho realizado pelo nosso
mais importante teórico em prol das Relações Públicas
brasileira.
REFERÊNCIAS
As informações aqui compiladas foram em grande
parte enviadas pelo próprio biografado, complementadas
com base no seu currículo Lattes e pelos depoimentos dos
seguintes professores:
87
Henrique Wendhausen, ex-orientando de mestrado da
PUCRS e filho da sua ex-sócia Eugênia Wendhausen.
Claudia Moura, professora da PUCRS, colega de
universidade.
Rudimar Baldissera, coordenador da FEEVALE.
88
CAPÍTULO III
UM EXEMPLO DE
DEDICAÇÃO E SUCESSO
Biografia de Carlos Eduardo Mestieri
Vencedor da categoria
“Profissional de mercado”
UM OLHAR SOBRE MESTIERI
90
Devemos confessar que escrever a biografia de
Carlos Eduardo Mestieri além de um grande prazer, é
também um enorme desafio, pois ele é o tipo do
profissional que traz consigo um legado inigualável, que,
certamente, não seria possível descrever numa biografia
de tão poucas páginas. O que tentaremos fazer aqui,
portanto, será contar um pouco da sua história de vida,
compilando algumas informações a que conseguimos ter
acesso, a partir do próprio profissional, bem como dos
seus familiares, colegas, amigos, e seguidores.
Carlos Eduardo Mestieri, nascido em Jaguariúna,
Estado de São Paulo, em 14 de outubro de 1937, é filho de
Nicanor Lafayette Mestieri e Maria Bezzuole Mestieri,
casado com Sarah Bianco de Assumpção, pai de duas
filhas (Maria Fernanda Pontes Mestieri e Maria Roberta
Pontes Mestieri) e quatro enteados (Marcello Queiroz,
Eduardo Assumpção Queiroz, Sandra de Abreu Sodré e
Gisela Assumpção Queiroz).
Mestieri além de Bacharel em Ciências Jurídicas,
pela PUCSP, possui cursos de pós-graduação no Brasil e
no exterior em Management By Objectives; além de
especialização em Organização e Métodos para Sistemas
Administrativos e Investimentos Mobiliários.
A trajetória profissional de Carlos Eduardo Mestieri
iniciou-se há mais de quarenta anos. Os seus feitos e a sua
experiência profissional enriquecem sobremodo a história
das Relações Públicas em nosso país, visto que de certa
forma, em alguns momentos elas se fundem e se tornam
parte uma da outra.
Tomaremos como ponto de partida o ano de 1957
quando Mestieri ingressou na Faculdade de Direito da
Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, numa
época em que os estudantes universitários de uma maneira
geral, sobretudo os de Direito, desenvolviam atividades
políticas intensas nos centros acadêmicos e universitários.
Mestieri como um homem de posição firme e bem
definida, não ficou de fora dessa movimentação.
Participou intensamente das atividades do Centro
Acadêmico 22 de Agosto, presidido por Mario Garnero,
fundando naquela faculdade o INES Instituto Nacional de
Estudos Superiores. Nesse Instituto, Mestieri teve a
oportunidade de realizar muitos eventos com diversos
políticos brasileiros hoje consagrados no contexto
nacional sobre os mais variados temas. Durante este
período, portanto, conviveu com a elite política e
econômica do nosso país, circulando entre as mais ilustres
personalidades do mundo político e empresarial
brasileiro.
Nesta época Mestieri ainda tinha na Faculdade de
Direito o caminho para atingir o seu objetivo principal,
que era o de se tornar um diplomata. Mas esse objetivo
inicial, no transcorrer da sua vida profissional, deu lugar a
outros objetivos e sonhos, conforme veremos à frente.
91
92
Quando terminou a faculdade, em meados de 1962,
juntou-se com o colega Agnaldo Vieira Serra para abrir o
seu primeiro escritório, desligando-se de suas funções na
Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo, onde
trabalhava neste período. Na Assembléia, Mestieri
trabalhou inicialmente na Assistência Técnica da Mesa,
numa sessão encarregada de compilar decisões tomadas
pelos presidentes, em caso não constantes do
Regulamento da Casa, formando assim a
"Jurisprudência". Depois, como assistente da Presidência
e como um RP nato que sempre foi, passou a estabelecer o
relacionamento entre o Congresso Nacional e a
Assembléia Legislativa, tendo antes sido designado,
também, a prestar assistência para a Diretoria de
Protocolo. Esta foi, certamente, uma experiência muito
importante para Mestieri, pois o permitiu desenvolver
uma série de conhecimentos que completaram no futuro a
sua formação profissional como Gerente de Relações
Governamentais, função que, como veremos a seguir,
ocupou na Assessoria Administrativa do Brasil (AAB), a
primeira agência de Relações Públicas do país.
Mas o fato é que o escritório de advocacia que
montou com o colega de faculdade não chegou a se
desenvolver, pois, o seu sócio foi convidado a assumir a
diretoria de uma empresa de petróleo e teve que sair da
sociedade. Foi exatamente neste ponto, em 1963, que
surgiu as Relações Públicas na sua vida profissional.
Neste período, José Carlos Fonseca Ferreira e José
Rolim Valença haviam recém-fundado a AAB e já naquela
época, utilizava técnicas de auditoria de opinião pública.
Num estudo que fizeram para uma indústria farmacêutica
chegaram à conclusão de que os problemas de imagem
enfrentados pela empresa, na época, não eram particulares
da empresa, mas sim do setor como um todo.
