Anestesia em Revista mai-jun 2008.p65
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Anestesia em Revista mai-jun 2008.p65
Nesta Edição Editorial • A RBA da SBA __________________________________________________ 4 Ministério da Saúde • SBA negocia no Ministério da Saúde melhorias na nova Tabela Unificada SUS ___________________________________________ 5 RBA • Futuro promissor da RBA ________________________________________ 6 Artigos científicos • Anestésicos locais • e os vasos sangüíneos: Constringir ou não constringir, eis a questão _______________________________________ 8 Fatores de Risco para o Despertar Intra-operatório _______________ 16 Jornadas • 42ª JASB reúne mais de 400 anestesiologistas em Vitória _______ 19 • Jornada de Anestesiologia do Brasil Central _____________________ 20 Artigo • A Dor, Seu Tratamento e o Direito _____________________________ 23 Calendário Científico Oficial ________________________ 25 • Datas Importantes _____________________________________________ 26 • Novos portadores do TSA ______________________________________ 27 Novos Membros _________________________________ 28 Responsabilidade Social • Solidariedade SBA reconhecida _________________________________ 30 • Resultado da segunda enquete de 2008 ________________________ 30 Expediente Anestesia em revista é uma publicação da Sociedade Brasileira de Anestesiologia Departamento de Anestesiologia da Associação Médica Brasileira Rua Professor Alfredo Gomes, 36 - Botafogo - Rio de Janeiro - RJ CEP: 22.251-080 - Tel.: (21) 2537-8100 - Fax: (21) 2537-8188 Conselho Editorial: Jurandir Coan Turazzi, Luiz Antônio Vane, Carlos Eduardo Lopes Nunes, Henri Braunstein, Nádia Maria da Conceição Duarte, José Mariano Soares de Moraes e Airton Bagatini Diretor Responsável: Airton Bagatini Foto da capa: 39ª Jornada do Brasil Central Programação Visual: Ito Oliveira Lopes - 12516-DRT/RJ - Wellington L. R. Lopes Equipe Editorial: José Bredariol Jr, Marcelo Marinho, Marcelo Sperle, Mercedes Azevedo e Rodrigo Matos Impressão e Acabamento: MasterGraph - Tiragem: 9.000 - Distribuição gratuita. IMPORTANTE: Cadastre seu e-mail na SBA Visite o site da SBA na Internet: www.sba.com.br - [email protected] EDITORIAL A RBA da SBA A Revista Brasileira de Anestesiologia (RBA) é o órgão de divulgação científica da Sociedade Brasileira de Anestesiologia (SBA) e destina-se a publicar artigos de interesse para o exercício da Anestesiologia. Integra o Departamento Científico da SBA, juntamente com mais quatro comissões e dez comitês. Foi lançada em 1951, inicialmente sob a direção do seu fundador, o Dr. Oscar Vasconcelos Ribeiro, posteriormente sucedido como EditorChefe pelos Drs. Bento Mário Villamil Gonçalves, Massami Katayama, Antônio Leite Oliva Filho, Luiz Marciano Cangiani e, atualmente, a Dra. Judymara Lauzi Gozzani. Publica, ininterruptamente, desde a sua criação, seis números anuais Seu Corpo Editorial é composto por um Editor-Chefe, um CoEditor, três Editores Associados, um Conselho Editorial atualmente constituído por 28 Conselheiros, todos portadores do Título Superior em Anestesiologia e atualmente dois consultores estrangeiros. O Editor-Chefe e o CoEditor são eleitos pela Assembléia de Representantes da SBA com mandatos de 3 (três) anos, podendo serem reeleitos. Os três Editores Associados e os Conselheiros são escolhidos pelos Editor-Chefe e Co-Editor, com o referendo da Diretoria da SBA, com mandatos coincidentes com o dos colegas que os indicaram. A escolha e convite de um consultor estrangeiro, personagem de reconhecido e notável conhecimento científico, é prerrogativa do Editor-Chefe e do Co-Editor, após submissão e aprovação da Diretoria da SBA. Desta forma, 36 (trinta e seis) profissionais da anestesiologia brasileira e mundial trabalham incessante- 4 - Anestesia em revista - mai/jun, 2008 mente, com funções, hierarquicamente distintas, de: administrar, receber, apreciar, coordenar a revisão e decidir quanto à publicação dos artigos submetidos à revista; estabelecer a política e o planejamento gráfico da revista; representar a SBA junto aos órgãos nacionais e internacionais ligados à edição, indexação e cadastramento de periódicos científicos; e representar a SBA junto à Editora responsável pela editoração e impressão da Revista. A RBA atualmente tem uma tiragem de 9.000 exemplares por edição, em versão bilíngüe (português/inglês), enviada por via postal para todos os membros da nossa Sociedade. Imediatamente após o fechamento da revista, esta fica disponibilizada no Portal da SBA, ou seja, aproximadamente 30 dias antes de chegar impressa às mãos dos associados. Exclusivamente por via eletrônica, a RBA é disponibilizada em espanhol, sendo acessível para a comunidade científica internacional, através da biblioteca eletrônica SciELO. A história da RBA se confunde vivamente com a da Sociedade Brasileira de Anestesiologia. Os grandes homens da primeira metade do século XX, que praticavam e estudavam esta nova especialidade no Brasil, vislumbraram desde o início o futuro promissor da Sociedade que estavam a acalentar a gestação. As reuniões ordinárias destes especialistas culminaram com a fundação da SBA em 1948, e já na sua primeira Diretoria elegeram um Diretor de Revista, que, em seguida, formou uma comissão composta por quatro membros, com a função de elaboração do que seria, a partir de 1951, a Revista Brasileira de Anestesiologia. Dra. Nádia Maria da Conceição Duarte É evidente, portanto, o valor histórico deste periódico. Foi, e ainda é, instrumento de divulgação do conhecimento e produção científica do anestesiologista brasileiro, fonte segura de pesquisa e atualização para novos e velhos. O processo de profissionalização por que passou e ainda passa foi necessidade imperiosa dos novos tempos editoriais no contexto mundial. Cortou-se da própria carne, não sem pesar e gratidão pelos tempos idos, pela contribuição dos que, neste novo modelo, seriam remanejados para novas funções de contribuição. Desnecessário, enquanto impossível, descrever o orgulho e o carinho que esta Sociedade tem para com a sua Revista. À todos que contribuíram e contribuem para a sua bela história, nossos sinceros agradecimentos. Vida longa à SBA! Vida longa à RBA! DRA. NÁDIA MARIA DA CONCEIÇÃO DUARTE Diretora do Depto. Científico da SBA MINISTÉRIO DA SAÚDE SBA negocia no Ministério da Saúde melhorias na nova Tabela Unificada SUS E m setembro de 2007 o Ministério da Saúde publicou a nova Tabela Unificada SUS para implantação em janeiro de 2008. Tendo em vista esta oportunidade de ajustar alguns pontos buscando a melhoria da remuneração dos anestesiologistas brasileiros, a Sociedade Brasileira de Anestesiologia, representada por seu Diretor presidente Dr. Ismar Lima Cavalcanti, Diretor Vice-Presidente Dr. Jurandir Coan Turazzi, Diretor de Defesa Profissional Dr. José Mariano Soares de Moraes, Presidente da Comissão de Honorários Médicos Dr. Eduardo Ferreira de Oliveira e o Presidente da FEBRACAN Dr. Régis Silva Manata, reuniram-se em 22 de agosto de 2007 com a Diretora do Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas do Ministério da Saúde Dra. Cleusa Silveira Bernardo e Dra. Rosane Gomes, onde a Sociedade Brasileira de Anestesiologia propôs alguns ajustes no sentido de tornar a remuneração do profissional anestesiologista mais justa. Dentre as reivindicações apresentadas inclui-se: • Remuneração do anestesiologista em procedimentos cirúrgicos e de diagnósticos onde eventualmente é necessário o concurso do anestesiologista, extremos de idade e/ou condições clínicas que comprometam a realização e o resultado do procedimento, e que apesar destas justificativas não eram remuneradas. • Remuneração do Anestesiologista de procedimentos cirúrgicos múltiplos, politraumatizados e procedimentos seqüenciais, reivindicando a remuneração do procedimento principal em 100% e os demais procedimentos remunerados em 70% quando se tratar de via de acesso diferente e 50% através da mesma via de acesso ou procedimentos realizados bilateralmente. • Criação de um mecanismo que permita aos médicos prestadores de serviços ao SUS consulta dos procedimentos por ele realizados e devidamente remunerados através de repasse aos órgãos competentes. Em 22 de abril de 2008, a Sociedade Brasileira de Anestesiologia recebeu da Secretaria de Atenção a Saúde, Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas do Ministério da Saúde, ofício contendo as respostas aos pleitos de nossa Sociedade. Em relação ao primeiro pleito informa-se que a nova Tabela Unificada SUS contempla 1.452 procedimentos dos quais 1.282 apresentam na referida tabela o atributo (Inclui Anestesia = SIM), significa que a remuneração do anestesiologista está incluída no item serviços profissionais e corresponde a 30% deste valor. Para os (170) itens onde não inclui anestesista, quando da necessidade do concurso do anestesiologista, o procedimento anestésico poderá ser cobrado em uma das 3 modalidades de procedimento (geral, regional ou sedação) através dos códigos 0417010044, 0417010052 e 0417010060 respectivamente. Os valores de remuneração para os referidos códigos são de R$ 84,00 (oitenta e quatro reais) para os procedimentos de anestesia geral e regional e R$ 15,15 (quinze reais e 15 centavos) para sedação. Em relação ao segundo pleito, informa-se que para os procedimentos cirúrgicos múltiplos, politraumatizados, a nova Tabela Unificada SUS permite a cobrança de até 3 procedimentos anestésicos. Para cirurgias seqüenciais e bilaterais, ouve aceitação por parte do Ministério e está se ajustando o sistema de informação para viabilizar a cobrança e pagamentos destes procedimentos. Em relação à criação de um mecanismo que permita a consulta dos procedimentos realizados e remunerados pelo Ministério da Saúde, fomos informados que os referidos relatórios são disponibilizados pelo Ministério às Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde e estas disponibilizam informações aos estabelecimentos hospitalares. Portanto recomendamos aos profissionais interessados em averiguar o que está sendo pago referente a sua produção, que busquem estas informações nos re- feridos estabelecimentos hospitalares ou nas Secretarias Municipal e Estadual de Saúde. Diante do retorno do Ministério da Saúde agendamos nova reunião no referido Ministério a qual foi realizada em 24 de Junho de 2008, sendo a Sociedade Brasileira de Anestesiologia representada por seu Diretor Presidente Dr. Jurandir Coan Turazzi e pelo Diretor de Defesa Profissional Dr. José Mariano Soares de Moraes, e o Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas representado pela Dra. Rosane Gomes. Nesta nova reunião a Sociedade Brasileira de Anestesiologia manifestou seu reconhecimento pelo avanço da Tabela Unificada SUS, remunerando praticamente todos os procedimentos onde exista a necessidade do concurso do anestesiologista. Porém ponderou-se que a remuneração do ato anestésico não deverá estar atrelada a técnica anestésica utilizada, mas a complexidade do ato cirúrgico, cognição do especialista, risco e tempo despendido no procedimento. Sabidamente estes aspectos independem do tipo de anestesia utilizada. Com relação