Gilson Silveira
Transcrição
Gilson Silveira
Gilson Silveira Evoé! Percussionista brasileiro nascido na pequena Ipoema (Minas Gerais), Gilson Silveira aprendeu tocar por conta própria. A infância foi vivida na roça, terra de montanhas onde canta o sabiá, que jorra águas abençoadas por nananburuquê — a deusa das cachoeiras. O ambiente descrito é palco e cenário de seu primeiro contato com os sons dos tambores do Congado, da pandeirada da Marujada e da folia do Carnaval urbano. Atraído pela sonoridade do tambor, do pandeiro e da voz dramática da cantoria afro-brasileira, ou brasileira-afro, iniciou-se na percussão confeccionando seus próprios instrumentos. O tambor foi construído com uma lata de óleo presa a um cordel de embira de bananeira, arrebatado pelas baquetas de vara de bambu modeladas à canivete. Na lata de goiabada ensaiou suas primeiras batidas de pandeiro. 1978 Transferiu-se para Belo Horizonte, onde encontrou campo fértil para o desenvolvimento de sua musicalidade percussiva. Em 1982 fez sua primeira viagem de pesquisa, cujo propósito foi buscar e apreender os elementos da tradição rítmica do nordeste brasileiro e do norte mineiro. Essa experiência atendeu, de forma efetiva, seus anseios e expectativas relacionadas à prática percussiva. Em 1983 matriculou-se na escola Música de Minas, fundada pelo músico Milton Nascimento. Tornara-se aluno de Paulo Sérgio Santos (UAKTI) no curso de teoria e prática da percussão. A formação autodidata lhe valeu uma oportuna troca de saberes com o professor Paulo Santos: enquanto ministrava as aulas para os iniciantes, o professor lhe oferecia aulas particulares. A experiência deu certo e a relação entre eles se transformou em uma grande amizade permeada por uma recorrente troca profissional. Pandeiro, repinique de mão, tambores, xequeres, agogô, surdo, cuíca, timba, ganzá, conga. Foi com o auxílio precioso de cada um desses instrumentos que o seu conhecimento da rítmica brasileira se expandiu. Igualmente cresceu a habilidade criativa que emprega no fabrico de instrumentos valendo-se de elementos da flora e de matéria industrial. É também um momento histórico na vida dos brasileiros: vivia-se o fim da ditadura militar no país. A cultura retomava o seu lugar no cenário político e segmentos de diversas matrizes culturais, vindos dos cantões das Gerais, faziam de Belo Horizonte um grande palco de manifestações artísticas. Foi um momento valioso de sintonia entre os iniciantes e a ‘velha guarda’. O intercâmbio cultural entre a capital mineira e as cidades do interior acontecia, sobretudo, nos tradicionais festivais: de Inverno e da Canção. E é neste caldeirão cultural que Gilson Silveira saltou definitivamente para o universo da música. Começou sua trajetória profissional participando de espetáculos teatrais, concertos de música popular brasileira e gravações de disco e CDs: Teatro: Calabar: peça de autoria do músico Chico Buarque (tour 1983); Maha Catu: peça do dramaturgo José Neto com o Grupo Curare (tour 83/84); Mahat Sade: montagem do Grupo de Teatro da Universidade Federal de Minas Gerais. Música: Grupo Pontaleti, Jacaré Amorim, Titane, Maurício Tizumba, Marcos Buzana, Mamur Eliname Bà, Gilvan de Oliveira. Sandra Reis, Carl Clives, Oscar Neves, Marcelo Diniz. Em 1985 foi convidado para tocar com a cantora brasileira Marta Helena, radicada na Itália. Partiu para Milão com a mala cheia de instrumentos. E no coração (esta caixa de ressonância humana) o ritmo brasileiro. Fixou residência em via Políbio, na bela