José Carlos Fonseca Ferreira e José Rolim Valença
então recomendaram a criação de uma associação para
que as atividades de Relações Públicas provenientes de
um programa de comunicação pudessem ser
desenvolvidas para o setor e não apenas para a empresacliente, visando com isso a redução de custos para o seu
cliente, uma vez que ao desenvolver um programa que
fosse beneficiar todas as empresas do setor os custos
seriam diluídos, sem contar com abrangência e eficácia
das ações que, certamente, seriam bastante ampliadas.
Desta sugestão da AAB surgiu a Associação
Brasileira da Indústria Farmacêutica (ABIF) (hoje,
ABIFARMA), para a qual a AAB prestou serviços por
quase quinze anos, recebendo pelos projetos
desenvolvidos para esta associação vários prêmios
internacionais.
Rolim, que havia passado pelos departamentos de
Relações Públicas da Ford (onde conheceu José Carlos) e
da J. Walter Thompson, convidou para compor a sua
equipe Vera Giangrande, que assumiu o departamento de
Relações Educacionais; e Antonio De Salvo, que ficou
responsável pelo departamento de Relações com a
93
94
Imprensa. A José Carlos coube descobrir quem
desenvolveria o trabalho de relacionamento da indústria
com o público governamental, especificamente o
Legislativo Federal. Pelas suas qualificações que,
conforme vimos, enquanto universitário foram baseadas
nas articulações políticas e na área do Direito, a escolha
recaiu sobre Carlos Eduardo Mestieri para ocupar o tão
importante cargo.
A AAB, portanto, juntamente com a Hill &
Knowlton a empresa que veio a ser a maior empresa
mundial de Relações Públicas foi a escola deste
profissional que desde então vive as Relações Públicas na
sua plenitude, aplicando nas suas atividades profissionais
tudo aquilo que a profissão lhe oportuniza realizar para
obtenção de resultados satisfatórios nos trabalhos que
desenvolve para seus clientes. E certamente o seu grande
diferencial profissional foi conquistado na oportunidade
que teve nessas grandes organizações (AAB e Hill &
Knowlton).
Ao ser convidado para ocupar o cargo de Gerente de
Relações Governamentais na AAB, Mestieri foi estagiar
na área de Lobby da Hill & Knowlton, na época, já
considerada como a maior empresa de Relações Publicas
dos Estados Unidos. Lá pôde ver e apreender como eram
realizadas as atividades de Lobby naquele país, uma
atividade regulamentada desde 1946. Ainda na Hill &
Knowlton, Mestieri teve oportunidade de estagiar em
vários outros departamentos.
Mestieri iniciou em 1975, juntamente com Vera
Giangrande, sua colega da AAB, uma empresa, a
INFORM Comunicação, que cresceu vertiginosamente,
chegando a se tornar, em 1989, a maior agência de
comunicação empresarial do Brasil, onde tiveram
oportunidade de estabelecer parceria com a Hill &
Knowlton, a essa altura já com status de maior empresa da
área no mundo, e pela primeira vez, mantiveram contato
com a técnica de Media Training, área que era dirigida na
Hill & Knowlton por uma ex-atriz que os transmitiu todo o
seu know-how, permitindo assim que ele e Vera iniciassem
a aplicação desta técnica aqui no Brasil.
95
O primeiro escritório da INFORM, em 1975.
Certamente, o sucesso da INFORM deve muito a
formação que Mestieri e Vera Giangrande tiveram com
esse convívio com a Hill & Knowlton, que representaram
no Brasil durante cerca de 10 anos.
A INFORM, hoje Rede INFORM, vem, portanto,
há mais de trinta anos prestando serviços na área de
comunicação a cerca de duas centenas de empresas de
variados setores da economia, fortalecendo sua imagem e
para isso interagindo com todos os segmentos da opinião
pública nacional e internacional.
Carlos Eduardo Mestieri sempre acreditou na
importância das entidades associativas para o
desenvolvimento e a representação das classes
profissionais e empresariais e por essa razão sempre teve
intensa participação em todas as associações
representativas do setor.
96
Atividades políticas e representatividade profissional
Da mais importante e representativa entidade de
classe de Relações Públicas, a Associação Brasileira de
Relações Públicas (ABRP), Mestieri foi diretortesoureiro, de 1970 a 1972; vice-presidente, de 1972 a
1974; e delegado de São Paulo no Conselho Nacional da
ABRP, de 1975 a 1977.
Foi fundador, vice-presidente administrativo, vicepresidente nacional e presidente da Associação Brasileira
das Empresas de Relações Públicas (ABERP) entre os
anos de 1978 até 1991.
Também foi vice-presidente de uma das mais
importantes associações de Relações Públicas do planeta,
a International Public Relations Association (IPRA), no
período de 1989 a 1991.
Mestieri dirigindo um encontro da IPRA.
Do Sindicato Nacional das Empresas de
Comunicação Social (SINCO), Mestieri foi fundador e
também presidiu a entidade de 1991 a 1994, além de ter
sido conselheiro de 2006 a 2009.
Foi ainda fundador e presidente da Associação
Brasileira da Comunicação (ABEC) no período
compreendido entre o ano de 1999 e 2002.
Segundo Mestieri, os seus objetivos sempre foram
“a integração, a unificação e a harmonização de todas as
áreas: Relações Públicas, imprensa, eventos, marketing
institucional, projetos culturais e outras. Pois quanto
mais forte um setor, mais representativo se torna”
(MESTIERI, 2004, p. 21).
97
Homenagens e distinções
Em 1990, Carlos Eduardo Mestieri foi eleito o
Relações Públicas do ano, pelo Conselho Regional de
Relações Públicas de São Paulo.