a este pleito ficou acordado que o Ministério fará reavaliação da proposta de nossa sociedade. Outro ponto discutido foi de que os procedimentos ambulatoriais e hospitalares devam ser remunerados de forma idêntica, e que os procedimentos específicos de terapia de dor, mais especificamente os procedimentos de analgesia por dia subseqüente deveriam ser remunerados. Para estes pleitos foi firmado um compromisso do Departamento de Regulação, Avaliação e Controle de Sistemas do Ministério da Saúde de reestudar estas propostas para posterior implantação. Entendemos que este canal de diálogo entre a Sociedade Brasileira de Anestesiologia e o Ministério da Saúde estreita a relação destas duas instituições, o que certamente permitirá a busca de uma remuneração mais justa dos profissionais que prestam serviços ao Sistema Único de Saúde – SUS. DR. JOSÉ MARIANO SOARES DE MORAES Diretor do Deptº de Defesa Profissional da SBA mai/jun, 2008 - Anestesia em revista - 5 RBA Futuro promissor da RBA H á cerca de quatro anos mudanças profundas foram introduzidas na Revista Brasileira de Anestesiologia. A primeira alteração foi a contratação de uma Editora Internacional – a Elsevier, que assumiu a tarefa de coordenar e realizar todas as etapas de editoração, impressão e distribuição da revista. Anteriormente essas tarefas eram realizadas por diversos prestadores de serviço (tradução para o inglês, tradução para o espanhol, revisão de português, diagramação, composição, impressão e distribuição) coordenados pelo Editor-chefe. Era uma tarefa árdua coordenar os diversos prazos a serem cumpridos, ocupava diversas horas de trabalho e fugia do escopo principal do trabalho do Editor-chefe. A modificação do gerenciamento da revista permitiu que o Editor-chefe se ocupasse da coordenação da revisão por pares, relatórios aos autores e fizesse apenas uma revisão técnica na prova de impressão da revista. As outras tarefas passaram a ser coordenadas por um gerente da Revista na Elsevier. O mais interessante é que além de tudo houve diminuição dos custos. O contrato com a Elsevier já tem três anos e resultou na inclusão da Revista Brasileira de Anestesiologia no catálogo Internacional da Editora. Em eventos Internacionais de Anestesiologia e áreas afins a revista tem sido divulgada por esse catálogo Internacional, como foi possível comprovar no Congresso Mundial de Anestesiologia 6 - Anestesia em revista - mai/jun, 2008 em março deste ano e no Congresso Europeu de Anestesia Regional em junho. Informações sobre a revista podem também ser obtidas no endereço www.elsevier.com. Juntamente com a alteração do processo administrativo, outras modificações foram incorporadas à Revista. Foi produzida a versão dos textos completos para o espanhol, disponível on-line e iniciou-se o desenvolvimento de programa eletrônico para submissão, revisão, correção, aprovação e editoração. Essa é uma tendência mundial e desde setembro de 2007 o programa está instalado, sendo atualmente a única forma possível de encaminhar trabalhos para a revista. Ao entrar na página da SBA, o autor escolhe o cabeçalho “Revista” e em seqüência “enviar trabalho”. Nesse momento ele acessa o programa sgp (sistema de gerenciamento de publicações) e é solicitado a criar um identificador (login), uma senha (password) e a configurar seu correio eletrônico para receber avisos do programa. Após essas medidas ele tem acesso ao programa e pode enviar seu trabalho. Pelo mesmo caminho o Editor-chefe verifica através de acesso pleno (senha master) todos os campos do programa - trabalhos enviados, em revisão, já revisados, devolvidos aos autores para modificações, recebidos dos autores já modificados, aprovados, rejeitados, em que número da revista os trabalhos já publicados foram ou serão publica- Dra. Judymara Lauzi Gozzani Editora Chefe da RBA dos, revisores em atraso, lista dos revisores livres, quais revisores concluíram revisões nos últimos 30 dias, quantas revisões foram feitas por cada um dos revisores, qual o período de tempo médio que cada um necessitou para fazer as revisões. O programa permite que o Editorchefe encaminhe trabalhos para revisão e os receba de volta. Os revisores têm senha com grau de liberdade que permite acesso aos trabalhos que lhes são designados. O autor pode acompanhar o estágio de avaliação de seu trabalho. A revista conta também com uma assessoria para o Editor-chefe que é desempenhada por um dos funcionários da SBA, sediados no Rio de Janeiro. A função principal do assessor é tornar os trabalhos apócrifos, para que sejam analisados sem identificação. Após a aprovação o assessor inclui alterações de padronização que se fizerem necessárias, antes do início do processo de editoração. O acesso do assessor é permitido com senha específica. Essa nova forma de trabalho torna o processo ágil e o tempo entre submissão e aprovação tende a ser menor. Todas essas mudanças tiveram como objetivo equiparar a Revista Brasileira de Anestesiologia aos pe- riódicos internacionais, visando postulação de novas indexações além das que a revista já possui – LILACS, EMBASE e SciELO. A revista pertence também ao portal de periódicos da CAPES com classificação Qualis A Nacional. O trabalho desempenhado na revista pelo Conselho Editorial é intenso, contínuo e voluntário. Prazos devem ser cumpridos e a excelência é perseguida incessantemente. Apesar de tanto esforço falhas podem acontecer e só conhecendo melhor esse complexo processo os leitores podem compreender possíveis imperfeições que acontecem mesmo com o máximo de esforço de cada um. DRA. JUDYMARA LAUZI GOZZANI - SP HOMENAGEM À Dra. Tereza Cristina Coelho F oi realizado no último dia 9 de maio, na sede da SAEPE, o 1º Encontro de Ex-Residentes do Hospital das Clínicas da UFPE. Na ocasião, que contou com as presenças do Dr. Antônio Oliva, de Curitiba, e da Dra. Nádia Duarte, Diretora Científica da SBA, foi homenageada a Dra. Teresa Cristina Rocha Coelho, que durante 20 anos foi Responsável por esse CET, e em janeiro desse ano transferiu essa função ao Dr. Ruy Leite Lins. Diversos ex-residentes e anestesiologistas daquele serviço foram em público declarar o seu respeito, admiração e agradecimento à Dra. Teresa Cristina, que durante esses 20 anos foi responsável pela formação de quase uma centena de novos Anestesiologistas no Estado de Pernambuco. Dra. Tereza Cristina Rocha Coelho e Dr. Ruy Leite de Melo Lins Filho mai/jun, 2008 - Anestesia em revista - 7 ARTIGOS CIENTÍFICOS Anestésicos locais e os vasos sangüíneos: CONSTRINGIR ou não CONSTRINGIR, EIS A QUESTÃO O processo cinético que se segue à injeção do anestésico local naquele espaço que circunda o nervo é de um dinamismo competitivo a toda prova. Vasos sangüíneos respondem por uma absorção considerável do agente; uma fração expressiva é removida pelos tecidos ao redor do nervo; a própria bainha do nervo representa uma barreira na difusão do anestésico local ao seu sítio de ação. E a conseqüência é que apenas uma pequena quantidade de moléculas adentra o nervo para exercer seu efeito. Esse “dinamismo competitivo” foi magistralmente demonstrado pelo grupo liderado por Gary Strichartz do Research Laboratories do Brigham and Women´s Hospital, Boston,USA1. Lidocaína radioativa (14 C) a 1% (0.1 ml) foi injetada no espaço perineural do ciático do rato in vivo. Apenas 1.6% da dose da lidocaína foi detectada no interior do nervo quando o bloqueio completo se havia estabelecido. Há quase um século e meio os que criaram a anestesia regional suspeitavam dessa competição, e se protegiam ao introduzir formulações de anestésicos locais, oleosas ou meios mecânicos para fazer prolongar a duração de ação desses agentes. Dentre esses artifícios, destacava-se o uso do torniquete que mecanicamente conservava por mais tempo o agente no local injetado, destarte, impe- 8 - Anestesia em revista - mai/jun, 2008 dindo que fosse removido rapidamente2. O torniquete mecânico dá lugar ao torniquete químico Em 1897, John Jacob Abel isolou o hormônio epinefrina (adrenalina) que foi aproveitado por Heinrich Braun em 1903, e o utilizou em conjunção com a cocaína e depois com a procaína, introduzindo o “torniquete químico” não traumático, enquanto mais eficaz. A combinação cocaína-adrenalina prolongava a duração de ação da cocaína.Em contrapartida, mesmo que a dose da cocaína fosse reduzida, sua toxicidade era aumentada. Também promovia o encolhimento da membrana mucosa de fundamental interesse por reduzir o sangramento e melhorar a visualização cirúrgica favorecendo os procedimentos otorrinolarincológicos e urológicos.2 Somente em 19583 o mecanismo de ação da cocaína foi esclarecido. A cocaína foi identificada como um agente simpatomimético por apresentar a propriedade de inibir a recaptura da norepinefrina no terminal dos nervos simpáticos. Portanto, a somação de efeitos dos 2 fármacos simpatomímeticos (cocaína e adrenalina), respondia pelo cortejo de complicações sistêmicas devido àquela associação. O artifício de adicionar adrenalina aos anestésicos locais sobreviveu ao tempo e ainda permanece útil até o presente. Entretanto, este artifício vem perdendo terreno na medida que estão aparecendo compostos dotados de vaso atividade inerentemente constritora. Nesta condição o uso do torniquete químico, passa a ser supérfluo na medida que a duração de ação bloqueadora é maior com a ropivacaína plena- um fenômeno chamado “efeito anti adrenalina-símile” (anti-adrenalinelike effect). Raciocínio semelhante deve ser feito na prevenção da absorção que se pretenderia para minimizar a toxicidade sistêmica. 