Milão. De bar em bar, pôs-se a apresentar a diversidade sonora da percussão brasileira. Conheceu músicos italianos e de outras nacionalidades com os quais estabeleceu laços musicais e de afeto. As primeiras apresentações foram com os seguintes grupos e/ou músicos: Silvio D’Amico, Samambaia, Nene Ribeiro, Celso Machado, Latin Touch, Chandé con Candelo Cabezas, Walter Calloni e Stefano Cerri, Antonio Breschi, Carlos “el Rumbero”(cantor de flamengo), Dom Um Romão, Rosa Emília, Franco Brambati, Balem Lopez de Munaim, Ziryab (árabeandaluz),Tomato, Marcella Bella, Gregorio Lagadari, Franco Mussida,Tullio De Piscopo, Mamadi Kaba, Cico Moreno, Giobbe Covatta, Flavio Boltro, Trelilu, Guido de Leone e Paosa Arnesano, Attilio Zanchi, Sergio Caputo, Rumpile, Trio Jogral, Kinkoba, Ana Torroja, Miguel Bose,Alice, Bravo, Laura Fedele. Michele Papadia, Pitura Freska, Linea C, Mau Mau. Andrea Donati e Alda Merini. Massimo Colombo. The Great Naco Orchestra. Jambour, Ligia França. Roberto Riva, Giorgio Li Calzi. . Neos-Gianni Bedori/Luigi Bonafede. Banda Ionica. Kal dos Santos, Miguel Bosè e Ana Torroja ao vivo (cd e DVD) en La Coruna. KinKoba (T. Nsongan-F.Marchesano). Barbara Raimondi, Ney Portilho, Luiz Lima (Lola). Rino Vernizi, Piero Ponzo. Giovanna Gattuso, Tony Primo, Marcus Gonzaga, Cionn Caslach, Roberto Taufic. Max Ormea, Marchio Bossa. Mamadi Kaba, Sergio Fabian Lavia e Maria Isabel Garcia. Stefano Raffaelli-Cimarosa collective. Elisa Amistade, Alberto Cesa.Piero Ponzo,Colon Kandya, Baticumbando, Marcio Rangel, Alessandra Belloni, José Feliciano,. Francesco Bertone, Mestre Baixinho. MEG, Bandão. Tamtando, Renato Daielo. Donati-Casa Brasil, Patricia Lowe. DVD didattico Didático (7 maestri del ritmo /7 maestros do ritmo), DVD-UFIP 70th anniversari 70º aniversário (artisti vari /vários artistas). Aprendeu com todos com quem trabalhou e a sua música renovou-se a partir do encontro com o outro, com os outros Mitoka Samba Em Milão, tratou de ocupar o espaço predestinado ao samba no país da bota. Em parceria com os brasileiros Heraldo da Silva e Kal dos Santos, fundou em 1991 a primeira Escola de Samba na Itália: MITOKA SAMBA. Essa orquestra de percussão propunha-se ao ensinamento das malandragens do samba aos italianos interessados. Além de tocar e dirigir, realizou workshops de percussão latina na Itália, Brasil e vários países da Europa. Do ano 1993 até 2001 foi endorser da Meinl Percussion na Alemanha e a partir do ano de 2007 volta a colaborar com a prestigiosa casa Alema. De 1989 até 1992 - professor de percussão no NAMM (Nuova Accademia di Musica Moderna) e de 1993 até 1998 no CPM (Centro Professione Musica ) de Milão. Atualmente é professor no CDM - Centro Ditattico Musicateatrodanza, de Rovereto (It.). Breve Biografia de Gilson Silveira Nascido em Ipoema(MG-Brasil). Inicia sua carreira professional em 1981 na capital Mineira com varios artistas como Gilvan de Oliveira, Titane, Mauricio Tizumba e varias coolaboraçoes com companhias de Teatro. Em 1985 se transfere para a Italia e trabalha com muitos artistas europeus e estrangeiros como Celso Machado, Ziryab, Balem Lopes de Munain, Farafina, José Feliciano, T. De Piscopo, F. Mussida, Sergio Caputo,Ana Torroja, Miguel Bosé e tantos outros. Fundador e diretor artistico dos grupos de percussao Sovver Samba(Rovereto - IT) e Comunicato Samba(Torino-IT). Endorser das percussoes Meinl na Italia. Autor do cd MALA E CUIA (2002) e SACI(2008) e do dvd A boy from Ipoema (2009). Intensa atividade didatica desde 1988.