Recebeu pelo seu case “Projeto de Comunicação
Integrada Rodovia Carvalho Pinto” o mais tradicional e
importante prêmio do Brasil, o Prêmio Opinião Pública
(POP), concedido pelo Conselho Regional de Relações
Públicas de São Paulo, em 1990.
98
Seção do Prêmio Opinião Pública de 1990.
Em 2004 durante a realização do 32.º Fórum de
Comunicação Empresarial, que tratou do tema “História e
Desafios das Relações Públicas no Brasil”, Carlos
Eduardo Mestieri foi homenageado pelas organizações
promotoras do evento, o Instituto Roberto Simonsen e a
Associação Brasileira de Comunicação Empresarial
(ABERJE).
99
Cerimônia de homenagem a Mestieri no 32.º Fórum de Comunicação
Empresarial.
Os diversos olhares
Durante o pronunciamento que realizou na
homenagem a Mestieri, no 32.º Fórum de Comunicação
Empresarial, o presidente do Instituto Roberto Simonsen,
Ruy Altenfelder afirmou que Mestieri é “sem favor algum,
um dos profissionais mais respeitados pelo que tem
realizado no aprimoramento das Relações Públicas no
Brasil”. Segundo ele, “Carlos Eduardo inovou, aliás está
sempre inovando. Criativo, se pauta sempre nos padrões
que hoje estão ficando cada vez menos comuns no
cotidiano. São os padrões da ética, os padrões do
equilíbrio, os padrões do trato da moralidade com a coisa
pública e com o segmento que ele representa”.
100
Mestieri entre os amigos Paulo Nassar e Ruy Altenfelder, na homenagem
que realizaram durante o 32.º Fórum de Comunicação Empresarial.
Altenfelder, disse ainda que acreditava que Mestieri
conquistou a unanimidade dentro do setor de
comunicação, “porque ele é obstinado e ao mesmo tempo
estudioso, está sempre agregando conhecimentos novos
àqueles já conquistados. Mas ele não fica apenas nas
quatro paredes do seu escritório ou egoisticamente
guardando para si o conteúdo adquirido. Transmite isso
não apenas para seus colaboradores de empresa como
também para todo o segmento da comunicação
empresarial, notadamente para aqueles que participam
dessa área importantíssima da comunicação empresarial
que são as Relações Públicas”.
Neste mesmo evento, Paulo Nassar, em nome da
ABERJE, também homenageou Carlos Eduardo Mestieri,
dizendo que ele representa “a história desse setor no que
ele tem de mais moderno nesses últimos quarenta anos”,
destacando Mestieri como um ícone do movimento da
comunicação organizacional, que tantos benefícios tem
trazido para inserir nosso país no que chamamos de
modernidade.
Nassar teve a oportunidade de escrever o prefácio
do livro de Mestieri “Relações Públicas: a arte de
harmonizar expectativas” e nele ressalta uma série de
características do amigo:
“Carlos Eduardo é um cavalheiro. Fala serena, olhar
atencioso, sorriso franco e uma grande capacidade de
enxergar e resolver problemas, por conta da sua ampla
visão do mundo. Soma-se a ela a agudeza crítica de quem
está atento e entende os movimentos do jogo. E mais,
reúne-se sua experiência de sucesso nos últimos 40 anos e
mais uma boa pitada de charme e temos um bom exemplo
de homem cordial" (MESTIERI, 2004, p.9).
Vale lembrar que o Paulo Nassar é, além de
presidente da ABERJE, professor da ECA/USP,
recentemente doutorado em Comunicação
Organizacional nesta mesma escola, sob a orientação da
101
102
profa. Dra. Margarida Kunsch, que também esteve neste
evento em homenagem a este grande profissional.
No seu discurso, a profa. Margarida Kunsch, que
tem uma grande visibilidade na área e é considerada uma
das mais importantes pesquisadoras de Relações Públicas
do país, observou que “a INFORM foi e continua sendo
uma escola de Relações Públicas”. A profa. Margarida
lembrou que em 1988 quando foi realizado o Primeiro
Curso de Aperfeiçoamento para Professores de Relações
Públicas de todo o Brasil, a INFORM foi a agência
escolhida para uma visita técnica, e lá foram recebidos
pela saudosa Vera Giangrande e por Carlos Eduardo
Mestieri. Para ela, aquele encontro com Mestieri foi
marcante na sua carreira e no seu posicionamento como
profissional de Relações Públicas.
De fato, a sua postura profissional, a elegância com
que conduz os rumos dos seus negócios, além da sua
performance empresarial, faz de Mestieri um profissional
muito bem quisto pelos seus pares. Sidinéia Freitas,
professora da ECA/USP, observa que houve uma época
em que havia dois grupos, os empíricos e os acadêmicos e
ela apesar de estar do lado dos acadêmicos sempre
conviveu muito bem com os pioneiros. Segundo a profa.
Sidinéia, Mestieri a encantava, pois transferia seus
conhecimentos e a ensinava postura e elegância
profissional.
Mas Mestieri é mais que elegância. Mestieri é
capacidade de realização. Flávio Schmidt, que começou
como estagiário e chegou a diretor na INFORM e hoje é
diretor da Ketchum Estratégia, empresa de grande sucesso
no Brasil, observa que Carlos Eduardo Mestieri conseguiu
transmitir para ele a combinação da competência
profissional e da competência administrativa. Segundo
Schmidt, “é muito difícil encontrar profissionais de
Relações Públicas que tenham essas duas capacidades,
essas habilidades, ter competência profissional e também
competência administrativa” e esse é o grande mérito de
Mestieri, na sua opinião.