4 Nem só do bloqueio do canal de sódio (ou “canal para sódio”, como querem os puristas) vive o anestésico local Esse “dinamismo competitivo” que faz com que apenas um pequena quantidade de moléculas penetre o nervo - embebido de tecido conectivo e cercado de músculos e etc -, tem na circulação extra e intra neural, o mais importante fator de seqüestro do anestésico local. Figura 1. Sendo o bloqueio do nervo a finalidade precípua do uso dos compostos anestésicos locais seu lócus de ação (os canais de sódio, ou canais para sódio), é sobremaneira enfatizado, subestimando-se o pa- Figura 1 - Injeção do AL e absorção pelos leitos vasculares Covino & Scott, 1985 pel que a circulação sangüínea exerce.De tal ordem, que os compêndios da especialidade definem esses agentes circunscrevendo essa principal atividade, qual seja, impedir a condução do impulso nervoso por agirem em canais iônicos de sódio da membrana neural. Porém esta definição é exclusivista, posto que dirigida para uma única ação dos anestésicos locais.Ocorre que estes compostos não discriminam canais iônicos, e mais que isto exercem ações em outros tecidos, agindo em outros canais iônicos. E esta abrangência de ação contribui para a eficácia do bloqueio do nervo como um todo, para a qual destaca-se a vasoconstricção, embora muitas vezes relegada a um segundo plano posto que referida como “efeitos adversos”. O papel do cálcio na vaso atividade dos anestésicos locais Indícios da ação dos anestésicos locais na musculatura lisa do vasos sangüíneos nos foram dados por Äberg5 que sugeriu haver um antagonismo competitivo en- tre anestésicos locais e cálcio.A mobilização do cálcio ligado ao tecido (o músculo liso vascular), seria influenciado pelo anestésico local que em baixa concentração promoveria o deslocamento do cálcio da membrana que se difundiria para o citoplasma. Deste modo, estimularia a interação entre as proteínas contráteis Mas à medida que a concentração do anestésicos local aumentava o deslocamento do cálcio diminuía, o que resultaria no estado de relaxamento levando a vasodilatação. Ainda Äberg sugeriu que alta concentração do anestésico local relaxaria o músculo liso por estabilizar a membrana que circunda os estoques de cálcio, desta maneira inibindo sua liberação. Posteriormente foi demonstrada a participação da procaína no envolvimento do movimento da corrente de entrada de cálcio e da liberação do cálcio dos estoques, interrompendo, destarte, o acoplamento excitação/contração,nos tecidos vascular e intestinal.6 Basicamente, a contração do músculo liso é iniciada pela liberação do cálcio de seus estoques e pelo influxo do cálcio através dos canais de cálcio (canais para cálcio) transmembrana e voltagem dependentes regulados por ligantes; ou pela liberação de cálcio mediada por IP (trifosfato de inositol) a partir do retículo sarcoplasmático. Enquanto o cálcio livre liberado está ligado ao acoplamento excitação/ contração.4 E os bloqueadores dos canais de sódio e de cálcio, interferem nesse mecanismo. Johns et al em 1989 7 associaram o relaxamento do vaso ao fator relaxante derivado do endotélio,- o antigo EDRF-, depois identificado como óxido nítrico (NO), um radical livre muito fugaz pois que sua meia vida é medida em segundos. Assim, o relaxamento que depende do endotélio e se obtém com a metacolina foi inibido pela bupivacaína e lidocaína. Outros mecanismos têm sido sugeridos para a ação dos anestésicos locais sobre a parede dos vasos. Recentemente, a atuação da bupivacaína racêmica em canais iônicos de potássio, (canais para potássio) foi descartada enquanto o isômero S(-) bupivacaína mostrou agir nestes canais 8. Todavia, o fundamento da contração do músculo liso estriba-se na interação entre actina e miosina, impulsionada pela energia do ATP e iniciada pelo aumento da concentração do cálcio Figura 2 Resposta bifásica dos anestésicos locais na vasculatura periférica Em 1975 Blair9 obteve curvas bifásicas na preparação veia portal do rato sob o efeito de vários mai/jun, 2008 - Anestesia em revista - 9 Figura 2 - Acoplamento excitação-contração no músculo liso Rang et al, 2004 compostos anestésicos locais.Não foi observada, contudo, correlação entre a potência desses agentes e o efeito sobre o tônus miogênico do músculo liso dos vasos sangüíneos, porém dependia da concentração. À medida que a concentração aumentava, a estimulação (contração) dava lugar à inibição (relaxamento). Nesse passo dos acontecimentos, as pesquisas se direcionaram mais intensamente para a propriedade vaso ativa de anestésicos locas mais novos. Em 1991, Bertil Löfström10 foi agraciado com o prêmio Labat Lecture conferido pela ARSA. Na sua magistral conferência “The effects of local anesthetics on the peripheral vasculature” o Professor Löfström situou as diretrizes para o estudo dos anestésicos locais sobre a vasculatura (dentre algumas técnicas, os efeitos sobre a mudanças de temperatura, cor da pele e etc; alterações diretas do fluxo sangüíneo medidas pelo laser Doppler, depuração pelo xenônio, etc). Nessa revisão, 10 - Anestesia em revista - mai/jun, 2008 contudo, o corolário é preocupante: efeitos dos agentes anestésicos locais sobre a vasculatura periférica não são uniformes e não são descritos facilmente Todavia, a resposta bifásica é confirmada e referida enquanto sugere a importância da estrutura estereoisomérica dos anestésicos locais que influenciaria a atividade sobre os vasos sangüíneos. A implicação da estereoisomeria já havia sido observada nos achados de Äberg & Wahltröm em 197211, que encontraram diferença entre isômeros da mepivacaína: o isômero esquerdo S (+)mepivacaína marcadamente difere do seu antípoda R(-) mepivacaína em termos de efeito contrátil sobre a veia portal do rato. (Vale observar que a notação da mepivacaína quanto à atividade óptica é contrária ao da bupivacaína por isso os sinais (- e +) estão invertidos). Em 1978 Aps & Reynold12 com a técnica infiltrativa na pele de voluntários detectaram diferenças no modo de agir dos isômeros da bupivacaína: S(-) bupivacaína contrai, enquanto R(+) bupivacaína promove relaxamento e a somatória resulta no relaxamento final que ocorre com a bupivacaína racêmica. A partir dessas observações o fator estereoisomeria passou a ganhar terreno e o interesse centrou-se na ropivacaína. Um corpo de evidências nos dá conta que existe uma “atividade inerente ou intrínsecamente vasoconstrictora” da ropivacaína. A ropivacaína promove intenso branqueamento da pele com a técnica intradérmica (wheal method)12,13,14. Enquanto Ishiyama et al 15 demonstraram que a ropivacaína e seu antípoda R(+) ropivacaína quando aplicadas tópica ou sistemicamente contrai os vasos piais de cães de tal ordem que a hipótese de uma ação cocaína-símile foi aventada.Todavia, frente à ioimbina, um alfa2-antagonista pode-se concluir que a ropivacaína age na vasculatura diretamente por ação vasoconstritora, enquanto a cocaína age indiretamente por inibir a recaptura da norepinefrina nas fibras pós ganglionares simpáticas sendo, de fato, o único anestésico local simpatomimético3,15. Também em vasos piais medulares de cães Iida et al16 encontraram que S(-)bupivacaína, S(-)ropivacaina e R(+)ropivacaina contraem arteríolas enquanto R-bupivacaina e bupivacaína racêmica, produzem vasodilatação. Para investigar a circulação coronariana Burmester et al7 estudaram corações isolados de cobaias e demonstraram que a pressão de perfusão coronariana diminui com a bupivacaína racêmica e R- bupivacaína devido ao efeito dilatador.Enquanto a isômeros da propivacaína, direito e esquerdos (S-ropivacaína e R-ropivacaína) promoveram aumento da pressão de perfusão coronariana por induzirem vasoconstricção. Ambos autores chamam atenção para essa atividade vasoconstritora da ropivacaína sobre os vasos piais e coronarianos pelo perigo de interferir na atividade metabólica das estruturas do SNC, e vir a ser potencialmente prejudicial para a função do órgão (coração) devido contrair artérias coronárias. Há referência na literatura de 3 casos de ansiedade, vocalização e agitação seguidos de bloqueio de nervo peri- férico com a ropivacaína para os quais existe a hipótese da condição homoquiral do composto, sem contudo haver menção á propriedade vasoconstritora 17. Como corolário, S(-) bupivacaína, S(-) ropivacaína e R(+) ropivacaína, S(-) bupivacaína contrai vasos cutâneos, piais e coronarianos, enquanto a bupivacaína racêmica e seu isômero R(+) bupivacaína, os dilatam. Esta curiosidade estereoisomérica mostra correlação entre a grande potência do isômero R(+) bupivacaína quanto ao bloquear do nervo e o efeito relaxante intenso sobre a vasculatura. De tal ordem que esse efeito prevalece sobre o Tabela I: Efeito vaso ativo de anestésicos locais estereoisoméricos sobre vasos sangüíneos Contração dos vasos sangüíneos cutâneos S(-)bupivacaina Dilatação dos vasos sangüíneos cutâneos R(+)bupivacaína Bupivacaína racêmica (SR) (Aps C, Reynold F, 1978) Contração vasos sangüíneos piais: S(-)Ropivacaína, R(+)Ropivacaína e S(- )bupivacaína Dilatação vasos sangüíneos piais: R(+)bupivacaina e Bupivacaína racêmica (Ishiyama T et al. 1997 . Iida H et al, 2001) Diminuição da PPC (Pressão de perfusão coronariana) R(+)bupivacaína e Bupivacaína racêmica Aumento da PPC (Pressão de per fusão coronariana) S(-)\Ropivacaína e R(+)ropivacaína (Burmest MD et al, 2005) do antípoda canhoto (vasoconstricção), resultando no relaxamento final como visto com a bupivacaína racêmica.Figuras 3,4. A vaso atividade da ropivacaína em outros leitos vasculares Quando de seu lançamento em 1986, na forma de um isômero puro do tronco familiar pipecolilxilidida, (propivacaina)-, a chamada ropivacaína-, não foi licenciada para procedimentos subaracnóideos, não tendo sequer sido formulada comercialmente na apresentação farmacêutica para essa técnica.Embora tenha sido utilizada em anestesia raquidianas 18 a restrição prevaleceu. Talvez a indústria farmacêutica produtora da ropivacaína temesse pelo poder vasoconstritor que poderia comprometer o fluxo sangüíneo medular, daí por quê não foi disponibilizada para uso intratecal. Kristensen et al19 reportaram que a ropivacaína em altas doses diminui o fluxo sangüíneo medular do rato, usando a fluxometria pelo laserDoppler. Por outro lado Santos et al20 não encontraram alterações do fluxo sangüíneo uterino com pequena dose IV de ropivacaína em ovelhas grávidas.Em outro estudo Simonetti, 199721 demonstrou o poder vaso ativo intenso da ropivacaína. Em baixas concentrações promove aumento da contricção induzida previamente pelo KCl, em veias e artérias de cordões umbilicais humanos, enquanto o relaxamento ocorreu com altas concentrações. Em humanos, Dahl et al 22 demonstraram com a técnica da mai/jun, 2008 - Anestesia em revista - 11 Figura 3 - Efeitos enantioseletivos da bupivacaína sobre a PPC. R(+) dilata; S(-) contrai coronárias Burmest et al,2005 em colecistectomias e herniorrafias somando-se a vasoconstricção (neste caso benfazeja) à analgesia que propicia24, 25. Circulação terminal e diabetes: Figura 4 - Efeito da bupivacaína racêmica sobre a PPC. Predominância do efeito vasodilatador do isômero (R+) Burmester et al, 2005 depuração pelo xenônio (Xenon clereance) que a bupivacaína aumenta o fluxo sangüíneo epidural, enquanto ropivacaína o diminui .Também o binômio custo/benefício, deve ter contribuído para o desinteresse no uso deste composto no espaço subaracnóideo. Entretanto,a aceitação da ropivacaína expandiu-se para outras técnicas regionais, inclusive epidural. Todavia, não foram registradas na literatura seqüelas advindas da injeção intratecal acidental quando da tentativa da realização da técnica epidural, com a utilização da ropivacaína 23. 12 - Anestesia em revista - mai/jun, 2008 Repercussões clínicas provocadas pela vasoconstrição A par das implicações conseqüentes à atividade vasoconstrictora inerente da ropivacaína que poderia prejudicar o fluxo sangüíneo em vários territórios vasculares,a ropivacaína compartilha com S(-) bupivacaína (levobupivacaína) da especificidade de bloquear fibras sensitivas com significante aumento na duração desse efeito.Por estas vantagens a ropivacaína vem sendo usada no pós-operatório através da infiltração da ferida cirúrgica Considerando as evidências da propriedade vasoconstritora intrínseca da ropivacaína, autores têm chamado atenção para o perigo da utilização na circulação terminal pela possibilidade de promover insuficiência da microcirculação ou pelo comprometimento do suprimento sangüíneo em tecidos como dedos, pênis, nariz, orelha22. Um caso de isquemia foi reportado no qual a ropivacaína foi usado no bloqueio de pênis, embora sem seqüelas permanentes26. Insuficiência microvascular em paciente diabética resultou em dano neurológico atribuído à vasoconstricção da ropivacaína utilizada na anestesia epidural27. Embora sua eficácia bloqueadora seja superior a da bupivacaína, quanto à analgesia, esta vantagem deve ser reservada para estruturas nas quais exista suprimento sangüíneo colateral,o qual está ausente na circulação terminal. Constringir ou não constringir, eis a questão A inerência vasoconstritora da ropivacaína está ligada à natureza de sua estrutura química e não pode ser modificada, porém é passível de atenuação. Essa vaso atividade que lhe conferiu o epíteto: anestésico local inerente ou intrinsicamente vasoconstritor começa a ganhar destaque na literatura especializada. Jansson em Carta ao Editor no Regional Anesthesia and Pain Medicine, 200828 tentou rebater a divulgação das implicações causadas pela vaso atividade da ropivacaína. Todavia as evidências da pesquisa básica e clínica referendam tal característica que podem levar à conseqüências indesejáveis. Em contrapartida a ropivacaína apresenta superioridade quanto à eficácia no bloqueio de nervos sensitivos, cuja duração é significantemente maior a da bupivacaína. Aventa-se que este feito seja decorrente da vaso atividade22. É possível minimizar a inerente vasoconstricção da ropivacaína? O composto ropivacaína - última molécula capaz de bloquear o nervo -, foi obtida há quase 15 anos fechando, destarte, o ciclo evolutivo da “Era Estereoisomérica” que particulariza o desenvolvimento dos anestésicos locais na atualidade28. Composto dotado de grandes predicados, como a relativa segurança em termos de reduzida toxicidade e grande potencia como anestésico local, é mais eficaz do que a bupivacaína quanto ao bloqueio diferencial sensitivomotor.Esses atributos devem ser enfatizados, e mais importante ainda, merecem ser preservados. conquista nossa.Em 199930. realizamos o manuseio entre seus isômeros que resultou na “Mistura Enatiomérica da Bupivacaína” (S75:R25). O racional na obtenção deste composto deveu-se ao entendimento da estereoseletividade existente entre isômeros da bupivacaína Quanto aos vasos sangüíneos as investigações demonstram que os isômeros da bupivacaína ensaiados isoladamente resultam numa curva bifásica devida às ações opostas entre o canhoto e o direito. Na condição racêmica, prevalece a vasodilatação induzida pelo isômero direito, R(+) bupivacaína 12.A supremacia desta entidade responsável pelo relaxamento final da bupivacaína racêmica sobre a vasculatura, deve-se à sua maior potência em relação à seu antípoda como demonstrada sobre os canais de sódio do nervo e do coração. Nesse sentido, visando atenuar a indesejável vaso atividade da ropivacaína, valemo-nos da particularidade estereoseletiva de 2 ramos do tronco familiar pipecolilxilidida, a (p) ropivacaina e a bupivacaína, com atividades peculiares sobre a vasculatura. Mixcaína: um composto baseado em evidências estereoisoméricas Partindo desse pressuposto básico, misturamos S(-)ropivacaina com R(+)bupivacaína e talhamos um novo anestésico local, a Mixcaína ® na proporção S75: R25 ou S(-) ropivacaína 75:R (+) bupivacaína25. Enquanto a Mistura Enantiomérica da Bupivacaína, NOVABUPI® resulta da combinação “entre” isômeros de uma mesma entidade, a Mixcaína, combina isômeros “inter” compostos de uma mesma família, a pipecolilxilidida. (p)Ropivacaína + Bupivacaína). Figura 5. 1 - O composto foi investigado quanto à eficácia blo- Figura 5 - S(-)Pr75:RB(+)25 Simonetti, 2007 A contribuição brasileira à “Era estereoisomérica” no ciclo evolutivo dos anestésicos locais A manipulação entantiomérica da bupivacaína racêmica é uma *Produto em processo de patenteamento mai/jun, 2008 - Anestesia em revista - 13 queadora do nervo ciático do rato e apresentado no 54º CBA, Natal, 2007,como avaliação preliminar 31. 2 - A investigação da eficácia da combinação “inter” isômeros, Mixcaína, quanto a minimização do comportamento vaso ativo da ropivacaína foi realizada pela técnica intradérmica (wheal), segundo o método de Aps & Reynolds11. A pesquisa, entretanto, foi prejudicada na medida que o recrutamento de voluntários, falhou. Mesmo assim a autora e outro voluntário (N=2) submeteram-se à avaliação visual e encoberta das respostas à injeções intradérmicas (0.1ml) na face anterior de ambos antebraços, com várias concentrações (0.25%,0.50% e 0.75%) de Mixcaína e ropivacaina. Devido à insuficiência da casuística, pois apenas 2 experimentos (N=2) foram conduzidos, os resultados, contudo, sugerem minimização da atividade constrictora da ropivacaína. De fato, à visualização direta mostra que houve redução do halo de branqueamento em volta do “botão” intradérmico com a injeção da Mixcaína quando comparada à ropivacaína pura. Figura 6. Baseados nas evidências da pesquisa básica e clínica, podemos inferir: Sendo o isômero (R(+) bupivacaína) eficaz e potente vasodilatador e estando associado à ropivacaína, teoricamente o resultado final deve tender para a vasodilação.Esta inferência estriba-se no comportamento vasodilatador peculiar demonstrado pelas pesquisas básicas envolven14 - Anestesia em revista - mai/jun, 2008 Figura 6 - TÉCNICA INTRADÉRMICA Representação esquemática da injeção intradérmica Face interna dos antebraços do a R(+)bupivacaína8,12,15,16, como já discutido. Na impossibilidade de obtenção de uma casuística compatível com um estudo científico e confiável, entregamos à comunidade dos pesquisadores a Mixcaina:a racionalidade extraída da estereoisomeria. Outras possíveis vantagens da Mixcaína Se o desiderato na obtenção da Mixcaína vier a ser confirmado,qual seja a minimização da intensa atividade da ropivacaína sobre os vasos sangüíneos, outras vantagens, extraídas da associação “inter” isômeros da família pipecolidilxilidida podem ser acrescentadas: 1 - O R(+) bupivacaína particulariza-se pela grande potencia bloqueadora de nervo. Assim, a vantagem quanto à duração de ação prolongada da ropivacaína em nervos sensitivos,23 atribuída à vasoconstricção não seria prejudicada pois o isômero R(+) bupivacaína asseguraria este predicado sem os inconvenientes da vasoconstricção per se; 2 - A Mixcaína propiciaria, às custas do isômero R(+) bupivacaína uma melhor qualidade na anestesia regional, pelo potente bloqueio de fibras motoras que este isômero confere; 3 - Foi demonstrado que na Mistura Enantiomérica da Bupivacaínaa ( S(-)75:R(+)25) a presença desse isômero mais potente, o (R(+) bupivacaína, (reduzido em 75%), não “manteve” a cardiotoxicidade do composto racêmico.Ao contrário, a cardiotoxicidade foi estatisticamente reduzida, equivalendose ao isômero S(-) bupivacaína puro, quanto às variáveis estudadas 30,32. O mesmo deve acontecer com a mistura enantiomérica “inter” membros da família pipecolidilxilidida, a Mixcaína. Donde, a Mixcaína deve contribuir: a) para o aumento da potência da ropivacaína; b) conferindo “qualidade” à anestesia; c), sem às expensas do aumento da cardiotoxidade; d) enquanto deve minimizar a atividade vasoconstritora indesejável. E assim seja, Porque novamente fizemos antes que alguém no mundo o fizesse... Sem que deixássemos o “cometa passar”. Figura 7. Figura 7 Referências 1- Porpitz-Bergez FA et al: Relation between functional deficit and intraneural local anesthetic during peripheral ner ve block. A study in the rat sciatic ner ve. Anesthesiology, 1995; 3:583-592 2 - Vandam LD. Some aspects of the history of local anesthesia .In Arthur GH, Strichartz GR. Handbook of Experimental Pharmacology, Berlin, Spring-Verlag,1987::1-19 3 - Trendelenburg U. The supersensitivity caused by cocaine. J Pharmacol Exp Ther,1958.125:55-65 4 - de Jong RH. Cardiovascular system effects. 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Recente estudo multicêntrico realizado nos Estados Unidos, com 19.575 pacientes, mostrou uma incidência de despertar intraoperatório de 0,13%, sem considerar os casos duvidosos1 Estudos epidemiológicos identificam uma série de fatores de risco associados ao despertar intra-operatório que podem ser detectados em um grupo numeroso de pacientes programados para anestesia geral. Estes fatores devem ser reconhecidos e os pacientes informados no pré-operatório da possibilidade de tal complicação. Os fatores de risco podem ser classificados em três grupos: 1. Relacionados ao paciente: a. Sexo: Domino et al2 mostraram um aumento de demandas por despertar intra-operatório três vezes mais em mulheres que em homens. b. Idade: Tem sido descrita uma maior incidência de sonhos em pacientes jovens durante anestesia geral em regime ambulatorial, entretanto a relação entre sonhos e despertar é incerta1 c. História prévia do uso de álcool, anfetaminas, opióides, e muito mais: o uso crônico destas substâncias aumenta o requerimento de drogas anestésicas em conseqüência do desenvolvimento de tolerância aos mesmos, o que poderá resultar em despertar intra-operatório3,4 d. Estado físico e medicação préanestésica: Sebel at al1 em estudo multicêntrico recente, encontraram um risco aumentado de despertar intra- operatório nos pacientes ASA 16 - Anestesia em revista - mai/jun, 2008 III e IV, submetidos a operações de grande porte. Existe um número significativo de episódios de despertar intra-operatório registrados em pacientes que apresentam instabilidade hemodinâmica per operatória, aqueles em que se reduz ou , até mesmo, se suspende a administração do anestésico geral com objetivo de evitar seu possível efeito depressor cardiovascular. Igualmente, os pacientes em tratamento com fármacos anti-hipertensivos, beta-bloqueadores, e muito mais, são susceptíveis a apresentarem episódios de despertar por estarem expostos a pequenas doses de anestésicos gerais para prevenir e tratar episódios de hipotensão arterial sistêmica. e. Via aérea difícil: a dificuldade de intubação traqueal foi o motivo que proporcionou o aparecimento de despertar intra-operatório nos 8% da série de Domino et al2. A manipulação da via aérea e as laringoscopias repetidas com uma única dose de indutor anestésico, favoreceram o aparecimento do quadro citado. 2. Relacionados com o tipo de operação a. Anestesia obstétrica: enquanto que na população geral a incidência de despertar varia de 0,10,2%, nas pacientes obstétricas variam, segundo diferentes estudos, entre 0,4-1,3%4. Os fatores que contribuem para isto são a indução em seqüência rápida sem opióides, para evitar o efeito depressor respiratório no recém-nascido e a reduzida fração inspirada de anestésico inalatório, para evitar o efeito tocolítico e o conseqüente risco de sangramento uterino5. A maior parte dos episódios de despertar intraoperatório ocorrem no período entre a incisão da pele e a extração Dr. Rogean Rodrigues Nunes fetal, momento de maior estímulo cirúrgico com menos concentrações anestésicas6. b.Cirurgia cardíaca: a incidência de despertar em pacientes submetidos a operações cardíacas é superior, em termos gerais, a da população cirúrgica. Classicamente a técnica anestésica está baseada na administração de doses elevadas de opióides e baixas doses de hipnóticos, com objetivo de manter a maior estabilidade possível. Phillips et al em uma série de 837 pacientes submetidos a circulação extracorpórea, relataram uma incidência de 1,14%, sem encontrar uma diferença entre os fármacos empregados nos pacientes com ou sem lembranças de eventos intra-operatórios7. Ranta et al destacaram em seu trabalho uma maior incidência de despertar em pacientes mais jovens assim como redução na incidência de despertar quando os anestesiologistas estão informados de tal complicação8. Dowd et al em um estudo envolvendo 617 pacientes submetidos a operações cardíacas com uma técnica balanceada empregando uma infusão contínua de um anestésico antes, durante e depois da circulação extra-corpórea encontraram uma incidência de espertar de 0,3%, menor que no resto das séries9 c. Cirurgia de urgência em pacientes politraumatizados: Ainda é significativo o fato de que a maior parte das reclamações devido a lembranças per operatórias sejam oriundas de pacientes submetidos a operações eletivas2. A instabilidade hemodinâmica, presente nos pacientes politraumatizados implica, muitas vezes, uma dose menor de fármacos anestésicos e, portanto, aumento na probabilidade de despertar. Estes pacientes podem, também, apresentar hipotermia, hipotensão arterial ou intoxicações agudas, fatores que diminuem o requerimento anestésico10, os protegendo de tal complicação. 