Por tudo isso, tanto os cases quanto a vida de
Mestieri tem sido foco de muitos trabalhos acadêmicos de
estudantes de Relações Públicas em todo o Brasil. E, o que
mais impressiona na carreira deste grande profissional é a
sua fidelidade aos princípios e as premissas da profissão
que escolheu para sua vida. Esta fidelidade fica clara aos
que convivem com ele. José Carlos Fonseca Ferreira, um
dos seus mais antigos amigos, reconhece em Mestieri um
profissional fiel a profissão de Relações Públicas.
Segundo ele, “sua fidelidade é notória”.
Como também é notória a grandeza da sua história
de vida. Terezinha Leal, filha de Candido Teobaldo, amiga
das mais fieis, considera Carlos Eduardo Mestieri um
grande mito da nossa área. Segundo Terezinha, “ele é mito
da minha geração e é mito das gerações que vêm vindo”.
De fato, o trabalho de Mestieri vem sendo referência e tem
atravessado gerações de profissionais não só no Brasil
como em vários países da América Latina e Europa, nos
103
quais tem atuado com muito sucesso com a Rede
INFORM Comunicação.
104
Mestieri com a sua saudosa sócia Vera Giangrande,
no escritório da INFORM.
A Rede INFORM, aliás, é um dos seus insights mais
geniais. Mestieri, como o visionário que é, entendeu que
seria a hora de deixar de ser o presidente de uma empresa e
passar a dirigir uma rede de empresas, utilizando o mais
novo conceito empresarial mundial como forma de
ampliar e expandir seus negócios para várias partes do
mundo, tudo a partir do estabelecimento de coligações e
parcerias com outras empresas do ramo em diferentes
estados do Brasil e em outros países. Mestieri ao aderir a
este novo conceito empresarial está tão somente seguindo
aquilo que tem como princípio, pois sempre conduziu a
sua vida empresarial pautada no ideal de união, respeito
aos seus pares, aos seus funcionários, concorrentes, e a
todos que de alguma forma se relaciona com ele e a sua
organização, ideal que, por sinal, comungava com a sua
saudosa sócia, Vera Giangrande.
105
Equipe da Rede INFORM.
Este novo formato de negócios em rede que a
INFORM traz para o Brasil é uma forma de dar
oportunidade a outros profissionais e empresas de menor
porte a participarem de um grupo forte, crescerem e serem
tão bem sucedidos quanto a INFORM Comunicação.
Mas Mestieri não é apenas um grande profissional,
106
mas um ser humano muito generoso. E essa generosidade
o faz um grande líder. Nicolau Amaral, que foi o primeiro
funcionário da INFORM, observa que “Carlos foi um
exemplo para todos nós. De tudo o que eu sou
profissionalmente, devo 99% ao Carlos. Qualquer coisa
que ele diga, todos nós assinamos embaixo sem ler”. Este
lado de Mestieri fica patente nos depoimentos de seus
funcionários e amigos. Waltemir de Melo, um
companheiro de muitas experiências, membro da Rede
INFORM e antigo amigo, observa que Mestieri além de
ser um profissional admirável é também humano,
companheiro, amigo, orientador. “Esse é o lado brilhante
do Carlos que eu gostaria de destacar aqui para vocês”,
diz Waltemir.
Assim também o enxerga a sua filha Maria
Fernanda, que o vê como o “sol da minha vida, meu
caminho, minha orientação, meu guia, meu tudo”. E cita a
música do cantor e compositor Fábio Júnior, Pai Herói,
para homenageá-lo, afirmando que “Ele nos ensinou tudo,
nos deu tudo o que ele pode dar, que sempre foi o melhor. E
muito amor”.
O depoimento da sua filha Fernanda não deixa
dúvida de que Mestieri é tão bom ser humano quanto
profissional, quando afirma que ele é “um pai que posso
conversar sem medo, pois sempre tem um ótimo conselho
para dar e tenta ajudar da melhor maneira possível. Às
vezes até nos protegendo da vida, das dores e problemas.
A coisa mais importante de nossas vidas é que sempre
tivemos muito diálogo. O que nos tornou ainda mais
unidos”.
Fernanda fez questão de lembrar que quando era
criança sempre viajava nos finais de semana para Serra
Negra com o seu pai e sua irmã Maria Roberta e ele jogava
tênis/raquetinha com elas, caminhavam juntos, tomavam
sol na piscina e ele até fazia gemada para elas. Segundo
Fernanda, Mestieri, apesar de ser um homem de negócios
e, por conseqüência, ter muitas atribuições, sempre foi
“um pai presente e excelente!”. Ela lembra ainda que
quando podia e não estava viajando a trabalho sempre a
ajudou com as suas tarefas escolares. Quando ele viajava,
lembra que “sentia muita saudade dele e era uma delícia
ir buscá-lo no aeroporto”.
A mesma percepção de Fernanda é o da sua irmã
Roberta que tem em seu pai “um homem sem precedentes,
um pai excelente, um exemplo de profissional”. Roberta
apesar de também trabalhar com o seu pai, tem uma
carreira consolidada.
Nos seus depoimentos emocionados, tanto
Fernanda quanto Roberta contam que no período da sua
adolescência, depois da separação dos seus pais, foram
morar com o pai por opção delas. Segundo Fernanda, foi
uma fase muito difícil, mas que foi superada com o
casamento do seu pai com a sua atual mulher, Sarah
Bianco de Assumpção, que ela chama carinhosamente de
“Tia Sarah”. Lembra, inclusive, das viagens maravilhosas
que fizeram juntos para o Nordeste, Sul, New York, etc.