3. Relacionados com a técnica anestésica a. Anestesia inalatória: Diversos autores têm publicado a eficácia de concentrações relativamente baixas de anestésicos inalatórios na prevenção do despertar intra-operatório, ainda que a concentração mínima que garanta a ausência de lembranças não possa ser estabelecida definitivamente, entre outras razões, pelo efeito aditivo de outros fármacos utilizados simultaneamente2. Assim, os casos de despertar registrados durante técnicas com anestesia inalatória, parecem associar-se, em geral, a problemas nos vaporizadores ou a falta de monitorização de gases anestésicos. Em um estudo publicado por Bergman et al, 13% dos pacientes que apresentaram despertar a causa estava relacionada a falha no suplemento de óxido nitroso ou de anestésicos voláteis por mal funcionamento do equipamento, sendo a maior parte das vezes relacionadas ao vaporizador, destacando-se que, na maioria dos casos, as concentrações (expiradas e inspiradas) dos agentes anestésicos não estavam sendo monitorizadas11. b. Anestesia venosa total: As técnicas de anestesia venosa total baseadas na administração de hipnóticos, opióides e bloqueadores neuro musculares, duplicam ou triplicam a incidência de reclamações de despertar2. Em geral estão associados ao início tardio da infusão após a dose de indução, modelos de administração inadequados e, com freqüência, a falhas na administração de bombas, desconexão do sistema, obstrução ao fluxo, e muito mais. c. Administração de bloqueadores neuromusculares: O uso de bloqueadores neuromusculares está associado a uma maior incidência de despertar intra- operatório2, assim como de memória implícita12. A observação de movimento, devido a resposta somática reflexa ao estímulo cirúrgico, base do conceito de concentração alveolar mínima(CAM) e considerada como um método confiável para detectar despertar intra-operatório não pode ser utilizada nestes pacientes que se encontram sob os efeitos dos bloqueadores neuromusculares. Em um estudo realizado por Sandin, 11.780 pacientes foram avaliados, sob anestesia geral, sendo observado uma incidência de despertar maior naqueles que receberam relaxantes musculares (0,18%) em relação aos que não receberam(0,1%). Além disso, os pacientes nos quais administrouse bloqueadores neuromusculares, apresentaram ansiedade e sintomas neuróticos tardios, o que não foi observado nos outros pacientes. Portanto, não somente a incidência de despertar foi maior, mas também a gravidade dos sintomas 13 . Trabalho recente de Nunes e col14 avaliando 20 voluntários submetidos apenas a bloqueio neuromuscular despolarizante, mostrou redução importante no BIS e potência eletromiográfica, a valores considerados dentro da faixa operatória, quando T1 foi menor que (1,9±3,18)%, concluindo que apesar do algoritmo do BIS não incluir a eletromiografia, sua redução altera diretamente o valor do Fig. 1- Esquema de possíveis mecanismos dos bloqueadores neuromusculares e sua influência na AA. 1:BNM podem reduzir o tônus muscular e aferências proprioceptivas até o córtex cerebral (especulativo). 2:atracúrio ou metabólitos tais como a laudanosina podem ter propriedades anti-niciceptivas, limitando impulsos nociceptivos e resposta eletromiográfica facial a estímulos nociceptivos(especulativo). 3:BNM reduzem a atividade eletromiográfica facial. 4:Algoritmos dos monitores de AA. Filtros e sistemas de rejeição de artefatos não conseguem separar os sinais da atividade eletromiográfica(EMG) e eletroencefalográfica (EEG) quando estes estão em espectros com amplitudes e freqüências semelhantes. mai/jun, 2008 - Anestesia em revista - 17 BIS, daí a importância de manter T1 acima de 5%, na fase de recuperação, para que os valores do BIS não representem um falso positivo. Outros trabalhos de Nunes e col 15,16 mostraram, também, reduções importantes nos valores das entropias (resposta e estado), assim como no índice de estado cerebral(CSI) em voluntários, após utilização de succinilcolina. A figura 1 17, modificada, mostra um esquema que representa possíveis mecanismos através dos quais os bloqueadores neuromusculares (BNM) poderiam influenciar a adequação anestésica(AA) Em geral, nos grupos de pacientes com risco de despertar intraoperatório, existem diversas situações condicionantes. Os erros naadministração ou identificação de fármacos intravenosos é a causa mais freqüente de reclamações por paralisia motora em pacientes despertos. Entre estes fármacos, a succinilcolina é o que mais frequentemente se relaciona com uma administração errada em lugar de um agente sedativo ou hipnótico na indução anestésica 2,11. Em geral, nestes casos se observa a falta de monitorização do bloqueio neuromuscular. Referências 1. Sebel BS, Bowdle A, Ghoneim MM et al – The incidence of awarness during anesthesia:a multicentrer United States Study . Anesth Analg, 2004; 99: 833839. 2. Domino KB, Posner KL, Kaplan RA et al – Awarness during anesthesia: a closed claim analysis. Anesthesiology, 1999; 90: 1053-1061. 3. Ghoneim MM, Weiskopf RB – Awarness during anesthesia. Anesthesiology, 2000;92: 597-604. 4. Ghoneim MM, Block RL – Learning and memor y during general anesthesia: an update. Anesthesiology, 1997; 87: 387410. 5. 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Br J Anaesth, 2007; 99(4): 456-460. DR. ROGEAN RODRIGUES NUNES 20 anos do CET HR HGV N o dia 30 de abril de 2008, o Centro de Ensino e Treinamento em Anestesiologia dos Hospitais da Restauração e Getúlio Vargas (CET HR HGV), Recife-PE, comemorou vinte anos de trabalho e dedicação à formação de mais de uma centena de anestesiologistas. Foi uma noite de muitas homenagens e calorosa confraternização entre instrutores, ex-residentes, colegas anestesiologistas e autoridades locais, sob a organização da Dra. Carmem Maria Carício Maciel (Co-Responsável pelo CET). Na ocasião foi também comemorado o aniversário de 73 anos do Dr. Otávio Damázio, responsável pelo CET. Durante a cerimônia dicursaram a Dra. Nádia Duarte (Diretora Científica da SBA), Dr. Francisco Brito (ex- residente), e o Dr. Otávio Damázio. Emocionado, Dr. Otávio agradeceu aos colegas que contribuíram para a fundação do CET e aos co-responsáveis, intrutores e anestesiologistas dos respectivos hospitais e serviços conveniados que colaboram na formação dos médicos residentes. Foto: da esquerda para a direita Drs (as): Marcius Vinicius M. Maranhão. Ruy Leite de Melo Lins Filho, Jane Amorim, Otávio Damásio, Carmem Maria Carício Maciel, Ana Maria Menezes Caetano e Nádia Duarte. JORNADAS 42ª JASB reúne mais de 400 anestesiologistas em Vitória E ntre os dias 26 e 28 de junho, Vitória recebeu anestesiologistas de todo o país durante a 42ª Jornada de Anestesiologia do Sudeste Brasileiro (JASB) e a 4ª Jornada de Dor do Sudeste Brasileiro. O evento, realizado pela Sociedade de Anestesiologia do Estado do Espírito Santo (SAES), com o apoio da Cooperativa de Anestesiologistas do Espírito Santo (COOPANESTES), reuniu mais de 400 participantes em uma programação que incluiu desde temas que fazem parte do dia-a-dia dos anestesiologistas, até a apresentação de novas técnicas, equipamentos e produtos. A Conferência Internacional, com o médico brasileiro diretor do Departamento de Pesquisa em Anestesia Cardíaca do Massachusetts General Hospital, em Boston, Marcos Francisco Vidal Melo, foi uma das mais esperadas da programação. Doutor em cirurgia experimental e mestre em engenharia biomédica, Vidal apresentou aos participantes a ecocardiografia trans-operatória, exame que já é uma realidaDoutores Jurandir Coan Turazzi, Presidente da SBA de nos Estados Unidos. e Paulo Antônio de Mattos Gouvêa, “Este exame traz mais agiPresidente da SAES lidade e permite fazer medidas precisas de onde está o problema, alterando o plano cirúrgi- gumas novidades em medicaco em um número significativo de mentos e técnicas, já discutidas casos. O anestesiologista é o pro- em todo o mundo. Entre elas, o fissional mais indicado para rea- uso de canabinóides para tratar lizar a ecocardiografia no ambi- a dor em pacientes com câncer ente cirúrgico porque entende e a realização de bloqueio de toda a hemodinâmica do pacien- nervos via ultra-sonografia. Fote, fazendo uma interpretação ram dois cursos teórico-práticos melhor dos dados ecocardio- com os temas: “Dor aguda” e “Cuidados Paliativos”, que obtigráficos”, explica Vidal. Outra tema de grande desta- veram grande procura. O evento ainda contou com que da 42ª JASB foi “O anestesiologista e a lei”, que abordou as- uma programação cultural e tusuntos da rotina dos anestesio- rística, permitindo que os aneslogistas, como a consulta pré- tesiologistas conhecessem alguanestésica, consentimento infor- mas das atrações do Espírito Sanmado e troca de plantão. Os to. Os participantes puderam conpalestrantes abordaram a impor- ferir as belas praias de Vitória, tância de seguir corretamente es- Vila Velha, Guarapari e litoral norses processos, tanto como uma te do Estado e, ainda, tradicionais forma de interação com o paci- recantos do inverno capixaba, ente, como um meio de defesa como Pedra Azul e Venda Nova em caso de efeito adverso com a do Imigrante. No roteiro gastronômico, a tradicional moqueca anestesia. Já a 4ª Jornada de Dor do Su- capixaba. Para o presidente da SAES, deste Brasileiro apresentou alPaulo Antônio de Mattos Gouvêa, a 42ª JASB teve um resultado positivo. “Conseguimos reunir um grande número de participantes de todo o país e palestrantes de renome nacional e internacional, com uma programação que conComissão organizadora da 42ª JASB: templou os mais diversos temas. Agora é começar a pensar no os anestesiologistas capixabas Paulo Antônio de Mattos Gouvêa, nosso próximo evento para gaErick Curi, Cassiano Bernardes e rantir o mesmo sucesso”, destaPablo Gusman ca Gouvêa. mai/jun, 2008 - Anestesia em revista - 19 20 - Anestesia em revista - mai/jun, 2008 mai/jun, 2008 - Anestesia em revista - 21 22 - Anestesia em revista - mai/jun, 2008 ARTIGO A Dor, Seu Tratamento e o Direito A dor