107
108
Maria Fernanda se formou em Artes Cênicas, mas
não seguiu a carreira. Morou um período na Itália, em
Firenze, onde teve contato com o idioma Italiano, depois
em Miami. Ao Voltar para o Brasil, em abril de 2003, pôde
realizar seu grande sonho, trabalhar com o seu pai na
INFORM. Este sonho nutria desde criança quando via seu
pai atuando como profissional de Relações Públicas,
sempre com “um equilíbrio invejável, uma elegância
singular, uma jovialidade, uma vitalidade, um exemplo a
ser seguido”, diz Fernanda, finalizando com uma
definição criada pelo seu marido para o seu pai querido:
“Deus pai...”.
Nas entrevistas que realizamos com Carlos Alberto
Mestieri para o desenvolvimento desta obra, ele fez
questão de pedir para constar um registro sobre a sua filha
Maria Paula, que trabalhou com ele por 15 anos, na
INFORM Comunicação, de 1983 a 1998, quando para sua
maior tristeza, faleceu. A perda da filha Paula, certamente,
o fez um ser humano ainda melhor e mais dedicado à sua
família.
Não bastasse este inestimável legado pessoal,
Mestieri possui um outro legado muito grande e muito
importante para todos nós estudantes e profissionais de
Relações Públicas brasileiros: o legado profissional.
O LEGADO MESTIERIANO
Carlos Eduardo Mestieri é autor do livro "Relações
Públicas - Arte de Harmonizar Expectativas", editado em
2006, pela Editora ABERJE. Neste livro ele transmite com
muita propriedade e toda a experiência acumulada em
mais de 40 anos de profissão ensinamentos sobre a prática
da atividade de Relações Públicas na sua função intrínseca
de mediar conflitos e interesses e atuar na sua função
precípua de harmonizar expectativas.
109
Capa do livro “Relações Públicas: arte de harmonizar expectativas”.
Mestieri é também co-autor do livro "Obtendo
Resultados com Relações Públicas", organizado pela
profa. Dra. Margarida Kunsch. Nesta obra ele assina o
capítulo “Pesquisa em Relações Públicas - Auditoria de
Opinião Pública”. Este artigo de Mestieri em específico
marcou muito a nossa vida. Este texto foi a matéria-prima
do primeiro seminário que apresentamos na nossa vida
acadêmica, ainda no primeiro semestre do nosso curso.
Lembramos que produzimos um material em power-point
que detalhava a proposta de Mestieri para a atividade de
110
Auditoria de Opinião e aquilo nos encantava. Era mágico
ver como alguém conseguia trazer de forma tão simples as
minúcias da atividade de Relações Públicas no ambiente
das organizações. Mestieri é, sem dúvida, um dos grandes
responsáveis por termos nos apaixonado, desde o primeiro
momento pelas Relações Públicas, o que aliás, devemos
ao nosso professor Henrique Wendhausen, Relações
Públicas de “primeira linha”, que nos mostrou o melhor da
profissão já no primeiro semestre da faculdade, nos
apresentando o legado de Candido Teobaldo de Souza
Andrade, à brilhante teoria do mestre Roberto Porto
Simões e ao grande profissional de mercado Carlos
Eduardo Mestieri, dentre outras obras de grandes mestres
como Cicília Peruzzo, Margarida Kunsch, Fábio França,
Cleuza Cesca, João Alberto Ianhêz, Cláudia Moura, etc.
Além do capítulo assinado por Mestieri no livro
“Obtendo Resultados com Relações Públicas”, existem
ainda muitos outros artigos produzidos por este grande
profissional, dentre os quais podemos citar dois: (1)
“Comunicação: um fantasma para o varejo”, publicado na
Retail Now, nº 22, edição de 4 de junho de 1990, artigo
direcionado a um público que o próprio Mestieri, do alto
dos seus 43 anos de experiência, considera avesso às
Relações Públicas; (2) e “Afinal, o que são Relações
Públicas?”, publicado no Caderno Propaganda e
Marketing, numa coluna mantida por Antônio De Salvo,
um dos mais respeitados profissionais de Relações
Públicas do Brasil.
Vale lembrar que Mestieri não é um acadêmico, mas
um homem de mercado e grande parte do seu legado,
diferentemente dos outros dois biografados nesta obra,
Candido Teobaldo e Roberto Porto Simões, está na
vertente do mercado, ou seja, naquilo que construiu com o
seu trabalho na AAB e, sobretudo, na INFORM
Comunicação S. C. Ltda. e posteriormente na Rede
INFORM Comunicação.
A Rede INFORM Comunicação, rede de empresas
que preside, como já comentamos, está presente em todo o
território nacional, na América do Sul, Estados Unidos e
Europa. A Rede é composta por organizações coligadas,
que são aquelas que fazem de fato parte da rede, e as
empresas parceiras, que desenvolvem ações em parceria,
mas sem a relação formal com a rede.