e as enfermidades são constantes na vida do homem. Buscando preservar sua saúde, quando distúrbios ocorrem, socorrese do médico a fim de alcançar a sua cura. Assim, preceitua o Código de Ética Médica: “A Medicina é uma profissão a serviço da saúde do ser humano e da coletividade e deve ser exercida sem discriminação de qualquer natureza.” Da relação médico paciente tem este o dever de remunerar aquele, direta ou indiretamente, seguindo todas as orientações profissionais. Caso não siga, poderá o médico deixar de continuar com a assistência, ocorrendo a resilição contratual. Ainda desta relação contratual deve o médico se incumbir em utilizar todos os esforços, aplicando todos os recursos possíveis e disponíveis para obter a cura do paciente. Ainda permanece a concepção de ser o médico um profissional benfeitor e respeitado. Entretanto, vai se consolidando, também, a possibilidade da existência do erro inescusável, sempre atrelado à negligência, à imprudência e à imperícia. Sob este prisma são as pessoas impulsionadas na busca pela reparação do dano eventualmente sofrido. Comumente se interpreta a responsabilidade médica como sendo de natureza contratual. É claro que existem as exceções; como o caso de um acidentado ser atendido no meio da rua. No entanto, ao prestar atendimento, a obrigação de reparar o dano causado sempre existirá, estando ou não o dano causado dentro ou fora do contrato. Assim, deve o médico, sempre, esforçar-se para alcançar a cura, utilizando-se neste esforço todos os meios possíveis e disponíveis. Desta forma, fica geralmente caracterizada uma obrigação de meio. Entretanto, existem situações, como em alguns atos praticados na cirurgia plástica, tipo estética, e também na anestesiologia, durante uma anestesia, que são interpretadas como obrigação de resultado. O profissional deve atingir um determinado fim, interessando aqui o resultado final de sua atividade. Na cirur- gia plástica estética busca o paciente o embelezamento; e durante uma anestesia, a ausência completa de dor. Não sendo alcançados estes objetivos não terá cumprido o profissional com a sua obrigação. No Brasil, até meados da década de 50, não era a anestesiologia especialidade definida. Nesta época, era o próprio cirurgião quem a praticava. Com o transcorrer do tempo ganha autonomia como especialidade, mas junto a esta independência abarca a equação tradicional da aferição da culpa médica figurando o médico pela ação ou omissão, relação de causalidade, mais dano, e a possibilidade de responsabilidade civil indenizatória. A anestesia não é obrigação de meio, mas de resultado, concernente a antes, durante e após o ato anestésico. No entanto, ao se tratar de analgesia pós-operatória, deve ser realizada utilizando-se todos os recursos disponíveis para sanar a dor, mesmo que não se alcance o êxito na sua totalidade. O tratamento da dor é complexo, visto que, vários são os fatores que influenciam na ocorrência, na intensidade, na qualidade e na sua duração: o local, natureza e duração da operação, tipo de incisão e trauma intra-operatório; a composição fisiológica e psicológica dos pacientes; a preparação psicológica, física e farmacológica do paciente, por cada membro da equipe cirúrgica; a presença de complicações relacionadas à cirurgia; a conduta anestésica antes, durante e após à cirurgia, e o mais importante, a qualidade dos cuidados pós-operatório. A incidência e intensidade da dor pós-operatória são também influenciadas por: fatores físicos, psicológicos e emocionais; características da personalidade social, cultural e interpessoal; experiências anteriores com a dor; grau de ansiedade pré e pós-operatória; alterações de vida; distúrbios emocionais, econômicos e familiares; apreensão e medo: da cirurgia, da anestesia, da dor pós-operatória. Além destas: o grau da dor pósoperatória e a qualidade dos cuidados pré, per e pós-anestésico: intubação traumática, tremores musculares, técnicas invasivas, relaxamento muscular inadequado, podem ser importantes. Dentre as complicações decorrentes da dor pós-operatória podemos citar: as pulmonares, as cardiovasculares, as metabólicas, as gastrintestinais, as metabólicas e as da função muscular, o tromboembolismo e os efeitos emocionais e psicológicos. Diante do exposto a terapia da dor deve ser realizada e pela extensão e autonomia que ganhou a anestesiologia como especialidade, ganhando maior enfoque quando tratada pelo Direito. “Então o Senhor Deus fez cair um sono pesado sobre Adão; e tomou uma das suas costelas,” (GÊNESIS, 2:21). O sono sobre Adão, proporcionou completa ausência de dor. Eis a primeira analgesia descrita. “E à mulher disse: Multiplicarei grandemente a tua dor, e a tua conceição; com dor darás à luz filhos;” (GÊNESIS, 1ª parte 3:16) Outrossim, o homem utilizando-se da inteligência que Deus lhe deu, permitiu a contestação em 1847, por Simpson, o pai da analgesia obstétrica: “é nosso dever, bem como privilégio, utilizar todos os meios legítimos para remover ou mitigar o sofrimento físico da mãe durante a parturição”. Tem-se buscado o alívio da dor, tanto aguda como crônica, há milênios. Hipócrates na Grécia antiga, já referia que aliviar a dor é uma obra divina. Busca o homem o caminho do seu bem estar, de sua felicidade. Para o alcance desta felicidade, regras são impostas. Ao se tratar de questões morais, se desobedecidas, nenhum corretivo se impõe. Mas, se ultrapassados alguns limites estabelecidos pela sociedade, sanções são impostas, momento em que surgem as normas jurídicas. Estas sim, são coercitivas, obrigatórias. mai/jun, 2008 - Anestesia em revista - 23 Preocupa-se o Direito Penal na proteção da sociedade determinando sanção penal extrema se a dor atinge elevado patamar quando alcança a liberdade do ofensor, através da pena privativa de liberdade. No tratamento desta dor, por não proporcionar o Direito Penal compensação pecuniária vultosa para o ofendido, evoluiu o Direito Privado para a reparação civil, fixando indenizações. Sob este prisma, estabelece a Constituição Federal no Art. 5º, inciso V: “o direito à indenização por dano material, moral ou à imagem”. Também norteia o Código Civil no art. 186, com correspondência com o art. 927: “Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.” Buscam os civilistas a reparação da dor causada, seja de origem física ou moral. A dor sob o aspecto de origem moral ou física reserva ao Direito força suficiente para regular a analgesia da doença denominada prejuízo, seja por lesão material, moral ou a imagem. Reportamo-nos especificamente à dor no sentido estrito, aquela resultante da lesão de origem orgânica, tratada não por remédios constitucionais, mas sim, com medicamentos, analgésicos, tanto sob o aspecto de dor aguda como crônica. Foram metas da Organização Mundial da Saúde a serem alcançadas na virada do milênio: a erradicação da dor dos cancerosos, dos queimados, dos politraumatizados, dos operados e das parturientes. No entanto, chegou o ano 2000, e as metas não foram alcançadas. Os cancerosos, os queimados, os politraumatizados, os operados e as parturientes, sob o aspecto genérico, continuam tendo tratamento marginal, distante do considerado moderado, e muito aquém do ideal. Normalmente, para os pacientes operados, que resultem em pósoperatórios dolorosos, são administrados analgésicos dos mais variados potenciais. É comum ouvirmos da maioria dos pacientes que o maior temor não é da cirurgia, mas sim, da anestesia e, principalmente, em sentir dor no pós-ope24 - Anestesia em revista - mai/jun, 2008 ratório. Existem atualmente várias modalidades de tratamento da dor pós-operatória. Primeiramente, se recorre às medidas profiláticas objetivando diminuir a ansiedade, boa visita pré-anestésica, escolha do anestésico local e a opção pela técnica do bloqueio regional ou sua associação. Em segundo lugar, temse o tratamento ativo recorrendose à analgesia preventiva, analgésicos sistêmicos e drogas adjuvantes, analgesia regional associada à narcóticos ou à anestésicos locais e, por fim, a associação dos anestésicos locais aos opióides. Assim, fica bem transparente, para o tratamento da dor pós-operatória, que, muitas vezes, uma destas técnicas aplicada solitariamente não é a melhor solução. Por isso, a associação de algumas das alternativas acima pode ser o suficiente para mitigar o sofrimento físico do paciente. Por isto, se espera que a melhor técnica analgésica deveria ser aquela mais adequada aos pacientes e que satisfaça também o médico. Por se tratar de modalidade de obrigação de meios deve o médico utilizar todos os recursos possíveis e disponíveis para alcançar o seu objetivo e, conseqüentemente, aliviar a dor do paciente, vez que não o fazendo pode ser interpretado como obrigação inadimplida. Mitigar o sofrimento físico causado pela dor, é sempre o objetivo do médico. Em pacientes operados, deveria o médico optar sempre pela melhor técnica analgésica existente. No entanto, no dia-a-dia, as coisas não transcorrem com tanta facilidade. Em alguns a melhor técnica analgésica é realizada, enquanto que para outros não. A desculpa para tal descaso não é racional. Mais irracional ainda são as descabidas justificativas e dentre as muitas alegações é a atribuição ao convênio pela não liberação da analgesia pós-operatória. Outros alegam que a não indicação da analgesia pós-operatória se dá pelo sentido volitivo do médico que se vê, às vezes, obrigado a tratar as náuseas e vômitos atribuídos à analgesia. Nesta situação, o que se leva em conta é o equilíbrio entre o risco e o benefício. É claro que o benefício ao se tratar a dor é maior que os malefícios das náuseas e vômitos que são, inclusive, mais facilmente tratados. A preocupação pelo descaso, certamente, conduz qualquer ser racional a nortear o caminho no alcance pela analgesia. Os órgãos responsáveis em bancar a saúde neste País, na rede pública ou na privada, impulsionados pelos movimentos mercantis, gerando economia pelas não prestações dos serviços e, conseqüentemente, aumentando os seus lucros, brincam com a saúde do cidadão. Inacreditável que na rede privada, onde se encontram as grandes empresas prestadoras de serviço à saúde, ainda exista a idéia que, embora se refira à mesma modalidade de convênio, mas por se tratar de cidades diferentes, a analgesia não é liberada. A liberação só se faz mediante autorização do convênio de origem o que, se assim proceder, realiza-se a analgesia. No que diz respeito à alguns médicos não solicitantes é decepcionante, visto que, é transparente que a melhor técnica analgésica beneficia o paciente. Outra justificativa é o esquecimento pelo médico em pedir analgesia, e mediante a ausência de solicitação, o convênio não a libera. Faz-se bem lembrar o art. 3º, IV da Constituição do Brasil – “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação;” bem como o art. 5º: “Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se ... a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, ...,” e o art. 6o: “São direitos sociais a educação, a saúde, ... a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição.” Importante esclarecer que há muito tempo se busca incluir “o tratamento da dor como