Entre as coligadas da Rede INFORM no Brasil
podemos citar:

No Distrito Federal:
o DIALOG, de Gabrielle Calado;
 Em São Paulo:
o Nacom, de Nicolau Amaral;
o SIM, de Simone Saul;
o CWM Comunicação, de Waltemir Melo;
o MAMUTE MÍDIA, de GianAndrea Zelada;
o LAB 3, de Marcio Bertolone;
o THEMA Relações Públicas, de Márcia Regina Felício,
Arnaldo Ávila Jr. e Vanessa Messias;
 No Rio Grande do Sul:
111
112
o CCM INFORM, de Cristina Antunes;
 No Rio de Janeiro:
o JOBE, de Beatriz Miranda Jordão;
 Em Minas Gerais:
o Exercere comunicação dirigida, de Sofia Ramirez;
 Na Bahia:
o VIA PRESS, de Juliana Lima;
 No Recife
o N MIDIAS - COMUNICAÇÃO INTEGRADA , de
Natália Tavares
Já entre as coligadas no Exterior estão:

Na Argentina:
o Mazalan Comunicaciones, de Carlos Mazalan;
 No Chile:
o COMMUNICATIO Publicidad & Marketing, de
Pamela Castro;
o COMMUNICATIO Grupo Staff, de Andrea
Villalobos;
 Em Portugal:
o LPMcom Marketing Institucional, de Luis Paixão
Martins.
Vale chamar atenção de que todas as organizações
que fazem parte da rede podem compartilhar do ideal de
Mestieri de oferecer soluções de comunicação de forma
integrada e se inserir no mercado competitivo,
aproveitando da experiência de mais de 30 anos da
INFORM no atendimento de instituições públicas e
privadas dos mais variados portes, atuando em todas as
áreas da comunicação empresarial.
Mestieri nunca abriu mão de que a Rede INFORM
contasse sempre com um corpo de técnicos e consultores
independentes, que completasse sua base operacional e a
ajudasse na execução da sua proposta que é a de praticar,
de forma completa, as estratégias da Comunicação
Empresarial, levando-se em conta a utilização correta de
suas ferramentas, tais como: assessoria de imprensa,
relações governamentais, integração com a comunidade,
endomarketing, administração de crises, media training,
auditoria de opinião, educação à distância (e-learning) e
propaganda institucional.
Consciente de que a comunicação adquiriu
importância estratégica, estimulada por fatores como a
globalização, consumidores mais exigentes e
profissionais mais bem preparados, Mestieri tem
conduzido a Rede INFORM alinhada a uma das suas
diretrizes básicas, que indica que não é mais adequado
falar em planos de desenvolvimento de produtos ou de
imagem de empresas sem levar em conta aspectos como
segmentação de públicos, além de questões ambientais,
sociais e regionais. E foi exatamente nesta linha, que
desenvolveu como principal diferencial da rede algo de
cunho intangível, o envolvimento com o negócio do
cliente e o domínio de tecnologias de comunicação,
visando a obtenção segura de resultados. Seria esta a
formula do sucesso da INFORM?
113
A sua trajetória pelo país
114
Mestieri, sempre teve uma intensa participação em
eventos da área de comunicação empresarial e Relações
Públicas ao longo da sua carreira. Faremos aqui uma
pequena compilação de algumas dessas que mais
marcaram sua trajetória.
Em 1975, Mestieri participou da VI Semana
Paulista de Estudos de Relações Públicas, promovida pela
Associação Brasileira de Relações Públicas (ABRP),
realizada na Faculdade de Comunicação da Universidade
Católica de Santos/SP, apresentando a palestra
“Relacionamento das Ciências Sociais com Relações
Públicas”.
No ano seguinte, em 1976, participou do Seminário
Projetos de Expansão Empresarial, promovido pelas
empresas Diagrama Comunicações, Grupo Visão e
Revista Dirigente Industrial, realizado em São Paulo,
apresentando a palestra “Relacionamento com o Mundo
Exterior ao Projeto: Imprensa, Governo e Demais
Entidades. O Projeto como Mercadoria a Ser Vendida”.
Em 1981, apresentou a palestra “Relações Públicas
e Administração de Empresas” na VI Semana de Relações
Públicas, promovida pela ABRP/Seção Distrito Federal,
realizado em Brasília/DF. Nessa palestra pode ser
observada a sua preocupação com a formação do
profissional de Relações Públicas, sempre observando
que um profissional não apenas deve estar
permanentemente atualizado e bem informado, mas que
deve também ampliar constantemente seus
conhecimentos em outras áreas, sobretudo, em
Administração.
Dois anos depois Mestieri participou da II Semana
da Comunicação em Relações Públicas, realizada em
Caxias do Sul/RS, apresentando a palestra “Relações
Públicas em Tempo de Crise”. E, neste mesmo ano,
ª
participou da 7 Semana de Relações Públicas, promovida
pela ABRP/Seção Distrito Federal, realizado em
Brasília/DF, apresentando a palestra “O Crescimento das
Agências de Relações Públicas”. Nesta última, Mestieri
tenta traçar um panorama do crescimento e da forma com
que estavam, já naquela época, se desenvolvendo as
assessorias de Relações Públicas no Brasil.
Em 1988, Mestieri participou do I Congresso Norte
e Nordeste de Marketing e Vendas - III Encontro
Brasileiro de Marketing realizado em Salvador/BA,
apresentando a palestra “Relações Públicas em Apoio ao
Marketing”. Este encontro foi organizado pelo empresário
baiano Ênio Carvalho, atual presidente do Núcleo de
Marketing da Bahia. E, neste mesmo ano esteve no X
Congresso Brasileiro de Relações Públicas, realizado em
Gramado/RS, apresentando a palestra “A Estrutura das
Empresas de Relações Públicas”.
No ano seguinte apresentou a palestra “Importância
da Opinião Pública e a Comunicação da Empresa” no V
Encontro de Administradores, promovido pelo Banco
115
116
Brasileiro Comercial S.A, realizado em Goiânia/GO.