um direito humano”, como parte integrante da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Em 1948, a Assembléia Geral da ONU instituiu a Declaração Universal dos Direitos Humanos, a começar pelo art. 1º: “todos os seres humanos nascem livres e iguais em dignidade e direitos”. São algumas das normas de conduta bem caracterizadas nessa Declaração. O esquecimento na solicitação da analgesia alegado por alguns médicos não é justificativa salutar para que o paciente não tenha a melhor alternativa de analgesia no pós-operatório imediato, visto que, deverá estar o profissional atento para que não seja tabulado como negligente, o que é uma característica punível. Além do mais, com base nos Princípios Constitucionais acima descritos, há ofensa também sob o aspecto “igualdade” quando se confere procedimentos diferentes para os iguais, sem deixar de considerar que o assunto é de extrema relevância e censurável pelo Código de Ética Médica. Diz o art. 3º da LICC: “Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.” Na sociedade atual busca o homem cada vez mais o seu bem estar, conseguindo com que os planos de saúde estendam outros benefícios a outras especialidades afins, antes não eram gozados, bem como o direito de atendimento na psicologia, na fisioterapia, na fonoaudiologia, na terapia ocupacional, na nutrição, e em muitas outras, que certamente farão parte do rol em atenção cada vez maior à saúde. Não pode a decisão ficar ao livre arbítrio de cada um. A obediência do direito, que cabe ao cidadão, deve ser respeitada e, para isso, dispomos de leis que devem ser rigorosamente obedecidas. O Direito e a Justiça devem sempre estar presentes para a garantia do cidadão. Posto isso, faz-se cada vez mais necessário, lutarmos para que o direito dos cidadãos seja respeitado, desse nosso povo tão sofrido que, infelizmente, ainda padece de dor. Cabe também a classe dos anestesiologistas, que unida, lute pelo direito da indicação da analgesia, visto que a não prática possa tabulá-lo como negligente e que uma vez realizada seja, por JUSTIÇA E DIREITO, decentemente remunerado. FRANZ SCHUBERT CAVALCANTI Médico Anestesiologista - TSA-SBA, Doutor em Medicina; CREMESP: 35858 Advogado - OAB/SP; Formação em Capacitação em Perícias Médicas CALENDÁRIO CIENTÍFICO OFICIAL 2008 AGOSTO 1 a 2 – XVII Jornada Norteriograndense de Anestesiologia X Jornada de Anestesiologia de Mossoró I Simpósio de Cardiologia Intervencionista de Mossoro Mossoro - RN 1 a 3 - II Jornada Paranaense de Anestesiologia Maringá - PR 15 a 17 – 39ª Jornada de Anestesiologia do Brasil Central – Xl Curso Fundamentos Científicos em Anestesiologia Brasília - DF 29 a 30 - VI Jalagipe Jornada dos Anestesiologistas dos Estados de Alagoas e Sergipe Maceió - AL SETEMBRO 11 a 13 - XVI Jornada de Anestesiologia do Estado de Pernambuco Porto de Galinhas - PE 19 a 20 - 22ª JORBA - Jornada Baiana de Anestesiologia do Estado da Bahia e I Jornada de Dor da SAEB Salvador - BA 21 a 24 - XXI ESICM Annual Congress Lisboa - Portugal 26 a 28 - 19ª JOMA - Jornada Mineira de Anestesiologia Uberlândia - MG 2009 ABRIL 18 a 20 – 44ª Jornada Sulbrasileira de Anestesiologia JOSULBRA Florianópolis - SC OUTUBRO 17 a 21 – Asa Annual Meeting New Orleans – Los Angeles - USA OUTUBRO NOVEMBRO 03 e 04 - XXIII JOPAN – Jornada Paraibana de Anestesiologia João Pessoa - PB 56º Congresso Brasileiro de Anestesiologia Salvador - BA 18 a 22 – Asa Annual Meeting Orlando – Flórida - USA NOVEMBRO 05 a 09 - 55º Congresso Brasileiro de Anestesiologia São Paulo - SP 2010 OUTUBRO 16 a 20 – Asa Annual Meeting San Diego – California - USA NOVEMBRO 57º Congresso Brasileiro de Anestesiologia Gramado - RS mai/jun, 2008 - Anestesia em revista - 25 Datas Importantes DATAS De 06/08/2008 Até 04/09/2008 6/8/2008 Até 08/09/2008 3/11/2008 4/11/2008 Até 06/08/2008 06/11/2008 - 11:30 h 06/11/2008 - 12:00 h 6/11/2008 Até 20/10/2008 20/10/2008 6/8/2008 4/9/2008 Até 06/09/2008 4/10/2008 05/11/2008 - Até 12:00 h 06/11/2008 - Até 10:00 h 06/11/2008 - Até 13:00 h 06/11/2008 - Até 12:00 h 05/11/2008 - Até 17:00 h 09/11/2008 - Até 12:00 h 09/11/2008 - Até 12:00 h 26 - Anestesia em revista - mai/jun, 2008 DESCRIÇÃO ELEIÇÕES DIRETORIA E CONSELHO FISCAL - SBA Período destinado à inscrição de chapas para eleições da Diretoria e Conselho Fiscal, conforme Regulamento próprio e modelo de solicitação, disponíveis no Portal da SBA. Aguardar convocação para as eleições. Data limite para regularização SBA e Regional, para os associados ATIVOS e REMIDOS (Ativos), que desejarem participar das eleições A Comissão Eleitoral enviará aos associados aptos a par ticiparem das eleições, material necessário para ao exercício do voto. Data limite para recebimento dos votos postais pela Comissão Eleitoral. Apuração dos votos recebidos pela Comissão Eleitoral. ASSEMBLÉIA GERAL Convocação para a Assembléia Geral. 1ª Convocação Assembléia Geral para eleição da Diretoria e Conselho Fiscal, aprovação das contas e alterações Estatutárias. 2ª Convocação Assembléia Geral Data limite para regularização com a SBA e Regional dos membros ATIVOS que queiram participar da Assembléia. ASSEMBLÉIA DE REPRESENTANTES Convocação para a Assembléia de Representantes. Data Limite para regularização com a SBA e Regional dos membros ATIVOS que serão indicados por suas Regionais como representantes e/ou suplentes. Data limite para que as Regionais encaminhem à secretaria da SBA, listagem dos membros quites com a Regional, informando expressamente destinar-se ao cálculo do número de Representantes da AR. Esta listagem deverá conter o nome, matrícula do associado e ano de quitação na Regional. Por segurança, deve ser mencionada a data de vencimento da anuidade da Regional. Data limite para envio dos relatórios que irão compor o Boletim Agenda - Diretoria, Comissões, Comitês e Conselhos. Divulgação do número de Representantes de cada Regional para a Assembléia de Representantes. Envio do Boletim Agenda para as Regionais. Entrega à secretaria da SBA, no CBA, pelos Presidentes das Regionais, da lista de Representantes e Suplentes de suas Regionais. Disponibilização das credenciais de representantes e suplentes para os presidentes de Regionais. Sessão de Instalação. Devolução ao Secretário da mesa, da lista de Representantes e Suplentes, devidamente assinada, juntamente com as credenciais excedentes, para liberação da bancada. Substituições de Representantes por Suplentes poderão ser solicitadas até este horário. Disponibilização do material da AR para os Presidentes, na secretaria da SBA no CBA. Sessão de Ordem do Dia. Até o início da Sessão de Ordem do Dia, os Presidentes de Regionais, que desejarem substituir Representes por Suplentes, poderão fazê-lo com o Primeiro Secretário da AR, desde que o nome do Suplente, obrigatoriamente, conste da lista original assinada e entregue na Sessão de Instalação da AR. n Novos portadores do TSA n Aprovados na Prova Oral para Obtenção do Título Superior em Anestesiologia 1º Semestre - 2008 n Humberto Hepp ____________________ SC João Manoel da Silva Junior ___________ SP Luciano Augusto Fernandes ___________ SP Luis Otávio Esteves ___________________SP Marcelo Marçal Vieira Júnior _________ GO Marco Túlio Stival Pereira _____________SP Rodrigo Otávio Lami Pereira ___________ RJ Rogério Cavalheiro ___________________ RJ Wanderley Rodrigues Moreira _________ MG Parabéns! n Américo Salgueiro Autran Neto ________ RJ Beatriz Gonçalves Miron ______________SP Bruno de Arruda Bravim ______________SP Cibelle Magalhães Pedrosa Rocha _____ CE Cláudio Márcio Macedo ______________ GO Daniel Câmara de Rezende ___________ MG Diogo Bruggemann da Conceição _____ SC Eric Benedet Lineburger _____________ SC Glênio Protásio Borges ______________ GO Gustavo Luchi Boos _________________ SC Homenagem ao Dr. Alvarez R esponsável, co-responsáveis, instrutores e médicos em especialização do CET Prof Manoel Alvarez, prestaram, no último 6 de maio, uma homenagem ao seu fundador, por ocasião de seu 70º aniversário, inaugurando uma placa, no Centro Cirúrgico do Hospital Universitário de Santa Maria. O Dr. Manoel Alvarez, que trouxe para a Universidade Federal de Santa Maria, a primeira Residência Médica, no ano de 1968, é professor titular aposentado da Instituição desde 1991, mas continua dando sua valiosa e ativa contribuição às atividades teórico-práticas do CET ao qual ele tem dedicado, com amor, toda a sua vida profissional. Dr. Manoel Alvarez homenageado Membros do CET Profº Dr. Manoel Alvarez - Santa Maria/RS Descerramento da placa Dr. Neco (como é carinhosamente chamado) fala aos colegas mai/jun, 2008 - Anestesia em revista - 27 NOVOS MEMBROS Ativos Adriana Moreira Tiburzio Alessandra Auxiliadora C. Reis Alexandre Akira Sampaio Sanoda Alexandre Noleto Magalhães Aline Carlos Teixeira Américo Ribeiro Nascimento Filho Anelise Bazoli de Andrade Anna Carolina Block de S. C. Veras Antonio Pereira de Souza Filho Arthur Guimarães Naves Bernardo Augusto Xerez Teixeira Bianca Solange Damasceno Cardoso Camila de Paula Goes de Souza Cid Amorim Nunes Clarice Teixeira Mercante Clarisse Beraldo Crespo Daniel Caldeira Pereira Simões Daniel Cuba Nishioka Daniela Maia Padilha Daniela Maria Oliveira Cruz Daniela Roncoletta da Silveira Pinto Danillo Antonio Manhas Eduardo de Carvalho Barros Elke Benitah Farias Erik Igor Pinelli Erika Rachel de Sousa Moreira Eugenio Mizuta Ewaldi Camara Garrido Filho Fabiano Ferreira de A.Fernandes Fabiano Gomes Spíndola Fábio Bonini Castellana Fábio Francisco Ferreira Souza Fábio José Farhat Fábio Perches Fernanda Secron de Carvalho Canela Fernando Goulart Passos Flávia Orgler Frederico de Lima Jacy Monteiro Frederico Rodrigues da Cunha Ferro Gabriel Cunha Gerardo Cristino de Menezes Neto Guilherme Francisco Guidugli Cunha Gustavo Cossich de Holanda Sales Gustavo de Melo Rebuglio Gustavo Gregorin Coelho Henrique Fischer Igreja Hiroaki Furuya Jackson Douglas Nogueira de Queiroz Janderson Alves Gifoni Jean Marc Scialom Jesus de Nazaré Dias Baia João Anderson Araújo Nunes Joilson Travassos de Melo 28 - Anestesia em revista - mai/jun, 2008 José de Souza Andrade Neto José Márcio Brugni Cruz de Mattos Juliana Jamile Barbosa de C. Almeida Juliana Salles Von Held Leonardo Ribeiro de Magalhães Lígia de Almeida Ferreira Cordovani Lucele de A. Pinheiro B. Santana Luciana Brites de Moraes Luciano Coutinho Cól Manoel de Souza Neto Marcella Marino Malavazzi Marcus Alexandre Brito de Aviz Max Engelhard Mônica Satie Hiratsuka Patrick Raoul Erasmo Dias Laporte Pedro Luis Vaz de Lima Mattos Raquel Majella Raulyson Almeida do Amaral Cordeiro Renata Matos Amâncio Renato de Abreu Junqueira Borges Roberta Daniela V. S. X. de Oliveira Roberto Batista Artiaga Rodolfo de Melo Rebuglio Rodrigo Freitas dos Reis Rui Carlos Detsch Junior Sheila Holanda Lima de Farias Silvio Julio Bittencourt Yamamura Thays da Rosa Moreira Thiago Rando Bezerra Vanessa Alves Costa Alves Walter Scaglione Junior Wilson Lincoln Muricy Filho Aspirante-Adjunto Fernanda Batesini da Cas Ludimilla Carvalho Milena Aur Lima Chahda Ricardo Hideki Fujita Willian Alves da Rocha Adjunto Carlos Fabiano Vieira Brandão Edison Anselmo da Silva Junior Mario Guilherme Gonçalves Patrícia