Um ano depois, em 1990, Mestieri participou do
XIX Congresso Internacional de Relações Públicas e do
XI Congresso Brasileiro de Relações Públicas, realizados
em Florianópolis/SC, apresentando a palestra “A
Linguagem de Relações Públicas para a Década de 90”.
Em 1991, Mestieri apresentou a palestra “Projeto
Integrado de Comunicação Rodovia Carvalho Pinto”, em
que fez um resumo do Case vencedor do Prêmio Opinião
Pública no ano anterior. O evento foi realizado na
Faculdade de Comunicação da Universidade Católica de
Santos/SP. Nesta palestra, Mestieri pode dar um exemplo
de que utilizar o instrumental de Relações Públicas para
prevenir acidentes é melhor que apagar incêndios.
Em 1997, Mestieri realizou na Escola de
Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo a
palestra “Pesquisa em Relações Públicas: Auditoria de
Opinião”, baseada no texto que foi publicado no livro
“Obtendo resultados com Relações Públicas”, organizado
pela profa. Margarida Kunsch, em que Mestieri, como já
vimos, assina um capítulo falando sobre este tema.
No XIV Encontro Estadual de Jornalistas em
Assessoria de Imprensa, realizado em Atibaia/SP naquele
mesmo ano, Mestieri apresentou a palestra “Pessoa
Jurídica, Empregado e as Novas Relações de Trabalho”.
No ano de 2000, Mestieri apresentou na Semana de
Relações Públicas de Minas Gerais, realizada na
Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo
Horizonte, a palestra “A Evolução das Relações Públicas
no Brasil: Novas Perspectivas”.
º
No ano seguinte, participou do 30 Congresso
Mundial de Treinamento e Desenvolvimento, promovido
pela International Federation of Training and
Development Organisations, realizado em Porto
Alegre/RS, apresentando a palestra “10 Maneiras de Fazer
a Comunicação Interna de uma Organização dar um
º
Salto”. Neste mesmo ano esteve no 13 Encontro Nacional
º
de Jornalistas em Assessoria de Comunicação e no 3
Encontro Internacional de Jornalistas em Assessoria de
Comunicação do Mercosul, realizados em Maceió/AL,
apresentando a palestra “Endomarketing e Comunicação
Integrada”.
º
Em 2002 participou do 3 Congresso Internacional
da ALARP, promovido pela Associação LatinoAmericana de Relações Públicas, realizado em
Londrina/PR, apresentando a palestra “Novos Desafios de
Relações Públicas no Mercado Global”. Este foi um
grande evento organizado pelo presidente da ALARPBrasil, o prof. Dr. Eduardo Judas, que ainda ocupa até a
presente data a presidência da entidade no Brasil.
Mestieri também teve participação no Fórum de
Comunicação da Associação Brasileira de Comunicação
Empresarial, promovido pela Federação das Indústrias do
Estado de São Paulo (FIESP), apresentando a palestra
“História e Desafios das Relações Públicas”. Essa palestra
foi constituída basicamente do relato de tudo que fez e
117
118
testemunhou em nosso país, sempre voltado às Relações
Públicas.
Nas suas andanças pelo país, Mestieri sempre nos
mostrou o porque da sua força como empresário da
comunicação. A sua liderança aglutina e faz com que todos
se sintam motivados ao trabalho. Trabalhar com Mestieri,
aliás, é algo que a grande maioria dos estudantes e
profissionais de Relações Públicas das últimas gerações
mais sonham. Isso porque mesmo quem nunca teve o
prazer de trabalhar diretamente com ele, tem o mais
profundo respeito e admiração pela sua trajetória
profissional, pois observa que se trata de um profissional
que se tornou uma fonte inesgotável de conhecimento
sobre Relações Públicas e tudo o que as envolve no seu
estado de empirismo. Mestieri é notoriamente um
exemplo de integridade e ética, um verdadeiro exemplo do
como um profissional deve ser e exercer a sua profissão.
A NOSSA HOMENAGEM A MESTIERI
Mestieri foi, merecidamente, eleito o Relações
Públicas do Brasil, na categoria Profissional de Mercado,
em 2006. Em todo o concurso foi o candidato que obteve o
maior número absoluto de votos (816).
A sua força e popularidade vêm da força do seu
trabalho, da maneira ética com que conduz os seus
negócios e da sua fidelidade à profissão que escolheu para
exercer.
Segundo Ruy Altenfelder, “Mestieri procura tal
como o sol irradiar alegria”. E com a sua alegria
esperamos que continue a contagiar a todos nós,
estudantes e profissionais de Relações Públicas do Brasil.
Só nos resta reverenciar este grande exemplo de
dedicação e sucesso!
REFERÊNCIAS
Os depoimentos de Ruy Altenfelder, Paulo Nassar,
Margarida Kunsch, Sidinéia Freitas, Flávio Schmidt, José
Carlos Fonseca Ferreira, Terezinha Andrade Leal, Nicolau
Amaral e Waltemir Melo foram retirados da publicação
abaixo:
MESTIERI, Carlos Eduardo. Relações Públicas: arte de
harmonizar expectativas. São Paulo: ABERJE, 2004. 144
p.
Boa parte das informações compiladas para a
produção da biografia de Mestieri foi conseguida através
do primeiro capítulo do livro de Mestieri “Relações
Públicas: arte de harmonizar expectativas”, que é baseado
numa palestra em que conta sua trajetória de vida.
Também houve conversas informais, entrevistas e
informações concedidas pelo próprio biografado.