Santiago Dantas de Oliveira Regina Netto de Queiroz Aspirante Adamilson Arnaud de Oliveira Adriana Bittencourt Martins Alan Schio Pacheco Alexandra de Luca Lima Alexandra Rigo Alexandre Bottrel Motta Alexandro Ferraz Tobias Alexei Goes Gentil Alfeu José Dal Ri Aline Bohns Blaas Aline Cristina Gonçalves Aline Yuri Chibana Ana Carolina Braz Lima Ana Carolina Maia Mendonça Ana Carolina Teixeira da Silva Fontes Ana Cecília Jayme Pinhal Ana Laura Janaina Borges Andre Duckworth André Luiz Cardoso Vilela Ângela Maria Parisi Chrispim Antônio Cavazzani Neto Artur Henrique Alves Augusto César Beltrão da Silva Barbara Espindola Saito Bianca Marcelino de Oliveira Braulio de Alencar Honorato Breno Augusto Albuquerque Oliveira Bruno da Silva Cardoso Bruno Lambertini Bruno Lima Alves Bruno Luís Assunção Gregório Bruno Santos Leite Camila Dombroski Redondano Carlos Eduardo de Almeida Silva Carlos José Pires Innocencio Filho Carmen Lúcia Pereira Caroline Contente Verbicaro Caroline Kameyo F. Murakami Cássia Fernanda Turassa Chiara d´Andréa Ayres Dias Christiane Begoti Soriano Cipriano Correia Júnior Cláudia Mariana Albino Borda Cláudio Mueller Kakuda Cristine Formighieri Angonese Cynthia Nascimento Leal Daniel Barboza Rosa Daniel Esteban Daniel Satoru Date Danielle de Sousa Soares Danilo Miranda de Lemos Denis Menezes Carneiro Denise dos Santos Broedel Eduardo Andrade Cardieri Eduardo Costa Cândido Teixeira Eduardo Costa Matos Erika Alves de Oliveira Eugênio Araújo Costa Fábio Henrique Nascimento Felipe Cavedon Ughini Felipe Souza Thyrso de Lara Felipo Chaves Guimarães Fernanda Lobo Lago Flores Fernanda Paula Cavalcante Fernando José Sibila Marcondes Fernando Lanichek Filipe Lino Bastos Vasconcelos Flávia de Oliveira Toledo Flávia Helena Junqueira Lopes Flávia Marques Naves da Nota Flávio de Carvalho Dutra Frederico Guaraci Freitas de Oliveira Georgio Virgílio de Andrade Gilberto Walter Nogueira Arenas Giovana Bronzatti Giovani Murad da Silva Guilherme de Oliveira Firmo Guilherme Fogal Firmo Ferraz Guilherme Soares Bóscolo Gustavo Henrique Leão Gomes Gustavo Miarelli de Oliveira Heverly Balduíno Ribeiro Hugo Gomes Miranda Isaac Lima Medeiros Jaime Uchoa de Araujo Filho João de Magalhães Montes Neto João Victor Ferreira Couto José Cleiber de A. Menezes Júnior José Demilson May José Ribamar da Costa Filho José Ridino Scarp Filho Julia Fonzar Tannous Julia Franzotti Cheibub Juliana Bueno Garcia Juliana Coutinho Fernandes Juliana Leão Ventura Juliana Tulux da Silva Juliano Callegari Julio Cesár de Figueiredo Campos Kálinka Calabrez de Freitas Karine Kruger Klériton Rodrigues Carrijo Laís Hiroko Matsumoto Larissa Gueiros Piñeiro Loyane Carmo de Deus Medeiros Luciana Dantas Bastos F. de Oliveira Luciana Freire de Oliveira Lucianna Aparecida Fraga da Silva Luiz Fernando Carlin Mutterle Marcella Martins Xavier Marcelo Luiz Couto Tavares Marcia Carolina Pinto da Costa Márcio Antonio de Almeida Barreira Márcio de Lima Ramos Marco Cézar Lopes de Menezes Marcus Vinicius Neto Pimentel Maria Carolina Vidigal Leite Maria Cecília Domingues da Silva Maria Elizabeth Rosandiski Rodrigues Maria Ilydia Souza M. de Andrade Maria Ligia Gomes Marin Mariana Cecília Ramirez Zamorano Mariana Guimarães do Couto Mariane Galzerano Stahlberg Marselle Graça Lins Mateus Angeli Matheus Jorge Pedrosa Gussen Melina Rocha Martins Michele Ulguim da Rosa Oliveira Milena Carolina Jerosch Colossi Mônica Wrobel Mozar Ricardo Ingracio Murielly da Silva Martini Nadja Gonçalves Nobre dos Santos Natalia Kimie Duarte Nakashima Necy Kawamura de Lacerda Marçal Nicole Morem Pilau Olney de Carvalho Maniglia Oscar Augusto Varela Morales Oscar Félix Goitia Salazar Paola Souza Gabry Patrícia Maria Sousa Cavalcanti Patrick Assis Rodrigues Paula Brazilio Nóbrega Paula Sobreira Taberner Paulo Cesar Magalhães Monteiro Jr Paulo Marcos Alves Newton Júnior Pedro Aurélio Souza Teixeira Pedro Paulo Alfano Filho Priscilla Ferreira Neto Rafael Alves Dornelles Rafael Bianchi Machado Rafael Klein Gomes Rafael Tadeu Marques Rafael Vieira Orosco Raissa Morais Casado Ramon Aguilar Rolim Raphael Sueiro Felipe Regina Célia Lorenzo Nogueira Renata Borges da Silva Santos Renato Borge Saito Ricardo Davi Zabot Ricardo Pinto Lobato Lopes Roberta G. Dodsworth Martins Roberta Ribeiro Marques Brandão Rodrigo Colonna Bolliger Rodrigo Monteiro de Oliveira Rodrigo Popp Demeterco Roger Benevides Montenegro Romana Freire M. Bello de Campos Rômulo Gardin Ronaldo Rodrigo de Sá Oliveira Ronan Lima Gorza Ruth Pinto Camarão Samuel Peixoto Vedana Sanderson Dantas de Souza Sandro Faria Xavier Semyramis Maria Freire Soares Simone Salgado Rodrigues Stacey Silveira Remy Suzane Almeida dos Santos Pinto Tanau Aguiar Cerqueira Tathiana de Araújo Marques Sperle Tatiana Barbosa Monteiro Thais Kroeff Machado Thiago Chagas Lima Thiago de Oliveira Lima Thiago Franscisco Martins Thiane Giaretta Tiago Bertacini Gonzaga Tiago Martins Rodrigues Ticiane Caparelli Pereira Túlyo Viana Gonzaga Vanessa Bravo Bessoni Verena Lima Carneiro Vinícius Viana Bandeira Moraes Vivian Paz Leão Maia Viviane de Castro Gonçalves Wanderli Soares R. de Carvalho Yara Nishiyama Marti Obituário NOME MATR. REGIONAL Dra. Sônia Valéria Scherer Mastella Dr. Thadeu Pereira de Figueiredo Dr. Luiz Alberto Perluigieri Casanova 08299 00168 08917 SARGS SAMG SAERJ mai/jun, 2008 - Anestesia em revista - 29 RESPONSABILIDADE SOCIAL Solidariedade SBA reconhecida G ostaria de agradecer em nome da Operation Smile Inc. e da Operação Sorriso do Brasil a publicação do artigo sobre esta organização médica humanitária na seção de Responsabilidade Social da revista Anestesia em Revista número 02/2008. Nós, da Operation Smile, sabemos que para tratar crianças portadoras de lábio leporino e fenda palatina com dignidade necessitaremos da ajuda de todos. Tenho escutado muito ultimamente de pessoas médicas e não médicas que têm interesse em fazer algum trabalho voluntário, mas não sabem como. O apoio dado pela Sociedade Brasileira de Anestesiologia iniciado pelo presidente Dr. Jurandir Coan Turazzi publicando este artigo sem dúvida irá atrair novos profissionais interessados em participar dos nossos programas. O Brasil tem um potencial enorme seja no campo empresarial seja no voluntariado, e vejo que o mesmo tem aumentado ano após ano. Não poderia também deixar de agradecer a nossa gerente administrativa Mecedes Azevedo pelo carinho, atenção e delicadeza em me enviar alguns exemplares além do que recebi como membro da SBA. Encerro este e-mail de agradecimento passando informações sobre nossas atuações nas últimas semanas: 1) Valencia, Venezuela – 23 e 24 de maio, 2008 – 110 pacientes foram avaliados e 40 receberam cirurgias; 2) Lima, Peru – de 22 a 31 de maio, 2008 – 328 pacientes foram avaliados e 107 receberam cirurgias; 3) Antsirabe, Madagascar – de 22 a 31 de maio, 2008 – mais de 400 foram avaliados e 211 receberam cirurgias; 4) Barbalha, CE, Brasil – de 28 a 31 de maio, 2008 – 80 pacientes foram avaliados e 45 receberam cirurgias; 5) Pasay City, Filipinas – de 27 a 30 de maio, 2008 – 167 pacientes foram avaliados e 41 receberam cirurgias; 6) Cotabato, Filipinas – de 29 de maio a 12 de junho, 2008 – 100 pacientes avaliados e 57 receberam cirurgias; 7) Guadalajara, México – de 28 de maio a 7 de junho, 2008 – 133 pacientes avaliados e 90 receberam cirurgias. Resultado da segunda enquete de 2008 Pesquisa realizada nos meses de maio/junho 2008 através do portal da SBA 30 - Anestesia em revista - mai/jun, 2008 Também na semana passada mais de 80 voluntários retornaram para seus países depois de duas semanas de treinamento em nossa sede na cidade de Norfolk, Virgínia nos Estados Unidos. Eram pediatras, cirurgiões plásticos, anestesiologistas, enfermeiros e dentistas que puderam participar de cursos como ACLS, PALS e BLS além de treinamento em hospitais como Children’s Hospital Philadelphia, George Washington University, The Kings Daugther Hospital, etc. Operação Sorriso do Brasil enviou 3 voluntários, 1 anestesiologista, 1 pediatra e 1 cirurgião plástico. Para o mês de junho estão programadas missões na América Latina nos seguintes países: Colômbia, Peru, Paraguai e Nicarágua. Sem mais para o momento. Atenciosamente, LUCIO AULER MD, BC Regional Medical Officer, Latin America and the Caribbean Operation Smile, Inc. Mobile (Brazil) +55.21.8889.0156 Mobile (Worldwide) +1.757.839.5362 Pho/Fax (Brazil) +55.21.3511.6206 [email protected] www.operationsmile.org Você está satisfeito com a publicação do Informativo da SBA: Anestesia em Revista? SIM: 340 NÃO: 84 80.1% Percentual de satisfação: dos associados que responderam. Participe das enquetes. Sua opinião é muito importante para nós! Diretoria o vis a o m i t Úl Provas da SBA 2008 Como efetuar a inscrição: - Efetuar depósito bancário correspondente a inscrição, cujo comprovante deverá ser encaminhado à Secretaria da SBA, pelo correio, com aviso de recebimento, juntamente com o requerimento de inscrição que deve identificar qual a prova desejada. (vide modelo portal da SBA) Endereço para envio da inscrição: Rua Professor Alfredo Gomes, 36 - Botafogo 22251-080 Rio de Janeiro RJ - Prazos para inscrições nas provas: 07/08/2008 Data limite para inscrição provas dos concursos: de Dor, TSA escrita e TSA oral segundo semestre - Dados do Depósito: Valor único para inscrição nas provas: R$ 428,00 (quatrocentos e vinte oito reais) Favorecido: Sociedade Brasileira de Anestesiologia CNPJ: 33.748.831/0001-03 Banco Real: Agência: 0826 Conta-Corrente: 7805109-6 - Informações importantes: 1 - Não serão efetuadas inscrições com pendências de documentos ou necessidade de alteração de categoria. 2 - Antes de solicitar sua inscrição, confirme no portal da SBA os documentos necessários para efetivação de sua inscrição. 3 - Não serão aceitas inscrições via fax ou e-mail. 4 - Caso até 30 dias após o encerramento das inscrições não receba nenhuma comunicação da SBA, favor encaminhar solicitação de revisão de sua inscrição, acompanhada do aviso de recebimento comprovando a entrega da inscrição pelo correio. 5 - No dia da prova, será exigida como identificação do candidato, a carta de confirmação da inscrição e documento de identidade com foto atualizada. O candidato deverá estar munido de caneta preta ou azul. 6 - Caso necessite de maiores esclarecimentos sobre o assunto, favor contatar a SBA - (21) 2537-8100, anotando o nome do funcionário atendente 7 - Provas Escritas: Prova TEA - será realizada na regional de origem do candidato inscrito - dia 09/08/2008 Prova de Dor - dia 04/11/2008 Prova TSA - dia 05/11/2008 8 - Provas Orais: A distribuição dos dias de realização das provas orais dependerá do total de inscritos, assim sendo, antecipe sua inscrição. Prova Nacional para Médicos em Especialização em Centros de Ensino e Treinamento 13 de dezembro de 2008 – sábado ME1 – 10:00 / 12:00 h ME2 – 14:00 / 16:00 h ME3 – 17:00 / 19:00 h (Horário de Brasília) Local: Consulte sua regional Todos os médicos em especialização, cadastrados como membros aspirantes da SBA, automaticamente encontram-se inscritos para a realização destas provas. mai/jun, 2008 - Anestesia em revista - 31
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