Além disso, obtivemos informações através de:
Maria Fernanda e Maria Roberta Mestieri, filhas de Carlos
Eduardo Mestieri, por e-mail;
119
Roberto Porto Simões, amigo, pessoalmente
(INTERCOM 2006);
Paulo Roberto Nassar, amigo, por e-mail;
Flavio Schmidt, amigo e ex-sócio, por e-mail;
Terezinha de Souza Andrade, pessoalmente
(INTERCOM 2006), por e-mail e por telefone.
120
MEDALHA 2 DE DEZEMBRO
Honraria máxima do Prêmio
Relações Públicas do Brasil
A HOMENAGEM
A Medalha 2 de Dezembro foi instituída como
honraria máxima do Prêmio Relações Públicas do Brasil.
O seu nome se refere ao Dia Nacional do Profissional de
Relações Públicas no nosso país e só será outorgada em
condições especiais, para homenagear autoridades
acadêmicas e/ou profissionais que tenham realizado
notório esforço em prol da valorização da profissão de
Relações Públicas no nosso país.
O HOMENAGEADO DA
PRIMEIRA EDIÇÃO DO PRÊMIO
122
Prof. Luiz Gonzaga
A primeira Medalha 2 de Dezembro foi outorgada
no dia 8 de setembro de 2006, durante a cerimônia de
entrega do Prêmio Relações Públicas do Brasil, realizada
dentro da programação oficial do Congresso INTERCOM
2006, em Brasília/DF, ao prof. Luiz Gonzaga, da
Universidade Federal de Alagoas, pelo reconhecimento a
grande contribuição que tem dado para a valorização da
profissão de Relações Públicas no Brasil e por ser o
idealizador da premiação.
123
Marcello Chamusca entregando a Medalha 2 de Dezembro ao
professor Luiz Gonzaga, na cerimônia de encerramento do Prêmio
Relações Públicas do Brasil, em Brasília/DF, 2006.
POR QUÊ 2 DE DEZEMBRO?
Com a intenção de fortalecer a data mais importante para
os profissionais de relações públicas brasileiros, a
coordenação da campanha nacional instituiu como a sua
honraria máxima uma distinção com menção direta a ela.
Perfil de Luiz Gonzaga
124
Oficial reformado da Força Aérea Brasileira, mestre
em Serviço Social pela Universidade Federal de
Pernambuco, bacharel em Comunicação Social/Relações
Públicas pela UnB Universidade Federal de Brasília, Luiz
Gonzaga é professor da UFAL desde 1987, coordenador
do curso de comunicação da UFAL nos períodos de 1992 a
1994 e de 2000 a 2003, além de diretor de divulgação e
imprensa da EDUFAL, nos períodos de 1999 a 2001 e de
2001 a 2003. Foi assessor de Relações Públicas da
Reitoria da UFAL, de 1991 a 1995, presidente da Câmara
Superior Permanente da ABRP Nacional de 2000 a 2002,
presidente do CONRERP 9ª Região, de 2001 a 2003 e de
2003 a 2004, presidente da ABRP Seção Amazonas, de
1984 a 1986 e da ABRP Seção Alagoas, de 1988 a 1990.
O SEGUNDO VOLUME
Um convite a uma nova viagem pela
história das Relações Públicas, a partir da
vida dos seus principais protagonistas
O segundo volume do livro Relações Públicas do
Brasil dá continuidade e complementa este primeiro
volume, visto que traz a biografia resumida dos outros
vinte e dois finalistas da premiação, profissionais que
fizeram e ainda fazem a história das Relações Públicas no
Brasil, indicados pela comunidade na primeira etapa da
premiação.
Os vinte e dois profissionais biografados no
segundo volume desta obra são:
 Ana Lúcia Novelli (Senado Federal);
 Carolina Terra (Site Mercado Livre);
126
 Cicília Peruzzo (UMESP Universidade Metodista de
São Paulo);
 Cláudia Moura (PUCRS Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul);
 Cleuza Cesca (PUC Campinas);
 Fábio França (UMESP);
 Flávio Schmidt (Ketchum Estratégia);
 Higino Barbosa Lima (in memorian);
 João Alberto Ianhêz (Informa Brasil);
 Karla de Melo (RDM Rio Doce Manganês);
 Margarida Kunsch (ECA/USP Escola de
Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo);
 Maria Aparecida Ferrari (ECA/USP);
 Maria Stella Thomazi (in memorian);
 Mateus Furlanetto (ABERJE Associação Brasileira
de Comunicação Empresarial);
 Nemércio Nogueira (ALCOA América Latina);
 Newton Garcia (Grupo Labor);
 Roberto Fonseca Vieira (Universidade Estácio de
Sá/RJ);
 Rodrigo Cogo (Portal Mundo RP);
 Sidinéia Freitas (ECA/USP);
 Valentim Lorenzetti (in memorian);
 Vera Giangrande (in memorian);
 Waldyr Gutierrez Fortes (UEL Universidade
Estadual de Londrina).
127
POSFÁCIO
É importante ressaltar a dedicação e a tenacidade
dos principais protagonistas da produção desta obra, o seu
idealizador, prof. Luiz Gonzaga, e os operários
incansáveis de sua consecução, os Relações Públicas
Marcello Chamusca e Márcia Carvalhal, que conseguiram
com muita competência mobilizar os estudantes, os
professores, os profissionais e as entidades de classe, num
conjunto de ações que resultou na valorização da profissão
de Relações Públicas no Brasil.
Henrique Wendhausen
128
Campanha Nacional de Valorização
da Profissão de Relações Públicas

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